ensino da língua estrangeira conforme os pcns

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Ensino de Língua Estrangeira

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ENSINO DA LNGUA ESTRANGEIRA CONFORME OS PCNS

Os PCNs abordam todos os aspectos relevantes no ensino da Lngua Estrangeira (LE). Neles so citadas diversas contribuies de uma educao voltada aos interesses dos alunos, como: expanso das habilidades comunicativas e ampliao cultural, compreenso das diferentes formas de comunicao e da variabilidade dialetal, adequao lingustica de acordo com o ambiente em que est inserido.

Nesse sentido, vale lembrar que, muito mais do que uma simples aula de regras gramaticais, as aulas de LE podem ser extremamente ricas, medida que abrem espao para que o estudante possa construir/reconstruir sua carga cultural e lingustica. Os PCNs (BRASIL, 2006, p. 91) ressaltam que:[...] a disciplina Lnguas Estrangeiras na escola visa a ensinar um idioma estrangeiro e, ao mesmo tempo, cumprir outros compromissos com os educandos, como, por exemplo, contribuir para a formao de indivduos como parte de suas preocupaes educacionais.

Outro ponto importante abordado nesse documento o fato da LE servir como colaboradora na funo inclusiva e de desenvolvimento da cidadania na escola. A compreenso do que ser cidado abrange diversos aspectos, entre eles a posio que o aluno ocupa dentro da sociedade em que vive, quais os motivos que o levaram a estar ali, como ele se sente diante desta situao, etc. A LE, portanto, segundo os PCNs (BRASIL, 2006, p 97):

[...] prope trabalhar no mbito da formao de indivduos, de cidados se focalizar um aspecto j mencionado anteriormente: o de trabalhar em prol de uma alfabetizao dos alunos (indivduos, cidados) (SOARES, 2004) condizente com as necessidades da sociedade em que vivem, de uma sociedade que tem as suas prprias caractersticas, porque interpelada por uma histria e uma cultura em constante construo e reconstruo.

Os alunos, a partir disso, passam a sentir-se sujeitos sociais, includos em uma sociedade que muita vezes presta-se a excluir, porque sabem como expressar-se, como compreender o que vivenciam e sabem da sua importncia enquanto cidados.

OS OBJETIVOS DO ENSINO DA LNGUA ESTRANGEIRA

No que se refere aos objetivos do ensino da LE, importante que primeiro se delimite uma viso de linguagem mais ampla, vinculada aos contextos socioculturais aos quais se relaciona e que se considerem os conhecimentos prvios e a bagagem cultural que cada aluno possui para que se possa relacionar o que se aprende ao que j se sabe. Conforme os PCNs (BRASIL, 2006, p. 109):

[...] os novos conhecimentos introduzidos em determinada prtica sociocultural ou determinada comunidade de prtica entraro numa inter-relao com os conhecimentos j existentes. Nessa inter-relao entre o novo e o velho, ambos se transformam, gerando conhecimentos novos. Para que ele se torne um processo crtico e eficaz, importante evitar, nessa inter-relao, a mera importao do novo, sem promover a devida interao com o velho, por meio da qual tanto o recm-importado quanto o previamente existente se transformaro, criando algo novo.

Portanto, a partir da considerao do velho e da aceitao do novo, a educao em LE pauta-se em uma incorporao do que se aprende ao que j se sabido, gerando uma reformulao, que se torna mais fcil quando feita dessa maneira, porque no tenta desconstruir o que j foi propagado.

Quanto prtica de ensino propriamente dita, de suma importncia que o professor conhea teorias lingusticas atuais que sustentam a utilizao da gramtica como um instrumento essencial, mas no como o nico meio de ensinar uma lngua. inconcebvel que em pleno sculo XXI, com diversos recursos, ainda se parta de palavras soltas, descontextualizadas.

O professor deve tentar fazer com que seus alunos compreendam a importncia de estudar a LE para sua vida, fazendo com que assimilem a relevncia da disciplina na escola. necessrio frisar que os objetivos da LE na escola so diferentes dos objetivos da LE em um curso de idiomas. Nessa perspectiva, os PCNs afirmam que, em muitos casos, h falta de clareza sobre o fato de que os objetivos do ensino de idiomas em escola regular so diferentes dos objetivos dos cursos de idiomas. Trata-se de instituies com finalidades diferenciadas. Observa-se a citada falta de clareza quando a escola regular tende a concentrar-se no ensino apenas lingstico ou instrumental da Lngua Estrangeira (desconsiderando outros objetivos, como os educacionais e os culturais). Esse foco retrata uma concepo de educao que concentra mais esforos na disciplina/contedo que prope ensinar (no caso, um idioma, como se esse pudesse ser aprendido isoladamente de seus valores sociais, culturais, polticos e ideolgicos) do que nos aprendizes e na formao desses (Brasil, 2006, p. 90).

Os PCNs orientam que, no Ensino Mdio, sejam trabalhadas as seguintes habilidades: leitura, comunicao oral e prtica escrita. Sugerem ainda que essas habilidades sejam praticadas considerando a realidade social/local do grupo. Se a escola e o grupo esto voltados para o vestibular, devem ser utilizados textos que proporcionem exerccios e aperfeioamento para tal concurso, por exemplo, mas sem esquecer que questes objetivas sobre regras gramaticais no trabalham as trs habilidades que se objetiva. So sugeridos, ainda, alguns temas para serem abordados, como: cidadania, diversidade, igualdade, justia social, dependncia/ interdependncia, conflitos, valores, diferenas regionais/ nacionais.

A questo da leitura e, alm disso, a da compreenso dos textos evidenciada como fundamental para o efetivo aprendizado de lnguas. Todos os temas anteriormente citados devem ser tratados atravs de textos que proporcionem chegar at eles. Por isso, vital o trabalho contextualizado, interativo e multidisciplinar. Os PCNs afirmam a separao e a reduo so formas de aprendizagem presentes na educao h muito tempo. So vlidas e funcionam na produo e na construo de conhecimento. O problema quando essas formas se tornam nicas, ou prioritrias, ou frmulas. O exerccio constante apenas delas pode resultar na consolidao de um raciocnio linear e pouco criativo nos aprendizes. A escolha dos textos de leitura deve, por exemplo, partir de temas de interesse dos alunos e que possibilitem reflexo sobre sua sociedade e ampliao da viso de mundo, conforme a proposta educativa focalizada neste documento (BRASIL, 2006, p. 114).

Nessa tica, de acordo com os PCNs, concretiza-se o principal objetivo da escola como um todo: formar cidados crticos, capazes de refletir sobre a prpria vida e sobre a sociedade em geral.

A FORMAO DO PROFESSOR DE LNGUA ESTRANGEIRA

impossvel abordar o ensino da LE sem mencionar o papel do professor nesse processo. Dessa forma, abre-se uma questo que tem gerado diversos debates e discusses: a formao continuada dos profissionais da educao.

Segundo Souza (2010), a sociedade vem sofrendo modificaes devido globalizao da informao, o que faz com que se deva repensar as formas de aprender e ensinar a LE. Neste sentido, o autor afirma que a primeira questo a se abordar o modelo universitrio que se conjuga em aulas tericas e posteriores estgios para a aplicao dos conhecimentos. Essa maneira de formar professores apresenta srios problemas, citados por Tardif (2002, apud Souza, 2010): idealizao de uma lgica disciplinar que fragmenta o ensino e a falta de considerao da realidade dos alunos (espritos virgens).

Souza (2010, p. 157), com base em Tardif (2002), sugere que os pesquisadores universitrios trabalhem nas escolas e nas salas de aula em colaborao com os professores, vistos no como sujeitos ou objetos de pesquisa, mas como colaboradores dos pesquisadores. Isso faz com que se quebre o paradigma que muitos professores tm de que os pesquisadores vo at a escola para us-los como cobaias de suas pesquisas, que, diga-se de passagem, pensam ser apenas aplicveis a nvel universitrio.

As novas mdias e tecnologias disponveis, como a internet, a TV a cabo, as pginas de relacionamento, abrem um leque de possibilidades para a ao educacional. No entanto, a utilizao desses meios de ajuda ao ensino depende prioritariamente do interesse do professor em tornar suas aulas interativas, abandonando os antigos mtodos de decoreba e traduo. Celani (2009) afirma que o professor deve ligar o que acontece na sala de aula ao que acontece fora da escola, utilizando letras de msicas, rtulos de produtos, textos de jornais, estampas de camisetas, etc.

Ainda h escolas e professores que mantm o foco no ensino dos aspectos formais da lngua. Quanto a isso e necessidade da formao continuada, Celani (2009) salienta que necessrio valorizar o segundo idioma, entender qual a importncia de aprend-lo para a Educao do indivduo - o que permite a ele entender o outro e as diferenas e estar inserido no contexto mundial atual. E tambm, claro, dando formao inicial e continuada para os professores. Eles apenas repetem o que aprendem.

Ainda h um problema grave nas escolas: a falta de importncia que os professores das outras disciplinas e os gestores das escolas do para a disciplina de LE. Muitos acreditam que ela serve apenas preencher a carga horria mnima. s vezes, nem mesmo os prprios professores de lnguas tm noo do quanto disciplina importante para a incluso (CELANI, 2009).

Outro ponto relevante que, ao professor, preciso que haja a conscincia de que a sua trajetria estudantil vai alm dos bancos universitrios. Esse , alis, apenas o primeiro passo. So oferecidos diversos cursos de ps-graduao, aprimoramento, formao continuada. As escolas esto comeando a investir no aprimoramento de seus profissionais, mesmo que, algumas vezes, de forma equivocada. No h mais lugar nas escolas e universidades para profissionais que no esto preocupados em qualificar-se, em buscar novas alternativas para suas prticas.

No existe uma frmula que seja a mais eficaz para se ensinar a LE e nem um professor que seja o mais eficiente em todos os aspectos. Porm, fundamental que a qualificao e o interesse por estar sempre melhorando sejam os principais objetivos de quem ensina a LE e de quem trabalha com a educao na sua totalidade.

Celani (2001, apud SOUZA, 2006, p. 163) argumenta ser necessrio ao professor de LE do futuro:

1. empenhar-se em afetar a vida de seus alunos (objetivo moral);

2. aprofundar o conhecimento pedaggico (conhecimento mais sofisticado sobre ensinar e aprender);

3. conscientizar-se sobre os amplos problemas da poltica educacional e desenvolvimento social;

4. trabalhar de modo interativo e colaborativo;

5. aprender a trabalhar em novas estruturas redes de aprendizagem;

6. desenvolver o hbito e as habilidades de indagao e aprendizagem;

7. mergulhar nos mistrios, nos altos e baixos da complexidade dinmica do processo de transformao.

Todos esses tpicos citados pela autora, primeira vista, j refletem sua grandiosidade e sua importncia. Ao professor, no basta dar sua aula, ele deve preocupar-se se realmente est interferindo e modificando quem o escuta, se est promovendo o conhecimento em forma de construo contnua. Essa a real forma de ensinar e de fazer a diferena.

Afetar a vida do aluno significa, em primeiro lugar, faz-lo compreender que a educao a forma mais nobre de se tornar uma pessoa melhor, pois quem hoje aluno, futuramente ter uma profisso e modificar a vida de outras pessoas. Significa tambm mostrar-lhe que a escola o local onde todos so iguais, onde todos devem ter a sua opinio respeitada, onde todos evoluem. Os professores que assim pensam, demonstram que realmente esto preocupados com seus alunos e sabem da importncia do seu papel.

Os PCNs orientam que, no Ensino Mdio, sejam trabalhadas as seguintes habilidades: leitura, comunicao oral e prtica escrita. Sugerem ainda que essas habilidades sejam praticadas considerando a realidade social/local do grupo. Se a escola e o grupo esto voltados para o vestibular, devem ser utilizados textos que proporcionem exerccios e aperfeioamento para tal concurso, por exemplo, mas sem esquecer que questes objetivas sobre regras gramaticais no trabalham as trs habilidades que se objetiva. So sugeridos, ainda, alguns temas para serem abordados, como: cidadania, diversidade, igualdade, justia social, dependncia/ interdependncia, conflitos, valores, diferenas regionais/ nacionais.

A questo da leitura e, alm disso, a da compreenso dos textos evidenciada como fundamental para o efetivo aprendizado de lnguas. Todos os temas anteriormente citados devem ser tratados atravs de textos que proporcionem chegar at eles. Por isso, vital o trabalho contextualizado, interativo e multidisciplinar. Os PCNs afirmam a separao e a reduo so formas de aprendizagem presentes na educao h muito tempo. So vlidas e funcionam na produo e na construo de conhecimento. O problema quando essas formas se tornam nicas, ou prioritrias, ou frmulas. O exerccio constante apenas delas pode resultar na consolidao de um raciocnio linear e pouco criativo nos aprendizes. A escolha dos textos de leitura deve, por exemplo, partir de temas de interesse dos alunos e que possibilitem reflexo sobre sua sociedade e ampliao da viso de mundo, conforme a proposta educativa focalizada neste documento (BRASIL, 2006, p. 114).

Nessa tica, de acordo com os PCNs, concretiza-se o principal objetivo da escola como um todo: formar cidados crticos, capazes de refletir sobre a prpria vida e sobre a sociedade em geral.Disponvel em: http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao20/reflexoes/001.pdfOS PCN E O ENSINO DE LNGUAS ESTRANGEIRASPara os objetivos desse trabalho, consideramos o ensino regular de lngua estrangeira moderna no caso da maioria das escolas brasileiras, a lngua inglesa , tal qual previsto pelos PCN. Conforme Almeida Filho (2003), o ensino de ingls nas escolas regulares produz resultados menores do que aqueles esperados e previstos pela legislao em vigor. Por outro lado, as escolas livres so aquelas que mantm o melhor nvel de ensino dessa lngua. Entretanto, algumas escolas livres podem, assim como as oficiais, oferecer ensino de qualidade questionvel, principalmente por adotarem modismos e solues mirabolantes sugeridas pelo mercado para atrair clientes (por exemplo, sono-aprendizagem, mtodo subliminar, neurolingstica, etc.). Apenas uma minoria dessas escolas constitui-se em exceo na produo de contextos ricos e facilitadores da compreenso para a aprendizagem de lnguas com o propsito de uso social e profissional.

Quando analisamos o ensino de lnguas nas escolas, sejam elas pertencentes rede oficial ou no, deparamo-nos com grandes equvocos metodolgicos que resultam em prticas ineficazes. Como vimos na breve introduo histrica, essa prtica no Brasil privilegia o estudo da lngua pela lngua, com nfase na forma gramatical que se engessa em conhecimentos descontextualizados, contrariamente ao que apregoam os PCN.

A meta principal para o ensino de lnguas estrangeiras no nvel Mdio, de acordo com os PCN, a comunicao oral e escrita, que o documento entende como uma ferramenta imprescindvel no mundo moderno, com vistas formao profissional, acadmica ou pessoal. A nfase dada a esse trip o profissional, o acadmico e o pessoal , deve-se ao contexto de um mundo globalizado, onde o conhecimento eficaz de lnguas, seja a materna, a nacional ou as estrangeiras, funciona como um meio de realizao do indivduo.

Assim, as competncias esperadas do aprendiz no podem privilegiar apenas uma habilidade. Espera-se hoje, que o indivduo seja capaz de falar, ler, escrever e entender uma lngua estrangeira sem muitas dificuldades, considerando-se que o mundo midiatizado exige dele muito mais do que era exigido nos sculos passados. Os PCN corroboram essa viso quando afirmam que as lnguas estrangeiras modernas, consideradas, muitas vezes e de maneira injustificada, como disciplina pouco relevante, adquirem, na nova LDB, a configurao de disciplina to importante como qualquer outra do currculo, do ponto de vista da formao do indivduo. Ainda segundo os PCN, para os jovens e adultos exercerem a cidadania, necessrio que se comuniquem, compreendam, saibam buscar informaes e sejam capazes de interpret-las e de argumentar a partir delas, o que implica o desenvolvimento de todas as habilidades lingsticas. A aprendizagem da lngua estrangeira , portanto, necessria como instrumento de compreenso do mundo, de incluso social e de valorao pessoal.

Nos PCN, a linguagem, por ter caracterstica transdisciplinar, vista como o elo entre todas as reas de ensino, e a aprendizagem de lngua estrangeira concebida como fonte de ampliao dos horizontes culturais. Em face da realidade do mundo contemporneo, globalizado e tecnologicamente mais desenvolvido que o de outras pocas, o ensino-aprendizagem de lngua estrangeira no se concebe mais como um processo esttico, circunscrito apenas aos atos de ler e escrever minimamente.

Disponvel em: http://ucbweb2.castelobranco.br/webcaf/arquivos/113696/14738/Analise_PCN.pdf