escrito em:24/9/2009 quem quer presente de...

Escrito em:24/9/2009

QUEM QUER PRESENTE DE NATAL?...

_________________________________________________

CAMÕES EM PÂNICO: "AI JESUS!"

Do alto do seu pedestal, ao ver a dupla acima (Moacir Jardim e eu) posando pras fotos aos seus pés, o coitado do Camões desembainhou a espada e proclamou em pânico: "ai Jesus, que hoje venho-me!!!!!!!!!!!!!!" (postado no dia 30/09 às 5h35m)

_________________________________________________

TODO MUNDO A FIM DE ALTIVA!

Gente, eu sou tão “chic”, que dou entrevista até pra emissora concorrente! O R7, novo portal da Rede Record, fez uma entrevista comigo e a publicou durante o dia de hoje em várias partes. E, por causa da minha revelação de que gostaria de escrever a continuação de “a Indomada”, fez até uma enquête. Vejam abaixo como foi... E qual o resultado até agora:

Você acha que Aguinaldo Silva deveria escrever a continuação de A Indomada?

Em entrevista ao R7, o autor da Globo afirmou que tem o sonho de continuar a saga de Altiva, em Greenville.

• sim, acho que a novela foi boa e merece novos capítulos: 90,8%

• não, acho que continuação é falta de criatividade: 9,2%

(publicado no dia 28/09, às 14h15m)

_________________________________________________

(Wolf Maya e um certo senhor de cabelos prateados: "vocês ainda não viram nada!")

Saio de Paris num dia lindo e chego em Lisboa nas mesmas condições, num vôo tranqüilo em que, pela primeira vez em três anos, não enfrento nenhuma turbulência. Desço em Portugal na véspera das eleições para o Parlamento, ao qual caberá eleger o novo Primeiro Ministro.

Hoje foi o dia das eleições e, fora a vitória já prevista do Partido Socialista, que assim reelegerá José Sócrates, a grande novidade foi a acachapante queda do bloco de esquerda, que ficou em quarto lugar, atrás dos dois partidos de direita, e mesmo assim não só declarou vitória como se auto-nomeou “o novo eixo central da política portuguesa”. Como vocês vêem, em qualquer lugar do mundo não existem limites para o cinismo destes Zé Ruelas. E aqui, ainda por cima

eles são trotskistas... Ou sejam, idolatram um sujeito que foi execrado até pelo povo dele, os russos, que mandaram matá-lo num cafundó qualquer no início do século XX! Pior que adorar Trotsky só mesmo considerar sagradas as vacas... Mas não sou eu que (por razões que não posso enunciar) estou prestes a fazer igual a Manoel Zelaya e pedir asilo numa embaixada, quem vai aqui falar de política. Prefiro falar de televisão. E televisão neste fim de ano vocês sabem: é CINQUENTINHA. Atores envolvidos no projeto me dão conta, via telefonemas e e-mails, do empenho pessoal de Wolf Maya na direção-geral, e me dizem que ele nunca esteve tão inspirado. Sorte minha, que tenho o Wolf na direção dos meus trabalhos. Mais do que um diretor, um autor de televisão precisa de um parceiro. E Wolf, pra mim, é não apenas isso, mas um amigo no qual eu posso confiar sem reservas. Os trabalhos em CINQUENTINHA estão em pleno andamento. As gravações prosseguem a mil. Ainda não vi nada do que foi gravado, mas já sei que, quando vir, não ficarei menos que deslumbrado. CINQUENTINHA será o nosso presente – meu e do Wolf – pra todos vocês neste final de ano. Mas não será o único. Hoje fechei a tampa dos comentários para DEU NO BLOGÃO! – o livro. Faltou apenas um, de João Sequeira de Sousa, que não revelou interesse pelo projeto e assim fica dispensado. A partir desta segunda-feira cuido da edição digital do livro. A idéia é lançá-lo antes do dia 8 de novembro, que é quando retorno para o eixo Paris-Lisboa e aqui fico até depois do fim do ano.Minha intenção era fazer apenas uma reuniãozinha íntima com vocês, my band of bothers, minha turma e confrades. Mas, se depender de Jacqueline Barroso e Eduardo Pires, que estão planejando tudo, será uma big festa, com direito a vários elencos globais. Portanto, preparem-se. (postado no dia 27/09 às 18h49m)

_________________________________________________

PRA NÃO DIZEREM QUE NÃO FALEI NADA...

Meus caros, sobre as novidades em “Cinquentinha”: Marília Pêra é na minha opinião a maior atriz do Brasil, um verdadeiro patrimônio nacional, e deve ser preservada a qualquer custo.

Por isso, embora saiba das verdadeiras razões pelas quais ela abandonou a minissérie, não vou falar a respeito. Só posso lhes dizer que esta saída não teve nada a ver com o texto. Mas não posso provar tal coisa, pois, para isso, teria que publicar a tocante carta de despedida que ela me enviou enumerando suas razões, e nas quais se revela como a pessoa frágil e adorável que é em toda a sua inteireza.

CADÊ OS TEXTOS DO BLOGÃO?

E fim de papo, falemos de outras coisas. Por exemplo: dos comentários para o livro “Deu no Blogão!”: ainda não recebi os textos das seguintes pessoas:

Josephine Guidon, Meg Santos, Ana Bárbara Albuquerque, Lucas Nobre, Bruno Fracchia, Rodrigo Lima, Pedro, Fernando Damásio e João Sequeira de Souza. Se algum desses enviou para o Moderador, me desculpe, mas o próprio neste momento está num avião que viaja no rumo de Pindorama, e eu não tenho como contactá-lo. Como não posso esperar muito mais, pelo que os faltosos me enviem os respectivos textos para o seguinte endereço: [email protected]. Este é um endereço de e-mail que foi criado especialmente para isso e, findo o recebimento, será desativado. Obrigado a todos.

________________________________________

BALANÇANDO O ESQUELETO EM

PARIS!

O Cardeal Richelieu et moi: dois cabras da peste. _________________________________________________

Hesito dois dias, até que ligo pra Bernadete, uma parisiense nata - que na verdade veio pra cá há 23 anos direto de Fortaleza, e lá nunca mais deu as caras. Atenção, Bernie não é molher, é mulher mesmo, embora diga que a única diferença entre ela e os transexuais é que já nasceu operada. Ela atende com seu francês perfeito, exceto pelo sotaque cearense, que de vez em quando dá um vôo rasante no que ela diz como se fosse um carcará desgarrado. Eu me identifico em português e lhe pergunto:

- Quais são as novidades boas aqui no pedaço?

Ela me responde: “Um massagista brasileiro chamado Humberto, mas massagista mesmo, não é de sacanagem; faz o maior sucesso”. “É gay?” – quero saber, fingindo desconhecer que a curiosidade matou o gato. Bernardette diz que não: é hetero convicto, e muito bem casado... Mas profissionalíssimo e sem preconceitos: desde que o cliente pague bem, ele não discrimina nenhum dos sexos... E só tem um problema: “não dá muito cartaz pra brasileiro”

Certa de que fiquei curioso, Bernie vai em frente e me manda anotar o telefone de Humberto. Faço isso e... Portador de uma contumaz dor no backside, só consigo esperar dois minutos antes de ligar pra ele. No terceiro toque já sou atendido: “alô!”, diz Humberto do outro lado forçando o sotaque francês, e eu de cá, no meu português de sempre lhe respondo: “meu nome é Aguinaldo Silva, e eu queria saber...”

Mas sou brutalmente interrompido: “Se é massagem, esta semana já estou com todos os horários ocupados”, me diz Humberto, e bate o telefone do outro lado. Ligo de volta pra Bernadete e me queixo: “o cara é muito grosso!” Ela promete que vai falar com ele e dizer quem eu sou. E, pra me consolar, pergunta: “Quer sair hoje à noite pra balançar o esqueleto?”

Convite feito, convite aceito.

O lugar é um barco ancorado à margem do Sena (vejam a foto acima) e às dez da noite já está fervendo. Tremo de horror só de pensar em adentrar naquele frege, mas Bernie me incentiva: “Só tem gente fina, vai fundo!”

Subo na rampa como se fosse a própria Maria Antonieta rumando ao cadafalso. Mal boto o primeiro pé no barco as luzes começam a piscar, e uma música alucinadamente árabe invade o ambiente. “Que raio de som é esse?” – pergunto a Bernadete. E ela responde: “é a mouchka!” E mais não diz, porque já sai pelo convés afora saracoteando. Enquanto todo mundo no barco cai na mouchka, eu fico ali parado com cara de idiota, até que um rapaz se aproxima de mim, me pega pela cintura e sai me empurrando. Olho pra Bernie, ela me faz com o polegar um sinal de positivo, e então eu me entrego, ou seja: danço. Pergunto ao rapaz se ele é francês, ele responde que não: chama-se Alex Voronoff e é russo. Um russo chamado Alex Voronoff?! Melhor que isso só se fosse o Conde Vronsky (se não sabe quem é procure na wikipedia, meu bem: ele está lá em “Ana Karenina”)!

Deixo que o Voronoff me conduza ao som da mouchka. Ele me joga pra lá, me sacode pra cá, me empurra prali, me puxa praqui,

e logo entro no ritmo, até que alguém esbarra no russo e ele protesta no mais castiço português: “car**ho!”

Pois o cara não era Alex Voronoff nem era russo, era Carlos Peixoto, de São José dos Campos, e fora orientado por Bernardete pra me dar o golpe do estrangeiro exótico! É claro que, depois que parou a mouckha”, nos três rimos juntos... E juntos continuamos a dançar até que meu pescoço, depois da quarta mouchka, travou e ficou completamente duro. Bernie e Carlos Peixoto me levaram até a porta do hotel... E no dia seguinte ela me segredou que dormiram juntos.

A essa altura já era domingo e eu, que no sábado fora almoçar no Jules Verne, no alto da Torre Eiffel (foto acima), tomei um metrô pra Gare de Lyon e foi comer no Train Bleu que é outro ícone parisiense (na foto aí embaixo).

Já estava a meio do meu gigot d´agneau, quando o celular tocou e – adivinhem só – era Humberto, o tal das mãos de ouro!

“Tenho um horário pra você às 19 horas” – anunciou. Eu lhe disse o meu endereço e ele desligou rápido. Às 19 horas ele chegou, e Bernie estava certíssima: era um verdadeiro gênio da massagem; em pouco mais de uma hora acabou com a rigidez do meu pescoço. Enquanto trabalhava não disse uma palavra. Cobrou caro, mas não posso me queixar: sua mensagem, profissionalíssima, valeu cada minuto. E só no final, depois que lhe paguei, é que entendi porque abrira um horário pra mim na sua agenda lotada. Foi quando me perguntou:

“Você é aquele autor de novelas?” Eu respondi que sim, e ele despejou:

“É que eu tenho uma irmã lá no Brasil que é atriz”... E etc., etc., etc.. Bernie morreu de rir quando liguei pra ela e lhe contei essa história. E aproveitou pra perguntar se eu não queria almoçar dia desses num lugar chamado Rendez-vous dos Camioneiros. Onde é que fica isso? - lhe perguntei... E ela:

- Onde mais poderia ser, meu querido? Na beira da estrada!

Nesta segunda-feira passei pela boutique do “Kaiser” Lagerfeld e comprei a mais abichornada de todas as camisas de seda preta. Depois fui tomar uma taça de champanhe... no Les Deux Magots! O tal garçon estava lá, mas não liguei a mínima. Tirei várias fotos – vejam abaixo – e, dessa vez, não levei nenhum tapa na cara.

E quanto ao Rendez-vous dos Caminhoneiros?

Vou não, Bernadete querida, não quero ficar de novo com o pescoço duro... Prefiro apelar pra alguém mais convencional, e por isso ligo pro Antônio Augusto. Este e um paraibano que tem aqui uma empresa chamada Flynet Europe, cuja especialidade é o turismo receptivo em Paris. Se alguém precisar dos serviços dele é só procurar na internet. Antônio Augusto (comigo na foto abaixo), que trabalha com a esposa e o filho, não é apenas um prestador de serviços, é um homem culto, bem informado e safo, que sabe apresentar Paris ao viajante da maneira mais prazeirosa possível.

A essa altura já gozando da companhia de Grump Koivisto, pedi a Antônio Augusto que nos levasse ao Palácio de Versalhes onde, como se tivesse incorporado a própria Maria Antonieta, sempre me senti em casa. Ficamos lá, eu e o Grump, a vagar durante horas, e depois fomos à fazendinha na qual Maria Antonieta, quando estava enfarada das políticas palacianas na famosa Sala dos Espelhos (vejam a foto aí embaixo), ia alimentar os porcos e cabritos. Os palacianos já se foram há muito, mas os descendentes dos bichos continuam ruminando a mesma grama lá na fazendinha, como se dezenas de guerras, revoluções e golpes de Estado jamais tivessem acontecido.

Enquanto Grump estiver aqui serei o mais bem comportado de todos os senhores de cabelos prateados. Mas, depois que ele voltar pros confins gelados da Finlândia com sua escandalosa tatuagem na batata da perna, aí ligarei pra Bernardette de novo. Quem sabe não me encho de coragem e aceito o convite pra dar uma passadinha no tal Rendez-vous dos Caminhoneiros?

Bernie jura que os garçons de lá são iguais a este aí embaixo...

Comentários(4146) Link deste post Indique este Post

--------------------------------------------------------------------------------------


NA PRÓXIMA VEZ, MAS NEM MORTA!!!

________________________________________________________________

MAS QUE SENHORA ENTREVISTA!...

Vários amigos meus, depois de visitar o vatomarnotoba, ligaram pra mim pra falar sobre a entrevista que dei ao blog do Mourão Lima e dizer que foi a mais deliciosa, sincera e arrasadora que já

concedi em toda a minha vida. Por isso estou colocando o link aí embaixo, pra quem gosta de mim e ainda não leu: vão correndo, pois lá vocês terão o maior exemplo de como abrir a boca e dizer tudo o que é preciso sem temer castigo ou censura. Eis o link:

http://vatomarnotoba.blogspot.com/

Obrigado Mourãozão, por ter me dado mais esta chance de soltar o verbo e falar tudo. Ah sim: e quem não gostar que vá tomar no toba!

_________________________________________________________________

"DEU NO BLOGÃO!": ÚLTIMOS DIAS

Atenção, pessoal selecionado pra comentar no livro "Deu no Blogão!" O prazo para entrega dos comentários é até sexta-feira. Quem não mandar até lá está fora, e não será substituído. Se liguem-se!

_________________________________________________________________

Flanando em Paris: e amanhã, vou pra onde?...

__________________________________________________________________

Só mesmo eu, com meus excessos de autoconfiança, para entrar nesse tipo de fria: quando me perguntaram se era possível transformar o seriado Cinquentinha numa minissérie eu respondi, sem sequer pensar muito a respeito:

“Mas é claro! Não vejo nenhum problema...”

Disse isso não por vaidade ou arrogância, mas porquê, pra minha cabeça doentia, quanto mais um projeto me der

trabalho melhor. Afinal, de contas eu adoro escrever. Sentar diante do computador, criar uma história, inventar complicações que a levem adiante, e depois tratar de resolvê-las do melhor modo possível é sempre o grande momento da minha vida; portanto, qual seria o problema se eu tivesse que fazer uma dessas histórias mudar de gênero? Só precisaria ficar concentrado mais alguns dias diante do computador, o que pra mim não chega a ser um sacrifício

Claro, quando a Globo ler isso aqui vai querer baixar o meu salário... Mas agora é tarde, quereeeeeeeeedos.

Àquela altura – quando me fizeram a tal pergunta - eu já tinha cinco episódios escritos – de um total de oito; e a promessa, ainda vaga, de uma nova temporada no segundo semestre de 2010. Por isso, até então tinha seguido em frente com as histórias principais, e aberto todas as secundárias para um possível desenvolvimento na temporada seguinte.

Porém, mal comecei a escrever o capítulo seis, já sabendo que aquelas histórias todas deveriam ter um final no oito, eu percebi que, ao contrário do que eu dissera, esta não seria uma tarefa tão fácil.

Na verdade foi dificílima.

Pra começo de conversa, tive que pensar num novo tipo de desfecho até para a história principal. As “Cinquentinhas” teriam que chegar a um the end forte o suficiente pra não deixar a menor dúvida sobre a caminhada rumo ao progresso que tinha sido o objetivo principal das três.

Como chegar lá em meros três capítulos, ainda mais sem mudar o que já estava escrito?

Tive que tornar ainda mais dinâmica uma história cujo ritmo já era alucinante. Também precisei me valer de um

artifício que de modo algum pensava em usar no seriado – o melodrama.

Posso dizer que eu e Maria Elisa Berredo chegamos lá, e nos orgulhamos. Mas antes tivemos que penar muito.

A pergunta que me faço agora é: quando Cinquentinha chegar ao fatídico capítulo seis, será que as pessoas vão notar essa mudança de rumo?

Aos que participaram da minha master class, ou se interessam pela arte do roteiro, recomendo que acompanhem com olhos de estudiosos esse twist no desenvolvimento da minissérie quando ela for ao ar... E depois me digam se o grande desafio foi vencido. De qualquer modo - e Maria Elisa concorda comigo -, escrevê-la nestas circunstâncias valeu como uma grande lição, um enorme aprendizado.

Sim, porque mesmo depois de trinta anos de tevê, eu ainda sou um aprendiz... E percebo cada vez mais que continuarei a aprender pela vida afora, trabalho após trabalho.

Cinquentinha valeu também porque finalmente descobri o óbvio: gente, eu sou um escritor com estilo! Em qualquer texto que produza - não só na ficção, mas no jornalismo e até nas postagens aqui no blog - sempre transparece uma ironia, uma postura bem humorada e pra cima em relação aos fatos da vida que é a própria essência da minha escritura.

Em resumo: vejo o mundo quase com olhos de humorista; eu desperdiço uma cena, mas não perco uma piada.

Quando perguntado sobre o tom que daria a uma de minhas novelas, Paulo Ubiratan sempre dizia:

“É fácil: nas novelas do Aguinaldo as situações são sérias, mas o tratamento é sempre muito engraçado”.

Sábio Paulo Ubiratan, com quem aprendi tanto...

Nesta quinta-feira, dia 17, eu e Maria Elisa Berredo botamos o ponto final em Cinquentinha, a minissérie que já foi seriado. Agora é só uma questão de ajustes nos três últimos capítulos, enquanto os cinco primeiros já estão sendo gravados. De alguns atores mais chegados, ouço maravilhas de Wolf Maya, cuja direção, dizem eles, é “mais do que inspirada”.

Cinquentinha é um trabalho ao qual dei tudo de mim: fui muito além do que podia ir em matéria de inspiração, punch, ousadia e garra. E quando ela for ao ar no fim do ano tenho certeza que terá valido a pena.

__________________________

GLOBETROTTER DAS LETRAS

Na minha casa da Barra (acima)... E no apê do Castelo (embaixo)

Sou, cada vez mais, um escritor em trânsito. Comecei a escrever Cinquentinha em Lisboa. Depois voltei pro Brasil e continuei, pela ordem: na minha casa da

Barra, lá em Itaipava, no apê do Castelo, de novo na casa da Barra... Até que vim terminar onde começara, ou seja, em Lisboa. Agora estou fazendo a revisão final dos capítulos... Em Paris!

O problema de escrever em tantos lugares é que preciso de um computador em cada um deles, e onde quer que esteja tenho que seguir religiosamente, sempre a mesma rotina. Por exemplo: acordar em Paris às cinco da matina pra estar às sete diante do computador é dose.

Mas eu tiro tudo isso de letra. Como já disse lá em cima, as horas que passo escrevendo são sempre as melhores da minha vida, portanto...

AS MENINAS DO JAPÃO Chego em Paris e vou direto pro Louvre que, nas sextas-feiras, funciona pela noite a dentro como se fosse um trem desgovernado. Numa das vezes em que entrei no Museu numa noite de sexta-feira, fui parar num porão onde havia dezenas de múmias – além de outros sinistros artefatos do antigo Egito. A certa altura percebi que era a única pessoa naquele ambiente penumbroso e que, pior ainda... Tinha me perdido!

Fiquei a vagar pelos corredores afora, tendo que encarar uma múmia atrás da outra: filme de terror puro.

Foi aí que o celular tocou, eu atendi e era o Moderador. Completamente histérico, disse a ele onde é que estava:

“Eu entrei no túnel do tempo e me perdi no Egito antigo!!!!!!!!”

Pra me acalmar, o Moderador começou a conversar comigo. Enquanto falávamos fui andando pelo labirinto egípcio e, após subir e descer umas cinqüenta escadas, e

acabei achando uma saída que – incrível – dava direto na ala dos pintores renascentistas.

O que eu tanto conversei com o Moderador? Ah, isso não interessa.

Dessa vez não fui ao Museu e sim ao restaurante Grand Louvre, que é um dos meus preferidos. Mal cheguei e tive uma decepção: fizeram lá uma reforma que acabou com seu antigo tom solene e o tornou mais modernoso.

Sei a razão disso: é pra ver se atraem os consumidores mais jovens, já que no Grand Louvre em geral só vai gente como ou, ou seja: criaturas de ótimo gosto, porém velhas.

Mas os jovens por enquanto não passam da lanchonete que fica ao lado do Grand Louvre, e este, em matéria de gente nova, até agora só conseguiu atrair as lésbicas japonesas.

A pirâmide do Louvre ao anoitecer (acima), e, no Grande Louvre (abaixo) , as moças orientais nas mesas à esquerda e à direita.

Quer dizer: não sei se são japonesas, chinesas, coreanas ou vietnamesas, não consigo distinguir etnias tão parecidas. Mas lésbicas eu reconheço, pois já convivi com muitas.

E posso dizer que as orientais são discretíssimas. Nunca se olham nos olhos, pra evitar que desles saia fogo, e este queime os ocupantes das mesas mais próximas. Trocam raríssimas palavras. Riem muito dos garçons, como se estivessem dispostas a cair na conversa deles, mas isso é puro desguise. Comportam-se em Paris como se estivesssem em Yokoama, ou na província de Yin, ou numa aldeia remota do delta do Mekong, sem saber que esta cidade foi conquistada de modo irreversível pelas lésbicas no comecinho do século XX... E não estou falando de Gertrude Stein e Alice B. Tocklas, as mais notórias, e sim de uma legião de outras.

Enfim, cheia de lésbicas orientais e viados da Espanha e adjacências, Paris é, como diria Hemingway, uma festa móvel... Na qual, se você vir alguém usando máscara pra se proteger da gripe suína, pode apostar que é um brasileiro.

São engraçados esses brasileiros: em viagem eles se protegem. Mas uma vez em casa, vão direto pra Lapa e lá, depois de meia dúzia de caipirinhas, bebem no copo do primeiro desconhecido que aparece... Além de fazerem outras coisas inconfessáveis com o mesmo desconhecido no escurinho atrás do poste.

Ah, meu Deus, como essa vida é divertida!

_____________________________________

MISTÉRIO EM COIMBRA!

Na foto, um rapaz que encontrei lá em Coimbra: a moça de costas era a esposa dele. Ela continuou a caminhar em direção ao horizonte, até que sumiu e nunca mais foi vista. Uma pergunta: seria ele o famoso Grump Koivisto?... Infelizmente a tatuagem do tigre de dentes de sabre não aparece, pois eu tive o cuidado de cortar da foto sua batata da perna...


--------------------------------------------------------------------------------------


MAS QUE MUSEU METIDO A BESTA!

_________________________________________

GANHAMOS O CONCURSO DE

MELHOR BLOG DO BRASIL!!

CARAÇAS!

Entrei aqui, depois de um magnífico jantar no restaurante “Bica do Sapato”, li os comentários de vocês me parabenizando e não acreditei: o blogão foi o primeiro de cem no TopBlog? Dei uma chegada lá e conferi: foi mesmo!

Somos o campeão dos blogs!

Fomos o primeiro na escolha do júri acadêmico!

O júri acadêmico, vocês sabem, é o que entende do ramo e cuja opinião pesa. O outro, o popular, é o esconderijo dos freaks, dos Zé Ruelas que votam alucinadamente na internet no nome dos seus quereeeedos.

É como no Festival de Cannes: tem a Palma de Ouro, conferida pelo júri de especialistas, e tem o prêmio do júri popular, que bem... Em geral vai parar nas mãos do filme do Kazaquistão, que ninguém agüenta ver até o fim nem que lhe paguem pra isso.

Sim, nós fomos eleitos, no primeiro concurso realizado com este objetivo, o melhor blog do Brasil no gênero “Celebridades”. Discordo desse gênero, porque o blogão é jornalístico e é político. Mas não o rejeito.

É mais um troféu, na minha já longa carreira, que me dá o direito de repetir pra vocês o quanto sou sexy, gostosão e lindo...

Mas com um detalhe importante: sem a preciosa ajuda de vocês eu não teria conseguido isso.

(postado no dia 16/09 às 19h33m) _______________________________________________________________________

"AU, AU, AU!" PRA VOCÊS TAMBÉM!

Na foto, tirada no sacrossanto recesso do meu lar, examino pela enésima vez um certo contrato antes de assiná-lo. A última providência, antes de tascar lá o meu jamegão, foi subir e descer as escadas de minha casa vinte vezes a fazer “au, au, au!”, a ver se ainda tinha fôlego suficiente pra escrever mais duas novelas. E não é que, depois desse esforço todo, como se fosse uma criança de quinze anos, eu continuava lépido, lindo, cheiroso e fagueiro?...

(publicado no dia 15/09 às 13h14m)

_______________________________________________

VEJAM AQUI:

AS AUDIÊNCIAS DAS NOVELAS DO MILÊNIO!

(2000/2009)

Porto dos Milagres................................................ 45.4

O Clone................................................................... 46.7

Esperança............................................................... 38.4

Mulheres Apaixonadas......................................... 46.6

Celebridades........................................................... 46.4

Senhora do Destino................................................ 50.4

América................................................................... 49.1

Belíssima.................................................................. 48.5

Páginas da Vida...................................................... 46.8

Paraíso Tropical..................................................... 42.4

Duas Caras.............................................................. 41.5

A Favorita............................................................... 40.4

Caminho das Índias............................................... 38.3

(publicado no dia 14/09 às 7h)

____________________________________________________

"DEU NO BLOGÃO!": IDÉIA DE JERICO?

Confesso: fiquei muito triste com alguns comentários a respeito da lista de sorteados pra figurar no livro “Deu no Blogão!” Mais ainda fiquei com o último, da minha querida Princesa, que, a certa altura pergunta: “que merda de lista é esta?”

Vou tentar responder a todos sem maiores rodeios: o livro terá 120 páginas. E, embora eu concorde com Princesa – os responsáveis pelo sucesso do meu blog são os comentaristas, ou seja, vocês -, ele não será um livro de comentários, mas sim uma seleção de textos publicados por mim no blogão.

Mesmo assim eu achei importante que alguns desses comentaristas, independente de qualquer preferência minha, figurassem no livro.

Mas como fazer isso? Pensei num sorteio. Os nomes dos mais assíduos seriam escritos em pedaços de papéis, e nós sortearíamos vinte deles. Deu trabalho, mas foi o que

fizemos aqui na redação, pois achamos que este seria o processo mais democrático.

Mas, ao que parece, democracia no cu dos outros não é nada refrescante. E agora é o meu assim chamado ânus que está em brasas.

Eu não queria deixar ninguém triste. Pelo contrário, achava que todo mundo entraria no clima de brincadeira entre amigos que é o livro. Mas agora sinto que, fora os sorteados, todo mundo ficou deprimido...

Inclusive eu!

Não posso permitir que nenhum tipo de mal entendido afete nossa relação. E, para evitar que a insatisfação se instaure, tenho que agir rápido. Por isso pensei em quatro soluções para este impasse, que são:

a) Não publicar mais o livro. b) Publicar, mas sem os textos dos comentaristas. c) Abrir um prazo para que QUALQUER comentarista

envie comentários “a la twiter”, ou seja, de no máximo 250 toques; e todos os que chegarem dentro do prazo serão incluídos no livro, mas sem os nomes na contracapa, pois seria impossível listar todos.

d) Deixar tudo como está. A solução que eu prefiro é a primeira, pois me daria menos trabalho.

Mas vocês é que decidem.

(publicado no dia 13/09 às 16h10m)

____________________________________________________

A Mona Lisa atrás do vidro super-blindado lá no Louvre: os turistas tiram milhares de fotos por dia...

...Mas na galeria das réplicas (de gesso: eca!) do Museu Nacional de Belas Artes é proibido tirar fotos. Eu, hem?...

____________________________________________________

Acordo no meu apartamento aqui do centro. É um belo dia de quinta-feira e, como não tenho nada pra fazer, decido cumprir o circuito de sempre: vou aos museus e centros culturais que por aqui abundam.

Penso primeiro no Centro Cultural Banco do Brasil. Entro na internet, procuro o CCBB e o primeiro site que me aparece é o Google Maps. Lá, confirmo o horário de funcionamento: de segunda a sábado, de 9 a 18 horas, aos domingos fechado. Oba, penso eu, posso começar cedo! Tomo banho, boto os cremes todos, me perfumo, troco de roupa, tasco no pulso um rolex comprado no camelô pra não atrair nenhum ladrão e saio. No caminho a primeira decepção: à porta do Paço uma placa indica que o museu está em “estado de greve”.

O motivo é o mesmo que levou os funcionários federais do setor da Cultura a fazer uma greve anual nos últimos cinco anos: “pelo cumprimento de acordos”. Que acordos? Não interessa, por mais vagos e secretos que sejam acordos devem ser cumpridos, ou os museus ficarão pelo menos dois meses por ano fechados. É claro que em países mais sérios isso seria chamado de "férias forçadas", mas enfim... Sigo em frente. Passo pela Travessa do Comércio, cuja entrada é o Arco do Telles, vejo um magnífico sobrado pra vender, penso em comprá-lo e lá sediar minha futura casa de cultura, mas desisto ao perceber que só a loja no térreo está vazia enquanto os três andares acima estão alugados. Chego ao CCBB e bato com a cara na porta, pois, embora passe das nove, ele está fechado. Chamo o segurança através do vidro e

pergunto: “ainda não abriu?” Ele responde que só às 10 horas, o que significa que a informação do Google, no qual nós costumamos acreditar piamente... Está miseravelmente errada!

Resolvo flanar pelas ruas próximas. Tropeço em camelôs e barraqueiros, dou topadas no calçamento irregular e esburacado, me finjo de morto diante de milhares de pessoas que tentam me entregar papeizinhos ainda usando, pra chamar minha atenção, aquela técnica jurássica de bater um no outro provocando um estalido... E trato de tapar as narinas nos lugares onde o fedor é mais insuportável. Sim, porque o Rio de Janeiro fede. Especificamente fede a mijo, a merda, a esgoto, e a suor de gente de roupa mal lavada e pouco afeita ao banho. Mas, apesar de todos os percalços, sobrevivo, e as 10 em ponto chego ao CCBB... Pra descobrir que não existe nenhuma exposição à vista! Na Casa Franca-Brasil ali do lado a mesma coisa: o antigo galpão está aberto, porém absolutamente vazio. O que faço agora? Sigo em direção ao Museu Nacional de Belas Artes.

Lá, a mesma faixa anunciando o “estado de greve” ocupa lugar de destaque na fachada, mas, surprise!, o MNBA está aberto, embora quase às escuras. Entro sem pagar, porque sou um sênior, ou seja, tenho mais de 65 anos, mesmo aparentando apenas 25. E

dou logo de cara com uma interessante exposição de fotos de Alécio Andrade, um fotógrafo brasileiro, morador de Paris, que durante anos fotografou visitantes do Museu do Louvre, até reunir no final um acervo de 12 mil flagrantes, entre os quais se inclui o que vocês vêem aí embaixo.

A exposição é interessante... Mas também não chega a ser uma Brastemp. E muito menos o é a mostra do acervo do MNBA, que é a mesma a pelo menos um milhão de anos. Cadê o resto do acervo? Onde está aquela magnífica coleção de obras de Eugene Boudin, doada por um colecionador particular, e que eu não consigo ver há anos?

Os quadros expostos, os mesmos a cada vez que vou lá, estão mais cinzentos e tristes, precisando de restaurações que nunca são feitas, num cenário onde nada muda, a não ser os seguranças terceirizados, cada vez mais obesos. Foi justamente um destes seguranças que partiu pra cima de mim quando tentei tirar uma foto da galeria das réplicas – de gesso! – pra publicar aqui no blogão: botou a mão na frente da minha câmera e proclamou: - não pode. “Por que não pode?” – Eu lhe perguntei já com minhas penas todas eriçadas. E ele respondeu: - porque é proibido. “Mas lá embaixo tem uma exposição de um sujeito que fez doze mil fotos no Museu do Louvre!” – eu argumentei. Ao que o segurança arrematou: - este assunto não é comigo. Ainda deambulei um pouco pelas cada vez mais escuras e melancólicas galerias do museu, enquanto tentava conter meu

espírito belicoso... Mas não adiantou. Mal uma funcionária passou na minha frente, como se fosse um fantasma vindo de outras eras e eu, disposto a questionar a proibição de fazer fotos, lhe perguntei: “Como é o nome do diretor do museu?” Ela respondeu que não era diretor e sim diretora, e se chamava Mônica. “Mônica de quê?” – insisti... E ela: - não estou autorizada a informar isso. Esbravejei: “sou um cidadão, ela é a diretora de um museu que é sustentado com o dinheiro dos meus impostos, portanto...” Mas a funcionária ectoplasmática nem esperou pra ouvir o resto, simplesmente me deu as costas e enveredou pela primeira porta (ou atravessou a primeira parede, não sei mais). A essa altura, impaciente como ando, vocês podem calcular: eu estava simplesmente histérico! E foi assim, disposto a quebrar o museu inteiro, sem poupar nem mesmo o seu paupésimo acervo, que me dirigi ao rapaz da portaria, um senhor de barbas grisalhas. Fiz a ele a mesma pergunta, e ele me deu a mesma resposta: - o nome da diretora é Mônica. “Isso eu já sei, rapaz, mas Mônica do quêêê????????”

Ele pensou um pouco e afinal soltou um murmúrio: - Xexéo. Meu Deus, pensei eu ao ouvir tal nome: será parenta do próprio?... Se for, espero que ele, leitor contumaz do meu blog (embora jure que não), transmita a Mônica Xexéo este recado:

Ou ela fecha imediatamente a exposição do cara que durante 30 anos fez 12 mil fotos no interior do Louvre, ou então derruba essa proibição absurda, e permite que se fotografe dentro do Museu Nacional de Belas Artes, pois este não é melhor que o Louvre, mas nem por um car*lho!

Pela ordem das fotos: no Museu do Chiado pode, na Fundação Gulbenkian idem, no Musée d´Orsay a mesma coisa (aliás, no d´Orsay eu quase pude cheirar "O Retrato de dr. Gachet", quadro de Van Gogh avaliado em 60 milhões de dólares)... Então, Mônica Xexéo quereeeeeda (na foto abaixo), por que no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro é proibido bater fotos? Seria pra ninguém documentar o quanto ele anda caidinho?...

DOU OU NÃO DOU?

Este quadro monumental de Oswaldo Teixeira, um dos mestres da pintura brasileira, faz parte da minha coleção. Eu já tinha decidido que o doaria, após a minha partida definitiva, para o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Mas, diante do abandono em que este se encontra, já não sei...

_____________________________

Eu não falei, ô Zé Ruelas?

Lembram do que eu escrevi aqui sobre o verdadeiro fudevu que é a Lapa nos fins de semana? Na sexta-feira em que fomos ao concerto de Miguel Proença na Sala Cecília Meirelles, saímos do estacionamento e seguimos de carro pela Rua Joaquim Silva em direção à Glória. Àquela hora, pouco mais de 23 da noite, aquele buraco quente da Lapa já fervia, como vocês podem ver na foto acima: lá estavam centenas de pessoas na maior euforia. Pois bem, vejam como terminou a noite pra galera, segundo informou Joaquim Ferreira dos Santos em sua coluna de O Globo:

“A Rua Joaquim Silva, na Lapa, foi cenário de três noites seguidas de arrastão. Foram na sexta, no sábado e no domingo, sempre às duas da manhã. Alguns turistas ficaram apenas de bermudas.”

E ainda teve gente que me acusou de exagerar nos comentários que fiz sobre a baixaria que virou a Lapa e adjacências...

_____________________________

“DEU NO BLOGÃO!”: SAI A

LISTA DE COMENTARISTAS

Estou, ao mesmo tempo, ultimando os capítulos finais de CINQUENTINHA e dando os últimos retoques no livro DEU NO BLOGÃO!, que espero lançar, quando a minissérie estiver no ar, no mês de novembro. Depois de penar muito, eu e minha equipe conseguimos sortear os comentaristas que vão figurar no livro. São os seguintes:

Josephine Guidon

Meg Santos

Lara Romero

Kátia Moraes

Ana Barbara de Albuquerque

Meire Siqueira

Mourão Lima,

Moacir Jardim

Lucas Nobre

Bruno Fracchia

Rodrigo Lima

Marco Bittencourt

Bruno Pires

Davi Vallerio

Pedro

Alexandre Ganso

Fernando Damásio

Rogério Sabath

Rodrigo Ribeiro

João Sequeira de Sousa

Cada um deles deverá escolher um comentário de sua própria lavra já escrito, ou escrever um novo (terá que ser publicado no Blogão do Aguinaldão) e enviá-lo para ser incluído no livro. Todos os nomes vão figurar na contracapa do mesmo. Os textos não poderão ter mais do que 12 linhas.

Será necessário autorizar por escrito a publicação. Um documento padrão será enviado a todos para ser devidamente assinado e devolvido à nossa redação.

Os que optarem por não figurar no livro não serão substituídos. Mesmo assim, é preciso que os sorteados

digam, o mais rapidamente possível, se estão a fim de participar ou não.

Todos já estão de antemão convidados para o rega-bofes-noite-de-autógrafos que a Barroso & Pires vai organizar. Será uma noite inesquecível, digna de figurar no livro “A Crônica dos Doze Césares”...

_____________________________


--------------------------------------------------------------------------------------

Escrito em:2/9/2009

"CINQUENTINHA" PROMOVIDA: É MINISSÉRIE!

Como vocês sabem, CINQUENTINHA era pra ser uma brincadeira entre amigos, apadrinhada pela sempre generosa Rede Globo: eu, Maria Elisa Berredo, Wolf Maya e Cláudio Boeckel, ainda saudosos de DUAS CARAS, reuniríamos alguns atores da novela e os homenagearíamos (e a nós também, é claro) com um seriado cujo tema mais profundo seria o companheirismo e a amizade.

Só que nossa modesta idéia ganhou forma... E corpo: engordou, cresceu, tornou-se um dos assuntos mais abordados pela mídia... Ao mesmo tempo em que os especialistas da emissora, depois de ler os cinco capítulos já entregues, decretaram:

“CINQUENTINHA não é apenas um seriado, merece tratamento de minissérie”.

E assim, conforme Daniel Castro, da Folha de São Paulo, dá hoje em primeira mão (o danadinho me furou!), CINQUENTINHA foi promovida: é agora a única minissérie que a Rede Globo vai produzir este ano, e estréia no começo de novembro, de terça a sexta-feira!

O número de capítulos, oito, não mudou, pois não abri mão disso. E a minissérie CINQUENTINHA, ao contrário do seriado, não terá uma continuação. Ou seja: quem não vir agora não verá nunca mais as peraltices de Susana Vieira, Marília Pêra e Marília Gabriela, as minhas três meninas, numa aventura destinada a mostrar que essa história de idade é apenas uma questão de ponto de vista, e sim, elas nunca vão passar dos 50!

A decisão foi da Rede Globo. Mas é claro que vocês vão me perguntar o que achei de tudo isso... E eu abro o meu bocão diante das câmeras e respondo:

Fiquei vaidosíssimo! Afinal de contas, que eu saiba, nunca antes nesse país um autor de seriados mereceu tamanho up-grade.

Portanto, tenho ou não razões pra continuar me achando sexy, gostosão e lindo?...

_________________________

NÃO ATIREM NO PIANISTA!

Desde que saí da Lapa em fevereiro de 1970 - logo após deixar a prisão da Ilha das Flores, e em circunstâncias que um dia contarei aqui – só estive lá de passagem. Acompanhei de longe a extrema decadência do bairro, provocada pela derrubada de quarteirões inteiros e a abertura daquela praça enorme, de paisagem estéril e lunar. E de longe também acompanhei o chamado “renascimento”, que resultou no que a Lapa é agora: para os meus ouvidos e narinas apurados, um pátio dos milagres, um mercado persa, uma passeata reunindo sem tetos e sem terras, em suma: um verdadeiro fudevu. De vez em quando, nos fins de semana, passeio por lá no meu Volvo blindado contra tiros de AR-15, e, através dos vidros escurecidos, constato o quanto a Lapa está decadente – apesar dos cronistas da cidade, cegos que são, dizerem o contrário -, e fico a pensar o que suas figuras icônicas, todas felizmente falecidas antes da derrocada, diriam se a vissem agora.

Por que estou escrevendo este preâmbulo? Porque na última sexta-feira voltei à Lapa, mais especificamente, à Sala Cecília Meirelles, para ver (e ouvir) o concerto do pianista Miguel Proença.

Cheguei cedo, em companhia de três amigos, um deles estrangeiro. No entorno da Sala pessoas absolutamente informais - bermuda, camiseta e sandália de dedo ou apenas partes dessa vestimenta – armavam barracas. O estrangeiro que me acompanhava perguntou do alto de sua ingenuidade: “vai haver alguma festa?” Ao que eu respondi: “vai sim quereeeeedo, o Campeonato Nacional do Fedor”... Pois, embora aquela turma toda ainda estivesse nos preparativos para a futura esbórnia, a catinga – de mijo, gordura, suor e lama de séculos – já era insuportável. Entramos na Cecília Meirelles. Sim, como todo espaço dedicado à cultura clássica no Rio de Janeiro ela está decadente. Mas ainda dá pro gasto... Ainda mais porque o piano Steinway, como se

fosse um navio de oito velas, já estava lá no meio do palco, a gritar para os incautos: “a civilização ainda passa por aqui!”

Sentamos, eu e meus acompanhantes, e tratei de olhar em torno: a platéia era incrível – como se transportada de outra época. Ninguém tinha menos de vinte e cinco anos. Todos estavam muitíssimos bem vestidos. Estranhamente eram quase todos brancos (meu amigo estrangeiro deu-se ao trabalho de contar quem não o era, e encontrou apenas meia dúzia de negros)... E eram fanáticos por musica clássica. No meio deles estava Marcus Vinicius Pratini de Moraes, 70 anos, pessoa a quem admiro demais porque certa vez, quando ele era Ministro da Agricultura do governo de Fernando Henrique, eu o vi a recolher suas malas na esteira de bagagem do aeroporto... Ato este que, tenho certeza, qualquer um dos ministros-sindicalistas de hoje em dia consideraria indigno e desonroso. Mas enfim, como sempre faço quando aqui escrevo, divago. Façamos o que se chama, num roteiro, um corte de continuidade. O pianista entrou e foi saudado com entusiasmo. Uma simples olhada no programa já me deixara ver que ele não ia brincar de concerto. Não havia uma concessão sequer na lista de peças a serem executadas – até o Rachmaninoff de praxe era raro. Miguel arrancou o primeiro acorde do Steinway e em poucos minutos tivemos todos nós a noção de que aquela seria uma noite mágica. Ali estava um artista no auge da sua forma e tocando apenas o que gosta. Os minutos se passaram como se fossem meros segundos. Lá fora eram mais de dez horas, e a esbórnia já começara. Mas dentro da Sala Cecília Meirelles o tempo simplesmente parara.

Claro, sons estranhos vinham lá da rua. Nos momentos em que o pianista ficava imóvel, extremamente concentrado entre uma peça e outra, e o silêncio absoluto continuava a reinar na platéia em suspenso, era possível ouvir gritos, além do som da música absurda e estentórea que a barbárie insistia em executar lá fora. Sim, porque aquilo não era apenas um concerto de um grande pianista. Era uma dramática representação da luta que se trava atualmente no mundo ocidental entre a civilização e a barbárie. A Sala Cecília Meirelles exultava ao som do pianista, enquanto hordas selvagens investiam contra todos os nossos muros lá fora.

“Isso não é apenas um concerto de piano”, pensei a certa altura, “é uma ação de guerrilha”.

No final, depois de agradecer ao pianista pela noite magnífica (vejam a foto acima), fiquei a olhar as pessoas que saíam da sala e atravessavam aquela horda já ocupada em consumir cervejas, caipirinhas e churrasquinho de gato, e a samboricar ao som daquele baticum profano. Sim, o encontro daqueles dois grupos era, sem dúvida, o que se poderia chamar de choque de culturas. Choque este que se mostrou ainda maior na Rua Teotônio Regadas, ao lado da Cecília Meirelles, pela qual seguimos rumo ao estacionamento. Nela, encostados nas paredes da Sala, dezenas de pessoas mijavam, enquanto outras bem ali do lado, conversavam, bebiam e comiam na maior indiferença. A música, ainda mais se comparada com o que se ouvira a pouco, era um verdadeiro horror... Mas todos que a ouviam pareciam utilizá-la como porta através da qual entravam de uma vez por todas no nirvana. Ou seja: foi uma bela e mágica noite dentro da sala... E lá fora ela foi ilustrativa. Insisto nessa teoria do embate entre a civilização e a barbárie. Sei de que lado estou – da minoria, ou seja, entre os que ainda se emocionam ao ouvir, por exemplo, Miguel Proença executar, já no bis, a Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro, que vocês também ouviram, executada por ele, no vídeo lá em cima.

Vocês tambem se emocionaram?...

___________________________________________________

Não sei se vou ou se fico!

LISBOA, VELHA E QUERIDA CIDADE...

___________________________

O negócio é o seguinte:

Vou embora pra Paris, ou fico aqui...

Trabalhando feito uma "chola" boliviana?

_____________________________________________________________

Devo eu, como diria Giovanni Improtta, me aposentar-me? Seria de bom tom que partisse pra nowhere e me entregasse ao grande e definitivo oblívio? Mighty I – pergunta-me a caveira – have the pleasure of your next dance? Ou, trocando em miúdos: parto de uma vez por todas e sigo al mare, sem mais nenhum compromisso até o fim dos meus dias? Trepo ou saio de cima?

Este é, nas últimas semanas, meu grande dilema. Neste momento tenho três senhores diferentes a

me oferecer ajuda. São três propostas imperdíveis... Mas todas resultam no fato de que, como se fosse uma lavandaria industrial, eu teria que lavar e passar trouxas e trouxas de roupa. Quero eu continuar fazendo serviços pra fora? E nesse caso, a qual desses gentis senhores devo dedicar meus esforços?

Alguém aí, bem pragmático (talvez o Davi Vallerio) dirá: “a quem te pagar mais, ora!” Sim, pois o que rege os destinos deste mundo insano (e consequentemente os nossos) é o vil metal; a grana; a bufunfa. E aí é que reside o problema... Pois, além das três de que falei acima, existe uma quarta proposta... E ela foi apresentada por mim mesmo!

Sim quereeeeedos meus: ao contrário das cigarras novelistas, que gastaram todo o dinheiro adquirido a oferecer jantares pros muquiranas, a tanajura aqui poupou e amealhou pro inverno... E ficou, se é que vocês me entendem, com uma poupança enorme! E agora, no outono da vida, mesmo que tente não vai conseguir consumir antes da morte todas as sementes que juntou no seu celeiro.

Ou seja: se eu quiser, gloriosamente me banco, com direito a idas de primeira classe a Paris três vezes ao ano. Portanto... Que é que eu faço? Aceito a ajuda de um dos tais senhores e continuo bancando a chola peruana...

OU ME APOSENTO?

Ah meu Deus, que dilema!

Às vezes eu acho que seria melhor ser um Sem Terra ou um Sem Teto...

Ou uma dessas pessoas do Fome Zero, cuja única preocupação é receber, no fim do mês, a cesta básica e a merreca em Reais que lhes fornece o contribuinte brasileiro... Embora o governo, com a maior cara de pau, diga que é dele o dinheiro!

No quarto de Marcel Proust, no Museu da Cidade de Paris: vou ou fico?

______________________________

TEVÊ ABERTA: VOCÊ AINDA GOSTA?

Enquanto isso, antes de tomar uma decisão, continuo aqui a tocar meus projetos. Televisão aberta quase não tenho visto, entre outras coisas por que, pra ser sincero, atualmente pra mim nada vale a pena. Soube, através dos comentários de vocês, que a tão falada guerra de audiência do domingo passado prometia uma explosão atômica, mas o que se ouviu foi apenas uma bufa, um traque, um peidinho de formiga. Mesmo por quê, guerra de audiência com Eliana, Gugu e quejandos... Façam-me o favor, né mesmo? O que está faltando nessa história são pesos pesados! Que tal tentar com a Oprah e o David Letterman?...

Aliás, televisão aberta aos domingos é uó do borogodó, né não? Só funciona pruma coisa: dar sono. E nos outros dias a coisa não anda muito longe disso: além das grandes emoções proporcionadas pelo ato de dançar o bhangra não há mais nada. Claro que daqui a pouco vai começar mais uma novela de Manoel Carlos. Diálogos impecáveis, cenas memoráveis. Sinceramente: eu adoro. É como se ele estivesse falando de mim e dos meus amigos... Mas só os heteros, é claro. O problema é que, enquanto eu digo: “que delícia!” Minha empregada diz: “oxente, não entendi nada!” E, como vocês sabem, no país de Lula e do pobrismo, as empregadas e seus companheiros de classe já se tornaram há muito tempo a maioria. Assim, me digam: não está na hora de a televisão aberta dar uma repensada no que faz e, como acontece com todo o resto do Brasil, partir pro popular vulgaríssimo absoluto? Chega de mulheres esqueleticamente lindas e homens translúcidos, minha gente! Por mais que me dôa dizer isso, temos mais é que aderir à era da sandália de dedo e do calcanhar sujo!

Atrizes magras já eram. O negócio é Viviane Araújo... De costas!


--------------------------------------------------------------------------------------

escrito em:24/9/2009 quem quer presente de...

Documents