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Ano 4 - Nº 18 Nov/Dez 2007 CORROSÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ENGENHARIA E ARTE CORROSÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ENGENHARIA E ARTE ENTREVISTA ENTREVISTA Álvaro Teixeira, secretário executivo do IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

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Ano 4 - Nº 18Nov/Dez 2007

CORROSÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ENGENHARIA E ARTECORROSÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ENGENHARIA E ARTE

ENTREVISTAENTREVISTA

Álvaro Teixeira,

secretário executivo do IBP –

Instituto Brasileiro de Petróleo,

Gás e Biocombustíveis

C&P_18_CAPA 1/1/04 7:33 AM Page 1

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Sumário

foto da capa:EMURB

A revista Corrosão & Proteção é uma publi-cação oficial da ABRACO – Associação Brasileirade Corrosão, fundada em 17 de outubro de 1968,e tem como objetivo congregar toda a comu-nidade técnico-empresarial do setor, difundir oestudo da corrosão e seus métodos de proteção econtrole.

Av. Venezuela, 27 , Cj. 412 Rio de Janeiro - RJ - CEP 20081-310 Fone (21) 2516-1962/Fax (21) 2233-2892www.abraco.org.br

DiretoriaPresidenteEng. Pedro Paulo Barbosa Leite - PETROBRAS/NORTECVice-presidenteEng. Laerce de Paula Nunes - IECDiretor FinanceiroM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta -PETROBRAS /CENPES

Diretoria TécnicaEng. Aldo Cordeiro DutraDr. Eduardo Homem de S. Cavalcanti - INTJeferson da Silva - AKZO NOBEL

Dra. Olga Baptista Ferraz - INTDra. Zehbour Panossian - IPT

Conselho Editorial Eng. Aldo Cordeiro Dutra - INMETRO Dra. Denise Souza de Freitas - INT Eng. Jorge Fernando Pereira Coelho M.Sc. Gutemberg Pimenta - PETROBRAS -CENPESEng. Laerce de Paula Nunes - IEC Dr. Luiz Roberto Martins Miranda - COPPEDra. Zehbour Panossian - IPT

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECDr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT Dra. Olga Baptista Ferraz – INT Dr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – UniversitéGrenolle – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo - SP - 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

DiretoresJoão Conte - Denise B. Ribeiro Conte

EditorAlberto Sarmento Paz - Vogal Comunicaçõ[email protected]

Repórteres Henrique A. Dias e Carlos Sbarai

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design - [email protected]

GráficaCopypress

As opiniões dos artigos assinados não refletem aposição da revista. Fica proibida sob a pena dalei a reprodução total ou parcial das matérias eimagens publicadas sem a prévia autorizaçãoda editora responsável.

20

Sistemas de reparo de estruturasde concreto com corrosão

de armaduras por carbonatação –Parte 1

Por José Luis Serra Ribeiro, Sílvia M.

S. Selmo e Zehbour Panossian

28

Fosfatização de Metais FerrososParte 10 - Aceleradores:

Cloratos e OutrosPor Zehbour Panossian

e Célia A. L. dos Santos

33

Noções Básicas sobre Processo de Anodização do Alumínio

e suas Ligas - Parte 6Por Adeval Antônio Meneghesso

Artigos Técnicos6

Entrevista

IBP comemora 50 anos de atividade

Álvaro Teixeira

8Matéria de Capa

Engenharia e arte contra a corrosão

16ABRACO Informa

34Opinião

A nova fronteira da produtividade

José Maria Ferreira

C & P • Novembro/Dezembro • 2007 3

02-C&P17_Sumário/Expediente 1/1/04 1:32 PM Page 1

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ano de 2007 pode ser considerado um marco na indústria da energia no país. Depois de trêsdécadas de pesquisas e desenvolvimento na produção do álcool combustível e de outros bio-combustíveis, o tema tornou-se definitivamente global. Aos resultados expressivos da PETRO-

BRAS soma-se a descoberta do novo campo de Tupi, na Bacia de Santos. Apesar de não totalmente co-nhecida, essa reserva deve colocar o Brasil como um dos mais importantes produtores do mundo.Inclusive, como candidato natural a participar da OPEP, a poderosa organização que reúne os princi-pais exportadores de petróleo.

O Brasil tem inúmeros problemas, principalmente um enorme déficit social com sua gente, incluin-do falta de acesso pleno à educação e saúde. Além disso, têm impostos excessivos e burocráticos e faltaum planejamento estratégico que leve em conta o país que queremos no futuro, não apenas até as pró-ximas eleições.

Ao comentar as reservas de outras importantes commodities,como o níquel, a vanguarda na produção e pesquisa de biocom-bustíveis e a recente descoberta do maior campo de petróleo dosúltimos 15 anos, o sisudo Financial Times comentou: Afinal,Deus será mesmo brasileiro? Frase singular que reflete o pensa-mento dos países desenvolvidos com o imenso potencial de cresci-mento do Brasil. Agora temos que fazer a nossa parte, e isso requertrabalho, determinação e perseverança. Pois, se podemos come-morar algumas conquistas, por um lado os recentes resultados

divulgados sobre a posição do ensino no país é mais do que desagradável. É um sinal claro de que seránecessário uma postura mais responsável e comprometida de todos os setores da sociedade para que,finalmente, possamos pleitear a entrada no seleto grupo de países desenvolvidos.

Continuidade – a ABRACO também tem muito a comemorar. A começar pela participação cadavez mais ativa em cursos e eventos, e a grande expectativa em torno do INTERCORR, que aconteceno mês de maio de 2008, em Recife, PE. Espera-se reunir os mais renomados profissionais do setor, quevão propiciar conhecimento e reciclagem a mais de 500 profissionais. Essa troca de informações é fun-damental para a evolução tecnológica, assim como, para o desenvolvimento do setor e do país.

A Revista Corrosão & Proteção, por sua vez, chega à décima edição consecutiva, desde a parceriafirmada entre a ABRACO e a Aporte Editorial. A regularidade da publicação é um dos nossos desafios,pois para tanto é necessário investir para a produção de um consistente conteúdo editorial, variado einteressante, que propicie altos índices de leitura. E, para nos mantermos atualizados e alinhados comas necessidades de nossos leitores, reforçamos o convite para que toda a comunidade técnico-empresa-rial do setor da corrosão participe ativamente da revista. Seja por meio de sugestões de assuntos, notascorporativas, artigos técnicos, enfim, o importante é que exista esse canal aberto para que todos os inte-ressados possam participar.

Boa Leitura!

Os Editores

Marco na indústria da energia

Carta ao leitor

O INTERCORR 2008 espera reunir

os mais renomados profissionais

do setor e propiciar conhecimento

a mais de 500 profissionais

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Entrevista

Álvaro Teixeira

UNDADO NO DIA 21 DE

novembro de 1957, oInstituto Brasileiro de

Petróleo, Gás e Biocombustí-veis (IBP) é uma organizaçãoprivada de fins não-econômi-cos, que tem como missão pro-mover o desenvolvimento dosetor nacional de petróleo e gás,visando uma indústria compe-titiva, sustentável, ética e social-mente responsável. Ao longodesses anos, o IBP consolidou asua credibilidade junto à socie-dade, ao setor e ao governo, ehoje conta com 230 empresasassociadas.

Dentre as principais ativida-des exercidas pelo IBP estão: anormalização (que ajuda a so-ciedade a aferir a qualidade dosprodutos de petróleo oferecidospelo mercado, estabelecendomeios eficientes de controle efacilitando o intercâmbio co-mercial), a certificação (que ofe-rece às empresas uma série debenefícios, sendo, inclusive,credenciada pelo INMETRO),os cursos (desenvolvidos emparceria com outras institui-ções, entre elas a ABRACO) eos eventos (promovidos paraatender às necessidades da in-dústria, valorizando assuntos denatureza técnica e gestão). Aessas atividades, a partir de1998, veio se juntar as ligadas acolaboração com as autoridades

integração geológica no Brasil.De 1972 a 1987 trabalhou nasoperações internacionais de ex-ploração e produção da empre-sa. Em 1989, Teixeira foi eleitosecretário-geral da ARPEL, as-sociação que congregava as em-presas estatais de petróleo daAmérica Latina e Caribe, comsede em Montevidéu, no Uru-guai, e desde 1994 ocupa o car-go de Secretário Executivo doIBP.

Para falar com mais detalhessobre os 50 anos de história doIBP, do grande potencial decrescimento do uso dos bio-combustíveis, das parcerias fei-tas pelo Instituto, do PrêmioImprensa IBP 50 Anos, entreoutros temas, Álvaro Teixeirarecebeu a Revista Corrosão &Proteção.

Quais são os principais pon-tos que o senhor destacarianesses 50 anos de atuação doIBP?O IBP foi fundado em 1957 como objetivo de congregar a PE-TROBRAS, criada três anos an-tes, com as empresas do setor pri-vado, que, naquela época, eramresponsáveis por cerca de 90% dorefino nacional. Ao longo dosanos, a PETROBRAS foi cres-cendo até conquistar o monopóliode toda a cadeia de petróleo. Apartir de então, o IBP virou uma

Por Henrique Dias

governamentais na regulamen-tação da nova Lei do Petróleo.

Um dos principais eventosorganizados pelo IBP é a RioPipeline, que este ano chegou àsua sexta edição. Realizadoentre os dias 2 e 4 de outubro,no Rio Cidade Nova Conven-tion Center, o evento contoucom a participação de 1.400congressistas de 30 países, e teve300 trabalhos apresentados porestudantes e profissionais dosetor. “O Rio Pipeline tem sidode fundamental importânciapara a indústria de dutos nacio-nal e internacional. A cada edi-ção o número de países partici-pantes aumenta, o que mostraum grande interesse de todos notransporte de combustíveis”,ressalta álvaro Teixeira, secretá-rio executivo do IBP.

Engenheiro civil formadopela Escola Nacional de Enge-nharia da antiga Universidadedo Brasil, atual UniversidadeFederal do Rio de Janeiro(UFRJ), Álvaro Teixeira é tam-bém geólogo de petróleo gradu-ado pela Universidade Federalda Bahia (UFBA), em curso emconvênio com a PETROBRAS.Ele começou sua carreira atuan-do como geólogo de poços naBacia de Sergipe e Alagoas, emseguida voltou para o Rio deJaneiro, onde foi nomeado pelaPETROBRAS como o chefe da

IBP comemora 50 anosde atividade

Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis chega ao cinqüentenário reforçando

parcerias e apostando no grande potencial de crescimento do biodiesel

6 C & P • Novembro/Dezembro • 2007

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espécie de interface entre a estatale a indústria nacional de bens eserviços. Mas eu diria que agrande transformação do IBPaconteceu em 1997, com a pro-mulgação da nova Lei do Petró-leo (Lei 9.478). Com a aberturado mercado, nós tivemos que nosadaptar a um outro cenário e,para isso, contamos com o apoioda própria PETROBRAS, quenos ajudou a inserir o Institutonesse novo contexto nacional. Aimplantação da nova lei fez comque o IBP oferecesse mais turmasem seus cursos, uma vez que anteseles eram direcionados apenas auma empresa, mas passaram ainteressar também às empresasinternacionais que se estabelece-ram no Brasil. Vale lembrar quedurante esses 50 anos, a princi-pal característica do IBP conti-nua a mesma, ou seja, trabalharatravés de comissões formadas pornossos associados.

Originalmente, o IBP chama-va-se apenas Instituto Brasi-leiro de Petróleo e hoje é inti-tulado Instituto Brasileiro dePetróleo, Gás e Biocombustí-veis. Quando ocorreu essamudança?No ano de 2000, o IBP percebeuo real potencial de crescimento domercado de gás no país, sobretu-do com a construção do GasodutoBrasil – Bolívia (GASBOL), queabriu uma nova era na matrizenergética brasileira. Dessa for-ma a palavra gás foi adicionadaao nome original do Instituto. Ea palavra biocombustível foi a-gregada à razão social e sigla doIBP este ano, em virtude dagrande importância que vemassumindo no cenário nacional.

Das áreas de atuação do IBP,qual tem o maior potencial decrescimento?As áreas de petróleo, gás e etanoljá estão bem estruturadas tecno-logicamente, ao contrário do bio-

diesel. Sendoassim, o IBPtem trabalha-do muito nessaárea, que é amais complexaentre os bio-combustíveis.Como vemos obiodiesel comgrande poten-cial de cresci-mento, estamosdesenvolvendodois projetoscom setores daUFRJ, um so-bre logística eoutro que tratada parte técni-ca da produção do biodiesel. Nomês de novembro, o IBP pro-moveu, nos dias 12 e 13, no Riode Janeiro, um evento especialsobre biocombustíveis, que, numfuturo próximo, tem tudo paraalcançar a mesma projeção que oRio Pipeline tem hoje.

Qual é a importância de orga-nizar um evento como a RioPipeline?É de fundamental importância,uma vez que a criação da Rio Pi-peline, que acontece desde 1997,sempre em anos ímpares, coincidecom a implantação da nova Lei doPetróleo. Ou seja, há 10 anos asempresas aumentaram seus in-vestimentos na otimização dotransporte de combustíveis, que atéentão não tinha uma infra-estru-tura eficiente no Brasil. Além disso,nós firmamos um acordo de coo-peração com a ASME (AmericanSociety of Metalurgical Engineers),que realiza, nos anos pares, umevento semelhante a Rio Pipelinena cidade de Calgary, no Canadá.

Como o senhor analisa a par-ceria entre o IBP e a Asso-ciação Brasileira de Corrosão(ABRACO)?A ABRACO nasceu dentro da área

de inspeção do IBP e ao longo dosanos essa parceria vem se amplian-do nos cursos, assim como emalguns eventos. Aliás, a parceria éuma filosofia adotada pelo IBPque tem dado excelentes resultados,não só para o Instituto, mas tam-bém para as associações envolvidas.

Como aconteceu a escolha dovencedor do Prêmio Impren-sa IBP 50 Anos?O Prêmio IBP Imprensa 50 anosfoi a maior premiação de 2007destinada a um único trabalhojornalístico. Uma comissão for-mada pelos jornalistas Suely Cal-das, Fátima Belchior e NelsonLemos decidiu conceder o prêmiode 50 mil reais ao trabalho “APeteca Não Pode Cair”, de auto-ria de Cláudia Siqueira, RenatoCordeiro e Ricardo Vigliano, darevista Brasil Energia. •

Mais informações sobre o IBPno site http://www.ibp.org.br.

A principal característica

do IBP é trabalhar através

de comissões formadas por

seus associadosÁlvaro Teixeira

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Corrosão Construção Civil

CORROSÃO NA CONSTRU-ção civil preocupa a qua-se totalidade dos profis-

sionais do setor. A AssociaçãoBrasileira de Concessionárias deRodovias – ABCR, por exem-plo, estima que um quinto daprodução mundial de aço é des-tinada a repor perdas causadaspela corrosão. Um estudo doDepartamento de Transportesdos EUA estima que o Brasilgaste U$ 10 bilhões (conside-rando o PIB nacional da ordemde R$ 2 trilhões) no combate àcorrosão. Mesmo diante de ci-fras tão volumosas, os gastos re-lativos à manutenção de estru-turas já são percebidos comoinsuficientes. E o mais grave éque existe tecnologia que podeprevenir acidentes relacionadosà corrosão com gastos relativa-mente menores aos atuais.

Para o professor e pesquisa-dor da Universidade Federal deGoiás - UFG, Oswaldo Cascu-

do, esse custo envolve a per-da do material original,

o custo de reposição(recuperação do

problema), aparalisação

do uso e a operação de uma edificação, especialmente quando setrata de uma edificação comercial ou industrial (nesta última, há ocusto relacionado ao prejuízo na produção industrial), entre outros."A despeito dos elevados custos econômicos, há uma outra catego-ria cuja estimativa em termos financeiros é difícil de ser feita, quesão os custos sociais da corrosão. Eventos tais como o desabamentode uma estrutura, que eventualmente impliquem mortes humanas,invalidez ou qualquer dano à saúde da pessoa envolvida, são exem-plos de casos onde há um custo social de valor incalculável", alertaCascudo. A recente tragédia envolvendo a queda de parte da arqui-bancada do estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA), é um exem-plo claro dos custos sociais (veja a página 14).

Cascudo confirma que a corrosão na construção civil aindaconstitui motivo de preocupação para o meio técnico-profissionalda Engenharia, uma vez que sua incidência é relativamente elevada,especialmente em algumas regiões do Brasil. "Do universo de mate-riais metálicos presentes na construção civil, são as armaduras dasestruturas de concreto aquelas que mais sofrem corrosão. Apesar deser um material durável e de bom caráter protetor das armaduras, oconcreto sofre com freqüentes erros de projeto e de execução, emespecial por não se compatibilizar adequadamente alguns aspectosda estrutura e do concreto com a agressividade ambiental", explica.

Segundo o especialista é necessário salientar que o concreto po-de conferir às armaduras uma excelente capacidade de proteção,haja vista que o meio propiciado ao aço pelo concreto é altamenteprotetor, dada a sua elevada alcalinidade, que passiva as armaduras.Por outro lado, diferente de outros materiais de construção, quetêm limites mais estreitos de suas propriedades, o concreto pode serconcebido sob uma ampla variação de características e proprieda-des. "O grande equívoco, historicamente, tem sido a concepção deestruturas e de seus concretos de modo incompatível ao grau desolicitação de durabilidade (agressividade) que o meio ambiente

oferece a elas. O resultado,então, é a corrosão de ma-neira precoce e, mais queisso, a disseminação deuma idéia equivocadade que estruturas de

concreto não são satisfa-toriamente duráveis. De

fato, os concretos de ci-mento Portland, sejam eles

armados ou protendidos, sãomateriais muito duráveis, con-

tudo não prescindem de bonsprojetos para as suas estruturas e,

tampouco, de corretos procedi-

Números revelam que o Brasil gasta U$ 10 bilhões no combate à corrosão.

Mesmo diante de cifras tão volumosas, os gastos relativos à manutenção de estruturas

são percebidos como insuficientes

Engenharia e arte contra a corrosão

Na construçãoda ponteRobertoMarinho osestais foramprotegidospor tubosfabricados empolietileno dealta densidade

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tendido, no Brasil. Observo que os países desenvolvidos, de ondevêm boa parte do nosso conhecimento tecnológico atual, nãochegaram aonde estão sem passar pelo caminho da normalizaçãoque é um processo muito adequado, por ser contínuo e evoluti-vo", afirma Silvia Selmo.

A pesquisadora da Poli/USP acredita que a comunidade técnicanacional deveria seguir o mesmo exemplo, ainda que o percursopossa ser lento e conflitante, pois há muitos segmentos envolvidosno setor, com diferentes linguagens e formas de abordagem da cor-rosão, mas por isto mesmo as normas são importantes. "As univer-sidades e institutos de pesquisa no Brasil têm dado a sua contribui-ção e é chegado o momento da conscientização das empresas públi-cas e privadas darem o necessário passo adiante, pela canalização derecursos materiais e humanos, para a atualização e elaboração denormas brasileiras relacionadas à corrosão na construção civil. E,para tanto, que tal começarmos pela terminologia?", argumentaSilvia Selmo.

DegradaçãoPara o engenheiro e consultor técnico da Anchortec, Rafael

Moreno Junior, o comportamento da corrosão na construçãocivil é o mesmo de outras áreas da engenharia. Por definição, é oefeito de alterar quimicamente o material, degradando-o normal-mente a partir da superfície. "Eu descartaria a corrosão metálicacomo a principal, pois há ainda a corrosão de outros materiais,como do concreto, dos revestimentos e de outros componentesdas edificações submetidos a ambientes e substâncias agressivas.A corrosão das armaduras do concreto armado, material mais tra-dicional e amplamente utilizado para a confecção de estruturasno Brasil, apresenta uma proporção enorme de incidência e o seutratamento é de fundamental importância, pois a estabilidade daestrutura e conseqüentemente da edificação depende da integri-dade deste material".

Segundo Moreno, a corrosão das armaduras é mais presenteem cidades litorâneas, zonas urbanas e em indústrias que mani-pulam produtos e substâncias agressivas ao concreto e ao aço."Isto acontece porque, além das características da edificação,definidas principalmente pelo projeto arquitetônico, pelos proje-tos de engenharia (Estrutural, de Instalações Prediais, de Im-permeabilização, de Drenagem, entre outros) e pela qualidade daexecução da obra, a agressividade do ambiente em que a edifica-ção está inserida determina as condições de ataque aos materiais.Isto pode ser observado pela norma brasileira NB1 ou NBR6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento, que defi-ne uma série de requisitos e critérios de projeto que variam emfunção do tipo de obra e local de instalação, tomando-se medi-

mentos de dosagem, a fim deque suas características e pro-priedades os capacitem a resis-tir à ação agressiva do ambien-te no qual eles serão executa-dos", revela Cascudo.

O professor da UFG explicaainda que a corrosão das arma-duras em estruturas de concretoresponde por significativa parteda corrosão na construção civil,especialmente nos ambientesessencialmente urbano-indus-triais e nos ambientes marinhos(região litorânea), assim comoem ambientes particularmenteagressivos como zonas de res-pingo de maré, estações de tra-tamento de água e esgoto, ealguns ambientes industriais es-pecíficos como fábricas de pa-pel e celulose, entre outros.

Segundo avalia Silvia Selmo,professora e pesquisadora demateriais de construção do de-partamento de engenharia deconstrução civil, da Escola Poli-técnica da Universidade de SãoPaulo - USP, além de diversosoutros aspectos que envolvem acorrosão na construção civil, háa necessidade de se abordar eenfrentar o caminho da norma-lização de conceitos, materiais eprocedimentos, no mínimo,para as situações mais comunsde corrosão e com maiores ris-cos de segurança estrutural.

"Grande parte dessas situa-ções já são bem caracterizadase conhecidas por pesquisado-res, consultores e empresas en-volvidas com a manutençãopreventiva ou corretiva das es-truturas de aço, de concretoarmado ou de concreto pro-

A corrosão dasarmaduras émais presente

em cidadeslitorâneas e

em indústriasque usamprodutos e

substânciasagressivas ao

concretoe ao aço

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das preventivas que visam ampliar a vida útil da estrutura e daedificação quando da concepção da obra", revela.

Moreno avalia que a corrosão, por degradar os materiais comuma velocidade proporcional à agressividade do meio, gera a neces-sidade de reparos rasos, profundos, reforços ou mesmo de modifi-cações geométricas que podem ser bastante custosas em função dodescaso dos proprietários ou administradores. Quanto maior o des-caso, maior a degradação e maior o custo de correção das anoma-lias. No âmbito econômico, significa a necessidade de capital nãosomente para a realização dos serviços, mas também de prejuízospara a produção de uma indústria ou de perdas pela necessidade deisolamento de áreas.

ProteçãoNa visão do gerente de vendas da Henkel, Humberto Marteleto,

a corrosão é mais comum na fabricação de coberturas, fechamentose nas estruturas da construção. "Aqui no Brasil, no entanto, a recor-rência de corrosão é maior nas áreas comercial e industrial, porconta da construção com material metálico. Quando ocorre a cor-rosão, há o depreciamento da aparência do material, o que geradano visual e menor resistência mecânica. Isto implica dizer que háuma diminuição da segurança na construção. Existem basicamenteduas formas de proteção, a por barreira (tratamento de superfície)e a galvânica (outro metal para proteger o aço)".

Segundo Marteleto, o controle permite melhorar a aparência,aumentar o desempenho dos materiais e garantir que os materiaismetálicos não percam suas propriedades estéticas e funcionais aolongo do tempo de utilização. Para garantir o desempenho destesmateriais, podem ser realizados ensaios de caráter "acelerado",criando simulações comparadas à exposição aos agentes corrosivosnaturais. "Como exemplos, temos a câmera de névoa salina, a deumidade, câmaras de exposição aos raios UV etc. No método porbarreira, há os processos de passivação", destaca.

Já o engenheiro Rafael Moreno diz que, para ele, no caso espe-cífico do concreto armado, a melhor proteção é dada pela especifi-cação, em projeto, de concretos mais resistentes e menos porosos,além da definição de cobrimentos maiores que protejam as arma-duras com uma camada mais espessa. "No projeto, o ideal é especi-ficar pinturas e revestimentos adequados à agressividade do meio.Por exemplo, uma estrutura de concreto numa cidade como SãoPaulo pode receber uma pintura com sistema epóxi/poliuretanoque amplia grandemente a proteção à estrutura, além de torná-laesteticamente mais agradável. Outra forma de proteger o concretoarmado é com o uso de ânodos de sacrifício instalados na armadu-ra proporcionalmente à quantidade de aço a ser protegida".

E para controlar a ação corrosiva, Moreno acredita que a me-lhor forma seja reduzir ou, preferencialmente, eliminar o acessodos agentes agressivos. Para essa finalidade, pinturas e revesti-mentos protetivos são extremamente eficientes. "Outra forma éutilizar ânodos de sacrifício, as pastilhas de zinco puro. Natu-ralmente, o ideal é trabalhar com sistemas associados que irãopropiciar uma vida útil ainda mais longa aos elementos estrutu-rais. Já nas atividades de recuperação, quando a estrutura de con-creto armado apresenta o problema de corrosão das armaduras,as áreas devem ser tratadas em toda a sua extensão com a remo-ção do concreto de cobrimento o suficiente para acessar toda a

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Quanto aos métodos de proteção das estruturas metálicas apa-rentes, bem como para os componentes metálicos da construção, oprofessor Oswaldo Cascudo cita o uso de aços especiais resistentesà corrosão ou aços inoxidáveis, além dos tratamentos superficiais(pinturas, anodização, galvanização, zincagem por imersão a quen-te etc.). "No caso das armaduras para o concreto, o histórico temmostrado que os tratamentos superficiais não são efetivos nem prá-ticos, assim como não se mostram viáveis economicamente, pelomenos para as obras, convencionais. Invariavelmente, procedimen-tos inerentes ao processo executivo da estrutura levam à ocorrênciade falhas localizadas nas pinturas ou nos tratamentos superficiais.Isto compromete definitivamente tais procedimentos protetoresaplicáveis às armaduras, revertendo completamente o caráter prote-tor do sistema, pela eventual ocorrência de corrosões localizadas enormalmente intensas (frente a uma dada agressividade do meio).

Portanto, para as armaduras em estruturas de concreto, aproteção deve vir preponderantemente do concreto".

Cascudo trabalha com a idéia de que o controle daação corrosiva passa por um conjunto de ações sistêmi-cas aplicáveis aos materiais, componentes, elementos ousistemas construtivos. "No caso das estruturas de concre-to, ações tecnicamente corretas no campo do projeto, daespecificação dos materiais, da execução e do uso daestrutura, todas atreladas ao nível de agressividade doambiente, são essenciais para o controle da corrosão epara que se alcance patamares de durabilidade condizen-tes com a potencialidade que estruturas de concreto po-dem produzir".

Dentro desse conjunto de ações, Douglas Dallemule,gerente executivo do ICZ – Instituto de Metais NãoFerrosos, lembra a importância da utilização de materialgalvanizado. "É preciso promover a discussão em tornoda importância da galvanização do aço utilizado na in-dústria e na construção civil, em torno da necessidade deitens como a durabilidade da estrutura que suporta asobras, como nos estádios de futebol, por exemplo; de ummaior conhecimento sobre os custos de manutenção; doestabelecimento de certa cautela na busca por redução decustos; e, principalmente, ter como prioridade a seguran-ça das pessoas", diz Douglas. "Não podemos correr orisco de ocorrer uma queda de estrutura por corrosão daestrutura metálica interna".

O exemplo do CearáO Ceará é um bom exemplo de como a agressivida-

de atmosférica potencializa a corrosão. O estado tem

área das barras de aço corroí-das, com o posterior trata-mento mecânico da superfíciedo metal, que receberá umapintura de base epóxi rica emzinco ou a instalação das pasti-lhas de zinco, no caso deestruturas atacadas pelos clo-retos (íons de cloro). Outrastecnologias também podemser aplicadas, como inibidoresde corrosão à base de nitritos,mas as proteções anódicas oupor barreira são mais acessíveise práticas".

Ao lado,detalhes do

trabalhodesenvolvido

pela NUTECsobre a

corrosãoe a degradação

atmosféricade materiais

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Minimizar prejuízosNo caso do Ceará, Ieda

Montenegro explica que váriosmeios são aplicados na cons-trução civil a fim de minimi-zar os prejuízos causados pelaação da atmosfera tropicalmarinha, tais como o casa-mento do efeito de proteçãopor barreira e o aspecto deco-rativo resultantes da utilizaçãode materiais cerâmicos ourochas ornamentais nas facha-das dos edifícios. Tais materi-ais proporcionam a Fortalezaum crescimento vertical. "Ou-tros tipos de obras civis comoas pontes e os viadutos, aschamadas superestruturas, sãootimizadas pela ação da tecno-logia dos aditivos nos concre-tos que levam à diminuição daporosidade dos mesmos e tam-bém pela opção do aumentoda camada de revestimento doconcreto sobre as armaduras, oque dificulta a penetração dospoluentes", comenta.

"Diante da impossibilidadede amenizar-se o efeito natu-ralmente agressivo dos fatoresclimáticos da região, aumenta-se consideravelmente as exi-gências quanto à aplicação detecnologias modernas e efi-cientes das proteções anticor-rosivas. Outra contribuiçãoimportante no sentido de mi-nimizar os problemas oriun-dos da corrosão atmosférica éo desenvolvimento de pesqui-sas, como as solicitadas pelacomunidade da construçãocivil do Ceará, com a finalida-de de classificar a agressivida-de da atmosfera e de estudar aresistência à corrosão e/oudegradação dos materiais parapossibilitar a seleção de produ-tos adequados ao uso em con-dições agressivas do meio",argumenta Narcelio de AraújoPereira.

Pereira explica que paratanto existe no Ceará umgrupo de trabalho formado

cerca de 600 quilômetros de praias, clima tropical úmido, atmos-fera marinha e alta velocidade dos ventos oriundos de duas dife-rentes direções – soprados do litoral para o continente. Estes ven-tos, além de contaminarem a atmosfera com altas concentraçõesde íons cloretos se comportam como jatos de areia compostosquimicamente com alta salinidade, que provoca desgastes mecâ-nicos sobre as superfícies dos materiais que se tornam, também,contaminados por cloretos.

Para Iêda Nadja Silva Montenegro, doutora em Química daFundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará – NUTEC,essas características desencadeiam reações de corrosão aceleradaspela participação dos íons cloretos e destacam-se como conse-qüência a taxa de corrosão do aço carbono 1010 em torno de6590 g/m2.ano. Isso significa a perda de 57% da massa originaldos corpos-de-prova de aço carbono expostos sem revestimentosdurante um ano, segundo dados resultantes da pesquisa emdesenvolvimento sobre a corrosão e a degradação atmosférica dosmateriais elétricos, solicitada pela Companhia Energética doCeará – COELCE, a qual tem como uma das principais finalida-des a elaboração de um mapa de agressividade atmosférica noEstado. Esses altos índices são prejudiciais aos materiais utiliza-dos na rede de distribuição de energia elétrica, telecomunicação,transportes, construção civil, indústria metal-mecânica entreoutras áreas.

"Os bairros mais próximos da costa, em torno de 5 quilôme-tros de distância da praia, são predominantemente residenciaiscaracterizados por maior concentração de edifícios modernosconstruídos em estrutura de concreto armado, os quais sofrem asmaiores conseqüências dos desgastes provocados pelos cloretos(maresia) e pelos demais agressores típicos de uma atmosfera tro-pical marinha, que provocam alta agressividade às estruturasmetálicas como conseqüência da agilidade da penetração dosíons cloretos na argamassa/concreto. Este fenômeno leva à for-mação de produtos de corrosão que se refletem no ganho devolume das armações ferrosas e conseqüentemente no apareci-mento de trincas e rupturas da estrutura de concreto, comprome-tendo dessa forma sua integridade física e seu desempenho",explica Narcelio de Araújo Pereira, mestre em Engenharia deProdução do Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CEN-TEC.

O professor Cascudo, da UFG, salienta ainda que as armadurasde aço carbono para concreto armado, por exemplo, são ligas ferro-carbono simples do ponto de vista da resistência à corrosão, ou seja,são aços que, em relação à sua composição química, não sofreramações que os credenciem a desenvolver alguma capacidade de resis-tência à corrosão. Também essas armaduras não possuem tratamen-tos de superfície (pinturas anti-corrosivas, zincagem etc.) comoforma de proteção contra a corrosão. "Desse modo, é fácil depreen-der que a durabilidade alcançada por esse tipo de aço é de primor-dial responsabilidade do concreto, em função de aspectos, taiscomo: adequada espessura de cobrimento, alta compacidade, baixaporosidade, baixa permeabilidade etc. Se estes requisitos falharem,principalmente em situações em que a agressividade do ambientefor elevada, ter-se-á, inevitavelmente, a corrosão da armadura,como se vê de forma relativamente freqüente no cotidiano da cons-trução civil", explica.

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AlumínioNo setor da construção civil,

apesar do caráter de resistênciado alumínio à corrosão e àsintempéries, cuidados na aplica-ção são necessários. Contatoscom argamassas, concretos e resí-duos de materiais de construçãoque contenham cloro podem porem risco a eficiência do alumíniopós-obra. "Esses agentes podemcausar danos irreversíveis à su-perfície do alumínio. Esses con-tatos devem ser extremamente

por profissionais peritos de áreas multidisciplinares (além dePereira fazem parte dessa equipe Ana Luíza Maia, Solange MariaBastos Girão, Waydson Martins Ferreira e os engenheiros eletri-cistas especialistas em materiais elétricos Anadite Maria de Lunae Antônio Ribamar) que, através da parceria de algumas institui-ções como NUTEC, CENTEC, FUNCEME, UFC, COELCE,coordenados pela doutora Iêda Nadja Silva Montenegro, doNUTEC, desenvolve trabalhos de pesquisas dirigidos ao estudoe solução de problemas apresentados nos materiais expostos parafinalidades diversas sob as condições de atmosfera tropical mari-nha típica do Estado e de toda a região Nordeste. "Dessa formaesforços estão sendo concentrados para a formação, emFortaleza, do Centro de Excelência em Corrosão na regiãoNordeste", conta.

CORROSÃO PROVOCA ACIDENTE NO ESTÁDIO

A recente tragédia que ocorreu no estádio daFonte Nova, em Salvador, na Bahia, confirma que acorrosão na construção civil é um problema grave. Opróprio Ministério Público da Bahia vinha alertan-do para problemas no estádio, a ponto de pedir suainterdição. No início de novembro, o SindicatoNacional das Empresas de Arquitetura e EngenhariaConsultiva (Sinaenco), apresentou um estudo queanalisou 29 estádios em 18 cidades do Brasil.

Dos 29 estádios avaliados, a Fonte Nova ficouem último lugar e apresentouas piores condições de segu-rança. O arquiteto da Sina-enco, Eduardo de CastroMello, integrante da comissãoorganizada pelo sindicatopara realizar esse trabalho,chamou a atenção para anecessidade de planejamentoe da contratação de projetospara desenvolver as obras deinfra-estrutura. "O rompi-mento da malha de aço pro-vocado pela corrosão causou odesabamento", acredita Cas-tro Mello.

Ele alerta ainda que a faltade nivelamento do concreto, anão utilização de um aditivopara a porosidade, o clima lito-râneo de Salvador e a urina detorcedores foram suficientespara prejudicar a malha deaço. "Para se ter uma idéia,com a malha de aço compro-metida, oito pessoas com peso

médio de 60 quilos seriam suficientes para provocarum acidente. Todo mundo sabe que castelo de areiaé fácil de cair", comenta Eduardo de Castro Mello.

O governo baiano interditou a Fonte Nova portempo indeterminado e há a possibilidade de implo-dir a construção. O laudo da perícia, que vai apon-tar as causas do acidente deve ficar pronto no mês dedezembro, quando será apresentado o relatório finalsobre a tragédia que culminou com a morte de setetorcedores e dezenas de feridos.

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Antes mesmo de sua inauguração, a arquiteturada ponte Jornalista Roberto Marinho chama a aten-ção dos motoristas que trafegam pela MarginalPinheiros, uma das mais importantes vias expressasda cidade. A obra faz parte da implantação de umComplexo Viário que consiste na execução de duaspontes estaiadas que se cruzam em um único mastro,fazendo a interligação da avenida JornalistaRoberto Marinho com a Marginal Pinheiros, nosentido Interlagos e no sentido Pinheiros.

O engenheiro e gerente de obras da EmpresaMunicipal de Urbanização – SP (EMURB),Norberto Duran, diz que essa é uma obra é a únicado mundo a ter um mastro a sustentar duas pontesestaiadas em curva. "A complexidade da obra vemdemandando o uso das mais modernas tecnologiasde engenharia. Quando concluído o projeto a obrase tornará um importante cartão postal da cidade deSão Paulo".

A expectativa é de que as obras sejam concluídasem meados de 2008 e seu custo deve chegar aosR$ 230 milhões. As duas pontes compartilham umúnico mastro, apenas 10 metros mais baixo que oprédio do Banespa, o marco mais alto da cidade. "Aexuberância da obra está presente em seu mastrocom 138 metros de altura que estarão sustentados eligados ao mastro por 144 estais, compostos por cabosde aço, totalizando 492 toneladas de peso. Para aces-sar os tabuleiros serão executadas alças de acesso,tanto na margem direita quanto na margem esquer-da do Rio Pinheiros", revela Duran.

"Essa torre é construída em estrutura de aço econcreto. Estão em execução, atualmente, o tabulei-ro estaiado e as alças de acesso da margem esquerda.O tabuleiro estaiado, quando concluído, terá 580metros", comenta. "Quanto à proteção contra a cor-

rosão, os estais – feixes de cabos de protenção – foramprotegidos por tubos fabricados em polietileno dealta densidade, com a função de proteger as cordoa-lhas contra raios ultra-violeta e outras intempéries,com absorção de água inferior a 0,01%, e nervurashelicoidais externas com diâmetro de 3,5 mm e passode 60,00 cm. Espessura superior a 1,5 mm serápreenchida com cera. Com relação aos cabos de pro-tenção das vigas e lajes dos tabuleiros, será executa-do processo convencional, ou seja, injeção de calda decimento", conta Duran.

Com o término das pontes, estima-se que passa-rão por cada uma delas entre 800 a mil veículos porhora, o que deve melhorar o acesso à rodovia dosImigrantes, que liga a capital paulista ao litoral doEstado, entre outras melhorias quanto ao trânsitolocal. Duran destaca que as alças de acesso localiza-das na margem direita (sentido Interlagos/Pinhei-ros) do Rio Pinheiros estão concluídas e em operaçãoe foram entregues a população em março de 2006.

PONTE SERÁ CARTÃO POSTAL DA CIDADE

evitados durante a obra e ao tér-mino das construções, principal-mente durante a fase de acaba-mento onde a presença do alu-mínio é maior", ressalta JoãoInácio Graciolli, especialista naárea de tratamento de superfíciesda Companhia Brasileira de Alu-mínio – CBA. "Existem váriosprocessos para evitar a corrosãodo alumínio, sendo a anodizaçãoum dos principais em relação àeficácia", comenta.

O aumento da demanda da

construção civil levou a empresa a criar uma nova divisão para desen-volver soluções aos projetos de esquadrias voltadas para esse segmentoeconômico, a Votoral Sistemas. "Vamos oferecer produtos de acordocom as necessidades específicas dos clientes e dos usuários", explica ogerente de vendas do segmento de construção civil, José Carlos GarciaNoronha.

Recentemente a CBA, visando ampliar o setor da extrusão, adqui-riu duas novas prensas italianas de 2,5 mil toneladas de pressão e comuma capacidade produtiva de 30 mil toneladas/ano. "Além disso, efe-tuamos a aquisição de uma linha completa de pintura vertical paraperfis de alumínio com uma capacidade de 12 mil toneladas/ano e aimplantação de uma nova linha de anodização com uma capacidadede 12 mil toneladas/ano, inclusive com o acabamento multicolor,variedades de cor por eletrocoloração", explica Noronha. •

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Notícias do Mercado

O Instituto de Metais Não Ferrosos - ICZ e aAsociación Latino Americana de Zinco - Latizarealizaram o primeiro Congresso Latino Ameri-cano de Galvanoplastia – Latingalva. O congres-so, que aconteceu em novembro na capital pau-lista, teve como ponto alto o intercâmbio de infor-mações sobre os mais recentes progressos e tec-nologias de processo, as regulamentações do am-biente e o conhecimento da comercialização nocampo da galvanização. O evento ainda ofereceuaos participantes uma visão de desenvolvimentode novos mercados para a galvanização a quente econtínua.

“O principal objetivo da Latingalva foimostrar ao setor da construção civil que a durabi-lidade da estrutura das obras, a diminuição subs-tancial de gastos com manutenção e a garantiapermanente da qualidade são atributos eternos dovergalhão galvanizado. Para tanto, o congressoreuniu profissionais e empresários da América La-tina do setor da Galvanização, engenheiros daconstrução, fornecedores, representantes de ór-gãos públicos, arquitetos, empresas da cadeia au-tomotiva, infra-estrutura e construção civil”, afir-ma o gerente executivo do ICZ, DouglasDallemule.

O diretor da Associação Brasileira de Corrosão– ABRACO, Doutor Gutemberg de SouzaPimenta, que participou do congresso, avalia queum evento desse porte é muito importante para osetor. “No encontro foi possível reunir especialis-tas do mundo todo, e serviu para reforçar que essaé mais uma medida preventiva importantíssima eque deve acontecer com mais freqüência. A trocade informações e de experiência é fundamentalpara qualquer profissional desse mercado”, argu-menta Souza Pimenta.

Além dos brasileiros, o evento reuniu tambémprofissionais da Inglaterra, Rússia, Estados Uni-

Latingalva reúne autoridades da galvanoplastia

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Eventopropiciouuma visão dodesenvolvimentode novosmercados

dos, Canadá e Alemanha, e contou com o patro-cínio da Votorantim Metais, Mangels, Lumegal,BBosch e Lisy Galvanização. “A indústria demetais não-ferrosos vive um momento muitoimportante, de fortes investimentos, e o ICZ é ointerlocutor dessa indústria para fomentar seucrescimento no mercado brasileiro, que ainda re-gistra um consumo per capita muito aquém dosregistrados nos países desenvolvidos”, Dallemule.

A pesquisadora e responsável pelo labo-ratório de corrosão e proteção do Instituto dePesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo –IPT, Doutora Zehbour Panossian, tambémesteve presente. “Em minha opinião, o congres-so também serviu para mostrar e difundir a pre-ocupação do setor com o meio ambiente, a reci-clagem e a responsabilidade social”, comentaZehbour Panossian.

Com a participação na Latingalva, a Voto-rantim Metais, aproveitou o congresso paradifundir o uso deste metal na proteção contra cor-rosão dos bens duráveis, bens de capital e estru-turas metálicas utilizadas nas torres de transmissão,e largamente utilizadas nas indústrias petroquími-cas, celulose, metais, sucroalcooleira e de cons-trução metálica.

“A Votorantim Metais apóia a realização daLatingalva, pois acredita no enorme potencial decrescimento do mercado de galvanização daAmérica Latina. As perspectivas de incrementode 0,8 kg/hab sobre o consumo per capita doZinco atual duplicará o consumo de zinco daAmérica Latina em 10 anos, embora o consumoprevisto de 1,9 kg/hab ainda fique bem abaixodos países desenvolvidos”, afirma Cilon Lage,gerente-geral comercial do negócio zinco daempresa e presidente do ICZ.

Segundo dados divulgados pelo ICZ, o custoda corrosão do aço na América Latina represen-ta hoje cerca de 2,5% do PIB, o que corres-ponde a aproximadamente US$ 70 bilhões,sendo esse apenas o custo direto na substituiçãodas estruturas metálicas ou reparos, sem consi-derar os custos indiretos com essas manutenções.Das 70 milhões de toneladas de aço bruto queserão produzidas na América Latina em 2007,cerca de 10% serão destinadas somente pararepor o material danificado pela corrosão.

• Para maiores informações acesse:www.icz.org.br/latingalva ouwww.portaldagalvanizacaocom.br

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ABRACO Informa

A Associação Brasileira deCorrosão (ABRACO) promoveem 18 de dezembro no audi-tório do Instituto Nacional deTecnologia (INT), no Rio deJaneiro, o Workshop Come-morativo dos 20 Anos do Cur-so de Inspetor de Pintura In-dustrial. O evento tem comoobjetivo mostrar a importânciaque o curso adquiriu na qualifi-cação de pessoal especializadona área de pintura industrialcomo técnica de proteção anti-corrosiva, além de ser uma boaoportunidade para a discussão

de novas tecnologias nesse seg-mento.

Um dos destaques do work-shop será a mesa de debates, cujotema abordado será: “NovasTecnologias no Preparo de Su-perfícies e Tintas Ecologica-mente Corretas”. A mesa terá co-mo palestrantes Fernando Fraga-ta (CEPEL), Joaquim Quintela(PETROBRAS / CENPES), Ro-berto Mariano (InternationalPaint) e Aécio Castelo Branco(Tintas Jumbo).

A ABRACO vai aproveitar arealização do evento para home-

O Núcleo deDesenvolvimentoTécnico Merca-dológico do AçoInoxidável realizaa Feinox 2008 –III Feira da Tec-nologia de Trans-formação do Aço Inoxidável, entre os dias 12 a 14 denovembro de 2008, no Centro de Eventos São Luís,em São Paulo. A feira, que acontece bimestralmente,integra a programação do Inox 2008 junto com o IXSeminário Brasileiro do Aço Inoxidável e o ciclo depalestras temáticas.

A ABENDE - Associação Brasileira de EnsaiosNão Destrutivos e Inspeção, realizará o 3° EN-Dutos – Seminário de END em Dutos em outu-bro de 2008, no Rio de Janeiro. O objetivo doevento é difundir os benefícios do uso das NovasTecnologias de END e Inspeção em Dutos. AABRACO apoia o evento.

• Para mais informações Tel.: (11) 5586 3172 / 3197e-mail: [email protected]

Seminário de Dutos em 2008

Arturo ChaoMaceiras,diretor-executivo doNúcleo Inox.

Núcleo Inox lançaa INOX 2008

Workshop em comemoração aos 20 anos de implantaçãodo curso de inspetor de pintura industrial

nagear os inspetores de pinturaPatrícia França de Vilhena eEvaldo dos Santos Ferreira, osdois primeiros alunos qualifica-dos pela instituição. Tambémserão homenageados todos osinstrutores que ao longo desses20 anos contribuíram para aformação desses profissionais.

As inscrições para o work-shop, que tem como patroci-nadores a International Paint,as Tintas Jumbo e a BlastingPintura Industrial, podem serfeitas pelo e-mail [email protected].

Em 7 de novembro ocorreu, no Salão Promo-cional da FIESP, a Federação das Indústrias doEstado de São Paulo, o lançamento das vendasdos estandes para a feira industrial do EBRATS2009, o Encontro e Exposição Brasileira deTratamentos de Superfícies.

O evento, uma realização da ABTS, a Asso-ciação Brasileira de Tratamentos de Superfície,acontece entre 7 e 9 de maio de 2009, no Transa-mérica Expo Center, em São Paulo, e já contacom o apoio institucional de diversas entidades,entre as quais a FIESP, o SINDISUPER,oSindicato da Indústria de Proteção, Tratamento eTransformação de Superfícies do Estado de SãoPaulo, o SINTIVESP, o Sindicato da Indústria deTintas e Vernizes do Estado de São Paulo, oSIAMFESP, o Sindicato da Indústria de MetaisNão-ferrosos do Estado de São Paulo, do CRQ-4, o Conselho Regional de Química da 4ªRegião, e da ABRACO, a Associação Brasileirade Corrosão.

Dentro em breve a ABTS divulgará seu plane-jamento para o recebimento dos trabalhos técni-cos a serem apresentados nesse evento.

• Mais informações Tel.: (11) 5574-8333 –www.abts.org.br

EVENTOS

EBRATS 2009 é lançadaem grande evento

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Artigo Técnico

Sistemas de reparo de estruturas deconcreto com corrosão de armaduras

por carbonatação – Parte 1

passivação, inibição, barreira (nabarra ou na superfície do concre-to) e proteção catódica [1, 2].

Os sistemas de reparo locali-zado de estruturas de concretodeterioradas por corrosão de ar-madura são usualmente compos-tos de: tratamentos da superfíciedo concreto e da armadura (comou sem pintura); ponte de ade-rência e argamassa de reparo, pa-ra restaurar a geometria inicial dapeça de concreto. Especialistasconcluíram há algum tempo queestes sistemas, que atuam por re-passivação, induzem a um au-mento da atividade de corrosãona zona não reparada, adjacenteao reparo (substrato), caso estejacarbonatada ou contaminada poríons cloreto, acima de um limitecrítico, neste segundo caso [3, 4].

Segundo Emmons et al. [5],a compatibilidade de um sistemade reparo é o equilíbrio das pro-priedades físicas, químicas e ele-troquímicas entre o reparo e osubstrato. Estas propriedadesdevem permitir que o reparo re-sista a todas as tensões causadaspelas variações de volume e aosefeitos químicos e eletroquími-cos, sem deteriorar-se, num meioespecífico, num determinado pe-ríodo de tempo.

As principais causas relacio-nadas com a corrosão prematu-ra do aço, após um reparo loca-lizado com material à base decimento Portland, são as fissu-ras, decorrentes da retraçãoplástica ou por secagem da ar-gamassa; as mudanças no inte-rior do concreto original, cau-sadas pelo reparo; e a incompa-tibilidade eletroquímica entre oreparo e o substrato [6].

A retração plástica e a retra-ção por secagem, inerentes aosmateriais à base de cimento Port-land, são talvez as variáveis maisimportantes para a durabilidadedos reparos, mas são processoscontínuos e de difícil distinçãona prática. Quando uma arga-massa compacta possui uma bai-xa retração e uma resistência àtração elevada, o reparo resultacom uma baixa permeabilidade.Porém, as argamassas de cimentoPortland são materiais frágeis efreqüentemente apresentam mi-crofissuras, decorrentes, princi-palmente, da retração por seca-gem. A restrição da retração pelosubstrato de concreto provoca osurgimento de tensões de traçãodiferenciais no reparo. Quandoestas tensões ultrapassam a resis-tência à tração da argamassa,aparecem as fissuras. As fissurasdependem das propriedades daargamassa, como o módulo deelasticidade, a contração dimen-sional pela secagem inicial, aresistência à tração e a defor-mação lenta.

Nos materiais cimentícios,como é o caso das argamassas, al-gumas propriedades são antagô-nicas, por exemplo: quanto mai-or a resistência à tração, maior omódulo de elasticidade e o riscode retração é mais alto. Assim, asfissuras de retração podem apare-cer nas interfaces do reparo como concreto ou regularmente es-paçadas no interior do reparo. Aspartes da armadura, assim ex-postas, são despassivadas pelaação da carbonatação da arga-massa junto às fissuras e/ou pelacontaminação por íons agressi-vos que podem induzir à corro-

Artigo colabora para ampliar o conhecimento científico sobre uma das tecnologiasmais comuns e empíricas de recuperação de estruturas afetadas por corrosão

de armaduras, que são os reparos localizados de argamassa

Por ZehbourPanossian

Por Sílvia M. S.Selmo

técnica de intervençãocorretiva mais utilizadaem estruturas de concreto

com corrosão de armaduras é ade reparos localizados com arga-massas à base de cimento Port-land. Uma das deteriorações dasestruturas de concreto armadomais freqüentes, quando do usodeste tipo de intervenção, é a vol-ta da corrosão, porém, localizadaem área adjacente ao reparo, aqual antes estava protegida. Estemecanismo de corrosão é comu-mente atribuído à corrosão pormacrocélula por incompatibili-dade eletroquímica entre o mate-rial de reparo e o concreto origi-nal. Este trabalho faz uma revisãoteórica sobre os mecanismos deformação de macrocélula de cor-rosão por incompatibilidade ele-troquímica, decorrente de repa-ros localizados de argamassa,com a finalidade de contribuirno seu entendimento. É focaliza-do o comportamento eletro-químico de reparos em estruturasde concreto armado com cor-rosão induzida por carbonatação,em uma situação teórica e ideal,para um reparo não fissurado.Com base nos princípios daEletroquímica, são interpretadosos prováveis mecanismos da cor-rosão prematura da armadura,em regiões adjacentes a reparoslocalizados, nessa situação.

IntroduçãoAs tecnologias de controle da

corrosão de armaduras em estru-turas de concreto baseiam-se naintervenção em uma ou mais eta-pas do processo corrosivo e sãoclassificadas de acordo com o seuprincipal mecanismo de ação: re-

Por José LuisSerra Ribeiro

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patibilidade eletroquímica para adurabilidade do reparo tem sidoenfatizada por alguns pesquisa-dores [9, 10, 11, 12]. Gulikers evan Mier [13, 14] estudaram oefeito de reparos localizados deargamassa na corrosão de arma-duras em concreto carbonatado,discutiram a repassivação do açopromovida pelo reparo e os seusefeitos sobre os potenciais dabarra nas regiões do reparo e doconcreto original, assim como acorrente de macrocélula entreestas áreas. Seus estudos mostra-ram que reparos localizados deargamassa à base de cimentoPortland induzem a uma gravecorrosão por macrocélula.Schieβl et al. [3] pesquisaram ocomportamento do aço em es-truturas de concreto com reparoslocalizados. Estes autores estuda-ram o comportamento da cor-rosão do aço no substrato, antese após a execução do reparo econstataram que, quando o con-creto carbonatado do substratonão é totalmente removido,ocorre corrosão por macrocélulaapós o reparo. Zhang e Mailva-ganam [12] fizeram uma revisãoteórica, para verificar a correla-ção entre os mecanismos de cor-rosão por macrocélula e por mi-crocélula. No seu estudo analis-aram os principais fatores quecaracterizam a corrosão em re-paros localizados e concluíramque há necessidade de maispesquisas focadas na identifi-cação dos mecanismos de cor-

são na região do reparo.Além disso, após a execução

de um reparo localizado, são esta-belecidas sobre a armadura duasregiões de eletrólito com carac-terísticas diferentes: o meio pro-porcionado pelo concreto origi-nal (substrato) e o meio propor-cionado pelo sistema de reparo.Assim, pode surgir a incompati-bilidade eletroquímica, que é odesequilíbrio do potencial eletro-químico entre diferentes locais deuma barra de aço causado pelasdiferenças dos meios proporcio-nados pelo reparo e o concretodo substrato [7]. Nessas condi-ções, podem surgir áreas anódicase catódicas decorrentes da he-terogeneidade do meio, propor-cionada pela diferença de con-centração de alguma espécieativa. Este mecanismo ocorre co-mo conseqüência do estabeleci-mento de células de longo alcan-ce, também conhecidas comomacrocélulas, entre aquelas regi-ões de eletrólitos com caracterís-ticas diferentes. Neste trabalho,esse processo corrosivo será de-nominado corrosão por concen-tração diferencial1 [8].

O entendimento dos princí-pios da Eletroquímica envolvidosna incompatibilidade é essencialpara o projeto de reparosduráveis. A importância da com-

rosão, para que os reparos lo-calizados em estruturas de con-creto sejam bem sucedidos.

O objetivo deste artigo éfazer uma discussão teórica sobreos mecanismos de formação demacrocélulas de corrosão porconcentração diferencial, decor-rente de reparos localizados, coma finalidade de contribuir no seuentendimento. É interpretado ocomportamento eletroquímicode reparos não-fissurados emestruturas de concreto armadocom corrosão induzida por car-bonatação. Este trabalho é parteda tese de doutorado do autorprincipal [15].

Corrosão de armadurainduzida por reparolocalizado

A corrente e o potencial decorrosão de um metal imersoem um meio corrosivo podemser determinados teoricamentepela representação gráfica dascurvas de polarização das rea-ções anódicas e catódicas, pormeio dos diagramas de Evans,com fundamentos já bem esta-belecidos e discutidos em livrose manuais de eletroquímica [16,17, 18]. Assim, estes diagramassão aqui usados, para ilustrar ediscutir os mecanismos de for-mação de macrocélula decor-rente de reparos localizados, eos seus efeitos na taxa de cor-rosão das armaduras, nos casosde reparos em estruturas deconcreto com carbonatação.

(a) Aço em concreto ou argamas-sa não-carbonatados (pH ~ 13)

(b) Aço em concreto ou argamassacarbonatados (pH ~ 9)

Fig. 1. Diagrama de Evans da cinética de corrosão do aço em concreto ou argamassa.

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Ecorr = potencial de corrosão;icorr = densidade de correntede corrosão;E = potencial de equilíbrioda reação:2H2O + O2 + 4e- 4OH- ;

E = potencial de equilíbrioda reação:3Fe + 4H2O Fe3O4 + 8H+ + 8e- eE = potencial de equilíbrioda reação:Fe Fe2+ + 2e-.

O2/OH-

Fe/Fe3O4

Fe/Fe2+

1. No meio técnico da engenharia civil, acorrosão das armaduras de concreto devidaàs macrocélulas é também mencionadacomo corrosão galvânica.

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apenas a região passiva2. Na figu-ra 1(b), a curva A2 representa areação anódica em um concretocarbonatado. As curvas C1, C2referem-se à reação catódica, re-presentando a reação de reduçãodo O2. Os interceptos das curvasA1 com C1, e A2 com C2, ondeas velocidades das reações anódi-cas se igualam às das reações ca-tódicas, determinam os potenci-ais de corrosão (Ecorr) e as den-sidades de corrente de corrosão(icorr).

Mecanismos de corrosãoinduzidos por reparoslocalizados

A corrosão que um reparo lo-calizado pode induzir em estrutu-ras de concreto carbonatado com-põe-se, normalmente, de corrosãogeneralizada e, também, corrosãopor concentração diferencial

(macrocélula) entre a região doreparo e o substrato adjacente.

Esses mecanismos são anali-sados a seguir, sendo que a cor-rosão por concentração diferen-cial é principalmente atribuída àincompatibilidade eletroquímicaentre o reparo e o substrato.

Corrosão generalizada noconcreto original

A abordagem aqui inicia pelaestrutura original antes da inter-venção. A frente de carbonataçãoavança para o interior da estrutu-ra de concreto de modo irregular,seja por diferença de concen-tração dos contaminantes aolongo da superfície da estrutura,por diferença de umidade oupela heterogeneidade característi-ca do concreto de cimento Port-land. Deste modo, a frente decarbonatação pode atingir aarmadura e despassivá-la, inicial-mente em pontos isolados, le-vando à corrosão da armaduraem regiões descontínuas.

Comportamentos do açoimerso em concretoou argamassa

A figura 1(a) ilustra a cinéticada corrosão do aço num meio al-calino, como no caso do concretoou argamassa não-carbonatados;a figura 1(b) mostra o caso de cor-rosão de armadura em um con-creto ou argamassa carbonatados(pH ~ 9). Nestes casos de meiosalcalinos e aerados [17], as duasreações prováveis de ocorrer são:– reação anódica em meio não-

carbonatado:3Fe + 4H2O → Fe3O4 + 8H+ + 8e- (1)

– reação anódica em meio car-bonatado:Fe → Fe2+ + 2e- (2)

– reação catódica em ambos osmeios:2H2O + O2 + 4e- → 4OH- (3)

Na figura 1(a), a curva A1 re-presenta a reação anódica da cor-rosão de armadura no concretonão-carbonatado. Nestas condi-ções, a curva anódica apresenta

Fig. 2Possíveis locaisde corrosãoantes e apósreparoslocalizados

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2 O aço não apresenta região ativa, quan-do está submerso em concreto ou argamas-sa não-carbonatados (pH ~ 13).

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Assim, a corrosão no subs-trato carbonatado pode tornar-sesignificativa e ser agravada pelacorrosão por macrocélula, indu-zida pela incompatibilidade ele-troquímica entre o reparo e osubstrato, a qual será abordadano próximo item.

Corrosão por concentraçãodiferencial entre o reparo e osubstrato

A causa mais comum que in-duz à corrosão por macrocélulaem reparos localizados é a in-compatibilidade eletroquímicaentre o material de reparo e oconcreto original, quando este seencontra carbonatado.

Nos casos usuais, não é viávela remoção completa do concretocarbonatado. Nestes casos, a par-te da armadura, dentro do con-creto carbonatado (no substrato)e adjacente ao reparo, perde apolarização catódica que lhe eraproporcionada pela atividadeanódica contígua, antes do repa-ro, como visto em Corrosão ge-neralizada no concreto origi-nal. Por outro lado, a armadurana região reparada é repassivada,devido ao meio altamente alcali-no proporcionado pelo reparo.Esta condição é ilustrada na figu-ra 3. As curvas A1 e C1 (Fig.3(a)) representam, respectiva-mente, a reação anódica e a rea-ção catódica do aço na ar-madura, no interior do reparo(meio alcalino), com o aço re-

A atividade anódica numa re-gião da superfície do aço, antesda execução de um reparo loca-lizado, polariza catodicamente areação de redução do O2 nassuas áreas adjacentes. Assim, es-tas áreas resistem mais ao avançoda frente de carbonatação, pelaalcalinidade decorrente da pro-dução de hidroxilas que susten-tam o processo corrosivo, man-tendo a passivação do aço nessasáreas (áreas catódicas) (Fig. 2(a)).

A substituição do materialque envolve o trecho da armadu-ra em corrosão, pelo material dereparo, repassiva o aço na zonareparada e eleva o seu potencialeletroquímico, eliminando, destemodo, a polarização catódica doaço no concreto original, adja-cente ao reparo. Assim, a frentede carbonatação, já adiantada nosubstrato, continua avançando epode atingir outros pontos dasarmaduras. (Fig. 2(b)).

Desse modo, a alcalinidadedecorrente da atividade catódicaé perdida, pela diminuição signi-ficativa da produção de OH-. Oexcesso destes íons, responsávelpela manutenção do pH elevadoe, em conseqüência, pela passiva-ção das áreas catódicas, diminui,por difusão, para as áreas vizi-nhas, com menor concentraçãode OH-. Em seguida, são grada-tivamente consumidos pela car-bonatação do concreto, causan-do perda de alcalinidade e a con-seqüente despassivação do aço.

passivado; enquanto que as cur-vas A2 e C2 (Fig. 3(b)) represen-tam as reações anódica e catódicado aço imerso no substrato (con-creto carbonatado, pH ~ 9), coma armadura despassivada, juntoao reparo. Ecorr(rp) e icorr(rp)representam o potencial e aintensidade de corrosão do açono interior do reparo. Ecorr(sb)e icorr(sb) correspondem ao po-tencial e à intensidade de cor-rosão do aço no substrato.

Na situação da figura 3, surgeuma diferença de potencial ele-troquímico, |Ecorr(rp) – Ecorr(sb)|entre as regiões da armadura noreparo e no substrato, que podeinduzir à formação de uma ma-crocélula por concentração di-ferencial de hidróxidos (dife-rença de pH) nas soluções deporo do reparo e do concretodo substrato. Esta diferença depotencial representa a incompa-tibilidade eletroquímica entre oreparo e o concreto original.

A parte final deste artigo iráabordar o estudo teórico do efei-to da macrocélula na taxa de cor-rosão e será publicada na próxi-ma edição. •

AgradecimentosOs autores agradecem ao

Prof. Dr. Stephan Wolynec(EPUSP-PMT), ao Instituto dePesquisas Tecnológicas de SãoPaulo - IPT, pela participação daProfa. Dra. Zehbour Panossian,e ao Projeto Temático FAPESP03/01729-2.

Referências bibliográficas[1] Helene, P. Contribuição ao estudo

da corrosão em armaduras de con-creto armado. São Paulo, 1993.Tese (Livre docência) – Escola Poli-técnica, Universidade de São Paulo.

[2] Castro, P.; Pazini, E.; Andrade, C.;Alonso, C. Macrocell activity inslightly chloride-contaminated con-crete induced by reinforcementprimers. Corrosion, NACE, v. 59,n. 6, p.535-546, jun 2003.

[3] Schieβl, P ; Breit, W; Raupach, M.

Fig. 3. Diagramas de Evans ilustrando a incompatibilidadeeletroquímica entre o reparo e o substrato de concreto carbonatado.

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(a) Armadura imersa no reparo(pH ~ 13)

(b) Armadura no substratocarbonatado (pH ~ 9)

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Durability of local repair measureson concrete structures damaged byreinforcement corrosion. In: ThirdInternational Conference onDurability of Concrete (V.M.Malhotra ed.), 3., 1994, Nice,France, Proceedings… AmericanConcrete Institute, ACI SP-145,1994. p. 1195-1215.

[4] Raupach M. Chloride-inducedmacrocell corrosion of steel in con-crete-theoretical background andpractical consequences. Construc-tion and Building Materials, v.10,n. 5, p. 329-338, 1996.

[5] Emmons, P.H.; Vaysburd, A.M.;McDonald, J.E.Concrete repair inthe future turn of the century—anyproblems? Concrete International.v.16. Issue 3. p. 42-49. 1994.

[6] Vaysburd, A. M. & Emmons, P. H.Corrosion inhibitors and other pro-tective systems in concrete repair:concepts or misconcepts. Cement& Concrete Composites. v. 26, p.255-263, 2004.

[7] Gu, P; Beaudoin, J.J.; Tumidajski,P.J.; Mailvaganam, N.P. Electro-chemical incompatibility of patchesin reinforced concrete. ConcreteInternational. v. 19. Issue 8. p.68-72. 1997.

[8] ASTM G 15 – 99b – Standard Ter-minology Relating to Corrosion andCorrosion Testing. Disponível emhttp://standards.astmpubs.com/Standards_Detail.aspx?id=53326,acessado em 26 de nov. de 2007.

[9] Emmons, P.H.; Vaysburd, A.M.;McDonald, J.E. A rational ap-proach to durable concrete repairs.

Concrete International. v. 15.Issue 9 . p. 40-45. 1993.

[10] Morgan, D.R. Compatibility ofconcrete repair materials and sys-tems. Construction and BuildingMaterials, v. 10, n.1, p.57-67, 1996.

[11] Mailvaganam, N. P. Concreterepair and rehabilitation: issues andtrends. The Indian Concrete Jour-nal, v. 75, p. 759-764. 2001.

[12] Zhang, J.; Mailvaganam, N.P. Cor-rosion of concrete reinforcementand electrochemical factors in con-crete patch repair. CanadianJournal of Civil Engineering, v.33, n. 6, p. 785-793, 2006.

[13] J.J.W. Gulikers and J.G.M. vanMier, The effect of patch repairs onthe corrosion of steel reinforcementin concrete. In: Second CANMET/ACI International Conference onDurability of Concrete (V.M.Malhotra ed.), 2., Montreal, Cana-da, August 4-9, 1991. Proceed-ings… Canada, pp. 445-460.

[14] J.J.W. Gulikers and J.G.M. vanMier, Accelerated Corrosion byPatch Repairs of Reinforced Con-crete Structures, in: RILEM/CSIRO/ACRA Conference onRehabilitation of Concrete Struc-tures, 1992. Melbourne. Proceed-ings… Melbourne: D.W.S. Ho andF. Collins eds. 1992 p. 341-353(ISBN 0 643 05413 8).

[15] RIBEIRO, J. L. S. Formação deMacrocélulas de Corrosão em Re-paro de Armaduras de Estruturasde Concreto Armado. São Paulo,SP: EP-USP, 2005. 156 f. Projetode Pesquisa (Doutorado).

José Luís Serra RibeiroDoutorando em Engenharia Civil, ênfaseem Engenharia de Construção Civil eUrbana, na Escola Politécnica da USP.Graduado em Engenharia de Fortificaçãoe Construção pelo Instituto Militar deEngenharia, Rio de Janeiro – RJ. Contato: [email protected] Maria de Souza SelmoProfessora na Universidade de São Paulo,no Departamento de Engenharia deConstrução Civil. Graduada emEngenharia Civil pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul - UFRGS.Mestre e Doutora pela USP emEngenharia Civil, ênfase em Engenhariade Construção Civil e Urbana.Contato: [email protected] PanossianInstituto de Pesquisas Tecnológicas de SãoPaulo – IPT. Laboratório de Corrosão eProteção – LCP. Doutora em Ciências(Fisico-Química) pela USP.Responsável pelo LCP.Contato: [email protected]

[16] Wolynec, S. Técnicas Eletro-químicas em Corrosão. São Paulo,1ª Ed. EDUSP, USP, 2003.

[17] Panossian, Z. Corrosão e Proteçãocontra Corrosão em Equipamen-tos e Estruturas Metálicas, vol. 1,São Paulo: Instituto de PesquisasTecnológicas, 1993. (PublicaçãoIPT 2032).

[18] Evans, U. R. An introduction tometallic corrosion. 3a. Ed. EdwardArnold, London, 1981.

INTERCORR 2008 - 28º Congresso Brasileiro deCorrosão e 2nd International Corrosion Meeting

A ABRACO realizará, de 12 a 16 de maio de 2008 em Recife - PE, o INTERCORR 2008. Inscrições e informações através denosso site www.abraco.org.br/intercorr2008, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 2516-1962 R25.

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PubliEditorial Surtec

SURTEC INICIOU A SUAS

atividades no Brasil em1999 e, de olho no futu-

ro, a filial brasileira chegou com oobjetivo de fabricar, desenvolver ecomercializar produtos químicospara a indústria de tratamentosde superfícies (galvanoplastia efosfatização). A empresa é donada patente mundial dos produtosde passivação à base de cromatostrivalentes, aplicados geralmenteem superfícies zincadas, comresultados de resistência à cor-rosão melhores do que os dosprodutos à base de cromo hexa-valente disponíveis no mercado.

Subsidiária da SurTec Inter-nacional, da Alemanha, a em-presa detém uma alta tecnologiaem processos de última geração,ecologicamente corretos e queatendem às mais rígidas exigên-cias da indústria nacional. RolfJansen, diretor de pesquisa edesenvolvimento, re-vela que a empresa de-senvolveu um proces-so eficiente de fabri-cação do produto comqualidade e com me-lhor preço. “Isso tam-bém é fruto dos inves-timentos no desen-volvimento técnicoque a empresa oferecepara sua equipe decolaboradores”.

A empresa investiupesado na criação de

um centro de desenvolvi-mento tecnológico quepermitiu ampliar as possi-bilidades de desenvolvi-mento de novos proces-sos, além é claro, de ofere-cer para nossos clientesum atendimento com ex-celência”, comenta Cami-la Boin, do departamentode pesquisa e desenvolvi-mento.

Ainda na área dedesenvolvimento de seuscolaboradores, a empresaencontrou no intercâmbioprofissional uma excelente for-ma de troca de experiência.“Temos hoje em nosso quadrode profissionais alguns pes-quisadores vindos de outrospaíses para aprender e desen-volver projetos junto com nos-sos técnicos. Assim como cri-amos possibilidades de mandarbrasileiros conhecerem novastecnologias no exterior”, co-menta Jansen.

A preservação do meio am-biente é a principal prioridadedo grupo SurTec aqui no Bra-sil. “Somos detentores de altatecnologia em processos de úl-tima geração, ecologicamentecorretos e que atendem às maisrígidas exigências da indústrianacional. Paralelamente aoscromatos trivalentes, a em-

presa tem mais duas linhas deprodutos para atender a requi-sitos ambientais”, informa ocoordenador de marketing daempresa, Roberto Motta deSillos.

Entre suas especialidadesquímicas, a SurTec possui mo-derno processo de banho alca-lino de zinco sem cianetos, on-de são utilizados anodos inertescatalisados, combinados a umgerador automático de zincono banho e um controle ri-goroso das grandezas voltamé-tricas do processo, de modo amanter a operação no pontoótimo, com as flutuações deseus parâmetros totalmenteatenuadas. Para completar a li-nha ecológica, a empresa dis-ponibiliza os desengraxantesrecicláveis com tensoativos bio-

degradáveis. Sillos explica que

esses tensoativos de-mulsificam o óleo noprocesso de desengra-xamento, de modoque, separado o óleo,é possível reciclar-semais de 90% do de-sengraxante. “Temosconsciência de quetrabalhamos todos osdias sempre em buscapelo menor impactoambiental”.

Foto 1:Linha piloto

Foto 2:Laboratório de

desenvolvimentoFoto 3:

Parte da equipetécnica

Surtec: de olho no futuro

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Artigo Técnico

Fosfatização de Metais FerrososParte 10 - Aceleradores:

Cloratos e Outros

muito baixo os íons ferrosos emsolução. Quando o processo épor aspersão, pode ser utilizadojunto com um acelerador exter-no, por exemplo, com nitrito.

Geralmente, nos banhos defosfatização, é adicionado na for-ma de clorato de sódio (Lorin,1974) ou de clorato de zinco(Biestek & Weber, 1976). Nesteúltimo caso, o produto é forneci-do como solução concentradaporque o clorato de zinco é mui-to higroscópico.

A ação aceleradora do cloratoé devida à seguinte reação:

ClO3- + 6H+ + 6e Cl- + 3H2O

Com isto, o íon clorato con-some os cátions hidrogênio(determinando aumento do pHna interface metal/banho, semliberação de gás hidrogênio) econsome, também, os elétronsliberados pela reação de oxidaçãodo metal (Fe → Fe2+ + 2e).

Pela reação apresentada, po-de-se verificar que o clorato dezinco (ou de sódio), adicionadoao banho, se transforma emcloreto de zinco (ou de sódio)cuja concentração aumenta con-tinuamente no banho. Por estarazão, recomenda-se utilizar con-centrações tão baixas quantopossíveis de clorato de zinco (oude sódio) (Biestek & Weber,1976). Uma outra razão queexige que o teor de cloratos sejamantido o mais baixo possível éa possibilidade de ocorrência depassivação de alguns tipos deaços na presença de altos teoresde cloratos.

Uma outra reação ocorre napresença de clorato (Lorin,

1974; Biestek & Weber, 1976), asaber:

Esta reação desloca-se para adireita em meios ácidos e a tem-peraturas próximas a 60ºC. Ela éa responsável pela transformaçãodos íons ferrosos produzidosdurante o ataque ao metal paraíons férricos, que precipitam naforma de fosfato férrico, forman-do a lama. Isto garante a baixaconcentração de íons ferrosos nobanho sem a adição de oxidantesexternos. Quando opera a tem-peraturas mais elevadas, (80ºC a100ºC) o teor de íons de ferrono banho fica abaixo de 0,1g/L(Rausch, 1990, p.118). Cabelembrar, no entanto, que os ba-nhos acelerados com cloratosoperam a temperaturas maisbaixas do que aqueles aceleradossó com nitratos (65ºC a 70ºC -Freeman, 1988, p.22).

A reação global de umprocesso à base de fosfato dezinco acelerado com cloratopode ser assim representada(Freeman, 1988, p.23):

Outras duas reações quepodem ocorrer em banhos ace-lerados com o íon clorato são asseguintes:

4ClO3- 3ClO4

- + Cl-

ClO3- + 6H+ + 5e 1/2 Cl2

+ 3H2O

Aceleradores à base de cloratos, misturas com cloratos e outros

Por Célia A. L.

dos Santos

Por Zehbour

Panossian

CloratosPRIMEIRO BANHO ACELE-rado com clorato tinha,em sua composição, uma

quantidade excessiva de íonsclorato, o que determinava a for-mação de uma quantidade exces-siva de lama. Este fato restringiuo uso deste acelerador em plantasde grande porte, por um períodode tempo (Freeman, 1988,p.22). Em 1940, o clorato passoua ser utilizado em escala comer-cial em processos à base de fosfa-to de zinco, quando então a suaconcentração passou a ser con-trolada e mantida em teores maisbaixos. Aliás, o clorato é o acele-rador usado quase que exclusiva-mente para os processos à base defosfato de zinco, sendo incom-patível com os banhos à base defosfato de ferro e também não-adequado para os banhos à basede fosfato de manganês (Free-man, 1988, p.22), podendo serutilizado nos banhos à base defosfato de metais alcalinos(Freeman, 1988, p.26).

Historicamente, este acele-rador foi o primeiro a ser utiliza-do para a fosfatização de aramesde aço, e ainda hoje é utilizadopara esta finalidade, pois as carac-terísticas das camadas obtidascom este acelerador parecem sermuito adequadas para os proces-sos de conformação mecânicaque os arames são submetidos.

O íon clorato, de fórmulamolecular ClO3

-, é um poderosoagente oxidante, mesmo a tem-peraturas moderadas da ordemde 50ºC e 60ºC. Normalmente,este acelerador não necessita deum acelerador externo, visto queele sozinho é capaz de manter

ClO3- + 6H+ + 6Fe2+ Cl- + 3H2O + 6Fe3+

3Zn(H2PO4)2 + Fe + 2NaClO3 →

→ Zn3(PO4)2 + 4FePO4 + 2NaCl + 6H2O

Camada de fosfato Lama

28 C & P • Novembro/Dezembro • 2007

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banhos de fosfato de zinco ace-lerados com cloratos são espe-cialmente adequadas para fiosde aço (fato já mencionado);

• não apresentam o inconveni-ente dos banhos aceleradoscom nitrato/nitrito que é a li-beração de gases nitrosos.

Apesar de apresentar vanta-gens, o íon clorato apresenta al-gumas desvantagens, a saber:• libera gás cloro (Cl2) o que

acelera a corrosão do aço. O gáscloro pode ainda ser absorvidopela camada de fosfatos emcrescimento e formar comple-xos do tipo [Fe(Cl3PO4)]3-,estando o íon de ferro na formade Fe3+;

• os banhos com clorato podemtornar-se turvos com o tempode operação devido à formaçãode um precipitado gelatinoso(Biestek & Weber, 1976). Esteproduto pode aderir-se nasuperfície da camada fosfatiza-da, podendo ser retirado so-mente com escovamento. Esteproblema pode ser contornadoaumentando a concentraçãodo banho ou adicionandoácido sulfúrico ou ácido bóricoou fosfato de zinco neutro oufosfato férrico neutro no ba-nho. Com isto o precipitadogelatinoso transforma-se emum produto pulverulento quese deposita no fundo do tan-que (Biestek & Weber, 1976);

• os banhos acelerados com clo-rato apresentam consumo ele-vado de produtos químicos eformação de grande quanti-dade de lama (James &Freeman, 1971);

• como nos banhos aceleradoscom cloratos tem-se enrique-cimento de íons cloreto, como tempo de uso, a lavagemapós a imersão no banhotorna-se crítica, devendo serfeita rigorosamente a fim deeliminar vestígios destes íons.Se a lavagem não for rigorosa,ter-se-á problemas após pintu-

A segunda das reações citadasé mais significativa.

Com os banhos aceleradoscom cloratos, obtêm-se camadasfosfatizadas finas (geralmenteinferiores a 10g/m2 - James &Freeman, 1971) formadas comcristais muito finos. Apesar definas, as camadas obtidas sãopouco porosas, constituindo-seem efetivas barreiras (Biestek &Weber, 1976, p.141). Alémdisso, por ser um oxidante pode-roso, em banhos acelerados comcloratos, o aumento da concen-tração do banho não inibe a for-mação da camada fosfatizada enão determina a formação decristais grosseiros (Biestek &Weber, 1974, p. 140).

Algumas das vantagens dosbanhos acelerados com cloratossão (Freeman, 1988):• é possível fosfatizar aços que são

altamente resistentes a outros ti-pos de banhos de fosfatização,devido à alta agressividade dosbanhos acelerados com cloratos;

• íon clorato pode ser adicionadoao banho numa larga faixa deconcentração (5g/L a 10g/L);

• clorato é estável em soluçõesconcentradas. Por esta razão, éadicionado ao banho já incor-porado ao concentrado (xaro-pe), à semelhança do nitrato eao contrário do nitrito;

• quando o processo é adequada-mente controlado, o mesmoconcentrado pode ser utilizadotanto para preparar um banhonovo como para a reposição deum banho em operação, o quenão pode ser feito com os ba-nhos com o nitrato;

• o clorato é um acelerador mui-to eficiente inclusive para ope-rar em temperaturas baixas,podendo os banhos aceleradoscom cloratos operarem à tem-peratura ambiente. No entan-to, quando se opta por estatemperatura, é necessária a adi-ção de um álcali para o controledo banho;

• as camadas obtidas a partir de

ra (James & Freeman, 1971);• as camadas fosfatizadas, a partir

de banhos acelerados comcloratos, apresentam a tendên-cia à formação de manchasbrancas se não forem secas logoapós a fosfatização (James &Freeman, 1971);

• nos banhos acelerados comcloratos, a quantidade de lamaformada é maior o que requerremoção mais freqüente dalama;

• nos banhos acelerados com clo-rados, ocorre incrustação sobreos aquecedores o que prejudicaa transferência de calor (Wick& Veilleux, 1985, p.19-7);

• é um banho que apresenta ca-racterísticas mais corrosivas,devido tanto ao próprio cloratocomo também ao produto desua decomposição, o íon clore-to. Isto poderá trazer proble-mas de corrosão na própriacamada fosfatizada, quando alavagem não for eficiente e fica-rem vestígios de íons cloreto nasuperfície fosfatizada. Este fatopode ser superado através delavagem eficiente (Freeman,1988, p.22)

Devido às desvantagenscitadas, a fosfatização por as-persão com banhos aceleradoscom cloratos foi praticamenteabandonada durante algum tem-po. No entanto, o desenvolvi-mento de métodos de controlesofisticados determinou a voltado uso de banhos acelerados comcloratos. Tais controles permitemo uso de concentrações de clora-tos e temperaturas de operaçãobaixas (James & Freeman,1971).

Nitratos e cloratosComo acelerador, pode ser

utilizada uma mistura de nitratose cloratos. Os primeiros banhospara aplicação por aspersão eramformulados com fosfato de zincoacelerados com cloratos e nitra-tos (James & Freeman, 1986).Com o uso destes dois acelera-

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Acredita-se que os benefíciosda adição dos nitritos são devidosà reação entre o íon clorato enitrito com recuperação donitrato (já citado).

Cloratos e nitritosO uso simultâneo de cloratos

e nitritos em banhos aplicadospor aspersão já ocorreu muito nopassado, porém atualmente pa-rece que seu uso está mais restri-to (Freeman, 1988, p.23, p.54).Os banhos acelerados com clo-rato/nitrito operam a uma tem-peratura entre 50ºC e 60ºC, pro-duzem revestimentos com umacamada ao redor de 2,0 g/m2 epodem ser aplicados tanto poraspersão quanto por imersão(Freeman, 1988, p.58, 62).

Cloratos com substânciasorgânicas nitrogenadas

A literatura cita ainda o usoconcomitante de cloratos commetanonitrobenzeno sulfonatode sódio com resultados com-paráveis aos banhos que contêmnitrito, com a vantagem de umamaior estabilidade dos acelera-dores (lembrar que o nitrito é tó-xico) e não-emissão de gases ni-trosos nocivos.

BromatosOs bromatos também fun-

cionam como aceleradores debanhos de fosfatização, apresen-tando comportamento seme-lhante aos cloratos (Rausch,1990, p.118).

FluoretosA adição de fluoretos au-

menta a agressividade dos ba-nhos de fosfatização. Devido aoseu pequeno raio atômico, osfluoretos são capazes de pene-trar na camada passiva presentesobre vários metais (por exem-plo, alumínio e aço zincado)possibilitando a fosfatização(Rausch, 1990, p.119). Porexemplo, no caso de se fosfati-zar aço zincado, tem-se uma

fina camada passiva sobre asuperfície do zinco, o que difi-culta a aplicação de camadasfosfatizadas. A presença de fluo-retos no banho determina aquebra da camada passiva possi-bilitando a fosfatização. Alémdisso, os íons fluoretos são adi-cionados aos banhos de fosfati-zação de zinco para controlar apresença nociva de íons dealumínio, formando o com-plexo AlF6

3-. O íon alumínio éaltamente prejudicial aos ba-nhos de fosfato de zinco, poisinibe a formação da camadafosfatizada. Já o complexoAlF6

3- é inerte. Com o uso cor-reto de íons fluoreto pode-sefosfatizar o alumínio com ba-nhos à base de fosfato de zinco.O íon fluoreto também é utiliza-do quando se deseja fosfatizar oaço zincado pelo processo deimersão a quente, quando nobanho de zinco fundido é adi-cionado alumínio, por exemplo,processo Sendzimir (Rausch,1990, p.120).

Água oxigenada ou peróxidode hidrogênio

A água oxigenada é um oxi-dante muito forte, sendo utiliza-do quase que exclusivamentecomo acelerador em banhos defosfato de zinco, aplicado poraspersão e a temperaturas relati-vamente baixas (50ºC a 60ºC)(Freeman, 1988, p.24). Em ba-nhos à base de fosfato de man-ganês, acelerados com nitratocontendo íons de níquel, a águaoxigenada pode ser utilizada paracontrolar o teor de íons ferrososno banho (Freeman, 1988, p.75,p.83).

A água oxigenada é poucoestável em meios ácidos, por estarazão deve ser adicionada conti-nuamente aos banhos de fosfati-zação, para manter a sua concen-tração ao redor de 0,05 g/L que éa ideal (Freeman, 1988, p.23).

A reação de oxidação de íonsferrosos para férricos pela ação da

dores, dispensa-se o uso do nitri-to e consegue-se um aumentosignificativo da reatividade dobanho que opera com tempera-turas moderadas (50ºC a 65ºC).Estes banhos podem ser operadoscom temperaturas mais baixasainda. Apesar disto, a sua utiliza-ção é restrita devido à formaçãodos íons cloretos que, conformejá citado, são prejudiciais.

Quando se adiciona con-comitantemente o clorato e o ni-trato, ambos agem como oxidan-tes. No entanto, o poder oxidan-te do clorato predomina (a taxade oxidação do clorato é maior).Possivelmente, as reações de oxi-dação são as seguintes (Lorin,1974, p.29):

NO3- + 2H+ + 2e → NO2

- + H2O

ClO3- + 6H+ + 6e → Cl- + 3H2O

O clorato reage ainda com onitrito regenerando o nitrato,segundo a reação:

ClO3- + 3NO2

- → Cl- + 3NO3-

Acredita-se que o íon cloretoformado pela redução do cloratoreage com o nitrato formandonitrito e cloro, segundo a reação:

NO3- + 3Cl- + 4H+ → Cl2 + NOCl + 2H2O

NOCl + H2O → Cl- + NO2- + 2H+

Como o clorato é um forteoxidante, nestes banhos não é ne-cessária a adição de nitritos paraoxidar os íons ferrosos. No en-tanto, muitas vezes, o nitrito éadicionado com vantagens, asaber:• obtenção de depósitos de cris-

tais finos, principalmentequando o pré-tratamento en-volve desengraxe em meiosmuito alcalinos;

• substancial redução do tempopara fosfatização, muito impor-tante para os processos poraspersão;

• temperatura baixa de operação(40ºC a 60ºC).

30 C & P • Novembro/Dezembro • 2007

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derão ser reutilizadas;• temperatura baixa de operação.

Ao lado das vantagens cita-das, existem desvantagens querestringem o uso da água oxige-nada como acelerador, a saber:• necessidade de controle rigoro-

so do processo, principalmenteno que se refere ao teor de áci-do livre e de água oxigenada;

• necessidade de adição constan-te de neutralizadores (de pH);

• consumo elevado dos constitu-intes do banho;

• grande volume de lama.Na indústria automobilística,

a água oxigenada tem sido pre-ferida nos últimos anos por ques-tões ambientais em substituiçãoaos banhos tricátions (banhosque contêm zinco, manganês eníquel) acelerados com nitrito.Na Europa, banhos formuladoscom baixo teor de zinco isentosde níquel e acelerados com águaoxigenada têm sido utilizadosnos últimos anos para fosfatizarcarrocerias de automóveis. Nestetipo de banho, a função dos íonsde níquel é conseguida com aadição de pequenas quantidadesde íons de cobre (Gehmecker &Kaul, 1994).

Perborato de sódioO perborato de sódio muitas

vezes é utilizado em substituiçãoà água oxigenada principalmentena indústria automobilística.Com o perborato, é possível aobtenção de camadas fosfati-zadas duras e uniformes commassa de revestimento da ordemde 1,3 g/m2 à temperatura deoperação relativamente baixa(55ºC). Este acelerador apresen-ta muitas vantagens quandocomparado com água oxigenada,a saber (James & Freeman,1971):• não necessita de neutralizado-

res (de pH);• não necessita de um controle

rigoroso tanto do perboratocomo do ácido livre, além de

água oxigenada é a seguinte:

Pode-se verificar, pela reaçãoapresentada, que ocorre libera-ção de ácido fosfórico. Assimsendo, deve-se adicionar álcalispara neutralizar o ácido formadoe assim manter o banho dentrodas condições preestabelecidasno que diz respeito à acidez livree total. Como álcali, no passadoera utilizado o hidróxido de só-dio. Isto determinava o aumentogradativo de íons de sódio nosbanhos que trazia dificuldades.Atualmente, utiliza-se óxido dezinco ou o carbonato de zinco naforma de pó ou de pasta. Estesálcalis, além de não trazeremnenhum tipo de problema, nãointroduzem íons estranhos aobanho (Freeman, 1988, p.23).

Este acelerador apresenta asseguintes vantagens (James &Freeman, 1971; Freeman, 1986;Gehmecker & Kaul, 1994):• obtenção camadas fosfatizadas

de baixa espessura e de granu-lação fina sem a necessidade deutilizar refinadores de grão;

• os produtos da redução da águaoxigenada (água e oxigênio)são inócuos ao banho e aomeio ambiente;

• na necessidade de interrupçõescurtas dos processos por pro-blemas operacionais, não ocor-re a formação de manchamen-to de camadas fosfatizadas queainda não foram completa-mente formadas;

• a possibilidade de utilizar ba-nhos que contêm somente fos-fato diácido de zinco e águaoxigenada, sem outros aditivos;

• quando se utiliza somente ofosfato diácido de zinco e o car-bonato de zinco como neutra-lizador, as águas de lavagemconterão somente íons de zin-co e fosfatos, podendo ser facil-mente removidos com a adiçãode cal. Nestes casos, as águas delavagem após tratamento po-

determinar a formação de umvolume menor de lama;

• as camadas obtidas, apesar deserem finas, constituem exce-lente base para pintura catafo-rética utilizada na indústriaautomobilística;

• as camadas fosfatizadas a partirde banhos acelerados comperboratos não necessitam sersecadas em estufa antes da apli-cação da pintura cataforética. Éconhecido o fato de quecamadas fosfatizadas quandoaquecidas em estufa e depoispintadas apresentam maiorresistência à corrosão do queaquelas que não foram secadasem estufas. No caso de perbo-ratos, este aquecimento é des-necessário;

• na necessidade de interrupçõescurtas do processo por proble-mas operacionais, não ocorre aformação de manchamento decamadas fosfatizadas que aindanão foram completamente for-madas;

• os produtos da reação dosperboratos são os boratos quesão benéficos aos banhos defosfatização (Biestek & Weber,1976).

É praticamente impossívelum acelerador que não apresentedesvantagens. No caso do perbo-rato, têm-se as seguintes desvan-tagens (James & Freeman,1971):• as soluções de perboratos são

instáveis. Sendo assim, o per-borato deve ser adicionado aobanho continuamente na for-ma de pó;

• a lama é mais volumosa do queaquela formada em banhosacelerados com nitrato/nitrito;

• tempo de fosfatização é da or-dem de 2 minutos.

Compostos orgânicosAlguns compostos orgânicos

possuem a capacidade de acelerara fosfatização (Biestek & Weber,1974, p.141). O uso de acele-radores orgânicos data de 1930.

2Fe(H2PO4)2 + H2O2 → 2FePO4 + 2H3PO4 + 2H2O

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TRATAMENTO DE SUPER-FÍCIE, 7. São Paulo, 1994, Anais.São Paulo : ABTS, 1994. p. 245-255.

JAMES, D.; FREEMAN, D. B. 1971.Accelerator systems for zinc phosphateprocesses with particular references totheir use before electropaint.Transactions of the Institute of MetalFinishing Conference issue, part 2,v.49, p. 79-83.

LORIN, G. 1974. Phosphating of met-als. Great-Britain : FinishingPublications. 222p.

MURPHY, J. A. 1971. Surface prepara-tion and finishes for metals. NewYork : McGraw-Hill. p.396-401.

RAUSCH, W., 1990. The phosphatingof metals. 1st.ed. Great Britain :Redwood Press, 416p.

Muitos aceleradores foram pro-postos, no entanto os únicos quetiveram maior aceitação foramnitroguanidina e o metanoni-trobenzeno sulfonato de sódio(Freeman, 1986). O primeiroapresenta a vantagem de não sercorrosivo e nem prejudicial aosbanhos de fosfatização, o mesmoocorrendo com os seus produtosde decomposição. O seu uso, noentanto, apresenta limitações:• é pouco solúvel e portanto não

pode ser adicionado ao con-centrado (xarope);

• não controla o teor de íons fer-rosos no banho, tendo-se anecessidade de se adicionarperiodicamente um oxidantemais forte;

• é um produto explosivo, poresta razão o transporte e arma-zenamento do produto puro écontrolado.

O metanonitrobenzeno sul-fonato de sódio é mais solúvel,no entanto, é menos efetivo,sendo normalmente utilizadocom um outro oxidante, como oclorato.

Aceleradores orgânicos da fa-mília dos amino poliácidos jáeram conhecidos antes de 1955(Lorin, 1974, p.131). Dentreeles podem-se citar: os nitrilo tri-acetatos, os etileno diamino te-traacetatos e o EDTA.

Na próxima edição, o assun-to aceleradores será encerrado ci-tando-se outros métodos empre-gados para a obtenção de cama-das fosfatizadas com redução dotempo de imersão. •

Referências BibliográficasBIESTEK, T.; WEBER, J. 1976.

Electrolytic and chemical conversioncoatings. 1st ed. Wydawnictwa :Porteceilles. 432p.

FREEMAN, D. B. 1988. Phospatingand metal pre-treatment. 1st ed.New York : Industrial Press, 229p.

GENMECKER, H.; KAUL, L. 1994.Praktical experiences with nickel andnitrite free low zinc phosphating. In:ENCONTRO BRASILEIRO DE

Contato com as autoras:[email protected] / [email protected]: (11) 3767-4036

Zehbour PanossianInstituto de Pesquisas Tecnológicas de SãoPaulo – IPT. Laboratório de Corrosão eProteção – LCP. Doutora em Ciências(Fisico-Química) pela USP.Responsável pelo LCP.Célia A. L. dos SantosInstituto de Pesquisas Tecnológicas de SãoPaulo – IPT. Laboratório de Corrosão eProteção – LCP. Doutora em Química(Fisico-Química) pela USP.Pesquisadora do LCP.

32 C & P • Novembro/Dezembro • 2007

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Artigo Técnico

Noções Básicas sobre Processo de Anodização do Alumínio

e suas Ligas - Parte 6

Por Adeval

Antônio

Meneghesso

Colaborador:

João Inácio

Gracciolli

(Surface

Finishing - CBA)

6ª Etapa – ColoraçãoEletrolítica da Camada deAnodização com sais deNíquel

STE PROCESSO É MUITO

utilizado no Japão, deonde procede a maior

quantidade de literatura a res-peito do assunto. Os parâme-tros de operação, geralmente,são os seguintes:

Sulfato de Níquel 38 g/lÁcido Bórico 38 g/lAditivo 10 – 30 g/lVoltagem 10 – 18 Volts C.A.Densidade de Corrente 0,1 – 0,5 A / dm2

Contra – Eletrodos Grafite, Aço Inox,Níquel Tempo de coloração 0,5 – 25 minTemperatura 21 +/- 1ºC pH 3,5 - 5,5 Cores Bronze claro ao preto

Nota importante: Pode-se obter a cor "Aço

Inox" com uma variação na for-mulação e nos parâmetros acima.

Um fenômeno interessanteque ocorre quando uma camadaóxido é tratada e colorida eletro-liticamente, com corrente alterna-da numa solução como a indica-da acima, é a obtenção de ondascom as curvas de corrente defor-mada. A corrente de onda defor-mada é dividida em dois pontos,sendo, um ponto, chamado decorrente inF, não-farádica ou não-capacitiva, que é a corrente car-regada ou descarregada pelacamada de óxido e causa so-mente, transformações físicas, e ooutro ponto, chamado de cor-rente iF que é farádica ou reativa.

Num banho contendo apenassulfato de níquel e em outro con-tendo sulfato de níquel e ácidobórico, iF é quase reduzida a zero,após 4 minutos, enquanto iF équase constante num banho desulfato de amônia e ácido bórico.Estas diferenças se devem às váriasreações eletroquímicas. Nos últi-mos casos há uma redução de hi-drogênio durante a reação catódi-ca. Esta reação ocorre com veloci-dade constante e iF é quase cons-tante. Sempre que o sulfato de ní-quel estiver presente, os íons deníquel serão reduzidos na interfa-ce óxido/solução. Quando o ní-quel for depositado, cessará a rea-ção de redução e iF será quase ze-ro, após poucos minutos.

Efeito da tensão anódicadurante a coloração

Sempre que se aplicar umatensão assimétrica com tensãoanódica pequena, tanto o pico dacorrente anódica como os dacatódica serão pequenos.

Relação entre a espessura dacamada porosa e a correntecatódica

Existe uma relação entre aespessura da camada porosa e acorrente catódica. Sempre que acamada porosa for menor do que2 µm, o fluxo de corrente catódi-ca dos íons H+ será muito eleva-do e a camada anodica não serácolorida em virtude da polariza-ção catódica.

Sempre que a camada deóxido tiver menos que 5 – 6 µm,aparecerão o primeiro e segundopicos, mas não o terceiro, e a ca-mada não será colorida.

Impedância da camada deóxido tratada em banho desulfato de níquel/ácido bórico

Antes do estágio da colo-ração, a impedância é 6,3kΩcm2.Caso seja aplicada tensão catódi-ca, a impedância cairá brusca-mente para 1,2kΩcm2. Durantea polarização catódica, a impe-dância aumentará gradualmente.Esta impedância inclui a da ca-mada barreira, impedância fará-dica e a do material eletro depo-sitado.

Após a polarização catódica,a camada será colorida e a im-pedância da camada de óxidoserá maior do que antes da colo-ração. Isto é, devido a deposiçãode metais colóides nos poros deóxido e as alterações nas pro-priedades elétricas da camadabarreira.

O uso da coloração eletro-lítica baseada no níquel não émuito simples devido às seguin-tes razões:

a) Dificuldade de se obteruma mesma coloração

b) Dificuldade de se obtercores escuras

c) Risco de rompimento dacamada de óxido, ocasionandodesplacamento ("spalling")

O corretivo para os dois pri-meiros problemas é modificar li-geiramente a solução com aditi-vos, enquanto que para o tercei-ro, a solução tem sido o uso deeletrodos de níquel. •

Esta parte do artigo irá tratar dos processos mais comuns de eletrocoloração da camada de

anodização, que utilizam íons metálicos de Sn, Ni e Co e outros

Eng. Adeval Antônio MeneghessoDiretor superintendente da Italtecno do Brasil – Contato com o autor: [email protected].: (11) 3825-7022

C & P • Novembro/Dezembro • 2007 33

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Opinião

O TELEX AO FAX. DA

agenda de papel para aseletrônicas, passando

pelos palms, combinados como bip, que passou a ser Pager eque depois foi condensado nocelular, que virou smartphone.Da máquina de escrever ao PC,passando pelo PC com docksta-tion e chegando ao notebook,que hoje também é wireless. Domemorando interno ao correioeletrônico, passando pela Inter-net e chegando ao e-mail,MSN, etc. Tudo isto nos últi-mos 20 anos, ou seja, quem co-meçou a trabalhar na década de80 saiu da máquina de escrevere do telefone fixo para a reali-dade de hoje, na qual nossoscérebros são acionados centenasde vezes mais do que era há 15ou 20 anos atrás.

Como conviver e se adaptarcom estas mudanças? Onde co-meça e termina o meu tempo detrabalho e minha vida pessoal?Será que existe esta fronteira? Co-mo lidar com centenas de e-mails, reuniões presenciais, con-ference calls, vídeo conferências,visitas a clientes e fornecedores?

A Galileo, empresa da qualsou um dos fundadores, tem aju-dado na preparação de executivospara usar a tecnologia móveldesde o lançamento do primeirosmartphone no Brasil, em 2005.

Nestes anos, entendemos asnecessidades e as dores que afe-tam esta legião de pessoas, queestão literalmente à beira de umataque de nervos. Não pelo uso

José Maria Ferreira

A nova fronteira da produtividadeQuem começou a trabalhar na década de 80 saiu da máquina de escrever e telefone fixo para a

realidade de hoje, na qual nossos cérebros são acionados centenas de vezes mais do que há 20 anos

José Maria FerreiraSócio-fundador da Galileo Consultoria em Produtividade & MobilidadeContato do autor: [email protected]

da tecnologia, mas por não estarem educados e organizados para o seuuso. O que causa este descompasso entre os executivos e a realidade?Ora, voltando a 1990 e poucos, quantos contatos um típico executivofazia em um dia de trabalho? Era só atender ao telefone fixo – quandoestava no escritório – participar de reuniões ou escrever memorandos.

E hoje, 70 a 500 e-mails por dia, conferences calls, reuniões inter-nas, reuniões externas com clientes, vídeos conferências, telefonemasdiversos. E o follow-up de cada reunião que participei? E os telefone-mas que prometi fazer algo ou aquele e-mail importante que não possodeixar de responder? E o futebol do meu filho na escola, e tem minhafilha que está me pedindo para ir ao balé na sexta! A diferença é brutal.

Isto não é ficção, é a realidade e temos que estar preparados paraela. Como? Entre outras coisas sabendo o que queremos para nossasvidas (profissional e pessoal) e tendo uma maneira fácil de definir,acompanhar e validar se estamos investindo o nosso tempo nas coisascertas, ajudando nosso cérebro a processar apenas o que interessa e nahora que interessa.

Nós elaboramos uma maneira de ajudar os executivos. Criamos umprograma chamado "Coach de Produtividade Galileo", em que nossoconsultor acompanha o executivo na montagem de um processo deorganização baseado no outlook. Este “Coach” tem o objetivo de orga-nizar a vida do executivo e dar a ele o pulo do gato de como fazer isto.

A diferença dos programas tradicionais é de que neste caso nósmontamos, junto com o executivo, o que chamamos o "painel de con-trole" da vida dele, e a partir daí ele usa nossa metodologia para ali-mentar, acompanhar e rever o que ele tem a fazer, trabalhando muitomais em tarefas planejadas, e não apenas apagando incêndios. Pro-cessamento de e-mails, organização e acompanhamento de assuntosde reuniões, administração do calendário, definição e acompa-nhamento de tudo o que tenho para fazer, organização dos contatos edo networking, e sincronismo destas informações de modo que eu astenha quando precisar são alguns dos pontos endereçados pelo“Coach de Produtividade”.

Como é simples, e quem vai operar é o próprio executivo, ele tam-bém pode fazer customizações, e deixar o seu painel de controle maisa seu jeito. O impacto na vida dos executivos tem ido além do queimaginávamos, fazendo com que eles alcancem um bem-estar emtodos os campos das suas vidas que estavam, antes, perturbando suaconcentração e desempenho. •

34 C & P • Novembro/Dezembro • 2007

C&P_18_Opinião 1/1/04 7:43 AM Page 1

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PETROBRAS S/A - CENPESwww.petrobras.com.br

PETROBRAS TRANSPORTES S/A - TRANSPETROwww.transpetro.com.br

PETROQUIMICA UNIÃO S/Awww.pqu.com.br

PPL MANUTENÇÃO E SERVIÇOS LTDA.www.pplmanutencao.com.br

PROMAR TRATAMENTO ANTICORROSIVO LTDA. www.promarpintura.com.br

QUALITY WELDING CONS., CQ, SERV. E TREINAM.www.qualitywelding.com.br

QUÍMICA INDUSTRIAL UNIÃO LTDA.www.tintasjumbo.com.br

Q&B SERVIÇOS LTDA. www.qbservicos.com

RENNER HERMANN S/Awww.rennermm.com.br

RUST ENGENHARIA LTDA.www.rust.com.br

SACOR SIDEROTÉCNICA S/Awww.sacor.com.br

SEMOT COM. E SERVIÇOS EM CORROSÃO [email protected]

SHERWIN WILLIAMS DO BRASIL - DIV. SUMARÉwww.sherwinwilliams.com.br

SOCOTHERM BRASIL www.socotherm.com.br

SOFT METAIS LTDA.www.softmetais.com.br

TBG - TRANSP. BRAS. GASODUTO BOLIVIA-BRASIL www.tbg.com.br

TECNOFINK LTDA.www.tecnofink.com

TEC-HIDRO IND. COM. E SERVIÇOS [email protected]

TECNO QUÍMICA S/A.www.reflex.com.br

TRIEX - SISTEMAS, COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.www.triexsis.com.br

ULTRAJATO ANTICORROSÃO E PINT. INDUSTRIAISwww.ultrajato.com.br

UNICONTROL INTERNATIONAL LTDA.www.unicontrol.ind.br

VCI BRASIL IND. E COM. DE EMBALAGENS LTDA.www.vcibrasil.com.br

VERTICAL SERVICE CONSTRUÇÕES [email protected]

VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A.www.votorantim-metais.com.br

WEG INDÚSTRIAS S/A - QUIMICAwww.weg.com.br

W.O. ANTICORROSÃO E CONSTRUÇÕES LTDA.www.woanticorrosao.com.br

Empresas associadas à ABRACO

Associados ABRACO

A ABRACO agradece às empresas associadas pelo apoio e colaboração às diversas iniciativas da entidade,

que possibilitam o desenvolvimento de atividades culturais e de fomento comercial.

C&P_18_Associados 1/1/04 10:40 AM Page 1

Page 34: ENGENHARIA E ARTE - Associação Brasileira de Corrosão · M.Sc. Gutemberg Pimenta - PETROBRAS - CENPES ... grande importância que vem assumindo no cenário nacional. ... ca da

Anunvotoran 1/1/04 3:13 AM Page 1