equival˚ncia sem´ntica da classifica˙ˆo ... - nepae.uff.br · programa de pós-graduaçªo em...

107
1 ISBN 85-867-50-0 E E Q Q U U I I V V A A L L ˚ ˚ N N C C I I A A S S E E M M ´ ´ N N T T I I C C A A D D A A C C L L A A S S S S I I F F I I C C A A ˙ ˙ ˆ ˆ O O D D E E F F E E N N M M E E N N O O S S D D E E E E N N F F E E R R M M A A G G E E M M D D A A C C I I P P E E V V E E R R S S ˆ ˆ O O A A L L F F A A MARIA MIRIAM LIMA DA NBREGA MARIA GABY RIVERO DE GUTIRREZ IdØia

Upload: doancong

Post on 23-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

1

ISBN 85-867-50-0

EEQQUUIIVVAALLÊÊNNCCIIAA SSEEMMÂÂNNTTIICCAA DDAA CCLLAASSSSIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDEE

FFEENNÔÔMMEENNOOSS DDEE EENNFFEERRMMAAGGEEMM DDAA CCIIPPEE

VVEERRSSÃÃOO AALLFFAA

MMAARRIIAA MMIIRRIIAAMM LLIIMMAA DDAA NNÓÓBBRREEGGAA

MMAARRIIAA GGAABBYY RRIIVVEERROO DDEE GGUUTTIIÉÉRRRREEZZ

Idéia

Page 2: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

2

EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA DA CLASSIFICAÇÃO DE FENÔMENOS DE

ENFERMAGEM DA CIPE VERSÃO ALFA

Page 3: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

3

MARIA MIRIAM LIMA DA NÓBREGA

MARIA GABY RIVERO DE GUTIÉRREZ

EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA DA CLASSIFICAÇÃO DE FENÔMENOS DE

ENFERMAGEM DA CIPE VERSÃO ALFA

João Pessoa � PB

2000

Page 4: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

4

Todos os direitos e responsabilidades das autoras.

Editoração Eletrônica:

Magno Nicolau

Revisão:

Maria Jandira Ramos

Maria Miriam Lima da Nóbrega Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UNIFESP. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Professora do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública e Psiquiatria da UFPB. Maria Gaby Rivero de Gutiérrez Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela EE/USP. Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo � UNIFESP/EPM. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP.

N754e Nóbrega, Maria Miriam Lima da, Gutiérrez, Maria Gaby Rivero de

Equivalência semântica da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE � Versão Alfa/Maria Miriam Lima da Nóbrega/Maria Gaby Rivero de Gutiérrez � João Pessoa, 2000.

108p.

1. Enfermagem - 2. Classificação. 3. Processo de tradução. I. Título

616-083

Idéia

Editora LTDA (083) 222.5986

[email protected]

Page 5: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

5

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho só foi possível graças ao

trabalho voluntário e valioso das Enfermeiras

Professoras Dra. Alba Lucia Botura Leite de

Barros, Dra. Emília Campos de Carvalho, Dra.

Heimar de Fátima Marin, Dra. Mariana

Fernandes de Souza, Dra. Marga Simon Coler e

Dra. Telma Ribeiro Garcia, que nos forneceram

contribuições fundamentais para o desenvolvimento

da técnica back-translation.

A todas, o nosso agradecimento.

Page 6: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

6

SUMÁRIO

Apresentação 09

1 Introdução 11

2 Taxonomias e Sistemas de Classificação 19

2.1 Sistema de Classificação em Enfermagem 17

3 Classificação Internacional da Prática de Enfermagem � CIPE 28

3.1 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem/CIPE �

Versão Alfa

30

3.1.1 Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE � Versão Alfa 36

3.1.2 Classificação das Intervenções de Enfermagem da CIPE � Versão Alfa 38

3.2 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem � CIPE

Versão Beta

39

4 Procedimentos Metodológicos 47

4.1 Considerações sobre o referencial metodológico 47

4.2 Descrição do estudo 53

5 Análise e Discussão dos Resultados 56

Page 7: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

7

5.1 Versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE

� Versão Alfa

68

Considerações Finais 99

Referências 103

Page 8: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

9

APRESENTAÇÃO

Este livro corresponde à primeira parte da Tese de Doutorado intitulada Equivalência

semântica e análise da utilização na prática dos fenômenos de enfermagem da CIPE �

Versão Alfa, desenvolvida e defendida no programa de Pós-Graduação em Enfermagem do

Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. A idéia de sua publicação

surgiu como sugestão dos membros da banca examinadora de defesa, quando foi enfatizada a

necessidade da divulgação da tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE

� Versão Alfa, como mais uma publicação que as enfermeiras poderiam consultar e, ao mesmo,

tempo contribuir com a validação dos termos que foram traduzidos.

Visando a um melhor entendimento do desenvolvimento desta pesquisa, descrevemos a

forma como a mesma foi organizada, dividindo-se em seis unidades. Na primeira, introdutória,

contextualizamos a problemática, justificamos a realização do estudo e apresentamos os seus

objetivos.

A segunda unidade é destinada à descrição sobre Taxonomia e Sistema de Classificação,

sem a pretensão de explorar e discutir sobre a Ciência da Classificação, mas, sim, de dar uma

idéia de como estes sistemas de classificação podem ser e são construídos. Nessa unidade é feita

também uma revisão da literatura sobre os sistemas de classificação desenvolvidos na

Enfermagem, num esforço de se resgatar as primeiras tentativas de classificação visando levar o

leitor a conhecer o progresso da Enfermagem no desenvolvimento de sistemas de classificação.

Na terceira unidade apresentamos o sistema de Classificação Internacional da Prática de

Enfermagem � CIPE, Versão Alfa, enfatizando sua construção e as Classificações de Fenômenos

Page 9: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

10

e Ações de enfermagem. Descrevemos, também, o trabalho que foi desenvolvido na construção

da Versão Beta da CIPE.

Na quarta unidade, dedicada aos procedimentos metodológicos do estudo, apresentamos

inicialmente considerações sobre a pesquisa transcultural, discorrendo, com base na literatura

especializada, sobre as várias propostas metodológicas utilizadas para se fazer adaptação de

instrumentos ou sistemas de classificação que foram desenvolvidos em uma língua e estão sendo

utilizados em outra. Elegemos como técnica para o desenvolvimento do estudo a equivalência

semântica, feita através da back-translation, descrita por Brislin, em 1970. Descrevemos as

etapas de realização da técnica back-translation, incluindo a construção dos instrumentos

utilizados nesta etapa.

Na quinta unidade são apresentados e discutidos os dados obtidos no estudo. Em uma

primeira parte é apresentada os resultados da fase de equivalência semântica dos títulos (termos)

e das definições dos fenômenos de enfermagem, sendo discutidos os que apresentaram índice de

concordância abaixo de 79%. Em uma segunda parte é apresentada a versão final da tradução da

Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE � Versão Alfa.

Na última unidade são apresentadas as considerações finais do estudo. A título de

contribuição para o desenvolvimento da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem

foram feitas algumas considerações que são consideradas importantes no desenvolvimento de

futuros estudos.

Esperamos, com o desenvolvimento deste trabalho, ter contribuído para a adaptação

transcultural da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem, à língua portuguesa do

Brasil. Reconhecemos que este não é um trabalho concluído, pois um sistema de classificação é

um processo em desenvolvimento contínuo e a todo o momento mudanças podem acontecer

nele. Mas, acreditamos que a contribuição do estudo será de fundamental importância para a

expansão e aprofundamento de estudos nessa área.

Maria Miriam Lima da Nóbrega

Maria Gaby Rivero de Gutiérrez

Page 10: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

11

1 INTRODUÇÃO

Ao longo deste século, as enfermeiras1 têm documentado que a falta de uma linguagem

universal para definir e descrever a prática de enfermagem tem sido um obstáculo para a

profissão se firmar como ciência e disciplina (ICN, 1996b). Na realidade, desde o início da

Enfermagem moderna, existe a preocupação com a denominação dos seus fenômenos

específicos. A confirmação desse fato está registrada nos escritos de Florence Nightingale,

datados de 1859, quando afirma que a "Enfermagem desconhece os seus elementos específicos"

(Nightingale, 1969). Na profissão, sempre foi questionado qual o conhecimento específico da

Enfermagem; quais são seus conceitos; quais os seus significados; qual a utilização desses

conceitos na prática, entre outros aspectos.

Uma maior ênfase na busca dessas respostas foi dada neste século, principalmente a partir

da década de 1950, quando as enfermeiras começaram a desenvolver modelos conceituais ou

teorias de Enfermagem, num esforço para identificar conceitos próprios e a sua utilização na

prática. A literatura evidencia que esses modelos ou teorias geraram conceitos amplos,

abrangentes e abstratos, entre os quais, os quatro conceitos centrais do metaparadigma da

Enfermagem � ser humano, saúde, ambiente e enfermagem �, dos quais, os três primeiros

também são conceitos centrais de outras Disciplinas que têm como objeto de estudo o cuidado

com a saúde. Essa etapa na história da Enfermagem, �produzir modelos conceituais e teorias de

enfermagem, foi necessária, mas foi desenvolvida sem a devida fundamentação com a pesquisa

e, por esse motivo, os objetivos de desenvolver pesquisa baseada em conhecimentos para a

prática não foram alcançados� (Blegen & Reimer, 1997).

1 A palavra enfermeira será utilizada com referência tanto às enfermeiras, como aos enfermeiros, em consideração ao maior número de mulheres na profissão.

Page 11: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

12

Nas décadas seguintes, extensivas pesquisas em Enfermagem foram feitas com foco no

desenvolvimento de conceitos. Contribuíram para este desenvolvimento a introdução do

processo de enfermagem nos Estados Unidos, na década de 1970, e, posteriormente, em todo o

mundo, como um modelo operacional para a prática de enfermagem, por meio do qual as

enfermeiras tomam suas decisões clínicas. As distintas fases desse processo, que são expressas

de maneiras diferentes, de acordo com o modelo conceitual utilizado, favoreceram o

desenvolvimento de sistemas de classificação em Enfermagem. Pode-se afirmar, também, que

os sistemas de classificação de Enfermagem contribuíram para o desenvolvimento de conceitos,

mas, seguindo um outro caminho, tendo em vista que o desenvolvimento de sistemas de

classificação na Enfermagem tem sido considerado o primeiro estágio no desenvolvimento de

estruturas teóricas para a disciplina, ou seja, a tarefa de denominar os fenômenos que constituem

objetos das ações das enfermeiras.

A revisão da literatura especializada evidencia que existem na Enfermagem diversos

sistemas de classificação relacionados com algumas fases do processo de enfermagem:

diagnóstico de enfermagem � North American Nursing Diagnoses Association � NANDA;

Classificação das Respostas Humanas de Interesse para a Prática da Enfermagem Psiquiátrica e

de Saúde Mental; problemas de enfermagem � Community Health System � Sistema Comunitário

de Saúde de Omaha; intervenções de enfermagem � Nursing Intervention Classification � NIC; e

resultados esperados � Nursing Outcomes Classification � NOC; entre outros. Estes sistemas

tiveram como ponto de partida o trabalho desenvolvido, a partir da década de 1970, nos Estados

Unidos, pela NANDA.

Na pesquisa desenvolvida por Coler, Pérez & Nóbrega (1989), foi observado que

existiam diferenças entre os diagnósticos desenvolvidos nos Estados Unidos e os identificados

em nossa amostra, no Brasil, e essas diferenças estavam relacionadas, ora com a tradução dos

termos, ora com o significado dos Padrões de Respostas Humanas, ou com as características

definidoras desses diagnósticos, que, em alguns casos, não se aplicavam ao contexto brasileiro.

Esses mesmos fatos são comprovados pela literatura da Enfermagem, quando evidencia

que os diagnósticos de enfermagem da NANDA necessitam de ser reavaliados, reconsiderados e

reaplicados, dentro de uma abordagem transcultural, significativa e útil às perspectivas da

Enfermagem, uma vez que os sinais e sintomas que levam a esses diagnósticos foram aprovados,

tendo como base à língua inglesa, o que pode gerar problemas semânticos na tradução da

estrutura da Taxonomia da NANDA para país de língua diferente, além de um número de

questões éticas relacionadas com o uso mundial dessa Taxonomia (Leininger, 1990).

Page 12: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

13

Para Kelley & Frisch (1990), o uso de uma lista de diagnósticos de enfermagem pode

impor culturalmente rótulos inapropriados e incorretos às pessoas de diversas culturas, como

também pode levantar a questão de que os diagnósticos de enfermagem não foram desenvolvidos

com um grau aceitável de consistência entre as enfermeiras, para serem representativos de uma

ou mais culturas. Outros questionamentos feitos a partir da literatura estudada estão relacionados

com a inexistência de pesquisas de validação transcultural para a maioria dos diagnósticos

desenvolvidos pela NANDA (Sato, 1996).

A introdução dos diagnósticos de enfermagem na prática de enfermagem internacional

tem sido feita, de modo geral, por meio de uma tradução apenas horizontal, palavra por palavra,

dos termos utilizados, com pouca ou nenhuma consideração pelo significado atribuído no

contexto de uma outra cultura. No Brasil, Coler, Nóbrega & Pérez (1994) identificaram, nos

seus trabalhos iniciais sobre o diagnóstico de enfermagem, problemas semânticos, sintáticos e

culturais, em todos os elementos componentes do diagnóstico, sendo esses problemas mais

evidentes nas características definidoras. A partir de então, as autoras acima referidas

direcionaram o foco de seus estudos para a validação dos diagnósticos de enfermagem da

NANDA na realidade brasileira.

No desenvolvimento de estudos com os diagnósticos de enfermagem, �a maior

dificuldade enfrentada foi à falta de um texto que apresentasse os conceitos básicos e a

taxonomia dos diagnósticos de enfermagem em português� (Farias et al., 1990), surgindo, então,

a primeira publicação de um livro sobre diagnóstico de enfermagem no Brasil, que tinha como

maior objetivo apresentar a tradução, para o português, da Taxonomia I Revisada da NANDA e

reunir as informações básicas para enfermeiras e estudantes de Enfermagem sobre a aplicação

dos diagnósticos de enfermagem. Durante o processo de elaboração desse livro, foi feita

inicialmente uma tradução livre da taxonomia, palavra por palavra, sem uma preocupação com o

significado dos termos. Depois, esta tradução foi revisada por um especialista em língua inglesa,

que, além disso, assessorou o grupo na tradução de termos para os quais não havia

correspondentes em português. Numa outra etapa, o material foi submetido à apreciação de um

especialista em língua portuguesa, quando foram feitas a comparação da versão original

americana com a traduzida e a uniformização e adaptação da taxonomia ao português do Brasil.

Essa tradução, apesar de ter sido feita com assessoria de especialistas em língua inglesa e

portuguesa, não obedecia a nenhuma técnica de tradução específica.

A partir da publicação desse livro e de outras publicações como a de Maria (1990), e das

várias traduções de livros-textos de Enfermagem em português, feitas pelas editoras a partir de

Page 13: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

14

critérios próprios, surgiu a impossibilidade de atendimento a um dos propósitos fundamentais

dos diagnósticos de enfermagem, a padronização da linguagem.

Tendo em vista a solução desse problema, foi realizado, em São Paulo � SP, em 1991, o I

Simpósio Nacional sobre Diagnóstico de Enfermagem, onde os problemas anteriormente citados

foram levantados (Nóbrega, 1994). No final do evento, foi sugerida a realização de um novo

encontro para tratar da questão da uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem

no Brasil.

Em julho de 1992, João Pessoa � PB sediou a realização do II Simpósio Nacional sobre

Diagnóstico de Enfermagem, que tinha como tema central a Uniformização da Linguagem dos

Diagnósticos de Enfermagem no Brasil. Como estratégia para o desenvolvimento dessa temática

foram convidadas enfermeiras que aplicavam, na prática profissional (ensino, pesquisa e

assistência), os diagnósticos de enfermagem da NANDA. Foi ainda atribuída a cada uma delas a

tarefa de, comparadas algumas das traduções conhecidas, propor uma uniformização para a

tradução das categorias diagnósticas de um Padrão de Resposta Humana específico. Foram

discutidas as propostas de tradução para os componentes de todos os diagnósticos de

enfermagem constantes da Taxonomia I Revisada da NANDA, aprovada durante a Nona

Conferência, realizada em 1990. Em virtude da quantidade de propostas de modificações

apresentadas e discutidas durante o evento, decidiu-se que seria elaborada e enviada a síntese das

propostas formuladas para análise e aprovação dos participantes do evento e de outras

enfermeiras envolvidas no estudo e aplicação dos diagnósticos de enfermagem no Brasil.

O resultado desse processo foi publicado, em 1994, na forma de livro de bolso, onde

estão contidos todos os diagnósticos de enfermagem, que, embora respeitando a estrutura básica

da taxonomia da NANDA, incluem alterações na forma como os seus componentes foram

traduzidos para o português, introduzindo-se alterações que, por vezes, representam

modificações significativas na estrutura desses diagnósticos (Nóbrega & Garcia [Org.], 1994).

Esse livro tem sido amplamente utilizado e referenciado em todo o território nacional, mas,

apesar dessa utilização, pode-se afirmar que os problemas de tradução, adaptação ou adequação

dos diagnósticos de enfermagem à nossa realidade ainda persistem.

O desenvolvimento e o uso de taxonomias ou sistemas de classificação na Enfermagem, a

partir da década de 1970, como forma de descrever a prática de enfermagem, ou seja, os seus

elementos, não impediram que se questionasse de que problemas ou situações específicas se

ocupa a Enfermagem; qual a contribuição especial da Enfermagem para prevenir, aliviar ou

Page 14: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

15

resolver esses problemas; quais os resultados que se propõe alcançar. Até o momento atual,

estas questões têm sido essenciais para a busca contínua de aperfeiçoamento do desenvolvimento

das classificações de enfermagem existentes.

Por esse motivo, qualquer que seja a forma como são expressos esses elementos, eles são

considerados componentes primários de uma classificação para a prática de enfermagem. As

situações que experimentam os pacientes e clientes (indivíduo, família e comunidade), que

pertencem ao campo de conhecimento da Enfermagem e são o foco das atividades profissionais

têm sido denominadas tradicionalmente de necessidades ou problemas do paciente. As palavras

usadas para se descrever esses componentes mudam de país para país, sendo denominados de

diagnósticos de enfermagem, problemas de enfermagem, problemas do paciente, necessidades

humanas, fatores de enfermagem e fenômenos de enfermagem. Para Clark & Lang (1992), sem

uma linguagem compartilhada que expresse esses elementos, não se pode descrever a prática de

enfermagem de maneira que se possa compará-la nos diversos contextos clínicos, populações de

clientes, zonas geográficas ou tempo. Também, não se pode identificar a contribuição particular

da enfermeira na equipe de saúde, nem descrever as diferenças entre a prática da enfermeira e a

dos demais membros da equipe de enfermagem.

Vários trabalhos têm sido realizados para definir esses termos, porém não existe um

consenso entre as enfermeiras sobre quais as melhores palavras que devem ser usadas (Coenen &

Wake, 1996).

No Brasil, Cruz et al. (1994) realizaram um estudo para identificar as atividades de

enfermagem descritas na literatura de Enfermagem no período de 1988 a 1992. Os resultados do

estudo evidenciaram que os três elementos da prática identificados pelo International Council of

Nurses (Conselho Internacional de Enfermeiras � CIE) são utilizados na prática de enfermagem,

mas não com uma mesma freqüência, o que levou as autoras a concluir que esses elementos são

implementados separadamente, não configurando a utilização do processo de enfermagem na

prática do cuidado. Nesse estudo, o termo diagnóstico de enfermagem, mesmo tendo sido

mencionado com treze diferentes denominações (problema, levantamento, alteração,

necessidades, entre outras), foi o mais freqüentemente usado. Acredito que esse fato possa ser

explicado pelo uso no Brasil, a partir de 1986, do Sistema de Classificação dos Diagnósticos de

Enfermagem da NANDA. Merece também ser ressaltado que o diagnóstico de enfermagem é um

termo familiar às enfermeiras brasileiras, desde a década de 1970, quando o mesmo foi

introduzido, por Horta, no seu modelo conceitual das necessidades humanas básicas, como a

Page 15: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

16

segunda fase do processo de enfermagem, passando, desde então, a ser utilizado no ensino e na

prática assistencial de enfermagem.

A literatura especializada evidencia que o desenvolvimento do Sistema de Classificação

da NANDA tem contribuído para promover a autonomia da enfermeira no julgamento do

cuidado do cliente, para propiciar o uso dos conhecimentos específicos da Enfermagem e para a

realização de estudos sobre a qualidade do cuidado de enfermagem, que têm apontado para a

necessidade de proporcionar, à profissão, uma nomenclatura, uma linguagem e uma classificação

que possam ser usadas para descrever e organizar os dados mínimos de enfermagem (Clark,

1995).

A proposta de um sistema de classificação representa para a Enfermagem a possibilidade

de se situar como uma profissão de prática independente, na qual muitos países têm-se

envolvido, a partir da possibilidade de concretização dessa proposta pelo CIE.

A inserção da Enfermagem brasileira no projeto do CIE só se deu a partir da participação

de cinco enfermeiras brasileiras, representando a Associação Brasileira de Enfermagem � ABEn,

em Tlaxcala � México, em 1994, numa reunião consultiva sobre a elaboração de instrumentos

para facilitar a identificação dos elementos da prática de enfermagem, que apóiem os sistemas

comunitários e a atenção primária à saúde. O Brasil se fez representar também na reunião

realizada em Los Angeles � Estados Unidos, em fevereiro de 1995, quando se discutiu uma

proposta para o desenvolvimento de projetos nacionais no Brasil, Chile, Colômbia e México, que

integrariam o projeto internacional da classificação para a prática de enfermagem. A partir dos

compromissos assumidos nessas duas reuniões, a ABEn realizou, durante o I Encontro

Internacional de Enfermagem de Países de Língua Oficial Portuguesa, em Salvador � BA, em

abril de 1995, uma reunião sobre a Classificação da Prática de Enfermagem, da qual

participamos como membros da equipe que elaborou o protocolo para o projeto de investigação

da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem no Brasil (ABEn, 1995).

Em novembro de 1995, o CIE recomendou a realização de uma reunião no Brasil,

coordenada pela Fundação W. K. Kellogg � Fundação co-responsável pelo apoio financeiro ao

projeto �, contando com representantes dos países da América Latina, objetivando delinear o

projeto de classificação para a prática de enfermagem, a ser desenvolvido nesses países. Para o

desenvolvimento do projeto no Brasil, foi realizada pela ABEn Nacional, em fevereiro de 1996,

através das Diretorias de Assuntos Profissionais e do Centro de Estudos e Pesquisas em

Enfermagem � CEPEn, com o apoio do CIE e da Fundação W. K. Kellogg, a primeira oficina,

Page 16: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

17

contando com a participação de enfermeiras representantes de quase todas as regiões do Brasil,

com experiências na utilização dos diagnósticos de enfermagem ou na saúde coletiva. Durante a

oficina foi desenvolvido o projeto nacional de Classificação das Práticas de Enfermagem em

Saúde Coletiva no Brasil � CIPESC, objetivando �contribuir para a transformação e

classificação das práticas de enfermagem em saúde coletiva, tendo por referencial o modelo

epidemiológico proposto na reforma sanitária brasileira� (ABEn, 1996).

Para a execução desse projeto, convencionou-se subdividi-lo em três subprojetos,

definindo-se, para cada um deles, as respectivas ações, atividades, estruturas físico-financeiras e

metas. Considerando-se a dimensão continental do país, a sua diversidade sócio-econômica e

cultural e o acesso geográfico para a operacionalização das atividades, os subprojetos foram

definidos em oito grupos regionais. O projeto foi concluído em dezembro de 1999, tendo como

maior resultado a identificação de termos (fenômenos de enfermagem e ações de enfermagem)

na área da saúde coletiva, que serão enviados ao CIE para posterior inclusão na Classificação

Internacional da Prática de Enfermagem � CIPE.

Em dezembro de 1996, o CIE apresentou à comunidade de Enfermagem a Classificação

Internacional para a Prática de Enfermagem � Um Marco Unificador - Versão Alfa,

constituída pelas Classificações de Fenômenos de Enfermagem e de Intervenções de

Enfermagem, com o objetivo de �estimular a discussão e, conseqüentemente, os comentários,

observações, críticas e recomendações de melhoria, a fim de se obterem subsídios para as

próximas versões dessa classificação� (ICN, 1996b).

Em março de 1997, após o recebimento de cópia da CIPE � Versão Alfa, enviada pelo

CIE, a ABEn, representada pela Diretoria de Assuntos Profissionais, convidou algumas

enfermeiras envolvidas no movimento dos diagnósticos de enfermagem no Brasil para uma

reunião que foi realizada na sede da ABEn - Seção São Paulo, para discutirem a tradução e

utilização da CIPE no Brasil. A partir dessa reunião, foi criado o Grupo de Trabalho de

Tradução da CIPE para o português do Brasil, ligado à Comissão de Assuntos Profissionais. Este

Grupo reunia-se freqüentemente na cidade de São Paulo, ora na Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo - USP, ora no Departamento de Enfermagem da Universidade

Federal de São Paulo - UNIFESP, quando foram traçados e operacionalizados os objetivos para a

tradução e divulgação da CIPE no Brasil.

Em agosto do mesmo ano, o Grupo teve a oportunidade de discutir com a Dra. Heimar de

Fátima Marim, do Departamento de Enfermagem da UNIFESP, responsável, através do Núcleo

Page 17: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

18

de Informática em Enfermagem, pela tradução da CIPE para o português do Brasil como

sponsored partner do projeto TELENURSE do Danish Institute for Health and Nursing

Research, alguns entraves identificados na tradução, tanto pelo Grupo de Trabalho da ABEn,

como pela própria tradutora. O fruto do trabalho destas associadas resultou numa publicação

lançada durante a realização do 49º Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado na cidade de

Belo Horizonte, Minas Gerais, objetivando �a discussão, adaptação e validação dos termos

frente à realidade brasileira, a partir de um novo referencial: o trabalho da Enfermagem

voltado para a defesa da qualidade de vida e de atenção à saúde, como direito universal e

equânime de cidadania� (Cruz et al., 1997).

Em março de 1998, o CIE apresentou, a partir das avaliações recebidas da Versão Alfa,

as novas diretrizes para o desenvolvimento de um modelo experimental da Versão Beta (ICN,

1998), disponibilizando, a partir de junho de 1999, na sua homepage, a Versão Beta 1 ou

Emergencial (ICN, 1999a; 1999b), publicando em julho de 1999 a Versão Beta (ICN, 1999c),

para ser submetida ao mesmo processo de avaliação da Versão Alfa, configurando, dessa forma,

o trabalho contínuo no desenvolvimento de sistemas de classificações na Enfermagem.

Diante da situação apresentada, restou-nos o desafio de contribuir com o CIE e,

conseqüentemente, com a ABEn, na concretização de uma Classificação Internacional da Prática

de Enfermagem, que possa ser usada por todas as enfermeiras e reduzir ou evitar os problemas

de tradução e adaptação que aconteceram com o sistema de classificação da NANDA no Brasil.

Contudo, reconhecemos que fazer uma adaptação de uma classificação para a prática de

enfermagem no Brasil, por sua própria natureza e por sua extensão territorial, é um trabalho

árduo e extenso, que demanda custos, tempo e dedicação ao assunto.

Mesmo conscientes destes problemas, decidimos realizar este estudo, tendo como

objetivo a equivalência semântica para a língua portuguesa do Brasil dos termos atribuídos aos

fenômenos de enfermagem constantes na CIPE � Versão Alfa.

Page 18: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

19

2 TAXONOMIAS E SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Taxonomias ou Sistemas de Classificação são conhecimentos estruturados nos quais os

elementos substantivos de uma disciplina ou subdisciplina são organizados em grupos ou classes

com base em suas similaridades (Blegen & Reimer, 1997).

Segundo Sokal (1974), o processo de classificação, de reconhecimento de similaridades e

o agrupamento de organismos ou objetos, remonta ao período do homem primitivo, quando

afirma que, desde o advento da humanidade, a habilidade de classificar tem sido vista como um

comportamento de adaptação na evolução biológica. Contudo, a origem da Ciência da

Classificação, segundo o referido autor, aparece nos escritos dos ancestrais gregos.

Para Bailey (1994), classificação é um processo central em todas as fases da vida, sendo

considerado, indiscutivelmente, como um dos mais centrais e genéricos de todos os exercícios

conceituais. Classificação é um importante aspecto de muitas ciências, motivo pelo qual,

princípios e procedimentos similares têm sido desenvolvidos independentemente em vários

campos (Sokal, 1974).

De acordo com a literatura especializada, existe um grande número de métodos usados

em disciplinas, como a Botânica, a Química, a Medicina, a Arqueologia, a Psicologia, a

Lingüística, a Antropologia, a Biblioteconomia, a Filosofia, a Matemática, a Lógica, as Ciências

Sociais, entre outras, para o desenvolvimento de sistemas de classificação (ICN, 1996b).

O termo classificação é freqüentemente empregado para denominar o produto final do

processo de classificação (Sokal, 1974). O referido autor recomenda o uso da expressão sistemas

Page 19: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

20

de classificação para descrever o produto final desse processo. Já o termo taxonomia é usado

para significar o estudo teórico da classificação, incluindo suas bases, princípios, procedimentos

e regras (Bailey, 1994, Sokal, 1974). Para McKay (1977), taxonomia refere-se, tanto à Ciência

da Classificação, como ao Sistema de Classificação resultante desse processo. Neste estudo, o

termo Taxonomia será empregado, tanto para designar a Ciência da Classificação, como o

produto final desse processo, tal como tem sido utilizado pela NANDA.

Segundo Rasch (1987), uma taxonomia pode ser classificada como natural ou artificial,

quando se refere à natureza do critério de construção da taxonomia, e hierárquica ou não

hierárquica, quando se refere à estrutura específica da taxonomia. Para a referida autora, uma

taxonomia é natural quando o critério usado para se classificar é baseado em algumas

características que são próprias dos indivíduos ou objetos que estão sendo classificados, e uma

taxonomia é considerada artificial quando o critério utilizado para agrupar ou dividir está

baseado em qualidades determinadas acidental ou arbitrariamente. Uma taxonomia é considerada

hierárquica, quando especifica que os indivíduos ou objetos que estão sendo classificados podem

ser arranjados em classes, que são mais ou menos exclusivas, e uma taxonomia é não

hierárquica, quando usa um atributo ou um conjunto de atributos para classificar indivíduos ou

objetos.

O desenvolvimento de uma taxonomia ou sistema de classificação envolve a formação de

conceitos e a inter-relação desses conceitos. Por essa razão, esse desenvolvimento é considerado

um processo teórico, onde podem ser utilizadas as abordagens indutivas e dedutivas (Rasch,

1987). Dessa forma, quando se ordenam e se arranjam os indivíduos ou objetos dentro de um

grupo ou conjunto, tendo por base alguns critérios, está-se usando a abordagem indutiva. Já

quando se utiliza uma estrutura conceptual para desenvolver os conceitos e critérios pelos quais

os indivíduos ou objetos são classificados ou ordenados, está-se usando uma abordagem

dedutiva.

Para Fleishman & Quaintance2, citados por Kerr (1991), existem quatro etapas no

desenvolvimento de taxonomia ou sistema de classificação: 1) a identificação do propósito do

sistema de classificação; 2) a identificação de critérios para serem usados na classificação dos

itens; 3) classificação dos itens validados; 4) avaliação da adequação e utilidade do sistema de

classificação através da validação interna, da validação externa e da utilização na prática clínica.

2 Fleishman, E. A., Quaintance, M. K. Taxonomies of human performance. San Diego, CA: Academic Press, 1984.

Page 20: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

21

2.1 Sistemas de Classificação em Enfermagem

Na Enfermagem, as tentativas de classificação têm surgido desde o início deste século. A

primeira classificação de problemas de enfermagem foi desenvolvida nos Estados Unidos e teve

como propósito o ensino de Enfermagem. Uma subcomissão da National League for Nursing �

Liga Nacional de Enfermagem, ao revisar as fichas de aproveitamento dos estudantes, percebeu a

necessidade de descrever a prática geral de enfermagem, tendo como foco os conceitos,

enfatizando o cliente em oposição ao foco do desenvolvimento de tarefas ou procedimentos, que

predominavam desde o início do século XX. Para isso, foi realizada uma pesquisa nas Escolas

de Enfermagem norte-americanas e a primeira classificação foi concluída. Os 21 problemas de

Abdellah, como ficou conhecida essa classificação, que descreve os objetivos terapêuticos da

Enfermagem e seu desenvolvimento, teve como focos principais as necessidades do cliente

(terapêutica das necessidades) e os problemas de enfermagem (terapêutica de problemas), que

eram os modelos vigentes na década de 1950 (Gordon, 1994).

Em 1966, Henderson identificou a lista das 14 necessidades humanas básicas, que

compreende os componentes ou funções da Enfermagem, e tem como objetivo �descrever os

cuidados de que qualquer pessoa necessita, independentemente do diagnóstico e do tratamento

prescrito pelo médico� (Henderson, 1969). Essa classificação teve como suporte teórico a

abordagem funcional das necessidades. A lista das 14 necessidades humanas básicas não

representa os problemas de saúde do cliente, mas as áreas nas quais os problemas reais ou

potenciais podem ocorrer, e aplicam-se a qualquer ambiente, podendo tanto servir de guia na

promoção da saúde, como na prestação de cuidados de enfermagem ao paciente. Os

componentes dos cuidados básicos de enfermagem, considerados por sua autora como as funções

de competência exclusiva das enfermeiras, podem ser descritos como: respiração, alimentação,

eliminação, sono e repouso, vestimentas, temperatura corporal, higiene, controle do ambiente,

comunicação, prática religiosa, realização, atividade de lazer e aprendizagem.

Tanto a classificação de Abdellah como a de Henderson foram usadas na educação e na

prática da Enfermagem, e suas contribuições estimularam as enfermeiras a ir além da utilização

das funções de rotina e tarefas para identificar problemas terapêuticos (Gordon, 1994). Para

Jones (1979) estes trabalhos necessitam de mais estudos para que alcancem um melhor

desenvolvimento, antes de serem usados como uma taxonomia ou sistema de classificação

completa para a prática de enfermagem.

Page 21: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

22

Para Douglas & Murphy (1992), os 21 problemas de Abdellah, a lista das 14

necessidades humanas básicas de Henderson e o modelo de levantamento de dados nas 13

áreas funcionais de McCain têm sido considerados precursores das tentativas para

sistematização do conhecimento de abordagens taxonômicas na Enfermagem.

Para Gordon (1994), essas primeiras tentativas de classificação mudaram o enfoque da

Enfermagem, que passou, desde então, a se preocupar com a identificação dos problemas do

cliente e, posteriormente, com os diagnósticos de enfermagem, tendo como alvo o cuidado. A

mudança do cuidado organizado, com ênfase nos problemas terapêuticos, como: �facilitar a

manutenção da comunicação verbal efetiva�, para o cuidado organizado com ênfase nos

problemas do cliente, tal como: �comunicação verbal prejudicada�, teve início na década de

1970, com a criação do Sistema de Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA.

A revisão da literatura especializada indica que propostas e modelos para se classificar a

prática de enfermagem estão ganhando impulso nas duas últimas décadas. Revela também que

esses modelos ainda não são considerados estruturas ou sistemas de classificação consolidados.

Entre os modelos apresentados, a Taxonomia da NANDA, iniciada em 1973, é constituída por

uma estrutura teórica � os Padrões de Respostas Humanas � que orienta a classificação e

categorização dos diagnósticos de enfermagem ou das condições que necessitam de cuidados de

enfermagem. O uso dessa Taxonomia define o foco do cuidado de enfermagem e dá às

enfermeiras exemplos de como a profissão difere de outras profissões da saúde. Os diagnósticos,

interpretados como títulos dados pela enfermeira para uma resposta humana, podem ser usados

como ilustração do foco da Enfermagem. Dessa forma, essa Taxonomia �oferece às enfermeiras

novo conhecimento de definições, características definidoras, fatores relacionados e fatores de

risco para cada diagnóstico, o que proporciona o uso de uma linguagem que pode ser

compartilhada por toda a comunidade de enfermagem� (Carlson-Catalano, 1993).

O trabalho da NANDA está estabelecido e, no presente, é o sistema de classificação mais

utilizado, tendo sido traduzido e adaptado em 17 línguas, em 33 países, e incorporado em alguns

sistemas de informação clínica desses países (Fitzpatrick & Zanotti, 1995).

A Classificação das Respostas Humanas de Interesse para a Prática da Enfermagem

Psiquiátrica e de Saúde Mental foi desenvolvida pela Força Tarefa da American Nurses

Association � ANA, utilizando os diagnósticos aprovados pela NANDA, bem como outros

diagnósticos específicos dessa classificação, tendo, dessa forma, evoluído de um sistema geral de

classificação para um sistema especializado (Vincent & Coler, 1990). Em 1994, essa

Page 22: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

23

classificação foi apresentada ao Comitê de Revisão de Diagnósticos da NANDA para estudo da

possibilidade de inclusão dos diagnósticos específicos da área na Taxonomia da NANDA. Esses

diagnósticos encontram-se no estágio de validação clínica, por esse Comitê, etapa necessária

para a inclusão dos mesmos na Taxonomia.

A Classificação dos Cuidados Domiciliares de Saúde � Home Health Care

Classification � HHCC, foi desenvolvida, nos Estados Unidos, por Saba e colaboradores, como

parte de um projeto de Cuidados Domiciliares da Universidade de Georgetown, para codificação

e categorização dos cuidados domiciliares de saúde prestados aos pacientes que usavam o

Medicare, objetivando prover, tanto as necessidades de enfermagem e outros serviços

domiciliares, quanto a mensuração dos resultados obtidos. Consiste de cinco níveis de

taxonomias para o cuidado domiciliar, estruturados para descrever, classificar e codificar a

prática de enfermagem. Em sua organização há 20 componentes (conceitos), que representam

quatro diferentes padrões de cuidado do paciente: comportamento de saúde, funcional,

fisiológico e psicológico, que formam uma estrutura de códigos para o levantamento de dados,

diagnósticos, intervenções e resultados esperados. O último nível fornece um mapeamento

estratégico para descrever a prática de enfermagem. Esse sistema tem três esquemas de

classificação: os diagnósticos de enfermagem, as intervenções de enfermagem e os resultados

esperados, utilizando como estrutura teórica os 20 componentes do cuidado domiciliar em saúde

(Saba, 1997; 1990).

A Classificação de Omaha � Community Health System � é um sistema originado de

uma lista de problemas de clientes diagnosticados pelas enfermeiras em uma comunidade de

saúde nos Estados Unidos. A proposta do sistema é oferecer um método para organizar,

identificar e denominar o que é de interesse da Enfermagem na prática e compreende três

esquemas de classificação: Esquema de Classificação de Problemas, Esquema de Intervenções e

a Escala de Resultados (Martin & Scheet, 1992). O Esquema de Classificação de Problemas é

uma taxonomia de diagnósticos de enfermagem que pode ser usada por enfermeiras que atuam

na comunidade, por outros profissionais de saúde, supervisores e administradores. Esse esquema

é composto por uma estrutura de problemas que enfoca o cliente, fornecendo um método para

coleta, classificação, documentação e análise dos dados, ou seja, é um sistema de enfermagem

direcionado para o atendimento do cliente, baseado no processo de enfermagem. O Esquema de

Intervenções de Enfermagem é um modelo sistematizado das atividades de enfermagem,

organizado em três níveis: categorias � representa o resultado final da coleta dos dados do

paciente, metas � descreve um plano de intervenções de enfermagem, informações específicas

Page 23: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

24

para o cliente � parte detalhada do plano ou das intervenções. O Esquema de Classificação dos

Resultados usa cinco pontos de uma escala tipo Likert, em três níveis hierárquicos distintos para

medir o progresso do cliente com relação aos problemas/diagnósticos identificados pela

enfermeira, no que diz respeito ao conhecimento, ao comportamento e ao estado de saúde do

paciente (Martin, 1997).

O Sistema de Classificação das Intervenções de Enfermagem foi desenvolvido como

parte do Projeto de Intervenções de Iowa, denominado Nursing Interventions Classification �

NIC, que teve início em 1987, por um grupo de pesquisadoras do College of Nursing da

University of Iowa, U.S.A., com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos.

A NIC apresenta uma estrutura taxonômica validada e codificada, que abrange intervenções de

enfermagem voltadas para os diagnósticos de enfermagem da NANDA. Nessa classificação a

intervenção de enfermagem é definida como sendo qualquer procedimento ou tratamento de

cuidado direto, baseado no julgamento clínico e no conhecimento que a enfermeira executa em

benefício de um cliente, objetivando alcançar os resultados esperados, que incluem aspectos

psicossociais e fisiológicos (Bulechek & McCloskey, 1992).

A intervenção de enfermagem é constituída pelos seguintes elementos: título, definição e

atividades, e é executada pela enfermeira na sua implementação. Os títulos são conceitos que

iniciam com proposições substantivas e devem ter, no máximo, três palavras, exigindo

qualificadores para representar as ações da enfermeira, como: assistência, administração,

restauração, promoção. A definição da intervenção consiste numa frase que define o conceito e

descreve o procedimento da enfermeira. As atividades de enfermagem são ações apropriadas

que devem ser executadas pela enfermeira na implementação de uma intervenção, com o

objetivo de alcançar os resultados esperados (McCloskey & Bulechek, 1996). Para as referidas

autoras, uma das vantagens da NIC é a possibilidade de utilização das atividades, de acordo com

a necessidade de uma situação particular. O mais importante na padronização da linguagem

dessas intervenções é o título, onde o nome e a definição da intervenção permanecem os mesmos

para todos os clientes e em qualquer situação.

A Taxonomia da NIC é apresentada em três níveis. O primeiro, considerado o mais

abstrato, tem propriedades enumeradas de um a seis, assim denominadas: 1) Fisiológica-básica:

consta dos cuidados que auxiliam o funcionamento físico; 2) Fisiológica-complexa: consta dos

cuidados que auxiliam a regulação homeostática; 3) Comportamento: consta dos cuidados que

auxiliam o funcionamento psicossocial e facilitam mudanças no estilo de vida; 4) Segurança:

consta dos cuidados que auxiliam a proteção frente à injúria; 5) Família: consta dos cuidados

Page 24: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

25

que auxiliam a unidade familiar; 6) Sistema de Saúde: consta dos cuidados que auxiliam o uso

efetivo de sistemas de saúde. No segundo nível da taxonomia, as classes são agrupadas com

letras alfabéticas e distribuídas nas seis propriedades, perfazendo um total de 27 classes, onde

estão alocadas as 433 intervenções de enfermagem, correspondendo ao terceiro nível da

Taxonomia (McCloskey & Bulechek, 1996). Esse sistema tem a aprovação da ANA, como um

dos sistemas de classificação a serem usadas no processo de uniformização da linguagem de

enfermagem nos Estados Unidos, fazendo também parte da CIPE � Versão Alfa.

O Sistema de Classificação de Resultados do Paciente � Nursing-sensitive Outcomes

Classification � NOC, foi desenvolvido pelo mesmo grupo que desenvolveu a NIC. A NOC

pode ser considerada um sistema de classificação complementar da Taxonomia da NANDA e da

NIC. Os resultados são conceitos que podem ser medidos ao longo de um continuum, o que

significa que os resultados refletem uma condição real do paciente ao invés das metas esperadas.

Essa classificação representa uma lista de 190 resultados, com definições, indicadores e escala de

mensuração utilizados tanto para pacientes individuais como para os elementos de uma família.

Deve-se lembrar que esse é um processo em desenvolvimento, o que significa que a lista atual de

resultados não inclui todos aqueles que possam ser importantes para a Enfermagem. A

linguagem usada nessa classificação reflete a linguagem usada pelas enfermeiras na literatura da

Enfermagem. Essa classificação pode ser usada na assistência, na pesquisa e no ensino de

Enfermagem. Ela provê uma estrutura de trabalho para avaliar a prática de enfermagem, tanto na

área clínica, como na pesquisa (Johnson & Maas, 1997). Esse sistema, como o da NANDA e da

NIC, tem a aprovação da ANA, como um dos sistemas a serem usados na padronização da

linguagem da Enfermagem nos Estados Unidos.

A utilização desses sistemas de classificação na prática de enfermagem tem mobilizado

as enfermeiras em todo o mundo, atendendo ao desafio de universalizar a sua linguagem e

evidenciar os elementos da sua prática. Como resultado dessa mobilização, durante o Congresso

Quadrienal do CIE, realizado em Seul, em 1989, foi votada e aprovada a proposta para

desenvolver um Sistema de Classificação Internacional da Prática de Enfermagem - CIPE.

As justificativas para a elaboração desse projeto estão vinculadas, principalmente, à falta

de um sistema e de uma linguagem específica da profissão, que é necessária para que a

Enfermagem possa contar com dados confiáveis na formulação de políticas de saúde, na

contenção de custos, na informatização dos serviços de saúde, na crescente importância das

classificações médicas e como propósito para controlar seu próprio trabalho. Esse fato tem

impulsionado a Enfermagem para demonstrar a sua importância na contribuição nos serviços de

Page 25: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

26

saúde, no crescimento da importância de padronização e na necessidade urgente de ter uma

linguagem capaz de descrever e comunicar as atividades de enfermagem (ICN, 1992).

As primeiras etapas desse projeto foram a realização de um levantamento bibliográfico

na literatura da Enfermagem e de uma pesquisa junto às associações membros do CIE, para

identificar, em âmbito internacional, os sistemas de classificação usados pelas enfermeiras. Os

resultados obtidos nesse projeto piloto identificaram classificações desenvolvidas na Austrália,

Bélgica, Dinamarca, Suécia e Estados Unidos. Entre esses países, os Estados Unidos

apresentaram o maior número de sistemas de classificação desenvolvidos, entre os quais os

Princípios Básicos dos Cuidados de Enfermagem de Henderson, que foram publicados pelo CIE

em 26 idiomas, e têm sido a base de muitos modelos e classificações de enfermagem no mundo

(ICN, 1996b, Mortensen, 1997). A constatação da existência desses vários sistemas comprova

que as enfermeiras, nas diversas regiões e países do mundo, usam sistemas de classificação para

descrever os elementos da prática de Enfermagem e valorizam a idéia do desenvolvimento de

uma Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Nóbrega, Coler & Garcia, 1996).

Em etapa posterior ao desenvolvimento desse projeto, foram analisadas a Classificação

Internacional de Doenças, CID � 10, as classificações aceitas pela Organização Mundial de

Saúde � OMS e os 14 Sistemas de Classificação de Enfermagem, identificados na pesquisa,

objetivando a identificação de denominações pertencentes à Enfermagem. A partir dessa análise,

o CIE apresentou, em 1993, o documento intitulado Nursing's Next Advance: An International

Classification for Nursing Practice � ICNP (Próximo Avanço da Enfermagem: Uma

Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem � CIPE), que não é considerado uma

primeira versão da CIPE, mas, sim, a compilação, em ordem alfabética, dos elementos da prática

de enfermagem � os diagnósticos de enfermagem, as intervenções de enfermagem e os

resultados esperados � identificados nesses sistemas (ICN, 1993).

Para o CIE, os objetivos específicos dessa classificação são: estabelecer uma linguagem

comum para a prática de enfermagem, de forma a aumentar a comunicação entre as enfermeiras,

e entre estas e outros profissionais; descrever o cuidado de enfermagem prestado às pessoas

(indivíduos, famílias e comunidades) nos vários contextos da prática, tanto institucionais quanto

não institucionais; possibilitar a comparação de dados de enfermagem obtidos de diversos

contextos clínicos, populações de clientes, áreas geográficas ou tempo; demonstrar ou projetar

tendências na provisão de tratamentos e cuidados de enfermagem e na alocação de recursos para

os pacientes de acordo com suas necessidades, baseados nos diagnósticos de enfermagem;

estimular a pesquisa em enfermagem através da vinculação com os dados disponíveis nos

Page 26: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

27

sistemas de informações de enfermagem e em outros sistemas de informações de saúde;

propiciar dados sobre a prática de enfermagem, de modo que possam influenciar a tomada de

decisão em políticas de saúde (ICN, 1996a).

Para ser útil e passível de ser utilizada pelas enfermeiras em todos os países, essa

classificação deve ser ampla o bastante para servir aos múltiplos propósitos requeridos pelos

diferentes países; simples o bastante para ser vista pelos profissionais de Enfermagem como uma

descrição significativa da prática e como uma forma útil para estruturar essa prática; consistente,

com uma estrutura conceitual claramente definida, mas não dependente de uma estrutura teórica

ou modelo de enfermagem particular; baseada em um núcleo central que possibilite adições

através de um processo contínuo de desenvolvimento e refinamento; sensível às variações

culturais; reflexo do sistema de valores da Enfermagem ao redor do mundo, valores estes

expressos no Código de Enfermagem do CIE; utilizável de uma forma complementar ou

integrada às classificações de doença e saúde desenvolvidas pela OMS, cujo núcleo central é a

CID � 10 (ICN, 1996a).

Para o CIE (ICN, 1999c), a CIPE é um instrumento de informação para descrever a

prática de enfermagem e, conseqüentemente, prover dados que representem essa prática nos

sistemas de informação em saúde. Essa Classificação pode ser usada para tornar a prática de

enfermagem visível nos sistemas de informação da saúde, para que, dessa forma, pesquisadores,

educadores e gerentes possam, a partir desses dados, identificar a contribuição da Enfermagem

no cuidado da saúde e, ao mesmo tempo, assegurar a qualidade ou promover mudanças na

prática de enfermagem através da educação, administração e pesquisa.

De acordo com o que foi apresentado, podemos concluir que a Enfermagem não está

alheia ao desenvolvimento de sistemas de classificação, mas reconhecemos que esse é um

processo relativamente recente, não se podendo afirmar que já exista um sistema de classificação

validado para a prática de enfermagem.

Page 27: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

28

3 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM � CIPE

Na Enfermagem, a história de uma classificação internacional para a prática teve seu

início no final da década de 1980, quando o CIE, acatando as recomendações da OMS, decidiu

acrescentar às Classificações Internacionais de Diagnósticos e Procedimentos Médicos o

desenvolvimento das Classificações de Problemas/ Diagnósticos de Enfermagem, de

Intervenções de Enfermagem e dos Resultados em Enfermagem. Essa iniciativa do CIE, na

verdade, não pode ser concebida apenas como uma descrição e classificação do trabalho da

Enfermagem mundial, mas como uma contribuição à Família das Classificações de Saúde, que

descrevem o estado de saúde do paciente ou cliente e as atividades desenvolvidas pelos diversos

grupos profissionais (Nielsen, 1996).

O conceito Família de Classificações surgiu durante as reuniões preparatórias para a

revisão da CID � 10, na década de 1980, quando muitos usuários manifestaram o desejo de que

essa classificação incluísse outros tipos de dados, além da informação diagnóstica. Esse

conceito tem como núcleo central a tradicional CID, que, a partir da publicação da décima

revisão, passou a ser denominada Classificação Internacional de Doenças e Problemas

Relacionados com a Saúde, que continua a atender as necessidades de informação diagnóstica,

para finalidades gerais, enquanto várias outras classificações seriam usadas como complemento

dela e tratariam, com diferentes enfoques, da mesma informação ou de informações diferentes.

Essas outras classificações seriam incluídas em volumes publicados separadamente do corpo da

CID, para serem usadas quando necessário.

De acordo com a OMS (1994), existem dois tipos principais de classificação: os que

cobrem informações relacionadas com os diagnósticos e com o estado de saúde e são derivados

diretamente da CID, como as Classificações Adaptadas por Especialidades: Oncologia,

Page 28: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

29

Odontologia e Estomatologia, Dermatologia, Psiquiatria, Neurologia, entre outras, e os que

cobrem aspectos relacionados com problemas de saúde, geralmente fora dos diagnósticos

formais de doenças, ou seja, as classificações relacionadas com assistência à saúde, como a

Classificação de Procedimentos em Medicina, a Classificação Internacional das Deficiências,

Incapacidades e Desvantagens e a Classificação de Motivos de Consulta. A partir desse

entendimento de família de classificações, pode-se afirmar que, no futuro, a CIPE fará parte do

núcleo da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, como

Outras Classificações Relacionadas com a Saúde.

A família de classificação da CID também abrange um quadro de referência conceitual de

definições, padrões e métodos que, embora não sejam classificações propriamente ditas, há

muito tempo estão ligados à CID. Um desses conceitos é o desenvolvimento de métodos para

apoiar a coleta e o uso local de informações para a assistência primária. Outra publicação

relacionada com a CID, mas não dela derivada, é a Nomenclatura Internacional de Doenças �

NID, que tem como principal objetivo fornecer, para cada entidade mórbida, a recomendação ou

a indicação de um único nome (OMS, 1994).

As decisões do Comitê revisor para a CID � 10, criando a família de classificações,

motivou o envio à OMS, por um grupo de enfermeiras, membros da ANA e da NANDA, em

1986, de um esquema de classificação dos diagnósticos de enfermagem, para que fosse

considerada a possibilidade de sua inclusão na CID � 10, como Condições Necessárias para o

Cuidado de Enfermagem. O esquema de diagnósticos de enfermagem, que foi apresentado,

incorporava o trabalho da NANDA, da Associação de Enfermeiras Visitantes de Omaha e o

trabalho relacionado com o Diagnostic and Statistical Manual III � DSM III, do Conselho de

Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental da ANA. Em resposta a essa solicitação, a OMS

argumentou que �muitas das condições listadas como diagnóstico de enfermagem, neste

esquema, correspondem ao Capítulo de Sinais e Sintomas e outras às condições não definidas

que são classificadas na CID no Capítulo XXI como �Fatores que influenciam o estado de saúde

e contato com serviços de saúde�, (...) muitos dos diagnósticos contidos no esquema de

diagnósticos de enfermagem dizem respeito exclusivamente à Enfermagem e são vistos,

portanto, como inapropriados para uma classificação de doença� (Fitzpatrick, 1991, Saba,

1991).

Dadas essas considerações, a OMS recomendou a formulação de um sistema de

classificação internacional para a Enfermagem, como um componente da Família de

Classificações da Saúde, que deveria ser conduzido por uma organização internacional de

Page 29: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

30

Enfermagem, para que, dessa forma, fosse representativo da Enfermagem mundial (Lang &

Gebbie, 1989, Fitzpatrick, 1991, Saba, 1991).

A necessidade do desenvolvimento de uma classificação internacional para a prática de

enfermagem foi apresentada ao CIE, durante a realização do seu Congresso Quadrienal,

realizado em 1989, em Seul � Coréia, justificando-se que a impossibilidade de se designar os

fenômenos específicos da Enfermagem impedia o reconhecimento adequado da sua contribuição

para a saúde e, conseqüentemente, para os cuidados de saúde. Desde então, o CIE vem

desenvolvendo estudos visando à definição de um sistema de classificação da prática de

enfermagem.

A partir da deliberação do Conselho de Representantes de Enfermagem, em 1991, o CIE

iniciou estudos, objetivando a elaboração de um sistema que descrevesse a prática de

enfermagem a partir de uma nomenclatura compartilhada pelas enfermeiras de todo o mundo,

isto é, a criação de um sistema de Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (ICN,

1992).

3.1 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem � CIPE Versão

Alfa

O desenvolvimento dessa classificação pode ser descrito em três etapas: a identificação

de termos, o agrupamento desses termos e sua hierarquização dentro de grupos estabelecidos. O

produto final pode ser visualizado e descrito como pirâmides de conceitos, onde o termo do

vértice é considerado o mais geral e os termos da base os mais específicos (Nielsen, 1996).

Dessa forma, a CIPE consiste na organização de três pirâmides de conceitos: uma que

descreve os fenômenos de enfermagem, como os problemas/diagnósticos de enfermagem, em

complementação às Classificações existentes de Doenças e de Deficiências, Incapacidades e

Desvantagens; outra que descreve as intervenções de enfermagem, complementar à Classificação

de Procedimentos Médicos e Cirúrgicos; uma terceira pirâmide, que descreve os resultados

clínicos do trabalho da enfermagem, que está em fase de desenvolvimento (ICN, 1996b).

Construir essas pirâmides foi e continua sendo uma grande tarefa. Segundo Nielsen

(1996) e Mortensen (1997), na primeira etapa, a de identificação dos termos, foi realizada uma

pesquisa junto às associações membros do CIE, para identificar, no âmbito internacional, quais

Page 30: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

31

eram os Sistemas de Classificação de Enfermagem usados pelas enfermeiras. Os resultados

obtidos levaram à identificação dos 14 sistemas de classificação, que foram utilizados na

segunda etapa da construção dessa classificação. Esses sistemas foram transformados em

entidades de conceitos e reunidos aos demais conceitos identificados durante os encontros

consultivos do CIE, para a elaboração do projeto de classificação da prática, com enfermeiras de

países da América do Sul, da África e da Ásia Ocidental. Serviram também para agrupar, em

listas alfabéticas, os três elementos da prática, que foram apresentadas no Work Paper � Próximo

avanço da Enfermagem, em 1993.

Na terceira etapa, a de hierarquização dos termos dentro de grupos estabelecidos, esses

conceitos foram examinados por meio de seus traços definidores, ou seja, de suas características

ou atributos, sendo comparados, agrupados e hierarquizados em pirâmides coerentes de

conceitos, resultando na construção de duas das três pirâmides da CIPE � Classificação dos

Fenômenos de Enfermagem e Classificação das Intervenções de Enfermagem. A

Classificação dos Fenômenos de Enfermagem representa o domínio do cliente, não importando

se esse é o ser humano ou o meio ambiente. A Classificação das Intervenções de Enfermagem

representa o domínio das ações realizadas pelas enfermeiras em relação aos fenômenos de

enfermagem (Mortensen, 1997).

Para chegar à denominação dessas classificações, o CIE questionou �o que as

enfermeiras fazem em relação a determinada necessidade humana para produzir determinado

resultado� (ICN, 1996b). Através do levantamento bibliográfico e da pesquisa realizada entre

seus membros associados, foram identificados os seguintes termos: intervenções de enfermagem,

ações de enfermagem, tratamentos de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, necessidades

do paciente, problemas de enfermagem, problemas do paciente, fatores de enfermagem,

fenômenos de enfermagem, resultados de enfermagem e resultados específicos de enfermagem

no paciente. A equipe coordenadora do projeto CIPE, examinando essas alternativas, optou por

utilizar, na Versão Alfa, os termos fenômeno de enfermagem e intervenção de enfermagem.

Na escolha do termo fenômeno de enfermagem, foram levados em consideração vários

aspectos, que serão aqui apontados, tendo como base as publicações do CIE (ICN, 1996b,

1996a), Nielsen (1996, 1997), Nielsen & Mortensen (1997), Mortensen (1997). O primeiro

aspecto mencionado pelos referidos autores é o fato de a definição do termo diagnóstico de

enfermagem apresentar problemas conceituais e lingüísticos. Um desses problemas refere-se ao

conceito diagnóstico de enfermagem, que não está bem estabelecido em todos os países. Em

muitos deles acredita-se que o conceito de diagnóstico, e, portanto, o termo diagnóstico, aplica-

Page 31: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

32

se unicamente à prática da Medicina. Para os referidos autores, esse fato é comprovado, quando

se examina a definição léxica do verbo diagnosticar em diversas línguas e se tem a compreensão

do termo como uma atividade médica.

Uma outra alternativa que foi examinada diz respeito à utilização do termo da CID � 10:

Fatores que influenciam o estado de saúde e contato com os serviços de saúde. Esse é o

título do capítulo XXI da CID � 10, onde estão �aqueles casos em que certas circunstâncias, que

não são enfermidades, lesões, nem causas externas, são classificadas nas categorias A00 � Y89

e registradas como diagnósticos ou problemas� (ICN, 1996b). Para o CIE, o conceito

diagnóstico de enfermagem na CIPE é, de certo modo, similar a esse termo na CID � 10, mas

não foi aceito em virtude de a frase apresentar-se excessivamente longa e por não estar

especificamente vinculada ao campo de conhecimento da Enfermagem, nem às intervenções de

enfermagem.

Uma outra decisão tomada pelo grupo de desenvolvimento da CIPE foi sobre o termo

central dessa classificação, que deveria ser análogo aos termos centrais da CID � 10, ou seja:

Doenças, Deficiências, Incapacidades e Desvantagens. Para os membros do grupo, o termo

diagnóstico não preenchia o critério de ser análogo aos termos centrais da CID � 10, porque ele

indica o processo ou o resultado da identificação de certas condições de saúde, ou seja, refere-se

a atos mentais ou lingüísticos dos profissionais de saúde sobre as condições de saúde dos

pacientes ou clientes. Com base nessas considerações, o termo fenômeno de enfermagem foi

escolhido como o conceito central nessa classificação e, como complemento análogo para as

Classificações de Doenças, Deficiências, Incapacidades e Desvantagens.

Fenômenos de enfermagem foram considerados, pelo Grupo de desenvolvimento da

CIPE, como condições de saúde relacionadas com o paciente e com o cliente, mas também

podem ser fenômenos ambientais de interesse para a Enfermagem, por interferir nas condições

de saúde dos pacientes. Para esse mesmo grupo, o termo Fenômeno é mais adequado, pelo seu

significado literal �o que pode ser observado�, uma vez que a CIPE é uma classificação que

descreve os fenômenos observados na prática clínica da Enfermagem. Um outro motivo

apontado pelo grupo é que o termo fenômeno é neutro em relação às estruturas ou modelos da

Enfermagem, e, não sendo específico desse ou daquele modelo, pode ser usado em qualquer uma

das estruturas teóricas existentes ou nas que vierem a ser criadas. Fenômeno de enfermagem

foi então definido como �os fenômenos que são diagnosticados pelas enfermeiras e expressam o

foco da prática de enfermagem� (Nielsen, 1996).

Page 32: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

33

Apesar dos argumentos apresentados pelo grupo de desenvolvimento da CIPE, favoráveis

à escolha do termo fenômeno de enfermagem, pôde-se observar, em grupos de discussões sobre

o assunto e em encontros científicos, que não existe um consenso, principalmente entre as

enfermeiras brasileiras, se este é ou não o melhor termo para ser utilizado como conceito central

nessa Classificação. Como a construção de um sistema de classificação é um processo em

contínuo desenvolvimento, é de se crer que estudos serão feitos para a análise e utilidade desse

conceito.

Procurando um melhor entendimento do significado desse termo, tendo como base a

literatura da Enfermagem, verifica-se que o mesmo é visto por Meleis (1997b) como todos os

aspectos da realidade que podem ser conscientemente percebidos ou experienciados. Para a

referida autora, fenômenos dentro de uma disciplina são aqueles aspectos dentro do domínio ou

do território dessa mesma disciplina, sendo, portanto, um termo, descrição ou título dado para

descrever uma idéia sobre um evento, uma síntese, um processo, um grupo de eventos ou um

grupo de situações. Levando em consideração o que expôs a autora, pode-se afirmar que o termo

fenômeno de enfermagem, na CIPE, aplica-se para denominar e descrever as situações

específicas da Enfermagem.

Para a mesma autora, numa outra referência, os fenômenos têm diferentes significados

quando vistos de diferentes perspectivas e através de diferentes filosofias e estruturas

conceituais. Quando os fenômenos são reconhecidos como fenômenos, quando eles são

relacionados com outras classes de fenômenos, e quando são produzidos e levam a alguma forma

ou ordem, eles tornam-se conceitos de uma disciplina (Meleis, 1997a). Um dos objetivos da

CIPE é prover a Enfermagem de uma linguagem própria, construída a partir de conceitos

específicos da disciplina. Analisando-se o termo fenômeno, por esse prisma, observa-se a

coerência na sua escolha como conceito central para essa classificação.

Para Kim (1997), o termo fenômeno designa um aspecto da realidade existente como

uma entidade pré-lingüística, adotando um significado lingüístico a partir da percepção, do

reconhecimento e da experiência humana. Um fenômeno pode ter múltiplo significado, de

acordo com o contexto dentro do qual ele é percebido e interpretado. Fenômenos de enfermagem

referem-se a fenômenos que pertencem ao interesse epistemológico da Enfermagem. De todos os

fenômenos possíveis na realidade, a Enfermagem, como uma disciplina, considera certos

fenômenos que requerem entendimento e explicação, a fim de melhorar a natureza da prática de

enfermagem, isto é, na perspectiva da Enfermagem. Desse modo, a designação de fenômeno,

como sendo da Enfermagem, depende da natureza da prática de enfermagem autorizada e/ou

Page 33: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

34

institucionalizada dentro de uma sociedade. Essa afirmação está de acordo com um dos

objetivos da CIPE, fixados na proposta inicial desse projeto, em 1991, que se refere à descrição

dos elementos da prática de enfermagem, consubstanciado nos cuidados de enfermagem,

dispensados à população em diversos contextos institucionais e não institucionais.

As dificuldades enfrentadas na escolha do termo fenômeno de enfermagem também

foram evidenciadas, numa menor intensidade, na do termo intervenção de enfermagem, que é

definido como a ação realizada em resposta aos fenômenos diagnosticados pelas enfermeiras.

Para fins da CIPE, o termo intervenção de enfermagem abrange toda a diversidade de atividades

de enfermagem (cognitivas, afetivas e psicomotoras), que incluem a promoção da saúde, a

prevenção de enfermidades, a restauração da saúde e o alívio do sofrimento. Com relação ao

terceiro elemento, o CIE tem elegido como termo preferido �resultado da prática de

enfermagem no paciente�, que define como o estado, condição ou percepção geral do paciente

ou da família, que se derivam das intervenções de enfermagem (ICN, 1996b).

A etapa seguinte na construção das pirâmides foi o desenvolvimento de uma arquitetura

para as classificações dos fenômenos e das intervenções de enfermagem. Para o desenvolvimento

dessa arquitetura foram utilizadas, como estrutura teórica, as teorias de definição e classificação,

da forma como são descritas na Filosofia e utilizadas em trabalhos sobre padronização na

informatização dos cuidados de saúde, que têm sido selecionadas como uma estrutura teórica

comum para discussões da linguagem e classificação, relativas à CIPE (Nielsen, 1996). De

acordo com a estrutura teórica utilizada, classificação é um sistema de conceitos ou um grupo de

termos inter-relacionados, ligados por relações genéricas. Para os referidos autores, a ênfase

sobre �um sistema de conceitos� é diferente da ênfase sobre �um grupo de termos inter-

relacionados�, pois conceitos são apropriados para serem entidades abstratas não lingüísticas,

que são expressas ou representadas por termos lingüísticos.

Conceito é entendido nessa classificação como uma �unidade de pensamento, que, para

ser comunicado e/ou compartilhado por outras pessoas, tem que ser expresso em palavras.

Estas palavras são combinadas e apresentadas seguindo regras para formar uma linguagem,

que é usada pelas enfermeiras para expressar os conceitos de enfermagem� (Nielsen, 1996).

Para o CIE (ICN, 1996b), não é tarefa fácil se identificar as palavras ou sinônimos que

devem ser utilizados para se descrever os conceitos de enfermagem, uma vez que se podem usar

vários termos distintos para se descrever um único conceito de enfermagem. Em se tratando de

vocabulários normalizados é necessário fazer-se a seleção de um termo preferido, ou seja, cada

Page 34: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

35

conceito deve ser cuidadosamente analisado para se identificar seu significado exato. Na seleção

do termo preferido existem alguns aspectos que merecem ser considerados, quando se tenta

definir os termos específicos de uma profissão, como, quando as palavras utilizadas de uma

maneira especial em contextos particulares podem adquirir significado novo e muito específico.

Outras vezes, o conceito é tão complexo para poder ser expresso com uma só palavra, que requer

a combinação de várias palavras, formando uma frase. Em algumas linguagens, a ordem das

palavras na frase influi em seu significado. Outras vezes, ordenar as palavras de uma maneira

particular para se conseguir uma normalização e precisão do significado dá lugar a uma frase

inadequada, não refletindo o seu uso na linguagem corrente. Dessa forma, pode-se afirmar que

definir os termos é uma tarefa muito complexa. A finalidade geral de se definir as palavras é

facilitar a comunicação e, conseqüentemente, tornar mais claro o significado das mesmas.

Existem vários métodos para se formular as definições de termos. A CIPE utilizou o

método de definição por classe e diferença. Esse método define um conceito, especificando a

classe principal de objetos à qual ele pertence e as características que o distinguem de todos os

outros membros da classe. Esse método de definição implica também situar os termos em ordem

crescente � a classe como termo superior e a espécie como termo inferior, subordinado. Ao se

situar os termos nas posições superior e subordinada, cria-se uma relação hierárquica entre os

conceitos. Dessa forma, pode-se considerar que existe relação genérica entre os conceitos,

quando o subordinado tem todas as características do conceito de ordem superior e, pelo menos,

uma característica diferenciadora.

Nessa classificação, o significado do termo é dado pela definição e pela sua posição na

estrutura arquitetônica da classificação. A descrição completa de um conceito requer que se

reconheçam todas as características dos níveis pertinentes de abstração superior. As

características têm a dupla função de identificar um conceito e diferenciá-lo de outro, o que

também é expresso nos princípios arquitetônicos (ICN, 1996b).

A diferença da CIPE das demais classificações de Enfermagem existentes e de outras

classificações utilizadas na área da saúde, como a CID � 10, é sua construção de acordo com as

regras de classificação, nas quais todos os conceitos se definem e se situam sistematicamente em

um marco de relações hierárquicas. Uma relação hierárquica é a que se dá entre conceitos, e se

estabelece através de divisão de um conceito de ordem superior em conceitos subordinados, para

formar um ou mais níveis adjacentes, que se denominam níveis de abstração. A divisão entre os

níveis adjacentes deve ser feita seguindo-se um princípio específico, que se chama princípio de

divisão. De certo modo, as classificações existentes na Enfermagem são fragmentadas, porque

Page 35: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

36

os conceitos não estão sistematicamente relacionados entre si, nem definidos sistematicamente.

As definições se dispersam em todas as direções. A Versão Alfa, diferentemente, persegue a

finalidade de ser um sistema holístico de conceitos inter-relacionados, que se definem uns em

função dos outros (Nielsen, 1996).

Os conceitos da Classificação de Fenômenos de Enfermagem são definidos por suas

características essenciais, que representam observações empíricas, diretamente observadas, e

inferências mentais indiretamente observadas. Dessa forma, as características cobrem, tanto os

sinais objetivos que são observados e inferidos pelas enfermeiras, como os sintomas subjetivos

que são verbalizados pelo cliente e interpretados pelas enfermeiras (Mortensen, 1997). Sem

dúvida, não se deve supor que todas as definições são baseadas exclusivamente em

características essenciais, nem que se tenha identificado todas as características importantes, pois

o próprio CIE reconhece que as �definições apresentadas são imprecisas e não estão

suficientemente claras para serem utilizadas na prática clínica� (ICN, 1996b).

3.1.1 Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE � Versão Alfa

A Classificação dos Fenômenos de Enfermagem foi construída como uma classificação

monohierárquica, em cujo vértice encontra-se um único princípio geral de divisão � o termo

fenômeno de enfermagem. O princípio lógico de divisão utilizado foi o foco da prática de

enfermagem, onde os seus múltiplos campos de ação podem ser vistos no contexto mais amplo

de um referencial teórico que descreve a estrutura da realidade, de acordo com distintos níveis,

que vão, desde os grupos de pessoas que constituem as sociedades, às propriedades físicas

fundamentais (ICN ,1996b, Mortensen, 1997).

A escolha desse modelo, como princípio de divisão para se organizar todos os conceitos,

ou seja, os termos utilizados para se denominar os fenômenos de enfermagem, estão de acordo

com o ponto de vista do CIE, o de que o desenvolvimento da CIPE deve ser feito a partir de um

quadro conceitual definido, mas não dependente de um quadro teórico particular ou de qualquer

um dos modelos de Enfermagem (Mortensen, 1997).

Cada nível de descrição pode apresentar uma rede específica e distintiva de conceitos e

classificações. Um grande número de disciplinas tem evoluído, baseando o desenvolvimento dos

Page 36: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

37

seus conhecimentos científicos em um ou mais desses níveis da realidade. Nesse enfoque, o

paciente e/ou cliente pode ser descrito com base em diferentes níveis. A descrição das células

corporais e dos tecidos é utilizada nas ciências da Citologia e Histologia, que são os focos dos

biologistas e dos patologistas, respectivamente (Mortensen, 1997). Da mesma forma, a

descrição dos sistemas fisiológicos é encontrada nas ciências biomédicas e constitui o foco

profissional dos médicos cardiologistas, pneumologistas, urologistas, entre outros.

Até o presente momento, não é possível identificar, na literatura da Enfermagem que trata

da construção da CIPE, o horizonte teórico-filosófico utilizado para a escolha deste modelo de

descrição da realidade. Para o CIE (ICN, 1996b), esse modelo teórico proporciona exemplos de

focos da prática de enfermagem em função dos quais podem-se subdividir os fenômenos de

enfermagem, assegurando-se, também, que um único princípio geral de divisão guie as

subdivisões dos diferentes níveis. O seu uso é importante, porque os critérios estabelecidos pelo

CIE para a CIPE deixam claro que, para que essa classificação seja útil e amplamente aplicada,

deve basear-se num núcleo central, no qual possa haver adições, mediante um processo contínuo

de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

Explicando a utilização do modelo de descrição da realidade, na construção da

arquitetura da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, Nielsen (1996) e Mortensen (1997)

afirmam que, aplicando-se o princípio geral de divisão nos diferentes níveis de descrição, dos

níveis + 3 ao � 4, têm-se os conceitos do núcleo central da classificação. Com base nesses

mesmos autores, será feita a descrição da Classificação de Fenômenos de Enfermagem.

A primeira subdivisão dos fenômenos de enfermagem é feita em dois grandes focos, um

representado pelos níveis com números negativos até o � 4, incluindo o zero, e um outro

representado pelos números positivos: fenômenos de enfermagem pertencentes ao Ser Humano

e fenômenos de enfermagem pertencentes ao Meio Ambiente, que refletem o foco da prática de

enfermagem na atenção primária e secundária de saúde.

Cada um dos conceitos do núcleo central da classificação se subdivide e é nesse espaço

que aparecem os fenômenos de enfermagem que são de relevância direta para a sua prática

clínica, ou seja, os termos usados para denominar as situações ou problemas de enfermagem.

Esse tipo de princípio de divisão pode ser ou não o mais adequado para todas as

especialidades da Enfermagem. Esse fato é enfatizado pelo CIE (ICN, 1996b), quando deixa

Page 37: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

38

claro que os princípios de divisão estão incompletos, reforçando que as discussões desses

princípios e as sugestões de alternativas serão bem-vindas, dentro do processo de consulta.

Na escolha da definição da localização dos termos na classificação foram levados em

consideração, além das características específicas dos mesmos, o julgamento profissional e as

pesquisas realizadas na área de Enfermagem. Tanto Mortensen (1997), como Nielsen (1997),

autores da arquitetura da CIPE, afirmam que as ambigüidades nas definições dos termos

dificultaram a construção da classificação e, conseqüentemente, a sua aplicação na prática

clínica. Lembram que os dicionários não podem ser consultados a fim de decidirem quais

características essenciais poderiam ser consideradas as mais proeminentes e as mais precisas,

numa perspectiva da Enfermagem. Tais decisões só serão possíveis de ser tomadas a partir de

julgamentos profissionais e do desenvolvimento de pesquisas de validação dos termos nas

diversas áreas clínicas da Enfermagem.

Para a construção da pirâmide conceitual dos fenômenos de enfermagem foram utilizados

implicitamente outros princípios arquitetônicos: as características dos conceitos de cada nível

formam-se dos conceitos de cada um dos níveis superiores; os conceitos identificam-se e

diferenciam-se de outros conceitos do mesmo nível por suas características especificas; os

conceitos não são totalmente independentes, mas estão sistematicamente relacionados entre si; as

classes ou categorias devem ser exaustivas (devem abranger todas as espécies pertencentes a um

determinado gênero); as classes ou categorias devem ser exclusivas (não deve haver nenhuma

superposição entre elas).

3.1.2 Classificação das Intervenções de Enfermagem � CIPE Versão Alfa

Na classificação das intervenções foram utilizados os mesmos princípios arquitetônicos

da classificação de fenômenos, com a inclusão de dois outros princípios: 1) A classificação é

multiaxial, isto é, o termo do vértice subdivide-se, seguindo mais de um princípio geral de

divisão; 2) A classificação é matricial, isto é, alguns conceitos não são primitivos, mas existem

combinações de conceitos primitivos.

A decisão sobre os princípios de divisão para a classificação das intervenções de

enfermagem foi mais difícil do que para a classificação dos fenômenos. Para isso, foi utilizada a

Page 38: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

39

técnica de análise lógica, a partir da qual foram identificados seis princípios de divisão, que se

expressam como eixos da classificação das intervenções de enfermagem (ICN, 1996b).

Cada eixo divide-se em classes, segundo suas características específicas: Eixo A � Ações:

Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com a prática de enfermagem � observando,

gerenciando, desempenhando, cuidando e informando; Eixo B � Objetos: Intervenções de

enfermagem subdivididas de acordo com o objeto da prática de enfermagem � fenômenos de

enfermagem e outros objetos que não sejam fenômenos de enfermagem; Eixo C � Métodos:

Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o método da prática de enfermagem �

procedimentos e intervenções situacionais; Eixo D � Meios: Intervenções de enfermagem

subdivididas de acordo com os meios da prática de enfermagem � instrumentos e recursos

humanos; Eixo E � Lugar do Corpo: Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o

lugar do corpo da prática de enfermagem � localização anatômica e vias anatômicas; e Eixo F �

Tempo/Local: Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o tempo/local da prática

de enfermagem � tempo e local (Marin, 1997).

Segundo o CIE (ICN, 1996b), nem todos os usuários da CIPE necessitam de utilizar

todos os eixos para direcionar as intervenções de enfermagem. Mas, devem considerar a relação

que existe entre as três partes da CIPE, uma vez que uma das finalidades principais dessa

classificação é habituar as enfermeiras a examinar a eficácia de seus cuidados e decidir sobre

qual a intervenção que vai produzir os melhores resultados para um determinado fenômeno de

enfermagem. A vinculação entre essas duas classificações dá-se, quando a enfermeira, utilizando

o julgamento clínico associado a seus conhecimentos e experiências prévias, diagnostica um

fenômeno e determina as intervenções que devem ser usadas para alcançar o resultado esperado.

3.2 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem � Versão Beta da

CIPE

O CIE tem recebido, desde a publicação da CIPE � Versão Alfa, comentários e críticas

das suas Organizações membros, de enfermeiras, de consultores experts e recomendações de

vários projetos de avaliação e comprovação da Versão Alfa, tais como: estudos de validação

multinacionais, resultados da verificação da utilização da CIPE no projeto TELENURSE na

Europa e dos projetos regionais da América Latina e da África do Sul na área da assistência

Page 39: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

40

primária de saúde, que têm contribuído para a sua reformulação e, conseqüentemente, para o

desenvolvimento dos trabalhos da Versão Beta da CIPE (ICN, 1998).

Em março de 1998, o CIE apresentou as novas decisões adotadas pela Equipe de

desenvolvimento da CIPE, na construção de um modelo experimental da Versão Beta. Esse

modelo é um exemplo de como pode ser construída a CIPE, numa abordagem multiaxial, mas, é

necessário levar-se em consideração que o mesmo persegue a finalidade de conseguir suportes

mais amplos para o processo e para o desenvolvimento de uma Versão Beta no futuro. Na

Versão Beta, a CIPE continuará a ser desenvolvida como um marco unificador, ou seja, o CIE

continua reconhecendo o trabalho existente dos diversos sistemas de classificação em

Enfermagem, permitindo a configuração cruzada dos termos das classificações existentes e de

outras que vierem a ser desenvolvidas. Dessa forma, o CIE reafirma que um dos principais

critérios dessa classificação é o de poder ser suficientemente ampla e sensível à diversidade

cultural, de modo que sirva para os múltiplos fins e propósitos requeridos pelos distintos países

onde será utilizada (ICN, 1998).

Similarmente à Versão Alfa, o foco central da Versão Beta continua sendo a prática de

enfermagem descrita como um processo dinâmico sujeito a mudanças. Os componentes

principais continuam a ser os Fenômenos de enfermagem, as Ações de enfermagem e os

Resultados de enfermagem, num enfoque multiaxial. A classificação multiaxial permite mais

de uma divisão do termo superior (top term) e combinações dos conceitos das distintas divisões e

eixos. Para o CIE, o uso de um enfoque multiaxial proporciona maior solidez à classificação e

serve de base para diversificar a expressão dos conceitos necessários em uma classificação

internacional (ICN, 1998).

Na Enfermagem a transformação das classificações monoaxiais em classificações

multiaxiais ou poli-hierárquicas pode ser ilustrada, resumindo-se as quatro gerações ou tipos de

classificação.

As classificações de primeira geração constituem-se mediante princípios arquitetônicos

que descrevem um número ordenado de conceitos, ou seja, são listas sistemáticas. Foi dessa

forma que começou a ser desenvolvida a CIPE, com uma lista alfabética dos termos constantes

em todos os sistemas de classificação de enfermagem identificados na literatura especializada.

Outros exemplos desse tipo de classificação são: os 21 problemas de Abdellah, a Nursing

Intervention Lexicon and Taxonomy � NILT (Léxico e Taxonomia das Intervenções de

Page 40: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

41

Enfermagem), elaborada nos Estados Unidos por Susan Grobe, e a Lista Belga de 23

intervenções de enfermagem (Nielsen & Mortensen, 1997, Coenen, 1998).

As classificações de segunda geração são constituídas, obedecendo a princípios

hierárquicos. Pertencem a essa segunda geração: a Classificação dos Fenômenos de Enfermagem

da CIPE, a Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA, a Classificação de

Omaha, a Classificação de Intervenções de Enfermagem e a Classificação de Cuidados

Domiciliares de Saúde de Saba (Nielsen & Mortensen, 1997, Coenen, 1998).

As classificações de terceira geração constituem-se como ampliação das classificações de

segunda geração, permitindo mais de uma divisão do termo superior (top term) e combinações de

conceitos de diversas divisões e eixos. A Classificação de Intervenções de Enfermagem da

Versão Alfa da CIPE é um exemplo desse tipo de classificação de terceira geração. As

Classificações de Fenômenos e Resultados de Enfermagem da CIPE, na Versão Beta, serão

desenvolvidas como classificações multiaxiais, portanto, de terceira geração (Nielsen &

Mortensen, 1997, Coenen, 1998).

As Classificações de quarta geração são consideradas um aperfeiçoamento das de

terceira. Nesse tipo de classificação as normas para as combinações dos conceitos estão

explícitas. Até o presente momento não foi identificado nenhum exemplo de sistema de

classificação de quarta geração, na Enfermagem (Nielsen & Mortensen, 1996, Coenen, 1998).

A escolha de um sistema de classificação de terceira geração para a construção da Versão

Beta da CIPE fundamenta-se, principalmente, nas seguintes vantagens: maior liberdade de

combinação de conceitos, uma vez que não existe uma combinação prévia dos mesmos;

diminuição dos níveis hierárquicos; existência de um único princípio global de divisão para cada

classificação; possibilidade de os usuários fazerem as combinações dos conceitos contidos na

classificação, de acordo com a sua realidade e experiência; flexibilização e aumento do poder

expressivo da linguagem da Enfermagem decorrente das combinações a posteriori, evitando-se a

normalização da linguagem da profissão (Nielsen & Mortensen, 1996).

Na Versão Beta as definições contidas na Classificação de Fenômenos de Enfermagem

têm sido revistas para serem rearranjadas numa abordagem multiaxial. Nessa versão, Fenômeno

de enfermagem é definido como �fator que influencia o estado de saúde e constitui o objeto das

ações de enfermagem�, e, diagnósticos de enfermagem, como �um título dado pela enfermeira

para uma decisão sobre um fenômeno de enfermagem, que é o foco das intervenções de

Page 41: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

42

enfermagem�. Para o CIE, o diagnóstico de enfermagem é construído a partir dos conceitos

contidos nos eixos da Classificação dos Fenômenos (Coenen, 1998).

Na mudança de uma abordagem monoaxial da Versão Alfa para uma abordagem

multiaxial na Versão Beta, para a Classificação de Fenômenos de Enfermagem, os seguintes

eixos foram desenvolvidos: foco da prática de enfermagem, julgamento, grau (severidade),

freqüência, cronicidade, topografia/lateralidade, lugar do corpo e probabilidade. O eixo

que se refere ao foco da prática de enfermagem está descrito na Classificação de Fenômenos de

Enfermagem da Versão Alfa da CIPE. No eixo do julgamento é apresentada uma lista, bastante

extensa, de qualificadores dos fenômenos, vários dos quais são identificados na bibliografia de

Enfermagem, permitindo à enfermeira criar seus próprios conceitos, combinando diferentes

focos da prática de enfermagem com o julgamento adequado para chegar ao diagnóstico de

enfermagem (Nielsen & Mortensen, 1997).

Os referidos autores afirmam que nem todos os julgamentos diagnósticos têm que estar

orientados para problemas. Algumas vezes sugerem-se qualificadores que evidenciam

comportamentos saudáveis ou potencialidades dos indivíduos. Em conseqüência, julga-se que

alguns fenômenos de enfermagem, positivos, podem ser fortalecidos ou intensificados, levando a

diagnósticos de bem-estar. É proposto, também, que os diagnósticos sejam expressos em

diferentes graus, a fim de possibilitar a mensuração dos resultados clínicos de enfermagem de

maneira mais precisa.

Outra mudança significativa apresentada pelo CIE, na Versão Beta, para a Classificação

dos Fenômenos de Enfermagem, diz respeito a sua estrutura.

Duas grandes mudanças foram feitas: 1) As categorias Família, Comunidade e

Sociedade passaram da categoria Meio ambiente para a de Ser humano e se classificam abaixo

da categoria Grupos; 2) A reclassificação da categoria Sensações, que passou a Função. Com

essas mudanças o eixo focos da prática de enfermagem, ficou constituído de dois termos no

seu ápice: Ser humano e Meio ambiente. Abaixo do termo Ser Humano foram classificados

os fenômenos de caráter Individual, subdivididos em Funções e Pessoa, e de Grupos, incluindo

Família, Comunidade e Sociedade. Abaixo do termo Meio ambiente estão colocados os

fenômenos relacionados com o Meio ambiente físico, biológico e artificial (Coenen, 1998).

O CIE (ICN, 1998), afirma que estão sendo envidados grandes esforços no

desenvolvimento e revisão dos termos contidos no eixo foco da prática de enfermagem. Como

Page 42: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

43

na Versão Alfa, cada termo é definido por um conceito geral (classe) e pelas características

específicas deste conceito (espécie). Nas novas definições que estão sendo desenvolvidas e

revistas serão identificadas, também, outras características que freqüentemente identificam o

conceito. O CIE solicita às enfermeiras que contribuam para esse processo atual de

desenvolvimento e revisão dos termos.

A Classificação de Intervenções de Enfermagem, substituída, na Versão Beta, pela

denominação Classificação das Ações de Enfermagem, é também uma classificação multiaxial

ou de terceira geração. Nessa classificação o termo ações de enfermagem foi definido como �o

desempenho das enfermeiras na prática assistencial�, e as intervenções de enfermagem como �a

ação realizada em resposta a um diagnóstico de enfermagem visando à obtenção de um

resultado de enfermagem� (ICN, 1998).

Para continuar o desenvolvimento da classificação acima referida, o CIE propõe um

método fundamentado na linguagem, que utiliza como marco referencial as categorias

lingüísticas. No eixo principal são classificados os tipos de ações, representados por verbos.

Outra mudança apresentada foi a alteração nos eixos que passaram a ser: Tipos de Ações,

Objetos, Receptor, Métodos e Instrumentos. Dessa forma, nessa classificação, as

intervenções de enfermagem são constituídas dos conceitos contidos nos eixos.

Nas orientações para a Versão Beta da CIPE, a definição de resultados foi revisada,

passando a ser �a mensuração da mudança de um diagnóstico de enfermagem num período

determinado de tempo, após a execução das intervenções de enfermagem� (ICN, 1998).

Em junho de 1999, o CIE disponibilizou, em sua homepage na internet, a Classificação

Internacional da Prática de Enfermagem � Versão Beta 1, apresentando, similarmente à

Versão Alfa, os seus três componentes: Fenômenos, Resultados e Ações de enfermagem (ICN,

1999a). Esses componentes continuaram a ser definidos da mesma forma como foram descritos

em agosto de 1998 e apresentados anteriormente neste trabalho.

Nessa versão, a Classificação de Fenômenos de Enfermagem foi desenvolvida numa

abordagem multiaxial, constituída de oito eixos denominados de: Foco da prática de

enfermagem, compreendido como a área de atuação descrita nos regulamentos sociais e

políticos da profissão e nas estruturas conceituais da prática de enfermagem; Julgamento,

definido como a opinião clínica, a estimativa ou determinação pelo profissional de enfermagem

sobre o estado de um fenômeno de enfermagem, incluindo a qualidade relativa à intensidade ou

Page 43: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

44

ao grau de manifestação desse fenômeno; Freqüência, entendida como o número de ocorrências

ou repetições de um fenômeno de enfermagem num determinado intervalo de tempo; Duração,

significando o intervalo de tempo durante o qual um fenômeno de enfermagem ocorre; Parte do

corpo, definida como a posição anatômica ou localização de um fenômeno de enfermagem;

Topologia, compreendendo a região anatômica em relação ao ponto médio ou à extensão de uma

área anatômica de um fenômeno de enfermagem; Probabilidade, significando a possibilidade de

ocorrência de um fenômeno de enfermagem; Distribuição, entendida como a difusão de um

fenômeno de enfermagem entre pessoas que apresentem esses fenômenos (ICN, 1999a). Em

outubro de 1999 o CIE apresentou uma modificação no eixo de Distribuição que passou a ser

denominado de Portador e definido como a entidade que pode ser vista como portadora do

fenômeno de enfermagem (ICN, 1999b).

O primeiro eixo, o Foco da prática de enfermagem, corresponde à Classificação de

Fenômenos de Enfermagem apresentada na Versão Alfa, que é o objeto de estudo deste trabalho.

No eixo Foco da prática de enfermagem os fenômenos de enfermagem constituem dois grandes

blocos: os relacionados com o Ser humano e os com o Meio ambiente, totalizando 655 termos,

ou seja, 362 termos a mais do que os 293 apresentados na Versão Alfa.

De acordo com a nova árvore taxonômica apresentada pelo CIE, no bloco Ser Humano,

foram classificados os fenômenos de caráter Individual, subdivididos em Funções e Pessoa, e

de Grupo, incluindo a Família e a Comunidade. No bloco relacionado com o Meio ambiente

estão colocados os fenômenos relacionados com o Meio ambiente natural, subdividido em

Meio ambiente físico e Meio ambiente biológico, e com o Meio ambiente construído pelo

homem, incluindo Infra-estrutura, Sistema de suporte, Desenvolvimento do país, Normas e

atitudes e Legislação.

As maiores diferenças apresentadas nessa nova arquitetura para o Eixo Foco da prática de

enfermagem estão relacionadas com a exclusão do conceito Sociedade da categoria Grupo, e a

substituição do conceito Meio ambiente artificial da categoria Meio ambiente, por Meio

ambiente construído pelo homem.

O CIE também apresenta, na Versão Beta, as regras para a construção do diagnóstico de

enfermagem a partir dos eixos da Classificação de Fenômenos de Enfermagem. Para o CIE um

diagnóstico de enfermagem deve: 1) incluir um termo do eixo foco da prática de enfermagem; 2)

conter um termo do eixo de julgamento ou do eixo de suscetibilidade; 3) considerar opcionais

termos dos outros eixos, que servem para expandir ou aumentar a compreensão do diagnóstico

Page 44: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

45

de enfermagem; 4) permitir só ser usado um termo de cada um dos oito eixos que constituem a

Classificação de Fenômenos de Enfermagem (ICN, 1999a).

A Classificação de Ações de Enfermagem continua a ser desenvolvida numa

abordagem multiaxial, obedecendo às mesmas definições apresentadas em agosto de 1998, mas

com alterações significativas nos seus eixos, que passaram dos cinco anteriormente apresentados,

para oito. Esses eixos são: Tipo de ação, representado por uma ação de enfermagem; Alvo,

significando a entidade que é afetada pela ação de enfermagem ou que proporciona o conteúdo

da ação de enfermagem; Meio, entendido como a entidade usada na execução de uma ação de

enfermagem, podendo incluir instrumentos definidos, como as ferramentas utilizadas no

desenvolvimento de uma ação de enfermagem, e serviços, definidos como trabalhos específicos

ou planos usados quando se desenvolve uma ação de enfermagem; Tempo, entendido como a

orientação temporal de uma ação de enfermagem, podendo incluir um período de tempo

(evento), definido como um momento de tempo, e intervalo de tempo (episódio), definido como

a duração entre dois eventos; Topologia, significando a região anatômica em relação a um ponto

ou à extensão de uma área anatômica envolvida numa ação de enfermagem; Localidade,

entendida como a orientação espacial anatômica de uma ação de enfermagem, incluindo local do

corpo, definido como a localidade anatômica da ação, e lugar, definido como a localidade

espacial onde a ação está ocorrendo; Via, entendida como o caminho onde a ação de

enfermagem é executada; Beneficiário, significando a entidade que recebe as vantagens de uma

ação de enfermagem (ICN, 1999a).

Os Resultados de Enfermagem continuam a ser vistos como uma mensuração da

mudança de um diagnóstico de enfermagem num período determinado de tempo, após a

execução das intervenções de enfermagem. Para o CIE, a Classificação de Resultados de

Enfermagem tem como propósito começar a identificar e a distinguir as contribuições específicas

da Enfermagem, numa perspectiva dos resultados nos cuidados da saúde. A ênfase na eficácia

de cuidados de saúde tem resultado em muitos esforços para se descrever e definir resultados e

medidas de resultados (ICN, 1999a).

Para o CIE, 1999 foi considerado o ano de transição para a CIPE. Para 2000 a meta é a

aprovação de mecanismos de desenvolvimento e manutenção da CIPE, incluindo mecanismos

que envolvam enfermeiras de todas as associações membros e experts em informática e

classificação (ICN, 1999c).

Page 45: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

46

Com base no que foi relatado, pode-se afirmar que, até o presente, muitos esforços já

foram feitos no sentido de se desenvolver uma classificação internacional para a prática de

enfermagem. Dentre esses esforços podem-se ressaltar a tradução da CIPE Versão Alfa em

diversas línguas, sua disseminação e avaliação em vários países, todo o trabalho de construção

da Versão Beta emergencial, a divulgação, via internet, da Versão Beta 1 e a publicação da

Versão Beta para testagem clínica e avaliação. Como o desenvolvimento da CIPE é um processo

em longo prazo, o contínuo envolvimento das enfermeiras de todo o mundo é visto pelo CIE

como um ponto positivo e necessário para que essa classificação possa representar a diversidade

da Enfermagem mundial.

Page 46: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

47

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Considerações sobre o referencial metodológico

Houve, nas duas últimas décadas, uma proliferação de Sistemas de Classificação na

Enfermagem, a maioria desenvolvida nos Estados Unidos, com um crescente interesse em

traduzi-los para aplicação em outras culturas. Esse tem sido considerado um dos fatores que tem

contribuído para a expansão da pesquisa transcultural em Enfermagem. McDermott & Palchanes

(1994), apontam as mudanças nas definições geográficas e políticas dos países, a emigração das

pessoas e a natureza global da Enfermagem, como outros fatores que contribuíram para o

desenvolvimento de estudos que utilizam a metodologia de pesquisa transcultural.

A pesquisa transcultural, segundo Irvine e Carroll3, citados em Jones (1987), pode

apresentar dois objetivos: o operacional e o comparativo. O objetivo é considerado operacional,

quando o estudo determina a distância cultural entre grupos ou seu grau de aculturação. Nesse

caso, a cultura na qual o instrumento ou o sistema de classificação foi desenvolvido, funciona

como critério para interpretação dos resultados. Quando o objetivo é o comparativo, o estudo

consiste em testar um construto através de culturas. Nessa perspectiva é necessária a adoção de

uma abordagem metodológica objetiva, sistemática e rigorosa para que a estrutura original do

instrumento testado não se modifique sob as influências culturais.

Apesar dos diversos trabalhos que discutem as metodologias e as dificuldades das

traduções transculturais em Enfermagem, não parece haver um consenso entre os autores sobre a

3 IRVINE, S. H., CARROLL, W. K. Testing and assessment across cultures: issues in methodology and theory. In: TRIANDIS, H. D.; BERRY, J. W. (Eds.) Handbook of cross-cultural psychology: Methodology. Boston: Allyn & Bacon, v. 2, p. 181-224. 1980.

Page 47: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

48

melhor metodologia para se realizar a tradução de instrumentos desenvolvidos em outra língua e

cultura (Jones & Kay, 1992).

Para Guillemin, Bombardier & Beaton (1993), a adaptação transcultural pressupõe a

combinação de duas etapas interligadas � a tradução do instrumento e sua adaptação

propriamente dita. A partir da tradução literal de palavras e situações de um idioma para outro,

de um contexto cultural para outro, procede-se à avaliação da qualidade da medida adaptativa em

relação à sua compreensão, validade aparente e de conteúdo, replicagem e adequação.

A utilização de instrumentos ou de sistemas de classificação traduzidos depende do rigor

científico com o qual eles foram avaliados e revisados na cultura alvo, sendo, para isso,

necessário o seguimento de alguns passos.

Todo projeto de pesquisa transcultural envolve o uso da linguagem e, conseqüentemente,

problemas de comunicação podem ocorrer com a tradução de uma simples sentença. A revisão

da literatura especializada indica a falta de padronização de abordagens para a adaptação

transcultural de sistemas de classificação, mas apresenta um grande número de metodologias

para a tradução e adaptação de instrumentos, que apresentaremos para justificar a escolha da

metodologia que foi utilizada neste estudo.

Brislin (1970), com base num estudo que objetivou investigar fatores que afetam a

qualidade da tradução, como a equivalência entre as versões original e alvo, que podem ser

avaliadas, e na revisão da literatura especializada, apresentou uma sugestão de procedimento

metodológico constituído de cinco etapas, para prover uma tradução adequada do inglês para

outras línguas. Cada etapa pressupõe uma situação ideal, contudo, é possível se fazer mudanças

nos procedimentos para adequá-los ao projeto de pesquisas. Para o referido autor, as etapas são:

1) Instrução de um bilíngüe para traduzir a fonte em inglês para a língua alvo, e de um outro

bilíngüe para fazer a back-translation da língua alvo para o inglês. 2) Exame, por vários juízes,

da fonte em inglês, da tradução para a língua alvo e da back-translation, para identificarem erros

que levem a diferenças de significados, e, ainda, se possível, o questionamento de outros juízes,

depois de lerem somente uma das versões. Se forem identificados erros, deve-se repetir a

primeira etapa, apenas utilizando-se os dados conflitantes. 3) Na não existência de erros de

significado, deve-se fazer o pré-teste do material traduzido, com pessoas que falem a língua alvo,

proceder à revisão da tradução e do original em inglês, a partir dos resultados do pré-teste, e ao

exame criterioso da tradução, por outro bilíngüe. 4) Demonstração da adequação da tradução,

encaminhando-se o material para sujeitos bilíngües, vendo alguns a versão em inglês, outros a

Page 48: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

49

tradução na língua alvo e outros ambas as versões. As respostas devem ser similares entre os

grupos, e verificadas através de seu significado, do desvio padrão e de coeficiente de correlação.

5) Relato das experiências, usando-se diferentes critérios para a equivalência.

Problemas de equivalência em traduções são freqüentemente observados. Secherest, Fay

& Zaidi (1972), descrevem cinco formas de equivalência, que apresentam diferentes tipos de

efeitos e conseqüências nas traduções: equivalência de vocabulário � uso da linguagem dos

respondentes prospectivos e não uma simples equivalência de palavras; equivalência idiomática

� busca de expressões ou explicações correspondentes na língua alvo, uma vez que expressões

idiomáticas são impossíveis de se traduzir; equivalência sintático-gramatical � busca de

tempos verbais usuais na língua alvo (estar atento para o fato de que as mudanças de tempos

verbais podem implicar mudanças de sentido); equivalência conceitual � verificação se os

diferentes conceitos usados têm as mesmas conotações em ambas as culturas envolvidas;

equivalência experiencial � verificação se as experiências reais descritas no instrumento contêm

o mesmo sentido em ambas as culturas e, eliminação, nessa equivalência, dos itens que não têm

contrapartida na cultura alvo.

Para Flaherty et al. (1988), algumas dimensões de equivalência transcultural precisam ser

respeitadas num processo de tradução: equivalência de conteúdo - o conteúdo de cada item de

um instrumento tem que ser relevante para o fenômeno em cada cultura estudada; equivalência

semântica ou de vocabulário e sintático-gramatical - o significado de cada item deve

permanecer o mesmo, após a tradução para o idioma de outra cultura; equivalência técnica - o

método de coleta de dados deve ser comparado, em cada cultura, no que diz respeito aos dados

que produz; equivalência de critério - a interpretação da medida da variável deve permanecer a

mesma, quando comparada com a norma para cada cultura estudada e, equivalência conceitual -

o instrumento deve medir o mesmo constructo teórico básico em diferentes culturas.

Essas dimensões de equivalência são listadas numa ordem que os autores acreditam ser a

mais lógica e conveniente para ser utilizada. Mas, ressaltam que cada dimensão é mutuamente

exclusiva. Qualquer item ou instrumento pode, por essa razão, ser equivalente transculturalmente

em uma ou mais dessas dimensões e não equivalente em outras.

Para Munford (1991), as dimensões de equivalência transcultural que devem ser

respeitadas num estudo transcultural são: 1) equivalência lingüística � pode ser medida pela

diferença do escore de cada sujeito; 2) equivalência conceitual � pode ser medida através de

índices de correlação, cuja significância estatística indica que há equivalência entre as respostas

Page 49: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

50

e, portanto, há compreensão; 3) equivalência de escala � detecta o mesmo fenômeno em ambas

as línguas, através da aplicação do instrumento.

Plass (1991) descreve uma única dimensão de equivalência transcultural � a equivalência

de tradução, dividida em duas fases: a) onde se utiliza, como critério, a back-translation,

considerada fidedigna, b) onde se obtêm correlações estatísticas significantes entre os escores

resultantes da aplicação do instrumento, em ambas as versões (original e traduzida), de uma

amostra de sujeitos bilíngües.

Guillemin, Bombardier & Beaton (1993), após uma ampla revisão da literatura

especializada nas áreas de Psicologia e Sociologia sobre metodologias de adaptação

transcultural, desenvolveram uma proposta metodológica, incluindo recomendações para se obter

equivalência transcultural analisando-se os seguintes aspectos: tradução semântica, idiomática,

experiencial ou cultural e conceitual. Essa proposta inclui cinco etapas: tradução e back-

translation por pessoas qualificadas, revisão da tradução por um comitê de juízes, pré-teste para

a equivalência com o uso da back-translation adaptada, ponderação dos escores e avaliação das

propriedades psicométricas do instrumento adaptado.

Embora não haja um consenso a respeito de metodologias, dentre todas as propostas

apresentadas, um aspecto de equivalência aparece em todas elas � a equivalência semântica.

Deve-se reconhecer que essa equivalência é particularmente difícil de ser atingida em pesquisas

transculturais (Flaherty et al., 1988, Secherest, Fay & Zaidi, 1972). Para os referidos autores a

solução para o estabelecimento da equivalência semântica é associar o uso de tradutores ao bom

conhecimento, tanto da linguagem de origem, como da linguagem alvo de tradução, o que é

possível ser feito por meio da técnica da back-translation, desenvolvida por Werner e Campbell,

em 1970 e descrita em detalhes por Brislin, em 1970. Essa técnica é considerada, atualmente, na

literatura especializada, a mais adequada, no sentido de se obter um maior grau de equivalência.

A técnica da back-translation consiste em se traduzir o material de uma língua para outra,

por um bilíngüe ou profissional altamente proficiente na língua alvo da tradução. Esse material

já traduzido é então retrotraduzido para a língua original por outro tradutor ou tradutores. As

duas versões do original podem ser então comparadas para se avaliar a adequação da tradução.

Se existirem grandes diferenças entre as versões, sugere-se ao pesquisador que faça uma nova

tradução para melhor aproximá-la do original (Brislin, 1970). Sempre haverá alguma diferença

entre as duas versões, requerendo, segundo Flaherty et al. (1988), um julgamento do pesquisador

de que as duas versões são equivalentes, classificando os itens como tendo: exatamente o

Page 50: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

51

mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou significado

diferente. Os termos com significados diferentes devem ser revistos, para se manter a sua

inclusão no estudo.

Estudos usando variações do processo de tradução de Brislin, são encontrados na

literatura especializada. McDermott & Palchanes (1994), fazendo uma revisão da literatura

sobre os elementos críticos na teoria de tradução, apresentam alguns desses estudos. Hansen &

Fouad4, em 1984, traduziram do inglês o SCII (Inventário de Interesse de Strong-Campbell) para

a língua espanhola, objetivando testar uma metodologia de tradução e validação de uma fonte

para uma retrotradução equivalente. Esse estudo foi desenvolvido, utilizando-se a técnica

sugerida por Brislin, com modificações, em três etapas do processo: 1) tradução para a língua

espanhola, por expert, incluindo revisão, correção e modificações feitas por um segundo bilíngüe

e uma revisão final, por um terceiro expert; 2) back-translation feita por um quarto bilíngüe,

incluindo correção da back-translation das palavras com significados errados; 3) teste de campo

com a fonte e a back-translation, feito junto a estudantes hispânicos e americanos, com a

comprovação deste teste através de testes estatísticos não-paramétricos. Bracken & Fouad5, em

1987, numa pesquisa desenvolvida na pediatria, traduziram o Bracken Basic Concepts Scale �

BBCS, do inglês para o espanhol, desenvolvendo as seguintes etapas: 1) tradução do original em

inglês para uma versão em espanhol; 2) realização de uma back-translation; 3) repetição das

duas primeiras etapas, até que a back-translation fosse aceita como equivalente à fonte; 4)

revisão e modificação da back-translation por um comitê de bilíngües adultos; 5) teste piloto da

back-translation com um grupo de crianças.

McDermott & Palchanes (1994) apontam ainda outros exemplos de pesquisa e afirmam

que a necessidade do desenvolvimento de pesquisa transcultural é geralmente aceita, mas

existem poucos relatórios de estudos quantitativos na Enfermagem, que possam servir de modelo

para futuras pesquisas. Ressaltam que existem três grandes considerações que devem ser levadas

em conta no desenvolvimento de estudos transculturais: o tempo e o custo financeiro; a escolha

da técnica adequada de tradução; o detalhamento dos passos desenvolvidos no estudo.

A técnica da back-translation descrita por Brislin foi utilizada para traduzir o

questionário de uso da Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) do inglês para o

coreano e depois para o inglês, a fim de se estabelecer equivalência. As etapas da back- 4 HANSEN, J. C., FOUAD, N. A. Translation and validation of the Spanish form of the Strong-Campbell Interest Inventory. Measurement and Evaluation in Guidance, v. 16, n. 4, p. 192-197, 1984.

Page 51: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

52

translation utilizadas foram as seguintes: 1) um bilíngüe traduziu todos os itens do instrumento

original para a linguagem alvo (coreano); 2) um bilíngüe traduziu a tradução da língua alvo para

a língua original; 3) a versão original e a back-translation foram comparadas por equivalência

(Yom, 1998). Segundo a referida autora, alguns títulos das intervenções e suas definições foram

de difícil tradução, pelos seguintes fatores: diferenças estruturais entre a língua inglesa e a

coreana; uso de palavras modificadoras em inglês, que não podem ser traduzidas na mesma

ordem para o coreano; palavras que são difíceis de se traduzir porque não existem no coreano ou

necessitam de ser mais concisas antes de serem traduzidas. A despeito desses problemas

apontados, a tradução do questionário de uso da NIC para o coreano foi completa e muitas das

intervenções foram fáceis de ser traduzidas. A autora conclui que uma das grandes vantagens

dessa tradução foi facilitar a comunicação entre as enfermeiras e sugere o uso de método similar

para a validação dessas intervenções em outras linguagens.

Tendo em vista todas as propostas metodológicas apresentadas e os exemplos de

pesquisas realizadas, neste estudo será adotada a equivalência semântica sugerida por Brislin,

com algumas das modificações introduzidas por Bracken e Fouad e por Flaherty e colaboradores,

para que seja alcançado o objetivo do estudo. Para isso, serão desenvolvidas as seguintes etapas:

1) tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem em inglês para a língua portuguesa,

por um bilíngüe, incluindo revisão, correção e modificações feitas por um outro bilíngüe e uma

revisão final realizada por um terceiro expert; 2) back-translation feita por um quarto elemento

bilíngüe, incluindo revisão, correção e modificações da back-translation, procurando corrigir

erros da língua portuguesa, passagens truncadas e informações desencontradas de acordo com o

original, por um quinto elemento bilíngüe; 3) revisão e modificação da back-translation por um

grupo de experts na área de Enfermagem, para que seja feita a correlação das versões (original,

tradução e a back-translation); 4) verificação da equivalência semântica dos fenômenos das duas

versões, classificando os títulos e as definições como tendo exatamente o mesmo significado,

quase o mesmo significado e significado diferente; 5) repetição das três primeiras etapas para

os termos que não alcançarem o índice de concordância de 80%.

5 BRACKEN, B., FOUAD, N. A. Spanish translation and validation of the Bracken Basic Concept Scale. School Psychology Review, v. 16, n. 1, p. 94-102, 1987.

Page 52: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

53

4.2 Descrição do estudo

A equivalência semântica dos fenômenos constantes na CIPE � Versão Alfa, neste

estudo, foi realizada no período de setembro de 1997 a agosto de 1998, a partir do recebimento,

pela ABEn, da tradução para o português do Brasil, dessa Classificação, feita pela Professora

Dra. Heimar Fátima Marin, que é proficiente na língua inglesa e familiarizada com o conteúdo

dessa classificação. Esse fato, segundo Brislin (1970), é condição indispensável para uma

tradução adequada.

A partir da liberação, pela ABEn, da tradução da CIPE � Versão Alfa, a Classificação de

Fenômenos de Enfermagem foi submetida a revisões, correções e modificações na língua

portuguesa, levando-se em consideração a correção da linguagem propriamente dita, a correção

das expressões idiomáticas e a uniformização da linguagem, feitas por duas professoras de

Português. Nessa etapa optou-se pela utilização dos termos e das características específicas na

forma substantivada: por ser o método usual para trabalhos desse tipo, como dicionários,

glossários; por necessidade de uniformização da linguagem; por o substantivo apresentar

considerável carga semântica; pelo uso de menor número de palavras, tornando o texto mais

objetivo. Também, foi levada em consideração a linguagem habitual das enfermeiras, os tempos

verbais usuais, que podem implicar mudança de sentido, e as expressões idiomáticas

relacionadas com a língua de origem (inglesa) e com a língua alvo (português do Brasil). Todas

as colaboradoras envolvidas nessa primeira etapa estavam cientes dos objetivos da tradução, mas

só a bilíngüe, que fez a tradução para o português, tinha formação na área de Enfermagem,

enquanto as demais tinham formação apenas na área de Letras: língua inglesa e portuguesa.

A partir dessa tradução, foi desenvolvida a back-translation por um outro bilíngüe, que

não estava ciente do objetivo da tradução e não tinha formação específica na área de

Enfermagem. Depois de concluída essa versão, a mesma foi submetida a um professor de inglês,

para revisão, correção e modificações da back-translation, com referência a termos com

significados errados na língua inglesa, sendo feitas as correções necessárias.

A terceira etapa dessa técnica foi constituída da revisão e modificação da back-

translation por um grupo de experts na área de Enfermagem, que conheciam o objetivo do

trabalho e os conceitos que foram analisados, para que fosse realizada a correlação das versões

(original, tradução e back-translation). O Grupo de experts teve como finalidade produzir uma

Page 53: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

54

versão final da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE � Versão Alfa, baseando-

se no original, na tradução e na back-translation e comparando os resultados entre si.

Fizeram parte desse Grupo cinco enfermeiras, todas com o título de Doutor, docentes de

três Universidades brasileiras, especialistas nas diversas áreas da Enfermagem, sendo duas delas

consideradas bilíngües, de acordo com o conceito de Garyfallos (1991), que considera bilíngüe a

�pessoa que é fluente em duas línguas e viveu pelo menos um ano em cada país, sendo, portanto,

considerada bicultural�.

Para facilitar essa tarefa, foi desenvolvido um instrumento, contendo três colunas: uma

com a classificação original em inglês, outra com a tradução para o português do Brasil e a

última com a back-translation, com um espaço para que cada membro marcasse se concordava

ou discordava da tradução dos títulos e definições de cada um dos fenômenos e com outro

espaço para que, em caso de discordância, apresentasse as sugestões para modificações na

tradução. Foi explicado que nessa etapa não estava em discussão se o grupo de experts

concordava ou não com o termo atribuído a determinado fenômeno ou com a sua significação,

nem se esses termos eram usados ou não na nossa prática, mas, apenas, se existia uma correlação

entre os termos originais em inglês e os termos apresentados na versão feita a partir da tradução.

Nessa fase foi verificado o índice de concordância dos termos entre os experts.

Após essa etapa, verificou-se a equivalência semântica dos fenômenos (títulos e

definições) das duas versões, utilizando-se uma escala proposta por Flaherty et al. (1988),

classificando os termos como tendo exatamente o mesmo significado em ambas as versões,

quando apresentaram um índice de concordância, entre os experts, de 100%; quase o mesmo

significado, quando apresentaram um índice de concordância de 99% a 80%, e significado

diferente, quando apresentaram um índice de concordância igual ou abaixo de 79%.

Os títulos e as definições dos fenômenos, que não alcançaram um nível de equivalência

igual ou superior a 80%, foram submetidos novamente a todo o processo de equivalência

semântica, ou seja, a todas as etapas anteriormente descritas para, dessa forma, verificar-se a

possibilidade de se manter a sua inclusão na classificação. Nessa fase também foi desenvolvido

um outro instrumento, obedecendo-se ao mesmo formato do questionário utilizado na primeira

etapa, incluindo-se só os títulos e as definições dos fenômenos que não alcançaram um índice de

concordância igual ou acima de 80%.

Page 54: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

55

Após a realização dessa etapa, foi dada por concluída a técnica da back-translation, com

a produção de uma versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da

CIPE � Versão Alfa, contendo os títulos e as definições dos fenômenos que alcançaram um

índice de concordância igual ou acima de 80%.

Page 55: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

56

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados da equivalência semântica dos 293 títulos e das 292 definições dos

fenômenos de enfermagem que resultaram da aplicação da técnica back-translation apontaram

para uma freqüência de concordância, entre os avaliadores, de 96% para os títulos e de 89% para

as definições.

Submetendo-se os títulos e as definições dos fenômenos ao julgamento se eles tinham

exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou

significado diferente, os resultados evidenciaram que 88% dos títulos apresentaram uma

freqüência de concordância de 100%; 7% uma freqüência de concordância de 80%; e 5% uma

freqüência de concordância abaixo de 79%.

Os 5% dos títulos dos termos que apresentaram índice de concordância abaixo de 79%,

representam 14 termos, sendo nove do núcleo Ser humano e cinco do Meio ambiente,

conforme apresentados no Quadro I.

Page 56: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

57

Quadro 1 Títulos dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram índice de concordância

abaixo de 79%, incluindo a versão original, a back-translation e as sugestões apresentadas pelo

grupo de especialistas. São Paulo, 1998.

Original em inglês Back-translation Sugestões para modificação

Dry mucous membrane

Mucosa seca Membrana mucosa seca

Hot flush Rubor com calor Ruborização Rubor quente

Calor/rubor

Decision Tomada de decisão Decisão

Coping Estratégia de enfrentamento de problemas

Estratégia de resolução

Coping Lidar

Lutar

Defensive coping Estratégia defensiva de enfrentamento de problemas

Estratégia defensiva de resolução

Coping disabling Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas

Estratégia de resolução: incapacitante

Ineffective coping specific: rape-trauma, death, divorce

Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas específicos: trauma de estupro, morte e divórcio

Estratégia ineficaz de resolução específica: trauma de estupro, morte, divórcio

Compromised health coping

Estratégia comprometedora de enfrentamento de problemas de saúde

Estratégia comprometida de resolução de problemas de saúde

Health denial Negação de saúde Negação de problemas de saúde

The environment: human

Meio ambiente humano Meio ambiente: seres humanos

Inadequate family coping

Estratégia inadequada de enfrentamento de problemas familiares

Estratégia de resolução familiar inadequada

Parental role conflict

Conflito de papel dos pais Conflito materno e paterno de papéis

The environment: nature

Fenômenos de enfermagem pertencente ao Meio ambiente: natureza

Meio ambiente: natureza

The biological environment

Ambiente biológico Meio ambiente biológico

Page 57: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

58

Garcia (1992), analisando as diversas traduções existentes no Brasil para o diagnóstico de

enfermagem da NANDA Coping, como Resposta ineficaz ao estresse, Lidar individual

ineficaz e Lidar ineficaz: individual, ressalta que essas diversas denominações ocorreram por

conta da tradução do termo coping. A referida autora afirma que a melhor tradução entre as que

foram apresentadas, �parece ser a de lidar�, mas argumenta que, embora o sentido denotativo de

lidar seja semelhante ao do termo cope, o sentido conotativo com que ele é empregado no

diagnóstico não é o mesmo. Argumenta também que o termo coping vem sendo traduzido como

interatuante, tendo como base as definições apresentadas nos dicionários de psicologia, onde

coping significa qualquer ação em que o indivíduo interatua com o meio, para fins de realizar

alguma coisa. A autora discutiu todos esses aspectos com um especialista em Lingüística

Aplicada ao ensino da Língua Inglesa, �que esclareceu que, no contexto em que o termo está

empregado no inglês, a conotação que mais se aproxima do seu significado é estratégias de

resolução�. Baseada nessas argumentações, a autora sugeriu para esse diagnóstico e para todos

os que têm o termo coping a utilização de Estratégias de resolução, sugestão que foi aprovada

pelo grupo de enfermeiras que analisaram as propostas de modificações no processo de

uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem da NANDA no Brasil.

Na tradução da CIPE � Versão Alfa para o português do Brasil, desenvolvida por um

Grupo de enfermeiras associadas da ABEn, esses termos foram traduzidos, acatando-se a

denominação utilizada na uniformização da linguagem dos diagnósticos no Brasil, ou seja:

�Estratégias de resolução de problemas, Estratégias defensivas de resolução de problemas,

Estratégias ineficazes de resolução de problemas; Estratégias ineficazes de resolução de

problemas específicos: trauma do estupro, morte, divórcio, Estratégias de resolução de saúde

comprometidas e Estratégias inadequadas de resolução de problemas familiares� (Cruz et al.,

1997).

Na tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, que foi submetida à técnica

back-translation neste trabalho (Marin, 1997), a tradutora preferiu a utilização do termo

Estratégias de enfrentamento, justificando que o termo coping não tem necessariamente o

significado de resolução, mas, sim, de mecanismos para enfrentamento de problemas.

Pesquisando na literatura especializada o significado do termo coping, encontra-se, no

Lexicon of Psychiatric and Mental Health Terms, organizado pela OMS, para definir os mais de

700 termos que aparecem na CID � 10 e são utilizados no campo da saúde mental e psiquiatria, o

referido termo, definido como a �habilidade de um indivíduo para ajustamento, adaptação e

resolução de problemas�. No mesmo trabalho, esse termo também é apresentado como coping

Page 58: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

59

mechanisms, significando todos os meios pelos quais um indivíduo adapta-se ao meio ambiente e

resolve problemas com sucesso (WHO, 1994).

Nas traduções existentes para o termo coping, relacionadas com os diagnósticos de

enfermagem da NANDA, na língua espanhola, o mesmo é apresentado como Afrontamiento,

significando a resposta a uma situação, responsabilidade ou acontecimento (Apalategui &

Cuadra, 1995, Zambrana, Goris & Garcés, 1994). Na tradução para o português de Portugal, a

opção inicial para o diagnóstico de enfermagem da NANDA foi utilizar o termo estratégias de

adaptação (Paiva, 1998), mas na tradução da CIPE está sendo utilizado o termo em inglês �

coping, de acordo �...com o que é corrente na prática clínica de enfermagem em Portugal,

significando lidar com, adaptação, ultrapassar� (Abecasis, Madeira & Leal, 1997).

Levando-se em consideração a falta de consenso sobre a melhor tradução para o termo

coping, evidenciada nas citações acima referidas e na quantidade de sugestões que foram

apresentadas pelo grupo de especialistas, optou-se, na reapresentação dos mesmos na segunda

etapa da técnica da back-translation, pela utilização dos termos da forma como foram traduzidos

por Marin (1997).

Um outro termo que apresentou divergências significativas entre os avaliadores foi Hot

flush6, que foi traduzido como Rubor com calor. Entre as sugestões apresentadas ressaltam-se

ruborização, calor/rubor e rubor quente. Analisando-se o significado denotativo do termo quente

(hot), encontra-se �quente, de modo quente, ardente, excitado, ávido, fogoso�, e do termo rubor

(flush), �rubor, vermelhidão, acesso de febre ou calor, enrubescer, ruborizar-se, fazer corar,

ruborização, avermelhar� (Ferreira, 1998). A partir dos significados denotativos dos termos

pode-se inferir que o termo rubor quente é o mais apropriado para essa tradução.

O termo Health denial foi traduzido literalmente como Negação da saúde,

exemplificando muito bem o que colocam Secherest, Fay & Zaidi (1972), quando afirmam que o

significado essencial de um termo ou expressão, na maioria das vezes, não pode ser traduzido

literalmente, o que torna desejável uma maior flexibilidade na retrotradução. Esta flexibilidade

foi levada em consideração pelas avaliadoras, quando sugeriram o acréscimo da palavra

problemas, para que o termo Negação de problemas de saúde tivesse o sentido discursivo de

negação de mudanças no estado de saúde.

6 Após o término do trabalho deduzimos que a melhor tradução para o termo hot flush seria fogacho, que aqui estamos apresentando a título de sugestão para futuros estudos.

Page 59: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

60

Os termos The environment: human, The environment: nature e The biological

environment foram traduzidos sem a utilização do artigo definido, uma vez que na língua

portuguesa, nesse caso, não existe a necessidade de seu uso e também para uniformizar os títulos

dos termos.

Para os demais termos foram apresentadas as seguintes sugestões: acréscimo da palavra

�membrana� para Mucosa seca (Dry mucous membrane), a retirada da palavra �tomada� no

termo Tomada de decisão (Decision), e a troca da palavra �pais� por paterno/materno, no

Conflito de papel dos pais (Parental role conflict).

Submetendo-se as definições dos termos ao julgamento se elas tinham exatamente o

mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou significado

diferente, os resultados evidenciaram que 71% tiveram freqüência de concordância de 100%;

16% obtiveram 80% de freqüência de concordância; e 13% ficaram abaixo de 79%.

As definições dos termos que apresentaram índice de concordância abaixo de 79%

representaram 13%, correspondendo a 34 definições, sendo 26 ligadas ao núcleo de Ser humano

e 8 ao de Meio ambiente, conforme apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2 Definição dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram índice de concordância

abaixo de 79%, incluindo a versão original, a back-translation e as sugestões apresentadas pelo

grupo de especialistas. São Paulo, 1998.

Original em inglês Back-translation Sugestões para modificações7

Tissue Perfusion Alteration: altered movement of blood through tissues for delivery of oxygen and nutrients at the cellular level.

Perfusão tissular alterada: movimentos alterados do sangue nos tecidos por descarga de oxigênio e de nutrientes em nível celular.

Perfusão Tissular Alterada: fluxo sangüíneo alterado nos tecidos para liberação de oxigênio e de nutrientes em nível celular.

Shock: hypotension, coldness of skin and tachycardia due to acute peripheral circulatory failure.

Choque: hipotensão, pele fria e taquicardia devido à aguda falta de circulação periférica.

Choque: hipotensão, pele fria e taquicardia devido à falência aguda na circulação periférica.

7 As sugestões apresentadas pelo Grupo de Especialistas estão sublinhadas no texto.

Page 60: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

61

Functional Incontinence: urge to void or bladder contractions sufficiently strong to result in loss of urine before reaching an appropriate receptacle.

Incontinência funcional: urgência para esvaziar a bexiga ou contraí-la com força suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um nível apropriado de armazenamento.

Incontinência Funcional: urgência para esvaziar a bexiga ou contraí-la com força suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um local apropriado. (ou receptáculo apropriado, como vaso sanitário).

Fatigue: tired, sleepiness, frequent yawing, listlessness, not feeling well rested, lack of strength with/without activity.

Fadiga: cansaço, sonolência, bocejamento freqüente, desatenção, sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.

Fadiga: cansaço, sonolência, bocejamento freqüente, fraqueza, sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.

Birthing: evolving of perinatal body processes maintaining and giving life.

Nascimento: evolução pré-natal do processo corporal de manutenção e ganho de vida.

Nascimento: evolução dos processos corporais perinatais de manutenção e ganho de vida.

Acute Pain: responses are quickly reaching a turning point (self limited) and caused by a concurrent noxious stimulus associated with tissue damage and accompanied by automatic responses.

Dor aguda: respostas que rapidamente alcançam o ponto inicial (autolimitado) e causadas por um estímulo atual e nocivo com dano de tecido e acompanhado por respostas automáticas.

Dor Aguda: respostas que rapidamente alcançam o ponto crítico (autolimitado) causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e acompanhado por respostas automáticas.

Chronic Pain: responses are long lasting and slowly reaching a turning point, not caused by a concurrent noxious stimulus associated with tissue damage and not accompanied by automatic responses.

Dor crônica: respostas de longa duração e vagaroso alcance do ponto limite, não causada por um estímulo atual e nocivo associado com dano de tecido e não acompanhado por respostas automáticas.

Dor Crônica: respostas persistentes e que alcançam o ponto crítico vagarosamente, não causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e não acompanhado por respostas automáticas.

Nausea: it is vaguely referred to the epigastrium and abdomen and it is unpleasant.

Náusea: vaga relação desagradável com o epigastro e o abdome.

Náusea: vaga sensação desagradável no epigastro e no abdome.

Consciousness: responsi-veness of the mind to the impressions made by the senses.

Consciência: respostas rápidas da mente a impressões feitas pelos órgãos dos sentidos.

Consciência: responsividade da mente às impressões feitas pelos órgãos dos sentidos.

Somnolence: malignant sleepiness and unnatural drowsiness.

Sonolência: sonolência maligna e não natural, entorpecimento.

Sonolência: sonolência maligna e não natural, entorpecimento (sono i d id )

Page 61: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

62

induzido).

Stupor: deep sleeping condition with pain responses.

Estupor: condição de sono profundo em resposta à dor.

Estupor: condição de sono profundo com respostas a estímulos dolorosos.

The Personality: dispositions of the person to retain and abandon attitudes over time (second order reasons for actions).

Personalidade: disposição de uma pessoa para reter ou abandonar atitudes no decorrer do tempo (segundo ordem de razões para a ação).

Personalidade: disposição de uma pessoa para reter ou abandonar atitudes no decorrer do tempo (razões de segunda ordem para as ações).

Personal Identity Disturbance: inability to distinguish between self and non-self.

Distúrbio da identidade pessoal: inabilidade para distinguir entre auto-ser ou não.

Distúrbio da Identidade Pessoal: inabilidade para distinguir entre o eu e o não eu.

Situational Low Self-Esteem: negative self-evaluation about self or self-capabilities, inability to accept praise or encouragement in certain situations.

Baixa auto-estima situacional: auto-avaliação ou autocapacidade negativa sobre si mesmo, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em certas situações.

Baixa Auto-Estima Situacional: auto-avaliações negativas sobre si própria ou sobre suas próprias capacidades, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em certas situações.

Chronic Low Self-Esteem: long standing negative self-evaluations about self or self-capabilities.

Baixa auto-estima crônica: auto-avaliação ou autocapacidade negativa sobre si mesmo, com longa duração.

Baixa Auto-Estima Crônica: auto-avaliações negativas persistentes sobre si própria ou sobre suas próprias capacidades.

Psychological Attitudes: the capacity of the person to retain and/or abandon actions. (first order reasons for actions).

Atitudes psicológicas: capacidade da pessoa para reter e ou abandonar ações (primeira ordem de razões para ações).

Atitudes Psicológicas: capacidade da pessoa para reter e/ou abandonar ações (razões de primeira ordem para as ações).

Confusion: disordered thinking characterized by slurred speech, demanding behavior, restlessness, no sense of direction, groping, bewildered, disoriented.

Confusão: pensamento desordenado caracterizado por fala indistinta, comportamento de demanda, agitação, falta de senso de direção, andar às apalpadelas, desnorteamento, desorientação.

Confusão: pensamento desordenado caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, tatear com as mãos, desnorteamento, desorientação.

Acute Confusion: sudden onset of disordered thinking characterized by slurred speech, demanding behavior,

Confusão aguda: início abrupto de desordem do pensamento caracterizado por fala indistinta,

Confusão Aguda: início abrupto de desordem do pensamento caracterizado por fala inarticulada,

Page 62: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

63

restlessness, no sense of direction, groping, bewildered, disoriented.

comportamento de demanda, agitação, falta de senso de direção, andar às apalpadelas, desnorteamento, desorientação.

comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, tatear com as mãos, desnorteamento, desorientação.

Shame: feelings of loss of self-respect caused by wrong, dishonourable or foolish behavior.

Vergonha: sentimentos de perda do auto-respeito causada por erro, desonra ou comportamento insensato.

Vergonha: sentimentos de perda do auto-respeito causada por comporta-mento errado, desonroso ou insensato.

Denial: attempts to reduce anxiety by refusal to accept thoughts, feelings or facts.

Negação: tentativas de reduzir ansiedade, recusando aceitar pensamentos, sentimentos ou fatos.

Negação: tentativas de reduzir ansiedade através da recusa para aceitar pensamentos, sentimentos ou fatos.

Defensive Coping: action of self-protection that defend against underlying perceived threats to positive self-regard.

Estratégia defensiva de enfrentamento de problemas: ação de autoproteção que defenda o indivíduo contra ameaças implícitas percebidas para positivo auto-respeito.

Estratégia Defensiva de Resolução: ação de autoproteção que defenda o indivíduo contra ameaças subjacentes percebidas à auto-estima positiva.

Coping: Disabling: diminished problem-solving capacity of person needed in meeting life�s demands and roles.

Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas: diminuída capacidade para resolver problemas de uma pessoa necessitada em atender as demandas da vida e dos papéis.

Estratégia de Resolução: Incapacitantes: capacidade diminuída de solução de problemas, de uma pessoa necessitada, para atender as demandas e os papéis da vida.

Caregiver Strain: diminished problem-solving capacity of a person in response to the demands of providing care for another.

Desgaste do cuidador: diminuída capacidade para resolver problemas de uma pessoa em resposta às demandas de provimento de cuidado de uma outra.

Desgaste do Cuidador: capacidade diminuída de solução de problemas de uma pessoa, em resposta às demandas de provimento de cuidado de uma outra.

Ineffective Coping Specific: Rape-Trauma, Death, Divorce: disabled problem-solving as a result of specific physical or psychic trauma.

Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas específicos: trauma de estupro, morte, divórcio: inabilidade para resolver problemas resultantes de um específico trauma físico ou psíquico.

Estratégia Ineficaz de Resolução Específica: Trauma de Estupro, Morte, Divórcio: incapacidade de solução de problemas, como resultado de um trauma físico ou psíquico.

Page 63: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

64

Communicative Action: action of transmission messages between individuals using verbal or non verbal action, face to face conversations or remote communication action.

Ação comunicativa: ação de transmissão de mensagens entre indivíduos usando atos verbais ou não verbais, conversação face a face ou ação de comunicação remota.

Ação Comunicativa: ação de transmissão de mensagens entre indivíduos, usando ação verbal ou não verbal, conversação face a face ou ação de comunicação remota.

Social Aggression: violent, assaulting, harmful, illegal or cultural prohibited actions towards others.

Agressão social: ação violenta, assaltante, nociva, ilegal ou culturalmente proibida com relação a outros.

Agressão Social: ação violenta, agressiva, nociva, ilegal, ou culturalmente direcionada a outrem.

Altered Parenting: disturbance and lack of behavioral processes creating an environment that promotes the optimum growth and development of child, lack of bonding.

Paternidade/Maternidade Alterada: distúrbio e falta de processo comportamental que crie um ambiente que promova um ótimo crescimento e desenvolvimento de uma criança, falta de vínculo.

Paternidade/Maternidade Alterada: distúrbio e ausência de processos comportamentais que criem um ambiente promotor de um crescimento e desenvolvimento ótimo de uma criança, falta de vínculo.

Parental Role Conflict: experience of role confusion and conflict as parents in responses to crises.

Conflito de papel dos pais: confusão na experiência de papéis e conflito com os pais em respostas às crises.

Conflito de Papel dos pais: experiência de confusão e conflito de papel, como pais, em resposta a crises.

Economy: money from wages, interests, dividends or other sources available for living and health care expenses.

Economia: dinheiro de salário, aplicações, dividendos ou outras fontes disponíveis para manutenção e despesas com cuidado da saúde.

Economia: dinheiro de salários, investimentos, dividendos ou de outras fontes disponíveis para despesas com o cotidiano e com o cuidado da saúde.

High Infant Mortality Rate: the high ratio of infant deaths, i.e. death of children under one year of age, registered in a given year to the total number of live births registered in the same year, usually expressed as a rate per thousands.

Alto índice de mortalidade infantil: alto índice de mortes de crianças, isto é, morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos registrados no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.

Alto Índice de Mortalidade Infantil: alta proporção de mortes de crianças, isto é, morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos registrados no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.

High Early Neonatal Mortality Rate: the high ratio of early neonatal deaths, i.e. live born children who die

Alto índice de mortalidade neonatal precoce: alto índice de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas

Alto Índice de Mortalidade Neonatal Precoce: alta proporção de mortes neonatais precoces, isto é,

Page 64: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

65

within the first 168 hours of life in a given year to the total number of live births in the same year, usually expressed as a rate per thousands.

que morrem nas primeiras 168 horas de vida de um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.

crianças nascidas vivas que morrem nas primeiras 168 horas de vida em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.

High Perinatal Mortality Rate: the high ratio of perinatal deaths, i.e. late fetal and early neonatal deaths weighing over 1000g at birth in a given year to the total number of live births in the same year, usually expressed as a rate per thousands.

Alto índice de mortalidade perinatal: alto índice de morte perinatais, isto é, morte de fetos tardios e neonatos, pesando acima de 1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.

Alto Índice de Mortalidade Perinatal: alta proporção de mortes perinatais, isto é, morte de fetos tardios e neonatos, pesando acima de 1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.

High Maternal Mortality Rate: the high ratio of maternity deaths, i.e. deaths of pregnant women before, during, and after delivery registered in a given year to the total number of pregnant women registered in the same year, usually expressed as a rate per thousands.

Alto índice de mortalidade materna: alto índice de mortes maternas, isto é, morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrado em um determinado ano, comparado com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.

Alto Índice de Mortalidade Materna: alta proporção de mortes maternas, isto é, morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrado em um determinado ano e comparado com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.

Inadequate Housing: which does not meet accepted and healthy standarde for dwelling place.

Moradia inadequada: o que não pode ser aceito como padrão saudável para servir de habitação.

Moradia Inadequada: o que não satisfaz os padrões de salubridade aceitos para habitação.

Todas as definições desenvolvidas pelo CIE (ICN, 1996b) para os fenômenos constantes

na CIPE � Versão Alfa foram feitas, obedecendo a algumas regras de classificação, que foram

estabelecidas para nortear as suas construções. São elas: a definição deve ter sentido; não deve

ser circular; não deve ser tão ampla que permita que a palavra que se define se aplique a mais

objetos do que os devidos e nem tão restrita que exclua aplicações legítimas da palavra; deve

expor os atributos essenciais dos conceitos subjacentes à palavra; deve evitar linguagem ambígua

Page 65: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

66

ou obscura; deve ser literal (não ser figurativa, metafórica ou irônica); deve expressar-se em uma

frase positiva e ser neutra, não valorativa.

Todas essas regras, acrescidas dos níveis vocabular, morfológico, sintático, semântico, de

fidelidade ao texto em inglês, da adaptação à prática de enfermagem, foram levadas em

consideração, quando foram analisadas as 34 definições que não alcançaram índice de

concordância igual ou acima de 80%. Também foram levadas em consideração as sugestões

apresentadas pelo grupo de especialistas para modificação na redação do português, para, dessa

forma, facilitar o entendimento do seu significado. Essas sugestões, algumas vezes, estavam

relacionadas com a tradução de adjetivos, com a utilização de sinônimos e, muitas vezes, com o

uso de termos técnicos da área da saúde, mais utilizados pelas enfermeiras na sua prática.

As definições dos termos que apresentaram imprecisão na tradução ou na versão a partir

da back-translation, no nível vocabular, foram analisadas e acompanhadas das devidas

alterações, visando ao uso adequado do(s) termo(s). Esses termos foram: Fadiga, Consciência e

Distúrbio da identidade pessoal. No nível morfológico, que está relacionado com os aspectos

de mudança da flexão singular/plural e das classes de palavras e com a tradução de substantivo

como adjetivo, os termos que apresentaram imprecisão foram: Nascimento, Dor crônica, Baixa

auto-estima situacional, Baixa auto-estima crônica, Vergonha, Negação, Ação

Comunicativa, Paternidade/Maternidade alterada, Conflito de papel dos pais e Economia.

No nível sintático, os termos foram analisados, levando-se em consideração o acréscimo

ou eliminação de palavras ou expressões para uma melhor adaptação semântica e para a

manutenção da ordem das palavras no Português, ou seja, para proporcionar a fidelidade à

estrutura sintática portuguesa. Os termos foram: Náusea, Alto índice de mortalidade infantil,

Alto índice de mortalidade neonatal precoce, Alto índice de mortalidade perinatal e Alto

índice de mortalidade materna.

No nível semântico, que busca um melhor significado para as definições, as imprecisões

foram identificadas nos seguintes termos: Incontinência funcional, Sonolência, Personalidade,

Atitudes psicológicas, Confusão, Confusão aguda, Estratégia ineficaz de enfrentamento de

problemas, Desgaste do cuidador, Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas

específicos: trauma de estupro, morte, divórcio, Agressão social e Moradia inadequada.

No que diz respeito à fidelidade ao texto em inglês, as definições que apresentaram

imprecisão estão relacionadas com os seguintes termos: Incontinência funcional, Dor aguda,

Page 66: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

67

Dor crônica, Consciência e Negação. As definições que apresentaram necessidade de

adaptação à prática de enfermagem foram as relacionadas com os seguintes termos: Perfusão

tissular alterada e Choque. É preciso lembrar que esses níveis se cruzam, podendo-se, em

alguns termos, identificar mais de um nível, mas a sua identificação e correção teve um único

propósito � uma melhor equivalência semântica, ou seja, um sentido mais claro e mais preciso

dos títulos e das definições dos fenômenos de enfermagem.

Levando-se em consideração que o objetivo maior dessa equivalência é a utilização dessa

classificação pelo maior número possível de enfermeiras, mesmo com uma freqüência de

concordância acima de 85%, tanto para os títulos como para as definições, os 44 fenômenos que

apresentaram significados diferentes, sendo dez títulos, trinta definições e quatro títulos com

definições, foram submetidos a todo o processo da técnica da back-translation, para se manter a

sua inclusão na classificação. Todas as sugestões de acréscimos, retiradas ou modificações dos

títulos e das definições dos fenômenos de enfermagem apresentadas pelas avaliadoras foram

levadas em consideração, não tendo sido descartada, também, mais uma revisão por um

especialista em língua portuguesa.

O resultado dessa segunda aplicação da técnica da back-translation apontou uma

freqüência de concordância, entre avaliadores, de 88,6% para os termos e para as definições

respectivamente. Submetendo-se os mesmos termos e as definições à verificação se eles tinham

exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou

significado diferente, os resultados evidenciam que 84% dos títulos dos fenômenos de

enfermagem apresentaram um índice de concordância de 100%; 5% um índice de concordância

de 80%; e 11% uma concordância abaixo de 79%, e que 57% das definições dos fenômenos de

enfermagem tiveram índice de concordância de 100%; 32% com 80% de concordância; e 11%

com concordância abaixo de 79%.

Tanto os termos, como as definições que apresentaram índice de concordância abaixo de

79%, estão relacionados com o termo coping, nos seguintes Fenômenos de Enfermagem:

Coping, Defensive coping, Coping: disabling, Ineffective coping specific: rape-trauma, death,

divorce, Compromised health coping e Inadequate family coping. Esses resultados repetem os

alcançados na primeira etapa da back-translation, quando os mesmos termos apresentaram os

maiores índices de discordância entre as avaliadoras.

Levando-se em consideração que a técnica da back-translation só considera equivalentes

semanticamente os termos que alcançarem um índice de concordância igual ou acima de 80%,

Page 67: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

68

esses seis termos, que representam 2% dos 293 títulos e das 292 definições respectivamente,

foram retirados da versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da

CIPE � Versão Alfa. A retirada desses termos não implica que os mesmos estejam descartados

da prática de enfermagem, mas que, neste estudo, eles não foram considerados, tendo em vista a

observância do rigor da técnica.

Realizando-se um índice de concordância, incluindo-se os julgamentos das duas etapas da

técnica da back-translation, pode-se afirmar que a equivalência semântica da Classificação dos

Fenômenos de Enfermagem, realizada neste estudo, alcançou um índice de concordância de 98%

para os títulos dos fenômenos e para as definições, respectivamente.

A partir desse resultado, pode-se afirmar que os fenômenos de enfermagem foram

traduzidos de forma semanticamente correta. Mas deve-se ressaltar que é necessário levar em

consideração as dimensões geográficas do Brasil, onde existem diferentes culturas e subculturas,

o que significa que essa tradução pode não apresentar os mesmos resultados junto às enfermeiras

das diferentes regiões do país. Mesmo tendo-se o cuidado de se atender à fidelidade ao texto em

inglês, é possível que alguns termos tenham pouca validade para uma outra região, apesar do

esforço para que a tradução ficasse sintática, morfológica, semanticamente e, em termos de

vocabulário, o mais possível correta.

5.1 Versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE �

Versão Alfa

1 � Fatores que influenciam o Estado de Saúde

1.1 � Fenômenos de Enfermagem são fatores que influenciam o Estado de Saúde, com a

seguinte característica específica: fenômenos que as enfermeiras diagnosticam.

1.2 � Outros Fenômenos fora da Enfermagem são fatores que influenciam o Estado de Saúde

com as seguintes características específicas: fenômenos que outras disciplinas diagnosticam �

doenças, deficiências, incapacidade e desvantagens.

1.1.1 � Fenômenos de Enfermagem Pertencentes ao Ser Humano são fenômenos de

enfermagem, com a seguinte característica específica: qualidades da espécie humana

pertencentes aos seres humanos individuais.

Page 68: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

69

1.1.1.1 � Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Funções são fenômenos de enfermagem

pertencentes ao Ser Humano, com as seguintes características específicas: processos especiais,

normais ou peculiares (não intencionais) de alguma parte do indivíduo para manutenção e

melhoria da vida (otimamente).

1.1.1.1.1 � Funções Fisiológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Funções, com as

seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não

intencionais) de alguma parte do corpo do indivíduo para manutenção e melhoria da vida

(otimamente).

1.1.1.1.1.1 � Respiração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com a seguinte característica específica: troca de oxigênio e de dióxido de carbono no corpo

através do trato respiratório.

1.1.1.1.1.1.1 � Ventilação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Respiração, com as

seguintes características específicas: inalação e exalação mecânica de ar.

1.1.1.1.1.1.1.1 � Dispnéia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ventilação, com as

seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado,

respiração curta, batimento das asas do nariz, mudança na intensidade da respiração, uso dos

músculos acessórios, excursão torácica alterada e frêmitos.

1.1.1.1.1.1.1.1.1 � Dispnéia Funcional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dispnéia,

com as seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado

relacionado com atividade física, ou associado ao estado de ansiedade.

1.1.1.1.1.1.1.1.2 � Ortopnéia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dispnéia, com as

seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado enquanto

em repouso ou deitado.

1.1.1.1.1.1.1.2 � Limpeza das Vias Aéreas é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Ventilação, com a seguinte característica específica: habilidade para desobstruir as vias aéreas.

1.1.1.1.1.1.1.2.1 � Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Limpeza das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade

para desobstruir as vias aéreas.

Page 69: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

70

1.1.1.1.1.1.1.2.1.1 � Expectoração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza

Ineficaz das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para desobstruir

as vias aéreas de substâncias vindas dos pulmões, brônquios ou traquéia.

1.1.1.1.1.1.1.2.1.2 � Aspiração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza Ineficaz

das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para desobstruir as vias

aéreas de substâncias externas.

1.1.1.1.1.1.1.2.1.2.1 � Regurgitação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aspiração,

com a seguinte característica específica: fluxo retrógrado de substâncias vindas do estômago.

1.1.1.1.1.1.1.3 � Intolerância à Atividade é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Ventilação, com as seguintes características específicas: cansaço fácil, movimentos corpóreos

desgastantes, falta de habilidade para manter energia.

1.1.1.1.1.1.2 � Troca de Gases é um fenômeno de enfermagem pertencente a Respiração, com

as seguintes características específicas de transferência: troca de oxigênio e dióxido de carbono

entre pulmões e sistema vascular.

1.1.1.1.1.1.2.1 � Troca Ineficaz de Gases é um fenômeno de enfermagem pertencente a Troca

de Gases, com as seguintes características específicas de transferência: inabilidade para troca de

oxigênio e dióxido de carbono entre pulmões e sistema vascular, confusão, diminuição do som

respiratório, sibilos, estertores e roncos.

1.1.1.1.1.2 � Circulação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue.

1.1.1.1.1.2.1 � Função Cardíaca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Circulação, com

a seguinte característica específica: bombeamento do sangue pelo coração.

1.1.1.1.1.2.1.1 � Débito Cardíaco Diminuído é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: bombeamento insuficiente do

sangue pelo coração.

1.1.1.1.1.2.1.2 � Débito Cardíaco Aumentado é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: bombeamento de sangue mais do

que o suficiente pelo coração.

Page 70: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

71

1.1.1.1.1.2.1.3 � Débito Cardíaco Interrompido é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: parada cardíaca.

1.1.1.1.1.2.2 � Função Circulatória é um fenômeno de enfermagem pertencente a Circulação,

com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos.

1.1.1.1.1.2.2.1 � Pressão Sangüínea Elevada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Função Circulatória, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através

dos vasos sangüíneos com pressão maior que a normal.

1.1.1.1.1.2.2.2 � Pressão Sangüínea Diminuída é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Função Circulatória, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através

dos vasos sangüíneos com pressão menor que a normal.

1.1.1.1.1.2.2.3 � Função Circulatória Interrompida é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Função Circulatória, com as seguintes características específicas: interrupção ou

perda do volume circulatório, queda acentuada da pressão sangüínea, choque progressivo para

choque irreversível.

1.1.1.1.1.2.2.3.1 � Perfusão Tissular Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Função Circulatória Interrompida, com as seguintes características específicas: fluxo

sangüíneo alterado nos tecidos para liberação de oxigênio e de nutrientes em nível celular.

1.1.1.1.1.2.2.3.1.1 � Choque é um fenômeno de enfermagem pertencente a Perfusão Tissular

Alterada, com as seguintes características específicas: hipotensão, pele fria e taquicardia devido

à falência aguda na circulação periférica.

1.1.1.1.1.3 � Termorregulação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função

Fisiológica, com a seguinte característica específica: regulação da temperatura corpórea dentro

de um limite ótimo, isto é, no ponto termostático estabelecido.

1.1.1.1.1.3.1 � Temperatura corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Termorregulação, com a seguinte característica específica: temperatura do corpo, usualmente

constante dentro de uma faixa estreita de variação.

1.1.1.1.1.3.1.1 � Hipertermia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Temperatura

Corporal, com as seguintes características específicas: temperatura corporal elevada acima do

limite normal, pele avermelhada, calor.

Page 71: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

72

1.1.1.1.1.3.1.1.1 � Febre é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hipertermia, com as

seguintes características específicas: mudança no termostato interno, com ou sem tremores, com

ou sem pele avermelhada, aumento no padrão respiratório e taquicardia.

1.1.1.1.1.3.1.2 � Hipotermia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Temperatura

Corporal, com as seguintes características específicas: temperatura corporal reduzida abaixo do

limite normal, pele fria, palidez, tremores, suprimento capilar lento, taquicardia, leito ungueal

cianótico, hipertensão, piloereção.

1.1.1.1.1.3.1.2.1 � Estresse de Frio8 é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hipotermia,

com as seguintes características específicas: sensação de frio, confusão, passo trôpego,

desorientação, pele extremamente fria, fala entrecortada, introversão e amnésia, arritmia,

cianose, rigidez muscular.

1.1.1.1.1.3.2 � Calafrios é um fenômeno de enfermagem pertencente a Termorregulação, com

as seguintes características específicas: sensação de frio, contração muscular quando a

temperatura corporal cai abaixo do ponto termostático estabelecido ou na fase de arrepio de

febre.

1.1.1.1.1.4 � Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com

a seguinte característica específica: alimentação do corpo.

1.1.1.1.1.4.1 � Déficit de Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição, com

a seguinte característica específica: ingestão menor do que as necessidades corporais.

1.1.1.1.1.4.1.1 � Má Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Déficit de

Nutrição, com as seguintes características específicas: qualidade errada de alimentos, fraqueza

dos músculos.

1.1.1.1.1.4.1.2 � Emagrecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Déficit de

Nutrição, com as seguintes características específicas: qualidade certa de alimentos, perda de

peso, debilidade.

1.1.1.1.1.4.2 � Nutrição Excessiva é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição, com

as seguintes características específicas: ingestão maior do que as necessidades corporais, nível de

atividade sedentária, padrão alimentar disfuncional, alimentação simultaneamente com outras

8 Após o término do trabalho deduzimos que a melhor tradução para o termo cold stress seria frio acentuado, que aqui estamos apresentando a título de sugestão para futuros estudos.

Page 72: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

73

atividades, concentração de alimentos ingeridos no fim do dia, alimentação em resposta a

estímulos externos/internos.

1.1.1.1.1.4.2.1 � Obesidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição Excessiva,

com as seguintes características específicas: qualidade certa de alimentos, peso >20% acima do

ideal.

1.1.1.1.1.5 � Digestão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com

a seguinte característica específica: conversão dos alimentos em substâncias absorvidas pelo

corpo.

1.1.1.1.1.5.1 � Sucção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte

característica específica: extração de alimentos líquidos pela boca através do uso dos músculos

labiais e da língua.

1.1.1.1.1.5.2 � Mastigação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a

seguinte característica específica: decomposição mecânica e química do alimento na boca.

1.1.1.1.1.5.3 � Deglutição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a

seguinte característica específica: passagem através da garganta de líquidos e/ou alimentos

sólidos da boca para o estômago.

1.1.1.1.1.5.4 � Absorção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte

característica específica: absorção completa de alimentos no tubo digestivo.

1.1.1.1.1.5.4.1 � Má Absorção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a

seguinte característica específica: absorção incompleta de alimentos no tubo digestivo.

1.1.1.1.1.5.5 � Eructação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a

seguinte característica específica: condução do ar ou do alimento em porções pequenas através

da boca.

1.1.1.1.1.5.6 � Vômito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão com a seguinte

característica específica: expulsão do alimento através da boca.

1.1.1.1.1.6 � Hidratação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com a seguinte característica específica: manutenção adequada de fluidos corporais.

Page 73: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

74

1.1.1.1.1.6.1 � Desidratação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hidratação, com as

seguintes características específicas: déficit no volume de fluido, diminuição do volume urinário,

urina concentrada, eletrólitos alterados, sede, pele seca, membranas mucosas secas, diminuição

do turgor da pele.

1.1.1.1.1.6.2 � Retenção de Líquidos é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Hidratação, com as seguintes características específicas: excesso do volume de fluido, edema,

ganho de peso, mudança no estado mental, eletrólitos alterados.

1.1.1.1.1.6.2.1 � Edema é um fenômeno de enfermagem pertencente a Retenção de Líquidos,

com a seguinte característica específica: acúmulo excessivo de fluidos nos espaços tissulares.

1.1.1.1.1.7 � Aleitamento Materno é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções

Fisiológicas, com a seguinte característica específica: nutrição da criança pelo seio materno.

1.1.1.1.1.7.1 � Lactação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aleitamento Materno,

com a seguinte característica específica: produção de leite pelas mamas.

1.1.1.1.1.7.1.1 � Lactação Aumentada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite maior que o

requerido pela criança.

1.1.1.1.1.7.1.2 � Lactação Diminuída é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite menor que o

requerido pela criança.

1.1.1.1.1.8 � Eliminação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com as seguintes características específicas: movimento e evacuação de resíduos.

1.1.1.1.1.8.1 � Eliminação Intestinal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação,

com as seguintes características específicas: movimento e evacuação de resíduos: fezes.

1.1.1.1.1.8.1.1 � Incontinência Intestinal é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Eliminação Intestinal, com as seguintes características específicas: incapacidade para controlar

a defecação, fluxo constante de fezes, fezes líquidas e não formadas.

1.1.1.1.1.8.1.1.1 � Diarréia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência

Intestinal, com as seguintes características específicas: fezes soltas, fluidas, líquidas e não

Page 74: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

75

formadas, padrão de freqüência aumentado, passagem freqüente, sons intestinais aumentados,

cólicas, urgência.

1.1.1.1.1.8.1.2 � Constipação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação

Intestinal, com as seguintes características específicas: formação de fezes duras, padrão de

freqüência menor que o normal, quantidade de fezes menor que a usual, passagem diminuída,

sons intestinais diminuídos, esforço ao defecar, náuseas, dor de cabeça, apetite prejudicado.

1.1.1.1.1.8.1.2.1 � Constipação Colônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Constipação, com as seguintes características específicas: distensão abdominal, massa palpável

no abdome.

1.1.1.1.1.8.1.2.2 � Constipação Retal é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Constipação, com as seguintes características específicas: pressão retal, defecação dolorosa,

massa palpável no reto.

1.1.1.1.1.8.1.2.2.1 � Fezes Impactadas são um fenômeno de enfermagem pertencente a

Constipação Retal, com a seguinte característica específica: coleção de fezes endurecidas no

reto.

1.1.1.1.1.8.2 � Eliminação Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação,

com as seguintes características específicas: fluxo e excreção de resíduos: urina.

1.1.1.1.1.8.2.1 � Incontinência Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Eliminação, com a seguinte característica específica: perda involuntária da urina.

1.1.1.1.1.8.2.1.1 � Incontinência por Pressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: perda involuntária de

pequenas quantidades de urina, ocorrendo com o aumento da pressão abdominal, e gotejamento

de urina.

1.1.1.1.1.8.2.1.2 � Incontinência Reflexa é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina,

ocorrendo a intervalos de alguma forma previsíveis, quando um específico volume na bexiga é

alcançado.

Page 75: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

76

1.1.1.1.1.8.2.1.3 � Incontinência de Urgência é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina,

ocorrendo logo após uma forte sensação de urgência para esvaziamento vesical.

1.1.1.1.1.8.2.1.4 � Incontinência Funcional é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: urgência para esvaziar a

bexiga ou contraí-la, forte o suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um local

apropriado de esvaziamento.

1.1.1.1.1.8.2.1.5 � Incontinência Total é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: contínua e imprevisível

perda de urina.

1.1.1.1.1.8.2.1.6 � Enurese é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência

Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina durante a noite.

1.1.1.1.1.8.2.2 � Retenção Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação

Urinária, com a seguinte característica específica: esvaziamento incompleto da bexiga.

1.1.1.1.1.9 � Tegumento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com a seguinte característica específica: revestimento natural do corpo.

1.1.1.1.1.9.1 � Tegumento Íntegro é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento,

com a seguinte característica específica: revestimento natural de todo o corpo está completo (sem

solução de continuidade).

1.1.1.1.1.9.1.1 � Pele Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento Íntegro,

com as seguintes características específicas: baixa umidade, aspereza, escamação e esfoliamento

da epiderme.

1.1.1.1.1.9.1.2 � Membrana Mucosa Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Tegumento Íntegro, com as seguintes características específicas: baixa umidade da membrana

mucosa, secura, falta de secreção.

1.1.1.1.1.9.1.2.1 � Boca Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca, com

as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na cavidade

oral.

Page 76: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

77

1.1.1.1.1.9.1.2.2 � Córnea Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca,

com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na

superfície ocular.

1.1.1.1.1.9.1.2.3 � Vagina Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca,

com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na vagina.

1.1.1.1.1.9.2 � Tegumento interrompido é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Tegumento, com a seguinte característica específica: revestimento natural do corpo está com

uma solução de continuidade inicial, ou não íntegra.

1.1.1.1.1.9.2.1 � Erupção da Pele é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento

interrompido, com a seguinte característica específica: exantema sobre a pele e áreas da pele

com mudanças de coloração e/ou protuberância.

1.1.1.1.1.9.2.2 � Lesão Esbranquiçada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Tegumento não Íntegro, com a seguinte característica específica: cobertura esbranquiçada

sobre a membrana mucosa.

1.1.1.1.1.9.2.3 � Fissura é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento

interrompido, com a seguinte característica específica: rachadura epidérmica ou dérmica da

pele devido à diminuição da elasticidade da pele e da capacidade para distendê-la.

1.1.1.1.1.9.2.4 � Maceração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento

interrompido, com a seguinte característica específica: extensa abrasão epidérmica ou dérmica

da pele devido à contínua presença de umidade.

1.1.1.1.1.9.2.5 � Úlcera é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento

interrompido, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da

superfície do tegumento com uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou

perda de tecido.

1.1.1.1.1.9.2.5.1 � Úlcera de Pressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Úlcera, com

as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento com

uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou perda de tecido devido à

compressão e fricção da pele entre o osso e a superfície subjacente.

Page 77: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

78

1.1.1.1.1.9.2.6 � Ferida é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento

interrompido, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da

superfície do tegumento e/ou perda de tecido como um resultado de dano mecânico.

1.1.1.1.1.9.2.6.1 � Ferida Cirúrgica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ferida, com

as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou

perda do tecido como um resultado de procedimento cirúrgico.

1.1.1.1.1.9.2.6.2 � Ferida Traumática é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ferida,

com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento

e/ou perda do tecido como um resultado de lesão.

1.1.1.1.1.10 � Restauração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com a seguinte característica específica: recorrente diminuição da atividade corpórea.

1.1.1.1.1.10.1 � Sono é um fenômeno de enfermagem pertencente a Restauração, com as

seguintes características específicas: recorrente diminuição da atividade corpórea, marcada por

uma postura imóvel característica e sensibilidade diminuída, mas facilmente reversível a

estímulos externos.

1.1.1.1.1.10.1.1 � Dificuldade para Dormir é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Sono, com a seguinte característica específica: dificuldades para iniciar a diminuição da

atividade corpórea.

1.1.1.1.1.10.1.2 � Sono intermitente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com

as seguintes características específicas: sono descontínuo dentro de um período de sono noturno

normal esperado, freqüente despertar durante o sono.

1.1.1.1.1.10.1.3 � Insônia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com a seguinte

característica específica: falta de sono.

1.1.1.1.1.10.2 � Repouso é um fenômeno de enfermagem pertencente a Restauração, com a

seguinte característica específica: recorrente diminuição da atividade corpórea enquanto

acordado.

1.1.1.1.1.10.2.1 � Fadiga é um fenômeno de enfermagem pertencente a Repouso, com as

seguintes características específicas: cansaço, sonolência, bocejamento freqüente, desatenção,

sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.

Page 78: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

79

1.1.1.1.1.10.2.2 � Exaustão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Repouso, com as

seguintes características específicas: desgaste, mudança na postura, aumento da irritabilidade,

sensação de não estar bem descansado e total depleção do vigor.

1.1.1.1.1.11 � Atividade Física é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções

Fisiológicas, com a seguinte característica específica: capacidade de movimento do corpo.

1.1.1.1.1.11.1 � Mobilidade de Partes do Corpo é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade Física, com a seguinte característica específica: capacidade de movimentos de partes

do corpo.

1.1.1.1.1.11.1.1 � Paresia da Boca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de

Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade para

mover a boca devido a lesão do mecanismo neural e muscular.

1.1.1.1.1.11.1.2 � Paresia Palpebral é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade

de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade

para mover a pálpebra devido a lesão do mecanismo neural e muscular.

1.1.1.1.1.11.1.3 � Paresia da Garganta é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da

habilidade para mover a garganta devido a lesão do mecanismo neural e muscular.

1.1.1.1.1.11.1.4 � Mobilidade dos Membros Superiores é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica:

habilidade dos músculos para mover os membros superiores.

1.1.1.1.1.11.1.5 � Mobilidade dos Membros Inferiores é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica:

habilidade dos músculos para mover os membros inferiores.

1.1.1.1.1.11.2 � Mobilidade Total do Corpo é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade Física, com a seguinte característica específica: capacidade de mover o corpo inteiro.

1.1.1.1.1.11.2.1 � Imobilidade Parcial é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Mobilidade Total do Corpo, com a seguinte característica específica: capacidade reduzida para

mover partes do corpo.

Page 79: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

80

1.1.1.1.1.11.2.2 � Imobilidade Completa é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Mobilidade Total do Corpo, com a seguinte característica específica: ausência completa de

capacidade para mover o corpo inteiro.

1.1.1.1.1.12 � Reprodução é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,

com a seguinte característica específica: capacidade de um homem, de uma mulher ou de um

casal de participar da produção de uma criança viva.

1.1.1.1.1.12.1 � Fertilidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Reprodução, com a

seguinte característica específica: capacidade de participar da produção de uma criança viva.

1.1.1.1.1.12.1.1 � Menstruação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Fertilidade, com

a seguinte característica específica: sangramento uterino fisiológico cíclico, ocorrendo em

intervalos aproximados de quatro semanas durante o período reprodutivo da mulher.

1.1.1.1.1.12.1.1.1 � Menarca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Menstruação, com

a seguinte característica específica: início da menstruação ocorrendo, aproximadamente entre a

idade de 12 a 17 anos.

1.1.1.1.1.12.1.1.2 � Menopausa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Menstruação,

com a seguinte característica específica: parada da menstruação ocorrendo, aproximadamente,

entre a idade de 45 a 55 anos.

1.1.1.1.1.12.1.2 � Amenorréia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Fertilidade, com a

seguinte característica específica: parada da menstruação durante o período reprodutivo.

1.1.1.1.1.12.2 � Função Sexual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Reprodução, com

as seguintes características específicas: habilidade para alcançar satisfação sexual e consumar o

relacionamento sexual com um parceiro(a).

1.1.1.1.1.13 � Crescimento e Desenvolvimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: evolução ou declínio dos

processos corporais de manutenção da vida.

1.1.1.1.1.13.1 � Crescimento e Desenvolvimento Fetal é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com a seguinte característica específica:

evolução dos processos fetais de manutenção da vida.

Page 80: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

81

1.1.1.1.1.13.2 � Gestação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e

Desenvolvimento, com as Seguintes características específicas: condição de ter um feto

desenvolvendo-se no corpo, amenorréia, enjôos matinais, aumento das mamas, pigmentação dos

mamilos, progressivo aumento do abdome, movimentos fetais e ausculta de sons cardiofetais.

1.1.1.1.1.13.3 � Nascimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e

Desenvolvimento, com as seguintes características específicas: desenvolvimento do processo

perinatal do corpo mantendo e dando vida.

1.1.1.1.1.13.4 � Amadurecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e

Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: evolução dos processos corporais da

criança na manutenção da vida.

1.1.1.1.1.13.5 � Envelhecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e

Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: declínio dos processos corporais na

manutenção da vida.

1.1.1.1.1.13.6 � Morte é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e

Desenvolvimento, com as seguintes características específicas: fim dos processos corporais na

manutenção da vida, diminuição das funções corporais, sonolência.

1.1.1.1.2 � Funções Psicológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Funções, com

as seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não

intencionais) de alguma parte da mente mantendo e melhorando a vida (otimamente).

1.1.1.1.2.1 � Sensações são um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Psicológicas,

com a seguinte característica específica: respostas a estímulos de partes do corpo.

1.1.1.1.2.1.1 � Dor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com as seguintes

características específicas: aumento do estímulo sensorial de partes do corpo com potencial ou

real dano de tecido acompanhado por subjetiva experiência de severo desconforto e sofrimento.

1.1.1.1.2.1.1.1 � Dor Aguda é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com as

seguintes características específicas: respostas que rapidamente alcançam o ponto crítico

(autolimitado) causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e

acompanhado por respostas automáticas.

Page 81: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

82

1.1.1.1.2.1.1.2 � Dor de Parto é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com a

seguinte característica específica: contração dolorosa durante o nascimento da criança.

1.1.1.1.2.1.1.3 � Dor Crônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com as

seguintes características específicas: respostas persistentes e que alcançam o ponto crítico

vagarosamente, não causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e

não acompanhado por respostas automáticas.

1.1.1.1.2.1.1.3.1 � Dor Crônica Intermitente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor

Crônica, com a seguinte característica específica: presença periódica de dor crônica.

1.1.1.1.2.1.1.3.2 � Dor Crônica Constante é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor

Crônica, com a seguinte característica específica: presença duradoura de dor crônica.

1.1.1.1.2.1.2 � Sede é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte

característica específica: forte desejo de beber freqüentemente relacionado com a boca e

garganta.

1.1.1.1.2.1.3 � Fome é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte

característica específica: forte desejo por alimentos freqüentemente relacionado com a boca e

estômago.

1.1.1.1.2.1.4 � Falta de Apetite é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a

seguinte característica específica: desejo diminuído por alimentos freqüentemente relacionado

com a boca e garganta.

1.1.1.1.2.1.5 � Náusea é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte

característica específica: vaga sensação desagradável no epigastro e no abdome.

1.1.1.1.2.1.6 � Prurido é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte

característica específica: sensação cutânea desagradável.

1.1.1.1.2.1.7 � Rubor quente9 é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com as

seguintes características específicas: sensação de calor relacionada com a porção superior do

corpo, vasodilatação súbita.

9 Após o término do trabalho deduzimos que a melhor tradução para o termo hot flush seria fogacho, que aqui estamos apresentando a título de sugestão para futuros estudos.

Page 82: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

83

1.1.1.1.2.1.8 � Visão Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a

seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos visuais.

1.1.1.1.2.1.9 � Audição Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com

a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos auditivos.

1.1.1.1.2.1.10 � Sensibilidade Tátil Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos

táteis.

1.1.1.1.2.1.11 � Paladar Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações,

com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos gustativos.

1.1.1.1.2.1.12 � Olfato Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com

a seguinte característica específica: resposta alterada a estímulos dos órgãos olfativos.

1.1.1.1.2.1.13 � Cinestesia Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações,

com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos movimentos do

corpo.

1.1.1.1.2.1.14 � Consciência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a

seguinte característica específica: responsividade da mente às impressões feitas pelos órgãos dos

sentidos.

1.1.1.1.2.1.14.1 � Sonolência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com

as seguintes características específicas: sonolência maligna e não natural, entorpecimento.

1.1.1.1.2.1.14.2 � Estupor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com a

seguinte característica específica: condição de sono profundo com resposta a estímulos

dolorosos.

1.1.1.1.2.1.14.3 � Coma é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com a

seguinte característica específica: inconsciência profunda sem reações fisiológicas.

1.1.1.2 � Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Pessoa são fenômenos de enfermagem

pertencentes a Seres Humanos, com as seguintes características específicas: desempenho de um

indivíduo, como um agente intencional, de ações motivadas por razões baseadas em crenças e

desejos de uma personalidade individual (racionalidade).

Page 83: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

84

1.1.1.2.1 � Razões para as ações são fenômenos de enfermagem pertencentes a Pessoa, com as

seguintes características específicas: motivações que propiciam um entendimento e explicação

para o comportamento de uma pessoa.

1.1.1.2.1.1 � Personalidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Razões para as

Ações, com a seguinte característica específica: disposição de uma pessoa para reter ou

abandonar atitudes no decorrer do tempo (razões de Segunda ordem para as ações).

1.1.1.2.1.1.1 � Identidade Pessoal é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Personalidade, com as seguintes características específicas: a qualidade de ser uma pessoa

individual, o estado de ser a mesma pessoa em substância, natureza e qualidade.

1.1.1.2.1.1.1.1 � Distúrbio da Identidade Pessoal é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Identidade Pessoal, com a seguinte característica específica: inabilidade para distinguir entre o

eu e o não eu.

1.1.1.2.1.1.2 � Imagem Corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade,

com a seguinte característica específica: a imagem mental do corpo.

1.1.1.2.1.1.2.1 � Distúrbio da Imagem Corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Imagem Corporal, com a seguinte característica específica: distúrbio na maneira com que

alguém conceitualiza partes do próprio corpo ou do corpo inteiro.

1.1.1.2.1.1.3 � Autoconceito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com

a seguinte característica específica: a imagem mental de si mesmo.

1.1.1.2.1.1.3.1 � Distúrbio do Autoconceito é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autoconceito, com a seguinte característica específica: distúrbio na maneira com que alguém vê

a si mesmo ou se conceitualiza.

1.1.1.2.1.1.4 � Auto-Estima é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com

a seguinte característica específica: uma boa opinião de si mesmo.

1.1.1.2.1.1.4.1 � Baixa Auto-Estima Situacional é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Auto-Estima, com as seguintes características específicas: auto-avaliações negativas sobre si

próprio ou sobre as próprias capacidades, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em

certas situações.

Page 84: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

85

1.1.1.2.1.1.4.2 � Baixa Auto-Estima Crônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Auto-Estima, com as seguintes características específicas: auto-avaliações negativas persistentes

sobre si próprio ou sobre as próprias capacidades.

1.1.1.2.1.2 � Atitudes Psicológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Razões para

as Ações, com a seguinte característica específica: capacidade da pessoa para reter e/ou

abandonar ações (razões de primeira ordem para as ações).

1.1.1.2.1.2.1 � Cognição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,

com a seguinte característica específica: capacidade para reter e abandonar ações, levando em

conta o conhecimento da pessoa.

1.1.1.2.1.2.1.1 � Pensamento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cognição, com a

seguinte característica específica: formulação de imagens ou conceitos na mente de uma pessoa.

1.1.1.2.1.2.1.1.1 � Falta de Conhecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Pensamento, com a seguinte característica específica: falta de conteúdo específico do

pensamento.

1.1.1.2.1.2.1.1.2 � Processo de Pensamento Alterado é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Pensamento, com a seguinte característica específica: interrupção do pensamento.

1.1.1.2.1.2.1.1.3 � Confusão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento, com as

seguintes características específicas: pensamento desordenado caracterizado por fala

inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, agir às cegas,

desnorteamento, desorientação.

1.1.1.2.1.2.1.1.3.1 � Confusão Aguda é um fenômeno de enfermagem pertencente a Confusão,

com as seguintes características específicas: início abrupto de desordem do pensamento

caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de

direção, agir às cegas, desnorteamento, desorientação.

1.1.1.2.1.2.1.1.4 � Crenças Falsas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento,

com a seguinte característica específica: pensamento que não pode ser corrigido pela razão, por

argumentos ou persuasão ou pela evidência dos sentidos da própria pessoa.

1.1.1.2.1.2.1.1.4.1 � Constipação Percebida é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Crenças Falsas, com a seguinte característica específica: objeto de falsa crença é a constipação.

Page 85: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

86

1.1.1.2.1.2.1.2 � Percepção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cognição, com a

seguinte característica específica: capacidade psicológica de sensação, isto é, registro mental

consciente de um estímulo sensorial.

1.1.1.2.1.2.1.2.1 � Alucinação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a

seguinte característica específica: registro aparente de estímulos sensoriais (visões, sons.) que

não estão realmente presentes.

1.1.1.2.1.2.1.2.2 � Ilusão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a

seguinte característica específica: interpretação falsa de estímulos sensoriais registrados.

1.1.1.2.1.2.1.2.3 � Negligência Unilateral é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Percepção, com a seguinte característica específica: falta percebida de consciência de um lado

do corpo.

1.1.1.2.1.2.2 � Emoção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,

com as seguintes características específicas: capacidade de reter e abandonar ações, levando em

conta os sentimentos de consciência agradável ou dolorosa da pessoa.

1.1.1.2.1.2.2.1 � Insegurança é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

Seguintes características específicas: sentimentos de incerteza, aumento de tensão e inadequação.

1.1.1.2.1.2.2.2 � Nervosismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

seguintes características específicas: sentimentos de superexcitamento, fragilidade,

estremecimento acompanhado de tremores das mãos.

1.1.1.2.1.2.2.3 � Medo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte

característica específica: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia com causa conhecida

(conteúdo do pensamento).

1.1.1.2.1.2.2.4 � Ansiedade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a

seguinte característica específica: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia sem causa

conhecida (conteúdo do pensamento).

1.1.1.2.1.2.2.5 � Tristeza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

seguintes características específicas: sentimentos de baixo espírito, melancolia e falta de energia.

Page 86: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

87

1.1.1.2.1.2.2.6 � Solidão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte

característica específica: sentimentos de tristeza, melancolia devido à falta de companhias,

simpatia e amizade.

1.1.1.2.1.2.2.7 � Desolação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a

seguinte característica específica: sentimentos de estar sendo abandonado e deixado

completamente só.

1.1.1.2.1.2.2.8 � Depressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

seguintes características específicas: sentimentos de severa tristeza, baixo humor e letargia.

1.1.1.2.1.2.2.9 � Desesperança é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

seguintes características específicas: sentimentos de limitação ou falta de possibilidades e

significados na vida, sem habilidade para mobilizar energia e com pessimista visão do futuro.

1.1.1.2.1.2.2.10 � Desespero é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

seguintes características específicas: sentimentos de profunda desesperança e de ter perdido toda

a esperança.

1.1.1.2.1.2.2.11 � Raiva é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as

seguintes características específicas: sentimentos de animosidade, frustração e hostilidade.

1.1.1.2.1.2.2.12 � Pesar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte

característica específica: sentimentos de grande tristeza devido a perda.

1.1.1.2.1.2.2.12.1 � Pesar Antecipado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pesar, com

a seguinte característica específica: sentimentos de grande tristeza antes de uma perda real.

1.1.1.2.1.2.2.12.2 � Pesar Disfuncional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pesar,

com a seguinte característica específica: sentimentos prolongados de grande tristeza devido a

perda.

1.1.1.2.1.2.2.13 � Culpa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte

característica específica: sentimentos de ter feito algo errado.

1.1.1.2.1.2.2.14 � Vergonha é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a

seguinte característica específica: sentimentos de perda do auto-respeito causados por

comportamento errado, desonroso ou insensato.

Page 87: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

88

1.1.1.2.1.2.2.15 � Negação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a

seguinte característica específica: tentativas de reduzir ansiedade através da recusa para aceitar

pensamentos, sentimentos ou fatos.

1.1.1.2.1.2.3 � Vontade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,

com a seguinte característica específica: capacidade de reter e abandonar ações, levando em

conta atitudes da volição.

1.1.1.2.1.2.3.1 � Redução do Desejo de Viver é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Vontade, com as seguintes características específicas: desejo influenciado por pensamentos de

autodestruição e vontade de acabar a vida.

1.1.1.2.1.2.4 � Decisão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,

com as seguintes características específicas: capacidade de reter e abandonar ações, levando em

conta o julgamento.

1.1.1.2.1.2.4.1 � Conflito de Decisão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão,

com a seguinte característica específica: incertezas sobre escolhas, considerando julgamentos

antagonistas.

1.1.1.2.1.2.4.2 � Impotência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com as

seguintes características específicas: processos mentais de escolha reduzida, inabilidade para

agir, percepção de que as próprias ações não irão afetar significativamente um resultado, uma

percebida falta de controle de uma situação atual ou de um acontecimento imediato.

1.1.1.2.1.2.4.3 � Falta de Iniciativa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com

a seguinte característica específica: reduzida habilidade para tomar decisões e agir de acordo.

1.1.1.2.1.2.5 � Crença é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,

com a seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em

conta opiniões de uma pessoa.

1.1.1.2.1.2.5.1 � Crença de Valor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença, com a

seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta

opiniões de uma pessoa sobre o que é bom ou ruim.

Page 88: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

89

1.1.1.2.1.2.5.2 � Crença Religiosa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença, com a

seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta a

opinião religiosa de uma pessoa.

1.1.1.2.1.2.5.2.1 � Sofrimento Espiritual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença

Religiosa, com a seguinte característica específica: interrupção no princípio de vida que penetra

o ser inteiro da pessoa e que integra e transcende sua natureza biológica e psicossocial.

1.1.1.2.1.2.6 � Memória é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,

com as seguintes características específicas: capacidades mentais pelas quais as sensações,

impressões e idéias são armazenadas e recordadas.

1.1.1.2.1.2.6.1 � Desorientação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Memória, com a

seguinte característica específica: distúrbio da memória na preservação de experiências sobre o

tempo, lugar e dados pessoais, circunstâncias e eventos.

1.1.1.2.2 � Ações são fenômenos de enfermagem pertencentes a Pessoa, com a seguinte

característica específica: desempenho de movimentos corporais, explicados e entendidos por

meio de razões expressas.

1.1.1.2.2.1 � Ações Autodependentes são fenômenos de enfermagem pertencentes a Ações, com

a seguinte característica específica: ações que dependem da própria pessoa.

1.1.1.2.2.1.1 � Autodesenvolvimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações

Autodependentes, com a seguinte característica específica: o que é necessário a fim de mover-

se em direção à qualidade de vida.

1.1.1.2.2.1.1.1 � Ação de Busca da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autodesenvolvimento, com as seguintes características específicas: busca de caminhos para

alterar hábitos pessoais de saúde e/ou o meio ambiente, a fim de mover-se em direção a uma

ótima qualidade de vida relacionada com a saúde e bem-estar do indivíduo.

1.1.1.2.2.1.2 � Autocuidado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações

Autodependentes, com a seguinte característica específica: processos comportamentais do que é

preciso para manter-se a si mesmo.

Page 89: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

90

1.1.1.2.2.1.2.1 � Atividade da Vida Diária é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação necessária para manter-se a si

mesmo, desempenhada durante um dia normal.

1.1.1.2.2.1.2.1.1 � Autocuidado: Mover-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de

mover-se a si mesmo.

1.1.1.2.2.1.2.1.1.1 � Autocuidado: Sentar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança de todo o corpo para

uma posição ereta.

1.1.1.2.2.1.2.1.1.2 � Autocuidado: Transferir-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança do corpo todo entre

o leito e a cadeira.

1.1.1.2.2.1.2.1.1.3 � Autocuidado: Virar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança do corpo todo de

um lado para outro.

1.1.1.2.2.1.2.1.2 � Autocuidado: Alimentar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de nutrir

a si mesmo.

1.1.1.2.2.1.2.1.3 � Autocuidado: Higiene é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de

limpar a si mesmo.

1.1.1.2.2.1.2.1.4 � Autocuidado: Banhar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de

aplicar água no próprio corpo.

1.1.1.2.2.1.2.1.5 � Autocuidado: Arrumar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de

arrumar a si mesmo.

Page 90: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

91

1.1.1.2.2.1.2.1.6 � Autocuidado: Vestir-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de

colocar e/ou tirar roupas

1.1.1.2.2.1.2.1.7 � Autocuidado: Toalete é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Atividade da Vida Diária, com as seguintes características específicas: ação básica efetiva de

desempenhar atividades de toalete, fazer higiene íntima apropriada e descartar as excretas.

1.1.1.2.2.1.2.1.8 � Atividade Instrumental da Vida Diária é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ações

complexas para manter a si mesmo, desempenhadas durante um dia normal: compras, lavanderia,

manuseio de dinheiro, preparo de refeições, manutenção da casa, emprego.

1.1.1.2.2.1.2.1.9 � Atividade de Lazer é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade

da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação complexa de estimulação oriunda

de, ou interesse ou engajamento nas atividades de recreação ou lazer.

1.1.1.2.2.1.2.2 � Atividade de Cuidado da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de identificar, conduzir e buscar

ajuda para manter a saúde.

1.1.1.2.2.1.2.2.1 � Regime Terapêutico Prescrito é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de manutenção da saúde,

requerendo o uso ou aplicação de, por exemplo, medicamentos prescritos pelo médico.

1.1.1.2.2.1.2.2.2 � Não aderência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado,

com a seguinte característica específica: ação de não seguir recomendações terapêuticas.

1.1.1.2.2.1.2.2.3 � Precauções de Segurança são um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de evitar fatores de risco.

1.1.1.2.2.1.3 � Auto-Ajustamento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações

Autodependentes, com a seguinte característica específica: ação de alterar a si mesmo, a fim de

atender as demandas e os papéis da vida.

1.1.1.2.2.1.3.1 � Desgaste do Cuidador é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Estratégia de Enfrentamento de Problemas, com a seguinte característica específica:

Page 91: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

92

capacidade diminuída de solução de problemas de uma pessoa, em resposta às demandas de

provimento de cuidado de uma outra.

1.1.1.2.2.1.3.2 � Ajustamento à saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a Auto-

Ajustamento, com a seguinte característica específica: ação de modificação do estilo de vida de

maneira consistente com mudança no estado de saúde.

1.1.1.2.2.1.3.2.1 � Negação de Problemas de Saúde é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Ajustamento à Saúde, com a seguinte característica específica: tentativa de negar

o conhecimento ou significado de um evento para reduzir ansiedade/medo em detrimento da

saúde.

1.1.1.2.2.1.4 � Autodestruição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações

Autoconfiantes, com a seguinte característica específica: ação que é nociva para a vida do

indivíduo.

1.1.1.2.2.1.4.1 � Violência autodirecionada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autodestruição, com a seguinte característica específica: ação intencional que é fisicamente

nociva ao indivíduo.

1.1.1.2.2.1.4.2 � Destruição da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Autodestruição, com a seguinte característica específica: ação que é nociva à saúde do

indivíduo.

1.1.1.2.2.1.4.2.1 � Abuso de Substância é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Destruição da Saúde, com a seguinte característica específica: uso impróprio de substâncias que

são nocivas à saúde do indivíduo e causam dependência.

1.1.1.2.2.1.4.2.1.1 � Fumo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de

Substâncias, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de tabaco.

1.1.1.2.2.1.4.2.1.2 � Abuso de Álcool é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de

Substância, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de álcool.

1.1.1.2.2.1.4.2.1.3 � Abuso de Droga é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de

Substância, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de drogas para

efeito não terapêutico.

Page 92: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

93

1.1.1.2.2.2 � Ação Interdependente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações, com a

seguinte característica específica: ação que depende da própria pessoa e de outros.

1.1.1.2.2.2.1 � Ação Comunicativa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação

Interdependente, com as seguintes características específicas: ação de transmissão de

mensagens entre indivíduos usando ação verbal ou não verbal, conversação face a face ou ação

de comunicação remota.

1.1.1.2.2.2.2 � Desempenho de Papel é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação

Interdependente, com as seguintes características específicas: tarefas e deveres empreendidos

em relação a um quadro de expectativas envolvendo outras pessoas.

1.1.1.2.2.2.2.1 � Desempenho Alterado de Papel é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Desempenho de Papel, com as seguintes características específicas: interrupção da maneira

usual de uma pessoa realizar as expectativas e o desempenho de tarefas e deveres em

empreendimentos que envolvem outras pessoas.

1.1.1.2.2.2.3 � Ação Sexual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação

Interdependente, com as seguintes características específicas: ação que expressa desejos,

valores, atitudes e atividades sexuais.

1.1.1.2.2.2.3.1 � Planejamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação

Sexual, com as seguintes características específicas: ação relacionada com gestação, prevenção,

melhoria da fertilidade, controle do número e do espaçamento de crianças em uma família.

1.1.1.2.2.2.3.2 � Promiscuidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Sexual,

com a seguinte característica específica: engajamento em intercurso sexual indiscriminadamente

ou com muitos parceiros(as).

1.1.1.2.2.2.4 � Interação Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação

Interdependente, com a seguinte característica específica: participação em trocas sociais.

1.1.1.2.2.2.4.1 � Apoio Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação Social,

com a seguinte característica específica: ação percebida por um receptor como promotora de seu

bem-estar.

1.1.1.2.2.2.4.1.1 � Rede Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Apoio Social, com

a seguinte característica específica: promoção do estabelecimento e manutenção da rede social.

Page 93: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

94

1.1.1.2.2.2.4.2 � Agressão Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação

Social, com as seguintes características específicas: ação violenta, agressiva, nociva, ilegal, ou

culturalmente proibida em relação a outrem.

1.1.1.2.2.2.4.2.1 � Abuso Infantil é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão

Social, com a seguinte característica específica: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente

proibida direcionada à criança.

1.1.1.2.2.2.4.2.2 � Abuso Conjugal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão

Social, com a seguinte característica específica: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente

proibida direcionada a(o) esposa(o).

1.1.1.2.2.2.4.2.3 � Mutilação Genital Feminina é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Agressão Social, com a seguinte característica específica: ação violenta direcionada à criança do

sexo feminino ou mulher, pela excisão de partes ou de toda genitália externa, justificada por

hábitos culturais.

1.1.1.2.2.2.4.3 � Interação Social Limitada é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Interação Social, com a seguinte característica específica: participação insuficiente, em

qualidade e quantidade, nas trocas sociais.

1.1.1.2.2.2.4.3.1 � Isolamento Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação

Social Limitada, com as seguintes características específicas: solidão experimentada por um

indivíduo e percebida como imposta por outros, e como um estado negativo ou ameaçador.

1.1.2 � Fenômenos de Enfermagem Pertencentes ao Meio Ambiente são fenômenos de

enfermagem pertencentes a Fenômeno de Enfermagem, com as seguintes características

específicas: condições ou influências sob as quais os seres humanos vivem ou se desenvolvem.

1.1.2.1 � Meio Ambiente: Humano é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio

Ambiente, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais

ou influências sob as quais as pessoas ou os grupos vivem ou se desenvolvem.

1.1.2.1.1 � Pessoas Significativas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio

Ambiente: Humano, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou

relacionais ou influências sob as quais pessoas significantes vivem ou se desenvolvem.

Page 94: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

95

1.1.2.1.1.1 � Família é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pessoas Significativas, com

as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais ou influências sob

as quais a família vive ou se desenvolve.

1.1.2.1.1.1.1 � Capacidade de Cuidar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Família,

com a seguinte característica específica: capacidade de prover cuidado e sustento aos membros

da família.

1.1.2.1.1.1.1.1 � Paternidade/Maternidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Capacidade de Cuidar, com as seguintes características específicas: ações dos que têm a

responsabilidade paterna/materna de criar um ambiente promotor de crescimento e

desenvolvimento ótimo de uma criança.

1.1.2.1.1.1.1.1.1 � Vínculo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Paternidade/

Maternidade, com as seguintes características específicas: ações de ligação entre uma criança e

seus pais, especialmente a mãe, formando laços afetivos que posteriormente vão influenciar no

desenvolvimento fisiológico e psicológico da criança.

1.1.2.1.1.1.1.1.2 � Paternidade/Maternidade Alterada é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Paternidade/Maternidade, com as seguintes características específicas: distúrbio

e ausência de processos comportamentais que criem um ambiente promotor de crescimento e

desenvolvimento ótimo de uma criança, falta de vínculo.

1.1.2.1.1.1.2 � Relacionamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Família, com a Seguinte característica específica: padrões de relacionamento dentro da família.

1.1.2.1.1.1.2.1 � Distúrbio no Relacionamento Familiar é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Relacionamento Familiar, com a seguinte característica específica: relação

inadequada e inapropriada dos membros da família entre si.

1.1.2.1.1.1.2.1.1 � Conflito de Papel dos Pais é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Distúrbio no Relacionamento Familiar, com as seguintes características específicas:

experiência de confusão e conflito de papel como pais em resposta a crises.

1.1.2.1.2 � Comunidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio ambiente:

Humano, com a seguinte característica específica: ação que mantém funcionando todas as

pessoas de um distrito, cidade ou área geográfica particular.

Page 95: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

96

1.1.2.1.2.1 � Economia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Comunidade, com as

seguintes características específicas: dinheiro de salário, de investimentos, dividendos ou de

outras fontes, disponível para o cotidiano e para despesas com cuidado da saúde.

1.1.2.1.2.1.1 � Condições Econômicas são um fenômeno de enfermagem pertencente a

Economia, com as seguintes características específicas: condições relativas à produção,

distribuição e consumo de riqueza.

1.1.2.1.2.1.1.1 � Pobreza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Condições Econômicas,

com as seguintes características específicas: riqueza ou posses materiais insuficientes para

atender as necessidades básicas.

1.1.2.1.2.2 � Cultura é um fenômeno de enfermagem pertencente a Comunidade, com as

seguintes características específicas: idéias, costumes, artes, habilidades e ações de pessoas ou

grupos que são transferidas, comunicadas ou passadas ao longo de sucessivas gerações.

1.1.2.1.2.2.1 � Etnia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte

característica específica: discriminação de pessoas baseadas na raça, nacionalidade ou cultura.

1.1.2.1.2.2.2 � Sexismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte

característica específica: discriminação, especialmente contra mulheres, baseada no sexo.

1.1.2.1.3 � Sociedade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Humano,

com as seguintes características específicas: ações que mantêm todas as pessoas de um distrito,

cidade ou área geográfica particular, formalmente ou estruturalmente funcionando.

1.1.2.1.3.1 � Alto Índice de Mortalidade Infantil é um fenômeno de enfermagem pertencente a

Sociedade, com a seguinte característica específica: alta proporção de morte de crianças, isto é,

morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparada

com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um

índice.

1.1.2.1.3.1.1 � Alto Índice de Mortalidade Neonatal Precoce é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Alto Índice de Mortalidade Infantil, com a seguinte característica específica: alta

proporção de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas que morrem nas

primeiras 168 horas de vida em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos

vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.

Page 96: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

97

1.1.2.1.3.1.2 � Alto Índice de Mortalidade Perinatal é um fenômeno de enfermagem

pertencente a Alto Índice de Mortalidade Infantil, com a seguinte característica específica: alta

proporção de mortes perinatais, isto é, morte de fetos tardios ou de neonatos, pesando acima de

1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos

vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.

1.1.2.1.3.2 � Alto Índice de Mortalidade Materna é um fenômeno de enfermagem pertencente

a Sociedade, com a seguinte característica específica: alta proporção de mortes maternas, isto é,

morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrada em um determinado ano

e comparada com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente

expressa por mil, como um índice.

1.1.2.2 � Meio Ambiente: Natureza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio

Ambiente, com a seguinte característica específica: substâncias físicas tal como ocorrem na

natureza.

1.1.2.2.1 � Meio Ambiente Físico é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio

Ambiente: Natureza, com a seguinte característica específica: substâncias químicas como

ocorrem no meio ambiente: natureza.

1.1.2.2.1.1 � Ar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Físico, com as

seguintes características específicas: substâncias gasosas invisíveis que circundam a terra, uma

mistura principalmente de oxigênio e nitrogênio necessária para a sobrevivência dos indivíduos.

1.1.2.2.1.1.1 � Poluição do Ar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ar, com a seguinte

característica específica: situações em que a atmosfera ambiental externa contém materiais em

concentrações que são nocivas aos indivíduos.

1.1.2.2.1.2 � Água é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Físico, com as

seguintes características específicas: líquido transparente, sem cor, sem odor e sem gosto,

composto por oxigênio e hidrogênio, encontrado nos mares, lagos, rios e sob o solo, necessário

para a sobrevivência dos indivíduos.

1.1.2.2.1.2.1 � Poluição da Água é um fenômeno de enfermagem pertencente a Água, com a

seguinte característica específica: situação na qual a água contém materiais em concentrações

que são nocivas aos indivíduos.

Page 97: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

98

1.1.2.2.2 � Meio Ambiente Biológico é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio

Ambiente: Natureza, com a seguinte característica específica: fatores biológicos como ocorrem

no meio ambiente natureza.

1.1.2.2.2.1 � Microorganismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente

Biológico, com as seguintes características específicas: organismos microscópicos, alguns dos

quais são nocivos aos indivíduos.

1.1.2.2.2.2 � Parasita é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Biológico,

com as seguintes características específicas: organismos vivendo dentro ou sobre outros,

beneficiando-se de outros, alguns dos quais são nocivos aos indivíduos.

1.1.2.2.3 � Meio Ambiente Artificial é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio

Ambiente: Natureza, com as seguintes características específicas: objetos de matéria orgânica

ou inorgânica produzidos pelos seres humanos para um propósito específico.

1.1.2.2.3.1 � Moradia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Artificial,

com a seguinte característica específica: uma estrutura para servir de habitação.

1.1.2.2.3.1.1 � Moradia Inadequada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Moradia,

com a seguinte característica específica: padrões de salubridade habitacional não satisfatórios.

Page 98: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

99

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a publicação da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem � Versão

Alfa, o processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento dessa classificação, como também a

introdução, nela, de modificações que se fizerem necessárias, constituem uma realidade na

Enfermagem mundial. Este estudo foi desenvolvido numa tentativa de responder a uma das

questões que surgiram após a apresentação dessa classificação � a necessidade de adaptação dos

termos à língua alvo de utilização.

Na Classificação de Fenômenos de Enfermagem, apresentada na CIPE � Versão Alfa,

esses termos são denominados de Fenômenos de Enfermagem e constituem dois grandes

blocos: os fenômenos relacionados com Ser humano (259 termos) e os fenômenos relacionados

com Meio ambiente (34), totalizando 293 termos, com 292 definições. Para que esses termos

sirvam aos seus maiores propósitos, à documentação e à estatística da prática de enfermagem, é

necessário que sejam adaptados à linguagem onde serão utilizados, uma vez que os mesmos

foram desenvolvidos em países onde a língua predominante é a inglesa.

Dentre as diversas abordagens que poderiam ser utilizadas para o desenvolvimento deste

estudo, optamos por fazer a equivalência semântica da Classificação dos Fenômenos de

Enfermagem da CIPE � Versão Alfa. O que queríamos, na realidade, com o estudo, era evitar

que a Classificação de Fenômenos de Enfermagem apresentasse os mesmos problemas que

foram evidenciados por nós e por outras enfermeiras, com a tradução do sistema de classificação

da NANDA, para o português do Brasil.

No desenvolvimento deste estudo, não existia a pretensão de se desenvolver todos os

tipos de equivalência que devem ser observados em estudos transculturais, cujo objetivo é a

Page 99: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

100

adaptação de termos de uma linguagem para outra, mas, com o desenrolar do estudo, pôde-se

perceber que foram desenvolvidas, tanto a equivalência semântica, como a equivalência cultural

e a equivalência de conteúdo.

A equivalência semântica foi obtida quando foi desenvolvida a avaliação da equivalência

gramatical e de vocabulário na tradução para o português do Brasil. A equivalência cultural foi

realizada quando se atentou, durante todo o processo da técnica da back-translation, para que os

termos utilizados fossem coerentes com as experiências vividas pelas enfermeiras dentro do seu

contexto cultural. A equivalência conceitual foi alcançada, quando os termos foram submetidos

ao julgamento de um corpo de juízes, quando da realização da correlação entre as versões

original, tradução e back-translation, da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, ocasião

em que foi julgado se os termos apresentavam o mesmo significado nas três versões.

Os resultados do estudo apontaram para uma tradução semanticamente correta,

alcançando um índice de concordância de 98% para os 293 termos. Merece ser ressaltado que,

em alguns casos, não foi possível encontrar uma palavra que incorporasse o sentido exato do

termo original em inglês, como no caso de Rubor quente e Estresse de frio. Mesmo para os

termos que foram traduzidos �sem problemas�, estamos conscientes de que alguns conceitos

ainda não têm um sentido exato em português e que estudos devem ser desenvolvidos, para que

essa Classificação represente a prática de enfermagem, das enfermeiras brasileiras. Por esse

motivo, acredito que a continuação do estudo deve ser vista como uma contribuição para a

pesquisa na Enfermagem, quando se deve fazer uma acurada investigação sobre o uso dos

termos, seu significado e sua substituição, quando oportuna, por vocábulos que reflitam a prática

de enfermagem dentro do contexto sociocultural do momento.

Durante o processo de realização desta pesquisa, não foram evidenciadas maiores

dificuldades. Esse resultado significativo creditamos à participação de um grupo de enfermeiras

e de professores de Letras, que não mediram esforços para o alcance do objetivo estabelecido

para essa fase.

Com a realização deste estudo, não pretendíamos esgotar o assunto, mas apresentar, para

a comunidade de Enfermagem, um estudo inicial que, temos plena convicção, deve ser

continuado. Essa continuação deverá ser realizada, principalmente, pelo fato de um sistema de

classificação ser considerado um processo em contínuo desenvolvimento, cujos termos podem

ser passíveis de inclusão, revisão, modificação ou exclusão.

Page 100: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

101

A título de contribuição para o desenvolvimento da Classificação Internacional da Prática

de Enfermagem serão feitas algumas considerações que consideramos importantes no

desenvolvimento de futuros estudos.

Numa primeira consideração, concordamos com Saba et al. (1998), componentes do

IMIA � NI/SIG (International Medical Informatics Association � Nursing Information, Special

Interest Group), quando afirmam que a pretendida relação entre a CIPE e a Família de

Classificação da OMS é obscura. Para essas autoras, no início do desenvolvimento do projeto da

CIPE, o CIE concordou que a Família de Classificação fosse o caminho apropriado para o design

e disseminação de uma Classificação Internacional da Prática de Enfermagem, mas, de acordo

com o desenvolvimento atual dessa classificação, para que ela possa ser considerada membro da

família de classificação da CID, necessita de ser reestruturada e codificada de acordo com as

regras da OMS.

As maiores mudanças que precisam ser feitas na CIPE, segundo as autoras já

mencionadas, são as seguintes: 1) os três componentes � Fenômenos de enfermagem, Ações de

enfermagem e Resultados esperados � necessitam de ser estruturados numa única estrutura que

determine maiores categorias ou capítulos para os três componentes; 2) os títulos dos itens na

classificação necessitam de ser codificados, usando-se método compatível com o formato da

CID; 3) os títulos podem ser adicionados com níveis de codificação e/ou modificadores, além de

três ou quatro características, para que, dessa forma, mantenham a integralidade e

compatibilidade do sistema de classificação.

Uma outra consideração que merece ser relatada diz respeito à necessidade de uma maior

precisão na identificação dos atributos de cada conceito, ou seja, das características específicas

que definem o fenômeno de enfermagem. Já se pode evidenciar, quando da transposição da

Versão Alfa para a Beta, que, em alguns fenômenos, foram modificadas as características

específicas, o que só favoreceu um melhor entendimento do real significado dos termos.

Outro aspecto que merece ser evidenciado é o estudo da localização dos fenômenos na

árvore taxonômica, pois, em alguns casos, não se consegue atentar para a localização dos termos

na pirâmide de conceitos. É o caso dos termos Atividade física e Regurgitação, que na Versão

Alfa estavam ligados ao conceito de Respiração. Existem vários outros exemplos, que foram

corrigidos quando da transposição da Versão Alfa para a Beta. Mas, mesmo na Versão Beta,

ainda existem algumas discrepâncias com relação à localização de alguns termos, que precisam

ser estudados.

Page 101: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

102

Consideramos como a maior implicação desse estudo a nossa satisfação enquanto

enfermeiras, docentes e pesquisadoras, traduzida pela utilização de uma abordagem teórica

metodológica que, mesmo exigindo um maior tempo para seu desenvolvimento e um alto custo

financeiro, foi gratificante e prazerosa, pois conseguíamos visualizar, em cada etapa vencida, os

seus resultados, com as suas possíveis aplicações práticas e, ao mesmo tempo, identificar as

fragilidades do estudo.

Os resultados deste estudo foram utilizados numa segunda fase da pesquisa que objetivou

a análise da utilização dos termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem na prática das

enfermeiras paraibanas, onde evidenciamos que todos os termos são utilizados pelas enfermeiras

em várias proporções: um único fenômeno foi marcado com 100% de freqüência de utilização �

Dor; a grande maioria com freqüência variando de 99% a 80% e 13 com maior freqüência como

nunca utilizados, ou seja, com freqüência abaixo de 79%. Visualiza-se também no estudo que

esses fenômenos são utilizados nas várias áreas clínicas da profissão, apresentando maiores

evidências de utilização nas especialidades Enfermagem Médico Cirúrgica, Enfermagem

Obstétrica e Enfermagem de Saúde Pública. Merece ser ressaltado que, em alguns momentos do

estudo, tinha-se a sensação de que as enfermeiras, ao marcarem que utilizavam os termos, o

faziam baseada na compreensão do seu significado ou familiaridade e não na utilização efetiva

na prática profissional. Se essa inferência estiver correta, justifica-se a realização de estudos

futuros, para esclarecer essa questão.

A despeito disso, e tendo por base os resultados obtidos neste estudo, concluímos com a

afirmação do CIE, que os termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem constantes na CIPE �

Versão Alfa, representam problemas ou situações da prática de enfermagem comuns às

enfermeiras paraibanas.

Page 102: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

103

6 REFERÊNCIAS

ABECASIS, L.; MADEIRA, A.; LEAL, T. (trad.). Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem � ICNP/CIPE � Versão Alfa com introdução à TELENURSE. Lisboa, 1997. 146p. /Tradução de partes de: MORTENSEN, R. (ed.) The International Classification for Nursing Practice (ICNP) with TELENURSE introduction � Alpha version. Copenhagen: Danisk Institute for Health Research, 1996, 484p./

APALATEGUI, M. U.; CUADRA, A. R. Diagnósticos de enfermería Taxonomía NANDA � traducción, revisión y comentarios. Barcelona: Masson, 1995. p. 128-152.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM. Projeto de Classificação da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva no Brasil. Brasília: ABEn, 1996. 22p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM. Protocolo para La elaboración del proyecto de investigación para subsidiar La Classificación Internacional de La Práctica de Enfermería em el Brasil. Brasília: ABEn, jun., 1995. 7p.

BAILEY, K. D. Typologies and taxonomies an introduction to classification techniques. Sage University paper series on qualitative application in the social sciences, Series nº 07-102. Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 1994. 87p.

BLEGEN, M. A.; REIMER, T. T. Implications of Nursing Taxonomies for Middle-Range Theory Development. Adv. Nurs. Sci., v. 19, n. 3, p. 37-49, 1997.

BRISLIN, R. N. Back-Translation for Cross-Cultural Research. Journal of Cross-Cultural Psycology, v. 1, n. 3, p. 185-216, sep., 1970.

BULECHECK, G. M.; McCLOSKEY, J. C. Nursing Interventions � Essential nursing treatments. 2. ed. Philadelphia: W. B. Saunders, 1992. p. 1-20.

CARLSON-CATALANO, J. M. What is the language of nursing? Nursing Forum, v. 28, n. 4, p.22-26, oct./dec., 1993.

Page 103: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

104

CLARK, J. An International Classification for Nursing Practice: Limits and perspectives. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM, 1, 1995. São Paulo. Anais. São Paulo: Escola de Enfermagem da USP, Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica, p. 34-45, 1995.

CLARK, J.; LANG, N. Nursing�s Next Advance: An International Classification for Nursing Practice. Int. Nurs. Review, v. 39, n. 4, p. 109-112, 1992.

COENEN, A. The International Classification for Nursing Practice (ICNP®): A unifying framework. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM, 4, 1998. Curitiba. Anais. Curitiba: ABEn Nacional/ABEn-PR, p.1-13, 1998.

COENEN, A.; WAKE, M. Developing a Database for an International Classification for Nursing Practice (ICNP). Int. Nurs. Review, v.43, n.6, p.183-7, 1996.

COLER, M. S.; NÓBREGA, M. M. L.; PEREZ, V. L. A. B. The Utilization of Defining Characteristic in a transcultural Validation Study: A Case for Standardization. In: CARROLL-JOHNSON, R. M., PAQUETTE, M. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Tenth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia, PA: Lippincott, 1994. p. 225-228.

COLER, M. S.; PEREZ, V. L. A. B.; NÓBREGA, M. M. L. Justification for Mental Health Services at the Department of Nursing Universidade Federal da Paraíba - Brasil Through the Utilization of Nursing Diagnoses and Diagnostic Categories. In: CARROLL-JOHNSON, R. M. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Eighth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia, PA: Lippincott, 1989. p. 165-169.

CRUZ, D. A. L. M. et al. (trad.). Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem do Conselho Internacional de Enfermeiras: Versão Alpha. Brasília: Associação Brasileira de Enfermagem, 1997. p. 9-40. /Tradução de partes de INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. The International Classification for Nursing Practice: A Unifying Framework - The Alpha Version. Geneva: ICN, 1996. 251p./

CRUZ, I. C. F. et al. Classification for Nursing Practice in Brazil. Int. Nurs. Review, v. 41, n. 2, p. 45-46, 1994.

DOUGLAS, D. J., MURPHY, E. K. Nursing process, nursing diagnosis, and emerging taxonomies. In: McCLOSKEY, J. C.; GRACE, H. K. Current Issues in Nursing. 3. ed., St Louis: Mosby, 1992. p. 17-22.

FARIAS, J. N.; NÓBREGA, M. M. L.; PÉREZ, V. L. A. B.; COLER, M. S. Diagnóstico de Enfermagem: Uma abordagem conceitual e prática. João Pessoa: Santa Marta, 1990. 160p.

FERREIRA, A . B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. 4564p.

FITZPATRICK, J. The translation of NANDA taxonomy I into ICD code. In: CARROLL-JOHNSON, R. M. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Ninth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia, PA: Lippincott, 1991. p. 19-22.

FITZPATRICK, J.; ZANOTTI, R. Nursing Diagnosis Internationally. In: RANTZ, M. J.; LeMONE, P. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Eleventh Conference,

Page 104: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

105

North American Nursing Diagnosis Association. California: CINAHL Information Systems, 1995. p. 66-72.

FLAHERTY, J. A. et al. Developing Instruments for cross-cultural psychiatric research. The Journal of Nervous and Mental Disease, v. 176, n. 5, p. 257-263, may, 1988.

GARCIA, T. R. Padrão de Resposta Humana Escolher: propostas para uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem no Brasil. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM, 2, 1992. João Pessoa. Anais. João Pessoa: Persona, p. 129-144, 1992.

GARYFALLOS, G. et al. Greek version of the General Health Questionnaire: accuracy of translation and validity. Acta Psychiatric Scand., v. 84, n. 4, p.371-378, 1991.

GORDON, M. Nursing diagnosis: process and application. 3 ed. St Louis: Mosby, 1994. p. 35-44.

GUILLEMIN, F.; BOMBARDIER, C.; BEATON, D. Cross-cultural adaptation of health related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. Journal Clinical Epidemiology. v. 46, n. 12, p. 1417-1432, 1993.

HENDERSON, V. Basic Principies of Nursing Care. New York: ICN, 1969. p.1-9.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. ICNP Update. Genebra, jul., 1999a. 9p.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. ICNP Update. Genebra, oct., 1999b. 9p.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. ICNP - International Classification for Nursing Practice - Beta. Geneva, Switzerland: ICN, 1999c, 195p.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. Actualización - Nueva Versión Beta de la CIPE. Actualización de la CIPE. Genebra, 1998. 9p.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. Introducing ICN�s International Classification for Nursing Practice (ICNP): A Unifying Framework. Int. Nurs. Review, v. 43, n. 6, p.169-170, 1996a.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. La Classificacion Internacional para la Práctica de Enfermería: Um Marco Unificador - La Versión Alfa. Geneva, Suiza: ICN, 1996b, 252p.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSING. Nursing's Next Advance: An Internacional Classification System for Nursing practice (ICNP). Geneva, Switzerland: ICN, Headquarters, 1993. 120p.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSING. The birth of ICNP idea. Int. Nurs. Review, v. 39, n. 4, p. 110, 1992.

JOHNSON, M.; MAAS, M. Nursing Outcomes Classification (NOC). St Louis: Mosby-Year Book, 1997. p.1-41.

JONES, E. Translation of quatitative measures for use in cross-cultural research. Nursing Research. v. 36, n. 5, sep./oct., p. 324-327, 1987.

Page 105: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

106

JONES, E. G., KAY, M. Instrumentation in cross-cultural research. Nursing Research, v. 41, n. 3, p. 186-188, may/june, 1992.

JONES, P. E. A terminology for nursing diagnoses. Advances in Nursing Science, v. 2, p. 65-72, oct., 1979.

KELLEY, J.; FRICSH, N. C. Use of selected nursing diagnosis: a transcultural comparison between mexican and american nurses. Journal of Transcultural Nursing, v. 2, n. 1, p. 16-22, 1990.

KERR, M. E. Validation of Taxonomy. In: CARROLL-JOHNSON, R. M. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Ninth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia, PA: Lippincott, 1991. p. 6-13.

KIM, S. H. Terminology in structuring and developing nursing knowledge. In: KING, I. M.; FAWCETT, J. (Ed.) The language of nursing theory and metatheory. Indianapolis: Sigma Theta Tau Internacional, 1997. Cap. 3, p. 27-35.

LANG, N. M.; GEBBIE, K. Nursing Taxonomy: NANDA and ANA Joint Venture Toward ICD � 10 CM. In: CARROLL-JOHNSON, R. M. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Eighth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia, PA: Lippincott, 1989. p. 11-17.

LEININGER, M. Issues, questions and concerns related to the nursing diagnosis cultural movement from a transcultural nursing perspective. Journal of Transcultural Nursing, v. 2, n. 1, p. 23-32, 1990.

MARIA, V. L. R. Preparo de enfermeiras para a utilização de diagnósticos de enfermagem: relato de experiência. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 1990. 130p. (Dissertação, Mestrado em Enfermagem).

MARIN, H. F. (trad.). A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. São Paulo: Núcleo de Informática em Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo, 1997. 230p. /Tradução de partes da The International Classification for Nursing Practice: A Unifying Framework - The Alpha Version. Preparada por MORTENSEN, R. e NIELSEN, G. e publicada com permissão do ICN, 1996. 251p./

MARTIN, K. S. The Omaha System. In: RANTZ, M. J., LeMONE, P. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Twelfth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. California: CINAHL Information Systems. p.16-21, 1997.

MARTIN, K. S., SCHEET, N.J. The Omaha System - A pocket guide for Community Health Nursing. Philadelphia, PA: W.D. Saunders, 1992. p. 1-50.

McCLOSKEY, J. C.; BULECHECK, G. M. Nursing Interventions Classification � NIC. 2. Ed., St Louis: Mosby, 1996. p. 3-39.

McDERMOTT, M. A. N.; PALCHANES, K. A literature review of the critical elements in translation theory. Image: Journal of Nursing Scholarship, v. 26, n. 2, p.113-117, summer, 1994.

McKAY, R. P. What is the relationship between the development and utilization of a taxonomy and nursing theory? Nursing Research. V. 26, n. 3, p. 222-224, may./june, 1977.

Page 106: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

107

MELEIS, A. I. Theoretical nursing: definitions and interpretations. In: KING, I. M.; FAWCETT, J. (Ed.) The language of nursing theory and metatheory. Indianapolis: Sigma Theta Tau Internacional, 1997a. p. 41-50.

MELEIS, A. I. Theoretical nursing: development & progress. 3 ed. Philadelphia: Lippincott, 1997b. p. 1-20.

MORTENSEN, R. A. ICNP - An overview of the nursing domain. In: MORTENSEN, R. A. ICNP in Europe: TELENURSE. Amsterdam: IOS Press, 1997. p. 31-52./CHRISTENSEN, J. P. et al. (eds.) Studies in Health Technology and Informatics, 38/

MUNFORD, D. B. et al. The translation and evoluation of an Urdu version of the Hospital Anxiety and Depression scale. Acta Psychiatric Scand. v. 83, p. 81-85, 1991.

NIELSEN, G. H. The architecture of ICNP. In: MORTENSEN, R. A. ICNP in Europe: TELENURSE. Amsterdam: IOS Press, 1997. p. 13-29. /CHRISTENSEN, J. P. et al. (eds.) Studies in Health Technology and Informatics, 38 /

NIELSEN, G. H. Telenurse Introduction � Part 1. In: MORTENSEN, R. (ed.) The International Classification for Nursing Practice � ICNP with TELENURSE introduction. Alpha Version. Copenhagen: Danish Institute for Health and Nursing Research, 1996, p. 13-122.

NIELSEN, G. H., MORTENSEN, R. A. The Architecture for an International Classification for Nursing Practice (ICNP). Int. Nurs. Review, v.43, n.6, p.175-182, 1997.

NIGHTHINGALE, F. Notes on Nursing. What it is, and what it is not. New York: Dover Publication, 1969. p. 9.

NÓBREGA, M. M. L. Perspectiva da Taxonomia dos Diagnósticos de Enfermagem - Universalização dos Termos. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM, 1, 1991. São Paulo. Anais. São Paulo: GIDE/SP, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Escola Paulista de Medicina - Departamento de Enfermagem, p. 135-144, 1994.

NÓBREGA, M. M. L.; COLER, M. S.; GARCIA, T. R. Classificação internacional da prática de enfermagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM, 46, 1994. Porto Alegre-RS. Anais. Porto Alegre: ABEn Nacional/ABEn-RS, p. 93-97, 1996.

NÓBREGA, M. M. L.; GARCIA, T. R. (Org.). Uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem da NANDA no Brasil: Sistematização das propostas do II SNDE. João Pessoa: União/CNDE/GIDE-PB, 1994. 120p.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Décima Revisão. Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português. São Paulo: Edusp, 1994. Volume 2 - Manual de Instrução, p. 2-17.

PAIVA, A. Uso do termo coping na CIPE. Mensagem pessoal enviada para a autora. Disponível na Internet via correio eletrônico: [email protected], (2Setembro1998).

PLASS, A. M. Adaptação para o português da escala de memória de Wechisler � Revisada: fidedignidade e validade. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1991. 106p. (Dissertação, Mestrado em Psicologia).

Page 107: EQUIVAL˚NCIA SEM´NTICA DA CLASSIFICA˙ˆO ... - nepae.uff.br · Programa de Pós-Graduaçªo em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. ... A realizaçªo deste trabalho

108

RASCH, R. F. R. The nature of taxonomy. Image: Journal of Nursing Scholarship. v. 19, n. 3, p. 147-149, 1987.

SABA, V. K. et al. A review of the International Classification of Nursing Practice (ICNP). Nursing Information, Special Interest Group of Intrnational Medical Informatics Association. IMIA-NI/SIG, oct., 1998. 5 p.

SABA, V. K. The Innovative Home Health Care Classification (HHCC) System. In: RANTZ, M. J., LeMONE, P. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Twelfth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. California: CINAHL Information Systems. 1997. p.13-15.

SABA, V. K. The international classification of diseases (ICD): Classification of nursing diagnosis. In: CARROLL-JOHNSON, R. M. Classification of Nursing Diagnoses - Proceedings of the Ninth Conference, North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia, PA: Lippincott, 1991. p. 14-8.

SABA, V. K. The Classifications of home health nursing diagnoses and interventions. Georgetown University, School of Nursing, 1990. 45p.

SATO, S. Toward Developing Nursing Diagnoses in Japan: Cultural Relevancy of NANDA Diagnoses, A Pilot Study. Journal of Japan Society of Nursing Diagnosis, v. 1, n. 2, p. 55-61, 1996.

SECHEREST, L.; FAY, T. L.; ZAIDI, S. M. H. Problems of translation in cross-cultural research. Journal of Cross-Cultural Psychology, v. 3, n. 1, p. 41-56, 1972.

SOKAL, R. R. Classification: purposes, principles, progress, prospect. Science. v. 185, n. 4157, p. 1115-1123, sep., 1974.

VINCENT, K. G.; COLER, M. S. A unified nursing diagnostic model. Image, v. 22, n. 2, p. 94-100, summer, 1990.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Lexicon of Psychiatric and Mental Health Terms. 2 ed., Geneva: WHO, 1994. p. 25.

YOM, Young-Hee. Translation and validation of Nursing Interventions Classification (NIC) in english and korean. Image: Journal of Nursing Scholarship. v. 30, n. 3, p. 261-264, 1998.

ZAMBRANA, A. C.; GORIS, J. A. G.; GARCÉS, M. A. B. Diagnóstico de enfermería � adaptación al contexto español. Madrid: Diaz de Santos, 1994. p.153-64.