engenharia civil - dicas e macetes

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Powered By: Vicente Budzinski ENGENHARIA CIVIL VOLTAR 1. DICAS E MACETES DE OBRAS E DE PROJETOS 1.1- Em lajes e vigas em balanço, a armadura principal de flexão é negativa, isto é, colocada próxima à face superior para absorver os esforços de tração. Observamos que após a concretagem da peça, a retirada das formas, escoramentos ou cimbramentos deve ser iniciada próxima à extremidade livre do balanço e avançar em direção ao apoio, pois do contrário a peça fica bi-apoiada e sujeita a uma flexão positiva, e não contando com a armadura adequada na face inferior para os esforços de tração que aí aparecem, pode romper-se bruscamente. 1.2- ESCADAS Quando dimensionamos escadas, aplicamos a relação de Blondell (1680): p + 2 . e = 62 a 64 cm onde p = largura do piso ou passo e e = altura do degrau ou espelho da escada. A escada residencial confortável e mais comum, é aquela que tem o espelho igual a 18 cm, resultando para o passo p = 63 - 2 . 18 = 63 - 36 = 27 cm. Entre cada lance de 16 degraus, deve apresentar um patamar para descanso. Esta fórmula decorre do fato de que o passo de um homem médio andando, é da ordem de p = 62 a 64 cm, e neste caso, e = 0. Então, para o mesmo subir uma escada vertical, sem esforço, a fórmula nos dá o valor de 31 a 32 cm para o espelho, e neste caso, p = 0.

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Dicas de como resolver problemas...comuns que ocorrem na obra....

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ENGENHARIA CIVIL VOLTAR

1. DICAS E MACETES DE OBRAS E DE PROJETOS 1.1- Em lajes e vigas em balanço, a armadura principal de flexão é negativa, isto é, colocada próxima à facesuperior para absorver os esforços de tração. Observamos que após a concretagem da peça, a retirada das formas,escoramentos ou cimbramentos deve ser iniciada próxima à extremidade livre do balanço e avançar em direção aoapoio, pois do contrário a peça fica bi-apoiada e sujeita a uma flexão positiva, e não contando com a armaduraadequada na face inferior para os esforços de tração que aí aparecem, pode romper-se bruscamente. 1.2- ESCADAS Quando dimensionamos escadas, aplicamos a relação de Blondell (1680): p + 2 . e = 62 a 64 cm onde p = largura do piso ou passo e e = altura do degrau ou espelho da escada. A escada residencial confortável e mais comum, é aquela que tem o espelho igual a 18 cm, resultando para o passo p = 63 - 2 . 18 = 63 - 36 = 27 cm. Entre cada lance de 16 degraus, deve apresentar um patamar para descanso. Esta fórmula decorre do fato de que o passo de um homem médio andando, é da ordem de p = 62 a 64 cm, e neste caso, e = 0. Então, para o mesmo subir uma escada vertical, sem esforço, a fórmula nos dá o valor de 31 a 32 cm para o espelho, e neste caso, p = 0.

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1.3- Quando as tubulações elétricas e hidráulicas atravessam vigas, devem fazê-lo abaixo da linha neutra naregião central da viga, e acima da linha neutra na região próxima aos apoios intermediários, isto é, sempre na regiãotracionada da seção da viga. Nestas regiões, localizadas através do diagrama de momentos fletores, conta-se apenas com a colaboração daresistência do aço, podendo-se colocar as tubulações no espaço ocupado pelo concreto. 1.4- Problema: Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2 metros de altura. Trabalhando 3pedreiros e aumentando a altura para 4 metros, qual será o tempo necessário para completar esse muro? Solução: Em problemas que apresentam mais de duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais, utilizamos a "REGRADE TRÊS COMPOSTA". Montamos uma tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezasde espécies diferentes que se correspondem:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (3.a coluna).

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A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x. Colocamos flechas concordantes para asgrandezas diretamente proporcionais com a incógnita e discordantes para as inversamente proporcionais. Observe que, aumentando o número de pedreiros de 2 para 3, podemos diminuir o número de dias. Portanto arelação é inversamente proporcional (seta para cima na 1.a coluna). Aumentando a altura de 2 para 4 metros, devemos aumentar o número de dias. Portanto a relação é diretamenteproporcional (seta para baixo na 2.a coluna).

Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões, de acordo com o sentido dassetas. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: 9 = 2 . 3 Þ x = 9 . 8 Þ x = 12 x 4 2 6 Logo, para completar o muro serão necessários 12 dias.

Problema proposto: Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160 m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhõesserão necessários para descarregar 125 m3 ? Resposta: 25 caminhões.

Problema proposto: Três torneiras enchem uma piscina em 10 horas. Quantas horas levarão 10 torneiras paraencher 2 piscinas ? Resposta: 6 horas.

Problema proposto: Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhosserão montados por 4 homens em 16 dias ? Resposta: 32 carrinhos.

Problema proposto: Uma equipe composta de 15 homens extrai em 30 dias, 3,6 toneladas de carvão. Se estaequipe for aumentada para 20 homens, em quantos dias conseguirão extrair 5,6 toneladas de carvão ? Resposta: 35 dias.

Problema proposto: Vinte operários, trabalhando 8 horas por dia, gastam 18 dias para construir um muro de 300m. Quanto tempo levará uma turma de 16 operários, trabalhando 9 horas por dia, para construir um muro de 225 m ? Resposta: 15 dias.

Problema proposto: Um caminhoneiro entrega uma carga em um mês, viajando 8 horas por dia, a uma velocidademédia de 50 km/h. Quantas horas por dia ele deveria viajar para entregar essa carga em 20 dias, a uma velocidademédia de 60 km/h ? Resposta: 10 horas por dia.

Problema proposto: Com uma certa quantidade de fio, uma fábrica produz 5400 m de tecido com 90 cm de larguraem 50 minutos. Quantos metros de tecido, com 1 metro e 20 centímetros de largura, seriam produzidos em 25 minutos? Resposta: 2025 metros.

1.5- Ao se detalhar armaduras de concreto armado, para uma mesma área necessária de seção de aço,coloca-se mais barras de menor diâmetro, no lugar de menos barras de maior diâmetro. Desta maneira, tem-se umaárea de contato bem maior entre aço e concreto, melhorando bastante as condições de resistência, aderência efissuração do concreto.

1.6- Um bom chute inicial para a altura de vigas de concreto armado é de 8% de seu vão. Assim, uma viga de 5,00m de vão deve ter uma altura de 40 cm.

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1.7- Toda Norma fornece parâmetros teóricos e experimentais, que nos indicam os caminhos que devemos seguirem nossos cálculos. Mas não devemos deixar de considerar também a experiência que o tempo nos ensina.

De acôrdo com o atual Código Brasileiro do Consumidor, a lei manda primeiro "executar", e só depois o responsáveltécnico pode se "defender", isto é, primeiro deve saldar o prejuízo e só depois entrar com recursos para se defender.

Na ocorrência de algum problema, os juízes não estarão interessados em saber se o responsável técnico seguiu ounão as Normas, mas sim em saber quem irá pagar os prejuízos.

1.8- INTERRUPTORES PARALELOS

O esquema a seguir mostra a maneira correta de se instalar interruptores paralelos. Assim, evita-se a presença de"fases" na lâmpada, sem riscos de choques quando fôr preciso trocá-la.

1.9- ESPAÇADORES OU DISTANCIADORES Dispomos de distanciadores plásticos para construção, especiais para o cobrimento das armaduras dasestruturas de concreto armado (lajes, vigas, pilares, fundações, reservatórios, etc.), que substituem com vantagensnossos tradicionais calços, pastilhas e caranguejos. Dois de seus fabricantes encontram-se em www.coplas.com.br e www.jeruelplast.com.br .

1.10- O ALCANCE DOS VÃOS

Utilizando lajes mistas treliçadas compostas de nervuras de concreto armado e lajotas cerâmicas, ganhamos umaumento de 10% em seu vão, quando comparamos com uma laje maciça de concreto armado de mesma altura. Isto sedeve à presença dos sinuóides que as treliças metálicas contém, que absorvem os esforços cortantes e dão maisestabilidade à laje.

E quando comparamos concreto protendido com concreto armado, tanto para lajes como para vigas de mesmaaltura, este aumento do vão é bem mais significativo, chegando às vezes em torno de 30%.

1.11- TRAÇOS USUAIS PARA O CONCRETO Para se obter um concreto com resistência fck = 20 MPa, slump 5 ±1, apenas com brita n.º 1, misture: - 141 lts. de brita n.º 1 (205 kg) - 108 lts. de areia grossa (133 kg - umidade 4%) - 50 kg de cimento (1 saco) - 26 lts. de água

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- 0,13 lt. de aditivo (opcional) - O rendimento será de 168 lts, e o consumo de cimento de 298 kg/m3 de concreto. Para se obter um concreto com resistência fck = 20 MPa, slump 5 ± 1, com brita n.º 1 e 2, misture: - 47 lts. de brita n.º 1 (67 kg) - 105 lts. de brita n.º 2 (153 kg) - 116 lts. de areia grossa (142 kg - umidade 4%) - 50 kg de cimento (1 saco) - 26 lts. de água - 0,13 lt. de aditivo (opcional) - O rendimento será de 180 lts, e o consumo de cimento de 278 kg/m3 de concreto. Obs.: Dosagens executadas em laboratório; os agregados areia e pedra britada são da região da cidadede Araraquara-SP. 1.12- Uma solução da arquitetura para escada com degraus em balanço, engastados em uma viga.

1.13- Já experimentou folhear as páginas amarelas de qualquer lista telefônica de nosso país ? Você irá observar que mais de 90% dos anunciantes são de alguma maneira ligados à construção civil ! Logo, em todos os aspectos econômicos, sociais, empregatícios, produtivos, de exportação e mesmo arrecadadoresde impostos, a construção civil é o setor mais importante da nação, requerendo uma atenção muito maior do quelhe dedicaram até hoje. 1.14- ESFORÇOS NAS LAJES Em nosso livro "Cálculo e Desenho de Concreto Armado", para calcular os esforços que agem nas lajesretangulares, adaptamos as TABELAS DE MONTOYA, que usam o mesmo princípio das TABELAS DE MARCUS e deCZERNY, isto é, equacionam e resolvem o problema igualando as flechas nas direções X e Y. As TABELAS DEMONTOYA são mais completas, oferecendo carregamentos variáveis além das cargas uniformemente distribuídas, etambém detalham as lajes com bordas livres. Para quem está interessado no método dos ELEMENTOS FINITOS para calcular lajes, ou em casosparticulares de lajes apoiadas em apenas dois lados, lajes circulares apoiadas sobre pilares, lajes em forma de setorcircular, lajes oblíquas ou trapezoidais, MONTOYA traz o cálculo dos esforços (momentos fletores e cortantes) e odetalhamento das armaduras a partir da página 544 de seu livro HORMIGON ARMADO, 14ª edição de 2000.

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1.15- DIMENSIONAMENTO DE CALHAS

1.16- Conheça o que há de melhor para o estudo e ajuste do orçamento de sua obra ou projeto: http://www.engwhere.com.brp 1.17- LEITURA DO BOLETIM DE SONDAGENS Durante a execução da sondagem à percussão de simples reconhecimento do solo, procede-se o ensaio depenetração (Standard Penetration Test - SPT), que relaciona a resistência oferecida pelo terreno à cravação doamostrador TERZAGHI de 1 3/8" e 2" - diâmetros interno e externo respectivamente. Retirando-se as amostras,classifica-se o tipo do solo.

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Para baixar o arquivo de AutoCAD que contém a tabela acima, clique aqui.

Durante a cravação do amostrador, anota-se o número de golpes necessários a fazer penetrar, individualmente, 3trechos de 15 cm do amostrador, sendo o valor SPT aquele que corresponde à soma do número de golpes quefazem penetrar os últimos 30 cm (os dois últimos trechos de 15 cm). A prática brasileira relaciona o SPT com a tensão admissível do solo: A. Para fundações rasas, ponta de estacas ou base de tubulões: - σadm = SPT / 50 (em MPa) ou σadm = SPT / 5 (em kgf/cm2) ou σadm = SPT / 0,5 (em tf/m2) - evita-se o uso de fundações rasas, sempre que SPT < 3.

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B. Para estacas pré-moldadas cravadas: - a estaca atinge "néga" quando atravessa ∑ SPT > 65 ao longo de seu fuste; - a estaca atinge "néga" com a ponta apoiada em SPT > 20. Maiores detalhes, tais como "capacidade de carga do terreno, escolha do tipo de fundações, análise do fator custo"e muitos outros, encontram-se no livro "Cálculo e Desenho de Concreto Armado". Para obtê-lo, clique aqui . 1.18- PREVENÇÕES COM LAJES PRÉ-MOLDADAS Muitos colegas já tiveram a infeliz oportunidade de receber vigotas de lajes pré-moldadas em suas obras, defabricantes inescrupulosos, com tentativas de enganação e fraude. Como todos sabem, a medida que os vãos crescem, há necessidade de se colocar os chamados ferros adicionaispositivos, também conhecidos como de reforço, além dos dois ferros que já fazem parte da treliça metálica. Acontece que estes fabricantes colocaram apenas pequenas pontas de ferro nas extremidades das vigotas, tentandoaparentar que lá estavam os ferros adicionais em toda extensão da vigota. Elaboramos a Tabela abaixo, para que você possa verificar, de acôrdo com os vãos e com as sobrecargasprojetadas, se estes ferros de reforço são adequados. Para isto, quebre com cuidado um pouco do concreto bem nomeio de algumas vigotas e verifique se eles lá estão, bem junto do ferro positivo inferior da treliça. Indo mais além, como acontece em toda peça de concreto armado, a armadura será funcional e eficiente somente seestiver perfeitamente reta. Para que isto aconteça, estes ferros adicionais devem estar dentro do concreto da vigota,amarrados junto ao ferro positivo inferior, que faz parte da treliça metálica. Estas amarrações devem terespaçamento máximo de 60 cm. Recuse lajes pré-moldadas que o fabricante entregou com os ferros adicionais soltos, para serem montados pelopedreiro. E mais, isto está errado e pode causar problemas de resistência, já que estes ferros estarão acima de suacorreta posição e jamais ficarão retilíneos. Na linguagem estrutural, estaríamos reduzindo a altura útil (d) da laje. Caso venham a ser tensionados será tarde demais, pois neste momento a laje já cedeu e estará apresentando asindesejáveis flechas.

Clique naTabelaao lado

para

visualizá-la no

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1.19- Cuidados a serem tomados no escoramento de lajes Em residências térreas, após a concretagem da laje de fôrro, costuma-se realizar a cura molhando-se o concretoendurecido nos três primeiros dias, e observa-se que o excesso de água cai, umedecendo a base onde estãoapoiados os pontaletes do escoramento. Se o contra-piso ainda não foi executado, deve-se calçar com tábuas outerças e depois "chapuzar" com sarrafos estes pontaletes, que estão apoiados diretamente na terra molhada e semresistência, e que sem estas precauções permitiria a ocorrência de recalques na laje. Em lajes pré-moldadas de sobrados, por ocasião da concretagem da segunda laje, não se deve retirar os pontaletesdos escoramentos da primeira laje em alguns pontos importantes, porque esta irá fletir com o peso da segundasobre ela, anulando a contra-flecha da segunda laje e trincando em seus apoios após a desforma, ao voltar à suaposição inicial. Quando o pé direito é grande (maior que 3,00 metros), os pontaletes dos escoramentos devem ser contraventadoscom tábuas ou sarrafos, para evitar sua flambagem.

1.20- APOIANDO LAJE PRÉ-MOLDADA EM ALVENARIA Uma boa solução para apoiar laje pré-moldada diretamente em alvenarias. A cinta criada irá absorver os momentos

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negativos, sendo que os esforços de tração ficam por conta da armadura negativa colocada na capa de concreto, eos esforços de compressão ficam por conta do concreto da cinta, que ocupa o espaço das lajotas.

1.21- ALICERCES E FUNDAÇÕES Os alicerces e fundações de obras residenciais, por mais dispendiosos que sejam, muito bem executados comblocos ou sapatas, brocas ou estacas, com vigas baldrame e tudo isto excepcionalmente impermeabilizado, terão namaioria das vezes seus custos situados no intervalo de 10% a 15% do custo total da obra. Então com certeza não é neste item do orçamento da obra que se deve economizar. E o que é pior: qualquer falhaou defeito na fundação será de difícil reparo e irá comprometer definitivamente o que fôr construído encima dela. 1.22- REBAIXOS PARA TUBULAÇÕES NO PISO Em construções de sobrados, existindo condutores de águas pluviais que descem da cobertura, ou banheiros nospavimentos superiores, que lançam suas águas e esgotos em canalizações embutidas no piso do pavimento térreo,deve-se prever rebaixos nas vigas dos alicerces, que permitam alojar as curvas (longas) embutidas na alvenaria. Uma solução, sem perfurar ou quebrar as vigas-baldrames, é rebaixá-las e assentar várias fiadas de tijolos queficarão enterradas, ou construir como mostra a figura abaixo, rebaixando apenas as estacas, blocos e vigas dostrechos por onde descem essas tubulações.

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1.23- ADENSAMENTO PERFEITO DO CONCRETO COM VIBRADOR DE AGULHA

De modo geral, o concreto ideal é aquele que apresenta uma mistura com a maior trabalhabilidade, o maisfraco atrito interno, com a quantidade mínima de água.

Mas concretos com pouca água, ousecos, não podem ser colocados nasformas e adensados manualmente.Por isso foi preciso descobrirartifícios, dos quais o mais usado é avibração. A vibração tem por efeito, reduzir ouanular o atrito interno entre seuscomponentes.

Adense com o vibrador de agulha sempre na vertical,até notar a subida da água de amassamento e a saídadas bolhas de ar do interior do concreto. Evite vibraçãoexcessiva.

O vibrador deve ser introduzido e retirado lentamentedo concreto, para evitar a formação de vazios namassa. Deve estar sempre na vertical. Se estiverinclinado e for retirado com giro, provavelmente haveráformação de vazios não visíveis (bicheiras) embaixodele.

Se para uma agulha de vibrador internoverificamos um raio de ação de 0,20m istoquer dizer que para vibrar completamente oconcreto, devemos colocar sucessivamentea agulha a cada 30cm, de maneira que todo o volume seja efetivamente vibrado. Adistância de colocação deve ser 1 vez e meiaa do raio de ação.

Se para uma agulha, achamos um raio deação de 0,30m, isto quer dizer que para vibrarcompletamente o concreto, devemos colocá-la a cada 45cm.

O raio de ação aumenta com a potênciado vibrador (proporcionalmente à raizquadrada). Um vibrador com umapotência 4 vezes maior, apresenta umraio de ação que é o dobro para amesma frequência.

As baixas frequências (1.500 rpm) põem em movimento os agregados graúdos. As frequências médias (3.000a 6.000 rpm) fazem vibrar os agregados médios, as altas frequências (12.000 a 20.000 rpm) fazem vibrar aareia e o cimento.

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A vibração em baixa frequência necessita de muita energia porque deve pôr em movimento os agregadosgraúdos, a massa mais importante.

Conclui-se que devemos empregar de preferência a mais alta frequência disponível, pois ela adensa aargamassa que passa a envolver e lubrificar os agregados, ocupando todos os vazios, além de ser oprocesso mais econômico.

INICIANDO O ADENSAMENTO:

Preencha a primeira camada de concreto em toda a extensão da viga/laje/blocos, com uma espessuramenor que o comprimento da agulha (geralmente 30 cm).

Ao colocar o vibrador de agulha para vibrar a camada de cima, deve-se tomar cuidado para não vibrarnovamente a camada de baixo, que apresenta uma consistência firme, e se perfurada com a ponta dovibrador de agulha, correrá sérios riscos de obter vazios.

Apenas a massa de concreto é que deve ser vibrada. Evitar seu contato com as armaduras e com as formas,para não deslocá-las de sua posição e evitar sua separação do concreto.

A finalidade da vibração não é de produzir apenas a liquefação do concreto, facilitando a colocação nolugar, mas ainda o adensamento. Este tem lugar pelo aumento da compacidade e com a saída do ar.

O concreto, durante a vibração, está praticamenteliquefeito e seus grãos maiores têm a tendênciade descer por força da gravidade.

OCORRE SEGREGAÇÃO

Da vibração resulta agora um concretoestratificado, onde as pedras maiores ficam nofundo e a pasta de areia/cimento/água fica nasuperfície. Isto acontece quando o concreto estámuito úmido e a água está dosada em excesso.

Nos casos em que há pouca pasta, fenômenoinverso pode acontecer. A argamassa vai para ofundo da armação e os vazios se formam em cima,por falta de argamassa para envolver as pedras.

Portanto a relação argamassa/agregado graúdo deve ser dosada cuidadosamente, para que no concretocompactado todos os vazios sejam preenchidos. OUTROS CUIDADOS:

Evite os "caranguejos" metálicos. Dê preferência aos distanciadores de plástico ou similares, para garantir ocobrimento mínimo das armaduras (barras e estribos).

Molde sempre os corpos de prova para comprovar a resistência do concreto.

Na retomada da concretagem, a superfície de emenda ou junta de concretagem deverá ser raspada,picoteada e lavada com água sob pressão, tornando-se áspera para receber adesivos e a nova camada. Seguindo estes passos, a concretagem vai demorar digamos, 10% ou 20% a mais, mas em compensaçãoseu concreto estará com excelente qualidade, sem bicheiras. Submetido a uma cura e secagem adequadas, poderá ser classificado como de “controle rigoroso”.

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