era vargas - resumo

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ERA VARGAS Quando Vargas assumiu o poder, comandou um governo provisório. Como era contrário às oligarquias, optou por suspender a Constituição que, federalista, determinava o poder para estes setores. Nesse contexto, adotou medidas centralizadoras como a política de valorização do café – através da qual o excedente era queimado como forma de prejudicar os cafeicultores sem desvalorizar o caráter agroexportador da economia brasileira – e a nomeação de interventores, tenentes nordestinos escolhidos por Vargas para substituir os presidentes de Estado que simpatizavam com as oligarquias. Diante desse cenário que se formava, dois grandes partidos políticos se uniram: o PRP e o PD, este último tendo apoiado Vargas na revolução de 1930 e agora acusando-o de autoritarismo. Inicia-se a revolução constitucionalizante, que tinha por principal objetivo obrigar o governo central a elaborar uma nova Constituição para o país e substituir o interventor de São Paulo por um paulista. Vargas, que vinha investindo pesadamente na indústria bélica, não teve problemas em derrotar as oligarquias, mas como era impossível negar a grande influência que detinham, resolveu satisfazer um dos interesses das oligarquias e convocou uma Assembleia Constituinte para esboçar o novo texto constitucional. O conflito de 1932 foi abafado por Vargas, que dizia que apenas uma parcela ínfima dos paulistas estava insatisfeita com o governo e defendendo uma paulistanidade não queriam ver o progresso do país. Nesse sentido o presidente foi bastante sagaz, pois comandou a criação da nova Constituição com base nos seus interesses. Determinava a oficialização do código eleitoral – que previa o código secreto, o sufrágio universal e a criação da justiça eleitoral para combate de fraudes -. Essas medidas se valeram apenas no cenário urbano, uma estratégia do governo central para incentivar o êxodo rural e, assim, a diminuição da base de sustentação do poder das oligarquias rurais. Tomou como base em seu governo o populismo e o corporativismo, este último que, se apoiando nas teorias políticas de Marx, dizia que havia um conflito entre a burguesia e as camadas populares que poderia culminar numa luta de classes, que prejudicaria o governo Vargas.

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Page 1: Era Vargas - Resumo

ERA VARGAS

Quando Vargas assumiu o poder, comandou um governo provisório. Como era contrário às oligarquias, optou por suspender a Constituição que, federalista, determinava o poder para estes setores. Nesse contexto, adotou medidas centralizadoras como a política de valorização do café – através da qual o excedente era queimado como forma de prejudicar os cafeicultores sem desvalorizar o caráter agroexportador da economia brasileira – e a nomeação de interventores, tenentes nordestinos escolhidos por Vargas para substituir os presidentes de Estado que simpatizavam com as oligarquias.

Diante desse cenário que se formava, dois grandes partidos políticos se uniram: o PRP e o PD, este último tendo apoiado Vargas na revolução de 1930 e agora acusando-o de autoritarismo. Inicia-se a revolução constitucionalizante, que tinha por principal objetivo obrigar o governo central a elaborar uma nova Constituição para o país e substituir o interventor de São Paulo por um paulista.

Vargas, que vinha investindo pesadamente na indústria bélica, não teve problemas em derrotar as oligarquias, mas como era impossível negar a grande influência que detinham, resolveu satisfazer um dos interesses das oligarquias e convocou uma Assembleia Constituinte para esboçar o novo texto constitucional.

O conflito de 1932 foi abafado por Vargas, que dizia que apenas uma parcela ínfima dos paulistas estava insatisfeita com o governo e defendendo uma paulistanidade não queriam ver o progresso do país.

Nesse sentido o presidente foi bastante sagaz, pois comandou a criação da nova Constituição com base nos seus interesses. Determinava a oficialização do código eleitoral – que previa o código secreto, o sufrágio universal e a criação da justiça eleitoral para combate de fraudes -. Essas medidas se valeram apenas no cenário urbano, uma estratégia do governo central para incentivar o êxodo rural e, assim, a diminuição da base de sustentação do poder das oligarquias rurais.

Tomou como base em seu governo o populismo e o corporativismo, este último que, se apoiando nas teorias políticas de Marx, dizia que havia um conflito entre a burguesia e as camadas populares que poderia culminar numa luta de classes, que prejudicaria o governo Vargas.