epilepsia em debate na sociedade - cartilha volume ii

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0800 647 3700 Rua Jamary, Bairro Olaria - Porto Velho/RO - CEP 76801-917 Telefone (69) 3216-3700 - www.mp.ro.gov.br 1 Epilepsia em Debate na Sociedade Por Edmilson Fonsêca Vol. II VENDA PROIBIDA

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Page 1: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

0800 647 3700

Rua Jamary, Bairro Olaria - Porto Velho/RO - CEP 76801-917Telefone (69) 3216-3700 - www.mp.ro.gov.br

1

Epilepsia em Debatena Sociedade

Por Edmilson FonsêcaVol. II

VENDA PROIBIDA

Page 2: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALTEL. (69) 3216-3700

CAOP SAÚDE TEL. (69) 3216-3989CAOP EDUCAÇÃOTEL. (69) 3216-3976

CASA DA CIDADANIATEL. (69) 3223-2998www.mp.ro.gov.br

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALTEL. (69) 3216-0500 ou 3216-0539

ASSOCIAÇÃO RONDONIENSEDE EPILEPSIA - ARE

TEL. (69) 9285-6136 e 9231-0909E-MAIL: [email protected]

ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE PACIENTES COM EPILEPSIA - ASPE

Cx.P. 6106-13083-970 CAMPINAS - SPTEL. (19) 3521-7292

E-MAIL: [email protected]

DEFENSORIA PÚBLICATEL. (69) 3216-5053 ou 3216-5057

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE EPILEPSIA

E-MAIL: [email protected]

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇAHéverton Alves de Aguiar

PROJETO GRÁFICO E PRODUÇÃOWaldiney Farias Braga - Segraf/MPRO

EXPEDIENTE

TELEFONES ÚTEIS

Page 3: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

APRESENTAÇÃO

Coube-me a honrosa tarefa de ler em primeira mão a

publicação “Epilepsia em Debate”, de autoria do Procurador

de Justiça Edmilson Fonsêca, Decano do Ministério Público de

Rondônia.

Concebido para distribuição na rede de ensino do

Estado de Rondônia, verifi ca-se que sua compreensão vai

muito além do plano educativo, servindo também para o

despertar da sociedade e das autoridades constituídas para a

consecução de uma política de saúde pública em atenção à

pessoa com epilepsia.

Em tão boa hora, o propósito do trabalho torna efetivo,

na área da saúde, um dos aspectos do Plano Geral de Atuação

(PGA) da Instituição para o biênio 2011/2012, aprovado pelo

Colégio de Procuradores de Justiça, este em harmonia com o

projeto “Epilepsia Fora das Sombras” da Organização Mundial

da Saúde (OMS), executado no Brasil pela ASPE.

De outro tanto, afi gura-se oportuna a empreitada,

em consonância com o novo perfi l que se almeja para o

Ministério Público Brasileiro, com atuação precípua na área

social, cumprindo, desse modo, mandamento da Carta da

República de 1988.

Plantada em terra fértil – Rondônia – certamente a

publicação “Epilepsia em Debate” renderá bons frutos, cem

vezes tanto.

Por derradeiro, ouso recomendar a sua leitura por ser

esclarecedora e de fácil acesso, apesar do tema árido.

Bom proveito.

HÉVERTON ALVES DE AGUIARProcurador-Geral de Justiça

Page 4: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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5

Um caso exemplar é o de Ana Maria, que padece de

epilepsia há mais de cinquenta anos.

Ela não se deixou abater pelo preconceito e pela

discrimação da sociedade.

Com esforço e dedicação, diplomou-se em “Desenho

Artístico e Publicitário“ pelo Instituto Universal Brasileiro.

Com o seu talento artístico, tem conseguido manter

boa qualidade de vida.

Page 6: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Professor Li Li Min (Unicamp/SP) – Palestra sobre Epilepsia

no auditório do MPRO – Porto Velho/RO – em setembro de

2010;

2. Drª Li Hui Ling – Palestra sobre Epilepsia no auditório do

MPRO (GIS) – Porto Velho – em Setembro de 2010;

3. Profª Maria Carolina Doretto (UFMG) – Palestra sobre

Epilepsia no auditório do MPRO (UNIR), em junho de 2011;

4. E. APPLETTON/Richard – Tudo sobre Epilepsia – São Paulo/

SP – Andrei Editora LTDA – 2000;

5. DA COSTA, Araújo Filho/Geraldo – Dostoiévski e Eu: A

Epilepsia em Nossas Vidas – Teresina/Piauí – 2005;

6. CARLOS ALEIXO Sepúlvida/Fernando – Manual de Epilepsia

– Colina Editora – 2000;

7. DE ALBUQUERQUE/Marly e CUKIERT/Artur – Epilepsia e

Qualidade de Vida – Editora Alaúde – 2007.

8. CONEXÃO 10.000 - ASPE

Page 7: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

26

se machuque;

( ) oferecer líquidos e/ou passar álcool auxilia na recuperação da

pessoa para que retorne da crise;

( ) deve-se virar o rosto da pessoa de lado para que a baba não

seja aspirada;

( ) devem-se evitar aglomerações em tomo do doente para que

o indivíduo possa respirar melhor;

( ) chamar socorro de um profi ssional de saúde;

( ) deve-se colocar o dedo ou um objeto na boca do doente para

que este não morda ou se engasgue com a língua.

outros: _____________________________________________

9- Como você avalia seus conhecimentos sobre epilepsia?

( ) nenhum

( ) insufi ciente

( ) moderado

( ) avançado

10-Marque abaixo a resposta que achar correta:

10.1 - Você acha que a pessoa com epilepsia é defi ciente?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.2 - Você acha que a epilepsia é uma doença espiritual?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.3 - Você acha que a pessoa com epilepsia é perigosa?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.4 - Você acha que a pessoa com epilepsia é rejeitada pela

sociedade?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.5 - Você acha que a epilepsia é uma doença contagiosa?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.6 - Você acha que a baba pode transmitir a doença?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.7 - Uma pessoa com epilepsia tem mais difi culdade de

conseguir emprego?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Dra. Rosária Gonçalves Novais (Defensora Pública de

Rondônia)

Dr. Li Li Min (UNICAMP-SP)

Dr. Lucas Magalhães (UFMG)

Dr. Eduardo Portela (neurologista - BH)

Profa. Maria Carolina Doretto (UFMG)

Page 8: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

25

II- DADOS SOBRE EPILEPSIA:

1- Você sabe o que é epilepsia? ( ) sim ( ) não

2-Se sim, o que é?____________________________________

___________________________________________________

3- Se não, o que você acha que é? _______________________

___________________________________________________

4- Você acredita que a epilepsia seja causada por quais

fatores?

( ) verme

( ) fatores tóxicos

( ) mau olhado

( ) fatores genéticos

( ) castigo de Deus

( ) vontade de alguma coisa

( ) doenças infecciosas

( ) traumas ou agentes físicos

( ) outros: ___________________________________________

5- Você conhece alguém com epilepsia? ( ) sim ( ) não

6- Se sim, qual a relação social dessa pessoa com você?

( ) mesmo ambiente de trabalho;

( ) mesmo ambiente de estudo;

( ) vizinho;

( ) parente distante;

( ) parente que reside na mesma cidade;

( ) parente que reside na mesma casa;

( ) outros:____________________________________

7 - Você já presenciou alguma crise convulsiva? ( ) sim ( ) não

8- Durante a crise, como você acha que as pessoas devem

socorrer o doente? Marque apenas as opções que achar

corretas:

( ) nada deve ser feito;

( ) a pessoa em crise deve ser totalmente imobilizada;

( ) deve-se apoiar a cabeça do indivíduo em crise para que não

Page 9: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

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9. ENQUETE SOBRE EPILEPSIA

Caro leitor,

Creio ter chegado o momento para saber como anda

seu conhecimento acerca da Epilepsia.

Para tanto, esta coluna lança uma enquete “TESTE

SEU CONHECIMENTO” sobre o tema, objetivando sondar seu

aprendizado.

I- DADOS PESSOAIS:

1-Idade: ______ anos

2- Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

3- Nível de escolaridade:

( ) Analfabeto;

( ) Sabe ler e escrever;

( ) Ensino Fundamental incompleto até a 4a série;

( ) Ensino Fundamental incompleto após a 4a série;

( ) Ensino Fundamental completo;

( ) Ensino Médio incompleto;

( ) Ensino Médio completo;

( ) Superior incompleto;

( ) Superior completo.

4. Cor ou Raça: ( ) branca ( ) negra ( ) amarela ( ) parda

( ) indígena ( ) outra

5. Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) divorciado

( ) outro:

6-Profi ssão: ________________________________________

_____________

7- Religião: ( ) católica ( ) evangélica ( ) espírita ( ) nenhuma

( ) Outra:

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................11

1. SÍNTESE HISTÓRICA ...................................................................................................................12

2. NOVAS DROGAS PARA O TRATAMENTO DA EPILEPSIA ........................................13

3. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE PRIMEIROS SOCORROS .....................................15

4. A ESCOLA MODERNA PRECISA PREPARAR-SE PARA

RECEBER ALUNOS(AS) COM EPILEPSIA ...............................................................................16

5. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A ESCOLA SOBRE

O ALUNO(A) COM EPILEPSIA ....................................................................................................17

6. BULLYING E BAIXO REDIMENTO DO ALUNO(A) COM EPILEPSIA ...................18

7. SEGURANÇA DA PESSOA COM EPILEPSIA NO DIA A DIA ..................................20

8. FÉRIAS DAS PESSOAS COM EPILEPSIA ...........................................................................21

9. ENQUETE SOBRE EPILEPSIA ..................................................................................................24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................27

Page 10: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

23

Segundo pesquisa, o meio de transporte mais seguro

para a pessoa com epilepsia é o avião.

Por incrível que pareça, nesse tipo de transporte a crise

epiléptica não acontece com frequência.

Quando ocorre, geralmente está associada ao estresse.

Viagem aérea muito longa, que implique atravessar

fusos horários, sem dúvida afeta os horários da medicação e

pode resultar em crise epiléptica.

Em todo caso, não deixe de curtir suas merecidas férias

por conta da epilepsia.

Page 11: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

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como insere-se nos direitos sociais, assegurados na Carta da

República.

Quando se trata de uma viagem de férias de pessoa

com epilepsia, a lista de preocupações aumenta, levando-se

em consideração o meio de transporte a ser utilizado:

Meio de Transporte

TERRESTRE (ÔNIBUS)MARÍTIMO (NAVIO)AÉREO (AVIÃO)

Neste quesito, o problema não é o meio de transporte

a ser utilizado, mas sim, o estresse.

A viagem por via terrestre, especialmente a de ônibus,

mais comum, não oferece tantos problemas se o viajante com

epilespia, nesse tipo de transporte, não desencadeia crise de

estresse capaz de levá-lo à crise epiléptica.

Assim, ele pode curtir suas férias normalmente, fazendo

uso de sua medicação rotineira.

Como se sabe, a viagem marítima costuma provocar

enjoo nas pessoas.

No caso de pessoa com epilepsia, se ela tiver enjoo

do mar, isso pode afetar a efi cácia das drogas antiepiléticas

ministradas para o controle da doença.

Uma boa conversa com o médico é necessária para

que ele prescreva algum remédio contra o enjoo em viagem

marítima.

11

INTRODUÇÃO

Pretendemos, meu caro leitor, doravante, travar com

você um diálogo simples e acessível acerca da Epilepsia.

Minha modesta intenção não é fazer ciência, mas

mantê-lo informado sobre a Epilepsia.

As pessoas com Epilepsia buscam participação

no processo jurídico-social e pedem proteção contra o

preconceito e a discriminação.

O papel da imprensa nesse processo é de capital

importância: para informar que as pessoas com epilepsia são

seres humanos comuns, que têm direito à proteção e respeito

como qualquer cidadão, dignamente considerado.

Preocupada com a situação das pessoas com epilepsia

no mundo, a Organização Mundial de Saúde – OMS lançou

uma Campanha Global denominada “Epilepsia Fora das Sombras” executada no Brasil pela ASPE, que tem como

fi nalidade principal criar um modelo de atendimento integral

aos pacientes com epilepsia, bem como melhorar sua

qualidade de vida e a de seus familiares.

Cuida-se, portanto, de um tema de direitos humanos,

que diz respeito à sociedade e ao Estado, por força da Carta

da República, consagradora da dignidade da pessoa humana,

como fundamento do Estado Democrático de Direito.

Page 12: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

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1. SÍNTESE HISTÓRICA

Os gregos, há mais de 3 mil anos, empregavam a

palavra epilepsia para indicar a crise convulsiva, relacionada à

possessão sagrada e não à enfermidade neurológica.

Coube a Hipócrates, patrono da medicina, na sua

dissertação “Da Doença Sagrada”, refutar as crendices sobre

a epilepsia proporcionando a investigação científi ca sobre a

doença.

Pelo Código de Hamurabi, a pessoa com epilepsia

era tida como incapaz e proibida de casar, bem como seu

testemunho não era válido em juízo.

Um médico grego, de nome Aetius, sugeriu que a

epilepsia era provocada por tara sexual e recomendava a sua

castração como solução para a cura da doença.

Um outro médico romano, chamado Galeno, admitiu

o cérebro como centro das convulsões.

Por isso, como remédio para todas as crises de epilepsia,

recomendava pó de crânio humano para a cura, situação que

perdurou por vários séculos.

O mito do demônio nas crises epilépticas ganhou

relevância com o advento do Cristianismo na descrição do

Novo Testamento de uma cura e exorcismo feitos por Jesus

Cristo em um menino epiléptico. (Mt, 17: 14 -21 )

Nesta passagem evangélica residem os mitos mais

resistentes acerca da epilepsia: demônio, água e fogo como

provocadores de crises epilépticas.

As pessoas com epilepsia passaram pelos mais

esdrúxulos e cruéis tratamentos, tais como: ingestão de urina

21

8. FÉRIAS DAS PESSOAS COM EPILEPSIA

Quem não gosta de viajar de férias?

O direito às férias anuais é consagrado ao cidadão

como fundamento da dignidade da pessoa humana, bem

Carteira de Identifi cação

NOME COMPLETOENDEREÇONÚMERO DO TELEFONEE-MAILMÉDICO TIPO DE CRISEPRIMEIROS SOCORROS ADEQUADOS

Nos clubes e balneários populares, em dia de

lazer, é recomendável que a pessoa com epilepsia esteja

acompanhada de pessoas (amigos, parentes) que saibam de

sua condição e que possam lhe prestar socorro em caso de

crise.

Seria de bom grado que a pessoa com epilepsia

conhecesse e dominasse sua aura, ou seja, um aviso (aviso-

prévio) que antecede a crise; ele próprio sairia do banho (rio,

piscina, lagoa, etc) sem maiores problemas.

No tratamento dentário, não deixe de falar com o

dentista sobre a epilepsia de seu fi lho ou familiar. Ele, o

dentista, certamente saberá adotar as medidas necessárias

em caso de crise durante o tratamento dentário.

No que tange à identifi cação da pessoa com epilepsia,

um grande número de organizações recomenda carteira de

identifi cação em cartão ou em plástico, onde são anotados os

seguintes dados:

Page 13: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

20

7. SEGURANÇA DA PESSOA COM EPILEPSIA NO DIA A DIA

Este capítulo versa sobre a segurança da pessoa com

epilepsia no dia a dia.

O assunto é abrangente e está ligado a múltiplas

preocupações, tais como:

Preocupações com segurança

NO LAR NO BANHONO TRATAMENTO DENTÁRIONA IDENTIFICAÇÃOE EM MUITOS OUTROS ASPECTOS

Embora sua residência seja razoavelmente segura para

toda a família, ainda assim, são necessárias algumas medidas

extras, especialmente quando se trata de criança.

Algumas medidas protetivas no lar são indispensáveis,

vejamos:

Medidas de

segurança

no lar

FECHAR O FOGÃO E OS BOTÕES

REPARAFUSAR AS PORTAS DO BANHEIRO E DO LAVATÓRIO PARA FORA

USAR AVENTAL DE COZINHEIRO

CABO DE PANELAS VOLTADOS PARA A PESSOA QUE COZINHA

NÃO SAIR CARREGANDO FRIGIDEIRAS COM LÍQUIDOS FERVENTES

O FORNO DE MICRO ONDAS É MAIS SEGURO QUE O FORNO CONVENCIONAL

PORTAS DE MADEIRA SÃO MAIS SEGURAS QUE PORTAS DE VIDRO

ARMÁRIOS EMBUTIDOS PARA EVITAR CANTOS PONTUDOS

CHUVEIRO É MAIS SEGURO QUE BANHEIRA, ETC

13

e fezes humanas, sangue de pessoas recém-executadas,

sangria para dar escape aos maus espíritos, e até ingestão

deum agente químico – cautério.

Com promessas de cura fácil, muitos pacientes

morreram nas mãos de alquimistas ao ingerir as misturas feitas

por esses feiticeiros.

Hoje, a cura e o controle das crises estão mais ao

alcance das pessoas com epilepsia, especialmente os mais

necessitados.

Com dignidade e coragem não será difícil sepultar os

mitos que ainda cercam a doença epilepsia.

2. NOVAS DROGAS PARA O TRATAMENTO DA EPILEPSIA

Como é sabido, no meio especializado, nos últimos

15 ou 20 anos, novas drogas antiepilépticas (DAES) foram

introduzidas no tratamento da epilepsia, com maior efi cácia

no controle das crises.

Contudo, não se pode desprezar o tratamento com os

medicamentos mais antigos.

Nessa perspectiva, os medicamentos mais antigos (de

primeira linha, bem como os de segunda linha), por força, dos

termos da Portaria 864/2002, do Ministério da Saúde, que trata

do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para epilepsias

refratárias, deveriam ser regularmente fornecidos pela rede do

SUS, o que infelizmente não acontece na prática.

Page 14: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

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(DAES) de Primeira Linha

FENOBARBITAL

FENITOÍNA

CARBAMAZEPINA

ÁCIDO VALPRÓICO

Novas (DAES)

Novas Esperanças

CARISBAMATO

GANAXOLONA

HUPERZINA

VALROCEMIDA, ETC.

CIRURGIA (NOVAS TÉCNICAS)DIETA CETOGÊNICA (À BASE DE GORDURA)ESTIMULAÇÃO DO NERVO VAGO (MARCA-PASSO)CÉLULAS TRONCO (PESQUISA)

(DAES) de Segunda Linha

LAMOTROGINA

VIGABATRINA

GABAPENTINA

TOPIROMATO

Além disso, novos drogas antiepiléticas estão sendo

testadas em modelos animais.

Vale, ainda, destacar esperanças revolucionárias no

tratamento da Epilepsia.

Diante de tanta esperança – algumas já realidades – a

pessoa com epilepsia deve ser otimista e não deprimida.

19

aspecto, com pessoal e material adequados para abordar a

questão na sala de aula.

Outra questão angustiante é o rendimento escolar do

aluno com epilepsia.

Em razão da falta de informações é comum professores

e pais culparem a epilepsia pelo baixo rendimento do aluno.

Ledo engano. A questão merece maior refl exão, pois a

escola e os pais podem estar ignorando outras causas para o

baixo progresso do aluno na escola.

Entretanto, se a escola e os pais estiverem seguros de

que o baixo rendimento do aluno é decorrente da epilepsia,

neste caso, deve-se considerar:

Fatores a

considerar

DESGOSTO EM RELAÇÃO À ESCOLA POR CAUSA DAS PROVOCAÇÕES

POSTURA DO PROFESSOR DE QUE O ALUNO NÃO PROGRIDE POR CAUSA DA EPILEPSIA

CRISES FREQUENTES, PRINCIPALMENTE DE AUSÊNCIA

DANO CEREBRAL MÍNIMO QUE PODE AFETAR ARÉA DO CONHECIMENTO (EX: LEITURA)EFEITOS COLATERAIS DAS DROGAS ANTIEPILÉPTICAS (EX: EMBRIAGUEZ, SONOLÊNCIA, FALTA DE CONCENTRAÇÃO)

De outro lado, é preciso que o professor tenha cuidado,

pois o aluno com epilepsia gosta de usar a doença como

forma de gazetear aulas de que não gosta, provocando queda

de seu rendimento escolar.

Page 15: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

18

Informações

para a escola

COMO SE APRESENTAM AS CRISES DO SEU FILHO

SE SEU FILHO TEM UM AVISO (AURA) DA CRISE QUANTO TEMPO DURAM AS CRISES

QUE PRIMEIROS SOCORROS SÃO NECESSÁRIOS

QUANTAS CRISES SEU FILHO VEM TENDO POR SEMANA OU POR MÊS

SE EXISTE UM PADRÃO NAS CRISES

SE SEU FILHO TOMA COMPRIMIDOS OU OUTRAS FORMAS DE MEDICAÇÃO DURANTE O DIA

SE EXISTEM EFEITOS COLATERAIS NO TRATAMENTO COM AS DROGAS QUE SEU FILHO USA

QUAL A MEDIDA QUE GOSTARIA DE TOMAR SE HOUVER UMA EMERGÊNCIA NA ESCOLA

Comemora-se no dia nove de setembro, em todo o

território nacional, o Dia Nacional e Latino Americano de

Epilepsia, com a realização de diversos eventos em todos os

Estados da Federação.

6. BULLYING E BAIXO RENDIMENTO DO ALUNO(A) COM EPILEPSIA

Lamentavelmente, em pleno século XXI, ainda ocorrem

na escola caçoadas, chacotas e provocações aos alunos com

epilepsia, brincadeiras maldosas por parte dos colegas; é o

chamado bullying.

Neste caso, uma boa ideia é incorporar ao programa

educacional da escola – na medida do possível – palestras

enfatizando o tema epilepsia.

As associações de epilepsia podem contribuir neste

15

O que fazer

O que não fazer

FICAR CALMO.POSICIONAR A PESSOA DE LADO.PROTEGER A CABEÇA DA PESSOA PARA QUE NÃO SE MACHUQUE.TIRAR DE PERTO DA PESSOA TUDO QUE POSSA MACHUCÁ-LA OU OFERECER RISCOS DE FERIMENTO.AGUARDAR A CRISE PARAR. DEPOIS EXPLICAR À PESSOA QUE ELA TEVE UMA CRISE.ACALMAR OS OBSERVADORES. SE A DURAÇÃO DA CRISE FOR MAIOR QUE 5 MINUTOS, CHAMAR A AMBULÂNCIA.

APAVORAR-SE.COLOCAR OBJETOS NA BOCA.RESTRINGIR OS MOVIMENTOS DA PESSOA.TENTAR SEGURAR OU DESENROLAR A LÍNGUA DA PESSOA. APLICAR SUBSTÂNCIAS NO CORPO DA PESSOA.DAR LÍQUIDOS OU ÁLCOOL PARA CHEIRAR.DAR REMÉDIOS NA BOCA DURANTE A CRISE.SACUDIR A PESSOA.TENTAR INTERROMPER A CRISE.

3. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE PRIMEIROS SOCORROS

A pedido de alguns leitores, indicaremos alguns

procedimentos básicos – indispensáveis – no atendimento de

primeiros socorros à pessoa com epilepsia, no momento da

crise.

Segundo a ASPE, esses procedimentos podem ser

resumidos da seguinte maneira:

Page 16: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II

16

4. A ESCOLA MODERNA PRECISA PREPARAR-SE PARA RECEBER ALUNOS(AS) COM EPILEPSIA

Não há outro caminho para a escola moderna. É

necessário preparar-se para receber alunos com epilepsia.

Ao que me parece, a escola moderna precisa entender

o tratamento com drogas antiepilépticas, para que esses

medicamentos não sejam confundidos com drogas ilícitas no

ambiente escolar.

Em alguns países desenvolvidos, as escolas adotam

procedimentos rígidos em relação ao ingresso de

medicamentos em suas dependências.

Nessas escolas, existe fi scalização e local adequado

para guardar, com segurança, drogas anticonvulsivas fora do

alcance de alunos menos avisados.

Os professores dessas escolas estão orientados e

treinados sobre o problema dos alunos com epilepsia e agem

in loco parentis, ou seja, eles tomam os mesmos cuidados que

os próprios pais do aluno com a doença.

Convém destacar que o problema de remédios

na escola está sendo amenizado, graças às novas drogas

Em pleno século XXI, Rondônia não possui políticas

públicas para a epilepsia, em que pese o Estado contar com

35.000 mil pessoas com a doença.

Este texto foi escrito no dia 09.09.2011, considerando o

“Dia Nacional da Epilepsia”, em homenagem às pessoas que

padecem desse distúrbio neurológico.

17

antiepilépticas, que só precisam ser tomadas duas vezes ao

dia, evitando, assim, que sejam ministradas várias vezes na

escola, em prejuízo das aulas.

Aproveito a oportunidade para parabenizar a ilustre

Deputada Federal Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, pela

feliz ideia de apresentar ao Congresso Nacional Projeto de Lei

(PL) que institui o Programa Nacional de Atenção à Saúde de

Pessoas com Epilepsia – PNAPE.

5. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A ESCOLA SOBRE O ALUNO(A) COM EPILEPSIA

Todos sabemos que a escola é fundamental para o

desenvolvimento do ser humano.

Diante desta assertiva, é necessário, hoje em dia,

que a escola, compreendendo sua direção, professores e

funcionários, tenha o máximo de informações acerca de seus

alunos com epilepsia.

É recomendável, nesse aspecto, que a família do aluno

com epilepsia leve essas informações à escola, embora muitos

pais sintam difi culdades em tratar do assunto.

O certo é que a ignorância em que estarão os professores

pode colocar o aluno com epilepsia em situação de risco.

Assim, no tocante à epilepsia de seu fi lho, não deixe de

informar a escola sobre: