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ESCOLA DE FAMÍLIA – AULA 7
FAMÍLIA: AFETIVIDADE E AFETO
FAMÍLIA: AFETIVIDADE E AFETO
AFETIVIDADE É UM DOM DE DEUS
O mundo afetivo é o lugar da vulnerabilidade, ou seja, pela afetividade o homem é
marcado pela realidade que o circunda, pela presença de outras pessoas cujo contato o
interpela e, consequentemente, provoca-lhe uma reação.
A afetividade é um dom de Deus.
O homem é corpo e alma. O corpo não é apenas uma somatória de massas e tecidos.
O homem possui vontade e liberdade para escolher as coisas, as circunstâncias e os
modos de ação que perpassam a sua afetividade => chamamos de alma ou espírito.
Alma-espiritual unida ao corpo dá ao homem a capacidade de transcender a matéria e
assim perceber o que habita no seu interior, tocar no interior do outro e relacionar-se
com Deus.
A PERCEPÇÃO E A EMOÇÃO
Vida interior do homem, sentimentos, reações e
emoções começam com a percepção das coisas ao seu
redor e como elas o afetam (tocam).
Percepção e emoção: matérias básicas para entender a
vida psíquica do ser humano e sua capacidade de amar.
Percepção: reação dos sentidos às excitações
produzidas pelos objetos materiais. Está intimamente
ligada ao conhecimento que vem pelos sentidos externos
(tato, olfato, visão, paladar, audição) e internos
(memória do objeto).
Pela questão emocional a percepção pode ser mais
duradoura e forte ou fraca e passageira.
Emoção: reação sensorial provocada pelo objeto, onde,
diferentemente da percepção, o que prevalece é o valor
do objeto.
A PERCEPÇÃO E A EMOÇÃO
Está constatado que a emoção quando é provocada
por valores espirituais (bondade, caridade, etc) é bem
mais profunda do que aquela que é provocada ou tem
como objeto valores materiais.
Quando a percepção se une à emoção, o seu objeto
penetra a consciência do homem e grava-se nela com
maior nitidez e ganha mais importância. Isto acontece,
também, no contato entre pessoas de sexo diferente.
Ex: “a primeira impressão”. Aqui começa o amor
humano.
Percepção e emoção são matérias primas para a
afetividade e para os afetos.
AFETIVIDADE E AFETOS
Afetividade: componente básico do conhecimento e
intimamente ligado ao sensorial e intuitivo. Se
manifesta pelo clima de acolhimento, empatia,
inclinação, desejo, gosto, paixão, ternura,
compreensão => para: consigo, os outros e o objeto do
conhecimento.
Facilita a comunicação e promove a união. Envolve
as pessoas e multiplica suas potencialidades.
No âmbito psicológico: indica o conjunto de
sentimentos e das emoções de um indivíduo, além do
caráter assumido por um estado psíquico particular.
O percurso de estruturação dos afetos se dá desde o
nascimento até a maturidade.
AFETIVIDADE E AFETOS
A presença ou ausência do afeto determina a
forma com que um indivíduo se desenvolverá:
quando uma criança recebe afeto de pessoas
significativas, consegue crescer e desenvolver com
segurança e determinação.
Ausência ou pouco afeto gera transtornos:
depressão, fobias, somatizações, ansiedades
generalizadas, homossexualidade, etc.
A afetividade influencia o desenvolvimento
cognitivo e comportamental e norteia a inclinação e
pulsão sexual.
A vida afetiva é composta por dois afetos básicos:
amor e ódio.
AFETO, AMOR E SEXUALIDADE
O afeto é a primeira manifestação de amor que
encontramos na nossa existência. É natural. É imerecido
porque não precisa ter essa ou aquela qualidade para que
alguém afete (ame), ou seja afetado (amado) por uma
outra pessoa. Porém, não é um sentimento irracional.
Não é simples impulso, mas é efetivamente uma procura.
O afeto começa sempre com um primeiro
conhecimento, isso porque ninguém é amado sem ser
conhecido em precedência.
O afeto carrega sempre consigo uma intenção unitiva
que guia as pessoas a procurarem uma posterior união
afetiva. Essa dinâmica é a fonte do amor e, por assim
dizer, o minadouro da sexualidade.
Distúrbios afetivos causam sérios distúrbios na
sexualidade!
O AMOR E A SEXUALIDADE HUMANA
Sexualidade Humana: verdade e significado – Orientações educativas em família, 11
Pontifício Conselho para a Família
A sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que
Deus viu ser “muito bom” quando criou a pessoa humana à sua imagem e
semelhança e “homem e mulher os criou” (Gn 1,27). Enquanto modalidade de
se relacionar e se abrir aos outros, a sexualidade tem como fim intrínseco o
amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e
receber. A relação entre um homem e uma mulher é uma relação de amor:
“A sexualidade dever ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o
único a torná-la verdadeiramente humana”.
AMOR
Deus Caritas est – Bento XVI
Nº 2: “O Termo “amor” tornou-se hoje uma das palavras
mais usadas, e mesmo abusadas, à qual associamos
significados completamente diferentes.[..] Em toda esta
gama de significados, porém, o amor entre o homem e a
mulher [...] sobressai como arquétipo de amor por
excelência, de tal modo que, comparados com ele, à
primeira vista todos os demais tipos de amor se
ofuscam.”
Nº3: “[...] das três palavras gregas relacionadas com o amor – eros,
philia (amor de amizade) e agape – os escritos neotestamentários
privilegiam a última, que na linguagem grega era quase posta de
lado. Quanto ao amor de amizade (philia), este é retomado com um
significado mais profundo no Evangelho de João para exprimir a
relação entre Jesus e seus discípulos. A marginalização da palavra
eros, juntamente com a nova visão do amor que se exprime por meio
da palavra agape, denota, sem dúvida, na novidade do cristianismo,
algo de essencial e próprio em relação à compreensão do amor.”
QUATRO NÍVEIS DE PROFUNDIDADE DA SEXUALIDADE
“SEXO” A
pro
fun
dan
do
EROS
FILIA
AGAPE
Biológico
Interpessoal - amizade
Amor oblativo, doação
Psicológico - desejo
Dimensão corporal
Dim
ensã
o
esp
irit
ual
Subsídio nº 7 – Escola de
Família – Pontifício
Instituto João Paulo II
para estudos sobre o
Matrimônio e Família.
(Pe Raimundo Mário de
Santana)
Italo J. Passanezi Fasanella