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109 ESPECIAL – PNG PETROBRAS 2017-2021 TN PETRÓLEO | SET/OUT 2016 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: Lidera de fato quem provoca transformações, por Wanderlei Passarella | Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos, por Ana Carolina Santos de Oliveira, Claudiana Ferreira da Silva, Márcio Roberto de Andrade Araújo Filho, Sebastião Henrique Camilo da Silva e Wellington dos Santos de Araújo | Empresas do setor devem buscar o fly to quality, por Adriano Sartori | Alternativas para P&D em época de crise, por Keith Mackie e Arthur Braga | Construção de uma unidade experimental de um pig aquecedor movido a propulsão, por Jaqueline Novais da Silva, Nayara Mota Oliveira Souza e Orjana Clair Tacchi Géa OPINIÃO ARTIGOS Prévia Rio Oil & Gas 2016 Um novo ciclo para a indústria de petróleo no Brasil Cobertura Marintec 2016 Indústria naval quer ‘levantar ferros’ A hora e a vez da manutenção e gestão de ativos de Rogério Arcuri Filho, presidente do Conselho de Abraman ENTREVISTA EXCLUSIVA Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasila É preciso antever os desafios Ano XVIII • setembro/outubro 2016 • Nº 109 • www.tnpetroleo.com.br ESPECIAL: PNG PETROBRAS 2017-2021 SEGURANÇA REDOBRADA com investimentos reduzidos EDIÇÃO ESPECIAL 9 771415 889009 9 0 1 0 0 ISSN 1415889-2

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Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: Lidera de fato quem provoca transformações, por Wanderlei

Passarella | Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos, por Ana Carolina Santos de

Oliveira, Claudiana Ferreira da Silva, Márcio Roberto de Andrade Araújo Filho, Sebastião Henrique Camilo da Silva e Wellington dos

Santos de Araújo | Empresas do setor devem buscar o fly to quality, por Adriano Sartori | Alternativas para P&D em época de

crise, por Keith Mackie e Arthur Braga | Construção de uma unidade experimental de um pig aquecedor movido a propulsão,

por Jaqueline Novais da Silva, Nayara Mota Oliveira Souza e Orjana Clair Tacchi Géa

O P I N I Ã O

A R T I G O S

Prévia Rio Oil & Gas 2016Um novo ciclo para a indústria de petróleo no BrasilCobertura Marintec 2016Indústria naval quer ‘levantar ferros’

A hora e a vez da manutenção e gestão de ativos de Rogério Arcuri Filho, presidente do Conselho de Abraman

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasila

É preciso antever os desafios

Ano XVIII • setembro/outubro 2016 • Nº 109 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: PNG PETROBRAS 2017-2021

SEGURANÇA REDOBRADAcom investimentos reduzidos

EDIÇÃO ESPECIAL

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Vallourec. Soluçõescompletas para o mercadode óleo e gás.

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Indústria naval quer ‘levantar ferros’

Um novo ciclo para a indústria de petróleo no Brasil

sumário edição nº 109 set/out 2016

noss

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Entrevista exclusiva

Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasil

Especial Plano de Negócios e Gestão 2017-2021

Eventos Cobertura Marintec 2016

Prévia Rio Oil & Gas 2016

Segurança redobrada com investimentos reduzidos

É preciso antever os desafios

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22 Não devemos trocar o futuro pelo lucro a curto prazo, com Rainer Brehm, diretor das divisões Process Industries and Drives e Power and Gas da Siemens

50 Eixo logístico Norte-Nordeste cria nova demanda

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Coffee Break

Pefil profissional CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

Antonio Ricardo Pimentel de

Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

58 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: Lidera de fato quem provoca transformações, por Wanderlei Passarella

62 Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos, por Ana Carolina S. de Oliveira, Claudiana F. da Silva, Márcio Roberto de A. Araújo Filho,

Sebastião Henrique C. da Silva e Wellington dos S. de Araújo

68 Empresas do setor devem buscar o fly to quality, por Adriano Sartori

70 Alternativas para P&D em época de crise, por Keith Mackie e Arthur Braga

72 Construção de uma unidade experimental de um pig aquecedor movido a propulsão, por Jaqueline Novais da Silva, Nayara Mota Oliveira Souza

e Orjana Clair Tacchi Géa

artigos

Ano XVII • Número 109 • set/out 2016Foto: Agência Petrobras

seções

38Marcius Ferrari

Precisamos escrever uma nova história

as várias artes do gênio

Picasso Inédito

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4 editorial

6 hot news

12 indicadores tn

46 eventos

52 perfil profissional

55 caderno de sustentabilidade

60 produtos e serviços

76 coffee break

78 feiras e congressos

79 opinião

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4 TN Petróleo 109

editorial

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DISTRIBUIçãO Benício Biz Editores Associados.

Filiada à ANATECOs artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

Vamos içar velas?

Benício BizDiretor da Benício Biz Editores

A FRASE, ATRIBUíDA AO PENSADOR e filósofo chi-

nês Confúcio, nos faz refletir sobre o momento po-

lítico e econômico em que o Brasil vive e no qual a

indústria petrolífera passa pela maior crise de sua

história.

Chegamos ao final do ano com a sensação de que

2016 ‘não existiu’. E devemos isso ao marasmo que quase deixou à deriva o setor

de óleo e gás, depois do boom ocorrido na última década, em que a cadeia pro-

dutiva foi alavancada, incluindo o setor naval e offshore. Mas não podemos ficar

parados, aguardando que os ventos mudem de direção, em um mundo ainda em

crise e com o petróleo a baixo preço.

Estamos cientes de que a retomada da economia e da indústria de óleo e gás,

que já respondeu por quase 15% do Produto Interno Bruto (PIB), não se dará

com a velocidade desejada. Contudo, acreditando na máxima de que depois da

tempestade vem a bonança, temos de nos preparar para novos tempos.

Não será um recomeço, pois temos uma indústria amadurecida e consoli-

dada, mas um passo adiante, no sentido de superar os desafios e ganhar novo

rumo. Foi com esse sentimento que os principais players e lideranças do setor

naval e offshore se reuniram na Marintec, realizada em setembro no Rio de Ja-

neiro. Essa também é a exepctativa da cadeia produtiva que se encontrará, mais

uma vez, na Rio Oil & Gas, de 24 a 27 de outubro de 2016.

Há muitos sinais positivos, avaliam os especialistas. Um deles é a revisão do

Plano de Negócios da Petrobras, com seu escopo contemplando um programa

de parcerias e desinvestimentos que pode gerar mais de US$ 40 bilhões em

investimentos adicionais na próxima década.

A aprovação da lei que retira a obrigatoriedade de a Petrobras atuar como

operadora única e participar de todos os blocos exploratórios do pré-sal a serem

leiloados nos próximos anos é vista como um grande atrativo para os investido-

res internacionais, sinalizando a possibilidade de uma diversificação do merca-

do, com atuação mais forte de outras operadoras.

Por sua vez, a cadeia produtiva aguarda não somente essas licitações como

também as de bens e serviços que serão demandadas no futuro, em um novo

cenário que começamos a vislumbrar e que demandará a revisão de algumas

políticas públicas de estímulo ao setor, como da flexibiliza-

ção e alterações nas regras da política de Conteúdo Local.

Diante disso, precisamos nos preparar para içar ve-

las: planejar os investimentos, buscar a melhoria contínua,

tanto de processos como de gestão, perseguir a produti-

vidade com qualidade, para termos competitividade, esta-

belecer mecanismos de compliance. Enfim, ajustar ‘nosso

barco’ para rumar em direção ao crescimento sustentável

e não mais ficar ao sabor dos ventos.

“Você não pode

mudar o vento,

mas pode ajustar

as velas do barco

para chegar

onde quer.”

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hot news

ACâmara dos Deputados apro-vou, no dia 5 de outubro, o texto-base do Projeto de

Lei que desobriga a Petrobras de participar de todos os consórcios de exploração dos campos do pré-sal – foram 292 votos a favor, 101 contra e uma abstenção. A decisão ocorreu após mais de seis horas de discussão.

O projeto prevê que a estatal te-nha o direito de escolher em quais campos de petróleo do pré-sal deverá investir. Pela legislação atual, a Pe-trobras atua como operadora única dos campos, com participação míni-ma de 30% nos consórcios. Agora, a empresa passará a ter o direito de abrir mão de campos que não julgar interessantes economicamente.

A aprovação foi bem recebida pela cadeia produtiva de óleo e gás. Na avaliação de especialistas e empresários, essa medida é uma importante sinalização para o merca-do internacional e abre possibilidade para novos investimentos no Brasil. A nova legislação viabilizará a atra-ção de investimentos e a dinamiza-ção do mercado de petróleo e gás, crucial para o desenvolvimento eco-nômico e social do país, com aumen-to da oferta de emprego e de renda.

Segundo estudo do Sistema Fir-jan, as reservas do pré-sal represen-tam um potencial de investimentos de US$ 420 bilhões até 2030 para desenvolvimento do pré-sal, cerca de US$ 390 bilhões em royalties e participações especiais e a geração de mais de um milhão de empregos.

Alberto Machado, coordenador do MBA Executivo em Gestão de Negócios em Petróleo e Gás da Fun-dação Getúlio Vargas (FGV), defende o fim do operador único, argumen-

tando que, com a Petrobras sem condições de investir, o desenvolvi-mento dos campos do pré-sal seria impactado. “Se não produzirmos o petróleo do pré-sal, não teremos os benefícios dessa commodity, como, por exemplo, o de alimentar o fundo soberano e, por consequência, gerar mais investimentos em educação e saúde. Petróleo é um bem que só quando monetizado produz riquezas que serão usadas em benefício da sociedade”, afirma.

De acordo com Rafael Véras, só-cio do LL Advogados, a participação obrigatória da Petrobras sempre foi inconstitucional e inviável: “Incons-titucional, pois violava a política de Estado levada a efeito pela Emenda Constitucional n. 09, que teve, jus-tamente, o propósito de flexibilizar o monopólio da indústria de E&P, além de criar privilégio para uma empresa estatal (sociedade de econo-mia mista) não extensível às demais empresas do setor privado, o que é interditado pelo artigo 173, II, da CRFB. Inviável, posto que nunca foi comprovado que ela teria capacida-de técnica e financeira para ter de explorar, obrigatoriamente, todas as áreas do pré-sal.”

Para Fabrício Dantas, sócio de Vinhas e Redenschi Advogados, a Petrobras como operadora única

foi uma péssima ideia, tanto para o Brasil quanto para a petrolífera, pois gerava uma reserva de mercado que a empresa não estava prepa-rada para gerenciar. “Em 2028, o campo do pós-sal acaba. A Petrobras como operadora única engessava o desenvolvimento do setor, assim como diminuía a segurança jurídi-ca dos outros players. Além disso, a companhia não teria fôlego finan-ceiro para investimentos do pré-sal”, avalia Dantas.

As empresas de petróleo também defendem alterações na Política de Conteúdo Local. Para Alberto Ma-chado, “é preciso tratar esse assunto com o devido cuidado, pois para alte-rar o conteúdo local como está hoje, é necessário que haja uma política industrial que viabilize a compra no país em condições competitivas e todos sabemos que o Brasil não é um país competitivo”.

“Aqui, a contratação de bens e serviços, conforme acontece em paí-ses desenvolvidos como a Norue-ga e Reino Unido, deve ser usada para alavancar o desenvolvimento, gerar emprego e renda locais, além de oferecer às empresas brasileiras experiência em lidar com empre-sas estrangeiras, o que facilitaria a exportação desses bens e serviços posteriormente”, argumenta.

Aprovado o fim do operador único no pré-salMudança nas regras de exploração é positiva, segundo especialistas.

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PARCERIA ENtRE O GOVERNO federal e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) resultou

no lançamento do Plano Nacional de Ação de Emergência para Fauna Im-pactada por Óleo (PAE-Fauna), no dia 4 de outubro, em Brasília. “O PAE-Fauna vem preencher a lacuna do Plano Na-cional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional. Quero destacar a importância da parceria com o IBP, que

fez um mapeamento inédito no Brasil”, disse o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

Na ocasião, o IBP selou um trabalho de quatro anos em cooperação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao entregar o Mapeamento Ambiental para Resposta e Emergência no Mar (Marem). O novo banco de dados, uma inicia-tiva inédita no Brasil, foi oficialmente apresentado ao ministro. “Este é um momento especial na indústria do

petróleo. Estamos muito satisfeitos e queremos avançar nessa parceria com o Ministério”, destacou o presidente do IBP, Jorge Camargo.

Durante a apresentação do Marem, o secretário-exe-cutivo de Exploração e Produção do IBP, Antônio Guimarães, destacou que esse banco de dados é único no Brasil e permitirá avanços não apenas para a indústria do petróleo. A ferramenta permite o monitoramento de espécies de fauna presentes em toda a costa brasileira e áreas offshore vulneráveis a vazamentos acidentais de óleo, além

do mapeamento das áreas e grupos prioritários à prote-ção. “O fruto dessas informações que disponibilizamos por meio do Marem já vem sendo utilizado em benefício do licenciamento ambiental. também são acessados por universidades e ONGs”, acrescentou Guimarães.

O secretário-executivo do IBP também destacou o in-vestimento feito para concluir esse trabalho, que consumiu R$ 8 milhões. Criado com o objetivo de se integrar ao sistema de monitoramento do Ibama, esse banco de dados pode ser acessado de qualquer lugar do país e reúne mais de 70 mil registros fotográficos da fauna, além de ambien-tes e praias do Brasil. São 7.000 km de costa brasileira mapeados, 2.100 localidades e 19 cidades.

Na ocasião, o Ibama apresentou o PAE-Fauna, que é dividido em três partes: Manual de Boas Práticas, o Mapeamento Ambiental para Resposta e Emergência no Mar (Marem) e o Plano do Ibama. “tenho muito orgulho do que estou vendo”, afirmou Suely Araújo, presidente do Ibama. O Plano do Ibama estará aberto para consulta pública até 4 de dezembro de 2016.

Indústria do petróleo entrega mapeamento ambiental ao governo

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A PRySMIAN NO BRASIL, fornece-dora de cabos e sistemas para os se-tores de energia e telecomunicações, fechou contrato, no valor de US$ 1,4 milhão com a petrolífera indonésia Star Energy, para o fornecimento de siste-mas de cabeamento de energia a ser instalado na plataforma de prospecção de gás Kakap PSC, localizada no Mar de Natuna, em Jacarta.

O escopo do projeto inclui o for-necimento de cabeamento umbilical responsável pela comunicação da pla-taforma com o poço de gás, em uma profundidade de água de 135 m. A Prysmian vai fornecer dois sistemas umbilicais completos, com mais de 5 km de comprimento, incluindo en-genharia, gerenciamento de projetos, auxiliares e testes.

De acordo com Darcio Rossi, di-retor de Exportação de Umbilicais e Flexíveis da Prysmian no Brasil, com base em Houston, o contrato na Indo-

nésia consolida a posição de liderança da empresa no mercado global e refle-te a expertise brasileira em projetos offshore. “A Prysmian no Brasil é a úni-ca fabricante de umbilicais totalmente integrada, que produz quase todos os componentes, desde cabos elétricos, de potência, óticos e mangueiras termo-plásticas, provendo assim um grande conhecimento e qualidade superior do produto”, afirma Rossi.

A Prysmian Cabos e Sistemas detém toda a tecnologia de desenvolvimento e fabricação e, desde 1929, ano de sua fundação no Brasil, vem mantendo posi-ção de liderança em soluções para cabos e sistemas em todo o mundo.

Dividida em três unidades de ne-gócio – Energia (cabos terrestres e

submarinos para a transmissão de eletricidade e dis-tribuição); teleco-municações (cabos e fibras óticas para transmissão de da-dos, imagem e voz e cabos convencio-

nais em cobre); e Oil & Gas (umbilicais, flexíveis, cabos downhole, onshore e

offshore), o Grupo Prysmian está pre-sente em todos os continentes.

Na América Latina, a empresa conta com mais de mil colaboradores, responsáveis pela produção de cerca de 60 mil toneladas de cabos por ano. No Brasil, com 25% de market share, a companhia possui sete unidades fabris localizadas em Santo André, Sorocaba (três fábricas), ambas no estado de São Paulo, Vila Velha e Cariacica, situadas no estado do Espírito Santo, e em Join-ville, no estado de Santa Catarina.

US$ 1,4 milhão em exportação para a Indonésia

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A PEtROBRAS, OPERADORA do Consórcio de Libra, confirma que deu início a um novo processo de contratação para o FPSO do Proje-to Piloto de Libra.

A companhia confirma o cancelamento do processo ante-rior, iniciado em 12 de agosto de 2015, pois resultou em proposta com preço superior aos adotados no mercado internacional e acima da expectativa da Petrobras e seus

parceiros. Nesse processo, foi exigido compromisso de conteúdo local conforme o Contrato de Parti-lha de Produção (CPP).

O CPP prevê a possibilidade de pedido de isenção do cumprimento dos percentuais de conteúdo local (waiver) para casos de propos-ta com valor acima do praticado no mercado internacional. Esse mecanismo permite a execução do projeto de maneira competiti-

va, assegurando os investimentos planejados no desenvolvimento do campo de Libra de maneira eficien-te do ponto de vista de prazo, custo, qualidade e segurança. Diante dis-so, o Consórcio de Libra, em 30 de agosto de 2016, protocolou pedido de waiver na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) para o FPSO. Em 16 de setembro de 2016, instaurou novo processo de contratação com requisitos de conteúdo local meno-res, que possibilitarão que parte da construção da unidade seja feita no Brasil, sem impactos no custo ou prazo do projeto.

O Consórcio de Libra – forma-do pela Petrobras (operadora, com 40%), Shell (20%), total (20%), CNPC (10%), CNOOC (10%) e PPSA, na qualidade de gestora do contrato de partilha de produção – prevê para o segundo semestre de 2020 a entrada em operação do sistema de produção e, para tal, o FPSO deve ser contratado até o primeiro semestre de 2017.

A AUDIêNCIA PúBLICA para a 4ª Rodada de Acumu-lações Marginais (AM4) está prevista para o dia 21 de novembro. O pré-edital e a minuta de contrato de con-cessão divulgados no final de setembro pela ANP estão hoje submetidos à consulta pública.

Das 13 áreas selecionadas após o processo de consul-ta de interesse realizado pela ANP este ano, dez serão

oferecidas: Garça Branca, Rio Doce, Rio Mariricu (Bacia do Espírito Santo), Iraúna, Noroeste do Morro Rosado, Urutau (Bacia Potiguar), Araçás Leste, Itaparica, Jacumi-rim e Vale do Quiricó (Bacia do Recôncavo). Por questões técnicas e após manifestação dos órgãos ambientais, as áreas de Riacho Alazão, Conceição da Barra e Fazenda Sori não serão ofertadas nesta licitação.

O pré-edital e a minuta de contrato estão disponíveis no endereço http://www.brasil-rounds.gov.br.

4ª Rodada de Acumulações Marginais: audiência pública em novembro

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Novo processo de contratação para o FPSO do piloto de Libra

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EMBORA A REDUçãO SEJA SEJA modesta – de 33,24 milhões de barris por dia (bpd) para algo entre 32,5 a 33 milhões de bpd –, é o primeiro acordo desse gênero que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) faz desde 2008. O fato levou os preços a fecharem em alta no dia 28 de setembro.

"A Opep tomou uma decisão excep-cional hoje... Após dois anos e meio, a Organização alcançou consenso para gerir o mercado”, disse o ministro do Petróleo iraniano Bijan Zanganeh, que havia entra-do repetidamente em rota de colisão com a Arábia Saudita em encontros anteriores.

O quanto cada país vai produzir de-verá ser decidido na próxima reunião formal da Opep em novembro, quando um convite para se unir aos cortes de-verá ser estendido para países fora do grupo, como a Rússia, informa a Reuters.

O acordo foi feito durante reunião informal da Opep, ocorrida em Argel, com o objetivo de conter o excesso de oferta no mercado global, que tem levado

à mais acentuada queda de preços já vista desde meados de 2014. Os pre-ços do petróleo despencaram devido a uma oferta muito elevada, resultante da disparada de hidrocarbonetos de xisto americanos e da estratégia da Opep de manter sua produção para não perder fatias de mercado.

O ministro de Energia do Catar, Mo-hamed Saleh Al-Sada, presidente da

Opep, disse que a reunião de Argel foi muito longa, mas histórica, afirmando que o nível de redução por país será definido antes da próxima reunião do cartel, prevista para 30 de novembro. A Reuters informa que, segundo duas fontes da Opep, uma vez atingidas as metas de produção, a entidade irá bus-car cooperação de produtores de fora do grupo.

Opep promete cortar produção e petróleo sobe 5%

A ASGAARD NAVEGAçãO E A opera-dora de serviços portuários Wilson Sons receberam sinal verde para os pedidos de prioridade para utilização de recur-sos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), que no final de agosto aprovou R$ 1.293,10 bilhão para o financiamento de projetos da indústria naval brasileira.

Desse total, R$ 976,84 milhões foram para projetos relacionados a apoio marí-timo; R$ 202,86 milhões para apoio por-tuário; R$ 71,48 milhões para docagem e reparo; e R$ 41,92 milhões para nave-gação interior. Na mesma ocasião, foram referendadas as alterações de prioridade publicadas na resolução CDFMM n. 150.

Com a publicação das prioridades concedidas pelo Conselho, as empresas postulantes estão habilitadas a contratar estes financiamentos junto aos agentes financeiros conveniados: BNDES, BB, CEF, BNB e Basa.

A Asgaard Navegação conseguiu aprovação de R$ 515 milhões, dos quais R$ 415,5 milhões são para a constru-ção de dois PSV-4.500, que devem ser construídos no estaleiro Vard Promar (PE). Outros R$ 100,9 milhões são para o OSRV-750 Asgaard Sophia. No entanto, fontes de mercado ainda consideram que a empresa terá dificuldades para conseguir as garantias junto aos agentes repassadores dos recursos para a cons-trução das unidades.

A Wilson Sons vai utilizar US$ 49,6 milhões na construção de seis rebocado-res no estaleiro da empresa no Guarujá (SP). O uso depende da análise, aprova-ção e contratação de financiamento junto a um dos agentes financeiros do FMM e está sujeita ao plano de construções de embarcações da companhia.

também foram aprovados recursos para a Saveiros Camuyrano (Wilson

Sons), os quais serão utilizados em seis projetos de rebocadores, sendo quatro de 70 ttE (valor total de R$ 115,16 milhões) e duas de 80 ttE (R$ 87,7 milhões). A Camorim recebeu ainda suplemen-tação de recursos no valor de R$ 11,38 milhões para construção de três reboca-dores azimutais de 65 ttE.

A BSCO Navegação teve aprova-da suplementação de R$ 3,92 milhões para construção de dois crew boats P2. A CBO recebeu aprovação para o projeto de conversão do PSV 3.000 CBO Manoella para RSV, no valor de R$ 29,6 milhões e ainda de R$ 71,5 milhões para a do-cagem e reparo de dez embarcações de apoio marítimo: nove PSVs 3.000 (CBO Manoella, CBO Isabella, CBO Caroli-na, CBO Alessandra, CBO Renata, CBO Anna Gabriella, CBO Rio, CBO Vitória e CBO Atlântico) e um PSV 4.500 (CBO Arpoador).

Recursos prioritários para o setor naval

Produção de países-membros da Opep e não membros – julho/2014 a junho/2016

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TN Petróleo 109 13

PELO MUNDO

íNDIA: O gover-no da Índia apro-vou a compra de participações

em dois campos de petróleo na Rús-sia por companhias estatais do país, pelo equivalente a mais de US$ 3 bilhões. O consórcio entre Oil India, Indian Oil e Bharat Petro Resources conseguiu permissão para a compra de uma fatia de 23,9% nos campos de Vankor, operados pela estatal russa Rosneft, pelo equivalente a US$ 2,02 bilhões, afirmou uma au-toridade que não quis se identificar. O gabinete aprovou também a com-pra de 29,9% no campo de produção de Taas-Yuryakh por cerca de US$ 1,24 bilhão. Os negócios refletem o crescente interesse da Índia por ativos no exterior, em meio à queda

dos preços globais da commodity. O país é o terceiro maior consumidor de energia e importa cerca de 75% do que consome.

REINO UNIDO: Uma carga de gás de xisto, procedente dos

Estados Unidos, chegou no final de setembro pela primeira vez ao Rei-no Unido, onde existe uma grande oposição à técnica de fraturamen-to hidráulico, adotada para obter o combustível. Um petroleiro com 27.500 m3 de gás liquefeito descar-regou o energético em Grangemou-th, perto de Edimburgo e do Mar do Norte, cujo petróleo é cada vez mais caro de extrair e menos rentável. A empresa suíça responsável pela

entrega, Ineos, investiu o equiva-lente a 2,6 bilhões de dólares para organizar o transporte regular de gás de xisto ao Reino Unido e No-ruega com oito petroleiros. A cada três semanas uma nova carga deve chegar a Grangemouth. A extração de gás de xisto é permitida na In-glaterra com algumas restrições, mas ainda não existe a exploração comercial. Na Escócia, o governo regional adotou uma moratória.

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14 TN Petróleo 109

indicadores tn

A PRODUçãO INDUStRIAL na-cional caiu em 11 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na passagem de julho para agosto deste ano. As quedas mais intensas foram observadas no Pa-raná (-8%), Espírito Santo (-6,4%), Amazonas (-5,7%) e em São Paulo (-5,4%), segundo dados da Pesqui-sa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgada no dia 7 de outubro.

também tiveram quedas, ainda que abaixo da média nacional de 3,8%, os estados de Goiás (-2,9%),

Minas Gerais (-2,8%), Pernambu-co (-2,7%), do Ceará (-2,4%), Rio de Janeiro (-1,3%), Rio Grande do Sul (-0,2%) e de Santa Catarina (-0,2%).

Apenas a Bahia, com alta de 10,4%, o Pará, com 1,2%, e a Região Nordeste, com 0,8%, tiveram cres-cimento na produção em agosto, na comparação com julho.

Nos demais tipos de comparação temporal, o IBGE também analisa o comportamento da indústria no estado de Mato Grosso. Em todas as comparações, 13 dos 15 locais pesquisados tiveram queda e dois tiveram alta na produção.

O Espírito Santo teve as que-das mais acentuadas, de 23,9% na comparação com agosto de 2015, de 22,6% no acumulado do ano e de 18,6% no acumulado de 12 meses. O Pará foi o estado que teve as altas mais acentuadas na produção: 17% na comparação com agosto de 2015, 11,1% no acumulado do ano e 8,1% no acumulado de 12 meses.

Produção industrial cai em agosto em 11 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Bacia de Campos 1.240,4 1.386,9 1.416,5 1.408,1 1.390,1 1.368,8

Outras (offshore) 518,3 465,9 561,7 616,5 630,1 678,4

Total offshore 1.758,7 1.852,8 1.978,2 2.024,6 2.020,2 2.047,1

Total onshore 179,0 181,9 181,9 179,4 176,0 172,9

Total Brasil 1.937,7 2.034,7 2.160,1 2.204,0 2.196,2 2.220,0

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Bacia de Campos 21.845,6 24.993,5 25.289,3 25.731,6 25.034,9 24.862,9

Outras (offshore) 28.209,2 30.552,3 33.063,8 35.880,7 37.194,2 37.552,1

Total offshore 50.054,9 55.545,8 58.353,0 61.612,3 62.229,0 62.414,9

Total onshore 17.697,1 17.966,7 18.030,7 17.207,5 17.155,1 17.055,0

Total Brasil 67.751,9 73.512,4 76.383,7 78.819,8 79.384,2 79.469,9

Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 86,3 88,5 84,9 96,2 95,8 67,9

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 16.381,7 17.282,9 17.854,8 17.159,3 15.975,8 9.633,7

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.546,6 2.687,2 2.830,5 2.896,9 2.885,4 2.844,4

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 01/2016 a 06/2016

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

*Valor de venda, em R$

07.10.2016 22.07.2016

07.10.2016 22.07.2016

07.10.2016

07.10.2016

22.07.2016

22.07.2016

3.2203.256

0.770.64

-0.510.29

3.603.57

Variação no período: 2.10%

Variação no período: 7.89%

Variação no período: -1.59%

Variação no período: 0.01%

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16 TN Petróleo 109

indicadores tn

FRASES

Nos próximos dois anos esta-

remos concentrados na recupe-

ração da solidez financeira da

Petrobras, como uma empresa

integrada de energia com foco

em óleo e gás. A nossa proposta

é que a empresa tenha sido sa-

neada, tenha padrões de gover-

nança e ética inquestionáveis

para sustentar uma produção

crescente.”

Pedro Parente, presidente da Petrobras,

20/09/2016 – Agência Petrobras

“Um novo colapso dos preços

do petróleo não seria catastró-

fico para a economia russa.”

Elvira Nabiullina, presidente do Banco Central da

Rússia, 02/10/2016 – Sputnik Brasil

“Foi inesperado, com certeza.

Ninguém que eu conheço viu

isso acontecendo. O mercado

não parece estar posicionado

para isso. Os fundamentos dos

EUA já estão mais apertados do

que nós esperávamos, e deve

ficar mais apertado ainda.”

Scott Shelton, especialista em commodities

da ICAP – EUA, sobre a decisão da Opep de

reduzir a produção, 29/09/2016 – Reuters

“Esse é o primeiro acordo da

Opep em oito anos! O cartel

provou que ainda é relevante,

mesmo na era do xisto! Esse é

o fim de uma guerra de produ-

ção e a Opep declara vitória.”

Phil Flynn, analista sênior de energia da Price

Futures Group, 29/09/2016 – Reuters

R$13,75

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petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

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Período: 22.07.2016 a 07.10.2016 | ações ações ações ações

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07.10.2016 22.07.2016

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Variação no período: 12.40%

Variação no período: 11.31%

Variação no período: 22.83%

Variação no período: 3.45%

Variação no período: -2.04%

Variação no período: 28.78%

Variação no período: 14.17%

Variação no período: 30.85%

A PRODUçãO DO pré-sal, oriunda de 65 poços, foi de aproximadamen-te 1,099 milhão de barris de petró-leo por dia (bbl/d) e 42,2 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural, totalizando aproxima-damente 1,365 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), um aumento de 3,6% em relação ao mês anterior.

A produção de petróleo no pré-sal superou os 1,060 milhão de barris diários obtidos em julho de 2016 e a de gás natural ultrapassou os 40,8 MMm3 produzidos em julho de 2016. A produção total também superou

o recorde do mês anterior, de 1,317 MMboe/d. Os poços do “pré-sal” são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico denominado pré--sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do caput do art. 2º da Lei nº 12.351, de 2010.

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18 TN Petróleo 109

entrevista exclusiva

A partir dessa premissa a multinacional alemã Siemens vem consolidando

uma trajetória sem fronteiras como provedora de soluções para os mais

diversos segmentos, em todos os países em que atua. Inclusive no Brasil,

onde completou 111 anos de atividades, posicionando-se como uma empresa

que não tem medo de inovar.

DESAFIOSÉ preciso antever os

“A PESqUISA E A INOVAçãO fazem parte da origem, do DNA da Siemens, sempre com o propósito de impactar positivamente a vida das pessoas e a sociedade”, destaca Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasil e líder do Comitê de Inovação da Câmara Brasil-Alemanha, apontando a digitalização, uma das ferra-mentas da indústria 4.0, como uma das tendências que vão contribuir decisiva-mente, entre outras, para o avanço do setor de óleo e gás. “A digitalização é capaz de levar a indústria a tal grau de flexibilidade e velocidade que vai mu-dar o mundo da ‘produção em massa’ para a ‘customização em massa’. E vai contribuir para a competitividade global das empresas”, afirma o executivo da Siemens, que inaugurou recentemente a primeira planta de digitalização de equi-pamentos para a indústria, na Suécia.

TN Petróleo – Inovar é preciso. E a Sie-mens sempre apostou nisso. É difícil

inovar no Brasil ou o país é um ‘incen-tivo’ graça aos desafios que apresenta, possibilitando um bom campo de testes para a inovação?

Paulo Stark – É preciso ir além do papel de provedores de tecnologia. Buscamos desenvolver com os clientes soluções para os desafios que eles en-frentam. Assim, um dos nossos pontos mais fortes é trabalhar com estudos de cenário, para acompanhar e antever os grandes desafios enfrentados pela sociedade. Só através da inovação e investimento seremos mais competiti-vos e poderemos utilizar melhor nossos recursos. Inclusive no setor de petró-leo e gás. A vida média de um campo de petróleo é de 20 anos. É possível prolongar esse tempo, reduzir o custo de operação e ampliar a rentabilidade com o uso de tecnologia. Um uso já cristalizado é o bombeamento e injeção de água nos poços. A técnica aumenta a longevidade de campos que antes

seriam considerados extintos, o que garante aumento de produtividade em locais onde se fez alto investimento. O setor de subsea, as atividades re-lacionadas à exploração das reservas marítimas, são um exemplo claro de setor em que o país deve investir suas forças para inovar cada vez mais. E estamos investindo e criando so-luções nessa direção.

A Siemens é uma das pioneiras na ques-tão da digitalização. Qual o impacto dessa tecnologia no mundo?

Uma nova indústria está nascendo, baseada cada vez mais na produção flexível e eficiente, com alto grau de qualidade, pronta a atender a demanda de um consumidor cada vez mais exigente e exclusivo. Customização em massa é uma das demandas dessa nova Indústria. E digitalização é o grande aliado do setor, promovendo redução de custos e níveis mais elevados de qualidade.

por Beatriz Cardoso

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TN Petróleo 109 19

O que vem a ser essa digitalização no âmbito da indústria?

Digitalizar o ambiente industrial significa integrar as informações da fabricação, do design e da engenharia de produção num único modelo vir-tual, alimentado em tempo real com dados da produção e da engenharia. Isso é capaz de levar a indústria a tal grau de flexibilidade e velocidade que vai mudar o mundo da ‘produção em massa’ para a ‘customização em massa’. Investimentos serão otimi-zados, desperdícios minimizados e a qualidade poderá atingir níveis até

então inusitados. Um estudo realiza-do pela consultoria Booz & Company para World Economic Forum's Global de 2013 mostra que um aumento de 10% nos investimentos dos países em novas tecnologias associadas à digitalização resulta em aumento de 0,75% de PIB e diminuição de 1% na taxa de desemprego. Acho que isso seria muito bem-vindo para o Brasil.

Qual a importância da digitalização para o Brasil?

Temos que aumentar de modo signi-ficativo nossa produtividade para sermos

mais competitivos e participarmos mais incisivamente das cadeias globais. Para o Brasil e seu setor industrial, essa pode ser a oportunidade de saltarmos etapas, partindo direto para este novo modelo, evitando os investimentos altíssimos e recursivos que os desbravadores tiveram que fazer ao longo destes anos da era da automação, e investindo numa automa-ção leve, flexível, eficiente e digital. Caso contrário, poderemos nos distanciar cada vez mais dos países desenvolvidos e retroagirmos economicamente, com altos custos sociais, desemprego e novas décadas perdidas.

Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasil

UMA NOVA INDúSTRIA ESTá

NASCENDO, BASEADA CADA VEZ

MAIS NA PRODUçãO FLEXÍVEL E

EFICIENTE, COM ALTO GRAU DE

qUALIDADE, PRONTA A ATENDER A

DEMANDA DE UM CONSUMIDOR CADA

VEZ MAIS EXIGENTE E EXCLUSIVO.

CUSTOMIZAçãO EM MASSA

É UMA DAS DEMANDAS

DESSA NOVA INDúSTRIA.

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20 TN Petróleo 109

entrevista exclusiva

Dados da publicação Eurostat de 2013 sobre o PIB gerado por hora tra-balhada mostram que na Alemanha esse índice é de 57 USD/hora. Nos Estados Unidos, 67 USD/hora, e no Brasil, é 10 USD/hora.

Temos muito a recuperar...Por isso é importante que iniciativa

privada e governo trabalhem juntos para criar uma agenda da Indústria 4.0 no Brasil. É fundamental fomentar essas iniciativas no sentido de aumentar a competitividade da indústria e integrar o país no círculo de nações que estão no caminho de uma manufatura integrada, com alta produtividade e valor agre-gado. A China está se modernizando, agregando valor à sua produção. Outros países como Itália, Reino Unido, Canadá e México seguem nessa direção. No Brasil vemos o interesse das indústrias em tornarem suas operações cada vez mais digitais, embora ainda falte uma compreensão maior sobre os benefícios que a adoção dessas tecnologias pos-sa gerar. Existem indústrias de ponta, como a aeroespacial, automotiva, de petróleo e gás, utilizando a digitali-zação para aumentar a produtividade no Brasil. Mas ainda temos um longo caminho para que esta realidade che-gue às médias e pequenas indústrias, podendo gerar impacto real não apenas na produtividade industrial, como em toda a economia do país.

A Siemens já tem uma planta pionei-ra de impressão 3D na Suécia, para atender ao mercado global. O Brasil terá demanda para essa planta? O país poderia abrigar uma planta com essa tecnologia?

Estamos no começo desse proces-so e ainda é cedo para prever todos os desdobramentos. Mas, logicamen-te, a demanda e a necessidade local têm influência nesse futuro e, claro, um dia deveremos contar com essa tecnologia aqui no Brasil. Nosso foco é na eletrificação, automação e digi-talização das economias. O mundo

está se tornando cada vez mais digi-talizado: nossa vida é permeada por produtos, serviços e processos que possuem forte dimensão digital, des-de o smart phone até turbinas a gás, passando por equipamentos médicos e sistemas complexos na indústria e, também, na infraestrutura do Brasil. Esta tendência veio para ficar e pro-mete trazer inúmeros benefícios para toda a sociedade.

A digitalização chega ao chão de fá-brica...

Um grande exemplo recente dis-so foi da utilização de impressoras 3D para produção e manutenção de turbinas a gás. Essa tecnologia faz parte do conceito de manufatura adi-tiva (Additive Manufacturing). Ou seja, um processo que constrói peças de ligas metálicas, camada a camada, a partir de modelos CAD fatiados para formar objetos sólidos. Esta tecnologia está mudando a maneira como agem

os fabricantes, reduzindo o tempo de execução para o desenvolvimento de protótipos em até 90%. A Siemens é pioneira em Additive Manufacturing. Podemos acelerar o desenvolvimento de novos designs de turbinas a gás com aumento de eficiência e disponi-bilidade, levando esses avanços com mais rapidez aos nossos clientes. Essa flexibilidade na fabricação também possibilita à Siemens inovar, ficando mais próxima das necessidades dos clientes e também mais apta a fornecer peças sobressalentes sob encomenda.

Qual a expectativa da Siemens em re-lação ao Brasil? O uso intensivo e a aplicação adequada de novas tecnolo-gias são importantes para a retomada de setores cruciais para a economia do país, como energia, óleo e gás, naval, entre outras?

Sim, sem sombra de dúvida. A integração entre sistemas digitais, mecânicos e de automação, preconi-zados pela chamada quarta revolução industrial, já está mudando a regra do jogo, criando novos modelos de negó-cio e estabelecendo novos paradigmas nos meios de produção. Junto com ela, novos termos se incorporam ao setor, como manufatura aditiva, big data e customização em massa, para ficar-mos em apenas alguns deles. Por trás desses conceitos está a sobrevivên-cia da indústria como fator relevante para as economias nacionais. Somente produção flexível e eficiente, de alto grau de qualidade, garante à indústria atender a demanda de um consumidor cada vez mais exigente e exclusivo. Esse impacto se estende aos setores de energia, à indústria, incluindo a de petróleo e gás – em todas as etapas, da exploração e produção ao refino. Esses setores já estão avançando bem na digitalização, vislumbrando as po-tenciais reduções de custo, aumento da confiabilidade e segurança para os trabalhadores e o meio ambiente. O poder disruptivo da quarta revolução industrial é evidente. Depende de nós

SOMENTE PRODUçãO

FLEXÍVEL E EFICIENTE,

DE ALTO GRAU DE

qUALIDADE, GARANTE

à INDúSTRIA ATENDER

A DEMANDA DE UM

CONSUMIDOR CADA

VEZ MAIS EXIGENTE

E EXCLUSIVO. ESSE

IMPACTO SE ESTENDE

AOS SETORES DE

ENERGIA, à INDúSTRIA,

INCLUINDO A DE

PETRóLEO E GáS.

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enxergarmos as oportunidades e assu-mirmos a iniciativa de moldar o futuro de acordo com as lições do presente e do passado, garantindo um ambien-te de desenvolvimento sustentável. A outra opção, de passividade, pode nos custar muito caro.

Temos uma matriz energética diversifi-cada, em relação a maioria dos países. De que forma a Siemens pode contribuir para que essa matriz seja ainda mais sustentável?

Um dos graves problemas que te-mos no Brasil é o desperdício. Nosso país perde 40% de alimentos in natura e 17% da energia gerada. Além disso, 400 milhões de toneladas de biomassa não são aproveitadas, assim como todo o metano gerado pela pecuária. Esse desperdício pode ser mensurado tam-bém no cotidiano da população: o pau-lista e o carioca, por exemplo, perdem

três horas diárias no transporte entre a casa e o trabalho, tempo que poderia ser aplicado em aumento de produtividade ou simplesmente no lazer ou repouso. Atacar o desperdício é uma prioridade e o Brasil pode ser protagonista de uma revolução energética.

Por quê?O Brasil tem fontes de energia abun-

dantes próximas e distantes dos maiores centros consumidores, o que reforça a necessidade de investimentos em siste-mas de transmissão, geração distribuída e smart-grids. Como país, temos de fazer muito para aumentar a eficiência ener-gética, diminuindo o uso de combustíveis fósseis e passando a fontes elétricas de energia, muito mais eficientes. Aumen-tar a eficiência nos locais de consumo, assim como nas redes de transmissão e distribuição, é primordial. Trata-se de outro campo no qual a Siemens oferece

soluções de alto padrão, inclusive para vencer grandes distâncias, com míni-mas perdas, contribuindo para atender à demanda, de forma responsável, com o recurso natural.

Vocês têm investido forte em energias renováveis no Brasil?

No segmento de geração, atuamos na implantação de 18 parques eólicos no país, totalizando mais de 470 MW: são 205 aerogeradores em operação em projetos localizados nos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Também apostamos numa diversida-de cada vez maior de fontes energéticas, como gás natural, biomassa, biogás e solar. Com a compra da área de turbinas a gás aeroderivadas e compressores da Rolls-Royce, tivemos uma grande amplia-ção, reforçando ainda mais nossa sólida posição na indústria energética.

É preciso antever os desafios

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entrevista exclusiva

É citando o fundador da multinacional, Werner von

Siemens que o diretor das divisões Process Industries

and Drives e Power and Gas da Siemens, Rainer Brehm,

reafirma a aposta da empresa no país.

Não devemos trocar o futuro pelo lucro a curto prazo

TN Petróleo – No ano passado, quan-do vocês completaram 110 anos, a mensagem da campanha da empresa foi: ‘O que é importante para o Brasil, é importante para a Siemens’. Essa mensagem continua válida para a Siemens, mesmo diante da crise econômica e do setor de óleo e gás, no qual a empresa vinha ampliando a participação?

Rainer Brehm – Sim, mais do que nunca. Participamos da implantação das primeiras linhas telefônicas, dos primeiros cabos de telégrafo que interligaram o país. Das primeiras usinas hidrelétricas, bondes elétricos, trens. De Itaipu, entre vários outros projetos de impacto. Em todos esses anos, o Brasil teve altos e baixos e

nem por isso nos afastamos daqui. Nossa visão é de médio e longo prazo e acreditamos que novamente o Brasil está num momento decisivo para o seu desenvolvimento e deve se preparar para dar um salto em seu desenvolvimento, de forma susten-tável. Temos desafios nas áreas de energia, indústria, infraestrutura, saúde. E todas elas fazem parte do nosso portfólio. Com o setor de petró-leo e gás não é diferente. Esse é um setor cíclico, mas os investimentos e projetos que irão ter impacto são de médio e longo prazo. Nosso país tem um enorme potencial e não podemos perder isso de vista.

Quais as perspectivas da Siemens em relação ao setor de óleo e gás no Brasil?

A questão energética deve assu-mir papel fundamental na retomada do crescimento do país nos próximos anos, e a Siemens está preparada para atender as diversas demandas do setor, seja na área das energias reno-váveis em suas diversas fontes, seja na otimização das tecnologias exis-tentes, com produtos e sistemas de alta eficiência para as usinas terme-létricas, como o gás natural. Também contemplamos a utilização de novas

tecnologias e conceitos de operação energética, como as turbinas a gás com partidas rápidas, o que pode au-xiliar a inserção de energia adicional no grid, complementando a produção das energias renováveis, que, como sabemos, são intermitentes. Com esse mix, inserimos confiabilidade e estabilidade no sistema.

As aquisições feitas na última década – da Dresser-Rand e do negócio de compressores e turbinas a gás da Rolls-Royce – eram parte de uma estratégia global de fortalecimento da Siemens no mercado de óleo e gás nos EUA. E no Brasil, como essas aquisições vêm contribuindo para ampliação dos negócios nesse mercado?

A Siemens reforçou seu portfó-lio para o setor de Oil&Gas porque acredita no seu potencial, indepen-dente das flutuações de mercado. Hoje o nosso portfólio incorpora produtos e sistemas da Rolls-Royce e da Dresser Rand e a tecnologia de processos da Chemtech. A deci-são de acrescentar tais variantes ao portfólio da Siemens mostrou--se acertada pelas perspectivas de mercado e pelo esperado desenvol-vimento do segmento O&G no Brasil

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nos próximos anos. A eventual redução do mercado é fato tempo-rário e de forma alguma vai afetar o planejamento da Siemens no médio e longo prazo. Ao contrário, esta-mos aproveitando o período para a preparação e estabelecimento de novas soluções que serão compro-vadamente adequadas quando da retomada do mercado.

A Siemens participa do desenvolvi-mento do projeto de uma megaplata-forma para o campo de Libra – uma unidade flutuante de multicolunas (MCF), com capacidade de produzir 300 mil barris de óleo e processar 24 milhões de m³ de gás por dia. Como a Siemens se integrou a esse projeto inovador?

Investimos continuamente em tecnologia no Brasil e nos bene-ficiamos da experiência global da Siemens em outros lugares, em es-

pecial no Atlântico Norte, nos quais consolidamos expertise na explora-ção e produção de petróleo em águas profundas. Conhecendo as tecnolo-gias envolvidas nesse projeto, nada mais natural do que aproveitar a linha de produtos e sistemas da Siemens para sua otimização. Embora ele esteja protegido por termos de con-fidencialidade, podemos assegurar que o desenvolvimento se destaca pela adequada aplicação das diversas tecnologias envolvidas num projeto de alta complexidade, resultando num projeto de alta performance e confiabilidade.

Como ficaria a questão conteúdo local nesse projeto? Vocês já concluí-ram estudo de viabilidade da técnica de fabricação em estaleiros brasilei-ros, com mão de obra nacional?

O conceito adotado contempla a maciça utilização de fornece-

dores nacionais, sendo que já foi identificado um parceiro potencial que possui todas as condições para a fabricação local do casco da estrutura flutuante, além de possuir tecnologia e experiência que nos deixam bastante tranquilos e otimis-tas em atingir um elevado conteúdo nacional nesse caso. É importante destacar que no desenvolvimento do projeto estamos privilegiando a otimização e redução dos custos de toda a plataforma, chegando aos níveis internacionais de custo; isso porque sempre consideramos a per-manência da exigência, por parte da Petrobras e ANP do chamado índice de nacionalização. Com o conceito da plataforma MCF, tal determinação pode ser mantida dando condições para que as tecnologias em questão permaneçam com empresas locais, assegurando a continuidade do know-how e mão de obra local.

Rainer Brehm, diretor das divisões Process Industries and Drives e Power and Gas da Siemens

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SEGURANçA REDOBRADAcom investimentos reduzidos

Plano de Negócios e Gestão 2017-2021

por Beatriz Cardoso

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O Plano de Negócios e Gestão

2017-2021 da Petrobras, com

previsão de investimentos de

US$ 74,1 bilhões – uma redução

de 25% em relação ao anterior

e o menor volume desde o

Plano de 2006, de US$ 52,4

bilhões – traz em seu bojo a

preocupação da direção com

os aspectos relacionados

à segurança, dentro de um

cenário de contenção de gastos,

cortes nos investimentos e

necessidade de reduzir seu

grau de endividamento.

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M étrica é a pala-vra de ordem em uma Petrobras com um nível de endividamento considerável e

que demandou redução nos in-vestimentos previstos nos Planos Estratégico (PE) e de Negócios e Gestão (PNG) para o período de 2017 a 2021.

O PNG aprovado dia 19 de se-tembro e divulgado à imprensa na manhã seguinte, soma US$ 74,1 bilhões em investimentos, o menor volume já apresentado desde 2006, depois de uma década de grandes descobertas, inúmeros projetos e muitas conquistas da estatal.

tempos de bonança que foram ‘varridos’ pelos ventos da crise financeira mundial deflagrada em 2008, os baixos preços do petróleo impostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a corrupção envolvendo empresários da cadeia produtiva de óleo e gás e executivos e ge-rentes da Petrobras – este último, fator decisivo na perda do grau de investimento da companhia (ago-ra, especulativo), tendo a mesma

seu endividamento agravado em função do custo de captação (ele saltou de 3,1% a.a., em 2013, para

8,6% a.a., em 2015, ano em que o pagamento de juros alcançou US$ 6,3 bilhões).

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Investimentos planejados em exploração e produção

Desenvolvimento da produção

76%Pré-sal

66%

Suporte operacional

13%Exploração

11%

Pós-sal

34%

Desenvolvimento deprodução + exploração

Total E&PUS$ 60,6 bilhões

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Para destacar essa preocupação com os juros crescentes, o PNG usou como referência os valores pa-gos em 2009, de US$ 1,7 bilhão – o que representaria uma alta de mais de 350% até 2015. Não utilizou o valor pago em 2010, de cerca de US$ 4 bilhões (mais que o dobro de 2009), quando a crise financeira no setor imobiliário norte-americano já havia contaminado a economia mundial. Levando em conta esse valor, a alta seria de pouco mais de 50%, sendo que, em 2016, o pagamento de juros alcança US$ 3,6 bilhões, de acordo com o PNG.

Além de uma redução de 25% no volume de recursos em relação ao plano anterior, que era de US$ 98,4 bilhões, o plano estabelece 21 estratégias – elencadas e distribuí-das entre as áreas de exploração e produção, refino e gás, desenvol-vimento da produção e tecnologia, financeiro, corporativo, governan-ça e conformidade – e 72 grandes iniciativas (não detalhadas em sua totalidade na apresentação).

Uma das duas métricas prio-ritárias destacada no novo plano estratégico foca justamente na questão da financeira – baixar a alavancagem da dívida líquida/Ebtida, de 5,3 para 2,5 até 2018. “Nos próximos dois anos esta-remos concen-trados na recupe-ração da solidez f inanceira da Petrobras, como uma empresa in-tegrada de energia com foco em óleo e gás”, afirmou o presidente da petroleira, Pedro Parente.

Segurança sempreA outra métrica definida tem

relação direta com um aspecto operacional – a segurança. Essa bandeira foi levantada para alertar a todos os gestores, principalmente

os das áreas operacionais, de que é preciso redobrar a atenção com os procedimentos de segurança em tempos de recursos escassos – o que pode impactar atividades de manutenção e até projetos de modernização. Uma preocupa-ção de caráter mais preventivo do que paliativo para um desempe-nho desfavorável nessa área. Os investimentos em segurança, meio ambiente e saúde (SMS) passaram de R$ 5,25 bilhões em 2011 para R$ 6,9 bilhões, em 2015, com re-sultados expressivos.

A taxa de Acidentados Re-gistráveis (tAR) por milhão de homens-hora da estatal caiu qua-se 50% em cinco anos: de 3,2, em 2011, para 1,8 em 2016, como des-tacado por Pedro Parente no dia 29 de setembro, em sua apresentação na Offshore Northern Seas (ONS), realizada na Noruega. Chegar a 1,4 em 2018 representaria uma queda

de pouco mais de 22%, e não de 36%, como indica o PNG 2017-2021, que optou por usar o tAR de 2015, de 2,2, que resultaria em um percentual mais impactante, de 36% de redução até 2018.

Duas semanas depois, no ani-versário de fundação (3 de outu-bro), a estatal lançaria o programa Compromisso pela vida, anuncia-do no plano. “Não vamos macu-lar as questões de segurança para

42%

Total de Taxa de Acidentes (%)

2011

3,2 2014

2,32015

2,22012

2,92013

2,62016 (primeiro semestre)

1,8Fonte: Apresentação Petrobras. 29 de agosto, 2016 – ONS.

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atingirmos as metas financei-ras. A vida vem em primeiro lu-gar”, afirmou o gerente execu-tivo de SMS da Petrobras, Luiz

Valente. “As melhores práticas em-presariais pressupõem tanto a boa

performance econômica, quanto a manutenção da integridade físi-ca de funcionários e instalações”, justificou ele.

Controle dos gastosAs métricas financeiras e de

segurança refletem uma realidade diferente daquela vivida pela em-presa em passado recente, quando

os gestores tinham a curva S como referência única de gerenciamento, planejamento e controle de ampla carteira de projetos. E já tinham a segurança como prioridade – usando as máximas já conhecidas há mais de uma década, de ‘Zero acidentes’ e ‘Segurança em primeiro lugar’.

Mas a curva S continua valen-do para os empreendimentos que terão continuidade e os que ainda serão implementados nos próxi-mos cinco anos. Os projetos são em menor número e o foco ago-ra é exploração e produção, área que receberá 82% dos US$ 74,1 bilhões em investimentos previs-tos até 2021. Para 2017, o Capex é de US$ 19,2 bilhões em 2017, o que representa um média de US$ 13,7 bilhões para os demais anos abrangidos pelo PNG.

“Uma das variáveis importantes desse plano não é só a escolha corre-

ta para cada real que vamos inves-tir, mas a certeza de que aquele real investido re-tornará como ren-tabilidade para os seus acionistas”,

afirmou o diretor Financeiro e de Relacionamento com os Investidores, Ivan Monteiro.

Essa ‘escolha’ se reflete na re-dução dos investimentos de um ano para outro: no primeiro semes-tre de 2016, eles somaram R$ 24,9 bilhões contra os R$ 35,8 bilhões aplicados em 2015. Mais uma vez, o menor valor desde 2006, quando foram investidos R$ 20,8 bilhões nos primeiros seis meses do ano. Dos R$ 76,3 bilhões autorizados para aplicações da companhia em 2016, apenas um terço foi efetiva-do até meados deste ano. Mais de R$ 50 bilhões autorizados estão sob análise.

Com uma gestão mais severa, a estatal pretende reduzir os gastos

Redução de custos

PNG 2015-2019

142

RGN

37%

PNG 2015-2019

142

PNG 2017-2021

126

E&P

53%

Estimativa 2017-2021

153

Demais áreas

10%

Gastos operacionais gerenciáveis (US$ bilhões)

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operacionais. O Plano Estratégi-co prevê uma redução de 18% em relação à primeira estimativa (in-terna) para o período 2017-2021, passando de US$ 153 bilhões para US$ 126 bilhões. Um corte de cerca de R$ 27 bilhões em relação a uma estimativa que somente agora se tornou pública. Se a comparação for feita com o plano 2015-2019, que estava em vigor, a redução dos gastos operacionais é de cerca de R$ 16 bilhões, ou 11%.

O conjunto de investimentos gerados a partir dos projetos da Petrobras, no entanto, é estimado em US$ 40 bilhões nos próximos dez anos, o que demonstra que, apesar do menor volume de inves-timentos, a companhia alavanca valores significativos por meio de sua atuação.

Acelerando a produçãoO segmento de Exploração e

Produção absorverá a maior par-te dos investimentos próprios da Petrobras, concentrando 82% dos

recursos – US$ 60,6 bilhões, dos quais 76% no desenvolvimento da produção, 13% em suporte ope-racional e 11% em exploração. Do volume de recursos que serão alocados no desenvolvimento da produção, US$ 46 bilhões, mais da metade (66%) será direcionada para o pré-sal (nas áreas sob con-cessão, cessão onerosa e partilha – campo de Libra) e os 34% restantes para ativos no pós-sal.

Grande parte dos recursos será alocada na implementação dos pro-

jetos de produção, que abrangem 19 plataformas, e que vão entrar em operação a partir de 2017 até o primeiro ano da próxima década. Desse total, pelo menos três unida-des serão instaladas no campo de Libra, único em regime de partilha: o teste de Longa Duração (tLD) em 2017, o piloto, em 2020, e, no ano seguinte, a plataforma de Libra NW (Libra 2).

A carteira de projetos da Petro-bras prevê para 2017 o primeiro óleo dos projetos de tartaruga Ver-

2017 2018 2019 2020 2021

Entrada das unidades de produção

TARTARUGAVERDE E MESTIçA

REVITALIZAçãO DE MARLIM MÓD. 1

REVITALIZAçãO DE MARLIM MÓD. 2

BERBIGãO

LULA NORTELULA EXT. SUL

LULA SUL BÚZIOS 1

BÚZIOS 2 BÚZIOS 4 BÚZIOS 5 ITAPU

BÚZIOS 3 ATAPU 1 PILOTO LIBRA LIBRA 2 NW

SÉPIA

INTEGRADO PARQUE DAS BALEIAS

TLD DE LIBRA

Concessão Partilha Cessão Onerosa

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de e Mestiça, no pós-sal da Bacia de Campos, além de Lula Norte e Lula Sul, no pré-sal da Bacia de Santos. No ano seguinte, entrarão em operação Berbigão, Lula Ex-tremo Sul, todos no pré-sal. Nas áreas sob cessão onerosa, cinco plataformas do gigantesco campo de Búzios vão entrar em opera-ção entre 2018 a 2020 – sendo que neste último ano começa também a produção de Sépia e, em 2021, a de Atapu.

Os dois módulos do projeto de revitalização do campo de Marlim – por mais de duas décadas um dos maiores produtores da Petrobras – começam a operar em 2020 e 2021, na Bacia de Campos, onde o pro-jeto integrado Parque das Baleias vai extrair o primeiro óleo no início da próxima década.

A meta de produção no Brasil de óleo e líquido de gás natural foi fixada em 2,8 milhões de barris por dia (bpd) para 2021, considerando a entrada em operação de 19 sis-

temas de produção no período de 2010 a 2021. A sustentabilidade da curva de produção da estatal vem sendo garantida pela combinação de melhoras crescentes no desem-penho operacional e a aplicação de novas tecnologias.

Entre os avanços consolidados, está a redução do tempo médio de construção de um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos, que em 2010 era de quase 152 dias e hoje leva 54 dias – uma velocida-de três vezes maior em relação a 2010. tanto que nos últimos seis anos foram perfurados 201 poços, uma média de 33,5 poços por ano, enquanto que em 2010 foram per-furados apenas três poços.

A economia de recursos obtida com avanços desse tipo fez o custo médio de extração ficar abaixo de US$ 8 por barril de óleo equiva-lente (boe), muito inferior à média da indústria, que oscila em torno de US$ 15/boe. Sem falar na já conhecida alta produtividade dos

poços interligados aos sistemas de produção instalados no pré-sal: a média dos poços no pré-sal é de 26 mil barris por dia (bpd) – 30% a mais do que em 2010.

De acordo com os dados de agosto, divulgados recentemente pela Agência Nacional de Petró-leo, Gás Natural e Biocombustí-veis (ANP), há quatro poços com produção superior a 40 mil boe/dia (boed, petróleo e gás natural), que somam um total de 15 poços acima de 30 mil boed. No cômputo geral, 25 poços – mais de 10% do total em operação no pré-sal – produziram mais de 26 mil boed. Graças a essa produtividade, atualmente seis po-ços são suficientes para atingir a capacidade máxima da média de plataformas operando no pré-sal (de 150 mil barris).

Buscando garantir a geração de valor estabelecida como um dos princípios de sua atuação, a Petro-bras seguirá a estratégia de garan-tir a disciplina do uso de capital e

Investimentos planejados em Refino e Gás Natural (RGN)

Total RGN U$S 12,4 bilhões

7% Outros (Petrobras Distribuidora, PBIO e P&D)

RTC - Continuidade operacional

33%RTC - Investimento

de capital

25%

G&E - Continuidade operacional

11%

G&E - Investimento

de capital

24%

RTC: Refino, Transporte e Comercialização; G&E: Gás & Energia; PBIO: Petrobras Biocombustível; P&D: Pesquisa & Desenvolvimento.Fo

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retorno aos acionistas em todos os projetos, com alta confiabilidade e previsibilidade. também busca-rá garantir a sustentabilidade da produção de petróleo e gás pela incorporação de volumes já des-cobertos, mantendo a disciplina no uso de capital.

Refino e gásDos US$ 12,4 bilhões que serão

alocados na área de Refino e Gás Natural (17% do total), quase US$ 3 bilhões (24%) são investimento de capital em gás e energia, área que consumirá ainda US$ 1,36 bilhão (11%) na sua continuida-de operacional. Já a área de Refi-no, transporte e Comercialização (RtC) demandará US$ 4 bilhões (33%) para garantir sua continui-dade operacional, enquanto que vai receber US$ 3,1 bilhões (25%) em investimento de capital para alguns projetos em andamento. Um deles é a unidade de Abati-mento de Emissões (SNOX), em contratação pela estatal e que vai aumentar em 30% a capacidade do primeiro trem da Refinaria Abreu e Lima (RNESt), em Pernambuco. Parte dos recursos serão alocados na unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Complexo

Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), para o qual a Petrobras está buscando parceiros para con-cluir a refinaria, assim como para o segundo trem (planta completa de refino) da RNESt.

também está em estudo o pro-jeto de ampliação da capacidade de processo da Unidade de tra-tamento de Gás Monteiro Loba-to (UtGCA), em Caraguatatuba (SP), que recebe o gás natural do pré-sal de Lula, e outros, assim como a implantação de gasoduto e UPGN da rota 3 do sistema de escoamento do pré-sal da Bacia

de Santos. Petrobras Distribuidora e Petrobras Biocombustíveis vão receber, em conjunto, pouco mais de US$ 860 milhões.

Em busca de parceirosNo dia seguinte à apresentação

do plano à imprensa na sede da Petrobras, a diretoria da estatal foi até a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para deta-lhar o plano e reafirmar que está em busca de parceiros para seus negócios.

Um auditório lotado ouviu aten-tamente as explanações feitas por Pedro Parente e os diretores exe-cutivos Nelson Silva (Estratégia, Organização e Sistema de Gestão), Solange Guedes (Exploração e Pro-dução), Hugo Repsold (Recursos Humanos, SMS e Serviços), Jorge Celestino (Refino e Gás Natural), Roberto Moro (Desenvolvimento da Produção & tecnologia) e Ivan Monteiro (Financeira e Relaciona-mento com Investidores).

Primeiro a falar depois do pre-sidente da estatal, Nelson Silva frisou as vantagens de se fazer par-cerias: através delas, são esperados investimentos adicionais de US$ 40 bilhões nos próximos dez anos. “São investimentos que deixam de

Valor em US$ bilhões Benefícios das parcerias• Compartilhamento de riscos• Desoneração de investimentos• Aumento da capacidade de investimento na cadeia• Intercâmbio tecnológico• Fortalecimento da governança corporativa

O programa de parcerias e desinvestimentos da Petrobras alavanca investimentos adicionais que podem superar US$ 40 bilhões* nos próximos dez anos.

2015-2016 2017-2018

Parcerias e desinvestimentos

19,515,1

*Não considera investimentos de fornecedores no aumento da capacidade produtiva.

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ser feitos pela Petrobras e passam a ser feitos por parceiros”, disse. Segundo ele, há outros aspectos altamente positivos como o com-partilhamento de riscos, o aumento da capacidade de investimento na cadeia produtiva, o intercâmbio tecnológico e o fortalecimento da governança corporativa.

Ficou clara a posição de desta-que de Nelson Silva na área de Es-tratégia e Gestão da reestruturação da companhia. Natália Azeredo, sócia-executiva da Dinamus Inte-ligência em Negócios, observou que ele foi o segundo a falar após o presidente e todos os diretores se referiram a ele ao falar de con-

versas e compromisso assumidos por cada área.

Nelson Silva foi complemen-tado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro, que elogiou as atuais parcerias na área de Exploração e Produção e afirmou que a busca por parceiros passará a ser uma política nossa, estendida a todas as áreas. “É uma declaração de humildade por parte da compa-nhia reconhecer que não sabemos tudo, que preci-samos de cola-

boração. Esse é o espírito desta diretoria. Vamos fazer e executar os projetos juntos e obter os melho-res resultados possíveis para toda a sociedade.” Monteiro salientou que o objetivo é trazer parceiros que contribuam com a melhoria de governança, tecnologia, redução de riscos e aceleração na execução de projetos. “Não adianta nada ter petróleo no fundo do mar. Produzir, refinar, gerar empregos e impostos é o objetivo da empresa.”

Já a diretora de E&P, Solange Guedes, que destacou três pontos importantes para a companhia –

acordo firmado com Statoil, a recomposição de valores de explo-ração e ganhos de eficiência na produção do pré--sal –, sinalizou

que a estatal está aberta a negocia-ções na Bacia de Campos, Esse é o entendimento de Natália Azeredo, da Dinamus. “A diretora observou que há mais de 300 contratos de exploração e produção no Brasil e no exterior e que a intenção da companhia é ter uma carteira mais enxuta e de mais valor (ver gráfico na página 39), com foco nas ope-rações offshore, que são o core da companhia. Interpretamos como tentativa de venda de parte dos ativos na Bacia de Campos e, con-sequentemente, risco de perda de relevância da região de Macaé”, assinala a executiva da Dinamus.

Solange Guedes falou da ques-tão do atraso na entrega das plata-formas pelos estaleiros, como forte impacto na antecipação de Capex pela empresa, devido à falta de retorno no tempo previsto, já que as operações ainda não começaram.

O diretor de Refino e Gás Natu-ral, Jorge Celestino, deixou claro por que razão não foram incluídos novos projetos de sua área no PN:

Campo de Lula: construção e interligação de poços mais rápida

FPSO Cidade de Angra dos Reis

FPSO Cidade de Itaguaí

FPSO Cidade de Mangaratiba

FPSO Cidade de Maricá

FPSO Cidade de Paraty

FPSO Cidade de Saquarema

2010

1 unidade

2016

6 unidades

FPSO Cidade de Angra dos Reis

60%Redução no tempo de construção e interligação de poços

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“Estamos focados na manutenção da capacidade do parque de refino no Brasil”, disse, ressaltando que a busca por parcerias em refino e lo-gística também será prioridade. Ele reiterou, ainda, que a companhia pretende encerrar as atividades de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de cozi-nha), fertilizantes e petroquímica.

A segurança foi o mote da apre-sentação de Hugo Repsold, que di-vulgou o programa Compromisso com a vida, destacando que ele vai atuar, também, na “dimensão comportamental”, a fim de reduzir acidentes. “A métrica (de redução)

está apoiada em um programa que tem como objetivo apontar novos métodos, novas técnicas, mas, prin-cipalmente, dar uma abrangência muito maior aos conceitos e às nos-sas ações em relação à segurança”, declarou. E abordou, ainda, a redu-ção de custos com pessoal: 9.270

empregados já aderiram ao Planos de Incentivo ao Desligamento Vo-luntário 2014-2016. Há mais 9.670 desligamentos previstos até meados de 2017. Desde dezembro de 2014, a empresa já reduziu em cerca de 114 mil o número de prestadores de serviços de obras e montagens, administrativos, de operação, de paradas programadas e funcioná-rios contratados no exterior.

Pedro Parente, falando em nome de João Elek (diretor de Go-vernança, Risco e Conformidade), ressaltou a importância de resta-belecer a credibilidade da empre-sa perante todos os stakeholders, não permitindo que outro episódio como a Operação Lava-Jato vol-te a ocorrer, porém sem perder a agilidade no processo decisório, lembrando as várias medidas que vêm sendo implementadas pela companhia, depois de aprovadas pelo Conselho de Administração.

Parente repetiu, em outras pa-lavras, o que está no informe di-vulgado no dia da apresentação do PNG: no horizonte do plano estratégico 2017/2021, a Petrobras terá consolidado sua recuperação financeira, com garantia de produ-ção crescente e capacidade para elevar investimentos.

No documento apresentado no dia 29 se lê: “O futuro de mais longo prazo desenha uma compa-nhia com uma trajetória prudente e sustentável, guiada por lógica empresarial e ética, com visão de longo prazo nas áreas financeira, ambiental e social. Será uma das melhores empresas para se traba-lhar e onde o mérito é a base de reconhecimento e desenvolvimen-to. A Petrobras continuará a ser a maior companhia integrada de energia, de petróleo e gás do Brasil e com crescente participação de energias alternativas.”

É mesmo o que se espera de uma gigante do porte da Petrobras .

Elevação do endividamento x geração operacional (US$ bilhões)

Dívida líquida/Ebitda

21

Geração operacional Dívida bruta

11

2006 2016

(1º semestre)

2016

(2º trimestre)

2015

132

124

2006 2015

0,4

5,3

4,5

Situação financeira da Petrobras

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42 TN Petróleo 10942 TN Petróleo 109

indústria de petróleo no Brasil

Com os olhos voltados para um novo cenário, que co-meça a se delinear a partir do próximo ano, a cadeia

produtiva do petróleo e gás natural se reunirá na Rio Oil & Gas 2016 , de 24 a 27 de outubro, com expectativa de reaquecimento dessa indústria.

“Estou otimista em relação ao sucesso do evento e o desenvolvi-mento do setor nos próximos anos. A ROG 2016 representa a retomada da indústria de óleo e gás no Brasil. te-mos sinalizações claras de que me-didas urgentes que podem destravar os investimentos nesta área, como a extensão do Repetro e a flexibiliza-

ção das regras de conteúdo local, serão anuncia-das nos próximos meses”, afirma Jorge Camargo, pres idente do Instituto Brasilei-

ro de Petróleo, Gás e Biocombustí-veis (IBP), que realiza o evento há mais de três décadas.

Ele frisa que a conferência vai proporcionar aos participantes um intenso debate sobre os principais as-pectos para a restauração da compe-titividade da indústria, apresentando caminhos para alavancar investimen-tos e produção. “Um novo ciclo se desenha. Um período de transição, reinvenção. É o momento de discutir o futuro. E todas essas discussões vão emergir na Rio Oil&Gas”, reitera o dirigente, para complementar de forma otimista: “Estamos vivendo o

início de tempos ainda mais interes-santes do que aqueles que vivencia-mos no passado.”

Competitividade A expectativa positiva está re-

fletida no tema da ROG deste ano: ‘Caminhos para uma indústria de petróleo competitiva’. A conferência centrará seus debates no atual cenário econômico, nos desafios e soluções para a retomada do setor, incluindo questões como os atuais patamares de

Prévia Rio Oil & Gas 2016

negócios

Um novo ciclo para a

por Cassiano Viana

Maior evento do setor de óleo e gás na América Latina, a 18ª edição da Rio Oil & Gas acontece em um momento de transição e reinvenção. A boa notícia é que as perspectivas são positivas.

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preços, a nova configuração geopolí-tica global e formas de financiamento de projetos de óleo e gás.

“A Rio Oil&Gas acontece quando várias medidas estão sendo tomadas para tornar o Brasil competitivo não apenas em sua geologia, mas espe-cialmente quanto ao conteúdo local, às regras estáveis e maior diversida-de de atores nos diversos segmentos da indústria do petróleo”, afirma o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Mi-nistério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix.

Mais de cem palestrantes já estão confirmados, entre eles o ex-presi-dente do Banco Central Armínio Fraga, o consultor da Casa Branca, Alec Ross, além de executivos das principais empresas do setor, como o presidente da Petrobras, Pedro Pa-rente, o presidente da Shell Brasil, André Araújo, o vice-presidente de tecnologia da FMC, Bradley Beiter, o diretor-geral da total E&P Brasil, Maxime Rabilloud, e o presidente da Statoil, Pål Eitrheim.

Estão previstas, além dos já ci-tados, a presença do presidente da República, Michel temer, do minis-tro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e da diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, entre outros executivos, autoridades e es-pecialistas do setor.

A edição deste ano teve seu tama-nho reduzido, contando com apenas dois pavilhões, seguindo uma tendên-cia global do setor – a própria Offsho-re technology Conference, maior feira de tecnologia e negócios do mundo,

realizada em Houston (EUA), em maio passado, não teve o mesmo ta-manho dos eventos anteriores.

Eventos paralelos reforçam integração da cadeia produtiva

A Rio Oil&Gas 2016 evoluiu para um formato multiplataforma, com vá-rios eventos paralelos para aprofun-dar os debates de segmentos especí-ficos. Assim, além da exposição e da

conferência, nove eventos paralelos acontecem no Riocentro: WPC Future Leaders Forum, Encontro do Asfalto, Arena de tecnologia,

Arena de Sustentabilidade, Arena Financeira, Arena de Engenharia, Arena do Conhecimento, Arena de Compliance e Fórum Onshore.

Dentre os paralelos, um dos destaques é o Future Leaders Fo-rum (FLF), promovido pelo World Petroleum Council (WPC), e que acontece pela primeira vez no Bra-sil. Principal encontro global para jovens líderes da indústria de pe-tróleo, o Fórum tem o objetivo de formar novas lideranças e fomentar o interesse de profissionais pelo se-tor de petróleo. O FLF já passou por países como China, Índia, França e Canadá, local da última edição – realizado em 2013, em Calgary, reuniu 1,5 mil congressistas de mais de 60 países e 130 palestrantes.

Com o tema ‘Game changers: new leaders for a new competiti-ve energy industry ’ (Agentes da

mudança: novos líderes para uma indústria de energia mais compe-titiva), a quinta edição do Fórum, no Brasil, reunirá mais de 70 pales-trantes, entre presidentes, CEOs, CFOs e especialistas, para debater sobre liderança, tecnologia, inovação e sustentabilidade no setor.

Já confirmaram presença nomes como Leonardo Junqueira, CEO da Repsol Sinopec; Eduardo Costa, CEO da Ouro Negro; Luiz Eduardo Rubião, CEO da Radix; Maryann t. Mannen, vice-presidente executiva e CFO da FMC technologies; Liat Berger, vice-presidente de Recursos Humanos da Aker Solutions; Anelise Lara, gerente executiva de Aquisi-ções e Desinvestimentos da Petro-bras; e Mauro Andrade, vice-presi-dente de Supply Chain da Statoil.

Arena de Tecnologia: Para além do óleo e gás, uma provocação ao setor

Outra grande atração da Rio Oil&Gas 2016 é a Arena de tecno-logia. Localizada no Pavilhão 3, ocu-pando 400 m2 e 26 expositores, o es-paço acolherá iniciativas premiadas, sistemas disruptivos e tendências para o setor de energia, abordando temas que vão da robótica ao big data, passando pela cyber security, pelo futurismo, pela inovação e pelo empreendedorismo, entre outros. Seu público-alvo são startups, fundos de venture capital, investidores, acele-radoras, empresas de base tecnoló-gica, universidades, instituições de fomento, dentre outras.

Entre os destaques da Arena es-tão: os Startup Pitch, cada um com dez minutos para apresentar suas soluções inovadoras para potenciais investidores; a Expotech, uma vitrine tecnológica; área de exposição para a apresentação de produtos e serviços inovadores de empresas; e os trend talks, com exposição e debates sobre assuntos chaves para a inovação na indústria de óleo e gás.

CONGRESSO – A edição deste

ano bateu recorde no número

de trabalhos técnicos inscritos

e aprovados para apresentação.

Ao todo, serão cerca de 700 tra-

balhos, comentados durante os

quatro dias de evento. Na última

edição, foram 652.

negócios

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Indústria naval quer ‘levantar ferros’

Navegar em águas menos turbulentas sem adernar em novas crises

e com um horizonte mais límpido – não precisa nem ser mar de

almirante – é o desejo da maioria absoluta dos representantes da

cadeia produtiva naval e offshore, que se reuniram na 13ª edição

da Marintec South America, realizada entre os dias 19 e 21 de se-

tembro, no Rio de Janeiro. A expectativa é de bons ventos em 2017,

quando se acredita que irá começar a retomada do setor a partir das

novas licitações de plataformas, embarcações e blocos exploratórios

(principalmente no pré-sal), além da flexibilização e alterações nas

regras da política de conteúdo nacional e diversificação do mercado,

com atuação mais forte de outras operadoras.

Cobertura Marintec 2016

por Beatriz Cardoso

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Maior evento do setor naval e offshore da América La-tina, a 13ª Marintec South America/Navalshore abriu

as portas no mesmo dia em que a Petrobras aprovava seu novo Pla-no de Negócios, reduzindo em 25% os investimentos. A expectativa em torno do plano, que seria divulgado apenas no segundo dia, deu o tom da Marintec, que reuniu 380 marcas expositoras e recebeu 16 mil visi-tantes, entre empresários, gestores, especialistas e profissionais qualifi-cados do setor naval.

Mesmo com o corte nos investi-mentos, a manutenção de projetos estratégicos da Petrobras, que vai co-locar 19 plataformas offshore em ope-ração até o final e 2021, deixou mais otimistas os dirigentes de empresas e lideranças participantes do evento. A previsão é de que haverá uma re-tomada significativa do setor a partir do próximo ano, em função de novas rodadas de concessão de exploração do pré-sal para a iniciativa privada, mudanças previstas nas normas de Conteúdo Local (CL) e diversificação do mercado para além das demandas da Petrobras, como foco especial na competitividade internacional.

Perspectiva que se refletiu na própria organização da Navalshore para o próximo ano. “Ultrapassamos o índice de renovação proposto para 2017 com mais de 50% das empre-sas expositoras confirmadas”, reve-lou o gerente do encontro, Renan Joel. “Este evento exerce um papel central para consolidar a indústria naval como vetor de desenvolvi-mento econômico do país”, ressaltou Jean-François Quentin, presidente da UBM Brazil, responsável pela organização da feira.

Armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores nacionais e interna-cionais expuseram suas soluções para o mercado, ao mesmo tempo em que especialistas e os principais pla-yers do mercado discutiram o futuro

do segmento em seminários. Com cerca de 70 apresentações, entre pai-néis, debates, seminários, workshops e cursos, a Marintec possibilitou aos visitantes aferir as últimas tendências em pesquisa e desenvolvimento.

Evento múltiploA programação deste ano se des-

tacou pela multiplicidade de ativida-des. Foram realizadas as segundas edições do Fórum de Líderes da Construção Naval e do Seminário de Renovação da Frota Pesqueira, além dos tradicionais Seminário de Recrutamento e Seleção e os trei-namentos técnicos Gratuitos para os profissionais do setor.

A política de CL, atualmente exigindo que a produção de equi-pamentos nacionais atinja níveis entre 60% e 75%, foi um dos pontos tratados no Fórum de Líderes. Para

os especialistas, as regras tendem a trazer ganhos ao mercado, mas são necessárias algumas mudanças. “Não há como exigir que um cons-trutor, por exemplo, construa navios nacionais se não há fabricantes de peças de qualidade no país”, apon-ta o superintendente do Estaleiro Renave, Luiz Eduardo de Almeida. Esta também é a posição do gerente administrativo do Estaleiro Marciate, Alberto taborga: “Os estaleiros en-frentam dificuldades para encontrar peças no país e, quando conseguem, os preços são muito elevados ou os produtos demoram muito para serem entregues, o que acaba atrasando os trabalhos.”

Já no seminário de recrutamento, Vanessa Zehetmeyer, head of busi-ness da Hays Brasil/Recrutamento e Seleção, fez um alerta: “Houve uma acomodação entre os profissionais

Números da 13ª Marintec South America

• 380marcasentrearmadores,estaleiros,fabricantesefornecedoresnacionaiseinternacionais

• Maisde16milvisitantes–profissionaiseespecialistasdosetornavaleoffshore

• Cercade70apresentações,entrepainéis,palestras,debates,treinamentos

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48 TN Petróleo 109

eventos

do setor, que focaram na formação técnica e negligenciaram aspectos como competências em comunica-ção e negociação, os soft-skills. Em um mercado disputado, o recrutador exige mais do que os atributos técni-cos, pois vislumbra um profissional que possa, também, assumir funções gerenciais”, disse ela, lembrando que, com os leilões previstos para 2017 na área do pré-sal, o mercado vai reaquecer e exigirá profissionais qualificados.

As novidades ficaram por conta de eventos reunindo fornecedores de bens e serviços do setor. Na ‘Sessão de inovação do Reino Unido no setor marítimo’, realizada no primeiro dia de feira pela Foreing & Common-wealth Office UK, representantes da ASV Global, Chemco International,

Dasic Marine, Griffon e Rolls-Royce discorreram sobre o panorama atual do setor naval britânico e as oportu-nidades de negócios que ele propor-ciona para as empresas brasileiras.

Já o seminário ‘Considerações sobre a entrada no mercado brasileiro e suas oportunidades’, que ocorreu no segundo dia, teve o intuito de prestar assistência às companhias para aprofundarem o entendimento do ambiente de negócios brasileiro, as oportunidades e desafios existen-tes. Organizado pela M&O Partners, contou com as apresentações de re-presentantes da Gerflor, da Rystad Energy e da própria M&O Partners.

A ABB, uma das principais empre-sas dessa cadeia produtiva, promoveu o seminário ‘turboalimentadores: se-gurança e alta performance’, no qual

foram detalhados os sistemas de pro-teção de arco-voltaico e os de retro-fits avançados de turboalimentadores fornecidos ao mercado pela empresa.

Retomada do otimismo“As palestras em geral foram mui-

to interessantes e concorridas, com destaque para a ‘Sessão de inovação do Reino Unido no setor marítimo’, simultânea ao Fórum, com lotação de público e muitas pessoas sem conse-guirem participar”, destacou Andrea Cereijo, diretora executiva da Dinamus Consultoria, em visita à Marintec com o objetivo de reforçar seu networking e os projetos de estratégia e apoio comercial que oferece ao mercado. “Como percepção geral, apesar da redução do tamanho, o ambiente da feira estava aconchegante e a audiên-cia acima do esperado para o atual momento do setor naval”, concluiu.

Entre as empresas expositoras, a avaliação é positiva, como atesta o diretor da Wärtsilä, Luiz Barcellos. “A Marintec South America sempre nos dá um ânimo maior, pois, além de ser um evento tradicional, mostra o po-tencial do mercado naval, marítimo e offshore. A audiência é qualificada e a localização estratégica”, afirmou.

O diretor de Vendas da SAAB do Brasil, Jen Möldrup, foi mais incisi-vo: “Saio desta edição da Marintec com boas perspectivas de formalizar novos negócios. Os encontros foram produtivos e o público que visita a feira é muito qualificado.”

Além das empresas, as institui-ções reforçam o papel estratégico da feira. “A Marintec South Ameri-ca é um ótimo fórum para discutir e reavaliar nossos modelos de ges-

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tão, levando em consideração novas formas de negociação comercial e compliance”, observou o superinten-dente executivo da CAIXA, Rossano Macedo e Silva.

Ainda que defendendo novos in-vestimentos, Erik Hannisdal, mana-ging partner da M&O Partners, alertou para o chamado ‘custo Brasil’. “Isto é um obstáculo, mas há diversas formas de uma empresa internacional ter su-cesso aqui. Um exemplo é iniciar a atuação por meio de uma subsidiária, para ter a facilidade de encontrar par-ceiros que conheçam a complexidade das leis e os desafios específicos que o país apresenta”, frisou.

NovidadesO evento concentrou, também,

lançamentos da indústria. A Brastech apresentou a balsa

salva-vidas para seis pessoas, equi-pamento destinado a navios, barcos

de apoio e plataformas offshore. “In-flado com cilindros de alta pressão, em 15 segundos está pronto para atender situações de emergência. Possui, ainda, sinalizadores para o dia e noite e funciona como cabana inflável”, explicou o gerente comer-cial da empresa, Eduardo Inácio, destacando: “A Marintec é uma opor-tunidade única de mostrar como a Brastech pode atender variadas de-mandas dos setores marítimo, naval e offshore”, completou.

As empresas que apostaram no lançamento de produtos também saíram com boas perspectivas de negócios. O Aveva Engage, softwa-re que auxilia na gestão e tomadas de decisão, foi um dos motivos do sucesso da participação da empresa na feira, na visão de André Oberzi-ner, gerente de Vendas da Aveva. “Fizemos bons contatos com CEOs de estaleiros, empresas de navega-

ção e estamos aprofundando algu-mas iniciativas com a Marinha. A Marintec é uma excelente vitrine, pois conseguimos apresentar nos-sas soluções em um mesmo lugar para todo o mercado, o que exigiria, no dia a dia, 30 reuniões com cada cliente”, explicou.

A norueguesa Vard Promar, que tem no Brasil um dos nove estaleiros em atividades no mundo, aproveitou o evento para anunciar uma novi-dade do complexo em operação em Suape (PE), desde 2013. “Mostramos para o mercado, principalmente do Sudeste, que estamos investindo no reparo de embarcações, pois identi-ficamos grande potencial para isso no país”, explicou o chefe do Depar-tamento Financeiro, Daniel Cunha. “Fizemos ótimos contatos e saímos com a sensação que dias melhores virão para o segmento naval, marí-timo e offshore”, concluiu.

Indústria naval quer ‘levantar ferros’

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O‘Encontro gestão no merca-do de motores: navegação fluvial e apoio portuário’, promovido pela Ivens Con-

sult Informação Estratégica e reali-zado pela primeira vez na Marintec, atraiu a atenção de dirigentes do setor no último dia do evento.

“O mapa da geografia do traba-lho no Brasil, produzido pelo Pro-grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra o avanço da urbanização promovida pela expansão de agronegócio em direção ao Norte, criando um cor-redor contínuo desde o Sudeste, e impulsionando a expansão dos portos do Nordeste”, disse Ivan Leão, dire-

tor da consultoria. “Investimentos da iniciativa privada na exportação de grãos pelo siste-ma fluvial Ma-deira-Amazonas e tapajós-Ama-

zonas e a construção de frotas e de terminais portuários fluviais e marí-timos são os indicadores desta mu-dança do eixo logístico em direção ao Norte e Nordeste”, complementou.

A demanda por motores para os segmentos de transporte fluvial e de apoio portuário e o desenvolvimento desses setores nas regiões Norte e Nordeste, principalmente, foram os principais tópicos das palestras feitas por representantes de players dessa indústria. “O PIB mundial estimado em cerca de US$ 78 trilhões tem nos motores a base do transporte e a ge-

ração de força de tração de processos industriais. Caminhões e geração de energia são as principais aplicações dos motores. No Brasil, hoje, dois no-vos segmentos apresentam aumento de demanda: a navegação fluvial e o apoio portuário representado por rebocadores que realizam as mano-bras dos grandes navios nos portos. São segmentos pequenos no total do faturamento da indústria, mas, representam indicação da transfor-mação em andamento”, ressaltou o diretor da Ivens.

O consultor de vendas da Sotreq, representante da fabricante norte-americana de motores Caterpillar, Daniel Andrade, falou sobre os de-safios aos fornecedores de motores. Segundo ele, o aumento da atividade no novo eixo logístico impõe desafios críticos à necessidade de presença local para oferecer cobertura à de-manda da frota, estoque de peças no Brasil e expansão da rede de serviços técnicos especializados. “O atendi-mento será realizado com a utilização de novas tecnologias, como o moni-

toramento remoto com sistemas de telecomunicações do desempenho do motor, gestão da frota e manutenção por sistemas preditivos”, afirmou.

O diretor de transporte da Car-gill, Rodrigo Koelle, apresentou as estatísticas do aumento da deman-da por grãos – mais 155 milhões de toneladas de milho e mais 96 mi-lhões de toneladas de soja, até 2028. O Brasil, principal exportador de soja e segundo maior exportador de milho, é o que apresenta maiores condições de expansão da área plan-tada, em comparação com os EUA e Argentina, que também estão entre os maiores produtores de grãos. “As previsões são de aumento de 24 mi-lhões de toneladas nas exportações de grãos do Brasil”, disse Rodrigo Koelle, destacando que é essencial que autoridades e empresários es-tejam atentos a essa nova demanda, para atuar de forma competitiva. “O novo eixo logístico pede soluções em três áreas principais: novas licitações de terminais portuários; conclusão da BR 163; Inclusão da Ferrogrão

Eixo logístico Norte-Nordeste cria nova demanda

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no PPI/ Programa de Parceria de In-vestimentos”, informou o executivo.

Oportunidades crescentes O presidente executivo da Com-

panhia de Navegação da Amazô-nia (CNA), Rildo Oliveira, fez uma apresentação sobre a empresa que está em operação há 73 anos e é líder no transporte de combustíveis no rio Amazonas, com uma frota de 17 empurradores; 31 balsas-tanque de casco duplo e cinco bal-sas de carga geral. “A CNA utiliza recursos de última geração, como sistema de monitoramento da frota via rádio e satélite; mantém a frota conectada via internet; e promove contínuo treinamento de pessoal, implantando o conceito de gestão integrada com foco em segurança e respeito ao meio ambiente”, des-taca, observando que o aumento da frota de transporte fluvial cria demanda para estaleiros, fornece-

dores de motores e pessoal técnico qualificado.

O gerente de Manutenção da Wilson, Sons Rebocadores, Leandro Aversa, destacou as atividades da empresa, que tem uma frota de 75 rebocadores, com projetos da Damen Shipyard, construídos no Estaleiro do Grupo Wilson, Sons, em Guarujá (SP). “Nossos rebocadores realizaram 58.620 manobras, em 2015. Opera-mos em toda a costa brasileira e no rio Amazonas. Estamos investindo na construção de nove novos rebo-cadores, três para entrega no final de 2016 e seis para entrega até o final de 2017”, explicou Aversa. “Cerca de 75% da frota são dotados de mo-tores MCP Caterpillar série 3500, com propulsores Schottel ou Rolls Royce”, destacou o executivo.

Para ele, os maiores desafios do setor, hoje, são a capacitação tripulação, incluindo o conheci-mento da gestão; conhecimento da

tecnologia aplicada; qualificação dos prestadores de serviços locais. “A migração da demanda para o Nordeste e Norte determina a busca por fornecedores com excelência na prestação de serviços, o que nos leva a parcerias com escolas técni-cas”, enfatiza.

Os estaleiros também têm opor-tunidades nesse mercado. A dire-tora industrial da Indústria Naval do Ceará (Inace), Flávia Barros, afirmou que o estaleiro está atuan-te na construção de empurradores fluviais e rebocadores portuários. “Estamos nos preparando para esta demanda. Fornecemos dois empur-radores com nova concepção de projeto da Robert Allan, para a Car-gill, e estão em construção quatro empurradores fluviais, para a Svit-zer”, disse a executiva, salientan-do que a presença do estaleiro no Nordeste é estratégica para atender esse novo mercado.

Indústria naval quer ‘levantar ferros’

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Com esse pensamento e mais de 30 anos de experiência no setor de óleo e

gás, o engenheiro mecânico Marcius Ferrari aposta na retomada do setor para

alavancar o crescimento do Brasil. “Acredito na capacidade dos profissionais

brasileiros da indústria do petróleo. Por isso creio que, em breve, estaremos

rumo ao crescimento”, afirma o carioca que já passou por algumas das

principais empresas nacionais e internacionais da cadeia produtiva de óleo e

gás. “Temos de estar prontos para aproveitar as oportunidades”, complementa.

perfil profissional

MARCIUS CRIOU, EM 2014, a Focus Assessoria e Consultoria técnica de Engenharia, com o objetivo de auxiliar as empresas na gestão técnica e comercial de seus negócios.

A trajetória profissional de Marcius Ferrari começa a se delinear ainda na pré-adolescência, mais precisamente no último ano do antigo ginasial, no Colégio Pedro II, no Hu-maitá, Zona Sul do Rio. “Era comum as Forças Armadas e as Forças Auxiliares fazerem propaganda e buscarem candidatos nas escolas. O I Plano de Construção Naval (1970) estava em andamento e já se falava no segundo plano”, lembra ele, observando que neste período o país tornou-se o segundo polo de construção naval mundial, atrás somente do Japão.

O Brasil precisava de oficiais para tripular os navios em construção. Foi assim que, em 1973, aos 18 anos, estava for-mado como oficial de máquinas da Marinha Mercante. Nos três anos em que atuou na Marinha, foi um dos homens do comando (juntamente com o oficial de náutica) de navios tipo VLCC (Very Large Crude Carrier) da Frota Nacional de Petroleiros (Fronape).

Ferrari descobriria o rumo da engenharia mecânica ‘embar-cado’ para acabar ‘atracando’ em terra firme em um estaleiro, em 1975. Desde então, nunca mais saiu do mercado naval e offshore. A Ishikawajima, segundo Marcius, havia fechado um contrato com a Fronape para a construção de quatro VLCCs – que estão operando até hoje, já convertidos em FPSO (Flo-ating Production Storage and Offloading), unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de hidrocarbo-

nova históriapor Beatriz Cardoso

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netos –, na Bacia de Campos. “O estaleiro precisava de profissionais no Departamento de Engenharia que conhecessem bem a praça de máquinas; fui contratado como projetista naval”, conta.

Passar da praça de máquinas de um petroleiro para um esta-leiro o levaria a fazer o curso de Engenharia Mecânica, na então Fundação técnico-Educacional Souza (hoje Faculdade), na qual se formaria em 1980. “Sem dúvi-da, ser um oficial de máquinas da Marinha Mercante, trabalhando com construção mecânica, me levou a buscar uma formação em engenharia e continuar minha tra-jetória profissional”, afirma.

Em 1978, iria para o Estaleiro Emaq, como inspetor de contro-le de qualidade, de onde sairia dois anos depois para ingressar na fabricante de equipamentos navais Mecanavi, para geren-ciar as áreas de planejamento da produção compra e assistência técnica. Nos cinco anos em que ficou nesta empresa, ‘pegou gos-to’ pelo setor de óleo e gás. “Após anos fabricando equipamentos de salvatagem (turcos de baleeiras) na Mecanavi, respondendo pela instalação e teste a bordo das plataformas fixas da Petrobras, ficou um gostinho prazeroso de ingressar na indústria de petró-leo”, conta Marcius.

Grande aprendizado – A oportuni-dade surgiu em 1985, quando foi chamado pela antiga CBV Indús-tria Mecânica, para ser geren-te de Contrato e Planejamento, responsável pelos contratos com a Petrobras e demais clientes. Logo alçaria voo para a gerên-cia de Administração de Venda, respondendo pelo estabelecimen-to e manutenção da política de preços, elaboração das propostas técnico-comerciais.

Depois, assumiria a gerência comercial, coordenando todo o de-senvolvimento comercial e técnico das vendas para área de E&P. Na CBV, comprada em 1997 pela FMC do Brasil, ele administraria, pela primeira vez, uma carteira de cerca de 50 milhões de dólares anuais e uma equipe de 20 funcionários e oito engenheiros de contrato.

“Foi desafiador, mas a CBV sempre investiu no treinamento e aperfeiçoamento de seus pro-fissionais, tornando-os muito bem preparados para desem-penhar suas funções”, frisa o engenheiro. “Na Rio Oil & Gas de 1986 fechamos um contrato com a Petrobras para produzir

dez árvores de natal molhadas para águas profundas”, conta Marcius, lembrando que sentiu aquele friozinho na barriga.

Depois de 15 anos na empre-sa, na qual deu suporte técnico--comercial para as demais divisões da FMC no exterior, no processo de aquisição da CBV, ele partiria para um novo desafio. Era o ano de 2000 e a norueguesa Kvaerner Oilfield Products do Brasil estava querendo expandir seus negócios e procurava um profissional para colaborar nesta missão. Encontrou Marcius Ferrari a postos. “No iní-cio foi bem difícil, devido às dife-renças culturais, mas, aos poucos, veio a adaptação e a vida fluiu”, diz, sorrindo.

Na Kvaerner atuou como ge-rente de Vendas & Marketing, respondendo pelo planejamento e execução da comercialização e desenvolvimento técnico de sis-temas submarinos de produção de petróleo. “também estava à frente do desenvolvimento de novos ne-gócios e novas tecnologias junto a duas unidades de negócios da Petrobras: Cenpes e Engenharia”, lembra Marcius.

Rota internacional – Foi na Kvaer-ner que teve a oportunidade de morar fora do Brasil, em 2003. “A Petrobras queria desenvolver uma tecnologia para um drill pipe riser que pudesse ser operado pelas sondas existentes, com capacidade para atuar em lâmina d’água de 3.000 m”, explica.

Com a parceria formada pela petroleira brasileira e a Kvaerner, Marcius foi indicado para integrar a equipe de trabalho em Houston, nos Estados Unidos, e coordenar as atividades de gestão comercial e técnica do projeto. Sobre a ex-periência inédita, de viver mais de um ano em outro país, diz que é como o alpinismo: “No início dá

Local e data de nascimento: Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1955.

Estado civil: Casado e três filhos.

Qual livro está lendo?: Minha luta, de Adolf Hitler (edição crítica publicada recentemente), O jogo interior do tênis, de Tim Gallwey (considerado um dos “pais” do coaching e relendo Arte da guerra, de Sun Tzu.

Qual seu livro de cabeceira? Arte da guerra e Livro dos espíritos.

O que gosta de fazer nas horas de folga?: Passear com a família, jogar tênis e fazer ginástica.

Qual o seu hobby?: Fotografia.

Música predileta?: Rock, ópera e música brasileira honesta.

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perfil profissional

medo, mas depois é só não olhar para baixo”, afiança.

Cinco anos depois, ao sair da Kvaerner, as vendas anuais da em-presa no Brasil alcançavam US$ 40 milhões, com um aumento de 35% do market share. “Foi um passo importante para consoli-dar os negócios da empresa no Brasil e abrir oportunidades de investimentos, que culminaram com a remodelação da fábrica”, complementa.

Nesse período no grupo norue-guês, ele fez pós-graduação em Engenharia de Petróleo (PUC-Rio, 1999) e, mais tarde, mestrado em En-genharia Mecânica, concentrando--se na área de Bombeamento Multi-fásico de Petróleo (PUC-Rio, 2003).

Prestação de serviços – Em 2005, topou um pequeno desvio de rumo ao assumir a diretoria Comercial de Óleo & Gás e Processo do grupo Bureau Veritas Brasil, coordenando as atividades de vendas e desen-volvimentos de novos negócios na área de óleo e gás. “O maior de-safio foi deixar de trabalhar com equipamentos e passar a atuar com prestação de serviço, propriamente dito: Certificação, Classificação Naval e Verificação de Conformi-dades”, explica.

Nos cinco anos em que atuou na classificadora, contribui para os bons resultados alcançados no país: um crescimento orgânico de R$ 70 milhões para R$ 180 mi-lhões e a Petrobras como principal cliente. “O Bureau Veritas é uma

grande empresa e isso me ajudou a consolidar esse resultado. Foi uma experiência que deixou sau-dades”, avalia.

Em 2010, voltaria para lidar com equipamentos ao ser contra-tado pela Cameron para assumir a gerência geral da Divisão de Val-ves and Measurement no Brasil. Fui contratado para montar uma fábrica de válvulas, promessa de grande investimento”, lembra ele. Atuou na reorganização da divisão no Brasil, que em 2011 ganhou a área de Measurement e, em 2013, de Aftermarket. “também foi res-tabelecida a certificação cadastral (CRCC) da Petrobras para todas as unidades no exterior das plantas fornecedoras de válvulas e medi-dores”, esclarece Marcius.

Consultoria – Em 2014, com a mu-dança de rumo da empresa e do próprio mercado, que vivia sua pior crise, Marcius Ferrari deci-diu criar seu próprio negócio: a Focus Assessoria e Consultoria técnica de Engenharia. “A empre-sa surgiu após algumas consulto-rias técnicas e foi crescendo, to-mando um rumo positivo a partir de uma rede de relacionamento criada em 35 anos de atuação na indústria”, diz Ferrari.

Hoje, ele conta com a colabo-ração de dois amigos e sócios Ed-mundo Martins e Marcos Pessa-nha na difícil tarefa de enfrentar a crise econômica na indústria do petróleo no Brasil. “Infelizmente, não é a primeira crise de petró-

leo que atravessamos”, pontua, lembrando o terceiro choque do petróleo, no início dos anos 1990, com a derribada no preço inter-nacional pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Pe-tróleo). “A Petrobras, que atingiu 600.000 barris/dia no final dos anos 1980, só teve aumento da produção em meados dos anos 1990. A falta de investimentos levou a indústria a uma situação caótica”, lembra.

Ainda assim, o executivo apos-ta em tempos melhores. “Acredito na capacidade dos profissionais da indústria do petróleo no Brasil, para retomarmos o rumo do cresci-mento. temos de estar preparados para aproveitar as oportunidades que surgirão, com seriedade, profissionalismo e honestidade. Precisamos escrever uma nova história”, frisa Ferrari.

Para os que estão começando, ele explica a regra básica para garantir a resiliência profissio-nal. “Estude, se aprimore cada dia mais. trabalhe com afinco e dedicação e seja um exemplo para os futuros profissionais”, diz o engenheiro que sempre encon-trou tempo para atuar em enti-dades setoriais. “tenho orgulho de pertencer a Society Petroleum Engineering (SPE). Acredito que todos os engenheiros que atuam na indústria do petróleo deveriam ser associados. É uma oportuni-dade de aperfeiçoamento técnico e de criar uma rede e relaciona-mento”, garante.

Indústria e ComércioMETALÚRGICA BROMBERG

[email protected] | (21) 2881-4950

Caldeiraria, Usinagem, Pintura e Ensaios com atendimento total aos requisitos do cliente.

Fabricação especial de estruturas e equipamentos subsea

Inspeção visual de solda, ensaios não destrutivos por líquidos penetrantes, partículas magnéticas, ultrassom e dureza, inspeção de pintura e teste de carga em olhais. Todos com inspetores qualificados.

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Sustentabilidade e inova-ção. É com essa combi-nação que a Braskem, a

maior produtora de resina ter-moplástica das Américas, expan-de suas parcerias com empresas que incorporam o plástico verde em seus produtos. Desta vez, a expansão ocorreu no mercado europeu com o grupo alemão Eckes-Granini, produtor de su-cos orgânicos. O suco será en-garrafado em embalagem feita de polietileno produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar do Brasil, uma matéria-prima renovável.

Para ajudar os consumidores a reconhecerem o produto, a Braskem criou o selo I’m greentM, que garante a origem renovável da embalagem. Sob as marcas Brämhults e Valsølille, os sucos de maçã e cenoura orgânicos serão distribuídos pelos principais va-rejistas da Escandinávia e em aeropor-tos selecionados de países europeus, como Suécia, Dinamarca e Noruega.

“Estamos felizes pelo fato de a Brämhults ter adotado o I’m gre-en™ e todo o conceito de renovável. A opção, pioneira em nosso merca-do, abriu novas áreas nas quais os materiais biodegradáveis têm menos alcance”, diz Bjarne Högström, re-

presentante de marketing e vendas de PE Verde da FKuR Polymers, na Escandinávia.

“Somos uma empresa inovadora e pioneira no mercado de sucos, e sempre valorizamos atributos como alta qualidade, autenticidade e pro-dutos naturais. Daí o desafio de en-contrar a embalagem ideal. Há anos temos o projeto de utilizar garrafas de base biológica, e com o I’m green™ conseguimos atingir o nosso objeti-vo”, afirmou Stina Haglund, gerente de Marcas da Brämhults Nordic.

De acordo com os resultados da análise de ciclo de vida (realizada de acordo com o ISO 14040, utilizando dados coletados de fornecedores que

aderiram ao código de conduta da Braskem), ao longo do seu ci-clo o PE Verde fixa o dióxido de carbono proveniente da atmos-fera, ao contrário da versão tra-dicional, ajudando a reduzir os níveis de gases de efeito estufa emitidos pela cadeia produtiva.

O produto possui as mesmas características que o polietileno tradicional e pode ser reciclado na cadeia de reciclagem exis-tente. Hoje, mais de 80 marcas, desde embalagem de alimentos até produtos de beleza, passan-

do por ferramentas de jardinagem e componentes automotivos, são feitas de resina renovável.

“A Braskem e seus distribuido-res parceiros na Europa continuam

enga jados em fornecer solu-ções de qualida-de com vantagens ambientais. O PE Verde garante a sustentabilidade em toda a cadeia

do plástico, do campo até o produto final, por ser de uma fonte renovável que garante a captura de carbono”, afirmou Gustavo Sergi, diretor de Químicos Renováveis da Braskem.

Exportação: plástico verde da Braskem chega à Escandinávia em embalagem de suco orgânico

Ano 5 • nº 47 • outubro de 2016 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

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suplemento especial

Destaque entre os portos do Nor-deste no transporte de cargas de projeto (de grandes dimen-

sões), o tecon Salvador, terminal de contêineres administrado pelo Grupo Wilson Sons, vem registrando ex-pressivo volume e regularidade na operação de equipamentos para a construção de parques eólicos no Brasil. De 2014 até setembro deste ano, o terminal movimentou cerca de 40 mil toneladas de grandes com-ponentes.

No final de setembro, uma nova carga da Acciona, fabricante de com-ponentes eólicos, em Camaçari (BA), foi embarcada no navio Aliança Ener-gia para Santa Vitória do Palmar (RS). Somente para este parque em terras gaúchas, o projeto soma em torno de 14 mil toneladas que serão mo-vimentadas até março de 2017, num total de 69 aerogeradores completos (a primeira carga saiu em abril).

O uso da cabotagem para o transporte desse tipo de carga tor-na a operação mais segura para o setor. Outra vantagem é a diminuição do tempo de exposição da carga (de alto valor) nas rodovias, contribuindo para desafogar as vias. Se fossem transportados pela rodovia, cada ca-minhão carregaria uma peça por vez, devido ao volume e ao peso.

Números gerais

No acumulado do ano, a cabota-gem também ganhou destaque nas demais operações do terminal. De janeiro a agosto deste ano, a movi-

mentação geral de cargas apresen-tou crescimento de 6,1% em rela-ção a igual período de 2015. Arroz, químicos e petroquímicos, além de produtos de varejo e embalagens, foram os principais responsáveis pelo aumento dos números no ano.

O diretor executivo do tecon Salvador, Demir Lourenço, está otimista. “As pers-pectivas são boas para os próximos meses devido à entrada de novos clientes, do retor-no de alguns an-tigos e também pelo aumento do market share”, destacou.

Com 16 anos de atuação, o ter-minal é hoje uma das principais ferramentas de atração e retenção de investimentos para o estado da

Bahia. Possui uma área de 118.000 m², com capacidade para movimentar 530 mil tEU por ano. Com investi-mentos que somam R$ 300 milhões desde 2000, o terminal tornou-se apto a receber os maiores navios de contêineres do mundo, com um cais preferencial para cabotagem; aproximadamente 700 tomadas para contêineres refrigerados, além da referida capacidade e know-how para operar cargas de projeto. Além da ISO 9001, o terminal recebeu, em março, a certificação internacional ISO 14001, que dá diretrizes para a implementação de um sistema de gestão ambiental.

O Grupo Wilson Sons é um dos maiores operadores integrados de logística portuária e marítima e so-luções de cadeia de suprimento no mercado brasileiro, com mais de 175 anos de experiência.

Tecon Salvador movimenta carga eólica para o Rio Grande do Sul

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Uma revisão do potencial eó-lico onshore (“em terra”) do Brasil, realizada em resposta

ao aumento da altura das torres de geração energética, aponta que o país pode ter uma capacidade seis vezes maior de produzir energia a partir dos ventos do que o estima-do no último grande levantamento nacional, o Atlas do potencial eólico brasileiro, lançado em 2001.

A conclusão é de um estudo do subprojeto Energias Renováveis do Instituto Nacional de Ciência e tec-nologia para Mudanças Climáticas (INCt-Clima), apoiado pela Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico (CNPq), e foi apresentada durante a Conferência Internacional do INCt, realizada em São Paulo entre os dias 28 e 30 de setembro.

“O Atlas do potencial eólico bra-sileiro foi feito com a estimativa do uso de torres de 50 m de altura. Hoje, temos torres acima de 100 m, que ampliam o potencial tecnicamente viável de exploração de 143 gigawatt para 880 gigawatt”, disse o coordena-dor da pesquisa, ênio Bueno Pereira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Além disso, consi-deramos uma expansão das áreas que se tornam economicamente viáveis para a instalação das torres.”

Embora no Brasil a produção de energia eólica ainda seja restrita, Pereira destaca que o país é o quarto

no mundo em termos de expansão da capacidade eólica instalada, per-dendo apenas para China, Estados Unidos e Alemanha. “É um movi-mento importante, em um momento em que se busca a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, menor dependência de combustí-veis fósseis e garantia de segurança energética”, disse.

Ainda nesse campo, o subprojeto Energias Renováveis também estuda o potencial offshore (“em mar”), bus-cando avaliar a zona costeira brasi-leira, particularmente na região Nor-deste; a viabilidade de exploração em áreas de reservatórios hidrelétricos; a previsão da capacidade de gera-ção, visando aprimorar as estimativas calculadas em dias e horas de ante-cedência; e a densidade de potência estimada até o final do século.

Modelos revelam tendência de aumento dos ventos em determinadas porções do norte da região Nordeste.

“Embora pareça uma notícia inte-ressante, ventos intensos e rajadas nem sempre são bons para o sistema de geração de energia eólica, que pode sofrer danos estruturais”, disse Pereira.

Outro aspecto ressaltado pelo pes-quisador foi o potencial de geração de energia elétrica a partir da irradiação solar. “O pior nível de irradiação no Brasil – na região litorânea de Santa Catarina e do Paraná – é comparável aos melhores níveis de irradiação que se tem na Alemanha, o país que mais explora a energia fotovoltaica [na qual células solares convertem luz direta-mente em eletricidade] no mundo.”

A Rede Sonda, financiada par-cialmente pelo INCt-Clima, cole-ta dados de irradiação no território nacional. Uma edição atualizada do Atlas brasileiro de energia solar, com informações obtidas pela Rede nos últimos 15 anos, deve ser lançada ainda neste ano.

Brasil: potencial eólico em terra pode ser seis vezes maior por Noêmia Lopes | Agência Fapesp

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suplemento especial

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade

Lidera de fato quem provoca transformações

Será que os líderes são

aqueles que ocupam

cargos elevados, ou que

se posicionam no topo

da hierarquia social?

Ou são aqueles que

ajudam no processo de

transformação pessoal,

grupal ou empresarial

independentemente da

posição que ocupem em

uma hierarquia?

Para embasar nossa tese, lançaremos mão de um recurso cada vez mais utilizado nas ciências sociais: o exemplo de um filme. Em nosso caso ire-mos nos referir ao aclamado A Festa de Babette. Mas, o que a teoria sobre

liderança e este filme têm em comum? Se você ainda não o assistiu, te convido a conhecer a história através deste artigo e a refletir sobre o belo exemplo de lide-rança integral. Se já assistiu, aproveite para fazer uma releitura. Para ver o filme completo, pela internet, copie o link referenciado aqui no final deste artigo.

Antes de tudo preciso dizer quem de fato era Babette, a personagem princi-pal do filme. Ela era, entre outras coisas, uma líder excepcional e uma grande ar-tista. talvez antevendo que quem de fato exerce a maestria da liderança integral é, em essência, um artista. Ela era uma dessas pessoas que dominam sua arte não somente com os sentidos físicos, mas com suas emoções, sua análise estéti-ca e com seu espírito. Era uma artesã dos aromas e paladares. Dominava como ninguém essa habilidade. Foi uma grande chef, que trabalhou num dos mais afamados restaurantes de Paris, uma líder incomum, que propiciava a trans-mutação dos alimentos e catalisava a mudança construtiva a quem os absorvia.

Fugida da França, devido aos horrores de uma guerra em seu país, ela se refugia na Dinamarca e passa a trabalhar como empregada doméstica de duas senhoras que a acolheram em troca de seus serviços. Com sua infinita simplici-dade, ela se demonstra uma líder do mais alto calibre. Foi capaz de uma renún-cia sem igual. trabalhou calada, por anos a fio, sem nunca pedir e nem nunca se queixar. Aprendeu os pratos comuns aos quais suas patroas estavam acostu-madas. Apenas esperou pacientemente a oportunidade de demonstrar qual era o potencial de transformação de sua arte.

Sua equipe era um grupo de operários aguardando sua libertação das amarras do capitalismo? Ou vários cientistas que esperavam a chegada de quem iria conduzir seus esforços? Não! Como dito, ela representava o papel de uma simples empregada doméstica, servindo a suas patroas. Estas herdaram um grupo de fiéis de uma seita religiosa fundada por seu pai. E estes fiéis, di-reta ou indiretamente, também desfrutavam dos serviços de Babette. Em nosso entendimento, estes eram os membros de sua equipe.

Esse seu time, então, era composto por pessoas presas a uma religião, cheias de regras de conduta e moral. Mas todos eles seres humanos, portado-res de vícios e de erros e que, por terem a barreira externa da religiosidade, se acomodavam e não visitavam de fato seus interiores. Ali sim, poderiam encon-trar a vastidão do espírito, e a possibilidade de uma verdadeira comunhão com o todo, com o mistério e com a ética dos que meditam e refletem criticamente sobre os acontecimentos de nossas vidas.

É importante reafirmar que, por muitos anos, Babette viveu sua vida sim-ples nos afazeres domésticos com as duas senhoras e os fiéis que frequentavam sua casa. Mas, eis que um dia Babette ganhou na loteria e pediu uma só coisa às suas patroas: que elas a deixassem preparar o jantar comemorativo ao cente-

Wanderlei Passarella é mestre em Adminis-tração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também engenheiro mecânico pela Escola Politécni-ca da USP; pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/FSJT. Atualmente dirige a Synchron Participações e é coach de executivos. Foi diretor presidente da GPC química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor-geral da Menasha Materials Handling South America e exerceu cargos gerenciais na Nitroquími-ca (Grupo Votorantim) e Ipiranga química.

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nário de nascimento de seu pai, fundador da seita. As se-nhoras concordaram. Mas se arrependeram logo depois, ao verem os alimentos exóticos que Babette comprara. Através das lentes de seus preconceitos, viam naquilo um ultraje, coisa do mal. Não compreendiam que o mal não é o que entra na boca do homem, mas o que sai dela!

Babette, num gesto de extremo desprendimento e amor à sua arte, gastou tudo o que ganhara para ela-borar esse jantar primoroso. Os convidados, instruídos pelas anfitriãs para apenas comerem, sem emitirem quaisquer comentários, começaram a notar que algo di-ferente estava acontecendo com eles. A força imanente da alquimia dos sabores estava tocando fundo em todos os seus sentidos humanos.

Eles já não se reprimiam e nem julgavam uns aos ou-tros, como vinham fazendo. O deleite do momento invadia suas sensações físicas, realçava suas emoções mais virtuo-sas, como o bem-querer, o perdão e a compaixão, e acendia a luz de algo mais profundo em seus seres. Quando acabou o jantar, pela primeira vez desde que se conheceram eles fize-ram uma roda e dançaram! A circularidade, símbolo eterno do insondável, da infinitude de nossos centros sagrados se expressou através deles. Foi o ponto alto, o êxtase, a verda-deira transmutação!

Naquele momento, esses homens e mulheres sobre-pujaram a religião, que os mantinha presos a regras mo-rais vindas de fora para dentro e, finalmente, conheceram

a espiritualidade que tudo une, que de fato liberta e que vem de dentro pra fora. Que momento maravilhoso de pura numinosidade!

todos os chefes, em todos os âmbitos de atuação, de-veriam ver esse filme. Quem sabe, se quando vissem o mi-lagre dessa transformação, pudessem compreender o que de fato é liderança. Ah, e como precisamos disso em nossa pátria dilapidada! Quem sabe se nesse momento se acenda em seus íntimos uma luz nova e, como Babette, se inspi-rem para dar seu melhor. Assim, onde quer que estejam, há a esperança de que suas equipes também realizem um trabalho ímpar, automotivadas pelo exemplo do líder. E, ao mesmo tempo em que resultados amplos se concretizem, também encontrem a fonte de vida e de plenitude dentro deles mesmos!

Portanto, Babette era a verdadeira líder daquela comunidade. Ela não tinha uma posição social ou eco-nômica proeminente, mas tinha a sensibilidade para inspirar as mudanças que o grupo precisava. Não é possível mais ignorar que a liderança não precisa ser exercida por quem tem um cargo ou uma patente. Mas por quem tem a capacidade de conseguir a transmuta-ção do chumbo em ouro, de inspirar as almas humanas para os grandes voos dos resultados amplos, em vários sentidos, para todos os participantes!

Referência: www.youtube.com/watch?v=cEnOz4g0gvk

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A VOItH, POR MEIO da divisão Voith turbo – fornecedora de solu-ções para transmissão de potência –, comemorou o início da operação de dois variadores de velocidade da linha Vorecon em mais um navio-pla-taforma da Petrobras. trata-se do FPSO (Unidade Flutuante de Produ-ção, Armazenamento e transferência de Petróleo) Cidade de Saquarema, que opera no campo de Lula, na área de Lula Central, no pré-sal da Bacia de Santos.

“A Voith já soma oito Vorecons embarcados em plataformas que operam por contratos de leasing para a Petrobras. trata-se de um reforço em nossa posição de lide-rança no mercado de óleo e gás da América Latina”, destaca Jorge Ja-ppur, responsável pela divisão de Energia, Óleo & Gás.

Além do Cidade de Saquarema, os outros navios-plataformas equi-pados com os Vorecons Voith são: Cidade de Ilhabela, Cidade de Pa-raty e Cidade de Maricá, todos do tipo FPSO.

O Vorecon Voith é aplicado nos compressores responsáveis pela extração do petróleo das reservas abaixo da camada de sal. Sua função é, por meio de um motor elétrico, controlar a velocidade do compressor. Assim, mantém-se constante a pres-

são do gás extraído no processo de exploração, de forma que o mesmo possa retornar ao campo submarino para posterior extração.

Com design compacto, que con-tribui para a economia de espaço nas plataformas, e robusto, funda-mental para as condições difíceis do oceano Atlântico, o Vorecon oferece alta confiabilidade. Isso porque seu tempo médio entre falhas é de 48 anos, número mais de três vezes superior à média de equipamen-tos similares. Outro diferencial do produto é que, graças ao princípio hidrodinâmico de transmissão de potência, proporciona elevada efi-ciência energética.

O FPSO Cidade de Saquarema tem capacidade de processar 150 mil barris/dia de petróleo, armazenar 1,6

milhão de barris de óleo, e fazer o tratamento e a compressão de seis milhões de m³/dia de gás.

A Voith turbo, uma divisão do Grupo Voith GmbH, é especialista em soluções e sistemas inteligentes de transmissão, atendendo a diversos segmentos: petróleo e gás, energia, mineração e engenharia mecânica, tecnologia naval, veículos comerciais e ferroviários. Fundada em 1867, a Voith hoje tem mais de 20 mil cola-boradores, gera R$ 14,8 bilhões em vendas e opera filiais em mais de 60 países no mundo inteiro, o que a coloca entre as maiores empresas familiares da Europa.

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Navio-plataforma do pré-sal inicia operação com Vorecons Voith

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A PRIMEIRA tRANSFERêNCIA de petróleo do terminal de Petróleo (t--OIL) do Porto do Açu, desenvolvido em parceria pela Prumo e a alemã Oiltanking, atendeu a contrato fecha-do em meados do ano passado com a BG E&P Brasil Ltda., subsidiária da Royal Dutch Shell. O contrato prevê a movimentação de até 200 mil barris por dia, pelo período de 20 anos – o terminal tem capacidade para movi-mentar 1,2 milhão de barris por dia.

As embarcações Bossa Nova Spi-rit e SKS Sinni fizeram o transbordo no t-OIL em área abrigada por um quebra-mar. Para garantir maior se-gurança à operação, ela é feita com um dos navios atracado e o outro a contrabordo, ambos cercados por barreiras de contenção a derrame no mar. Em agosto, o t-OIL recebeu a aprovação da Receita Federal para alfandegamento. A operação segura e rápida, que garante mais eficiência e a redução de custos para os clien-tes, vai ampliar a competitividade do petróleo brasileiro.

Com 20,5 m de profundidade, 1.423,50 m de cais e mais de 70 mil m3 de área total, o t-Oil pode realizar simultaneamente três ope-rações de transbordo entre navios atracados a contrabordo, conhecida como ship-to-ship. Inicialmente serão utilizados navios Suezmax e, partir

de 2018, com a dragagem do canal para até 25 m, o porto poderá receber navios da classe VLCC (Very Large Crude Carrier), que carregam até 320 mil toneladas. Os berços Norte e Central do terminal serão capaci-tados para transbordo entre navios tipo VLCC e Suezmax e o berço Sul, apenas para transbordo deste último tipo de embarcação.

O Porto do Açu, localizado em São João da Barra (RJ), conta com 90 km², divididos em dois terminais: o terminal 1 (t1 – terminal offshore) e o terminal 2 (t2 – terminal onsho-re), além de área para instalação de unidades de empresas dos setores marítimo e industrial. No t1, está localizado o terminal de Petróleo (t--OIL). O t2 é um terminal no entorno de um canal para navegação com 6,5

km de extensão, 300 m de largura e até 14,5 m de profundidade. As empresas technip, NOV, InterMoor, Wartsila, Edison Chouest e BP-Prumo já estão operando suas unidades no terminal.

A Prumo Logística, que opera o Porto do Açu, registrou um lucro de R$ 55,9 milhões e investimentos de R$ 152,03 milhões no segundo trimestre, com um Ebitda proforma acumulado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 112,5 milhões, de janeiro a junho deste ano. O Capex estimado para o ano de 2016 é de R$ 750 mi-lhões. Deste total, R$ 360 milhões serão investidos pela Açu Petróleo e R$ 390 milhões pela Porto do Açu e outras empresas controladas pela Prumo.

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Terminal de Petróleo do Porto do Açu em operaçãoA Prumo inicia atividades de transbordo de petróleo depois de registrar lucro de R$ 55,9 milhões no segundo trimestre.

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A ferramenta de perfilagem de produção (Production Logging tool - PLt) é aplicada na produção e injeção de poços e se constitui de vários dispositivos. Um deles é chamado Continuous Flowmeter,

equipamento responsável por monitorar as taxas de fluxo em cada zona produtora ou injetora. Desenvolvemos um protótipo do flowmeter para medir uma relação entre potencial elétrico, rotações por minuto (RPM) e vazão com ar e água. Os resultados mostraram que o potencial elétrico e as RPM são proporcionais à taxa de fluxo. Isso significa que, quanto maior é o potencial eléctrico e a rotação, maior é a taxa de fluxo. Com o modelo físico do flowmeter foi possível encontrar a relação entre os três parâmetros descritos, a fim de prever e calcular as taxas de fluxo.

O Continuous Flowmeter é um perfil de poço revestido que tem como objetivo monitorar as taxas de fluxo de fluido no poço. Este perfil consiste basicamente de uma ou mais hélices centralizadas, cuja velocidade de ro-tação é registrada continuamente dentro do poço. A rotação da(s) hélice(s) é função da velocidade de fluxo do fluido proveniente da zona produtora, da velocidade e do sentido de movimentação do cabo, descendo ou subin-do, e da viscosidade dos fluidos (thomas, 2001).

Se a velocidade relativa entre a ferramenta e o fluido produzido fosse igual à zero, não haveria movimento relativo entre eles e, portanto, a velo-cidade do cabo seria a própria velocidade do fluido. Como seria bastante trabalhoso ou até não operacional ficar alterando a velocidade do cabo em cada trecho de interesse para se encontrar a rotação da hélice igual a zero, é muito mais simples se efetuar três manobras de descida e subida, com velocidades diferentes do cabo entre cada manobra, e plotá-los em um gráfico da rotação da hélice (RPS) em função da velocidade do cabo (Vcabo). traçando-se uma reta pelos pontos obtidos, pode-se extrapolar e encontrar a velocidade do cabo que resultaria em rotação zero para cada trecho de interesse.

A partir das velocidades de fluxo nos trechos de interesse, ou seja, entre os canhoneados abertos, determina-se, por diferença, a contribuição percentual de cada intervalo. Dessa forma, dependendo do modelo, o perfil flowmeter fornece medições de velocidade de fluido precisas, em situações complexas de completações e regimes de escoamento, e oferece flexibilidade para moni-torar poços com diferentes ranges de velocidade. A Figura 1 apresenta uma seção mecânica do flowmeter, com o desenho das suas hélices, sendo aplicado de acordo com suas especificações quanto à pressão, temperatura, diâmetro, comprimento, peso, pontos do sensor, máxima velocidade do fluido e caracte-rísticas do material (resistente à corrosão, por exemplo).

O propósito deste estudo foi:1) Entender o princípio básico de funcionamento do flowmeter e desenvol-

ver um modelo físico utilizando a modelagem icônica.

Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos

Ana Carolina Santos de Oliveira é graduanda em Engenharia de Petróleo, Centro Universitário Tiradentes-Unit.

Claudiana Ferreira da Silva é graduanda em Engenharia de Petróleo, Centro Universitário Tiradentes-Unit.

Márcio Roberto de Andrade Araújo Filho é graduando em Engenha-ria de Petróleo, Centro Universitário Tiradentes--Unit.

Sebastião Henrique Camilo da Silva é gradu-ando em Engenharia de Petróleo, Centro Univer-sitário Tiradentes-Unit.

Wellington dos Santos de Araújo é graduando em Engenharia de Petróleo, Centro Universitário Tiradentes-Unit.

flowmeter

Esse trabalho foi realizado sob orientação dos professores Esp. Edilson Ponciano de Lima e Dr. Ernesto Vargas Bautista, do Centro Universitário Tiradentes (Unit).

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2) Encontrar a relação entre a rotação da hélice por minu-to e do potencial elétrico utilizando como fluido o ar.

3) Determinar a vazão por meio de um canal hidráulico através de um vertedouro e medir a voltagem.

4) Estabelecer uma constante da ferramenta para esti-mar a vazão a diferentes voltagens.

Para tal, foram realizados dois testes. O primeiro usando ar para observar a relação entre a rotação da hé-lice versus a voltagem, e o segundo usando água para observar a relação entre a voltagem versus a vazão.

Os resultados mostraram que o potencial elétrico e a rotação por minuto (RPM) são proporcionais à vazão, ou seja, quanto maior o potencial elétrico e as RPM, maior será a vazão, podendo assim estimar a passagem do fluido no reservatório. Portanto, a principal contri-buição deste trabalho foi encontrar a relação entre a rotação da hélice, voltagem e vazão baseada na proto-tipagem da ferramenta do flowmeter.

Metodologia experimental1 – Modelagem da ferramentaA modelagem do flowmeter baseou-se no Conti-

nuous Flowmeter Spinners da Empresa GE Oil & Gas e o desenho, considerando as falhas na montagem e funcionamento, foi realizado no programa Solidworks, conforme a Figura 2.

A Tabela 1 apresenta os materiais usados, os custos e as especificações. O Centro Universitário tiradentes (Unit) forneceu parte dos materiais.

Materiais Custo (R$) Especificação

Hastes de ferro 10,00 1,5 cm x 02 mm

01 Motor de Corrente Contínua (DC)

10,00 -

02 Hélices Unit Diâmetro 7,5 cm

01 Multímetro Unit -

02 Ímãs - -

01 Reed switch 5,50 -

01 Arduino Emprestado -

01 Protoboard UNIT -

01 Tinta spray dourada metálica

16,50 -

01 Vertedor Parede Delgada

Unit 15 cm

Tabela 1: Materiais e Especificações para montagem do Flowmeter.

Inicialmente, as hastes de ferro foram montadas si-mulando as hélices da ferramenta, onde foram anexadas a um motor de corrente contínua. também foi feito um modelo de proteção para a hélice utilizando as hastes de ferro, sendo pintada com uma tinta dourada metálica. Dois ímãs foram inseridos na hélice em abas alternadas. Como o perfil de avaliação do poço é um sensor elétrico, foi necessário montar um circuito elétrico. Para isso, uti-lizou-se o sistema Reed Switch e Protoboard junto com o Arduino 1.6.6 (ver Figura 3, na próxima página), onde para que cada vez que a hélice girasse o ímã fechasse o contato com o reed switch e mandasse um sinal para o programa Arduino 1.6.6. Nele, as RPM ou rotação da hélice (RPS) são contabilizadas.

A Figura 4, na próxima página, apresenta o resul-tado final do modelo icônico do flowmeter para realização dos testes experimentais.

2 – Testes experimentaisDois testes com o flowmeter foram realizados para

obter a relação entre a rotação da hélice por minuto e do potencial elétrico, logo após calibrar e medir a vazão.

O primeiro teste foi utilizado como fluido o ar. Utili-zando o protoboard e reed switch foram contabilizadas as RPM, usando o programa Arduino 1.6.6, conforme citado antes; e o multímetro que contabilizou a tensão elétrica. A tensão em termos técnicos é a “diferença de potencial elétrico entre dois pontos”, medido em volts (Morimoto). Quanto mais volts, mais energia pode fluir.

Figura 1: Seção mecânica (hélices) do Continuous Flowmeter da Empresa Halliburton.Fonte: Halliburton, wireline & perforating, 2014.

Figura 2: Desenho técnico do flowmeter.

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64 TN Petróleo 109

flowmeter

No segundo teste foi utilizado como fluido a água em um canal hidráulico (Figura 5), onde foi obtida a tensão elétrica através do multímetro anexado ao flowmeter.

O canal hidráulico é um equipamento desenvolvido es-pecialmente para apoiar o ensino das matérias que tratam dos fluidos e seus escoamentos, assim como para apresentar os fenômenos reais em forma visual, o que torna mais fácil o entendimento dos fenômenos hidráulicos. O objetivo do canal foi simular a chegada dos fluidos do reservatório até

o fundo do poço e realizar a medição das vazões, através da ferramenta. Para isso, o flowmeter foi colocado no meio do canal hidráulico com um vertedor de parede delgada, con-forme a Figura 6. Observa-se que o flowmeter foi colocado acima do topo do vertedor que tem uma altura de 15 cm a partir da base do canal (datum). Seguidamente, após ligar a bomba, espera-se que o fluxo, ao longo do canal, estabilize. Isso pode ser acompanhado com a leitura do multímetro. Após observar a estabilização, é realizada a medição de al-tura do líquido a montante do vertedor.

Os dados obtidos foram analisados com base na fór-mula do vertedor retangular de parede delgada e sem contrações (Fernandez et al.,2005), ver Equação 1, para obtenção da vazão:

Figura 3: Protoboard conectado ao Arduino 1.6.6.

Figura 4: Modelo Icônico do flowmeter.

Figura 5: Canal hidráulico utilizado nos testes de medição das vazões com o flowmeter.

Equação 1

Figura 6: Calibração do flowmeter.

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Na qual: 1,84 é a constante utilizada para o vertedor tipo parede delgada; L é a largura do canal hidráulico em metros; H é a diferença da altura do vertedor com a lâmina d’água medida também em metros. A unidade da vazão resulta em litro por segundo (L/s).

A Tabela 2 mostra os dados obtidos no canal hidráulico.

Vertedor de parede delgada

L (m) H (m)

0,1 0,095

0,1 0,099

Tabela 2: Dados obtidos do canal hidráulico (Tensão, H e L).

Resultados e discussões1 – Teste com arOs resultados do primeiro teste podem ser observa-

dos no Gráfico 1. Este apresenta a tensão elétrica em função das RPM das hélices do flowmeter para o teste com ar. Observa-se que existe uma boa linearidade e proporcionalidade dos dados obtidos, ou seja, maior RPM da hélice, maior a tensão elétrica medida em mi-livolts (mV). Portanto, acredita-se que esta relação seja válida para qualquer outro fluido que possa ser usado no flowmeter.

Observa-se também na Gráfico 1 que a equação da linha de tendência é confiável, já que, quando a rotação da hélice for zero, a tensão elétrica fica próximo de zero (-0,9752). Na realidade, se não existir rotação na hélice, a tensão é zero. Portanto, com o intuito de calibrar (corrigir) a equação da curva, foi adicionado um quinto dado, ou seja, rotação zero para tensão zero como se mostra no Gráfico 2.

Observa-se também no Gráfico 2 que o coeficiente de Pearson (R2) melhora e para rotação zero, a tensão fica ain-da mais próxima de zero (-0,2775). O valor da inclinação da curva calibrada (0,0137) indica que uma rotação da hé-lice que acontece em um minuto, provoca um potencial elétrico de 0,0137 mV.

Uma limitação do primeiro teste foi estimar ou cal-cular a vazão do ar a partir dos dados obtidos (RPM e voltagem) de uma equação que esteja em função do

tipo de fluido, tipo de hélice, RPM e tensão.

2 – Teste com águaNo segundo teste, os resultados obtidos no ca-

nal hidráulico estão apresentados na Tabela 3. Observa-se que quanto maior é a tensão medida, igualmente maior é a vazão calculada. Portanto, existe também uma direta proporcionalidade entre estes dois parâmetros, assim como observado no primeiro teste entre RPM e tensão. Isto é, quanto maior é a rotação da hélice, maior é a tensão e con-sequentemente maior é a vazão que escoa através do flowmeter.

Com os dados da Tabela 3 se obteve uma cons-tante, relacionando a vazão e a tensão elétrica. Observa-se que as constantes de proporcionali-dade não foram iguais apesar de serem próximas. Isto indica que a linearidade existe, mas precisa ser calibrada.

Tensão (mV) Q (L/s) Q / V (L.mV/s)

17,50 5,39 0,31

20,50 5,73 0,28

Média 0,29

Tabela 3: Resultados obtidos através da calibração.

Gráfico 1: Gráfico da rotação da hélice em função da Tensão Elétrica utilizando ar.

Gráfico 2: Gráfico da rotação da hélice em função da Tensão Elétrica – Curva Calibrada.

Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos

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Plotando os dados de vazão e tensão da Tabela 3, observa-se no Gráfico 2 que a equação da reta precisa ser calibrada já que, se o potencial elétrico medido fosse zero, a vazão seria de 3,4 L/s. Isto fi-sicamente não teria sentido já que quando a tensão é zero significa que não acontece rotação na hélice, ou seja, não existe fluxo sobre a hélice do flowmeter. Portanto, esta condição foi adicionada como terceiro ponto para obter a calibração da curva da vazão em função da tensão.

Observa-se no mesmo Gráfico 3 que a equação da curva calibrada apesar de ter um menor valor do R2 mostra que quando a tensão for zero, a vazão ficará em um valor muito próximo de zero (0,0417 L/s). O interes-sante é que a inclinação da curva coincida muito bem com a constante (relação da vazão/tensão) calculada na Tabela 3 – nela, o valor da constante oscila entre 0,28 a 0,31 L.mV/s e inclinação da curva calibrada no valor de 0,2893 L.mV/s, próximo ou igual ao valor médio da constante calculada na Tabela 3. Portanto. a equação da curva calibrada é confiável para predizer a vazão de água que flui pela hélice do flowmeter. A inclinação desta curva indica que por cada litro que flui sobre a hélice da ferramenta, é gerado um potencial de 0,29 mV num segundo.

Uma limitação do segundo teste foi obter mais dados de vazão e tensão no canal hidráulico. Esta

limitação foi dada por se ter disponível um único vertedor e a dificuldade de variar a altura do líqui-do em relação ao topo do vertedor.

Os resultados mostraram que o potencial elé-trico e as RPM são proporcionais à vazão, ou seja, quanto maior o potencial elétrico e as RPM, maior será a vazão, podendo assim estimar a passagem do fluido no reservatório. Portanto, a modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos nos permitiu chegar a vazões para diferentes potenciais elétricos, possibilitando estimar as vazões em um mesmo poço.

O perfil flowmeter corrido isoladamente, sem outras informações, somente pode informar a con-tribuição de cada intervalo, se o fluxo for com um único fluido, conforme testes realizados com ar e água. Caso esteja presente a produção de dois fluidos, mais um perfil é necessário para informar, além da contribuição de cada intervalo, qual a per-centagem de cada fluido.

RecomendaçõesA modelagem icônica da ferramenta flowmeter per-

mitiu entender o princípio básico de funcionamento desse perfil de produção, o continuous flowmeter. tes-tes para determinação da vazão de fluidos foram rea-lizados, quando foi observado que o potencial elétrico

flowmeter

Gráfico 3: Dados de vazão versus tensão e linearidade dos dados sem e com calibração.

Mais de 34 mil profi ssionais, de diferentes áreas e nacionalidades.Espalhados por mais de 70 países.Comprometidos em levar ajuda às pessoas que mais precisam. Sem discriminação de raça, religião ou convicções políticas.E você também pode ajudar!

www.msf.org.br

MSF_meia-pag_TN 92.indd 1 25/11/13 14:21

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e as RPM são proporcionais à vazão, ou seja, quanto maior o potencial elétrico e as RPM, maior será a va-zão. Além disso, após a calibração da ferramenta foi possível estimar a passagem do fluido no reservatório, atingindo o objetivo da ferramenta de medir a vazão total de produção (ou de injeção). E, por fim, através da ferramenta foi possível encontrar a relação entre a rotação da hélice, voltagem e vazão.

A calibração das curvas obtidas foi importante para dar maior confiabilidade no cálculo de valores prediti-vos no flowmeter.

Para futura melhoria deste trabalho se recomenda:•Obter uma equação confiável para medir a vazão do

ar e comparar com a vazão de água.•Procurar alternativas para obter maior quantidade de

dados de vazão líquida e usar vários tipos de verte-dores.

•Realizar uma análise de sensibilidade com diferentes geometrias de hélice e/ou número de hélices.

•Realizar a medição das RPM para líquidos.•Realizar a medição de vazão, tensão e RPM para flui-

dos bifásicos e trifásicos.

Referências

Fernandez, M. F., Araujo, R., Ito, A. E., Netto, A., 2005. Manual de Hidraúlica. Editora Edgard Blucher Ltda. Capítulo 6 – Vertedores.

Paz, E. F., 2010. Sistema baseado em medidor de pressão diferencial para determinação em linha de vazões de produção em poços de pe-tróleo, Dissertação Universidade de São Paulo.

Thomas, J.E., 2001. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 2ª Edição. Editora Interciência. Disponível em www.halliburton.com (Acesso em Junho de 2016).

https://www.geoilandgas.com/oilfield/wireline-technology/production-logging-flowmeter-spinners. Acesso em dezembro de 2015.

Carlos, E. Morimoto, “Entendendo a eletricidade: tensão, corrente, watts e outros bichos”, http://www.hardware.com.br/dicas/entendendo-eletricidade.html. Acesso em Junho de 2016.

Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos

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68 TN Petróleo 109

Foi notório o impacto que a crise do setor de óleo e gás gerou no mer-cado imobiliário corporativo da cidade. O Rio de Janeiro, apesar da diversidade de sua atividade econômica, sempre foi muito dependente

da indústria do óleo e gás. Até meados de 2013, com a liderança da Petro-bras, o setor representava cerca de 60% a 70% da absorção bruta anual de novos espaços na cidade e era grande responsável pelo sucessivo aumento da absorção líquida (que mede a diferença do volume ocupado do mercado). Nos últimos três anos, com a explosão da crise na indústria que extinguiu empregos e novos projetos, as empresas do setor foram na contramão e re-duziram os espaços ocupados, ocasionando nova série histórica na absorção líquida, desta vez de decrescimento.

Historicamente, sempre houve uma concentração dos escritórios em torno da Petrobras, cuja sede é no Centro da cidade. Hoje podemos dizer que isto não é mais uma regra. Apesar de o volume ocupado no Centro ainda ser considerável, as empresas de óleo e gás também estão distribuí-das em grande número entre as regiões de Botafogo, Flamengo e Barra da tijuca, que formam ao lado do Centro os principais polos do mercado de escritórios do Rio de Janeiro.

Atualmente não existe um deslocamento específico de região no mer-cado de escritórios. Entre os anos de 2010 e 2012 vivenciamos um intenso movimento de migração de empresas para a região da Barra da tijuca. Na-quela época regiões como o Centro e Botafogo apresentavam uma taxa de vacância (espaços vagos disponíveis) entre 2% e 4%, além de um estoque muito antigo, o que levava as lajes de qualidade disponíveis a patamares de preço extremamente elevados. Já a Barra, um mercado em ascensão, aliava preço competitivo à qualidade. Hoje, com um mercado super-ofer-tado com produtos de qualidade na região central, não existe atratividade em deslocamento entre regiões, mas sim o chamado flight to quality que é um movimento onde os ocupantes aproveitam a variedade de ofertas de alto padrão para melhorar a qualidade dos espaços ocupados, através de lajes mais eficientes e edifícios sustentáveis.

A CBRE possui um expertise muito grande de atuação junto às maiores empresas de petróleo e gás com operações no Brasil. Nos últimos cinco

Empresas do setor devem buscar o fly to quality

Adriano Sartori é vice-presidente da CBRE.

geradores

Para especialista, o momento é de aproveitar as ofertas de alto

padrão para melhorar a qualidade dos espaços ocupados, através de

lajes mais eficientes e edifícios sustentáveis.

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anos, apenas no Rio de Janeiro, atuamos diretamente na movimentação de mais de 100.000 m² de escritórios para empresas do segmento, atendendo a nomes como Statoil, Chevron, British Petroleum, Schlumberger, Sai-pem, Repsol, Sinopec, total, Modec, entre outras, além da própria Petrobras.

Nossa expectativa é que a provável diminuição do protagonismo da Petrobras na exploração do pré-sal deve gerar uma reviravolta bastante positiva para o mercado. A flexibilidade do marco regulatório atrairá novos e valiosos investimentos para o setor, que podem ser cruciais na recuperação do nicho. temos um po-tencial para geração de negócios muito alto daqui pra frente.

Empresas do segmento, principalmente as multi-nacionais, buscam edifícios que atendam a um exi-gente padrão de especificações técnicas, segurança e localização. De uma forma geral, estamos falando dos edifícios classificados como triple A. Com rela-ção às especificações técnicas, são levadas em conta características como o ar-condicionado central, piso elevado, pé direito livre, tamanho e formato da laje (essencial ser regular e sem colunas), além de outros quesitos importantes como a certificação LEED (Lea-dership in Energy and Environmental Design), vagas de garagem e grupos geradores. Os sistemas de segu-rança oferecidos pelo edifício fazem toda a diferença para as empresas deste setor e devem ser reflexo do que elas possuem em suas sedes ao redor do mundo. O prédio deve ter controle de acesso, catracas eletrô-nicas de conexão aos elevadores, sistema de CFtV e automação predial, sistemas completos de prevenção e combate a incêndio com pelo menos duas escadas de emergência (pressurizadas) e rotas de fuga inde-pendentes. O entorno precisa oferecer segurança e infraestrutura necessária para suprir todas as neces-sidades dos usuários, principalmente quando falamos de alimentação e proximidade ao transporte público.

Um bom exemplo de produto que reúne estas carac-terísticas é o edifício Vista Guanabara. Idealizado pelas gestoras de investimentos imobiliários GtIS Partners e Autonomy, o edifício foi concebido para oferecer ao mercado de imóveis corporativos o mais alto padrão de qualidade e infraestrutura.

Erguido sobre um terreno de 3.887 m², o Vista Gua-nabara conta com 27 pavimentos, 17 deles de escritó-rios com lajes de 1.700 m² a 1.800 m², e oito andares de garagem, com um total de 382 vagas, além de bici-cletário.

Com tecnologia de ponta e foco na sustentabilida-de e eficiência do projeto, o Vista Guanabara possui pré-certificação LEED Gold, selo que garante padrões

internacionais de construção sustentável, vidros com controle solar para redução do calor no ambiente inter-no, alto isolamento acústico e monitoramento da qua-lidade do ar.

O projeto do Vista Guanabara foi concebido pelo renomado escritório de arquitetura Kohn Pedersen Fox Associates (KPF) – responsável por obras emblemáti-cas como os arranha-céus PingAnInternational Finan-cial Centre, Shanghai World Financial Center – ambos na China –, OneVanderbilt, e pelo complexo multiuso Hudson yards – ambos nos Estados Unidos, e pela bra-sileira Arq&Urb Projetos.

Localizado no ponto mais privilegiado do Boulevard Olímpico, os ocupantes do edifício têm mobilidade ga-rantida pelo VLt (Veículo Leve sobre trilhos), um meio de transporte eficiente que conecta a região portuária do Rio de Janeiro ao metrô, rede de ônibus, BRts, trens, barcas e ao Aeroporto Santos Dumont.

A região do Porto Maravilha em breve se tornará o mais importante polo empresarial do Rio de Janeiro. É nessa área que o Vista Guanabara oferece ao mer-cado o melhor e mais moderno edifício corporativo da cidade do Rio de Janeiro.

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70 TN Petróleo 109

Os tempos desafiadores que a indústria de óleo & gás tem atravessado requerem que decisões apropriadas sejam tomadas para redução dos custos de produção, compatíveis com os atuais preços do petró-

leo no mercado.Entre diversas outras iniciativas adotadas no momento para reduzir cus-

tos, podemos incluir o desenvolvimento de novas tecnologias que executem tarefas necessárias em menor tempo ou com menos recursos envolvidos.

Contudo, desenvolver novas tecnologias requer investimento financei-ro, com certa margem de risco, e demanda tempo para que a solução este-ja disponível no mercado, efetivamente reduzindo os custos de produção. E recursos financeiros andam escassos no momento até para gastos opera-cionais, não estando facilmente disponíveis para atividades de P&D.

Criteriosa seleção de projetos e definição de abordagem são essenciais no momento e existem dois caminhos comuns para que estes objetivos sejam atingidos: trabalhar na forma de projetos cooperativos – JIP (Joint Industry Project) –, ou focando em projetos já próximos de apresentarem resultados em função do domínio existente das tecnologias envolvidas, ou seja, elevado tRL (Readiness technology Level).1

trabalhar sob o modelo de JIP possibilita o compartilhamento dos cus-tos do projeto entre diversos parceiros que atuam de modo colaborativo e com larga utilização na indústria. Além disso, permite o compartilhamento do risco envolvido e das experiências individuais que cada empresa par-ceira possui sobre o problema e sua solução.

Focar em projetos de elevado tRL permite que o produto resultante do projeto esteja disponível e trazendo redução de custos em um horizonte temporal compatível com as restrições orçamentárias atuais que a maioria das empresas vem atravessando.

A organização de projetos compartilhados é a especialidade do ItF/Industry technology Facilitator, uma associação de operadoras e empre-sas de serviços em petróleo e gás, apta a gerar processos de compartilha-mento de custos de pesquisa e desenvolvimento para solução de desafios

1 Uma descrição dos níveis de domínio da tecnologia TRL, conforme definido pela Agencia Espacial Americana (Nasa) e exemplos de chamadas de projetos cooperativos (JIP) já emitidas pelo ITF podem ser encontradas nos links https://www.nasa.gov/directorates/heo/scan/engineering/technology/txt_ac-cordion1.html e http://itfenergy.com/calls-for-proposals/archived-calls.

Alternativas para P&D em época de crise

Keith Mackie é diretor de Projetos Estratégi-cos e Desenvolvimento Internacional da ITF Technology Support Services (TSS).

Arthur Braga é Country Manager Brazil da ITF Technology Support Services (TSS).

pesquisa e desenvolvimento

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comuns à indústria. Estruturado como uma organi-zação sem fins lucrativos, o ItF já promoveu o lan-çamento de mais de 200 projetos cooperativos (JIP) globais, desde os estudos iniciais até sua introdução no mercado como produto. Operando internacional-mente, une seus membros, a comunidade de P&D e órgãos governamentais para encaminhar problemas regionais específicos, bem como define áreas de de-mandas tecnológicas sob uma perspectiva global, identificando oportunidades de transferência de tec-nologia e conhecimento.

O desenvolvimento de tecnologia pode ter várias origens. O ItF, tradicionalmente, estimula a comuni-dade de P&D a submeter propostas de projetos de ino-vação tecnológica que foquem desafios específicos das operadoras. O resultado é o financiamento colaborativo destes projetos.

Em apoio ao processo tradicional de JIP, existem duas atividades complementares do ItF que têm ex-pandido a capacidade de trazer novidades tecnológi-cas: o ItF technology Support Services (tSS) e o ItF Innovation Network.

O tSS compreende uma variedade de serviços tecnológicos, como organização de workshops, ela-boração de roteiros tecnológicos (roadmapping), levantamento do cenário tecnológico, chamadas de projetos dedicadas e organização de redes. Dispo-nível para qualquer indivíduo ou organização, in-cluindo empresas associadas, está firmemente cen-trado na tradição do ItF de incentivar e encorajar o desenvolvimento tecnológico em prol da indústria de petróleo e gás.

Como exemplo de workshop em desafios tecno-lógicos, o ItF tem longa tradição de organização e condução de oficinas para identificar os desafios da tecnologia. Na condição de parceiro independente e confiável, trabalha com organizações individual-mente para planejar e organizar workshops que irão permitir um melhor entendimento da amplitude dos desafios tecnológicos que eles estão enfrentando e permitir o início de um plano sobre como priorizar e focar nestes desafios. Um relatório detalhado que po-derá ser usado como precursor para qualquer plano de priorização das ações será sempre fornecido como resultado mínimo deste processo. Adicionalmente, uma comparação entre as demandas tecnológicas identificadas, obtidas através de contribuições anô-nimas, fornecerá valiosas informações.

Como parte do roadmapping desenvolvido recente-mente para uma operadora, foi organizada uma série de workshops que agregaram nossa experiência e o conhecimento da indústria para sugerir planos de prio-

rizações que consideravam tanto o planejamento total do projeto como os recursos necessários.

No fornecimento dos resultados de qualquer tSS, o ItF garante não comprometer a confiden-cialidade dos seus associados de nenhuma forma. Usando sua posição privilegiada na indústria para promover o desenvolvimento tecnológico, a empre-sa construiu uma reputação de agente de desen-volvimento tecnológico independente, confiável e honesto, mantendo esta reputação através do esta-belecimento de acordos de confidencialidade claros e bem definidos.

Já o ItF Innovation Network é uma plataforma in-terativa baseada na internet para que os desenvolvedo-res possam divulgar os benefícios de suas tecnologias diretamente aos usuários e à indústria de maneira ge-ral. Para garantir que a tecnologia já está disponível para comercialização e implantação, os operadores re-querem que os desenvolvedores apresentem subsídios sobre comercialização, segurança e riscos ambientais. Mas, apesar de os desenvolvedores, principalmente os pequenos e médios, terem conhecimento e espírito em-preendedor para resolver tais desafios, eles precisam vencer numerosas barreiras relacionadas a garantir uma adoção inicial e condições de testes.

O Innovation Network fornece uma plataforma in-terativa que permite aos desenvolvedores de tecnolo-gia demonstrar seus projetos e inovações recentes, di-retamente aos membros do ItF e à indústria em geral. A seção ‘Open Innovation Hub do Innovation Network’ é um portal para desenvolvedores mostrarem seus pro-jetos recentes, tecnologias e resultados aos membros do ItF. Outras seções proveem acesso às chamadas do ItF e notícias relevantes.

Aos associados do ItF está disponível acesso com-pleto ao Innovation Network. Para outras empresas ou indivíduos, disponibiliza-se o acesso escalonado des-de o nível básico, sem custo, até outros níveis mais completos.

Como um suporte para todas as suas atividades, o ItF realiza anualmente, em Aberdeen, Escócia, o technology Showcase, que disponilize uma plata-forma para que os pesquisadores e desenvolvedores possam mostrar suas conquistas à indústria. Além da feira, há uma conferência com apresentações de alto nível feitas por operadoras, desenvolvedores e órgãos reguladores.

Apresentadores do mundo inteiro, inclusive do Bra-sil, contribuíram para tornar o ItF technology Show-case deste ano o melhor já realizado, com ações já em andamento para que o evento de 1º de março de 2017, com o tema ‘tecnologia em ação’, seja ainda maior.

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Hoje há uma matriz energética mundial crescente que, mesmo se di-versificando, ainda mostra grande dependência do petróleo. Além da crise econômica envolvendo o petróleo, a escassez de novas jazi-

das exige outra postura na linha de produção dos hidrocarbonetos. Aumen-tar a vida útil de um reservatório e garantir a elevação e escoamento do óleo e gás são fundamentais. Para isso, a busca de novas tecnologias deve ser efetiva para vencer as dificuldades que permeiam produções, como a do pré-sal.

A maior parte do petróleo produzido no Brasil vem de águas profundas ou ultraprofundas e, uma vez iniciada a produção, surgem vários desa-fios para sua explotação. Entre esses, a deposição de parafina é um dos maiores problemas que atinge as operações offshore durante o processo de garantia do escoamento onde ocorre um processo de transferência de calor entre o óleo e o ambiente externo, imerso em águas geladas.

A precipitação da parafina traz complicações podendo acarretar a per-da de carga, diminuição da vazão, danos aos equipamentos, aumento do custo de remediação, obstrução das tubulações, ou mesmo a perda de li-nhas de produção, com grandes prejuízos econômicos e riscos ambientais. Hoje utilizam-se aditivos químicos, circulação de fluidos aquecidos, isola-mento térmico, passagem de PIGs, mas ainda sim persistem os problemas com a concentração de parafina.

O PIG “Pipeline Inspection Gauge” é um dispositivo cilíndrico utiliza-do com as mais diversas funções, como prevenção no acúmulo dos sólidos nos dutos, reconhecimento de falhas, remoção de gás e líquido, melhoria da eficiência de fluxo, transporte de inibidores de corrosão, entre outros. O PIG é considerado um dos recursos mais eficazes na manutenção e ins-peção de tubulações de petróleo e seus derivados e sua importância se elevam na medida em que novas tecnologias surgem para agregar funções a ele.

Existem alguns métodos que são utilizados na tentativa de transpor as obstruções por sólidos, contudo a maioria são de alto custo, dispensam muito tempo, quase sempre geram resíduos na operação e nem sempre são capazes de romper a parafina causando grandes prejuízos, deixando uma lacuna na criação de técnicas para solução deste percalço. Desta for-ma, este trabalho teve por objetivo construir uma unidade experimental de

Construção de uma unidade experimental de um PIG aquecedor movido a propulsão

Jaqueline Novais da Silva é aluna do 10º período de Engenharia de Petróleo pela Universidade Santa Cecília (Unisanta) – Santos, SP.

Nayara Mota Oliveira Souza é aluna do 10º período de Engenharia de Petróleo pela Uni-versidade Santa Cecília (Unisanta) – Santos, SP.

Orjana Clair Tacchi Géa é aluna do 10º período de Engenharia de Petróleo pela Universidade Santa Cecília (Unisanta) – Santos, SP.

pesquisa e desenvolvimento

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um PIG, para romper os bloqueios de parafina de modo mais rápido e econômico que dos métodos existentes.

O PIG proposto neste estudo tem a função de con-duzir uma fonte de aquecimento até a barreira de pa-rafina através de um hélice movida por uma propulsão pneumática. Seu abastecimento se dá por processo umbilical que conduz energia da rede até a fonte de aquecimento e ar comprimido para proporcionar tor-que a propulsão pneumática. A operação para liquefa-zer a parafina pode ser feita em curto espaço de tempo e com eficiência.

Foram feitos três ensaios termodinâmicos no intuito de avaliar qual a melhor fonte de aquecimento para o PIG. Micro-ondas, ultrassom e resistência elétrica fo-ram os dispositivos testados e seus resultados compu-tados, como nas Figuras 1, 2 e 3. O micro-ondas tem sido estudado como potencial para aquecimentos mais profundos, além da superfície, o que potencializa seu desempenho positivo em uma deposição de parafina em tubulação. Segundo Fatykhov (2015), no caso de a tubulação ficar completamente bloqueada, o melhor método a ser utilizado é a energia de radiofrequência ou micro-ondas eletromagnéticas. Esse método é pro-missor, não só pelo custo benefício, mas também pela alta eficiência tecnológica e ecológica. De acordo com O’Donnell et al. (2011), a absorção do ultrassom pela parafina é muito maior do que em metal. O som é re-fletido entre interfaces do material com diferentes pro-priedades acústicas, proporcionando uma alta energia que se dissipa na parafina proporcionando fusão em uma retenção dentro da tubulação. Outros estudos fo-ram feitos sobre o desempenho da aplicação da resis-tência elétrica em dutos petrolíferos.

O PIG foi construído e testado como trans-porte para carga de aquecimento e foi avaliado de forma positiva em seu desempenho, dei-xando algumas observações sobre melhorias em materiais e aerodinâmica. Entre os ensaios termodinâmicos observou-se que as soluções por ondas mecânicas e eletromagnéticas são as mais viáveis, como mostra a Tabela 1, cuja taxa de variação da temperatura com o tempo apresentou 830% de superioridade em relação ao ultrassom e de 952% com relação à chapa de aquecimento. Dentro do protótipo proposto com o objetivo de remover a parafina da malha de produção, o resultado foi alcançado sem deixar resíduos, em tempo inferior e com menor custo se comparado com as operações usadas com o mesmo fim na indústria de óleo e gás. O projeto gerou um produto de baixo custo, simples apli-

Parafina Parafina e água Parafina e salmoura Parafina e óleo Parafina, salmoura e óleo

Figura 1: Comportamento da temperatura durante o aquecimento por micro-ondas

Figura 2: Comportamento da temperatura da parafina pura e em mistura, com chapa de aquecimento especificada.

Parafina Parafina e água Parafina e salmoura Parafina e óleo Parafina, salmoura e óleo

Figura 3: Comportamento da temperatura de 2g de parafina durante o aquecimento por ultrassom.

Parafina Parafina e água Parafina e salmoura Parafina e óleo Parafina, salmoura e óleo

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cabilidade e que pode evitar sérios danos ambientais e perdas financeiras significativas nesse grave problema da indústria de óleo e gás.

Tabela 1: Comparação dos dados experimentais através da taxa de variação de temperatura

ExperimentoVariação de temperatura

(°C)

Variação de Tempo (s)

Taxa de Variação

(°C/s)

UltrassomParafina 45,7 460,0 0,099

Parafina e água

31,1 460,0 0,068

Parafina e salmoura

22,2 460,0 0,048

Parafina e óleo

45,7 460,0 0,099

Parafina, sal-moura e óleo

30,5 460,0 0,066

Chapa de aquecimentoParafina 9,2 240,0 0,038

Parafina e água

23,3 240,0 0,097

Parafina e salmoura

17,7 240,0 0,074

Parafina e óleo

20,1 240,0 0,084

Parafina, sal-moura e óleo

9,4 240,0 0,039

Micro-ondasParafina 18,0 60,0 0,300

Parafina e água

77,6 60,0 1,293

Parafina e salmoura

34,3 60,0 0,572

Parafina e óleo

12,0 60,0 0,200

Parafina, sal-moura e óleo

47,8 60,0 0,797

Fonte: Dados experimentais colhidos pelos autores.

As unidades experimentais foram compostas de parafina pura com densidade 0,90 g/cm³, ponto de fusão de 56,5ºC e coloração branca. Salmoura, sa-linidade de 170.000 mg/L. Óleo lubrificante Lubrax Gear 680 com dados nominais de densidade 917 kg/m³ (20°C) e viscosidade 673 cSt (40°C), segundo o fornecedor. Um sensor digital para os termopares da marca Salcas, modelo Salvterm 704, sensor tipo J (Fe – Co), escala de 40ºC-500ºC, número de série 38.035, para medição de temperatura. Cronômetro digital da marca Unilab, para obter o tempo de aumento da temperatura. Sendo as unidades diferenciadas pela primeira dispor de um aparelho de ultrassom com frequência de operação e frequência ultrassônica de 50-60Hz e 1,7MHz, respectivamente, e tensão de

alimentação de 100-240 V. A segunda, um aparelho de micro-ondas com tensão 220 V, potência total de 1450 W e frequência de operação de 2450 MHz. E a terceira, uma chapa aquecedora redonda da marca Quimis, modelo Q310B, com plataforma de alumínio reforçado e temperatura máxima de 350°C.

todos os ensaios foram realizados com: a) parafina, b) parafina e água, c) parafina e salmoura, e) parafina e óleo, e f) parafina, óleo e salmoura.

A construção da quarta unidade experimental, Fi-guras 4 e 5, foi referente a um PIG aquecedor movido pelo método pneumático, composto por uma minir-retífica da marca Eda, modelo 8NJ, capacidade ¼”, pressão de ar de 90 psi e velocidade de 22.000 rpm, alimentada por um compressor de ar, modelo Moto-compressor CMI-8, 120 psi, tensão de 220 V, da marca Motomil, com hélice náutico de três pás de aço, diâme-tro de 140 mm de ponta a ponta, acoplado na saída de ar da retífica para propulsionar o PIG na tubulação. Na área triangular do instrumento, encontra-se o ambien-te onde será disposto o equipamento para aquecimento da unidade, e assim, desobstruir o plug no duto.

Os estudos concluíram que o PIG desenvolvido trans-portará o transdutor de micro-ondas até a obstrução de parafina, já que este dentre os ensaios termodinâmicos, obteve taxa de variação de temperatura por tempo sig-nificativamente melhor entre os experimentos realizados,

Figura 4: Unidade experimental do PIG aquecedor com sistema de propulsão pneumática.

Figura 5: Desenho técnico em 3D da unidade experimental do PIG aquecedor com sistema de propulsão pneumática.

pesquisa e desenvolvimento

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seguido do ultrassom e da resistência elétrica, nesta or-dem. Desta forma, obtém-se o resultado esperado na bus-ca de conseguir um dispositivo mais rápido e econômico,

mediante aos que são operados atualmente, contribuindo para que a elevação e escoamento da produção de petró-leo possa fluir livre de bloqueios parafínicos.

Referências

Tom O’Donnell, Theo Mallinson, Steve Barnes, and Jerry Hopple of Siemens Corporation Obstruction Remediation without the Ballistic Plug Effect. Disponível em http://www.rpsea.org/media/files/files/adb3404c/SSS-PR-Suggested_CTRs_Evaluation_Form_High_Inten-sity_Focused_Ultrasound-O-27Donnell-09-13-11.pdf. Acesso em 26 de setembro de 2016.

Fatykhov, M.A. & Fatykhov, L.M. J Eng Phys Thermophy (2015). Microwave Electromagnetic Method of Melting the Paraffin Plug in an Open Coaxial System. Disponivel em http://link.springer.com/article/10.1007/s10891-015-1242-2. Acesso em 26 de setembro de 2016.

Construção de uma unidade experimental de um pig aquecedor movido a propulsão

NAVIUM is a 100% Brazilian company, specialized in mooring and maritime installationOffshore engineering services • Rig moves: reduce rig moves cost using our special hook approved by ABS – PELIKELO • Mooring design and installation • NAVIUM is also authorized to operate as a Brazilian shipping company by ANTAQ – The National Agency of Maritime Transportation

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PELIKELODisconnectorPelikelo

The MCS disconnector named Pelikelo (Patent MU8502447-3) was designed to release lines under load.

This versatile and robust tool is ideal for applications where quick, reliable and disconnect is an essential operational requirement.

The tool effective operation was witnessed by the ABS, DNV and BV Classification Societies.

Pelikelo is built by structural steel and designed to fit specified shackles.

A ROV, auxiliary winch or a combination of both releases the tool.

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Quick release system for drilling rigs in hazadous areas (hurricanes and iceberg).

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NAVIUM Engenharia, Navegação e Comércio Ltda. Av. Nilo Peçanha, 26, Grupo 904/908 • Centro • CEP 20.020-100 • Rio de Janeiro • RJ • BrazilPhone: +55 21 2524-0296 • [email protected] • www.navium.com.br

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Modec International LLC: installation contractor for the projects FPSO Cidade do Rio de Janeiro, FSO Cidade de Macaé, FPSO Cidade de Niterói, FPSO Cidade de Santos and FPSO Cidade de Mangaratiba – mooring and risers installations procedures; logistics and materials specifi cations; anchors installation surveyor.

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76 TN Petróleo 109

Quem se der ao trabalho de pesquisar as exposições

e eventos culturais que acontecem no Rio neste início

de primavera há de verificar, imediatamente, duas

mostras que devem encher de orgulho a cidade, que

continua sendo uma das grandes capitais da arte.

As várias artes do gênioinédito

por Orlando Santos

coffee break

Picasso: mão erudita, olho selvagem

Entrada franca

CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galerias 2 e 3

Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô:

Estação Carioca)

Tel.: (21) 3980-3815

De 13 de setembro a 20 de novembro de 2016

De terça a domingo, das 10h às 21h

SEPARADAS POR ALGUNS POUCOS quarteirões e ambas no Centro do Rio, a exposição da Caixa Cultural, Picasso: Mão Eru-dita, Olho Selvagem, que abriga peças inéditas do patrimônio pessoal do artista, e O Triunfo da Cor: O Pós-Impressionismo, no Centro Cultural Banco do Brasil (veja artigo na TN Petróleo n. 108) atraem milhares de visitantes.

A do mestre espanhol segue até o final de novembro, enquanto a do CCBB deixa a cidade ainda na primeira quinzena de outubro, se não houver, como tem acontecido, uma prorrogação, diante do inte-resse manifestado pelo público, moradores e turistas.

Um artista múltiploCelebrado como gênio cubista de obras-primas como As senhori-

tas de Avignon (1907), e Guernica (1937), o espanhol Pablo Picasso produziu milhares de peças nos mais variados suportes durante sua vasta carreira: pinturas, esculturas, desenhos, cerâmicas e gravuras. A exposição carioca traz grande registro fotográfico da vida deste artista múltiplo, inquieto e incansável.

Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem reúne 138 obras, pertencen-tes ao Musée National Picasso-Paris. Organizada pelo Instituto tomie Ohtake em conjunto com o referido Museu, a exposição tem curadoria

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de Emilia Philippot, também curadora na instituição francesa, e está dividida em dez seções temáticas.

As obras traçam um percurso cronológico e temático em torno de conjuntos que retratam as principais fases de Pablo Picasso, nascido em Málaga, em 25 de outubro de 1881, e morto em Mougins, França, em 8 de abril de 1973. A mostra percorre sua trajetória desde os anos de forma-ção, com o óleo sobre tela L'Homme à la casquette (1895), até as últimas obras, como a gravura em metal Couple: femme et homme chien. Avec fem-me à la fleur (1972).

Imersão A exposição possibilita uma rara imersão do

público no universo do artista espanhol, que viveu grande parte de sua vida na França. Das 138 obras expostas, 109 são de Picasso: 27 pin-turas, 42 desenhos, 20 gravuras e 20 esculturas, incluindo 12 cerâmicas, em sua grande maioria nunca vistas no Brasil.

também integram a mostra 22 fotografias feitas por Andres Villers (1930-2016) em parceria com Picasso, e outras três de autoria de Pierre Manciet durante as filmagens de La vie commence demain (1949), de Nicole Védrès, no ateliê de Picasso em Furnas, Vallauris, na França. O filme, de 89 minu-tos, poderá ser visto pelo público, junto com dois outros: Guernica (1950), de Alain Resnais e Robert Hessens, com 13 minutos, abordando a obra-prima de Picasso, entre pinturas, desenhos e escultu-ras datadas de 1902 a 1949; e Le Mystère Picasso (1956), de Henri-Georges Clouzot, com 78 minutos, revelando seu processo criativo.

Laços afetivosA curadora Emilia Philippot destaca o fato de

que as obras expostas revelam para o público a ligação íntima e pessoal que irriga toda a produção de Picasso, presente nos retratos íntimos da mãe do artista ou de seu primeiro filho, Paul, na celebração apaixonada da sensualidade feminina de Marie--thèrèse Walter, e nas denúncias intransigentes dos males causados pelos conflitos contemporâneos, da Guerra Civil Espanhola ou da Ocupação da França pelas tropas alemãs.

“Escolhemos aproveitar o caráter específico da coleção para esboçar um retrato do artista que questiona sua relação com a criação, entre fabri-cação e concepção, implantação e pensamento, mão e olho”, afirma Philippot. Estão presentes nos trabalhos as experiências vividas por Picas-so. “Os laços afetivos do amante, as dúvidas do homem, as alegrias do pai de família, os com-promissos do cidadão: tudo se introduzia em sua arte”, completa ela.

Uma característica importante da exposição é que o acervo é composto por obras selecionadas e mantidas pelo artista ao longo de sua vida. São trabalhos que estiveram ao seu lado e pertencem ao Musée National Picasso-Paris, um dos mais importantes do mundo sobre o artista, formado por doações sucessivas dos herdeiros do pintor, em 1979 e 1990.

Essa exposição inédita tem patrocínio da Arteris e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), com apoio da CAIXA, Prosegur e Repsol Sinopec Brasil, tendo sido realizada através da Lei Federal de In-centivo à Cultura (Rouanet).

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Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 2224-1349 ou [email protected]

feiras e congressos

Todos bem na foto!Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3786-8365 ou [email protected]

18 a 19 – InglaterraOil and MoneyLocal: LondresTel.: +1 202 662 0712Email: [email protected]/

7 a 10 – Emirados árabesADIPEC 2016 ConferenceLocal: Abu DhabiTel.: +971 2 6970 517 goo.gl/Sba1Ka

24/08 a 27 – BrasilRio Oil and GasLocal: Rio de JaneiroTel.: +55 (21) 2112.9000www.riooilgas.com.br/

8 a 10 – EUADeepwater Operations Conference Local: Galveston, TXTel.: +1 713 963 6277Email: [email protected] www.deepwateroperations.com

25 a 27 – EUAOil and Gas Future LogisticsLocal: Houston, TexasTel.: +1 212 537 5898Email: [email protected]/

15 a 17 – HolandaThe European Autumn Gas Conf. 2016Local: HaiaTel.: +44 (0) 203 772 6022 Email: [email protected] www.theeagc.com

2016Outubro

Novembro

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TN Petróleo 109 79

opinião

A hora e a vez da manutenção e gestão de ativos

Rogério Arcuri Filho é presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman)

Em tempos de desaceleração da economia e, consequentemente,

desaquecimento de setores da indústria, a área de manutenção e gestão

de ativos passa a ter papel estratégico para a garantia da lucratividade e

perenidade das empresas.

Sobretudo nos segmentos que possuem estruturas complexas e multiplicidade de processos, en-volvendo atividades de risco e uso intensivo de tecnologia, como, por exemplo, a indústria de óleo

e gás, com destaque para as operações offshore e de refino. É importante frisar as diferenças entre manutenção

e gestão de ativos (GA), cujos princípios muitos ainda confundem. A GA não é um nome moderno para manu-tenção, nem seus gestores uma denominação moder-nista para os gerentes de manutenção. A GA amplia a responsabilidade da manutenção para focar o negó-cio como um todo, e não os sistemas, equipamentos e componentes per si, incorporando de forma acentuada os critérios econômico-financeiros como ROI, Ebitda, tSR, Capex, Opex, e outros, nas avaliações de risco e análises decisórias. Em um sistema de gestão de ativos (SGA), a manutenção evolui para se tornar um de seus pilares de sustentação, juntamente com as diversas dimensões tecnológicas, econômicas, estratégicas, or-ganizacionais e as relativas às pessoas. De modo bem simplista, enquanto a GA é tudo aquilo que um ativo pode fazer por você, a manutenção é tudo aquilo que você pode fazer pelo ativo.

Assim, a cultura de manutenção, que nem sempre foi valorizada ou vista como prioritária e estratégica, vem se consolidando no Brasil justamente nos setores de maior complexidade e criticidade, nos quais é mais clara a compreensão da importância crucial dessa ati-vidade. Não somente para garantir as operações-fim – no caso do O&G, da extração de hidrocarbonetos à dis-tribuição de derivados para o mercado –, como também a sustentabilidade do negócio.

Em um cenário econômico crítico, agravado pela crise política da qual parecem surgir os primeiros si-nais de melhora, a indústria brasileira passa por um dos piores momentos de sua história. A redução nos investimentos, em decorrência da crise e da necessida-de de controlar os níveis de endividamento, tem levado

as empresas a desacelerar projetos, ao mesmo tempo em que precisam garantir os níveis de produção para atender à demanda do mercado doméstico.

O Brasil tem um parque produtivo maduro, razão pela qual vive um duplo desafio. Primeiro, o de garan-tir a manutenção eficiente e eficaz das unidades fa-bris, plataformas offshore, refinarias, usinas, centrais e plantas industriais para que elas continuem operando na sua capacidade máxima, ao mesmo tempo em que deve implementar modernizações e melhorias para au-mentar a produtividade, qualidade e competitividade, gerando produtos de maior valor agregado. Segundo, o de assegurar a preservação de inúmeros ativos que se encontram paralisados, desde peças e equipamentos a unidades inteiras adquiridas para os grandes proje-tos, de modo a que venham a funcionar perfeitamente quando se fizerem necessários.

Por isso acreditamos que é a hora e a vez da manu-tenção e GA. É mais complexa a gestão em um ambien-te de dificuldades econômicas e escassez de recursos, o que torna difícil a tomada de decisões – escolhas de tiro curto, baseadas quase exclusivamente na redução de custos, podem provocar impacto negativo no longo prazo, pela falta do adequado entendimento dos riscos que envolvem a performance futura dos ativos e a pró-pria imagem corporativa. No momento da futura reto-mada, as organizações têm de estar bem preparadas para vivenciar um novo ciclo de crescimento, cabendo às lideranças inspiradoras da manutenção desenhar novos processos e qualificar seu pessoal para promover a gestão de mudanças, a integração organizacional, a construção de sólidas relações interdepartamentais, o fomento da sustentabilidade em todos os escalões e o alinhamento indissolúvel com as diretrizes estratégicas corporativas.

Está comprovado, ao longo da história industrial, que todas as vezes que ocorreram as chamadas “cri-ses” ou “revoluções”, demandando adequação dos

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opinião

processos e procedimentos inovadores e transforma-dores, a manutenção foi chamada a responder rapi-damente às novas exigências vigentes. Isso obriga essa função a se modernizar e criar metodologias de ação para atender aos novos requisitos, gerando um “círculo virtuoso” de crescente melhoria e desenvol-vimento, com cada avanço da manutenção atenden-do a determinadas expectativas dos “clientes” que, com tais necessidades satisfeitas, passam a exigir mais da função, obrigando-a a novamente se rein-ventar, e assim por diante.

todas as disciplinas englobadas nos SGAs, pauta-dos e modelados de acordo com os requisitos da série de Normas ISO 55000, são um fator valiosíssimo para a melhoria da eficiência e eficácia da manutenção. Dessa forma, a Associação Brasileira de Manutenção e Ges-tão de Ativos (Abraman) assumiu uma posição de van-guarda no incremento das correspondentes otimiza-ções da disponibilidade, confiabilidade e performance das máquinas e equipamentos. Uma das fundadoras do Global Forum on Maintenance and Asset Management (GFMAM, Londres, 2009), que reúne 11 associações nacionais e federações de manutenção e GA dos cinco continentes), a Abraman tem se empenhado na disse-minação destas disciplinas no Brasil, onde responde pela coordenação geral da CEE-251, a Comissão Es-pecial da ABNt responsável, dentre outras atividades, pela tradução para o Português das Normas ISO 55000, quase em “tempo real”.

Entretanto, nenhuma destas iniciativas irá frutificar se não houver o necessário investimento para garan-tir e preservar o maior patrimônio da função: o capital humano. Considerando que são as pessoas os princi-pais agentes da manutenção, deve-se privilegiar o seu desenvolvimento técnico, social e emocional, valori-zando-as e incentivando-as a desempenhar o papel de ‘Médicos de Sistemas e Máquinas’, se pensarmos na medicina como a ‘Manutenção do Ser Humano’.

Os números do Documento Nacional 2015 (DN 2015), road map da Manutenção no Brasil (pesquisa realizada a cada dois anos pela Abraman em cerca de 25 setores produtivos, com mais de 40 indicado-res em oito diferentes áreas de interesse da função) refletem a importância dessa valorização e capaci-tação dos profissionais da área. Na média nacional por setores, 30% da força de trabalho própria das empresas são empregados na manutenção, com os custos de pessoal (próprio mais contratado) repre-sentando quase 40% do total da função. Conside-rando o gasto total de manutenção no Brasil em 2015, de R$ 195 bilhões (calculado a partir do valor de 3,31% do custo de manutenção por faturamento

tabulado sobre o PIB de 2015, de R$ 5,90 trilhões), estima-se que mais de R$ 78 bilhões foram gastos em capital humano nessa área.

Antenada com esta realidade, a Abraman desenvol-veu uma série de projetos para propiciar uma formação sólida e consistente dos profissionais, bem como sua atualização e aperfeiçoamento permanentes. Desta-cam-se os cursos de especialização de curta duração e as parcerias com renomadas universidades brasileiras para aplicação de programas de pós-graduação em En-genharia de Manutenção. O MBA-Engeman da UFRJ já formou cerca de 900 profissionais em 30 turmas e está em fase de conclusão a primeira turma do MBA em GA da Fundação Gorceix de Ouro Preto, modelado pela Abraman, em conformidade com a visão estratégi-ca do GFMAM.

O Programa de Qualificação e Certificação de Pes-soal para Manutenção (PNQC) já certificou cerca de 18 mil profissionais de execução e supervisão em dez ocu-pações, após provas teóricas e práticas nos Centros de Exames de Qualificação credenciados. Recentemente, o PNQC foi adequado aos novos requisitos da Norma ABNt NBR ISO/IEC 17.024:2013 - Avaliação da Con-formidade, resultando na renovação, pelo Inmetro, da acreditação da Abraman como Organismo de Certifica-ção de Pessoas até janeiro/2019.

Na mesma linha, a Abraman vem aplicando desde 2014, mediante acordo com a norte-americana SMRP, o exame em Português para obtenção da certificação Certified Maintenance and Reliability Professional (CMRP). E, como fruto da joint venture World Partners in Asset Management (WPiAM), firmada com a SMRP, o AM Council da Austrália, a Pemac do Canadá e o Iframi da França, a Abraman passou a aplicar o exa-me Certified Asset Management Assessor (Cama) para certificar a competência, conhecimento e compreensão de avaliadores na verificação da aderência dos SGAs aos requisitos das Normas ISO 55000.

A Abraman está preparada para proporcionar aos profissionais de manutenção e gestão de ativos a capacitação necessária para enfrentar e superar os tempos críticos, tornando-os aptos a aproveitar as oportunidades que surgirem tanto agora, como na retomada do crescimento econômico que, cedo ou tarde, terá de ocorrer.

Estas e outras reflexões estão na pauta do 31º Con-gresso Brasileiro de Manutenção e GA, realizado pela Abraman em conjunto com o IV Seminário Nacional de Manutenção e GA do Setor Elétrico, de 17 a 21 de outubro, em Curitiba (PR), sob o sugestivo lema ‘Ma-nutenção, gestão de ativos e o desafio da escassez de recursos’. Um debate imprescindível.

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Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: Lidera de fato quem provoca transformações, por Wanderlei

Passarella | Modelagem do flowmeter para estimativa da vazão de fluidos, por Ana Carolina Santos de

Oliveira, Claudiana Ferreira da Silva, Márcio Roberto de Andrade Araújo Filho, Sebastião Henrique Camilo da Silva e Wellington dos

Santos de Araújo | Empresas do setor devem buscar o fly to quality, por Adriano Sartori | Alternativas para P&D em época de

crise, por Keith Mackie e Arthur Braga | Construção de uma unidade experimental de um pig aquecedor movido a propulsão,

por Jaqueline Novais da Silva, Nayara Mota Oliveira Souza e Orjana Clair Tacchi Géa

O P I N I Ã O

A R T I G O S

Prévia Rio Oil & Gas 2016Um novo ciclo para a indústria de petróleo no BrasilCobertura Marintec 2016Indústria naval quer ‘levantar ferros’

A hora e a vez da manutenção e gestão de ativos de Rogério Arcuri Filho, presidente do Conselho de Abraman

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasila

É preciso antever os desafios

Ano XVIII • setembro/outubro 2016 • Nº 109 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: PNG PETROBRAS 2017-2021

SEGURANÇA REDOBRADAcom investimentos reduzidos

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Vallourec. Soluçõescompletas para o mercadode óleo e gás.

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