ergonomia bibliotecas universitarias
TRANSCRIPT
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 1/80
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA EDUCAÇÃO – CHE/FAED
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO
ANDREA APARECIDA SILVA
ABORDAGEM ERGONÔMICA DO AMBIENTE DE TRABALHO NA
PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES: ESTUDO DE CASO EM
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
FLORIANÓPOLIS - SC
2007
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 2/80
ANDREA APARECIDA SILVA
ABORDAGEM ERGONÔMICA DO AMBIENTE DE TRABALHO NA
PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES: ESTUDO DE CASO EM
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao Curso deBiblioteconomia – Habilitação emGestão da Informação da Universidadedo Estado de Santa Catarina, comorequisito parcial para a obtenção dotítulo de Bacharel em Biblioteconomia –Habilitação em Gestão, da Informaçãono semestre 2007.2.
Orientadora: Msc. Elaine R. de OliveiraLucas
FLORIANÓPOLIS - SC
2007
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 3/80
620.82S58 Silva, Andrea Aparecida
Abordagem ergonômica do ambiente de trabalho napercepção dos trabalhadores: estudo de caso em bibliotecauniversitária / Andrea Aparecida Silva. – 2007.
79 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) –
Universidade do Estado de Santa Catarina – Curso deGraduação em Biblioteconomia – Gestão daInformação, 2007.
Orientadora: Prof. Msc. Elaine de Oliveira Lucas
1. Ergonomia. 2. Percepção. 3. Fadiga. 4. Estresse. 5.Satisfação no Trabalho. 6. Qualidade de vida no trabalho.7. Ambiente de Bibliotecas. I. Título II. Lucas, Elaine deOliveira. III. Universidade do Estado de Santa Catarina.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 4/80
ANDREA APARECIDA SILVA
ABORDAGEM ERGONÔMICA DO AMBIENTE DE TRABALHO NA
PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES: ESTUDO DE CASO EM
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
Trabalho de Conclusão do Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do
grau de bacharel no curso de Biblioteconomia – Habilitação em Gestão da Informação,da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
Banca Examinadora:
Orientadora: ___________________________________________
Msc. Elaine de Oliveira Lucas
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Membro: ___________________________________________
Msc. Noêmia Schoffen Prado
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Florianópolis - SC, dezembro de 2007.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 5/80
AGRADECIMENTOS
A Deus, chama infinita de sabedoria, luz que clareia meu caminho.
Aos bons espíritos, que me servem de guias, a paciência pelos pedidos sinceros
jamais negados, aos conselhos, a fé, fervor e confiança no desejo constante de evoluir.
Aos meus pais, Antonio e Marilene pelo carinho e dedicação, por segurarem
minha mão nos momentos mais difíceis, a quem devo toda a minha gratidão, meus
estudos, minha índole e educação. A minha irmã Nani, pelas brincadeiras e palavras de estímulo nos momentos de
dúvida.
Ao Loopy, meu anjo de quatro patas, sempre a me esperar com tanta alegria, ao
amor incondicional, lealdade e proteção sem pedir nada em troca.
A minha orientadora Lani, que soube com competência, paciência e amizade
indicar o melhor caminho a seguir.
Ao professor Fonseca pela relevante colaboração na pesquisa.
Aos demais professores do curso de Biblioteconomia da UDESC, com os quais
tive a oportunidade de conviver e aprender.
Aos meus colegas das diversas turmas de estudos, pelas relações de
companheirismo feitas no decorrer das disciplinas cursadas.
Aos funcionários da Biblioteca da UNIVALI que, de forma gentil, disponível e
solícita, colaboraram e participaram em todas as etapas dessa pesquisa fazendo com
que ela pudesse existir.
Enfim, gostaria de compartilhar a alegria dessa conquista com todas as pessoasque de algum modo contribuíram para a conclusão dessa etapa de minha vida.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 6/80
“De tudo ficaram três coisas:a certeza de que estamos começando,
a certeza de que é preciso continuar,a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar!
Fazer da interrupção um novo caminho.Fazer da queda um passo de dança.
Do medo uma escada.Do sonho uma ponte.
Da procura um encontro.E assim terá valido a pena existir!”
Fernando Sabino
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 7/80
RESUMO
A ergonomia é uma área de estudos ampla, que utiliza conhecimentos de váriasciências para assim, construir uma análise e intervenção de forma a proporcionar melhores condições ao homem no ambiente de trabalho. Assim, este estudo tem comoobjetivos analisar o grau de satisfação dos trabalhadores quanto ao ambiente físico,através da abordagem ergonômica, conhecer a percepção dos trabalhadoresrelacionados aos aspectos de saúde e sua relação na execução das tarefas, além desugestões dos trabalhadores para a melhoria da qualidade de vida no trabalho naBiblioteca da UNIVALI, Campus Biguaçu. Caracteriza-se como uma pesquisaexploratória, que utiliza o método descritivo com aplicação de estudo de caso. Utiliza-secomo coleta de dados o questionário com questões abertas e fechadas e entrevistasemi-estruturada. Os resultados apontam que mesmo insatisfeitos com o espaço físico,localização e ruídos existentes, os trabalhadores gostam do trabalho que realizam. Temrespeito e orgulho pela Instituição. Com tudo isto, conclui-se que mesmo a Bibliotecanão atendendo satisfatoriamente a alguns fatores de infra-estrutura, os mesmos sesentem realizados no trabalho.
PALAVRAS-CHAVES: Ergonomia; Percepção – Trabalhadores; Fadiga; Estresse;Satisfação no Trabalho; Qualidade de vida no trabalho; Ambiente de Bibliotecas.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 8/80
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 - Faixa etária 44
Gráfico 2 - Função 45
Gráfico 3 - Tempo de serviço na Instituição 45
Gráfico 4 - Tempo de serviço na Biblioteca 46
Gráfico 5 - Espaço físico de trabalho 47
Gráfico 6 - Temperatura 48Gráfico 7 - Controle de temperatura 49
Gráfico 8 - Ruídos 50
Gráfico 9 - Luminosidade 51
Gráfico 10 - Ventilação natural 52
Gráfico 11 - Ventilação artificial 52
Gráfico 12 - Quantidade de equipamentos 53
Gráfico 13 - Qualidade dos equipamentos 54
Gráfico 14 - O que sentem com as tarefas que desenvolvem 55
Gráfico 15 - No final da jornada de trabalho como se sentem fisicamente 56
Gráfico 16 - No final da jornada de trabalho como se sentem mentalmente 57
Gráfico 17 - Afastamento das atividades habituais 59
Gráfico 18 - Tarefa que causa incômodo ou que menos gosta 60
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 9/80
LISTA DE QUADRO
Quadro 1 - Locais de dores 58
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 10/80
LISTA DE SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas TécnicasCAT - Comunicação de Acidente de Trabalho
CDU - Classificação Decimal Universal
DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
LER - Lesão por Esforço Repetitivo
NR - Norma Regulamentadora
OMS - Organização Mundial de Saúde
QVT - Qualidade de Vida no TrabalhoUDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina
UI - Unidade de Informação
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí
UR - Umidade Relativa
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 11/80
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 121.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 12
1.2 PROBLEMAS ........................................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 13
1.3.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 13
1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 13
1.4 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 14
2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 15
2.1 ERGONOMIA ........................................................................................................... 15
2.1.1 Origem e conceitos ............................................................................................... 15
2.1.2 Efeitos da ergonomia no ambiente de trabalho ..................................................... 16
2.1.3 Ergonomia e saúde do trabalhador ....................................................................... 17
2.2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ................................................................... 19
2.3 CONCEITOS DE EMPREGO E TRABALHO ........................................................... 22
2.4 FATORES HUMANOS NO TRABALHO ................................................................... 23
2.4.1 Fadiga ................................................................................................................... 23
2.4.2 Estresse ................................................................................................................ 25
2.4.3 Satisfação no Trabalho.......................................................................................... 26
2.5 CONDIÇÕES DE TEMPO DE TRABALHO .............................................................. 28
2.5.1 Jornada de trabalho............................................................................................... 28
2.5.2 Pausa do trabalho ................................................................................................. 28
2.6 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA BIBLIOTECA ......................................................... 292.6.1 Acústica ................................................................................................................. 30
2.6.2 Temperatura .......................................................................................................... 31
2.6.3 Umidade ................................................................................................................ 32
2.6.4 Ventilação .............................................................................................................. 33
2.6.5 Iluminação ............................................................................................................. 33
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 12/80
2.6.6 Pisos e revestimentos ........................................................................................... 34
2.6.7 Mobiliário ............................................................................................................... 36
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 393.1 NATUREZA DO ESTUDO ........................................................................................ 39
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................... 40
3.3 POPULAÇÃO ........................................................................................................... 40
3.4 TÉCNICA DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .................................................. 40
3.4.1 Questionário estruturado ....................................................................................... 40
3.4.2 Categoria de análise ............................................................................................. 41
3.4.3 Entrevista semi-estruturada ................................................................................... 41
4 ESTUDO DE CASO .................................................................................................... 43
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE INFORMAÇÃO .......................................... 43
4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .................................................................. 44
4.2.1 Dados pessoais (Perfil do trabalhador) ................................................................. 45
4.2.2 Dados profissionais e características do trabalho ................................................. 45
4.2.3 Condições físicas de trabalho ............................................................................... 48
4.2.4 Condições de trabalho (saúde) ............................................................................. 55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .................................................. 63
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 66
APÊNDICE..................................................................................................................... 72
ANEXO .......................................................................................................................... 77
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 13/80
12 1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Partindo do princípio que a maior parte do tempo da vida das pessoas se passa
no trabalho, seria ideal que pudesse transformar em algo prazeroso e saudável a
execução do mesmo, ou seja, um lugar onde se possa sentir motivado realizando-o
plenamente com alegria e satisfação.
A literatura sinaliza, que a ergonomia é uma área de estudos ampla, que utiliza
conhecimentos de várias ciências para assim, construir uma análise e intervenção de
forma a proporcionar melhores condições ao homem no ambiente de trabalho.
O trabalho diário realizado em condições adversas, com o passar do tempo,
pode desencadear o aparecimento de diversos problemas, como de saúde física ou
mental e é por isso que as empresas e Unidades de Informação devem compreender o
relacionamento entre as condições de trabalho e seus possíveis reflexos no rendimento
dos funcionários.
É sabido que qualquer organização que vise ou não o lucro tem o potencial
humano como de suma importância. Assim, focalizando a atenção nos trabalhadores da
Biblioteca da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a ergonomia buscará o aspecto
da humanização do trabalho, tendo em vista propiciar condições satisfatórias para um
melhor desempenho destes.
Conhecer a percepção dos funcionários de uma Biblioteca Universitária com
base na ergonomia a partir do estudo in loco torna-se uma das vias que possibilita criar
situações de um ambiente de trabalho melhor.O que se busca nesta pesquisa é analisar o grau de satisfação dos trabalhadores
quanto ao ambiente físico, através da abordagem ergonômica, conhecer a percepção
dos trabalhadores relacionados aos aspectos de saúde e sua relação na execução das
tarefas e as possíveis recomendações dos trabalhadores para a melhoria da qualidade
de vida no trabalho na Biblioteca da UNIVALI, Campus Biguaçu.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 14/80
13 1.2 PROBLEMAS
Qual o grau de satisfação dos trabalhadores quanto ao ambiente físico para arealização do trabalho? Qual a percepção dos trabalhadores aos aspectos de saúde e
sua relação na execução das tarefas? Quais sugestões dos trabalhadores para a
melhoria da qualidade de vida no trabalho?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar a percepção dos trabalhadores no ambiente de trabalho na Biblioteca da
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, Campus Biguaçu a partir de uma abordagem
ergonômica.
1.3.2 Objetivos Específicos
• Compreender a importância da ergonomia e sua relação com o trabalho;
• Identificar o grau de satisfação dos trabalhadores que compõem a população de
estudo em relação às condições físicas de trabalho;• Conhecer a percepção dos trabalhadores relacionados aos aspectos de saúde e
sua relação na execução das tarefas;
• Propor sugestões dos trabalhadores para a melhoria da qualidade de vida no
trabalho.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 15/80
14 1.4 JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa busca analisar a percepção ergonômica do ambiente de trabalhodos trabalhadores da Biblioteca da UNIVALI, Campus Biguaçu.
O interesse sobre este tema surgiu no decorrer do curso de Biblioteconomia/
Habilitação Gestão da Informação da Universidade do Estado de Santa Catarina –
UDESC, através da vida profissional e acadêmica da pesquisadora, fruto de contato
com Bibliotecas e com os funcionários que nelas trabalham.
Quanto à justificativa teórica, este estudo também preenche uma lacuna na
literatura, visto existirem poucos trabalhos práticos aplicados a BibliotecasUniversitárias que abranjam a questão da percepção dos funcionários na abordagem
ergonômica.
A escolha do campo de pesquisa se deu pelo fato da facilidade de acesso da
pesquisadora, abertura da Instituição para o desenvolvimento de pesquisas e por
apresentar características necessárias na aplicação da pesquisa.
O trabalho ocupa um espaço muito importante na vida de todos, e uma grande
parte da vida das pessoas é passada dentro das organizações.
Torna-se necessário criar condições adequadas para que as pessoas possam
desempenhar a sua rotina evitando uma má qualidade de vida no trabalho. E isso
passa pelas contribuições da ergonomia.
Desta maneira, a ergonomia busca não apenas evitar aos funcionários trabalhos
cansativos, mas busca colocar de forma a melhorar o rendimento e produtividade.
Com o presente trabalho pretende-se acrescentar mais informações a respeito
de ergonomia, condições de trabalho, satisfação no trabalho e ambiente de bibliotecas.
É essencial enfatizar a necessidade de análise e principalmente a percepção dedesconforto dos funcionários, pois só através dos mesmos é possível diagnosticar
possíveis problemas e melhorar as condições de trabalho.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 16/80
15 2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ERGONOMIA
2.1.1 Origem e conceitos
O termo ergonomia significa, etimologicamente, o estudo das leis do trabalho. É
conveniente aprofundar esta definição e o objeto que ela designa, o trabalho. Isso énecessário para determinar o campo de estudo da ergonomia, as relações que ela
mantém com o conhecimento científico e com a realidade social. (FIALHO, 1995)
Esse termo foi criado e utilizado pela primeira vez pelo inglês Murrel e passa a
ser adotado oficialmente em 1949, quando da criação da primeira sociedade de
ergonomia, a Ergonomics Research Society , que congregava psicólogos, fisiologistas e
engenheiros ingleses interessados nos problemas da adaptação do trabalho ao homem.
(LAVILLE, 1977)
A Ergonomia é uma disciplina jovem em evolução e que vem reivindicando o
status de Ciência. Esta disciplina segundo Montmollin (1990), poderia ser definida como
uma “ciência do trabalho”. A construção do conhecimento em Ergonomia se dá a partir
da ação, integrando os conhecimentos de áreas distintas. Para isto o ergonomista toma
como base: a visão dos trabalhadores sobre seu próprio trabalho, condições de
execução, dificuldades, queixas e problemas verbalizados.
A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios,
métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de
diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que,
dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor adaptação ao
homem dos meios tecnológicos, dos ambientes de trabalho e de vida. ( International
Ergonomics Association – IEA, 2000, tradução nossa)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 17/80
16 A ergonomia se baseia essencialmente em conhecimentos do campo das
ciências do homem (Psicologia, Sociologia, Filosofia, Antropometria), mas constitui uma
parte da arte dos engenheiros à medida que sua resultante se configura no dispositivo
técnico. Não obstante sejam utilizados conhecimentos do campo da engenharia, seusresultados são avaliados através de critérios que pertencem às ciências humanas.
(MORAES, 2000)
De acordo com Leal (2002) existem duas correntes em ergonomia: a anglo-
saxônica e a francesa
A primeira corrente centra-se em aspectos físicos do trabalho e nascapacidades humanas tais como a força, a postura, a repetição ou o alcance.Com o objetivo de diminuir os constrangimentos provocados pelo posto detrabalho, redefinem-se as características do sistema para diminuir osproblemas provocados pela exposição do ser humano ao posto de trabalho emquestão. Esta corrente tem uma clara tendência anglo-saxônica. Uma segundacorrente é aquela que considera os fatores humanos e orienta-se aos aspectospsicológicos do trabalho, tais como a fadiga mental e a tomada de decisões.Originariamente esta corrente tem a sua origem em França.
Iida (1993) define “como objetivos práticos da ergonomia a segurança, a
satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com os sistemas
produtivos”. Para o autor a eficiência será o resultado, uma vez que, tida como objetivo
poderia significar o sofrimento dos trabalhadores ao invés de seu bem-estar.
2.1.2 Efeitos da ergonomia no ambiente de trabalho
O termo ambiente pode ser usado de forma a incluir ferramentas, equipamentos,
materiais e a própria organização do trabalho.É o envolvimento do ambiente físico e dos aspectos organizacionais em todas as
situações que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho.
Fernandes (1996) propõe os seguintes critérios para avaliar as condições de
trabalho:
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 18/80
17 jornada de trabalho - número de horas de trabalho e sua relação com astarefas realizadas; carga de trabalho - quantidade de trabalho realizada noturno de trabalho; ambiente físico - condições de bem-estar e organização dolocal de trabalho; material e equipamentos - quantidade e qualidade dosmateriais e equipamentos disponibilizados para a realização do trabalho;
ambiente saudável - condições de trabalho que não ofereçam riscos de lesãoou doenças aos trabalhadores; estresse - quantidade de estresse percebidopelos trabalhadores na jornada de trabalho.
A abordagem ergonômica baseia-se no princípio básico de que o trabalho deve
adaptar-se ao homem. Através da mesma se pode produzir um ambiente de trabalho
mais humanizado. Ela procura aproveitar as habilidades mais refinadas dos
trabalhadores e proporcionar um ambiente que os encorajem a desenvolver suas
atividades.
Pode-se distinguir, no ambiente de trabalho, fatores atuantes na sua
constituição. Estes fatores podem ser denominados como fatores Principais e
Secundários. Verdussen (1978) relaciona como fatores Principais: “temperatura, ruídos,
vibrações, odores e cores. Como Secundários encontram-se: arquitetura, relações
humana, remuneração, estabilidade e apoio social”.
A prática ergonômica pode se caracterizar por uma procura da remoção dos
aspectos negativos do trabalho, capazes de gerar danos ao trabalhador e quedas no
seu desempenho. Assim, focalizando a atenção no homem a ergonomia busca os aspectos da
humanização do trabalho, tendo em vista propiciar-lhe condições mais agradáveis e
satisfatórias para se poder alcançar um melhor rendimento.
2.1.3 Ergonomia e saúde do trabalhador
O Canadian Centre for Ocupational Health and Safety (apud MARTINS, 2005)
pressupõe que as condições ergonômicas são inadequadas quando o trabalho
realizado é incompatível com o corpo dos trabalhadores e/ou sua capacidade de
continuar trabalhando, sendo que tais condições podem causar desconforto, fadiga,
lesões e doenças. No entanto, é possível prevenir lesões e doenças relacionadas com
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 19/80
18 condições ergonômicas adequadas, desde que tanto o local quanto à organização do
trabalho sejam ajustados às necessidades individuais (físicas e mentais) de cada um.
Segundo Laurell (1985), as condições de trabalho e suas patologias estão
estreitamente relacionadas à organização do trabalho e ambas dependem das relaçõesde trabalho vigentes naquele espaço social definido, refletindo valores e regras da
sociedade.
A ergonomia procura conhecer o trabalho concreto e sua adequação ao homem
no que se refere à saúde e desempenho. Pode-se definí-la como "conjunto de estudos
que visam à organização metódica do trabalho em função do fim proposto e das
relações entre o homem e a máquina." (RODRIGUES, 2000).
Numa definição mais operacional, a ergonomia analisa a atividade real, ou seja,o que, para que e como se faz. A partir dessa situação, descobrem pontos críticos,
inadequações e propõe mudanças na situação de trabalho.
Considerando a subjetividade da impressão e percepção do trabalhador e
demais fatores que permeiam o ambiente ocupacional, as seguintes atividades podem
contribuir para melhorar a saúde, bem-estar e, por conseguinte, a qualidade de vida dos
mesmos.
Segundo a European Agency for Safety at Work (apud MARTINS, 2005):
Diagnósticos médicos e exames de saúde; avaliação da capacidade funcionaldos trabalhadores e das exigências do trabalho; treinamento constante;desenvolvimento de políticas de reabilitação; manutenção segura e saudáveldo ambiente de trabalho; promoção da saúde (ex: modificação docomportamento de risco, educação sobre saúde, desenvolvimento de políticasalutar); design do posto/ambiente de trabalho.
Numa situação ideal a ergonomia deve ser aplicada desde etapas iniciais do
projeto de uma máquina, ambiente ou local de trabalho. Estas devem sempre incluir o
ser humano como um de seus componentes, prevenindo a ocorrência de futurascomplicações osteomioarticulares. (IIDA, 1993)
Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - DORT, como a
Lesão por Esforço Repetitivo – LER têm sido nos últimos anos, dentre as doenças
ocupacionais registradas, as mais prevalentes segundo estatísticas referentes à
população trabalhadora segurada. É a Segunda causa de afastamento do trabalho no
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 20/80
19 Brasil, somente nos últimos cinco anos foram abertas 532.434 Comunicação por
Acidente de Trabalho - CAT (INSS, 1997).
Para Bittencourt (2004) “a Organização Mundial de Saúde – OMS aponta que a
LER, o câncer e as patologias mentais (salientando-se a depressão) são os três gruposde doenças em curva ascendente neste início de milênio”.
As categorias profissionais que encabeçam as estatísticas são: bancários,
digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing,
secretárias, jornalistas, entre outros.
O trabalho do bibliotecário e dos profissionais que atuam em bibliotecas não
fogem a regra desses profissionais já que suas funções exigem esforço físico, como o
atendimento ao usuário, onde o funcionário recebe o acadêmico e da seqüência ao atode busca ou auxílio na procura dos volumes necessários, assim como o processamento
técnico.
Todas estas etapas da tarefa deste profissional requer rapidez, atenção e
concentração dos mesmos, gerando neste ansiedade, desgaste e sobrecarga mental. O
desgaste físico ainda é mais alto, principalmente quanto à questão das exigências de
esforços posturais e gestuais dos membros superiores e inferiores. As posturas exigem
do sistema músculo-esquelético, uma permanência quanto ao tempo e carga elevadas
fazem com que provoque risco e são favoráveis ao aparecimento e desenvolvimento de
distúrbios musculoesqueléticos, gerando alta incidência de dor e desconforto das
estruturas da mão, punho e coluna vertebral. (TAUBE, 2002)
2.2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Não são apenas as condições físicas de trabalho que importam. As condições
sociais e psicológicas também fazem parte do ambiente de trabalho, ou seja, para
alcançar qualidade e produtividade, as organizações precisam ser dotadas de pessoas
participantes e motivadas nos trabalhos que executam e recompensadas
adequadamente por sua contribuição. (CHIAVENATO, 2004)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 21/80
20 Feigenbaum (1994) entende que Qualidade de Vida no Trabalho - QVT é
baseada no princípio de que o comprometimento com a qualidade ocorre de forma mais
natural nos ambientes em que os funcionários se encontram intrinsecamente envolvidos
nas decisões que influenciam diretamente suas atuações.Para Conte (2003) “a meta principal do programa de QVT é a conciliação dos
interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao melhorar a satisfação do
trabalhador, melhora-se a produtividade da empresa”.
Novos paradigmas de modos de vida dentro e fora da empresa, construindo
novos valores relativos às demandas de QVT, estão sendo estruturados por diversos
segmentos da sociedade e do conhecimento científico, entre os quais destacam-se a
saúde, psicologia, sociologia, administração, engenharia e ergonomia. (LIMONGI-FRANÇA et al., 2002)
Como já foi abordado, a ergonomia faz a ligação entre o homem e suas
condições de trabalho. É o que afirma Grandjean (1998) em seu conceito ciência da
configuração do trabalho ajustada para o homem e que o seu objetivo é o
desenvolvimento de bases científicas para a adequação das condições de trabalho às
capacidades e a realidade das pessoas que realizam o trabalho.
Fernandes (1996) entende a QVT como “a gestão dinâmica e contingencial de
fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos que afetam a cultura e renovam o
clima organizacional, refletindo-se no bem-estar do trabalhador e na produtividade”.
Atualmente, os bibliotecários e profissionais que atuam em bibliotecas estão
cada vez mais expostos aos impactos de trabalho, sejam eles pelo avanço tecnológico,
pela nova postura que esse profissional deve possuir, além do alto grau de exigência
dos usuários.
Suaiden (1990) é enfático ao afirmar:
Racionalidade no trabalho, aumento de produção, melhor controle e maior facilidade para armazenar e disseminar a informação são as grandesvantagens que as novas tecnologias de informação oferecem para asociedade. No entanto, ainda não se sabe exatamente se as novas tecnologiasda informação poderão de fato democratizar a informação e se os profissionaisterão melhores condições de trabalho.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 22/80
21 Os novos requisitos, exigidos no mercado da informação, denotam a
necessidade de um profissional com visão estratégica, receptivo a mudanças e flexível
às inovações. Quando consideramos que não é este o profissional que está sendo
qualificado pelas Instituições de Ensino, e que no exercício de sua profissão quer eprecisa de reconhecimento e respeito, entendemos porque, no caso do bibliotecário,
pouco ou nada se sabe de suas atividades e o a imagem social não são das mais
positivas. Talvez se parta da premissa de que se ninguém conhece, ninguém vai exigir.
Mas, o sistema de produção vigente inevitavelmente impõe cobranças, e o profissional
tem de buscar, por sua própria iniciativa, os meios e métodos de trabalho que lhe
proporcionem valorização pessoal. (CARVALHO, 1998)
Para Araripe (2005):
É indiscutível que, acoplado a esse universo de conhecimentos ecompetências, existem outros aspectos que devem permear o fazer profissional, dos quais depende o bom desempenho do profissional dainformação e, conseqüentemente, o seu reconhecimento pela comunidadeonde atua. Esses aspectos se configuram como requisitos essenciais, numasociedade onde a informação se caracteriza como elemento fundante para oseu desenvolvimento. Dessa forma, o profissional da informação deve, além dodesempenho intelectual, exercer: ações políticas; ações pedagógicas e depesquisa; ações proativas; atividades profissionais autônomas; parcerias comprofissionais de outras áreas do conhecimento; atuação interdisciplinar;
atividade de gerência, de liderança, de empreendedor, de forma ética,dinâmica e criativa, e apresentando um bom nível de auto-estima profissional.
Percebe-se, então, que para esses profissionais, é um pouco difícil exercer uma
atividade onde sempre se espera dele que corresponda ao modelo.
Direcionando essa realidade a aspectos ergonômicos de trabalho, implica em
ansiedade, desconforto, sentimento de inadequação, fazendo com que esse
profissional se sinta desmotivado e desvalorizado.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 23/80
22 2.3 CONCEITOS DE EMPREGO E TRABALHO
É comum associar as palavras emprego e trabalho como se tivessem o mesmosignificado. O trabalho surgiu no momento em que o homem começou a transformar a
natureza e o ambiente ao redor com o auxílio do artesão. Após o advento da Revolução
Industrial, configura-se a relação capitalista com a necessidade de organizar grupos de
pessoas, processos, instrumentos criando-se a partir daí, a idéia do emprego, o qual
sempre sugeriu relação estável, e mais ou menos duradoura, entre a empresa e o
empregado. Desde então, as noções de trabalho e de emprego foram se confundindo.
(PUPO, 2007)Para Stein (2004):
a palavra na língua da cultura européia tem mais de uma significação. O gregotem uma palavra para fabricação e oura para esforço, oposto a ócio; por outrolado, também apresenta pena, que é próxima da fadiga. O latim distingue entrelaborare, a ação de labor, e operare, o verbo que corresponde a opus, obra. Noinglês há distinção entre labour e work , como no alemão, entre arbeit e werk ,como werk , contém a ativa criação da obra, que está também em schaffen,criar, enquanto labour e arbeit se acentuam os conteúdos de esforço ecansaço. Em português, apesar de haver labor e trabalho, é possível achar na
mesma palavra trabalho ambas as significações: a de realizar uma obra que teexpresse, que dê reconhecimento social e permaneça além da tua vida; a dereconhecimento social e permaneça além d tua vida; e a de esforço rotineiro erepetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável.
De acordo com Fryer e Payne (apud MORIN, 2001) a definição de trabalho
refere-se à “uma atividade útil, determinada por um objetivo definido além do prazer
gerado por sua execução” enquanto que emprego, conforme Morin (2001),
“corresponde ao conjunto de atividades remuneradas e possui a noção de salário e do
consentimento do indivíduo em permitir que uma outra pessoa dite suas condições de
trabalho”.
Pupo (2007) afirma que o emprego se configurou ao longo do tempo como
relação estável, porque existe um contrato com vínculo, carteira assinada e sendo
assim, instaura-se uma condição de conforto pelos benefícios do FGTS, 13º salário,
férias e outros tantos, mas por outro lado, também temos muitas outras obrigações,
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 24/80
23 pouco agradáveis como bater cartão, submeter-se à subordinação e muitas vezes
cumprir ordens e regras rígidas.
Com o passar dos tempos, o tão sonhado e confortável emprego veio sofrendo
fortes alterações, em que as condições de estabilidade até então oferecidas foramperdendo forças, resultado da globalização e dos próprios adventos tecnológicos, os
quais acirraram a competitividade, eliminando postos, níveis hierárquicos e deixando
milhões de pessoas desempregadas, em grande parte do nosso planeta.
Essas realidades vêm configurando um cenário de desemprego cada vez maior.
O Ministério do Trabalho registrou no mês de fevereiro de 2007 a queda de 16,2% de
novos empregos com carteira assinada em relação ao verificado no mesmo mês de
2006. (MTE, 2007)Com o passar dos tempos, é muito comum ver a substituição do emprego fixo,
de longa duração e em tempo integral por outras formas de prestação como o trabalho
temporário, trabalho autônomo, da terceirização dos serviços, etc.
Enquanto o emprego diminui, a possibilidade de trabalho aumenta
vertiginosamente. E é nesse contexto que surge a figura do empreendedor. Nesse
sentido, no mundo do trabalho o profissional terá que se tornar o administrador de sua
própria carreira, sendo responsável pelos seus ganhos e perdas fazendo do emprego
como sinônimo de conforto e de acomodação ou pela transformação de uma situação
de incerteza como prelúdio ao incentivo para buscar e enfrentar as diversas formas que
se apresentam de prestação de serviços. (PUPO, 2007)
2.4 FATORES HUMANOS NO TRABALHO
2.4.1 Fadiga
Segundo Couto (1996) a fadiga é classificada em três categorias básicas: fadiga
física, fadiga mental e fadiga psíquica. Na fadiga física, pode-se identificar uma ou mais
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 25/80
24 estruturas orgânicas sobrecarregadas durante o trabalho; na fadiga mental, ocorre à
sobrecarga dos mecanismos mentais relacionados ao trabalho; e na fadiga psíquica
ocorre uma inadaptação psíquica do indivíduo do seu comportamento afetivo em
relação a um ou alguns aspectos de sua realidade de vida.
Iida (1993) afirma que a fadiga “é o efeito de um trabalho continuado que
provoca uma redução reversível da capacidade do organismo e uma degradação
qualitativa desse trabalho”.
Ainda para Iida (1993):
os sintomas de fadiga psicológica (psíquica) são mais dispersos e não semanifestam de forma localizada, mas de forma mais ampla, como sentimentode cansaço geral, aumento da irritabilidade, desinteresse e maior sensibilidade
a certos estímulos como fome, calor, frio ou má postura.
Ribeiro (apud BARBOSA, 2000) lista como sintomatologia da fadiga psíquica as
cefaléias, tonturas, anorexia, tremores das extremidades, dificuldades em concentrar-
se, crises de choro, alterações do sono, diminuição da libido e diminuição da eficiência
para o trabalho, seja físico ou mental.
Para efeito esclarecedor cumpre diferenciar entre fadiga e estresse profissional.
A fadiga é um sinal, ou seja, um grande alerta do organismo psicofísico para avisar das
situações que encaminham o indivíduo à exaustão. Já, o estresse profissional é a
própria exaustão, é o sintoma incorporado, psicosomatizado. (SOUZA, 2005)
Enquanto a fadiga é, facilmente recuperada sob o aspecto fisiológico e mental,
através do descanso, o estresse profissional traz as conseqüências de uma exaustão
negativa, com a apresentação de sintomas depressivos, ansiosos e agressivos. Estes
últimos quando instalados como patologia, são de difícil tratamento, gerando
afastamentos prolongados dos trabalhadores e, conseqüentemente a necessidade de
readaptação ao retornarem ao trabalho. (SOUZA, 2005)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 26/80
25 2.4.2 Estresse
Foram identificadas diferentes origens etimológicas para a palavra stress, comono inglês antigo, stresse (dureza, desconforto); do francês estresse (estreiteza); do latim
strictia e strictus (apertado, estreito). (LIMONGI, 2002)
Para Brunner e Suddarth (1993), o estresse é o estado produzido por uma
alteração no meio ambiente que é percebido como desafiadora, ameaçadora ou lesiva
para o equilíbrio dinâmico da pessoa (...). A mudança ou estímulo que provoca esse
estado é o agressor. O estresse refere-se ao estado psicológico que é gerado pelo
julgamento de uma pessoa às demandas (exigências) que lhe são impostas.Estresse é o conjunto de reações físicas, químicas e mentais do organismo
humano às circunstâncias que excitam, amedrontam, confundem, põem em perigo ou
irritam o indivíduo. Para Bauk (1985), estresse ocupacional é definido como um
conjunto de perturbações psicológicas ou sofrimentos associados às experiências de
trabalho e incluem:
• distúrbios emocionais – ansiedade, depressão, angústia,
hipersensibilidade e/ou irritabilidade aumentadas;
• sintomas psicopatológicos – sem qualquer doença mental,
desencadeados por um excesso de exigências mentais (cognitivas,
psíquicas) provenientes do trabalho e, especificamente, da organização
do trabalho.
Causa do estresse no trabalho:
• conteúdo do trabalho - sentimento de incapacidade;
• condições de trabalho inadequadas;
• fatores organizacionais;
• pressões econômico-sociais.
Dificuldades percebidas no trabalho:
a) dificuldades relacionadas com a tomada de decisões como:
• as informações disponíveis são insuficientes;
• as informações disponíveis não são confiáveis;
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 27/80
26 • as informações disponíveis são complicadas;
• minha ação pode prejudicar outras pessoas;
• minha ação pode prejudicar a empresa;
• as possíveis conseqüências da ação são desconhecidas.
b) dificuldades relativas ao relacionamento pessoal como:
• preciso convencer as pessoas para que não tenham opiniões diferentes
as pessoas não realizam aquilo que foi combinado;
• algumas pessoas não transmitem opiniões.
c) dificuldades relacionadas com o gasto de tempo e de energia, como:
• tempo disponível é muito curto.
• a tarefa é desgastante;• trabalho é muito interrompido por telefonemas.
De acordo com Limongi (apud BARBOSA, 2000) os principais fatores que
provocam o estresse são os seguintes: cadeiras desconfortáveis, iluminação
inadequada, ar condicionado, trabalhar sem interrupção, falta de confiança entre as
pessoas, rejeição, falta de capacitação, desqualificação do trabalho, guardar mágoas e
competição exagerada.
2.4.3 Satisfação no Trabalho
O termo satisfação no trabalho refere-se a atitude geral do empregado com seu
cargo/trabalho, ou seja, uma pessoa que está plenamente satisfeita com suas
atividades mantém atitudes positivas, em caso contrário pode se manifestar
insatisfação.
Grabarschi (2001) afirma:
Uma definição funcional de envolvimento com o trabalho pode ser a afirmaçãode que o termo mede o grau em que uma pessoa se identificapsicologicamente com seu trabalho, e considera seu nível de desempenhocomo importante na valorização de si mesma. Os funcionários com alto nívelde envolvimento com o trabalho identificam-se muito com o tipo de atividadesque realizam e se preocupam realmente com elas.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 28/80
27
Segundo Iida (1993) os fatores que atuam na satisfação do ser humano no
trabalho, podem ser agrupados da seguinte forma:
a) ambiente físico: podem ser destacados a localização geográfica, o maquinário,as condições de higiene e saneamento básico;
b) ambiente psicossocial: diz respeito à percepção de segurança e estima,
oportunidade de crescimento profissional, relações interpessoais e benefícios;
c) remuneração: a questão salarial interfere em fatores do ambiente psicossocial
e físico;
d) jornada de trabalho: jornada de trabalho longa pode provocar insatisfação e
doenças;e) organização: a organização do trabalho gera satisfação ao funcionário a partir
de sua participação nas decisões.
Lynk e Verdin (apud NAKAMURA, 1994) observam a relação entre a satisfação
no trabalho e a qualidade dos serviços desenvolvidos por bibliotecários. Wahba (apud
NAKAMURA, 1994) afirma que "a insatisfação conduz à disfunção do comportamento
organizacional causando, entre outros, baixa qualidade de vida e, principalmente,
conflitos entre patrões e empregados".
Parmer e East (apud NAKAMURA, 1994), num estudo comparado, concluíram
que "as pessoas que lidam com o público desenvolvem suas atividades mais satisfeitas
que o pessoal do serviço técnico". Esta satisfação decorre da interação entre essas
pessoas e os usuários, ocasião em que se processa o feedback , resultando na
importância do trabalho realizado.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 29/80
28 2.5 CONDIÇÕES DE TEMPO DE TRABALHO
2.5.1 Jornada de trabalho
No início da revolução industrial a jornada de trabalho (duração do trabalho
diário) chegou a ser 16 horas diárias, sem descanso semanal e sem férias. Atualmente,
com o progresso tecnológico e o aumento da produtividade reduziu-se a jornada de
trabalho. As indústrias adotaram o sistema de 5 dias semanais de trabalho, com
jornadas diárias de 8 a 9 horas, totalizando 40 a 45 horas semanais. (BARBOSA, 2000) Tittoni e Iida (apud SANTANA, 1996) relatam que as jornadas de trabalho com
longas durações, ou seja, superior a 8 ou 9 horas são improdutivas. As pessoas que
são submetidas a longas jornadas reduzem seus ritmos de trabalho durante a jornada
normal, a fim de acumular reservas de energia para suportar as horas-extras. Assim, a
quantidade total de trabalho, incluindo as horas-extras, não será muito maior daquela
produzida no regime normal.
Iida (1993), afirma que na visão da ergonomia, as jornadas de trabalho
superiores a 8 a 9 horas diárias de trabalho não são produtivas. De acordo com
Grandjean (1998), estudos durante e após a Segunda Guerra Mundial mostraram que a
diminuição de 10 a 12 horas por dia para 8 horas diárias aumentava consideravelmente
a produtividade.
2.5.2 Pausa do trabalho
A pausa do trabalho é uma indispensável condição fisiológica no interesse de
manutenção da capacidade produtiva. A introdução das pausas de descanso não é só
uma necessidade vital do corpo, mas também, principalmente em trabalhos mentais,
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 30/80
29 onde a destreza dos dedos e a exigência dos órgãos dos sentidos é importante.
(BARBOSA, 2000)
Segundo Grandjean (1998), “a introdução de pausas adia o surgimento das
manifestações de fadiga e a queda da produção como conseqüência da fadiga, éreduzida”. O autor destaca ainda afirmando que “mesmo que nem todas as pesquisas
tenham sido feitas segundo o rigor científico, foi mostrada uma tendência a que as
pausas no trabalho aumentam o rendimento”.
2.6 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA BIBLIOTECA
O ambiente da biblioteca necessita de boas condições para que o trabalhador e
conseqüentemente o usuário possam sentir-se dispostos a desenvolver suas
atividades.
É necessário que a biblioteca esteja estruturada de modo a permitir que sua
função seja exercida em plenitude. Assim, é preciso que ela esteja situada em local de
fácil acesso, tenha condições ambientais adequadas, estacionamentos amplos, acervo
diversificado e atualizado, e, principalmente, que seu edifício permita ampliações
futuras, garantindo a prestação dos serviços informacionais no seu ambiente físico de
maneira satisfatória para os usuários. (FORTES; SILVA; BEZERRA, 2002)
Para Mazzoni, Torres e Oliveira (2001):
Dentro da estrutura de uma biblioteca universitária, a acessibilidade envolvetantos aspectos urbanísticos (estacionamento, caminhos de acesso etc.), comoaspectos arquitetônicos (iluminação, ventilação, espaço para circulação entreambientes, banheiros, rampas adequadas etc.) e aspectos de informação e
comunicação (sinalização, sistemas de consulta e empréstimos, tecnologia deapoio para usuários portadores de deficiências, sistemas para acesso remotoetc.).
De acordo com Almeida (2000), a complexidade do planejamento do espaço
físico está relacionada às funções da unidade de informação, à existência ou não de
acervo e, em caso positivo, à sua diversidade; à natureza e à quantidade de serviços
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 31/80
30 prestados; ao tipo e à quantidade de usuários e funcionários, bem como às
perspectivas futuras, ou seja, às atividades e serviços previstos.
Trinkley (2001) assegura que o prédio “deve servir como um ‘envelope’ barreira
entre um ambiente interno controlado e um ambiente externo estável e como um ‘filtro’permitindo a entrada controlada de luz, calor, umidade e outros elementos do meio
ambiente”.
Já Amaral e Fortes (2002) dizem que: “os edifícios inteligentes usam a natureza
como meio de descanso para os usuários e se preocupam com a ergonomia do prédio
como um todo, dos móveis, a combinação das cores, dos hábitos dos usuários, entre
outros fatores”.
2.6.1 Acústica
A acústica ocupa lugar de destaque nas bibliotecas, pois a maioria destas não
são planejadas de acordo com os padrões.
Dentro de uma biblioteca o nível de ruído, segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT, 1999) é de 35-45 decibels. Esta norma tem por objetivo
estabelecer os níveis de ruídos aceitáveis em ambientes internos onde se realizem
atividades de comércio, indústria, arte, ensino, esporte e outros. Para os efeitos desta
norma, o nível de ruído aceitável é o valor máximo do nível de som, sendo este medido
em decibels, que permite o mínimo de conforto à maioria dos ocupantes de um
determinado ambiente.
Mediante estas informações, o bibliotecário deve tomar medidas práticas para
corrigir as falhas existentes, tais como:• adaptar cabines de estudo individual;
• criar áreas de silêncio com devido isolamento acústico;
• uso de carpete e/ou pisos sintéticos para abafar o barulho dos passos;
• colocação de telefones e máquinas de escrever em cabines;
• posicionamento das mesas/balcões de trabalho distantes das áreas de silêncio;
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 32/80
31 • evitar a interferência de barulhos, como casas de máquinas, subestações
elétricas, elevadores, ar condicionado, etc;
• colocar cartazes convidando ao silêncio. (COSTA; ZIEGLER, ROLLO, 1999)
Figueiredo (1983), afirma que “deveria ser incluído na prática bibliotecária um
programa no sistema de ventilação com um fundo ambiental de sons suaves para
disfarçar ruídos de movimento, zumbidos provenientes das instalações e das
conversões baixas”.
2.6.2 Temperatura
Para que o funcionário e o usuário estejam dispostos e satisfeitos é necessário
de boas condições térmicas.
O ambiente da biblioteca, segundo Pereira, Berto e Barros (2001) “deve ser um
local quente no inverno e fresco no verão, a temperatura e a umidade do ar precisam
ser controladas, já que o ambiente da biblioteca está ligado à preservação do acervo.”
De acordo com a divisão de Arquitetura de Caracas, Venezuela (1998):
Las aberturas o ventanas deben ubicarse de tal forma que se establezca laventilación cruzada en cada uno de los ambientes. Las ventanas y otroselementos de ventilación natural deben ser estudiados de manera de poder controlar la circulación del aire. Además de evitar la posible entrada de agua,sol, polvo u otros contaminantes atmosféricos, además de insectos y alimañas, por el deterioro que ocasionan a las colecciones.
Segundo Covacevice et al. (2007) “a temperatura da biblioteca deve estar entre
20ºC e 25ºC.” Já para Brown (1997) “os padrões europeus da temperatura e da
Umidade Relativa - RH, geralmente aceitáveis em uma biblioteca, são: 18.5° C a 21° C;
RH de 50% - de 60% (nunca para exceder o RH de 65%)”.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 33/80
32 2.6.3 Umidade
Um dos fatores que colocam em risco a grande maioria dos acervos é aumidade. É o que afirma Sauthier, Carvalho e Santos (2000) “a temperatura deve ser
mantida em torno de 19º a 23º centígrados e a umidade relativa do ar entre 50% a 60%,
através de aparelhos específicos, como, ar condicionado, ventiladores, higrômetros e
desumidificadores”.
Estações ou climas muito úmidos provocam o surgimento de mofo e o ataque de
insetos enquanto as condições de regiões áridas e de prédios super aquecidos, sem
controle de umidade, produzem desidratação e tornam quebradiços os materiais.(OLDHAM; SCOTT, 2001)
É o que afirma Mello e Santos (2004): “o calor danifica os materiais, a umidade
facilita a proliferação de fungos e de insetos e a poeira suja e favorece o aparecimento
de fungos”.
A higienização periódica do acervo é um ponto fundamental para a sua
preservação e para a segurança do usuário. De acordo com Beck (1985): “a
higienização dos documentos devem ser realizadas com um aspirador de pó ou trincha
de cerdas macias, uma vez ao ano. A limpeza sistemática do ambiente, com pano
úmido e aspirador, deve ser diária”.
Os meios de comunicação diariamente denunciam que agentes
biodeterioradores têm dizimado importantes acervos públicos ou privados. O
diagnóstico das condições do acervo e a adoção de medidas preventivas de dano
desses agentes são essenciais para a sua preservação. Além dos métodos de controle,
utilizados por empresas especializadas no extermínio de baratas, traça de livro, piolho
de livro, brocas e cupins, recomenda-se a utilização de estantes de metal. A estante demadeira tratada deverá ser usada para a parte do acervo que reúne filmes e fitas
magnéticas. (SAUTHIER; CARVALHO; SANTOS, 2000)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 34/80
33 2.6.4 Ventilação
Uma boa ventilação é fundamental em uma U.I., pois geram bem-estar aosusuários, funcionários e a conservação do acervo.
De acordo com Oldham e Scott (2001):
O local da Biblioteca deve ser projetado para ter iluminação natural, sem quehaja uma incidência direta da luz solar no acervo, e ventilação adequada, quereduzirá bastante o aparecimento de pragas. É importante verificar que, apreservação do material bibliográfico e dos equipamentos existentes estãodiretamente relacionados com a escolha do local da Biblioteca. Portanto, deve-se verificar se o local não está sujeito a variações bruscas de temperatura,
umidade, inundações, incêndios, pragas, etc.
A ventilação deve ser garantida, assim como a circulação do ar, por sistemas de
ventilação e através de filtros de alta qualidade. O ar deve ser constantemente
renovado, com janelas dimensionadas e posicionadas adequadamente, sem corrente
direta, mas proporcionando a devida movimentação do ar. Deve ser evitada a
conjunção temperatura elevada/umidade. (MELLO; SANTOS, 2004)
De acordo com Pereira, Berto e Santos (2000): “para haver ventilação suficiente,
por exemplo, numa sala para 30 leitores é preciso que o espaço tenha 10 metros deextensão, 5 metros de largura e 3 de altura”.
2.6.5 Iluminação
A luz é utilizada em bibliotecas de duas maneiras, como iluminação ambiental e
como iluminação de serviço. A iluminação ambiental define a expectativa geral do
visitante, transmitindo uma atmosfera psicológica no espaço interno. A iluminação de
serviço é aquela utilizada por funcionários e usuários da biblioteca nos espaços de
estudo e serviço fixo, por isso deve ser melhor avaliado seu processo de escolha para
não prejudicar essas pessoas. (ANSELMO; CHIARELLO, 1999)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 35/80
34 Rutherfor (1990) recomenda que o limite de radiação ultravioleta tanto para
acervos quanto para leitura seja de 75 Ultra Violeta - UV (mw/lumen).
Sarmento (2003) diz que: “a radiação ultravioleta (luz solar e lâmpadas
fluorescentes) são prejudiciais ao papel, a celulose oxida. E as reações de mudançasna cor e composição dos materiais continuam mesmo após removida a causa, os danos
são cumulativos”.
A luz solar (UV), não deve incidir diretamente sobre o acervo, bem como a luz
branca (lâmpadas fluorescentes), que devem ser mantidas numa boa distância da
coleção, pois são altamente prejudiciais ao papel, tornando-os escuros (amarelados),
devido a degradação da lignina presente na sua composição. Recomenda-se o uso de
filtros protetores nas janelas e nas lâmpadas. Persianas nas janelas amenizam a açãoda luz solar. (SILVA FILHO, 1994)
A norma NBR 5413 estabelece uma iluminância média de 500 lux para sala de
leitura; para o recinto das estantes e fichários são 300 lux. Os locais para leitura podem
ficar próximos das janelas, mas as estantes contendo o acervo jamais deverão ficar em
local onde há incidência da luz natural. (ABNT,1992)
2.6.6 Pisos e revestimentos
Ao escolher um piso ou revestimento deve se levar em conta à sobrecarga, pois
estantes e livros tem um peso superior a uma pessoa e permanece constante.
A Divisão de Arquitetura (1998) afirma que: “um ambiente sem estantes a
sobrecarga estimada é de 500 Kg/m² enquanto com estantes é de 2.000 Kg/m²”.
Para Trinkley (2001): “o piso ideal deve ser silencioso, impermeável, resistente à
água, à prova de fogo, que não seja favorável à infestação de insetos, que não exale
nenhum poluente nocivo e que seja de fácil manutenção”.
O carpete é, por vários motivos, uma escolha a ser considerada. É um dos mais
usados pelo conforto e custo. Sob alguns aspectos, é inadequado (em termos de
preservação). A durabilidade varia de acordo com o material de que é feito, caso ele
deva ser colocado, um produto sintético é preferível a um produto de lã e servirá melhor
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 36/80
35 ao controle de pragas. O carpete é oferecido no mercado em rolos ou em placas (o que
facilita sua colocação e substituição). Devido a sua natureza, não é possível lavá-lo
freqüentemente, porém deve-se aspirá-lo seguidamente. Uma de suas vantagens é a
ótima absorção de som, luz e ruídos. Hoje se encontram carpetes anti-alérgicos, anti-micróbios, anti-estáticos, auto-extinguíveis, e apresentam tipos diferentes para serem
aplicados em áreas de alto e médio tráfego. (TRINDADE; COMNADULLI; ZOTTIS,
2000)
Os pisos vinílicos tem a seu favor a maleabilidade, durabilidade, custo, colorido
resistente e a facilidade de manutenção. Sua limpeza é fácil. E ao considerarmos que
uma biblioteca é um local que necessita de o mínimo ruído possível, mas com intensa
atividade (pessoas caminhando de um lado para outro, carrinhos de livros, etc...),percebe-se a necessidade de um material resistente. Existem vários tipos destacando-
se: piso Paviflex: o mais conhecido e utilizado, com muitas cores, duradouro e
resistente ao fogo. Porém, mancha com facilidade e tem média absorção acústica; piso
Decorflex: mais macio que o Paviflex e com conforto térmico, porém mais caro e não
resistente ao fogo; piso Vulcapiso: semelhante ao Paviflex, mas resiste menos ao
cigarro (no entanto, em bibliotecas é proibido fumar). (TRINDADE; COMNADULLI;
ZOTTIS, 2000)
Os pisos de madeira (parquet, taboão, laminado de madeira ou fórmica), tem a
inconveniência de necessitarem um constante tratamento (cera, aspirador, vassoura),
além de não absorverem bem os ruídos e serem, algumas vezes, os próprios
produtores destes ruídos. Outro grande problema dos pisos de madeira é a sua
sensibilidade à umidade e a deterioração fácil, por fungos, bactérias ou insetos (cupins,
formigas e carunchos). É necessário que o local tenha boa ventilação, pouca umidade e
o piso deve ficar longe do contato com o solo. A água deve ser evitada na limpeza,
sendo necessário o uso de um impermeabilizante. O parquet, quando utilizadoconstantemente, tende a soltar-se, exigindo gastos e tempo com a manutenção. Tem
como vantagens à permanência de suas qualidades (não deforma), facilitando quando
necessária uma reorganização na biblioteca, além de bom isolamento térmico e baixa
sensibilidade às variações de temperatura. (TRINDADE; COMNADULLI; ZOTTIS, 2000)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 37/80
36 Os elastômeros mais recomendados para interiores são os de borracha
Plurigoma e Gomaplac. O primeiro apresenta superfície pastilhada, estriada ou lisa e é
indicado para áreas de tráfego intenso. Tem bom custo, boa absorção acústica e fácil
manutenção. É de fácil reposição por vir em placas, mas dificulta a circulação doscarrinhos de livros e deixa o ambiente pouco aconchegante. O piso de borracha
Gomaplac é indicado para áreas com tráfego normal. Quando lavado com água sua
fixação fica comprometida nem pode ser usado em áreas úmidas e em rampas.
(TRINDADE; COMNADULLI; ZOTTIS, 2000)
Por último, os pisos frios (cerâmica, pedra e metal). A pedra e a cerâmica têm
boa resistência e apresentam versões anti-derrapantes e são esteticamente agradáveis.
São, porém de alto custo, baixa absorção acústica e reposição difícil das cerâmicas nãoresistem a grandes variações de temperatura e tendem a rachar. Além disso, tornam o
ambiente frio e úmido, não sendo indicados para locais onde o inverno é rigoroso.
(TRINDADE; COMNADULLI; ZOTTIS, 2000)
Outro ponto a considerar quando se escolhe o tipo de piso são as cores que
serão usadas. É o que afirma Leal (apud SANTORO, 2000) as estantes não precisam
ser necessariamente cinzas (o autor citado se refere ao concreto). Deve-se evitar o
visual pesado da concentração de cores “mortas”, adotando-se o uso de cores quentes
nos mais diferentes pontos em que possam provocar impactos positivos. Por exemplo,
a grande área de armazenagem de coleções merece um colorido no piso para
contrastar com a estanteria, que na maioria das vezes é cinza ou em outro tom neutro
como casca de ovo.
2.6.7 Mobiliário
O mobiliário da biblioteca deve ser simples, resistente e ergonômico, com bom
acabamento, visando o conforto de seu usuário. Não deve apresentar frestas, pois pode
acumular poeira e/ou insetos e as extremidades devem ser arredondadas, quando se
tratar de mesas e cadeiras. Móveis de aço são resistentes, tem maior durabilidade e
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 38/80
37 evitam a umidade e infestação de insetos. É imperativo que se empregue estantes de
metal na armazenagem do acervo. As cadeiras devem apresentar suporte lombar
móvel, estofados nem duros e nem macios demais (em tecido poliéster), algumas com
braços reguláveis, e altura regulável. Os computadores não podem ser instalados pertode aparelhos de ar condicionado, em áreas que pegam sol o dia inteiro e junto a
janelas. (MINUZZO, 2004)
A Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde do Trabalhador – NR
17/Ergonomia (117.000-7) estabelece:
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador
condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aosseguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície detrabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dosolhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; b) ter área de trabalhode fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c) ter característicasdimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dossegmentos corporais.
A ABNT (2004) esclarece de uma forma bastante evidente a altura necessária
para atender bem os portadores de deficiência física, como os cadeirantes. O balcão
deve possuir o mínimo de 0,73 m de altura em relação ao solo e uma profundidade livre
de 0,30 m para acomodação das pernas, por exemplo.
Para Pozo Milani e Araújo (2000): “o tamanho dos balcões depende do porte da
biblioteca e sua forma pode ser em "L" ou "U", para que se tenha uma melhor visão do
ambiente e dos usuários”.
Ainda para Pozo, Milani e Araújo (2000): “as mesas circulares (120cm x 73,5cm,
em madeira ou laminado) são usadas, geralmente por grupos de usuários (geralmente
4 pessoas)”.
A altura das cadeiras devem ser de 42 a 45 cm, do tipo anatômico. (Hernández,2002, tradução nossa)
De acordo com Wehrplotz, Candido e Bono (2000) as estantes para os livros
devem ter as seguintes medidas: altura máxima: 1,80m; largura das secções: 1m;
profundidade: 0,20 a 0,25cm; número de prateleiras: de 5 a 6 (reguláveis e removíveis);
espaço entre uma estante e outra: 0,76 a 1 m para facilitar a circulação dos usuários;
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 39/80
38 quando necessário, os livros são mantidos na vertical, por meio de suportes de aço:
bibliocantos de aço em forma de "L" com 0,8 cm de altura e 0,10 cm de largura por 0,14
cm de comprimento.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 40/80
39 3 METODOLOGIA
3.1 NATUREZA DO ESTUDO
Esta pesquisa se caracteriza como um estudo de caso de abordagem quali-
quantitativa.
A pesquisa utiliza-se de procedimento qualitativo, para obtenção e análise de
dados, caracterizando-a como estudo de caso.
De acordo com Gil (1994), “a análise de uma unidade de determinado universo,viabiliza a compreensão da sua generalidade”.
Godoy (1995) afirma que “com a abordagem qualitativa é possível obter dados
predominantemente descritivos sobre pessoas, processos interativos, através do
contato direto do pesquisador com a situação a ser estudada”.
Além da pesquisa qualitativa, será abordada a pesquisa quantitativa. Para
Greenhalgh e Taylor (apud PEREIRA, 2001) a pesquisa quantitativa, deve ser utilizada
como uma idéia (freqüentemente utilizada como uma hipótese) com a qual, através demedidas de dados e por dedução, chega-se a uma conclusão. Este tipo de abordagem
é utilizado para responder perguntas de pesquisa simples, precisas e confiáveis que
permitem uma análise estatística.
Thomas e Nelson (2002) esclarecem que a pesquisa quantitativa tende a
centralizar-se na análise (por exemplo, separa e examina os elementos de um
fenômeno), enfatizando a dedução, enquanto a pesquisa qualitativa almeja entender o
significado para os indivíduos de uma experiência em determinado ambiente, além de
quais maneiras os elementos se combinam a fim de compor o todo, enfatizando a
indução.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 41/80
40 3.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
A pesquisa se caracteriza como exploratória, que utiliza o método descritivo comaplicação de estudo de caso.
Foi escolhido o estudo de caso para compreender a relação do homem com o
trabalho, a fim de confrontar uma ação sobre a realidade.
O estudo de caso permite o conhecimento amplo e detalhado de um ou de
poucos objetos, retratando a realidade e as complexas condições sócio-culturais da
situação estudada. (YIN, 1989)
3.3 POPULAÇÃO
A população da pesquisa foi composta pelos 9 trabalhadores da Biblioteca da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Campus Biguaçu.
3.4 TÉCNICA DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
3.4.1 Questionário estruturado
Os dados primários foram coletados por meio de um questionário estruturado(apêndice A), com perguntas abertas e fechadas respondidas pelos trabalhadores da
Unidade de Informação.
O questionário foi aplicado nos dias 29 e 30 de agosto de 2007, nos períodos
matutino e vespertino. Em seguida foi explicado a relevância e os objetivos da
pesquisa, assim como solicitado o consentimento por escrito, conforme o Comitê de
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 42/80
41 Ética da UDESC (anexo A). A pesquisadora permaneceu na sala durante a aplicação
do questionário a fim de prestar esclarecimentos com respeito às questões, caso fosse
necessário.
Os dados foram analisados através de uma análise estatística simples levandoem consideração os percentuais das respostas, a entrevista semi-estruturada e o uso
da revisão de literatura.
3.4.2 Categoria de análise
Definiu-se como categoria para a análise dos dados os seguintes itens:
• Dados profissionais (Perfil do Trabalhador);
• Dados profissionais e características do trabalho;
• Condições físicas de trabalho;
• Condições de trabalho (saúde).
3.4.3 Entrevista semi-estruturada
A análise da percepção dos diferentes funcionários sobre as condições do
ambiente de trabalho foi retirada das entrevistas baseadas nas respostas dos mesmos.
A entrevista semi-estruturada baseia-se apenas em uma ou poucas questões
guia, quase sempre abertas, onde nem todas as questões elaboradas são utilizadas
durante a realização da entrevista, e onde podem ser introduzidas outras questões que
venham a surgir no processo. (TAKANA; MELO, 2001)
Segundo Kahn e Cannel (apud MINAYO, 1992) a entrevista é definida como
“uma conversa a dois, feita por iniciativa do entrevistador, destinada a fornecer
informações pertinentes para um objeto de pesquisa, e entrada pelo entrevistador em
temas igualmente pertinentes com vistas a este objetivo”.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 43/80
42 Ao concluir a aplicação do questionário, agradecia-se a participação e deixava-
se a pergunta em aberto para a entrevista: você tem alguma consideração a fazer
relacionado ao seu ambiente de trabalho?
Foram realizadas em sala reservada, fora da área de trabalho do empregado. Osmesmos foram novamente orientados quanto aos objetivos e confiabilidade da
pesquisa. Foi solicitada e obtida a autorização para gravação das entrevistas.
Os trabalhadores demonstraram interesse em responder as perguntas, no
entanto, dois apresentaram inibição em responder algumas questões.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 44/80
43 4 ESTUDO DE CASO
Este capítulo compreende a descrição, análise e interpretação dos resultados do
estudo realizado na Biblioteca da UNIVALI. Inicialmente, apresenta-se o histórico da
Unidade de Informação e suas características, focando o Campus Biguaçu.
A seguir, apresenta-se a pesquisa junto aos trabalhadores sobre a abordagem
ergonômica no ambiente de trabalho e suas percepções.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE INFORMAÇÃO
A UNIVALI tem como característica, possuir a estrutura do seu campi
descentralizada, tendo vários campus e núcleos de educação, distribuídos na região
litorânea de Santa Catarina. No município de Biguaçu, a Universidade ficou dividida em
dois campus (A e B). Isso aconteceu devido à necessidade de expansão do Centro de
Educação, que foi construído inicialmente num terreno de área limitada. Logo após a
Universidade conseguiu outro terreno de maior área, cuja distância em relação ao
primeiro campus é menor que dois quilômetros. Deu-se início a construção do segundo
campus, denominado “B”, onde está localizada a Biblioteca Setorial, objeto deste
projeto.
A Biblioteca setorial da UNIVALI é participante do SIBIUN - Sistema Integrado de
Bibliotecas da UNIVALI que padroniza os serviços oferecidos pelas bibliotecas da rede.
Ela presta serviços diretos aos cursos de: Administração, Ciências Contábeis,
Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia, Segurança Pública, Tecnologia em
Gestão de Empreendimentos Rurais e Tecnologia em Gestão de Segurança Privada,
além de atender a rede SIBIUN. No ano de 2007, o curso de Direito foi transferido do
Campus A para o B, tornando seus acadêmicos, novos clientes desta Unidade de
Informação.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 45/80
44 Seu acervo geral, disponibiliza mais de 8.372 títulos de obras, totalizando
aproximadamente 19.281 exemplares. O Setor de Periódicos oferece 263 títulos, dentre
assinaturas, permutas e doações e conta com um acervo crescente de
aproximadamente 6.760 exemplares, além de disponibilizar outros tipos de materiaiscomo CD-ROM, mapas e jornais. Com a chegada do curso de Direito, a biblioteca
dobrou esses números.
A U.I. possui caráter universitário, porém, esta condição não interfere na
freqüência e utilização de seus recursos por outros usuários, como pessoas da
comunidade, estudantes de outros níveis e pesquisadores. Logicamente, esses
usuários possuem limitações quanto ao uso do material bibliográfico disponível, como
por exemplo, a retirada de material bibliográfico só é feita por funcionários, docentes ediscentes, ou seja, usuários que possuem vinculo direto com a instituição.
O corpo funcional da biblioteca é composto por duas bibliotecárias, quatro
auxiliares administrativos, três auxiliares de biblioteca e dois bolsistas. O horário de
atendimento ao público tem início às 7:30 e término às 22:30, sem intervalo.
A biblioteca utiliza a Classificação Decimal Universal – CDU e o software
Pergamum.
Dentre os serviços estão: ação cultural, capacitação de usuários, empréstimo
entre bibliotecas, serviço integrado de devolução, comutação bibliográfica, pesquisa
bibliográfica, sumários eletrônicos, consulta à base de dados, orientação bibliográfica,
visita orientada e serviço de referência.
4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Apresenta-se, neste item, a tabulação e análise dos dados resultantes da pesquisa.
Num primeiro momento foram reunidos todos os questionários e as entrevistas, e em
seguida, foi feita a tabulação dos dados. A apresentação é disposta em forma de gráficos
e tabela para uma melhor visualização e facilidade de interpretação.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 46/80
45 4.2.1 Dados pessoais (Perfil do trabalhador)
Esta seção apresenta informações gerais que revelam o perfil dos pesquisados.
Como já mencionado anteriormente, a pesquisa é composta por nove
trabalhadores, sendo 7 (78%) do sexo feminino e 2 (22%) do sexo masculino.
A faixa etária desses trabalhadores é de 25 a 45 anos. Conforme gráfico 1
observa-se que os mesmos encontram-se na faixa etária de 25 a 30 anos
correspondendo a 4 (45%) dos trabalhadores, 2 (22%) na faixa etária de 31 a 35 anos,
1 (11%) entre 36 e 40 anos e 2 (22%) entre 41 e 45 anos.
45%
22%
11%
22%
0%5%
10%15%20%25%30%35%40%45%
De 25 a 30anos
De 31 a 35anos
De 36 a 40anos
De 41 a 45anos
GRÁFICO 1 - Faixa etáriaFonte: Dados da pesquisa
4.2.2 Dados profissionais e características do trabalho
Observa-se no gráfico 2, que 4 (45%) são auxiliares administrativos, 3 (33%)
auxiliares de biblioteca e 2 (22%) bibliotecárias.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 47/80
46
22%
45%
33%
Bibliotecária
Auxiliar administrativo
Auxiliar debiblioteca
GRÁFICO 2 – Função
Fonte: Dados da pesquisa
Pode-se observar através do gráfico 3 que a maioria da população estudada tem
de 4 a 7 anos de tempo de serviço na Instituição , ou seja, 4 trabalhadores estão dentro
desta faixa (46%), 3 (33%) na faixa de 8 a 11 anos e 2 (22%) na faixa de 12 a 15 anos.
0%
45%
33%
22%
0%
5%10%15%20%25%30%35%40%45%
Menos de 3anos
De 4 a 7anos
De 8 a 11anos
De 12 a 15anos
GRÁFICO 3 - Tempo de serviço na Instituição Fonte: Dados da pesquisa
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 48/80
47 Conforme o gráfico 4, 5 (56%) dos trabalhadores tem menos de 3 anos de tempo
de serviço na Biblioteca, 2 (22%) de 4 a 7 anos e 2 (22%) de 12 a 15 anos.
56%
22%
0%
22%
0%10%
20%
30%
40%
50%
60%
Menos de 3anos
De 4 a 7anos
De 8 a 11anos
De 12 a 15anos
GRÁFICO 4 - Tempo de serviço na BibliotecaFonte: Dados da pesquisa
Ao serem questionados sobre quais atividades exercem na Biblioteca, foram
apresentadas na seguinte ordem:
• atendimento ao usuário (com 7 citações);
• organização do acervo (com 4 citações);
• processamento técnico (com 3 citações);
• empréstimo entre bibliotecas (com 2 citações);
• serviços no setor de periódicos (com 2 citações);
• ação cultural (com 1 citação);
• leitura de estante (com 1 citação);
• busca da recuperação da informação (com 1 citação);
• trocar etiquetas (com 1 citação);
• capacitação de usuário (com 1 citação).
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 49/80
48 Para o item carga horária profissional, todos os participantes disseram exercer
suas atividades diárias por 8 horas.
Atendendo ao objetivo de identificar o grau de satisfação dos trabalhadores que
compõem a população de estudo em relação às condições físicas de trabalho,apresenta-se a seguir os resultados relacionados a este aspecto.
4.2.3 Condições físicas de trabalho
Como pode ser observado no gráfico 5, os trabalhadores foram questionadosquanto ao espaço físico. A maioria, 5 (56%) consideram pouco satisfatório, 3 (33%)
satisfatório, 1 (11%) muito insatisfatório.
0%
33%
56%
11%0% Muito satisfatório
Satisfatório
Pouco satisfatório
Insatisfatório
Muito insatisfatório
GRÁFICO 5 - Espaço físico de trabalho Fonte: Dados da pesquisa
No decorrer da entrevista, um dos trabalhadores afirmou:
Entrevistado 7: “a localização da biblioteca é o lado mais negativo, pois muitas
pessoas circulam na mesma sem utilizá-la e por educação temos que cumprimentar um
a um. Isso nos desgasta muito. Parece até uma feira”.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 50/80
49 Entrevistado 2: “nos colocaram em um corredor”.
Entrevistado 8: “tem que mudar a biblioteca desse lugar”.
Faulkner-Brown (1999) recomenda que o prédio de uma biblioteca seja: flexível;
compacto; acessível; susceptível de ampliação; variado; organizado; confortável;dotado de meio ambiente constante; seguro e econômico.
Entrevistado 3: “o que mais está nos prejudicando é esse novo layout da
biblioteca”.
Entrevistado 5: “olha, as vezes acho que a melhor solução é derrubar isto aqui e
fazer tudo de novo”.
Os edifícios inteligentes têm condições ideais de uso. Usam a natureza como
meio de descanso para os usuários e se preocupam com a ergonomia do prédio comoum todo, dos móveis, a combinação das cores, dos hábitos dos usuários, entre outros
fatores. Esses edifícios dispõem de um espaço mais agradável e descontraído para
seus usuários. (AMARAL; FORTES, 2002)
Em relação à temperatura dentro do setor (gráfico 6), 4 (45%) afirmam como
satisfatória, 3 (33%) pouco satisfatória e 2 (22%) muito satisfatória. Vale ressaltar que a
pesquisa foi feita durante o inverno.
22%
45%
33%
0%0%Satisfatória
Pouco satisfatória
Insatisfatória
Muito insatisfatória
Fatia 5
GRÁFICO 6 – TemperaturaFonte: Dados da pesquisa
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 51/80
50 Obter um ambiente de trabalho com temperatura adequada é importante para
que se possa alcançar não apenas o melhor desempenho dos trabalhadores em suas
atividades, mas também contribuir para a saúde e bem estar dos mesmos. (SANTANA,
1996)Entrevistado 4: “responderei de acordo com hoje. A temperatura está fria,
portanto a biblioteca está quentinha. No verão o calor aqui é insuportável”.
Entrevistado 2: “o térreo possui climatização, mas o 1º andar que comporta os
periódicos e multimeios não é climatizado”.
Entrevistado 7: “no setor de circulação ficamos sentados. O piso não é ideal, ele
é gelado. Venho sempre com meia de lã e bota no inverno, porque sinto muito frio”.
Foi questionado se existe algum controle de temperatura. O gráfico 7 mostra que6 (67%) dos trabalhadores afirmam que sim e 3 (33%) não.
67%
33%
Sim
Não
GRÁFICO 7 - Controle de temperatura Fonte: Dados da pesquisa
Para Soares (2003):
Há provas de que a oscilação regular de temperatura, como por exemplo, ligar o ar condicionado durante o dia e desligá-lo durante a noite pode levar aoenfraquecimento do papel ou acervo, como resultado da contração e dilataçãode suas fibras. Mas já se concluiu que se a oscilação for mantida dentro doslimites de 5ºC os danos sofridos são mínimos.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 52/80
51
No que diz respeito aos ruídos, o gráfico 8 evidencia que 5 (56%) dos
trabalhadores afirmam ser bastante prejudiciais na realização das tarefas, 4 (22%)
muito e 4 (22%) muito pouco.
0%22%
56%
22%Não
Muito pouco
Bastante
Muito
GRÁFICO 8 – RuídosFonte: Dados da pesquisa
Entrevistado 9: “em função da falta de planejamento do espaço da U.I. existemvários pontos que possuem barulho. Um exemplo é a escada que serve de passagem
de alunos aos demais andares e que liga o piso térreo. Ocorre eco”.
Essa resposta parece indicar um possível problema na Biblioteca. Isso é
corroborado por Iida (1993) presença de ruídos elevados no ambiente de trabalho pode
gerar dificuldades na comunicação verbal, pois as pessoas precisam falar alto e prestar
mais atenção para serem compreendidas. Isto provoca interferência nas comunicações
reduzindo a concentração e aumentando a tensão psicológica.
Entrevistado 3: “chega uma hora que fica insuportável, pois passa gente
lanchando, conversando alto e os alunos não conseguem estudar e muito menos se
concentrar”.
Santos et al (apud BARBOSA, 2000), afirma que “o ruído pode constituir-se tanto
numa fonte de informação como num incômodo e até num perigo para os
trabalhadores”. Acrescenta ainda o autor que num ambiente barulhento a reflexão é
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 53/80
52 bastante dificultada. A memorização é mais difícil e, às vezes, modificada. Numerosos
erros podem ser cometidos e as comunicações verbais tornam-se extremamente
complicadas, tanto entre duas pessoas como através de rádio.
Através do gráfico 9, constata-se que a iluminação no ambiente de trabalho éconsiderada para 7 (78%) satisfatória, enquanto para 2 (22%) é pouco satisfatória.
0%
78%
22% 0%0%Muito satisfatória
Satisfatória
Pouco satisfatória
Insatisfatória
Muito insatisfatória
GRÁFICO 9 – LuminosidadeFonte: Dados da pesquisa
Iida (1993) afirma:
um bom sistema de iluminação, com o uso adequado de cores e a criação doscontrastes, pode produzir um ambiente de fábrica ou escritório agradável, ondeas pessoas trabalham confortavelmente, com pouca fadiga, monotonia eacidentes, e reproduzem com maior eficiência.
Existe uma série de fatores a serem considerados para que se tenha um local de
trabalho adequadamente iluminado, entre tais fatores destacam-se: tipo de lâmpada e
de luminária, quantidade de luminária, distribuição e localização das luminárias,
manutenção, cores adequadas, variação brusca do nível de iluminamento e idade do
trabalhador. (ASTETE; GIAMPAOLI; ZIDAN, 1993)
Como pode ser observado no gráfico 10, os trabalhadores foram questionados
quanto a ventilação natural no ambiente de trabalho. 6 (67%) afirmam como satisfatória,
2 (22%) pouco satisfatória e 1 (11%) muito insatisfatória.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 54/80
53
0%
67%
22%
0%11%
Muito satisfatóriaSatisfatória
Pouco satisfatória
Insatisfatória
Muito insatisfatória
GRÁFICO 10 - Ventilação natural
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com Soares (2003): “arquivos e bibliotecas mal ventilados favorecem
a presença de bibliófagos e microorganismos (fungos, bactérias, algas). Na ventilação
natural devemos estar atentos às condições climáticas para abrir portas e janelas”.
O gráfico 11 mostra os percentuais quanto à ventilação artificial no ambiente de
trabalho. Verifica-se que 5 (56%) dos trabalhadores consideram como satisfatória, 4
(44%) pouco satisfatória
0%
44%
56%
Muito satisfatória
Satisfatória
Pouco satisfatória
Insatisfatória
Muito insatisfatória
GRÁFICO 11 - Ventilação artificial Fonte: Dados da pesquisa
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 55/80
54 É importante ressaltar que somente no térreo a Unidade de Informação possui tal
ventilação, sendo que no 1º andar possui somente ventilação natural.
Um dos entrevistados que exerce suas atividades no 1º andar diz:
Entrevistado 9: “não há controle, as janelas precisam ser mantidas abertas, oque deixa o pó em excesso entrar no ambiente e fixar-se no acervo. Isso pode inclusive
causar danos a saúde”.
O gráfico 12 explicita que 6 (67%) dos trabalhadores consideram a quantidade
de equipamento insuficientes enquanto 3 (33%) suficientes.
33%
67%
Sim
Não
GRÁFICO 12 - Quantidade de equipamentosFonte: Dados da pesquisa
Os trabalhadores foram questionados sobre a qualidade desses equipamentos.
O gráfico 13 mostra que 5 (56%) consideram como pouco satisfatória, 3 (33%)
insatisfatória e 1 (11%) satisfatória.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 56/80
55
11%
56%
0%0%
33% Muito satisfatóriaSatisfatória
Pouco satisfatória
Insatisfatória
Muito insatisfatória
GRÁFICO 13: Qualidade dos equipamentos
Fonte: Dados da pesquisa
Entrevistado 9: “apenas 1/3 dos equipamentos estão adequados ao uso da
biblioteca no que tange a parte de informática, o restante, equipamentos como
condicionadores de ar estão danificados e não são ideais”.
A seguir, apresenta-se a os resultados da percepção dos trabalhadores
relacionados aos aspectos de saúde e sua relação na execução das tarefas.
4.2.4 Condições de trabalho (saúde)
Observa-se no gráfico 14, que 6 (67%) dos trabalhadores se sentem satisfeitos
com as tarefas que desenvolvem, 2 (22%) sobrecarregados e 1 (11%) sob-pressão.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 57/80
56
22%
11%0%67%
0%
SobrecarregadoSob-pressão
Relaxado
Satisfeito
Insatisfeito
GRÁFICO 14 - O que sentem com as tarefas que desenvolvem Fonte: Dados da pesquisa
Foi possível observar na grande maioria das falas dos entrevistados que
realizam suas atividades com prazer e satisfação.
Entrevistado 5: “gosto do que faço”.
Entrevistado 6: “jamais saio de casa pensando que meu trabalho é ruim”
Entrevistado 8: “gosto de trabalhar com o serviço de referência e principalmente
com o público”.
Segundo Allan (1992) “é no trabalho que se pode obter as recompensas mais
positivas e efetivas”.
Apesar de se sentirem satisfeitos, alguns trabalhadores se queixaram a respeito
da sobrecarga de trabalho.
Entrevistado 7: “é difícil ter todos os funcionários em um dia de trabalho, pois
sempre tem um curso, outra pessoa está em outro setor, nos sobrecarregando. Sugiro a
contratação de auxiliares e bolsistas. As vezes me dá um desespero! Tenho tantas
coisas administrativas a fazer e tenho que trabalhar em dobro no balcão de
atendimento pela falta de pessoal”.
O excesso de trabalho quer em termos quantitativos como qualitativos, é uma
fonte freqüente de estresse. Por sobrecarga quantitativa entende-se o excesso de
atividades a realizar, num determinado período de tempo. A sobrecarga qualitativa
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 58/80
57 refere-se a excessivas exigências em relação com as competências, conhecimentos e
habilidades do trabalhador (PEIRÓ,1993, tradução nossa).
Observa-se através do gráfico 15 a distribuição percentual, de como se sentem
fisicamente no final da jornada de trabalho. A grande maioria, 8 (89%), sentem-secansados e 1 (11%) bem.
11%
89%
0%
BemCansado
Muito cansado
GRÁFICO 15 - No final da jornada de trabalho como se sentem fisicamente Fonte: Dados da pesquisa
Entrevistado 7: “fico dez horas em função do trabalho. Chego em casa e ainda
realizo as tarefas domésticas. Se tenho que trabalhar três horas em casa, dá a
impressão de ser o dia inteiro”.
Entrevistado 4: “o trabalho diário é prejudicial, pois é uma somatória de todas as
atividades exercidas”.
As causas da fadiga são de natureza diversas, sendo ela decorrente da soma de
diversos fatores e solicitações. Os fatores ligados à organização do trabalho são:
repetitividade de movimentos, esforço físico, postura inadequada ou incômoda, trabalho
monótono, ausência de pausas, trabalho automatizado, onde o trabalhador não pode
impor o seu ritmo de trabalho, os conflitos com chefias e colegas. (SOUZA, 2005)
Foram questionados a respeito de como se sentem mentalmente no final da
jornada de trabalho. O gráfico 16 mostra que 7 (78%) sentem-se cansados e 2 (22%)
bem.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 59/80
58
22%
78%
0%
Bem
Cansado
Muito cansado
GRÁFICO 16 - No final da jornada de trabalho como se sentem mentalmenteFonte: Dados da pesquisa
Entrevistado 3: “único e maior problema tanto para os funcionários como para os
alunos é o barulho. Isto está nos acarretando problemas físicos e mentais”.
Os fatores psicológicos das organizações envolvem os aspectos relacionais
entre trabalhador e a organização e trabalhadores entre si, abrangendo a produção e
distribuição de serviços. A satisfação no trabalho depende de fatores, corroborando
com Feres (apud IIDA, 1995):
• Produzir bens e serviços que venham a satisfazer as necessidades das
pessoas e considerar o bem-estar e os valores das mesmas;
• Melhorar a capacidade humana quanto à eficácia na produção e
distribuição desses bens e serviços;
• Manter ou intensificar determinados valores humanos tais como os que se
referem à saúde, segurança, satisfação no trabalho, socialização,
realização;
• Praticar uma comunicação de influências de forma circular, em que as
pessoas participem do processo decisório e as pessoas estejam
comprometidas com o processo;
• Integrar os objetivos da organização com os dos trabalhadores.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 60/80
59 Os trabalhadores foram questionados se sentem alguma dificuldade ou dor em
algum lugar do corpo decorrente da jornada de trabalho. Todos afirmaram que sim.
Entrevistado 7: “a maioria dos funcionários da biblioteca têm problemas de
saúde. É bem comum escutar reclamação que um tem dor na coluna, outro no braço,dor no pescoço e por aí vai...”
Para Lima (2007) algumas doenças ocupacionais podem atingir os profissionais
que atuam em bibliotecas como: “LER, DORT, doenças por agentes biológicos,
doenças psicológicas e estresse”.
Os trabalhadores foram questionados em quais locais sentem dores tais como:
cabeça, pescoço, coluna, braços, dedos, mãos, pernas, joelhos e pés. Os trabalhadores
conforme tabela 1 são mais incomodados por dor na coluna, braços, cabeça e pernas.
Ent. Cabeça Pescoço Costas(coluna)
Braços Dedos Mãos Pernas Pés Joelhos
1 X X2 X X3 X X X4 X X5 X X X6 X7 X X8 X X X9 X X X
QUADRO1 - Locais de dores Fonte: Dados da pesquisa
Para Browner (apud LIMA, 2007) a LER pode ser definida como doença
músculo-tendinosas dos membros superiores, ombro e pescoço causadas pela
sobrecarga de um grupo muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela
manutenção de posturas contraídas que resultam em dor, fadiga e declínio no
desempenho profissional.
Com o propósito de saber se algum problema citado anteriormente necessitou o
afastamento das atividades dos trabalhadores. O gráfico 17 mostra que 7 (78%) não
precisou e 2 (22%) ficaram afastados por 15 dias.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 61/80
60
78%
0%
22%0%0% Não precisou
Trocou paraatividades mais leves
Afastado por 15 dias
Licenciado por meses
Licenciado por anos
GRÁFICO 17 - Afastamento das atividades habituaisFonte: Dados da pesquisa
Entrevistado 5: “tenho tendinite, porém preferi continuar com o problema para
não me afastar, mas tomei remédio para melhorar”.
Entrevistado 8: “fiz cirurgia na coluna e o médico me deu 90 dias de licença, mas
tenho dedicação exclusiva ao meu trabalho e retornei bem antes”.
Com relação ao questionamento, que procurou saber se os trabalhadores
realizam atividades extra jornada de trabalho, obteve-se as seguintes respostas:
• Trabalho doméstico e vida social;
• Lazer (Internet, dançar, ler, festas, conversar com amigos e passear);
• Descansar;
• Faculdade;
• Atividades físicas;
• Tarefas profissionais na área de vendas e advocacia.
Conforme o gráfico 18, 5 (56%) afirmam sentir algum tipo de incômodo ou que
exerce alguma tarefa que menos gosta, enquanto 4 (44%) negam qualquer incômodo.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 62/80
61
44%
56%
0%0%
Sim
Não
GRÁFICO 18: Tarefa que causa incômodo ou que menos gosta Fonte: Dados da pesquisa
Na mesma foi questionada qual tarefa causa maior incômodo e os pesquisados
responderam em sua grande maioria carregar e guardar o acervo, principalmente nas
estantes altas, devido ao peso e por ser cansativo, além de restauração de livros pela
falta de material necessário para a realização desse trabalho.
Quando perguntado aos trabalhadores quais sugestões dariam para uma melhor
qualidade de vida no seu trabalho, eles expressaram diversas recomendações, como
relatado a seguir:Entrevistado 9: “equipamentos adequados (mobiliário e informática), contratação
de pessoal, mudança no layout ou transferência completa da seção para outras
dependências”.
Entrevistado 5 “no momento a permanência dos funcionários do setor para
melhor distribuição das tarefas”
Entrevistado 6: “trocar o piso”.
Entrevistado 8: “novo espaço físico”.
Entrevistado 1: “mais espaço no balcão de atendimento com condições
ergonômicas”.
Entrevistado 7: “luzes em determinados locais que mesmo acesos ficam escuro”.
Entrevistado 3: “diminuir o fluxo de alunos dentro da biblioteca, pois a mesma
fica na passagem dos alunos para a sala de aula”.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 63/80
62 De acordo com as justificativas do grupo pesquisado, fica evidente a consciência
que possuem sobre a necessidade de melhorar as condições do ambiente de trabalho.
A QVT pode produzir um ambiente de trabalho mais humanizado, seu objetivo é
servir tanto às aspirações mais altas dos trabalhadores quanto para suas necessidadesmais básicas. Ela procura aproveitar as habilidades mais refinadas dos trabalhadores e
proporcionar um ambiente que os encorajem a desenvolver suas atividades.
(GRABARSCHI, 2001)
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 64/80
63 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
O objetivo deste trabalho foi analisar a percepção dos trabalhadores a partir de
uma abordagem ergonômica, relacionados a condições físicas de trabalho, aos
aspectos de saúde e sua relação na execução das tarefas na Biblioteca da UNIVALI,
Campus Biguaçu.
A análise dos resultados revela insatisfação pela maioria dos trabalhadores no
que tange ao espaço físico de trabalho. Isso ocorre pelo fato da biblioteca estar
localizada em um corredor e o balcão de empréstimo em frente à escada que serve de
passagem dos usuários aos demais andares e que liga o piso térreo ao andar superior.Outro fator preocupante são os ruídos ocasionados devido ao problema citado
anteriormente. A presença de ruídos elevados tem gerado dificuldades por parte dos
trabalhadores assim como para os alunos que estão concentrados na sua leitura.
Em relação à iluminação, temperatura e ventilação natural são consideradas de
uma maneira geral como satisfatória. Talvez isso se deva ao fato da pesquisa ter sido
realizada no mês de agosto, ou seja, durante o inverno.
Verificou-se que mesmo insatisfeitos com o espaço físico, localização e ruídosexistentes, os trabalhadores gostam do trabalho que realizam. Têm respeito e orgulho
pela Instituição. Com tudo isto, conclui-se que mesmo a Biblioteca não atendendo
satisfatoriamente a alguns fatores de infra-estrutura, os mesmos se sentem realizados
no trabalho.
A análise dos resultados revela ser patente o desgaste físico e mental dos
trabalhadores. A maioria sente-se cansado com suas tarefas, pois além do trabalho na
biblioteca, os mesmos exercem funções domésticas, ocasionando dupla jornada.
Por unanimidade os trabalhadores afirmaram sentir alguma dificuldade ou dor em
algum lugar do corpo. Comprovou-se que a maioria das queixas de saúde
apresentadas está relacionada com a jornada de trabalho, na opinião dos
trabalhadores, e possivelmente com as tarefas que desenvolvem. Assim, as queixas
mais freqüentes são dor na coluna, braços, cabeça e pernas.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 65/80
64 Mediante a análise dos resultados deste estudo, recomenda-se melhorar as
condições físicas de trabalho, de tal maneira a humanizar o ambiente, valorizando os
trabalhadores e ao mesmo tempo promovendo a qualidade de vida no trabalho levando-
os a prestar um serviço de qualidade aos usuários.Salienta-se que as recomendações referem-se aos pontos mais importantes
levantados, tendo prioridade para a melhoria desse setor em questão, mas
possivelmente podem servir a outras bibliotecas.
• Sistema de climatização que controle os níveis de temperatura e umidade
para a preservação do acervo e para a melhoria das condições de conforto dos
trabalhadores e usuários, já que no 1º andar inexiste ventilação artificial;
•
Elaboração de um novo layout da Biblioteca com uma avaliação maisdetalhada juntamente com arquitetos, engenheiros e bibliotecários para que se
possa traçar melhoria nos fatores ambientais e físicos;
• Fazer um levantamento de todos equipamentos existentes no setor com a
finalidade de verificar a quantidade e qualidade, as condições de funcionamento
e a adequação às necessidades de trabalho;
• Piso ideal para os trabalhadores e para os cadeirantes que são usuários
da biblioteca;
• Planejar ou oferecer um atendimento à saúde do trabalhador que dê maior
credibilidade as suas queixas;
• Ginástica laboral como ação preventiva no trabalho.
Enfim, os resultados apurados e apresentados permitem considerar que o
enfoque ergonômico trata além dos fatores físicos, os aspectos emocionais e
psicológicos do homem no ambiente de trabalho. Certamente não se pode transformar
tudo de uma só vez, mas a partir de estudos como este, pode-se levantar possíveis
problemas e melhorar as condições de trabalho.
É oportuno mencionar a importância de iniciativas desta natureza, para
contribuição em níveis práticos e teóricos.
Esta pesquisa sobre abordagem ergonômica no ambiente de trabalho na
percepção dos trabalhadores numa biblioteca permitiu uma série de esclarecimentos
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 66/80
65 sobre os aspectos ergonômicos existentes em bibliotecas, mas não esgotou a
relevância do tema.
Cabe ainda ressaltar que mais estudos devem ser realizados no sentido de
analisar a satisfação do profissional no ambiente de trabalho a partir da ergonomia esua relação na qualidade dos serviços prestados aos usuários em uma Unidade de
Informação.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 67/80
66 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Cristina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços deinformação. Brasília: Briquet de Lemos, 2000.
AMARAL, Sueli Angélica do; FORTES, Lígia Sardinha. Adequação do espaço físicodas bibliotecas universitárias e uso dos recursos disponíveis: preocupaçãosupérflua ou necessária? : Observações.. In: 8º Congresso de Iniciação Científica daUniversidade de Brasília, 2002, Brasília. Anais do 8º Congresso de Iniciação Científicada Universidade de Brasília, 2002.
ANSELMO, Marcos Paulo; CHIARELLO Luciano. Segurança de biblioteca. Disponívelem: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/acustica.htm>. Acesso em: 31 mar. 2007.
ARARIPE, Fátima Maria Alencar. Bibliotecário profissional da informação (re)desenhando perfil a partir da realidade brasileira: proposta para os países doMercosul. Disponível em: <http://www.utem.cl/deptogestinfo/20.doc>. Acesso em: 20maio 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT (NBR 9050). Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaço,mobiliário e equipamento urbano. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT (NBR 10.152). Acústica: avaliação do ruído ambiente em recintos de edificações visando o confortodos usuários. Rio de Janeiro, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT (NBR 5413). Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1992.
ASTETE, M. W.; GIAMPAOLI, E.; ZIDAN, L. N. Riscos físicos. São Paulo:Fundacentro, 1993.
BARBOSA, Marcos Antônio Pinheiro. Análise dos serviços de manutenção demáquinas e equipamentos a partir de uma abordagem ergonômica. Florianópolis,
2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.
BAUK, Douglas Alberto. Stress. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. n. 50,v.13, abril -junho, 1985.
BECK, I. Manual de conservação de documentos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,1985.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 68/80
67 BITENCOURT, Claudia (Org.) Gestão contemporânea de pessoas: novas práticas,conceitos tradicionais. Porto Alegre: Bookman, 2004.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde do
Trabalhador - NR 17/Ergonomia (117.000-7). Portaria n.3751, de 23 de nov. de 1990.Disponível em: <http://www.ergonomia.com.br>. Acesso em: 21 abr. 2007.
BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – MTE. Disponível em:<http://www.mte.gov.br> Acesso em: 09 maio 2007.
BROWN, Harry Faulkner. Some Thoughts on the design of major library buildings.Disponível em: <http://www.ifla.org/VII/s20/rep/intlib1.pdf> Acesso em: 21 abr 2007.
BRUNNER, Lilian S; SUDDARTH, Doris S. Tratado de enfermagem médicocirúrgica. Rio de Janeiro: Quanabara Koogan, 1993.
CARVALHO, Wanja Santos Marques de. Reflexões ergonômicas sobre o trabalhodo bibliotecário em Bibliotecas/Unidades de Informação. Rev. ACB:Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 3, n.3, p. 7-21, 1998.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
CONTE, Antonio Lázaro. Qualidade de vida no trabalho. Revista Fae Business, SãoPaulo, n. 7, nov. 2003.
COSTA, André; ZIEGLER Andréia; ROLLO, Fernanda. Acústica. Disponível em:<http://campus.fortunecity.com/mcat/102/acustica.htm>. Acesso em: 31 mar. 2007.
COUTO, H. A. Ergonomia Aplicada ao Trabalho: Manual Técnico da MáquinaHumana. Belo Horizonte: Ergo, 1996.
COVACEVICE, Aleksey Victor Trevelin et al. Estudo do ambiente das bibliotecas daUNICAMP. Disponível em:<http://sistemas.ib.unicamp.br/be310/include/getdoc.php?id=236&article=78&mode=pdf > Acesso em: 15 abr. 2007.
DIVISIÓN DE ARQUITECTURA. Proyectos arquitectonicos de Bibliotecas Publicas.
Caracas: Biblioteca Nacional, 1998.
FAULKNER-BROWN, Harry. Design de grandes edifícios para bibliotecas. In: Ainformação: tendências para o novo milênio. Brasília: IBICT, 1999. p. 82-93.
FEIGENBAUM, Armand V. Controle de qualidade total. São Paulo: Makron Books,1994.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 69/80
68 FERNANDES, Eda C. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar.Salvador: Casa da Qualidade, 1996.
FIALHO, F. A. P.; SANTOS, N. Manual de análise ergonômica do trabalho. Curitiba:
Gênesis, 1995.FIGUEIREDO, Nice Menezes. Edifícios de bibliotecas: diretrizes e planejamento.Recife: Associação Brasileira do Ensino de Biblioteconomia e Documentação, 1983.
FORTES, Lìgia Sardinha Fortes; SILVA, Kelly Lemos da; BEZERRA, Fernanda MariaCosta. Adequação do espaço físico das bibliotecas universitárias e uso dosrecursos disponíveis: preocupação supérflua ou necessária? Brasília: UnB, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3. ed. São Paulo, Atlas,1994.
GODOY, Arilda Schimidt. Introdução à Pesquisa Qualitativa e suas Possibilidades. In: Revista de administração de empresas, São Paulo, v.35, n. 2, mar./abr. 1995.
GRABARSCHI, Idvani Valéria Sena de Souza. Qualidade de vida no trabalho e suainfluência na percepção da qualidade de serviços: estudo de caso em Instituição denível superior. Florianópolis, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
– Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal deSanta Catarina.
GRANDJEAN, Etiene. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
HERNÁNDEZ, J. A. Gestión de las bibliotecas. Murcia: DM, 2002.
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Blucher Ltda, 1993.
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. Boletim Estatístico de Acidentes doTrabalho: Brasília: 1997.
INTERNATINAL ERGONOMICS ASSOCIATION. What is ergonomics. Disponível em:<http://www.iea.cc/browse.php?contID=what_is_ergonomics>. Acesso em: 11 maio2007.
LAURELL, A. C. Processo de produção de saúde. São Paulo: Hucitec, 1985.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU, 1977.
LEAL, Juan. Ergonomia francesa ou ergonomia anglo-saxônica. Disponível em:<http://www.seisdeagosto.com/ErgoFranErgoAnglo.php>. Acesso em: 11 maio 2007.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 70/80
69 LIMA, Nahara Carla Silva. Qualidade de vida no trabalho para profissionais daCiência da Informação. Niterói, 2007. Monografia (especialização) - UniversidadeCândido Mendes.
LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina et al. As pessoas na organização. 4. ed. São Paulo:Gente, 2002.
MARTINS, Caroline de Oliveira. Repercussão de um programa de ginástica laboralna qualidade de vida de trabalhadores de escritório. Florianópolis, 2005.Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-graduação emEngenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.
MAZZONI, Alberto Angel, TORRES, Elisabeth Fátima, OLIVEIRA, Rubia de et al.Aspectos que interferem na construção da acessibilidade em bibliotecasuniversitárias. Ci. Inf., Maio/Ago. 2001, vol.30, no.2, p.29-34.
MELLO, Cotta de; SANTOS, Maria José Veloso da Costa. Manual de Conservação deAcervos Bibliográficos da UFRJ. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio deJaneiro: Sistema de Bibliotecas e Informação, 2004.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. SãoPaulo: Hucitec-Abrasco, 1992.
MINUZZO, Liziane Ungaretti. Programa de Necessidades para a Nova Sede daBiblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Em Questão, Porto Alegre, v.10, n. 2, p. 389-403, jul./dez. 2004.
MONTMOLLIN, Maurice de. A ergonomia. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
MORAES, Anamaria, Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: AB, 2000.
MORIN, E. M. Os Sentidos do Trabalho. Revista de Administração de Empresas. SãoPaulo, v. 41, n.3, p. 8-19. Jul/Set. 2001.
NAKAMURA, Janete. Fatores motivacionais: estudo de casos dos recursos humanosem bibliotecas universitárias federais e em centros de documentação do sistemaSEBRAE. Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia e Documentação), Brasília, DF,1994. Brasília, DF: Universidade de Brasília, Faculdade de Estudos Sociais Aplicados,Departamento de Ciência da Informação e Documentação, 1994.
NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR –NR 17. Disponível em:<http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_comissoes_cne_manualdeergonomia.pdf> . Acesso em: 10 maio 2007.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 71/80
70 OLDHAM, Jan Merril; SCOTT, Jutta, Reed. Programa de Planejamento dePreservação: um manual para auto-instrução de bibliotecas. 2.ed. Rio de Janeiro:Conservação Preventiva de Bibliotecas e Arquivos; arquivo Nacional, 2001.
PEIRÓ, J.M.; SALVADOR, A. Estrés Laboral y su Control. Madrid: Endema, 1993.PEREIRA, Ana Guimarães; BERTO, Luciane; BARROS, Rosinaura. Ventilação,umidade e temperatura. Disponível em:<http://campus.fortunecity.com/mcat/102/acustica.htm>. Acesso em: 31 mar. 2007.
PEREIRA, Julio C R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas paraas ciências da saúde, humanas e sociais. 3 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo,2001.
POZO, Grazieli; MILANI, Márcia; ARAÚJO, Sabrina. Mobiliário e equipamento de
uma biblioteca. Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/mobilia.htm>. Acesso em: 05 maio 2007.
PUPO, Maria Bernadete. Trabalho e emprego: conceitos distintos. Disponível em:<http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=13604>. Acesso em: 10 maio2007.
RODRIGUES, M. V C. Qualidade de vida no trabalho. Petrópolis: Vozes, 2000.
RUTHERFORD, Christine. Disaster: planning, preparation, prevention. In: PublicLibraries, v.29, n.5, 271-276, sept./oct. 1990.
SANTANA, A.M.C. A abordagem ergonômica como proposta para melhoria dotrabalho e produtividade em serviços de alimentação. Florianópolis, 1996.Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-graduação emEngenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.
SANTORO, Maria Isabel. A influência da arquitetura de interiores na organização euso de bibliotecas: o caso da UNICSUL. Disponível em:<http://snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/t029.doc>. Acesso em: 05 maio 2007.
SAUTHIER, J.; CARVALHO, M.T.C.de; SANTOS, N.M.P. Centro de documentação daEscola de Enfermagem Anna Nery (EEAN): uma contribuição à história daenfermagem. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 5, p. 81-84, out. 2000.
SARMENTO, Adriana Godoy da Silveira. Preservar para não restaurar. Disponívelem:<http://www.ciberetica.org.br/trabalhos/anais/1-20-c1-20.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2007.
SILVA FILHO, José Tavares. Conservação preventiva de acervos bibliográficos.Disponível em: <http://www.forum.ufrj.br/biblioteca/artigo.html>. Acesso em: 15 abr.2007.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 72/80
71 SOARES, Talita de Almeida Telemberg. Manual de conservação de acervosdocumentais e noções de restauração de documentos: suporte papel. 4 ed. rev.ampl. e atual. Florianópolis: Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, 2003.
SOUZA, Nádia Isabel de. Organização saudável: pressupostos ergonômicos.Florianópolis, UFSC 2002. Dissertação (Mestrado) em Engenharia de Produção,Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
STEIN, Suzana Albornoz. O que é trabalho. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
SUAIDEN, Emir José. Novas tecnologias em bibliotecas. Revista de biblioteconomiade Brasília, v. 18, n. 2, p. 115-125, jul./dez. 1990.
TAKANA, O.; MELO, C. Avaliação de programas de saúde do adolescente: ummodo de fazer. São Paulo: EDUSP, 2001.
TAUBE, Oswaldo Luiz Stamato. Análise da incidência de distúrbiosmúsculoesqueléticos no trabalho do bibliotecário: considerações ergonômicas comenfoque preventivo de LER/DORT. Florianópolis, UFSC 2002. Dissertação (Mestrado)em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,2002.
THOMAS J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
TRINDADE, Alexandre; COMNADULLI, Cleber; ZOTTIS, Luciana. Pisos e
revestimentos. Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/pisos.htm>. Acesso em 05 maio 2007.
TRINKLEY, Michael. Considerações sobre preservação na construção e reforma debibliotecas: planejamento para preservação. 2.ed. Rio de Janeiro: ProjetoConservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 2001.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Disponível em:<http://www.bu.ufsc.br>. Acesso em: 10 abr. 2007.
VERDUSSEN, Roberto. Ergonomia: a racionalização humanizada do trabalho.Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.
WEHRPLOTZ, Elizabeth; CANDIDO, Helena; BONO, Leonardo. Padrões de espaçosem bibliotecas: acervo, usuários, funcionários. Disponívelem:<http://campus.fortunecity.com/mcat/102/espaco.htm>. Acesso em: 05 maio 2007.
YIN, R. K.. Case study research: design and methods. London: Sage publications,1989.
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 73/80
72
APÊNDICE
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 74/80
73 APÊNDICE A – Questionário
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA EDUCAÇÃO – CHE/FAED
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E GESTÃO DA INFORMAÇÃO
PESQUISA SOBRE ABORDAGEM ERGONÔMICA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Trabalhadores da Univali - Campus Biguaçu
1 DADOS PESSOAIS (Perfil do Trabalhador)
1.1 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
1.2 Idade _____ anos
2 DADOS PROFISSIONAIS E CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO
2.1 A sua função é:( ) Bibliotecário(a)( ) Auxiliar administrativo( ) Outro. Qual: ___________________
2.2 Tempo de serviço na Instituição: _____ anos e _____ meses
2.3 Tempo de serviço na Biblioteca: _____ anos e _____ meses
2.4 Que atividades você exerce na Biblioteca? ______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________
2.5 Qual sua carga horária de trabalho profissional?( ) 6 horas/dia( ) 8 horas/dia( ) Outro. Quantas? _____
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 75/80
74 3 CONDIÇÕES FÍSICAS DE TRABALHO
3.1 Como você avalia o espaço físico de trabalho?( ) Muito satisfatório
( ) Satisfatório( ) Pouco satisfatório( ) Insatisfatório( ) Muito insatisfatório
3.2 Com relação à temperatura dentro do setor que você atua, como você avalia?( ) Muito satisfatória( ) Satisfatória( ) Pouco satisfatória( ) Insatisfatória( ) Muito insatisfatória
3.3 Existe algum controle de temperatura?( ) Sim ( ) Não
3.4 No que diz respeito aos ruídos no setor de trabalho, eles têm prejudicado arealização das tarefas?( ) Não( ) Muito pouco( ) Bastante( ) Muito
3.5 A luminosidade do ambiente de trabalho é:( ) Muito satisfatória( ) Satisfatória( ) Pouco satisfatória( ) Insatisfatória( ) Muito insatisfatória
3.6 Em relação à ventilação natural, você considera seu ambiente de trabalho:( ) Muito satisfatória( ) Satisfatória( ) Pouco satisfatória( ) Insatisfatória( ) Muito insatisfatória
3.7 Em relação à ventilação artificial, você considera seu ambiente de trabalho:( ) Muito satisfatória( ) Satisfatória( ) Pouco satisfatória( ) Insatisfatória( ) Muito insatisfatória
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 76/80
75 3.8 Você considera a quantidade de equipamentos (exemplo, computadores)suficientes no setor que atua?( ) Sim ( ) Não
3.9 E a qualidade desses equipamentos?( ) Muito satisfatória( ) Satisfatória( ) Pouco satisfatória( ) Insatisfatória( ) Muito insatisfatória
4 CONDIÇÕES DE TRABALHO (SAÚDE)
4.1 Como você se sente com as tarefas que desenvolve?
( ) Sobrecarregado( ) Sob-pressão( ) Relaxado( ) Satisfeito( ) Insatisfeito
4.2 No final da jornada de trabalho você se sente fisicamente.( ) Bem( ) Cansado( ) Muito cansado
4.3 No final da jornada de trabalho você se sente mentalmente.( ) Bem( ) Cansado( ) Muito cansado
4.4 Sente alguma dificuldade ou dor em algum lugar do corpo que considera decorrenteda jornada de trabalho?( ) Sim ( ) Não
Em quais locais?( ) Cabeça( ) Pescoço( ) Costas (coluna)( ) Braços( ) Dedos( ) Mãos( ) Pernas( ) Joelhos( ) Pés
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 77/80
76 4.5 Precisou ficar afastado de suas atividades habituais devido algum problema citadoanteriormente?( ) Não precisou( ) Trocou para atividades mais leves
( ) Sim, ficou afastado por _____ dias( ) Sim, ficou licenciado por _____ meses( ) Sim, ficou licenciado por _____ anos
4.6 Que atividades você realiza extra jornada de trabalho (Ex.: hobbie, vida social,trabalho doméstico)? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 4.7 Existe alguma tarefa profissional realizada que lhe causa incômodo ou que menosgosta?( ) Sim ( ) NãoQual?_________________________________________________________________ Por quê? ______________________________________________________________
4.8 Quais sugestões para uma melhor qualidade de vida no seu trabalho?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________
Obrigada por sua colaboração!
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 78/80
77
ANEXO
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 79/80
78 ANEXO A – Termo de Consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA EDUCAÇÃO – CHE/FAED
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E GESTÃO DA INFORMAÇÃOCOMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Trabalho de Conclusão de Curso: Abordagem ergonômica do ambiente de
trabalho na percepção dos trabalhadores: estudo de caso em Biblioteca
Universitária
Sou acadêmica do curso de Biblioteconomia Habilitação Gestão da Informação daUDESC e estou realizando uma pesquisa sobre a percepção dos trabalhadores noambiente de trabalho a partir de uma abordagem ergonômica na Biblioteca da UNIVALI.Tal pesquisa é parte integrante do meu Trabalho de Conclusão de Curso que estourealizando sobre o tema em questão, ao qual encontro-me matriculada. Assim, para que possa proceder à distribuição dos questionários e em seguida aentrevista, solicitamos a especial atenção de V. Sa., no sentido de nos auxiliar nestatarefa, pois a sua colaboração será extremamente valiosa para que alcance osresultados desejados em relação à pesquisa.
Antecipando agradecimentos, subscrevo-me.
Andrea Aparecida Silva
A sua identidade será preservada, pois cada indivíduo será identificado por umnúmero.
O(a) senhor(a) poderá se retirar do estudo a qualquer momento.
Solicitamos a vossa autorização para o uso de seus dados para a produção de
artigos técnicos e científicos. A sua privacidade será mantida através da não-identificação do seu nome.
Agradecemos a vossa participação e colaboração.
CONTATO: Andrea Aparecida SilvaFone: (48) 9915-9084
5/16/2018 Ergonomia bibliotecas universitarias - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/ergonomia-bibliotecas-universitarias 80/80
79
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de
forma clara e objetiva todas as explicações pertinentes à pesquisa e, que todos os dadosa meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dosexperimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso:
_________________________________________________________.
Assinatura _____________________________________ Florianópolis, ___/____/____