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ENTREVISTA POWERED BY ESCRITÓRIOS Trabalhar no meio de obras de arte SECOND HOME Diretor António Costa BIMESTRAL www.pessoasonline.pt Nº6 • JAN/FEV 2020 • 5€ OUT OF OFFICE Fuga perfeita Team building na natureza ALEXANDRE FONSECA CEO da Altice BASTIDORES ESPECIAL OS DIRETORES DE PESSOAS QUE MARCARAM 2019 E o que esperam de 2020 DIVERSIDADE COGNITIVA As empresas procuram pessoas diferentes Altice Portugal criou comissão executiva júnior. Alexandre Fonseca tem uma "dupla" que observa, aprende e também ensina o presidente da empresa. Ilustração: Louise Farias

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Page 1: ENTREVISTA - Amazon Web Services€¦ · › Na L’Oréal Portugal desde setembro de 2016 Na L'Oréal Portugal desde 2016, Clara Trindade parece ter chegado a casa. A multinacional

ENTREVISTA

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POWERED BY

ESCRITÓRIOSTrabalhar no meio de obras de arte

SECOND HOME

Diretor António CostaBIMESTRALwww.pessoasonline.pt

Nº6 • JAN/FEV 2020 • 5€

OUT OF OFFICE

Fuga perfeitaTeam building na natureza

ALEXANDRE FONSECACEO da Altice

BASTIDORES ESPECIAL

OS DIRETORES DE PESSOAS QUE MARCARAM 2019E o que esperam de 2020

DIVERSIDADE COGNITIVA As empresas procuram pessoas diferentes

A SOMBRA DO CEO

Altice Portugal criou comissão

executiva júnior. Alexandre Fonseca

tem uma "dupla" que observa, aprende e também ensina

o presidente da empresa.

Ilust

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rias

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UMA REVISTA DE PESSOAS

PARA PESSOAS

PROPRIEDADE APG — Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas | Avenida António Augusto Aguiar, n.º 106 - 7.º • 1050-019 Lisboa NIPC: 500 978 735 • T. 213 522 717 • F. 213 522 713 • [email protected] • www.apg.pt EDIÇÃO E COORDENAÇÃO Swipe News SA • Avenida D. Carlos I, 44, 2º andar 1200-649 LIsboa NIPC 513 893 970 DIRETOR António Costa DIRETORA EXECUTIVA Mariana de Araújo Barbosa CONSELHO EDITORIAL António Costa, Etelberto Costa, Rui Alves, Vítor Carvalho PARTICIPAM NESTA EDIÇÃO Alberto Teixeira, Ana Isabel Gonçalves, Frederico Pedreira, Hugo Amaral, Joana Nabais Ferreira, Louise Farias e Sara Calado PROJETO GRÁFICO E PAGINAÇÃO Design Glow REVISÃO Swipe News SA PUBLICIDADE Miguel Nóbrega IMPRESSÃO GRÁFICA MAIADOURO, S. A. | Rua Padre Luís Campos, 586 4470-324 MAIA TIRAGEM MÉDIA 5.000 exemplares PERIODICIDADE  Bimestral DISTRIBUIÇÃO VASP – Distribuição de Publicações, SA • MLP – Quinta do Grajal – Venda Seca • 2739-511 Agualva Cacém www.vasp.pt DEPÓSITO LEGAL 453760/19 ISSN 2184-5840 REGISTO ERC 104252

História 1: Quando eu co-muniquei em família que tinha decidido estudar ciências da comunicação porque queria ser jorna-

lista, disseram-me que era má ideia. Claro que eu poderia ser jornalista mas, pelo caminho, algumas pessoas próxi-mas consideravam que talvez fosse me-lhor ideia estudar numa área mais am-pla como economia ou direito (e, quem sabe, mudar de ideias). Estudei o que queria e, até hoje, trabalho numa área que realmente me apaixona e para a qual tenho continuado a estudar, sempre.

História 2: Um dia no início da minha carreira como jor-nalista, um editor perguntou-me sobre que área eu gosta-ria de escrever dentro das grandes e previamente definidas

“economia”, “política”, “sociedade”, “desporto” ou “cul-tura”. “Um jornalista deve ser especializado” para poder trabalhar fontes, diferenciar-se, sacar histórias.

Estudar determinada área esteve durante muito tempo associado a um caminho sem volta: se se estuda gestão é para ser gestor. Se estudares economia, serás economista. Um estudante de direito será sem dúvida um advogado. E assim sucessivamente. Só que as coisas mudaram: à velo-cidade a que as empresas têm de evoluir - o mercado as-

sim pede - é necessário que as estruturas sejam cada vez mais flexíveis. Essa agi-lidade é conseguida através de uma ex-pressão-palavrão: “diversidade cogniti-va”. E isso quer dizer que, quanto maior diversidade de pessoas e de backgrounds houver dentro de uma estrutura, mais abertura de perspetivas existirá. E que isso se vai notar nas mais pequenas coi-sas e, claro, nas maiores.

Nesta Pessoas de ano novo e, dois meses antes de esta revista celebrar o primeiro ano de vida, pensámos sobre o tema: de que maneira está a mudar a forma como as empresas contratam, a forma como os gestores lideram e, tam-

bém, o olhar que cada um de nós - trabalhadores ativos - tem sobre o mercado. Ser diferente é um desafio mas é, na maioria das vezes, a frescura que faltava às organizações para continuarem competitivas e, sobretudo, clarividentes na hora de considerarem as suas pessoas os seus maiores ativos.

Contratar em frente ao espelho

MARIANA DE ARAÚJO BARBOSADiretora executiva

P O R

ESTATUTO EDITORIAL

A Pessoas é uma revista bimestral de informação económica e de recursos humanos para os empresários e gestores, investidores, trabalhadores e outros profissionais de gestão, para os estudantes que estão a chegar ao mercado de trabalho e para os novos líderes. A Pessoas orienta-se por critérios de rigor e criatividade editorial, sem qualquer dependência de ordem ideológica, política e eco-nómica. A Pessoas acredita que a existência de uma opinião pública informada e dinâmica é condição essencial da democracia.

Uma bióloga molecular a programar. Uma psicóloga que desenvolve modelos matemáticos. Uma gestora a dar consultas de homeopatia. Pensar diferente pode ser a melhor maneira de aumentar a competitividade? É isso que defende a diversidade cognitiva.

JANEIRO/FEVEREIRO 2020 | PESSOAS | www.pessoasonline.pt

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JANEIRO/FEVEREIRO 2020 | PESSOAS | www.pessoasonline.pt

artigoT I P O A R T I G O

editorial

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O QUE ESPERAR DE 2020

MATCHMAKERS NO MERCADO DE TRABALHO

OS DIRETORES DE PESSOAS QUE MARCARAM 2019

54 6044

BRIEFING

TEMA DE CAPA

OPINIÃO OUT OF OFFICE

SECOND HOME

O escritório são muitas obras de arte

80

06 GROW UP

A beleza da L’Oréal está na diferença

30 BASTIDORES

Inovar, resolver problemas e tomar melhores decisões? “It’s all about diversity”

76 NA MESA DO RECRUTADOR

A mesa de trabalho de Rita Monteiro, da Sonae Arauco

ESC

Construir equipas com sustentabilidade

86

ENTREVISTA

ALEXANDRE FONSECACEO DA ALTICE PORTUGAL“Trabalhar na Altice é muito mais do que olhar-mos apenas para a nossa unidade, a nossa equipa, o nosso departamento”

Adriana AlvesHR key account

do Volkswagen Group Services

Joana MartinsHR HR development specialist do Volkswagen Group Services

Jóni SousaHead of People & Talent

na Equal Experts

FRENTE-A-FRENTE: ONBOARDING

PARA A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS

18

WORK TRENDS CARREIRAS

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ESPECIAL

LIVRO DE CABECEIRASharing My Change: Viagem pela gestão da mudançaMaria João Martins, Teresa Fialho e Pedro Ramos

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JANEIRO/FEVEREIRO 2020 | PESSOAS | www.pessoasonline.pt

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JANEIRO/FEVEREIRO 2020 | PESSOAS | www.pessoasonline.pt

artigoT I P O A R T I G O

índice

Apenas existe uma pessoa capaz de escolher a melhor formação para cada empregado.

E podes ser tu.

Formación_200x280_4mm_bleed.indd 1Formación_200x280_4mm_bleed.indd 1 11/11/2019 11:31:1511/11/2019 11:31:15

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algo que permanece e fica para além deles. Não há ninguém que acorde de manhã com vontade de ir fazer algo que alguém lhe diz. É melhor pedir perdão porque se errou, do que pedir licença para tentar", afirma.É a conhecer pessoas que Clara passa "30 a 40%" do seu tempo. Assim vai aumentando a sua rede de contactos e, por vezes, detecta potenciais candi-datos. "Pode ser alguém muito jovem, pode ser alguém com muito mais experiência, não importa. Mas a capacidade de detetar talento é algo que tem de estar na nossa génese", afirma. Para a responsável, é cada vez mais importante ter uma carreira dinâmica dentro da organização e não há um caminho certo ou errado. "Na L'Oréal, dizemos que a carreira é um mapa do metro. Hoje estou na linha vermelha, em finanças, amanhã posso perfeitamente ir para uma linha verde e entro em recursos humanos", exemplifica. A pensar nisso, a multinacional está a desenvolver uma plataforma online, um "marketplace", onde os colaboradores encontrar ofertas disponíveis dentro da própria empresa. Podem candidatar-se, integrando outras atividades no horário fixo de trabalho, sem terem de sair da empresa. "Precisamos de ter equipas mais ágeis e mais pessoas diferentes a contribuir para um conjunto de desafios para os quais não temos todas as soluções", alerta Clara. E também é preciso

acompanhar os colaboradores e, para isso, foi imple-mentado o programa "Aging at L'Oréal". Objetivo? Discutir as expectativas e as necessidades de gestão de carreira de cada um dos colaboradores.Por cá, a L'Oréal foi uma das primeiras empresas a assinar a Carta Portuguesa para a Diversidade. Em 2015, atingiu a paridade nos cargos executivos e tem apostado na contratação de pessoas com deficiên-cia. "Os nossos homens fazem licenças estendidas, as nossas mulheres têm bónus pagos a 100% e aumentos salariais e promoções enquanto estão de licença, não há muitas empresas que se orgulhem de fazer isso", conta. "O meu mérito tem sido man-ter o assunto no topo da agenda", acrescenta Clara. O grande desafio do futuro é "dar uma experiência personalizada" a cada um dos 450 colaboradores e ter uma política flexível e consistente. Por outro, fazer com que os managers assumam a responsa-bilidade da gestão de pessoas, que continua "muito centralizado nos recursos humanos", enuncia. O objetivo é tornarem-se uma beauty tech company, revela a diretora de RH. Desde a gestão tradicional, a L'Oréal tem dado passos largos para implementar uma gestão "mais moderna", conta Clara, sem disfarçar o orgulho. "É muito giro para uma diretora de recursos huma-nos poder trabalhar com esta matéria-prima", remata.

CLARA TRINDADEDiretora de recursos humanos

da L'ORÉAL PORTUGAL

42 anos

› 2 filhos› 450 colaboradores › Na L’Oréal Portugal desde

setembro de 2016

Na L'Oréal Portugal desde 2016, Clara Trindade parece ter chegado a casa. A multinacional tem sérios compromissos com a igualdade, diversidade e aposta nos jovens. A beleza é haver espaço para tudo.

TEXTO MARIANA DE ARAÚJO BARBOSA E SARA CALADO

FOTOGRAFIA HUGO AMARAL

A BELEZA ESTÁ NA DIVERSIDADE

Quase vinte anos de carreira, três continentes e várias indústrias. O mundo enche o currículo de Clara Trindade, diretora de recursos hu-manos da L'Oréal Portugal desde

setembro de 2016. A primeira viagem além-fronteiras, fê-la com des-tino a Paris, em Erasmus na Sorbonne durante o curso de finanças na universidade. Por "coinci-dência", conta, o caminho na área dos recursos humanos iniciou-se em 2000, quando ingressou um programa de trainees na Korn Ferry, por in-fluência de quem conhecia a sua paixão por "inte-ragir com pessoas". O programa prolongou-se por uma carreira de dez anos na consultora, e o cami-nho fez-se por Espanha, Reino Unido, Alemanha, Marrocos e, finalmente, Brasil. Na América do Sul foi convidada para integrar um grupo que viria a desenvolver o que é hoje a Heineken Brasil. E por lá ficou outra década. Depois de sete anos no Brasil, já com dois filhos e uma vida agitada entre São Paulo e Nova Iorque, sentiu que era o momento de regressar a Portugal. A chamada para a terra Natal surgiu com o desafio para assumir o cargo de diretora global da InterCi-ment, uma empresa de cimento, a partir de Por-tugal. Ano e meio depois, Clara Trindade chegava finalmente ao sítio onde "se sente em casa", na multinacional de cosmé-ticos L'Oréal. O propósito "beleza para todos" é "muito mais do que vender um champô", explica. "Não há

ninguém que, quando se sente belo não se sinta capaz de qualquer desafio. E isso é uma coisa que nos une de uma forma muito forte", sublinha.A L'Oréal Portugal emprega 450 pessoas em solo nacional e 30 fora do país, com uma grande aposta nos jovens talentos e na diversidade. O recruta-mento faz-se através dos programas de estágio, por referenciação de outros colaboradores ou oportunidades internas. "Procuramos pessoas que sejam curiosas, que tenham sede de evoluir, que estejam muito habituadas a esta cultura de falar. Na L'Oréal, brincamos dizendo que somos uma startup, mas com um bocadinho mais de dinheiro”.Portugal é o segundo maior exportador de talentos da L'Oréal mas também sabe como atraí-los. Todos os anos, promove duas edições do Brandstorm, um programa destinado aos jovens universitários e que inclui um período de três me-ses na incubadora Station F, em Paris. Por cada 40 participantes, todos os anos são recrutados 10 para a L'Oréal Portugal. "O nosso grande objetivo, e como já dizia Fernando Pessoa, não é o tempo que dura mas a intensidade com que se vivem

estas experiências. Por isso é que eu falo de sermos uma escola de talento", sublinha.Quase 70% do talento na L'Oréal são ex-estagiários e, nem sempre os melhores alunos “nem necessaria-mente os de um curso A ou B. Trazemos arquitetos para papéis de marketing, somos capazes de trazer economis-tas para recursos humanos", refere Clara. "Estimulamos muito as nossas pessoas a deixarem a sua marca e

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JANEIRO/FEVEREIRO 2020 | PESSOAS | www.pessoasonline.pt

grow up