espaços de sobolev
TRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABACENTRO DE CINCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE MATEMTICA
Espaos de Sobolev
por
Joo Henrique Santos de Andrade
sob orientao da
Prof. Ms Flvia Jernimo Barbosa
Novembro 2012
Joo Pessoa-PB
1
-
Agradecimentos
Gostaria de Agradecer a Prof. Flvia por toda instruo que me foi dada para vencer maisesta etapa da minha vida acadmica, tambm ao Prof. Joo Marcos pela orientao e ensinamentos ,e por m ao CNPQ que me tem dado apoio nanceiro pra fazer este e demais trabalhos.
2
-
Resumo
Deneremos os Espao de Sobolev W n,p(I) motivados pelo problema de achar soluoespara
(P )
{ u + u = f, se x [a, b]0, se x [a, b]
de encotrar funoes com derivada fraca, e estudaremos suas propriedades gerais , como o fato de serBanach , Reexivo e Separal.
3
-
Abstract
We are going to dene the Sobolev Spaces, based on the search for functions with
(P )
{ u + u = f, se x [a, b]0, se x [a, b]
of nd maps with weak derived , and we study their general properties , as facte be Banach , reexiveand separable.
4
-
Contedo
1 Introduo 6
2 Espao de Sobolev 72.1 Soluo Clssica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 Espao W 1,p(I) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 Propriedades dos Espaos W n,p(I) 113.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113.2 Espao W n,p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4 Topologia Fraca 12
5 Espao de Banach 14
6 Reexividade de W 1,p(I) 15
7 Separabilidade de W 1,p 16
5
-
Captulo 1
Introduo
Os Espaos so espaos que aparecem naturalmente na busca por soluoes fraca para certosproblemas de EDP. No primeiro captulo , vamos motivar a denio atravs do problema
(P )
{ u + u = f, se x [a, b]0, se x [a, b]
onde falaremos de derivada fraca e de W 1,p(I) .No segundo captulo vamos falar sobre os W n,p(I) , e falar sobre propriedades , para no
captulo trs denir uma topologia fraca para W 1,p(I).Nos ultimos captulos vamos mostrar as principais propriedades deste espao que so o fato
de ser Banach , Reexivo e Separvel.
6
-
Captulo 2
Espao de Sobolev
2.1 Soluo ClssicaSeja f C([a, b],R) e considere o problema,
(P )
{ u + u = f, se x [a, b]0, se x [a, b]
Exerccio 1 Use o mtodo clssico e ache a soluo de (P)
Seja C1([a, b],R) com (a) = (b) = 0, multiplique a equaou+u = f por e obtenha
u+ u = f (2.1)Note que usando integrao por partes temos
ba
u = [u
ba ba
u]=
ba
u (2.2)
Equao Clssica
Equao Fraca
Usando algum mtodo prova existncia de soluo fraca
Prximo passo: provar regularidade, isto , que a soluo obitida acima clssica
obs: Lu = 0 clssico Lu = 0 fraco Lu = = 0
Vamos procurar pontos crticos de um funcional.
Se u C2 e satisfaz 2.2 ento usando integrao por partes temos ba
(u+ u f) = 0 (2.3)
Da segue que ba
(u + u f) = 0 (2.4)
7
-
Logo u + u = f em [a, b] (antes era q.t.p usando continuidade temos geral, ou seja em todo[a, b]).Portanto conclumos que se u C2 e satisfaz 2.2, ento u tambem satisfaz a equao em (P).
2.2 Espao W 1,p(I)Seja I = (a, b), I = (a,), I = (, b), I = (,+) e 1 p , temos que
W 1,p(I) =
{u Lp(I); g Lp(I) com ()
I
u = I
g, C1c (I)}
,Se g satisfaz (*) , dizemos que g a derivada fraca de u.
C1c = { : I R de classe C1 cujo supp compacto e contido em I} supp = {x I, (x) = 0} C1c (I) o espao das funes teste Cc
Armao 1 Se u C1(I) Lp(I) e u Lp(I), ento u W 1,p(I) e a derivada fraca coincidecom sua derivada clssica
Prova: Seja C1c usando integrao por partes, temosI
u = I
u (2.5)
de fato, I
u (supxK
|u(x)|)(supxK
|g(x)|) (2.6)
onde K = supp compacto I
u =K
u eI
u =K
u (2.7)
Se K (a1, b2) com a1, b2 R
I
u = b2a1
u = ub2a1 b2a1
u = b2a1
u (2.8)
Portanto, para toda C1c (I) temos ,I
u =
u (2.9)
8
-
Se I um intervalo limitado, ento C1(I) W 1,p(I)Exemplo 1 Seja I = (1, 1) e u(x) = |x|. Ento u W 1,p(I), para 1 p e u = g com
g(x) =
{ 1, se 0 x 11, se 1 x 0
u Lp(I) ok g Lp(I) ok Vericar que g satisfaz (*)
De fato, seja C1c (I), temos
I
udx = 01
udx+ 10
udx = 01
x(x)dx+ 10
x(x)dx = x(x)01 01(1)(x)dx+x
10
(x)dx = 01
g(x)(x)dx 10
g(x)(x)dx = 11
g(x)(x)dx
Exemplo 2 Agora vamos mostrar que a derivada fraca de u(x) no est em W 1,p(I). De fato, seja
g(x) =
{ 1, se 0 x 11, se 1 x 0
Suponhamos que g W 1,p para 1 p , assim ocorre que g Lp(I) h Lp tal que gfraco = h
11
g(t)(t)dt = 11
h(t)(t)dt, C1c (I) teste
temos que,
11
g(t)(t)dt = 01
(t)dt 10
(t)dt = [(0) (1)][(1) (0)] = 2(0), C1c (I)(2.10)
logo, 11 h(t)(t)dt = 2(0) = 0()
Por outro lado estudaremos o que acontece com 11 h(t)(t)dt ,para isto vamos dividir em casos
1. se 1 < p < ,
11
h(t)(t)dt
11
|h(t)||(t)|dt ( 1
1|h(t)|p
) 1p( 1
1|(t)|p
) 1p
C (2.11)
onde, 1p+ 1
p = 1
Agora construamos uma sequncia n(0) + e ||||Lp = 1 , sabemos que isso possvel , pois C1c (I)
9
-
Armao 2 Sejam un : I R e un ||.|| 0, ento un ||.||Lp 0De fato , temos que |un(t)|p < |I| , n n0, t I , assim
I
|un(t)|pdt |I|I
1dt = (2.12)
Sendo assim, usando a armao acima podemos substituir por n em 2.10 e 2.11 , echegamos a uma contradio, pois por um lado 2n(0) =
11 h(t)n(t)dt C e poroutro limitada. Logo g / W 1,p(I).
2. se p = , 11
h(t)n(t)dt
||h||||n||L1 (2.13)e desta forma recamos no caso anterior
3. O caso p = 1 no foi feito ainda
10
-
Captulo 3
Propriedades dos Espaos Wn,p(I)
3.1 IntroduoNa seo anterior denimos os espa o de Sobolev W1, p(I) , agora nesta seao , vamos falar
um pouco sobre o espao W n,p , estudaremos as principais caracteristicas destes espaos para o cason = 1 e 1 p
3.2 Espao Wn,p
Nos espaos W n,p(I) , temos que o n nos diz o nmero de derivadas fracas. Inicialmente vamosestudar o caso p = 1 e depois poderemos estender para o caso nito.Sabemos tambm que W 1,p(I) subespao vetorial de Lp(I) ,
W 1,p(I) < Lp(I).
Em W 1,p(I) denimos a seguinte norma
||.|1,p : W 1,p(I) Ru ||u||p + ||u||p
se 1 < p < so equivalentes,
u (||u||pp + ||u||pp) 1pVeremos que com a norma ||.||1,p o espao W 1,p(I) de Banach. Se p = 2 ele Hilbert pelo
fato de L2,o ser, e denotaremos W 1,2(I) = H1(I), com o seguinte produto interno
< u, v >: H1(I)H1(I) R(u, v)H1 < u, v >L2 + < u, v >L2=
Iu(t)v(t)dt+
Iu(t)v(t)dt
Exemplos 1 Seja E espao vetorial normado , mostre que ||.|| provm de um produto interno, se esomente se , vale a regra do paralelogramo , isto
||x+ y||2 + ||x y||2 = 2(||x||2 + ||y||2)
11
-
Captulo 4
Topologia Fraca
SejaE espao vetorial, denimos como Dual Algbrico , o conjunto de todos o funcionais linearesde E na reta
L(E,R) = {f : E R\f linear }denotaremos por E. Analogamente, demos Dual Topolgico , como sendo o conjunto de todos osfuncionais contnuos de E na reta
L(E,R) = {f : E R\f contnuo }
, e denotaremos por E .Em L(E,R) podemos denir as seguintes normas
||f || := supvE
|g(x)| , supvE
|f(v)|||v|| ou inf{C > 0; |f(v)| C||v||, E}
e , tamm e verdade que
E < E
Se dimE = n nito , temos que todo funcional linear contnuo e E = E , no caso dadimE = infty , ocorre que nem sempre isso verdade , e E E.
Outro problema de dimE = o fato de que a bola fechadaBE(0, 1) limitada, porm no compacta , o que comum aocntecer nos espao de dimenso nita, o problema que esta topologiapossui muitos abertos.
Vamos denir uma nova topologia que torna todos os funcionais lineares contnuos , e os queso ainda continuam contnuos. Seja f : E R , temos
Vq(a, b) = f1((a, b))
eE =
qE
Vq ums sub-base da topologia fraca , e contruimos a topologia fraca com interseces
nitas e unio dos Vq.e em E , a seguinte topologia fraca
Vf = {F1((a, b)), F E}Denamos tambm o espao Bidual de E como o conjunto dos funcionais contnuos de de
L(E,R) na reta , denotaremos por (E ) , ou seja
12
-
(E ) = L(L(E,R),R)Para cada u E denimos a seguinte aplicao,
Ju : E R
f Ju(f) = f(u) facil ver que J(E) < E , alm disso a a aplicaao injetiva para todo u , quando Ju tambm
for sobrejetiva diremos que E reexivo.
13
-
Captulo 5
Espao de Banach
Seja (E, ||.||) espao normado , diremos que E de Banach se E for compelto na norma ||.||
Teorema 1 O espao normado (W 1,p(I), ||.||1,p) de Banach, se 1 p
De fato, seja un W 1,p(I) uma sequncia de Cauchy, tal que
||un um||1,p = ||un um||p + ||un + um||psegue que||unum||p 0 e ||unum||p 0 quando m,n . Como (Lp(I), ||.||p) Banach, ento
existem u Lp e g Lp com
un uemLpeun gemLpnote que
I
un = I
un, C1c (I) (5.1)
Armao 3Iun
dt Iudt
De fato, pois[
un u]dt
I
|un u|||dtHlder ||un u||Lp ||||Lp 0 (5.2)
com 1p+ 1
p = 1.Analogamente,
I
undt I
gdt (5.3)
Usando as afrimaes acima, podemos concluir queI
gdt = I
udt, C1c (5.4)
isto nos diz que g u , logo un u em W 1,p(I)
14
-
Captulo 6
Reexividade de W 1,p(I)
Corolrio 1 Seja E espao reexivo e F E fechado , ento F reexivo
Corolrio 2 Seja E reexivo e T : E F isometria , ento F reexivo
Corolrio 3 Sejam E1, E2, ..., En reexivos , ento E1 E2 ... En tambm o
Teorema 2 O espao W 1,p(I) reexivo se 1 < p <
De fato, considere a aplicao
T : W 1,p Lp Lpu (u, u)
Sabemos que ||Tu||LpLp = ||u||p + ||u||p , logo ||u||1,p = ||u||p + ||u||p e ||Tu||LpLp = ||u||1,pe conclumos que T isometria
Como W 1,p(I) Banach , e T (W 1,p) subespao fechado de Lp(I) Lp(I), comoLp(I) Lp(I) reexivo , se 1 < p < , ento T (W 1,p) tambm . Sendo T uma isometriaocorre que W 1,p(I) reexivo.
15
-
Captulo 7
Separabilidade de W 1,p
Corolrio 4 Seja (X, d) espao mtrico separvel e U X ento U separvel
Seja un X um subconjunto denso em X , tome rm R+ com rn 0. Para n,m tomean,m B(un, rm) U
Armao 4 O conjunto {an,m} denso em U
Dado p U e > 0 , tome rm < 10 , un tal que d(un, p) < rnassim ,
d(an,m, p) d(an,m, un) + d(un, p) < rn + rn < (7.1)
Se un W 1,p(I) e vale
g(x) ={un u, emLp(I)un g, emLp(I)
}ento g = ufraco e u W 1,p(I)
Se 1 < p < , basta supor que un u em Lp(I) e ||un||Lp C para concluir queu W 1,p(I)
I
undt = I
undt
I
udt (7.2)
Teorema 3 Seja u W 1,p(I) com 1 p e I = (a, b) ou I = R ou I = (a,)ou(, b) ,a, b R .Ento existe
u C(I), tal que u = u q.t.p.e alm disso , vale o teorema fundamental do calclo
u(x) u(y) = yx
u(t)dt, x, y I (7.3)
Vamos dividir a demonstraao em lemas
Lema 1 Seja f L1loc(I) tal queIf = 0, C1c . Ento f = K q.t.p em I
16
-
Tome C1c comI = c0 e dena
(t) = c1o (t)
onde I
(t)dt = c10
I
(t)dt = c10 c0 = 1 (7.4)
Podemos assumir que c0 = 1Dado w C1c existe C1c tal que
= w (
I
w
)
e h = w (Iw) contnua
supph compacto , pois suppW compacto e supp compacto sejam suppw [a, b] Iesupp [c, d] I temos
suppw supp [e, f ] I, ondee = min a, cef = min b, dcomo supph = {x I;h(x) = 0} , e se w(x) = 0 e (x) = 0 ento h(x) = 0 . Logo seh(x) = 0 ento w(x) = 0 ou (x) = 0 . da supph (suppw) (supp) [e, f ]
17
-
Bibliograa
[1] Lima, Elon Lages Espaos Metrcos, Quarta Edio,IMPA 2009.
[2] Brezis, Haim Functional Analisys, Sobolev Spaces and Partial Differential Equations, Edionica, Universit Pierre et Marie Currier
18