espinho é o concelho de portugal com a maior taxa de desemprego
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Espinho é o concelho de Portugal com a maior taxa de desemprego. As mulheres
espinhenses são as maiores vítimas do corte de postos de trabalho. Feitas as contas,
quase um quarto da população activa não tem trabalho (24,6 por cento). O presidente
da Câmara Municipal, Pinto Moreira, aponta o encerramento das indústrias tradicionais
e a “inércia” do seu antecessor socialista, José Mota, e actual crise como as principais
causas deste problema.
“O anterior poder autárquico foi incapaz de amortizar os efeitos do desaparecimento
da pequena e média indústria e nunca tomou medidas que evitassem o definhamento
do comércio tradicional” - afirma Pinto Moreira, em declarações ao semanário
“Expresso”.
A quase estagnação da construção civil e a “redução substancial dos trabalhadores
nas indústrias dos concelhos limítrofes como Gaia, Ovar e Santa Maria da Feira
acabaram também por ser decisivos para os níveis de desemprego de Espinho. “Muito
do nosso emprego foi importado da vizinhança, com especial incidência dos operários
não qualificados”, sublinha o autarca, lembrado que a isto se junta o desaparecimento
de indústrias tradicionais do próprio concelho como os plásticos, as tapeçarias e os
fósforos.
Em Espinho, os grande empregadores são agora a Câmara Municipal, com 700
assalariados, e o Grupo Solverde, proprietário do casino de Espinho, com quase 400
funcionários.
Manuel Violas, presidente-executivo do grupo Solverde, confirma que Espinho sofreu
nos últimos anos, não só com a extinção da sua própria indústria, mas com a redução
da mesma à sua volta. O empresário salientou ao “Expresso” que a solução passa
pela aposta no turismo, no aproveitamento da zona costeira, bem como da
restauração de qualidade.
O presidente da Câmara Municipal, a este nível, lembra que a autarquia promoveu o
Plano Geral e Urbanização em Silvalde, de forma permitir a instalação de novas
dinâmicas empresariais que passam pelas áreas da tecnologia, inovação e indústrias
criativas.
Aponta ainda, como factores de incentivo ao emprego, as iniciativas culturais, as 12
horas de karting urbano ou os concertos de Verão na Alameda 8, no antigo terminal do
caminho de ferro.
Segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional, em 2010, a maioria dos
desempregados (2.052 em 3.336) procura, em vão, trabalho há mais de um ano.
Em busca do primeiro trabalho correm 355 jovens, pouco mas de 11 por cento do total
que anseiam por novas oportunidades. Significa isto que é a população mais
experiente (entre o 35 e os 54 anos) aquela que mais sofre com o desemprego.