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Sumário

CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .................................................................... 5

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ............................................................................................................ 6

FONOLOGIA ................................................................................................................................. 10

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 12

SEMÂNTICA .................................................................................................................................. 14

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 15

FIGURAS DE LINGUAGEM .......................................................................................................... 17

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 19

ORTOGRAFIA ............................................................................................................................... 21

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 23

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS ......................................................................... 24

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 26

MORFOLOGIA .............................................................................................................................. 27

SUBSTANTIVO ........................................................................................................................................................ 27

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 30

ADJETIVO ................................................................................................................................................................. 31

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 33

VERBO ...................................................................................................................................................................... 35

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 39

PRONOME ................................................................................................................................................................ 41

PREPOSIÇÃO .......................................................................................................................................................... 47

CONJUNÇÃO ........................................................................................................................................................... 48

INTERJEIÇÃO .......................................................................................................................................................... 52

ADVÉRBIO ............................................................................................................................................................... 53

ARTIGO ..................................................................................................................................................................... 56

NUMERAL ................................................................................................................................................................. 57

CONCORDÂNCIA NOMINAL E CONCORDÂNCIA VERBAL ...................................................... 58

CONCORDÂNCIA NOMINAL ................................................................................................................................ 58

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 59

CONCORDÂNCIA VERBAL .................................................................................................................................. 61

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 64

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REGÊNCIA NOMINAL E REGÊNCIA VERBAL ........................................................................... 66

REGÊNCIA NOMINAL ............................................................................................................................................ 66

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 66

REGÊNCIA VERBAL .............................................................................................................................................. 68

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES ............................................................................................................. 70

CRASE .......................................................................................................................................... 72

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES ............................................................................................................. 75

SINTAXE: A FUNÇÃO DAS PALAVRAS NA FRASE .................................................................. 77

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: ............................................................................................................... 77

O SUJEITO E O PREDICADO .............................................................................................................................. 77

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO .......................................................................................................................... 78

PREDICADO ............................................................................................................................................................. 79

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO: ........................................................................................................... 81

OBJETOS DIRETO E INDIRETO, COMPLEMENTO NOMINAL E AGENTE DA PASSIVA ..................... 81

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: ADJUNTOS ADNOMINAL E ADVERBIAL E APOSTO .......... 82

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 83

PERÍODO COMPOSTO .......................................................................................................................................... 85

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO .............................................................................................. 86

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 89

PONTUAÇÃO ................................................................................................................................ 90

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 94

ANALISE COMBINATORIA .......................................................................................................... 98

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 100

PROBABILIDADE ....................................................................................................................... 101

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 102

JUROS SIMPLES ........................................................................................................................ 104

JUROS COMPOSTO ................................................................................................................... 105

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 105

FUNÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU ............................................................................................... 107

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 108

PROGRESSÕES ......................................................................................................................... 110

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 111

FORMAÇÃO TERRITORIAL DE PERNAMBUCO ...................................................................... 114

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 128

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ASPECTOS FÍSICOS .................................................................................................................. 130

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 137

ASPECTOS HUMANOS E INDICADORES SOCIAIS ................................................................. 140

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 153

A QUESTÃO AMBIENTAL EM PERNAMBUCO ........................................................................ 156

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 160

OCUPAÇÃO PRÉ-HISTORICA DE PERNAMBUCO .................................................................. 162

A CAPITANIA DE PERNAMBUCO ............................................................................................. 163

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 173

PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL ...................................... 176

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 194

PERNAMBUCO REPUBLICANO ................................................................................................ 198

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 205

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: ............................................................................ 209

Direitos e deveres individuais e coletivos..................................................................................................... 210

DIREITO INDIVIDUAIS BÁSICOS: ............................................................................................. 210

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 218

DIREITOS SOCIAIS .............................................................................................................................................. 222

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 226

DIREITOS DE NACIONALIDADE ...................................................................................................................... 229

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 232

DIREITOS POLITICOS ......................................................................................................................................... 234

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 238

PARTIDOS POLITICOS ....................................................................................................................................... 241

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 242

REMEDIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS ...................................................................... 244

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 250

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE

TEXTOS

São etapas diferentes na leitura.

Compreensão Interpretação

Leitura objetiva do texto Leitura subjetiva do texto

Informação explícita – está

no texto.

Informação implícita – está

além do texto;

“Lê-se no texto que...” “Infere-se/deduz-se/

depreende-se do texto...”

“O texto diz/informa que...” “A intenção do autor...”

“Está no texto...” “É possível subentender...”

BIZU:

1) Primeiramente, faça uma breve leitura das questões;

2) Leia o texto, grifando as partes consideradas

relevantes de acordo com o que esta pedindo as

questões.

Esses simples BIZUS farão que você ganhe velocidade

na resolução das questões. Com isso, será necessário

apenas uma leitura, fazendo com que você economize

tempo.

Tipologia Textual

Descrição: foto textual, exposição de seres.

Exploração dos sentidos e predomínio semântico dos

adjetivos.

Narração: filme textual, exposição de fatos.

Apresenta um enredo de fatos reais ou não,

desenvolvidos por um narrador num tempo, entre

certos personagens. Predomínio verbal.

Dissertação: exposição e discussão de ideias.

Explora a argumentação e a retórica, emprego de

conectivos e conjunções.

É hora de praticar, combatente!

1) Classifique os trechos abaixo. Marque (N) Narração,

(De) Descrição, (Di) Dissertação.

( ) O rapaz varou a noite inteira conversando com os

amigos pela Internet. O pai, quando acordou às 6 horas,

percebeu a porta do escritório fechada e a luz acesa. O

filho ainda estava no computador e não havia ido

dormir. Sem que ele percebesse, trancou a porta por

fora. Meia hora depois, o filho queria sair e teve que

chamar o pai, que abriu a porta.

( ) O reality show divide a opinião dos brasileiros,

alimentando uma antiga discussão sobre a

programação de nossas emissoras, especialmente no

gênero entretenimento. No debate, é costume focar-se

na questão que envolve a exposição demasiada da vida

dos participantes, apelo sexual e conflitos por uma vaga

na final, com a chance de se faturar uma premiação

excepcional em dinheiro, principal objetivo dos

integrantes.

( ) Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos,

lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já

deixou sua marca na história, as quais

harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda

confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois

cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo

ante os seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e

não mediu esforços para consegui-lo.

( ) Ele morava numa cidadezinha do interior. Tinha

nascido ali, conhecida todo mundo. Era muito dado,

dado demais para o gosto da mulher, que estava

sempre de olho nos salamaleques que ele vivia fazendo

para a mulherada do lugar.

Erros Comuns de Interpretação de Textos

Extrapolação: apresenta informação que não pode ser

comprovada pelo texto; nem por dedução lógica,

coerente.

Redução: a informação, neste caso, está no texto, mas

o item não apresentará a ideia solicitada na sua

totalidade, como aparece no texto ou na questão.

Contradição: o item apresentará informação contrária

àquela do texto.

Vamos praticar, combatente!

Texto:

Já sobre a fronte vã se me acinzenta

O cabelo do jovem que perdi.

Meus olhos brilham menos.

Já não tem jus a beijos minha boca.

Se me ainda amas por amor, não ames:

Trairias-me comigo.

(Ricardo Reis/ Fernando Pessoa).

Responda à questão, assinalando:

(RC) resposta correta (R) erro de redução

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(E) erro de extrapolação (C) erro de contradição

O texto nos mostra:

a. ( ) um amante que encontra uma antiga paixão, dos

seus tempos de mocidade.

b. ( ) um amante que fica lembrando as emoções no

papel e confessa que nunca a esqueceu.

c. ( ) um amante que já está com os cabelos grisalhos

em sua fronte.

d. ( ) um amante pedindo que o amor continue, como

antes, senão ele vai ser traído.

e. ( ) a autodescrição do amante, revelando o seu

envelhecimento e sua perda de vitalidade.

Palavra-Chave e Ideia-Chave

Palavras-chave são as palavras de maior destaque de

cada parágrafo de um texto e que estabelecem

referência central à ideia desenvolvida.

Ideia-chave é a síntese das ideias expressas em um

parágrafo.

Texto:

É universalmente aceito o fato de que sai mais cara a

reparação das perdas por acidentes de trabalho do que

o investimento em sua prevenção.

Mas, então, por que eles ocorrem com tanta

frequência?

Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal fato

exige apenas o trabalho de observar obras de

engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por ônibus

ou por carro na cidade. E quem poderia suprir as

deficiências da fiscalização oficial – os sindicatos

patronais ou de empregados – não o fazem; se não for

por um conformismo cruel, a tomar por fatalidade o que

é perfeitamente possível de prevenir, terá sido por

nosso baixo nível de organização e escasso interesse

pela filiação a entidades de classe, ou por desvio

dessas de seus interesses primordiais.

Falta também educação básica, prévia a qualquer

treinamento: com a baixíssima escolaridade do

trabalhador brasileiro não há compreensão suficiente

da necessidade e benefício dos equipamentos de

segurança, assim como da mais simples mensagem ou

de um manual de instruções.

E há, enfim, o fenômeno recente da terceirização, que

pode estar funcionando às avessas, ao propiciar o

surgimento e a multiplicação de empresas fantasmas

de serviços, que contratam a primeira mão de obra

disponível, em vez de selecionar e de oferecer

especialistas.

Assinale a opção que apresenta as palavras-chave do

texto.

a. Aceitação universal – constatação – benefício –

escolaridade.

b. Investimento em prevenção – deficiências –

entidades – equipamentos.

c. Falta de fiscalização – organização – benefício –

mão de obra.

d. Prevenção de acidentes – fiscalização – educação

– terceirização.

e. Crescimento – conformismo – treinamento –

empresas.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

Texto 01

Devemos viver a vida ou capturá-la?

Um artigo recente no New York Times explora a

onda explosiva de gravações de eventos feitas em

smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.

Todos são, ou querem ser, a estrela de sua própria vida

e a moda é capturar qualquer momento considerado

significativo. Microestrelas do YouTube têm vídeos de

selfies que se tornam virais em questão de horas. [...]

Há um aspecto disso tudo que faz sentido: todos

somos importantes, nossas vidas são importantes, e

queremos que elas sejam vistas, compartilhadas,

apreciadas. Mas há outro aspecto, geralmente

desconsiderado, que é o aproveitamento real do que

acontece naquele momento. Estarão as pessoas

esquecendo de estar presentes no momento, saindo do

seu foco, ao ver a vida através de uma tela? Você

deveria estar vivendo a sua vida ou vivendo-a para que

os outros a vejam?

Deve-se dizer, entretanto, que isso tudo começou

antes da revolução dos celulares. Algo ocorreu entre o

diário privado que mantínhamos chaveado em uma

gaveta e a câmera de vídeo portátil. Por exemplo, em

junho de 2001, levei um grupo de alunos da

Universidade de Dartmouth em uma viagem para ver o

eclipse total do Sol na África. A bordo havia um grupo

de “tietes de eclipse", pessoas que viajam o mundo

atrás de eclipses. Quando você vir um, vai entender o

porquê. Um eclipse solar total é uma experiência

altamente emocionante que desperta uma conexão

primitiva com a natureza, nos unindo a algo maior e

realmente incrível a respeito do mundo. É algo que

necessita de foco e de um comprometimento total de

todos os sentidos. Ainda assim, ao se aproximar o

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momento de totalidade, o convés do navio era um mar

de câmeras e tripés, enquanto dezenas de pessoas se

preparavam para fotografar e filmar o evento de quatro

minutos.

Em vez de se envolverem totalmente com esse

espetacular fenômeno da natureza, as pessoas

preferiram olhar para isso através de suas câmeras. Eu

fiquei chocado. Havia fotógrafos profissionais a bordo e

eles iam vender/dar as fotos que tirassem. Mas as

pessoas queriam as suas fotos e vídeos de qualquer

forma, mesmo se não fossem tão bons. Eu fui a outros

dois eclipses e é sempre a mesma coisa. Sem um

envolvimento pessoal total. O dispositivo é o olho

através do qual eles escolheram ver a realidade.

O que os celulares e as redes sociais fizeram foi

tornar o arquivamento e o compartilhamento de

imagens incrivelmente fáceis e eficientes. O alcance é

muito mais amplo e a gratificação (quantos “curtir" a

foto ou o vídeo recebe) é quantitativa. As vidas se

tornaram um evento social compartilhado.

Agora, há um aspecto que é bom, é claro.

Celebramos momentos significativos e queremos

compartilhar com aqueles com quem nos importamos.

O problema começa quando paramos de participar

completamente do momento, porque temos essa

necessidade de registrá-lo. O apresentador Conan

O'Brien, por exemplo, reclamou que ele não pode mais

nem ver o rosto das pessoas quando se apresenta.

“Tudo que vejo é um mar de iPads”, ele disse. Algumas

celebridades estão proibindo celulares pessoais

durante os seus casamentos. [...]

Entendo o que elas sentem. É como palestrar

usando o PowerPoint, como posso afirmar por

experiência própria. Assim que uma tela iluminada

aparece, os olhares se voltam a ela e o palestrante se

torna uma voz vazia. Nenhum envolvimento direto é

então possível. É por isso que eu tendo a usar essas

tecnologias minimamente, apenas para mostrar

imagens e gráficos ou citações significativas.

Marcelo Gleiser. Disponível em:

http://www.fronteiras.com/artigos/marcelo-gleiser-

deveriamos-viver-a-vida-ou-captura-la. Acesso em:

20/03/2016. Adaptado.

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O autor faz uma clara referência às mudanças

comportamentais promovidas na sociedade, com a

passagem do tempo, no trecho:

a) “Algo ocorreu entre o diário privado que

mantínhamos chaveado em uma gaveta e a câmera de

vídeo portátil.” (3º parágrafo)

b) “Há um aspecto disso tudo que faz sentido: todos

somos importantes, nossas vidas são importantes, e

queremos que elas sejam vistas, compartilhadas,

apreciadas.” (2º parágrafo)

c) “Um artigo recente no New York Times explora a

onda explosiva de gravações de eventos feitas em

smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.”

(1º parágrafo)

d) “Em vez de se envolverem totalmente com esse

espetacular fenômeno da natureza, as pessoas

preferiram olhar para isso através de suas câmeras.”

(4º parágrafo)

e) “Agora, há um aspecto que é bom, é claro.

Celebramos momentos significativos e queremos

compartilhar com aqueles com quem nos importamos.”

(6º parágrafo)

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Conforme o principal ponto de vista adotado pelo autor

no Texto 1, o intenso registro e compartilhamento de

imagens dos fatos é

a) aceitável, pois está relacionado ao desejo de as

pessoas se sentirem parte importante de sua

comunidade, no mundo contemporâneo.

b) desejável, porque é pela captura dos momentos

significativos da vida que as pessoas conseguem viver

mais intensamente.

c) importante na atualidade, já que promove um

envolvimento maior das pessoas com os

acontecimentos vivenciados por elas.

d) questionável, pois faz com que as pessoas deixem

de aproveitar a melhor parte dos acontecimentos, que

é a sua apreciação pura e simples.

e) perturbador, porque mostra a busca incessante das

pessoas por se tornarem famosas, mesmo expondo

suas próprias vidas.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Em alguns segmentos do Texto 1, pretendendo

enfatizar alguma ideia, o autor emprega palavras que

provocam aumento na intensidade e até certo exagero

no que ele deseja expressar. Assinale a alternativa em

que ambos os segmentos apresentados são exemplos

dessa ênfase.

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a) “momentos significativos” (6º parágrafo) / “mar de

iPads” (6º parágrafo).

b) “revolução dos celulares” (3º parágrafo) / “o

momento de totalidade” (3º parágrafo).

c) “tietes de eclipse” (3º parágrafo) / “conexão

primitiva com a natureza” (3º parágrafo).

d) “espetacular fenômeno da natureza” (4º parágrafo)

/ “evento social compartilhado” (5º parágrafo).

e) “onda explosiva de gravações” (1º parágrafo) / “um

mar de câmeras e tripés” (3º parágrafo).

4) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

No primeiro parágrafo, o emprego do termo

“microestrelas” colabora para que o autor consiga

a) enfatizar a rapidez com que os vídeos de selfies se

propagam.

b) negar a importância da intensa prática do registro

de imagens.

c) mostrar que pequenas estrelas são apenas estrelas

distantes.

d) desvalorizar certo tipo de notoriedade instantânea

da internet.

e) defender a ideia de que microestrelas podem ter

brilho próprio.

TEXTO II

A luta contra a poluição em favor da preservação do

meio ambiente é mundial. Em todo o planeta,

multiplicam-se as associações e grupos de pessoas

conscientes de que, se não houver uma interrupção do

processo poluidor e uma recuperação das zonas, tanto

na terra, quanto no ar e no ambiente aquático, já

devastados, o mundo se tornará inexequível dentro de

muito pouco tempo.

O tema vem crescentemente ganhando adeptos e

motivando a formação de uma consciência crítica em

relação ao fenômeno, embora esteja ainda longe de

poder produzir resultados compatíveis com as

necessidades.

(Revista INTERIOR, Ano VII, Nº38, p. 11)

5) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Após ler o texto II, analise as afirmativas abaixo.

I. Existe a preocupação ecológica, apenas para

recuperar o meio ambiente terrestre.

II. Encontram-se, na terra, no ar e na água, as zonas

poluídas a serem recuperadas.

III. A luta pela natureza abrange a defesa da terra, do

ar e da água.

Está(ão) CORRETA(S)

a) I, II e III.

b) II e III.

c) I, apenas.

d) II, apenas.

e) III, apenas.

6) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Todas as alternativas correspondem ao texto II,

EXCETO:

a) Preservar o meio ambiente não é uma preocupação

mundial.

b) A poluição é, sem dúvida, um fenômeno contra o

qual se vem motivando a conscientização mundial.

c) O meio ambiente tem sido ameaçado por um

processo poluidor.

d) Existe uma preocupação ecológica para que o

mundo continue exequível.

e) Existe uma preocupação mundial para que sejam

preservados os meios aquático, terrestre e aéreo.

TEXTO III

Tecnologia e humanidade

Por Danilo España

Através do teclado do meu computador digito esse

texto e através da sua tela você o lê. Aqui criamos um

elo de comunicação; neste momento, somos ajudados

pela tecnologia.

A tecnologia nos ajuda em diversas áreas, facilita

processos, acelera as comunicações e gera resultados

rápidos. Acontece que para tudo há um limite, e ainda

que não faça tantos anos que a tecnologia atingiu um

certo ápice, existem pessoas comprovando na pele que

o excesso de tecnologia pode prejudicar a vida social e

até mesmo a saúde.

Não é só o fato de vermos famílias inteiras ou grupos

de amigos em um restaurante, por exemplo, imersos,

todos, em seus celulares e tablets ultramodernos, sem

conversar. Há também outras situações que nos

mantêm reféns da modernidade: ter que olhar o e-mail

diversas vezes por dia, acompanhar as atualizações

das redes sociais, responder centenas de mensagens

e depender de uma conexão de alta velocidade 24

horas por dia para satisfazer nossas curiosidades,

buscar informações, cumprir tarefas, pagar contas,

descobrir tendências, ideias, empresas, pessoas, etc.

Mas como definir se a quantidade de contato que

temos com a tecnologia chega a ser prejudicial?

Máquinas, equipamentos, dispositivos são essenciais

para sobreviver em um modelo de sociedade em que o

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virtual está cada dia mais próximo do real. Descobrir um

limite de interação com as tecnologias é algo individual,

cada um deve buscar essa equação para respeitar sua

própria natureza.

Por mais que busquemos as tecnologias mais

incríveis, ainda assim é o homem que as inventa, as

cria, ou seja, todo potencial de sua criação está no

homem. Possuímos a mais avançada tecnologia, a

tecnologia natural, biológica, humana… ou seja, não

podemos esquecer as funções que nosso corpo

desempenha, a quantidade de informações que

armazenamos, como conseguimos acessá-las a uma

velocidade absurda, a capacidade de bilhões de

cálculos, o potencial analítico que temos,

autorregulações corporais, sentimentos, emoções,

razão etc.

A tecnologia evidentemente evolui, mas e a

humanidade? Estamos evoluindo nosso lado humano e

tendo orgulho dessa evolução tanto quanto da

tecnologia? Precisamos de um movimento que valorize

as características naturais do homem, que respeite

seus limites e que trabalhe dentro de um nível de

tolerância individual, considerando que somos

diferentes, que suportamos coisas absolutamente

distintas. Os talentos também são individuais, devem

ser exercitados, desenvolvidos e o tempo que nos

prendemos à tecnologia muitas vezes consome esses

importantes momentos.

Então que sejamos usuários da tecnologia e não seus

escravos…

Disponível em: http://exame.abril.com.br/rede-de-

blogs/o-que-te-motiva/2014/01/13/tecnologia-e-

humanidade/ Acesso em: 22 out. 2015. Adaptado.

7) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia

– Administrativa

O tema do Texto 3 é a inserção da tecnologia na vida

das pessoas na atualidade. Assinale a afirmativa que

está em consonância com o posicionamento do autor

acerca do tema.

a) A tecnologia veio para ajudar a resolver os mais

diversos problemas, por isso o desenvolvimento

tecnológico deve ser sempre estimulado.

b) É compreensível que o homem faça uso

permanente das novas tecnologias, já que elas geram

resultados mais rápidos.

c) A tecnologia mostra a evolução da humanidade, já

que o homem tem a melhor de todas as tecnologias,

que é a natural, a biológica.

d) O homem deve considerar as características

funcionais de seu próprio corpo para planejar um uso

individualizado, particular, das tecnologias.

e) A tecnologia acelera as comunicações e torna-se,

assim, a maior responsável pela interação entre os

homens

8) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

Para perceber o que autor pensa sobre o assunto, o

leitor pode prestar atenção a certas palavras ou

expressões selecionadas para o texto. Identifique, entre

as opções abaixo, a alternativa em que a palavra ou

expressão destacada revela mais evidentemente uma

visão do autor sobre o tema.

a) “a tecnologia atingiu um certo ápice".

b) “grupos imersos em tablets ultramodernos".

c) “situações que nos mantêm reféns da

modernidade".

d) “o virtual está cada dia mais próximo do real."

e) “o homem cria as tecnologias mais incríveis."

9) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

Releia:

“Através do teclado do meu computador digito esse

texto e através da sua tela você o lê. Aqui criamos um

elo de comunicação; neste momento, somos ajudados

pela tecnologia. A tecnologia nos ajuda em diversas

áreas, facilita processos, acelera as comunicações e

gera resultados rápidos. Acontece que para tudo há um

limite (...)"

O autor inicia o seu texto abordando o tema da

tecnologia e citando algumas de suas vantagens, mas

introduz uma mudança de orientação argumentativa a

partir do trecho:

a) “Aqui criamos um elo de comunicação".

b) “A tecnologia nos ajuda em diversas áreas".

c) “(A tecnologia) facilita processos".

d) “(A tecnologia) gera resultados rápidos"

e) “Acontece que para tudo há um limite.".

10) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão:

FacepeProva: Assistente em Gestão de Ciência e

Tecnologia - Administrativa

No quarto parágrafo, o autor emprega a expressão

“essa equação” para referir-se ao segmento:

a) “Descobrir um limite de interação com as

tecnologias”.

b) “o virtual está cada dia mais próximo do real”.

c) “sobreviver em um modelo de sociedade”.

d) “Máquinas, equipamentos, dispositivos são

essenciais”

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e) “a quantidade de contato que temos com a

tecnologia chega a ser prejudicial”.

11) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Tarde

O Texto 4 está organizado em torno de um tópico (ou

assunto) principal, que aparece marcado com algum

recurso, para chamar a atenção do leitor. Assinale a

alternativa que indica, respectivamente, o tópico

principal e o recurso que foi utilizado para destacá-lo.

a) A vida – As figuras de árvores em combustão.

b) Denuncie – A figura da pequena fogueira e a lista

de telefones.

c) O fogo – A figura de um raio riscando o céu.

d) Pega/Apaga – O contraste entre essas formas

verbais.

e) Queimadas – Fonte (letras) maior que as outras.

GABARITO:

1 – A 3 – E 5 - B 7 - D 9 - E

2 – D 4 – D 6 - A 8 - C 10 – A

11 - E

FONOLOGIA

A Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons

da língua, sua capacidade de combinação e sua

capacidade de distinção. Ela se ocupa da função dos

sons dentro da língua, os quais permitem aos falantes

formar palavras e distinguir significados.

Fonema é a menor unidade sonora da palavra e exerce

duas funções: formar palavras e distinguir uma palavra

da outra. É mais simples do que parece: quando os

fonemas se combinam, formam palavras, ou seja, C +

A + S + A = CASA. Percebeu? Quatro fonemas (sons)

se combinaram e formaram uma palavra. Se

substituirmos agora o som S por P, haverá uma nova

palavra, certo? CAPA. A combinação de diferentes

fonemas permite a formação de novas palavras com

diferentes sentidos. Portanto, os fonemas de uma

língua têm duas funções bem importantes: formar

palavras e distinguir uma palavra da outra.

Ex.: cal / Gal / mal / sal / tal...

Com a troca de fonemas, novas palavras surgiram, com

sentidos diferentes.

Letra é um símbolo que representa um som, é a

representação gráfica dos fonemas da fala. É bom

saber dois aspectos da letra: pode representar mais

de um fonema ou pode simplesmente ajudar na

pronúncia de um fonema. Como assim? Por exemplo,

a letra X pode representar os sons X (enxame), Z

(exame), S (têxtil) e KS (sexo; neste caso a letra X

representa dois fonemas – K e S = KS). Ou seja, uma

letra pode representar mais de um fonema.

O dígrafo constitui-se de duas letras representando

um só fonema. Por exemplo, se dissermos caro, o R

terá um som diferente de RR, em carro.

Há dois tipos:

Consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc,

xs.

Ex.: guerreiro, queda, chave, lhama, nhoque,

arrastão, assado, descendente, cresça, excitado.

Vocálicos ou nasais: a, e, i, o, u seguidos de m ou n

na mesma sílaba (!)

Ex.: campo, anta/empresa, entrada/imbatível,

caindo/ombro, onda/umbigo, untar.

Chamamos de dífono o som KS representado pela

letra X. Ex.: tóxico (tóksico), complexo (complekso),

tórax (tóraks)...

Classificação Dos Fonemas

Os fonemas são de três tipos: vogais, semivogais e

consoantes.

Vogais

São fonemas produzidos livremente, sem obstrução

da passagem do ar. São mais tônicos, ou seja, têm a

pronúncia mais forte que as semivogais. São o centro

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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de toda sílaba. Podem ser orais (timbre aberto ou

fechado) ou nasais (indicadas pelo ~, m, n).

Semivogais

Os fonemas semivocálicos (ou semivogais) têm o

som de I e U (apoiados em uma vogal, na mesma

sílaba). São menos tônicos (mais fracos na pronúncia)

que as vogais. pai: note que a letra I representa uma

semivogal, pois está apoiada em uma vogal, na mesma

sílaba.

Sílaba

A sílaba é, normalmente, um grupo de fonemas

centrados numa vogal. Toda sílaba é expressa numa

só emissão de voz, havendo breves pausas entre cada

sílaba. Isso fica mais perceptível quando pronunciamos

uma palavra bem pausadamente. Por isso,

intuitivamente, a melhor maneira de separar as sílabas

é falar bem pausadamente a palavra. Exemplo:

FO...NO... LO... GI... A. Percebeu?

Fique sabendo que a base da sílaba é a vogal e, sem

ela, não há sílaba, ok? Há palavras com apenas uma

vogal formando cada sílaba: aí, que se pronuncia a-í

(duas sílabas).

Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-

se em:

• Monossílabas (uma vogal, uma sílaba): mão.

• Dissílabas (duas vogais, duas sílabas): man-ga.

• Trissílabas (três vogais, três sílabas): man-guei-ra.

• Polissílabas (mais de três vogais, mais de três

sílabas): man-guei-ren-se.

Quanto à tonicidade, há sílaba tônica (alta intensidade

na pronúncia) e átona (baixa intensidade na

pronúncia). Sempre há apenas uma (1) sílaba tônica

por palavra, ok? Ela se encontra em uma das três

sílabas finais da palavra (isto é, se a palavra

apresentar três sílabas). Bizu: se houver acento

agudo ou circunflexo em uma das vogais, aí estará

a sílaba tônica da palavra.

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras só

podem ser:

• Oxítonas (última sílaba tônica): condor.

• Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): rubrica.

• Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica):

ínterim.

Encontros Vocálicos

Como o nome sugere, é o contato entre fonemas

vocálicos. Há três tipos:

Hiato

Ocorre hiato quando há o encontro de duas vogais, que

acabam ficando em sílabas separadas (V – V), porque

só pode haver uma vogal por sílaba.

Ex.: sa-í-da, ra-i-nha, ba-ús, ca-ís-te, tu-cu-mã-í, su-cu-

u-ba, ru-im, jú-ni-or...

Ditongo

Existem dois tipos: crescente ou decrescente (oral ou

nasal).

Crescente (SV + V, na mesma sílaba):

Ex.: magistério (oral) (nasal), cinquenta (nasal)

Decrescente (V + SV, na mesma sílaba):

Ex.: item (nasal), , caule (oral), ouro (oral), veia (oral),

Tritongo

O tritongo é a união de SV + V + SV na mesma sílaba;

pode ser oral ou nasal.

Ex.: saguão (nasal), Paraguai (oral), enxáguem

(nasal), averiguou (oral).

Encontros Consonantais

É a sequência de consoantes numa palavra. Existem

os perfeitos (inseparáveis, pois ficam na mesma sílaba)

e os imperfeitos (separáveis, pois não ficam na mesma

sílaba).

Separação Silábica

Trata da adequada separação das sílabas de uma

palavra. Lembre-se: toda sílaba tem de apresentar uma

vogal.

Separam-se:

Os hiatos: va-ri-a-do, car-na-ú-ba, pa-ra-í-so, ru-í-na.

Os dígrafos (rr, ss, sc, sç, xc, xs): car-rei-ra, cas-sa-

ção, nas-cer, des-ça, ex-ces-so.

Os encontros consonantais que não iniciam

imediatamente as palavras (pç, bd, cc, cç, tn, bm, bst,

bt, sp, ct, pt, sp, sc, sf, mn, br etc.): op-ção, ab-di-car,

oc-ci-pi-tal, fic-ção, ét-ni-co, sub-me-ter, abs-tra-to, ob-

ten-ção, trans-por-te, in-tac-to, ap-ti-dão, ins-pi-rar,

cons-purcar, obs-cu-ro, at-mos-fe-ra, am-né-sia, ab-

rup-to...

A última consoante dos prefixos (bis, dis, sub, cis,

trans, super, ex, inter etc.), quando seguida de vogal,

junta-se a ela: bi-sa-vó, di-sen-te-ri-a, su-bem-pre-go,

ci-sal-pi-no, transa-tlân-ti-co.

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Não se separam:

Ditongos e tritongos: a-rac-nói-de-o

(proparoxítona!), cau-sa, doi-do, a-fei-to, pleu-ra.

Dígrafos (lh, nh, ch, qu, gu): ve-lho, ba-nhei-ra, mar-

cha, quei-jo, guer-ra...

Encontros consonantais perfeitos no início de

palavras, normalmente: gno-mo, mne-môni-co.

A última consoante dos prefixos (bis, dis, sub, cis,

trans, super, ex, inter etc.), se seguida de consoante,

não formará nova sílaba com ela: bis-ne-to, dis-cor-

dân-cia, sub-li-nhar .

Acentuação Gráfica

A Acentuação Gráfica trata da correta colocação de

sinais gráficos nas palavras.

Acentuação das proparoxítonas

Todas são acentuadas.

Ex.: álcool, réquiem, máscara, zênite, álibi, plêiade,

náufrago, duúnviro, seriíssimo...

Acentuação das monossílabas tônicas

Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).

Ex.: má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs...

Acentuação das oxítonas

Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-

ens).

Ex.: sofá(s), axé(s)*, bongô(s), vintém(éns)...

Acentuação das paroxítonas

Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou

decrescente (seguido ou não de s), ã ou ão. X/L/R

PS/I/N/US

Ex: Farmácia, imã, órfão, tórax, amável, revolver, táxi,

éden, vênus.

Acentuação dos hiatos tônicos (u e i)

Acentuam-se com acento agudo as vogais U e I tônicas

(segunda vogal do hiato!), isoladas ou seguidas de S

na mesma sílaba, quando formam hiatos. Ex: Saúde,

saída, país.

Acentuação dos ditongos abertos

Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÓI, ÉU, seguidos

ou não de S, somente quando for oxítonos.

Ex.: céu, méis, Góis, coronéis, troféu(s), herói(s),

Méier, destróier, aracnóideo...

Acentos diferenciais

Os acentos diferenciais servem para marcar algumas

distinções de classe gramatical, pronúncia e/ou sentido

entre algumas palavras.

1) Permanece o acento diferencial em pôde/pode.

Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito

perfeito do indicativo), na 3.a pessoa do singular. Pode

é a forma do presente do indicativo, na 3.a pessoa do

singular.

Ex.: Ontem ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele

pode.

2) Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é

verbo. Por é preposição.

Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

3) Permanecem os acentos que diferenciam o singular

do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus

derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir,

advir etc.).

Ele tem duas lanchas. / Eles têm duas lanchas.

Ele vem de Mato Grosso. / Eles vêm de Mato Grosso.

Ele mantém sua palavra. / Eles mantêm sua palavra.

Ele intervém em todas as reuniões. / Eles intervêm em

todas as reuniões.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Aspirante da Polícia Militar

Observe os termos abaixo sublinhados. Em seguida,

assinale a alternativa que apresenta a justificativa

CORRETA para o acento existente no termo

sublinhado.

a) "A importância da participação da família no

desenvolvimento da criança..." - paroxítona terminada

em hiato.

b) "...a criança tem dificuldade em processar

mentalmente estímulos..." - a tonicidade recai na

penúltima sílaba.

c) "Numa viagem de férias, uma mãe estará

mediando o aprendizado..." - proparoxítona terminada

em ditongo.

d) "A importância da participação da família no

desenvolvimento da criança é indiscutível..." -

paroxítona terminada em “l”.

e) "...mas neste século, os pais deixaram de lado a

educação dos filhos..." - a tonicidade recai na penúltima

sílaba.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Tarde

Em português, a acentuação gráfica é regida por certas

convenções, que podem sofrer alterações de tempos

em tempos. Assinale a alternativa na qual todas as

palavras devem ser acentuadas, de acordo com as

normas vigentes na atualidade.

a) Grécia – assembléia – púdica

b) Dói – ínterim – pátio

c) Cajú – caquí – pêlo

d) Gratuíto – crêem – difícil

e) Vôo – refúgio – baínha

3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE

Prova: Assistente em Saúde

No texto “ELEIÇÕES 2014",

I. encontra-se a palavra “saúde" acentuada porque o

“u" tônico forma um hiato.

II. registra-se a presença dos termos “único" e

“políticos" que recebem acento por serem

proparoxítonos.

III. identificam-se os termos “preferência" e

“necessário", acentuados por serem paroxítonos

terminados em ditongo.

IV. tem-se o termo “além", acentuado por ser um

oxítono terminado em EM.

Estão CORRETOS os itens

a) I, II e IV, apenas.

b) I, II e III, apenas.

c) III e IV, apenas.

d) II e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

4) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE

Prova: Técnico em Administração de Empresas

Sobre o trecho abaixo:

“O site Índios On Line é uma forma de fazer com que o

próprio índio seja o seu historiador, antropólogo,

fotógrafo e seu próprio jornalista”, afirma Jaborandy

Yandê, índio tupinambá de Olivença e um dos

coordenadores do projeto.” é CORRETO afirmar que

a) nos termos antropólogo e fotógrafo, a sílaba tônica

recai na penúltima sílaba.

b) o acento do termo tupinambá se justifica, porque a

sílaba tônica recai na penúltima sílaba.

c) os termos índio e próprio são acentuados e

obedecem a uma mesma regra gramatical.

d) o termo próprio é acentuado por ser uma paroxítona

terminada em hiato.

e) no termo Yandê, o acento se justifica pelo fato de a

sílaba tônica recair na penúltima sílaba.

5) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-

PE Prova: Agente Penitenciário

Classifique as palavras conforme o que se pede. Use o

código indicado.

Assinale a alternativa que apresenta a correlação

CORRETA.

a) I-A, II-B, III-A, IV-B, V-A.

b) I-B, II-A, III-B, IV-A, V-B.

c) I-A, II-A, III-B, IV-B, V-A.

d) I-B, II-B, III-A, IV-A, V-A.

e) I-A, II-A, III-B, IV-A, V-A.

6) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Técnico de

Sobre ACENTUAÇÃO, assinale a alternativa cuja

tonicidade de ambos os termos sublinhados recai na

antepenúltima sílaba.

a) "Ele pode acontecer por influência de fatores

diversos..." - "infalível de aprovação para o

candidato..."

b) "...que podem ser considerados a fórmula

infalível...” – “que pretende enfrentar uma seleção

pública."

c) "...quando o conteúdo não é lembrado

justamente..." - "Ele pode acontecer por influência de

fatores diversos..."

d) "Esforço, preparo, dedicação e estudo intenso..." -

"pretende enfrentar uma seleção pública."

e) “...quando o conteúdo não é lembrado..." – “pode

acontecer por influência de fatores diversos..."

7) Ano: 2016 Banca: PM-SC Órgão: PM-SC Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a série em que todos os vocábulos estão

escritos de acordo com as normas vigentes de

acentuação gráfica.

a) balaustre – baiúca – feiúra – juiz - veem

b) feiúra – balaústre – baiúca –juíz - vêem

c) balaústre – baiuca – feiura – juiz - enjoo

d) feiura – baiuca - balaustre – juíz – enjôo

8) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: CBM-MS

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro

Analise as afirmações seguintes.

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I - As expressões SALÁRIO e APLICÁVEL são

paroxítonas.

II - As expressões OLÁ e SÉRGIO são oxítona e

paroxítona, respectivamente.

III - Nas expressões MELISSA e BRASILEIRO, temos

dígrafo, encontro consonantal e encontro vocálico,

respectivamente.

IV - As expressões PROVÉRBIO e HISTÓRIA são

paroxítonas terminadas em ditongos abertos.

Assinale a alternativa que apresenta a(s)

afirmação(ões) correta(s).

a) I e II, apenas

b) II e III, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) I, II e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

9) Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: PM-DF Prova:

Soldado da Polícia Militar

Com base nas regras de acentuação gráfica, assinale

a alternativa que apresenta, respectivamente, uma

palavra proparoxítona, uma oxítona e uma paroxítona.

a) Convivência, dá, condições

b) Ética ,não, aliás

c) Aristóteles, ninguém, possível

d) História , inteligência, porém.

e) Prático, aí, contextualização.

10) Ano: 2010 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:

Oficial

Assinale a alternativa na qual todas as palavras

possuem ao menos uma consoante com realização

fonética velar.

a) favela - camada - vaso - chuva.

b) caçamba - gatuno - guerra - querido.

c) giz - jaula - janela - marreta.

d) quintal - coisa - girafa - favela.

e) homem - gago - botina - aeromoça.

GABARITO:

1 – D 3 – E 5 – A 7 - C 9 - C

2 – B 4 – C 6 - B 8 - C 10 – B

SEMÂNTICA

A semântica trata da significação das palavras, que

podem estar isoladas ou contextualizadas.

Denotação e Conotação

A essa altura do campeonato, você já percebeu que o

contexto é determinante para que atribuamos este ou

aquele sentido a uma palavra, certo? É por aí que os

conceitos de denotação e conotação passeiam (usei

o verbo passear com sentido conotativo, percebeu?).

A denotação trata do significado básico e objetivo de

uma palavra; uma palavra com sentido denotativo está

no seu sentido literal, primário, real.

– Gosto de estudar à noite.

A conotação é o avesso, pois trata do sentido figurado,

simbólico, não literal das palavras.

– Há dias que amanhecem noite.

Note que o verbo amanhecer também está no sentido

figurado, porque dias não amanhecem. O ato de

amanhecer não depende de ser algum, pois amanhecer

é um fenômeno natural.

Sinonímia

Trata de palavras diferentes na forma, mas com

sentidos iguais ou aproximados, ou seja, sinônimos.

Não se iluda: não existe sinônimo perfeito. Tudo

depende do contexto e da intenção do falante.

A sinonímia não trata apenas do léxico (palavra ou

expressão), mas da frase também. Neste sentido, o uso

de sinônimos é muito importante dentro de um texto –

com eles, evitamos a repetição de vocábulos, porque

eles servem para substituir palavras.

Exemplos de sinonímia vocabular:

– A multidão teve de clamar em protesto. Ela só

bradou devido ao descaso dos políticos.

– Graças a Deus conseguimos extinguir nossas

dívidas. Se não as saldássemos, não sei o que

faríamos.

– O jogo vai atrasar em virtude do temporal. Devido a

isso, teremos de aguardar.

Ademais, como já foi dito, existe sinonímia frasal, ou

seja, uma frase pode ser reescrita com outras palavras

sem alteração de sentido.

– Ela construiu esta casa. = Esta residência foi

edificada por ela.

– Parece que tu estás certo sobre o assunto. =

Aparentemente a verdade sobre a questão está

contigo.

Antonímia

Trata de palavras, expressões ou frases diferentes na

forma e com significações opostas, excludentes, ou

seja, antônimos. Normalmente ocorre por meio de

palavras de radicais diferentes, com prefixo negativo ou

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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com prefixos de significação contrária. Veja estes

exemplos:

– O chegar e o partir são dois lados cruciais da vida.

– Você é meu amigo ou meu inimigo?

– Há menos imigrantes do que emigrantes no Brasil.

– Ela se molhou de cima a baixo.

Há antonímia frasal, desde que o conteúdo de uma

frase ou oração esteja em conflito com o de outra:

– Por ter ficado calado durante anos, aturando todos

os tipos de maus-tratos, resolveu berrar sem parar

em ataque a tudo e a todos.

Homonímia

Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia,

mas com significados diferentes, ou seja, homônimos.

Veja:

– São Jorge já foi cantado por muitos artistas.

– Os alunos daqui são estudiosos.

– Finalmente o garoto ficou são.

Existem três tipos de vocábulos homônimos:

homófonos, homógrafos e perfeitos.

Veja:

Homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia

diferente.

Acender (iluminar, pôr fogo em) / Ascender (subir,

elevar)

Caçar (perseguir, capturar a caça) / Cassar (anular,

revogar, proibir)

Cela (aposento de religiosos ou de prisioneiros) / Sela

(arreio de cavalo)

Censo (recenseamento – estatística) / Senso (juízo

claro, percepção)

Cerrar (fechar) / Serrar (cortar)

Concerto (apresentação musical) / Conserto (ato ou

efeito de consertar, reparar)

Homógrafos: apresentam grafia igual e pronúncia

diferente.

Almoço (timbre fechado: refeição) / Almoço (timbre

aberto: forma do verbo almoçar)

Conserto (timbre fechado: reparação, correção) /

Conserto (timbre aberto: forma do verbo consertar)

Colher (timbre fechado: verbo) / Colher (timbre aberto:

instrumento usado para comer)

Edito (decreto, lei) / Édito (ordem judicial)

Gosto (timbre fechado: sabor) / Gosto (timbre aberto:

forma do verbo gostar)

Jogo (timbre fechado: recreação) / Jogo (timbre

aberto: forma do verbo jogar)

Perfeitos: apresentam grafia e pronúncia iguais.

Casa (lar, moradia) / Casa (forma do verbo casar)

Janta (refeição) / Janta (forma do verbo jantar)

Cedo (advérbio) / Cedo (forma do verbo ceder)

Livre (liberto, solto) / Livre (forma do verbo livrar)

Lima (ferramenta) / Lima (forma do verbo limar)

Manga (fruta) / Manga (parte da camisa) / Manga

(forma do verbo mangar)

Somem (forma do verbo somar) / Somem (forma do

verbo sumir)

Paronímia

Trata, normalmente, de pares de palavras parecidas

tanto na grafia quanto na pronúncia, mas com sentidos

diferentes. Veja:

Abjeção (baixeza, degradação) / Objeção

(contestação, obstáculo)

Absolver (absolvição) / Absorver (absorção)

Acidente (ocorrência casual grave) / Incidente

(episódio casual sem gravidade, sem importância)

Aferir (conferir) / Auferir (colher, obter)

Amoral (descaso com as regras de moral) / Imoral

(contrário à moral)

Arrear (colocar arreios em) / Arriar (abaixar)

Cível (relativo ao Direito Civil) / Civil (cortês, civilizado,

polido; referente às relações dos cidadãos entre si)

Comprimento (uma das medidas de extensão –

largura e altura) / Cumprimento (ato de cumprimentar

alguém, ou cumprir algo)

Cavaleiro (homem a cavalo) / Cavalheiro (homem

gentil)

Conjetura (suposição) / Conjuntura (momento)

Deferimento (concessão, atendimento) / Diferimento

(adiamento, demora, discordância, distinção)

Polissemia

Trata da pluralidade significativa de um mesmo

vocábulo, que, a depender do contexto, terá uma

significação diversa. Em palavras mais simples: a

palavra polissêmica é aquela que, dependendo do

contexto, muda de sentido (mas não muda de classe

gramatical!).

Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de

automóvel”, “peça de teatro”, “peça de bronze”, “és uma

boa peça”, “uma peça de carne” etc. Só de curiosidade:

a palavra ponto é a mais polissêmica da nossa língua!

Consulte o dicionário e veja.

Agora, observe mais estes exemplos:

– Desculpe o bolo que te dei ontem.

– Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.

– Tenho um bolo de revistas lá em casa.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro

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Ensino de qualidade focado em concursos.

16

Sobre o significado de alguns termos e expressões

empregados no Texto 1, analise as afirmações a seguir.

I. Com a expressão “de forma até deslavada” (1º

parágrafo), o autor quis expressar a ideia de que o

emprego do vocábulo herói acontecia

“descaradamente”, “inescrupulosamente”.

II. A afirmação de que “a mídia, com o tempo, acabou

deturpando essa palavra” (1º parágrafo) tem o mesmo

sentido de: “a mídia, com o tempo, acabou

supervalorizando essa palavra”.

III. O autor afirma que o goleiro Marcelo Gohe “disse,

com os pés no chão” (1º parágrafo). O autor quis dizer

que o goleiro “disse, em posição ereta, com atitude

desafiadora”.

IV. A expressão “caras parrudos” (3º parágrafo)

equivale semanticamente a “homens fortes”, “homens

corpulentos”.

Está(ão) CORRETA(S), apenas:

a) I.

b) II.

c) II e III.

d) I e IV.

e) III e IV.

2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Assistente Administrativo

Palavras e expressões são cuidadosamente

empregadas no Texto 1. No que se refere ao significado

de algumas delas, assinale a alternativa CORRETA.

a) O sentido do trecho: “esse sistema de comunicação

inigualável – emerge” (1º parágrafo) mantém-se

inalterado se o termo destacado for substituído por

“dissemina-se”.

b) A afirmação de que “Ela se instaura e toma conta

de todos nós” (1º parágrafo) corresponde à afirmação

de que „Ela se recupera e cuida de todos nós‟.

c) No trecho: “Preconceito linguístico é o julgamento

depreciativo [...]” (2º parágrafo), o termo destacado

significa o mesmo que “aleatório”.

d) O sentido do trecho: “milhares de pessoas que se

exprimem em formas sem prestígio social” (4º

parágrafo) é equivalente ao sentido de: „milhares de

pessoas que se exprimem em formas socialmente

vulneráveis‟.

e) No trecho: “Até porque, sob essa ótica, o

preconceito linguístico se configura como um

tratamento desumano e degradante.” (5º parágrafo), a

expressão destacada equivale semanticamente a

“desse ponto de vista”.

3) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

Em: “Há também outras situações que nos mantêm

reféns da modernidade”, a palavra sublinhada

acrescenta ao trecho um sentido de

a) adição

b) alternância.

c) contradição.

d) explicação.

e) consequência.

4) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Auxiliar de Serviços Gerais

texto associado Texto associado

A expressão “Ao lado da redonda” significa estar

a) próximo a uma pessoa obesa.

b) perto de alguém que joga bola.

c) ao lado de uma lata de cerveja.

d) no mesmo nível de valor que a bola.

e) distante da bola.

5) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Auxiliar de Serviços Gerais

Analisando-se o texto 03, observa-se que os termos

“amor”, “felicidade” e “amizade” expressam

a) sentimentos.

b) ações.

c) qualidades.

d) atitudes.

e) princípios.

6) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Grande

Recife Prova: Psicólogo

Em relação aos termos sublinhados, em apenas uma

das alternativas, o termo em parênteses é sinônimo do

termo sublinhado. Assinale-a.

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a) “Das baratinhas, dos fordecos velhos, que

deixavam o vovô “vidrado”!” (intransigente)

b) “Dentro do bonde, um anúncio bem visível”

(ilegível)

c) “Quem já v iveu seis décadas ou mais, não se terá,

por certo, olvidado” (esquecido)

d) “Tornou-se próspero, tão forte e valoroso” (

depreciativo)

e) “Quase quinhentos anos de incomum progresso”

(vulgar)

7) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE

Prova: Advogado

Sobre o trecho “este Brasil imenso não é feito só do que

acontece em grandes proporções, mas destas

pequenas, ininterruptas, perseverantes atividades que

se desenvolvem na obscuridade e de que as outras,

sem as enunciar, dependem”.

I. O antônimo de “ininterruptas” é “interruptas” assim

como o sinônimo de “grande” é “colossal”.

II. O antônimo de “ininterruptas” é “interrompidas” assim

como o sinônimo de “obscuridade” é “claridade”.

III. O antônimo de “perseverantes” é “umbrosas” assim

como o sinônimo de “imenso” é “enorme”.

Somente é VERDADEIRO o que se afirma em

a) I

b) II

c) I e II.

d) I e III.

e) III.

8) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Enfermeiro

Como é comum em qualquer texto, no Texto 1 também

se emprega a linguagem conotativa, recurso utilizado

para se obter maior expressividade.

Um exemplo de palavra empregada no sentido

conotativo é o termo sublinhado em:

a) “Infelizmente propaga-se por aí uma falácia.” (1º

parágrafo)

b) “Somos seres moldados pela cultura em que

vivemos”. (3º parágrafo)

c) “(...) ofertar algo para aquecer o mercado

farmacêutico.” (4º parágrafo)

d) “O semanário “Der Spiegel” trouxe uma

reportagem (...).” (6º parágrafo)

e) “Ele não se coloca contra remédios, mas, sim,

contra a medicalização hegemônica da sociedade

(...).” (8º parágrafo)

9) Ano: 2017 Banca: FUNRIO Órgão: PM-GO Prova:

Aspirante da Policia Militar

Entre os seguintes trechos, assinale aquele em que o

autor utilizou apenas a linguagem denotativa:

a) ...o dinheiro aplicado neste comércio ilícito...

b) ... apreensões de droga que povoam a mídia...

c) ...na explosão do consumo e da popularização da

droga...

d) ... aqueles mais golpeados pela falta de

perspectiva...

e) ...drenando recursos e interesses correspondentes...

10) Ano: 2017 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:

Soldado 2° Classe

Observe as orações que apresentam a palavra

destacada em negrito e responda:

A reunião dos agricultores aconteceu sob a mangueira

do quintal.

A mangueira furou ao ser arrastada pelo carro.

Marque a alternativa CORRETA que denomina a

palavra quando esta apresenta multiplicidade de

sentidos.

a) Homônimo.

b) Sinônimo.

c) Polissemia.

d) Antônimo.

GABARITO:

1 – D 3 – A 5 – A 7 – A 9 - A

2 – E 4 – D 6 - C 8 - C 10 – C

FIGURAS DE LINGUAGEM

Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo,

figurado, com o objetivo de ser mais expressivo. A

seguir, as principais figuras de estilo em ordem

alfabética:

Anacoluto: interrupção na sequência lógica da oração

deixando um termo solto, sem função sintática.

Ex.: Mulheres, como viver sem elas?

Anáfora: repetição de palavras.

Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é

tudo!

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Antonomásia: substituição do nome próprio por

qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo

que apelidado, alcunha ou cognome.

Exemplos.: Xuxa (Maria das Graças)

O Gordo (Jô Soares)

Antítese: aproximação de ideias, palavras ou

expressões de sentidos opostos.

Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo

espaço.

Apóstrofo ou invocação: invocação ou interpelação de

ouvinte ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes

ou ausentes.

Exemplos.: Mulher, venha aqui! Ó meu Deus! Mereço

tanto sofrimento?

Assíndeto: ausência da conjunção aditiva entre

palavras da frase ou orações de um período. Essas

aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Ex.: Nasci, cresci, morri.

(ao invés de: Nasci, cresci e morri.)

Catacrese: metáfora tão usada que perdeu seu valor

de figura e se tornou cotidiana, não representando mais

um desvio. Isso ocorre pela inexistência das palavras

mais apropriadas. Surge da semelhança da forma ou

da função de seres, fatos ou coisas.

Exemplos.: céu da boca; cabeça de prego; asa da

xícara; dente de alho.

Comparação ou símile: aproximação de dois

elementos realçando pela sua semelhança. Conectivos

comparativos são usados: como, feito, tal qual, que

nem...

Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor.

Elipse: omissão de palavras ou orações que ficam

subentendidas.

Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele,

(trabalhou) durante horas.

Eufemismo: atenuação de algum fato ou expressão

com objetivo de amenizar alguma verdade triste,

chocante ou desagradável.

Ex.: Ele foi desta para melhor.

(evitando dizer: Ele morreu.)

Hipérbole: exagero proposital com objetivo expressivo.

Ex.: Estou morrendo de cansada.

Ironia: forma intencional de dizer o contrário da ideia

que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou

depreciativo.

Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi

assaltada.

Metáfora: é um tipo de comparação em que o conectivo

está subentendido. O segundo termo é usado com o

valor do primeiro.

Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.

Metonímia: uso de uma palavra no lugar de outra que

tem com ela alguma proximidade de sentido.

A metonímia pode ocorrer quando usamos:

A - o autor pela obra

Ex.: Nas horas vagas, lê Machado.

(a obra de Machado)

B - o continente pelo conteúdo

Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.

Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita

(continente)

C - a causa pelo efeito e vice-versa

Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição

naquela comunidade.

A fome gerada pela falta de trabalho que causa a

desnutrição.

D - o lugar pelo produto feito no lugar

Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja.

O nome da região onde o vinho é fabricado

E - a parte pelo todo

Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.

Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.

F - a matéria pelo objeto

Ex.: A porcelana chinesa é belíssima.

Porcelana é a matéria dos objetos

G - a marca pelo produto

Ex.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor.

Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço.

H - concreto pelo abstrato e vice-versa

Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração

Coração (concreto) está no lugar de sentimentos

(abstrato)

Onomatopeia: uso de palavras que imitam sons ou

ruídos.

Ex.: Psiu! Venha aqui!

Paradoxo ou oximoro: Aproximação de palavras ou

ideias de sentido oposto em apenas uma figura.

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Ex.: "Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo."

(Carlos Drummond de Andrade)

Personificação, prosopopeia ou animismo:

atribuição de características humanas a seres

inanimados, imaginários ou irracionais.

Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.

Pleonasmo ou redundância: repetição da mesma

ideia com objetivo de realce. A redundância pode ser

positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como

recurso expressivo, enriquecerá o texto:

Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios

ouvidos aquela declaração fatal.

Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo

vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado um

vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.

Outros: subir para cima; entrar para dentro;

monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.

Polissíndeto: repetição de conjunções (síndetos).

Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou...

Silepse: concordância com a ideia, não com a forma.

Ex.: Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa)

massacrados – Pessoa.

Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) –

Gênero.

Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.)

desesperadamente – Número.

Sinestesia: mistura das sensações em uma única

expressão.

Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.

Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Grande

Recife Prova: Advogado

O TRANSPORTE NOSSO DE CADA DIA

Mirian Warrrusch

Quem viaja hoje no Metró,

ou num ônibus com ar condicionado,

Certamente jamais terá sabido

- ou se soube, não terá provado

Das delicias das antigas diligências,

das bicicletas e triciclos abusados;

Das baratinhas, dos fordecos velhos,

Que deixam o vovó "vidrado” !

'Maria Fumaça " o nosso antigo trem — lá vem!

- Mas que apito tão lindo e demorado!

O leite nos era entregue de carroça,

Eo burro era tão engraçado

Quem já viveu seis décadas ou mais,

Não se terá. por certo, olvidado:

Dentro do bonde, um anúncio bem visivel

Pro passageiro ficar bem informado.

Era um milagre, esse remédio pra bronquite,

E todos conheciam o "Rum Creosotado "

"Veja ilustre passageiro,

o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado!

Mas, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite,

Silvou-o o Rum Creosotado”

Cresceu tão rápido e demais. São Paulo!

Viajou no tempo qual falcão alado

Tornou-se próspero. Mo forte e valoroso,

Entre todos os estados, o mais destacado!

Quase quinhentos anos de incomum progresso,

Lhe modelaram um perfil glorificado !

Pelo trabalho. pela garra de todo o seu povo,

São Paulo chegou sim, onde devia ter chegado!

Em qual das alternativas abaixo, o autor se utilizou de

um termo que indica a existência de uma metáfora ?

a) “Quem já viveu seis décadas ou mais ”

b) “São Paulo chegou sim, onde devia ter chegado!”

c) “‘Maria Fumaça’ o nosso antigo trem – lá vem!”

d) “Das baratinhas, dos fordecos velhos, que

deixavam o vovô ‘vidrado’!”

e) “Quase quinhentos anos de incomum progresso”

2) Ano: 2018 Banca: Aeronáutica Órgão: EEAR Prova:

Sargento da Aeronáutica - Administração

Assinale a alternativa que apresenta a incorreta

classificação de figura de linguagem.

a) “Lá fora, a noite é um pulmão ofegante.” (Fernando

Namora) – Metáfora

b) “Quando a bola saía, entravam os comentários dos

torcedores.” (Carlos Eduardo Novaes) – Eufemismo

c) “A areia, alva, está agora preta, de pés que a

pisam.” (Jorge Amado) – Antítese

d) "A geada é um eterno pesadelo.” (Monteiro

Lobato)– Hipérbole.

3) Ano: 2018 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova:

Soldado da Polícia Militar

Considere as duas passagens destacadas abaixo para

responder a questão seguinte.

“Era uma mulher pequena com um perfil de passarinho.

Um pequeno passarinho loiro. E uma fera. “ (1º

parágrafo)

“não foram poucas as vezes em que um passarinho

imaginário com perfil de professora pousou no meu

ombro e me chamou de fingido” (3º parágrafo)

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No trecho “Um pequeno passarinho loiro. E uma fera.”,

são mostrados dois predicativos em relação a um

mesmo personagem. Essa relação entre termos aponta

para a seguinte figura de linguagem:

a) prosopopeia.

b) paradoxo.

c) eufemismo.

d) metonímia.

4) Ano: 2015 Banca: IOBV Órgão: PM-SC Prova:

Soldado da Polícia Militar

A imagem apresenta claramente que figura de

linguagem?

a) Hipérbole

b) Eufemismo

c) Prosopopeia

d) Catacrese

5) Ano: 2013 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG

Prova: Soldado - Músico

Marque a alternativa CORRETA que apresenta um

exemplo de metonímia:

a) João se alimenta como um pássaro.

b) As fêmeas cassam para o rei dos animais.

c) Gosto de ler Machado à noite.

d) Antônio foi um burro.

6) Ano: 2013 Banca: IOBV Órgão: PM-SC Prova:

Soldado da Polícia Militar

Observe o texto de Roseana Murray:

A rede

1 As mãos são ágeis

2 como borboletas voando

3 em mágica dança.

4 As mãos são tão ágeis

5 tecendo a teia

6 que parecem separadas do corpo.

Analise as afirmativas.

I. Na primeira linha “mãos” é uma metáfora.

II. Na segunda linha “borboletas voando” é uma

comparação.

III. Na quinta linha “teia” é uma metáfora.

a) Apenas II e III estão corretas.

b) Apenas I está correta.

c) Apenas III está correta.

d) Todas estão corretas.

7) Ano: 2013 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG

Prova: Soldado da Polícia Militar

Marque a alternativa CORRETA. Há zeugma na

seguinte assertiva:

a) Minha mãe trabalha numa empresa particular; eu,

na pública.

b) Uma pessoa torpe, uma criatura limitada, um grão

de pó perdido no universo, eis o que Roberto é.

c) Na escuridão da madrugada, corria gente de todos

os lados, e atiravam.

d) Esses escravos que se viram libertos, não penso

nada contra eles, mas não servem para nós.

8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a opção que evidencia qual é o recurso

morfológico utilizado na seguinte frase: “O amor que a

exalta e a pede e a chama e a implora” (Machado de

Assis):

a) Assíndeto.

b) Anacoluto.

c) Silepse.

d) Repetição.

e) Polissíndeto.

9) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a opção que evidencia qual é o recurso

semântico utilizado na seguinte frase: “A floresta

gesticulava nervosamente diante do fogo que a

devorava”:

a) Gradação.

b) Metáfora.

c) Prosopopéia.

d) Ironia.

e) Hipérbole.

10) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

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Assinale a alternativa que explicita o processo de

formação da palavra destacada no seguinte trecho do

texto de Guimarães Rosa:

“O projétil bateu musical na água, e deve ter caído

bem no meio da flotilha de marrecos, que grasnaram: -

Quaquaracuac!”

a) Hibridismo.

b) Onomatopéia.

c) Abreviação vocabular.

d) Estrangeirismo.

e) Prosopopéia.

GABARITO:

1 – D 3 – B 5 – C 7 – A 9 – C

2 – B 4 – C 6 – A 8 – E 10 – B

ORTOGRAFIA

Fatos e Dificuldades da língua Culta

Por que / Porque / Por quê / Porquê

Porquê > substantivo MOTIVO. Se der para substituir

pela palavra motivo é ele!

– Não sei o por quê (motivo) dessa zorra!

Por quê > Final de oração. Esse sempre vem no final.

Essa zorra está acontecendo por quê? (final)

Porque > conjunção POIS. Você consegue substituir

sem prejuízo pela conjunção pois.

–Estamos muito felizes porque (pois) passamos no

concurso.

POR QUE > (resto) se não for nem um dos outros

casos acima.

–Está foi a trajetória por que (nem um dos anteriores)

passamos

– Por que (nem um dos anteriores) está tão triste?

– Diga por que (nem um dos anteriores) está cansado.

Há / A

Há > Passado, tempo decorrido.

a > por sua vez, indica tempo futuro ou distância.

– Há meses venho fazendo provas de concurso.

– É por isso que você está a anos luz de mim.

Se não / Senão

A forma se não é constituída de conjunção condicional

se + o advérbio de negação não (iniciando orações

subordinadas adverbiais condicionais – normalmente

os verbos dessa oração estão no modo subjuntivo e/ou

indicando hipótese).

BIZU: se puder tirar o não da frase, usa-se se não

(separado). E mais: podemos, neste caso, substituir se

não por caso não.

– Se não estudar, não passará. (Se estudar, passará. /

Caso não estude, não passará.)

A forma se não é constituída de conjunção integrante

se + o advérbio de negação não.

– Ele perguntou se não iríamos à festa. (Ele perguntou

se iríamos à festa.)

A forma senão é usada nos seguintes casos:

– Nada pode derrubar minha confiança senão as

palavras de minha amada, pois que coisa sou eu senão

seu escravo? (= exceto, salvo, a não ser)

– Não quero seu amor, senão sua amizade. (= mas

sim)

– Meu amigo, não só estudo, senão trabalho; não tenho

esta vida fácil. (= mas também)

– Ele apontou não só um senão, mas vários senões na

tramitação do processo. (= problema, falha)

– Estude, senão será reprovado! (= do contrário;

Estude, se não estudar, será reprovado)

– Fala três línguas, senão quatro. (= ou; Fala três

línguas, se não falar quatro)

Há um caso facultativo: quando o senão, indicando

alternativa, incerteza, imprecisão, equivaler a ou.

Nestes casos, pode-se interpretar que o verbo está

subentendido.

– É muito difícil, senão (se não (for)) impossível, prever

o resultado.

– João é rico, senão (se não (for)) riquíssimo.

– Comprarei duas TVs, senão (se não (comprar)) três.

– Compareceu a maioria dos convidados, senão (se

não (compareceu)) todos.

Onde / Aonde

Aonde = Para onde

Onde = resto

– Vocês virão aonde (para onde) foi Julia?

– Onde (resto) você mora?

Mal / Mau

Mal x bem

Mau x bom

Mais / Mas

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A forma mais (normalmente advérbio ou pronome

indefinido) está ligada à ideia de quantidade,

intensidade ou tempo (neste caso, quando vem depois

de uma negação). Mas é uma conjunção coordenativa

adversativa, quando equivale a porém; é uma

conjunção coordenativa aditiva, quando antes vêm as

expressões “não só/não apenas/não somente”.

– Sou mais feliz quando estou com você, mas você

nunca está aqui. (advérbio de intensidade, conjunção

coordenativa adversativa)

– Dedique mais tempo a sua esposa, e ela não vai

mais cobrar nada de você. (pronome indefinido –

quantidade –, advérbio de tempo)

Afim / A fim de

A forma afim é um adjetivo que significa afinidade,

semelhança, parentesco; a fim de é uma locução

prepositiva que indica finalidade, propósito, intenção.

– Apesar de ele ser meu parente afim, nós não temos

ideias afins.

– Comecei a estudar a fim de fazer aquela famigerada

prova.

Em vez de / Ao invés de

A forma ao invés de é usada com termos antônimos na

frase em que aparece; já em vez de equivale a no lugar

de.

– Em vez de estudar para a prova do TSE, estudou

para a do AFT.

– Ao invés de ser elogiado pelo que disse, foi vaiado

efusivamente.

Acerca de / Há cerca de / (a) cerca de

A primeira forma equivale a sobre (assunto); a segunda

indica número aproximado ou tempo decorrido

aproximado; a terceira indica distância aproximada,

tempo futuro aproximado ou quantidade aproximada.

– Falamos acerca de futebol e de política.

– Há cerca de vinte mil pessoas habitando aquele

bairro.

– Há cerca de uns anos venho estudando com vontade.

– Estou (a) cerca de um mês para a prova.

– Cerca de cem amigos presentearam-no quando se

casou.

De encontro a / Ao encontro de

A forma de encontro a está ligada à ideia de “choque,

colisão, divergência, oposição”. A segunda forma (ao

encontro de) está relacionada à ideia de “algo

favorável, aproximação positiva, pensamento

convergente”.

– Nunca fui de encontro às ideias dele, pois são

ótimas.

– Resolvi ir ao encontro dela, uma vez que valia a

pena.

De mais / Demais

De mais (contrário de ‘de menos’) é uma locução

adjetiva; normalmente essa expressão se liga a um

substantivo. Já demais (equivale a ‘em excesso’ ou

‘outros’) é um advérbio de intensidade ou um pronome

indefinido.

– Eles têm dinheiro de mais.

– O professor fala demais.

– Precisamos explicar os demais assuntos.

Tampouco / Tão pouco

Tampouco é, tradicionalmente, um advérbio e equivale

a “também não, nem”; tão pouco é uma expressão

formada por advérbio de intensidade + advérbio de

intensidade/pronome indefinido, indicando quantidade,

normalmente.

– O que você fez não foi certo, tampouco justo.

– Estudei tão pouco, mesmo assim, por sorte, me

classifiquei.

A princípio / Em princípio

A princípio equivale a “no início, inicialmente”. Em

princípio equivale a “em tese, conceitualmente”. Em

alguns momentos, uma ou outra expressão dará conta

daquilo que se quer transmitir, portanto, nas duas

últimas frases abaixo, o propósito do falante no

discurso vai determinar o uso da expressão. Nenhuma

delas, pois, estará equivocada. Dependerá do contexto.

– Vou abordar apenas questões gramaticais a

princípio.

– Em princípio, as gramáticas de ensino médio não

deveriam polemizar.

– Em princípio não estamos interessados em vender

este imóvel.

– A princípio não estamos interessados em vender

este imóvel.

Ao nível de / Em nível de

A primeira expressão (ao nível de) tem a ideia de “à

mesma altura”; a segunda (em nível de) exprime

“hierarquia”. A expressão “a nível de” é um equívoco.

– Este artigo está ao nível dos melhores.

– Isto foi resolvido em nível de governo estadual.

– Isto foi resolvido a nível de governo estadual

(errado!)

À medida que / Na medida em que

A locução conjuntiva à medida que indica proporção e

equivale a “à proporção que, ao passo que”. Por outro

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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lado, na medida em que indica causa e equivale a

“visto que, já que, tendo em vista que”.

– À medida que o líder russo crescia no palco político,

o mundo ia se habituando à sua personalidade

descomunal.

– Do ponto de vista político, este ato é desastrado, na

medida em que exprime um conflito entre o Estado e a

Igreja.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Considerando as normas ortográficas vigentes,

assinale a alternativa na qual TODAS as palavras estão

CORRETAMENTE grafadas.

a) O juiz não hesitou em estender o prazo para que a

proibição de uso de celulares em grandes shows

continuasse valendo.

b) Em festas de celebridades, elas poderiam ser

idenizadas se algum convidado ouzasse tirar fotos sem

sua permissão.

c) A espectativa de que as selfies fossem

terminantemente proibidas não teve êxito; foi

totalmente frustada.

d) Há exceções, mas, no geral, os vídeos que mais

fazem sucesso na internet são de muito mau gosto,

com chingamentos e baixarias.

e) Nas redes sociais, há uma micelânia de

informações; registram-se até estrupos e outras formas

de violência.

2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro de

ortografia.

a) O novo diretor será empossado derrepente.

b) Ela agiu prazeirosamente e não quis dizer o porquê.

c) O meretíssimo solicitou que fechassem o abrigo

imediatamente.

d) Sempre foi um impecilho aquela cadeira de rodas.

e) O requerimento do aluno foi deferido.

3) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Dadas as afirmações de que o plural de

1. corrimão pode ser corrimãos ou corrimões.

2. segunda-feira é segundas-feiras.

3. gravidez é gravidezes.

4. bem-te-vi é bem-te-vis.

constatamos que está(ão) CORRETA(S)

a) apenas 1.

b) apenas 2.

c) apenas 3.

d) apenas 1 e 4.

e) todas.

4) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Em nossa língua, como em outras, há convenções no

que se refere ao emprego de algumas palavras e

expressões. Considerando essas convenções, analise

as proposições abaixo.

I. Mal começa o show, e as pessoas já estão

disparando as suas câmeras.

II. Está com o smartphone sempre pronto a capturar os

acontecimentos é a moda atual.

III. Ela me disse que fica meio chateada quando uma

pessoa fala no celular ao seu lado.

IV. Gostar de interagir não é novidade. Mais a

preferência pela interação via smartphones é.

V. Não entendo por que o compartilhamento nas redes

sociais ganhou tamanha relevância.

Estão CORRETAS, apenas:

a) I, II, III e IV.

b) I e IV.

c) II, III e IV.

d) II e V.

e) I, III e V.

5) Ano: 2009Banca: UPENET/IAUPEÓrgão: PM-

PEProva: Soldado da Polícia Militar

Faça a correspondência entre as colunas, preenchendo

CORRETAMENTE as lacunas.

Rodrigo, você fez isso, .................? 1. por que

Foram muitas as dificuldades ........... passei. 2. porque

Não ficamos sabendo o ............ da resposta. 3. porquê

Estamos muito felizes ...............você venceu 4. por quê

Assinale a alternativa que apresenta a sequência

CORRETA.

a) 4 – 1 – 3 – 2.

b) 2 – 2 – 4 – 2.

c) 1 – 4 – 3 – 4.

d) 1 – 1 – 1 – 1.

e) 4 – 1 – 4 – 1.

6) Ano: 2012 Banca: EXATUSÓrgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa que completa corretamente as

frases abaixo:

I - Ele foi quem 1 ____ tentou, ainda assim, não

conseguiu.

II - Trata-se de um 2 ____ administrador.

III – O caminhão foi 3 ____ muro.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

24

IV - Haverá uma palestra 4 ____ das conseqüências

das queimadas sobre a temperatura ambiental.

a) 1- mais, 2- mau, 3- de encontro ao e 4- acerca.

b) 1- mas, 2- mal, 3- ao encontro de e 4- há cerca.

c) 1- mais, 2- mau, 3- ao encontro de e 4- acerca.

d) 1- mais, 2- mau, 3- de encontro ao e 4- há cerca.

e) 1- mais, 2- mal, 3- de encontro ao e 4- acerca.

7) Ano: 2013 Banca: CETRO Órgão: PM-SP Prova:

Sargento da Polícia Militar

Leia as orações abaixo e, em seguida, assinale a

alternativa que preenche correta e respectivamente as

lacunas.

1. Recebeu uma advertência por ___________

comportamento.

2. ___________ você fica nas férias?

3. Não vejo Sandra ___________ seis anos.

4. Ele saiu cedo ___________ chegar a tempo.

a) 1. mal/ 2. Aonde/ 3. a/ 4. afim de

b) 1. mal/ 2. Onde/ 3. há/ 4. a fim de

c) 1. mau/ 2. Onde/ 3. há/ 4. a fim de

d) 1. mau/ 2. Aonde/ 3. a/ 4. afim de

8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa que completa corretamente as

frases abaixo:

Ignoro o motivo (1) ____ ele se demitiu.

De onde vens e (2) ____ vais?

(3) ____ começou a andar, já brincava pela casa inteira.

Fizemos a (4) ____ de todos os bens ao chefe da casa.

Não o vejo (5) ____ meses; nem sei como está agora.

a) (1) por que, (2) aonde, (3) Mal, (4) cessão e (5) há.

b) (1) porque, (2) aonde, (3) Mau, (4) seção e (5) a.

c) (1) porque, (2) onde, (3) Mal, (4) cessão e (5) há.

d) (1) por que, (2) aonde, (3) Mau, (4) cessão e (5) há.

e) (1) por que, (2) onde, (3) Mal, (4) sessão e (5) a.

9) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: CBM-SP Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro

Considere as frases a seguir:

Ensine as crianças ________________ se encontram

as saídas de emergência, os extintores de incêndio e

os registros gerais de água e luz.

Fique atento __________________ condições de

limpeza de pisos, escadas e estado de conservação de

elevadores.

Sinalize áreas ________________ estejam sendo

realizadas obras, manutenção ou mesmo limpeza.

Assinale a alternativa que completa, correta e

respectivamente, as lacunas.

a) onde … a … em que

b) aonde … com … que

c) aonde … sob … que

d) onde … de … que

e) aonde … por … em que

10) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE

Prova: Assistente em Saúde

Sobre a Grafia das palavras, é INCORRETO afirmar

que, na frase

a) A morte de Eduardo Campos foi uma grande perda

para o Estado de Pernambuco, a palavra “perda" está

grafada corretamente.

b) Os Assistentes de Saúde têm enfarte quando

recebem os seus contracheques, a palavra “enfarte"

também pode ser grafada assim: infarto, infarte.

c) Moro numa casa geminada onde há muitos germes,

a palavra “geminada" está grafada corretamente.

d) Não pertube! Gente doente, a palavra “pertube"

está grafada corretamente.

e) Só os pobres de coração cometem estupros, a

palavra “estupros" está corretamente grafada.

GABARITO:

1 – A 3 – E 5 – A 7 – C 9 – C

2 – E 4 – E 6 – A 8 – A 10 – D

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS

PALAVRAS

Existem algumas maneiras para a formação de novos

vocábulos na língua, logo esta parte trata justamente

dos diversos modos como as palavras se formam. Os

principais processos são derivação e composição.

Palavra primitiva é aquela que não resulta de outra na

língua portuguesa, isto é, que não sofreu processo de

derivação: cadáver, flor, pedra, casa, verde, sol etc.

Palavra derivada é aquela que resulta de outra na

língua portuguesa, isto é, que sofreu processo de

derivação: cadavérico, florista, empedrado,

descasamento, esverdeado, solar etc.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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Palavra simples é aquela que só tem um radical, isto

é, que não sofreu processo de composição: flor, pedra,

casa, verde, sol etc.

Palavra composta é aquela que tem mais de um

radical, isto é, que sofreu processo de composição: flor-

amarela, pedra-sabão, casa-comum, verde-água,

girassol, etc.

Derivação

Como bem diz o Aulete, “um processo de multiplicação

e reaproveitamento de um vocábulo pelo acréscimo

de sufixos e prefixos”. Tradicionalmente há cinco

tipos de derivação: prefixal, sufixal, parassintética,

regressiva e imprópria.

Prefixal

A derivação prefixal se dá quando um prefixo é 1)

colocado junto à palavra primitiva ou 2) colocado como

último elemento de uma palavra que já havia sofrido

algum processo de formação.

– homem > super- + homem > super-homem

– duque > arqui- + duque > arquiduque

– pôr > com- + pôr > compor

Sufixal

Ocorre derivação sufixal quando um sufixo é 1)

colocado junto à palavra primitiva ou 2) colocado como

último elemento de uma palavra que já havia sofrido

algum processo de formação.

– pincel > pincel + -ada > pincelada

– cabeça > cabeça + -ear > cabecear

– sutil > sutil + -mente > sutilmente

Parassintética

A derivação parassintética ocorre quando há

acréscimo simultâneo de prefixo e de sufixo a uma

palavra primitiva (substantivo ou adjetivo).

Normalmente a parassíntese forma verbos (1). Há,

entretanto, alguns nomes adjetivos (2) formados por

derivação parassintética. Veja:

1) abençoar (a + bênção + ar),

amamentar (a + mama + entar),

amanhecer (a + manhã + ecer),

apadrinhar (a + padrinho + ar) etc.

apedrejar (a + pedra + ejar),

aterrar (a + terra + ar),

desterrar (des + terra + ar),

emagrecer (e + magro + ecer),

embarcar (em + barco + ar),

emudecer (e + mudo + ecer),

envelhecer (en + velho + ecer),

esfoliar (es + fólio + ar),

2) desalmado (des + alma + ado),

conterrâneo (con + terra + âneo),

desbocado (des + boca + ado),

descampado (des + campo + ado),

envernizado (em + verniz + ado),

subterrâneo (sub + terra + âneo),

Regressiva (Regressão)

Ocorre derivação regressiva quando um verbo que

indica ação serve de base para a formação de um

substantivo abstrato. A ideia de regressão (diminuição

do vocábulo do ponto de vista estrutural e fonético)

ocorre porque o verbo perde sempre sua terminação.

Veja alguns exemplos:

Verbo (ação) Substantivo (abstrato)

Atrasar Atraso

Demorar Demora

Engasgar Engasgo

Imprópria (Conversão)

A derivação imprópria se dá pela mudança (daí

conversão) de classificação morfológica de uma

palavra, a depender do contexto. A palavra não muda

absolutamente nada na forma; o que muda é sua

classificação morfológica e seu sentido. É por isso que

ela é chamada de imprópria, ou seja, ela não é

propriamente uma derivação, pois não se usam

morfemas (afixos) para mudar a forma da palavra.

Ex.: Eu vou amar você e depois vou partir (verbos no

infinitivo). / O amar e o partir fazem parte da vida.

(substantivos)

Amanhã te ligo. (advérbio) / Espero sempre por um

amanhã melhor. (substantivo)

Composição

Ocorre composição quando uma palavra é constituída

por dois ou mais radicais. Há dois tipos de composição:

por justaposição e por aglutinação.

Justaposição

Neste tipo de composição, não há perda de elementos

estruturais e fonéticos nos radicais (normalmente

separados por hífen): pontapé (ponta + pé), vaivém

(vai + vem), passatempo (passa + tempo),

paraquedas (para + quedas), girassol (gira + sol),

dezoito (dez + oito), joão-bobo (João + bobo), abelha-

rainha (abelha + rainha), caixa-d’água (caixa + água)*,

guarda-chuva (guarda + chuva), maria vai com as

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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outras (maria + vai + outras)*, leva e traz (leva + traz)*

etc.

*Obs.: As preposições e conjunções não são vistas

como radicais, logo ignore-as na análise.

Aglutinação

Neste tipo de composição, há perda de elementos

estruturais e fonéticos nos radicais (não são separados

por hífen): boquiaberto (boca + aberta),

mundividência (mundo + vidência), alvinegro (alvo +

negro), fidalgo (filho de algo), embora (em + boa +

hora), aguardente (agua + ardente), petróleo (pedra +

óleo), noroeste (norte + oeste), vinagre (vinho + acre),

lobisomem (lobo + homem), planalto (plano + alto),

pernilongo (perna + longa) etc.

Onomatopeia

Este processo é caracterizado por formar palavras

(verbos, substantivos, interjeições) que

imitam/reproduzem sons de seres animados ou

inanimados: bangue-bangue, zum-zum-zum, blá-blá-

blá, tique-taque, pingue-pongue, bem-te-vi,

nhenhenhém, nheco-nheco, zás-trás, zumbir, rugir,

mugir, miar, cacarejar etc.

Abreviação (Redução)

Segundo Celso Cunha, a abreviação ocorre devido à

dinâmica da vida; o ritmo acelerado do dia a dia nos

influencia a agilizar a comunicação. Na linguagem

virtual... nem se fala! Toda palavra que sofre

abreviação é reduzida até certo ponto, de modo que a

parte restante substitui o todo, mantendo, é claro, seu

sentido original. Muitas palavras abreviadas são

próprias do registro coloquial; muitas vezes vêm

imbuídas de afetividade, preconceito, desprezo etc.

Veja algumas:

Botequim Boteco

Cinematógrafo Cinema > Cine

Fotografia Foto

Futebol de salão Futsal

Neurose Neura

Otorrinolaringologista Otorrino

Português Portuga

Rio de Janeiro Rio

Televisão Tevê

Hibridismo

É a formação de palavras com morfemas de línguas

diferentes: socio/logia (latim e grego), auto/móvel

(grego e latim), tele/visão (grego e latim), buro/cracia

(francês e grego), banan/al (africano e latim),

sambó/dromo (africano e grego), micro-ônibus

(grego + latim), report/agem (inglês + latim), bi/cicleta

(latim + grego), saga/rana (alemão + tupi), ciber/nauta

(inglês + latim) etc.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE

Prova: Advogado

O vocábulo destacado no fragmento abaixo é um

exemplo de

A miséria daquele povo era tamanha que a luta pela

sobrevivência se tornou histórica em uma época sem

memórias.

a) parassíntese.

b) sufixação.

c) reduplicação.

d) regressiva.

e) conversão ou derivação imprópria

2) Ano: 2017 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: 2ª

Tenente – Enfermagem

Faça a correspondência da primeira com a segunda

coluna e identifique a sequência cujo processo de

formação de palavras foi devidamente observado:

(1) Banditismo

(2) Desconhecer

(3) Coaxar

(4) Televisão

(5) Guarda-costas

(6) Hidrelétrico

( ) Onomatopeia

( ) Aglutinação

( ) Hibridismo

( ) Justaposição

( ) Sufixação

( ) Prefixação

a) 1, 2, 3, 4, 5, 6.

b) 3, 6, 4, 5, 1, 2.

c) 3, 6, 5, 2, 1, 4.

d) 1, 3, 5, 4, 2, 6.

3) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Leia os versos de Mário Quintana e assinale a

alternativa que indica o processo de formação da

palavra em destaque:

“Onde estão os meus verdes?

Os meus azuis?

O Arranha-Céu comeu!”

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a) Derivação Imprópria.

b) Derivação Parassintética.

c) Derivação Regressiva.

d) Derivação Prefixal.

e) Derivação Sufixal.

4) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa em que todas as palavras foram

formadas pelo processo denominado “hibridismo”:

a) Televisão, burocracia e surfista.

b) Lobisomem, planalto e pernilongo.

c) Pontapé, girassol e couve-flor.

d) INCRA, ONU e PUC.

e) Fone, moto e pneu.

5) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em: “Sei que vai AMANHECER daqui a pouco.”, a

palavra destacada foi formada pelo processo de:

a) derivação prefixal.

b) derivação sufixal.

c) derivação parassintética

d) composição por justaposição

e) composição por aglutinação.

6) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa em que a palavra foi formada por

derivação parassintética:

a) Esfarelar.

b) Infeliz.

c) Crítica.

d) Refazer.

e) Chuveiro.

7) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em todas as alternativas as palavras são formadas por

derivação sufixal, exceto:

a) cozinheira e vitoriosa.

b) selvagem e caçador.

c) recortara e abotoando.

d) telhado e cauteloso.

e) dificuldade e terraço.

8) Ano: 2013 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG

Prova: Assistente Administrativo

Assinale a alternativa CORRETA com relação à

formação de palavras por derivação regressiva:

a) Abalar.

b) Alistamento.

c) Alistar.

d) Abalo.

9) Ano: 2010 Banca: UNEMAT Órgão: PM-MT Prova:

Soldado da Polícia Militar

Os vocábulos “covardia” e “terrorismo” são formados

pelo processo de:

a) recomposição.

b) hibridismo.

c) aglutinação.

d) justaposição.

e) sufixação.

10) Ano: 2009 Banca: CRSP – PMRJ Órgão: PM-RJ

Prova: Soldado da Polícia Militar

“Coisa é tudo: é mistério e objeto, é invisível e visível,

é lugar-comum, e devora.” (l.3)

A palavra sublinhada é formada pelo mesmo processo

existente em

a) “Coisa é palavra-ônibus, de omnibus, em latim,

democracia total: cabe tudo.” (l.1)

b) “São tantas coisinhas miúdas.” (l.8)

c) “E, tipo assim, a coisa se metamorfoseia em todas

as coisas,” (l.17)

d) “A coisa funciona assim: a coisa aparece diante de

nós, anônima, feia, bela,” (l.22)

e) “... se for impossível dizer coisa com coisa, não

pense duas vezes:” (l.33-34)

GABARITO:

1 – D 3 – A 5 – C 7 – C 9 – E

2 – B 4 – A 6 – C 8 – D 10 – B

MORFOLOGIA

SUBSTANTIVO

É a palavra que nomeia os seres. É toda palavra

precedida de artigo. É núcleo dos termos sintáticos

nominais (sujeito, objetos direto e indireto, predicativos

do sujeito e do objeto, complemento nominal, agente da

passiva, adjuntos adnominal e adverbial, aposto e

vocativo).

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Locução Substantiva

A locução é sempre um grupo de vocábulos que

equivale a uma palavra só. Dizemos que uma locução

é substantiva caso seja formada por um grupo de

vocábulos, com valor de substantivo (não ligados por

hífen): anjo da guarda, dona de casa, estrada de ferro,

ponto de vista, cesta básica, papel almaço, fim de

semana, sala de jantar, casa de saúde, Maria das

Dores, Vasco da Gama, Cidade Universitária, Belo

Horizonte, Nova Iguaçu, etc.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO SIGNIFICADO

• Comum

Substantivo comum é aquele que designa os seres de

uma espécie de forma genérica. Ex.: pedra,

computador, cachorro, homem, caderno.

• Próprio

Substantivo próprio é aquele que designa um ser

específico, determinado, individualizando-o. O

substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra

maiúscula. Ex.: André, Londrina, Ester.

• Concreto

Substantivo concreto é aquele que designa seres que

existem por si só ou apresentam-se em nossa

imaginação como se existissem por si. Ex.: ar, som,

computador, pedra, Ester.

• Abstrato

Substantivo abstrato é aquele que designa prática de

ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos

humanos. Ex.: saída (prática de sair), beleza

(existência do belo), saudade.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMAÇÃO

• Primitivo

É primitivo o substantivo que não se origina de outra

palavra existente na língua portuguesa. Ex.: pedra,

jornal, gato, homem.

• Derivado

É derivado o substantivo que provém de outra palavra

da língua portuguesa. Ex.: pedreiro, jornalista, gatarrão,

homúnculo.

• Simples

É simples o substantivo formado por um único radical.

Ex.: pedra, pedreiro, jornal, jornalista.

• Composto

É composto o substantivo formado por dois ou mais

radicais. Ex.: pedra-sabão, homem-rã, passatempo.

• Coletivo

É coletivo o substantivo no singular que indica diversos

elementos de uma mesma espécie. Ex.: abelha -

enxame, cortiço, colmeia; acompanhante - comitiva,

cortejo, séquito; alho - (quando entrelaçados) réstia,

enfiada, cambada.

FLEXÃO DE GÊNERO: MASCULINO/FEMININO

Os substantivos, quanto ao gênero, são masculinos ou

femininos. Quanto às formas, eles podem ser:

• Biformes

Substantivos biformes são os que apresentam duas

formas, uma para o masculino, outra para o feminino,

com apenas um radical. Ex. menino – menina; traidor –

traidora; aluno – aluna.

• Heterônimos

Substantivos heterônimos são os que apresentam duas

formas, uma para o masculino, outra para o feminino,

mas com dois radicais diferentes. Ex.: homem – mulher;

bode – cabra; boi - vaca.

• Substantivos Uniformes

Substantivos uniformes são os que apresentam apenas

uma forma, para ambos os gêneros. Os substantivos

uniformes recebem nomes especiais, que são os

seguintes:

- Comum-de-dois: são os que têm uma só forma para

ambos os gêneros, com artigos distintos. Ex.: o / a

estudante; o / a imigrante; o / a acrobata; o / a agente;

o / a intérprete; o / a lojista; o / a patriota.

- Sobrecomum: são os que têm uma só forma e um

só artigo para ambos os gêneros. Ex.: o cônjuge, a

criança, o carrasco, o indivíduo, o apóstolo, o

monstro, a pessoa, a testemunha.

- Epiceno: são os que têm uma só forma e um só

artigo para ambos os gêneros de certos animais,

acrescentando as palavras macho e fêmea, para se

distinguir o sexo do animal. Ex.: girafa-macho, girafa-

fêmea; andorinha-macho, andorinha-fêmea; águia-

macho, águia-fêmea; cobra-macho, cobra-fêmea.

OBS.: Mudança de gênero com mudança de significado

o caixa = o funcionário; a caixa = o objeto

o capital = dinheiro; a capital = sede de governo

o grama = medida de massa; a grama = a relva, o capim

o guarda = o soldado; a guarda = vigilância, corporação

o moral = estado de espírito; a moral = ética, conclusão

o banana = o molenga; a banana = a fruta.

FLEXÃO DE NÚMERO: SINGULAR/PLURAL

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS SIMPLES

Na pluralização de um substantivo simples, há de se

analisar a terminação dele, a fim de acrescentar a

desinência nominal de número.

• Terminados em vogal

Acrescenta-se a desinência nominal de número S.

Ex.: saci, sacis; chapéu, chapéus.

• Terminados em -ÃO

- Fazem o plural em -ÕES. Ex.: gavião, gaviões; folião,

foliões; questão, questões.

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- Fazem o plural em -ÃES. Ex.: escrivão, escrivães;

tabelião, tabeliães; capelão, capelães.

- Fazem o plural em -ÃOS. Ex.: artesão, artesãos;

cidadão, cidadãos; cristão, cristãos; pagão, pagãos;

todas as paroxítonas terminadas em -ÃO, como

bênçãos, sótãos, órgãos.

- Admitem mais de uma forma para o plural: aldeão =

aldeões, aldeães, aldeãos; ancião = anciões, anciães,

anciãos; ermitão = ermitões, ermitães, ermitãos; pião =

piões, piães, piãos; vilão = vilões, vilães, vilãos.

• Terminados em –L

- Terminados em -al, -el, -ol ou –ul, trocar o L por IS:

Ex.: vogal, vogais; álcool, álcoois; papel, papéis.

Cuidado: mal, males; cal, cais ou cales; aval, avais

ou avales; mel, méis ou meles; cônsul, cônsules.

- Terminados em -IL

Palavras oxítonas: trocar a terminação -L por -S.

Ex.: cantil, cantis; canil, canis; barril, barris.

Palavras paroxítonas ou proparoxítonas: trocar a

terminação -IL por -EIS.

Ex.: fóssil, fósseis.

• Terminados em -M

Trocar o M por NS. Ex.: item, itens; nuvem, nuvens.

• Terminados em -N

Somar S ou ES. Ex.: hífen, hifens ou hífenes; pólen,

polens ou pólenes; espécimen, espécimens ou

especímenes

• Terminados em -R ou -Z

Acrescentar ES. Ex.: carácter ou caráter, caracteres;

sênior, seniores; júnior, juniores.

• Terminados em -X

Ficam invariáveis. Ex.: o tórax, os tórax; a fênix, as

fênix.

• Terminados em -S

Palavras monossílabas ou oxítonas, acrescentar ES.

Ex.: ás, ases; deus, deuses; ananás, ananases.

Palavras paroxítonas ou proparoxítonas ficam

invariáveis. Ex.: os lápis; os tênis; os atlas.

• Só usados no plural

As calças; as costas; os óculos; os parabéns; as férias.

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS

Em condições normais, os substantivos, os adjetivos,

os numerais e os pronomes que fazem parte do

substantivo composto variam em número.

Ex.: Os tenentes-coronéis (subst. + subst.) foram

convidados para a reunião.

– Comprei dois cachorros-quentes (subst. + adj.) bem

saborosos naquela barraca.

– Os baixos-relevos (adj. + subst.) são bastante

utilizados na decoração arquitetônica.

– Convidaram os surdos-mudos (adj. + adj.) para o

discurso em LIBRAS.

– Quem não odeia todas as segundas-feiras (num. +

subst.)?

– Dentre os primeiros-ministros (num. + subst.)

ingleses, Churchill marcou a história.

– Fizeram poucos-casos (pron. + subst.) dos rapazes.

As demais classes gramaticais não variam em número

(verbo, advérbio, conjunção, preposição, interjeição).

– Nunca se viram beija-flores (verbo + subst.) tão

garbosos como esses.

– Vamos lutar para os abaixo-assinados (adv. + adj.)

serem aceitos.

– Seus cães de guarda (subst. + prep. + subst.)

continuam bem ferozes.

– O padre fez os garotos rezarem mais de dez ave-

marias (interj. + subst.).

Aqueles não separados por hífen seguem as regras dos

substantivos simples:

– fidalgos, madressilvas, pontapés, girassóis,

mandachuvas, vaivéns, malmequeres (mas: bem-me-

quer > bem-me-queres, com hífen).

Se o substantivo composto estiver formado por

substantivo + preposição + substantivo, só o primeiro

irá variar:

– pés de moleque, mulas sem cabeça, comandantes

em chefe, pores do sol, bolas ao cesto, calcanhares de

aquiles, pais dos burros, bichos de sete cabeças, rosas

dos ventos, mestres de cerimônias etc.

Os elementos abreviados grã-, grão-, bel-, dom-, são-

são invariáveis; o outro elemento varia normalmente:

– grã-duquesas, grã-cruzes, grão-mestres, grão-

priores, bel-prazeres, bel-valenses, domjuanescos,

dom-rodrigos, são-beneditenses, são-bernardos...

Se o substantivo indicar origem, só o 2º irá variar: nova-

iorquinos, afro-brasileiros, ítalo-americanos, anglo-

americanos, afro-asiáticos...

Em substantivos compostos por verbos iguais, ambos

podem variar (em prova de concurso, é normal só o 2o

variar): corre(s)-corres, ruge(s)-ruges, pega(s)-pegas,

pisca(s)-piscas... mas: lambe-lambes.

Em substantivos formados por onomatopeias, só o

último elemento varia: tique-taques, pingue-pongues,

bangue-bangues, reco-recos, bem-te-vis...

Em substantivos compostos formados por frases

substantivadas, não haverá pluralização de nenhum

elemento; só o determinante indicará o plural: as maria

vai com as outras, os bumba meu boi, as leva e traz, os

entra e sai, os disse me disse, os chove não molha, as

comigo-ninguém-pode (espécie botânica é com hífen).

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Ensino de qualidade focado em concursos.

30

Se o substantivo composto estiver formado por guarda

(verbo) + substantivo, só o 2º elemento irá variar; se

guarda (subst.) + adjetivo, ambos variam: guarda-

chuvas, guarda-roupas, guarda-cartuchos...; guardas-

civis, guardas-noturnos, guardas-florestais...

Alguns casos especiais: os arco-íris (os arcos-íris,

segundo o VOLP), os sem-terra, os sem-teto, os sem-

dinheiro, os sem-sal, os sem-vergonha (tais vocábulos

não pluralizam, pois são adjetivos compostos

substantivados), os mapas-múndi, claros-escuro(s),

xequesmate(s), padre(s)-nossos, salvo(s)-condutos,

mal-estares, bem-estares, micos-leão-dourados ou

micos-leões-dourados, todo-poderosos (Todo-

poderoso – invariável, Deus).

FLEXÃO DE GRAU: AUMENTATIVO/DIMINUTIVO

O substantivo varia em grau quando exprime sua

dimensão aumentada ou diminuída, a depender do uso

de adjetivos e sufixos ligados a ele. Existem dois graus

dos substantivos: aumentativo (analítico e sintético) e

diminutivo (analítico e sintético). A forma analítica se dá

por meio do uso de adjetivos que aumentam ou

diminuem o tamanho (ou intensidade) normal que

exprime um substantivo. Já a forma sintética se dá,

normalmente, por meio do uso de sufixos. É por isso

que não se pode falar em flexão em grau dos

substantivos, mas sim derivação, pois na gradação se

usam afixos.

• Aumentativo

Forma analítica (adjetivos): celular grande, computador

enorme, espaço imenso, engarrafamento monstro,

festa colossal, obra gigantesca, luta apoteótica,

sucesso tremendo, ritmo vertiginoso, previsão incrível,

atrasos homéricos etc.

Forma sintética (sufixos):

–aço(a): barcaça, louraça, morenaço

–alho(a): muralha, gentalha, politicalho

–alhão: grandalhão, facalhão

–ama: poeirama, dinheirama

–anzil: corpanzil

–(z)ão: lobão, caldeirão, apertão, bofetão, calorão,

bonzão, amarelão, azulão...

–arra: bocarra, bicarra

–astro: poetrasto, politicastro

• Diminutivo

Forma analítica (adjetivos): televisão pequena, cadeira

pequenina, sala minúscula, estoque ínfimo, jardim

diminuto, apoucado recurso etc.

Forma Sintética (sufixos):

– acho(a): riacho, fogacho

– ebre: casebre

– eco(a): jornaleco, soneca, padreco

– ela: viela, rodela, ruela

– (z)elho(a): fedelho, rapazelho

– ejo: lugarejo, vilarejo

– ete: artiguete, boquete, falsete

– eto(a): saleta, boceta, folheto

– ilha: cartilha, esquadrilha

– icho(a): cornicho, barbicha

– (z)ito(a): Manuelito, cãozito, cabrita

– ino(a): pequenina, violino

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE

Prova: Analista em Saúde - Assistente Social

TEXTO 05

Os velhos invejam a saúde e o vigor dos moços; estes

não invejam o juízo e a prudência dos velhos: uns

conhecem o que perderam, os outros desconhecem o

que lhes falta.

(Marquês de Maricá)

Em relação à Classe de Palavras, analise os itens

abaixo:

I. "estes não invejam o juízo e a prudência..." - o termo

sublinhado se classifica como pronome indefinido e se

refere a "moços".

II. "uns conhecem o que perderam..." - ambos os verbos

existentes neste trecho estão conjugados em tempo

presente.

III. "os outros desconhecem o que lhes falta." - o

primeiro termo se classifica como artigo definido, e o

segundo, pronome pessoal que se refere a "outros".

IV. "Os velhos invejam a saúde e o vigor dos

moços..." - todos os termos sublinhados se classificam

como substantivo.

Está CORRETO apenas o que se afirma em

a) IV.

b) II.

c) II e IV.

d) I e III.

e) III.

2) Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: CASAN

Prova: Instalador Hidráulico/Sanitário

No excerto “A Samarco também se comprometeu com

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o governo a construir 20 quilômetros de diques de

filtração [...]”, a palavra em destaque é um substantivo

a) próprio.

b) comum.

c) epiceno.

d) biforme.

e) coletivo.

3) Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFPB

Prova: Assistente Administrativo

Dos substantivos a seguir, assinale aquele que pode

sofrer flexão em número, grau e gênero, dependendo

do contexto em que esteja inserido.

a) Poluição.

b) Estudo.

c) Proteína.

d) Professor.

e) Alimento.

4) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: IF-AM Prova:

Assistente em Administração

Assinale a opção em que o substantivo deve ser

flexionado no plural em -ÕES, como em: os

GUARDIÕES do vernáculo.”

a) cidadão

b) sótão

c) órgão

d) capitão

e) eleição

5) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: IF-TO Prova:

Técnico em Enfermagem

Assinale a alternativa em que o substantivo retirado do

texto tem um significado no masculino e outro no

feminino:

a) gato.

b) grama.

c) chefe.

d) nativa.

GABARITO:

1 - A 2 – A 3 – D 4 – E 5 – B

ADJETIVO

É um caracterizador, um modificador de sentido.

Varia em gênero, número e grau. Só exerce duas

funções sintáticas na frase: adjunto adnominal ou

predicativo (do sujeito ou do objeto).

As classes gramaticais modificadas por um adjetivo são

o substantivo (normalmente), o pronome, o numeral,

qualquer palavra de valor substantivo (verbo no

infinitivo, por exemplo) e até uma oração substantiva.

Veja:

– Rocha Lima e Celso Cunha eram excelentes.

– Eles eram excelentes.

– Os dois eram excelentes.

– Viver é excelente.

– Acho excelente resolver exercícios de Português.

Transformação de um substantivo em adjetivo:

– Seu jeito moleque atrai as mulheres mais novas.

– Esta blusa laranja lembra a da seleção de futebol da

Holanda.

– É preferível ter um cachorro amigo a um amigo

cachorro.

– É muito verdade o que ele nos disse.

– David é muito homem!

Em condições normais, os termos destacados não são

caracterizadores (adjetivos) mas nomeadores

(substantivos). No entanto... nessas frases em itálico...

o papel deles é caracterizar, por isso se tornam

adjetivos. Isso também é “adjetivação”. Perceba que,

nos dois últimos exemplos, os nomes verdade e

homem estão sendo modificados por um advérbio

(muito), logo se tornaram adjetivos.

ADJETIVO PÁTRIO

É o adjetivo que indica a nacionalidade ou o lugar de

origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiros

Acre = acreano

Alagoas = alagoano

Amapá = amapaense

Aracaju = aracajuano ou aracajuense

Amazonas = amazonense ou baré

Belém (PA) = belenense

Belo Horizonte = belo-horizontino

Boa Vista = boa-vistense

Brasília = brasiliense

Cabo Frio = cabo-friense

Campinas = campineiro ou campinense

Curitiba = curitibano

Espírito Santo = espírito-santense ou capixaba

Fernando de Noronha = noronhense

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Na formação de adjetivos pátrios compostos, o

primeiro elemento aparece na forma reduzida e,

normalmente, erudita.

África = afro- / Cultura afro-americana

Alemanha = germano- ou teuto- / Competições teuto-

inglesas

América = américo- / Companhia américo-africana

Ásia = ásio- / Encontros ásio-europeus

Áustria = austro- / Peças austro-búlgaras

Bélgica = belgo- / Acampamentos belgo-franceses

China = sino- / Acordos sino-japoneses

Espanha = hispano- / Mercado hispano-português

Europa = euro- / Negociações euro-americanas

França = franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas

Grécia = greco- / Filmes greco-romanos

Índia = indo- / Guerras indo-paquistanesas

Inglaterra = anglo- / Letras anglo-portuguesas

Itália = ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa

Japão = nipo- / Associações nipo-brasileiras

Portugal = luso- / Acordos luso-brasileiros

LOCUÇÃO ADJETIVA

A locução adjetiva é um grupo de vocábulos com valor

de adjetivo formado por preposição/locução prepositiva

+ substantivo/advérbio/pronome/verbo/numeral.

Tal expressão frequentemente se liga a um substantivo:

briguinha à toa, pizza a lenha (ou à lenha), TV em

cores, casa sobre rodas, homem sem coragem, vida

com limites...

Cuidado!!!

> A maioria das locuções adjetivas pode ser substituída

por adjetivos correspondentes.

Ex.: homem sem coragem (medroso); amor com limites

(limitado), povo do Brasil (brasileiro); mas: muro de

concreto (concretal?), livro do Pestana (pestaneiro?),

pessoa sem graça (desgraçada?).

FLEXÕES DO ADJETIVO

O adjetivo concorda com o substantivo a que se refere

em gênero e número (masculino e feminino; singular e

plural).

Variação de Gênero: masculino/feminino

Existe o adjetivo uniforme (não muda de forma para

indicar gêneros diferentes) e o biforme (muda de forma

para indicar gêneros diferentes). Os adjetivos de

gênero uniforme são os terminados em -a, -e, -l (exceto

-ol), -m, -r, -s, -z: agrícola, excelente, cruel, útil, ruim

(exceção: bom > boa), exemplar, simples, capaz

(exceção: andaluz > andaluza)...

Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:

atividade lúdico-instrutiva, bandeira verde-amarela,

literatura anglo-americana. Exceção: surdo-mudo >

surda-muda e claro-escuro > clara-escura.

O adjetivo simples varia com o termo a que se refere

(normalmente substantivo).

– Herdei casas extraordinárias e carros luxuosos.

– Comi maçãs pela manhã e pela tarde. Elas são

realmente saborosas.

– Gostei dos tons lilases usados na sala, ficou bem

suave.

Qualquer substantivo usado como adjetivo fica

invariável: reuniões relâmpago, homens monstro,

moleques piranha, vestidos laranja, ternos cinza,

blusas creme, calças rosa, tintas salmão, escovas

chocolate, paredes gelo, tons pastel...

O adjetivo composto apresenta algumas regrinhas.

> A regra geral é: varia-se apenas o último elemento

do adjetivo composto, concordando com o termo

de valor substantivo ao qual se refere, em gênero e

número:

– As intervenções médico-cirúrgicas foram um sucesso!

– Aquelas canecas vermelho-claras e vermelho-

escuras já foram vendidas.

– Foram feitos acordos afro-brasilo-lusitanos.

> Se algum elemento do adjetivo composto for um

substantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável:

– Eram blusas verde-garrafa que ele queria.

– Estes cordões amarelo-ouro vão chamar atenção,

ainda mais sobre os camisões

marrom-café...

– Prefira terrnos cinza-escuro... mais sóbrios.

– Nossas fantasias verde e rosa fizeram sucesso.

> Os adjetivos compostos surdo(a/s)-mudo(a/s),

pele(s)-vermelha(s) e claro(a/s)-escuro(a/s) são

exceções. Variam ambos os elementos.

> São invariáveis sempre: azul-marinho, azul-celeste,

furta-cor, ultravioleta, sem-sal, sem-terra, verde-

musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro etc.;

Variação de Grau:

comparativo/superlativo/relativo

Dizer que um adjetivo varia em grau significa dizer que,

em algumas construções, ele terá seu valor

intensificado – normalmente por um advérbio ou por um

sufixo. Existem duas situações em que o adjetivo pode

variar em grau: em uma estrutura de comparação ou

em uma de superlativação.

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Grau Comparativo

Compara-se uma qualidade, ou qualificação, entre dois

seres ou duas qualidades de um mesmo ser. Há três

tipos, com construções peculiares a elas:

• de igualdade (tão... quanto/como): Português é tão

divertido quanto (ou como) Matemática.

• de superioridade (mais... (do) que): Português é mais

divertido (do) que Matemática.

• de inferioridade (menos... (do) que): Português é

menos divertido (do) que Matemática.

Cuidado!!!

> Os adjetivos bom, mau/ruim, grande, pequeno só têm

formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor) no grau

comparativo de superioridade; veja:

– Português é mais bom que Matemática. (Errado!)

– Português é melhor que Matemática. (Ah, agora sim!)

Porém, em comparações feitas entre duas qualidades

de um mesmo ser, devem-se usar as formas analíticas

“mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno”.

Por exemplo:

– Edmundo foi condenado de novo, mas ele é mais boa

pessoa do que má.

– Minha casa é mais grande que confortável.

Grau Superlativo

Ocorre um engrandecimento, uma intensificação da

qualidade de um só ser; são dois os tipos de superlativo

de um adjetivo (absoluto e relativo):

Absoluto

• Analítico: o adjetivo é modificado por um advérbio

de intensidade. Ex.: João é muito inteligente e bastante

humilde, mas extremamente pobre.

• Sintético: quando há o acréscimo de um sufixo (-

íssimo, -(r)imo, -(l)imo). Ex.: João é inteligentíssimo,

mas é paupérrimo e humílimo.

Cuidado!!!

> Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno

apresentam as seguintes formas no grau superlativo

absoluto sintético, respectivamente: ótimo/boníssimo,

péssimo/malíssimo, máximo/grandíssimo,

mínimo/pequeníssimo.

> Veja a forma superlativa absoluta sintética de alguns

adjetivos. A primeira forma é erudita/latina (antiga) e a

segunda é vernacular (atual), sempre terminada em

–íssimo.

– alto > supremo/sumo ou altíssimo

– ágil > agílimo ou agilíssimo

– amargo > amaríssimo ou amarguíssimo

– baixo > ínfimo ou baixíssimo

– doce > dulcíssimo ou docíssimo

– frágil > fragílimo ou fragilíssimo

– frio > frigidíssimo ou friíssimo

– humilde > humílimo ou humildíssimo

– magro > macérrimo ou magríssimo (magérrimo é

forma coloquial, segundo a maioria dos gramáticos)

Grau Relativo

• de superioridade: enaltecimento da qualidade de

um ser dentre outros seres, por meio da construção o/a

mais + adjetivo + de/dentre. Ex.: João é o mais

inteligente dentre todos da sala.

• de inferioridade: desvalorização/minimização da

qualidade de um ser dentre outros seres, por meio da

construção o/a menos + adjetivo + de/dentre. Ex.: Maria

é a aluna menos inteligente do grupo.

Cuidado!!!

Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno

apresentam as seguintes formas no grau superlativo

relativo de superioridade: o/a melhor, o/a pior, o/a maior

e o/a menor.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Administrador

Assinale a alternativa na qual o segmento destacado

cumpre a função de adjetivo.

a) “Não estranha, portanto, que, historicamente, as

questões linguísticas tenham servido a interesses muito

diversos e, de acordo com esses interesses, tenham

sido vistas em óticas bastante diferentes”

b) “De fato, herdamos dos gregos a concepção da

gramática, em todas as acepções, como uma força

controladora que preserva a língua contra as

possíveis ameaças de desaparecimento ou até

mesmo de declínio”

c) “Na verdade, as pessoas sempre sentiram certa

compulsão para defender a integridade de sua

língua”

d) “Nesse quadro, a criação de paradigmas e modelos

em gramáticas foi assumindo feições próprias e

constituindo uma garantia de vida e de sucesso para as

línguas, sem nunca se ter ausentado totalmente”

e) “A encruzilhada de fatores tão complexos,

historicamente submetidos a interesses políticos,

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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econômicos e sociais diferentes, resultou numa série

de concepções”

2) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE

Prova: Assistente em Saúde

Analise os itens abaixo:

I. No pensamento "O dinheiro faz homens ricos; o

conhecimento faz homens sábios e a humildade faz

homens grandes." (Autor desconhecido), os termos

sublinhados são adjetivos que se referem ao

substantivo “homens" e concordam com ele em gênero

e número.

II. No pensamento “As únicas pessoas

verdadeiramente felizes são as que buscam uma

maneira de ser úteis às outras." (Albert Schweiter), o

adjetivo “úteis" exige um complemento, no caso os

termos “às outras" para completar seu sentido.

III. No pensamento “Nunca tenha medo das sombras.

Elas somente mostram que há uma luz que

resplandece por perto." (Ruth E. Renkel), o verbo

sublinhado concorda com o seu sujeito “uma luz".

Está CORRETO o que se afirma, apenas, em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

3) Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:

EBSERH Prova: Técnico em Segurança do Trabalho

No excerto “E ambos os casos acabam criando

impacto na vida real [...]”, as palavras em destaque

pertencem, respectivamente, a quais classes

gramaticais?

a) Substantivo e adjetivo.

b) Substantivo e substantivo.

c) Adjetivo e substantivo.

d) Verbo e substantivo.

e) Verbo e adjetivo.

4) Ano: 2015 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:

EBSERH Prova: Técnico em Enfermagem

Em “Meu receio é me deparar com alguma imagem

forte, triste e espetacularmente desumana na

primeira página.”, em relação aos termos destacados,

é correto afirmar que

a) são todos adjetivos que têm a função de caracterizar

“imagem”.

b) são adjetivos “forte”, “triste” e “desumana”, sendo

que “espetacularmente” é um advérbio que incide sua

modificação sobre todo o período.

c) são adjetivos “forte” e “triste”, sendo que

“espetacularmente” é um advérbio que incide sua

modificação apenas sobre o substantivo “desumana”.

d) são adjetivos “forte”, “triste” e “desumana”, sendo

que “espetacularmente” é um advérbio que incide sua

modificação apenas sobre o adjetivo “desumana”.

e) são todos adjetivos que têm a função de caracterizar

a expressão “na primeira página”.

5) Ano: 2015 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:

EBSERH Prova: Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Assinale a alternativa cuja palavra ou expressão em

destaque NÃO tem a função de caracterizar o termo

que o acompanha.

a) Mudança dramática.

b) Grave crise.

c) Últimas décadas.

d) Água potável.

e) Crescimento da população.

6) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa em que o segmento sublinhado

desempenha uma função de adjetivo.

a) “Depois o meliante adentrou num matagal, tomando

rumo ignorado.”

b) “o texto acima faz parte da linguagem simbólica das

polícias Militar e Civil, um pouco mais da primeira

instituição.”

c) “O repórter-foca (iniciante) é capaz de não

compreender uma ocorrência policial registrada numa

delegacia qualquer.”

d) “No ‘mundo policial’ há alguns termos e expressões

que são entendidos apenas por aqueles que fazem

parte da instituição.”

e) "De acordo com o contexto da história, a gíria

pode ter um significado diferente, mas na maioria das

vezes o seu uso é para desmentir algo.

7) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Com relação à classe dos adjetivos, assinale a

alternativa incorreta:

a) Em: “Mulher macérrima”, o termo destacado é o

superlativo absoluto sintético de magra.

b) Belacíssimo é um adjetivo derivado de beleza.

c) “Brasileiro, encantador e burguês” são adjetivos

biformes.

d) Em: “Noites lítero-musicais”, o flexão de número do

adjetivo composto está corretamente aplicada.

e) Em: “Leda foi a menos simpática de nosso grupo”, o

termo destacado indica o superlativo relativo de

inferioridade.

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8) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:

Soldado da Polícia Militar

No trecho: “Desde muito cedo é possível identificar os

filhotes mais corajosos [...]'', o adjetivo corajosos foi

empregado no grau:

a) superlativo absoluto sintético

b) comparativo de igualdade.

c) superlativo relativo de superioridade

d) comparativo de superioridade.

e) superlativo absoluto analítico.

9) Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado Voluntário XV

Em – Mas a implementação efetiva de políticas

públicas, buscando a tão sonhada igualdade de

direitos, caminha a passos lentos. – o adjetivo sonhada

refere-se à palavra

a) implementação.

b) políticas.

c) igualdade.

d) caminha.

e) efetiva.

10) Ano: 2010 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG

Prova: Soldado

Assinale a alternativa CORRETA:

a)“Executou esplendidamente a tarefa”. A palavra

destacada deriva-se de um substantivo

b) “Os sentimentos a que me refiro são três, a saber:

amor, compaixão e perdão”. A locução sublinhada,

chamada “denotativa”, exprime explanação

c) “Jamais imprimiriam o documento em oficinas

gráficas clandestinas”. O termo em destaque é um

advérbio de negação

d) Rivaldo agiu muito rapidamente.” A expressão

destacada está no grau superlativo absoluto sintético.

GABARITO:

1 – B 3 – A 5 – B 7 – B 9 – C

2 – D 4 – D 6 – D 8 – C 10 – B

VERBO

O verbo normalmente indica uma ação ou um

processo, mas pode indicar estado, mudança de

estado ou fenômeno natural – sempre dentro de

uma perspectiva temporal. Pode indicar também a

noção de existência, volição (desejo), necessidade, etc.

Veja alguns exemplos:

– O aluno estudou muito. (ação/passado)

– A aluna está feliz. (estado/presente)

– A aluna virou professora. (mudança de

estado/passado)

– Amanhã choverá muito na cidade do Rio de Janeiro.

(fenômeno natural/futuro)

– Há dois amores na minha vida. (existência/presente)

– Queria o Pestana ao meu lado no dia da prova.

(volição/passado)

– Precisarei de sua ajuda no próximo capítulo.

(necessidade/futuro)

Obs.: Frisei acima a “perspectiva temporal”, porque

substantivos (e adjetivos) podem indicar ação, estado,

fenômeno natural etc.: plantação (ato de plantar), morte

(estado), chuva (fenômeno natural), satisfeito (estado).

O verbo varia em modo, tempo, número e pessoa,

segundo a gramática tradicional; normalmente, voz é

conceito analisado em separado. As quatro primeiras

flexões combinadas formam o que chamamos de

conjugação verbal.

O verbo é o núcleo do predicado verbal.

Para entendermos todas as definições de verbo, vamos

analisar esta frase:

Toda vez que eu penso em você, sinto uma coisa

diferente.

Note que os vocábulos penso e sinto

1) indicam uma ideia de ação e percepção (sensação

ou experimentação);

2) variaram em modo, tempo, número, pessoa “saindo”

de sua forma nominal (pensar e sentir); ambos os

verbos estão na primeira pessoa do singular do

presente do indicativo.

3) funcionam como núcleo do predicado verbal, como

núcleo das orações.

São estes os frequentes em concursos: ser, ir, vir (e

derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e

derivados), caber, valer, adequar, haver, reaver,

precaver-se, requerer, prover, viger, preterir, eleger,

impugnar, trazer, os terminados em - ear, -iar (Lembra-

se do MARIO?), -uar etc.

FLEXÕES DOS VERBOS

• Modo: indicativo/subjuntivo/imperativo

É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na

frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou.

Por exemplo, se você come um hambúrguer e gosta,

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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você exclama: “Nossa! Como isso aqui está gostoso!”.

Percebe que o verbo estar se encontra em uma

determinada forma, indicando certeza, afirmação,

convicção, constatação? Então, dizemos que este

“modo” como o verbo se apresenta indica que o falante

põe certeza, verdade no que diz, certo? Este é o

famoso

modo INDICATIVO, o modo da certeza, do fato, da

verdade!

Agora, em uma cena parecida, você vê uma pessoa

comendo com vontade e diz: “Espero que esteja

gostoso mesmo.”. Percebe que a forma, o modo, a

maneira como o verbo se apresenta mudou em relação

ao do indicativo? Por que mudou? Para expressar outra

ideia que o falante quer passar, a saber: dúvida,

suposição, incerteza, possibilidade. Este é o

igualmente famoso modo SUBJUNTIVO, o modo da

subjetividade, da incerteza, da dúvida, da hipótese!

“Coma este hambúrguer, você não vai querer outro.”

Note que, nessa frase, o verbo pode indicar sugestão,

ordem, pedido,... dependendo do tom como ele é

pronunciado. Um simples “Passe o sal.” pode ser dito

em tom de pedido, se o casal estiver no início do

relacionamento, mas... se estiver casado há muitos

anos... Dizemos que tal verbo se encontra no modo

IMPERATIVO, o modo da ordem, do pedido, da

sugestão, da exortação, da advertência, da

súplica... tudo dependerá do tom!

• Tempo: pretérito/presente/futuro

O tempo indica o momento em que se dá o fato

expresso pelo verbo. Nós – que estamos sempre no

tempo presente da linha do tempo REAL – podemos,

pela linha do tempo do DISCURSO, voltar ao passado

ou viajar ao futuro. “Como fazemos isso?” Por meio dos

verbos, ora bolas! Isso é fantástico... podemos planejar

o futuro, transportando-nos para ele pela imaginação e

pelos verbos, se quisermos verbalizar nossos

pensamentos: “Amanhã farei isso, daqui a 30 anos

estarei assim, assado...”. Podemos voltar ao passado:

“Meu Deus, como eu era bonita na década de 70!”.

• Número: singular/plural

Este é fácil: singular e plural. Eu amo, mas nós

amamos; tu amas, mas vós amais; ele ama, mas eles

amam. Molezinha!

• Pessoa: primeira/segunda/terceira

Fácil também:

1a pessoa (eu amei, nós amamos);

2a pessoa (tu amaste, vós amastes);

3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

LOCUÇÃO VERBAL

É um grupo de verbos que tem uma só unidade de

sentido, como se fosse um só verbo. É por isso que é

contada como uma só oração na análise sintática.

Formada por verbo auxiliar (ser, estar, ter, haver...) +

verbo principal (sempre no gerúndio, no infinitivo ou

no particípio), a locução verbal representa uma só

oração dentro da frase.

FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS

• O Infinitivo

É a forma verbal que nomeia um verbo. Por exemplo,

quando alguém anda na sua frente e lhe pergunta o

nome que se dá a essa ação, você diz: “andar”. O

infinitivo pode ser pessoal e impessoal.

É impessoal quando não admite variação de pessoa:

amar, vender, partir (terminando sempre em -ar, -er ou

-ir). É pessoal, quando tem como sujeito uma das

pessoas gramaticais.

Era para eu cantar.

Era para tu cantares

Era para ele cantar.

Era para nós cantarmos.

Era para vós cantardes.

Era para eles cantarem.

• O Gerúndio

Indica normalmente um processo incompleto,

prolongado, durativo:

– Estava lendo o livro que você me emprestou.

(locução verbal)

– Ando lutando para mudar minha vida financeira.

(locução verbal)

– Tendo feito várias reclamações por escrito que não

foram atendidas, resolvi vir pessoalmente aqui.

(locução verbal de tempo composto)

– Obtendo a nota exigida na prova, resignou-se.

(oração reduzida)

• O Particípio

Normalmente indica passado. Veja:

– Não há nada que possa ser feito. (locução verbal de

voz passiva)

– Se me tivesses ajudado teríamos conseguido.

(locução verbal de tempo composto)

– Terminadas as obrigações, precisaremos sair

depressa. (oração reduzida)

VOZ VERBAL

Voz verbal é a forma como o verbo se encontra para

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indicar sua relação com o sujeito. Consoante sua

forma, o verbo pode indicar uma ação praticada pelo

sujeito (voz ativa), uma ação sofrida pelo sujeito (voz

passiva) ou uma ação praticada e sofrida pelo sujeito

(voz reflexiva).

• Voz Ativa

Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa

quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação

praticada pelo sujeito. Veja:

– João pulou da cama atrasado e resolveu pegar um

táxi, mas não tinha dinheiro na carteira. Ele levou um

susto e imediatamente ficou furioso. Precisava de

dinheiro também para o almoço. Teve de ir a um banco

ainda. Chegou, enfim, ao trabalho. Depois que o

homem resolveu todas as pendências do dia,

informaram-no “daquela” hora extra. Coitado. Adoeceu

mais vinte anos.

• Voz Passiva

Segundo a gramática tradicional, ocorre voz passiva

quando o verbo indica uma ação sofrida ou

desfrutada pelo sujeito. Veja:

– Nosso amigo João já está derrotado pelo cansaço

da rotina, mas (como todo brasileiro) ele não desiste

fácil. Enfim conseguiu cumprir seu compromisso.

Todavia surge a pergunta: será recompensado por

seu patrão? Precisamos crer até o fim que se

recompensam os esforçados. Esta locução verbal é a

marca principal da voz passiva analítica. Há como

traço de passiva analítica também o agente da

passiva: pelo cansaço da rotina e por seu patrão,

normalmente iniciado pela preposição por e, mais

raramente, pela preposição de, como em “Estava

acompanhado de alguns amigos.”.

No terceiro caso do exemplo do João, ocorre a

chamada voz passiva sintética, cuja marca principal

é a presença do pronome apassivador se; não há

agente da passiva explícito nessa voz, em 99,99% dos

casos! A melhor maneira de descobrir se o se é

apassivador é pela reescritura para a voz passiva

analítica:

– Precisamos crer até o fim que se recompensam os

esforçados. (voz passiva sintética)

– Precisamos crer até o fim que os esforçados são

recompensados. (voz passiva analítica)

Se essa passagem for possível, você nunca mais

errará a identificação do se apassivador.

Ah! Por favor, não confunda partícula apassivadora

(PA) com partícula de indeterminação do sujeito (PIS),

hein! Note sempre se o verbo é transitivo direto.

– Ainda se vive num mundo de incertezas. (PIS: Num

mundo de incertezas é vivido?)

– Ainda se alimenta a esperança. (PA: A esperança

ainda é alimentada.)

– Louva-se a Jesus aqui, irmãos! (PIS: A Jesus é

louvado?)

• Voz Reflexiva

Segundo a gramática tradicional, ocorre voz reflexiva

quando o verbo indica uma ação praticada e sofrida

pelo próprio sujeito, ou seja, o sujeito é o agente e o

alvo da ação, ao mesmo tempo – a ação que ele pratica

reflete em si mesmo. Veja:

– Eu me barbeei com esmero, mas acabei me ferindo.

(é possível barbear alguém e feri-lo)

– Tu te maquiaste muito bem. (é possível maquiar

alguém)

– Depois de muito sofrer, João se deu o direito de tirar

umas férias. (é possível dar algo a alguém)

– Nunca mais se atribua o título de Presidente. (é

possível atribuir algo a alguém)

– Infelizmente, às vezes, colocamo-nos em situação

de risco. (é possível colocar alguém em situação de

risco)

Há outro tipo de voz reflexiva, segundo a tradição

gramatical, que se chama voz reflexiva recíproca.

Ocorre quando o verbo se encontra no plural

(normalmente) e há pelo menos dois seres praticando

a mesma ação verbal, um no outro.

– Eles não se cumprimentaram nem se falaram mais.

– Nós nos beijamos efusiva e languidamente.

– Espero que vós vos abraceis em cena.

– Por que as pessoas não acreditam que a gente se

ama?

– Foi péssimo quando o casal se xingou na frente de

todos.

– Eles se entreolharam.

FORMAÇÃO DO IMPERATIVO E UNIFORMIDADE

DE TRATAMENTO

O imperativo afirmativo se forma a partir da 2a pessoa

do singular e do plural do presente do indicativo sem o

s da 3a pessoa do singular e das 1a e 3a pessoas do

plural do presente do subjuntivo.

2ª pessoa

Eu canto

Tu cantas – cantas-s – Canta tu

Vós cantais – cantais-s – Cantai vós

3ª pessoa

Que eu cante

Que ele cante – Cante ele

Que eles cantem – Cantem eles

Já o imperativo negativo é a cópia do presente do

subjuntivo: Ctrl + C + Ctrl + V. As formas do imperativo

negativo sempre vêm antecedidas de termos negativos

(não, nem, tampouco, nunca...). Não existe a primeira

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pessoa do singular, pois não é possível, em tese, dar

uma ordem para si mesmo.

2ª e 3ª pessoas

Que eu cante

Que tu cantes – Não cantes tu

Que ele cante – Não cante ele

Que vós cantais – Não cantais vós

Que eles cantem – Não cantem eles

EMPREGO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS

O MODO INDICATIVO

PRESENTE

1) Indica um fato que ocorre no momento em que se

fala.

– Ouço vozes estranhas que vêm lá de fora...

– Estou ouvindo música, e você?

– O Brasil está jogando contra a Argentina agora.

2) Indica um fato habitual, corriqueiro, frequente.

– Aos domingos, vou à missa.

– O galo sempre canta às 5 horas aqui perto.

– Você sabia que Pedro fuma?

3) Indica um fato atemporal, uma verdade absoluta

ou tomada como tal (aparece muito em ditados,

máximas, leis etc.).

– Morre todos os dias uma pessoa a cada 5 segundos.

– Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

– Deus é fiel!

4) Indica um fato que já se iniciou e dura até o

presente momento da declaração.

– Os cientistas estudam a cura da AIDS ainda.

– A homofobia vem proliferando nas grandes cidades.

– Por que você, desde a madrugada, assiste a tantos

programas de celebridades?

Pretérito Perfeito

1) Indica um fato ocorrido e concluído antes do

momento em que se fala.

– O Rock’n Rio foi um sucesso.

– Comi uma pizza deliciosa na zona sul.

– Nossa seleção conquistou mais um título mundial.

2) Indica um fato já ocorrido cujos efeitos perduram

até o presente.

– A televisão me deixou confuso com tanta notícia

conflitante.

– Foi na Igreja que eu aprendi a diferença entre o sim

e o não.

– Naquele instante eu soube que você era a mulher da

minha vida.

3) Indica um fato atemporal, habitual (normalmente

em máximas e ditados)

– Quem comeu a carne, que roa os ossos.

– Aquele que nasceu para a forca não morre afogado.

– Quem pariu Mateus que o balance.

Pretérito Imperfeito

Na lição de Celso Cunha, “Por expressar, normalmente,

um fato inacabado, impreciso, em contínua realização

na linha do passado para o presente, o imperfeito é o

tempo que melhor se presta a descrições e narrações.”.

1) Indica um fato passado que então era presente,

mas não concluído, incompleto, ou que apresenta

certa duração.

– Betinho lutava pela erradicação da fome.

– Estávamos conversando animadamente, mas

fomos interrompidos.

– Ao passo que subia o morro, ia admirando a

paisagem.

2) Indica um fato passado em curso que indica

simultaneidade, concomitância a outro fato.

– A velhinha foi atropelada quando eu atravessava a

rua.

– À medida que as sombras cobriam o dia, eu largava

o trabalho.

– Enquanto eu estudava, ela me atrapalhava.

3) Indica um fato habitual, repetitivo, uma ação

contínua.

– Impressionante! Eu chegava, ela saía.

– Eu fazia musculação todo santo dia.

– Em toda despedida, era uma choradeira.

Pretérito Mais-Que-Perfeito

1) Indica um fato passado anterior a outro fato

também passado.

– Depois que ela me pedira um favor, tive de sair de

casa.

– Todos já almoçaram quando chegamos.

– Mal entráramos, todos fizeram aquela cara de

espanto.

2) Indica um fato passado vago.

– O aluno obtivera nota dez na prova, mas

pensáramos que isso era impossível.

3) Indica desejo, vontade, em frases optativas.

– Quem me dera passar na prova!

– Quisera eu conquistar aquela vaga!

– Tomara que todos nos aceitem como funcionários.

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Futuro do Presente

1) Indica um fato posterior ao momento da fala, mas

certo de ocorrer

– Passarei na prova. Fato!

– Tu te classificarás tão logo, meu nobre.

– Serei um homem mais sério ao seu lado, mulher.

2) Indica um fato futuro incerto, hipotético (em

perguntas, normalmente).

– Serão pessoas felizes as que moram na periferia?

– Suportará Maria toda a traição de João? Não perca

no próximo capítulo.

– Ela terá seus quarenta anos, no máximo.

Futuro do Pretérito

1) Indica um fato posterior (normalmente

hipotético) a um fato no passado

– Disseram (fato passado) que ela chegaria (fato

futuro) logo.

– Você me prometeu que passaria de ano.

– Jamais trairíamos nossos amigos, mesmo depois da

falha deles.

2) Indica uma consequência hipotética, atrelada a

uma condição, que não chegou a realizar-se.

– Eu levaria uma bronca se não fizesse os exercícios.

– Faríamos os exercícios caso não fôssemos

interrompidos.

– Se encomendassem os nossos produtos, não

estariam reclamando.

3) Indica incerteza sobre fatos passados ou futuros

(normalmente em perguntas).

– Seria o sol o causador destas queimaduras?

– O homem aguentaria mais esta decepção causada

pelo filho?

– Haveria dez bandidos envolvidos no assalto.

O MODO SUBJUNTIVO

Presente

Geralmente utilizado quando desejamos expressar

desejos, possibilidades, suposições, conselho,

oposição, cuja concretização pode depender da

realização de um outro acontecimento.

– Deus te guie.

– Nada de cerimônias: pensem que estão em sua casa.

– Talvez a realidade seja mais forte que a ficção.

– Receio que aconteça o pior.

– É provável que surja outra oportunidade.

Pretérito Imperfeito

Este tempo, que expressa normalmente uma hipótese

(no passado, presente ou futuro), se usa nas orações

subordinadas. Expressa uma condição não realizável

quando vem junto a uma ideia condicional:

– Como fizesse (= fazia) parte da família há muito

tempo, cometia certos abusos*.

– Ainda que cobrisse todas as despesas da casa, a

mulher reclamava.

– Não admitia que se fizesse greve.

– Qualquer pessoa que refletisse votaria em outro

candidato.

Futuro

Exprime uma ocorrência futura possível, eventual,

normalmente. É um tempo verbal que ocorre sobretudo

com orações iniciadas com conjunção temporal ou

condicional, mas pode aparecer nas orações adverbiais

que exprimem conformidade ou proporcionalidade

(simultaneidade):

– Quando puderes, vem visitar-nos.

– Assim que ele se desocupar, virá atendê-lo.

– Se (ou caso) ele puder, trará o livro.

– Escrevam como quiserem.

O MODO IMPERATIVO

O uso do imperativo depende muito do tom de voz. O

que pode parecer às vezes polido, como “Faz o favor

de chegares aqui.”, pode, dependendo da entonação,

implicar deboche ou outro aspecto.

Usado para expressar ordens, conselhos,

exortações, pedidos, súplicas etc.

– Faça já o dever de casa!

– “Que é que estava lendo?” “Não diga, já sei, é o

romance dos Mosqueteiros.” (Machado de Assis)

– Estude mais, isso fará seu futuro melhor.

– Perdoai as nossas ofensas, assim como...

– Por favor, venha comigo!

Exemplo inesquecível de verbo no imperativo é aquele

da propaganda do chocolate Baton:

“COMPRE BATON, COMPRE BATON, COMPRE

BATON, SEU FILHO MERECE BATON!”

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Observe o emprego de um verbo irregular no seguinte

trecho: “Quando você vir um, vai entender o porquê.”

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Assinale a alternativa na qual um verbo irregular foi

CORRETAMENTE empregado.

a) Meu amigo solicitou: „Se você vim para a cerimônia,

por favor, não traga o celular‟.

b) Todos os artistas se oporam quando quisemos

gravar o show com os smartphones.

c) É proibido entrar com celular em alguns eventos,

mesmo se as pessoas fazerem confusão.

d) Apesar de muitos roubos de celulares durante o

show, a polícia não interveio.

e) Os convidados se entreteram mais com os

celulares do que com a festa de casamento.

2) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

“Estamos evoluindo nosso lado humano e tendo

orgulho dessa evolução tanto quanto da tecnologia?”. A

escolha das formas verbais destacadas evidencia que

o autor pretendeu indicar ações que

a) estão em andamento.

b) estão por acontecer.

c) foram concluídas.

d) mudaram de estado.

e) não ocorreram.

3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem

Observe o texto abaixo:

"Temo a tua natureza; ela está demasiado cheia do

leite da ternura.”

(William Shakespeare)

Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA.

a) O verbo sublinhado exige complemento regido de

preposição.

b) Nesse texto, o leitor é tratado na 2ª. pessoa do

singular. Caso fosse tratado na 2ª. pessoa do plural,

estaria correto o trecho: Temo a sua natureza.

c) O autor cometeu um erro de concordância nominal.

O correto seria: ela está demasiada cheia do leite da

ternura

d) Se o termo "ela" estivesse no plural, estaria correto

o trecho: Elas estão demasiados cheias do leite da

ternura.

e) Se o sujeito do verbo "temer" fosse "Eu e tua

família", o correto seria: Eu e tua família tememos a tua

natureza.

4) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem

TEXTO 03

"Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política,

de ideais. Jamais conheci alguém sinceramente

cansado de dinheiro."

(Millôr Fernandes)

Se no texto, o verbo fosse conjugado na 2a. pessoa do

singular (mantendo-se o mesmo tempo verbal) e o

termo "gente" fosse substituído por " mulheres e

homens", estaria CORRETO o texto indicado na

alternativa

a) Já viste mulheres e homens cansados de amor, de

trabalho, de política, de ideais. Jamais conheceste

alguém sinceramente cansado de dinheiro.

b) Já vistes mulheres e homens cansadas de amor, de

trabalho, de política, de ideais. Jamais conhecestes

alguém sinceramente cansado de dinheiro.

c) Já vereis mulheres e homens cansados de amor,

de trabalho, de política, de ideais. Jamais conhecereis

alguém sinceramente cansado de dinheiro.

d) Já víeis mulheres e homens cansadas de amor, de

trabalho, de política, de ideais. Jamais conhecíeis

alguém sinceramente cansado de dinheiro.

e) Já vedes mulheres e homens cansados de amor,

de trabalho, de política, de ideais. Jamais conheceis

alguém sinceramente cansado de dinheiro.

5) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Técnico

Em um dos pensamentos abaixo, emprega-se o verbo

sublinhado no modo imperativo. Identifique-o.

a) "O comércio do mundo é conduzido pelos fortes e

usualmente opera contra os fracos." (Henry Beecher)

b) "Nós não devemos apenas acreditar naquilo que

vendemos. Devemos também vender aquilo em que

acreditamos." (William Bernbach)

c) “Faça um cliente, não uma venda." (Katherine

Barchetti)

d) "Se você pudesse vender a sua experiência pelo

preço que ela lhe custou, ficaria rico." (J. P. Morgan)

e) "O segredo do comércio está em levar as coisas de

onde abundam para onde são mais caras." (Ralph

Waldo Emerson)

6) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da PM

Na frase - Não me deixem esquecer! a forma verbal

destacada está no modo imperativo, expressando um

pedido, uma recomendação. Também está no modo

imperativo a forma verbal destacada em:

a) Este medicamento não está indicado a mulheres

durante a gravidez e lactaçâo.

b) Até o momento, não constatamos reações adversas

em pacientes diabéticos.

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c) Apesar de não serem comuns, podem ocorrer casos

de asma, rinite e urticária.

d) Não desaparecendo os sintomas, é importante

buscar orientação médica.

e) Não interrompa o tratamento sem o conhecimento

de seu médico.

7) Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em: “[...] se não há esperança de nada [...]”, assinale a

alternativa que aponta a flexão correta do verbo no

futuro do pretérito, se o substantivo ESPERANÇA

fosse reescrito no plural.

a) haveria

b) haverá

c) haverão

d) houveram

e) haveriam

8) Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: PM-BA Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa correta. No fragmento “Talvez

quisesse que seu pai conversasse com você” (21ª§), os

verbos estão flexionados no mesmo tempo e modo

indicando:

a) uma possibilidade em relação ao passado.

b) uma incerteza em relação a um futuro próximo.

c) uma sugestão para um interlocutor específico.

d) um hábito do passado que foi interrompido.

e) uma ação presente que se estende até o futuro.

9) Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da Polícia Militar

Considere as seguintes frases:

• Primeiro, associe suas memórias com objetos

físicos.

• Segundo, não memorize apenas por repetição.

• Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos

empregados nessas frases está em destaque em:

a)... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem

com que o cérebro humano não considere útil gravar

esses dados...

b)Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-

número de informações.

c)... após discar e fazer a ligação, não precisamos

mais dele...

d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em

que morou quando era criança?

e) É o que mostra também uma pesquisa recente

conduzida pela empresa de segurança digital

Kaspersky...

10) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:

Soldado da Polícia Militar

Ao se passar a forma verbal destacada em “...as

metralhadoras e as armas de todos os calibres SE

LUBRIFICAM.”, da voz passiva sintética para a

analítica, como ficaria a flexão do verbo?

a) foram lubrificadas

b) são lubrificadas

c) eram lubrificadas

d) seriam lubrificadas

e) sejam lubrificadas

GABARITO:

1 – D 3 – E 5 – C 7 – A 9 - D

2 – A 4 – A 6 - E 8 - A 10 – B

PRONOME

Pronome serve para indicar as pessoas do discurso:

1ª (falante),

2ª (ouvinte),

3ª (assunto).

O pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a

depender do contexto: posse, indefinição,

generalização, questionamento, apontamento,

aproximação, afetividade, ironia, depreciação etc.

É uma classe de palavras normalmente variável em

gênero e número e que se refere a elementos dentro

e fora do discurso. É um determinante quando

acompanha o substantivo (neste caso, é chamado de

pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando

substitui o substantivo, é chamado de pronome

substantivo, pois tem valor de substantivo.

Resumindo: pronome é o vocábulo que substitui ou

acompanha o substantivo, relacionando-o às três

pessoas do discurso.

PRONOMES PESSOAIS

Os pronomes pessoais são aqueles que designam as

três pessoas do discurso, no singular e no plural. São

sempre pronomes substantivos e se dividem em dois

tipos. São chamados de retos porque exercem,

normalmente, função de sujeito, e oblíquos porque

exercem, normalmente, função de complemento verbal

ou nominal.

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PRONOMES PESSOAIS

Número Pessoa Retos

Oblíquos

Átonos (usar

sem preposição)

Tônicos (usar

com preposição)

Singular

1ª Eu me mim, comigo

2ª Tu te ti, contigo

3ª ele/ela o, a, lhe, se si, ela, ele, consigo

Plural

1ª Nós nos nós, conosco

2ª Vós vos vós, convosco

3ª eles/elas os, as, lhes, se si, eles, elas,

consigo

• Pronomes Retos

1a pessoa: eu (singular), nós (plural).

2a pessoa: tu (singular), vós (plural).

3a pessoa: ele/ela (singular), eles/elas (plural).

Esses pronomes normalmente conjugam verbos, por

isso comumente exercem função de sujeito, mas

também podem exercer função de predicativo do

sujeito, vocativo, aposto e, raramente, objeto direto.

CUIDADO: por via de regra, o pronome reto não pode

ocupar a posição de complemento do verbo, ou seja,

não pode exercer função de objeto direto. O pronome

que se ocupa disso é o oblíquo.

• Pronomes Oblíquos Átonos

1a pessoa: me (singular), nos (plural).

2a pessoa: te (singular), vos (plural).

3a pessoa: se (singular ou plural), lhe, lhes, o, a, os,

as.

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem

exercer função de sujeito (raramente), objeto direto

(normalmente), objeto indireto (normalmente),

complemento nominal (raramente) e adjunto adnominal

(raramente). Já lhe(s) pode exercer função de objeto

indireto (normalmente), sujeito (raramente),

complemento nominal (raramente) e adjunto adnominal

(raramente). Por sua vez, os pronomes átonos o, a, os,

as só exercem função de objeto direto (normalmente)

ou sujeito (raramente).

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Também chamada de Topologia ou Sínclise

Pronominal, é o nome que se dá à parte da Gramática

que trata, basicamente, da adequada posição dos

pronomes oblíquos átonos (POA) junto aos verbos:

próclise (POA antes do verbo), ênclise (POA depois

do verbo) e mesóclise (POA no meio do verbo).

PRÓCLISE é o nome que se dá à colocação

pronominal antes do verbo. É usada nestes casos:

Palavra de sentido negativo antes do verbo*

– Não se esqueça de mim.

* não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco,

sequer etc.

Obs.: Após pausa (vírgula, ponto e vírgula... entre

qualquer palavra atrativa e o verbo), usa-se ênclise:

Não; esqueça-se de mim!

Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo*

– Agora se negam a depor.

* já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez,

também, até, inclusive, mesmo,

exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde,

como, quando etc.

Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto e vírgula...) após

o advérbio, usa-se a ênclise:

“Agora, negam-se a depor”. Segundo o gramático

Rocha Lima, se houver repetição de

pronomes átonos após pausas, em estrutura de

coordenação, pode-se usar a próclise (ou

a ênclise): “Ele se ajeitou, se concentrou, se arrumou e

se despediu.” Quando o pronome

tem funções sintáticas diferentes ou quando se quer dar

ênfase, a repetição é obrigatória:

“Eu o examinei e lhe receitei um remédio.”

Conjunções e locuções subordinativas antes do verbo

– Soube que me negariam.

* que, se, como, quando, assim que, para que, à

medida que, já que, embora, consoante

etc.

Pronomes relativos antes do verbo*

– Identificaram-se duas pessoas que se encontravam

desaparecidas.

* que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e

variações), onde, como, quando.

Pronomes indefinidos antes do verbo*

– Poucos te deram a oportunidade.

* alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem

etc.

Pronomes interrogativos antes do verbo*

– Quem te fez a encomenda?

* que, quem, qual, quanto.

Entre a preposição em e o verbo no gerúndio

– Em se plantando tudo dá.

Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas

alternativas antes do verbo*

– Ora me ajuda, ora não me ajuda.

– Não foi nem se lembrou de ir.

* nem, não só/apenas/somente... mas/como

(também/ainda/senão)..., tanto...

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quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer... quer...,

já... já...

Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo)

– Quanto se ofendem por nada, rapazes!

– Deus te proteja, meu filho, e que bons ventos o

tragam logo.

Com o infinitivo flexionado precedido de preposição

– Foram ajudados por nos trazerem até aqui.

Com formas verbais proparoxítonas

– Nós lhes desobedecíamos sempre.

Com o numeral ambos

– Ambos te abraçaram com cuidado.

ÊNCLISE é o nome que se dá à colocação pronominal

depois do verbo; ela é basicamente usada quando não

há fator de próclise; veja:

Verbo no início da oração sem palavra atrativa

– Vou-me embora daqui!

Obs.: Com palavra atrativa: “Já me vou embora daqui!”

Pausa antes do verbo sem palavra atrativa

– Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

Obs.: Com palavra atrativa: “Se eu ganho na loteria, tão

logo me mudo.”

Verbo no imperativo afirmativo sem palavra atrativa

– Quando eu der o sinal, silenciem-se todos.

Obs.: Com palavra atrativa: “Enquanto eu não avisar,

jamais vos silenciem.”

Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra atrativa

– Machucar-te não era minha intenção.

Obs.: Os POAs “-lo, -la, -los, -las” virão sempre

enclíticos aos infinitivos não flexionados antecedidos da

preposição a: “Estou inclinado a perdoá-lo. / Apesar de

tudo, continuo disposto a ajudá-la.”

Verbo no gerúndio sem palavra atrativa

– Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida.

Obs.: Com palavra atrativa: “Recusou a proposta, não

se fazendo de desentendida.”

MESÓCLISE É o nome que se dá à colocação

pronominal no meio do verbo (extremamente formal);

ela é usada nos seguintes casos:

Verbo no futuro do presente do indicativo sem palavra

atrativa

– Realizar-se-á, na próxima semana, um grande

evento em prol da paz no mundo.

Obs.: O POA sempre ficará entre o r do verbo e a

terminação do verbo: “Daremos um beijo no teu rosto.

= Dar-te-emos um beijo no rosto.” Com palavra

atrativa, a próclise é obrigatória: “Talvez se realizará,

na próxima semana, um grande evento.”

Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem palavra

atrativa

– Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia

nesta viagem.

Obs.: Com palavra atrativa: “Mesmo não havendo

compromisso, nunca te acompanharia nesta viagem.”

Casos Facultativos

Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra

atrativa.*

– Aquilo me deixou triste / Aquilo deixou-me triste.

* este (e variações), isto; esse (e variações), isso;

aquele (e variações), aquilo.

Conjunções coordenativas (exceto aquelas

mencionadas nos casos de próclise) antes do verbo

sem palavra atrativa.

– Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se

dirigiu a mim.

– Corri atrás da bola, mas me escapou. / Corri atrás da

bola, mas escapou-me.

Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome

pessoal reto e de tratamento) antes do verbo sem

palavra atrativa.

– Ele se retirou. / Ele retirou-se.

– Eu te considerarei. / Eu considerar-te-ei.

– Sua Excelência se queixou de você. / Sua

Excelência queixou-se de você.

Obs.: Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena

que se use a próclise, segundo bem nos lembra Manoel

Pinto Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”

Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou numeral)

antes do verbo sem palavra atrativa.

– Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam

ou Os três amam-se.

Infinitivo não flexionado precedido de “palavras

atrativas” ou das preposições “para, em, por, sem, de,

até, a”.

– Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era

não incomodá-lo.

– Calei-me para não contrariá-lo. / Calei-me para não

o contrariar.

– Corri para o defender. / Corri para defendê-lo.

– Acabou de se quebrar o painel. / Acabou de quebrar-

se o painel.

– Sem lhe dar de comer, ele passará mal. / Sem dar-

lhe de comer, ele passará mal.

– Até se formar, vai demorar muito. / Até formar-se, vai

demorar muito.

– Erro agora em lhe permitir sair? / Erro agora em

permitir-lhe sair?

– Por se fazer de bobo, enganou a muitos. / Por fazer-

se de bobo, enganou a muitos.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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– Estou pronto a te acompanhar. / Estou pronto a

acompanhar-te.

• Pronomes oblíquos tônicos

1a pessoa: mim, comigo (singular);

nós, conosco (plural).

2a pessoa: ti, contigo (singular);

vós, convosco (plural).

3a pessoa: si, consigo (singular ou plural);

ele(a/s) (singular ou plural).

São sempre precedidos de preposição! Podem exercer

função sintática de objeto direto, objeto indireto,

complemento nominal, agente da passiva, adjunto

adnominal, adjunto adverbial, dativo de opinião*.

– Convidou-me e a ela também. (objeto direto –

preposicionado)

– Ela não só aludiu a mim como a vós também. (objeto

indireto)

– Estamos preocupados contigo. (complemento

nominal)

– É muito bom quando a Argentina é derrotada por nós.

(agente da passiva)

– A casa deles é enorme. (adjunto adnominal)

– Ontem eu saí convosco por causa dela. (adjunto

adverbial)

– Para mim, ele não presta. (dativo de opinião)

Mim

– Nunca houve nada entre mim e ti.

Está adequado à norma culta ou não este uso do

pronome? Adequadíssimo! Não estaria se estivesse

assim: “Nunca houve nada entre eu e você.”, como já

vimos. O eu só poderia vir após a preposição se

fosse sujeito de um verbo: “Entre eu sair e tu saíres,

saio eu!”. Certo é que, nessa estrutura de

reciprocidade, com a preposição entre, podemos usar

mim, ti, nós, vós, ele(a/s) e quaisquer pronomes de

tratamento.

PRONOMES DE TRATAMENTO

São pronomes muito usados no tratamento cortês e

cerimonioso.

Vossa Alteza V. A. Príncipes, duques

Vossa Eminência V. Ema.(s) Cardeais

Vossa

Reverendíssima V. Revma.(s) Sacerdotes e bispos

Vossa Excelência V. Ex.ª (s) Altas autoridades e

oficiais-generais

Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) Reitores de

universidades

Vossa Majestade V. M. Reis e rainhas

Vossa Majestade

Imperial V. M. I. Imperadores

Vossa Santidade V. S. Papa

Vossa Senhoria V. S.ª (s) Tratamento

cerimonioso

Vossa Onipotência V. O. Deus

Sobre as palavras “senhor, senhora, senhorita, dom,

dona, madame” (e outros termos que servem de títulos

ou que são meramente respeitosos), elas podem ser

meros substantivos (Ela é dona de si.) ou formas de

tratamento (e não pronomes de tratamento): Dona

Carlota Joaquina era polêmica! Por isso, neste último

exemplo, Dona tem valor de substantivo e não de

pronome, tais palavras têm valor discursivo de

pronome de tratamento (são dirigidas a pessoas de

prestígio na sociedade em situações formais) e valor

morfológico de substantivo (pertence a essa classe

gramatical).

Sobre você, os dicionários (inclusive o vocabulário

VOLP) e as gramáticas o colocam na lista dos

pronomes de tratamento. Pertencem a essa classe

gramatical mesmo! No entanto, tal pronome tem um

valor discursivo um pouco diferente, pois é usado em

contextos informais.

Obs.: Com as formas ou pronomes de tratamento –

apesar de femininas em sua formação –, faz-se a

concordância com o sexo das pessoas a que se

referem: Vossa Senhoria está convidado (homem) a

assistir ao Seminário.

Qualquer pronome de tratamento, apesar de se

referir à 2a pessoa do discurso, exige que verbos e

pronomes estejam na forma de 3a pessoa.

– Sua Alteza estuda tanto para poder um dia governar

sua nação.

O pronome você não pode ser “misturado” com

verbos ou pronomes de 2a pessoa no mesmo

contexto; é preciso haver uniformidade de

tratamento; no entanto, o que mais ocorre é a

“desuniformidade” de tratamento, note:

– Entre por essa porta agora e diga que me adora, você

tem meia hora pra mudar a minha vida, vem, vambora...

(Adriana Calcanhoto). A forma verbal vem está na 2a

pessoa do singular (vem tu); deveria ser: venha (venha

você).

PRONOMES POSSESSIVOS

Os pronomes possessivos estabelecem relação de

posse (normalmente) entre seres e conceitos e as

pessoas do discurso.

1a pessoa: meu(s), minha(s) / nosso(a/s).

2a pessoa: teu(s), tua(s) / vosso(a/s).

3a pessoa: seu(s), sua(s).

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Eles variam (concordam) em gênero e número com o

substantivo a que se ligam (João deixou uma herança

vultosa para suas mulheres.) ou a que se referem

(Filhos? Sempre estou atento aos meus.).

Os pronomes de tratamento exigem os possessivos

na 3a pessoa:

– Vossa Senhoria deve encaminhar suas

reivindicações ao diretor.

PRONOMES INDEFINIDOS

Os pronomes indefinidos referem-se à 3a pessoa do

discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.

Variáveis

Invariáveis Singular Plural

Masculino Feminino Masculino Feminino

algum

nenhum

todo

muito

pouco

vário

tanto

outro

quanto

alguma

nenhuma

toda

muita

pouca

vária

tanta

outra

quanta

alguns

nenhuns

todos

muitos

poucos

vários

tantos

outros

quantos

algumas

nenhumas

todas

muitas

poucas

várias

tantas

outras

quantas

alguém

ninguém

outrem

tudo

nada

algo

cada

qualquer quaisquer

PRONOMES INTERROGATIVOS

Os pronomes interrogativos exprimem

questionamento direto (com ponto de interrogação) ou

indireto (sem ponto de interrogação) em um contexto

que sugere desconhecimento ou vontade de saber.

Que Quem Qual (Quais) Quanto (a/s)

– Que é isso? (pergunta direta)

– Quero saber que é isso. (pergunta indireta: Que é

isso?)

– Quem é esse rapaz? (pergunta direta)

– Não sabemos quem é esse rapaz. (pergunta indireta:

Quem é esse rapaz?)

– De qual pintura você está falando? (pergunta direta)

– Pergunta-se qual é a altura dela. (pergunta indireta:

Qual é a altura dela?)

– Por quanto você vende esta garrafa? (pergunta

direta)

– Verificaram quanto custava o conserto. (pergunta

indireta: Quanto custava o conserto?)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Os pronomes demonstrativos marcam a posição

temporal ou espacial de um ser em relação a uma das

três pessoas do discurso, fora do texto (exófora/dêixis)

ou dentro de um texto (endófora – anáfora ou catáfora).

Não fique pasmo com esses nomes bonitinhos

(exófora, dêixis, endófora, anáfora, catáfora), pois os

conceitos deles são de facílima digestão.

Eis os principais demonstrativos:

1a pessoa: este(a/s), isto.

2a pessoa: esse(a/s), isso.

3a pessoa: aquele(a/s), aquilo.

Além desses, há outras palavras que são classificadas

como pronomes demonstrativos:

• Função espacial

Este (a/s), isto: refere-se a um ser que está próximo do

falante ou que o falante toma como tal ou em referência

à correspondência que enviamos.

– Esta camisa aqui do Flamengo é minha.

– Este documento segue anexo aos demais.

Esse(a/s), isso: refere-se a um ser que está próximo

do ouvinte ou que o falante toma como tal

– Essa camisa aí é tua?

– Saia do meio dessa rua, garoto!

Obs.: Às vezes, pode haver dois demonstrativos para

especificar melhor um substantivo: Essa (ou Esta)

moça é aquela de que falei agora há pouco.

Aquele(a/s), aquilo: refere-se a um ser que está

distante do ouvinte e do falante ou de algo que se

encontra na pessoa de quem se fala

– Aquela camisa lá é dele.

– Aquele país onde ele mora não presta.

– Aquele temperamento do Mano fez o Brasil perder a

Copa.

• Função temporal

Este(a/s): presente, passado recente ou futuro (dentro

de um espaço de tempo).

– Esta é a hora da verdade.

– Esta noite foi sensacional.

– Este fim de semana será perfeito, pena que ainda é

segunda.

Esse(a/s): passado recente ou futuro.

– Ninguém se esquecerá desse carnaval.

– Depois da reunião, sei que esses dias serão

diferentes.

Aquele(a/s): passado ou tempo distante (vago).

– Foi em 1500, naquele ano, o Brasil surgiu.

– Naquele dia, no Seu dia, Deus fará justiça.

• Função distributiva

Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último.

Aquele, referindo-se ao mais afastado ou citado em 1o

lugar. Ambos são anafóricos, pois substituem termos

anteriores.

– Todos nós conhecemos Lula e Dilma. A imagem

desta tem como reflexo aquele.

• Função referencial

Este(a/s), isto referem-se normalmente a algo que

será dito ou apresentado (valor catafórico). Pode

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também retomar um termo ou ideia antecedente (valor

anafórico), segundo ensinam Bechara e Celso Cunha.

– Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera.”. E

nisto todos confiam.

Obs.: Usa-se nisto também quando equivale a “então”

ou “nesse momento”: “Saí de casa cedo. Nisto, minha

mulher me ligou.”

Esse(a/s), isso referem-se sempre a algo já dito ou

apresentado (valor anafórico).

– Isso que você disse não está certo, amigo. É por

essas e outras que nada funciona neste país.

Obs.: Pode ser usado após o substantivo para reiterar

uma ideia: “Li bons romances nas minhas viagens de

avião, romances esses que me fazem falta.”

PRONOMES RELATIVOS

Este é o campeão de aparições nas provas!

O pronome relativo é um elemento conector de

caráter anafórico, isto é, refere-se a um termo

antecedente explícito (substantivo (normalmente!),

pronome substantivo, numeral substantivo, advérbio,

verbo no infinitivo ou oração reduzida de infinitivo),

substituindo-o. Sintaticamente falando, todo pronome

relativo (sempre!) refere-se a um termo de outra oração

ao introduzir oração subordinada adjetiva (restritiva ou

explicativa).

– O homem (apesar de certos contratempos) que veio

aqui era o Presidente.

– Ninguém que esteve no Brasil desapontou-se.

– Apenas um, que compareceu à festa, estava bem

trajado.

– Ali, onde você mora, não é o melhor lugar do mundo.

– Estudar que é bom ninguém acha legal.

– Procurar aprender Língua Portuguesa, que é

importante, você não quer.

Emprego dos pronomes relativos

QUE (substituível pelo variável o qual)

• É invariável.

• Refere-se a pessoas ou coisas.

• É chamado de relativo universal, pois pode –

geralmente – ser utilizado em substituição de todos os

outros relativos.

– As mulheres, que (=as quais) são geniosas por

natureza, permanecem ótimas.

– Para rimar, o Mengão, que (= o qual) sempre será

meu time de coração, é pentacampeão.

– Minha sogra, a que (= à qual) tenho grande aversão,

está viva ainda.

QUEM

• É invariável.

• Refere-se a pessoas ou a algo personificado.

• A preposição a precederá o relativo quem

normalmente, exceto se o verbo ou um nome da oração

subordinada adjetiva exigir outra preposição. De

qualquer forma, vem sempre preposicionado.

– A Justiça a quem devo obediência é meu guia.

– Eis o homem a quem mais admiro.

– Conheci uma musa, por quem me apaixonei.

– Deus, perante quem me ajoelho, é importantíssimo.

CUJO

• É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre

dois nomes substantivos explícitos, entre o ser

possuidor (antecedente) e o ser possuído

(consequente).

• É variável, logo concorda em gênero e número com o

nome consequente, o qual geralmente difere do

antecedente.

• Nunca vem precedido ou seguido de artigo, é por isso

que não há crase antes dele.

• Geralmente exprime valor semântico de posse.

• Equivale à preposição de + antecedente, se invertida

a ordem dos termos.

– O Flamengo, cujo passado é glorioso, continua

alegrando. (O passado do Flamengo...)

– Esta é uma doença contra cujos males os médicos

lutam. (... contra os males da doença)

– Vi o filme a cujas cenas você se referiu. (... às cenas

do filme)

– O telefone, cuja invenção ajudou a sociedade, é útil.

(A invenção do telefone...)*

– O registro formal, em que o grau de prudência é

máximo, e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo

é o preferido dos professores de língua portuguesa. (...

o conteúdo do registro formal...)

Obs.: *Aqui não há relação de posse, mas sim valor

passivo. Os gramáticos que corroboram esta análise

são estes: Maria Helena de Moura Neves e Ulisses

Infante. Por isso, neste caso, ele é analisado

sintaticamente como complemento nominal.

QUANTO

• É variável.

• Aparece sempre após os pronomes “tudo, todo (e

variações) e tanto (e variações)” seguidos ou não de

substantivo ou pronome. Exerce função de sujeito e

objeto direto apenas.

– Ele encontrou tudo quanto procurava.

– Bebia toda a cerveja quanta lhe ofereciam.

– Todas quantas colaborarem serão beneficiadas.

– Aqui há tantos movimentos quantos se podem

esperar.

– Explico tantas vezes quantas sejam necessárias.

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Obs.: É importante dizer que o quanto pode ser

conjunção, pronome interrogativo ou indefinido em

outros contextos.

ONDE

• É invariável.

• Aparece com antecedente locativo real ou virtual.

• Substituível por em que, no qual (variações).

• Pode ser antecedido, principalmente, pelas

preposições a, de, por e para. Aglutina-se com a

preposição a, tornando-se aonde, e com a preposição

de, tornando-se donde.

– A cidade onde (= em que/na qual) moro é linda.

– Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais

ninguém.

– O sítio para onde voltei evocava várias lembranças.

– As praias aonde fui eram simplesmente fantásticas.

– O lugar donde retornei não era tão bom quanto aqui.

– A casa por onde passamos ontem era minha.

– O adversário invadiu sua mente – onde ninguém

antes havia entrado.

COMO

• É invariável.

• Precedido pelas palavras modo, maneira, forma e

jeito.

• Equivale a “pelo qual”, normalmente.

– Acertei o jeito como fazer as coisas.

– Encontraram o modo como resolver a questão.

– A maneira como você se comportou é elogiável.

– Gosto da forma como aqueles atores contracenam.

Obs.: É digno de nota que o vocábulo como pode ser

classificado de diferentes formas a depender do

contexto.

QUANDO

• É invariável.

• Retoma antecedente que exprime valor temporal.

• Equivale a “em que”.

– Ele era do tempo quando se amarrava cachorro pelo

rabo.

– É chegada a hora quando (= em que) todos devem

se destacar.

Obs.: Lembre-se de que este vocábulo (quando) pode

ser uma conjunção temporal ou um advérbio

interrogativo, em outro contexto.

PREPOSIÇÃO

A preposição estabelece determinadas relações de

sentido, mas tudo dependerá do contexto, pois, em

tese, elas são vazias de sentido fora de contexto. Note

como o sentido da frase vai mudar com o uso diverso

de preposição:

– Falou a Lucas.

– Falou ante Lucas.

– Falou após Lucas.

– Falou com Lucas.

– Falou contra Lucas.

– Falou de Lucas.

– Falou em Lucas.

– Falou para Lucas.

– Falou perante Lucas.

– Falou por Lucas.

– Falou sem Lucas.

– Falou sobre Lucas.

Do ponto de vista morfológico, a preposição é uma

palavra invariável que tem o papel de conector (ou

conectivo), isto é, cumpre a função de ligar palavras

entre si, palavras a orações ou orações entre si.

– Até amanhã, vou ficar em Paris.*

– Sairemos com você hoje.

– Ai de mim!

– Quem de nós dois...

– Estudo muito Português para passar logo!

Do ponto de vista sintático, a preposição nunca

exerce função sintática, mas participa no sistema de

transitividade, introduzindo complementos (verbais ou

nominais), ou na construção de adjuntos (adnominais

ou adverbiais). Muitos verbos, substantivos, adjetivos e

advérbios exigem complemento preposicionado, por

isso ela é um conectivo subordinativo:

– Não concordo com atitudes precipitadas.

– Tenho admiração por quem é solidário.

– Bebida alcoólica é imprópria para menores.

– Paralelamente às apresentações, o cantor se

destacou.

Pois bem... para entendermos todas as definições de

preposição, vamos analisar esta frase:

Desde o ano passado, decidi estudar por

videoaulas, pois simpatizei com o método.

Note que os vocábulos Desde, por e com

1) indicam uma ideia de tempo (desde) e meio (por),

respectivamente; com nada significa, no contexto;

2) não variam;

3) participam na construção dos adjuntos adverbiais

de tempo (Desde o ano passado) e de meio (por

videoaulas); no sistema de transitividade do verbo

simpatizar, exige objeto indireto iniciado pela

preposição com (com o método).

Identificação

Identificar uma preposição é fácil. Basta, primeiro,

decorar as preposições – que são poucas! – e,

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segundo, perceber em que contextos elas aparecem. O

fato é que as preposições ligam palavras entre si,

palavras a orações ou orações entre si, podendo estar

entre elas ou deslocadas:

– Devemos visar a cargos públicos que pagam bem.

– Para saber a verdade sobre esta questão, é preciso

muito estudo.

MÚSICA PREPOSIÇÕES - PIRULITO QUE BATE

BATE

A – ANTE – APÓS – ATÊ –

COM – CONTRA - DE – DESDE – EM - ENTRE

PARA – PER – PERANTE-

POR – SEM – SOB – SOBRE - TRÁS

CONJUNÇÃO

Do ponto de vista semântico, a conjunção é uma

palavra que traz embutida um sentido (ou mais de um).

Do ponto de vista morfológico, a conjunção é uma

palavra que não muda de forma, portanto é invariável.

Do ponto de vista sintático, a conjunção não exerce

função sintática alguma, mas participa de

construções coordenadas e subordinadas, ligando

normalmente termos de mesma função sintática,

orações, períodos e parágrafos, numa relação lógica.

Pois bem... para entendermos todas as definições de

conjunção, vamos analisar este texto:

A mulher e o homem se complementam, mas essa

relação é (não raro) cercada de desavenças. Por isso

ocorrem muitas separações, resultando em

dificuldades emocionais, financeiras e até físicas. Não

obstante, o quadro não é só pessimista; muitos casais

conseguem viver em harmonia e com amor durante

toda a sua vida.

Note que os termos e, mas, Por isso, Não obstante,

e

1) apresentam, respectivamente, valores semânticos

de adição, oposição, conclusão, oposição e adição;

observe a relação lógica e semântica entre as partes do

texto;

2) não variam de forma;

3) ligam termos de mesma função sintática

coordenados, orações coordenadas, períodos,

parágrafos e termos de mesma função sintática

coordenados.

IDENTIFICAÇÃO

Identifica-se uma conjunção por saber qual é a função

dela na língua. Seu objetivo é conectar partes do

texto: vocábulos, orações, períodos... Veja alguns

exemplos:

– Farei exames pré e pós-operatórios. (liga prefixos)

– Paradoxalmente, Vítor está contra e a favor do novo

acordo ortográfico. (liga preposição a locução

prepositiva)

– Uma luz bruxuleante mas teimosa continuava a

brilhar nos seus olhos. (liga vocábulos, termos de

mesma função sintática)

– Nós esperamos que você estude mais. (liga orações)

– Enquanto as coisas não se resolverem por aqui,

jamais te deixarei só.

– Tudo concluído enfim; podemos, pois, comemorar

até o dia seguinte!

LOCUÇÃO CONJUNTIVA

A locução conjuntiva é formada por um grupo de

vocábulos (muitas vezes terminados em que)

desempenhando o mesmo papel das conjunções.

Eis algumas locuções conjuntivas: não obstante, no

entanto, só que, por conseguinte, em vista disso, por

isso, sendo assim, assim como, com isso, pois que,

visto que, já que, ao passo que, para que, logo que,

assim que, a menos que, a fim de que, à medida que...

Trabalha-se muito a substituição e a equivalência entre

conjunções e locuções conjuntivas nas provas, todo

ano.

CLASSIFICAÇÃO

Existem dois tipos de conjunção: coordenativas (em

princípio, ligam orações ou termos sintaticamente

independentes) e subordinativas (em princípio, ligam

orações sintaticamente dependentes).

Para você entender isso melhor, observe estas frases

com conjunções coordenativas:

– Em grandes livrarias, são vendidos livros, CDs e

DVDs.

– Um temporal está chegando, portanto fique atento!

Note que as duas conjunções (e e portanto) têm o papel

apenas de ligar, podendo ser retiradas das frases, pois

elas ligam partes independentes entre si.

Veja como ficaria possível a reescritura delas:

– Em grandes livrarias, são vendidos livros, CDs,

DVDs.

– Um temporal está chegando – fique atento!

Observe agora duas frases com conjunções

subordinativas:

– Não sei se tudo mudará depois das eleições.

– Nunca desista da vida, embora ela esteja difícil.

Note que as duas conjunções (se e embora) têm a

função de ligar as duas orações seja completando, seja

determinando. Logo, não podem ser retiradas das

frases, pois elas ligam partes independentes entre si.

Veja como ficaria “estranha” (ou, tecnicamente falando,

“agramatical”) a reescritura delas:

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– Não sei tudo mudará depois das eleições. (?!)

– Nunca desista da vida, ela esteja difícil. (?!)

• Coordenativas

Fiquem atentos às conjunções sublinhadas! Como não

são usuais, as bancas exploram-nas para dificultar sua

vida.

Aditivas: exprimem ideia de soma, acréscimo, adição;

o e exprime outros valores.

e

nem... (= e não)

nem... nem

tampouco

não só... mas (também)*

não só... mas (ainda)

não só... (bem) como

bem como

não só... como (também).

não só... como (ainda)

não só... senão (também)

não só... senão (ainda)

tanto... quanto

tanto... como

mais (em linguagem matemática ou coloquial)

* Os parênteses indicam que tais palavras podem ou

não aparecer. No lugar de não só, pode aparecer não

somente ou não apenas, nas conjunções correlativas

aditivas.

– Estudo e trabalho.

– Não estudo nem trabalho.

– Nem eu nem você estudamos.

– Não estudo, tampouco trabalho.

– Não só estudo mas também trabalho.

– Não apenas estudo bem como trabalho.

– Não somente estudo senão ainda trabalho.

– Tanto estudo quanto trabalho.

– Dois mais dois são quatro. Por isso, nós mais vocês

formamos um quarteto.

Cuidado!!!

1) Sobre o “e”: Além de apresentar a ideia de adição,

também pode ter outros valores semânticos, como

adversidade (mas, porém) ou

conclusão/consequência (portanto, por isso, então).

– Choveu intensamente, e a cidade ficou inundada.

(portanto, por isso – conclusão/consequência)

– Cumpra suas obrigações e será recompensado.

(portanto, por isso – conclusão/consequência)

– Nós acordamos cedo, e chegamos, infelizmente,

atrasados. (mas, porém – adversidade/oposição)

– Fazemos muitas dietas, e não conseguimos

emagrecer. (mas, porém – adversidade/oposição)

– Depois de ontem, vou chamar-lhe e dar-lhe uma

bronca (= para – finalidade)

Adversativas: indicam essencialmente uma ideia de

adversidade, oposição, contraste; também ressalva,

quebra de expectativa, compensação, restrição; elas

realçam o conteúdo da oração que introduzem.

mas não obstante

porém só que

contudo senão (= mas sim)

todavia agora

entretanto antes

no entanto ainda assim

– Não para de comer, mas nunca fica satisfeito.

– Fuja daqui, porém tome cuidado!

– O filme agradou ao público, contudo não foi louvado

pelos críticos.

– Perdi todos os meus bens, todavia me alegrei com a

separação.

– Paixão não me faz bem, entretanto não vivo sem ela.

Cuidado!!!

1) O mas pode apresentar matizes de sentido:

– Os fariseus oprimiam o povo, mas Jesus exercia seu

amor a eles. (contraste/contraposição)

– Amor, eu sei que eu te traí, mas saiba que eu te amo.

(compensação)

– Casou-se, mas não com a primeira namorada.

(restrição)

– Foi em direção ao beijo, mas desistiu por timidez.

(quebra de expectativa)

– Outra pessoa, mas não eu, deverá cobrir a

reportagem. (ressalva)

– Entre, mas sem fazer barulho. (realce/ressalva)

Alternativas: exprimem ideia de exclusão, alternativa

(opção/escolha), alternância (ação ou resultado de

alternar), inclusão, retificação etc.

ou seja...seja

ou...ou já... já

ora...ora umas vezes... outras vezes

quer...quer talvez... talvez

– Você quer suco ou deseja tomar refrigerante?

(alternativa/exclusão)

– Ou faço a festa ou pago a viagem. (sempre exclusão)

– Ora assiste à TV, ora cuida dos filhos. (sempre

alternância)

– Quer estude, quer trabalhe, é bem-sucedido.

(alternância)

Cuidado!!!

1) A conjunção ou pode ter matizes de sentido:

– Ou sobe, ou desce. (exclusão)

– O Flamengo ou o Vasco continuam sendo bons times.

(inclusão/adição; = e)

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Ensino de qualidade focado em concursos.

50

– O Brasil tem 25 estados, ou 26. (retificação; = ou

melhor)

– A parte da frente do navio, ou proa, está avariada.

(precisão/sinonímia)

– Abram a porta ou todos serão repreendidos

severamente! (exclusão-condição/ exclusão-

consequência; = senão – muitos dicionários dizem que

“senão” é conjunção alternativa neste caso)

Conclusivas: exprimem ideia de conclusão ou

consequência.

logo pois

portanto por conseguinte

por isso então

assim em vista disso

– Preciso sair depressa, logo me ligue mais tarde.

– A adoção nunca deixará de ser um gesto nobre.

Portanto, abracemos a causa!

– Ele não passou no concurso dessa vez, por isso terá

de conciliar o estudo com o trabalho.

– Você não pode engordar, assim evite comer de uma

em uma hora.

– Você cumpriu sua palavra; terá, pois, sua

recompensa. (= portanto; vem separada por vírgula(s),

depois do verbo ou no fim da frase: Ele te protege; sê-

lhe grato, pois. (José Oiticica))

– Ele não fez boa redação, por conseguinte foi

desclassificado.

– Foi pega roubando, então teve de ser despedida.

– O mal é irremediável, em vista disso tente se

conformar.

Explicativas: exprimem ideia de explicação,

justificativa; normalmente vêm após verbos no

imperativo.

porque que

porquanto pois (antes do verbo)

– Os funcionários já chegaram, porque as luzes estão

acesas.

– Estude, que valerá a pena.

– Ela devia estar com frio, porquanto tremia.

– Come a sopa toda, pois está muito boa.

• Subordinativas

Fiquem atentos às conjunções sublinhadas, pois elas

não são usuais! Por isso mesmo o “homem da banca”

vai querer usá-las ardilosamente.

Integrantes: introduzem orações subordinadas

substantivas; conectam uma oração incompleta a uma

oração que, por sua vez, vai completá-la; um antigo e

válido bizu nos diz que se conseguirmos substituir uma

oração iniciada por uma das integrantes (que ou se) por

isto/isso, tais conectivos serão conjunções

subordinativas integrantes.

– Não sei se devo estudar mais. (“Não sei” o quê? Isto:

“se devo estudar mais”.)

– Verifiquei se faltava água aqui. (“Verifiquei” o quê?

Isto: “se faltava água aqui”.)

– Eu o informei de que a prova será amanhã. (“Eu o

informei” de quê? Disto: “de que a prova será

amanhã”.)

– Percebe-se que ela é uma boa aluna. (O que “se

percebe”? Isto: “que ela é uma boa aluna”.)

Vejamos as conjunções subordinativas adverbiais.

São chamadas assim porque introduzem orações

subordinadas adverbiais.

Causais: exprimem a causa, a razão de um efeito.

porque dado que

que visto que

porquanto visto como

pois já que

uma vez que sendo que

pois que (uso mais literário) na medida em que

como (= visto que; só no início da oração)

– Nós brigamos não apenas porque temos

personalidades diferentes mas também porque não

nos amamos mais.

– Se não nos amamos mais, é porque nunca abrimos

concessões.

– Não é porque eu não te amo que eu vou me separar

de você.

– Sendo que a classe política perde credibilidade a

cada dia, aumenta a tendência do voto nulo nas

eleições deste ano.

Comparativas: exprimem comparação, analogia, tanto

qualitativamente como quantitativamente.

tal qual (tão)... como/quanto

tal e qual tanto... como

qual como

tal como assim como

como se

*(mais, menos, maior, menor, melhor, pior)... (do)

que

* As conjunções comparativas em si são as que não

estão entre parênteses; os termos entre

parênteses só participam da correlação. Outra coisa:

lembre-se de que do é facultativo antes

do que.

– Os homens, tal qual as mulheres, são sentimentais.

(comparativo de igualdade)

– Gosto de cinema tal e qual teatro. (comparativo de

igualdade)

– Corria qual um touro. (comparativo de igualdade)

– É excelente esportista, tal como o irmão.

(comparativo de igualdade)

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51

– Viva o dia de hoje como se fosse o último.

(comparativo de igualdade)

– Casa é mais confortável do que apartamento.

(comparativo de superioridade)

– Apartamento é menos confortável que casa.

(comparativo de inferioridade)

– Este apartamento é maior que aquela casa.

(comparativo de superioridade)

– Esta casa é menor do que aquele apartamento.

(comparativo de superioridade)

Concessivas: exprimem contrariedade, ressalva,

oposição a uma ideia sem invalidá-la.

embora se bem que

malgrado posto que

conquanto nem que

ainda que/quando apesar de que

mesmo que em que (pese)¹

por (mais, menos, melhor, pior, maior, menor, muito)

que (indica grau)

– Embora viaje o mundo inteiro, nunca conhecerá sua

terra profundamente.

– Malgrado haja problemas em casa, não os leve para

o trabalho.

– Conquanto eu trabalhe, nunca paro de estudar.

– Ainda que/quando ela faça tudo por você, não se

cansa em rejeitá-la, não é?

– Conseguiu chegar ao cume do morro, mesmo que se

sentisse fraco.

– Nunca iremos esmorecer, em que pese a falta de

incentivo deles.

– O comportamento da turma é satisfatório, se bem

que alguns alunos continuem a perturbar as aulas.

– A taça foi para outros, posto que se achassem

capazes para ganhar o campeonato.

– Iremos ao jogo, nem que caia um temporal.

Condicionais: exprimem condição, hipótese.

se desde que (seguido de subjuntivo)

caso a menos que

contanto que a não ser que

exceto se sem que (= se não)

salvo se uma vez que (seguido de subjuntivo)

– Se tu parares de estudar, precisarás trabalhar.

– Caso eu fizesse suas vontades, certamente mudaria

seu jeito comigo.

– O mundo mudará contanto que as pessoas mudem.

– Os produtos daqui não poderão ser exportados,

exceto se houver prévio acordo.

– Salvo se meu livro não for publicado por uma grande

editora, publicá-lo-ei independentemente.

– Desde que você estude, obterá êxito.

– Ele chegará até nós, a menos que você o impeça!

– Estude, a não ser que pretenda trabalhar.

Conformativas: exprimem acordo, maneira,

conformidade.

conforme consoante (não usual)

segundo como (= conforme)

– Você enfim agiu conforme nós acordamos.

– Consoante falamos, dedique-se ao estudo.

– Segundo havíamos combinado, você inicia o curso

amanhã.

– Como se pode ver, é impossível tirar o cinturão deste

lutador.

Consecutivas: exprimem resultado, efeito,

consequência.

tão... que tanto assim... que

tanto... que de sorte que*

tamanho... que de modo que

tal... que de maneira que

de tal modo/maneira... que de forma que

a tal ponto... que

* As locuções de sorte que, de modo que, de maneira

que, de forma que são sinônimas.

– Meu filho é tão inteligente que passou em 1o lugar no

ITA.

– Estudei tanto o famigerado Português que acabei

tendo uma estafa.

– Tamanha foi a sua coragem que pulou no mar em

ressaca.

– Tal foi sua postura antes da prova que conseguiu um

bom resultado.

Finais: exprimem finalidade, objetivo, intuito, propósito,

fim.

para que

a fim de que

porque (= para que; não usual)

de modo/maneira/forma/sorte que (= para que; não

usual)

– Estou estudando para que eu melhore a vida.

– A fim de que as pessoas se amem de verdade, é

preciso incluir Deus na vida.

– Ore porque não caia em tentação.

– Viaja sempre à janela do ônibus de maneira que

pegue uma brisa.

Proporcionais: exprimem proporcionalidade,

simultaneidade, concomitância.

à proporção que

à medida que

ao passo que

quanto mais/menos/menor/maior/melhor/pior...* (tanto)

mais/menos/menor/maior/melhor/pior

* As locuções conjuntivas iniciadas por quanto (quanto

mais, quanto menos...) estão em correlação com as

expressões que as seguem (tanto mais, tanto

menos...).

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52

– A temperatura sobe à proporção que o verão se

aproxima.

– O meio ambiente sofre à medida que a população

ignora os impactos do progresso.

– Ao passo que estudava o assunto, mais dúvidas lhe

apareciam.

– Quanto mais conheço os homens, mais estimo meus

cachorros.

– Quanto mais estudo Matemática, menos a entendo.

(inversamente proporcional)

Temporais: exprimem tempo.

quando assim que

enquanto agora que

mal (= logo que) todas as vezes que

cada vez que depois que

ao mesmo tempo que antes que

sempre que até que

logo que

primeiro que (= antes que; não usual)

apenas (= logo que; não usual)

desde que (verbo no indicativo)

– Quando respeitamos nossos pais, isso nos identifica

como pessoas de honra.

– No início do século passado, as mulheres ficavam em

casa, enquanto os homens ficavam na rua.

– Mal entrei em sala, começaram os aplausos!

– Ela me reconheceu apenas apertei sua mão.

– Depois que a sala de cinema ficou lotada, ninguém

quis sair de lá.

– Primeiro que falecesse, deixou um legado.

– Até que se cumpram suas palavras, continuarei

confiando em ti.

INTERJEIÇÃO

Do ponto de vista semântico, a interjeição pode

apresentar muitos valores. Basicamente a interjeição

exprime determinados estados emocionais,

sensações ou estados de espírito do falante. Como as

conjunções, as interjeições podem ser classificadas de

acordo com a expressividade ou o sentimento que

traduzem. Do ponto de vista morfológico, a

interjeição é uma palavra que não muda de forma,

portanto é invariável. Do ponto de vista sintático, a

interjeição não exerce função sintática alguma.

Pois bem... para entendermos todas as definições de

interjeição, vamos analisar este poema:

INTERJEIÇÃO

Ah! Lá vem ela bela

Oh! Ri meu coração de satisfação

Olá! Dizem meus lábios a ela

Olé! Diz a presença a solidão.

Avante! Avante! Coragem! Coragem!

Cala meu medo, fala meu coração

Viva! Que maravilha de paisagem

Psiu! É ela chamando minha atenção.

Chi! Tomou-me paixão

Pudera! Estava diante de meu desejo

Silêncio! Era demais a emoção

Bis! Acabara de receber um beijo.

Te amo, disse sua boca

Não resisti à vontade louca

Gritei alto: ooooooooooooooba!

(Karl Marx Valentim Santos)

1) Note que os vocábulos destacados são interjeições,

pois apresentam, respectivamente, valores

semânticos de admiração/alegria, admiração/desejo,

saudação/chamamento, satisfação, encorajamento

(todas as palavras do 5o verso), alegria, chamamento,

espanto/surpresa, expectativa, ordem, pedido,

alegria/excitação;

2) não variam de forma (oba variou de forma por

razões estilísticas, uma vez que se trata de um poema);

3) não exercem função sintática alguma, exceto

“ooooooooooooooba!”, que, por servir de complemento

do verbo gritar, se torna um substantivo.

Identificação

A interjeição é facilmente identificada porque é uma

palavra seguida de ponto de exclamação (!). E,

ainda que isso não ocorra, a entonação sempre

indicará um sentimento expresso por ela.

– Meu Deus! é um anjo aquela menina!*

– Ah, mulheres fúteis, quando ireis mudar vossa

postura?

– Ih... elas não vão sequer te cumprimentar.

* Obs.: Depois de interjeição seguida de exclamação

numa frase igualmente exclamativa, usa-se letra

minúscula após o ponto. Qualquer palavra proferida em

tom exclamativo, como substantivo, adjetivo, pronome,

verbo e advérbio, pode-se tornar uma interjeição:

– Cuidado!, Atenção!, Silêncio!, Rua!, Céus!,

Misericórdia! etc.

– Boa!, Bravo!, Coitado!, Ótimo!, Grato! etc.

– Nossa!, Isso!, Qual! etc.

LOCUÇÃO INTERJETIVA

Assim como todas as locuções, a locução interjetiva

é uma expressão que vale por uma interjeição. Veja

algumas:

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Meu Deus!, Meu Deus do céu!, Santo Deus!, Jesus

Cristo!, Nossa Senhora!, Valha-me Deus!, Pelo amor de

Deus!, Virgem Maria!, Nossa mãe!, Graças a Deus!,

Eita-ferro!, Ora bolas!, Bom dia!, Vapt-vupt!, Vuco-

vuco!, Macacos me mordam!, Pelas barbas do profeta!,

Raios te partam!, Cruz-credo!, Puxa-vida!, Muito bem!,

Alto lá!, Ai de mim!, Ó de casa!, Ô de casa!, Muito

obrigado!, Que bom!, Pobre de mim!, Que droga!, Que

horror!, Credo em

cruz!, Com todos os diabos!, Que diabos!, Quem dera!

etc.

ADVÉRBIO

É um modificador ou ampliador de sentido de certos

vocábulos ou estruturas e, nessa relação, pode indicar

algumas circunstâncias (ou valores semânticos), como

afirmação, acréscimo, negação, modo, lugar,

tempo, dúvida, intensidade, causa, concessão,

conformidade, finalidade, condição, meio,

instrumento, assunto, companhia, preço, ordem

etc.

O advérbio não se flexiona em gênero nem em

número, por isso é chamado de palavra invariável.

No entanto, o que mais vemos no dia a dia são as

pessoas falando e escrevendo:

– A menina está meia chateada.

– A filha sempre foi menas paciente que a mãe.

– Ela está toda preocupada.

– Os policiais devem se manter alertas o tempo todo.

Baseando-nos na visão ortodoxa, que é a que mais tem

adeptos, o advérbio está sempre invariável, logo as

frases acima deveriam ser construídas assim:

– A menina está meio chateada.

– A filha sempre foi menos paciente que a mãe.

– Ela está todo preocupada.

– Os policiais devem se manter alerta o tempo todo.

As duas últimas soam estranho, não é? Deixa quieto...

Do ponto de vista sintático, tradicionalmente falando,

o advérbio se refere a um verbo, a um adjetivo (ou

locução adjetiva), a outro advérbio (ou locução

adverbial) ou a uma oração inteira, exercendo apenas

uma função sintática na frase: adjunto adverbial.

– Sempre acordou cedo. (modifica o verbo)

Tradicionalmente falando, os gramáticos dizem que

advérbios que modificam adjetivos ou outros advérbios

são sempre de intensidade. E é assim que costuma

cair em prova!

– Sou razoavelmente discreto.

– Continuas muito arisca, menina!

No entanto, estudos modernos dizem que isso não

procede:

– Tenho cabelos quimicamente tratados. (modo)

– Não raramente estudo Português. (negação)

– Ainda existem muitas doenças sexualmente

transmissíveis. (meio)

Para entendermos bem todas estas definições de

advérbio, vamos analisar por último esta frase:

Os amigos das horas certas sempre ajudam os

amigos das horas incertas.

Note que a palavra sempre

1) apresenta uma circunstância (valor semântico) de

tempo;

2) é invariável: não existe sempres ou sempra, por

exemplo;

3) funciona como adjunto adverbial do verbo ajudar.

Identificação e Particularidades

Identificamos que um advérbio é um advérbio

basicamente pela sua relação com outros vocábulos,

como verbos, adjetivos ou advérbios, normalmente.

Por exemplo, jamais diríamos que o vocábulo que é um

pronome ou uma conjunção na frase abaixo:

– Que tolo você é por ter acreditado nas palavras de

uma pessoa nitidamente volúvel.

Percebe que o vocábulo que está ligado ao adjetivo

tolo? Aí eu pergunto: Que palavra modifica um

adjetivo? Só conheço uma: ad-vér-bio. Logo, esse que

é um advérbio de intensidade, equivalendo a “quão”.

Sobre Advérbios Terminados em -mente

É bom dizer que os advérbios terminados em -mente

são derivados de adjetivos (normalmente femininos),

cujos acentos gráficos “caem” nesse processo, pois as

sílabas tônicas mudam de posição com o acréscimo do

sufixo. Outra coisa: nem todos os advérbios terminados

em -mente são de modo.

– Primeiramente, pretendo falar de advérbio. (ordem,

sequência, segundo Celso Cunha)

– Faço provas bimestralmente. (tempo)

– Ele provavelmente não retornará. (dúvida)

– Tomei uma cerveja estupidamente gelada.

(intensidade)

– Certamente o Brasil será um país desenvolvido.

(afirmação)

O advérbio absolutamente pode ser de intensidade, de

afirmação ou de negação, segundo Napoleão M. de

Almeida. Estes dois últimos podem ser reforçados

pelos advérbios “sim” e “não”:

Note que, apesar de os advérbios “econômica” e

“política” aparentarem forma feminina (semelhante a

adjetivos), não há variação em gênero – o sufixo está

implícito. Lembre-se de que o sufixo -mente forma

advérbios derivados de adjetivos, normalmente

femininos. Ok?

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54

CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS

Afirmação

Advérbios: sim, decerto, certo, mesmo, deveras...

Locuções adverbiais: com efeito, sem dúvida (alguma),

com certeza, na realidade, de fato, por certo...

Terminados em -mente: certamente, positivamente,

fatalmente, indubitavelmente, efetivamente,

incontestavelmente, indiscutivelmente,

verdadeiramente, realmente, seguramente...

Negação

Advérbios: não, tampouco (= também não; carrega uma

ideia de inclusão + negação), nem, sequer...

Locuções adverbiais: de modo algum, de maneira

alguma, de forma alguma, de modo nenhum, por nada,

de nada, em hipótese alguma...

Terminados em -mente: absolutamente.

Modo

Advérbios: assim, bem, mal, tal, como, depressa,

devagar, adrede (de propósito, intencionalmente),

debalde (inutilmente, em vão), outrossim (do mesmo

modo, igualmente; dá ideia de acréscimo ou inclusão,

equivalendo a “também”), melhor, pior, alerta, máxime

(especialmente, principalmente)...

Locuções adverbiais: com acinte, de propósito, à toa

(também pode ser locução adjetiva), à vontade, ao

contrário, com amor, de cor, em vão, gota a gota, por

acaso, alto e bom som, grosso modo, a torto e a direito,

aos trancos e barrancos, a olhos vistos, a esmo, à

francesa, pouco a pouco, a pé, a cavalo... (há uma

infinidade delas)

Terminados em -mente: talqualmente,

deliberadamente, bondosamente, generosamente,

cuidadosamente, paulatinamente, gradualmente,

igualmente, especialmente e muitos outros terminados

em -mente...

Tempo

Advérbios: afinal, agora, amanhã, amiúde

(frequentemente), antes, ontem, cedo, depois, enfim,

entrementes (enquanto isso), hoje, jamais, nunca,

sempre, outrora (em tempos passados), tarde, já, mais,

doravante (de agora em diante), logo, embora, quando,

anteontem, breve, então...

Locuções adverbiais: ao vivo, à noite, à tarde, de dia,

de manhã, pela madrugada, em breve, de tempos em

tempos, de vez em quando, um dia, certa vez, esta

semana, no entretanto...

Terminados em -mente: atualmente, constantemente,

imediatamente, provisoriamente, sucessivamente,

eventualmente, concomitantemente, esporadicamente,

oportunamente, terminantemente (= de vez),

normalmente/geralmente (frequência),

temporariamente, provisoriamente, transitoriamente,

semestralmente, bimestralmente, semanalmente,

finalmente...

Lugar

Advérbios: aqui, cá, ali, aí, lá, acolá, abaixo, acima,

adentro, adiante, avante, afora, além, aquém, algures

(em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures

(em nenhum lugar), atrás, fora, dentro, embaixo, longe,

perto, detrás, defronte...

Locuções Adverbiais: em domicílio (com verbos ou

nomes estáticos), a domicílio (com verbos ou nomes

dinâmicos), de longe, de perto, por detrás, por perto, à

direita, à esquerda, ao lado, de dentro, à distância,

entre a cruz e a espada...

Terminados em -mente: externamente, internamente,

interiormente, proximamente, lateralmente...

Dúvida

Advérbios: acaso, porventura, talvez, quiçá...

Locuções adverbiais: por ventura, por acaso (Celso

Cunha coloca ‘por acaso’ entre as de modo)...

Terminados em -mente: possivelmente,

provavelmente, supostamente...

Intensidade

Advérbios: assaz, bastante, demais, mais, meio, todo,

menos, nada, muito, tão, tanto, quanto, quão, quase,

algo, pouco, sobremodo, sobremaneira, que, como...

Locuções adverbiais: de todo, de muito, de pouco, em

excesso, por completo...

Terminados em -mente: demasiadamente,

completamente, totalmente, extremamente, altamente,

obviamente, absolutamente (a maioria dos advérbios

modificadores de outros advérbios e adjetivos são de

intensidade).

Causa

– De tanto amor aos homens, Jesus deu sua vida.

– Ele estuda por necessidade.

– O homem suava com aquele calor carioca.

– Graças ao sotaque nordestino, pude reconhecê-lo.

Concessão– Ele sempre chega, apesar do trânsito.

– A despeito dos problemas, tivemos êxito.

– Não obstante seu hercúleo esforço, o fim foi

trágico.

– Mesmo moribundo, teve seu último desejo

realizado.

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Conformidade

– Segundo a moda atual, devemos nos vestir

livremente.

– Faça tudo conforme os regulamentos.

– Consoante a dica do professor, devemos decorar

apenas a matéria da prova.

– Em conformidade com o dito, nada mais tenho a

acrescentar.

Finalidade

– Ele viajou a negócios.

– Só estudo por uma boa nota.

– Para a alegria da nação rubro-negra, o camisa dez

decidiu ficar.

– Esta menina só estuda a fim do primeiro lugar.

Condição

– Na dúvida, não ultrapasse.

– Sem educação, não há progresso.

– Só entrará com autorização. (Bechara)

Meio

– Já viajei muito de trem quando eu trabalhava em

Nova Iguaçu.

– Por meio da pesquisa, novos resultados foram

alcançados.

– Prefiro ir de ônibus a pegar avião.

– Com o sangue de Jesus, os cristãos têm acesso ao

reino dos céus.

Instrumento

– Cortei o pão com a faca.

– Escrevi quinhentas páginas a caneta.

– Machucou-se com o martelo.

– Fomos expulsos a pedrada.

Assunto

– Ele só fala sobre política.

– A respeito dos problemas educacionais do país,

nada tendo a dizer.

– Todos os brasileiros se arvoram na posição máxima

de falar de futebol.

– Nada disse acerca de seus planos.

Companhia

– Contigo eu vou a qualquer lugar, mas com quem

você vai preferir jantar hoje?

– Passeei à noite com minha namorada pelo parque.

– O Presidente terá de viajar sem seus ministros.

– Com ou sem você, preciso prosseguir em minha

jornada.

Preço

– Só vendo minha honra por novecentos octilhões de

dólares.

– Meu carro não custou caro.

– Paguei barato por aquele relógio.

– Aqui você compra três por um real.

Quantidade

– Meu time nunca perdeu por três a zero.

– Foi reduzida a quatro por cento a taxa sobre o valor

dos prédios.

– O salário deve aumentar entre dois e cinco reais.

– Foram desafiados triplamente pelos americanos,

mas não cederam.

Referência

– Comigo as broncas são sempre intensas.

– Com sua esposa, aconteceu tudo diferente?

– Nunca fui bom aluno em Matemática.

– Quanto a meu projeto, vai indo muito bem.

Ordem

– Meu aluno se classificou em segundo lugar.

– Primeiro, queremos dizer a todos que vamos viajar.

– Em terceiro lugar, o esporte é igualmente importante

para a socialização.

– Por último, só tenho a desejar o melhor a todos

vocês.

Medida

– O homem mede dois metros.

– Nossa empresa cava poços até vinte metros.

– O atleta percorreu dez quilômetros.

– Aqui você come por quilo.

Peso

– O homem pesa cem quilos.

– A criança pesa cerca de vinte quilos.

– Sobrecarregamos em trinta quilos o elevador.

– Um avião comercial, que deve pesar em torno de

uma tonelada, voa com facilidade.

Matéria

– Uma espécie de vinho foi feito com maçã.

– Fabricamos com plástico esses copos.

– Esta mesa é feita de mármore.

– Casas litorâneas vêm sendo construídas, por incrível

que pareça, de bambus.

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Proporção

– A novela está para o Brasil assim como o cinema

está para os Estados Unidos.

Reciprocidade

– Entre mim e ti sempre houve amor.

Substituição

– Tive de assinar o recibo pelo chefe, porque ele não

estava presente.

– João compareceu à solenidade em lugar de Maria.

– Abandonou suas convicções por privilégios.

– Não compre gato por lebre.

Favor

– Por obséquio, saia daqui!

– Agora o advogado vai falar pelo réu.

– Sempre trabalhamos em favor do povo.

– Acordo cedo todos os dias em prol do meu ideal.

Exclusão

– Todos os alunos saíram para o intervalo, exceto

Mário.

– Dedica-se exclusivamente à música.

– Afora essa questão, concordamos em tudo.

– Só responderemos a uma pergunta.

Inclusão

– Tu, que és pai, és amigo também.

– Até tu Brutus? Por que me trais?

– Preencha todos os seus dados, inclusive telefone.

– Ela não gosta de estudar, de mais a mais não é afeita

ao trabalho.

Consequência/Conclusão

– O consumo aumentou e,

consequentemente/conseguintemente, a produção

e as vendas subiram.

ARTIGO

É a palavra variável em gênero e número que precede

um substantivo, determinando-o de modo preciso

(artigo definido – o, a, os, as) ou vago (artigo indefinido

– um, uma, uns, umas). Os definidos se antepõem ao

substantivo para indicar, normalmente, que se trata de

um ser já conhecido pelo falante e pelo ouvinte,

individualizando-o (a escola). Os indefinidos se

antepõem ao substantivo para indicar, normalmente,

que se trata de um ser desconhecido, indeterminando-

o ou generalizando-o (uma escola).

Vale dizer também que os artigos se combinam ou se

contraem com certas preposições: a, de, em e por,

resultando em: ao/aos, à/às*, do/dos, da/das,

dum/duns, duma/dumas, no/nos, na/nas, num/nuns,

numa/numas, pelo/pelos, pela/pelas. A contração de

preposição com artigo indefinido não é uma incorreção,

como se diz. Pode-se dizer corretamente “Morou em

um lugar perigoso” ou “Morou num lugar perigoso”.

* A fusão da preposição a com o artigo a(s), resultando

em à(s), se chama crase. É um termo que funciona

sempre como adjunto adnominal.

Para entendermos bem todas as definições de artigo,

vamos analisar por último esta frase:

Os leitores desta Gramática sabem que ela não é uma

gramática... é A Gramática.

Note que

1) o primeiro vocábulo individualiza o substantivo

leitores, o segundo apresenta tom depreciativo sobre o

substantivo gramática, o terceiro determina, com tom

apreciativo e qualificador o substantivo Gramática;

2) variaram de forma, em gênero e número: “Os

leitores... uma gramática... A Gramática”;

3) são adjuntos adnominais.

IDENTIFICAÇÃO

Identificar um artigo é tarefa aparentemente boba, o

problema é que ele pode ser confundido com 1)

pronome oblíquo átono, 2) pronome demonstrativo, 3)

preposição e 4) numeral. Uma coisa é certa: o artigo

vem antes do substantivo. Ponto pacífico! Normalmente

o artigo vem antes do substantivo e normalmente torna

qualquer classe gramatical um substantivo.

– O brasileiro é, antes de tudo, um forte! (O adjetivo foi

substantivado.)

– Estou entre o sim e o não. (Os advérbios foram

substantivados.)

– O professor perguntou ao aluno: “Na frase ‘A língua é

coisa muito complexa’, o a da frase é um artigo?” (O

artigo foi substantivado.)

– O Aí eu vou pra galeeeeeera! é um bordão

inesquecível. (A frase foi substantivada.)

EMPREGOS MAIS COBRADOS EM PROVA

O artigo é dispensado quando atribui um sentido

genérico ao substantivo, mesmo quando este é

especificado:

– Certos membros religiosos não vão a festas.

(qualquer tipo de festa; o a é só uma preposição)

– A pesquisa não se refere a mulher casada, a homem

casado, mas tão somente a solteiros. (qualquer mulher

casada, qualquer homem casado; o a é só uma

preposição)

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O artigo é usado antes de horas, em expressões

adverbiais de tempo:

– Os pescadores não devem pescar ao meio-dia, por

causa do sol; a melhor pesca começa a partir das seis

horas da manhã.

Obs.: Se a expressão de horas não tem valor adverbial,

o artigo é dispensado: “Já é meio dia e meia”.

O artigo só é usado antes da palavra “casa” quando

ela vem especificada por um adjetivo, locução adjetiva

ou oração adjetiva; quando significa estabelecimento

comercial, também há artigo.

– Enfim conseguimos visitar a linda casa do bairro da

qual todos falaram.

– Eles finalmente arrumaram o restaurante. A casa

ficou linda e será um sucesso.

Obs.: Se a palavra casa não vier especificada ou tiver

sentido vago, genérico, o artigo é dispensado:

“Chegamos a casa eu e ela por volta das sete horas da

noite.” (o a é só uma preposição exigida pelo verbo

chegar); “Costumo morar em casa alugada”; “Sempre

me chamam para ir a casas noturnas, mas sou um pai

de família, ora!” (o a é só uma preposição exigida pelo

verbo ir). Só de curiosidade: a presença do artigo na

expressão

“dona de casa” torna o sentido e a classificação

morfológica diferente: a dona de casa

(profissão/locução substantiva), a dona da casa

(proprietária/subst.)

O artigo só vem antes da palavra “terra” se ela não

estiver em oposição a bordo, se vier especificada ou se

referir ao planeta:

– Da terra vieste, à (a + a) terra voltarás. (A palavra terra

não está em oposição a bordo.)

– Depois que os navegantes retornaram a terra, cada

um foi para a terra natal matar a saudade de todos os

parentes. (O primeiro a é só uma preposição exigida

pelo verbo retornar; o segundo a é um artigo, pois a

palavra terra vem especificada pelo adjetivo natal.)

– Os astronautas chegaram à (a+a) Terra hoje de

manhã.

Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para

indicar afetividade, familiaridade, intimidade:

– Mandei uma carta a Fernando Henrique, na época em

que ele era presidente.

– Os Portinaris tornam minha casa ainda mais chique.

– O João é uma ótima pessoa.

O artigo é usado antes de alguns topônimos (nomes

de lugares: países, regiões, continentes, montanhas,

vulcões, desertos, constelações, rios, lagos, oceanos,

mares e grupos de ilhas), mas não é usado antes de

outros. Como existem milhões de topônimos, não é

possível colocá-los todos aqui. Por isso, vai aqui uma

dica para identificar quando se usa ou não o artigo

antes de algum topônimo: crie uma frase como esta:

Gosto muito de ______. Faça um teste. Coloque os

topônimos na lacuna. I) Se puder ser usado artigo antes

do topônimo, maravilha! II) Não se esqueça de um

detalhe: se o topônimo vier especificado, o artigo antes

dele é obrigatório. III) Vale dizer que o artigo é

facultativo antes destes topônimos: África, Ásia,

Europa, Espanha, França, Holanda, Inglaterra,

Escócia, Recife, Alagoas.

I: Gosto muito do Cairo, do Rio de Janeiro, da Bahia,

do Porto, do Brasil, de Portugal, de Paris, de São Paulo,

de Copacabana, enfim... sou muito viajado.

II: Minha esposa só retornou ao Portugal dos avós dela

depois de 20 anos.

III: (O) Recife é um lugar extremamente aconchegante

e caloroso.

Obs.: Não se usa artigo antes de nomes de planetas e

estrelas: Urano, Plutão, Sírius, Canópus, Mercúrio etc.

Exceções: a Terra e o Sol.

EMPREGO DOS ARTIGOS INDEFINIDOS

Só para relembrar, os artigos indefinidos são um, uns,

uma, umas. Servem para indicar desconhecimento

ou generalização, basicamente:

– Uma paciente sua passou aqui hoje de manhã,

doutora.

Revelam quantidade aproximada, ênfase, depreciação:

– Engordei uns dez quilos.

– Estou com uma fome!

– Ele é o homem, eu sou só uma mulher.

NUMERAL

O numeral indica, essencialmente, quantidade

absoluta (cardinal), quantidade fracionária

(fracionário), quantidade multiplicativa

(multiplicativo) e ordem, sequência, posição

(ordinal), de coisas ou pessoas. É uma classe

normalmente variável em gênero e número.

Para entendermos bem todas as definições de numeral,

vamos analisar por último esta frase:

Uma cerveja é pouco, duas é bom, três é... bom

demais!

Note que os vocábulos Uma, duas e três

- indicam quantidade absoluta, logo são cardinais;

- variaram (os dois primeiros) de forma: “Uma cerveja...

duas é bom...”; o primeiro numeral é adjetivo, pois

acompanha um substantivo e os demais são numerais

substantivos, pois substituem um substantivo (cerveja);

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- funcionam como adjunto adnominal (o primeiro) e

como sujeitos (o segundo e o terceiro).

CLASSIFICAÇÃO

Nossos numerais são de origem árabe, por isso são

algarismos arábicos. Há também os algarismos

romanos. Veja alguns correspondentes:

Arábicos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15,

16, 17, 18, 19, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 200,

300, 400, 500, 600, 700, 800, 900, 1000.

Romanos: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII,

XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXX, XL, L, LX, LXX,

LXXX, XC, C, CC, CCC, CD, D, DC, DCC, DCCC, CM,

M.

Cardinal: É o numeral que indica a quantidade de

seres.

Ordinal: É o numeral que indica a ordem de sucessão,

a posição ocupada por um ser numa determinada série.

Multiplicativo: É o numeral que indica a multiplicação

de seres.

Fracionário: É o numeral que indica divisão, fração.

Existem também os numerais coletivos, os quais

indicam o número exato de seres ou objetos de um

conjunto, flexionando em número, quando necessário:

dúzia, cento, milhar, par, milheiro, dezena, centena,

novena, grosa, lustro, década... Normalmente vêm

especificados por uma locução adjetiva iniciada pela

preposição de: “Comeram uma dúzia de bananas”.

Importante: O numeral fracionário meio (= metade)

concorda em gênero com o substantivo a que se refere

e pode ser numeral adjetivo ou numeral substantivo:

“Comprou meio quilo de feijão.”; “Cortou meia laranja-

pera para comer.”; “Finalizou a luta em um minuto e

meio (minuto).”; “Terminou a disputa depois de duas

horas e meia (hora).”; “Enfim, já é meio-dia e meia

(hora).”.

Também pode ser um substantivo quando

acompanhado de determinante(s): “Estamos no meio

do verão.”.

Pode ser um advérbio de intensidade quando modifica

um adjetivo ou outro advérbio: “Ela está meio

chateada, porque já está meio tarde.”. “Meia chateada”

não existe porque advérbio não varia.

O verbo pode concordar com milhão (no singular) ou

com seu especificador (no plural): “Um milhão de reais

foi (foram) gasto (gastos) na construção da casa.”.

Os vocábulos “último, penúltimo, antepenúltimo,

derradeiro, posterior, anterior” etc. não são

considerados numerais, e sim meros adjetivos.

CONCORDÂNCIA NOMINAL E

CONCORDÂNCIA VERBAL

A concordância diz respeito à conformidade de

palavras que mantêm relações entre si.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

A concordância nominal trata da adequada variação

em gênero e número dos determinantes (artigos,

adjetivos, numerais e pronomes) com o substantivo,

pois tais classes dependem dele e relacionam-se com

ele!

Concordância Nominal com Adjetivos

De acordo com a regra geral, os determinantes artigo,

pronome, numeral, adjetivo (e o particípio) concordam

em gênero e número com o substantivo (ou outra

palavra de valor substantivo). A concordância atrativa

é frequente, por isso olho vivo!

As minhas três belas casas vão ser vendidas porque

fui à falência.

a) Quando um só adjetivo se refere a um substantivo,

concorda com ele normalmente.

– O aluno sempre foi muito atento, mas a aluna nunca

foi tão atenta quanto ele.

b) Quando o adjetivo é composto, só o último termo

varia com o substantivo. Esta é a regra geral. Para mais

detalhes, consulte o capítulo de Adjetivo.

– As intervenções médico-cirúrgicas foram um

sucesso!

c) Quando o adjetivo se referir a mais de um

substantivo, concordará com todos os substantivos ou

com o mais próximo.

– Os alunos e as alunas atentos entenderam tudo.

– Os alunos e as alunas atentas entenderam tudo.

d) Se o adjetivo vier antes dos substantivos, a

concordância será feita obrigatoriamente com o mais

próximo.

– Comprei as velhas gramáticas e manuais de que

precisava para uma pesquisa.

e) É obrigatória a concordância com o substantivo mais

próximo quando o sentido exige ou quando os

substantivos são sinônimos, antônimos ou em

gradação.

– Eu comprei frango e carne bovina. (o sentido exige)

– Você tem ideias e pensamentos fixos. (sinônimos)

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– Neste lugar, é sempre calor e frio absurdo.

(antônimos)

– O sorriso, o riso, a gargalhada solta era sua maior

característica. (gradação)

Não variam quando advérbios: caro, barato,

bastante, meio, junto. Entretanto, quando adjetivos,

variam normalmente.

– A gasolina não custa caro, nem barato. (advérbios)

– As carnes estão cada vez mais caras, mas as

bebidas continuam baratas. (adjetivos)

– Está meio nervosa, porque trabalhamos bastante.

(advérbios)

– Depois de comer meia fruta daquela barraca,

comprou frutas bastantes para uma ceia farta.

(adjetivos)

– Elas procuram resolver junto seus problemas.

(advérbio)

– Elas procuram resolver juntas seus problemas.

(adjetivo)

Todo (advérbio) pode sofrer concordância atrativa,

mas a concordância gramatical é própria da norma

culta.

– Encontrei os portões todo(s) abertos.

– Ela ficou todo(a) religiosa depois do culto.

Não variam nunca os substantivos que se tornam

adjetivos pelo contexto: padrão, fantasma,

relâmpago, pirata, monstro, surpresa etc. Certos

vocábulos e expressões tomadas como adjetivos

também não variam: menos, alerta*, salvo, exceto,

pseudo, a olhos vistos (e qualquer outra locução

adverbial)...

– Fizeram duas festas monstro anteontem na zona sul

da cidade.

– Existem muitas firmas fantasma por aqui.

– Nossos times conquistaram vitórias relâmpago no

fim do campeonato.

– Sempre realizamos festas surpresa na empresa.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Anteponha aos períodos C ou E, consoante a

concordância nominal esteja Certa ou Errada.

( ) Os documentos anexo devem ser guardados no

armário à direita, pois são sigilosos.

( ) Apresento a você meu certificado de reservista, pois

estou quites com o serviço militar.

( ) Exceto os dois policiais, todos foram presos como

suspeitos.

( ) Encontrou, no lago, meio submersa a sapatilha de

couro.

A sequência obtida foi a seguinte:

a) C – C – C – C.

b) C – E – E – C.

c) E – C – C – E.

d) E – E – C – C.

e) C – C – E – C.

2) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: LAFEPE

Prova: Técnico Comercial

Em “Francisco, o Papa que fez os brasileiros...”, o verbo

concorda com o antecedente do pronome relativo

“que”, o Papa.

Em qual das alternativas abaixo, o verbo NÃO concorda

com o seu sujeito, caracterizando uma desobediência à

Sintaxe de Concordância?

a) A multidão de peregrinos aplaudiu o Papa

Francisco.

b) Papa Francisco, o seu sorriso e a sua simplicidade

nos cativaram.

c) O Brasil vivenciou momentos de reflexão com as

palavras do Papa Francisco.

d) Existem nas pessoas uma admiração e um respeito

pelo Papa Francisco.

e) Choveu elogios e preces para o Papa Francisco.

3) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE

Prova: Técnico em Administração de Empresas

Observe o trecho abaixo:

“Os temas abordados são direitos indígenas, inclusão

digital, turismo ecologicamente corretos, cidadania,

reciclagem, entre outros, escolhidas pela comunidade.”

Ao produzir o texto acima, o autor cometeu erro(s) de

CONCORDÂNCIA NOMINAL que se transmite(m)

através do (s) termo(s)

a) abordados.

b) corretos e digital.

c) escolhidas.

d) abordados e outros.

e) corretos e escolhidas.

4) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: FUNASE

Prova: Psicólogo

Em relação à CONCORDÂNCIA NOMINAL, em uma

das alternativas abaixo, a justificativa está

INCORRETA. Assinale-a.

a) “Elas derivam da observação dos fatos,

especialmente daqueles que são indiscutíveis...” – se o

termo “fatos “ fosse substituído por “ocorrências”,

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estaria correto o trecho: elas derivam da observação

das ocorrências, especialmente daquelas que são

indiscutíveis.

b) “E eles seduzem nossos filhos porque eles têm

crescido fracos e sem esperanças.” – se o termo “filhos”

fosse permutado por “ gerações”, estaria correto o

trecho: e eles seduzem nossas gerações porque elas

têm crescido fracas e sem esperanças.

c) “A verdade é que eles entram nas nossas casas

porque encontram portas abertas.” – se ao termo

“portas” fosse acrescido o termo “portões”, estaria

correto o trecho: a verdade é que eles entram nas

nossas casas porque encontram portas e portões

abertos.

d) “...que não deixam margem para interpretações

variadas.” – se ao termo “interpretações” fosse

acrescido o termo “diagnósticos”, estaria correto o

trecho: que não deixam margem para interpretações e

diagnósticos variadas.

e) “Isso é válido para o uso de drogas nos primeiros

anos...” – se o termo “isto” fosse substituído por “todas

as argumentações e todos os fatos”, estaria correto o

trecho: todas as argumentações e todos os fatos são

válidos para o uso de drogas nos primeiros anos.

5) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da Polícia Militar

A concordância nominal está em conformidade com a

norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Há alguns anos, havia muitos motorista desatento à

necessidade do uso do cinto de segurança.

b) Hoje, os brinquedos de crianças parecem mais

arredondados, mas não há como evitar os arranhões

característico da infância.

c) Mesmo tudo parecendo meio permitido, o respeito ao

próximo e o amor à família eram indispensável às

relações humanas.

d) Bloqueada pela força do tecido, segundo conta o

narrador, a pequena bala não chegou nem a esfolar o

irmão.

e) Na década de 1980, época da infância do narrador,

as espingardas de pressão eram popular entre os

garotos.

6) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:

Soldado da Polícia Militar

Apenas uma das frases está correta no que diz respeito

à concordância nominal. Assinale-a.

a) Dado o sinal, todos se retiraram.

b) Todas as raças eram meias agressivas.

c) É proibido a entrada neste local.

d) Elas mesmo treinam os cães.

e) Meus olhos estavam embaçado.

7) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: PM-MS

Prova: Soldado da Policia Militar

Numere a segunda coluna pela primeira, considerando

a concordância nominal (adjetivo posposto), de acordo

com a norma culta.

(1)novos

(2)novas

( ) saia e blusa..............................

( ) sapato e blusa..........................

( ) calça e camisa..........................

( ) chapéu e casaco......................

( ) boné e camisa..........................

A sequência numérica correta, de cima para baixo, é:

a) 2-1-2-1-1.

b) 1-1-2-1-2.

c) 2-2-1 -1 -1.

d) 1-1-1-2-2.

e) 1-2-1-2-1.

8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Marque a alternativa em que a concordância nominal

está incorreta:

a) Estavam vazios a sala e o quarto.

b) É necessário paciência para te suportar.

c) O recibo seguira anexo à carta.

d) Elas estavam meia preocupadas.

e) Só usa sapato e roupa nova.

9) Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa correta quanto à concordância

verbal e nominal.

a) Fazem meses que ele espera uma promoção

b) Haverá muitos soldados disponíveis para esta

operação.

c) Seja os militares graduados ou não, as regras de

conduta são iguais para todos.

d) Está inclusa na nota fiscal as despesas com

uniformes

e) Todos se encontrarão no pátio ao meio-dia e meio.

10) Ano: 2010 Banca: IESES Órgão: PM-SC Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa em cuja frase há ERRO de

concordância nominal.

a) Elas mesmas providenciaram seus documentos.

b) Sairemos sem falta ao meio-dia e meia.

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c) Vão anexos, como solicitado, as procurações já

assinadas.

d) Isa faltou às provas porque está meio doente.

GABARITO:

1 – D 3 – E 5 – D 7 – A 9 – B

2 – E 4 – D 6 – A 8 – D 10 – C

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar

com o seu sujeito.

Exemplos:

Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles

gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral:

O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número

e pessoa.

Ex.: Nós vamos ao cinema.

O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural

para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção:

Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no

singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs

gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria,

etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria

dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica

sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas

pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo

concorda com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que

derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo

pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com

o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem

derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de

nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc. - o

verbo poderá concordar com o pronome interrogativo

ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me

punireis?

Dicas:

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no

singular, o verbo concorda com eles em pessoa e

número.

Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no

plural - se o sujeito não vier precedido de artigo, o

verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de

artigo, o verbo concordará com o artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os

Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um,

menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda

com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais

de cinco alunos não compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria,

a maior parte, grande parte, etc. - o verbo poderá ser

usado no singular (concordância lógica) ou no plural

(concordância atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos

candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido

coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou

plural, se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua,

permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a

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violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto

Regra geral

O verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas

gramaticais diferentes - o verbo ficará no plural

seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos

(1ª pessoa plural) amigos.

O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade

sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª

pessoa do plural) amigos.

O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem

prioridade sob a 3ª.

Atenção:

No caso acima, também é comum a concordância do

verbo com a terceira pessoa.

Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a

concordância por atração com o núcleo mais próximo

do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados

assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo

concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção:

Se o sujeito estiver posposto, permite-se a

concordância por atração com o núcleo mais próximo

do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e

estão no singular - o verbo poderá ficar no plural

(concordância lógica) ou no singular (concordância

atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se

concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a

se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo

pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou

apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma

palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada,

tudo, ninguém... - o verbo concordará com o aposto

resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o

comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões:

um e outro, nem um nem outro... - o verbo poderá ficar

no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por

ou - o verbo irá para o singular quando a ideia for de

exclusão, e para o plural quando for de inclusão.

Exemplos:

Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)

A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao

homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries

correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só...

mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o

verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável

se os núcleos estiverem no singular.

Exemplos:

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições

municipais em São Paulo.

Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições

municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula “SE”:

a - Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto)

concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo

(transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no

singular.

Exemplos:

Precisa-se de secretárias.

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Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito. Portanto,

ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.

Exemplos:

Havia sérios problemas na cidade.

Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.

Deve haver sérios problemas na cidade.

Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

Dicas:

Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os

verbos principais.

O verbo existir não é impessoal. Veja:

Existem sérios problemas na cidade.

Devem existir sérios problemas na cidade.

3) Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, possuem

sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele

devem concordar.

Exemplos:

O relógio deu duas horas.

Deram duas horas no relógio da estação.

Deu uma hora no relógio da estação.

O sino da igreja bateu cinco badaladas.

Bateram cinco badaladas no sino da igreja.

Soaram dez badaladas no relógio da escola.

4) Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo

da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:

- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for

representado por pronome pessoal oblíquo átono.

Ex.: Esperei-as chegar.

- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for

representado por pronome átono e se o verbo da

oração determinada pelo infinitivo for causativo

(mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e

sinônimos).

Exemplos:

Mandei sair os alunos.

Mandei saírem os alunos.

- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito

for diferente de pronome átono e determinante de

verbo não causativo nem sensitivo.

Ex.: Esperei saírem todos.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto

- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição

com valor de gerúndio.

Ex.: Passamos horas a comentar o filme.

(comentando)

- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito

for idêntico ao da oração principal.

Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes

de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.

- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito

diferente do sujeito da oração principal e está indicado

por algum termo do contexto.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o

direito de contestarmos.

- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito

diferente do sujeito da oração principal e não está

indicado por nenhum termo no contexto.

Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução

verbal

- não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo

principal da locução verbal, quando em virtude da

ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo

auxiliar for nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

- é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo

principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar

estiver afastado ou oculto.

Exemplos:

Não devemos, depois de tantas provas de

honestidade, duvidar e reclamar dela.

Não devemos, depois de tantas provas de

honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:

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a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for

representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto,

isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão

com o predicativo.

Exemplos:

Tudo são flores.

Aquilo parecem ilusões.

Dicas:

Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando

se quer enfatizá-lo.

Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b - O verbo ser concordará com o predicativo quando

o sujeito for os pronomes interrogativos: que ou quem.

Exemplos:

Que são gametas?

Quem foram os escolhidos?

c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a

concordância será feita com a expressão numérica

Exemplos:

São nove horas.

É uma hora.

Dicas:

Em indicações de datas, são aceitas as duas

concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.

Exemplos:

Hoje são 24 de outubro.

Hoje é (dia) 24 de outubro.

d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for

pronome pessoal, a concordância se dará com o

pronome.

Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Dicas:

Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem

pronomes, a concordância será com o que aparece

primeiro, considerando o sujeito da oração.

Ex.: Eu não sou tu

e - Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se

fará com o predicativo.

Ex.: O menino era as esperanças da família.

f - Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é

menos de, junto a especificações de preço, peso,

quantidade, distância e etc., o verbo fica sempre no

singular.

Exemplos:

Cento e cinquenta é pouco.

Cem metros é muito.

g - Nas expressões do tipo: ser preciso, ser

necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo pode ficar

invariável (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo

no masculino singular) ou concordar com o sujeito

posposto.

Exemplos:

É necessário aqueles materiais.

São necessários aqueles materiais.

h - Na expressão: é que, usada como expletivo, se o

sujeito da oração não aparecer entre o verbo “ser” e o

“que”, ficará invariável. Se aparecer, o verbo

concordará com o sujeito.

Exemplos:

Eles é que sempre chegam atrasados.

São eles que sempre chegam atrasados.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-

PE Prova: Agente Penitenciário

A compreensão dos enunciados abaixo nos faz ver que

a norma da concordância verbal foi respeitada em

a) Via-se, lá do alto, as pessoas que se dirigiam ao

estádio.

b) Nesta empresa, precisam-se de vários letricistas.

c) Percebe-se alguns erros neste trabalho.

d) Destruiu-se infelizmente todas as provas do crime.

e) Dão-se aulas de piano.

2) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-

PE Prova: Agente Penitenciário

Todas as frases apresentam inadequações de língua

portuguesa, EXCETO:

a) Que horas é?

b) Já é duas horas.

c) São meio-dia.

d) Fazem dez anos que moro em Recife.

e) É meio-dia e meia.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

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Assinale a alternativa em que a concordância está de

acordo com as exigências da norma-padrão da língua.

a) Parece que foi ontem, mas já fazem quase trinta

anos que os celulares chegaram ao Brasil.

b) Hoje já se tornou parte de nossa vida as gravações

de eventos por meio de smartphones.

c) Se as selfies fossem proibidas, haveria tantas

reclamações que elas logo estariam de volta.

d) Pode até existir pessoas que não se deixam

fascinar pela tecnologia, mas não os jovens.

e) Fotografar eventos e fatos triviais que nos

acontecem são cada vez mais comuns.

4) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Administrador

Assinale a alternativa que apresenta um enunciado

elaborado corretamente, de acordo com as regras

vigentes de concordância.

a) Ainda que exista muitas normas na língua, nem

todas elas são normas prestigiadas.

b)

Na gênese de uma gramática normativa, tem que ser

considerado muitos fatores diferentes.

c) Gramáticas normativas haviam sido escritas muito

antes de o Brasil existir como nação

d) Não resta dúvidas de que novos compêndios

gramaticais serão lançados em nosso país.

e) O ensino de regras normativas de gramática vêm

sendo privilegiado em nossa sociedade.

5) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:

Soldado da Polícia Militar

Quanto à Concordância Verbal, marque a alternativa

CORRETA.

a) Ninguém ouviu a gritaria da menina, a não serem os

vizinhos.

b) Quanto menas palavras você disser, menor a chance

de errar.

c) Havia dois anos que eu me preparava para este

concurso.

d) Haja visto os livros escolhidos hoje, adiaremos os

testes

6) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:

Soldado da Polícia Militar

De acordo com a norma culta, assinale a opção correta

com relação à concordância verbal.

a) Esperavam-se muitos tiros àquela noite.

b) Eram meia-noite e meia.

c) Fui eu que disparou a arma.

d) Surgiu dois carros policiais no fim da rua.

e) Haviam muitas pessoas sofrendo.

7) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: PM-MS

Prova: Soldado da Policia Militar

Assinale a alternativa correta, no que se refere à

concordância verbal, de acordo com a norma culta.

a) Deve existir problemas nos seus documentos.

b) Deve haver bons motivos para a sua recusa.

c) Haviam muitos candidatos esperando a hora da

prova.

d) Choveu pedaços de granizo na fazenda.

e) Fazem mais de cem anos que a Lei Áurea foi

assinada.

8) Ano: 2013 Banca: UERR Órgão: PM-RR Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em relação à concordância verbal, julgue os itens e

marque a alternativa VERDADEIRA:

I - No terceiro parágrafo, “é necessário” está no

singular, tendo em vista que o sujeito é introduzido por

um verbo no infinitivo.

II - No quarto parágrafo, os verbos “ouviu” e “falou”

estão no singular, pois possuem o mesmo sujeito que

“conversou”.

III - Há casos, como do verbo “haver”, último período do

texto, em que o verbo não varia por ausência de sujeito

na frase.

a) I é verdadeira.

b) Apenas II e III são verdadeiras.

c) Apenas I e III são verdadeiras.

d) Apenas I e II são verdadeiras.

e) Nenhuma das opções anteriores é verdadeira.

9) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Marque a alternativa em que a concordância verbal

está incorreta:

a) Precisam-se de motoristas experientes.

b) Divulgaram-se os planos secretos.

c) Perto de vinte alunos faltaram à prova.

d) Vossa Excelência enganou seus eleitores.

e) Foram os professores que pediram as explicações.

10) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Com relação à concordância verbal, assinale a opção

correta:

a) Em: “Os capitães trovoavam ordens a torto e a

direita” (José Lins do Rego), o verbo destacado deveria

estar no singular já que é impessoal e designa um

fenômeno da natureza (trovoar).

b) Em: “Mas havia jardins, havia manhãs naquele

tempo!” (Carlos Drummond de Andrade), os verbos em

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destaque deveriam estar no plural (haviam)

concordando com jardins e manhãs.

c) Em: “Faz escuro, mas eu canto” (Ferreira Gullar), o

verbo destacado é impessoal, por isso fica no singular.

d) Em: “Eram doze de maio e a noiva sorria branco”

(Clarice Lispector), o verbo destacado deveria estar no

singular por ser impessoal.

e) Em: “O desejo dela, são uns panos chamativos lá da

lojinha” (J. J. Veiga), o verbo destacado deveria estar

no singular, concordando com o sujeito simples (O

desejo).

GABARITO:

1 – E 3 – C 5 – C 7 – B 9 – A

2 – E 4 – C 6 – A 8 – A 10 – C

REGÊNCIA NOMINAL E REGÊNCIA VERBAL

Regência é a maneira como o nome ou o verbo se

relacionam com seus complementos, com preposição

ou sem ela. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou

advérbio) exige um complemento preposicionado,

dizemos que este nome é um termo regente e que seu

complemento é um termo regido. Por um motivo

muito simples: há uma relação de dependência entre o

nome e o seu complemento.

REGÊNCIA NOMINAL

Como já dito, alguns nomes (substantivos, adjetivos e

advérbios) exigem complementos preposicionados.

1) Advérbios terminados em -mente

Os advérbios derivados de adjetivos seguem,

normalmente, a regência dos adjetivos:

análoga/analogamente a; contrária/contrariamente a;

compatível/compativelmente com;

diferente/diferentemente de; favorável/favoravelmente

a; paralela/paralelamente a; próxima/proximamente

a/de; relativa/relativamente a (...)

2) Preposições e prefixos verbais

Alguns nomes regem preposições semelhantes a seus

“prefixos”: dependente, dependência de, inclusão,

inserção em, inerente em/a, descrente de/em,

desiludido de/com, desesperançado de, desapego

de/a, convívio com, convivência com, demissão,

demitido de, encerrado em, enfiado em, imersão,

imergido, imerso em, instalação, instalado em,

interessado, interesse em, intercalação, intercalado

entre, supremacia sobre etc.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

Regência Nominal

1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Analista Ambiental -

Engenharia Química

TEXTO 01

"Precisamos dar um sentido humano às nossas

construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso

nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas

para olhar os lírios do campo e as aves do céu."

(Érico Veríssimo)

Observe o trecho abaixo: :

"E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver

deixando cegos..."

Sobre ele, está CORRETO o que se declara na

alternativa

a) "Ao dinheiro" indica exemplo de regência nominal.

b) Se o termo "dinheiro" fosse substituído por

"riqueza", seria facultativa a crase.

c) A vírgula após o termo "dinheiro" é facultativa.

d) O verbo "deixar" exige complemento regido de

preposição.

e) O termo "cegos" indica que o texto se refere a

pessoas do sexo feminino.

2) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Analista Ambiental -

Engenharia Química

TEXTO 01

"Precisamos dar um sentido humano às nossas

construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso

nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas

para olhar os lírios do campo e as aves do céu."

(Érico Veríssimo)

Analisando-se o verbo "dar", nesse contexto, é

CORRETO afirmar que

a) exige um complemento apenas, e este não vem

regido de preposição.

b) não pede complemento.

c) pede um complemento apenas, e este vem regido

de preposição.

d) exige dois complementos: um regido de preposição

e o outro sem preposição.

e) é impessoal e não pede complemento.

3) Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da Polícia Militar - Estágio

Na frase — Sou fà da informática. — a expressão em

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destaque pode ser corretamente substituída, no que se

refere à regência nominal, por:

a) favorável com a

b) favorável pela

c) favorável da

d) favorável à

e) favorável na

4) Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova:

Soldado da Polícia Militar Combatente

Considerando o contexto em que o verbo “assistir” foi

empregado, percebe-se que, considerando a Norma

Padrão, seu uso evidencia um desvio de:

a) concordância

b) regência

c) ortografia

d) colocação pronominal

5) Ano: 2010 Banca: UNEMAT Órgão: PM-MT Prova:

Soldado da Polícia Militar

Quanto à regência nominal, em "tem direito à instrução"

e "será acessível a todos", analise as afirmativas.

I. Nos dois casos, a preposição “a” estabelece relação

entre o nome e seu complemento.

II. Em "tem direito à instrução", o complemento nominal

completa o sentido do substantivo "direito".

III. Em "acessível a todos", o adjetivo "acessível" pede

complemento nominal.

IV. Em "acessível a todos", o substantivo "acessível"

pede complemento nominal.

V. A preposição “a” se faz presente apenas no primeiro

caso.

Com base nelas, assinale a alternativa correta.

a) Apenas I está correta.

b) Apenas II e III estão corretas.

c) Apenas I, II e III estão corretas.

d) Apenas IV e V estão corretas.

e) Todas estão corretas.

6) Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCPÓrgão: UFS

Prova: Fisioterapeuta

Em “E não há dúvida que o progresso....”, NÃO há

atendimento à norma padrão quanto à

a) regência nominal

b) concordância verbal.

c) concordância nominal

d) sintaxe de colocação pronominal.

e) regência verbal.

7) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: IF-AM Prova:

Técnico de Tecnologia da Informação

Em relação à regência nominal, em qual das frases a

seguir a preposição empregada não está adequada?

a) A partir daí, estava apto para ajudar alguém.

b) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor.

c) Não seja inconstante em suas decisões.

d) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos.

e) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua

intuição.

8) Ano: 2011 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:

Capelão Católico

A regência nominal foi realizada adequadamente em:

a) Tenho horror de barata!

b) A nossa nova revista é acessível para todos.

c) Todos sabem que o cigarro é nocivo para a saúde.

d) Ouvimos barulho na sala contígua com o nosso

quarto.

e) Depois de anos de amizade, não posso ser desleal a

ela.

9) Ano: 2017 Banca: INSTITUTO AOCPÓrgão:

EBSERH Prova: Engenheiro Civil

Assinale a alternativa em que a crase se justifica pela

regência nominal.

a) “Pode ir do embasbacamento à inconsciência.”.

b) “Da empatia seletiva à misantropia.”.

c) “[...] na cultura do estupor às vítimas resta apenas

trocar a fonte.”.

d) “[...] ou pelo menos promover, a integridade de todos

e o respeito ao sujeito e às individualidades.”.

e) “Da surpresa à alienação.”.

10) Ano: 2010 Banca: UNEMAT Órgão: PM-MT Prova:

Soldado da Polícia Militar

No que se refere às regras de regência nominal,

assinale a alternativa que substitui corretamente a

expressão destacada em – Buscando compreender o

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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que considerou ser uma tendência para o século 21,

Michael Ellsberg realizou seu estudo [...].

a) Determinado a

b) Empenhado sob

c) Resolvido de

d) Propenso em

e) Disposto com

GABARITO:

1 – A 3 – D 5 – C 7 – A 9 – D

2 – 4 – B 6 – A 8 – E 10 – A

REGÊNCIA VERBAL

VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA SEM

MUDANÇA DE SENTIDO

Tais verbos costumam ser indistintamente transitivos

diretos ou indiretos:

– O rei abdicou o trono. / O rei abdicou do trono.

– A secretária atendeu o telefone. / A secretária

atendeu ao telefone.

– A noite antecede o amanhecer. / A noite antecede

ao amanhecer.

– Acredito que Deus existe. / Acredito na existência

de Deus.

– Na prova, atente o que estiver diante de seus

olhos. / Na prova, atente a/em/para o que estiver

diante de seus olhos.

– Anseio/Almejo uma vida estável. / Anseio/Almejo

por uma vida estável.

– Durante uma semana, eu cogitei aquela vingança. /

Durante uma semana, eu cogitei naquela vingança.

– Como o patrão consente tantos erros? / Como o

patrão consente em tantos erros?

– Declinou o cargo. / Declinou do cargo.

– Desfrutemos o bom da vida! / Desfrutemos do

bom da vida!

– Desdenho tua sabedoria. / Desdenho de tua

sabedoria.

– “Na penumbra da noite deparei um vulto estranho.”

(Cegalla) / Na penumbra da noite deparei com um

vulto estranho.

– Ele goza sua melhor forma. / Ele goza de sua

melhor forma.

– Não necessitam/precisam defesa de ninguém.

(forma rara atualmente) / Não necessitam/precisam

da defesa de ninguém.

– O nascimento do filho obstou a viagem. / O

nascimento do filho obstou à viagem.

VERBOS QUE NORMALMENTE MUDAM DE

SENTIDO DEVIDO À REGÊNCIA

Agradar

Acariciar, fazer carinho (VTD)

– A mãe agradou seu filho no colo.

Satisfazer, alegrar, contentar (VTI – a)

– Este espetáculo sempre agrada ao público.

Agradecer

VTD (complemento “coisa”)

– Alguns sem-teto agradeceram nosso auxílio.

VTI (complemento “pessoa”; acompanhado ou não de

adjunto adverbial de causa)

– Devemos agradecer a Deus (quem crê, é claro) pelas

bênçãos diárias.

VTDI (OD (“coisa”) / OI (“pessoa”) – a)

– Agradeceste-lhe (a ele) o elogio?

Ajudar

Facilitar (VI)

– Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda. (dito popular)

Auxiliar (VTD)

– Deus ajuda quem cedo madruga. (dito popular)

Auxiliar (VTI – em)

– Ele sempre ajuda na reforma da Igreja.

Auxiliar (VTDI (OD: “pessoa” / OI: “coisa” – em)

– Os irmãos não se ajudam em nada.

Apelar

Interpor recurso judicial à instância superior, recorrer

(VTI – de)

– O advogado apelou da decisão.

Pedir socorro/ajuda (VTI – a, para)

– Aquela mulher feia teve de apelar para o santo

casamenteiro.

Aspirar

Respirar, inspirar, sugar (VTD)

– Em regiões muito altas, é difícil aspirar o ar.

Almejar, pretender alcançar (VTI – a)

– Nunca mais aspirarei a amores impossíveis.

Assistir

Morar, residir, habitar (VI – em)

– Assisto em Copacabana há 15 anos.

– O professor assistia frequentemente a aluna com

dificuldade.

– O professor assistia-lhe (a ela) frequentemente.

Ver (e ouvir), presenciar, observar (VTI – a)

– Quando namorávamos, assistíamos a vários shows.

– Não lhe (a você) assiste dizer se isto é certo ou

errado.

Chamar

Convocar, convidar (VTD)

– O técnico brasileiro chamou o novo talento para a

seleção.

Invocar para auxílio ou proteção, normalmente

apelando (VTD ou VTI (por))

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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– Chamaram (por) Jeová quando em extrema

dificuldade.

Classificar, qualificar, nomear (VTD ou VTI – a)

– Chamei o professor (de) inteligente. / Chamei-o (de)

inteligente.

– Chamei ao professor (de) inteligente / Chamei-lhe

(de) inteligente.

Chegar

Tradicionalmente VI (vem acompanhado de adjunto

adverbial de lugar, iniciado sempre pela preposição a,

nunca por em)

– Nosso time nunca chegou a uma posição decente na

tabela.

Conferir

Examinar (VTD)

– Conferimos a redação do candidato, a qual estava

excelente.

Atribuir, imprimir certa característica (VTDI – a)

– O júri conferiu prêmios aos melhores concorrentes.

– Os pormenores conferiam verossimilhança à história.

Estar de acordo (VI ou VTI – com)

– O laudo confere.

– A descrição do suspeito não confere com o

depoimento da testemunha.

Constar

Ser composto de, consistir em, conter; estar incluído

(VTI – de)

– A epopeia consta de dez cantos.

Estar incluso (VTI – de/em)

– Este consta da/na antologia do poeta Drummond.

Ser sabido (VTI (a) – o sujeito da frase é normalmente

uma oração)

– Não me (a mim) constava que ela passou na prova.

Custar

Indicando preço, valor (VI; acompanhado de adjunto

adverbial de preço)

– Nosso carro custou duzentos mil reais.

Demorar (VI)

– Custaram, mas chegaram, enfim.

Causar, provocar, acarretar, resultar (VTDI – a)

– A arrogância pode custar-lhe (a ele) o emprego.

Ser custoso, difícil (VTI – a)

– Nós custamos a aprender Português (construção

coloquial)

– Custou-nos(a) aprender Português (construção culta)

Dar

Tornar-se (VL)

– O ex-atleta deu um bom empresário.

Bastar (VI)

– Esse dinheiro não dá.

Registrar, emitir, informar... (VTD)

– A mídia deu a notícia ontem.

Bater, topar... (VTI – com)

– O homem deu com o joelho na escada rolante.

Entregar, ceder... (VTDI – a/para/em)

– A mãe deu à luz um filho lindo.

– Só dou conselhos bons para ele porque desejo que

ele seja um bom filho.

– A mão lhe (nele) deu muitas bofetadas ao longo da

vida.

Desculpar

VTD

– Eu o desculpo e desculpo o erro de seus irmãos, mas

esta é a última vez.

VTDI (de/a)

– Peço que a desculpe dessas falhas.

– Peço que lhe (a ela) desculpe essas falhas.

Esquecer / Lembrar

VTD (quando não pronominais)

– O aluno esqueceu a informação da aula anterior.

– O aluno lembrou a informação da aula anterior.

Obs.: No sentido de “ser semelhante” também é VTD:

O filho lembra muito o pai.

VTI (quando pronominais (de); o se é uma parte

integrante do verbo)

– O aluno esqueceu-se/lembrou-se da informação

anterior.

VTI (a)

– Esqueceu-me/Lembrou-me a informação anterior.

VTDI (só o lembrar – de/a)

– O professor lembrou o aluno da informação.

– O professor lembrou a informação ao aluno.

Implicar

Zombar, troçar, provocar rixa, amolar, hostilizar (VTI –

com)

– O pai vive implicando com o filho.

Envolver (alguém ou a si mesmo), comprometer (VTDI

– em)

– O policial se implicou na conspiração. (este se é

reflexivo)

Acarretar, produzir como consequência (VTD)

– Segundo uma das leis de Newton, toda ação implica

uma reação de igual ou maior intensidade, na mesma

direção e em sentido contrário.

Informar

Tanto informar quanto avisar, aconselhar, anunciar,

advertir, alertar, certificar, cientificar, dizer,

comunicar, informar, impedir, incumbir, noticiar,

notificar, prevenir, proibir são VTDIs, normalmente,

admitindo duas possíveis construções:

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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Informar algo a alguém.ou

Informar alguém de algo.

– Advertimos aos tripulantes (OI) que não nos

responsabilizamos por furtos ou roubos (OD).

– Advertimos os tripulantes (OD) de que não nos

responsabilizamos por furtos ou roubos (OI).

Namorar

VTD

– Namoro Maria há cinco anos. (registro culto)

– Namoro com Maria há cinco anos. (registro coloquial)

Obedecer / Desobedecer

VTI (a)

– Como filhos, devemos obedecer a nossos pais.

– Meu pai, ao qual vivia desobedecendo, era um

homem superamoroso.

Pagar / Perdoar

VTD quando o complemento é coisa. VTI (a) quando o

complemento é pessoa (física ou jurídica). VTDI

quando um complemento é coisa (OD) e o outro é

pessoa (OI).

– Perdoei o erro. / Paguei a dívida.

– Perdoei a meu pai. / Paguei ao banco.

– Perdoei-lhe (a ele) a dívida. / Paguei-lhe (a ele) a

dívida.

Preferir

Veja a única regência adequada:

– Prefiro Língua Portuguesa a Matemática.

Pode ser só VTD

– Entre Português e Matemática, prefiro Português.

Responder

Falar, declarar (VTD)

– Ele sempre responde que vai passar na prova.

Dar resposta a uma pergunta (VTI – a)

– Fique tranquila, pois ele vai responder aos e-mails

enviados.

Dar uma resposta a alguém (VTDI – a)

– Respondeu-lhe (a ela) todas as indagações.

Visar

Mirar, fitar, apontar; pôr visto em (VTD)

– O soldado visou o peito do inimigo.

– O inspetor federal visou todos os diplomas.

Almejar, pretender, objetivar, ter como fim (VTI – a)

– Este trabalho visa ao bem-estar geral.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES

Regência Verbal

1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Técnico em Administração

Acerca das normas de concordância e de regência

verbal, incluídas as de emprego da crase, analise as

afirmativas a seguir.

I. O trecho: “quando um chapim vê um falcão e chama

outras aves para avisá-las sobre o caçador” também

estaria em conformidade com a norma-padrão se fosse

empregada a preposição “de”: „quando um chapim vê

um falcão e chama outras aves para avisá-las do

caçador‟.

II. O sinal indicativo de crase é opcional no trecho

destacado em: “passarinhos cujo canto tem regras

semelhantes à nossa tradicional ordem”, ao contrário

do trecho: “Os penosos em questão pertencem à

espécie Parus minor (...), em que a marcação da crase

é obrigatória.

III. No trecho: “eu sei, faz duas semanas já”, a forma

verbal destacada, com sentido de tempo decorrido,

poderia flexionar corretamente no plural se o advérbio

“já”, também de valor temporal, fosse descolocado para

junto da citada forma verbal: “eu sei, já fazem duas

semanas”.

IV. O trecho: “Uma das poucas que sobraram é a

linguagem com sintaxe.” também estaria em

conformidade com a norma-padrão se a forma verbal

destacada fosse flexionada no singular, em

concordância com “uma”.

Estão CORRETAS:

a) I, II e III, apenas.

b) I, II e IV, apenas.

c) II e III, apenas.

d) III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Enfermeiro

Considerando as normas de regência nominal e verbal,

assinale a alternativa em que a mudança ou supressão

da preposição (destacadas) NÃO configura

descumprimento da norma-padrão nem alteração dos

sentidos pretendidos no Texto 1.

a)"Infelizmente propaga-se por aí uma falácia‟. Esse

foi o início de um e-mail recebido por uma leitora

indignada com o post "Mitos sobre o Suicídio‟.

b) “isso é possível, sim, porque vivemos uma

sociedade contemporânea monista (...).”

c) “Todas as práticas humanas se mobilizam em

direção do maior valor da cultura (...).”

d) “Haveria equívocos em estudos e classificações,

assim como a hipermedicalização em vida (...).”

e) “Entre outras informações importantes da matéria,

tem o fato de Eisernberg mencionar em que o

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Ensino de qualidade focado em concursos.

71

componente genético da doença foi superestimado e

afirmar que (...).”

3) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Administrador

Observe: “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]

resultou numa série de concepções”.

Assinale a alternativa em que as normas de regência

verbal seriam atendidas, mantendo a coerência desse

trecho, se ele fosse alterado.

a) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]

deflagrou no aparecimento de uma série de

concepções”.

b) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]

redundou à geração de uma série de concepções”.

c) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]

implicou o surgimento de uma série de concepções”.

d) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]

oportunizou ao nascimento de uma série de

concepções”.

e) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]

desencadeou à formação de uma série de

concepções”.

4) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão:

FacepeProva: Analista em Gestão de Ciência e

Tecnologia - Ciências Contábeis

Observe: “Pode-se falar com serviços públicos,

empresas e marcas na mesma tela com que se

conversa com os amigos ou com o chefe.”. Identifique

a alternativa em que as alterações (destacadas) desse

trecho mantiveram a obediência às normas de regência

e os sentidos originais.

a) “Pode-se comentar acerca dos serviços públicos,

empresas e marcas na mesma tela como se conversa

com os amigos ou com o chefe.”

b) “Pode-se dirigir a serviços públicos, empresas e

marcas por meio da mesma tela na qual se conversa

com os amigos ou com o chefe.”

c) “Pode-se falar aos serviços públicos, empresas e

marcas na mesma tela a que se conversa com os

amigos ou o chefe.”.

d) “Pode-se falar de serviços públicos, empresas e

marcas na mesma tela na qual se conversa com os

amigos ou com o chefe.”

e) “Pode-se falar nos serviços públicos, empresas e

marcas na mesma tela acerca do que se conversa com

os amigos ou o chefe.”

5) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE

Prova: Técnico em Administração de Empresas

Observe as proposições abaixo no tocante às suas

justificativas sobre os verbos sublinhados.

I. “Quem visitar a Aldeia de Itapoá em Olivença, distrito

de Ilhéus..." – exige complemento não regido de

preposição.

II. “...hoje faz parte da realidade de grande parte das

tribos indígenas." – exige dois tipos de complemento:

um regido de preposição, e o outro, sem preposição.

III. “...outras facilidades do mundo moderno que

invadiram as aldeias indígenas." – não exige

complemento.

IV. “Hoje, a inclusão digital também é realidade." –

exige complemento não regido de preposição.

Somente está CORRETO o que se afirma em

a) I

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, II e III.

e) II.

6) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: FUNAPE

Prova: Analista Previdenciário

"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo,

sem tirá-las do meu coração."

(Charles Chaplin)

No tocante à regência do verbo sublinhado, analise os

itens abaixo:

I. Apresenta a mesma regência do verbo "falar" em:

Falara a verdade aos presentes.

II. Exige apenas um complemento, e este não vem

regido de preposição.

III. Um dos complementos, o objeto indireto, pode vir

regido da preposição "com".

IV. Em "Referiu-se a todos com simpatia e carinho", o

verbo tem a mesma regência de "dizer" no contexto

acima apresentado.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I.

b) II e III.

c) IV.

d) III e IV.

e) II.

7) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:

Soldado da Polícia Militar

Observe o cumprimento das normas de regência verbal

no seguinte trecho: “Imagine você que um repórter

iniciante chega à delegacia logo pela manhã e se

depara com a seguinte ocorrência:”. (4º parágrafo)

Assinale a alternativa em que as alterações promovidas

também cumprem as normas de regência e preservam

a coerência do enunciado.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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a) Imagine você que um repórter iniciante dirige-se a

delegacia logo pela manhã e se vê diante à seguinte

ocorrência:

b) Imagine você que um repórter iniciante vai à

delegacia logo pela manhã e encontra a seguinte

ocorrência:

c) Imagine você que um repórter iniciante adentra para

a delegacia logo pela manhã e dá de cara na seguinte

ocorrência:

d) Imagine você que um repórter iniciante, ao entrar a

delegacia logo pela manhã, tem que enfrentar à

seguinte ocorrência:

e) Imagine você que um repórter iniciante aparece na

delegacia logo pela manhã e é surpreendido sobre a

seguinte ocorrência:

8) Ano: 2016 Banca: PM-SC Órgão: PM-SC Prova:

Agente Temporário - Serviço Administrativo

Regência Verbal é a relação estabelecida entre os

verbos e os complementos. Na imagem acima, de

acordo com a norma padrão está incorreto o período:

a) João não acredita em tudo que lê no jornal.

b) João é esperto.

c) João é esperto. Seja como João.

d) João sabe que mídia monopolizada só visa o lucro.

9) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:

Soldado da Polícia Militar

Na frase "Prefiro o doce a salgado, da mesma forma

que prefiro mais o amanhecer ao entardecer”, é

CORRETO dizer, quanto à regência verbal, que o verbo

PREFERIR é:

a) Somente intransitivo.

b) Transitivo direto e indireto.

c) Transitivo direto e intransitivo.

d) Somente transitivo.

10) Ano: 2016 Banca: Aeronáutica Órgão: EEAR Prova:

Sargento da Aeronáutica - Guarda e Segurança

A regência verbal não está de acordo com a norma

padrão em qual alternativa?

a) Chegamos a São Paulo para uma consulta médica.

b) Os funcionários aspiravam a uma posição de

destaque.

c) As medidas visavam por um progresso da cidade do

interior.

d) O quadro era irreversível na sala de operações, o

médico já não o assistia.

GABARITO:

1 – B 3 – C 5 – A 7 – B 9 – B

2 – C 4 – B 6 – A 8 – D 10 – C

CRASE

A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira

vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um

artigo ou um pronome demonstrativo.

Existem quatro situações básicas. Veja abaixo:

a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)

É impossível resistir à lasanha da minha mãe.

Quem nunca resiste... nunca resiste a + a (lasanha) = à

(lasanha).

BIZU: 1) Para sabermos se haverá crase (a+a=à),

basta colocarmos o artigo antes do substantivo e criar

uma frase hipotética, colocando-o como sujeito da

frase: “A

lasanha da minha mãe é ótima.”. Percebe que a

ausência do artigo tornaria a frase estranha: “Lasanha

da minha mãe é ótima.”? O artigo serve para

determinar, especificar a palavra lasanha. Este método

é ótimo para perceber se há ou não artigo antes de um

substantivo.

2) Outro método que normalmente dá certo é trocar a

palavra feminina por uma masculina. Se no lugar do à

puder ser ao, a crase estará 99% das vezes certa: “É

impossível resistir ao nhoque da minha mãe.”.

Veja outro exemplo:

Minha mãe deu à luz um bebê lindo em 1982: eu.

O verbo dar, como se sabe, é bitransitivo (VTDI). Logo,

um bebê lindo é objeto direto, e à luz, o objeto indireto.

Dá-se algo a alguém (a “luz” está em sentido

conotativo, equivalendo a “vida”, “ao mundo”).

Eu cheguei à Brasil, mas, como de costume, ela

estava engarrafadíssima!

Às vezes, o substantivo vem implícito. Você deveria ter

visto assim: “Eu cheguei à (avenida) Brasil...”. Ou seja,

quem chega, chega a + a avenida.

a (preposição) + a(s) (pron. demonstrativo) = à(s)

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Há basicamente dois casos em que o vocábulo a pode

ser um pronome demonstrativo, equivalendo ao

pronome “aquela”: antes de pronome relativo que e

antes de preposição de: A (= aquela) que chegou era

minha filha. / Sua filha é linda, mas a (= aquela) dele é

muito mais.

Agora sim, o princípio da crase é o mesmo. Veja:

Nós nos referimos à que foi 01 do concurso para

Analista Judiciário.

Sempre procuro fazer alusão às lições do Bechara

e às do Celso Cunha.

No primeiro caso, quem se refere, se refere a + a = à.

No segundo caso, quem faz alusão, faz alusão a + as

= às.

a (preposição) + aquele(s), aquela(s), aquilo (pron.

demonstrativos) = àquele(s), àquela(s), àquilo

Lembre-se: crase é a fusão de duas vogais idênticas.

A bebida é sempre nociva àqueles que se

embriagam.

Procurou explicar-se àquela comissão, mas ela não

tolerou seu erro.

Depois de todo o terror, assistir àquilo foi a gota

d’água.

O que é nocivo, é nocivo a + aqueles = àqueles. Quem

se explica... se explica a + aquela = àquela. Quem

assiste (= ver), assiste a + aquilo = àquilo.

a (preposição) + a qual, as quais (pron. relativo) =

à qual, às quais

Lembre-se: se um verbo ou um nome exigindo

preposição vier depois do pronome relativo, a

preposição ficará obrigatoriamente antes do pronome

relativo.

Todas as professoras de Língua Portuguesa às

quais me dirigi eram capazes.

A explicação à qual tenho direito finalmente me foi

dada pelo mestre.

No primeiro caso, o verbo pronominal dirigir-se exige a

preposição a, que se aglutina com as quais (pronome

relativo), formando às quais. No segundo caso, o nome

direito também exige a preposição a, que se aglutina

com a qual (pronome relativo), formando à qual.

CASOS OBRIGATÓRIOS

Além dos casos clássicos de crase, já vistos

anteriormente, há dois casos obrigatórios de crase.

Vejamos:

1) Locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e

prepositivas com núcleo feminino

A crase ocorre porque a preposição a que inicia tais

locuções se funde com o artigo a que vem antes do

núcleo feminino. O acento grave é fixo!

– Um policial à paisana trocou tiros com três homens

que tentavam roubar um banco.

– Cheguei às cinco horas da tarde.

– À medida que estudo, fico mais seguro.

– Einstein estava à frente de seu tempo.

2) Locução prepositiva implícita “à moda de, à

maneira de”

Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente

usado nas locuções prepositivas com núcleo feminino

iniciadas por a: “Os frangos eram feitos à moda da casa

imperial.”. Às vezes, porém, a locução vem implícita

antes de substantivos masculinos, o que pode fazer

você pensar que não rola a crase. Mas... há crase, sim!

– Comi uma caça à espanhola anteontem.

– Ontem jantei um bacalhau à Gomes de Sá.

– Hoje comerei um filé à Osvaldo Aranha.

– Talvez amanhã eu coma um tutu à mineira...

– Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond,

vestir-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida

aniversariante.

CASOS PROIBITIVOS

1) Antes de substantivos masculinos

– Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter

andado a pé.

2) Antes de substantivo (masculino ou feminino,

singular ou plural) usado em sentido generalizador

(Veja Casos Especiais!)

– Depois do trauma, nunca mais foi a festas.

– Não foi feita menção a mulher, nem a criança,

tampouco a homem.

3) Antes de artigo indefinido “uma”

– Iremos a uma reunião muito importante no domingo.

Obs.: Diante do numeral indicando hora, crase na

cabeça: Chegarei à uma (hora). Cuidado

com há (indicando existência ou tempo decorrido): Há

(existe) uma hora em que

precisamos mudar de opinião. / Há (faz) uma hora

fechamos um contrato milionário.

Veja Casos Especiais.

4) Antes de pronomes pessoais, pronomes

interrogativos, pronomes indefinidos, pronomes

demonstrativos e pronomes relativos

– Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.

– A quem vocês se reportaram no Plenário?

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– Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um

crítico.

– Entreguei o livro a esta editora, mas ela desprezou a

obra.

– A atriz brasileira a cuja peça aludi já ganhou dois

prêmios internacionais.

Obs.: Não obstante, pode haver crase:

I - antes das “formas de tratamento” senhora, senhorita,

dona*, dama, madame, doutora etc.: “Destes teu

coração à senhorita, e, ainda assim, ela te ignoraste?”

/ “À dama não respondeu por vergonha ou falta de

educação.”

II - antes dos pronomes indefinidos pouca(s), muitas,

demais, outra(s) e várias: “O doutor atendeu às poucas

mulheres que hoje foram à sua clínica.” / “BC equipara

crédito consignado às demais operações.” / “De uma

geração à outra, tudo pode mudar.”

III - antes dos pronomes demonstrativos aquele(a/s),

aquilo, mesma(s), própria(s), tal: “Dedicou-se à própria

vida, esquecendo as outras pessoas que o rodeavam.”

IV - antes do pronome relativo a qual: “A fórmula à qual

a economia brasileira está subordinada não passa de

uma regra básica.”

5) Antes de numerais não determinados por artigo

– O professor só conseguiu explicar o assunto a uma

aluna; as três não quiseram esperar para tirar suas

dúvidas.

– O político iniciou visita a duas nações europeias.

6 Antes de verbos no infinitivo

– A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a

trabalhar.

7) Depois de outra preposição qualquer (essencial

ou acidental)

– Fui para a Itália.

– A Fundação Casa é uma instituição que atua em

casos de extrema gravidade, mediante a determinação

judicial.

– Serão encaminhados após a sessão os documentos

exigidos.

– O futuro mártir se colocou contra a medida adotada

pelo governo.

8) Entre palavras repetidas que formam uma

locução

– Quero que você fique cara a cara e diga a verdade.

– Nosso dia a dia nunca mais foi o mesmo após o

furacão.

9) Antes de qualquer expressão ou frase

substantivada

– A expressão “Não vou beber” está ligada por uma

ideia de causa a “A água está muito gelada”.

– O conectivo “se” às vezes equivale a “já que”.

CASOS FACULTATIVOS

1) Antes de pronomes possessivos adjetivos

femininos

– Enviamos cartas a (à) nossa filha que está no

Canadá.

2) Depois da considerada locução prepositiva até a

Quando não houver crase, leia-se até a como

preposição + artigo.

– Vá até a geladeira e pegue um pedaço de torta para

seus avós. (até + a)

– Vá até à geladeira e pegue um pedaço de torta para

seus avós. (até a + a)

3) Antes de nomes próprios femininos

– A (À) Juliana tenho conseguido manter-me fiel, o que

tem surpreendido a todos.

4) Diante de certos topônimos, como Europa, Ásia,

África, França, Inglaterra, Espanha,

Holanda, Escócia, Recife...

– O técnico português já prevê volta a (à) Inglaterra

para conduzir o melhor time do

país à vitória.

CASOS ESPECIAIS

1) Na correlação (ou simetria de construção) das

preposições “de... a”, se houver determinante

(artigo ou pronome) contraído com “de”, haverá

artigo contraído com a preposição “a”, resultando

na crase.

– A loja funciona de segunda à quinta, de 8h às 18h.

(inadequado)

– A loja funciona da segunda à quinta, das 8h às 18h.

(adequado)

– De 01/03 à 30/08, haverá dois cursos para a área

militar. (inadequado)

– De 01/03 a 30/08, haverá dois cursos para a área

militar. (adequado)

– Ela se molhou dos pés a cabeça. (inadequado)

– Ela se molhou dos pés à cabeça. (adequado)

– Trabalho só deste domingo a sexta; depois, férias!

(inadequado)

– Trabalho só deste domingo à sexta; depois, férias!

(adequado)

2) Com as locuções adverbiais indicativas de

“hora” (do relógio), há crase.

Há crase, pois junta-se a preposição a (que inicia a

locução adverbial) ao artigo a ou ao pronome

demonstrativo iniciado por “a” (que concorda com hora

e a determina). Por mais que a palavra hora esteja

elíptica, a crase é obrigatória. Um bizu é substituir a

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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expressão por “ao meio-dia”. Se puder, crase na

cabeça.

– Nesta última eleição, o TSE bateu o recorde histórico,

alcançando a totalização de 90% dos votos às 19h.

– Às 21h15min, já haviam sido apuradas 99% das

urnas.

– À zero hora, todo fim de ano, soltam-se fogos.

– Àquela hora todos já estavam de pé?

– Costuma-se acordar às quatro nos quartéis.

– Os lutadores de MMA se enfrentarão às dezenove

deste domingo.

– Diga a ela que esteja aqui à uma hora para

conversarmos a respeito do projeto.

3) Não há crase antes da palavra casa, exceto se

vier especificada por um adjetivo, uma locução

adjetiva ou uma oração adjetiva.

– Fui a casa resolver um problema.

– Fui à casa dela resolver um problema.

– O bom filho a casa torna.

– O bom filho à casa dos pais torna.

– Só volta à casa de quem o trata com mimos.

4) Não há crase antes da palavra terra (em oposição

a bordo, no contexto frasal). Se estiver

especificada, há crase sempre. Afora isso, pode

haver crase.

– Os marinheiros retornaram a terra.

– Os marinheiros retornaram à terra natal.

– O amor à Terra deve imperar, pois é nosso lar.

– Viemos da terra e à terra voltaremos.

5) Paralelismo

Ocorre paralelismo quando duas ou mais estruturas

apresentam semelhança em sua construção. Em outras

palavras, se o primeiro termo de uma enumeração ou

comparação vier determinado, o segundo e os demais

também deverão vir determinados. Entenda:

– Não tenho dúvidas de que é preferível virtude a

desonestidade.

– Não tenho dúvidas de que é preferível a virtude à

desonestidade.

Quando dois ou mais elementos estão coordenados e

o primeiro está introduzido por preposição, há apenas

quatro possibilidades corretas de construção:

– Todo brasileiro tem direito a saúde, educação e

segurança. (preposição)

– Todo brasileiro tem direito a saúde, a educação e a

segurança. (preposição)

– Todo brasileiro tem direito à saúde, educação e

segurança.(preposição + artigo)

– Todo brasileiro tem direito à saúde, à educação e à

segurança. (preposição + artigo)

6) Antes de topônimos (nomes de lugar) que

aceitam artigo

Bizu em forma de versinho:

“Quando venho da, quando vou crase há

Quando venho de, crase pra quê?”

– Fui à Bahia nas minhas férias de início de ano.

(Venho da Bahia, vou à Bahia.)

– Fui a Ipanema. (Venho de Ipanema, vou a Ipanema)

7) Antes de substantivo feminino singular com

sentido genérico

Coloquei este caso como especial, pois a presença do

artigo feminino singular antes de substantivo feminino

singular com sentido genérico, além de implicar

mudança de sentido, implica a crase. O Cespe/UnB

adora esse tipo de questão! Veja, pelos exemplos,

como o assunto é interessante:

Tudo está sujeito a degeneração.

Tudo está sujeito à degeneração.

Na primeira frase, a pergunta que se faz é: “Que tipo de

degeneração?”. Não se sabe. Logo, o sentido é

genérico. Na segunda frase, trata-se de uma

degeneração já mencionada ou conhecida dos

participantes do ato comunicativo: locutor e interlocutor.

O homem deve ser submetido a cirurgia tão logo.

O homem deve ser submetido à cirurgia tão logo.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES

1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Aspirante da Polícia Militar

Cena do crime

Doutor Fé Para vencer um gigante, devemos ir até ele,

ir à "cena do crime", como dizem os policiais. Fugir é a

pior das escolhas. Ao fugir, junto também foge a sua

chance de tornar-se um grande guerreiro.

Analise os comentários abaixo sobre o texto 3:

I. No trecho "à cena do crime", a crase é facultativa.

II. O termo "como" inicia uma oração subordinada

comparativa.

III. No trecho "foge a sua chance de tornar-se...", a

crase é facultativa, considerando-se estar diante de

pronome possessivo.

Está INCORRETO o que se afirma em

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e II, apenas.

d) I e III, apenas.

e) I, II e III.

2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

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Viajando pela BR 232, são encontradas várias placas

de sinalização. Analise-as quanto ao uso da crase.

Está(ão) CORRETA(S)

a) 1, 2 e 3.

b) 2 e 3, apenas.

c) 2, apenas.

d) 3, apenas.

e) 1 e 3, apenas.

3) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Técnico

Em “Bem-vindos à Feira de Caruaru", a crase é

obrigatória. Em qual das alternativas abaixo, o uso da

crase É FACULTATIVO?

a) A Feira de Caruaru é atração devido à grande

diversidade lá existente.

b) Na Feira de Caruaru, tudo está à venda.

c) Em feiras, como a de Caruaru, vendem-se coisas

às pessoas de diferentes classes sociais.

d) Nas cidades de pequeno comércio, há mais

pagamentos à vista.

e) Todos os dias, os comerciantes da Feira de Caruaru

permanecem até às 18h.

4) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão:

FUNAPEProva: Analista Previdenciário

"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo,

sem tirá-las do meu coração."

(Charles Chaplin)

Sobre a CRASE existente no texto, analise os itens

abaixo:

I. Se o termo "pessoas" estivesse no singular, a crase

não seria obrigatória.

II. Se o termo "pessoas" estivesse indeterminado,

estaria correta a construção: A vida me ensinou a dizer

adeus à pessoas que amo....

III. Se o termo "pessoas" fosse substituído por

"parentes", estaria correto o trecho: A vida me ensinou

a dizer adeus à parentes que amo...

IV. Do jeito como se apresenta no texto, a crase indica

a presença da preposição "a" e do artigo "a".

V. Nesse contexto, a crase é facultativa.

Assinale a alternativa que contém o quantitativo de

itens CORRETOS.

a) Três

b) Um

c) Dois

d) Quatro

e) Cinco

5) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Analista de Registro Empresarial

Observe os itens abaixo:

I. “...de pedir uma fisionomia mais a caráter..."

II. “...mais de acordo com a solenidade da morte."

III. “...olhos a fitarem o monte de roupa suja..."

Em que item(ens), a crase é facultativa?

a) Em I e II.

b) Em II e III.

c) Em I.

d) Em II.

e) Em nenhum deles.

6) Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: PM-BA Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa correta. Observe a ocorrência de

crase em “é igual à mãe” (26º§) e assinale a opção em

que a substituição do substantivo “mãe” provocaria a

impossibilidade da ocorrência desse fenômeno

linguístico.

a) é igual à Ana.

b) é igual à sua mãe.

c) é igual à todas.

d) é igual à tia.

e) é igual à minha família.

7) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PM-AC Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a opção em que o acento grave, indicador de

crase, foi corretamente empregado, como o foi em: “Ou

apenas entregue, no início da adolescência, à

descoberta de si mesmo”.

a) Afirma não perdoou à dívida dos credores.

b) Os funcionários não obedeciam à regulamentos.

c) Isso me ajudou à refletir melhor sobre a vida.

d) Ele parecia alheio à todos que estavam em volta.

e) Refiro-me à secretária do comandante do batalhão.

8) Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da Polícia Militar

O acento indicativo de crase está empregado

corretamente em:

a) O personagem evita considerar à internet

responsável por suas atitudes.

b) O personagem reconheceu que já tinha uma

propensão à jogar o tempo fora.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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c) O personagem tinha um comportamento indiferente

à qualquer influência da internet.

d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar

com relação ao tempo.

e) O personagem revelou à pessoa com quem

conversava que jogava o tempo fora.

9) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a opção que completa, correta e

respectivamente, a frase abaixo.

Quando o rapaz começou ______ se levantar, _____

pessoas começaram _____ atirar novamente e ele

levou ______mãos_____ cabeça, desesperado.

a) à -às -à -as -a

b) à -as -à -as -a

c) a -as -a -as -à

d) a -às -a -às -a

e) a -as -à -as –à

10) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:

Soldado da Polícia Militar

Que opção completa correta e respectivamente as

lacunas da frase abaixo?

____ ações corajosas e ____ estatísticas favoráveis

quanto ____ apreensão de drogas e armas revelam

____ excelência dos cães da PM.

a) Às -às -a -a

b) As -às -a -à

c) As -as -à -a

d) Às -as -à -a

e) As -as -a –a

GABARITO:

1 – E 3 – E 5 – E 7 – E 9 – C

2 – B 4 – B 6 – C 8 – E 10 – A

SINTAXE: A FUNÇÃO DAS PALAVRAS NA

FRASE

Sintaxe é a parte da gramática que trata da ordem, da

relação e da função das palavras na frase. Sintaxe da

língua envolve a disposição, a sequência, a

organização das palavras dentro da frase.

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

FRASE Todo enuncinado com ou sem verbo que

estabeleça sentido.

Ex: Fogo!

Está pegando fogo!

ORAÇÃO é todo enunciado que possua verbo,

independende de sentido completo.

Ex: correu, cantou, pulou.

Pegue!

PERÍODO é o conjunto de frase com oração, ou seja,

tem verbo e sentido completo. Inicia sempre com letra

maiúscula e termina com um ponto. O perído pode ser

classificado como:

Simples: constituído de uma oração, logo todo período

simples é uma oração absoluta.

– Estudo hoje com apenas uma gramática .

– Muitos professores do curso continuam escrevendo

artigos para seus alunos!

– Seria esta a resposta certa?

Composto: constituído de mais de uma oração; pode

ser formado por coordenação, subordinação ou

coordenação e subordinação (período misto); as

conjunções, os pronomes relativos e certas

preposições normalmente aparecem para ligar as

orações deste tipo de período.

– Os resultados foram ótimos, por isso ficamos

satisfeitos. (duas orações/coordenação)

– Pedi que todos viessem preparados. (duas

orações/subordinação)

– Para salvar a economia, é preciso planejamento.

(duas orações/subordinação)

– A mão que balança o berço é a mão que mata. (três

orações/subordinação)

– Sei que eles passaram e que se estabeleceram na

profissão. (três orações/coordenação e subordinação)

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO:

O SUJEITO E O PREDICADO

SUJEITO é não só o termo que representa o ser ou o

fato sobre o qual se declara alguma coisa, mas também

o termo que faz o verbo ser conjugado. É por isso que

o verbo/locução verbal concorda em número e pessoa

com o sujeito. Cada sujeito está ligado a um (1) verbo,

por isso fique de olho na relação entre o verbo e o seu

sujeito.

– As casas da vila estavam à venda.

– Nós ficamos casados por sete anos.

– Sua Majestade foi flagrada às escondidas com o

amante.

– Ninguém deveria apoiar campanhas a favor das

drogas.

– Quem nunca pecou nesta vida?

– Quem são aquelas ali?

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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– Morreu este mês o homem o qual revolucionou o

mundo moderno. (o homem: sujeito de morreu; o qual:

sujeito de revolucionou)

– Dois dos meus amigos passaram na prova da

EsPCEx.

– Ler nunca deixou de ser uma prática das pessoas

inquietas.

– Quem não tem cão caça com gato.

– Está um pouco amarelado o branco dos olhos dela.

Uma boa maneira de identificarmos o sujeito de uma

oração é fazer a pergunta “o que...?” ou “quem...?”

antes do verbo. Observe os exemplos anteriores (um

por um):

– O que estava à venda? Resposta: as casas da vila.

– Quem ficou casado por sete anos? Resposta: nós.

– Quem foi flagrado às escondidas com o amante?

Resposta: Sua Majestade.

– O que está um pouco amarelado? Resposta: o

branco dos olhos dela.

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO

Já que sabemos o que é um sujeito e como identificá-

lo, vamos ver os tipos de sujeito.

Simples

Apresenta somente um núcleo explícito.

– Alguém escondeu a minha bolsa.

– Quem foram os beneficiados pelo projeto

esportivo?

– As despesas das casas de praia e de campo

ficaram por minha conta.

Oculto

Apresenta um núcleo implícito, elíptico, mas facilmente

identificável pelo contexto ou pela desinência do verbo.

Por isso, este tipo de sujeito é chamado de oculto,

implícito, elíptico, desinencial etc.

– Não consigo deixar as responsabilidades de lado.

(Quem não consegue? Eu. Percebe-se isso pela

desinência do verbo.)

– Todo procedimento médico deve ser bem

programado; só será bem-sucedido se houver

acompanhamento e manutenção. (O que será bem-

sucedido? O procedimento médico.)

– Escondeste minha bolsa onde? (Fica fácil perceber

que o sujeito oculto é o tu, pois a desinência/terminação

do verbo é de 2a pessoa do singular, ou seja, “Tu

escondeste a minha bolsa onde?”.)

Composto

Apresenta mais de um núcleo explícito.

– Minha chave, minha bolsa, minha moto foram

roubadas.

– Indignados ficaram os moradores da zona oeste e

os da zona sul com o descaso.

– Tanto a felicidade como a tristeza são estados de

espírito.

Indeterminado

Este tipo de sujeito é interessante, pois se assemelha

ao oculto. Só que, apesar de o verbo indicar que houve

uma ação praticada por alguém, a identidade do

sujeito é indeterminada. Indetermina-se o sujeito

normalmente por três motivos: 1) por não se saber sua

identidade, 2) por querer torná-lo desconhecido ou 3)

por generalização. Existem três construções com

sujeito indeterminado na língua culta.

1) Verbo na 3a pessoa do plural sem sujeito

explícito.

– Criticaram-nos na reunião de ontem. (Alguém

criticou, mas quem?)

– Normalmente falam pelas costas por ser mais

conveniente. (Alguém fala, mas quem?)

– Esconderam minha bolsa. (Alguém escondeu, mas

quem?

2) Verbo (de ligação, intransitivo, transitivo indireto,

transitivo direto seguido de preposição) na 3a

pessoa do singular + partícula de indeterminação

do sujeito se, indicando uma ideia de

generalização/indefinição.

– Só se é feliz neste lugar por causa de vocês. (Quem

é feliz? Todos que são de lá.)

– Vive-se bem quando há paz e segurança. (Quem vive

bem? Todos.)

– Tratava-se de doenças gravíssimas naquela clínica.

(Quem tratava? Alguém.)

– Ama-se a Deus nesta Igreja. (Quem ama a Deus?

Todos que a frequentam.)

3) Verbo no infinitivo impessoal.

– Para conquistar sua confiança, é necessário

trabalhar arduamente. (= Para (alguém) conquistar

sua confiança, é necessário (esse alguém) trabalhar

arduamente.)

Já na frase “Nós estamos destinados a passar na

prova.”, apesar de o verbo não estar flexionado, ele tem

pessoa, ele tem sujeito, o sujeito oculto de passar tem

como referente o sujeito de estar, isto é: nós.

Oração sem Sujeito (sujeito inexistente)

As orações sem sujeito sempre apresentam verbos

impessoais, os quais, por sua semântica, não

apresentam um sujeito promovendo a ação verbal. Tais

verbos são usados na 3a pessoa do singular (exceto o

engraçadinho do ser).

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De todos os verbos impessoais, muita atenção ao

verbo haver. Todo ano cai uma questão sobre ele,

seja em oração sem sujeito, seja em concordância.

É incrível a tara que as bancas têm com esse verbo.

1) Haver com sentido de existência, ocorrência ou

tempo decorrido.

– Havia poucas pessoas aqui. (Existiam poucas...)

– Houve duas confusões ali. (Ocorreram duas...)

– Abandonei o cigarro há três meses. (... faz três mês...)

2) Fazer, parecer, ficar, estar indicando tempo ou

aspectos naturais.

– Não a vejo faz dez meses.

– Aqui fez invernos rigorosos ano passado.

– Parecia tarde da noite.

– Ficou escuro do nada.

– Estava frio naquele dia.

Oracional

O sujeito é oracional quando vem em forma de oração.

O verbo do sujeito oracional fica sempre na 3a pessoa

do singular.

– Quem semeia vento colhe tempestade.

– Não é saudável, embora seja delicioso, comer

frituras todos os dias.

– Viu-se que ela tem grande potencial na música.

PREDICADO

O predicado é a soma de todos os termos da oração,

exceto o sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara

na oração referindo-se ao sujeito (quando há sujeito).

Sempre apresenta um verbo.

– A língua portuguesa sofreu uma reforma

ortográfica polêmica em 2009.

Lembre que as bancas são maliciosas, logo “pedaços”

que compõem o predicado poderão estar “espalhados”

pela frase. Veja:

– Em 2009, sofreu a língua portuguesa uma reforma

ortográfica polêmica.

Nas orações sem sujeito, tudo é predicado, por um

motivo muito óbvio: não há sujeito.

– Pode haver até duzentos alunos em sala de aula

em um aulão de véspera. (só há predicado)

Às vezes, o verbo do predicado aparece implícito. Note

que há dois predicados na frase abaixo:

– Meu irmão comeu três maçãs, e eu, duas. (Meu

irmão comeu três maçãs, e eu comi duas.)

Para o reconhecimento dos tipos de predicado,

precisamos entender o conceito de predicação verbal

ou transitividade verbal, afinal, não existe predicado

sem verbo. O verbo tem um papel muito importante,

pois mantém relações com os outros termos da frase.

PREDICAÇÃO VERBAL/TRANSITIVIDADE VERBAL

Predicação verbal (ou transitividade verbal) é a

relação entre o verbo e outros termos da oração,

principalmente dentro do predicado. E, quanto à

predicação, diz-se que os verbos podem ser de

ligação, intransitivo, transitivo direto, transitivo

indireto e transitivo direto e indireto.

Existem dois grupos de verbos: os nocionais

(intransitivos e transitivos) e os relacionais (de ligação,

normalmente: ser, estar, ficar, permanecer, continuar,

parecer, tornar-se, encontrar-se, transformar-se,

converter-se...). Obs.: É bom dizer que, em locuções

verbais, o verbo principal é o que “carrega” o valor

nocional ou relacional: “Você precisa ficar bom.”

(verbo relacional) / “Você precisa estudar mais.” (verbo

nocional).

Verbo de Ligação

O verbo de ligação relaciona o sujeito ao seu

predicativo (atributo que indica estado, qualidade ou

condição do sujeito). Os verbos de ligação não indicam

ação alguma por parte do sujeito, por isso são

tradicionalmente “vazios” de significado, indicando

apenas estado, e por isso o núcleo do predicado,

somente neste caso, não é o verbo, mas sim o

predicativo.

– João é alegre. (estado permanente)

– João está alegre. (estado transitório)

– João ficou alegre. (estado mutatório)

– João permanece alegre. (estado continuativo)

– João parece alegre. (estado aparente)

Intransitivo

O verbo intransitivo é aquele que contextualmente

não exige complemento, por ter sentido completo.

Segundo a visão tradicional, consideram-se verbos

intransitivos também aqueles que, indicando

deslocamento ou moradia, normalmente vêm

acompanhados de uma expressão adverbial (de lugar,

principalmente).

– No dia 5 de outubro de 2011, morre o famoso inventor

Steve Jobs.

– Encerraram-se as sessões de cinema às 22h.

– Todos chegaram ao teatro à noite.

Transitivo Direto

O verbo transitivo direto é aquele que

contextualmente exige um complemento sem

preposição obrigatória (objeto direto). Uma maneira

de saber se o verbo é transitivo direto se dá por meio

da passagem de voz ativa para passiva. Se isso

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ocorrer, o verbo é de fato transitivo direto (99,99% das

vezes).

– Por que os homens destroem assim a natureza?

(Destrói-se algo/alguém)

– Sabemos que o mercado imobiliário está em

ascensão. (Sabe-se algo)

– Consideramo-las pessoas realmente idôneas.

(Considera-se alguém/algo)

Transitivo Indireto

O verbo transitivo indireto é aquele que

contextualmente exige um complemento com

preposição obrigatória (objeto indireto).

– Concordo com você, realmente tenho de acreditar

em Deus, pois aqueles que lhe desobedecem sofrem

graves consequências. (Concorda-se com

algo/alguém/Acredita-se em algo/alguém/Desobedece-

se a alguém/algo)

Transitivo Direto e Indireto

Também chamado de bitransitivo, o verbo transitivo

direto e indireto exige dois complementos, um sem

preposição (objeto direto) e outro com preposição

(objeto indireto).

– A comissão parlamentar comunicou o problema a

todos. (Comunica-se algo a alguém)

– Comprei uma blusa para mim. (Compra-se algo para

alguém)

– Minha mãe só conseguiu me dar à luz depois de

muito esforço. (me é objeto direto e à luz, objeto

indireto)

PREDICATIVO DO SUJEITO E DO OBJETO

Vamos entender agora o que é o predicativo, porque

este conhecimento servirá para entendermos os tipos

de predicado melhormente.

Predicativo é o termo sintático que expressa estado,

qualidade ou condição do ser ao qual se refere, ou

seja, é um atributo. Normalmente aparece ligado ao

sujeito por um verbo de ligação, mas não pense que só

há predicativo do sujeito com verbo de ligação. Esse

termo sintático pode ocorrer em orações com verbos

intransitivos e transitivos. Seu núcleo é representado

por um adjetivo (normalmente), um substantivo, um

numeral, um pronome, uma palavra substantivada,

um advérbio (segundo Bechara e Sacconi) ou uma

oração.

Existem dois tipos, segundo os gramáticos tradicionais:

1) Predicativo do sujeito: refere-se ao sujeito,

caracterizando-o; não necessariamente aparece só

com verbo de ligação.

– (Nós) Estamos felizes.

– O ônibus da seleção chegou atrasado para o jogo.

– Ele foi nomeado supervisor pelo gerente.

– Definiu-se o caso como impossível.

– O caso foi definido como impossível.

– Eles assistiram nervosos à partida.

– Eles deram, muito ansiosos, um presente ao irmão.

– Meu filho se tornou um grande médico.

– Nós somos dez lá em casa.

2) Predicativo do objeto direto: normalmente é uma

característica dada pelo sujeito ao objeto direto; enfim,

é um termo sintático que modifica o objeto direto. Note

que predicativo do objeto é uma característica

atribuída, e não inerente ao ser.

– O povo elegeu-o presidente pela segunda vez.

– Tu tens de me agradecer eternamente, pois eu te

tornei um homem famoso.

– O fraco rei faz fraca a forte gente. (Camões)

3) Predicativo do objeto indireto: refere-se ao objeto

indireto, caracterizando-o.

– Gosto de vocês quietinhos.

– Eu preciso do meu marido consciente, doutor!

– No início do século XX, as filhas obedeciam aos pais

– sempre austeros.

– As muralhas não resistiram aos ataques

extremamente ferozes.

CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO

São três tipos de predicado: nominal, verbal e verbo-

nominal.

1) Nominal: o nome, o predicativo do sujeito, é a parte

mais significativa do predicado; é constituído sempre de

verbo de ligação + predicativo do sujeito.

– Os alunos parecem bem interessados

ultimamente.

– Esses moradores continuam sem moradia!

– É de chorar esse programa de comédia.

– Já são vinte e duas horas? (tudo é predicado

nominal, pois não há sujeito)

2) Verbal: expressa ideia de ação/movimento e tem

como núcleo um verbo; constituído de qualquer verbo,

exceto o de ligação; não há predicativo algum.

– Meus alunos não estão em sala de aula. (verbo

intransitivo)

– Devido ao frio, tivemos de nos agasalhar até o

conserto do aquecedor.¹ (verbo transitivo direto)

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– Houve esquema de compra de votos segundo o

relator da CPI.² (verbo transitivo direto)

– Todos nós visamos a uma carreira estável. (verbo

transitivo indireto)

– O rapaz informou sua classificação ao mestre.

(verbo transitivo direto e indireto)

¹ Tudo é o predicado; o sujeito está oculto (nós).

² Oração sem sujeito: tudo é o predicado.

3) Verbo-nominal: é a mistura dos dois anteriores;

composto de um verbo qualquer que não seja de

ligação + um predicativo (do sujeito ou do objeto).

– A relação do casal, inicialmente caótica,

amadureceu.

– O povo reelegerá Dilma presidenta daqui a poucos

anos?

– Nós nos aliamos a ele desconfiados.

– Emocionados, convidaram o professor para a

despedida.¹

– Como professor, tive de fornecer um vultoso

material aos alunos.²

¹ Tudo é o predicado; o sujeito está indeterminado.

² Tudo é o predicado; o sujeito está oculto (eu).

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO:

OBJETOS DIRETO E INDIRETO, COMPLEMENTO

NOMINAL E AGENTE DA PASSIVA

Os termos integrantes da oração servem para

completar o sentido de certos verbos e certos nomes

para que a oração fique plena, por isso são chamados

de complementos verbais (objeto direto e objeto

indireto), complemento nominal e agente da

passiva.

Objeto Direto

O objeto direto é um termo que estabelece uma

relação sintática com um verbo transitivo direto ou

transitivo direto e indireto, complementando seu

sentido. Normalmente o objeto direto é o alvo da ação

verbal e não vem preposicionado.

– De um modo completo mas didático, ensinei

gramática aos alunos.

– Gostaria de vê-lo no topo do mundo, meu filho.

– Quem vocês conhecem deste lugar?

– Libertaram os demais, pois não haviam feito nada de

ilícito.

– Aqueles eu tolero, mas estes jamais irei tolerar.

– O técnico convocou somente os do Brasil. (os =

aqueles)

– Nos últimos dias, Deus começará o despertar de um

novo mundo.

– Deixamos o nosso filho perceber as dificuldades

da vida sozinho.

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por

substantivo, pronome, numeral, palavra

substantivada ou oração.

Objeto Indireto

O objeto indireto é um termo que estabelece uma

relação sintática com um verbo transitivo indireto ou

transitivo direto e indireto, complementando seu

sentido. Normalmente o objeto indireto é um

complemento que representa o ser beneficiado ou o

alvo de uma ação e vem sempre preposicionado, a não

ser que venha em forma de pronome oblíquo átono

(me, te, se, nos, vos, lhe(s)). Os objetos indiretos são

iniciados pelas preposições a, com, contra, de, em,

para, por.

– Sempre dou graças a Deus por minhas realizações.

– Gosto de ti, meu nobre.

– Só depende dos dois resolver essa pendência.

– Não troque o certo pelo duvidoso.

– Vamos insistir em promover o novo romance de

ficção.

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por

substantivo, pronome, numeral, palavra

substantivada ou oração.

Complemento Nominal

Assim como os verbos, os nomes também podem ser

“transitivos”, uma vez que exigem complementos. Na

boa... o que seria um complemento no-mi-nal senão um

com-ple-men-to de um no-me? O próprio nome dado a

esse termo sintático diz o que ele é, ora. O

complemento nominal é um termo que estabelece uma

relação sintática com um nome (substantivo, adjetivo

ou advérbio de base adjetiva, terminado em -mente),

complementando seu sentido. Normalmente, o

complemento nominal é um termo de valor

semântico passivo e vem sempre preposicionado.

– Temos certeza da vitória. (substantivo exigindo CN)

– Contra fatos, não há argumentos. (substantivo

exigindo CN)

– Esta sala vive cheia de verde. (adjetivo exigindo CN)

– O júri votou favoravelmente ao réu. (advérbio

exigindo CN)

– Foi feito um investimento de capital em tecnologia.

(um substantivo exigindo dois CNs)

– Independentemente disso, volte para mim. (advérbio

exigindo CN)

– A Bíblia é útil a nós. (adjetivo exigindo CN)

– A lembrança dos três ocorreu de repente.

(substantivo exigindo CN)

– Sigo com medo de que a prova venha em um nível

difícil. (substantivo exigindo CN)

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por

substantivo, pronome, numeral, palavra

substantivada ou oração.

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Agente da Passiva

O agente da passiva é o complemento de um verbo na

voz passiva analítica; sempre precedido da preposição

por (ou de, mais raramente). Lembre-se de que o nome

dado ao termo diz muita coisa, portanto um agente da

passiva é um termo que age, ou seja, é um termo que

pratica uma ação, só que na voz passiva. Tanto isso é

verdade que, quando se passa o agente da passiva

para a voz ativa, ele vira um sujeito agente.

– O gramático ficou rodeado de admiradores.

– Os governantes serão repreendidos pelo povo.

– O livro vai ser cuidadosamente revisado por quem?

– Era conhecida dos dois professores.

– Tínhamos sido surpreendidos pelo brilhante azul do

mar.

– Eles estavam dominados por quem os coordenava.

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por

substantivo, pronome, numeral, palavra

substantivada ou oração.

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: ADJUNTOS

ADNOMINAL E ADVERBIAL E APOSTO

O adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto

formam o conjunto de termos acessórios. São

chamados assim, pois (em tese) são dispensáveis à

construção de uma oração.

Obs.: O vocativo não é um termo acessório, nem

integrante, nem essencial, porque não se liga ao verbo

nem ao nome, também não faz parte do sujeito nem do

predicado, mas, por razões didáticas, é

tradicionalmente colocado neste capítulo.

Adjunto Adnominal

O adjunto adnominal é um termo sintático que

determina, restringe o sentido de um substantivo,

caracterizando-o. O próprio sentido da expressão

“ad/junto adnominal” indica que é um termo que vem

ao lado, junto do nome. As classes gramaticais que

podem funcionar como ADN são:

Pronome

Locução adjetiva

Adjetivo

Numeral

Artigo

– O homem de negócios comprou só um imóvel:

aquela bela casa.

– Já se encontraram ambos os meninos em certas

vielas escuras com pedras de crack.

– O primeiro dia de aula cativou alguns alunos

estudiosos.

CUIDADO: Adjunto Adnominal X Complemento

Nominal

Antes de qualquer coisa, saiba que só há dificuldade

em reconhecer o CN ou o ADN quando o termo

preposicionado pela preposição de estiver ligado a um

substantivo abstrato. Portanto, preste atenção à

diferenciação e siga os critérios para não errar mais!

1a Dica: Será sempre CN a expressão ligada a

substantivo abstrato antecedida de qualquer

preposição, exceto a preposição de.

– Fiz menção a você ontem.

– Tenho amor pelo meu filho.

– Nossa fé em Deus é transcendente.

2a Dica: Será sempre ADN se a expressão

preposicionada estiver ligada a substantivo concreto.

– Comprei o material de um site famoso.

3a Dica: Normalmente o ADN mantém uma relação de

posse com o substantivo; a preposição tem valor

nocional.

– A atitude do professor foi justa. (A atitude pertence

ao professor, é dele.)

4a Dica: O CN tem valor paciente (normalmente o seu

núcleo não é um ser animado nem personificado, mas

o alvo de uma ação) e encontra respaldo na reescritura

de voz passiva analítica. Já o ADN tem valor agente

(normalmente o seu núcleo é um ser animado ou

personificado, que pratica uma ação) e encontra

respaldo na reescritura de voz ativa.

– A resolução da questão foi ótima. (CN/A questão foi

resolvida/valor paciente)

– A resolução do professor foi ótima. (ADN/O

professor resolveu/valor agente)

Adjunto Adverbial

Se você sabe identificar um advérbio e uma locução

adverbial numa frase, sensacional! Pois todo advérbio

e locução adverbial exercem função sintática de

adjunto adverbial. Além do advérbio e da locução

adverbial, o pronome relativo e o pronome pessoal

também podem exercer função sintática de adjunto

adverbial:

– A sobreloja, onde ele também morava, estava em

estado calamitoso. (adjunto adverbial de lugar)

– Os rapazes saíram conosco, pois iríamos

apresentar-lhes as moças. (adjunto adverbial de

companhia)

Vejamos alguns adjuntos adverbiais mais cobrados (e

outros nem tanto):

Afirmação: Certamente passarei na prova.

Negação: Não vou desistir de meus sonhos.

Modo: Agiu de coração, mas foi sabotado.

Tempo: Anteontem foi o melhor dia da minha vida.

Lugar: Cheguei à sala na hora certa, mas entrei

atrasado no assunto.

Dúvida: A velhice talvez tenha cura.

Intensidade: Ficou absolutamente realizado.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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Causa: O homem suava com aquele calor carioca.

Concessão: A despeito dos problemas, tivemos

êxito.

Conformidade: Faça tudo conforme os

regulamentos.

Finalidade: Ele viajou para negociar.

Condição: Sem educação, não há progresso.

Meio: Prefiro ir de ônibus a pegar avião.

Instrumento: Escrevi quinhentas páginas a caneta.

Assunto: Ele só fala de política.

Companhia: Com ou sem você, preciso prosseguir

em minha jornada.

Preço: Meu carro não custou caro.

Matéria: Fabricamos com plástico esses copos.

Reciprocidade: Entre mim e ti sempre houve amor.

Aposto

O aposto é um termo sempre de valor substantivo

(nunca adjetivo!) que explica, esclarece, desenvolve,

resume outro termo sintático antecedente.

– Nós voltamos a estudar, minha namorada e eu,

depois de dois anos. (aposto do sujeito)

– Ela era a famosa Regina Duarte – grande atriz da

televisão brasileira. (aposto do predicativo do sujeito)

– Considerei-o como o novo Chacrinha: grande

apresentador do século XX. (aposto do predicativo do

objeto)

– Duas propostas tenho de lhe fazer: uma positiva e

outra negativa. (aposto do objeto direto)

– Disse aos meus filhos Pedro e João que iria viajar.

(aposto do objeto indireto)

– João estava ansioso pela chegada de uma de suas

primas, que demorou muito, a Maria. (aposto do

complemento nominal)

– O atual presidente foi muito criticado pelo ex-

presidente, Carlos da Silva. (aposto do agente da

passiva)

– O monumento da cidade do Rio de Janeiro foi

tombado. (aposto do adjunto adnominal)

– Peguei o carro lá na oficina às dezoito horas, a hora

do rush. (apostos dos adjuntos adverbiais)

– O senhor Arnaldo, dono da academia de jiu-jítsu (a

mais completa arte marcial) é faixa preta e vermelha.

(aposto do aposto)

– Pai, meu melhor amigo, estou precisando de

dinheiro para sair. (aposto do vocativo)

Obs.: Por inferência, notamos que há aposto simples,

composto e oracional. Basta ficarmos de olho no(s)

núcleo(s).

– Esses dois são relapsos. (simples: um núcleo)

– Elas, Lúcia e Regina, são irmãs. (composto: mais de

um núcleo)

– Tenho um sonho: presenciar a justiça de Deus. (o

aposto é oracional, pois apresenta um verbo em sua

constituição)

Só de curiosidade: O plural de aposto é apostos

(pronuncia-se aPÓStos).

Vocativo

O vocativo é o termo que põe em evidência algum ser

a quem se dirige; indica a invocação de alguém ou algo;

vem sempre separado por vírgula; pode se deslocar

pela oração. Muito encontrado em textos injuntivos, em

que o locutor do texto se dirige diretamente ao

interlocutor.

– Só tem uma garrafa, mãe!

– Ó querida, não faça isso comigo... (todo termo será

um vocativo se acompanhado de ó)

Vocativo X Aposto

O vocativo não mantém relação sintática com nenhum

termo de uma oração, diferente do aposto.

– Solte os rapazes, senhor, urgentemente. (vocativo;

não se refere a termo algum da oração)

– Os rapazes, amigos entre si, são honestos. (aposto;

refere a “os rapazes”)

Obs.: Pode haver ambiguidade entre vocativo e aposto;

só o contexto desfará a ambiguidade:

“Aqueles candidatos, meus alunos, passaram na

prova”.

Às vezes, a vírgula faz toda a diferença para

diferenciarmos o vocativo do sujeito:

– Marcos, o professor de História chegou. (vocativo)

– Marcos, o professor de História, chegou. (sujeito)

Note também que a segunda vírgula tornou o sujeito da

primeira frase em aposto da segunda.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Técnico em Contabilidade

Quanto à norma-padrão, marque V nas afirmativas

verdadeiras e F nas falsas.

( ) No trecho: “O comércio informal traz prejuízos ao

país...", o termo sublinhado pede complemento regido

de preposição.

( ) No trecho: “...donos de mercados que recebem

descontos maiores...", o verbo concorda com o

antecedente do termo “que".

( ) No trecho: “...consumidores finais para o próprio

consumo do produto.", o termo “próprio" iria para o

feminino singular, se a palavra “consumo" fosse

substituída por circulação.

Assinale a alternativa que contém a sequência

CORRETA.

a) V, F, F.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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b) F, F, F.

c) V, V, F.

d) F, F, V.

e) V, V, V.

2) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Técnico em Contabilidade

Com base ainda na charge, analise as proposições

abaixo:

I. Os termos “ pego" e “mato" exprimem um processo

que ocorre no momento em que se fala.

II. Os termos “eu e “te" são pronomes pessoais, pois

representam as pessoas do discurso, funcionando

como sujeitos.

III. O termo “me" é um pronome pessoal oblíquo que

complementa o verbo “mata", exercendo a função de

objeto direto.

IV. O termo “se" é um conectivo que exprime

concessão.

Estão CORRETAS

a) I, II e III.

b) I, III e IV.

c) I e III.

d) II e IV.

e) II e III.

3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE

Prova: Assistente em Saúde

Analisando-se o texto “Polo Médico do Recife",

I. encontra-se, no trecho “Grande gerador de empregos

no Recife, o polo médico absorvia...", a vírgula que foi

empregada para separar o aposto.

II. no trecho “Entre os serviços prestados, destaque

para as especialidades de cardiologia, patologia clínica,

oftalmologia e hepatologia...", as duas últimas vírgulas

foram empregadas para separar elementos de mesma

função sintática.

III. registra-se, no trecho “A escolha do local teve, entre

outros, um decisivo motivo: a proximidade com o

Hospital Pedro II, unidade integrante da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal de Pernambuco.", o

uso dos dois-pontos para introduzir palavras que

esclarecem o que se afirmou anteriormente.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I, II e III.

b) I e III, apenas

c) II, apenas.

d) III, apenas.

e) I, apenas.

4) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

Em: “A tecnologia evidentemente evoluiu, mas e a

humanidade?", o autor empregou a palavra destacada

para

a) aproximar duas ideias: „tecnologia‟ e

„humanidade‟.

b) atenuar o efeito de oposição entre „tecnologia‟ e

„humanidade‟.

c) destacar a informação anterior – a tecnologia

evoluiu.

d) explicar um fato: a evolução da tecnologia e da

humanidade.

e) opor dois segmentos de conteúdos distintos:

afirmação e dúvida.

5) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PM-AC Prova:

Soldado

A função sintática que o termo destacado exerce em:

“Eles já começam a achar RIDÍCULA a mania de tirar

retratos de si mesmos”, é:

a) adjunto adverbial.

b) predicativo.

c) objeto indireto.

d) complemento nominal.

e) objeto direto.

6) Ano: 2010 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG

Prova: Soldado - Técnico em Segurança Pública

Observe as orações abaixo:

I. O soldado ficou muito satisfeito com a vitória.

II. Uma juíza declarou o réu culpado.

III. O motorista chamou o mecânico competente.

IV. A secretária ofereceu uma flor a um colega.

Quanto ao tipo de predicado, marque a opção

CORRETA:

a) I. Verbo-Nominal, II. Verbal, III. Nominal, IV. Verbo-

Nominal

b) I. Nominal, II. Verbo-Nominal, III. Verbo-Nominal, IV.

Verbal

c) I. Nominal, II. Verbal, III. Verbal, IV. Verbal

d) I. Verbo-Nominal, II. Verbo-Nominal, III. Nominal, IV.

Verbo-Nominal

7) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:

Soldado da Polícia Militar

“O delegado Márcio Moraes, titular da Delegacia de

Homicídios, disse que a maioria das gírias é criada por

bandidos, para despistar a ação da polícia.” (6º

parágrafo) Acerca da organização sintática desse

trecho, analise as afirmações abaixo.

1) O segmento “que a maioria das gírias é criada por

bandidos” complementa o sentido da forma verbal

“disse”, desempenhando, assim, a função de objeto

direto.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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2) O segmento “titular da Delegacia de Homicídios” traz

uma explicação adicional a respeito do sujeito, sendo,

assim, um aposto.

3) O segmento “a maioria das gírias” cumpre a função

de sujeito da forma verbal “é criada”.

4) O segmento “por bandidos” indica quem é o agente

da forma verbal “é criada”, sendo, assim, o agente da

passiva.

Estão corretas:

a) 1, 2 e 3, apenas.

b) 1, 2 e 4, apenas.

c) 1, 3 e 4, apenas.

d) 2, 3 e 4, apenas.

e) 1, 2, 3 e 4.

8) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: PM-MS

Prova: Soldado da Policia Militar

Em “Na juventude, muitos fatos lhe haviam acontecido”,

ocorre oração com:

a) sujeito composto.

b) sujeito oculto

c) sujeito indeterminado.

d) sem sujeito.

e) sujeito simples e expresso.

10) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:

Soldado

O emprego da vírgula em Zero, quero a trincheira ali!

tem a função de destacar o vocativo na oração, assim

como na frase:

a) Se os senhores precisarem de algo, chamem nossos

comissários de bordo, que lhes atenderão prontamente.

b) O avião irá decolar, os senhores devem permanecer

com os cintos de segurança atados durante a viagem.

c) Em caso de emergência, os senhores terão duas

saídas, uma na parte dianteira e outra na parte traseira

da aeronave.

d) Senhores, permaneçam em seus assentos enquanto

as luzes de suas cabines estiverem apagadas.

e) Nós, comissários e pilotos, esperamos que os

senhores apreciem nosso serviço de bordo.

10) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em apenas uma das frases abaixo o sujeito foi

corretamente destacado. Aponte-a.

a) “Foi um momento DE TENSÃO [...]” (parágrafo 2)

b) “Sinal verde para começar O ESPETÁCULO.”

c) “[...] uma cena chamou ATENÇÃO.”

d) “[...] o soldado Boss [...] comandava seus amigos

SCOT E BRITA [...]”

e) “[...] além de acompanhar AS PRINCIPAIS

PERSONALIDADES [...]”

GABARITO:

1 – E 3 – A 5 – B 7 – E 9 – D

2 – C 4 – E 6 – B 8 – E 10 – B

PERÍODO COMPOSTO

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

A coordenação trata da relação de independência

entre termos e orações. Quando você lê uma frase

com duas orações (período composto), é certo que elas

mantêm algum tipo de relação. No caso da

coordenação, percebemos que as orações estão

simplesmente uma ao lado da outra (coordenadas),

com uma estrutura sintática completa, de modo que

uma oração não depende da outra. Falar que uma

oração tem estrutura sintática completa significa dizer

que ela tem sujeito (explícito ou implícito) + predicado

(explícito ou implícito).

– Os alunos se encontram muito ansiosos; já as alunas

estão tranquilas.

Note que a primeira oração (Os alunos se encontram

muito ansiosos) tem sujeito e predicado, logo está

completa. Perceba também que seria até possível

colocar um ponto (.) no fim dela para visualizarmos que

ela, de fato, está completa. O mesmo ocorre com a

segunda oração (já as alunas estão tranquilas).

Concluindo: uma oração não depende da outra, porque

cada uma tem sua estrutura completa, uma não precisa

da outra sintaticamente. É o seguinte: as orações

coordenadas podem ser separadas por vírgula, ponto

e vírgula (exemplo já visto), dois-pontos ou

travessão. Veja:

- Os alunos se encontram muito ansiosos, já as alunas

estão tranquilas.

- Os alunos estão se esforçando muito: com certeza

serão classificados.

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- Tirei a ansiedade de um só aluno – não fui bem-

sucedido com os outros.

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas

Falarei agora de dois tipos de orações coordenadas: as

assindéticas e as sindéticas. Não há mistério algum

nisso, beleza? As assindéticas são justapostas (ou

seja, postas uma ao lado da outra), não iniciadas por

síndeto (=conjunção)! Adivinha quais são as

sindéticas? Ora, são as iniciadas por síndeto

(=conjunção).

Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas

Exprimindo ideia de soma, adição, sempre são

iniciadas pelas conjunções coordenativas aditivas.

– Dezenove sem-terra morreram no local, e dois, a

caminho do hospital.

– Eu não tinha estes olhos sem brilho nem tinha

pensamentos amargos.

– Tanto leciona quanto advoga.

– Não só os parentes das vítimas ficaram chocados

com o massacre, como o povo externou sua fúria

contra os culpados pela chacina.

Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas

Exprimindo ideia de adversidade, oposição, sempre

são iniciadas pelas conjunções coordenativas

adversativas.

– Os economistas estão empolgados com o cenário

atual, mas isso durará pouco.

– A polícia invadiu a comunidade; o tiroteio, porém,

continuava.

– O conhecimento enfuna, todavia é uma

necessidade.

– O homem enriqueceu muito; continuou a defender

as classes mais desfavorecidas, não obstante.

Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas

Exprimindo ideia de alternância, exclusão, sempre

são iniciadas pelas conjunções coordenativas

alternativas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções

coordenativas.

– A mulher ora o agradava, ora o ofendia.

– Quer chovesse, quer fizesse sol, tinha de sair.

– Ou o prefeito da cidade executa o projeto

anunciado, ou os cidadãos do município não mais

lhe darão crédito.

– Você vai ou não?

Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas

Exprimindo ideia de conclusão, consequência,

sempre são iniciadas pelas conjunções coordenativas

conclusivas.

– O povo não consegue alimentar-se bem; é um fato,

pois, a necessidade de empregos.

– Vocês são especiais em minha vida, por isso não

vivo sem vocês.

– Ele estuda todo dia, logo resolverá facilmente as

questões.

– Não me sinto preparado ainda, prestarei concurso

só no próximo ano, portanto.

Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas

Exprimindo ideia de explicação, justificativa, sempre

são iniciadas pelas conjunções coordenativas

explicativas.

– A necessidade de empregos é um fato, pois o índice

aumenta a cada dia.

– A criança devia estar doente, porquanto chorava

muito.

– Amai, porque amor é tudo. – Quisera saber bem o

Português, que eu iria passar em todas as provas.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

A subordinação trata da relação de dependência

entre termos e orações. Quando você lê uma frase

com duas orações (período composto), é certo que elas

mantêm algum tipo de relação. No caso da

subordinação, percebemos que uma oração está

“presa” à outra, porque uma delas (chamada de

subordinada) completa a estrutura sintática da outra

(chamada de principal), ou simplesmente depende da

outra (da principal) para ampliar a sua estrutura.

Trocando em miúdos, a oração subordinada sempre

mantém uma relação de dependência com a oração

principal.

- Os alunos estavam temerosos de que a prova viesse

em um nível difícil.

- Os alunos que mantêm constância nos estudos

sentem-se confiantes.

- Quando eles precisam de ajuda, o professor sempre

busca ajudá-los.

As orações destacadas são subordinadas. Vamos

analisar uma por uma. Note que a primeira (de que a

prova viesse em um nível difícil) completa a estrutura

sintática da oração principal (Os alunos estavam

temerosos). Eu digo que completa, porque “quem está

temeroso, está temeroso de alguma coisa”. Percebe

que o adjetivo temeroso exige um complemento?

Então, o complemento dele vem em forma de oração

(de que a prova viesse em um nível difícil). Logo, a

primeira oração está “presa” à oração principal, porque

completa sua estrutura sintática. Imagine... eu chego

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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até você e digo: “Aí, os alunos estão temerosos.” Você

responde: “Ah, ok.”? Claro que não! Você vai me

perguntar: “Estão temerosos de quê?” Aí eu respondo:

“Ah, eles estão temerosos de que a prova venha difícil”.

Percebe, então, que a oração principal precisa de um

complemento? Por sua vez, a oração subordinada

exerce função sintática de complemento nominal (um

termo integrante, lembra-se?), completando a

principal. Essa relação é de dependência, portanto...

subordinação!

Notou que a oração destacada é acessória? “Hmmm...

acessória... isso me lembra termos acessórios da

oração... adjunto adnominal, adjunto adverbial... Ah!

Entendi!”. A oração destacada exerce função de

adjunto adnominal, pois está determinando um

substantivo (alunos). Percebeu também que a oração

principal não depende dela? Por outro lado... a

subordinada depende da principal, pois ela é como

um termo acessório, isto é,

depende da existência da principal para ampliar sua

estrutura.

A terceira oração também funciona sintaticamente

como um termo acessório, mais especificamente como

um adjunto adverbial de tempo. Note que também

podemos colocar uma tarja e perceber que a oração

principal não depende dela, mas sim o contrário:

Quando eles precisam de ajuda, , o professor

sempre busca assisti-los.

Logo, tendo em mente a análise das três orações,

concluímos que existem orações subordinadas

completando a principal (a primeira, destacada) e

existem orações subordinadas acessórias,

ampliando/determinando a principal (a segunda e a

terceira, destacadas).

Resumindo: existem três tipos de orações

subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as

adverbiais.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

As orações subordinadas substantivas são

chamadas assim porque exercem função sintática

própria de substantivo em relação à oração principal.

Isto é, elas exercem função sintática de sujeito,

predicativo, objeto direto, objeto indireto,

complemento nominal, aposto etc. São iniciadas

pelas conjunções integrantes que ou se. Segundo o

famoso bizu, podem ser substituídas por isto/isso.

Quero que você perceba sempre o seguinte: as

orações substantivas exercem função típica de

substantivo, por isso a correspondência entre uma

oração substantiva e um termo substantivo é visível.

Veja:

1) Sujeito

– Hoje se anunciou sua aposentadoria. = Hoje se

anunciou que ele se aposentará.

2) Predicativo

– O anúncio lamentável era a aposentadoria dele. = O

anúncio lamentável era que ele se aposentaria.

3) Objeto direto

– Ninguém desejou sua aposentadoria. = Ninguém

desejou que se aposentasse.

4) Objeto indireto

– Avisei-o de sua aposentadoria. = Avisei-o de que

deveria aposentar-se.

5) Complemento nominal

– Estava receoso de sua aposentadoria. = Estava

receoso de que se aposentasse.

6) Aposto

– Hoje o atleta só deseja isto: sua aposentadoria. =

Hoje o atleta só deseja isto: que se aposente.

Portanto, segundo a gramática tradicional, são seis

tipos de orações substantivas (subordinadas, em

negrito).

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas são chamadas

assim porque exercem função sintática própria de

adjetivo em relação à oração principal. Isto é, segundo

a tradição gramatical, elas exercem tão somente a

função de adjunto adnominal, pois funcionam como

um acessório em relação à oração principal. São

iniciadas pelos pronomes relativos que, o qual, quem,

cujo, quanto, onde, como, quando.

Quero que você entenda o seguinte: por mais que

algumas orações adjetivas sejam separadas por

pontuação (vírgula, travessão ou parênteses), elas

equivalem a um adjetivo que exerce função de adjunto

adnominal.

É fácil perceber a correspondência entre uma oração

adjetiva e um termo adjetivo. Veja:

– O advogado, ambicioso por novos clientes,

trabalha mais de 12 horas por dia.

– O advogado, que ambiciona novos clientes,

trabalha mais de 12 horas por dia.

Perceba que ambicioso por novos clientes tem o

mesmo valor que a oração adjetiva que ambiciona

novos clientes, isto é, modifica um substantivo

(advogado). Outro exemplo:

– Vinha relutando há muito tempo para pintar aquela

parede sem cor.

– Vinha relutando há muito tempo para pintar aquela

parede que estava sem cor.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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Perceba, novamente, que a locução adjetiva sem cor

tem o mesmo valor que a oração adjetiva que estava

sem cor, isto é, modifica um substantivo (parede).

Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas

As orações subordinadas adjetivas restritivas têm o

papel de limitar a parte de um conjunto, restringindo o

sentido do termo antecedente. Por via de regra, não

vêm separadas por pontuação.

Vou dar três exemplos cujas orações são introduzidas

pelo pronome relativo que, pois é definitivamente o

mais cobrado em provas de concurso público. Veja:

– Os candidatos que participaram das aulas extras

não encontraram dificuldade na prova.

Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas

As orações subordinadas adjetivas explicativas têm

o papel de modificar um termo, generalizando-o ou

simplesmente tecendo um comentário extra sobre ele.

Vêm sempre separadas por pontuação (vírgulas,

travessões ou parênteses).

Vou dar os mesmos três exemplos, só que, dessa vez,

as orações serão separadas por pontuação para se

tornarem explicativas. Veja:

– Os candidatos, que participaram das aulas extras,

não encontraram dificuldade na prova.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

As orações subordinadas adverbiais são chamadas

assim porque exercem função sintática própria de

advérbio em relação à oração principal. Isto é, elas

exercem a função de adjunto adverbial. São iniciadas

pelas conjunções subordinativas (já decorou?) Quero

que você perceba o seguinte: as orações adverbiais

exercem função típica de advérbio, por isso a

correspondência entre uma oração adverbial e um

adjunto adverbial é visível. Veja:

– O candidato esquerdista não conseguiu ir para o

segundo turno por falta de popularidade.

– O candidato esquerdista não conseguiu ir para o

segundo turno porque não tinha popularidade.

Orações Subordinadas Adverbiais Causais

Exprimindo ideia de causa, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas causais.

– Um analista de sistemas esfaqueado 38 vezes e

deixado para morrer sobreviveu porque estava acima

do peso.

– Como estivesse ferido gravemente, não suportou a

cirurgia.

– A entrevista foi alvo de críticas dos opositores do

presidente, visto que sua pauta focalizou a gestão

macroeconômica do governo.

Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas

Exprimindo ideia de consequência, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas consecutivas.

– Nesta cidade, chove que é o Diabo! (tanto não

expresso antes do que)

– Isso é tão prazeroso que me vicia.

– O presidente não melhorou a vida da população, de

modo que se sentiu enganada pelas promessas.

Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais

Exprimindo ideia de condição, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas condicionais.

– Chegaremos hoje, salvo se houver imprevistos.

– Tudo ficará bem, desde que façamos nossa parte.

– O candidato disse que, se eleito, cumprirá as

promessas. (o verbo auxiliar da locução verbal da

oração condicional está implícito; = ... se for eleito...)

Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas

Exprimindo ideia de concessão, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas concessivas.

– Por pior que esteja sua vida, não desista de estudar.

– Tínhamos de comer sempre um pouco de tudo,

conquanto isso fosse uma tarefa difícil.

– Sortudo que fosse nos relacionamentos, não se

casou com uma mulher virtuosa.

Orações subordinadas adverbiais conformativas

Exprimindo ideia de conformidade, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas conformativas.– Como

todos sabemos, o Brasil já é autossuficiente em

petróleo.

– A revelação dos contatos do lobista com a empresa

portuguesa deixou clara, consoante relevou uma

revista famosa, a participação dele na “jogada”.

– Segundo foi noticiado por nós, a reunião da sexta-

feira 13 era esperada desde há muito.

Orações subordinadas adverbiais comparativas

Exprimindo ideia de comparação, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas comparativas. Não deixe de

dar uma olhada no capítulo de conjunções

subordinativas.

– Amo-o como a um filho. (= como amo a um filho)

– O professor hoje é mais didático do que nunca. (= do

que nunca foi)

– Sua sabedoria é tão intrigante quanto sua

humildade. (= quanto sua humildade é)

Orações subordinadas adverbiais finais

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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Exprimindo ideia de finalidade, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas finais. Não deixe de dar uma

olhada no capítulo de conjunções subordinativas.

– Entre em silêncio para que as crianças não

acordem.

– Tudo fiz porque ela se casasse comigo.

– Estudem mais a fim de que resolvam bem as

questões.

Orações subordinadas adverbiais proporcionais

Exprimindo ideia de proporcionalidade, são iniciadas

pelas conjunções subordinativas proporcionais.

– Entre as revistas, X e Y mostram perfis engajados, ao

passo que Z é ligeiramente desviante.

– À medida que o Brasil acelera, os limites impostos

pelo real valorizado aparecem.

– Quanto menos as pessoas comem e bebem, mais

elas pensam e teorizam.

Orações subordinadas adverbiais temporais

Exprimindo ideia de tempo, são iniciadas pelas

conjunções subordinativas temporais. Não deixe de dar

uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.

– Já se sentiu sozinho enquanto havia 300.000

pessoas ao seu redor?

– Desde que essas explicações chegaram à minha

vida, nunca mais fui o mesmo estudante.

– Depois que ela adormecer, iremos fugir deste lugar.

Orações Subordinadas Adverbiais Modais

É iniciada pela locução conjuntiva sem que.

– Os alunos saíram da sala de aula sem que a

professora percebesse.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia -

Geral

No trecho:“Ao misturar conveniência, simplicidade e

disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de

comunicação em tempo real.”, o segmento destacado

estabelece, com o restante do trecho, uma relação

sintático-semântica de

a) causa.

b) comparação.

c) condição.

d) finalidade.

e) tempo.

2) Ano: 2009 Banca: CRSP – PMRJ Órgão: PM-RJ

Prova: Soldado da Polícia Militar

“As coisas nadam, crescem, vibram, voam, flutuam.”

(l.4)

O período acima é composto por orações

a) coordenadas e subordinadas.

b) subordinadas substantivas.

c) coordenadas assindéticas e sindéticas.

d) coordenadas assindéticas.

e) subordinadas adverbiais.

3) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa em que o período é simples:

a) não souberam dizer se era gorda ou magra.

b) nascida que fora para a maternidade parecia uma

velha mãe.

c) a menina estava perto e assistiu a tudo

d) despregou-se do chão e saiu aos gritos

e) nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha.

4) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Com relação às orações coordenadas sindéticas,

assinale a opção incorreta:

a) Em: “Nem viajei, nem estudei para o exame”, a

oração destacada é uma oração coordenada sindética

aditiva.

b) Em: “Ela se indignou com o fato, porém manteve a

calma”, a oração destacada é uma oração coordenada

sindética adversativa.

c) Em: “Oriente seu irmão, ou ele terá prejuízos nos

negócios”, a oração destacada é uma oração

coordenada sindética alternativa.

d) Em: “Ele pediu demissão, portanto estamos sem

chefe”, a oração destacada é uma oração coordenada

sindética conclusiva.

e) Em: “Não fume, porque o cigarro é um veneno”, a

oração destacada é uma oração coordenada sindética

explicativa.

5) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

As orações: “Não convinha que vocês se

desentendessem com o chefe” e “É verdade que não

sabiam do caso”, são respectivamente:

a) Oração subordinada substantiva objetiva direta e

oração subordinada substantiva completiva nominal.

b) Ambas são orações subordinadas substantivas

subjetivas.

c) Oração subordinada substantiva objetiva indireta e

oração subordinada substantiva completiva nominal.

d) Oração subordinada substantiva objetiva direta e

oração subordinada substantiva predicativa.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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e) Oração subordinada substantiva apositiva e oração

subordinada substantiva completiva nominal.

6) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Classifique a oração destacada da seguinte poesia de

João Cabral de Melo Neto:

“Seu José, mestre capina,

que habita este lamaçal,

sabe me dizer se o rio

A esta altura dá vau?”

a) Oração subordinada adjetiva restritiva.

b) Oração subordinada substantiva objetiva direta.

c) Oração subordinada adjetiva explicativa.

d) Oração subordinada substantiva completiva nominal.

e) Oração subordinada adverbial final.

7) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PM-AC Prova:

Soldado da Polícia Militar

A oração destacada em: “Seria apenas o registro de

algo importante QUE NOS ACONTECE - e tudo bem.”

classifica-se como subordinada:

a) substantiva subjetiva.

b) adjetiva restritiva.

c) adverbial consecutiva.

d) adjetiva explicativa.

e) substantiva objetiva direta.

8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Todas alternativas estão incorretas, exceto:

a) Em: “Sentíamos a nítida sensação de que os olhos

malévolos nos espiavam de todos os cantos” (Lygia

Fagundes Telles), a oração destacada é subordinada

substantiva objetiva indireta.

b) Em: “Saia logo, que eu preciso de você”, a oração

destacada é coordenada sindética conclusiva.

c) Em: “Não tenho nenhuma esperança nestas crenças

tão voláteis – em cujos parcos conhecimentos colocas

tantas interpretações” (Josué Montello), a oração

destacada é uma oração subordinada adjetiva

restritiva.

d) Em: “À proporção que falava, convenciam-se da

falsidade dela”, a oração destacada é uma oração

subordinada adverbial proporcional.

e) Em: “Sabe-se que o rio é fundo”, a oração destacada

é subordinada substantiva subjetiva.

9) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em “A casa era tão cara que ela desistiu da compra”, a

oração em destaque é:

a) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva.

b) Oração Subordinada Adverbial Explicativa.

c) Oração Subordinada Adverbial Final.

d) Oração Subordinada Adverbial Conformativa.

e) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.

10) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:

Soldado da Polícia Militar

Marque a alternativa em que há uma oração reduzida

de particípio.

a) Pense bem, antes de responder.

b) Nada o impede de ir.

c) Quando chegar aqui, me ajude.

d) Este é o gabarito divulgado pelo professor.

GABARITO:

1 – E 3 – E 5 – B 7 – B 9 – A

2 – D 4 – D 6 – C 8 – E 10 – D

PONTUAÇÃO

Campanha dos 100 anos da ABI

(Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula, aquele sinal incômodo que às vezes sobra, às

vezes falta, e outras vezes muda o

sentido do texto.

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.

Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.

23,4.

2,34.

Pode ser autoritária.

Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.

Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.

Isso só ele resolve.

E vilões.

Este, juiz, é corrupto.

Este juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.

Não, queremos saber.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

91

Isto serve para nos lembrar que vírgula não é

problema de gramática, mas de informação.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude

uma vírgula

da sua informação.

Vamos aos sinais de pontuação tradicionalmente

usados nos textos de nossa língua:

• Vírgula [ , ]

• Ponto e Vírgula [ ; ]

• Dois-pontos [ : ]

• Ponto [ . ]

• Ponto de Interrogação [ ? ]

• Ponto de Exclamação [ ! ]

• Travessão [ – ]

• Parênteses [ ( ) ]

• Aspas [ “ ” ]

• Reticências [ ... ]

Vírgula

A vírgula pouco ou nada tem a ver com prosódia, mas

tem muito a ver com sintaxe. Estou insistindo nisso

porque algumas pessoas colocam vírgulas por causa

de pausas feitas na fala. A vírgula, na escrita, não

necessariamente é uma pausa na fala, tampouco é

usada para pausar quando se lê um trecho virgulado.

Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber

em que situações gerais não se usa a vírgula.

1) A vírgula não pode ser usada entre o sujeito e

logo após o seu verbo.

– Todos os alunos daquele professor, entenderam a

explicação.

2) A vírgula não pode ser usada entre o verbo e logo

após o seu complemento (objeto direto, indireto

(em forma de oração, inclusive)) ou predicativo do

sujeito.

– Os alunos entenderam, toda aquela explicação do

professor sobre vírgula.

– Os alunos precisam, de uma explicação detalhada

sobre vírgula.

– Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a

vírgula.

– Os alunos precisam de, que os professores os

ajudem.

– Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação.

3) A vírgula é facultativa entre o complemento de

um verbo e logo após um adjunto adverbial.

– Nossos alunos ficaram exercitando questões de

vírgula ontem à noite.

– Nossos alunos ficaram exercitando questões de

vírgula, ontem à noite.

4) A vírgula não pode ser usada entre um

substantivo e seu complemento nominal ou adjunto

adnominal.

– Todos os alunos, daquele professor entenderam a

explicação.

Normalmente as vírgulas são colocadas entre termos

que interrompem a estrutura S V C A. Veja:

1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto

adverbial

– O professor do curso, Fernando Pestana, ministra

aulas de Português.

2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto

adverbial

– Eu estudei, Pestana, toda a aula de ontem, ok?

3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto

adverbial

– O professor explicou Pontuação, que é minha maior

dificuldade, magistralmente.

4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da

passiva

– Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos

e amigos.

Ponto e Vírgula

O ponto e vírgula é usado para marcar uma pausa

maior do que a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com

a clareza do texto. O ponto e vírgula serve para:

1) Separar orações coordenadas assindéticas,

normalmente entre trechos já separados por vírgula

(ou outros sinais de pontuação), marcando uma

enumeração.

– As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas;

mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser

respeitadas.

– Em criança, era um menino tímido mas inteligente;

quando moço, era esperto e alegre; agora, como

homem maduro, tornou-se um chato.

– Por que Deus permite terremotos (como os que

ocorreram

2) Separar vários itens de uma enumeração

(frequente em leis).

Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

4) Separar orações coordenadas adversativas e

conclusivas com conectivo deslocado.

– Ficarei com esta; não posso pagá-la à vista, porém.

– Finalmente vencemos; fiquemos, pois, felizes com

nossa conquista!

Dois-pontos

Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em

frase ainda não concluída. Em termos práticos, este

sinal é usado para:

1) Introduzir uma citação (discurso direto).

– Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem

mais pelas suas perguntas que pelas respostas.”

2) Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,

distributivo ou uma oração subordinada

substantiva apositiva.

– Amanda tinha conseguido finalmente realizar seu

maior propósito: seduzir Pedro, que, por sua vez,

amara três pessoas: Magda, Luana e, principalmente,

a si mesmo.

– Em nosso meio, há bons profissionais: professores,

jornalistas, médicos...

3) Introduzir uma explicação ou enumeração após

as expressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber,

como etc.

– Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,

Filosofia, Ciências...

4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas

(normalmente a relação semântica entre elas é de

oposição, explicação/causa ou consequência).

– Ele já leu muitos livros: pode-se dizer que é um

homem considerado culto.

– Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com

cautela.

5) Marcar a invocação em correspondências.

– Prezados senhores:

Ponto

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o fim

de uma frase declarativa de um período simples ou

composto. Pode substituir a vírgula quando o autor quer

realçar, enfatizar o que vem após (evita-se isso em

linguagem formal).

– Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando

tudo!

O ponto é também usado em quase todas as

abreviaturas: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. =

rodovia, etc. = et cætera.

O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver

outro ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é

usar etc. seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”.

Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um

período e a ele se segue outro período em linha

diferente. Esse último ponto agora (antes do Esse) é

chamado de ponto continuativo, pois a ele se segue

outro período no mesmo parágrafo. Ponto final é este

que virá agora.

Ponto de Interrogação

O ponto de interrogação marca uma entoação

ascendente (elevação da voz) com tom questionador.

Usa-se nestes casos:

1) Frase interrogativa direta.

– O que você faria se só lhe restasse um dia?

2) Entre parênteses para indicar incerteza sobre o

que se disse.

– Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que

havia palavra melhor naquele contexto.

3) Combinado com o ponto de exclamação para

denotar surpresa, admiração etc.

– Você não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou!?)

4) Em interrogações retóricas (sentença que é uma

interrogação na forma, mas que expressa uma

afirmação ou gera uma reflexão com resposta

subentendida).

– E o que tenho eu com isso? (Ou seja: “Não tenho

nada com isso.”)

– Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no

mundo. Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro

que não jogaremos comida fora à toa.”)

Ponto de Exclamação

O ponto de exclamação é empregado para marcar o

fim de qualquer frase com entonação exclamativa,

indicando altissonância, exaltação de espírito.

1) Normalmente exprime admiração, surpresa,

assombro, indignação, ordem etc.

– Coitada dessa menina!

– Que linda mulher!

– Saia daqui!

2) Vem após as interjeições usualmente.

– Nossa! Deus do céu! Como não vimos isso antes?

Oh! Isso é fantástico!

3) É usado para substituir as vírgulas em vocativos

enfáticos.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

93

– Minha mãe me dizia quando eu era criança:

“Fernando José! onde estava até esta hora?”.

4) É repetido (duas ou mais vezes) quando a

intenção é marcar uma ênfase, uma intensidade na

voz.

– Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara para o

gol e... perdeu!!! Inacreditável Futebol Clube!

Travessão

O travessão é um sinal bastante usado na narração,

na descrição, na dissertação e no diálogo, portanto,

figura repetida em qualquer prova; é um instrumento

eficaz em uma redação. Pode vir em dupla, se vier

intercalado na frase. Veja seus usos:

1) Indica a mudança de interlocutor no diálogo

(discurso direto).

– Que gente é aquela, seu Alberto?

– São japoneses.

– Japoneses? E... é gente como nós?

– É. O Japão é um grande país. A única diferença é que

eles são amarelos.

– Mas então não são índios? (Ferreira de Castro)

2) Coloca em relevo certos termos, expressões ou

orações; substitui nestes casos a vírgula, os dois-

pontos, os parênteses ou os colchetes.

Marlene Pereira – sem ser artificial ou piegas – lhe

perdoou incondicionalmente. (oração adverbial modal)

Um grupo de turistas estrangeiros – todos muito

ruidosos – invadiu o saguão do hotel no qual estávamos

hospedados. (predicativo do sujeito)

Os professores – amigos meus do curso carioca – vão

fazer videoaulas. (aposto explicativo)

Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina de

fazer versos – já havia o poeta parnasiano”. (orações

coordenadas assindéticas – conectivo implícito)

A decisão do ministério foi a seguinte – que todos se

unissem contra o mosquito transmissor da dengue.

(oração substantiva apositiva)

O Brasil – que é o maior país da América do Sul – tem

milhões de analfabetos. (oração adjetiva explicativa)

Meninos – pediu ela –, vão lavar as mãos, que vamos

jantar. (oração intercalada)

Ela é linda – linda! (travessão usado como mero realce)

Parênteses

Os parênteses, muito semelhantes aos travessões e às

vírgulas, são empregados para:

1) Colocar em relevo certos termos, expressões ou

orações; substitui nestes casos a vírgula ou os

travessões.

– Marlene Pereira (sem ser artificial ou piegas) lhe

perdoou incondicionalmente. (oração adverbial modal)

– Um grupo de turistas estrangeiros (todos muito

ruidosos) invadiu o saguão do hotel no qual estávamos

hospedados. (predicativo do sujeito)

– Os professores (amigos meus do curso carioca) vão

fazer videoaulas. (aposto explicativo)

– O Brasil (que é o maior país da América do Sul) tem

milhões de analfabetos. (oração adjetiva explicativa)

– Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos

jantar. (oração intercalada)

2) Incluir dados informativos sobre bibliografia

(autor, ano de publicação, página etc.).

– Mattoso Câmara (1977:91) afirma que, às vezes, os

preceitos da gramática e os registros dos dicionários

são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser

admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser

posto de lado.

3) Indicar marcações cênicas numa peça de teatro.

João – Você vai aonde?

Pedro – Devo ir à praia.

João – Vou com você. Tchau, mãe! (sai pela esquerda)

Aspas

As aspas são usadas comumente em citações, mas

também há outras funções bem interessantes.

Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo

frequentemente o uso das aspas. Resumindo, elas são

empregadas:

1) Antes e depois de citações textuais.

– “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma a

editora de opinião do jornal Correio Braziliense e

especialista em língua portuguesa Dad Squarisi, 64.

2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos,

arcaísmos, gírias e expressões populares ou

vulgares, conotativas.

– Chávez, com 58 anos, é uma figura doente e fugidia,

que hoje representa o “establishment”. (Carta Capital)

– Não me venham com problemática, que tenho a

“solucionática”. (Dadá Maravilha)

– O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que

desejava.

– Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd”. (Jornal

Meia Hora)

– Anderson Silva “passou o carro” no adversário.

3) Para realçar uma palavra ou expressão

imprópria; às vezes com objetivo irônico ou

malicioso.

– Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.

– Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!

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– Se ela fosse “minha”...

4) Quando se citam nomes de mídias, livros etc.

– Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.

– “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.

Reticências

As reticências são empregadas para:

1) Assinalar interrupção do pensamento.

– O Presidente da República está ciente...

– Um aparte, por favor...

– ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre

Deputado. (Manual de Redação da Câmara dos

Deputados)

2) Indicar partes que são suprimidas de um texto

(pode vir entre parênteses ou colchetes).

– O primeiro e crucial problema de linguística geral que

Saussure focalizou dizia respeito à natureza da

linguagem. Encarava-a como um sistema de signos...

(ou (...), ou [...]) Considerava a linguística, portanto,

com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência

dos signos... (Mattoso Câmara Jr.)

3) Para sugerir o prolongamento da fala.

4) Para indicar hesitação, suspense ou breve

interrupção de pensamento.

– Eu não a beijava porque... porque... eu tinha

vergonha!

5) Para realçar uma palavra ou expressão,

normalmente com malícia, ironia ou outro

sentimento.

– Ela é linda...! Você nem sabe como...! (lê-se assim,

prosodicamente: “Ela é liiiiinda... você nem sabe

como...”).

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE

Prova: Assistente em Saúde

Analisando-se o texto “Polo Médico do Recife",

I. encontra-se, no trecho “Grande gerador de empregos

no Recife, o polo médico absorvia...", a vírgula que foi

empregada para separar o aposto.

II. no trecho “Entre os serviços prestados, destaque

para as especialidades de cardiologia, patologia clínica,

oftalmologia e hepatologia...", as duas últimas vírgulas

foram empregadas para separar elementos de mesma

função sintática.

III. registra-se, no trecho “A escolha do local teve, entre

outros, um decisivo motivo: a proximidade com o

Hospital Pedro II, unidade integrante da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal de Pernambuco.", o

uso dos dois-pontos para introduzir palavras que

esclarecem o que se afirmou anteriormente.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I, II e III.

b) I e III, apenas

c) II, apenas.

d) III, apenas.

e) I, apenas.

2) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem

Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe os itens

abaixo:

I. "Calma, gente".

II. "Que mundo é este que chorar não é "normal"?

III. "Sustentabilidade, paradigma de vida"

IV. "Será que precisa de mais licitações? Haja

licitações!"

V. "E, de repente, aquela rua se tornou um grande

lago..."

Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA.

a) No item I, a vírgula isola um aposto.

b) No item II, a interrogação indica uma mensagem

interrompida.

c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o

seu antecedente.

d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a

interrogação e a exclamação, indicam surpresa.

e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas,

apenas, por um ponto e vírgula após o termo "repente".

3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura

de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem

TEXTO 03

"Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política,

de ideais. Jamais conheci alguém sinceramente

cansado de dinheiro."

(Millôr Fernandes)

Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO

afirmar que

a) são facultativas.

b) isolam apostos.

c) separam elementos de mesma função sintática.

d) a terceira é facultativa.

e) separam orações coordenadas assindéticas.

4) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE

Prova: Técnico em Administração de Empresas

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Analise as afirmativas abaixo, observando os sinais de

PONTUAÇÃO.

I. “Na aldeia de Itapoã, as residências são de taipa, mas

os telhados, de amianto."

II. “Hoje, a inclusão digital também é realidade."

III. “Quem visitar a Aldeia de Itapoã em Olivença, distrito

de Ilhéus, cidade do sul da Bahia..."

IV. “Para o gestor da rede, Alexandre Pankararu, do

Estado de Pernambuco..."

É CORRETO afirmar que

a) no item I, a terceira vírgula indica a omissão do

verbo ser (são).

b) no item II, a vírgula é obrigatória, por separar um

adjunto adverbial.

c) no item III, as vírgulas indicam a presença de um

termo que exprime a invocação de alguém, ao qual

denominamos vocativo.

d) nos itens III e IV, as vírgulas separam termos que

explicam as palavras que os antecedem ao qual

denominamos vocativo.

e) no item I, a vírgula existente após o termo Itapoã

poderia ser retirada, o que não implicaria

desobediência às normas gramaticais vigentes.

5) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

No que se refere ao emprego dos sinais de pontuação

no Texto 1, analise as afirmativas abaixo.

I. No trecho: “Há um aspecto disso tudo que faz sentido:

todos somos importantes, nossas vidas são

importantes, e queremos que elas sejam vistas,

compartilhadas, apreciadas.” (2º parágrafo), os dois-

pontos foram empregados para introduzir uma citação

literal.

II. No trecho: “Estarão as pessoas esquecendo de estar

presentes no momento, saindo do seu foco, ao ver a

vida através de uma tela?” (2º parágrafo), o ponto de

interrogação revela que o autor dirige-se diretamente

ao leitor, dialogando com ele.

III. No trecho: “O apresentador Conan O'Brien, por

exemplo, reclamou que ele não pode mais nem ver o

rosto das pessoas quando se apresenta. „Tudo que

vejo é um mar de iPads‟, ele disse. Algumas

celebridades estão proibindo celulares pessoais

durante os seus casamentos.” (6º parágrafo), as aspas

foram empregadas no segmento destacado para

delimitar um trecho em discurso direto.

IV. No trecho: “Assim que uma tela iluminada aparece,

os olhares se voltam a ela e o palestrante se torna uma

voz vazia.” (7º parágrafo), a vírgula foi empregada para

isolar itens em uma enumeração.

Está(ão) CORRETA(S):

a) I, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

6) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Aspirante da Polícia Militar

TEXTO 2

LEMBRANÇA DO MUNDO ANTIGO

Clara passeava no jardim com as crianças,

O céu era verde sobre o gramado,

a água era dourada sob as pontes,

outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,

o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,

a menina pisou a relva para pegar um pássaro,

o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era

tranquilo em redor de Clara.

As crianças olhavam para o céu: não era proibido.

A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia

perigo.

Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os

insetos.

Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,

nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no

jardim, pela manhã!!!

Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!

ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Sentimento do

mundo. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro. José

Aguilar, 1973. p. 115.

Sobre Sinais de Pontuação, analise os itens abaixo:

I. "...outros elementos eram azuis, róseos,

alaranjados..."

II. "A boca, o nariz, os olhos estavam abertos."

III. "Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!"

IV. "...o guarda-civil sorria, passavam bicicletas..."

V. "Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os

insetos."

VI. "nem sempre podia usar vestido novo. Mas

passeava no jardim, pela manhã!!! "

Em apenas uma das alternativas abaixo, a justificativa

está em consonância com as normas vigentes em

relação ao emprego da vírgula. Assinale-a.

a) No item I, as vírgulas separam orações

coordenadas.

b) Apenas nos itens I e II, as vírgulas separam

elementos de mesma função sintática.

c) No item III, as exclamações poderiam ser

substituídas por um ponto e vírgula.

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d) Nos itens IV e V, as vírgulas obedecem à mesma

regra de pontuação das vírgulas existentes nos itens II

e III.

e) No item VI, a vírgula isola adjuntos adverbiais.

7) Ano: 2012 Banca: FUNCAB Órgão: CBM-AC Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro

O emprego do sinal de pontuação dois pontos (:), no

segundo parágrafo, está corretamente justificado na

opção:

a) anuncia a fala de um ambientalista renomado sobre

as queimadas.

b) introduz uma ilustração sobre a “cena” citada no

período anterior.

c) apresenta uma enumeração das causas dos

incêndios florestais.

d) delimita, no parágrafo, duas ideias distintas sobre as

queimadas.

e) aponta que será apresentada uma retificação sobre

o período anterior.

8) Ano: 2012 Banca: FUNCAB Órgão: PM-AC Prova:

Soldado da Polícia Militar - Músico

“À desigualdade – uma constante da nossa história –

veio se juntar a crise da instituição familiar, a quebra

generalizada de valores, a busca da 'felicidade

imediata', a qualquer preço, tendo por objeto do desejo

os bens de consumo multiplicados – dos tênis de marca

numa ponta aos carrões de luxo, na outra.” (parágrafo

2)

Quanto aos sinais de pontuação empregados no

trecho, os travessões foram corretamente utilizados

para:

a) indicar o vocativo.

b) destacar o aposto.

c) separar termos de mesma função sintática.

d) indicar uma enumeração.

e) separar o adjunto adverbial.

9) Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a única alternativa em que a alteração de

pontuação proposta altera significativamente o sentido

da ideia no contexto.

a) “[...] deixamos que façam o que querem dentro de

casa, rolem no chão quando pedem um brinquedo no

supermercado [...]” (parágrafo 4).

... deixamos que façam o que querem, dentro de casa

rolem no chão, quando pedem um brinquedo no

supermercado ...

b) “Perguntamos como conseguiram, [ . . . ] ” (parágrafo

6)

Perguntamos: como conseguiram?

c) “[...] como se fosse um prêmio a falta de educação, a

nossa e a deles.” (parágrafo 1)

... como se fosse um prêmio a falta de educação – a

nossa e a deles.

d) “[...] dizemos tudo bem, eles são crianças.”

(parágrafo 2)

... dizemos: tudo bem, eles são crianças!

e) “Que maravilha um amigo que gosta de nossos

filhos, [...]” (parágrafo 6)

Que maravilha! Um amigo que gosta de nossos filhos,...

10) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa incorreta:

a) A vírgula, entre outras funções, deve ser utilizada

quando um adjunto adverbial é antecipado, como em:

“Sábado passado, estudei para a prova”. Também é

necessária quando utilizamos o aposto ou qualquer

elemento de valor explicativo: “Maria das Dores, aquela

moça alegre, tinha, pois, um nome errado” (Fernando

Sabino).

b) Entre as diversas funções do travessão estão: indicar

com que pessoa do discurso está a fala, isolar palavras

ou frases, isolar a parte final de um enunciado, entre

outras.

c) Em: “A Genilda? Bom... não sei... acho que ela nem

chegou ainda...” (Rubem Braga), as reticências

serviram para indicar que houve hesitação por parte do

locutor.

d) Em: “Fazia um silêncio sepulcral na casa; todos,

pensava eu, tinham saído ou morrido” (Clarice

Lispector), o “ponto-e-vírgula” foi utilizado para marcar

uma pausa, função idêntica a da vírgula.

e) Os dois-pontos podem introduzir citações,

esclarecimento, enumerações como em: “Aristides

costumava fechar a questão em três pontos: honra,

dinheiro e mulheres” (J. C. Carvalho).

GABARITO:

1 – A 3 – C 5 – B 7 – B 9 – A

2 – C 4 – A 6 – E 8 – B 10 - D

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Ensino de qualidade focado em concursos.

98

MATEMÁTICA

ANALISE COMBINATORIA

Podemos determinar a análise combinatória como

sendo um conjunto de possibilidade constituído por

elementos finitos, a mesma baseia-se em critérios que

possibilitam a contagem. Realizamos o seu estudo na

lógica matemática, analisando possibilidades e

combinações. Acompanhe o exemplo a seguir, para

poder compreender melhor o que vêm a ser a análise

combinatória.

Exemplo: Descubra quantos números com 3

algarismos conseguimos formar com o conjunto

numérico {1, 2, 3}.

Conjunto de elementos finito: {1, 2, 3}

Conjunto de possibilidades de números com 3

algarismos: {123, 132, 213, 231, 312, 321}

Resposta Final: Com o conjunto numérico {1, 2, 3}, é

possível formar 6 números.

A análise combinatória estuda os seguintes conteúdos:

• Princípio fundamental da contagem

• Fatorial

• Permutação simples

• Permutação com repetição

• Arranjo simples

• Combinação simples

Princípio fundamental da contagem

Determina o número total de possibilidade de um

evento ocorrer, pelo produto de m x n. Sendo n e m

resultados distintos de um evento experimental.

Exemplo: Jeniffer precisa comprar uma saia, a loja em

que está possui 3 modelos de saia diferente nas cores:

preto, rosa, azul e amarelo. Quantas opções de escolha

Jeniffer possuí.

Para solucionar essa questão utilizamos o principio

fundamental da contagem.

m = 3 (Modelos diferentes de saia)

n = 4 (Cores que a saia possui)

m x n = 3 x 4 = 12

Jeniffer possui 12 possibilidades de escolha.

Fatorial

O fatorial de um número qualquer, e representado pelo

produto:

n! = n . (n - 1) . (n - 2) . (n - 3) . ... . 1!

Exemplo: Calcule 4!

n! = n . (n - 1) . (n - 2) . (n - 3) . ... . 1!

4! = 4 . (4 – 1) . (4 – 2) . (4 – 3)

4! = 4 . 3. 2 . 1

4! = 24

Permutação simples

Na permutação os elementos que compõem o

agrupamento mudam de ordem, ou seja, de posição.

Determinamos a quantidade possível de permutação

dos elementos de um conjunto, com a seguinte

expressão:

Pn = n!

Pn = n . (n-1) . (n-2) . (n-3).....1!

Exemplo: Em uma eleição para representante de sala

de aula, 3 alunos candidataram-se: Vanessa, Caio e

Flávia. Quais são os possíveis resultados dessa

eleição?

Vanessa (V), Caio (C), Flávia (F)

Os possíveis resultados dessa eleição podem ser

dados com uma permutação simples, acompanhe:

n = 3 (Quantidade de candidatos concorrendo a

representante)

Pn = n!

Pn = 3 . 2 . 1!

Pn = 6

Para a eleição de representante, temos 6

possibilidades de resultado, em relação a posição dos

candidatos, ou seja, 1º, 2º e 3º lugar. Veja a seguir os

possíveis resultados dessa eleição.

1 2 3 4 5 6

VCF VFC CVF CFV FCV FVC

Permutação com repetição

Nessa permutação alguns elementos que compõem o

evento experimental são repetidos, quando isso ocorrer

devemos aplicar a seguinte fórmula:

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Ensino de qualidade focado em concursos.

99

Exemplo: Quantos anagramas são possíveis formar

com a palavra CASA.

A palavra CASA possui: 4 letras (n) e duas vogais que

se repetem (n1).

Anagramas da palavra CASA sem

repetição

CASA ACSA ASCA ASAC SCAA CSAA

AASC AACS CAAS SAAC SACA ACAS

Arranjo simples

No arranjo simples a localização de cada elemento do

conjunto forma diferentes agrupamentos, devemos

levar em consideração, a ordem de posição do

elemento e sua natureza, além disso, devemos saber

que ao mudar os elementos de posição isso causa

diferenciação entre os agrupamentos.

Para saber a quantidade de arranjos possíveis em p

agrupamento com n elementos, devemos utilizar a

fórmula a seguir:

A = Arranjo

n = elementos

p = Agrupamentos

No arranjo a quantidade de agrupamento p, sempre

deve ser menor que n, ou seja:

p≤n

Exemplo: Flávia, Maria, Gustavo e Pedro estão

participando de uma competição em que há premiação

para os três primeiros colocados (1º, 2º e 3º). Quais são

as possibilidades de premiação?

Quantidade de participantes da competição: n = 4

Quantidade de pessoas em cada agrupamento

(premiação): p = 3

Existem 24 possibilidades de premiação.

Combinação simples

Na combinação simples, em um agrupamento

mudamos somente a ordem dos elementos distintos.

Para que isso seja feito podemos recorrer à utilização

da fórmula:

C = Combinação

n = Elementos.

p = Agrupamento

Sendo sempre: p≤n

Exemplo: De quantos modos diferentes posso separar

10 bolinhas de cores distintas, colocando 2 bolinhas em

cada saquinhos

Total de bolinhas: n = 10

Quantidade de bolinhas por saquinho: p = 2

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Ensino de qualidade focado em concursos.

100

Com 10 bolinhas distintas colocando duas em cada

saquinho, é possível fazer 45 combinações.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã

O grupo para análise de inquéritos administrativos de

uma corporação é formado por 3 tenentes e 5

sargentos. Quantas comissões de inquérito,

constituídas por 5 pessoas, podem ser formadas,

contendo, no mínimo, 1 tenente?

a) 10

b) 15

c) 35

d) 40

e) 55

2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã

A prova do concurso interno para Sargento de um

grupamento foi composta por 40 questões, com 5

alternativas diferentes de respostas para cada questão.

Quantos são os possíveis gabaritos dessa prova?

a) 40 . 5

b) 405

c) 40/5

d) 540

e) (40 . 5)/2

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Um grupo de inquérito é formado por 8 oficiais e 4

soldados. Para analisar os processos, formam-se

comissões com 4 oficiais e 2 soldados. Sendo A um

oficial qualquer e B um soldado qualquer, qual é o

número de comissões de que participa o oficial A e não

participa o soldado B?

a) 105

b) 87

c) 64

d) 256

e) 504

4) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Técnico em Enfermagem

No carro de João, tem vaga apenas para 3 dos seus 8

colegas. De quantas formas diferentes, João pode

escolher os colegas aos quais dá carona?

a) 56

b) 84

c) 126

d) 210

e) 120

5) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Técnico em Enfermagem

Num grupo de 15 homens e 9 mulheres, quantos são

os modos diferentes de formar uma comissão

composta por 2 homens e 3 mulheres?

a) 4725

b) 12600

c) 3780

d) 13600

e) 8820

6) Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: PM-TO Prova:

Soldado da Polícia Militar

Considerando o uso da análise combinatória, é correto

afirmar que, no total, é possível formar com a palavra

TOCANTINS

a) 20160 anagramas.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

101

b) 10080 anagramas que começam pela letra T.

c) 10080 anagramas que terminam com vogal.

d) 40320 anagramas que contêm as letras TT juntas.

e) 7560 anagramas que mantêm as vogais juntas.

7) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:

Soldado

Sílvia tem 13 blusas diferentes e 7 saias diferentes. Ela

vai pegar uma das blusas e uma das saias para se

vestir. O total de possibilidades diferentes que Sílvia

tem para se vestir é igual a

a) 119.

b) 42.

c) 91.

d) 20.

e) 71.

8) Ano: 2010 Banca: IESES Órgão: PM-SC Prova:

Soldado da Polícia Militar

Um país deseja formar uma força tarefa constituída de

dois capitães, quatro sargentos e dez soldados.

Sabendo que para esta força tarefa o país tem a sua

disposição cinco capitães, oito sargentos e doze

soldados, de quantas maneiras diferentes esta força

tarefa pode ser constituída?

a) 46.200.

b) 38.400.

c) 44.800.

d) 42.600.

9) Ano: 2006 Banca: CONSULTEC Órgão: PM-RN

Prova: Soldado da Polícia Militar

Um indivíduo esqueceu-se da senha de acesso a um

computador. Lembrava-se que era formada com as

letras A, B, C e D, sem repetição, e que A e B estavam

sempre juntas, nessa ordem, e não se lembrava da

posição das demais.

Com base nessa informação, pode-se afirmar que a

pessoa teria x tentativas para acertar a senha de

acesso, portanto x é igual a

a) 2

b) 4

c) 6

d) 8

e) 10

10) Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: PM-DF Prova:

Soldado da Polícia Militar

Para fazer o cadastro em um site, o usuário deve

escolher uma senha formada por 4 caracteres, sendo

estes dois algarismos, escolhidos entre os 10 dígitos do

sistema de numeração decimal, e duas letras, entre as

26 do alfabeto latino, em que não se diferencia

maiúscula de minúscula. Os dois tipos de caracteres

podem aparecer em qualquer posição, e não é

permitido utilizar dois caracteres iguais na mesma

senha.

Dessa forma, o número total de senhas que podem ser

criadas é

a) menor que 300.000.

b) maior que 300.000 e menor que 320.000.

c) maior que 360.000.

d) maior que 340.000 e menor que 360.000.

e) maior que 320.000 e menor que 340.000.

GABARITO:

1 – E 3 – A 5 – E 7 – C 9 – C

2 – D 4 – A 6 – E 8 – A 10 – D

PROBABILIDADE

A história da teoria das probabilidades teve início com

os jogos de cartas, dados e de roleta. Esse é o motivo

da grande existência de exemplos de jogos de azar no

estudo da probabilidade. A teoria da probabilidade

permite que se calcule a chance de ocorrência de um

número em um experimento aleatório.

Experimento aleatório

É aquele experimento que, quando repetido em iguais

condições, pode fornecer resultados diferentes, ou

seja, são resultados explicados ao acaso. Quando se

fala de tempo e possibilidades de ganho na loteria, a

abordagem envolve cálculo de experimento aleatório.

Espaço amostral

É o conjunto de todos os resultados possíveis de um

experimento aleatório. A letra que representa o espaço

amostral é S.

Exemplo:

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Ensino de qualidade focado em concursos.

102

Lançando uma moeda e um dado, simultaneamente,

sendo S o espaço amostral, constituído pelos 12

elementos:

S = {K1, K2, K3, K4, K5, K6, R1, R2, R3, R4, R5, R6}

Escreva explicitamente os seguintes eventos:

A={caras e um número par aparece}

B={um número primo aparece}

C={coroas e um número ímpar aparecem}

Idem, o evento em que:

a) A ou B ocorrem;

b) B e C ocorrem;

c) Somente B ocorre.

Quais dos eventos A, B e C são mutuamente

exclusivos?

Resolução:

Para obter A, escolhemos os elementos de S

constituídos de um K e um número par: A={K2, K4, K6};

Para obter B, escolhemos os pontos de S constituídos

de números primos: B={K2,K3,K5,R2,R3,R5};

Para obter C, escolhemos os pontos de S constituídos

de um R e um número ímpar: C={R1,R3,R5}.

(a) A ou B = AUB = {K2,K4,K6,K3,K5,R2,R3,R5}

(b) B e C = B C = {R3,R5}

(c) escolhemos os elementos de B que não estão em A

ou C:

B Ac C

c = {K3,K5,R2}

A e C são mutuamente exclusivos, porque A C =

Conceito de probabilidade

Se em um fenômeno aleatório as possibilidades são

igualmente prováveis, então a probabilidade de ocorrer

um evento A é:

Por, exemplo, no lançamento de um dado, um número

par pode ocorrer de 3 maneiras diferentes dentre 6

igualmente prováveis, portanto, P = 3/6= 1/2 = 50%.

Dizemos que um espaço amostral S (finito) é

equiprovável quando seus eventos elementares têm

probabilidades iguais de ocorrência. Num espaço

amostral equiprovável S (finito), a probabilidade de

ocorrência de um evento A é sempre:

Propriedades importantes:

1. Se A e A’ são eventos complementares, então:

P(A) + P(A') = 1

2. A probabilidade de um evento é sempre um número

entre 0 (probabilidade de evento impossível) e 1

(probabilidade do evento certo).

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Num batalhão da região metropolitana, 28% dos

soldados são mulheres, e destas, 1,5% são residentes

da cidade do Recife. Desse mesmo batalhão, 5% são

homens que residem nessa mesma cidade.

Qual é a probabilidade de um soldado desse batalhão,

escolhido ao acaso, ser residente da cidade do Recife?

a) 1,18%

b) 4,02%

c) 3,50%

d) 2, 10%

e) 6, 98%

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Os batalhões que fazem parte da Diretoria Integrada

Metropolitana da Polícia Militar (DIMPM) no Recife são

os seguintes:

• 1º Batalhão da Polícia Militar

• 6º Batalhão da Polícia Militar

• 11º Batalhão da Polícia Militar

• 12º Batalhão da Polícia Militar

• 13º Batalhão da Polícia Militar

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103

• 16º Batalhão da Polícia Militar

• 17º Batalhão da Polícia Militar

• 18º Batalhão da Polícia Militar

• 19º Batalhão da Polícia Militar

• 20º Batalhão da Polícia Militar

Se quatro batalhões foram selecionados ao acaso para

indicar, cada um, oitenta militares para uma missão

num país asiático, por um período de seis meses, qual

é a probabilidade de esse batalhão ser de ordem menor

ou igual a 12?

a) 90%

b) 50%

c) 60%

d) 80%

e) 40%

3) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã

Dos 10 médicos habilitados para primeiros-socorros, 6

são homens, e 4, mulheres. Para montagem de uma

equipe com 3 médicos sorteados aleatoriamente, qual

a probabilidade de os sorteados serem do mesmo

sexo?

a) 50%

b) 40%

c) 30%

d) 20%

e) 10%

4) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Técnico em Enfermagem

Qual a probabilidade de lançados simultaneamente

dois dados honestos, a soma dos resultados se r igual

ou maior que 10?

a) 1/18

b) 1/36

c) 1/6

d) 1/12

e) ¼

5) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE

Prova: Técnico em Administração

Uma pesquisa feita com 200 frequentadores de um

parque, em que 50 não praticavam corrida nem

caminhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80

exercitavam corrida, qual a probabilidade de encontrar

no parque um entrevistado que pratique apenas

caminhada?

a) 7/20

b) 1/2

c) 1/4

d) 3/20

e) 1/5

6) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SESC-PE

Prova: Assistente Administrativo - II

Qual a possibilidade de se ter duas vezes o número 4

em duas jogadas de um dado não viciado?

a) 1/3

b) 1/6

c) 1/18

d) 1/36

e) 1/27

7) Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: PM-DF Prova:

Soldado da Polícia Militar

Nesse final de semana, 2 dos 40 soldados do batalhão

em que Renato é lotado deverão ser sorteados para

uma missão especial. Para tal, o comandante

identificou os soldados com os números de 1 a 40 e

colocou 40 bolas numeradas de 1 a 40 em uma urna

para retirar duas que corresponderiam aos sorteados.

Ao ser retirada, a primeira bola caiu no chão e se

perdeu, sem que o respectivo número tenha sido visto.

O comandante então decidiu realizar o sorteio com as

bolas restantes.

Nessa situação hipotética, qual é a probabilidade de

que Renato tenha sido um dos dois sorteados?

a) 1/20

b) 2/39

c)

d)

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Ensino de qualidade focado em concursos.

104

e)

8) Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: BM-RS Prova:

Soldado da Polícia Militar

Em um grupo formado por 80 pessoas há 10 que não

sabem dirigir. Qual é a probabilidade de escolher ao

acaso uma pessoa que saiba dirigir?

a) 85,0%.

b) 87,5%.

c) 90,0%.

d) 92,5%.

e) 94,0%.

9) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:

Soldado da Polícia Militar

Uma caixa contém bolas numeradas de 1 a 60.

Escolhendo aleatoriamente uma bola da caixa, qual é a

probabilidade que o número escolhido seja múltiplo de

5?

a) 5%

b) 10%

c) 20%

d) 40%

10) Ano: 2014 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:

Soldado da Polícia Militar

Uma família é formada por pai, mãe e dois filhos. Qual

a probabilidade de pelo menos dois dos membros

dessa família terem nascido no mesmo dia da semana?

Admita iguais as probabilidades de se nascer em cada

um dos dias da semana. Indique o valor mais próximo

do obtido.

a) 0,61

b) 0,63

c) 0,65

d) 0,67

e) 0,69

GABARITO:

1 – B 3 – D 5 – A 7 – A 9 – C

2 – E 4 – C 6 – D 8 – B 10 – C

JUROS SIMPLES

Em muitas ocasiões necessitamos realizar compras a

prazo ou fazer empréstimos bancários para suprir

necessidade ou então emprestar dinheiro para

rentabilidade. Em todas estas ocasiões pagamos pelo

dinheiro envolvido na operação ou o recebemos em

rendimentos. Estes pagamentos ou rendimentos são

denominados de juros. Portanto juros são quantidades

em dinheiro que pagamos ou recebemos em operações

financeiras.

Logo, juros é:

𝑱 =𝒄. 𝒊. 𝒕

𝟏𝟎𝟎

𝐽 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝐶 = 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙

𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎

𝑡 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜

BIZU 1: O montante é a quantidade total a ser paga, ou

seja, o capital mais o juro, 𝑀 = 𝐶 + 𝐽.

BIZU 2: A taxa vezes o tempo é igual ao percentual total

do rendimento 𝐼 𝑥 𝑇 = % 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜. Estou afirmando

o percentual de rendimento e não o valor do

rendimento!

BIZU 3: O tempo e a taxa devem estar na mesma

unidade.

Estes BIZUS vão te ajudar em cálculos mentais,

aumentando sua velocidade de resolução.

Se gostou paga mais 10!!!

Exemplo: Um Agente Penintenciário de Linhares

resolveu comprar uma pistola .380. À vista custaria

R$4.000,00. Porém, ele decidiu pagar a prazo com a

taxa de juros simples de 3% a.m. Se ele der R$1.000,00

de entrada e o restante em 60 dias no seu 13º salário,

quantos pagará pela pistola?

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Ensino de qualidade focado em concursos.

105

Resolução: 4000 − 1000 =

3000, 𝑙𝑜𝑔𝑜, 3000 𝑐𝑜𝑚 60 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑟á 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚:

𝐽 =3000 . 3 . 2

100= 180,00

Cuidado, pode ter uma alternativa com esse valor. Mas,

ainda não é a resposta da questão

(FATIOU…PASSOU).

Temos que somar R$1.000,00 de entrada com

R$3.000,00 mais o Juros.

𝑀 = 1000 + 3000 + 180 = 𝑅$4.180,00

JUROS COMPOSTO

FÓRMULAS:

CÁLCULO DOS JUROS

J = M – C

CÁLCULO DO MONTANTE

M = C x (1 + i)t

J = Juros

M = Montante

C = Capital (Valor Presente)

i = Taxa de juros

t = Prazo

Exemplo: Considere um empréstimo, a juros

compostos, no valor de R$ 100 mil, prazo de 2 meses

e taxa de 10% ao mês. Qual o valor do montante?

Dados do problema:

C = 100.000,00

t = 2 meses

i = 10% ao mês

M = C x (1 + i)t

M = 100.000 x (1 + 0,10)2

M = 100.000 x (1,10)2

M = 100.00 x 1,21

M= 121.000,00

Resposta: O valor do montante será de R$ 121.000,00

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã

Uma empresa financeira está com uma promoção para

consignado e oferece empréstimos a juro simples para

funcionários públicos. Aproveitando a promoção, Laura

pediu emprestado nessa empresa R$ 2 800,00 com

uma taxa de 5% ao mês.

Se o montante da sua dívida ficou em R$ 4 200,00, qual

o tempo, em meses, que ela levou para quitar esse

empréstimo?

a) 6

b) 7

c) 8

d) 9

e) 10

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Antônio resolveu fazer duas pequenas aplicações em

regime de juros compostos, num prazo de apenas um

mês. Ele vai aplicar R$ 1 000,00, parte no Banco Alfa e

parte no Banco Beta. Esses bancos cobram,

respectivamente, uma taxa de 5% e 6% ao mês. Se

Antônio resgatou o mesmo valor nas duas aplicações,

quais os valores aproximados de investimento em cada

banco?

a) R$ 392,00 e R$ 698,00

b) R$ 498,00 e R$ 502,00

c) R$ 474,00 e R$ 526,00

d) R$ 396,00 e R$ 604,00

e) R$ 520,00 e R$ 480,00

3) Ano: 2006 Banca: UPENET/IAUPE, Concurso:

Prefeitura de Olinda - PE, Cargo: Agente de Trânsito e

Transporte

Renato deseja comprar uma lancha de R$ 30.000. Ele

resolveu dar 30% de entrada e financiar o resto do valor

a uma taxa de 10% ao mês em 3 meses sendo os juros

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Ensino de qualidade focado em concursos.

106

compostos e capitalizados mensalmente. Qual a

quantia do montante da parte financiada?

a) R$ 32.756,80

b) R$ 30.892,65

c) R$ 29.346,74

d) R$ 28.923,89

e) R$ 27.951,00

4) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Técnico

Carlos aplicou, em um banco, a importância de R$

2500,00 a juros de 2% ao mês, durante 3 meses. No

final da aplicação, Carlos recebeu, em reais,

a) 3520,00

b) 2550,06

c) 2602,30

d) 2653,02

e) 25532,03

5) Ano: 2006, Banca: UPE / UPENET / IAUPE,

Concurso: Prefeitura de Recife - PE, Cargo: Auxiliar

Administrativo

Um aparelho de som custa, a vista, R$ 890,00.

Financiando esse aparelho em oito meses, cada

parcela será de R$ 151,30. Qual a taxa de juros simples

ao mês?

a) 5,5%

b) 4,5%

c) 4,2%

d) 3,5%

e) 3,8%

6) Ano: 2006 Banca: UPE / UPENET / IAUPE Concurso:

Prefeitura de Recife - PE Cargo: Auxiliar Administrativo

Uma pessoa emprestou 1/4 de seu capital a 3% ao

mês, e o restante, a 4% ao mês. Depois de 6 meses,

recebeu R$ 3.600 de juros simples pelas duas partes.

Portanto, o capital emprestado foi de

a) R$ 16.000,00

b) R$ 18.000,00

c) R$ 20.000,00

d) R$ 22.000,00

e) R$ 24.000,00

7) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:

Soldado da Polícia Militar

Maria comprou um computador em 3 parcelas mensais

e iguais de R$ 540,80, a primeira parcela paga no

momento da compra. Se o preço do computador à vista

era de R$ 1500,00, e se foram cobrados juros

compostos de 4% ao mês, quanto Maria pagou de juros

(em valores do momento da compra)?

a) R$ 60,80

b) R$ 60,70

c) R$ 60,60

d) R$ 60,50

e) R$ 60,40

8) Ano: 2010 Banca: COPS-UEL Órgão: CBM-PR

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro

Qual deve ser o capital inicial que um cidadão deve

aplicar em um fundo de renda fixa, que utiliza o sistema

de juros compostos e que rende 20% ao ano, de modo

que ele tenha R$ 1.440,00 ao final de dois anos?

a) R$960,00

b) R$975,00

c) R$1.000,00

d) R$ 1.003,00

e) R$1.010,00

9) Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: PM-AC Prova:

Soldado da Polícia Militar

Na compra de um imóvel, o contrato prevê o pagamento

de uma parcela intermediária de R$ 28.000,00 dentro

de um ano. Uma instituição financeira remunera os

investimentos em sua carteira à taxa de juros

compostos de 1,5% ao mês, livres de taxas e impostos.

Nessa situação, considerando 1,2 como valor

aproximado de 1,01512 , para obter o valor da parcela,

o comprador do imóvel deverá investir hoje uma quantia

que é inferior a R$ 23.300,00.

( ) Certo ( ) Errado

10) Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:

PM-CE Prova: Soldado da Polícia Militar

Considerando os conhecimentos em Matemática,

julgue, como Certo (C) ou Errado (E), o item a

seguir.

Supondo que uma dívida que não é paga até o

vencimento sofra um acréscimo de 2%, sobre o

valor do boleto, para cada mês em atraso, então,

no caso de uma dívida cujo boleto registra o valor

de R$1.000,00 e que será paga com 3 meses de

atraso, deverão ser pagos R$1.060,00.

( ) Certo ( ) Errado

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107

GABARITO:

1 – E 3 – E 5 – B 7 – A 9 – E

2 – B 4 – D 6 – A 8 – C 10 – C

FUNÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU

Função do 1º grau:

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim,

a qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da

forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados

e a 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado

de coeficiente de x e o número b é chamado termo

constante ou independente..

Exemplos:

f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3

f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7

Raiz ou Zero da Função: Valor de x onde o gráfico

intercepta o eixo x, das abscissas. Pode ser obtido

fazendo-se f(x) = 0.

Gráfico do 1º:

O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax

+ b, com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos OY

(ordenadas) e Ox (abscissas). O gráfico intercepta o

eixo das abscissas(x) na raiz da função e o eixo das

ordenadas(y) no ponto b (x=0).

Exemplo: 𝑦 = 3𝑥 − 1

Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus

pontos e ligá-los.

x Y

0 -1

1/3 0

Função do 2º

A função do 2º grau, também denominada função

quadrática, é definida pela expressão do tipo:

𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, onde a, b e c são constantes reais e 𝑎 ≠

0.

Gráfico de uma função do 2º:

O gráfico de uma função quadrática é uma parábola.

Exemplo: 𝑓(𝑥) = 2𝑥2.

Coordenadas do Vértice

𝑥 =−𝑏

2𝑎 𝑦 =

−∆

4𝑎

Como determinar a raiz ou zero da função do 2º grau?

Exemplo 1: determine a raiz da função y=x²+5x+6.

Y=f(x)=0

Utiliza-se a formula de Bháskara:

𝑥 =−𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐

2𝑎

𝑥 =−5 ± √25 − 4.1.6

2=

−5 ± 1

2 𝑥1 = −2 𝑒 𝑥2 = −3

Concavidade da Parábola:

Resumindo:

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108

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O ponto de interseção das curvas de oferta O e

demanda D é chamado de “ponto de equilíbrio de

mercado”. A abscissa desse ponto (preço de equilíbrio)

é o preço de mercado para o qual a oferta é igual à

demanda, ou seja, o preço para o qual não há escassez

nem excesso do produto. Na figura abaixo, temos o

esboço dos gráficos da função oferta O(x) = x2 + x –

460 e da função demanda D(x) = 500 – x de certo

produto, onde P é o ponto de equilíbrio.

Qual é a demanda desse produto no mercado, quando

ele estiver sendo oferecido pelo preço de equilíbrio?

a) 260 unidades

b) 310 unidades

c) 382 unidades

d) 470 unidades

e) 410 unidades

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O domínio da função real

definida por é o subconjunto dos reais, representado

pelo intervalo

a) [0; + ∞ [

b) [2; + ∞ [

c) [1; + ∞ [

d) [5; + ∞ [

e) [3; + ∞ [

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Um foguete foi lançado de um ponto O do solo e

descreveu uma trajetória em forma de parábola, até

retornar ao solo. Se ele atingiu as alturas de y = 35m e

y = 60m nos instantes x = 10s e x = 20s,

respectivamente, qual foi a altura máxima alcançada

por ele?

a) 40 m

b) 50 m

c) 60 m

d) 80 m

e) 70 m

4) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Técnico

Se f é uma função tal que f(x + y) = f(x).f(y) e f( 1 ) = 2,

então f(1) + f(2) + f(3) + f(4) + f(5) + f(6) =

a) 128

b) 126

c) 64

d) 132

e) 110

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109

5) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa correta:

a) O gráfico da função y = x2 + 2x não intercepta o eixo

y.

b) O gráfico da função y = x2 + 3x + 5 possui

concavidade para baixo.

c) O gráfico da função y = 5x – 7 é decrescente.

d) A equação x2 + 25 = 0 possui duas raízes reais e

diferentes.

e) A soma das raízes da função y = x2 – 3x – 10 é igual

a 3.

6) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Contador

Seja f uma função definida em [a, b]

1. se f(x) é decrescente para x < c

2. se f(x) é crescente para x > c

Então

a) c é ponto de máximo de f.

b) c é ponto de mínimo de f.

c) c é ponto de inflexão de f.

d) c é raiz de f.

e) c é raiz dupla de f.

7) Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

Dada a função quadrática f(x) = -2.x² + 4.x -9, as

coordenadas do vértice do gráfico da parábola definida

por f(x), é:

a) V = (-7; 1)

b) V = (1; -7)

c) V = (0; 1)

d) V = (-7; 0)

e) V = (0; 0)

8) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Assessor Jurídico

Se f é uma função tal que f( x + 2 ) = 3x + 1, é

CORRETO afirmar que f(x) é igual a

a) f(x)= 3x – 2

b) f(x) = 3x -1

c) f(x) =3x -5

d) f(x+2) = 3x +4

e) f(x+1) = 3x -3

9) Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: CBM-AC Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro

O valor máximo da função ƒ (x) = - x2 + 2x + 2 é:

a) 6.

b) 5.

c) 4.

d) 3.

e) 2.

10) Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: CBM-RO

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro

O gráfico abaixo representa a variação do preço de um

veículo, em função do tempo. Com base na análise

desse gráfico, pode-se concluir que o tempo necessário

para que o veículo fique valendo R$ 14 000,00, é:

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110

a) 1 ano;

b) 2 anos;

c) 3 anos;

d) 4 anos;

e) 5 anos.

GABARITO:

1 – D 3 – D 5 – E 7 – B 9 – D

2 – E 4 – B 6 – B 8 – C 10 – C

PROGRESSÕES

Progressão Aritmética

Vamos considerar as seqüências numéricas

a) (2, 4, 6, 8, 10, 12). Veja que a partir do 2º termo a

diferença entre cada termo e o seu antecessor, é

constante:

a2 - a1 = 4 - 2= 2; a3 - a2 = 6 - 4 = 2;

a5 - a4 = 10 - 8 = 2; a6 - a5 = 12 - 10 = 2

b) (2, 3/2, 1, 1/2, 0, -1/2)

a2 - a1 = 3/2 - 2= -1/2; a3 - a2 = 1 - 3/2 =-1/2;

a5 - a4 = 0 - 1/2 = -1/2; a6 - a5 = -1/2 - 0 = -1/2

Quando observamos que essas diferenças entre cada

termo e o seu antecessor, é constante, damos o nome

de progressão aritmética (P.A.) à constante damos o

nome de razão (r).

Obs.: r = 0 => P.A. é constante.

r > 0 => P.A. é crescente.

r < 0 => P.A. é decrescente.

Chama-se de progressão aritmética (P.A.), toda

sucessão de números que, a partir do segundo, a

diferença entre cada termo e o seu antecessor é

constante.

Fórmula do termo Geral de uma P.A.:

𝑎𝑛 = 𝑎1 + (𝑛 − 1). 𝑟

𝑎𝑛 = ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜.

𝑎1 = 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜.

𝑛 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠.

𝑟 = 𝑟𝑎𝑧ã𝑜.

BIZU:

Quando procuramos uma P.A. com 3, 4 ou 5 termos,

podemos utilizar um recurso bastante útil.

• Para 3 termos: (x, x+r, x+2r) ou (x-r, x, x+r).

• Para 4 termos: (x, x+r, x+2r, x+3r) ou (x-3y, x-y, x+y,

x+3y). Onde y = r/2.

• Para 5 termos: (x, x+r, x+2r, x+3r, x+4r) ou (x-2r, x-r,

x, x+r, x+2r).

Soma dos n termos de uma P.A.:

𝑆𝑛 =(𝑎1 + 𝑎𝑛)

2. 𝑛

Exemplo 1: Calcular a soma dos 20 primeiros termos

da P.A. ( 3, 7, 11,...).

𝑆𝑛 =(3 + 𝑎𝑛)

2. 20 =

(3 + (𝑎1 + (𝑛 − 1). 𝑟)

2. 20

(3 + (3 + (20 − 1). 4)

2. 20 = 820

Progressão Geométrica

Chamamos Progressão Geométrica (P.G.) a uma

seqüência de números reais, formada por termos, que

a partir do 2º, é igual ao produto do anterior por uma

constante q dada, chamada de razão da P.G. Dada

uma seqüência (a1, a2, a3, a4, ..., an,...), então se ela

for uma P.G. 𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1. 𝑞 , com n ≥ 2 e n ϵ IN, onde:

𝑎1 = 1º𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜

𝑎2 = 𝑎1. 𝑞 → 𝑞 =𝑎2

𝑎1

𝑎3 = 𝑎2. 𝑞 → 𝑞 =𝑎3

𝑎2

.

.

.

𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1. 𝑞 → 𝑞 =𝑎𝑛

𝑎𝑛−1

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111

Vamos considerar uma P.G. (a1, a2, a3, a4,..., an,...).

Pela definição temos:

𝑎1 = 𝑎1

𝑎2 = 𝑎1. 𝑞

.

.

𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1. 𝑞 →𝑎𝑛

𝑎𝑛−1

= 𝑞

𝒂𝒏 = 𝒂𝟏. 𝒒𝒏−𝟏 (Fórmula Geral)

Soma dos termos de uma PG é dada pela seguinte

fórmula:

BIZU:

Classificação da P.G.

1.Crescente {𝑞 > 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠

0 < 𝑞 < 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠

2. Decrescente {𝑞 > 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠

0 < 𝑞 < 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Em uma campanha de doações à Creche Marias de

Deus, feitas por um grupo de lojistas de uma pequena

cidade, foram arrecadados 17 600 reais. Na reunião

que decidiu quanto aos valores a serem doados por

cada lojista, ficou acordado que a loja de menor lucro

líquido anual doaria 800 reais, a segunda loja de menor

lucro líquido anual, 400 reais a mais que a primeira, a

terceira, 400 reais a mais que a segunda e assim

sucessivamente. Quantas lojas fizeram doação à

Creche Marias de Deus?

a) 6

b) 9

c) 8

d) 10

e) 11

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Num dia de chuva forte, foi identificada uma goteira no

teto da sala de vídeo. Para controlar o pinga-pinga, a

servente colocou uma pequena vasilha no chão, abaixo

do local de onde as gotas caíam. Na primeira hora, a

vasilha recebeu 5 gotas de chuva; na segunda hora, 25

gotas; na terceira, 125 gotas e assim por diante.

Depois de quantas horas, essa vasilha recebeu 78 125

gotas?

a) 7

b) 6

c) 5

d) 8

e) 9

3) Ano: 2008, Banca: UPE / UPENET / IAUPE,

Concurso: HEMOPE/PE, Cargo: Auxiliar de Produção

Dadas as figuras abaixo:

Observamos que, na 1ª etapa, temos 1 objeto; na 2ª

etapa, 3 objetos; na 3ª etapa, 5 objetos, e, na 4ª etapa,

7 objetos. Com base no relato acima, quantos objetos

teremos na 6ª etapa?

a) 9

b) 10

c) 12

d) 11

e) 15

4) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova:

Soldado - Manutenção

Em uma feira de jogos, o número de visitantes duplica

a cada 26 minutos. Após 3 horas e 2 minutos desde o

início do evento, o ambiente lotou e 1.200 visitantes não

puderam entrar. Considere que nenhuma pessoa saiu

do evento nesse período e que no início havia 300

visitantes no evento, então a lotação máxima de

visitantes no evento é:

a) 9.600.

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112

b) 18.000.

c) 19.200.

d) 36.200.

5) Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: BM-RS Prova:

Soldado da Polícia Militar

Sabendo que no primeiro dia de treino um Bombeiro

percorreu 3 km e a cada dia seguinte percorria 200m a

mais que no dia anterior, quantos quilômetros esse

Bombeiro teria percorrido em 15 dias de treino?

a) 60,0.

b) 64,0.

c) 66,0.

d) 68,0.

e) 70,0.

6) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova:

Soldado - Manutenção

O produto dos cinco primeiros termos de uma

progressão geométrica é 1 (um), ao passo que o

produto de seus cinco últimos termos é 1.024.

Considerando que essa progressão possui apenas seis

termos, então sua razão q, com q ∈ N, é:

a) 2.

b) 3.

c) 4.

d) 6.

7) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:

Soldado

As casas do lado esquerdo de uma rua têm numeração

par: 2, 4, 6, 8 e assim em diante. Sendo 2 o número da

primeira casa desse lado da rua, o número da 64ª casa

desse lado da rua será

a) 62.

b) 124.

c) 32.

d) 66.

e) 128.

8) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:

Soldado da Polícia Militar

O comandante de um destacamento militar ordenou

que seus subordinados se organizassem em filas. A

primeira fila era composta por 14 soldados, a segunda

por 18 soldados, a terceira por 22 soldados, e assim,

sucessivamente. Sabe-se que o número de soldados

deste destacamento é igual a 1550. Dessa forma, é

correto afirmar que serão formadas:

a) 18 filas.

b) 20 filas.

c) 23 filas.

d) 25 filas.

e) 30 filas.

9) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova:

Soldado - Manutenção

Uma progressão aritmética crescente de razão 4 se

iguala a outra progressão aritmética decrescente de

razão 3 no 11º termo de ambas. A diferença entre o

primeiro termo da primeira progressão e o primeiro

termo da segunda progressão é:

a) 10.

b) 55.

c) 62.

d) 70.

10) Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: CBM-PA

Prova: Soldado do Corpo Bombeiro Militar

Em uma lanchonete recém‐aberta percebeu‐se que a

cada dia visitavam três clientes a mais que no dia

anterior, até o décimo dia. Sabendo que no primeiro dia

foram 13 clientes a visitar a lanchonete, então o número

total de clientes que visitaram a lanchonete nesses

primeiros 10 dias foi igual a:

a) 130.

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113

b) 215.

c) 245.

d) 265.

e) 280.

GABARITO:

1 – C 3 – D 5 – C 7 – E 9 – D

2 – A 4 – B 6 – C 8 – D 10 – D

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114

Geografia

FORMAÇÃO TERRITORIAL DE PERNAMBUCO

Localizado totalmente no Hemisfério Oeste (ou

Ocidental) do planeta, o Brasil possui a quinta maior

extensão territorial do mundo, com uma área de

8.514.876,5 Km². O país é atravessado ao norte pela

linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio:

93% de seu território localiza-se no Hemisfério Sul e

apenas 7% no Hemisfério Norte. O território brasileiro

corresponde a 1,6% de toda a superfície terrestre, 5,7%

das terras emersas, 20,8% da América e 47,3% da

América do Sul.

O Nordeste é uma das cinco macrorregiões geográficas

do IBGE ao lado de Centro-Oeste, Sul, Sudeste e orte.

Nela, o estado de Pernambuco ocupa a porção

Oriental, sendo banhado pelo Oceano Atlântico.

Pernambuco está localizado totalmente no Hemisfério

Oeste (ou Ocidental) do planeta, com uma área de

98.312 Km². O estado é próximo da linha do Equador e

ao mas a totalidade de seu território localiza-se no

Hemisfério Sul. O território brasileiro corresponde a

uma parcela muito pequena do território nacional e

menos de 7% das terras nordestinas.

Destaque da Região Nordeste no Brasil

Sua configuração geográfica longitudinal, ou seja,

alongado no destido ocidental-oriental (leste-oeste) faz

com que o litoral pernambucano seja um dos menores

do país e da região, com 187 quilômetros e o deixa

totalmente situado na zona Tropical, visto que seus

pontos extremos norte e sul são 7º15’ S e 9º 27’ S,

respectivamente. Já na direção leste-oeste as

distâncias são muitos maiores. Os pontos extremos

longitudinais do estado são 34º48’ e 41º19’, isso faz

com que popularmente muitos digam que o estado de

Pernambuco é uma “espinha de peixe! ”.

A composição territorial pernambucana alonga no

sentido leste-oeste faz com que a distância nesse

sentido sejam enormes. Por exemplo, é muito mais

longa uma viagem entre Recife e Petrolina, realizada

inteiramente no território de Pernambuco (770 km), do

que uma viagem Recife-Natal em que se cortam

territórios de três estados, Pernambuco, Paraíba e Rio

Grande do Norte (295 km).

Pernambuco faz divisa com vários estados nordestinos,

exceto Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão. Ao

norte faz divisa com Ceará e Paraíba, ao leste com o

Oceano Atlântico, ao Sul com Alagoas e Bahia e no

oeste com Piauí.

PROCESSOS DE FORMAÇÃO

Em 1501, quando a expedição do navegador Gaspar

de Lemos fundou feitorias no litoral da colônia

portuguesa, na recém descoberta América, teve início

o processo de colonização de Pernambuco, uma das

primeiras áreas brasileiras a ter ativa colonização

portuguesa.

Entre os anos de 1534 e 1536, Dom João III, então rei

de Portugal, instalou o sistema de Capitanias

Hereditárias no Brasil, que consistia na doação de um

lote de terras, chamado capitania, a um donatário

(português), a quem caberia explorar, colonizar as

terras, fundar povoados, arrecadar impostos e

estabelecer as regras do local. Entre os primeiros 14

lotes distribuídos por Dom João III estava a Capitania

de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitânia, como

seu donatário, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma,

em 1535, Duarte Coelho estabeleceu-se no local onde

fundou a vila de Olinda e espalhou os primeiros

engenhos da região. Até então, os ocupantes do

território eram os índios Tabajaras.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

115

A Colônia

No período colonial, Pernambuco tornou-se um grande

produtor de açúcar e, durante muitos anos, foi

responsável por mais de metade das exportações

brasileiras. Pernambuco passou a ser a mais

promissora das capitanias da Colônia Portuguesa na

América. Tal prosperidade chamou a atenção dos

holandeses, que, entre 1630 e 1654, ocuparam toda a

região, sob o comando da Companhia das Índias

Ocidentais, tendo como representante o Conde

Mauricio de Nassau, que, por ter incendiado Olinda,

estabeleceu-se no Recife, fazendo-a capital do Brasil

holandês. Nassau trouxe para Pernambuco uma forma

de administrar inovadora. Além disso, realizou

inúmeras obras de urbanização, ampliou a lavoura da

cana e assegurou a liberdade de culto.

No período holandês, foi fundada no Recife a primeira

sinagoga das Américas. Amante das artes, Nassau

tinha, na sua equipe, inúmeros artistas, como Frans

Post e Albert Eckhrout, pioneiros na documentação

visual da paisagem brasileira e do cotidiano dos seus

habitantes.

A partir de 1645, teve início um movimento de luta

popular contra o domínio holandês de Pernambuco: a

Insurreição Pernambucana. A primeira vitória

importante dos insurretos se deu no Monte das

Tabocas, hoje localizado no município de Vitória de

Santo Antão, onde 1.200 insurretos mazombos

munidos de armas de fogo, foices, paus e flechas

derrotaram numa emboscada 1.900 holandeses bem

armados e bem treinados. Foram quase 10 anos de

conflito, com destaque para as duas Batalhas de

Guararapes, até que, em janeiro de 1654, os

holandeses se renderam. O movimento foi um marco

importante para o Brasil, tanto militarmente, com a

consolidação das táticas de guerrilha e emboscada,

quanto sóciopoliticamente, com o aumento da

miscigenação entre as três raças (negro africano,

branco europeu e índio nativo) e o começo de um

sentimento de nacionalidade.

A ocupação dos holandeses fez Recife prosperar, onde

se estabeleceram muitos comerciantes e mascates,

enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos

senhores de engenho. Devido a divergências quanto à

demarcação de novas vilas, em 1710, os moradores de

Olinda invadem o Recife, dando início a chamada

Guerra dos Mascates. O líder da ocupação, Bernardo

Vieira de Melo entrou para a história quando sugeriu

que Pernambuco se tornasse uma república. Essa foi a

primeira vez que se falou em república no país. O

conflito só terminou com a chegada, em 1711, do novo

governador da região.

O Império

Em 1817, Pernambuco tentou proclamar-se

independente de Portugal, mas o movimento foi

derrotado. A Revolução Praeira, em 1848, questionava

o regime monárquico e já pregava a República.

Joaquim Nabuco, um dos maiores símbolos do

Abolicionismo, iniciou a pregação das ideias no Recife.

Os pernambucanos orgulham-se de sua participação

ativa na História do Brasil, sempre mantendo altos

ideais libertários.

A República

Com o advento da República, Pernambuco procurou

ampliar sua rede industrial, mas continuou marcado

pela tradicional exploração do açúcar. O Estado

modernizou suas relações trabalhistas e liderou

movimentos para o desenvolvimento do Nordeste,

como no momento da criação da Sudene. A partir de

meados da década de 1960, Pernambuco começou a

reestruturar sua economia, ampliando a rede rodoviária

até o Sertão e investindo em polos de investimento no

interior do Estado. Na última década, consolidaram-se

os setores de ponta da economia pernambucana,

sobretudos aqueles atrelados ao setor de serviços

(turismo, informática, medicina) e estabeleceu-se uma

tendência constante de modernização da

administração pública.

MESORREGIÕES

A mesorregião é uma subdivisão dos estados

brasileiros que agrupa diversos municípios de uma

determinada área geográfica com similaridades

econômicas e sociais. Esse conceito foi introduzido

pelo IBGE. Por suas características fisiográficas,

Pernambuco possui três Mesorregiões (Mata, Agreste

e Sertão) como mostra a figura abaixo:

As três Regiões Fisiográficas do Estado estão

divididas, para fins de planejamento, em 12 Regiões de

Desenvolvimento (RD).

É importante destacar ainda que além das

mesorregiões fisiográficas podemos encontrar outra

subdivisão do estado de Pernambuco em

mesorregiões, que compreendem as grandes regiões

do estado, que congregam diversos municípios de uma

área geográfica. Essa denominação-divisão foi criada

pelo IBGE, e consiste num sistema de divisão que tem

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Ensino de qualidade focado em concursos.

116

aplicações importantes na elaboração de políticas

públicas e no subsídio ao sistema de decisões quanto

à localização de atividades socioeconômicas.

Oficialmente Pernambuco apresenta cinco

mesorregiões:

- Agreste Pernambucano;

- Região Metropolitana do Recife;

- São Francisco Pernambucano;

- Sertão Pernambucano;

- Zona da Mata Pernambucana.

Essas mesorregiões estão, por sua vez, subdivididas

em microrregiões. Pernambuco possui dezenove

microrregiões: Alto Capibaribe, Araripina, Brejo

Pernambucano, Garanhuns, Fernando de Noronha,

Itamaracá, Itaparica, Mata Meridional, Mata

Setentrional, Médio Capibaribe, Petrolina, Recife,

Salgueiro, Sertão do Moxotó, Suape, Vale do Ipanema,

Vale do Ipojuca, Vale do Pajeú e Vitória de Santo Antão.

Mesorregião do São Francisco Pernambucano

Aspectos físicos

A mesorregião do São Francisco Pernambucano é uma

das cinco mesorregiões do estado brasileiro de

Pernambuco. É formada por duas microrregiões e

abrange 15 municípios.

Petrolina é a capital regional dessa mesorregião, que,

além de possuir um importante porto fluvial e um

aeroporto internacional para exportações, é um polo

agroindustrial, financeiro e comercial.

Localiza-se no Centro-Sul do Estado de Pernambuco.

Faz divisa com os Estados do Piauí, Bahia e Alagoas.

A mesorregião é circundada pela margem esquerda do

Rio São Francisco, o qual faz divisa natural com o

Estado da Bahia. Graças ao rio, a região apresenta uma

desenvolvida agricultura irrigada, que coloca

Pernambuco como um dos maiores produtores e

exportadores de frutas do país.

A vegetação nativa é composta por caatinga.

Os índices pluviométricos da região são muito baixos,

entre 400mm e 800mm. Os meses mais chuvosos são

os do verão, enquanto que os mais secos são os da

primavera. As temperaturas ficam elevadas todo o ano,

com mínimas anuais de 15°C e máximas que podem

ultrapassar facilmente os 40°C. Foi no Município de

Petrolina, no dia 3 de janeiro de 1964, onde foi

registrada a maior temperatura em Pernambuco, com o

valor de 44.1°C.

Economia

Na sua porção mais seca, em que domina o clima

semiárido com rios temporários e vegetação de

caatinga, a atividade econômica predominante é a

pecuária bovina extensiva de corte. Já na sua porção

sul, o Rio São Francisco tem influência marcante. Às

suas margens desenvolvem-se culturas irrigadas,

utilizando técnicas modernas que aumentam a

produtividade. Esse aspecto contribui cada vez mais

para a instalação de agroindústrias, principalmente

produtora de vinhos. Merece destaque a produção de

Cebola (Belém do São Francisco) e Arroz (Cabrobó), e

de frutas como manga, uva e melão (Petrolina, Lagoa

Grande) para exportação. Nela também está localizada

a barragem de Itaparica sendo de grande importância

para a região. Segundo uma pesquisa da Revista Veja,

Petrolina é uma das 20 futuras metrópoles nacionais.

Áreas de fruticultura irrigada em Petrolina.

Uvas no Vale do São Francisco Pernambucano.

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Pecuária e Avicultura

(As principais estão em

negrito)

Produção Agrícola

(As principais estão em

negrito)

Animal

Asininos

Bovinos

Caprinos

Equinos

Galináceos

Muares

Ovinos

Suínos

Arroz

Banana

Batata-doce

Cebola

Cana-de-açúcar

Coco-da-baía

Feijão

Goiaba

Laranja

Mamão

Mamona

Mandioca

Manga

Melancia

Melão

Milho

Tomate

Uva

Demografia

De acordo com a estimativa de 2015, a população

dessa mesorregião totaliza 637.626 habitantes, sendo

que mais da metade vive no ambiente urbano. As

cidades mais populosas são: Petrolina (331.951), Santa

Maria da Boa Vista (41.293), Petrolândia (35.342),

Cabrobó (33.247), e Floresta (31.809).

Com a transposição do rio São Francisco, cidades

como Cabrobó e Floresta receberam uma grande

população e crescimento. Segundo o Censo 2010, a

mesorregião poderá ter uma população de pouco mais

de 575.000 habitantes. Junto com Juazeiro/BA,

Petrolina forma o maior aglomerado urbano do Sertão

Nordestino, as quais formam a Região Administrativa

Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e

Juazeiro juntamente com outras três cidades

pernambucanas e três cidades baianas totalizando

mais de 812.000 habitantes.

Transporte

Além de várias BRs que cortam a região, há também o

aeroporto internacional de Petrolina, de grande

importância regional. A mesorregião também conta

com o porto fluvial de Petrolina. O porto de Petrolina é

um importante porto fluvial, situado na margem

esquerda do Rio São Francisco. As embarcações que

nele atracam servem tanto ao transporte de

passageiros como ao de produtos para o Sertão

Nordestino.

O Aeroporto de Petrolina/Senador Nilo Coelho é um

aeroporto que serve ao Município de Petrolina, Lagoa

Grande, Afrânio e Dormentes, em Pernambuco, e

também ao Município de Juazeiro, Casa Nova,

Sobradinho e Curaçá, na Bahia. O Aeroporto de

Petrolina possui a segunda maior pista de aterrisagem

do Nordeste com 3.250 metros. Firma-se como um dos

principais do Nordeste, impulsionado pela produção do

Vale do São Francisco, maior exportador de frutas do

Brasil e responsável pela maior taxa de crescimento

econômico da Região. Os investimentos que a Infraero,

administradora de 67 aeroportos, implementou em

Petrolina, transformaram o aeroporto no segundo maior

do Nordeste.

São quatro as companhias aéreas que operam com

voos regulares no aeroporto: a Gol Linhas Aéreas,

Avianca Brasil, TRIP Linhas Aéreas e a Tam Linhas

Aéreas. O novo terminal de passageiros do Aeroporto

de Petrolina / Senador Nilo Coelho é totalmente

climatizado, com equipamentos de segurança

modernos, como o circuito interno de TV e o sistema

informativo de voo, além de 18 pontos comerciais

dentro do conceito de Aeroshopping. O aeroporto tem

lanchonetes, restaurante, lojas de artesanato e de

produtos regionais, locadoras de veículos e terminal de

saque eletrônico. O Aeroporto de Petrolina atende a

mais de 53 municípios nos Estados de Pernambuco,

Bahia e Piauí. Em 2008, o aeroporto recebeu mais de

207 mil passageiros.

Turismo

Belém do São Francisco

Casario e conjunto de igrejas do período colonial, bicas,

praias fluviais, a Ilha do Caxauí.

Floresta

Reserva Biológica da Serra Negra, os Letreiros de Mãe

D'Água (pinturas rupestres), sítios arquitetônicos com

casarões coloniais, praias fluviais, lagoas, riachos e

serras.

Itacuruba

Praias fluviais e trilhas ecológicas.

Petrolândia

Trilhas ecológicas, a praia do Toco, o Mirante do

Serrote, furnas, serras, além da Usina Hidroelétrica

Luiz Gonzaga (Itaparica).

Tacaratu

Serras, grutas, fontes, cachoeiras, passeios ecológicos,

Reserva Indígena Pankararu, casas de farinha, bicas,

igrejas, prédios históricos, artesanato (o distrito de

Caraibeiras é centro produtor de tecelagem em teares

manuais, cuja produção é distribuída no Brasil e no

Exterior), gastronomia típica e folclore.

Petrolina

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O Bodódromo, localizado em Petrolina, é o maior

complexo gastronômico ao ar livre do Nordeste quando

o assunto é carne de bode. No Bodódromo, os turistas

podem apreciar o principal prato típico da região: bode

assado. Com mais de dez restaurantes, o local, situado

na Av. São Francisco, ainda dispõe de área para shows

musicais, quiosques e lanchonetes.

Um agradável passeio por entre as marcas do passado,

presentes em pertences de vultos como Lampião – o

rei do cangaço, Dom Malán – primeiro bispo de

Petrolina, coronel Quelê – patriarca da família Coelho,

Joãozinho do Pharol – pioneiro da imprensa escrita do

interior do Nordeste e tantos outros. Um encontro

também com as exposições permanentes setorizadas

conforme as temáticas: Sala das Carrancas, Casa

Nordestina, Rio São Francisco, Cangaço e ícones

nordestinos. Em cada espaço um detalhe novo salta

aos olhos do visitante, possibilitando a compreensão e

o entendimento das transformações socioculturais e

econômicas ocorridas ao longo do tempo, na vida da

terra e do homem destes sertões.

River Shopping é um shopping situado na região do

Vale do São Francisco, na cidade de Petrolina. É o

maior shopping do Sertão Pernambucano, possuindo

100 lojas. Nele se encontram as únicas salas de cinema

da região, quatro salas da Orient Cinemas. Além das

lojas âncora, o River Shopping também abriga algumas

lojas de presença nacional como Arezzo, Chilli Beans,

Cacau Show, Colcci, Playtoy, Mundo Verde e O

Boticário. Por todo o shopping, há espalhados

quiosques diversos.

Cabrobó

Uma boa dica para quem visita Cabrobó é conhecer as

diversas cachoeiras existentes na cidade. Outra opção

para o visitante é desfrutar das águas do rio São

Francisco. Festa da Cebola e as Vaquejadas também

movimentam a cidade. Além disso, a festa da padroeira

da cidade, Nossa Senhora da Conceição, atrai turistas

para a região.

Mesorregião do Sertão Pernambucano

Sertão Pernambucano

Indicadores

PIB: R$ 6 754 833 mil IBGE/2012

PIB per capita: R$ 5 477 40 IBGE/2012

A mesorregião do Sertão Pernambucano é uma das

cinco mesorregiões do estado brasileiro de

Pernambuco. É formada pela união de 50 municípios

distribuídos em quatro microrregiões.

Aspectos físico

Essa mesorregião é a menos densamente habitada de

Pernambuco. Suas maiores cidades são Serra

Talhada, Araripina e Arcoverde.

A mesorregião é cortada por rios abundantes, como rio

Pajeú, rio Brígida e o rio Moxotó. Além disso, as

nascentes do rio de Ipojuca se localizarem em uma

serra do município de Arcoverde.

Sua vegetação é composta pela caatinga, com árvores

de médio porte, arbustos e estepe. Sua fauna é rica

principalmente em aves.

O índice pluviométrico é baixo em relação a outras

regiões do estado, as médias pluviométricas anuais

variam entre 600 mm e 1.500 mm, sendo mal

distribuídas ao longo do ano. Os meses mais chuvosos

são correspondentes aos do verão, com média entre

400 mm e 500 mm, e os menos chuvosos

correspondentes aos da primavera, com média entre 0

mm e 10 mm. As secas são muito severas e ocorrem

com frequência, o que é entrave para o

desenvolvimento econômico e social da região, já que

as obras da Transposição do rio São Francisco sofrem

com o descaso do Governo Federal.

O clima da região é o clima semiárido, com altas

temperaturas na maior parte do ano e com baixos

índices de umidade relativa do ar, que variam entre 5%

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a 90%. As temperaturas raramente caem para menos

de 10°C no inverno e raramente ultrapassam os 41°C.

A mesorregião do Agreste Pernambucano

É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de

Pernambuco. É formada pela união de 71 municípios

distribuídos em seis microrregiões.

Estende-se por uma área aproximada de 24 400 km²,

inserida entre a Zona da Mata e o Sertão. Representa

24,7% do território pernambucano e conta com uma

população de cerca de 1,8 milhão de habitantes (um

quarto da população do estado).

Aspectos físicos

Geologicamente a região está situada sobre o Planalto

do Borborema em uma altitude média entre 400 a 800

metros, sendo que em alguns pontos como nas

microrregiões de Garanhuns e do Ipojuca, as altitudes

podem chegar 1000 metros.

A região está inserida na área de abrangência do

Polígono das Secas, mas apresentando um tempo de

estiagem menor que a do sertão, devido à sua

proximidade do litoral. Os índices pluviométricos podem

variar em cada microrregião.

A região está situada em parte no Planalto da

Borborema, o que confere à região um clima mais

ameno em relação ao semiárido e com maior índice

pluviométrico. A região apresenta estações do ano bem

definidas, em comparação ao litoral e ao oeste

pernambucano.

O índice pluviométrico, temperatura e umidade relativa

do ar fica a cargo do relevo, pois o Agreste é a transição

entre a Zona da Mata e o Sertão. As chuvas são mal

distribuídas em grande parte da região, sendo mais

frequentes entre abril e junho (não ultrapassando

295mm) e mais escassas entre setembro e janeiro (não

ultrapassando 25mm). A umidade relativa do ar fica

entre 10% e 100%.

A região apresenta clima semiárido. As temperaturas

raramente ficam abaixo dos 8°C e dificilmente

ultrapassam os 37°C.

Clima

O Agreste Pernambucano possui um clima seco e

quente, com diminuição de chuvas no verão e

temperatura média sempre superior a 25°C. A mínima

no verão geralmente fica entre 20°C e 25°C, e a

máxima entre 30 e 35°C. A seca chega níveis críticos

em quase todos os anos. Nos anos de muita seca, fica

entre 4 meses e 1 ano sem uma gota de chuva. O índice

pluviométrico é sempre inferior a 600mm acumulado

em todos os anos.

A mesorregião da Mata Pernambucana

É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de

Pernambuco. É formada pela união de 43 municípios

distribuídos em três microrregiões. As cidades mais

importantes por microrregião são:

Na microrregião da Vitória de Santo Antão: Vitória de

Santo Antão;

Na microrregião da Mata Setentrional Pernambucana

(Zona da Mata Norte): Goiana, Carpina, Timbaúba e

Paudalho;

Na microrregião da Mata Meridional Pernambucana

(Zona da Mata Sul): Palmares, Escada, Sirinhaém e

Barreiros.

Aspectos físicos

A Zona da Mata Pernambucana estende-se por uma

área de 8.738 km2, limitando-se ao norte com a

Paraíba; ao sul, com Alagoas; ao leste, com a Região

Metropolitana do Recife e, ao oeste, com o Agreste.

Possui população estimada em 1.193.661 habitantes.

A Zona da Mata foi a porta de entrada dos europeus em

Pernambuco, pois, antes de existir a Região

Metropolitana do Recife, todas as cidades do leste

pernambucano eram integrantes dessa mesorregião –

antes de vigorar a Lei Complementar nº 14, que criou

outra mesorregião. A região é servida pelas rodovias

federais BR-232, BR-101 e BR-408. O nome "Zona da

Mata" refere-se ao que os portugueses viram desde o

litoral, uma faixa de Mata Atlântica. O revelo é ondulado

e argiloso, com alturas variando entre o litoral ao

interior, aumentando a altura para o interior.

A mesorregião é cortada pelos rios mais importantes do

estado, como o Rio Capibaribe, o Rio Ipojuca e o Rio

Ipanema, além de rios de menor extensão, como o Rio

Siriji.

A vegetação é composta por Mata Atlântica, que

incluem árvores de médio e grande porte e gramíneas,

com uma rica fauna.

O índice pluviométrico e a umidade relativa do ar são

elevados, com acumulados anuais que ultrapassam os

2.500 mm, ao passo que a umidade ar varia de 30% a

100%. O clima predominante é o clima tropical. As

temperaturas são equilibradas ao longo do ano, com

mínimas que raramente chegam a menos de 15°C e

máximas que nunca ultrapassam os 36°C.

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Economia

A economia da Zona da Mata é composta

principalmente pela plantação de cana-de-açúcar. A

região tem muitos engenhos e usinas. Ultimamente a

região vem se destacando devido ao crescimento no

número de indústrias alimentícias e automotiva que

vêm chegando desde 2010. Os municípios de maior

importância é Vitória de Santo Antão, Goiana,

Palmares, e Carpina. Outras cidades da região

crescem bastante, principalmente Goiana, na Mata

Norte, que recebeu, em 2011, a planta da maior fábrica

da Fiat no mundo, gerando muitos empregos para a

população local. A fábrica entrará em funcionamento

em 2014. Puxada pela Fiat a empresa de fabricação de

peças automotivas, WHB, lançou a pedra fundamental

na cidade de Glória do Goitá no começo do ano de

2012.

A mesorregião Metropolitana do Recife

É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de

Pernambuco. É formada por quatro microrregiões, que

totalizam 15 municípios, incluindo Vila dos Remédios

(pertencente ao arquipélago de Fernando de Noronha).

A MMR é caracterizada também por incluir a Região

Metropolitana do Recife conhecida pela sigla RMR, que

possui 14 municípios, não fazendo parte Vila dos

Remédios. A origem institucional da mesorregião

Metropolitana do Recife data dos anos 1970 (1973),

embora a identificação do fenômeno metropolitano

remonte a meados do século XX, quando o urbanista

pernambucano Antônio Baltar (1951) caracteriza o

Recife – município sede e núcleo da região – como

cidade transmunicipal / cidade conurbada / cidade

metropolitana. Desde então, a vida urbana do Recife se

integra à dos municípios vizinhos, que, em relação a

ele, conformam o aglomerado metropolitano de mais

alto nível de integração – Jaboatão dos Guararapes,

Olinda e Paulista.

Inicialmente composta por nove municípios, a MMR

ampliou esse número ao longo de três décadas, tanto

por expansão de seu perímetro, quanto por

desagregação de municípios no seu interior,

integrando, atualmente, 17 municípios (Jaboatão dos

Guararapes, Olinda, Paulista, Igarassu, Abreu e Lima,

Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço

da Mata, Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca,

Moreno, Itapissuma e Recife) e um distrito estadual (o

Arquipélago de Fernando de Noronha).

História

A importância dessa mesorregião está ligada, desde os

tempos coloniais, à atividade açucareira. Para isso,

também contribuíram o solo fértil, os rios e o clima

quente e úmido. Antigamente, e durante muito tempo,

o açúcar produzido nas terras dessa mesorregião era

exportado para a Europa, através do porto do Recife,

que até hoje é um importante porto brasileiro.

Municípios

Recife

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

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Município População (2014) IDH (2013) PIB (2010) R$ mil PIB per capita

(2010) R$

Fernando de Noronha 2 884 0,788

alto 38 747 14 484,70

Igarassu 110 917 0,665

médio 1 337 837 12 921,34

Ilha de Itamaracá 24 413 0,653

médio 138 598 6 202,10

Ipojuca 89 660 0,619

médio 9 560 448 116 198,31

Itapissuma 25 514 0,633

médio 491 757 20 447,26

Jaboatão dos Guararapes 680 943 0,717

alto 8 474,650 13 042,18

Moreno 60 435 0,652

médio 343 039 5 989,75

Olinda 388 821 0,735

alto 3 412 248 9 014,28

Paulista 319 769 0,732

alto 2 475 244 8 158,32

Recife 1 608 488 0,772

alto 33 149 385 21 434,88

São Lourenço da Mata 109 298 0,653

médio 611 817 5 891,13

RMR 3 890 145 0,687 67 357 574 19 844,29

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Economia

O PIB de 2009 da mesorregião foi de,

aproximadamente, R$ 50.560.643.000 com uma per

capita de R$ 13.707,92. A intensa atividade comercial

praticada nessa mesorregião incentivou o surgimento

de industrias: alimentares, têxteis, químicas, material

elétrico, cimento, metalúrgicas, comunicação, borracha

sintética, concentrada principalmente nos distritos

industriais de Recife, Cabo, Jaboatão e Paulista. O

Complexo Industrial e Portuário de Suape, instalado

nos municípios de Cabo e Ipojuca, a 40 km do Recife,

conta com indústrias petroquímicas, de fertilizantes, de

material eletroeletrônico. Atualmente, o emprego de

modernas técnicas de cultivo da cana-de-açúcar

resultou num aumento da produção açucareira, parte

absorvida pelo mercado nacional e o restante

exportado a Europa, Estados Unidos e países asiáticos.

O PIB da mesorregião corresponde a 65% do estadual.

Complexo Industrial e Portuário de Suape

A construção do Porto de Suape foi prevista para

operar produtos combustíveis e cereais a granel,

substituindo o Porto do Recife. Em 7 de novembro de

1978, uma lei estadual criou a empresa Suape

Complexo Industrial Portuário para administrar o

desenvolvimento das obras.

Hoje o porto é um dos maiores do Brasil, administrado

pelo governo de Pernambuco. A Suape opera navios

nos 365 dias do ano, sem restrições de horário de

marés. Para auxiliar as operações de acostagem dos

navios, o Porto dispõe de um sistema de monitoração

de atracação de navios a laser, que possibilita um

controle efetivo e seguro, oferecendo ao prático

condições técnicas nos padrões dos portos mais

importantes do mundo.

O Complexo Industrial e Portuário de Suape foi

escolhido para a implantação dos seguintes

empreendimentos como: Refinaria Abreu e Lima,

Estaleiro Atlântico Sul, Gerdau,Shineray, Amanco,

Pamesa, Pepsico, Hemobrás, Novartis, Bunge, Coca-

Cola, Unilever, CSN, Mossi & Ghisolfi, e a General

Motors.

A Suape tem o poder de duplicar a renda de

Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até 2030.

Porto Digital

O Porto Digital é um polo de softwares localizado na

cidade do Recife, criado em julho de 2000. É

reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil

em faturamento e número de empresas, totalizando

173 empresas em 2010, entre elas multinacionais como

Motorola, Borland, Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e

Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas, e tem

3,9% de participação no PIB do estado.

Mobilidade urbana

A atração exercida por essa metrópole é tão grande

que, conforme Censo Demográfico de 2010, ela

apresentou uma População de 3.668.428 habitantes.

Os maiores municípios são Recife (1.536.934),

Jaboatão dos Guararapes (644.699), Olinda (375.559)

e Paulista (300.611). A densidade demográfica é uma

das mais altas do País, sendo ela de 1.332 hab./km². A

Grande Recife é a maior metrópole do Nordeste e 5ª

maior do Brasil. Estudos feitos pela ONU estimam que,

em 2015, a população da RMR será de 4,070 milhões)

Aeroporto Internacional

Aeroporto Internacional dos Guararapes

Nessa mesorregião, estão localizados importante

portos e aeroportos do estado e do país. O principal

aeroporto é o do Internacional do Guararapes, moderno

e bem equipado, que recebe aviões de companhias

aéreas nacionais e internacionais. O Aeroporto

Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre é o maior

complexo aeroportuário do Nordeste em capacidade

anual de passageiros, sendo o segundo terminal mais

movimentado da região. Possui o maior e mais

moderno sítio aeroportuário do Nordeste, conforme

dados da Infraero. O terminal de passageiros atual

conta com uma área de 52.000m². Futuramente, será

anexada uma área adicional de 24.000m², proveniente

do antigo terminal, o que elevará a capacidade do

complexo aeroportuário para 11,2 milhões de

passageiros por ano. Além disso, conta com um pátio

com 26 posições para aeronaves e 11 pontes de

embarque, 64 balcões de check-in e 2.120 vagas de

estacionamento. Está localizado no bairro do Ibura, no

Recife, capital de Pernambuco, a 11 km do centro.

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Portos

Porto do Recife

O porto do Recife, com seu terminal açucareiro, é um

dos mais movimentados do Brasil, sendo o principal

escoadouro de açúcar do Nordeste. Devido à sua

excelente posição geográfica, serve de escala aos

navios que ligam o Brasil aos países europeus, aos

Estados Unidos e ao resto do mundo. O porto do Suape

localiza-se a 40 km ao sul do Recife. Sua posição

geográfica privilegiada faz dele ponto de convergência

das principais rotas comerciais que interligam a costa

brasileira ao Hemisfério Norte. Começou a operar em

1984, movimentando basicamente derivados do

petróleo e álcool. Como é dotado de grande calado

(grande profundidade), Suape será também um porto

concentrador de cargas de todo o litoral da América do

Sul. O Complexo Industrial e Portuário de Suape

abrange uma área de 13.500 hectares e possui várias

zonas: portuária, administrativa, industrial, agrícola,

residencial, de preservação ecológica e cultural. A

mesorregião está recebendo atualmente o Estaleiro

Atlântico Sul, uma das maiores obras de portos do

Brasil.

Metrô

Metrô do Recife

Há também o Metrô do Recife, que é operado pela

CBTU/Metrorec e é composto atualmente de 28

estações, com linhas que somam 39,5km de extensão,

transportando cerca de 225 mil usuários por dia, sendo

205 mil na Linha Centro e 20 mil na Linha Sul.

Os trens da Linha Centro, que partem da Estação

Recife, possuem dois destinos distintos: a estação de

Camaragibe e a de Jaboatão. Isso acontece devido ao

fato de as linhas Centro 1 (Camaragibe) e Centro 2

(Jaboatão) compartilharem a mesma via e estações no

trecho entre as estações Recife e Coqueiral, graças ao

traçado da antiga ferrovia em que o metrô foi

construído.

Nas Linhas da Metrorec, a distância média entre as

estações é de 1,2km, com os trens seguindo a uma

velocidade média de 40km/h, podendo chegar a

80km/h. A bitola é 1600mm e a alimentação dos trens

é feita por catenárias aéreas. Na Linha Trem Sul a

distância média entre as estações é de 4km, a

velocidade comercial dos trens é de 31,5km/h. A bitola

é métrica e os trens utilizados possuem tração a diesel.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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MICRORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Microrregião é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988 (art. 25, §3º), um agrupamento de municípios limítrofes.

Sua finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum,

definidas por lei complementar estadual.

Entretanto, raras são as microrregiões assim definidas. Consequentemente, o termo é muito mais conhecido em função

de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base em similaridades econômicas e sociais, divide os

diversos estados da federação brasileira em microrregiões.

Pernambuco, PE – 185 municípios, 5 mesorregiões e 19 microrregiões.

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REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco

MATA SUL MATA NORTE AGRESTE CENTRAL

1. Água Preta

2. Amaraji

3. Barreiros

4. Belém de Maria

5. Catende

6. Chã Grande

7. Cortês

8. Escada

9. Gameleira

10. Jaqueira

11. Joaquim Nabuco

12. Maraial

13. Palmares

14. Pombos

1. Aliança

2. Buenos Aires

3. Camutanga

4. Carpina

5. Chá de Alegria

6. Condato

7. Ferreiros

8. Glória do Goitá

9. Goiana

10. Itambé

11. Itaquitinga

12. Lagoa do Carro

13. Lagoa do Itaenga

14. Macaparana

1. Agrestina

2. Alagoinha

3. Altinho

4. Barra de Guabiraba

5. Belo Jardim

6. Bezerros

7. Bonito

8. Brejo da Madre de Deus

9. Cachoeirinha

10. Camocim de São Félix

11. Caruaru

12. Cupira

13. Gravatá

14. Ibirajuba

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15. Primavera

16. Quipapá

17. Ribeirão

18. Rio Formoso

19. São Benedito do Sul

20. São José da Coroa Grande

21. Sirinhaém

22. Tamandaré

23. Vitória de Santo Antão

24. Xexéu

15. Nazaré da Mata

16. Paudalho

17. Timbaúba

18. Tracumhaém

19. Vicência

15. Jataúba

16. Lagoa dos Gatos

17. Panelas

18. Pesqueira

19. Poção

20. Riacho das Almas

21. Sairé

22. Sanharó

23. São Bento do Una

24. São Caetano

25. São Joaquim do Monte

26. Tacaimbó

AGRESTE MERIDIONAL AGRESTE SETENTRIONAL

1. Águas Belas

2. Angelim

3. Bom Conselho

4. Brejão

5. Buíque

6. Caetés

7. Calçado

8. Canhotinho

9. Capoeiras

10. Correntes

11. Garanhus

12. lati

13. Itaíba

14. Jucati

15. Jupi

16. Jurema

17. Lagoa do Ouro

18. Lajedo

19. Palmeirinha

20. Paranatama

21. Pedra

22. Saloá

23. São João

24. Terezinha

25. Tupanatinga

26. Venturosa

1. Bom Jardim

2. Casinhas

3. Cumaru

4. Feira Nova

5. Frei Miguelinho

6. João Alfredo

7. Limoeiro

8. Machados

9. Orobó

10. Passira

11. Salgadinho

12. Sta. Cruz do Capibaribe

13. Sta. Maria do Cambucá

14. São Vicente Férrer

15. Surubim

16. Taquaritinga do Norte

17. Toritama

18. Vertente do Lério

19. Vertente

ITAPARICA ARARIPE RMR – NÚCLEO OESTE-SUL

1. Belém de S. Francisco

2. Camaubeira da Penha

3. Floresta

4. Itacuruba

5. Jatobá

6. Petrolândia

7. Tacaratu

1. Araripina

2. Bodocó

3. Exu

4. Granito

5. Ipubi

6. Moreilândia

7. Curricuri

8. Santa Cruz

9. Santa Filomena

10. Trindade

1. Cabo do Sto. Agostinho

2. Ipojuca

3. Jaboatão dos Guararapes

4. Moreno

5. São Lourenço da Mata

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MOXOTÓ SÃO FRANCISCO RMR – NÚCLEO NORTE

1. Arcoverde

2. Betânia

3. Custódia

4. Ibimirim

5. Inajá

6. Manari

7. Sertânia

1. Afrânio

2. Cabrobó

3. Dormentes

4. Lagoa Grande

5. Cirocó

6. Petrolina

7. Santa Marisa da Boa Vista

1. Camaragibe

2. Fernando de Noronha

3. Olinda

4. Recife

PAJEÚ SERTÃO CENTRAL RMR -NÚCLEO NORTE

1. Afogados da Ingazeira

2. Brejinho

3. Calumbi

4. Camíba

5. Flores

6. Iguarão

7. Ingazeira

8. Itapetim

9. Quixaba

10. Sta. Cruz da Bixa Verde

11. Santa Terezinha

12. São José do Egito

13. Serra Talhada

14. Solidão

15. Tabira

16. Triunfo

17. Tuparatema

1. Cedro

2. Mirandiba

3. Panamirim

4. Salgueiro

5. São José do Belonte

6. Serrita

7. Terra Nova

8. Verdejante

1. Abreu e Lima

2. Araçoiaba

3. Igarassu

4. Itamaracá

5. Itapissuma

6. Paulista

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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

No processo de formação do território pernambucano,

a partir da chegada dos portugueses na Capitania de

Pernambuco ou Nova Lusitânia, os primeiros núcleos

de povoamento foram as Vilas de

a) Itamaracá e Recife.

b) Igarassu e Olinda.

c) Igarassu e Recife.

d) Recife e Olinda.

e) Itamaracá e Igarassu.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre as características e especificidades das Regiões

de Desenvolvimento - RD do Estado de Pernambuco,

analise os itens abaixo:

I. A RD do São Francisco concentra o PIB mais elevado

do Estado de Pernambuco e se caracteriza pela

tendência de expansão da ocupação humana em razão

dos incentivos promovidos pelos gestores públicos para

o desenvolvimento do maior polo industrial de

confecções do estado e crescimento da fruticultura,

sobretudo para abastecimento interno.

II. Pode-se observar, na RD da Mata Sul, uma

tendência de diversificação e ampliação das atividades

econômicas, a partir da implementação de projetos

indutores do desenvolvimento dos quais se destacam a

instalação do Polo Farmacoquímico de Pernambuco e

uma unidade da Fábrica de Automóveis Fiat no

Município de Goiana.

III. A RD Metropolitana possui o maior quantitativo

populacional e apresenta maior concentração de

empreendimentos econômicos, com destaque para os

que se originaram com a instalação do Complexo

Industrial e Portuário de Suape, que tem atraído

diversos investimentos, inclusive os do setor imobiliário

nas localidades próximas ao referido empreendimento.

IV. Na RD do Agreste Setentrional, especialmente nos

Municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama,

observa-se um significativo crescimento dos centros

urbanos em razão, sobretudo, dos incentivos ao polo

industrial de confecções.

Estão CORRETOS apenas

a) I e II.

b) I, II e IV.

c) II e III.

d) III e IV.

e) I, III e IV.

3) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: COMPESA Prova:

Analista de Gestão - Administrador de Banco de Dados

MESORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

“Mesorregião” é uma área geográfica que apresenta

similaridades naturais, econômicas e sociais que

contribuíram para criar uma identidade regional ao

longo do tempo.

Com base no mapa acima, identifique as cinco

mesorregiões do Estado de Pernambuco.

( ) Metropolitana do Recife

( ) São Francisco

( ) Sertão

( ) Zona da Mata

( ) Agreste

Assinale a opção que indica a sequência correta, de

cima para baixo.

a) ) 1 – 2 – 4 – 3 – 5

b) 3 – 5 – 1 – 2 – 4.

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c) 5 – 1 – 2 – 4 – 3.

d) 3 – 1 – 2 – 5 – 4.

e) 5 – 3 – 4 – 1 – 2.

4) Por suas características fisiográficas, Pernambuco

possui três Mesorregiões, assinale a opção que contém

a correta divisão do estado em mesorregiões:

a) Zona da Mata, Sul de Pernambuco e Agreste.

b) Zona da Mata, Agreste Equinocial e Sertão.

c) Zona da Mata, Agreste e Sertão.

d) Agreste, Sertão e Meio Norte.

5) Em relação à linha do Equador e ao meridiano de

Greenwich o estado de Pernambuco está localizado:

a) ao norte do Equador e à leste de Greenwich.

b) ao norte do Equador e à oeste de Greenwich.

c) ao sul do Equador e leste de Greenwich.

d) ao sul do Equador e a oeste de Greenwich.

6) “As condições naturais, a posição geográfica e a

formação econômica – social que modelaram o

território pernambucano determinaram a sua divisão

em três grandes regiões geográficas, aceitas pelo

consenso: o Litoral–Mata, o Agreste e o Sertão”.

Não são características destas regiões, exceto:

a) o Agreste está situado num clima tropical úmido e

subúmido, onde domina atividades econômicas ligadas

à pecuária intensiva e à diversidade de produção de

frutas e horticulturas.

b) a região canavieira se desenvolveu no domínio do

litoral, onde as condições de clima e solos arenosos

foram favoráveis ao seu cultivo na forma de agricultura

irrigada, além de uma pecuária intensiva.

c) o Agreste compreende a porção sobre o Planalto da

Borborema, onde há uma variação do clima quente e

subúmido e dominam culturas diversificadas e uma

pecuária em moldes semi-intensivos.

d) o Sertão compreende uma área de clima quente e

árido e está delimitado pela área de monocultura

canavieira e pelo sertão do São Francisco, onde se

situa Petrolina, a cidade mais promissora do Estado.

e) a Zona da Mata está situada entre a Região

Metropolitana do Recife e os limites do clima tropical de

semi-aridez acentuada do Sertão Pernambucano, uma

área sob o domínio de monocultura canavieira.

7) Sobre a Mesorregião do São Francisco

Pernambucano, analise as afirmações abaixo.

I. A mesorregião do São Francisco Pernambucano é

uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de

Pernambuco. É formada por duas microrregiões e

abrange 15 municípios.

II. A vegetação nativa é composta por caatinga.

III. Os principais produtos agrícolas são: Arroz, Cebola,

Goiaba, Mamão, Mandioca, Manga, Melancia, Melão e

Tomate.

Somente está CORRETO o que se afirma em

a) I e II.

b) II e III.

c) I e III.

d) II.

e). Todas estão corretas.

8) Pernambuco faz divisa com vários estados

nordestinos, exceto:

a) Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão.

b) Ceará e Paraíba.

c) Alagoas e Bahia.

d) Piauí e Alagoas.

9) Microrregião é, de acordo com a Constituição

brasileira de 1988 (art. 25, §3º), um agrupamento de

municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a

organização, o planejamento e a execução de funções

públicas de interesse comum, definidas por lei

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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complementar estadual. Pernambuco é composto por 5

mesorregiões, 19 microrregiões e

a) 195 Municipios.

b) 190 Municipios.

c) 185 Municipios.

d) 180 Municipios.

e) 175 Municipios.

GABARITO:

1 – B 3 – C 5 – D 7- E 9- C

2 – D 4 – C 6 – C 8- A

ASPECTOS FÍSICOS

CLIMA

O Estado está inserido na zona intertropical. Duas

tipologias climáticas dominam o Estado de

Pernambuco, cada qual em área diversa.

Na Baixada Litorânea (Zona da Mata), predomina o

clima tropical com temperaturas chegando à casa dos

24°C. As chuvas nessa região giram em torno dos

1.500mm anuais, sendo maior este índice no litoral

(2.000mm/ano).

Em outras duas áreas, Agreste (no centro) e Sertão

(oeste do Estado) ocorre o clima caracterizado como

semiárido quente. As temperaturas mais altas são

registradas no sertão (26°C), diminuindo mais para o

centro, chegando à casa dos 22°C, devido às altitudes

ali localizadas (planalto da Borborema).

Quanto às chuvas, o índice anual supera 2.000mm/ano

nessa região. Já no Sertão, as chuvas são escassas e

irregulares. São registrados índices pluviométricos

inferiores a 600mm/ano, originando, dessa forma, o

fenômeno da seca.

A exemplo de algumas regiões do Nordeste,

Pernambuco apresenta uma zona de transição

climática entre o clima do Sertão (seco) e o do Litoral,

mais precisamente na Zona da Mata (úmido).

Polígono das Secas

Os municípios que formam o Polígono das Secas são

aqueles relacionados no Manual de Preenchimento da

DITR, situados nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará,

Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande

do Norte e Sergipe, compreendendo grande parte do

Nordeste brasileiro geoeconômico. Essa região é

reconhecida pela legislação como sujeita a repetidas

crises de prolongamento das estiagens e,

consequentemente, é objeto de especiais providências

do setor público.

Constitui-se de diferentes zonas geográficas, com

distintos índices de aridez. Em algumas delas, o

balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde

somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre

solos delgados. Existem também áreas de balanço

hídrico positivo e presença de solos bem

desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela

poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas

que se traduzem, na maioria das vezes, em grandes

calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária

nordestina e graves problemas sociais.

O Polígono (ver mapa) abrange oito dos nove Estados

nordestinos – o Maranhão é a única exceção e

corresponde a 962.857,3 km² da área que corresponde

a região Nordeste. Há diferentes zonas geográficas,

com distintos índices de aridez. O combate às secas

vem sendo feito com a construção de açudes e

distribuição de verbas às prefeituras dos municípios

atingidos.

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Estudos indicam que o fenômeno da seca remonta a milhares de anos, antes mesmo da ocupação humana no Nordeste

brasileiro. De acordo com dados da Coordenação de Defesa Civil da extinta Sudene, a ocorrência de secas na Região

se verifica desde antes da chegada dos europeus ao continente. Alguns vestígios de barragens foram encontrados em

rios no Estado do Ceará, o que, segundo relato do historiador Pompeu Sobrinho, mostra que o homem nativo do

Nordeste já utilizava pedras para represar a água dos rios

As causas das secas têm proporção planetária e são influenciadas por diversos fatores, entre os quais vale destacar:

diferença de temperatura superficial das águas do Atlântico Norte, que são mais quentes, e do Sul, frias; deslocamento

da Zona de convergência intertropical para o Hemisfério Norte, em épocas previstas para permanência no Sul; e o

aparecimento do fenômeno conhecido como El Niño, caracterizado pelo aumento da temperatura no Oceano Pacífico

Equatorial Leste. A topografia acidentada do Nordeste e a alta refletividade da crosta são os principais fatores locais

inibidores da produção de chuvas

(Mapa da elevação da temperatura nos últimos 10 anos)

Climograma de Recife – PE

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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VEGETAÇÃO

Mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, angico, baraúna.

Teiú, tatupeba, cotia, preá, asabranca, carcará.

Espalhados por aproximadamente 800 quilômetros

quadrados do território brasileiro, os personagens da

flora e fauna catingueira lhe impingem beleza própria.

Mas não são só eles. O povo da Caatinga também

contribui com sua bravura, resistência e,

principalmente, com o orgulho que sente de ser

sertanejo (nome típico de seus habitantes) para que ela

seja única.

Luiz Gonzaga, nosso eterno “Rei do Baião”, que o diga!

A canção “Asa Branca”, que o pernambucano compôs

com o parceiro Humberto Teixeira, e que ficou

eternizada em sua voz e sanfona inconfundíveis, é uma

das mais bonitas declarações de amor ao Sertão

brasileiro, lugar que, à primeira vista, pode até parecer

uma desolação sem fim, mas que, com um pouco mais

de atenção, revela-se um cenário onde a luta pela vida

e a bravura falam muito mais alto.

Chamada pelos índios de “mata branca”, a vegetação

retorcida, o solo pedregoso, árido, e o baixo índice

pluviométrico da Caatinga não são para qualquer um. A

natureza e toda a gente do Sertão tiveram de se

adaptar. Na ausência das chuvas, que pode se

estender por meses a fio, plantas, bichos e gente

desenvolveram estratégias para se manterem vivos. Os

peixes anuais, por exemplo, enquanto aguardam a

chegada das primeiras águas, enterram seus ovos na

areia do leito de lagoas, poças e rios intermitentes

(aqueles que desaparecem na estiagem e reaparecem

após as “cheias”). Assim que a chuva cai, os ovos

eclodem, dando início ao ciclo vital novamente.

Mesmo quando chove, o solo pedregoso da Caatinga

não dá conta de armazenar água e a temperatura

elevada, com médias que variam entre 25 e 29 graus

Celsius, provoca intensa evaporação. Na longa

estiagem enfrentada ano a ano, o Sertão assemelha-se

a um semideserto. As folhas da maioria das árvores já

caíram, o gado e a fauna nativa começam a emagrecer,

os rios intermitentes deixam de correr e as lagoas

secam.

Sem folhas, as árvores, de caule e casca finos,

adquirem cor esbranquiçada, o que justifica o apelido

de “mata branca” da Caatinga. O calor do sol atinge o

solo em cheio, o qual se racha e fica coberto de trincas.

Cíclicas e prolongadas, as secas interferem de forma

decisiva na vida dos bichos, plantas e do povo do

sertão. Para driblá-la, o sertanejo se vira como pode e

a natureza “paga o pato”.

No Araripe, em Pernambuco, os agricultores familiares

desmatam a mata nativa e vendem a madeira para

alimentar as fornalhas do Polo Gesseiro da região.

Responsável pela produção de 95% da produção

nacional de gesso, o englobado de 11 municípios fica a

600 quilômetros de Recife (PE). “A matriz energética

para a fabricação de gesso é a vegetação da Caatinga”,

conta Márcio Moura, agrônomo da ONG Caatinga,

presente há 17 anos na região.

O trabalho que realiza, de conscientização ecológica

com práticas de conservação do solo, não é capaz de

frear os agricultores locais. Na atividade pecuária, eles

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também impactam a Caatinga, provocando o

empobrecimento do solo, a poluição e a contaminação

dos lençóis freáticos. Foi esse o jeito que encontraram

de reduzir os custos de mão de obra.

“Os agricultores daqui desmatam a vegetação

catingueira para criar bovinos. Quando a área perde

todo o capim, eles procuram outra e outra e outra. Até

que retornam à primeira e, para acabar com a

vegetação primária que cresceu ali, usam e abusam de

herbicidas. Em seguida plantam novamente o capim”,

relata Moura.

A Caatinga, assim como o Cerrado, não está incluída

na Constituição Federal do Brasil, e desde o período

colonial vem sofrendo degradação: “É como se não

fôssemos importantes como a Amazônia ou a Mata

Atlântica. Nem a intensa produção de mel na região,

com mais de mil espécies melíferas, é valorizada. O

poder público local é despreparado e não há

fiscalização”, alerta o agrônomo da ONG Caatinga.

Há pouco mais de dois anos, o Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Ibama) divulgou os números da degradação na

Caatinga. O desmatamento do bioma havia saltado de

43,38% em 2002, para 45,39% em 2008, o que significa

que 16.576 km2 (área equivalente a 1.657.600 campos

de futebol) da Caatinga já haviam sido retirados. Entre

2002 e 2008, a taxa média de desmatamento anual

registrou 2.763 km2, com precisão na identificação de

98,4%.

Os estados que mais desmataram foram Bahia (638

km2), Ceará (440 km2) e Piauí (408 km2). Entre os

municípios que apresentaram maiores áreas de

supressão de floresta estão Mucugê e Ruy Barbosa

(BA) e Cabrobó (PE).

A ONG Caatinga informa, entretanto, que dados mais

atuais da Embrapa apontam que 60% da vegetação

catingueira já foram desmatadas.

Êxodo rural – Embora os antigos agricultores ainda

permaneçam no Sertão do Araripe e, corajosos,

continuem a enfrentar a seca, a juventude está

migrando para as grandes cidades. “Falta crédito, falta

terra, falta assessoria técnica. Tudo isso, aliado a

ausência de escolas (no lugar do professor vir até a

zona rural é o aluno que vai até a cidade para cursar o

Ensino Fundamental e Médio) é um prato cheio para a

migração”, avalia Moura.

Contrariando essa realidade, está Lourivalnda Alves de

Souza, 25 anos. Nascida no município de Bodocó (PE),

a jovem, que trabalha e estuda em Ouricuri (PE), diz

que “não há política pública aqui que valorize a cultura

dos jovens; influenciados pela mídia, eles se sentem

desvalorizados, sem identidade própria e vão embora”.

E sinaliza para a importância da educação no processo

de valorização da cultura: “O ensino deveria se basear

na realidade local. O ‘a’ que aprendi na escola era de

avião e não de um dos bichos ou árvores de nossa

fauna”.

A Caatinga é única, de beleza indiscutível quando

floresce. Sua resistência se compara à de seu próprio

povo que, apesar de sofrido, é forte! ”

De Ouricuri, Lourivalnda revela de onde vem essa força

do povo do Sertão. “O sertanejo é altivo, bravo e

estrategista por natureza; aprendeu com a Caatinga a

guardar o alimento, a semente e a água para, na época

da escassez, garantir a própria sobrevivência”, orgulha-

se.

Zona da Mata e Região Litorânea

A vegetação litorânea do Estado de Pernambuco

apresenta matas, manguezais e cerrados, que recebem

a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas

e arbustos tortuosos, predominantemente

representados, entre outras espécies por batiputás e

mangabeiras.

Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a

presença de árvores altas, sempre verdes, como a

peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os

manguezais apresentam árvores com raízes de

suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de

ambiente natural.

• Zona da Mata (faixa próxima ao litoral) – A maior

cidade nessa região é a capital, Recife. O litoral

pernambucano tem belas praias, destacando-se a

Praia de Boa Viagem (na própria capital) e Porto de

Galinhas. Toda a faixa é uma grande planície, com

alguns locais abaixo do nível do mar, várzeas e lagos.

A vegetação predominante são os manguezais. O clima

na Zona da Mata é tropical.

• Agreste (faixa de transição) – A maior cidade dessa

região é Caruaru, a 120 km de Recife. Trata-se de um

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planalto, com altitudes que variam de 400 a 1000

metros. A vegetação predominante é a Mata Atlântica.

O clima no Agreste é semiárido.

• Sertão (zona semiárida) – Trata-se do oeste do

Estado, região marcada por Serras, chapadas e

depressões. A principal cidade da região é Petrolina. A

vegetação típica da região é a caatinga. O clima é

semiárido quente.

Ao sul do estado, encontra-se uma região serrana,

continuação da Chapada Diamantina (Bahia). Devido à

altitude, as cidades de Garanhuns e Gravatá são

conhecidas pelo clima moderado.

Os rios mais importantes de Pernambuco são: Rio São

Francisco, Capibaribe, Una, Pajeú, Ipojuca e Jaboatão.

Outras cidades importantes de Pernambuco são:

Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e

Camaragibe.

Outro grande destaque de Pernambuco é o

Arquipélago de Fernando de Noronha, formado por 21

ilhas, localizado a uma distância de 545 km de Recife.

HIDROGRAFIA

As grandes bacias hidrográficas de Pernambuco possuem duas vertentes: o Rio São Francisco e o Oceano Atlântico.

As bacias que escoam para o Rio São Francisco formam os chamados rios interiores sendo os principais: Pontal,

Garças, Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó, Ipanema, além de grupos de pequenos rios interiores. As bacias que

escoam para o Oceano Atlântico, constituem os chamados rios litorâneos, e os principais são: Goiana, Capibaribe,

Ipojuca, Sirinhaém, Una e Mundaú e GL.

O plano estadual de recursos hídricos (1998) dividiu o estado em 29 unidades de planejamento (up), caracterizando,

assim, a divisão hidrográfica estadual, composta de 13 bacias hidrográficas, 6 grupos de bacias de pequenos rios

litorâneos (gl1 a gl6), 9 grupos

de bacias de pequenos rios interiores (GL1 a GL9) e uma bacia de pequenos rios que compõem a rede de

drenagem do arquipélago de Fernando de Noronha. é importante salientar que a bacia GL1 drena parte para

o rio são Francisco (riacho traipu) e parte para o oceano atlântico (rio paraíba).

A maior parte das grandes bacias hidrográficas pernambucanas situa-se integralmente dentro dos limites do

estado, exceto as bacias dos rios una, mundaú, ipanema e moxotó que possuem parte de sua área de

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drenagem no estado de alagoas. além dessas, há pequenas bacias compartilhadas com os estados do ceará

(GL9), paraíba (GL6) e alagoas (GL5).

Hidrografia

Há poucos lagos e lagoas no estado, como a Lagoa do Araçá e a Lagoa Olho D'Água, ambas na Região

Metropolitana do Recife. Na periferia do município do Recife, encontram-se dois belos cartões postais do

município, os Açudes do Prata e de Apipucos, sendo o primeiro pertencente ao Parque Dois Irmãos. Além

disso, existe um conjunto de reservatórios distribuídos por todo o estado, com destaque para o Reservatório

de Jucazinho, considerado o maior de Pernambuco, localizado na região Agreste, próximo ao município de

Surubim. Os manguezais são abundantes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR

devido à urbanização (com a exceção do maior mangue urbano do Brasil, cercado por bairros da zona sul

do município do Recife, como Boa Viagem). Porém, nos anos 1990, houve um programa de reimplantação

do mangue nas margens do Rio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do Recife, trazendo de volta a

vegetação ao rio por toda o município.

Rios

São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São Francisco é de

importância vital para o interior do estado, principalmente para a distribuição de umidade através de

irrigação.

Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3) %

Bacia Hidrográfica

ABÓBORAS PARNAMIRIM 14.350 04/04/2016 0 0 TERRA NOVA

ALGODOES OURICURI 58.481 21/03/2016 736 1 BRIGIDA

ARARIPINA (BAIXIO)

ARARIPINA 3.702 28/01/2014 0 0 BRIGIDA

ARCOVERDE/ RIACHO DO PAU

PEDRA 16.800 25/02/2016 159 0 IPANEMA

ARRODEIO SÃO JOSÉ DO BELMONTE

14.522 03/12/2015 0 0 PAJEU

BARRA SERTANIA 2.738 25/02/2016 0 0 MOXOTO

BARRA DA MELANCIA

AFRÂNIO 1.374 05/01/2015 0 0 PONTAL

BARRA DO CHAPEU

CABROBO 1.600 11/06/2014 0 0 TERRA NOVA

BARRA DO JUÁ FLORESTA 71.474 05/04/2016 1.188 1 PAJEU

BARREIRA DA ALEGRIA (AFRÂNIO)

AFRÂNIO

2.880

21/10/2009

0

0

PONTAL

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Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3)

% Bacia

Hidrográfica

BITA CABO DE SANTO

AGOSTINHO 2.779 28/04/2016 2.769 99 GL2

BREJO DOS COELHOS

SÃO CAETANO 356 15/04/2016 356 100 IPOJUCA

CACIMBA SANTA CRUZ 1.732 28/04/2015 1.701 98 GARCAS

MUNDAU GARANHUNS 1.968 25/02/2016 1.968 100 MUNDAU

PAU FERRO (UNA)

QUIPAPÁ 12.174 20/01/2016 11.937 98 UNA

SIRIGI VICÊNCIA 17.260 05/04/2016 17.237 99 GOIANA

VÁRZEA DO UNA SÃO LOURENÇO

DA MATA 11.568 28/04/2016 11.077 95 CAPIBARIBE

VARZINHA OURICURI 1.127 28/04/2015 1.109 98 BRIGIDA

Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3)

% Bacia

Hidrográfica

PIRAPAMA CABO DE SANTO

AGOSTINHO 60.937 28/04/2016 61.659 101 GL2

SICUPEMA CABO DE SANTO

AGOSTINHO 3.200 28/04/2016 3.210 100 GL2

Bacia do São Francisco

O rio São Francisco, eixo principal da bacia, é o maior rio totalmente brasileiro, com 2.700 km de extensão.

Por essa razão, é denominado rio genuinamente brasileiro.

Sua bacia ocupa 631.133 km² (7,4% do território nacional) unindo as terras do Sudeste e do Nordeste do

país, daí a denominação de rio da unidade nacional.

O velho Chico como é conhecido não é nordestino, ainda que ele percorra grandes extensões nessa região

de secas. Ele nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e deságua no Atlântico, na divisa entre Alagoas

e Sergipe, depois de percorrer longo trecho do sertão nordestino. Corre no sentido geral norte-sul. Possui

declives acentuados em trechos próximos à nascente ou à foz, o que confere a posição de segunda bacia

em produção hidrelétrica do Brasil.

Polêmica Rota da Transposição

Em agosto de 2016 a obra de integração das bacias hidrográficas nordestinas a partir do desvio de água do

rio São Francisco completa nove anos. Estão previstos dois eixos principais. O eixo norte que levará água

de Cabrobó (PE) para os sertões pernambucano, cearense e potiguar. Já o eixo leste colherá água em

Petrolândia (PE) para as áreas mais próximas do litoral nos estados da Paraíba e de Pernambuco.

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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre o relevo de Pernambuco, assinale a alternativa

CORRETA.

a) As planícies costeiras localizam-se na porção Leste

de Pernambuco do Grupo Barreiras e são modeladas

por cursos fluviais, como o de São Francisco, e demais

rios igualmente intermitentes.

b) Os compartimentos regionais do relevo de

Pernambuco são, em sua maioria, caracterizados por

cotas altimétricas superiores a 1.500m de altitude.

c) Inselbergues são relevos residuais encontrados nas

planícies costeiras e nos tabuleiros costeiros de

Pernambuco.

d) Depressões sertanejas localizam-se nas regiões de

interface entre o Planalto da Borborema e as planícies

costeiras.

e) No semiárido de Pernambuco, é comum a presença

de superfícies aplainadas, conhecidas como

pediplanos.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Em junho de 2010, o Estado de Pernambuco foi

acometido por uma catástrofe resultante de altas taxas

de precipitação pluviométrica em curto espaço de

tempo. Considerando os aspectos físicos de

Pernambuco, analise as proposições abaixo:

I. Uma forte onda de leste atingiu o Estado, acarretando

enxurradas violentas, sobretudo nos rios Una e

Jaboatão. O fenômeno trouxe sérias consequências

como inundação e destruição em várias regiões, em

diferentes municípios.

II. Os Municípios de Barreiros e Palmares foram

exemplos da destruição decorrente das fortes chuvas.

Deve-se destacar o fato de ambas as cidades

localizarem-se na Zona da Mata, região que apresenta

uma das maiores isoietas médias anuais de

Pernambuco.

III. As atividades antrópicas potencializam os efeitos de

grandes eventos de precipitação pluviométrica, na

medida em que atuam com o desmatamento de locais

próximos aos rios, impermeabilização do solo e

ocupação desordenada em áreas de risco geológico.

IV. As perdas e os danos decorrentes de eventos

chuvosos de grande magnitude podem ser

minimizados, na medida em que sejam retiradas todas

as obras de contenção de águas, como as barragens,

extinguindo a vulnerabilidade de regiões com alto

volume hídrico represado.

Estão CORRETAS apenas

a) I, II e III.

b) I e III.

c) I e II.

d) II, III e IV.

e) I, III e IV.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Alguns estudos justificam que o nome do Estado de

Pernambuco provém da derivação do tupi, que significa

„furo de mar‟. Outros indicam que o significado seja

„mar comprido‟. Ambas as etimologias associam

Pernambuco às influências marinhas.

Considerando as características gerais do clima de

Pernambuco, analise as proposições abaixo:

I. A porção leste do Estado de Pernambuco apresenta

menores amplitudes térmicas em decorrência do seu

limite com o Oceano Pacífico que apresenta as maiores

cotas pluviométricas. Na porção oeste, as amplitudes

térmicas são maiores.

II. O regime anual de precipitações pluviométricas no

semiárido é menor que no litoral, porém tal regime

apresenta distribuição mais homogênea no semiárido,

em decorrência da Frente Polar Atlântica e de suas

maiores chuvas que ocorrem entre o outono e o

inverno.

III. Os brejos de altitude apresentam índices

pluviométricos mais elevados do que em outras regiões

do semiárido em decorrência de suas altitudes e

chuvas orográficas, como nos Municípios de Triunfo e

Garanhuns.

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IV. Em linhas gerais, Pernambuco apresenta climas

quentes em decorrência da ação da latitude e modestas

cotas altimétricas. As porções com temperaturas mais

amenas são as superfícies de cimeira.

Estão CORRETAS apenas

a) I e II.

b) III e IV.

c) I e III.

d) II e III.

e) II e IV.

4) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre as regiões de Pernambuco, analise as

afirmações abaixo.

I. Na Zona da Mata, o clima é quente e úmido; o relevo

se caracteriza por apresentar colinas convexas, que

surgem dominantemente em terrenos cristalinos da

porção oriental do estado, principalmente na Mata Sul

assim como apresenta médias anuais de chuvas

superiores a 1.800mm, com temperaturas anuais em

torno de 24ºC.

II. No Sertão, sobretudo a partir de Arcoverde, o relevo

se mostra com predominância de superfície aplainada,

denominado de pediplanos, com relevos residuais,

também conhecidos como inselbergues. Apresenta

precipitações anuais iguais ou inferiores a 800mm.

Também são encontradas “ilhas de umidade”, ou

brejos, onde se observam índices de chuvas em torno

de 900 a 1.000 mm.

III. O Agreste marca a transição entre a Zona da Mata

e o Sertão. A policultura e a pecuária de corte são as

principais atividades econômicas. Os rios são

predominantemente perenes, sendo constatados,

apenas, pela forma do leito e pela existência de alguns

poços.

Somente está CORRETO o que se afirma em

a) I e II.

b) II e III.

c) I e III.

d) II.

e) III.

5) Analise as afirmativas sobre os aspectos físicos de

Pernambuco e marque a alternativa INCORRETA.

a) O território pernambucano está localizado na Região

Nordeste do Brasil, sendo banhado pelo Oceano

Atlântico.

b) Pernambuco apresenta vegetações variadas de

acordo com cada região, predominando as áreas de

caatinga, floresta tropical e mangues litorâneos.

c) A maioria dos rios de Pernambuco pertence à Região

Hidrográfica do São Francisco.

d) Ponta do Seixas, considerada o ponto extremo leste

do território brasileiro, está localizada em Pernambuco.

e) Os climas predominantes no estado são o tropical

atlântico e o semiárido.

6) Estes rios fazem parte da paisagem e do dia a dia

do homem do Sertão de Pernambuco, servindo como

fonte de água, áreas de recreação, cultivo de vegetais

e criação de animais. O sertanejo apresenta estratégias

de sobrevivência durante os períodos de estiagem, que

são resultado direto de suas percepções sobre as

variações no fluxo de água desses rios. Estes

ambientes fazem parte da cultura do sertanejo sendo

citados em sua produção artística por grandes

escritores como Euclides da Cunha, João Cabral de

Melo Neto, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.

(www.ecodebate.com.br/2012/09/03/reducao-de-apps-

compromete-rios-e--biomas-brasileiros-entrevista-

com-o-biologo-elvio-sergio-medeiros)

O texto faz referência a dois elementos naturais de

grande importância para o sertão pernambucano. São

eles os rios

a) efêmeros e a paisagem de colinas.

b) cársticos e a paisagem de chapadas.

c) intermitentes e a paisagem de caatingas.

d) de talvegue e a paisagem de cerrados.

e) temporários e a paisagem de terras baixas.

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7). Observe a letra da música Petrolina – Juazeiro

(composição de Jorge de Altinho):

Petrolina - Juazeiro

(...) “Jesus abençoou com sua mão divina

Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina

Do outro lado do rio tem uma cidade

Que na minha mocidade eu visitava todo dia

Atravessava a ponte, mas que alegria

Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia

Petrolina, Juazeiro

Juazeiro, Petrolina

Todas as duas eu acho uma coisa linda

Eu gosto de Juazeiro

Mas adoro Petrolina

Ainda me lembro dos meus tempos de criança

Esquisita era a carranca e o apito do trem

Mas achava lindo quando a ponte levantava

E o vapor passava num gostoso vai-e-vem “.

A letra da música acima menciona uma ponte que liga

Petrolina (PE) a Juazeiro (BA). Essa ponte situa-se

sobre qual rio?

a) Araguaia

b) Tocantins

c) São Francisco

d) Parnaíba

e) Itapecuru

8) O Governo Federal brasileiro executa, sob

responsabilidade do Ministério da Integração Nacional,

o “Projeto de Integração do Rio São Francisco com

Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”. Esse

projeto objetiva a transposição de parte das águas do

Rio São Francisco por meio da construção de dois

canais com 700 quilômetros de extensão total, os quais

viabilizarão o aumento da oferta de recursos hídricos

em áreas semiáridas dos estados de Pernambuco,

Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre o

assunto, assinale a alternativa correta.

a) A realidade hídrica, principalmente nos aspectos

atinentes à oferta e uso das águas, é tema que,

historicamente, não tem integrado o debate sobre o

semiárido nordestino.

b) A transposição das águas do Rio São Francisco não

é vista como solução para resolver o problema do

abastecimento das cidades e mitigar a sede dos

nordestinos.

c) O São Francisco é um rio inteiramente localizado no

Nordeste semiárido, com nascente no estado da Bahia

e foz no litoral de Pernambuco.

d) A escassez de água no Nordeste brasileiro pode ser

atribuída a características geoambientais específicas

dessa região e, também, de falhas na gestão dos

recursos hídricos por parte do poder público.

e) As chuvas na Região Nordeste são bem distribuídas

no tempo, graças a fenômenos climáticos, tais como o

El Niño que favorece a ocorrência de frentes frias

causadoras de chuvas.

9) O Brasil, devido a sua extensão territorial e a sua

diversidade climática, possui sistemas paisagísticos

muito heterogêneos. Na imagem abaixo, está

representado um dos biomas mais ricos e

diversificados do território brasileiro. Sobre esse bioma,

podemos afirmar que

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a) possui como característica marcante a presença de

espécies perenifoliadas, com a capacidade de

armazenamento de água, como as cactáceas, e uma

grande diversidade faunística.

b) está localizado em ambiente semiárido, com índices

pluviométricos que variam entre 300mm e 800mm ao

ano, com formações vegetais predominantemente

arbustivas, xerófilas, das quais muitas são endêmicas.

c) seus solos são geralmente férteis, profundos e com

pouca umidade, o que dificulta a prática agrícola,

apesar dessa ser uma das principais atividades

econômicas na região da Caatinga.

d) não sofreu grande pressão antrópica, devido ao seu

aspecto rudimentar, desse modo ainda possui mais de

70% da sua vegetação preservada, sem evidência de

grandes processos de degradação.

e) é encontrado em regiões de clima tropical e

semiárido, dessa forma se estende pelo Nordeste e

Centro-Oeste brasileiro, assim como também pode ser

encontrado em alguns locais do continente africano.

10) Sobre as regiões geográficas do espaço

pernambucano, analise as proposições abaixo.

I. O Sertão pernambucano compreende mais de

sessenta por cento do território do Estado.

II. A zona da Mata é a área situada nas proximidades

do sertão com clima tropical úmido.

III. O agreste compreende a porção sobre Borborema,

onde há variação do clima úmido e subúmido.

Somente está CORRETO o que se afirma em

a) I.

b)II.

c) I e II.

d)I e III.

e) III.

GABARITO:

1 – E 3 – B 5 – D 7 – C 9 – B

2 – A 4 – A 6 – C 8 – D 10 – D

ASPECTOS HUMANOS E INDICADORES SOCIAIS POPULAÇÃO

Segundo o Censo Demográfico de 2010 realizado pelo

IBGE (última contagem oficial), a população de

Pernambuco era de 8.796. 448 habitantes, sendo o

sétimo estado mais populoso do Brasil, representando

4,7% da população brasileira. Do total, 4.230.681

habitantes eram homens e 4.565.767 habitantes eram

mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, 7.052.210

habitantes viviam na zona urbana e 1.744.238 na zona

rural. O maior aglomerado urbano do estado é a Região

Metropolitana do Recife, que além da capital, possui

mais 13 municípios, e, com 3.688.428 habitantes

recenseados, era, em 2010, a sexta mais populosa

região metropolitana/RIDE do Brasil, e a mais populosa

do Norte-Nordeste.

Densidade populacional dos municípios de

Pernambuco(2010).

A densidade demográfica de Pernambuco era de

89,47hab./km² em 2010, a sexta maior do Brasil. Esse

indicador, entretanto, apresentava contrastes

pronunciados de acordo com a região analisada,

variando de 1.342,86hab./km² na Região Metropolitana

do Recife, até o valor mínimo de 23,2hab./km² na

Região do São Francisco Pernambucano.

Segundo dados do Programa das Nações Unidas para

o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado,

considerado médio, era de 0,673 em 2010. O município

com o maior IDH era Fernando de Noronha (na

verdade, um distrito estadual), com um valor de 0,788;

enquanto Manari, situado no extremo Sertão do

Moxotó, tinha o menor valor, 0,487. Recife, a capital,

possuía um IDH de 0,772.

O nível de desenvolvimento social pernambucano é

superior ao dos países menos avançados, mas ainda

está abaixo da média brasileira. Não obstante,

Pernambuco detém o melhor serviço de coleta de

esgoto do Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto

maior número de médicos por grupo de mil habitantes

do Brasil, além de apresentar a menor taxa de

mortalidade infantil, a melhor prevalência de segurança

alimentar e a maior renda per capita do Nordeste do

país.

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Municípios mais populosos de Pernambuco (estimativa 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Posição Localidade População Posição Localidade População

1 Recife 1 617 183 11 Igarassu 112 463

2 Jaboatão dos Guararapes

686 122 12 São Lourenço da

Mata 110 264

3 Olinda 389 494 13 Santa Cruz do

Capibaribe 101 485

4 Caruaru 347 088 14 Abreu e Lima 98 602

5 Petrolina 331 951 15 Ipojuca 91 341

6 Paulista 322 730 16 Serra Talhada 84 352

7 Cabo de Santo

Agostinho 200 546 17 Araripina 82 800

8 Camaragibe 154 054 18 Gravatá 81 893

9 Garanhuns 136 949 19 Carpina 81 054

10 Vitória de Santo

Antão 135 805 20 Goiana 78 618

Etnias

Segundo dados publicados pelo IBGE, relativos ao ano

de 2009, a população de Pernambuco está composta

por: pardos (57,6%); brancos (36,6%); pretos (5,4%); e

amarelos e indígenas (0,3%). De acordo com um

estudo genético de 2013, a composição genética da

população de Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9%

africana e 15,3% ameríndia.

Nativos e africanos

Indígenas: A presença de indígenas em Pernambuco

data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são

encontradas em várias áreas do Sertão e Agreste do

estado, sendo as mais conhecidas as do Vale do

Catimbau no Município de Buíque, Agreste

Pernambucano. Segundo dados da Funai, Pernambuco

possui cerca de 40 mil índios nos dias atuais.

Negros: O estado contou com a presença do negro

desde o século XVI. Nesse período, os portugueses

introduziram a cultura da cana-de-açúcar na região,

utilizando-se da mão de obra escrava de origem

indígena e africana. Os engenhos multiplicaram-se

rapidamente e a produção de açúcar tornou-se a

principal atividade econômica da colônia. O número de

cativos de origem africana também cresceu bastante

em Pernambuco. Em 1584, 15 mil escravos labutavam

em pelo menos 50 engenhos. Esse número subiu para

20 mil escravos em 1600. Já na metade do século XVII,

a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas.

Pernambuco foi uma das regiões que mais receberam

escravos africanos no Brasil. Durante o tráfico negreiro,

824.312 africanos, 17% de todos os escravos trazidos

ao Brasil, entraram por Pernambuco. Dos africanos no

estado, 79% eram provenientes do Centro-Oeste

africano. Atualmente, situam-se nessa região os países

de Angola, República do Congo e República

Democrática do Congo.

Europeus

Portugueses: Além do legado genético, arquitetônico,

musical e dialectual, Portugal se faz presente, em

Pernambuco, com o Clube Português do Recife, o Real

Hospital Português de Beneficência, o Gabinete

Português de Leitura e o Consulado de Portugal. O

surgimento do tradicional hóquei sobre patins em

Pernambuco, na década de 1950, por exemplo, é

consequência da imigração portuguesa. Os

portugueses também participaram da povoação das

regiões do São Francisco e do Sertão Pernambucano,

adquirindo terras para a criação extensiva de gado.

Espanhóis: Nos primórdios da colonização, junto aos

portugueses, os espanhóis fizeram- se presentes. Entre

as últimas décadas do século XIX e o início do século

XX, Recife também recebeu imigrantes oriundos da

Espanha. No final de 2012, 685 espanhóis tinham

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142

registro no Consulado Honorário da Espanha no Recife

como radicados na capital pernambucana.

Italianos: A imigração italiana para Pernambuco entre

o final do século XIX e início do século XX foi pequena

e concentrada ao longo do litoral ou na capital, com

italianos provenientes principalmente das províncias de

Cosenza, Salerno e Potenza. Atualmente há um

número significativo de descendentes de italianos no

estado: cerca de 200 mil.

Alemães: Os primeiros registros de alemães datam do

século XVII, com a chegada da corte holandesa no

Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras

mundiais também impulsionaram a colônia alemã no

Recife, que chegou a contar com mais de 1,2 mil

imigrantes. Essa presença alemã pode ser observada

no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e

que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus

descendentes.

Holandeses: Os holandeses, apesar de terem quase

majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas

famílias na capital. Da época da invasão holandesa —

embora a miscigenação não tenha sido oficialmente

estimulada —, há relatos de muitas uniões interraciais.

A ausência de mulheres holandesas estimulou a união

e o casamento de oficiais e colonos holandeses com

filhas de abastados senhores de engenho luso-

brasileiros e, mais informalmente, destes com índias,

negras, caboclas e mulatas locais.

Ingleses: No começo do século XIX, quando o príncipe

regente Dom João abriu os portos do país, os ingleses

começaram a chegar ao Brasil – em especial, para

Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Nessa

época, a cidade do Recife possuía aproximadamente

200.000 habitantes, e a colônia inglesa já se

apresentava de forma bastante expressiva.

Árabes e judeus

Árabes: No Recife, uma das marcas dos imigrantes é

o Clube Líbano Brasileiro, erguido pela colônia libanesa

no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o

Estado, entretanto, fez-se com missionários católicos

sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas

portuguesas. O estado de Pernambuco também abriga

a segunda maior comunidade palestina do Brasil,

concentrada na cidade do Recife, que começou a

receber os primeiros imigrantes em 1903. Hoje a

comunidade tem cerca de 5 mil pessoas.

Judeus: O judaísmo em Pernambuco está presente

desde o século XVI, quando os judeus convertidos ao

cristianismo eram considerados cristãos novos, sendo

muitos deles senhores de engenho. Porém, existia a

suspeita de prática escondida da religião judaica.

Obtiveram liberdade de professar a religião nos tempos

de Maurício de Nassau, que logo foi combatida, quando

os portugueses voltaram ao domínio da economia

açucareira. No Recife, há hoje uma comunidade de 1,6

mil judeus.

Catedral de Petrolina, construída em estilo neogótico

Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga da

América

Religião

A religião verificável no estado varia entre católicos e

evangélicos ao lado de minorias como espíritas, judeus,

umbandistas, testemunhas de Jeová e santos dos

últimos dias. A maior religião do estado é a católica de

acordo com dados do Censo Demográfico de 2010,

realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). Dos 8.796.032 habitantes que

residiam no estado naquele ano, 66,3% declararam-se

católicos (5,8 milhões), 20,3% declararam-se

evangélicos (1,7 milhão), e 1,4% declararam-se

espíritas (123 mil).

Igreja Católica Romana

Os colégios tradicionais pernambucanos são, em sua

maioria, católicos, como o Colégio Damas da Instrução

Cristã, o Colégio Marista São Luís e o Liceu Nóbrega

de Artes e Ofícios. Os templos maiores, mais antigos,

mais conhecidos e mais visitados pelos turistas são da

Igreja Católica, como a Igreja Matriz do Santíssimo

Sacramento de Santo Antônio, a Concatedral São

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Pedro dos Clérigos, a Capela Dourada e o Convento e

Igreja de Santo Antônio, a Basílica do Carmo, a Igreja

da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, a

Igreja Madre de Deus, a Igreja de Nossa Senhora da

Conceição dos Militares, a Igreja de Nossa Senhora do

Rosário dos Homens Pretos, a Igreja de Nossa

Senhora do Livramento dos Homens Pardos, a Basílica

da Penha, entre outras, o que se trata de um sinal de

que o catolicismo romano é a religião mais professada

entre os pernambucanos.

A Igreja Católica em Pernambuco divide-se

administrativamente em uma arquidiocese e nove

dioceses: a arquidiocese de Olinda e Recife,

comandada atualmente pelo arcebispo Dom Antônio

Fernando Saburido, e as dioceses de Afogados da

Ingazeira, Caruaru, Floresta, Garanhuns, Nazaré,

Palmares, Pesqueira, Petrolina e Salgueiro.

Evangélicos

Pernambuco é a unidade federativa da região Nordeste

com a maior concentração de evangélicos, tanto em

números absolutos quanto em termos proporcionais.

20,3% da população do estado, o que corresponde a

mais de 1,7 milhão de pernambucanos. Declara-se

protestante, de acordo com o Censo 2010 do IBGE,

percentual muito superior aos percentuais encontrados

nos demais estados nordestinos.

Pernambuco possui as mais diversas denominações

protestantes, como a Assembleia de Deus, igreja

protestante com maior quantidade de fiéis e templos no

estado. Outras denominações pentecostais e

neopentecostais presentes em Pernambuco são, entre

muitas: Congregação Cristã no Brasil, Igreja Universal

do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em

Cristo, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja

Internacional da Graça de Deus, Igreja do Evangelho

Quadrangular, Igreja Episcopal Carismática e Igreja do

Nazareno.

Entre as denominações evangélicas tradicionais,

possuem templos no estado as igrejas de orientação

batista, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja

Presbiteriana, a Luterana, a Anglicana, a Metodista e a

Congregacional.

Outras religiões

Entre os cristãos não católicos e não protestantes,

destacam-se os Espíritas, os Santos dos Últimos Dias

e as Testemunhas de Jeová. O templo afro-brasileiro

mais conhecido é o Terreiro do Pai Adão, no Recife.

Os judeus também estão presentes. Algumas das

personalidades judias que moraram na capital

pernambucana foram a escritora Clarice Lispector, o

filósofo Luiz Felipe Pondé, o engenheiro Mário

Schenberg, o paisagista Roberto Burle Marx, entre

outros. Os budistas, hinduístas e muçulmanos não

possuem relevância na população do estado.

Governo e política

O Estado de Pernambuco é governado por três

poderes: o Executivo, representado pelo Governador

do Estado; o Legislativo, representado pela Assembleia

Legislativa de Pernambuco; e o Judiciário,

representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de

Pernambuco. Também é permitida a participação

popular nas decisões do governo por meio de

referendos e plebiscitos. A atual constituição do Estado

de Pernambuco foi promulgada em 5 de outubro de

1989, acrescida das alterações resultantes de

posteriores emendas constitucionais.

O Poder Executivo pernambucano está centralizado no

Governador do Estado, que é eleito em sufrágio

universal e voto direto e secreto, pela população, para

mandato de quatro anos de duração, podendo haver

reeleição para mais um mandato por igual período. Sua

sede é o Palácio do Campo das Princesas, construído

em 1841 pelo engenheiro Morais Âncora a mando do

então governador Francisco do Rego Barros. Várias

pessoas já passaram pelo Governo de Pernambuco,

sendo o mais recente deles Paulo Henrique Saraiva

Câmara, economista recifense formado pela

Universidade Federal de Pernambuco, eleito no

primeiro turno das eleições de 2014. Além do

governador, há ainda no estado a função de vice-

governador, atualmente exercida por Raul Jean Louis

Henry Júnior.

O Poder Legislativo pernambucano é unicameral,

constituído pela Assembleia Legislativa de

Pernambuco, localizado no bairro de Boa Vista, na

cidade do Recife. Ela é constituída por 49 deputados,

que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso

Nacional, a representação pernambucana é de três

senadores e 25 deputados federais.

O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a

capacidade e a prerrogativa de julgar de acordo com as

regras constitucionais e leis criadas pelo poder

legislativo. Atualmente a presidência do Tribunal de

Justiça de Pernambuco é exercida pelo desembargador

Frederico Neves. Representações desse poder estão

espalhadas por todo o estado por meio de comarcas.

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ECONOMIA

À época do Brasil Colônia, Pernambuco era a mais rica

das capitanias e responsável por mais da metade das

exportações brasileiras de açúcar. Sua riqueza foi alvo

do interesse de outras nações e, no século XVII, os

holandeses estabelecem-se no estado. A cana-de-

açúcar continua sendo o principal produto agrícola da

Zona da Mata pernambucana, embora o estado não

mais seja o maior produtor do país. Apesar do declínio

do açúcar, Pernambuco se manteve entre as cinco

maiores economias estaduais do país até meados da

década de 1940: em 1907, o estado tinha a quarta

maior produção industrial do Brasil, após Rio de

Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul e à frente de

estados como Minas Gerais e Paraná; e em 1939,

Pernambuco era ainda a quinta maior economia entre

os estados brasileiros, após São Paulo, Rio de Janeiro,

Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Atualmente a economia de Pernambuco tem como

base a agricultura, a indústria e os serviços. O setor de

serviços é predominante (algo típico na economia pós-

urbanizatória vivida pelo Brasil nas últimas décadas),

seguido pela indústria (naval, automobilística, química,

metalúrgica, de vidros planos, eletroeletrônica, de

minerais não metálicos, têxtil e alimentícia).

Após ter ficado estagnada durante a chamada "década

perdida" (1985 a 1995), a economia pernambucana

vem crescendo rapidamente desde o fim do século XX.

Na Era Vargas, Pernambuco ainda aparecia entre os

cinco maiores geradores de riqueza, à frente de

estados que foram mais subsidiados no período

ditatorial, a exemplo do Paraná (via Itaipu, dentre outros

empreendimentos). No fim da década de 2000, a

construção civil liderou o crescimento econômico de

Pernambuco, seguida pela indústria de transformação

e pelos serviços.

O estado assiste a uma importante mudança em seu

perfil econômico com os recentes investimentos nos

setores petroquímico, biotecnológico, farmacêutico, de

informática, naval e automotivo, que estão dando novo

impulso à economia do estado, que vem crescendo

acima da média nacional. Além da importância

crescente do setor de informática (o Porto Digital é o

maior parque tecnológico do Brasil), do setor terciário –

sobretudo das atividades turísticas –, e do setor

industrial em torno do Porto de Suape, merecem

destaque a produção irrigada de frutas ao longo do Rio

São Francisco, quase que totalmente voltada para

exportação, concentrada no município de Petrolina, em

parte devido ao aeroporto internacional com grande

capacidade para aviões cargueiros do município; e a

floricultura, que começa a ganhar espaço, com

plantações de rosas, gladiolus, e crisântemos. Outros

polos dinâmicos de desenvolvimento são: o polo

gesseiro no Araripe; o mármore, a pecuária leiteira e a

indústria têxtil no Agreste; e a cana-de-açúcar e a

biomassa na Zona da Mata.

Setor primário

Plantação irrigada de uvas em área de caatinga no

município de Lagoa Grande.

Entre os principais produtos agrícolas cultivados em

Pernambuco, encontram-se a cana-de-açúcar, o

algodão, a banana, o feijão, acebola, a mandioca, o

milho, o tomate, a graviola, o caju, a goiaba, o melão, a

melancia, a acerola, a manga e a uva. Na pecuária,

destacam-se as criações de bovinos, suínos, caprinos

e galináceos. Merece destaque ainda a expansão que

vem tendo a partir dos anos 1970 da agricultura irrigada

no Sertão do São Francisco, com projetos de irrigação

hortifrutícolas implantados com o apoio da

CODEVASF. A produção é voltada para o mercado

externo.

Pernambuco é atualmente o maior produtor de acerola

do Brasil, respondendo por um quarto da safra

nacional. É também o maior produtor de goiaba, o

segundo maior produtor de uva, o segundo maior

exportador de manga, o segundo maior polo floricultor

e o sexto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil.

Pernambuco é ainda o quarto maior produtor nacional

de ovos, o sexto de frangos de corte e a oitava maior

bacia leiteira do país.

A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da

Zona da Mata pernambucana. Também estão

presentes nesta mesorregião culturas de subsistência,

além de fruticultura e hortaliças. No Agreste, cidades

como Garanhuns, Gravatá, Chã Grande e Bonito

passaram a se dedicar à floricultura, produzindo flores

tropicais e tradicionais. Além do cultivo de flores, vêm

crescendo no agreste pernambucano as lavouras de

café e as plantações de seringueiras. Aumenta também

a criação de cavalos, de gados de leite e de corte, de

ovos e de frangos de corte. No Sertão, a fruticultura

irrigada produz toneladas de frutas tropicais por ano. O

polo principal fica em Petrolina, no vale do rio São

Francisco.

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Petrolina, no semiárido pernambucano, é a maior

cidade da RIDE Petrolina e Juazeiro, maior aglomerado

urbano do interior da região Nordeste, que se

consolidou como maior exportador de frutas e segundo

maior pólo vitivinicultor do Brasil graças ao uso de

modernas técnicas de cultivo e irrigação.

Setor secundário

O Complexo Industrial e Portuário de Suape abriga

empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima e o

Estaleiro Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério

Sul). O petroleiro João Cândido (foto) foi o primeiro

navio lançado pela indústria naval pernambucana.

A produção industrial pernambucana está entre as

maiores do Norte-Nordeste. No período de outubro de

2005 a outubro de 2006, o crescimento industrial em

Pernambuco foi o segundo maior do Brasil (6,3%) mais

que o dobro da média nacional no mesmo período

(2,3%)

Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou a

empresa Suape Complexo Industrial Portuário para

administrar o desenvolvimento de obras na região do

Porto de Suape. Hoje o porto é um dos maiores do

Brasil, administrado pelo governo de Pernambuco.

Suape opera navios nos 365 dias do ano, sem

restrições de horário de marés. O Porto dispõe de um

sistema de monitoração de atracação de navios a laser,

que possibilita um controle efetivo e seguro, oferecendo

condições técnicas nos padrões dos portos mais

importantes do mundo.

Recentemente Pernambuco foi escolhido para a

implantação dos seguintes empreendimentos:

montadoras Jeep (automóveis - município de Goiana) e

Shineray (motocicletas - município de Ipojuca),

Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, Polo

Farmacoquímico e de Biotecnologia, Hemobrás,

Novartis, Bunge, CSN, Gerdau, Mossi & Ghisolfi,

Pepsico, Amanco, central logística da General Motors

além do Terminal ferroviário da Transnordestina, entre

outros investimentos. Somente o Complexo Industrial e

Portuário de Suape tem o poder de duplicar a renda de

Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até 2030.

O Jeep Renegade (foto) será montado, a partir do

primeiro trimestre de 2015, pela fábrica da Fiat Chrysler

Automobiles no município de Goiana, litoral norte de

Pernambuco.

A matriz da multinacional pernambucana

Acumuladores Moura S.A. (Baterias Moura) está

localizada na cidade de Belo Jardim. A Baterias Moura

fornece baterias para a metade dos carros fabricados

no Brasil. O conglomerado pernambucano Queiroz

Galvão reúne mais de 50 empresas nos segmentos de

Construção, Desenvolvimento Imobiliário, Alimentos,

Participações e Concessões, Óleo e Gás, Siderurgia e

Engenharia Ambiental, com presença em todos os

estados brasileiros assim como em países da América

Latina e da África, exportando seus produtos para

Estados Unidos,Canadá e Europa, e empregando

cerca de 30.000 trabalhadores. O Grupo Industrial João

Santos, fundado em Pernambuco, é o produtor do

Cimento Nassau e um dos mais importantes

conglomerados industriais do país, controlando 24

empresas e mais de 60 estabelecimentos comerciais

com atividades nos ramos de papel e celulose, açúcar,

transportes, comunicação e cimento, gerando 10 mil

empregos diretos em vários estados brasileiros.

Na mineração, destacam-se a argila, o calcário, o

ferro,a gipsita, o granito e o quartzo. A microrregião de

Araripina destaca-se na extração mineral da gipsita,

fornecendo 95% do gesso consumido no Brasil.

Setor terciário

Recife é um tradicional polo de serviços. Os segmentos

de maior destaque são: comércio, serviços médicos,

serviços de informática e de engenharia, consultoria

empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao

turismo.

A capital pernambucana abriga o Porto Digital,

reconhecido como o maior parque tecnológico do

Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas

multinacionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun,

Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis

mil pessoas e tem 3,9% de participação no PIB do

estado.

O polo médico do Recife, considerado o segundo maior

do país, atrai pacientes do Brasil e do exterior. Os

estrangeiros que vão ao Recife em busca de

atendimento na área médica, em sua maioria africanos

e norte-americanos, visam qualidade nos serviços e

preço baixo no atendimento (o que torna isso possível

também é o fato de Pernambuco estar acima da média

na formação dessa área).

O RioMar Shopping, localizado na Zona Sul do Recife,

é o maior centro de compras do Norte-Nordeste e o

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terceiro maior do Brasil, além de primeiro endereço de

alto luxo do Nordeste e Norte brasileiro.

Recife foi eleita por pesquisa encomendada pela

MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com

economia mais desenvolvida dos mercados

emergentes no mundo.

Apenas cinco capitais brasileiras entraram na lista: São

Paulo, que foi a cidade brasileira mais bem colocada,

na 12ª posição; Rio de Janeiro (36ª posição); Brasília

(42ª); Recife (47ª); e por último Curitiba (49ª). Xangaie

Pequim, na China, ocuparam as duas primeiras

posições.

A Tupan, atacadista distribuidora de materiais de

construção fundada em Serra Talhada, no sertão do

estado, é a maior empresa do ramo no Norte-Nordeste

e a quinta maior do Brasil segundo o IBOPE. O grupo

atende mais de 12.000 clientes lojistas em todo o Norte-

Nordeste, contando com três Centros de Distribuição,

localizados em Pernambuco e Alagoas (Serra Talha-

da, Recife eMaceió), além de sete lojas de varejo

sendo: quatro em Serra Talhada, duas em Recife e uma

em Maceió. Possui ainda uma frota própria de 130

caminhões, 120 Representantes Comerciais e um

efetivo de mais de 1.000 colaboradores.

Pernambuco abriga ainda o polo têxtil do Agreste,

segundo maior polo de confecções do Brasil,

abarcando 13 cidades em 2009, nas quais se

concentram mais de 18 mil empresas do setor.

Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama formam

o triângulo e o principal ponto de venda e fabricação de

confecções do Agreste. Santa Cruz do Capibaribe

possui o maior parque de confecções da América

Latina, o Moda Center Santa Cruz. Toritama é

responsável por 15% das confecções feitas com jeans

produzidas no Brasil.Caruaru tem sua produção têxtil

escoada através da Feira de Caruaru.

Caruaru, no Agreste pernambucano, é o segundo maior

polo de confecções do Brasil. Compõe, junto com Santa

Cruz do Capibaribe e Toritama, o triângulo têxtil de

Pernambuco.

Porto Digital

O Porto Digital, localizado no bairro do Recife Antigo na

capital pernambucana, é o maior parque tecnológico do

Brasil e referência mundial na produção de softwares.

Pernambuco conta com um dos mais importantes

parques tecnológicos do Brasil, localizado no bairro do

Recife, na capital estadual. Trata-se do Porto Digital,

que abriga mais de duzentas empresas, entre elas

multinacionais como Accenture, Oracle,

ThoughtWorks, Ogilvy, IBM e Microsoft, e é

reconhecido pela A. T. Kearney como o maior parque

tecnológico do Brasil em faturamento e número de

empresas, O Centro de Informática da Universidade

Federal de Pernambuco (CIn UFPE) fornece mão de

obra para o polo, que gera sete mil empregos e tem

participação de 3,5% no PIB do Estado de

Pernambuco. Além do Porto Digital, a capital

pernambucana possui uma unidade do Instituto Nokia

de Tecnologia.

Turismo

Igreja do Carmo com o mar azul turquesa de Olinda ao

fundo, cartão postal de Pernambuco.

O turismo no Estado de Pernambuco oferece diversas

atrações históricas, naturais e culturais. As principais

localidades turísticas do Estado de Pernambuco são

Fernando de Noronha, Porto de Galinhas, Cabo de

Santo Agostinho, Olinda, Recife, Igarassu, Itamaracá,

Gravatá, Triunfo, Garanhuns, Caruaru e Bonito.

Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo

Brasileiro 2009", realizada pela Vox Populi,

Pernambuco foi o segundo destino turístico preferido

dos brasileiros, já que 11,9% dos turistas optaram pelo

estado nas categorias pesquisadas; e segundo a

International Congress And Convention Association

(ICCA), Pernambuco é o terceiro melhor polo de

eventos internacionais do Brasil.

O litoral do Estado de Pernambuco tem cerca de 187

km de extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas

e locais praticamente intocadas. Faz divisa, ao norte,

com a Paraíba e, ao sul, com Alagoas. Além do litoral

continental, possui o arquipélago de Fernando de

Noronha e suas 16 praias.

Porto de Galinhas foi eleita por dez vezes consecutivas

a Melhor Praia do Brasil, segundo a Revista Viagem e

Turismo, da Editora Abril.

Pernambuco oferece dez rotas de turismo que vão do

litoral ao interior criadas pela Empetur, que visam

explorar os principais pontos turísticos de cada região

do estado de acordo com suas potencialidades, que

vão do turismo de sol e mar e ecoturismo ao turismo

serrano e religioso.

Entre as praias mais procuradas do estado, estão as de

Boa Viagem, Porto de Galinhas, Carneiros, Serrambi,

Guadalupe, Calhetas,Maria Farinha, Nossa Senhora do

Ó, Ilha de Itamaracá e a Ilhota da Coroa do Avião.

Recife, conhecida como a "Capital Brasileira dos

Naufrágios", atrai mergulhadores de todo o mundo por

sua rica vida marinha e suas águas calmas e cristalinas

com temperaturas próximas dos 30 graus. Fora do

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litoral da capital pernambucana há também o

Arquipélago de Fernando de Noronha (foto),

pertencente à mesorregião metropolitana do Recife e

considerado um dos melhores lugares para a prática de

mergulho do planeta.

O Litoral Sul de Pernambuco, que tem cerca de 110 km

de praias, é totalmente protegido por corais, que

formam irresistíveis piscinas naturais de águas mornas.

É famoso por diversas praias conhecidas nacional e

internacionalmente, como Porto de Galinhas. Turistas

de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis e

resorts do Litoral Sul do estado.

O Litoral Norte do estado é mais densamente habitado

que o Litoral Sul, quase urbanizado por completo desde

a Região Metropolitana do Recife até a divisa com a

Paraíba (o que muitos veem como a primeira proto-

megalópole interestadual do país, que teria em

extensão latitudinal mais de 120 km de urbanização

costeira contígua). Tem alguns dos sítios históricos

mais importantes do Brasil, como os dos municípios de

Olinda, Igarassu, Itamaracá e Goiana. Construções do

Brasil Colônia, como o Forte Orange na Ilha de

Itamaracá e a Igreja dos Santos Cosme e Damião em

Iga rassu, são muito visitadas por turistas que passam

pela região. As praias também são muito procuradas.

O Litoral Norte pernambucano também é conhecido por

abrigar o Veneza Water Park, um dos maiores parques

aquáticos do Brasil, situado na Praia de Maria Farinha

em Paulista.

O arquipélago de Fernando de Noronha tem destaque

nacional e mundial. Das ilhas, é possível avistar os

golfinhos saltadores. As principais atrações do

arquipélago são o Forte de Nossa Senhora dos

Remédios de Fernando de Noronha, a Vila dos

Remédios, a Praia da Conceição, a Praia do Boldró, a

Baía dos Porcos, a Baía do Sancho (cercada por

falésias cobertas de vegetação), a Baía dos Golfinhos,

a Praia da Cacimba do Padre, o Morro Dois Irmãos, o

Reduto de São Joaquim de Fernando de Noronha, o

Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico de Fernando

de Noronha e o Reduto de Santana de Fernando de

Noronha. O arquipélago foi declarado Patrimônio

Natural da Humanidade pela Unesco.

Em Garanhuns, ocorre uma das etapas do Circuito do

Frio, evento multicultural realizado entre julho e agosto

em cinco cidades serranas de Pernambuco (as outras

etapas acontecem em Triunfo, Gravatá, Pesqueira e

Taquaritinga do Norte).

O Circuito do Frio é uma opção para os que procuram

um clima ameno. Trata-se de um evento multicultural,

realizado no mês de julho e começo de agosto em cinco

cidades serranas do interior pernambucano:

Garanhuns, Triunfo, Gravatá, Pesqueira e Taquaritinga

do Norte. O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG),

criado em 1991, foi o primeiro evento, que deu início ao

costume de seguir para o interior de Pernambuco na

época mais fria do ano. O FIG apresenta uma maratona

de atrações nacionalmente conhecidas nas praças e

parques. São 12 polos, espalhados por toda a cidade

de Garanhuns, num evento que mistura diversos estilos

musicais – rock, MPB, blues, jazz, forró e música

instrumental, para citar alguns –, teatro, cinema, circo,

gastronomia, folguedos populares e outras formas de

manifestação cultural. Triunfo, por sua vez, é um dos

destinos mais concorridos do circuito. Poucos

municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos

quanto Triunfo: o clima (a cidade está a 1.004 metros

de altitude) que propicia o cultivo de flores, o casario

singelo, as antigas construções, os seculares

conventos, o Cine-Teatro Guarany, os engenhos de

cana-de-açúcar e a Lagoa João Barbosa. Gravatá,

localizada a 85 Km do Recife, é um dos locais mais

acessíveis do evento. Andar pela cidade, tomar

chocolate quente, parar nos restaurantes tradicionais

de culinária típica para comer galinha à cabidela ou

buchada de bode são programas imperdíveis. Em

Gravatá, o Circuito do Frio recebe o nome de Festa da

Estação. Cidade de larga tradição rendeira, Pesqueira

realiza há cinco anos a Festa da Renascença,

justamente o nome da renda feita na região. Já a cidade

das praças e das flores, Taquaritinga do Norte,

comanda a Festa das Dálias.

Economia de Pernambuco - Números

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O ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO

O território rural denominado Agreste Meridional de

Pernambuco abrange uma área de 13.153 km2, está

localizado em parte da Mesorregião do Agreste

Pernambucano e do Sertão Pernambucano.

Atualmente é composto por 20 municípios: Águas

Belas, Buíque, Iati, Ibimirim, Inajá, Itaíba, Pedra,

Venturosa, Angelim, Bom Conselho, Caetés,

Capoeiras, Garanhuns, Ibirajuba, Manarí, Paranatama,

Saloá, São Bento do Una, Terezinha e Tupanatinga.

De acordo com informações do IBGE (2010), o

contingente populacional do território apresenta-se com

587.086 habitantes, dos quais 257.840 residem na área

rural, o que corresponde a 42,7% do total. Com IDH

médio de 0,60, esse meio rural é composto por

agricultores familiares e patronais, famílias assentadas,

comunidades quilombolas, terras indígenas, dentre

outros.

O território enquadra-se na categoria de rural,

seguindo-se o critério estabelecido por Veiga (2002),

pois apresenta uma população média de 29.354

habitantes e uma densidade de 44,77 habitantes por

km2, ou seja, uma população média menor do que

50.000 habitantes e uma densidade inferior a 80,0

habitantes por km2.

Entre os seus municípios, Garanhuns destaca-se

apresentando uma acentuada população urbana, com

uma taxa de 89,1%, já os municípios de Paranatama,

Manari e Caetés apresentam taxas de 79,1%, 78,9% e

71,7% da população rural, respectivamente, revelando

assim, uma certa heterogeneidade no território. Além

disso, vale ressaltar, que o município de Garanhuns

centraliza economicamente o Agreste Meridional e se

estabelece pela importância como polo regional.

Quanto aos indicadores sociais, observa-se uma

grande amplitude relativa ao (Índice de De-

senvolvimento Humano Municipal (IDH-M)) entre os

municípios. Os municípios de Garanhuns, de Venturosa

e de São Bento do Una apresentam os maiores IDH-M,

com 0,69; 0,63 e 0,62 respectivamente. Já os

municípios de Manari e Caetés apresentam os menores

IDH-M, com 0,47 e 0,52. Tais informações revelam

também a ocorrência de uma acentuada disparidade na

qualidade de vida entre os municípios do território.

As áreas rurais do território são reconhecidas

economicamente pela presença da pecuária leiteira. No

entanto, as pequenas propriedades rurais, de cunho

familiar, que exploram principalmente as culturas do

feijão e da mandioca, apresentam grande relevância

socioeconômica para a região, revelando nesse

conjunto as principais atividades de exploração das

áreas rurais. Historicamente, esse arranjo formou-se ao

longo dos anos, pois o Agreste constituiu-se como o

local de produção de alimentos para o abastecimento

interno da região Nordeste, em face da cultura

expansionista e exportadora da cana-de-açúcar.

A velha estrutura coronelista, ainda reflete sobre a atual

estrutura agrária e sobre as relações sociais de

dependência e subordinação que insiste em

permanecer em diversos municípios desse território.

Dessa forma, perpetua-se a ação política de comando

sobre a população e cargos, de uma forma geral,

atuando em diversos segmentos e instituições públicas.

Os festejos juninos apresentam-se como a expressão

máxima da cultura, porém as tradições folclóricas

tendem a se perder no tempo, em face da

homogeneização dos costumes, principalmente no que

diz respeito à música, com os grupos eletrônicos de

forró. Trabalhar as ruralidades ainda presentes requer

um árduo e constante desafio, para que não haja perda

tanto cultural como economicamente, uma vez que

esses valores são descontruídos pela aquisição de

novos hábitos impostos pelos meios de dominação e

imposição de valores externos.

Atrelado a isso, nota-se a insatisfatória presença de

estrutura das políticas públicas, relacionadas ao nível

educacional, principalmente nas formações iniciais das

crianças, no apoio à assistência das atividades

produtivas e na preservação e exploração sustentável

das riquezas naturais e arqueológicas.

Território Rural do Sertão do Pajeú de Pernambuco

A região sertaneja pernambucana possui

características peculiares intrínsecas a sua geografia e

dentro desse contexto surge a divisão em três

territórios: O território do Araripe, o território do São

Francisco e o território do Sertão do Pajeú. Em relação

a esse último, destacamos a denominação “Pajeú”

devido à referência ao Rio Pajeú, que atravessa parte

dos municípios que compõem o território, revelando

significativa importância para o povoamento dessa

parte do Sertão de Pernambuco.

O território do Sertão do Pajeú é composto por 20

municípios, divididos em três microrregiões:

a) MICRORREGIÃO DE SÃO JOSÉ DO EGITO,

composta pelos municípios de Brejinho, Itapetim, Santa

Terezinha, São José do Egito e Tuparetama;

b) MICRORREGIÃO DE AFOGADOS, composta pelos

municípios de Afogados da Ingazeira, Carnaúba,

Iguaraci, Quixaba, Sertânia, Solidão e Tabira;

c) MICRORREGIÃO DE SERRA TALHADA, composta

pelos municípios de Calumbi, Flores, Mirandiba, Santa

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Serra

Talhada e Triunfo.

Dados históricos revelam que o início da exploração

econômica do Sertão Pernambucano ocorreu por meio

da atividade pecuária. Estudos sobre essa questão

informam que tal fato foi decorrente da proibição, por

parte da coroa portuguesa, da exploração da pecuária

nas áreas próximas ao litoral (Zona da Mata) da

capitania de Pernambuco que se destinavam apenas

para o cultivo da cana-de-açúcar. Assim, induzia-se o

deslocamento do gado para o Sertão, seguindo o

caminho inverso das águas do Rio São Francisco e dos

seus afluentes, tendo o Rio Pajeú como um deles. Tal

fato trouxe para a região, juntamente com o gado, o

povoamento dessas terras, a formação de latifúndios,

ocupando extensas áreas e as formas de convivência.

As relações de poder foram organizadas a partir da

formação das estruturas fundiárias e delas surgiram as

cidades sertanejas, tendo na figura do dono das terras

e do gado a expressão do poder autoritário e

paternalista que ainda permanece. Atualmente,

algumas poucas mudanças pontuais são percebidas e,

de alguma forma, buscam alterar o quadro político e

econômico dessa região.

A mistura racial está presente e provém tanto dos

habitantes naturais, indígenas, quanto do processo de

escravidão com a chegada dos negros e dos embates

e fugas dos portugueses e holandeses vindos das

regiões litorâneas. Essa mistura de raça traz consigo

também a mistura de culturas expressadas pelas

danças e músicas, pela poesia e nos hábitos

alimentares adaptados à sobrevivência no semiárido da

Caatinga.

A caprinocultura e a ovinocultura são atividades de

grande relevância econômica nos municípios desse

território, muito em face da rusticidade e da adaptação

dos animais às condições do ambiente do semiárido

nordestino. Em relação às atividades da agricultura,

predominam os cultivos de milho, feijão e mandioca,

que fazem parte da dieta básica do sertanejo.

Os dias de feira-livre constituem-se no ponto de

referência para as negociações mais diversas,

presencia-se a convergência da população vinda desde

os locais mais recônditos das áreas rurais. Ao se

misturarem com os moradores das cidades,

estabelecem a comercialização da produção das

atividades produtivas e contribuem para o incremento

do comércio. A feira-livre é uma tradição nordestina,

existente em toda a região.

As histórias sobre o legendário Lampião e o mundo do

cangaço são retratadas em formas de cordel e encontra

no Município de Serra Talhada, cidade natal, o ponto

de referência com o museu sobre essa figura que

percorria essas terras com sua tropa, deixando atônita

e aterrorizada a população do sertão nordestino.

Quanto às infraestruturas existentes e destinadas para

esse território, ressalta-se a precariedade das estradas

que interligam os municípios, com significativa falta de

conservação e apoio o que resulta na deficiência dos

sistemas de transportes coletivos. As obras dos canais

da transposição do Rio São Francisco (integração de

bacias hidrográficas) estão sendo realizadas e cortam

parte desse território, mas são vistas pela população

como algo externo ao seu cotidiano e que

aparentemente não lhe trarão resultados satisfatórios e

esperanças para o futuro.

Pernambuco perde Paulo Crespo, líder cristão

mediador de conflitos rurais

As referências a Paulo Crespo, morto e sepultado

ontem aos 83 anos, no Cemitério Morada da Paz, eram

nos últimos anos mais à sua condição de padre casado

do que a de organizador dos trabalhadores rurais. Isso

écompreensível pela distância temporal deste papel,

exercido por Crespo nos anos 1960, quando a Igreja

Católica controlava a maioria desses sindicatos no

estado. Dos cerca de 115 sindicatos, a instituição

religiosa comandava mais de 90, sendo o ainda não

padre casado um dos responsáveis pelo número. Ele

se destacava pela formação intelectual, o que incluía

estudos no Instituto Católico de Paris e ensino na

Universidade Católica de Pernambuco. Mas o que o

levou a apoiar os trabalhadores rurais foi a experiência

na Paróquia de Jaboatão, assumida aos 24 anos.

Nascido em Bom Conselho, no Agreste, chocou-se com

a pobreza da zona canavieira. “Percebi uma grande

miséria e sofrimento, muita fome, muita nudez”, revelou

em entrevista. A escolha que fez resultou em visões

diferentes de seu papel: comunista para uns, pelego ou

homem de Igreja para outros.

URBANIZAÇÃO EM PERNAMBUCO

Conhecida como a Veneza brasileira, a cidade de

Recife foi estabelecida em um grande delta formado

pelos rios Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Tejipió e

Jaboatão. O desenvolvimento da cidade transcorre em

uma grande batalha entre os construtores e as águas,

nos rios, nos mangues e no mar – uma batalha entre

aterros, barragens e pontes contra chuvas e marés,

vivenciada até hoje pelos moradores de uma das

principais regiões metropolitanas do Nordeste

brasileiro.

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“O RECIFE, COMO VENEZA, É A CIDADE QUE SAI

DA ÁGUA E QUE NELA SE REFLETE, É UMA CIDADE

QUE SENTE A PALPITAÇÃO DO OCEANO NO MAIS

PROFUNDO DOS SEUS RECANTOS. ”— JOAQUIM

NABUCO.

Uma colônia de pescadores que abastecia Olinda,

produzindo uma grande quantidade de açúcar,

engordou os olhos da Companhia das Índias

Ocidentais, que, em um desacordo com a coroa

espanhola, invadiu as terras, incendiou o centro de

Olinda e transferiu para Recife a sede administrativa,

guardada por fortes estratégicos. A partir daí, iniciou-se

o processo de formação da cidade de Recife,

principalmente com a chegada de João Maurício de

Nassau, com planos de criar a mais moderna cidade da

América do Sul.

A cidade de Recife moderna já conta com mais de 1.

617. 183 habitantes, ainda com dezenas de canais e

pontes compondo seu traçado urbano. Assim como

aconteceu em tantas cidades de baixada, a expansão

urbana deu-se rapidamente, ocupando manguezais e

áreas de alagamento natural, sem controle dos

impactos negativos sobre o meio ambiente, resultando

em uma metrópole com graves problemas de

inundações.

Na Avenida Recife, na altura da Av. Dom Helder

Câmara, foi necessária a instalação de um conjunto de

bombas para auxiliar na drenagem de uma área com

mais de 50h a, em eventos de chuva e maré alta. A

estrutura é composta por três bombas com capacidade

de vazão de 1.000 litros por segundo cada uma. Para

piorar a situação, há uma intensa ocupação das

margens do canal, com lançamento direto de esgoto

doméstico, degradando as águas.

Local de despejo das águas bombeadas

No segundo local, existe um sistema de comportas

instalado no canal Derby-Tacaruna, que se estende

pela Avenida Agamenon Magalhães. Esse canal liga o

rio Capibaribe até o estuário do porto.

Muitos locais às margens desse canal eram áreas de

mangue, com solo pouco resistente. Assim, parte da

Av. Agamenon Magalhães sofreu um rebaixamento,

resultante da compactação do solo, com pontos de até

1 metro de diferença. Com isso, em condições de

preamares (maré alta) mais altas, como em dias de

sizígia, a água do canal extravasava para as pistas,

parando o trânsito e prejudicando toda a circulação da

cidade.

Para resolver isso, foram instaladas comportas nas

duas extremidades do canal, que são fechadas

durantes as altas marés. Porém, foi criada uma

dificuldade: como os bairros que drenam suas águas

para esse canal serão afetados em um dia de chuva

com maré alta? Inundação certa!

MOVIMENTOS CULTURAIS EM PERNAMBUCO

Não por acaso, o estado é conhecido no país como um

dos que têm a cena cultural mais viva, construída a

partir da contribuição de índios, portugueses,

holandeses, judeus, africanos, entre outros. É celeiro

de poetas, artistas plásticos e músicos reconhecidos

em todo mundo, sem falar nos seus movimentos, no

carnaval, no São João, em nossa cultura. Isso é

Pernambuco.

Lampião e Maria Bonita | Museu do Forró – Caruaru

O carnaval, por exemplo, é a maior festa. Não só dos

pernambucanos, mas de todos que visitam o estado na

época dessa democrática festa – seja na capital, nas

praias, no interior. Tem o maracatu, o caboclinho, o

coco de roda, a ciranda e o maior de todos os

representantes – o frevo! O ritmo, aliás, é único e teve

origem no próprio estado. Na festa, além das ladeiras

de Olinda, do fervor do Recife Antigo, tem também o

Galo da Madrugada, o maior bloco de rua do mundo

(segundo o Guinness Book).

No interior, seja no Sertão ou no Agreste, há outros

movimentos culturais. Os Caretas de Triunfo (cidade

sertaneja a 600km do Recife); os Papangus de

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Bezerros (agreste, 90km da capital), que no carnaval,

promovem uma grande festa nas ruas do município.

Pernambuco também é a terra do São João. O período

junino no estado é um dos mais tradicionais do país. A

cidade de Caruaru, no Agreste, é o ponto central onde

acontecem 30 dias de festa – todo o mês de junho. É a

terra do forró, do xaxado, do mestre Vitalino, da famosa

Feira de Caruaru, do Alto do Moura, entre outros. Mas

não é só nessa que ocorrem os festejos; da capital ao

interior são muitas as homenagens ao Santo.

Na Zona da Mata, tanto a Norte quanto a Sul, o

destaque fica para os maracatus, de baque solto ou de

baque virado. De influência africana, eles têm muita

força nessa região devido à grande presença de

engenhos de cana-de-açúcar. No período colonial, os

escravos vindos da África para trabalhar a produção do

açúcar trouxeram os costumes para cá. Antigamente,

muitas dessas movimentações aconteciam às

escondidas ou na senzala. Com o passar dos anos e a

liberdade dos negros, a cultura foi incorporada como

um todo. hoje é um dos nossos destaques. Entre as

cidades, Nazaré da Mata desponta como uma das que

mais concentra maracatus.

Tudo isso é apenas uma demonstração da rica cultura

de Pernambuco. Uma cultura que orgulha os

pernambucanos, que é passada de geração em

geração, levada para todos os cantos do mundo.

Cultura

A cultura pernambucana é bastante diversificada, uma

vez que foi influenciada por indígenas, africanos e

europeus.

Tendo sido uma das primeiras áreas efetivamente

colonizadas por portugueses, ainda no século XVI, que

aí encontraram as populações nativas e foram

acompanhados por africanos trazidos como escravos,

Pernambuco tem uma cultura bastante particular e

típica, apesar de extremamente variada. Sua base é

lusobrasileira, com grandes influências africanas e

ameríndias.

Música e dança

O frevo, um dos principais gêneros musicais e danças

do estado e símbolo do Carnaval Recife/ Olinda,

caracteriza-se pelo ritmo acelerado e pelos passos que

lembram a capoeira. Esse gênero já revelou e

influenciou grandes músicos, como Alceu Valença,

Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Moraes

Moreira, Armandinho, Pepeu Gomes, Antônio Nóbrega,

Hermeto Pascoal, entre muitos outros. Antes da criação

da axé music na década de 1980, o frevo era utilizado

também no Carnaval de Salvador. Em cerimônia

realizada na cidade de Paris, França, no ano de 2012,

a Unesco anunciou que, aprovado com unanimidade

pelos votantes, o frevo foi eleito Patrimônio Cultural

Imaterial da Humanidade.

O manguebeat, gênero musical pernambucano que

despontou na cena underground dos anos 1990,

revelou e influenciou diversos grupos musicais e

artistas do estado, como Chico Science, Nação Zumbi,

Otto, Lenine, Mundo Livre S/A, Cordel do fogo

encantado, Mestre Ambrósio, Fred Zero Quatro, entre

outros. O manguebeat foi criado pelo guitarrista

Robertinho do Recife.

Festividades

Carnaval em Olinda: O Carnaval Recife/Olinda é

considerado o mais democrático e cultural- mente

diverso do país. É multifacetado, com formas diferentes

de carnaval de rua, desfiles de agremiações

carnavalescas e apresentações de cantores e

conjuntos musicais em palanques específicos. O Recife

possui o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo

da Madrugada, que se apresenta no sábado de

carnaval, ou "Sábado de Zé Pereira". Em 2006, o Galo

reuniu mais de um milhão e meio de pessoas, mais que

a população do Recife, façanha que o incluiu no Livro

Guiness de Recordes. Em fins do século XVII, havia

organizações, denominadas "companhias", que se

reuniam para comemorar a Festa de Reis. Essas

companhias eram constituídas, em sua maioria, de

pessoas de raça negra, escravos ou não, que

suspendiam seus trabalhos e comemoravam o dia dos

Santos Reis. Com a abolição da escravatura,

começaram a aparecer agremiações carnavalescas

baseadas nos maracatus e nos festejos dos Reis

Magos. O primeiro clube carnavalesco de que se tem

notícia foi o Clube dos Caiadores, criado por Antônio

Valente. Os participantes do clube compareciam à

Matriz de São José, no bairro de São José, executando

marchas. Seus participantes, levando nas mãos baldes,

latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam

os degraus da igreja e a caiavam (pintavam),

simbolicamente.

Em Pernambuco, são realizadas das principais festas

juninas do país. Os festejos de Caruaru, no Agreste

pernambucano, disputam com os de Campina Grande

na Paraíba o título de Maior São João do Mundo,

embora Caruaru já esteja consolidada no Guinness

Book.

O Carnaval de Olinda é conhecido mundialmente pelos

desfiles dos Bonecos de Olinda, bonecos de mais de

dois metros, coloridos e de fácil localização, que saem

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às ruas junto com os foliões. Em seus primórdios, a

história do Carnaval de Olinda confunde-se com a

história da folia no Recife e em Pernambuco. Tal como

hoje a conhecemos, a maior festa popular do mundo é

um evento relativamente recente, sendo marcado pelo

surgimento de agremiações como o Clube

Carnavalesco Misto Lenhadores, fundado em 1907, e o

Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, de 1912,

ambos ainda presentes nos carnavais da atualidade. O

Carnaval de Olinda preserva as mais puras tradições

da folia pernambucana e nordestina. Todo ano, pelas

ruas e ladeiras da Cidade Alta desfilam centenas de

agremiações carnavalescas e tipos populares, que

mantêm vivas as genuínas raízes da mais popular festa

do Brasil. São clubes de frevo, troças, blocos,

maracatus, caboclinhos, afoxés, cujas manifestações

traduzem a mistura dos costumes e tradições de

brancos, negros e índios, base da formação do nosso

povo e de nossa cultura.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Considerando a divisão territorial de Pernambuco por

municípios e observando o quadro a seguir sobre taxa

de alfabetização por mesorregião, assinale a alternativa

CORRETA.

a) Na Mesorregião do Agreste, as mulheres

apresentam taxa de alfabetização superior em relação

às mulheres da Mata Pernambucana, especialmente a

população no Município de Arcoverde.

b) Nas Mesorregiões Metropolitana do Recife e do

São Francisco, o número de mulheres analfabetas é

menor em relação à taxa das demais Mesorregiões do

estado. Como exemplo, têm-se os Municípios de Recife

e Petrolina, respectivamente.

c) Excetuando-se a Mesorregião Metropolitana do

Recife, a Mata Pernambucana é a que possui o

percentual mais elevado de mulheres alfabetizadas,

com destaque para os Municípios de Carpina e

Palmares.

d) Em todas as Mesorregiões de Pernambuco, o total

de pessoas alfabetizadas acima dos 10 anos de idade

é superior aos 80%, sobretudo nos Municípios de

Recife, Caruaru e Petrolina.

e) Nas Mesorregiões do Agreste e do Sertão de

Pernambuco, o número total de pessoas analfabetas é

menor em relação às demais Mesorregiões, em

especial nos municípios de Caruaru e Arcoverde.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Considerando as características do espaço rural

pernambucano e o quadro a seguir que apresenta

algumas das principais culturas desenvolvidas em

Pernambuco, no que se refere à área plantada em

hectares e ao valor da produção em mil reais, assinale

a alternativa CORRETA.

a) A cultura da cana-de-açúcar, assentada

historicamente, sob a forma de propriedades

latifundiárias, ocupa as maiores dimensões de área

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plantada e o maior valor da produção nas Mesorregiões

da Mata Pernambucana e Metropolitana do Recife.

b) No Sertão de Pernambuco, é a mandioca que

ocupa a maior porção de área plantada e o menor valor

da produção, como reflexo de um processo de

diversificação da produção agrícola, iniciado a partir

dos anos 70, em razão da introdução de projetos de

irrigação na área.

c) O feijão e o milho, lavouras historicamente

tradicionais do Agreste pernambucano, até os dias de

hoje, são as culturas que apresentam os maiores

valores da produção na referida mesorregião.

d) No Sertão Pernambucano e na Mesorregião do São

Francisco, em razão do declínio do cultivo de algodão

herbáceo, tem-se a ascensão dos plantios da mandioca

e da cana-de-açúcar que se constituem como as

principais culturas das referidas mesorregiões, tanto no

que diz respeito à área plantada como ao valor da

produção.

e) Na Mata Pernambucana, em razão de as terras se

encontrarem estruturadas sob a forma de pequenas

propriedades, observa-se uma distribuição equilibrada

das áreas destinadas ao plantio da cana-de-açúcar, do

feijão, da mandioca e do milho.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O olhar geográfico possibilita analisar e compreender o

espaço onde as sociedades humanas estão inseridas.

No caso de Pernambuco e de seus aspectos

geográficos, é INCORRETO afirmar que o Estado

apresenta

a) localização totalmente na porção tropical do Brasil.

b) maior densidade demográfica na porção Leste,

sobretudo na Região Metropolitana do Recife – RMR.

c) extensão territorial no sentido Norte/Sul maior que

no sentido Leste/Oeste.

d) limites interestaduais com os Estados do Ceará,

Paraíba, Alagoas, dentre outros.

e) cinco mesorregiões com características

geográficas peculiares.

4) Qual o municipio mais Populoso do Estado do

Pernambuco?

a) Recife

b) Jaboatão dos Guararapes

c) Olinda

d) Caruaru

e) Petrolina

5) O Maracatu, manifestação mais original da cultura

popular em Pernambuco, chega ao apogeu durante o

a) Natal.

b) Carnaval.

c) Semana Santa.

d) Dia da Consciência Negra.

6) Analise o texto abaixo sobre o setor terciário na

cidade do Recife e assinale a alternativa que melhor

destaca a realidade desse setor na cidade e em sua

RMR.

Recife é um tradicional polo de serviços - Os segmentos

de maior destaque são: comércio, serviços médicos,

serviços de informática e de engenharia, consultoria

empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao

turismo - A capital pernambucana abriga o Porto Digital,

reconhecido como o maior parque tecnológico do

Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas

multinacionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun,

Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft - Emprega cerca de seis

mil pessoas, e tem 3,9% de participação no PIB do

estado.

Sobre a realidade dos serviços em Recife e na RMR é

verdadeiro afirmar que:

a) Com maior contingente de trabalhadores no setor

secundário do que no terciário, pode-se afirmar que o

Recife, a despeito do crescimento econômico, ainda se

mantém como uma economia agroexportadora, sem

serviços importantes.

b) O setor secundário emprega cerca de um terço do

que emprega o setor terciário, o que indica que a

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economia de Recife é assentada na economia

industrial.

c) O grande contingente de trabalhadores no setor

terciário é típico de uma cidaded urbanizada, dado que

as atividades deste setor são mais intensas em

cidades.

d) O setor terciário emprega a minoria da PEA dessa

região, o que indica que seu desenvolvimento é

orientado por uma estrutura agrícola tradicional que

demanda mão de obra numerosa.

7) Observe a imagem abaixo:

No estudo das interações da sociedade com o meio

físico devem-se considerar fatores sociais,

econômicos, tecnológicos e culturais estudados na

dimensão do tempo e do espaço – Ao analisar a

representação da paisagem urbana de parte do Recife

apresentada na imagem, conclui-se que

a) as formas de organização do espaço consideram a

dinâmica natural das áreas de várzeas e de terra firme.

b) os aspectos da poluição das águas, como o depósito

de resíduos sólidos, são de responsabilidade da

população do entorno.

c) o modo de vida ribeirinho apresenta resistência

diante da pressão da modernização urbana.

d) a população urbana encontra diferentes formas de

adaptação na adversidade do ambiente urbano.

e) o contraste de formas revela as desiguais condições

de vida da população da cidade.

8) O elevado crescimento das metrópoles regionais e

nacionais no Brasil formou um conjunto de cidades

contíguas, constituindo-se numa grande área urbana -

Sobre este assunto, analise o mapa e as afirmativas a

seguir.

1. Os 14 municípios representados no mapa

constituem, atualmente, a Região Metropolitana do

Recife (RMR) estabelecida com a finalidade, dentre

outras, de solucionar em conjunto os problemas

urbanos da área que a compõe.

2. O mapa original da RMR, criado em 1973, foi

modificado com a inclusão dos Municípios de Abreu e

Lima, Araçoiaba, Camaragibe e Itapissuma (que se

originaram a partir do desmembramento dos Municípios

de Paulista, Igarassu e São Lourenço da Mata), sendo

Ipojuca também posteriormente incorporado.

3. Além da RMR, representada no mapa acima, são

reconhecidas oficialmente no Brasil outras grandes

regiões metropolitanas, sendo São Paulo, Rio de

Janeiro e Salvador algumas das mais importantes.

Está (ão) correta (s):

a) 1, apenas.

b) 1 e 2, apenas.

c) 1 e 3, apenas.

d) 2 e 3, apenas.

e) 1, 2 e 3.

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9) O VALE DA FARTURA

A irrigação cria um pomar verde às margens do São

Francisco - Projetos transformaram a aridez do Sertão

num cenário de prosperidade em pouco mais de uma

década - A vedete do São Francisco é Petrolina, a 700

quilômetros de Recife - Ela disputa com a cidade

paulista de Ribeirão Preto o título de “Califórnia

Brasileira” - (Revista VEJA, 22/9/93)

Entre o otimismo da notícia e a realidade do espaço em

questão, pode-se afirmar que a irrigação

a) permitiu a expansão agrícola em Petrolina, levando

sua produção a competir com Ribeirão Preto no

mercado externo.

b) beneficiou a maior parte da população das margens

do São Francisco, incrementando a produção de

gêneros alimentícios tradicionais.

c) favoreceu as empresas nacionais e estrangeiras,

alocadas na região, implantando no Nordeste mais uma

área de agricultura de exportação.

d) desenvolveu os municípios da bacia hidrográfica,

estimulando a organização de cooperativas agrícolas

entre os “barranqueiros”.

e) contribuiu para o crescimento urbano de Petrolina,

sendo determinante a sua posição geográfica ribeirinha

e sua condição de nó rodoviário.

10) Sobre as atividades econômicas no Estado de

Pernambuco, podemos afirmar corretamente que

a) os grandes projetos de irrigação no Sertão do São

Francisco foram implantados com o apoio da Comissão

de Desenvolvimento do Vale do São Francisco

(CODEVASF), com investimentos voltados ao mercado

interno regional.

b) o fechamento de diversas usinas e destilarias de

açúcar em Pernambuco que se encontram, sobretudo,

na Zona da Mata e do Agreste do Estado tem

contribuído para o agravamento das tensões sociais no

campo.

c) a cana-de-açúcar continua a ser o principal produto

agrícola de Pernambuco em área cultivada e em

volume de produção, dominando as regiões da Mata e

alguns municípios da região Metropolitana do Recife.

d) as lavouras de milho e de algodão no Estado de

Pernambuco vêm perdendo expressão econômica,

face ao avanço na região do Agreste da pecuária

leiteira e pela praga do bicudo, que está dizimando

essas culturas.

e) no Estado de Pernambuco, as grandes propriedades

rurais, ou seja, os latifúndios, se dedicam basicamente

às atividades agrícolas, como a criação de animais e a

produção da policultura para abastecimento dos

centros urbanos

GABARITO:

1 – B 3 – C 5 – A 7 – E 9 – C

2 – A 4 – A 6 – C 8 – E 10 – C

A QUESTÃO AMBIENTAL EM PERNAMBUCO

Muitos impactos ambientais nos biomas e

ecossistemas brasileiros pernambucanos estão

diretamente ligados à forma pela qual se deu a

ocupação e a organização do território. A faixa litorânea

foi a primeira a ser atingida, onde as áreas de

manguezais e vegetações de praia e dunas também

foram muito afetadas.

Pernambuco tem um papel importante no combate às

mudanças climáticas e na adaptação de seus efeitos no

cenário nacional. Por um lado é altamente vulnerável

aos seus efeitos negativos, em especial nas áreas

litorâneas de baixa declividade e em grande parte do

Estado sujeita à desertificação, conforme apresentado

no relatório pelo Painel Intergovernamental de

Mudanças Climáticas da ONU, IPCC (5).

A expansão do sistema elétrico e energético no Brasil e

em Pernambuco tem se baseado no aumento da

participação de fontes não renováveis de energia, onde

o estado de Pernambuco se apresenta com significativo

potencial para o aumento de energias renováveis na

geração de energia (biomassa, eólica, solar e

pequenas centrais hidroelétricas), contribuindo com o

fornecimento de matéria prima para biocombustíveis,

significando um potencial de melhoria de eficiência

energética do seu parque industrial, evidenciando que

Pernambuco possui forte potencial para contribuir com

a manutenção/diminuição dos impactos antrópicos.

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Pernambuco possui grande diversidade de

ecossistemas, com aproximamente 8 mil espécies de

organismos catalogadas no Estado e, como muitos

grupos ainda não foram estudados, estimasse que este

número varie entre 24 mil e 90 mil. Tamanha

diversidade biológica contrasta com os altos níveis de

degradação dos ecossistemas, pois restavam apenas

1% de Mata Atlântica, incluindo mangue e restinga e

cerca de 50% de Caatinga de acordo com o Atlas da

Biodiversidade de Pernambuco do ano de 2002.

O Agreste e Sertão apresentam grande pressão

antrópica sobre os recursos naturais, especialmente os

recursos florestais. A ação do homem se processa com

intensidade, resultando em áreas degradas pelo

consumo da lenha. O Estado apresenta um déficit

hídrico, onde as águas tornam-se escassas, sendo um

fator limitante à vida e ao desenvolvimento.

É evidente o passivo ambiental acumulado que incide

sobre o Estado, somando-se a este, o fato de

apresentar forte vulnerabilidade aos efeitos das

alterações do clima.

De acordo com os resultados das pesquisas globais,

Pernambuco é um dos estados mais vulneráveis do

Brasil, aos efeitos das mudanças do clima.

Enquanto na área litorânea vem sendo intensificado o

processo erosivo nas praias, com ameaça iminente ao

patrimônio público e privado, a região do sertão e

agreste padece do fenômeno das secas.

Problemas Ambientais Costeiros

O estado de Pernambuco apresenta umas das

menores áreas costeiras do país, com 4.473 km², o que

corresponde a 1% da zona costeira nacional. A faixa

costeira do Estado de Pernambuco apresenta uma

sequência de sedimentos acumulados chamada Bacia

Pernambuco/Paraíba, a norte do Lineamento

Pernambuco, e na Bacia Cabo a sul do mesmo

lineamento. Possui forma alongada e paralela à costa.

É formada pelos sedimentos holocênicos e pelos

afloramentos da Formação Barreiras ou das formações

cretáceas, sobre o embasamento que é constituído por

rochas do cristalino da Província Borborema, de idade

pré-cambriana, e vulcanitos da Formação Ipojuca.

Os primeiros registros sobre o problema de erosão no

litoral de Pernambuco estão relacionados com a

construção e ampliação do Porto do Recife que

modificou as correntes litorâneas que atingem o

município de Olinda.

Posteriormente, os aterros de mangues, verificados na

foz do rio Beberibe (divisa dos municípios de Recife e

Olinda), contribuíram para acelerar o processo erosivo

já instalado na Praia dos Milagres. Nos anos 50 foram

construídos 2 quebra-mares semi-submersos e 3

espigões curtos nas praias dos Milagres, Carmo e Farol

No entanto, o problema não foi satisfatoriamente

solucionado, ocasionando a transferência da erosão

para as praias mais a norte, como Bairro Novo, Casa

Caiada e Janga.

O crescimento desordenado da cidade do Recife deu-

se em cinco direções, iniciando ao longo dos rios e na

costa, sendo a última delas para sul. As praias de

Candeias, Piedade e sul de Boa Viagem, que se

encontravam estáveis, passaram, então, a apresentar

problemas de erosão. Devido a esse problema, obras

emergenciais para proteção dos imóveis foram

realizadas sem grande sucesso.

A erosão marinha atinge atualmente cerca de 1/3 das

prais no ltoral pernambucano. Os fatores que

contribuem decisivamente para este processo são

vários. Em algumas praias é produto direto das

intervenções antrópicas seja por ocupação das áreas

adjacentes a praia (impermeabilização dos cordões

marinhos arenosos) e até das pós-praia, como é o caso

particular da praia de Boa Viagem (zona metropolitana

do Recife) e do litoral de Olinda e de Paulista, seja pela

construção de estruturas rígidas artificiais de proteção

contra o processo erosivo, muitas vezes implantadas

sem conhecimento técnico.

Na Região Metropolitana do Recife estes efeitos podem

ser agravados pelo aumento médio do nível do mar,

tendo em vista a alta densidade populacional do litoral

1053 hab/km2, sendo a segunda maior densidade

demográfica entre as Regiões Metropolitanas

Costeiras.

Outras praias apresentam instalação de processo

erosivo devido a alterações no suprimento sedimentar

da praia, em alguns casos por fatores

predominantemente naturais, decorrentes da presença

de correntes longitudinais divergentes a partir de um

mesmo setor, formando duas células de deriva

litorânea, como é o caso das praias de Serrambí,

Tamandaré e Guadalupe.

Mapa De Trecho Do Litoral De Pernambuco Que Sofre

Com A Erosão Moderada E Intensa

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Balneabilidade Das Praias De Pernambuco

O desenvolvimento da prática turística e imobiliára no

litoral pernambucano, com ênfase para o núcleo

metropolitano, fato que fez com que o litoral que

antigamente era ocupado basicamente por pescadores

se transforma-se num dos principais centros urbanos

litorâneos do país.

Esse crescimento demográfico trouxe inúmeros

impactos ao meio ambiente, como a destruição dos

manguezais decorrentes da especulação imobiliária e

do peso demográfico exercido pelos banhistas nos

períodos de lazer.

Desmatamento Na Caatinga Pernambucana

A área do bioma Caatinga, segundo a delimitação do

IBGE (2004), cobre 9,92% do território nacional. A

estimativa da população do Semiárido em 2014 é de

23,8 milhões de habitantes, sendo a região semiárida

mais populosa do mundo . A região conta com um

rebanho de 31,2 milhões, sendo que 53% são bovinos

. O superpastoreio é uma das principais causas da

degradação da cobertura vegetal.

O desmatamento da caatinga contribui para acelerar a

ação dos ventos e a ação das gotas de chuva sobre o

solo exposto (efeito splash) em razão da ausência da

camada protetora de vegetação – Com isso o

escoamento superficial passa a ser potencializado,

rpvoocando o aparecimento de pequenas ravinas, as

quais poderão evoluir para sulcos e, até mesmo para

voçorocas no sertão pernambucano . A retirada da

vegetação interfere ainda na recarga dos lençois

freáticos, pois a água, infiltrada em uma superfície

desprovida de cobertura vegetal tem velocidade

superior, atingindo com mais força o solo com escassa

ou nenhuma cobertura vegetal.

A Caatinga no Sertão do Pajeú perde dezenas de

quilômetros todos os dias e ninguém faz nada . A

extensão desmatada deixa um clima de desertificação

assustador . Em relação à área, o desmate ocorre entre

as cidades de Afogados da Ingazeira, Tabira, Solidão,

Ingazeira, Iguaracy, Tuparetama, São José do Egito,

Serra Talhada, Sertânia, São José do Belmonte, e

outras.

Distribuição Da Derrubada Do Bioma Da Caatinga

(2002-2008)

O desmatamento mais recente do bioma está ligado à

exploração ilegal de madeira para produção de carvão

. Além da ameaça do desmatamento, a Caatinga é um

dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, com

áreas sob grave risco de desertificação.

Área Desmatada (2002-2008) Por Estado – Km²

Desertificação

As áreas suscetíveis à desertificação, segundo a

Convenção das Unidas para a o Combate à

Desertificação são aquelas de clima árido, semiáridos

e subúmidos secos.

De acordo com o Programa de Ação Nacional para o

Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da

Seca, as áreas susceptíveis à desertificação

correspondem a 90,68% da superfície do Estado de

Pernambuco, distribuídos por 135 municípios, onde

vivem, de acordo com o censo demográfico de 2010,

2.922.519 milhões de habitantes, conformando uma

densidade demográfica de 38,34 hab/km2 – Entre os

impactos mais evidentes desse processo destacamos

os processos migratórios, que deslocará as populações

afetadas para os centros urbanos, sobrecarregando os

serviços nesta região e agravando ainda mais a

condição socioeconômica, além das questões naturais

propriamente ditas.

Os danos relacionados à desertificação resultaram na

exposição do solo e erosão, no empobrecimento da

Caatinga e na degradação dos recursos hídricos . As

temperaturas elevadas e o solo exposto também

dificultam a sobrevivência da biota local.

Essa população sofre diretamente com esses danos . A

desertificação de Cabrobó traz ameaças para a

qualidade de vida da população, já que tal processo

gera perda da fertilidade da terra.

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Mapa Da Desertificação Em Pernambuco

As áreas em processo de desertificação na região de

Cabrobó estão assim distribuídas: 14,72% com grau de

severo, 76,41% no nível acentuado, 2,57% no nível

moderado e 6,30% no nível baixo, o que corresponde a

1.001,006 Km², 5.194,733 Km², 174,670 Km² e 428,356

Km² respectivamente.

Poluição Dos Recursos Hídricos Fluviais

A rede hidrográfica do Estado de Pernambuco é

caracterizada por rios de pequena extensão, com

exceção apenas do São Francisco, que serve de limite

entre Pernambuco e Bahia, no trecho compreendido

entre as proximidades da Barragem de Sobradinho e as

vizinhanças da Barragem de Paulo Afonso.

Parte da rede hidrográfica escoa no sentido oeste-leste,

desaguando no Atlântico, constituindo os chamados

rios litorâneos . São assim considerados os rios

Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaém, Una, Mundaú

e outros de menor importância . A outra parte escoa no

sentido norte-sul, desaguando no São Francisco,

formando os chamados rios interiores, destacando-se o

Ipanema, Moxotó, Pajeú, Terra Nova, Brígida, Garças

e Pontal.

A maior parte desses rios tem sua bacia hidrográfica

integralmente dentro do Estado – os rios estaduais;

alguns têm partes de suas bacias em outros estados,

podendo assim ser caracterizados como rios federais,

a exemplo do Mundaú, Ipanema e Moxotó . Quanto às

dimensões, algumas áreas de drenagem são muito

pequenas, formadas por ramificações de tributários que

drenam para outro estado, ou mesmo constituindo

unidades hidrográficas completas mas de rios de

extensão inexpressiva . As maiores áreas de drenagem

são pertencentes a tributários do São Francisco.

Do ponto de vista do regime hidrológico, em razão dos

cursos d’água dependerem fundamentalmente da

distribuição e da intensidade das chuvas, e sendo estas

mais abundantes nas Mesorregiões Metropolitana do

Recife e Mata Pernambucana, decrescendo no sentido

leste-oeste, na direção das Mesorregiões do Agreste,

Sertão e São Francisco Pernambucano, os rios

interiores são geralmente intermitentes, permanecendo

secos durante os períodos de estiagem, salvo

pequenos tributários com bacias situadas em áreas de

micro-clima.

Enchentes Urbanas

No Estado de Pernambuco os problemas de enchentes

atingem fundamentalmente a região metropolitana,

destacando-se as bacias dos rios Capibaribe, Beberibe,

Jaboatão, Tejipió e Camaragibe, e algumas áreas

urbanas da zona da Mata e Agreste . As enchentes de

conseqüências mais graves ocorreram no baixo rio

Capibaribe, atingindo as cidades de Recife e São

Lourenço da Mata. As enchentes urbanas têm

constituído um dos importantes impactos sobre a

sociedade . Esses impactos podem ocorrer devido à

urbanização ou à inundação natural das várzeas

ribeirinhas – Conhecidos os processos de formação

das enchentes e suas conseqüências, é necessário

planejar-se a ocupação do espaço urbano com uma

infraestrutura e as condições que evitem impactos

econômico-sociais – As inundações podem também ser

provocadas por precipitações de elevada intensidade,

que superam a capacidade de drenagem das áreas

atingidas.

Enchentes em Palmares, 2010.

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Políticas De Combate Aos Problemas Ambientais

Em Pernambuco

Em 2008, foi criado um Comitê Estadual de

Enfrentamento das Mudanças Climáticas (Decreto N° -

31.507/2008) e de seu Grupo Executivo, seguido do

Fórum Estadual de Mudanças Climáticas (Decreto Nº

33.015/2009) . Ambos contam hoje com a participação

de cientistas e esquisadores de diversos centros

internacionais, nacionais e estadual, voltados para o

monitoramento do clima e seus efeitos em

Pernambuco.

A partir desse Comitê foram foram elaboradas as

“Propostas Pernambucanas para o Enfrentamento às

Mudanças Climáticas”, documento com as principais

metas de Pernambuco para o enfrentamento desses

fenômenos e norteador para o desenvolvimento de

ações no Estado de Pernambuco na missão de

construir sua Política Estadual de Mudanças Climáticas

. Para a elaboração dessas Propostas, foram

consideradas três temáticas urgentes:

Desertificação;

Gestão Costeira;

Urbanismo.

A Política Estadual de Enfrentamento às Mudanças

Climáticas não é uma legislação exclusiva para juristas,

mas sim para todos profissionais que, de algum modo,

lidam com as questões ambientais . Ela se destina à

sociedade, que almeja viver em um ambiente saudável

e protegido, sem abrir mão do desenvolvimento

econômico, desde que seja de forma sustentável .

Pernambuco trilhou um caminho para estabelecer sua

Política de Enfrentamento às Mudanças Climáticas.

Entre as principais medidas/ações dessa política

destacamos: a abordagem articulada das questões

ambientais locais, regionais, nacionais e globais; a

precaução ambiental como orientadora das ações a

serem adotadas; a mitigação das ações humanas que

possam favorecer a aceleração das mudanças no

clima; a publicabilidade sobre o tema através da

informação transparente, científica e democrática; a

abordagem do tema numa perspectiva cientifica com

inter, multi e transdisciplinaridade;

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre a questão ambiental em Pernambuco, analise as

proposições abaixo:

I. O aquecimento econômico da última década trouxe

benefícios a diversos municípios e polos industriais em

Pernambuco, como o aumento da oferta de empregos.

No entanto, é importante que esse fenômeno de

expansão econômica considere os recursos ambientais

e seus limites de sustentabilidade.

II. Poluição hídrica, saneamento básico incipiente,

deposição inadequada de resíduos sólidos, dentre

outros, são exemplos de casos de degradação

ambiental em Pernambuco que merecem atenção do

Poder Público, da iniciativa privada e da sociedade civil

no sentido de garantir, de forma articulada, o

conhecimento das causas e efeitos a fim de mitigá-los.

III. O conhecimento dos principais problemas

ambientais das cidades por parte dos seus cidadãos

pode ser uma das ferramentas eficazes para combatê-

los, exigindo o cumprimento da legislação vigente e

praticando ações concretas em seu cotidiano.

IV. Conceber atividades humanas, considerando as

questões ambientais, parece ser uma alternativa para

modelos produtivos com menos agressão aos recursos

naturais. Para tanto, o conjunto de tecnologias e

criatividade pode ser o diferencial para o cenário

ambiental de Pernambuco.

Está(ão) CORRETA(S)

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) II e III, apenas.

d) I, II, III e IV.

e) I e IV, apenas.

2) No dia 04 de junho de 2006 o programa Globo Rural

apresentou uma reportagem sobre o processo de

desertificação no Nordeste brasileiro, associado à

pequena produção agrícola - Nessa matéria aparece

relatado o seguinte:

As áreas mais críticas ficam no sertão nordestino - Em

Irauçaba (CE), a desertificação avança sobre a

caatinga e faz surgir uma imensidão de areia; o mesmo

ocorre no Seridó, entre o Rio Grande do Norte e a

Paraíba; em Cabrobó (PE), o solo degradado se

transforma num tapete de pedras - Apesar de ser mais

comum na Caatinga, o problema também pode surgir

em outro tipo de ambiente – A maior área em

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desertificação do país é de Gilbués, sul do Piauí -

(DESERTO Brasileiro – Disponível em:

http://globoruraltv.globo.com.br - Acesso em: 23 jul -

2006.)

Em relação ao processo de desertificação no Nordeste

e em Pernambuco e sua associação à pequena

produção agrícola, assinale a afirmativa INCORRETA:

a) A maior parte da desertificação ocorre nas pequenas

propriedades do sertão pernambucano, aumentando a

pobreza no campo e o processo de emigração.

b) A desertificação atinge as áreas produtoras de cana-

de-açúcar pernambucana, reduzindo a produção de

álcool combustível.

c) O processo de desertificação é derivado das forças

da natureza, devido às características edafoclimáticas

da região.

d) A desertificação é um problema social e ambiental,

pois torna a terra improdutiva e desprovida de

vegetação, afetando a produção agrícola do pequeno

produtor.

3) Observe a imagem e o texto:

Depois de mais de dez horas sem chuva, Recife ainda

tem pontos de alagamento Emlurb afirma que, após

maré alta, situação ainda não se normalizou Desde às

6h da manhã desta sexta-feira (20) as chuvas deram

uma trégua no Recife . Em alguns pontos da cidade, no

entanto, por volta das 16h30 a água ainda não havia

escoado e a a lama acumulada causou transtornos aos

pedestres e motoristas.

Nas imediações do Parque Treze de Maio, na área

central da capital pernambucana, estudantes

precisaram se arriscar na pista para atravessar, já que

a calçada está tomada pela água suja - Na Rua da

Aurora, o Rio Capibaribe transbordou e a água invadiu

a pista.

Nas imediações do Parque Treze de Maio, água toma

conta de parte da calçada - Foto: Carol Santos/DP/D.A

Press Considere a imagem e a reportagem análise das

afirmações abaixo:

I. O processo de verticalização e a impermeabilização

dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio

Capibaribe aumentam a sua susceptibilidade a

enchentes.

II. A extinção da Mata Atlântica na região da nascente

do rio Capibaribe, no passado, contribui, até hoje, para

agravar o problema com enchentes nas vias marginais.

III. A várzea do rio Capibaribe é um ambiente

susceptível à inundação, pois constitui espaço de

ocupação natural do rio durante períodos de cheias.

Está correto o que se afirma em

a) I e II, apenas.

b) I e III, apenas.

c) II e III, apenas.

d) I, II e III

4) “Pesquisa feita pela Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE) indicou os pontos mais quentes

do Recife, as chamadas 'ilhas de calor'. O resultado do

estudo aponta que, em um mesmo ambiente, a

temperatura chega a variar até 13 graus. Em março

deste ano, os meteorologistas registraram até seis

graus acima da temperatura média esperada para o

mês”.

Entre os aspectos ligados ao surgimento do fenômeno

das ilhas de calor, podemos destacar:

a) a intensificação do aquecimento global

b) a remoção da vegetação em áreas rurais

c) a verticalização dos centros urbanos

d) a expansão desmedida de áreas verdes

e) a ampliação das áreas periféricas

GABARITO:

1 – D 3 – D

2 – A 4 – C

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História

OCUPAÇÃO PRÉ-HISTORICA DE PERNAMBUCO

Há mais ou menos 12 mil anos, durante a transição

entre o período Pleistoceno e o Holoceno, boa parte do

território brasileiro já estava ocupado por grupos de

caçadores e coletores pré-históricos. Tais grupos são

divididos pelos arqueólogos em tradições,

estabelecidas de acordo com os resquícios de sua

cultura material.

Na região que hoje corresponde ao estado de

Pernambuco, foram identificados vestígios seguros de

ocupação humana superiores a 11 000 anos, nas

regiões de Chã do Caboclo, em Bom Jardim, e Furna

do Estrago, em Brejo da Madre de Deus. Nesta última

região, foi descoberta uma importante necrópole pré-

histórica, com 125 metros quadrados de área coberta,

de onde foram resgatados 83 esqueletos humanos em

bom estado de conservação.

À tradição Nordeste pertenciam aqueles que possuíam

indústria lítica refinada e faziam belas pinturas

rupestres. Há mais ou menos 7 mil anos atrás, esse

grupo foi substituído pelas tribos da tradição Agreste,

que não dominava as artes, exceto a da guerra. É a

esse período de transição que remonta a presença

humana mais antiga de que se tem notícia no Parque

Nacional do Vale do Catimbau, o 2º maior parque

arqueológico do Brasil, perdendo apenas para a Serra

da Capivara, no Piauí. Em 1970 foi descoberto um

esqueleto datando 6.800 anos em um abrigo utilizado

como cemitério pré-histórico, atualmente em exposição

no Museu Municipal de Buíque.

Dentre os grupos indígenas que habitaram o estado,

destaca-se a tradição cultural Itaparica, responsável

pela confecção de artefatos líticos lascados há mais de

6 000 anos. No agreste pernambucano, conservam-se

pinturas rupestres com data aproximada de 2 000 anos

antes do presente, atribuídas à subtração denominada

Cariris velhos.

CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS

POPULAÇÕES INDÍGENAS

Características socioculturais das populações

indígenas que habitavam o território do atual estado de

Pernambuco, antes dos primeiros contatos euro-

americanos:

Com uma superfície de 90 mil há, o Vale do Catimbau

estende-se entre os Municípios de Buíque, Ibimirim,

Inajá e Tupanatinga, fazendo fronteira com a reserva

indígena federal Kapinawá, localizada na serra da Mina

e onde vivem cerca de 400 índios.

Segundo pesquisadores da UFPE, os antigos

habitantes do lugar eram grupos caçadores coletores

do Período Holoceno que não apresentavam domínio

da cerâmica e moravam em cavernas (tanto é que, das

cerca de 200 grutas e cavernas existentes no Vale, pelo

menos 28 guardam vestígios de sepultamentos). Dos

23 sítios arqueológicos com grafismos rupestres já

catalogados pelo IPHAN no Parque, o maior e mais

importante é o Alcobaça, situado em um paredão

rochoso com configuração de anfiteatro. Lá foram

encontradas pinturas rupestres em um painel de 60m,

ocupando uma área de 50m de extensão com largura

variando entre 2 e 3m. Já a pedra da Concha apresenta

um painel de 2,3m por 1,5m, albergando inscrições com

figuras humanas, animais e desenhos geométricos em

tons ocre. São imagens isoladas que não compõem

cenas, com predominância da tradição Agreste.

Acredita-se que foram utilizados nas pinturas

pigmentos metálicos e não metálicos misturados a

pigmentos orgânicos, como genipapo e urucum.

A Furna do Estrago, abrigo sob rocha localizado no

Município de Brejo da Madre de Deus, é um dos mais

importantes sítios arqueológicos do Brasil. Da

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sucessiva utilização do sítio como habitação por grupos

caçadores coletores numa sequência temporal de

aproximadamente 10 mil anos, resultou uma

estratigrafia em que predominam as lentes de fogueiras

superpostas, formando pacotes de cinzas, e

sedimentos finos, soltos, secos, de cor parda, contendo

restos alimentares e toscos artefatos de pedra e osso.

Há cerca de 2 mil anos, a Furna passou a ser utilizada

como cemitério.

Quando os primeiros europeus chegaram ao território

brasileiro, no início do século XVI, vários grupos

indígenas ocupavam a região Nordeste. No litoral,

predominavam as tribos do tronco linguístico tupi, como

os Tupinambás, Tabajaras e os Caetés, os mais

temíveis (e já desaparecidos). No interior, habitavam

grupos dos troncos linguísticos Jê, genericamente

denominados Tapuias. Nos brejos interioranos do

estado ainda é possível encontrar grupos indígenas

remanescentes das antigas tradições, como os

Pankararu (em Tacaratu) e os Atikum (em Floresta).

Os grupos se formavam e se mantinham unidos

principalmente pelos laços de parentesco, que também

articulavam o relacionamento desses mesmos grupos

entre si. Agrupamentos menores, as aldeias ligavam-se

através do parentesco com unidades maiores, as tribos.

Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do

extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém,

servia para ligá-los permanentemente a um único

território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis,

onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar

por cerca de quatro anos. Depois de esgotados os

recursos naturais do local, migravam para outra região,

num regime semi-sedentário.

Suas tabas (aldeias) abrigavam entre 600 e 700

habitantes. Levando em conta as possibilidades de

abastecimento e as condições de segurança da área,

um conselho de chefes determinava o local onde eram

erguidas. As aldeias eram formadas por ocas

(cabanas), habitações coletivas que apresentavam

formas e dimensões variadas. Em geral, as ocas eram

retangulares, com o comprimento variando entre 40 m

e 160 m e a largura entre 10 m e 16 m. Abrigavam entre

85 e 140 moradores. Suas paredes eram de madeira

trançada com cipó e recobertas com sapé desde a

cobertura. As várias aldeias se ligavam entre si através

de trilhas, que uniam também o litoral ao interior.

Para uma lista completa dos povos indígenas de

Pernambuco, consultar o site da Universidade Federal

de Pernambuco:

https://www.ufpe.br/nepe/povosindigenas/

A CAPITANIA DE PERNAMBUCO

A “GUERRA DOS BÁRBAROS” (1683 – 1713)

A Guerra dos Bárbaros foram os conflitos, rebeliões e

confrontos envolvendo os colonizadores portugueses e

várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas

capitanias do Nordeste do Brasil, a partir de 1683. Com

a expulsão dos holandeses do território brasileiro em

1654, os portugueses puderam retomar o avanço em

direção ao interior nordestino, expandindo as fazendas

de gado e perseguindo as etnias indígenas. Porém a

resistência de diversas etnias indígenas, que tinham

sido aliados dos holandeses, foi um elemento surpresa

para os lusos.

Os portugueses fortificaram o efetivo militar, inclusive

com a vinda de bandeirantes paulistas como Domingos

Jorge Velho. Já as etnias indígenas tapuias do interior

nordestino, como os janduís, paiacus, caripus, icós,

caratiús e cariris, uniram-se em aliança e confrontaram

os portugueses nas tentativas de dominar as terras dos

nativos. A aliança das tribos tapuias, denominada pelos

portugueses como Confederação dos Cariris ou

Confederação dos Bárbaros, foi derrotada somente em

1713.

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164

A denominação Tapuia foi dada pelos cronistas da

época, e perpetuada pela historiografia oficial, aos

grupos indígenas com diversidade linguística e cultural

que habitavam o interior, em distinção aos Tupi, que

falavam a língua geral e se fixaram no litoral. Estudos

atuais demonstram que esses povos pertenceram aos

seguintes grupos culturais: os Jê, os Tarairiu, os Cariri

e os grupos isolados e sem classificação. Entre eles

podem ser citados os Sucurú, os Bultrim, os Ariu, os

Pega, os Panati, os Corema, os Paiacu, os Janduí, os

Tremembé, os Icó, os Carateú, os Carati, os Pajok, os

Aponorijon, os Gurgueia, que lutaram ora contra ora a

favor dos colonizadores de acordo com as estratégias

que visavam à sua sobrevivência.

A rigor, embora tenham inicialmente recebido os

europeus amistosamente, os indígenas brasileiros

jamais aceitaram, sem resistência, a dominação do

"homem branco", sobretudo a partir da penetração do

conquistador português no interior do país, na busca de

metais preciosos ou na expansão das fazendas

pastoris. Esse avanço geralmente se tornava sinônimo

de massacre dos nativos, escravização dos

sobreviventes, violência sexual e usurpação das terras

indígenas. Não menos nefasta, para eles, era a ação

dos missionários.

A resistência dos índios se fazia pela fuga dos

aldeamentos missionários (em sua maioria, jesuítas) e

de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias

contra as investidas dos bandeirantes, por ataques a

vilas e fazendas, bem como por formas variadas de

suicídio, quando aprisionados. Essa resistência, ainda

que heroica, mostrou-se infrutífera, não somente face à

superioridade militar do homem branco, como também

devido à dificuldade dos indígenas de se unirem contra

o inimigo comum. Ao contrário, divididos por rivalidades

tribais, muitos se prestavam a auxiliar os europeus na

luta contra outros indígenas. Nas raras ocasiões em

que conseguiram se unir, na forma de confederações,

os conquistadores tiveram muito trabalho para dominá-

los.

Uma dessas confederações foi a dos cariris, que durou

trinta anos, envolvendo nativos principalmente do

Ceará, mas também algumas tribos de Pernambuco,

Rio Grande do Norte e Paraíba. Ela foi uma resposta

tardia ao avanço de poderosos sesmeiros (como o

célebre Garcia d’Ávila, da Casa da Torre), que se

apossavam de vastos territórios, invadindo terras

ocupadas por indígenas e provocando vários conflitos.

A designação “bárbaros” era dada pelos colonizadores

e cronistas da época aos povos nativos que habitavam

à região e ofereciam resistência à ocupação do

território pelos portugueses. Essa terminologia

etnocêntrica convinha ao discurso colonizador que

propagava a catequese e a “civilização” dos povos

indígenas nos moldes culturais do europeu ocidental.

Eram descritos como povos selvagens, bestiais, infiéis,

traiçoeiros, audaciosos, intrépidos, canibais,

poligâmicos, enfim, “índios-problema”, pois não se

deixavam evangelizar e civilizar. Eram, portanto,

considerados os principais obstáculos à efetiva

colonização.

Essa imagem reforçou os argumentos do conquistador

de impetrar uma “guerra justa” para extirpar os “maus”

costumes nativos, satisfazendo tanto as necessidades

de utilização de mão de obra pelos colonos quanto à

garantia aos missionários do sucesso na imposição da

catequese. O resultado foi a criação de dispositivos

legais que legitimavam uma guerra de extermínio. É

isso que nos confirma o documento datado de 1713,

quando os povos nativos já estavam drasticamente

reduzidos ou aprisionados e aldeados, no qual o

governador de Pernambuco insiste ser “necessário

continuar a guerra até extinguirem estes bárbaros de

todo ou do menor ficarão reduzidos a tão pouco número

que ainda que se queiram debelar o não possam fazer”.

Embora o resultado dessa guerra tenha sido

catastrófico para os povos nativos da região, é

importante destacar a sua tenaz resistência, que

retardou o processo de conquista da terra pelos

colonos nos sertões nordestinos por quase dois

séculos. Os Tapuia desenvolveram uma forma de luta

singular na história da resistência indígena no Brasil.

Apesar de um passado caracterizado por conflitos

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internos entre as diversas tribos, esses povos

conseguiram, através de uma série de alianças,

alcançar um certo grau de coesão na sua luta contra o

colonizador que desejava remover os habitantes

indígenas da região para povoá-la de gado (foi o

pastoreio que permitiu a ocupação econômica, pelos

colonizadores, em todo o interior do Nordeste).

A partir do século XVII, a pecuária foi paulatinamente

sendo levada para o interior da região, espalhando-se

pelo agreste e alcançando o sertão. A criação de gado

permitiu a ascensão econômica e social de alguns

habitantes do local, e a Guerra dos Bárbaros tornou-se

um meio para alcançar esse fim, pois, por seu

intermédio, conquistava-se o direito a sesmarias,

condição essencial para a montagem de uma fazenda

de gado. A resistência indígena foi a maior barreira à

expansão da pecuária, pois ela só se desenvolveu,

ampliando o seu mercado, após o final do conflito,

quando as terras estavam “limpas” dos indígenas.

A LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE OBRA ESCRAVA

Duarte Coelho tratou de instalar em Pernambuco os

primeiros engenhos de açúcar da colônia, incentivando

também o plantio do algodão. Tudo estava por fazer e

o donatário organizou o tombamento de terras, a

distribuição de justiça, o registro civil, a defesa contra

os índios Caetés e Tabajaras. Ao falecer, em Lisboa,

em 1554, legou aos filhos uma capitania florescente. O

seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque, em

correspondência com a Coroa, pedia autorização para

importar escravos africanos. Coube a Pernambuco o

nada honrável título de primeiro porto brasileiro de

desembarque de escravos africanos comercializados.

Em 1546 já existiam 76 escravos na colônia.

Em Olinda, sede administrativa da capitania, se

instalaram as autoridades civis e eclesiásticas, o

Colégio dos Jesuítas, os principais conventos e o

pequeno cais do Varadouro. Em fins do século XVI,

cerca de 700 famílias ali residiam, sem contar os que

viviam nos engenhos, que abrigavam de 20 a 30

moradores livres. O pequeno porto de Olinda era pouco

significativo, sem profundidade para receber as

grandes embarcações que cruzavam o Oceano

Atlântico. Por sua vez, Recife, povoado chamado pelo

primeiro donatário de "Arrecife dos navios", segundo a

Carta de Foral passada a 12 de março de 1537, veio a

ser o porto principal da capitania.

Em pouco tempo, a Capitania de Pernambuco se

tornou a principal produtora de açúcar da colônia

portuguesa. Consequentemente, era também a mais

próspera e influente das capitanias hereditárias. O fato

é que o início da produção de açúcar coincidiu com a

chegada dos escravos africanos ao Brasil. Em 1590,

eles já eram 36 mil escravos e depois passaram a ser

usados, também, na lavoura do café, sendo submetidos

às mais duras condições de trabalho.

Surge em Pernambuco o protótipo da sociedade

açucareira dos grandes latifundiários da cana- de-

açúcar, que perdurará de forma majoritária nos dois

séculos seguintes. O cultivo da cana-de- açúcar

adaptou-se facilmente ao clima pernambucano e ao

solo massapê. A maior proximidade geográfica de

Portugal, barateando o custo do transporte, a

abundância do pau-brasil, o cultivo do algodão e os

grandes investimentos feitos pelo donatário na

fundação de vilas e na pacificação dos índios são

outros fatores que ajudam a explicar o progresso da

capitania. Tal prosperidade, entretanto, transformou a

capitania em um ponto cobiçado por piratas europeus.

Já em 1595, o corsário inglês James Lancaster tomou

de assalto o porto de Recife e passou a saquear as

riquezas transportadas do interior. Partiu um mês

depois, levando as pilhagens em quinze embarcações.

Era o engenho uma espécie de povoação rural, a

exemplo da usina de açúcar dos dias atuais, que

congregava não somente escravos mas artesãos dos

mais diversos misteres, lavradores de canas vizinhos,

moradores livres, agregados da casa-grande, padres e

familiares do senhor de engenho, que vieram a tornar-

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se, no dizer de Stuart Schwartz, "espelhos e metáfora

da sociedade brasileira".

Assinala Antonil (1711) servirem ao senhor de

engenho, "além dos escravos de enxada e foice que

tem nas fazendas e na moenda, e fora os mulatos e

mulatas, negros e negras de casa ou ocupados em

outras partes, barqueiros, canoeiros, calafates,

carapinhas, carreiros, oleiros, vaqueiros, pastores e

pescadores. Tem mais cada senhor destes

necessariamente um mestre de açúcar, um banqueiro

e um contra banqueiro, um purgador, um caixeiro no

engenho e outro na cidade, feitores nos partidos e

roças, um feitor mor de engenho, para espiritual um

sacerdote seu capelão, e cada qual destes oficiais tem

soldada".

Em Pernambuco, em carta escrita em 1539, dirigida ao

rei D. João III, o donatário Duarte Coelho Pereira

solicita autorização para a importação direta da costa

da Guiné de 24 negros, a cada ano, quantidade que

seria aumentada por D. Catarina, em 1559, para 120,

mediante o pagamento de uma taxa reduzida, nada

impedindo que outros negros aqui chegassem por

outros caminhos. No testemunho dos jesuítas Antônio

Pires (carta de 4 de junho de 1552) e José Anchieta

(1548), era comum a existência de escravos negros e

índios em Pernambuco; a escravidão dos índios durou

até o século XVII, quando foi extinta pela Bula do Papa

Urbano VIII, de 22 de abril de 1639.

Era tanta a importância do trabalho escravo que o padre

Antônio Vieira, em carta dirigida ao Marquês de Niza,

datada de 12 de agosto de 1648, chega a afirmar: Sem

negros não há Pernambuco!

A GUERRA DOS MASCATES (1710 – 1711)

A Guerra dos Mascates que se registrou de 1710 a

1711 na então Capitania de Pernambuco, é

considerada como um movimento nativista pela

historiografia em História do Brasil. Confrontaram-se os

senhores de terras e de engenhos pernambucanos,

concentrados em Olinda, e os comerciantes reinóis

(portugueses da metrópole) do Recife, chamados

pejorativamente de mascates. Quando houve as

sedições entre os mascates europeus do Recife e a

aristocracia rural de Olinda, os sectários dos mascates

se apelidavam tundacumbe, cipós e camarões, e os

nobres e seus sectários, pés rapados - porque quando

haviam de tomar as armas, se punham logo descalços

e à ligeira, para com menos embaraços as manejarem,

e assim eram conhecidos como destros nelas, e muito

valorosos, pelo que na história de Pernambuco, a

alcunha de pés rapados é sinônimo de nobreza.

Com a expulsão dos holandeses do Nordeste, a

economia açucareira sofreu uma grave crise. Mesmo

assim, a aristocracia rural (senhores de engenho) de

Olinda continuava controlando o poder político na

capitania de Pernambuco. Por outro lado, Recife se

descolava deste cenário de crise graças à intensa

atividade econômica dos mascates (como eram

chamados os comerciantes portugueses na região).

Outra fonte de renda destes mascates eram os

empréstimos, a juros altos, que faziam aos olindenses.

Causas da Guerra dos Mascates:

• Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do poder

político em Pernambuco.

• Crise econômica na cidade de Olinda.

• Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes

de Recife.

• Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a

aristocracia rural de Olinda.

• Conquista da emancipação de Recife, através de

Carta Régia de 1709, que passou a ser vila

independente (criação da Câmara Municipal),

conquistando autonomia política com relação à Olinda.

A aristocracia rural de Olinda temia que Recife, além de

ser o centro econômico, passasse a ser também o

centro político de Pernambuco.

Objetivos: • Os olindenses queriam manter o controle

político na região, sobretudo com relação à próspera

cidade de Recife.

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• Os olindenses queriam que a coroa portuguesa

mantivesse Recife na condição de povoado.

• Os olindenses não queriam que a coroa portuguesa

continuasse privilegiando os mascates (comerciantes

de Recife). Logo, defendiam a igualdade de tratamento.

Em 1710, havia um clima de hostilidades e tensão entre

as duas cidades pernambucanas. Neste ano, os

olindenses invadiram Recife dando início a Guerra dos

Mascates. Num primeiro momento da guerra, os

olindenses levaram vantagem, porém, em 1711 os

recifenses (mascates) se organizaram e invadiram

Olinda, destruindo vilas e engenhos na cidade. Depois

de muita luta, que contou com a intervenção das

autoridades coloniais, finalmente em 1711 a nomeação

de um novo governante que teve como principal missão

estabelecer um ponto final ao conflito.

O escolhido para essa tarefa foi Félix José de

Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e

estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses

envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar

futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco

decidiu transferir semestralmente a administração para

cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria

razões para que uma cidade fosse politicamente

favorecida por Félix José, desta forma, Recife foi

equiparada a Olinda e assim terminou a Guerra dos

Mascates.

Consequências:

• O governador de Pernambuco ordenou a prisão dos

principais líderes do movimento.

• A autonomia de Recife permaneceu após o conflito.

• Em 1712, Recife tornou-se a sede administrativa de

Pernambuco.

Em 1714, o rei D. João V, resolveu anistiar todos os

envolvidos nessa disputa, manteve as prerrogativas

político administrativas de Recife e promoveu a cidade

ao posto de capital do Pernambuco.

AS INSTITUIÇÕES ECLESIÁSTICAS

As instituições eclesiásticas e a sociedade colonial;

(Convento de São Francisco, convento franciscano

mais antigo do Brasil, localizado em Olinda.)

O catolicismo foi trazido por missionários que

acompanharam os exploradores e colonizadores

portugueses. Na época, o estado controlava a atividade

eclesiástica. Sustentava a igreja, nomeava bispos e

párocos e concedia licenças.

"A própria chegada dos portugueses é uma chegada

acompanhada de um evento religioso. Os portugueses

que vêm pracá, eles não vêm apenas com interesse

político, interesse econômico, há o interesse de

evangelizar, expandir a fé católica. Não é à toa que uma

das imagens mais importantes na esquadra de Cabral,

logo quando Cabral vem aqui ao Brasil é a celebração

da nossa primeira missa". (Lula Couto, professor de

história do Brasil).

O Estado português promoveu a vinda de ordens

religiosas para tomar a seu cargo a “conversão” dos

indígenas e sua integração na formação social

senhorial, assim como dar assistência religiosa aos

colonos. As quatro ordens religiosas (clero regular) que

formam a “coluna vertebral” do aparelho eclesiástico

brasileiro colonial eram jesuítas, beneditinos,

franciscanos e carmelitas.

Essas ordens fundam conventos, de onde saem seus

membros para catequizar indígenas, assistir aos

colonos, etc. Também criam e mantém Seminários,

importantes centros de formação do clero, destacando-

se os colégios dos jesuítas.

Os primeiros jesuítas chegam ao Brasil em 1549, junto

com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza. Em

Pernambuco, assim como em outras regiões, fundarão

colégios, pois o governo metropolitano a eles confiara

o ensino público na colônia. Serão expulsos do Brasil

em meados do século XVIII, por ordem do Marques de

Pombal.

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Ao contrário do clero secular, dependente do estado, os

cleros regulares (ordens) possuíam dotação

orçamentária própria, e, com isso, grande autonomia.

Pela proximidade com a população, era comum

heranças e doações particulares aos conventos, o que

concorreu para a formação de grandes patrimônios.

Em fins do século XVI (1593-1595), O Tribunal do santo

Ofício (Inquisição) visita Pernambuco.

A diocese de Pernambuco só será fundada em 1676

(até então, só existia a diocese da Bahia), vinculando

as riquezas dos dízimos à jurisdição da Coroa. Isso se

justificava pelo crescimento tanto populacional quanto

econômico da Capitania. Por disputas entre a Coroa e

Roma, a Diocese de Olinda ficou vaga por 10 anos no

início do século XVIII. Além disso, uma importante

recomendação da Igreja de Roma demorou a ser

cumprida em Pernambuco: a cada diocese criada, um

seminário para a formação de sacerdotes deveria ser

imediatamente criado. Na Capitania, só em meados d

século XVIII isso ocorreu.

A construção do famoso Seminário de Olinda, teve a

intenção de promover, além da formação téofilosófica,

a “regeneração moral e a levantamento espiritual do

clero”, o que parece não ter surtido resultados ao nível

da Capitania de Pernambuco, o que evidencia a falta

de interesse por parte do Estado e da classe senhorial

local, em promover as reformas necessárias a uma

melhor organização do aparelho eclesiástico,

garantindo-se que a população respeitasse o discurso

da Igreja, de reforço ao código moral tradicional, a

religião do estado e suas autoridades, não havia porque

reformar este aparelho.

A sociedade da região açucareira dos séculos XVI e

XVII era composta, basicamente, por dois grupos. O

dos proprietários de escravos e de terras compreendia

os senhores de engenho e os plantadores

independentes de cana. Estes não possuíam recursos

para montar um engenho para moer a sua cana e, para

tal, usavam os dos senhores de engenho. O outro grupo

era formado pelos escravos, numericamente muito

maior, porém quase sem direito algum. Entre esses

dois grupos existia uma faixa intermediária: pessoas

que serviam aos interesses dos senhores como os

trabalhadores assalariados (feitores, mestres-de-

açúcar, artesãos) e os agregados (moradores do

engenho que prestavam serviços em troca de proteção

e auxílio). Ao lado desses colonos e colonizados

situavam-se os colonizadores: religiosos, funcionários

e comerciantes.

A sociedade açucareira era patriarcal. A maior parte

dos poderes se concentrava nas mãos do senhor de

engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao

seu poder: mulher, filhos, agregados e qualquer um que

habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à

família, recebendo, em troca, lealdade e deferência.

Essa família podia incluir parentes distantes, de status

social inferior, filhos adotivos e filhos ilegítimos

reconhecidos. Seu poder extrapolava os limites de suas

terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as

Câmaras Municipais e a vida colonial. A casa grande foi

o símbolo desse tipo de organização familiar

implantado na sociedade colonial. Para o núcleo

doméstico convergia a vida econômica, social e política

da época.

A posse de escravos e de terras determinava o lugar

ocupado na sociedade do açúcar. Os senhores de

engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam,

além de escravos e terras, o engenho. Abaixo deles

situavam-se os agricultores que possuíam a terra em

que trabalhavam, adquirida por concessão ou compra.

Em termos sociais podiam ser identificados como

senhores de engenho em potencial, possuindo terra,

escravos, bois e outros bens, menos o engenho.

Compartilhavam com eles as mesmas origens sociais e

as mesmas aspirações.

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O fato de serem proprietários independentes permitia-

lhes considerável flexibilidade nas negociações da

moagem da cana com os senhores de engenho. Eram

uma espécie de elite entre os agricultores, apesar de

haver entre eles um grupo que tinha condições e

recursos bem mais modestos.

Esses dois grupos senhores de engenho e

agricultores, unidos pelo interesse e pela dependência

em relação ao mercado internacional, formaram o setor

açucareiro. Os interesses comuns, porém, não

asseguravam a ausência de conflitos no

relacionamento. Os senhores de engenho

consideravam os agricultores seus subalternos, que

lhes deviam não só cana - de - açúcar, mas também

respeito e lealdade. As esposas dos senhores de

engenho seguiam o exemplo, tratando como criadas as

esposas dos agricultores. Com o tempo, esse grupo de

plantadores independentes de cana foi desaparecendo,

devido à dependência em relação aos senhores de

engenho e às dívidas acumuladas. Essa situação

provocou a concentração da propriedade e a

diminuição do número de agricultores.

Existiam também os lavradores, que não possuíam

terras, somente escravos. Recorriam a alguma forma

de arrendamento de terras dos engenhos para plantar

a cana. Esse contrato impunha-lhes um pesado ônus,

pois em cada safra cabia-lhes, apenas, uma pequena

parcela do açúcar produzido. Esses homens tornaram-

se fundamentais à produção do açúcar. O senhor de

engenho deixava em suas mãos toda a

responsabilidade pelo cultivo da cana, assumindo

somente a parte do beneficiamento do açúcar, muito

mais lucrativa.

Nesta época, o termo "lavrador de cana" designava

qualquer pessoa que praticasse a agricultura, podendo

ser usado tanto para o mais humilde dos lavradores

como para um grande senhor de engenho, conforme

explica o historiador americano Stuart Schwartz.

SOCIEDADE COLONIAL

A Capitania de Pernambuco

(A Capitania de Pernambuco abrangia os atuais

estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do

Norte, Ceará, Alagoas e a porção ocidental da Bahia,

chegando ao noroeste mineiro e nordeste goiano.

Pernambuco foi a Capitania mais rica do Brasil Colônia)

A Capitania de Pernambuco ou Nova Lusitânia foi uma

das subdivisões do território brasileiro no período

colonial. Abrangeu os territórios dos atuais estados de

Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,

Alagoas e a porção ocidental da Bahia, possuindo,

deste modo, fronteira ao sul/sudoeste com Minas

Gerais (o extremo noroeste de Minas era a parte final

da comarca do São Francisco: a capitania/província de

Pernambuco avançava um pouco mais adentro do

território norte/noroeste-mineiro do que a Bahia). No

início do século XVII, a Capitania de Pernambuco

chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de

produção de açúcar do mundo.

Em 1501, ano seguinte ao da chegada dos portugueses

ao Brasil, o território de Pernambuco, definido pelo

Tratado de Tordesilhas como região pertencente à

América portuguesa, é explorado pela expedição de

Gaspar de Lemos, que teria criado feitorias ao longo da

costa da colônia, incluindo, possivelmente na atual

localidade de Igarassu, cuja defesa seria futuramente

confiada a Cristóvão Jacques.

O povoamento efetivo de Pernambuco, entretanto,

inicia-se em 1534, quando a colônia portuguesa é

dividida em capitanias hereditárias. O território do atual

estado de Pernambuco equivale a parte da Capitania

de Pernambuco, doada a Duarte Coelho, e parte da

Capitania de Itamaracá, doada a Pero Lopes de Sousa.

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De acordo com a Carta de Doação passada por D. João

III a 10 de março de 1534, o capitão donatário de

Pernambuco foi Duarte Coelho Pereira, fidalgo que se

destacara nas campanhas portuguesas na Índia. A

capitania se estendia entre o rio São Francisco e o rio

Igaraçu, compreendendo:

“Sessenta léguas de terra (…) as quais começarão no

rio São Francisco (…) e acabarão no rio que cerca em

redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual ora

novamente ponho nome rio [de] Santa Cruz (…) e ficará

com o dito Duarte Coelho a terra da banda Sul, e o dito

rio onde Cristóvão Jacques fez a primeira casa de

minha feitoria e a cinquenta passos da dita casa da

feitoria pelo rio adentro ao longo da praia se porá um

padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará

uma linha ao Oeste pela terra firme adentro e a terra da

dita linha para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do

dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará

assim mesmo com ele Duarte Coelho a metade do dito

rio de Santa Cruz para a banda do Sul e assim entrará

na dita terra e demarcação dela todo o dito Rio de São

Francisco e a metade do Rio de Santa Cruz pela

demarcação sobredita, pelos quais rios ele dará

serventia aos vizinhos dele, de uma parte e da outra, e

havendo na fronteira da dita demarcação algumas

ilhas, hei por bem que sejam do dito Duarte Coelho, e

anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez

léguas ao mar na fronteira da dita demarcação pela

linha Leste, a qual linha se estenderá do meio da barra

do dito Rio de Santa Cruz, cortando de largo ao longo

da costa, e entrarão na mesma largura pelo sertão e

terra firme adentro, tanto, quanto poderem entrar e for

de minha conquista. (…).” (Carta de Doação)

Ao receber a doação, Duarte Coelho Pereira partiu para

o Brasil com a esposa, filhos e muitos parentes. Ao

chegar ao seu lote, fixou-se numa colina, construindo

uma fortificação (o Castelo de Duarte Pereira), uma

capela e moradias para si e para os colonos: seria o

embrião de Olinda, constituída vila em 1537.

INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645 – 1654)

Nove anos após a expulsão dos franceses, o território

colonial brasileiro sofreu uma invasão holandesa, em

1624. Os motivos que traziam os holandeses ao Brasil

eram muito diferentes. Para compreendê-los, é

necessário fazer algumas considerações sobre o

período em que Portugal (União Ibérica) esteve sob o

domínio espanhol, bem como sobre as relações

internacionais da Espanha.

Após ter emergido como potência europeia, a Espanha

perseguiu o objetivo de unificar toda a península

ibérica, incorporando Portugal ao seu território. Os

portugueses resistiram enquanto puderam. Mas, no

século 16, alguns acontecimentos contribuíram para a

Espanha concretizar seus objetivos.

Em 1578, o rei dom Sebastião, último monarca da

dinastia de Avis, morreu e não deixou herdeiros. Então,

o cardeal dom Henrique, único sobrevivente masculino

da linhagem de Avis, assumiu a regência. Com sua

morte, em 1580, o rei da Espanha, Felipe 2º; da mesma

linhagem familiar, achou-se no direito de ocupar o trono

português e invadiu Portugal. O domínio espanhol

sobre Portugal duraria 60 anos, até 1640.

Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido

relações comerciais com os ricos negociantes

holandeses, que passaram a financiar a produção

açucareira no Brasil e a controlar toda a sua

comercialização no mercado europeu. Por outro lado,

no mesmo período, a Espanha pretendia dominar todo

o território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava

situada, pois a circulação de mercadorias naquela

região contribuía significativamente para abastecer os

cofres do tesouro espanhol.

Não obstante, em 1581, sete províncias do Norte dos

Países Baixos, incluindo a Holanda, criaram a

República das Províncias Unidas e passaram a lutar

por sua autonomia em relação aos espanhóis. Ao

incorporar Portugal, aproveitando-se do seu controle

sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os

holandeses continuassem a comercializar o açúcar

brasileiro. Era uma tentativa de sufocar

economicamente a Holanda e impedir sua

independência.

Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando

seus esforços no controle das fontes dos produtos que

negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das

Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se

apossou dos domínios coloniais portugueses no

Oriente. Em decorrência dos êxitos desse

empreendimento, os holandeses criaram, em 1621, a

Companhia das Índias Ocidentais. Esta ficou

encarregada de recuperar o controle do açúcar

brasileiro e monopolizar o seu comércio nos mercados

europeus.

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171

Para controlar a produção e comercialização do açúcar

era necessário ocupar e se apoderar de partes do

território colonial brasileiro onde ele era produzido.

Desse modo, contando com uma frota composta de 26

navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua

primeira invasão do Brasil em 1624. Atacaram a cidade

de Salvador, na época o centro administrativo da

colônia. Mas, um ano após terem chegado, foram

expulsos, sem grandes dificuldades.

A segunda invasão holandesa ocorreu em

Pernambuco, ("Zuickerland" = terra do açúcar) em

1630, sob o comando de Hendrick Coenelizoon Lonck;

o desembarque ocorreu em Pau Amarelo.

A resistência foi organizada por Matias de Albuquerque,

governador de Pernambuco, que fundou o Arraial do

Bom Jesus. Em 1631 ocorreu a batalha dos Abrolhos

entre a esquadra de D. Antônio de Oquendo

(espanhola) e a esquadra do Almirante holandês

Jansen Pater. Em 1632 ocorreu a deserção de

Domingos Fernandes Calabar, contribuindo

decisivamente para que os holandeses se fixassem no

Nordeste.

Os holandeses ocuparam novos territórios (Itamaracá,

Rio Grande do Norte, Paraíba) e tomaram o Arraial do

Bom Jesus. Em Porto Calvo, Calabar foi preso e

enforcado. Matias de Albuquerque foi substituído por D.

Luís de Rojas e Borba, que depois morreu no combate

de Mata Redonda frente aos holandeses; seu substituto

foi o Conde Bagnoli.

Para governar o "Brasil Holandês", foi nomeado o

Conde Maurício de Nassau, que além de estender o

domínio holandês (do Maranhão até Sergipe, no rio São

Francisco) realizou uma excelente administração:

• fez uma política de aproximação com os senhores de

engenho;

• incrementou a produção açucareira;

• concedeu tolerância religiosa;

• trouxe artistas e cientistas como Franz Post (pintor)

Jorge Markgraf (botânico), Pieter Post (arquiteto),

nomes ligados ao movimento renascentista flamengo;

• promoveu o embelezamento da cidade de Recife,

onde surgiu a "Mauricéia", na ilha de Antônio Vaz.

A Insurreição Pernambucana (ou Guerra da Luz Divina)

representou uma ação de confronto com os holandeses

por parte dos portugueses, comandados principalmente

por João Fernandes Vieira, um próspero senhor de

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engenho de Pernambuco. Em 15 de maio de 1645,

reunidos no Engenho de São João, 18 líderes

insurretos pernambucanos assinaram compromisso

para lutar contra o domínio holandês na capitania. O

movimento integrou forças lideradas por André Vidal de

Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e

Felipe Camarão, nas célebres Batalhas dos

Guararapes, travadas entre 1648 e 1649, que

determinaram a expulsão dos holandeses do Brasil.

Nessa luta contra os holandeses, os portugueses

contaram com o importante auxílio de alguns africanos

libertos e também de índios potiguares.

Batalha dos Guararapes (óleo sobre tela por Victor

Meirelles, 1879).

A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu

em decorrência da intensificação da cobrança de

impostos e também da cobrança dos empréstimos

realizados pelos senhores de engenho de origem

portuguesa com os banqueiros holandeses e com a

Companhia das Índias Ocidentais, empresa que

administrava as possessões holandesas fora da

Europa.

Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses e

holandeses foi a questão religiosa. Boa parte dos

holandeses que estava na região de Recife e Olinda era

formada por judeus ou protestantes. Nesse contexto

religioso que trazia as consequências da Reforma e da

Contrarreforma para solo americano, o catolicismo

professado pelos portugueses era mais um elemento

de estímulo para expulsar os holandeses do local.

Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o

regresso de Maurício de Nassau à Holanda. As tropas

comandadas por João Fernandes Vieira receberam o

apoio de Antônio Felipe Camarão, índio potiguar

conhecido como Poti que auxiliou no combate aos

holandeses junto a centenas de índios sob seu

comando. Outro auxílio recebido veio do africano liberto

Henrique Dias. A Batalha do Monte Tabocas foi o

principal enfrentamento ocorrido nesse início da

Insurreição. Os portugueses conseguiram infligir uma

retumbante derrota aos holandeses, garantindo uma

elevação da moral para a continuidade dos conflitos.

Além disso, os insurrectos receberam apoio de tropas

vindas principalmente da Bahia.

Outro componente envolvido na Insurreição

Pernambucana estava ligado às disputas que havia

entre vários países europeus à época. Durante a

Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), os espanhóis

estavam em confronto com os holandeses pelos

territórios dos Países Baixos. Era ainda o período da

União Ibérica, em que o Reino Português estava

subjugado ao Reino Espanhol.

Nesse sentido, a posição holandesa em relação a

Portugal era dúbia. Em solo europeu, os holandeses

apoiavam os portugueses contra o domínio espanhol,

mas, ao mesmo tempo, ocupavam territórios

portugueses na África Ocidental e no Brasil, sendo que

além da região pernambucana, os holandeses tentaram

ainda conquistar algumas localidades no Maranhão e

em Sergipe.

No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz,

e os espanhóis aceitaram entregar aos holandeses as

terras tomadas pelos insurrectos portugueses em

Pernambuco. Frente a tal situação, o conflito continuou.

Em Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos

Guararapes, em que os holandeses sofreram dura

derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do

domínio português a partir de 1654.

A derrota da Holanda somente aconteceu no ano de

1654, quando despertavam-se os sentimentos

nativistas. Entre as principais consequências dessa

insurreição, temos a colonização das Antilhas, que

fizeram com que a Holanda aumentasse sua produção

de açúcar com técnicas mais avançadas que geraram

uma decadência na produção desse produto no

nordeste do Brasil. Além disso, houve ainda o acordo

conhecido como Tratado de Paz de Haia, firmado no

ano de 1661 entre Portugal e Holanda. Com esse

acordo, ficou determinado que os holandeses

receberiam uma indenização de 4 milhões de cruzados

e as Ilhas Molucas e do Ceilão como uma forma de

indenização.

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173

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Maurício de Nassau chegou a Pernambuco em 1637,

pretendendo pacificar a região e governar com a

colaboração dos luso-brasileiros. Sobre o governo de

Nassau, analise as proposições abaixo.

I. Fundou, no interior da capitania, o Arraial do Bom

Jesus para concentrar a resistência holandesa e,

usando a tática de guerrilha, minar a resistência dos

pernambucanos.

II. A Companhia das Índias Ocidentais concedeu

créditos aos senhores de engenho para o

reaparelhamento das propriedades, a recuperação dos

canaviais e a compra de escravos.

III. Nassau estimulou a vida cultural e investiu em obras

urbanas, nos domínios holandeses. A cidade do Recife

foi beneficiada com a construção de casas, pontes e

obras sanitárias.

IV. Embora o objetivo dos holandeses fosse o de

expandir sua fé religiosa, o luteranismo, outras religiões

foram toleradas, exceto o judaísmo.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Com relação ao tipo de organização social

predominante entre os grupos indígenas que habitavam

o litoral do atual estado de Pernambuco no momento

dos primeiros contatos com os europeus, assinale a

alternativa CORRETA.

a) As tribos tupi do litoral de Pernambuco pré-colonial

possuíam uma população de algumas centenas de

indivíduos, divididos em pequenas aldeias espalhadas

pelos quilômetros da costa entre o Rio São Francisco e

o Canal de Santa Cruz.

b) A maioria dos grupos indígenas que habitava a

atual costa de Pernambuco no período da conquista era

de língua Tupi, organizava-se em aldeias de milhares

de indivíduos, cujos laços sociais principais eram

firmados em linhagens e parentescos, e onde a divisão

de trabalho baseava-se, principalmente, em quesitos

de gênero e idade.

c) Os grupos tupi que ocupavam o território do atual

estado de Pernambuco no momento da conquista se

organizavam em tribos de caçadores nômades que

cultuavam divindades representando espíritos da

natureza, como Tupã.

d) Todos os grupos indígenas que ocupavam o atual

estado do Pernambuco no momento da conquista

praticavam rituais antropofágicos, associados com o

culto às divindades bélicas.

e) Os grupos indígenas tapuia que ocupavam todo o

litoral do atual estado de Pernambuco durante o

processo de conquista tinham suas estruturas sociais

baseadas em linhagens e parentescos, divisão de

trabalho por gênero e idade, praticavam a agricultura

sazonal e possuíam uma cultura na qual os principais

valores sociais giravam em torno da guerra.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

“...não se pode ignorar o NE na hora de se discutir a

antiguidade do homem na América e as vias de

dispersão por ele percorridas, não importando se foi há

20, 30 ou 40 mil anos... É conhecida de todos a longa

sequência estratigráfica lograda no Sítio do Boqueirão

da Pedra Furada, que pode significar a permanência do

homem pré-histórico nesse sítio, a partir de 48 mil anos.

Mas a Pedra furada não é um caso único.”

(MARTIM, G. Pré-História do Nordeste: pesquisas e

pesquisadores. Clio Arqueológica, Recife: UFPE, n° 12,

p. 7-15. ano 1997. p.11. Adaptado.

Em Pernambuco, por exemplo, localizado no município

de Buíque, o sítio de “Alcobaça” possui um dos maiores

e mais representativos painéis de figura rupestre do

estado, que, por seu tamanho e complexidade, é de

grande relevância para o entendimento da pré-história

local e nacional. Em relação ao estudo do período pré-

colonial sobre o atual estado de Pernambuco, assinale

a alternativa INCORRETA.

a) O sítio “Furna do Estrago”, localizado no município

do Brejo da Madre de Deus, é de grande importância

para o entendimento dos grupos que habitaram o atual

agreste nordestino, uma vez que permite se entender

um pouco mais sobre os rituais funerários da época.

b) O material arqueológico, encontrado nos sítios que

remontam ao período pré-colonial do estado, é

fundamental para se entender o povoamento da região,

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174

bem como parte das características socioculturais

daqueles que os utilizaram.

c) As figuras rupestres, encontradas em vários sítios

de Pernambuco, são de grande relevância para a

compreensão das populações que habitaram as terras

pertencentes hoje a esse estado.

d) Embora a região da Zona da Mata também possua

vestígios da presença dos Homo Sapiens Sapiens, o

Agreste e o Sertão pernambucano, durante o longo

período pré-colonial, são os locais onde pode ser

encontrado o maior número de sítios arqueológicos do

Estado.

e) Embora “Alcobaça” possua grande

representatividade entre os arqueólogos, o estado de

Pernambuco, como um todo, tem pouca importância

para o entendimento do período pré-colonial. Isso se

deve, dentre outras coisas, ao pequeno número de

sítios encontrados em seu território.

4) Ano: 2014 Banca: EXATUS Órgão: PM-RJ Prova:

Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa correta, quanto às afirmativas

abaixo, sobre a Insurreição Pernambucana:

I - A Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da

ocupação holandesa na Região Nordeste do Brasil, em

meados do século XVII.

II - Representou uma ação de confronto com os

holandeses por parte dos portugueses, comandados

principalmente por João Fernandes Vieira, um próspero

senhor de engenho de Pernambuco.

III - Nessa luta contra os holandeses, os portugueses

contaram com o importante auxílio de alguns africanos

libertos e também de índios potiguares.

IV - A oposição dos portugueses aos holandeses

ocorreu em decorrência da intensificação da cobrança

de impostos e também da cobrança dos empréstimos

realizados pelos senhores de engenho de origem

portuguesa com os banqueiros holandeses.

a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.

b) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.

c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.

d) Todas as afirmativas estão corretas.

5) Ano: 2012 Banca: CONSESP Órgão: Prefeitura de

Ibitinga – SP Prova: Escriturário

As Capitanias Hereditárias:

a) eram 15, à leste da Linha do Tratado de Tordesilhas

b) eram 15, à oeste da Linha do Tratado de

Tordesilhas

c) eram 12 e não se preocupavam com a Linha do

Tratado de Tordesilhas

d) eram somente 2, Pernambuco e São Vicente

6) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

A chamada Guerra dos Mascates, episódio ocorrido em

Pernambuco, entre 1710 e 1711, foi um conflito entre

diferentes elites político-econômicas, localizadas em

Olinda e Recife, resultando na ascensão da elite

mercantil de Recife.

Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.

a) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao

conflito, reafirmando o status de Recife enquanto vila, o

que conferiu à elite dessa povoação os meios para

consolidar seu poder político na capitania, mediante

cargos na câmara municipal da nova vila.

b) Os mercadores do Recife foram politicamente

apoiados, em sua revolta contra o poderio dos

senhores olindenses, por diversos grupos sociais livres

de Recife e Olinda assim como por um pequeno

número de escravos.

c) A Guerra dos Mascates foi um conflito político entre

senhores de engenho e mercadores de grande porte

em Pernambuco do início do século XVIII que se

estendeu por outras províncias do atual Nordeste,

como o Ceará e o Rio Grande do Norte.

d) Os mercadores do Recife, em sua ânsia por

liberdade, proclamaram a República em 1711,

proclamação, entretanto, revogada pelas autoridades

coloniais.

e) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao

conflito, elevando o Recife à categoria de vila, mas

dando à elite olindense a primazia sobre os cargos da

nova câmara municipal do Recife.

7) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro – Tarde

“São tão grandes as riquezas deste novo mundo e da

mesma maneira sua fertilidade e abundância, que não

sei por qual das cousas comece primeiramente: mas,

pois todas elas de muita consideração, farei uma

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salada na melhor forma que souber, para que fiquem

claras e deem gosto”.

(Ambrósio Fernandes Brandão – séc. XVII. Apud

BRANDÃO, Ambrósio Fernandes. Diálogos das

grandezas do Brasil. 3. ed. Recife: FUNDAJ, Ed.

Massangana, 1997. p. 85.)

Em relação à colonização da Capitania de Pernambuco

no século XVI, assinale a alternativa CORRETA.

a) Diferente do que ocorrera nas outras capitanias,

Duarte Coelho fora o único donatário a receber da

Coroa Lusitana vultosas doações para o

desenvolvimento das suas terras, bem como um corpo

de milícia para garantir a sua defesa, uma vez que se

achava sob constante ataque dos índios caetés.

b) Com o passar dos anos e as investidas de outros

navegadores, especialmente franceses, o governo de

Portugal decidiu promover a colonização da América

Portuguesa por meio da instituição do Governo Geral.

Essa atitude favoreceu sobremaneira Pernambuco,

uma vez que se beneficiou da administração direta da

Corte.

c) Além do trabalho na agricultura, a presença africana

era necessária para aberturas de novas áreas no

território, dominado, muitas vezes, por índios que

faziam guerra aos portugueses e impediam o avanço,

principalmente em direção ao sertão.

d) A questão de povoamento não enfrentava

contratempos, especialmente devido aos condenados

pela justiça reinol que eram punidos com o degredo

para o Brasil. Estes, além de resolverem o problema da

falta de cidadãos portugueses dispostos a colonizar o

novo mundo, colaboravam para o bom serviço que o

Capitão Donatário pretendia prestar à Coroa.

e) As alianças estabelecidas com os indígenas

permitiram a Duarte Coelho o estabelecimento de duas

vilas nas terras de Pernambuco, sem a necessidade de

conflitos com os naturais da terra. A primeira delas,

fundada logo na chegada do Capitão Donatário à sua

Capitania, foi denominada de Igaraçu. A segunda,

chamada de Olinda, distante cinco léguas da primeira,

logo passou a ser a sede da capitania.

8) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro – Tarde

"Rebentou, então, por culpa dos portugueses, uma

revolta dos índios, que anteriormente se mostravam

pacíficos, e o chefe da terra pediu-nos pelo amor de

Deus, que fôssemos às pressas auxiliar o lugar... do

qual os indígenas queriam se apoderar. [...] O número

dos defensores montava, incluindo-nos, cerca de 90

cristãos. Acrescente-se a esse número 30 negros e

escravos brasileiros, a saber, selvagens que

pertenciam a colonos."

(SATDEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Belo

Horizonte: Itatiaia, 1974. p. 46.)

Sobre a relação estabelecida entre os chamados índios

pernambucanos e os colonizadores portugueses, é

CORRETO afirmar que

a) as constantes solicitações feitas por Duarte Coelho

à coroa portuguesa, no sentido de permitir que ele

pudesse importar para a Capitania negros escravizados

da Guiné, faziam sentido em face ao pendor natural à

preguiça, apresentado pelos índios.

b) ao contrário do que ocorria na maior parte do

território da América Portuguesa, não existia, nas terras

da Capitania de Pernambuco, diversidade de povos

indígenas. Pelo contrário, a dispersão dos caetés por

todo o território pernambucano foi um dos fatores para

sua rápida conquista e colonização.

c) na capitania de Pernambuco, os ataques indígenas

foram constantes às vilas e plantações de açúcar.

Apesar de as tropas coloniais repelirem as investidas,

esses ataques não eram cessados. Esse foi um dos

motivos que levaram a Coroa portuguesa a enviar ao

Brasil levas de missionários, para que pudessem atuar

entre os índios e ajudar na sua "domesticação".

d) os inúmeros contatos que os europeus-cristãos

estabeleceram com os povos indígenas, a partir de um

determinado momento da colonização, foram mediados

por uma lógica colonizadora de opressão, imposição,

negação, impostas pela superioridade dos colonos

Portugueses. Essa era tamanha, que não permitiu o

desenvolvimento de qualquer forma de resistência

indígena.

e) a história das relações sociais entre os missionários

franciscanos e indígenas na Capitania de Pernambuco

revela a existência de inúmeros contatos ao longo do

período colonial. Mais preocupados com a catequese

dos povos indígenas, não exerceram nenhuma

influência na política indigenista adotada pela

metrópole.

9) A respeito da Revolução Pernambucana de 1817,

considere as seguintes afirmativas:

I. Foi marcada por forte sentimento antilusitano,

resultante do aumento dos Impostos e dos grandes

privilégios concedidos aos comerciantes portugueses.

II. Não contou com o apoio de religiosos e militares,

tendo apenas a adesão dos demais segmentos da

população,

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176

III. Foi uma revolta sangrenta que durou mais de dois

meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com os

combates armados passando do Recife para o sertão,

estendendo-se também a Alagoas, Paraíba e Rio

Grande do Norte.

IV. A revolta foi sufocada apenas dois anos depois por

tropas aliadas, reunindo forças armadas portuguesas,

francesas e inglesas.

V. Propunha a República, com igualdade de direitos e

a tolerância religiosa, mas não previa a abolição da

escravidão.

São verdadeiras apenas as afirmativas:

a) I,III e V

b) I, II e III

c) I,IV e VI

d) II,III e IV

e) II, III e V

10) Para viabilizar a colonização e evitar gastos para a

Metrópole, o rei português D. João III decidiu implantar

em terras brasileiras um sistema já experimentado em

outras colônias: o sistema das capitanias hereditárias.

Sobre esta forma de ocupação do território, é

INCORRETO afirmar:

a) As capitanias consistiram na divisão da colônia em

quinze grandes faixas de terra, que se estendiam do

litoral ao Meridiano de Tordesilhas.

b) Os donatários eram provenientes de um grupo pouco

diversificado, ligado à grande nobreza portuguesa.

c) O sistema de capitanias foi regulamentado pelas

cartas de doação e forais, instrumentos jurídico

administrativos que assinalavam os direitos e deveres

dos donatários.

d) Com exceção das Capitanias de São Vicente e

Pernambuco, as demais capitanias fracassaram, sendo

várias as razões; dentre estas, falta de recursos,

isolamento, desentendimentos internos e ataques de

índios.

e) Os capitães-donatários recebiam uma doação da

Coroa pela qual se tornavam possuidores, mas não

proprietários da terra.

GABARITO:

1 – B 3 – E 5 – A 7 – C 9 – A

2 – B 4 – D 6 – A 8 – C 10 – B

PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Província de Pernambuco no I e II

Reinado

No início do século XIX, uma grande mudança política

aconteceu no Brasil: a transferência da família real

portuguesa para o Rio de Janeiro, em função da

ocupação francesa de Portugal. Isso provocou uma

grande alteração no status da colônia (primeira e única

vez na história em que a sede da metrópole transfere-

se para a colônia), além de mudanças econômicas e

sociais.

A chamada Revolução Pernambucana, também

conhecida como Revolução dos Padres, foi um

movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de

março de 1817, na então Capitania de Pernambuco, no

Brasil. Dentre as suas causas, destacam-se a influência

das ideias Iluministas propagadas pelas sociedades

maçônicas (sociedades secretas), a crise econômica

regional, o absolutismo monárquico português e os

enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-

chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era

obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas

de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e

festas da Corte, o que ocasionava o atraso no

pagamento dos soldados, gerando grande

descontentamento do povo brasileiro. Foi o único

movimento separatista do período colonial que

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ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo

revolucionário de tomada do poder.

No começo do século XIX, Olinda e Recife, as duas

maiores cidades pernambucanas, tinham juntas cerca

de 40 mil habitantes (o Rio de Janeiro, capital da

colônia, possuía 60 mil habitantes). O porto do Recife

escoava a produção de açúcar, das centenas de

engenhos da Zona da Mata, e de algodão. Além de sua

importância econômica e política, os pernambucanos

tinham participado de diversas lutas libertárias

(Insurreição Pernambucana e Guerra dos Mascates).

As ideias liberais que entravam no Brasil junto com os

viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras

publicações, incentivavam o sentimento de revolta

entre a elite pernambucana, que participava

ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades

secretas, como as lojas maçônicas. Em Pernambuco as

principais foram o Areópago de Itambé, a Patriotismo,

a Restauração, a Pernambuco do Oriente e a

Pernambuco do Ocidente, que serviam como locais de

discussão e difusão das "infames ideias francesas".

Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais

religiosos e militares, para elaborar planos para a

revolução.

A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias

iluministas, deve ser levado em consideração. Não é

por outro motivo que o levante ficaria conhecido como

"revolução dos padres", dada a participação do clero

católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.

Dentre as causas imediatas, podemos destacar a

presença maciça de portugueses na liderança do

governo e na administração pública; a criação de novos

impostos por Dom João VI provocando a insatisfação

da população pernambucana. Segundo escritor inglês

então residente no Recife, era grande a insatisfação

local ante a obrigatoriedade de se pagar impostos para

a manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro,

enquanto no Recife era praticamente inexistente a dita

iluminação; a grande seca que havia atingido a região

em 1816 acentuando a fome e a miséria, como

consequência, houve uma queda na produção do

açúcar e do algodão que sustentavam a economia de

Pernambuco, esses produtos começaram a sofrer

concorrência do algodão nos Estados Unidos e do

açúcar na Jamaica; as influências externas com a

divulgação das ideias liberais e iluministas, que

estimularam as camadas populares de Pernambuco na

organização do movimento de 1817; a crescente

pressão dos abolicionistas na Europa vinha criando

restrições gradativas ao tráfico de escravos, que se

tornavam mão de obra cada vez mais cara, já que a

escravidão era o motor de toda a economia agrária

pernambucana. O movimento queria a Independência

de Pernambuco sob um regime republicano.

O movimento foi liderado por Domingos José Martins,

com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de

Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo

Provincial, se apossaram do tesouro da província,

instalaram um governo provisório e proclamaram a

República. Mas as tentativas de obter apoio das

províncias vizinhas fracassaram.

Tropas enviadas da Bahia, chefiadas por Luís do Rego

Barreto, avançaram pelo sertão pernambucano,

enquanto uma força naval, despachada do Rio de

Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias

8000 homens cercavam a província. No interior, a

batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca.

Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em

direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas

portuguesas entraram no Recife e encontraram a

cidade abandonada e sem defesa. O governo

provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.

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Dominada a revolução, foi desmembrada de

Pernambuco, com sanção de João VI de Portugal, a

comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam

se mantido fiéis à Coroa, e como recompensa, puderam

formar uma província independente. Apesar de

sentenças severas, um ano depois todos os revoltosos

foram anistiados, e apenas quatro haviam sido

executados.

Em 1818, D. João é proclamado rei (passa a ser D.

João VI), em decorrência da morte de sua mãe. Porém

o rei permanece no Brasil, deixando o comando de

Portugal nas mãos de um general inglês, responsável

pela expulsão dos franceses. Essa submissão revolta

os portugueses, que em 1820 rebelam-se (Revolução

do Porto). As lideranças do movimento constituem um

governo provisório e convocam as Cortes, para votar

uma Constituição e criar a monarquia constitucional.

Diante de tais acontecimentos, D. João VI é obrigado a

voltar para Portugal (em 1821).

O rei deixa seu filho, D. Pedro, como príncipe regente.

Porém, as Cortes de Lisboa pretendiam “recolonizar” O

Brasil, por ser a única colônia que ainda gerava lucros.

Por isso, passaram a restringir a autonomia

administrativa e os poderes de D. Pedro, além de

exigirem o retorno do príncipe a Portugal.

Muitos latifundiários e comerciantes brasileiros sentem-

se prejudicados, e passam a apoiar a desobediência de

D. Pedro. Surge o Partido Brasileiro, que tem dentre

seus membros, Cipriano Barata, grande nome

envolvido na Insurreição Pernambucana. Um

documento elaborado pelo partido reúne mais de 8 mil

assinaturas pedindo a permanência de D. Pedro, que

gerou o famoso dia do fico (9 de janeiro de 1822) e a

determinação de que ordens vindas de Portugal só

seriam acatadas mediante sua autorização.

Na sequência, uma série de medidas adotadas por D.

Pedro desagradaram a metrópole e prepararam o

caminho para a Independência (convocação de uma

Assembleia Constituinte, organização de uma Marinha

de Guerra, além de obrigar as tropas portuguesas a

irem embora). Em 7 de setembro há o famoso Grito do

Ipiranga e em 22 de dezembro do mesmo ano, ele é

declarado Imperador.

Durante o processo de independência, em

Pernambuco, duas alianças se formavam e disputavam

o poder: centralistas e federalistas. Da disputa pelo

poder, resultou a vitória daquela que viria a ser liderada

pelos irmãos Cavalcanti de Albuquerque (centralistas),

cuja influência foi tal que, na década de 1840, dizia-se

que a província se tornara um feudo daquela família,

resultando daí o citadíssimo soneto, cantarolado na

época da Praieira (1848): "Quem viver em

Pernambuco, há de estar desenganado; ou há de ser

Cavalcanti, ou há de ser cavalgado".

O processo de maturação e disputa das alianças

políticas em Pernambuco teve paralelos em várias

outras províncias, onde não era certa a continuação da

obediência ao Rio de Janeiro, de onde vinham as

ordens desde 1808. O federalismo era uma bandeira

extremamente atraente para vários setores das elites

locais, que ficaram encantadas com a autorização das

cortes revolucionárias em Portugal para que elegessem

suas próprias juntas governativas. Esse arremedo de

governo local, com o pleno controle das rendas internas

das ex-capitanias, era parte da agenda dos liberais

"moderados" federalistas.

A revolução do Porto desatou os elos entre as partes

constituintes do reino. Em cada uma das províncias

havia disputas locais para a formação das juntas

governativas. Mas a autonomia fôra concedida pelas

cortes reunidas em Portugal. Assim, a liderança carioca

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passou a ser vista com extrema desconfiança nas

antigas capitanias.

A adesão de Pernambuco ao Rio de Janeiro, sob um

regime monárquico autoritário, foi conseguida através

de um golpe de Estado, urdido com o aval dos Andrada

e apoio das tropas do exército. Ali o desejo por maior

autonomia, e até separação, já era antigo entre muitos

letrados e liberais mais "exaltados". Mas isso não

significava aderir ao Rio de Janeiro. Muito pelo

contrário. Veio de lá a repressão a 1817, quando as

tropas fiéis à Sua Majestade fidelíssima chegaram ao

cúmulo de executar até padres. Vista sob este prisma,

a Confederação do Equador pode ser entendida como

uma radicalização tardia de uma proposta federalista

moderada, cujos defensores estiveram no poder em

Pernambuco quando governou a província a primeira

junta de governo entre 1821 e 1822, eleita de acordo

com as provisões exaradas pelas cortes constitucionais

do Porto.

Mesmo admitindo-se que a maioria das elites locais era

favorável à separação de Portugal (uma proposta no

mínimo discutível), não há porque pensar que a

alternativa preferida fosse a constituição de um novo

país tendo Pedro como Imperador. Havia um

verdadeiro descompasso entre a posição do Rio e de

algumas capitanias mais antigas, como Pernambuco,

Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Ceará, Rio Grande

do Norte, Piauí, Maranhão, Pará.

O resultado prático mais imediato da revolução do

Porto foi a demissão dos governadores provinciais,

nomeados pelo rei, e a formação de Juntas Provisórias

de governo, eleitas pelas Câmaras. As províncias

ganharam mais autonomia do que tinham antes, ou

mesmo do que viriam a ter durante o resto do período

imperial. O governo local foi de fato exercido durante

este curto período, entre 1821 e 1822. Não é difícil

compreender, portanto, porque houve gente que

preferia a manutenção dessa situação à aventura da

independência a qualquer custo, muito menos a

reboque da nova corte que se constituía em torno do

príncipe regente.

O último governador régio de Pernambuco foi o General

Luís do Rego. Provado nos campos de batalha contra

Napoleão, era um homem talhado para segurar as

rédeas de uma província saída de uma revolta das

dimensões de 1817. Como seria de se esperar de um

militar experiente, acompanhou com desconfiança e

cautela o desenrolar dos acontecimentos em Portugal

e no Rio. Os liberais só entraram num clima de euforia

a partir do dia 06 de maio de 1821, quando

desembarcaram, anistiados, os rebeldes que haviam

sido presos em 1817. A maioria deles, todavia, preferiu

se instalar na vila de Goiana, perto da fronteira com a

Paraíba, do que ficar bem vigiada pelo General no eixo

Recife-Olinda. A constituição portuguesa foi jurada no

Rio de Janeiro no dia 21 de abril. Mas Luís do Rego só

fez o mesmo em Pernambuco no dia 11 de julho.

Era grande a pressão sofrida pelo governador. As

cortes o viam como um representante do Ancién

Regime, embora se entendesse a situação peculiar de

Pernambuco que precisava de um laço forte, haja vista

o que acontecera quatro anos antes. A aristocracia

agrária pernambucana, por sua vez, pretendia formar

uma junta de governo local, como em outras províncias.

Controlando de perto as Câmaras de Recife e Olinda,

Luís do Rego procedeu à eleição dos 07 representantes

de Pernambuco às cortes, o que deixou profundamente

insatisfeita a oposição local. Foi em meio a rumores de

todos os tipos que um tresloucado personagem, desses

que aparecem de vez em quando para turvar um pouco

mais os rumos do mundo, tocaiou e atirou em Luís do

Rego no dia 21 de julho. Ninguém nunca soube suas

reais motivações, embora de tudo já tenham dito um

pouco os cronistas locais ufanistas. Herói, ou maluco

simplesmente, na fuga, o infeliz personagem morreu

afogado. Mas Luís do Rego fôra ferido. Sem saúde, era

mais difícil manter a firmeza de antes. No dia 30 de

agosto de 1821, obedecendo às novas diretrizes, o

General formou a sua própria junta de governo, e

anunciou a medida às outras províncias. Colocou então

o cargo à disposição, mas não houve quem assumisse

o seu lugar.

Um dia antes, em 29 de agosto, militares, milicianos,

plantadores e ex-rebeldes de 1817 mobilizaram-se em

Goiana, formando uma outra junta provisória. A "junta

de Goiana" enviou um ultimato ao governador no dia 1º

de setembro de 1821, ameaçando tomar o Recife, caso

o general não entregasse o cargo. Ao contrário do que

se poderia esperar de um general bem treinado, Luís

do Rego mostrou moderação nesse momento. Ao

enviar tropas para investigar o que ocorria em Goiana,

deixou claro ao comandante que a sua missão era de

paz e não de guerra.

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180

Os membros da Junta de Goiana começaram a ser

tratados como rebeldes. Como sempre acontecia no

Brasil escravista, temia-se também que a oportunidade

fosse aproveitada pelos negros e pardos para uma

insurreição mais ampla. Luís do Rego acusou a Junta

de Goiana de armar negros nos subúrbios e insuflá-los

contra os habitantes do Recife. No dia 21 de setembro

de 1821, houve refregas entre as forças de ambas as

Juntas. Uma ao norte, em Olinda, outra em Afogados,

ao sul do Recife. As escaramuças repetiram-se no dia

1º de outubro. Luís do Rego acusava os anistiados de

1817 pela agitação.

Com a província quase em guerra, resolveram dialogar.

No dia 05 de outubro de 1821, reuniram-se os

representantes da Junta de Goiana e do General

português na povoação de Beberibe, na saída para o

interior, entre Recife e Olinda. Chegaram a um acordo.

A cidade do Recife ficaria com o governador. O resto

com a Junta de Goiana. Isso até a eleição de uma nova

Junta, conforme as instruções que se esperava de

Portugal. É relevante notar, que o "procurador" do

Recife nessa reunião foi Gervásio Pires, comerciante

de grosso trato, senhor de engenho, e um dos rebeldes

de 1817 anistiados. Quem o acompanhava na

empreitada era um outro ex-rebelde de 1817, Luís

Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque . um

dos irmãos Cavalcanti: o mais brilhante deles, diria

anos depois o Marquês de Paraná.

No dia 26 de outubro de 1821, formava-se então a

primeira Junta de Governo de Pernambuco. À frente

dela estava eleito o próprio Gervásio Pires, o homem

que intermediara a negociação entre o governador

português e os liberais mais exaltados de Goiana. Com

o afastamento do governador português, as disputas

internas entre as elites locais tornaram-se mais claras.

Deixando de lado os "pés de chumbo", sempre opostos

à chamada "causa do Brasil", os liberais radicais

republicanos, e os negros que queriam haitianizar a

América portuguesa, pode-se perceber a paulatina

cristalização de duas tendências principais entre as

elites locais.

Uma delas, melhor articulada com o projeto urdido no

Rio de Janeiro, era favorável à união das províncias sob

a liderança do príncipe regente. Chamaremos essa

tendência de centralista, termo emprestado da

historiografia sobre o liberalismo na América Latina

muito apropriado quando se olha a construção do

Estado nacional de fora do eixo das províncias do

sudeste que viriam a deter a hegemonia política a partir

do primeiro reinado. Essa tendência congregava muita

gente da antiga aristocracia açucareira, e viria a ser

liderada pelo Morgado do Cabo, sucedido pelos irmãos

Cavalcanti.

A outra tendência era a federalista: tanto fazia a sede

do reino ser no Rio como em Lisboa ou até nos dois

lugares desde que fosse mantida a autonomia

provincial, conquistada com a Revolução do Porto.

Essa segunda tendência era liderada por Gervásio

Pires, que assumiu o governo provincial em outubro de

1821.

Vale salientar que essas duas facções obviamente não

eram partidos pré-concebidos e coesos.

O grupo centralista, favorável à união das províncias

em torno do projeto de José Bonifácio, juntava uma boa

parte da aristocracia agrária mais antiga e muitos dos

comerciantes de grosso trato bem estabelecidos. Sob o

ponto de vista econômico e político, iriam se aliar à

corte no Rio de Janeiro justamente por terem se

beneficiado do sistema vigente direta ou indiretamente,

afinal de contas o sistema colonial não teria durado

tanto sem a ajuda de uma oligarquia local, que ganhava

dinheiro, poder e status com o regime. Essa elite

pagava um preço pelos limites impostos à expansão de

seus negócios de exportação. Mas, em troca, ganhava

a garantia da permanência das estruturas de poder da

qual fazia parte, mesmo como parceiros secundários.

Isso incluía todo um conjunto de prerrogativas que, na

prática, se traduziam no apoio real ao domínio exercido

localmente. Inclusive culturalmente sentiam-se mais

como portugueses do Brasil do que com alguma

identidade própria, diferenciada, brasileira

propriamente dita. O nacionalismo ufanista da

historiografia colonial brasileira costuma disfarçar a

colaboração interna ao sistema. Mas esse dado é

relevante para entender a dominação portuguesa por

tanto tempo, com tão pouca tropa estacionada no

Brasil.

Uma vez mantido o poder no Rio, fosse ou não feita a

independência de Portugal, acreditavam, em primeiro

lugar, que nada seria mexido. Caso o Brasil adquirisse

sua soberania, continuariam ganhando o livre acesso

ao comércio externo que aliás já tinham em 1821-22.

Em segundo lugar, ganhariam finalmente o pleno

controle das rendas derivadas dos impostos

arrecadados.

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181

Socialmente, desejavam títulos de nobreza e fidalguia,

que não eram em absoluto irrelevantes, numa época

em que o Estado ainda não era esse ente impessoal a

que estamos acostumados hoje em dia. Os antigos

barões do açúcar não se satisfaziam mais em serem

barões apenas (no sentido metafórico da palavra),

queriam se tornar efetivamente nobres. A monarquia

centralizada no Rio poderia assim vir a ser do agrado

de muitas famílias fidalgas mais antigas da província,

desde que ajustada de forma a conceder-lhes mais

alguns privilégios mantendo os que já tinham.

Além dessas vantagens, dentro de uma perspectiva

bastante prática, entendiam que o apoio do Rio de

Janeiro se traduziria no suporte militar da Coroa

quando tivessem que enfrentar seus adversários locais,

fossem esses quilombolas, índios ou os vizinhos. Isso

não era pouco, como ficou evidente na demonstração

de força do exército que esmagou 1817.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR E REVOLUÇÃO

PRAIEIRA

Movimentos Liberais: Confederação do Equador

(1824) e Revolução Praieira (1848)

A Confederação do Equador foi um grande movimento

revolucionário, de caráter separatista e republicano

ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil. A revolta teve

seu início na província de Pernambuco, porém,

espalhou-se rapidamente por outras províncias da

região (Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).

Representou a principal reação contra a tendência

absolutista e a política centralizadora do governo de D.

Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de

1824, a primeira Constituição do país. A revolução

queria a formação de uma república baseada na

constituição da Colômbia. Ganhou este nome, pois o

centro do movimento ficava próximo a Linha do

Equador.

Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve

participação das camadas urbanas, elites regionais e

intelectuais. A grande participação popular foi um dos

principais diferenciais deste movimento. Por trás das

divergências políticas que culminaram com a

proclamação da Confederação do Equador, encontra-

se uma divisão econômica e espacial de Pernambuco.

Ao norte, açucareiro e algodoeiro, com vilas populosas,

opunha-se o monolitismo do sul pernambucano,

exclusivamente açucareiro, cujas povoações eram

simples anexos dos engenhos de cana. De acordo com

Evaldo Cabral de Mello:

"O contraponto do algodão e do açúcar explica ali mais

acentuadamente que em nenhuma outra região

brasileira, que se aprofundou ali o conflito entre a nova

e a velha estrutura comercial a do algodão, ligada

desde a transmigração da Coroa para o Rio e à

abertura dos portos ao mercado britânico, e a do açúcar

da cana, jungida ao entreposto lusitano." Ambos os

itens encontram-se figurados na bandeira da

Confederação, onde se vê um ramo de algodão, à direi-

ta, lado a lado com uma cana-de-açúcar.

O absolutismo de D. Pedro I trouxe grande insatisfação

à população e isso gerou protestos em Pernambuco,

Paraíba e Ceará.

Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita de

Pernambuco” de Cipriano Barata e o “Tífis

Pernambuco” de Frei Caneca (ambos liberais)

ajudaram ainda mais a preparar o espírito das pessoas

para a revolução. Cipriano Barata era natural da Bahia

e tornou-se notável pela sua atividade jornalística

defendendo os valores liberais da época. Dedicou a sua

vida à luta revolucionária e esteve ligado às camadas

mais populares e por essa razão, foi preso várias vezes.

Frei Caneca era um dos discípulos de Cipriano e

principal líder da Confederação do Equador contra D.

Pedro.

Frei Caneca, preso

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182

Em 1823, as ideias republicanas dominavam o

nordeste e se acentuaram em face das ameaças do

Imperador que, com a Constituição outorgada em 1824,

impôs ao país um estado unitário. Pernambuco não

aceitou essa Constituição e em 2 de julho de 1824, seu

presidente Manuel de Carvalho Pais de Andrade

proclamou a Confederação do Equador (movimento

republicano e separatista que uniu Pernambuco, Ceará

e Rio Grande do Norte). No início a Constituição

adotada foi a Colombiana. O objetivo era formar um

novo estado completamente separado do Império,

cujas bases eram um governo representativo e

republicano, garantindo a autonomia das províncias

confederadas.

Surgiram algumas dissidências internas no movimento,

pois ele agregava classes sociais díspares. Depois de

estabelecidas as primeiras ações da Confederação,

alguns de seus líderes decidiram abandoná-la. Tudo

isso porque alguns integrantes da revolta defendiam a

radicalização de algumas ações do novo governo. Frei

Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru

acreditavam que a ampliação de direitos políticos e

reformas no campo social eram medidas urgentes no

novo poder estabelecido. A proposta de Pais de

Andrade no sentido de libertar os escravos e o exemplo

haitiano (país que recentemente se libertara do domínio

francês através de uma revolta popular) não

tranquilizavam as elites, e alguns proprietários de terras

passaram a colaborar com o governo imperial. Porém,

a repressão ao movimento estava sendo preparada no

Rio de Janeiro. Várias tropas foram enviadas para o

Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de

Lima e Silva (forças terrestres) e de Lord Cochrane

(forças navais). Em setembro de 1824, as forças de

Lima e Silva dominaram Recife e Olinda (principais

centros de resistência), e dois meses depois foi a vez

do Ceará.

As penas impostas aos revoltosos foram severas e D.

Pedro não atendeu aos pedidos para que elas fossem

mudadas. Frei Caneca foi condenado à forca, contudo,

acabou sendo fuzilado, diante da recusa do carrasco

em executar a sentença. Muitos companheiros de

Caneca receberam a mesma condenação, outros

tiveram mais sorte e conseguiram fugir.

Mesmo com o fim da Confederação do Equador, a

insatisfação contra o absolutismo do Imperador

continuava e crescia cada vez mais. O forte caráter

centralizador do governo de D. Pedro I gerou conflito

entre o novo estadista e as elites que defenderam sua

chegada ao poder.

Não bastassem os desentendimentos políticos, a falta

de arrojo do rei junto às questões econômicas também

contribuiu para sua queda. A contração de dívidas com

a Inglaterra e o gasto de verbas com a Guerra da

Cisplatina fortaleceram o movimento oposicionista. Em

1829, a falência do Banco do Brasil agravou o repúdio

aos poderes imperiais. Dessa forma, a vitória dos

oposicionistas, em 1830, dava sinais do

enfraquecimento político de Dom Pedro I.

No Rio de Janeiro, vários confrontos entre brasileiros e

portugueses representavam a falta de reconhecimento

ao governo imperial. A Noite das Garrafadas, ocorrida

no início 1831, ficou marcada como a maior dessas

manifestações antilusitanas. Ainda tentando recuperar

prestígio, em março daquele ano, Dom Pedro I

anunciou um corpo de ministros formado somente por

brasileiros. A manobra de Dom Pedro I já era tardia. Os

militares aderiram ao movimento de oposição ao seu

governo e a câmara dos deputados se tornou um reduto

de críticas à presença do rei.

Sem alcançar o êxito esperado, um grupo de soldados

e populares concentrados no Campo de Santana

ameaçaram a integridade de Dom Pedro I. Mediante a

embaraçosa situação, o imperador abdicou do trono no

dia sete de abril de 1831. Porém seu filho e sucessor, o

futuro D. Pedro II era menor de idade (tinha apenas 5

anos) e seguiu-se um período em que o governo do

Império brasileiro estava nas mãos de regentes.

Não foi um período tranquilo, muitas revoltas e

rebeliões eclodiram no país. A Cabanada foi uma

rebelião ocorrida entre 1832 e 1835, iniciada logo após

a abdicação de Dom Pedro I, ou seja, no período da

Regência. Dificuldades financeiras do novo Regime,

com o comércio exterior quase estagnado e a queda

das cotações do algodão e da cana-de-açúcar, além do

privilégio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810,

fizeram com que eclodissem diversas revoltas no

Império do Brasil nesse período.

O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco,

Alagoas, e Pará, porém são insurreições diferentes e

em locais diferentes. A primeira se trata da revolta em

Pernambuco e Alagoas e a segunda na região do atual

Pará.

Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A

Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conservadora pois

pretendia a volta do monarca português ao trono do

Brasil (para alguns historiadores, uma pré-Canudos).

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183

Desenrolou-se na zona da mata e no agreste. Teve

como líder Vicente de Paula, com seguidores de origem

humilde, predominando índios (jacuípes e outros) e

escravos foragidos (chamados de papaméis). Com a

morte de Dom Pedro I em Portugal (1834), o movimento

deixou de ter razão de existir. Ao final da Cabanada, o

líder Vicente de Paula foi preso e enviado para a ilha de

Fernando de Noronha.

Após muita instabilidade política e social, em 1940

ocorre o Golpe da Maioridade, dando início ao Segundo

Reinado.

No começo do Segundo Reinado, a ascensão dos

liberais que apoiaram a chegada de Dom Pedro II ao

poder foi logo interceptada após os escândalos

políticos da época. As “eleições do cacete” tomaram os

noticiários da época com a denúncia das fraudes e

agressões físicas que garantiriam a vitória da ala

liberal. Em resposta, alguns levantes liberais em Minas

e São Paulo foram preparados em repúdio às ações

políticas centralizadoras do imperador.

Nesses dois estados os levantes não tiveram bastante

expressão, sendo logo contidos pelas forças militares

nacionais. Entretanto, o estado de Pernambuco foi

palco de uma ação liberal de maior impacto que tomou

feições de caráter revolucionário.

Ao longo da década de 1840, setores mais radicais do

partido liberal recifense manifestaram seus ideias

através do jornal Diário Novo, localizado na Rua da

Praia. Em pouco tempo, esses agitadores políticos

ficaram conhecidos como “praieiros”. Assim como em

outras partes do Brasil, em Pernambuco existiam dois

partidos: liberal (dominado pelos Cavalcanti) e

conservador (dominado pelos Rego Barros).

Essas duas famílias faziam acordos políticos com muita

facilidade. Assim, Francisco de Paula Cavalcanti

tornou-se presidente da província em 1837, através de

um acordo com os Rego Barros e, em 1840, foi a vez

de Francisco Rego Barros (barão de Boa Vista) assumir

a presidência. Em 1842, alguns integrantes do Partido

Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de

Pernambuco (Partido da Praia), eles acusavam Rego

Barros de distribuir os melhores cargos aos Cavalcanti

e seus aliados mais próximos.

Entre as principais medidas defendidas por esses

liberais estavam a liberdade de imprensa, a extinção do

poder moderador, o fim do monopólio comercial dos

portugueses, mudanças sócio-econômicas e a

instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter

essencialmente socialista, esse grupo político era

claramente influenciado por socialistas utópicos do

século XIX, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert

Owen e Charles Fourier.

Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a

nomeação de um presidente de província conservador

mineiro para conter a ação dos liberais

pernambucanos. Revoltados com essa ação autoritária

do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e

tomaram conta da cidade de Olinda. A essa altura, um

conflito civil contando com o apoio de grandes

proprietários, profissionais liberais, artesãos e

populares tomou conta do estado.

Em 1 de janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu

programa, um documento que denominaram Manifesto

ao Mundo, de conteúdo socialista utópico,

supostamente escrito por Borges da Fonseca, um

jornalista. O manifesto defendia:

• o voto livre e universal do povo brasileiro;

• a plena e absoluta liberdade de comunicar os

pensamentos por meio da imprensa (liberdade de

imprensa);

• o trabalho, como garantia da vida para o cidadão

brasileiro;

• o comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros;

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184

• a inteira e efetiva independência dos poderes

constituídos;

• a extinção do Poder Moderador e do direito de

agraciar;

• o elemento federal na nova organização

• a completa reforma do Poder Judiciário, de forma a

assegurar as garantias dos direitos individuais dos

cidadãos;

• a extinção da lei do juro convencional;

• a extinção do sistema de recrutamento militar então

vigente.

Apesar do caráter liberal da revolução, os revoltosos

não cogitavam a abolição da escravidão.

Em fevereiro de 1849, depois de receber a adesão da

população urbana que vivia em extrema pobreza,

pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros

libertos, os rebelados tomaram a cidade de Recife e

entraram em novo confronto com as forças imperiais.

Nesse período, o insurgente Pedro Ivo surgiu como um

dos maiores líderes dos populares. Entretanto, a falta

de apoio de outras províncias acabou desarticulando o

movimento pernambucano.

Pedro Ivo, herói da revolução.

No ano de 1851, o governo imperial deu fim aos

levantes que contabilizaram cerca de oitocentas baixas.

Os líderes do movimento pertencentes à classe

dominante, foram detidos e julgados apenas em 28 de

novembro de 1851, quando os ânimos na província já

tinham serenado, ocasião em que o governo imperial

pôde lhes conceder anistia. Voltaram, assim, a ocupar

os seus cargos públicos e a comandar os seus

engenhos.

Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos

privilegiadas rendeiros, trabalhadores e outros não

tiveram direito a julgamento e, ou sofreram

recrutamento forçado ou foram anistiados por

intervenção de seus superiores para retornarem ao

trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente

fuzilados durante e logo após os combates.

Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil

Império, esta foi a última.

TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS

PARA TERRAS PERNAMBUCANAS

Maquete do interior de um navio negreiro

Recife foi o quinto maior centro mundial de tráfico

escravista (ficaria atrás apenas de Rio de Janeiro,

Liverpool, Bahia e Londres). O período coberto, 1801-

1851, abrange a fase de maior intensidade do tráfico de

escravos, 1801-1830, quando o número de escravos

desembarcados foi maior que um terço do total para

todo o período do tráfico pernambucano.

O primeiro navio negreiro a desembarcar em

Pernambuco (em 1560) foi também o primeiro navio

negreiro a desembarcar no Brasil, fruto de um pedido

de Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de

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Pernambuco, ao rei de Portugal. O último aportou no

Recife em 1851, ano em que finalmente a proibição do

tráfico negreiro transatlântico foi adotada. Foram, no

total, 1.376 viagens com o nefasto objetivo. Dos quase

5 milhões de escravos oficialmente trazidos para o

Brasil, 853.833 deles desembarcaram em Pernambuco.

No Brasil, 2.054.725, ou 42%, desembarcaram no

período de 1801 a 1850. Em Pernambuco, 259.054, ou

30%, desembarcaram entre 1801 e 1850, perfazendo

uma média de 5 mil desembarcados por ano.

Comparativamente, nos séculos XVII e XVIII, a média

era de 2.500 e 3.300 ao ano, respectivamente. O fato

de o volume de importação de escravos em

Pernambuco ser bem mais expressivo no século XIX

que nos séculos anteriores sugere que as atividades

econômicas nesta região estavam aquecidas. 87,2%

das viagens cujo destino era Pernambuco tinham como

ponto de partida esta mesma região. Isto sugere que

quem organizava e financiava o desembarque de

negros em Pernambuco eram pessoas que ali residiam.

Dado que a origem da maioria das viagens para

Pernambuco era Pernambuco, em todos os períodos

do tráfico, é evidente que este era essencialmente um

tráfico Recife-portos africanos.

Recife durante toda a sua vigência. Contrariamente, é

comum a ideia de um comércio triangular na literatura:

um mesmo navio transportaria manufaturas da Europa

para a África, trocadas por escravos que eram trazidos

para as Américas, e finalmente o navio levaria produtos

agrícolas das Américas para a Europa.

O Projeto Estudo Comparado do Escravismo Brasileiro

no Século XIX (UnB e UFPE), examinou 3.955

inventários registrados em cartórios pernambucanos ao

longo do século XIX, para descobrir quem eram os

agentes financiadores do tráfico para Pernambuco. A

cobertura geográfica dos inventários cobre todas as

áreas da província. Graças a este material, coletaram-

se informações sobre o registro do inventário; o ano e

a região em que este foi feito; a ocupação do

inventariado; a quantidade de dinheiro, ouro, prata e

cobre que possuía; a quantidade e o valor de escravos

sob seu domínio; dívidas ativas e passivas; e assim por

diante. Ao todo, encontram-se registros de 21.930

escravos levados a Pernambuco: 11.005 registrados na

Zona da Mata; 5.390 no Recife; 3.617, no Agreste; e

1.918, no Sertão.

Tais dados pesquisados apontam que, em sua maioria,

os traficantes de Pernambuco eram portugueses

radicados no Recife. No geral, eram comerciantes e

desenvolviam atividades comerciais nos centros

urbanos. Alguns possuíam fazendas, e a maioria era

influente na política local.

É importante ressaltar que, durante muitos anos, a

Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba deteve o

monopólio do tráfico para a região em análise, mais

precisamente entre 1759 e 1788. Tal companhia era

uma empresa de caráter monopolista, criada em 1759

pelo Marquês de Pombal logo após o grande terremoto

de Lisboa, que deixou a economia local muito

prejudicada. O objetivo da criação desta companhia,

juntamente com a Companhia Geral do Grão-Pará e

Maranhão, era alavancar a economia portuguesa

fragilizada pelo desastre natural de 1755. Funcionou

durante 26 anos, apesar de ter começado sua atividade

cerca de dois anos após a aprovação dos estatutos. O

fim do monopólio abriu espaço para a livre

concorrência, a qual permitiu a alocação de recursos

dos próprios pernambucanos nesta atividade.

Mais de 70% dos escravos trazidos para Recife na

primeira metade do século XIX vieram em navios de

proprietários particulares, a maioria comerciante. Desta

forma, há indícios de que o capital aplicado nesta

atividade não vinha de senhores de engenho

preocupados com a escassez de mão de obra, mas de

comerciantes acostumados a lidar com outros tipos de

mercado, além do de escravos. Muitos tinham casas

comerciais, padarias, lojas, açougues, casas de

importação e exportação, emprestavam dinheiro por

meio de emissão de letras, eram membros da

Alfândega de Pernambuco e participavam de

sociedades comerciais. Também eram senhores de

engenho; porém, esta atividade parece ter sido

complementar, não preponderante sobre as demais.

Era natural que capitais originados no comércio,

importante fonte de acumulação no período, se

dirigissem para uma área lucrativa de negócios: o

tráfico de escravos. Essa atividade, no século XIX em

Pernambuco, tinha como característica a bilateralidade,

a participação de negociantes portugueses radicados

no Recife e de familiares no ramo. Que os negociantes

fossem portugueses não é surpreendente: havia

predominância deles no comércio, desde o período

colonial; a Guerra dos Mascates foi essencialmente

entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes

portugueses do Recife.

COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA

ESCRAVA EM PERNAMBUCO

A maior prova da significativa da quantidade de cativos

no estado de Pernambuco, inclusive em seu interior,

desmentindo a ideia de uma escravidão branda, é a

demografia documentada pelo DGE (Diretoria Geral de

Estatística) na década de 70 do século XIX, com a

obrigatoriedade das matriculas, após a lei do ventre

livre sancionada, em 28 de setembro de 1871.

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De fato, o impacto (político, social e jurídico) da lei de

1871 não foi pequeno, e a matrícula geral dos escravos

foi talvez sua mais significativa materialização. Com

sua instituição, além do silêncio ritual, as relações entre

raça e cidadania modificaram-se de modo radical. Até

então, os chamados homens livres “de cor” precisavam

ser socialmente reconhecidos como tal, o que no

mínimo limitava sobremaneira seu direito de ir e vir

além das já referidas redes imediatas. Após 1871,

deslocava-se o ônus da prova: era o senhor que

precisava apresentar a matrícula de seu escravo. Sem

ela, qualquer pessoa “de cor” era juridicamente livre. A

instituição da matricula se, por um lado, servia para

garantir futura indenização ao direito de propriedade

senhorial no processo gradual de abolição para o qual

a lei sinalizava, de outro, pela primeira vez, rompia com

a associação legal entre cor e suspeita da condição de

escravidão.

Foi, principalmente, a partir da década de 1870,

momento de grande transformação social e econômica

no parque açucareiro nacional como um todo, que,

particularmente Pernambuco, então principal produtor

de açúcar do país, e mais especificamente a Zona da

Mata, recebeu grande parte dos investimentos do

governo imperial avançando tecnologicamente. O

objetivo do governo era que a indústria açucareira

nacional se mantivesse no mercado internacional do

açúcar o qual, naquele momento, contava com o

crescimento da produção europeia de açúcar de

beterraba.

As festas tinham um importante papel na construção da

liberdade, por proporcionar a sociabilização e o

divertimento, no dia a dia inexistente. Lembrando que

também traziam à tona, brigas entre grupos rivais, que

antecediam sua vinda da África. Todavia esquecido,

pela consciência de fazerem parte do mesmo grupo

social, se recorriam nestas horas para criação de

estratégias. Criando um mundo paralelo na escravidão

aonde o negro, era livre para decidir um destino melhor.

Afinal a alforria não era a real resposta que traria a

liberdade para um escravo, era quase que inconsciente

na maioria deles, a liberdade só aconteceria se fosse

para todos.

Entende-se pelos anos da década de 70 do século XIX,

como um período único na história do trabalhador

brasileiro, de passagem ou “transição” do trabalho

escravo para o trabalho “livre” ou assalariado.

Voltando-nos para Pernambuco, às cidades do interior

do estado, no ano de 1872, no primeiro senso brasileiro,

verificamos paróquias, freguesias e cidades com perfis

econômicos variados, mudando a velha perspectiva

histórica de que em Pernambuco teve uma escravidão

branda, concentrando-se de maneira quase única na

produção açucareira, consequentemente de escravos

de profissão lavradores. Compreende-se, cada vez

mais, que a escravidão estava onipresente, dentro de

toda a produção de bens de consumo, há muito já

institucionalizada nesta província de antiga

colonização.

De acordo com o mesmo recenseamento, comparando

as províncias, coloca-se que só 105 homens escravos

e 52 mulheres escravas, em toda a província de

Pernambuco, sabiam ler e escrever. Um número alto se

compararmos ao Rio Grande do Norte, que no total

registrou-se 4 homens e 3 mulheres, porém altíssimo

quando a capital do império, Rio de Janeiro, só possuía

79 homens e 28 mulheres registradas como capaz de

ler e escrever.

Na capital da província de Pernambuco, Recife, antes

mesmo de 1830 a maioria dos trabalhadores alforriados

eram mulheres negras e mulatas. Mulheres estas que

se apropriavam, ou não, das vantagens que tinham,

perante os escravos homens, obtinham, mas cedo a

alforria. Sua vantagem consistia na proximidade dos

senhores, e de agrados que poderiam dar e receber.

Eram elas amas de leite, cozinheiras, engomadeiras,

faxineiras. E estavam onipresentes na sociedade

escravista. Difícil dizer o que o luxo da escravidão não

poderia oferecer aos senhores de conforto e serviços.

De pentear o cabelo, a limpar o a calçada da casa.

Sabe-se que mesmo sendo submetidas a humilhações,

assédios e estupros por seus senhores e ódio de suas

patroas, era melhor que trabalhar na rua local que era

sinônimo de insegurança, morte, prostituição e fome. A

empregada doméstica assalariada surgirá aí nesta

condição específica de ex-escrava e, junto a elas, suas

concorrentes que baixavam suas possíveis rendas, as

próprias escravas.

Outra profissão importante dentro da urbe

pernambucana eram os canoeiros responsáveis pelo

movimento do transporte fluvial nos rios que cruzam a

cidade. Eles exerciam um emaranhado de funções

sociais: passagem de informações, contatos entre os

Engenhos, transporte de água limpa para consumo, e

de pessoas. Foram verdadeiros precursores na

formação dessa sociedade paralela. Os canoeiros do

Recife tinham mais autonomia do que muita gente livre.

Muitos desses escravos pagavam semanalmente uma

certa quantia ao senhor e moravam nas cidades nos

seus próprios casebres, espalhados nos arredores da

cidade, na periferia das ilhas de Santo Antônio e da Boa

Vista, nos limites entre os mangues e a terra firme, nas

casas palafitas na beira dos rios. Havia, portanto, uma

contradição entre necessidade de controle do escravo

e a natureza das ocupações urbanas, que para

gerarem lucro, muitas vezes exigiam uma grande

movimentação do trabalhador.

Não muito distante da capital, vários homens e

mulheres viviam no campo vagando de vila em vila

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Ensino de qualidade focado em concursos.

187

tentando fugir da estrutura extrativista da sociedade

escravista. Presentes dentro dos engenhos e nas

cidades. Para sobreviver a tanta “onipresença” da

escravidão e da desapropriação do corpo, pelos

senhores de engenhos: negros, brancos, pardos, livres

e mulatos escravos ou não, viviam na “bandidagem” e

na “vadiagem” roubando cavalos, e revendendo-os.

Ajudando fugas, até quem sabe negociando melhores

patrões para escravos fujões.

A fuga para o mato era uma decisão extrema, que

envolvia riscos. A construção da sua ideia de liberdade

era baseada na sua experiência, e nas tradições de sua

cultura. Isolado estaria socialmente morto. Não haveria

a liberdade social, o que é o que nos interessa aqui.

Para que esta fosse alcançada no mato, era preciso

que o fugitivo passasse a pertencer a uma comunidade

alternativa: o quilombo. Mas mesmo aí o processo

continuava.

Os quilombos vingaram até o fim da Cabanada, isto é,

até o começo da segunda metade do século XIX. Nos

anos de 1870, o mundo da fuga, estava muito mais

perto do mundo legal. Roubos e trocas de passaporte,

contrabando, roubos de vilas. Muitas eram as

possibilidades de se sustentar e fugir do sistema sem

olhar para trás e muitos faziam. Em fuga, o sistema era

personificado na polícia, que eventualmente, dava de

cara com essas figuras que habitam o imaginário dos

quilombolas, dos cangaceiros e cavaleiros do Sertão e

Agreste pernambucano.

O risco do submundo do crime não seria mais feliz do

que pertencer a grupos sociais dentro do tão violento

sistema escravista? Provavelmente sim, ou não. Fugir

dos castigos, humilhação, da desapropriação do

próprio corpo, do estupro, de ver filhos sendo vendidos

como coisas, tudo isso deveria servir de estímulo mais

que convincente para seguir na vida de incertezas do

crime, mas experimentando alguns momentos de

liberdade, principalmente se fosse feito em bandos, ou

duplas. A relação entre a liberdade social e a liberdade

jurídica será sempre muito íntima durante a escravidão.

Ainda sobre resistência escrava, nota-se que muitos

autores questionam a virtual ausência de rebeliões

escravas, mesmo tendo havido até mais confusão no

Recife do que na maioria das capitais provinciais na

primeira metade do século XIX, quando comparado

com o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com

a Insurreição de 1817, passa pela Confederação do

Equador em 1824 e termina com a Praieira, em 1848.

Porém, alguns historiadores percebem algumas

ligações plausíveis entre esses movimentos políticos

maiores e as estratégias de resistência desenvolvidas

pelos escravos do Recife nessa época, através de

algumas narrativas de fugas que expressam o

desenvolvimento de alternativas de resistência em

resposta à conjuntura específica de Pernambuco nesse

período, assim como alguns dos motins urbanos

ocorridos no Recife nesse período, que não envolveram

apenas escravos, mas também outros segmentos da

sociedade.

Podemos citar um episódio ilustrativo de grande

relevância para o estudo da resistência negra,

especificamente em Pernambuco: aconteceu em 1846.

De acordo com o chefe de polícia da província,

suspeitava-se que uma seita religiosa de negros,

surgida na cidade, era na realidade um disfarce para

uma sociedade secreta cujo objetivo era preparar uma

insurreição de escravos. A polícia entrou em ação,

cercando uma casa no bairro de São José, onde os fiéis

se reuniam. Segundo as autoridades, os negros então

saíram protestando, gritando contra a religião do

Estado. O líder – o Divino Mestre segundo os fiéis – era

o crioulo Agostinho José Pereira, que teria uns

trezentos seguidores na cidade. Pelo menos outros seis

negros foram presos além de Agostinho, sendo que um

deles entregou-se, declarando o desejo de compartilhar

da mesma sorte do Divino Mestre, cuja esposa estaria

grávida havia cinco anos, mas só daria à luz quando

descesse o Messias.

A seita do Divino Mestre espalhara-se pela cidade. Um

editorial do Diário de Pernambuco conta que no bairro

da Boa Vista, na casa de um dos principais discípulos

de Agostinho, foi encontrado uma bíblia onde estavam

marcadas as passagens que tratavam do fim da

escravidão. Mais grave ainda foi a apreensão, na casa

do próprio réu, de alguns textos que tratavam do Haiti.

No seu interrogatório, o Divino Mestre mostrou um

pouco mais de si. Dizia-se livre. Tinha 47 anos. Sabia

ler e escrever. Já estivera no Rio de Janeiro como

oficial de milícias e, de passagem, na Bahia. Foi-lhe

também perguntado se havia participado da Sabinada

na Bahia, em 1839. Respondeu que não, mas admitiu

que conhecera Sabino quando o líder da revolta já

estava preso no Rio de Janeiro, numa fortaleza onde o

Divino Mestre estava de serviço. Isso, de uma certa

forma, indica que não eram infundadas as suspeitas

das autoridades de que Agostinho era um desertor do

exército que, anteriormente, já se havia metido em

outras aventuras políticas. Poderia mesmo ter sido

punido, através do recrutamento forçado, pela

participação como miliciano na Confederação do

Equador, sob as ordens do seu comandante, como

admitiu no interrogatório. O advogado de defesa foi

ninguém menos que o maior agitador liberal daquela

época, em Pernambuco, Borges da Fonseca. Que

crime é ser cismático? – perguntou Borges,

argumentando com clareza que a lei proibia outros

cultos, mas não cominava a pena de prisão para os

praticantes, limitando-se a ordenar a sua dispersão e a

destruição dos seus artefatos; no mais, uma multa

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poderia ser aplicada. Só que os desembargadores

perceberam que Agostinho não era um protestante

qualquer. O problema não era só de ordem religiosa.

Agostinho não pregava apenas a desobediência ao

padroado régio. Tinha algo mais. Ele era um pastor

negro.

A pregação negra trazia ainda um outro inconveniente

para a ordem escravista. A livre interpretação das

escrituras é um dos princípios básicos do

protestantismo, mas a rigor ele só se efetiva quando é

possível a cada pessoa ler a Bíblia. Ao alfabetizar os

seus seguidores, Agostinho dava-lhes um instrumento

adicional de luta de enorme repercussões. Se

adicionarmos a esse aprendizado os tais papéis sobre

o Haiti e a ênfase nas passagens bíblicas que tratam

da libertação dos escravos, pode-se entender que

Agostinho era realmente um elemento perigoso para a

ordem, por mais que Borges da Fonseca se esforçasse

em provar o contrário.

Os escravos pernambucanos não estavam alheios às

ideias francesas, presentes nas revoltas e tentativas de

rebeliões do início do século XIX – como poderiam

estar, depois da experiência do Haiti? Agora, ninguém

era ingênuo de se envolver assim sem mais nem

menos. Era preciso alguma esperança efetiva de

ganho. Os escravos do Recife também não estiveram

ausentes das demais manifestações urbanas ocorridas

na primeira metade do século passado e que são par te

do contexto político maior das disputas políticas locais.

Por seu protagonismo em muitos levantes liberais

ocorridos em Pernambuco, os negros (escravos ou

forros, pardos, mulatos...) causavam medo e ofereciam

grande perigo para a camada senhorial. Tanto que

cantaram-se nas ruas os citadíssimos versos:

Marinheiros e caiados

todos vão se acabar,

porque só pardos e pretos,

o Brasil hão de habitar.

Em outro evento ocorrido no Recife em 1824, em que

não faltaram pardos pobres, negros e escravos entre os

manifestantes, outros versos também foram entoados:

Qual eu imito a Cristovam,

esse imortal haitiano.

Eia! Imitai a seu povo,

Oh, meu povo soberano!

A cidade do Recife foi amordaçada durante a década

de 1820. Mesmo assim não faltaram fugas de escravos

e todas as demais formas de resistência comuns às

sociedades escravistas. O fato mais importante desse

período foi o apogeu do quilombo de Malunguinho, cuja

vida e morte está intimamente ligada à história política

e social de Pernambuco como um todo. Pode-se dizer

que a expansão do quilombo é um dos resultados das

brigas de branco entre 1817 e 1824, que abriram

brechas no sistema, facilitando as fugas de escravos,

inclusive urbanos. Onde havia mato, sempre houve

gente escondida, mas um volume tão grande de

quilombolas perto do Recife só pode ser entendido

como resultado das fugas dos cativos dos proprietários

que se envolveram naquelas duas insurreições.

Começando quase que às portas das cidades gêmeas

de Recife e Olinda, nos morros e florestas dos

subúrbios a noroeste delas, os mocambos espalhavam-

se pelas matas que serpenteavam entre os engenhos

da zona da mata norte, conhecidas pelo nome de

floresta do Catucá.

O quilombo de Malunguinho se fortalecia toda vez que

as elites brigavam entre si, como em 1817, 1824 e

1831-32, e feneceu no final do decênio de 1830, após

a derrota da Cabanada (1832-1835). Enquanto durou,

foi a alternativa mais radical para os cativos do Recife

e da zona da mata seca, daí a sua importância para o

entendimento da resistência escrava, não somente no

interior, mas também no principal núcleo urbano da

província.

Havia conexões entre os quilombolas e os escravos da

cidade. Os quilombolas costumavam atacar os

arrabaldes, principalmente a povoação de Beberibe,

onde a água era límpida, e onde as escravas lavavam

as roupas dos seus senhores e senhoras do Recife,

para onde voltavam depois, provavelmente de canoa,

remadas por negros, muitas vezes cativos também.

Isso indica, inclusive, que a conexão com os escravos

da cidade podia também ser feita pelas mulheres.

Essas ligações entre os quilombolas e os demais

escravos ficaram mais claras em 1827, quando o

Conselho de Governo reuniu-se para tomar medidas

efetivas contra o quilombo. Não era a primeira vez que

isso acontecia, muito pelo contrário. Após ter debelado

a Confederação do Equador, o general Lima e Silva

marchou para o Catucá com toda a tropa disponível.

Mas bastou a força ir embora para os mocambos

voltarem a crescer. Na tal reunião de janeiro de 1827, a

elite dirigente de Pernambuco temia que Malunguinho

e seus seguidores tencionassem efetivamente atacar o

Recife.

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Alguns escravos habilitados profissionalmente,

fingindo-se de forros, fugiam para trabalhar em navios.

Marinheiros escravos faziam a mesma coisa, mudando

até de nome depois do desembarque. Essas pessoas

tiveram um enorme papel na resistência escrava pois,

ao repassar as notícias de rebeliões, terminaram

influindo na conduta dos escravos de outros lugares.

Alguns desses marinheiros negros cruzaram os mares,

chegando a aprender outras línguas europeias, como

era o caso de um negro jovem vindo de São Tomé, que

fugiu no Recife em 1831: era capaz de falar “inglês

alguma coisa”.

Pode-se dizer que o quilombo do Catucá ditou o ritmo

da resistência escrava no Recife. Após o seu fim, fugir

para o mato perdeu muito do sentido para os escravos

urbanos. As alternativas de resistência e sobrevivência

mudaram. Enquanto existiu, foi o principal referencial

da resistência escrava na província.

Alguns levantes urbanos ocorreram ainda nos anos de

1830, sendo reprimidos duramente. Mas não se esgota

aí o tema dos levantes urbanos no Recife em que os

negros e pardos participaram – e quem sabe até

alguns brancos pobres, descendentes de portugueses

ou açorianos modestos que imigravam aos montes

para Pernambuco. A violência urbana renovou-se na

década de 1840, quando praieiros e conservadores

disputavam o poder na província. Tendo que disputar

as eleições, as lideranças partidárias mobilizavam sua

clientela urbana, que terminava fugindo ao controle e

aderindo à causa dos liberais radicais. Em torno de

1845, a agitação da população deslocada da cidade já

era tanta que o cônsul americano chegou a dizer que a

mob – a canalha – estava no poder.

Foi muita correria pela cidade naqueles anos. Os

escravos, todavia, são menos visíveis na

documentação sobre aqueles episódios, devido ao

rápido aumento da população livre depois da

Independência. Não obstante, justamente lá pela

década de 1840, se solidificaria uma das formas de

contestação mais criativas dos cativos do Recife:

deixar-se acoitar ou roubar por alguém. Em outras

palavras, procurar um outro patrão, tal como faziam e

fazem os trabalhadores livres quando insatisfeitos. O

que não falta nos anúncios de fuga daqueles anos são

menções a um possível acoitamento dos cativos por

pessoas livres.

Esses acoitamentos, todavia, não se davam por

solidariedade pensar assim seria idealizar demais a

relação senhor escravo mesmo admitindo que isso

possa ter ocorrido em algumas instâncias,

principalmente nos casos em que os próprios negros

escondiam companheiros sendo perseguidos. Regra

geral, os acoitamentos aconteciam por interesse do

acoitador que ganhava um trabalhador sem ter que

pagar por ele o preço de mercado.

O aspecto mais significativo dessa situação é a

participação do escravo no processo. Era ele quem

saía da casa do seu dono para se estabelecer noutra

residência. Assim, a única e fundamental diferença de

uma fuga como outra qualquer é a cumplicidade desse

alguém livre, interessado em adquirir o cativo. Essa não

era uma fuga para se tornar um quilombola, ou um

fugitivo a mais se fingindo de forro pelas ruas, mas a

busca por um senhor menos despótico e/ou disposto a

respeitar alguns direitos que o fugitivo acreditava ter

adquirido ou pensava em adquirir.

Também foi na década de 1840 que os roubos de

escravos tornaram-se uma atividade corriqueira em

Pernambuco. Roubo, não furto. Como coisa que era, de

acordo com a lei brasileira, ele não poderia ser furtado,

mas somente roubado. Considerava assim a legislação

que só era possível tomar um escravo alheio através da

violência (como, por exemplo, nos casos de rapto de

crianças) ou então através da persuasão do cativo. Na

linguagem das ruas, utilizada nos jornais e nas fontes

policiais, o ladrão “seduzia” o cativo, oferecendo-lhe

dinheiro ou outra vantagem qualquer. De acordo com a

lei, o senhor – a vítima aqui – ficava indefeso no

momento em que o ladrão convencia o cativo a deixá-

lo. Através de um artifício de lógica jurídica portanto, o

direito considerava que essa persuasão equivalia a

coação direta, uma vez que impossibilitava o legítimo

proprietário de defender a sua posse. Assim, a

legislação admitia claramente que, para um ser

humano ser “roubado”, era preciso que o “objeto” do

crime, o cativo, consentisse no roubo. Ficava

tacitamente reconhecida a capacidade do escravo de

interferir no ato ilícito, agindo em seu próprio benefício.

Ao contrário de outros bens semoventes, o cativo

dificilmente poderia, sem consentimento, ser levado por

outra pessoa.

Na história do Recife, não há outro período de longa

duração tão conturbado. A Insurreição de 1817, as

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manifestações de rua de 1823 e 1824, a Setembrizada

em 1831 e os mata marinheiros entre 1844 e 1848 são

parte desse contexto. Vale a pena repetir que,

obviamente, nenhum desses episódios foi uma rebelião

escrava. Todavia, eles têm relevância para o

entendimento da história da escravidão na cidade e em

Pernambuco como um todo. Não que os cativos, a partir

dessa conjuntura, entendessem a existência de

“contradições” no sistema – não é assim tão simples.

Mas eles com certeza percebiam que os brancos

também brigavam entre si. Muitas das fissuras do

sistema foram escancaradas naqueles momentos de

perigo. A rotina era quebrada. Reinava aquilo que os

contemporâneos letrados chamavam nos jornais de

“anarquia”, “algazarras”, “distúrbios” e outros termos

semelhantes. Os escravos aproveitavam- se das

circunstâncias para avançarem suas lutas, em grupo ou

individualmente.

CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA

Durante várias décadas, até meados do século XX,

quando foi suplantado por São Paulo, Pernambuco foi

o principal produtor nacional de açúcar. Até então, seus

concorrentes mais importantes - Bahia e Rio de Janeiro

não conseguiram ultrapassá-lo.

Na segunda metade do século XVII, o triunfo alcançado

pelo açúcar já não era mais o mesmo. Nessa época, os

holandeses foram expulsos da região Nordeste –

principal polo de fabricação do açúcar brasileiro – para

empreender o cultivo de cana-de-açúcar nas Antilhas.

Nesse contexto, Portugal não conseguiu fazer frente ao

preço e à qualidade mais competitiva do açúcar

antilhano. De tal modo, a produção açucareira entrara

em crise. Podemos citar como principais causas da

crise do açúcar:

- A União Ibérica (1580 a 1640), que estabeleceu o

domínio da Espanha sobre Portugal e suas colônias.

Este fato fez com que os espanhóis tirassem os

holandeses da lucrativa atividade açucareira brasileira,

expulsando-os do Nordeste brasileiro. Após este fato os

holandeses passaram a produzir açúcar em suas

colônias nas Antilhas.

- Os holandeses conheciam o processo de fabricação

de açúcar e tinham o controle sobre a distribuição e

comercialização deste produto. Logo, conseguiram

conquistar os grandes mercados consumidores

rapidamente, deixando o açúcar produzido no Brasil em

segundo plano no mercado internacional. A

concorrência holandesa foi, portanto, uma das

principais causas da crise do açúcar brasileiro no

período colonial, pois eles conseguiram produzir açúcar

mais barato e de melhor qualidade do que o brasileiro.

A crise do açúcar reduziu drasticamente os lucros dos

senhores de engenho do Nordeste e também diminuiu

a arrecadação de impostos, provocando uma crise

financeira em Portugal. A coroa portuguesa

rapidamente agiu em busca de uma nova forma de

exploração colonial. Neste sentido, a coroa portuguesa

estimulou a produção de outros gêneros agrícolas no

Brasil como, por exemplo, tabaco e algodão.

Vale ressaltar que, apesar da crise, a produção e

exportação de açúcar permaneceram como principais

atividades econômicas até o apogeu do Ciclo do Ouro

(segunda metade do século XVIII).

Essa não seria a primeira e nem a última vez que a

produção de açúcar brasileira viria a entrar em crise. A

falta de condições para investimento e as várias

oscilações experimentadas no mercado externo

acabavam por deflagrar esses tempos de crise da

economia açucareira. Apesar disso, não podemos nos

esquecer que tal atividade econômica sempre figurou

entre as mais importantes de nossa economia colonial.

E, por isso, nunca chegou a entrar em uma crise

definitiva que viesse a encerrar o negócio.

As inovações em escala internacional introduzidas no

século XIX determinaram a necessidade de

modernização da indústria açucareira, dando margem

ao programa imperial de implantação de engenhos de

maior produção. Assim, a partir de 1874 foram

implementadas melhorias nos banguês, visando à

produção de açúcar branco e demerara, surgindo então

as fábricas de maior capacidade de produção. Quando

eram de propriedade particular, chamavam-se usinas;

quando de empresas comerciais, geralmente

estrangeiras, denominavam-se engenhos centrais. O

que distinguia umas das outras era que as usinas,

sendo de propriedade de antigos senhores de engenho

e de parentes e vizinhos associados, não separavam a

produção da industrialização da cana e utilizavam a

mão- de-obra escrava, enquanto os engenhos centrais,

subsidiados e com garantias de juros do capital

aplicado pelo governo, tinham restrições quanto à

posse de terras para a cultura da cana e à utilização da

mão-de-obra escrava. A produção da cana a ser

industrializada nos engenhos centrais era feita por

proprietários de terra, antigos senhores de engenho

que a vendiam ao engenho central, comprometendo-se

a fornecer cotas anuais. Esses proprietários de

engenho que desmontavam a sua indústria, eram

chamados de fornecedores de cana, substituindo os

banguezeiros.

Os engenhos centrais instalados em Pernambuco a

partir de 1884 tiveram pequena duração. Muitos deles

foram vendidos a usineiros, sobretudo após a

proclamação da República, face ao poder político que

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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os chefes regionais passaram a exercer após a

descentralização promovida pelo 15 de novembro.

O processo de extinção dos engenhos banguês e a sua

substituição por usinas e engenhos centrais iniciado no

último quarto do século XIX foi lento a princípio.

Posteriormente houve uma tal aceleração, que em

1914 já colocara em funcionamento cerca de 56 usinas.

Os engenhos centrais foram fechados ou

transformados em usinas após a proclamação da

República.

Do século XVIII ao XIX o açúcar continuou a ter

importância na economia do nosso país, embora o café

viesse a se tornar o principal produto brasileiro. Mas

pouco a pouco o açúcar perdeu mercado e foi deixando

de ser a base de sustentação da nossa economia.

Outros acontecimentos que prejudicaram o açúcar

brasileiro, já no século XIX, foram o Bloqueio de

Napoleão Bonaparte contra os navios ingleses

transportadores de açúcar do nosso continente para o

mercado consumidor europeu e o aparecimento do

açúcar de beterraba, o chamado “açúcar alemão”. Esse

novo produto foi utilizado pelos países consumidores

como um produto substituto ao açúcar da cana,

ocorrendo o agravamento da crise do nosso açúcar e

os maus efeitos decorrentes da monocultura

latifundiária em nossa economia.

Assim, a partir de meados do século XVIII e durante

todo o século XIX, o preço do açúcar permaneceu

reduzido à metade. Sem recursos próprios para conter

a desvalorização do açúcar o Governo de Portugal e os

produtores portugueses mudam atenção para o café,

no século XIX.

Dessa forma houve no próprio funcionamento do ciclo

do açúcar, elementos negativos que impediram sua

viabilidade ao progresso. Ocorrendo, então, o

encerramento do monopólio da economia açucareira

que manteve sua importância, porém deixou de ser o

principal produto e a base de sustentação da economia

brasileira.

A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS

PERNAMBUCANOS NO PROCESSO DE

EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Por 83 votos favoráveis e apenas nove contrários, a

Câmara dos Deputados aprovou o fim da servidão no

Brasil.

No final do século XIX, a escravidão já havia sido

abolida na maioria dos países. O Brasil seria o último

país a abolir oficialmente a escravidão, pois durante

muito tempo a aquisição de escravos foi um grande

investimento.

De 1831 a 1850 inicia-se uma intensa luta contra o

tráfico de escravos, resultado do confronto entre o

Brasil, econômica e culturalmente assentado na

escravidão, e as nações déias as, que concretizaram

suas revoluções burguesas e da industrial e ansiavam

por transformar os escravos em seus futuros

consumidores. Em 1845 a Inglaterra aprovou o Bill

Aberdeen, lei que permitia aos navios ingleses

atacarem, em águas internacionais, navios brasileiros

envolvidos com o tráfico de escravos. Com a

intensificação da repressão ao tráfico, os ingleses

passaram a atacar os navios nos portos brasileiros. A

extinção do tráfico internacional, resultado de um

acordo secreto entre os dois governos, não impediu

que continuasse, por muitas décadas, o tráfico interno,

onde os cafeicultores adquiriram os escravos do

Nordeste.

A promulgação da Lei de Terras, em 1850, aumentou o

poder dos proprietários de terra e donos de escravos

com a proibição da posse da terra aos que nela já

habitavam, além da expulsão dos índios e posseiros

que lá viviam desde os tempos coloniais. Em 1850 é

promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que determinou

o fim do tráfico de escravos para o Brasil. Essa lei

proibiu o desembarque de negros africanos nos portos

brasileiros. Os últimos 200 escravos trazidos para o

país desembarcaram em Pernambuco, em 1855.

Em 1871, a Lei do Ventre Livre declarava libertos os

filhos das escravas nascidos a partir da aprovação da

lei. Seus defensores afirmavam que a Lei do Ventre

Livre, junto com a proibição do tráfico negreiro,

assegurava a extinção gradual da escravidão no Brasil.

Os donos de escravos, por sua vez, temiam ficar sem

mão-de-obra para trabalhar em suas plantações. Eles

acusavam o governo de querer provocar uma crise

econômica ao decretar essa lei. A Lei do Ventre Livre,

porém, teve pouco efeito prático, já que dava liberdade

aos filhos de escravos, mas os mantinha sob a tutela

dos donos das mães até completarem 21 anos.

No ano de 1885 surge a Lei dos Sexagenários, também

chamada Lei Saraiva-Cotegipe, que libertava os

escravos com mais de 65 anos. Essa lei também não

ajudou quase nada, pois poucos escravos conseguiam

viver mais de 40 anos. Por quê? Eles trabalhavam

muito, comiam pouco e suas senzalas não tinham

nenhum conforto. Além disso, a maioria dos escravos

se vestia com trapos, não tinha roupas quentes para se

proteger no inverno e, quando ficavam doentes, em

geral, continuavam trabalhando e não contavam com

nenhum cuidado especial.

E, finalmente, em 13 de maio de 1888, acontece a

Abolição da escravatura. A assinatura da Lei Áurea,

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Ensino de qualidade focado em concursos.

192

pela Princesa Isabel, foi o término de um processo para

atender os interesses capitalistas da Inglaterra, que

pleiteavam a abolição da escravidão no Brasil.

Neste longo processo, uma das figuras mais

representativas foi a do pernambucano Joaquim

Nabuco. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo

(Recife, 19 de agosto de 1849 — Washington, 17 de

janeiro de 1910) foi um político, diplomata, historiador,

jurista, orador e jornalista formado pela Faculdade de

Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia

Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de

agosto, é comemorado o Dia Nacional do Historiador.

Foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil

(1822-1889), além de orador, poeta e memorialista.

Além de “O Abolicionismo”, “Minha Formação” figura

como uma importante obra de memórias, onde se

percebe o paradoxo de quem foi educado por uma

família escravocrata, mas optou pela luta em favor dos

escravos. Nabuco diz sentir “saudade do escravo” pela

generosidade deles, num contraponto ao egoísmo do

senhor. “A escravidão permanecerá por muito tempo

como a característica nacional do Brasil”, sentenciou.

Joaquim Nabuco se opôs de maneira veemente à

escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas

atividades políticas e quanto de seus escritos. Fez

campanha contra a escravidão na Câmara dos

Deputados em 1878 (não foi reeleito em 1882), e em

legislaturas posteriores, quando liderou a bancada

abolicionista naquela Casa, e fundou a Sociedade

Antiescravidão Brasileira, sendo responsável, em

grande parte, pela abolição da escravidão no Brasil, em

1888.

Nabuco era um monarquista e conciliava essa posição

política com sua postura abolicionista. Atribuía à

escravidão a responsabilidade por grande parte dos

problemas enfrentados pela sociedade brasileira,

defendendo, assim, que o trabalho servil fosse

suprimido antes de qualquer mudança no âmbito

político. A abolição da escravatura, no entanto, não

deveria ser feita de maneira ruptúrica, ou violenta, mas

assentada numa consciência nacional dos benefícios

que tal resultaria à sociedade brasileira.

Também não creditava a movimentos civis externos ao

parlamento o papel de conduzir a abolição. Esta só

poderia se dar no parlamento, no seu entender. Fora

desse âmbito cabia somente assentar valores

humanitários que fundamentariam a abolição quando

instaurada. Criticou também a postura da Igreja

Católica em relação ao abolicionismo, chamando-a de

“a mais vergonhosa possível”, pois ninguém jamais a

viu tomar partido dos escravos. E emendou: “A Igreja

Católica, apesar do seu imenso poderio em um país

ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou

no Brasil a voz em favor da emancipação”. Após a

derrubada da monarquia brasileira, Nabuco retirou-se

da vida pública por algum tempo.

Outra personalidade envolvida no processo

emancipatório dos escravos, foi o abolicionista Tobias

Barreto, que apesar de não ser pernambucano, (era

sergipano de Campos do Rio Real), estudou Direito na

Faculdade do Recife e se transformou no principal

teórico brasileiro à testa do movimento renovador das

déias denominado de Escola do Recife, que ainda hoje

repercute no Brasil e em algumas partes do mundo

civilizado. Tobias Barreto de Menezes chegou ao

Recife em 1862. Formado em Direito vai advogar na

Comarca de Vitória, fixando-se no termo de Escada,

por motivos de família.

O movimento em defesa da liberdade dos negros

escravos pode ser dividido em três fases distintas, cada

uma com sua importância. A primeira delas,

eminentemente literária, constou de um engajamento

intelectual principalmente no Nordeste brasileiro, com

ênfase para Pernambuco, tendo como maior expoente

o poeta baiano Castro Alves (1847-1871). Seus

poemas arrebatados de humanidade, ecoavam como

disparos destinados a sacudir a consciência

escravocrata dominante. Nos saraus, nas récitas, nas

páginas soltas dos bandos, e nos livros, as vozes

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Ensino de qualidade focado em concursos.

193

poéticas dos primeiros abolicionistas abriam caminho

para uma luta mais ampla em defesa da liberdade.

A partir de 1879, Joaquim Nabuco detonou uma

movimentação enorme de imediata repercussão social,

em defesa da liberdade dos cativos. A imprensa

passava a ter, muito mais que antes, o papel de tribuna

permanente da discussão em torno da questão servil e

da abolição da escravatura. Muitos vultos surgiram no

cenário do combate, dentre eles André Rebouças, que

aprofundava o estudo da abolição para desdobrá-la

num projeto de longo alcance, segundo o modelo

francês das fazendas centrais. Ao tempo em que

tomava dimensão nacional a luta, eram criadas as

Sociedades abolicionistas, eram fundados os jornais

que nas Províncias sustentavam o fogo, em defesa da

liberdade dos negros. Era a vibração da segunda e

mais ruidosa fase do movimento abolicionista.

A terceira e última fase, voltada para a libertação dos

escravos e para a organização da sociedade pela via

econômica do trabalho livre, tem em Tobias Barreto a

sua maior liderança. É nesta fase, como se verá

adiante, que a campanha abolicionista dilata seu

alcance para uma ampla crítica social, através da

atuação, algumas vezes até panfletária, de Tobias

Barreto, na tentativa de levar o povo à consciência da

cidadania.

De volta ao Recife, Tobias Barreto entra na última fase

criadora de sua vida de intelectual, como professor da

Faculdade de Direito e como líder de um movimento

fecundo, de grande repercussão nacional, conhecido

sob a denominação de Escola do Recife. Pernambuco

estabelecia, no Nordeste, o compromisso engajado da

sua Faculdade de Direito, em contraponto ao

descompromisso da Faculdade de Direito de São

Paulo, onde uma geração de poetas abstraía a

realidade de uma sociedade em formação para

intimizar seus sentimentos e suas perplexidades. Mais

uma vez Pernambuco evoca para si os vínculos com a

nacionalidade, com as causas sociais, com o futuro,

desta feita tendo à frente a figura de Tobias Barreto.

Como muitos poetas do seu tempo, Tobias Barreto

também engajou a sua poesia na defesa da liberdade

dos negros. E o fez de três formas: exaltando a morena,

mestiça brasileira, deplorando a escravidão, de forma

explicita, e inflamando as massas em torno das idéias

de liberdade.

“Se Deus é quem deixa o mundo

Sob o peso que o oprime,

Se ele consente o crime,

Que se chama escravidão,

Para fazer homens livres,

Para arrancá-los do abismo,

Existe um patriotismo

Maior que a religião.

Se não lhe importa o escravo

Que a seus pés queixas deponha,

Cobrindo assim de vergonha

A face dos anjos seus,

Que em delírio inefável,

Praticando a caridade

Nesta hora a mocidade Corrige o erro de Deus.”

(Tobias Barreto, A Escravidão, de 1868)

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194

Revista Ilustrada, 1888.

Outras personalidades, não pernambucanos, mas que

estudaram na Escola de Direito de Recife, também

participaram ativamente na campanha e no processo

abolicionista: Plínio de Lima, Castro Alves, Rui

Barbosa, Aristides Spínola, Regueira Costa, entre

outros. Juntos fundaram uma associação abolicionista

formada por alunos daquela escola.

Na mesma turma de Joaquim Nabuco, forma-se outro

abolicionista pernambucano: José Mariano Carneiro,

fundador do jornal abolicionista A Província. Assim

como Joaquim Nabuco, Barros Sobrinho, João Ramos,

Alfredo Pinto, Phaelante da Câmara, Vicente do Café e

Leonor Porto, José Mariano era membro da associação

emancipatória Clube do Cupim, fundado em 1884 (logo

após a abolição da escravidão no Ceará), que

alforriava, defendia e protegia os escravos.

(Joaquim Nabuco)

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova:

Soldado da Polícia Militar Combatente

A Revolução Praieira ocorrida na Província de

Pernambuco, entre os anos de 1.848 e 1.850, foi uma

revolta de caráter:

a) Popular armada contra o objetivo de explorar os

recursos minerais e a mão de obra da região, além de

ampliar o mercado consumidor para seus produtos

industrializados.

b) Republicana com descontentamento político com o

governo imperial brasileiro, com busca por parte dos

liberais por maior autonomia para as províncias.

c) Popular e insatisfação com o elevado preço

cobrado pelos produtos essenciais e alimentos, além

disso, reclamavam da carência de determinados

alimentos.

d) Liberal e federalista, onde os senadores

conservadores vetaram a indicação, para uma cadeira

do Senado de um liberal e da insatisfação com a falta

de autonomia política das províncias e concentração de

poder nas mãos da monarquia.

2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre a Revolução Pernambucana de 1817, é

INCORRETO afirmar que

a) os diversos grupos sociais envolvidos na revolta

tinham como consenso o objetivo de proclamar a

república.

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b) o movimento se inspirou na luta pela implantação

de ideais democráticos no Estado Polonês, a qual se

solidificou com a carta constitucional polonesa, que

ficou conhecida como “A Polaca”.

c) os rebeldes, que tomaram o poder em Pernambuco,

construíram um governo provisório, que decidiu

extinguir alguns impostos e elaborar uma constituição,

decretando a liberdade religiosa e de imprensa e a

igualdade para todos, exceto para os escravos.

d) apesar de ter fracassado, a Revolução

Pernambucana foi o movimento mais importante de

todos os outros precursores da independência, porque

ultrapassou a fase de conspiração, e os revoltosos

chegaram ao poder.

e) tropas reais, enviadas por mar e terra, ocuparam a

capital de Pernambuco, desencadeando intensa

repressão. Os principais líderes foram presos e

sumariamente executados.

3) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE

Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Tarde

"O quilombo constitui questão relevante desde os

primeiros focos de resistência dos africanos ao

escravismo colonial, reaparece no Brasil/república com

a Frente Negra Brasileira (1930/40) e retorna à cena

política no final dos anos 70, durante a

redemocratização do país. Trata-se, portanto, de uma

questão persistente, tendo na atualidade importante

dimensão na luta dos afro-descendentes."

(LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil:

questões conceituais e normativas. Etnográfica, Vol. IV

(2), 2000, pp. 333-354).

Em relação aos Quilombos dos Palmares e do Catucá,

assinale a alternativa CORRETA.

a) A proximidade que o Quilombo do Catucá tinha do

Recife, localizado entre as freguesias do Recife,

Paratibe e Paulista, permitiu aos seus moradores

elaborarem uma série de táticas de sobrevivência, que

perpassavam pela cooperação da população negra

livre e dos escravos dos engenhos próximos.

b) Segundo os historiadores, os quilombos dos

Palmares e do Catucá não possuíam elementos que os

pudessem distinguir, até por que tanto as condições

socioculturais que os formaram como a estrutura da

Província de Pernambuco permaneciam as mesmas.

c) A escassez de documentos que versem a respeito

dos quilombos de modo geral torna toda a literatura

existente sobre Palmares e Catucá ilações dos

historiadores. Não existem, assim, informações

precisas e verídicas que possibilitem se conhecerem

esses locais de resistência escrava.

d) Ao contrário do observado em Palmares, o Catucá

não era um quilombo dividido em vários grupos no meio

da floresta. Além disso, o único meio de vida dos

quilombolas era a agricultura de subsistência, não

praticando furtos nos engenhos e assaltos nas

estradas.

e) Quando finalmente os holandeses conseguiram

vencer a resistência luso-brasileira, eles encontraram

várias plantações queimadas, engenhos destruídos e

escravos fugidos. Foi justamente nesse contexto de

batalha que foram criadas as condições necessárias

para o aparecimento do Quilombo dos Palmares.

4) Ano: 2010 Banca: IPAD Órgão: Prefeitura de Goiana

– PE Prova: Pedagogo

A Revolução Pernambucana de 1817 representou

grandes mudanças para Pernambuco e para o Brasil,

ao contestar traços negativos do governo português no

Brasil, defendendo ideais libertários semelhantes aos

das revoluções burguesas do século anterior. A

participação de Goiana na Revolução Pernambucana

deu-se, principalmente, através do (a)

a) atuação dos fazendeiros goianenses, que ajudaram

a financiar os rebeldes.

b) atuação de goianenses que foram morar em Recife.

c) abastecimento dos centros revolucionários.

d) apoio ao governo do Rio de Janeiro.

e) treinamento de rebeldes recifenses nos campos

goianenses.

5) Ano: 2015 Banca: Marinha Órgão: COLÉGIO NAVAL

Prova: Aluno

Pernambuco foi um verdadeiro "barril de pólvora" ao

longo da história política do Brasil, desde o período

colonial até o Segundo Reinado. Pelas mais variadas

razões e circunstâncias, ocorreram nesta região alguns

movimentos de rebelião contra o sistema político

vigente. Dentre esses diversos movimentos é correto

afirmar que

a) a Insurreição Pernambucana (1645-54) eclodiu em

razão dos desentendimentos entre os luso-brasileiros e

os holandeses devido à mudança na política econômica

exercida pelo Conde Maurício de Nassau que proibiu a

instalação das Câmaras dos Escabinos.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

196

b) a Confederação do Equador ocorrida em 1824, e

que se espalhou para várias regiões do nordeste, foi um

movimento contrário ao absolutismo de D . Pedro I

devido, sobretudo, à emenda constitucional conhecida

como Ato Adicional.

c) a Revolução Pernambucana em 1817 foi um

movimento que teve como uma das principais causas a

contestação ao aumento da carga tributária, em parte

para custear as despesas da corte Joanina no Rio de

Janeiro.

d) a Guerra dos mascates (1710-1711) que envolveu

a elite açucareira recifense e a elite comercial de Olinda

eclodiu em razão do descontentamento dos mascates

quanto à autonomia de Recife em relação à Olinda.

e) a Revolução Praieira (1848-1850) está inserida em

um contexto de insatisfação em relação ao governo

regencial devido à forte centralização imposta pelo

partido Conservador.

6) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

As primeiras décadas do século XIX foram marcadas

pelo chamado ciclo das insurreições liberais em

Pernambuco, com a Insurreição de 1817, a

Confederação do Equador e a Revolução Praieira.

Essas insurreições se constituíram em movimentos

federalistas e, com exceção da Insurreição

Pernambucana, se contrapunham ao projeto de

independência implantado em 1822 por José Bonifácio

e D. Pedro I, a partir do Rio de Janeiro.

No que concerne especificamente à Confederação do

Equador, assinale a alternativa CORRETA.

a) Diferindo da Revolução Praieira, que defendia a

bandeira da abolição, os principais líderes da

Confederação do Equador eram antiabolicionistas.

b) Os líderes da Confederação do Equador, liberais e

republicanos, contestavam o poder centralizado e

autoritário de D. Pedro I e propunham a abolição da

escravidão assim como a República Federalista.

c) Frei Caneca, um dos intelectuais responsáveis

pelas ideias basilares da Confederação do Equador,

era um veterano de outras insurreições liberais, como a

Praieira.

d) Apesar da derrota das forças da Confederação do

Equador para as forças do Império, a Província de

Pernambuco que, a partir dessa revolta, consolidaria

uma imagem de província rebelde, conseguiu

assegurar um novo território, a comarca do São

Francisco, agregada a partir da Bahia.

e) A Confederação do Equador foi um movimento

republicano e federalista, proposto por integrantes da

elite pernambucana, entre os quais se destacavam

intelectuais, militares e políticos liberais, que se

espalhou pelas províncias da Paraíba, do Rio Grande

do Norte e Ceará.

7) Ano: 2017 Banca: Marinha Órgão: Comando do 1º

Distrito Naval Prova: Praça 2° Classe (Nível Médio)

Ainda no reinado de D. Pedro I, uma revolta na

Província de Pernambuco colocou em perigo a

integridade territorial do Império. A Marinha atuou

contra a essa revolta a partir de abril de 1824, que

congregou, no seu ápice, também as províncias da

Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A que episódio

se refere essa afirmativa?

a) Revolta dos Alfaiates.

b) Dezembrada.

c) Confederação do Equador.

d) Revolta Nativista.

e) Desembarque em Maldonado.

8) Ano: 2007 Banca: Exército Órgão: EsPCEx Prova:

Cadete do Exército

Durante o Segundo Reinado no Brasil, surgiu em

Pernambuco, no ano de 1848, um movimento popular

que uniu “pessoas de várias tendências, sobretudo

progressistas, inconformadas com o quadro político-

social de sua província. ” (BARBEIRO; CANTELE;

SCHNEEBERGER, 2005, p. 347).

Tal movimento é conhecido como a

a) Revolta dos Mascates.

b) Confederação do Equador

c) Sabinada.

d) Revolução Praieira

e) Revolta Nativista

9) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em

Pernambuco, teria sido apenas mais um dos vários

episódios de contrabando de escravos, caso não

tivesse dado errado. Tudo começou quando o

comandante do palhabote (espécie de embarcação

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Ensino de qualidade focado em concursos.

197

também utilizada para o tráfico atlântico de escravos),

invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros

Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho.

Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso às

autoridades. A notícia acabou ganhando grande

destaque na imprensa, por ter sido o último negreiro

apreendido na costa brasileira com cativos africanos a

bordo.

(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o

funcionamento do tráfico de escravos depois de 1831.

Revista de História, São Paulo, n° 167, julho/dezembro

2012. pp. 223-260).

Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco,

assinale a alternativa CORRETA.

a) O desembarque de cativos africanos nos portos

naturais das diversas praias que ficavam na Província

de Pernambuco, mas distante o suficiente para

dificultar a vistoria das autoridades imperiais, foi uma

estratégia desenvolvida pelos atores que participavam

do contrabando de africanos, para continuar

fornecendo cativos para a capitania.

b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei

de 1831 contribuiu bastante para frear o ímpeto dos

traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década

de 1830 e durante a década de 1840, o número de

escravos que ingressaram na Província de

Pernambuco diminuiu de forma vertiginosa.

c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor

desde 1831, as autoridades imperiais nada fizeram

para deter o comércio ilegal nos portos das capitais

provinciais. Exemplo disso foi o porto do Recife, que

não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao

comércio atlântico de escravos.

d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e

nacional, o “Desembarque de Sirinháem” pode ser

considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da

coroa impedia que fatos como este fossem corriqueiros.

e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”,

uma província com forte tendência abolicionista,

Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além

disso, os políticos e as elites latifundiárias estavam

mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra

livre do exterior, principalmente a dos chineses.

10) Confederação do Equador: Manifesto

Revolucionário “Brasileiros do Norte! Pedro de

Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal, a quem

vós, após uma estúpida condescendência com os

brasileiros do Sul, aclamastes vosso imperador, quer

descaradamente escravizar-vos. Que desaforo

atrevimento de um europeu no Brasil. Acaso pensara

esse estrangeiro ingrato e sem costumes que tem

algum direito à Coroa, por descender da casa de

Bragança na Europa, de quem já fomos independentes

de fato e de direito? Não há delírio igual (...).”

(BRANDÃO, Ulysses de Carvalho. A Confederação do

Equador. Pernambuco: Publicações Oficiais, 1924)

A causa da Confederação do Equador foi a:

a) extinção do Poder Legislativo pela Constituição de

1824 e sua substituição pelo Poder Moderador.

b) mudança do sistema eleitoral na Constituição de

1824, que vedava aos brasileiros o direito de se

candidatar ao Parlamento, o que só era possível aos

portugueses.

c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a

Constituinte de 1823 e outorgar uma Constituição que

conferia amplos poderes ao imperador.

d) liberação do sistema de mão de obra nas disposições

constitucionais, por pressão do grupo português, que já

não detinha o controle das grandes fazendas e da

produção do açúcar.

e) restrição às vantagens do comércio do açúcar pelo

reforço do monopólio português e aumento dos tributos

contidos na Carta Constitucional.

11) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o

território nacional. Foi um dos últimos países a libertar

os escravos. Sobre a libertação dos escravos, analise

as proposições abaixo.

I. A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental

para a modernização da economia brasileira, embora a

modernização tenha demandado algum tempo para

começar.

II. Os escravos tiveram grandes dificuldades para se

incorporarem ao mercado de trabalho livre. Muitos

deles continuaram com seus antigos senhores.

III. Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos

passaram a ser considerados cidadãos com todos os

direitos concedidos pela constituição.

IV. A escravidão institucionalizada foi rompida, porém

muitas das relações da época do escravismo se

mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo

o manual, foi um dos vestígios mais marcantes do

tempo da escravidão.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I, II e III, apenas.

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b) I e IV, apenas.

c) I, III e IV, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

GABARITO:

1 – D 3 – A 5 – C 7 – C 9 – A

2 – B 4 – B 6 – E 8 – D 10 – C

11- E

PERNAMBUCO REPUBLICANO

VOTO DE CABRESTO E POLÍTICA DOS

GOVERNADORES

No ano seguinte à Abolição, o Marechal Deodoro da

Fonseca (que foi o primeiro presidente, provisório)

proclama a República, dando início à Primeira

República ou República Velha. Este período

compreende os anos de 1889 e 1930, quando a elite

cafeeira paulistana e mineira revezava o cargo da

presidência da República movida por seus interesses

políticos e econômicos.

Esse revezamento ficou conhecido como Política dos

Governadores ou "política do café-com-leite", o arranjo

político que vigorou no período da Primeira República,

envolvendo as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais

e o governo central no sentido de controlar o processo

sucessório, para que somente políticos desses dois

estados fossem eleitos à presidência de modo

alternado. Assim, ora o chefe de estado sairia do meio

político paulista, ora do mineiro.

Após a proclamação da república, a 15 de novembro,

dois militares se sucederam no comando do país, os

marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. A

partir daí, a história do Brasil foi marcada por acordos

entre as elites dos principais centros políticos do país,

que à época eram minas gerais e São Paulo. Os

"coronéis", grandes fazendeiros, optavam por

candidatos da política café-com-leite, e estes, além de

concentrar suas decisões na proteção dos negócios

dos latifundiários, concediam regalias, cargos públicos

e financiamentos.

O surgimento do nome "café-com-leite" batizando tal

acordo seria uma referência à economia de São Paulo

e Minas, grandes produtores, respectivamente, de café

e leite. Entretanto, alguns autores contestam tal

explicação para o surgimento da expressão, pois o Rio

Grande do Sul seria o maior produtor de leite à época.

O leite como referência a minas gerais teria vindo na

verdade das características da cozinha mineira,

representada pelo queijo minas ou mesmo pelo pão de

queijo, e que assim, combinada com o a palavra "café",

há muito associada a São Paulo (por ser este estado,

sim, o grande produtor de café e seu maior

representante), remeteria à expressão ainda hoje

conhecida de "café-com-leite", usada para designar a

pessoa que participa de uma ação com neutralidade,

que não pode dar conselho e não pode ser

aconselhado, que participa com condições especiais

em algum evento.

Com Campos Sales (1898), instalou-se o poder dos

governadores dos estados (política dos governadores),

que tinham grande autonomia em relação ao governo

federal e se articulavam para escolher os presidentes

da república que tinham mandato de 4 anos sem direito

a reeleição. Os presidentes e governadores tinham a

prerrogativa de destituir (as chamadas "degolas") os

deputados e senadores eleitos que não lhes fossem

afeitos através das comissões de verificação dos

poderes, que existiam nos congressos estaduais

(atuais assembleias legislativas estaduais) e no

congresso nacional. O voto não era secreto, o que

tornava o voto de cabresto e a fraude eleitoral práticas

comuns.

As eleições presidenciais ocorriam, de quatro em

quatro anos, em 1 de março, e a posse dos eleitos se

dava no dia 15 de novembro do ano da eleição

presidencial. O candidato oficial a presidente da

república era escolhido através de um acordo nacional

entre os presidentes dos estados. De acordo com essa

obra de engenharia política, o poder federal não

interferia na política interna dos estados e os governos

estaduais não interferiam na política dos municípios,

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Ensino de qualidade focado em concursos.

199

garantindo-se lhes a autonomia política e a

tranquilidade nacional.

O sistema político que vigorava, e que tinha o abuso de

poder por conta da autoridade compra de votos e o uso

das instituições públicas para favorecimento pessoal ou

de terceiros, ficou conhecido como Voto de Cabresto.

Nas regiões do Brasil em que encontramos a pobreza

como companhia diária, encontrávamos, e ainda

encontramos esta prática, que é a principal

característica das práticas que definem o Coronelismo.

Desde as primeiras eleições, ainda no Império, essas

práticas de fraudar o sistema eleitoral é uma praga de

difícil combate.

No século XX, o auge do coronelismo, os eleitores

precisavam levar apenas um pedaço de papel com o

nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se

de qualquer papel, trazido de casa mesmo, muitas

vezes entregues pelos próprios coronéis a seus

funcionários e já preenchidos. É importante ressaltar

que a grande maioria dessas pessoas era analfabeta,

sabendo apenas assinar o seu nome. Como

analfabetos não podiam votar, na época, levavam para

as urnas os papéis já preenchidos, não levantando a

suspeita de que não saberiam ler e escrever. Nos

papéis estavam escritos o nome dos candidatos que

eram convenientes aos próprios coronéis em relação as

suas alianças políticas. Assim o coronel que tivesse

mais influência, que tinha mais empregados,

geralmente levantava mais votos para seus candidatos.

Já os empregados, como não sabiam ler, votavam sem

ao menos saber o que estava escrito nos papéis que

depositavam nas urnas, aonde chegavam através de

um transporte fornecido pelo próprio coronel. Todo

território Brasileiros estava repleto dessa figura, um

grande fazendeiro que exercia poder total sob uma

comunidade de camponeses humildes, muitas vezes

liderando, e reprimindo, por via oral ou até mesmo pelo

uso da força. Ou seja, quando o convencimento não

surtia efeito em seus influenciados, o coronel recorria à

violência para que os eleitores de seu “curral eleitoral”

obedecessem às suas ordens. E como o sistema

eleitoral era aberto, ficava muito fácil a fiscalização dos

eleitores para que votassem nos candidatos exigidos

pelo coronel. Usava esse poder, então, para garantir

que os candidatos que eles apoiavam fossem eleitos.

Porém, durante a Primeira República, não eram apenas

São Paulo e Minas os principais atores no jogo político

do período, conforme percebemos pela carta do

presidente da Câmara dos Deputados Arnolfo Azevedo

ao presidente Washington Luís em 1926 (onde fala

sobre a importância de um vínculo entre os jogadores

cujo se desfazer era o fim do próprio jogo). “No baralho

político há três ases e três reis”. “Quem vai dirigir o jogo

precisa ganhar a partida e para ganhá-la é

indispensável ter dois ases e um rei” (sendo os ases

Minas, São Paulo e Bahia, e os reis Pernambuco, Rio e

Rio Grande do Sul). “Sentar-se à mesa do jogo sem

contar com esses trunfos é arriscado e quem tiver a

maioria absoluta dos seus valores fará, não só um

governo bom, mas ótimo e fácil”. Notamos, então, que

eram seis as forças políticas estaduais do período.

Em 1929, com a grande crise econômica que se seguiu

à quebra da bolsa de Nova Iorque, o café brasileiro

ficou praticamente sem comprador, prejudicando

enormemente os cafeicultores paulistas. O que

aconteceu, na sequência, foi que o Estado de São

Paulo, que deveria apoiar o próximo presidente da

República (que seria o mineiro previamente escolhido

Antônio Carlos Andrada), resolveu mudar. O Presidente

Washington Luís voltou atrás e passou a apoiar outro

candidato paulista, Júlio Prestes, o que provocou uma

visível cisão dos grandes Estados.

A cisão política do café-com-leite foi o resultado deste

rompimento e, por isto, o estado de Minas Gerais se

une logo ao Rio Grande do Sul. Tentou-se obter a

adesão de Pernambuco, Bahia e do estado do Rio de

Janeiro, oferecendo-lhes em troca a vice-presidência. A

proposta foi aceita pela Paraíba, formando uma aliança

política que ficou conhecida como aliança liberal,

lançando um novo candidato próprio: Getúlio Vargas.

Vargas mesmo assim foi derrotado nas eleições. No

entanto, um clima instável e generalizado de

insubordinação, de enorme inquietação política contra

o estado de São Paulo e de sua dominação, passou a

ser insustentável.

A motivação de todo este processo foi a morte de João

Pessoa, que seria o candidato à vice-presidência da

república na chapa de Getúlio Vargas. O evento, que a

rigor não tinha nenhuma conexão com as inquietações

políticas e com a concorrência eleitoral, passou-se a ter

um pretexto de rompimentos políticos.

João Pessoa seria assassinado a tiros na capital

pernambucana. A morte do ilustre paraibano, no

entanto, impulsionou os revolucionários, que já

arquitetavam a tomada de poder. Washington Luís foi

deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias

antes do término do seu mandato como presidente da

república. Por este golpe militar, que passou o poder

em 03 de novembro às forças político-militares,

acontece a revolução de 1930 comandada por Getúlio

Vargas.

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200

PERNAMBUCO SOB A INTERVENTORIA DE

AGAMENON MAGALHÃES

Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães (Vila Bela,

atual Serra Talhada, 5 de novembro de 1893 — Recife,

24 de agosto de 1952) foi promotor de direito, geógrafo,

professor (de Geografia) e político brasileiro; deputado

estadual (1918), federal (1924, 1928, 1932, 1945),

governador de estado (1937, 1950) e ministro (Trabalho

e Justiça). Fomou-se bacharel pela Faculdade de

Direito de Recife (1916), em Recife, sendo em seguida

nomeado para a promotoria da comarca de São

Lourenço da Mata. No ano seguinte, retornou a Recife,

onde fixou residência. Em 1918, foi eleito deputado

estadual com apoio da agremiação governista estadual

(Partido Republicano Democrata) e, em 1924, tornou-

se deputado federal, reeleito quatro anos depois.

Contudo, em 1930, rompendo com os governos

estadual e federal, aderiu à Aliança Liberal formada em

torno da candidatura de Getúlio Vargas. Após a

revolução, apoiou o interventor Carlos de Lima

Cavalcanti e ajudou a articular no estado o Partido

Social Democrata (de sustentação ao Governo

Provisório), pelo qual elegeu-se deputado constituinte

em 1932.

Em 1934, foi convidado pelo presidente Getúlio Vargas

para a pasta do Trabalho, Indústria e Comércio. À frente

do ministério, promoveu intervenções em sindicatos,

nomeando diretores de confiança do governo, e

trabalhou na implementação de novas leis, como a que

reservava dois terços dos postos de trabalho nas

empresas comerciais e industriais para brasileiros e a

que garantia uma indenização aos trabalhadores

demitidos sem justa causa. Durante sua gestão foi

criado também o Instituto de Aposentadoria e Pensões

dos Industriários (IAPI). Em janeiro de 1937, passou a

acumular com o Ministério do Trabalho, interinamente,

o Ministério da Justiça e Negócios Interiores, onde

permaneceu até o mês de junho. Era, então, elemento

dos mais prestigiados junto ao governo federal e por

isso mesmo deu apoio decidido ao projeto continuísta

de Vargas, concretizado com o golpe que em 10 de

novembro instituiu o Estado Novo.

Aliado fiel de Vargas, ele entrou em choque com o

interventor Lima Cavalcanti, seu antigo aliado, que

tendia a apoiar a candidatura oposicionista de Armando

de Sales Oliveira para a sucessão presidencial de

1938, e a quem acusara de conivência com o levante

comunista deflagrado em novembro de 1935 em Recife

por membros da Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Por este motivo, em novembro de 1937, após a

decretação do Estado Novo, Agamenon Magalhães foi

nomeado interventor federal em Pernambuco,

substituindo seu antigo aliado e opositor.

A interventoria de Agamenon Magalhães coincidiu

ainda com os anos da presença militar norte-americana

no Recife, em virtude das alianças em torno da

Segunda Guerra. Este período foi marcado por

transformações não apenas no cenário político, mas

também no plano cultural. Ainda em 1941, os EUA

iniciou a política de envio de observadores navais para

vários portos brasileiros. O primeiro a chegar foi o

capitão aposentado da US Navy W.A. Hodgman. Ele

chegou ao Recife em 26 de fevereiro, sob as ordens do

Escritório de Inteligência Naval. Recife era a terceira

cidade do Brasil, com uma população estimada à época

de 400 mil pessoas.

Com a declaração de guerra contra as potências do

Eixo, e a cessão de bases no litoral brasileiro

combinada com as operações de defesa do atlântico

sul, Recife passa a ser uma cidade estratégica para as

pretensões americanas, e com o apoio de Agamenon

Magalhães, Recife terá a Sede da Quarta Frota Naval

e será a base das operações marítimas com raio de

atuação do Canal do Panamá até o extremo sul das

Américas, além de um campo de pouso construído

pelos americanos e chamado de Ibura Field, que

atualmente é o Aeroporto Internacional dos

Guararapes.

Ocorrem muitas mudanças no estado. Contudo as

mudanças não foram meramente militares, houve um

impacto profundo na sociedade pernambucana e, em

especial em Recife. Primeiramente o impacto foi

econômico, já que no auge de suas atividades a Quarta

Frota mantinha cerca de 4000 homens no Estado,

todos recebendo integralmente seus soldos e

gastando, principalmente com os atrativos da vida nos

trópicos. Passou a circular no mercado local dólares

americanos, e isso impulsionou consideravelmente a

comércio local e as atividades de apoio. Outros

aspectos interferiram na vida do recifense, que teve que

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201

passar por um racionamento de combustível e

apresentou inflação de bens e serviços locais.

Misto de populismo social com centralização política, o

estilo de governo de Agamenon (por ele chamado de

"ruralização") foi marcado pela busca da unidade social

e política, apoiada na personalidade pública do

interventor. O governo estadual procurou envolver-se

em todos os setores da vida cotidiana, seguindo um

ideário tradicionalista, autoritário e fortemente católico,

que procurou apoiar-se tanto na censura oficial do DIP,

quanto na utilização do jornal oficio- só, o Diário da

Manhã.

A obra administrativa de Magalhães pode ser dividida,

primeiro, pela busca desenfreada do "consenso

máximo" na sociedade pernambucana, a partir de uma

falsa imagem de paz e harmonia social no Estado.

Objetivo perseguido através de uma feroz repressão

aos “adversários, críticos, comunistas, prostitutas, afro-

brasileiros, vadios e homossexuais”. O governo

Agamenon também combateu o cangaço e realizou

obras contra a seca. Seu programa de erradicação dos

mocambos (habitações insalubres) teve forte impacto

entre as populações pobres e foi objeto de intensas e

apaixonadas controvérsias entre sociólogos,

antropólogos, engenheiros, sanitaristas e urbanistas. A

campanha contra os mocambos assumiu um caráter

ressocializador, na medida em que vinculava

estreitamente habitação, saúde, integridade física e

moral da família, trabalho e cidadania. Na verdade, ela

escondia uma intenção civilizatória com a qual muitos

não concordavam, como Gilberto Freyre, Mario Sette,

Manuel Bandeira e outros.

Outro aspecto dessa obra que merece atenção é a

criação dos Centros Educativos Operários, cujo fim era

“educar, regenerar, civilizar e integrar” os trabalhadores

no seio da sociedade. A meta principal era fazer um

trabalho de saneamento e profilaxia social, afastando

os operários da doutrina marxista da luta de classes.

Em janeiro de 1945, Agamenon Magalhães foi

novamente chamado por Getúlio Vargas para a pasta

da Justiça. Mas desta vez, Getúlio não preparava o

fechamento das instituições (como em 1937), e sim a

sua democratização.

Como titular da pasta, Agamenon aprovou o novo

Código Eleitoral (Lei Agamenon) e convocou as

primeiras eleições livres do Brasil, com a autorização

para o funcionamento dos partidos políticos e o pleito

direto para a presidência da República. No entanto, a

tentativa de aprovar uma lei antitruste (chamada de "lei

malaia" por seu opositor Assis Chateaubriand, fazendo

assim menção ao seu apelido pernambucano, "China

gordo", dado por Manoel Bandeira) aumentou as

pressões de setores empresariais e militares contra o

governo Vargas. Em outubro de 1945, Getúlio Vargas

acabou sendo deposto, e com ele Agamenon deixou o

ministério. O sucessor de Vargas, José Linhares,

anunciou o veto à "lei malaia" como uma de suas

primeiras medidas.

MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO DURANTE

A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985) EM

PERNAMBUCO

No dia 1 de abril de 1964 a história política, social,

econômica, cultural e religiosa, começava a ser definida

de forma autoritária e opressora. Durante a ditadura

civil-militar brasileira (1964- 1985), os setores de

oposição aos governos militares foram bastante

vigiados, censurados e reprimidos. Inúmeras pessoas

foram presas, muitas delas eram jovens que,

independente de sexo, se vincularam a organizações,

partidos políticos e entidades estudantis para lutar em

prol da democracia. Dessa forma, os órgãos de

informação nomearam de subversivos as pessoas e os

diversos setores da sociedade que foram vistos como

um perigo à ditadura, tendo em vista a lógica coercitiva

do Estado. Com base em uma teoria que abarcava

diferentes tipos de guerra, os militares combateram-

nos, alegando defender a segurança e o

desenvolvimento do país.

Em Pernambuco, o principal órgão de vigilância,

censura e repressão do regime foi o Departamento de

Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS-PE).

Essa instituição surgiu como uma Delegacia de Ordem

Política e Social, em 1935. Em 1961, transformou-se

em um Departamento, ampliando o seu aparato

coercitivo. Ele foi extinto somente em 1990 e a sua

atuação foi bastante significativa. Isso porque além de

realizar atividades de vigilância social e de prevenção e

repressão ao comunismo, tinha as funções de realizar

inquéritos sobre crimes de ordem política e social,

exercer as medidas de polícia preventiva e controlar os

serviços cujos fins estivessem em conexão com a

Ordem Política e Social.

Um dos principais nomes ligados à resistência no

estado de Pernambuco é o de Miguel Arraes

governador deposto em 1964. Elegeu-se governador

em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social

Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista

Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social

Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) –

representante das oligarquias canavieiras de

Pernambuco. Seu governo foi considerado de

esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da

Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do

salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do

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202

campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos,

associações comunitárias e às ligas camponesas.

Arraes cercado por militares no dia do golpe.

Com a deflagração do golpe militar de 1964, tropas do

IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do

governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao

cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou

para, em suas palavras, “não trair a vontade dos que o

elegeram”. Em consequência, foi preso na tarde do dia

1º de abril. Deposto, foi encarcerado em uma pequena

cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo

posteriormente levado para a ilha de Fernando de

Noronha, onde permaneceu por onze meses.

Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da

Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no

Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de

Janeiro. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na

Argélia.

Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por

seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de

voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França

em recebê-lo, Arraes cogitou pedir asilo ao Chile –

onde, alguns anos depois, houve em 1973 o golpe

militar de Pinochet. Assim, Arraes tomou a Argélia

como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia

tinha problemas sociais parecidos com os do Brasil.

Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2 de

março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de

Justiça da 7ª Região Militar. A pena, de 23 anos de

prisão, pelo crime de “subversão”.

De modo geral, em todo o Brasil, diversos foram os

movimentos de resistência ao golpe, como, por

exemplo, o movimento estudantil, o movimento das

mulheres, o movimento sindical etc. De modo mais

específico, em Pernambuco houve uma representação

importante por parte da Igreja, na pessoa de Dom

Helder Câmara que teve um papel atuante e que

determinou de forma direta no embate ao regime

autoritário.

Uma das formas de repressão usadas pelos governos

militares, diante da população foram os atos

institucionais o (AI’S). Durante todo período de ditadura

foram elaborados 16 AI’S. As representações desses

AIS significavam a cassação de direitos políticos entre

outros e fez com que a sociedade se isolasse da

participação que ela tinha antes de 1964 e só iria voltar

a ter esses direitos após 1985.

Representado por diversos lideres o movimento da

Igreja teve seu apogeu em Pernambuco na pessoa de

Dom Hélder Câmara, No dia 12 de março de 1964 foi

designado para ser arcebispo de Olinda e Recife,

Pernambuco, múnus que exerceu até 2 de abril de

1985. Instituiu um governo colegiado nesta diocese,

organizada em setores pastorais. Criou o Movimento

Encontro de Irmãos, o Banco da Providência e a

Comissão de Justiça e Paz daquela diocese.

Fortaleceu as comunidades eclesiais de base.

Estabeleceu uma clara resistência ao regime militar.

Tornou-se líder contra o autoritarismo e pelos direitos

humanos. Não hesitou em utilizar todos os meios de

comunicação para denunciar a injustiça. Pregava no

Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os

anseios dos empobrecidos. Foi perseguido pelos

militares por sua atuação social e política, sendo

acusado de comunismo. Foi chamado de “Arcebispo

Vermelho”. Foi-lhe negado o acesso aos meios de

comunicação social após a decretação do AI-5, sendo

proibida inclusive qualquer referência a ele.

Desconhecido da opinião pública nacional, fez TTP s

tes viagens ao exterior, onde divulgou amplamente

suas TTP s e denúncias de violações de direitos

humanos no Brasil. Foi adepto e promotor do

movimento de não violência ativa. Em 1984, ao

completar 75 anos, apresentou sua renúncia.

Além da Igreja, o estado também ofereceu importantes

núcleos rurais de resistência. Em Pernambuco a partir

da década de 50 irá se articular diversas formas de

movimentos sociais, em diferentes setores de

mobilização, frente a situações sociais no meio rural

que já carregava um peso de séculos, onde a terra

explorada por uma pequena parcela burguesa que ao

impor a economia de monocultura, agravou cada vez

mais a vida de milhares de camponeses. A década de

50 é um marco importante não só para Pernambuco

como para a História do Brasil, aonde efetivamente vai

se falar em reforma agrária de uma maneira radical.

Há que se destacar o surgimento das Ligas

Camponesas, por iniciativa do Partido Comunista

Brasileiro e que teve como principal figura incentivadora

o advogado e deputado pelo Partido Socialista

Brasileiro (PSB) Francisco Julião (1915-1999). As Ligas

Camponesas organizaram milhares de trabalhadores

rurais que viviam como parceiros ou arrendatários,

principalmente no Nordeste brasileiro, utilizando o lema

“Reforma Agrária na lei ou na marra” contra a secular

estrutura latifundiária no Brasil. A primeira liga foi

formada em 1954, em Vitória de Santo Antão, no estado

de Pernambuco, reunindo 1200 trabalhadores rurais. O

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caráter dessas organizações abandonava as antigas

medidas assistencialistas, passando a assumir uma

atuação política mais ativa na luta pelos direitos dos

trabalhadores rurais e pela distribuição de terras. As

ligas camponesas foram totalmente reprimidas durante

a ditadura civil-militar e seus principais líderes foram

presos.

O golpe de 1964 alterou significativamente um

momento histórico da nossa sociedade, a implantação

do regime ditatorial se deu pelo consenso por parte da

sociedade. Em Pernambuco, e mais especial na região

da Zona da Mata Sul, havia um momento gênese que

se desenvolvia.

HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO

O texto encontrado no site da Secretaria de Cultura de

Recife, Núcleo de Cultura Afro Brasileira, resume bem

o aspecto da herança em questão: “a herança africana,

trazida por milhões de negros e negras vítimas do

tráfico transatlântico, com uma enorme diversidade de

grupos étnicos, fez do Brasil a segunda maior

população de negros do mundo fora da África. Vivendo

em condições desfavoráveis, essa população negra

brasileira, ao longo de sua história, utilizou-se de

mecanismos diversos para resistir à escravidão, que

mesmo depois de um século abolida, faz amargar frutos

que geram a necessidade de uma resistência

permanente. Essa herança de luta está representada

nas formas singulares de manifestações culturais,

artísticas e religiosas. O sonho de liberdade e dignidade

do povo negro expressa-se de forma marcante na

dança, na música, nas artes plásticas e, sobretudo, na

religião do Candomblé, que tanto ajudou a preservar a

memória ancestral do povo negro brasileiro. No Recife,

as diversas manifestações culturais afro-brasileiras têm

papel fundamental na rica cultura local. São de matrizes

africanas, em sua grande maioria, as manifestações

populares que colorem os quatro cantos desta cidade.

(...)”

Em oposição ao legado negativo da escravidão, existe

uma herança afrodescendente positiva e riquíssima no

estado de Pernambuco, que se manifesta sobretudo na

cultura: música, dança, comida, etc. Nota-se, também,

a influência afrodescendente na oralidade da fala

pernambucana, recheada de vocábulos provenientes

da africanidade linguística (banda, cachimbo, fubá e

moloque, como exemplos), assim como alguns

fenômenos linguísticos da oralidade e do português

popular que são atribuídos à influência africana, como

o apagamento do /r/ no final das palavras e a falta de

concordância nominal, no português não padrão. Essas

influências também ocorrem em outras regiões do

Brasil, mas de forma diferenciadas localmente, muitas

vezes.

Muito dessa herança sobreviveu às perseguições e às

discriminações, adaptando-se. Os terreiros de

candomblé de Recife, para esquivarem-se da política

de repressão do estado, transformaram-se em

sociedades carnavalescas, como o maracatu. Os

negros, disfarçados de nobres, reverenciavam a "Corte

Real", mas na verdade evocavam os seus deuses. E

assim continuaram por décadas, resistindo e sendo

discriminados. O Maracatu (Rural ou Urbano), que

atualmente faz parte do carnaval de Pernambuco, é

propriamente um desfile carnavalesco, remanescente

das cerimônias de coroação dos reis africanos. A

tradição teve início pela necessidade dos chefes tribais,

vindos do Congo e de Angola, de expor sua força e seu

poder, mesmo com a escravidão.

Outro exemplo é o Frevo (Frevo de Rua, Frevo Canção

ou Frevo de Bloco), que teve origem na capoeira, cujos

movimentos foram estilizados para evitar a repressão

policial. O nome vem da ideia de fervura (pronunciada

incorretamente como “frevura”). É uma dança coletiva,

executada com uma sombrinha, que seve para manter

o equilíbrio e embelezar a coreografia. Atualmente, é

símbolo do carnaval pernambucano.

Além desses ritmos, podemos citar o forró (com

influências também indígenas e europeias; baião, xote,

xaxado e côco, que fazem parte do forró), o

manguebeat (movimento de contra cultura surgido em

Recife, que mistura outros ritmos regionais, como

maracatu, com hip hop, música eletrônica, etc) e a

ciranda (um tipo de música e dança típica da Ilha de

Itamaracá).

A Capoeira, trazida pelos negros de Angola,

inicialmente, não era praticada como luta, mas como

dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às

expedições que pretendiam exterminar Palmares

(quilombo localizado na Capitania de Pernambuco, no

território do atual estado de Alagoas), os escravos

foragidos aplicavam os movimentos da capoeira como

recurso de ataque e defesa. Em 1928, um livro

estabeleceu as regras para o jogo desportivo de

capoeira e ilustrou seus principais golpes e

contragolpes. O capoeirista era considerado um

marginal, um delinquente. O Decreto-lei 487 acabou

temporariamente com a capoeira, mas os negros

resistiram até a sua legalização. E em 15 de julho de

2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio

Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de

Natureza Imaterial.

Na culinária pernambucana, o legado africano é

encontrado em muitos pratos e temperos, com

destaque para alguns produtos que de lá vieram e que

hoje são elementos fundamentais na alimentação: a

banana, o amendoim, o azeite de dendê, a manga, a

jaca, o arroz, a cana de açúcar, o coqueiro e o leite de

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coco, o quiabo, o caruru, o inhame, a erva-doce, o

gengibre, o açafrão, o gergelim, a melancia, a pimenta

malagueta, a galinha d’angola entre outros. Com a

escassez da alimentação do escravo, os negros

inventaram o pirão escaldado (massapê) e o

mungunzá, por exemplo.

Importante destacar a influência africana na

religiosidade de Pernambuco, principalmente em

relação à Xangô, que é o nome da divindade iorubá do

trovão. Esta divindade é tão importante em

Pernambuco que batiza a religião afro no Recife. Lá, os

praticantes são chamados de xangozeiros.

PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO (2001-

2015)

No ano de 2002, o Brasil teve eleições presidenciais,

para o Senado, deputados estaduais e federais e para

os governos dos estados e do Distrito Federal. Em

Pernambuco, foi reeleito Jarbas Vasconcelos, do

PMDB, pela coligação União por Pernambuco, com o

PFL. Após sete anos no comando do estado renunciou

ao mandato em 31 de março de 2006 para disputar,

com sucesso, uma cadeira no Senado Federal. Jarbas

Vasconcelos passou o governo para Mendonça Filho

que perdeu a reeleição para o então deputado federal

Eduardo Campos no 2º turno (em 2006).

Eleito em 1998, pela União por PE, na ocasião formada

apenas por PMDB e PFL, após derrotar o então

governador Miguel Arraes (PSB) por uma diferença de

mais um milhão de votos, em sua primeira passagem

pelo cargo o governador Jarbas Vasconcelos

beneficiou-se enormemente de dois fatores, hoje, não

mais existentes. O primeiro deles, de caráter político,

relacionava-se à reeleição de um forte aliado no

Estado, Marco Maciel (PFL), no cargo de vice-

presidente da República, na chapa encabeçada pelo

então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O segundo, esse de caráter econômico, dizia respeito

à disponibilidade dos recursos oriundos da privatização

da maior empresa do Estado, a Companhia Energética

de Pernambuco (Celpe).

Dessa forma, coube ao primeiro Governo Jarbas

Vasconcelos realizar o processo de privatização, no

segundo ano de seu primeiro mandato (2000), o que

gerou recursos da ordem de 1 bilhão de dólares (em

torno de 2 bilhões de reais), valor bem inferior ao que

poderia ter sido alcançado se o processo tivesse se

concretizado ainda no Governo Miguel Arraes.

Acontece que, naquele período, por conta da relação

cambial mais favorável, antes da crise dos chamados

“tigres asiáticos” e da Rússia, a privatização poderia ter

ficado na casa dos 2 bilhões de dólares (em torno de

3,7 bilhões de reais).

Os recursos não tardaram a aportar aos cofres do

Estado logo no início do Governo Jarbas Vasconcelos.

Isso, certamente, ocorreu em função de sua condição

de forte aliado do Governo FHC-Maciel. Assim, o

Estado de Pernambuco recebeu, por conta da

privatização, uma antecipação de crédito da ordem de

100 milhões oriundos da Eletrobrás. Tal fato permitiu o

início de uma série de obras de infraestrutura,

prioridade do primeiro Governo Jarbas Vasconcelos,

que se ampliou nos dois anos seguintes à privatização

da estatal, realizada em fevereiro de 2000. Dessa

forma, foram realizadas principalmente obras em

barragens e adutoras no interior do Estado e a

duplicação da BR232 – a maior e mais visível obra do

primeiro Governo Jarbas Vasconcelos. Para duplicar os

153 km da estrada federal que liga Recife a Caruaru,

município situado no Agreste pernambucano, estava

previsto, inicialmente, uma contrapartida do Governo

federal, o que não ocorreu até o final do mandato de

FHC-Maciel. Nesse sentido, faltando ainda um ano

para encerrar seu primeiro mandato, o Governo Jarbas

Vasconcelos já havia utilizado 72% dos recursos

oriundos da privatização da Celpe. O restante foi

consumido em seu último ano de governo.

Sem dúvida alguma, a disponibilidade de tais recursos

propiciou a realização de uma série de obras de

infraestrutura importantes no Estado, muitas das quais

de grande visibilidade, e ajudou a catapultar a

candidatura do governador Jarbas Vasconcelos em

direção a outro mandato. Tendo declinado do convite

para compor a chapa do tucano José Serra à

Presidência da República, como seu vice, o governador

Jarbas Vasconcelos optou por disputar a reeleição ao

cargo. Se isso não tivesse ocorrido, possivelmente, a

União por PE não sobreviveria às eleições de 2002,

face às disputas que certamente ocorreriam para a

definição da chapa majoritária e a ausência de alguém

com a mesma densidade eleitoral do governador. O

governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ganhou um

segundo mandato obtendo uma expressiva vitória

eleitoral, já no primeiro turno, assim como ocorrera

quatro anos antes. Dessa vez, no entanto, ampliou

ainda mais sua votação, obtendo 60,4% dos votos

válidos, enquanto o candidato do PT, Humberto Costa,

o segundo mais votado, chegou a 34,1%.

Em 2004, aconteceu no Brasil o referendo sobre armas

de fogo. Em Pernambuco, foram 2.296.510 votos “não”

contra 1.918.048 “sim”, em resposta à pergunta: O

comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido

no Brasil? O "não" venceu em todos os Estados, com

destaque para Rio Grande do Sul, Acre e Roraima,

onde a opção recebeu cerca de 87% dos votos. O

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Ensino de qualidade focado em concursos.

205

melhor desempenho do "sim" foi em Pernambuco e no

Ceará, com pouco mais de 45% dos votos.

Em 2006, Eduardo Campos, neto do ex-governador

Miguel Arraes, é eleito governador pelo PSB, sendo

reeleito em 2010. Em abril de 2014 Campos retira-se

do cargo de governador e se candidata à Presidência

de República, com Marina Silva como vice. Porém, no

dia 13 de agosto daquele ano, o avião que o levava,

caiu em Santos (SP), matando Campos e mais seis

pessoas.

Apesar de jovem (49 anos), Campos era uma das mais

influentes lideranças políticas brasileiras. Antes de ser

governador, ele foi deputado federal por Pernambuco

por três vezes e ministro da Ciência e Tecnologia. Ele

também protagonizou um dos momentos mais

surpreendentes daquela corrida presidencial:

conseguiu atrair Marina Silva para o PSB em outubro

de 2013, após ela não obter o registro para formar o

partido Rede Sustentabilidade. Em junho de 2014 os

dois lançaram a chapa presidencial do PSB, com

Eduardo Campos como candidato a presidente e

Marina como vice. Ambos representaram a candidatura

com uma “terceira via”, uma alternativa à polarização

PT-PSDB, que marca as eleições brasileiras desde

1994.

Eduardo Campos ocupou o Governo de Pernambuco

durante sete anos (2007–2014). Na primeira gestão,

destacam-se projetos e obras estruturadoras do

governo Federal como a ferrovia Transnordestina, a

Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, a fábrica de

hemoderivados Hemobrás e a recuperação da BR-101.

O socialista colocou as contas públicas na internet com

o Portal da Transparência do Estado, considerado pela

ONG Transparência Brasil o segundo melhor do país,

entre os vinte e seis estados da federação e o Distrito

Federal. O estado de Pernambuco cresceu acima da

média nacional (3,5% em 2009) e os investimentos

foram de mais de R$ 2,4 bilhões em 2009, contra média

histórica de R$ 600 milhões/ano. A administração foi

premiada pelo Movimento Brasil Competitivo.

Na segurança pública, houve redução dos índices de

violência com a implantação do programa Pacto pela

Vida. O número de homicídios no estado sofreu uma

queda 39,10% desde o início do programa. Além disso,

88 municípios pernambucanos chegaram a uma taxa

de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) menor

que a média nacional, que é de 27,1 por 100 mil

habitantes. A redução também ocorreu com crimes

como roubos e furtos. Entre 2007 e 2013, houve uma

diminuição de 30,3% neste tipo de delito no estado. Em

2013, Eduardo anunciou o rompimento com o governo

Dilma, saindo da base aliada junto com seus

correligionários, orientando-os a entregarem os cargos

de confiança nos vários escalões.

Entre os motivos do rompimento, Campos apontou a

manutenção da aliança do governo Dilma com setores

políticos tradicionais, entre os quais, com o PMDB.

Aproximou-se de Marina Silva e a acolheu, com seus

aliados, no PSB, chamando o novo movimento de

"Nova Política". Este rompimento provocou uma

rachadura entre a PSB e os aliados à presidente Dilma

Rousseff do PSB do Ceará, com seu líder Ciro Gomes.

Nas eleições para o governo do estado, em 2014, Paulo

Câmara, do mesmo partido de Eduardo Campos (PSB),

é eleito com 68,08% dos votos válidos.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Leia os textos a seguir:

Texto I

“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes

reificada, apresentada como um repertório inerte de

tradições, como se não estivesse enraizada em

processos culturais dinâmicos e em ambientes sociais

desiguais...”.

LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-

descendente no Recife: maracatus, valentes e

catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.

Texto II

“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você

quem escreveu... / Perseguidos sem direito nem

escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa

memória foi contada por vocês / E é julgada verdadeira

como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda

a história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por

isso, não temos sopa na colher / E sim, anjinhos para

dizer que o lado mau é o Candomblé...”.

Texto III

“O preconceito racial a que são submetidos não só os

maracatuzeiros e maracatuzeiras mas toda a

população negra desta cidade está oculto nas falas,

nos procedimentos, nos gestos...”.

LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura

afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e

catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.

Com base nos textos, analise aspectos das

manifestações culturais Afro-Brasileiras em

Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.

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206

a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a

proteção dos locais onde são realizados, garantidos

pela Constituição de 1988, foram decisivos para que

não houvesse, nos últimos anos, casos de intolerância

religiosa em Pernambuco.

b) A permanência da cultura Afro-brasileira em

Pernambuco demonstra que os afrodescendentes,

após a abolição da escravatura, tiveram suas

condições sociais alteradas, sendo reconhecidos e

respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua

sociedade.

c) Embora muito praticada em Pernambuco nos

tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse Estado

graças ao desenvolvimento da capoeira regional e

capoeira de angola na Bahia.

d) A permanência da herança cultural

afrodescendente no estado de Pernambuco só foi

possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos

históricos, que partilhavam e partilham esses códigos

culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência

em defesa da identidade e do respeito à diversidade

cultural.

e) A herança cultural afrodescendente em

Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras

reproduções dos costumes africanos. No caso, o

maracatu era a antiga coroação dos reis e rainhas do

congo.

2) Ano: 2013 Banca: Exército Órgão: EsPCEx Prova:

Cadete do Exército - 2º Dia

“O período da história política brasileira que vai de

1889 a 1930 costuma ser designado pelos historiadores

de diferentes modos: República Oligárquica, República

do ‘Café-com-Leite’, República Velha ou Primeira

República.

Neste período, em troca de ‘favores’, os coronéis

exigiam que os eleitores votassem nos candidatos por

eles indicados. Tal prática ficou conhecida como ‘voto

de cabresto’”. (COTRIM, 2009, modificado)

As duas expressões grifadas (“coronéis” e “voto de

cabresto”) referem-se, respectivamente,

a) aos grandes proprietários de terras e ao voto

secreto

b) aos oficiais de carreira que exerciam cargos

políticos e ao voto censitário.

c) à influência de oficiais do Exército na tomada de

decisões políticas e ao voto censitário.

d) aos grandes proprietários de terras e ao voto aberto

dado sob pressão.

e) aos grandes proprietários de terras e ao voto

censitário.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Segundo a historiadora Graça Ataíde, no seu livro A

construção da Verdade Autoritária, a “...vigilância e o

controle sobre a imprensa em Pernambuco garantiam

ao Estado a propaganda e o doutrinamento político...

utilizando-se da persuasão e do doutrinamento diário, a

Folha da Manhã, veiculava, por meio de suas

mensagens, valores que compunham a ideologia

estadonovista”.

(ALMEIDA, M. das G. A. A., A construção da Verdade

Autoritária. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001.

p. 181.)

Em relação aos valores e à ideologia defendidos pelo

Estado Novo, do qual Agamenon Magalhães, em nível

estadual, era um de seus maiores representantes,

assinale a alternativa CORRETA.

a) Igualdade, Liberdade Política, Xenofobismo,

Anticomunismo.

b) Liberdade Política, Igualdade, Estado Mínimo,

Descentralização Política.

c) Anticomunismo, Educação Libertária, Xenofilismo,

Nacionalismo.

d) Estado Mínimo, Educação Libertária, Xenofilismo,

Antissemitismo.

e) Nacionalismo, Xenofobismo, Anticomunismo,

Antissemitismo.

4) Ano: 2016 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:

Oficial - Conhecimentos Gerais

Durante o regime militar brasileiro (1964-1985),

ocorreram:

a) fim do intervencionismo estatal na economia,

ampliação da autonomia dos estados e controle militar

do sistema de informações.

b) ampliação dos programas sociais voltados à saúde e

à educação, crescimento industrial e saneamento

completo das contas públicas.

c) limitação dos investimentos estrangeiros no país,

erradicação da inflação e pagamento da dívida externa

brasileira.

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207

d) manifestações em diversas partes do país, com

destaque para os movimentos de Pernambuco que

reuniram diversos setores da sociedade.

e) modernização tecnológica nas comunicações,

incremento dos transportes aéreo e ferroviário e maior

equilíbrio na distribuição de renda.

5) Ano: 2011 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:

Oficial - Conhecimentos Gerais

Sobre a “Política dos Governadores”, analise as

afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a opção

correta.

I. Fundava-se no princípio do respeito à vontade do voto

popular quando da eleição dos governantes dos

Estados.

II. Sustentava-se no reconhecimento da legitimidade

das maiorias estaduais pelo governo federal e,

reciprocamente, no apoio das situações estaduais aos

governantes em nível federal.

III. Restaurava, após a curta fase ditatorial dos

primeiros anos da República, um regime político

plenamente democratizado.

a) somente I é verdadeira

b) somente II é verdadeira

c) somente III é verdadeira

d) somente I e II são verdadeiras

e) somente II e III são verdadeiras

6) Ano: 2016 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:

Oficial - Conhecimentos Gerais

Sobre o coronelismo durante a Primeira República,

analise as proposições abaixo e, em seguida, assinale

a alternativa que apresenta a sequência correta.

I. Durante a República Oligárquica as oposições

desapareceram e as dissidências só reapareceram na

Revolução de 1930.

II. O “Sistema Político Oligárquico” foi operacionalizado

por Campos Sales com a “Política dos Governadores”.

III. O coronelismo era a manifestação do compromisso

entre o poder estatal que necessitava de votos e o

poder econômico privado.

a) Somente I está correta.

b) Somente II está correta.

c) Somente III está correta.

d) Somente I e II estão corretas.

e) Somente II e III estão corretas.

7) Ano: 2013 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:

Oficial - Magistério História

Sobre os momentos de fundação e os primeiros anos

da Primeira República no Brasil, é correto afirmar que:

a) não é possível detectar divergências entre aqueles

que fizeram o movimento de 1889 nesses primeiros

anos de República.

b) os representantes das diversas classes envolvidas

no movimento republicano possuíam um pensamento

comum, ou seja, conceder a liderança do país aos

militares.

c) a unidade atingida nos primeiros momentos da

jovem República foi fundamental para o recuo dos

monarquistas em suas tentativas de restauração.

d) as revoltas ocorridas nos primeiros anos, a exemplo

da Revolta da Armada, tinham a finalidade de resolver

questões da hierarquia interna do Exército.

e) a Política dos Governadores, inaugurada por

Campos Salles, reconheceu o poder das oligarquias

dos Estados, passando estas a atuar na política

estadual de forma relativamente autônoma.

8) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

“Pena! Com tudo isso de 1964, matou a nossa

liderança camponesa toda. O que foi encontrado de

cadáveres, de corpos na estrada entre Caruaru e

Campina Grande, inclusive mutilados para ninguém

conhecer quem era […] pouca gente sobrou daquele

tempo no campo, pouquíssima gente. Sobrou quem a

gente escondeu, uma parte, uns que resistiram porque

eram fortes, como Joaquim Camilo, que eu te falei, mas

Zé Eduardo e Gessino tiveram que se ausentar, mas o

resto... Manoelzinho sumiu, ninguém sabe aonde foi

que acabou Manoelzinho. Ele era aqui da Mirueira,

trabalhava aqui nesse Litoral Norte todo; Igarassu,

Goiana, Paulista.”

O personagem que relata a história acima era médico,

membro do Partido Comunista e das Ligas

Camponesas e concedeu entrevista no ano de 2011 à

equipe de Pesquisadores da Universidade Federal de

Pernambuco, integrantes do Projeto Marcas da

Memória. Em relação aos movimentos sociais e à

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Ensino de qualidade focado em concursos.

208

repressão durante a Ditadura Civil-Militar em

Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.

a) Além dos camponeses, que estavam integrados em

algumas associações classistas, trabalhadores

urbanos, profissionais liberais e até membros da igreja

católica também participaram da resistência contra as

tropas governamentais.

b) Por mais que haja depoimentos versando sobre a

violência empregada pelo governo, quase nada foi

provado contra os militares. A falta de um número maior

de provas acaba ratificando a versão de que, em

Pernambuco, o regime civil-militar foi moderado.

c) A resistência ao golpe e à ditadura civil-militar ficou

restrita ao meio rural, não sendo possível se verificarem

focos de resistência nas zonas urbanas. Dentre as suas

principais causas, destaca-se a pouca influência que o

Partido Comunista possuía no Recife e em sua região

metropolitana bem como a falta de organização da

sociedade para ações de resistência, fossem elas

individuais ou coletivas.

d) Ao contrário do que aconteceu no restante do país,

em Pernambuco, não houve qualquer ingerência do

regime civil-militar no sistema educacional recém-

modificado pelo então governador Miguel Arraes. Pelo

contrário, percebendo a importância das

transformações realizadas por Arraes e Paulo Freire, os

militares deram continuidade ao trabalho, percebendo

as estratégias do Movimento de Cultura Popular como

benéficas para o senso crítico dos cidadãos.

e) Um dos personagens mais destacados das Ligas

Camponesas foi Francisco Julião, personagem fulcral

para a repressão dos militares contra os camponeses,

uma vez que ele acabou traindo seus companheiros em

troca da sua liberdade e permanência no Brasil, após

1964.

9) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O Ato Institucional Número 5 (AI-5), um dos mais

terríveis instrumentos normativos lançados pelo

Regime Militar, foi extinto no governo de

a) João Batista de Figueiredo.

b) Humberto de Alencar Castelo Branco.

c) Emílio Garrastazu Médici.

d) Ernesto Geisel.

e) José Sarney.

10) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas deu o

golpe de Estado, iniciando o governo ditatorial, que

ficou conhecido como “Estado Novo”. Sobre esse

período do Governo Vargas, analise as afirmativas

abaixo.

I. No âmbito econômico, as principais características

foram o impulso à industrialização, o nacionalismo, o

protecionismo e a intervenção do Estado na economia.

II. Foi instaurado, no país, o estado de emergência, que

autorizava o governo a invadir casas, prender pessoas,

julgá-las sumariamente e condená-las.

III. Para a conquista da simpatia popular, o governo

implantou o pluripartidarismo, pôs fim à repressão aos

sindicatos, permitindo aos operários participação no

programa “A Voz do Brasil”.

IV. Com a indicação do escritor Graciliano Ramos,

autor de “Os Sertões”, para o Ministério da Educação,

o governo objetivava a colaboração dos intelectuais

brasileiros.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I e II, apenas.

b) I e III, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

GABARITO:

1 – D 3 – E 5 – B 7 – E 9 – D

2 – D 4 – D 6 – E 8 – A 10 – A

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209

DIREITOS E GARANTIAS

FUNDAMENTAIS:

Direitos Fundamentais

São o conjunto de normas, princípios, prerrogativas,

deveres e institutos, inerentes à soberania popular, que

garantem a convivência pacífica, digna, livre e

igualitária, independentemente de credo, raça, cor,

condição econômica ou status social.

Obs.: Os Direitos Fundamentais são o conjunto de

normas constitucionais que consagram limitações

jurídicas aos Poderes Públicos, projetando-se em três

dimensões: civil (direitos da pessoa humana), política

(direitos de participação na ordem democrática) e

econômico-social (direitos econômicos e sociais).

O Título II da CF estabelece que os Direitos

Fundamentais se dividem em:

Direitos Individuais e Coletivos – Capítulo I:

Correspondem aos direitos diretamente ligados ao

conceito de pessoa humana e de sua própria

personalidade, como, por exemplo, o direito à vida, à

dignidade, à liberdade e estão previstos, basicamente,

no art. 5º da CF em um rol exemplificativo;

Direitos Sociais – Capítulo II: Constituem as

liberdades positivas, de observância obrigatória em um

Estado Social de Direito, tendo por objetivo a melhoria

das condições de vida aos hipossuficientes, visando à

concretização da igualdade material ou substancial e

estão arrolados no art. 6º da CF, com regulação em

seus art. 7º ao 11, 144 e 193 ao 230;

Direitos de Nacionalidade – Capítulo III: Cuidam do

vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um

determinado Estado, capacitando-o a exigir sua

proteção e sujeitando-o ao cumprimento de

determinados deveres e estão previstos nos art. 12 e

13 da CF;

Direitos Políticos – Capítulo IV: Cuidam do conjunto

de regras que disciplinam as formas de atuação da

soberania popular, com o fim de permitir ao indivíduo o

exercício concreto da liberdade de participação nos

negócios políticos do Estado, conferindo-lhe os

atributos da cidadania, os quais estão previstos nos art.

14 ao 16 da CF; e

Partidos Políticos – Capítulo V: Direito à existência,

organização e participação em partidos políticos

regulamentam os partidos políticos como instrumentos

necessários à preservação do Estado Democrático de

Direito, assegurando-lhes autonomia e plena liberdade

de atuação, para concretizar o sistema representativo,

o qual está previsto no art. 17 da CF.

Obs.: a expressão DIREITOS HUMANOS é utilizada

para designar direitos pertencentes ao homem,

universalmente considerado, sem referência a

determinado ordenamento jurídico ou limitação

geográfica. Já os DIREITOS FUNDAMENTAIS são

aqueles reconhecidos como tais em determinado

ordenamento jurídico, de certo Estado.

Características:

Historicidade: Os direitos fundamentais derivam de

longa evolução histórica, participando de um contexto

histórico perfeitamente delimitado. Não são obra da

natureza, mas das necessidades humanas,

ampliandose a depender das circunstâncias. Ex.:

Direito de propriedade – art. 5º, inciso XXII, da CF;

Inalienabilidade: São indisponíveis, ou seja, esses

direitos são intransferíveis e inegociáveis. Os seus

titulares não podem vendê-los, aliená-los, comercializá-

los, pois não têm conteúdo econômico. Ex.: a função

social da propriedade não pode ser vendida porque não

corresponde a um bem disponível – art. 5º, inciso XXIII,

da CF;

Imprescritibilidade: Não deixam de ser exigíveis em

razão da falta de uso. Ex.: direito à vida – art. 5º, caput,

da CF;

Irrenunciabilidade: Nenhum ser humano pode abrir

mão de possuir direitos fundamentais. Pode até não

usá-los adequadamente, mas não pode renunciar à

possibilidade de exercê-los. Ex.: não ajuizamento do

mandado de segurança, algo que não o retira da

Constituição – art. 5º, LXIX, da CF.

Universalidade: Todos os seres humanos têm direitos

fundamentais que devem ser devidamente respeitados,

em razão do princípio da dignidade da pessoa humana.

Inviolabilidade: nas disposições infraconstitucionais

ou nos atos das autoridades públicas, devem-se

observar os direitos fundamentais.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

210

Efetividade: O Poder Público, por meio de seus atos,

deve ter por objetivo garantir a efetivação dos direitos

fundamentais.

Interdependência: Um direito ou garantia está ligado

ao outro de modo a formar um sistema.

Complementaridade: Os direitos fundamentais não

devem ser interpretados isoladamente, mas sim de

forma conjunta.

Relatividade: Os direitos fundamentais não são

absolutos. MS 23.452/RJ, rel Min. Celso de Mello, DJ

12.05.2000. Obs.: para Norberto Bobbio, a vedação da

tortura e a vedação do trabalho escravo não direitos

absoluto, os quais devem ser exercidos de maneira

irrestrita.

Gerações e dimensões dos direitos fundamentais:

Primeira geração – direitos individuais: São os direitos

civis e políticos, reconhecidos nas Revoluções

Francesa e Americana. O dever do Estado nesses

direitos é de abstenção, de não fazer, de não

interferência. São as chamadas liberdades individuais.

Segunda geração – direitos sociais, econômicos e

culturais: São os direitos econômicos, sociais e

culturais. Identificam-se com as liberdades positivas,

reais ou concretas, e acentuam o princípio da igualdade

entre os homens (igualdade material). O surgimento da

segunda geração de direitos fundamentais se deu por

meio dos movimentos sociais do século XIX,

responsáveis pela gradual passagem do Estado liberal

para o Estado social, centrado na proteção dos

hipossuficientes e na busca da igualdade material entre

os homens.

Terceira geração – direitos de fraternidade e

solidariedade: Consagram os princípios da

solidariedade e da fraternidade. São atribuídos

genericamente a todas as formações sociais,

protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa.

Exemplo: direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado, à defesa do consumidor, à paz, à

autodeterminação dos povos, ao patrimônio comum da

humanidade, ao progresso e desenvolvimento, entre

outros. São os direitos transindividuais ou

metaindividuais.

Direitos e deveres individuais e coletivos

DIREITOS INDIVIDUAIS: São limitações impostas pela

soberania popular aos poderes constituídos, para

resguardar direitos indispensáveis à pessoa humana.

DIREITOS E GARANTIAS: Direitos são normas

declaratórias, ao passo que Garantias são normas

assecuratórias. Ex.: Direito à liberdade de locomoção

(direito – art. 5º, XV) e o habeas corpus (garantia – art.

5º, LXVIII).

Art. 5º, XV, da CF – é livre a locomoção no território

nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,

nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair

com seus bens;

Art. 5º, LXVIII, CF – conceder-se-á "habeas-corpus"

sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de

sofrer violência ou coação em sua liberdade de

locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Obs.: Os remédios constitucionais são espécies de

garantias constitucionais. Estas são, dessa forma, mais

abrangentes. Ex.: art. 5º, X, que estabelece o direito a

intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,

assegurando, em seguida, o direito a indenização em

caso de dano material ou moral provocado pela sua

violação.

Art. 5º, X, da CF – são invioláveis a intimidade, a vida

privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado

o direito a indenização pelo dano material ou moral

decorrente de sua violação;

DIREITO INDIVIDUAIS BÁSICOS:

São os direitos considerados expressamente previstos

no caput do art. 5º da Constituição Federal.

São cinco:

• Vida;

• Liberdade;

• Igualdade;

• Segurança;

• propriedade.

Obs.1: os demais direitos previstos no art. 5º decorrem

dos direitos individuais básicos.

Obs.2: são 78 incisos no art. 5º da CF em um rol não

taxativo. Art. 5º, §2º da CF – os direitos e garantias

expressos nesta Constituição não excluem outros

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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decorrentes do regime e dos princípios por ela

adotados, ou dos tratados internacionais em que a

República Federativa do Brasil seja parte.

Obs.3: os tratados e convenções internacionais podem

integrar o ordenamento jurídico brasileiro em três

níveis:

a) como lei ordinária, se não versar sobre direitos

humanos;

b) com status supralegal e infraconstitucional, se versar

sobre direitos humanos e não for aprovado pelo

Congresso Nacional com mesmo procedimento de

Emenda Constitucional; e

c) com status constitucional, se versar sobre direitos

humanos e for aprovado pelo Congresso Nacional pelo

mesmo procedimento de Emenda Constitucional.

Obs.4: Os tratados e convenções internacionais sobre

direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa

do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

quintos dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais – art. 5º, §3º

DIREITO À VIDA

Início e fim da vida: a vida inicia-se com a nidação

(fixação do ovo no útero materno) e se finda com a

morte encefálica (fim das funções vitais: atividade

cerebral, circulação e respiração).

Obs.1: são assegurados os direitos do nascituro desde

à concepção – art. 2º, CC.

Art. 2º do CC – A personalidade civil da pessoa

começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,

desde a concepção, os direitos do nascituro.

Obs.2: O STF decidiu, por maioria de votos (6x5), a

constitucionalidade da norma (Lei 11.105/2005) que

permite, para fins de pesquisa ou terapia, a utilização

de células-tronco obtidas de embriões humanos

produzidos por fertilização in vitro e não utilizados,

desde que de embriões inviáveis ou congelados há

mais de três anos.

Obs.3: O Código Penal tutela o direito à vida por meio

dos seguintes artigos: 121 ao 128.

Eutanásia (morte boa): configura homicídio

privilegiado por motivo de relevante valor moral.

Art. 121, §1º, CP.

Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena (homicídio privilegiado)

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de

relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de

violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação

da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um

terço.

Pena de morte: a pena de morte é expressamente

vedada pela CF, salvo nos casos de guerra

declarada (art. 5º, XLVII, da CF).

Art. 5º, XLVII, da CF – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos

termos do art. 84, XIX;

Obs.1: de acordo com o art. 84, XIX, da CF, compete

ao Presidente da República declarar guerra.

Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84 da CF. Compete privativamente ao Presidente

da República:

XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,

autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado

por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões

legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total

ou parcialmente, a mobilização nacional;

Obs.2: As hipóteses de aplicação da pena de morte em

crimes cometidos em tempo de guerra estão previstas

no Código Penal Militar. A execução da pena de morte

está prevista no Código de Processo Penal Militar, que

será por fuzilamento.

Tortura:

Decorrente do direito à vida, a vedação da tortura ficou

estabelecida no art. 5º, III, da CF. A prática da tortura

constitui crime inafiançável e insuscetível de graça ou

anistia (art. 5º, XLIII).

Art. 5º, III, da CF – ninguém será submetido a tortura

nem a tratamento desumano ou degradante;

Art. 5º, XLIII, da CF – a lei considerará crimes

inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a

prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e

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drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes

hediondos, por eles respondendo os mandantes, os

executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

DIREITO À LIBERDADE

Direito à liberdade ou às liberdades.

Liberdade: é a faculdade que uma pessoa possui de

fazer ou não fazer alguma coisa.

Espécies de liberdade:

a) de pensamento;

b) de locomoção;

c) de expressão coletiva; e

d) de ação profissional.

Liberdade de pensamento

Liberdade de manifestação do pensamento e

vedação do anonimato

Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento,

sendo vedado o anonimato.

Direito de resposta

Art. 5º, V, da CF – é assegurado o direito de resposta

proporcional ao agravo, além da indenização por dano

material, moral ou à imagem.

Liberdade de consciência e de crença:

A liberdade de crença relaciona-se a questões

religiosas, já a liberdade de consciência é a liberdade

de pensamento de foro íntimo em questões não

religiosas.

Art. 5º, VI, da CF – é inviolável a liberdade de

consciência e de crença, sendo assegurado o livre

exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da

lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Liberdade de culto

Art. 5º, VI, da CF – é assegurado o livre exercício dos

cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção

aos locais de culto e a suas liturgias.

Obs.1: essa garantia não fere a laicidade do Estado.

Obs.2: a CF assegura o direito de assistência religiosa

em seu art. 5º, VII.

Art. 5º, VII, da CF – é assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis e

militares de internação coletiva;

Obs.3: o art. 5º, VIII, firma que ninguém será privado de

direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção

filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se

de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a

cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Liberdade de expressão

Art. 5º, IX, da CF – é livre a expressão da atividade

intelectual, artística, científica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença;

Obs.: Nenhuma lei poderá restringir a liberdade de

expressão, esta deve observar apenas as restrições de

ordem constitucional. Assim, então, estabelece a

Constituição em seu art. 5º, IX que Independe de

licença ou censura para que possa se expressar em

atividades artísticas, intelectuais, científicas, ou em

meio de comunicação. E ainda no art. 220: A

manifestação do pensamento, a criação, a expressão e

a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo

não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto

na CF.

• Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir

embaraço à plena liberdade de informação jornalística

em qualquer veículo de comunicação social.

• É vedada toda e qualquer censura de natureza

política, ideológica e artística.

• A publicação de veículo impresso de comunicação

independe de licença de autoridade.

Direito de informação

Art. 5º, XIV – é assegurado a todos o acesso à

informação e resguardado o sigilo da fonte, quando

necessário ao exercício profissional.

Obs.: a CF resguarda o sigilo da fonte quando

necessário ao exercício profissional.

Art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos

públicos informações de seu interesse particular, ou de

interesse coletivo ou geral [...].

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213

Obs.: o remédio constitucional previsto para assegurar

esse direito é o MS.

Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança

para proteger direito líquido e certo, não amparado por

"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for

autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no

exercício de atribuições do Poder Público;

Art. 5º, LXXII – habeas data:

É uma ação constitucional para proteger os indivíduos

de banco de dados públicos ou abertos ao público, com

dupla finalidade: conhecimento do conteúdo das

informações e concessão da possibilidade de

retificação.

Liberdade de locomoção

Art. 5º, XV, da CF – é livre a locomoção no território

nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,

nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair

com seus bens.

Obs.: apenas em tempo de guerra podem ser feitas

restrições à liberdade de locomoção.

Art. 5º, LXVIII – habeas corpus – remédio

constitucional que assegura a liberdade de

locomoção.

Obs. 1: o HC tutela a liberdade de locomoção quando

a violência ou coação à liberdade de locomoção se der

por ilegalidade ou por abuso de poder.

Obs. 2: o HC pode ser preventivo ou repressivo, pois o

texto constitucional garante a ordem sempre que

alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer a

violência ou coação à sua liberdade de locomoção.

Liberdade de expressão coletiva

Liberdade de reunião – art. 5º, XVI – requisitos para

a reunião em locais abertos ao público:

a) Reunião pacífica, sem armas;

b) Fins lícitos;

c) Desde que não frustrem reunião anteriormente

convocada para o mesmo local;

d) Prévio aviso à autoridade competente.

Art. 5º, XVI, da CF – todos podem reunir-se

pacificamente, sem armas, em locais abertos ao

público, independentemente de autorização, desde que

não frustrem outra reunião anteriormente convocada

para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso

à autoridade competente;

Obs.: não há necessidade de autorização para o

exercício desse direito.

Liberdade de associação – art. 5º, XVII – é plena a

liberdade de associação para fins lícitos, vedada a

de caráter paramilitar.

Obs.1: ao militar são proibidas a sindicalização e a

greve – art. 142, §3º, IV, da CF.

Art. 142, § 3º, IV, da CF – ao militar são proibidas a

sindicalização e a greve;

Obs.2: é permitido ao militar a associação para fins

lícitos.

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a

permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando

expressamente autorizadas, têm legitimidade para

representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Obs.3: a criação de associações e a de cooperativas

independem de autorização. As cooperativa devem ser

criadas na forma da lei – art. 5º, XVIII.

Art. 5º, XVIII, da CF – a criação de associações e, na

forma da lei, a de cooperativas independem de

autorização, sendo vedada a interferência estatal em

seu funcionamento;

Obs.4: as associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial com

trânsito em julgado.

Liberdade de ação profissional – art. 5º, XIII:

É o direito de cada indivíduo exercer qualquer atividade

profissional, de acordo com as suas preferências e

possibilidades.

Art. 5º, XIII, da CF – é livre o exercício de qualquer

trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações

profissionais que a lei estabelecer;

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Obs.: A liberdade de profissão pode ser restringida pelo

legislador infraconstitucional ao estabelecer

qualificações profissionais.

DIREITO DE IGUALDADE

Princípio da isonomia ou da igualdade – todos são

iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza – art. 5º, caput.

Art. 5º da CF – Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos

seguintes:

Igualdade:

Consiste em tratar igualmente os iguais, com os

mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os

desiguais, na medida de sua desigualdade.

Igualdade formal e igualdade material:

Na formal, todos são iguais perante a lei; na material,

busca-se a igualdade de fato na vida econômica e

social (DISCRIMINAÇÃO POSITIVA).

Igualdade entre homens e mulheres:

Homens e mulheres são iguais em direitos e

obrigações, nos termos desta Constituição – art. 5º, I.

Obs.1: os direitos e deveres referentes à sociedade

conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela

mulher – art. 226, §5º.

Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem

especial proteção do Estado. § 5º Os direitos e deveres

referentes à sociedade conjugal são exercidos

igualmente pelo homem e pela mulher.

Obs.2: A Lei Maria da Penha é constitucional.

A Constituição veda qualquer forma de discriminação

em razão de raça, cor, etnia, religião e procedência.

Cor: corresponde simplesmente à maior ou menor

pigmentação da pele.

Etnia: corresponde a um agrupamento de pessoas

unidas pela mesma língua, cultura e consciência.

Religião: é a fé professada por qualquer pessoa.

Obs.1: a CF elevou a prática de racismo a “crime

inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,

nos termos da lei” – art. 5º, XLII.

Art. 5º, XLII, da CF – a prática do racismo constitui

crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de

reclusão, nos termos da lei;

Obs.2: há apenas dois crimes imprescritíveis previstos

na CF: a prática de racismo e a ação de grupos

armados, civis ou militares, contra a ordem

constitucional e o Estado Democrático.

Ações afirmativas:

Ação afirmativa é a utilização de mecanismos de

proteção e favorecimento aos que necessitam de uma

especial tutela, como uma forma de superação das

diversas desigualdades existentes em uma sociedade.

Ex.: Cotas em universidades para negros e pardos.

Obs.: o STF declarou constitucional as ações

afirmativas.

DIREITO À SEGURANÇA

Direito à segurança (Segurança é a tranquilidade do

exercício dos direitos fundamentais).

Abrangência: os direitos relativos à segurança do

indivíduo abrangem os direitos subjetivos em geral e os

relativos à segurança pessoal.

Direitos subjetivos em geral – encontra-se o direito à

legalidade e à segurança das relações jurídicas.

Princípio da legalidade

Art. 5º, II, da CF – ninguém será obrigado a fazer ou

deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Obs.1: Um indivíduo pode fazer tudo o que a lei não

proíbe ou não determina.

Obs.2: Para a Administração Pública, o princípio da

legalidade tem sentido restrito: o Poder Público só pode

fazer o que a lei autoriza – art. 37, caput.

Art. 37 da CF. A administração pública direta e indireta

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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Segurança das relações jurídicas

Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido,

o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Obs.1: ato jurídico perfeito – é o já consumado

segundo a lei vigente ao tempo em que se efetivou. Ex.:

quem já se aposentou.

Obs.2: direito adquirido – é o que pode ser exercido

a qualquer momento, pois já incorporado ao patrimônio

de seu titular. Ex.: quem já completou os requisitos

mínimos para a aposentadoria, mas ainda não

aposentou.

Obs.3: coisa julgada – é a decisão judicial da qual não

caiba mais recurso.

Direitos relativos à segurança pessoal:

Incluem o respeito à

• liberdade pessoal,

• inviolabilidade da intimidade,

• do domicílio e das comunicações pessoais

• segurança em matéria jurídica.

Inviolabilidade da intimidade (direito á privacidade)

Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada,

a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito

a indenização pelo dano material ou moral decorrente

de sua violação.

Inviolabilidade do domicílio

Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do

morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,

ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por

determinação judicial.

Obs.1: Casa é o lugar onde uma pessoa vive ou

trabalha, não aberto ao público, reservado a sua

intimidade e a sua vida privada.

Obs.2: A definição de casa encontra-se nos art. 150,

§4º, do CP. E o que não compreende casa está no §5º

do mesmo artigo.

Art. 150, § 4º, do CP – A expressão "casa" compreende:

I – qualquer compartimento habitado;

II – aposento ocupado de habitação coletiva;

III – compartimento não aberto ao público, onde alguém

exerce profissão ou atividade.

Art. 150, § 5º, do CP – Não se compreendem na

expressão "casa":

I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação

coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do

parágrafo anterior;

II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Obs.3: Dia estende-se das 6 às 18 horas.

Obs.4: Apenas Juiz pode determinar a inviolabilidade

do domicílio – reserva de jurisdição.

Obs.5: Nenhum direito fundamental e absoluto, desta

forma, o STF decidiu pela não ilicitude das provas

obtidas com violação noturna de escritório de

advogados para que fossem instalados equipamentos

de escuta ambiental, já que os próprios advogados

estavam praticando atividades ilícitas em seu interior.

Desta forma, a inviolabilidade profissional do advogado,

bem como do seu escritório, serve para resguardar o

seu cliente para que não se frustre a ampla defesa,

mas, se o investigado e o próprio advogado, ele não

poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu

escritório, já que a Constituição não fornece guarida

para a prática de crimes no interior de recinto.

Inviolabilidade das comunicações pessoais

Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e

das comunicações telegráficas, de dados e das

comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por

ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei

estabelecer para fins de investigação criminal ou

instrução processual penal.

Obs.1: a expressão “no último caso” compreende, de

acordo com a jurisprudência, as comunicações de

dados e as comunicações telefônicas.

Obs.2: Consiste em exceção ao sigilo da

correspondência, da comunicação telegráfica e

telefônica o constante do art. 136, I, “b”, CF e do art.

139, III, CF.

Art. 136, § 1º, da CF – O decreto que instituir o estado

de defesa determinará o tempo de sua duração,

especificará as áreas a serem abrangidas e indicará,

nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a

vigorarem, dentre as seguintes: I – restrições aos

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direitos de: b) sigilo de correspondência; c) sigilo de

comunicação telegráfica e telefônica;

Art. 139 da CF. Na vigência do estado de sítio

decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão

ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

III – restrições relativas à inviolabilidade da

correspondência, ao sigilo das comunicações, à

prestação de informações e à liberdade de imprensa,

radiodifusão e televisão, na forma da lei;

Obs.3: também é uma exceção ao sigilo da

correspondência o caso de carta encaminhada ao

preso.

Obs.4: A lei que regula a interceptação telefônica é a

Lei 9.296/96.

Obs.5: Apenas Juiz pode autorizar a interceptação

telefônica – reserva de jurisdição.

Obs.6: a gravação é permitida.

Segurança em matéria jurídica:

Garantias jurisdicionais:

a) Princípio da inafastabilidade ou do controle do Poder

Judiciário

Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do

Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

b) Proibição dos tribunais de exceção

Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de

exceção;

c) Julgamento pelo Tribunal do Júri em crimes dolosos

contra a vida

Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri,

com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos

contra a vida;

d) Princípio do Juiz natural ou do Juiz competente

Art. 5º, LIII – ninguém será processado nem

sentenciado senão pela autoridade competente;

Garantias materiais:

a) Princípios da anterioridade e da reserva legal

Art. 5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o

defina, nem pena sem prévia cominação legal;

b) Princípio da irretroatividade da lei penal mais

gravosa

Art. 5º, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para

beneficiar o réu;

c) Princípio da personalização da pena ou princípio da

intranscendência

Art. 5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do

condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e

a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da

lei, estendidas aos sucessores e contra eles

executadas, até o limite do valor do patrimônio

transferido;

d) Princípio da individualização da pena

Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da pena

[...];

e) Proibição de determinadas penas

Art. 5º, XLVII – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos

termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

f) Princípios relativos à execução da pena privativa de

liberdade

Art. 5º: XLVIII – a pena será cumprida em

estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza

do delito, a idade e o sexo do apenado;

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217

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à

integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para

que possam permanecer com seus filhos durante o

período de amamentação;

g) Restrições à extradição de nacionais e estrangeiros

Art. 5º: LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes

da naturalização, ou de comprovado envolvimento em

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei;

LII – não será concedida extradição de estrangeiro por

crime político ou de opinião;

h) Proibição da prisão civil por dívidas, salvo no caso

de devedor de pensão alimentícia.

Art. 5º, LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo

a do responsável pelo inadimplemento voluntário e

inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário

infiel;

Garantias Processuais:

a) Princípio do devido processo legal

Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de

seus bens sem o devido processo legal;

b) Princípio do contraditório e da ampla defesa

Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os

meios e recursos a ela inerentes;

c) Proibição de prova ilícita

Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas

obtidas por meios ilícitos;

d) Princípio da presunção de inocência ou estado de

inocência

Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o

trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

e) Proibição da identificação criminal da pessoa já

civilmente identificada

Art. 5º, LVIII – o civilmente identificado não será

submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses

previstas em lei;

f) Garantias da legalidade e da comunicabilidade das

prisões

Art. 5º da CF:

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou

por ordem escrita e fundamentada de autoridade

judiciária competente, salvo nos casos de transgressão

militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se

encontre serão comunicados imediatamente ao juiz

competente e à família do preso ou à pessoa por ele

indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre

os quais o de permanecer calado, sendo-lhe

assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos

responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório

policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela

autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido,

quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem

fiança;

DIREITO DE PROPRIEDADE

Direito de Propriedade – art. 5º, XXII, XXIV, XXV,

XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX, XXX.

Art. 5º da CF:

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para

desapropriação por necessidade ou utilidade pública,

ou por interesse social, mediante justa e prévia

indenização em dinheiro, ressalvados os casos

previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade

competente poderá usar de propriedade particular,

assegurada ao proprietário indenização ulterior, se

houver dano;

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218

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em

lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto

de penhora para pagamento de débitos decorrentes de

sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios

de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de

utilização, publicação ou reprodução de suas obras,

transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras

coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,

inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento

econômico das obras que criarem ou de que

participarem aos criadores, aos intérpretes e às

respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio temporário para sua utilização,

bem como proteção às criações industriais, à

propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a

outros signos distintivos, tendo em vista o interesse

social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do

País;

XXX – é garantido o direito de herança;

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos

previstos na Constituição Federal, analise as

afirmativas abaixo:

I. Determinado edital de concurso estabelece, na etapa

relacionada ao teste físico, limites diferenciados entre

homens e mulheres. Nesse caso, o referido Edital

busca respeitar o Princípio fundamental da isonomia

formal.

II. A Constituição Federal não admite a pena de

trabalhos forçados.

III. Ninguém será privado de direitos por motivo de

crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,

salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a

todos imposta e recusar-se a cumprir prestação

alternativa, fixada em lei.

IV. Determinado Oficial de Justiça comparece às 21

horas, numa residência, acompanhado de reforço

policial e munido de mandado judicial, para fazer

diligência devidamente autorizada por juiz competente.

Nesse caso, o morador da referida residência deve

abrir as portas da sua casa em obediência à referida

ordem.

Está(ão) CORRETA(S) somente

a) II e III.

b) I e II.

c) I, II e IV.

d) III e IV.

e) III.

2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca do Princípio da Igualdade, é CORRETO afirmar

que

a) o princípio da isonomia para ter aplicação efetiva

precisa de regulamentação ou de complementação

normativa.

b) é ilegal a promoção de militares dos sexos masculino

e feminino mediante critérios diferenciados, haja vista

todos pertencerem à mesma Corporação Militar.

c) a lei específica pode estabelecer critérios

diferenciados para promoção entre homens e

mulheres, na carreira militar.

d) não é possível, em hipótese alguma, se estabelecer

diferença de critérios de admissão, considerando-se o

sexo.

e) é ilegal se estabelecerem diferenças em razão de

tamanho e/ou requisitos físicos para homens e

mulheres ingressarem no serviço público.

3) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

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219

Acerca do Princípio da Livre Manifestação de

Pensamento, é INCORRETO afirmar que

a) o direito à livre expressão não pode abrigar, em sua

abrangência, manifestações de conteúdo imoral que

implicam ilicitude penal.

b) as liberdades públicas não são incondicionais, por

isso devem ser exercidas de maneira harmônica,

observados os limites definidos na própria Constituição

Federal.

c) o preceito fundamental de liberdade de expressão

não consagra o ‘direito à incitação ao racismo’, dado

que um direito individual não pode constituir-se em

salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os

delitos contra a honra.

d) a liberdade de expressão constitui-se em direito

fundamental do cidadão, envolvendo o pensamento, a

exposição de fatos atuais ou históricos e a crítica.

e) a proteção constitucional à livre manifestação de

pensamento não engloba os direitos de ouvir, assistir

ou ler.

4) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca dos Princípios da Inviolabilidade da Intimidade,

da vida privada, da honra e imagem, marque a

alternativa INCORRETA.

a) É inadmissível, como regra, a quebra do sigilo fiscal,

bancário e telefônico de qualquer pessoa ou autoridade

pública

b) A utilização de imagem ou fotografia, sem prévia

autorização, de pessoa em anúncio com fins lucrativos

caracteriza violação a sua imagem.

c) É inadmissível, como prova, a degravação de

conversa telefônica e de registros contidos na memória

de microcomputador, obtidos sem ordem escrita do juiz

do promotor ou do delegado.

d) É inadmissível a utilização de provas ilícitas ou

forjadas.

e) É inadmissível a veiculação pública, por órgão de

comunicação, de fatos apurados em inquérito policial.

5) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:

Soldado

Os direitos e garantias individuais previstos na

Constituição Federal se prestam à tutela dos bens e

interesses dos destinatários das normas e, ao longo do

tempo, vêm se prestando também à limitação do poder

dos governantes. O direito de propriedade, garantido na

forma do artigo 5° da Constituição Federal,

a) é absoluto, cabendo ao seu titular a defesa de seu

patrimônio, sendo coibida qualquer utilização pelo

Poder Público ou por outros proprietários.

b) admite o estabelecimento de requisitos e condições

para o seu exercício, como o atendimento à função

social da propriedade.

c) embora não seja absoluto, admite a desapropriação

para hipóteses de inquestionável interesse público ou

utilização no caso de perigo iminente, sem a

correspondente indenização.

d) somente admite utilização por terceiros ou pelo

Poder Público mediante prévia indenização e em

dinheiro.

e) é condicionado pelo atendimento da função social,

cuja vocação cabe ao Poder Público indicar

especificamente, em especial nos casos em que o

imóvel esteja sem utilização.

6) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca do Direito de Reunião e de Associação, NÃO se

pode afirmar que

a) é plena a liberdade de associação para fins lícitos.

b) a lei poderá estabelecer requisitos objetivos para

criação de associações e sindicatos sem que isso

configure interferência estatal no seu funcionamento ou

na sua autonomia.

c) o direito à livre associação, embora seja atribuído e

reconhecido a cada pessoal, somente pode ser

exercido de forma coletiva, com várias pessoas.

d) é assegurado ao servidor público o direito à livre

associação, permitindo que os policiais militares

estaduais tenham suas próprias associações e

sindicatos, para atuarem na defesa de seus interesses.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

220

e) o Policial Militar Estadual associado poderá ser

representado por sua associação de classe, na defesa

dos interesses da categoria, desde que previsto nos

estatutos desta ou em lei.

7) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca dos Direitos Fundamentais, é INCORRETO

afirmar que

a) embora os direitos fundamentais estejam previstos

na Constituição Federal de 1988, nada impede que

outros sejam reconhecidos, decorrentes dos princípios

por ela adotados ou dos tratados internacionais em que

a República Federativa do Brasil seja parte.

b) a proteção ao direito à vida prevista na Constituição

Federal de 1988 impede a realização de abortos fora

dos casos previstos em lei.

c) o Brasil se submete à jurisdição de tribunal penal

internacional desde que tenha aderido a este e

concordado com sua criação.

d) a proteção ao direito à vida prevista na Constituição

Federal de 1988 impede que se reconheça o direito à

eutanásia.

e) a proteção ao direito à vida prevista na Constituição

Federal de 1988 impede que se reconheça o direito ao

suicídio, sendo sua prática um crime.

8) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca do Direito de Propriedade, é CORRETO afirmar

que

a) o direito à propriedade não é absoluto, devendo

atender a sua função social. Considera-se ato

caracterizador do não atendimento da função social da

propriedade rural o fato de essa não cumprir os direitos

trabalhistas dos empregados que nela trabalham.

b) viola o direito de propriedade o estabelecimento de

regras que limitem o seu exercício, tais como o

estabelecimento de recuos e limites máximos de área

construída ou a fixação de altura máxima para

edificação.

c) o descumprimento da função social da propriedade

pode autorizar a desapropriação de um imóvel urbano

para fins de reforma agrária, desde que precedido de

prévia e justa indenização em dinheiro.

d) os procedimentos para desapropriação para fins de

interesse social, utilidade pública e reforma agrária

podem ser estabelecidos por decreto do poder

executivo estadual.

e) toda desapropriação deverá ser precedida de prévia

e justa indenização em dinheiro, independentemente

de sua finalidade.

9) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Com relação ao sigilo de correspondência, é

CORRETO afirmar que

a) o sigilo telefônico só pode ser quebrado pela polícia

judiciária nas hipóteses de crime(s) apenado(s) com

reclusão.

b) é possível a interceptação telefônica por ordem do

Ministério Público, para fins de investigação de

paternidade.

c) a interceptação telefônica só pode ser determinada

pelo Juiz após representação do Delegado de Polícia,

pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) dias.

d) a interceptação telefônica poderá ser decretada pelo

Juiz para fins de investigação criminal ou instrução

processual penal.

e) no caso de crimes hediondos, pode a autoridade

policial determinar a interceptação telefônica.

10) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

O art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal, determina

que a casa é o asilo inviolável do indivíduo, nela

ninguém podendo penetrar sem o consentimento do

morador, salvo em algumas situações expressamente

previstas na própria Constituição.

Pode-se dizer que NÃO está compreendido como

domicílio (“ou casa”)

a) o apartamento em que o indivíduo resida com sua

família.

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221

b) o quarto de hotel, quando não esteja sendo utilizado.

c) a área destinada à administração e gerência de um

bar ou restaurante.

d) o “trailler” que sirva de residência.

e) as alternativas “b” e “d” estão corretas.

11) Ano: 2009Banca: UPENET/IAUPEÓrgão: PM-

PEProva: Soldado da Polícia Militar

O art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal, determina

que a casa é o asilo inviolável do indivíduo, nela

ninguém podendo penetrar sem o consentimento do

morador, salvo em algumas situações expressamente

previstas na própria Constituição.

Durante a noite, NÃO se pode ingressar na casa do

indivíduo, sem o seu consentimento,

I. para cumprimento de ordem judicial.

II. para prestar socorro.

III. em caso da prática de crime em flagrante.

IV. em caso de desastre.

Somente está INCORRETO o que se afirma em

a) I.

b) I e III.

c) II e III.

d) II, III e IV.

e) III.

12) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

Assinale a alternativa que está de acordo com o texto

da Constituição Federal Brasileira

a) A criação de associações e, na forma da lei, a de

cooperativas independem de autorização, sendo

vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

b) É inviolável o sigilo da correspondência, salvo por

ordem judicial, para fins de investigação criminal ou

instrução processual penal.

c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela

podendo penetrar sem consentimento do morador,

salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para

prestar socorro, ou, durante a noite, por determinação

judicial.

d) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo

vedado, em qualquer hipótese, o sigilo da fonte

e) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,

em locais abertos ao público, desde que obtida,

previamente, a devida autorização do órgão

competente.

13) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe

Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -

Administrativa

Relativamente aos Direitos e Garantias Fundamentais,

assinale a alternativa INCORRETA.

a) É livre a locomoção no território nacional em tempo

de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,

nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

b) É assegurado a todos o acesso à informação e

resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao

exercício profissional.

c) É livre a expressão da atividade intelectual, artística,

científica e de comunicação, independentemente de

censura ou licença.

d) É livre a criação de associações e a de cooperativas,

na forma da lei, sujeitas à prévia autorização estatal,

sendo, porém, vedada a interferência estatal em seu

funcionamento.

e) As associações só poderão ser compulsoriamente

dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por

decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o

trânsito em julgado.

14) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-

PE Prova: Agente Penitenciário

Assinale a alternativa CORRETA.

a) No Brasil, diversos artigos da declaração dos direitos

humanos foram incorporados ao texto constitucional,

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Ensino de qualidade focado em concursos.

222

deixando clara a intenção do legislador de atingir, com

a maior amplitude possível, a defesa dos direitos do

homem.

b) O direito à liberdade de locomoção foi mantido na

Constituição Federal de forma absoluta, sem nenhum

tipo de restrição.

c) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, cuja

perda poderá ser declarada, apenas, em caso de

atividades nocivas ao país.

d) A tortura é crime imprescritível e inafiançável.

e) A defesa dos refugiados está entre os princípios

constitucionais dirigidos às relações internacionais do

Brasil.

GABARITO

1 – A 3 – E 5 – B 7- E 9 – D

2 – C 4 – C 6 – D 8 – A 10 - B

11- D 13- D

12-A 14- A

DIREITOS SOCIAIS

Noções Gerais

Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do

artigo 6º até o artigo 11 da Constituição Federal. São

normas que se concretizam por meio de prestações

positivas por parte do Estado, haja vista objetivarem

reduzir as desigualdades sociais, atuam como

liberdades positivas, visando à igualdade social.

São direitos de 2ª dimensão ou geração e visam

assegurar a isonomia/igualdade.

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a

alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o

lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à

maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição.

ATENÇÃO PARA:

• Moradia x Propriedade

• Segurança

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de

10 de dezembro de 1948, pela ONU, consagra em

seu art. XXII:

Todo ser humano, como membro da sociedade, tem

direito à segurança social, à realização pelo esforço

nacional, pela cooperação internacional e de acordo

com a organização e recursos de cada Estado, dos

direitos econômicos, SOCIAIS e culturais

indispensáveis à sua dignidade e ao livre

desenvolvimento da sua personalidade.

Os direitos Sociais são normas de ordem pública,

com as seguintes CARACTERÍSTICAS:

A) Imperatividade: é um fazer do Estado – provedor,

não podem ser alterados pela vontade das partes.

B) Invioláveis: assim como todos os direitos

fundamentais.

C) Aplicação imediata; contudo, caso haja omissão

legislativa no sentido de implementar o direito social,

será possível a impetração de mandado de injunção.

Direitos Fundamentais Trabalhistas – Art. 7º

Os direitos elencados no art. 7º da CF configuram um

rol EXEMPLIFICATIVO de direitos dos trabalhadores.

Todos os direitos aqui elencados são aplicáveis aos

trabalhadores URBANOS, RURAIS E AVULSOS.

Contudo, parte desses direitos também é extensível

aos servidores públicos e ao doméstico.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição

social:

I – relação de emprego protegida contra despedida

arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei

complementar, que preverá indenização

compensatória, dentre outros direitos;

II – seguro-desemprego, em caso de desemprego

involuntário;

III – fundo de garantia do tempo de serviço – FGTS;

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Ensino de qualidade focado em concursos.

223

IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente

unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais

básicas e às de sua família com moradia, alimentação,

educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e

previdência social, com reajustes periódicos que lhe

preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua

vinculação para qualquer fim;

Quanto ao salário mínimo, podemos destacar as

seguintes características:

• fixado em lei;

• nacionalmente unificado;

• reajustes periódicos;

• proibição de vinculação.

A garantia do salário mínimo é assegurada também ao

servidor público. Entretanto, tal garantia não se refere

apenas ao vencimento básico, mas diz respeito à

totalidade da remuneração.

Súmula Vinculante 16:

Os artigos 7º, IV, e 39, §3º (redação da EC 19/98), da

Constituição, referem-se ao total da remuneração

percebida pelo servidor público.

(remuneração = vencimento básico + adicionais.)

Direitos Fundamentais Trabalhistas – Art. 7º

Continuando a análise dos direitos sociais trabalhistas,

podemos destacar, ainda:

V – piso salarial proporcional à extensão e à

complexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em

convenção ou acordo coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para

os que percebem remuneração variável;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração

integral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do

diurno;

X – proteção do salário na forma da lei, constituindo

crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados,

desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,

participação

na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII – salário-família pago em razão do dependente do

trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito

horas diárias e quarenta e quatro semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da

jornada, mediante acordo ou convenção coletiva

de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado

em turnos ininterruptos de revezamento, salvo

negociação coletiva;

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente

aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior,

no mínimo, em cinquenta por cento à do

normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo

menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e

do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher,

mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,

sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por

meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades

penosas, insalubres ou perigosas, na forma da

lei;

XXIV – aposentadoria;

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes

desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em

creches e pré-escolas;

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Ensino de qualidade focado em concursos.

224

XXVI – reconhecimento das convenções e acordos

coletivos de trabalho;

XXVII – proteção em face da automação, na forma da

lei;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo

do empregador, sem excluir a indenização a que

este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Prescrição dos Créditos Trabalhistas

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das

relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco

anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o

limite de dois anos após a extinção do contrato de

trabalho;

OBS.: Este inciso prevê as chamadas regras de

PRESCRIÇÃO TRABALHISTA. Como se pode

depreender do inciso, existem dois tipos de prescrição:

uma de 2 anos e outra de 5 anos. Importa distinguir a

aplicação destes prazos.

• período de 2 anos refere-se ao prazo que o

trabalhador possui para ingressar com uma

ação trabalhista reivindicando seus direitos.

Este prazo inicia sua contagem a partir do dia

em que houve a rescisão do contrato de

trabalho.

• Período de 5 anos diz respeito aos anos de

verbas trabalhistas vencidas que o empregado

terá direito quando entrar com a ação a contar

do momento em que se entra com a ação. A

prescrição de 2 anos conta-se para frente e a

de 5 anos conta-se para trás.

CUIDADO! Não há previsão constitucional para a

aplicação do prazo prescricional para os trabalhadores

domésticos, no entanto, os tribunais têm aplicado a

norma aos trabalhadores domésticos com base na

analogia.

Proibições – Igualdade Formal

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício

de funções e de critério de admissão por motivo de

sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante

a salário e critérios de admissão do trabalhador

portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual,

técnico e intelectual ou entre os profissionais

respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou

insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho

a menores de dezesseis anos, salvo na condição de

aprendiz, a partir de quatorze anos;

OBS.: A Constituição afirma que é proibido o trabalho

para os menores de 16 e, em seguida, excepciona esta

regra dizendo que é possível a partir dos 14, na

condição de aprendiz. O objetivo foi deixar claro que o

trabalho no Brasil se inicia aos 14 anos. Este

entendimento se fortalece à luz do artigo 227, § 3º,I da

CF

Art. 227, § 3º – O direito a proteção especial abrangerá

os seguintes aspectos:

I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao

trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

Assim, para os menores de 18 anos, ficam proibidos os

trabalhos: perigosos, insalubres e noturnos.

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com

vínculo empregatício permanente e o trabalhador

avulso.

DIREITO DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS

Emenda Constitucional nº 72, de 2013

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos

trabalhadores domésticos os direitos previstos nos

incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,

XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas

as condições estabelecidas em lei e observada a

simplificação do cumprimento das obrigações

tributárias, principais e acessórias, decorrentes da

relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos

nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a

sua integração à previdência social.

Observa-se que a CF classificou esses direitos em dois

grupos:

• de exercício imediato (eficácia plena);

• de exercício diferido (eficácia limitada).

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225

Direitos Coletivos Trabalhistas

Os direitos sociais coletivos são aqueles exercidos

pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de

uma coletividade, e podem ser classificados em:

• direito de associação profissional ou sindical;

• direito de greve;

• direito de substituição processual;

• direito de participação;

• direito de representação classista

REGRAS DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU

SINDICAL

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,

observado o seguinte:

I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a

fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão

competente, vedadas ao Poder Público a interferência

e a intervenção na organização sindical;

II – é vedada a criação de mais de uma organização

sindical, em qualquer grau, representativa de categoria

profissional ou econômica, na mesma base territorial,

que será definida pelos trabalhadores ou

empregadores interessados, não podendo ser inferior à

área de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses

coletivos ou individuais da categoria, inclusive em

questões judiciais ou administrativas;

IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em

se tratando de categoria profissional, será descontada

em folha, para custeio do sistema confederativo da

representação sindical respectiva, independentemente

da contribuição prevista em lei;

OBSERVA-SE que existem duas contribuições neste

inciso: uma chamada de Contribuição Confederativa a

outra, de Contribuição Sindical. Mas surge uma

pergunta: qual das duas é paga diretamente para o

sindicato? Apesar de o nome induzir ao erro, a

contribuição paga diretamente ao sindicato é a

Confederativa!

A Contribuição Confederativa é a prevista neste inciso,

fixada pela assembleia geral, descontada em folha para

custear o sistema confederativo. Esta é aquela paga às

organizações sindicais e é facultative (só é obrigada

aos filiados aos sindicatos). É o que diz o teor da

súmula vinculante 40 do STF:

A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV,

da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao

sindicato respectivo.

A Contribuição Sindical, que é a contribuição prevista

em lei, mais precisamente na Consolidação das Leis

trabalhistas (CLT), deve ser paga por todos os

trabalhadores, ainda que profissionais liberais. Sua

natureza é obrigatória e possui caráter tributário.

LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO

V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se

filiado a sindicato;

VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas

negociações coletivas de trabalho;

VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser

votado nas organizações sindicais;

ESTABILIDADE SINDICAL

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado

a partir do registro da candidatura a cargo de direção

ou representação sindical e, se eleito, ainda que

suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se

cometer falta grave nos termos da lei.

A estabilidade sindical constitui norma de proteção aos

dirigentes sindicais e que possui grande utilidade ao

evitar o cometimento de arbitrariedades por partes das

empresas em retaliação aos representantes dos

empregados.

O importante aqui é entender o período de proteção que

a Constituição garantiu aos dirigentes sindicais. A

estabilidade se inicia com o registro da candidatura e

permanece, com o candidato eleito, até um ano após o

término do seu mandato. Cuidado com essa regra! Ela

não é absoluta, pois a proteção contra despedida

arbitrária não prospera diante do cometimento de falta

grave.

DIREITO DE GREVE

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos

trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-

lo e sobre os interesses que devam por meio dele

defender.

§ 1º – A lei definirá os serviços ou atividades essenciais

e disporá sobre o atendimento das necessidades

inadiáveis da comunidade.

§ 2º – Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis

às penas da lei.

Observa-se, aqui, que o direito de greve é um direito

fundamental de todo trabalhador. Entretanto, no Brasil,

há uma lei específica regulamentando-o somente aos

trabalhadores da iniciativa privada, a Lei 7783/89.

Assim, é importante lembrar, na hora da prova, que, por

não ter uma lei garantindo esse direito aos servidores

públicos, entendeu o STF que esses servidores

deverão fazer greve nos termos da lei da iniciativa

privada.

DIREITO DE PARTICIPAÇÃO

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores

e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos

em que seus interesses profissionais ou previdenciários

sejam objeto de discussão e deliberação.

DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos

empregados, é assegurada a eleição de um

representante destes com a finalidade exclusiva de

promover-lhes o entendimento direto com os

empregadores.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca dos direitos sociais previstos na Constituição

Federal de 1988, analise as seguintes afirmativas:

I. O direito à irredutibilidade do salário do trabalhador

não é absoluto, podendo ocorrer a redução salarial,

desde que ela seja aprovada em convenção ou acordo

coletivo.

II. A assistência aos desamparados não integra os

direitos sociais previstos na CF/88.

III. É assegurado o direito a piso salarial proporcional à

extensão e complexidade do trabalho.

IV. É obrigatória a autorização estatal para a fundação

de sindicato.

Estão CORRETAS somente

a) I e IV.

b) II e IV.

c) I, II e III.

d) III e IV.

e) I e III.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Considerando os Direitos Sociais expressamente

assegurados na Constituição Federal de 1988, analise

as afirmativas abaixo:

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Ensino de qualidade focado em concursos.

227

I. A remuneração do serviço extraordinário deve ser

superior em, no mínimo, cem por cento da

remuneração normal.

II. É assegurada a igualdade de direitos entre o

trabalhador com vínculo empregatício permanente e o

trabalhador avulso.

III. É assegurado o direito de repouso semanal

remunerado, preferencialmente aos sábados e

domingos.

IV. Constitui-se como um dos direitos sociais previstos

na CF/88 a proteção à maternidade e à infância.

Estão CORRETAS

a) I e II, somente.

b) I e III, somente.

c) II e IV, somente.

d) III e IV, somente.

e) I, II, III e IV.

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Ainda sobre os direitos sociais, assinale a alternativa

CORRETA.

a) A filiação ao sindicato é obrigatória, conforme a

respectiva categoria profissional.

b) Não é obrigatória a participação dos sindicatos nas

negociações coletivas de trabalho.

c) A aposentadoria não extingue o direito à filiação das

organizações sindicais.

d) O sindicato não pode defender interesse coletivo da

categoria em questões administrativas.

e) O sindicato não pode defender interesse individual

da categoria em questões judiciais.

4) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: FUNAPE

Prova: Analista Previdenciário

Sobre os Direitos Sociais garantidos na Constituição

Federal, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Os direitos sociais visam à melhoria das condições

sociais dos trabalhadores urbanos e rurais.

b) O salário mínimo deve ser nacionalmente unificado,

isto é, deve ser igual em todo o território nacional.

c) O salário é irredutível e põe o trabalhador a salvo

de qualquer expediente unilateral que lhe reduza o

poder de compra.

d) A Constituição Federal garante ao salário o caráter

de intangibilidade, chegando mesmo a dar

configuração criminal à sua retenção dolosa.

e) O salário-família é um benefício previdenciário

garantido a qualquer trabalhador em razão da

existência de dependentes.

5) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE

Prova: Assessor Jurídico

Qual dos itens abaixo NÃO faz parte do rol de direitos

sociais expressamente previstos no art. 6º da

Constituição Federal/88?

a) Moradia.

b) Lazer.

c) Proteção à maternidade e à infância.

d) Alimentação.

e) Assistência aos desempregados.

6) Ano: 2018Banca: FUNRIOÓrgão: CGE-ROProva:

Assistente de Controle Interno

São inúmeros os projetos pertinentes à mudança dos

direitos sociais quer utilizando a lei ordinária ou

valendo-se da emenda constitucional. Dentre os

direitos sociais previstos na Constituição encontra-se o:

a) fundo de desemprego.

b) fundo de propagação social.

c) fundo de preservação social.

d) fundo de trabalhadores.

e) fundo de garantia do tempo de serviço.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

228

7) Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: ALESE Prova:

Técnico Legislativo - Técnico-Administrativo

É direito dos trabalhadores urbanos e rurais,

assegurado na Constituição Federal:

a) a duração do trabalho normal não superior a doze

horas diárias e quarenta e oito semanais, facultada a

compensação de horários e a redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

b) a participação nos lucros, ou resultados, vinculada

à remuneração, e, excepcionalmente, a participação na

gestão da empresa, conforme definido em lei.

c) o reconhecimento das convenções e acordos

coletivos de trabalho.

d) a remuneração do trabalho diurno superior à do

noturno.

e) a proteção do salário na forma da lei, constituindo

crime sua retenção culposa.

8) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:

Soldado da Polícia Militar

De acordo com a Constituição Federal, quanto aos

direitos sociais, é direito do trabalhador:

a) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em

convenção ou acordo coletivo.

b) a remuneração do trabalho noturno inferior à do

diurno.

c) o repouso semanal remunerado, preferencialmente

aos sábados.

d) o trabalho noturno, perigoso ou insalubre, a partir

dos 17 anos de idade.

e) o ato de votar e ser votado nas organizações

sindicais, desde que não seja aposentado.

9) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:

Soldado da Policia Militar

Prevê a Constituição Federal que são direitos sociais,

dentre outros,

a) a alimentação, a liberdade de locomoção e de

manifestação do pensamento.

b) a saúde, a educação, o trabalho e a assistência aos

desamparados.

c) a educação, a saúde e a liberdade de reunião.

d) o lazer, a segurança, a previdência social e a

privacidade.

e) a educação, a segurança e o direito de propriedade.

10) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: CBM-PI Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro

Considerando o previsto na Constituição Federal sobre

os direitos sociais, assinale a alternativa CORRETA:

a) É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre

a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores

de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz, a

partir de doze anos.

b) É garantido seguro contra acidentes de trabalho, a

cargo do empregador, sem excluir a indenização a que

este está obrigado, desde que demonstrado o dolo na

sua conduta.

c) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a

partir do registro da candidatura a cargo de direção ou

representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,

até dois anos após o final do mandato, mesmo se

cometer falta grave nos termos da lei.

d) É garantida licença à gestante, sem prejuízo do

emprego e do salário, com a duração de cento e oitenta

dias, bem como licença-paternidade com duração de

dez dias.

e) Nas empresas de mais de duzentos empregados, é

assegurada a eleição de um representante destes com

a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento

direto com os empregadores.

GABARITO

1 – E 3 – C 5 – E 7- C 9 – B

2 – C 4 – E 6 – E 8 – A 10 - E

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229

DIREITOS DE NACIONALIDADE

Conceito:

Nacionalidade é o vínculo jurídico e político pelo qual

um indivíduo se torna parte integrante do povo de um

Estado.

Modos de aquisição da nacionalidade:

• primária ou originária (natos)

Adquire-se a nacionalidade pelo nascimento. A

pessoa, ao nascer, já possui a nacionalidade de

determinado Estado;

• secundária ou adquirida (naturalizados)

Resulta de um ato posterior de vontade. A pessoa

adquire a nacionalidade de outro país durante sua

existência.

Critérios para a aquisição da nacionalidade

primária.

• Jus soli ou jus loci ou critério da

territorialidade:

Determina-se a nacionalidade de uma pessoa pelo

local de nascimento. São considerados nacionais

todos os que nascem no território do Estado.

• Jus sanguinis ou critério da

consanguinidade:

Determina-se a nacionalidade de uma pessoa pela

origem de seus ascendentes. São considerados

nacionais todos que possuem ascendentes da

mesma nacionalidade, até um determinado grau.

Modos de aquisição da nacionalidade originária

brasileira – Art. 12, inciso I, da CF:

São brasileiros natos os nascidos na República

Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,

desde que estes não estejam a serviço de seu país;

Obs.1: o critério adotado neste primeiro modo foi o jus

soli.

Obs.2: apesar de a Constituição ter dito “na República

Federativa do Brasil”, ela quis se referir “no território da

República Federativa do Brasil”.

Obs.3: compreende o território brasileiro:

a) O solo, subsolo, espaço aéreo;

b) O mar territorial, que compreende 12 milhas a partir

da costa brasileira;

c) A plataforma continental, que compreende o leito e o

subsolo das áreas submarinas que se estendem além

do seu mar territorial com “largura” de 200 milhas;

d) Os navios e aeronaves brasileiros de natureza

privada em alto mar ou no espaço aéreo

correspondente;

e) Os navio e aeronaves brasileiros a serviço do

governo brasileiro onde quer que se encontrem.

Obs.: o constante das letras d) e e) são considerados

território brasileiro por extensão.

Obs.4: O critério da territorialidade (jus soli) é a regra

no Brasil, mas não é um critério absoluto, pois comporta

exceção, ou seja, mesmo que nasça no território da

República Federativa no Brasil não será brasileiro se:

a) Filho de estrangeiros (pai e mãe devem ser

estrangeiros) e, pelo menos um, estar a serviço do País

de origem.

São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,

de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que

qualquer deles esteja a serviço da República

Federativa do Brasil;

Obs.: como são nascidos no estrangeiro, o critério não

pode ser o jus soli.

Obs.2: O critério adotado nesta hipótese é o jus

sanguinis ou consanguinidade + o critério funcional,

pois deve estar a serviço do Estado brasileiro.

Obs.3: Compreende “a serviço da República

Federativa do Brasil” o seguinte:

a) Estar a serviço da Administração Pública Direta, que

compreende a União, Estados, Distrito Federal e

Municípios;

b) Estar a serviço da Administração Pública Indireta,

que compreende as Autarquias, Fundações Públicas,

Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.

Obs.4: Basta que apenas um dos pais seja brasileiro,

desde que esteja a serviço do Estado brasileiro, para

que o filho também seja brasileiro.

São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,

de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam

registrados em repartição brasileira competente;

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230

Obs.: O critério adotado nesta hipótese é o jus

sanguinis + o registro.

Obs.2: O registro pode ser feito no Consulado ou na

Embaixada.

Obs.3: Esta hipótese esteve fora da Constituição de

1994 com a Emenda Constitucional de Revisão nº 3 até

2007 com a Emenda Constitucional nº 54.

São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,

de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que

venham a residir na República Federativa do Brasil

e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a

maioridade, pela nacionalidade brasileira;

Obs.: O critério adotado aqui é o jus sanguinis +

residência + opção.

Modos de aquisição da nacionalidade secundária

brasileira (naturalização é o ato pelo qual uma

pessoa adquire a nacionalidade de outro Estado) –

Art. 12, inciso II, da CF:

Naturalização tácita:

O silêncio é interpretado como uma manifestação da

vontade de adquirir a nacionalidade brasileira. Foi

admitida por duas Constituições brasileiras: a de 1824

(em relação aos portugueses) e a de 1891 (grande

naturalização).

Naturalização expressa:

Depende de manifestação da vontade da pessoa

interessada em adquirir a nacionalidade brasileira, que

deve expressa requerê-la. A Constituição de 1988

prevê duas espécies de naturalização expressa:

ordinária e extraordinária.

a) Naturalização ordinária – art. 12, inciso II, alínea a,

da CF: os que, na forma da lei, adquiram a

nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de

países de língua portuguesa apenas residência por um

ano ininterrupto e idoneidade moral;

Obs.: aos estrangeiros não originários de países de

língua portuguesa, os requisitos para a naturalização

ordinária estão previstos no art. 112 do Estatuto do

Estrangeiro.

Art. 112. São condições para a concessão da

naturalização:

I – capacidade civil, segundo a lei brasileira;

II – ser registrado como permanente no Brasil;

III – residência contínua no território nacional, pelo

prazo mínimo de quatro anos, imediatamente

anteriores ao pedido de naturalização;

IV – ler e escrever a língua portuguesa, consideradas

as condições do naturalizando;

V – exercício de profissão ou posse de bens suficientes

à manutenção própria e da família;

VI – bom procedimento;

VII – inexistência de denúncia, pronúncia ou

condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a

que seja cominada pena mínima de prisão,

abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e

VIII – boa saúde.

Obs.2: Já aos originários de países de língua

portuguesa, há necessidade de apenas dois requisitos:

b) Residência por um ano ininterrupto; e

c) Idoneidade moral.

Obs.: Quase nacionais ou português equiparado – Aos

portugueses com residência permanente no País, se

houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão

atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os

casos previstos nesta Constituição.

Obs.: aos portugueses há dois caminhos para exercer

os direitos de brasileiros naturalizados:

a) Primeiro: ele pode se naturalizar e perder a

nacionalidade originária; ou

b) Segundo: estabelecer residência e solicitar a

equiparação. Neste segundo caminho, o português não

perde a nacionalidade originária e, ainda, continua a ter

todos os direitos de brasileiro naturalizado.

Obs.2: A reciprocidade está prevista no Tratado de

Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República

Federativa do Brasil e a República Portuguesa,

celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000

(data dos 500 anos do Brasil).

d) Naturalização extraordinária – art. 12, inciso II, alínea

b, da CF: os estrangeiros de qualquer nacionalidade,

residentes na República Federativa do Brasil há mais

de quinze nos ininterruptos e sem condenação penal,

desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

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231

Obs.: esta naturalização também é conhecida como

naturalização quinzenária.

Ob.2: enquanto na naturalização ordinária o Estado

brasileiro possui discricionariedade para conceder a

naturalização (ou seja, concede se quiser – mesmo

cumpridos todos os requisitos), na naturalização

extraordinária, o Estado brasileiro é obrigado a

conceder, pois é direito subjetivo do requerente.

Distinções entre brasileiros natos e naturalizados

Art. 12, §1º: A lei não poderá estabelecer distinção

entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos

previstos nesta Constituição.

Cargos – art. 12, § 3º, da CF:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I – de Presidente e Vice-Presidente da República;

II – de Presidente da Câmara dos Deputados;

III – de Presidente do Senado Federal;

IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V – da carreira diplomática;

VI – de oficial das Forças Armadas;

VII – de Ministro de Estado da Defesa.

Funções – art. 89, VII, da CF: há seis assentos no

Conselho da República destinado para brasileiros

natos.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de

consulta do Presidente da República, e dele participam:

I – o Vice-Presidente da República;

II – o Presidente da Câmara dos Deputados;

III – o Presidente do Senado Federal;

IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos

Deputados;

V – os líderes da maioria e da minoria no Senado

Federal;

VI – o Ministro da Justiça;

VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta

e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo

Presidente da República, dois eleitos pelo Senado

Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados,

todos com mandato de três anos, vedada a

recondução.

Extradição – art. 5º, LI, da CF: brasileiro nato nunca

poderá ser extraditado. Já o brasileiro naturalizado

pode em duas hipóteses:

a) por crime comum praticado antes da naturalização;

ou

b) quando comprovado envolvimento em tráfico ilícito

de drogas, na forma da lei.

Art. 5º, LI, da CF – nenhum brasileiro será extraditado,

salvo o naturalizado, em caso de crime comum,

praticado antes da naturalização, ou de comprovado

envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins, na forma da lei;

Propriedade de empresa jornalística – art. 222 da

CF:

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de

radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de

brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.

Perda na nacionalidade – art. 12, § 4º, da CF: apenas

o brasileiro naturalizado poderá perder a

nacionalidade em virtude de atividade nociva ao

interesse nacional, por sentença judicial.

Art. 12, § 4º, da CF – Será declarada a perda da

nacionalidade do brasileiro que:

I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença

judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse

nacional;

II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela

lei estrangeira;

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232

b) de imposição de naturalização, pela norma

estrangeira, ao brasileiro residente em estado

estrangeiro, como condição para permanência em seu

território ou para o exercício de direitos civis;

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da

República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a

bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

poderão ter símbolos próprios.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre Nacionalidade, analise as seguintes afirmativas:

I. O Brasil adota com primazia o jus solis, admitindo,

também, em certas circunstâncias, o jus sanguinis.

II. O sistema normativo brasileiro não admite a

pluralidade de nacionalidades, sem exceção.

III. São brasileiros natos os nascidos na República

Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,

desde que estes não estejam a serviço de seu país.

IV. Será declarada a perda da nacionalidade de

brasileiro em caso de cancelamento da sua

naturalização por sentença judicial, em virtude de

atividade nociva a interesse nacional.

Está(ão) CORRETA(S) somente

a) II.

b) II e III.

c) I, II e III.

d) I, III e IV.

e) II e IV.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Considerando os seguintes cargos públicos, em

relação àqueles que são de ocupação privativa de

brasileiro nato, coloque V para os Verdadeiros e F para

os Falsos.

( ) Procurador Geral da República

( ) Ministro do Supremo Tribunal Federal

( ) Oficial das Forças Armadas

( ) Presidente do Banco Central

( ) Ministro do Estado da Defesa

( ) Vice-Presidente da República

Assinale a alternativa que contém a sequência

CORRETA.

a) F-V-V-F-V-V

b) V-F-F-V-V-F

c) V-V-F-F-V-F

d) F-V-F-V-F-V

e) F-F-V-V-F-V

3) Ano: 2018 Banca: COPESE – UFT Órgão: Câmara

de Palmas – TO Prova: Assistente Administrativo

Assinale a alternativa CORRETA. Nos termos da

Constituição Federal de 1988, são brasileiros natos:

a) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,

residentes em países de língua portuguesa há mais de

cinco anos.

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,

residentes na República Federativa do Brasil há mais

de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,

desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

c) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade

brasileira, exigidas aos originários de países de língua

portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto

e idoneidade moral.

d) os nascidos na República Federativa do Brasil,

ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não

estejam a serviço de seu país.

4) Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova:

Técnico da Receita Estadual - Arrecadação e

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233

Fiscalização de Mercadorias em Trânsito -

Conhecimentos Gerais

A nacionalidade brasileira

a) é incompatível com a nacionalidade originária

reconhecida por Estado estrangeiro.

b) é incompatível com a nacionalidade derivada

outorgada por Estado estrangeiro que a exija para fins

de exercício de direitos civis.

c) é compatível com a nacionalidade derivada

outorgada por Estado estrangeiro como condição para

permanência do brasileiro em seu território.

d) nata é condição para a investidura nos cargos de

Presidente da República, de Vice-Presidente da

República, de Presidente da Câmara dos Deputados,

de Presidente do Senado Federal, de Ministro do

Supremo Tribunal Federal, de Ministro da Defesa, da

carreira diplomática e do oficialato das forças armadas

e das polícias militares.

e) derivada deverá ser reconhecida aos estrangeiros

residentes no Brasil há mais de quinze anos

ininterruptos e sem condenações judiciais, desde que a

requeiram.

5) Ano: 2017 Banca: IBFCÓrgão: CBM-BA Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro

Assinale a alternativa correta sobre nacionalidade nos

termos da Constituição da República Federativa do

Brasil.

a) Será declarada a perda da nacionalidade do

brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto nos

casos previstos na própria Constituição Federal

b) Será declarada a perda da nacionalidade do

brasileiro que adquirir outra nacionalidade, em qualquer

caso

c) Será declarada a perda da nacionalidade do

brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto no

caso de reconhecimento de nacionalidade originária

pela lei estrangeira

d) Será declarada a perda da nacionalidade do

brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto no

caso de imposição de naturalização, pela norma

estrangeira, ao brasileiro residente em estado

estrangeiro, como condição para permanência em seu

território

e) Será declarada a perda da nacionalidade do

brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto no

caso de imposição de naturalização, pela norma

estrangeira, ao brasileiro residente em estado

estrangeiro, como condição para o exercício de direitos

civis diversos da permanência em seu território

6) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:

Soldado da Polícia Militar

O Estado brasileiro não poderá conceder extradição se

o indivíduo for:

a) estrangeiro e tratar-se de crime comum.

b) estrangeiro e tratar-se de envolvimento em tráfico

ilícito de entorpecentes.

c) brasileiro naturalizado e tratar-se de crime praticado

antes da naturalização.

d) brasileiro naturalizado e tratar-se de envolvimento

em tráfico ilícito de entorpecentes.

e) estrangeiro e tratar-se de crime político.

7) Ano: 2014 Banca: NUCEPE Órgão: CBM-PI Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro Militar

No que se refere à “Extradição”, a Constituição Federal

de 1988 prevê que:

a) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes

da naturalização, ou de comprovado envolvimento em

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei.

b) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime militar, praticado antes

da naturalização, ou de comprovado envolvimento em

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei.

c) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime comum, praticado após

a naturalização, ou de comprovado envolvimento em

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

234

d) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime militar, praticado após

a naturalização, ou de comprovado envolvimento em

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei.

e) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime militar, praticado

durante a naturalização, ou de comprovado

envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins, na forma da lei.

8) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova:

Escrevente Técnico Judiciário

Ricardo, cuja mãe é brasileira e cujo pai é chileno,

nasceu no México, durante uma viagem de sua mãe a

esse país, a serviço do Brasil. Nos termos da

Consti­tuição Federal, Ricardo

a) é brasileiro nato.

b) poderá naturalizar­-se brasileiro caso venha a

re­sidir por pelo menos 1 ano ininterrupto no Brasil.

c) poderá naturalizar-­se brasileiro caso opte, a

qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira, ainda

que resida no estrangeiro.

d) será considerado brasileiro nato, desde que sua

mãe retorne ao Brasil imediatamente após o tér­mino

do serviço.

e) não poderá naturalizar-­se brasileiro, uma vez que

seu pai é chileno.

9) Ano: 2014 Banca: FUNRIO Órgão: IF-PI Prova:

Assistente em Administração

São símbolos da República Federativa do Brasil, nos

termos da Constituição Federal de 1988:

a) a bandeira, o hino, a moeda e as armas nacionais.

b) a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

c) o hino, a moeda, o idioma e o selo nacionais.

d) a bandeira, a moeda, o idioma e as armas

nacionais.

e) a moeda, o idioma, o território e as armas nacionais.

10) Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: MPE-MA Prova:

Técnico Ministerial - Execução de Mandados

Simoneta, portuguesa, é casada com o italiano Giovani.

Há três anos o casal mudou-se para o Brasil em razão

da transferência de Giovani para a filial da empresa

empregadora na cidade de São Luís. O casal manteve

residência fixa desde a transferência na referida capital.

Ambos possuem idoneidade moral, não possuem

condenação criminal e pretendem requerer a

nacionalidade brasileira. De acordo com a Constituição

Federal brasileira,

a) Simoneta e Giovani não preenchem os requisitos

constitucionais, sendo exigido para ambos residência

no Brasil por quinze anos ininterruptos.

b) Simoneta e Giovani preenchem os requisitos

constitucionais.

c) somente Simoneta preenche os requisitos

constitucionais.

d) Simoneta e Giovani não preenchem os requisitos

constitucionais, sendo exigido para Simoneta

residência no Brasil por cinco anos ininterruptos e para

Giovani dez anos.

e) Simoneta e Giovani não preenchem os requisitos

constitucionais, sendo exigido para Simoneta

residência no Brasil por cinco anos ininterruptos e para

Giovani quinze anos.

GABARITO

1 – D 3 – C 5 – A 7- A 9 – B

2 – A 4 – C 6 – E 8 – A 10 – C

DIREITOS POLITICOS

Nacionalidade, Cidadania e Naturalidade

Nacionalidade é um vínculo jurídico entre o indivíduo e

o Estado, pelo qual o indivíduo se torna parte integrante

do povo de determinado Estado.

Cidadania é um vínculo político, próprio do nacional no

exercício de seus direitos políticos, que lhe confere o

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Ensino de qualidade focado em concursos.

235

direito de participar da formação da vontade política do

Estado.

Naturalidade é um simples vínculo territorial, indicando

o local do nascimento.

Concepção de cidadania

a) Cidadania em sentido amplo

Significa o efetivo gozo dos direitos previstos na

Constituição.

b) Cidadania em sentido estrito

É o direito de participar da vida política do País, da

formação da vontade nacional, abrangendo os direitos

de votar e ser votado.

Espécie de cidadania

Cidadania ativa: é o direito de votar.

Cidadania passiva: é o direito de ser votado.

Aquisição da cidadania

A cidadania é adquirida pelo alistamento eleitoral, que

é o procedimento administrativo perante a Justiça

Eleitoral pelo qual se verifica se o indivíduo preenche

os requisitos exigidos para se inscrever como eleitor.

Obrigatoriedade de alistamento e de voto: para os

maiores de 18 anos.

Facultatividade de alistamento e de voto: analfabetos;

maiores de setenta anos; e adolescents entre

dezesseis e dezoito anos.

Obs.: os adolescentes possuem apenas a cidadania

ativa, pois não podem ser responsabilizados

penalmente por abusos cometidos na condução da

coisa pública (art. 228, CF).

Proibição do alistamento: os estrangeiros; os conscritos

durante o período de serviço military obrigatório em

razão da hierarquia e disciplina.

Obs.: O único estrangeiro alistável é o português

equiparado.

Obs.: o documento que comprova a qualidade de

cidadão é o título de eleitor.

DIREITOS POLÍTICOS

Conceito: Os direitos políticos consistem no exercício

da soberania popular por meio do direito de votar e ser

votado, da iniciativa popular, da propositura da ação

popular e o de organizar e participar de partidos

políticos.

Os direitos políticos podem ser positivos ou negativos.

Direitos políticos positivos (ativos ou cidadania ativa

ou capacidade eleitoral ativa) consistem no direito de

votar.

Já os direitos políticos negativos (passivos ou

cidadania passiva ou capacidade eleitoral passiva)

consistem no direito de ser votado.

Direitos políticos positivos (direito de participar)

a) Soberania popular

Refere-se ao regime político adotado no Brasil, que é o

democrático, pois todo poder emana do povo.

b) Sufrágio, voto e escrutínio

Sufrágio é o direito de participar da formação da

vontade política do Estado, inclusive eleger e ser eleito.

O sufrágio pode ser universal, restrito, censitário e

capacitário.

Voto é o exercício do direito de sufrágio.

Escrutínio é o modo de exercício desse direito,

abrangendo desde a votação até a apuração.

c) Voto direto, secreto, universal e periódico

O voto direto é exercido sem representantes. A única

exceção está prevista no Art. 81, §1º, da CF.

Art. 81 da CF. Vagando os cargos de Presidente e Vice-

Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias

depois de aberta a última vaga.

§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do

período presidencial, a eleição para ambos os cargos

será feita trinta dias depois da última vaga, pelo

Congresso Nacional, na forma da lei.

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236

d) Democracia semidireta

O Brasil adota o regime político da democracia

semidireta, em que o povo exerce o poder por meio de

representantes eleitos ou diretamente (CF, art. 1º,

parágrafo único).

e) Plebiscito

Instrumento de consulta prévia ao povo, antes da

aprovação de um ato legislativo ou administrative sobre

matéria de acentuada relevância constitucional,

legislativa ou administrativa, cabendo ao povo, pelo

voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido

submetido.

f) Referendo

Instrumento de consulta a posteriori ao povo, após a

aprovação de um ato legislativo ou administrative sobre

matéria de acentuada relevância constitucional,

legislativa ou administrativa, cumprindo ao povo, pelo

voto, ratificar ou rejeitar a medida aprovada.

A Lei nº 10.826/2003, que dispõe sobre armas de fogo,

em seu art. 35, § 1º, dentro de um modelo de

democracia participativa, estabeleceu para outubro de

2005 o primeiro referendo popular em nosso País, em

que o povo brasileiro votou majoritariamente contra a

proibição da comercialização de armas de fogo em todo

o território nacional, salvo para as Forças Armadas e os

órgãos incumbidos da segurança pública.

g) Elegibilidade ou capacidade eleitoral passiva ou

cidadania passiva

Trata-se do direito de ser votado, do preenchimento dos

requisitos exigidos pela lei para que alguém possa

eleger-se. Nem todo eleitor é elegível, apenas um

conjunto mais restrito de cidadãos. A Constituição, em

seu art. 14, § 3º, estabelece requisitos mínimos.

I — Nacionalidade brasileira. Somente os nacionais

podem alistar-se como cidadãos. A nacionalidade é um

pressuposto da cidadania. Estrangeiros não possuem

direitos políticos no Brasil, com exceção dos

portugueses com residência permanente, em razão da

reciprocidade firmada entre Brasil e Portugal (CF, art.

12, § 1º).

II — Pleno exercício dos direitos políticos. Não basta

a nacionalidade para o exercício da cidadania passiva.

Para o cidadão estar no pleno gozo dos direitos

políticos é necessário que não tenha incorrido em

nenhuma causa de perda ou suspensão desses

direitos.

III — Alistamento eleitoral. Cidadão é o nacional no

gozo de direitos políticos. A forma de aquisição da

cidadania é o ato de inscrição na Justiça Eleitoral. O

título de eleitor é o document comprobatório da

qualidade de cidadão.

IV — Domicílio eleitoral na circunscrição. O

candidato a um cargo eletivo deve possuir vínculos

efetivos com as pessoas que possuem o direito de

votar. Por essa razão, exige-se que tenha domicílio

eleitoral na circunscrição pela qual se pretende eleger.

Considera-se como domicílio eleitoral o local onde se

encontra registrado o título de eleitor.

V — Filiação partidária. A cidadania passiva no Brasil

pressupõe que o indivíduo faça parte de algum partido

político. Não se admitem candidaturas avulsas,

independentes ou extrapartidárias. É uma forma de

prestigiar os partidos políticos. Para concorrer a

qualquer cargo eletivo, o pretendente deve estar, ao

menos em tese, vinculado aos objetivos da agremiação

política da qual faça parte.

VI — Idade mínima. A Constituição estabelece idades

mínimas para que alguém possa concorrer a cargos

eletivos. Parte da suposição de que, com o passar dos

anos, em razão das experiências de cada um, as

pessoas possuem maior maturidade para o exercício

de determinados cargos. A Constituição Federal

estabelece as seguintes idades mínimas:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente

da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de

Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Estadual ou

Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito ou juiz de paz; e

d) dezoito anos para Vereador.

VII — Não incorrer em nenhuma inelegibilidade

específica. A Constituição e a legislação

complementar apontam diversas inelegibilidades, que

serão examinadas em seguida.

a) Analfabetos. A Constituição só reconhece a

cidadania ativa para os analfabetos, assegurando-lhes

somente o direito de votar. Parte do pressuposto de que

as pessoas que não sabem ler ou escrever não

possuem condições de representar outras pessoas e

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Ensino de qualidade focado em concursos.

237

participar de forma positiva para o aprimoramento das

Instituições. Ficam, portanto, impedidas de concorrer a

cargos eletivos.

b) Menores de dezoito anos de idade. Dos dezesseis

aos dezoito, o jovem pode inscrever-se na Justiça

Eleitoral, adquirindo cidadania ativa, enquanto à

passiva só terá direito quando completar dezoito anos

de idade, quando poderá concorrer ao cargo de

Vereador.

c) Inelegibilidades previstas nos §§ 6º, 7º e 9º do art. 14

da Constituição Federal, que serão examinadas

quando tratarmos dos direitos políticos negativos. O

direito eleitoral e as normas sobre nacionalidade,

cidadania e naturalização são de competência

legislative privativa da União (CF, art. 22, I e XIII).

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da

República, os Governadores de Estado e do Distrito

Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos

mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,

o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o

segundo grau ou por adoção, do Presidente da

República, de Governador de Estado ou Território, do

Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja

substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,

salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à

reeleição.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de

inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de

proteger a probidade administrativa, a moralidade para

exercício de mandato considerada vida pregressa do

candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições

contra a influência do poder econômico ou o abuso do

exercício de função, cargo ou emprego na

administração direta ou indireta.

Direitos políticos negativos

Direitos políticos negativos são normas que impedem a

participação do cidadão no processo político e nos

órgãos governamentais, abrangendo a perda e

suspensão de direitos políticos, bem como as

inelegibilidades.

a) Cassação, perda e suspensão de direitos políticos

A Constituição veda expressamente a cassação de

direitos políticos, ou seja, a perda destes por ato

arbitrário do governo. A utilização da perda dos direitos

políticos como um instrumento de proscrição dos

inimigos políticos foi prática comum adotada por

regimes autoritários. A Constituição admite somente a

perda e suspensão de direitos políticos nas hipóteses

excepcionalmente previstas no texto constitucional.

Perda é a privação definitiva de direitos políticos (por

prazo indeterminado).

Suspensão é a privação temporária de direitos

políticos.

Obs.: As hipóteses de perda e suspensão dos direitos

políticos são as expressamente previstas no art. 15 da

Constituição Federal. Como observa José Afonso da

Silva, esta não esclarece quais as hipóteses de perda

e quais as de suspensão de direitos políticos. Essa

distinção é feita pela doutrina e pela jurisprudência.

b) Perda de direitos políticos

A Constituição, em seu art. 15, contempla duas

hipóteses de perda (privação definitiva) de direitos

políticos.

I – Cancelamento da naturalização por sentença

transitada em julgado. Se a nacionalidade é

pressuposto da cidadania, a perda da condição de

nacional importa na decorrente perda dos direitos

políticos. Contudo, isso depende de decisão judicial

transitada em julgado.

II – Recusa de cumprir obrigação a todos imposta, bem

como da prestação alternativa. O nacional que se

recusa a cumprir os seus deveres com a pátria, não

aceitando obrigação a todos imposta, nem a prestação

alternativa facultada, não se mostra merecedor da

cidadania brasileira. Mantém a condição de nacional,

mas perde os direitos de votar e ser votado.

c) Suspensão de direitos políticos

A Constituição, em seu art. 15, contempla três

hipóteses de suspensão (privação temporária) de

direitos políticos.

I – Incapacidade civil absoluta. A pessoa que não se

encontra em condições de exercer os atos da vida civil

também fica impedida de exercer direitos políticos.

II – Condenação criminal transitada em julgado. As

pessoas que violam as leis penais ficam privadas de

seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da

condenação.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

238

III – Prática de atos de improbidade administrativa, nos

termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal. A Lei

n. 8.429/92 dispõe sobre as sanções aplicáveis aos

agentes públicos nos casos de prática de atos de

improbidade administrativa. Entre as sanções previstas

encontra-se a suspensão de direitos políticos, variando

de três a dez anos conforme a infração cometida.

d) Inelegibilidades

Inelegibilidades são os impedimentos à capacidade

eleitoral passiva, ao direito de ser votado. Não se

confundem com a inalistabilidade, que é o impedimento

à capacidade eleitoral ativa, ao direito de votar.

Obs.: a suspensão de direitos políticos, por abranger a

privação da cidadania ativa e passiva, é medida de

maior alcance que a mera inelegibilidade.

e) Inelegibilidades absolutas

Inelegibilidades absolutas são os impedimentos a

qualquer cargo eletivo. O indivíduo fica impedido de

participar, como candidato, em qualquer eleição. As

inelegibilidades absolutas estão previstas no art. 14, §

4º, da Constituição.

a) Os inalistáveis, as pessoas que não podem

inscrever-se na Justiça Eleitoral. Quem não tem

capacidade eleitoral ativa também não possui

capacidade eleitoral passiva. De acordo com o § 2º do

mesmo dispositivo legal, são inalistáveis os

estrangeiros e os conscritos, ou seja, os convocados

durante o período de serviço militar obrigatório.

b) Os analfabetos, as pessoas que não sabem ler e

escrever. A Constituição estendeu-lhes somente o

direito de votar e não o direito de ser votado.

c) Jovens entre dezesseis e dezoito anos de idade são

absolutamente inelegíveis, pois, embora possam votar,

não pos suem a idade mínima para concorrer a

qualquer cargo eletivo.

f) Inelegibilidades relativas

Inelegibilidades relativas são os impedimentos a certos

cargos eletivos, em razão de situações específicas. O

indivíduo fica impedido de participar, como candidato,

em determinadas eleições, quer por motivos funcionais,

de casamento, parentesco ou afinidade, por tratar-se o

candidato de militar, quer ainda por influência de poder

econômico ou abuso de poder político. Elas estão

previstas no art. 14, §§ 5º a 9º, da Constituição e na Lei

Complementar n. 64/90.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de

Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os

houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos

poderão ser reeleitos para um único período

subsequente.

g) Desincompatibilização

Desincompatibilização é o ato pelo qual o cidadão se

afasta de um cargo que ocupa para poder concorrer a

um cargo eletivo. O eleitor desvencilha-se da

inelegibilidade a tempo de concorrer a outra eleição.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Acerca dos direitos políticos, analise as afirmativas

abaixo:

I. Quaisquer estrangeiros podem alistar-se como

eleitores no Brasil, desde que mantenham residência

fixa por um ano e optem junto à justiça Eleitoral, dentro

do prazo previsto em lei específica.

II. Os conscritos, durante o período do serviço militar,

não podem alistar-se como eleitores.

III. Dentre as condições de elegibilidade para o cargo

de Senador, a CF/88 exige a idade mínima de 35 anos.

IV. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a

Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias, contados da

diplomação, instruída a ação com provas de abuso do

poder econômico, corrupção ou fraude.

Estão CORRETAS somente

a) I e II.

b) II, III e IV.

c) I e IV.

d) I, II e III.

e) I, III e IV.

2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

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239

As definições a seguir correspondem aos conceitos de

alguns institutos inerentes aos Direitos Políticos.

Analise-as.

I. Direito, que tem o cidadão para eleger, ser eleito e

participar da organização e da atividade do poder

estatal.

II. Exercício da democracia direta, forma de consulta ao

povo para que delibere sobre matéria de acentuada

relevância, de natureza constitucional, legislativa ou

administrativa.

III. Refere-se à aptidão do cidadão de ser votado, de

ser eleito para cargos representativos da democracia.

IV. Projeto de lei apresentado ao Poder Legislativo por

uma parcela da população.

Assinale a alternativa que apresenta as associações

CORRETAS.

a) I - Plebiscito II - sufrágio III - iniciativa popular IV -

capacidade eleitoral ativa

b) I - Sufrágio II - capacidade eleitoral passiva III -

plebiscito, IV - iniciativa popular

c) I - Capacidade eleitoral ativa II - iniciativa popular

III - sufrágio IV - plebiscito

d) I - Sufrágio II - plebiscito III - capacidade eleitoral

passiva IV - iniciativa popular

e) I - Iniciativa popular II - capacidade eleitoral passiva

III - plebiscito IV - sufrágio

3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre os direitos políticos, analise as afirmativas

abaixo:

I. A CF/88 determina que a idade da capacidade

eleitoral ativa começa aos 16 anos.

II. Os analfabetos não podem votar no Brasil.

III. Os maiores de 60 anos votam de forma facultativa,

no Brasil.

IV. Sobre o requisito da idade, a partir dos 21 anos,

inicia-se a capacidade eleitoral passiva no Brasil, para

concorrer ao cargo de Deputado Estadual.

Está(ão) CORRETA(S) somente

a) I.

b) II e III.

c) I e IV.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

4) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova:

Oficial Administrativo

A soberania popular pode ser exercida, dentre outros

instrumentos previstos na Constituição Federal,

pelo(a).

a) veto popular a projeto de lei.

b) plebiscito.

c) protesto

d) manifestação pública.

e) ato de improbidade administrative

5) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova:

Oficial Administrativo

A idade mínima para alguém eleger-se ao cargo de

Vereador é de.

a) 16 anos

b) 21 anos

c) 18 anos

d) 25 anos

e) 35 anos.

6) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Ainda sobre os Direitos Políticos, analise as afirmativas

a seguir:

I. Somente a própria Constituição pode prever a perda

ou suspensão dos direitos políticos.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

240

II. A condenação criminal transitada em julgado impede

o exercício dos direitos políticos, enquanto durarem

seus efeitos.

III. A CF/88 exige que a ação de impugnação de

mandato eletivo tramite em segredo de justiça.

IV. Os atos devidamente apurados de improbidade

administrativa geram a suspensão dos direitos

políticos.

Estão CORRETAS

a) I e II, somente.

b) I e III, somente.

c) II e IV, somente.

d) I, II, III e IV.

e) II, III e IV, somente.

7) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-RN Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro

Julgue o trecho a seguir: “O militar alistável é elegível

e, se contar mais de dez anos de serviço, será

agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará

automaticamente, no ato da diplomação, para a

inatividade.” Nos termos das normas constitucionais

aplicáveis aos militares dos Estados, o trecho

apresentado

a) é falso, já que o militar não é elegível.

b) corresponde a uma norma revogada pela atual

Constituição Federal.

c) ) é parcialmente correto, pois, se eleito, o militar fica

em licença remunerada.

d) corresponde a uma norma verdadeira, conforme

previsto na Constituição Federal.

8) Ano: 2012 Banca: IPAD Órgão: PC-AC Prova:

Agente de Polícia Civil

Acerca dos direitos poiiticos, analise as seguintes

assertivas e marque a alternativa incorreta.

a) Os analfabetos, embora possam votar - não lhes é

obrigatório, não podem se candidatar a cargo eletivo.

b) Para os maiores de setenta ano, o voto é facultativo.

c) Apenas podem se candidatar a cargos eletivos, os

brasileiros natos ou naturalizados.

d) Constitui condição de elegibilidade o domicilio

eleitoral na circunscrição para a qual se postula cargo

eletivo.

e) A filiação partidária é requisito facultativo para a

candidatura a cargos eletivos.

9) Ano: 2014 Banca: NUCEPE Órgão: CBM-PI Prova:

Soldado do Corpo de Bombeiro Militar

Segundo a Constituição Federal de 1988, são

condições de elegibilidade, na forma da lei, a idade

mínima de:

a) quarenta e seis anos para Presidente e cinquenta

anos para Vice-Presidente da República e Senador.

b) quarenta anos para Presidente, Vice-Presidente da

República e Senador.

c) trinta e oito anos para Presidente e quarenta e nove

anos para Vice-Presidente da República e Senador.

d) quarenta e cinco anos para Presidente e quarenta

e oito anos para Vice-Presidente da República e

Senador.

e) trinta e cinco anos para Presidente, Vice-

Presidente da República e Senador.

10) Ano: 2013 Banca: FAFIPA Órgão: CBM-PRProva:

Soldado do Corpo de Bombeiro

Assinale a alternativa correta sobre o conceito de

cidadania e/ou os deveres e direitos de voto, no Brasil

e no mundo.

a) O conceito de cidadania envolve um conjunto de

valores sociais que determinam deveres e direitos de

um cidadão, no seu relacionamento com a sociedade

em que vive.

b) Envolve os direitos políticos do cidadão, mas não

diz respeito aos comportamentos na esfera social.

c) O direito de voto, no Brasil, é um direito universal,

extensivo aos cidadãos de nacionalidade brasileira bem

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Ensino de qualidade focado em concursos.

241

como aos demais latino-americanos residentes no

País, mesmo não sendo estes naturalizados brasileiros.

d) O voto, no Brasil, é compulsório para todo cidadão

com idade entre dezesseis e oitenta anos.

e) No contexto mundial, o voto é quase sempre

obrigatório nos países de população de origem anglo-

saxônica e facultativo nos países de população de

origem latina.

GABARITO

1 – B 3 – C 5 – C 7 – D 9 – E

2 – D 4 – B 6 – D 8 – E 10 – A

PARTIDOS POLITICOS

Partidos políticos são associações constituídas para a

participação da vida política de um país, para a

formação da vontade nacional, com objetivos de

propagação de ideias e de conquista, total ou parcial,

do poder político.

Toda corrente político-ideológica existente na

sociedade, para a eleição de representantes nos

Poderes Legislativo e Executivo, deve agrupar-se em

um partido político. No Brasil não se admitem

candidaturas avulsas ou independentes.

a) Natureza de pessoa jurídica de direito privado

Após a Constituição de 1988, os partidos políticos

adquiriram a natureza de pessoas jurídicas de direito

privado. A Constituição Federal, em seu art. 17, § 2º,

estabelece que “os partidos políticos, após adquirirem

personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão

seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral”. A Lei n.

9.096/95, que dispõe sobre os partidos políticos,

esclarece, logo em seu art. 1º, a natureza jurídica de

pessoa jurídica de direito privado dessas entidades.

Obs.: O partido é criado de acordo com a lei civil, para

depois ter o seu estatuto registrado no órgão máximo

da Justiça Eleitoral.

b) Princípios constitucionais de organização partidária

A Constituição adota dois grandes princípios em

matéria de organização partidária:

a) ampla liberdade partidária; e

b) autonomia partidária.

c) Ampla liberdade partidária

A atual Constituição assegura ampla liberdade de

organização de partidos políticos. É garantida também

ampla liberdade de criação (fundação de um novo

partido político), fusão (reunião de dois ou mais em um

só), incorporação (inclusão de um partido em outro) e

extinção (dissolução pelos seus integrantes) de

partidos políticos.

Essa liberdade partidária é ampla, mas não absoluta,

pois são impostas algumas restrições. No estatuto de

todo partido político, devem ser resguardados, por

imperativo constitucional, os seguintes princípios:

a) soberania nacional;

b) regime democrático;

c) pluripartidarismo; e

d) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Devem ser observados, ainda, os seguintes preceitos:

a) caráter nacional;

b) proibição de recebimento de recursos financeiros de

entidades ou governos estrangeiros ou subordinação a

estes;

c) prestação de contas à Justiça Eleitoral; e

d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Para o reconhecimento do caráter nacional, a

legislação ordinária estabelece parâmetros mínimos de

representatividade em diversos Estados.

d) Autonomia partidária

A Constituição Federal, em seu art. 17, § 1º, assegura

aos próprios partidos políticos autonomia para definir

sua estrutura interna, organização e funcionamento.

e) Organização paramilitar

A Constituição expressamente veda a utilização pelos

partidos políticos de organização paramilitar.

f) Modelos de organização partidária

Existem três grandes modelos de organização

partidária.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

242

a) Unipartidarismo. Sistema de partido único. Próprio

de regimes autoritários, em que só se aceita a

existência de um único partido que divulgue as ideias

do grupo político dominante.

b) Bipartidarismo. Sistema de dois grandes partidos

que se alternam no poder, com programas mais ou

menos definidos. O bipartidarismo existe na Inglaterra,

com os Partidos Trabalhista e Conservador, e nos

Estados Unidos da América, com os Partidos

Democrata e Republicano. Nesses países há diversos

outros partidos, mas nenhum com projeção política

suficiente para tomar o poder ou conquistar espaço

político significativo. Durante o regime militar, tentou-se

implantar no Brasil, sem êxito, de forma autoritária e

artificial, o bipartidarismo, com dois grandes partidos, a

ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB

(Movimento Democrático Brasileiro), um de apoio e

outro de oposição ao governo.

c) Pluripartidarismo ou multipartidarismo. Existência de

diversos partidos políticos representativos de todas as

correntes de opinião da sociedade. O Brasil adotou o

pluripartidarismo como forma de organização política,

como consta expressamente do art. 1º, V, da

Constituição Federal.

g) Funções dos partidos políticos

Os partidos políticos têm por objetivos a divulgação de

ideias e a conquista do poder político. Dentro desse

contexto, compete aos partidos de situação, além de

propagar e implantar as ideias constantes do estatuto

do partido, dar sustentação política ao governo no

Parlamento, aprovando seus projetos. Aos partidos de

oposição, além da propagação de ideias e da luta pela

conquista do poder político, compete a fiscalização dos

atos do governo, bem como a formulação de políticas

alternativas.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Assinale a alternativa que apresenta a definição de

partido político em coerência com a Constituição

Federal.

a) Trata-se de uma associação criada para atuar na

vida política de um país, objetivando o ingresso dos

seus representantes filiados no poder para a execução

do seu programa de governo em benefício do povo,

sendo possível o recebimento de recursos financeiros

de entidade estrangeira.

b) Trata-se de uma organização de pessoas reunidas

em torno de um mesmo programa político com a

finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao

menos, de influenciar na gestão da coisa pública por

meio de críticas e oposição, com estrutura interna

necessariamente determinada em lei específica.

c) Caracteriza-se como uma organização visando

mobilizar indivíduos numa ação coletiva conduzida

contra outros, paralelamente mobilizados, a fim de

alcançar, sozinhos ou em coalisão, o exercício das

funções de governo, com caráter paramilitar.

d) Consiste em uma pessoa jurídica de direito privado,

que adquire personalidade jurídica, na forma da lei civil,

registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral e

presta contas à Justiça Eleitoral. Ao formar coligação,

exige-se a obrigatoriedade da sua verticalização, ou

seja, da vinculação entre os partidos das candidaturas

em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.

e) É uma forma de agremiação de um grupo social que

se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a

vontade popular com o fim de assumir o poder para

realizar seu programa de governo.

2) Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: ALESE Prova:

Técnico Legislativo - Taquigrafia

Consoante às disposições relativas aos partidos

políticos, a Constituição Federal estabelece:

a) Os partidos políticos, após adquirirem

personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão

seus estatutos no Supremo Tribunal Federal.

b) É assegurada aos partidos políticos autonomia para

definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre

escolha, formação e duração de seus órgãos

permanentes e provisórios e sobre sua organização e

funcionamento, devendo, no entanto, seus estatutos

estabelecer normas de disciplina partidária.

c) É livre a criação de partidos políticos de caráter

regional.

d) É permitido aos partidos políticos o recebimento de

recursos financeiros de entidade ou governo

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Ensino de qualidade focado em concursos.

243

estrangeiros, desde que prestem contas ao Tribunal

Superior Eleitoral, na forma da lei.

e) É permitida a utilização pelos partidos políticos de

organização paramilitar.

3) Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE-TO Prova:

Técnico Judiciário - Área Administrativa

Os partidos políticos

a) são pessoas jurídicas de direito privado.

b) dependem de autorização do Congresso Nacional

para estruturar seu funcionamento.

c) podem ministrar instrução militar ou paramilitar.

d) adquirem personalidade jurídica com o registro do

estatuto social no TSE.

e) devem submeter sua estrutura interna para

aprovação do TSE.

4) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TRT - 24ª REGIÃO

(MS) Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa

A Constituição Federal assegura aos Partidos Políticos

a) recursos do fundo partidário limitado a cinco vezes

a participação do partido político no Congresso

Nacional, bem como o acesso oneroso ao rádio e à

televisão.

b) autonomia para definir sua estrutura interna,

organização e funcionamento e para adotar os critérios

de escolha e o regime de suas coligações eleitorais,

com obrigatoriedade de vinculação entre as

candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou

municipal.

c) autonomia para criação de partidos políticos, sendo

que após adquirirem personalidade jurídica, na forma

da lei civil, registrarão seus estatutos no Supremo

Tribunal Federal.

d) autonomia para criação de partidos políticos, sendo

que após adquirirem personalidade jurídica, na forma

da lei civil, registrarão seus estatutos no Congresso

Nacional.

e) a livre criação, fusão, incorporação e extinção de

partidos políticos, resguardados a soberania nacional,

o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos

fundamentais da pessoa humana, observados

preceitos constitucionais, devendo seus estatutos

estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

5) Ano: 2012 Banca: IPAD Órgão: PC-AC Prova:

Agente de Polícia Civil

Sobre o regramento constitucional relativo aos partidos

poiiticos, analise as seguintes opções e marque a

assertiva correta.

a) É possivel a criação de partido político que limite

sua abrangência apenas a determinado Estado da

federação.

b) É vedado aos partidos poiiticos o recebimento de

recursos financeiros de entidades estrangeiras.

c) Para o funcionamento de partido político é

necessário apenas seu registro junto ao Cartório de

Registro de Pessoas Jurídicas.

d) Considerando que na lógica do regime democrático

está implícita a soberania dos partidos poiiticos, é

correto afirmar-se que é dispensável a estes a

prestação de contas a qualquer órgão.

e) A Constituição Federal possibilita aos partidos

poiiticos utilizarem organização de caráter paramilitar.

6) Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRE-CE Prova:

Técnico Judiciário - Área Administrativa

Determinado partido político deseja se utilizar de

organização paramilitar no combate ao nepotismo e à

corrupção, cuja utilização, segundo a Constituição

Federal, é

a) lícita, mediante prévia consulta popular através de

plebiscito.

b) lícita, mediante prévio registro no Superior Tribunal

Eleitoral.

c) lícita, mediante prévia autorização do Senado

Federal.

d) vedada.

e) lícita, mediante prévia autorização das Forças

Armadas.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

244

GABARITO

1 – E 3 – A 5 – B

2 – B 4 – E 6 – D

REMEDIOS E GARANTIAS

CONSTITUCIONAIS

Os remédios constitucionais são espécies de garantias

constitucionais que visam proteger determinados

direitos e até outras garantias fundamentais.

A nossa CF apresenta dois tipos de remédios

constitucionais:

a) Os remédios administrativos, que são o direito de

petição e o direito de certidão.

b) Os remédios judiciais, que são ações constitucionais,

Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de

Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular.

Direito de Petição e Certidões

“XXXIV – são a todos assegurados,

independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa

de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas,

para defesa de direitos e esclarecimento de situações

de interesse pessoal;”

A CF assegura independentemente do pagamento de

taxas dois direitos: direito de petição e o de obtenção

de certidões.

O direito de petição é uma garantia dada aos

indivíduos para que eles possam, em interesse próprio

ou coletivo ou geral, realizar duas coisas:

a) levar ao conhecimento dos Poderes Públicos uma

situação de ilegalidade ou abuso de poder;

b) para defesa de direitos contra o próprio Estado.

Trata-se de um direito universal, na medida em que

qualquer pessoa pode utilizá-lo (nacional, estrangeira,

física ou jurídica), sem a necessidade de advogado.

O direito de certidão serve também para a defesa de

direitos. Contudo, sua finalidade é para esclarecimento

de situações de interesse pessoal do requerente.

Dessa forma, não seria possível, como regra, o

requerimento de certidão a respeito de terceiros.

Para que se tenha o direito à certidão, não se exige a

demonstração da finalidade específica do pedido.

Caso os direitos de petição ou de certidão sejam

violados, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio

constitucional cabível é o Mandado de Segurança.

Habeas Corpus

É o remédio constitucional que visa proteger a

liberdade de locomoção. Vejamos o que diz o texto

constitucional:

LXVIII – conceder-se-á “habeas corpus” sempre que

alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer

violência ou coação em sua liberdade de locomoção,

por ilegalidade ou abuso de poder;

O habeas corpus é utilizado para proteger a liberdade

de locomoção, ou seja, o direito de ir, vir ou

permanecer, em decorrência de ato de ilegalidade ou

abuso de poder. É possível ainda o HC na hipótese de

ameaça indireta, reflexa, potencial a liberdade de

locomoção.

Natureza da Ação: o HC é uma ação de natureza

penal, de procedimento especial.

Existem dois tipos de habeas corpus:

• Habeas corpus preventivo (salvo-conduto) é aquele

utilizado para prevenir a violência ou coação à

liberdade de locomoção.

• Habeas corpus repressivo (liberatório) é utilizado para

reprimir a violência ou coação à liberdade de

locomoção, ou seja, é utilizado quando a restrição da

liberdade de locomoção já ocorreu.

Convém perceber que não se trata de qualquer tipo de

restrição à liberdade de locomoção que caberá o

remédio, mas apenas aquelas cometidas com

ilegalidade ou abuso de poder.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

245

Nas relações processuais que envolvem a utilização do

habeas corpus, é possível identificar a participação de

três figurantes:

• IMPETRANTE – O impetrante é a pessoa que impetra

a ação. Quem entra com a ação é quem tem

legitimidade ATIVA. A titularidade desta ferramenta é

Universal, pois qualquer pessoa pode impetrar o HC.

Não precisa sequer de advogado. Sua possibilidade é

tão ampla que não precisa possuir capacidade civil,

política, de idade, profissão, estado mental ou mesmo

qualquer formalidade, pode ser inclusive impetrado por

analfabeto, nesse caso o HC será assinado a rogo. É

possível a impetração em proveito próprio ou de

terceiros (habeas corpus de terceiro). Este remédio é

desprovido de condições que impeçam sua utilização

forma mais ampla possível. Poderá impetrar esta ação

tanto uma pessoa física quanto jurídica, desde que a

pessoa jurídica impetre HC em favor de uma pessoa

física.

O que não se admite é a impetração apócrifa, uma vez

que a CF veda o anonimato, sendo também proibida a

impetração em língua estrangeira, em respeito ao artigo

13 da CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da

República Federativa do Brasil.

» Paciente – pode ou não ser o impetrante e é quem

está doente, e a doença aqui é a restrição ou ameaça

de restringir a liberdade de locomoção. Ele será o

beneficiário do habeas corpus. Só pode ser paciente

uma pessoa física, pessoa jurídica não pode ser

paciente de habeas corpus, pois a liberdade de

locomoção é um direito incompatível com sua natureza

jurídica.

» Autoridade Coatora – é quem restringiu ou está

ameaçando de restringir a liberdade de locomoção de

alguém por ilegalidade ou abuso de poder. Poderá ser

tanto um ente privado quanto uma autoridade pública.

Outra questão interessante que está prevista na

Constituição é a gratuidade desta ação:

LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas corpus” e

“habeas data”, e, na forma da lei, os atos necessários

ao exercício da cidadania.

A Constituição proíbe a utilização deste remédio

constitucional em relação às punições disciplinares

militares. É o que prevê o artigo 142, § 2º:

§ 2º – Não caberá “habeas corpus” em relação a

punições disciplinares militares.

Contudo, o STF tem admitido o remédio quando

impetrado por razões de ilegalidade da prisão militar.

Quanto ao mérito da prisão, deve-se aceitar a vedação

Constitucional, mas em relação à legalidade da prisão,

prevalece o entendimento de que o remédio seria

possível.

Também não cabe habeas corpus em relação às penas

pecuniárias, multas, advertências ou, ainda, nos

processos administrativos disciplinares e no processo

de Impeachment. Nestes casos o não cabimento deve-

se ao fato de que as medidas não visam restringir a

liberdade de locomoção.

Por outro lado, a jurisprudência tem admitido o

cabimento para impugnar inserção de provas ilícitas no

processo ou quando houver excesso de prazo na

instrução processual penal.

Por último, cabe ressaltar que o magistrado poderá

concedê-lo de ofício. Conforme entendeu o STF “a

jurisprudência desta corte tem admitido que se conceda

habeas corpus de ofício, ainda quando o pedido

originário não possa ser conhecido.” (RT 650/331)

Habeas Data

O habeas data cuja previsão está no inciso LXXII do

artigo 5º tem como objetivo proteger a Liberdade de

informação do indivíduo:

LXXII – conceder-se-á “habeas data”:

“para assegurar o conhecimento de informações

relativas à pessoa do impetrante, constantes de

registros ou bancos de dados de entidades

governamentais ou de caráter público” ou “para a

retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por

processo sigiloso, judicial ou administrativo”.

O HD é cabível em três hipóteses, sendo as duas

primeiras previstas expressamente na CF e a terceira

prevista na Lei 9.507/972 que é a lei que regulamenta

o HD, vejamos:

• para conhecer a informação;

• para retificar a informação;

• para anotação (inserir informações) nos

assentamentos do interessado, de contestação ou

explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que

esteja sob pendência judicial ou amigável.

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246

Lei 9507/97 Art. 7° Conceder-se-á habeas data:

I – para assegurar o conhecimento de informações

relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro

ou banco de dados de entidades governamentais ou de

caráter público;

II – para a retificação de dados, quando não se prefira

fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

III – para a anotação nos assentamentos do

interessado, de contestação ou explicação sobre dado

verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência

judicial ou amigável.

Ex.: um contribuinte que queira obter informações

fiscais suas em poder de órgãos de arrecadação

tributária e tiver negadas essas informações poderá

impetrar HD.

Natureza da Ação: o HD é uma ação de natureza civil,

de rito sumário.

Sujeitos da Ação:

• Impetrante: qualquer pessoa física ou jurídica,

nacional ou estrangeira, poderá impetrar HD. Contudo,

é importante ressaltar que só caberá o remédio em

relação às informações do próprio impetrante, dai o

caráter personalíssimo dessa ação.

• Impetrado: entidade pública ou privada, contudo, o

banco de dados deve ser de caráter público. Ex.:

Serviço de Proteção ao Crédito – SPC é uma empresa

privada, mas pode ser ré em uma ação de HD, pois as

informações constantes de seus registros, de seus

bancos de dados, possuem caráter público.

O HD só é cabível diante na negativa (recusa) da

autoridade administrativa de fornecimento, retificação

ou anotação (explicação) das informações solicitadas.

Ação é gratuita, mas exige advogado.

LXXVII – são gratuitas as ações de “habeas corpus” e

“habeas data”, e, na forma da lei, os atos necessários

ao exercício da cidadania.

A respeito do HD é importante conhecer o

entendimento da jurisprudência sobre as hipóteses de

NÃO CABIMENTO do habeas data. Vejamos algumas

delas:

• O habeas data não se confunde com o direito de obter

CERTIDÕES; havendo recusa em fornecer certidões

para a defesa de direitos ou situações de interesse

pessoal, próprio ou de terceiros, ou mera informações

de terceiros, a via adequada é o mandado de

segurança.

• Não é cabível o habeas data para se obter vista ou

cópia de processo administrativo.

• Não é cabível para sustar publicação feita em sítios

eletrônicos (na internet).

Ação Popular

A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada

como espécie de exercício direto dos direitos políticos,

é dizer, o seu exercício é exemplo de democracia

direta. Por isso que só poderá ser utilizada por

cidadãos. Vejamos o que diz o inciso LXXIII do artigo

5º:

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor

ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio

público ou de entidade de que o Estado participe, à

moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao

patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo

comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus

da sucumbência;

Autor: qualquer CIDADÃO – entende-se por cidadão

aquele que detenha a capacidade eleitoral ativa, ou

seja, o indivíduo que possa votar. Convém lembrar que

a capacidade eleitoral ativa pode ser exercida a partir

dos 16 anos. Dessa forma, pessoas jurídicas, MP,

estrangeiros não podem interpor Ação Popular.

Réu: pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas;

autoridades, funcionários, administradores e

beneficiários diretos do ato lesivo.

Objeto:

A Ação Popular serve para ANULAR ato ou contrato

administrativo que seja lesivo:

• ao patrimônio: público, histórico ou cultural;

• à moralidade administrativa;

• ao meio ambiente.

Dessa forma a Ação Popular não serve para defesa de

direitos individuais e sim de natureza coletiva, como

concretizador do princípio republicano que impõe ao

administrador público o dever de prestar contas a

respeito da gestão da coisa pública.

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Ensino de qualidade focado em concursos.

247

Outro ponto relevante é que não precisa comprovar o

prejuízo aos cofres públicos para propor Ação Popular.

A Ação pode ser interposta de forma preventiva, antes

da prática do ato ilegal ou imoral, ou repressive após a

ocorrência do ato lesivo.

• O Ministério Público não pode ajuizar Ação Popular,

uma vez que essa prerrogativa é apenas do cidadão.

Contudo, caso haja omissão ou abandono da ação pelo

autor, o MP poderá substituir o autor na ação. No mais,

o MP atua na Ação Popular apenas como fiscal da lei.

• Gratuidade para o Autor. A CF isenta o autor da Ação

Popular de pagar custas judiciais ou ônus da

sucumbência, salvos se tiver de má-fé. Essa gratuidade

é apenas para o Autor, e não para o Réu.

• O foro por prerrogativa de função não alcança a Ação

Popular, dessa forma, não existe competência

originária para o julgamento de Ação Popular6. Por

exemplo: uma Ação Popular contra o Presidente da

República não deverá ser ajuizada perante o STF, e sim

perante o juiz singular.

Além da previsão constitucional, esta ação encontra-se

regulamentada pela Lei 4.717/65.

Mandado de Segurança

A CF prevê no art. 5º, LXIX:

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para

proteger direito líquido e certo, não amparado por

“habeas corpus” ou “habeas data”, quando o

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for

autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no

exercício de atribuições do Poder Público;

Natureza da Ação: o MS é uma ação de natureza civil,

de rito sumário especial. Destaca-se que o caráter civil

da Ação não impede que seja impetrado MS contra ato

de juiz em processo penal.

Como se pode ver, o mandado de segurança será

cabível para proteger DIREITO LÍQUIDO E CERTO,

que é aquele em que os fatos alegados são

comprováveis de plano, as provas devem ser pré-

constituídas, pois no MS não existe dilação probatória,

fase de instrução processual. Ex.: no MS não será

possível ouvir testemunhas nem produzir perícia no

curso do processo.

Cumpre observar que é possível a existência de

controvérsia de matéria de direito, mas os fatos devem

ser comprováveis de imediato.

O cabimento do MS só é possível também se o direito

não estiver amparado por habeas corpus ou habeas

data, ou seja, nem toda violação a direito líquido e certo

será discutida por meio de MS, somente sendo cabível

quando não for protegido por outros remédios

constitucionais. Este é o chamado caráter residual,

subsidiário do mandado de segurança.

O texto constitucional exigiu também para a utilização

desta ferramenta, a ilegalidade e o abuso de poder

praticado por autoridade pública ou privada, desde que

esteja no exercício de atribuições do poder público. Ou

seja, o ato impugnado por meio de MS

necessariamente precisa ser um ATO DE

AUTORIDADE, entendido como qualquer manifestação

ou omissão do Poder Público ou de agente no exercício

de atribuições do Poder Público.

O mandando de segurança poderá ser repressivo,

quando a ilegalidade já tiver sido cometida, ou

preventivo, quando o impetrante demonstrar justo

receio de sofrer violação de direito líquido e certo por

parte da autoridade impetrada.

O mandado de segurança possui prazo decadencial

(que não se interrompe e não se suspende) para ser

utilizado de 120 dias, a contar da data em que o

interessado teve conhecimento oficial do ato a ser

impugnado.

O impetrante pode desistir do MS a qualquer tempo,

independentemente do consentimento do impetrado,

mesmo que já tenha sido proferida decisão de mérito,

desde que a decisão ainda não tenha transitado em

julgado.

A CF ainda trata do MANDADO DE SEGURANÇA

COLETIVO, que é remédio constitucional para defesa

de direitos coletivos e individuais homogêneos:

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser

impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso

Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou

associação legalmente constituída e em funcionamento

há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de

seus membros ou associados;

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Ensino de qualidade focado em concursos.

248

Observadas as regras do mandado de segurança

individual, o mandado de segurança coletivo possui

alguns requisitos que lhe são peculiares: os legitimados

para a propositura.

São legitimados para propor o mandado de segurança

coletivo:

• Partidos Políticos com representação no Congresso

Nacional – para se ter representação no Congresso

Nacional basta um membro em qualquer uma das

Casas.

• Organização sindical1.

• Entidade de classe.

• Associação desde que legalmente constituída e em

funcionamento há pelo menos um ano.

Deve-se observar que o requisito de um ano de

constituição e funcionamento só se aplica às

associações.

Os Partidos Partidos podem defender direitos relativos

a seus integrantes ou relacionados à finalidade

partidária, enquanto que os demais podem defender

direitos dos seus membros ou associados, desde que

pertinentes às finalidades da entidade. Ademais, não

precisa ser um direito de todos os seus membros,

podendo ser um direito de parte dos membros da

entidade.

A perda superveniente da representação no Congresso

Nacional não implica a extinção do mandado de

segurança.

No MS Coletivo os legitimados atuam como substitutos

processuais, buscando interesses de seus filiados em

nome próprio. Por esse motivo os legitimados não

precisam de autorização expressa dos seus filiados.

Mandado de Injunção

O mandado de injunção é uma garantia que visa

assegurar o exercício de direitos e Liberdade

constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência

de regulamentação. Vejamos o que diz a Constituição:

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre

que a falta de norma regulamentadora torne inviável o

exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das

prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e

à cidadania;

O seu objetivo é suprir a omissão legislativa que impede

o exercício de direitos fundamentais. Algumas normas

constitucionais para que produzam efeitos dependem

da edição de outras normas infraconstitucionais. Estas

normas são conhecidas por sua eficácia como normas

de eficácia limitada. O mandado de injunção visa

corrigir a ineficácia das normas com eficácia limitada.

Dessa forma, verifica-se que é possível a violação da

CF pela omissão legislativa, pela inércia; essa é a

chamada violação negativa do texto constitucional.

A Lei nº 13.300/2016 disciplinou o processo e

julgamento do mandado de injunção individual e

coletivo.

O mandado de injunção individual pode ser

impetrado por pessoas naturais ou jurídicas que se

afirmam titulares de direitos e liberdades

constitucionais e das prerrogativas inerentes à

nacionalidade, à soberania e à cidadania, cujo exercício

seja inviabilizado pela ausência da norma

regulamentadora. (Lei 13.300/2016, art. 3º).

Pessoas jurídicas de direito público, apesar de serem

titulares de garantias fundamentais, não possuem

legitimidade para impetração de mandado de injunção.

O objeto da ação é a omissão legislativa

inconstitucional, ou seja, a mora inconstitucional, que

só se caracteriza após o decurso razoável de tempo

para a edição da norma. O mandado de injunção não é

via adequada para impugnar a constitucionalidade de

norma regulamentadora ou sanar lacuna normativa de

período anterior à sua edição.

Assim, podemos esquematizar três requisitos para o

ajuizamento de mandado de injunção:

• falta de norma regulamentadora;

• inviabilização de um direitos ou liberdade

constitucional ou de prerrogativas inerentes à

nacionalidade, à soberania e à cidadania;

• decurso de prazo razoável para a elaboração da

norma regulamentadora.

O mandado de injunção coletivo tem por finalidade

proteger direitos, liberdades e prerrogativas

pertencentes, indistintamente, a uma coletividade

indeterminada de pessoas ou determinada por grupo,

classe ou categoria.

A legitimidade para impetração, antes conferida, por

analogia, aos mesmos legitimados do mandado de

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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segurança coletivo (CF, art. 5.º, LXX), foi ampliada pelo

artigo 12 da Lei nº 13.300/2016.

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser

promovido:

I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for

especialmente relevante para a defesa da ordem

jurídica, do regime democrático ou dos interesses

sociais ou individuais indisponíveis;

II – por partido político com representação no

Congresso Nacional, para assegurar o exercício de

direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes

ou relacionados com a finalidade partidária;

III – por organização sindical, entidade de classe ou

associação legalmente constituída e em funcionamento

há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício

de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da

totalidade ou de parte de seus membros ou associados,

na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a

suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização

especial;

IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida

for especialmente relevante para a promoção dos

direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e

coletivos dos necessitados, na forma do inciso

LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.

Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as

prerrogativas protegidos por mandado de injunção

coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma

coletividade indeterminada de pessoas ou determinada

por grupo, classe ou categoria.

Os partidos políticos com representação no Congresso

Nacional podem promover a ação para assegurar o

exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus

integrantes ou relacionados à finalidade partidária.

No caso das organizações sindicais, entidades de

classe e associações legalmente constituídas e em

funcionamento há pelo menos um ano, a lei adotou as

orientações já sedimentadas na jurisprudência do

Supremo. A impetração é permitida para assegurar o

exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em

favor da totalidade ou de parte dos membros ou

associados, na forma dos respectivos estatutos. Exige-

se pertinência com as finalidades da pessoa jurídica.

Por se tratar de legitimação extraordinária, substituição

processual, não precisa de autorização especial.

A inovação ficou por conta da legitimidade conferida à

Defensoria Pública para promoção dos direitos

humanos e defesa dos direitos individuais e coletivos

dos necessitados, e ao Ministério Público quando a

tutela requerida for especialmente relevante para a

defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou

Quanto aos efeitos do Mandado de Injunção podemos

destacar as seguintes teorias:

A Lei 13.300/2016 finalmente adotou a TEORIA

CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA, por meio da qual o

julgador deve primeiramente comunicar a omissão ao

órgão competente para a elaboração da norma, fixando

prazo para o seu cumprimento e, após, caso não tenha

sido cumprido o determinado, o direito seria exercido

nos termos a serem fixados pela decisão judicial:

Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será

deferida a injunção para:

I – determinar prazo razoável para que o impetrado

promova a edição da norma regulamentadora;

II – estabelecer as condições em que se dará o

exercício dos direitos, das liberdades ou das

prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as

condições em que poderá o interessado promover ação

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a

mora legislativa no prazo determinado.

Parágrafo único. Será dispensada a determinação a

que se refere o inciso I do caput quando comprovado

que o impetrado deixou de atender, em mandado de

injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição

da norma.

Ainda quanto aos efeitos da decisão do MI, o artigo 9º

adotou como regra a TEORIA CONCRETISTA

INDIVIDUAL, com aplicação dos efeitos inter partes,

porém, com a possibilidade de aplicação de efeitos ultra

partes ou erga omnes, ou seja, podendo ser adotada a

TEORIA CONCRETISTA GERAL.

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às

partes e produzirá efeitos até o advento da norma

regulamentadora.

§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga

omnes à decisão, quando isso for inerente ou

indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou

da prerrogativa objeto da impetração.

• Efeito inter partes é o efeito da decisão apenas para

as partes integrantes do litígio.

• Efeito ultra partes é o efeito da decisão para um grupo,

categoria ou classe de pessoas determinadas,

por exemplo, uma associação ou sindicato.

• Efeito erga omnes é o efeito da decisão para todos.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES

1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Sobre os Remédios constitucionais previstos na

Constituição Federal, analise os itens a seguir:

I. O Habeas Corpus é cabível para proteger o direito de

ir e vir, ou seja, de circulação de mercadoria nacional.

II. O Mandado de Segurança é cabível, para proteger

direito não amparado por habeas corpus ou habeas

data, dentre outros requisitos.

III. O Mandado de Injunção é cabível, sempre que a

falta de norma regulamentadora torne inviável o

exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das

prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e

à cidadania.

IV. A ação popular pode ser proposta por um único

cidadão.

Está(ão) CORRETA(S)

a) II, III e IV, somente.

b) II e III, somente.

c) I, somente.

d) I, III e IV, somente.

e) I, II, III e IV.

2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Quando a falta de norma regulamentadora de uma

previsão constitucional inviabilizar o exercício dos

direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas

inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania,

pode o prejudicado ingressar em juízo com um

a) Mandado de Segurança.

b) Mandado de Segurança Coletivo.

c) Mandado de Injunção

d) “Habeas Data”.

e) “Habeas Corpus”.

3) Ano: 2012 Banca: CESPE Órgão: PM-AL Prova:

Soldado da Polícia Militar

A garantia constitucional que protege o cidadão cuja

liberdade de ir e vir seja cerceada por ato administrativo

praticado sem a devida observância do princípio da

legalidade é

a) o mandado de segurança.

b) a ação popular.

c) o pedido de liminar.

d) a antecipação de tutela.

e) o habeas corpus.

4) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE

Prova: Soldado da Polícia Militar

Aquele que estiver na iminência de sofrer coação ao

seu direito de inscrever-se em um concurso público, por

questões alusivas à cor da sua pele

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Ensino de qualidade focado em concursos.

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a) não poderá participar do concurso, tendo em vista

a restrição do edital.

b) poderá impetrar “habeas data” e assegurar o seu

direito de participar do concurso.

c) poderá impetrar mandado de segurança, pleiteando

sanar a ilegalidade do edital e assegurar a sua

participação no concurso.

d) poderá ingressar em juízo com “habeas corpus” e

participar do concurso.

e) terá como única alternativa ingressar com

representação perante o Ministério Público, o qual

proporá ação popular atinente à matéria.

5) Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: SJCDH-BA Prova:

Agente Penitenciário

Possui legitimidade para o ajuizamento da Ação

Popular:

a) o cidadão brasileiro e as pessoas jurídicas.

b) o cidadão brasileiro e os estrangeiros com

residência fixa no país.

c) o cidadão brasileiro, nato ou naturalizado.

d) somente o cidadão brasileiro nato.

e) o cidadão brasileiro e o Ministério Público.

6) Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: SEJUS-ES

Prova: Agente de Escolta e Vigilância Penitenciário

De acordo com a Constituição Federal de 1988,

a) são gratuitas as ações de mandados de injunção.

b) é garantida a todas as pessoas a gratuidade da

certidão de casamento.

c) são gratuitas, nos termos da lei, as ações de habeas

corpus.

d) é garantida a todas as pessoas a gratuidade do

registro civil de nascimento.

e) são gratuitas as ações de mandados de segurança.

7) Ano: 2013 Banca: Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ

Órgão: SMA-RJ Prova: Agente de Fazenda

Segundo texto expresso da Constituição Federal, a

todos é assegurado, independentemente do

pagamento de taxas:

a) a atuação da polícia administrativa

b) o ajuizamento de ação

c) o direito de petição

d) o recolhimento de lixo domiciliar

8) no: 2016 Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: Agente

de Apoio Legislativo

Sobre os remédios constitucionais, a Constituição

Federal estabelece que

a) qualquer cidadão é parte legítima para propor ação

popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio

público ou de entidade de que o Estado participe, à

moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao

patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo

comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus

da sucumbência.

b) o habeas corpus somente pode ser impetrado

quando alguém sofrer violência ou coação em sua

liberdade de locomoção.

c) o mandado de segurança coletivo somente pode

ser impetrado por organização sindical, entidade de

classe ou associação legalmente constituída e em

funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa

dos interesses de seus membros ou associados.

d) será concedido habeas data para assegurar o

conhecimento de informações relativas à pessoa do

impetrante e de terceiros, constantes de registros ou

bancos de dados de entidades governamentais ou de

caráter público.

e) será concedido mandado de injunção para proteger

direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus

ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade

ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de

pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder

Público.

GABARITO

1 – A 3 – E 5 – C 7 – C

2 – C 4 – C 6 – C 8 – A