entrevista líderes na internacionalização · plmj. entre os vários prémios, desta-que para um...

11
NEWS SEXTA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2010 PME ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DOS JORNAIS OJE, O MIRANTE E VIDA ECONÓMICA Opinião A AGENDA DIGITAL 2015 E AS PME P á g . V AS EMPRESAS demoram demasiado tempo a reagir ao não pagamento das suas facturas. Por toda a Europa é as- sim, mas, em Portugal, “a situação as- sume proporções alarmantes”, conclui o Índice de Pagamentos Europeus (EPI) 2010, da consultora Intrum Justitia. Com efeito, cerca de 30% das empresas portuguesas inquiridas esperam, em média, 159 dias antes de enviar os cré- ditos para uma empresa de gestão e re- cuperação de crédito. De forma geral, em toda a Europa au- mentou a percentagem de incobráveis, que passou de 2%, em 2008, para 2,4%, em 2009. Actualmente, situa-se nos 2,6%. Em Portugal, as facturas incobrá- veis aumentaram de 2,7% para 2,8%. “Estes valores, podendo não parecer muito significativos à primeira vista, implicam um grande esforço adicional a ser efectuado nas vendas para com- pensar as perdas resultantes do crédito malparado, bem como desviar o foco 159 DIAS À ESPERA DE PAGAMENTO das vendas para a recuperação dos valo- res em dívida”. Entre os empresários acredita-se, no entanto, que o pior ainda poderá estar para vir. Segundo o estudo, mais de me- tade dos inquiridos em Portugal (55%) acreditam que os riscos de pagamentos com atraso irão aumentar ainda mais du- rante os próximos 12 meses. Entre as razões apontadas para o atra- so dos pagamentos, 91% dos inquiridos dizem receber os “pagamentos mais tar- de porque os devedores estão a enfrentar dificuldades financeiras devido à reces- são, o que resulta numa redução das ven- das, menor liquidez e pagamento de ju- ros Adicionais”. Ainda segundo o estudo, “devido à recessão, 45% dos inquiridos afirmam estar menos confiantes na ob- tenção de apoio financeiro necessário por parte dos bancos para o desenvolvi- mento dos seus negócios”. A Intrum Justitia é a maior consultora europeia de serviços de gestão de crédi- tos e cobranças. Luís Salvaterra é o direc- tor-geral da Intrum Justitia Portugal. Barclays premeia empresas líderes na internacionalização O PRAZO para as candidaturas ao Pré- mio Barclays Líderes de Internacionali- zação termina em 30 de Abril de 2011. O prémio pretende distinguir a em- presa portuguesa que “mais se destaca na internacionalização” através da “excelência dos seus resultados”, ser- vindo de “exemplo e de estímulo” para que outras arrisquem em negócios no plano internacional. Até à data fixada para a recepção de candidaturas, o Barclays vai promover conferências em várias cidades do País, com o objectivo de “divulgar as boas práticas em domínios fundamentais do processo de internacionalização, para que possam servir de estímulo e de exemplo para as empresas”. O prémio é patrocinado pela Baker Tilly, EGE – Atlantic Business School (Universidade Católica do Porto), Ogil- vy Action e sociedade de advogados PLMJ. Entre os vários prémios, desta- que para um MBA Internacional que será atribuído pela EGE à vencedora. “A empresa decidirá qual dos seus quadros irá beneficiar da formação que pretende desenvolver aptidões de gestão em contexto internacional, con- tribuindo como motor de sucesso para a expansão do negócio”, destaca a EGE em comunicado. O MBA Internacional, lançado em 2005, é um programa de formação pa- ra gestores e executivos promovido pe- la EGE-Atlantic Business School, em parceria com a ESADE Business School, com o objectivo de “servir as empresas de know-how para uma efec- tiva modernização e internacionaliza- ção empresarial”. O MBA Internacional contempla duas missões internacionais: na Uni- versidade Pontifícia de São Paulo, no Brasil, e na ESADE - Business School de Barcelona, em Espanha, promovendo o contacto com as realidades universitá- rias, económicas e empresariais de dois destinos naturais para a interna- cionalização das nossas empresas. INCUMPRIMENTO PRÉMIO P A U L O Araújo, administrador da Polisport, empresa que produz acessórios para bicicletas e motas, distinguida este ano pela COTEC. O prémio contempla uma PME que se destaque a partir da economia nacional pela sua atitude e actividade inovadoras. Foto/DR PRÉMIO: Polisport vence PME Inovação COTEC – BPI PORTUGAL: QUE FUTURO? Luís Campos e Cunha diz, em depoimento, que a forma como vamos sair da nossa crise é determi- nante para qualquer cenário a 5 anos. P á g . I I I WEDUC Dois gestores do ISEG desenharam uma plata- forma inovadora para um modelo de rede social dedicado à educação. O passo seguinte é a inter- nacionalização P á g . V I I I ENTREVISTA O presidente da AIP-CE explica o funcionamento, os montantes e as condições de eligibilidade do e-PME, o programa que quer pôr 1000 empresas na economia digital P á g s . V I e V I I PUB Jorge Rocha de Matos

Upload: ngokhanh

Post on 16-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

NEWSSEXTA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2010

PMEESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DOS JORNAIS OJE, O MIRANTE E VIDA ECONÓMICA

OpiniãoA AGENDADIGITAL 2015 E AS PME Pág. V

AS EMPRESAS demoram demasiadotempo a reagir ao não pagamento dassuas facturas. Por toda a Europa é as-sim, mas, em Portugal, “a situação as-sume proporções alarmantes”, concluio Índice de Pagamentos Europeus (EPI)2010, da consultora Intrum Justitia.Com efeito, cerca de 30% das empresasportuguesas inquiridas esperam, emmédia, 159 dias antes de enviar os cré-ditos para uma empresa de gestão e re-cuperação de crédito.

De forma geral, em toda a Europa au-mentou a percentagem de incobráveis,que passou de 2%, em 2008, para 2,4%,em 2009. Actualmente, situa-se nos2,6%. Em Portugal, as facturas incobrá-veis aumentaram de 2,7% para 2,8%.“Estes valores, podendo não parecermuito significativos à primeira vista,implicam um grande esforço adicionala ser efectuado nas vendas para com-pensar as perdas resultantes do créditomalparado, bem como desviar o foco

159 DIAS ÀESPERA DEPAGAMENTO

das vendas para a recuperação dos valo-res em dívida”.

Entre os empresários acredita-se, noentanto, que o pior ainda poderá estarpara vir. Segundo o estudo, mais de me-tade dos inquiridos em Portugal (55%)acreditam que os riscos de pagamentoscom atraso irão aumentar ainda mais du-rante os próximos 12 meses.

Entre as razões apontadas para o atra-so dos pagamentos, 91% dos inquiridosdizem receber os “pagamentos mais tar-de porque os devedores estão a enfrentardificuldades financeiras devido à reces-são, o que resulta numa redução das ven-das, menor liquidez e pagamento de ju-ros Adicionais”. Ainda segundo o estudo,“devido à recessão, 45% dos inquiridosafirmam estar menos confiantes na ob-tenção de apoio financeiro necessáriopor parte dos bancos para o desenvolvi-mento dos seus negócios”.

A Intrum Justitia é a maior consultoraeuropeia de serviços de gestão de crédi-tos e cobranças. Luís Salvaterra é o direc-tor-geral da Intrum Justitia Portugal.

Barclays premeia empresaslíderes na internacionalizaçãoO PRAZO para as candidaturas ao Pré-mio Barclays Líderes de Internacionali-zação termina em 30 de Abril de 2011.

O prémio pretende distinguir a em-presa portuguesa que “mais se destacana internacionalização” através da“excelência dos seus resultados”, ser-vindo de “exemplo e de estímulo” paraque outras arrisquem em negócios noplano internacional.

Até à data fixada para a recepção de

candidaturas, o Barclays vai promoverconferências em várias cidades do País,com o objectivo de “divulgar as boaspráticas em domínios fundamentaisdo processo de internacionalização,para que possam servir de estímulo ede exemplo para as empresas”.

O prémio é patrocinado pela BakerTilly, EGE – Atlantic Business School(Universidade Católica do Porto), Ogil-vy Action e sociedade de advogadosPLMJ. Entre os vários prémios, desta-que para um MBA Internacional que

será atribuído pela EGE à vencedora. “A empresa decidirá qual dos seus

quadros irá beneficiar da formaçãoque pretende desenvolver aptidões degestão em contexto internacional, con-tribuindo como motor de sucesso paraa expansão do negócio”, destaca a EGEem comunicado.

O MBA Internacional, lançado em2005, é um programa de formação pa-ra gestores e executivos promovido pe-la EGE-Atlantic Business School, emparceria com a ESADE Business

School, com o objectivo de “servir asempresas de know-how para uma efec-tiva modernização e internacionaliza-ção empresarial”.

O MBA Internacional contempladuas missões internacionais: na Uni-versidade Pontifícia de São Paulo, noBrasil, e na ESADE - Business School deBarcelona, em Espanha, promovendo ocontacto com as realidades universitá-rias, económicas e empresariais dedois destinos naturais para a interna-cionalização das nossas empresas.

INCUMPRIMENTO

PRÉMIO

PAULO Araújo, administrador da Polisport, empresa que produz acessórios para bicicletase motas, distinguida este ano pela COTEC. O prémio contempla uma PME que se destaquea partir da economia nacional pela sua atitude e actividade inovadoras. Foto/DR

PRÉMIO: Polisport vence PME Inovação COTEC – BPI

PORTUGAL:QUE FUTURO?Luís Campos e Cunha diz,em depoimento, que aforma como vamos sairda nossa crise é determi-nante para qualquercenário a 5 anos. Pág. III

WEDUCDois gestores do ISEGdesenharam uma plata-forma inovadora paraum modelo de rede socialdedicado à educação. Opasso seguinte é a inter-nacionalização Pág. VIII

ENTREVISTA

O presidente da AIP-CEexplica o funcionamento,os montantes e as condições de eligibilidade do e-PME, o programa que querpôr 1000 empresas na economia digital

Págs. VI e VII

PUB

Jorge Rochade Matos

NOTÍCIASII SEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

O Suplemento faz parte integrante dos jornais OJE, O Mirante e Vida Económica

DirectorLuís Pimenta

Chefe de RedacçãoJoão Bugalho

RedacçãoAlmerinda Romeira

e Vítor Norinha

ArteMarta SimõesPaulo Parente

FotografiaVictor Machado

Director Comercial João Pereira - 217 922 088

[email protected]

Gestores de ContasAlexandra Pinto - 217922096

Isabel Silva - 217 922 094 Maria Tavares de Almeida - 217 922 091

Tiago Loureiro - 217 922 095

Tiragem Total81 000 exemplares

Ficha Técnica

O GRUPO Euro-Funding, consultorespecializado em financiamento, a-lertou, em comunicado, para a ur-gência de sensibilizar PME e empre-endedores “para a necessidade deajuda especializada na obtenção dosbenefícios fiscais a que têm direito,de forma fiscalmente segura”.

As PME nacionais, salienta o Euro-Funding, “sentem as consequênciasda crise financeira e da economiaglobal”, contudo, “a grande maioriaainda desconhece como ter acessoaos diferentes benefícios fiscais dis-ponibilizados e aprovados no Orça-mento de Estado”.

No trabalho de consultoria finan-ceira, o grupo Euro-Funding identifi-

ca, entre as principais dificuldadessentidas pelas PME nacionais: a“identificação” das actividades fis-cais dedutíveis em I&D, a “quantifi-cação” das despesas e investimentosinerentes aos seus projectos, a elabo-ração de relatórios técnicos, econó-micos e fiscais, bem como a “forma-lização” de candidaturas a benefí-cios fiscais.José Horta e Costa, country managerdo grupo Euro-Funding em Portugal,esclarece que, “como forma de in-centivar as PME nacionais, o gover-no voltou a incluir, no novo Orça-mento de Estado, o SIFIDE II para osperíodos de tributação entre 2011 e2015 e que, em termos gerais, obe-dece às condições já existentes para2010.”

ATÉ 15 DE Dezembro, estão abertasas candidaturas para a 2.ª edição dapós-graduação em Inovação e Em-preendedorismo em Turismo, lança-da pela DNA Cascais em colaboraçãocom a Escola Superior de Hotelaria eTurismo do Estoril, que visa promo-ver o aparecimento de vocações em-presariais e desenvolver competênci-as nas áreas da criatividade, inova-

ção e empreendedorismo no sector. O curso, segundo informa a DNA,“destina-se a diplomados interessa-dos em criar o seu próprio negóciodentro do “cluster” do turismo, a li-cenciados que pretendem adquirircompetências em Gestão da Inova-ção e do Empreendedorismo e a po-tenciais e actuais empreendedoresinscritos na DNA Cascais.

A Agência tem uma incubadoravirtual de negócios e o primeiro clas-

sificado da pós-graduação terá direi-to a um ano gratuito no regime deincubação virtual. A DNA explicatambém que, em relação ao finan-ciamento dos projectos, “poderá ain-da apoiar todos os empreendedoresna obtenção de capital, aproveitandoo seu Ecossistema Empreendedor e asua rede de contactos público-priva-dos”. Os alunos terão acesso gratuitoà 2.ª edição das Conferências do Es-toril, em Maio de 2011.

DNA promove turismoCURSO

A IBM anunciou o lançamento deum programa competitivo designa-do “Desafio Cidades Inteligentes”,que vai premiar com 50 milhões dedólares (37 milhões de euros ao câm-bio actual) em tecnologia e serviços100 municípios de todo o mundo.

O valor aproximado de cada “De-safio Cidades Inteligentes” equivalea 400 mil dólares (295 mil euros).

Poderá candidatar-se a este pro-grama qualquer cidade em qualquerparte do mundo, o que inclui qual-quer cidade portuguesa, desde queobedecendo aos critérios pré-estabe-lecidos.

De acordo com o regulamento, ascandidaturas são recebidas anual-mente, sendo que o primeiro cicloencerra a 31 de Dezembro de 2010.

“Os municípios serão selecciona-dos em função de um determinadonúmero de critérios, incluindo a ca-pacidade de articular claramente en-tre dois e quatro assuntos estratégi-cos em que se possa agir”, explica a

IBM em comunicado, adiantandoque será igualmente “considerado ohistórico da cidade na resolução deproblemas inovadores, o seu com-promisso com a utilização de tecno-logia e informação aberta”.

A empresa informa ainda que, nospróximos três anos, enviará especia-listas de topo para as cidades que“mostraram ser as mais indicadas”para participar no Desafio. Os con-sultores da IBM mergulharão, então,nos assuntos locais envolvendo a ad-ministração de saúde, educação,transportes, comunicações, seguran-ça, sustentabilidade, gestão de orça-mento e utilities.

Estes especialistas ajudarão “osmunicípios a analisar e a priorizar assuas necessidades, a rever forças efraquezas e a aprender com as estra-tégias bem sucedidas utilizadas poroutras cidades”.

Para assegurar o sucesso do Desa-fio Smarter Cities, a IBM está a levara cabo projectos piloto em algumascidades dos EUA, como Baltimore eAustin.

IBM investe 37 milhões de euros em 100 cidades

COMPETITIVIDADE

A CÂMARA Municipal de Portimãoassinou um protocolo com o BES naárea do microcrédito que visa impul-sionar a criação de auto-emprego.Esta ferramenta destina-se, em espe-cial, a desempregados, pessoas emsituação de trabalho precário, novosresidentes e emigrantes que, por ra-zões financeiras particulares, nãotêm acesso às linhas de crédito con-vencionais.

“Quem tiver uma boa ideia de ne-gócio e espírito empreendedor, passaa ter possibilidade de encontrar a-poio financeiro que poderá ir dos250 aos 12 500 euros, com spreadsbaixos e taxas de juro e outras condi-ções bastante atractivas”, salienta omunicípio em comunicado.

Portimão adereao microcréditodo BES

EMPREENDEDORISMO

Euro-Fundingalerta para faltade apoio a PME

EM PORTUGAL, são perto de 40 asempresas que trabalham com aAgência Espacial Europeia (ESA) edesenvolvem projectos de carácterespacial, quer ao nível da componen-te de investigação e ensino superior,quer ao nível do tecido empresarial,revelou Eurico Neves, CEO da Inova-mais e co-fundador do Clubinov, noEncontro de Transferência de Tecno-logia, que assinalou, na AEP, os 10anos da ESA em Portugal.

Com a próxima integração do te-ma do espaço no 7.º Programa Qua-dro europeu, as empresas terão ain-da a possibilidade de reforçar a apos-ta nesta área de negócio, que temcontribuído com um volume de ne-gócios significativo para a economianacional, acrescentou o gestor doClubinov.

Cooperação com ESA envolve40 entidades

AEROESPACIAL

CENTENAS de oportunidades de ne-gócio, inúmeras possibilidades denetworking e diversificadas formasde aprendizagem, consultoria e apoiosão o balanço da 13.ª Feira do Empre-endedor, promovida pela ANJE.

Ao networking, um dos pontosfortes do certame, somou-se uma ex-posição multi-sectiorial e duas mos-tras dedicadas às novas tecnologia eàs empresas sustentáveis e um ciclode 21 conferências práticas.

Oportunidades denegócio na feirado empreendedor

BALANÇO

O MILLENNIUM bcp anunciou o lan-çamento de dois serviços de apoio apagamentos para empresas: o Paga-mento de Documentos Únicos de Co-brança por Lote e o Pagamento deServiços Multibanco por Lote.

“Os novos serviços possibilitam àsempresas o envio de um único fi-cheiro com múltiplas instruções, emalternativa ao pagamento indivi-dual, permitindo ainda agendar ospagamentos para uma data futura”,diz o banco. Os serviços estão dispo-níveis em upload de ficheiro e cons-trução interactiva de lote no portal.

BCP cria serviços de apoio a pagamentos

PME

FISCALIDADE

A MULTILEM, empresa portuguesa de concepção, produção e montagem de stands, venceu o prémio de melhor stand na World TradeMarket. O certame integrou a participação de 187 países, entre os quais o nosso através do Turismo de Portugal, e mais de 5 milexpositores. A Mutilem foi criada em 1986 e conta com 55 colaboradores. Foto/DR

TURISMO: Multilem conquista prémio na World Trade Market

OS SOLICITADORES lançaram umacampanha de suporte ao Balcão Úni-co, um “conceito inovador”, atravésdo qual o cidadão pode agora criaruma empresa ou certificar fotocó-pias e traduções, reconhecer assina-turas, autenticar documentos, oucomprar e vender uma casa.

“Actos que eram antes da compe-tência exclusiva da AdministraçãoPública e de outras entidade, como acompra e venda de imóveis, hipote-ca, contratos promessa, liquidaçãode impostos e reconhecimento de as-sinaturas, entre outros, passam ago-ra a poder ser praticados no BalcãoÚnico do Solicitador, de uma formapersonalizada e sem custos desne-cessários”, explica em comunicado aCâmara dos Solicitadores.

António Cardoso, vogal do Conse-lho Geral da Câmara, salienta que osolicitador “é, desde há muito, o pro-tagonista natural deste conceito”,tendo em conta que “já actuava nafase pré contratual e pós contratual”e que “agora actua na própria for-malização do contrato, o que lheconfere uma competência transver-sal nesta área de actuação”.

Balcão Únicocentralizaserviços

SOLICITADORES

ACTUALIDADE IIISEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

É difícil de captar a atenção quan-do discutimos o futuro de Portu-gal. Toda a atenção está concen-trada no curto prazo: qual a taxa

que abriu hoje?, será que o leilão de ama-nhã vai correr bem?, o encontro do G-20,tem alguma coisa para nós?

De facto, prestar atenção ao amanhã émuito importante para o futuro maislongínquo do nosso País. A forma comovamos sair da nossa crise é determinantepara qualquer cenário a cinco anos. Otempo que demorarem os nossos credo-res a voltar a acreditar em nós é crucialpara o que se vai passar nos próximosanos. Se os recursos dos fundos UE-FMIsão utilizados será uma história futurabem diferente do que se tal não for ne-cessário, por exemplo.

Admitindo que o futuro próximo —digamos, os próximos 12 meses— vaicorrer bem, voltaremos a crescimentospositivos, ainda que anémicos. Os facto-res mais dinamizadores serão necessaria-mente o exportador e, até certo ponto, oconcorrente das importações. O que sig-nifica que os sectores mais dinâmicosnos próximos cinco anos serão a indús-tria, o turismo e a agricultura.

Por outro lado, como a procura inter-na vai estar muito deprimida para ospróximos anos, sectores do comércio aretalho, nomeadamente, de bens dura-douros vão passar um período muito di-fícil. Outro sector que em geral vai estarmuito deprimido será o da construção —obras públicas e habitação— e da pro-moção imobiliária. A única excepçãopoderá ser a habitação de luxo viradapara o mercado externo; basicamente,condomínios de férias de gama alta. Mas

este não será suficiente para alterar opessimismo com que vejo o futuro sectora médio prazo.

Para além das exportações, numasegunda fase e admitindo que tudo correpelo melhor, o investimento irá muitolentamente retomar. Pelo que os sectoresfornecedores necessários ao investimen-to passarão de uma posição muito difícilnos próximos dois anos para um certoalivio a médio prazo.

A evolução económica estará muitocondicionada politicamente. Quanto aosresultados das presidenciais a únicadúvida para os observadores é saber comque resultados Cavaco Silva vai ganhar.Mas a possibilidade, com probabilidademuito alta, de haver eleições parlamen-tares antecipadas cria em si um elemen-to de incerteza, nomeadamente, quantoà possibilidade de haver governo de mai-oria estável. Em alternativa há apenas ocenário de um governo de bloco centralsem eleições. As probabilidades são pe-quenas mas é um cenário que não pode-mos por de lado, face às dificuldades doPaís.

Com a fragilidade financeira (e econó-mica) que atravessamos, estes aspectospolíticos serão sempre relevantes para onosso futuro a cinco anos. A credibilida-de externa de Portugal e do seu Governoé insustentavelmente má; e isso tem ne-cessariamente de se alterar para que aeconomia possa ter desempenhos razoá-veis, uma vez que excepcionais nuncaserão.

Espero (e desejo) o melhor para Portu-gal a cinco anos, mas claro que ainda es-tamos a tempo de tudo correr muitomal. Veremos até finais de 2011.

OS RESÍDUOS de gorduras animais são maté-rias-primas “muito interessantes” para a produ-ção de biodisel, concluiu uma equipa de inves-tigadores portugueses, liderada pela Faculdadede Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Lançado em Março de 2009, o projectoFatValue, financiado pela Agência de Inovação,no âmbito do Programa “SI IDT – Sistema de In-centivos de I&DT, envolveu a participação dos

professores da FEUP, Manuel Fonseca Almeida,Conceição Alvim Ferraz, José Domingos Santos,Maria Ascensão Lopes e José Ferreira Duarte, daprofessora Maria Madalena Alves da Universi-dade do Minho e da empresa Irmãos MonteiroS.A. (Ílhavo) entidade promotora.

Os resultados da investigação mostram solu-ções alternativas no que diz respeito à valoriza-ção dos resíduos das carnes que diariamente

são produzidos na indústria, salienta a FEUP.Outros passos são agora necessários dar. Con-ceição Alvim Ferraz, professora da FEUP envol-vida no projecto, explicou ao “PME NEWS” que“falta ainda fazer o estudo económico, que de-terminará em que moldes deverá ser feita aprodução; só depois disso a empresa (IrmãosMonteiro) decidirá sobre a aplicação do estudodesenvolvido”.

A FEUP adiantou ao PME NEWS que o projec-to FatValue permitiu o desenvolvimento deuma unidade laboratorial de produção de bio-diesel, assim como uma instalação piloto comcapacidade até 500 L, usando como matéria-pri-ma de produção resíduos resultantes da activi-dade da empresa Irmãos Monteiro. Banha deporco e sebo bovino foram utilizados para pro-dução de biodiesel com qualidade adequada pa-ra ser utilizado em caldeiras para aquecimentoou em motores de veículos em mistura com odiesel convencional.

Foram também testados, na Faculdade de En-genharia, os efeitos do biodiesel na performan-ce de veículos automóveis. Os resultados obti-dos permitem concluir que nos motores dieselensaiados a utilização de biodiesel se traduziunuma redução da potência disponível. No en-tanto, a optimização da gestão electrónica dosmotores permite obter potências semelhantescom diesel fóssil ou biodiesel. Ao nível dasemissões gasosas, o biodiesel parece ser menos

poluente para os motores ensaiados, no entan-to, serão necessários mais estudos de maneira adefinir de forma mais concreta a diferença en-tre os vários combustíveis quando os motoresestiverem sujeitos a carga.

A FEUP explica ainda que no que respeita àprodução de biogás, “os estudos desenvolvidospermitiram concluir que a sua produção ape-nas a partir de couratos e torresmos não se afi-gura economicamente viável”. No entanto, “aco-digestão dos couratos e torresmos com o gli-cerol procedente da produção de biodiesel eefluentes da indústria, poderá ser uma alterna-tiva interessante”, conclui o FatValue.

PORTUGAL:QUE FUTURO?

RESÍDUOS DE GORDURAS ANIMAIS PODEM PRODUZIR BIODISELA descoberta é de uma equipa de investigadores portugueses, que inclui as universidades do Porto e do Minho. A empresa Irmãos Monteiro, de Ílhavo, é a promotora do projecto. Por Almerinda Romeira

Produção de Substitutos ÓsseosA incapacidade associada aos problemas clíni-cos de índole óssea é um grave problemasocial das populações envelhecidas nasociedade moderna. Defeitos ósseos resul-tantes de trauma, de recessão de tumores,de não-união de fracturas e de malformaçõescongénitas são problemas clínicos recorrentes.Os estudos desenvolvidos pelo FatValue permi-tiram concluir que o substituto ósseo deorigem bovina ou suína produzido porextracção química e inactivação térmica ésemelhante ao osso humano, pelo que podeser osteointegrado e consequentementeusado como substituto ósseo em humanos.

“Publicamente”Com a chancela da Assírio &Alvim, chegou este mês àslivrarias “Publicamente”, deLuís Campos e Cunha, no qualestão reunidas as suas cróni-cas publicadas no jornalPúblico. “Este é um conjuntode crónicas que acompanhamos últimos desafios da econo-mia”, sublinhou o economistaJoão Salgueiro, ao fazer aapresentação do livro, no ElCorte Inglés, em Lisboa.Fazendo uma retrospectivados últimos anos, JoãoSalgueiro lembrou que o Paísjá atravessou “períodos difí-ceis no último século”, mas nunca a situação portuguesa estevetão comprometida. Confessando não encontrar “explicação parao desmazelo que a maior parte dos portugueses mostrou emrelação ao declínio do País”, o antigo ministro das Finanças afir-mou não ver “maneira de pactuarmos mais anos com este des-mazelo” e considerou que este pode ser “um momento de revira-volta e de grande esperança”.

Luís Campos e CunhaLuís Campos e Cunha, 56 anos, é pro-fessor catedrático da Faculdade deEconomia da Universidade Nova deLisboa (da qual foi director), vice-presi-dente da Fundação de Serralves e presi-dente da Sedes. Foi vice-governadordo Banco de Portugal de 1996 a 2002,tendo estado no centro da transição parao euro. Foi ministro de Estadoe das Finanças em 2005, demitindo-seao fim de poucos meses. Licenciadoem Economia pela Universidade CatólicaPortuguesa, doutorou-se em Economiapela Columbia University de Nova Iorque,com uma tese sobre economia nternacional.

Bolseiro de investi-gação no âmbito do

projecto FatValue

Luís Campos e Cunha, professor catedráticoda Faculdade de Economia da UniversidadeNova de Lisboa, reuniu as suas crónicas decidadania publicadas no jornal Público e, coma chancela da Assírio & Alvim, deu à estampa“Publicamente”

Foto/Victor Machado

Por: LUÍS CAMPOS E CUNHAPROFESSOR DE ECONOMIA

INOVAÇÃOIV SEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

PROFESSOR DO TÉCNICO GANHA BOLSA DE 1,6 MILHÕESPARA INVESTIGAR PROCESSO DE ACELERAÇÃO DE PARTÍCULAS

TECNOLOGIA COM BASE EM FOLHA DE LÓTUS VENCEPRÉMIO BES INOVAÇÃO

PME DA COTEC BATEM OUTRAS EMPRESAS EM INDICADORES FINANCEIROS

LUÍS OLIVEIRA E SILVA, Professor Associadodo Instituto Superior Técnico (IST), foi pre-miado pelo European Research Council(ERC), com um Advanced Grant no valor de1,6 milhões de euros. Até agora, apenas uminvestigador português tinha recebido estabolsa.

O investigador e a sua equipa do grupo deLasers e Plasmas do Instituto de Plasmas eFusão Nuclear do Instituto Superior Técnicotêm o objectivo de “estudar e identificar osprocessos de aceleração de partículas emchoques relativistas, com recurso a simula-ções numéricas, nos maiores Supercomputa-dores do mundo”.

Esta bolsa tem duas componentes impor-tantes que conduzirão a progressos mais rá-pidos no tema de investigação. Por um lado,segundo explicou ao “PME NEWS” Luís Oli-veira e Sousa, permitirá “reforçar” a equipade investigação com novos elementos (técni-cos, estudantes de doutoramentos e investi-gadores doutorados), “reforçando a massacrítica para responder às questões levanta-das por este projecto”. Por outro lado, “re-forçará os meios de cálculo científico dispo-níveis para este projecto através do aumento

da capacidade de computação do cluster doIST”. Estes dois aspectos são fundamentais,dado que - salienta o investigador -, “os desa-fios que nos propomos resolver (compreen-der os mecanismos de aceleração dos raioscósmicos e identificar as condições que per-mitam reproduzir no laboratório estas acele-rações que acontecem em explosões de su-pernovas) necessitam de uma equipa multi-disciplinar com acesso a recursos computa-cionais intensivos”.

A equipa de trabalho de Luís Oliveira eSilva irá explorar a física responsável pelaformação de choques e a aceleração de par-tículas em choques relativistas. O estudo in-cidirá ainda sobre a possibilidade de se re-produzir em laboratório este tipo de cho-ques, aproveitando os mecanismos de acele-ração, com o objectivo de gerar fontes departículas energéticas relevantes para a Bio-logia, Medicina e Ciência dos Materiais.

As Advanced Grants do European Re-search Council destinam-se a financiar in-vestigações de fronteira para líderes nassuas áreas de investigação, com registo deresultados científicos excepcionais nos últi-mos 10 anos de estudo.

Luís Oliveira e Silva explica ao “PME NEWS” o que de bom pode vir paraa humanidade com o trabalho da sua equipa:Esta investigação pretende contribuir para esclarecer um dos mistérios da Física Moderna: comosão acelerados os raios cósmicos? À partida, poderíamos pensar que resolver esta questão nãoteria impacto no nosso dia-a-dia, para além de conhecermos melhor a Natureza. No entanto, sepercebermos a forma como os raios cósmicos são acelerados, e se o conseguirmos recriar em labo-ratório com recurso a lasers ultra-intensos, poderemos também optimizar os aceleradores departículas que estão presentes à nossa volta como, por exemplo, os aceleradores utilizados paraproduzir isótopos radioactivos (críticos para a terapia do cancro) ou para produzir raios-x (funda-mentais para fazermos imagens de sistemas biológicos ou para fazer a análise estrutural de estru-turas metálicas, como pontes ou aviões).

AS EMPRESAS da Rede PME Inovação “apre-sentam genericamente indicadores económi-co-financeiros substancialmente superioresaos do conjunto das empresas nacionais, tantoem termos globais como sectoriais”, excepçãofeita ao sector da consultoria, que tem “umarentabilidade operacional da vendas e uma au-tonomia financeira inferiores ao conjunto dassuas congéneres sectoriais”, revela um estudode caracterização da actividade de inovação daCOTEC, apresentado no IV Encontro da RedePME Inovação, que decorreu este mês, subor-dinado ao tema “Âncoras para o Crescimento”.

De acordo com Carlos Melo Ribeiro, presi-dente da Comissão de Acompanhamento daRede PME Inovação e presidente da Siemens,as PME da Rede “destacam-se em todos os ní-veis, nomeadamente nos de índole económicae financeira. Não são melhores por pertence-rem à Rede PME Inovação COTEC, pertencem

à Rede porque são melhores. Porque queremser ainda melhores vendo na Rede uma plata-forma que pode ajudá-las a atingir esse objec-tivo”.

O estudo refere também que a Rede, no seuconjunto, apresenta diferenciais para o seubenchmark superiores ao de qualquer sectorem três das nove variáveis analisadas: volumede negócios, rentabilidade do capital próprio erentabilidade operacional das vendas.

As empresas da Cotec apontam como princi-pais vantagens de integrar a Rede o estímulo àinovação, o reconhecimento e promoção, oacesso à informação e a partilha de novos co-nhecimento. A prioridade com que estas van-tagens são apontadas varia em função da ac-tividade desenvolvida pelas empresas. Segun-do o estudo, o “estímulo à inovação” foi consi-derado especialmente importante pelas em-presas da Rede que não exercem a sua activi-

dade na área das tecnologias de informação ecomunicação (TIC). Já o “apoio da equipaCOTEC” (aspecto que figura em quinto lugarno elenco das principais vantagens) foi espe-cialmente valorizado pelas empresas de TIC.

Ainda de acordo com o estudo, “foi tambémpossível verificar que os membros pertencen-tes à indústria transformadora atribuíramuma importância relativa superior à vanta-gem ‘evolução do projecto’ e inferior à impor-tância do “acesso a formação”.

Os membros da Rede que inovam apenasum ou mesmo em dois tipos de inovação (pro-duto, processo, comercial e organizacional) re-velam uma menor propensão a considerar quea Rede seja um “estímulo à inovação”.

No encontro, teve ainda lugar a apresenta-ção das 27 novas empresas que passam a fazerparte da Rede PME Inovação COTEC, criada em2005, e que conta agora com 141 empresas.

Entre estas empresas conta-se a F3M, empresaque desenvolve software para diferentes áreasde mercado, nomeadamente para os sectoressocial, ópticas, têxtil, imobiliário e construçãocivil.

“A F3M é o principal parceiro tecnológico dasinstituições de solidariedade nacionais. A inova-ção e as novas tecnologias têm sido grandesapostas da economia social, tendo a F3M assu-mido um papel importante na informatização emodernização do sector, bem como na anteci-pação das necessidades da área social”, salientao CEO da empresa, Pedro Fraga. Com mais de5000 clientes, a F3M emprega 115 pessoas.

Este ano, o vencedor do Prémio PME Inova-ção COTEC-BPI foi a Polisport Plásticos, empre-sa que desenha e produz produtos inovadorespara veículos de duas rodas, assegurando a suaperformance com segurança, diferenciação elazer.

O PROJECTO Drops in Lotus, liderado por JoãoMano, da Universidade do Minho, venceu a 6.ªedição do Concurso Nacional de Inovação BES,com a distinção na categoria de Processos In-dustriais, anunciou o BES.

O projecto “apresenta uma tecnologia ino-vadora que abre caminho à concepção e desen-volvimento de novos produtos em sectores tãovariados como a biomedicina, medicina rege-nerativa, indústria farmacêutica, alimentar,cosmética e agricultura”. O BES explica, emcomunicado, que esta tecnologia recorre aouso de “superfícies sintéticas extremamenterepelentes a líquidos, baseadas em algunsexemplos encontrados na Natureza”, como afolha de lótus, para “produzir partículas sóli-das praticamente esféricas, de forma económi-ca e ambientalmente atractivas”.

Na categoria Clean Tech, o vencedor foi oprojecto FotOrg (fotovoltaicos orgânicos debaixo custo) da Nanolayer Coating Technolo-gies Lda, representada por Luís Ribeiro Perei-ra. Ainda sem aplicações existentes, o projectovai, segundo o BES, revolucionar o uso da tec-nologia nas áreas da arquitectura (projecçãode edifícios, geometrias e 3D) e “gadgets wea-rables” (vestuário, equipamentos electrónicos,moda (artística) e decorativa. O objecto é “pro-duzir energia em pequena escala, condição es-sencial nestes domínios, e a um custo reduzi-do, tendo como base o fabrico de células sola-

res a partir de materiais orgânicos”.O Instituto Superior de Agronomia de Lis-

boa, representado por José Graça, recebeu o

prémio na categoria Biotecnologia e Agro-in-dustrial com o projecto “SuberLipid: Lípidosda suberina da cortiça”. Com “um potencial de

utilização nos campos da cosmética, farma-cêutica e química fina”, este projecto, que tempor base a cortiça, “apresenta-se como o pro-duto químico do futuro, por utilizar um com-posto de origem biológica”.

A empresa Acellera Therapeutics, que apre-sentou uma nova “terapia celular para trata-mento de rejeição de transplantes de fígado”,venceu na categoria Tecnologias da Saúde e oprémio foi recebido por David Cristina. Criadapor investigadores do Instituto de MedicinaMolecular e do Instituto Gulbenkian de Ciên-cia, esta start-up desenvolveu “uma opção te-rapêutica que, ao reduzir o risco de rejeição,permite aumentar a qualidade de vida dos pa-cientes e, ao mesmo tempo, diminuir os cus-tos dos tratamentos aos efeitos adversos destetipo de intervenções clínicas”.

Na categoria Economia Oceânica, o laureadofoi o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar(CESAM) do departamento de Biologia da Uni-versidade de Aveiro, representado por RicardoCalado. O projecto FishCare pretende lançar abase para a certificação de produtos com ori-gem na água, ao apresentar novas ferramentasmoleculares para a detecção rápida de doençasem aquaculturas, e novas técnicas molecula-res para a rastreabilidade de produtos nacio-nais de aquicultura.

Concorreram à edição de 2010 do concursonacional de inovação BES 196 projectos.

OPINIÃO VSEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

PUB

Apoiosà I&DNUNO NAZARÉINNOVATION MANAGER DA ALMACONSULTING GROUP

AGENDA DIGITAL 2015 E PME:

SOLUÇÕES PARAO ALCANCE DAS METASDEFINIDAS

A Agenda Digital 2015, recen-temente apresentada peloMinistro da Economia, da

Inovação e do Desenvolvimento,é um programa de acção inseridono âmbito do Plano Tecnológicoque define um conjunto ambi-cioso de metas para a utilizaçãodas Tecnologias da Informação eda Comunicação (TIC) pelo Esta-do e empresas. Nesse sentido, fo-ram definidas como linhas prio-ritárias as Redes de Nova Gera-ção, a Melhor Governação, a Edu-cação de Excelência, a Saúde deProximidade e a Mobilidade Inte-ligente.

Com um investimento de 2,5mil milhões de euros e a possibi-lidade de criar de 15 a 20 000empregos qualificados, preten-de-se, por exemplo, criar servi-ços baseados nas Redes de NovaGeração (RNG) que contribuampara o desenvolvimento da Eco-nomia e da Sociedade, e originarpelo menos 12 agrupamentoscomplementares de empresas ouconsórcios com elevada projec-ção internacional.

A orientação para a globaliza-ção é também notória na área daMobilidade, em que o grande de-sígnio é fomentar a criação declusters exportadores orientadospara a Mobilidade inteligente epara a optimização energéticados transportes, esperando-seque consigam exportar pelo me-nos 800 milhões de euros debens e serviços.

Mas que papel desempenhamas PME neste contexto? Tendoem conta a abrangência das me-tas da Agenda Digital 2015 e que99,9% das empresas portuguesassão PME, estas certamente terãoum papel fundamental. No en-tanto, a relação actual das PMEcom as Tecnologias da Informa-ção continua a ser tímida. Umestudo realizado pela IDC revelaque 70% das empresas vêem comrelutância ou têm uma atitude

conservadora relativamente aoinvestimento neste tipo de tec-nologias, sendo que 30% dasPME têm apenas uma estruturatecnológica básica.

Este cenário é particularmentepreocupante tendo em conta queo recurso à tecnologia se apre-senta actualmente como um ele-mento fundamental para o de-senvolvimento de produtos ino-vadores e diferenciados, capazesde oferecer um valor acrescenta-do ao consumidor e de competira nível internacional. Mas, fa-zendo face a esta tendência, exis-tem apoios do Estado no âmbitodo financiamento da I&D que po-derão facilitar o processo, caso atecnologia seja usada de forma agerar produtos e processos ino-vadores. Uma empresa que quei-ra desenvolver um projecto nes-ta área e não disponha de recur-sos, poderá obter financiamentoatravés do QREN, mais especifi-camente do instrumento SII&DT, em que a empresa podeusufruir de uma taxa de incenti-vo entre 25 e 50%, tendo comobase as despesas com recursoshumanos e investimentos corpó-reos e incorpóreos, com um limi-te máximo de 1 milhão de euros.

No caso de a empresa já terdesenvolvido um projecto nestaárea, poderá beneficiar de umincentivo fiscal à I&D, através doprograma SIFIDE, e recuperaraté 82,5% do investimento feitonos projectos de I&D sob a formade uma dedução directa à colec-ta de IRC.

Tendo em conta o ambiente decrise e de contenção económicaque se vive, e que só vem aumen-tar a reserva que as PME têm emrelação à tecnologia, os estímu-los e apoios concedidos pelo Es-tado são fundamentais. Só assimse conseguirá que as empresasadiram a este processo e que asmetas da Agenda Digital 2015 se-jam cumpridas.

ENTREVISTA VI SEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010 ENTREVISTA VIISEXTA-FEIRA

26 de Novembro de 2010

“O E-PME QUER RESPONDER ÀS NECESSIDADES DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DAS EMPRESAS”

O que é o projecto e-PME?O projecto e-PME nasceu de uma parceria es-tabelecida entre a AIP, a PT Negócios e a Cis-co, e tem como principal finalidade potenciara competitividade das pequenas e médias em-presas portuguesas através de investimentosna infra-estrutura tecnológica, na consulto-ria e formação nas TIC e no Marketing. O pro-jecto pretende capacitar as PME para umapresença efectiva na economia digital, funda-mental para o desenvolvimento e crescimen-to de negócio e acesso a novos mercados.

Entre os principais benefícios do e-PME, en-contram-se a criação de uma plataforma tec-nológica que permite a convergência de ser-viços de voz e dados, fixos e móveis, com e-quipamentos de última geração Cisco; o de-senvolvimento de uma loja virtual com solu-ções inovadoras, como a disponibilização demeios de pagamento na Internet e de formasegura, o acesso a redes de distribuição, a re-ferenciação em portais com motores de bus-

ca; e ainda os serviços de formação e consul-toria em áreas tão distintas como as tecnolo-gias de informação, economia digital, comer-cialização e marketing.

Quem o financia?O e-PME tem uma vertente fortemente co-fi-nanciada pelo QREN, que varia de acordocom a dimensão da empresa. Assim, à excep-ção das telecomunicações, os restantes eixosdo projecto podem contar com este apoio, in-clusivamente as soluções opcionais. Incluiainda possibilidade de financiamento dacomponente não comparticipada, através de

uma taxa de juro muito competitiva e exclu-siva para aquisição desta solução.

Quais são os objectivos a atingir? O e-PME foi criado para dar resposta às neces-sidades de desenvolvimento tecnológico dasempresas, como forma de suportar as suas es-tratégias de desenvolvimento e crescimentodo negócio, através da utilização de novos ca-nais e ferramentas de comunicação e infor-mação, permitindo o acesso a novos merca-dos, internos e externos, e uma redução dostempos e custos associados às vendas.

De que processos estamos a falar?Acreditamos que o projecto reúne todas ascondições, nas suas várias componentes, des-de os investimentos na infra-estrutura tecno-lógica, à consultoria e formação nas TIC e noMarketing, para que as empresas aderentesapresentem comportamentos evolutivosmuito positivos a vários níveis, nomeada-

mente, no incremento de postos de trabalhode perfil tecnológico, no crescimento do nú-mero de utilizadores das TIC, no aumento doseu volume de negócios, através de uma pre-sença efectiva na Web e na definição de pla-nos estratégicos de marketing que potencieme harmonizem os canais tradicionais de ven-da com os novos canais que as empresas irãodispor por via do desenvolvimento dos sites elojas virtuais.

A adopção de processos tecnológicos maisavançados irá assim permitir que as PME na-cionais possam sair da esfera tradicional deprodução e comercialização e passar para a

esfera global do mercado mundial, tornando--se empresas mais competitivas e, consequen-temente, mais produtivas.

A quem se destina?O programa e-PME destina-se a pequenas emédias empresas das regiões Norte, Centro eAlentejo, sendo que o acesso ao programaestá limitado a 1000 empresas.

A maioria das PME nacionais apresenta ní-veis relativamente baixos de introdução dasTIC, verificando-se lacunas ao nível das suasplataformas de comunicação e informação,do seu parque informático, dos acessos à In-ternet, existindo empresas que não utilizam,por exemplo, o correio electrónico comomeio de comunicação interno e externo, quenão têm um site próprio, que não utilizam aWeb como um meio efectivo de promover asua imagem, de comunicar com os seus clien-tes e de comercializar os seus serviços e pro-dutos.

Este programa surge para suprir essas ne-cessidades tecnológicas, constituindo umaoferta integrada e ajustada às características

específicas de cada empresa.

Que sectores de actividade são abrangidos?O projecto e-PME destina-se às empresas detodos os sectores de actividade que queiramtornar-se mais competitivos e estar na van-guarda tecnológica, de forma a tornarem-separticipantes activos no mercado internacio-nal e na economia digital.

Qual o montante disponível para financia-mentos?Este projecto tem um investimento global de28,7 milhões de euros, sendo o incentivo noâmbito do COMPETE/QREN - Programa Ope-racional Factores de Competitividade, de 14,9milhões de euros.

Para além deste financiamento, as empre-sas podem ainda beneficiar de uma linha decrédito específica com a Caixa Geral de Depó-sitos, beneficiando de uma taxa de juro mui-to competitiva (spread 2% + euribor 6M) e ex-clusiva para aquisição desta solução.

Como é financiado?

O projecto é co-financiado pelo QREN atravésdo Programa Compete e com recurso aoFEDER, com uma taxa de incentivo a fundoperdido para as PME, que varia em função dadimensão da empresa, de cerca de 50%.

Quais são os requisitos exigidos às PME paraque estas possam usufruir dele?Existem critérios de elegibilidade que seprendem com condições de acesso a esta tipo-logia de projectos definidos pelo ProgramaCompete, nomeadamente, serem PME, en-contrarem-se localizadas nas regiões elegí-veis, não terem dÍvidas à segurança social e àfazenda pública.

Existem ainda critérios de selecção pro-priamente ditos, relacionados com a motiva-ção dos empresários/dirigentes para integra-rem o projecto e todas as actividades neleprevistas. Efectuamos também uma análisesobre a importância e oportunidade do inves-timento para a sustentabilidade e/ou cresci-mento do negócio.

Qual o montante mínimo e máximo a quecada PME se pode candidatar?O projecto é personalizado de acordo com adimensão e necessidades tecnológicas de ca-da empresa, pelo que os montantes serão va-riáveis.

Como podem ser feitas as pré-inscrições e atéquando?As pré-inscrições terminam já no final de2010, sendo que o acesso ao programa está li-mitado a 1000 empresas.

De momento, contamos já com 50% daspré-inscrições, que estão actualmente subme-tidas a análise da candidatura e selecção, den-tro dos parâmetros estabelecidos no projecto.

Qual é a definição de PME, enquadrável nesteprojecto?São consideradas PME elegíveis para o pro-jecto todas as pequenas e médias empresascertificadas pelo IAPMEI, que estejam locali-zadas nas regiões Norte, Centro e Alentejo.

O presidente da Associação IndustrialPortuguesa Confederação Empresarial, (AIP-CE) Jorge Rocha de Matos, explica oque é, a quem se destina, quais são oscritérios de elegibilidade e os montantesdisponíveis do e-PME. Um programa, funda-mental, para -segundo sublinha - aceder anovos mercados e dar um primeiro passo nosentido do desenvolvimento de negócios. Aspré-inscrições ao programa que quer levar1000 PME para a economia digital terminamno final deste ano. Por Almerinda Romeira(texto) e Victor Machado (fotos)

JORGE ROCHA DE MATOS

CASOS DE SUCESSOVIII SEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

WEDUC LIGA EM REDE TODOS OS AGENTES EDUCATIVOS

Paulo Mateus, de 37 anos, e PedroBarros, de 36, ambos formados emGestão pelo ISEG, fundaram, em2009, a Lusoeduc, S.A, empresa que

desenvolveu a plataforma Weduc. Os em-preendedores contaram ao “PME NEWS”que a principal razão que os levou a trocarcarreiras exigentes em tempo e dedicação,fortemente penalizadoras da vida familiarfoi a necessidade de estarem mais presen-tes na educação dos filhos. Da constataçãode que “nada existia com o propósito de fa-cilitar a comunicação entre escolas e pro-fessores com alunos e pais” à ideia de lan-çarem a Weduc foi um pequeno passo.

Os promotores explicam que a Weduc éuma plataforma de comunicação on-line(www.weduc.com), “que permite aos pais,em ambiente seguro, acompanhar o dia-a--dia escolar dos seus filhos”, através da par-tilha de mensagens, fotografias, ficheiros,avaliações, links, progresso escolar, entreoutros, podendo-se interagir com os váriosprofessores da escola curricular, com oseducadores de escolas de actividades ouATL, centros de desporto, de ensino musi-cal, línguas e até mesmo explicadores. Aplataforma permite ainda aos professorescomunicar e partilhar conteúdos com ou-tros professores (da mesma escola ou de ou-tras), trocando experiências e boas práticas,assim como os pais podem comunicar comos outros pais da turma dos seus filhos.

“O objectivo é aproveitar o melhor daweb 2.0 para promover um conhecimentocolectivo e usá-lo para uma melhor educa-ção, mais participada e integrada, ligandoem rede todos os agentes educativos”, sa-lienta Paulo Mateus.

O empreendedor explica que todos osparceiros têm uma página de perfil de enti-dade que se assemelha a um micro site,onde podem divulgar os seus serviços e on-de os pais podem conhecer as avaliaçõesque os outros pais fazem desses serviços.Na plataforma, podem também estar pre-sentes todas as entidades que sejam rele-vantes para o universo infantil e escolar,como empresas de transporte, museus, edi-toras, centros de festas, etc.

Passar de uma vida confortável em ter-mos financeiros e profissionais para o riscode começar algo do zero com uma simples

ideia, obriga a uma boa dose de loucura,admitem ambos. O terem idealizado “umconceito inovador” que obriga a um “de-senvolvimento informático exigente”, jun-tamente com o ter de “criar uma nova ne-cessidade nas escolas combatendo todas asresistência à mudança” têm sido os maio-res desafios no arranque da Weduc.

“Fomos também descobrindo que o mer-cado da educação tem uma decisão lenta,mas temos encontrado muita vontade emmelhorar o funcionamento das escolas eenvolver mais as famílias no ensino esco-lar; por isso, temos a certeza de que o nossocaminho faz parte do futuro da educação”,sublinha Paulo Mateus.

Em qualquer projecto, o financiamento égeralmente um obstáculo relevante, princi-

palmente quando não “era possível” aosempreendedores enquadrarem-se em ne-nhum tipo de apoio. Deram o primeiro pas-so com um pequeno grupo de investidoresque confiou neles “o suficiente para arris-carem na opção de criar algo maior que im-plicava estar quase um ano em produçãoem vez de uma solução mais simples e rápi-da de implementar”.

Durante esse ano, aprenderam, segundoconfessam, que as capitais de risco em Por-tugal arriscam pouco e sentiram a limita-ção do tamanho de um país com apenas 10milhões de habitantes.

Foram necessários 300 000 euros paralançar o projecto, garantidos com capitaispróprios. Na próxima fase, contamos inves-tir mais de 250 000 euros, antes de avançarcom a nova fase de internacionalização”,avança Paulo Mateus ao PME NEWS.

A empresa foi estruturada desde o iníciocomo uma sociedade anónima, com ummodelo de governo e estatutário já prepara-do para um crescimento accionista em li-nha com a ambição do projecto. Neste mo-mento, abre-se uma nova fase: “Estamos aconversar com novos investidores que têmde partilhar a nossa ambição para levarmoso projecto a outra dimensão mais global”.

A Lusoeduc tem actualmente cinco em-pregados, mais duas pessoas a colaboraremparcialmente. E, ao que revelam os empre-endedores, está já a montar um projecto pi-loto na Hungria com um parceiro local,mas, em termos de mercado, pretende alar-gar para o Brasil já em 2011 e em 2012 en-trar em Espanha e outros países anglo-sa-xónicos.

“É preciso continuar a acrescentar valorà plataforma com a introdução de novasfuncionalidades. Estamos já a trabalhar nu-ma versão para acesso via telemóvel e inte-grar com outros sofwares de gestão escolar.Assim que a oferta global de serviços daplataforma estiver adaptada a outros mer-cados, pretendemos avançar com a sua glo-balização”, conclui Paulo Mateus.

Dois gestores do ISEG desenharam uma plataforma inovadora que foi evoluindo para um modelo de redesocial dedicado à educação. O passo seguinte é a internacionalização na Hungria. Por Almerinda Romeira

Oempresário José Duarte Rodri-gues, natural de Alcobaça, foidistinguido pela Câmara Muni-cipal do Seixal com a Medalha

Municipal de Mérito Empresarial, “pelaforma notória com que têm contribuídopara a valorização e enriquecimento eco-nómico e social do Concelho” ao longodas últimas décadas.

José Duarte Rodrigues montou a em-presa JDR, uma carpintaria industrial, nadécada de 70, depois da destruição deuma outra unidade fabril por um incên-

dio em 1975. Actualmente, a JDR man-tém a estrutura societária original, in-cluindo José Duarte Rodrigues, a sua mu-lher Maria Luís Alexandre e o filho, LuisAlexandre Rodrigues, que articula a par-ticipação na gestão da JDR e noutros em-preendimentos com a actividade políti-ca.

Localizada na Quinta da Prata, Casaldo Marco, Freguesia de Arrentela noConcelho do Seixal, a JDR é uma PME fa-miliar que trabalha no mercado nacio-nal, sendo a sua principal actividade a

transformação de madeiras (carpintaria)para a construção civil.

A empresa tem, neste momento, aoseu serviço, cerca de 20 trabalhadores.

Apesar das condições económicas ad-versas, principalmente na área da cons-trução civil, a JDR apostou fortemente,em 2009 e em 2010, no sector de acaba-mentos dos seus produtos de madeira, oque permitiu à empresa responder àsexigências dos clientes com “maior qua-lidade, menores prazos e com novos pro-dutos”.

Município do Seixal distingue PME familiar JDR

E-commarketing Show O E-commarketing Show, exposição profissio-nal de comércio electrónico e publicidadeinteractiva, em parceria com a Gesventure,organizou o Fórum de Investidores deNegócios Online. Este evento decorreu emmeados deste mês, no Centro de Congressosde Lisboa, no âmbito do E-commarketingShow. O Fórum de Investidores de NegóciosOnline consistiu na apresentação pública, porparte de empreendedores, dos seus projectosde investimento, na expectativa de atrair ointeresse de potenciais financiadores. Duranteeste evento, foram apresentadas oito empre-sas de Internet, entre as quais a Weduc,previamente analisadas e seleccionadas pelocomité profissional da organização. Todasestas empresas obtiveram financiamento.

O apoio da Gesventure A Gesventure, liderada por Francisco Banha, o“evangelizador” do empreendedorismo e capi-tal de risco em Portugal, foi a primeira empre-sa venture catalyst a operar no País.Constituída em 1999, é uma empresa deprestação de serviços de assessoria estratégi-ca e financeira em operações de pequena emédia dimensão, proporcionando soluçõesadaptadas às diversas fases de desenvolvimen-to das empresas e uma presença internacional.Os seus pergaminhos na promoção da activi-dade de venture capital explicam o convite quelhe foi endereçado pela Fopren para participar,como entidade responsável pela selecção deprojectos, no Ecommarketing Show 2010.Nesse sentido, o projecto Weduc foi apresenta-do e posteriormente seleccionado para partici-pação no evento, onde foi dado a conhecer aum conjunto de investidores. Desde então, aGesventure tem apoiado o projecto através devárias acções, entre as quais se destacam amelhor preparação da comunicação dos pro-motores com os investidores e a procura deBusiness Angels dispostos a apoiar o projecto.

Pedro Barros (à esq.)e Paulo Matos fun-dadores da Lusoeduc,empresa que desen-volveu a WeducFoto/Victor Machado

PUBLICIDADE IXSEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

OPINIÃOX SEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

A EMPRESA FAMILIAR E A FISCALIDADE NA ACTUAL CONJUNTURA

As empresas familiares repre-sentam uma parte significa-tiva do tecido empresarialportuguês. Contudo, inexis-

te, no nosso ordenamento jurídico,uma definição deste tipo de socieda-des, bem como legislação – nomea-damente fiscal – que regule especifi-camente a sua actividade.

A doutrina portuguesa tem adian-tado possíveis definições de empresafamiliar, configurando-a como aque-la em que a propriedade e o contro-lo são detidos por um grupo de pes-soas ligadas por vínculos de paren-tesco.

São apontadas várias vantagens àconstituição de uma sociedade co-mercial com estas especificidades,entre as quais o menor risco de des-localização do investimento, a maiorgarantia de crescimento sustentadoa longo prazo e a manutenção dospostos de trabalho por um períodode tempo mais longo. Porém, têm--lhe sido também apontados incon-venientes como, por exemplo, a per-da de competitividade e a menor dis-ponibilidade dos sócios para a assun-ção de riscos – sendo que esta últi-

ma, sempre poderá ser entendida,do ponto de vista dos credores, comouma vantagem.

Na vida societária das empresasfamiliares surgem problemas que,não lhes sendo exclusivos, tendem averificar-se com maior frequênciano seu seio. Vejamos dois aspectosque, em termos fiscais, poderão as-sumir maior relevância e que deve-rão encontrar-se devidamente acau-telados.

Em primeiro lugar, as empresasfamiliares poderão ser mais suscep-tíveis à confusão de patrimónios, is-to é, à utilização, pelos sócios, de re-cursos económicos da empresa parafins pessoais, em paralelo com a uti-lização de recursos pessoais parafins societários, sem que haja um re-

gisto adequado destas operações. Estas situações poderão potenciar

consequências para as quais impor-ta alertar: fixação do rendimento co-lectável por métodos indirectos; cor-recções à matéria colectável com ba-se na desconsideração de gastos nãoindispensáveis para o desenvolvi-mento da actividade da empresa;possibilidade de operar a responsa-bilidade subsidiária dos gerentes eadministradores pelas dívidas tribu-tárias das sociedades em caso de in-cumprimento por parte destas; e,ainda, em certos casos, a desconside-ração da personalidade jurídica dasociedade com vista à responsabili-zação pessoal dos sócios.

O segundo aspecto que pretende-mos realçar prende-se com a espe-

cial relevância que, nas sociedadesde que nos ocupamos, assume a ob-servância do princípio da plena con-corrência.

Estabelece este princípio que, nasoperações comerciais e financeirasefectuadas entre entidades ligadaspor relações especiais, devem sercontratados, aceites e praticados ter-mos ou condições substancialmenteidênticos aos que normalmente se-riam contratados, aceites e pratica-dos entre entidades independentesem operações comparáveis.

Existem relações especiais entreduas entidades sempre que umatem o poder de exercer, directa ouindirectamente, uma influência sig-nificativa nas decisões de gestão daoutra, o que se entende verificado,por exemplo, entre uma entidade eos titulares do respectivo capital, ouos cônjuges, ascendentes ou descen-dentes destes, que detenham, direc-ta ou indirectamente, uma partici-pação não inferior a 10% do capitalou dos direitos de voto – situaçãoque poderá ocorrer, com maior pro-babilidade, numa empresa familiar.

A ponderação do panorama fiscal

actual configura, assim, um impor-tante passo na gestão das empresasfamiliares, sobretudo no que respei-ta às consequências de uma admi-nistração descuidada de duas reali-dades que aqui convergem com es-pecial facilidade: a económica e a fa-miliar.

Outros aspectos relevam na cons-trução e manutenção das empresasfamiliares, cujasobrevivência não ul-trapassa, em 75 % dos casos, a ter-ceira geração.

De entre os desafios que se colo-cam a estas sociedades, destacamosdois: a necessidade de planificar asucessão, acautelando que esta ocor-ra sem sobressaltos e sem interfe-rências na actividade empresarial, oque pode ser alcançado por recursoa protocolos familiares e acordos pa-rassociais e de garantir um forte in-vestimento na profissionalização dagestão.

*Advogada|Sócia Abreu Advogados(com Sara Soares - Advogada Estagiária,

Abreu Advogados)

SOCIEDADESMARIA DULCE SOARES*

PACTOS DE NÃO CONCORRÊNCIA NO ÂMBITO LABORAL

Otrabalhador, durante o perío-do em que esteja vinculadopelo contrato de trabalho, es-tá impedido de desenvolver

actividades que sejam concorrentesface àquela que desenvolve o seuempregador, estando, por isso, vin-culado por efeito desse contrato aum dever de não concorrência.

Findo o contrato de trabalho, ces-sam também as obrigações dele de-correntes e, por isso, cessará tam-bém esse dever de não concorrên-cia. Não obstante, e por forma acorresponder às exigência e à natu-reza do actual mercado, fortementeconcorrencial, a lei permite que aobrigação de não concorrência pos-sa manter-se vigente mesmo depoisda cessação do contrato de traba-lho.

Com efeito, empregador e traba-lhador poderão acordar que este,mesmo após a cessação do contratode trabalho, permaneça vinculado aum dever de não concorrência,desde que, atentas as funções de-sempenhadas, a actividade que porele iria ser desenvolvida, pudesseefectivamente causar prejuízos aoseu antigo empregador.

Por constituírem limitação doprincípio da liberdade de trabalho,os pactos de não concorrência, para

além de deverem encontrar a justi-ficação referida no risco de prejuí-zo que a actividade concorrentecause, não podem também perdu-rar por mais de dois anos contadosdesde a cessação do contrato.

Esse prazo máximo poderá, noentanto, ser de três anos, quando otrabalhador tenha tido acesso a in-formação particularmente sensível.Por questões de segurança, o pactode não concorrência deve ser redu-zido a escrito, nada impedindo,

contudo, que seja celebrado em da-ta posterior à da celebração do con-trato, ou até aquando da cessaçãodeste.

E uma vez que, com a sua cele-bração, se protegem os interessesdo empregador, exige-se tambémque seja atribuída ao trabalhador,por todo o período em que esse pac-to se mantenha vigente, uma com-pensação, devendo esta, ou critériopara a fixar, constar do acordo es-crito que institua tal pacto. Não élegalmente estabelecido qual omontante de tal compensação, aqual, porém, deverá ser adequada aressarcir o trabalhador pela limita-ção por ele assumida.

Se o trabalhador vier a ser despe-dido ilicitamente ou resolver o con-trato com justa causa, o pacto de

não concorrência não perderá a va-lidade, mas o empregador será obri-gado a pagar uma compensaçãoequivalente à remuneração devidaà data da cessação do contrato.

Sendo o pacto de não concorrên-cia estabelecido no interesse do em-pregador, a esta deverá caber deci-dir se tal pacto, face ao concretotrabalhador e à actividade que porele é ou foi desenvolvida, se justifi-ca, pelo que, para evitar situaçõesperniciosas, deve, aquando da fixa-ção de tal pacto, se esta for anteriorà cessação do contrato, o emprega-dor reservar o direito de, aquandodessa cessação, a ele poder renun-ciar e assim eximir-se a pagar acompensação ajustada.

Sócio da Abreu & Marques e Associados

LABORALRUI TAVARES CORREIA*

NEGÓCIO PRIMEIRO, LICENÇA DEPOIS

Agora já é possível, com a res-pectiva autorização do Go-verno, abrir um negóciosem estarem formalizados

os devidos licenciamentos para oexercício da actividade.

O “Licenciamento Zero”, parteintegrante do Programa Simplex, éuma das medidas levadas a cabo pe-lo Governo com o objectivo de sim-plificar o regime de acesso e exercí-cio de diversas actividades econó-micas, nomeadamente estabeleci-mentos de restauração ou de bebi-das, de comércio ou de armazena-gem de bens e prestação de servi-ços.

A medida, agora regulamentadapela Lei n.º 49/2010, de 12 de No-vembro, foi pensada especialmentepara o pequeno comércio e prevê aeliminação dos actuais procedi-mentos burocráticos, bem comodos custos a eles inerentes, necessá-rios para o arranque ou alteraçãode determinada actividade econó-mica. Prevê-se a eliminação de per-

missões administrativas como li-cenças, autorizações, validações,autenticações, certificações, comu-nicações, registos e outros actospermissivos.

Os interessados em abrir um ne-gócio ou modificar a natureza daactividade deixam de ser obrigadosa requerer previamente o licencia-mento da actividade, a pagar a res-pectiva taxa e a aguardar - quase in-definidamente - pela emissão da li-cença, sem a qual não podem ini-ciar o negócio. Agora, para iniciaractividade, basta submeter à admi-nistração uma simples comunica-ção prévia (feita electrónica ou pre-

sencialmente) através da qual o in-teressado dá conhecimento de quese encontram preenchidos os requi-sitos necessários ao exercício da ac-tividade, fazer o pagamento da taxadevida, e no dia seguinte, o negóciopode abrir portas ao público.

Espera-se, assim, uma revitaliza-ção do desenvolvimento económicoe um crescimento da iniciativa pri-vada, na medida em que eventuaisdificuldades até agora sentidas pe-los empresários no licenciamentodas actividades por si exercidas -traduzidas sobretudo na demora naobtenção das licenças e autoriza-ções administrativas necessárias -

podem ser brevemente atenuadas,ou completamente eliminadas,através da implementação das me-didas de natureza simplificadoraprevistas no “Licenciamento Zero”.

O novo regime assenta numaideia de confiança entre os agenteseconómicos e a administração, umavez que esta prescinde da tradicio-nal intervenção prévia, sem contu-do descurar a fiscalização. Com es-ta medida, os custos administrati-vos são canalizados para a activida-de de fiscalização que a administra-ção exercerá a posteriori.

Contudo, a abolição de medidas anível do controlo prévio é compen-sada com um regime sancionatóriomais gravoso para os agentes in-fractores. Uma vez que a fiscaliza-ção é feita depois de o negócio estarjá em funcionamento ao público,sendo identificadas infracções gra-ves, a sanção a aplicar pode ser tam-bém mais grave, na medida em quepode incluir sanções acessórias, co-mo o encerramento do estabeleci-

mento ou a interdição para o exer-cício da actividade, o que assegura adefesa dos direitos e garantias dosconsumidores.

A Lei agora publicada salvaguar-da ainda a simplificação do regimede afixação e da inscrição de men-sagens publicitárias de natureza co-mercial, sendo eliminado o respec-tivo licenciamento quando a men-sagem estiver relacionada combens ou serviços comercializadosno estabelecimento ou na sua pro-ximidade, sem prejuízo das regrassobre ocupação do domínio públi-co.

Igualmente, o documento prevêa simplificação, através da elimina-ção de licenciamentos, do regimede actividades específicas como asde exploração de máquinas de di-versão, agências de vendas de bilhe-tes para espectáculos públicos, rea-lização de leilões.

*Advogada da Raposo Bernardo

LICENCIAMENTOSÓNIA DAS NEVES SERAFIM*

PUBLICIDADE XISEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

PUBLICIDADEXII SEXTA-FEIRA26 de Novembro de 2010

RETRIBUIÇÃO PROFISSIONAL

Seguro de

Trabalhador Independente

Para todos aqueles que necessitam de uma solução para protecção do Rendimento

que garanta o seu bem-estar e de todos os que de si dependam.

GARANTA O SEU RENDIMENTO MENSAL ATÉ 2 ANOS EM CASO

DE DOENÇA OU ACIDENTE

· Elevadas Indemnizações em caso de Morte ou Invalidez Permanente

· Cobertura automática para o risco de Terrorismo, Condução veículos 2 rodas, pratica de desportos

· Protecção em caso de roubo em ATM· Assistencia

Uma Protecção Exclusiva que corresponde às suas expectativas

www.chartisinsurance.com

O Seguro de Acidentes e Doença – Premier é um contrato de Seguro subscrito pela Chartis Europe, S.A. – Sucursal Portugal

com sede na Avenida da Liberdade, 131 – 3º, 1250-140 Lisboa. Informações e detalhes do registo disponíveis em www.isp.pt

Contacto: [email protected]

Protecção PREMIER