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ENERGIA ALTERNATIVA: PROPOSTA
DE UTILIZAÇÃO DE FIBRA ÓPTICA NO
APROVEITAMENTO DA ENERGIA
SOLAR PARA ILUMINAÇÃO DE
AMBIENTES CONFINADOS DE BAIXA
INCIDÊNCIA LUMINOSA
Bárbara Luísa Vieira Araújo (FEAMIG)
Anderson Barbosa Ribas (FEAMIG)
silvio valentino santos (FEAMIG)
O objetivo deste trabalho é utilizar a fibra óptica como objeto condutor
de iluminação solar em ambientes confinados, com a finalidade de
minimizar a utilização de sistemas convencionais de iluminação,
embora sendo um trabalho específico noo que se refere à energia
alternativa, este estudo já é realizado em alguns países. Os resultados
baseados em testes e protótipos indicam a viabilidade do sistema, visto
que o investimento com a instalação da fibra óptica será compensado
com a redução do consumo de energia dos sistemas convencionais em
curto espaço de tempo. O trabalho em questão não visa propor uma
solução para problemas na obtenção de energia, mas demonstrar que é
possível estabelecer novas tecnologias de menor impacto ambiental.
Palavras-chaves: Fibra óptica, Meio Ambiente, Energia Alternativa
XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
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1. Introdução
Analisando a história do homem, constata-se facilmente a grande necessidade de energia para
sua sobrevivência e conforto, desde o uso do fogo para se aquecer e preparar seus alimentos
até a descoberta da eletricidade que trouxe maior conforto e comodidade ao homem moderno.
Entretanto, toda dificuldade que foi enfrentada para se manter uma lâmpada acessa no início
do século passado hoje se converteu em um tremendo esforço para mantê-la em
funcionamento devido aos impactos diretos pela geração e indiretos como nos descartes das
lâmpadas ao meio ambiente.
A humanidade não consegue mais sobreviver sem o conforto da energia elétrica; energia esta
que move as engrenagens da sociedade moderna e o custo para isso é altíssimo, os impactos
ambientais acarretados pela geração, distribuição e utilização da energia são muito grandes
para o planeta, dentre eles podemos citar os impactos pelas grandes áreas inundadas nas
hidrelétricas, emissões de gases na atmosfera pelas termoelétricas ou os riscos de
contaminação do lixo atômico nas usinas nucleares, para redução destes impactos é necessário
o uso de meios mais eficientes na geração e utilização da energia elétrica. O homem moderno
precisa de novas fontes primárias e renováveis como os ventos, energia das marés, da
biomassa e a do sol,esta fonte primária, inesgotável e gratuita que está a disposição todos os
dias, principalmente em países tropicais como o Brasil. (REIS; AMARAL; CARVALHO, 2001).
A iluminação de ambientes confinados por energia da luz solar pode ser realizada com a
utilização de fibra óptica conforme atestam algumas pesquisas nacionais e estrangeiras.
Entretanto, há dificuldade de recuperar estes estudos e não há informação da utilização desta
tecnologia por empresas e centros de pesquisa. A fibra óptica foi inventada pelo médico
indiano Dr. Nainder Singh Kapany, para utilização em medicina e, posteriormente, foi
aperfeiçoada pelo físico Chinês Charles Kao para a transmissão de dados por ondas
eletromagnéticas. Através de algumas adequações para captação, transmissão e distribuição
da luz é possível iluminar ambientes internos durante o dia utilizando a fibra óptica. Este
processo já está em desenvolvimento nos EUA, Japão e Canadá.
A utilização desta fonte alternativa de iluminação reduz gastos com a geração de energia
elétrica e também impactos gerados pelos descartes de componentes do sistema de iluminação
convencional, como lâmpadas que contém metais pesados, pois aumenta a vida útil dos
mesmos. (REIS; AMARAL; CARVALHO, 2001).
1.1 Problema de Pesquisa
Como avaliar a eficiência do uso da fibra óptica para iluminação de ambientes confinados de
baixa incidência luminosa interna, bem como a relação custo beneficio desta tecnologia?
1.2 Objetivo Geral
Avaliar a eficiência do uso da fibra óptica para condução e dispersão da energia solar como
fonte sustentável para iluminação de ambientes confinados de baixa incidência luminosa
interna, bem como a relação custo beneficio desta tecnologia através de testes experimentais.
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2. Referencial Teórico
2.1 A Sustentabilidade no Consumo de Energia
Para se entender a definição de desenvolvimento sustentável, uma boa definição é exposta por
Amaral (2005), citando a convenção geral das Nações Unidas de 1987.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado pela Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente, em abril de 1987, na Assembléia Geral das Nações Unidas.
O principal produto desta Comissão foi o “Relatório Nosso Futuro Comum”,
também conhecido como “Relatório Brundtland”, onde o desenvolvimento
sustentável é apresentado como “o desenvolvimento que preenche as necessidades
do presente, sem comprometer a habilidade das gerações futuras de preencherem
suas próprias necessidades. (ONU. 1988). (Op. Cit. Amaral 2005, p.16).
Reis, Amaral, Carvalho (2001), alertam que à primeira vista um país em desenvolvimento
necessita evidentemente do crescimento da sua geração de energia, como aconteceu com o
Brasil na década de 70 e 80. Com os investimentos em usinas nucleares, construções de
grandes hidrelétricas, o país passou a ter sobras na geração de energia elétrica dando uma
ilusão que a energia era ilimitada neste cenário.
Ainda conforme Reis, Amaral, Carvalho (2001), com o surgimento do mercado globalizado e
a preocupação com o meio ambiente os países precisaram aumentar sua eficiência na
produção e a redução do desperdício de materiais e energia. Tal mudança consiste através do
ajuste de vários fatores tais como: consumo racional de energia elétrica, uso de máquinas mais
eficientes, novos sistemas de iluminação, conscientização dos funcionários entre outros. Com
tudo isso alguns países como Brasil, Reino Unido, Índia e Japão conseguiram aumentar
significativamente sua taxa de crescimento sem, no entanto elevar proporcionalmente sua
geração de energia nos últimos anos, provando que o crescimento sustentável com controles
de eficiência e desperdício é possível.
Além do controle no consumo de energia elétrica, outras formas de se manter o crescimento
sustentável é através da captação de energias renováveis com grandes potenciais como a
energia eólica e a energia solar. No Brasil atualmente, estas fontes são utilizadas em sistemas
isolados ou reforçando os sistemas elétricos de potência. Atualmente a captação da energia
solar para gerar energia elétrica é feita através de painéis fotovoltáicos que transformam a
energia luminosa em energia elétrica diretamente. Da mesma forma que a geração de energia
eólica, devido à evolução tecnológica, os custos deste método estão sendo reduzidos e está
ganhando espaço em pequenas utilizações nos locais isolados como, por exemplo, no
Amazonas, onde os custos de construção de barragens, inundando grandes áreas para geração
de energia podem ocasionar gigantescos impactos ambientais além das distâncias continentais
que elevam o custo das linhas de transmissão, inviabilizando a geração de energia através de
recursos hídricos.
Conforme observado por Reis, Amaral, Carvalho (2001), com a descoberta da energia contida
no petróleo e seus derivados como o querosene, diesel, gasolina e gás natural, ocorreu uma
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explosão na utilização de energia e ao mesmo tempo com novas técnicas de geração,
transmissão e distribuição da energia elétrica destacando-se aí as usinas hidrelétricas e
nucleares, o consumo energético do homem pré-histórico que dispunha apenas de sua força
muscular o que consumia em torno de 2.000Kcal/dia de energia chegou nos dias de hoje em
alguns países a uma média de 250.000Kcal/dia por habitante.
Com tudo isso se conclui que a crescente necessidade do homem em busca da energia é
ilimitada, cabendo aos novos engenheiros descobrir fontes de energia mais limpas, de
menores impactos ambientais, além é claro da conscientização de cada um em relação aos
limites de recurso disponíveis, caso contrário o homem terá que descobrir novos planetas para
explorar, pois este já dá claros sinais do seu esgotamento. (REIS; AMARAL; CARVALHO, 2001).
2.1.1 Energia Solar como Fonte Sustentável
A evolução tecnologia na busca das melhores formas de captação de energia foi espantosa nos
últimos séculos, entretanto não se deu o devido valor na principal fonte de energia que
conhecemos, o sol.
A cada minuto o sol irradia cerca de 56X1026 calorias de energia, desta, o planeta
intercepta apenas 2,55X1018 calorias, ou seja, meio milionésimo da energia solar
emitida para o espaço, mas mesmo assim os cientistas calculam que seja 30 mil
vezes maior que o consumo total anual de energia do mundo. A quantidade de
energia solar recebida, em unidade de área, por uma superfície que forme ângulos
retos com os raios solares no topo da atmosfera é de aproximadamente 200 calorias
por metro quadrado a cada minuto. (AYOADE, p.23. 2006)
Para a utilização da fibra óptica, no entanto a intensidade calórica não é interessante e até
mesmo inconveniente, necessita-se do estudo e entendimento do fluxo luminoso conhecido
como Lux (unidade de medição para fluxo luminoso) que será abordado no item 2.2, Estudo
da Luz e também dos ângulos de incidência dos raios solares para melhor eficiência da
iluminação solar.
Conforme mostrado na Figura 1, nota-se que a intensidade da radiação solar está sujeita a
variações diurnas e anuais, em conseqüência da forma elipsóide da órbita terrestre em torno
do sol e da inclinação do eixo terrestre em relação ao plano orbital, como conseqüência há
uma variação continua de dia para dia, do ângulo que alinha a terra ao sol que forma o plano
equatorial da terra.
Figura 1 - Ângulo de Incidência dos Raios Solares.
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Fonte: (COMETA, Emilio, 1978)
Esta variação é a causa principal das variações anuais da distribuição da radiação solar sobre
a superfície da terra, também nota-se que a latitude de uma dada localidade determina a
disponibilidade diária de radiação. Outra consideração importante é o ângulo compreendido
entre a direção dos raios solares e a perpendicular à superfície irradiada. Nota-se a
importância do estudo e conhecimento das variações da incidência solar visto que é um fato
de grande importância para a estruturação do projeto de captação da luz solar de forma a se
obter máxima eficiência. (COMETA, 1978).
2.2 Estudo da Luz
A luz como nós a conhecemos é apenas uma pequena parte do espectro de onda
eletromagnética que se estende desde os raios X até as microondas. Conforme definição
técnica da ABNT (Associação Brasileira de normas técnicas) diz que “a luz é o espectro da
energia radiante que um observador humano constata pela sensação visual, determinado pelo
estímulo da retina ocular”. (CREDER, 1968. p.55).
Através da Figura 2 tem-se a noção da restrita faixa da freqüência eletromagnética que nossa
visão pode captar:
Fonte:(www.estudodaluz.com.br)
Figura 2 – Espectro Eletromagnético destacando-se a parte visível a visão humana.
O fluxo luminoso “É o fluxo de energia emitido em todas as direções por essa fonte no
espaço. É medido em lumens”. A definição de lúmen deriva da antiga unidade “vela”,
conhecida como “vela internacional” que significa a “quantidade de luz irradiada através de
uma abertura de 1m² por uma fonte, de intensidade de uma vela, em todas as direções,
localizada no centro de uma esfera de 1m de raio.” (CREDER p.72. 1968).
2.3 Lentes
As lentes tradicionais são meios ópticos limitados por duas superfícies curvas ou por uma
superfície curva e outra plana. As lentes tradicionais mais utilizadas podem ser: bordos
delgados ou convexos, bordos espessos ou côncavos. As lentes convexas também se designam
por lentes convergentes. Estas lentes fazem convergir num ponto um feixe luminoso que
incide paralelamente ao eixo principal da lente, esse ponto é o foco principal da lente, é um
foco real porque se projeta em um alvo.
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As lentes côncavas também se chamam lentes divergentes, fazem divergir um feixe luminoso
que incide paralelamente ao eixo principal da lente, é um foco virtual porque não se projeta
num alvo. Os instrumentos ópticos como, por exemplo, a lupa, o microscópio, o telescópio, a
máquina fotográfica utilizam lentes e espelhos. (www.estig.ipbeja.pt/~fmc/Docs/lentes.doc)
2.5 A Fibra Óptica e Suas Possibilidades de Aplicação na Condução de Energia Solar
Basicamente a fibra óptica é um filamento constituído de sílica ou polímero com a capacidade
da transmissão da luz, pode apresentar variados diâmetros da ordem de micrômetros até
vários milímetros; este filamento que pode ter milhares de quilômetros é normalmente
revestido de materiais para proteção externa, podendo conter uma ou milhares de fibras de
dimensões reduzidas, dependendo das características podem vir com fluidos para redução dos
atritos entre os cabos e linhas de reforço. (www.dicweb.com/ff.htm).
As primeiras utilizações da fibra óptica foram para fins medicinais e logo em seguida sua
grande utilização passou a ser na transmissão de dados, atualmente vem ganhando espaço sua
utilização em iluminação de interiores para fins decorativos e agora na utilização da condução
da luz solar em ambiente de baixa intensidade luminosa diurna. (TIPLER, 2004).
2.5.1 Condução da Luz Pela Fibra Óptica
Devido à diferença do índice de refração (segundo a lei de Snell) entre dois meios (o núcleo e
o revestimento) ocorre a mudança de direção na propagação luz no interior da fibra óptica,
entorno de 90º, ocasionando o fenômeno de reflexão total, com as inúmeras reflexões durante
o percurso no cabo da fibra óptica a luz vai sendo transportada até a sua outra extremidade.
A Figura 3 demonstra a extrapolação do limite do ângulo de incidência não sendo possível a
reflexão total da luz, diminuindo drasticamente a sua eficiência, este fato é de grande
importância na captação da luz solar devido ao ângulo de incidência solar explanado
anteriormente.
Figura 3 – Ângulo Máximo de Incidência em uma Fibra Óptica
2.5.2 Óptica Geométrica e Leis de Reflexão e Refração
A lei de Snell diz que “um raio incidente num meio com índice de refração n1, ao tocar a
superfície de separação do meio 1(um) para o 2 (dois), com determinado ângulo de incidência
medido em relação à reta normal à superfície, tem parte de sua energia refletida num ângulo
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diferente do primeiro e parte refratada, propagando-se no meio 2 com ângulo chamado de
refração” (TIPLER, 2004. p. 380).
Matematicamente a lei de Snell diz que:
n1 sen ө1= n2 sen ө2 .
Ou seja, quando um feixe de luz atinge a superfície da fronteira separando dois meios
diferentes tal como a interface ar vidro, parte da energia luminosa é refletida e outra parte
entra no segundo meio. O ângulo ө, entre o raio incidente e a normal (a linha perpendicular à
superfície) é chamado de ângulo de incidência, e o plano definido por essas duas linhas é
chamado de plano de incidência. O raio refletido permanece no plano de incidência e faz um
ângulo ө1 com a normal que é igual ao ângulo de incidência, como mostrado na formula
acima, já na refração devido à mudança na velocidade da luz em um meio para outro
mudando sua direção de propagação. (TIPLER, 2004).
2.5.3 A Evolução da Fibra Óptica
As primeiras fibras ópticas criadas pelo médico Indiano Dr. Narinder Singh Kapany
atenuavam a luz na ordem de milhares de dB/km (atenuação logarítmica da luz por cada mil
metros), em 1966 os físicos Kao e Hockmam, na Inglaterra conseguiram a purificação da fibra
reduzindo drasticamente a perda de eficiência para 20dB/km, com novas pesquisas em 1972
conseguiu-se chegar a 4dB/km e no ano seguinte a 2,5dB/km e por fim em 1978 no Japão
utilizando de novos produtos químicos foi conseguido a fabricação de uma fibra com perdas
de apenas 0,45dB/km, para se ter uma idéia isso significa que, se fizermos uma parede de
8Km com uma fibra conseguiríamos ver uma luz através da mesma tamanha a purificação
conseguida na fibra.
Com o avanço das pesquisas foi possível melhorar dois dos maiores problemas da fibra
óptica: a fragilidade no flexionamento do cabo e o custo de fabricação utilizando outros
processos que reduziram o custo da purificação da sílica. (GIOZZA; CONFORTI; WALCHM, 1991).
2.6 Índices de Iluminação em Ambientes
Para comparativo da eficiência luminosa da fibra óptica foi utilizado a norma Brasileira NBR
5413/1992 que estabelece para salas de aula a iluminância de 500 a 1000lux conforme a
classe B para iluminação geral para áreas de trabalho.
3. Metodologia
Na pesquisa Bibliográfica, sua elaboração é baseada em material já publicado, através de
livros, artigos periódicos e até mesmo pela Internet. Para o estudo de caso é quando o trabalho
envolve um estudo profundo e detalhado de um ou mais objetos de maneira que se permita o
seu amplo conhecimento.
Com relação à pesquisa Experimental Gil (2006, p.66) diz que: “De modo geral, o
experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica.” Sendo então para o
trabalho em questão a melhor e mais segura fonte de informações, baseando os
conhecimentos literários disponíveis sobre a fibra óptica com os resultados práticos
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conseguidos através dos experimentos agregando resultados com bons níveis de
confiabilidade.
Este trabalho caracteriza–se por pesquisas bibliográficas por se tratar de uma revisão da
literatura já existente sobre a fibra óptica e uma ampliação dos objetivos iniciais
transformando-os em uma pesquisa sobre o aproveitamento da Iluminação Solar.
3.1 Métodos Utilizados
Para execução do trabalho foi utilizada uma caixa preta nas dimensões (300x180x100mm)
como protótipo a fim de se evitar a interferência da iluminação externa. Outro ponto positivo
na utilização de um protótipo é a redução de custos e facilidade de manuseio dos dados
coletados, foi utilizado também um Luxímetro digital MLM 1010 (equipamento para medição
do fluxo luminoso), uma lente convergente de 75 mm e diversos tipos de cabos de fibra
óptica comparando-se o custo da fibra empregada bem como o fluxo luminoso oferecido por
cada uma traçando-se então uma análise do custo benefício para cada situação.
Na coleta de dados foram efetuados testes de vedação luminosa da caixa preta (caixa de
protótipo) a fim de garantir integridade dos valores coletados sem interferências do meio
externo. Posteriormente foram efetuadas medições da luz solar direta em várias situações
durante o dia, ou seja, com alta e baixa nebulosidade. Posteriormente foram efetuadas coletas
de dados sobre a luminosidade nas salas de aula com iluminação natural e artificial, ou seja,
lâmpadas acesas e apagadas. Foram coletados valores de fluxo luminoso em diversos pontos.
Efetuados contatos com fornecedores de fibra óptica visando à obtenção dos melhores cabos
para o projeto em questão bem como levantamento de valores dando base na viabilidade do
sistema
3.2 Etapas Da Pesquisa
O desenvolvimento deste trabalho segue as etapas abaixo:
- Pesquisa bibliográfica sobre a fibra óptica, energia solar luminosa e por fim noções sobre a
utilização da energia de maneira sustentável;
- Testes experimentais, documentados através de fotos;
- Avaliação dos dados coletados através de testes laboratoriais com o protótipo simulando em
pequena escala em um ambiente totalmente sem incidência luminosa, seleção dos resultados
obtidos de forma eficiente, econômica e sustentável.
3.3 Coleta De Dados
3.3.1 Teste da Caixa Preta Sob Luz Solar Direta - Escala X1 (valor da medição real)
Para inicio dos testes de intensidade luminosa primeiramente verificou-se a eficiência da
caixa de protótipo sob a luz solar intensa onde o luxímetro mensurou apenas 2lux no interior
da mesma, sendo este valor desprezível uma vez que comparado com o fluxo mínimo de 500
lux para salas de aula, (conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
5413/1992), ou seja, menos de 0,5% de interferência. Na figura posterior tem-se a medição da
iluminação solar direta - escala X100 (valor real multiplicado por cem). Nesta fase foi
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mensurado o fluxo solar direto utilizando a escala X100 em períodos de sol intenso sem
nuvens, obteve-se o valor de 97.000lux, ver a Figura 4:
Figura 4 – Teste de vedação da caixa preta e medição direta da iluminação solar.
3.3.2 Medições na Sala de Aula, Escala Real (X1)
Conforme a ABNT 5413/1992, para “Tarefas com requisitos visuais normais,” os valores de
fluxo luminoso aceitáveis estão entre 500 a 1000lux, nos valores apresentados através de
medições em salas de aula em pontos distintos verificou-se valores entre 427 a 577lux, na
média os valores atendem ao padrão estabelecido pela norma.
Figura 6 – Medições em sala de aula
3.3.3 Medições no Protótipo com a Fibra de Polietileno sem a Utilização da Lente
(escala X1)
Na medição com utilização da fibra de polímero mensurou-se 465lux com a luz solar direta
sem a utilização da lente evidenciando a ineficácia do sistema (uma vez que não atendeu aos
valores mínimos estabelecidos pela norma ABNT 5413/1992 que é de 500lux) sem a
concentração dos raios solares para a fibra plástica. Ver Figura 7:
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Figura 7– Medição na caixa preta com utilização do cabo de polímero.
3.3.4 Medições com a Fibra de Polietileno com a Lente (escala X1)
Já com a utilização da lente convergente alcançou-se o valor de 754lux, valor este que atende
a ABNT 5413/1992 mostrando a viabilidade deste sistema para a concentração de luz nas
dimensões do protótipo utilizado. Ver Figura 8. Já com a utilização da fibra de sílica
purificado o valor foi de 1595 Lux com apenas um cabo de fibra de 1mm(terceira figura).
Figura 8– Medição com utilização da concentração com a lente em um cabo de polímero e sílica.
3.3.5 Na Figura 9: Modelo de Captação e Dispersão da Luz Solar
Apesar de pouco estudado e utilizado a solução da fibra óptica para iluminação de ambientes
através da luz solar é possível encontrar sistemas já em funcionamento em algumas cidades
dos Estados unidos, Japão.
Fonte: http://www.sunlight-direct.com/
Figura 9– Sistema de captação e distribuição da luz solar utilizado nos EUA.
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4. Análise dos Resultados
De acordo com os resultados encontrados com a utilização do protótipo, constata-se que o
sistema é viável para as dimensões da caixa preta, em testes foram evidenciados que ao dobrar
o número de cabos de fibra óptica o fluxo luminoso permanece o mesmo indicando que o
fluxo luminoso não aumenta, mas sim a área a ser iluminada, ou seja, com apenas um cabo de
fibra óptica é capaz de iluminar as dimensões do protótipo, mas para uma sala de aula tem-se
que multiplicar as dimensões da caixa até alcançar proporcionalmente a dimensão da sala,
assim proporcionalmente consegue-se o numero de cabos necessários a uma sala de aula.
Colocando-se em prática através dos dados coletados para a iluminação do protótipo que
alcançou 1595 lux com apenas uma fibra de 1mm, sendo que suas dimensões que são: 0,30M
X 0,18M, tem-se: 0,054 M2
, para uma sala de 50 M2
teremos 926 vezes, ou seja, este número
em fibra óptica para ter-se 1595 lux em todo ambiente, mas como o padrão da ABNT
5413/1992 é de 500lux tem-se 3,20 vezes menos em numero de fibras, ou seja, 289 fibras de
1mm. Como o custo de um carretel de fibra óptica de 15 mm com 250M é de R$ 2.400,00
(FASA fibra ótica), através de cálculos proporcionais tem-se: 289/15= 20 fibras; em 5M desta
fibra com 20 vias o custo será de= R$ 960,00, aparentemente um custo elevado para a
iluminação de uma sala de aula, mas qual seriam os gastos com a iluminação em um
ambiente?
Para se ter uma idéia, em uma sala de aula de 50M2
necessita-se de 18 lâmpadas fluorescentes
com potência unitária de 40 W para que se atinja 500 lux (mínimo necessário pela norma
ABNT 5413), em um total de 6.480W ao dia (09h), para 24 dias letivos tem-se então 155,52
Kw ao custo de R$ 0,59 por Kw ao fim do mês tem-se um custo total de R$ 91.76 por sala de
aula e R$ 1011.12 ao ano, para 15 salas R$ 16.516,00 não sendo computado ainda os
laboratórios, biblioteca, secretaria e as perdas dos reatores e circuitos alem também do calor
dissipado o que força a utilização de ventiladores e ar condicionado aumentando o consumo
com a energia elétrica. Baseando-se nestes dados o custo de R$ 960,00 já não é tão
impactante visto que ainda não está sendo calculado os custos de manutenções que foram
reduzidos já que o sistema convencional deixaria de funcionar 2.592 h/ano para cada lâmpada
eliminando assim gastos com a mão de obra e descartes desnecessários à natureza, sendo um
custo não mensurável de ser calculado.
Outro fator que deve ser considerado é que uma utilização mais expressiva de um sistema
acarreta na redução de preços visto o aumento da produção e queda de insumos na fabricação
tornando ainda mais atrativo sua utilização. A manutenção do sistema será apenas da limpeza
das lentes, não necessitando de serviço especializado para sua execução.
Referências
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<www.abnt.org.br> .Acessado em 12/03/2010.
AMARAL, P. Sergio. Sustentabilidade Ambiental, Social e Econômica nas Empresas, 2º edição Ed. Tocalino -
São Paulo, p.16, 2005.
AYOADE, J.O. Introdução à climatologia para os trópicos. Editora Bertrand do Brasil, ed.11º.Rio de Janeiro,
p.23, 2006.
12
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