ervas do sítio [revisado]

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    i

    ndice PgHistria das Ervas e Condimentos

    Introdu#&o 01Brasil 02

    As Plantas e os Primrdios da Coloniza#&o 02Martius e sua Flora brasiliensis 05

    Algumas Plantas Medicinais Descritas por Martius 06

    China 07

    Egito 07

    Europa

    Idade M)dia 09Renascimento 10

    Idade Moderna 11

    Gr)cia 12+ndia 13

    Mundo -rabe 14Palestina e Babil.nia 15Roma 15

    O Mundo M-gico das PlantasA Magia do Reino Vegetal 17

    Teoria das Assinaturas 17

    A Energia Vegetal 18

    Utiliza#&o Energ)tica das Plantas 19Astrologia e Cabala 20

    Encantamentos e Rituais 22

    Alguns Usos Encantatrios das Plantas 22

    Bot0nicaUm Pouco de Histria 24As Plantas com Flores e sua Constitui#&o 25Sementes 25

    Raiz 25

    Caule 26

    Folhas 27

    Flores 28

    Frutos 29

    As Fam1lias das Plantas Medicinais 31

    Cultivo e ProcessamentoPlantio 32

    Cuidados 35

    Colheita 39

    Processamento 40

    Acondicionamento 41

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    ii

    PgA Cura Pelas Plantas

    As Plantas Medicinais 42

    Princ1pios Ativos 43Propriedades Medicinais 44

    Prepara#3es Caseiras 47Preparados de Base 47

    Preparados Avan#ados 50Uso das Plantas na Medicina 53

    Homeopatia 53

    Antroposofia 53

    V)dica 54Chinesa 55

    Terapia Alimentar 57

    Terapias Alternativas

    Aromaterapia 58

    Terapia Floral 59Aura-soma 59

    Perfumes e Aromaterapia

    Perfumes

    Um pouco de Histria 60Mat)rias-primas 60

    Principais fontes de mat)rias-primas naturais 62Forma dos ingredientes em perfumaria 62

    Notas de Perfumes 63

    Fixadores 64

    Principais Fragr0ncias 64

    AromaterapiaUm Pouco de Histria 674leos essenciais 67Principais 4leos Essenciais 68Utiliza#&o dos 4leos Essenciais 70

    Beleza e Bem-estar

    A Beleza e as Plantas Medicinais 72

    A Fitocosm)tica 72A Pele 73

    Riscos de Usos das Ervas Medicinais 73

    Teste para Alergia 74

    Os Cabelos 74Beleza Caseira 75

    Ingredientes Auxiliares 75

    Materiais e Equipamentos 76

    Usos Cosm)ticos das Plantas Medicinais 77Boca 77

    Cabelos e Couro Cabeludo 78

    Corpo 79

    Dentes 79

    L-bios 79M&os 79M6sculos 80Olhos 80Pele 81

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    iii

    PgPernas e P)s 82Usos Gerais 82

    Nutri#&o e Culin-riaOs Condimentos 82

    Valores Nutricionais dos Condimentos 83

    Os Minerais 84

    As Vitaminas 84

    A Terapia dos Condimentos 85

    A#&o Terap8utica 87Algumas Dicas Muito 9teis

    Armazenamento 88

    Utiliza#&o 89Cuidados Especiais 90

    Molhos e Temperos 90

    Gloss-rio 94

    (www.ervasdositio.com.br)

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    Introdu!o

    No momento em que o primeiro ser humano surgiu no planeta, as plantas jexistiam

    havia mais de 400 milh#es de anos. Da forma como os conhecemos hoje, os primeirosvegetais apareceram durante a Era Paleoz&ica, no per'odo Siluriano. Eles evolu'ram apartir dos organismos eucariontes fotossintetizantes, uma esp)cie de algas primitivas.

    O homem moderno, o Homo sapiens, s&ganhou forma e vida cerca de 50 mil anos atrs.A partir de ent+o come,ou a fazer uso das plantas. Hregistros antigos, como desenhosem cavernas, escritos e s'mbolos, que revelam uma liga,+o muito 'ntima do homem coma natureza, principalmente com as plantas.

    As plantas tamb)m sempre tiveram um papel muito importante na cultura, religi+o,medicina, est)tica e alimenta,+o dos povos. Em relatos e documentos antigos, elas eram

    designadas como "ddivas dos criadores" e vistas com grande respeito e admira,+o pormuitas civiliza,#es.

    Nos rituais da antig/idade, os chamados "Iniciados no Mist)rio" eram preparados,durante longos per'odos, com a ingest+o de ervas, al)m de banhos e inala,#es por meio deincensos feitos de plantas consideradas mgicas. Acreditava-se que, usando essast)cnicas, o corpo, a mente e o esp'rito dos magos e sacerdotes estariam purificados para acomunica,+o direta com os mundos superiores.

    Com o passar do tempo, o estudo da bot2nica evoluiu, pois o homem foi desenvolvendoum senso agu,ado e, aos poucos, classificando e catalogando as esp)cies em fun,+o de seu

    uso para os mais diversos fins. Essa classifica,+o se tornou poss'vel, a princ'pio, pelaobserva,+o direta da forma das plantas: o formato das folhas, dos caules ou troncos e dasra'zes.

    As esp)cies tidas hoje como medicinais ou t&xicas come,aram a ser classificadas pelo usoprtico dos antigos habitantes da Terra. Muitas vezes, uma planta medicinal eradescoberta simplesmente por apresentar uma morfologia semelhante a alguma parte docorpo humano e, assim, associada a ele no processo de cura.

    As ervas aromticas, em especial, devido aos seus poderosos &leos essenciais, tamb)mforam empregadas desde o in'cio dos tempos para a elabora,+o de cosm)ticos naturais,perfumes, dentifr'cios e sab#es. A mirra, o benjoim e a lavanda, por exemplo, jeramusados havia milhares de anos em perfumes e aromatizantes raros. A slvia erautilizada para branquear os dentes: bastava criar o hbito de mascar suas folhas.

    Cada civiliza,+o, em cada parte do mundo, foi compilando suas diferentes experi4nciasde forma emp'rica, deixando acumular at) os nossos dias um vasto e inestimvelconhecimento sobre as ervas, em grande parte comprovado pela ci4ncia moderna.

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    Brasil

    As plantas e os prim$rdios da coloniza!oO Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de esp)cies

    em sua flora e fauna. Possivelmente, a utiliza,+o das plantas 5n+o s&como alimento,mas tamb)m como fonte terap4utica 5 come,ou desde que os primeiros habitanteschegaram ao Brasil, hcerca de 12 mil anos, dando origem aos paleo 'ndios amaz6nicos,dos quais derivaram as principais tribos ind'genas do pa's.

    Pouco, no entanto, se conhece sobre esse per'odo. As primeiras informa,#es sobre oshbitos dos ind'genas s&vieram 7luz com o in'cio da coloniza,+o portuguesa, a come,arpelas observa,#es feitas na Ilha de Santa Cruz pelo escriv+o Pero Vaz de Caminha, daesquadra de Pedro9lvares Cabral, em sua famosa Carta a El Rei D. Manuel.Um pouco mais tarde, entre 1560 e 1580, o padre Jos)de Anchieta detalhou melhor as

    plantas comest'veis e medicinais do Brasil em suas cartas ao Superior Geral daCompanhia de Jesus. Descreveu em detalhes alimentos como o feij+o, o trigo, a cevada, omilho, o gr+o-de-bico, a lentilha, o car, o palmito e a mandioca, que era o principalalimento dos 'ndios. Anchieta citou tamb)m verduras como a taioba-roxa, a mostarda, aalface, a couve, falou das frutas nativas como a banana, o marmelo, a uva, o citrus e omel+o, e mostrou a import2ncia que os 'ndios davam 7s pinhas das araucrias.

    Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma "erva boa", ahortel+-pimenta, que era utilizada pelos 'ndios contra indigest#es, para aliviarnevralgias e para o reumatismo e as doen,as nervosas. Exaltou tamb)m as qualidades docapim-rei, do ruibarbo-do-brejo, da ipecacuanha-preta, que servia como purgativo, do

    blsamo-da-copa'ba, usado para curar feridas, e da cabri;va-vermelha.

    Outro fato que chamou a aten,+o do missionrio foi a utiliza,+o dos timb&s pelos 'ndios,especialmente da esp)cie Erythrina speciosa, Andr. O timb&, de acordo com o Aurlio, )uma "designa,+o gen)rica para leguminosas e sapindceas que induzem efeitosnarc&ticos nos peixes, e por isso s+o usadas para pescar. Maceradas, s+o lan,adas nagua, e logo os peixes come,am a boiar, podendo facilmente ser apanhados 7 m+o.Deixados na gua, os peixes se recuperam, podendo ser comidos sem inconveniente emoutra ocasi+o".Quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas estrangeiros,

    especialmente os naturalistas, que realizaram grandes expedi,#es cient'ficas ao Brasil,desde o descobrimento pelos portugueses at) o final do s)culo XIX. Essas expedi,#estinham o intuito de conhecer e explorar as riquezas naturais do pa's, conhecer a geologiae a geografia do Novo Mundo, bem como determinar longitudes e latitudes para aelabora,+o de mapas.

    Essas aventuras empreendidas pelos naturalistas, inclusive alguns brasileiros,contribu'ram sobremaneira para a descri,+o de milhares de esp)cies de plantas eanimais do Brasil. Conhe,a algumas dessas expedi,#es:

    1501-15705Am)rico Vesp;cio (italiano, 1454-1512), Thevet (franc4s) e Jean de L)ry(franc4s, 1534-1611): Foram os primeiros a explorar a fauna e a flora do pa's,descrevendo, de acordo com uma cita,+o do pesquisador Newton Freire-Maia, "plantas eanimais, os esquisitos frutos dos tr&picos e as aves vistosas de nossas florestas". L)ry,

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    pastor calvinista e escritor, publicou o livro Narrativa de uma viagem feita terra doBrasil tambm dita Amrica(1578).1638-16445Jorge Marcgrave (alem+o, 1610-1644) e Guilherme Piso (holand4s): Vierama convite de Maur'cio de Nassau, em 1638, para estudar a fauna e a flora brasileiras.

    Marcgrave construiu o primeiro observat&rio astron6mico da Am)rica (1639). Publicaramna Europa o livro Hist&ria natural do Brasil e descreveram de forma detalhada oshbitos dos brasileiros em rela,+o ao uso das plantas medicinais, especialmente os chs eung/entos receitados pelos curandeiros negros, mulatos e caboclos

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    monumental Flora brasiliense(1840-1868). Spix e Martius voltaram para a Europa em1820, enquanto Natterer ficou at)1835.

    1822-18295Georg Heinrich von Langsdorff (alem+o, 1774-1852): M)dico e naturalista,passou pela primeira vez pelo litoral brasileiro em 1803, em viagem de circunavega,+o.

    Voltou ao Rio de Janeiro em 1813, como c6nsul da R;ssia. Em 1824, iniciou uma s)rie deviagens pelo Brasil patrocinadas pelo czar Alexandre I, para as quais contratou o artistaJohann Moritz Rugendas (1802-1859), o bi&logo Georg Freyriss (1789-1825) e o bot2nicoLudwig Riedel (1790-1861). Entre 1824 e 1825, esteve na prov'ncia de Minas Gerais,onde Rugendas abandonou a expedi,+o. Entre 1825 e 1829, acompanhado pelos artistasfranceses Aim)-Adrien Taunay (1803-1828) e Antoine Hercule Florence (1804-1879), quesubstitu'ram Rugendas, al)m do mesmo grupo de cientistas, o bar+o de Langsdorffempreendeu uma viagem ao Amazonas. A viagem terminou tragicamente, com a mortedo jovem Taunay, afogado no Rio Guapor), e a loucura de Langsdorff, aparentementeprovocada por febres tropicais. Al)m dos desenhos e manuscritos, o acervo remetido paraa R;ssia durante a viagem inclu'a cerca de 100 mil amostras de esp)cies da floratropical.

    1825-1830 e 1835-18805 Peter Wilhelm Lund (dinamarqu4s, 1801-1880): Estudou afauna e a flora, mas suas pesquisas eram predominantemente de ordem paleontol&gica.Decidiu morar no Brasil, em Lagoa Santa (MG), por causa do clima, pois o frio dasmargens do Bltico prejudicava sua sa;de.

    1832-18365Charles Darwin (ingl4s, 1809-1882): Viajando ao redor do mundo a bordo doBeagle, entre 1831 e 1836, ficou pouco mais de quatro meses no Brasil. Na ida daviagem, em 1832, passou algumas horas do dia 20 de fevereiro na Ilha Fern+o deNoronha (atual Fernando de Noronha), 18 dias em Salvador (29 de fevereiro a 18 demar,o) e tr4s meses no Rio de Janeiro (4 de abril a 5 de julho). Na volta, percorreunovamente a costa brasileira, passando por Salvador (1>a 5 de agosto) e Recife (12 a 19de agosto). Apesar de n+o poupar cr'ticas 7mis)ria e 7condi,+o dos escravos no Brasil,Darwin fez um relato emocionado sobre as florestas da Am)rica.Leia um trecho do relatode Darwin.1848-18595 Alfred Russel Wallace (ingl4s, 1823-1913) e Henry Walter Bates (ingl4s,1825-1892): Co-descobridores da Teoria da Evolu,+o, de Charles Darwin, os naturalistaschegaram juntos ao Parem 1848 e tomaram rumos diferentes. Bates seguiu pelos riosNegro e Solim#es, onde estudou a fauna e um pouco da flora, morando durante oito anosno vilarejo de Tef). Retornou para a Inglaterra em 1859, levando uma cole,+o de 14.712esp)cies de animais e vegetais, muitas delas novas para a ci4ncia. Publicou o livro Thenaturalist on the river Amazonas(1863), traduzido para o portugu4s em 1944, no qualdescreve muitas ervas medicinais usadas pelas popula,#es ribeirinhas do Solim#es.Wallace ficou no pa's somente at) 1852, viajando por outros rios da Amaz6nia, masperdeu sua valiosa cole,+o na sa'da do pa's, depois que seu brigue (embarca,+o de doismastros), chamado Helen, sofreu um inc4ndio e naufragou pr&ximo 7cidade de Bel)m.1852-18975Fritz M/ller (alem+o, 1821-1897): Emigrou para o Brasil, indo morar emBlumenau, onde se dedicou 7agricultura e 7descri,+o de in;meras esp)cies de plantas,peixes e crustceos. Manteve correspond4ncia ass'dua com Haeckel e Darwin, que oconsiderava "o pr'ncipe dos observadores". ? criador de um conceito important'ssimopara a gen)tica e a teoria da evolu,+o, o da ontogenia: "A ontogenia, ou desenvolvimento

    do indiv'duo, ) a recapitula,+o breve e rpida da filogenia, ou desenvolvimentogeneal&gico da esp)cie 7qual ele pertence".

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    1863-18665 Eug4nio Warming (dinamarqu4s): Morou por tr4s anos em Lagoa Santa(MG), onde estudou muito a vegeta,+o do cerrado. De volta 7Europa, publicou os livrosLagoa Santa: Contribui+.o para a geografia fitobiol&gica (1892), traduzido para oportugu4s em 1908 por Alberto Loefgren, e As comunidades vegetais (1895), primeirolivro de ecologia do mundo.

    1865-18665Jean-Louis Rodolphe Agassiz (su'co, 1807-1873): Tamb)m foi disc'pulo deCuvier em Paris, depois fixou resid4ncia nos Estados Unidos. Veio ao Brasil na ThayerExpedition, financiada pelo milionrio americano Nathaniel Thayer. Estudouprincipalmente a fauna ictiol&gica da Amaz6nia, encontrando 1.800 novas esp)cies depeixes

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    grafia dos nomes das plantas, que algumas vezes aparecem escritos com nome popular.Os rem)dios caseiros tamb)m foram inclu'dos em sua classifica,+o.

    Confira alguns trechos do livro Systema de matria mdica vegetal brasileira:"?mais eficaz uma planta usada fresca, colhida na )poca certa e a parte certa, do queseca e guardada por anos nas gavetas das boticas. Tenho toda a confian,a que oprogresso da medicina est tamb)m apoiado na doutrina do medicamento espec'fico, equanto mais estudarmos o valor medicinal das esp)cies, melhor trataremos da cura dasdoen,as."

    "As suas virtudes (dos rem)dios caseiros) somente ser+o acreditveis pela continua,+o dasua fama entre os habitantes. Por isso considerei n+o haver raz+o para deix-los foradeste trabalho, at)para que possam ser apreciados por analogias com outros rem)dios, eque muitas vezes, na falta do principal, tornam-se extremamente ;teis."

    "Muito se engana quem acredita que todas as plantas medicinais brasileiras de que opovo faz uso foram indicadas pelos 'ndios. Pelo menos metade delas foram indicadaspelos colonos e pelos habitantes pretos. E aos 'ndios, poucas perguntas fizemos a respeitodo uso de plantas medicinais. Os que sabem s+o, na grande maioria das vezes, velhos emulheres velhas que fazem as vezes de m)dicos, mas sujeitos a tradi,#es obscuras."

    "Um grande n;mero das plantas mencionadas de fato jera de conhecimento e uso dos'ndios brasileiros, em conseq/4ncia de suas virtudes medicinais. Tais como: as esp)ciesfalsas e verdadeiras de ipecacuanha, a contra-erva, a spigelia, o blsamo de copa'ba, aresina de jata'das esp)cies de Himenea, as sementes de anda e de urucum."

    "Reunidas todas as plantas, ter o m)dico 7 sua disposi,+o como que legi#es inteiraspreparadas para combater as mol)stias, e at) mesmo ser tal a superabund2ncia derem)dios, e os seus diversos princ'pios ativos, que antes por excesso do que por falta tero colega de pensar para decidir o que receitar. ?por meio da observa,+o do per'odo eforma de colheita que nasce o conhecimento de que os m)dicos precisam para distinguir econhecer as circunst2ncias em que as plantas devem ser colhidas e usadas, assim como )feito pelos m)dicos europeus."

    Algumas plantas medicinais descritas por MartiusAssa-peixe:Boehmeria caudata, erva usada em banhos contra as dores de hemorr&idas ePilea muscosa, planta musgosa com espinhos em forma de dardos, usada na Bahiacontra a dis;ria (dificuldade para urinar).

    Umba;ba:Planta do g4nero Cecropia, da fam'lia das morceas. Conhecida tamb)m poramba'ba ou amba;ba. O suco da C. peltata (amabitinga) )refrigerante, empregado (comleite ou cozido com cevada e a,;car) contra a diarr)ia e a gonorr)ia.

    Aguara ciunha-a,u ou jacua-acanga: Tiaridium indicum, planta usada comodesobstruente e mundificante (purificante), empregada nas feridas, e ;lceras e outrasafec,#es cut2neas provenientes do calor.

    Cip&-chumbo: Do g4nero Cuscuta (C. racemosa Humboldt, C. umbellata e C. miniataMartius), o suco dessa planta ) usado contra irrita,#es pulmonares, tosses com

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    expectora,+o sang/'nea e rouquid+o. A planta dessecada )colocada em feridas. Cont)mmucilagem e tanino.

    China

    A sabedoria milenar da China inclui um vasto conhecimento sobre as plantas. Oschineses, j em tempos remotos, classificavam as plantas de acordo com seu uso naalimenta,+o e na fitoterapia. Os tao'stas tinham grande devo,+o 7natureza, prezavam aharmonia e o respeito a tudo o que )vivo. Eles tinham como base filos&fica e religiosa acompleta solidariedade entre o homem e a natureza.

    Na culinria, a China acabou sendo uma grande escola para o Oriente e, mais tarde,para o Ocidente. Os chineses sempre foram hbeis na cria,+o de novos pratos, repletos decriatividade, temperos e condimentos inusitados para os tempos antigos, como ogengibre, o alho e as sementes de gergelim.

    Na China Antiga, a medicina era caracterizada por uma riqueza excepcional quanto aosdetalhes. Para os chineses, o n;mero cinco tinha um simbolismo especial, poiscaracterizava o Universo com seus cinco elementos (metal, madeira, fogo, terra e gua) ecom os cinco principais &rg+os do corpo humano (cora,+o, pulm#es, rins, f'gado e ba,o).Al)m disso, faziam rela,#es entre as plantas, cores e os &rg+os do corpo humano.

    Os historiadores costumam dizer que os chineses eram mais pr&ximos da sabedoria doque da ci4ncia. Os documentos m)dicos mais antigos de que temos not'cia s+o doschineses, que, jpor volta de 3700 a.C., diziam em seus tratados de medicina que paracada doen,a havia uma planta que seria seu rem)dio natural.

    A primeira farmacop)ia chinesa teria sido escrita por Shen Nung, um imperador sbioque viveu entre 3700 e 2600 a.C. O imperador foi o primeiro a preparar os extratos deervas, chegando a fazer ensaios e anlises da composi,+o, dos efeitos e das propriedadesdos extratos, que eram dados com precau,+o aos doentes. Seu trabalho foi registrado emum livro preservado at)hoje, o "Ervanrio de Shen Nung". Diz a lenda que o imperadorpodia observar com facilidade o que acontecia em seus &rg+os, especialmente quandotomava algum de seus preparados de ervas, porque tinha o abd6men transparente.

    Nos dias de hoje, a medicina chinesa mostra-se ainda muito rica no que diz respeito aouso das plantas na sa;de. Muitas das ervas de alto poder cosm)tico que est+o sendoestudadas e usadas atualmente s+o provenientes da China e jeram usadas havia algumtempo por aquele povo.

    A medicina chinesa influenciou muito, de in'cio, a medicina japonesa. Esta acabou, maistarde, trilhando seu pr&prio caminho, sempre com a preval4ncia do uso de produtosvegetais e animais nos processos terap4uticos. Por fim, os japoneses 5que catalogarammais de 800 variedades de ervas em suas prticas terap4uticas 5 contribu'ram parainfluenciar a medicina do Ocidente.

    Egito

    A civiliza,+o eg'pcia teve seu apogeu em mais ou menos 3000 a.C. J nessa )poca os

    eg'pcios tinham uma alimenta,+o elaborada. Ao que parece, foram eles que inventaram aforma moderna de preparar p+es e, nas grandes comemora,#es, chegavam a apresentarmais de 40 tipos, feitos com trigo, leite, ovos, mel e outros ingredientes.

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    Os governos do Antigo Egito deixaram registrados nos papiros a especial aten,+o quedavam 7alimenta,+o. Os alimentos eram quase sempre preparados de forma ritual'sticae as refei,#es constitu'am momentos muito especiais, onde todas as pessoas se reuniam,discutiam assuntos e comiam calmamente.

    Essa caracter'stica peculiar pode ser comprovada pelas inscri,#es nas paredes dastumbas, feitas de forma cuidadosa, mostrando grandes recipientes cheios de alimentos,sempre ligados a s'mbolos espirituais. Na prtica, os eg'pcios constru'ram c2marasespeciais em homenagem aos seus deuses, onde eram colocadas oferendas de alimentoscomo gr+os, bebidas e ervas de alta qualidade.

    No Antigo Egito, a medicina sempre esteve vinculada 7 astrologia, e havia uma forterela,+o entre as plantas medicinais, planetas e signos correspondentes. Os eg'pciosutilizavam as plantas condimentares de muitas formas, deixando-as at) mesmo nastumbas dos fara&s e personalidades importantes para que estes fizessem uma viagemsegura aos outros planos de exist4ncia.

    S+o comuns as cita,#es dos papiros relatando a adora,+o que o povo tinha pelas plantas.O mais famoso deles ) o Papiro Ebers, datado de 1550 a.C., que cont)m centenas def&rmulas mgicas e rem)dios populares usados na )poca. Esse papiro est exposto noMuseu de Leipzig, na Alemanha, e cont)m uma colet2nea de aproximadamente 125plantas, entre elas o anis, a alcaravia, a canela, o cardamomo, a mostarda, as sementesde gergelim, o a,afr+o e as sementes de papoula.

    A hist&ria da aspirina tamb)m pode ser tra,ada a partir do Antigo Egito, onde secombatiam inflama,#es com um extrato obtido da casca do salgueiro. Esse extrato )que,mais tarde, permitiu a s'ntese do cido acetilsalic'lico 5 lan,ado comercialmente pelaempresa alem+Bayer, em 1899, com o nome de aspirina.

    Na civiliza,+o eg'pcia, a cosm)tica tamb)m atingiu o n'vel de arte, voltadaexclusivamente para engrandecer a beleza e o refinamento ex&tico que j reinava emtodo o povo. Nos grandes templos, as ess4ncias perfumadas e os incensos eram oferecidosdiariamente como presentes aos deuses para que estes, por sua vez, mantivessem aprote,+o sobre o grande fara&e todo o seu povo.

    As mulheres dessa )poca j dispunham de grande quantidade de elementos para seuembelezamento, o qual era extremamente valorizado em todos os estratos da sociedade.Aleos e blsamos perfumados eram dispersos no corpo ou misturados ritualisticamenteem banhos.

    Muitas plantas eram cadastradas como elementos ricos de promo,+o do bem-estar f'sico,tais como a camomila, que era usada em &leos de massagem para acalmar doresmusculares ou simplesmente para se obter um profundo relaxamento. Suas flores eramdispersas tamb)m nas guas mornas das banheiras, proporcionando momentos ;nicos deprazer.

    De acordo com o historiador e egipt&logo franc4s Pierre Montet, os cuidados com aapar4ncia f'sica tiveram seu auge no reinado dos Rams)s (por volta de 800-700 a.C.).Nesse per'odo, era comum banhar-se em guas perfumadas pelo menos de manh+ eantes das principais refei,#es. Os habitantes tinham o hbito de despejar a gua sobre acabe,a e ficar dentro de uma bacia com areia e ervas aromticas purificadoras.

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    Juntavam, ent+o, subst2ncias dissolventes das gorduras da pele, provavelmentecontendo cinzas e argila.

    A toalete diria era usada com requinte, e havia uma preocupa,+o excessiva com o asseiogeral e com a maquilagem. As mulheres costumavam pintar ao redor dos olhos fazendo

    com que parecessem mais alongados. A tinta tinha a,#es anti-s)pticas eficazes, que, al)mde embelezar, impediam o desenvolvimento de inflama,#es nos olhos, t+o comunsnaquela )poca.

    Os cabelos, por sua vez, eram perfumados com ess4ncias nobres. Os cabeleireiros eramhbeis em inventar penteados exuberantes, criar tinturas ;nicas e produzir bonitasperucas coloridas. Al)m de tudo isso, eram correntes ainda os cuidados com as unhas dosp)s e das m+os e o uso de verniz para cobri-las.

    Os eg'pcios preocupavam-se muito com o odor de seus corpos e, al)m de perfumesdiversos, costumavam fazer uma mistura de terebentina e incenso contra os cheiros

    fortes do suor. Essa preocupa,+o deu origem ao desenvolvimento da arte da perfumaria.No reinado da rainha Cle&patra, amante do imperador romano J;lio C)sar, o Egito erasalpicado de perfumes raros e delicados, feitos 7base de ingredientes ex&ticos que eramtrazidos de outras regi#es do Oriente.

    A rainha Cle&patra obrigava suas servas a espalhar diariamente em todo o seu corpodeterminados aromas que, por fim, acabaram seduzindo o grande general romano MarcoAnt6nio, que se tornou seu marido. Existiu na )poca um perfume especial chamado de"cyprinum", feito com o &leo essencial extra'do das flores da hena.

    Outra rainha apaixonada pelos &leos e aromas foi Hatshepsut, da 18a Dinastia, queesfregava em suas pernas uma lo,+o 7base de mirra para perfum-las.

    O ol'bano tamb)m era tido em alta considera,+o e usado no Egito em perfumes,fragr2ncias ambientais, fumiga,#es, incensos e receitas m)dicas. Conta a hist&ria que ool'bano era proveniente da Terra de Punt, atual Somlia. Um conhecido cosm)tico antigopara tratar das rugas era um creme feito 7base de ol'bano, cera, &leo de moranga frescae grama cipercea.

    Europa/Idade m'dia

    Com a queda de Alexandria, at)ent+o o emp&rio de especiarias mais famoso do Oriente,

    a Europa saiu do dom'nio do Imp)rio Romano e entrou na Idade M)dia, muitas vezeschamada de Idade das Trevas. Nessa )poca, a Europa Medieval sofreu uma fortemudan,a dos hbitos alimentares. Os vegetais passaram a ser muito pouco consumidos,dando-se prefer4ncia para as carnes, os p+es e as frutas. Contudo, halgumas cita,#esde condimentos que ainda permaneceram na culinria nesse per'odo. Eram empregadossobretudo para disfar,ar o forte salgado das carnes em conserva, al)m de servirem derecheios, refogados e decora,+o de pratos culinrios.

    O conhecimento das ervas e dos condimentos ficou retido nas m+os dos religiosos, que osutilizavam apenas para a medicina e a prtica espiritual. As especiarias antes usadas naalimenta,+o foram praticamente esquecidas, devido ao seu alto pre,o no mercado, que astornava um artigo de luxo. Os religiosos acreditavam que esses produtos eram oriundosdo Jardim do ?den, do Para'so. Isso porque a origem dos melhores condimentos era

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    sempre um mist)rio, provocando as mais diversas especula,#es, hist&rias fantsticas elendas, que tentavam explicar de alguma forma sua proced4ncia.

    Para ilustrar isso, no s)culo XVI, Bartholomeu de Glanville, um enciclopedista ingl4s,acreditava que a pimenta-do-reino era resultante do chamuscamento da pimenta-branca

    no fogo. De acordo com ele, a pimenta-branca era o fruto de uma rvore que nascia numagrande floresta pr&xima 7s montanhas dos Cucasos, cheia de serpentes; dizia ainda queo fogo havia expulsado as cobras para que as pimentas pudessem ser colhidas,escurecidas ent+o pelo fogo!

    De qualquer forma, foi o trabalho minucioso dos religiosos dos grandes mosteiros quepermitiu que o conhecimento das plantas pudesse ser passado para as gera,#esseguintes. Dentre outras coisas, os monges cultivavam as ervas em hortos e passavamgrande parte do tempo fazendo c&pias de manuscritos antigos que guardavam a hist&riae a utiliza,+o das plantas medicinais.

    Na Idade M)dia, as plantas seguiram seu uso na beleza, restringindo-se por)m suaconota,+o m'stica. Nessa )poca, as folhas de salsa eram usadas para fazer crescer oscabelos, curar a caspa e eliminar piolhos. Al)m disso, eram empregadas na pele do rostopara clarear e eliminar sardas.

    Tamb)m era muito conhecido o uso da alfazema, para limpar e perfumar os dedosengordurados de carne. Sua infus+o era colocada em potes charmosos nas mesas derefei,+o logo ap&s os grandes banquetes. Esse costume estendeu-se at) o come,o dos)culo XX e abriu um grande espa,o para a utiliza,+o dessa planta em diversos produtos.

    Apesar de o mundo estar passando por um per'odo sombrio para a cultura e a ci4ncia, oimperador dos francos e lombardos, Carlos Magno (768-814 d.C.), fez uma interessantedefini,+o do que era para ele uma erva aromtica: "...)a amiga do m)dico e o prazer docozinheiro". Sua atua,+o foi ainda maior quando ordenou que todas as "plantas ;teis"passassem a ser cultivadas nas hortas imperiais da Alemanha.Europa/Renascimento

    Com o fim da Idade M)dia e o in'cio do Renascimento, por volta de 1500 d.C., a bot2nicadeu um grande salto, pois as plantas voltaram a ser catalogadas em grandes arquivos.Muitas preciosidades antigas haviam sido destru'das na )poca da Inquisi,+o,principalmente com os inc4ndios provocados em diversas bibliotecas secretas. O quesobrou da Idade M)dia foram apenas retalhos de uma grande hist&ria mgica ecient'fica.

    No s)culo XVI, um su',o chamado Philippus Aureolus Theophrastus 5 mais tardeconhecido como Paracelso 5viajou por toda a Europa 7procura de plantas e minerais,mas principalmente ouvindo feiticeiros, curandeiros e parteiras. Para grande esc2ndalodas pessoas cultas, ele n+o escrevia suas observa,#es em latim, mas em linguagemcomum, e tinha a audcia de comparar importantes estudos m)dicos com a sabedoriapopular.

    Paracelso, fundador da alquimia, foi o precursor dos conceitos modernos da influ4nciac&smica sobre as plantas e suas rela,#es com os quatro elementos5gua, terra, fogo e ar.A bot2nica secreta de Paracelso at) hoje exerce grande atra,+o sobre estudiosos doassunto e foi base, juntamente com a filosofia teos&fica, para o desenvolvimento dos

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    conceitos biodin2micos da agricultura antropos&fica, elaborados mais tarde por RudolfSteiner.

    No final da Idade M)dia, os europeus haviam entrado em decad4ncia em rela,+o aoshbitos de higiene. Come,ou uma fase asc)tica, em que os cuidados com a alma inibiram

    o gosto pelo tratamento e pela beleza f'sica. Nesse per'odo, no entanto, houve a maiorevolu,+o da arte da perfumaria, que era necessria para disfar,ar o mau cheiro e hlitodas pessoas.

    Um famoso creme de beleza feito 7 base de polpa de ma,+ e folhas de alecrim,denominado "pomatum", surgiu nessa )poca e se tornou muito popular por volta dos)culo XVI na Europa.

    Com o fim da Idade das Trevas, muitos estudiosos, a exemplo de Paracelso, voltaram a sededicar de corpo e alma ao estudo da bot2nica, medicina e beleza. O m)dico e astr&logoingl4s Nicholas Culpeper (?-1654) desenvolveu estudos vastos que atravessaram ostempos at) chegar a n&s. Ele afirmava, incondicionalmente, que os condimentos eramcapazes de curar todos os tipos de doen,as com seus potentes &leos essenciais. Dentreoutras coisas, dizia que as pimentas, quando misturadas ao nitrato, eram capazes defazer desaparecer as manchas, as marcas e o descoloramento da pele.

    Na Fran,a, o ponto forte foi o desenvolvimento da perfumaria. Por volta de 1379, emParis, as monjas da Abadia de Saint-Juste criaram a famosa9gua de Carmen, elaborada7base de folhas de erva-cidreira, lim+o, noz-moscada e cravo-da-'ndia.

    Na Gr+-Bretanha, a fam'lia anglo-galesa Tudor, que reinou de 1485 a 1603, tinha grandedevo,+o 7s ervas e plantas. A dedica,+o aos estudos das ervas e aromas )hoje um pontomuito forte da atual Inglaterra, que herdou muitos conhecimentos importantes de seus

    ancestrais. Nessa regi+o desenvolveram-se ex'mios jardineiros, com lindos projetos dejardins, que envolviam plantas aromticas perenes, como o alecrim, o tomilho, a lavandae o hissopo. Essas plantas eram utilizadas na prepara,+o de apetitosas saladas, feitascom folhas, flores e frutos, frescos ou desidratados.

    Europa/Idade moderna

    Na Idade Moderna, a hist&ria dos condimentos foi marcada por muito sangue, guerras elutas pelo poder e monop&lio. Os pa'ses do continente europeu estavam cansados dosaltos pre,os das especiarias e sa'ram em busca de novas partes do mundo. Afirmamalguns historiadores que foi o alto pre,o da pimenta-do-reino no mercado europeu que

    estimulou a expedi,+o do navegador portugu4s Vasco da Gama, assim como a inveja dopoder de Veneza foi o motivo pelo qual Espanha e Portugal sa'ram em busca do cravo-da-'ndia, do gengibre, da noz-moscada e da pimenta-do-reino.

    A quebra do monop&lio veneziano, portanto, se iniciou com as grandes navega,#es.Assim, os portugueses e espanh&is, quando encontraram o caminho que levava 7s Cndias,fizeram chegar ao continente europeu muitos condimentos ex&ticos, que logo seespalharam por vrias regi#es, incorporando-se 7culinria de muitos povos.

    Mas foi um explorador franc4s, de nome Pierre Poivre (1719-1786), que definitivamenteacabou com o poderio dos comerciantes do Oriente. Pesquisador ex'mio de especiarias,

    fez muitas viagens pelo mundo e acabou alcan,ando a Ilhas Maur'cio, onde encontroumilhares de sementes de noz-moscada e de muitas outras esp)cies. Conclus+o: os

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    condimentos se espalharam velozmente pela Europa, os pre,os no mercado baixaram e,enfim, as plantas aromticas se tornaram dispon'veis para todas as classes sociais. Foi oin'cio da populariza,+o dos condimentos.

    Nessa )poca, a alimenta,+o era considerada mon&tona e desinteressante e as especiarias

    acabaram tendo um papel importante na inova,+o de sabores e aromas, em todas ascozinhas. N+o se pode negar que os condimentos exerceram grande influ4ncia na cozinhaeurop)ia, pois )muito dif'cil imaginar uma paellaespanhola sem a,afr+o, um goulashh;ngaro sem a pprica ou ainda um steak au poivrefranc4s sem a pimenta-do-reino.Gr'cia

    As plantas da Europa, mais precisamente da regi+o mediterr2nea, influenciaram deforma considervel os hbitos alimentares e terap4uticos de algumas civiliza,#es. Aprimeira a receber essa influ4ncia foi a civiliza,+o grega, com a introdu,+o na dieta decondimentos que nasciam de forma espont2nea nos campos, vales e montanhas, como oalecrim, o manjeric+o, a manjerona e a salsa.

    As especiarias trazidas da Cndia e de outras civiliza,#es distantes tamb)m tiveram umpapel importante na culinria da Gr)cia Antiga, pois havia na )poca um intensointerc2mbio de produtos com o Oriente, por meio dos navegadores e comerciantes.

    Para os gregos, as plantas aromticas tinham o seu simbolismo: cada erva possu'a umsignificado especial, como fidelidade, nobreza, amor e prazer. Esses conceitos mais tardeforam levados para a Europa Ocidental e para as cortes da Fran,a medieval.

    A medicina da Gr)cia Antiga tinha um carter mgico e sacerdotal, normalmenteenvolvida em fbulas e mitos. Os fil&sofos eram extremamente interessados no estudo doesp'rito e do corpo. Os hbitos de higiene corporal e mental eram sempre baseados no usoe experimenta,+o de misturas das mais diversas plantas. As folhas de louro eram usadastanto em banhos para limpar o corpo como na forma de incensos para purificar o ar dosgrandes templos, permitindo a medita,+o profunda dos religiosos.

    Os cuidados de sa;de da popula,+o eram feitos em santurios de cura espalhados portodos os lugares que dispunham de banhos especiais, alamedas cobertas de flores,aromas diversos pairando no ar e m;sicas melodiosas que acalmavam os 2nimos maisagitados. Nessa )poca, era comum o emprego de ervas na prepara,+o de ung/entos eblsamos para massagear a pele dos her&is e guerreiros quando retornavam dasbatalhas. Era o caso, por exemplo, da alfazema, com seu perfume embriagador e

    delicado.

    O fil&sofo Arist&teles (384-322 a.C.) e seu disc'pulo e amigo Teofrasto (370-286 a.C.)criaram o primeiro sistema cient'fico de classifica,+o bot2nica. De acordo com essesistema, as plantas eram divididas segundo seu porte, em ervas, arbustos e rvores.

    O historiador grego Her&doto (484-426 a.C.), conhecido como o Pai da Hist&ria, descreveuem seus documentos diversos alimentos que eram conservados com vinagre e especiarias.Acreditava ele, por exemplo, que a utiliza,+o de flores secas de cardo-mariano teria opoder de coagular o leite para a fabrica,+o de queijo.

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    A utiliza,+o de plantas medicinais nessa )poca era muito comum na alimenta,+o e naaromatiza,+o de bebidas. Havia, por exemplo, um licor de gua de rosas que eramisturado com ervas aromticas e ingerido ap&s as refei,#es.

    Nos escritos de Arist&fanes, poeta c6mico ateniense (meados de 450 a.C.) encontram-se

    cita,#es de numerosos vegetais frescos e condimentos usados em sua )poca, a exemplo doalho, anis, cardo-mariano, rbano, tomilho e alho-porr&. Hoje em dia, o cardo-marianotem seu uso restrito 7terap4utica.

    No herbanrio do m)dico grego e farmacologista Pedanius Diosc&rides (512 d.C.) hinforma,#es sobre o uso de um &leo feito 7base de l'rios, que tinha o poder de melhorar aapar4ncia da pele. Sua obra principal, De mat#ria m#dica, foi a fonte mais clssica paraa terminologia da bot2nica moderna at) o s)culo 16. Outros cosm)ticos vegetais eramutilizados para esse fim, elaborados 7 base de accia, tamareira, alfarrobeira, zimbro,rom+zeira, palma, sic6moro, an4mona, assa-f)tida, genciana, benjoim e outros,misturados a trigo, aipo, alho, cebola, pepino, mel+o e cevada.)ndia

    Uma das mais antigas civiliza,#es, a Cndia sempre teve sua medicina dirigida para o usodas plantas e dos produtos de origem natural. A sabedoria hindu est toda registradanos Vedas, um acervo escrito em s2nscrito. O Yajur-veda, que )uma das divis#es dosVedas, cont)m muitas informa,#es voltadas para a medicina e sua )tica, com apredomin2ncia do uso de ervas e produtos naturais.

    Na Cndia do ano 1000 a.C. encontramos o apogeu das ervas medicinais e mgicas. Oprincipal objetivo da medicina hindu era prolongar a vida, e a principal fonte deconhecimento eram as ervas, filhas diletas dos deuses. S& podiam ser colhidas porpessoas puras e piedosas, e deviam crescer longe da vista humana e do pecado. Eramusadas basicamente de duas maneiras, uma para limpar o corpo e estimular as secre,#ese outra como sedativo.

    Charoka, famoso m)dico indiano e profundo conhecedor da astronomia, dividiu amedicina em oito partes, uma delas dedicada ao rejuvenescimento. Dentro de seusestudos, Charoka divulgou mais de 500 rem)dios elaborados 7 base de plantas e osrecomendou tamb)m para prolongar a vida e reduzir o peso em casos de obesidade.

    A hist&ria da Cndia tamb)m se mostra bastante rica em rela,+o 7 utiliza,+o decondimentos e especiarias, empregados desde tempos imemoriais em dietas alimentares

    especiais para o tratamento e preven,+o geral de doen,as. No tempo do rei Asoka (273-232 a.C.), um dos grandes imperadores do pa's, os enfermeiros eram obrigados a ter umconhecimento aprofundado da arte culinria e do preparo de rem)dios.

    ?muito clara a rela,+o direta existente entre a medicina e a alimenta,+o nessa )poca.Esses conhecimentos e prticas curativas, pela import2ncia que tiveram, foram a bases&lida para a forma,+o da medicina ayurv)dica e da fitoterapia, hoje expandidas pelomundo todo.

    A Cndia )um pa's que apresenta uma culinria muito diversificada, diferindo de regi+opara regi+o. ? considerada a mais aromtica de todas as culinrias do mundo, tendo

    como base a mistura de condimentos chamada de "masala". Os condimentos mais

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    comuns s+o o cominho, o cravo-da-'ndia, a canela, a mostarda em gr+o, a pimenta-do-reino, o a,afr+o, o cardamomo e o gengibre.As prepara,#es culinrias indianas s+o mundialmente conhecidas pelo seu carterpicante e bem-temperado, devido 7grande utiliza,+o da pimenta, do gengibre e do caril,tamb)m conhecido por curry, que ) elaborado pela mistura de vrios condimentos. O

    caril acabou tendo sua fama espalhada tamb)m no Ocidente, incluindo o Brasil, ondepoucos conhecem realmente sua completa composi,+o.

    Apesar de as pimentas serem ingredientes sempre presentes nos preparados, ) bomlembrar que elas s&foram realmente introduzidas no pa's no s)culo XVI por mercadoresportugueses.

    Devido ao tamanho territorial e 7 diversidade de clima existente no pa's, indo dotemperado ao tropical, a Cndia sempre teve condi,#es de cultivar diversas esp)ciesaromticas, que deram uma enorme contribui,+o culinria ao mundo. Essas esp)cieseram comercializadas em vrias regi#es do mundo pelos navegadores, mantendo essatradi,+o de exporta,+o de seus produtos at)a atualidade.

    Para o hindu, a utiliza,+o apropriada e criteriosa dos condimentos )vista, ainda hoje,como uma arte complexa e especial. Em sua cultura, principalmente por ser um povoextremamente religioso, consideram o alimento um presente de Deus para a manuten,+odo corpo f'sico. Ocorre tamb)m o surgimento de lendas e hist&rias ao redor de algumasplantas, que acabaram se tornando um tabu para algumas sociedades. ? o caso dacebola, do alho, do nabo e dos cogumelos, que n+o faziam parte da alimenta,+o cotidianadas classes mais elevadas da sociedade indiana.

    Outra curiosidade )que na Cndia, ap&s as refei,#es, tem-se por hbito mascar folhas de"paan", tamb)m conhecido por b)tel, que atua como digestivo e calmante. Encontra-se 7venda normalmente em forma de tabletes enriquecidos com subst2ncias ex&ticas comoa,afr+o, alm'scar, fumo socado com gua de rosas e mesmo folhas de coca. Mundo +rabe

    A Arbia tem uma hist&ria marcante no que diz respeito aos condimentos. Muito de suaprosperidade foi baseado no com)rcio de especiarias, feito por enormes carregamentospara as regi#es do Ocidente. A famosa hist&ria das Mil e Uma Noites)um rico arquivode cita,#es de diversas ervas condimentares de efeito afrodis'aco e com propriedadesmgicas.

    Os rabes introduziram e popularizaram no Ocidente muitos condimentos, tais como oanis, o cominho, a canela, a noz-moscada e outros, os quais acabaram se incorporando 7culinria espanhola. As especiarias alcan,avam altos valores no mercado da )poca eeram normalmente reservadas ao consumo das classes privilegiadas da sociedade. Umalibra de gengibre, por exemplo, valia uma ovelha. Com uma libra de cravos-da-'ndia eraposs'vel comprar uma vaca. Um saco de pimenta-do-reino, valios'ssima, chegava a valera vida de um homem.

    A medicina rabe, como em todas as outras civiliza,#es antigas, tamb)m era ligada 7religi+o. Dava-se tamb)m muita import2ncia 7 higiene pessoal e eram rotineiros osbanhos. De acordo com um dos vers'culos do Alcor+o, a ess4ncia da vida era constitu'da

    por ablu,#es, perfumes e ora,#es.

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    As mulheres dos har)ns do norte da 9frica e do Oriente M)dio, principalmente as turcas,perfumavam seus hlitos e eliminavam o odor desagradvel do corpo com banhos e lo,#esfeitas com as sementes do feno-grego.

    Palestina e Babil,nia

    A tradi,+o simb&lica das plantas na Antiga Palestina sempre esteve vinculada a cita,#esb'blicas e suas respectivas interpreta,#es. O Antigo Testamento cita cerca de cemesp)cies de plantas, entre elas ervas, rvores e flores, utilizadas n+o s&na alimenta,+o,mas tamb)m na medicina5como a mandrgora5e de forma ornamental. Muitas dessasesp)cies eram usadas como condimentos para enriquecer o aroma e o sabor de pratosfeitos nas cerim6nias religiosas.

    Podemos encontrar refer4ncias, por exemplo, da utiliza,+o do coentro, do alho, da cebola,do alho-porr&, do a,afr+o, do cominho e da canela, entre outros. Na Antiga Palestina,cerca de 1.800 a.C., houtra refer4ncia b'blica: os descendentes de Abra+o que rumavam

    a Cana+, conduzidos por Mois)s, eram alimentados apenas pelo man(, que encontravamno deserto. Man( era o nome dado 7 resina da tamareira que, ao amanhecer, pendiacomo gotas de orvalho nas pedras e ervas, doces como o mel.

    Para o povo judaico, o alimento desempenha at)os dias de hoje fun,+o muito importantenas cerim6nias religiosas, apresentando um rico simbolismo. ?interessante notar que oshbitos e preceitos alimentares judaicos influ'ram muito na forma,+o de preconceitosgastron6micos em vrias partes do mundo.

    Na civiliza,+o judaica antiga, os sacerdotes acreditavam num Deus ;nico e n+o havialugar para supersti,#es. A higiene era um fator importante e definida pela Lei Mosaica,que ditava preceitos da )poca. Com seus conhecimentos, os judeus deixaram um ricolegado no que diz respeito 7higiene e 7medicina preventiva. Eram comuns tamb)m osbanhos purificadores e ritual'sticos, com o uso abundante de plantas e aromas.

    Os perfumes eram imensamente apreciados e usados com rever4ncia n+o s& pelosreligiosos, mas tamb)m por toda a popula,+o. Em descobertas recentes, foi encontrado nomar Morto, juntamente com os famosos manuscritos, um frasco intacto de blsamoperfumado.

    Na Babil6nia, uma das mais conhecidas refer4ncias do uso de plantas medicinais estligada ao rei Nabucodonosor, que mandou construir os Jardins Suspensos 5 a 7aMaravilha do Mundo Antigo. De acordo com registros hist&ricos, Nabucodonosor teriaordenado a planta,+o de alecrim e a,afr+o nos jardins, junto com rosas.

    Roma

    Em Roma, a presen,a das plantas medicinais e aromticas tamb)m foi marcante. Pode-se dizer at) que foram os romanos que definitivamente deram aos condimentos seuverdadeiro papel na culinria. Apesar de algumas civiliza,#es terem ensaiado seu uso,foram os romanos que mais utilizaram os condimentos e ervas na cozinha. Al)m disso,eles estavam por todos os lados: nos pratos, na decora,+o, nas bebidas, nos incensos etc.Guirlandas de ervas aromticas eram primorosamente elaboradas para enfeitar as festase os banquetes, acreditando-se que isso evitaria a ressaca, t+o t'pica daqueles excessos.

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    Na concep,+o do poeta latino Ov'dio (meados de 20 a.C.), os primeiros alimentos dohomem foram as ervas. Os escritos filos&ficos antigos mostravam qu+o 'ntima era arela,+o do homem com a natureza.

    As anota,#es do naturalista e escritor latino Pl'nio (s)culo I d.C.) mencionam algumas

    plantas que eram cultivadas em hortas e consumidas na alimenta,+o da )poca. Dentreelas, podemos destacar a cebola, a slvia, o tomilho, o alho, o coentro, o manjeric+o, oanis, a mostarda, a salsa, a hortel+, a pimenta-do-reino, o cominho, as sementes dealcaravia e de papoula.

    Com a queda de Roma no s)culo 5 d.C., o mundo isl2mico passou a dominar o com)rciodo Oriente. Foi Avicena (980-1037), um renomado m)dico do Oriente, quem descobriu om)todo de destila,+o para extrair os &leos essenciais das plantas aromticas, al)m de tersido fundador de um sistema ;nico de medicina, que depois se espalhou pelo mundointeiro.

    Em Roma, a medicina antiga foi formada com base na grega, absorvendo muitos de seusconhecimentos. Nos primeiros anos da era crist+, o famoso bot2nico e herboristaDiosc&rides divulgou muitos trabalhos sobre o poder curativo das plantas. De acordo comeles, h informa,#es sobre um famoso &leo de l'rios usado para aquecer, suavizar edesobstruir a pele, indicado especialmente para casos de inflama ,+o.

    Os homens e as mulheres preocupavam-se muito com os cuidados do corpo e n+o abriamm+o de poderosos tratamentos elaborados com plantas, &leos, pomadas e ung/entos.Usavam em abund2ncia as ess4ncias aromticas, os banhos de leite e as mscaras debeleza feitas de frutas e ervas, que normalmente eram misturadas a fermento e farinha.Ainda em Roma, o m)dico Galeno utilizava &leos vegetais especiais para preparar o"ceratum refrigerans", cosm)tico que ficou famoso atrav)s dos tempos pelos benef'ciosque trazia 7pele. Os perfumes tamb)m eram bastante utilizados pelos romanos, como osperfumes feitos 7 base de hortel+-pimenta (para os bra,os), de manjerona (para assobrancelhas) e de alecrim (para os cabelos).

    As frutas, como n+o podia deixar de ser, tamb)m eram empregadas na beleza. ?o casoda ma,+, usada juntamente com a lanolina em cremes de beleza para o rosto e corpo.Acreditava-se ainda que a polpa da ma,+era capaz de eliminar verrugas.

    Os fil&sofos e poetas gregos e romanos, dentre eles Hip&crates, Teocrastos e Horcio,tinham um interesse especial por produtos que alteravam a colora,+o do rosto, orabranqueando-o, ora colorindo-o. Em Roma, dava-se tamb)m muita import2ncia ao asseio

    pessoal e 7higiene. Os balnerios eram espalhados por todas as partes, em resid4nciasparticulares, p;blicas e em pr)dios do Estado. Acreditava-se que os banhos de erva-cidreira tinham o poder de devolver a juventude, dar energia e prevenir a calv'cie.

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    A magia do reino vegetal

    A magia do reino vegetal baseia-se nos esp'ritos das plantas. Esses esp'ritos, chamadosde elementais, s+o ligados aos elementos da natureza. Temos as s%lfides, que comandamas for,as do ar; as ondinas, que reinam sobre as guas; os gnomos, que dominam a terra,e as salamandras, que comandam o fogo. Todos eles t4m a tarefa de proteger e cuidar doreino vegetal.

    Os elementais s+o seres que habitam o plano astral, possuem intelig4ncia instintiva eapresentam-se fisicamente nas mais variadas formas, tamanhos e cores. De acordo comos m'sticos, esses seres s+o capazes de curar e de proporcionar vis#es incr'veis 7quelesque comungam com sua exist4ncia.

    Os curandeiros, paj)s e xam+s costumam, por meio de algumas plantas, entrar em um

    estado alterado de consci4ncia, popularmente chamado de transe, no qual eles dizemcontatar esses esp'ritos, detectando assim as doen,as e as desordens presentes no corpodo paciente. Esses fen6menos ps'quicos persistem nos dias de hoje, principalmente nastribos ind'genas e selvagens remanescentes, nos templos budistas e em determinadasconfrarias derviches.

    A magia foi muito discutida e praticada na Antig/idade, deixando-nos como legadoinforma,#es preciosas nos livros sagrados das antigas religi#es, que ainda hoje s+odiscutidas e empregadas em seitas secretas e tamb)m por pessoas comuns, por meracuriosidade. As tradi,#es esot)ricas mostram uma infinidade de utiliza,#es das for,asocultas existentes nas plantas, com o poder de curar, matar, encantar e envenenar

    pessoas e animais, mesmo a dist2ncia.

    Teoria das assinaturas

    A Teoria das Assinaturas baseava-se no antigo prov)rbio "similia similibus curantur", ouseja, "o semelhante cura o semelhante". O m)dico e alquimista su',o conhecido comoParacelso (Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, 1493-1541)acreditava que tudo o que )criado pela natureza reproduz a imagem da virtude a que lhe)atribu'da.

    Assim, essa teoria associa o uso medicinal e nutritivo de uma planta ao seu formato ecor. Um exemplo vivo disso )a rom+. Seu suco vermelho era comparado ao do sanguehumano e, por isso, usado como depurativo. Suas sementes, com formato de pequenosdentes e dispostas como tal na polpa do fruto, eram utilizadas para tratar de dores dedente.

    Antes das descobertas cient'ficas dos s)culos XVIII e XIX, quando ainda n+o se dispunhade t)cnicas para estudar as plantas com maior profundidade, a Teoria das Assinaturasfoi de grande valia para ajudar os homens a encontrar a cura para seus males no meionatural. Hoje, ela representa uma forma de conservar e resgatar o conhecimento dascomunidades de tradi,+o oral, auxiliando no reconhecimento das plantas cujas

    propriedades medicinais foram colocadas em evid4ncia anteriormente.

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    A energia vegetalDe acordo com a ci4ncia esot)rica, todos os seres existentes em nosso planeta possuemuma aura de energia que envolve e circunda o corpo material. Essa aura )carregada deacordo com a vibra,+o do corpo que a rege, apresentando diferentes cores e intensidades.

    No caso das plantas, aparelhos especiais permitem que se detecte a camada energ)ticaque as reveste e que fornecem, de alguma forma, um direcionamento no seu usoterap4utico. Esses aparelhos medem at) mesmo a afinidade de uma planta comdeterminada pessoa, explicando por que o uso da planta para a cura de uma doen,a serou n+o positiva.

    Outros m)todos de pesquisa demonstram a diferen,a energ)tica no campo de uma plantaem fun,+o do tipo de cultivo que ela teve. Assim, plantas que foram cultivadas com o usode adubos org2nicos teriam um campo de energia mais equilibrado e luminoso do queaquelas produzidas com a ajuda de aditivos agroqu'micos.

    De acordo com a sua energia, a planta pode ser usada tamb)m para equilibrar asemo,#es e sentimentos das pessoas. Muitas plantas s+o empregadas popularmente paraa limpeza energ)tica de ambientes e pessoas, por meio de incensos e fumiga,#es,justamente porque algumas delas possuem qualidades transmutadoras que propiciam amodifica,+o da vibra,+o at6mica, devolvendo a harmonia.

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    Utiliza!o Energ'tica das Plantas

    Nome da Planta Cor da Aura Fun+.o terap)utico-energticaAlecrim Verde-r&sea Ajuda a perdoar mgoas

    AlfazemaAzul-'ndigo erosa

    Aumenta a autoconfian,a

    Anis-estrelado Azul-clara e rosaAjuda na entrega dos sentimentos e nodesprendimento das emo,#es

    Arnica VermelhaPromove a concentra,+o de pensamentos eid)ias dispersas

    Artem'sia Verde e amarela Estimula a a,+o e a manifesta,+o das id)ias

    Arruda Vermelha Limpa a aura das sujeiras astrais

    Babosa Laranja Ajuda no desligamento mental

    Beldroega Mistura de cores Dequil'brio para iniciar novas fases da vida

    CamomilaAmarela evioleta

    Ajuda a cultivar a paci4ncia e a confian,a

    C2nfora Rosa e violeta Promove o desprendimento material

    Catinga-de-mulata Amarela Limpa a aura das sujeiras astrais

    Capuchinha Laranja e verdePromove o sentimento de integridade eequil'brio

    Carqueja Amarela e verde Limpa o corpo das velhas emo,#es

    ConfreiVerde, laranja erosa

    Estimula o sentimento de seguran,a pessoal

    Dente-de-le+o Verde e laranja Traz coragem para enfrentar os obstculos

    Erva-cidreira Verde e violetaAjuda na tomada de decis#es importantes davida

    Guin) Vermelha Limpa o corpo de energias negativas

    Hortel+-pimentaVerde, rosa e

    violeta

    Libera as energias presas promovendo o

    desprendimento delas

    Mil-folhas Laranja e verdePurifica o corpo de traumas e sentimentosnegativos

    Sabugueiro Verde-clara Ajuda na tomada de rpidas decis#es

    SlviaLaranja, verde e'ndigo

    D2nimo para colocar em movimento todas asenergias do corpo

    Tanchagem Verde escuroEstimula a iniciativa, sem esperar retorno dasa,#es

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    Astrologia e cabalaA astrologia estuda a rela,+o dos astros com a vida humana, quer seja individual, grupalou mesmo planetria. J a cabala ) uma ci4ncia antiga que estuda todos os tipos decorrespond4ncias entre os aromas, as cores, os tons musicais, os signos astrol&gicos, os

    planetas, as deusas e os deuses mitol&gicos e os significados das cartas do tar6.Rela!o das Plantas com os Planetas e Signos

    (uma mesma planta pode se relacionar com mais de um planeta e/ou signo)

    Plantas e Signos Plantas

    Sol (Le+o)

    Am4ndoa-amarga, camomila, bergamota, cal4ndula,camomila, camomila-romana, citronela, louro, ang)lica,hip)rico, lev'stico, alecrim, a,afr+o, girassol, cravo-da-india,

    canela, mirra, violeta, laranja, tanchagem, aveia, celid6nia,cevada, genciana, incenso, l&tus

    Lua (C2ncer, Peixes)

    Babosa, erva-cidreira, papoula, rosa-branca, avel+, am4ndoa,pe6nia, c2nfora, jasmim, ol'bano, s2ndalo-branco, l'rio-florentino, lim+o, b)tula, gengibre, nabo, nogueira, abr&tano,aveia, couve, l;pulo

    Marte (9ries, Escorpi+o)

    arruda, cebolinha, coentro, malva, manjeric+o, capuchinha,poejo, urtiga, mostarda, p4ssego, tanchagem, raiz-forte,pinho, pimenta-da-jamaica, coentro, rosa-vermelha, s2ndalo,patchouli, ger2nio, jasmim, abacaxi, acanto, alcachofra

    Merc;rio (G4meos, Virgem)Aneto, salsa, ceref&lio, hortel+-pimenta, alfazema,manjerona, or)gano, segurelha, cenoura, funcho, l'rio-do-vale, canela, narciso, estoraque, clamo-aromtico,hamam)lis, bri6nia, cana-de-a,;car, erva-de-gato, marroio-branco

    J;piter (Sagitrio)borragem, dente-de-le+o, slvia, agrim6nia, hissopo, rosa-vermelha, carvalho, noz-moscada, blsamo, cedro, anis,morango, oliveira, couve

    V4nus (Touro, Libra)

    mil-folhas, cris2ntemo, azedinha, rosa, alcachofra, hortel+-pimenta, camomila, erva-de-gato, tomilho, verbena, violeta,trigo, s2ndalo, benjoim, murta, p4ra, p4ssego, artem'sia,

    mirra, narciso, visco, beladona, erva-moura, zimbro, ma,+

    Saturno (Capric&rnio, Libra)

    Caruru, cavalinha, confrei, cipreste, ervilha-de-cheiro,magn&lia, mirra, laranja, vetiver, absinto, patchouli, musgo,ac6nito, agnocasto, alho, beladona, c2nhamo, estram6nio,l;pulo, andrgora

    Urano (Aqurio) arruda, c;rcuma, laranja-azeda, figueira

    Plut+o (Escorpi+o) Beg6nia, datura, cipreste

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    Rela!o das Plantas com as Notas Musicais

    Notas Musicais Plantas e seus AromasD& S2ndalo, ger2nio, c2nfora, rosa, abacaxi, jasmim, patchouli, pimenta

    R) Absinto, orqu'dea, violeta, citronela, bergamota, am4ndoa-amarga,camomila, canela, ol'bano

    Mi Accia, verbena, laranja-azeda, l'rio-florentino, clamo-aromtico

    F Narciso

    Sol Benjoim, laranja, magn&lia, ervilha-de-cheiro

    L Cipreste, cumaru, alfazema, feno, blsamo-de-tolu, estoraque

    Si Abr&tano, hortel+-pimenta, canela, cravo-da-'ndia

    Rela!o das Plantas com os Deuses Mitol$gicos

    DeusesMitol&gicos Planeta Regente

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    Encantamentos e rituais

    Um dos pontos mais explorados no reino da magia das plantas )o seu uso como elementofacilitador em determinadas situa,#es de nossas vidas. Esse uso ) feito por meio deencantamentos e rituais que empregam, al)m das plantas, os minerais e os elementos

    animais, muitas vezes misturados em complexas f&rmulas mgicas.

    Esses conhecimentos nos foram legados pelos herboristas, alquimistas, bot2nicos esacerdotes do passado. Seus conhecimentos por vezes se perderam, restando apenasinforma,#es dispersas e pouco consistentes que ainda assim provocam grandecuriosidade na maioria das pessoas.

    ALGUNS USOS ENCANTAT.RIOS DAS PLANTAS

    Como afrodis'aco: cravo-da-'ndia, baunilha, canela, cam)lia, cardamomo, coentro, lev'stico,pimenta-da-jamaica, pimentas cpsico, laranja-azeda, flor de datura, abr&tano, jasmim, ilangue-ilangue, pimenta-do-reino, patchouli, slvia esclar)ia, s2ndalo, rosa.

    Para ajudar na medita,+o: 4nula, zimbro, blsamo-de-tolu, cipercea, slvia esclar)ia, giesta,glic'nia, s2ndalo, clamo-aromtico, magn&lia, mirra.

    Para atrair sorte: canela, jasmim, l&tus, jacinto, baunilha, cumaru, ger2nio, noz-moscada,bergamota, cipreste.

    Para atrair sucesso e promo,+o na carreira: azal)ia, cravo-de-defunto, ol'bano, hortel+-pimenta,erva-cidreira, hissopo.

    Para atrair um amor: ervilha-de-cheiro, l&tus, jacinto, baunilha, b)tula, cam)lia, coentro, l'rio-florentino, rosa, cumarina, laranja-azeda.

    Para estimular a clarivid4ncia:a,afr+o, capim-lim+o, louro, anis-estrelado.

    Para estimular a mente:Babosa, aipo, c2nfora, 4nula, zimbro, anis-estrelado, estoraque, funcho,madressilva, cacto, clamo-aromtico, gengibre.

    Para estimular sonhos prof)ticos:pe6nia, mimosa, amar'lis, giesta.

    Para limpar os ambientes de energia negativa: c2nfora, comigo-ningu)m-pode, guin), arruda,alecrim, espada-de-s+o-jorge.

    Para melhorar as finan,as: camomila, ol'bano, alfazema, erva-cidreira, cedro, hissopo, cipreste,ab&bora.

    Para promover amizades:ervilha-de-cheiro, urze, citronela, erva-cidreira, cumarina.

    Para proteger contra magia negra e negatividade: alecrim, louro, jasmim, cenoura, violeta,hortel+-pimenta, verbena, assa-f)tida, ger2nio, manjeric+o, patchouli, hissopo, noz-moscada,bergamota.

    Para purificar os altares e untar equipamentos ritual 'sticos: falsa-accia, flor de maracuj,jacinto, benjoim, rosa, slvia, mirra.

    Para trazer paz e harmonia 7s rela,#es:gard4nia, alfazema, narciso, urze, violeta, hissopo.

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    USO DAS PLANTAS EM BANHOS M0GICOS

    Banhos da FelicidadeEmanjerona (folhas)ECravo-branco (flor)Ealecrim (folhas)

    Ecanela (casca)EJasmim-estrela (flores)E1/2 x'cara (caf)) de lcool de cereais

    Banhos para Tirar Mau-olhadoEAlho (dentes)Ealecrim (folhas)EarrudaEGuin)(folhas)ERosa-branca (flor)EEspada-de-s+o-jorge (folhas)ESal grosso (um punhado)

    USO DAS PLANTAS EM DEFUMA23ES

    Prote,+o do LarELgrima-de-nossa-senhora (raiz)Ealecrim (folhas secas)EAlho (casca)EIncenso de igreja (resina em gr+os)ECarv+o vegetal

    Limpeza do corpoEcanela (folhas)

    EErva-doce (sementes)ECravo-da-'ndia (flores secas)ELim+o (casca desidratada)ECarv+o vegetal

    USOS DAS PLANTAS EM BANHOS DE CANDOMBL4Contra Feiti,osEarruda (folhas)EGuin)(folhas)EEspada-de-s+o-jorgeESal grosso

    Prote,+o contra PerigosEEspada-de-s+o-jorge (folhas)EComigo-ningu)m-pode (folhas)EGuin)(folhas)Earruda (folhas)EHortel+-levante (folhas)

    Prote,+o no AmorERosa-branca (flores)EJasmim-estrela (flores)EL'rio-branco (flores)

    Eerva-cidreira

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    Depois dos banhos ou defuma,#es, recomenda-se que a pr&pria pessoa recolha as folhas ecinzas e as jogue fora, de prefer4ncia na gua corrente: em rios ou no mar. Essa etapa fazparte do ritual e deve ser executada com a mesma concentra,+o mental usada durante otratamento, mentalizando que todos os pedidos v+o ser realizados e todas as coisas ruinsest+o sendo definitivamente levadas embora pela for,a das guas.

    Um pouco de hist$ria

    A bot2nica (do grego "botne": planta, vegetal) )o ramo da ci4ncia que estuda e classificaas plantas em fun,+o de sua forma, estrutura e composi,+o, agrupando-as em fam'liascom caracter'sticas semelhantes. Registros antigos mostram que a bot2nica j eraestudada hmilhares de anos.

    Com o tempo, a humanidade foi aprendendo a classificar e catalogar as esp)cies deacordo com seu uso para os mais diversos fins. Essa classifica ,+o, inicialmente, era feitapor meio da observa,+o direta da forma das plantas: o formato das folhas, dos caules, dostroncos das rvores e das ra'zes.

    O primeiro sistema de classifica,+o das esp)cies vegetais (e tamb)m animais) foi criadopelo naturalista e m)dico sueco Lineu

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    e, logo em seguida, daremos entre par4nteses a classifica,+o mais tradicional de acordocom Engler.

    As plantas com flores e sua constitui!o

    Para compreendermos melhor o imenso mundo das plantas, vamos acompanhar passo apasso o seu desenvolvimento. Tudo se inicia num pequenino &rg+o chamado semente, quecont)m todas as informa,#es necessrias para a forma,+o e a perpetua,+o da planta. Assementes s+o geralmente muito resistentes e conseguem manter a sua vitalidade pormuitos e muitos anos.

    Quando a superf'cie da semente recebe diretamente a luz solar, um pequeno embri+o,que j est totalmente pronto dentro da semente, come,a a despertar para a vida, noprocesso denominado germina,+o. A germina,+o, variando de esp)cie para esp)cie, exigediferentes condi,#es ambientais, como temperatura adequada, umidade espec'fica eprofundidade na terra.

    O embri+o, que )a configura,+o mais primitiva da planta, induz a princ'pio a forma,+oda rad0cula, a primeira liga,+o da planta com a terra. O processo de transforma,+o seinicia e temos ent+o a forma,+o da pl5ntula.A pl2ntula rapidamente se torna verde e muitos a chamam de folha germinativa, ou seja,aquela que dorigem ao processo formativo da planta. Mas a pl2ntula, diferentementeda folha, aparenta ainda muita simplicidade, em sua forma pequena, oval, alongada ouarredondada, sem nervuras ou bordos denteados. Nessa fase inicial de embri+o epl2ntula, s& um olho muito experiente pode distinguir a que esp)cie pertence aplantinha.

    O desenvolvimento segue, etapa por etapa. A rad'cula formada no in'cio do processomorre para dar lugar 7s ra'zes laterais, que v+o crescer e fixar a planta no solo. Surgemas pequenas folhas, que come,am a se desenvolver, bem definidas, ao longo dos ramos,com diferentes formas e cores. O caule, jformado e unido 7raiz, torna-se o eixo centralde sustenta,+o do vegetal e carrega os elementos de forma,+o da planta. V4m as flores,depois os frutos. Dentro dos frutos, as novas sementes, completando o ciclo da vidavegetal.

    Sementes

    As sementes decomp#em-se em duas partes bsicas: o tegumento e a am)ndoa. Otegumento, tamb)m chamado de casca, )o tecido que recobre a am4ndoa. A am)ndoa)aparte mais importante da semente, jque abriga as reservas nutritivas e o embri+o.

    Raiz

    A raiz )o &rg+o da planta responsvel pela nutri,+o e fixa,+o da planta ao meio em queela vive, seja terra, gua ou rocha. ?um &rg+o vital que pode renovar-se e expandir-secom muita facilidade, endurecendo rapidamente. A dire,+o do seu crescimento

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    A raiz ) composta por coifa, regi.o lisa (ou de crescimento), regi.o pil0fera e regi.osuberosa(ou de ramifica,+o).Partes da raiz

    A coifa)o revestimento protetor da ponta da raiz. A regi.o lisa, ou de crescimento, )responsvel pela multiplica,+o e desenvolvimento celular, promovendo o crescimento daraiz. A regi.o pil0fera ) basicamente uma rea de absor,+o de gua e sais mineraisatrav)s dos p4los. A regi.o suberosa, ou de ramifica,+o, )uma rea que, ap&s a quedados p4los absorventes, torna-se mais espessa, impedindo assim a penetra,+o demicroorganismos. Nessa regi+o, inicia-se a forma,+o das ra'zes secundrias, tercirias eassim por diante.

    Caule

    O caule )o &rg+o da planta responsvel pela sustenta,+o das folhas, flores e frutos. ?nocaule que se encontram os canais de condu,+o da seiva, que ir+o alimentar e manter vivaa planta. Essa parte ainda ) responsvel pela produ,+o dos elementos vegetativos earmazenamento de nutrientes. A constitui,+o do caule ) simples, caracterizada pelapresen,a de n&s, entre-n&s e gemas. O n&)o local onde se inserem as folhas. O entre-n&)a parte localizada entre os n&s. As gemass+o locais que d+o origem ao desenvolvimentode partes vegetativas da planta, dependendo da esp)cie.

    O caule

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    Os caules podem ser classificados, quanto ao seu hbitat, em areos, subterr5neos eaqu(ticos. Os caules areos s+o todos aqueles que crescem em sentido radial, indo emdire,+o 7 luz, como os troncos das rvores.Clique aqui para ver a imagem. Os caulessubterr5neos, assim como as ra'zes, cont4m normalmente uma grande reserva nutritivae podem ser utilizados na alimenta,+o humana. Desenvolvem-se, assim como as ra'zes,

    imersos na terra, sem luz solar, a exemplo das batatas ( tubrculos) e das cebolas(bulbos). Os caules aqu(ticosn+o possuem uma classifica,+o exclusiva e podem seguir oesquema apresentado pelos caules a)reos.

    Caules Subterr6neos :

    Bulbo (Cebola) Tubrculo (Batata)

    Rizoma com brotos

    Ainda sobre os caules, ) interessante salientar que eles apresentam, muitas vezes,

    altera,#es em sua estrutura para se adaptar ao meio onde est+o inseridos. Eles podemtornar-se achatados e laminares, 7 semelhan,a das folhas. Os espinhos s+o outrasadapta,#es, de material endurecido e pontiagudo, presentes no g4nero Citrus.

    Folhas

    Nos pontos dos caules onde existem as gemas ir+o surgir estruturas que chamamos defolhas. As folhas possuem diversas fun,#es na planta, principalmente relacionadas com arespira,+o. Cada esp)cie possui folhas de formato e tamanho particulares, que s+o umelemento fundamental para a sua identifica,+o e classifica,+o.

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    A folha ) formada por limbo, pec0oloe bainha. Algumas delas n+o apresentam um doselementos e s+o chamadas de incompletas. O limbo )normalmente de colora,+o verde,pela presen,a da clorofila, e possui duas faces (superior e inferior). Hvrias maneirasde classific-lo, pois sua variedade )imensa.

    Partes da folha

    O bordo do limbo apresenta tamb)m diversas formas que podem ocorrer na margem oude forma mais aprofundada. A natureza tamb)m )capaz de formar elementos curiosos ealgumas vezes deparamos com ramos de uma mesma planta que possuem folhasdiferentes. Por vezes, elas se alteram radicalmente nos diferentes estgios dedesenvolvimento. Isso estligado ao c&digo gen)tico da planta ou ao ambiente em que elase encontra.

    Veja as ilustra,#es das caracter'sticas das folhas:

    EFormato das FolhasEBorda das FolhasE9pice das FolhasEBase das FolhasEInser,+o das Folhas no Caule

    As folhas podem ainda sofrer metamorfose foliarem fun,+o do meio, ou para melhorexercer suas fun,#es. ?o caso dos espinhos, que servem como defesa do vegetal contrapredadores. Outro exemplo s+o as gavinhas, que ajudam o vegetal a se fixar a algumsuporte, seja outra planta, um muro ou qualquer apoio horizontal.

    Flores

    Os elementos que comp#em uma flor s+o semelhantes em todas as esp)cies vegetais:c(lice, corola, estame e pistilo. Apesar de apresentarem varia,#es de forma, cor etamanho, ) fcil identific-los quando se observa atentamente uma flor. O c(lice ) oc'rculo mais externo protetor, formado por spalas, que nada mais s+o do que folhasmodificadas. Em seguida, temos a corola, que )a parte mais atraente da flor. Semprecolorida e vistosa, )ela que atrai os polinizadores, muitas vezes tamb)m pelo aroma. O

    androceue o gineceu, que s+o responsveis pela reprodu,+o da planta, encontram-se nointerior das flores.

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    O androceu, o &rg+o masculino reprodutivo, ) formado pelo conjunto dos estames, quepodem se apresentar em n;mero variado. O gineceuestna parte mais interna da flor e)o &rg+o reprodutor feminino. As flores podem ser hermafroditas, quando cont4m os dois&rg+os reprodutivos, unissexuadasou bissexuadas.

    Partes da flor

    As estruturas florais agrupam-se de diversas maneiras no ramos. A isso d-se o nome deinfloresc4ncia, nas quais as estruturas podem estar em n;mero e posi,+o variados.

    FrutosOs frutos s+o formados pelo desenvolvimento do ovrio da flor ap&s a fecunda,+o. Elescomp#em-se de pericarpo e semente. O pericarpo ) a parede do fruto, formada porepicarpo (parede mais externa), mesocarpo (parede do meio) e endocarpo (paredeinterna). Os frutos podem ser secos ou carnosos e apresentar uma ou mais sementes.Tanto os frutos secos como os carnosos podem abrir-se, quando alcan,am a maturidade,para a libera,+o das sementes (frutos deiscentes). Outros frutos permanecem fechados,protegendo suas sementes no interior (frutos indeiscentes).

    Os frutos podem ainda ser classificados de acordo com a sua forma. Os frutos secos eindeiscentes podem ser do tipo cariopse (com semente totalmente presa ao pericarpo),aqu)nio(semente parcialmente presa ao pericarpo) e s5mara(com expans#es achatadasque permitem sua dispers+o).Os frutos secos deiscentes aparecem principalmente na forma de c(psula (muitoscarpelos) e legume(apenas um carpelo que se abre em duas valvas na matura,+o). Osfrutos carnosos s+o do tipo bagae drupa.

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    Frutos Simples Secos Deiscentes:

    S#liqua Fol#culo C%psula Legume

    Frutos Simples Secos Indeiscentes:

    S'mara Cariopse Lomento Aqu)nio Noz

    Frutos Simples Carnosos Deiscentes:

    Fechado

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    Frutos Simples Carnosos Indeiscentes::

    Drupa Baga (tipo pep*nio)

    As fam7lias das plantas medicinais

    As plantas medicinais podem ser encontradas em praticamente todas as fam'liasbot2nicas. Pode-se dizer que todas as plantas t4m algum potencial medicinal, masalgumas plantas apresentam esses princ'pios ativos naturais em maior concentra,+o doque outras. Outras ir+o ainda entrar para essa extensa lista 7medida que despertarem ointeresse dos cientistas para o seu estudo farmacol&gico.

    As fam'lias mais representativas das plantas medicinais s+o apresentadas de acordo coma sua classifica,+o dentro do C&digo Internacional de Nomenclatura Bot2nica. Por essec&digo, as plantas s+o classificadas segundo unidades de classifica,+o chamadas de

    t(xon. Essas unidades s+o escritas na l'ngua latina e s+o as seguintes:Unidades Fundamentais de Classifica!o

    EReino: PlantaeEDivis+o: radical + termina,+ophytaEClasse: radical + termina,+o opsidaou ataeEOrdem: radical + termina,+o alesEFam'lia: radical +aceaeEG4nero: substantivo em latim com inicial em letra mai;sculaEEsp)cie: g4nero + designa,+o com a inicial em letra

    min;scula + abreviatura do nome do autor

    Como exemplo, a classifica,+o da planta chamada alecrim )a seguinte:

    EReino: PlantaeEDivis+o: MagnoliophytaEClasse: MagnoliopsidaEOrdem: LamialesEFam'lia: LamiaceaeEG4nero: RosmarinusEEsp)cie: Rosmarinus officinalis L.

    ?muito importante conhecer as esp)cies medicinais pelo seu nome cient'fico, pois )eleque ir evitar confus#es na hora de identificar uma planta com exatid+o. Para cada

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    esp)cie existe uma gama enorme de nomes populares, que s+o atribu'dos de formaaleat&ria, nas mais diversas regi#es de nosso pa's e do mundo.

    Em outros casos, encontramos muitas esp)cies com o mesmo g4nero, o que dificulta a suadistin,+o. ?o caso da planta chamada hortel+, que pertence ao g4nero Menthae possui

    mais de cinco esp)cies semelhantes comerciais. Nesse caso, )importante saber o nomecient'fico de cada uma delas e as pequenas diferen,as morfol&gicas que elas apresentam.Isso s&a prtica poderensinar, por meio da observa,+o, manuseio e cultivo.

    PlantioO desabrochar de uma planta )sempre um milagre da vida. Mas nem sempre o papel danatureza, por si s&, )suficiente para que se tenha 4xito no cultivo dos vegetais. Muitasvezes )necessrio colaborar com os fatores naturais, entendendo a l&gica da perpetua,+ode cada esp)cie para propiciar um ambiente adequado 7reprodu,+o dos esp)cimes.

    Para quem quer iniciar o plantio de ervas medicinais e condimentares, por exemplo, s+onecessrios alguns conhecimentos bsicos sobre morfologia e fisiologia das plantas, osdiferentes tipos de solo, os fatores ambientais que influenciam no processo decrescimento das ervas, bem como os melhores m)todos de aduba,+o, colheita,armazenamento e processamento.

    A PLANTA

    Existem milhares de esp)cies de plantas medicinais e condimentares em todo o mundo, ecada uma delas possui suas particularidades morfol&gicas e fisiol&gicas. Por isso, )preciso saber exatamente o porte e o hbito, o ciclo de vida e ainda as formas pelas quaiscada esp)cie poderser propagada.

    Quanto ao porte, as plantas podem ser herbceas, arbustivas, arb&reas e trepadeiras.Existem tamb)m dois estgios intermedirios: subarbustivas e subarb&reas. Isso irdefinir uma s)rie de padr#es de cultivo, tais como o espa,amento entre as plantas, aaltura que poder+o atingir e o dimensionamento da sombra que ir formar.

    Plantas com hastes muito flex'veis podem facilmente ser tutoradas para crescer demaneira harmoniosa com estacas amarradas a elas com cuidado. As trepadeirasnecessitam de suportes tais como caibros ou mour#es, fincados ao solo e ligados por fiosde arame encapado.

    Em rela,+o ao hbito, as plantas podem ser terrestres, aquticas e a)reas (trepadeiras).Htamb)m as ervas de hbito intermedirio ao terrestre e ao aqutico, que vivem emambientes encharcados. Conhecer esse fator permitira defini,+o das t)cnicas de plantioe de condu,+o do cultivo, assim como a escolha do tipo de solo ideal, levando-se em contaa drenagem e a umidade caracter'sticas. Para as plantas aquticas, por exemplo, faz-senecessrio um local de brejo, ;mido ou pequenos tanques constru'dos artificialmente.

    Quanto ao ciclo de vida, as plantas est+o agrupadas em tr4s categorias: anual, bianual e

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    perene. As ervas de ciclo anual geralmente brotam na primavera, crescem no ver+o eflorescem e frutificam no inverno, encerrando o ciclo com a dispers+o de suas sementes.As de ciclo perene completam seu desenvolvimento em um per'odo superior a dois anos,podendo chegara at)4 mil anos de exist4ncia.

    M,TODOS PROPAGATIVOS

    A propaga,+o das plantas pode ser realizada por sementes ou por &rg+os vegetativos.Nesse caso, a erva se propaga pela divis+o de touceiras, brota,#es ou rebentos, bulbilhos,alporquia e por meio da estaquia de ra'zes, rizomas, ramos e folhas.

    A propaga,+o por sementes ) interessante quando se objetiva a produ,+o em largaescala. Ela apresenta algumas desvantagens, pois podem ocorrer cruzamentos entre asesp)cies que s+o desfavorveis 7 produ,+o do frmaco. Outro problema ) que podeocorrer muita varia,+o entre as plantas, dificultando a colheita.

    Algumas esp)cies, como o tomilho, s+o favorecidas por esse tipo de propaga,+o,originando plantas com maior produtividade em &leos essenciais. Para n+o ter problemasde cruzamentos indesejveis, colhe-se o tomilho separadamente, de acordo com a suasemelhan,a.

    A propaga,+o via semente exige algumas condi,#es espec'ficas para cada esp)cie. ?preciso conhecer a temperatura ideal, a umidade e a profundidade em que deve sercolocada no solo, para que germine de forma apropriada. Algumas necessitam dedeterminados est'mulos, como ser submetidas a baixas temperaturas, 7exposi,+o 7luzou ainda 7escarifica,+o, para romper o tegumento da semente.

    A propaga,+o por &rg+os vegetativos tem a vantagem de produzir plantas id4nticas 7

    planta-m+e e ainda reduzir o ciclo da cultura, ou seja, colhe-se a planta em menor espa,ode tempo, devido 7 sua precocidade. Para ervas como o alecrim e o ruibarbo, apropaga,+o vegetativa )bastante aconselhada. Conhe,a os principais m)todos desse tipode propaga,+o:

    Divis+o das touceiras: S& poder ser feita em plantas que t4m esse tipo de forma,+o.Quando a planta est no estgio avan,ado de seu desenvolvimento, ela se apresentavolumosa, densa e, nesse momento, podemos arrancar do solo partes dela, com as ra'zes,e dividi-las em diversas mudas.

    Brota,#es ou rebentos:S+o utilizados de brotos que se localizam ao longo do caule, que

    podem ser separados da planta-m+e e enraizados em substrato adequado.

    Bulbilhos subterr2neos:Este tipo de propaga,+o )feito pela separa,+o dessas gemas dobulbo central da planta-m+e, que tem ser arrancado do solo para tal.

    Alporquia:Pode ser empregada em esp)cies lenhosas. ?feita pelo corte de um anel aoredor da casca do tronco ou ramo, envolvendo-o com um substrato que mantenha aumidade, como o esfagno, e, em seguida, colocando um plstico preso ao redor doconjunto. Algum tempo depois, as ra'zes come,am a se desenvolver, o plstico )retiradoe a parte com in'cio de enraizamento )retirada, sem danos, da planta-m+e.

    Estaquia:Consiste na retirada de partes vegetativas da planta com tecido meristemtico(estacas), que poder+o enraizar e produzir brotos quando colocadas em um substrato.Algumas vezes pode-se induzir esse processo, mergulhando as estacas em solu,+o

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    enriquecida de horm6nio indutor da forma,+o das ra'zes. A estaquia pode ser feita pormeio de ra'zes, rizomas, ramos ou folhas.

    O tamanho das estacas )varivel de acordo com a esp)cie. Mas, em geral, as estacas dasplantas herbceas de menor porte devem ter cerca de 5 cent'metros, enquanto para as

    plantas mais lenhosas as estacas ideais devem ter aproximadamente 20 cent'metros decomprimento.

    FATORES AMBIENTAIS

    O clima, a presen,a de ventos, a altitude e a latidude s+o fatores ambientais decisivospara o desenvolvimento das plantas.

    O tipo de clima est especialmente relacionado com o comportamento de cada esp)cievegetal ante a exposi,+o 7 luz (fotoper'odo). Algumas plantas precisam de dias maislongos, outras de dias mais curtos, para completar seu ciclo de vida.

    A maior parte das plantas medicinais comercializveis atualmente )oriunda de pa'sesdo hemisf)rio norte, de clima temperado ou subtropical. Outras, em menor escala, vindasdo sudeste asitico ou do continente africano, adaptam-se bem ao nosso clima tropical,como o a,afr+o-da-'ndia, a canela e a pimenta-do-reino.

    Ao optar pelo cultivo de determinada esp)cie, em primeiro lugar )preciso verificar se area escolhida para o plantio conta com um clima adequado ao seu desenvolvimento.Caso contrrio, poder haver decr)scimo na produ,+o de princ'pios ativos naturais,menor desenvolvimento de rea foliar ou ainda plantas suscet'veis a pragas e doen,as,fragilizadas e com baixa defesa natural.

    O vento )outro fator que influencia o crescimento das plantas. Hesp)cies tolerantes,mas algumas vezes ele ) extremamente prejudicial, pois promove o tombamento dosramos e das flores, prejudicando a poliniza,+o pelos insetos. De qualquer forma, o ventopode ser facilmente barrado com o uso de quebra-ventos ou com o cultivo protegido porestufa.

    O importante )saber se as plantas selecionadas para o cultivo s+o ou n+o tolerantes aventos e como sua rea de cultivo se comporta em rela,+o a isso ao longo do ano.

    A altitude 5altura de uma regi+o em rela,+o ao n'vel do mar 5 costuma interferir naaltera,+o da estrutura vegetal da planta e na produ,+o de princ'pios ativos naturais,

    principalmente no que diz respeito aos &leos essenciais. Em geral, quanto maior aaltitude, maior sera produ,+o dos &leos essenciais: isso estrelacionado com o aumentoda produ,+o de glicos'deos e carboidratos pela planta. Em baixadas, a produ,+o maior )de alcal&ides, como acontece com a beladona e o funcho.

    A latitude 5 a dist2ncia que uma regi+o tem em rela,+o 7 linha do Equador 5 estrelacionada com a inclina,+o da Terra e as influ4ncias das correntes mar'timas sobre atemperatura. Algumas plantas se desenvolvem melhor em determinadas latitudes, como)o caso do estram6nio, que produz maior teor de alcal&ides quando cultivado em latitudenorte.

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    O SOLO

    Os solos t4m um efeito decisivo no desenvolvimento da planta. Conhecendo-se bem umsolo, tanto em suas caracter'sticas f'sico-qu'micas quanto em sua declividade, pode-seinterferir nele e melhorar sobremaneira suas condi,#es.

    Para tanto, antes de iniciar um cultivo, deve-se em primeiro lugar coletar amostras dessesolo para submeter a uma anlise qu'mica dos seus componentes.

    Solos com baixo teor de nutrientes e desequilibrados formam plantas fracas e suscet 'veisa pragas e doen,as. No caso das plantas medicinais, ) necessria uma reposi,+oconstante dos nutrientes, pois, na maioria dos casos, elas possuem crescimento rpido es+o colhidas em grandes quantidades.

    Os solos apresentam diversos aspectos f'sicos: podem apresentar textura arenosa,argilosa ou intermediria. N+o existe um solo ideal para cultivar plantas medicinais,pois cada esp)cie exigircondi,#es espec'ficas para seu desenvolvimento.

    Quando se pretende cultivar diversas esp)cies num mesmo terreno, sem uma vis+o decultivo em larga escala, opta-se por um solo de textura intermediria, areno-argiloso.

    Alguns solos muito cidos (pH muito baixo) devem ser corrigidos, antes da aduba,+o, pormeio da calagem, processo de adi,+o de clcio ao solo, geralmen