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1 ENERGIA E ECONOMIA Votorantim se queixa a Lula de energia cara (Folha de SP) 27/01/2010 ......................................................................... 3 Lula sanciona, com vetos, Orçamento (Folha de SP) 27/01/2010 ................................................................................... 3 RANKING: PETROBRAS É 4ª DO MUNDO NO SETOR DE ENERGIA, AFIRMA ESTUDO (Folha de SP) 27/01/2010 .. 4 Aneel (Folha de SP – Painel do Leitor) 27/01/2010 ............................................................................................................ 4 A novela do álcool, capítulo dois (Folha de SP) 27/01/2010............................................................................................. 4 Governo estuda financiar estoque de álcool (Folha de SP) 27/01/2010.......................................................................... 5 Com reforço ao BNDES, dívida pública cresce 7% em 2009 (Folha de SP) 27/01/2010 ................................................ 5 Governo estuda lei que obriga empresa a partilhar lucro (Folha de SP) 27/01/2010 .................................................... 6 Cresce confiança do consumidor e da indústria (Folha de SP) 27/01/2010 ................................................................... 7 Projeto que dá 5% do lucro líquido a empregados divide governo (O Estado de SP) 27/01/2010 ............................... 7 Otimismo na indústria atinge recorde este mês (O Estado de SP) 27/01/2010 .............................................................. 9 Movimento de capitais para países emergentes vai crescer 66% este ano (O Estado de SP) 27/01/2010.................. 9 Executivo brasileiro lidera otimismo (O Estado de SP) 27/01/2010 .............................................................................. 11 Votorantim vai investir 15% a mais até 2011 (O Estado de SP) 27/01/2010 .................................................................. 11 Diretor da Eletrobrás vai presidir grupo Rede (Valor Econômico) 27/01/2010............................................................. 12 Executivo está livre de cumprir quarentena (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................................................ 14 O papel da Fazenda na crise (Valor Econômico) 27/01/2010 ......................................................................................... 14 Minoritários questionam acordo entre Celesc e Estado (Valor Econômico) 27/01/2010 ............................................ 15 Inflação mostra sinais de pressão mais generalizada (Valor Econômico) 27/01/2010................................................ 16 Lula recebe plano da Votorantim e pede mais aço para navios (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................ 17 Negociação ganha corpo nos bastidores em Lisboa (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................................. 18 SDE interfere na disputa da CIMPOR (Valor Econômico) 27/01/2010 ........................................................................... 19 Terceirizados da Petrobras param obras em Linhares (ES) (Estadão Online 19:35h) 26/01/2010 ............................. 20 Light e Cemig iniciam construção da PCH Paracambi (CanalEnergia) 26/01/2010 ..................................................... 20 AES Eletropaulo PNB fecha com alta de 4,77% (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................................. 21 Eletronuclear afirma que contratação de seguros para usinas nucleares está fundamentada (CanalEnergia) 26/01/2010 ............................................................................................................................................................................ 21 Cepisa vai investir R$ 700 milhões através do Luz para Todos (CanalEnergia) 26/01/2010 ...................................... 21 Copel registra crescimento de 3,1% no consumo cativo em 2009 (CanalEnergia) 26/01/2010 .................................. 22 CCEE tem 100% de adimplência na liquidação do MCSD de dezembro (CanalEnergia) 26/01/2010 ......................... 22 UHE Samuel registra recorde de geração em 2009 (CanalEnergia) 26/01/2010 ........................................................... 22 Aneel aprova CAR para o biênio 2010-2011 (CanalEnergia) 26/01/2010 ....................................................................... 23 Sidnei Martini assume direção acadêmica do CTEE (CanalEnergia) 26/01/2010......................................................... 23 Reservatórios do Sul atingem 95,5% do volume armazenado (CanalEnergia) 26/01/2010 ......................................... 25 Duas eólicas de Pernambuco são enquadradas no Reidi (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................ 25 Ecom realiza leilão de venda de energia nesta quarta-feira, 27 (CanalEnergia) 26/01/2010 ....................................... 25 Eletronuclear abre concurso público para cadastro de reserva (CanalEnergia) 26/01/2010...................................... 26 Proinfa: custo do programa será de R$ 1,816 bilhão em 2010 (CanalEnergia) 26/01/2010......................................... 26 Celesc PNB opera em baixa de 2,11% (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................................................ 26 Valor da CCC será de R$ 836,959 milhões no primeiro trimestre (CanalEnergia) 26/01/2010 .................................... 27 Luz para Todos realiza 2,23 milhões de ligações no país (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................ 27 Ceb investe R$7 milhões em tecnologias para diminuir roubos de cabos (CanalEnergia) 26/01/2010 .................... 27

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ENERGIA E ECONOMIA Votorantim se queixa a Lula de energia cara (Folha de SP) 27/01/2010 ......................................................................... 3 Lula sanciona, com vetos, Orçamento (Folha de SP) 27/01/2010 ................................................................................... 3 RANKING: PETROBRAS É 4ª DO MUNDO NO SETOR DE ENERGIA, AFIRMA ESTUDO (Folha de SP) 27/01/2010 .. 4 Aneel (Folha de SP – Painel do Leitor) 27/01/2010 ............................................................................................................ 4 A novela do álcool, capítulo dois (Folha de SP) 27/01/2010 ............................................................................................. 4 Governo estuda financiar estoque de álcool (Folha de SP) 27/01/2010 .......................................................................... 5 Com reforço ao BNDES, dívida pública cresce 7% em 2009 (Folha de SP) 27/01/2010 ................................................ 5 Governo estuda lei que obriga empresa a partilhar lucro (Folha de SP) 27/01/2010 .................................................... 6 Cresce confiança do consumidor e da indústria (Folha de SP) 27/01/2010 ................................................................... 7 Projeto que dá 5% do lucro líquido a empregados divide governo (O Estado de SP) 27/01/2010 ............................... 7 Otimismo na indústria atinge recorde este mês (O Estado de SP) 27/01/2010 .............................................................. 9 Movimento de capitais para países emergentes vai crescer 66% este ano (O Estado de SP) 27/01/2010 .................. 9 Executivo brasileiro lidera otimismo (O Estado de SP) 27/01/2010 .............................................................................. 11 Votorantim vai investir 15% a mais até 2011 (O Estado de SP) 27/01/2010 .................................................................. 11 Diretor da Eletrobrás vai presidir grupo Rede (Valor Econômico) 27/01/2010 ............................................................. 12 Executivo está livre de cumprir quarentena (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................................................ 14 O papel da Fazenda na crise (Valor Econômico) 27/01/2010 ......................................................................................... 14 Minoritários questionam acordo entre Celesc e Estado (Valor Econômico) 27/01/2010 ............................................ 15 Inflação mostra sinais de pressão mais generalizada (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................................ 16 Lula recebe plano da Votorantim e pede mais aço para navios (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................ 17 Negociação ganha corpo nos bastidores em Lisboa (Valor Econômico) 27/01/2010 ................................................. 18 SDE interfere na disputa da CIMPOR (Valor Econômico) 27/01/2010 ........................................................................... 19 Terceirizados da Petrobras param obras em Linhares (ES) (Estadão Online 19:35h) 26/01/2010 ............................. 20 Light e Cemig iniciam construção da PCH Paracambi (CanalEnergia) 26/01/2010 ..................................................... 20 AES Eletropaulo PNB fecha com alta de 4,77% (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................................. 21 Eletronuclear afirma que contratação de seguros para usinas nucleares está fundamentada (CanalEnergia) 26/01/2010 ............................................................................................................................................................................ 21 Cepisa vai investir R$ 700 milhões através do Luz para Todos (CanalEnergia) 26/01/2010 ...................................... 21 Copel registra crescimento de 3,1% no consumo cativo em 2009 (CanalEnergia) 26/01/2010 .................................. 22 CCEE tem 100% de adimplência na liquidação do MCSD de dezembro (CanalEnergia) 26/01/2010 ......................... 22 UHE Samuel registra recorde de geração em 2009 (CanalEnergia) 26/01/2010 ........................................................... 22 Aneel aprova CAR para o biênio 2010-2011 (CanalEnergia) 26/01/2010 ....................................................................... 23 Sidnei Martini assume direção acadêmica do CTEE (CanalEnergia) 26/01/2010 ......................................................... 23 Reservatórios do Sul atingem 95,5% do volume armazenado (CanalEnergia) 26/01/2010 ......................................... 25 Duas eólicas de Pernambuco são enquadradas no Reidi (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................ 25 Ecom realiza leilão de venda de energia nesta quarta-feira, 27 (CanalEnergia) 26/01/2010 ....................................... 25 Eletronuclear abre concurso público para cadastro de reserva (CanalEnergia) 26/01/2010 ...................................... 26 Proinfa: custo do programa será de R$ 1,816 bilhão em 2010 (CanalEnergia) 26/01/2010 ......................................... 26 Celesc PNB opera em baixa de 2,11% (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................................................ 26 Valor da CCC será de R$ 836,959 milhões no primeiro trimestre (CanalEnergia) 26/01/2010 .................................... 27 Luz para Todos realiza 2,23 milhões de ligações no país (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................................ 27 Ceb investe R$7 milhões em tecnologias para diminuir roubos de cabos (CanalEnergia) 26/01/2010 .................... 27

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UHE Mauá: Indenizações já ultrapassam mais de R$ 65 milhões (CanalEnergia) 26/01/2010 ................................... 28 SINDICAL FSM 2010 (CUT Nacional) 27/01/2010 .............................................................................................................................. 28 FSM faz balanço da Confecom (CUT Nacional) 27/01/2010 ........................................................................................ 29 Haiti na pauta do Fórum (CUT Nacional) 27/01/2010 ................................................................................................... 30 Saúde do trabalhador (CUT Nacional) 26/01/2010 ....................................................................................................... 31 CUT no Fórum Social Mundial (CUT Nacional) 26/01/2010 ......................................................................................... 32 Fórum Social Mundial 2010 (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................................................................................. 33 Campanha Salarial (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................................................................................................ 39 Jornalista haitiano denuncia: (CUT Nacional) 26/01/2010 .......................................................................................... 39 Taubaté (SP) (CUT Nacional) 26/01/2010 ...................................................................................................................... 42 Contra a impunidade para os crimes de Unaí (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................................................... 43 Gestão pública (CUT Nacional) 26/01/2010 .................................................................................................................... 43 Jornal Brasil Atual (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................................................................................................ 44 FSM: desenvolvimento, soberania e democracia – perspectivas para a sustentabilidade (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................................................................................................................................................................ 44 FSM: trincheira de ideias na luta pela Humanidade (CUT Nacional) 26/01/2010...................................................... 45 Descaso da Caixa com empregados marca negociação sobre jornada de trabalho (CUT Nacional) 26/01/2010 .. 47 Servidores da Funai participam de Encontro Nacional do setor (CUT Nacional) 26/01/2010 .................................. 49 Emir Sader: A maior de todas as batalhas (CUT Nacional) 26/01/2010 ..................................................................... 50 Trabalhadores conquistam acordo na Rolls-Royce, em São Bernardo (SP) (CUT Nacional) 26/01/2010 ................ 51 Começa cadastro de empresas para ampliar licença-maternidade (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................ 51 Sindicato e trabalhadores denunciam falta de respeito na Autometal de Taubaté (CUT Nacional) 26/01/2010 ... 52 Nova direção do Stimepa toma posse (CUT Nacional) 26/01/2010 ............................................................................ 52 Mato Grosso: atraso de concurso força contratação de temporários (CUT Nacional) 26/01/2010 ....................... 52 No aniversário de SP, protestos vão do aumento do ônibus às enchentes (CUT SP) 26/01/2010 ............................. 53 Protesto contra aumento de ônibus termina em confronto com a polícia em SP (CUT SP) 26/01/2010 ................... 54

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Votorantim se queixa a Lula de energia cara (Folha de SP) 27/01/2010 Empresa diz que, com elevação de custo, tem optado por produzir em outros países; em seis anos, tarifa avançou 68% Indústria reclama que tarifa alta afeta a competitividade do país no mercado externo; para CNI, tributo excessivo contribui para o aumento HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente do Conselho de Administração do grupo Votorantim, Carlos Ermírio de Moraes, reclamou do preço da energia em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que, por conta da elevação desse custo, o grupo tem optado por produzir em outros países. Citou como exemplo a produção de zinco no Peru e de alumínio em Trinidad Tobago. De agosto de 2003 a agosto de 2009 a tarifa de energia cobrada da indústria aumentou de R$ 140,39 por MWh (megawatt-hora) para R$ 236,11, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O reajuste foi de 68%, ante uma inflação acumulada de 36%. "A oferta de energia não é problema. O problema são os custos", disse o executivo, ao sair da reunião com Lula. Segundo Ermírio de Moraes, a mudança do perfil da matriz energética brasileira tem causado preocupação, devido ao aumento da participação de fontes mais caras, como as termelétricas a gás natural. Na avaliação da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o país está perdendo competitividade no mercado internacional. "Está havendo uma erosão da competitividade por um aumento totalmente injustificado da energia", disse Eduardo Carlos Spalding, membro do comitê de infraestrutura da entidade. Segundo Spalding, a tarifa subiu, em dólar, 21,6% entre 2002 e 2007. Ele avalia que os encargos embutidos na tarifa (que sustentam subsídios, como a tarifa de baixa renda) contribuem para esse aumento. O governo tem tido dificuldade em licitar hidrelétricas, devido à falta de projetos e ao complicado processo de licenciamento ambiental das obras. Por isso, termelétricas a óleo, carvão ou gás têm gerado mais energia. A participação da fonte hidrelétrica (mais barata e menos poluente) deverá cair de 79,6% para 71% até 2017, segundo estudos do governo. Mercado livre De acordo com Roberto Pereira D'Araújo, pesquisador da Coppe/UFRJ, as tarifas de energia têm subido muito para todos os tipos de consumidores por conta do modelo adotado durante a privatização do setor. Ele ressalta, no entanto, que a indústria tem uma vantagem ante o consumidor residencial: pode comprar energia barata no mercado livre. "Por conta das chuvas, os preços no mercado livre têm estado muito baixos. A parte da indústria que fica no mercado cativo, no entanto, está pagando caro." No mercado cativo, o consumidor é atendido por distribuidoras de energia e não pode mudar de fornecedor. No livre, do qual só podem participar grandes consumidores, a indústria pode comprar diretamente das geradoras, a preço menor (ontem, a cotação do MWh estava em R$ 12,80). Investimentos Carlos Ermírio de Moraes informou ao presidente que que o plano de investimento 2007-2012 da empresa está praticamente cumprido: dos R$ 26 bilhões previstos, R$ 20 bilhões já foram investidos. Nos próximos dois anos, afirmou, serão aplicados mais R$ 10 bilhões. Em 2009, o Banco do Brasil comprou o banco Votorantim. O grupo, que perdeu R$ 2,2 bilhões com operações financeiras, teve ajuda do BNDES para comprar a Aracruz.

Lula sanciona, com vetos, Orçamento (Folha de SP) 27/01/2010 DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, com vetos, o Orçamento de 2010, aprovado em dezembro pelo Congresso. O texto será publicado na edição de hoje do "Diário Oficial da União". Ontem, o governo informou apenas que há um veto relativo a investimentos da Petrobras, feito a pedido do Ministério de Minas e Energia. A expectativa é de que o presidente deve excluir quatro obras da estatal da chamada "lista negra" do Orçamento, para liberar as obras das refinarias Abreu e Lima (PE) e Presidente Getúlio Vargas (PR), do terminal de escoamento de Barra do Riacho (ES) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades em todas as obras, mas a empresa encaminhou ao Congresso carta na qual se compromete a criar um grupo para aprimorar o sistema de monitoramento dos projetos.

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Também estava programado para ser publicado hoje o decreto que autoriza o pagamento e empenho de dois doze avos dos gastos previstos para o ano. Essa autorização, prevista em lei, serve para garantir o funcionamento da máquina pública nos meses de fevereiro e março, quando será divulgada a primeira revisão do Orçamento deste ano. É nessa reavaliação que o governo vai determinar os primeiros cortes de despesas para o ano.

RANKING: PETROBRAS É 4ª DO MUNDO NO SETOR DE ENERGIA, AFIRMA ESTUDO (Folha de SP) 27/01/2010 Estudo de consultoria PFC Energy aponta a Petrobras como a quarta maior empresa de energia do mundo, levando em conta o valor de mercado das companhias em dezembro de 2009. Está atrás da PetroChina, da ExxonMobil e da BHP Billiton. Segundo a consultoria, as ações da Petrobras registraram alta de 103% ao longo do ano, índice maior do que o alcançado pelas três primeiras do ranking, e o valor de mercado da empresa totalizou US$ 199,2 bilhões.

Aneel (Folha de SP – Painel do Leitor) 27/01/2010 "Em referência à nota "Eletrosuriname" (24/1), publicada na coluna de Elio Gaspari, a Agência Nacional de Energia Elétrica informa que sempre puniu concessionárias que desrespeitam os índices de continuidade do fornecimento e que os procedimentos tornaram-se ainda mais rigorosos a partir de 1º de janeiro de 2010, quando entrou em vigor a resolução que obriga as concessionárias a compensar integralmente os consumidores pelas interrupções que superarem os limites estabelecidos por unidade consumidora. Desta forma, toda vez que a concessionária extrapola o limite, o consumidor recebe, no mês subsequente à apuração dos indicadores, o abatimento proporcional na conta de luz. As concessionárias são também obrigadas a informar mensalmente os índices de interrupção apurados no mês anterior. Com base nessa informação, o consumidor pode checar se a duração informada condiz com o tempo de interrupção. Caso haja distorção, o consumidor deve entrar em contato com a agência reguladora estadual ou com a ouvidoria da Aneel pelo telefone 167, para a devida apuração." ADRIANO FERNANDES, assessor de Comunicação da Aneel (Brasília, DF)

A novela do álcool, capítulo dois (Folha de SP) 27/01/2010 VINICIUS TORRES FREIRE -------------------------------------------------------------------------------- Governo federal prepara nova regulação para o setor e discute com empresas como criar um estoque regulador -------------------------------------------------------------------------------- LULA DISSE a seus ministros que quer acabar com a "novela do preço do álcool". Mandou a Fazenda e a Agricultura discutirem com os usineiros como levar à prática a antiga ideia de estoques reguladores. Antiga, pois o script da novela do álcool caro é sempre o mesmo e nunca resultou em mais do que remendos. Primeiro remendo, reduz-se a quantidade de álcool misturado à gasolina. Depois, empresários do setor pedem reduções de impostos, inclusive os de importação. A difusão do zum-zum sobre a necessidade de importar o produto, algo bizarro no Brasil canavieiro, serve para pressionar o governo e levá-lo à mesa de reuniões. Foi o que aconteceu em 2006, por exemplo. É o ocorre agora. Desde sexta-feira, Fazenda, Agricultura e empresas conversam sobre o que fazer para dar um jeito nas flutuações excessivas de preço. No governo federal, discute-se ainda uma nova regulação para o setor, mais ampla e centralizada na Agência Nacional do Petróleo. Os preços continuam a subir. Segundo as cotações do Cepea/Esalq, o litro do álcool hidratado na porta das usinas, sem impostos, subiu mais 1,37% na semana encerrada em 22 de janeiro (o Cepea é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq, a escola de agronomia da USP). Os preços do álcool anidro e hidratado, porém, estavam baixos em meados de 2009, de abril a agosto, como de costume, mas entre os mais baixos desde 2006. No final do ano, os preços subiram também mais do que a média. De junho a dezembro, a alta foi de 72% em 2009 (ante 10% em 2008 e 12% em 2007). O que aconteceu? "Várias usinas consultadas pelo Cepea que necessitavam de recursos se ressentiram do encolhimento mundial do mercado de crédito e tiveram de aumentar a oferta do combustível para "fazer caixa", aceitando, por vezes, preços menores", diz relatório dos pesquisadores da Esalq/ USP. O governo federal ofereceu crédito para a estocagem de álcool para a entressafra. Os mesmos R$ 2,5 bilhões que, diz o governo, o BNDES deve novamente oferecer. O dinheiro seria suficiente para estocar cerca de 5 bilhões de litros de álcool, o consumo de dois ou três meses (logo, o bastante para atender a demanda da entressafra, que vai mais ou menos de fevereiro a abril). Segundo o Cepea, porém, as usinas não conseguiam cumprir os requisitos para liberar o financiamento. Outros conhecedores do mercado, ouvidos

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pela Folha, dizem que outro motivo do desinteresse é que certas empresas simplesmente não tinham álcool para estocar. A demanda de álcool hidratado cresceu cerca de 25% de 2008 para 2009. Lembre-se que a crise de 2009 pegou as empresas endividadas devido a investimentos em expansão (e aquelas que haviam feito apostas cambiais erradas). Várias usinas assumiram que deixaram de pagar impostos em São Paulo a fim de ter caixa suficiente para sobreviver. Na Agricultura há apoio à ideia de zerar o imposto de importação do produto, o que é um remendo incerto. O Ministério de Minas e Energia é contra. Defende que o setor seja regulado pela Agência Nacional do Petróleo (atualmente, Agricultura, ANP e Minas e Energia dividem a supervisão); parece ter o apoio do núcleo do governo. [email protected]

Governo estuda financiar estoque de álcool (Folha de SP) 27/01/2010 Medida visa reduzir alta de preços durante a entressafra da cana; redução da mistura de álcool na gasolina começa na segunda Financiamento seria feito por meio de linha de crédito do BNDES; Mantega se reúne com representantes do setor para discutir tema HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo estuda financiar produtores de álcool para que eles estoquem o produto e, dessa forma, evitem as oscilações fortes no preço do combustível, que acontecem nos períodos de safra e de entressafra. Caso a medida se concretize, o financiamento virá por meio de linha de crédito do BNDES. Segundo a Folha apurou, já houve aprovação da ideia no Cima (Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool) e a medida agora está sendo trabalhada em nível de detalhamento operacional. Ontem houve reunião entre técnicos da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e do Ministério de Minas e Energia na qual o assunto foi discutido. O ministro Guido Mantega (Fazenda) se reuniu em São Paulo com representantes do setor sucroalcooleiro para debater o tema. A preocupação do governo com a alta do preço do combustível renovável levou à redução da mistura do álcool na gasolina. Na segunda-feira, a proporção de álcool anidro misturada à gasolina cai de 25% para 20%. Durante 90 dias, o álcool que não for usado na gasolina será transformado em álcool hidratado e vendido nos postos para abastecer carros "flex". O objetivo é criar um choque de oferta: com mais álcool no mercado, a alta de preço deverá ser contida (visão do governo) ou atenuada (visão dos distribuidores de combustíveis). A modificação, no entanto, levará a uma alta no preço da gasolina, estimada por técnicos do próprio governo em aproximadamente 2%, e pelo mercado entre R$ 0,04 e R$ 0,05 por litro. Isso acontece porque, mesmo com a alta de preços, o álcool é mais barato que a gasolina, e, quanto menos álcool na gasolina, mais cara ela fica. Além do efeito econômico, a redução de álcool na gasolina trará prejuízo ambiental: rodando com gasolina com menos álcool, os veículos emitirão mais monóxido de carbono. Alta Além da entressafra, o excesso de chuvas prejudicou a colheita da cana, matéria-prima do álcool. As máquinas demoraram a entrar nas plantações, e o rendimento da planta foi menor. Isso resultou em uma menor produção de álcool, mesmo com uma safra maior. Desde o início do ano já não é mais vantajoso abastecer com álcool em São Paulo. De acordo com a ANP, o preço do álcool subiu de R$ 1,670 por litro nas bombas dos postos paulistas na semana iniciada em 27 de dezembro para R$ 1,823 na que começou no dia 17. Como o preço médio do litro da gasolina está em R$ 2,459, a relação entre o custo da gasolina e do álcool ficou em 74%. Os especialistas afirmam que só é melhor usar álcool quando o produto custa até 70% do valor da gasolina. O consumo do combustível renovável caiu até 35% neste ano, diz o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo).

Com reforço ao BNDES, dívida pública cresce 7% em 2009 (Folha de SP) 27/01/2010 Estoque aumenta em R$ 100 bi, mesmo volume de capitalização do banco pelo Tesouro

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Governo vê situação confortável, mas, para analista, aumento da dívida pública dificulta redução da elevada carga tributária EDUARDO RODRIGUES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A dívida pública federal cresceu 7,16% em 2009, para R$ 1,497 trilhão. O aumento de R$ 100 bilhões ante o endividamento verificado no fim de 2008 corresponde ao volume de emissões de títulos do Tesouro para capitalizar o BNDES ao longo do ano, permitindo ao banco ampliar o crédito ao setor produtivo, escasso por causa da crise. Ainda assim, o crescimento do estoque, que inclui as dívidas interna e externa, ficou dentro dos parâmetros traçados no início do ano passado no PAF (Plano Anual de Financiamento), que previam um valor entre R$ 1,45 trilhão e R$ 1,6 trilhão para 2009. Para o secretário do Tesouro, Arno Agustin, a ampliação do volume total da dívida não preocupa, pois veio acompanhada de melhora no perfil do endividamento e na capacidade de rolagem. Tanto o percentual da dívida com vencimento em 12 meses quanto a proporção de títulos prefixados superaram a expectativa mais positiva do planejamento para o ano passado. "Talvez se possa dizer que foi um plano conservador e cuidadoso em razão da crise, mas a realidade do mercado se mostrou melhor que nossas bandas mais otimistas", disse Agustin. Nesse contexto, disse o secretário, o Tesouro deve continuar a aportar recursos ao banco de fomento em 2010, até o limite de R$ 80 bilhões anunciado por Lula no ano passado. No PAF deste ano, que contempla as eventuais novas emissões de títulos com essa finalidade e a antecipação de vencimentos futuros, a abertura para aumento do endividamento chega a 15,56%. "O perfil da dívida é positivo, a análise de que ela é muito grande é incorreta. Podemos acrescentar R$ 80 bilhões com a maior tranquilidade. O BNDES é fundamental para a política do governo de aumentar os investimentos para sustentar o crescimento nos próximos anos sem desequilíbrios." Além disso, resgates antecipados no total de US$ 1,377 bilhão realizados em 2009 e a concentração de vencimentos em janeiro suavizaram o peso da rolagem da dívida neste ano. Segundo o Tesouro, 27,1% do previsto para 2010 já foi pago. Para o estrategista-sênior do banco WestLB, Roberto Padovani, ainda que no curto prazo as condições de administração do endividamento sejam boas, o crescimento contínuo do estoque preocupa, pois obriga um compromisso com superavit primários (economia para pagar juros da dívida) elevados. "O país não parece caminhar para uma trajetória de insolvência, como no passado, mas perde a capacidade de reduzir a carga tributária futuramente, comprometendo parte da expansão econômica", avalia. Na opinião de Alexandre Chaia, professor do Insper/Ibmec-SP, um aumento de incerteza sobre a situação fiscal do país em alguns anos pode acabar reduzindo o ritmo de melhora do perfil da dívida. "Para os investidores, o que vale não é a posição atual do país, e sim as condições futuras de pagamento. Mas, se o governo gasta mal, sempre fica mais difícil trocar os papéis e se acaba pagando juros maiores."

Governo estuda lei que obriga empresa a partilhar lucro (Folha de SP) 27/01/2010 Intenção é que 5% dos ganhos sejam destinados a funcionários; estatais e pequenas estariam isentas Tarso Genro (Justiça), que disse que proposta não foi fechada GRACILIANO ROCHA DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE LARISSA GUIMARÃES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo federal estuda a criação de um mecanismo para obrigar empresas a dividir parte de seus lucros com os funcionários. De acordo com o estudo, 5% do lucro líquido de cada empresa seria destinado para o pagamento de participação nos lucros e resultados e a atualização da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse, no entanto, que a ideia ainda não está fechada. "Não há nenhum projeto no Ministério da Justiça sobre isso. O que há é um grupo de trabalho que eu formei aqui no ministério a pedido do ministro [Carlos] Lupi [Trabalho] para discutir uma série de projetos para reorganizar algumas tutelas", afirmou Tarso. Segundo ele, não há "posição fechada" sobre o assunto no Ministério da Justiça nem no próprio governo federal. "Isso é um processo de discussão e normalmente é demorado." Ontem, no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Lupi e o secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Rogério Favreto, defenderam a proposta. A proposta em estudo consiste na divisão de 2% igualmente entre o conjunto dos funcionários e 3% conforme critérios definidos pelas empresas, segundo Favreto. Estatais, micro e pequenas empresas ficariam fora da obrigação. A regulamentação da partilha dos lucros, diz o documento divulgado pelo Fórum Social Mundial, é amparada pela Constituição e visa "reduzir as desigualdades salariais" e "incentivar a produtividade" nas empresas.

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A proposta, segundo Favreto, faz parte de um conjunto de regras trabalhistas que o governo pretende alterar, via projetos de lei, ainda neste ano. O escopo do pacote é amplo: abrange desde medidas de combate à discriminação no trabalho e a regulamentação de terceirizações até a partilha do lucro. Esta última é considerada a mais polêmica e precisa da aprovação de uma lei no Congresso para ser aplicada. Ainda não há um projeto para o tema porque, segundo Favreto, que presidiu a comissão que reuniu governo, juristas e organizações da sociedade civil na qual o tema foi debatido, a proposta sobre os lucros não é uma posição consolidada dentro do próprio governo. Segundo o secretário, caberá aos ministros da Justiça e do Trabalho avaliarem as propostas elaboradas pela comissão para encaminhá-las à Casa Civil, que decidirá se as remetem ou não ao Congresso. Reconhecendo que o assunto é "tabu" para o empresariado, Favreto afirmou que a divisão dos ganhos é um tema importante a ser enfrentado no país.

Cresce confiança do consumidor e da indústria (Folha de SP) 27/01/2010 Otimismo dos empresários atinge maior nível em 11 anos, e segurança das pessoas volta a crescer após crise PEDRO SOARES DA SUCURSAL DO RIO SOFIA FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA Passada a crise, os empresários da indústria começam 2010 otimistas. De acordo com levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Índice de Confiança do Empresário Industrial alcançou 68,7 pontos em janeiro, o maior nível em 11 anos. Os empresários também estão otimistas em relação aos próximos seis meses. O índice de confiança para o semestre subiu de 68,7 pontos em outubro para 71,8 pontos em janeiro e representa o maior valor da série histórica. Pela metodologia da pesquisa, valores abaixo de 50 indicam falta de confiança e, acima disso, otimismo. Outro sinal de melhora no cenário econômico é a retomada da confiança do consumidor -o que pode se traduzir numa expansão das vendas. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), a confiança do consumidor voltou a crescer em janeiro -0,6%-, após o tombo de dezembro (2,4%). Os dados mostram que os consumidores avaliam melhor a situação atual da economia e das suas finanças, mas estão mais pessimistas quanto ao futuro. O índice da situação presente avançou 3,2% de dezembro para janeiro, e o que mede as expectativas futuras caiu 1%. Uma das causas é a perspectiva de alta dos juros -mais sentida entre as famílias de renda maior, diz Aloisio Campelo, coordenador da FGV. Para Renato Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa da CNI, o índice elevado de confiança no começo do ano é típico. Ele não descarta, porém, o fim da crise econômica como explicação para o bom número. Para Campelo, existem sinais claros de retomada econômica, o que injeta ânimo nos consumidores. Ele ressalva que a expansão da inadimplência nos últimos meses rebateu nas expectativas futuras e na intenção de compras, que tiveram desempenho pior do que a avaliação da situação presente.

Projeto que dá 5% do lucro líquido a empregados divide governo (O Estado de SP) 27/01/2010 Segundo Tarso, são só ''estudos'', mas Lupi admite que estão adiantados e diz duvidar que haja oposição à iniciativa Wilson Tosta e Vannildo Mendes Uma proposta - noticiada ontem pelo Valor - de tornar obrigatório o pagamento, por empresas brasileiras, de participação nos lucros a seus empregados, lançada ontem no Fórum Social Mundial, desencadeou no governo um princípio de crise marcado por versões conflitantes. Depois que a proposição foi divulgada - em resumo escrito e em entrevistas do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e do secretário de Reforma do Judiciário, Rogerio Favreto, na capital gaúcha -, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou em Brasília que o que existe são só "estudos", divulgados prematuramente por assessores. Depois disso, Favreto, cuja secretaria é subordinada a Tarso, telefonou para o Estado e disse que a "minuta" agora será discutida pelo Ministério do Trabalho com empresários e trabalhadores. Só depois, em dois ou três meses, irá para o Congresso. O próprio Tarso, porém, foi apontado por Lupi como "quem coordena o projeto". "Essa proposta de participação nos lucros ainda está em estudo. Foi elaborada inicialmente pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, ainda vai ter um debate interno. É um estudo que acharam oportuno divulgar, para que também se possa

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ter a percepção da sociedade e dos atores nesse tema aí. Quem vai coordenar a relação com as empresas e os trabalhadores será o Ministério do Trabalho", disse Favreto, no início da tarde. A declaração foi na linha do que dissera Tarso: "O que há é um grupo de trabalho, criado a pedido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para discutir uma série de projetos da área, e o Ministério da Justiça integra esse grupo a título de contribuição. Mas não há posição fechada, nem do ministério, nem do governo, em torno do assunto." FOLDER Cerca de três horas antes, porém, a versão do governo era diferente. No Fórum Social Mundial, um folder de capa vermelha e oito páginas de texto apresentava a proposta de participação nos lucros ao lado de outras nove proposições formatadas pela Comissão de Alto Nível do Direito do Trabalho, presidida por Favreto. O grupo se reuniu por dois anos e incorporou a proposta da Secretaria de Assuntos Estratégicos, enviada ainda pela equipe do então ministro Roberto Mangabeira Unger. O livreto distribuído no evento, que teve participação de Favreto e Lupi, apresenta a tese na página 7. Segundo o texto, a "proposta (...) sugere a criação de instrumentos jurídicos que confiram efetividade à Participação nos Lucros ou Resultados da empresa (PLR), prevista na Constituição". Favreto também adiantou os detalhes do projeto em discussão: ordenaria que 2% do lucro líquido fosse distribuído aos empregados igualmente e 3% segundo critérios acordados, em negociações semestrais ou anuais (veja quadro ao lado). O secretário disse que sabia que haveria reações à proposta. "O governo vai fazer ainda alguma avaliação, para encaminhamento ou não ao Congresso. Mas achamos que é um debate, a lei está estabelecendo um ponto de partida mínimo." Ele afirmou que alguns dos dez projetos poderiam ir imediatamente para o Congresso, mas outros talvez exigissem alguma "maturação interna" do governo. Nesse caso, seguirão ainda neste semestre para o Legislativo, acredita. TRABALHO No mesmo evento, Lupi também se referiu à proposta como algo bastante adiantado, chegando a duvidar que, no ano eleitoral, os oposicionistas a ataquem. "Falta coragem, porque temos aí a maioria esmagadora de trabalhador", disse ao Estado. "Estou querendo ver como vão fazer oposição a esse projeto." Como Favreto, ele admitiu que poderá haver reações do empresariado à obrigatoriedade de partilhar lucros. "Reação sempre vai ter", disse. "A relação capital e trabalho sempre é conflitante." LUCRO DIVIDIDO Dez propostas de mudanças trabalhistas que serão enviadas para o Congresso pelo governo Participação nos resultados de 5%: Valeria para médias e grandes empresas. 2% seriam igualmente divididos por todos os trabalhadores, e 3% segundo outros critérios Discriminação no ambiente de trabalho: Veda todas as formas de discriminação em razão de sexo, orientação sexual, raça, etnia, idade, origem, aparência física, estado de saúde, deficiência, opiniões políticas, costumes, crenças religiosas, entre outros motivos Regulação da terceirização: Veda terceirização da atividade-fim da empresa e estabelece responsabilidade solidária entre tomador e prestador por débitos trabalhistas Teletrabalho: Estabelece que o trabalho realizado em casa não exclui a relação de emprego e prevê que a remessa pelo empregador de comunicação eletrônica ao empregado em horário de trabalho e em dias de descanso implicará pagamento de adicionais Proteção contra práticas antissindicais: Tipifica estas práticas e as tornam nulas de pleno direito Dívidas trabalhistas: Modifica a CLT para acrescentar o artigo 879-A, que dispõe que os débitos trabalhistas e as dívidas constantes de condenação pela Justiça do Trabalho passem a ser corrigidos por índices de atualização monetária que reponham o valor original da moeda, mais 1% ao mês Defesa em secretaria nos processos trabalhistas: Mudança técnica, que dá ao reclamante o direito de requerer a apresentação, pelo reclamado, da defesa na secretaria do juízo. É apontada como aperfeiçoamento dos princípios do contraditório e da ampla defesa

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Atualização da sistemática de assistência judiciária: Amplia o benefício da Justiça gratuita para quem recebe salário igual ou inferior a cinco salários mínimos ou declararem, não terem condições de pagar despesas do processo trabalhista sem prejuízo do sustento próprio Nova regulação da execução trabalhista: Moderniza o rito da execução, aglutinando, no processo, a fase do conhecimento à do cumprimento, caso o devedor não pague voluntariamente o que deve. Passa a regular a execução provisória, nos moldes do Código de Processo Civil, considerando aspectos específicos do processo do trabalho Atualização da sistemática dos processos trabalhistas: Altera a CLT para que o cidadão possa atuar pessoalmente ou por meio de advogado em causas trabalhistas cujos valores não ultrapassem 60 salários mínimos

Otimismo na indústria atinge recorde este mês (O Estado de SP) 27/01/2010 Confiança dos empresários chegou aos 68,7 pontos, a maior desde que o índice começou a ser calculado, em 1999; há um ano, era de 47,4 pontos Leonardo Goy O otimismo entre os industriais brasileiros atingiu nível recorde neste mês, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de confiança do empresário industrial (Icei) chegou aos 68,7 pontos, em uma escala que vai de zero a 100. Trata-se da maior taxa desde que o indicador começou a ser calculado, em 1999. O gerente executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avaliou que o otimismo revela que, para os empresários, o pior momento da crise econômica já passou. "Essa visão otimista é a de que estamos ultrapassando as dificuldades maiores e voltando ao ciclo virtuoso. A leitura de que o pior já passou vem bastante forte", disse o economista.Em janeiro do ano passado, quando os efeitos da crise eram mais agudos, o índice de confiança estava em 47,4 pontos, o menor da série histórica. Segundo a CNI, a confiança aumentou mais entre as pequenas empresas. Nessa categoria, o Icei passou de 63,1 pontos, em outubro de 2009, para 66,7 em janeiro deste ano. Mas o índice de confiança é maior entre as grandes empresas: nelas, o indicador subiu de 68,1 pontos para 70,1 pontos. A CNI ressalta que a melhora do otimismo se deu principalmente pela recuperação da avaliação dos empresários em relação à situação atual, tanto da economia quanto da empresa. Assim, o índice que mede como os empresários veem as condições atuais ante os seis meses anteriores passou dos 60,5 pontos de outubro para 62,7 em janeiro. Já o indicador das expectativas para os próximos seis meses (tanto para a economia nacional quanto para a empresa) subiu de 68,7 pontos para 71,8, na mesma base de comparação. Considerando o tipo de atividade, a maior taxa de otimismo em janeiro, de 71,9 pontos, foi verificada na indústria farmacêutica. O menor índice, de 63,2 pontos, é o da indústria da madeira. A pesquisa da CNI foi feita entre os dias 4 e 22 de janeiro e ouviu 1.431 empresas. Questionado se as eleições este ano podem afetar a confiança dos empresários, Castelo Branco respondeu negativamente. "O Brasil atingiu a maturidade política nos últimos anos. Mesmo com mudança de comando, há a consciência de que o País tem uma certa rota."

Movimento de capitais para países emergentes vai crescer 66% este ano (O Estado de SP) 27/01/2010 China e Brasil são citados como os mais procurados pelos investidores, por suas perspectivas de crescimento Andrei Netto A economia global está experimentando o momento mais propício dos últimos 50 anos para fluxo internacional de capitais em direção a mercados emergentes, e os protagonistas do fenômeno são Brasil, China e Índia. As considerações foram apresentadas ontem, em Zurique, na Suíça, pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), entidade conhecida como "clube dos bancos", que se reuniu na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

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De acordo com os experts, embora 2009 tenha sido ano de recessão também no movimento de capitais, a retomada do crescimento já ocorreu e este ano US$ 722 bilhões devem flutuar de um mercado a outro - ou 66% a mais em um ano. Se a projeção se confirmar, o volume de capital privado circulando será o terceiro maior dos últimos 30 anos, perdendo apenas para os recordes de 2006 e 2007. A retomada do fôlego, com elevação súbita, acontece quando a economia mundial ainda atravessa recessão. A reaceleração teria começado em meados de 2009, quando a tendência de queda teria sido revertida, e deve prosseguir em 2010, com fluxo de US$ 720 bilhões, e 2011, quando chegará a US$ 798 bilhões. A retomada, afirma o relatório da IIF, ocorre no momento em que "o cenário econômico global é mais propício do que nunca para fluxos em direção a economias emergentes", em especial de recursos privados, que responderão por dois terços do total. Segundo os experts, "um movimento tão rápido da fome ao banquete faz crescer a óbvia questão sobre se outra bolha financeira global está sendo produzida, dessa vez em economias emergentes, em especial Brasil, China e Índia". Os autores respondem, advertindo: "Este não parece ser um perigo iminente, mas há riscos em médio prazo". Questionado sobre quais países seriam os mais visados pelo capital externo, William Rhodes, vice-presidente do IIF e executivo do Citigroup, afirmou que o crescimento do fluxo pode acontecer "com um grande número de economias emergentes", mas indicou China a Brasil como os mais procurados. Outros, como Argentina, Equador e Venezuela, deverão ser menos assediados em razão de desequilíbrios macroeconômicos persistentes. "Estamos vendo níveis crescentes de fluxos de capital privado se movendo para mercados emergentes não apenas porque são claramente bons locais para se investir, mas porque suas perspectivas de crescimento são decididamente mais favoráveis", afirmou o banqueiro. ELOGIOS Segundo Rhodes, o risco de bolhas nas duas economias só não é maior graças a seus gestores. "O que felizmente temos nesses países são autoridades muito competentes, que sabem o que devem fazer", disse, tecendo elogios rasgados ao presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles. "O Banco Central do Brasil é um dos mais competentes do mundo." Outro elogiado foi o Ministério da Fazenda brasileiro, pela implantação do Imposto sobre Movimentações Financeiras (IOF) de 2% em outubro, medida destinada a combater o aumento do volume de capital de curto prazo no País. "No terceiro trimestre de 2009, o Brasil foi o país que mais atraiu "dinheiro quente". No quarto trimestre, as autoridades responderam com a taxa de 2%", recapitulou Philip Suttle, economista-chefe do IIF. "Esse imposto é um movimento interessante. No fim das contas, seu efeito mais importante talvez seja criar um temor no mercado de que algo nesse sentido possa acontecer em outros países", disse Sutle. Ainda que reitere os elogios à política macroeconômica do Brasil, o IIF fez um reparo: o déficit na conta corrente, que deve crescer de US$ 24 bilhões em 2009 para US$ 59 bilhões em 2010 - de 1,6% para 3% do Produto Interno Bruto (PIB). FRASES Wiliam Rhodes Vice-presidente do IIF "O que felizmente temos nesses países são autoridades muito competentes, que sabem o que devem fazer" "O BC do Brasil é um dos mais competentes do mundo" Philip Suttle Economista-chefe do IIF "No terceiro trimestre de 2009, o Brasil foi o país que mais atraiu "dinheiro quente". No quarto trimestre, as autoridades responderam com a taxa de 2%"

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Executivo brasileiro lidera otimismo (O Estado de SP) 27/01/2010 Entre 52 países, são os mais dispostos a contratar pessoal Rolf Kuntz Num cenário global de "cauteloso otimismo", executivos brasileiros mostram-se os mais dispostos a contratar pessoal este ano, segundo pesquisa da PriceWaterhouseCoopers com 1.198 dirigentes de empresas de 52 países. Houve 61% de respostas positivas, ante 40% da média mundial. Os brasileiros também são os maiores opositores (63%) de regras trabalhistas novas, mesmo para os salários, seguidos pelos americanos (52%) e alemães (46%). A pesquisa, a 13ª desse tipo realizada anualmente pela Price, foi conduzida no trimestre final de 2009. O relatório é habitualmente divulgado um dia antes do início do Fórum Econômico Mundial. Em todo o mundo, 81% dos executivos principais (CEOs) disseram-se confiantes nas perspectivas econômicas de 2010. Há um ano, ainda no começo da crise, 64% se mostraram otimistas. Mas o estado de espírito dos executivos varia amplamente entre regiões e o maior otimismo foi encontrado nos países emergentes. Na América do Norte e na Europa Ocidental, cerca de 80% dos entrevistados afirmaram acreditar em crescimento em 2010. Essa proporção chegou a 91% na América Latina, na China e em Hong Kong e a 97% na Índia. Mas 60% dos executivos, principalmente americanos e europeus, disseram esperar recuperação em seus países somente na segunda metade de 2010 ou mais tarde. Embora o pior da crise pareça ter passado, a ordem das principais preocupações se manteve. O maior temor, indicado por 65% dos entrevistados, ainda é de uma recessão global prolongada (a recuperação mal começou em vários mercados importantes do mundo rico). Um ano antes, 85% haviam dado essa resposta. O medo da regulamentação excessiva continua em segundo lugar e parece mais difundido: foi indicado por 60% dos executivos nesta pesquisa e por 55% na anterior. A instabilidade no mercado de capitais permanece em terceiro, mas as menções caíram de 72% para 59%. Nas posições seguintes, aparecem a competição de produtos baratos, os custos da energia, a oferta de mão de obra capacitada, as tendências protecionistas e a inflação. Os mais preocupados com o protecionismo foram os dirigentes asiáticos ? uma reação às barreiras às importações da China e de outros países do Oriente. A contrapartida foi o temor da concorrência de baixo custo, manifestada basicamente por executivos ocidentais. A mudança climática aparece apenas em nono lugar na lista das preocupações. Foi apontada por 37% dos entrevistados (26% em 2009). O terrorismo ficou no fim da lista, depois da insuficiência da infraestrutura. A pesquisa produziu pelo menos um resultado "paradoxal", adjetivo usado pelo presidente global da Price, Dennis M. Nally. Houve grande apoio à ação do governo como proprietário de empresas, apontado como um fator de estabilização em crises. Essa opinião foi declarada por 50% dos entrevistados na América do Norte, 51% na Europa Ocidental, 61% na Ásia-Pacífico e 34% na América Latina. A maior aprovação foi de dirigentes da indústria automobilística e do setor financeiro, os mais beneficiados pela ajuda governamental. Mas um número maior de entrevistados apontou três consequências negativas da propriedade governamental: 1) interferência política no mercado; 2) conflito de interesse entre a condição de proprietário e função de regulador; 3) distorção da concorrência. "A relativa aceitação da propriedade pública termina quando uma crise se dissipa", diz o relatório. "Mais de dois terços dos CEOs têm preocupações significativas quanto ao envolvimento de longo prazo do Estado nos negócios e suas consequências para as políticas oficiais de concorrência e de equidade nos mercados." Mas o texto contém uma ressalva: enquanto os dirigentes de empresas defendem a retirada do governo da condição de proprietário, o apoio popular parece manter-se em algumas pesquisas.

Votorantim vai investir 15% a mais até 2011 (O Estado de SP) 27/01/2010 Plano de investimento subiu de R$ 26 bilhões para R$ 30 bilhões Renato Andrade

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O grupo Votorantim resolveu ampliar em 15,4% seu programa de investimentos até 2011, aproveitando o bom momento da economia brasileira. Os segmentos de cimento e aços longos serão as prioridades do grupo, disse Carlos Ermírio de Moraes, presidente do conselho de administração da Votorantim Participações. Com a mudança, os desembolsos do grupo serão ampliados para R$ 30 bilhões. Para este ano, o investimento chega a R$ 4,5 bilhões. A decisão de aumentar o volume de investimentos do programa definido para o período de 2007 a 2011 foi anunciada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante audiência no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do governo. Segundo Carlos Ermírio de Moraes, nos últimos três anos o grupo investiu R$ 20 bilhões dos R$ 26 bilhões que estavam inicialmente previstos para serem aplicados durante os cincos anos do programa. Com a retomada do ritmo de crescimento da economia e as perspectivas positivas para o setor de construção civil, o grupo resolveu revisar os investimentos. "Temos novos projetos entrando", afirmou Moraes após o encontro com Lula. "O grupo tem investido em novas fábricas, tanto de cimento quanto de aços longos, e não deixamos de cuidar também das outras áreas, que são metais, celulose e laranja", afirmou. Durante a reunião, os executivos do grupo Votorantim apresentaram uma lista com 20 projetos que devem ser implantados até 2013. No setor de cimentos, as unidades instaladas no ano passado e as que entrarão em operação em 2010 deverão representar um aumento de 5,25 milhões de toneladas de cimento oferecidas no mercado. No segmento de celulose e papel, os investimentos serão feitos de acordo com o processo de recuperação do mercado, afirmou Moraes. "Existem novos investimentos previstos, mas o mercado ainda não está completamente recuperado, temos de adequar os investimentos à medida que o mercado amadureça e exija novas capacidades", disse. Segundo ele, o setor de celulose passou a ser um "ativo de grande importância" para o grupo em 2009, depois da fusão da Votorantim Celulose e Papel (VCP) e a Aracruz, que resultou na criação da Fibria, a maior produtora mundial de celulose de eucalipto. Um dos projetos neste setor que podem ser contemplados ao longo dos próximos dois anos é a duplicação da capacidade de produção da Veracel, na Bahia. "É o projeto que estaria mais maduro." ENERGIA Durante a audiência, os executivos da Votorantim aproveitaram a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para externar a preocupação com o aumento dos custos de energia no País. "Há uma preocupação crescente porque a matriz energética brasileira, que é basicamente hídrica, deverá ter maior participação do gás nos próximos cinco anos, e isso coloca pressão nos preços", disse Moraes. "Temos de assegurar que o Brasil tenha energia competitiva para o setor industrial." O custo da energia foi uma das razões para que o grupo decidisse ampliar a capacidade de produção de sua fábrica de zinco no Peru, disse Moraes. A instalação de uma unidade de alumínio em Trinidad e Tobago também foi tomada tendo como "fator decisivo" o custo de energia. Energia: Flávio Decat de Moura deve deixar o cargo na estatal em abril

Diretor da Eletrobrás vai presidir grupo Rede (Valor Econômico) 27/01/2010 Claudia Schüffner, do Rio O grupo Rede Energia terá novo presidente. Será Flávio Decat de Moura, que hoje preside as seis distribuidoras federalizadas controladas pela Eletrobrás e que atendem o Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia, Amazonas e ainda a Boavista Energia, de Roraima, e também presidente do conselho de administração de Furnas. Decat deixa o cargo em abril para assumir, logo em seguida, o grupo de empresas reunidas no Rede, de Jorge Queiroz de Moraes Junior. Ele assume o lugar hoje ocupado por Carmem Campos Pereira Coura. O lugar de Decat na Eletrobrás será ocupado por Pedro Carlos Hosken Vieira, ex-controller da Cemig e atual diretor financeiro das empresas de distribuição da estatal, informou na semana passada o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes. Ontem, Decat falou por telefone com o Valor da cidade de Piripiri, no Piauí. Disse que ainda não se decidiu sobre o convite para uma empresa privada e que "se sair" será só no fim de março. O executivo disse que está "na dúvida e balançado" pelo convite e com dúvidas sobre "largar um projeto em andamento que está indo tão bem".

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Decat e Muniz estavam no Piauí inaugurando um projeto do programa Luz para Todos na pequena cidade do Estado onde antes a distribuidora Cepisa, uma das federalizadas durante o governo Lula, não tinha condições de investir. Decat contou que precisou criar uma empresa com estrutura capaz de instalar 86 mil ligações elétricas no Piauí este ano para atender o programa federal, que é subsidiado. "É um projeto bonito, que me motiva muito. E largar um projeto em andamento, você sabe como é engenheiro, tem essa coisa de tratar como filho", afirmou o engenheiro elétrico, que já presidiu a Eletronuclear (2001 a 2003) e a Gasmig (2004 a 2007) e foi diretor da Cemig (2003 a 2007) A Eletrobrás contratou a Accenture para fazer a gestão, enquanto outra companhia foi contratada para fiscalizar e outra para montar um software de controle. Como não existiam técnicos, a Eletrobrás treinou 700 pessoas para trabalharem como instaladores de linhas no Estado, conta Muniz. O novo cargo de Flavio Decat vai representar um desafio para o experiente executivo, que disse que ainda não "mergulhou" nos números do Rede Energia. Ele foi convidado para presidir um dos maiores grupos privados atuando no setor elétrico e que controla a Empresa Elétrica Bragantina, a Vale Paranapanema, a Companhia Nacional de Energia Elétrica, a Caiuá Distribuição de Energia, a Companhia Força e Luz do Oeste além das distribuidoras Celpa (Pará), Cemar (Maranhão), Celtins (Tocantins) e a Enersul (Mato Grosso do Sul). No balanço consolidado do grupo, reunindo os resultados das nove distribuidoras e duas geradoras até setembro de 2009 - o último disponível - a dívida total somava de R$ 4,78 bilhões. Já o prejuízo foi de R$ 55,6 milhões, resultado melhor que o registrado no mesmo período de 2008, quando o prejuízo acumulado chegava a R$ 224,2 milhões. O lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Lajida) no acumulado dos nove primeiros meses de 2009 somava R$ 853,5 milhões. Já a alavancagem (dívida financeira líquida/Lajida) estava em 3,2 em setembro do ano passado, um dos índices mais altos do setor. Nos três primeiros trimestres de 2009 o investimento líquido do grupo caiu 55% - de R$ 566,6 milhões para R$ 256,1 milhões quando comparado com o mesmo período de 2008. Essa conta não inclui investimentos feitos com recursos de fontes subsidiadas pelo governo como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Reserva Global de Reversão (RGR), entre outros. Consultado pelo Valor sobre a saída do diretor e sua substituição na semana passada, o presidente da Eletrobrás confirmou Rosken na presidência das distribuidoras e do conselho de administração de Furnas. A Eletrobrás tem 34% da Centrais Elétrica do Pará (Celpa), uma das distribuidoras controladas pela Rede Energia, e admite que pode elevar a participação para 49%. Com a ida de Decat para o Rede, Muniz disse que a Celpa precisa tornar-se uma "empresa de ponta" capaz de atender o Pará da forma como ele precisa. "Flávio (Decat) tem o objetivo de ajeitar a Celpa, que para nós é muito importante, o celeiro da energia do Brasil. Ela é a distribuidora do Estado onde estão presentes as grandes hidrelétricas do país", disse Muniz. Em 2003 a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) puniu o Rede por transferir R$ 72,2 milhões da Celpa para a Usina Hidrelétrica Lajeado, que fica no Tocantins, e portanto fora da área de concessão da distribuidora. Posteriormente a participação em Lajeado foi trocada por 100% da Enersul, distribuidora do Mato Grosso do Sul. Em 2007 o BNDES, através de seu braço de participações BNDESPar, exerceu a opção de converter debêntures em ações preferenciais do Rede Energia e hoje o banco tem 25,3% do grupo.

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Executivo está livre de cumprir quarentena (Valor Econômico) 27/01/2010 Do Rio A colocação de executivos oriundos de estatais em empresas privadas é praxe e não tem proibição legal, exceto quando se trata de ex-ministros de Estado e ex-dirigentes de agências reguladoras. A quarentena é imposta para evitar transferência de informações confidenciais que têm repercussão econômica. A Eletrobrás, por exemplo, é uma empresa de economia mista e seus executivos não estão sujeitos a essa quarentena, observou o presidente da estatal, José Antonio Muniz Lopes. Ele explicou ainda que a área hoje comandada por Flávio Decat não tem informações sobre os projetos da Eletrobrás, que são analisados pela diretoria de Engenharia, ocupada por Valter Cardeal. Os exemplos de transição de ex-funcionários públicos para o setor privado são muitos. Aloísio Vasconcellos, que presidiu a Eletrobrás entre agosto de 2005 e janeiro de 2007, em seguida foi nomeado executivo-chefe da francesa Alstom, grande fabricante de equipamentos inclusive turbinas para as grandes hidrelétricas. Vasconcelos foi inclusive arrolado em um processo pelo Ministério Público no rastro de uma investigação do Ministério Público da Suíça sobre o pagamento, pela Alstom, de "comissões" a políticos brasileiros. A mesma Alstom teve outro ex-presidente da Eletrobrás na sua presidência. Entre 2000 e 2006 a subsidiária brasileira foi comandada por José Luiz Alquéres, que tinha deixado a presidência da Eletrobrás em 1994. Outro exemplo é de Mario Santos, que após 43 anos trabalhando no setor, os últimos sete deles como diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), um ente de direito privado, tornou-se presidente do conselho de administração da espanhola Endesa Brasil. "A saída de um ente público para o setor privado é uma prática contumaz, não é anormal. E se a decisão sobre ter quarentena ou não cabe à Eletrobrás", afirma o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora. (CS)

O papel da Fazenda na crise (Valor Econômico) 27/01/2010 Cristiano Romero Muito já se falou sobre o papel desempenhado pelo Banco Central (BC) na crise financeira internacional. Mas e o Ministério da Fazenda? Teve atribuição coadjuvante? Definitivamente, não! Enquanto o BC trabalhou no enfrentamento direto dos efeitos da crise, especialmente no momento mais agudo da turbulência, entre setembro e dezembro de 2008, a Fazenda adotou medidas que ajudaram a economia a se recuperar mais rapidamente. Principal formulador dessas medidas, o secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa, fez um apanhado sobre a experiência para o primeiro número do "Journal of Globalization and Development", uma publicação da Berkeley Electronic Press, criada por quatro renomados economistas - Dani Rodrik, Joseph Stiglitz, José Antonio Ocampo e M. Shahe Emran. O texto, de 13 páginas, está disponível em inglês no seguinte endereço eletrônico: http://www.bepress.com/jgd/vol1/iss1/art13/. Barbosa diz, em seu artigo, que as ações do governo brasileiro podem ser divididas em três grupos. No primeiro, estão as "iniciativas estruturais" adotadas antes da crise. A primeira delas foi a expansão dos mecanismos de proteção social. Juntos, benefícios previdenciários, seguro-desemprego e programas de transferência de renda (como o Bolsa Família) custaram aos cofres públicos 6,9% do PIB em 2002. No ano passado, atingiram 9,3% do PIB. Na avaliação do secretário, isso ajudou a criar um estabilizador automático e progressivo da renda disponível em períodos de crise. A segunda iniciativa foi a adoção de uma política de aumentos reais para o salário mínimo (SM). Como 60% dos benefícios sociais e a maior parte do seguro-desemprego estão atrelados ao SM, um dos principais resultados dessa política foi aumentar a transferência de renda para as famílias. Vale lembrar que o SM é também usado como referência no setor informal da economia. A terceira ação foi a elevação dos investimentos públicos em infraestrutura - de 0,5% para 0,9% do PIB entre 2005 e 2008. Barbosa atribui o aumento do crescimento médio do PIB entre dois períodos do governo Lula - 3,2% em 2003-05 e 4,9% em 2006-2007 - aos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento. Parece um exagero, mas Barbosa tem um bom argumento: no pior momento da crise, o governo incrementou os investimentos da União e da Petrobras, de tal sorte que, em 2008, eles adicionaram 0,6% do PIB à demanda agregada. Em 2009, responderam por 16% do total investido pela economia.

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No ano passado, o governo também reduziu impostos - em 0,3% do PIB - no âmbito da política industrial. Além disso, contratou milhares de funcionários públicos e elevou seus salários, numa política deliberada a partir de 2007. O secretário sustenta que a medida teve "impacto macroeconômico altamente expansionista" no curto prazo. Este é um fato, mas elevar os vencimentos de servidores que gozam do benefício da aposentadoria integral não parece ser a política mais adequada - o incentivo à despoupança da parcela mais bem aquinhoada dos trabalhadores terá efeitos deletérios para a economia a longo prazo. O segundo grupo diz respeito às medidas temporárias. Barbosa explica as iniciativas do BC, mas o foco aqui é a Fazenda. Uma delas foi o empréstimo, equivalente a 3,3% do PIB, dado pelo Tesouro ao BNDES no início de 2009. Foi a forma encontrada para destravar o crédito, inclusive capital de giro, de pequenas e médias empresas. O Tesouro também liberou recursos subsidiados para que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apoiassem, respectivamente, a agricultura e o investimento imobiliário. O resultado é que, entre setembro de 2008 e julho de 2009, a oferta de crédito dos bancos estatais cresceu 33%, diante de 9,1% dos bancos privados. Barbosa não chega a criticar a "demora" do BC em reduzir os juros em meio à crise, mas diz que, diante desse fato, a Fazenda teve que adotar medidas compensatórias do lado fiscal para estimular a economia. Ele cita os cortes de impostos promovidos para evitar uma acumulação excessiva de estoques de alguns produtos - automóveis, eletrodomésticos, bens de capital e insumos da construção civil. Esta foi, sem dúvida, uma medida acertada e de custo relativamente baixo - 0,3% do PIB. O secretário menciona ainda a ajuda dada a Estados e municípios em 2009 - a manutenção dos repasses dos fundos de participação e a assunção de parte dos investimentos desses entes em saneamento básico e transporte urbano. Além disso, o governo aumentou o período máximo de recebimento do seguro-desemprego. No terceiro grupo de iniciativas estão "novas ações estruturais", como a criação de alíquotas do Imposto de Renda de pessoa física (injeção de 0,2% do PIB na renda disponível em 2009); o lançamento de um ambicioso programa habitacional (Minha Casa, Minha Vida); e a redução da taxa básica de juros (Selic) - de 13,75% para 8,75% ao ano. Nesse quesito, o secretário deixa escapar um comentário irônico. Ele lembra que, antes da crise, o juro real oscilava entre 7% e 9% ao ano e que, agora, está em 5% e, no futuro próximo, deverá variar entre esse valor e 7%. "Essa ainda seria uma taxa de juro real muito alta para padrões internacionais, mas esta é uma outra história", diz Nelson Barbosa. A crise deixou algumas lições. A primeira delas, na opinião do secretário, é que é preciso ter uma situação fiscal estável e, mais importante do que isso, um nível de reservas internacionais confortável. A segunda lição é que a existência de mecanismos de proteção social ajuda na adoção de políticas anticíclicas e que instrumentos tradicionais de intervenção do Estado, como bancos e empresas estatais, facilitam a ação do governo na estabilização da economia. A terceira lição é que uma regulação prudencial "pesada" do setor financeiro é não só útil para evitar crises, mas também para combater seus efeitos. A baixa alavancagem dos bancos brasileiros e o elevado recolhimento compulsório, segundo Barbosa, "provaram ser extremamente úteis durante a crise de crédito". Por último, o secretário sustenta que o fato de o governo Lula ser de centro-esquerda facilitou o combate à crise. "As autoridades governamentais não perderam muito tempo debatendo as implicações ideológicas de cada iniciativa", comenta ele. Cristiano Romero é repórter especial e escreve às quartas-feiras. E-mail [email protected] Governança:

Minoritários questionam acordo entre Celesc e Estado (Valor Econômico) 27/01/2010 Josette Goular, de São Paulo Um acerto de contas entre a companhia de energia Celesc e o governo do Estado de Santa Catarina firmado no fim do ano passado, sem ter sido apreciado pelo conselho de administração da companhia, levou os minoritários da empresa a bater na porta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os acionistas alegam que pelo acordo a Celesc, apesar de credora, vai ter de pagar ao governo. Além disso, os minoritários entendem que existe uma diferença de pelo menos R$ 60 milhões entre a dívida negociada e a de fato devida pelo acionista majoritário da empresa. Ontem, os acionistas da Celesc protocolaram um aditivo ao processo administrativo da CVM que no ano passado impediu o governo catarinense de receber dividendos. Questionam, pelo aditivo, os termos do acordo e pedem que a CVM intervenha na questão e apure supostas irregularidades no acerto de contas. O objetivo maior é impedir que a

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Celesc desembolse qualquer quantia até o dia 29 de janeiro, sexta-feira - data prevista no acordo como a final para liquidação financeira e contábil dos termos celebrados. A Celesc não quis comentar o assunto. A questão envolve um empréstimo feito pela Celesc ao governo do Estado em 1988 e que até hoje não foi quitado. As negociações para liquidar a pendenga ocorreram durante o ano passado, depois que se percebeu que desde 2003 não se fazia mais a retenção dos dividendos para o pagamento da dívida. Em dezembro a Secretaria da Fazenda estadual e a Celesc decidiram então extinguir as dívidas de um e de outro. A Celesc deixou de repassar mais de R$ 17 milhões em ICMS ao governo estadual e reteve R$ 14 milhões em dividendos, por determinação da CVM. Já o governo se comprometia a pagar R$ 43 milhões e não estava inclusa nessa negociação a quitação das contas de luz em atraso do governo estadual. A diferença entre as duas dívidas negociadas ficou em R$ 11 milhões, a favor da Celesc. Mas de acordo com as cláusulas do termo celebrado entre as duas partes a companhia de eletricidade não só não vai receber esse valor como tem que entregar ao governo R$ 10,6 milhões, em parcela única, dos dividendos retidos ano passado, no próximo dia 29 de janeiro. A conta que deu origem a esse valor foi a seguinte: metade da dívida entendida como devida pelo governo - R$ 21,7 milhões - estaria quite pelo que devem um e o outro. A outra metade, a Celesc fica autorizada a descontar dos dividendos que terá a pagar ao governo do Estado, como seu acionista majoritário, ao longo de 2010 e nos exercícios financeiros subsequentes, se for preciso. A questão é que os minoritários da Celesc não gostaram do acordo, entre eles a Previ, maior fundo de pensão do país, a Tarpon Investimentos e a Geração Futuro corretora. Imediatamente eles pediram para que o conselho de administração fosse reunido até o dia 28 de janeiro para discutir os termos do acordo. O pedido foi negado e a próxima reunião só acontecerá no dia 5 de fevereiro, após o pagamento. Por isso, os minoritários foram à CVM. Entre os pontos levados pelos minoritários, para serem discutidos na autarquia, está o argumento de que o valor da dívida remanescente - daquela feita em 1988 - não estaria contemplando nenhum tipo de correção monetária desde que deixou de existir a Ufir, unidade monetária que precedeu o real. Assim, a dívida apresentada de R$ 39 milhões seria, na verdade, de pelo menos R$ 100 milhões. Os minoritários querem ainda que a CVM apure responsabilidade dos administradores que assinaram o acordo. Ainda entendem que o tema deve ser discutido em reunião de conselho e que os conselheiros ligados ao acionista controlador devem ficar de fora do debate, já que o caso aborda justamente uma dívida desse acionista. Conjuntura: Percentual de itens que subiram no IPCA-15 de janeiro foi o maior desde junho de 2008

Inflação mostra sinais de pressão mais generalizada (Valor Econômico) 27/01/2010 Sergio Lamucci, de São Paulo Os primeiros índices de preços divulgados em janeiro mostraram pressões mais generalizadas do que nos meses anteriores, acendendo algumas preocupações quanto à tendência da inflação. No Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) deste mês, o percentual de itens em alta ficou em 66,4%, o maior desde junho de 2008. No primeiro mês do ano, costuma haver um número maior de produtos com variação positiva, como os 67,2% de janeiro de 2008, mas algumas elevações de preços no IPCA-15 não parecem ter caráter apenas sazonal. Além dos reajustes mais fortes de alimentos e tarifas de ônibus, houve aumentos significativos de alguns serviços pessoais - não só empregado doméstico, mas também barbeiro e costureira, por exemplo - e de aparelhos eletroeletrônicos. São sinais de que a demanda aquecida, num cenário de mercado de trabalho forte e ampla oferta de crédito, pode abrir espaço para alguns reajustes mais salgados de preços, embora os analistas não vejam uma trajetória explosiva para a inflação nos próximos meses. O economista-chefe do J. P. Morgan, Fábio Akira, chama a atenção para o comportamento da variação acumulada em 12 meses dos núcleos de inflação, que já estão acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5%. Ao excluir os itens mais voláteis ou as maiores e menores altas, essas medidas servem para captar a tendência principal dos índices de preços, tentando "limpá-los" de ruídos ocasionais. Nos 12 meses até janeiro, o novo núcleo por exclusão do IPCA-15, por exemplo, subiu 4,7%, mais que os 4,61% de dezembro e os 4,44% de novembro. Calculado pela nova metodologia do Banco Central (BC), esse indicador expurga dez itens do grupo alimentação no domicílio e dois preços administrados (combustíveis para veículos e combustíveis para uso doméstico, como gás de botijão ), com peso de cerca de 15,5% na cesta do IPCA.

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"Eu prefiro olhar a taxa acumulada em 12 meses porque ela não fica sujeita às oscilações de um mês ou outro. E, nessa base de comparação, os núcleos já estão um pouco acima da meta, o que aponta para riscos inflacionários crescentes." O novo núcleo por dupla ponderação, que diminui a importância dos preços mais voláteis, mas sem excluí-los, subiu 4,82% nos 12 meses até janeiro, depois de bater em 4,38% em novembro de 2009. Para Akira, os juros reais baixos para padrões brasileiros, a ampla oferta de crédito, os estímulos fiscais e o mercado de trabalho robusto impulsionam a demanda, o que tende a empurrar os preços para cima. Na segunda prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de janeiro, também houve uma alta mais generalizada dos preços industriais no atacado - 56,62% dos itens subiram, bem mais que os 47,83% do mês anterior, segundo a LCA Consultores. Os preços de serviços também mostraram uma alta mais forte em janeiro no IPCA-15, indicador que mede a inflação entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira do mês de referência - o IPCA capta os preços no mês fechado. O item empregado doméstico subiu 1,05%, já refletindo em parte o forte reajuste do salário mínimo, de 12%. Mas não foi apenas esse serviço pessoal que subiu com força. O item barbeiro, por exemplo, teve reajuste de 3,38%, e costureira, de 2,3%. Em momentos de demanda aquecida, em que há aumento de emprego e renda, esses serviços costumam avançar bastante, segundo analistas como Basiliki Litvac, da MCM Consultores Associados. Ela acredita em alta forte dessas cotações neste ano, de 6%, um pouco abaixo dos 6,4% de 2009. Os aparelhos eletroeletrônicos também tiveram altas mais salgadas, segundo o IPCA-15 de janeiro. O aumento do grupo foi de 0,83%, com refrigeradores subindo 2,03%, mesmo com a prorrogação para o fim de janeiro da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca que poupam mais energia. Para Akira, a alta desses produtos é outro reflexo da demanda aquecida, que sanciona reajustes mais elevados. Como reflexo da alta mais forte do IPCA-15, os analistas elevaram as previsões para o IPCA em 2010. Na pesquisa semanal divulgada pelo BC na segunda-feira, as expectativas do mercado subiram de 4,5% para os 4,6%. Para a economista Priscila Godoy, da Rosenberg & Associados, esse movimento é um dos fatores que devem levar o BC a elevar os juros em abril, para evitar uma deterioração adicional das projeções. No regime de metas de inflação, é importante manter ancoradas as expectativas, lembra Basiliki - que, como Priscila, acredita em alta da Selic em abril. Akira espera elevação dos juros um mês antes, em março. Para a reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), a aposta dos analistas é de manutenção dos juros em 8,75% ao ano, com a possível sinalização de alta nos próximos meses. O economista-chefe do Barclays Capital, Marcelo Salomon, é mais cauteloso, e acredita que o grosso das pressões inflacionárias ainda vem dos alimentos e bebidas, que subiram 0,81% no IPCA-15 de janeiro. "É preciso ficar atento à trajetória dos preços, mas ainda acho cedo para falar em altas mais disseminadas", acredita ele, que aposta em aumento da Selic em julho. Matérias-primas: Grupo leva ao presidente programa de investimentos no país de mais R$ 10 bilhões até 2012

Lula recebe plano da Votorantim e pede mais aço para navios (Valor Econômico) 27/01/2010 Paulo de Tarso Lyra e Ivo Ribeiro, de Brasília e São Paulo Carlos Ermírio, presidente do conselho do grupo: custo elevado da energia no país inviabiliza expansão em alumínio O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou ontem os empresários da Votorantim quanto à necessidade de investimentos no setor de chapas grossas. "É um mercado gigantesco que vai se abrir nos próximos anos, especialmente para a construção de estaleiros", disse o presidente, segundo relato ao Valor de pessoas presentes à reunião. Lula não vê justificativa para a importação desse produto da China se o mercado nacional tem condições de se planejar para atender essa demanda. "Escutem o que estou falando: nos próximos 15 anos, a grande mobilização política e social será contra a venda de commodities para o mercado externo e a compra de produtos beneficiados do exterior", afirmou o presidente. Os representantes da Votorantim explicaram a Lula que não fabricam esse tipo de material em suas siderúrgicas de Barra Mansa e Resende, no Estado do Rio. As chapas grossas, acrescentaram, são fabricadas pela Usiminas, empresa da qual a Votorantim tem 13% de participação acionária. De acordo com participantes do encontro, Lula disse que era preciso resolver o impasse entre a Usiminas e a Transpetro para que a produção fosse aumentada.

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A Usiminas possui duas fábricas com capacidade para produzir 2 milhões de toneladas/ano de chapas grossas e tem em andamento um projeto de expansão para mais 350 mil toneladas em Ipatinga (MG). No momento, o mercado nacional demanda 1,3 milhão de toneladas anuais. Mas a Transpetro reclama que o preço do aço chinês é mais competitivo do que o brasileiro. O presidente pediu aos empresários que estudem a questão. Estavam presentes ao encontro o presidente do Conselho de Administração da Votorantim, Carlos Ermírio de Moraes, e José Roberto Ermírio de Moraes, da Votorantim Industrial, entre outros, além dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Lula lembrou, durante a reunião, a briga que teve com a Vale no ano passado, quando questionou o presidente Roger Agnelli as razões que levavam a empresa a exportar minério de ferro para a China ao invés de vender um produto manufaturado. "Eu tive esse embate com a Vale e não gostaria de ter o mesmo embate com outras empresas", destacou o presidente. Essa questão virou bandeira presidencial. Em relação ao pré-sal, por exemplo, ele tem dito e repetido que o Brasil não será um "mero exportador de óleo cru". Lula questionou ainda o fato de a bauxita produzida pela Votorantim vir a ser beneficiada na filial da empresa em Trinidad Tobago. "Mas era uma concorrência internacional, presidente, que a gente não podia deixar de participar. Mas está claro que nossos investimentos são prioritariamente voltados para o Brasil", afirmou um dos dirigentes da empresa. Nessa questão, disse Carlos Ermírio ao Valor, por telefone, já em São Paulo, o custo da energia no Brasil para fazer alumínio não é mais competitivo - está na faixa de US$ 90 o MWhora, enquanto em Trinidad não passa de US$ 30 e no Oriente Médio fica em US$ 20. "Alertamos o presidente sobre essa questão e também sobre o impacto do câmbio no setor de celulose, um produto totalmente dolarizado". Segundo o empresário, o elevado custo da energia elétrica no país levou a empresa a abrir uma fábrica de zinco em Lima e a entrar no projeto de outra de alumínio em Trinidad e Tobago. "O presidente pediu para que formássemos um grupo de trabalho para estudar essa questão", completou Carlos Ermírio. Por esse motivo, uma expansão da CBA na cidade de Alumínio está em compasso de espera de custo mais favorável. Os representantes da Votorantim elogiaram a atuação do governo brasileiro durante a crise, afirmando que ela durou poucos meses no país e destacaram como fundamental a redução de impostos para os bens de capital, que representam 15% do custos do setor. E que, mesmo durante a crise, a carteira de venda de carros usados do Banco Votorantim - adquirido pelo Banco do Brasil - cresceu 45%, fechando o ano com um milhão de carros comercializados. Carlos Ermírio disse, após o encontro, que a empresa pretende investir R$ 10 bilhões nos próximos dois anos. Em 2007, o mesmo grupo levou ao presidente Lula uma previsão de R$ 26 bilhões de aportes no período de 2007 a 2011. "Só até 2009 investimos R$ 20 bilhões. Esses R$ 6 bilhões que faltam acabaram se transformando em R$ 10 bilhões até 2011/2012", afirmou. Neste ano, serão US$ 4,5 bilhões. A produção de cimento e de aços longos continua sendo a prioridade. "Nosso foco será atender à demanda da construção civil e de obras de infraestrutura no país nestes dois anos", afirmou. Depois de entregar cinco fábricas, com capacidade de 5,2 milhões de toneladas de cimento, outras oito serão erguidas até o fim de 2012. "Fomos ao presidente mostrar o que fizemos desde o anúncio do plano". Outro foco é a fábrica de celulose da Veracel na Bahia - parceria a europeia Stora Enso -, que será duplicada. O grupo planeja ainda retomar projetos parados na crise ainda este ano - o de polimetálicos em Juiz de Fora (MG) e o de ferro-níquel, em Goiás.

Negociação ganha corpo nos bastidores em Lisboa (Valor Econômico) 27/01/2010 Stella Fontes, de São Paulo A movimentação entre os interessados na portuguesa Cimpor é crescente nos bastidores. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que procura viabilizar a oferta pública de aquisição (OPA) lançada aos acionistas da cimenteira em 18 de dezembro, já começou a contatar individualmente acionistas da companhia, conforme havia sinalizado seu presidente, Benjamin Steinbruch. O empresário e seu diretor financeiro, Paulo Penido, já estão em Lisboa. Outra brasileira no páreo, a Camargo Corrêa tem até sexta-feira para apresentar uma oferta, em lugar da proposta de fusão encaminhada no início do ano, em cumprimento a determinação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que regula o mercado de capitais português.

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A Votorantim, por sua vez, confirmou que, no passado, mais especificamente a partir de 2008, apresentou proposta a acionistas da cimenteira portuguesa, sem vistas à aquisição do controle. Tanto Camargo Corrêa quanto Votorantim estariam de olho nos ativos da Cimpor há quase uma década . Em 2000, um ano antes da quarta e última etapa de privatização da cimenteira portuguesa, a Camargo teria apresentado uma oferta por participação acionária, que acabou não prosperando. Alguns detalhes das negociações entre supostos interessados e acionistas da Cimpor, que transcorrem longe dos holofotes, começam a se tornar públicos. Ontem, a F&C Portugal, gestora do fundo de pensão do Grupo BCP, informou à CMVM que foi procurada por duas entidades diferentes interessadas em sua fatia de 10% na cimenteira. A gestora, entretanto, não citou nomes. No mesmo dia, a CSN encaminhou documento à CMVM no qual informa que não exercerá direitos de voto, caso compre a Cimpor, antes do aval ao negócio por parte de órgãos reguladores da concorrência na União Europeia, China, Turquia e África do Sul. No Brasil, a Secretaria de Direito Econômico (SDE) também colocou as negociações no radar. No entanto, segundo a Camargo Corrêa, não houve nenhum tipo de solicitação da SDE.

SDE interfere na disputa da CIMPOR (Valor Econômico) 27/01/2010 Juliano Basile e Paulo de Tarso Lyra, de Brasília A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça decidiu promover um estado de alerta nas autoridades antitruste da Europa com relação à compra da Cimpor. O fato de a Camargo Corrêa e a Votorantim terem iniciado negociações com a cimenteira portuguesa, logo após essa última ter recusado a oferta da CSN, acendeu um alerta vermelho na SDE que, imediatamente, procurou o presidente da Autoridade de Defesa da Concorrência de Portugal, Manuel Sebastião, e a comissária de Concorrência da União Europeia, Neelie Kroes. Ambos foram informados que Votorantim e Camargo respondem a processo por suspeita de cartel no mercado brasileiro. O temor da SDE é que o suposto cartel chegue à Europa, através de empecilhos que estariam sendo criados para a CSN adquirir a Cimpor. A Camargo Corrêa e a Votorantim também receberam ofícios da SDE para responder se mantiveram contatos entre si sobre a Cimpor. A própria Cimpor recebeu ofícios com questionamentos semelhantes. Por fim, a CSN também foi notificada para apresentar à SDE a sua oferta pela Cimpor, além de "outras informações que julgar relevantes". A secretaria suspeita que a CSN estaria sendo barrada das negociações com a Cimpor por ser uma empresa independente das outras que atuam no mercado de cimento. Em 18 de dezembro, a companhia ofereceu US$ 5,53 bilhões pela cimenteira portuguesa. A oferta foi recusada. Em janeiro, a Camargo Corrêa fez uma proposta de fusão de ativos aos executivos da Cimpor que incluiu bônus de € 350 milhões aos seus acionistas. "Para nós, não importa quem vai comprar a Cimpor, mas sim, a existência de um ambiente competitivo no mercado de cimento", afirmou a secretária Mariana Tavares de Araújo. "O setor de cimento já foi condenado por várias jurisdições (países) por prática de cartel e há uma investigação em curso na SDE sobre suposto cartel de cimento no Brasil", completou. Segundo ela, uma das práticas sob investigação é a criação de barreiras à entrada no mercado de companhias que estariam fora do cartel. Há três anos, a SDE acompanhou um processo que ilustra essa prática. Uma pequena empresa do setor, a Cimentos Davi, tinha atuação agressiva no mercado, não era alinhada com as grandes do setor e chegou a denunciar outras companhias por suposta prática de cartel. Essa empresa foi adquirida pela Lafarge e, subitamente, as denúncias cessaram. Como a Cimentos Davi tinha pouca participação de mercado, o Cade não teve alternativa a não ser a de aprovar a aquisição. E como as denúncias de cartel cessaram, não houve como continuar as investigações inauguradas pelas queixas da Davi. Se a Camargo adquirir a Cimpor, o negócio deverá ser aprovado pelo Cade. Isso porque a concentração seria pequena. No mercado brasileiro de cimento, a Cimpor tem 9% e a Camargo, outros 9%. A soma, de 18%, é menor do que o patamar mínimo de previsto pela Lei Antitruste (nº 8.884) para que as aquisições sejam observadas com maior atenção, que é de 20%. Já a Votorantim teria problemas no Cade se comprar, pois detém mais de 40% do mercado no Brasil. As suspeitas da SDE tiveram início entre os dias 14 e 15 de janeiro, quando Mariana Tavares estava em Lisboa para assinatura de um acordo de cooperação com as autoridades antitruste portuguesas. Nesses dias, a Camargo anunciou a intenção de fazer fusão com a Cimpor e o assunto foi discutido entre a SDE e o Cade português. Os portugueses foram

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informados sobre investigações de cartel no setor de cimento no Brasil e, desde então, é mantido um contato entre ambos. O presidente do Votorantim Participações, Carlos Ermírio de Moraes, disse ontem que a empresa fez uma proposta de compra de uma fatia minoritária da empresa portuguesa Cimpor, mas que não visa o controle acionário da cimenteira. "Não é uma proposta hostil de controle da empresa e sim, uma oferta que concilia os interesses locais", disse, após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Carlos Ermírio disse que, durante a audiência, Lula perguntou como estava a novela Cimpor. "Dissemos que ela continuará por mais algum tempo", brincou o empresário. Segundo ele, a Votorantim acompanha a Cimpor desde 2000 e que esses contatos foram intensificados a partir de 2008. Quanto à possibilidade de uma investigação da Cade sob a suspeita de monopólio do setor de cimento, Carlos não se mostrou preocupado. "Se for algo que seja conflitante com a legislação, teremos que nos adaptar. O Cade pode impor restrições, como já fez no passado", ponderou.

Terceirizados da Petrobras param obras em Linhares (ES) (Estadão Online 19:35h) 26/01/2010 KELLY LIMA - Agencia Estado RIO - Cerca de dois mil trabalhadores terceirizados da Petrobras paralisaram as obras do módulo 3 da Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas, localizada em Linhares, no Espírito Santo. Os operários querem reajuste de 6,18% - o mesmo que foi negociado na convenção coletiva dos metalúrgicos capixabas em novembro do ano passado. Os trabalhadores, que são empregados das empresas Barafame, Paranasa, Agemor, Baltazar, entre outras contratadas pela Petrobras, também reivindicam pagamento das horas extras. Os trabalhadores querem o pagamento de 65% sobre as duas primeiras horas extras e de 100% para a terceira hora extra em diante, no caso dos dias normais da semana. Já sobre todas as horas extras dos finais de semana e feriados eles reivindicam 100% de acréscimo. Os operários querem o pagamento de 75% sobre a hora in itinere, ou seja, o tempo de transporte de Linhares até o canteiro de obras e o pagamento de todos os dias parados. A Petrobras não quis se manifestar sobre a paralisação. "Agora, a Petrobras deverá participar das negociações e assim resolver a situação dos trabalhadores, pois a previsão de que a UTGC estivesse pronta em junho deste ano para entrar em operação nos meses seguintes, está comprometida", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ES (Sindimetal), Roberto Pereira de Souza. Para a empresa, a paralisação da obra de expansão da unidade não traz prejuízos, principalmente porque as máquinas no local já estavam operando bem aquém de sua capacidade, devido à elevada oferta de gás natural no país.

Light e Cemig iniciam construção da PCH Paracambi (CanalEnergia) 26/01/2010 Usina vai fornecer energia para Baixada Fluminense. Operação está prevista para novembro de 2011 Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção A Light e a Cemig iniciaram as obras da pequena central hidrelétrica de Paracambi (RJ, 25 MW). Com entrada em operação prevista para novembro de 2011, a usina vai melhorar o fornecimento na Baixada Fluminense. O projeto faz parte do plano de investimentos da Light, no valor de R$ 2,4 bilhões nos próximos quatro anos. Para a geração, a PCH Paracambi aproveitará a quantidade de água e o desnível restante do Ribeirão das Lajes. Será construída uma barragem no rio, que dará origem a um reservatório com 2,37 quilômetros quadrados. Segundo a Light, a nova usina reduzirá a dependência externa de energia elétrica do estado, além de melhorar as condições de controle de tensão e frequência na Região Metropolitana e no Vale do Paraíba. De acordo com a Light, o empreendimento começou a ser instalado com a limpeza do terreno e o canteiro de obras. O Consórcio Construtor Paracambi é formado pela Orteng Equipamentos e Sistemas - responsável pelo projeto e pelo fornecimento dos equipamentos e sistemas elétricos - e a construtora Quebec, que responde pela parte de construção civil.

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AES Eletropaulo PNB fecha com alta de 4,77% (CanalEnergia) 26/01/2010 Eletrobrás PNB fecha em baixa de 1,51%. IEE chega aos 24.300 pontos, com alta de 1,17% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A AES Eletropaulo PNB encerrou em alta de 4,77% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta terça-feira, 26 de janeiro. Além da AES Eletropaulo PNB, também fecharam em alta a Cemig PN (4,46%), a MPX Energia ON (3,80%) e a Cesp PNB (3,20%), entre outras. A Eletrobrás PNB encerrou em baixa de 1,51%, seguida pela Coelce PNA (-1%). O Índice de Energia Elétrica chegou aos 24.300 pontos com alta de 1,17%. O Ibovespa encerrou em baixa, com -1,05%, aos 65.523 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: 4,77% AES Tietê PN: 2,03% Celesc PNB: -0,49% Cemig PN: 4,46% Cesp PNB: 3,20% Coelce PNA: -1,00% Copel PNB: 1,61% CPFL Energia ON: -0,55% Eletrobrás PNB: -1,51% Energias do Brasil ON: 0,55% Equatorial ON: 0,60% Light ON: 0,86% MPX Energia ON: 3,80% Tractebel ON: -0,87% Terna Participações UNT: -0,03% Transmissão Paulista PN: 0,17%

Eletronuclear afirma que contratação de seguros para usinas nucleares está fundamentada (CanalEnergia) 26/01/2010 Termo inclui duas apólices em vigor que cobrem danos materiais de propriedade da empresa com cobertura de US$ 500 milhões por usina Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Eletronuclear respondeu à recomendação do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, que pediu uma revisão do cálculo do seguro para a operação das usinas nucleares de Angra. A estatal afirmou que conhece plenamente os fundamentos da legislação brasileira em relação à responsabilidade da atividade de suas usinas. Em nota, a empresa esclareceu que a questão jurídica que fundamenta a recomendação do Ministério Público Federal decorre de uma discussão doutrinária acerca da constitucionalidade da Convenção de Viena. Segundo a Eletronuclear, esse acordo internacional está "devidamente ratificado" pelo Congresso Nacional. Além disso, a empresa ressaltou que o Supremo Tribunal Federal é a autoridade competente para solucionar qualquer dúvida sobre constitucionalidade. De acordo com a Eletronuclear, o seguro das usinas nucleares inclui duas apólices em vigor que cobrem danos materiais de sua propriedade com cobertura de US$ 500 milhões por usina, enquanto a outra cobre responsabilidade civil diante de terceiros, sendo US$ 140 milhões para acidente nuclear e US$ 14 milhões para acidentes não nucleares, e ainda US$ 14 milhões como empregadora. Para a empresa, os valores contratados são viáveis para cobertura dos riscos alcançados pelo seguro, sendo totalmente compatíveis com a legislação brasileira e a prática dos mais de 30 países no mundo que operam usinas nucleares. A Eletronuclear ressaltou assegurou que as populações vizinhas a centrais nucleares não serão desamparadas em qualquer evento que possa ocorrer.

Cepisa vai investir R$ 700 milhões através do Luz para Todos (CanalEnergia) 26/01/2010 Serão realizadas mais 87.005 ligações de consumidores e obras de reforço do sistema elétrico Da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças

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O Programa Luz para Todos construirá ,este ano, no Piauí, 40 mil quilômetros de rede de energia. Na próxima quarta-feira, 27 de janeiro, os presidentes da Eletrobrás e da Cepisa, José Antônio Muniz e Flávio Decat, respectivamente, anunciam a contratação de mais 17 empresas, pela distribuidora, que vão tocar as obras. Com investimentos de R$ 700 milhões, as obras vão possibilitar a realização de 87.005 novas ligações de consumidores. Além disso, serão realizadas obras de reforço do sistema elétrico incluindo a construção de mais sete subestações e ampliação de outras SEs. Também serão construídos, ao longo de 54 municípios, 852,50 quilômetros de novos alimentadores e recondutorados 1.337,45 quilômetros de alimentadores. Até dezembro do ano passado, o programa Luz Para Todos no Piauí atingiu 62.595 ligações, levando energia para 534 escolas da zona rural, 8.686 famílias que moram em assentamentos e 1.435 famílias quilombolas. O investimento já realizado é de R$ 254 milhões.

Copel registra crescimento de 3,1% no consumo cativo em 2009 (CanalEnergia) 26/01/2010 Mercado consolidado da empresa cresceu 2,3% no acumulado do ano passado Da Agência CanalEnergia, Consumidor A Copel registrou crescimento de 3,1% no consumo dos clientes cativos no ano passado, que alcançou 20.242 GWh. A classe residencial consumiu 5.664 GWh, o que significa aumento de 5,3%. O grupo foi influenciado pela redução da taxa de juros e do IPI para os produtos da linha branca, segundo a empresa. Por outro lado, a indústria teve redução de 1% na demanda para 6.704 GWh, em virtude dos efeitos da crise econômica mundial. A classe comercial consumiu 4.200 GWh, com alta de 5,9%, estimulado pelas medidas de incentivo do governo. O meio rural expandiu a demanda em 4,6% para 1.680 GWh. As outras classes - poder público, iluminação pública e consumo próprio - demandaram 1.994 GWh, com aumento de 4,3% no ano passado. O mercado fio da Copel Distribuição, que inclui - além do mercado cativo - o suprimento a concessionárias e consumidores livres no Paraná, avançou 0,8% em 2009, puxado pelo mercado cativo. Os consumidores livres reduziram o consumo em 13,2% no ano passado. No caso do mercado consolidado da Copel, que inclui as vendas da Copel GT, cresceu 2,3%. A subsidiária de geração e transmissão teve redução do mercado em 0,3%, influenciada pela queda nas vendas para consumidores livres (11,9%) e contratos bilaterais (70,3%).

CCEE tem 100% de adimplência na liquidação do MCSD de dezembro (CanalEnergia) 26/01/2010 Operação liquida R$ 77,541 milhões para o mês passado. Participaram 52 agentes, sendo 34 devedores e 18 credores Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica concluiu nesta terça-feira, 25 de janeiro, a liquidação financeira dos termos de cessão dos contratos regulados decorrentes do Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits, relativa ao mês de dezembro. A operação registrou 100% de adimplência para um montante total liquidado de R$ 77.541.041,88. Participaram desta liquidação 52 agentes, sendo 34 devedores e 18 credores.

UHE Samuel registra recorde de geração em 2009 (CanalEnergia) 26/01/2010 Total entregue ao Sistema Acre-Rondônia foi de 910.889 MWh, segundo Eletronorte Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A hidrelétrica Samuel bateu recorde histórico de geração no ano passado. O total entregue ao Sistema Acre-Rondônia foi de 910.889 MWh. Esse número equivale a uma média mensal de 103,98 MW, que representa uma diferença superior a 20% em relação à energia assegurada da usina - em torno de 85 MW. O maior valor de geração registrado até então foi em 2006, com 874.287 MWh. De acordo com a Eletronorte, os fatores que contribuiram para esse resultado foram principalmente as altas precipitações pluviométricas, a disponibilidade das cinco unidades geradoras graças às manutenções preventivas e, ainda, o comprometimento da equipe técnica da companhia. Nesse ano, a Eletronorte deverá investir na usina cerca de

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R$ 10 milhões. O orçamento será implementado principalmente na modernização dos equipamentos, os quais irão contribuir ainda mais com a geração de energia no Estado. "Com planejamento, otimização e novos investimentos, a empresa gera energia segura e confiável", afirmou o gerente da divisão de geração de Samuel, Marcial José Perez.

Aneel aprova CAR para o biênio 2010-2011 (CanalEnergia) 26/01/2010 Para o subsistema Sul, CAR foi fixada em 40% para todos os meses. No Norte, agência optou por não autorizar o uso de uma curva para o subsistema Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção A Curva de Aversão ao Risco das regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Sul para o biênio compreendido entre 1º de fevereiro de 2010 a 31 de dezembro de 2011 foram aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica, durante reunião da diretoria que aconteceu nesta terça-feira, 26 de janeiro. A CAR do Sudeste/Centro-Oeste e do Nordeste são variáveis, enquanto a do Sul foi fixada em 40% para todos os meses. No Sudeste, a CAR começa com 10% do nível máximo de armazenamento em janeiro de 2010, chegando a 31% em maio e caindo para 17% em dezembro. Para 2011, a CAR do subsistema começa em 27% em janeiro, passando para 38% em maio e para 10% em dezembro. Já no Nordeste, a CAR para 2010 se inicia em 10% do nível máximo de armazenamento, alcançando 31% em abril e maio e terminando em 17% em dezembro. Para o ano seguinte, a curva será de 28% em janeiro, chegando a 34% em abril e fechando em 10% em fevereiro. Para o subsistema Norte, o Operador Nacional do Sistema Elétrico havia sugerido que a Curva de Operação do Norte (CON), em seu primeiro período bianual, fosse utilizada como uma CAR 2010/2011. No entanto, a Aneel optou por não autorizar o uso de uma curva para esse subsistema. A agência decidiu ainda pela abertura de processo para que seja delegada competência ao Superintendente de Regulação dos Serviços de Geração para aprovar, por emissão de despacho, eventuais revisões nos valores da CAR, em virtude de modificações nas previsões de carga do biênio de interesse.

Sidnei Martini assume direção acadêmica do CTEE (CanalEnergia) 26/01/2010 Executivo será responsável pela área de treinamento da empresa do Grupo CanalEnergia Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Recursos Humanos O Centro de Treinamento e Estudos em Energia (CTEE), empresa do Grupo CanalEnergia, assume sua vertente de ensino a partir deste ano com o lançamento de cursos voltados a aprimorar o conhecimento dos profissionais do setor. Reconhecido por seu trabalho em promover eventos, que abarcam os principais fatos do setor, o CTEE, agora, quer ajudar os profissionais a se qualificar. Para comandar essa missão, Sidnei Martini, ex-presidente da Cteep e professor da USP, vai assumir a direção acadêmica do centro de treinamento. "Meu trabalho será o de sentir os momentos pelos quais passa o Setor Energético, propor capacitação e estudos, disponibilizando cursos em várias localidades, para facilitar o acesso à informação desse público interessado", disse o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia. Segundo ele, os cursos vão atender a demanda de aplicação imediata. "Buscarão focar temas relacionados com investimentos, tomada de decisões e aproveitamento de oportunidades", completou. O primeiro curso, a ser disponibilizado a partir de março, será relacionado às pequenas centrais hidrelétricas. Martini ressaltou que o segmento tem um grande número de interessados em capacitação. "Assim, PCHs será o primeiro programa a ser desenvolvido, cobrindo a visão geral do negócio e o detalhamento das várias fases que compõem as distintas etapas desses empreendimentos", salientou. Veja abaixo a entrevista completa de Sidnei Martini: Agência CanalEnergia: Como será o trabalho do senhor a frente da diretoria acadêmica do CTEE? Sidnei Martini: O Centro de Treinamento e Estudos em Energia – CTEE tem como finalidade prover capacitação e análise de situações relacionadas aos distintos momentos pelos quais passa o Setor Energético Brasileiro e internacional. Pela sua importância, a energia, em todas as suas formas, mas principalmente a elétrica, tem ocupado um espaço cada dia maior nos cenários técnico, econômico, ambiental e social. Isso significa que um número crescente de pessoas está se interessando pelo assunto e busca formas de rapidamente compreender as distintas situações que se configuram.

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Para capacitar esse elevado número de pessoas, com assuntos de rápida evolução, é preciso que se disponha de meios ágeis para ofertar cursos, estudos, informação. Meu trabalho será o de sentir os momentos pelos quais passa o Setor Energético, propor capacitação e estudos, disponibilizando cursos em várias localidades, para facilitar o acesso à informação desse público interessado. Agência CanalEnergia: Como serão os cursos oferecidos pelo CTEE a partir de março deste ano? Sidnei Martini: Os cursos buscarão atender a demandas relacionadas à imediata aplicação. Buscarão focar temas relacionados com investimentos, tomada de decisões e aproveitamento de oportunidades. Para isso buscarão sempre auxiliar os participantes na compreensão dos problemas, na análise das distintas soluções, na informação prática de como aplicá-las, e na demonstração de casos concretos relacionados. Agência CanalEnergia: Quais serão os diferenciais dos cursos e do treinamento do CTEE para os alunos? Sidnei Martini: Uma das características em cursos que tratam de assuntos vivos, que estão em evolução, é a heterogeneidade dos participantes, face aos distintos níveis de contato com o assunto tratado. Para superar essa situação os cursos serão ministrados por profissionais que atuam direta e profissionalmente com os assuntos abordados, buscando usar casos práticos e motivadores como pontos de nivelamento para o desenvolvimento das atividades dos cursos. Isso significa que o preparo dos cursos e a qualidade dos professores serão diferenciais significativos. Agência CanalEnergia: Quais serão os primeiros temas abordados neste início? Qual o objetivo? Sidnei Martini: Um dos mercados que tem ocupado um espaço discreto, mas em constante atividade, com tendência ao crescimento, é o das Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs. Um grande número de interessados tem buscado capacitação nas várias fases do ciclo de vida desses empreendimentos. Assim, PCHs será o primeiro programa a ser desenvolvido, cobrindo a visão geral do negócio e o detalhamento das várias fases que compõem as distintas etapas desses empreendimentos (projeto, construção, operação, manutenção, comercialização da energia). Há outros temas a serem abordados, que serão gradualmente anunciados. Agência CanalEnergia: Os profissionais do setor elétrico estão em constante busca de atualização de seu conhecimento. Como os cursos do CTEE vão ajudá-los nessa busca? Sidnei Martini: Inicialmente com a oportunidade dos assuntos que serão tratados nos cursos. É conhecida a falta de profissionais capacitados para atender às demandas específicas de tantos projetos, que simultaneamente são desenvolvidos. No entanto, há considerável número de profissionais que já tem boa capacitação em conteúdos básicos e que necessitam um aprofundamento dirigido a certos temas de interesse aplicativo, para atuarem em projetos reais e imediatos. O CTEE buscará atender essa demanda que viabilizará um considerável número de oportunidades profissionais, tanto para pessoas físicas, como para empresas, na capacitação de seus colaboradores. Adicionalmente, os cursos do CTEE serão oferecidos em várias localidades, facilitando o acesso dos profissionais das distintas regiões do país, além de serem oferecidos “in company” para grupos específicos. Agência CanalEnergia: O senhor tem experiência como professor universitário, pesquisador e executivo, sendo uma das personalidades mais respeitadas do setor. Como essa experiência ajudou na elaboração dos cursos e escolha dos temas? Sidnei Martini: A convivência com o mundo acadêmico e o mundo profissional das aplicações, bem como o relacionamento com professores e profissionais competentes criam um ambiente próprio para a sugestão e desenvolvimento desses cursos. Adicionalmente, a prática do dia a dia acadêmico e o contato com o volume de informação atualizada veiculada pelo Canal Energia propiciam uma visão consistente com as tendências e necessidades do mercado. Sidnei Martini é professor titular no Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Martini foi presidente da Cteep entre 1999 e 2009 e da EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) entre 1999 e 2001. O executivo é doutor em engenharia elétrica pela Poli/USP

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Reservatórios do Sul atingem 95,5% do volume armazenado (CanalEnergia) 26/01/2010 Índice está 76,7% acima da curva de aversão ao risco. Jordão opera com 103,76% da capacidade, segundo ONS Da Agência CanalEnergia, Noticiário A hidrelétrica de Jordão opera com 103,76% da capacidade de armazenamento, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico referentes à última segunda-feira, 25 de janeiro. Os reservatórios do Sul atingem 95,5% do volume acumulado. Confira abaixo a situação de cada submercado: Submercado Norte - Os reservatórios atingem 83,5% do volume acumulado, com alta de 1,2%. A hidrelétrica de Tucuruí trabalha com 78,45% da capacidade armazenada. Submercado Sudeste/Centro-Oeste - Os reservatórios têm alta de 0,3% e registram 75,8% do volume. O índice está 43,5% acima da curva de aversão ao risco. As usinas Corumbá I e Caconde operam com 88,68% e 79,57%, respectivamente. Submercado Sul - O nível dos reservatórios chega a 95,5%, com baixa de 0,3%. O índice está 76,7% acima da curva de aversão ao risco. A hidrelétrica de Jordão trabalha com 103,76% da capacidade de armazenamento. Submercado Nordeste - Os reservatórios atingem 71,5% do volume acumulado, com alta de 0,1%. O índice está 34,6% acima da curva de aversão ao risco. A usina de Sobradinho opera com 75,18% da capacidade.

Duas eólicas de Pernambuco são enquadradas no Reidi (CanalEnergia) 26/01/2010 Usinas pertencem à Eólica Gravatá Geradora de Energia e têm 4,95 MW de potência instalada Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas O Ministério de Minas e Energia autorizou o enquadramento de duas usinas da Eólica Gravatá Geradora de Energia no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura. Os empreendimentos estão localizados no município de Gravatá, em Pernambuco. Uma das usinas enquadradas no Reidi é a EOL Santa Maria, que tem 4,95 MW de potência instalada. Com a mesma capacidade, a EOL Gravatá Fruitrade também recebeu aprovação do MME para o enquadramento. As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira, 26 de janeiro.

Ecom realiza leilão de venda de energia nesta quarta-feira, 27 (CanalEnergia) 26/01/2010 No certame, serão disponibilizados dois produtos com três lotes cada, com entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste Da Agência CanalEnergia, Mercado Livre A Ecom Energia realiza na próxima quarta-feira, 27 de janeiro, leilão de venda de energia convencional e incentivada. No certame, serão disponibilizados dois produtos com três lotes cada, com entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste. De acordo com o edital, os lances de quantidade deverão ser múltiplos de 0,5 MWméd e os de preço, múltiplos de R$0,50/MWh. A companhia divulgará antes do início do leilão o valor do preço mínimo para cada produto. O termo de adesão deverá ser enviado até às 12 horas do dia do certame através do fax nº (11) 2185-9520. O leilão acontece a partir das 15 horas e o resultado será divulgado até às 18 horas. O edital está disponível no site da Ecom. Veja abaixo o período de entrega de cada produto: Produto 1 (venda de energia proveniente de fonte convencional) Lote 1: de 1º de julho de 2010 a 31 de dezembro de 2010 Lote 2: de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011 Lote 3: de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2015 Produto 2: (venda de energia proveniente de fonte incentivada com 50% de desconto na TUSD/TUST)

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Lote 4: de 1º de julho de 2010 a 31 de dezembro de 2010 Lote 5: de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011 Lote 6: de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2015

Eletronuclear abre concurso público para cadastro de reserva (CanalEnergia) 26/01/2010 Processo seletivo será realizado em parceria com a Cesgranrio, e pretende atender demanda de Angra 3 Da Agência CanalEnergia, Recursos Humanos A Eletronuclear assinou contrato com a Fundação Cesgranrio para realização de um concurso público com vagas para diversos cargos de nível médio técnico e superior. O concurso será destinado à formação de cadastro de reserva. O edital está em fase de elaboração e deve ser divulgado em breve. Quem for aprovado e se classificar na seleção poderá ser convocado, ao longo dos dois anos de validade do edital, que pode ser prorrogável, para trabalharem em qualquer lugar onde a empresa esteja instalada, de acordo com as necessidades que tiver. O cadastro de reserva leva em conta a demanda de Angra 3, porque os editais de 2008 não atenderam às expectativas da empresa. Mas a prioridade para os cargos listados no edital atual é para os classificados no concurso realizado em 2008.

Proinfa: custo do programa será de R$ 1,816 bilhão em 2010 (CanalEnergia) 26/01/2010 Distribuidoras pagarão R$ 1,640 bilhão. Custo unitário do Proinfa passou de R$ 4,43/MWh em 2009 para R$ 5,26/MWh nesse ano Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Regulação e Política O custo total previsto pela Eletrobrás para o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia será de R$ 1,816 bilhão em 2010, segundo Plano Anual do Proinfa (PAP). O orçamento foi aprovado nesta terça-feira, 26 de janeiro, pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica. Do total, as distribuidoras pagarão R$ 1,640 bilhão, as transmissoras, R$ 174,046 milhões, e as permissionárias cooperativas, R$ 1,960 milhão. As quotas de custeio, segundo a agência, representam um custo unitário do Proinfa de R$ 5,26/MWh, a ser considerado nas tarifas das distribuidoras. Em 2009, o custo era de R$ 4,43/MWh, o que representa um aumento de 18,6%. "O aumento pode ser explicado pelo aumento da disponibilidade da energia do programa e atualização dos preços, mas também pela redução do mercado de rateio após a exclusão integral da subclasse residencial baixa renda", explicou o diretor-relator, José Guilherme Senna. O número de empreendimentos previstos para operar em 2010 dentro do Proinfa, segundo a Eletrobrás, representam um total de 3.137 MW de potência instalada e uma geração prevista de 10.601.823,59/MWh. O PAP também indica a previsão de custos para 2010 associada a atividades que visam a obtenção de benefícios financeiros proveniente do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). As áreas técnicas da Aneel recomendaram a aprovação de cobertura específica para o desenvolvimento das atividades voltadas à obtenção de créditos de carbono, no valor de R$ 20,660 milhões.

Celesc PNB opera em baixa de 2,11% (CanalEnergia) 26/01/2010 AES Tietê PN registra alta de 0,22%. IEE atinge os 23.793 pontos, com -0,95% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A Celesc PNB está operando em queda de 2,11% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta terça-feira, 26 de janeiro. Além dela, o Índice de Energia Elétrica também registra outras marcas negativas, com a Cesp PNB (-2,00%) e com a Tractebel ON (-1,88%), entre outras. A AES Tietê PN opera em alta de 0,22%, seguida pela AES Eletropaulo PNB (0,14%). A MPX Energia ON está em estabilidade. O IEE chega aos 23.793 pontos com baixa de 0,95%. O Ibovespa também opera em baixa, com -1,71%, aos 65.089 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: 0,14% AES Tietê PN: 0,22% Celesc PNB: -2,11%

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Cemig PN: -1,19% Cesp PNB: -2,00% Coelce PNA: -0,83% Copel PNB: -0,80% CPFL Energia ON: -1,05% Eletrobrás PNB: -1,11% Energias do Brasil ON: -0,44% Equatorial ON: -0,60% Light ON: -0,66% MPX Energia ON: estável Tractebel ON: -1,88% Terna Participações UNT: -0,16% Transmissão Paulista PN: -0,39%

Valor da CCC será de R$ 836,959 milhões no primeiro trimestre (CanalEnergia) 26/01/2010 Distribuidoras pagarão parcelas mensais de R$ 278,986 milhões. Permissionárias recolherão R$ 5,588 milhões em 2010 Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Regulação e Política A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou nesta terça-feira, 26 de janeiro, as quotas referentes a Conta de Consumo de Combustíveis. O valor chegará a R$ 836,959 milhões no primeiro trimestre, com parcelas mensais a serem pagas pelas distribuidoras de R$ 278,986 milhões. Para 2010, o orçamento da CCC está previsto pela Eletrobrás em R$ 2,6 bilhões. Segundo o diretor-relator, José Guilherme Senna, a Aneel resolveu aprovar a quota somente do primeiro trimestre, em caráter provisório, porque a MP 466, tranformada na lei 12.111/2009, ainda aguarda regulamentação. Sem a publicação de regulamento específico do Poder Executivo, provavelmente via decreto presidencial, não há elementos para que a Eletrobrás elabore e a Aneel aprove o orçamento anual da conta. O valor da CCC para o trimestre estava previsto em R$ 653,859 milhões. No entanto, a Eletrobrás pediu para que fossem incluídos mais R$ 183,1 milhões - saldo negativo da conta -, o que resultou nos R$ 836,959 milhões. Para as permissionárias, o valor estabelecido pela Aneel para recolhimento em 2010 referente a CCC é de R$ 5,588 milhões.

Luz para Todos realiza 2,23 milhões de ligações no país (CanalEnergia) 26/01/2010 Com esta marca, registrada até dezembro de 2009, programa atende 11,1 milhões de brasileiros que moram na área rural Da Agência CanalEnergia, Consumidor Até dezembro de 2009, o Programa Luz para Todos, do Governo Federal, alcançou a marca de 2 milhões e 235 mil ligações em todo o país, atendendo a 11,1 milhões de brasileiros que moram na área rural. Estima-se que as obras do Programa tenham criado 335 mil novos postos de trabalho, diretos e indiretos ,e utilizado cerca de 5,6 milhões de postes, 1,08 milhão de quilômetros de cabos e 824 mil transformadores. São serviços nas obras, nas fábricas de materiais e em escritórios. O governo federal já assinou acordos de R$ 10,9 bilhões para investimentos no programa, dos quais liberou R$ 7,8 bilhões. Dos recursos liberados pela União, R$ 5,8 bilhões foram a fundo perdido. A utilização de recursos públicos subvencionados pelo Governo Federal visa diminuir o valor de possíveis aumentos para os consumidores. As famílias atendidas não pagam nada pela instalação da energia elétrica e recebem gratuitamente três pontos de luz e duas tomadas em casa.

Ceb investe R$7 milhões em tecnologias para diminuir roubos de cabos (CanalEnergia) 26/01/2010 Entre aquisições da empresa estão trancas de segurança, cadeados especiais, e sistema de monitoramento por câmeras

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Da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças A Ceb (DF) tem investido R$ 7 milhões em novas tecnologias de segurança para diminuir os prejuízos com roubos e furtos de cabos em 95%. Entre as aquisições feitas pela empresa estão mais de 10 mil novas trancas de segurança, 300 cadeados especiais, sistema de monitoramento por câmeras de segurança e a instalação de alarmes diretamente ligados ao centro de operação da CEB. De acordo com um levantamento da companhia, em 2006, houve perda de R$ 2 milhões e entre janeiro e outubro do ano passado, a Ceb registrou um prejuízo médio de R$ 50 mil. Segundo a companhia, em 2007, cerca de 65 mil metros de cabos de cobre foram furtados. No ano seguinte, os registros de roubos e furtos tiveram uma queda de 53%, correspondente a 35 mil metros de cabos. De janeiro a outubro do ano passado, foram furtados três mil metros. A companhia prevê para este ano a aplicação de R$ 2 milhões em novos equipamentos para garantir a segurança do sistema elétrico no Distrito Federal.

UHE Mauá: Indenizações já ultrapassam mais de R$ 65 milhões (CanalEnergia) 26/01/2010 Copel e Eletrosul já fecharam mais de 140 acordos com proprietários das terras que serão alagadas para formação do reservatório da usina Da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão O Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, formado pela Copel e Eletrosul, já fechou mais de 140 acordos com proprietários das terras, que serão alagadas para formação do reservatório da hidrelétrica Mauá (PR-361 MW). De acordo com o governo do Paraná, cerca de 80 moradores ainda serão chamados para negociar os valores de indenização, baseada no laudo de avaliação das terras e benfeitorias. Estão cadastradas 192 propriedades e 36 ilhas na área, que será desapropriada para formar o reservatório da usina, e da área de preservação permanente. Ainda segundo o governo do estado, já foram pagos mais de R$ 65 milhões em indenizações pela desapropriação para construção da UHE Mauá. Desse valor, 51% foram repassados pela Copel e 49% pela Eletrosul. Das famílias que negociaram a indenização, 72 já tiveram o direito ao reassentamento, por atenderem a critérios estabelecidos no termo de acordo, assinado entre a Associação Mauá, que representa os atingidos, e o Consórcio Cruzeiro do Sul. Além do pagamento de indenização pelas terras desapropriadas, de acordo com o governo paranaense, os moradores receberão outra propriedade, com casa, galpão e estrada de acesso, luz elétrica e água para consumo humano e animal, além de apoio técnico para que voltem a produzir. A realocação das primeiras famílias beneficiadas para as novas residências começará em breve. A usina está sendo construída no Rio Tibagi, entre Telêmaco Borba e Ortigueira, no Paraná.

SINDICAL

FSM 2010 (CUT Nacional) 27/01/2010 Escrito por CUT-RS e CUT Nacional CUT marca presença em visita de Lula ao Fórum Social Mundial, em Porto Alegre Artur Hnerique, durante visita de LulaMais de 10 mil pessoas lotaram o ginásio Gigantinho na noite de terça-feira, 26, para ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao Fórum Social Mundial. Com gritos de "Olê, olê, olá, Lula" e "Lula, guerreiro do povo brasileiro", a multidão recebeu o presidente. Em seu discurso, Lula lembrou sua participação no FSM de 2003, quando havia tomado posse recentemente como presidente da República. Lembrando da ocasião, fez uma avaliação dos 10 anos do evento para o Brasil e para a América Latina: “Passaram-se 10 anos e o Fórum continua intacto, porém, mais maduro, mais calejado, mais ciente das dificuldades”. Para o presidente o momento político que vive a América Latina é excepcional e consolida a democracia no continente.

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Presidente Lula saúda o FórumLula criticou o Fórum Econômico de Davos, afirmando que eles não previam a crise econômica mundial. “Estou aqui e daqui vou pra Davos outra vez, igual a 2003. (…) Tenho consciência de que Davos já não tem mais o glamour que eles achavam que tinham na época”, declarou em meio às palmas da multidão. A participação na conferência de Copenhagen também foi lembrada pelo presidente. Lula falou também sobre o terremoto no Haiti e sobre a Força de Paz para estabilização do Haiti, liderada pelo Brasil. “Que esse terremoto mexa com a vergonha dos seres humanos que governam esse planeta, para a gente possa fazer no Haiti agora, o que poderíamos ter feito há dez anos. O Brasil fará sua parte”, afirmou sugerindo que cada participante do FSM dedique um ano de solidariedade ao Haiti. Lula visitará o país no dia 25 de fevereiro. O presidente falou ainda sobre a realização de conferências durante seus dois mandatos. “Na Conferência Nacional de Comunicação, boa parte do empresariado não quis participar e, ainda assim, conseguimos realiza-la com milhões de pensamentos diferentes e debater um assunto que sempre foi restrito”, disse. Por fim, ele afirmou que democracia não é um pacto de silêncio, mas o direito de se manifestar “como acontece nas conferências e aqui no FSM”, finalizou. De Porto Alegre, o presidente Lula seguiu para Fórum Econômico de Davos, na Suíça, onde na quinta-feira, 18, recebe o prêmio de Estadista Global. Unidade dos movimentos sociais Antes do pronunciamento de Lula, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique e a líder de esquerda uruguaia, Lilian Celiberti tiveram a palavra. Participantes do Fórum recebem o presidenteArtur Henrique reiterou que o FSM foi responsável pela unidade dos movimentos sociais que elegeram o Lula em 2002 e pelo atual contexto político da América Latina. “O FSM nasceu lutando contra o imperialismo, a ALCA, o neoliberalismo e, nesses 10 anos, conseguiu unir a diversidade”, avaliou. Para ele, a crise econômica mostrou como o capitalismo é falho. Artur foi incisivo ao falar sobre os projetos políticos que estarão na disputa das eleições 2010. “São dois projetos distintos na disputa que se apresenta: um aponta para o retrocesso neoliberal de privatizações, de perpetuação das desigualdades, da injusta ausência de distribuição de renda, e o outro, para o desenvolvimento possível, com trabalho decente, respeito ao meio ambiente, à sociedade brasileira - e é este o projeto que queremos”, destaca. O dirigente divulgou a próxima grande mobilização da CUT, que acontece no dia 2 de fevereiro em Brasília, em conjunto com as demais centrais, em defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem a redução de salário. Artur classificou o assunto como fundamental para a construção de um novo modelo de desenvolvimento. “Temos o desafio de construir em conjunto um desenvolvimento sustentável, uma mudança no padrão de produção e de consumo e isso passa pela redução da jornada”, defende. O golpe em Honduras e a criminalização dos movimentos sociais no Brasil são exemplos de que ainda há inúmeros desafios para o movimento. “É nossa responsabilidade construir a unidade e possibilitar processos de mobilização para que o Brasil continue a mudança que está em curso”, finalizou. Lilian Celiberti saudou os participantes do Fórum e os definiu como “o povo da esperança”. Para ela, a mudança no sistema econômico é uma obra coletiva: “isso é uma luta de todos. Não queremos o racismo, a homofobia, o sexismo. Não queremos a criminalização dos movimentos sociais, pois sem eles, a democracia seria uma tumba”, declarou. Lilian falou ainda da importância do Fórum Social Mundial para a união da diversidade e na construção de um outro mundo. “Nós somos a esperança dessa mudança”, encerrou. O evento terminou por volta das 22h.

FSM faz balanço da Confecom (CUT Nacional) 27/01/2010 Escrito por CUT-RS e CUT Nacional Mídia e democracia é tema de debate no Fórum Rosane Bertotti, à esquerda Uma avaliação da I Conferência Nacional de Comunicação foi realizada na manhã desta terça-feira, 26, no Centro Universitário Lasalle. A mesa “Balanço da Confecom e agenda para 2010” faz parte da programação do Fórum Social Mundial 10 anos – Grande Porto Alegre, na cidade de Canoas.

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O coordenador do FNDC, Celso Schröder, abriu o debate afirmando que a realização da Confecom quebrou um paradigma no país. “Nunca houve uma discussão sobre comunicação em nosso país. Não havia debates que questionavam o sistema de comunicação e parte da população brasileira se negava a debater esse assunto”, declarou. O jornalista também lembrou os esforços dos movimentos sociais para a realização da Conferência e a importância da aprovação da criação de um Conselho Nacional de Comunicação. “Diante da importância das demandas que conseguimos aprovar, os ataques que sofremos se tornam pequenos”, acredita. Para a CUT, segundo a secretária de nacional de Comunicação, Rosane Bertotti, a Confecom é uma grande conquista dos movimentos sociais. “A Conferência Nacional de Comunicação foi tema de debate durante anos no movimento social, inclusive no FSM 2009 em Belém”, lembrou. “Os resultados obtidos na Conferência são fruto dos esforço e do empenho coletivo dos movimentos sociais, que demonstraram unidade durante todo o processo de organização e realização do encontro, visando sempre avanços nessa luta histórica que é a democratização da comunicação, há tempos necessária em nosso país”, ressaltou. “A aprovação da criação do Conselho Nacional de Comunicação possibilita que esse debate continue e que várias de nossas propostas aprovadas se consolidem como leis. Portanto, temos que intensificar nossa rede de comunicação. Nossos sites, nossos jornais, as novas tecnologias da comunicação e, especialmente, as rádios comunitárias, devem estar articuladas para dialogar e fazer virar lei essas propostas”, disse Rosane. O representante do Ministério da Cultura, Octávio Peiranti, fez uma avaliação positiva sobre a Conferência: “o ministério entende que comunicação e cultura andam juntas. Sempre acreditamos que a Confecom deveria ser um grande painel com as demandas da sociedade e conseguimos realizar esse debate inédito no país”. O longo ano de diálogos em todo o Brasil para realizar a Confecom e os processos de uma conferência foram o tema da fala do representante do secretário-geral da Presidência da República, Gerson Almeida. “É necessário que o processo de realização de um evento como esse seja o mais inclusivo possível”, acredita. A representante do Intervozes, Carolina Ribeiro, salientou a unidade dos movimentos sociais que conseguiram aprovar suas propostas e fazer da Confecom uma vitória para o movimento. A necessidade de continuar o debate sobre a comunicação pós-conferência foram abordados por todos os participantes da mesa. A I Confecom foi realizada em dezemro de 2009, em Brasília.

Haiti na pauta do Fórum (CUT Nacional) 27/01/2010 Escrito por João Peres, Rede Brasil Atual CUT e Via Campesina pedem a Lula que não meça esforços para a reconstrução do país Representantes da Via Campesina no Brasil e da CUT pediram ao presidente Lula que não meça esforços nos trabalhos de reconstrução do Haiti. Carlos Roberto de Oliveira, do Movimento dos Pequenos Agricultores de Rondônia, Sinevaldo Miranda, ligado ao MST, apresentaram nesta terça-feira (26) em Porto Alegre aqueles que consideram os principais problemas do país devastado por um terremoto no início deste ano. Cumprindo missão desde janeiro de 2009, os dois escaparam do fenômeno porque estão em férias no Brasil e retornam ao país caribenho no fim deste mês. Em entrevista coletiva no Fórum Social Mundial, eles aproveitaram para destacar que o Haiti não tem a violência que se fala e que lá vive um dos povos mais solidários do mundo. No documento encaminhado ao governo brasileiro, a Via Campesina solicita a construção de reservatórios, o fornecimento de cisternas para captação das chuvas e poços artesianos como alternativas para a falta de água no país. Sinevaldo Miranda aponta que a debilidade no abastecimento é muito anterior ao terremoto e que 90% da água ingerida no Haiti está com níveis de coliformes fecais acima do tolerado. Outro problema sério é a escassez de alimentos. As organizações rurais brasileiras pretendem trazer 120 jovens haitianos para que se formem técnicos agrícolas e possam trabalhar na superação de um antigo entrave ao desenvolvimento da nação. Há outras dificuldades básicas a serem superadas, como a falta de sementes, aponta

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Sinevaldo Miranda. “Como o Brasil mantém as tropas no Haiti, acredito que é mais que necessário levar uma ajuda humanitária nesse sentido. Principalmente para reforçar os camponeses”, destaca. Carlos Roberto de Oliveira destaca que o terremoto está gerando um êxodo urbano, já que as pessoas têm receio de ficar nas cidades e não nutrem perspectivas de encontrar formas de renda. Calcula-se que 60% da população economicamente ativa haitiana estava sem trabalho ou em subempregos antes do terremoto. Outro fator que atrapalha é a falta de informação: "Só para a gente ter uma ideia, teve um ciclone em 2004 em que morreram quatro mil pessoas. E pessoas no estado vizinho não sabiam o que tinha acontecido no próprio país. Os meios de comunicação são muito limitados. Acredito que há pessoas que não sabem o incidente que aconteceu em parte do país". Estados Unidos Os camponeses acham que a ajuda brasileira é fundamental e que o montante é pequeno tendo em vista um povo tão solidário e que precisa de quantias pequenas para a reconstrução. Por isso, eles consideram que países que investem tanto nas forças militares não terão problemas em fornecer assistência humanitária. Quintino Severo, secretário-geral nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e que também participou da coletiva, assinalou que a atuação dos Estados Unidos neste momento é absolutamente indevida. “Nesse momento os Estados Unidos deveriam levar retroescavadeiras, máquinas e muita gente para ajudar a reconstruir casas e estradas prioritariamente. Um soldado fardado para a guerra não tem essa autorização. Qualquer tropa que chegue ao Haiti deve estar voltada para isso”, afirma. Equipes de ajuda humanitária reclamam que os Estados Unidos chegaram rapidamente com milhares de militares nada preocupados em colaborar com a reconstrução do país. Alimentos e outros materiais a serem distribuídos para a população chegam a ficar bloqueados no aeroporto da capital Porto Príncipe por dias devido à atuação dos militares norte-americanos. Sinevaldo e Carlos garantem que não têm medo do que terão pela frente e esperam chegar rapidamente ao país. Eles embarcam no dia 31 para mais um ano de missão com outros dois brasileiros e 16 representantes de organizações sociais de outros países.

Saúde do trabalhador (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Isaías Dalle CUT defende novas regras para acidentes de trabalho e critica empresários Algumas empresas e entidades patronais continuam atacando as novas regras de sustentação financeira para o seguro acidente de trabalho. Só que agora, depois de terem tentado desacreditar as novas regras como um todo, mudaram o discurso e acusam de obscura e mal definida apenas a fórmula que mede o grau de insalubridade de cada setor econômico. Com base nessa formulação, setores do empresariado estão ingressando com liminares na Justiça para escapar das novas regras. A notícia foi veiculada na edição desta terça, dia 26, no jornal "Folha de S. Paulo". Investir em saúde vale a penaPelas novas regras, cujo conjunto entrou em vigor no início de 2010, empresas e setores contribuem mensalmente com 1%, 2% ou 3% sobre suas folhas de salários. Sobre essas alíquotas, há o multiplicador chamado de FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que varia de 0,5 a 2. A contribuição é maior para as empresas e setores onde a ocorrência de adoecimentos, afastamentos ou acidentes for maior. Onde essa ocorrência é reduzida, a contribuição diminuiu. Segundo o Ministério da Previdência, a arrecadação junto a empresas para essa finalidade atingiu R$ 8,1 bilhão em 2009, enquanto o sistema público teve de arcar com despesas totais de R$ 14,2 bilhões. "É uma lógica limpa, clara e justa: empresas que não investem em proteção à saúde dos trabalhadores, passam a contribuir mais para garantir direitos previdenciários e trabalhistas para os adoecidos ou acidentados no trabalho. Já as empresas que adotam novas práticas, que reduzem acidentes ou adoecimentos, são premiadas e pagam menos. Essa

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lógica vai ficar cada vez mais evidente daqui um a dois anos, quando os resultados das boas práticas começarem a aparecer melhor", comenta o presidente da CUT, Artur Henrique. O que as empresas estão questionando é como alguns setores, antes com baixo índice de notificação, ou seja, onde havia baixo número de registro de ocorrências, teriam sido repentinamente alçados à posição de alto grau de insalubridade. Na verdade, na avaliação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), o que os empresários estão fazendo é tentar ocultar que novas regras para combater a subnotificação estão em vigor desde 2007. Até então, para a imensa maioria de trabalhadores e trabalhadoras, por uma série de razões, entre elas a recusa dos empresários em emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), era extremamente difícil comprovar a relação entre o adoecimento ou o acidente com as condições de trabalho. Com o Nexo Técnico Epidemiológico, as doenças com maior incidência em certos setores - por exemplo, LER/DORT no setor financeiro - já são automaticamente reconhecidas como decorrência do trabalho. Assim, as empresas têm cada vez mais dificuldade para esconder os doentes ou acidentados que produzem. Os projetos que compõem o novo marco regulatório da saúde e segurança no trabalho entraram em vigor em diferentes etapas, e o funcionamento do conjunto das regras foi completado em janeiro de 2010, com o FAP. "É a partir dessa nova metodologia, muito mais justa e verdadeira, que certos setores de atividade e empresas passaram a ser classificadas em categorias de maior ou menor grau de insalubridade. Não é mágica ou exercício de imaginação, como podem querer fazer crer os empresários", explica o secretário nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Manoel Messias Nascimento . "É importante também deixar claro que todas essas novas regras foram elaboradas ao longo dos últimos anos com a participação de dirigentes e assessores das entidades patronais, tudo com muita franqueza, democracia e consenso", destaca Messias. Firme nessa convicção, a CUT vai entrar com uma ação de defesa das novas regras junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde a CNI (Confederação Nacional da Indústria) já ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade e, desde já, tem defendido, junto com as demais centrais, a legitimidade das novas regras, junto ao governo e aos próprios empresários. "O que os empresários devem ter em mente é que as empresas que adotarem medidas que melhorem o ambiente de trabalho vão pagar menos daqui pra frente. E vão fazer justiça, porque não é correto que os pequenos contribuintes sustentem a maior parte do sistema de atendimento àqueles que ficaram doentes ou se acidentaram dentro das próprias empresas", conclui Messias.

CUT no Fórum Social Mundial (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Isaías Dalle Artur Henrique, presidente da Central, fala na abertura do FSM 10 anos e defende unidade nas eleições 2010 O presidente da CUT, Artur Henrique, foi escolhido para falar em nome do movimento sindical na plenária de abertura oficial do Fórum Social Mundial 10 Anos, em Porto Alegre, na noite desta terça. A atividade tem início previsto para as 19h. Foto: Luiz Henrique SilveiraArtur antecipa que, em sua fala, vai destacar a importância da unidade da esquerda neste ano de 2010, para "impedir o retrocesso no Brasil, derrotar a direita nas urnas e nas ruas e continuar a busca por um novo modelo de desenvolvimento, em que o trabalho seja elemento central e prioritário, rumo ao socialismo", disse o presidente em entrevista ao portal da CUT. Artur lembra que foi a busca dessa unidade que fez do Fórum Social Mundial um forte movimento que derrotou a Alca, os tratados de livre comércio, permitiu a eleição de governos populares na América do Sul e que impediu o golpe contra Hugo Chavez, na Venezuela. "Daqui para a frente, apesar de sabermos que a crise financeira e econômica que explodiu em 2008 solapou as teses neoliberais, temos de saber que as mudanças só virão com nossa pressão e ação coordenada", disse.

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Fórum Social Mundial 2010 (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Paula Brandão, de Porto Alegre Mais de 30 mil marcham em Porto Alegre por um outro mundo possível e necessário CUT marca presençaDez Anos Depois: desafios e propostas para um outro mundo possível – este é o tema do Seminário de avaliação de uma década de Fórum Social Mundial, que acontece nas manhãs de 25 a 29 de janeiro em Porto Alegre/RS. A Usina do Gasômetro, patrimônio histórico e cultural da cidade abrigou a mesa de abertura, que teve a participação de importantes entidades dos movimentos sociais de vários países do mundo, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), representada por João Felício, secretário de Relações Internacionais. Também marcaram presença João Pedro Stédile, do Movimento Sem Terra (MST), o ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra e o idealizador do FSM, Oded Grajew Grajew (Cives e Movimento Nossa São Paulo), que ressaltou que a importância do FSM consiste em dar voz à sociedade civil organizada e oferecer uma possibilidade de fortalecimento da sociedade civil, a ponto de viabilizar seus objetivos. João Felício, durante a aberturaJoão Felício destacou que o grande diferencial do Fórum sempre foi o ineditismo da idéia, pois nos anos 70, 80 e 90 não havia espaço para esse tipo de debate, além de ser um espaço para todo mundo. “Essa idéia deu tão certo que já estamos comemorando 10 anos de FSM. Ao contrário do Fórum de Davos, que não foi capaz de prever a crise financeira que enfrentamos, apesar de falarmos sobre isso há bastante tempo”. Segundo Felício, para aumentar ainda mais a unidade do FSM seria importante elaborar uma plataforma com as questões sociais aqui tratadas, de forma a balizar as ações dos movimentos sociais. “A reflexão é fundamental, mas é necessário mobilização de massa, por isso, colocar tudo no papel seria importante. Teríamos uma unidade maior dentro da nossa diversidade”, aponta. O secretário finalizou reiterando sobre a necessidade de se olhar para o futuro e de construir um projeto de unidade. “Aqui as pessoas pensam o mundo de maneira solidária. Esse evento possibilita que conheçamos as diversas realidades, a pluralidade da sociedade. O Fórum é um grande projeto de unidade e só por isso já é sucesso”, completou. Coordenado por Salete Camba, o balanço também contou com as participações de Lílian Celiberti (Articulación Feminista Marcosur - Uruguai), Raffaella Bollini (ARCI - Itália), Nandita Shah (National Network of Autonomous Women's Groups (Índia), Cândido Grzybowski (Ibase) e Francisco Whitaker (CBJP). Marcha de Abertura Por volta das 15h, as principais avenidas e ruas de Porto Alegre começaram a ganhar cores, formas e sons, marcando a concentração para a tradicional marcha de abertura do Fórum. A diversidade e a pluralidade tomaram conta da paisagem, com mulheres e homens de várias gerações, raças, etnias, em plena demonstração de unidade dos movimentos sociais. São sindicalistas, estudantes, ambientalistas, feministas, partidos e movimentos políticos marchando em unidade, rumo a um objetivo em comum: um outro mundo possível e necessário. A marcha saiu do Largo Glênio Peres por volta das 17h30 e seguiu pelas ruas Borges de Medeiros, Aureliano Pinto de Figueiredo e Av. Edvaldo Pereira Paiva até a Usina do Gasômetro. Segundo os organizadores, cerca de 30 mil pessoas participaram da caminhada. A diversidade toma as ruasA CUT marcou presença com delegações de todo o Brasil representando os mais variados ramos de atividade. Alguns dirigentes da CUT Nacional participaram da caminhada, como o secretário-geral, Quintino Severo; João Felício, secretário de Relações Internacionais; Rosane Bertotti, secretária de Comunicação; Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais; Rosana de Sousa, secretária de Juventude, Dary Beck Filho e Adeilson Telles, diretores executivos. Quintino Severo parabenizou a organização do Fórum, especialmente, a CUT-RS, pelo empenho de sua direção e equipe de apoio que resultou no sucesso da marcha. Por volta das 19h, a caminhada chegou na Usina do Gasômetro e fechou o dia com shows de Bataclã FC, Renato Borgetti, Revolução RS, Marieti Fialho, Tonho Crocco, Banda Gog, Teatro Mágico, Papas da Língua e Marcelo D2. As atividades do Seminário têm início às 9h. Clique no link a seguir e assista ao vivo pelo site oficial do Fórum:

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http://fsm10.procempa.com.br/wordpress/?p=1764 Confira abaixo a programação: 26/1, terça-feira A Conjuntura Mundial Hoje / The World Conjuncture Today 9h-12h A Conjuntura Ambiental Hoje – The Current Environmental Conjuncture Coordenação: Moacir Gadotti Participantes Nicola Bullard - Focus on the Global South (Tailandia) Gilmar Mauro – MST (Brasil) Roberto Espinoza- CAOI (Peru) Hildebrando Vélez Galeano - Amigos de la Tierra (Colômbia) Justina Cima (*) MMC (Brasil) Local: Gasômetro A Conjuntura Econômica Hoje / The Current Economic Conjuncture Coordenação: Iara Pietricovsky Participantes: David Harvey - City University of New York (EUA) Susan George – ATTAC (França) Arthur Henrique da Silva Santos – CUT (Brasil) Paul Singer- FEA/USP (Brasil) Local: Assembleia Legislativa A Conjuntura Política Hoje / The Current Political Conjuncture Coordenação: Mauri Cruz Participantes: Immanuel Wallerstein – Universidade de Yale/Departamento de Sociologia (EUA) Samir Amin- Foirum Mondial des Alternatives (Egito) Jamal Juma - Palestinian Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign (Palestina) Gustave Massiah- Centre Recherches et d´Information pour le Développement (França) Gustavo Soto Santiesteban - Centro de Estudios Aplicados a los Derechos Económicos, Sociales y Culturales (Bolívia) Nalu Faria – Marcha Mundial das Mulhers (Brasil)

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Bernard Cassen – Forum Mondial des Alternatives (França) Local: Cais 6 A Conjuntura Social Hoje / The Current Social Conjuncture Coordenação: Nilza Iraci Participantes: Edgardo Lander – Universidad Central de Venezuela (Venezuela) Emir Sader- CLACSO (Brasil) Mohamed Soubhi – Forum des Alternatives Maroc (Marrocos) Ana Pizzo - Rosane Silva – CUT (Brasil) Gus Massial entra hoje – explicando pedindo o fevaor Local: Cais 7 27/1, quarta-feira Elementos da Nova Agenda I / Elements of The New Agenda I 9h-12h Bens Comuns / Common Goods Coordenação: Atila Roque Participantes: Silke Helfrich - Fundação Heinrich Boell (Alemanha) - poder Pat Mooney – ETC (Canadá) Development Studies (Africa do Sul) Camila Moreno - Terra de Direitos (Brasil) Carlos Candiotti – CONACAMI (Brasil) Vita Giovanna Randazzo Eisemann Local: Gasômetro Sustentabilidade / Sustainability Coordenação: José Antonio Moronni

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Participantes: Corinne Kumar - Cortes de Mulheres (India/Tunisia) Fátima Mello – FASE (Brasil) Rosa Chavez - Indra Lubis – Via Campesina (Tailandia) Maria Pia Matta Cerna – AMARC (Chile) Antônio Barbosa – ASA (Brasil) Luis Arnaldo Campos – Forum Panamazonico Local: Cais 7 Coordenação: Celso Wotskoswvisc Participantes: Patrick Viveret – Centro Internacional Pierre Mendes (França) Lilian Celiberti - Articulación Feminista Marcosur (Uruguai) Ladislaw Dowbor – PUC-SP Nila Heredia – ALAMES (Bolívia) Daniel Pascual – CUC-Guatemala João Joaquim de Melo Neto Segundo – Banco Palmas (Brasil) Local: Cais 6 Bem-Viver / Good Life Coordenação: Lelio Falcão Participantes: Anibal Quijano - Universidade de San Marcos (Peru) Marco Deriu - Universidade de Parma (Italia) Mercia Andrews - Trust for Community Outreach and Education (Africa do Sul) Zraih AbderKadel – Forum des Alternatives Maroc (Marrocos) Ana Maria Prestes - OCLAE (Brasil), Segundo Churuchumbi – ECUARUNARI (Peru)

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Local: Assembleia Legislativa 28/1, quinta-feira Elementos da Nova Agenda II / Elements of the New Agenda II 9h-12h Organização do Estado e do Poder Político / State Organization and Political Power Coordenação: Eduardo Mancuso Participantes: Pablo Sólon, - Aliança Social Continental (Bolivia) Njoki Njoroge Njehu - Daughters of Mumbi Global Resource Center / Africa Jubilee South (Quenia) Prabir Purkayastha - All India Peace and Solidarity Organisation (India) João Pedro Stédile – MST (Brasil) Nancy Neamtan - Chantier de l'Economie Sociale (Canadá) Giampiero Rasimelli – Euralat (Itália) Sergio Hinojosa (*) Local: Gasômetro Direitos e Responsabilidades Coletivas / Rights and Collective Responsabilities Coordenação: Quintino Severo Participantes: Carles Riera – Ciemen (Catalunha) Alberto Achito Lubiasa (Colômbia) Maria Betânia Ávila - Articulação de Mulheres Brasileiras (Brasil) Irene Khan - Anistia Internacional (Bangladesh) Kamal Lahbib – Forum des Alternatives Maroc (Marrocos) Marcos Terena – falar com a ZU Local: Cais 7 Novo Ordenamento Mundial / New World Order Coordenação: Rafael Freire Participantes:

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Patrick Bond - University of Kwa Zulu-Natal School of Development Studies (Africa do Sul) Taoufik Ben Abdallah – ENDA (Senegal) Antônio Martins – ATTAC (Brasil) Socorro Gomes - CEBRAPAZ (Brasil) Eric Toussaint – CADTM (Belgica) Teivo Teivainen – NIGD (Finlandia) Local: Cais 6 Como Construir Hegemonia Política / How to Construct Political Hegemony Coordenação: José Correa Participantes: Boaventura dos Santos – Universidade de Coimbra (Portugal) Virginia Vargas – Articulacion Feminista Marcosur (Peru) Amit Sengupta – Peoples Health Movement (India) Christophe Aguiton - Marches Européennes contre le chômage (França) Rosane Bertotti – CUT (Brasil) Local: Assembleia Legislativa 29/1, sexta-feira 9h-11h Sistematização das Grandes Questões e Contribuição para o Processo Fórum Social Mundial Local: Gasômetro 11h30-14h30 Rumo a Dakar 2011: A Multiplicidade dos Fóruns / Tpward Dakar 2011: The Multiplicity of the Forums Coordenação: Moema Miranda Crise de Civilização - Roberto Espinoza –(Peru) Forum da Palestina - Jamal Juma - Palestinian Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign (Palestina) Forum das Americas - Jose Miguel Hernandez - Encuentros Hemisfericos contra el ALCA (Cuba) Forum do Maghreb - Kamal Lahbib- Forum des Alternatives Maroc (Marrocos) Forum Panamazônico - Luiz Arnaldo Campos – Forum Social Pan-Amazônico (Brasil)

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Povos sem Estado - Carles Riera - Ciemen (Catalunha) Forum Social Africano - Taoufik Ben Abdallah - ENDA (Senegal) / Demba Moussa Dembele - Forum Social Africano (Senegal) Forum Social Estados Unidos - Michael Leon Guerrero- Grassroots Global Justice Alliance (EUA) Forum Social Europeu - Raffaella Bollini – ARCI (Italia) Forum Social Temático Bahia – Martiniano (*) – CUT (Brasil) Local: Gasômetro

Campanha Salarial (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Lucilene Santos- Assessoria de Comunicação STR Petrolina Rurais da hortifruticultura do Vale do São Francisco concluem primeira rodada de negociações Depois de quatro dias de negociações coletivas com a classe patronal, os trabalhadores da hortifruticultura irrigada do vale do são Francisco já podem comemorar avanços nas cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho. Iniciada na última terça-feira (19), no centro de Convenções de Petrolina-PE, a primeira rodada priorizou o debate sobre as cláusulas sociais e até o momento já foram conciliadas 40 delas. Negociação dos rurais de PetrolinaApesar das dificuldades na mesa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, José Tenório dos Santos, avalia esse primeiro momento de forma positiva. "Os patrões têm demonstrado falta de sensibilidade, mas, já podemos falar em bons resultados para nossa categoria. Além de preservar conquistas, avançamos em cláusulas que há dez anos não obtínhamos êxito, como a estabilidade do trabalhador na aposentadoria e melhoria de estrutura no processo de seleção para admissões. A negociação com a patronal está apenas no começo. Sabemos que teremos maiores dificuldades nas cláusulas econômicas, mas, estou entusiasmado com a conscientização, participação e intervenções dos trabalhadores em plenária", declarou o sindicalista. Na segunda rodada, marcada para próxima quinta-feira, dia 28, às 10h, no auditório do Centro de Convenções, em Petrolina, serão discutidas cláusulas como piso salarial de R$560 reais; redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais; turno de revezamento; regulamentação do contrato de safra, mudança da data base para 1º de junho; participação dos trabalhadores nos lucros e resultados (PLR) e implantação do PAT, Programa de Alimentação do Trabalhador. A Campanha Salarial Unificada 2010/2011 é realizada pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Belém do São Francisco, Lagoa Grande, Cabrobó (Pernambuco), Juazeiro, Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Curaçá e Abaré (Bahia) e reúne lideranças da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras entidades.

Jornalista haitiano denuncia: (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Democracy NOw! "EUA impuseram terremoto político e econômico ao Haiti" Em entrevista a Amy Goodman, do Democracy Now!, o jornalista do Haiti Liberte, Kim Ives, critica a presença de soldados norte-americanos no país devastado pelo terremoto. Ele lembra que, antes mesmo da tragédia do último dia 12, o Haiti já havia sido vítima de outro sismo, mas político e econômico, provocado pelos EUA há 24 anos. Para ele, melhor que enviar tropas, seria buscar o presidente exilado Jean Bertrand Aristide. "Criaria um contra-terremoto de esperança e orgulho popular". Leia abaixo a entrevista: Democracy Now!: Esta catástrofe é um acidente natural?

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Kim Ives: Não, de imediato. De fato, este terremoto foi antecipado por um terremoto político e econômico cujo epicentro está a 2000 milhas ao norte, em Washington (EUA), há pelo menos 24 anos. Podemos falar, em primeiro lugar, dos dois golpes de Estado perpetrados num período de 13 anos, com apoio dos EUA, que impôs regimes títeres que os haitianos expulsaram do poder. Mas estes golpes de Estado e as ocupações militares posteriores por forças estrangeiras (o que é proibido pela Constituição haitiana) foram destrutivas não só para o governo e a soberania nacional, mas também para os governos e assembleias legislativas locais, as prefeituras e as assembleias eleitorais locais encarregadas de eleger um conselho eleitoral permanente. Nunca se constituiu este conselho eleitoral permanente, que só existe de forma provisória e por isso (o presidente René) Préval, logo antes do terremoto, havia feito caso omisso da democracia popular, impondo seu próprio conselho eleitoral, o qual assegurava o domínio de seu partido. Democracy Now!: Para deixar claro, quando você fala dos golpes de 1991 e 2004, é preciso dizer que ambos levaram à derrubada e ao exílio do presidente Jean-Bertrand Aristide. Kim Ives: É correto. Democracy Now!: E você fala da participação dos EUA nesses golpes. Kim Ives: Assim é. Em ambos os casos as forças armadas dos EUA tiraram Aristide do Haiti. A primeira vez foi desterrado em Washington, e na segunda terminou na África do Sul, onde passou os últimos seis anos Estes terremotos políticos impostos por Washington vieram acompanhados de terremotos econômicos - as políticas econômicas que impuseram depois de expulsar a Aristide, que havia manifestado uma orientação nacionalista para construir a auto-suficiência nacional do Haiti. Os EUA não aceitavam, queriam que se privatizassem as nove indústrias estatais, que seriam vendidas a investidores norte-americanos e estrangeiros. Há uns doze anos, sob a primeira administração de René Préval, foram privatizadas a Minoterie d’Haiti e a Ciment d’Haiti, as empresas estatais produtoras de farinha de trigo e cimento. A respeito do trigo, agora temos uma população faminta. Pode-se imaginar as possibilidades se o Estado tivesse um moinho robusto, capaz de produzir farinha. O povo teria pão para comer. A empresa foi vendida para uma multinacional da qual Henry Kissinger faz parte do conselho diretor. E ponto, a empresa foi fechada. E agora o Haiti não tem um moinho de trigo, nem estatal nem privado. Democracy Now!: Onde o Haiti consegue seu trigo? É o país mais pobre do hemisfério. Kim Ives: Precisa importá-lo; uma boa parte bem dos EUA. O outro caso, mais irônico, é a fábrica de cimento. Trata-se de um país cujos fundamentos geológicos consistem, sobretudo, no calcáreo, que é o insumo básico do cimento. É um país que deveria e poderia ter uma empresa produtora de cimento, e a teve, mas foi privatizada e também fechada. Começaram aproveitando as bases daquela que foi a empresa do cimento para importar cimento. Assim, quando se viaja pelo país e se vê milhares de edifícios de cimento destruídos, pode-se lembrar que serão necessárias milhões de toneladas de cimento, e agora será necessário importar todo esse cimento em vez de produzi-lo. O Haiti bem poderia e deveria exportar cimento e não importá-lo. Democracy Now!: Um dos problemas mais dolorosos, para os haitianos no exterior é que não têm como saber sobre seus familiares no Haiti. Não podem se comunicar com eles. Kim Ives: Assim é. Democracy Now!: E isso nos leva ao tema da empresa telefônica. Kim Ives: Exato. A Teleco foi a sepultura das empresas estatais no Haiti. Durante o primeiro golpe de Estado, de 1991-1994, as rendas da Teleco mantiveram o governo exilado do Presidente Aristide. E agora vemos que, uma semana antes do terremoto, esta companhia havia sido privatizada. Foi vendida a uma companhia vietnamita, a Viettel. Se o Haiti tivesse uma empresa nacional de telefonia forte e dinâmica teria sido evitada uma grande parte dos problemas de comunicações que existem. Mas, ao contrário, todas as comunicações do país estão praticamente em mãos de três companhias privadas de celulares: Digicel, Voila y Haitel.

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Democracy Now!: Mas pode-se argumentar que a empresa foi privatizada no começo deste ano porque, por culpa dos seus donos anteriores, era ineficiente Kim Ives: Foi precisamente o que ocorreu. O governo haitiano, sob a liderança de Préval e seus ministros, sabotou e sucateou a empresa. Falo sobre isso durante estes anos. Lembro-me que há 13 anos trouxe para cá uma delegação para falar com os sindicalistas. Faz muito tempo que luto contra a privatização. Falei com um sindicalista da Teleco, Jean Mabou, um dirigente sindical. E ele me mostrou um quarto cheio de equipamentos de telecomunicações novos e modernos. E disse: “temos estes equipamentos, mas não permitem que sejam instalados. Estão sucateando a companhia estatal para privatizá-la". A ironia é que temos o lobo tomando conta do rebanho. Dessa maneira se mina a propriedade do povo em suas próprias empresas estatais. Democracy Now!: Por desgraça, o mundo só presta atenção quando ocorrem catástrofes, e agora a atenção do mundo esta focada no Haiti. Você pode fazer um resumo da história haitiana desde 1804? Kim Ives: Sim, breve. Em 1804, houve a primeira e última revolução escrava vitoriosa da história, a primeira república negra do mundo, a primeira nação independente da América Latina, que se converteu em pedra angular de todas as outras revoluções. Mas precisou esperar 60 anos até que o governo de Abraham Lincoln a reconhecesse, depois da Guerra Civil nos EUA. Depois, em 1915, os marines norte-americanos invadiram o país e se apoderaram do banco central e do governo. Passaram-se 19 anos até 1934; depois instalaram a Garde d'Haiti, a Guarda do Haiti, que funcionou como um braço dos marines para proteger os interesses dos EUA no país. A ocupação levou, em 1957, à ditadura de François "Papa Doc" Duvalier que, quando morreu (em 1971), delegou seu título de presidente vitalício a seu filho, Jean-Claude Duvalier. Democracy Now!: Qual é o papel dos EUA nessa história? Kim Ives: Os EUA sempre apoiaram a todos estes governos por razões geopolíticas. O Haiti se constituiu no principal baluarte contra o "expansionismo comunista" procedente da vizinha Cuba. Por isso os EUA sustentaram e apoiaram militar e economicamente aos regimes Duvalier, apesar da oposição do povo haitiano. Democracy Now!: Uma cleptocracia? Os ditadores se enriqueceram à custa do empobrecimento do povo? Kim Ives: Exato. E, depois de 1986 [quando o regime dos Duvalier foi deposto por uma insurreição popular], os EUA se deram conta de que esse modelo estava criando demasiados "Che Guevaras", demasiadas revoluções, na América Latina, e optaram por estas eleições de fachada para instalar dirigentes presumidamente mais democráticos, mas eram eleições compradas. O Haiti foi o primeiro país da América Latina que derrotou o esquema eleitoral promovido pelos EUA, ao eleger para a presidência um padre pobre, Jean Bertrand Aristide. Quando tomou posse, em 7 de fevereiro de 1991, Aristide declarou a segunda independência do Haiti, porque o país queria tornar-se independente do domínio dos EUA e da França. Estes responderam oito meses depois com um golpe de Estado, e o mandaram para o exílio. E assim começou o terremoto político e econômico com epicentro em Washington e Paris, há 24 anos. Assim foi dado o primeiro golpe contra Aristide. Ele foi mantido no exílio por três anos. Foi durante a administração de George H.W. Bush, mas continuou na administração de Bill Clinton. A propósito, um dos compromissos principais de Aristide ao chegar à presidência foi aumentar o salário mínimo. Na segunda vez em que Aristide foi eleito, em 2004, foi seqüestrado quase de imediato pelas Forças Armadas e de espionagem dos EUA, enviado a uma república centro-africana, onde ficou praticamente preso. Maxine Waters, congressista de Los Angeles, e Randall Robinson, fundador da organização TransÁfrica, recolheram Aristide na República Centro; de lá foram para a Jamaica e, depois, para a África do Sul, onde ele reside atualmente. Não pode voltar ao Haiti devido à pressão dos EUA. Autoridades da época, como Colin Powell e Condoleezza Rice, afirmaram que Aristide não podia sequer voltar ao hemisfério norte. No exílio, na África do Sul, o presidente Aristide declarou que quer voltar ao Haiti, e tenho manifestado essa inquietação a várias pessoas no Haiti. Em Washington, o presidente Obama designou imediatamente aos presidentes Clinton e Bush para dirigir o esforço humanitário, afirmando que suas medidas não são partidárias. Democracy Now!: Então já surge a inquietação a respeito do retorno de Aristide. Os EUA controlam o aeroporto. O presidente Préval cedeu o controle sobre o aeroporto aos EUA. Mas Aristide pediu para regressar. Qual sua opinião da

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imagem – para não falar dos recursos – dos dois presidentes afirmando que o desastre diminui a diferenças políticas e que é preciso reconstruir o país? Kim Ives: Bem, é um ponto exato. Ontem estive em frente ao hospital geral, onde vi os horrores, falando com uma multidão na esquina, e surgiu esse mesmo ponto. Porque o presidente Aristide não pode voltar? Ele quer. Assim o disse. Mas o governo não renovou seu passaporte diplomático, que já venceu. Não foi dado a ele um salvo-conduto para voltar ao país. Se o governo de Barack Obama ou qualquer outro realmente estiver disposto a tomar esta medida - talvez melhor do que todos os C-130 com seus carregamentos, não só de alimentos e ajuda médica, mas também de fuzis -, poderiam mandar um avião à África do Sul buscar Aristide. Seria um gesto que criaria uma onda expansiva, um contra-terremoto de esperança e orgulho popular, que poderia restituir a força moral que o povo precisa para superar esta crise. Democracy Now!: Para terminar – quem tem o poder aqui? Como o povo está organizado? Nesse aspecto, se coloca constantemente o tema da segurança para justificar que a ajuda fique apenas na área do aeroporto. Kim Ives: Este é o centro da questão. A segurança é um pretexto. Vemos em todas as partes do Haiti que a população se organiza em comitês populares para limpar, tirar os cadáveres dos escombros, construir acampamentos de refugiados, estabelecer segurança para esse acampamentos. Esta é uma população que é auto-suficiente, e tem sido já faz muitos anos. Mas não podem sê-lo quando chega um grupo de marines com suas M-16 e começam a gritar com eles. O cenário defronte ao hospitala geral ontem dizia tudo. As pessoas entravam e saiam do hospital para levar comida aos seus ou porque precisavam de assistência, e um grupo de soldados da brigada 82 aerotransportada, colocados em frente ao hospital, gritava em inglês para a multidão. Não sabiam o que faziam, e aumentavam o caos ao invés de diminuí-lo. Teria sido cômico se não fosse trágico. Não tinham que estar ali. Claro, se houvesse um exército de bandoleiros atacando o povo – o que não é o caso aqui – talvez precisassem trazer esses soldados. Mas agora o povo não precisa de marines, precisa de medicamentos. Esta situação resume o essencial. É o mesmo que fizeram após o furacão Katrina. São as vítimas que dão medo a eles; são “outros”, são os negros que levaram a cabo a única revolução escrava vitoriosa na história. Quem pode inspirar mais pavor a eles? Democracy Now!: E as organizações comunitárias que existem por aqui? Kim Ives: Ah, sim, As organizações comunitárias. Eu as vi, numa outra noite, na comunidade de Mattheew 25, onde estava hospedado. Um carregamento de alimentos chegou durante a noite sem aviso prévio. Podia ter ocorrido uma batalha campal. Entretanto, comunicou-se com a organização popular local, Pity Drop, que imediatamente mobilizou seus militantes. Eles organizaram o local e sua cordão de segurança. Formaram uma fila com as 600 pessoas acampadas no campo de futebol atrás da casa, que também é um hospital, e repartiram a comida de forma ordeira e eqüitativa. Foram completamente capazes. Não precisam dos marines. Não precisam da ONU. Não precisam de nenhuma dessas coisas que a mídia, Hillary Clinton e as autoridades estrangeiras nos asseguram que precisam. Essas são coisas que o povo haitiano pode fazer por si mesmo e esta fazendo para si mesmo. Fonte: Democracy Now! Tradução: José Carlos Ruy

Taubaté (SP) (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Sindmetau Trabalhadores na LG aprovam estado de greve contra impasse no plano de cargos e salários Os trabalhadores na LG Electronics de Taubaté fizeram uma paralisação de 2 horas na manhã desta terça-feira, dia 26, e aprovaram o estado de greve na empresa em protesto contra o impasse nas negociações do reajuste salarial da estrutura de cargos e salários.

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O plano de cargos e salários foi motivo de uma greve na LG no ano de 2007, e desde então a empresa vem cumprindo determinação do dissídio coletivo da Justiça do Trabalho com relação aos reajustes salariais dos trabalhadores. Neste ano, porém, a empresa apresentou uma proposta que não contempla os trabalhadores, com um índice abaixo do que foi apresentado nos últimos dois anos. Os trabalhadores aprovaram o estado de greve na LG e uma nova assembléia será realizada com os trabalhadores na manhã da próxima sexta-feira, dia 29. Nesta semana serão realizadas negociações entre o Sindicato e a empresa. Truculência - A direção da LG de Taubaté impediu a entrada dos integrantes do CSE (Comitê Sindical de Empresa) na fábrica na manhã desta terça-feira, em uma atitude truculenta e que caracteriza uma postura anti-sindical. Os trabalhadores se revoltaram, deixaram as dependências da empresa em uma exemplar demonstração de unidade com o CSE e disposição de luta pelos direitos da categoria e levaram os dirigentes para dentro da empresa. O Sindicato também repudia a postura da direção da empresa, que segundo relato dos membros do CSE, tentou impedir a saída dos trabalhadores que se encaminhavam para a assembléia que foi realizada na portaria da empresa. A LG Electronics de Taubaté tem 2.400 trabalhadores e produz telefones celulares, monitores e notebooks.

Contra a impunidade para os crimes de Unaí (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por SINAIT Auditores fiscais do trabalho organizam protesto nesta quinta-feira Na próxima quinta-feira 28, às 10h, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT promove Ato Público em frente ao Supremo Tribunal Federal - STF, em Brasília, para pedir “Julgamento Já” para os acusados do assassinato dos três Auditores Fiscais do Trabalho - AFTs e de um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Os servidores Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e Ailton Pereira de Oliveira, foram brutalmente assassinados, em janeiro de 2004, quando fiscalizavam condições de trabalho na área rural de Unaí. A manifestação contará com a participação de Auditores Fiscais do Trabalho, parlamentares, representantes de Centrais Sindicais e de entidades de servidores públicos e outras autoridades. Após seis anos de impunidade, o SINAIT clama por justiça e pede celeridade no julgamento dos acusados. Dois recursos especiais protelam o julgamento dos réus. As entidades regionais também estão organizando manifestações de protesto e os AFTs devem se engajar nessas atividades. O dia 28 também marcará a passagem do Dia do Auditor Fiscal do Trabalho, que terá o tom de comemoração, somente após conseguirmos justiça para os crimes.

Gestão pública (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por CUT-PB CUT-PB participa da IV Conferência Estadual das Cidades A Central Única dos Trabalhadores na Paraíba (CUT-PB) irá participar da IV Conferência Estadual das Cidades. O evento tem como objetivo elaborar propostas para a gestão pública, através de uma construção democrática que conta com a presença de representantes da sociedade civil de todo o Estado. De acordo com Maria da Penha Araújo, direção Estadual da CUT e representante da entidade na Comissão Preparatória do evento, a Conferência Estadual tem como lema "Cidades para todos e todas com Gestão Democrática, Participativa e Controle Social". Serão discutidos os avanços, dificuldades e desafios na implementação da política de desenvolvimento urbano. A Conferência está prevista para acontecer nos dias 19 e 20 de março, em João Pessoa.

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Segundo Maria da Penha, o evento estadual servirá para ajudar na construção da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Ou seja, serão levantados problemas e soluções que auxiliarão na melhoria de vida da população nas cidades, Estados ou Federação. "Um dos objetivos é sensibilizar o setor público e a sociedade civil para a importância de um plano de ações para o desenvolvimento urbano, que seja elaborado por quem mais sente os problemas das cidades: a população. Buscamos apontar as prioridades para o Governo Estadual e o Ministério das Cidades", destacou ela. A sindicalista explicou a Conferência Estadual das Cidades conta com representantes que já foram ou estão sendo escolhidos através das Conferências Municipais. Na Paraíba, os municípios de Campina Grande, Campo de Santana, Santa Rita, João Pessoa, Assunção, Mataraca, Alhandra e Mãe D'água já realizaram suas conferências. Durante o mês de janeiro, serão realizadas em torno de 40 conferências municipais. Maria da Penha explicou ainda que a Conferência Estadual é um preparatório para a Conferência Nacional, que está prevista para acontecer durante o mês de maio em Brasília. No evento nacional, a Paraíba será representada por 48 delegados escolhidos através de votação direta durante o evento estadual. Confira abaixo a relação de Conferências das Cidades programadas para Janeiro: DATA MUNICÍPIO 27/01/2010 - ITATUBA 28/01/2010 - INGÁ E SOUZA 26 e 27/10 - CONDE 29/01/2010 - ESPERANÇA 29 e 30/2010 - PATOS 30/01/2010 - POMBAL E SAPÉ

Jornal Brasil Atual (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Jornal Brasil Atual João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT e Boaventura de Sousa, professor da Universidade de Coimbra fazem um balanço dos 10 anos do FSM Neste 10 anos de Fórum Social Mundial, diversos fatores devem ser destacados. Entre eles, o grande impacto positivo na política mundial com a criação da consciência de integração regional no continente. A avaliação é do sociólogo e professor catedrático da faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Portugal, Boaventura de Sousa Santos, que participa das discussões deste ano em Porto Alegre. A opinião é compartilhada por João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT.

FSM: desenvolvimento, soberania e democracia – perspectivas para a sustentabilidade (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Artur Henrique, presidente da CUT Ao longo de anos, o processo de globalização, sob hegemonia do capital financeiro, fez com que os Estados nacionais, dentre eles o Brasil, perdessem, progressivamente, sua capacidade de gerar, controlar e executar uma série de políticas de suporte ao desenvolvimento econômico, de inclusão social com a geração de emprego e renda e valorização do trabalho. Suas conseqüências mais desastrosas são: desestruturação da nossa economia, fragilização do poder do Estado e desregulamentação do nosso mercado de trabalho. A retomada do papel ativo do Estado para a promoção do crescimento econômico e fundamental e significa reorientação da política econômica, das políticas sociais e da estruturação do mercado de trabalho. Mais recentemente, a crise econômica e financeira internacional, que levou dezenas de países à bancarrota e teve início do centro do capitalismo mundial, tem demonstrado diversas dimensões: financeira, econômica, social, alimentar,

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energética, ambiental, política e ideológica. Uma crise que expressa, também, uma crise do modelo global de produção e consumo de alimentos que coloca em questão a segurança alimentar e nutricional dos povos, e compromete as iniciativas de inclusão social de parcelas significativas das populações carentes. E, portanto, se coloca como necessária uma vigorosa alteração na matriz energética mundial, possibilitando que esta contemple fontes renováveis e não poluentes de energia, que não venham a agravar a fome no mundo e o aquecimento global do planeta. E também solucione aspectos equivocados dos modelos de desenvolvimento, altamente poluidores, hoje adotados por uma parcela razoável de países desenvolvidos ou em desenvolvimento e até mesmo mudanças de paradigmas. Essa crise atual permite que questionemos com mais intensidade os pilares da dominação capitalista. Sua superação deve resultar da construção de um modelo alternativo, democrático e popular com horizontes transitórios para a sociedade socialista. É nesse sentido que se localizam os projetos de Estado e de desenvolvimento defendidos por nós, que são antagônicos aos atuais, hegemonizados pelo capital. As atividades do Fórum Social Mundial neste ano de 2010 ocorrem, uma vez mais, num momento extremamente favorável aos debates sobre as possibilidades de um novo mundo. E a CUT, refletindo sua estratégia de disputar os rumos do desenvolvimento nacional, pretende levar ao Fórum sua contribuição para os debates sobre a necessária disputa de hegemonia com o capital financeiro, os grandes meios de comunicação e os setores neoliberais organizados que dão base política para o bloqueio às mudanças. Devemos disputar um modelo de desenvolvimento que tenha como elemento decisivo a participação popular nas decisões políticas; com sustentabilidade econômica, social e ambiental, distribuição de renda e valorização do trabalho dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Defendemos uma proposta de reorganização do Estado brasileiro segundo princípios democráticos; assentada na garantia e na ampliação de direitos - especialmente os do trabalho -, na crítica ao predomínio dos princípios mercantis, para reverter a lógica privatista neoliberal de sucateamento e desmonte do Estado, e na constituição de uma esfera pública cada vez mais estruturada por processos de democracia direta e participativa. Isto implica na constituição de um Estado forte, com capacidade de investimentos em políticas públicas voltadas para o atendimento dos interesses e demandas da maioria da população nos campos da educação, da saúde e da proteção social; fomentando a geração de trabalho decente e ampliando o poder de compra por meio do estímulo à produção, junto com a ampliação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Portanto, fortalecer o Estado e ampliar os espaços de participação social nas diversas instâncias decisórias é fundamental para que seja implementado um projeto legítimo de desenvolvimento para o país. Este projeto, portanto, deve continuar destacando a garantia de políticas sociais universais; investimento massivo em reforma agrária; políticas educacionais; políticas de proteção social para estruturação do mercado de trabalho, das relações de trabalho e para a distribuição de renda; a bioenergia, o petróleo e as questões ambientais e a garantia de que os empregos gerados com o crescimento econômico sejam adequados ao Trabalho Decente, com contrapartidas sociais, entre outros. Defendemos a ampliação dos investimentos sociais em infraestrutura urbana e rural (habitação popular, saneamento ambiental, mobilidade urbana e transporte público) assim como programas emergenciais focados naqueles que estão à margem do trabalho e submetidos à miséria extrema. Mas estes programas devem ser combinados com instrumentos de inclusão social. Politicas e programas sociais socialmente justos e ambientalmente sustentáveis. Reafirmamos a atualidade de um projeto alternativo de sociedade, calcado na centralidade do trabalho, da democracia e da soberania. Por isso, a necessidade de Repensar o paradigma energético produtivo, enfrentar o desafio da desigualdade, dinamizar a economia pela inclusão produtiva, capitalizar o potencial do desenvolvimento local, organizar instrumentos de regulação financeira. Pois, o Estado, o desenvolvimento e a organização social que defendemos fazem parte do projeto democrático e popular com horizontes transitórios para a sociedade socialista.

FSM: trincheira de ideias na luta pela Humanidade (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da CUT Nacional Fruto do avanço da luta popular, o Fórum Social Mundial completa 10 anos numa situação muito diferente daquela vivida nos tempos em que o avanço da globalização neoliberal e do privatismo aprofundavam o arrocho salarial, a precarização de direitos e o desemprego, no Brasil e em todo continente americano. Tempos em que os apóstolos do deus mercado diziam que a história havia acabado e que, a partir de então, só restava aos lutadores sociais a resignação. Felizmente, o FSM surgiu como expressão dos que recusaram o convite à capitulação política, ideológica e moral e, sob uma saraivada de balas e bombas, levantaram a bandeira de que um outro mundo era mais do que possível, necessário.

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Foi dessa forma, contra vento e maré, que se passou a mobilizar e conformar um campo de lutadores e lutadoras nas mais diferentes e distantes trincheiras. Trincheiras de idéias que, como disse José Marti, valem mais do que trincheiras de pedras. E, na força do exemplo, da determinação e da coerência, fomos avançando e construindo nosso bloco para a disputa de hegemonia. Agora é o momento de radicalizarmos este movimento, indo mais fundo na consolidação de propostas e alianças para efetivá-las. Hoje temos governos democráticos e populares que, em maior ou menor grau, expressam a insatisfação com aquele surrado receituário do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial de desmonte do Estado, desnacionalização e desregulamentação financeira que engendraram e alimentaram a crise ao repassar parcelas cada vez maiores da riqueza nacional à meia dúzia de famílias. Ainda que com evidentes limitações, iniciamos a virar aquela página. A passagem da fase de protesto à da proposta começa a se dar com o fortalecimento dos estados nacionais e da integração regional, com a prioridade ao mercado interno, com a garantia de direitos sociais e trabalhistas, com a valorização do trabalho, iniciativas que vêm se conformando como obstáculos reais à onda devastadora da crise soprada desde os países capitalistas centrais. O investimento na integração regional, no fortalecimento do Mercosul, e na ampliação das parcerias com os países africanos reforça a visão e a prática da soberania, da independência. Como apontam os acontecimentos, esta é uma crise econômica, política, social e cultural que coloca em xeque a ditadura praticada por mega-corporações bancárias e transnacionais, que controlam e concentram riqueza, poder e privilégios. A insensatez está evidenciada pelos gigantescos patrimônios que superam o de muitas nações, e que se sustentam pelo poder das armas, do capital e dos (seus) meios de comunicação. Esta é a expressão mais cabal do imperialismo, da sua sanha concentradora, monopolista, belicista, destruidora de países e povos, como já havia apontado Lenin na virada do século passado. É uma guerra, travada diariamente, numa invasão que vai além dos exércitos militares convencionais, que ocupam o Iraque, o Afeganistão e o Haiti, ou que mantêm sob cerco a Palestina e ganha cada vez mais peso na economia e nas comunicações, tentando corromper, comprar, vender e alienar. No plano econômico, um exemplo gritante são as recentes desvalorizações do dólar, com emissões de papel moeda sem qualquer lastro pelo governo norte-americano, ações que têm servido apenas e tão somente para expandir a sucção parasitária das nossas economias pelo capital especulativo daquele país. Prova disso é que entre janeiro e outubro de 2009, quando o dólar “desvalorizou-se” 37% em relação ao real – o que, entre outras coisas, significou o encarecimento dos produtos brasileiros em relação aos estrangeiros - as nossas exportações para os Estados Unidos despencaram 45,1%, comparadas ao mesmo período do ano anterior. “É uma escandalosa política, na qual os EUA estão tentando fazer o resto do mundo pagar a conta da crise e exportando desemprego... Isso é uma imensa transferência de riqueza do resto do mundo para os bancos norte-americanos recomporem seus balanços”, reconheceu o editor da revista de economia do Banco Mundial, Yoshiaki Nakano. E acrescentou: “A verdade é que os EUA desencadearam uma guerra cambial dissimulada com sua política monetária escandalosa de juro zero e de emissão de dólares, inundando as economias emergentes, adquirindo ativos, inflando as Bolsas e apreciando suas moedas”. Na área comunicacional, os negócios da indústria do entretenimento somam mais de US$ 1,5 trilhão, sendo US$ 260 bilhões só nos EUA, com um estreito vínculo entre a indústria bélica e os interesses nacionais norte-americanos. Assim, para uma boa parcela da população bombardeada diariamente com desinformação e manipulação, torna-se natural que rambos e generosos agentes da CIA enfrentem vietnamitas torturadores, palestinos terroristas, cubanos traficantes e outras invencionices. Como a batalha da mídia virou uma guerra de posições, como já nos alertava Gramsci, não se dá bem quem entrega a própria trincheira ao inimigo. No caso do Programa Nacional dos Direitos Humanos, assim como nas campanhas orquestradas contra a Conferência Nacional de Comunicação e contra a anulação do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, os meios de comunicação negaram e continuam negando espaço ao contraditório em emissoras de rádio e televisão que são concessões públicas. Da mesma forma que nas recentes declarações preconceituosas de Boris Casoy, que permanecem impunes. A questão é gravíssima, pois é o interesse do povo brasileiro que está sendo desconsiderado, apagado e mutilado: nossa cultura, nossas raízes, nossa música, nossos desenhos, nossos heróis, nossos valores, nossa auto-estima, a forma como nos vemos e vemos aos outros... E ainda pior, tentam desqualificar como censura as propostas de democratização. Como já nos alertou Marx, os meios "recolhem, produzem e distribuem conhecimento e ideologia”. Daí a necessidade da democratização da comunicação. Ainda mais quando os mesmos que controlam os meios eletrônicos são também donos de jornais e revistas, conformando uma propriedade cruzada que atenta contra a própria Constituição, reforçando a multiplicação de versões como verdades. A natureza escusa destes negócios explica o medo pânico dos atuais barões da mídia com os novos tempos.

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Sendo palco da disputa estratégica entre o velho e o novo, entre o avanço e o retrocesso, entre o futuro e o passado, a comunicação tem papel fundamental na construção da hegemonia, na consolidação de valores, no tamanho do horizonte a ser brindado às gerações. Daí as razões da Constituição Federal afirmar que os meios de comunicação não podem ser objeto de monopólio ou oligopólio e prever mecanismos de defesa frente a programações que atentem contra os direitos humanos, proibir a concentração abusiva, garantir espaço para a produção regional e independente e ainda estabelecer a complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal. Apesar de reconhecer a natureza pública do setor e a sua importância vital para a nação, passadas duas décadas os principais artigos da Constituição ainda não saíram do papel e continuam sendo alvo dos latifundiários midiáticos, que qualificam o controle social de “censura” e qualquer mecanismo público que discipline a sua bandalheira como “autoritarismo”. Nunca a Humanidade esteve sob o tacão de ameaças tão reais à sua sobrevivência, como evidenciam a contaminação ambiental, o câmbio climático e o genocídio provocado por armas cada vez mais mortíferas, ao mesmo tempo em que jamais reuniu melhores condições para superar estes entraves e construir uma cultura de paz e harmonia, de justiça e solidariedade. A ação do movimento social, potencializada por este Fórum, tem a responsabilidade de impulsionar com sua energia, consistência e coerência à caminhada pela libertação, ao lado dos governos progressistas, acumulando força e consciência para enfrentar este desafio e seguir em frente. Daí a necessidade de construirmos instrumentos contra-hegemônicos, pautando o debate com a nossa visão, enfrentando a política preconceituosa dos donos da mídia, de criminalização dos movimentos sociais, de invisibilização de projetos e ações que apontam para a transformação, consolidando os alicerces da nova sociedade. “Fé na vida, fé no homem, fé no que virá! Nós podemos tudo, nós podemos mais, vamos lá fazer o que será”.

Descaso da Caixa com empregados marca negociação sobre jornada de trabalho (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Contraf/CUT Na rodada de negociação da mesa permanente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), realizada na última sexta-feira, dia 22 de janeiro, em Brasília (DF), a Caixa Econômica Federal frustrou mais uma vez seus empregados ao insistir na proposta de mudança de jornada de oito para seis horas para os ocupantes de cargos técnicos e de assessoramento vinculados ao PCC de 1998, com a consequente redução proporcional do salário. Na reunião, a empresa apresentou as linhas gerais de sua proposta. A Caixa pretende pagar uma indenização de 40%, em média, para os empregados com ou sem ação judicial que trabalharam oito horas diárias nos últimos cinco anos, independentemente de exercerem hoje essa jornada. Para levar adiante esse objetivo, a empresa informou estar amparada em decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ainda segundo a Caixa, cerca de 24 mil bancários estão aptos a celebrar acordos para o pagamento dessa indenização, ficando de fora os segmentos de avaliadores de penhor e de Técnicos de Operações de Retaguarda (TORs), que vão continuar submetidos a uma jornada de oito horas diárias. A medida é esdrúxula e contraria por completo a proposta defendida pelo movimento nacional dos empregados, que reivindica jornada de seis horas para todos os bancários, sem diminuição de salário. O valor de 40% a título de indenização, inclusive, é considerado muito aquém das demandas dos ocupantes de cargos técnicos. Outro ponto inaceitável é a discriminação aos segmentos dos avaliadores de penhor e de técnicos em operações de retaguarda. Na reunião com a empresa, a Contraf/CUT - CEE/Caixa reafirmou a necessidade de respeito à jornada de seis horas para todos os bancários, sem redução salarial. Essa reivindicação está sintonizada com a luta pela contratação de mais trabalhadores, ambas incorporadas às mobilizações das entidades associativas e sindicais. Os outros itens negociados na rodada desta sexta-feira foram os seguintes: Climatização do ambiente das agências

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A Contraf/CUT - CEE/Caixa cobrou dos representantes da empresa solução imediata para a falta de funcionamento dos aparelhos de ar-condicionado instalados em unidades país afora, situação que vem provocando desmaios em bancários e clientes por causa do calor. Os problemas se multiplicam devido não só ao ar-condicionado quebrado, mas também por infiltrações nas paredes e tetos, elevadores com funcionamento deficiente e forros com defeitos, entre outras situações. Como os problemas são recorrentes e falta manutenção adequada em equipamentos e mobiliário, a representação nacional dos empregados reivindicou a adoção de uma política emergencial para as unidades, de modo a acabar com o calor insuportável. A preocupação da Contraf/CUT - CEE/Caixa é com a saúde dos trabalhadores, clientes e usuários. A manutenção desses equipamentos, segundo a Caixa, é feita por empresa terceirizada. Nesse particular, a Caixa alega a existência de dificuldades na contratação desses serviços, informando ter a intenção de implantar, a partir deste ano, um plano emergencial de substituição dos equipamentos com vida útil vencida. Os representantes dos empregados formalizaram protesto contra o descaso da Caixa em relação à manutenção do mobiliário de suas agências. A demora para consertar os aparelhos de ar-condicionado, por exemplo, adoece os trabalhadores e tumultua mais ainda a já sobrecarregada rotina de trabalho nas unidades. Saúde Caixa Desde 2008, a Caixa não vem cumprindo o que consta na cláusula sobre Saúde Caixa do acordo coletivo aditivo. O plano apresentou superávit de R$ 9 milhões em 2007 e de R$ 21 milhões em 2008, representando um aporte de 32% e 36%, respectivamente, por parte dos empregados. Pela regra, tem que ser respeitada a proporção 70% (Caixa) X 30% (empregados) no total do custeio das despesas assistenciais. A empresa informou que não pretende aplicar reajuste nos itens de custeio do Saúde Caixa, ficando o teto anual congelado em R$ 2.400. No entanto, a Caixa não apresentou os números revistos de todos os exercícios desde 2004, conforme o combinado, e também não fez a devida reelaboração dos balanços com base em valores reais. Tampouco foi concluído o processo de contingenciamento devido à falta de sistema, referente ao período de abril de 2005 a abril de 2007, o que inviabilizou o trabalho do Conselho de Usuários. O assunto será discutido provavelmente em rodada de negociações em meados de fevereiro. O Saúde Caixa apresenta problemas como deficiência no atendimento e falta de estrutura, com grave consequencia em relação à gestão. Para acabar com a falta de estrutura, a Contraf/CUT - CEE/Caixa reivindica a criação de uma unidade para atendimento exclusivo do Saúde Caixa e saúde do trabalhador em cada estado. Os comitês para acompanhar o processo com a rede de credenciados e descredenciados ainda estão sendo constituídos. Esses comitês serão formados por representantes indicados pela Contraf/CUT e pela Caixa, com a garantia de participação dos aposentados. A previsão é de que a primeira reunião desses comitês ocorra em março. A A AA Eleição para as Cipas A Caixa informou que a eleição por meio eletrônico nas unidades sem Comissão Interna de Prevenção de Acidente (Cipa) serão realizadas na medida em que forem encerrados os mandatos dos representantes indicados. A alegação é de que o sistema não comporta eleições nacionais simultâneas. As entidades representativas reafirmaram a necessidade de que as eleições dos cipeiros sejam concentradas em um mês por ano, conforme combinado em reunião anterior. A Caixa ficou de analisar a viabilidade técnica dessa reivindicação. Exaustores em ambientes de penhor A Contraf/CUT - CEE/Caixa voltou a cobrar a instalação de exaustores nos ambientes de penhor que não tenham ventilação e em todos os locais de trabalho que isso se fizer necessário, para absorver os vapores tóxicos. A empresa prometeu realizar novas avaliações, sobretudo com o filtro de carvão. O assunto voltará a ser negociado na próxima reunião. Excesso de jornada dos caixas executivos A representação nacional dos empregados cobrou da Caixa urgência na solução dos problemas que estão ocorrendo e medidas imediatas para coibir as situações caóticas causadas pela falta de pessoal, como o excesso de jornada dos caixas executivos, as falhas no atendimento, as doenças ocupacionais e a falta de segurança. Há, inclusive, agências com empregados sem curso de caixa. Cobrada a esse respeito, a empresa informou que os cursos de capacitação são organizados pelas Superintendências Regionais (SRs).

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Foram denunciados ainda os casos de caixas executivos que fazem até 900 autenticações, o que vem causando problemas de saúde. A Caixa ficou de levantar os dados das diversas situações, de modo a que sejam buscadas soluções para o problema do excesso de jornada. Em algumas localidades, muitos trabalhadores são obrigados pelos gestores a fazer horas extras descabidas no período de um dia, por exemplo. O abuso na gestão é também frequente em diversas unidades pelo país, causando em consequência pressão desmedida no dia a dia dos trabalhadores. Há casos de empregados que são pressionados a participar de reuniões fora do horário de trabalho, sem contabilização de horas extras. Essa política desmotiva totalmente os bancários e provoca efeito cascata nas agências: a SR cobra dos gestores, que cobram dos empregados, que se desesperam com tanta pressão descabida por metas. No tocante ao item contratação de mais empregados, a Caixa informou que 1.630 novos bancários foram contratados no segundo semestre de 2009. Em janeiro deste ano, segundo a empresa, o índice de contratação foi de 268 trabalhadores, enquanto em fevereiro a previsão é de que sejam contratados mais 901 empregados. A empresa estimou para março a realização de concursos públicos nas bases de São Paulo/Rio de Janeiro e nas demais regiões do país. No caso do eixo Rio/SP, como o concurso em vigor vence em maio, o edital sai em fevereiro e as provas ocorrem em abril. Para os demais estados, o concurso vigente vence em junho, o edital será publicado em março e as provas serão realizadas em maio. A Caixa informou que o resultado desses concursos deve ser homologado até o fim de junho, impreterivelmente, devido às eleições gerais de outubro. Os bancários selecionados, no entanto, serão contratados depois de encerrada a vigência do concurso anterior. Dias parados A Contraf/CUT - CEE/Caixa cobrou a devolução dos valores descontados em decorrência da prorrogação da greve de 2007 nas bases sindicais de Belo Horizonte, Salvador e Sergipe. Também foi cobrada a restituição dos descontos indevidos referentes aos dias parados na greve de 2008, no caso das bases do Distrito Federal e de Mato Grosso. Foi reivindicada ainda a adoção de uma fórmula adequada para solucionar os problemas com os dias parados, de modo a zerar mais essa pendência. O assunto voltará a ser debatido na próxima rodada de negociações. Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) A Caixa informou que o Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) foi aprovado nesta semana pelo Conselho de Administração e Conselho Diretor da empresa. O primeiro PAA ocorreu no fim de 2007 e registrou um índice de 30% de adesões. Essa, aliás, é a expectativa da empresa para o patamar de adesões ao plano que pretende levar adiante neste ano. A proposta do novo PAA está voltada basicamente para dois grupos: o dos 4.396 empregados que já estão aposentados pelo INSS e continuam trabalhando e o daqueles aptos a se aposentarem até a data de 28 de fevereiro de 2011, em torno de cinco mil bancários. O prazo para adesões vai de 1º de fevereiro a 1º de março deste ano. Foi estabelecido um período para o desligamento da empresa: de 2 de março a 30 de abril. A empresa informou ainda que o tíquete-alimentação não fica garantido para o empregado que aderir ao Plano de Apoio à Aposentadoria. PCS: promoção por mérito Os representantes dos empregados cobraram, por fim, a conclusão do processo de avaliação de desempenho e da promoção por mérito no âmbito do Plano de Cargos e Salários (PCS). A Contraf/CUT - CEE/Caixa reafirmou que a Universidade Caixa se insere nesse processo e cobrou urgentes definições na metodologia conceitual, para nivelar as diversas ideias relacionadas aos critérios a serem estabelecidos pela comissão nacional paritária. Na ocasião, a empresa assumiu o compromisso de concluir esse trabalho até o fim de janeiro deste ano. O assunto, aliás, foi remetido para a pauta da próxima reunião.

Servidores da Funai participam de Encontro Nacional do setor (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Sindsep-PE

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Os servidores da Funai de Pernambuco, Distrito Federal, Pará e Rondônia e lideranças indígenas participaram, no último dia 23, um Encontro Nacional do setor realizado pela Condsef, em Brasília. Em pauta, o decreto 7056, que extingue o órgão em vários estados, inclusive Pernambuco, e elaborar calendário de mobilizações. A reivindicação principal dos servidores da Funai é a revogação do Decreto 7056 e abertura de um processo de negociação sobre a reestruturação da Funai, partindo da premissa dos trabalha-dores e das comunidades indígenas assistidas. Os servidores avaliam que o decreto vem na contramão da reestruturação da Funai, classificando-o como “retrocesso a todas as ações que são executadas pelo órgão”. Os servidores da Funai avaliaram que é necessário unir forças para pressionar o presidente Lula a revogar o decreto. O objetivo é conseguir apoio também de deputados, senadores, governadores e da sociedade. A Condsef pretende articular com as entidades filiadas e entrar com uma ação judicial para que as dependências da sede da Funai, em Brasília, sejam desocupadas pela Força Nacional. Os soldados se encontram no local desde último dia 18, quando índios de todo pais, que ocupavam o prédio desde o dia 11 de janeiro, saíram pacificamente. A Assessoria Jurídica da Condsef planeja analisar a minuta de uma ação judicial que foi encaminhada para a OAB, com a argüição de inconstitucionalidade do Decreto 7.056/09, bem como, avaliar as possibilidades das entidades filiadas entrarem com ação de mesmo teor. AGENDA Um novo Encontro Nacional de Servidores da Funai deve acontecer na primeira quinzena de março. No próximo dia 11 de fevereiro, haverá uma reunião no Ministério do Planejamento para que o órgão apresente uma resposta sobre a proposta de Plano de Carreira Indigenista.

Emir Sader: A maior de todas as batalhas (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Blog do Emir O maior debate contemporâneo, aquele que reaparece cotidianamente, que praticamente cruza todos os maiores problemas que enfrentamos, é o da solidariedade. O aspecto mais negativo do vendaval avassalador com que o neoliberalismo tratou de se impor em nossas sociedades é o egoísmo. Egoísmo, individualismo, consumismo contra solidariedade, justiça, direitos – esta é a maior batalha ideológica e de comportamento, no Brasil e no mundo, atualmente. As expressões da postura egoísta são muitas: FHC dizia que no Brasil haveria milhões de “inempregáveis”, isto é, de gente - segundo essa visão – demais, que não cabem “no mercado” – que é o critério da direita para saber quem cabe e quem não cabe. A direita espanhola usa a frase “Não cabemos todos”, para tentar excluir aos imigrantes do alistamento nos serviços sociais. Se trataria de governar para uma parte da sociedade – um terço, no máximo um pouco mais -, porque se fundam no critério do que cabe no mercado. Não pensam a sociedade como um todo, filtram o que o mercado torna possível, condenando o resto ao abandono. No Brasil de hoje, um país inquestionavelmente menos injusto do que era antes do governo Lula, se deveria contar com amplo apoio na questão mais importante que o país enfrenta: de ser uma sociedade para todos. Não somos um país pobre, pelos padrões internacionais, mas somos o país mais injusto, do continente mais injusto. Injusto, não pela miséria generalizada, mas pela distribuição de renda super desigual, entre os pólos de riqueza e de pobreza. O tema do “país para todos” deveria ser o critério essencial para definir a natureza do Brasil hoje, a quantas andamos, que futuro queremos para o país. Porém é de temer que o critério da situação de cada um – especialmente nos setores de classe média – seja o essencial. Enquanto a economia crescer e atender as demandas de grande parte da população, as pessoas se sentem contentes, apóiam o governo Lula. Não parece que a extensão dos direitos aos até aqui sempre excluídos, os processos de distribuição de renda, o aumento sistemático do nível de emprego formal, entre outros aspectos inegavelmente positivos, sejam os critérios básicos para nortear o ponto de vista político das pessoas. Para a direita, é claro, se trata de tentar impedir que esse processo prossiga. Seu maior fantasma é o de uma adesão duradoura do povo a projetos de justiça social. Ela se ampara no mercado e nos seus critérios seletivos e excludentes.

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Para a esquerda, se trata de travar a maior de todas as batalhas: a luta pela construção de idéias solidárias, de fraternidade, de justiça, fundadas no direito de todos. Sem isso, se poderá avançar, conforme o sucesso econômico e a possibilidade de extensão do acesso a bens para todos. Porém, nosso critério tem que ser o da prioridade radical de incorporação aos direitos básicos dos pobres, da grande maioria, até aqui sempre marginalizada, do Brasil. Ajudar a que tomem consciência dos seus direitos, de quem são seus inimigos, de como podem e devem se organizar para garantir seus interesses e a continuidade dos projetos que os beneficiam. Ajudar a que sejam o sujeito fundamental na construção de um país justo, solidário, para todos. Aí se joga o futuro do país: na superação do egoísmo, do consumismo, dos critérios de mercado, pelos de justiça, de solidariedade, de direito para todos.

Trabalhadores conquistam acordo na Rolls-Royce, em São Bernardo (SP) (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Em assembleia rea-lizada na última quinta-feira, 21, os trabalhadores na Rolls-Royce, em São Bernardo, aprovaram acordo sobre compensação dos dias pon-tes durante este ano. Esse acordo foi cons-truído entre o CSE e a di-reção da empresa depois da rejeição, no início da sema-na, de proposta apresentada pela Rolls-Royce, que previa a compensação de somente uma parte dos dias pontes. Outro motivo para a rejeição foi que, pela pri-meira vez, a empresa não negociou um acordo com os trabalhadores, apresentando uma proposta unilateral. Na negociação, como forma de pres-são, os trabalhadores de-sencadearam o movimento contra horas extras "Quem quer ponte não faz extra". Pela proposta aprovada, foram antecipados quatro feriados que seriam na terça-feira, 26. "O acordo soluciona o impasse criado neste ano e garante negociação sobre o assunto nos próximos anos", disse Rogério Fer-nandes (Rogerinho) da coordenação do Comitê Sindical.

Começa cadastro de empresas para ampliar licença-maternidade (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Portal Terra Começou nesta segunda-feira (25) o cadastro das empresas privadas no programa Empresa Cidadã, que permite que funcionárias destas companhias possam pedir a extensão de quatro para seis meses do período de licença-maternidade. Segundo a nova norma, para ter direito aos dois meses a mais de licença, a empregada precisa requerer a prorrogação do salário-maternidade até o final do primeiro mês após o parto. Também terão direito à prorrogação a empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, pelos seguintes períodos: mais 60 dias, quando a criança tiver até um ano de idade; mais 30 dias, quando a criança tiver entre um e quatro anos de idade; mais 15 dias, quando a criança tiver entre quatro e oito anos de idade. No período de licença-maternidade a criança não poderá ser mantida em creche ou organização similar. Já para trabalhadoras que já estão em licença-maternidade e ultrapassaram 30 dias após o parto, a data-limite para fazer a solicitação da prorrogação do período por mais dois meses junto à empresa acabou na última sexta-feira. Empresas Segundo a Receita, somente as companhias que optam pelo regime tributário de lucro real podem se inscrever no programa Empresa Cidadã. A Receita afirma que a maiora das grandes empresas adota este regime. Companhias que prestam contas pelo regime do Simples, por exemplo, não podem aderir. O pagamento feito à trabalhadora nos dois meses extras de licença-maternidade será abatido pela empresa do imposto de renda devido.

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Sindicato e trabalhadores denunciam falta de respeito na Autometal de Taubaté (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Sindmetau Os trabalhadores na Autometal participaram de uma mobilização na manhã desta terça-feira, dia 26, em protesto contra as demissões que vem sendo realizadas na empresa sem a devida discussão com o CSE (Comitê Sindical de Empresa) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região. Segundo o presidente do Sindicato, Isaac do Carmo, o Sindicato vai mobilizar a categoria e reverter as demissões realizadas, além de evitar que novas demissões sejam efetuadas. "Nem nos piores momentos da crise econômica houve demissões e não vai ser agora que o Sindicato e os trabalhadores irão aceitar essa postura", disse Isaac. Outro caso que revoltou os trabalhadores foi a demissão de um trabalhador acidentado em 2009, em uma total falta de responsabilidade da Autometal. No acidente, o trabalhador perdeu os dedos das mãos e a empresa não garantiu seus direitos, sem contar o descaso com as normas de segurança do trabalhador que teriam evitado o acidente. O Sindicato afirma que não aceita esta demissão e vai procurar a empresa para garantir o direito deste trabalhador. "Os trabalhadores devem permanecer mobilizados junto com o Sindicato para que a empresa não tome novas posturas arbitrárias como vem tomando", disse ainda o presidente Isaac. A Autometal tem cerca de 440 trabalhadores e produz autopeças para Volkswagen, Ford, GM e Fiat.

Nova direção do Stimepa toma posse (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Valter Bittencourt - Imprensa CNM/CUT, com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre A chapa Atitude Metalúrgica do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Porto Alegre - Stimepa, eleita em novembro, tomou posse na última sexta-feira (22). A solenidade, que aconteceu na Escola Técnica Mesquita marcou a posse do companheiro Lírio Rosa, como presidente da entidade - filiada à CNM/CUT - que vai contar com o apoio e dedicação dos demais diretores nas lutas da categoria. "A nova direção assume com o compromisso de manter a categoria unida em torno de bandeiras históricas como a luta pela redução da jornada sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, a aprovação da Convenção 158 da OIT", disse o presidente eleito. Ele afirmou que o sindicato também terá a tarefa de avançar em temas como a formação e capacitação de dirigentes sindicais, realização de campanhas permanentes de sindicalização, incentivo a participação nas cooperativas habitacionais e de crédito, realizar ações de conscientização e preservação do meio ambiente, promover ações concretas nas áreas da juventude, mulheres e questão racial, promover e apoiar ações que defendam e promovam a reforma agrária e incentivar os trabalhadores a conhecerem e adquirirem produtos de empreendimentos beneficiados pelo Fundo Solidário. Entre as diversas lideranças sindicais que participaram do evento, estiveram na solenidade o secretário-geral da CNM/CUT, João Cayres, o vice-presidente da Confederação, Claudir Nespolo e o presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Milton Viário.

Mato Grosso: atraso de concurso força contratação de temporários (CUT Nacional) 26/01/2010 Escrito por Diário de Cuiabá

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Ao mesmo tempo em que foi adiada, a realização das provas do maior concurso público de Mato Grosso postergou para o mês de maio o início da nomeação e posse dos aprovados, inclusive para o cargo de professor, o que era esperado para acontecer já no início deste ano letivo. No geral, do total de 10.806 vagas ofertadas para as mais diversas áreas, a perspectiva é que cinco mil sejam convocados ainda neste ano. Só para o setor educacional, o certame abriu cinco mil vagas para a rede de ensino, sendo três mil para docentes, duas mil para apoio e 500 para técnico-administrativo. Atualmente, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a rede conta com um total de 11.131 professores efetivos. Já o número de interinos, em 2009, foi de 5.491. Isso significa dizer que a oferta de vagas oferecidas para docentes não cobre os cargos livres existentes. "O concurso não atende as perspectivas. As três mil vagas não atendem a demanda", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Gilmar Soares Ferreira. Para ele, as contratações são reflexos da desvalorização do setor educacional por parte do poder público. "Os contratos não valorizam os profissionais porque não recebem os incentivos de carreira e não são reconhecidos na sua formação", argumentou. "A valorização e as condições de trabalho são fundamentais para a melhoria da Educação". Sem os incentivos de carreira, os interinos acabam dobrando ou mesmo triplicando a carga horária para melhorar os salários. "Ao invés de 20 trabalham 30 horas semanais para ganhar mais", pondera Ferreira considerando situações como estas como de trabalho indecente ou escravo. Além disso, ele observa que são 10 horas a menos para o professor preparar as aulas, corrigir avaliações ou mesmo se qualificar. O piso inicial pago para 20 horas é de R$ 1.050 e para 30 horas, R$ 1.575. Mas há outra situação que também preocupa o Sintep. "Até 2012 de 30% a 40% dos professores estarão se aposentado. É um número alto", frisa. Na área de apoio (vigilância, merenda e limpeza), conforme Ferreira, a situação é mais crítica ainda. Segundo ele, 70% do quadro de pessoal também é de temporários, que ganham menos de salário mínimo. "Quem entra na carreira entra como ensino fundamental", diz. Por isso, a cobrança é a convocação imediata dos concursados. "O Sintep defende a posse imediata dos aprovados para garantir a aprendizagem de qualidade". A categoria reivindica ainda a implantação do piso de R$ 1.132 e a aplicação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) no setor. O presidente do Sintep sustenta que o Estado não destina o percentual mínimo de 25% de suas receitas líquidas com impostos na rede de ensino. A estimativa é que o Estado deixa de investir aproximadamente R$ 60 milhões ao ano na melhoria física das unidades, na aquisição de materiais pedagógicos, em laboratórios e bibliotecas ou mesmo na valorização dos trabalhadores do setor. Conforme Ferreira, no dia 8 de fevereiro, para quando previsto o início do ano letivo, está programada uma assembléia geral em que serão discutidos estratégias e movimentos para cobrança da implantação do piso. "Poderemos tomar uma decisão radical como marcar o início da greve", alerta.

No aniversário de SP, protestos vão do aumento do ônibus às enchentes (CUT SP) 26/01/2010 Rede Brasil Atual Dois protestos na segunda-feira (25) aproveitaram o aniversário de São Paulo (SP). Pela manhã, manifestantes da Rede Contra o Aumento da Tarifa, moradores do Jardim Pantanal e ativistas do movimento de pessoas em situação de rua protestaram em frente à sede da prefeitura. Havia cerca de 100 pessoas no local, segundo os organizadores. No fim da tarde, durante a cerimônia de posse do reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, estudantes voltaram a protestar contra os aumentos de passagens. Na ação em frente à Sala São Paulo, a polícia dispersou os cerca de 80 manifestantes com bombas de efeito moral e três pessoas foram detidas.

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Protesto contra aumento de ônibus termina em confronto com a polícia em SP (CUT SP) 26/01/2010 Rede Brasil Atual Três estudantes foram detidos no domingo e soltos nesta segunda. Bombas de efeito moral foram usadas para dispersar manifestantes Um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo terminou em confronto com a polícia no fim da tarde de domingo (25). No aniversário da cidade, em frente à Sala São Paulo – região central, próximo à estação da Luz – os 100 manifestantes foram dispersados com uso de bombas de efeito moral e três estudantes foram detidos e encaminhados ao 3º Distrito Policial. Por volta das 0h desta segunda-feira (26) os estudantes haviam sido liberados. O local recebia a cerimônia de posse do novo reitor da Universidade de São Paulo João Grandino Rodas. A escolha do local deveu-se, segundo os organizadores da Rede Contra o Aumento da Tarifa, à presença do governador de São Paulo José Serra (PSDB). Além das passagens de ônibus municipais, novos reajustes devem ocorrer no Metrô, trens (CPTM) e ônibus intermunicipais (EMTU). Estudantes da USP também reivindicavam mais democracia na universidade. Rodas foi o segundo nome mais votado na lista tríplice definida na votação da USP – em que apenas docentes e um representante de estudantes e outro de funcionários participa. Apesar de ser uma prerrogativa do governador, desde 1969 a prática não era realizada e o candidato mais votado era nomeado reitor. A votação foi realizada fora do campus da zona oeste da universidade e sob proteção da polícia. Ela ocorreu cinco meses depois da ocupação da Cidade Universitária pela PM, em junho. No dia 4 de fevereiro, quinta-feira da próxima semana, um novo protesto está marcado para o centro da cidade. A concentração ocorre em frente ao Teatro Municipal, na praça Ramos, às 16h30, segundo o blogue "Barra aumento".

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do Sinergia CUT sobre as principais notícias publicadas e relacionadas ao mundo sindical e ao setor energético de SP.

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