estabilidade e garantias de emprego€¦ · estabilidade por tempo de serviÇo –1943/1966...

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ESTABILIDADE E GARANTIAS DE EMPREGO - Decenal - CIPA - Representação dos Empregados - Gestante - Acidente de Trabalho - Empregado deficiente DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO Advogado trabalhista, sócio no escritório de advocacia Geromes e Menegaldo Sociedade de advogados, professor em diversos cursos de pós graduação, especialista em direito material e processual do trabalho pela Escola Paulista de Direito EPD, ex-presidente da comissão de direito do trabalho da 39ª Subseção da OAB de São Bernardo do Campo - SP (gestão 2016/2018). Foi profissional de Recursos Humanos por 13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento. @thiago_menegaldo

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Page 1: ESTABILIDADE E GARANTIAS DE EMPREGO€¦ · ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO –1943/1966 Originariamente, a CLT previa as duas supracitadas fórmulas de garantia do tempo de serviço:

ESTABILIDADE E GARANTIAS DE

EMPREGO- Decenal

- CIPA

- Representação dos Empregados

- Gestante

- Acidente de Trabalho

- Empregado deficiente

DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO

Advogado trabalhista, sócio no escritório de advocacia Geromes e Menegaldo Sociedade de advogados,

professor em diversos cursos de pós graduação, especialista em direito material e processual do trabalho

pela Escola Paulista de Direito – EPD, ex-presidente da comissão de direito do trabalho da 39ª Subseção

da OAB de São Bernardo do Campo - SP (gestão 2016/2018). Foi profissional de Recursos Humanos por

13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento.

@thiago_menegaldo

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Para Sérgio Pinto Martins:

“A estabilidade é o direito do empregado de continuar no emprego mesmo

contra a vontade do empregador, desde que inexista uma causa objetiva a

determinar sua despedida. Tem, assim, o empregado o direito ao emprego,

de não ser despedido, salvo determinação de lei em sentido contrário.”

Para Amauri Mascaro Nascimento:

“Estabilidade é o direito de não ser despedido. É a garantia de ficar no

emprego, perdendo-o unicamente se houver uma causa que justifique a

dispensa indicada por lei. Funda-se, portanto, no princípio da causalidade

da dispensa. Destina-se a impedir a dispensa imotivada, arbitrária,

abusiva.”

CONCEITO

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FONTES DA ESTABILIDADE

A estabilidade, entendido o termo de modo genérico, tem previsão:

• Constituição Federal;

• Lei;

• Acordos e convenções coletivas;

• Regulamento da empresa;

• Contrato de trabalho;

• Sentença Normativa. A doutrina divergente quanto esta possibilidade,

decorrente do poder normativo da Justiça do Trabalho. Defende-se o

entendimento de que é possível desde que a matéria não seja regulada por

lei. Por exemplo: estabilidade provisória que antecede a aposentadoria.

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ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO – 1943/1966

Originariamente, a CLT previa as duas supracitadas fórmulas de garantia do tempo

de serviço: a básica e a especial.

Garantia Básica: era oferecida ao empregado contratado por tempo

indeterminado que tivesse entre um e dez anos de serviço na mesma empresa;

Art. 478 - A indenização devida pela rescisão de contrato por prazo

indeterminado será de 1 (um) mês de remuneração por ano de serviço efetivo, ou

por ano e fração igual ou superior a 6 (seis) meses.

§ 1º - O primeiro ano de duração do contrato por prazo indeterminado é

considerado como período de experiência, e, antes que se complete, nenhuma

indenização será devida.

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Garantia Especial: era outorgada ao empregado contratado por tempo

indeterminado que contasse mais de dez anos de serviço na mesma empresa.

Para esse empregado era oferecida uma proteção intitulada estabilidade definitiva,

que, em rigor, representava uma vedação ao exercício da resilição unilateral por

iniciativa patronal.

Art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na

mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta

grave ou circunstância de força maior, devidamente comprovadas.

Súmula 26 do TST. Cancelada. Presume-se obstativa à estabilidade a

despedida, sem justo motivo, do empregado que alcançar nove anos de serviço

na empresa.

ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO – 1943/1966

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Em 13 de setembro de 1966 era publicada a Lei 5.107, que instituía o Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço.

Caso o empregado optasse pelo FGTS, renunciaria as vantagens da estabilidade.

Desta forma, aqueles que não era optantes e permanecessem por mais de 10 anos

trabalhando na mesma empresa, gozariam de estabilidade até sua aposentadoria.

Aqueles que eram optantes, se a cessação ocorresse por iniciativa patronal,

incidiria, ainda, uma indenização compensatória, fixada, à época, na base de dez

por cento sobre a totalidade dos depósitos.

ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO – 1966/1988

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ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO

Art. 492 (CLT) - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na

mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou

circunstância de força maior, devidamente comprovadas.

Parágrafo único - Considera-se como de serviço todo o tempo em que o empregado

esteja à disposição do empregador.

A referida estabilidade também conhecida como DECENAL não tem mais como ser

reconhecida a partir da promulgação da Constituinte de 1988, pois o FGTS passou

a ser obrigatório para todos os trabalhadores.

Cabe destacar que os trabalhadores que antes da promulgação da CF já tinham

adquirido direito a estabilidade, permaneceram com este direito que foi assegurado

pelo art. 14 da Lei 8.036/90.

Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da

promulgação da Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no

emprego nos termos do Capítulo V do Título IV da CLT

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GARANTIAS DE EMPREGO – DIRIGENTE SINDICAL

Dirigente Sindical

Assim determina o art. 8º, inc. VIII da CF:

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da

candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que

suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos

termos da lei.

Esta estabilidade já era prevista no art. 543, § 3º, da CLT que assim indica:

§ 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do

momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de

entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu

mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave

devidamente apurada nos termos desta Consolidação.

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GARANTIAS DE EMPREGO – DIRIGENTE SINDICAL

- Empregado sindicalizado – cargo de direção ou representante – (não abrange quem

dispute cargo diverso de “direção” ex. administração, chefia, controle ou gerência);

- Deve ter sido submetido a processo eleitoral “se eleito”;

- Estabilidade a partir do registro da candidatura, até um ano após o final dele;

- após o final do mandato (indica que o empregado deve cumprir integralmente seu

mandato;

Orientação Jurisprudencial 365 da SDI-1, TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.

MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO. INEXISTÊNCIA.

Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, §

3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos

da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do

sindicato (art. 522, § 2º, da CLT). Publicada no DJU de 20-5-2008.

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Há uma acirrada discussão acerca desta temática, vejamos:

O artigo 522 da CLT assim determina:

Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria

constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um

Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela

Assembléia Geral.

No entanto, há entendimento minoritário de que o sindicato, tendo em vista o

princípio da liberdade sindical (art. 8º, caput, e inciso I, da CF/88), poderia

fixar número diferente de dirigentes e representante no seu estatuto.

Vejamos a súmula 369 do C. TST:

GARANTIAS DE EMPREGO – DIRIGENTE SINDICAL

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Súmula nº 369 do TST DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada

na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) -Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e

27.09.2012)

É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro

da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde

que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.

II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade

a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.

III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na

empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.

IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para

subsistir a estabilidade.

V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio,

ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da

Consolidação das Leis do Trabalho.

GARANTIAS DE EMPREGO – DIRIGENTE SINDICAL

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O inquérito para apuração de falta grave é aplicável em favor dos beneficiados das

seguintes estabilidades:

- estabilidade decenal,

- dos dirigentes sindicais,

- dos diretores de cooperativas de empregados,

- dos membros trabalhadores do Conselho Nacional da Previdência Social,

- dos representantes dos empregados nas comissões de conciliação prévia e;

- dos representantes dos empregados no Conselho Curador do FGTS.

Perceba-se que em todas as referidas situações o despedimento do trabalhador

protegido somente se dará mediante apuração de falta grave, estando esse conceito

presente tanto no art. 494 da CLT quanto nas normas que arrimam os demais

empregados estáveis aqui referidos.

GARANTIAS DE EMPREGO – DIRIGENTE SINDICAL

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Neste sentido temos a súmula 379, TST.

Súmula 379 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE.

INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser

dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos

arts. 494 e 543, § 3º, da CLT.

GARANTIAS DE EMPREGO – DIRIGENTE SINDICAL

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A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de

acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível

permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do

trabalhador. (item 5.1)

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – CIPA está prevista no art. 163

da CLT devendo ser constituída em conformidade com a Norma Regulamentadora nº 5,

aprovada pela portaria 3.214/78 do MTE.

A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados de forma paritária.

Os membros representantes do empregador serão por eles designados (§1º do art. 164)

Já os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio

secreto, do qual participem, independente de filiação sindical.

Seu mandato é de 01 ano, permitida uma reeleição.

GARANTIAS DE EMPREGO – CIPA

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GARANTIAS DE EMPREGO – CIPA

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Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida

arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou

financeiro.

Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do

Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser

condenado a reintegrar o empregado.

A estabilidade do cipeiro foi elevada em nível constitucional, a teor do que dispõe o art. 10, II, a, do

ADCT:

“Art. 10 - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7º, I, da Constituição:

(...)

II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o

registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;

O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões

ordinárias sem justificativa (item 5.30 – NR 05).

GARANTIAS DE EMPREGO – CIPA

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GARANTIAS DE EMPREGO – CIPA

Como observa Sérgio Pinto Martins,

Motivo técnico diz respeito à organização da atividade da empresa como o

fechamento de uma filial ou de uma seção, com a despedida dos

empregados.

Motivo financeiro decorre das receitas e despesas da empresa, de acordo

com seu balanço.

O motivo econômico é o proveniente do custo da produção das atividades

da empresa, da conjuntura, da inflação da recessão.

Motivo disciplinar é o pertinente à dispensa por justa causa disposto no art.

482 da CLT.

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ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA

Súmula 339, TST

CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 (incorporadas as

Orientações Jurisprudenciais nºs 25 e 329 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e

25.04.2005

I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do

ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. (ex-Súmula nº 339

- Res. 39/1994, DJ 22.12.1994 - e ex-OJ nº 25 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)

II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas

garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser

quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a

despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do

período estabilitário. (ex-OJ nº 329 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003)

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ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA

INTEGRANTE DA CIPA - JUSTA CAUSA - INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE

FALTA GRAVE. O empregado eleito para a CIPA conta com garantia provisória

de emprego (artigo 10, inciso II, alínea "a", do ADCT e do artigo 165 da CLT), o

que obsta a sua dispensa arbitraria. Entretanto, constatado motivo disciplinar,

técnico, econômico ou financeiro, de molde a justificar a dispensa do cipista,

esta poderá ser procedida sem prévio inquérito ou procedimento administrativo.

Em hipóteses tais, entretanto, fica a cargo do empregador, caso acionado,

comprovar o motivo da dispensa, na própria reclamação ajuizada pelo obreiro

(parágrafo único do artigo 165 da CLT).

(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010233-87.2015.5.03.0142 (RO); Disponibilização:

09/09/2016, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 221; Órgão Julgador: Quarta Turma;

Relator: Denise Alves Horta)

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ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DA CIPA. RENÚNCIA AO CARGO. O

empregado membro da CIPA tem direito à estabilidade provisória de um ano

após o final de seu mandato, vedada a dispensa sem justa causa (art. 10, caput,

II, "a" do ADCT). No entanto, no caso dos autos, ficou evidentemente

comprovada a renúncia do reclamante ao mandato da CIPA. Provimento negado.

(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011044-39.2016.5.03.0101 (RO); Disponibilização:

01/03/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 5561; Órgão Julgador: Decima

Primeira Turma; Relator: Adriana Goulart de Sena Orsini)

depoimento da testemunha Everaldo José Dutra, presidente do CIPA:

"o reclamante foi dispensado, ao renunciar ao cargo da CIPA; o reclamante procurou o sindicato

procurou dizendo que pretendia sair, para abrir um negócio próprio, porém, a empresa não fazia isso, em

razão da estabilidade; o próprio depoente disse que, nesse caso, o autor deveria renunciar ao cargo e

pedir demissão; após da renúncia o reclamante foi dispensado sem justa causa, por acordo com a

reclamada; (...) desconhece pressão da empresa para renúncia à CIPA" (ID 6104577)

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ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA

CIPEIRO - RENÚNCIA - COAÇÃO. Cabe ao empregado demonstrar a alegação

de que redigiu e firmou documento comprovante da renúncia ao cargo na CIPA

sob coação. À míngua prova desse vício de vontade, mantém-se a presunção de

veracidade da declaração firmada pelo Demandante (artigo 408 do CPC).

(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010497-85.2017.5.03.0061 (RO); Disponibilização:

06/02/2018; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Convocado Carlos Roberto

Barbosa)

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ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DA CIPA. CONTRATO DE

EXPERIÊNCIA. A garantia provisória no emprego prevista no art. 10, II, "a" do

ADCT se dirige àqueles empregados cujos contratos têm vigência indeterminada

e que podem ser dispensados imotivadamente, não se aplicando ao contrato

trabalho a título de experiência, por incompatível.

(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010449-28.2016.5.03.0105 (RO); Disponibilização:

29/11/2016; Órgão Julgador: Sexta Turma; Relator: Jose Murilo de Morais)

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DISPENSA OBSTATIVA

EMENTA:. REGISTRO DE CANDIDATURA À ELEIÇÃO PARA MEMBRO DA CIPA.

ÓBICE IMPOSTO PELA EX EMPREGADORA. DISPENSA OBSTATIVA. A dispensa,

mediante aviso prévio indenizado, de empregada estável, que contava com cerca de

quinze anos de serviços prestados, detentora de estabilidade por ser membro da

CIPA, arcando a empresa com o ônus pecuniário de tal dispensa, sinaliza a intenção

do empregador de opor resistência à candidatura da Reclamante a novo mandato

como membro da CIPA. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0104300-93.2009.5.03.0032

RO; Data de Publicação: 06/07/2010; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Paulo

Roberto Sifuentes Costa; Revisor: Convocada Olivia Figueiredo Pinto Coelho)

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REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS

A Lei nº 13.467/2017 inseriu na CLT os artigos 510-A ao 510-E que instituiu

a obrigatoriedade da constituição de uma comissão de representação dos

empregados, cuja finalidade é promover o “entendimento” direto com o

empregador.

De acordo com o §1º do artigo 510-A, assim deve ser dimensionada esta

comissão:

I - nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três

membros;

II - nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por

cinco membros;

III - nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros.

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REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS

O artigo 510-B elenca as atribuições desta comissão.

O artigo 510-C regula o processo eleitoral para a constituição da comissão;

O artigo 510-D estabelece a duração do mandato dos membros da

comissão de representantes dos empregados, que será de um ano e dá

outras providências:

§ 1o O membro que houver exercido a função de representante dos

empregados na comissão não poderá ser candidato nos dois períodos

subsequentes.

§ 2o O mandato de membro de comissão de representantes dos

empregados não implica suspensão ou interrupção do contrato de trabalho,

devendo o empregado permanecer no exercício de suas funções.

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REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS

3o Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da

comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária,

entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico,

econômico ou financeiro.

§ 4o Os documentos referentes ao processo eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as

quais permanecerão sob a guarda dos empregados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à

disposição para consulta de qualquer trabalhador interessado, do Ministério Público do Trabalho

e do Ministério do Trabalho.

Art. 510-E. A comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do

sindicato de defender os direitos e os interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive

em questões judiciais ou administrativas, hipótese em que será obrigatória a participação dos

sindicatos em negociações coletivas de trabalho, nos termos do incisos III e VI do caput do art.

8º da Constituição.

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GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

Além do direito a licença de 120 dias (art. 7º, inciso XVIII, da CF/88) a gestante faz

jus a garantia de emprego conforme estabelece o art. 10, II, b, do ADCT, vejamos:

Art. 10 - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7º, I, da

Constituição:

(...)

II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

(...)

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o

parto.

ATENÇÃO!!!!

- Concepção;

- Cinco meses após o parto.

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GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

Posicionamento do STF

“A empregada gestante tem direito subjetivo à estabilidade provisória

prevista no art.10, II, b, do ADCT/88, bastando, para efeito de acesso a essa

inderrogável garantia social de índole constitucional, a confirmação objetiva

do estado fisiológico de gravidez, independentemente, quanto a este, de sua

prévia comunicação ao empregador, revelando-se írrita, de outro lado e sob

tal aspecto, a exigência de notificação à empresa, mesmo quando pactuada

em sede de negociação coletiva” (AI 448.572, Rel. Min. Celso de Mello, DJ

22/03/04).

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Súmula nº 244 do TST

GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do

Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e

27.09.2012

I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento

da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).

II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o

período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos

correspondentes ao período de estabilidade.

III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II,

alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de

admissão mediante contrato por tempo determinado.

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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Art. 391-A (CLT) A confirmação do estado de gravidez

advindono curso do contrato de trabalho, ainda que durante o

prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à

empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea

b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se

ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda

provisória para fins de adoção.

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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Com a revogação da proporcionalidade da licença através

da Lei 12.010/2009 em relação à idade da criança adotada,

bem como pela publicação da MP 619/2013 que alterou o art.

71-A da Lei 8.213/91, a estabilidade da gestante é a prevista na

alínea "a" do art. 10 do ADCT, ou seja, 5 (cinco) meses após a

adoção ou guarda.

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

ESTABILIDADE PROVISÓRIA DA GESTANTE. CONTRATO DE APRENDIZAGEM.

APLICABILIDADE. A estabilidade provisória garantida à gestante aplica-se no contrato de

aprendizagem.

(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010015-78.2017.5.03.0016 (RO); Disponibilização: 15/03/2018;

Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Manoel Barbosa da Silva)

ESTABILIDADE DA GESTANTE. DIREITO À INDENIZAÇÃO. A teor da Súmula 244, I, do C.

TST, o desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao

pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). Ainda que se

cuidasse de contrato de experiência, a indenização igualmente seria devida, diante do

entendimento sufragado pelo item III do mesmo verbete sumular. Logo, não subsistem os

argumentos recursais.

(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010311-76.2017.5.03.0024 (RO); Disponibilização: 30/10/2017;

Órgão Julgador: Quarta Turma; Redator: Convocado Antonio Carlos R.Filho)

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RECURSO DE REVISTA. GESTANTE. RECUSA DA OFERTA DE RETORNO AO EMPREGO. RENÚNCIA

NÃO CONFIGURADA. PROTEÇÃO AO DIREITO DO NASCITURO. ART. 10, II, ALÍNEA "B", DO ADCT. Esta

Corte tem entendido que a recusa, por parte da empregada gestante, da oferta de retorno ao emprego não

importa em renúncia à sua estabilidade, prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do ADCT, pois a garantia tem

por finalidade principal a proteção ao direito do nascituro, do qual nem mesmo a gestante pode

dispor. Recurso de Revista parcialmente conhecido e provido. (PROCESSO Nº TST-RR-322-

52.2011.5.23.0007 – 4ª Turma – Min. Rel Maria de Assis Calsing – Publicação: 15/03/2013)

EMENTA: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. SAÍDA ESPONTÂNEA. NULIDADE. APLICAÇÃO DO

ARTIGO 500 DA CLT. A extinção do contrato de trabalho por iniciativa da autora, implica em renúncia ao seu

direito constitucional de garantia e manutenção provisória do emprego, e somente pode ser acolhida quando

realizada com a indispensável assistência a que alude o artigo 500 da CLT (assistência do respectivo

Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência

Social ou da Justiça do Trabalho), sob pena de ser declarada nula de pleno direito (artigo 9º da CLT).(TRT da

3.ª Região; Processo: 00233-2012-151-03-00-9 RO; Data de Publicação: 25/02/2013; Órgão Julgador: Quarta

Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho; Revisor: Julio Bernardo do Carmo;

Divulgação: 22/02/2013. DEJT. Página 92).

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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01. COOPERATIVA. FRAUDE. ATIVIDADE FIM. A sentença acolheu sua tese, especialmente

em face da ilícita terceirização da atividade fim da Reclamada. O Autor era ajudante de garçom

e exercia suas atividades no famoso Bar Brahma. Com razão o juízo a quo. Evidencia-se a

fraude que visa à precarização das relações de emprego. A atividade exercida pela Reclamante

se insere no contexto da atividade fim da primeira reclamada, Pranzo, com quem postula o

reconhecimento do vínculo empregatício. 02. ESTABILIDADE. GESTANTE. ABUSO DE

DIREITO PELA PROPOSITURA APÓS O TÉRMINO DO PERÍODO ESTABILITÁRIO. O

ajuizamento da ação em 08.02.2012, frente à dispensa ocorrida em 25.06.2011, por si só, não

afasta seu direito, eis que possuía dois anos para apresentar sua reclamação, garantia

constitucional prevista no art. 7º, XXIX, da Constituição Federal e que não comporta restrições,

não se vislumbrando abuso no direito de pleitear diante do tempo decorrido entre a dispensa e a

distribuição da ação, pois a empresa que demite aquele trabalhador que possui garantia de

emprego e salários, assume o risco de indenizar. (TRT 2ª Região – RO Processo nº

20120093061 – 14ª Turma – Rel Des. Francisco Ferreira Jorge Neto – Public. 22/03/2013).

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. ESTABILIDADE

PROVISÓRIA. GESTANTE. AJUIZAMENTO DA AÇÃO APÓS O TÉRMINO DO PERÍODO DE

GARANTIA NO EMPREGO.Em que pese os termos da OJ nº 399 da SDI-1 do TST, esta Turma

julgadora firmou entendimento no sentido que o ajuizamento da ação, após o término do

período estabilitário, constitui óbice ao direito à garantia de emprego, não sendo razoável deferir

o pagamento de indenização dos salários para o período em que, propositadamente,

permaneceu a empregada inerte no exercício do direito que lhe é assegurado. Provimento

negado. (TRT 4ª Região – RO – Processo nº PROCESSO: 0000047-12.2011.5.04.0661 – 11ª

Turma - Rel Des. HERBERT PAULO BECK - Publicação: 28/06/2012).

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

EMENTA: INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA AO PERÍODO DE ESTABILIDADE

NÃO INTEGRA SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA. Conforme o próprio nome da parcela indica, a indenização

substitutiva ao período da estabilidade de gestante reveste-se de evidente

caráter indenizatório. Dessa forma, por se tratar de verba indenizatória, não

integra o salário contribuição para a incidência de contribuição previdenciária e,

por consequência, nem seus reflexos, que seguem a sorte do principal.

(TRT da 3.ª Região; Processo: 0078200-89.2007.5.03.0091 AP; Data de

Publicação: 13/10/2015; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Sercio da Silva

Pecanha; Revisor: Convocada Luciana Alves Viotti)

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ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GESTANTE. CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO.

Assim, firmado sob condição resolutiva, o contrato por prazo determinado não se coaduna com

a estabilidade provisória prevista no artigo 10, II, alínea b, do ADCT, já que, in casu,

a autora sabia de antemão quando se daria o termo final da relação jurídica acordada, bem

como que não teria direito à pretendida estabilidade, sendo certo que sua dispensa não se deu

em virtude de encontrar-se grávida, mas sim, pelo término regular do contrato de

trabalho. A estabilidade a que alude a Súmula 224 do TST diz respeito a contrato por prazo

determinado e, não, a contrato de trabalho temporário. Recurso não provido. (TRT-2 - RO:

00032777620135020005 SP 00032777620135020005 A28, Relator: MARGOTH GIACOMAZZI

MARTINS, Data de Julgamento: 03/03/2015, 3ª TURMA, Data de Publicação: 10/03/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. GESTANTE ESTABILIDADE

PROVISÓRIA. CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO. O processamento do recurso de

revista está adstrito à demonstração de divergência jurisprudencial (art. 896, alíneas a e b, da

CLT) ou violação direta e literal de dispositivo da Constituição da República ou de lei federal (art.

896, c, da CLT). A decisão está de acordo com a Súmula 244, item III, do TST. Uma vez

uniformizada a jurisprudência pelo Tribunal Superior do Trabalho, inviável o processamento do

recurso, seja por divergência jurisprudencial, seja por violação de dispositivo de lei ou da

Constituição da República. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega

provimento. (Processo: AIRR - 1149-66.2013.5.12.0050 Data de Julgamento: 29/06/2016,

Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 4ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 01/07/2016).

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GESTANTE. CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO.

Assim, firmado sob condição resolutiva, o contrato por prazo determinado não se coaduna com

a estabilidade provisória prevista no artigo 10, II, alínea b, do ADCT, já que, in casu,

a autora sabia de antemão quando se daria o termo final da relação jurídica acordada, bem

como que não teria direito à pretendida estabilidade, sendo certo que sua dispensa não se deu

em virtude de encontrar-se grávida, mas sim, pelo término regular do contrato de

trabalho. A estabilidade a que alude a Súmula 224 do TST diz respeito a contrato por prazo

determinado e, não, a contrato de trabalho temporário. Recurso não provido. (TRT-2 - RO:

00032777620135020005 SP 00032777620135020005 A28, Relator: MARGOTH GIACOMAZZI

MARTINS, Data de Julgamento: 03/03/2015, 3ª TURMA, Data de Publicação: 10/03/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. GESTANTE ESTABILIDADE

PROVISÓRIA. CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO. O processamento do recurso de

revista está adstrito à demonstração de divergência jurisprudencial (art. 896, alíneas a e b, da

CLT) ou violação direta e literal de dispositivo da Constituição da República ou de lei federal (art.

896, c, da CLT). A decisão está de acordo com a Súmula 244, item III, do TST. Uma vez

uniformizada a jurisprudência pelo Tribunal Superior do Trabalho, inviável o processamento do

recurso, seja por divergência jurisprudencial, seja por violação de dispositivo de lei ou da

Constituição da República. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega

provimento. (Processo: AIRR - 1149-66.2013.5.12.0050 Data de Julgamento: 29/06/2016,

Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 4ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 01/07/2016).

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

Page 38: ESTABILIDADE E GARANTIAS DE EMPREGO€¦ · ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO –1943/1966 Originariamente, a CLT previa as duas supracitadas fórmulas de garantia do tempo de serviço:

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. GESTANTE. TRABALHO TEMPORÁRIO PREVISTO NA LEI Nº

6.019/74. SÚMULA Nº 244, III, DO TST. INAPLICABILIDADE. Consoante entendimento recente

desta Primeira Turma, o reconhecimento da garantia de emprego à empregada gestante não se

coaduna com a finalidade da Lei 6.019/74, que é a de atender a situações excepcionalíssimas,

para as quais não há expectativa de continuidade da relação ou mesmo de prestação de

serviços com pessoalidade. Assim, a diretriz contida na Súmula nº 244, III, do TST destina-se,

tão somente, à empregada admitida mediante contrato por tempo determinado nos moldes

previstos na CLT, não se estendendo à trabalhadora contratada na forma prevista na Lei nº

6.019/74. Recurso de revista de que não se conhece" (TST - 1ª T. - RR 266-49.2015.5.02.0076 -

Rel. Min. Walmir Oliveira - DEJT 24/3/2017).

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

Page 39: ESTABILIDADE E GARANTIAS DE EMPREGO€¦ · ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO –1943/1966 Originariamente, a CLT previa as duas supracitadas fórmulas de garantia do tempo de serviço:

Maurício Godinho Delgado leciona que:

O fato é que a jurisprudência, desde a edição da Lei n. 6.019/74, buscou aculturar o diploma

precarizante do labor humano às fronteiras e diretrizes do Direito do Trabalho, enquadrando-o,

paulatinamente, como apenas mais um tipo legal de contrato a termo na ordem jurídica do

país.

Registre-se que esse construtivo entendimento jurisprudencial já se tornou absolutamente

hegemônico, hoje, na ordem justrabalhista brasileira.

Dr. Francisco Ferreira Jorge Neto, a este respeito, assim indica o nobre doutrinador:

Também pela resolução 185, o TST reformulou a redação do tópico III da súmula 244, para

conferir a empregada gestante, admitida por contrato de experiência, a estabilidade prevista no

art. 10, II, b, do ADCT. A valorização da proteção ao nascituro se sobrepõe à predeterminação

contratual, portanto, à trabalhadora temporária grávida há de ser deferida a estabilidade.

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

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GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

Lei Complementar n. 146, de 25 de junho de 2014, com vigência a partir

da data de sua publicação, estendeu a estabilidade provisória ora em

exame, no caso de falecimento da genitora, a quem detiver a guarda de

seu filho, até o limite de cinco meses após o parto.

Nesse contexto é relevante anotar que, se essa guarda não for judicial,

ela será a que normalmente se evidenciaria dentro da estrutura familiar,

ou seja, na falta da mãe, o pai assumirá naturalmente a guarda dos seus

filhos.

Na ausência de ambos (de mãe e de pai), a guarda a que se refere o

mencionado dispositivo haverá de ser necessariamente outorgada pelo

juiz a outro integrante do grupo familiar ou a quem tenha condições de

assumir esta importante função.

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GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

ABORTO X PARTO PREMATURO

Aborto não criminoso, comprovado por atestado médico, é devido

repouso de duas semanas a título de salário-maternidade (art. 395

da CLT c/c artigo 93, §5º, do Decreto 3.048/99.

Parto antecipado, ainda que haja parto de natimorto, comprovado

por atestado médico, a empregada terá direito a 120 (cento e vinte)

dias de salário maternidade (artigo 93, §4º, do Decreto 3.048/99) e à

estabilidade prevista no artigo 10, II, b, do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias.

Page 42: ESTABILIDADE E GARANTIAS DE EMPREGO€¦ · ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO –1943/1966 Originariamente, a CLT previa as duas supracitadas fórmulas de garantia do tempo de serviço:

GARANTIAS DE EMPREGO - GESTANTE

Alice Monteiro de Barros

(...) o direito à licença-maternidade independe do estado civil da mulher (art. 2º da

Convenção n.103 da OIT, ratificada pelo Brasil), tampouco está condicionado ao

nascimento com vida do filho. Anteriormente, à ratificação da referida convenção pelo

Brasil, havia os que admitiam o retorno da empregada ao trabalho antes do término da

licença, caso o filho nascesse sem vida e desde que a saúde da mulher não impedisse(...)

Atualmente, o afastamento após o parto é obrigatório. É que a licença tem como fato

gerador não só o nascimento do filho, mas também a gestação, que, como é sabido,

ocasiona à mulher transtornos físicos naturais e até psíquicos (...)

O fato de a criança ter falecido não elide a pretensão. É que o dispositivo

constitucional pertinente, o art. 392 consolidado e a lei previdenciária não exigem que

a criança nasça com vida, para que a empregada tenha direito à licença-maternidade e

à garantia do emprego, Logo, onde o legislador não distingue, não cabe ao intérprete

distinguir.

Aliás, inúmeros doutrinadores, igualmente juízes e alguns ex-ministros do TST, que abordam

o tema, especificamente, defendem o descanso, independentemente de a criança nascer

com vida, salvo a hipótese de aborto dada a previsão legal específica. Se o legislador

pretendesse reduzir a licença, nesta hipótese, deveria tê-lo feito expressamente (...)

(Curso de Direito do Trabalho, 8ª ed., São Paulo: 2012, p. 867/868).

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PARTO ANTECIPADO X ABORTO

Dispunha, ainda, o parágrafo 3º do artigo 294 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45 de 06 de agosto de

2010 (atual IN 77/15), que:

Art. 294. O salário-maternidade é devido para as seguradas de que trata o art. 371 durante cento e vinte

dias, com início até vinte e oito dias antes do parto e término noventa e um dias depois dele, considerando,

inclusive, o dia do parto, podendo, em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao

parto serem aumentados de mais duas semanas, mediante atestado médico específico, observado o § 7º

deste artigo.

§ 1º O parto é considerado como fato gerador do salário-maternidade, bem como o aborto espontâneo, a

adoção ou a guarda judicial para fins de adoção.

§ 2º A data de início do salário-maternidade coincidirá com a data do fato gerador previsto no § 1º deste

artigo, devidamente comprovado, observando que se a DAT for anterior ao nascimento da criança, a DIB

será fixada conforme atestado médico original específico apresentado pela segurada, ainda que o

requerimento seja realizado após o parto.

§ 3º Para fins de concessão do salário-maternidade, considera-se parto o evento ocorrido a partir da

vigésima terceira semana (sexto mês) de gestação, inclusive em caso de natimorto.

§ 4º Em caso de aborto não-criminoso, comprovado mediante atestado médico com informação do

CID específico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a duas semanas.

§ 5º Tratando-se de parto antecipado ou não, ainda que ocorra parto de natimorto, este último

comprovado mediante certidão de óbito, a segurada terá direito aos cento e vinte dias previstos em

lei, sem necessidade de avaliação médico-pericial pelo INSS.

§ 6º A prorrogação dos períodos de repouso anteriores e posteriores ao parto consiste em excepcionalidade,

compreendendo as situações em que exista algum risco para a vida do feto ou criança ou da mãe, devendo

o atestado médico ser apreciado pela Perícia Médica do INSS, exceto nos casos de segurada empregada,

que é pago diretamente pela empresa.

§ 7º Para a segurada em prazo de manutenção da qualidade de segurado, fica assegurado o direito à

prorrogação prevista no caput somente para repouso posterior ao parto. (grifos acrescidos)

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PARTO ANTECIPADO X ABORTO

IN 77/2015

Art. 343. O salário-maternidade é devido durante 120 (cento e vinte) dias, com início fixado em até 28

(vinte e oito) dias antes do parto e a data da ocorrência deste, exceto para as seguradas em período de

manutenção da qualidade de segurado, para as quais o benefício será devido a partir do nascimento da

criança, observado o disposto no § 7º deste artigo.

§ 1º Considera-se fato gerador do salário-maternidade, o parto, inclusive do natimorto, o aborto não

criminoso, a adoção ou a guarda judicial para fins de adoção.

§ 2º A data de início do salário-maternidade coincidirá com a data do fato gerador previsto no § 1º deste

artigo, devidamente comprovado, observando que se a DAT for anterior ao nascimento da criança, a DIB

será fixada conforme atestado médico original específico apresentado pela segurada, ainda que o

requerimento seja realizado após o parto.

§ 3º Para fins de concessão do salário-maternidade, considera- se parto o evento que gerou a certidão

de nascimento ou certidão de óbito da criança.

§ 4º Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico com informação do CID

específico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a duas semanas.

§ 5º Tratando-se de parto antecipado ou não, ainda que ocorra parto de natimorto, este último

comprovado mediante certidão de óbito, a segurada terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos em

lei, sem necessidade de avaliação médico-pericial pelo INSS.

§ 6º Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser

aumentados em duas semanas, mediante atestado médico específico.

§ 7º Para a segurada em prazo de manutenção da qualidade de segurado, é assegurado o direito à

prorrogação de duas semanas somente para repouso posterior ao parto.

§ 8º A prorrogação prevista nos §§ 6º e 7º deste artigo compreende as situações em que existir algum

risco para a vida do feto ou da criança ou da mãe, conforme certificado por atestado médico, sendo que,

nas hipóteses em que o pagamento é feito diretamente pela Previdência Social, o benefício somente

será prorrogado mediante confirmação desse risco pela Perícia Médica do INSS.

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Empregado acidentado

De acordo com o art. 118 da Lei nº 8.213/91

“O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de

doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a

cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de

auxílio-acidente”.

O art. 20 da Lei 8.213/91 equipara as doenças profissionais e do trabalho como

acidente de trabalho.

Prazo mínimo: 12 meses – pode ser maior de acordo com instrumento coletivo ou

contrato de trabalho.

Pressupostos:

• Afastamento superior a 15 dias e;

• Percepção do auxílio doença-acidentário.

GARANTIAS DE EMPREGO – ACIDENTE DE TRABALHO

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GARANTIAS DE EMPREGO – ACIDENTE DE TRABALHO

OJ 41 – SDI-I. ESTABILIDADE. INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA. EFICÁCIA

(inserida em 25.11.1996)

Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade decorrente de acidente

ou doença profissional, ainda durante a vigência do instrumento normativo, goza o empregado

de estabilidade mesmo após o término da vigência deste.

ATENÇÃO PARA O PERÍODO DE VIGÊNCIA

DO INSTRUMENTO COLETIVO A SER

JUNTADO!

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Auxílio-Doença

Previdenciário (B-31)

Acidentário (B-91)

• Suspensão do contrato de trabalho (suspende a prestação

do serviço;

• Susta-se o pagamento de salário;

• Incapacidade não está relacionada com o trabalho;

• Não há estabilidade, salvo CCT ou ACT.

• Suspensão* do contrato de trabalho;

• Susta-se o pagamento de salário;

• Incapacidade está relacionada com o trabalho

(doença/acidente);

• FGTS continua sendo recolhido (Lei 8.036/90 art. 15,

§5º);

• Estabilidade de no mínimo** 12 meses (Art. 118, Lei nº

8.213/91).

GARANTIAS DE EMPREGO – ACIDENTE DE TRABALHO

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Súmula 378 - TST

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº

8.213/1991. (inserido item III) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade

provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado

acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a

conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida,

doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de

emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia

provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no n no art. 118 da Lei nº

8.213/91.

GARANTIAS DE EMPREGO – ACIDENTE DE TRABALHO

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ESTABILIDADE DECORRENTE DO ACIDENTE DE

TRABALHO E O APOSENTADO

O Art. 124 da Lei 8.213/91 indica que “salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o

recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social:”

I - aposentadoria e auxílio-doença;

(...)

- Ele não teria direito à estabilidade acidentária simplesmente porque não pode cumular a

percepção de auxílio-doença e de proventos de aposentadoria?

- Seria justo excluí-lo da causa de estabilidade acidentária simplesmente pelo fato de a lei (§

2º do art. 18 da Lei n. 8.213/91 c/c o art. 124, I, do mesmo diploma legal) não lhe autorizar o

recebimento de qualquer valor a título de auxílio-doença?

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"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO.

ARTIGO 118 DA LEI 8.213/91. TRABALHADOR APOSENTADO. PRECEDENTES DESTA CORTE.

AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS DEMAIS REQUISITOS LEGAIS. REEXAME DE FATOS E PROVAS

(SÚMULA 126 DO C. TST).DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL INESPECÍFICA . Este C. Tribunal, em

atenção aos princípios que regem o Direito do Trabalho e à interpretação teleológica do artigo 118 da Lei

8.213/91, tem decidido que o fato de o empregado, ao tempo do infortúnio, ser aposentado e não poder

cumular o referido benefício com o auxílio-doença acidentário, não obsta, por si só, o reconhecimento do

direito à garantia provisória de emprego, desde que, evidentemente, os demais requisitos essenciais

estejam presentes, como o afastamento superior a 15 (quinze) dias e o nexo de causalidade entre acidente

e o trabalho realizado. Entretanto, na hipótese em tela, verifica-se que o E. Regional concluiu que não há,

nos autos, prova documental ou testemunhal de que o afastamento tenha perdurado mais de 15 (quinze)

dias. Nessa medida, a apreciação das alegações suscitadas pelo agravante demandaria, indiscutivelmente,

o reexame de fatos e provas, o que não se admite nesta Instância Extraordinária, à luz do teor da Súmula

126 deste C. Tribunal Superior do Trabalho. O acórdão paradigma não demonstra o dissídio pretoriano, pois

inespecífico (Súmula 296, I, C. TST). Agravo de Instrumento conhecido e não provido. (AIRR - 965-

70.2012.5.12.0010, Relatora Ministra: Jane Granzoto Torres da Silva, Data de Julgamento: 13/08/2014, 8ª

Turma, Data de Publicação: DEJT 15/08/2014).".

ESTABILIDADE DECORRENTE DO ACIDENTE DE

TRABALHO E O APOSENTADO

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ESTABILIDADE PROVISÓRIA - ART. 118 DA LEI 8.213/91 - REQUISITOS - RECUSA DO

OBREIRO AO POSTO OFERTADO PELA RÉ EM AUDIÊNCIA - INDENIZAÇÃO

SUBSTITUTIVA DEVIDA. São pressupostos para o reconhecimento do direito do autor à

estabilidade provisória, prevista no art. 118 da lei 8.213/91, "o afastamento superior a 15 dias e

a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a

despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do

contrato de emprego" (item II da súmula 378 do TST). Com efeito, incontroverso o acidente do

trabalho e a percepção de auxílio acidentário por mais de quinze dias, é inquestionável o

direito do Autor à estabilidade mencionada, sendo que a recusa do obreiro à oferta de retorno

ao emprego realizada em audiência não importa em renúncia à estabilidade provisória a ele

garantida por lei, menos ainda à sua respectiva indenização substitutiva. Recurso a que se dá

provimento. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011380-47.2016.5.03.0132 (RO); Disponibilização:

11/10/2017, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 690; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Denise

Alves Horta)

ESTABILIDADE DECORRENTE DO ACIDENTE DE

TRABALHO

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Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social

(INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária da

incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico

epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre

a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade

mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação

Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o

regulamento.

Lei 8.213/91

ESTABILIDADE DO ART. 118 E O NTEP

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NTEP – ANÁLISE CRÍTICA

EMENTA: responsabilidade civil. nexo técnico epidemiológico. presunção

relativa. laudo pericial. O nexo técnico epidemiológico (art. 21-A da Lei

8.213/31) gera presunção relativa da existência de nexo de causalidade

entre a doença (CID) e a atividade do empregador (CNAE),

caracterizando sua natureza acidentária. Desse modo, se a prova pericial

elaborada por profissional de confiança do juízo excluiu o nexo de

causalidade, esta deve prevalecer, haja vista que foi elidida a presunção

relativa do NTEP. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0001470-

19.2014.5.03.0050 RO; Data de Publicação: 16/09/2015; Órgão Julgador:

Segunda Turma; Relator: Maristela Iris S.Malheiros; Revisor: Lucas

Vanucci Lins).

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É possível renunciar a estabilidade o art. 118?

EMPREGADO ACIDENTADO. ESTABILIDADE. RENÚNCIA. POSSIBILIDADE. Posto que o artigo 118 da

Lei 8.213/91 assegure ao segurado que sofreu acidente do trabalho a garantia, pelo prazo mínimo de doze

meses de manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, não pode ser este preceptivo legal tido

como inviabilizador da ruptura do pacto laboral por iniciativa do trabalhador, mormente quando resta

comprovado a renúncia da estabilidade por seu beneficiário. Recurso ordinário obreiro a que se nega

provimento. (TRT 2ª Região RO Proc. nº 02748-2008-051-02-00-4. Acórdão: 20090834130. 5ª Turma Rel.

Anelia Li Chum. Public.16/10/2009).

Art. 500, CLT - O pedido de demissão do empregado estável só será válido

quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver,

perante autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência

Social ou da Justiça do Trabalho. (CLT)

RENÚNCIA DA ESTABILIDADE

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Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a

preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com

beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na

seguinte proporção:

I - até 200 empregados.....................................................2%;

II - de 201 a 500................................................................3%;

III - de 501 a 1.000............................................................4%;

IV - de 1.001 em diante. ...................................................5%.

§ 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da

Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90

(noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado

somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com

deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.

LEI 8.213/91 - COTAS

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§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemática

de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total de

empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por

beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando

solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou

aos cidadãos interessados.

§ 3o Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta

de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,

de 1o de maio de 1943.

LEI 8.213/91 - COTAS

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Pela leitura do artigo 93 da Lei 8.213/91, podemos concluir que para

demissão de uma pessoa deficiente, será necessário o preenchimento

de dois requisitos:

1º - contar com um número de empregados reabilitados ou

deficientes habilitados pelo menos no limite do piso estabelecido;

2º - admitir previamente outro empregado em condição semelhante.

Não preenchido esses dois requisitos, teríamos então uma garantia de

emprego????

ESTABILIDADE OU GARANTIA DE EMPREGO

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INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ?

EMENTA: DISPENSA DE TRABALHADOR REABILITADO OU

DE DEFICIENTE HABILITADO. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. Dispõe o § 1º, do art. 93,

da Lei 8.213/91, que "a dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao

final de contrato por prazo determinado de mais de 90 dias, e a imotivada, no contrato por

prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição

semelhante". O citado dispositivo legal não cria qualquer tipo de garantia de emprego ao

empregado dispensado. A situação constitui apenas infração administrativa, passível de

multa nos termos do art. 133 da Lei 8.213/91. Assim, não se pode cogitar de reintegração

ao emprego ou pagamento das parcelas remuneratórias devidas desde a dispensa, vez

que tal corresponderia à garantia de emprego do empregado dispensado, o que não é

direito assegurado ao autor.(TRT da 3.ª Região; Processo: 0000733-49.2014.5.03.0136

RO; Data de Publicação: 12/11/2014; Disponibilização: 11/11/2014, DEJT/TRT3/Cad.Jud,

Página 101; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Convocado Rodrigo Ribeiro Bueno;

Revisor: Convocada Sabrina de Faria F. Leao).

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ESTABILIDADE ?

EMENTA: contratação nos termos do art. 93 da lei 8.213/91 - validade da dispensa -

AUSÊNCIA DE ESTABILIDADE PROVISÓRIA - reintegração indevida. O art. 93 da Lei

8.213/91 não estabelece garantia temporária de emprego ao trabalhador deficiente físico,

pois desde que o empregador efetive a contratação de substituto, em condição semelhante,

pode haver a dispensa imotivada daquele. Ocorre, portanto, apenas uma limitação ao poder

potestativo do empregador, assegurando-se a esse grupo de portadores de necessidades

especiais ou reabilitados a inserção e a manutenção no mercado de trabalho, atendendo à

busca pelo Estado da almejada igualdade de oportunidades e a efetivação do princípio da

dignidade da pessoa humana, previsto no art. 5º, III, da Constituição da República. Assim,

considerando que a Lei 8.213/91 não prevê qualquer outra estabilidade além daquela

acidentária inserta no seu art. 118 e, tendo a reclamada observado o critério da contratação

de empregado substituto, não há como invalidar a dispensa do reclamante. (TRT da 3.ª

Região; Processo: 0002928-57.2014.5.03.0184 RO; Data de Publicação: 01/06/2015;

Disponibilização: 29/05/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 211; Órgão Julgador: Quinta

Turma; Relator: Marcus Moura Ferreira; Revisor: Marcio Flavio Salem Vidigal)

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EMENTA: PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA. COTAS. A observância da

cota imposta na Lei 8.213/91, artigo 93, traduz discriminação positiva, voltada

para a valorização do deficiente físico, e visa coibir a marginalização das pessoas

portadoras de deficiência congênita e, também, daquelas que adquiriram

qualquer tipo de limitação laboral, inclusive vítimas de acidente do trabalho. A

disposição em estudo reafirma a função social da empresa, princípio inscrito na

Constituição Federal(artigo 170, III), segundo o qual a empresa não se justifica

em si mesma, nem tampouco deverá atender ao exclusivo interesse dos sócios

ou acionistas, impondo-se o exercício de sua atividade essencial de modo a

alinhar-se com os interesses da comunidade.

(TRT da 3.ª Região; Processo: 0000163-43.2013.5.03.0057 RO; Data de

Publicação: 04/07/2014; Órgão Julgador: Primeira Turma; Relator: Convocada

Erica Aparecida Pires Bessa; Revisor: Maria Cecilia Alves Pinto)

PROTEÇÃO LEGAL DA PESSOA DEFICIENTE

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EMENTA: AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS REABILITADOS OU

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA. ART. 93 DA LEI 8.213/91. IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO DA

NORMA LEGAL. INEXIGIBILIDADE DA MULTA. Frustrada a contratação de profissionais (beneficiários

reabilitados do INSS ou portadores de deficiência habilitados) nos termos estabelecidos pelo art. 93 da Lei

8.213/91, notadamente quando demonstrado na presente ação anulatória de débito fiscal que a empresa autora

deixou de preencher os cargos do seu quadro de pessoal reservados para os referidos profissionais, por força

daquele mandamento legal, em razão da dificuldade de encontrar número suficiente no mercado, a declaração da

nulidade do auto de infração nº 022.185.020, além da insubsistência da multa aplicada por meio dele e do

processo administrativo nº 46240.000703/201-77, é medida que se impõe. O advento, com a vigência plena do

art. 93 da Lei 8.213/91, da cláusula de obrigatoriedade dirigida às empresas no sentido de incorporarem em seus

quadros percentuais de portadores de deficiência, como forma de inserção destas pessoas no mundo do

trabalho, com o fim de restituir-lhes dignidade e cidadania, há de ser sempre comemorado como um dos marcos

de inclusão do país nos trilhos da civilidade. Assim como há de ser sempre louvada a ação do Ministério do

Trabalho no sentido de dar-lhe pleno cumprimento e efetividade. Todavia, por razões imperativas das leis da

economia e do mercado, a verificação do cumprimento daquela obrigação empresarial há de ser examinada à luz

da realidade e do bom senso. Tem-se que a lei apenas fixa a cota ou o percentual de empregados portadores de

deficiência a serem admitidos nos quadros das empresas, e o percentual a que cabe à demandante empregar até

pode ser aquele indicado na legislação. Mas trata-se de espécie de reserva legal. As vagas reservadas serão

ocupadas quando haja no mercado trabalhadores em condições especiais aptos e dispostos a assumir os postos

de trabalho. As empresas não estão obrigadas a ofertá-las no mercado ou a buscar, a todo custo, quem se

habilite a ocupá-las. O que elas estarão sempre obrigadas é a manter aberto ou reservado o percentual previsto

em lei, sempre que aparecer portador de deficiência disposto ou com aptidão para assumir o posto de serviço.

Por isto, a única forma de provar que a empresa recorrente não teria cumprido a lei seria por meio da

demonstração de que ela não reservou as vagas, ou se as reservou, tenha recusado a admissão de trabalhador

apto. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0001577-15.2014.5.03.0066 RO; Data de Publicação: 12/02/2016;

Disponibilização: 11/02/2016, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 373; Órgão Julgador: Nona Turma; Relator: Joao

Bosco Pinto Lara; Revisor: Monica Sette Lopes)

IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO DA COTA

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Na fluência da estabilidade, não se reconhece a concessão do aviso prévio.

Neste caso, a concessão do aviso prévio só convalida após o exaurimento

total do período de estabilidade.

Súmula nº 348 do TST

AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA DE EMPREGO.

INVALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a

incompatibilidade dos dois institutos.

ESTABILIDADE E O AVISO PRÉVIO

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Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o

grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for

o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela

obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte. (art. 496,

CLT)

O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito

com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante

autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social

ou da Justiça do Trabalho. (art. 500, CLT)

REINTEGRAÇÃO X INDENIZAÇÃO

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Súmula 396 do TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE

REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE

ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO “EXTRA

PETITA”.

I — Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os

salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de

estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego.

II — Não há nulidade por julgamento extra petita da decisão que deferir salário

quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.

REINTEGRAÇÃO X INDENIZAÇÃO

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ABUSO DO DIREITO DE AÇÃO

OJ SDI-I 399. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AÇÃO TRABALHISTA

AJUIZADA APÓS O TÉRMINO DO PERÍODO DE GARANTIA NO EMPREGO.

ABUSO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO.

INDENIZAÇÃO DEVIDA. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010)

O ajuizamento de ação trabalhista após decorrido o período de garantia de

emprego não configura abuso do exercício do direito de ação, pois este está

submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da CF/1988,

sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período

estabilitário.

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Súmula 443 do TST.

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO

PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO.

DIREITO À REINTEGRAÇÃO. Presume-se discriminatória a despedida de

empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite

estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à

reintegração no emprego.

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA

Até quando tenho que manter a pessoa como empregado

quando da hipótese da súmula 443, TST?

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"DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE

DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO.

Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de

outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado

tem direito à reintegração no emprego" (TST, SUM-443). (TRT18, RO - 0011668-

71.2016.5.18.0101, Rel. MARIO SERGIO BOTTAZZO, 3ª TURMA, 23/11/2017)

EMENTA: DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. DOENÇA GRAVE. CÂNCER. O direito potestativo

do empregador, de resilir o contrato de trabalho de forma imotivada, não permite,

evidentemente, nenhuma conduta que contrarie o princípio da não discriminação, consagrado

na Constituição Federal (art. 3º, IV), cabendo reparação por danos morais. No caso, a

reclamante é portadora de neoplasia do cólon, doença grave que atrai a incidência da Súmula

443 do TST. Ademais, o conjunto fático-probatório dos autos demonstra que a dispensa

ocorreu quando a autora ainda estava enferma, sendo do conhecimento da reclamada e

havendo contratação de outros empregados para atuar na função da obreira. Dispensa

discriminatória reconhecida. Recurso patronal desprovido, no particular.   (TRT18, RO -

0011551-68.2016.5.18.0008, Rel. GERALDO RODRIGUES DO NASCIMENTO, TRIBUNAL

PLENO, 04/10/2017)

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA