escultura grega
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A ESCULTURA
GREGA
A escultura arcaica (séculos VII e VI a.C.)
A escultura clássica (séculos V e IV a.C.)
A escultura helenística (séculos IV a I a.C.)
Inovações da Escultura Grega face à arte Pré-Clássica
• Naturalismo das formas; • Regras de representação do corpo humano: rigor
anatómico e cânone; • Quebra da lei da frontalidade: contrapposto; • Sorriso; • Nu; • Idealização da figura humana: carácter heroico. • Dimensão humanista da escultura; • Funções honoríficas, políticas, funerárias e ornamentais
(ligadas à arquitetura).
CRONOLOGIA DA CIVILIZAÇÃO GREGA
700-500 a. C. 500-400 a. C. 400-323 a. C. 323-30 a. C.
Período
Arcaico
Período Clássico Período
Helenístico 1ª Idade Clássica 2ª Idade Clássica
a escultura arcaica: os Kouroi
Os irmãos Cleobis e Biton, de Polimedes de Argos, c. 590-580 a.C.
Os Kouroi (plural de Kouros), homens novos representados nus, são representações heróicas a que
tinham direito os jovens por vitórias em competições atléticas e por morte em defesa da sua polis.
As Korai (plural de Koré), mulheres jovens representadas vestidas, são, geralmente, ex-votos
(estátuas colocadas em santuários e em túmulos em cumprimento de promessas).
a escultura arcaica: as Korai
Koré de Eutídicos, c. 500 a.C.
Escultura Arcaica(séculos VII e VI a.C.) • Sobriedade;
• Volume maciço e cúbico; • Silhuetas de ombros largos • Perna esquerda adiantada e punhos cerrados; • Vulto redondo, realizadas de pé sem qualquer apoio; • Barba e cabelo simplificados e convencionais; • Rosto esquemático com sorriso enigmático; • Temática Kouroi (representações heroicas a que os
jovens tinham direito por vitórias em competições atléticas e por morte em defesa da pólis) e Kourai (ex-votos, estátuas para o cumprimento de promessas).
o estilo severo O estilo severo refere-se à estatuária datada do século V a.C. que faz a transição entre o estilo arcaico
e o estilo clássico e se caracteriza por uma expressão séria e contemplativa, por alguns rasgos de
mobilidade, pelo domínio das proporções e pelo abandono do estatismo e rigidez do corpo,
característicos dos Kouroi.
O Auriga de Delfos, c. 470 a.C.
Estilo Severo (séculos V e IV a.C.)
• Severidade e sobriedade no tratamento dos rostos e corpos ( congelamento da ação num momento);
• Abandono da rigidez e da atitude estática do corpo ( maior naturalismo e estudo mais detalhado do corpo humano);
• Ênfase nos traços anatómicos, interesse pela caracterização das emoções e potencial narrativo, explorando a dinâmica corporal;
A escultura clássica do século V. a.C. introduziu um novo conceito – o contrapposto, que se trata de
uma postura em que o corpo se apoia sobre uma perna, enquanto a outra se encontra ligeiramente
flectida,
provocando assimetrias entre os módulos anatómicos e
levando os corpos a exprimir-se através de um delicado
movimento de cabeça e de uma ligeira flexão do corpo.
Com Policleto e o seu Doríforo estabeleceu-se o cânone
clássico – o ideal da figura humana, caracterizado pelo
equilíbrio e a harmonia das partes anatómicas, por um ligeiro
movimento de ombros e quadris e pela altura do corpo igual a
sete vezes a da cabeça. (ver página 56)
a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica
Posídon, Apolo e Artémis – pormenor do friso do Pártenon, de Fídias, c. 447-432 a.C.
a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica
Os frisos do Pártenon são os trabalhos onde Fídias melhor exprimiu o seu estilo, numa associação
perfeita entre idealização e realismo. Neste relevo, o escorço (representação das figuras em perspetiva
e com proporções menores), o movimento e a expressão, transmitem a sensação de naturalidade,
equilíbrio e serenidade, que exprimem a forma clássica na sua plenitude.
Escultura da 1ª Idade Clássica ( século V a.C.) • Contrapposto (postura em que o corpo se apoia sobre uma perna,
enquanto a outra se encontra ligeiramente fletida, provocando assimetrias entre os módulos anatómicos e levando os corpos a exprimir-se através de um delicado movimento de cabeça e de uma ligeira flexão do corpo);
• Míron introduz o “cânone do movimento”; • Policleto e o seu Doríforo estabeleceu-se o cânone clássico – o ideal da
figura humana, caracterizado pelo equilíbrio e a harmonia das partes anatómicas, por um ligeiro movimento de ombros e quadris e pela altura do corpo igual a sete vezes a da cabeça ( “cânone do repouso”);
• Fídias, introduz o movimento e o valor expressivo e as figuras esculpidas atingem o naturalismo, o equilíbrio, a serenidade, a harmonia, a graciosidade e a majestade características desta época;
a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica
Luta entre Gregos e Amazonas – pormenor de friso do Mausoléu de Halicarnasso, de Escopas, c. 350 a.C.
Com Escopas, as figuras surgem pela primeira vez com uma expressão patética, através de alguma deformação dos
rostos e violência dos traços. Ao «ethos» (representação da beleza física e do carácter), dirigido à racionalidade, da
primeira idade clássica, sucedeu o «pathos» (exteriorização das emoções e sensibilidades), dirigido à expressão da
paixão, do sentimento e do afeto, da segunda idade clássica.
a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica
Apoxiomeno, de Lisipo, c. 320 a.C. (cópia romana)
Lisipo apresenta no seu Apoxiomeno um
novo cânone com novas proporções –
altura do corpo igual a oito vezes a da
cabeça –, resultando um corpo mais
esbelto e uma cabeça mais pequena.
Nesta obra, rompe definitivamente com o
plano frontal da estátua, ao projetar os
seus braços no espaço, dotando-a de
movimento tridimensional e de um
sentido mais espontâneo.
a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica
Hércules Farnesio, atribuído a Lisipo, c. 320 a.C., cópia romana em mármore do original em bronze, com 317 cm de altura
Escultura da 2ª Idade Clássica ( século IV a.C.)
• Praxíteles representa outro tipo de sentimentos – a ternura, o amor, o erotismo, onde a beleza, a sensualidade, a graciosidade e a gentileza emergem do seu olhar sonhador, do seu vago sorriso, do seu “estar ausente”, e enriqueceu o contrapposto com uma nova torção do eixo do corpo, gerando um movimento ondulante que ficou conhecido por “curva praxiteliana”.
• Escopas representa as figuras com uma expressão patética, através de alguma deformação dos rostos e violência dos traços. Ao ethos (representação da beleza física e do carácter), dirigido à racionalidade, da primeira idade clássica, sucedeu o «pathos» (exteriorização das emoções e sensibilidades), dirigido à expressão da paixão, do sentimento e do afeto, da segunda idade clássica.
• Lisipo apresenta no seu Apoxiomeno um novo cânone com novas proporções – altura do corpo igual a oito vezes a da cabeça –, resultando um corpo mais esbelto e uma cabeça mais pequena. Rompe definitivamente com o plano frontal da estátua, ao projetar os seus braços no espaço, dotando-a de movimento tridimensional e de um sentido mais espontâneo.
a escultura helenística
Mapa do Império de Alexandre, o Grande, após a sua morte em 323 a. C., com a localização
dos principais centros de criação cultural e artística: Pérgamo, Antioquia e Alexandria
a escultura helenística
O Gaulês Moribundo, s/a, Pérgamo, c. 230 a.C., mármore
No período helenístico a plástica grega substitui o predomínio da harmonia, do equilíbrio e da
procura do belo ideal – o «ethos» – que caracterizara toda a arte grega durante o Classicismo, para
privilegiar o naturalismo, o expressionismo e a intensidade dramática das suas obras, a
expressão da paixão, do sentimento e do afecto – o «pathos».
a escultura helenística: Niké de Samotrácia
Atribuída a Pitócrito, da Escola de Rodes, c. 200-190 a.C.
A forma capta o momento em que a deusa poisa na proa de um navio, de asas abertas, num perfeito equilíbrio entre o
movimento do corpo e a força do vento que se lhe opõe (tema mitológico).
Toda a figura está animada de um invulgar dinamismo, resultante precisamente deste jogo de interacções entre o
espaço e a estátua. A agitação das roupagens húmidas que lhe cingem o corpo, firme e enérgico, desafiando a
natureza (a força do vento), bem como o tratamento plástico e expressivo conferido às pregas fluidas do tecido
transparente, contribuem para o efeito de sublimação característico da arte deste período.
Atribuída a Pitócrito, da Escola de Rodes, c. 200-190 a.C.
a escultura helenística: Niké de Samotrácia
a escultura helenística: Laocoonte e os filhos
Conjunto escultórico da Escola de Rodes, c. 175-50 a.C.
A composição, de acentuado efeito dramático e manifestando um pathos muito pronunciado, encarna a tragédia
sublime a partir de um tema mitológico. O grupo escultórico representa uma concepção inquietante e agonizante da
existência – a luta contra o destino – através de uma série de recursos expressivos, tais como a composição
desequilibrada que imprime dinâmica a toda a cena, os corpos agitados, a expressão de dor física e de impotência
carregada no rosto de Laocoonte e a musculatura exagerada. A exaltação e a elevação expressiva presentes na obra
provocam um sentimento simultâneo de prazer e perturbação.
a escultura helenística: o Altar de Zeus
Parte do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.
Este monumento comemorativo possui um friso de altos-relevos que percorre toda a sua base, com 120 m
de comprimento e 2,30 m de altura, e apresenta cenas gigantomaquia e amazonomaquia (tema
mitológico).
a escultura helenística: o Altar de Zeus
Pormenor do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.
O estilo é agitado, violento e convulsivo, mas coeso o suficiente para transmitir uma enorme força
dramática.
A obra é caracterizada por intensos contrastes de luz e sombra, corpos musculados e vigorosos,
roupagens agitadas pelo vento, dinamismo das figuras em luta, virilidade, emoção e dramatismo a tocar
o “patético”, que lhe conferem um sentido de unidade que quase rivaliza com a solenidade e a
imponência arquitetónica.
O tema mitológico tinha um sentido simbólico: pretendia traduzir as vitórias dos Gregos sobre os
Persas.
a escultura helenística: o Altar de Zeus
Detalhes do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.
Escultura Helenística ( séculos III, II e I a.C.)
• Realismo expressivo; • Intensidade dramática das suas obras – o «pathos» ; • «Sublime» (No seu «Tratado do Sublime», Longino definiu o
conceito como um valor estético que está para além da beleza e que pertence à esfera do sentimento e não da razão. O sublime traduz, então, uma forma particular de sentimento estético);
• Retrato e cenas de género