entrevista paulo correia

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G e r a ç õ e s d e E n s i n o P ro f s s i o n a l O FUTURO PROJETAR AGÊNCIA NACIONAL PARA A QUALIFICAÇÃO E O ENSINO PROFISSIONAL, I.P. AN EP

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Revista ANQEP

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Page 1: Entrevista Paulo Correia

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AGÊNCIA NACIONALPARA A QUALIFICAÇÃO E O ENSINO PROFISSIONAL, I.P.

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Paulo Correia tem 30 anos, habita em Freamunde, em Paços de Ferreira, e caracteriza-se por viver numa “roda vida” entre diferentes negócios. Nesta sua azáfama, e considerando tantas atividades, as 24 horas do dia parecem insufcientes. O seu ritmo denota o facto de ser considerado um empresário de sucesso.

Para aqui chegar muito contribuiu o Curso Profssional de Organização e Gestão de Empresas que frequentou na Escola Profssional Proftecla. Como tal refere: “Se conseguia fazer o que fiz, sem o curso profissional? Se calhar conseguia mas não era a mesma coisa! Se calhar não tinha a mesma maneira de pensar, se calhar não conseguia ter o raciocínio tão rápido como tenho para certas coisas”.

A receita para se fazer bons negócios é, segundo Paulo Correia, “jogar-se muito xadrez”. Ou seja, “hoje mete-se uma peça mas só daqui a 3/4 jogadas é que vamos conseguir utilizá-la”. Seguindo esta analogia, na sua opinião quer o curso profssional quer depois o curso superior o ajudaram a “conseguir aprender a fazer isso”.

O gosto pelo mundo dos negócios já vem desde pequenino. Com 5/6 seis anos, “gostava de ser rico”, pois para uma criança como Paulo Correia ser rico era “estar ligado às empresas”. Aos 12 anos tentava influenciar o irmão mais velho a criar empresas porque pensava que para o poder fazer tinha de ter 18 anos. O pensamento de Paulo Correia era simples: “criar alguma coisa! Não sabia se ia fazer parafusos, se ia fazer pregos ou se ia prestar serviços!”. O certo é que “tinha aquela visão que o importante era criar a empresa seja do que fosse que aquilo ia dar dinheiro”. Passados alguns anos, e já com uma vasta experiência profssional, conclui que “já sei que ser-se empresário não é ser-se rico, é ter-se mais problemas, ou seja, é ser-se rico em problemas, mas não a nível financeiro!”.

“Se conseguia fazer o que fiz, sem o curso profissional? Se calhar conseguia mas não era a mesma coisa!”, refere Paulo Correia,

plagiando o slogan de uma campanha de publicidade de uma conhecida marca de telecomunicações. Depois do Curso Profissional de Organização e Gestão

de Empresas e de um curso superior na mesma área é hoje considerado um empresário de sucesso.

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Um sonho: ser empresário!

O sonho de ser empresário fez com que aos 15 anos quisesse enveredar por um curso profssional na área de gestão. “Na altura pensei, e hoje continuo a pensar da mesma forma, que estaria melhor preparado para poder ingressar no mundo do trabalho se fosse para um curso profissional”.

Disciplinas como Contabilidade, Contabilidade Analítica, Marketing, Gestão e Gestão Financeira foram, na opinião de Paulo Correia, “importantíssimas” e não existiam noutro curso. As mesmas foram o core business do seu curso, assim como o serão de um curso de gestão dos dias de hoje, e fazem mais sentido do que outras de carácter geral: “Se vou estar mais bem preparado para o mercado de trabalho e para fazer um curso superior, por que é que hei de estar a estudar aquilo que não interessa a ninguém?”, questiona. Assim, se tivesse podido fazer algumas alterações no currículo do seu curso apenas teria introduzido um módulo relacionado com o empreendedorismo. Nesse módulo, proporia a existência de “4/5 dias, nos quais se levasse os alunos a uma associação empresarial, lhes explicasse como é que se faz certas coisas”. Poder-se-ia igualmente “levá-los até uma conservatória do registo comercial e ensiná-los a constituir uma sociedade” e ainda “levá-los até uma repartição de finanças e da segurança social”.

Outra vantagem do ensino profssional, no entendi-mento de Paulo Correia, prende-se com a sua orga-nização em módulos. Afnal, “tudo o que é dividido acaba por ser mais fácil e nós conseguimos cumprir”.

Assim, numa perspetiva geral, Paulo Correia considera que o Curso Profssional de Organização e Gestão de Empresas “cumpriu as expectativas, quase poderia dizer que as superou, pelo menos naquela escola”.

Uma vida agitada

Já depois de concluir o curso profssional e antes de seguir pela via empresarial, Paulo Correia decidiu fazer um curso superior de gestão de empresas no Porto. E como a vida não se prende só aos estudos, foi conciliando os tempos de estudante com múltiplas outras atividades, tais como “vice-presidente da Associação Académica da Universidade Fernando Pessoa; vice-presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, na Faculdade Fernando Pessoa”. Além disso, “estive na tuna académica, passei por essas panóplias todas”. Do mesmo modo, ainda teve tempo para integrar o programa Erasmus, através do qual foi para Jaén, em Espanha. Esta experiência foi também “muito importante” para Paulo Correia, pois quando estava prestes a terminar o programa Erasmus foi convidado a trabalhar num banco. “Ainda estive lá cerca de um mês e meio” mas o coração bateu mais forte e pensou: “A minha vida é Portugal e eu gosto muito do meu país, gosto muito dos portugueses. Acredito muito no povo português”. Como tal, decidiu regressar.

Atualmente, o dia a dia de trabalho de Paulo Correia tem hora precisa para iniciar mas não tem hora para terminar. “Levanto-me todos os dias às oito e um minuto e dificilmente me deito antes das duas”. Consegue manter cerca “de vinte postos de trabalho diretos e cerca de cinquenta indiretos”. A organização do seu negócio exige uma liderança democrática, com responsabilidades partilhadas com os seus colaboradores, uma vez que abarca várias áreas. Existe uma empresa mãe “que gere participações sociais de outras empresas. Tem também uma parte ligada à construção, à imobiliária e ao setor turístico e será por aí que pretendemos diversificar as nossas áreas de negócios”, afrma. A área do turismo comporta uma empresa designada Viagens 360 que, neste momento, conta, em sistema de parceria, com nove balcões abertos em Portugal e com um online, marcando presença em “cerca de sete distritos do país”.

Para o futuro são muitas as ideias e as perspetivas de negócio que Paulo Correia vê sempre como hipóteses de crescimento pessoal e profssional. Conforme refere, em forma de conclusão, “gosto de trabalhar, sou casado com o trabalho!”.