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ISSN 2176-1396 ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NA PERSPECTIVA DE GESTORES: CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM E DE TEXTO Natália dos Santos Henschel 1 - FCT/UNESP Patrícia Regina de Souza 2 - FCT/UNESP Eixo Formação de Professores Agência Financiadora: CNPq Resumo A linguagem é a forma pela qual os indivíduos se comunicam e interagem entre si e é algo que está presente em toda a nossa vida porque é na e pela linguagem que nos constituímos como sujeitos. Porém, quando se trata do ensino de língua materna, é necessário levar em consideração que existem diferentes concepções de linguagem que permeiam o trabalho com a língua portuguesa, orientando o trabalho nas salas de aula com a língua, a linguagem e outros aspectos correlatos, tais como texto, leitura, gramática etc. Os gestores têm um papel fundamental no sentido de auxiliar os docentes em sala de aula, porém para ajudar os professores em suas necessidades formativas, precisam, antes de tudo, compreender tais conceitos (de linguagem e texto). Nesse sentido, neste artigo, buscamos compreender quais são as concepções teóricas de texto e linguagem dos gestores de 22 escolas de Ensino Fundamental I de Presidente Prudente. Para tanto, valemo-nos da abordagem quali- quantitativa, por meio da qual categorizamos as respostas emitidas pelos gestores e indicamos a frequência com que ocorreram. Os dados foram tabulados e analisados à luz da análise de conteúdo e do referencial teórico voltado para o ensino de língua materna, linguagem, texto e gestão escolar. Foi possível perceber que os gestores ainda possuem uma compreensão monológica sobre os conceitos de linguagem e texto, o que explicita modos de compreensão pautados em uma visão tradicional e limitante que já deveriam ter sido superados, haja vista a evolução teórica e conceitual sobre tais conceitos. Assim, ressalta-se que os gestores também possuem necessidades formativas a serem sanadas, principalmente em se tratando do coordenador/orientador pedagógico porque é este profissional que tende a orientar os docentes em suas dificuldades, com vistas à contribuição para a superação do fracasso escolar. 1 Licenciada em Pedagogia e mestranda em educação pela Faculdade de Ciência e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista FCT/UNESP Campus de Presidente Prudente SP. Membro do grupo de pesquisa “Formação de Professores e Práticas de Ensino na Educação Básica e Superior”. E-mail: [email protected]. 2 Licenciada em Pedagogia e mestranda em educação pela Faculdade de Ciência e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista FCT/UNESP Campus de Presidente Prudente SP. Membro do grupo de pesquisa “Formação de Professores e Práticas de Ensino na Educação Básica e Superior” . E-mail: [email protected].

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ISSN 2176-1396

ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NA PERSPECTIVA DE GESTORES:

CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM E DE TEXTO

Natália dos Santos Henschel1 - FCT/UNESP

Patrícia Regina de Souza 2 - FCT/UNESP

Eixo – Formação de Professores

Agência Financiadora: CNPq

Resumo

A linguagem é a forma pela qual os indivíduos se comunicam e interagem entre si e é algo

que está presente em toda a nossa vida porque é na e pela linguagem que nos constituímos

como sujeitos. Porém, quando se trata do ensino de língua materna, é necessário levar em

consideração que existem diferentes concepções de linguagem que permeiam o trabalho com

a língua portuguesa, orientando o trabalho nas salas de aula com a língua, a linguagem e

outros aspectos correlatos, tais como texto, leitura, gramática etc. Os gestores têm um papel

fundamental no sentido de auxiliar os docentes em sala de aula, porém para ajudar os

professores em suas necessidades formativas, precisam, antes de tudo, compreender tais

conceitos (de linguagem e texto). Nesse sentido, neste artigo, buscamos compreender quais

são as concepções teóricas de texto e linguagem dos gestores de 22 escolas de Ensino

Fundamental I de Presidente Prudente. Para tanto, valemo-nos da abordagem quali-

quantitativa, por meio da qual categorizamos as respostas emitidas pelos gestores e indicamos

a frequência com que ocorreram. Os dados foram tabulados e analisados à luz da análise de

conteúdo e do referencial teórico voltado para o ensino de língua materna, linguagem, texto e

gestão escolar. Foi possível perceber que os gestores ainda possuem uma compreensão

monológica sobre os conceitos de linguagem e texto, o que explicita modos de compreensão

pautados em uma visão tradicional e limitante que já deveriam ter sido superados, haja vista a

evolução teórica e conceitual sobre tais conceitos. Assim, ressalta-se que os gestores também

possuem necessidades formativas a serem sanadas, principalmente em se tratando do

coordenador/orientador pedagógico porque é este profissional que tende a orientar os docentes

em suas dificuldades, com vistas à contribuição para a superação do fracasso escolar.

1 Licenciada em Pedagogia e mestranda em educação pela Faculdade de Ciência e Tecnologia - Universidade

Estadual Paulista – FCT/UNESP – Campus de Presidente Prudente – SP. Membro do grupo de pesquisa

“Formação de Professores e Práticas de Ensino na Educação Básica e Superior”. E-mail:

[email protected]. 2 Licenciada em Pedagogia e mestranda em educação pela Faculdade de Ciência e Tecnologia - Universidade

Estadual Paulista – FCT/UNESP – Campus de Presidente Prudente – SP. Membro do grupo de pesquisa

“Formação de Professores e Práticas de Ensino na Educação Básica e Superior”. E-mail:

[email protected].

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Palavras-chave: Gestão escolar. Formação docente. Concepções de linguagem. Concepções

de texto.

Introdução

Freire e Lima (2012) destacam que é por meio de textos, sejam estes orais ou escritos,

que ocorre a interação entre os indivíduos, por meio da linguagem e que o conhecimento da

Língua Materna chega-nos por meio dela e se materializa em textos – enunciações concretas.

Assim:

A língua materna – sua composição vocabular e sua estrutura – não chega ao nosso

conhecimento a partir de dicionários e gramáticas, mas de enunciações concretas

que nós mesmos ouvimos e nós mesmos reproduzimos na comunicação discursiva

viva com as pessoas que nos rodeiam. Nós assimilamos as formas da língua somente

nas formas das enunciações e justamente com essas formas. As formas da língua e

as formas típicas dos enunciados, isto é, os gêneros do discurso, chegam à nossa

experiência e à nossa consciência em conjunto e estreitamente vinculadas

(BAKHTIN, 2005, p. 283, apud FREIRE, LIMA, 2012, p. 97).

O processo de interação humana ocorre por meio de textos orais e escritos. Não há

como dissociar o texto de uma manifestação da linguagem, já que ele é produto dessas

interações. Tendo isso por base, este artigo coloca em evidência os resultados apresentados

pelos gestores de 22 escolas do município de Presidente Prudente, no que diz respeito aos

conceitos de texto e linguagem.

Este artigo é um recorte de uma pesquisa maior intitulada “Formação do professor dos

anos iniciais do ensino fundamental para superação do fracasso escolar: perfil teórico-

metodológico e propostas para o ensino de língua materna", financiado pelo CNPq, cujo

objetivo geral é refletir sobre a formação do professor que atua nos anos iniciais do Ensino

Fundamental para superação do fracasso escolar em língua materna, no município de

Presidente Prudente, observando o perfil profissional, as concepções teórico-metodológicas,

as dificuldades para o ensino de língua materna, as práticas formativas eficazes e a

contribuição da gestão no desenvolvimento de ações formativas.

Deste modo, sabendo que o ensino de língua materna é primordial para melhoria da

educação em nosso país, focalizamos, para este trabalho, dentre outros questionamentos da

pesquisa maior, as concepções teóricas utilizadas pelos gestores das escolas pesquisadas para

conceituar texto e linguagem.

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Referencial teórico

Texto

De acordo com Koch (1997) um mesmo objeto pode ser definido de diversas

maneiras, conforme a perspectiva teórica que se adote. É nesse sentido que o texto pode ser

compreendido a partir de distintas perspectivas. A autora ressalta ainda que na linguística

textual o conceito de texto varia em função do autor ou da orientação teórica adotada.

Diante disso, é importante mencionar que desde as origens da linguística do texto, ele

foi compreendido de diferentes formas:

Em um primeiro momento, foi concebido como: a) unidade lingüística (do sistema)

superior à frase; b) sucessão ou combinação de frases; c) cadeia de

pronominalizações ininterruptas; d) cadeia de isotopias; e) complexo de proposições

semânticas. Já no interior das orientações de natureza pragmática, o texto passa a ser

encarado, pelas teorias acionais, como uma sequência de atos de fala; pelas vertentes

cognitivas, como fenômeno primordialmente psíquico, resultado, portanto, de

processos mentais; e pelas orientações que adotam por pressuposto a teoria da

atividade comunicativa, como parte de atividades mais globais de comunicação, que

vão muito além do texto em si, já que este constitui apenas uma fase deste processo

global. Desta forma, o texto deixa de ser entendido como uma estrutura acabada,

passando a ser abordado no próprio processo de seu planejamento, verbalização e

construção (KOCH, 1997, p. 21-22).

A noção de texto é um elemento central na linguística textual e na teoria do texto,

abrange realizações orais e escritas que contenham no mínimo dois signos linguísticos, sendo

que a situação pode ser caracterizada como um dos signos. Um texto se constitui pela “[...]

junção de vários fatores que dizem respeito tanto aos aspectos formais como as relações

sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e os elementos que o circundam: falante,

ouvinte, situação (pragmática)” (SIMON, 2008, p. 1).

Ainda conforme Simon (2008), um texto bem elaborado e que apresente sentido é

marcado pela textualidade, a qual é caracterizada por sete elementos (coesão,

intencionalidade, coerência, aceitabilidade, intertextualidade, informatividade e

situacionalidade) que fazem com que o texto se constitua como tal, sendo mais do que uma

sequência de frases.

Oliveira (2004, p. 12) afirma que “Os textos resultam da atividade verbal de sujeitos

atuantes em uma determinada sociedade, com ações coordenadas a fim de cumprir funções

sociais, de acordo com as condições em que a atividade verbal se realiza.”

10973

Costa Val (1991, p. 1) define texto ou discurso como uma “[...] ocorrência linguística

falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e

formal”.

Conforme Barros (2005, p. 11), a semiótica tem por objeto o texto. De maneira

específica “[...] procura descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para dizer o que

diz”. Nessa perspectiva teórica:

[...] define-se de duas formas que se complementam: pela organização ou

estruturação que faz dele um “todo de sentido”, como objeto da comunicação que se

estabelece entre um destinador e um destinatário. A primeira concepção de texto,

entendido como objeto de significação, faz que seu estudo se confunda com o exame

dos procedimentos e mecanismos que o estruturam, que o tecem como um “todo de

sentido”. A esse tipo de descrição tem-se atribuído o nome de análise interna ou

estrutural do texto. Diferentes teorias voltam-se para essa análise do texto, a partir

de princípios e com métodos e técnicas diferentes. A semiótica é uma delas. A

segunda caracterização de texto não mais o toma como objeto de significação, mas

como objeto de comunicação entre dois sujeitos. Assim concebido, o texto encontra

seu lugar entre os objetos culturais, inserido numa sociedade (de classes) e

determinado por formações ideológicas específicas. Nesse caso, o texto precisa ser

examinado em relação ao contexto sócio-histórico que o envolve e que, em última

instância, lhe atribui sentido. Teorias diversas têm também procurado examinar o

texto desse ponto de vista, cumprindo o que se costuma denominar análise externa

do texto (BARROS, 2005, p. 11-12).

Koch e Travaglia (1991, p. 10) entendem o texto como sendo:

[...] uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é

tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação

de interação comunicativa, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma

função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua

extensão.

Geraldi (1993, p. 98, grifos do autor) aponta que “[...] o texto é o produto de uma

atividade discursiva onde alguém diz algo a alguém”. Nessa perspectiva, para o autor, o outro

ocupa um lugar central para que se produza um texto, uma vez que é para o outro que se

produz um texto.

Assim, “é porque se sabe do outro que o texto não é fechado em si mesmo. Seu

sentido, por maior precisão que lhe queira dar seu autor, e ele o sabe, é já na produção um

sentido construído a dois” (GERALDI, 1993, p. 102).

Campos (2005) enfatiza que o texto só existe com uma significação que está

intimamente ligada à interpretação. Por isso, para ela o texto, assim como todo objeto

simbólico, se constitui como um objeto de interpretação. Portanto, não existe sentido sem

interpretação porque “[...] o sentido não está no texto de antemão, simplesmente esperando

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para ser decodificado, ele precisa ser construído e é esse o papel da interpretação, que se dá

tanto da parte de quem fala ou escreve quanto de quem analisa” (CAMPOS, 2005, p. 124).

Nessa perspectiva, “é por isso que se fala em compreensão de um texto e não em

reconhecimento de um sentido que lhe seria imanente, único”. De tal modo, “[...] por mais

paradoxal que possa parecer, um texto significa sempre uma coisa, mas esta coisa não é

sempre a mesma” (GERALDI, 1993, p. 103).

Linguagem

Para Fuza (2011), compreendida diferentemente em cada momento social e histórico,

a linguagem demanda uma percepção de mundo e de sujeito que demostra um caráter

dinâmico da língua no meio social em que atua.

Geraldi et al. (2001) destaca três concepções de linguagem: a linguagem como

expressão do pensamento, linguagem como instrumento de comunicação e linguagem como

forma de interação. Nesse sentido, Fuza et. al. (2011) em seus estudos bibliográficos, destaca

que a linguagem como expressão do pensamento está ligada à gramática normativa (que

prescreve as regras e normas da língua portuguesa), fazendo referência a Possenti (1997),

quando ressalta que essa concepção relacionada às gramáticas normativo-prescritivas, são

todas as gramáticas cujo conteúdo corresponde a um conjunto de regras e, por isso, designa-se

a ensinar os sujeitos a falarem e a escreverem corretamente, expressando uma obrigação e

avaliação de certo e errado. Perfeito (2007, p. 825), destaca, porém, que, nesta concepção, a

linguagem:

Preconiza que a expressão é produzida no interior da mente dos indivíduos. E da

capacidade de o homem organizar a lógica do pensamento dependerá a

exteriorização do mesmo (do pensamento), por meio de linguagem articulada e

organizada. Assim, a linguagem é considerada a “tradução” do pensamento.

Para linguagem como instrumento de comunicação essa mesma autora ressalta que a

língua é vista, historicamente, como um código, capaz de transmitir uma mensagem de um

emissor a um receptor, isolada de sua utilização. Aqui o falante tem em sua mente uma

mensagem que será transmitida a um ouvinte.

Na terceira concepção, a linguagem vai além da transmissão de informações de um

emissor a um receptor, esta é vista como forma de interação humana, por isso é chamada de

linguagem como forma de interação. Travaglia (2009, p. 23) acrescenta que a linguagem é

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um lugar de iteração comunicativa, forma de realizar ações, agir e atuar sobre o ouvinte/leitor.

Todavia:

Essa concepção é representada por todas as correntes de estudo da língua que podem

ser reunidas sob o rótulo de linguística da enunciação. Aqui estaria incluídas

correntes e teorias tais como a Linguística Textual, a Teoria do Discurso, a Análise

do Discurso, a Análise da Conversação, a Semântica Argumentativa e todos os

estudos de alguma forma ligado à Pragmática.

Resumidamente, notamos, aqui, a linguagem como o local das relações sociais em que

falantes atuam como sujeitos, sendo o diálogo, assim, de forma ampla, o caracterizador da

linguagem (PERFEITO, 2007).

Geraldi et al. (2001) destaca que essas três concepções correspondem a três grandes

correntes dos estudos linguísticos: a gramatica tradicional, o estruturalismo e o

transformacionalismo e a linguística da enunciação.

É importante destacar que, conforme Doretto e Beloti (1983), a concepção de

linguagem tem um papel fundamental para a orientação do trabalho com a língua portuguesa

nas salas de aula, uma vez que a concepção que se tenha de linguagem influencia em outros

aspectos correlatos, tais como gramática, texto e seu sentido, leitura, oralidade etc. Ou seja,

são as concepções de linguagem o viés pelo qual se enxerga outros aspectos a serem

trabalhados no ensino de língua materna. Portanto, o ensino dos conteúdos da língua

portuguesa poderão se orientar a partir de uma das três concepções de linguagem (linguagem

como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como processo de

Interação), conforme o professor conceba a linguagem.

Assim, entendendo que as concepções de texto e linguagem estão relacionadas,

Doretto e Beloti (1983) ressaltam que o texto entendido como expressão do pensamento pode

ser compreendido como um produto pronto e acabado que depende da capacidade criativa do

indivíduo e está ligado à retórica, além de possuir um sentido único; como instrumento de

comunicação também tem um sentido único e é visto como um modelo a ser seguido; Já como

forma de interação, é entendido como possuindo um sentido polissêmico em que o texto é o

próprio lugar da interação, o qual produz sentido conforme a situação em que se insere.

Ao referir-se ao ensino e natureza da linguagem os Parâmetros Currículares de Língua

Portuguesa destacam que:

O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o domínio da

língua, como sistema simbólico utilizado por uma comunidade lingüística, são

10976

condições de possibilidade de plena participação social. Pela linguagem os

homem e as mulheres se comunicam, têm acesso à informação, expressam e

defendem pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem

cultura. Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e

cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de contribuir para

garantir a todos os alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o

exercício da cidadania (BRASIL, 1998, p. 19, grifo nosso).

Portanto, por se tratar de um assunto complexo a respeito do ensino da leitura e escrita

no processo de alfabetização, Cagliari (1998) destaca que pessoas que investigam a

linguagem devem ser profundos conhecedores de como a linguagem é, o que mesmo para a

linguística não é uma tarefa fácil e simples. O que podemos concluir que o ato de o homem

inventar a linguagem a partir de suas necessidades para se comunicar com o outro, resultou

numa técnica sofisticada e fez surgir a escrita que temos hoje. Isso é sem dúvida a

“tecnologia” mais brilhante que a humanidade já criou e, entender isso é compreender o

quanto é difícil um bom trabalho com alfabetização e letramento, principalmente nos anos

iniciais quando os alunos estão iniciando essa etapa.

Gestão

A organização escolar “refere- se aos princípios e procedimentos relacionados à ação

de planejar o trabalho da escola, racionalizar o uso de recursos [...] e coordenar e avaliar o

trabalho das pessoas, tendo em vista a consecução de objetivos” (LIBÂNEO, OLIVEIRA e

TOSCHI, 2012, p.436).

A direção e a coordenação têm como função cumprir tarefas referentes à gestão

escolar. Ou seja, têm como objetivo principal executar tarefas que permitam o funcionamento

da instituição escolar. Aos dirigentes, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 475),

compete:

a) a execução coordenada e integral de atividades dos setores e indivíduos da escola,

conforme decisões coletivas anteriormente tomadas; b) o processo participativo de

tomada de decisões, atentando, ao mesmo tempo, para que estas se convertam em

medidas concretas efetivamente cumpridas pelo setor ou pelas pessoas em cujo

trabalho são aplicadas; c) a articulação das relações interpessoais na escola e no

âmbito em que o dirigente desempenha suas funções.

Em relação ao papel do coordenador pedagógico, Pinto (2011, p. 153) afirma que sua

atuação:

10977

[...] junto ao professor só faz sentido se não perder de vista que seu fim último é a

melhoria da aprendizagem dos alunos. É justamente por acreditarmos nesse

princípio que defendemos a ideia de que a principal atribuição do pedagogo escolar

é dar suporte organizacional e pedagógico aos professores

Nessa perspectiva, Rinaldi (2009) enfatiza que os gestores escolares têm um papel

preponderante no que se refere à formação docente porque podem apoiá-los no sentido de

sanar dificuldades que estes possuam de modo a dar condições para que os professores

possam melhorar e alterar as suas práticas quando necessário.

Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) destacam que todos os profissionais da escola

precisam estar aptos a dirigir e participar de aspectos ligados à gestão escolar. Contudo,

devido à delegação de funções muito específicas para cada cargo, os gestores são os

responsáveis por coordenar e gerir. Por isso, faz-se necessário que os gestores tenham

formação específica para que possam exercer o trabalho da melhor maneira possível.

Diante do que foi mencionado anteriormente, Alves e Sá (2015, p. 321) ressalta que

“[...] a formação para a gestão [...] [deve] ser intensificada na formação continuada e

revista/alterada na formação inicial, de modo que as atividades gestoras correspondam aos

objetivos de uma educação de qualidade”.

Metodologia

Laville e Dione (1999) acreditam que, os conflitos entre as abordagens qualitativas e

quantitativas são inúteis, pois para os autores o procedimento adotado deve estar a favor da

compreensão do objeto de pesquisa. Assim, defendem que:

Poderá ser um procedimento quantitativo, qualitativo, ou uma mistura de ambos. O

essencial permanecerá: que a escolha da abordagem esteja a serviço do objeto de

pesquisa, e não o contrário, com o objetivo de daí tirar, o melhor possível, os saberes

desejados (LAVILLE, DIONE, 1999, p. 43).

Gamboa (1995) também acredita que, superando falsos dualismos, podemos permitir a

existência de vários enfoques que se definem num continuum. Nesse sentido, a metodologia

desta investigação pautou-se na pesquisa quali-quantitativa, por meio da qual analisamos e

categorizamos as respostas dos gestores, indicando a frequência com que as respostas

apareceram nas categorias que foram estabelecidas durante a análise dos dados.

Os dados são fruto de uma pesquisa maior e foram obtidos por meio de questionários

aplicados a professores e gestores, bem como por análise documental.

10978

A amostra da mencionada pesquisa foi composta por professores e gestores de vinte e

duas escolas municipais de Ensino Fundamental I, vinculadas à Secretaria de Educação do

Município de Presidente Prudente. Os questionários destinados aos docentes foram utilizados

para caracterizar o perfil pessoal, profissional e o teórico-metodológico do professor que

leciona nos anos iniciais do ensino fundamental, bem como as dificuldades enfrentadas

cotidianamente no ensino de língua materna, quais são as práticas formativas que consideram

eficazes e como avaliam a contribuição da gestão escolar, com relação à superação do

fracasso escolar em língua materna.

Para este artigo, delimitamos um recorte da pesquisa maior, com a finalidade de

compreender quais as concepções de linguagem e texto de gestores que atuam no Ensino

Fundamental I.

Para manter o anonimato dos sujeitos da pesquisa, os nomes das escolas foram

substituídos por nome de flores e citamos as respostas dos gestores pela letra inicial “G”. O

número cardinal, após a letra “G”, se refere à ordem da transcrição das respostas.

Resultados e discussão

Para este artigo, apresentaremos somente as respostas emitidas por 33 gestores de 22

escolas de Ensino Fundamental I, no que diz respeito às suas concepções sobre texto e

linguagem. Vale ressaltar que, por se tratar de uma questão aberta os gestores poderiam

elencar mais de uma resposta a um mesmo questionamento, por isso, muitas vezes o número

de respostas é superior ao número de gestores. emergiram várias respostas.

Tabela 1 - Conceito de Texto - Gestores

Categoria Quantidade de gestores por

categoria

Porcentagem das respostas

Instrumento de comunicação 17 51,5%

Representação do pensamento 8 24,2%

Forma de interação 04 12,1%

Texto como produto escrito 11 33,3%

Texto como produto oral ou

escrito

01 3,0%

Verbal ou não verbal 05 15,2%

Apontamento genérico 03 9,1%

Respostas incoerentes 02 6,1%

TOTAL 51 100%

Fonte: Dados organizados pelos pesquisadores com base nos resultados da pesquisa – 2017

10979

Conforme se verifica na Tabela 1, a maioria dos gestores menciona uma definição de

texto relacionada a instrumento de comunicação (17 menções), seguida pela definição como

representação do pensamento (8 menções) e, posteriormente, como forma de interação (4

menções).

Diante desse quadro, é muito frequente a definição de texto como instrumento de

comunicação, o que deixa nítido que os gestores não compreendem o texto como possuindo

um sentido polissêmico, o que nos remete a pensar que eles têm uma concepção monológica

sobre a linguagem (DORETTO E BELOTI, 1983, GERALDI, 1993).

Com 8 menções, observamos que ainda existem gestores que estão presos à concepção

de texto como representação do pensamento, entendendo que só escreve bem quem possui tal

capacidade (ou o dom) e o pensamento organizado, além de o texto ser visto como algo

pronto e acabado, uma visão muito reducionista acerca do texto (DORETTO E BELOTI,

1983).

Entretanto, 4 gestores relatam conceber o texto como forma de interação, algo que

consideramos positivo porque, embora a parcela dos gestores não seja significativa, percebe-

se que eles entendem o texto a partir de uma concepção dinâmica em que os interlocutores

interagem dentro de uma prática social. Valoriza-se o processo e não o produto, pois os textos

estão em constantes transformações e o aluno que produz é entendido como um sujeito

importante no processo de interação (DORETTO E BELOTI, 1983).

Observa-se, ainda, que 11 gestores retratam o texto como produto escrito, 1 gestor

como produto oral ou escrito e 5 gestores como verbal ou não verbal, o que evidencia que

alguns gestores veem o texto como tendo relação apenas com a escrita em si, enquanto outros

compreendem-no como algo mais amplo que abrange também as produções orais e as não

verbais (imagens, símbolos etc.). Diante disso, Simon (2011) e Costa Val (2001) enfatizam a

compreensão de texto como abrangendo situações orais ou escritas, não, limitando, portanto,

o texto como o define alguns gestores.

Vale ressaltar que, com relação à definição de textos, obtivemos três apontamentos

genéricos e duas respostas incoerentes, o que pode sinalizar para o fato de que os gestores

também possuem necessidades formativas a serem sanadas. Diante disso, concordamos com

Rinaldi (2009) no sentido de que os gestores têm um importante papel no sentido de auxiliar

os docentes em suas dificuldades no exercício da docência. Porém, é necessário que esses

gestores tenham formações específicas e constantes que lhes permitam atuar de maneira a

10980

garantir um apoio aos docentes, de modo a contribuir com a melhoria do ensino (ALVES, SÁ,

2015; LIBÂNEO, OLIVEIRA, TOSCHI, 2012).

A seguir, destacamos algumas respostas sobre o conceito de texto que foram

explicitadas nos questionários pelos sujeitos da pesquisa: “São as diversas formas que nos

passam as informações de propagandas, rótulos, poesia etc.” (G1, Dália). “Portador que

traz algo a comunicar, de acordo com suas variações. Tem estrutura distinta e atende a

diferentes propósitos comunicativos.” (G2, Acácia). “O texto é a expressão do pensamento

através da escrita. Independente da forma e do tamanho, compreendemos que texto expressa

uma unidade do pensamento.” (G1, Gérbera). “O que você quer expressar em forma de

escrita sendo compreendido pelo outro.” (G1, Gardênia).

Tabela 2 - Conceito de linguagem - Gestores

Categoria Quantidade de gestores por

categoria

Porcentagem das respostas

Linguagem como representação

do pensamento

08 24,2%

Linguagem como instrumento de

comunicação

13 39,4%

Linguagem como forma de

interação

04 12,1%

Verbal ou não verbal 12 36,4%

Expressão oral 02 6,1%

Expressão oral ou escrita 06 18,2%

Respostas incoerentes 04 12,1%

Não respondeu 01 3,0%

TOTAL 50 100%

Fonte: Dados organizados pelos pesquisadores com base nos resultados da pesquisa – 2017

Em relação aos dados da Tabela 2, Geraldi (2001, p. 41) destaca três concepções

fundamentais de linguagem que são apontadas como: linguagem como expressão do

pensamento; linguagem como instrumento de comunicação (língua como código); linguagem

como forma de interação. Nesta última, “a linguagem é vista como lugar de interação [...] com

ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistiam à

fala”.

Os resultados obtidos pela análise dos dados referentes aos gestores nos apresentam

com maior frequência as definições relativas ao entendimento de linguagem como

instrumento de comunicação (13 menções), sendo possível destacar ainda a linguagem como

expressão do pensamento (8 menções), e a linguagem como forma de interação (4 menções).

Sobre a concepção de linguagem como instrumento de comunicação, mencionada com maior

frequência pelos gestores, Travaglia (2009, p, 22) ressalta que:

10981

[...] a língua é vista como um código, ou seja, como um conjunto de signos que se

combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações

de um emissor e um receptor. Esse código deve, portanto, ser dominado pelos

falantes para que a comunicação possa ser efetiva.

Com doze menções, é possível notar o conceito de linguagem como verbal que utiliza-

se da fala e/ou da escrita como forma de comunicação, e a linguagem não verbal que se dá

através do uso de figuras, imagens, símbolos, desenhos etc. (FIORIN, 2002). Dentro desse

conceito de linguagem verbal e não verbal incluem-se outras categorias mencionadas com

menor frequência: expressão oral ou escrita (6 menções) e expressão oral (2 menções).

Obtivemos ainda algumas respostas incoerentes e um gestor que não respondeu a esse

item do questionário, o que pode significar um desconhecimento ou falta de segurança em

relação à compreensão dos conceitos pesquisados.

A seguir, apresentamos algumas respostas emitidas pelos sujeitos da pesquisa, à

questão "Conceitue Linguagem": “É a forma pela qual nos comunicamos”. (G1, Margarida).

“Capacidade de se comunicar de diversas formas: oral, escrita, símbolos etc.” (G1,

Hortênsia). “É a expressão do pensamento.” (G1, Crisântemo). “É o produto das interações

que se estabelecem entre os indivíduos”. (G1, Bromélia).

Esses resultados são semelhantes aos apresentados por Parisotto (2006), em pesquisa

com professores dos anos iniciais do ensino fundamental. A autora conclui que a concepção

de linguagem que orientou o trabalho dos docentes foi de base monológica, pois não

considerava a realização de ações e a produção de efeitos de sentido entre os interlocutores,

de acordo com as situações de interação verbal.

Quando se pensa na produção de texto e na leitura como práticas sociais, é obvio que

deveria estar subjacente às respostas dos gestores uma concepção de linguagem de base

dialógica. Todavia, não foi o que ocorreu, de acordo com os dados analisados.

De um modo geral, os professores trabalham com textos e ensinam a produzi-los sem

refletir sobre quais são as suas concepções de texto, de linguagem, de gêneros literários etc.

Considerações finais

Com base nos resultados obtidos, percebemos que o entendimento dos gestores sobre

linguagem e texto têm se orientado por concepções que acabam por restringir a compreensão

dos conceitos a uma visão monológica, o que explicita modos de compreensão pautados em

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uma visão tradicional e limitante que já deveriam ter sido superados, haja vista a evolução

teórica e conceitual sobre a compreensão da linguagem e dos outros conceitos da língua

portuguesa (texto, leitura, gramática etc.).

Ressaltamos que apenas 4 dos 33 gestores apresentam a compreensão dos conceitos

de linguagem e texto como processos de interação, algo que seria o ideal que todos os

gestores tivessem explicitado, uma vez que só uma concepção dinâmica de linguagem e de

texto podem dar conta da complexidade com que esses aspectos se apresentam na realidade.

Diante disso, é possível observar que os gestores escolares também apresentam

necessidades formativas, principalmente em se tratando do coordenador/orientador

pedagógico porque é este profissional que tende a orientar os docentes em suas dificuldades,

com vistas à contribuição para a superação do fracasso escolar. Portanto, se ele não tem uma

concepção de linguagem mais ampla que priorize a valorização do processo de interação

verbal, torna-se mais difícil a condução de docentes ao trabalho nessa perspectiva com todas

as outras dimensões relativas ao ensino de língua portuguesa nos anos iniciais.

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