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Informativo EMERJ 1 Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro Informativo Ano 14 - Abril/Maio/Junho de 2010 - nº 44 p. 4,5,6 e 7 Primeira colocada no concurso para Juiz de Direito do TJESP e segunda para Promotor de Justiça do MP/RJ são da EMERJ A jovem Ana Rita de Figueiredo Nery, 1º colocada no recente concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, concluiu na EMERJ, no final ano passado, o Curso de Especialização em Direito para a Carreira da Magistratura; seus colegas Rafael Car- valho de Sá Roriz e Luiz Fellippe de Souza Marino, 6º e 8º colocados, respectivamente, concluíram o curso da nossa Escola em 2007. O grupo de jovens da foto à direita são ex-alunos ou estão cursando a EMERJ e somam 12 aprova- dos, dentre os quais a 2ª colocada no 31º Concurso para Promotores de Justiça Substitutos do Ministério Público do Rio de Janeiro, Christiane Louzão Costa de Sousa. O seminário Segurança Jurídica – Desafios Constitu- cionais que a EMERJ realizou em parceria com o Instituto Victor Nunes Leal reuniu autoridades do Poder Judiciário nacional e do estadual. Dentre os palestran- tes, o ministro do STF Gilmar Mendes, na foto com os desembargadores Manoel Alberto Rebêlo dos Santos (centro) e Luiz Zveiter. No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, a EMERJ realizou a primeira reunião do Fórum Permanente de Direito à Informação e de Política de Comunicação Social do Poder Judiciário, ocasião em que reuniu jornalistas brasileiros e estrangei- ros para debater o tema Liberdade de Expressão. Convi- dado de honra, o ministro do STF Carlos Ayres de Brito foi distinguido com placa entregue pelo jornalista João Roberto Marinho. p. 3 e 8

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Page 1: Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro Ano 14 ... · geiros para debater o poder da imprensa. Entre eles, o jornalista Jayme Sirotsky, presidente emérito do grupo

Informativo EMERJ 1

EMERJEscola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro

Informativo

Ano 14 - Abril/Maio/Junho de 2010 - nº 44

p. 4,5,6 e 7

Primeira colocada no concurso para Juiz de Direito do TJESP e segunda para

Promotor de Justiça do MP/RJ são da EMERJ

A jovem Ana Rita de Figueiredo Nery, 1º colocada no recente concurso para Juiz de Direito do Tribunal de

Justiça do Estado de São Paulo, concluiu na EMERJ, no final ano passado, o Curso de Especialização em Direito para a Carreira da Magistratura; seus colegas Rafael Car-valho de Sá Roriz e Luiz Fellippe de Souza Marino, 6º e 8º

colocados, respectivamente, concluíram o curso da nossa Escola em 2007. O grupo de jovens da foto à direita são ex-alunos ou estão cursando a EMERJ e somam 12 aprova-dos, dentre os quais a 2ª colocada no 31º Concurso para Promotores de Justiça Substitutos do Ministério Público do Rio de Janeiro, Christiane Louzão Costa de Sousa.

O seminário Segurança Jurídica – Desafios Constitu-cionais que a EMERJ realizou em parceria com o

Instituto Victor Nunes Leal reuniu autoridades do Poder Judiciário nacional e do estadual. Dentre os palestran-tes, o ministro do STF Gilmar Mendes, na foto com os desembargadores Manoel Alberto Rebêlo dos Santos (centro) e Luiz Zveiter. No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, a EMERJ realizou a primeira

reunião do Fórum Permanente de Direito à Informação e de Política de Comunicação Social do Poder Judiciário, ocasião em que reuniu jornalistas brasileiros e estrangei-ros para debater o tema Liberdade de Expressão. Convi-dado de honra, o ministro do STF Carlos Ayres de Brito foi distinguido com placa entregue pelo jornalista João Roberto Marinho.

p. 3 e 8

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Informativo EMERJ2

A PALAVRA DO DIRETOR-GERAL

Escola da Magistratura doEstado do Rio de Janeiro

Diretor-Geral Des. Manoel Alberto Rebêlo dos Santos

Conselho Consultivo Des. Ronald dos Santos Valladares, Des. Luiz Fernando Ribeirode Carvalho, Des. Nildson Araújo da Cruz, Des. José Carlos Maldonado de Carvalho, Des. Antonio Carlos Esteves Torres, Des. Geraldo Luiz Mascarenhas Prado

Editor Irapuã Araújo /Reportagem e Fotografia Rosane Naylor /Projeto Gráfico Geórgia KitsosRevisão Suely Lima, Ana Paula Maradei e Sergio Silvares

Av. Erasmo Braga, 115/4º andar - Telefones: (21) 3133-3400/ (21) 3133-3471/ (21) 3133-3376 - Fax: (21) 2533-4860www.emerj.tjrj.jus.br - [email protected]

Desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos

Com o tema Direito Bancário sob o Foco do Direito do Consumidor, o

professor catedrático da Universidade de Coimbra, Dr. Diogo Leite de Campos, concluiu seu ciclo de seminários no Bra-sil palestrando na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. A palestra foi realizada no último dia 13 de maio, no Auditório Antonio Carlos Amorim e reuniu juristas e personalidades da Educação. Dentre os presentes: o de-

Diogo Leite de Campos faz palestra na EMERJfensor público Marcus Steele, o senador Bernardo Cabral, o desembargador e 3º Vice-Presidente e Corregedor-Geral da Jus-tiça do Estado do Rio de Janeiro, Antônio José Azevedo Pinto, a professora Marlene Salgado de Oliveira, reitora da Universi-dade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, e o Dr. Marcio Barros Dutra, pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UNIVERSO. Cerca de 300 pessoas debateram o tema com o professor Diogo Leite.

Mais um número de nosso Informativo EMERJ, desta feita dando destaque, em meio a tantas outras matérias de importância, ao encontro sobre Liber-

dade de Expressão, aqui realizado. Não por acaso aqui realizado, como frisamos na ocasião; não por acaso na casa da Justiça, cujas portas hão de estar sempre escancaradas a quem cultua e pratica a liberdade, assim como a quem pela liberdade de pensar ou de falar se veja constrangido ou perseguido. E não por acaso realizado na América do Sul, por onde ultimamente têm vicejado os tira-netes de ocasião, inimigos, por razões óbvias, das liberdades e particularmente da liberdade de pensar e de falar e de escrever, única arma que temem como ameaça à sua sede de mandar e mais mandar, mandar perenemente, pouco ou nada se importando com os que se sufocam e mutilam por seu autoritarismo. A eles, a palavra, em oposição às baionetas. Contra eles, a liberdade. A liberdade cantada por Cecília Meireles: “Liberdade – essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!”

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Informativo EMERJ 3

FÓRUM PERMANENTE

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, a EMERJ realizou a 1º Reunião do seu Fó-

rum Permanente de Direito à Informação e de Política de Comunicação Social do Poder Judiciário, cujo tema versou sobre: Liberdade de Expressão. Em parceria com a Associação Brasileira de Emis-soras de Rádio e TV – ABERT, Associação Nacional dos Jornais – ANJ, Associação Nacional de Editoras de Revistas – ANER, a EMERJ reuniu no seu novo Fórum Permanente renomados jornalistas brasileiros e estran-geiros para debater o poder da imprensa. Entre eles, o jornalista Jayme Sirotsky, presidente emérito do grupo RBS de Comunicação, que abriu a série de palestras com o tema “Cerceamento da Liberdade de Expressão – Uma Visão Histórica da Evolução dos Abusos pelo Mundo”. Em seguida houve a apresentação de um pai-nel sobre “Cerceamento às Liberdades de Expressão na América Latina”, com o jornalista Emílio Palácios (editor de opinião do jornal El Universo – Equador), Hérnan Verlanguer (advogado e gerente de assuntos

EMERJ debate aLiberdade de Expressãona 1ª Reunião do Fórum

Permanente de Direito ePolítica de Comunicação

“Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte

vosso direito de dizê-lo”

E enfatizou: “A sentença atribuída ao iluminista Voltai-re, defensor das liberdades e inimigo da intolerância, pe-netra no âmago do que se denomina liberdade de expres-são, conceito que, por sua vez, constitui um dos pilares da doutrina democrática”. O desembargador Manoel Alber-to destacou também a presença do emblemático jornalis-ta Carl Bernstein - do país das liberdades - de cujo fluir de pena, a serviço da causa democrática, resultou na queda do Presidente Nixon; tudo a demonstrar que se se dispõe de palavras, palavras livres, as armas se tornam despicien-das. “Por isso, tanto as temem os tiranos. Mas não há força que arroste o legítimo poder resultante da prática da liber-dade.” Agradeceu também a presença do Ministro Carlos Ayres de Brito, insigne jurista, que foi relator no histórico julgamento em que se pedia e se obteve a declaração de inconstitucionalidade da antiga Lei de Imprensa, forjada em pleno vigor do regime autoritário. Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Fe-deral Carlos Ayres de Brito recebeu homenagem do jornalista João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo. E a EMERJ, por iniciativa do Dep. estadual Noel de Carvalho, foi distinguida com Moção de Congratulações e Aplausos. Para fechar o evento, o desembargador Fernando Foch, presidente do Fórum Permanente, agradeceu aos palestrantes e a todos que colaboraram com sua rea-lização. E afirmou: “Este Fórum, com encontros inter-disciplinares, reunindo jornalistas, magistrados e outros operadores do Direito, quer promover a cultura da li-berdade de pensamento, de expressão e de imprensa.” E ressaltou: “Outra pretensão é quebrar o desconheci-mento mútuo e a mútua desconfiança que há entre o Poder Judiciário e a Imprensa... Enfim, esse Fórum quer que nós, juízes, conheçamos a mídia e que a mídia nos conheça, inclusive para que, com mais propriedade, mostre nossas virtudes e nossos defeitos.”

Des. Fernando Foch de L. Arigony da Silva, Dep. estadual Noel de Carvalho, Ministro Carlos Ayres de Brito e o Des. Manoel Alberto Rebêlo dos Santos

Os palestrantes Jayme Sirotsky e Carll Bernstein (centro)com o jornalista João Roberto Marinho

regulatórios do jornal Clárin - Argentina) e Carlos Zuo-loga (vice-presidente da Globovisión), representando o seu pai, jornalista Guilhermo Zuologa, que não obte-ve autorização do governo da Venezuela para deixar o país. Na condição de mediador, atuou o jornalista do Estado de São Paulo, Ricardo Gandour. O desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos San-tos abriu o evento citando um dos grandes pensamen-tos do filósofo Voltaire:

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Informativo EMERJ4

ENTREVISTAS

ALUNA APLICADA

A jovem Ana Rita de Figueire-do Nery, 27 anos, formada pela UERJ, especialista em Direito da Administração Pública pela UFF, é a mais nova juíza do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Ana Rita fez a opção pela EMERJ ainda no início da Faculdade de Direito: - Tanto a EMERJ quanto o con-curso para Técnico Judiciário do TJRJ eram, para mim, consectários da escolha pela carreira da Magis-tratura Estadual. Foram os degraus que estabeleci como necessários não só à aprovação no concurso como também para melhor vivên-cia da carreira. Queria entender as inúmeras engrenagens que mo-vem o Poder Judiciário, conhecer os meandros da judicatura e es-tar próxima dos jurisdicionados. Também foi determinante para a minha escolha a adequação do currículo da EMERJ à exigência dos três anos de prática jurídica como bacharel. Para Ana Rita foi na EMERJ que ela teve contato com a rotina de preparação para um concurso público e com um modelo prag-mático de uso do conhecimento jurídico: - Não se trata apenas de domi-nar as infinitas controvérsias jurí-dicas, mas de colocá-las a serviço de um questionamento e de uma prova. A maioria dos professores da EMERJ possui essa preocupa-ção ao expor o conteúdo. Tam-

Alunos da EMERJ são aprovados no Concurso para a Magistratura de São Paulo Dos 90 aprovados no 182º concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, com 11 mil inscritos, três são ex-alunos da

Escola da Magistratura do Rio: Ana Rita de Figueiredo Nery, 1º colocada, Rafael Carvalho de Sá Roriz, 6º colocado, e Luiz Fellippe de Souza Marino,8º colocado. Eles tomaram posse no último dia 28 de maio e falam porque escolheram o curso da EMERJ para se preparar para a tão sonhada carreira da Magistratura.

bém sou imensamente grata aos meus colegas de turma - amigos que levarei para vida toda – com os quais partilhava minhas dúvi-das e dificuldades. No mais, a ma-triz dos meus estudos era o meu caderno da EMERJ, o qual relia e reescrevia exaustivamente. Partia dos cadernos para o livro, e não o contrário. Isso porque o concurso é também uma disputa diária con-tra o tempo. Eu trabalhava. Sem-pre tive para mim que seria mais eficaz ler três vezes o conteúdo do mesmo material do que buscar o mesmo conteúdo em três luga-

res diferentes. Pode parecer um pouco óbvio, mas a maioria das bancas não exige que saibamos o que ninguém sabe, mas sim que saibamos o que todo mundo sabe e mais um pouco. A EMERJ nos dá ferramentas para que sejamos, por assim dizer, “competitivos”, e, adi-cionalmente, para que tenhamos um conhecimento diferenciado, com um maior grau de abstração. O concurso de São Paulo foi o terceiro que Ana Rita fez para a carreira da Magistratura: “An-teriormente havia prestado nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Ironicamen-te, nunca tive a oportunidade de prestar concurso para a Magis-tratura no Estado do Rio. Outra curiosidade: o concurso do Tribu-nal de Justiça de São Paulo foi o primeiro em que passei da primei-ra fase (múltipla escolha). Vencida a fase de múltipla escolha, tudo ficou mais fácil. Acredito que os alunos da EMERJ levam bastante vantagem nas provas discursivas, de sentenças e orais, exatamente quando somos levados a expor raciocínio jurídico e a solucionar casos concretos”. Ana Rita enfatiza ainda que o baixo índice de aprovação nos concursos pode se dar por uma deficiência no método de elimi-nação de candidatos ao longo das fases, pela rigidez da prova ou mesmo por razões orçamen-tárias... “Inúmeras são as razões e é preciso verificar casuistica-mente. O que acho grave não é

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o baixo índice de aprovação, mas a dificuldade de se verificar as ra-zões da desaprovação. A falta de critérios de correção uniformes entre diferentes examinadores, a ausência de um gabarito padrão e a obscuridade quanto aos des-contos na pontuação transformam o que seria um mero insucesso pontual em fator de desestímulo completo. Inúmeros candidatos, a propósito, vêm optando por car-reiras federais – a despeito de suas reais vocações – porque verificam que os concursos na área federal avançaram em padrões de trans-parência e publicidade”. A primeira colocada deixa uma mensagem de otimismo e incentivo: - Especialmente àqueles que estão iniciando o Curso de Espe-cialização, digo que esse proces-so de estudos é longo e solitário, mas extremamente gratificante. Planejamento e dedicação são fundamentais, mas o sucesso do Curso depende da confiança de cada um na sua própria vocação e no seu potencial. Creio que é essa confiança que alimenta de motivação e entusiasmo as horas de estudo e renova, diariamente, o compromisso do candidato com as suas próprias metas.

UM CAMPEÃODE CONCURSOS

Aprovado, agora, na segunda vez que prestou concurso para a Magistratura, em São Paulo, o 6º colocado Rafael Carvalho de Sá

Alunos da EMERJ são aprovados no Concurso para a Magistratura de São Paulo Dos 90 aprovados no 182º concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, com 11 mil inscritos, três são ex-alunos da

Escola da Magistratura do Rio: Ana Rita de Figueiredo Nery, 1º colocada, Rafael Carvalho de Sá Roriz, 6º colocado, e Luiz Fellippe de Souza Marino,8º colocado. Eles tomaram posse no último dia 28 de maio e falam porque escolheram o curso da EMERJ para se preparar para a tão sonhada carreira da Magistratura.

Roriz, 28 anos, também formado pela UERJ, já havia sido aprovado para Procurador do Estado (RS) e Defensor Público (DF). Mas que-ria ingressar na magistratura e por isso procurou o Curso da EMERJ em razão do excelente conceito da Escola, a qualidade dos pro-fessores, a excelência da sua me-todologia, a seriedade da elabo-ração e desenvolvimento de seu programa de ensino: - O Curso promove uma visão ampla e crítica de todas as cadeiras integrantes do programa do con-curso para Magistratura. E mantém o foco pragmático sem, no entan-

to, deixar de lado a imprescindível reflexão para ensejar a verdadeira assimilação do conteúdo. Rafael Roriz afirma ainda que o baixo índice de aprovação para a carreira da Magistratura pode se dar pela deficiência do sistema de ensino, o rígido nível das provas e a baixa qualidade do proces-so seletivo. O conteúdo exigido nem sempre é compatível com as necessidades da função, o que leva à inutilidade da formação do candidato. E acrescenta: “Por ve-zes há também a intransigência intelectual, que visa a restringir o universo dos aprovados a um grupo de pensamento uniforme, o que é bastante complicado den-tro de uma ciência social plural – e cada vez mais tópica – como o Direito”. Rafael Roriz dá um conselho aos alunos da EMERJ: - A Escola da Magistratura do Rio é reconhecida nacionalmente como uma instituição de excelên-cia. Suas congêneres em outros estados a tomam como espelho. Sua disciplina é bastante rígida, o que, por vezes, nos causa algum sentimento de revolta, mas isso molda nosso comportamento e nos prevê o foco indispensável ao nosso objetivo. Confiem na Esco-la, extraiam dela tudo o que ela tem a lhes oferecer, dediquem-se a ela como irão se dedicar a seus futuros cargos e ela os guiará para o caminho da vitória, seu e da so-ciedade a quem vocês servirão.

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ENTREVISTAS

Doze (ex-)alunos do Curso de Especialização em Direito da

EMERJ passaram no 31º concurso para Promotores de Justiça Substitu-tos do Ministério Público do Rio de Janeiro. São eles: Christiane Louzäo Costa de Sousa, 2º colocada, Deni-se Pieri Nunes, 7º colocada, Gisela Pequeno Guimarães Corrêa, 11º co-locada, Isabel Horowicz Kallmann, 12º colocada, Maria de Lourdes Almeida da Fonseca, 13º coloca-da, Luis Fernando Ferreira Gomes, 16º colocado, Renato Luiz da Silva Moreira, 17º colocado, Ramon Leite de Carvalho, 19º colocado, Raquel Rosmaninho Bastos, 22º colocada, Patrícia Brito e Sousa, 23º coloca-da, Plínio Vinicius D`Ávila Araujo, 24º colocado e Gabriela de Aguillar Lima, 25º colocada. Do total de 28 aprovados, o per-centual de alunos matriculados ou que concluíram o Curso da EMERJ foi de 42,85%. Christiane Louzão Costa de Sou-sa, 26 anos, formada pela Universi-dade Estácio de Sá, realizou o con-curso do MPRJ pela primeira vez. Ressalta que, desde que ingressou na Faculdade de Direito, seu sonho era ser aluna da EMERJ: “Sem dúvi-da a EMERJ foi essencial para minha aprovação no MPRJ, mas não foi o único fator determinante. Sempre estudei muito durante a faculdade – de domingo a domingo – e levei a EMERJ bem a sério. De nada adianta frequentar as aulas e não seguir exa-tamente a metodologia da Escola.” Christiane Louzão acrescenta que o nível rígido para aprovação nos concursos é para todos: “Se alguns conseguem passar, outros também conseguirão. O problema é que, além do ensino das facul-

dades de Direito ser muito fraco (e posso falar isso, pois estudei e constatei isso em faculdade parti-cular), os alunos não levam a sé-rio como deveriam. Dediquem-se e aproveitem estes três anos que vocês têm na EMERJ para estudar muito. Não é impossível e não precisa ser ‘gênio’ para passar em concurso. Não são os mais inte-ligentes que passam, são os mais dedicados. Basta estudar.” Para Denise Pieri Nunes, 7º colocada, 31 anos, formada pela PUC-RJ, o que a levou a procurar o Curso de Especialização da EMERJ foi a excelência dos professores e a metodologia do ensino: “A rigidez do sistema – que começa com a seleção dos melhores alunos logo no início, com sua prova de admis-são – faz toda a diferença, por nos mostrar que, sem muita disciplina, a difícil tarefa de ser aprovado num concurso público se tornará prati-camente impossível.” - O curso da EMERJ foi funda-mental para minha aprovação. A metodologia dos casos concretos, que são solucionados no final de cada aula, permite que os alunos visualizem como, na prática, será aplicada a teoria que acabaram de aprender. Isto estimula o raciocí-nio, trazendo um diferencial para o aluno, já que hoje as questões das provas de concurso não são mais puramente conceituais, mas sim com ênfase em situações práticas. Além disto, o nível dos professores é muito bom - frisa Denise Pieri. Quanto ao baixo índice de aprovação, ela assevera que é re-sultado de dois fatores: “Deficiên-cia do sistema de ensino e o nível rígido das provas. E neste ponto,

Alunos da EMERJ se destacamno Concurso do MP - Rio

novamente é importante ressaltar a excelência da EMERJ”. Denise Pieri participou de três concursos até ser aprovada. E deixa uma mensagem: “Estudem com afinco, dediquem-se, e nun-ca permitam que uma reprovação os impeça de continuar buscando os seus sonhos. A força de vonta-

Christiane Louzão Costa de Sousa

Denise Pieri Nunes

Isabel Horowicz Kallmann

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ENTREVISTAS

de e a busca sincera por um ideal fazem com que superemos todos os obstáculos. Martin Luther King uma vez disse: ‘dê o primeiro passo com fé. Você não precisa ver toda a escada, apenas suba o primeiro degrau’. Este foi o meu mantra durante o longo período de provas do XXXI concurso. Es-pero que a mensagem possa servir de estímulo para os que ainda tri-lham o árduo caminho em busca da aprovação que, com muita fé em Deus e estudo, irá, em algum momento, ser alcançada.” Já Isabel Horowicz Kallmann, 27 anos, 12º colocada, também formada pela PUC-RJ, passou na sua segunda tentativa. Segundo ela, procurou a EMERJ por ser o melhor curso preparatório para concursos, especialmente em razão da quali-dade dos alunos, uma vez que há prova de ingresso. E frisou: “A EMERJ contribui na medida em que o seu método de ensino é sério (no sentido de que é uma proposta bem planejada e executada com rigor) e proporcio-na um amplo e sólido conhecimen-to. Consegui estudar toda a matéria abrangida pelo concurso do MP em apenas 3 anos. Ademais, o es-tágio foi bastante importante para a consolidação do aprendizado. Te-nho certeza de que a minha atua-ção como promotora, ao menos no início, será bastante facilitada pela experiência adquirida no estágio da EMERJ.” Ao falar sobre o baixo índice de aprovação nos concursos, ela opi-na que: “isto ocorre devido ao au-mento do número de candidatos, a demanda é muito maior do que a oferta de vagas e, por isso, o índice de aprovação é baixo. Entendo que todos os alunos que estudam com afinco passarão em algum concur-so. O percentual de reprovação é composto por pessoas que não es-tudam seriamente”.

E deixa uma dica: “Estudem, es-tudem e estudem. Não se limitem ao conteúdo dado em sala de aula”. Luís Fernando Ferreira, 28 anos, formado pela UFRJ, foi Técnico Ju-diciário do TJERJ e prestou seu se-gundo concurso para o MPRJ, sendo aprovado em 16º lugar. Ele escolheu o curso da EMERJ pela reputação de ser um curso bem organizado e com alto índice de aprovação em concursos públicos, em todas as áreas jurídicas. – E além de ser o único curso ju-rídico do estado cuja grade horária comporta o programa completo dos concursos, a metodologia da EMERJ de casos concretos e provas no fim dos módulos ajudaram-me a ganhar experiência na resolução de ques-tões discursivas, o que foi funda-mental para a minha aprovação no MPRJ - diz Luís Fernando. Quanto ao baixo índice de aprovação nos concursos, ele ressaltou: “Acredito que seja re-sultado de uma série de fatores. Além da Lei de Responsabilidade Fiscal limitar a criação de vagas, o trabalho de um Juiz ou Promo-tor de Justiça requer o domínio de uma série de matérias jurídicas, o que se reflete na rigidez dos con-cursos”. Para ser aprovado o can-didato deve usar seu tempo livre para estudar cada vez mais, não se pode limitar a assistir às aulas. A sociedade espera eficiência da Justiça e a responsabilidade do cargo não permite que se acei-tem pessoas despreparadas para o exercício da função pública”. Patrícia Brito e Sousa, 35 anos, é formada pela Universidade Federal Fluminense e prestou o concurso três vezes. Para ela a Escola da Ma-gistratura é um curso de excelên-cia, com ótimos professores e bom conteúdo programático. - A EMERJ possui uma metodo-logia de ensino peculiar, pois va-loriza a questão prática, mediante

a análise de casos concretos. Isso contribui para o aprimoramento do raciocínio jurídico e, consequente-mente, para a resolução de ques-tões de provas. E acrescenta: “Há necessidade de melhoria da metodologia do sistema de ensino ministrado na maior parte das universidades, que valoriza demais a teoria, em detri-mento de situações concretas retra-tadas na jurisprudência dos Tribu-nais brasileiros. Isso se relflete no insatisfatório índice de aprovação nos concursos públicos.” Conselho da 25ª colocada: “Para obterem êxito nos concur-sos públicos, os alunos devem ter motivação, disciplina, persistência (é importante não desistir, mesmo diante de uma nota insatisfatória em alguma prova) e dedicação ao Curso de Especialização da EMERJ.”

Luís Fernando Ferreira

Patrícia Brito e Sousa

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EVENTOS

Com o objetivo de refletir sobre a demanda judi-cial de medicamentos, a FIOCRUZ, em parceria

com a EMERJ e o apoio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, realizou nos dias 7 e 10 de maio, no Fórum Central do TJRJ, o seminário Saúde e Justiça. A Efetividade do Direito à Saúde e a Deman-da Judicial de Medicamentos. Na abertura, debateram o tema “Caracterização das Demandas Judiciais de Medicamentos”: Dra. Eli Iola Gurgel Andrade, do Grupo de Pesquisa em Economia da Saúde – NESCON, Dra. Lore Lamb, Assessora Téc-

Seminário Saúde e Justiça nica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde–CO-NASS, Maria Célia Delduque, pesquisadora da Diretoria Re-gional /Brasília da Fundação Oswaldo Cruz, e Dra. Vera Lúcia Edais Pepe, pesquisa-dora da Escola Nacional de

Saúde Pública–ENSP. A atividade foi coordenada pelo diretor adjunto da Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária–ANVISA, Neilton Araújo de Oliveira. Palestraram ainda: Dr. Kenneth Rochel de Camar-go Jr., Dr. José Miguel do Nascimento Jr., Dra. Marcia Luz da Motta, Dr. Daniel Antonio de Moraes Sarmen-to, Dra Lenita Wannmacher, Dr. Leandro Navega, Dr. Sérgio Luiz Côrtes da Silveira, Dr. Pedro Henrique Di Mais Palheiro, Dr. Reinaldo Felippe Nery Guima-rães, Dr. Fabrício El-Jaick Rapozo, Dra. Fabíola Sul-pino Vieira e Dra. Miriam Ventura.

No dia 9 de abril próximo passado, a EMERJ e o Instituto Victor Nunes Leal realizaram o semi-

nário Segurança Jurídica – Desafios Constitucionais, com a participação de autoridades do Poder Judiciá-rio nacional e do estadual. O desembargador Luiz Zveiter abriu o seminário res-saltando a importância de receber autoridades e juristas de renome: “Vossas Excelências vêm ao nosso Estado abrilhantar aqueles que têm sede de conhecimento ju-rídico. Vossas Excelências são ícones do Judiciário Bra-sileiro”, exaltou o presidente do TJERJ. O desembargador Manoel Rebêlo dos Santos fez a apresentação dos integrantes da mesa: o presidente da AMAERJ, desembargador Antônio Siqueira; o coorde-nador do evento, desembargador Elton Leme; o diretor jurídico da Souza Cruz, Antônio Rezende; Pedro Gor-dilho, da Fundação Getúlio Vargas; e o ex-presidente do STF, ministro Sepúlveda Pertence. E anunciou os pa-lestrantes: ministros Gilmar Mendes (STF), Luis Felipe Salomão (STJ) e Cesar Peluso (STF). Referindo-se ao processo legal como uma garantia de

todo indivíduo – “não basta que o processo seja legal; ele tem que ser justo“ – o ministro Cesar Peluso enfatizou que “o processo se destina à produção de uma decisão justa, fundada numa reconstrução verossímil dos fatos”. Já o ministro Luis Felipe Salomão falou sobre o concei-to de segurança jurídica. Segundo ele, a doutrina não é uníssona, sendo por isso, a frustração das expectativas democráticas, promessa realizada pela Constituição Fe-deral e sua efetivação, o maior problema de segurança jurídica. “O papel da Suprema Corte é resgatar as frustra-ções dessas expectativas”, assegurou. O seminário foi encerrado pelo ministro Gilmar Mendes, que defendeu as súmulas como solução para uma resposta rápida do Judiciário às aspirações da so-ciedade. Lembrou que uma das preocupações de Vic-tor Nunes era com as respostas do Poder Judiciário num tempo adequado. Para Gilmar Mendes, as súmulas sur-giram para fixar uma orientação a fim de dar diretriz segura do ponto de vista jurisprudencial. “A reforma do Judiciário resgatou a idéia da súmula vinculante, inicia-da por Victor”, disse.

Segurança Jurídica – Desafios Constitucionais

Os Desembargadores Elton Leme e Antônio Siqueira, o Ministro Sepúlveda Pertence, os Desembargadores Manoel Alberto Rebêlo dos Santos e Antonio Eduardo Ferreira Duarte, os Ministros Cesar Peluso, Gilmar Mendes, Luis Felipe Salomão e Antônio Resende