envolvimento zoonótico com sporothrix schenckii · aos meus queridos napoleão, ......

25
Vanessa Behling Azambuja Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii: relato de caso Porto Alegre/RS 2013

Upload: trantram

Post on 23-Jan-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

Vanessa Behling Azambuja

Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii:

relato de caso

Porto Alegre/RS

2013

Page 2: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

Vanessa Behling Azambuja

Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii:

relato de caso

Monografia apresentada como requisito para

conclusão do Curso de Pós-Graduação em

Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos

Animais, do Centro de Estudos Superiores de

Maceió, da Fundação Educacional Jayme de

Altavila, orientada pela profª Dra. Marlete

Brum Cleff.

Porto Alegre/RS

2013

Page 3: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

Agradecimento

A minha família, pelo incentivo e compreensão pela minha ausência nos finais de

semana durante o curso e pelas horas dedicadas para realização deste trabalho.

Aos meus amigos e colegas, Rafael Pereira, Marília Castro, Débora Reckziguel,

Bruno Donato, Daniel Dutra e Paulo Sampaio Jr, pelo companheirismo e pelo apoio nos

momentos mais difíceis durante este final de ano e pelos muitos momentos de alegria

compartilhados.

A professora orientadora Dra. Marlete Brum Cleff pela paciência e dedicação na

correção deste trabalho.

Aos meus queridos Napoleão, Leopoldina, Polly e Cacá pelo amor a mim

dedicado incondicionalmente.

Aos pacientes por deixarem nossos dias mais alegres.

A Deus, que sempre me guiou e me ajudou a superar todas as dificuldades e me

fez seguir em frente sem desanimar.

A todos os meus mais sinceros agradecimentos!

Page 4: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

Resumo

A esporotricose é uma doença aguda, subaguda ou crônica causada pelo fungo Sporothrix

schenckii, que acomete vários animais domésticos e o homem. Os felinos apresentam alto

potencial zoonótico devido à grande quantidade de organismos fúngicos observados nas

lesões e por carrearem o agente nas unhas e na cavidade oral, o que torna mais provável a

transmissão a partir de gatos do que cães. A esporotricose é na maioria das vezes transmitida

por mordedura ou arranhadura desses animais, mas pode também ocorrer por risco

ocupacional dos trabalhadores. A doença é considerada uma zoonose e os índices de

transmissão de felinos infectados para o homem vêm crescendo nestes últimos anos. Assim o

trabalho teve por objetivo relatar um caso de esporotricose com envolvimento zoonótico, onde

ocorreu a transmissão da micose de um felino doméstico para o proprietário através de

arranhadura, salientando a importância do diagnóstico precoce para a instituição de medidas

terapêuticas e profiláticas adequadas. Desta maneira a orientação adequada do Médico

Veterinário para proprietários de animais infectados é extremamente importante para que

sejam minimizados os riscos de contaminações.

Palavras-chave: Esporotricose, felinos, zoonose.

Page 5: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

Lista de Figuras:

Figura 1. Felino apresentando lesões cutâneas crostosas e ulceradas na face e na parte dorsal

da cabeça no dia do atendimento ............................................................................................. 15

Figura 2. Felino apresentando lesões crostosas e ulceradas na face no dia do atendimento, com

vista lateral ............................................................................................................................... 16

Figura 3. Felino apresentando diminuição das lesões cutâneas de esporotricose após 30 dias

de tratamento com anti-fúngico. .............................................................................................. 17

Figura 4. Lesão cutânea nodular, crostosa e ulcerada no braço esquerdo da proprietária após

sofrer arranhadura do felino infectado por Sporothrix schenckii ............................................. 17

Figura 5. Felino com esporotricose ao final do terceiro mês de tratamento com itraconazol .. 18

Page 6: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

Sumário

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6

1. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 8

1.1 Sporothrix schenckii ................................................................................................... 8

1.2 Esporotricose. ............................................................................................................... 8

1.3 Transmissão entre felinos e Potencial Zoonótico ............................................................... 9

1.4 Diagnóstico ....................................................................................................................... 11

1.5 Tratamento ........................................................................................................................ 11

1.6 Controle e Orientações ..................................................................................................... 13

2. RELATO DE CASO ............................................................................................................ 15

2.1 Discussão .......................................................................................................................... 18

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 21

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 22

Page 7: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

6

INTRODUÇÃO

A esporotricose é uma micose piogranulomatosa, aguda, subaguda ou crônica que

afeta o tecido subcutâneo, causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii, o qual

apresenta ampla distribuição mundial e acomete várias espécies animais tais como: cães,

gatos, cavalos, mulas, bovinos, aves e seres humanos (AIELLO et al., 2001; CRUZ, 2010;

LACAZ, 1991).

A transmissão da doença se dá através da inoculação do fungo na pele, ocasionada

por traumatismos, ferimentos, ou pelo contato da pele lesada com conídeos fúngicos

(COMPERTZ et al., 2005). Os felinos se infectam em brigas, normalmente entre machos

inteiros errantes ou semidomiciliados (ANTUNES, et al., 2009). A infecção humana ocorria

principalmente em atividades ocupacionais. O contágio da doença nestes casos ocorria através

do manuseio direto com a terra, espinhos, talos de plantas e palhas contaminadas. Atualmente,

profissionais como médicos veterinários, acadêmicos, tosadores, enfermeiros veterinários,

tem se destacado como um grupo de risco, pois podem ser contaminados por arranhadura ou

mordedura de felinos domésticos infectados (LARSSON, 2011; SCHUBACH e

SCHUBACH, 2000).

Os felinos apresentam alto potencial Zoonótico devido a grande quantidade de

organismos fúngicos encontrados nas lesões, nas unhas e na cavidade oral, que torna mais

provável a transmissão da doença á partir de gatos do que de cães (CRUZ, 2010).

Ainda existe outro fator importante que torna o gato principal transmissor da

doença, o fato de estar ocupando lugar de destaque na preferência dos proprietários como

animal de companhia (ANTUNES et al., 2009 b).

Há alguns relatos de esprotricose com envolvimento humano descritos na

literatura, com transmissão para proprietários, médicos veterinários, atendentes, tratadores,

pessoas domiciliadas junto ao animal, vários membros de uma mesma família, que

demonstram a importância da doença.

Dessa forma, o controle e prevenção da doença deve ser através do aumento das

unidades de controle de zoonoses para tratamento dos doentes, castração dos felinos machos,

a fim de evitar disputas por território, eutanásia em casos sem possibilidade terapêutica e

cremação dos corpos que evoluírem a óbito, para evitar propagação da enfermidade. O uso de

Page 8: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

7

luvas na manipulação dos animais e a desinfecção das instalações e utensílios com solução de

hipoclorito de sódio também são indicadas (ANTUNES et al., 2009; BARROS et al., 2010).

Assim o trabalho teve por objetivo relatar um caso de esporotricose com

envolvimento zoonótico, onde ocorreu a transmissão da micose de um felino doméstico para o

proprietário através de arranhadura, salientando a importância do diagnóstico precoce para a

instituição de medidas terapêuticas e profiláticas adequadas.

Page 9: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

8

1. REVISÃO DE LITERATURA

1.1. Sporothrix schenckii

O Sporothrix schenckii é o agente etiológico da esporotricose, uma micose

piogranulomatosa, de evolução subaguda ou crônica, de localização predominantemente

subcutânea e caracterizada pelo envolvimento da cadeia ganglionar, com formação de nódulos

que podem ulcerar; órgãos internos e ossos podem ser acometidos (CRUZ, 2010; LACAZ et

al., 1991; MADRID et al., 2007).

Relatos na literatura utilizando sequenciamento genético demonstram que existe

variabilidade genética entre as amostras de Sporothrix schenckii. Desta forma sugere-se a

espécie de Sporothrix schenckii é um complexo de espécies que incluem Sporothrix schenckii,

Sporothrix albicans, Sporothrix brasilienses, Sporothrix globosa e Sporothrix mexicana

(HEIDRICH et al., 2009).

O Sporothrix é um fungo geofílico, considerado sapróbio do solo rico em matéria

orgânica e celulose, crescendo em locais de clima quente e úmido. Este fungo já foi isolado de

plantas, cascas de árvores, musgos, palhas, grãos de trigo, madeira, arbustos, solo e roseiras.

Na forma filamentosa é encontrado no meio ambiente e cresce in vitro em temperatura de

250C, e adquire a forma de levedura quando em parasitismo ou in vitro a 37° C (ANTUNES et

al., 2009 b).

1.2. Esporotricose

A doença já foi relatada em equídeos, gatos, cães, bovinos, suínos, ratos, coelhos,

macacos, hamsteres, camelos, tatus, golfinhos, raposas, aves e humanos (AIELLO et al.,

2001; CRUZ, 2010).

A esporotricose foi descrita pela primeira vez por Benjamim Schenck, em 1898

nos Estados Unidos, em lesão de paciente humano (LARSSON, 2010 apud LARSSON,

2011). No Brasil, até o ano de 1997 a esporotricose era considerada uma doença rara, sendo

Page 10: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

9

maior número de casos registrados em humanos. A ocorrência foi principalmente nos estados

de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. No

Rio Grande do Sul é a micose de maior incidência em humanos, e no sul do estado no período

de 1996 - 2007, foram diagnosticado mais de 60 casos em pequenos animais, principalmente

em felinos domésticos (ANTUNES et al., 2009 b).

Os sinais clínicos da esporotricose se apresentam habitualmente na forma cutânea

fixa ou disseminada, podendo evoluir para forma sistêmica com comprometimento do estado

geral, caracterizando-se por letargia, prostração, anorexia e hipertermia (ANTUNES et al.,

2009 b). A forma cutânea da doença é caracterizada por múltiplas lesões nodulares, dérmicas

ou subcutâneas que ocorrem com maior frequência na cabeça, no tronco, no pescoço e nos

membros distais, sendo que a base da cauda também pode estar envolvida. Os nódulos podem

ulcerar, drenar exsudato purulento e formarem crostas. Esses nódulos podem ser confundidos

com abcessos e celulite. As lesões nos membros podem estar associadas à linfadenite regional

e nos felinos já foram relatadas extensas áreas de necrose (TABOADA, 2000).

As retroviroses causadas pelos vírus da Leucemia Felina e Imunodeficiência

Felina, embora não sejam considerados fatores predisponentes para esporotricose, podem

favorecer o desenvolvimento de quadros clínicos mais graves (ANTUNES et al., 2009 b).

Um número elevado de casos de esporotricose em gatos foi diagnosticado na

cidade de Rio Grande e Pelotas/RS/Brasil, e na maioria dos animais, a doença ocorreu após

inoculação do fungo a partir de arranhões de felinos domésticos. Nesse estudo, avaliou-se a

frequência de Sporothrix schenckii nas unhas de gatos saudáveis que conviviam com gatos

com esporotricose, sendo que o fungo foi isolado de 29,1% dos gatos considerados saudáveis

(MADRID et al. , 2007; SOUZA et al., 2004).

1.3. Transmissão entre Felinos e potencial Zoonótico

A transmissão da doença se dá através da inoculação de conídeos do S. schenckii

diretamente na pele, através de traumatismos ou contaminação de ferimentos com vegetais

contaminados com o fungo ou pelo contato da pele lesada com os conídeos (COMPERTZ et

al., 2005). Esta forma de transmissão é facilitada pelo comportamento da espécie felina, cujos

adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função dos rituais reprodutivos, quando

Page 11: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

10

a fêmea no cio costuma atrair os machos que irão disputá-la através de brigas, e nessas

ocasiões, animais portadores de lesões ulcerativas poderão transmitir a esporotricose através

do contato com a superfície ulcerada, ou através de ferimentos produzidos por mordedura ou

arranhaduras de gatos doentes (CRUZ, 2010). As lesões situam-se, preferencialmente, na

região cefálica, nos membros e cauda (SCHUBACH ; SCHUBACH, 2000).

Segundo alguns autores, os felinos domésticos apresentam alto potencial

zoonótico devido à grande quantidade de organismos fúngicos observados nas lesões e por

carrearem o agente nas unhas e na cavidade oral, o que torna mais provável a transmissão a

partir de gatos do que cães (ANTUNES et al., 2009 b). Apesar de ocorrer comumente, a

esporotricose canina tem potencial zoonótico mínimo (TABOADA, 2000).

Há probabilidade de contaminação de humanos, porém para indivíduos como

jardineiros floristas, horticultores, agricultores, colchoeiros e chacareiros a doença apresenta

um risco ocupacional devido ao manuseio direto com a terra, espinhos, talos de plantas e

palhas contaminadas (SCHUBACH; SCHUBACH, 2000). Profissionais como médicos

veterinários, acadêmicos, tosadores também podem ser contaminados por arranhadura ou

mordedura de felinos domésticos infectados (LARSSON, 2011; SCHUBACH ; SCHUBACH,

2000).

Existe atualmente um aumento do contato dos animais de estimação com seus

proprietários, sendo que o felino doméstico tem ocupado um lugar de destaque como animal

de companhia. Dessa forma, crescente também é o número de casos com possível

envolvimento dermatozoonótico, que adquire importância ainda maior em indivíduos

imunocomprometidos (BRUM et al., 2007). Os indivíduos que praticam esportes e lazer em

áreas de vegetação abundante também se tornam mais susceptíveis (BENNETT; KWON-

CHUNG, 1992).

O número de casos zoonóticos com envolvimento de felinos tem aumentado nos

últimos dez anos, por esse motivo deve se destacar o papel epidemiológico dos felinos

domésticos, devido ao hábito de cavar buracos, para cobrirem seus dejetos com terra, afiar as

unhas em árvores e arranharem-se entre si, principalmente machos não castrados e com livre

acesso à rua (ANTUNES et al., 2009 b).

Em humanos, além dos casos zoonóticos, esta enfermidade pode ocorrer sob

forma de casos isolados, pequenos surtos familiares ou profissionais, envolvendo pessoas

expostas ao agente (ANTUNES et al., 2009 b). A maior epidemia por transmissão zoonótica

Page 12: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

11

foi descrita no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Evandro Chagas (Fiocruz), onde

1.503 gatos, 64 cachorros e 759 humanos foram diagnosticados com a doença entre 1998 e

2004 (BARROS et al., 2010).

1.4. Diagnóstico

O diagnóstico presuntivo da micose é obtido através da anamnese, epidemiologia,

sinais clínicos e exame direto das lesões (ANTUNES et al., 2009 b).

Para o diagnóstico definitivo podem ser realizados vários exames, tais como:

cultivo fúngico de exsudatos, tecidos ou aspirados de lesões, análise histopatológica,

inoculação em animais experimentais para retroisolamento do agente, teste cutâneo com

esporotriquina e sorologia (ANTUNES et al., 2009 b). A citologia das lesões cutâneas é o

meio mais comum de diagnóstico, devido às lesões nos felinos conterem grande quantidade

de micro-organismos, o que torna o diagnóstico razoavelmente fácil. Os fungos podem ser

vistos no meio intracelular, no interior de macrófagos ou neutrófilos ou no meio extracelular

(TABOADA, 2000).

O cultivo micológico é fundamental para o diagnóstico definitivo, sendo

realizados em meio de cultura apropriados como ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol

ou ágar batata, por exemplo (ANTUNES et al., 2009 b). As amostras para envio ao

laboratório podem ser coletadas com a utilização de swabs estéreis ou por raspados com

lâmina de bisturi, sendo que a colheita deve ser precedida de antissepsia com álcool 70 GL,

ou solução fisiológica quando as lesões estiverem ulceradas.

As lesões de esporotricose se assemelham àquelas que ocorrem em outras

dermatopatias de cães e gatos, como criptococose, leishmaniose, micobacteriose, neoplasias e

piodermites, sendo importante a realização do diagnóstico diferencial (ANTUNES et al., 2009

b).

Page 13: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

12

1.5. Tratamento

A esporotricose era tratada, tradicionalmente, com iodeto de potássio, cetoconazol

ou a combinação destes e cerca de 55% dos pacientes respondiam ao tratamento com uma ou

a ambas as drogas associadas (TABOADA, 2000). O uso do iodeto de potássio era devido ao

baixo custo, sendo muito utilizado em humanos, caninos e equinos. No caso do uso dos

iodetos em felinos domésticos, este deve ser cauteloso, pois os animais podem apresentar

iodismo, enfermidade caracterizada por epífora, aumento de secreção nasal, anorexia, emese,

icterícia, descamação da pele, hipertermia, depressão, tremores e insuficiência cardíaca

(ANTUNES et al., 2009 b). Segundo Gram e Rhodes (2003), as dosagens de iodeto de

potássio supersaturado para felinos é de 20 mg/Kg, via oral a cada doze horas, associado à

alimentação. Existem relatos de efetividade do cetoconazol no tratamento da esporotricose,

porém houve uma diminuição de seu uso na prática clínica, sendo sua única vantagem

relacionada ao custo total da terapia (ANDRADE et al., 2002). As dosagens de cetoconazol,

segundo Gram e Rhodes (2003), são de 5 a 10 mg/Kg via oral a cada doze horas, por um

período mínimo de três meses.

Atualmente outros fármacos da classe dos azóis, vêm sendo utilizados para o

tratamento de micoses como os derivados triazólicos, especialmente o itraconazol, que

representa uma terapia segura e efetiva para esporotricose, sendo o fármaco de eleição para

esta enfermidade. O itraconazol deve ser administrado por via oral, na dose de 10mg/kg, uma

vez ao dia, no momento da alimentação, pois sua absorção é aumentada com a ingestão de

alimentos (ANTUNES et al., 2009 b; CORGOZINHO et al.,2006; MUNIZ; PASSOS, 2009).

Este antifúngico possui largo espectro de ação e efeitos tóxicos bastante reduzidos (JAHAM

et al., 2000).

O acompanhamento clínico é de fundamental importância, sendo o tempo de

tratamento, em média, de três meses, devendo manter a terapia por mais um mês após a cura

clínica das lesões (ANTUNES et al., 2009 b; CORGOZINHO et al., 2006). A resposta ao

tratamento da forma cutânea ou linfocutânea da esporotricose nas espécies em geral e no

homem é boa, sendo que nos felinos o prognóstico é reservado, pois nesta espécie a micose

pode tornar-se sistêmica e acomete o estado geral do animal, podendo levar alguns pacientes à

morte (ANTUNES et al., 2009 b).

Page 14: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

13

Para Meinerz et al. (2007), a terbinafina possui uma excelente atividade in vitro

para dermatófitos, fungos filamentosos, algumas leveduras e fungos dimórficos como

Sporothrix schenckii; os efeitos colaterais, quando aparecem, são pouco intensos e

temporários, não precisando interromper o uso da droga. Segundo Antunes e colaboradores

(2009 a), no estudo que objetivou testar a eficácia do itraconazol e da terbinafina, no

tratamento da enfermidade, o itraconazol apresentou ótima eficácia, enquanto a terbinafina

não apresentou bons resultados no tratamento da doença.

A necessidade de um tratamento antifúngico regular e prolongado e a dificuldade

na administração de medicamentos por via oral aos gatos domésticos são fatores que podem

contribuir para o baixo percentual de cura clínica da esporotricose felina (SCHUBACH,

2004).

Spader et al. (2005), citam como tratamentos alternativos a termoterapia, que deve

ser mais usada nos casos iniciais de infecção cutânea e nos casos com poucas lesões. Porém,

assim como o iodeto de potássio, a termoterapia não é efetiva para esporotricose extracutânea,

sendo de difícil aplicação nos animais domésticos.

Segundo Viana (2007), deve-se usar com cautela medicações antifúngicas em

animais gestantes e em lactação, pois podem causar teratogenicidade e diminuição da

lactação, sendo só recomendado o tratamento após o terço inicial da gestação.

1.6. Controle e Orientações

Por se tratar de uma zoonose que pode ser transmitida ao homem pelo contato

com lesões ulceradas de animais, ou arranhadura ou mordedura, é importante que o animal

seja mantido em isolamento e que se faça uso de luvas na manipulação de animais doentes até

a cura clínica. Crianças, idosos, aidéticos, diabéticos ou qualquer outro indivíduo que seja

portador de uma doença crônica, ou esteja, momentaneamente, imunossuprimido, devem

manter distância de animais infectados (ANTUNES et al., 2009 b; CRUZ, 2010).

A castração de felinos machos é indicada a fim de evitar brigas por disputas

territoriais e assim diminuir o risco de transmissão do agente (ANTUNES et al., 2009 b).

Deve-se proceder a cremação dos animais mortos com esporotricose para evitar que o fungo

Page 15: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

14

se perpetue na natureza, além da desinfecção das instalações e utensílios utilizados com

solução de hipoclorito de sódio (SCHUBACH ; SCHUBACH, 2000).

O modo de transmissão e a profilaxia da esporotricose devem ser esclarecidos aos

proprietários de animais doentes, enfermeiros, veterinários e tratadores (ANTUNES et al.,

2009 b).

Barros et al. (2010), relatam a grande dificuldade no controle da epidemia em

gatos contaminados com a doença, principalmente quando proprietários que são infectados

pelos animais temem outros casos em seu domicílio e abandonam seus gatos longe das

residências, favorecendo ainda mais a disseminação da doença. Outros sacrificam os animais,

descartando os corpos em terrenos baldios ou enterrando-os nos quintais, favorecendo o

permanecimento do fungo no meio ambiente.

Page 16: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

15

2. RELATO DE CASO

Em Março de 2012, um felino doméstico, macho, sem raça definida, com idade

aproximada de três anos, foi atendido em uma clínica veterinária na cidade de Pelotas- RS.

Durante a anamnese a proprietária relatou que ao passar as férias na Praia do

Cassino, no município de Rio Grande/RS, no final do mês de fevereiro o animal começou a

apresentar lesões de pele, que sem sucesso, já haviam sido tratadas com medicações de uso

local. Relatou também que o animal apresentava livre acesso a rua.

No exame clínico geral o animal apresentava hipertermia (temperatura retal de

40° C), desidratação moderada, apatia, perda de peso, lesões cutâneas crostosas e ulceradas,

principalmente nas regiões da face (Figura 1 e 2), pescoço, focinho e membros anteriores,

apresentando ainda secreção nasal purulenta bilateral, dificuldade respiratória e espirros.

Figura 1- Felino apresentando lesões crostosas e

ulceradas na face e na parte dorsal da cabeça no

dia do atendimento clínico.

Page 17: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

16

Figura 2- Felino apresentando lesões crostosas e

ulceradas na face no dia do atendimento, com

vista lateral.

O diagnóstico presuntivo baseado nas lesões cutâneas, na história clínica, assim

como na localização geográfica, foi de esporotricose, visto que na Praia do Cassino já foram

diagnosticados vários casos da doença.

Para confirmação da suspeita clínica foram colhidas amostras das crostas e do

exsudato das lesões e enviadas ao laboratório regional de diagnóstico, setor de micologia da

Universidade Federal de Pelotas.

O animal começou a receber medicação antifúngica antes dos resultados

laboratoriais, para que não houvesse disseminação das lesões.

Nos cultivos laboratoriais das amostras da pele do animal houve crescimento em

Agar sabouraud a 37° C de colônias de Sporothrix schenkii. As colônias apresentavam-se a

37° C na cor creme e consistência cremosa e a 25° C observou- se colônias filamentosas de

cor escura. Na micromorfologia da forma leveduriforme observou-se células ovais e

alongadas e na forma filamentosa presença de hifas finas, septadas e ramificadas com

abundantes conídeos ao longo destas. Assim, foi confirmado o diagnóstico de esporotricose.

Durante o período de tratamento do felino infectado, este retornou à clínica para o

acompanhamento da evolução do caso, onde se verificou uma melhora significativa do quadro

(Figura 3). A proprietária informou que neste período, mesmo usando luvas para fazer a

administração da medicação, conforme havia sido orientado pelo Médico Veterinário

responsável pelo caso, sofreu arranhadura no braço esquerdo. No local do arranhão formou-se

Page 18: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

17

uma ferida que apresentava-se dolorosa, edemaciada, nodular, e eritematosa e que

posteriormente veio a ulcerar e drenar um exsudato purulento (Figura 4).

Figura 3- Felino apresentando diminuição das

lesões cutâneas da região facial, após 30 dias de

tratamento com antifúngico.

Figura 4- Lesão cutânea nodular, crostosa e

ulcerada no braço esquerdo da proprietária, após

sofrer arranhadura do felino doente.

O animal foi tratado com Itraconazol na dose de 10 mg/kg a cada 24 horas,

durante um período de três meses, obtendo-se sucesso no tratamento com o desaparecimento

das lesões (Figura 5). No entanto o felino seguiu recebendo medicação por mais trinta dias

Page 19: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

18

para evitar recidivas. A proprietária foi medicada seguindo orientações médicas com Iodeto

de potássio, obtendo melhora em aproximadamente quatro semanas.

Figura 5- Felino diagnosticado com esporotricose

ao final do terceiro mês de tratamento com

itraconazol.

2.1. Discussão

Existe atualmente um aumento do contato dos animais de estimação com seus

proprietários, sendo que o felino doméstico tem ocupado um lugar de destaque como animal

de companhia. Dessa forma, crescente também é o número de casos com possível

envolvimento dermatozoonótico, que adquire importância ainda maior em indivíduos

imunocomprometidos, crianças, idosos, aidéticos, diabéticos ou qualquer outro indivíduo que

seja portador de doença crônica (BRUM et al., 2007; CRUZ, 2010).

Um dos primeiros relatos de envolvimento zoonótico foi feito por Larsson et al.,

(1989), onde descreveu um caso de esporotricose com envolvimento humano, através de

arranhadura, com transmissão do agente para o proprietário, tratador e médico veterinário. O

felino, macho, sem raça definida apresentava muitas lesões e era muito agressivo, e desta

forma, já havia contaminado outros cinco animais, e três desenvolveram a doença.

Marques et al. (1993) relatam um caso de paciente, funcionário do hospital

veterinário, infectado através de arranhadura do gato doméstico portador de esporotricose.

Page 20: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

19

Um inquérito domiciliar foi realizado junto aos proprietários do animal, o qual revelou dois

outros casos suspeitos e que posteriormente confirmaram o diagnóstico.

Nobre et al. (2002) descreveram um caso de esporotricose felina com

acometimento de três pessoas e ainda um caso de esporotricose humana a partir da

arranhadura de um gato saudável, na região sul do RS (Brasil). Durante a internação em uma

clínica veterinária, o felino arranhou e/ou mordeu o médico veterinário e dois atendentes, que

posteriormente apresentaram lesões ulcerativas nas mãos e antebraços, sendo dois casos com

comprometimento linfático. O paciente do quarto caso de esporotricose humana também

apresentava lesões no antebraço, que surgiram após ter sido arranhado por um gato saudável.

O Sporothrix schenckii foi isolado a partir das lesões dos quatro pacientes humanos.

Xavier et al. (2004) descreveram a ocorrência de esporotricose felina e a

transmissão para um atendente de clínica veterinária em Pelotas/RS, ocasionada pela

arranhadura do animal doente. A contaminação do atendente foi durante a contenção do

animal para coleta de material para diagnóstico micológico.

Cordeiro et al. (2011) descreveram a ocorrência simultânea da doença em três

membros de uma mesma família através da arranhadura por gato doméstico infectado. Dois

pacientes desenvolveram a forma cutanealinfática e um desenvolveu a forma cutânea fixa.

Devido à notificação aos órgãos públicos, realizada pelos proprietários, acerca do óbito do

animal decorrente da esporotricose, o gato foi submetido à incineração. Diante do exposto,

fica evidente que os casos de transmissão zoonótica são cada vez mais comuns, sendo

descritos com envolvimento de felinos domésticos, geralmente machos, não castrados, com

livre acesso a rua (ANTUNES et al., 2009 b).

O cultivo micológico é fundamental para a confirmação do diagnóstico. O

isolamento e a identificação do Sporothrix schenckii devem ser feitos em meios seletivos e

levam 15 dias para caracterização do dimorfismo do agente e avaliação das colônias

(ANTUNES et al., 2009 b; CRUZ, 2010 ).

A esporotricose é uma zoonose com risco de transmissão para veterinários e

auxiliares, durante o atendimento clínico, portanto os veterinários atuantes nas regiões

endêmicas devem estar bem informados sobre a doença, as formas de transmissão,

diagnóstico e medidas de prevenção, de maneira a diminuir os riscos de contágio, tratar

adequadamente o animal e informar adequadamente a sua equipe e o proprietário, além de

evitar a contaminação ambiental (SILVA et al., 2012).

Page 21: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

20

Outro fato que concorda com o relato, é que os felinos domésticos apresentam

maior potencial zoonótico do que os cães devido à grande quantidade de organismos fúngicos

observados nas lesões e por carrearem o agente nas unhas; além disso, esses animais saem à

noite em busca de caça e em função de rituais reprodutivos e acabam por colocar-se em brigas

nas quais são arranhados e mordidos facilitando a disseminação da doença (ANTUNES et al.,

2009 b; CRUZ, 2010; TABOADA, 2000).

Page 22: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A esporotricose é uma zoonose de grande importância, que vem apresentando

maior destaque nos últimos anos, devido ao alto índice de transmissão para humanos,

ocasionada principalmente pela arranhadura e mordedura de felinos domésticos. Através deste

relato de caso com transmissão para humanos é possível observar o quanto é importante um

diagnóstico rápido e preciso da doença, para se instituir medidas terapêuticas e profiláticas

adequadas. A orientação do Médico Veterinário para proprietários de animais infectados é

extremamente importante para que sejam minimizados os riscos de contaminações, uma vez

que o tratamento da esporotricose é longo e muitas vezes deve ser continuado além da cura

clínica para evitar recidivas.

Page 23: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

22

REFERÊNCIAS

AIELO, S.E. Manual Merck de Veterinária. 8. ed. São Paulo: Roca 2001. p. 307, 308, 447,

448, 855-857, 864, 925, 926.

ANDRADE, S.F. Manual de Terapêutica Veterinária. 2. ed. São Paulo: Roca, 2002. p. 314,

468, 597, 598.

ANTUNES. T. A et. al. Esporotricose cutânea experimental: Avaliação in vitro do itraconazol

e terbinafina. Rev. da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 42, n 6, p.

706-710, nov./dez. 2009 a.

ANTUNES, T. A. et.al. Micologia Veterinária. In: MEIRELES, M. C.A; NASCENTE, P. S,

1. ed., Pelotas: Editora e Gráfica Universidade, 2009 b. p.109-121.

BARROS, M.B.L, SCHUBACH, T.P; COLL J.O, GREMIÃO, I.D, WANKE, B;

SCHUBACH, A. Esporotricose: A evolução e os desafios de uma epidemia. Rev. Panam

Salud Publica. v.27, n 6, p.455-460, 2010.

BRUM, L. C. et al. Principais dermatoses zoonóticas de cães e gatos. Rev. Clínica

Veterinária, ano XII, n. 69, p.29-46, jul./ago. 2007.

COMPERTZ, O. F. et al. Micologia especial e clínica – Micoses subcutâneas. In:

TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. (Org). Microbiologia. 4.ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

p.481-486.

CORDEIRO, F. N. et al.Ocorrência familiar de esporotricose zoonótica. An Bras Dermatol.

v. 86, n.4, sup.1, p. 121-124, 2011.

CORGOZINHO, K. B., et. al. Um caso atípico de esporotricose felina. Acta Scientiae

Veterinariae. 34: 167-170, 2006.

CRUZ, L. C, H. Micologia Veterinária. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2010.

Pag.143- 150.

GRAM, D.; RHODES, K. H. Esporotricose. In: Consulta Veterinária em 5 minutos. 1a ed.

Brasileira, São Paulo: Manole, 2003. p. 1210.

HEIDRICH, D. et.al. Identificação Fenotípica do Complexo Sporothrix. Resumo publicado

em evento. Contido em: Salão de Iniciação Científica. UFRGS. Porto Alegre, 2009.

Page 24: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

23

JAHAM, C.; PARADIS, M.; PAPICH, M.G. Antifungical Dermatologic Agents; Azoles and

Allylamines. Compendium, v.22, n.6, 2000. p. 548-558.

JONES T.C; HUNT R.D; KING N.W. Patologia Veterinária. 6. ed. São Paulo: Manole,

2000 p. 320-323, 537, 538, 1349.

KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. Sporotrichosis. In: JOHN WILLARD RIPPON,

Medical mycology. Philadelphia: Lea & Fibeger, 1992. p.707-729.

LACAZ, C.S. et. al. Esporotricose e outras micoses gomosas. In: Micologia médica. São

Paulo: Sarvier, 1991. p. 233-247.

LARSSON, C. E.; GONÇALVES, M. A.; V. C.; DAGLI, M. L. Z.; CORREA, B.; FAVA

NET, C. Esporotricose Felina: Aspecto Clínico e Zoonótico. Revista Instituto Medicina

Tropical, São Paulo, v. 31 , n. 5, 1989. p. 351-358.

LARSSON, C. E. Esporotricose. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., Sao Paulo, v. 48, n. 3, p. 250-

259, 2011.

MADRID, I. M. et. al. Esporotricose canina: Relato de três casos. Acta Scientiae

Veterinariae. v. 35, n.1, p.105-108, 2007.

MARQUES, S, A. et. al. Esporotricose do Gato Doméstico (felis catus): Transmissão

Humana. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo,v. 35,n.4, p.327-330, jul- ago 1993.

MEINERZ, A. R. M.; NASCENTE, P. S.; SCHUCH, L. F. D.; CLEFF, M. B.; SANTIN, R.;

BRUM, C. S.; NOBRE, M. O.; MEIRELES, M. C. A.; MELLO, J. R. B. Suscetibilidade in

vitro de isolados de Sporothrix schenckii frente à terbinafina e itraconazol. / In vitro

susceptibility of isolates of Sporothrix schenckii to terbinafine and itraconazole. Rev. da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 40, n. 1, pág. 60-2, jan.-fev. 2007.

MUNIZ, A. S.; PASSOS, J. P.; Esporotricose Humana: conhecendo e cuidando em

enfermagem. Rev. Enfermagem, UERJ; Rio de Janeiro; abr/jun. 2009.

NOBRE, M. O. et. al. Esporotricose zoonótica na Região Sul do Rio Grande do Sul (Brasil)

e Revisão de Literatura Brasileira. Rev. da Sociedade Brasileira de Ciência Veterinária.,

v.9, n.1, p. 36-41. jan-abr. 2002.

SCHUBACH, T. M.P; SCHUBACH, A. O. Esporotricose em Cães e Gatos. Rev. Clínica

Veterinária, v. 29, n. 5, 2000.

Page 25: Envolvimento Zoonótico com Sporothrix schenckii · Aos meus queridos Napoleão, ... Palavras-chave: Esporotricose, ... adultos saem durante a noite em busca de caça ou em função

24

SCHUBACH, T.M. Estudo clínico, laboratorial e epidemiológico da esporotricose felina na

região metropolitana do Rio de Janeiro. 66p. Rio de Janeiro, RJ. Tese (Doutorado em

Biologia Parasitária). Curso de Pós-graduação em Biologia Parasitária, Instituto Oswaldo

Cruz, 2004.

SILVA et al. Esporotricose zoonótica: procedimentos de biossegurança. Acta Scientiae

Veterinariae. v.40, n.4, p.1067, 2012.

SOUZA, L. L. et. al. Isolation of Sporothrix schenchii From The Nails Of Healphy Cats.

Brazilian Journal of microbiology. Porto Alegre. n 36. Pag. 372-374. Out 2004.

SPADER. M B. et al. Esporotricose Felina: Relato de um Caso.CIC, UFPel, 2005.

TABOADA, J. Tratado de Medicina Interna, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p.

489-499.

VIANA, F. A. B. Guia Terapêutico Veterinário. 2. ed. Minas Gerais, Gráfica e editora

CEM, 2007, p.. 86, 87, 201, 206, 207.

XAVIER, M. O. et al Esporotricose Felina com Envolvimento Humano na Cidade de

Pelotas,RS, Brasil. Rev. Ciência Rural. Santa Maria, v.34, n.6, p.1961-1963, nov.-dez. 2004.