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  • Escola Currculo e Sociedade

  • O Currculo Escolar e os Documentos Oficiais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Material Terico

    Responsvel pelo Contedo:Prof.a Me. Janaina Pinheiro VeceProf.a Me. Simone Dias da Silva

    Reviso Tcnica:Prof. Dr. Jane Garcia de Carvalho

    Reviso Textual:Prof.a Vera Lidia de S Cicaroni

  • 5

    Introduo

    Diretrizes Curriculares

    Parmetros Curriculares Nacionais

    Na unidade IV, vamos conhecer um pouco mais sobre as bases legais e os documentos curriculares da educao brasileira. Sabendo que esses documentos orientam as polticas curriculares das redes de ensino do pas, especificamente nesta unidade, trataremos dos Parmetros Curriculares para o Ensino Mdio e a proposta Curricular para Educao de Jovens e Adultos.

    Nosso objetivo que voc execute as atividades com autonomia com base na leitura dos textos disponibilizados, na participao no frum de discusso, no acompanhamento da videoaula e no acesso atividade de sistematizao que composta por questes de autocorreo.

    Solicite ajuda do tutor em qualquer situao. Lembre-se de que o seu desempenho depende de uma rotina de estudo organizada e, principalmente, da sua dedicao!

    Nesta unidade trataremos de outros documentos educacionais e bases legais que orientam as propostas curriculares das instituies de ensino de todo o pas. A educao brasileira ainda no possui um currculo nico e nacional, mas, de forma flexvel, oferece diretrizes e parmetros que orientam as polticas curriculares das redes de ensino. Ento, vamos conhecer a estrutura e as principais caractersticas das propostas curriculares para o ensino mdio e para a educao de jovens e adultos.

    Nosso objetivo que voc execute as atividades com autonomia com base na leitura dos textos disponibilizados na unidade, na participao no frum e no acompanhamento da videoaula, comprometendo-se com seu prprio processo de formao e avaliando seu desempenho na disciplina.

    O Currculo Escolar e os Documentos Ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Direitos de aprendizagem

    Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio

    Programa Ensino Mdio Inovador (ProEMI)

    Proposta Curricular para Educao de Jovens e Adultos

  • 6

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Contextualizao

    Para iniciarmos esta unidade, convidamos voc a refletir sobre a importncia dos contedos curriculares na formao de nossos alunos.

    Imagem: Quino

    Lembra-se da charge em que a personagem Mafalda, de maneira irnica, critica o contedo da aula?

    A mensagem transmitida na tirinha permite refletir sobre as orientaes curriculares e as expectativas de aprendizagem disponibilizadas nos documentos educacionais.

    Pense

    Ser que o currculo escolar atende s necessidades e aos interesses dos alunos e s demandas da sociedade atual?

  • 7

    Esta unidade de estudo O currculo escolar e os documentos oficiais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos apresenta dois documentos que regem o currculo oficial de outras duas etapas da Educao Bsica brasileira. So eles os Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (2000) e a Proposta Curricular para Educao de Jovens e Adultos para o Ensino Fundamental e Mdio (2001). Na unidade so abordados o contexto em que esses documentos foram desenvolvidos e seus aspectos gerais, como objetivos, concepes, estrutura e algumas consideraes.

    Nas ltimas unidades desta disciplina, temos tratado das bases legais e dos documentos curriculares da educao brasileira, sabendo que esses documentos so oficiais e orientam as polticas curriculares das redes de ensino do pas. Vamos, ento, conhecer as principais caractersticas e os conceitos que esto por trs de cada um deles.

    A Secretaria de Educao Bsica zela pela Educao Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio. A educao bsica o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e para fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. So dois os principais documentos norteadores da educao bsica: a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) e o Plano Nacional de Educao (PNE), regidos, naturalmente, pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil (1988), alm dos documentos curriculares dos quais trataremos a seguir.

    As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) so normas obrigatrias para a Educao Bsica, debatidas e concebidas pelo Conselho Nacional de Educao (CNE), conforme est na Lei de Diretrizes e Bases da Educao (LDB), de 1996, que afirma ser essa uma tarefa da Unio.

    Durante a leitura,

    aproveite para registrar

    os aspectos que achar

    mais importantes e as

    dvidas que surgirem.

    Boa leitura!

    Introduo

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    Para saber mais, clique nos links: https://goo.gl/hvB4b

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    Diretrizes Curriculares

  • 8

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Em linhas gerais, o objetivo do documento orientar o planejamento curricular de redes e unidades de ensino, de modo a estabelecer uma direo para os currculos mnimos, levando em considerao a autonomia da proposta pedaggica das escolas. Dessa forma, cada unidade de ensino deve montar sua proposta curricular de acordo com o pblico a que atende e usando as competncias fundamentais e as diferentes reas do conhecimento dadas pelas diretrizes.

    Por conta dessa funo norteadora, as diretrizes so, de certa forma, genricas, com noes e orientaes muito amplas. Elas podem ser vistas como uma espcie de direcionamento para se estabelecer uma organizao do que deve ser trabalhado no ambiente escolar ou seja, um conjunto de definies doutrinrias sobre princpios, fundamentos e procedimentos educacionais.

    As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica atualmente em vigor datam de julho de 2010. Para cada etapa, h diretrizes especficas: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil; Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental; Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) so diretrizes concebidas pelo Governo Federal, divididas por disciplinas, que servem como referncia e como base para municpios e Estados construrem seus currculos, demonstrando, portanto, o que os professores devem ensinar.

    Os PCN no tm carter legal e no so obrigatrios, mas foram amplamente adotados pelas redes pblicas e particulares.

    Por serem referenciais curriculares de cada disciplina da Educao Bsica, eles so mais especficos que as diretrizes e objetivam criar uma base curricular nacional comum, auxiliando na elaborao e na reviso das propostas curriculares das unidades de ensino. Dessa forma, independentemente da condio socioeconmica e da localizao da escola, a pretenso garantir aos estudantes brasileiros um acesso igualitrio ao conhecimento.

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    Para conhecer melhor as Diretrizes Curriculares Nacionais, acesse o site:

    DCN Educao Bsica: https://goo.gl/UsTErZ e

    DCN EJA: https://goo.gl/5zWTFO

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    Parmetros Curriculares Nacionais

  • 9

    Alm de propor os contedos a serem transmitidos nas mais diferentes reas do conhecimento, os PCN tambm oferecem prticas de organizao dos conhecimentos, modos de abordagem dos contedos e exemplos de comportamentos a serem seguidos pelos professores nas mais diferentes circunstncias. Ou seja, tambm servem para ajudar as equipes de profissionais da Educao de forma geral. Outra ideia que os PCN tambm servissem como orientadores para a formao docente.

    Os parmetros foram divulgados no fim de 1995 e tambm continham expectativas de aprendizagem de cada disciplina. Na poca, o Ministro da Educao era Paulo Renato Souza. O debate gerou polmica e resistncia de alguns setores da sociedade, que afirmavam que os parmetros engessavam e limitavam o trabalho dos professores em sala de aula.

    Os PCN do ciclo I do Ensino Fundamental esto divididos em dez volumes, que abrangem lngua portuguesa; matemtica; cincias naturais; histria e geografia; arte; educao fsica; tica; meio ambiente; sade; pluralidade cultural; e orientao sexual.

    J os volumes de 5 a 8 srie (os PCN foram aprovados quando ainda existia o Ensino Fundamental de 8 anos) contm, alm das mesmas disciplinas que aparecem no Ensino Fundamental I, a separao entre Histria e Geografia, temas como trabalho e consumo e um volume dedicado bibliografia.

    No caso do Ensino Mdio, a diviso se d da seguinte forma: linguagens, cdigos e suas tecnologias (que abrange Lngua Portuguesa, Lngua Estrangeira Moderna, Educao Fsica, Arte e Informtica); cincias da natureza, matemtica e suas tecnologias (Biologia, Fsica, Qumica, Matemtica) e cincias humanas e suas tecnologias (Histria, Geografia, Sociologia, Antropologia, Filosofia e Poltica).

    Desde que foram lanados, os parmetros foram muito adotados pelas editoras de livros didticos, que usaram os documentos para conceberem as obras.

    Atualmente, o Ministrio da Educao (MEC) discute os chamados direitos de aprendizagem antes denominados expectativas de aprendizagem. A ideia que o documento defina, exatamente, o que se espera que todos os alunos tenham aprendido ao conclurem uma determinada srie ou nvel de ensino. Dessa forma, pode-se dizer que os direitos contemplam indicaes claras dos contedos que devem ser abordados em cada uma das disciplinas.

    O MEC afirma, no entanto, que a discusso no pretende montar uma lista de capacidades que o aluno deve adquirir. O objetivo oferecer orientaes para fomentar o trabalho dos docentes e dos outros profissionais da Educao. preciso lembrar que os parmetros curriculares, lanados na dcada de 1990, tambm continham expectativas de aprendizagem.

    Direitos de aprendizagem

  • 10

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    As Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental de nove anos e as Diretrizes Curriculares do Ensino Mdio preveem, em seus textos, o estabelecimento das expectativas. De acordo com os documentos, o MEC, em articulao com Estados, municpios e o Distrito Federal, deve encaminhar ao Conselho Nacional de Educao (CNE), aps uma consulta pblica nacional, uma proposta curricular.

    O Brasil, como os demais pases da Amrica Latina, est empenhado em promover reformas na rea educacional que permitam superar o quadro de extrema desvantagem em relao aos ndices de escolarizao e de nvel de conhecimento que apresentam os pases desenvolvidos.

    Particularmente, no que se refere ao Ensino Mdio, dois fatores de natureza muito diversa, mas que mantm entre si relaes observveis, passam a determinar a urgncia de se repensar as diretrizes gerais e os parmetros curriculares que orientam esse nvel de ensino.

    Em primeiro lugar, o fator econmico apresenta-se e define-se pela ruptura tecnolgica caracterstica da chamada terceira revoluo tcnico-industrial, na qual os avanos da microeletrnica tm um papel preponderante e, a partir dcada de 80, acentuam-se no Pas.

    A denominada revoluo informtica promove mudanas radicais na rea do conhecimento e passa a ocupar um lugar central nos processos de desenvolvimento em geral. possvel afirmar que, nas prximas dcadas, a educao v se transformar mais rapidamente do que em muitas outras, em funo de uma nova compreenso terica sobre o papel da escola, estimulada pela incorporao das novas tecnologias.

    As propostas de reforma curricular para o Ensino Mdio pautam-se nas constataes sobre as mudanas no conhecimento e seus desdobramentos, no que se refere produo e s relaes sociais de modo geral.

    Nas dcadas de 60 e 70, considerando o nvel de desenvolvimento da industrializao na Amrica Latina, a poltica educacional vigente priorizou, como finalidade para o Ensino Mdio, a formao de especialistas capazes de dominar a utilizao de maquinarias ou de dirigir processos de produo. Essa tendncia levou o Brasil, na dcada de 70, a propor a profissionalizao compulsria, estratgia que tambm visava a diminuir a presso da demanda sobre o Ensino Superior.

    Na dcada de 90, enfrentamos um desafio de outra ordem. Agora, o volume de informaes, produzido em decorrncia das novas tecnologias, constantemente superado, colocando novos parmetros para a formao dos cidados. No se trata de acumular conhecimentos.

    A formao do aluno deve ter como alvo principal a aquisio de conhecimentos bsicos, a preparao cientfica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas s reas de atuao.

    Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio

    Fonte: iStock/Getty Images

  • 11

    Prope-se, no nvel do Ensino Mdio, a formao geral, em oposio formao especfica; o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informaes, analis-las e selecion-las; a capacidade de aprender, criar, formular, em lugar do simples exerccio de memorizao.

    O Programa Ensino Mdio Inovador- ProEMI, institudo pela Portaria n 971, de 9 de outubro de 2009, integra as aes do Plano de Desenvolvimento da Educao PDE, como estratgia do Governo Federal para induzir a reestruturao dos currculos e superar os desafios do Ensino Mdio.

    Parte I Bases legais

    Parte II Linguagens, cdigos e suas tecnologias: discute o sentido da aprendizagem na rea e apresenta as competncias e habilidades destinadas ao conhecimento da lngua portuguesa, lngua estrangeira moderna, educao fsica, arte e informtica.

    Parte III Cincias da natureza, matemtica e suas tecnologias: discute o sentido da aprendizagem na rea e apresenta as competncias e habilidades destinadas ao conhecimento de biologia, qumica, fsica e matemtica.

    Parte IV Cincias humanas e suas tecnologias: discute o sentido da aprendizagem na rea e apresenta as competncias e habilidades destinadas ao conhecimento de histria, geografia, sociologia, antropologia, poltica e filosofia.

    Desafios para o Ensino Mdio

    Universalizar o acesso, a permanncia e o direito aprendizagem e ao desenvolvimento na faixa etria de 15 a 17 anos;

    Ampliar o acesso da faixa etria acima de 18 anos com a garantia das mesmas condies;

    Ampliar aes de superao da distoro idade-srie;

    Consolidar a identidade e a organizao curricular desta etapa educacional.

    Programa Ensino Mdio Inovador (ProEMI)

  • 12

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    O objetivo do ProEMI apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de Ensino Mdio, ampliando o tempo dos estudantes na escola e buscando garantir a formao integral com a insero de atividades que tornem o currculo mais dinmico, atendendo tambm s expectativas dos estudantes do Ensino Mdio e s demandas da sociedade contempornea.

    Os projetos de reestruturao curricular possibilitam o desenvolvimento de atividades integradoras que articulam as dimenses do trabalho, da cincia, da cultura e da tecnologia, contemplando as diversas reas do conhecimento a partir de 8 macrocampos: Acompanhamento Pedaggico; Iniciao Cientfica e Pesquisa; Cultura Corporal; Cultura e Artes; Comunicao e uso de Mdias; Cultura Digital; Participao Estudantil e Leitura e Letramento.

    A adeso ao Programa Ensino Mdio Inovador pode ser realizada pelas Secretarias de Educao Estaduais e Distrital. As escolas de Ensino Mdio recebem apoio tcnico e financeiro, atravs do Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE, para a elaborao e o desenvolvimento de seus projetos de reestruturao curricular.

    A Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso (SECADI), em articulao com os sistemas de ensino, implementa polticas educacionais nas reas de alfabetizao e educao de jovens e adultos, educao ambiental, educao em direitos humanos, educao especial, do campo, escolar indgena, quilombola e educao para as relaes tnico-raciais.

    O objetivo da SECADI contribuir para o desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino voltados para a valorizao das diferenas e da diversidade, a promoo da educao inclusiva, dos direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental, visando efetivao de polticas pblicas transversais e intersetoriais.

    O objetivo promover a superao do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalizao do ensino fundamental no Brasil. Sua concepo reconhece a educao como direito humano e a oferta pblica da alfabetizao como porta de entrada para a educao e a escolarizao das pessoas ao longo de toda a vida.

    A concretizao dessas polticas educacionais d-se por meio de aes de apoio tcnico e financeiro para projetos de alfabetizao de jovens, adultos e idosos apresentados pelos Estados, Municpios e Distrito Federal.

    Proposta Curricular para Educao de Jovens e Adultos

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    Para saber mais, clique no link: https://goo.gl/hWP9C4

  • 13

    Proposta Curricular para Educao de Jovens e Adultos

    1 Segmento do Ensino Fundamental

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN) 9394/96 assegura que a EJA (Educao de Jovens e Adultos) seja destinada aos que no tiveram acesso a ou oportunidade de continuar seus estudos no ensino fundamental e mdio na idade prpria.

    O dever do Estado com a educao escolar pblica ser efetivado para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria; progressiva extenso da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino mdio e oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando (BRASIL, 1996, art. 4).

    A EJA, como uma modalidade da educao bsica, pautada na LDBEN 9.394/96 pelos mesmos princpios que a educao regular fundamental e mdia. A proposta curricular da EJA tem por objetivo oferecer subsdios que orientem a reflexo pedaggica sobre essa modalidade.

    O Ministrio da Educao e Cultura (MEC) props metodologias e didticas que favoream o atendimento EJA de forma legal e prtica por meio de uma Proposta Curricular.

    A Proposta Curricular para o primeiro segmento do Ensino Fundamental para a educao de jovens, adultos (e tambm idosos) constitui-se num subsdio elaborao de projetos e propostas curriculares a serem desenvolvidos por organizaes governamentais e no governamentais, adaptados s realidades locais e necessidades especficas.

    A Constituio Federal de 1988 estendeu o direito ao ensino fundamental aos cidados de todas as faixas etrias, o que nos estabelece o imperativo de ampliar as oportunidades educacionais para aqueles que j ultrapassaram a idade de escolarizao regular. Alm da extenso, a qualificao pedaggica de programas de educao de jovens e adultos uma exigncia de justia social, para que a ampliao das oportunidades educacionais no se reduza a uma iluso e a escolarizao tardia de milhares de cidados no se configure como mais uma experincia de fracasso e excluso (PROPOSTA CURRICULAR 1 SEGMENTO, p. 14, 2001).

    Este trabalho representa, para o MEC, a possibilidade de colocar disposio das secretarias estaduais e municipais de educao e dos professores de educao de jovens e adultos um importante instrumento de apoio, com a qualidade de referencial que lhe conferida pelo notrio saber de seus autores.

    Na reflexo pedaggica sobre essa modalidade educativa, tem especial relevncia a considerao de suas dimenses social, tica e poltica. O iderio da Educao Popular, referncia importante na rea, destaca o valor educativo do dilogo e da participao, a considerao do educando como sujeito portador de saberes que devem ser reconhecidos. Educadores de jovens e adultos identificados com esses princpios tm procurado, nos ltimos anos, reformular suas prticas pedaggicas, atualizando-as frente s novas exigncias culturais e novas contribuies das teorias educacionais.

  • 14

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    As orientaes curriculares apresentadas na Proposta referem-se alfabetizao e ps-alfabetizao de jovens e adultos, cujo contedo corresponde s quatro primeiras sries do Ensino Fundamental (a Proposta foi aprovada quando ainda existia o Ensino Fundamental de 8 anos) . Elas no constituem propriamente um currculo, muito menos um programa pronto para ser executado. Trata-se de um subsdio para a formulao de currculos e planos de ensino, que devem ser desenvolvidos pelos educadores de acordo com as necessidades e objetivos especficos de seus programas.

    A primeira parte deste documento traz um breve histrico da educao de jovens e adultos no Brasil, no qual se destacam solues e impasses pedaggicos gerados por essas prticas, alguns fundamentos nos quais se baseou a formulao de objetivos gerais da proposta, delineando uma viso bastante geral da situao social que vivemos na atualidade, das necessidades educativas dos jovens, adultos e idosos pouco escolarizados, do papel da escola e do educador. Tambm discute a importncia da elaborao de currculos baseada nessas indicaes, inevitavelmente genricas, o que exigir dos educadores o esforo de complement-las com anlises de seus contextos especficos, a partir dos quais podero formular de modo mais preciso os objetivos de seus programas.

    Na segunda parte so apresentados os objetivos gerais em contedos e objetivos mais especficos, organizados em trs reas: Lngua Portuguesa, Matemtica e Estudos da Sociedade e da Natureza. Para cada uma dessas reas, expem-se consideraes sobre sua relevncia e sobre a natureza dos conhecimentos com que trabalha. Renem-se, ainda, algumas indicaes metodolgicas e alguns aportes das teorias sobre o ensino e a aprendizagem de seus contedos. Para cada rea, so definidos blocos de contedos com um elenco de tpicos a serem estudados. Para cada tpico, h um conjunto de objetivos didticos que especificam modos de abord-los em diferentes graus de aprofundamento. Pelo seu grau de especificidade, esses objetivos oferecem tambm muitas pistas sobre atividades didticas que favorecem o desenvolvimento dos contedos.

    Para as reas de Lngua Portuguesa e Matemtica h indicaes detalhadas quanto s formas mais adequadas de abordar cada bloco de contedo nos estgios iniciais e nos estgios mais avanados das aprendizagens. Com relao aos Estudos da Sociedade e da Natureza, considerou-se que a sequenciao poderia ser feita levando em conta apenas os interesses ou necessidades dos educandos, ou seja, qualquer dos tpicos de contedo pode ser tratado com alunos iniciantes ou avanados, desde que se considere o grau de domnio que tenham da representao escrita, ao lado da possibilidade de lanar mo de recursos audiovisuais e da interao oral.

    Cabe lembrar, ainda, que existem experincias de educao bsica de jovens, adultos e idosos que desenvolvem trabalhos mais sistemticos nas reas de Educao Fsica e Arte e que avaliam positivamente o impacto dessas reas no desenvolvimento geral dos educandos. Essa , entretanto, uma prtica muito pouco generalizada. H tambm programas que desenvolvem trabalhos especficos de preparao profissional. Esta proposta curricular no abrange essas reas, mas considera importante que os educadores exercitem a liberdade de opes que essa modalidade educativa permite e exige para adequar seus programas s necessidades e interesses dos envolvidos.

  • 15

    Na terceira e ltima parte, a Proposta Curricular para o primeiro segmento trata do planejamento e da avaliao, traz sugestes de como planejar unidades didticas que favoream o estabelecimento de relaes entre os diversos contedos, tornando seu desenvolvimento mais interessante para alunos e professores e o trabalho do dia a dia mais rico e estimulante.

    A avaliao, por sua vez, abordada como parte constitutiva do planejamento. So sugeridos tambm critrios de avaliao especificamente orientados para decises associadas certificao de equivalncia de escolaridade e ao encaminhamento dos jovens e adultos para o segundo segmento do Ensino Fundamental.

    Com esse conjunto articulado de objetivos e contedos educativos, referncias e sugestes didticas, o documento pretende esboar um mapa que oriente as opes das equipes envolvidas na elaborao curricular e no planejamento. Essas opes, entretanto, devem referir-se principalmente aos contextos educativos de que participam.

    Proposta Curricular para Educao de Jovens e Adultos

    2 Segmento do Ensino Fundamental

    A proposta curricular para o segundo segmento do ensino fundamental para a educao de jovens, adultos e idosos, foi lanada pela SEF, em 2002, com base na Resoluo n01/2000 e no Parecer CNE/CEB n11/2000, que estabelecem as Diretrizes Curriculares Nacionais para EJA.

    A Coordenao de Educao de Jovens e Adultos (COEJA) da Secretaria de Educao Fundamental do Ministrio da Educao organizou esta Proposta Curricular para o Segundo Segmento do Ensino Fundamental da Educao de Jovens e Adultos - EJA (correspondente etapa de 5 a 8 srie), com a finalidade de subsidiar o processo de reorientao curricular nas secretarias estaduais e municipais, bem como nas instituies e escolas que atendem ao pblico de EJA, considerando as especificidades de alunos jovens, adultos e idosos e tambm as caractersticas desses cursos.

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    Para conhecer a Proposta Curricular do 1 Segmento na ntegra, clique no link: https://goo.gl/ubgV0h

  • 16

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Este documento est organizado em trs volumes:

    A primeira parte do documento faz uma breve retomada histrica da educao de jovens e adultos em nosso pas, com a finalidade de situar os professores, atores que nesse momento participam da construo dessa trajetria. Apresenta, ainda, dados coletados em um levantamento realizado pela COEJA junto s secretarias de educao, professores e alunos permitindo uma caracterizao mais detalhada do Segundo Segmento.

    A segunda parte, com base no cenrio delineado na parte anterior, tematiza questes importantes para a constituio de uma proposta curricular. A primeira delas refere-se tanto construo do Projeto Educativo da Escola em que a EJA est inserida quanto clara definio da identidade dessa modalidade de ensino.

    Em relao identidade, merecem ateno a perspectiva do acolhimento pela equipe escolar e as relaes da escola com o mundo do trabalho e com a sociedade do conhecimento. So retomadas as concepes de Paulo Freire sobre a dimenso sociopoltica e cultural da educao de jovens e adultos e feita uma anlise das contribuies de teorias socioconstrutivistas nesse contexto. Discutem-se concepes como as de aprendizagem, conhecimento, contrato didtico e avaliao e proposta uma inverso da lgica que tradicionalmente orientou a organizao curricular, tomando como ponto de partida no um conjunto de disciplinas no qual umas so mais valorizadas do que outras mas sim um conjunto de capacidades a serem construdas pelos alunos ao longo de sua formao.

    Com esse propsito, os contedos so analisados em suas diferentes dimenses: seu papel, as formas de selecion-los e organiz-los; apresentam-se orientaes didticas gerais e orientaes sobre avaliao, discutindo distintas modalidades organizativas e aspectos da gesto do tempo, do espao e dos recursos didticos.

    Vale destacar que essa proposta curricular est inserida numa poltica educacional em que se destacam alguns princpios importantes democratizao do ensino no pas:

    a necessidade de unir esforos entre as diferentes instncias governamentais e da sociedade para apoiar a escola na complexa tarefa educativa;

    Volume I apresenta temas que devem ser analisados e discutidos coletivamente pelas equipes escolares, pois trazem fundamentos comuns s diversas reas para a reflexo curricular.

    Volume II - so apresentados os objetivos gerais em contedos e objetivos mais especficos, organizados em quatro reas: Lngua Portuguesa, Lngua Estrangeira, Histria e Geografia. Para cada uma dessas reas, expem-se consideraes sobre sua relevncia e sobre a natureza dos conhecimentos com que trabalha.

    Volume III - so apresentados os objetivos gerais em contedos e objetivos mais especficos de outras quatro reas de conhecimento: Matemtica, Cincias Naturais, Arte e Educao Fsica, alm de algumas indicaes metodolgicas sobre o ensino e a aprendizagem de seus contedos.

  • 17

    o exerccio de uma prtica escolar comprometida com a interdependncia escola/sociedade, tendo como objetivo situar os alunos como participantes da sociedade (cidados);

    a participao da comunidade na escola, de modo que o conhecimento aprendido resulte em maior compreenso, integrao e insero no mundo;

    a importncia de que cada escola tenha clareza quanto ao seu projeto educativo, para que, de fato, possa se constituir em uma unidade com maior grau de autonomia e que todos os que dela fazem parte possam estar comprometidos em atingir as metas a que se propuseram;

    o fato de que os jovens e adultos deste pas precisam construir diferentes capacidades e que a apropriao de conhecimentos socialmente elaborados base para a construo da cidadania e de sua identidade;

    a certeza de que todos so capazes de aprender.

    (Proposta Curricular 2 Segmento, p.9, 2002)

    Programa Nacional do Livro Didtico para Educao de Jovens e Adultos (PNLD EJA)

    A Resoluo CD/FNDE n 51/2009 dispe sobre o Programa Nacional do Livro Didtico para Educao de Jovens e Adultos, com objetivo de disponibilizar livros didticos aos alfabetizandos e estudantes jovens, adultos e idosos das entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado, das escolas pblicas com turmas de alfabetizao e de ensino fundamental na modalidade EJA.

    Os livros didticos devem ser todos consumveis e entregues para utilizao dos alunos e educadores beneficirios, que passam a ter sua guarda definitiva, sem necessidade de devoluo ao final de cada perodo letivo. O programa mantm aes de escolha e distribuio trienal de forma integrada dos livros didticos, considerando todas as matrculas, e de reposio anual de forma integral dos livros didticos para cobertura das matrculas adicionais.

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    Para conhecer a Proposta Curricular do 2 Segmento na ntegra, clique no link: https://goo.gl/scUS9A

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    Fonte: iStock/Getty Images

  • 18

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    importante que o processo educativo na EJA no se restrinja aquisio de conhecimentos, mas que desenvolva em seus alunos habilidades e capacidades de pensar e fazer associaes entre o que j aprendeu e o seu meio. Essa educao deve ser entendida como tomada de conscincia para que os alunos se insiram mais aptos e ativos na sociedade, transformando e alcanando seus objetivos.

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    Para saber mais sobre o Programa Nacional do Livro Didtico para Educao de Jovens e Adultos, clique no link: https://goo.gl/5SF9SK.

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  • 19

    Material Complementar

    Aqui voc tem acesso a contedos complementares ao material da Unidade 4. Aproveite para aprofundar e sistematizar seus conhecimentos sobre currculo.

    Bom estudo!

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    Encontro Regional de Educao de Jovens e Adultos, realizado em Porto Alegre nos dias 18 e 19/08/2011. Propostas - Parte I - Grupo de trabalho: Currculos

    Disponvel em: https://youtu.be/5YG2Me3C9TY

  • 20

    Unidade: O currculo escolar e os documentos ofi ciais: Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos

    Referncias

    BRASIL, Constituio Federal da Repblica Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988.

    ________. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n. 9.394, de dezembro de 1996. Braslia, 1997.

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    ________. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Fundamental. Proposta Curricular para a educao de jovens e adultos: primeiro segmento do ensino fundamental: 1 a 4 srie: introduo, SEF, 2001.

    ________. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Fundamental. Proposta Curri-cular para a educao de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5 a 8 srie: introduo, SEF, 2002.

    ________. Fundo Nacional de Desenvolvimento da educao. Resoluo CD/FNDE n 51. Progra-ma Nacional do Livro Didtico para Educao de Jovens e Adultos (PNLD EJA), 2009.

    ________. Ministrio da Educao. Portaria n 971. Programa Ensino Mdio Inovador, 09. Out. 2009.

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