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ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES Ensino Médio – Sociologia 3º ano Regular-2018 Professor Saimo Brandão Batista 1 ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO 3º ANO REGULAR Professor: Saimo Brandao Batista - CONCEPÇÕES DE ESTADO, PODER E PODER POLÍTICO. DESVENDANDO O ESTADO DE DIREITO - A RELAÇÃO ENTRE A DEMOCRACIA E O ESTADO DE DIREITO - VALORES E NORMAS SOCIAIS Belo Oriente 2018

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ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES Ensino Médio – Sociologia 3º ano Regular-2018 Professor Saimo Brandão Batista

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ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES

SOCIOLOGIA – ENSINO MÉDIO 3º ANO REGULAR

Professor: Saimo Brandao Batista

- CONCEPÇÕES DE ESTADO, PODER E PODER POLÍTICO. DESVENDANDO O

ESTADO DE DIREITO

- A RELAÇÃO ENTRE A DEMOCRACIA E O ESTADO DE DIREITO

- VALORES E NORMAS SOCIAIS

Belo Oriente

2018

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1º Bimestre

CONCEPÇÕES DE ESTADO, PODER E PODER POLÍTICO. DESVENDANDO O

ESTADO DE DIREITO

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CONCEPÇÕES DE ESTADO E PODER POLÍTICO. DESVENDANDO O ESTADO

DE DIREITO

Não se é possível, estudar o Estado, sem compreender um dos conceitos de maior

importância, que está associado ao Estado, que é a política. Política é considerada a essência do

Estado, pois é através dela que o estado exerce seu poder, suas funções e escolhe seus dirigentes.

É importante destacar, que política e politicagem, não são sinônimas, uma vez que:

Política = arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados;

aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos

(política externa).

Politicagem = política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações

insignificantes.

Portanto, nos estudares a política.

POLÍTICA: ORIGEM, SIGNIFICADOS E DUPLICIDADE

A palavra política tem origem nos tempos em que os gregos que indicava todos os

procedimentos relativos à pólis ou Cidade-Estado chamadas. Na Grécia havia duas formas

(duplicidade) de se usar a política: “politiké” (política em geral) e “politikós” (dos cidadãos,

pertencente aos cidadãos), que se estenderam ao latim “politicus” e chegaram as línguas

europeias modernas através do francês “politique” que definida nesse idioma como “ciência

do governo do Estado”.

O termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles, para este filósofo,

política significava funções e divisão do Estado e as várias formas de governo, com a

significação mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma

transposição de significado das qualificadas como político, para a forma de saber mais

ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.

Na época moderna, o termo política perdeu seu significado original, substituído pouco a

pouco por outras expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência política,

filosofia política, passando a ser comumente usados para indicar a atividade ou conjunto de

atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado.

CIÊNCIA POLÍTICA: ESTUDO DO PODER E DO ESTADO

O termo “Ciência Política” foi cunhado (criado) em 1880 por Herbert Baxter Adams,

professor de história da Universidade Johns Hopkins.

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A Ciência Política é o estudo da política – dos sistemas políticos, das organizações

políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de

estrutura) e dos processos de governo – ou qualquer sistema equivalente de organização

humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis.

Política é ciência, porque estuda o comportamento humano e assim se torna possível

estabelecer cientificamente algumas regras sobre a vida humana em sociedade e sobre como os

seres humanos deveriam reagir em cada situação.

Os cientistas políticos estudam as instituições governamentais ou não governamentais

(ONGs) como corporações (ou empresas), uniões (ou sindicatos, associações), igrejas, ou outras

organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, como partidos

políticos em complexidade e interconexão.

Devemos ter cuidado, pois existem duas fomas de se conceituar Ciência Política:

1- Em uma concepção ampla, política é o estudo do poder, por que a tomada de decisões

de interesses da coletividade (comum) é sempre um ato de poder. Nesta concepção

consideram-se as relações de dominação seja através da política, da economia ou da

ideologia, como relações de dominação de uma pessoa sobre a outra.

2- Na concepção restrita, política é ciência do Estado, por que atualmente a capacidade

de tomar decisões, de interesse de toda a sociedade está nas mãos do Estado ou depende

dele.

CIÊNCIA POLÍTICA EM SENTIDO AMPLO: O ESTUDO DO PODER

Poder (do latim potere) é, literalmente, o direito de deliberar, agir e mandar e

também, dependendo do contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, ou o

império de dada circunstância ou a posse do domínio, da influência ou da força.

Poder tem também uma relação direta com capacidade de se realizar algo, aquilo que se

"pode" ou que se tem o "poder" de realizar ou fazer.

Portanto, o poder é o direito de deliberar, agir e mandar e também, dependendo do

contexto, exercer sua autoridade, soberania, ou a posse do domínio, da influência ou da força.

Poder é um termo de origem latina, e é definida por diversas áreas.

Poder é a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, e existem diversos tipos de

poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, poder ideológico

entre outros. Alguns autores importantes que estudaram a questão de poder foram Michel

Foucault, Max Weber, Pierre Bourdieu.

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Quando falamos de poder e autoridade costumamos confundir o significado das duas palavras,

mas quando olhamos mais atentamente, a diferença fica fácil de ser percebida. Quando somos

forçados a fazer algo em função da força ou posição que alguém ocupa, estamos submetidos ao

poder. Quando fazemos algo movido pelo exemplo, pela influência pessoal, pelo caráter,

estamos submetidos à autoridade.

O poder corrói relacionamentos, a autoridade constrói relacionamentos. Lembramos com asco

de alguém que nos influenciou pelo poder e lembramos com muito carinho de qualquer líder

vivo ou morto que exerceu autoridade em nossas vidas.

O líder pautado pelo poder, exige ser servido, ao contrário do líder pela autoridade. Ele se

preocupa em servir. Ele serve gerando nos seus colaboradores a confiança, pois sabe que sem

a confiança é impossível conservar bons relacionamentos. A confiança é a cola que gruda os

relacionamentos, seja com os colaboradores ou com os clientes. Sem confiança as famílias se

dissolvem, as organizações tombam, os países desmoronam.

Ao lidarmos com as pessoas há duas dinâmicas em jogo: a tarefa e o relacionamento. Pelo

poder, executamos a tarefa porque somos obrigados. Esquecemos os relacionamentos, estamos

sempre sobre pressão, a confiança é baixa o que gera muitos sintomas indesejáveis. Pela

autoridade executamos as tarefas enquanto construímos os relacionamentos. Pela autoridade

fica claro que tudo na vida gira em torno dos relacionamentos: com Deus, conosco, com o

próximo, pois, só assim construímos grupos, igrejas, empresas, sociedades, vidas saudáveis.

Vamos pensar no seguinte exemplo: se a autoridade dá ao ser humano a liberdade de só

trabalhar em uma organização que corresponda aos seus anseios, porque a maioria das pessoas

aluga seus talentos a empregadores que só conhecem o poder?

A resposta é: as pessoas aceitam tais condições porque, na maioria das vezes, não tem escolha,

precisam pagar as contas no fim do mês, porque acreditam que os tempos estão difíceis, mas

principalmente porque estão exercendo sua autoridade. Isso mesmo, ninguém as obriga a se

manter em um emprego insatisfatório, mas a autoridade as leva a colocar o coração a serviço

do compromisso assumido, a serviço da sua sobrevivência e daqueles que dependem delas.

Estão assim, colocando sua autoridade a serviço de alguém e isso requer uma escolha e muito

esforço.

Poder ou autoridade são comportamentos e comportamentos são escolhas. Portanto, a escolha

é sua

TEORIAS SOCIOLÓGICAS RELACIONADAS AO PODER

As principais teorias sociológicas relacionadas ao poder são a teoria dos jogos, o

feminismo, o machismo, o campo simbólico, vejamos:

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1- Teoria dos Jogos: é um dos modelos de decisão que potencializa seu pensamento

estratégico. Ela é chamada como a Ciência da Estratégia. Em poucas palavras, é sobre

antecipar como os outros vão responder ao que você fará, quando simultaneamente eles estão

pensando o mesmo sobre você. Teoria dos Jogos é um estudo sobre as tomadas de decisões

estratégicas e a lógica das interações humanas. Ela é um grande framework - uma caixa de

ferramentas com modelos que organizam o seu raciocínio - para que, junto com outros

tradicionais conceitos, você decida melhor nos ambientes estratégicos.

2- Feminismo: é um movimento social, filosófico e político que tem como meta direitos iguais

e uma vivência humana, por meio do “empoderamento” feminino e da libertação de padrões

opressores baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias,

advogando pela igualdade entre homens e mulheres, além de envolver a campanha pelos

direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a

história do feminismo pode ser dividida em três "ondas". A primeira teria ocorrido no século

XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a terceira na década de

1990 até a atualidade.

3- Machismo ou chauvinismo masculino consiste num determinado conjunto de atitudes e

ideias que coloca o sexo masculino em um patamar elevado na sociedade, subjugando o sexo

feminino e não admitindo a igualdade de direitos para o homem e a mulher. É muito

identificado com o patriarcado, sendo este o nome dado a estrutura que relega privilégios aos

homens. A palavra "chauvinista" foi originalmente usada para descrever alguém fanaticamente

leal ao seu país, mas a partir do movimento de libertação da mulher, nos anos 60, passou a ser

usada para descrever os homens que mantém a crença na inferioridade da mulher, especialmente

nos países de língua inglesa. No espaço lusófono, a expressão "chauvinista masculino" (ou,

simplesmente, "chauvinista") também é utilizada, mas "machista" é muito mais comum.

4- Campo Simbólico O termo símbolo, com origem no grego sýmbolon, designa um elemento

representativo que está (realidade visível) em lugar de algo (realidade invisível) que tanto pode

ser um objeto como um conceito ou ideia, determinada quantidade ou qualidade. O "símbolo"

é um elemento essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo

quotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano. Embora existam símbolos que são

reconhecidos internacionalmente, outros só são compreendidos dentro de um determinado

grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.). A representação específica para cada símbolo pode

surgir como resultado de um processo natural ou pode ser convencionada de modo a que o

receptor (uma pessoa ou grupo específico de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu

significado implícito e atribuir-lhe determinada conotação. Pode também estar mais ou menos

relacionada fisicamente com o objeto ou ideia que representa, podendo não só ter uma

representação gráfica ou tridimensional como também sonora ou mesmo gestual.

A semiótica é a disciplina (ciência) que se ocupa do estudo dos símbolos, do seu

processo e sistema em geral. Outras disciplinas especificam metodologias de estudo

consoante a área, como a semântica, que se ocupa do simbolismo na linguagem, ou seja,

das palavras, ou a psicanálise, que, entre outros, se debruça sobre a interpretação do

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simbolismo nos sonhos. Na Semiótica todo signo que a convencionalidade predomina

possui uma relação símbolo. Exemplo disso é a paz mundial e a pomba da paz, a

convenção fez da imagem semelhante a uma pomba branca, um símbolo de paz.

1ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique a origem do poder.

b) – O Que é poder?

c) – Cite e explique as teorias relacionadas ao estudo do poder.

d) – O que é semiótica?

e) – Explique a importância de se estudar política, para se compreender o Estado.

f) – Diferencia Política de politicagem.

OS TIPOS DE PODER

1- Poder Social - como já diz o nome, está em meio à sociedade. É a capacidade de um

coletivo realizar influência social, ou seja, influenciar uma ou mais pessoas, de forma

comunicativa, harmônica, ou até repressiva.

2- Poder Econômico – é o que se vale da posse de certos bens, necessários ou

considerados como tais, numa situação de necessidade, para controlar aqueles que não

os possuem. Quem possui abundância de bens é capaz de determinar o comportamento

de quem não os tem pela promessa e concessão de vantagens.

3- Poder Ideológico – este se refere na influência que as ideias da pessoa investida de

autoridade exercem sobre a conduta dos demais: deste tipo de conhecimento nasce a

importância social daqueles que sabem, quer os sacerdotes das sociedades arcaicas, quer

os intelectuais ou cientistas das sociedades evoluídas. É por estes, pelos valores que

difundem ou pelos conhecimentos que comunicam que ocorre a socialização necessária

à coesão e integração do grupo.

O poder ideológico, também poderá se apresentar, das seguintes formas:

3.1- Poder de referência ou carismático: É o poder de influenciar o outro pela força

do seu carisma ou por características pessoais que são admiradas e servem como

referência. Tem como base a identificação com o outro, desejo de ser semelhante ao

outro. Exemplo: Famosos líderes religiosos e personalidades políticas geralmente

desenvolvem e usam o poder de referência – também chamado poder carismático-, para

envolver e conquistar o público.

3,2- Poder de Especialização: Baseia-se na posse de experiência, conhecimento e

talento. Pessoas que são vistas como especialistas numa determinada área podem

influenciar as outras fornecendo-lhes conhecimento ou esperando conformidade com

seus desejos. Por exemplo: o médico dá conselho que o paciente provavelmente seguirá,

entendendo que ele sabe resolver o problema (e estudou para isso).

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4- Poder de recompensa: Baseia-se na capacidade para alocar (dispor) resultados

recompensadores – seja o recebimento de coisas positivas ou a eliminação de coisas

negativas. Exemplos: Elogio, promoções, aumentos. Os gerentes influenciam o

comportamento por meio do uso de recompensas (uma variedade delas), para estimular

o funcionário. Quando o poder de recompensa não for utilizado como forma de

manipulação, ele é bem-vindo como forma de reconhecimento.

5- Poder Político, Coercitivo ou Legítimo– este se baseia na posse dos instrumentos

(institucionais) com os quais se exerce a autoridade legal do uso da força. A

possibilidade de recorrer à força distingue o poder político das outras formas de poder.

A característica mais notável é que o poder político detém a exclusividade do uso da

força em relação à totalidade dos grupos sob sua influência.

5.1- Poder Militar - também denominado Poder de Guerra - refere-se as instituições,

instalações, equipamentos, veículos e tudo aquilo que faz parte de uma organização

autorizada a usar a força, por meio o uso de armas de fogo, na defesa do seu país através

da luta real ou de ameaças percebidas. O poder militar se subdivide em:

a- Exército: exercício do poder militar em solo.

b- Aeronáutica: exercício do poder militar em ar.

c- Marinha: exercício do poder militar em agua.

As organizações militares funcionam muitas vezes como uma sociedade no seio

das sociedades, tendo suas próprias comunidades militares, economia, educação,

medicina e outros aspectos de funcionamento de uma sociedade civil.

ATENÇÃO: O poder militar, é um desdobramento do

Poder Político, contudo, este uso da força está

referindo-se a defesa do Estado, com armas de fogo.

2ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique o significado da palavra política.

b) – De onde deriva o termo política?

c) – O que é política para Aristóteles?

d) – O que aconteceu com o termo política na época moderna?

e) – O que é ciência política?

f) – Por que política é ciência?

g) – O que os cientistas políticos estudam?

h) – Diferencie a concepção ampla de política da concepção estrita.

i) – Cite e explique os tipos de poderes.

j) – Comente sobre o significado de poder militar e sua relação com o poder político.

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ESTUDO DA CIÊNCIA POLÍTICA EM SENTIDO ESTRITO: O ESTADO

O termo Estado parece ter origem nas antigas Cidades-Estados que se desenvolveram

na antiguidade, e em várias regiões do mundo; atualmente podemos conceituar Estado como o

conjunto das instituições que formam a organização político-administrativa de uma sociedade,

com um governo próprio e uma população em um território determinado, o Estado é formado

pelo governo, força policial, forças armadas, escola públicas, prisões, tribunais, hospitais

públicos, bem como todos aqueles que fazem parte dessas instituições que são chamados de

funcionários públicos – desde um gari ao presidente da República – exercem atividades estatais,

pois servidores do Estado, ou melhor, servidores da sociedade.

A palavra estado, em si, advém do latim status, us: modo de estar, situação, condição,

entretanto, somente no século XIII, segundo o Dicionário Houaiss, se pode conhceituar o

Estado (País) significando "conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo

público etc.) que controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura

própria e politicamente organizado".

Para Kant, o Estado tanto é designado por coisa pública (res publica), quando tem por liame o

interesse que todos têm em viver no estado jurídico, como por potentia, quando se pensa em

relação com outros povos, ou por gens, por causa da união que se pretende hereditária. Entende

o Estado como comunidade, soberania e nação, se utilizadas categorias de hoje, dado que o

Estado é ao mesmo tempo Estado-comunidade, ou república, Estado-aparelho, ou principado,

e comunidade de gerações, ou nação.

Para Norberto Bobbio, a palavra foi utilizada pela primeira vez, com o seu sentido

contemporâneo, no livro Arte da Guerra, do imperador e general que fundou a dinastia dos Sun

Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau

Maquiavel. É organizado politicamente, socialmente e juridicamente, ocupando

um território definido e onde normalmente a lei máxima é uma constituição escrita, e dirigida

por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um

Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território".

O Estado é responsável pela organização e

pelo controle social, pois detém, segundo Max

Weber, o monopólio da violência legítima (coerção,

especialmente a legal).

Segundo a divisão setorial sociológica mais comum, considera-se o Estado o Primeiro

Setor, ficando o Mercado e as Entidades da Sociedade Civil respectivamente

como Segundo e Terceiro Setor.

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Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de

seus homônimos. Há, entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com

minúscula, como em cidadania ou civil. Não com o objetivo de ferir a definição

tradicional de Estado, mas a fim de equiparar a grafia a outros termos não menos

importantes.

Os Estados (países) são independentes, não há qualquer subordinação entre eles, permitindo

que se organizem firmando acordos internacionais, é uma condição fundamental para

estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de condições

internas, especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito à

instituição do monopólio do uso da violência.

O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram

na antiguidade, em várias regiões do mundo, como a Suméria, a América Central e no Extremo

Oriente. Em muitos casos, estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob

a tutela do governo de um reino ou império, seja por interesses económicos mútuos, seja por

dominação pela força. O Estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo

a evoluir no sentido de um supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o

caso da União Europeia.

Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos procedem de tal

forma a chegarem à ideia de Estado, cujas bases foram determinadas na história mundial

com a Ordem de Wetsfalia (Paz de Vestfália), em 1648. A instituição estatal, que possui

uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-se como "casa

forte" das leis que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade.

Desse modo, o Estado representa a forma máxima de organização humana.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS OU ESTRUTURAIS DO ESTADO

São quatro os elementos constitutivos ou estruturais do Estado: Governo; Território;

Nação; Objetivos.

1- UMA NAÇÃO é um conjunto de pessoas que se identificam pela língua, pelos

costumes, pelas tradições e por uma história em comum, como os ciganos, os armênios

etc; um povo nem sempre vivem em território fixo. Povo é anterior ao Estado, podendo

existir sem ele; por outro lado, um Estado pode compreender várias nações. Há nações

sem Estado, como acontecia com os judeus antes da criação do Estado de Israel, e ainda

acontece com os ciganos. E há Estado que tem várias nações, como o Reino Unido

(formado pela Escócia, Irlanda, País de Gales e Inglaterra). Teoricamente não existe

nação dentro de nação, podem existir povos diferentes dentro de um mesmo Estado-

Nação.

Essa nação se desdobrará em:

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POVO: É o conjunto dos nacionais. É um conceito político. Está ligada a

NACIONALIDADE: Que consiste, na qualidade do nacional, isto é, da pessoa que é

integrante de uma determinada sociedade politicamente organizada (Estado). A

nacionalidade é uma situação jurídica, definida pelo Estado, em relação à qual a pessoa

será considerada nacional ou estrangeira.

POPULAÇÃO: O conjunto das pessoas residentes num determinado Estado (nacionais

e estrangeiros). É um conceito geográfico.

O GOVERNO é cúpula, a parte dominante do Estado. Por isso, muitas vezes confundimos

Estado com governo, pois se trata de termos relacionados. A diferença é que o governo – mesmo

sendo decisivo, o que comanda – é somente uma parte do Estado, este é mais amplo e, como

vimos, engloba outros setores, além de compreender todos os níveis de governo – Federal,

Estadual e Municipal – e todas as atividades a eles ligadas.

TERRITÓRIO: é o componente espacial do estado; é a porção da terra sobre a qual o Estado

exerce a sua jurisdição; a sua soberania; seu poder de mando; seu poder de império.

O Estado é, portanto, a nação com um governo. Porém, Estado é diferente de governo.

O Estado é uma instituição permanente, e governo um elemento transitório do Estado.

Assim dizemos: “muda o governo e o Estado continua”. Como o Estado é uma entidade

abstrata, que não tem de “querer” nem “agir” próprio, o governo (grupo de pessoas) age

em seu nome.

O Território se estende também ao Mar Territorial e o Espaço Aéreo.

Assim, o mar territorial e o espaço aéreo, compreendem como: o espaço do mar onde o

Estado costeiro exerce sua soberania. Tal soberania é estendida ao espaço aéreo subjacente ao

Mar Territorial, bem como ao leito e local entendido como subsolo deste mar. Todos os Estados

dispõem de espaço aéreo, contudo, nem todos os Estados dispõem de Mar Territorial. O espaço

aéreo de um país é a porção da atmosfera que se sobrepõe ao território desse país, incluindo o

território marítimo, indo do nível do solo, ou do mar, até 100 quilômetros de altitude, onde o

país detém o controle sobre a movimentação de aeronaves.

Dentro do mar territorial, o Estado costeiro dispõe de direitos soberanos idênticos aos de que

goza em seu território e suas águas interiores, para exercer e aplicar as suas leis e regulamentar

o uso e a exploração dos recursos. Entretanto, as embarcações estrangeiras civis e militares têm

o "direito de passagem inocente" pelo mar territorial, desde que não violem as leis do Estado

costeiro nem constituam ameaça à segurança.

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Águas interiores

Sobre suas águas interiores, além de jurisdição idêntica à do mar territorial, o Estado costeiro

pode até mesmo impedir a passagem inocente. Consideram-se águas interiores os mares

completamente fechados, os lagos e os rios, bem como as águas no interior da linha de base do

mar territorial. As águas arquipelágicas no interior das ilhas mais exteriores de um Estado

arquipelágico (como a Indonésia ou as Filipinas) também são consideradas águas interiores.

Zona contígua

O Estado costeiro mantem sob seu controle uma área de até doze milhas náuticas,

(adicionalmente às doze milhas do mar territorial), para o propósito de evitar ou reprimir as

infrações às suas leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração, sanitários ou de outra

natureza no seu território ou mar territorial. A Zona Contigua alcança 12 milhas

náuticas (22 quilômetros) se divide em duas extensões.

Zona econômica exclusiva (ZEE)

A ZEE é uma faixa de água que começa no limite exterior do mar territorial de um Estado

costeiro e termina a uma distância de 200 milhas náuticas (370 quilômetros) do litoral (exceto

se o limite exterior for mais próximo de outro Estado) na qual o Estado costeiro dispõe de

direitos especiais sobre a exploração e uso de recursos marinhos.

O Brasil e Portugal ocupam, respectivamente, a nona e a décima-primeira posições na lista das

maiores ZEEs (combinadas com o mar territorial) do mundo. A lista é encabeçada pelos Estados

Unidos (1º lugar) e pela França (2º).

FUNÇÃO, OBJETIVOS OU FINALIDADES DO ESTADO

Objetivos ou finalidades: também denominadas por funções do estado para que serve

o Estado? Para que, e por que, em determinado momento histórico, nós abrimos mãos de parcela

de nossos direitos e os colocamos sob a responsabilidade dessa realidade denominada de

Estado? O Estado tem determinados objetivos; o Estado é dotado de algumas finalidades; nós

podemos reduzir essas finalidades, esses objetivos do Estado em uma única expressão: o

objetivo de atingir o bem comum; a ordem pública e a garantir a soberania. Esse é o objetivo

da criação dessa entidade chamada Estado. Todo e qualquer Estado possui obrigações para com

os cidadãos, no que lhe dá o sentido e a importância de existir, assim as principais funções de

um Estado moderno são:

Garantir a soberania, ou seja, o direto que cada Estado tem de manter seu próprio

governo, elaborar suas próprias leis e de administrar os negócios públicos sem a interferência

de outros Estados, manter a ordem interna e a segurança externa (defender o território das

ameaças externas), integridade territorial e poder de decisão. Embora o poder e a autoridade

possam ser encontrados nas funções e relações sociais, em diferentes campos da vida social,

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centralizam no Estado. Dado o seu legitimo monopólio da força, o governo, evidentemente,

detém o poder supremo na sociedade. O reconhecimento da independência de um Estado em

relação aos outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma condição

fundamental para o estabelecimento da soberania.

Manter a ordem, o Estado se diferencia das demais instituições por ser o único que se

encontra investido de poder coercitivo, proibindo uma série de atos ou obrigando os cidadãos a

agir de uma ou de outra maneira adequando-se às leis, ou serão usados o poder coercitivo do

uso da força física. A coerção tem como objetivo propiciar um ambiente de ordem, preservando

os direitos individuais e coletivos. As leis estabelecem, portanto, o que deve ou não ser feito, o

que pode ser feito, e prescrevem as punições por sua violação. O Estado é, pois, a instituição

autorizada a decretar, impor, administrar e interpretar as leis na sociedade moderna. É por tudo

isso que o estado exerce um grande controle sobre a vida das pessoas.

Promover o bem estar social, isto é, propiciar à população de um Estado além da

ordem interna e externa, a paz, o respeito às leis, provendo a justiça, dispor de meios suficientes

para atender as necessidades humanas em seus diferentes aspectos: físico, moral, espiritual,

psicológico e cultural; organizando serviços básicos à população: educação, saúde,

aposentadoria, segurança, justiça e etc. manter a ordem social através de leis existentes ou

redigindo novas, que reajustem a própria ordem, quando as condições de mudanças exigirem.

3ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Qual a origem do termo Estado?

b) – Conceitue Estado.

c) – O que forma um Estado?

d) – O que é um funcionário público?

e) – Diferencie governo de Estado.

f) – Cite as três principais funções do Estado.

g) – Explique a função do Estado: Garantir a soberania.

h) – Explique a função do Estado: Manter a ordem.

i) – Explique a função do Estado: Promover o bem estar social.

j) – Qual a relação e os objetivos dos Estados, firmarem acordos internacionais?

k) – Diferencie os conceitos de Estado, na Visão de Kant, Noberto Bobbio e Marx Weber.

ESTADO E DEMOCRACIA

Os Estados foram ficando, com o tempo, muito complexos, os territórios extensos e as

populações numerosas; tornou-se inevitável a proposta de os próprios cidadãos exercerem

diretamente o poder político dentro da sociedade. Neste contexto surge a possibilidade do

cidadão assumir a função de dirigente político, assim cria-se a democracia como forma justa de

governo possível a uma sociedade.

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Democracia: Origem, significado e conceito.

A palavra democracia é formada etimologicamente por dois termos gregos, demos e

kratia. O termo demos, no sentido mais primitivo, designava os diversos distritos que

constituíam as dez tribos em que a cidade de Atenas fora dividida por ocasião das reformas de

Clístenes (século VI a.C.). Procedimento que pôs fim a tiranias. Com o tempo, demos passou a

significar genericamente “povo” ou “comunidade de cidadãos”. O termo kratia deriva de

kratos, que significa “governo”, “poder”, “autoridade”. Hoje em dia entendemos democracia

como “governo do povo”, “governo de todos os cidadãos”.

Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões

políticas está com os cidadãos (povo).

Numa frase famosa, democracia é o "governo do povo, pelo povo e para o povo".

Tipos de democracia

Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de

distinções. A distinção mais importante acontece entre:

Democracia direta ou participativa: (algumas vezes chamada "democracia pura"),

onde o povo expressa sua vontade por voto direto em cada assunto particular, isto é, os cidadãos

decidem diretamente cada assunto por votação. A democracia direta se tornou cada vez mais

difícil, e necessariamente se aproxima mais da democracia representativa, quando o número de

cidadãos cresce.

Democracia representativa ou democracia indireta: onde o povo expressa sua

vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os

elegeram, isto é, os cidadãos elegem representantes em intervalos regulares, que então votam

os assuntos em seu favor. Muitas democracias representativas modernas incorporam alguns

elementos da democracia direta, normalmente referenda.

Democracia semidireta, mista ou mesclada: é aquela que mistura as duas formas de

exercício da democracia: a direta e a indireta. Assim temos a eleição dos representantes, mas é

possivel a participação diretamente do povo nas decisções do Estado. Seja pelo Plebicito,

Referendo ou Iniciariva Popular.

Plebiscito e referendo

No plebiscito, a população é convocada para opinar sobre o assunto em debate antes que

qualquer medida tenha sido adotada, fazendo com que a opinião popular seja base para

elaboração de lei posterior.

No caso do referendo, o Congresso discute e aprova inicialmente uma lei e então os

cidadãos são convocados a dizer se são contra ou favoráveis à nova legislação.

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Um exemplo de Referendo realizado no Brasil foi o de 2005, quando a população foi às

urnas opinar sobre o Estatuto do Desarmamento, que proibia a venda de armas e munições no

País. Em qualquer um dos instrumentos – plebiscito ou referendo – sua convocação é atribuição

do Congresso Nacional.

De acordo com o professor de Teoria Política da Universidade de Brasília (UnB), Pablo

Holmes, a opção entre plebiscito ou referendo é resultado de uma decisão política da

Democracia.

Leis de Iniciativa Popular

Na Iniciativa Popular de Lei, os eleitores têm o direito de apresentar projetos ao

Congresso Nacional desde que reúnam assinaturas de pelo menos 1% do eleitorado nacional,

localizado em pelo menos cinco estados brasileiros. Esse percentual representa a coletânea de

aproximadamente 1,3 milhão de assinaturas em todo o País.

O mais recente foi a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010), resultado de

uma ampla mobilização da sociedade civil, e que impede que políticos condenados

judicialmente possam concorrer nas eleições. Além disso, a lei tornou inelegíveis candidatos

que tenham renunciado a seus mandatos para fugir de cassações.

Democracia através do voto

Também chamado de sufrágio universal, o voto é um ato no qual as pessoas manifestão

sua vontade, na democracia ele é usado como instrumento de subsidio na organização de uma

sociedade política democrática de direito.

O voto nem sempre foi um direito universal, no início ele era cencitário, isto é, exigia que seus

titulares atendessem certas exigências tais como pagamento de imposto direto, proprietário de

propriedade fundiária e usufruir certa renda. Isso significa que muitos grupos foram excluídos

do direito de voto, em vários níveis de exclusão étnica (caso do apartheid na África do Sul),

exclusão de gênero (até 1893 o sexo feminino não podia votar) e exclusão de classes (até o

século XIX somente pessoas com um certo grau de riqueza podiam votar).

Faltavam direitos políticos aos cidadãos, que foi conquistado aos poucos com conscientização

e organização de muitos movimentos e lutas sociais.

Em alguns países, o voto não é um direito, e sim uma obrigação.

No Brasil, o voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos, e opcional para

cidadãos de 16, 17 ou acima de 70 anos. Críticos dessa lei argumentam que ela facilita

a criação de currais eleitorais, onde eleitores de baixo nível educacional e social são

facilmente corrompidos por políticos de maior poder financeiro, que usam técnicas de

marketing (quando não dinheiro vivo ou favores diretos) para cooptá-los. Ainda de

acordo com os críticos, o voto obrigatório é uma distorção: o voto é um direito, e a

população não pode ser coagida a exercê-lo.

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ESTADO E GLOBALIZAÇÃO

Os Estados nacionais são produtos históricos, e não uma configuração “natural” de

organização política, sua superação através de outras formas de organização deve ser entendida

como um processo histórico a longo prazo, tão conflitivo e pouco retilíneo quanto sua formação.

Atualmente, o Estado-Nação, é uma unidade política básica no mundo que vem “evoluindo” no

sentido de um supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União

Europeia. As políticas de cada nação bem como sua soberania estão sendo afetada pelas

transformações que vem ocorrendo no mundo, seja de uma maneira intensa ou apática, o

Estado-Nação e suas políticas seguem as tendências dessas transformações de nível mundial.

A nova política global envolvendo processos de tomada de decisões no interior das

burocracias governamentais e internacionais; processos políticos desencadeados por forças

transnacionais; e, por fim, novas formas de integração mundial entre Estados, criaram um

quadro no qual os direitos e obrigações, poderes e capacidades dos Estados foram redefinidos.

As capacidades estatais foram ao mesmo tempo reduzidas e alargadas, permitindo ao Estado o

cumprimento de uma série de funções que já não podem ser mantidas senão em conexão com

relações e processos globais. Neste sentido os Estados nacionais se enfraquecem à medida que

não podem mais controlar dinâmicas que extrapolam seus limites territoriais. A

interdependência mundial de diversos processos acaba tornando os países vulneráveis a

influências políticas internacionais.

4ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique o significado da palavra democracia.

b) – O que é democracia?

c) – Diferencie democracia direta de democracia representativa.

d) – O que é voto?

e) – Explique, por que no início o voto não era universal?

f) – Como é o direito do voto no Brasil?

g) – O que acontece com o Estado na nova política global?

h) – Por que os Estados nacionais se enfraquecem com a globalização?

POLÍTICA, ÉTICA E CIDADANIA

Todas as questões políticas se referem à sociedade, isto é, está relacionado diretamente

com os princípios morais e com o respeito aos interesses e necessidades dos cidadãos (povo),

mas atualmente a prática não corresponde à teoria, hoje o contexto político, no caso brasileiro,

se configura em duas características negativas:

1. Os cidadãos têm uma ação limitada na esfera pública, caindo no individualismo e na

apatia, levando a perda da legitimidade do sistema política – a burocracia estatal afastou o

cidadão comum da discussão e da participação nas decisões da vida social – os sucessivos

governos não criam vínculos de conexão e sintonia com o povo.

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2. Os políticos com raras e honrosas exceções fazem da coisa pública um negócio

privado, buscando o enriquecimento pessoal e trabalhando para favorecer os interesses dos

grupos econômicos. Fato que vem generalizando a descredibilidade nos políticos, no sistema

político estatal.

Esses dois fatores vêm gerando uma situação de crise moral no sistema político, cuja

solução se apresenta através da politização, da ética e do exercício da cidadania plena, no qual

destacaremos dois pontos principais:

Precisa-se aplicar uma força corretiva que ocorre através dos vários

movimentos sociais que movidos por imperativos éticos, atuam no sentido de criticar, fiscalizar

e reverter as prioridades dos governos. Assim a participação política não deve se resumir

apenas em ato de votar, mas também na participação da sociedade civil organizada.

Mas antes de tudo, precisa-se de uma mudança na mentalidade de cada

indivíduo. A conscientização da população (politização), de que ela não é só vítima do sistema

político, mas também um dos responsáveis pela falência do sistema. A conscientização

permitirá ao povo uma verdadeira mudança na sociedade com um voto e organização eficaz na

melhoria do bem comum.

5ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Qual a relação entre política e sociedade?

b) – Explique, por que os cidadãos brasileiros têm uma ação limitada na esfera pública?

c) – Por que os políticos perdem sua credibilidade com povo?

d) – Qual a solução para a crise moral no sistema político?

e) – Qual a importância dos movimentos sociais para corrigir a crise moral no sistema

político?

f) – O que é politização? E como ela pode contribuir para melhorar a política brasileira?

ESTADOS HISTÓRICOS

Já existiram muitos modelos de Estados historicamente definidos bem como muitas

políticas de Estados que caracterizavam esses Estados nos seus respectivos contextos históricos

dentre os quais podemos destacar: Estado Absolutista, Estado Liberal, Estado Liberal-

democrático, Estado Totalitário, Estado Social-democrático e o Estado Neoliberal.

ESTADO ABSOLUTISTA

Foi a primeira forma de Estado moderno historicamente definido, nesta forma de Estado

a realeza centralizava todas as decisões políticas e assumiam diretamente a administração

econômica (política mercantilista), a justiça e o poder militar; por isso, é também conhecido

como Absolutismo Monárquico, foi nesse momento que se iniciou uma estrutura

administrativa burocrática e a separação entre o público e o privado. Esse Estado intervinha

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fortemente na vida econômica, sendo em algumas nações o principal responsável pela

construção de uma base manufatureira, chegou a necessitar de um amplo quadro administrativo

para dar conta dessa tarefa. O controle da economia lhe impunha funções complexas e

especializadas para época, como o estabelecimento de normas rígidas sobre os métodos de

fabricação, os critérios para inspecionar a qualidade da matéria-prima empregada na produção,

a fixação dos preços, etc. foi neste Estado que o poder político se centralizou fortemente no

interior de um domínio territorial-nacional.

ESTADO LIBERAL

É uma forma histórica de Estado, ele foi implantado através das diversas revoluções

burguesas ou revoluções liberais que ocorreram na Europa Ocidental a partir do século XVII, a

expressão “liberal” representava uns dos principais ideais da burguesia. Por isso a burguesia

criticava o absolutismo e defendia os valores iluministas da “Liberdade” e da “Igualdade”; mas

a liberdade econômica sem intervenção do Estado, como defendia os teóricos do liberalismo

econômico da época (Adam Smith): “laissez-fare, laissez-passer” (deixai fazer, deixai passar);

e igualdade de decisão política e jurídica nos negócios. Este Estado era puramente burguês, pois

além das decisões econômicas em favor da burguesia, as eleições de representação política eram

censitárias.

ESTADO LIBERAL-DEMOCRÁTICO

É a consolidação definitiva da tomada do poder político pela burguesia, mas para isso a

burguesia foi obrigada a buscar apoio entre os operários e os camponeses, assim é que a

democracia foi possível. Por isso, a burguesia teve de adaptar seu programa revolucionário para

atender aos interesses da maioria da população. Esse foi o único caminho que encontrou para

assumir o poder se autoproclamando representante dos interesses da sociedade em geral. E

depois, com muitas reivindicações, os trabalhadores do campo e da cidade foram ampliando

seus direitos e conquistando seu espaço no Estado Liberal-democrático como: o surgimento dos

partidos políticos, a partir do século XIX (com alguns movimentos operários como o ludismo

e o cartismo), os partidos políticos passaram a ser instrumentos de representação capazes de

abrigar a enorme pluralidade de princípios políticos, ideais e valores que constituem a sociedade

moderna dos Parlamentos ou Assembleias Legislativas os ideais e direitos para suas classes.

O Estado Liberal-democrático é composto de três poderes independentes, cujo objetivo é

garantir o equilíbrio social dentro de uma sociedade de conflitos individuais e sociais: Poder

Legislativo – responsável em criar leis, Poder Judiciário – responsável com que as leis sejam

cumpridas e o Poder Executivo – responsável em cumprir as leis.

ESTADO TOTALITÁRIO

Totalitarismo é diferente de autoritarismo. A pesar de muitas características comuns a

principal diferença é que nos regimes autoritários não há uma ideologia que sirva “para a

construção da nova sociedade” e nem apoio popular, prevalece a despolitização que leva a

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apatia política, a repressão governamental gera o medo desestimulando a participação política.

Neste regime os militares tornam-se protagonistas políticos do governo e da burocracia estatal.

Isso aconteceu em muitos governos ditatoriais na América Latina como o caso do golpe militar

no Brasil em 1964. Os Estados Totalitários sejam de direita (conservadores) como o caso do

nazismo e do fascismo, o de esquerda (revolucionários) como os de orientação comunistas.

Mobilizam a massa através de uma ideologia ou doutrina que prega a construção de uma nova

sociedade melhor para todos, neste sentido o Estado justifica toda a repressão, espionagem,

prisão, suspende direitos individuais e políticos, evita-se a dissidência política, centraliza as

decisões governamentais.

ESTADO SOCIAL-DEMOCRÁTICO (1945 a 1973 – Welfare State (Estado de bem-estar

social), Estado de providência, Estado Assistencial).

No século XIX, logo após a 2ª guerra mundial o mundo vivia uma que precisava de

soluções, neste contexto surgiu a teoria econômica do inglês Keynes, que indicou a importância

do Estado no controle da economia e na superação das dificuldades econômicas e sociais, neste

contexto surgiu os partidos da social-democracia que mesclaram as teorias keynesianas e os

ideais marxistas, eles diziam que ser “socialista” não significava acabar com o capitalismo, mas

fazer com que o Estado democrático tenha um programa forte de assistência social e

distribuição de renda, assim criou-se o Estado social-democrático ou de bem-estar social

(Welfare State) que se caracteriza basicamente: Intervenção do Estado na regulação da

economia, Desenvolvimento econômico a partir da distribuição de renda, Aumento de impostos

para as classes ricas, Investimento em educação, Construção de obras públicas e moradias,

Políticas assistenciais eficazes, Estatização e modernização de empresas, Melhorias em

serviços públicos, Verticalização na produção de riquezas naturais.

ESTADO NEOLIBERAL (1973 a 1990 – Neoliberalismo)

Ao final dos anos 70, o Estado do bem-estar social (Welfare state), já não conseguia dá

respostas às demandas sociais sempre crescentes (e ao inevitável aumento de custos decorrentes

da expansão de serviços oferecidos) e, por outro lado, enfrentava um estrangulamento em suas

receitas, dependentes da arrecadação de impostos. A crise do Welfare State estabeleceu então

as condições para que forças políticas que propunha redução da intervenção estatal na economia

chegassem ao poder em diversos países, com destaque para as administrações de Regan, nos

E.U.A (1980-1988) e Thatcher, no Reino Unido (1979-1990). A expressão neoliberal

representa o neoliberalismo, isto é, o novo liberalismo inspirado nos ideais do liberalismo

econômico clássico do século XVII, do “laissez-faire”.

Entre as principais características do atual neoliberalismo podemos destacar: Redução

do papel regulador do Estado na economia, Cortes nos investimentos públicos, Privatizações

de empresas estatais, Terceirização de serviços públicos, Redução ou reformulação de

programas assistenciais, Desarticulação dos movimentos sociais e sindicais.

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO – Dias atuais

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Estado Democrático de Direito é, assim, um Estado que visa à garantia do exercício

de direitos individuais e sociais, e os poderes instituídos (Legislativo, Executivo e Judiciário)

são organizados de forma a que um não avance sobre a função precípua do outro. No Brasil,

vive-se o Estado Democrático de Direito, desde a promulgação da Constituição Federal de

1988, em 5 de outubro de 1988.

É importante, frisar, que nem todos os Estados ainda são democráticos, existem aqueles

que a ditadura ou até mesmo o absolutismo ainda impera.

6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Cite os Estados e as políticas de Estados historicamente definidos.

b) – O que é um Estado Absolutista?

c) – O que é um Estado liberal?

d) – Como a burguesia se consolidou e como a classe trabalhadora conseguiu direitos dentro

do Estado liberal-democrático?

e) – Como é composto o Estado liberal-democrático? E qual seu objetivo?

f) – Diferencie um Estado autoritário de um Estado totalitário.

g) – Quais são as características de um Estado social-democrático?

h) – Explique a origem do neoliberalismo.

i) – Cite as principais características do neoliberalismo.

TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO

As concepções que destacaremos aqui se referem às várias ideias que alguns pensadores

têm sobre o Estado, bem como, sua origem e suas características:

TEORIAS CONTRATUALISTA: Essas teorias foram elaboradas entre os séculos XVII e

XVIII pelos pensadores iluministas:

Thomas Hobbes John Locke Jean-Jacques Rousseau

(1588-1679) (1632-1704) (1712-1778)

Tais teorias surgem para tentar explicar como se fundam o Estado. Cindindo com o surgimento

do Estado Moderno, o contratualismo refere-se a toda teoria política que veem a origem da

sociedade e o fundamento do poder político num CONTRATO.

Segundo Hobbes: “o homem é lobo do próprio homem” e para coexistir com os outros

precisa da paz e da organização dentro de um Estado forte e absoluto.

Estado é visto como organizador, controlador e defensor das leis e dos direitos individuais

dos cidadãos.

O Estado é construído pelos homens mediante um contrato. Para os contratualistas, os homens

viviam inicialmente em um estado de natureza, ou seja, antes da fundação do Estado (concebido

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de forma diferente em cada teoria contratualistas), contrário a esse Estado de natureza seria o

Estado de civilização, ou seja, com a fundação do Estado.

As teorias contratualistas de Hobbes e Locke explicitam em comum a interpretação

individualista, dado o contrato ser um ato firmado entre indivíduos conscientes e deliberados

que abrem mão em parte ou em todo de seu arbítrio para que outrem o exerça. Esse é o exercício

estatal, ao prescrever condutas que devem ser observadas e seguidas de forma heterônoma e

externa pelos indivíduos sob a sua tutela. O contrato, ou o consentimento, é a base do governo

e da fixação dos seus limites.

De fato, a sociedade civil nasce quando, para uma melhor administração da justiça, os

habitantes acordam entre si delegar esta função a determinados funcionários. Assim o governo

é instituído por meio de um contrato social, sendo os seus poderes limitados, envolvendo

obrigações recíprocas, sendo que estas obrigações podem ser modificadas ou revogadas pela

autoridade que as conferiu.

A principal diferença entre esses teóricos é que, enquanto para Hobbes, o pacto concede

o poder absoluto e indivisível ao soberano, para Locke o poder legislativo é poder

supremo, ao qual deve se subordinar tanto o executivo (soberano) quanto o federativo

(encarregado das relações exteriores) e, segundo Rousseau o poder supremo emana do

povo através das leis por ele proposta e sancionada, e todo governante deve segui-la, se

não substituído pelo próprio povo.

TEORIAS NÃO-CONTRATUALISTA OU NATURALISTAS

Segundo essas teorias, o Estado desde o princípio das primeiras civilizações está relacionado

com as necessidades de cada sociedade, essa instituição política surgiu em muitos contextos

históricos diferentes e por muitas razões: as necessidades da guerra, de administração das obras

públicas, o aumento do tamanho e da diversidade da população, novos problemas que exigiam

uma ação organizada da sociedade como um todo. O Estado tomava forma à maneira que

grupos e indivíduos dentro da sociedade entendiam ser de seu interesse centralizar a

autoridade, estabelecer métodos para solucionar disputas e empregar a força para a

conformidade a algumas normas sociais.

Teoria de Aristóteles (384 – 322 a.c) – Origem familiar ou patriarcal: Para

Aristóteles o homem é um animal político que vive em grupo e é naturalmente social. A própria

família já é uma espécie de sociedade (sociedade doméstica), onde já surge uma autoridade, a

quem cabe estabelecer as regras. Assim surge o Estado, pelo fato de ser o homem um animal

naturalmente social, político, ele se organiza para o bem comum. O Estado provê, inicialmente,

a satisfação daquelas necessidades materiais, negativas e positivas, defesa e segurança,

conservação e engrandecimento, de outro modo irrealizáveis. Mas o seu fim essencial é

espiritual, isto é, deve promover a virtude e, consequentemente, a felicidade dos súditos

mediante a ciência.

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Teoria natural – Origem em atos de força: Baseia-se na imposição de regras de um

grupo por meio da coerção física. É a "lei do mais forte" típica do Estado de natureza. A natureza

humana diferencia os seres dentro de suas condições naturais fisiológicas, assim muitas

sociedades primitivas deram origem a suas organizações estatais. Quando a organização social

se basea no uso da força, da coerção por aqueles que são mais fortes fisicamente e impõe aos

mais fracos suas ordens.

Teoria Durkheimiana – Origem no desenvolvimento interno da sociedade: esta teoria

é possivel interprta-la dentro dos estudos de solidriedade mecânica e orgânica do sociólogo

Emile Durkheim. Localiza o aparecimento do órgão estatal como efeito da complexidade de

relações sociais estabelecidas pelo homem. Com o desenvolvimento da sociedade simples para

uma sociedade mais complexa, surge a necessidade de um conjunto de instituições que organize

as relações sociais e suas complexidades.

7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Cite as duas concepções (teorias) políticas sobre a origem do Estado.

b) – Que filósofos elaboraram a concepção contratulista sobre a origem do Estado?

c) – Comente a teoria contratualista sobre a origem da sociedade e do Estado.

d) – Explique a principal diferença teórica entre Hobbes, Locke e Rousseau.

e) – Explique a concepção não-contratualista da origem do Estado.

f) – Como se explica a origem do Estado na teoria de Aristóteles.

g) – Expliuqe a origem do Estado segundo a teoria natural.

h) – Explique a teoria de Durkheim sobe a origem do Estado.

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2º Bimestre - A RELAÇÃO ENTRE A DEMOCRACIA E O ESTADO DE DIREITO

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A RELAÇÃO ENTRE A DEMOCRACIA E O ESTADO DE DIREITO

HISTÓRIA DO PENSAMENTO POLÍTICO

Ao longo da história muitos pensadores desenvolveram compreensões e reflexões

relacionadas à questão política, tais pensamentos contribuíram para a organização política de

muitas sociedades.

PENSAMENTO POLÍTICO NA ANTIGUIDADE

Foi durante o processo de formação e organização das primeiras aglomerações urbanas

da Grécia antiga, principalmente a de Atenas, que foi se formando uma estrutura social do

tamanho de uma Cidade, mas com a complexidade de um Estado. Assim foi se formando a pólis

(cidade-estado), ela é constituída pela acrópole, parte elevada em que se constrói o templo e

também de onde se defende a cidade, e pela ágora, praça central destinada às trocas comerciais

e na qual os cidadãos se reúnem para debater os assuntos da cidade, assim surge a política.

Neste sentido, política, se refere à vida na pólis, ou seja, a vida em comum, às regras de

organização dessa vida, aos objetivos da comunidade e as decisões sobre todos esses pontos.

Política é cuidar das decisões sobre problemas de interesse da coletividade (da cidade-estado

ou pólis).

A teoria política grega está voltada para a busca dos parâmetros do bom governo. Os

pensadores gregos envolvem-se nas questões políticas do seu tempo e criticam os maus

governos, pensava-se em um governo justo e uma cidade feliz. Isso significa que esses filósofos

elaboram uma teoria política de natureza descritiva, já que a reflexão parte da análise da

política de fato, mas também de natureza normativa e prescritiva, porque pretende indicar

quais são as boas formas de governo.

Neste período a relação entre ética e política é evidente, na medida em que as questões

do bom governo, do regime justo, da cidade boa dependem da virtude do bom governante. Outra

característica típica das teorias políticas na antiguidade é a concepção cíclica da história,

segundo a qual os governos se alteram do desenvolvimento a decadência, o que representa o

curso fatal dos acontecimentos humanos. Por exemplo, quando a monarquia degenera em

tirania, dá-se a reação aristocrática que, decaindo em oligarquia, gera a democracia e assim por

diante. Entre os pensadores desse período podemos destacar: Sócrates, Platão e Aristóteles.

PLATÃO (428 – 347 a.c)

A principal obra de Platão chama-se A República, para ele a política é a arte de governar

as pessoas com seu consentimento e o político é aquele que conhece essa difícil arte, só poderá

ser chefe quem conhece a ciência política. Por isso a democracia é inadequada, por desconhecer

que a igualdade se dá apenas na repartição de bens, mas nunca no igual direito ao poder. Para

o Estado ser bem governado, é preciso que “os filósofos se tornem reis, ou os reis se tornem

filósofos”.

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Dessa forma Platão propõe um modelo aristocrático de poder. No entanto, não se trata de

uma aristocracia da riqueza, mas da inteligência, em que o poder é confiado aos melhores, ou

seja, é uma “sofocracia” (poder dos sábios). Assim, as pessoas vítimas do conhecimento

imperfeito, da “opinião”, devem ser dirigidas por aqueles que se distinguem pelo saber.

Sofocracia (de sophrosine: virtude da moderação), ou governo dos sábios, é o sistema

político defendido por Platão em "A República". Neste sistema, só poderá governar

quem detiver o saber. Assim se constituiria o regime ideal, sob a óptica de Platão.

Pondera sobre a sociedade e a divide, originalmente, em classes funcionais. Uma delas

é a "classe de ouro", esta seria a classe composta por filósofos, detentores do saber,

capaz de governar.

1ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Como surge a política na Grécia Antiga e a que ela se refere?

b) – Para que está voltada a teoria política grega?

c) – Como era a relação ética e política na Grécia antiga?

d) – Explique a concepção cíclica da história na teoria política grega.

e) – Cite os principais pensadores políticos da Grécia antiga.

f) – Qual a principal obra de Platão e o que é política para ele?

g) – Segundo Platão qual o modelo de poder seria o melhor para um bom governo?

h) – O que é sofocracia?

PENSAMENTO POLÍTICO MEDIEVAL

Na Idade Média o pensamento político se cruza com o cristianismo da Igreja católica,

há uma relação forte entre política (razão) e teologia (fé), sendo que a política estava submetida

aos princípios da moral cristã, predominando assim uma concepção negativa do Estado, que é

o governo dos homens, logo sendo a natureza humana sujeita ao pecado e ao descontrole das

paixões, o que exige vigilância constante, caberia ao Estado o papel de intimidação para todos

agirem corretamente. Daí a estreita ligação entre política e moral, que exige a formação do

governante justo, não-tirânico, capaz por sua vez de obrigar a todos à obediência aos princípios

da moral cristã.

A partir dessa concepção religiosa subjacente, na Idade Média configuram-se duas

instâncias de poder; a do Estado e da Igreja. A natureza do Estado é secular, temporal, voltado

para as necessidades humanas, e sua atuação se caracteriza pelo exercício da força física. A

Igreja é de natureza espiritual, voltada para os interesses da salvação da alma, e deve

encaminhar o rebanho para a religião por meio da educação e da persuasão.

Neste período, os teóricos políticos elaboraram um trabalho teórico apologético (discurso e

louvor em defesa do cristianismo) e dogmático (verdade absoluta e inquestionável), isso

ocorreu através de adequação da filosofia política grega (Platão e Aristóteles) com a verdade

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teológica do cristianismo medieval (Santo Agostinho e Santo Tomas de Aquino), onde buscava

justificar a teocracia (poder de Deus) sobre todas as outras formas de poder ou governo.

2ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Como era o pensamento político na Idade Média?

b) – Diferencie as instâncias de poder do Estado e da Igreja durante a Idade Média.

c) – Como os teóricos políticos elaboraram suas teorias?

d) – O que é teocracia?

PENSAMENTO POLÍTICO NA IDADE MODERNA

No período moderno algumas mudanças foram fundamentais para o desenvolvimento

de novas teorias políticas: a reforma protestante contribuiu para o rompimento das verdades

inquestionáveis da Igreja Católica o que abalou o seu poder político dentro da sociedade

medieval; as grandes navegações proporcionou o enriquecimento dos comerciantes burgueses

que não concordavam muito com as doutrinas da igreja católico sobre a questão do

enriquecimento e do lucro, bem como, tais comerciantes pretendiam aumentar seus negócios

lucrativos. O Estado Monárquico estava em plena formação. Dentro desse contexto podemos

destacar as obras de Montesquieu e Nicolau Maquiavel.

MONTESQUIEU (1689 – 1755)

A Teoria dos Três Poderes foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu.

Baseando-se na obra Política, do filósofo Aristóteles, e na obra Segundo Tratado do Governo

Civil, publicada por John Locke, Montesquieu escreveu a obra O Espírito das Leis, traçando

parâmetros fundamentais da organização política liberal.

O filósofo iluminista foi o responsável por explicar, sistematizar e ampliar a divisão dos

poderes que fora anteriormente estabelecida por Locke. Montesquieu acreditava também que,

para afastar governos absolutistas e evitar a produção de normas tirânicas, seria fundamental

estabelecer a autonomia e os limites de cada poder. Criou-se, assim, o sistema de freios e

contrapesos, o qual consiste na contenção do poder pelo poder, ou seja, cada poder deve ser

autônomo e exercer determinada função, porém o exercício desta função deve ser controlado

pelos outros poderes. Assim, pode-se dizer que os poderes são independentes, porém

harmônicos entre si.

A sua mais importante obra é o “Espírito das leis”, trata das instituições e das leis, numa acepção

ampla, Montesquieu reconhece a importância das leis como um sistema universal, a

natureza segue suas leis, a força divina também tem suas leis, assim também a sociedade.

Para Montesquieu, as leis da organização social têm a ver com Deus, estando ligados pelo

vinculo da moral e da religião, bem como pela natureza – não somos sujeitos apenas às leis do

Estado. Obedecemos também às leis divinas, às leis da natureza física.

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Neste sentido Montesquieu propõe a divisão dos três poderes independentes com objetivo de

evitar o arbítrio e a violência:

PODER EXECUTIVO – RESPONSÁVEL EM CUMPRIR AS LEIS

O Poder Executivo tem a função de executar as leis já existentes e de implementar

novas leis segundo a necessidade do Estado e do povo. Em um país presidencialista como o

Brasil, o poder executivo é representado, a nível nacional, pelo Presidente. Já em países

parlamentaristas, o poder fica dividido entre o primeiro-ministro, que chefia o governo, e o

monarca, o qual geralmente é rei, e que assume a função de chefiar o estado, em algumas

monarquias, o próprio monarca assume as duas funções.

O Pode executivo é organizado em três esferas, as quais são lideradas por um representante. A

esfera federal, a qual é representada pelo Presidente da República; a esfera estadual,

representada pelo Governador; e a esfera municipal que é representada pelo Prefeito. Em caso

de algum impedimento, esses representantes são substituídos pelo vice-presidente ou os

ministros de estado, vice-governador ou secretários de estado e vice-prefeito ou secretários

municipais.

PODER LEGISLATIVO – RESPONSÁVEL EM ELABORAR AS LEIS

Poder legislativo (também legislatura) é o poder do Estado ao qual, segundo o princípio

da separação dos poderes, é atribuída a função legislativa. No sistema de três poderes proposto

por Montesquieu, o poder legislativo é representado pelos legisladores, homens que devem

elaborar as leis que regulam o Estado.

O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é constituído por um

congresso, parlamento, assembleias ou câmaras.

O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral ou

individual que são aplicadas a toda sociedade, objetivando a satisfação dos grupos de pressão;

a administração pública; em causa própria e distender a sociedade.

Em regimes ditatoriais o poder legislativo é exercido pelo próprio ditador ou por câmara

legislativa nomeada por ele.

Entre as funções elementares do poder legislativo está a de fiscalizar o poder executivo,

votar leis orçamentárias, e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o

Presidente da República ou os próprios membros da assembleia.

PODER JUDICIÁRIO – RESPONSÁVEL EM GARANTIR O CUMPRIMENTO DAS

LEIS.

Montesquieu, em seu estudo sobre o Estado Moderno, dividiu-o em três poderes, dentre

os quais está o Poder Judicial ou Poder Judiciário. Ele é composto por ministros,

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desembargadores e juízes, os quais tem a função de julgar, de acordo com as leis criadas pelo

Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais do país.

Enquanto o Poder Legislativo ocupa-se em elaborar as leis e o Poder Executivo em

executá-las, o Poder Judiciário tem a obrigação de julgar quaisquer conflitos que possam surgir

no País, baseando-se nas Leis que se encontram em vigor. Cabe-lhe a função de aplicar as Leis,

julgando de maneira imparcial e isenta, determinada situação e as pessoas nela envolvidas,

determinando quem tem razão e se alguém deve ou não ser punido por infração à Lei.

Para solucionar estas diversas situações, o Poder Judiciário se utiliza do Processo

Judicial, o qual irá confrontar a situação com as Leis elaboradas pelo Poder Legislativo, levando

em consideração os costumes vigentes na sociedade e as decisões anteriores tomadas pelo

próprio Poder Judiciário em situações iguais ou semelhantes à situação em questão.

Para Montesquieu somente assim o poder estará descentralizado e equilibrado na

sociedade, pois: “só o poder freia o poder”.

MAQUIAVEL (1469 – 1527)

É considerado um dos fundadores da ciência política, sua principal obra é: O Príncipe.

Para Maquiavel, o príncipe (político) age em nome do bem comum, por isso, suas ações não

devem ser avaliadas por uma ética ou moral cristã típica da época medieval, mas pela ação

política enquanto vontade de seu povo, por isso, o príncipe (político) deve usar de todos os

meios para atingir o fim, ou seja, tudo que necessário para atender a necessidade de sua nação

(do povo, do bem comum). O príncipe de Maquiavel não é bom nem mau apenas um

político em defesa da soberania e manutenção do seu Estado.

Apresenta três categorias elementares de maneiras necessárias para a conquista e a

manutenção do poder e que formam um conjunto de ação política:

Virtu – é aquele que apresenta características especiais como inteligência, talento, coragem,

etc. suas próprias armas têm capacidade de perceber o jogo de força da política, conquistando

e mantendo o poder, pode ser bom e justo ou cruel e violento dependendo da necessidade para

o bem comum. Virtù seria a capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que levaria

à permanência no poder. A virtù seria como uma barragem que deteria os desígnios do destino.

Mas segundo o autor, em geral, os seres humanos tendem a manter a mesma conduta quando

esta frutifica e assim acabam perdendo o poder quando a situação muda.

Fortuna – é a ocasião, acaso, o momento de ser precavido, oportuno (não oportunista), por

isso, virtu e fortuna se combinam. A ideia de fortuna em Maquiavel vem da deusa

romana da sorte e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se

pode saber a quem ela vai fazer bens ou males e ela pode tanto levar alguém ao poder como

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tirá-lo de lá, embora não se manifeste apenas na política. Como sua vontade é desconhecida,

não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá.

Velhacaria – atitudes necessárias para a conquista e manutenção do poder como traição,

manipulação, promessas, persuasão.

Traição, forma de decepção ou repúdio da prévia suposição, é o rompimento ou

violação da presunção do contrato social(verdade ou da confiança) que produz conflitos

morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre

indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de suportar o grupo rival, ou, é

uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelos

outros.

Manipulação: É tratar uma pessoa ou grupo de pessoas como se fosse objetos, a fim de

dominá-los facilmente. Essa forma de tratamento significa um rebaixamento, um

aviltamento.

Promessas: Compromisso de fazer, dar ou dizer alguma coisa: cumprir a promessa.

Ação ou efeito de prometer.

Persuasão: É uma estratégia de comunicação que consiste em utilizar recursos lógico-

racionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou realizar

uma ação e o emprego de argumentos legítimos ou não com o propósito de conseguir

que os outros indivíduos adotem certas linhas de condutas teorias ou crenças.

É por tudo isso, que os leitores de Maquiavel, afirmam que em suas obras podemos interpretar

que: “os fins justificam os meios”.

3ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Como os teóricos da Idade Moderna viviam este contexto histórico?

b) – Qual a principal obra de Montesquieu e o que ele reconhece em sua teoria?

c) – Como Montesquieu analisa as Leis?

d) – Como Montesquieu divide os poderes na sociedade?

e) – Segundo Montesquieu, qual o objetivo da divisão dos poderes na sociedade?

f) – Qual a principal obra de Maquiavel e como deve agir um político (príncipe)?

g) – Por que o Príncipe de Maquiavel não é bom nem mau?

h) – Cite e explique os três elementos para a conquista e manutenção do poder e que formam o

conjunto da ação política segundo Maquiavel.

i) – Por que o Príncipe de Maquiavel não é bom nem mau?

j) – Explique o conceito de fortuna segundo Maquiavel.

k) – Conceitue Virtu segundo Maquiavel.

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PENSAMENTO POLÍTICO CONTEMPORÂNEO

A partir do século XVIII as transformações socioeconômicas e político-ideológico

aceleraram as sociedades modernas ou pós-modernas se organizavam baseada em estruturas

legais e racionais onde as dicotomias entre consenso e conflito representavam a nova dinâmica

deste contexto histórico. O mundo se globalizou e se modernizou, as organizações políticas

adaptaram-se em um mundo dinamizado pelo capitalismo técnico-industrial e suas diversas

faces.

O pensamento político deste período mergulhou nas mais imensuráveis questões brotadas

do amago de sociedades que buscam perpetuar de forma organizada e aperfeiçoando seus

sistemas políticos institucionais. Neste sentido o pensamento político encontra-se em lacunas

abismosas criadas pelos próprios seres humanos: as dificuldades e tentações de lidar com o

poder e suas instituições políticas geram desequilíbrio e incertezas. Dos vários teóricos deste

período vamos destacar apenas: Max Weber e Michel Foucault.

MAX WEBER (1864 – 1920)

Em sua teoria política Max Weber relaciona a política à dominação, neste sentido ele diz,

a dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador

ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal

modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados

tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato

(obediência). Assim destaca-se três tipos de dominação legitima justificadas por motivos

(fontes) de submissão ou princípios de autoridades distintas:

* Racional-legal – se baseia na racionalidade das leis, é um empreendimento contínuo de

funções públicas, empreendimento este que envolve regulamentos e registros escritos, bem

como um corpo de funcionários especializados. A dominação legal apresenta como

característica a noção mais ou menos disseminada de direito. Weber focaliza o problema de que

a autoridade dos governantes, baseada na legalidade, é limitada pela ordem impessoal do

direito, e que os governados (cidadãos) só devem obediência a essa ordem impessoal. A mais

típica forma de domínio legal é a burocracia.

* Tradicional – é baseado na autoridade pessoal do governante, investida por força do costume,

é uma autoridade discricionária, não submetida a princípios fixos e formais. Pertencem ao

domínio tradicionais tipos de dominação gerontocrática, tais como patrimonialismo,

patriarcalismo, sultanismo.

* Carismático – é baseado no carisma (emoção), qualidade tida como excepcional de liderança,

que se manifesta como uma espécie de magnetismo pessoal mágico e que leva a pessoa

carismática a ter certa preponderância sobre as demais. Assim o carisma pode estar presente

num demagogo ou num ditador, num herói militar ou num líder revolucionário. É o carisma

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encarnado na pessoa do chefe que leva os liderados a se entregar emocionalmente a essa

liderança pessoal.

Para Weber, o Estado é uma instituição social que mantém o monopólio do uso legitimo

da força física dentro de determinado território, para que este estado exista é preciso que

sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado é definido por

sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as

instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais,

incluindo manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios através

do sistema judiciário, cobrar impostos, censo, identificação e registro da população,

alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população

de maneira que estão além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de

saúde pública, prover educação de massa etc.

FOUCAULT (1926 – 1984)

Michel Foucault, em sua obra “Vigiar e punir”. Busca estudar as relações de poder fora

da concepção do Estado. Para ele o poder não seria propriedade de uma classe que o teria

conquistado. Para Foucault, o poder acontece em termos de relações de poder. Segundo ele, a

anatomia política desenvolve seus efeitos segundo três direções privilegiadas: o poder, o corpo

e o saber.

O poder estar nas relações sociais, através da microfísica do poder manifestada na

disciplina dos regulamentos, controles cotidianos, cada vez mais minuciosos e austeros,

disseminados nas diversas relações pessoais, onde as pessoas refletem toda a estrutura

de dominação, passando a serem seus próprios algozes: o professor sobre o aluno, o

diretor sobre o professor, o vigia sobre visitante, o pai sobre o filho, irmão mais velho

sobre mais novo, polícia sobre o suspeito, etc.

Estamos sempre diante de mecanismos que transforma os corpos obedientes, uteis, exercitados

para o trabalho e inertes politicamente. As ordens não precisam ser entendidas, apenas

decodificadas. Todos devem ser dóceis, subordinados e se entregar aos exercícios para

conseguir a gratificação de estar entre os melhores.

Esta é a sociedade do controle – onde a lei proíbe, isola e outras instituições domesticam,

adestram funcionam como meios de dominação. São instrumentos tão aperfeiçoados de

transformação e ação sobre os indivíduos como a escola, o exército ou o hospital. Não é mais

necessário impor penas e sanções aos vigiados para obter bom comportamento; basta o temor

de ter todos seus atos vistos e analisados. O indivíduo torna-se seu próprio "carrasco".

4ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Comente o contexto histórico contemporâneo para o surgimento de novas teorias políticas.

b) – Comente a relação política e dominação segundo Weber.

c) – Cite e explique os três tipos de dominação legitima segundo Weber.

d) – Para, Weber o que é Estado e quais suas funções?

e) – Qual a principal obra de Foucault e como ele analisa a questão do poder?

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f) – Explique como funciona a microfísica do poder segundo Foucault?

g) – Segundo Foucault, o que é a sociedade do controle?

FORMAS DE ESTADO

É o modo do exercício do poder que vai dar a noção, a conceituação de forma do Estado; é o

grau de centralização política e administrativa na conduta da sociedade política organizada: se

centralizada ou descentralizada.

Segundo Kildare Carvalho Gonçalves,

“por forma de Estado entendemos a maneira pela qual o Estado

organiza o povo e o território e estrutura o seu poder relativamente a

outros poderes de igual natureza, que a ele ficarão coordenados ou

subordinados”.

Referem-se à projeção do poder dentro da esfera territorial, tomando como critério a existência,

a intensidade e o conteúdo de descentralização político-administrativa de cada um.

CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE ESTADO

ESTADO _SIMPLES OU UNITÁRIO _ centralizado

_ descentralizado

_FEDERAL OU COMPOSTO:

UNITÁRIO: é aquele caracterizado pela unidade (unico) do Poder Político, podendo ser:

CENTRALIZADO: é aquele em que existe um só Poder Executivo, um só Legislativo e um

só Judiciário. (Existe somente um nível de decisão política, administrativa e jurisdicional). (Ex.:

Estado do Vaticano, reconhecido como tal pelo Direito Internacional, onde o poder está

concentrado nas mãos do Papa).

DESCENTRALIZADO (ESTADO REGIONAL): é aquele onde existem vários focos de

decisão. Nele, existe uma divisão em províncias ou regiões amplamente descentralizadas,

porém obedientes a uma única Constituição elaborada por um órgão comum sem participação

das partes descentralizadas. (Exs.: Portugal Itália, Espanha, França, Uruguai, Paraguai.)

FEDERALOU COMPOSTO: é aquele composto por unidades, que são os Estados Federados,

sendo que cada um possui Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, regrados

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pelos poderes centrais da União e fundidos com todos eles. Nele, há a descentralização do Poder

Político. (Ex.: EUA, Brasil e a maior parte dos Estados Latino-americanos)

COMPOSIÇÃO DAS FORMAS DE ESTADO

Os Estados, Unitários ou Compostos/Federais, se originam através de:

UNIÃO PESSOAL: é uma forma que existiu na Monarquia, quando dois Estados ficavam

subordinados a um só reinado, embora mantendo sua autonomia interna e internacional, em

decorrência das leis de sucessão, vindo uma mesma pessoa a ser o Chefe de Estado. (Exs.:

Espanha e Portugal, sob Felipe da Áustria; Alemanha e Espanha, sob Carlos V;)

UNIÃO REAL: dois ou mais Estados adotam uma Constituição comum, permanecendo um ou

mais órgãos também comuns, ao lado de outros órgãos particulares de cada um. Há a formação

de uma única pessoa jurídica de Direito Internacional e o Chefe de Estado é, normalmente, o

órgão comum. (Ex.: a Inglaterra e a Escócia, a partir do início do séc. XVIII; a Áustria e a

Hungria, de 1867 a 1918; a Suécia e a Noruega, de 1819 a 1905)

UNIÃO INCORPORADA: é uma união de dois ou mais Estados, que se fundem para

constituir um só, ou seja, um novo Estado, conservando virtualmente, os anteriormente

existentes, a designação de Estados ou Reinos. (Ex.: a Grã-Bretanha como uma monarquia

formada pela incorporação dos antigos reinos da Inglaterra, Irlanda e Escócia)

CONFEDERAÇÃO: é a união de Estados independentes, que se ligam para fins de defesa

externa e paz interna. União esta que tem como fonte os tratados. Nela, os Estados confederados

não perdem o seu poder soberano interno e externo, a não ser que isto seja abrangido pelo

tratado constitutivo da Confederação. (Exs.: Estados Unidos, de 1781 a 1787; a confederação

germânica de 1817)

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5ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique em que consiste forma de governo.

b) – quais são as formas de governo?

c) – Diferencie Estado unitário Centralizado de Descentralizado.

d) – o que é um Estado Federado?

e) – Diferencie Estado Federado de Estado Unitário Centralizado.

f) – Existe diferença entre Estado Federado e Estado Unitário Descentralizado? Quais?

g) – Cite e explique as principais diferenças entre Estado Federado e Estado Unitário

Descentralizado

h) – O que é uma Confederação?

i) – O que é união Pessoal?

j) – Cite e explique as principais diferenças entre União Real e União Incorporada.

DISTINÇÃO IMPORTANTE

ESTADO UNITÁRIO

DESCENTRALIZADO

ESTADO FEDERAL

a) Poder Político é único;

b) A Constituição é uma só, redigida pelo

Poder Político Central e único, sem a

participação das partes descentralizadas;

c) Não há outro Poder com capacidade para

legislar (Parlamento) nas regiões

descentralizadas, pois, o Poder de Legislar é

único e cabe ao Poder Central.

d) Não está prevista nenhuma participação

específica das regiões descentralizadas,

através de representantes seus, na elaboração

ou revisão da Constituição do Estado;

a) Divisão do Poder Político;

b) Existe uma Constituição central, que servirá de

parâmetro e regramento para as demais

constituições, que poderão ser elaboradas por

cada unidade descentralizada;

c) Há outros Parlamentos, definidos em função das

unidades autônomas com poder político;

d) Os Estados Membros (unidades autônomas)

participam, através de seus representantes, na

elaboração e revisão da Constituição;

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3º Bimestre A RELAÇÃO ENTRE A DEMOCRACIA E O ESTADO DE DIREITO

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A RELAÇÃO ENTRE A DEMOCRACIA E O ESTADO DE DIREITO

FORMAS DE GOVERNO: NOÇÕES ELEMENTARES

Chama-se forma de governo (ou sistema político) o conjunto de instituições políticas por meio

das quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade.

Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo

exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os demais

membros da sociedade (os administrados).

A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida com a forma de Estado

(unitária ou federal) nem com seu sistema de governo ( presidencialismo, parlamentarismo,

dentre outros).

Outra medida de cautela a ser observada ao estudar-se o assunto é ter presente

DIFERENCIAÇÃO DE:

1- Chefe de Governo: representa o país no âmbito das políticas e economia interna do País, no

caso apresenta o país com relação aos cidadãos e os governadores dos estados internos bem

como os prefeitos dos municípios.

2- Chefe de Estado: representa o país com relação aos outros países, assim atua no âmbito

internacional. É o maior representante de um Estado. A personificação da legitimidade do

Estado e sua continuidade está na figura do Chefe de Estado. Ele é quem deve incorporar o

espírito da nação para seu próprio povo, assim como também perante o mundo. Para isso, a

Constituição de cada país define as diretrizes que caracterizam a presença do Chefe de Estado,

mas, em geral, e por ser o mais alto representante público, este se encarrega de manter a

continuidade do exercício dos poderes. O Chefe de Estado é o maior representante de um

Estado. O Chefe de Estado é um representante público que está presente em todas as formas

de governo. Quando se trata de uma monarquia, ele é o monarca. Quando se trata de uma

república, ele é o presidente. Todavia, nos países em que o governo é presidencialista, o Chefe

de Estado assume também outra função, ou seja, Chefe de Governo. E é muito importante que

se faça essa distinção. Para compreendê-la, vejamos os exemplos inglês e brasileiro. A

Inglaterra se define como uma monarquia constitucional, ou seja, há uma rainha, um primeiro-

ministro e um presidente. O Chefe de Governo é aquele que exerce a liderança do poder

executivo. No caso inglês, é o primeiro-ministro que ocupa esse cargo, ele está acima do

presidente. Porém a mais elevada representante pública é a rainha, é quem chefia o Estado

inglês. Ou seja, na Inglaterra a chefia de Estado e a chefia de Governo não estão centradas na

mesma pessoa. A rainha é a Chefe de Estado e o primeiro-ministro é o Chefe de Governo.

Enquanto isso, no Brasil, o regime político adotado é o presidencialismo. Aqui não há rei ou

rainha e também não há primeiro-ministro. Desta forma, o presidente em exercício ocupa

simultaneamente os cargos de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. Como Chefe de Estado,

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é o mais importante representante do país e quem mantém a continuidade e a legitimidade do

Estado. Como Chefe de Governo, é quem comanda o poder executivo e dita as políticas

públicas. A diferença entre presidente e primeiro-ministro é o que primeiro possui um mandato

pré-determinado e o segundo não, pode ser substituído de acordo com o interesse do

Parlamento. O Chefe de Estado desempenha um papel que também é diplomático e que o

permite assinar tratados em nome de seu país.

Formas de Governo Refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na

sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados”, respondendo à questão “de

quem deve exercer o poder e como este se exerce. A efetiva organização (e suas variáveis

modalidades) das instituições que, inter-relacionadas, realizam o poder soberano do Estado.

As formas de governo existiram independente de qual forma de estado exista.

Como forma de governo, têm-se a organização e o funcionamento do poder estatal,

consoante os critérios adotados para a determinação de sua natureza. Para se determinar uma

forma de governo, serão considerados os seguintes critérios:

a) o número de titulares do poder soberano;

b) a separação de poderes e suas relações;

c) poderes ilimitados ou limitados

O primeiro critério tem o prestígio do nome de Aristóteles e sua afamada classificação

das formas de governo. Os dois últimos são mais recentes e demonstram a compreensão

contemporânea do processo governativo e sua institucionalização social.

AS CONCEPÇÕES HISTÓRICAS DAS FORMAS DE GOVERNO

A mais antiga e célebre concepção das formas de governo e, inexoravelmente, a

concebida por Aristóteles. Em seu livro "Política" expõe a base e o critério que adotou: "Pois

que as palavras constituição e o governo é a autoridade suprema nos Estados, e que

necessariamente essa autoridade deve estar na mão de um só, de vários, ou a multidão usa da

autoridade tendo em vista o interesse geral, a constituição é pura e sã; e que s e o governo tem

em vista o interesse particular de um só, de vários ou da multidão a constituição é impura e

corrompida."

Aristóteles adota, pois, uma classificação dupla. A primeira divide as formas de

governo em puras e impuras, conforme a autoridade exercida. A base desta classificação é pois

moral ou política.

A segunda classificação é sob um critério numérico; de acordo com o governo, se ele

está nas mãos de um só, de vários homens ou de todo povo.

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Ao combinar-se o critério moral e numérico Aristóteles obteve:

Monarquia: poder centrado em uma pessoa física.

Aristocracia: poder onde o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas

Democracia ou Politéia: governo de uma maioria

Essas três formas eram consideradas puras, perfeitas ou normais, por Aristóteles, porque

visam o bem de uma coletividade; entretanto, a Democracia, em particular, era tida por ele

como a melhor forma de governo, uma vez que a população possui uma participação mais ativa.

Em oposição as formas puras de governo, temos as formas impuras, corruptas ou

imperfeitas, por serem distorções das formas perfeitas, já que seu objetivo é primeiramente os

interesses dos governantes em detrimento dos anseios de todos os demais, são chamadas,

portanto de:

Tirania: forma distorcida de Monarquia.

Oligarquia: forma impura de Aristocracia.

Olocracia: que é a corrupção Democracia.

Os escritores políticos romanos acolheram com reservas a classificação de Aristóteles.

Alguns como Cícero acrescentaram às formas de Aristóteles uma quarta: a forma mista de

governo.

O governo mista aparece para a redução dos poderes da monarquia, aristocracia e

democracia mediante determinadas instituições políticas, tais como um Senado aristocrático ou

uma Câmara democrática.

Como forma de exemplificação têm-se a Inglaterra, na qual, o quadro político combina

três elementos institucionais: a Coroa monárquica, a Câmara aristocrática e Câmara

democrática ou popular; tendo assim, um governo misto exercido pelo "Rei e seu Parlamento".

De Aristóteles a Cícero, passemos a Maquiavel, o secretário florentino, que se

imortalizou na ciência política com o livro "O Príncipe" no qual ele afirmava que "todos os

Estados, todos os domínios que exerceram e exercem poder sobre homens, foram e são, ou

Repúblicas ou principados."

Com essa afirmação, Maquiavel classifica as formas de governo com somente duas

vertentes: República e Monarquia.

De Maquiavel vamos para Montesquieu, cuja classificação é a mais afamada dos tempos

modernos. Montesquieu distingue três espécies de governo: República, Monarquia e

Despotismo; em várias passagens de seu livro O Espírito das leis "ele procura achar um

fundamento moral que caracterize as três formas clássicas. Segundo ele, a característica da

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democracia é o amor à pátria e à igualdade; da monarquia é a honra e da aristocracia é a

moderação. A república compreende a democracia e a aristocracia.

Das classificações de formas de governo aparecidas modernamente, depois da de

Montesquieu, de ressaltar a da autoria do sociólogo alemão Bluntschli, que distinguiu as formas

fundamentais ou primárias das formas secundárias de governo.

Como se vê Bluntschli enumera as formas de governo, à luz de Aristóteles,

acrescentando, porém uma quarta: a ideologia ou teocracia, em que o poder é exercido por

"Deus".

Rodolphe Laun, professor da universidade de Hamburgo, em seu livro LA

DEMOCRATIE, fornece uma classificação que permite distinguir quase todas as

formas de governo, classificando-as quanto à origem, à organização exercício.

Quanto à origem - Governos de dominação

- Governos democráticos ou populares

Quanto à Organização - Governos de Direito Eleição Hereditariedade

- Governos de fato Existe poder Estado emerge sem seus

elementos constitutivos.

Quanto ao Exercício – Constitucionais divisão de poderes

- Absdutos absolutistas

A ideia de governo, se entrelaça com a de regime e ideologia dominante. Mediante as ideias é

que se irá explicar as formas de governo, sendo que esta faz-se secundária e o que realmente

deve importar são as ideologias trazidas para os governos, procurando-se então aqualitá-los.

1ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno. Pesquisar e elaborar um pequeno texto,

explicando:

a) – Aristocracia

b) – Oligarquia

c) – Demagogia

d) – Tirania

e) – Despotismo

2ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique o significado de formas de governo.

b) – Quais são as formas de governo segundo Aristóteles?

c) – Para Aristóteles existia formas de governo puras e impuras? Quais? .

d) – Quais são as diferenças entre Chefe de Estado e Chefe de Governo?

e) – Quais são as formas de governo segundo Aristóteles?

f) – Quais são os critérios adotados para determinar as Formas de Governo?

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MONARQUIA E REPÚBLICA: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Ainda que realmente Machiavelli não haja reduzido as formas de governo a duas, são a

monarquia e a república os dois tipos comuns em que se apresenta o governo nos Estados

modernos. Se ainda há aristocracias, não há mais governos aristocráticos, e os outros tipos da

classificação de Aristóteles não são formas normais, como o grande filósofo mesmo acentuou.

No entanto, são tão complexas as relações que estabelecem entre os órgãos do Estado,

são tão sutis às vezes as mudanças que separam uma de outra forma, que não é fácil

conceituar rigorosamente a forma republicana e a monárquica.

No conceito clássico, e verdadeiro afinal, monarquia é a forma de governo em que o

poder está nas mãos de um indivíduo, de uma pessoa física. "Monarquia é o Estado dirigido por

uma vontade física. Esta vontade deve ser juridicamente a mais alta, não deve depender de

nenhuma outra vontade". Substituindo o adjetivo impróprio "física" por "individual", temos a

definição corrente de monarquia. Acontece, porém, que somente, nos governos absolutos se

encontra o Estado dirigido por uma única vontade individual, que seja a mais alta e não dependa

de nenhuma outra. A definição, pois, não se aplica aos Estados modernos. Dir-se-á, então, que

não há mais monarquias, de vez que modernamente o órgão supremo do poder não é nunca um

indivíduo só, e a vontade dos reis não é nunca a mais alta e independente de qualquer outra?

Porque, de fato, nas monarquias modernas, todas limitadas e constitucionais, o rei,

ainda quando governe, não governa sozinho, sua autoridade é limitada pela de outros órgãos,

coletivos quase sempre, como por exemplo os Parlamentos. E a verdade é que os reis

modernos "reinam, mas não governam", segundo o aforismo tradicional, e por isso mesmo

são irresponsáveis. De qualquer forma, não dirigem o Estado sozinhos, nem sua vontade é a

mais alta e independente. Na melhor das hipóteses, é a sua vontade juntamente com a de outros

órgãos criados pela Constituição que dirige o Estado; quase sempre são esses outros órgãos,

Ministério e Parlamento, que dirigem o Estado.

Muitos escritores têm procurado definir os traços característicos da monarquia e, assim,

distingui-la da república, cuja conceituação também é difícil.

Monarquia é o sistema político em que o cargo de chefe do Poder Executivo é vitalício,

hereditário e irresponsável, e a república é o sistema em que o citado cargo é temporário,

eletivo e responsável.

Se nos ativéssemos apenas ao texto das Constituições das monarquias e repúblicas

modernas o ponto de vista do autor espanhol seria plenamente satisfatório, pois ali se declara

que o rei ou o Presidente da República é o chefe do Poder Executivo. Acontece, porém, que de

fato, nas monarquias e repúblicas de governo parlamentar, nem o rei nem o presidente são os

chefes do Poder Executivo; essa função na realidade cabe aos Primeiros-Ministros ou

Presidentes do Conselho. Desta sorte, a definição harmonizar-se-ia somente com os textos das

Constituições e não com a realidade.

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Parece, pois, que uma noção, ao mesmo tempo formal e material, de monarquia e

república seria esta: nas monarquias o cargo de Chefe do Estado é hereditário e vitalício; nas

repúblicas, o cargo de Chefe do Estado é eletivo e temporário.

A irresponsabilidade não pode ser um caráter distintivo porque, se nas repúblicas de

governo parlamentar o Presidente é politicamente irresponsável, não se dá o mesmo nas de

governo presidencial, como veremos ao tratar destas novas modalidades.

Ao nosso ver, o conceito de república foi resumido pelo grande Rui Barbosa, disse ser

a forma de governo em que além de "existirem os três poderes constitucionais, o Legislativo, o

Executivo e o Judiciário, os dois primeiros derivem, realmente, de eleição popular".

É verdade que o Poder Executivo nas repúblicas parlamentares não é exercido pelo

Presidente e sim pelo Gabinete, que não é eleito, mas nomeado. No entanto, como esse

Gabinete, para se manter, depende da confiança do Parlamento, pode-se considerar que

ele deriva, pelo menos indiretamente, de eleição popular.

O que é certo é que não há uma definição cuja compreensão e extensão se adapte

exclusiva e perfeitamente às duas formas de governo. Por isso, a noção que lembramos, de que

na monarquia o cargo de Chefe do Estado é hereditário e vitalício e nas repúblicas

temporário e eletivo, talvez seja a que melhor satisfaça. Todos os demais traços de ambas

as formas são variáveis e nenhum é absolutamente exclusivo a uma delas. Até mesmo a

eletividade não é característica exclusiva da república, dado que houve monarquias eletivas.

MONARQUIA

A Monarquia é a forma típica de governo de indivíduos, portanto o poder supremo está

nas mãos de uma só pessoa física, o Monarca ou Rei.

Monarquia é uma forma de governo em que o chefe de Estado se mantém no cargo até

à sua morte ou à sua abdicação, sendo normalmente um regime hereditário. O chefe de

Estado dessa forma de governação recebe o nome de monarca (normalmente com o

título de Rei ou Rainha) e pode também muitas vezes ser o chefe do governo. A ele, o

ofício real de governo, é sobretudo o de reger e coordenar a administração da nação, em

vista do bem comum em harmonia social.

A Monarquia é uma forma de governo que já foi adotada, há muitos séculos, por quase

todos os Estados do mundo. Com o passar dos séculos ela foi sendo gradativamente

enfraquecida e abandonada. Quando nasce o Estado Moderno a necessidade de governos fortes

favorece o ressurgimento da Monarquia, não sujeita a limitações jurídicas, onde aparece a

Monarquia Absoluta. Aos poucos, vai crescendo a resistência ao Absolutismo e, já a partir

do final do século XVIII, surgem as Monarquias Constitucionais. O rei continua governando,

mas está sujeito a limitações jurídicas, estabelecidas na Constituição, surge ainda outra

limitação ao poder do Monarca, com a adoção do parlamentarismo pelos Estados Monárquicos,

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assim o Monarca não mais governa, se mantendo apenas como chefe do Estado, tendo somente

as atribuições de representação, não de governo, pois o mesmo passa a ser exercido por um

gabinete de Ministros.

A antiga noção de Monarquia afirmava que o poder do Monarca era absoluto. Por vezes

afirma que o Monarca era responsável somente perante Deus. Doutrina esta que ficou conhecida

como “Direito Divino”.

A forma Monárquica não se refere apenas aos soberanos coroados, nela se enquadram

os consulados e as ditaduras (governo de uma só pessoa).

CLASSIFICAÇÃO DAS MONARQUIAS

As Monarquias pode ser:

1- Ilimitadas onde o poder central não se reparte, dois são os tipos de Monarquias

Ilimitadas:

a) Monarquia sagrada ou religiosa: o monarca é considerado deus ou representante de Deus,

como acontecia nas monarquias orientais e mesmo quanto aos monarcas medievais, que se

davam como os representantes divinos. A forma mais antiga que se conhece sagrada ou a

religiosa, que encontramos nas culturas primitivas. Neste tipo de monarquia, o rei era

considerado como de origem divina e possuía um poder ilimitado. Tal modelo pode encontrar-

se em Israel, na Roma Antiga, no Império Asteca e no Antigo Egito.

b) Monarquia Absoluta: é a Monarquia em que o Monarca se situa acima da lei, todo poder

se concentra nele. Não tendo que prestar contas dos seus atos, o Monarca age por seu livre e

próprio arbítrio. Dizendo-se representante ou descendentes dos deuses temos como exemplo de

Monarca Absoluto: o Faraó do Egito, o Tzar da Rússia, o Sutão da Túrquia, e o Imperador da

China entre outros. A monarquia absoluta foi estabelecida em face das dificuldades de

responsabilização dos grandes senhores feudais que condicionavam excessivamente o seu apoio

ao rei. A monarquia absoluta é, por essência, centralizadora.

O absolutismo moderno começou a desenvolver-se com o nascimento dos Estados-

nação no século XVI, a fim de estabilizar o poder real em reação ao feudalismo. Com o declínio

do feudalismo, o poder é centralizado nas mãos dos soberanos. Estes dirigentes são apoiados

por uma crescente classe média, ou burguesia, que beneficia de um governo central forte, capaz

de manter a ordem e criar um clima propício para o florescimento do comércio. Neste tipo de

monarquia, o rei era o chefe supremo da nação, exercendo o Poder Executivo e Legislativo. Era

o principal responsável pelo destino do povo. O absolutismo, como sistema político, implica

todos os poderes detidos por um monarca e distingue-se de outras monarquias pelo facto de que

o poder encontrar a sua justificação essencial nele mesmo. A monarquia absoluta designa os

regimes em que o monarca exerce um poder sobre os seus súbditos, só limitado pelo direito

natural, mas que, para além disso, iguala a sua vontade à lei e impõe sobre os seus domínios

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um poder em que o monarca figura como o responsável final ou exclusivo. Assim, o rei governa

só, mas deve respeitar os privilégios dos corpos e das ordens que compõem o país, e ele deve

tomar conselho.

IMPORTANTE: Nestas modalidades o CHEFE DE ESTADO e

CHEFE DE GOVERNO são a mesma pessoa, não há separação de

poderes, o monarca exerce o poder legislativo, o poder executivo e o

poder judiciário.

2- Limitadas onde o poder central se reparte, dois são os tipos de Monarquias

Limitadas:

• Monarquia de Estamentos, ou de Braços ou Monarquia feudal onde o monarca

descentraliza certas funções que são delegadas a elementos reunidos em cortes. Esta forma é

antiga, como exemplos temos: a Suécia e o Mecklemburgo, perdurado até 1918. O monarca é

considerado proprietário do Estado, como acontecia na época feudal, em que os reis dividiam

o Estado entre os herdeiros. Desde a Idade Média, o regime monárquico espalhou-se por toda

a Europa, normalmente pela necessidade de um dirigente forte, capaz de formar e comandar

exércitos para defender o país. As monarquias feudais europeias eram assim dinásticas, o trono

sendo geralmente transmitido ao filho mais velho ou ao descendente masculino mais próximo.

Os soberanos medievais procuravam armas e soldados com os senhores feudais, e não se

mantinham no poder que graça a fidelidade da nobreza. Assim, na monarquia feudal, apresenta-

se a característica de uma limitação do poder do monarca, segundo a própria estrutura feudal

do reino. O poder era entregue ao rei, com o acordo dos senhores feudais, e estava dependente

da colaboração destes, sendo estabelecido segundo regras bem definidas e mútuas. O rei possuía

um poder efetivo concedido pelos seus iguais, conservando estes um poder da mesma ordem

nos seus domínios. Este tipo de monarquia caracterizou, com algumas variantes, a França dos

séculos X ao XIV, o Japão do século XV ao XVIII, a China da dinastia Ming, etc.

• Monarquia Constitucional: o sistema de governo onde a posição do monarca (rei, imperador

ou figura similar) fica estabelecida na constituição local. O Soberano governa de acordo com a

constituição, isto é, de acordo com a lei, ao invés de tomar decisões baseado na sua livre

vontade. Ao soberano cabe o papel de chefe de estado, e sua função é garantir o normal

funcionamento das instituições da nação.

O poder legislativo é atribuído a um parlamento, eleito, ao qual é atribuído o poder de criar e

promulgar a legislação. Para exercer as funções de chefe de governo é eleito um primeiro-

ministro, cujas ações são fiscalizadas por um parlamento.

A monarquia constitucional se desenvolveu no Reino Unido nos séculos XVIII e XIX,

quando o poder veio a ser exercido de fato pelos Ministros do Gabinete, e por parlamentares

eleitos pelo povo.

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Desde meados do século XIX, o formato da monarquia constitucional se consolidou, e

nos dias atuais, todos os países que adotam o regime monárquico de governo estão

organizados sob o sistema de monarquia constitucional.

Com o progresso das ideias iluministas, o conceito de monarquia absolutista, onde o rei

tinha controle total sobre os destinos do estado começou a ser questionado. A crença de que o

soberano tinha direta aprovação divina para governar do modo como bem desejasse era cada

vez mais posta em dúvida.

A origem da monarquia constitucional no Brasil independente data de 1824, quando a

constituição imperial foi outorgada por Dom Pedro I. Em 1847, já no império de Dom Pedro II,

o parlamentarismo surgiu de maneira extraoficial. A monarquia parlamentarista brasileira foi

marcada por uma inovação adotada apenas por esta e pela portuguesa, que era o chamado poder

moderador, um poder de reserva atribuído ao imperador que o permitia ter a última palavra

sobre decisões dos outros três poderes. Em razão disso, a forma de governo ficou conhecida

como parlamentarismo às avessas.

IMPORTANTE: Nestas modalidades o CHEFE DE ESTADO e

CHEFE DE GOVERNO são pessoas distintas, há separação de poderes,

o monarca exerce o poder executivo referente a Chefia de Estado. Já o

primeiro ministro exerce a Chefia de Governo. O parlamento exerce o

poder legislativo. Bem como outras pessoas exercerão o poder judiciário.

CARACTERÍSTICAS DA MONARQUIA:

Vitaliciedade: o Monarca tem o poder de governar enquanto viver ou enquanto tiver condições

para continuar governando.

Hereditariedade: quando morre o Monarca ou deixa o governo por qualquer outra razão é

imediatamente substituído pelo herdeiro da coroa. Ou Eletividade: a substituição do monarca

não se dará por sucessão de herdeiros, mas sim por eleição de um novo monarca. Existe somente

nos tempos moderno o Vaticano.

Irresponsabilidade: o Rei não tem responsabilidade política, não deve explicações ao povo ou

a qualquer órgão.

SUCESSÃO DO MONARCA

Embora seja características da monarquia a vitaliciedade, não significa dizer que seria

eterno, pois todos os seres humanos possuem um tempo de vida. Em determinadas

circunstâncias o monarca chega ao fim de sua vida ou algum fato surge, impedindo que ele

continue exercendo suas atividades. Diante dessa situação existem três formas de sucessão de

um monarca.

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Existem duas regras para se tornar o titular da monarquia:

1- Ter completado 18 anos

2- Contrair casamento e consuma-lo (primeira relação sexual dos casados, verificada no

dia posterior ao casamento)

1- Sucessão: Eletiva ou Clássica: Consiste na qual o monarca desempenha o seu cargo por

toda a vida e o seu sucessor é eleito por um conselho através de votação. Este sistema de

sucessão foi praticado durante a Idade Média, representando uma evolução do modelo

germânico. Na monarquia visigótica encontramos exemplos disso. O monarca era eleito por um

conselho composto pelos príncipes ou grandes responsáveis eleitores. Depois da escolha, o

novo monarca devia jurar as capitulações governativas, que continham as condições impostas

pelo conselho eleitoral para o monarca exercer o poder.

IMPORTANTE: Este sistema ainda vigora atualmente, SOMENTE, no

Vaticano, onde o Colégio de Cardeais escolhe um novo Papa.

2- Sucessão hereditária ou Moderna: é a forma sucessória pela qual o soberano é estabelecido

por hereditariedade, ou seja, seu primogénito assumirá seu lugar. (Neste caso se o primogênito

for uma mulher assumirá o primeiro filho. Contudo não havendo filho, assumirá a filha,

exemplo Inglaterra). A ordem sucessória tanto pode apoiar-se no regime familiar da casa

reinante (por exemplo, a dinastia de Avis, Hohenzollern . , Hanôver, etc.), como na lei do reino

(Espanha ou Reino Unido). Atualmente a maioria das monarquias modernas são hereditárias.Às

vezes a ordem de sucessão é afetada por regras em matéria de género. A regra de sucessão

paterna proíbe, atualmente em poucos casos, sucessores do sexo feminino (tal como o caso do

Mónaco), e em alguns sistemas uma mulher só pode herdar quando, pela linha masculina, não

há nenhum descendente que remonte a um ancestral comum. Em 1980, a Suécia tornou-se a

primeira monarquia a declarar iguais os direitos de primogenitura, o que significa que o filho

mais velho do monarca, independentemente do sexo, ascende ao trono. Outros reinos (tais como

os Países Baixos, em 1983, Noruega, em 1990, e Bélgica em 1991) têm seguido este exemplo.

Às vezes a crença religiosa afeta a sucessão. Como exemplo, desde a Lei de Compensação de

1701, todos os católicos romanos são inelegíveis para ser o monarca britânico e são ignorados

na ordem de sucessão.

Na sucessão hereditária, será considerado o parentesco biológico ou consanguíneo, isso

significa que os parentes por afinidade (parentesco contraído por casamento, limitando-se aos

ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro) não serão

considerados na hora de suceder o trono real.

É importante frisar, que existem seis regras a serem consideradas, na sucessão hereditária:

1- O grau mais próximo, exclui o grau mais remoto;

2- Linhagem reta, terá sempre preferência, independente do grau de parentesco, em relação

a linhagem colateral.

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3- Que o primeiro a suceder ao trono, será o filho (sexo masculino), somente após

esgotarem todos os filhos, invocará as filhas (sexo feminino).

4- Nenhum filho/filha (ainda que seja o primeiro) considerado bastardo, poderá suceder ao

trono.

5- A esposa/esposo será o último a ser chamado para o trono, ou seja, após esgotarem todos

os parentes das linhas retas e colaterais.

6- Na linha colateral os tios e sobrinhos possuem o mesmo grau de parentesco, entretanto

os sobrinhos serão chamados ao trono, primeiro que os tios.

Existem duas linhagens a serem consideradas: linha reta e linha colateral.

1- Linha reta: é infinita, contado por graus, entretanto a linha reta, se divide em linha reta

descendente e linha reta ascendente.

A linhagem reta descendente, consiste nas pessoas que descendem (nasceram a partir

do titular do trono), são eles:

1º grau: filhos

2º grau: netos

3º grau: bisnetos (etc.)

A linhagem reta ascendente, consiste nas pessoas que ascendem (nasceram antes do

titular do trono), são eles:

1º grau: Pais

2º grau: Avós

3º grau: Bisavós

2- Linha colateral ou transversal: são vínculos de parentesco que igualmente se

estabelecem entre duas pessoas devido a existência de um ancestral comum, daí dizer

que provém de um tronco comum, encerrando-se até o 4º grau,

A contagem de grau segue nesta ordem (não existem primeiro grau na linha colateral):

2º grau: irmãos

3º grau: sobrinhos e tios

4º grau: sobrinhos-netos (Os filhos dos sobrinhos), tios-avôs (os irmãos do avô) e os primos

Embora não possuía influencia na linhagem de sucessão ao trono, mas é importante

destacar a título de informação: Parentes com vinculo de afinidade

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Constitui-se com o casamento ou união estável e vincula o cônjuge ou o companheiro

aos parentes do outro. Importante destacar que não se equiparam aos parentes consanguíneos,

mas existe simetria no do que diz respeito às linhas, graus e espécies.

Não se pode casar com parentes com vinculo de afinidade, sob condição de não haver

impedimento previsto em lei e de ordem moral para evitar-se a aquisição de algum direito ou

vantagem em face da aproximação afetiva que ocorre entre as famílias.

Parente por afinidade:

Em linha reta: Inexiste limite. São: sogro, genro, nora.

Em linha colateral: restringe-se aos cunhados, não passando a afinidade do segundo grau.

3- Sucessão por nomeação, feita pelo atual monarca é um outro sistema, utilizado na Jordânia.

Neste sistema, o monarca escolhe o seu próprio sucessor, que pode ou não ser um parente.

IMPORTANTE: Na ausência do testamento, aplicar-se a regra da

sucessão, para que haja então a edição de um testamento supletivo, para

nomeação do novo rei, não podendo se auto nomear.

REGÊNCIA DO IMPÉRIO

Não se confunde reinado com regência. O reinado, consiste na administração

permanente, realizada pelo próprio titular da monarquia, enquanto a regência é um governo

provisório instituído na monarquia, quando houver algum impedimento em relação ao monarca.

A forma mais comum de impedimento, é quando, o novo rei, não completou a

maioridade (18 anos). Entretanto, existem outras, como: uma doença ou guerras (que ausentará

o rei do império) que também levará o império ao período regencial.

A regra geral, é que o rei, antes de falecer, deixe um testamento ou um decreto real,

indicando a pessoa que irá administrar o império até que seja superada a impossibilidade do

novo rei. Entretanto pode existir situações em que, não é deixado esse documento, então aplica-

se a regra da sucessão hereditária, (ACRESCENTAR para saber quem irá ocupar a regência.

Mas cuidado, nesse caso, considerará o grau de parentesco do novo rei e não do falecido.

3ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – O que se entende por Monarquia?

b) – É possível os poderes do Monarca variarem conforme seja a Monarquia?

c) – Quais são as classificações de Monarquia?

d) – Diferencia a sucessão hereditária de sucessão eletiva na monarquia.

e) – Explique detalhadamente, as diferenças entre monarquia feudal e absoluta.

f) – Quais são as principais diferenças entre monarquia absoluta de Monarquia Constitucional?

g) – Explique o método de sucessão por nomeação das Monarquias.

h) – Explique qual a diferença de Monarquia Religiosa de Monarquia Divina.

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i) – Cite e explique as características das Monarquias.

REPÚBLICA

República é uma palavra que pode ter vários significados. Na maior parte dos casos,

esta palavra serve para qualificar uma forma de governo em que o Chefe de Estado é eleito

pelos representantes dos cidadãos ou pelos próprios cidadãos, e exerce a sua função durante um

tempo limitado.

Esta palavra deriva do latim res publica, expressão que pode ser traduzida como

"assunto público".

Em uma República, o poder tem origem em um grupo de cidadãos, que delega esse

poder a um elemento designado Chefe de Estado ou Presidente da República. A eleição de um

Presidente da República é feita através do voto direto dos cidadãos ou por uma assembleia

restrita. No âmbito de uma república, a função de presidente é exercida durante um período de

tempo limitado, sendo que só podem exercer durante um número limitado de mandatos.

Uma das características mais importantes da República é a vertente eleitoral do

presidente. No entanto, existem outros aspectos muito importantes, como a subordinação a leis

fundamentais e à constituição (aprovada diretamente pelos cidadãos ou pelos seus

representantes eleitos), que servem para regrar a vida política do determinado país.

A palavra república foi usada para classificar as cidades-estado da Grécia, o regime

abordado pelo império Romano (república romana) ou o regime instituído por Oliver

Cromwell no século XVII na Inglaterra. No entanto, a república na sua concepção moderna

(que consiste na figura de um chefe de estado e na divisão de poderes) só surgiu depois do

fortalecimento do liberalismo. Assim como uma monarquia pode ser uma democracia, uma

república também pode ser uma ditadura. No Brasil, por exemplo, a República da Espada foi

o nome dado à ditadura militar instituída entre 1889 e 1894. A República da Espada consiste

na primeira fase da República Velha, um período que aconteceu entre 1889 e 1930. Regime

político em que o chefe do Estado é eleito, direta ou indiretamente. O poder pode ser

concentrado em sua pessoa, ou caber a uma Assembleia o papel preponderante; entretanto, é

preciso observar que a forma republicana de governo não precisa ser fatalmente democrática.

As principais formas de governo republicano são: a república aristocrática, na qual a

participação ao poder é limitada a uma classe (regime de Veneza e da Polônia até o fim do séc.

XVIII, hoje extinto); a república presidencialista, na qual o poder fica com um presidente eleito

(E.U.A. e países da América Latina e Constituição napoleônica de 1800); a república

parlamentarista, na qual o poder do Parlamento é limitado por forte autoridade do chefe do

Estado (Constituição alemã de Weimar, 1919, V República na França, 1958); e o regime

colegiado, na qual o poder fica com um Conselho, eleito pela Assembleia a curto prazo (Suíça,

Uruguai). Assim como as repúblicas de Veneza e Polônia não podem ser comparadas às

repúblicas modernas, assim também eram repúblicas de estilo político diferente as de Atenas

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(democracia direta) e Roma (república aristocrática, dirigida pelo Senado). A primeira

república moderna foram os E.U.A., que adotaram em 1787 Constituição presidencialista,

sendo seguidos pelos países da América espanhola e, no ano de 1889, pelo Brasil.

CLASSIFICAÇÃO DAS REPÚBLICAS

1- República Aristocrática: É aquela na qual exerce o governo uma representação na minoria

imperante, que por algum motivo (cultura, patriotismo, riqueza, etc.) é considerada a mais

notável. Este regime republicano afasta-se da representação popular, aproximando-se mais da

ditadura e constituindo uma oligarquia. Foi posto em prática em Esparta, Atenas e Roma, onde

poderes eram conferidos aos governantes, embora temporariamente havia eleição.

2- República Democrática: É a república em que o poder, em esferas essenciais do Estado,

pertence ao povo ou a um Parlamento que o represente. A república democrática decorre, assim,

do princípio da soberania popular. O povo é aqui o partícipe principal dos poderes do Estado.

Mas só parte de cidadania provoca, sem dúvida, seleção do corpo de eleitores. E a qualidade de

cidadão, que depende de vários requisitos e que varia segundo as legislações, restringe

consideravelmente a massa votante. Além disso, se todos os cidadãos gozam de iguais direitos

políticos, poucos são os que governam realmente, sobretudo onde, por força da divisão

partidária, nem mesmo a maioria absoluta chega a governar. Oriundas do sistema de ideias da

Reforma e das lutas constitucionais americanas e francesas, alastraram-se as repúblicas

democráticas no mundo moderno, ganhando cada vez maior extensão.

Dentre elas, podemos distinguir:

a) Democracias Diretas ou Puras - Nestas formas, o povo, diretamente, examina e

decide o que se põe em votação. Nas assembleias populares, reside a soberania do Estado.

b) Democracias indiretas, impuras ou Representativas - Nestas formas, os poderes

públicos são integrados por órgãos representantes do povo. A separação de poderes pode aqui

funcionar melhor que nas monarquias constitucionais, em que há dois órgãos supremos - rei e

povo - não se achando tão exposto o regime à intervenção pessoal do chefe do governo quanto

a monarquia.

c) Democracia semidireta, mista ou mesclada: é aquela que mistura as duas formas

de exercício da democracia: a direta e a indireta. Assim temos a eleição dos representantes, mas

é possivel a participação diretamente do povo nas decisções do Estado. Seja pelo Plebicito,

Referendo ou Iniciariva Popular.

3- República Teocrática: A expressão república teocrática é imprópria, de vez que a teocracia

é uma forma de governo exercido em nome de uma entidade sobrenatural, e por isso

desempenhado por sacerdotes que representam deuses ou um Deus na terra. A teocracia designa

o Estado em que Deus é considerado como o verdadeiro soberano, e as leis fundamentais como

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mandamentos divinos, sendo a soberania exercida por homens relacionados diretamente com

Deus: Profetas, sacerdotes ou reis, considerados como representantes diretos da divindade.

4- República Oligárquica: É a república governada por um pequeno grupo de pessoas

integrantes da mesma família, classe ou grupo, permanecendo o poder nas mãos desses poucos.

ATENÇÃO: Embora se falem República Popular, República

Socialista e Republica Comunistas, estas não são

consideradas classificações de republicas nem tão quanto

repúblicas. Referem-se a uma organização econômica,

advogando a administração, e a propriedade pública ou coletiva

dos meios de produção, e distribuição de bens e de uma sociedade

caracterizada pela igualdade de oportunidades/meios para todos

os indivíduos, com um método igualitário de compensação.

Foram criadas para contrapor o sistema capitalista, e recebem a

nomenclatura república erroneamente.

CARACTERÍSTICAS DA REPÚBLICA:

Temporariedade: o chefe de Estado, recebe um mandato. O mandato eletivo é o tempo que

o candidato eleito terá para ficar de posse do seu cargo.

Eletividade: a substituição do presidente, ocorre por eleição de um novo presidente. Na

República o Presidente é um representante do povo ou de um determinado grupo, fazendo, por

conseguinte, necessária à sua eleição.

Responsabilidade: o Presidente, tem responsabilidade política, deve explicações ao povo ou a

qualquer órgão.

Pluralidade do Poder: o poder pertence ao povo, não sendo concentrado em uma única pessoa.

SUCESSÃO DO PRESIDENTE DA REPÚLICA

Percebemos que uma das características principal da República é a Temporariedade,

entendemos que o Presidente da República ocupara o cargo por um determinado tempo. Está

ocupação temporária recebe o nome de Mandato eletivo. Analisamos também, outro

importante detalhe da república, que a Eletividade, onde o presidente da república será

sucedido por outra pessoa mediante uma eleição.

Eleição é todo processo pelo qual um grupo designa um ou mais de um de seus

integrantes para ocupar um cargo por meio de votação. Na democracia representativa, é o

processo que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder soberano,

concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem o papel de representantes

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da nação. A eleição pode se processar com o voto de toda a comunidade ou de apenas uma

parcela da comunidade, os chamados ELEITORES.

A eleição quanto ao Presidente da República, ocorre de duas maneiras:

1- Eleição direta: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos são eleitos

diretamente pelo povo. Este é o modelo utilizado na democracia representativa.

2- Eleição indireta: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos não são eleitos

diretamente pelo povo, mas por um colégio eleitoral, composto por delegados escolhidos pelo

povo, para que, em nome deste, elejam seus governantes. Neste caso, se elegerá pelo voto do

povo os Deputados Federais e Senadores da República, estes comporão o Colegiado Eleitoral

e elegerão o Presidente da República.

4ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique o significado de Republica.

b) – Qual a diferença entre Monarquia e República?

c) – Quem é o Chefe de Estado na República?

d) – Conceitue Eleição?

e) – Explique quais são as espécies de Eleição.

f) – De qual maneira podemos substituir o Presidente da República?

g) – Quais são as características da República? Explique-as.

h) – O Presidente da República Possui Poderes Absolutos?

i) – Cite e Explique os tipos de República.

j) – Qual a diferença de forma de Governo para Forma de Estado?

SISTEMAS DE GOVERNO

Sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no

âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separação dos

poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo, de que é

exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a dependência completa do governo

junto ao legislativo caso do sistema de governo do Reino Unido.

O sistema de governo adotado por um Estado não deve ser confundido com a sua forma

de Estado (Estado unitário ou federal) ou com a sua forma de governo (monarquia ou

república).

Sistema de Governo é a maneira como procede o Governo, tendo a relação entre o Poder

Executivo e o Poder Legislativo como base principal. Consiste na relação existente entre os

Poderes constituídos do Estado, sobremaneira da organização dos Poderes Executivo e

Legislativo, e das relações entre um e outro Poder, o que, ao final, vai dar origem aos sistemas

conhecidos.

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Não se confunde com forma de governo. Sistema de Governo diz respeito ao modo

como se relacionam os poderes, especialmente o Legislativo e o Executivo, que dá origem aos

sistemas parlamentarista, presidencialista e diretorial. Para estabelecer as relações entre o

Poder Legislativo e o Poder Executivo foram originados três sistemas de governo que são

utilizados de acordo com a opção política de cada País. São eles o Parlamentarismo, o

Presidencialismo e o Convencional ou de Assembleia. O sistema convencional é normalmente

utilizado quando no país o governo é exercido por uma Comissão da Assembleia, como

exemplos, podemos citar a Suíça, Polônia, antiga URSS, etc. Porém, os dois sistemas que

predominam no mundo são o presidencialismo e o parlamentarismo.

5ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – O que é sistema de governo?

b) – Quais são as espécies de sistema de Governo?

c) – Quais as diferenças entre formas de governo e sistemas de governo?

CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE GOVERNO

1- SISTEMA PRESIDENCIALISTA:

Adotado sob formas variadas em muitos países, o presidencialismo tem como base doutrinária

a teoria política de separação e controle recíproco dos poderes, de Montesquieu, que pode ser

resumida na sentença do autor: "O poder deve limitar o poder."

Presidencialismo é o sistema de governo no qual os poderes, funções e deveres de chefe de

governo e de chefe de estado se reúnem numa só pessoa e no qual o executivo, legislativo

e judiciário são poderes independentes entre si que funcionam em harmonia.

Eleito pelo voto direto ou por colégio eleitoral, para mandato com período determinado, o

presidente não se subordina ao Parlamento nem pode nele interferir.

Entre suas atribuições estão a de liderar a vida política da nação, representar o país

interna e externamente, comandar as forças armadas, firmar tratados, encaminhar

projetos de lei ao Congresso, responder pela administração e pelas decisões nos setores

do executivo e escolher os ministros de estado.

O sistema presidencialista de governo foi criado nos Estados Unidos pela constituição de

1787. Para limitar o poder do governo e garantir a liberdade dos cidadãos, os constituintes

rejeitaram o modelo parlamentar britânico e estabeleceram a separação total do legislativo,

executivo e judiciário, com um sistema de pesos e contrapesos no qual cada poder fiscaliza e

contrabalança os demais, sem predomínio de nenhum deles.

Em outras nações, o presidencialismo divergiu em muitos aspectos do modelo americano.

Nos países europeus em que a forma de governo é republicana e o sistema parlamentarista, o

presidente é eleito para um mandato estabelecido por lei e ocupa a posição de chefe de estado,

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enquanto o primeiro-ministro exerce a função de chefe de governo. As atribuições do presidente

se assemelham às dos monarcas constitucionais. No Brasil, o presidencialismo estabelecido na

constituição republicana de 1891 passou por mudanças profundas, ocasionadas por conflitos

políticos, revoltas regionais civis, rebeliões militares e inquietação econômica decorrente da

grave crise financeira mundial de 1929. A revolução de 1930 deu início ao "presidencialismo

forte" de Getúlio Vargas, que se prolongou até 1945. Nas duas décadas seguintes, o

presidencialismo pautou-se pela constituição de 1946, com voto direto e popular. A intervenção

militar de 1964 interrompeu o ciclo, substituído pela presidência dos generais, que se revezaram

no poder pelo voto indireto do Congresso, transformado em colégio eleitoral. Com a

constituição de 1988, o presidencialismo recuperou características próximas às do sistema

americano, com o fortalecimento do legislativo e do judiciário.

O presidencialismo é um sistema de governo no qual o presidente da república é

chefe de governo e chefe de Estado O presidencialismo se caracteriza pela separação dos

poderes Legislativo, Judiciário e Executivo

O Presidencialismo é um sistema de governo representativo marcado por uma rígida

separação de poderes, e tem como fonte de inspiração a Monarquia Constitucional.

CARACTERÍSTICAS DO PRESIDENCIALISMO

1- Indivisão do Poder Executivo O Presidente da República exerce plenamente o Poder

Executivo, acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo.

2- Unipessoalidade do Chefe de Estado e Chefe de Governo: O Chefe de Estado e o

Chefe de Governo são a mesma pessoa. Por esta razão o presidente da república exerce

o poder executivo de forma ampla, representando o Estado e exercendo o poder político.

3- Responsabilidade política do Presidente da República: O Presidente da República

tem responsabilidade política, deve explicações ao povo ou a qualquer órgão. Devendo

explicações da administração do Estado, ainda que esteja exercendo atividade somente

de chefia de Estado.

4- Independência entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da República que

exerce ambos os papeis da chefia de governo e chefia de Estado, é eleito pelo povo,

assim como os membros do legislativo são. Não há qualquer relação entre os poderes.

Cada qual exerce sua atividade dentre dos seus limites impostos.

6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Explique o que é Presidencialismo.

b) – Cite e explique as características do Presidencialismo.

c) – No Presidencialismo a Interferência do Presidente da República no Parlamento?

d) – Quais são as funções acumuladas do Presidente da República?

e) – O Presidente da República possui responsabilidade de seus atos? Quais?

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2- SISTEMA PARLAMENTARISTA:

Parlamentarismo é um sistema de governo em que o poder legislativo (parlamento)

oferece a sustentação política (apoio direito ou indireto) para o poder Executivo. Logo, o poder

executivo necessita do poder do parlamento para ser formado e também para governar. No

parlamentarismo, o poder executivo é, geralmente, exercido por um primeiro-ministro

(chanceler). Este primeiro-ministro exercerá a Chefia de Governo.

Esse sistema é usado tanto em monarquias quanto em repúblicas. Nele, o chefe do

Estado, seja ele rei ou presidente, não é o chefe do governo e por isso não tem responsabilidades

políticas. Ao invés dele, o chefe de governo é o Primeiro Ministro, o qual é indicado pelo

chefe de Estado. A aprovação do Primeiro Ministro e do seu Conselho de ministros pela Câmara

dos Deputados se faz pela aprovação de um plano de governo a eles apresentado. A Câmara

ficará encarregada de empenhar-se pelo cumprimento desse plano perante o povo.

Esse sistema de governo é típico das Monarquias Constitucionais, e acabou por se

estender às Repúblicas Europeias. Na Inglaterra, França e Alemanha, esse ainda é o sistema em

vigor. O Poder Executivo é exercido pelo Gabinete dos Ministros, estes são indicados pelo

primeiro ministro e aprovados pelo parlamento.

No Brasil, o parlamentarismo esteve em vigor no final do Império, de 1847 a 1889. Ao

passar a ser república o Brasil adotou o presidencialismo como sistema governamental. Porém,

com a renúncia de Jânio Quadros o Brasil passou por uma crise política muito grande e o sistema

acabou por ser adotado como uma tentativa de solucionar a crise. Isso aconteceu, porém,

durante um curto período: de setembro de 1961 a janeiro de 1963.

Diante dessa organização o governo do país fica sendo exercido por um corpo coletivo

de pessoas, de modo que todas as medidas tomadas implicam na atividade de todos os ministros

em seus respectivos ministérios.

O Poder Legislativo assume, no Parlamentarismo, funções de maior relevância na

administração do país, transforma-se em Parlamento abrangendo também os membros do

governo. O governo depende da confiança desse parlamento e do seu apoio para conseguir

exercer seu cargo, se o Parlamento retirar a confiança no governo ele cai, pois não tem mandato,

mas apenas investidura de confiança. Pode haver em outros casos a convocação de eleições

para a dissolução da Câmara e formação de outro Parlamento.

O PARLAMENTARISMO PODE SE APRESENTAR DE DUAS FORMAS:

1- Na República: Onde o chefe de Estado (presidente) normalmente não tem poderes

executivos reais. O Presidente da República pode ser eleito pelo povo e nomeado pelo

Parlamento, por tempo determinado. Há também vários países em que o presidente é eleito pelo

próprio Parlamento. Quem governa de fato, com poderes políticos é o chefe de governo, ou

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seja, o primeiro-ministro. Quando o Parlamentarismos se debruça sobre a republica denomina-

se: República Parlamentar.

2- Na Monarquia: O chefe de estado é o monarca (rei), que assume de forma

hereditária, não possuindo poderes executivos. O chefe de governo que governa de fato é um

primeiro-ministro, também chamado de chanceler, que é escolhido pelo Parlamento.

Denomina-se aqui, Monarquia Constitucional.

ATENÇÃO: Em ambos os casos, os parlamentares,

representantes do poder legislativo, são escolhidos pelo

povo através de eleições diretas.

CARACTERÍSTICAS DO PARLAMENTARISMO

Divisão do Poder Executivo: o Chefe de Estado, normalmente exercido pelo Monarca ou pelo

Presidente da República, e um Chefe de Governo exercido por um Primeiro Ministro.

Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo: O Chefe de Estado representa o

Estado e não lhe cabe participar das decisões políticas. O Chefe de Governo exerce o Poder

Executivo. Ele é apontado pelo Chefe de Estado e somente assume a chefia de Governo depois

de obter a aprovação do Parlamento. Chefe de Estado, monarca ou Presidente, é que exerce o

papel de vínculo moral da Nação e de representação do Estado.

Responsabilidade política do Chefe de Governo: O Primeiro-ministro tem responsabilidade

política, deve explicações ao povo ou a qualquer órgão. Devendo explicações da administração

do Estado.

Irresponsabilidade política do Chefe de Estado: O Presidente não tem responsabilidade

política, não deve explicações ao povo ou a qualquer órgão. É lógico, se seus atos se

assemelham aos dos monarcas, ele não possui poder de Administração política, dessa forma

não se deve explicações do que não se faz.

Possibilidade de dissolução do Parlamento: o Chefe de Estado, a qualquer momento pode

dissolver o Parlamento, e convocar novas eleições. Neste caso, haverá nova eleição constituindo

o novo parlamento, que por sua vez elegerá o novo chefe de governo.

Interdependência entre o Executivo e o Legislativo. Como a uma separação entre Chefe de

Estado e Chefe de Governo, percebemos que o Chefe de Estado não exerce poder político

interno, não administra o Estado, somente o representa perante outros países. Compete ao

Primeiro Ministro a administração política do Estado, contudo ele não é eleito pelo povo e sim

pelo parlamento que é o poder legislativo. Em palavras mais abrangentes o povo vota nos

membros do poder legislativo, constituído o parlamento e eles elegem o chefe de governo, quem

exercerá o poder executivo.

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7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Em que consiste o Parlamentarismo?

b) – Qual a diferença entre Presidencialismo e Parlamentarismo?

c) – Cite e explique as características do Parlamentarismo.

d) – Quais são as formas em que o parlamentarismo pode se apresentar? Distingo-as.

e) – É possível haver dissolução do Parlamento? Quais as consequências?

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4º Bimestre VALORES E NORMAS SOCIAIS

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VALORES E NORMAS SOCIAIS

CIDADANIA OU NACIONALIDADE?

O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para

designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali

participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania, pressupunha, portanto,

todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.

A etimologia da palavra cidadania vem do latim civitas, cidade, tal como cidadão. Neste

sentido, a palavra-raiz, cidade, diz muito sobre o verbete. O habitante da cidade no

cumprimento dos seus deveres é um sujeito da ação, em contraposição ao sujeito de

contemplação, omisso e absorvido por si e para si mesmo, ou seja, não basta estar na cidade,

mas agir na cidade. A cidadania, neste contexto, refere-se à qualidade de cidadão, indivíduo de

ação estabelecido na cidade moderna. A rigor, cidadania não combina com individualismo e

com omissões individuais frente aos problemas da cidade; a cidade e os problemas da cidade

dizem respeito a todos os cidadãos.

Ao longo da história, o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um

conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão, é

comum usarem a expressam "Cidadania: direito de ter direito”, para melhor definir o que é

cidadania.

Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos

na constituição. Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres estão interligados, e o

respeito e cumprimento de ambos contribuem para uma sociedade mais equilibrada.

Nacionalidade não é sinônimo de Cidadania, embora semelhantes, possuem significados

distintos. Nacionalidade consiste no vínculo entre uma pessoa e a nação da qual ela se

originou ou à qual ela pertence e é um direito fundamental da pessoa humana. Toda

pessoa tem direito a uma nacionalidade, não podendo ser privada dela e nem impedida

de trocá-la. Nacionalidade é o vínculo jurídico político que liga um indivíduo a um certo

e determinado Estado, fazendo dele um componente do povo, da dimensão pessoal deste

Estado. A nacionalidade é um direito fundamental da pessoa humana, o qual concede

ao nacional, nato ou naturalizado, direitos e deveres em relação ao país ao qual está

vinculado. Portanto nacionalidade, varia no tempo (seu conceito ao longo da história,

se modificou com o desenvolver das civilizações) e no espaço (diferente entre os países).

A cidadania, entrementes, não é sinônimo de nacionalidade, porém sim uma decorrência do

estado de ser a pessoa natural cidadã ou cidadão.

Em assim sendo, é a cidadania o conjunto de direitos civis e políticos de que dispõe essa mesma

pessoa física, podendo, em conseqüência, desempenhar funções públicas, atividade

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profissional, comercia empresarial, votar, ser votado para qualquer cargo da trindade estatal,

pertencer a partidos políticos, enfim, exercer os atos da vida civil em toda a plenitude.

Podemos, além do mais, afirmar inexistir cidadania sem nacionalidade, pois a perda da última

implicará a perda nos direitos civis e políticos que lhe são inerentes. Isto porque o ato de

exercitá-los corres ponde justamente ao exercício da cidadania.

Não é a nacionalidade sempre um fator determinante de cidadania. Tomemos como exemplo o

caso do polipátrida. Certo brasileiro é também alemão, porque é filho de alemão, embora tenha

nascido no Brasil. Aqui ele vive e exercita seus direitos civis e políticos. Tem, destarte, a

cidadania brasileira, sem dispor de igual prerrogativa em relação à nacionalidade alemã.

Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que sejam

colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições

constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da

educação de um país.

O conceito de cidadania também está relacionado com o país onde a pessoa exerce os

seus direitos e deveres. Assim, a cidadania brasileira está relacionada com o indivíduo que

está ligado aos direitos e deveres que estão definidos na Constituição.

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988,

pela Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas (deputados e

senadores), consolidou a democracia, após longos anos da ditadura militar no Brasil. Em seus

artigos 5º e 6º estabelece os deveres e direitos do cidadão:

Cidadania não é uma definição estanque, mas um conceito histórico-sociológico, o que

significa que seu sentido varia no tempo e no espaço de cada sociedade: a cidadania dos povos

greco-romanos antigos é bastante diferente da cidadania que nós temos hoje, é muito diferente

ser cidadão na Alemanha, no Japão, nos E.U.A. ou no Brasil; não apenas pelas regras que

definem quem é ou não titular da cidadania, mas também pelos direitos e deveres distintos que

caracterizam o cidadão em cada um dos Estados-nacionais contemporâneos.

A cidadania é o conjunto de direitos e deveres que nos garante o acesso de maneira igual

a todos recursos materiais e imateriais necessários para viver com dignidade e igualdade de

condições junto a todos os membros da sociedade.

A cidadania é um processo que está relacionado aos direitos e aos movimentos sociais

que buscam a consolidação definitiva de uma sociedade justa e igualitária.

Percebe-se na história da cidadania, que desde a antiguidade as diferenças na

organização das sociedades entre senhores e escravos, nobres e servos, patrão e empregado,

ricos e pobres, geram um contexto de antagonismo conflituoso de classes onde se busca superar

as injustiças e as desigualdades sociais. A história demonstra que, é dentro desse contexto que

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o processo de cidadania e a conquista de direitos vêm se consolidando ao longo dos tempos

através dos diversos movimentos sociais, seja de escravos, plebeus, servos, camponeses

medievais, liga de trabalhadores, etc. Os direitos de cidadania foram conquistados através da

luta dos movimentos sociais ao longo da história.

Deve-se chamar a atenção para, a nacionalidade, pois é pressuposto da cidadania - ser

nacional de um Estado é condição primordial para o exercício dos direitos políticos. Entretanto,

se todo cidadão é nacional de um Estado, nem todo nacional é cidadão - os indivíduos que não

estejam investidos de direitos políticos podem ser nacionais de um Estado sem serem cidadãos.

1ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Por que cidadania é conceito histórico-sociológico?

b) – O que é cidadania? Onde originou-se?

c) – Como a cidadania vem se consolidando ao longo da história?

d) – Qual a relação entre nacionalidade e cidadania?

e) – Quais são os direitos relacionados a cidadania?

HISTÓRIA E ANÁLISE DA CIDADANIA NO BRASIL

O historiador José Murilo de Carvalho define cidadania como o exercício pleno dos

direitos políticos, civis e sociais, uma liberdade completa que combina igualdade e participação

numa sociedade ideal, talvez inatingível.

Carvalho entende que esta categoria de liberdade consciente é imperfeita numa

sociedade igualmente imperfeita. Neste sentido, numa sociedade de bem-estar social, utópica,

por assim dizer, a cidadania ideal é naturalizada pelo cotidiano das pessoas, como um bem ou

um valor pessoal, individual e, portanto, intransferível.

Esta cidadania naturalizada é a liberdade dos modernos, como estabelece o artigo III da

Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada na Assembleia Geral das Nações

Unidas, em 1948: "toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. A origem

desta carta remonta das revoluções burguesas no final do século XVIII, sobretudo na França e

nas colônias inglesas na América do Norte; o termo cidadão designa, nesta circunstância e

contexto, o habitante da cidade "no cumprimento de seus simples deveres, em oposição a

parasitas ou a pretensos parasitas sociais”.

No Brasil, nos léxicos da língua portuguesa que circularam no início do século XIX,

observa-se bem a distinção entre os termos cidadão (em português arcaico, cidadam) e o fidalgo,

prevalecendo o segundo para designar aquele indivíduo detentor dos privilégios da cidade na

sociedade de corte. Neste contexto, o fidalgo é o detentor dos deveres e obrigações na cidade

portuguesa; o cidadão é uma maneira genérica de designar a origem e o trânsito dos vassalos

do rei nas cidades do vasto império português. Com a reconfiguração do Estado a partir de

1822, vários conceitos políticos passaram por um processo de ressignificação; cidadão e

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cidadania entram no vocabulário dos discursos políticos, assim como os termos Brasil,

brasileiros, em oposição a brasílicos. Por exemplo: povo, povos, nação, história, opinião

pública, América, americanos, entre outros.

A partir disso, o termo cidadania pode ser compreendido racionalmente pelas lutas,

conquistas e derrotas do cidadão brasileiro ao longo da história nacional, a começar da história

republicana, na medida em que esta ideia moderna, a relação indivídua cidade ou indivíduo

Estado

"expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar

ativamente da vida e do governo de seu povo (...)”.

Em outros termos, fundamenta-se na concessão do Estado das garantias individuais de vida,

liberdade e segurança. O significado moderno da palavra é, portanto, incompatível com o

regime monárquico, escravista e centralizador, anterior à independência política do Brasil. No

entanto, este o divisor (monarquia-república) não significa no Brasil uma nova ordem onde a

cidadania tem um papel na construção de sociedade justa e igualitária. Este aspecto é bem

pronunciado na cidadania brasileira: estas garantias individuais jamais foram concedidas,

conquistadas e/ou exercidas plena e simultaneamente em circunstâncias democráticas, de

estado de direito político ou de bem-estar social.

O longo caminho inferido por José Murilo de Carvalho refere-se a isto: uma cidadania

no papel e outra cidadania cotidiana. É o caso da cidadania dos brasileiros negros: a recente

Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989 é um prolongamento da luta pela cidadania dos "homens

de cor", cujo marco histórico formal é a Lei Áurea de 1888; ou seja, um século para garantir,

através de uma lei, a cidadania civil de metade da população brasileira, se os números do último

censo demográfico estão corretos; portanto, há uma cidadania no papel e outra cidadania

cotidiana, conquistada no dia-a-dia, no exercício da vida prática; tal é que ainda hoje discute-

se nas altas esferas da jurisprudência brasileira se o cidadão negro é ou não é injustiçado pela

história da nação. Considere-se que na perspectiva de uma cidadania plena, equilibrada e

consciente, não haveria de persistir por tanto tempo tal dúvida.

O mesmo se pode dizer da cidadania da mulher brasileira: a Lei 11.340 de 7 de Agosto

de 2006, a chamada "Lei Maria da Penha", criou mecanismos "para coibir e prevenir a violência

doméstica e familiar contra a mulher". Ou seja, garantir sua liberdade civil, seu direito de ir e

vir sem ser agredida ou maltratada. No caso da mulher, em geral, a lei chega com atraso, como

forma de compensação, como retificação de várias injustiças históricas com o gênero; o direito

de votar, por exemplo, conquistado através de um "código eleitoral provisório" em 1932,

ratificado em 1946. A lei do divórcio obtida em 1977, ratificada recentemente pela chamada

Nova Lei do Divórcio, ampliando a conquista da liberdade civil de outra metade da população

brasileira. São exemplos de como a cidadania é conquistada, de forma dramática por assim

dizer, à custa de esgotamentos e longas negociações políticas.

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Neste contexto, a lei torna-se o último recurso da cidadania, aquela cidadania desejada,

praticada no cotidiano, físicos, deficientes mentais, homossexuais, crianças, adolescentes,

idosos, aposentados, etc. Um caso prático para ilustrar esta realidade cotidiana é a superlotação

dos presídios e casas de custódia; a rigor, os direitos humanos contemplam também os

infratores, uma vez que, conforme mencionamos, “toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e

à segurança pessoal”.

Embora existam leis que visam reparar injustiças, existe também uma longa história de

lutas cotidianas para conquistar estes direitos: o direito à liberdade de expressão, o direito de

organizar e participar de associações comunitárias, sindicatos trabalhistas e partidos políticos,

o direito a um salário justo, a uma renda mínima e a condições para sobreviver, o direito a um

pedaço de terra para plantar e colher, o direito de votar e ser votado talvez o mais elementar da

democracia moderna, negado a sociedade, na já longa história da cidadania brasileira. É esta

luta cotidiana por direitos elementares que define a cidadania brasileira e não os apelos ao

pertencimento, ao nacionalismo, a democracia e ao patriotismo do cidadão-comum.

Pode-se entender, portanto, que a cidadania brasileira é a soma de conquistas cotidianas,

na forma da lei, de reparações a injustiças sociais, civis e políticas, no percurso de sua história

e, em contrapartida, a prática efetiva e consciente, o exercício diário destas conquistas com o

objetivo exemplar de ampliar estes direitos na sociedade. Neste sentido, para exercer a

cidadania brasileira em sua plenitude torna-se absolutamente necessário a percepção da

dimensão histórica destas conquistas no percurso entre passado, presente e futuro da nação.

Este é o caminho longo e cheio de incertezas, inferido por José Murilo de Carvalho. Esta é a

originalidade e especificidade da cidadania brasileira.

ESPÉCIES DE CIDADANIA

São dois tipos: a cidadania “formal” e a cidadania “real”.

1- Cidadania formal refere-se a maneira como a cidadania está descrita formalmente na

lei, nas constituições nacionais, é a garantia que o indivíduo tem para lutar legalmente

por seus direitos.

2- Cidadania Real também chamada de substantiva, refere-se a maneira como a

cidadania é vivida na prática, no dia-a-dia. Através dela podemos ver que nem todos os

seres humanos são iguais socialmente, que a sociedade se estrutura desigualmente e,

pois alguns grupos sofrem os mais diversos tipos de necessidades e preconceitos. Ex:

Um aluno de uma escola pública que não consegue competir em condições de igualdade

com um aluno de escola particular, tem sua cidadania “formal” conquistada, pois a lei

lhe garante acesso à educação, contudo, a cidadania “real” está bem longe de ser

atingida. A mesma situação dos pobres, dos negros, dos deficientes, etc. que, em maior

ou menor grau, conseguiram reconhecimento “formal”, mas ainda tem um longo

caminho para conquistar a cidadania “real”.

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AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA

A aquisição da nacionalidade pode ocorrer de forma originária adquirida pela pessoa

natural com o nascimento ou posteriormente por naturalização conforme previsão do art. 12 da

CF/88.

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que

estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles

esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados

em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e

optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de

países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há

mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a

nacionalidade brasileira.

A cidadania, por sua vez, é o gozo do conjunto de direitos políticos concedido à pessoa

natural, ou seja, é a participação econômica, social e política do cidadão de um Estado. Contudo,

é necessária a condição de nacional para o exercício da cidadania, mas não é primordial ser

cidadão para ser nacional.

Cada Estado, possui regras próprias, para obtenção da nacionalidade. No Brasil, ela

pode ser adquirida de dois modos: o primário e o secundário.

O modo primário ou originário é decorrente do fato do nascimento. Toda criança nascida

no território brasileiro automaticamente é brasileira, exceção feita aos filhos de pais

estrangeiros e que estejam ambos a serviço público de seu país de origem. Esta é a regra do jus

soli (ou direito do solo).

A Constituição Federal (Art. 12) também prevê ocasiões em que os nascidos no exterior,

filhos de pais brasileiros, também serão considerados brasileiros pela regra do jus sanguinis.

Nestes casos, existem algumas exigências:

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1- A criança deve ser filha de pai ou mãe brasileira e estes estejam a serviço do país;

2- Os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira e façam o registro em repartição

brasileira competente, e;

3- Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, que venham a residir no país e, a

qualquer tempo após a maioridade, optem pela nacionalidade brasileira.

O modo secundário ou adquirido é aquele que decorre da naturalização, que, mediante

ato voluntário da pessoa, esta adquire uma nova nacionalidade. A nossa Carta Magna impõe

também algumas condições para que a pessoa ‘mereça’ receber a nacionalidade brasileira, e a

naturalização é classificada em ordinária e extraordinária.

A naturalização ordinária é obtida na forma da lei, mais precisamente o Estatuto do

Estrangeiro (Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980), que prevê as condições necessárias para a

obtenção da nacionalidade brasileira. São elas: capacidade civil de acordo com a lei brasileira,

visto permanente no País, residência contínua por pelo menos quatro anos no Brasil, fluência

na língua portuguesa, exercício de profissão ou posse de bens que possam garantir a sua

manutenção e a de sua família, boa conduta e saúde. Deve-se lembrar, ainda que, por ser ato

discricionário do Poder Executivo, mesmo que a pessoa cumpra com todas essas exigências,

não é garantida a sua naturalização.

Os originários de países de língua portuguesa (chamada comunidade lusófona, entre eles

Moçambique, Guiné Bissau, Angola e Timor Leste) devem cumprir menos exigências para a

obtenção da naturalização ordinária. São elas: residência ininterrupta por um ano no Brasil e

idoneidade moral.

Para os portugueses, basta que tenham residência permanente no Brasil e, desde que

haja reciprocidade em favor de brasileiros, eles terão os mesmos direitos, salvo em alguns casos

previstos na Constituição.

Para os estrangeiros originários de outros países, ainda há mais uma opção para a

obtenção da nacionalidade brasileira; a chamada naturalização extraordinária, prevista na

Constituição Federal e que exige apenas três requisitos: residência no país por mais de quinze

anos ininterruptos, inexistência de condenação penal e mediante requerimento.

O requerimento de naturalização é o início de um procedimento administrativo realizado

junto ao Ministério da Justiça. Esse procedimento culmina com a expedição de uma portaria no

Diário Oficial e a emissão de um documento que certifica a naturalização. Esta só se completa

com a efetiva entrega do documento ao naturalizando, feita por um juiz federal ou estadual da

cidade onde aquele reside.

O brasileiro perderá a sua nacionalidade caso se naturalize em outro país, mas há duas

ocasiões em que isto não acontece: se o brasileiro obtiver a chamada ‘dupla cidadania’, em que

é reconhecido com nacional de outro país, ou se morar em território estrangeiro e for obrigado

a se naturalizar como condição para permanecer em seu território. Esta última é chamada de

aquisição involuntária de nacionalidade e, portanto, não poderia ocasionar a perda da

nacionalidade brasileira.

A naturalização pode ser cancelada mediante a propositura de uma Ação de

Cancelamento de Naturalização, feita pelo Ministério Público e, uma vez perdida a

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nacionalidade após o trânsito em julgado da sentença, só pode ser readquirida mediante Ação

Rescisória. Logicamente, a ação deve ser fundamentada em virtude de atividade nociva ao

interesse nacional praticada pelo naturalizado.

A importância deste tema se revela óbvia: tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado

possuem direitos e deveres do País ao qual se vinculam. E é a nacionalidade que vai determinar

a qual Estado caberá a proteção diplomática do indivíduo.

2ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – O que significa Fidalgo?

b) – Porque cidadania é considera utópica?

c) – Explique porque a lei Maria da Penha é um avanço da cidadania.

d) – Porque José Murilo considera a cidadania um paradoxo?

e) – Comente sobre a Cidadania no Brasil.

f) – Explique a diferença entre cidadania real e cidadania formal.

DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO

Todos os brasileiros, independente da condição social, cor, etnia ou religião, possuem

direitos e deveres. Portanto, os cidadãos, para exercer sua cidadania plena, precisam conhecer,

ter consciência da importância e colocar em prática seus direitos (exigindo-os e usufruindo-os)

e deveres (exercendo-os). Em resumo, o cidadão exerce a cidadania quando cumpre seus

deveres com o Estado e a sociedade e usufrui de seus direitos. É importante lembrar que como

cidadãos não temos somente direitos, mas também deveres para com a nação, além da obrigação

de lutar pela igualdade de direitos para todos, de defender a pátria, de preservar a natureza e de

fazer cumprir as leis.

Diferentemente da filosofia, que distingui dever e obrigação, para a Sociologia, são

palavras sinônimas, uma vês que dever é uma obrigação, consistindo em regras imposta, com

as competentes punições, caso haja seu descumprimento.

Existem vários tipos de obrigações, mas a mais comuns são:

Obrigações de dar, que se subdivide em dar coisa certa ou incerta;

Ex.: Dar um documento a alguém.

Obrigação de fazer;

Ex.: Fazer uma reforma em parede divisória entre terrenos.

Obrigação de não fazer;

Ex.: Não fazer um muro elevado a certa altura.

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EXEMPLOS DE DEVERES DO CIDADÃO

Votar para escolher os governantes;

Proteger a natureza;

Proteger o patrimônio público e social do País;

Proteger o Patrimônio alheio;

Respeitar e cumprir a legislação (leis) do país;

Escolher, através do voto, os governantes do país (presidente da República, deputadores

federais e estaduais; senadores, prefeitos, governadores de estados e vereadores);

Respeitar os direitos dos outros cidadãos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros;

Tratar com respeito e solidariedade todos os cidadãos, principalmente os idosos, as

crianças e as pessoas com deficiências físicas;

Proteger e educar, da melhor forma possível, os filhos e outras pessoas que dependem

de nós;

Ter atitudes que ajudem na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.

EXEMPLOS DE DIREITOS DO CIDADÃO

Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre outros;

O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que disse e

escreveu;

Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação na cidade;

O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas a lei pode

pedir estudo e diploma para isso;

Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse direito

passa para os seus herdeiros;

Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros;

Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra, ficar ou sair do

país, obedecendo a lei feita para isso.

Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade;

Proteção à maternidade e à infância;

Não ser tratado de forma desumana ou degradante. Não ser submetido a atos de tortura

física, psicológica ou de qualquer outra natureza.

IMPORTANTE: Não são todos os direitos e deveres dos cidadãos

que estão relacionados a cima. São enumeras as quantidades, fooi

selecionado os mais comuns.

TIPOS DE DIREITOS

Historicamente, o processo de ampliação da cidadania produziu a incorporação

progressiva de diferentes segmentos populacionais à igualdade formal e a expansão da

codificação de direitos nas instituições dos estados nacionais. De acordo com essa perspectiva,

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o conceito de cidadania incluiu sucessivamente: Direitos civis, direitos políticos e direitos

sociais.

Direitos civis

Os direitos civis referem-se às liberdades individuais, como o direito de ir e vir, de

dispor do próprio corpo, o direito à vida, à liberdade de expressão, à propriedade, à igualdade

perante a lei, a não ser julgado fora de um processo regular, a não ter o lar violado, liberdade

religiosa, liberdade contratual, proteção ao nome, direito de domicilio e residência entre outros

mais. São os direitos que regulamentem do nascimento até a morte dos indivíduos.

Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas

seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a

profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens - e de ser respeitado. É

preciso ressaltar que liberdade de cada um não pode comprometer a liberdade do outro.

Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados

em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social,

independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou

de opiniões e escolhas relativas à vida privada.

Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas

seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a

profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens - e de ser respeitado. É

preciso ressaltar que liberdade de cada um não pode comprometer a liberdade do outro.

Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados

em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social,

independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou

de opiniões e escolhas relativas à vida privada.

Dessa forma, o exercício e a garantia dos direitos civis não existem sem a tolerância e o

convívio com os diferentes modos de ser, sentir e agir. Se reivindicamos o direito às nossas

liberdades individuais, assumimos ao mesmo tempo o compromisso e a responsabilidade de

zelar para que essas liberdades existam para todos. Preocupar-se com a garantia dos direitos

significa tanto exercitá-los em nossa vida quanto construir no cotidiano condições que permitam

a sua ampla realização.

Direitos políticos

Os direitos políticos correspondem ao direito do indivíduo de decidir sobre sua vida

política: eleger seus representantes políticos, ser eleitos para cargos políticos, ter os direitos de

participar de associações diversas (partidos, sindicados, conselhos, etc.), de protestar através de

greves, pressões, movimentos diversos, enfim, o direito de participar de alguma forma, direta

ou indiretamente, da tomada de decisões no processo político.

Os direitos políticos referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade, ou

seja, à participação no poder. Entre eles estão a possibilidade de fazer manifestações políticas,

organizar partidos, votar e ser votado. O exercício desse tipo de direito confere legitimidade à

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organização política da sociedade. Afinal, ele relaciona o compromisso de pessoas e grupos

com o funcionamento e os destinos da vida coletiva.

Direitos sociais

Depois dos direitos civis e os direitos políticos temos a promoção dos direitos sociais:

direito à moradia, educação básica, saúde pública, transporte coletivo, lazer, trabalho e

salário, seguro-desemprego, enfim, um mínimo de bem-estar econômico e social. E isso se

fez como investimentos maciços por parte do Estado, redimensionado as suas prioridades, para

atender à maior parte da população, a fim de que ela pudesse ter trabalho e algum rendimento,

tornando-se consumidora e, assim, mantendo a produção sempre elevada. É o que alguns

chamam de “cidadania do consumidor”, ou seja, a cidadania entendia de mercado.

Hoje temos ainda outros tipos de direitos, relacionados à modernidade, surgidos no final

do século XX e início do século XXI, como o direito dos consumidores, dos idosos, dos

adolescentes, das crianças, dos deficientes, das minorias étnicas, dos animais, do meio

ambiente e etc.

Direitos Humanos

Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos.

Normalmente o conceito de direitos humanos tem a ideia também de liberdade de pensamento

e de expressão, e a igualdade perante a lei. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da

Organização das Nações Unidas afirma:

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de

razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

3ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Existe alguma condição para se deter direitos e deveres?

b) – Em que consiste os direitos sociais? Quais suas espécies?

c) – O que são direitos civis?

d) – Explique o significado de Direitos Políticos.

e) – O que são Direitos do cidadão?

f) – Escolha 5 direitos dos cidadãos e comente sobre eles.

g) – Explique o significado de Deveres do cidadão.

h) – Escolha 5 deveres dos cidadãos e comente sobre eles.

VALORES OU NORMAS SOCIAIS

O que é uma norma ou valor Social?

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Primeiro, é importante diferenciar que a noção “norma social” é a concretização do

“valor social”. Um valor social pode ser o respeito, então uma norma social vai ser, por

exemplo, o ato de se levantar para deixar o seu lugar quando uma pessoa idosa entra no

ônibus.

Estes dois conceitos permitem uma coesão social na sociedade. Se as pessoas

compartilham os valores e as normas sociais, estas pessoas vão morar numa mesma sociedade

e numa mesma cultura e vão permitir o bom funcionamento do sistema social.

As normas são regras sociais que estabelecem o que as pessoas podem ou não podem

fazer em determinadas situações que implicam o seu cumprimento.

As normas são uma expressão de influência social, pois sua interiorização

progressiva ao longo do processo de socialização torna-as tão naturais que não nos apercebemos

da forma como influenciam os nossos pensamentos e comportamentos. As normas que regulam

as relações interpessoais e que refletem o que é socialmente desejável, orientam o

comportamento. Definem o que é ou não desejável, o que é conveniente num dado grupo social,

apresentando modelos de conduta

As normas sociais são prescrições de comportamento. O conceito de norma social

corresponde às expectativas sociais acerca do que é um comportamento adequado ou

correto.

Os valores englobam as ideias que definem o que é bom ou mau, belo ou feio,

etc., comuns a um determinado grupo ou sociedade e consubstanciando-se em normas →

conjunto de regras de conduta.

Os valores e as normas existentes numa determinada sociedade orientam os indivíduos

na sua interação com o mundo social, determinando, desta forma, os seus

comportamentos → maneiras de agir dos indivíduos em sociedade, que se baseiam nos

valores e nas normas socialmente aceites.

É através do processo de socialização que as normas são interiorizadas e aceites

pelos indivíduos, na medida em que o seu incumprimento pode originar uma reprovação social.

As normas sociais tendem a concretizar-se nos comportamentos dos indivíduos através de

maneiras de agir regulares e, portanto, previsíveis consubstanciando os padrões de

comportamento. Através da sua concretização em padrões de comportamento, as normas dão

origem a expetativas de comportamento que por sua vez, são formas esperadas de

comportamento em virtude da interiorização de regularidades de ações associadas a

determinadas situações.

A interação entre os indivíduos não obedece ao acaso; é nas normas sociais que se

encontra a base necessária à interação e à ação social humana geral. Todos os grupos humanos

seguem normas definidas, que são sempre reforçadas por sanções de vária ordem, de sentido

positivo ou negativo, indo desde a recompensa até à desaprovação informal e à punição formal.

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O conceito de norma social tem sido vastamente utilizado na Sociologia, que assume

que o que dá coerência e significado aos comportamentos humanos é a sua referência a um

sistema de normas coletivas. Esse significado surge tanto aos olhos do próprio indivíduo como

dos outros com quem ele age e do coletivo em geral. Obviamente, a pluralidade de modelos

culturais existente no mundo limita a coerência e a significância dos comportamentos aos

contextos para os quais elas são válidas. O conceito de norma social é um conceito central nas

correntes sociológicas que dão relevo às questões da ordem social.

Uma norma, de maneira general corresponde a um “standard” (padrão, modelo a ser

seguido). Em sociologia, falamos de “norma social”. Uma norma social é um modelo de se

comportar relativo a um grupo social numa sociedade. A sociedade concorda com um sistema

de valores e normas. Os indivíduos desde a infância (socialização primaria) integram este

sistema.

Você sabe o que é bom e o que é mal na sociedade? Se você não respeita a norma ou

você não se conforma, você vai receber uma sanção (uma punição). Então, uma norma social

é uma regra explícita ou implícita que propõe um comportamento que a sociedade

valoriza.

Vejamos os Exemplos:

1- Quando você está numa aula, existem códigos a serem respeitados. Você tem que escutar o

professor, você não pode cantar, falar, fumar ou escutar música enquanto o professor está

falando. Porém, você pode escutar, escrever o que ele disser, etc.

2- Quando você está dirigindo… Você tem que respeitar as velocidades, você tem que respeitar

as regras.

3- Quando é o aniversário do seu amigo, você vai desejar a ele um feliz aniversário.

Estes exemplos são normas sociais que você sabe desde criança e que você faz sem pensar (no

automático).

4ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – Existe alguma diferença entre norma social e valor social? Justifique.

b) – Uma norma social pode definir o que é certo ou errado? Justifique.

c) – As regras sociais influenciam no comportamento humano? Justifique.

d) – Cite e explique 3 exemplos de normas sociais.

e) – Porque se considera norma social como um standard?

f) – Porque a Sociologia tem usado de forma grandiosa o conceito de norma social?

g) – Qual a relação entre as interações dos indivíduos e as normas sociais?

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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS OU VALORES SOCIAIS

As normas sociais podem ser apresentadas de duas maneiras:

1- Norma Expressa ou explícita: Que se apresenta claramente sem dúvidas ou

ambiguidades. Neste caso as regras estão escritas e não há dúvidas sobre sua existência.

Como por exemplo respeitar as velocidades quando você dirige ou quando sabemos que

não podemos matar alguém.

2- Norma Tácita ou implícita: Uma norma implícita não é escrita, mas os indivíduos

conhecem estas normas, na verdade estão presentes nas representações coletivas.

Desejar um feliz aniversário, cumprimentar, agradecer e ser educado por exemplo.

E AS NORMAS SÃO AS MESMAS NO MUNDO?

Com certeza, não. Um francês, por exemplo, na aula não se pode se referir a um

professor com “você”, como ocorre frequentemente no Brasil. A gente usa o “vous” ou, em

português: “vós”.

No Japão, quando uma pessoa entra numa casa ou num apartamento, ela tem de deixar

os sapatos na entrada do lugar.

As normas sociais variam conforme a localidade. Dentro de um mesmo país é possível

existem diversas normas sociais.

Tanto os valores como as normas não possuem um caráter universal, isto é, variam

no tempo e no espaço.

Quando uma norma social varia no tempo, significa dizer que elas podem ser alteradas ao

passar dos tempos. Dessa forma mediante a evolução da sociedade com o passar dos anos, seus

valores tendem a alterar, seja pela extinção, modificação ou criação.

Dessa mesma forma a variação de uma norma ou valor social no espaço referimos a questão

territorial de um Estado (país) ou até mesmo de uma sociedade (que não se limita a questões

territoriais). O que pode ser considerado como regra para um determinado local pode ser

considerado algo inócuo ou até mesmo inaceitável para outros.

O QUE DIZEM OS SOCIÓLOGOS SOBRE ESTE CONCEITO?

Vários são os sociólogos que buscaram explicar o conceito de norma social, dentre eles

destacam-se, Émile Durkheim e Erving Goffmam,

Segundo Émile Durkheim, a norma social é um fato social que é exterior aos indivíduos e

que se impõe a eles.

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O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir

que exercem poder de coerção sobre o indivíduo.

Segundo Erving Goffman, a norma social se constrói durante a interação social. Se você é

estudante, tem um papel de estudante, então precisa respeitar as normas relativas a este

contexto e atuar no papel de estudante. Para Goffmam cada indivíduo na sociedade possui

um papel que se destacará pela interação entre suas finalidades e comportamento do

indivíduo diante de seu papel.

5ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – O que é uma norma expressa ou explícita?

b) – Em que consiste as normas sociais tácitas ou implícitas?

c) – Explique o pensamento de Eving Goffman sobre a norma social.

d) – O que Émile Durkheim, ensina sobre a norma social?

e) – O que significa dizer que a norma social varia no tempo e no espaço?

f) – Quais são os meios das normas sociais serem alteradas no tempo?

ORDEM E CONTROLO SOCIAL: COMPORTAMENTOS DESVIANTES

Em qualquer sociedade existem comportamentos que se afastam das normas

estabelecidas e que não estão em conformidade com as normas socialmente aceites.

Quando um indivíduo pratica uma conduta que não está de acordo com as regras sociais

denomina-se – comportamentos desviantes.

Comportamentos desviantes: são todas as condutadas que desrespeitam os valores ou

normas sociais impostas por uma localidade, praticada por um sujeito. Este sujeito

recebe o nome de transgressor social.

É importante salientar que os Comportamentos desviantes e crimes não são sinónimos:

o conceito de desvio é mais amplo do que o de crime, pois este último engloba-se no primeiro,

pois muitas vezes o que pode ser considerado crime não é considerado uma norma social oi até

mesmo valores e vice-versa. Os comportamentos desviantes abrangem os comportamentos

desviantes que transgridem a lei e os que não a violam, também denominados de

comportamentos não conformistas que são os comportamentos e atividades de grupos

associados às culturas juvenis que, apresentando alternativas e desenvolvendo ideias novas

em diversas áreas, podem contribuir para transformar a sociedade.

PUNIÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DESVIANTES

As pessoas que não respeitam as normas sociais podem receber sanções com diversos

graus de importância. Se você não respeita a velocidade quando você dirige, você tende

a pagar uma multa. Se você não cede o seu assento no ônibus a uma pessoa idosa, pode

ser que as pessoas presentes no veículo irão olhar com cara feia para você. Muitos

sociólogos falam do carácter instável da norma social. Por exemplo, Émile Durkheim trata do

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conceito “anomia” que é um estado de falta de coesão social entre os indivíduos, culpa de uma

ausência de normas. Depois, tem Howard S. Becker que é o autor do conceito “outsiders”, este

corresponde aos indivíduos que não respeitam as normas sociais.

Os valores, as normas e os comportamentos constituem um quadro de referência de

uma sociedade, garantindo-lhe uma certa estabilidade → ordem social.

A sua manutenção implica que esses mesmos valores, normas e comportamentos sejam

interiorizados e aceites pelos indivíduos. Neste sentido, e para evitar os comportamentos

desviantes, a sociedade exerce um controlo social sobre os seus membros, recorrendo a

mecanismos próprios:

Processo de socialização – contribui não só para a aprendizagem dos valores, das

normas e dos comportamentos do grupo ou da sociedade em que se inserem como

para que os indivíduos aceitem os padrões de comportamento socialmente

definidos, fazendo com que acreditem na sua legitimidade.

SANÇÕES SOCIAIS

Sanções sociais são medidas que se destinam a garantir o cumprimento de regras, numa

sociedade ou Estado.

O grupo de amigos, a família, a pequena comunidade emprega principalmente as

sanções sociais. Estas variam em conformidade com a gravidade da falta. Para os casos piores,

o grupo lança mão de sanções como a renegação, o afastamento e a repulsão do grupo: a

pessoa cujo comportamento se reprova podem encontrar-se isolada, vendo seus amigos se

afastarem, e, às vezes, até sua família; quanto menor a comunidade, mais agudamente esse

isolamento é sentido.

ESPÉCIES DE SANÇÕES SOCIAIS

o Negativas ou punitivas – punições que se podem aplicar quando os indivíduos

não se comportam em conformidade com as normas estabelecidas;

o Positivas ou premiais – recompensas que se podem aplicar os indivíduos se

comportam em conformidade com as normas estabelecidas.

o Formais – quando há um grupo definido de pessoas ou um agente encarregue

de assegurar que um conjunto particular de normas é seguido;

o Informais – reações menos organizadas e mais espontâneas em relação à

inconformidade.

6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:

a) – O que se entende por comportamento desviantes?

b) – O que é um transgressor social?

c) – O que acontece com o sujeito que transgride a norma social?

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d) – Porque não se pode considerar um comportamento desviante como crime?

e) – Em que consistem os comportamentos não conformistas?

f) – Quais são as contribuições do processo de socialização?

g) – O que é uma sanção social?

f) – Diferencie sanções negativas de positivas.

g) – explique as diferenças de sanções formais de sanções informais.