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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS CAP ENG MAÉRSON DE MELO OLIVEIRA GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E VIATURAS DA COMPANHIA DE EQUIPAMENTO DE ENGENHARIA E MANUTENÇÃO Rio de Janeiro 2018

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CAP ENG MAÉRSON DE MELO OLIVEIRA

GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E VIATURAS DA COMPANHIA DE EQUIPAMENTO DE ENGENHARIA E MANUTENÇÃO

Rio de Janeiro 2018

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CAP ENG MAÉRSON DE MELO OLIVEIRA

GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E VIATURAS DA COMPANHIA DE EQUIPAMENTO DE ENGENHARIA E MANUTENÇÃO

Rio de Janeiro

2018

Trabalho acadêmico apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito para a especialização em Ciências Militares com ênfase em Gestão Operacional

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx - DESMil

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS (EsAO/1919)

DIVISÃO DE ENSINO / SEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

FOLHA DE APROVAÇÃO

Autor: Cap Eng MAÉRSON DE MELO OLIVEIRA

Título: GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E VIATURAS DA

COMPANHIA DE EQUIPAMENTO DE ENGENHARIA E MANUTENÇÃO.

Trabalho Acadêmico, apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção da especialização em Ciências Militares, com ênfase em Gestão Operacional, pós-graduação universitária lato sensu.

BANCA EXAMINADORA

Membro Menção

Atribuída

_________________________________________________

HERMES LEONARDO MORAIS FAIOLO SILVA – Maj

Presidente da Comissão

_________________________________

RAPHAEL ANDRADE DE LIMA - Maj

1º Membro e Orientador

______________________________ ANDRÉ TEIXEIRA DA SILVA - Cap

2º Membro

__________________________________ MAÉRSON DE MELO OLIVEIRA – Cap

Aluno

APROVADO EM ___________/__________/___________ CONCEITO:

__________

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GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E VIATURAS DA COMPANHIA DE EQUIPAMENTO DE ENGENHARIA E MANUTENÇÃO

Maérson de Melo Oliveira* Raphael Andrade de Lima**

RESUMO O referido trabalho tem por objetivo analisar os principais óbices na Gestão da Manutenção dos Equipamentos e Viaturas das Companhias de Engenharia de Equipamento e Manutenção dos Batalhões de Engenharia de Construção e propor linhas de ações que poderão ser tomadas dentro da Compania de Engenharia de Equipamento e Manutenção, ou até mesmo do Escalão Superior, que minimizarão os efeitos dos óbices identificados. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada em publicações de autores de reconhecida credibilidade e importância no meio civil e acadêmico em artigos veiculados na internet, referência no assunto de manutenção. De forma a estabelecer uma ligação com a vivencia do Exército Brasileiro, foram realizadas pesquisas em manuais militares e um questionário para levantamento de dados. Palavras-chave: Missão da Cia Eqp E Mnt, conceitos de manutenção, tipos de manutenção, organização da Cia Eqp E Mnt, Processos da gestão da manutenção, óbices da gestão da manutenção. RESUMEN Este trabajo tiene por objetivo analizar los principales problemas en la Gestión del Mantenimiento de los Equipos y Vehículos de las Compañías de Equipos y Mantenimiento de los Batallones de Ingenieros de Construcciones y proponer líneas de acciones que podrán ser tomadas dentro de la Compañía de Equipo y Mantenimiento, o incluso del Escalón Superior, que minimizar los efectos de los problemas identificados. Se realizó una investigación bibliográfica basada en publicaciones de autores de reconocida credibilidad e importancia en el medio civil y académico en artículos encontrados en internet, referencia en el asunto de mantenimiento. Para establecer un vínculo con la vivencia del Ejército Brasileño, se realizaron investigaciones en manuales militares y un cuestionario para el levantamiento de datos. Palabras clave: Misión de la Cia Eqp E Mnt, conceptos de mantenimiento, tipos de mantenimiento, organización de la Cia Eqp E Mnt, Procesos de la gestión del mantenimiento, óbices de la gestión del mantenimiento.

* Capitão da Arma de Engenharia. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2008. ** Major da Arma de Engenharia. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2004. Pós-graduado em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) em 2012.

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1 INTRODUÇÃO

A arma de engenharia do exército Brasileiro se constitui como um elemento

de apoio ao combate e dentro desta ótica tem como uma de suas principais missões

o apoio a mobilidade, contra-mobilidade e proteção. Em tempos de paz, a

engenharia de construção tem um papel fundamental para sociedade, pois colabora

com o desenvolvimento nacional, construindo estradas, pontes, açudes, ferrovias,

poços artesianos e outros variados tipos de obras. Essa capacidade técnica

característica da arma de engenharia é fruto da interação do elemento humano com

os meios e a doutrina, possibilitando a execução de tais atividades.

Cumprindo sua missão há vários anos, tem sido incessante a presença do

Exército Brasileiro na cooperação com o desenvolvimento nacional, através da

Engenharia de Construção. Participando, entre outras, de obras infra-estrutura

rodoviária dentro de todo o território brasileiro.

Já no século XIX, vamos encontrar a Engenharia Militar no seu trabalho silencioso e diuturno em prol da segurança interna e do desenvolvimento das regiões carentes. Em 1880, a Lei Federal nº 2.911, de 21 de setembro, previa o seu emprego "na construção de estradas de ferro, de linhas telegráficas estratégicas e outros trabalhos de engenharia pertencentes ao Estado..." Em 1901, o 1º Batalhão de Engenharia recebe a missão de construir uma estrada de ferro, ligando o Noroeste Paranaense a Mato Grosso. Após um ano de trabalho, termina a tarefa e logo recebe outra: "construir os aquartelamentos e residências da Vila Militar no Rio de Janeiro". Mas muito ainda estava reservado à Engenharia, em sua luta para o progresso do nosso Brasil! Originário do 1º BATALHÃO DE ENGENHEIROS de 1855, transformado em 1º B Fv em 11 Dez 1919, atual 10º BE Cnst, dá início, no Sul do País, à nova arrancada para o desenvolvimento, tendo, hoje, em seu acervo, mais de 2.000 km de ferrovias construídas. São criados novos Batalhões de Engenharia, que vão trabalhar na construção do Tronco Sul, possibilitando a ligação de Brasília/DF com o porto de Rio Grande/RS, tornando realidade vários ramais ferroviários, estradas de rodagem e imponentes obras de arte, sendo algumas as maiores e mais altas da América do Sul. (DOC. História. Disponível em http://www.doc.eb.mil.br/home.php?=historia_engenharia.

Aceso em 07 abr 2018)

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Entretanto a Engenhara Militar não vive somente do seu legado. Continua

atuando em território nacional de forma irrepreensível, justificando seu elevado grau

de credibilidade frente à Nação Brasileira.

Atualmente a participação cada vez mais acentuada dos batalhões de

engenharia de construção no apoio ao desenvolvimento do país, na execução de

obras em proveito da sociedade, tem aumentado a frota de equipamentos de

engenharia de alto valor agregado, cada vez mais dotados de inovação tecnológica.

Nesse contexto, o papel da função estratégica manutenção é parte essencial para o

cumprimento da missão das organizações militares de engenharia, uma vez que os

equipamentos e máquinas se constituem no principal meio de transformação do

terreno.

Assim, se torna necessário uma gestão adequada da manutenção desses

ativos por parte da Companhia de Engenharia de Equipamento e Manutenção (Cia E

Eqp Mnt), sendo essencial a identificação daqueles óbices representativos

responsáveis por grande parte dos entraves durante o processo da gerência, que se

minimizados poderão aumentar a capacidade produtiva do batalhão.

1.1 PROBLEMA

A Cia E Eqp Mnt é parte essencial no processo de execução de uma obra de

Engenharia de Construção bem como no apoio a mobilidade, contramobilidade e

manutenção da rede mínimas de estradas. Muitas das vezes o bom cumprimento da

missão só é possível quando o binômio homem-máquina funciona adequadamente.

Essa ação é possibilitada pela relação indissociável entre pessoal, material e

doutrina. Não teria relevante valor possuir o pessoal mais experiente e adestrado

sem que os equipamentos e viaturas estejam operando com confiabilidade.

Igualmente, de nada adianta possuir os equipamentos e viaturas mais modernos

caso o homem não possua condições de operá-la em sua forma mais efetiva.

Um ponto fundamental para o bom funcionamento da Companhia de

Engenharia de Equipamentos e Manutenção é que seus ativos ( equipamentos e

viaturas) estejam funcionando sempre em condições de serem empregados com

confiabilidade. Para que isso ocorra é necessário a harmonia de um conjunto de

fatores que engloba tanto a parte estrutural (física) como administrativa.

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Segundo o manual de campanha O Grupamento e o Batalhão de Engenharia de

Construção (C 5-162), a Companhia de Engenharia de Equipamento e Manutenção

tem por missão fornecer equipamento de engenharia e operadores às Companhias

de Engenharia de Construção, de acordo com as necessidades e a previsão feita

pelo comando do Batalhão. Além de recuperar e manutenir os equipamentos de

engenharia dos Batalhões de Engenharia de Construção, é responsável pela

manutenção de campanha de todo o seu equipamento orgânico e fiscaliza o seu

emprego nas subunidades.

Ao longo dos anos a maneira de condução de como manter a disponibilidade

confiável dos ativos de um Batalhão de Engenharia de Construção vem sendo

constantemente aprimorada e transformada, uma vez que depende de vários fatores

que direta ou indiretamente influenciam no resultado final: garantir a disponibilidade

e confiabilidade dos equipamentos e viaturas da Unidade.

De tal forma, quais seriam os principais óbices identificados no processo da

gestão da manutenção dos ativos da Cia Eqp E Mnt, que minimizados otimizariam a

condução dos trabalhos nessa subunidade?

1.1 OBJETIVOS

O presente estudo pretende analisar os principais óbices na Gestão da

Manutenção dos Equipamentos e Viaturas das Companhias de Engenharia de

Equipamento e Manutenção dos Batalhões de Engenharia de Construção.

A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral deste estudo, foram

formulados objetivos específicos, de forma a encadear logicamente o raciocínio

descritivo apresentado neste estudo:

a) identificar a missão da Cia E Eqp Mnt;

b) conceituar e identificar os tipos de manutenção;

c) identificar os principais óbices que geram a maior parte dos entraves na

gestão da manutenção dos ativos da Unidade; e

d) propor linhas de ações que poderão ser tomadas dentro da Cia E Eqp Mnt,

ou até mesmo do Escalão Superior, que minimizarão os efeitos dos óbices

identificados.

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1.2 JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES

Os ativos pertencentes às Organizações Militares de construção, cuja a

manutenção é responsabilidade da Cia E Eqp Mnt, são de alto valor, com alto custo

de manutenção. Consequentemente exigem um grande aporte de dinheiro público,

que deve ser bem administrado para ser melhor empregado. Outro fator é a própria

missão da Cia E Eqp Mnt, que deverá manter seus equipamentos e viaturas

funcionando sempre em condições de serem empregados com confiabilidade. Dessa

forma é dever do agente público zelar e de conservar o bem da união, gerindo da

melhor maneira os recursos recebidos para tal.

Nesse sentido, o presente estudo se justifica por promover uma pesquisa para

identificar os principais óbices que dificultam e embaraçam os processos na

condução da gestão dentro da Cia E Eqp Mnt, para posterior análise no sentido de

minimizar os problemas basilares que geram a maioria dos entraves.

O melhor caminho é fazer certo da primeira vez. Para isso é preciso analisar, sempre, o porquê do erro, ir na sua causa básica e resolver o problema de forma definitiva. Existem diversas causas que levam ao erro:

Falta de capacitação das pessoas.

Falta de procedimentos.

Procedimentos incorretos.

Sobressalentes inadequados.

Documentação técnica incorreta.

Fatores humanos intrínsecos.

Terceirização com fornecedores inadequados.

Procedimentos contratuais incorretos. ( KARDEK e NASCIF, 2013, p.199)

2. METODOLOGIA

Na busca de subsídios que auxiliassem formular uma possível solução para o

problema, o delineamento desta pesquisa contemplou leitura analítica e fichamento

das fontes e questionários.

Quanto à forma de abordagem do problema, utilizaram-se, principalmente, os

conceitos de pesquisa quantitativa, pois as referências numéricas obtidas por meio

dos questionários foram fundamentais para a compreensão dos problemas da Cia E

Eqp Mnt.

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Quanto ao objetivo geral, foi empregada a modalidade exploratória, tendo em

vista o pouco conhecimento disponível, notadamente escrito, acerca do tema

(específico sobe a Cia E Eqp Mnt), o que exigiu uma familiarização inicial,

materializada pelo questionário para uma amostra com vivência profissional

relevante sobre o assunto.

2.1 REVISÃO DE LITERATURA

Com o objetivo de se obter um entendimento completo e definitivo sobre as

questões envolvendo a atividade de manutenção, é necessária a compreensão de

certos conceitos como manutenção, gestão da manutenção, organização e missão

da Cia E Eqp Mnt.

A Cia Eqp E Mnt é a força motriz das Unidades de Construção da Engenharia

do Exército Brasileiro, por estarem inseridos na sua composição os equipamentos e

viaturas que realizam a modificação do terreno, através da interação homem-

máquina, minimizando exponencialmente o tempo de trabalho dos serviços a serem

executados. Por possuir todo esse acervo sob sua tutela, é também a responsável

pela manutenção dos mesmos e pela adequada aplicação dos recursos para essa

finalidade.

Analisando a missão da Cia Eqp E Mnt nos remete a duas palavras-chaves

que se bem atendidas levará ao sucesso da companhia: disponibilidade e

confiabilidade. Para que isso ocorra permanentemente, aparece uma terceira

palavra essencial: manutenção. Segundo o manual Técnico Manutenção do

Material de Engenharia (2000), manutenção é o conjunto de operações destinadas a

manter o material em condições de utilização. Compreende inspeção, verificação,

teste, reparação e recuperação.

Para Norwil Veloso (2009, p. 71), “manutenção é um conjunto de técnicas e

procedimentos destinados a manter os equipamentos em serviço durante o maior

prazo possível, dentro de suas especificações de projeto, com o máximo rendimento,

a máxima confiabilidade e os mais baixos custos”.

Segundo Alan Kardec e Júlio Nascif (2013, p. 26 ), “manutenção é garantir a

confiabilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um

processo de produção ou de serviço, com segurança, preservando o meio ambiente

e custo adequado.

Para garantir a plenitude do seu conceito, a manutenção, segundo grande

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parte da literatura, é dividida basicamente em cinco tipos: manutenção corretiva,

manutenção preventiva, manutenção preditiva, manutenção detectiva e engenharia

de manutenção. “A maneira pela qual é feita a intervenção nos equipamentos,

sistemas ou instalações caracteriza os vários tipos de manutenção existentes”.

(KARDEC e NASCIF, 2009, p. 37).

“Manutenção Corretiva é a atuação para a correção da falha ou do

desempenho menor do que o esperado”. (KARDEC e NASCIF, 2009, p. 38)

Nesse contexto a Manutenção Corretiva pode ser dividida em dois grupos:

Manutenção Corretiva Não Planejada e Manutenção Corretiva Planejada.

“Manutenção Corretiva Não Planejada é a correção da falha de maneira aleatória”.

(KARDEC e NASCIF, 2009, p. 39). Tem como principal característica a atuação

sobre o fato já ocorrido, seja atuando sobre a falha ou sobre um desempenho

inferior ao esperado operacionalmente. Neste tipo de manutenção não há tempo de

preparação para a realização do serviço de correção da falha, já que não houve um

acompanhamento prévio do equipamento.

“Manutenção Corretiva Planejada é a correção do desempenho menor do que

o esperado ou correção da falha por decisão gerencial que se baseia na modificação

dos parâmetros de condição observados pela Manutenção Preditiva” (KARDEC e

NASCIF, 2009, p. 41)

Para que exista Manutenção Corretiva Planejada a qualidade das

informações oriundas do acompanhamento do equipamento deve ser de extrema

confiança. Essa é, portanto, a grande diferença da Manutenção Corretiva Não

Planejada: o acompanhamento cerrado dos sistemas operacionais da máquina.

“Manutenção Preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha

ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado,

baseado em intervalos definidos de tempo” (KARDEC e NASCIF, 2009, p. 42).

Ao contrário dos procedimentos de Manutenção Corretiva, a Manutenção

Preventiva visa evitar a ocorrência de falhas por intermédio de ações preventivas.

Geralmente as atividades de Manutenção Preventiva são baseadas num

determinado intervalo de tempo.

Manutenção Preditiva “é a atuação realizada com base na modificação de

parâmetros de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma

sistemática” (KARDEC e NASCIF, 2009, p. 44)

O objetivo da Manutenção Preditiva é prevenir falhas utilizando-se de

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acompanhamento dos principais sistemas componentes, proporcionando grandes

períodos de operacionalidade.

Para cumprir tal objetivo a condicionante principal é a qualidade no

acompanhamento do sistema, valendo-se de tecnologia de ponta para colher

informações suficientes e confiáveis para avaliação do melhor momento para

execução da intervenção.

“Manutenção Detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção,

comando e controle, buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao

pessoal de operação e manutenção” (KARDEC e NASCIF, 2009, p. 47).

De maneira geral, Manutenção Detectiva representa todas as tarefas ou

práticas no intuito de verificar a funcionabilidade de um sistema de segurança. São

exemplos de tarefas detectivas: testes de detectores de gás, inspeções de bombas,

testes com válvulas de todos os tipos, teste de emergência de ligue/desligue de

sistema de vasos de pressão, testes de relés de proteção de equipamentos elétricos

e testes periódicos de válvulas.

“A Engenharia de Manutenção é o suporte técnico da manutenção que está

dedicado consolidar a rotina e implantar a melhoria” (KARDEC e NASCIF, 2009, p.

50).

Suas principais atribuições são aumentar a confiabilidade e a disponibilidade

e melhorar a manutenibilidade. Para tal, a Engenharia de Manutenção vale-se de

técnicas modernas ligadas aos demais tipos de manutenção no intuito de prover o

que há de melhor em termos de manutenção.

Representa, portanto, a soma das melhores práticas e técnicas de cada tipo

de manutenção de forma a quebrar os paradigmas que cada tipo de manutenção

carrega por si só, permitindo alcançar a máxima disponibilidade dentro das

especificações de cada equipamento ou viatura.

Para assegurar uma manutenção efetiva dos seus ativos, garantindo

disponibilidade confiável, é essencial que a Cia Eqp E Mnt possua uma estrutura

organizacional adequada, que proporcione eficientes resultados na realização dos

seus trabalhos.

A organização é uma atividade fundamental. É através dela que se criam

condições de estabelecer e de desenvolver características pessoais na equipe e

hábitos de trabalho que possibilitem àqueles que estão em posição de chefia

disporem de meios de exercer sua autoridade e influência. ( NORWIL VELOSO,

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2009, p.20).

Se tomarmos literalmente o que prescreve o manual C 5-162, observamos

que a organização básica dessa companhia é formada por uma seção de comando,

três pelotões de equipamento e um pelotão de manutenção, porém sua organização

altera conforme os Batalhões de Engenharia de Construção (BEC), ocorrendo

muitas vezes divergências em função de algumas seções que mudam de uma

Organização Militar para outra. As variações ocorrem de acordo com as

necessidades de cada Unidade em melhor executar sua função, sempre se

adequando as novas demandas que surgem. Outro fator para essas variações é

devido ao fato do manual que estrutura os BEC ser bastante antigo, datado de 1973,

não acompanhando a evolução no constante a manutenção.

Figura 1 – Organograma da Cia E Eqp Mnt Fonte: BRASIL, 1973. p. 4-12

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Figura 2 – Organograma da Cia E Eqp Mnt do 7 B E Cnst Fonte: 7 Batalhão de Engenharia de Construção

O planejamento da atividade de manutenção da Cia Eqp E Mnt baseia-se na

atuação nas seguintes áreas: estrutural, insumos e pessoal. Para cada área dessas

há um detalhamento planejado do que deve ser executado de forma a possibilitar

uma manutenção efetiva e confiável para os equipamentos e viaturas. De uma

maneira ampla podemos dividir as atividades em processos que ocorrem

constatemente dentro de uma ou mais áreas:

- Processo de controle dos ativos e ferramental;

- Processo de formação e treinamento dos motoristas, operadores e

mecânicos;

- Processo de aquisição de suprimento (peças);

- Processo de terceirização dos servicos; e

- Processo de monitoramento da manutenção (determinação das

ferramentas de controle a serem empregadas).

O delineamento da pesquisa foi realizado com a definição de termos e

conceitos, a fim de viabilizar a solução do problema de pesquisa baseada em uma

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revisão no período de novembro de 2013 a junho de 2018. Essa delimitação baseou-

se na necessidade de atualização do tema, visto que para as operações militares de

construção não há um mapeamento dos principais óbices que acomete a Cia E Eqp

Mnt e as melhores práticas para sua minimização.

O limite anterior foi determinado almejando incluir a experiência adquirida por

término do Curso de Equipamento de Engenharia, novembro de 2013, referência no

estudo da gestão da manutenção dos ativos da Cia E Eqp Mnt.

Foram utilizadas as palavras-chave manutenção, missão da Cia E Eqp Mnt,

conceitos de manutenção, tipos de manutenção, organização da Cia E Eqp Mnt,

processos da gestão da manutenção e óbices da gestão da manutenção. O sistema

de busca contempla os manuais de campanha referentes ao tema, do Exército

Brasileiro, sites eletrônicos da internet, livros de autores consagrados acerca do

tema manutenção e biblioteca de monografias da Escola de Aperfeiçoamento de

Oficiais (EsAO).

Quanto ao tipo de operação militar, a revisão de literatura limitou-se a

operações de não-guerra:

a. Critério de inclusão:

- Estudos publicados em português, relacionados à gestão da manutenção de

equipamentos e viaturas; e

- Estudos quantitativos sobre os óbices e a minimização destes dentro da Cia

E Eqp Mnt.

b. Critério de exclusão:

- Estudos que não abordam o estudo da manutenção de equipamentos

móveis; e

- Estudos cujo foco central seja relacionado estritamente à descrição da

manutenção industrial.

2.2 COLETA DE DADOS

Na sequência do aprofundamento teórico a respeito do assunto, o

delineamento da pesquisa contemplou a coleta de dados por meio de questionário.

A amplitude do universo e a amostra selecionada para responder aos

questionários foi restrita aos Cmt Cia E Eqp Mnt dos 11 (onze) Batalhões de

Engenharia de Construção e mais 5 (cinco) capitães-alunos do Curso de Engenharia

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da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais que exerceram a função de comandante

da Companhia de Equipamento de Engenharia nos Batalhões de Engenharia de

Construção do Exército Brasileiro, devido ao fato de terem exercido a função de

comandante do setor responsável por planejar, coordenar e executar a manutenção

dos equipamentos e viaturas dos Batalhões de Engenharia de Construção.

A população a ser estudada foi estimada em 16 militares. Com a finalidade de

atingir uma maior confiabilidade das induções realizadas, buscou-se escolher uma

amostra significativa, utilizando como parâmetros o nível de confiança igual a 90% e

erro amostral de 10%. Nesse sentido, a amostra dimensionada como ideal (n ideal) foi

de 15. Foram distribuídos questionários para 16 militares.

O efetivo acima foi obtido considerando 106,66% da amostra ideal prevista

(nideal=15), utilizando-se como N o valor de 16 militares, sendo 05 capitães-alunos do

Curso de Engenharia da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, que exerceram a

função de Cmt da Cia E Eqp Mnt nos Batalhões de Engenharia de Construção do

Exército Brasileiro e 11 (onze) Cmt Cia E Eqp Mnt, atuais, dos Batalhões de

Engenharia de Construção.

A amostra foi selecionada a fim de coletar informações em todas as

Organizações Militares que possuem Cia E Eqp Mnt, de maneira a não haver

interferência de respostas em massa ou influenciadas por episódios específicos. A

sistemática de distribuição dos questionários ocorreu de forma indireta (e-mail) para

os militares que atendiam os requisitos, não havendo necessidade de invalidar

nenhuma por preenchimento incorreto ou incompleto.

Foi realizado um pré–teste com 3 capitães-alunos da Escola de

Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), que atendiam aos pré-requisitos para integrar a

amostra proposta no estudo, com a finalidade de identificar possíveis falhas no

instrumento de coleta de dados. Ao final do pré-teste, não foram observados erros

que justificassem alterações no questionário e, portanto, seguiram-se os demais de

forma idêntica.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com SOUZA (2008, p.66), a gestão da manutenção se inicia na

definição da concepção, estando relacionada a todo conjunto de ações, decisões e

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definições sobre tudo o que se tem que realizar, possuir, utilizar, coordenar e

controlar para gerir os recursos fornecidos para a função manutenção e fornecer

assim os serviços que são aguardados pela função manutenção.

A importância desempenhada pela função manutenção nos dias atuais é

enfatizada:

“Em linhas gerais, pode-se afirmar que toda evolução tecnológica dos equipamentos, processos e técnicas de manutenção, a necessidade de controles cada vez mais eficientes e de ferramentas de apoio à decisão, o desenvolvimento de estudos relativos ao desgaste e controle das falhas e suas consequências, a dependência de equipes treinadas e motivadas para enfrentar estes desafios, o desenvolvimento de novas técnicas, e, consequentemente, os custos de manutenção em termos absolutos e proporcionalmente às despesas globais, transformaram a gestão da manutenção em um segmento estratégico para o sucesso empresarial”. NUNES & VALLADARES (2008, p. 4)

A identificação de óbices dentro de um processo de gerenciamento é essencial,

pois a busca pela solução dos entraves no qual é acometido é o ponto principal para

se alcançar a qualidade. Quanto antes for encontrado um problema, menor será o

custo da solução. Portanto, é necessário promover a participação dos profissionais

nas ações, para assegurar que a qualidade esteja implantada. Por vezes alguns

estorvos fogem da capacidade do gestor direto ( Cmt Cia E Eqp Mnt), pois a solução

seria mais complexa e necessitaria da atuação de atores externos à companhia.

As ações gerenciais tornam-se viáveis quando se utiliza ferramentas, programas e métodos para a qualidade, pois assim é possível a otimização dos processos e a identificação, compreensão e solução de problemas (SILVA; FLORES, 2011).

Um dos aspectos importantes na gerência da Cia E Eqp Mnt é o nível de

capacitação e de experiência na área de manutenção que o gerente da frota,

comandante da companhia, possui, uma vez que é o responsável pela coordenação

de todos os processos dentro da Cia E Eqp Mnt.

De pouco adiantaria a uma empresa de mineração ter um gerente de manutenção que não conhecesse nada sobre o assunto mineração, ainda que altamente especializado em automóveis. Com o passer do tempo uma pessoa até poderia assimilar o funcionamento do sistema, porem neste meio tempo teria problemas sobre como melhor gerir e entender certos “porquês” ( BRANCO FILHO, 2008).

De acordo com a pesquisa realizada, os gestores das frotas dos Batalhões de

Construção são na maioria capitães, que demonstra que possui pelo menos mais de

dez anos de serviço, possuindo uma experiência de mais de dois anos dentro da Cia

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E Eqp Mnt, e muitas das vezes com passagens em mais de um Batalhão de

Engenharia de Construção, conforme apresenta os gráficos abaixo:

GRÁFICO 1 – Posto do Gestor da Manutenção

Fonte: O Autor

GRÁFICO 2 – Tempo Exercendo funções dentro da Cia E Eqp Mnt Fonte: O Autor

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GRÁFICO 3 – Quant OM onde exerceu funções na Cia E Eqp Mnt Fonte: O Autor

Um dado interessante e positivo levantado na pesquisa, que vai ao encontro

com o que preconiza nossos autores do estado da arte, é a situação da capacitação

do gerente da manutenção da Cia E Eqp Mnt, conforme demonstra o gráfico abaixo,

em que boa parte dos gestores possuem cursos e estágios voltados para área de

gestão da manutenção dos ativos:

GRÁFICO 4 – Capacitação dos Cmt Cia E Eqp Mnt na área de manutenção Fonte: O Autor

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De acordo com KARDEK ( 2005, p.8), para se definir a situação atual e as

metas que explicitam a Visão de Futuro, o ideal é a adoção do processo de

benchmarking. O primeiro passo é fazer uma auto-avaliação e verificar que nível de

resultado está sendo alcançado, o quão satisfatório está sendo a manutenção dos

ativos, sempre na busca das melhores práticas para melhores resultados. Para

verificar o grau de avaliação que os gestores da manutenção dos BEC ajuizaram nas

suas conduções e nos resultados da manutenção no periodo que exerceu ou está

exercendo na Cia E Eqp Mnt, a pesquisa chegou ao seguinte resultado:

GRÁFICO 5 – Auto-avaliação na condução e resultados da manutenção na Cia E Eqp Mnt Fonte: O Autor

Segundo Kardek e Nascif (2013) a gestão da manutenção deve priorizar a

eliminação de problemas, ocorridos e potenciais, através da análise da causa

básica, acoplada ao esforço do reparo com qualidade, atuando de forma integrada

com a operação e a engenharia na busca das soluções definitivas.

A identificação de problemas é a primeira etapa do processo de melhoria em que o Método de Análise e Soluções de Problemas (MASP) é empregado. Se feita de forma clara e criteriosa pode facilitar o desenvolvimento do trabalho e encurtar o tempo necessário à obtenção do resultado. A identificação do problema tem pelo menos duas finalidades: 1- Selecionar um tópico dentre uma série de possibilidades, concentrando esforços para a obtenção do maior resultado possível; 2- Aplicar critérios para que a escolha recaia sobre um problema que mereça ser resolvido. (PERES, Luis Carlos Cyrino. MASP -

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Método de Análise e Soluções de Problemas, 2017. Disponível em: < https://www.manutencaoemfoco.com.br/masp-metodo-de-analise-e-solucao-de-problemas/> Acesso em: 01 de ago. 2018.

Após ter sido levantados os aspectos de capacitação, experiência e auto-

avaliação dos comandantes das Cia E Eqp Mnt, para definir os principais entraves

que acomete à companhia foi questionado aos participantes quais eram os principais

óbices à manutenção em ordem de prioridade, obtendo-se os seguintes resultados:

GRÁFICO 6 – Diversificação da Frota Fonte: O Autor

Diversificação da frota apresentou-se como problema em prioridade um em 63%

e em prioridade 2 em 15% do total da pesquisa com os gestores da manutenção.

GRÁFICO 7 – Falta de mão-de-obra especializada Fonte: O Autor

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Falta de mão-de-obra especializada apresentou-se como entrave em prioridade

1 em 36% e em prioridade 3 em 29% do total da pesquisa com os gestores da

manutenção.

GRÁFICO 8 – Idade da Frota Fonte: O Autor

Idade da frota apresentou-se como problema em prioridade 1 em 36% e em

prioridade 3 em 36% do total da pesquisa com os gestores da manutenção.

GRÁFICO 9 – Processo de Aquisição de Insumos Fonte: O Autor

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Processo de aquisição de insumos apresentou-se como problema em

prioridade 1 em 29% e em prioridade 3 em 36% do total da pesquisa com os

gestores da manutenção.

GRÁFICO 10 – Falta de Sofftware de Mnt Fonte: O Autor

Falta de software de controle da manutenção apresentou-se como um entrave

em prioridade 1 em 15% e em prioridade 3 em 39% do total da pesquisa com os

gestores da manutenção.

GRÁFICO 10 – Pessoal Insuficiente Fonte: O Autor

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Pessoal insuficiente na condução da manutenção apresentou-se como um

problema em prioridade 1 em 15% e em prioridade 2 em 38% do total da pesquisa

com os gestores da manutenção.

GRÁFICO 11 – Falta de Ferramental Adequado Fonte: O Autor

Falta de ferramental adequado apresentou-se como um problema em

prioridade 1 em 0% e em prioridade 2 em 54% do total da pesquisa com os gestores

da manutenção.

Almejando verificar, criticamente, a opinião dos Cmt Cia E Eqp Mnt a respeito

do tema, foi disponibilizado um espaço para considerações sobre o estudo, no qual

surgiram vários comentários, dos quais ressaltam-se:

a) “Melhor divisão de trabalhos e calendário de planejamento de Termos de

Referência de manutenção; plano de gestão de pessoal e cursos de especialização

programados anualmente”;

b) “Superiores respeitassem as peculiaridades da Mnt”;

c) “Melhorar o controle através de software e formar operadores

especializados com a consciência de operador mantenedor”;

d) “Padronização da frota, contratação de Sgt e Cb Técnico temporário”;

e) “Maior flexibilidade para aquisição de peças, Aquisição centralizada de

ativos para padronizar a frota”;

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f) “Padronização da frota, investimento em capacitação de todo o pessoal (

manutenção e produção) e padronização dos processos, tanto administrativos como

estruturais”;

g) “Centralização dos processos de aquisição, treinamentos”;

h) “Renovação da frota a cada 5-10 anos, sendo adquirida de forma

centralizada em substituição a família de máquinas anterior”;

i) “Melhor especialização do pessoal”;

j) “Formação de mais especialistas”;

k) “Acredito que a participação ativa dos escalões superiores também seria

fator decisivo na melhoria dos processos de manutenção. Hoje, a DME por exemplo,

cobra indicadores de desempenho irreais, principalmente considerando a dificuldade

tremenda encontrada por algumas UGs em homologar processos licitatórios simples

como aquisição de peças. Processos como esses deveriam ser mapeados e

organizados pela diretoria, com a finalidade de possibilitar as OMs concentrar

esforços na melhoria de outras estruturas, como o adestramento do pessoal. (

atividade fim da unidade) Outro fator é a padronização da estrutura das cias de Eqp

e Mnt”;

l) “O software engeman é uma ótima ferramenta de controle na Cia E Eqp

Mnt. A contratação de STT1 e CbTT2 é primordial para o sucesso da Cia. Pregão de

maior desconto e primordial para o sucesso da Cia. Qualificação bem feita é

primordial para o sucesso da Cia”;

m) “Necessidade de maior valorização do pessoal empregado na Mnt”.

4 CONCLUSÃO

Quanto às questões de estudo e objetivos propostos no início deste trabalho,

conclui-se que a presente investigação atendeu ao pretendido, ampliando a

compreensão sobre a importância na identificação dos principais problemas que

assolam a Cia E Eqp Mnt dos BEC.

A revisão de literatura possibilitou concluir a respeito da importância na

identificação dos entraves e suas causas no intuito de sempre buscar o estado da

arte, através do entendimento e execução das melhores práticas no setor da

1 Sargento Técnico Temporário 2 Cabo Técnico Temporário

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manutenção.

A compilação de dados do questionário e da literatura permitiu identificar que,

dentro de uma prioridade, os seguintes óbices são os principais entraves na

condução da gestão dentro da Cia E Eqp Mnt:

1- Diversificação da frota;

2- Falta de mão-de-obra especializada;

3- Idade da frota;

4- Processo de aquisição de insumos;

5- Falta de software de controle da manutenção;

6- Pessoal insuficiente; e

7- Falta de ferramental adequado.

Os itens do questionário permitiram entender quais são os principais

problemas causadores das oportunidades de melhoria na operação e emprego da

gestão da manutenção nas Cia E Eqp Mnt. Pelo entendimento dessas causas

podemos traçar uma proposta (conforme apêndice B) com potencial para minimizar

defasagens e que ofereça uma opção para melhoria da gestão.

Dessa forma, entende-se que com um planejamento de médio prazo, com o

apoio dos setores do Batalhão e participação dos órgão superiores, a Companhia de

Equipamento tem potencial de minorar os óbices para atender suas demandas.

Conclui-se, portanto, que com a identificação dos principais problemas e uma

estratégia de minimização dos mesmos é possível organizar uma sistemática de

melhorar o processo de gestão da manutenção dentro das Cia E Eqp Mnt dos BEC.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Exército. C 5-162: O Grupamento e o Batalhão de Engenharia de

Construção. 1. ed. Brasília, DF, 1973.

BRASIL. Estado-Maior. T 5-505 Manutenção do Material de Engenharia. 2 ed.

Brasília, 2000.

BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de jun. de 1993. Institui normas para licitações e

contratos da Administração Pública e dá outras providências., Brasília,DF, jun

1993.

BRANCO FILHO, Gil. A Organização, o Planejamento e o Controle da

Manutenção. Rio de Janeiro: Ciência Moderna LTDA, 2008.

DOC. História. Disponível em

http://www.doc.eb.mil.br/home.php?pg=historia_engenharia. Acesso em 07 abr

2018).

KARDEC, Alan. Gestão Estratégica e Avaliação Empresarial. Rio de Janeiro:

Qualitymark: PETROBRAS, 2005

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção Função Estratégica. 3. ed. rev. e

ampl. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção Função Estratégica. 4. ed. rev. e

ampl. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013.

NUNES, E. N; VALLADARES, A. Gestao da Manutencao com Estrategia na

Instalacao de unidades Geradoras de Energia Eletrica. Disponivel em:

https://docplayer.com.br/7805434-Gestao-da-manutencao-e-do-conhecimento-como-

estrategia-na-instalacao-de-unidades-geradoras-de-energia-eletrica.html Acesso em

04 jul. 2018.

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PERES, Luis Carlos Cyrino. MASP - Método de Análise e Soluções de

Problemas, 2017. Disponível em: < https://www.manutencaoemfoco.com.br/masp-

metodo-de-analise-e-solucao-de-problemas/> Acesso em: 01 de ago. 2018.

SOUZA, J. B. Alinhamento das estrategias do Planejamento e Controle da

Manutencao (PCM) com as finalidades e funcao do Planejamento e Controle da

Producao (PCP): Uma abordagem Analitica. 2008. 169 f. Dissertacao (Mestrado

em Engenharia de Producao) - Universidade Tecnologica Federal do Parana,

Campus Ponta Grossa.

SILVA, L. S.; FLORES, D. GESTAO DA QUALIDADE EM ARQUIVOS:

FERRAMENTAS, PROGRAMAS E METODOS. In: Simposio Baiano de

Arquivologia, 9., 2011, Salvador. Anais... Salvador: 2011. Disponivel em: <

http://www.arquivistasbahia.org/3sba/wp-content/uploads/2011/09/Silva-Flores.pdf>.

Acesso em: 04 jul. 2018.

VELOSO, Norwil. Gerenciamento e Manutenção de Equipamentos Móveis. 1. ed.

São Paulo: Sobratema, 2009.

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

SEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

QUESTIONÁRIO

O presente instrumento é parte integrante do Trabalho de Conclusão de

Curso do Cap Eng Maérson de Melo Oliveira, cujo tema é: Gestão da manutenção

dos equipamentos e viaturas da Companhia de Engenharia de Equipamento e

Manutenção ( Cia E Eqp Mnt). Pretende-se, através da compilação dos dados

coletados, fornecer subsídio para um direcionamento mais preciso do avanço

doutrinário de que necessita o Exército Brasileiro (EB).

A fim de aprofundar o conhecimento acerca da atual difusão das

capacidades operacionais do Sistema de Informações Geográficas dentro do EB, o

senhor foi selecionado, dentro de um amplo universo, para responder as perguntas

deste questionário. Solicito-vos a gentileza de respondê-lo o mais completamente

possível.

A experiência profissional do senhor irá contribuir sobremaneira para a

pesquisa, colaborando nos estudos referentes ao exame de situação dos

Comandantes de Cia E Eqp Mnt dos BEC do EB. Será muito importante, ainda, que

o senhor complemente, quando assim o desejar, suas opiniões a respeito do tema e

do problema.

Desde já, agradeço a colaboração e coloco-me à disposição para

esclarecimentos através dos seguintes contatos:

Maérson de Melo Oliveira (Capitão de Engenharia – AMAN 2008)

Celular: (84) 99696-5078

E-mail: [email protected]

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1. Qual seu posto/graduação atual? Ten Cel ( ) Maj ( ) Cap ( ) Ten ( )

2. Qual (is) função (ões) exerceu na Cia E Eqp Mnt?

( ) Cmt Cia

( ) Cmt Pel

( ) Cmt Pel Destacado

( )Outras:_____________________________________________

3. Por quanto tempo o Sr. exerceu funções dentro da Cia E Eqp Mnt?

( ) Menos de 6 meses

( ) Entre 6 meses e 12 meses

( ) Mais de 1 ano

( ) Mais de 2 anos

4. Qual(is) curso(s) ou estágio(s) na área de manutenção o senhor possui?

( ) Curso de Equipamento de Engenharia

( ) Estágio de Gerenciamento de Frota

( ) Curso de Especialização de Manutenção de Material Bélico

( ) Curso de Gerenciamento de Manutenção

( ) MBA em Gerenciamento de Ativos

( ) MBA em Gerenciamento de Projetos

( ) Curso de Planejamento, Programação e Controle da Manutenção

( ) Curso de Indicadores e Custos de Manutenção

( ) Curso de Legislação Aplicada à Logística de Suprimentos - Lei nr

8.666/93, Pregão e Registro de Preços

( ) Outros: ______________________________________________

IDENTIFICAÇÃO

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5. Em quais OM o Sr. serviu exercendo funções na Cia E Eqp Mnt?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

6. Na escala de 0 a 10, sendo 1 para pior avaliação e 10 para a melhor

avaliação, qual o grau de avaliação o Sr. atribui para a condução e os resultados da manutenção no periodo que exerceu ou está exercendo na Cia E Eqp Mnt?

Grau de avaliação: _______

Comentários:

______________________________________________________________

______________________________________________________________

7. Enumere, seguindo uma prioridade, os óbices que o Sr. julga ser um dos principais entraves para que a Cia E Eqp Mnt cumpra bem o papel de manter a frota com disponibilidade e confiabilidade. O Sr. poderá acrescentar os óbices que julgar necessário.

( ) Diversificação da frota

( ) Falta de mão-de-obra especializada (mecânicos e operadores)

( ) Idade da frota

( ) Processo de aquisição de insumos

( ) Falta de ferramental adequado

( ) Pessoal insuficiente

( ) Falta de recurso financeiro

( ) Falta de software de controle da manutenção

( ) ____________________________________

( ) ____________________________________

( ) ____________________________________

ASPECTOS DOUTRINÁRIOS

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8. Na identificação de tais óbices, como o Sr. sugereria soluções para minimizar os efeitos desses entraves para a Cia E Eqp Mnt?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

1. O Sr. gostaria de acrescentar alguma consideração sobre o presente estudo?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigado pela participação.

FECHAMENTO

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APÊNDICE B

PROPOSTA PARA MINIMIZAÇÃO DOS ÓBICES QUE AFETAM NA CONDUÇÃO

DOS TRABALHOS DE MANUTENÇÃO NA CIA E EQP MNT

A compilação dos dados do questionário e da literatura permitiu levantar os

principais óbices na gestão da manutenção dos equipamentos e viaturas da Cia E

Eqp Mnt, que uma vez identificado e priorizado, segue abaixo uma proposta de

minimização de tais entraves, com intuito de melhorar na condução dos trabalhos de

manutenção dos BEC.

DIVERSIFICAÇÃO DA FROTA

A minimização desse óbice está mais dependente de uma gestão estratégica

do Esc Sup, Grupamentos de Engenharia (Gpt E) e Departamento de Engenharia e

Construção (DEC), do que propriamente da Cia E Eqp Mnt dos BEC.

Do acervo existente:

1º Passo: levantamento de todo acervo Diretoria de Obras de Cooperação

(DOC) (Vtr e Eqp) existente hoje nos BEC, de modo que seja loteado dentro de uma

mesma padronização (marca). A catalogação do acervo já existe no SGA e SIOC,

faltando apenas dividir dentro de uma mesma família e padrão (marca);

2º Passo: realocação dos Eqp e Vtr do acervo DOC entre os BEC,

respeitando a vocação de cada Unidade, de modo que cada OM receba o máximo

possível os Eqp e Vtr de uma mesma padronização. Em primeiro momento os ativos

poderiam ser realocados dentro das OM dos Gpt E, como forma de facilitar a

losgística da realocação.

Novas aquisições

Centralização das aquisições no âmbito dos Gpt E, como forma de padronizar

as aquisições de Eqp e Vtr, de modo que as novas obtenções esteja uniformizada

em todas as OM subordinadas.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

I ­ atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção,

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assistência técnica e garantia oferecidas. (BRASIL, 1993)

FALTA DE MÃO-DE-OBRA ESPECIALIZADA E PESSOAL INSUFICIENTE

Grande parte da mão-de-obra presente nas Cia E Eqp Mnt é composta por

militares (Cabos e Soldados) temporários que ingressaram pelo serviço militar

obrigatório, se especializando ao longo dos oito anos máximo de permanência.

Outra parcela, em alguns BEC, são servidores civis que possuem uma média de

idade acima dos cinquenta anos.

Como forma de melhorar a qualidade da mão-de-obra é a contratação do

Sargento e Cabo Técnico Temporário especialista nas diversas áreas voltada para a

manutenção. Como forma de não impactar no orçamento, bem como não ficar

incompatível com os claros existentes na OM, poderia ser diminuído as vagas de

cabo e soldados engajados da Cia E Eqp Mnt para a entrada dos especialistas.

Centralização de cursos anuais, pelos Gpt E, em diferentes especialidades da

área de manutenção, através de parcerias com instituições privadas e públicas em

âmbito regional e nacional, e o Cmt Cia E Eqp Mnt na busca de parcerias em âmbito

local.

Avaliação por parte da Eqp de Mnt dos serviços que realmente necessitam

serem feitos dentro da Cia E Eqp Mnt, através da análise do custo-benefício em

realizar ou terceirizar serviços com especificidade mais apurada, consequentemente

a real necessidade da especialização dessa mão-de-obra específica.

IDADE DA FROTA

A manutenção adequada pode aumentar a vida útil do Eqp e Vtr, apesar de o

ativo sempre ter os gastos fixos ao longo de sua vida, como por exemplo os gastos

com a manutenção preventiva e/ou preditiva.

Um apropriado controle dos ativos quanto ao seu histórico de falhas e gastos

aliado a confiabilidade apresentada pelo ativo no pós manutenção, pode-se chegar a

conclusão da viabilidade em manter aquele ativo na frota ou de realizar o

desfazimento. O desfazimento se constitui uma saída para uma arrecadação de

recursos para uma renovação, apesar de que numa escala pequena, pois a verba

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conseguida com o desfazimento somada mais os gastos que seriam despreendido

para a manutenção daquele ativo poderia ser adquirido algum ativo ou recurso para

manutenção de outro ativo que daria retorno em custo-benefício.

PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE INSUMOS

Toda compra realizada pela Administração Pública segue o rito estabelecido

pela Lei 8.666 que normatiza as licitações para aquisições pelos órgãos públicos, no

qual demanda tempo e burocracia em toda fase do processo.

Algumas medidas para minimizar esse entrave dentro da Cia E Eqp Mnt

poderiam ser adotadas, tais como:

Criação da Seção de Aquisição de Materiais, integrada por pessoal

qualificado, conhecedor das características técnica dos materiais, responsável

pela montagem dos Termos de Referência e pesquisas de preços de

interesse da companhia. Isso geraria celeridade, de modo que bem antes de

vencer um processo licitatório outro já estaria dando entrada do Setor de

Aquisição e Licitação do Batalhão;

Promover Licitações de acordo com a Port Nº 440, de 23 de março de 2018,

que estabelece o critério de julgamento de menor preço, com base no maior

desconto oferecido sobre a tabela de preços do fabricante;

Cumprimento por parte do Comando Logístico (COLOG) em disponibilizar as

tabelas de preço de peças das viaturas e veículos administrativos e

operacionais, e do Departamento de engenharia e Construção (DEC) em

disponibilizar disponibilizar as tabelas de preço de peças das máquinas e

equipamentos de engenharia, conforme prescrito.

FALTA DE SOFTWARE DE CONTROLE DA MANUTENÇÃO

Padronização de um sistema de manutenção no âmbito do DEC ou Gpt E, ou

através da aquisição, como muitas OM já adquiriram, ou com verba de convênios de

obras de cooperação ou com recurso próprios oriundos para manutenção, como por

exemplo a aquisição do ENGEMAN por parte de algumas OM. A desvantagem da

aquisição e o pagamento anual da licença de utilização do software. Apesar do

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pagamento anual da licença, o valor é baixo ( faixa de R$8.000) comparado ao

ganho operacional. Outra alternativa seria um desenvolvimento de um software pelo

CTEx para atender todo o exército.