especial - colhedoras colheita...

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- ESPECIAL - COLHEDORAS Colheita dinâmica A colheita mecanizada da cultura da canola no Brasil é realizada com diversos sistemas de manejo com o apoio de máquinas específicas ou colhedoras convencionais !\:. ultura da canola vem se constituindo em mais uma lternativa econômica a ser incorporada aos sistemas de produção de grãos no Sul do Brasil. Devido às suas características, os produtores podem se valer da mesma estrutura de máquinas disponíveis em suas propriedades, utilizá-Ia em esquemas de rotação de culturas, particularmente com o trigo. Além disso, a cultura promove a redução do inóculo de fungos necrotróficos, que comprometem a qualidade e o rendi- mento de grãos de trigo (a exemplo de Fusarium graminearum e Septoria nodorum) e oportuniza a produção de óleo vegetal no inverno (os grãos colhi- dos no Brasil apresentam em torno de 38% de óleo). O cultivo da cano Ia traz benefícios para as culturas leguminosas em suces- são. Pode-se tomar como exemplo as cul- turas da soja e do feijão, e de gramíneas como o milho, onde reduz problemas causados por diplodia e cercosporiose, quando cultivadas em sucessão aos cultivos de inverno. Entretanto, em sis- temas de rotação de culturas, a canola deve anteceder preferencialmente uma cultura monocotíledônea, pois é hospe- deira da doença conhecida como mofo branco, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. A maturação desuniforme e a deís- cência natural das síliquas são caracterís- ticas da cultura, que determinam perdas de grãos antes e durante a colheita. Por este motivo, quando se utiliza a colheita com corte direto, no ponto de maturação natural, ocorrem perdas significativas. Uma vez iniciada a operação de colheita, levando em conta apenas o amadureci- mento das primeiras síliquas, as demais, que ainda não estão maduras e aptas à colheita, são prejudicadas, pois os seus grãos ainda apresentam baixo teor de matéria seca por não ter sido completado o enchimento de grãos. Por outro lado, se a colheita for realizada tardiamente (maturação das síliquas mais atrasadas) serão potencializadas perdas por debu- lha na colheita e em pré-colheita, Para realizar a colheita da canola, o produtor rural dispõe de três diferentes alternativas: corte-enleírarnento e pos- terior recolhimento-debulha (implica em duas operações mecanizadas), des- secação química prévia à colheita direta e corte direto no ponto de maturação natural. DE?SECAÇÃÇ> QUIMICA PREVIA A dessecação química prévia (Figura 1) promove a maturação mais uniforme da cultura, além de controlar plantas daninhas que poderiam de alguma forma dificultar o processo de colheita dos grãos. No entanto, por acelerar a maturação das plantas, as torna mais suscetíveis a perdas por debulha caso ocorram ventos e precipitações pluviais excessivas. Oherbicida deve ser aplicado quando 60% a 75% dos grãos mudarem de cor (da cor verde para a cor marrom) e o intervalo entre a pulverização e a colheita deve ser no mínimo de uma semana. Levando em conta as condições climáti- cas, no caso de ocorrência de excesso de chuvas ou ventos fortes, as perdas po- derão ser aumentadas em comparação à colheita direta sem uso de dessecantes. Adessecação química em pré-colheí-

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- ESPECIAL - COLHEDORAS

Colheita dinâmicaA colheita mecanizada da cultura da canola no Brasil é realizada com diversos sistemas

de manejo com o apoio de máquinas específicas ou colhedoras convencionais

!\:.ultura da canola vem seconstituindo em mais umalternativa econômica a ser

incorporada aos sistemas de produçãode grãos no Sul do Brasil. Devido às suascaracterísticas, os produtores podem sevaler da mesma estrutura de máquinasdisponíveis em suas propriedades,utilizá-Ia em esquemas de rotação deculturas, particularmente com o trigo.Além disso, a cultura promove a reduçãodo inóculo de fungos necrotróficos, quecomprometem a qualidade e o rendi-mento de grãos de trigo (a exemplode Fusarium graminearum e Septorianodorum) e oportuniza a produção deóleo vegetal no inverno (os grãos colhi-dos no Brasil apresentam em torno de38% de óleo).

O cultivo da cano Ia traz benefíciospara as culturas leguminosas em suces-são. Pode-se tomar como exemplo as cul-turas da soja e do feijão, e de gramíneascomo o milho, onde reduz problemascausados por diplodia e cercosporiose,quando cultivadas em sucessão aoscultivos de inverno. Entretanto, em sis-temas de rotação de culturas, a canola

deve anteceder preferencialmente umacultura monocotíledônea, pois é hospe-deira da doença conhecida como mofobranco, causada pelo fungo Sclerotiniasclerotiorum.

A maturação desuniforme e a deís-cência natural das síliquas são caracterís-ticas da cultura, que determinam perdasde grãos antes e durante a colheita. Poreste motivo, quando se utiliza a colheitacom corte direto, no ponto de maturaçãonatural, ocorrem perdas significativas.Uma vez iniciada a operação de colheita,levando em conta apenas o amadureci-mento das primeiras síliquas, as demais,que ainda não estão maduras e aptas àcolheita, são prejudicadas, pois os seusgrãos ainda apresentam baixo teor dematéria seca por não ter sido completadoo enchimento de grãos. Por outro lado,se a colheita for realizada tardiamente(maturação das síliquas mais atrasadas)serão potencializadas perdas por debu-lha na colheita e em pré-colheita,

Para realizar a colheita da canola, oprodutor rural dispõe de três diferentesalternativas: corte-enleírarnento e pos-terior recolhimento-debulha (implica

em duas operações mecanizadas), des-secação química prévia à colheita diretae corte direto no ponto de maturaçãonatural.

DE?SECAÇÃÇ>QUIMICA PREVIAA dessecação química prévia (Figura

1) promove a maturação mais uniformeda cultura, além de controlar plantasdaninhas que poderiam de algumaforma dificultar o processo de colheitados grãos. No entanto, por acelerar amaturação das plantas, as torna maissuscetíveis a perdas por debulha casoocorram ventos e precipitações pluviaisexcessivas.

Oherbicida deve ser aplicado quando60% a 75% dos grãos mudarem de cor(da cor verde para a cor marrom) e ointervalo entre a pulverização e a colheitadeve ser no mínimo de uma semana.Levando em conta as condições climáti-cas, no caso de ocorrência de excesso dechuvas ou ventos fortes, as perdas po-derão ser aumentadas em comparaçãoà colheita direta sem uso de dessecantes.

Adessecação química em pré-colheí-

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Tabela 1 - Perdas de grãos de canola (kg/ha), em pré-colheita e colheita,em função de diferentes manejos para a colheita mecanizada. FAMV/UPF,Passo Fundo (RS), 2014

ManejaI

M1 - Corte-enleiramentoM2 - Dessecaçõa química cam diquat

M3 - Dessecaçõo química com glufosinato de amôniaM4 - Corte direto na maturaçõo natural

Tabela 2 - Rendimento de grãos de canola (kg/ha) em função de diferentessistemas de manejo da colheita, com umidade corrigido para 10%. FAMV/UPF,Passo Fundo (RS), 2014

Adesionante Grip® Manejo Adesionante Grip®I.)!!

A 1.555 aA 1.357 bA 1.556 aA 1.262 c

'9"B 1.497 aB 1.300 bB 1.492 aB 1.225 c

M1 - Corte-enleiramentoM2 - Dessecaçõo química com diquat

M3 - Dessecaçõo química com glufosinato de amôniaM4 - Corte direto na maturaçõo natural

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, maiúscula na linha e minúscula nacoluna, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

ta representa um custo adicional ao pro-dutor rural, mas por outro lado pode servista como uma antecipação do manejode plantas daninhas em pré-semeadurada cultura sucessora. Com o objetivo dereduzir o efeito do herbicida dessecantesobre as perdas de grãos de cano Ia empré-colheita e na colheita, o mercadooferece produtos com ação adesionante,que podem ser adicionados à calda depulverização do herbicida.

Oadesionante Grip (látex + surfactan-te) pode ser utilizado isoladamente oucombinado aos herbicidas na dessecaçãoquímica em pré-colheita. O adesionan-te funciona como um agente adesivo,favorecendo a deposição e a retençãodo produto aplicado sobre as síliquas,fixando e reduzindo o escorrimento dacalda pela ação da chuva ou qualquerforma de irrigação por sobre a cultura.

Nesta modalidade de colheita, a mes-ma deve ser iniciada tão logo o teor deágua dos grãos atinja o valor adequado(máximo de 18%), ou seja, a operaçãodeve ser realizada no máximo 14 diasapós a pulverização do herbicida. Outroindicador do ponto de colheita é quea cultura está pronta para ser colhida,quando a maioria das síliquas está secae quando agitadas produzem um somsemelhante ao de um guizo.

CORTE-ENLEIRAMENTOOmanejo de colheita com corte-enlei-

ramento por muito tempo foi realizadoquando 30% a 40% dos grãos do ramoprincipal (ápice) da planta começavama alterar a sua cor.A partir de pesquisasrecentes, o ponto de corte-enleiramentorecomendado é quando 60% dos grãos

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, maiúscula na linha e minúscula nacoluna, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

mudam da cor verde para a cor marrom.Como os processos de fecundação, enchi-mento de grãos e a maturação iniciam nabase da planta e evoluem para o ápicedos ramos, os grãos das síliquas que sesituam na base amadurecem e trocam decor antes dos grãos que estão localizadosnas síliquas do ápice.

O ponto ideal para a realização docorte-enleiramento é quando os grãosdas síliquas, localizados na ponta dosramos produtivos, ainda estão verdes,mas firmes o suficiente e não se rompemao serem rolados entre os dedos polegare indicador. Na maioria das vezes as plan-tas de canola estarão no ponto adequadopara o corte-enleiramento durante umperíodo de apenas três a cinco dias. Apartir do corte-enleiramento, a cultura

vai secando e estará pronta para a co-lheita em aproximadamente oito diassob clima seco, e até 15 dias em períodoscom maior umidade, devido à ocorrênciade chuvas.

Então, tendo-se como exemplo umaplanta de canola adulta, e dividindo-aem três partes (terços: inferior; médio esuperior), a planta estará apta para a re-alização do corte-enleiramento quando:o terço superior apresentar a maioria dosgrãos verdes, firmes e teor de umidadede 40% a 45%; e o terço médio apresen-tar 90% dos grãos firmes e na cor verde e10% dos grãos amarelos a marrom, com30% a 40% de umidade; o terço inferiorapresentar grãos com maturação maisadiantada, de cor amarela para cinza/preto, e com 20% a 30% de umidade.

Plataforma de corte-enleiramento.fabricada pela empresa Produfort

Março 2016 . www.revistacultivar.com.br

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Plantas de canola aos sete dias após adessecação química em pré-colheita

A colheita da canola pelo processode corte-enleiramento tem por objetivoreduzir os riscos gerados pela ocorrênciade grãos esverdeados e contribui para aqualidade de grãos que é exigida paraserem obtidas as melhores classificaçõese preços. Para tanto, é necessário que sefaça a inspeção do campo de cultivo acada dois ou três dias para que se possaobservar, assim, a mudança de cor nasprimeiras síliquas presentes na parteinferior da haste principal (20 a 30 diasapós o término da floração).

Além da consequente redução dasperdas de grãos nas síliquas das partesbaixas das plantas e da eliminação deplantas daninhas junto à massa de pa-lha, outra vantagem apresentada pelocorte-enleiramento é a maturação maisuniforme dos grãos, de sete a dez diasantes da colheita com corte direto noponto de maturação natural, com menorexposição das plantas a chuvas fortes,granizo e vento, no período que antecedea colheita, onde o processo de debulha degrãos é mais acentuado.

O corte-enleiramento pode ser re-alizado com uma série de variedadesde plataformas especiais. Atualmentefabricam-se no Sul do Brasil platafor-mas para corte-enleiramento adaptá-veis a colhedoras-automotrizes. Essasutilizam-se de uma esteira que tem seufuncionamento perpendicular ao sentidodo deslocamento da colhedora e concen-tra as plantas em uma leira.

Quando utilizadas plataformas decorte-enleiramento, a navalha de cortedeve começar a atuar logo abaixo dos ra-mos laterais presentes na haste principal.Acanola enleirada deve estar pronta paraa colheita, quando o teor de umidade dos

• Março 2016 . www.revistacultivar.com.br

grãos se aproximar de 10%, ou menos, oque vem a ser verificado entre cinco e 14dias após o corte-enleiramento.

A colheita das plantas que foram en-leiradas (recolhimento das leiras) deveser realizada preferencialmente complataforma equipada com mecanismorecolhedor ("pick-up") com esteira, aqual recolhe e conduz as plantas parao mecanismo de trilha da colhedora.Após determinado número de dias,que será em virtude das temperaturase da umidade ambiental desde o corte--enleiramento, o teor de água dos grãosestará bem próximo aos 10%, que é oteor de referência indicado para a co-mercialização e também próximo parao armazenamento de curto prazo que éem média de 9% a 10%.

O recolhimento das leiras tambémpode ser realizado através de colhedorasautomotrizes, equipadas com platafor-mas especiais para o recolhimento deculturas enleiradas ou com máquinasequipadas com plataformas de colheitade cereais de inverno e soja.

Quando o recolhimento ocorre complataforma de colheita de cereais deinverno e soja, as plantas daninhas pre-sentes na lavoura e os caules remanes-centes de cano Ia, que ainda continuamverdes, são cortados e recolhidos,causando aumento do teor de águados grãos colhidos. Isso também causauma redução de área foliar das plantasdaninhas remanescentes, prejudicandoa absorção de herbicidas empregadosno manejo dessas plantas que antecedea semeadura do cultivo subsequente.A solução que se apresenta de formamais promissora é o recolhimentodas leiras por meio da plataforma re-colhedora, pois essa apresenta comoprincipal vantagem o não recolhimentode plantas daninhas e caules verdes decanola, o que proporciona grãos maissecos e limpos.

COLHEITA COMCORTE DIRETOPara a colheita com corte direto

no ponto de maturação natural, a corpredominante dos grãos é o melhor dosindicadores. A cor das plantas em si e

dos caules é mau indicador, pois os grãossecam antes que os caules e as hastes dasplantas. Para este tipo de colheita, quan-do é chegada a maturidade fisiológica,deve-se determinar diariamente o teorde água dos grãos, para assim ser iden-tificado o melhor momento para a reali-zação da colheita, pois em dias quentes esecos, a secagem e a deiscência dos grãosocorrem mais rapidamente, aumentandoassim as perdas por debulha.

Essa modalidade de colheita deve terinício quando o teor de água dos grãosestiver no máximo em 18%. Apartir des-se ponto, se houver previsão de chuvase ventos, deve-se colher a canola, passaros grãos pelo processo de pré-limpeza esecagem o mais rápido possível. As pri-meiras áreas a serem colhidas devem seras que estão livres de plantas daninhas,para diminuir assim a disseminação desementes dessas invasoras.

Quando iniciada a colheita, e o teorde água nos grãos estiver acima de 10%,é preferível que se colha nas horas maisquentes do dia, pois o elevado volumede massa verde que precisa passar pelacolhedora torna mais difícil a separaçãodos grãos. Já quando a colheita é rea-lizada com baixa umidade dos grãos edo ambiente é preferível evitar as horasmais quentes e secas do dia, para reduziras perdas por debulha na plataforma.

Dentre as plataformas utilizadaspara a colheita de grãos encontradasno mercado nacional, ganha destaque aplataforma Draper; na qual o sem-fim dealimentação é substituído por um par deesteiras transversais e uma longitudinal.Isso proporciona maior uniformidade naalimentação das colhedoras e aumentoda capacidade de colheita das máquinasentre 15% e 20%. Com a utilização des-tas plataformas na colheita da cultura dacanola, se obtém considerável reduçãode perdas, devido à sua geometria, àssuas regulagens e à redução de atritoentre as plantas e as partes móveis damáquina.

RESULTADOSEXPERIMENTAISEm experimentos pelos autores no

ano de 2014, no município de Passo

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Fundo (RS), foram utilizados quatrosistemas de manejo de colheita, com ousem a aplicação do adesionante Grip,sendo esses: M1: corte-enleíramento:M2:dessecação química com diquat; M3:dessecação química com glufosinato deamônio; M4: corte direto na maturaçãonatural (testemunha). A dose utilizadapara ambos os herbicidas foi de 2L/hae para o adesionante Grip® de 1L/ha.

O acúmulo de chuvas entre a rea-lização da dessecação química préviaaté a colheita com corte direto no pontode maturação natural e o recolhimentodas leiras foi de 49mm. Sendo que aschuvas ocorridas entre a dessecaçãoquímica prévia e a colheita das plantasdessecadas totalizaram 47mm. Havendoum incremento de precipitação de 2mmaté a colheita com corte direto no pontode maturação natural e o recolhimentodas leiras.

Observou-se que os manejos decolheita de canola apresentaram dife-renças entre si. A dessecação químicaprévia com a utilização dos herbicidasdiquat e glufosinato de amônio e o corte--enleiramento apresentaram perdasde pré-colheíta e colheita inferiores àtestemunha. A dessecação química pré-via com glufosinato de amônio + Gripe colheita posterior com corte diretoapresenta perdas de pré-colheíta e co-lheita inferiores, quando comparada aosdemais manejos (Tabela 1).

O uso do adesionante Grip reduziuas perdas de pré-colheita e colheitada cultura da canola nos manejos decolheita, nos quais foi realizada a des-secação química prévia, em relaçãoàqueles manejos onde não foi aplicadoo adesionante (Tabela 1). Nestes casos oadesionante foimisturado com os herbí-cidas diquat e glufosinato de amônio nacalda de aplicação, sendo esta aspergidasobre as plantas. A redução nas perdasde pré-colheita e colheita de grãos ondefoi utilizado o adesionante confirma ainformação repassada pelo fabricante,de que o Grip permite uma melhor de-posição e permanência dos defensivosagrícolas sobre a folha, protegendo osherbicidas de ação de contato das perdaspor escorrimento e lavagem pela ação de

chuvas, reduzindo significativamente asperdas de grãos por debulha.

Em relação ao rendimento de grãos, adessecação química prévia com glufosi-nato de amônio, com ou sem a aplicaçãodo adesionante Grip, apresentou osmelhores resultados quando comparadaaos demais manejos de colheita adotados(Tabela 2).

Aprática de cortar e enleirar as plan-tas acelerou e uniformizou a secagem dosgrãos, reduzindo as perdas por debulha epotencializando o rendimento de grãos,mesmo com a ocorrência de chuvas entrea realização do corte-enleíramento e o re-colhimento das leiras climáticas, atravésda formação de uma massa compactada,com a metade da altura das plantas quepermanecem em pé em cultivos conven-cionais, a qual reduz o impacto das gotasde chuva.

A dessecação química em pré--colheita, no final do ciclo da canola,facilitou o manejo na colheita, poisfavoreceu a secagem e a queda dasfolhas, além da rápida redução daperda de água nos grãos e da maioruniformidade no período próximo aoponto de maturidade fisiológica, redu-zindo as perdas por debulha e conse-quentemente gerando incremento norendimento de grãos.

A utilização do adesionante Gripreduziu as perdas na colheita, poten-cializando o rendimento de grãos,quando comparado aos tratamentos

que não receberam a aplicação domesmo, demonstrando assim que aeficiência da utilização de herbicidasem conjunto com o adesionante Gripem dessecação química em pré-colheí-ta da canola contribui para um melhordesempenho da cultura.

CONSIDERAÇÕESFINAISO manejo da colheita com corte-

-enleiramento ou com dessecaçãoquímica prévia é alternativa que reduzsignificativamente as perdas na colheitae permite obter maiores rendimentos degrãos em canola.

A realização do corte-enleírarnentocom ou sem a aplicação do adesionanteGrip, no estádio indicado, quando 60%dos grãos do ápice da planta mudamda cor verde para a cor marrom, reduzas perdas de pré-colheita e colheita epermite maiores rendimentos de grãos,quando comparado aos manejos de co-lheita com dessecação química prévia ecolheita com corte direto na maturaçãonatural. O corte-enleírarnento tambémproporciona a maior redução do teor deágua dos grãos colhidos e a secagem maisuniforme dos mesmos, reduzindo assimos custos com secagem. 01

Carlos Augusto Pizolotto,Wa/ter Boller,Nadia Canali Lânqaro eGilberto Omar Tomm,UPF

Protótipo de uma plataforma equipada com mecanismo recolhedorcom esteira Produfort. para o recolhimento de leiras de canola

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