espaço para brincar: humanizando o pátio da creche anjo da guarda

ESPAÇO PARA BRINCAR humanizando o pátio da creche anjo da guarda

espaço para brincar: humanizando o pátio da creche anjo da guarda

2 Roselane NeckelReitora

Débora Peres MenezesPró-Reitora de Pesquisa e Extensão

Edison da RosaDiretor do Centro Tecnológico

Fernando WestphalChefe de Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Milton Luz da ConceiçãoCoordenação do Curso de Arquitetura e Urbanismo

Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo

OrientadorasVanessa Goulart Dorneles, MsC

Vera Helena Moro Bins Ely, Dr. Eng.

BolsistasFlávia Martini RamosMariana Morais Luiz

Larissa Miranda Heinisch Karine Zenita Cordeiro Leodi Antônio Covatti

Gabriela Hall Banki Lucas Gustavo AnghinoniCarolina Oliveira da Silva Adriana de Lima Sampaio

Arquitetura e UrbanismoUFSC

3UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Departamento de Arquitetura e UrbanismoGrupo PET/ARQ/SESu

Espaço para Brincarhumanizando o pátio da Creche Anjo da Guarda

Flávia Martini RamosMariana Morais Luiz

Larissa Miranda Heinisch Karine Zenita Cordeiro Leodi Antônio Covatti

Gabriela Hall Banki Lucas Gustavo AnghinoniCarolina Oliveira da Silva Adriana de Lima SampaioVanessa Goulart DornelesVera Helena Moro Bins Ely

Florianópolis, dezembro de 2012


4

As imagens de fundo utilizadas neste caderno são modificações de imagens de uso livre, por estarem disponíveis na internet.

Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária da

Universidade Federal de Santa Catarina

Dorneles, Vanessa Goulart; Bins Ely, Vera Helena Moro; Ramos, Flávia Martini; Luiz, Mariana Morais; Heinisch,Larissa Miranda; Cordeiro, Karine Zenita; Covatti, Leodi Antônio; Banki, Gabriela Hall; Anghinoni, Lucas Gustavo;Silva, Carolina Oliveira da; Sampaio, Adriana de Lima.2012.

E77 Espaço para brincar: humanizando o pátio da Creche Anjo da Guarda / Vanessa Goulart Dorneles ... [et al.]. – 1. ed. –Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2012.73 p. : il., tabs., mapas, plantas

Inclui bibliografia.ISBN 978-85-7426-131-7

1. Arquitetura. 2. Arquitetura paisagística. 3. Pátios. 4. Creches. I. Dorneles, Vanessa Goulart.II. Bins Ely, Vera Helena Moro; III. Ramos, Flávia Martini.

CDU: 712.3


6

7sumário

INTRODUÇÃO �� 9APRESENTAÇÃO�� 11jUSTIFICATIVA �� 12OBjETIVOS �� 14objetivos gerais �� 14objetivos específicos �� 14METODOLOGIA �� 15

REFERENCIAL TEÓRICO �� 17o papel da arquitetura infantil �� 18paisagismo para centros infantis �� 19

SITUAÇÃO ATUAL �� 23

O PROCESSO �� 31O PROCESSO �� 35primeiro dia �� 35segundo dia �� 44

O PROjETO �� 47conceito �� 49croquis iniciais �� 55projeto final �� 57mobiliários �� 59maquete eletrônica �� 61maquete física �� 65especificações técnicas �� 67pranchas finais �� 69

CONSIDERAÇÕES FINAIS �� 71CONCLUSÃO �� 73


8

INTR

ODUÇÃO


10

11A extensão aqui apresentada reúne o pro-

cesso do Projeto de Extensão desenvolvido ao longo de três dias na Creche Anjo da Guarda, em Florianópolis, SC.

Em função de outros trabalhos realizados pelo Grupo PET/Arquitetura e Urbanismo da UFSC durante 2010 e 2012 em outras Instituições de Educação Infantil da rede municipal da mesma ci-dade, a Administração da Creche Anjo da Guarda entrou em contato com o Grupo, no intuito de desenvol ver um projeto para seu pátio. Como to-dos os bolsistas já estavam engajados em alguma pesquisa, formulou-se um processo projetual em formato de maratona que permitisse o lançamento de ideias para o pátio de forma rápida, com núme-ro ilimitado de bolsistas participantes.

Neste sentido, nove bolsistas assumiram o compromisso com a Creche e valeram-se do co-nhecimento produzido no PET para agilizar o pro-cesso, informando-se a respeito do tema e utili-zando o repertório reunido para propor um espaço que contemplasse os anseios da Creche.

apresentação


12 justificativaComo um auxílio às mães operárias, as creches surgiram

e eram mantidas por doações ou por instituições religiosas. Possuíam apenas o caráter de instituição assistencialista e o de suprir o tempo em que a mãe está fora do lar. Desde 1988, o Estado garante atendimento às crianças de zero a seis anos em creches públicas. Estas instituições atuam agregando educação, aprendizado e outros valores, a seus alunos.

A escola representa a primeira vivência pública para a for-mação pessoal de uma criança. É através deste local que se tem o início do desenvolvimento pessoal e do aprendizado educa-cional, que vai além das propostas pedagógicas e atinge o rela-cionamento, a interação com outras crianças e a apropriação do espaço escolar.

Um centro de ensino infantil, deve abrigar e ser destinado a toda a diversidade de usuários existente na sociedade, permiti-ndo sua apropriação e a inter-relação com os demais usuários. Entretanto, se observa que os espaços dos centros educacio-nais são muitas vezes adaptados e não atendem as reais neces-sidades dos indivíduos que tem aquele lugar como um dos prin-cipais formadores de suas personalidades.

O papel dos pátios neste sentido é proporcionar à criança um espaço de socialização, prática de atividades físicas, recrea-cionais, artísticas e, até mesmo, de aprendizado. O pátio escolar deve ser um ambiente diversificado, que proporcione novas ex-periências e incentive a exploração e a criatividade.

Esta extensão busca desenvolver um projeto de humaniza-ção para o pátio da Creche Anjo da Guarda, conforme será expli-cado no decorrer desse projeto de extensão.

13Esta extensão se justifica em fun-

ção da necessidade da comunidade e da administração da Creche Anjo da Guarda de um projeto para o pátio onde as crianças possam usufruir de forma plena e realizar diversas atividades.

Atualmente o espaço da creche en-contra-se muito árido, com poucos mo-biliários e poucas possibilidades de in-terações das crianças com o ambiente.

Sendo assim, a coordenação da Creche Anjo da Guarda solicitou um pro-jeto de humanização para o pátio a fim de melhorar as condições de atividades recreativas para as crianças no local para o Grupo PET do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina.

A coordenação da Creche entrou em contato com o grupo em função de conhecer a experiência prévia do grupo com temas relacionadas à arquitetura infantil, desenho universal e psicologia ambiental que tem sido abordados em pesquisas de iniciação cientifica e pro-jetos de extensão.


14 O Projeto para o pátio da Creche Anjo da Guarda tem como

objetivo suprir a carência que os usuários da Instituição tem por espaços livres e humanizados, que permitam arranjos espaciais diferenciados e capazes de suportar a diversidade de alunos e professores.

Como objetivos específicos, destacam-se:• Compreender a demanda dos administradores da Creche

e as necessidades dos usuários de seu pátio;• Fazer o levantamento físico do local;• Avaliar o espaço de atuação segundo preceitos de Desenho

Universal, Ergonomia e Psicologia Ambiental;• Fazer uma proposta de humanização para o pátio;• Responder rapidamente e de modo comprometido aos an-

seios da Creche, de modo a oferecer a ela argumentos para con-seguir, junto aos órgãos competentes, a reestruturação de seu pátio;

objetivosobjetivos gerais

objetivos específicos

15metodologia

A metodologia empregada visou agilizar o processo de pro-jeto e contemplá-lo de modo completo e comprometido. Os itens apresentados abaixo compõem as etapas de projeto. O projeto de extensão está dividido em 5 etapas:

Primeira etapa: Revisão bibliográficaEsta etapa conta com leituras de livros, pesquisas e artigos

referentes aos temas de projeto de paisagismo, humanização, ar-quitetura para crianças e acessibilidade.

Nesta etapa foram realizadas duas apresentações:Palestra 1: Desenho Universal – Vanessa DornelesPalestra 2: Arquitetura para Crianças – Flavia Ramos e

Mariana Morais

Segunda etapa: Aproximação com a Creche Esta etapa consiste no reconhecimento do local e entrevis-

tas com usuários/funcionários

Terceira etapa: Levantamento físico do localNesta etapa foram feitas medições físicas do local e regis-

tros fotográficos.

Quarta Etapa: Processo de ProjetoNesta etapa ocorre a discussão do grupo sobre as necessi-

dades do local e lançamento de diretrizes. Há também a definição da proposta e sua representação gráfica e volumétrica.

Quinta etapa: Finalização da PropostaNesta etapa os alunos do grupo PET fazem as revisões na

proposta. Além disso, também foi confeccionado este caderno da extensão com todo o escopo teórico e prático realizado.


16

REFE

RENCIAL TEÓRICO


18O Papel da Arquitetura Infantil

junto com as famílias, os Centros de Educação Infantil são os grandes responsáveis pela formação dos cidadãos. Os valores com os quais as crianças tem con-tato nesta etapa da vida persistem ao longo de seu de-senvolvimento, e são bastante significativos e evidentes em suas ações. Além disso, a visão que a criança - prin-cipal usuário da Creche - tem deste tipo de Instituição ex-trapola os limites rígidos do sistema de ensino. Isso não significa que a noção de local educativo é perdida; o que se altera é o processo de aprendizado, cujo desenvolvi-mento é bastante diverso. Através da exploração, das descobertas e das relações tanto interpessoais, quanto entre os usuários e o ambiente, se dá o crescimento e a evolução da criança. Por estes motivos, os Centros de Educação Infantil demandam uma arquitetura específica, capaz de encarar o espaço segundo a ótica da criança, incorporando seus anseios e necessidades.

Além disso, a escola representa a primeira vivên-cia pública para a formação pessoal de uma criança. É através deste local que se tem o início do desenvolvi-mento pessoal e do aprendizado educacional, que vai além das propostas pedagógicas e atinge o relaciona-mento, a interação com outras crianças e a apropria-ção do espaço escolar. Desta forma, a arquitetura dos Centros de Educação Infantil deve possibilitar a regula-ção entre espaços expostos e de fácil acesso e espaços mais reservados, permitindo o exercício da privacidade e a regulação entre seus diversos níveis.

Cabe ainda ressaltar que os espaços das Creches devem ser destinados a toda a diversidade de usuários existente na sociedade, evitando constrangimentos e per-mitindo o pleno desenvolvimento intelectual e emocional

19dos envolvidos, sejam eles adultos ou crianças, portado-res de deficiências ou não. Percebe-se que esta mentali-dade foi despertada há pouco, mas os estudos na área já fornecem um repertório rico capaz de embasar propos-tas projetuais para corrigir os problemas recorrentes nos centros existentes e evitá-los em novos projetos.

Paisagismo para Centros Infantis Além do caráter psicológico e de formação intelec-

tual das crianças, que, à primeira vista, ocorrem nos am-bientes internos das Creches, estas abrigam atividades recreativas e lúdicas que frequentemente demandam es-paços abertos, mais livres e com layouts mais flexíveis. Neste sentido, o pátio se destaca como ambiente capaz de reunir a diversidade de atividades e integrá-las, esten-dendo-as à vontade das crianças, que podem moldá-las e introduzi-las nas suas brincadeiras de grupo ou indi-viduais. De modo sintético, pode se dizer que os pátios abrigam funções contemplativas, recreativas ou lúdicas, de descanso ou estar, de proteção, de integração ou con-vívio e educacionais.

A fim de atendê-las, deve-se atentar ao arranjo dos espaços abertos das Creches, que devem comportar tanto elementos naturais, quanto artificiais, e aos equipamen-tos neles disponibilizados, os quais não podem conflitar com as atividades desenvolvidas. Neste sentido, depen-dendo do espaço disponibilizado para o pátio, deve-se atentar para seu zoneamento funcional, o perfil de seus usuários e o Projeto Político Pedagógico da instituição. Desta forma, é possível prever algumas das atividades que o espaço comportará e destinar os espaços capazes de conformá-los.

Cabe ainda ressaltar que, para as crianças, além de local onde se pode exercitar a liberdade e a autonomia, o


20 pátio também é o lugar onde a percepção se amplia a to-dos os sentidos, uma vez que enquanto o apelo verificado nos espaços internos das Creches é muito mais visual, o pátio é o local onde se pode experimentar a sinestesia, ajudando na percepção espacial. Desta forma, o emprego de materiais naturais e artificiais deve se dar de forma a exaltar texturas, odores, sons, a fim de se despertar o in-teresse, a experiência e a descoberta, além de intensificar o sentimento de identidade. A interação e flexibilidade do espaço, que permite que as crianças o alterem e perce-bam as consequências de seus atos também auxiliam na sensação de pertencimento. Neste sentido, a natureza é bastante significativa, uma vez que ilustra o ciclo da vida e exalta as consequências das relações que se estabele-cem com ela.

Outros preceitos que devem ser observados quando da ordenação do espaço exterior aos Centros de Educação Infantil, são a segurança (tanto através do controle aos acessos, quanto através do tratamento de quinas e materiais de equipamentos, ou propriedades de elementos construtivos, como rugosidade de paredes, pisos escorregadios, etc), a orientação solar (disponibili-zando as horas de sol durante o inverno e de sombra no verão para as crianças, e localizando as plantas segundo suas necessidades de sol e de sombra), a manutenção do espaço (que deve ser mínima), entre outros, a fim de tornar o projeto exequível e viável.


22

SITU

AÇÃO ATUAL


24

25A Creche Anjo da Guarda localiza-se em Florianópolis, no

Bairro da Trindade, na Rua joão da Cruz Meira, nas proximidades do Shopping Iguatemi e da Av. Prof. Henrique da Silva Fontes (ver Fig. 1).

Antigamente pertencente à rede Estadual de Educação, a Creche hoje pertence à rede Municipal de Florianópolis, e locali-za-se em um terreno de topografia bastante acidentada, de difícil acesso, com calçadas mal conservadas e subdimensionadas (ver Fig. 3). O edifício que a abriga possui três pavimentos, e a circula-ção entre eles é feita exclusivamente por escadas (ver Fig. 4). No primeiro pavimento localizam-se as áreas administrativas (sala de coordenação e de professores), refeitório, cozinha, banheiro, e uma brinquedoteca que não é utilizada; o segundo e terceiro pavimentos, por sua vez, abrigam as salas de aula, e o terraço é destinado ao pátio (ver Fig. 5).

De modo contrastante à organização dos espaços inter-nos da Creche, que reúnem diversos elementos identitários, são aconchegantes, respeitam as diversas escalas dos usuários (a exemplo do corrimão em duas alturas, ilustrado na Fig. 4) e são facilmente apropriáveis, o pátio é bastante impessoal, dificultan-do a apropriação espacial. Também não se verifica, neste espaço, qualquer tipo de elemento gerador de identidade, uma vez que o

Fig. 1: Mapa de Localização Creche Anjo da Guarda

Creche Anjo da Guarda

Shopping Iguatemi

Av. Prof. Henrique da Silva Fontes


26piso é cerâmico e a insolação é constante, exaltando a au sência de zonas de sombra. Entretanto, em função do contexto físico e social no qual o edifício se insere, as crianças valorizam muito este espaço, e inventam brincadeiras mesmo com os poucos brinquedos de plástico e de madeira ali presentes. Percebe-se, ainda, iniciativas bastante positivas da Creche no intuito de criar focos de interesse no local, instalando, por exemplo, uma espé-cie de chuveiro em uma das paredes a fim de refrescar as crian-ças nos dias de calor intenso e permitir o contato delas com a água.

Esta situação demonstra a necessidade da instituição de hu-manizar seu pátio a fim de deixá-lo coerente com a estrutura dos demais ambientes que a compõem. Conceitualmente, pode-se dizer que humanizar significa dar sensação de bem-estar físico e psicológico ao usuário, colocando-o como elemento central na elaboração do projeto. O espaço externo tem bastante influência neste conceito uma vez que influencia, provoca sensações, des-pertando diversos sentidos que podem ser explorados, aproxi-mando a arquitetura de seu usuário. Desta forma, a arquitetura e o paisagismo podem reafirmar o ambiente do pátio como local da exploração, da descoberta e da criatividade, aproximando os usuários tanto dos equipamentos disponíveis quanto entre si, exaltando a formação das crianças a partir de valores humanos e permitindo a apropriação efetiva do espaço.

Fig. 2: Fachada da Creche Anjo da Guarda


28

Fig. 3: Rua de acesso a Creche Anjo da Guarda Fig. 4: Escadaria de acesso ao pátio da Creche

29

Fig. 5: Pátio da creche no terraço da edificação.


30

O PR

OCESSO


32

Fig. 6: Seminário sobre Arquitetura Infantil.

33

Fig. 7: Trabalhando no projeto do pátio.


34

35A proposta consiste em um pátio recreativo da Creche Anjo

da Guarda, elaborada em uma maratona de projeto. Com o intui-to de lançar ideias para a apropriação do espaço – enriquecendo-o recreacional e pedagogicamente - a maratona foi organizada em dois dias de produção, dispondo-se em etapas teóricas e práticas.

(quinta-feira, 22/08/2012)

A proposta consiste em um pátio recreativo da Creche Anjo da Guarda, elaborada em uma maratona de projeto. Com o intuito de lançar ideias para a apropriação do espaço – en-riquecendo-o recreacional e pedagogicamente - a maratona foi organizada em dois dias de produção, dispondo-se em etapas teóricas e práticas.

Pela manhã, foi ministrado um workshop pela profes-sora e orientadora Vanessa Goulart Dorneles com o objetivo de apresentar aos integrantes da maratona os aspectos teóricos que nortearam a produção. Foram lançadas para discussão as temáticas do desenho universal, da acessibilidade espacial e do processo de projeto em paisagismo.

Quanto ao Desenho Universal, segmento da arquitetura que enfatiza a inclusão de todas as pessoas nos projetos de ambien-tes, enfatizou-se a questão referente à barreiras, elementos que impedem ou restringem a circulação com conforto e segurança, a percepção, compreensão e uso dos espaços e/ou a participa-ção nas atividades. O conceito DU tem origem no pós-segunda

o processo

Primeiro dia

Fig. 8: Workshop

Fig. 9: Caminhando para Creche


36guerra mundial, quando soldados e pessoas feridas e mutiladas necessitavam ser reintegradas na sociedade. Aliado aos avanços tecnológicos possibilitados no contexto, nasceram diversos ter-mos como “Barrier free”, “ Social Design”, Desenho adaptado”, “Inclusive Design” e “Design for all”, evidenciando a preocupa-ção em atender com produtos e espaços o maior número de pes-soas possíveis, considerando a diversidade existente entre as mesmas.

Como objetivos do tema em questão pode-se citar: • Adaptação ao corpo, buscando acomodar uma grande var-

iedade de tamanhos corporais e habilidades;• Conforto, buscando desenvolver atividades considerando

os limites da função corporal;• Conscientização, no intuito de garantir que a informação

essencial para o uso seja facilmente percebida;• Entendimento, visando criar métodos de operação e uti-

lização de forma intuitiva, clara e sem ambiguidade;• Bem estar, a fim de contribuir com a promoção da saúde,

evitando doenças e prevenindo ferimentos ou lesões;• Integração social, buscando tratar todos os grupos com

dignidade e respeito;• Personalização, no intuito de incorporar oportunidades de

escolhas e expressões de preferências individuais;• Adequação cultural, para incorporar e reforçar os valores

culturais e o contexto ambiental e social em qualquer concepção de projeto.

Em paralelo a esta discussão, desenvolveu-se também o tema da Acessibilidade Espacial, que se aproxima do Desenho Universal no intuito de facilitar o acesso às pessoas, uma vez que pressupõe identificar atividades, orientar-se espacialmente, deslocar-se com conforto e segurança, participar de atividades e usar ambientes e equipamentos, interagir com os outros. Mas distancia-se do outro conceito por ser menos abrangente. Seus componentes são, desta forma, a orientabilidade, ou seja, facili-dade de reconhecer as informações do ambiente e orientar-se, a

37comunicação, exaltando a possibilidade de interagir com outras pessoas a fim de buscar informações, o deslocamento, ou seja, a possibilidade de locomoção, e o uso, abrangendo a participação nas atividades que o ambiente abriga.

Discutiu-se também o processo de projeto em paisagis-mo, o qual foi separado em três etapas básicas: de inspiração, ou seja, de reconhecimento das necessidades do ambiente no qual se irá intervir; de ideação, que consiste no lançamento de i deias e na prototipação; de implementação, ou seja, de execução e gestão operacional. Em função da demanda e da proposta do grupo, decidiu-se abranger as dois primeiras etapas, englobando o levantamento de dados e diagnósticos, o que caracteriza a fase exploratória, de reconhecimento das condicionantes formadas pelo contexto e pelos usuários, e a fase de lançamento do partido geral ou prognóstico, caracterizada como a etapa criativa de es-boço de diretrizes, levantamento do programa, esboço do zonea-mento e lançamento formal. Desta forma é possível lançar ideias que podem ser apropriadas pela creche de maneira bastante livre e em etapas, respeitando o orçamento da mesma e as possíveis mudanças pelas quais ela pode passar.

Após uma discussão a respeito das atividades às quais o paisagismo pode dar suporte, e às sensações que ele pode des-pertar e explorar, enfatizou-se a importância de pensar tridimen-sionalmente, evitando o desenho da planta baixa como único ins trumento de lançamento de ideias e lembrando que o espaço se estrutura através do piso, das paredes e do teto. Isto pode ser trabalhado através de maquetes físicas e eletrônicas a fim de se conseguir efeitos mais significativos, que de fato auxiliem na orientabilidade e legibilidade do espaço e respeitem a escala da criança.

Os modos de composição do espaço também foram discu-tidos, uma vez que diversos elementos atuam simultaneamente na sua concepção. Circulações, atividades e funções não estru-turam o espaço sozinhas ou divididas por paredes: há outros ele-mentos que setorizam espaços e evitam conflitos entre funções

Fig. 10: Qinhuangdao Red Ribbon Park




38de formas menos rígidas e igualmente eficazes.

Além disso, com a intenção de dar início ao processo criati-vo, observaram-se referencias projetuais que, com simplicidade, foram capazes de resolver uma série de determinantes, como o Qinhuangdao Red Ribbon Park, em Qinhuangdao, China e ou-tros parques infantis em Amsterdã e no Reino Unido. No primeiro exemplo tem-se um elemento norteador do projeto que possui diversas funções, separando atividades (Fig. 10), servindo de flo-reira (Fig. 11), orientando aos pontos de interesse (Fig. 12) e ser-vindo como banco (Fig. 13). Este é um bom exemplo para peque-nos espaços, uma vez que confere unidade ao desenho e reúne diversos usos no mesmo espaço, sem conflitá-los.

Os demais exemplos, por sua vez, ilustram flexibilidade de uso (Fig. 14), continuidade e elementos que se transformam, con-formando coberturas, fechamentos, pisos e bancos (Fig. 15), el-ementos que se transformam conforme o uso (Fig. 16) e parques permeáveis visualmente, mas que permitem segurança e con-trole (Fig. 17).

Após a apresentação do workshop e ainda pela manhã, foi realizada uma visita exploratória no local de intervenção com a intenção de verificar o potencial e as limitações físico-ambientais do espaço (Fig. 18 a Fig. 21). O espaço e as atividades foram foto-grafados e medidos. Verificou-se qual era a predominância do vento e da orientação solar.

A Creche estava em funcionamento e foi possível obser-var a rotina das crianças tanto no interior do edifício, quanto no pátio do terraço. O grupo foi recepcionado pela coordenadora da creche, com quem obteve informações sobre as necessidades


Fig. 14: Bancos giratórios

Fig. 15: The rollercoaster-like struc-ture em Beijing

Fig. 16: The longest bench, Littlehamp-ton, West Sussex, United Kingdom Fig. 17: Urban restructuring em Amsterdam

39imediatas do espaço. Além disso, o contato direto com as crian-ças que utilizavam o pátio também contribuiu para o enriqueci-mento do levantamento de dados, conforme pode ser visto na Fig. 20.

Logo de início foi possível ressaltar que uma das demandas básicas do espaço é o sombreamento, já que a abóbada celeste é totalmente aberta e não apresenta nenhuma restrição para a incidência dos raios solares. Além disso, observou-se que o es-paço não é adequadamente humanizado para a educação infantil, apresentando apenas alguns brinquedos de plástico isolados e uma casinha de madeira. Tal constatação reitera a afirmação da coordenadora de o local está “agonizante”, já que é deficiente para as atividades as quais se destina. Apesar disso, percebe-se um forte apego do local pelas crianças e a alta necessidade de um local de lazer no qual elas possam explorar, descobrir informa-ções e aprender, sem um controle dos educadores, diferencian-do-se do espaço das salas de aula.

A conversa com a coordenadora permitiu ain da levantar aspectos do uso como:

1. O horário de utilização do pátio: Ocorre geralmente no meio da manhã e no meio da tarde. Este horário pode variar, pois o pátio serve também para a integração de diferentes turmas. Isto enfatiza tanto a importância do local para a integração das crian-ças, assim como a necessidade de o mesmo ser pensado para o uso ao longo de todo o dia.

2. A quantidade de crianças que utilizam o pátio: Geralmente, os educadores permitem no máximo quatro turmas juntas no pá-tio, as quais comportam aproximadamente quinze alunos cada, com idades variando entre um e seis anos.

3. A quantidade de professores que acompanham os alu-nos: Para cuidar e orientar os alunos nas atividades ao ar livre mobiliza-se de quatro a cinco educadores, sendo que a institu-ição possui 36 funcionários ao todo.

figuras 10, 11, 12 e 13: disponível em: http://www�turenscape�com/english/projects/project�php?id=336 (acesso em agosto de 2012);figura 14: disponível em: http://eu-ropaconcorsi�com/projects/194229-lentspace (acesso em agosto de 2012);figura 15: disponível em: http://www�marvelbuilding�com/public-gathering-space-rollercoasterlike-shape-roller-coaster�html (acesso em agosto de 2012);figura 16: disponível em: http://euro-paconcorsi�com/projects/177700-the-longest-bench (acesso em agosto de 2012);figura 17: disponível em: http://www�landezine�com/index�php/2012/02/bi-jlmerpark-by-carve-landscape-architec-ture/ (acesso em agosto de 2012);


40

Fig. 18: Reunião com a diretora da Creche Fig. 19: Pátio da creche.

41

Fig. 20: Briquedos no pátio da creche. Fig. 21: Briquedos no pátio da creche.


42Durante a tarde, as acadêmicas e bolsistas do Grupo PET

Flávia Martini Ramos e Mariana Morais Luiz apresentaram ao restante do grupo a temática da Arquitetura para Centros de Educação Infantil, tema estudado e dominado por elas em pes-quisa desenvolvida na Creche Waldemar Cardoso.

A conversa teve o intuito de chamar atenção para o cuidado que se deve ter ao se trabalhar com um espaço para crianças. Além de todas as variantes envolvidas em uma estrutura física de uma arquitetura escolar, tem-se a diversidade de necessidades trazidas por todos seus usuários, sejam pais, professores e, prin-cipalmente, as crianças. Comentou-se também sobre os concei-tos de Psicologia Ambiental e Ergonomia, e após, introduziu-se a função do Paisagismo, enfatizando os pátios infantis, os con-ceituando e descrevendo sua importante função no desenvolvim-ento dos alunos. Para uma maior compreensão, utilizou-se como exemplo o trabalho de paisagismo realizado pelas bolsistas cita-das acima, em outra instituição infantil. Após, elas trouxeram referências de projeto para parques infantis que demonstrassem todos os conceitos relevantes abordados anteriormente.

Após as apresentações de teoria e o levantamento de dados no local, iniciou-se o processo projetual. A equipe se

Fig. 22: Trabalhando no projeto do pátio. Fig. 23: Discutindo idéias e criando espaços.

43reuniu em uma sala e o restante do dia foi então dedicado para a prática do brainstorming de projeto.

“Brainstorming significa tempestade cerebral ou tem-pestade de ideias. É uma atividade que serve para tes-tar e explorar a capacidade criativa de indivíduos ou de um determinado grupo.” (Fonte: http://www.signi-ficados.com.br/brainstorming/. Autor desconhecido).

A técnica propõe um lançamento contínuo de diferentes i deias, a fim de buscar soluções inovadoras e, que, no caso da arquitetura, podem ser aplicadas no espaço de intervenção. Para uma boa fluidez do método, é preciso que a equipe não descarte nenhuma ideia, que haja liberdade para expressar opiniões e que todas sejam registradas como parte do processo. Cabe aos par-ticipantes saber quando já possuem ideias e conceitos suficien-tes para a elaboração da proposta, a qual deve prioritariamente conter uma mescla de tudo o que tenha sido discutido. A partir disso, o partido principal foi basicamente decidido no final do dia, com a elaboração de croquis e plantas esquemáticas que in-dicaram as principais ideias lançadas durante a tarde, conforme ilustrados nas Fig. 22 a Fig. 25.

Fig. 24: Desenhando os primeiros espaços. Fig. 25: Croqui da caixa de areia.


44 (sexta-feira 23/08/2012)

A manhã de sexta-feira foi dedicada inicialmente para uma lapidação das ideias lançadas no dia anterior. Houve a discussão com as orientadoras, a qual sugeriram algumas mudanças e de-talhamentos. Logo após, com o partido pronto para a execução dos materiais de apresentação, iniciaram-se então as atividades de representação da proposta. Foram elaborados nesse dia cro-quis representativos, maquete física, maquete eletrônica, plan-tas-baixas e digitalização do material produzido a mão. Com esses materiais, pode-se elaborar um conceito e esquemas de organização da proposta, conforme o item seguinte.

Segundo dia

45Fig. 26: Elaborando a maquete. Fig. 27: Maquete eletrônica.

Fig. 28: Grupo trabalhando na maquete.Fig. 29: Grupo trabalhando nos computadores.

Fig. 30: Discutindo idéias na maquete eletrônica. Fig. 31: Maquete física.


46

O PR

OJETO


48

49Os conceitos que nortearam a pro-

posta partiram muito do conhecimento do local. A creche está inserida em um bair-ro altamente edificado, no qual há grande carência de pátios e áreas abertas de lazer. Além disso, a maior parte das crianças dos arredores possui baixa renda, tendo pou-cos meios de frequentar espaços de la-zer privados, como clubes, por exemplo, e também de se deslocarem às poucas áreas públicas da cidade, que se encontram dis-tantes do bairro.

Os espaços abertos são de grande importância para a formação infantil, sendo um local de complemento das atividades desenvolvidas em aula. Percebe-se tam-bém que um maior contato com a natureza e seus elementos facilita o aprendizado das crianças e incentiva os sentidos, logo, decidiu-se por adotar: materiais mais rústi-cos como a madeira, locais de plantio de vegetação, estampas e pinturas que reme-tessem a animais e uma possibilidade do contato com a terra. Assim, formou-se um conceito de uma retomada lúdica da na-tureza, criando um local aconchegante e, de certa forma, protegido da urbanização dos arredores. Deseja-se criar um pátio que aproveite os visuais da paisagem, mas possibilite à criança um local de completa privacidade e imersão em descobertas e aprendizado.

conceito


50A partir do conceito estabelecido, definiram-se zonas para

a melhor utilização possível do espaço, como esquematizado na Fig. 32 a seguir.

1. Área de Pintura: A pintura já é desenvolvida no pátio, em uma parede de cerâmica, a qual é facilmente limpada. Porém o espaço é bem sóbrio e, devido à baixa estatura das crianças, aproveita-se pouco da área livre para os desenhos. Para melhora dessa atividade, decidiu-se por sugerir bancos circulares de di-versas alturas e diâmetros, que além de darem um caráter mais atrativo, permitem às crianças subirem e desenharem em dife-rentes pontos da parede.

2. Queda D’água e parede interativa: Logo ao lado do espa-ço da pintura, existe hoje uma pequena tubulação, que, em dias

Fig. 32: Esquema de zoneamento dos espaços.

51de calor, é utilizada para molhar as crianças e criar brincadeiras. Incentivando essa atividade, optou-se por reduzir a altura dos canos, aumentando a pressão da água e colocar esguichos que ampliam o alcance dela, criando um espaço que remete a uma ca-choeira. Além disso, sugere-se uma continuidade das formas cir-culares dos bancos da área de pintura, mas agora em figuras no chão, juntamente com uma marcação em azul, a qual limita o es-paço. Em dias mais frios ou que simplesmente os jatos não sejam ligados, propõe-se brinquedos plásticos no tema marinho, para que o local não fique inutilizado. Na parede junto aos esguichos há diversos brinquedos móveis interativos, que produzem sons, possuem cores variadas e assim, aguçam sentidos diversos das crianças e as atraem a testar e descobrir novas brincadeiras.

3. Túnel Fixo: Percebeu-se, principalmente durante as visitas, que as crianças facilmente criam novos usos para os brinque-dos e elementos versáteis incentivam essa criatividade. A partir disso, desenhou-se este túnel que se forma com elementos inde-pendentes em madeira, que podem ser até de diferentes alturas. Em certos pontos, estes elementos formam uma pequena ponte. Estas estruturas não são fixadas ao solo, mas são firmes pela base pesada, preenchida com areia ou água. O túnel se integra, a partir de uma continuidade, com o pergolado existente que pro-tege a piscina de bolinhas.

4. Circuito: O piso do pátio, além de não possuir atrativos às crianças, aquece muito com o contato direto do sol. Como mui-tas crianças brincam descalças, optou-se, para amenizar o calor, por uma pintura impermeabilizante que diminui na temperatura do piso. De fácil aplicação e preço acessível, a tinta pode ser aplicada pelos próprios funcionários e pode transformar o am-biente com facilidade. Com isso, desenhou-se uma sugestão de circuito, que pode ser utilizado em pequenas aulas, atividades físicas, entre outros. Pode-se também criar brinquedos feitos de emborrachado de encaixe que contornam esse circuito.


525. Piscina de Bolinhas: No menor canto do pátio, percebeu-

se um local de pouco uso, com dificuldade de implantação de brinquedos ou elementos maiores. Devido a isso, sugere-se uma piscina de bolinhas, a qual é um elemento moldável em plástico e pode ser facilmente adaptável ao espaço.

6. Brinquedos de Plástico: Visto que a creche já possui al-guns brinquedos, como castelo e escorregador, sugere-se a per-manência dos que forem feitos de plástico, devido a fácil ma-nutenção. Sugere-se ainda que a casinha de madeira, de difícil transporte e conservação seja substituída por outra em plástico, como apontado na tabela de sugestões de mobiliário.

7. Floreira: Para humanização do ambiente e concordância

com o conceito escolhido, optou-se pela criação de pequenos jardins que permitem a colocação de vasos com arbustos de pequeno porte. A creche já possui algumas plantas, as quais po-dem ser facilmente transportadas para estes espaços.

8. Túnel Móvel: O túnel foi escolhido para gerar diversas possibilidades de ambientes, sendo facilmente moldado e tro-cado de local, convidando as crianças a vivenciarem o espaço de maneiras diversas. Há sugestões de túnel na tabela de mobiliário, que são acessíveis e de fácil armazenagem.

9. Local de atividades em grupo: Este espaço é demarcado no centro do circuito, com uma pintura de piso, onde se pode dis-por pufes e cadeiras e realizar atividades com grupos de crian-ças, como o contar de histórias ou outras brincadeiras. Foi pen-sado para ser uma extensão da sala de aula, onde os educadores podem reunir suas turmas em um ambiente ao ar livre.

10. Caixas de Areia: A caixa de areia foi pensada para aten-der a necessidade das crianças de manter um contato com a

53terra e o solo, visto que o espaço é árido e afastado da natureza. Este local era de grande pedido da coordenadora da creche. Para a manutenção e cuidado das caixas em períodos em que não são utilizadas, propõem-se tampas que protegem a areia. Essas tampas estão fixadas por um eixo que permite o giro e a abertura da caixa. A tampa da maior caixa, quando aberta, permite o uso como mesa infantil, tornando o local mais versátil.

11. Deck: Dando continuidade às caixas de areia, há um es-paço de deck de madeira, onde podem ser inseridos pufes colo-ridos. Este espaço cria um local onde a criança pode ter mais privacidade e, se desejar, ter seu tempo de descanso.

12. Porta-sapatos: Conforme percebido na visita, algumas crianças gostam de utilizar o pátio descalças e não há local ade-quado para que os sapatos sejam guardados. Posto isso, sugere-se um espaço na altura delas, com atração de formas e cores, onde elas próprias possam guardar seus sapatos. Além de or-ganizar melhor o pátio, este local garante uma individualidade de cada criança, pois cada uma pode ter e escolher seu porta-sapato, e certa independência no cuidado de suas coisas.

13. Banco-Baú: juntamente com o porta-sapatos, propõe-se um espaço coberto para o descanso dos professores, com facilidade de observação de todas as crianças. Além disso, este banco pode ainda ser um baú para guardar os materiais e os brinquedos desmontáveis do pátio. Percebe-se a grande deman-da de esforço físico por parte dos educadores, logo, este ponto é de extrema importância.

Após as definições das áreas de atividades, definiram-se três coberturas postas a fim de criar uma ambiência e principal-mente, garantir uma proteção solar para os locais de maior per-manência. Elas localizam-se conforme o esquema abaixo (Fig. 33).


54Os pergolados foram sugeridos em madeira, retomando o

caráter natural do pátio e protegendo principalmente os dois es-paços de maior reunião de crianças: a piscina de bolinhas e as caixas de areia. No acesso, definiu-se uma cobertura leve e de fácil instalação, sendo uma tenda com estrutura metálica para-fusada na parede. Além de demarcar a entrada, essa tenda ai-nda protege o banco de descanso direcionado aos professores. Optou-se por esse sistema, pois é simples e não necessita de pilares de suporte, o que facilita a liberação da área central do pátio. Posto estas definições, partiu-se para o detalhamento téc-nico do projeto, as escolhas de mobiliário e a execução de meios de apresentação.

Fig. 33: Esquema das coberturas do pátio

55croquis iniciais

Fig. 34: Primeiro croqui da propostaFig. 35: Croqui da idéia final da proposta


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Fig. 36: Planta Baixa da proposta do pátio da Creche Anjo da Guarda.

57projeto final

Fig. 37: Cortes da proposta


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Fig. 38: Croquis dos mobiliários do pátio.

mobiliários


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Fig. 39: Maquete eletrônica do espaço central e circuito.

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Fig. 39: Maquete eletrônica do espaço central e circuito. Fig. 40: Maquete eletrônica da área de pintura.

maquete eletrônica


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Fig. 41: Maquete eletrônica da área molhada e parede interativa.

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Fig. 42: Maquete eletrônica do túnel fixo e brinquedos móveis.


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Fig. 43: Maquete física.

65maquete física

Fig. 44: Maquete física geral.

Fig. 45: Maquete caixa de areia. Fig. 46: Maquete túnel móvel. Fig. 47: Maquete túnel fixo.


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Fig. 48: Tabela 1 de sugestões de brinquedos para o pátio.

67especificações técnicas

Fig. 49: Tabela 2 de sugestões de brinquedos para o pátio.


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Fig. 50: Pranchas finais de apresentação da proposta.

69pranchas finais


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71

CONS

IDERAÇÕES FINAIS


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73O projeto do pátio recreativo da creche foi elaborado duran-te uma maratona de curta duração, que teve como objetivo su-prir a carência de humanização do ambiente, propondo espaços propícios para a diversidade de atividades de lazer e de apren-dizado das crianças.

O tempo foi bem utilizado e por meio da visita à creche e análise de necessidades foi possível traçar diretrizes de projeto que possibilitaram a apropriação adequada do local, redu zindo a incidência solar intensa, indicando possíveis espaços para ativi-dades físicas e prevendo áreas para os brinquedos novos e já existentes (casinha, escorregador, etc).

As sugestões foram feitas pensando em todos os tipos de apropriação do espaço, bem como em quem o utiliza (crianças de diferentes faixas etárias e professores).

Um dos principais benefícios trazidos pela extensão foi a oportunidade de contribuição imediata à Creche, que demandava uma resposta rápida para o problema. Além disso, o conheci-mento adquirido através desta experiência foi muito enriquece-dor para o grupo, e possibilitou uma grande integração entre os participantes.

Por fim, ressalta-se o fato de que a maratona foi produzida durante o período de greve das Instituições Federais de Ensino no Brasil. Isso contribuiu para que o tempo fosse bem utilizado e direcionado especificamente para a elaboração da proposta.

conclusão

espaço para brincar: humanizando o pátio da creche anjo da guarda

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