EPIDEMIA DE DENGUE EM BH:a prefeitura é a principal responsável, mas quer

culpar a população e os servidores!

SINDIBEL

Diante da epidemia de dengue em Belo Horizonte - que já registra 3 mortes, mais de 10 mil casos confirmados e 43 mil sob investigação - a prefeitura quer tirar o corpo fora, culpar a população e o ví-rus tipo 4 e penalizar os servidores. O mesmo faz o governo de Minas Gerais, estado que já tem 52 mil casos confirmados de dengue. No entanto, os governos e os grandes meios de comunicação não mos-tram algumas verdades e mentiras que estão por trás dessa epidemia.Veja abaixo algumas delas:

VERDADESMENTIRAS

- A prefeitura e o estado já sabiam desde o ano pas-sado da existência de um novo vírus e da ameaça de uma epidemia, porém não colocaram em prática ações de prevenção e de combate ao mosquito da dengue;- A própria prefeitura não cuida de suas responsa-bilidade, deixando terrenos públicos com focos de mosquitos; lixo, pneus e tudo que possa acumular água (veja fotos na próxima página).- Faltam profissionais para atender a população;- As UPAS e Centros de Saúde estão superlotados e os trabalhadores chegam a atender 2 a 3 vezes mais pessoas do que o ideal, mesmo com más con-dições de trabalho;- As obras para construção e reformas de serviços de saúde estão atrasadas: Márcio Lacerda prome-teu 73 Postos de Saude e 7 UPAs em sua campa-nha, que não saíram do papel até hoje;- O Governo de Minas Gerais não investe o mínimo de 12% do orçamento em saúde, como exige a lei;- A reforma do Mineirão custou 800 milhões, a Den-gue recebeu apenas 170 milhoes de acréscimo no orçamento da saúde em todo o Brasil.- Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agen-tes de Combate às Endemias (ACE), categorias im-portantíssimas na promoção da saúde e na preven-ção da dengue não possuem plano de carreira.

- É MENTIRA que a população seja a principal culpada pela dengue!- É MENTIRA que a prefeitura tomou todas as ações possíveis para evitar a epidemia;- É MENTIRA que a prefeitura não tem dinheiro para a saúde;- É MENTIRA que as unidades de saúde estão superlotadas só por causa da dengue;- É MENTIRA falar que não falta medicamentos para a população;- É MENTIRA que não estamos vivenciando uma epidemia;- É MENTIRA que tenham profissionais da saúde suficiente para atender a toda a população;- É MENTIRA que a prefeitura não tem dinheiro para os servidores públicos.

A omissão e a incapacidade da prefeitura em cuidar de modo eficaz da saúde da população é um dos motivos que fazem com que os servidores públicos municipais estejam nas ruas em campanha salarial. Assembleias e manifestações estão sendo realizadas para denunciar essa situação e exigir que a prefeitura invista nos serviços e nos servidores públicos!

A dengue informa: a saúde em BH está doente! Independente da epidemia e antes mesmo da dengue os centros de saúde já es-tavam sobrecarregados, com dificuldades gerais de atendimento em todas as uni-dades de saúde. E mesmo depois da dengue, os problemas irão continuar. A epidemia que assola Belo Horizonte tem superlotado ainda mais as unidades e como não há servidores suficientes - em razão da prefeitura não fazer concursos e chamar os aprovados -, nem condições adequadas de trabalho, a situação tem se tornado cada vez mais caótica. Nas UPAs e centros de saúde, para onde os pacientes com sintomas costumam se dirigir, a situação é de superlotação, falta de leitos, de profissionais, de condições de trabalho e até de medicamentos.

Na UPA Pampulha, até o necrotério foi utilizado para atender pacientes com suspeita de dengue.

Jornal Hoje em Dia, 01/04/2013

Superlotação na UPA Pampulha Superlotação na UPA Venda Nova

Com a dengue fora de controle é muito fácil agora para a Prefeitura jogar a culpa na po-pulação e nos trabalhadores, mas além de não ter feito corretamente as ações de pre-venção e de combate, a Prefeitura não faz a parte dela e não cuida nem de suas próprias responsabilidades, deixando terrenos públicos com focos de mosquitos: lixo, pneus e tudo que possa acumular água. Veja nas imagens abaixo, tiradas no dia 17 de abril em locais públicos:

A prefeitura não faz a parte dela!

Nos fundos da própria UPA Venda Nova há fo-cos de dengue, como esse amontoado de lixo

Lixo às margens do Anel RodoviárioPneus e lixo às margens da via pública

que liga a MG20 ao bairro Solimões (Regional Norte)

Água parada e lixo às margens da Via 240

Estrutura metálica de obras da Cristiano Machado com água acumulada e larvas do mosquito(Regional Nordeste)

A população tem que fazer a sua parte, mas a prefeitura também tem que fazer a dela.

Por que os servidores municipais poderão fazer uma greve?

No dia 13 de março foi encaminhado ao prefeito Mar-cio Lacerda a pauta de reivindicações, incluindo as da área da saúde, reivindicando melhores condições de trabalho para prestar um serviço de melhor qualidade a vocês usuários.

Entretanto, após 37 dias, mesmo o governo estando ciente possibilidade de decretação de greve por tempo indeterminado, não fez qualquer sinalização de nego-ciação com os trabalhadores.

Existe a possibilidade de uma greve por tempo inde-terminado neste momento pelo conjunto de servidores municipais: saúde, educação, administração geral, fis-calização, SLU (Superintendência de Limpeza Urba-na), Sudecap, Belotur e fundações municipais de par-que, cultura e zoobotânica.

A possível greve se deve mais à insensibilidade do go-verno com relação às demandas da categoria do que à vontade dos trabalhadores. Esclarecemos ainda que o governo municipal está utilizando do problema da Dengue como uma forma de coibir o direito de ma-nifestação dos servidores. Embora tecnicamente a Se-

cretaria Municipal de Saúde não confirme uma situa-ção de epidemia, sabemos que o número de casos tem aumentado o que agrava ainda mais as condições de trabalho para o atendimento da população e gera um desgaste maior para os profissionais.

A situação não é de conjuntura, a dengue é tão somente um aspecto do problema. Essa doença merece atenção das autori-dades, mas a situação é mais séria e não tem causa o mosquito Aedes Aegipyti, mas sim a má organização e administra-ção do serviço de saúde na cidade, com pouca prevenção, desvalorização dos profissionais da saúde e péssimas condi-ções de trabalho oferecidas pela Prefei-tura Municipal de Belo Horizonte.

Reiteramos que o exercício do direito de greve se deve a intransigência do governo municipal em não buscar entendimento com os trabalhadores.

Prefeito, você é o maior responsável por essa situação!

Dia 23/04: paralisação dos servidores e audiência pública na Câmara às 10 horas Dia 30/04: greve por tempo indeterminado caso a prefeitura não apresente uma

proposta que atenda às reivindicações do conjunto dos servidores