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Especialidade de Aracnideos O que é aracnídeos? São artrópodes de vida basicamente terrestre, embora exista um grupo de ácaros adaptados aos ambientes de água doce e marinho. Muitos são carnívoros e a maioria dos aracnídeos é predadora de animais diversos. Os ácaros ou carrapatos comportam-se geralmente como parasitas de plantas e animais. As aranhas compõem a ordem mais numerosa dos aracnídeos, sendo consideradas válidas cerca de 35.000 espécies em todo o mundo, embora, segundo alguns autores, este número possa chegar a 100.000. Habitam praticamente todas as regiões do planeta, incluindo uma espécie aquática. Muitas espécies vivem próximas, e até mesmo dentro de habitações humanas, favorecendo a ocorrência de acidentes. Seu Corpo Os aracnídeos apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome, possuem quatro pares de patas e as antenas e as mandíbulas estão ausentes. Ao redor da boca apresentam quelíceras, estruturas relacionadas com a manipulação do

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Especialidade de Aracnideos

O que é aracnídeos?

São artrópodes de vida basicamente terrestre, embora exista um grupo de ácaros adaptados aos ambientes de água doce e marinho. Muitos são carnívoros e a maioria dos aracnídeos é predadora de animais diversos. Os ácaros ou carrapatos comportam-se geralmente como parasitas de plantas e animais. As aranhas compõem a ordem mais numerosa dos aracnídeos, sendo consideradas válidas cerca de 35.000 espécies em todo o mundo, embora, segundo alguns autores, este número possa chegar a 100.000. Habitam praticamente todas as regiões do planeta, incluindo uma espécie aquática. Muitas espécies vivem próximas, e até mesmo dentro de habitações humanas, favorecendo a ocorrência de acidentes.

Seu Corpo

 

Os aracnídeos apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome, possuem quatro pares de patas e as antenas e as mandíbulas estão ausentes. Ao redor da boca apresentam quelíceras, estruturas relacionadas com a manipulação do alimento, bem como um par de pedipalpos, que atuam como órgão sensorial ou órgão de cópula no macho. Os olhos desses artrópodes são simples, ao contrário dos olhos compostos observados nos insetos e crustáceos. No abdome das aranhas encontramos as fiandeiras, estruturas associadas a glândulas que produzem fios com os quais são confeccionadas as teias ou os casulos para os ovos. Na extremidade do abdome dos escorpiões localizam-se glândulas de veneno, numa dilatação portadora do aguilhão, estrutura inoculadora de veneno.

 A respiração dos aracnídeos é conhecida como filotraqueal ou pulmotraqueal, pois é realizada por estruturas semelhantes a “pulmões” primitivos e por traquéias parecidas com as que

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observamos nos insetos. O sangue contém pigmento respiratório. São exemplos de aracnídeos: aranhas, escorpiões e ácaros.

Alimentação

As aranhas, assim como a maioria dos outros aracnídeos, são predadores (carnívoros), alimentando-se predominantemente de insetos, além de outros aracnídeos também (inclusive outras aranhas = canibalismo). As grandes espécies de aranhas podem também capturar pequenos vertebrados, como filhotes de aves e de camundongos, por exemplo.

As presas podem ser capturadas ativamente ou em armadilhas sedosas (teias), dependendo do comportamento da aranha.

Nas aranhas construtoras de teias, a visão não se encontra bem desenvolvida, porém estas são muito sensíveis à vibrações. Desta forma podem determinar, a partir das vibrações no cordão, o tamanho e a localização da presa capturada, sendo que muitas espécies de aranhas respondem a estímulos diferentes com padrões de ataque também diferentes.

Comumente, tanto as aranhas tecedoras como também as errantes, possuem o hábito de enfaixar a presa capturada em seda, antes ou depois de picá-la. O enfaixamento auxilia na imobilização da presa ou na sua fixação, na teia ou em posições elevadas na vegetação (no caso das aranhas de hábito errante).

Acredita-se que as formas errantes derivaram de ancestrais construtores de teias, através da perda deste hábito.

A maioria das aranhas possui um tufo de pêlos adesivos (escópulos) atrás das garras terminais, que auxiliam na adesão a superfícies e na captura da presa.

Certas aranhas utilizam-se da estratégia de tocaia. Muitas aranhas-caranguejo, por exemplo, aguardam insetos em botões de flores, emboscando-os no momento do pouso.

As aranhas errantes produzem uma linha de reboque, e algumas aranhas de solo amarram a presa correndo ao redor dela.

Ao picarem suas presas, as aranhas injetam enzimas digestivas pelas quelíceras, sugando posteriormente os tecidos digeridos (este comportamento caracteriza as aranhas que não possuem dentes nas quelíceras). Por outro lado, as que possuem estes dentes (diversas caçadoras), literalmente mastigam suas presas, auxiliando a digestão com as enzimas digestivas, que escorrem pela boca. Os restos esqueléticos indigeríveis são descartados como um bolo.

Habitat

As aranhas cobrem toda a face da Terra, sendo mais raras nas regiões Ártica e Antártica, aumentando em número e espécies nas áreas de clima frio e temperado. Entretanto, atingem maior densidade nos subtrópicos e trópicos.

Assim, as aranhas podem ser:

·        Subterrâneas (endógenas):

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Estas aranhas costumam viver permanentemente enterradas. São as menores aranhas conhecidas, raramente excedem um a três milímetros. Alimentam-se de larvas de coleópteros, nematóides, miriápodos e outras “pragas” de raízes das plantações.

Principais representantes: famílias Oonopidae, Teridiidae e Lycosidae, além de algumas caranguejeiras (gênero Paratropis).

·        Terrícolas:

Embora também vivam a maior parte da vida sob a terra, estas aranhas mantêm contato com o ar circulante e a superfície.

Há neste grupo aranhas que se apossam de buracos ou cavidades construídos e abandonados por outros animais, como por exemplo as representantes dos gêneros Amaurobius, Filistata e Segestria, além de certas caranguejeiras.

Outras aranhas escavam a terra,   construindo um tubo, de onde saem ao anoitecer para caçar, como por exemplo certas aranhas da família Lycosidae, muito ágeis.

Existem também certas aranhas que possuem pernas curtas, impróprias para corrida, que escavam túneis providos de tampas do tipo alçapão, como as pequenas “caranguejeiras de alçapão” (gênero Actinopus).

Por fim, um exemplo bastante interessante: determinadas espécies de aranhas do gênero Cyclocosmia possuem a porção final do abdômen com aspecto discóide, com raias vermelhas e amarelas, no centro da qual dobram-se as fiandeiras escuras, imitando uma flor, despertando a curiosidade de insetos alados. Estes, ao pousarem na “falsa flor”, são imobilizados por um fio altamente viscoso, projetado pela aranha.

·        Cavernícolas:

Podemos citar os gêneros Pholcus, Meta, Filistata, Tegenaria, Loxosceles e Sicarius como aranhas que se adaptaram, em maior ou menor grau, à vida cavernícola. A adaptação vai desde a vida na penumbra, à beira de cavernas, grotas, lapas de madeira, telhas ou tijolos empilhados, até uma profunda penetração no ambiente permanentemente escuro.

·        Lapidícolas:

Estas aranhas vivem principalmente em faces rugosas e inferiores de pedras, lapas ou rochas.

Principais gêneros: Heteropoda, Scytodes, Loxosceles, Oonops, Dysderina e Oecobius.

·        Aquáticas:

Existe apenas uma espécie de aranha adaptada a este meio de vida (Argyroneta aquatica).

Esta aranha constrói uma verdadeira câmara submersa, com a concavidade voltada para cima, fixada em caules submersos. Neste local ela reside, acasala-se, procria e caça, só vindo à tona para capturar bolhas de ar.

Existem ainda certas aranhas de água doce, pertencentes  principalmente aos gêneros Ancylometes, Tetragnatha, Dolomedes, Pardosa e Lycosa.

As aranhas do gênero Ancylometes constroem suas teias de captura à flor d’água. Quando surpreendidas, saltam dentro do líquido, agarrando-se aos caules submersos, permanecendo longo tempo sob a superfície.

As Lycosa permanecem à beira d’água, mas não nadam, afogando-se facilmente.

Certas espécies do gênero Trechalea, além da espécie Dolomedes fimbriatus, têm a capacidade de deslizarem sobre a superfície líquida, graças à presença de pêlos hidrófugos na face inferior dos tarsos.

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Espécies dos gêneros Steatoda e Oecobius habitam certas rochas das praias marinhas, batidas pelas ressacas. Nas teias de Steatoda geralmente encontram-se restos de pequenos caranguejos marinhos.

Ainda, aranhas dos gêneros Desis, Desidiops, Idioctis e Neodiplothele costumam aproveitar-se de conchas vazias, tubos de cirripédios ou buracos nas pedras, fechando-o com tecidos à prova d’água e ondas, para aguardarem o término da preamar.

·        Dendrícolas:

Entre estas aranhas existem grupos que habitam flores, arbustos ou árvores altas.

Todas as aranhas “de teia” podem ser consideradas dendrícolas, sendo de extrema utilidade para o homem, pois apreendem mosquitos, moscas, borboletas e outras pragas de hortas e granjas.

·        Errantes:

São aranhas caçadoras, que não fazem teias, matando suas presas por inoculação de veneno.

A maioria das grandes caranguejeiras (Theraphosinae) pertencem a este grupo, embora estabeleçam um domicílio temporário em buracos encontrados.

Um outro exemplo são as aranhas da família Salticidae (“meirinhos” ou “papa-moscas”), freqüentemente encontradas nos domicílios.

·        Domésticas:

Principais gêneros e espécies: Plexippus, Hasarius, Salticus (família Salticidae); Nephila (N . clavipes , N. cruentata, N. brasiliensis); Zilla, Filistata, Dyctina, Pholcus, Tegenaria e Teutana.

REPRODUÇÃO NAS ARANHAS: O ACASALAMENTO

Nas aranhas, os órgãos reprodutores são completamente formados somente após a realização da muda sexual, quando ocorre a diferenciação entre  machos e fêmeas.

Nos momentos que antecedem à cópula, o macho preenche seus pedipalpos com esperma. Para isso, ele tece uma pequena teia espermática – com glândulas de seda especiais que se abrem sobre a superfície anterior ventral do abdômen –  onde ele ejacula um glóbulo de sêmen. Em seguida, os pedipalpos são imersos no interior do glóbulo, até que todo o sêmen seja coletado nos reservatórios. Com os pedipalpos cheios, o macho procura então uma fêmea para o acasalamento.

O hábito predatório das aranhas, assim como nos outros aracnídeos, torna o reconhecimento do parceiro sexual muito importante. Isto significa que a fêmea deve identificar o macho como um parceiro em potencial, e não como alimento. Como resultado, diversos padrões comportamentais pré-copulatórios bastante complexos evoluíram em muitas espécies. Desta forma, os estímulos químicos e táteis possuem uma primária importância em todas as aranhas. Ao encontrar uma linha de reboque ou uma teia, uma aranha macho pode determinar se esta foi produzida por uma fêmea adulta da mesma espécie. Também os feromônios presentes na seda ou no corpo da fêmea podem indicar uma trilha ou uma resposta de corte ao macho.

As fêmeas respondem a vários estímulos produzidos pelos machos. Nas aranhas sedentárias construtoras de teia, o macho freqüentemente puxa os fios da teia, produzindo vibrações detectadas e reconhecidas pela fêmea.  Já o macho das aranhas construtoras de órbitas puxa o raio seguro pela fêmea, ou então puxa um cordão de acasalamento que ele próprio prende à teia da fêmea.

A mensagem é espécie-específica em número, freqüência e intensidade de puxões. Desta maneira, em algumas espécies de aranhas, o macho é tão pequeno que sobe pelo corpo da fêmea.

As aranhas caçadoras errantes exibem comportamentos de corte exclusivos. A abordagem pode ser direta, com o macho investindo contra a fêmea, palpando o seu corpo com seus pedipalpos e pernas, e fazendo com que esta permaneça em um estado imóvel. Algumas tarântulas macho estridulam com uma lima e um

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raspador localizados na articulação tibiotársica palpar. Durante as oscilações da articulação, um grupo de fortes espinhos na ponta do palpo mantêm contato com o substrato, sendo as vibrações detectadas pelas fêmeas através do substrato, e não pela propagação de ondas de pressão aéreas.

Nas famílias com a visão ocular bem desenvolvida, os estímulos visuais também são importantes, e a corte assume a forma de uma dança e uma postura por parte do macho em frente da fêmea. Isto envolve movimentos variados e a ondulação dos apêndices, que são freqüentemente coloridos e brilhantes. Tal comportamento é muito desenvolvido nas coloridas aranhas-saltadoras.

O comportamento de cada sexo depende de uma seqüência de sinais recíprocos, o que libera a próxima ação em um sexo ou outro. Primitivamente, o liberador primário para a corte é provavelmente o contato corporal. Este nível é exibido por muitas caranguejeiras, aranhas-caranguejo e certas aranhas pequenas que vivem no solo. Os feromônios corporais ou os sinais químicos ou vibratórios das linhas de seda são liberadores primários mais avançados para muitos grupos (tarântulas e construtoras de teias). A condição mais altamente evoluída, neste caso exibida pelas aranhas-saltadoras, utiliza estímulos visuais como liberadores primários.

As várias posições copulatórias caracterizam famílias diferentes. Ao manter a posição apropriada, o macho geralmente raspa a superfície epiginal rapidamente com o seu palpo até que as partes apropriadamente orientadas no palpo e na placa epiginal se conectem. Logo após, o palpo inturgita-se rapidamente com sangue, empurrando o êmbolo no interior da via de passagem dos receptáculos seminais. Após a transmissão do esperma com o palpo (que pode durar apenas alguns segundos ou alguns minutos) o macho insere o outro palpo no interior  da abertura do receptáculo seminal oposto,  que pode exigir que o macho se mova para o lado oposto da fêmea. Dependendo da espécie, podem haver numerosas inserções, e o processo inteiro pode durar algumas horas.  

Os adultos de certas espécies de aranhas acasalam-se várias vezes durante a seu período de vida. Outros machos, entretanto, acasalam-se apenas uma vez durante toda a sua vida.

Em algumas aranhas, pode acontecer de o êmbolo do palpo masculino quebrar-se dentro do duto feminino, durante a cópula. Em outras, pode ocorrer a formação de um tampão que preenche as aberturas no interior dos receptáculos seminais, impedindo um segundo acasalamento.

O modo peculiar de transmissão do esperma nas aranhas pode ter evoluído a partir de um hábito ancestral, no qual o macho inseria, com seu pedipalpo, um espermatóforo no interior da abertura genital da fêmea (como ocorre nos outros grupos de aracnídeos).

REPRODUÇÃO NAS ARANHAS: A OVIPOSIÇÃO

Imediatamente antes da postura dos ovos, a fêmea tece uma pequena membrana basal, e depois uma parede em forma de taça.

Os ovos são fertilizados com o esperma armazenado, antes de deixarem o corpo da fêmea e serem postos na taça sedosa.

Após a oviposição, a fêmea cobre os ovos com uma camada de seda, podendo ainda o conjunto receber outra cobertura adicional de seda, assumindo um formato esférico (saco ovígero ou casulo). Este saco – ou casulo – pode ser preso à teia, escondido nos abrigos das próprias aranhas ou ainda permanecer preso nas fiandeiras da aranha-mãe, sendo arrastado pela mesma (como ocorre, por exemplo, nas tarântulas).

Inimigos

Lagartixas, sapos, rãs, algumas espécies de peixes e pássaros, e o próprio se humano podem ser considerados inimigos naturais.

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Aranhas venenosas ou de interesse médico no Brasil

Das milhares de espécies existentes no Brasil, poucas oferecem perigo ao homem. No entanto, algumas espécies, abaixo apresentadas, podem provocar envenenamento, com acidentes eventualmente fatais, principalmente em crianças.

Aranhas venenosas:

Phoneutria sp. (armadeira)

As aranhas armadeiras possuem cor cinza ou castanho escuro e pelos curtos no corpo e nas pernas. Próximo aos ferrões os pelos são vermelhos. Quando adultas, chegam a atingir até 17 cm de comprimento, incluindo as pernas. O corpo tem de 4 a 5 cm. Não fazem teias, são errantes e solitárias, podendo ser encontradas em lugares escuros, vegetação (cachos de bananas, por exemplo). Podem entrar por debaixo das portas das residências,

escondendo-se dentro de calçados. Geralmente à noite saem para caçar. São muito agressivas e assumem postura ameaçadora, "armando o bote", de onde vem seu nome. São comuns os acidentes, podendo ser graves para crianças menores de 7 anos. O sintoma predominante é uma dor intensa no local da picada. O tratamento em geral consiste de aplicação local de anestésico e, em casos graves, de aplicação do soro antiaracnídico.

Loxosceles sp. (aranha marrom)

Possui cor amarelada, sem manchas. Chega a atingir de 3 a 4 cm, incluindo as pernas. O corpo atinge de 1 a 2 cm. Os pêlos são poucos, curtos, quase invisíveis. Essas aranhas vivem em teias irregulares, semelhantes a um lençol de algodão, construídas em tijolos, telhas, tocos de bambu, barrancos, cantos de parede, garagens, geralmente em lugares escuros. Não são agressivas e os acidentes são raros, porém geralmente graves. Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito com soro antiaracnídico ou antiloxoscélico.

Lycosa sp. (aranha de grama)

Possui cor acinzentada ou marrom, com pêlos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. Atinge até 5 cm de comprimento, incluindo as pernas. O corpo atinge de 2 a 3 cm. Vivem em gramados e residências. Os acidentes são freqüentes, porém não são graves, não necessitando de tratamento com soro.

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Caranguejeiras (diversos gêneros)

As caranguejeiras são aranhas geralmente grandes, com pêlos compridos nas pernas e no abdômen. Embora sejam muito temidas, os acidentes com elas são raros e sem gravidade, e por isso não se produz soro contra seu veneno.

Latrodectus sp. (viúva negra)

Possui cor preta, com manchas vermelhas no abdômen e às vezes nas pernas. São aranhas pequenas: a fêmea tem de 2,5 a 3 cm (o corpo com 1 a 1,5 cm) e o macho é de 3 a 4 vezes menor. Vivem em teias que constroem sob vegetação rasteira, em arbustos, plantas de praia, barrancos, etc., em lugares escuros. Conhecem-se no Brasil apenas alguns acidentes de pequena e média gravidade, não se produzindo soro contra as espécies brasileiras.

Aranhas caranguejeiras

A maior aranha é a caranguejeira, e mansa e não tece teia para apanhar insetos; os apanha

com as patas anteriores.Os aracnídeos são diferentes dos insetos, pois não sofrem metamorfose, como os insetos. Os aracnídeos tem o corpo dividido em duas partes: cefalotórax e abdome, ao passo que os insetos possuem três divisões: cabeça, tórax e abdome, e só possuem seis patas e na cabeça antenas.São freqüentemente temidas por causa da aparência e tamanho, muitas vezes chegando a atingir 10 cm de corpo e 30 cm de envergadura, porém, no Brasil não são conhecidas espécies responsáveis por envenenamento humano. As picadas costumam provocar apenas dor de pequena intensidade e de curta duração. Vivem, em geral, em locais afastados do homem (árvores, cupinzeiros, buracos em barrancos e galerias subterrâneas). O ferrão em posição vertical, reduz a eficiência do mecanismo de picada. Assim, raramente causam acidentes, principalmente espécies peludas e de grande porte. Além da inoculação de veneno, possuem outro mecanismo de defesa, inclusive mais freqüentemente utilizado, que consiste em atritar vigorosamente as pernas traseiras no abdômen, espalhando uma nuvem de pêlos com ação irritante em direção ao inimigo. Os pêlos podem causar alergias com manifestações cutâneas ou problemas nas vias respiratórias altas.

As caranguejeiras são encontradas em ambientes quente e úmido. As grandes Theraphosinae vivem em troncos de árvores podres, junto a raízes, em buracos naturais ou cupinzeiros, revestindo sua toca e arredores com seda. As Aviculariinae (Avicularia, Ephebopus) podem ser encontradas em árvores, muitas vezes a grandes alturas do solo, ou em bromélias que crescem no alto das árvores. As Dipluridae tecem tubos de seda no meio de camadas de folhas caídas no chão, em barrancos ou junto a raízes de plantas. As Ctenizidae cavam o solo, vivendo em túneis. As Actinopodidae também cavam o solo, porém fechando a entrada de sua moradia por meio de um opérculo.

Geralmente possuem hábitos noturnos, apresentando variações em seus comportamentos, podendo existir espécies extremamente agressivas. Quando ameaçadas, apresentam o comportamento de esfregar suas patas posteriores no abdômen, lançando uma enorme quantidade de pêlos urticantes, que podem ocasionar irritações na pele ou mucosa.

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Tipos de pêlos liberados pelas aranhas caranguejeiras da sub-família Theraphosinae. (Reproduzido do livro: Soerensen, B. – Acidentes com Animais Peçonhentos, Editora Atheneu, São Paulo, 1997).

Um estudo desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) descobriu que a aranha-caranguejeira (Acanthoscurria gomesiana) produz uma substância, a gomesina, extremamente eficaz no combate a 24 espécies de bactérias, nove fungos e cinco leveduras.

A gomesina é um peptídeo, proteína formada por unidades menores chamadas aminoácidos, e funciona como um antibiótico no organismo da aranha. "Retiramos a substância do sangue da aranha e montamos um análogo sintético, uma estrutura equivalente à gomesina em laboratório", explica Sirlei Draffe, coordenadora do estudo realizado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP, em colaboração com o Dr. Philippe Bulet, do Centro Nacional de Pesquisa (França). Os testes realizados mostraram que a gomesina é eficiente na eliminação de bactérias como as que causam infecções hospitalares (Staphylococcus aureus e Staphylococcus saprophyticus), pneumonia (Klebsiella pneumoniae) e meningite (Cryptococcus neoformans).

Espera-se que a substância comece a ser testada em seres humanos daqui a poucos anos e seja utilizada em uma nova geração de antibióticos que não permita a sobrevivência de bactérias resistentes, como ocorre atualmente. "Em geral, as bactérias se multiplicam a cada 20 minutos. A diferença entre o tempo de ação do medicamento e da replicação das bactérias vai selecionando as mais resistentes", explica Diferi.

A gomesina é mais vantajosa que os antibióticos tradicionais por agir diretamente na membrana da bactéria, permeabilizando-a, o que causa a morte do microorganismo pela saída de substâncias do interior das células. Já os antibióticos convencionais levam mais tempo para entrar na bactéria e começar a agir contra ela, inibindo a síntese de proteínas e de ácidos nucléicos como o DNA e o RNA. "Já conhecíamos a ação dos peptídeos antimicrobianos em insetos e vertebrados, mas não em aracnídeos. O que nos levou a estudar as aranhas foi o fato de serem animais com vida longa e, portanto, que deveriam ter um sistema imunológico eficiente"

A teia e a seda da aranha

As diversas glândulas (existem 7 tipos, que nunca ocorrem na mesma aranha) localizadas no abdômen da aranha produzem diversos tipos de fio de seda, cada qual com finalidade diferente: fios para encapsulamento da presa (glândulas aciniformes); fios para formar a "moldura", raios e espirais da teia (glândulas ampoladas); fios para formar os casulos (glândulas tubuliformes), etc.

O diâmetro médio de um fio de seda em uma teia de aranha esférica é de cerca de 0,15µm. Graças à reflexão da luz do sol no fio somos capazes de ver a teia, pois o olho humano, a uma distância de 10 cm, só consegue detectar objetos com um diâmetro de 25 µm. Uma das características extraordinárias da seda da aranha é sua resistência. Um fio de seda de aranha com uma espessura mínima seria capaz

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de parar um besouro voando com velocidade plena. Se o fio tivesse a espessura de um lápis seria capaz de fazer parar um Boeing 747 em pleno vôo. Não apenas estes fios são fortes, como também são elásticos. Um fio comum de seda de aranha é capaz de estender-se por até 70 km sem se quebrar sob seu próprio peso! E pode ser esticado até 30 ou 40% de seu comprimento, sem quebrar-se, enquanto o nylon suporta apenas 20% de estiramento.

A seda da aranha é constituída principalmente de uma proteína que tem massa molecular de 30.000, enquanto dentro da glândula. Fora da glândula, ela se polimeriza para dar origem à fibroína, que tem massa molecular em torno de 300.000.

Ha muitos tipos de teia de aranha, e todas elas são verdadeira obra de arte que só é atribuída a sabedoria do Criador. Porem, essas teias só tem um fim, são armadilha para capturar insetos e outros animaizinhos de que se alimentam. Elas fabricam fios pegajosos. algumas aranhas fazem teias só para abrigar os ovos; essas caçam com as patas dianteiras e os pedipalpos.Nas teias das fiandeiras pouco podem fazer relação dos insetos mortos, porque depois de sugarem as vitimas as aranhas cortam o fio e os derrubam ao solo. Em geral elas não deixam lixos em sua casa.

Muitas aranhas tecedeiras reciclam suas teias. A teia tem que ser renovada freqüentemente e como ela consome bastante recursos de nitrogênio da aranha, esta se realimenta da seda. 

Os fios da seda de aranha já foram usados antigamente nos retículos de lunetas astronômicas, micrômetros e outros instrumentos óticos. Algumas tribos da América do Sul empregam as teias de aranha como hemostático em feridas. Pescadores da polinésia usam o fio da aranha Nephila, que é exímia tecedeira, como linha de pescar. Em Madagáscar, nativos capturavam as aranhas Nephila,  e obtinham rolos de fios, que usavam para fabricar tecidos de cor amarelo-dourada.Também já se tentou produzir tecido a partir de fios obtidos de casulos, porém nenhuma destas atividades é prática ou econômica.

Como a aranha constrói sua teia?

Se você já teve a oportunidade de observar uma aranha em plena atividade de construção da teia, certamente percebeu que existe uma sabedoria intríseca em sua técnica: na maneira como ela estende primeiro os grandes eixos de sustentação da teia e, a partir daí, vai unindo esses fios de suporte e preenchendo os espaços vazios com fios radiais, rapidamente, dando origem a uma estrutura de impressionante geometria, além de grande resistência.

A teia de aranha, por ser Muito fina, e utilizada na Cruz de Mira , do campo visual dos instrumentos óticos. Uma boa pergunta seria: como a aranha consegue fazer a fixação inicial do fio, que ela produz de seu próprio corpo, entre duas superfícies às vezes sem contato -- entre dois galhos de uma árvore, por exemplo? A aranha não voa...Tendo fixado primeiramente o fio em um galho, o que ela faz para fixar a outra extremidade em outro galho? Sai andando pela árvore, carregando atrás de si o fio, sobe até o outro galho e de lá puxa o fio e o fixa no galho? Não, ela age de forma mais simples, usando o vento e um pouco de sorte.

A aranha produz os fios em quantidade e espessura adequadas, sendo que cada glândula produz fio de qualidade diferente. Existem fios adesivos e fios secos, não adesivos. Um finíssimo fio adesivo é liberado pelas fiandeiras e, enquanto a aranha vai tornando este fio cada vez maior, o vento o carrega até encontrar um ponto onde o fio fica aderido. Então, a aranha caminha com cuidado sobre este fio-guia, reforçando-o com um segundo fio. O processo é repetido até que o fio esteja suficientemente forte. Depois disso, a aranha lança um outro fio, formando uma

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espécie de Y, abaixo do fio inicial. Esses são os três primeiros fios que formam o eixo da teia. Ao se observar uma teia de aranha, distinguem-se a moldura, os raios e a espiral. Existem muitas variações na construção da teia, conforme a espécie da aranha. Algumas aranhas, constroem no centro da teia outra pequena espiral, ou uma rede de malhas, que funciona como "refúgio". A espiral de "captura" é especialmente construída para as presas e é feita com fios viscosos, adicionados paralelamente um ao outro. A espiral de captura deixa às vezes dois raios livres, de onde parte um fio especial, chamado "fio telefônico", que conduz ao refúgio da aranha, quando este é construído fora da teia. A aranha pode captar as vibrações deste fio, para informar-se sobre o tamanho e o tipo de presa que caiu na armadilha.

Referencias bíblicas de aranhas e teias

Em Jó 8: 4 e Isaias 59:5 temos belas referencias sobre as teias das aranhas.

ITENS PRATICOS

Fazer desenhos de pelo menos 16 aranhas em tamanho natural ou maior e com as cores naturais.Fazer um desenho de uma teia de aranha.Assistir um vídeo sobre Aracnídeos e redigir um texto falando as partes principais do vídeo.