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Página 1 Boletim 493/14 – Ano VI – 27/03/2014 Entrave ao trabalho aos domingos Por Adriana Aguiar | De São Paulo O Ministério do Trabalho está dificultando a autorização para que empresas funcionem aos domingos e feriados. Agora, a companhia que tiver mais de uma irregularidade registrada nos últimos cinco anos, relativas a jornada de trabalho ou saúde e segurança, estará automaticamente desautorizada a trabalhar nesses dias, mesmo que isso seja fundamental para sua atividade, conforme portaria publicada na segunda- feira. No caso de a empresa ter apenas uma irregularidade nos últimos cinco anos, o Ministério do Trabalho fará uma fiscalização antes de decidir se concederá ou não autorização. Essas novas condições preocupam as empresas porque o Ministério do Trabalho autuou 317.693 companhias nos últimos cinco anos. Para Adauto Duarte, do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, a portaria pode afetar a atividade econômica das empresas que precisam realizar atividades aos domingos e feriados e já têm a concordância dos sindicatos e empregados, além da necessidade comprovada por laudo técnico. Novas regras não elevam desemprego de domésticos Por Camilla Veras Mota | De São Paulo Embora o número de trabalhadores domésticos tenha continuado a diminuir no ano passado, a taxa de desocupação do segmento não subiu. Em 2013, o número de empregados nos serviços domésticos diminuiu 7,7% nas seis regiões metropolitanas cobertas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em relação a iguais períodos de 2012. A retração é a mais intensa desde 2002, início da série histórica disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2007 e 2013, o volume médio de pessoas que desempenhavam serviços domésticos diminuiu em 281 mil e chegou a 1,404 milhão, ainda segundo o levantamento. Apesar da redução, o desemprego não cresceu nesse segmento. A taxa média de desocupação nos serviços domésticos foi de 2,3% no ano passado, bem abaixo,

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Boletim 493/14 – Ano VI – 27/03/2014

Entrave ao trabalho aos domingos Por Adriana Aguiar | De São Paulo O Ministério do Trabalho está dificultando a autorização para que empresas funcionem aos domingos e feriados. Agora, a companhia que tiver mais de uma irregularidade registrada nos últimos cinco anos, relativas a jornada de trabalho ou saúde e segurança, estará automaticamente desautorizada a trabalhar nesses dias, mesmo que isso seja fundamental para sua atividade, conforme portaria publicada na segunda-feira. No caso de a empresa ter apenas uma irregularidade nos últimos cinco anos, o Ministério do Trabalho fará uma fiscalização antes de decidir se concederá ou não autorização. Essas novas condições preocupam as empresas porque o Ministério do Trabalho autuou 317.693 companhias nos últimos cinco anos. Para Adauto Duarte, do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, a portaria pode afetar a atividade econômica das empresas que precisam realizar atividades aos domingos e feriados e já têm a concordância dos sindicatos e empregados, além da necessidade comprovada por laudo técnico.

Novas regras não elevam desemprego de domésticos Por Camilla Veras Mota | De São Paulo Embora o número de trabalhadores domésticos tenha continuado a diminuir no ano passado, a taxa de desocupação do segmento não subiu. Em 2013, o número de empregados nos serviços domésticos diminuiu 7,7% nas seis regiões metropolitanas cobertas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em relação a iguais períodos de 2012. A retração é a mais intensa desde 2002, início da série histórica disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2007 e 2013, o volume médio de pessoas que desempenhavam serviços domésticos diminuiu em 281 mil e chegou a 1,404 milhão, ainda segundo o levantamento. Apesar da redução, o desemprego não cresceu nesse segmento. A taxa média de desocupação nos serviços domésticos foi de 2,3% no ano passado, bem abaixo,

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portanto, da taxa de desemprego oficial, de 5,4%. Para analistas ouvidos pelo Valor , os números mostram que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 66, promulgada em abril, que amplia os direitos dos trabalhadores domésticos e, por consequência, encarece o serviço, não promoveu uma "onda de desemprego", como aventado na época.

Gabriel Ulyssea, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), observa que a redução da ocupação nos serviços domésticos é uma tendência anterior à regulamentação da atividade. "O aquecimento do mercado de trabalho, em particular o setor de serviços, fez com que muitas trabalhadoras domésticas migrassem para outras ocupações", avalia. A combinação de queda do desemprego, aumento da formalização e salário mínimo tornaram as ocupações alternativas mais atraentes para essas trabalhadoras, afirma, ao mesmo tempo em que encareceram o seu custo de contratação para as famílias. Para ele, a PEC pode ter acelerado esse fenômeno e promovido uma evasão mais rápida de trabalhadores para outras áreas. "A consequência é obviamente uma redução da demanda. Mas, como isso aconteceu

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nesse contexto de aquecimento do mercado de trabalho, não houve aumento do desemprego". Os dados da PME mostram que o volume de empregados no setor tem caído de forma consistente pelo menos desde 2010, a taxas médias anuais de 2,3%, 3,6%, 2% e 7,7% em 2013. Ao mesmo tempo, o desemprego no setor, que era de 6,8% em 2003, vem diminuindo paulatinamente nos últimos dez anos, chegando a 2,2% em 2012 e mantendo relativa estabilidade no ano passado (2,3%). Adriana Nunes Ferreira, professora do Instituto de Economia da Unicamp, relaciona a redução da ocupação no emprego doméstico, além da migração para outras áreas, também ao aumento da população não economicamente ativa (PNEA) que não gostaria de trabalhar. O aumento da renda familiar permitiu aos jovens estudar por mais tempo, aos mais velhos, sair mais cedo do mercado de trabalho e, em outros casos, a alguns membros da família a sair do emprego e se dedicar apenas à casa, afirma. No ano passado, a PNEA que não gostaria de trabalhar avançou 2,4% em relação a 2012. "O argumento de que a formalização das relações de trabalho é prejudicial ao emprego é uma velha tese conservadora, já há muito desmentida pelos fatos", comenta. Alexandre Loloian, técnico da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), observa que muitas mensalistas optaram por virar diaristas no ano passado na região metropolitana de São Paulo. Segundo os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de empregadas mensalistas caiu 9,7% em relação a 2012, reduzindo o estoque para 411 mil pessoas. Na contramão, o volume de diaristas avançou 5,7%, para 240 mil. "Isso sim pode ser efeito da PEC", afirma. Os dados para as seis regiões metropolitanas que compõem a amostra da pesquisa seguem no mesmo sentido. Segundo levantamento feito pelo Dieese a pedido do Valor, o total de mensalistas caiu em 8% em 2013, enquanto o de diaristas aumentou em 2% na comparação com o ano anterior. Na capital paulista, a mudança nem sempre é motivada por uma redução da demanda. Rose Silva, por exemplo, achou mais vantajoso permanecer como diarista, apesar da insistência da patroa em assinar a carteira. "Eu já pago meu INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] e, mesmo com a carteira assinada, não teria direito a seguro desemprego e FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço]", explica. A PEC 66 regulamenta temas como duração da jornada de trabalho e piso salarial. Benefícios como seguro desemprego e FGTS só passarão a valer depois que lei entrar de fato em vigor. Alexandra Conceição, que trabalha como mensalista no Rio de Janeiro, preferiu esperar pela aprovação da lei com a carteira assinada. Com os encargos extras

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impostos pela formalização, afirma, o salário diminuiu um pouco, mas ela prefere "ter os direitos garantidos". Em São Paulo, Rose consegue sair do emprego principal no horário do almoço e aproveita as tardes para fazer faxina em residências menores. Ela cobra a partir de R$ 60 por uma permanência de quatro horas. Dessa forma, o salário no fim do mês é bem mais vantajoso, afirma. Para Lúcia Garcia, supervisora do sistema PED, do Dieese, essa é uma tendência que deve se fortalecer nos próximos anos. "As casas são cada vez menores e, por isso, não é preciso mais tanto tempo para mantê-las em ordem. Além disso, as famílias tradicionais já não são regra, muita gente mora sozinha", pondera.

Os dois extremos do mapa do emprego

Por Denise Neumann | De São Paulo Porto Alegre e Salvador vivem momentos opostos. Enquanto na região metropolitana da capital gaúcha a situação é de pleno emprego, Salvador tem registrado as maiores taxas de desocupação do país. Em janeiro, 8% do total da População Economicamente Ativa (PEA) da região metropolitana da capital baiana estava a procura de emprego, percentual que era só 2,8% em Porto Alegre. No meio do caminho, o desemprego médio das seis regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 4,8%. O aumento do desemprego em Salvador, porém, não decorreu de um corte de vagas, pelo contrário. Na média de 2013, foram abertas 91 mil vagas na região metropolitana da capital baiana, aumento de 4,8% na ocupação. No Brasil todo, essa taxa cresceu apenas 0,56% e em Porto Alegre, 0,85%. O desemprego em Salvador subiu porque não cresceu o número de pessoas que saíram do mercado de trabalho por conta própria. Enquanto no Brasil, 707 mil pessoas desistiram de procurar um emprego, em Salvador esse número cresceu (52 mil) e reforçou o contingente na disputa por uma vaga.

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Além do componente de comportamento da população, o desemprego nas duas regiões metropolitanas também reflete, em parte, o ritmo de atividade da indústria. No Rio Grande do Sul, a produção industrial acumula, nos últimos 12 meses, crescimento de 6,8%. quase o dobro do ritmo baiano no mesmo período. A demanda forte no mercado de trabalho gaúcho também fez o rendimento médio real subir acima da média nacional no ano passado. Em Porto Alegre, os trabalhadores encerraram 2013 com um salário 5,8% maior em termos reais em relação ao ano anterior, enquanto em Salvador a renda média caiu 10,5%, refletindo a maior oferta de trabalhadores. Caso o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central estivesse olhando para as duas cidades, seria um exercício curioso. Os índices de inflação foram semelhantes, apesar do comportamento distinto da renda. A inflação na capital gaúcha foi de 5,79% no ano passado, índice maior que o de Salvador (5,03%), mas menor que a média do país (5,91%). Se os IPCAs foram próximos, o mesmo não aconteceu no varejo. Pelos dados da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, as vendas do varejo ampliado no Rio Grande do Sul subiram 6,4% no ano passado, bem acima dos 3,6% da média nacional. Na Bahia, o crescimento foi de apenas 1,7% em 2013.

Com mercado aquecido, reivindicações incluem até va gas no estacionamento Por Sergio Ruck Bueno | De Porto Alegre As baixas taxas de desemprego vêm garantindo reajustes salariais acima da inflação e benefícios mais robustos para os trabalhadores da região metropolitana de Porto Alegre. A disputa entre empresas pela mão de obra se acirra e as demandas feitas pelos sindicatos nas negociações salariais incluem agora novos itens, como mais vagas para os funcionários no estacionamento. O segmento com maior geração líquida de postos de trabalho nos 12 meses encerrados em fevereiro foi o comércio varejista (6,5 mil novas vagas), seguido pela construção civil (5,8 mil), segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nas indústrias metalúrgicas, mecânicas, de material elétrico e comunicações, o saldo foi de 1,2 mil vagas. Nas metalúrgicas, o aumento de vagas combinado com a oferta reduzida de mão de obra garantiu aumento salarial real (acima do INPC) de 13,2% no acumulado de 2008 a

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2013, relata o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para os operários da construção civil, a alta real chegou a 11,6% e para os comerciários, a 9%. No período, os pisos salariais das três categorias cresceram entre 17,3% e 28,7%. Nos últimos dois anos, as indústrias metalúrgicas começaram a pagar bônus para atrair empregados de outras empresas, explica o supervisor técnico do Dieese no Estado, Ricardo Franzoi. De acordo com ele, as "luvas" [do jargão futebolístico] servem para cobrir a multa de 40% do FGTS da qual o trabalhador abre mão ao se demitir. Outros benefícios que se disseminaram nas negociações recentes em todas as categorias foram vale-alimentação e auxílio-creche. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Paulo Chitolina, nos últimos anos a categoria obteve melhorias nos planos de saúde, nos serviços de alimentação e transporte e nos programas de participação nos resultados, que já representam até 1,7 salário-base adicional para cada trabalhador por ano. "Agora estamos brigando para que as empresas abram mais espaços nos estacionamentos, porque boa parte dos metalúrgicos tem carro", diz o sindicalista. De acordo com ele, trabalhadores mais qualificados, caldeireiros ou soldadores, ganham hoje R$ 3 mil por mês, ante R$ 1,7 mil há cinco anos. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Canoas (Simecan), Roberto Machener, diz que a maior dificuldade é preencher as vagas em áreas como manutenção, usinagem e estamparia, que envolvem operação de máquinas mais pesadas. Segundo ele, a solução encontrada pelas empresas é investir para capacitar e reter trabalhadores e, onde é possível, para automatizar os processos. A automatização, porém, não é tão simples, explica o empresário. Os equipamentos são caros, representam custo fixo elevado mesmo em períodos de baixa produção e não podem ficar ociosos. Já a mão de obra é uma despesa variável, que pode ser ajustada conforme a sazonalidade do negócio. Na construção civil, um trabalhador especializado -pedreiro, carpinteiro ou azulejista - ganha até R$ 3 mil por mês, ante R$ 1,8 mil há cinco anos. Mesmo assim, a escassez de mão de obra qualificada persiste, diz Ricardo Sessegolo, presidente do Sinduscon. "A renda está dando uma melhorada, mas as empresas ainda precisam melhorar as condições de saúde e segurança", afirma o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gelson Santana.

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Em Porto Alegre, população ocupada e renda crescem sem saltos de inflação Por Sergio Ruck Bueno | De Porto Alegre A expansão demográfica abaixo da média brasileira e o crescimento da população ocupada acima da evolução do contingente de pessoas em busca de trabalho têm levado a região metropolitana de Porto Alegre a registrar, há vários meses, o menor índice de desemprego do país. A renda dos trabalhadores da região está subindo acima da média nacional, mas sem provocar saltos inflacionários, graças principalmente à produção de alimentos no Rio Grande do Sul. Na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE referente a janeiro, Porto Alegre registrou desemprego de 2,8%, o menor patamar da série histórica para o mês e 0,7 ponto percentual abaixo do mesmo período de 2013. Na média das seis regiões metropolitanas pesquisadas (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador e Recife, além da capital gaúcha), o desemprego recuou de 5,4% para 4,8% na mesma comparação. A última vez que a região metropolitana de Porto Alegre não registrou a menor taxa de desemprego, segundo o IBGE, foi em março de 2012 - o posto foi ocupado por Belo Horizonte (5,1%) e a taxa em Porto Alegre atingiu 5,2%. Em outubro de 2012, as duas capitais registraram juntas o índice mais baixo (3,9%). Os dados relativos à pesquisa de emprego do IBGE de fevereiro serão divulgados hoje. A Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul indica que a taxa de desocupação em Porto Alegre recuou para 5,6% em fevereiro, ante 6,2% no mesmo mês de 2013. Foi o menor índice desde o início da pesquisa, em 1992. O estudo é realizado em convênio com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Seade. Segundo o economista Raul Bastos, da FEE, a abertura de mais vagas de trabalho não é responsável pelo baixo desemprego em Porto Alegre. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o contingente de ocupados atingiu 1,787 milhão, 0,4% abaixo do mesmo mês do ano passado e 0,2% acima de janeiro. Na média de 2013, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresceu 5,8%, bem mais do que o dobro do consolidado do país, o número de ocupados avançou apenas 0,4% sobre 2012, para 1,778 milhão. Para Bastos, que a partir de agora prevê apenas quedas "marginais" do desemprego na região, os principais fatores responsáveis pela taxa reduzida de desocupação na região são o lento crescimento populacional (de 0,49% ao ano de 2000 a 2010 ante a média nacional de 1,17%) e o aumento da proporção de jovens que apenas estudam. Esse índice passou de cerca de 18,5% em 2003 para 22,8% em 2012 (último dado disponível), ante a evolução de 17,7% para 20,4% na média das seis regiões metropolitanas.

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O resultado é o encolhimento da População Economicamente Ativa (PEA), formada pelas pessoas ocupadas ou em busca de ocupação, explica Bastos. Depois de crescer só 0,4% de 2011 para 2012, a PEA da região recuou 0,2% no ano passado (considerando as médias mensais de cada exercício) e voltou a cair em janeiro de 2014. Em fevereiro, o contingente ficou em 1, 893 milhão de pessoas, 1% abaixo do mesmo mês de 2013. Os jovens estão adiando o ingresso no mercado de trabalho graças ao aumento da renda dos chefes de famílias proporcionado pela queda do desemprego, afirma o economista. Com isso, eles contribuem para a continuidade da alta dos rendimentos, devido à redução da oferta de mão de obra no mercado. Segundo a PED, o rendimento médio dos ocupados da região em janeiro cresceu 4,5% sobre igual período de 2013, para R$ 1.779. No conjunto das regiões metropolitanas houve queda de 1,2%, para R$ 1.668. Com a PEA estagnada, as empresas têm de ser "mais receptivas às demandas salariais dos trabalhadores", diz Bastos. O rendimento médio real habitual dos ocupados cresceu 7,7% na região metropolitana de Porto Alegre entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014 e alcançou R$ 1.989, segundo o IBGE. Na média das seis regiões, a alta foi de 3,6%, para R$ 1.984, o que colocou a capital gaúcha em terceiro lugar, atrás de São Paulo e Rio. Para o economista Marcelo Portugal, do Departamento de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o aumento da renda em Porto Alegre não provoca descolamento da inflação regional em comparação com o resto do país, porque o Estado é grande produtor de alimentos, o que neutraliza o impacto de custos de serviços como fretes. No acumulado de 12 meses até fevereiro, o IPCA local avançou 5,55%, ante 5,68% na média nacional. Segundo Portugal, a taxa de desemprego em Porto Alegre é resultado de um fenômeno "estrutural". Além do baixo crescimento da população, o professor cita a "emigração líquida" do Rio Grande do Sul, o que ajuda a acentuar a tendência de estagnação da PEA. De acordo com o Censo 2010, o saldo migratório negativo (diferença entre o número de pessoas que deixam e migram para o Estado) aumentou de 39,5 mil no período 1995-2000 para 74,6 mil entre 2005 e 2010. Em São Paulo, por exemplo, o balanço foi positivo em 255,8 mil no período. Atualmente, lembra o professor, algumas empresas buscam trabalhadores em outras regiões para suprir a demanda por mão de obra no Rio Grande do Sul. A construtora OAS trouxe operários do Nordeste para as obras arena do Grêmio, recentemente concluída. Segundo Portugal, no entanto, esse é um fenômeno pontual, porque a maioria desses trabalhadores ainda prefere migrar para São Paulo e Rio.

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Analistas projetam mercado de trabalho estável Por Arícia Martins | De São Paulo O mercado de trabalho contrariou expectativas de que iria começar 2014 com perda de fôlego adicional em relação a 2013, ano marcado por enfraquecimento da geração de novas vagas e pouco dinamismo da População Economicamente Ativa (PEA). Nos primeiros meses, segundo economistas, o desemprego deve se manter em nível baixo, não apenas em função do menor número de pessoas em busca de trabalho, mas principalmente devido à melhora na criação de ocupações, como apontou em fevereiro o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A média de 20 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data indica que a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas subiu de 4,8% em janeiro para 5,1% no mês passado. Se confirmadas as estimativas, o percentual de desempregados em relação à PEA será menor do que em igual período de 2013, quando ficou em 5,6%. As projeções para Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a ser divulgada hoje pelo IBGE, vão de 4,9% a 5,3%.

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Mariana Hauer, do banco ABC Brasil, projeta que a taxa de desocupação avançou para 5,1% em fevereiro, mas destaca que, feito o ajuste sazonal, o dado deve ficar no mesmo nível de janeiro, em 4,9%. "Não há nenhum indício de enfraquecimento adicional do mercado de trabalho", afirma Mariana, para quem existem razões estruturais por trás da manutenção do emprego em patamares aquecidos, mesmo em ambiente de crescimento mais modesto. Nos últimos anos, o desemprego caiu como reflexo de uma melhora do ambiente econômico, mas não voltou a subir no período recente, porque houve mudanças de longo prazo no meio do caminho, diz Mariana. "A renda das famílias aumentou e não há mais a necessidade de todo mundo em casa trabalhar, o que reduziu o crescimento da força de trabalho." Em relatório, a equipe econômica do Itaú Unibanco prevê que a PEA recuou 0,2% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado, enquanto o contingente de ocupados aumentou 0,3% em igual comparação. "Apesar da desaceleração na criação de vagas, o desemprego continua baixo, porque há menos pessoas à procura de trabalho", afirma o relatório. No mês passado, o banco estima que a taxa de desocupação foi de 5,1%. Para Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, a pressão menor da PEA evitou que a taxa de desemprego subisse no ano passado, quando o mercado de trabalho passou por claro período de desaquecimento, mas o começo de 2014 trouxe notícias mais positivas. "A ocupação voltou a ganhar ritmo, o que altera um pouco a fotografia do que vimos em 2013", diz Bacciotti, que trabalha com desocupação de 5% em fevereiro. Nos cálculos dessazonalizados pela Tendências, a população ocupada cresceu a uma média mensal de 0,1% entre outubro e dezembro de 2013. Em janeiro, a alta foi um pouco maior sobre o mês anterior, de 0,3%. "Não é nada muito forte, mas fevereiro pode surpreender positivamente por conta dos dados do Caged", afirma o economista. Naquele mês, houve abertura de 260,8 mil vagas formais, marca 111% superior a fevereiro de 2013. Economistas atribuíram o resultado muito mais forte que o previsto à incidência do Carnaval em março, que pode ter antecipado admissões para o mês passado, mas Bacciotti também considera que os preparativos para a Copa podem estar impulsionando contratações, principalmente no setor de serviços. De acordo com Mariana, do ABC, o único setor que desperta maior preocupação quanto ao comportamento do emprego é a indústria, mas, embora esses dados sejam de difícil mensuração, tudo indica que os trabalhadores que estão saindo das fábricas conseguem se recolocar em outros ramos de atividade.

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Em função disso, o cenário de esfriamento mais significativo do mercado de trabalho, criado pelo banco, foi adiado para 2015. Para 2014, a analista do ABC estima que a taxa média de desemprego será de 5,3%, ligeiramente abaixo do percentual de 5,4% de 2013. Já Bacciotti avalia que a média da desocupação será um pouco maior, de 5,7%. O começo de 2014 foi um período mais favorável que o previsto para os indicadores de emprego, diz ele, mas é preciso confirmar se os efeitos da Copa serão significativos sobre a geração de vagas.

Dieese aponta fechamento de 119 mil vagas no país e m fevereiro Por Francine De Lorenzo | De São Paulo A ocupação em fevereiro voltou ao patamar de novembro de 2012, ao registrar 18,7 milhões de postos de trabalho nas seis regiões metropolitanas analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem, mostra que entre janeiro e fevereiro houve a eliminação de 119 mil vagas no país, o que representa queda de 0,6% no emprego no período. A redução elevou de 9,5% para 10,3% a taxa de desemprego nas seis regiões pesquisadas - São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza - no período. A indústria demitiu 21 mil trabalhadores, os serviços dispensaram mais 96 mil e a construção fechou 17 mil vagas. "O setor de serviços, que vinha absorvendo mão de obra sobretudo da indústria, vem demonstrando enfraquecimento nos últimos meses. Parece que estamos chegando a um esgotamento", diz Ana Maria Belavenuto, técnica do Dieese. Para Ana, é difícil prever o comportamento do mercado de trabalho nos próximos meses. Alexandre Loloian, da Fundação Seade, avalia que a Copa do Mundo, que começará em junho, pode impulsionar o emprego em algumas regiões. Em São Paulo, que responde por metade da ocupação das seis regiões avaliadas, houve eliminação de 70 mil postos de trabalho entre janeiro e fevereiro.

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IBGE vai adiar pesquisa de orçamento por falta de r ecursos Por Diogo Martins | Do Rio O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai adiar a realização da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Seria realizada em agosto deste ano e passa para janeiro de 2015. Segundo a autarquia, a razão é a falta de mão de obra, mas o Valor apurou que há também outro motivo: faltam recursos financeiros. Grande parte do corpo técnico do IBGE, incluindo os trabalhadores temporários, estará ocupado com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), prevista para ir a campo a partir de outubro, daí o adiamento, segundo a assessoria de imprensa do instituto. Entretanto como o Valor apurou, pesou também na decisão o contingenciamento de gastos anunciado em fevereiro pelo governo federal, que fez o orçamento do IBGE para 2014 encolher 10,3%, caindo para R$ 1,885 bilhão. Antes da medida, o repasse programado era de R$ 2,103 bilhões, apontam dados do Ministério do Planejamento. Em relação a 2013, o atual orçamento do IBGE caiu 0,21%. O instituto continua negociando com o governo federal o repasse de mais verba para a realização da POF e da Pnad. "Se isso não ocorrer, o mais provável é que o IBGE opte por realizar a Pnad, porque é mais barata. A Pnad tradicional, hoje, ainda dispõe de mais informações que a Pnad Contínua. Ela traz, por exemplo, dados de trabalho infantil, algo que somente daqui a algum tempo a Pnad Contínua terá", disse uma fonte. Oficialmente, o IBGE não confirmou a restrição, embora tenha admitido o adiamento por meio da assessoria de imprensa. A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, estava ontem em Brasília e não pôde se pronunciar. A Pnad está orçada entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. O levantamento, entre outras informações, fornece dados anuais sobre características demográficas e socioeconômicas da população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, e características dos domicílios. Já a próxima edição da POF está orçada em R$ 14 milhões. A pesquisa atualiza a cesta básica de consumo e obtém novas estruturas de ponderação para os índices de preços que compõem o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE e de outras instituições a cada cinco anos. Na POF 2008-2009, versão mais recente da pesquisa, foram utilizados cerca de 900 entrevistadores.

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"A equipe técnica está trabalhando para a realização das duas pesquisas, mas já foi avisada que uma delas pode ser suspensa num futuro próximo por falta de recursos. De qualquer forma, o martelo ainda não foi batido", disse uma outra fonte graduada ao Valor . A Pnad Contínua é trimestral, com abrangência por Brasil e grandes regiões. A meta do instituto é divulgar trimestralmente, pela Pnad Contínua, indicadores conjunturais de mercado de trabalho e, anualmente, temas estruturais, tais como educação, migração e trabalho infantil. Por enquanto, os resultados da Pnad Contínua englobam somente alguns indicadores do mercado de trabalho, como pessoas com idade de trabalhar, taxa de desocupação, entre outros. A intenção do IBGE é que a Pnad Contínua, de forma gradativa, substitua a Pnad tradicional, de periodicidade anual. Ainda não há data para a substituição completa da Pnad. Somente na última edição da Pnad, em 2013, foram necessários cerca de 2 mil funcionários - a maior parte de empregados temporários -, responsáveis pelas entrevistas. O Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE (ASSIBGE) critica a direção do instituto e diz que ele está sucateado, necessitando de mais funcionários. "A subordinação do IBGE aos desejos do governo federal colocam em xeque a qualidade do sistema estatístico do país. O orçamento do IBGE está estagnado e, notoriamente, isso tem impacto no trabalho. A responsabilidade é do governo federal e da direção do IBGE. A presidente deveria dizer ao governo federal que o IBGE não fará determinadas pesquisas, enquanto não dispuser de verbas adequadas", diz a diretora do sindicato Ana Carla Magni. De acordo com informações do ASSIBGE, em janeiro, o IBGE possuía 5.799 funcionários, dos quais 4 mil tinham tempo de serviço superior a 26 anos. Uma carta da presidente do IBGE enviada à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em maio de 2012, mostra que à época já havia preocupação em relação ao quadro de funcionários. No texto, Wasmália afirmou que a cada ano 300 funcionários se aposentavam e não havia recursos suficientes para contratações. E complementa: "Por isso mesmo, senhora Ministra, a iminência de perda desses servidores constitui, por sua vez, uma grave ameaça à Instituição, comprometendo a manutenção de suas atividades e o contínuo aperfeiçoamento das pesquisas e levantamentos realizados", afirmou Wasmália na carta.

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Portaria restringe trabalho aos domingos

Adauto Duarte, da CNI: portaria afetará a atividade econômica das empresas e reduzirá a liberdade de organização

Por Adriana Aguiar | De São Paulo As empresas que precisam abrir as portas aos domingos e feriados terão ainda mais dificuldade para obter autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os empregadores que tiverem mais de uma irregularidade registrada sobre jornada de trabalho, saúde ou segurança, nos últimos cinco anos, estarão automaticamente proibidos de funcionar nesses dias, ainda que isso seja essencial para suas atividades. A medida está na Portaria nº 375, do MTE, publicada na segunda-feira. No caso de apenas uma irregularidade nos últimos cinco anos, de acordo com a portaria, o Ministério do Trabalho e Emprego iniciará uma fiscalização - sem data ou prazo fixo para ser concluída - e só depois avaliará o pedido de autorização para trabalho aos domingos e feriados. As novas condições preocupam as empresas. Isso porque 317.693 companhias foram autuadas (incluindo reincidências) nos últimos cinco anos, conforme Ministério do Trabalho. Representantes da indústria e dos trabalhadores ficaram surpresos com a publicação da norma e criticaram sua redação. Até então, para se obter a autorização do Ministério do Trabalho, era preciso apenas a concordância dos empregados e do sindicato de trabalhadores que os representassem, além de laudo técnico emitido por instituição competente ligada ao poder público municipal, estadual ou federal confirmando a necessidade. Outra exigência que permanece é a de que as escalas de trabalho respeitem as normas e legislações vigentes, garantindo, por exemplo, o descanso semanal remunerado, que deve ser usufruído no domingo em pelo menos uma de cada sete semanas. Agora, além de todas essas exigências, determinou-se que não se pode ter irregularidades na área de saúde, segurança e jornada de trabalho. Para o integrante do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Industria (CNI), Adauto Duarte, essa portaria poderá afetar a atividade econômica das empresas e reduzir a liberdade de organização das companhias. "Hoje, o sistema sindical é mais legítimo e representativo. Temos 10.388 sindicatos de trabalhadores e

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11 centrais que participam da vida política e das grandes negociações de políticas sociais do país", diz. Para ele, a vontade dos trabalhadores deveria ser suficiente para autorizar o trabalho aos domingos e feriados, o que está previsto na Constituição. Ainda como a norma não esclarece o que é "irregularidade", qualquer tipo de sanção sofrida ou notificação poderia ser um empecilho para a empresa. Há atividades que necessitam comprovadamente do trabalho aos domingos, segundo Duarte. Ele cita como exemplo a fabricação de produtos feitos à base de tomate, que precisam de autorização para acontecer no domingo. "O tomate simplesmente apodrecerá à espera de processamento nas indústrias, caso não tenha autorização por motivo de eventuais irregularidades trabalhistas ocorridas nos últimos cinco anos", afirma. O mesmo deve ocorrer no trabalho de manutenção preventiva de aviões, trens e ônibus, que em geral são feitos nos dias de menor movimentação. "Esses impedimentos poderiam culminar em problemas de segurança para a própria população." Duarte afirma que pretende dialogar com o Ministério do Trabalho para que a norma seja revogada, antes de pensar em uma medida judicial. "Ainda acreditamos em uma solução tripartite que equilibre os interesses do Estado, das empresas e dos trabalhadores." Para Kelly Escobar, analista de relações trabalhistas do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), tem sido cada vez mais difícil renovar essas autorizações. Kelly afirma que o trabalho aos domingos e feriados tem sido necessário em alguns momentos, quando há uma alta na demanda das montadoras. "Essa portaria traz mais uma barreira", diz. A secretaria de relações de trabalho da CUT, Graça Costa, afirma também ter sido pega de surpresa com a edição da portaria. "Estávamos debatendo o assunto com o Ministério do Trabalho, mas não houve nenhuma deliberação", diz. Para Graça, apesar de colocar mais empecilhos, o texto dispensa a inspeção prévia da empresa que pede autorização e que não tem essas pendências. "Nesse caso, fica mais fácil para obter a autorização." A portaria é considerada inconstitucional pelo advogado Maurício Corrêa da Veiga, do Corrêa da Veiga Advogados. Segundo ele, o Estado não pode interferir na liberdade de negociação das empresas e trabalhadores. "Apesar de a finalidade ser nobre, de coibir as máculas em relação ao excesso de jornada e falta de segurança e saúde no trabalho, isso não poderia ser vinculado à autorização", diz. O advogado Fernando Cassar, do Cassar Advocacia, diz que, apesar da redação ser confusa, as restrições só devem valer para empresas que precisam renovar suas autorizações, a cada dois anos, após o fim da vigência da convenção coletiva. As atividades consideradas essenciais, como hospitais, empresas de telefonia e hotéis, por exemplo, não devem sofrer impacto. Procurado pelo Valor , o secretário de inspeção do trabalho do MTE, Paulo Sergio de Almeida, não conseguiu atender a reportagem por indisponibilidade de agenda.

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STJ isenta de INSS salário pago nas férias Por Bárbara Mengardo | De Brasília Por unanimidade, a 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não incide contribuição previdenciária sobre o salário que é pago no período de férias. O entendimento foi proferido ontem com a retomada do julgamento do caso Globex (Ponto Frio), que foi incorporada pela Via Varejo. O impacto anual da discussão é de aproximadamente R$ 12,4 bilhões, de acordo com o relatório "Riscos Fiscais", da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para este ano. O julgamento foi rápido, e causou confusão aos presentes. Isso porque os ministros já haviam analisado o mesmo processo em fevereiro do ano passado. A decisão no mesmo sentido, entretanto, não foi proferida até que fosse julgado um caso semelhante, envolvendo a Hidrojet, por meio de recurso repetitivo. Ao retomar a análise do processo da Globex, porém, o relator do caso, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, declarou que estaria acolhendo os embargos de declaração apresentados pela Fazenda Nacional e alterando o posicionamento anterior do STJ para adequá-lo ao voto proferido no recurso repetitivo. O magistrado foi seguido pelos demais integrantes da 1ª Seção. A declaração gerou dúvidas aos advogados que acompanhavam a sessão, já que a tributação das férias não foi discutida no caso Hidrojet. Na ação, foi analisada a incidência de contribuição previdenciária apenas sobre o salário-maternidade, o auxílio-doença, o aviso prévio indenizado e o terço constitucional de férias. De todas as verbas discutidas no caso envolvendo a Hidrojet, apenas o salário maternidade foi tributado. O processo foi julgado em fevereiro. Ao Valor , Maia Filho afirmou que, como as férias não foram analisadas pelo STJ no repetitivo, o entendimento em relação à tributação da verba continua inalterado. A ação proposta pela Globex também discutia originalmente a tributação do salário-maternidade. O ponto, entretanto, não foi analisado na sessão de ontem por conta de um pedido de desistência da própria empresa. De acordo com o advogado da Globex, Fábio Vilar, do Nelson Wilians & Advogados Associados, a desistência foi pedida porque havia uma grande probabilidade de os ministros alterarem o posicionamento tomado anteriormente, de que não incide contribuição previdenciária sobre a verba. Segundo Vilar, com a desistência não foi analisado o mérito da ação em relação à discussão envolvendo o salário-maternidade. Com isso, a Globex continuará recolhendo a contribuição previdenciária normalmente. Maia Filho afirmou ao Valor , entretanto, que votaria pela não incidência caso a discussão tivesse sido levada novamente ao plenário. Para ele, a tributação do salário-maternidade seria um "desestímulo à contratação de mão de obra feminina". (Fonte: Valor Econômico dia 27/03/2014).

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Desemprego sobe para 10,3% em seis regiões metropol itanas

Agências / SÃO PAULO A taxa de desemprego no conjunto das seis regiões metropolitanas onde a Fundação Seade e o Dieese realiza a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) subiu de 9,5% em janeiro para 10,3% em fevereiro. De acordo com a Seade e o Dieese, o nível de ocupação nas regiões caiu 0,6%, com a eliminação de 119 mil postos de trabalho. Segundo a Seade e o Dieese, o nível de ocupação diminuiu em Belo Horizonte (-1,3%); Salvador (-0,8%); São Paulo (-0,7%) e Recife (-0,4%). Manteve-se relativamente estável em Porto Alegre (0,2%) e Fortaleza (-0,2%). Entre os setores avaliados, houve diminuição em Serviços (-0,9% ou eliminação de 96 mil postos), em Indústria de Transformação (-0,7% ou redução de 21 mil postos). Em Construção, foram eliminados 17 mil postos, queda de 1,1%. Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas registrou geração de 4 mil vagas (alta de 0,1%). O rendimento médio real dos ocupados nas seis regiões caiu 1,2% em janeiro de 2014 ante dezembro de 2013, para R$ 1.668. A renda média real dos assalariados manteve-se em R$ 1.690. A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em fevereiro subiu para 10,6%, ante 9,6% em janeiro. O nível de ocupação diminuiu 0,7% e o número de ocupados foi estimado em 9,747 milhões de pessoas. Na passagem de janeiro para fevereiro, o total de desempregados foi previsto em 1,156 milhão de pessoas, 70 mil a menos do que em janeiro (queda de 0,7%). Na comparação com fevereiro do ano passado, a taxa de desemprego ficou ligeiramente acima, em 10,6%, ante 10,3%. A indústria de transformação na região eliminou 50 mil postos de trabalho (-3,0%) e o setor de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas houve redução de 1 mil (-0,1%). Já o setor de serviços, gerou 86 mil vagas (alta de 1,6%) e na construção foram criados 13 mil postos de trabalho (alta de 1,8%).

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Ação sobre uso da TR na correção do FGTS terá rito abreviado

Fabiana Nunes e Agências / BRASÍLIA O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou a adoção do rito abreviado no trâmite da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 5090, em que o Partido Solidariedade questiona dispositivos das Leis 8.036/1990 (artigo 13) e 8.177/1991 (artigo 17), que preveem a aplicação da Taxa Referencial (TR) na correção dos depósitos nas contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com isso, o Plenário do Supremo terá a faculdade de julgar definitivamente a ação, sem prévia análise do pedido de liminar. O rito abreviado estabelece o prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias cada. Ao justificar a aplicação do rito previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999 (Lei das Adins), o relator argumentou que a questão interessa a milhões de trabalhadores celetistas brasileiros com depósitos nas contas do FGTS remunerados segundo a legislação questionada. O ministro também destacou a existência de mais de 50 mil processos sobre a matéria e o tamanho do prejuízo aos trabalhadores alegado pelo partido, que superaria anualmente dezenas de bilhões de reais. Com a adoção de tal rito, o relator solicitou informações ao Congresso Nacional e à Presidência da República, responsáveis pela edição das normas questionadas. Após o prazo de dez dias para as informações, ele determinou que se dê vista dos autos, no prazo sucessivo de cinco dias, ao advogado-geral da União e ao procurador-geral da República para que se manifestem sobre a matéria. Na mesma decisão, o ministro Barroso admitiu o ingresso do Banco Central no processo na qualidade de amicus curiae (amigo da corte). Segundo ele, a relevância do tema e a representatividade da instituição justificam a participação.

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"Ademais, em se tratando da instituição competente para calcular a TR (Lei 8.177/1991, artigo 1º), não há dúvida de que sua participação trará subsídios importantes para o exame da questão constitucional", ponderou o ministro. O Partido Solidariedade ressalta, porém, que o Supremo adotou o entendimento de que a TR não pode ser utilizada para esse fim, "por não refletir o processo inflacionário brasileiro", citando como precedentes as Adins 4357, 4372, 4400 e 4425.

OAS é condenada em - R$ 100 - mil por acidente em R ibeirão Agências / TRABALHISTA CAMPINAS - O Tribunal Regional do Trabalho de Campinas condenou a construtora OAS

S.A. a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 100 mil em

decorrência de um acidente que vitimou trabalhadores nas obras de construção de uma

unidade do Extra Supermercados, em Ribeirão Preto, em julho de 2010. A decisão reforma

a sentença de primeira instância que julgou improcedente a ação civil pública movida pelo

Ministério Público do Trabalho. O acórdão também determina que se cumpra uma série de

medidas preventivas de segurança em todos os canteiros de obra da empresa que operam

no Brasil.

(Fonte: DCI dia 27/03/2014).

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Centrais sindicais marcam greve geral na Argentina para abril Pela primeira vez, as duas maiores centrais argenti nas vão se unir para protestar contra a política econômica Arial Palácios, correspondente de O Estado de S. Paulo - O Estado de S.Paulo BUENOS AIRES - As principais centrais sindicais da Argentina - a Confederação Geral do Trabalho (CGT) "rebelde" e a Confederação Geral do Trabalho "azul e branca" - anunciaram que realizarão em conjunto, pela primeira vez, uma greve geral de 24 horas em protesto contra a política econômica do governo da presidente Cristina Kirchner. Ontem, as duas CGTs, que racharam há seis anos, definiram que seus respectivos sindicatos paralisarão as atividades durante 24 horas no dia 10 de abril. No entanto, os líderes sindicais anunciaram que a greve não será acompanhada por marchas ou manifestações no tradicional ponto dos protestos na capital argentina, a praça de Mayo. A Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA), que reúne grande parte dos sindicatos de funcionários públicos, também participará da greve. Os sindicatos reclamam da resistência da administração Kirchner sobre os pedidos da CGT para negociações sobre aumentos salariais sem um teto previamente estabelecido. Como forma de contrabalançar a inflação, diversos sindicatos pedem aumentos de 30%. A CGT também exige que o governo concorde com a realização de pelo menos duas negociações salariais neste ano, isto é, uma por semestre (embora alguns setores peçam uma renegociação a cada trimestre). Os sindicatos querem ainda que o governo Kirchner apresente um plano claro de combate à inflação. A CGT "rebelde" é a maior central sindical da Argentina. Seu chefe é Hugo Moyano, que durante décadas liderou o sindicato dos caminhoneiros. No longo período (2003-2011) no qual foi aliado do casal Kirchner, a central era definida como a "tropa de choque" do governo, já que conta com mais de 200 mil militantes diretos entre os caminhoneiros (além de outros sindicatos) de rápida mobilização para realizar piquetes nas estradas e bloqueios contra empresas. Moyano começou a se afastar de Cristina Kirchner quando pediu mais cargos dentro do governo. Como não conseguiu, iniciou um processo de ruptura até ficar totalmente do lado da oposição, em 2012. Já a CGT "azul e branca" é um grupo dissidente liderado pelo controvertido Luis Barrionuevo, do sindicato de restaurantes e bares. Esta CGT oscilou no início entre criticar o governo e fazer aproximações circunstanciais com os Kirchner. Em meados de 2012, decidiu posicionar-se contra o governo. Há ainda a CGT "oficial", que está ao lado do governo e é liderada por Antonio Caló, secretário-geral da União Operária Metalúrgica (UOM). No início, Caló anunciou total respaldo à política econômica da Casa Rosada. Porém, nos últimos meses também começou a reclamar da escalada inflacionária. (Fonte: Estado de SP dia 27/03/2014).

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Greve de 37 dias na zona franca provoca prejuízo mi lionário Servidores de autarquia param e 1.600 carretas espe ram liberação LUCAS REISDE MANAUS Fabricantes e comerciantes da Zona Franca de Manaus somam prejuízos milionários em razão de greve de servidores da Suframa (autarquia federal que administra o complexo) que completa hoje 37 dias. Por causa da paralisação, cerca de 1.600 carretas e 40 mil toneladas de carga estavam paradas ontem em Manaus à espera de vistoria para ingressar na zona franca. O Cieam (Centro da Indústria do Amazonas) estima prejuízo de R$ 300 milhões desde o início da greve. O faturamento da zona franca em 2013 foi de R$ 83 bilhões --média de R$ 315 milhões por dia útil. Para o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, "o impacto preocupa, mas não tem a dimensão que estão colocando. A maioria das fábricas está produzindo, há algum dano, mas pontual". A Suframa cuida da fiscalização de produtos que chegam à zona franca, além da aplicação de incentivos fiscais e avaliação de indústrias que querem se instalar por lá. Segundo o Sindframa (Sindicato dos Funcionários da Suframa), os cerca de 400 funcionários aderiram, mas 30% dos serviços são mantidos, por decisão judicial. Eles reivindicam reajuste salarial superior a 100%, plano de carreira e melhorias na infraestrutura, entre outros itens. O Ministério do Desenvolvimento, responsável pela Suframa, enviou duas propostas aos grevistas, ambas sem indicação de reajuste salarial e rejeitadas.

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Após nova proposta, agentes prisionais encerram gre ve Categoria e governo paulista aceitaram sugestão do Ministério Público do Trabalho DE SÃO PAULO Após nova proposta, os agentes penitenciários decidiram ontem à noite encerrar a greve iniciada no dia 10. A proposta foi apresentada pelo Ministério Público do Trabalho, em reunião com os três sindicatos e representantes do governo paulista. Anteontem, outro encontro havia acabado sem avanços. Ontem, o governo acatou a proposta, que prevê a redução de um nível da categoria (de oito para sete); mais rapidez no avanço na carreira; e reajuste de 7,7% a 11,9%, conforme a classe do funcionário. Os agentes pediam até então aumento de 20,64%, redução de oito para seis classes e aposentadoria especial com 25 anos de carreira. Segundo a categoria, foram feitas 19 assembleias no Estado, das quais 11 decidiram pela volta ao serviço. Assim, por maioria, a categoria encerrou a paralisação. Na semana passada, grevistas fizeram piquetes para impedir a transferência de presos. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada e chegou a ocorrer tumultos, com o uso de gás de pimenta. (Fonte: FOLHA de SP dia 27/03/2014).

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Em fevereiro, só o comércio ampliou postos de traba lho. Escrito por Agência Estado O aumento não habitual da População Economicamente Ativa (PEA) no mês de fevereiro foi um dos fatores que pesaram no avanço da taxa de desemprego tanto na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) como nas seis regiões avaliadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada ontem pela Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Segundo o coordenador da pesquisa da Fundação Seade, Alexandre Loloian, somente na RMSP, na passagem de janeiro para fevereiro, 43 mil pessoas passaram a procurar uma ocupação, um aumento de 0,4%. No total das seis regiões metropolitanas, o aumento na PEA foi de 55 mil pessoas, ou 0,3% na comparação mensal. Com a exceção do comércio, que gerou 17 mil postos de trabalho (1,0%) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em fevereiro ante janeiro, todos os demais setores tiverem redução do nível de ocupação: Serviços (eliminação de 59 mil vagas ou -1,1%), Indústria de Transformação (corte de 31 mil postos ou -1,9%) e Construção (diminuição de 15 mil postos ou -2%). Loloian destacou o descolamento dos indicadores de comércio e serviços referentes ao mercado de trabalho. "Estamos virando uma nação consumidora. Parece que não se precisa produzir nada porque tudo pode ser importado", disse, em referência aos atuais padrões de consumo dos brasileiros. Ele ressalta que os estímulos pontuais do governo, especialmente para o setor automotivo, como a redução do IPI, evitaram que a situação do emprego na indústria ficasse pior. No entanto, foram os demais segmentos que eliminaram vagas e puxaram para baixo os níveis de ocupação do setor. "O governo deu incentivos à indústria Metalmecânica. Não vi medidas de proteção para a indústria têxtil, de brinquedos e manufaturados em geral". A expectativa, no entanto, é positiva. Com a mudança da política monetária dos EUA e o corte de estímulos à economia pelo Federal Reserve, Loloian prevê mudanças no câmbio que podem beneficiar a indústria brasileira. "Estamos na expectativa da desvalorização do real ante o dólar. Se isso acontecer, torna nossa produção industrial mais competitiva e pode aumentar as exportações e diminuir importações", afirmou.

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Retrato do trabalhador terceirizado Escrito por Paula Cunha As discussões sobre a terceirização do trabalho costumam ser acaloradas. Para alguns, essa modalidade de contratação reduz os custos das empresas, tornando-as mais competitivas. Para outros, o preço dessa maior competividade é muito alto: a precarização do emprego. O consenso está longe, o que dificulta as tentativas de se estabelecerem regras para a terceirização. O Projeto de Lei 4303, proposto em 2004 com o intuito de regulamentar a prática, ainda tramita na Câmara dos Deputados. O que confere argumento aos debates teóricos sobre a questão é uma realidade que envolve uma massa de 12,5 milhões de brasileiros que tiram seu sustento como trabalhadores terceirizados. São profissionais que atuam basicamente no setor de serviços, em sua maioria (64%) são homens, que possuem o ensino médio completo e recebem entre dois e três salários mínimos. Esse é o perfil básico dos terceirizados encontrado em uma pesquisa realizada pelo professor Marcio Pochmann, do Instituto de Economia da Unicamp. Alguns pontos do levantamento de Pochmann, segundo o próprio professor, refutariam os argumentos daqueles que dizem que a terceirização causa a precariedade do trabalho. Um destes indicadores seria o grau de escolaridade desse público. Pelo estudo, 28% dos trabalhadores pesquisados possuem o ensino fundamental completo, 46% têm ensino médio completo e 15% ensino superior, sendo 10% incompleto e 5% completo. Estes dados, diz Pochmann, mostram que os terceirizados conseguiram alcançar um nível de escolaridade maior que o dos seus pais. Mas o levantamento também oferece munição para quem é contra a terceirização. Os dados corroboram que nesse universo a rotatividade é grande, levando os trabalhadores a conviverem com períodos de desemprego. A maioria (24%) dos entrevistados no estudo está no mesmo emprego há apenas um ano. Na outra ponta, o número de terceirizados que permanecem na mesma empresa por mais de oito anos cai para 5%. Os terceirizados são em sua maioria jovens. A metade dos 12,5 milhões deles possui entre 16 anos e 29 anos. No outro extremo desse montante, 13% têm entre 45 anos e 59 anos. Quanto à sua origem, 68% nasceram no Estado de São Paulo, sendo 25% na Capital, 10% na região metropolitana e 33% em municípios do interior paulista.

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Entre os que vieram de outros estados, 9% são da Bahia, 4% de Pernambuco, 4% de Minas Gerais e 3% do Piauí. Desses migrantes, um terço vive em São Paulo há um período que varia de cinco a dez anos, 26% há mais de dez anos e 25% há mais de vinte anos. A renda familiar dos trabalhadores consultados indicou que 20% recebem entre um e dois salários mínimos, 29% entre dois e três salários, 24% na faixa de três a cinco salários. Apenas 3% contam com renda superior a dez salários mínimos. Quando se avalia a renda per capita por domicílio, seis em cada dez trabalhadores terceirizados estão no estrato médio, ou seja com renda de R$ 290 a R$ 1.018, Para realizar o estudo, o professor da Unicamp entrevistou 813 trabalhadores em todo o Estado de São Paulo. O levantamento foi encomendado pelo Sindicato dos Empregados de Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entregas de Avisos do Estado de São Paulo (Sindeepres). Com a pesquisa em mãos, o presidente do Sindeepres, Genival Bezzera Leite, diz que os dados mostram que a entidade que dirige tem perspectivas de incentivar o aperfeiçoamento dos trabalhadores terceirizados com cursos não presenciais e programas especiais para ajudar os que desejam retomar seus estudos, como forma de ajudar a reduzir a precarização que há no segmento. Também com base nos dados, Vander Morales, presidente do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e Trabalho Temporário no Estado de São Paulo (Sindeprestem), destacou a melhora no grau de escolaridade entre os terceirizados revelado pelo estudo, o que, segundo ele, mostra que a terceirização não está diretamente relacionada com a precarização do emprego. Ele diz ainda que o atual ambiente de negócios é hostil em razão do aumento da competitividade e, por isso, considerou importante ressaltar que a precarização começa no tomador de serviços e que as empresas que cumprem a legislação devem ser valorizadas. (Fonte: Diário do Comércio dia 27/03/2014).

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