escola de engenharia de lorena – eel - sistema...

115
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena – EEL Análise de Risco Simplificada de Tanque de Dissulfeto de Carbono em Planta Industrial Produtiva Lorena 2013

Upload: trinhnhu

Post on 13-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O

Escola de Engenhar ia de Lorena – EEL

Análise de Risco Simplificada de Tanque de Dissulfe to de Carbono

em Planta Industrial Produtiva

Lorena

2013

Juliana Esteves da Silva

ANÁLISE DE RISCO SIMPLIFICADA DE TANQUE DE DISSULFE TO

DE CARBONO EM PLANTA INDUSTRIAL PRODUTIVA

Monografia apresentada à Escola de

Engenharia de Lorena da Universidade

de São Paulo, como requisito para

graduação no curso de Engenharia

Química.

Área de Concentração: Segurança de

Processo

Orientador: Prof. MSc. Antonio Carlos

da Silva

Lorena

2013

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais que priorizaram meus estudos e

reforçaram valores; sempre deram apoio às minhas decisões, que me levaram a

alcançar todos os meus objetivos até agora.

Ao professor orientador, Antonio Carlos da Silva, pelo suporte e

direcionamento durante todo o trabalho.

Aos colegas de trabalho, principalmente ao Engenheiro de Operações –

Guilherme Barbosa, da planta da Dow AgroSciences de Jacareí – que permitiu a

realização deste trabalho, passou conhecimentos e referências em segurança de

processo, e deu suporte para o desenvolvimento deste trabalho.

Da Silva, J. E. Análise de Risco Simplificada de Tanque de Dissulfeto de Carbono em Planta Industrial Produtiva. Monografia para graduação no curso de Engenharia Química – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

RESUMO

As indústrias químicas, petroquímicas e de petróleo apresentam riscos

inerentes, como a utilização e manuseio de produtos inflamáveis, explosivos,

corrosivos e tóxicos que, eventualmente, podem provocar explosões, incêndios e

dispersões tóxicas com graves consequências às pessoas, ao meio ambiente e a bens

materiais. Assim, o uso cada vez mais frequente de tecnologias sofisticadas e

materiais cada vez mais resistentes requer, então, uma abordagem gerencial e

sistêmica ao tratamento dos problemas relativos à perda de confinamento de matéria

e/ou energia. A história contém diversos acidentes com grande impacto na sociedade

e na indústria em geral. Devido às inovações da indústria química com a utilização de

produtos químicos mais complexos, o aumento de pressões de

fornecimento/operação, entre outras, são necessárias também novas tecnologias

para garantir a segurança dos processos. Levando em consideração o histórico de

acidentes de segurança de processo, muitos deles com resultados catastróficos,

ferramentas para análise e gerenciamento dos riscos veem sendo desenvolvidas e

aplicadas cada vez mais amplamente nas indústrias, especialmente químicas. Este

trabalho buscou identificar os riscos intrínsecos de químicos perigosos manuseados

dentro de um processo, analisou estes riscos de maneira a identificar as proteções

necessárias para gerenciamento destes riscos focando a área de maior inventário

destes materiais presentes na planta avaliada. Foram utilizadas as ferramentas F&EI

(Fire and Explosion Index), CEI (Chemical Exposure Index); os índices F&EI e CEI

deram a base para posterior análise dos riscos e das proteções necessárias para o

gerenciamento destes riscos utilizando outra ferramenta chamada LOPA (Layer of

Protection Analysis). Foi demostrado que as ferramentas são adequadas para análise

de risco quantitativa e que a planta encontra-se em níveis aceitáveis de segurança.

Palavras-chave: Análise de Risco, Segurança de Processo, F&EI, CEI, LOPA.

ABSTRACT

The chemical, petrochemical and oil industries present inherent risks, such as

the use and handling of flammable, explosive, corrosive and toxic substances that

eventually can cause explosions, fires and toxic dispersions with serious

consequences to people, the environment and material assets. Thus, the increasingly

frequent use of sophisticated technologies and materials with better resistant requires

a systemic approach to the management and treatment of problems related to loss of

confinement of matter and/ or energy. The story contains several accidents with major

impact on society and the industry in general. Due to innovations in the chemical

industry using more complex chemicals, the increasing the supply/ operation pressure

among others, also new technologies are needed to ensure the safety of processes.

Taking into consideration the history of process safety accidents, many with

catastrophic results, tools for analyzing and managing the risks are being developed

and increasingly widely applied in industries, particularly chemical. This study aimed

to identify the intrinsic hazards of hazardous chemical in a process, analyzed these

risks in order to identify the protections necessary for managing these risks focusing

on the area of greatest inventory of these materials present in the plant evaluated. The

tools F&EI (Fire and Explosion Index), CEI (Chemical Exposure Index) were used;

F&EI and CEI gave the basis for further analysis of the risks and protections needed

to manage these risks by using another tool called LOPA (Layer of Protection

Analysis). It was shown that the tools are suitable for quantitative risk analysis and the

plant is at acceptable safety levels.

Keywords: Risk Analysis, Process Safety, F&EI, CEI, LOPA.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

F&EI Fire and Explosion Index (Índice de Fogo e Explosão)

CEI Chemical Exposure Index (Índice de Exposição Química)

LOPA Análise das Camadas de Proteção (Layer of Protection Analysis)

IPL Camada de Proteção Independente (Independent Protection Layer)

MF Material Factor (Fator do material)

ANSI American National Standard Institute

ASME American Society fo Mechanical Engineers

ASTM American Society for Testing and Materials

NFPA National Fire Protection Association

PTS Permissão de Trabalho Seguro

TF Target Factor (Dow)

BPCS Basic Process Control System (Sistema Básico de Controle de

Processo)

RAST Risk Analysis Screening Tool

CS2 Dissulfeto de Carbono

lb Libras

kg Quilos

s Segundo

min Minuto

h hora

m² metro quadrado

m³ metro cúbico

in polegada

psi libra por polegada quadrada

ton tonelada

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Grau de Risco para F&EI (F&EI Guide, 1994). ........................................ 23

Tabela 2 - Penalidades para explosão de pó (F&EI Guide, 1994). ........................... 32

Tabela 3 - Penalidade para Sistema de Aquecimento por Troca Térmica com Óleo

Quente (F&EI Guide, 1994). ...................................................................................... 44

Tabela 4 - Categorias de acordo com a consequência de um evento (AIChE/CCPS,

2001). ........................................................................................................................ 69

Tabela 5 - Valores típicos de frequência em relação ao evento iniciador (AIChE/CCPS,

2001). ........................................................................................................................ 74

Tabela 6 - Exemplos de IPLs Passivos (AIChE/CCPS, 2001)................................... 78

Tabela 7 - Exemplos de IPLs Ativos (AIChE/CCPS, 2001). ...................................... 79

Tabela 8 – Propriedades Físico-Químicas do Dissulfeto de Carbono (Elekeiroz, 2008).

.................................................................................................................................. 85

Tabela 9 – Dados Toxicológicos do Dissulfeto de Carbono (Elekeiroz, 2008). ......... 86

Tabela 10 - Dados gerais da instalação. ................................................................... 88

Tabela 11 – Resumo Cenário #1 ............................................................................. 102

Tabela 12 – Resumo Cenário #2 ............................................................................. 104

Tabela 13 – Resumo Cenário #3 ............................................................................. 106

Tabela 14 – Resumo Cenário #4 ............................................................................. 108

Tabela 15 – Resumo Cenário #5 ............................................................................. 110

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fluxograma do Gerenciamento de Riscos (FLORENCE, 2005). ............... 15

Figura 2 - Explosão em fábrica da Carbide Industries em 2011 (CSB, 2013) ........... 16

Figura 3 - Imagem ilustrativa da solda (CSB, 2013). ................................................. 17

Figura 4 - Mangueira de aço que rompeu (CSB, 2013). ............................................ 18

Figura 5 - Planta de Veolia após explosão (CSB, 2013). .......................................... 19

Figura 6 - Fotos da explosão na planta da West Fertilizer (TA, 2013). ..................... 20

Figura 7 – Bombeiros tentam controlar incêndio em São Francisco do Sul (TvFolha,

2013). ........................................................................................................................ 20

Figura 8 - Penalidade de pressão para líquidos inflamáveis e combustíveis (F&EI

Guide, 1994). ............................................................................................................. 33

Figura 9 - Líquidos ou gases no processo (F&EI Guide, 1994). ................................ 36

Figura 10 - Esquema típico de instalação (CEI Guide, 1993). .................................. 49

Figura 11 - Possíveis cenários de vazamento (CEI Guide, 1993). ............................ 50

Figura 12 – Comportamento típico para vazamento (CEI Guide, 1993). ................... 50

Figura 13 - CEI versus Quantidade Vaporizada (AQ) (CEI Guide, 1993). ................. 58

Figura 14 - CEI para alguns químicos em cenário de vazamento com 2 polegadas de

diâmetro (CEI Guide, 1993)....................................................................................... 59

Figura 15 – Camadas de defesa contra um possível acidente (AIChE/CCPS, 2001).

.................................................................................................................................. 61

Figura 16 – Fluxograma do LOPA (AIChE/CCPS, 2001). ......................................... 63

Figura 17 – Os Passos do LOPA (AIChE/CCPS, 2001). ........................................... 64

Figura 18 - Consequência típica para um vazamento de material inflamável/ tóxico

(AIChE/CCPS, 2001). ................................................................................................ 67

Figura 19 - Fluxograma método LOPA (AIChE/CCPS, 2001). .................................. 71

Figura 20 - Possíveis eventos iniciadores (AIChE/CCPS, 2001). .............................. 73

Figura 21 - Fluxograma LOPA (AIChE/CCPS, 2001). ............................................... 76

Figura 22 - Fluxograma do armazenamento de Dissulfeto de Carbono. ................... 90

Figura 23 - Imagem ilustrativa da ferramenta interna utilizada para análise (Dow RAST,

2012). ........................................................................................................................ 92

Figura 24 - Target Factor versus Consequência (Dow CHEF, 2012). ....................... 94

Figura 25 - Imagem ilustrativa do resultado do cálculo para F&EI (Dow RAST, 2012).

.................................................................................................................................. 95

Figura 26 - Imagem ilustrativa do resultado do cálculo para CEI (Dow RAST, 2012).

.................................................................................................................................. 98

Figura 27 – Valores de ERPG para Dissulfeto de Carbono (CEI Guide, 1993). ........ 99

Figura 28 – Simulação ilutrativa para cenário #1. ................................................... 103

Figura 29 – Simulação ilustrativa para cenário #2. .................................................. 105

Figura 30 – Simulação ilustrativa para cenário #3. .................................................. 107

Figura 31 – Simulação ilustrativa para cenário #4. .................................................. 109

Figura 32 – Simulação ilustrativa para cenário #5. .................................................. 111

Figura 33 – Resumo geral da análise do LOPA. ..................................................... 112

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11

1.1 Objetivos ......................................... ........................................................ 12

1.1.1 Objetivo Geral .................................... ............................................. 12

1.1.2 Objetivos Específicos ............................. ....................................... 12

1.2 Justificativa ..................................... ........................................................ 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................. ........................................... 14

2.1 Definição de Risco ................................ .................................................. 14

2.2 Gerenciamento de Riscos ........................... ........................................... 14

2.3 Acidentes Recentes de Segurança de Processo ....... .......................... 15

2.4 Índice de Fogo e Explosão – F&EI .................. ...................................... 21

2.4.1 Cálculo do F&EI ................................... ........................................... 22

2.5 Índice de Exposição Química – CEI ................. ..................................... 46

2.5.1 Cálculo do CEI .................................... ............................................ 46

2.6 Análise das Camadas de Proteção – LOPA ............ ............................. 60

2.6.1 O que é o LOPA? ................................... ......................................... 60

2.6.2 O que o LOPA faz? ................................. ........................................ 62

2.6.3 Como o LOPA funciona .............................. ................................... 63

3 METODOLOGIA ....................................... .................................................... 84

3.1 Propriedades do Dissulfeto de Carbono (CS2) ....... ............................. 85

3.2 Aplicabilidade das Ferramentas .................... ........................................ 86

3.3 Coleta dos dados operacionais ..................... ........................................ 87

3.4 Aplicação de Ferramenta Interna (RAST) ............ ................................. 91

3.4.1 Dow LOPA Target Factor como estimativa de consequên cia .... 92

3.4.2 Fator Dow de Projeto .............................. ....................................... 94

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................... ...................................... 95

4.1 Resultado do Cálculo do F&EI dado pela ferramenta . ........................ 95

4.1.1 Cálculo do Fator de Dano para o Tanque de CS 2 ........................ 97

4.2 Resultado do Cálculo do CEI dado pela ferramenta .. .......................... 97

4.3 Escolha de piores cenários do LOPA ................ ................................. 100

4.3.1 Análise das Camadas de Proteção (LOPA) ............ .................... 101

4.3.2 Resumo da Análise dos Cenários do LOPA ............ .................. 112

5 CONCLUSÃO ......................................... .................................................... 113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ ........................................... 114

11

1 INTRODUÇÃO

Muitos esforços têm sido feitos no sentido de prevenir acidentes e mitigar

suas consequências. No setor industrial, as companhias têm procurado meios de

operar com segurança e qualidade, demonstrando a importância de um

gerenciamento de segurança proativo, que tenha como foco a prevenção.

Incêndios e dispersões tóxicas, estes dois envolvendo combustão de

produtos químicos e formação de plumas de produtos tóxicos, segundo dados do

MARS e do MHAB/JRC, das Comunidades Europeias, estiveram presentes em

98,4% dos 121 acidentes industriais catastróficos registrados.

Existem diversas técnicas atualmente utilizadas para a identificação e

análise de riscos, algumas mais voltadas para estágios iniciais do projeto e outros

para estágios mais avançados. O objetivo é determinar os perigos, prever os

cenários acidentais e julgar se os mecanismos de segurança existentes são

capazes de garantir o nível de risco aceitável pela companhia e pelos órgãos

reguladores locais.

Desde a primeira edição do guia para classificação de risco “Fire &

Explosion Index Hazard Classification Guide” em 1964, criado pela empresa Dow

Química (The Dow Chemical Company), o Índice de Fogo e Explosão (Fire and

Explosion Index – F&EI) evoluiu através dos 29 anos a um complexo índice que

indica um valor relativo de risco para perdas de uma unidade de processo individual

devido a potenciais explosões e fogo. O propósito primordial do F&EI é servir como

um guia para seleção de métodos de proteção.

Este índice tem sido amplamente usado na Dow e fora dela. Este é o índice

de perigo principal reconhecido pela indústria química. O F&EI atual fornece

informação chave para ajudar a avaliar o risco total para fogo e explosão e é uma

das mais utilizadas para avaliação do potencial de equipamentos de processo e

seu conteúdo.

Como resultado de vários incidentes petroquímicos ocorridos em meados

de 1980, o Índice de Exposição Química (Chemical Exposure Index - CEI) foi

desenvolvido e publicado internamente na Dow Química (The Dow Chemical

12

Company) em Maio de 1986. Juntamente com o Índice de Fogo e Explosão (F&EI),

estes dois guias têm servido como um fator para avaliar o perigo potencial de

instalações ou mudanças em instalações.

O CEI e o F&EI foram tornados disponíveis para todas as partes

interessadas através do Instituto Americano de Engenheiros Químicos (AIChE). De

fato vários países fazem referência ao F&EI e CEI em seus respectivos

regulamentos.

A análise dos cenários que poderiam levar a possíveis acidentes de

segurança de processos e suas respectivas camadas de prevenção e proteção

utilizando a ferramenta LOPA finalizou o trabalho.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho teve por objetivo caracterizar a matéria-prima dissulfeto de

carbono em relação a sua periculosidade (inflamabilidade/ toxicidade) presente em

uma planta de fabricação de fungicida baseando-se em dados físico-químicos dos

mesmos com posterior identificação e análise qualitativa dos riscos da instalação

do tanque de dissulfeto de carbono, focando na área de estocagem de produtos

perigosos, bem como seu gerenciamento utilizando ferramentas específicas.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para realizar esta análise o processo foi estudado focando identificar os

riscos associados à substância mais perigosa manuseada (CS2), realizado

levantamento de dados de equipamentos, operacionais e da planta que foram

utilizados no cálculo dos índices F&EI e CEI a partir de suas respectivas

ferramentas; este gerou índices numéricos a partir de dados de instalação e

operacionais dos equipamentos. Em uma segunda fase do estudo, utilizando-se

das informações coletadas e geradas na primeira fase, uma análise de risco

simplificada foi realizada utilizando a ferramenta LOPA.

13

1.2 Justificativa

O desenvolvimento tecnológico possibilitou a operação a altas pressões e

temperaturas, com substâncias mais reativas e perigosas, fornecendo ao mercado

consumidor maior número de produtos e com maior qualidade. Por outro lado,

essas características trouxeram maiores problemas de segurança às instalações;

ou seja, observou-se aumento no número e severidade dos acidentes. Estes

acidentes podem ser causados por falhas na integridade física de equipamentos,

caracterizado por rupturas, vazamentos ou descontroles operacionais que leva a

perda de contenção de produtos perigosos e a consequência como incêndios,

explosões e intoxicações; estes tipos de acidentes são classificados como

acidentes de Segurança de Processo.

Este tipo de acidente, de Segurança de Processo, é focado em eventos

com maior capacidade de dano e, portanto, maior criticidade. Historicamente há

diversos casos de acidentes de processo que causaram grandes tragédias. De 23

investigações realizadas pela CSB (Chemical Safety Board, 2013), a falha na

análise de perigos foi identificada como causa de 12.

Este trabalho serviu de contribuição para trabalhos voltados à segurança

de processo para a planta de Dithane - Jacareí do negócio Dow AgroSciences da

empresa Dow Química (The Dow Chemical Company).

14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Definição de Risco

Há uma grande confusão sobre os conceitos utilizados para a definição de

risco e perigo, normalmente empregados para representar algo que pode gerar

algum tipo de dano. Contudo, seus significados são completamente distintos.

Perigo é uma fonte potencial de dano, como, por exemplo, um choque elétrico

produzido por um equipamento durante procedimento cirúrgico. O risco é um valor

estimado que leva em consideração a probabilidade de ocorrência de um dano e a

gravidade de tal dano (FLORENCE, 2005).

Apesar de não haver uma definição geral e definitiva, o risco pode ser

considerado como a medida da probabilidade e da severidade de um efeito adverso

para a vida, para a saúde, para os bens materiais ou para o ambiente. Em geral, o

risco é estimado através da conjugação de três elementos básicos: (i) cenário, (ii)

probabilidade de ocorrência do evento e (iii) pelas conseqüências associadas.

Assim, o risco depende da probabilidade de ruptura, bem como das suas

consequências (PARDO, 2009).

2.2 Gerenciamento de Riscos

A Gestão de Riscos pode ser definida como o conjunto de procedimentos

que visa controlar, monitorar e hierarquizar os riscos associados aos projetos e

obras. Nesse sentido, a gestão de riscos identifica e quantifica os riscos e

consequências (PARDO, 2009).

Corresponde ao processo de controle de riscos compreendendo a

formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos

que tem como principal objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos, bem como

manter uma instalação operando dentro dos padrões de segurança considerados

toleráveis ao longo de sua vida útil (ESTEVES, 2004).

15

O controle de riscos no gerenciamento é efetivado através de uma Técnica

de Análise de Riscos – ferramentas empregadas na identificação, avaliação e

recomendações aplicadas para instalações industriais ou outras atividades que

possam gerar riscos.

Figura 1- Fluxograma do Gerenciamento de Riscos (FLORENCE, 2005).

2.3 Acidentes Recentes de Segurança de Processo

A fim de ilustrar a importância de investimentos em segurança de

processos, incluindo análises e avaliações de risco, será mostrado alguns

acidentes recentes de segurança de processo em plantas químicas.

16

Explosão em fábrica da Carbide Industries

Figura 2 - Explosão em fábrica da Carbide Industries em 2011 (CSB, 2013)

Ocorreu uma grande explosão nas Indústrias Carbide que matou dois

trabalhadores e feriu outros dois em Março de 2011, resultado de uma falha da

empresa em investigar explosões similares porém menores ao longo dos anos

enquanto adiava uma manutenção crucial de um grande forno elétrico que explodiu,

de acordo com relatório final do Conselho de Segurança Química Americano (CSB)

(CSB, 2013).

As mortes e ferimentos provavelmente resultaram de um vazamento de

água para dentro do arco elétrico do forno causando um evento de sobrepressão,

lançando o conteúdo do forno aquecido a aproximadamente 3800 graus

Fahrenheit. Juntamente com o carbonato de cálcio derretido, o forno expeliu

detritos de pó e gases quentes, que explodiu através do painel duplo de vidro

reforçado da sala de controle que estava localizada a apenas 12 pés acima do

venteio do forno. Os dois trabalhadores que estavam dentro da sala morreram em

24 horas por queimaduras graves (CSB, 2013).

17

Explosão com Trabalho à Quente na DuPont

Figura 3 - Imagem ilustrativa da solda (CSB, 2013).

Em Novembro de 2010 dois contratados estavam soldando o topo de um

tanque de pasta de 10,000 galões quando faíscas ignitaram vapores inflamáveis

dentro do tanque, causando uma explosão que matou um contratado e feriu

seriamente outro (CSB, 2013).

No relatório da CSB, deficiências foram encontradas no processo de

liberação de permissão de trabalho seguro (PTS) e procedimentos que

contribuíram para o acidente. Os contratados estavam soldando o topo de um

tanque de polímero em pasta de 10,000 galões na área de processo quando faíscas

ignitaram vapor inflamável de fluoreto de vinila que havia se acumulado dentro do

tanque, provocando uma explosão. O empregado DuPont que assinou a liberação

(PTS) de trabalho à quente não tinha conhecimento do processo em que o tanque

estava conectado e seus riscos associados. Apesar de tanque a ser soldado estar

bloqueado do processo, uma linha de “overflow” entre o tanque adjacente continuou

conectado, permitindo acúmulo de vapor inflamável dentro do tanque onde a solda

estava sendo feita (CSB, 2013).

18

Vazamento Tóxico em planta da DuPont

Figura 4 - Mangueira de aço que rompeu (CSB, 2013).

Em 23 de Janeiro de 2010, houve um vazamento de fosgênio altamente

tóxico, expondo um operador experiente na planta da DuPont em Belle, West

Virginia e resultando em sua morte um dia depois. Uma mangueira de aço trançado

conectado a um tanque de uma tonelada de fosgênio rompeu repentinamente,

liberando fosgênio para o ar. Um operador que foi exposto ao químico foi

transportado para o hospital, onde morreu no dia seguinte. O fosgênio liberado

causou dois outros acidentes na mesma planta na mesma semana, incluindo um

vazamento de clorometano da unidade F3455, que não foi detectado por vários

dias, e um vazamento na unidade de ácido sulfúrico. A planta anunciou durante o

final de semana que um número de unidades de processo seriam fechadas

imediatamente para verificações de segurança (CSB, 2013).

A série de acidentes começou em 22 de Janeiro de 2010 quando um alarme

soou levando operadores a descobrir que 2,000 libras de clorometano, um gás

tóxico e extremamente inflamável, havia vazado sem conhecimento para a

atmosfera por cinco dias. Na manhã seguinte, trabalhadores descobriram um

vazamento em uma tubulação de ácido sulfúrico concentrado (oleum), produzindo

uma nuvem de trióxido de enxofre. O vazamento de fosgênio ocorreu no dia

seguinte, e o trabalhador exposto morreu no fim da tarde do dia seguinte no hospital

(CSB, 2013).

A mangueira de fosgênio que rompeu em frente ao trabalhador deveria ser

trocada pelo menos a cada mês. Mas a mangueira que falhou estava em serviço

19

por sete meses. Além disso, o tipo de mangueira envolvida no acidente era

suscetível à corrosão por fosgênio (CSB, 2013).

Fogo e Explosão de Vapores Inflamáveis em Veolia Se rviços Ambientais

Figura 5 - Planta de Veolia após explosão (CSB, 2013).

Após um ciclo normal do processo de recuperação do solvente

tetrahidrofurano (THF) na planta de Veolia, o operador da unidade inicia uma

parada rotineira. Ao final o processo requer uma ventilação de nitrogênio pelas

linhas de circulação para limpeza, antes de fechar as válvulas. No momento da

parada, testemunhas reportam ter ouvido um som repentino, vazamento de vapor

barulhento e odor muito forte de solvente THF que levou vários empregados à

ajoelharem. Foi questão de alguns minutos para o vapor extremamente inflamável

explodisse. O vapor espalhou-se pelo laboratório e prédio de operações e

encontrou uma fonte de ignição dentro do prédio. Um trabalhador na sala de

controle reportou ser envolvido por uma bola de fogo que passou pelo prédio (CSB,

2013).

O acidente ocorreu em Maio de 2009. A explosão feriu seriamente dois

trabalhadores e danificou 20 residências e 5 negócios das redondezas. Os

investigadores da CSB notaram que a parede norte do laboratório e prédio de

operações – onde as vítimas foram atingidas – ficava a menos de 30 pés da área

de processo de recirculação de resíduo onde vapores inflamáveis foram liberados

(CSB, 2013).

20

Explosão em Planta de Fertilizante (West Fertilizer ) no Texas

Figura 6 - Fotos da explosão na planta da West Fertilizer (TA, 2013).

Em Abril de 2013 ocorreu uma explosão massiva em uma planta de

estocagem e distribuição de fertilizantes matou 15 e feriu centenas (CSB, 2013). O

evento envolvendo Nitrato de Amônio danificou ou destruiu também dúzias de

casas, negócios e prédios públicos na comunidade do norte de Waco (YN, 2013).

As investigações ainda não foram concluídas. O impacto foi tão poderoso que

sismógrafos registraram um tremor de 2.1 de magnitude (TA, 2013).

Incêndio em Armazém de Fertilizantes (Global Logíst ica) em Santa Catarina

Figura 7 – Bombeiros tentam controlar incêndio em São Francisco do Sul (TvFolha, 2013).

Uma nuvem de fumaça começou a ser formada por volta das 23h da terça-

feira (24/10/2013), quando iniciou um incêndio em um depósito de fertilizante da

empresa Global Logística, no terminal marítimo de São Francisco do Sul (Estadão,

2013).

21

A fumaça contém nitrato de amônia, difosfato de amônia e cloreto de

potássio, e pode provocar irritação nos olhos, dor de garganta e tontura. A

Prefeitura de São Francisco do Sul divulgou uma nota oficial afirmando não haver

feridos graves na cidade. Entretanto, cerca de 70 pessoas foram atendidas na rede

de saúde do município e 150 famílias foram retiradas de suas casas pela Defesa

Civil, para evitar exposição à fumaça (Estadão, 2013).

2.4 Índice de Fogo e Explosão – F&EI

O Sistema de Análise de Risco de Fogo e Explosão é uma avaliação passo-

a-passo de fogo, explosão e potencial reativo de equipamentos de processo e seu

conteúdo. As medições quantitativas utilizadas na análise são baseadas em dados

históricos de perda, o potencial energético do material sob estudo, e a extensão

que seja aplicado à práticas de prevenção a perdas (F&EI Guide, 1994).

O propósito do sistema F&EI é para:

1. QUANTIFICAR o dano esperado de potencial fogo, explosão e incidentes de

reatividade em termos reais.

2. IDENTIFICAR equipamentos que seriam prováveis a contribuir com criações ou

intensificação de um incidente.

3. COMUNICAR o potencial risco F&EI para gerenciamento.

Por trás de todos os números, gráficos e figuras, se esconde o objetivo

mais importante do Sistema F&EI – fazer o engenheiro ciente do potencial de perda

de cada área de processo e ajudá-lo a identificar maneiras de diminuir a severidade

e o montante de incidentes potenciais de maneira eficiente e custo efetivo (F&EI

Guide, 1994).

A avaliação por asseguradoras de exposições potenciais são tipicamente

baseadas no pior incidente imaginável. Eles podem antecipar, por exemplo, que os

conteúdos completos de um reator poderiam vaporizar instantaneamente e ignitar;

e suas estimativas de perda do seguro, que são determinados em parte por um tipo

de análise, podem ser extremamente grandes. De um ponto de vista realístico, este

caso de situação é raro (F&EI Guide, 1994).

22

O sistema F&EI da Dow tenta determinar a máxima perda real que pode

ocorrer a uma planta de processo (ou unidade de processo) ou planta relacionada

– uma perda que poderia realmente ser experimentada sob condições mais

adversas de operação. O cálculo é baseado em dados quantificáveis. Taxas finitas

de vazamento, temperatura de processo em relação ao ponto de ebulição, “flash

point” e reatividade do material são apenas alguns de muitos contribuintes para um

provável incidente (F&EI Guide, 1994).

Apesar de o sistema F&EI ser desenhado principalmente para qualquer

operação em que um material inflamável, combustível ou reativo seja estocado,

manuseado ou processado, ele pode ser utilizado também para analisar o potencial

de perda para plantas de tratamento de resíduos, sistemas de distribuição, linhas

de processo, transformadores, caldeiras, entre outros. O sistema pode ser utilizado

também para avaliações de pequenos processos com inventários modestos com

materiais potencialmente perigosos; sua aplicação para plantas piloto é altamente

recomendada. O sistema pode ser aplicado em manuseio de um mínimo de 1000

lb (454 kg) de um material inflamável ou reativo (F&EI Guide, 1994).

Uma palavra de cuidado está em função daqueles que planejam utilizar o

sistema F&EI para avaliações de risco de plantas. Bom senso e bom julgamento

devem ser utilizados durante o cálculo atual e na interpretação dos resultados.

Perigos de processo que contribuem para a magnitude e probabilidade das perdas

são quantificados como “penalidades” para fornecer fatores para computar. Nem

toda penalidade pode ser aplicável para uma situação em especial e talvez algumas

tenham que ser ajustadas (F&EI Guide, 1994).

Uma planilha de Excel foi desenvolvida para facilitar o cálculo do F&EI e

outras informações para análise de risco.

2.4.1 Cálculo do F&EI

O cálculo Índice de Fogo e Explosão é utilizado para estimar o dano que

poderia provavelmente resultar de um incidente em uma planta de processo. Os

vários fatores contribuintes, como o tipo de reação, temperatura de processo,

pressões, quantidades de combustível, etc., indica a probabilidade e magnitude

23

potencial de uma liberação de um combustível ou energia resultando de uma falha

de controle de processo, falha de equipamento ou vibração ou outras fontes de

fadiga (F&EI Guide, 1994).

Efeitos de fogo e/ou explosão combustível/ar, seguindo o vazamento de um

material inflamável e sua ignição, são categorizados de acordo com as causas

imediatas:

a. Uma onda de explosão (“blast wave”) ou deflagração,

b. Exposição de fogo do vazamento original,

c. Impacto na tubulação e equipamento de explosão de vaso,

d. Outras liberações de combustível como eventos secundários.

Os eventos secundários se tornam mais significantes com o aumento do

Fator de riscos da unidade de processo e do Fator Material.

O F&EI é produto do Fator de risco da unidade de processo (F3) e Fator

Material (MF). O F&EI será relacionado com o Raio de Exposição posteriormente.

A Tabela 01 é uma lista dos valores de F&EI versus uma descrição do grau

de risco que dá uma ideia relativa da severidade do F&EI (F&EI Guide, 1994).

Tabela 1 - Grau de Risco para F&EI (F&EI Guide, 1994).

Índice do F&EI Grau do Risco

1 – 60 Leve

61 – 96 Moderado

97 – 127 Intermediário

128 – 158 Alto

159 – maior Severo

2.4.1.1 Determinação do Fator Material

O Fator Material (Material Factor - MF) é valor básico inicial na computação

do F&EI e outros valores de análise de risco. O MF é uma medida da taxa intrínseca

da energia potencial liberada por um fogo ou explosão produzida por combustão

ou reação química (F&EI Guide, 1994).

24

O MF é obtido da classificação de inflamabilidade e instabilidade de acordo

com NFPA 704. Geralmente, a classificação de inflamabilidade e instabilidade são

para temperatura ambiente. É reconhecido que os riscos de fogo e de reação de

um material aumentam acentuadamente com a temperatura. O risco de fogo de um

líquido combustível em uma temperatura acima de seu “flash point” é equivalente

ao de um líquido inflamável a temperatura ambiente. Taxas de reação também

aumentam muito acentuadamente com a temperatura. Se a temperatura do

material em que o MF é baseado acima de 60°C, um certo ajuste pode ser

necessário (F&EI Guide, 1994).

Há uma lista interna de MFs com um grande número de compostos

químicos e materiais, e estes serão utilizados na maior parte dos casos. Se o

material não estiver listado, a classificação de inflamabilidade e instabilidade pode

ser encontrado no NFPA 325M ou NFPA 49 com ajuste de temperatura, se

apropriado, e utilizado com a Tabela 1 para determinar o MF. Se o material é um

pó combustível, utilize o “Dust Hazard Class Number” (St number) em vez da

classificação de inflamabilidade (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.2 Riscos Gerais de Processo

Riscos de Processo Gerais são fatores que desempenham uma função

primária na determinação da magnitude de um incidente com perda.

Seis itens são listados como riscos contribuintes que são aplicáveis para a

maior parte das situações de processo. Apesar de não ser necessário penalizar

para cada parte desta sessão, estes itens tem desempenhado historicamente

grandes papéis em incidentes de fogo e explosão, e avaliação cuidadosa de uma

Unidade de Processo particular em questão é de extrema importância (F&EI Guide,

1994).

Lembre-se, para avaliar o risco de exposição de qualquer Unidade de

Processo realisticamente, cada Risco de Processo Geral deve ser aplicado sob as

condições normais de operação mais perigosas que pode ocorrer durante a

25

associação de um Fator Material específico com a Unidade de Processo a ser

analisada (F&EI Guide, 1994) .

2.4.1.2.1 Reações Químicas Exotérmicas

Dê esta penalidade somente se a Unidades de Processo em questão é um

reator em que uma reação química ocorre. Os riscos de reatividade do material

sendo avaliado é inerente ao MF (F&EI Guide, 1994).

1. EXOTERMIA BRANDA requer penalidade de 0.30.

Exemplos incluem: hidrogenação, hidrólise, isomerização, sulfonação,

neutralização.

2. EXOTERMIA MODERADA requer penalidade de 0.50.

Exemplos incluem: alquilação, esterificação, oxidação, polimerização,

condensação.

3. EXOTERMIA CRÍTICA PARA CONTROLAR requer penalidade de

1.00.

Estas são uma classe de reações em que um potencial significante de fogo

e explosão poderia existir se o controle fosse perdido. Exemplo: halogenação.

4. EXOTERMIA PARTICULARMENTE SENSÍVEIS, que são reações

exotérmicas bastante perigosas, requer penalidade de 1.25. Exemplo: Nitração.

2.4.1.2.2 Processos Endotérmicos

Uma penalidade de 0.20 é dado para um processo endotérmico em um

reator. Nota: Esta penalidade se aplica unicamente para reatores. Quando a

energia absorvida em um processo endotérmico fornecido pela combustão de um

sólido, líquido ou gás combustível, a penalidade aumenta para 0.40. Exemplos

incluem: Calcinação, eletrólise, pirólise (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.2.3 Manuseio e Transferência de Material

26

Este item é avaliado considerando o potencial de fogo envolvendo a

Unidade de Processo pertinente durante o manuseio, transferência e estocagem

de materiais (F&EI Guide, 1994).

Qualquer operação de carregamento ou descarregamento envolvendo

inflamáveis Classe I ou GNV onde as linhas de transferência são conectadas e

desconectadas recebem penalidade de 0.50 (F&EI Guide, 1994).

1. Onde a introdução de ar durante adição manual de alguns

ingredientes em centrífugas, reatores em batelada ou misturas em batelada podem

criar um risco de inflamabilidade ou reatividade, uma penalidade de 0.50 é aplicada.

Nota: Esta penalidade é aplicada mesmo o equipamento sendo ou não

inertizado.

2. Graduações de penalidades baseadas em riscos de fogo de materiais

são aplicados à armazéns de estocagem ou local de armazenagem de diversos

itens.

a. Uma penalidade de 0.85 é aplicado para líquidos ou gases

inflamáveis classificados como 3 ou 4 para inflamabilidade. Esta categoria inclui

tambores, cilindros, containers portáteis e recipientes aerossol.

b. Uma penalidade de 0.65 é aplicada para sólidos combustíveis

com classificação 3 para inflamabilidade.

c. Uma penalidade de 0.40 é aplicada para sólidos combustíveis

com classificação 2 para inflamabilidade.

d. Uma penalidade de 0.25 é dada à líquidos combustíveis (flash

point em vaso fechado acima de 37.8 °C e abaixo de 60 °C.

Se qualquer um dos itens acima são estocados sem sprinklers, adicione

0.20 na penalidade. Esta área não considera tanques de estocagem normais (F&EI

Guide, 1994).

2.4.1.2.4 Unidades de Processo Fechadas ou Cobertas

A manutenção de construções livremente ventiladas e abertas para áreas

em que líquidos e gases inflamáveis são processados irão permitir dissipação

27

rápida de qualquer liberação de vapores, desse modo reduzindo o potencial de

explosão da unidade. Coletores de poeira e filtros deveriam também estar

localizados em uma área aberta longe de outros equipamentos (F&EI Guide, 1994).

Uma área fechada é identificada como qualquer área com teto com três ou

mais lados ou uma área cercada por uma estrutura em teto com paredes em todos

os lados (F&EI Guide, 1994).

Mesmo que a ventilação mecânica seja devidamente projetada não é tão

efetivo quanto construção aberta; mas se um Sistema mecânico de ventilação é

projetado de tal maneira que todos os inflamáveis são coletados e dispersados, a

penalidade pode ser reduzida (F&EI Guide, 1994).

As categorias de penalidades seguem:

1. Quando filtros de pó ou coletores são estão localizados dentro de

espações fechados, uma penalidade de 0.50 é aplicada.

2. Qualquer processo em que líquidos inflamáveis são manuseados em

temperaturas acima de seu ponto de fulgor em um espaço fechado

recebe uma penalidade de 0.30. Para quantidades de líquidos acima de

10M lb., uma penalidade de 0.45 é usada.

3. Qualquer processo em que gás de petróleo liquefeito (LPG) ou qualquer

líquido inflamável em temperaturas acima de seu ponto de ebulição são

manuseados em um local fechado requer uma penalidade de 0.60. Para

quantidades de líquido acima de 4,535 kg (3.8 m³), uma penalidade de

0.90 é usada.

4. Onde há instalação com projeto apropriado de ventilação mecânica, as

penalidades listadas acima em 1. e 3. Pode ter redução de 50%.

2.4.1.2.5 Acesso

Equipamento de emergência deve estar prontamente acessíveis à área

da Unidade de Processo. Acesso por pelo menos dois lados é considerado

“Requisito Mínimo”. Considerações fortes devem ser feitas à esta penalidade para

Unidades de Processo maiores localizadas em áreas fechadas (F&EI Guide, 1994).

28

Pelo menos um dos acessos deve ser por uma rodovia. Um bocal monitor

que permaneceria facilmente acessível e operacional durante um fogo poderia ser

considerado um segundo acesso (F&EI Guide, 1994).

Todas as áreas de processo acima de 925 m² não tendo acesso adequado

recebem uma penalidade de 0.35. Todos os armazéns acima de 2,312 m² não

tendo acesso adequado recebem uma penalidade de 0.35 (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.2.6 Controle de Drenagem e Vazamento

Esta sessão lista penalidades por condições de operação que podem

causar grandes vazamentos de líquidos inflamáveis e combustíveis que seriam

retidos ao redor ou perto de equipamentos de processo. Projeto inadequado de

drenagem tem sido um fator contribuinte em um grande número de perdas

envolvendo vazamentos de líquido (F&EI Guide, 1994).

Estas penalidades são aplicadas somente se a Unidade de Processo tem

flash point abaixo de 60°C ou se o material é processado acima de seu flash point

(F&EI Guide, 1994).

Seleção da penalidade:

a. Contenção, que é projetado para prevenir um vazamento de ir para

outras áreas mas expõe todos os equipamentos dentro do dique, recebe

penalidade de 0.50.

b. Geralmente, uma área plana ao redor da unidade de processo

possibilitará que o vazamento se espalhe, expondo grandes áreas ao fogo se

ignitado. Uma penalidade de 0.50 é requerida nesta situação.

c. Uma contenção que cerca três lados de uma área e direciona o

vazamento para uma bacia de captação ou uma vala de drenagem não exposta

não recebe penalidade se seguir o seguinte critério:

i. Mínimo de 2% de declive para superfícies de terra ou 1% para

superfícies rígidas.

29

ii. Distância do equipamento para o ponto mais próximo da bacia ou da

vala de 15 m. Esta distância pode ser reduzida se parece de incêndio está

instalada.

iii. A bacia de contenção deve ter capacidade suficiente.

Se o critério acima é parcialmente cumprido, uma penalidade de 0.25 pode ser

aplicada.

d. Se uma bacia ou vala expõe linhas de utilizadas ou não atende os

requerimentos de distância, uma penalidade de 0.50 é aplicada.

De maneira geral, drenagem excelente é requerida para que penalidades

sejam evitadas (F&EI Guide, 1994).

Uma vez que todos os riscos de processo foram avaliados, um cálculo deve

ser feito com a soma do fator base e todos os fatores de penalidade aplicados nesta

sessão em Riscos de Processo Gerais. O total deve ser inserido na caixa chamada

“General Process Hazards Factor (F1)” ou “Fator de Risco de Processo Geral (F1)”

no formulário F&EI (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3 Riscos Especiais de Processo

Riscos de processo especiais são fatores que contribuem principalmente

para a probabilidade de um incidente com perda. Eles consistem em condições

específicas de processo que tem se mostrado ser as principais causas de

incidentes com fogo e explosão. São doze itens listados nesta sessão (F&EI Guide,

1994).

2.4.1.3.1 Material(ais) tóxico(s)

Materiais tóxicos podem complicar a resposta do pessoal de

emergência, reduzindo assim sua habilidade para investigar ou mitigar o dano

durante um incidente. Use 0.20 x Classificação para Saúde como penalidade. Para

misturas, use o componente com maior Classificação para Saúde (F&EI Guide,

1994).

30

A Classificação para Saúde do material é definido na NFPA 704 ou dado

pela NFPA 325M ou NFPA 49 (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.2 Pressão Sub-Atmosférica

Esta sessão específica aplica-se para uma condição de processo onde um

vazamento de are m um Sistema cria um perigo. Um perigo pode resultar do

contato do ar com um material sensível à umidade ou à oxigênio ou para formação

de misturas inflamáveis através da introdução de ar. Esta penalidade é aplicada

somente se a pressão absoluta é menor que 500mmHg (equivalente a 10inHg de

vácuo). A penalidade é 0.50 (F&EI Guide, 1994).

Se a penalidade é aplicada, não duplique ou repita a penalidade na Sessão

C abaixo, “Operação no range de inflamabilidade ou próxima deste”, ou na Sessão

E, “Pressão de Alívio” (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.3 Operação na faixa de inflamabilidade ou p róxima deste

Há certas condições de operação que pode causar entrada de ar que e ser

arrastado para o Sistema. A introdução ou entrada de ar poderia levar a formação

de mistura inflamável e criar um risco. Esta sessão pretende cobrir as condições a

seguir para líquidos inflamáveis e combustíveis (F&EI Guide, 1994).

Tanque de armazenamento de inflamáveis com líquido de classe 3 ou 4,

onde ar pode ser aspirado para dentro do tanque durante desligamento da bomba

ou resfriamento repentino do tanque. A penalidade é 0.50 (F&EI Guide, 1994).

Estocagem de líquidos combustíveis a temperaturas acima de seu flash

point (vaso fechado) sem inertização podem também requerer uma penalidade de

0.50 (F&EI Guide, 1994).

Se inertizado, Sistema fechado de recuperação de vapor é utilizado e sua

vedação contra ar é segura, penalidade não é aplicada. Veja próximo parágrafo

(F&EI Guide, 1994).

Equipamento de processo ou tanque de armazenamento de processo que

poderia estar no range de inflamabilidade ou próximo dele somente no evento de

31

falha de instrumento ou equipamento requer penalidade de 0.30 (F&EI Guide,

1994).

Qualquer unidade de processo que depende de purga inerte para manter-

se for a do range de inflamabilidade requer uma penalidade de 0.30. Esta

penalidade também se aplica para navio ou carro tanque. Penalidade não é

aplicada aqui se a penalidade especificada em B. (Pressão Sub-Atmosférica) já foi

dada (F&EI Guide, 1994).

Processos ou operações que estão por natureza sempre no range de

inflamabilidade ou próximo a ele, mesmo que purga não seja praticada ou foi eleito

não purgar, recebe penalidade de 0.80 (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.4 Explosão de Pó

A máxima taxa de aumento de pressão e máxima pressão gerada por pó

são muito influenciada pelo tamanho de particular. Em geral, quanto mais fino o pó,

maior o risco causado pelo rápido aumento da taxa de pressão e atingimento de

máximas pressões (F&EI Guide, 1994).

As penalidades listadas nesta sessão pretendem ser aplicadas para

qualquer Unidade de Processo envolvendo operações de manuseio de pó:

transferência, “blending”, moagem, envase, etc. (F&EI Guide, 1994).

Todos os pós possuem range de tamanho de particular. Para determinar a

penalidade, use 10% do tamanho; isto é, o tamanho de partícula em que 90% do

pó é mais grossa e 10% é mais fino. Veja a Tabela 3 para penalidades apropriadas

(F&EI Guide, 1994).

A menos que testes de explosão de pó tenham mostrado que não há risco

de explosão de pó, penalidades para pó devem ser aplicadas (F&EI Guide, 1994).

32

Tabela 2 - Penalidades para explosão de pó (F&EI Guide, 1994).

Tamanho de Partícula Tamanho Tyler Mesh Penalidade (Microns) (Use 1/2 se inertizado)

175+ 60 a 80 0.25 150 a 175 80 a 100 0.50 100 a 150 100 a 150 0.75 75 a 100 150 a 200 1.25 <75 >200 2.00

2.4.1.3.5 Pressão de Alívio

Onde pressões de operação estão acima da atmosférica, uma penalidade

é aplicada para taxas de vazamento grandes causadas por pressões altas em

evento de vazamento. A preocupação é a possibilidade de falha em algum

componente na Unidade de Processo causando a liberação de materiais

inflamáveis (F&EI Guide, 1994).

Uma vez que aumenta muito o potencial de vazamento a altas pressões, o

projeto e manutenção do equipamento se torna mais crítico com o aumento da

pressão de operação (F&EI Guide, 1994).

Sistemas operando a pressões acima de 3,000 psig (20,685 kPa gauge)

estão for a do range de códigos de segurança (ASME Code for Unfired Pressure

Vessels, Section VIII, Division 1). Para estes sistemas fechamento do equipamento

devem ser usados no projeto das flanges (F&EI Guide, 1994).

Para determinar a penalidade apropriada consulta-se a figura 8.

A curva na figura 8 pode ser usada diretamente para determinar as

penalidades para líquidos inflamáveis e combustíveis com flash point abaixo de 60

°C. Para outros materiais, a penalidade fornecida pela curva deve ser ajustava a

seguir (F&EI Guide, 1994).

Para materiais muito viscosos como alcatrão, betume, óleos lubrificantes

pesados e asfaltos, multiplique a penalidade por 0.70 (F&EI Guide, 1994).

Para gases comprimidos usado sozinho ou líquidos inflamáveis

pressurizados com qualquer gás acima de 15 psig, multiplique a penalidade por 1.2

(F&EI Guide, 1994).

33

Figura 8 - Penalidade de pressão para líquidos inflamáveis e combustíveis (F&EI Guide, 1994).

Para gases inflamáveis liquefeitos (incluindo todos os outros materiais

inflamáveis estocados acima de seu ponto de ebulição), multiplique a penalidade

por 1.3 (F&EI Guide, 1994).

Não há penalidade para operações de extrusão e modelagem (F&EI Guide,

1994).

Para determinar a penalidade final, primeiro procure a penalidade

associada com a pressão de operação da Figura XX, Então procure a penalidade

associada com a pressão determinada para o dispositivo de alívio. Divida a

penalidade da pressão de operação pela penalidade da pressão de alívio para ter

o fator de ajuste da penalidade de pressão. Multiplique a penalidade da pressão de

operação pelo fator de ajuste para ter a penalidade final de pressão. Assim, créditos

são dados para pressões relativamente altas de alívio e de projeto do tanque (F&EI

Guide, 1994).

2.4.1.3.6 Temperatura Baixa

Esta seção faz considerações para a definição de potencial de ruptura frágil

em aço ao carbono ou de outros metais que apresentam uma transição dúctil/ frágil

34

para no seu comportamento de fratura a baixas temperaturas. Além de uma

reduzida resistência do metal provocada pela exposição a temperaturas inferiores

à de transição dúctil à frágil, o nível da tensão, a taxa de carregamento, e na

presença de uma concentração de tensões, também são críticos para a ocorrência

de fratura quebradiça (F&EI Guide, 1994).

Nas ligas de aço de carbono, a temperatura de transição dúctil-frágil é

altamente dependente da composição do aço e como foi processada. Cada forma

de produto ou lote de aço é, por conseguinte, única, e a temperatura de transição

dúctil-frágil deve ser determinada experimentalmente, tipicamente por meio de

testes de impacto Charpy (F&EI Guide, 1994).

O potencial para a fratura frágil de equipamentos de processo tem sido

reconhecido há algum tempo, e é dirigida pelo desenho e códigos de construção

são comumente utilizados para este tipo de equipamentos, através da exigência de

que a temperatura mínima de projeto de ser especificada. Portanto, equipamento

projetado e construído de acordo com estes códigos devem apresentar um risco

aceitavelmente baixo de fratura frágil quando operado dentro dos parâmetros do

projeto original. Este deve ser o caso na maioria das situações (F&EI Guide, 1994).

Então, nenhuma penalidade deve ser utilizada se o material é apropriado

para a menor temperatura de operação. Nenhuma penalidade deve ser aplicada se

seguir algum dos critérios abaixo (F&EI Guide, 1994).

Uma avaliação cuidadosa foi feita e não há possibilidade de temperaturas

abaixo da temperatura de transição existir em condições normais ou não, ou

O equipamento é projetado, construído, e operado de acordo com um

código conhecido que direciona o potencial para fratura frágil (F&EI Guide, 1994).

A temperatura mínima do metal é menor ou igual a -18 °C ou maior que -

29 °C e a espessura do metal é menor que 13 mm se as regras do código são

seguidas (F&EI Guide, 1994).

Alternativamente, as seguintes penalidades são aplicadas se um critério

abaixo não é seguido (F&EI Guide, 1994).

Para processos utilizando construção em aço carbono e operado abaixo da

temperatura mínima para o qual foi projetado, ou se a temperatura de projeto não

é conhecida, a penalidade é de 0.30 (F&EI Guide, 1994).

35

Se não há dados disponíveis, uma temperatura mínima de projeto do 10°C

deve ser aplicada (F&EI Guide, 1994).

Para materiais que não aço carbono onde a temperatura de operação é

igual ou menor que a temperatura de transição, utilize uma penalidade de 0.20

(F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.7 Quantidade de Material Inflamável/ Instáv el

Esta sessão considera a exposição adicional à uma área conforme

quantidades de material inflamável e instável na unidade de processo aumenta. Há

três categorias nesta sessão, cada uma avaliada por uma curva de penalidade

separada. Aplique somente uma penalidade para a sessão toda, baseado no

material que foi selecionado como o Fator Materia (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.7.1 Líquidos e Gases no Processo

Esta sessão aplica uma penalidade à uma quantidade de material que pode

vazar e criar um risco de fogo, ou que pode, na exposição ao fogo, criar um evento

de reatividade química. A penalidade se aplica a qualquer operação de processo,

incluindo bombeamento para tanques pulmão, e é válido aos seguintes materiais

quando são selecionados como MF (F&EI Guide, 1994).

a. Líquidos inflamáveis e líquidos combustíveis com ponto de fulgor abaixo

de 60 °C.

b. Gases inflamáveis.

c. Gases inflamáveis liquefeitos.

d. Líquidos combustíveis com ponto de fulgor de vaso fechado acima de 60

°C quando a temperatura de processo é acima do ponto de fulgor do

material.

e. Materiais reativos considerando sua classe de inflamabilidade (Classe

de Instabilidade NFPA= 2, 3 ou 4).

36

Ao utilizar esta seção de penalidades, a primeira tarefa é determinar a

massa de material no processo (F&EI Guide, 1994).

Figura 9 - Líquidos ou gases no processo (F&EI Guide, 1994).

A penalidade baseia-se na quantidade de combustível para um fogo que

pode ser libertado da unidade de processo ou de uma linha ligada dentro de 10

minutos. O bom senso deve ser utilizado para julgar a quantidade de material pode

ser liberado. A experiência tem mostrado que este montante possa ser

razoavelmente estimado, tendo a maior das seguintes opções (F&EI Guide, 1994):

a. A quantidade de material na unidade de processo ou

b. A quantidade de material na maior unidade conectada.

Qualquer unidade ligada que pode ser isolada por meio de válvulas de

bloqueio operáveis a partir de um local remoto, em situações de emergência é

removido a partir da consideração (F&EI Guide, 1994).

Antes de aceitar esta aproximação da quantidade de material em processo,

a pergunta a ser feita é "Qual é a quantidade máxima provável que poderia ser

derramada?" Se, usando bom julgamento pela engenharia e familiaridade com o

processo, é determinado que a número que é significativamente diferente do acima,

37

use o último número, tendo a certeza de documentar a sua validade. Lembre-se, o

bom senso e familiaridade com o processo vai sempre levar a uma forma mais

realista de aproximação. Note que, contudo, se a instabilidade (reatividade) está

envolvida, a quantidade preocupante é a quantidade de material normalmente no

interior da unidade do processo (F&EI Guide, 1994).

Para estabelecer o valor a ser aplicado usando a Figura 3, multiplique a

quantidade de material inflamável/ combustível pelo calor de combustão do material

Hc (em BTU/lb) para obter o total BTU x 109. Uma estimativa do Hc pode ser feita

através de uma analogia cuidadosa com material similar ou utilizando outras

tecnologias disponíveis na literatura (F&EI Guide, 1994).

Coloque a quantidade de material inflamável/ instável no campo “G” em

Riscos de Processo Especiais. Para determinar o Hc em BTU/lb para cal/gm mol,

multiplicar por 1,800 e dividir pelo peso molecular (F&EI Guide, 1994).

A penalidade é determinada entrando com a energia da Unidade de

Processo (BTU x 109) na Figura 3. O ponto de interseção com a curva indica a

penalidade. A equação para plotar este gráfico de Total BTU x 109 no Processo (X)

versus Penalidade (Y) é:

logY = 0.17179 + 0.42988(logX) – 0.37244(logX)2 + 0.17712(log X)3 –

0.029984(logX)4

2.4.1.3.7.2 Estocagem de Líquidos ou Gases (fora da área de processo)

Líquidos, gases ou gases liquefeitos inflamáveis e combustíveis estocados

for a da área de processo recebem uma penalidade menor do que aqueles “no

processo” ou categoria 2. G.1, desde que não há processo envolvido. O

envolvimento com o processo contribuí com a probabilidade de um incidente. O MF

do material na categoria 2.G.2 incluem estoque de matéria-prima em tambores ou

tanques, material em parquet de tancagem e materiais em containers (F&EI Guide,

1994).

A penalidade é determinada entrando com o total de BTU (quantidade de

material esticado vezes um fator Hc) na Figura 4 em qualquer tanque de

38

estocagem. Em caso de containers portáteis, use a quantidade total de material

estocada em containers (F&EI Guide, 1994).

Quando dois ou mais tanques estão localizados em um dique comum que

não irá drenar para um reservatório adequadamente, use um total de BTU de todos

os tanques dentro do dique para obter a penalidade na figura 4 (F&EI Guide, 1994).

Materiais instáveis deveriam ser avaliados da mesma maneira que 2.G.1

usando o calor de combustão e Curva A da figura 4 para determinar a penalidade

apropriada (F&EI Guide, 1994).

Se mais de uma substância está sendo abordada, use o Total de BTU e

encontre a penalidade mostrada no ponto de interseção com a maior curva indicada

para cada material individual usando a figura 4 (F&EI Guide, 1994).

As equações para as Curvas A, B e C na figura 4 para BTU X 109 no

Processo (X) versus Penalidade (Y) são:

Curva A: logY = – 0.289069 + 0.472171(log X) – 0.074585(log X)2 –

0.018641(logX)3

Curva B: logY = – 0.403115 + 0.378703(log X) – 0.046402(log X)2 –

0.015379(log X)3

Curva C: log Y = – 0.558394 + 0.363321(log X) – 0.057296(log X)2 –

0.010759(log X)3

2.4.1.3.7.3 Estoque de sólidos combustíveis/ Proces samento de sólidos

Esta categoria abrange os requisitos de penalidade para diversas

quantidades de sólidos armazenados e para as poeiras encontradas em uma

Unidade de Processo quando o sólido ou pó envolvido é o material base para o MF.

As medições usadas nesta avaliação de grande penalidade são a densidade do

material e a facilidade de ignição e à sua capacidade para sustentar a chama (F&EI

Guide, 1994).

O peso total, em quilos de sólidos armazenados ou de pó contido dentro da

unidade de processo é utilizado com a Figura 5 para determinar a penalidade. Se

a densidade do material é inferior a 160,2 kg/m3, utilize a curva A, se for maior do

que 160,2 kg/m3, utilize a curva B (F&EI Guide, 1994).

39

Embora seja verdade que a carga de incêndio (tanto em termos de BTUs e

libras por pé cúbico) é muito menor para espuma ou caixas que por polietileno

ensacado ou metilcelulose em pó, caixas de espuma e papelão são muito mais

fáceis de inflamar e sustentar chama mais facilmente do que os materiais mais

densos. Em suma, porque esses materiais leves representam um maior risco de

incêndio do que os mais pesados, eles possuem uma penalidade maior, embora

menos quilos são armazenados (F&EI Guide, 1994).

As equações para a Figura 5 para as curvas A e B de combustíveis sólidos

versus penalidade para Curvas A e B são:

Curva A:

log Y = 0.280423 + 0.464559(log X) – 0.28291(log X)2 + 0.066218(log X)3

Curva B:

log Y = –0.358311+ 0.459926(log X) – 0.141022(log X)2 + 0.02276(log X)3

2.4.1.3.8 Corrosão e Erosão

Embora bom projeto fazer concessões para corrosão e erosão, alguns

problemas de corrosão/ erosão ainda podem ocorrer em certos processos (F&EI

Guide, 1994).

A taxa de corrosão é considerada como sendo a soma das taxas de

corrosão externa e interna. Cuidado para não esquecer os possíveis efeitos de

pequenas impurezas no fluxo de processo que podem causar maior do que a

corrosão interna normal e a possibilidade de corrosão externa devido à

decomposição química da tinta. Porosidade dos tijolos e imperfeições no

revestimento de plástico são os locais prováveis de corrosão acelerada (F&EI

Guide, 1994).

As seguintes penalidades de aplicam.

Para taxa de corrosão menor que 0.0127 mm/yr com risco de erosão local,

a penalidade é 0.10 (F&EI Guide, 1994).

Para taxa de corrosão acima de 0.0127 mm/yr e menor que 0.0254 mm/yr,

a penalidade é 0.20 (F&EI Guide, 1994).

40

Para taxa de corrosão maior que 0.0254 mm/yr, a penalidade é 0.50 (F&EI

Guide, 1994).

Se há risco de desenvolver fratura por stress/ corrosão, aplique penalidade

de 0.75. Isto é comum em áreas de processo expostas à contaminação por vapor

de Cloro durante períodos prolongados (F&EI Guide, 1994).

Onde revestimento é requerido para prevenir corrosão, uma penalidade de

0.20 é aplicada. No entanto, se o revestimento é simplesmente para proteger a

produto por questão de cor, nenhuma penalidade é aplicada (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.9 Vazamento – Joints and Packing

Gaxetas, vedações de juntas ou eixos e “packing” podem ser fontes

de vazamentos de materiais inflamáveis ou combustíveis, particularmente quando

ocorre o ciclo térmico e de pressão. Um fator de penalidade deve ser escolhido de

acordo com o projeto da unidade de processo em estudo e do material a ser usado

no processo. As seguintes penalidades devem ser aplicadas (F&EI Guide, 1994).

1. Onde a bomba e os selos são susceptíveis de dar algum vazamento de

menor importância, ou para processos com uma junta de dilatação que tem fole de

metal duplo com monitoramento de pressão entre fole *, a pena é de 0,10 (F&EI

Guide, 1994).

2. Para os processos conhecidos por dar problemas de vazamento

regulares em bombas, compressores e juntas de flange, a pena é de 0,30 (F&EI

Guide, 1994).

3. Para os processos em que a ciclagem térmica e de pressão ocorre, a

pena é de 0,30 (F&EI Guide, 1994).

4. Se o material na unidade de processo está penetrando na natureza ou é

uma pasta abrasiva, que pode causar problemas com a vedação intermitentes e se

a unidade de processo utiliza um vedante do eixo de rotação ou de “packing”, a

pena é de 0,40 (F&EI Guide, 1994).

5. Para os processos com uma junta de dilatação que tem fole de metal

dupla sem monitoramento de pressão entre fole *, a pena é de 0,50 (F&EI Guide,

1994).

41

6. Para os processos com uma junta de dilatação que tem um fole de um

único metal * ou mangueira flexível metálica*, a pena é de 1,00 (F&EI Guide, 1994).

7. Para qualquer Unidade de Processo que tem óculos de visão, ou tem um

conjunto de foles ou juntas de dilatação com botas de borracha ou de materiais

flexíveis *, a pena é de 1,50 (F&EI Guide, 1994).

*Os fatores de penalização acima para juntas de dilatação assumem que

eles são visualmente inspecionados anualmente. Se estas juntas de dilatação não

são visualmente inspecionados anualmente, os fatores de penalização deve ser

duplicada (F&EI Guide, 1994).

2.4.1.3.10 Uso de Equipamento com Chama

A presença de equipamentos com chama em um processo adiciona uma

probabilidade adicional de ignição quando líquidos, vapores ou poeiras inflamáveis

e combustíveis são liberados (F&EI Guide, 1994).

A penalidade é aplicada em uma de duas maneiras: primeira, para o

equipamento em si quando a unidade de processo para o cálculo do F&EI, e

segunda, para as diversas unidades de processo na proximidade do equipamento

com chama. A distância em pés a partir de um ponto provável de vazamento na

Unidade de Processo a ser avaliada para a entrada de ar do equipamento é a

distância referenciada a partir das equações para as curvas A-1 e A2.(F&EI Guide,

1994).

1. A curva A-1 (Figura 6) é usada:

a) Para cada unidade de processo no qual o material poderia ser liberado

acima do seu ponto de fulgor.

b) para qualquer unidade de processo no qual o material é um pó

combustível.

2. A curva A-2 (Figura 6) é usada:

a) Para cada unidade de processo no qual o material poderia ser liberado

acima do seu ponto de ebulição.

42

A penalidade é determinada construindo um gráfico ou pelas equações

para as curvas A-1 ou A-2, com a distância a partir de uma fonte potencial de

vazamento para a entrada de ar do equipamento e lendo a pena a partir da

intersecção com a curva adequada (A-1 ou A-2). (F&EI Guide, 1994).

As equações para as curvas A-1 e A-2 para a distância da fonte de possível

vazamento (X) e Penalidade (Y) são:

Curva A-1 : log . . .Y

X X X= −

+

33243

210375127

210142523

210

2 3

Curva A-2 : log . . .Y

X X X= −

+

0 3745

2102 70212

2102 09171

210

2 3

Se o equipamento com chama (no processo) em si é a unidade de

processamento a ser avaliada, a distância entre a fonte possível de fugas se torna

zero. Se o equipamento está a aquecer um material inflamável ou combustível, a

pena é de 1,00, mesmo que o material não é aquecido acima do seu ponto de

fulgor. A penalidade “J” não é aplicada ao lado do fogo (F&EI Guide, 1994).

No entanto, qualquer outra situação abrangida por esta secção envolvendo

um material processado abaixo do seu ponto de fulgor não recebe nenhuma

penalidade (F&EI Guide, 1994).

Se um equipamento com chama está localizado dentro da área de processo

e existe uma possibilidade de que o material na unidade de processo selecionada

como MF pode ser liberada acima do seu ponto de fulgor, é necessário uma

penalidade mínima de 0,10, independentemente da distância percorrida (F&EI

Guide, 1994).

Equipamentos com chama com projeto de "queimador de pressão" exigirá

apenas 50% da penalidade prevista para o projeto de queimador padrão, desde a

entrada de ar é seja 10 pés (3 m) ou mais e não é exposta à fontes potenciais de

vazamento. Entretanto, a penalidade de 50% não pode ser aplicada quando o

aquecedor é a Unidade de Processo a ser avaliada (F&EI Guide, 1994).

43

2.4.1.3.11 Sistema de aquecimento por troca térmica com óleo quente.

Desde a maioria dos óleos quentes (troca de calor) irão queimar e são

frequentemente usados acima de seus pontos de fulgor ou ponto de ebulição, eles

representam um perigo adicional em qualquer Unidade de Processo que os utiliza.

As penalidades nesta seção são baseadas na quantidade e da temperatura do

fluido de permuta de calor utilizado na unidade a ser avaliada (F&EI Guide, 1994).

Nenhuma penalidade é aplicada se o óleo quente é incombustível ou, se

um líquido combustível, é sempre usado abaixo do seu ponto de fulgor. No entanto,

a possibilidade de formação de neblinas deve ser considerada (F&EI Guide, 1994).

A quantidade a ser usada com a Tabela 3 para determinar a penalidade é

dada pelo menor dos:

Um vazamento de 15 minutos por um rompimento da linha de serviço da

Unidade de Processo ou

O inventário de óleo quente ativo no sistema.

A porção do sistema de troca de calor por óleo quente, que pode ser

classificada como "armazenamento", não é usado na determinação da capacidade

ativa a menos que esteja ligada a Unidade de Processo durante a maior parte do

tempo.

Recomenda-se que o F&EI para o sistema de circulação de óleo quente

em si seja determinado, incluindo o tanque ativo (não armazenamento), as bombas

e tubulação de distribuição/retorno. Essas determinações têm historicamente

levado a grandes valores de F&EI. Se o sistema de troca de óleo quente em si é a

unidade de processamento de ser avaliada, nenhuma penalidade é dada para esta

seção. No entanto, se um sistema de troca de óleo quente é localizado na área da

Unidade de Processo avaliada, a pena para a Secção J será aplicada (F&EI Guide,

1994).

44

Tabela 3 - Penalidade para Sistema de Aquecimento por Troca Térmica com Óleo Quente (F&EI

Guide, 1994).

Quantidade Galões (m3)

Penalidade Acima do Ponto

de Fulgor

Penalidade no ou Acima do Ponto

de Ebulição < 5,000 (< 18.9) 0.15 0.25 5,000 a 10,000 (18.9 a 37.9) 0.30 0.45 10,000 a 25,000 (37.9 a 94.6) 0.50 0.75 > 25,000 (94.6) 0.75 1.15

2.4.1.3.12 Equipamento Rotativo

Esta seção reconhece a exposição de risco de Unidades de Processo

incorporando grandes pedaços de equipamentos rotativos. Embora fórmulas não

tenham sido desenvolvidas para avaliar todos os tipos e tamanhos de equipamento

rotativo, há evidência estatística indicando que as bombas e compressores para

além de um determinado tamanho são passíveis de contribuir para um incidente

com perda (F&EI Guide, 1994).

A penalidade de 0,50 é aplicada às Unidades de Processo que utilizam ou

são:

a. Um compressor acima de 600 hp (456 kW).

b. Uma bomba que exceda 75 hp (56 kW).

c. Agitadores (misturadores) e bombas de circulação em que a falha pode

criar uma exotermia devido à falta de resfriamento por interrupção da

mistura ou da circulação do líquido refrigerante.

d. Outro equipamento rotativo de alta velocidade com um histórico

significante de perda; por exemplo, centrífugas.

Uma vez que todos os riscos de processo especiais foram avaliados, um

cálculo será feito com a soma do fator de base e todos os fatores de penalidade

aplicados nesta secção. O total deve ser colocado no campo chamado “Fator de

Risco de Processo Especial (F2)” no formulário do F&EI (F&EI Guide, 1994).

45

2.4.2 O Raio de Exposição

O F&EI é convertido no Raio de Exposição multiplicando o F&EI pelo fator

0.84. Este raio de exposição deve ser mostrado em “plot plans” para a unidade de

manufatura como item primordial o equipamento de processo como centro do

círculo usando o Raio de Exposição. Os círculos deveriam ser desenhados para

cada unidade de processo a ser analisado na unidade de manufatura (F&EI Guide,

1994).

Quando a unidade de processo a ser avaliada é uma parte pequena de um

equipamento, o raio de exposição pode ser considerado começar do começo do

item. O raio de exposição para equipamentos grandes se estenderia para fora da

superfície do equipamento para uma distância igual a que deveria ser considerado

como o “raio”. A área adicional é adicionada à área original da unidade de processo

para determinar a área de exposição. Para casos específicos, o centro da área de

exposição é geralmente um ponto de vazamento (F&EI Guide, 1994).

2.4.3 A Área de Exposição

O Raio de Exposição define uma Área de Exposição. A Área de Exposição

é calculada pela equação (F&EI Guide, 1994):

Area R= π 2 (m2)

A área que contém o equipamento que pode ser exposto à fogo ou

explosão de combustível-ar gerado na unidade de processo a ser avaliada. Para

avaliação do equipamento que pode ser danificado em um fogo ou explosão, na

verdade o volume é considerado (F&EI Guide, 1994).

É sabido que um incidente de fogo e/ou explosão não se espalha em um

círculo perfeito produzindo danos iguais em todas as direções. Os danos reais

podem ser afetados pela posição do equipamento, direção do vento e Sistema de

drenagem, todos fatores importantes influenciando projeto de prevenção de perdas.

No entanto, o círculo nos dá uma boa base para cálculo de valores (F&EI Guide,

1994).

46

2.4.4 Determinação do Fator de Dano

O Fator de Dano é determinado através de uma relação entre o Fator de

Risco da Unidade de Processo (F3) e o Fator Material (MF). O Fator de Dano (Y) é

dado a partir do F3 (X) através de equações para cada MF (F&EI Guide, 1994).

O Fator de Dano representa o efeito global de dano do fogo somado à

explosão resultado de um vazamento de combustível ou energia reativa da unidade

de processo (F&EI Guide, 1994).

Com o aumento do Fator Material (MF) e Fator de Risco da Unidade de

Processo (F3), o fator de dano irá aumentar de 0.01 a 1.00 (F&EI Guide, 1994).

2.5 Índice de Exposição Química – CEI

O Índice de Exposição Química (CEI – Chemical Exposure Index) fornece

um método simples para classificação do potencial de perigo agudo à saúde para

pessoas em plantas vizinhas ou comunidades para incidentes hipotéticos de

liberação química. Esta não é uma medida absoluta de risco. O sistema CEI irá

fornecer um método de classificar um perigo relativo a outro. Isto NÃO pretende

definir se um local é seguro ou não (CEI Guide, 1993).

O CEI é utilizado:

• Para conduzir um Processo de Análise de Risco inicial.

• Em cálculos do Índice de Classificação de Distribuição (DRI).

• Para todos os locais em processo de revisão, que fornece a oportunidade

de fazer recomendações para eliminar, reduzir ou mitigar vazamentos.

• Em Planejamento de Resposta de Emergência.

2.5.1 Cálculo do CEI

2.5.1.1 Cenários para estimar a taxa de liberação d e nuvem tóxica

47

O propósito da seleção de cenário é determinar qual tubulação de processo

ou equipamento tem o maior potencial hipotético para liberação de quantidades

significativas de químico tóxico.

Condições de processo como temperatura, pressão e estado físico devem

ser considerados assim como tamanho da tubulação desde que tenham impacto

na taxa de liberação (CEI Guide, 1993).

Seleção de Cenário para CEI: Selecione o cenário que dê a maior taxa

de liberação de nuvem tóxica.

1. Tubulação de processo

Ruptura da tubulação de processo com maior diâmetro:

> Menores de 2 polegadas – ruptura total

> De 2 a 4 polegadas – ruptura de 2 polegadas

> Maiores que 4 polegadas – ruptura de área de 20% da secção

transversal.

2. Magotes

Ruptura total

3. Dispositivos de alívio de emergência aliviando diretamente para a

atmosfera

Calculada taxa de liberação total à pressão de alívio. Assume-se que todo

o material liberado é vaporizado.

4. Tanques

Ruptura baseada na maior tubulação de processo ligada ao tanque

utilizando o critério de tubulações acima.

5. “Overflow” de tanque e espirros

6. Outros

Os cenários pode ser estabelecido baseado na experiência da planta ou

da tecnologia, eles podem ser o resultado de uma revisão ou derivado de

um estudo de análise de perigos. Eles também podem ser baseados na

experiência de outra tecnologia se o evento poderia ocorrer nesta

unidade.

O tratamento de liberações contínuas de duração instantânea ou muito

curta é simplificada para o cálculo do CEI. Liberações de todos os cenários são

48

considerados continuar por pelo menos 5 minutos. Se uma liberação é instantânea

ou excede o inventário total durante este tempo, a taxa de liberação é calculada

dividindo o inventário total por 5 minutos (CEI Guide, 1993).

Depois desta avaliação, escolha a maior taxa de liberação apara o cálculo

do CEI (CEI Guide, 1993).

2.5.1.2 Emergency Response Planning Guidelines (ERP G)

A Associação Americana de Higiene Industrial (AIHA) publicou os valores

dos Guias para Planejamento de Resposta a Emergência (ERPG) que pretende

prover estimativas de faixas de concentração onde foram observados

antecipadamente efeitos adversos (CEI Guide, 1993).

Os guias foram feitos para determinar prioridades, avaliar a adequação de

contenção, identificar áreas contra o vento que possam ser utilizadas durante uma

liberação e desenvolver planos de resposta a emergência. A necessidade de um

ERPG é baseada na volatilidade do químico, sua toxicidade, a quantidade que pode

ser liberada e a percepção do público ao risco em potencial (CEI Guide, 1993).

As definições dos ERPGs seguem:

ERPG-1 é a concentração máxima no ar, abaixo do qual se acredita que

quase todos os indivíduos podiam ser expostos durante uma hora sem

experimentar outros efeitos adversos brandos e transientes sobre a saúde ou

perceber claramente um odor desagradável (CEI Guide, 1993).

ERPG-2 é a concentração máxima no ar, abaixo do qual acredita-se que

quase todos os indivíduos podem ser expostos por até uma hora sem experimentar

ou desenvolver efeitos irreversíveis ou outro efeito grave para a saúde ou sintomas

que possam prejudicar sua capacidade de tomar medidas de proteção (CEI Guide,

1993).

ERPG-3 representa a concentração máxima no ar, abaixo do qual se

acredita que quase todos os indivíduos podem ser expostos durante até uma hora

sem experimentar ou desenvolver efeitos para a saúde que ameaçam a vida (CEI

Guide, 1993).

49

2.5.1.3 Guias para estimar o montante de material q ue é vaporizado

decorrente de um vazamento

Esta sessão do Guia CEI prove uma descrição do método para calcular a

quantidade vaporizada no ar. A quantidade vaporizada, como utilizado neste guia,

refere-se à quantidade de material que entra na atmosfera ao longo do tempo,

diretamente ou na forma de vapor, devido à espirro de líquido ou evaporação de

poça (CEI Guide, 1993).

Os cenários do CEI consideram materiais a serem liberados na forma

líquida ou vapor. Por exemplo, o conteúdo de um tanque pode escapar como um

líquifo pelo bocal “A”, um vapor através do bocal “B” ou “como calculado” através

do dispositivo de alívio anexado ao bocal “C”. Cálculos complexos que consideram

fluxo em duas fases por ruptura não são incluídos (CEI Guide, 1993).

A quantidade de liberação de vapor pelo bocal “B” ou pelo dispositivo de

alívio (C) é a maior taxa de fluxo total calculada levando em conta as condiçÕes do

tanque quando a liberação ocorre (CEI Guide, 1993).

Figura 10 - Esquema típico de instalação (CEI Guide, 1993).

Liberações de líquido requer um tratamento mais complexo. Como o líquido

sai de um tanque ou tubulação como resultado de uma falha, isso pode

simplesmente correr pelo chão formando uma poça (veja figura 11-A), vaporiza

CB

A

PSV

����

50

parcialmente formando ambos uma poça e uma nuvem de vapor (veja figura 11-B)

ou de forma intermitente (como spray) de tal forma que todo o líquido residual existe

como pequenas gotículas que são arrastadas com o vapor (veja figura 11-C) (CEI

Guide, 1993).

Figura 11 - Possíveis cenários de vazamento (CEI Guide, 1993).

Um tratamento simples destes eventos usa as condições de operação do

processo para estimar o comportamento do material após a liberação (CEI Guide,

1993).

Líquidos atingindo o chão formam uma poça que se espalha de acordo com

o terreno. Se o tanque é cercado por um dique, o líquido geralmente flui para as

paredes do dique e a poça toma a área de dentro do dique. Em todos os outros

casos, a poça é considerada tendo uma área que é prevista pela quantidade de

líquido que entra na poça. Uma vez que a poça é formada, o líquido começa a

evaporar pela superfície. O vapor proveniente da poça irá combinar-se com o vapor

do spray e será dispersado pelo vento. Este incidente é tratado tirando uma “foto”

do vazamento no um momento no tempo e então assume-se que não muda. (veja

figura 12) (CEI Guide, 1993).

Figura 12 – Comportamento típico para vazamento (CEI Guide, 1993).

A B C

51

A quantidade vaporizada para um derramamento é determinada pelo que

acontece ao líquido conforme deixa o tanque. Se o líquido espirra em um nível alto

então a quantidade vaporizada é a taxa de descarregamento do tanque. Mas se o

spray de líquido é baixo o bastante para permitir a formação de uma poça, a

quantidade vaporizada é a taxa de fluxo de gás resultante do spray somado à

quantidade que evapora da superfície da poça. Finalmente, como a tendência do

spray de líquido se torna pequeno, a quantidade vaporizada se torna a taxa de

evaporação da superfície do líquido (CEI Guide, 1993).

2.5.1.3.1 Estimando a quantidade vaporizada para va zamentos de gás

As equações a seguir, baseada na equação de fluxo de gás sônico, são

utilizadas para estimar a quantidade vaporizada para um vazamento de gás (CEI

Guide, 1993).

Airborne Quantity (AQ) = 4 751 10

2736 2. x D P

MW

T−

+a {kg/s} (Equação 1)

onde

Pa = pressão absoluta = (Pg + 101.35)

Pg = pressão manométrica (kPa gauge)

MW = peso molecular do material

T = temperatura (°C)

D = diâmetro do furo (milímetros)

2.5.1.3.2 Estimando a quantidade vaporizada para va zamento de líquido

Os passos abaixo descrevem um procedimento simplificado para estimar a

quantidade vaporizada para vazamento de líquidos (CEI Guide, 1993).

Para realizar os cálculos nos passos seguintes, é preciso ter as

propriedades físicas dos produtos químicos (CEI Guide, 1993).

52

Passo 1: Determinar a taxa de fluxo de líquido send o liberado

A taxa de liberação de líquido (L) é dada pelas equações a seguir.

Estas equações consideram que a liberação por todos os cenários irão

perdurar por pelo menos cinco minutos antes que as liberações possam ser

interrompidas. Se uma liberação de cinco minutes exceder o inventário total, a taxa

de liberação é calculada dividindo o inventário total por cinco minutos (CEI Guide,

1993).

L x D

Phl

g

l= +−9 44 10

10009 87 2. .ρ

ρ∆

{kg/s} (Equação 2)

onde

Pg = pressão manométrica (kPa)

(Nota: para um tanque aberto para a atmosfera Pg = 0)

ρl = densidade do líquido na temperatura de operação (kg/m3)

∆h = altura de líquido acima do ponto de liberação (metros)

D = diâmetro do furo (milímetros)

Passo 2: Determinar o total de líquido liberado.

O montante total de material contribuindo para a formação da poça deve

ser estimado a fim de determinar o tamanho da poça. Se um vazamento é grande

o bastante para esvaziar o tanque em menos de 15 minutos (incluindo vazamentos

muito grandes que ocorrem em menos de 5 minutos), a massa do líquido entrando

na poça é o inventário total do tanque. Para uma liberação continua de longa

duração (durando mais de 15 minutos) considera-se que a poça atinge um tamanho

final em 15 minutos. Neste caso, a massa que determina o tamanho da poça é a

taxa de liberação multiplicado por 15 minutos (900 segundos) (CEI Guide, 1993).

A liberação total de líquido (WT) é o inventário do tanque (o tanque é

esvaziado em menos de 15 minutos) ou dado por:

W LT = 900 {kg} (Equação 3)

onde

L = taxa de fluxo de líquido (kg/s)

53

Compare o WT calculado com o inventário do Sistema envolvido neste

vazamento. O total de líquido considerado estar envolvido no vazamento é o menor

destes dois valores (CEI Guide, 1993).

WT = menor que WT calculado ou inventário do sistema

Passo 3: Calcular a fração espirrada.

Compare a temperatura de operação do líquido com seu ponto de ebulição.

Se a temperatura é menos que o ponto de ebulição, a fração espirrada é zero. Vá

para o Passo 4, Equação 6. Se a temperatura é maior que o ponto de ebulição,

calcule a fração espirrada (FV) (CEI Guide, 1993).

A fração do líquido que irá espirrar (FV) quando liberado é dado por:

( )FC

HT Tv

p

vs b= −

(Equação 4)

onde

Tb = ponto de ebulição do líquido °C

Ts = temperatura de operação do líquido °C

Cp = capacidade térmica média do líquido J/kg/°C

Hv = calor de vaporização do líquido J/kg

Como o spray ocorre, parte do líquido serão gotículas arrastadas. Algumas

das gotículas são tão pequenas que viajam com o vapor enquanto as gotículas

maiores caem no chão e são coletadas na poça. Como uma aproximação, o

montante de material que fica no vapor é cinco vezes a quantidade espirrada.

Portanto, se 20% do material espirra, todo a corrente vaporiza-se e a poça não se

forma (CEI Guide, 1993).

A quantidade vaporizada produzida pelo spray (AQf) é dada por:

AQ F Lf v= 5 ( ) ( ) {kg/s} (Equação 5)

onde

L = taxa de fluxo de líquido (kg/s)

Se Fv > 0.2 então AQf = L e a poça não se forma. Vá ao Passo 6.

54

Passo 4: Determinar o tamanho da poça.

A massa total de líquido que entra na poça (Wp) é dado por:

W W Fp T v= −( )1 5 {kg} (Equação 6)

onde

WT = total de líquido liberado (kg)

Fv = fração espirrada

Note que se não há spray de material, Wp = WT (kg)

O tamanho da poça é aproximado assumindo que a poça tem um

centímetro de profundidade. Se o derramamento é em uma área dicada e de

tamanho suficiente, então o tamanho da poça é igual a área do dique (CEI Guide,

1993).

A área da poça (Ap) é dada por:

Pool Area AW

pp

l( ) = 100

ρ {m2} (Equação 7)

onde

Wp = massa total que entra na poça (kg)

ρl = densidade (kg/m3)

Passo 5: Determinar a quantidade evaporada da super fície da poça.

A quantidade evaporada da superfície da poça (AQp) é dada por (CEI

Guide, 1993):

( )AQ x AMW P

Tp pv =

+−9 0 10

2734 0 95.

( ).

{kg/s} (Equação 8)

onde

Ap = área da poça (m2)

MW = peso molecular

Pv = pressão de vapor do líquido na temperatura característica da poça

(kPa)

T = temperatura característica da poça (°C) (veja Condições 1 e 2)

55

Condição 1

Se o líquido está na temperatura ambiente ou acima mas abaixo do seu

ponto de ebulição, a temperatura característica da poça é igual a temperatura de

operação (CEI Guide, 1993).

Condição 2

Se o líquido está em seu ponto de ebulição ou acima, a temperatura

característica da poça é a temperatura de ebulição do líquido à pressão atmosférica

(CEI Guide, 1993).

Passo 6: Calcular a quantidade total vaporizada no ar.

A quantidade total vaporizada no ar (AQ) é calculada por:

AQ AQ AQf p= + {kg/s} (Equação 9)

onde

AQf = quantidade vaporizada resultante do spray (kg/s)

AQp = quantidade evaporada da superfície da poça (kg/s)

Se quantidade vaporizada no ar total é maior que a taxa de fluxo de líquido

(L), determina-se AQ = L (CEI Guide, 1993).

2.5.1.4 Índice de Exposição Química

Todos os cálculos do CEI considera-se uma dissipação pelo vento de 5 m/s

e condições climáticas neutras (CEI Guide, 1993).

O Índice de Exposição Química é dado por:

CEIAQ= 655 1.

ERPG-2 (Equação 10)

onde

AQ = quantidade vaporizada no ar (kg/s)

ERPG-2 = valor tabelado (mg/m3)

Se o valor do CEI calculado é maior que 1000, determina-se CEI = 1000

(CEI Guide, 1993).

56

2.5.1.5 Distância de Risco

A Distância de Risco (HD) é a distância para a concentração ERPG-1, -2

ou -3 e é derivada da seguinte equação (CEI Guide, 1993):

HD 6551AQ

ERPG=

{metros} (Equação 11)

onde

AQ = quantidade vaporizada no ar (kg/s)

ERPG = ERPG-1, ERPG-2 ou ERPG-3 (mg/m3)

Se HD é maior que 10,000 metros, determina-se HD = 10,000 metros (CEI

Guide, 1993).

58

Figura 13 - CEI versus Quantidade Vaporizada (AQ) (CEI Guide, 1993).

59

Figura 14 - CEI para alguns químicos em cenário de vazamento com 2 polegadas de diâmetro (CEI Guide, 1993).

C E

I

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

Pho

sgen

e

Hyd

roge

n ch

lori

de

Chl

orin

e

Sulp

hur

diox

ide

Hyd

roge

n su

lfid

e

Car

bon

mon

oxid

e

Am

mon

ia

Sulp

hur

trio

xide

Hyd

roge

n fl

uori

de

But

adie

ne

Sulf

uryl

flu

orid

e

Eth

ylen

e ox

ide

Met

hyl c

hlor

ide

Ben

zene

All

yl c

hlor

ide

Vin

ylid

ene

chlo

ride

Acr

ylon

itri

le

Vin

yl c

hlor

ide

Vin

yl a

ceta

te

Prop

ylen

e ox

ide

Epi

chlo

rohy

drin

Eth

ylen

e di

chlo

ride

Tol

uene

dii

socy

anat

e

Styr

ene

Gas Release

Liquid Release

All releases are from a 2 in. diameter hole.Storage conditions are 25 degrees C and saturated.

Todos os vazamento são por um orifício de 2 polegadas de

diâmetro.

Fosg

êni

Clo

reto

de

Clo

ro

Dió

xid

o d

e

Sulf

eto

de

Mo

xid

o d

e

Am

ôn

i

Trió

xid

o d

e

Flu

ore

to d

e

Bu

tad

ien

Flu

ore

to d

e

Óxi

do

de

Clo

reto

de

Met

ila

Ben

zen

Clo

reto

de

Clo

reto

de

Acr

ilon

itri

l

Epic

lolo

rid

rin

Clo

reto

de

Ace

tato

de

Óxi

do

de

Dic

loro

Tolu

eno

Esti

ren

60

2.6 Análise das Camadas de Proteção – LOPA

A Análise das Camadas de Proteção – LOPA (Layer of Protection Analysis) - não

é apenas mais uma ferramenta de análise de perigos ou de risco. É uma ferramenta

semiquantitativa de engenharia utilizada para assegurar que o risco de um processo é

suficientemente mitigado a um nível aceitável. O LOPA é uma metodologia racional, que

proporciona um meio rápido e eficaz de identificação das camadas de proteção que

reduzem a frequência e/ou a consequência de incidentes perigosos; fornece critérios e

restrições específicos para a avaliação das camadas de proteção independentes,

eliminando a subjetividade de métodos qualitativos a um custo substancialmente menor,

comparado ao custo de técnicas quantitativas completas (VASCONCELOS, 2008).

2.6.1 O que é o LOPA?

O propósito primário do LOPA é determinar se existem camadas de proteção

suficientes para fazer frente a um cenário de acidente. Dependendo da complexidade do

processo e da severidade do acidente, podem ser necessárias uma ou diversas camadas

de proteção, de forma que o risco de acidente se torne tolerável (SOARES, 2010).

O LOPA é uma forma simplificada de avaliação de risco. Tipicamente a LOPA

utiliza categorias de ordens de grandeza para frequência de eventos iniciadores,

severidade da consequência, e probabilidade de falha das camadas de proteção

independente (IPL - independent protection layers) para aproximar o risco de um cenário

(AIChE/CCPS, 2001).

Assim como muitos outros métodos de análise de risco, o propósito principal do

LOPA é determinar se há camadas de proteção suficiente contra um cenário de acidente

(o risco pode ser tolerado?). Como ilustrado na figura 15 muitos tipos de camadas de

proteção são possíveis. Um cenário pode requerer uma ou muitas camadas de proteção

dependendo da complexidade do processo e severidade potencial de uma

consequência. Note que para um cenário, apenas uma camada de proteção deve ter

sucesso para que a consequência seja prevenida. No entanto, se nenhuma camada for

61

perfeitamente efetiva, camadas de proteção suficientes devem ser providas para tornar

o risco de acidente tolerável (AIChE/CCPS, 2001).

Figura 15 – Camadas de defesa contra um possível acidente (AIChE/CCPS, 2001).

O LOPA fornece uma base consistente para julgar quando há IPLs suficientes

para controlar o risco de um acidente para um cenário. Se o risco estimado para um

cenário não é aceitável, IPLs adicionais devem ser adicionados. Alternativas abrangendo

projetos inerentemente seguros também podem ser avaliados. LOPA não sugere quais

IPLs adicionar ou qual "design" escolher, mas dá suporte na decisão entre alternativas

de mitigação do risco. LOPA não é uma avaliação de risco totalmente quantitativa, mas

é um método simplificado para avaliar o valor das camadas de proteção para um cenário

de acidente bem definido (AIChE/CCPS, 2001).

62

2.6.2 O que o LOPA faz?

O LOPA fornece ao analista de risco um método para avaliar o risco de um

cenário de acidente selecionado. LOPA é aplicado após uma consequência inaceitável

e uma causa crível. Então ele fornece uma ordem de grandeza aproximada para o risco

do cenário (AIChE/CCPS, 2001).

O LOPA é limitado para avaliação de um único par causa-consequência por

cenário. Uma vez que um par causa-consequência é selecionado para análise, o analista

pode usar o LOPA para determinar quais controles de engenharia e administrativos

(frequentemente chamados de defesas ou “safeguards") são considerados IPLs, e então

estimar o risco do cenário. Os resultados podem ser estendidos para realizar julgamentos

e para ajudar o analista a decidir quantas reduções de risco adicionais podem ser

requeridas para atingir um nível aceitável de risco. Outros cenários ou outras questões

podem ser reveladas durante a aplicação do LOPA em um cenário (AIChE/CCPS, 2001).

Um cenário do LOPA representa um caminho (tipicamente nós escolhemos o

caminho para a pior consequência) através de uma árvore de eventos. A figura 2.2

mostra uma árvore de eventos para um dado evento iniciador. Uma árvore de eventos

mostra todas as respostas possíveis (consequências) para um evento iniciador. Para o

LOPA, o analista (ou time) deve limitar cada análise a uma única consequência, em par

com uma única causa (evento iniciador). Em muitas aplicações do LOPA, a meta do

analista é identificar todos os pares causa-consequência que podem exceder a tolerância

de risco para a organização (AIChE/CCPS, 2001).

IPL 1 IPL 2 IPL 3

Consequência

ocorre

63

Figura 16 – Fluxograma do LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

Um estudo que utilize uma análise quantitativa de risco completa deve

apresentar um risco associado menor, quando comparado aos resultados do LOPA, cujo

risco, apesar de maior, possui um valor consistente. Isto porque o LOPA utiliza, para

calcular o risco aproximado de um cenário, categorias em ordem de magnitude para a

frequência do evento iniciador, severidade das consequências e probabilidade de falhas

para camadas de proteção independentes - IPLs (AIChE/CCPS, 2001).

Dessa forma, o LOPA é uma metodologia que se situa entre uma simples técnica

de análise qualitativa e uma técnica de análise quantitativa mais elaborada. Assim como

em muitos outros métodos de análise de perigos, a primeira proposta do LOPA é

determinar se há números de camadas de proteção suficientes num cenário de acidente

(ALVES, 2007).

2.6.3 Como o LOPA funciona

Como todos os métodos analíticos, o LOPA tem regras que são fornecidas no

livro. Como outros métodos, LOPA pode ser dividido em passos. Os passos do LOPA

estão dispostos na figura 17 e resumido abaixo (AIChE/CCPS, 2001).

Impacto do Evento Frequência A grossura da seta representa a

frequência da consequência se o IPL

não for bem sucedido

64

Figura 17 – Os Passos do LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

Passo 1: Identificar a consequência do cenário . Uma vez que o LOPA

tipicamente avalia cenários que foram desenvolvidos em um estudo primário, um

primeiro passo para o analista do LOPA é visualizar estes cenários, e o método de

visualização é baseado na consequência. A consequência é tipicamente identificada

durante uma revisão qualitativa. O próximo analista avalia a consequência (incluindo o

impacto) e estima a magnitude. Algumas empresas param na magnitude de vazamento

(material ou energia), o que implica, mas não explicita estado, o impacto para pessoas,

meio ambiente, e o Sistema de produção. Outras empresas modelarão o vazamento e

mais explicitamente estimarão o risco para pessoas, meio ambiente, e produção

contando a probabilidade de ferimento resultante de um cenário específico, por exemplo,

também contando com a probabilidade de operadores estarem em uma condição

insegura durante um cenário de vazamento (AIChE/CCPS, 2001).

65

Passo 2 : Selecionar um cenário de acidente . O LOPA é aplicado para um

cenário de cada vez. O cenário pode vir de outras análises (como análises qualitativas),

mas o cenário descreve um único par causa-consequência (AIChE/CCPS, 2001).

Passo 3: Identificar o evento iniciador do cenário e determ ine a frequência

do evento iniciador (eventos por ano) . O evento iniciador deve levar à consequência

(dada a falha de todas as salvaguardas). A frequência deve levar em conta os aspectos

de experiência do cenário, como a frequência do modo de operação para o qual o cenário

é válido. A maior parte das empresas fornecem guias para estimar a frequência para ter

consistência nos resultados do LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

Passo 4: Identificar os IPLs e estime a probabilidade de fa lha em demanda

para cada IPL . Lembre-se que LOPA é a abreviação para “análise das camadas de

proteção”. Alguns cenários de acidentes irão requerer somente um IPL, enquanto outros

podem requerer muitos IPLs, ou IPLs com probabilidade muito baixa de falha em

demanda, para atingir um risco tolerável para o cenário. Reconhecendo as salvaguardas

existentes que atendem os requisitos de IPLs para um dado cenário é o coração do

LOPA. Muitas empresas fornecem valores pré-determinados de IPLs para o uso do

analista, então o analista pode escolher valores que melhor se encaixem no cenário a

ser analisado (AIChE/CCPS, 2001).

Passo 5: Estimar o risco do cenário pela combinação matemát ica da

consequência, evento iniciador, e dados de IPL . Outros fatores podem ser incluídos

durante o cálculo, dependendo da definição da consequência. Abordagens incluem

métodos com fórmulas aritméticas e gráficas. Considerando os métodos, muitas

empresas fornecem um formulário padrão para documentar resultados (AIChE/CCPS,

2001).

Passo 6 : Avaliar o risco de chegar a uma decisão sobre o c enário . Isto incluí

comparação do risco do cenário ao critério de tolerância ao risco da empresa/ ou

relacionado aos “targets” (AIChE/CCPS, 2001).

66

2.6.3.1 ESTIMANDO A CONSEQUÊNCIA E GRAVIDADE

2.6.3.1.1 Propósito

Um componente do risco de qualquer cenário de acidente é sua consequência.

No LOPA, a consequência é estimada por uma ordem de magnitude da gravidade, que

requer muito menos esforço do que a modelagem matemática, e ainda assim facilita a

comparação do risco de diferentes cenários. Esta secção cita os vários tipos de análises

de consequência usado no LOPA. Este é o primeiro passo do método LOPA

(AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.1.2 Consequências de Interesse

Consequências são os resultados indesejáveis de cenários de acidentes. Uma

dos primeiras decisões que uma organização deve fazer ao implementar o LOPA é como

definir o ponto final da consequência. Algumas empresas param na perda de contenção;

outras estimam o impacto final em termos de ferimento ou dano. O cenário mais comum

de interesse para o LOPA em indústrias de processo químico é a perda de contenção de

material perigoso ou energia. Perda de contenção pode ocorrer por uma variedade de

mecanismos como um vazamento de um tanque, ruptura de uma tubulação, e elevação

de uma válvula de alívio. A consequência típica para um vazamento de material

inflamável/ tóxico é mostrado na figura 18 a seguir (AIChE/CCPS, 2001).

67

Figura 18 - Consequência típica para um vazamento de material inflamável/ tóxico (AIChE/CCPS, 2001).

O material liberado pode ser em forma líquida, gasosa ou sólida, ou uma

combinação destes. Se o material liberado é inflamável, uma ignição pode resultar em

uma explosão e/ ou fogo. No caso de ignição imediata de um gás pressurizado ou

material que possa dispersar para formar uma nuvem de vapor com ignição retardada

como um incêndio ou explosão. Vazamentos de líquido podem inflamar como uma poça

de fogo se ignitado. Se o material liberado é tóxico, o pessoal da planta ou o público

podem ser expostos à concentrações não saudáveis. A corrente de radiação de fogo,

sobrepressão de explosões e concentrações tóxicas de vazamento tóxico são chamados

efeitos físicos. O efeito físico tem impacto no pessoal, meio ambiente e propriedade, e

pode resultar em perdas como ferimentos, fatalidades, dano ao meio ambiente e à

propriedade. Somado à esses efeitos iniciais, poderia haver perdas seguidas devido à

interrupção do negócio, perda de qualidade de produto, requisitos de demolição, e perda

de credibilidade com o público, regulatório, clientes e fornecedores (AIChE/CCPS, 2001).

A faixa de ponto final para consequência para um cenário de perda de contenção

incluí vazamento de material perigoso, dispersão do material perigoso, efeitos físicos do

fogo, explosões e liberações tóxicas; e as perdas por impacto de efeitos físicos. Todos

estes pontos finais para consequência são quantificados por algum método de

estimativa. Por exemplo, um vazamento pode ser medido em termos da quantidade

68

liberada; dispersão em termos de dispersão distância/ área (para concentrações

específicas); e as perdas em termos de número de feridos ou fatalidades, dano à

propriedade, perdas financeiras ou perdas indiretas (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.1.3 Avaliação da Consequência pelo LOPA

Avaliação da consequência é parte integral de qualquer metodologia de

avaliação de risco. Quais consequências devem ser avaliada, e quão rigorosas são as

consequências depende de vários fatores, incluindo o risco associado com os cenários

de acidentes, e a metodologia de avaliação de risco adotada pela organização, e os

recursos que a organização espera gastar para refinar a estimativa. Os tipos diferentes

de avaliação de consequência são (AIChE/CCPS, 2001):

• Tamanho do vazamento/ caracterização

• Estimativa simplificada de ferimento/ fatalidade

• Estimativa com ajustes simplificada de ferimento/ fatalidades

• Estimativas detalhadas de ferimento/ fatalidade

Cada um destes métodos tem suas vantagens e desvantagens. O método usado

para categorização deve ser consistente com o critério de tolerância de risco da empresa

(AIChE/CCPS, 2001).

Qualquer organização implementando o LOPA deveria considerar

cuidadosamente o nível de detalhe para análise de consequência, já que esta escolha

pode afetar significativamente o nível de esforço e treinamento requerido. Algumas

empresas escolhem parar a análise na identificação e quantificação do tipo e tamanho

do vazamento. Seu critério de tolerância ao risco considera que vazamentos de certas

magnitudes possuem uma certa probabilidade de causar dano ao meio ambiente,

pessoas, ou produção/ ativos. Nestas empresas, o critério de tolerância ao risco primário

se combina com o fato de que a caracterização da consequência para no “vazamento”.

Outras escolhem representar explicitamente a probabilidade de algum evento de impacto

(ex. ferimento à empregado), e embora suas categorias de consequência são também

mais explicitas no grau de ferimento ocorrido. Devemos notar que cada abordagem pode

fornecer decisões comparáveis de risco (AIChE/CCPS, 2001).

69

Tabela 4 - Categorias de acordo com a consequência de um evento (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.2 Desenvolvendo Cenários

2.6.3.2.1 Propósito

Desenvolvimento de cenário no passo do LOPA em que o time ou analista

constrói uma série de eventos, incluindo eventos iniciadores e a falha de IPLs (camadas

de proteção independentes), que leva à consequência indesejável. O propósito desta

1- a 10- libras 10- a 100- libras100- a 1,000-

libras

1,000- a 10,000-

libras

10,000- a

100,000- libras>100,000 libras

Extremamente tóxico

acima do PE*Categoria 3 Categoria 4 Categoria 5 Categoria 5 Categoria 5 Categoria 5

Extremamente tóxico

abaixo do PE ou

altamente tóxico

acima do PE

Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 5 Categoria 5 Categoria 5

Altamente tóxico

abaixo do PE ou

inflamável acima do PE

Categoria 2 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 5 Categoria 5

Inflamável abaixo do

PECategoria 1 Categoria 2 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 5

Líquido combustível Categoria 1 Categoria 1 Categoria 1 Categoria 2 Categoria 2 Categoria 3*PE = ponto de ebul i çã o atmos férico

Perda de

equipamento

não essencial

Parada de

planta <1 mês

Para de planta 1-

3 meses

Parada de

planta >3

meses

Ruptura de

tanque de 3-10

mil gal 100-300

psi

Ruptura de

tanque > 10,000

gal >300 psi

Dano mecânico para

produto principal da

planta

Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 4 Categoria 4 Categoria 5

Dano mecânico para

subproduto da plantaCategoria 2 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 4 Categoria 5

$0-$10,000$10,000-

$100,000

$100,000-

$1,000,000

$1,000,000-

$10,000,000>$10,000,000

Custo do evento Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 5

Consequência

Característica

Consequência Financeira (U.S. dollars)

Nota: Es tes valores da tabela s ão pa ra exemplo comente, para indica r o que uma ou mais compania s uti l i zam pa ra categorizar

consequências . CCPS não defende um metro sobre o outro.

Vazamento

Característico

Tamanho do Vazamento (fora do dique)

Consequência

Característica

Magnitude da Perda

70

secção é descrever os componentes do cenário e dá exemplos de como os cenários

podem ser desenvolvidos da avaliação de perigos e outras fontes. Esta sessão aborda

o Passo 2 do processo do LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.2.2 Cenários do LOPA e Componentes

Um cenário é um evento não planejado ou sequência de eventos que podem

resultar em consequência indesejável. Cada cenário consiste de dois elementos

(AIChE/CCPS, 2001).

• Um evento iniciador (ex. falta de refrigeração) que começa a cadeia de

eventos e

• A consequência (o potencial para sobrepressão do sistema, vazamento de

material tóxico ou inflamável para a atmosfera, fatalidade, etc.) que resulta na

continuação da cadeia de eventos sem interrupção.

Conceitos inerentemente seguros buscam reduzir o risco eliminando cenários,

usualmente prevenindo ou reduzindo a consequência de um evento iniciador. Por

exemplo, se um processo é modificado para reduzir significantemente o inventário de um

material tóxico que possa ser liberado, a consequência, e então o risco, associados com

a ruptura do tanque pode ser reduzido significativamente (AIChE/CCPS, 2001).

Cada cenário deve ter um par evento iniciador/ consequência único. Se o mesmo

evento iniciador pode resultar em consequências diferentes, cenários adicionais devem

ser desenvolvidos. Em alguns casos muitos cenários podem vir de um evento iniciador

comum (ex. perda das utilidades de uma planta) e cenários separados devem ser

desenvolvidos para seções individuais de uma planta (AIChE/CCPS, 2001).

Além do evento iniciador e consequência, o cenário deve também incluir:

• Eventos possíveis (Enabling Event) ou condições que podem ocorrer ou

estar presente antes do evento iniciador poder resultar na consequência

• A falha de salvaguardas (que pode ser IPLs). Nem todas as salvaguardas

são IPLs, mas todos os IPLs são salvaguardas.

71

Métodos que usam fatalidade como pontos finais de consequência, ou dano ao

negócio ou ao meio ambiente, podem também incluir alguns ou todos os fatores a seguir

(AIChE/CCPS, 2001):

• A probabilidade de ignição de um material inflamável (vazamento de líquido

ou vapor),

• A probabilidade de uma pessoa estar presente na área afetada pelo evento,

• A probabilidade que um ferimento fatal pode resultar da exposição aos

efeitos do fogo, explosão, ou vazamento tóxico – incluem evacuação ou ação de

proteção, ou

• A probabilidade que uma perda financeira estimada para a planta que uma

certa magnitude resultará.

Outros métodos podem utilizar outros fatores ou probabilidades (AIChE/CCPS,

2001).

Figura 19 - Fluxograma método LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

72

2.6.3.2.3 Identificando e Desenvolvendo Cenários Ca ndidatos

2.6.3.2.3.1 Propósito

O propósito desta secção é duplo. Primeiro, fornece guia para identificar as

verdadeiras causas iniciadoras (chamada evento iniciador no LOPA) dos cenários de

incidente, e Segundo, fornece guia para estimar a frequência dos eventos iniciadores.

Esta secção se refere ao Passo 3 da metodologia do LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.2.3.2 Eventos Iniciadores

Tipos de Eventos Iniciadores

Eventos iniciadores são agrupados em três tipos gerais: eventos externos, falhas

de equipamento, e falhas humanas (também chamado ações inapropriadas)

(AIChE/CCPS, 2001).

73

Figura 20 - Possíveis eventos iniciadores (AIChE/CCPS, 2001).

Uma causa raiz é definida como “Um motivo relacionado ao sistema (o mais

básico) subjacente porque ocorreu um incidente”. Eventos iniciadores podem ser o

resultado de várias causas raiz subsequentes como eventos externos, falhas de

equipamento, ou falhas humanas. Causas raiz não são o mesmo que eventos

iniciadores, e deve-se ter cuidado para evitar ir muito profundo na causa raiz na

identificação de eventos iniciadores. Causas raiz podem, entretanto, contribuir para

determinação da frequência de ocorrer um evento iniciador quando estimando a

frequência do evento iniciador (AIChE/CCPS, 2001).

74

Tabela 5 - Valores típicos de frequência em relação ao evento iniciador (AIChE/CCPS, 2001).

Condições/ Eventos Possibilitadores

Em alguns cenários, o evento iniciador pode não ser óbvio. Como o time do

LOPA identifica cenários que levam a consequências de segurança, alguns serão

desenvolvidos onde o evento iniciador ou desencadeador não é claro. Em alguns

cenários complexos, pode haver outros fatores que não são falhas nem camadas de

Faixa de Frequência

Evento Iniciador pela literatura (por ano)

Falha residual de vaso de pressão 10 - 10-7

1 × 10–6

Falha residual de tubulação - 100m - Quebra total 10–5

- 10–6

1 × 10–5

Furo em tubulação (10% da secção) - 100m 10–3

- 10–4

1 × 10–3

Falha de tanque atmosférico 10–3

- 10–5

1 × 10–3

Estouro de gaxeta/ junta 10–2

- 10–6

1 × 10–2

Motor à diesel/ Turbina supervelocidade

causando quebra10

–3 - 10

–41 × 10

–4

Intervenção de terceiros (impacto externo por

retroescavadeira, veículo, etc)10

–2 - 10

–41 × 10

–2

Perda da carga de guindaste 10–3

- 10–4

por içamento 1 × 10–4

por içamento

Relâmpago 10–3

- 10–4

1 × 10–3

Válvula de segurança abre esporadicamente 10–2

to 10–4

1 × 10–2

Falha de água de refrigeração 1 - 10–2

1 × 10–1

Falha de selo mecânico 10–1

- 10–2

1 × 10–1

Falha de mangote de carregamento/

descarregamento1 - 10

–21 × 10

–1

Falha de "loop" de BPCS 1 - 10–2

1 × 10–1

Falha de reguladora 1 - 10–1

1 × 10–1

Pequeno fogo externo (causas agregadas) 10–1

- 10–2

1 × 10–1

Grande fogo externo 10–2

- 10–3

1 × 10–2

Falha em procedimento LOTO (trancar etiquetar)

*Falha de multiplos elementos de processo

10–3

- 10–4

por

oportunidade

1 × 10–3

por

oportunidade

Falha de operador (para executar procedimento

de rotina, assumindo ser bem treinado,

desextressado, descansado)

10–1

- 10–3

por

oportunidade

1 × 10–2

por

oportunidade

Exemplo de Valor

Escolhido pela

Compania para Usar

no LOPA (por ano)

Nota: Companias individuai s deveriam es colher seus próprios va lores , cons is tente com o grau de conservação

do cri tério de tolerância ao ri sco. Taxas de fa lhas podem também s er muito afetadas por rotina de

manutenção preventiva

75

proteção. Estes fatores são chamados de condições ou eventos possibilitadores

(Enabling Events), e consiste em operações ou condições que não causam diretamente

o cenário, mas que deve estar presente ou ativo para que o cenário proceda. Eventos

possibilitadores são expressos como probabilidades, e podem incluir coisas como modo

de operação (partida e parade) ou a operação sendo em uma fase específica. Nestes

casos, o evento iniciador pode ser a combinação de um evento possibilitador

(probabilidade) e uma falha subsequente ou ação inapropriada (frequência). Algumas

companhias usam eventos possibilitadores para modificar a frequência do evento

iniciador. Algumas não por conta da complexidade do resultado e potencial para

subestimar a frequência do evento iniciador (AIChE/CCPS, 2001).

A procura pelo evento iniciador envolve identificação do evento de risco cuja

frequência de ocorrer é o fator chave que direciona o cenário (AIChE/CCPS, 2001).

A probabilidade de um erro depende do número de vezes ao ano que a operação

ou atividade é realizada. Entretanto, se uma tarefa é feita mais frequentemente, muitos

fatores influenciam a probabilidade de um erro ocorrer durante a tarefa, e qualquer

melhoria nas habilidades como resultado de realizar a tarefa mais frequentemente pode

ser mais do que compensado pelo grande número de oportunidades para erro. Assim,

alguns analistas do LOPA usam somente alguns valores discretos para erro humano, do

que ajustar a frequência do evento possibilitador. Isto evita subestimar a probabilidade

para um erro humano em tarefas realizadas somente algumas vezes ao ano. Além disso,

estimativa de probabilidade de erro para uma tarefa complexa é frequentemente muito

difícil e for a do escopo do LOPA. A organização deve desenvolver um conjunto

consistente de regras para estimar a probabilidade de erro humano, e então aderir estas

regras ao LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.2.4 IDENTIFICANDO CAMADAS INDEPENDENTES DE PR OTEÇÃO

2.6.3.2.4.1 Propósito

76

O propósito desta secção é discutir o conceito de uma camada independente de

proteção (IPL) e seu uso na análise das camadas de proteção (LOPA). Este é o Passo

4 do processo LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.2.4.2 Definição e Propósito de um IPL

Um IPL é um dispositivo, Sistema, ou ação que é capaz de prevenir um cenário

de proceder à uma consequência indesejada independente do evento iniciador ou ação

de qualquer outra camada de proteção associada com o cenário. A efetividade e

independência de um IPL deve ser auditável.

Por exemplo , na figura 6.1, no ponto A de uma cadeia de eventos um IPL

instalado tem a oportunidade para agir. Se ele operar como pretendido a consequência

indesejada é prevenida. Se todos os IPLs do cenário falham em cumprir com sua função

então a consequência indesejada ocorrerá seguindo o evento iniciador (AIChE/CCPS,

2001).

A distinção entre um IPL e uma salvaguarda é importante. Uma salvaguarda é

qualquer dispositivo, Sistema, ou ação que provavelmente poderia interromper uma

cadeia de eventos seguindo um evento iniciador No entanto, a efetividade de algumas

salvaguardas não podem ser quantificadas devido à falta de dados, incerteza em relação

à independência ou efetividade, ou outros fatores (AIChE/CCPS, 2001).

Figura 21 - Fluxograma LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

Todos os IPLs são salvaguardas, porém nem todas as salvaguardas são IPLs

77

A efetividade de um IPL é quantificada em termos de sua probabilidade de falha

em demanda (PFD) que é definida como a probabilidade que um Sistema (no caso de

um IPL) falhará em cumprir uma função específica em demanda. O PFD é um número

adimensional entre 0 e 1. Quanto menos o valor do PFD, maior a redução na frequência

da consequência para uma dada frequência de evento iniciador. A “redução na

frequência” atingida por um IPL é algumas vezes chamada de “fator de redução de risco”

(AIChE/CCPS, 2001).

A figura 2.1 mostra as camadas de salvaguardas que podem ser empregadas

para prevenir ou minimizar os efeitos de incidentes. Salvaguardas podem ser

classificadas como (AIChE/CCPS, 2001):

• Ativa ou passiva,

• Preventiva (pré-vazamento) ou mitigativa (pós-vazamento)

Para o propósito de considerar como eles agem ou quão efetivos são em reduzir

a frequência ou consequência de um evento iniciador (AIChE/CCPS, 2001).

78

Tabela 6 - Exemplos de IPLs Passivos (AIChE/CCPS, 2001).

Comentários

IPL

Assumindo um projeto e inepção adequados

e procedimentos de manutenção

Dique

Irá reduzir a frequência de grandes

consequências de transbordo/ ruptura/

vazamento/ etc de tanque

10–1

- 10–3

Sistema de

drenagem

subterrâneo

Irá reduzir a frequência de grandes

consequências de transbordo/ ruptura/

vazamento/ etc de tanque

10–2

- 10–3

Respiro aberto

(sem válvula)Irá previnir sobrepressão 10

–2 - 10

–3

Prova de

explosão

Irá reduzir a taxa de aquecimento e fornecer

tempo adicional para despressurização/

combate à incêndio/ etc

10–2

- 10–3

Blast-wall/

Bunker

Irá reduzir a frequência de grandes

consequências de uma explosão por

confinamento e protejerá o equipamento/

prédios/ etc

10–2

- 10–3

Projeto

"Inerentemente

Seguro"

Se devidamente implementado pode

reduzir significantemente a frequência de

consequências associadas com o cenário.

Nota: algumas empresas permitem que

projeto inerentemente seguro possa

eliminar certos cenários

10–1

- 10–6

Corta chamas

Se devidamente projetado, instalado e

mantido este pode eliminar o potencial de

retorno fogo no sistema de tubulação ou

para dentro de um tanque

10–1

- 10–3

PFD pela

literatura e

indústria

79

Tabela 7 - Exemplos de IPLs Ativos (AIChE/CCPS, 2001).

Projeto do Processo (Process Design)

Em muitas companhias, assume-se que alguns cenários não podem ocorrer

porque seu projeto do equipamento de processo é inerentemente seguro. Por exemplo,

o equipamento pode ser projetado para aguentar a máxima pressão para um cenário

particular, tamanho de lote pode ser limitado, inventário reduzido, modificação química,

etc., e cenários são eliminados pelo projeto inerentemente seguro (AIChE/CCPS, 2001).

Características de projeto de processo inerentemente seguro são encorajados

para eliminar possíveis cenários. (Inherently Safer Chemical Processes: A Life Cycle

Approach (CCPS, 1996) (AIChE/CCPS, 2001).

Em outras companhias, algumas características de projeto de processo

inerentemente seguro são considerados a ter um PFD diferente de zero – isto é, eles

tem modo de falha possível que foi observado na indústria. Estas companhias

consideram estas características como IPLs. O projeto do IPL pretende prevenir a

consequência de ocorrer (AIChE/CCPS, 2001).

Comentários

IPL

Assumindo um projeto e inepção adequados e

procedimentos de manutenção

Válvula de Alívio

Previne o sistema de exceder uma pressão

expecificada. A efetividade deste dispositivo é

sensível ao serviço e experiência.

10–1

- 10–5

Disco de Ruptura

Previne o sistema de exceder uma pressão

expecificada. A efetividade pode ser muito

sensível ao serviço e experiência.

10–1

- 10–5

Sistema Básico de

Controle de

Processo (BPCS)

Pode ser creditado como um IPL se não estiver

associado com o evento iniciador considerado.10

–1 - 10

–2

SIL 1

Tipicamente consiste de:

Sensor único

Processador lógico único

Elemento final único

>10–2

- <10–1

SIL 2

Tipicamente consiste de:

Múltiplos sensores

Múltiplos canais de processador lógico

Múltiplos elementos finais

>10–3

- <10–2

PFD pela

literatura e

indústria

80

Sistema Básico de Controle de Processo (BPCS)

O Sistema básico de controle de processo (BPCS), incluindo controles manuais

normais, é a primeira proteção durante operação normal. O BPCS é projetado para

manter o processo em condição segura de operação. A operação normal de um “loop”

de controle BPCS pode ser creditado como um IPL se atender o critério apropriado (um

BPCS pode ser um evento iniciador). Quando considerar usar o BPCS como um IPL, o

analista deve avaliar a efetividade do controle de acesso e do Sistema de segurança

como erro humano pode degradar a performance do BPCS (AIChE/CCPS, 2001).

Alarmes Críticos e Intervenção Humana

Estes sistemas são o Segundo nível de proteção durante operação normal e

deve ser ativado pelo BPCS. Ação do operador, iniciado por alarmes ou observação,

pode ser creditado como um IPL quando diversos critérios são satisfeitos para assegurar

a efetividade da ação (ex. Independência). Procedimentos e treinamento pode melhorar

a performance de sistemas humanos, mas procedimentos somente não são um IPL

(AIChE/CCPS, 2001).

Função Instrumentada de Segurança (SIF)

Um SIF é uma combinação de sensores, processadores (logic solver), e

elementos finais com um nível de integridade segura específica que detecta uma

condição “fora do limite”(anormal) e traz o processo para um estado seguro. Um SIF é

funcionalmente independendo do BPCS. Um SIF é normalmente considerado um IPL e

o projeto do Sistema, o nível de redundância, e a quantidade e tipo de testes

determinarão o PDF que o SIF recebe no LOPA.

Proteção Física (Válvulas de Alívio, Disco de Ruptura, etc.) (AIChE/CCPS,

2001).

Estes dispositivos, quando apropriadamente dimensionados, projetados e

mantidos, são IPLs que podem fornecer um alto grau de proteção contra sobrepressão

em serviços limpos. Entretanto, sua efetividade pode ser prejudicada em serviços sujos

ou corrosivos, se válvulas de bloqueio são instaladas abaixo da válvula de alívio, ou se

81

as atividades de inspeção e manutenção são de baixa qualidade. Se o fluxo de um

dispositivo de alívio é descarregado para a atmosfera, consequências adicionais podem

ocorrer que precisarão ser examinadas (AIChE/CCPS, 2001).

Resposta a Emergência da Planta

Estas características (brigada de incêndio, sistemas de deluge manual,

evacuação da planta, etc.) não são normalmente consideradas como IPLs desde que

elas tenham ativação após o vazamento inicial e há variáveis suficientes (ex. Tempo

retardado) afetando sua efetividade na mitigação do cenário (AIChE/CCPS, 2001).

2.6.3.2.4.3 REGRAS DO IPL

Para ser considerado um IPL, um dispositivo, Sistema, ou ação deve ser

(AIChE/CCPS, 2001):

• Efetivo em prevenir a consequência quando funciona conforme projetado,

• Independente do evento iniciador e dos componentes de qualquer outro

IPL já considerado para o mesmo cenário,

• Auditável ; a efetividade assumida em termos de prevenção de

consequência e PFD deve ser capaz de validação de alguma maneira (por

documentação, revisão, testes, etc.)

2.6.3.2.5 DETERMINANDO A FREQUÊNCIA DOS CENÁRIOS

2.6.3.2.5.1 Propósito

Esta sessão mostra como usar o cenário identificado e camadas independentes

de proteção (IPLs) descritas em sessões anteriores para calcular a frequência do cenário

mitigado. Isto incluí cálculos para o Sistema existente ou projetado e para o Sistema

modificado ou projetado após incorporação de mudanças recomendadas. Os cálculos

podem ser quantitativos utilizando estimativas numéricas ou pode-se usar tabelas

82

(lookup tables). Esta sessão refere-se ao Passo 5 da metodologia LOPA (AIChE/CCPS,

2001).

2.6.3.2.5.2 Determinação de Risco e Frequência atra vés de Tabela (Lookup

Table)

O risco ou frequência do cenário pode ser determinado qualitativamente usando

tabelas de referência. Tipicamente, tabelas como estas podem também incluir um

“target” (alvo) de números de IPLs para categorias de risco diferentes. Algumas matrizes

podem incluir a frequência da consequência. Categorias na matriz podem incluir

(AIChE/CCPS, 2001):

• A frequência do evento iniciador do cenário,

• A gravidade da consequência do cenário,

• O número requerido de IPLs (ou créditos IPL) para uma cada categoria (a

categoria de risco é dada pela frequência do evento iniciador e gravidade da

consequência do cenário),

• A frequência da consequência.

Durante o desenvolvimento do método, o crédito para IPL é calculado a partir do

PFD do IPL usando a relação (AIChE/CCPS, 2001):

1 IPL credit ≡ 1 × 10-2 PFD

2.6.3.2.6 Usando o LOPA para tomar decisões

Este capítulo apresenta abordagens para utilizar os resultados calculados como

dados para tomar decisões. O método descrito nesta secção pode ser usado para tomar

decisões para atingir níveis mais baixos de risco que seja tolerável pela organização.

Esta sessão se refere ao Passo 6 do método LOPA (AIChE/CCPS, 2001).

Para qualquer abordagem, análise de custo-benefício pode ser uma ferramenta

adicional para ajudar a decisão final de redução de risco (AIChE/CCPS, 2001).

83

Chega a hora de tomar decisões depois dos cenários terem sido

completamente desenvolvidos e o risco existente ter sido calculado, como descrito

anteriormente (AIChE/CCPS, 2001).

Ao final de qualquer estudo, qualitativo ou quantitativo, as decisões em

relação à risco normalmente cai em uma das seguintes categorias (AIChE/CCPS, 2001):

a. Gerenciar o risco residual – continuar os sistemas de gerenciamento que

mantém o risco em seu nível atual (presumidamente tolerável).

b. Modificar (mitigar) o risco para torná-lo tolerável.

c. Abandonar o risco (negócios, processos, etc.) porque o risco é muito alto.

Decisões de abandonar operações são normalmente feitas como resultado de

outros estudos como avaliação de risco quantitativa (CPQRA). LOPA, por outro lado, é

normalmente aplicado para determinar se um cenário está no critério de tolerância ao

risco ou se o risco deve ser reduzido (AIChE/CCPS, 2001).

Comparando o Risco Calculado com o Critério de Tole rância ao Risco

Para este tipo de tomada de decisão, o risco calculado é comparado com o

critério para o risco que se relaciona com algumas medidas de máximo risco por cenário

que a companhia irá tolerar. Isto pode ter a forma de uma matriz, um máximo risco

tolerável por cenário, ou um requisito para um número específico de IPLs, dado pela

frequência do evento iniciador e a gravidade das consequências. Se o risco calculado é

menor que o critério de risco, o cenário é julgado para ter um risco baixo o suficiente ou

ter mitigação suficiente (ou IPLs), que mitigação adicional não é necessária. Se, no

entanto, o risco calculado excede o critério de risco, o cenário é julgado para requisitar

mitigação adicional (ou mais forte) (IPLs), ou requisitar mudanças no projeto para tornar

o processo inerentemente seguro, reduzindo então a frequência ou consequência do

cenário (AIChE/CCPS, 2001).

84

3 METODOLOGIA

Um estudo de caso foi a metodologia escolhida para este trabalho, e pode ser

definido como a “exploração de um sistema limitado ou um caso (ou múltiplos casos) que

envolve coleta de dados em profundidade e múltiplas fontes de informação em um

contexto”. A noção de sistema limitado está relacionada com a definição de tempo e

espaço, e o ‘caso’ pode ser compreendido por um evento, uma atividade ou indivíduos

(YIN, 2005).

As múltiplas fontes de informação – ou evidências – são constituídas por

entrevistas, observações, documentos e reportagens. A definição de ‘contexto do caso’

envolve as situações em que se encontra o caso a ser estudado, como referências

históricas, sociais, econômicas, entre outras. Se trata do método que está preocupado

em responder a questões do tipo “como” e “por quê”, em uma situação na qual o

pesquisador “tem pouco controle sobre os acontecimentos e quando o foco se encontra

em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real”. O estudo de

caso é um tipo de investigação empírica cujos limites de fenômeno e contexto não estão

claramente definidos (YIN, 2005).

Existe uma classificação dos três tipos de estudo de caso, que podem ser: (1)

exploratório, (2) descritivo, e (3) explanatório (ou explicativo). No entanto, tais definições

não carregam nenhum peso hierárquico, e estas estratégias muitas vezes se sobrepõem,

não havendo, portanto, uma limitação objetiva entre elas. Cada estratégia, por sua vez,

tende a resolver problemas diferentes. No primeiro caso, deseja-se conhecer com maior

profundidade questões pouco conhecidas. Já o segundo está mais preocupado com a

descrição da situação, e o terceiro caso se volta a possibilidades de explicação de causas

(YIN, 2005).

Neste trabalho pode-se dizer que o caso em questão será uma instalação de

dissulfeto de carbono e seu estudo se baseará principalmente no tipo (3) explanatório,

onde possíveis cenários para eventos envolvendo fogo/ explosão ou intoxicação nesta

instalação, as causas dos mesmos assim como ações preventivas/ mitigativas foram

estudadas. Dados da instalação, do equipamento e condições operacionais do tanque

85

de CS2 (T-01) foram coletados para cálculo dos índices F&EI, CEI e análise do LOPA.

Os dados utilizados são virtuais por motivos de segurança e segredo industrial, porém

são compatíveis com o de uma instalação real.

3.1 Propriedades do Dissulfeto de Carbono (CS2)

O CS2 tem uma grande faixa (range) de inflamabilidade - de 1% para cerca de

50%; virtualmente todas as misturas CS2/Ar são perigosas. A energia mínima de ativação

é extremamente baixa – 0.009 mJ – Uma pequena faísca estática é suficiente para ignitar

vapores de CS2. O conteúdo mínimo de oxigênio para um fogo de CS2 é de 5%. A

densidade do vapor é 2.6 vezes a densidade do ar, consequentemente os vapores

podem formar bolsas de concentração suficientemente altas para apresentar perigo de

inflamabilidade (Elekeiroz, 2008).

Um caso de fogo irá sustentar a combustão e libera SO2 como produto que é

tóxico.

Tabela 8 – Propriedades Físico-Químicas do Dissulfeto de Carbono (Adaptado de Elekeiroz, 2008).

Propriedades do Dissulfeto de Carbono

Ponto de Ebulição 46.25ᵒC

Ponto de Fusão -111.53ᵒC

Ponto de fulgor -30ᵒC (vaso fechado)

Limites de explosão Inferior: 1% por volume de ar

Superior: 50% por volume de ar

Densidade do Líquido 1.263 kg/m³

Densidade do vapor 2.63 (Ar=1)

Solubilidade em água 0.211 (20ᵒC)

Fórmula Química CS2

Peso Molecular 76.14

Temperatura de Auto Ignição 100ᵒC

Pressão de Vapor ᵒC: -44.7 -5.1 46.5

mmHg (abs) 10 100 760

86

O contato de dissulfeto de carbono com os olhos pode causar severa irritação; a

absorção pela pele pode causar danos ao sistema nervoso periférico; inalação pode

causar dores de cabeça, inconsciência, convulsão, parade respiratória, narcose e morte;

sua ingestão pode levar à náuseas, vômitos e vertigens. A repetida exposição pode

causar efeitos neurotóxicos caracterizados por nervosismo, irritabilidade, tremores,

indigestão, dor de cabeça, perda de apetite, polineurites e psicoses. Danos ao sistema

nervoso central, sistema cardiovascular e aos olhos é possível. Perigoso para o Sistema

reprodutivo humano; em casos de exposição crônica pode ocorrer distúrbios menstruais,

aborto espontâneo e nascimento prematuro (Elekeiroz, 2008).

Tabela 9 – Dados Toxicológicos do Dissulfeto de Carbono (Elekeiroz, 2008).

Dados Toxicológicos *LDlo: 14mg/kg (Humano – oral)

*LDlo: 4.000 ppm (30 minutos) humano

(inalação)

*LDlo: a menor dose para matar um animal.

3.2 Aplicabilidade das Ferramentas

Baseando-se nas propriedades fisico-químicas do CS2 citadas anteriormente,

principalmente características de inflamabilidade e toxicidade, fica claro que as

ferramentas F&EI e CEI são aplicáveis para este químico; a primeira trata de riscos

associados com fogo e explosão, e sendo o CS2 altamente inflamável apresentando

energia de ativação muito baixa (0.009 mJ), F&EI será uma ferramenta útil para análise

de cenários envolvendo fogo com CS2. O CS2 é também bastante tóxico, de maneira

que a CEI será também uma ferramenta útil para análise de risco, porém neste caso

envolvendo cenários de liberação de nuvem tóxica levando à intoxicação.

Após a aplicação das ferramentas F&EI e CEI, uma análise mais profunda será

requerida para os cenários mais complexos e com piores consequências (identificados

no F&EI e CEI), isso para garantir que esta operação é segura o suficiente. A análise

com o LOPA trata melhor entendimento do cenário – seu evento iniciador, consequência

e frequência - levando a um melhor julgamento.

87

3.3 Coleta dos dados operacionais

O dissulfeto de carbono é comprado do fornecedor e levado até a planta através

de empresa transportadora por um caminhão isotanque projetado para transporte deste

químico. O volume máximo deste caminhão é de 15 m³, que é descarregado para o

tanque de armazenamento de CS2 (T-01) da planta. Este tanque tem capacidade de 48

m³ e está instalado dentro de um dique de 300 m³ onde fica imerso em água. O tanque

também é mantido com água em seu interior, além do CS2, e como o CS2 é mais denso

que a água este se mantém no fundo do tanque sempre coberto por uma camada de

água. Ao chegar no site, o caminhão passa direto na portaria e estaciona na doca de

descarregamento próximo ao tanque, onde o sistema de “deluge” é ligado para resfriar

o caminhão. Depois de algum tempo neste estado o caminhão é aterrado; os mangotes

de descarregamento e equalização são conectados ao caminhão por operador treinado

e experiente, ambos na parte superior do caminhão. A bomba de descarregamento (P-

01) é então ligada; esta bomba manda água do dique para dentro do caminhão, entrando

por cima, que então pressiona o líquido. A tubulação de saída de CS2 do caminhão é

feita através de “dip pipe” pela pressão exercida pela água bombeada para dentro do

caminhão, que é então enviado para dentro do tanque T-01. O caminhão descarregado

fica cheio de água e retorna ao fornecedor.

Para enviar o CS2 do tanque de armazenamento para o processo utiliza-se

basicamente o mesmo sistema do descarregamento. Uma bomba, chamada “bomba de

processo”(P-02), bombeia água do dique para dentro do tanque T-01 pela parte superior

deste. A pressão exercida no tanque “empurra” o CS2 que está na parte inferior do tanque

que sai deste também através de “dip pipe” e vai pela linha para o processo. Para que

não fique CS2 estagnado nas linhas (o prédio produtivo se localiza longe da tancagem

de dissulfeto de carbono) estas são lavadas com água, que faz com que o CS2 residual

das linhas retorne para o tanque e fique somente água nestas linhas. Há também uma

bóia que repõe possíveis perdas de água do dique e garantir que este sempre esteja

cheio de água; está boia está localizada de maneira tal que um metro de altura do dique

88

fique mantido vazio (devido à possíveis vazamentos ou eventos não planejados) e uma

coluna de um metro de água seja mantida acima do tanque.

A partir de documentos do equipamento, entrevistas com operadores e

engenheiros, além da coleta de distâncias e dados de campo a tabela 10 foi construída

com os dados do equipamento, localização e condições operacionais que serão

utilizados em ferramenta interna que irá calcular o F&EI e CEI, além de nos fornecer os

cenários para o LOPA.

Tabela 10 - Dados gerais da instalação.

*Dados do Equipamento

Dimensões Diâmetro: 3.5 m

Comprimento: 5 m

Volume nominal 48 m³

Área superficial 65 m²

PMTA (Pressão Máxima de Trabalho Admissível)

5.5 bar

Pressão de Operação 2 bar

Tipo de Alívio Válvula de Alívio (PSV)

Pressão de Alívio: 5.4 bar

Tamanho do Orifício de Alívio: 8.00 mm

Diâmetro da Tubulação de Alívio: 3 polegadas

Máxima Pressão de Alimentação (P-01) 3 bar

Máxima Vazão de Alimentação (P-01) 15000 kg/h

Material de Construção Aço Carbono

Dip Pipe (alimentação)? Não

Número de Conexões 12

Tamanho da tubulação 2 polegadas (in – inches)

Tamanho da válvula de dreno 2 polegadas

Volume do Caminhão Isotanque 15 m³

*Dados de Localização

Localização do Equipamento Área aberta

Pessoa Rotineiramente na Área? Sim

89

Equipamento em Área Congestionada? Não

Distância de Equipamento de Incêndio ~30 m

Dique Dimensões: 6m x 10m x 5m

Área = 50 m²

Volume = 300 m³

Sistema direto de “deluge”? Sim

Distância para o limite de propriedade 150 m

Distância para prédio ocupado (Armazém de PA)

20 m

Área do prédio ocupado 1000 m²

Número de ocupantes no prédio 14

*Condições de Operação

Temperatura normal de Operação 25ᵒC

Temperatura mínima de Operação 10ᵒC

Temperatura máxima de Operação 40ᵒC

Volume total 63 m³

Inventário Total Máximo (tq + isotanque) 79.569 ton

Altura de Líquido, Δh 3.5 m

Máxima Vazão de Alimentação 15 m³/h

Máxima Pressão de Alimentação 3 bar

Tipo de Alimentação (Contínua/ Batelada) Batelada

Porcentagem de tempo em operação > 10% tempo

Limpeza e vigia frequente? Não

Procedimentos efetivo para retornar operação com “Check-list”?

Sim

Checagem diária de vazamento na tubulação e equipamento?

Não

*Por motivos de segredo industrial todos os dados citados acima são virtuais porém compatíveis com o de uma instalação real.

90

Figura 22 - Fluxograma do armazenamento de Dissulfeto de Carbono.

PSV-

01 PSV-

02 Água

Bomba de

descarregam

ento "P-01"

Bomba de

processo "P-

02"

Dique

H2O

CS2 CS2

H2O

Caminhão

isotanque

Tanque de armazenamento de

CS2

Processo

LT-LSH-

91

3.4 Aplicação de Ferramenta Interna (RAST)

Os dados citados anteriormente (sessões 3.1 e 3.3) para a instalação –

equipamento, localização e condições operacionais – foram inseridos em uma

ferramenta interna (RAST) que utiliza esses dados para calcular os índices F&EI e

CEI e também fornece, de acordo com o equipamento, os piores cenários para o

LOPA. Os dados do químico (CS2) são carregados automaticamente ao selecioná-

lo.

A ferramenta RAST se trata de uma planilha em Excel que utiliza macros

que contém fórmulas e considerações citadas e exemplificadas na revisão

bilbiográfica bem como dados físico-químicos das substâncias.

Alguns dos itens necessários para completar todas as informações

requeridas pela ferramenta são de definição interna da empresa e não foram

tratados neste trabalho pois não impactam diretamente nos resultados que serão

apresentados. Abaixo segue uma imagem ilustrativa das informações requeridas e

dos campos preenchidos.

92

3.4.1 Dow LOPA Target Factor como estimativa de con sequência

A Dow utiliza suas próprias categorias para os cenários, chamado de

“Target Factor” ou TF, onde transforma níveis de consequências em números;

números estes que são utilizados como parâmetro para saber qual o nível de

Exclude Mech Integrity Scenarios? No Report Target Factor 4 Cases? Yes

Equipment Type =

Plant Section or Sub-Area Equipment Tag = Operating Temperature = 25 C

P&ID Number Equipment Volume = 48 cu m Operating Pressure (gauge) = 2 bar

Equipment Location = Outdoors MAWP (gauge) = 5.5 bar Total Inventory = 79570 Kg

Personnel Routinely in Area? Yes Flat bottom non-anchored tank? Liquid Head, ∆h = 3.5 m

Effective Egress from Process Areas? Yes Relief Set Press (gauge) = 4.8 bar Maximum Feed Press (gauge) = 3 bar

Equipment in Highly Congested Area? No Relief Size (eq diameter) = 8 mm Maximum Feed Rate = 15000 Kg/hr

Distance from Fired Equipment = within 30 m (100 ft) Relief Type = Type of Feed (Batch or Continuous)

Access for Emergency Services? Partially Adequate Relief Tail Pipe Diameter = 3 in Non-Ignitable Atmosphere? Yes

Spills to Soil Require Remediation? No Relief Discharge Elevation = 4 m Downstream Pressure (gauge) =

Potential for Water Contamination? No Relief Discharges to = Max Pad Gas Pressure (gauge)=

Dike Area = 50 sq m Full Vacuum Rated? No Maximum Pad Gas Rate =

Drainage to Remote Area? No Material of Construction Equipment Vents to .. =

Approved/Directed Firewater Spray? Yes Corrosive or Stress Cracking Potential? Yes Susceptible to Vibration Fatigue? No

Equipment greater than 30 ft elevation? No Dip Pipe or Bottom Fill? No

Qty Other Flammable Liquids in Area 0 Kg Nozzle or Pipe Size = 2 in

Enclosed Process Volume = Number of Nozzles or Connections = 12

Enclosed Process Ventilation = changes/hr Pipe Length =

No. Enclosed Area Personnel = 2 Drain Valve Size 2 in

Distance to Fence Line = 150 m Piping NOT Vulnerable to Damage?

Toxic Enabling Factor = -1 Primarily Screwed Connections? No

Distance to Occupied Bldg or Area = 20 m Expansion Joint Used?

Occupied Bldg or Area Size = 1000 sq m Sight Glass Used? No

Occupied Bldg Type = Type 1 Equipment Connection =

Occupied Bldg Ventilation Rate = changes/hr Replace Cost & Business Loss

Centralized Ventilation Shut-Off? User Equipment Surface Area = 65 sq m

Number of Building Occupants = 14 Insulated? No

Distance to Occupied Bldg 2 Heat Transfer Area = Percent of Time in Operation =

Occupied Bldg 2 Type = Overall U = No

Number of Occupants Bldg 2 = Heating Media T = Yes

Motor Power = No

Remote Start Pump?

Automated Suction & Discharge?

Seal Type =

Greater than 10%

Frequent Turnaround or Cleanout?

Effective RTO Procedures with Checklists?

Daily check of piping and equipment for leaks?

Design Standards/Operating Procedures

Safety Valve Batch

Outdoors-Upwards

Carbon Steel Immediate Area

Equipment Data

Site/Location Data Vessel/Tank Process/Operating Conditions

T-01

Session Date Session Partipants

10/9/2013 Juliana Esteves da Silva

Process Description

Tanque de CS2

Figura 23 - Imagem ilustrativa da ferramenta interna utilizada para análise (Dow RAST, 2012).

93

proteção, ou quantas camadas de proteção, é necessário para garantir a segurança

do equipamento/ instalação.

A estimativa para um número de pessoas impactadas não possuí a

precisão de uma faixa de ordem de magnitude, que é uma melhor representação

da consequência para uma análise de risco simplificada (Dow CHEF, 2012).

De maneira que um cenário com TF 6 precisará da soma de 6 créditos

(evento iniciador + camadas de proteção) para considerarmos que a probabilidade

do cenário ocorrer foi reduzida o bastante. Quanto pior a consequência, maior o TF

e maior portanto o número de camadas de proteção requeridas.

Target Factor

Potencial de Pessoas Impactad as Impacto Ambiental

Dentro do site Fora do site

4

Caso de tratamento medico reportável

(RMTC) ou caso de afastamento do

trabalho por um dia (DAWC) com

reabilitação total

Um acidente ou vazamento que

potencialmente irá criar publicidade local

negativa

Um incidente que deve ser reportável às autoridades

5 Um ferimento sério irreversível

Um acidente resultando em que foi falado para o público se abrigar ou evacuar

Um incidente ambiental onde a contaminação foi contida no site e onde a

recuperação foi completa em 1 ano

6 1 ou 2 fatalidades dentro do site

Um ferimento sério irreversível fora do

site

Um incidente ambiental que poderia contaminar água do subsolo na área ao redor do site ou resultar em matança de peixes substancial (>50)

fora do site.

7 3 a 9 fatalidades dentro do site

1 ou 2 fatalidades fora do site

Um incidente ambiental que envolve remediação

significante do solo fora do site ou contaminação de

sedimentos, água subterrânea ou de

superfície fora dos limites do site ou com atenção significante da mídia.

8 10 a 49 fatalidades dentro do site

3 a 9 fatalidades fora do site

Um incidnete ambiental com significante atenção

94

nacional da mídia.

9 50 a 199 fatalidades dentro do site

10 a 49 fatalidades fora do site

Um incidente ambiental com significante atenção da

mídia internacional.

10 200 ou mais

fatalidades dentro do site

50 a 200 fatalidades fora do site

Figura 24 - Target Factor versus Consequência (Dow CHEF, 2012).

3.4.2 Fator Dow de Projeto

A Dow proporciona dois créditos para as instalações que seguem seus

padrões e legislações locais, considerando que se a instalação segue estes

padrões já possuí um nível de proteção equivalente a dois créditos. Portanto neste

trabalho todos os cenários serão creditados por este critério.

95

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Resultado do Cálculo do F&EI dado pela ferramen ta

Figura 25 - Imagem ilustrativa do resultado do cálculo para F&EI (Dow RAST, 2012).

Prepared by: Juliana Esteves da Silva

Key Chemical: Carbon Disulfide

Fraction Key Chemical 1

Physical State Liquid

Adjusted NFPA Flammability 3

Adjusted NFPA Reactivity 0

Total Quantity Handled, Kg 79570

MATERIAL FACTOR (per Table 1 Criteria) 16

1. General Process HazrdsPenalty Factor

Range

Penalty Factor

Used

Base Factor ………………………………….. 1.00 1.00

A. Exothermic Chemical Reaction 0.30 to 1.25 0.00

B. Endothermic Chemical Reaction 0.20 to 0.40 0.00

C. Material Handling and Transfer 0.25 to 1.25 0.00

D. Enclosed or Indoor Process Unit 0.25 to 0.9 0.00

E. Access 0.20 to 0.35 0.20

F. Drainage and Spill Control 0.25 to 0.50 0.50

Dike Area = 50 sq m

General Process Hazards Factor (F1) ………………. 1.70

2. Special Process Hazrds

Base Factor ………………………………….. 1.00 1.00

A. Toxic Materials 0.20 to 0.80 0.40

B. Sub-Atmospheric Pressure (<500 mmHG) 0.50 0.00

C. Operation In or Near Flammable Range 0.30 to 0.80 0.50

Not Inerted

Flammable Storage

D. Dust Explosion 0.25 to 2.00 0.00

E. Pressure 0.00

Operating Pressure = 2 bar Relief Set Pressure = 4.8 bar

F. Low Temperature 0.20 to 0.30 0.00

G. Quantity of Flammable/Unstable Material

Flammable Quantity in Process: 0 Lb 0.00

Flammable Quantity in Storage: 132156 Lbs 0.54

Combustable Solids in Process or Storage: 0 Kg 0.00

H. Corrosion or Erosion 0.10 to 0.75 0.20

I. Leakage - Joints and Packing 0.10 to 3.00 0.00

J. Use of Fired Equipment 0.15

K. Hot Oil Heat Exchange System 0.15 to 1.15 0.00

J. Use of Rotating Equipment 0.50 0.00

Special Process Hazards Factor (F2) ………………… 2.79

Process Units Hazard Factor (F1 X F2 = F3) ………………….. 4.74

Fire and Explosion Index (F3 X MF) ………...……. 76

Radius of Exposure ………………….. 20 m

For No Penalty Use 0.00

ESTIMATED FIRE & EXPLOSION INDEX

Date: 10/9/2013

PLANT DATA

Process Unit: Vessel/Tank; T-01

96

Como resultado do cálculo pela ferramenta foi obtido para a unidade de

processo (tanque de CS2 – T-01) um índice de 76 para o F&EI; este valor é

considerado moderado de acordo com o guia do F&EI - F&EI Guide, 1994.

A ferramenta se baseou no Fator Material (MF) tabelado de 16 para o

dissulfeto de carbono e posteriormente aplicou penalidades de acordo com o que

foi preenchido nos dados da instalação, equipamento e etc.

Em Riscos Gerais de Processo (1. General Process Hazards) foram

aplicadas penalidades de 0.20 para acesso, pois nos dados de entrada o acesso

foi considerado parcial uma vez que há uma série de grades e escada marinheiro

para acessar alguns pontos acima do dique. Ainda nesta sessão foi aplicada

também 0.50 de penalidade pela falta de drenagem do dique para local remoto e

seguro. Todas estas penalidades somam 1.7.

Em Riscos Especiais de Processo (2. Special Process Hazards) foi

considerada penalidade pelo CS2 se tratar de um material tóxico – 0.40 – e

inflamável – 0.50 – com manuseio acima de seu ponto de fulgor. Também foi

aplicada penalidade de 0.54 devido ao inventário de inflamável (132,156 Lb) e como

o CS2 possuí propriedades corrosivas aplicou-se também 0.20 de penalidade.

Estas penalidades somam 2.79.

A partir destes valores de penalidades e do Fator Material o índice para o

F&EI e o raio de exposição foram calculados.

O raio de exposição calculado foi de 20 metros. Este valor é utilizado em

novos projetos para que em um raio de 20 metros não seja alocado nenhum tipo

de material inflamável ou combustível, evitando assim em caso de um incidente ter

eventos em série; da mesma maneira devemos neste raio evitar prédios ocupados

pois, em caso de um evento envolvendo fogo e/ou explosão, as pessoas ocupantes

deste prédio poderiam eventualmente serem atingidas. Quando há o F&EI para

todos os equipamentos da planta seus raios são traçados em um desenho de planta

baixa para ser consultado.

A partir do raio de exposição pode-se considerar uma área de exposição,

que nada mais é que a área circular onde o centro é o equipamento (T-01) e o raio

97

do círculo é igual ao raio de exposição; a área é calculada pela fórmula A=π*R²

(onde A=área de exposição e R=raio de exposição), totalizando 1256,64 m².

A partir do raio/ área de exposição foi estimado, seguindo o guia do F&EI,

o fator de dano.

4.1.1 Cálculo do Fator de Dano para o Tanque de CS 2

Foi visto na revisão bibliográfica que o Fator de Dano é calculado a partir

de equações que variam de acordo com o Fator Material. Para este caso, com MF

igual a 16 e F3 variando de 1 a 8, usamos a seguinte equação:

Y = 0.256741 + 0.019886(X) + 0.011055(X²) - 0.00088(X³)

onde, Y=Fator de Dano e X=F3

Para o F3 dado pela ferramenta igual a 4.74, temos um Fator de Dano igual

a 0.5057.

Isso significa que em caso de fogo/ explosão do tanque de CS2 (T-01)

resultará em danos à cerca de 50.57% de sua área de exposição, compreendendo

635.43 m² danificados.

Desta maneira foi possível ter uma ideia melhor de magnitude e potencial

para esta instalação.

4.2 Resultado do Cálculo do CEI dado pela ferrament a

98

Figura 26 - Imagem ilustrativa do resultado do cálculo para CEI (Dow RAST, 2012).

Key Chemical: Sodium Hydroxide (50% aq)

Fraction Key Chemical 1

Physical State Liquid

Total Inventory, bar 79570

Contained Mass, Lb 0

Maximum Feedrate, Kg/hr 15000

Containment Dike Area, sq m 50

EMERGENCY RESPONSE PLANNING DISTANCES

NFPA Health Rating 2 Public, m 150

ERPG-2 (ppm) 50 Nearest Occupied Building, m 20

ERPG-3 (ppm) 500

PHYSICAL PROPERTIES EQUIPMENT INFORMATION

Operating Temperature (Ts), Kg 25 Equipment Volume, cu m 0

Operating Pressure (gauge), bar 2 Equipment MAWP, bar 5.5

Molecular Weight 76.14 Burst Pressure, psi 0

Normal Boiling Point, C 46.7 Saturation Temp at Burst, C 0

Vapor Pressure at Ts, mmHg 0.00 Ht of Liquid Above Release Point, m 3.5

Liquid Density at Ts, gm/ml 0.00 Equivalent Pipe or Nozzle Size (in) = 2

Heat Capacity at Ts, cal/gm C 0.00

Heat of Vaporization at Ts, cal/gm 0.00

CASE DATA - SUMMARY

Case Number ……………………….. 1 2 3 4

Scenario DescriptionPipe or Nozzle

Failure

Relief Dev ice

Vapor Capacity

Ov erfill or

Ov erflow

Fire Vapor

Relief

Equivalent Hole Size, in 0 0.31496063

Liquid Release Rate, Lb/sec 94.489433 9.1859275

Vapor Release Rate, Lb/sec 0.240091231 4.002413054

5 min Limited Release Rate, Lb/sec 94.489433 0.240091231 9.1859275 4.002413054

Total Release Quantity in 15 minutes Lb 85040.48492 216.0820961 8267.334285 3602.171546

Total Release Quantity (Key Chemical) Lb 85040.48492 216.0820961 8267.334285 3602.171546

Overall Flashed Fraction 0 1 0

Fraction Overall Flashed+Droplet Evaporation 0 1 0

Airborne Rate from Flash+Droplet Evaporation, Lb/sec 0 0.240091231 0

Pool Area, sq m 50 50

Fraction Key in Liquid Pool 1 1

Estimated Pool Temperature, C 25 25

Pool Evaporation Rate, Kg/sec sq m 0.010910155 0.010910155

Airborne from Pool Evaporation, Lb/sec 0.98897813 0 0.98897813

Total Airborne Rate, Lb/sec 0.98897813 0.240091231 0.98897813 4.002413054

Airborne Rate (Key), Lb/sec 0.98897813 0.240091231 0.98897813 4.002413054

CHEMICAL EXPOSURE INDEX

Hazard Distance, HD-2, m 352 146 352 707

Hazard Distance, HD-3, m 111 46 111 224

Hazard Distance, LFL, m 22 9 22 44

CEI 36 15 36 71

ESTIMATED CHEMICAL EXPOSURE INDEX

Prepared by: Juliana Esteves da Silva Date: 10/9/2013

PLANT DATA

Process Unit: Stirred Reactor/Crystallizer; T-01

99

Esta ferramenta considera a quantidade liberada de produto tóxico

proveniente de um vazamento e o potencial de dano à pessoas que essa

quantidade poderia atingir, avaliando diversos tipos de vazamentos existentes e a

taxa de vazamento máxima possível para cada cenário, de maneira que quanto

maior a vazão do material tóxico, maior a quantidade liberada, maior a

concentração e o tamanho da nuvem tóxica e consequentemente maior a área

impactada e o número de pessoas envolvidas.

O pior cenário apresentado foi o de “alívio de vapores por fogo” que

apresenta um índice de 71 para CEI. Este cenário trata-se de um vazamento

seguido de fogo que envolve o tanque levando à um aumento de pressão interna

do mesmo. Isso resulta na abertura da válvula de alívio do tanque e liberação de

vapores de material tóxico (dissulfeto de carbono) que formará uma nuvem tóxica.

Para este cenário tem-se um HD-3 de 224 metros; esta distância de risco

está associada ao ERPG-3, que é a concentração para exposição em que

apresenta ameaça a vida ao indivíduo exposto e que para o dissulfeto de carbono

é de 500 ppm. Isso significa que em caso de acidente envolvendo este cenário a

nuvem tóxica formada terá uma concentração de 500 ppm em um raio de 224

metros. Este dado é utilizado no plano de resposta à emergências definindo, em

caso de vazamento relacionado a este cenário, um isolamento que cubra esta área

e plano de evacuação. O mesmo é aplicável para os outros cenários, seus

respectivos índices e HD-3.

Figura 27 – Valores de ERPG para Dissulfeto de Carbono (CEI Guide, 1993).

Outros cenários considerados foram de falha em tubulação ou bocal e

transbordo, ambos com índice de 36 para CEI e também vazamento pelo sistema

de alívio com índice de 15. Estes com potencial de dano menores que o primeiro

cenário citado.

100

4.3 Escolha de piores cenários do LOPA

A escolha dos piores cenários foi realizada a partir dos resultados

apresentados pela ferramenta RAST. A ferramenta nos fornece diversos tipos de

cenários, com consequências e frequências diferentes. Foram escolhidos os

cenários com maior TF e maior frequência (evento iniciador com maior

probabilidade de ocorrer), e consequentemente os cenários que necessitam de um

número maior de camadas de proteção para que seja aceitável.

A ferramenta gerou 40 cenários diferentes, porém a maior parte deles

apresentou cenários parecidos (mesmo evento iniciador ou consequências

parecidas) e alguns deles consequências de proporções menores e/ou frequência

do evento iniciador baixa. Desta maneira foi contemplado para análise os piores

cenários incluindo intoxicação e fogo/ explosão, sendo o pior TF para o tanque de

CS2 nas condições abordadas igual a 8. Além do TF levou-se em consideração

cenários envolvendo consequências e eventos iniciadores diferentes, para garantir

diversidade de cenários na análise. Buscou-se abordar os cenários com diferentes

eventos iniciadores (ex. falha de instrumento, furo no costado do tanque, válvula/

dreno aberto etc.) que levam a diferentes cenários (ex. transbordo, sobrepressão,

explosão) com consequências diferentes (fogo/ explosão e intoxicação) com a

intenção de abordar todos os tipos de cenários possíveis e obter uma análise mais

rica.

Desta maneira os cenários escolhidos para análise são os seguintes:

1- Tanque, T-01, envolvido em um evento de Dreno ou Válvula Aberta

resultando em vazamento de 3960 Lb de vapor de Dissulfeto de Carbono pelo

dreno ou válvula, causado por esquecimento de válvula ou dreno aberto após

manutenção infrequente, resultando em um Vazamento Tóxico Dentro do Site com

pessoal operacional nas proximidades e uma Distância de Impacto Tóxico Grave

(10 vezes a concentração ERPG-3) de 17m com o potencial para 1-2 fatalidades

dentro do site (TF=6).

2- Tanque, T-01, envolvido em um evento de Calor Excessivo -

Exposição à Piscina de Fogo, causado por vazamento de material inflamável acima

de seu ponto de fulgor que pode ignitar, resultando em liberação de 14409 Lb de

101

vapor de Dissulfeto de Carbono pelo Sistema de Alívio com uma taxa de 4 Lb/s com

um tempo estimado para atingir a pressão de abertura do dispositivo de alívio de

29 min e potencial para 3-9 fatalidades dentro do site (TF=7).

3- Tanque, T-01, envolvido em um evento com Excesso de Calor -

Piscina de Fogo, causado por vazamento de material inflamável acima de seu ponto

de fulgor que pode ignitar, resultando em Ruptura do Equipamento em Condições

de Fogo com subsequente vazamento de 4286 Lb de Dissulfeto de Carbono com

uma vazão de 12 Lb/s e tempo estimado de ruptura 49 min. Este incidente poderia

resultar em um Vazamento Tóxico em ambiente fechado com concentração de

26782 ppm dentro do prédio com potencial para 10-49 fatalidades dentro do site

(TF=8).

4- Tanque, T-01, envolvido em um evento de Vazamento de Tubulação

ou Equipamento - Muito Grande com tamanho do furo muito grande (100 mm),

causado por corrosão, fadiga, etc., atingindo uma sobrepressão de 1 psi. Este

incidente poderia resultar em uma Explosão de Nuvem de Vapor incluindo

Sobrepressão pela explosão de no prédio ocupado com potencial para 10-49

fatalidades dentro do site (TF=8).

5- Tanque, T-01, envolvido em um evento de Transbordo, causado por

falha do transmissor de nível (LT-03), resultando em Vazamento pelo Sistema de

Alívio com subsequente liberação de 2269 Lb de Dissulfeto de Carbono com uma

taxa de 0.67 Lb/s. Tempo estimado para atingir a pressão de alívio é 14.4 min. Este

incidente poderia resultar em uma explosão ou piscina de fogo com pessoal

operacional nas proximidades e com distância para impacto grave com inflamável

de 12 m com potencial para 1-2 fatalidades dentro do site (TF=6).

4.3.1 Análise das Camadas de Proteção (LOPA)

Cada um dos cenários escolhidos foi analisado, seus “gaps” foram

identificados e as camadas de proteção independentes (IPLs) aplicáveis foram

utilizadas para fechar os cenários.

102

Dizer que o cenário está fechado significa que, a partir das camadas de

proteção existentes, acredita-se que, apesar de o cenário ser possível ele terá uma

probabilidade de ocorrer suficientemente pequena para se tornar aceitável.

4.3.1.1 Cenário #1

Tabela 11 – Resumo Cenário #1

O cenário envolve o esquecimento de uma válvula ou dreno aberto logo

após uma manutenção no tanque de dissulfeto de carbono (T-01), onde o tanque

volta à operação com essa válvula/ dreno aberto que leva à um vazamento de

produto que é tóxico. Este vazamento ficaria contido dentro do site, porém atinge

Número do Cenário:

1

Data: Descrição TF Créditos

Descrição/ Categoria

(TF) da Consequência

Este incidente poderia resultar em um Vazamento Tóxico

Dentro do Site com pessoal operacional nas proximidades

e uma Distância de Impacto Tóxico Grave (10 vezes a

concentração ERPG-3) de 17m com o potencial para 1-2

fatalidades dentro do site.

TF=6

6

Evento Iniciador Operador deixa dreno ou válvula aberta durante

manutenção infrequente (uma vez por trimestre ou

menos)

2

Evento ou Condição

Possibilitadora- -

Probabilidade de Ignição - -

Probabilidade de Exposição - -

Outros - -

Fator Dow de Projeto 2

Sistema de

Gerenciamento 1

Não há como ter vazamento para a atmosferia pois o

tanque é coberto com água1

Sistema de

Gerenciamento 2

Procedimento de retorno às operações com check list após

finalização da manutenção1

Salvaguardas

IPL 1: O tanque somente receberá CS2 após uma

manutenção se o dique estiver cheio de água.

IPL 2: O equipamento só é liberado para operação após

teste com água para detecção de vazamentos.

- -

Modificações

Condicionais

Descrição do Cenário: Tanque, T-01, envolvido em um evento de Dreno ou

Válvula Aberta resultando em vazamento de 3960 Lb de vapor de Dissulfeto de

Carbono pelo dreno ou válvula com uma taxa de vazamento de 1.1 Lb/s.

Proteção Adicional Requerida

Proteção Requerida

0

2

Camadas de Proteção Independentes (IPL)

103

uma distância de 17 metros com concentração equivalente a 10 vezes a ERPG-3

e portanto potencial para causar 1-2 fatalidades dentro do site (TF=6).

Figura 28 – Simulação ilustrativa para cenário #1.

Além dos dois créditos do Fator Dow de Projeto tem-se também dois outros

créditos do evento iniciador, que se trata de um vazamento relacionado à uma

manutenção infrequente (menos de uma vez por trimestre), que faz sentido pois as

manutenções neste tanque são bastante esporádicas. Com isso existe um “gap” de

2, o que significa que precisamos de mais dois créditos de camadas de proteção

independentes (IPLs) para fechar este cenário.

O dois IPLs utilizados são sistemas de gerenciamento. Para realização de

qualquer manutenção neste tanque é necessário a drenagem do dique e do tanque

e, para que este volte à operação é requerido que o tanque esteja coberto de água

(dique cheio) para somente então o tanque receber CS2 de maneira que não é

possível ter um vazamento para a atmosfera que gere uma nuvem tóxica capaz de

matar duas pessoas; este é o primeiro IPL.

Além disso, antes da liberação do tanque após manutenção um “check-list”

é preenchido, garantindo que todas as linhas foram devidamente conectadas,

válvulas voltaram à posição de operação e etc. Também se realiza um teste com

água para detecção de vazamentos antes que o tanque receba CS2. Este é então

considerado o segundo IPL e o cenário está fechado.

104

4.3.1.2 Cenário #2

Tabela 12 – Resumo Cenário #2

Neste cenário ocorreria um vazamento de CS2, que é inflamável, e este

produto que vazou e foi contido do dique seria ignitado, envolvendo o tanque de

dissulfeto de carbono (T-01) em uma piscina de fogo, levaria a um aumento da

pressão interna do tanque que após 29 minutos de exposição aliviaria vapores de

material tóxico (CS2) pelo Sistema de alívio (PSV-02 – válvula de alívio de pressão);

este vazamento teria o potencial para causar de 3-9 mortes por intoxicação dentro

Número do Cenário:

2

Data: Descrição TF Créditos

Descrição/ Categoria

(TF) da Consequência

Este incidente poderia resultar em um vazamento tóxico

com concentração de 9230 ppm com potencial para 3-9

falatlidades dentro do site.

TF=7

7

Evento Iniciador Vazamento de material inflamável acima de seu ponto

de fulgor que pode ignitar2

Evento ou Condição

Possibilitadora- -

Probabilidade de Ignição - -

Probabilidade de Exposição - -

Outros - -

Fator Dow de Projeto 2

Sistema de

Gerenciamento 1

Operação realizada pelo menos uma vez ao dia com

operador em campo que precisa de água no dique de CS2

para realizar atividade de descarregamento ou

carrgamento e nível na sucção da bomba está no topo do

dique o que garante nível no dique

1

Sistema de

Gerenciamento 2

Reposição mecânica automática da água do dique por

dispositivo flutuante (bóia)1

Sistema de

Gerenciamento 3

Operador observa o dique e seu nível pelo menos uma

vez ao dia E o tanque de CS2 possuí sprinklers em caso de

fogo

1

Salvaguardas - -

Proteção Adicional Requerida 0

Descrição do Cenário: Tanque, T-01, envoldio em um evento de Calor

Excessivo - Exposição à Piscina de Fogo resultando em liberação de 14409 Lb

de vapor de Dissulfeto de Carbono pelo Sistema de Alívio com uma taxa de 4

Lb/s. Tempo estimado para atingir a pressão de abertura do dispositivo de

alívio de 29 min.

Modificações

Condicionais

Proteção Requerida 3

Camadas de Proteção Independentes (IPL)

105

do site, apresentando TF igual a 7. De acordo com a frequência do evento iniciador

temos dois créditos e então precisaremos de três IPLs para fechar o cenário.

Figura 29 – Simulação ilustrativa para cenário #2.

O fato de o tanque estar dentro de um dique cheio de água diminui muito a

probabilidade de que ele seja envolvido uma piscina de fogo e para este cenário

este é nossa principal camada de proteção. Os IPLs giram em torno de garantir que

o dique esteja sempre cheio de água.

Pelo menos uma vez ao dia é realizada atividade de descarregamento em

que, de acordo com o próprio projeto da instalação, o operador precisa de água no

dique para que a atividade possa ser realizada. Além disso, como a sucção da

bomba de descarregamento (P-01) fica no topo do dique, se não houver nível o

descarregamento não ocorrerá. Este é considerado um IPL.

A reposição de água é feita de forma mecânica e automática por um

dispositivo flutuante – boia – que garante o nível no dique de maneira independente,

sendo este nosso Segundo IPL para este cenário.

De acordo com procedimentos operacionais o operador checa as

condições e nível do dique e em caso de fogo nas redondezas do tanque sprinklers

são acionados, sendo este outro IPL que fecha este cenário.

106

4.3.1.3 Cenário #3

Tabela 13 – Resumo Cenário #3

Este cenário é muito parecido com o cenário #2 – cenário com tanque de

CS2 (T-01) envolto por uma piscina de fogo levando à aumento da pressão interna

do tanque relacionado com o mesmo evento iniciador - porém neste caso

envolvendo ruptura do equipamento (fogo/ explosão) após 49 minutos de exposição

à piscina de fogo, causado pelo aumento de pressão que por sua vez é causado

Número do Cenário:

3

Data: Descrição TF Créditos

Descrição/ Categoria

(TF) da Consequência

Este incidente poderia resultar em um Vazamento

Tóxido em ambiente fechado com concentração de

26782 ppm dentro do prédio com potencial para 10-49

fatalidades dentro do site.

TF=8

8

Evento Iniciador Vazamento de material inflamável acima de seu ponto

de fulgor que pode ignitar2

Evento ou Condição

Possibilitadora- -

Probabilidade de Ignição - -

Probabilidade de Exposição - -

Outros - -

Fator Dow de Projeto 2

Dispositivo de AlívioPSV (Válvula de Alívio de Pressão) devidamente

dimensionada para o cenário 1

Sistema de

Gerenciamento 1

Operação realizada pelo menos uma vez ao dia com

operador em campo que precisa de água no dique de

CS2 para realizar atividade de descarregamento ou

carrgamento e nível na sucção da bomba está no topo

do dique o que garante nível no dique

1

Sistema de

Gerenciamento 2

Reposição mecânica automática da água do dique por

dispositivo flutuante (bóia)1

Sistema de

Gerenciamento 3

Operador observa o dique e seu nível pelo menos uma

vez ao dia E o tanque de CS2 possuí sprinklers em caso

de fogo

1

Salvaguardas - -

Camadas de Proteção Independentes (IPL)

Proteção Adicional Requerida 0

Tanque, T-01, é envolvido em um evento com Excesso de Calor - Piscina de

Fogo resultando em Ruptura do Equipamento em Condições de Fogo com

subsequente vazamento de 4286 Lb de Dissulfeto de Carbono com uma

vazão de 12 Lb/s. Tempo estimado de ruptura é 49 min.

Modificações

Condicionais

Proteção Requerida 4

107

por vazamento seguido de fogo, levando à vazamento tóxico que atingiria o prédio

fechado e alcançando uma concentração capaz de resultar em 10-49 fatalidades

dentro do site (TF=8).

Figura 30 – Simulação ilustrativa para cenário #3.

Três dos IPLs utilizados são os mesmos utilizados no cenário #2, onde

garante o nível e condições do dique que evita o cenário de vazamento com fogo.

Além destes é inserido um IPL adicional, a válvula de segurança PSV-02,

onde mesmo se ocorresse o evento de vazamento com ignição que envolvesse o

tanque em uma piscina de fogo este dispositivo evitaria a explosão do tanque, o

que no mínimo reduziria a consequência do cenário. Dois créditos poderiam ser

dados para este IPL pois há documentação que atesta que esta válvula conseguiria

aliviar a pressão do tanque para este cenário.

108

4.3.1.4 Cenário #4

Tabela 14 – Resumo Cenário #4

Este cenário aborda vazamento por perda de contenção primária, neste

caso furo muito grande na tubulação de processo ou no próprio tanque, resultando

em vazamento de produto (CS2) gerando uma nuvem inflamável que, ao encontrar

uma fonte de ignição irá explodir. A explosão causaria uma sobrepressão que

atingiria o prédio ocupado com potencial para 10-49 fatalidades dentro do site

(TF=8).

Número do Cenário:

4

Data: Descrição TF Créditos

Descrição/ Categoria

(TF) da Consequência

Este incidente poderia resultar em uma Explosão de

Nuvem de Vapor impactando em uma sobrepressão

de 1 psi e atingindo distância de 140.6 m incluindo

Sobrepressão pela explosão de 45.5 psi no prédio

ocupado com potencial para 10-49 fatalidades dentro

do site.

TF=8

8

Evento Iniciador Falha por corrosão, fadiga, etc 4

Evento ou Condição

Possibilitadora- -

Probabilidade de Ignição - -

Probabilidade de Exposição - -

Outros - -

Fator Dow de Projeto 2

Sistema de

Gerenciamento 1

Tanque de CS2 completamente coberto por água, o

que evita vazamento tóxico1

Sistema de

Gerenciamento 2

Disciplina operacional para checar se há CS2 no fundo

do dique (teste com graxa e corda não metálica) antes

do descarregamento - mínimo 1 vez por semana

1

Salvaguardas

IPL 2: Adicionar item ao check-list do procedimento

crítico de descarregamento item para checar o fundo

do dique com graxa e corda não metálica

- -

Camadas de Proteção Independentes (IPL)

Proteção Adicional Requerida 0

Tanque, T-01, é envolvido em um evento de Vazamento de Tubulação ou

Equipamento - Muito Grande resultando em um Tamanho do Furo Muito

Grande (100 mm) atingindo uma sobrepressão de 1 psi.

Modificações

Condicionais

Proteção Requerida 2

109

Figura 31 – Simulação ilustrativa para cenário #4.

A ferramenta fornece 4 créditos do evento indicador, isto porque a

probabilidade de ocorrer um furo do tamanho abordado para causar resultados com

esta magnitude é muito baixa. Desta maneira precisamos de mais 2 IPLs para

fechar o cenário.

O primeiro IPL utiliza novamente o fato de o tanque estar sempre coberto

com água, o que previne um vazamento que possa formar um nuvem inflamável.

O Segundo IPL prevê por procedimento (disciplina operacional) um teste

para verificar se há CS2 no fundo do dique. Aplica-se graxa na ponta de uma corda

que é imersa na água do dique até chegar ao fundo deste. Se a graxa for corroída

é sinal da presença de CS2 dentro do dique e consequentemente que há algum tipo

de vazamento no tanque ou nas tubulações. A salvaguarda deste cenário é

relacionada a este IPL onde a este item deve ser adicionado ao procedimento e

check-list de descarregamento para ser gerenciada através de um procedimento

crítico, garantindo sua realização de forma correta sempre antes de iniciar o

descarregamento.

110

4.3.1.5 Cenário #5

Tabela 15 – Resumo Cenário #5

Este cenário é causado pela falha do transmissor de nível (LT-03) do

tanque de dissulfeto de carbono (T-01), que levaria a adição continua de material

(CS2) e depois de decorrido14 minutos atingiria a pressão de abertura da válvula

de alívio de pressão (PSV-02) e ocorreria transbordo, que evitaria sobrepressão do

tanque. O material liberado (CS2 – inflamável) poderia ser ignitado e resultaria em

explosão ou piscina de fogo com impacto grave num raio de 12 metros e potencial

para 1-2 fatalidades dentro do site (TF=6).

Neste caso, se houvesse transbordo do tanque, como este está imerso em

água o CS2 iria para o fundo do dique e a única forma de ignição seria ao passar

Número do Cenário:

5

Data: Descrição TF Créditos

Descrição/ Categoria

(TF) da Consequência

Este incidente poderia resultar em uma explosão ou

piscina de fogo com pessoal operacional nas

proximidades e com distância para impacto grave com

inflamável de 12 m com potencial para 1-2 fatalidades

dentro do site.

TF=6

6

Evento Iniciador Falha do Transmissor de Nível (LT-03) 1

Evento ou Condição

Possibilitadora- -

Probabilidade de Ignição - 1

Probabilidade de Exposição - -

Outros - -

Fator Dow de Projeto 2

BPCSChave de nível alto (LSH-04) desliga a bomba de

descarregamento/ alimentação P-011

Sistema de

Gerenciamento 1

Disciplina operacional para checar se há CS2 no fundo

do dique (teste com graxa e corda não metálica) antes

do descarregamento - mínimo 1 vez por semana

1

Salvaguardas

IPL 2: Adicionar item ao check-list do procedimento

crítico de descarregamento item para checar o fundo

do dique com graxa e corda não metálica

- -

Camadas de Proteção Independentes (IPL)

Proteção Adicional Requerida 0

Tanque, T-01, envolvido em um evento de Transbordo/ Retorno resultando

em Vazamento pelo Sistema de Alívio com subsequente liberação de 2269

Lb de Dissulfeto de Carbono com uma taxa de 0.67 Lb/s. Tempo estimado

para atingir a pressão de alívio é 14.4 min.

Modificações

Condicionais

Proteção Requerida 2

111

pela bomba (P-01 ou P-02); como a sucção das bombas é localizada no topo do

dique a probabilidade de ignitar este CS2 presente no fundo do dique é pequena,

então recebemos um crédito em modificações condicionais. Precisa-se, portanto,

de 2 IPLs para fechar o cenário.

Figura 32 – Simulação ilustrativa para cenário #5.

O primeiro IPL considerado foi um “loop” básico de controle (BPCS), onde

a chave de nível alto LSH-04 desliga as bombas (P-01/ P-02), evitando desta forma

um possível transbordo.

Assim como no cenário #4 utilizamos teste para verificação de CS2 dentro

do dique por procedimento (disciplina operacional). Aplica-se graxa na ponta de

uma corda que é imersa na água do dique até chegar ao fundo deste. Se a graxa

for corroída é sinal da presença de CS2 dentro do dique e consequentemente que

há algum tipo de vazamento no tanque ou nas tubulações. A salvaguarda deste

cenário é relacionada a este IPL onde este item deve ser adicionado ao

procedimento e check-list de descarregamento para ser gerenciada através de um

procedimento crítico, garantindo sua realização de forma correta sempre antes de

iniciar o descarregamento.

112

4.3.2 Resumo da Análise dos Cenários do LOPA

Figura 33 – Resumo geral da análise do LOPA.

Cenário # Descrição TFProteções

Requeridas

Créditos

IPLsGap

1

Vazamento tóxico por válvula/ dreno aberto

após manutenção infrequente com

potencial para 1-2 fatalidades

6 2 2 0

2

Vazamento tóxico através de abertura da

PSV-02 devido à incêndio envolvendo o

tanque T-01 em piscina de fogo com

potencial para 3-9 fatalidades

7 3 3 0

3

Vazamento tóxico por ruptura do tanque T-

01 devido à incêndio envolvendo o tanque T-

01 em piscina de fogo com potencial para 10-

49 fatalidades

8 4 4 0

4

Explosão causada por vazamento de

material inflamável por furo muito grande

em tubulação ou tanque T-01 com potencial

para 10-49 fatalidades

8 2 2 0

5

Explosão ou piscina de fogo do tanque T-01

por transbordo do tanque causado por falha

no transmissor de nível com potencial para 1-

2 fatalidades

6 2 2 0

113

5 CONCLUSÃO

As ferramentas utilizadas - F&EI, CEI e LOPA – foram essenciais e muito

úteis na análise de risco pois forneceram dados numéricos e de magnitude que

ajudaram a entender o potencial do equipamento (T-01) e químico (CS2)

envolvidos.

Com o resultado do F&EI o risco para fogo/ explosão é considerado

moderado. O armazenamento de material inflamável/ combustível nas

proximidades do tanque T-01 aumentará a magnitude e consequências em caso de

acidente envolvendo fogo/ explosão e a construção de prédio ocupado nas

proximidades faz com que o número de pessoas atingidas em caso de acidente

seja maior; consequentemente ambos aumentam o TF para um dado cenário.

Portanto será evitada a construção de instalações com químicos inflamáveis/

combustíveis em um raio de 20 metros (HD) do tanque de CS2 e também neste raio

não deverá ser construído prédio ocupado. Em caso de fogo/ explosão do tanque

de CS2 (T-01) resultará em danos à cerca de 50.57% de sua área de exposição,

compreendendo 635.43 m² danificados.

Os cenários gerados pelo CEI serão incluídos no plano de resposta à

emergência da planta, juntamente com seus respectivos HD-03 como raio da área

a ser isolada e inclusos em plano de evacuação.

A partir dos resultados da análise de risco pelo LOPA pode-se considerar

que as instalações do tanque de dissulfeto de carbono com capacidade para 48 m3

possuem um nível seguro para operar, desde que não haja modificações nas

instalações (equipamentos, condições operacionais, etc.) e que tudo que foi citado

como camada de proteção esteja funcionando/ operando como descrito. As

salvaguardas deverão ser aplicadas.

114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, C.L. Uma Aplicação da Técnica de Análise de Camadas de P roteção (LOPA) na Avaliação de Risco de Incêndios nas Rotas de Cabos de Desligamento de um Reator Nuclear. Dissertação de Mestrado, UFRJ, Rio de Janeiro, 2007. American Institute of Chemical Engineers (AIChE) – Center for Chemical Process Safety (CCPS). Layers of Protection Analysis – Simplified Process Risk Assessment , 2001. CSB - Chemical Safety Board. Disponível em <http://www.csb.gov>. Acesso em: 09/2013. Estadão.com.br (Estadão). Disponível em <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,fumaca-da-explosao-em-sc-pode-chegar-a-sao-paulo,1078728,0.htm>. Acesso em: 10/2013 ESTEVES, A. S. Gerenciamento de Riscos de Processo em Plantas de Petroquímicos Básicos – Uma Proposta de Metodologia Estruturada . Dissertação de Mestrado, UFF, Niterói, RJ, 2004. FLORENCE, G.; CALIL, S. J. Uma nova perspectiva no controle dos riscos da utilização de tecnologia médico-hospitalar. Departamento de Engenharia Biomédica, UNICAMP, Campinas, 2005. Folha de São Paulo (TvFolha). Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/09/1347106-armazem-de-fertilizantes-explode-e-deixa-50-pessoas-intoxicadas-em-sc.shtml>. Acesso em 10/2013. PARDO, J. A. R. Metodologia para Análise e Gestão de Riscos em Proj etos de Pavimentos Ferroviários . Dissertação de Mestrado, UFOP, Ouro Preto, 2009. SOARES, V. B. Análise Crítica das Camadas de Proteção Exigidas pe la NR 13 e sua Adequação para Processos de Extração Supercrí tica . Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciências), URRJ, Seropédica, RJ, 2010.

115

The Atlantic (TA). Disponível em <http://www.theatlantic.com/infocus/2013/04/texass-fertilizer-plant-explosion/100501/>. Acesso em 09/2013. THE DOW CHEMICAL COMPANY, Chemical Exposure Index Guide, 1993 . 2ª edição. THE DOW CHEMICAL COMPANY, Chemical Hazard Engineering Fundamentals (CHEF), 2012 , versão 1.0. THE DOW CHEMICAL COMPANY, Risk Analysis Screening Tool (RAST) for Layer of Protection Analysis (LOPA), 2012 , versão 4.1.4. THE DOW CHEMICAL COMPANY. Fire & Explosion Index Hazard Classification Guide, 1994. VASCONCELOS, F. M., Uma aplicação da Técnica de Análise de Camada de Proteção na Avaliação do Risco do Sistema de Hidrog ênio de Refrigeração do Gerador Elétrico Principal de uma Usina Nuclear , Dissertação de Mestrado, UFRJ, Rio de Janeiro, 2008. Yahoo News (YN). Disponível em http://news.yahoo.com/fema-declares-west-fertilizer-explosion-texas-major-disaster-210144116.html. Acesso em 09/2013.

YIN, R. K. Estudos de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, Bookman, 2005.