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Questo 96

O documento foi retirado de uma exposio on-line de manuscritos do estado de So Paulo do incio do sculo XX.

Quanto relevncia social para o leitor da atualidade, o texto A funciona como veculo de transmisso de valores patriticos prprios do perodo em que foi escrito.

B cumpre uma funo instrucional de ensinar regras de comportamento em eventos cvicos.

C deixa subentendida a ideia de que o brasileiro preserva as riquezas naturais do pas.

D argumenta em favor da construo de uma nao com igualdade de direitos.

E apresenta uma metodologia de ensino restrita a uma determinada poca.Questo 97

TEXTO I

Andaram na praia, quando samos, oito ou dez deles; e da a pouco comearam a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuas ou por qualquer coisa que lhes davam. [...] Andavam todos to bem-dispostos, to bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).TEXTO II

Pertencentes ao patrimnio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que

A a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestaes artsticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a esttica literria.

B a tela de Portinari retrata indgenas nus com corpos pintados, cuja grande significao a afirmao da arte acadmica brasileira e a contestao de uma linguagem moderna.

C a carta, como testemunho histrico-poltico, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietao dos nativos.

D as duas produes, embora usem linguagens diferentes verbal e no verbal , cumprem a mesma funo social e artstica.

E a pintura e a carta de Caminha so manifestaes de grupos tnicos diferentes, produzidas em um mesmo momento histrico, retratando a colonizao.Questo 98Quer

DELEGADO Ento desce ele. V o que arrancam desse sacana.

SARAR S que tem um porm. Ele menor.

DELEGADO Ento vai com jeito. Depois a gente entrega pro juiz.

(Luz apaga no delegado e acende no reprter, que se dirige ao pblico.)

REPRTER E o Quer foi espremido, empilhado, esmagado de corpo e alma num cubculo imundo, com outros meninos. Meninos todos espremidos, empilhados, esmagados de corpo e alma, alucinados pelos seus desesperos, cegados por muitas aflies. Muitos meninos, com seus desesperos e seus dios, empilhados, espremidos, esmagados de corpo e alma no imundo cubculo do reformatrio. E foi l que o Quer cresceu. MARCOS, P. Melhor teatro. So Paulo: Global, 2003 (fragmento)No discurso do reprter, a repetio causa um efeito de sentido de intensificao, construindo a ideia de

A opresso fsica e moral, que gera rancor nos meninos.

B represso policial e social, que gera apatia nos meninos.

C polmica judicial e miditica, que gera confuso entre os meninos.

D concepo educacional e carcerria, que gera comoo nos meninos.

E informao crtica e jornalstica, que gera indignao entre os meninos.Questo 99

Mal secreto

Se a clera que espuma, a dor que mora Nalma, e destri cada iluso que nasce,

Tudo o que punge, tudo o que devora

O corao, no rosto se estampasse;Se se pudesse, o esprito que chora,

Ver atravs da mscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, ento piedade nos causasse!Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recndito inimigo,

Como invisvel chaga cancerosa!Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja ventura nica consiste

Em parecer aos outros venturosa!

CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Braslia: Alhambra, 1995.Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na conduo temtica, o soneto de

Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoes do indivduo so julgadas em sociedade. Na concepo do eu lrico, esse julgamento revela que

A a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivduo a agir de forma dissimulada.

B o sofrimento ntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.

C a capacidade de perdoar e aceitar as diferenas neutraliza o sentimento de inveja.

D o instinto de solidariedade conduz o indivduo a apiedar-se do prximo.

E a transfigurao da angstia em alegria um artifcio nocivo ao convvio social.Questo 100

Um leitor interessado nas decises governamentais escreve uma carta para o jornal que publicou o edital, concordando com a resoluo sintetizada no Edital da Secretaria de Cultura. Uma frase adequada para expressar sua concordncia :

A Que sbia iniciativa! Os prdios em pssimo estado de conservao devem ser derrubados.

B At que enfim! Os edifcios localizados nesse trecho descaracterizam o conjunto arquitetnico da Rua

Augusta.

C Parabns! O poder pblico precisa mostrar sua fora como guardio das tradies dos moradores locais.

D Justa deciso! O governo d mais um passo rumo eliminao do problema da falta de moradias populares.

E Congratulaes! O patrimnio histrico da cidade merece todo empenho para ser preservado.Questo 101

Adolescentes: mais altos, gordos e preguiosos

A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo tm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. Os nossos hbitos alimentares, de modo geral, mudaram muito, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no acar, alm de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijo.

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova gerao: a preguia. Cem por cento das meninas que participam do Programa no praticavam nenhum esporte, revela a psicloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntrias.

Voc provavelmente j sabe quais so as consequncias de uma rotina sedentria e cheia de gordura. E no novidade que os obesos tm uma sobrevida menor, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associao Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Sndrome Metablica. Mas, se h cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenrio atual as doenas que viriam na velhice j so parte da rotina deles. Os adolescentes j esto sofrendo com hipertenso e diabete, exemplifica Claudia. DESGUALDO, P. Revista Sade. Disponvel em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).Sobre a relao entre os hbitos da populao adolescente e as suas condies de sade, as informaes apresentadas no texto indicam que

A a falta de atividade fsica somada a uma alimentao nutricionalmente desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenas crnicas entre os adolescentes.

B a diminuio do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de alimentos ricos em protenas contriburam para o aumento da obesidade entre os adolescentes.

C a maior participao dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da populao adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e acares, o que prejudica o equilbrio metablico.

D a ocorrncia de casos de hipertenso e diabetes entre os adolescentes advm das condies de alimentao, enquanto que na populao adulta os fatores hereditrios so preponderantes.

E a prtica regular de atividade fsica um importante fator de controle da diabetes entre a populao adolescente, por provocar um constante aumento da presso arterial sistlica.Questo 102

O artista grfico polons Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prmios por suas ilustraes. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para

A difundir a origem de marcantes diferenas sociais.

B estabelecer uma postura proativa da sociedade.

C provocar a reflexo sobre essa realidade.

D propor alternativas para solucionar esse problema.

E retratar como a questo enfrentada em vrios pases do mundo.Questo 103

O jogo uma atividade ou ocupao voluntria, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espao, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatrias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tenso e de alegria e de uma conscincia de ser diferente da vida quotidiana. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. So Paulo: Perspectiva, 2004.

Segundo o texto, o jogo comporta a possibilidade de fruio. Do ponto de vista das prticas corporais, essa fruio se estabelece por meio do(a)

A fixao de tticas, que define a padronizao para maior alcance popular.

B competitividade, que impulsiona o interesse pelo sucesso.

C refinamento tcnico, que gera resultados satisfatrios.

D carter ldico, que permite experincias inusitadas.

E uso tecnolgico, que amplia as opes de lazer.Questo 104

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mdia um discurso de exaltao das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas s atividades de telecomunicaes. Expresses frequentes como o futuro j chegou, maravilhas tecnolgicas e conexo total com o mundo fetichizam novos produtos, transformando-os em objetos o desejo, de consumo obrigatrio. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o futuro to festejado.

Todavia, no podemos reduzir-nos a meras vtimas de um aparelho miditico perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. H perverso, certamente, e controle, sem sombra de dvida. Entretanto, desenvolvemos uma relao simbitica de dependncia mtua com os veculos de comunicao, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossi pessoal transformado em objeto pblico de entretenimento.

No mais como aqueles acorrentados na caverna de Plato, somos livres para nos aprisionar, por espontnea vontade, a esta relao sadomasoquista com as estruturas miditicas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados. SAMPAIO, A. S. A microfsica do espetculo. Disponvel em: http://observatoriodaimprensa.com.br.

Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).Ao escrever um artigo de opinio, o produtor precisa criar uma base de orientao lingustica que permita alcanar os leitores e convenc-los com relao ao ponto de vista defendido. Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva

A criar relao de subordinao entre leitor e autor, j que ambos usam as novas tecnologias.

B enfatizar a probabilidade de que toda populao brasileira esteja aprisionada s novas tecnologias.

C indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas so controladas pelas novas tecnologias.

D tornar o leitor copartcipe do ponto de vista de que ele manipula as novas tecnologias e por elas manipulado.

E demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias controlem as pessoas.Questo 105

Ol! Negro

Os netos de teus mulatos e de teus cafuzose a quarta e a quinta geraes de teu sangue sofredortentaro apagar a tua cor!

E as geraes dessas geraes quando apagarem

a tua tatuagem execranda,

no apagaro de suas almas, a tua alma, negro!

Pai-Joo, Me-negra, Ful, Zumbi,

negro-fujo, negro cativo, negro rebelde

negro cabinda, negro congo, negro ioruba,

negro que foste para o algodo de USA

para os canaviais do Brasil,

para o tronco, para o colar de ferro, para a canga

de todos os senhores do mundo;

eu melhor compreendo agora os teus blues

nesta hora triste da raa branca, negro!

Ol, Negro! Ol, Negro!

A raa que te enforca, enforca-se de tdio, negro!

LIMA, J. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 (fragmento).O conflito de geraes e de grupos tnicos reproduz, na viso do eu lrico, um contexto social assinalado por

A modernizao dos modos de produo e consequente enriquecimento dos brancos.

B preservao da memria ancestral e resistncia negra apatia cultural dos brancos.

C superao dos costumes antigos por meio da incorporao de valores dos colonizados.

D nivelamento social de descendentes de escravos e de senhores pela condio de pobreza.

E antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.Questo 106

At quando?

No adianta olhar pro cu

Com muita f e pouca luta

Levanta a que voc tem muito protesto pra fazer

E muita greve, voc pode, voc deve, pode crer

No adianta olhar pro cho

Virar a cara pra no ver

Se liga a que te botaram numa cruz e s porque Jesus

Sofreu no quer dizer que voc tenha que sofrer!

GABRIEL, O PENSADOR. Seja voc mesmo (mas no seja sempre o mesmo).

Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).As escolhas lingusticas feitas pelo autor conferem ao texto

A carter atual, pelo uso de linguagem prpria da internet.

B cunho apelativo, pela predominncia de imagens metafricas.

C tom de dilogo, pela recorrncia de grias.

D espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.

E originalidade, pela conciso da linguagem.Questo 107

O cartum faz uma crtica social. A figura destacada est em oposio s outras e representa a

A opresso das minorias sociais.

B carncia de recursos tecnolgicos.

C falta de liberdade de expresso.

D defesa da qualificao profissional.

E reao ao controle do pensamento coletivo.

Questo 108

Prpria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dana aristocrtica, oriunda dos sales franceses, depois difundida por toda a Europa.

No Brasil, foi introduzida como dana de salo e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrncia, importante a presena de um mestre marcante ou marcador, pois quem determina as figuraes diversas que os danadores desenvolvem. Observa-se a constncia das seguintes marcaes: Tour, En avant, Chez des dames, Chez des chevali, Cestinha de flor, Balanc, Caminho da roa, Olha a chuva, Garranch, Passeio, Coroa de flores, Coroa de espinhos etc.

No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformaes: surgem novas figuraes, o francs aportuguesado inexiste, o uso de gravaes substitui a msica ao vivo, alm do aspecto de competio, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por rgos de turismo.CASCUDO, L. C. Dicionrio do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976.

As diversas formas de dana so demonstraes da diversidade cultural do nosso pas. Entre elas, a quadrilha considerada uma dana folclrica por

A possuir como caracterstica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nao ou regio.

B abordar as tradies e costumes de determinados povos ou regies distintas de uma mesma nao.

C apresentar cunho artstico e tcnicas apuradas, sendo, tambm, considerada dana-espetculo.

D necessitar de vesturio especfico para a sua prtica, o qual define seu pas de origem.

E acontecer em sales e festas e ser influenciada por diversos gneros musicais.Questo 109

Jogar limpo

Argumentar no ganhar uma discusso a qualquer preo. Convencer algum de algo , antes de tudo, uma alternativa prtica de ganhar uma questo no grito ou na violncia fsica ou no fsica. No fsica, dois pontos. Um poltico que mente descaradamente pode cativar eleitores.

Uma publicidade que joga baixo pode constranger multides a consumir um produto danoso ao ambiente. H manipulaes psicolgicas no s na religio. E comum pessoas agirem emocionalmente, porque vtimas de ardilosa e cangoteira seduo. Embora a eficcia a todo preo no seja argumentar, tampouco se trata de admitir s verdades cientficas formar opinio apenas depois de ver a demonstrao e as evidncias, como a cincia faz. Argumentar matria da vida cotidiana, uma forma de retrica, mas um raciocnio que tenta convencer sem se tornar mero clculo manipulativo, e pode ser rigoroso sem ser cientfico.

Lngua Portuguesa, So Paulo, ano 5, n. 66, abr. 2011 (adaptado).

No fragmento, opta-se por uma construo lingustica bastante diferente em relao aos padres normalmente empregados na escrita. Trata-se da frase No fsica, dois pontos. Nesse contexto, a escolha por se representar por extenso o sinal de pontuao que deveria ser utilizadoA enfatiza a metfora de que o autor se vale para desenvolver seu ponto de vista sobre a arte de argumentar.

B diz respeito a um recurso de metalinguagem, evidenciando as relaes e as estruturas presentes no enunciado.

C um recurso estilstico que promove satisfatoriamente a sequenciao de ideias, introduzindo apostos exemplificativos.

D ilustra a flexibilidade na estruturao do gnero textual, a qual se concretiza no emprego da linguagem conotativa.

E prejudica a sequncia do texto, provocando estranheza no leitor ao no desenvolver explicitamente o raciocnio a partir de argumentos.Questo 110

A diva

Vamos ao teatro, Maria Jos?

Quem me dera,

desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,

tou podre. Outro dia a gente vamos.

Falou meio triste, culpada,

e um pouco alegre por recusar com orgulho.

TEATRO! Disse no espelho.

TEATRO! Mais alto, desgrenhada.

TEATRO! E os cacos voaram

sem nenhum aplauso.

Perfeita.

PRADO, A. Orculos de maio. So Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gneros textuais desempenham funes sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas caractersticas especficas, bem como na situao comunicativa em que ele produzido. Assim, o texto A diva

A narra um fato real vivido por Maria Jos.

B surpreende o leitor pelo seu efeito potico.

C relata uma experincia teatral profissional.

D descreve uma ao tpica de uma mulher sonhadora.

E defende um ponto de vista relativo ao exerccio teatral.Questo 111

Tudo no mundo comeou com um sim. Uma molcula disse sim a outra molcula e nasceu a vida. Mas antes da pr-histria havia a pr-histria da pr-histria e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. No sei o qu, mas sei que o universo jamais comeou.

[...]

Enquanto eu tiver perguntas e no houver resposta continuarei a escrever. Como comear pelo incio, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pr-pr-histria j havia os monstros apocalpticos? Se esta histria no existe, passar a existir. Pensar um ato.

Sentir um fato. Os dois juntos sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por a aos montes.

Como eu irei dizer agora, esta histria ser o resultado de uma viso gradual h dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porqus. viso da iminncia de. De qu? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. S no inicio pelo fim que justificaria o comeo como a morte parece dizer sobre a vida porque preciso registrar os fatos antecedentes. LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).

A elaborao de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetria literria de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

A observa os acontecimentos que narra sob uma tica distante, sendo indiferente aos fatos e s personagens.

B relata a histria sem ter tido a preocupao de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compem.

C revela-se um sujeito que reflete sobre questes existenciais e sobre a construo do discurso.

D admite a dificuldade de escrever uma histria em razo da complexidade para escolher as palavras exatas.

E prope-se a discutir questes de natureza filosfica e metafsica, incomuns na narrativa de fico.Questo 112

TEXTO I

evidente que a vitamina D importante mas como obt-la? Realmente, a vitamina D pode ser produzida naturalmente pela exposio luz do sol, mas ela tambm existe em alguns alimentos comuns. Entretanto, como fonte dessa vitamina, certos alimentos so melhores do que outros. Alguns possuem uma quantidade significativa de vitamina D, naturalmente, e so alimentos que talvez voc no queira exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fgado. Disponvel em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

TEXTO II

Todos ns sabemos que a vitamina D (colecalciferol) crucial para sua sade. Mas a vitamina D realmente uma vitamina? Est presente nas comidas que os humanos normalmente consomem? Embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a vitamina D no est em nossas dietas, a no ser que os humanos artificialmente incrementem um produto alimentar, como o leite enriquecido com vitamina D. A natureza planejou que voc a produzisse em sua pele, e no a colocasse direto em sua boca.

Ento, seria a vitamina D realmente uma vitamina? Disponvel em: www.umaoutravisao.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.Frequentemente circulam na mdia textos de divulgao cientfica que apresentam informaes divergentes sobre um mesmo tema. Comparando os dois textos, constata-se que o Texto II contrape-se ao I quandoA comprova cientificamente que a vitamina D no uma vitamina.

B demonstra a verdadeira importncia da vitamina D para a sade.

C enfatiza que a vitamina D mais comumente produzida pelo corpo que absorvida por meio de alimentos.

D afirma que a vitamina D existe na gordura dos peixes e no leite, no em seus derivados.

E levanta a possibilidade de o corpo humano produzir artificialmente a vitamina D.Questo 113

O bit na galxia de Gutenberg

Neste sculo, a escrita divide terreno com diversos meios de comunicao. Essa questo nos faz pensar na necessidade da imbricao, na coexistncia e interpretao recproca dos diversos circuitos de produo

e difuso do saber....

necessrio relativizar nossa postura frente s modernas tecnologias, principalmente informtica. Ela

um campo novidativo, sem dvida, mas suas bases esto nos modelos informativos anteriores, inclusive, na tradio oral e na capacidade natural de simular mentalmente os acontecimentos do mundo e antecipar as consequncias de nossos atos. A impresso a matriz que deflagrou todo esse processo comunicacional eletrnico. Enfatizo, assim, o parentesco que h entre o computador e os outros meios de comunicao, principalmente a escrita, uma viso da informtica como um desdobramento daquilo que a produo literria impressa e, anteriormente, a tradio oral j traziam consigo.

NEITZEL, L. C. Disponvel em: www.geocities.com. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).

Ao tecer consideraes sobre as tecnologias da contemporaneidade e os meios de comunicao do passado, esse texto concebe que a escrita contribui para uma evoluo das novas tecnologias porA se desenvolver paralelamente nos meios tradicionais de comunicao e informao.

B cumprir funo essencial na contemporaneidade por meio das impresses em papel.

C realizar transio relevante da tradio oral para o progresso das sociedades humanas.

D oferecer melhoria sistemtica do padro de vida e do desenvolvimento social humano.

E fornecer base essencial para o progresso das tecnologias de comunicao e informao.Questo 114

Manta que costura causos e histrias no seio de

uma famlia serve de metfora da memria em obra

escrita por autora portuguesaO que poderia valer mais do que a manta para aquela famlia? Quadros de pintores famosos? Joias de rainha? Palcios? Uma manta feita de centenas de retalhos de roupas velhas aquecia os ps das crianas e a memria da av, que a cada quadrado apontado por seus netos resgatava de suas lembranas uma histria. Histrias fantasiosas como a do vestido com um bolso que abrigava um gnomo comedor de biscoitos; histrias de traquinagem como a do calo transformado em farrapos no dia em que o menino, que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados, quebrou o brao; histrias de saudades, como o avental que carregou uma carta por mais de um ms... Muitas histrias formavam aquela manta. Os protagonistas eram pessoas da famlia, um tio, uma tia, o av, a bisav, ela mesma, os antigos donos das roupas. Um dia, a av morreu, e as tias passaram a disputar a manta, todas a queriam, mais do que aos quadros, joias e palcios deixados por ela. Felizmente, as tias conseguiram chegar a um acordo, e a manta passou a ficar cada ms na casa de uma delas. E os retalhos, medida que iam se acabando, eram substitudos por outros retalhos, e novas e antigas histrias foram sendo incorporadas manta mais valiosa do mundo.

LASEVICIUS, A. Lngua Portuguesa, So Paulo, n. 76, 2012 (adaptado).

A autora descreve a importncia da manta para aquela famlia, ao verbalizar que novas e antigas histrias foram sendo incorporadas manta mais valiosa do mundo. Essa valorizao evidencia-se pela

A oposio entre os objetos de valor, como joias, palcios e quadros, e a velha manta.

B descrio detalhada dos aspectos fsicos da manta, como cor e tamanho dos retalhos.

C valorizao da manta como objeto de herana familiar disputado por todos.

D comparao entre a manta que protege do frio e a manta que aquecia os ps das crianas.

E correlao entre os retalhos da manta e as muitas histrias de tradio oral que os formavam.Questo 115

O hipertexto permite ou, de certo modo, em alguns casos, at mesmo exige a participao de diversos autores na sua construo, a redefinio dos papis de autor e leitor e a reviso dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexes, ele facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da comunicao e a aquisio de informao de maneira cooperativa.

Embora haja quem identifique o hipertexto exclusivamente com os textos eletrnicos, produzidos em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele no deve ser limitado a isso, j que consiste numa forma organizacional que tanto pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, so praticamente inviveis: a conexo imediata, a comparao de trechos de textos na mesma tela, o mergulho nos diversos aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse camadas, dimenses ou planos.

RAMAL, A. C. Educao na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Considerando-se a linguagem especfica de cada sistema de comunicao, como rdio, jornal, TV, internet, segundo o texto, a hipertextualidade configura-se como um(a)

A elemento originrio dos textos eletrnicos.

B conexo imediata e reduzida ao texto digital.

C novo modo de leitura e de organizao da escrita.

D estratgia de manuteno do papel do leitor com perfil definido.

E modelo de leitura baseado nas informaes da superfcie do texto.Questo 116

Disponvel em: http://orion-oblog.blogspot.com.br. Acesso em: 6 jun. 2012 (adaptado).

O cartaz aborda a questo do aquecimento global. A relao entre os recursos verbais e no verbais nessa propaganda revela que

A o discurso ambientalista prope formas radicais de resolver os problemas climticos.

B a preservao da vida na Terra depende de aes de dessalinizao da gua marinha.

C a acomodao da topografia terrestre desencadeia o natural degelo das calotas polares.

D o descongelamento das calotas polares diminui a quantidade de gua doce potvel do mundo.

E a agresso ao planeta dependente da posio assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.Questo 117

Mesmo tendo a trajetria do movimento interrompida com a priso de seus dois lderes, o tropicalismo no deixou de cumprir seu papel de vanguarda na msica popular brasileira. A partir da dcada de 70 do sculo passado, em lugar do produto musical de exportao de nvel internacional prometido pelos baianos com a retomada da linha evolutria, instituiu-se nos meios de comunicao e na indstria do lazer uma nova era musical. TINHORO, J. R. Pequena histria da msica popular: da modinha ao tropicalismo. So Paulo: Art, 1986 (adaptado).

A nova era musical mencionada no texto evidencia um gnero que incorporou a cultura de massa e se adequou realidade brasileira. Esse gnero est representado pela obra cujo trecho da letra :

A A estrela d'alva / No cu desponta / E a lua anda tonta / Com tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa e Joo de Barro)

B Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero a primeira estrela que vier / Para enfeitar a noite do meu bem. (A noite do meu bem, Dolores Duran)

C No rancho fundo / Bem pra l do fim do mundo / Onde a dor e a saudade / Contam coisas da cidade. (No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo)

D Baby Baby / No adianta chamar / Quando algum est perdido / Procurando se encontrar. (Ovelha negra, Rita Lee)

E Pois h menos peixinhos a nadar no mar / Do que os beijinhos que eu darei / Na sua boca. (Chega de saudade, Tom Jobim e Vinicius de Moraes)Questo 118

Futebol: A rebeldia que muda o mundo

Conhea a histria de Afonsinho, o primeiro

jogador do futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e a

conquistar o Passe Livre, h exatos 40 anos

Pel estava se aposentando pra valer pela primeira vez, ento com a camisa do Santos (porque depois voltaria a atuar pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos), em 1972, quando foi questionado se, finalmente, sentia-se um homem livre. O Rei respondeu sem titubear: Homem livre no futebol s conheo um: o Afonsinho. Este sim pode dizer, usando as suas palavras, que deu o grito de independncia ou morte. Ningum mais. O resto conversa.

Apesar de suas declaraes serem motivo de chacota por parte da mdia futebolstica e at dos torcedores brasileiros, o Atleta do Sculo acertou. E provavelmente acertaria novamente hoje.

Pela admirao por um de seus colegas de clube daquele ano. Pelo reconhecimento do carter e personalidade de um dos jogadores mais contestadores do futebol nacional. E principalmente em razo da histria de luta e vitria de Afonsinho sobre os cartolas.

ANDREUCCI, R. Disponvel em: http://carosamigos.terra.com.br. Acesso em: 19 ago. 2011.

O autor utiliza marcas lingusticas que do ao texto um carter informal. Uma dessas marcas identificada em:

A [...] o Atleta do Sculo acertou.

B O Rei respondeu sem titubear [...].

C E provavelmente acertaria novamente hoje.

D Pel estava se aposentando pra valer pela primeira vez [...].

E Pela admirao por um de seus colegas de clube daquele ano.

Questo 119

Nessa charge, o recurso morfossinttico que colabora para o efeito de humor est indicado pelo(a)

A emprego de uma orao adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.

B uso de conjuno aditiva, que cria uma relao de causa e efeito entre as aes.

C retomada do substantivo "me", que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribudos.

D utilizao da forma pronominal "la", que reflete um tratamento formal do filho em relao "me".

E repetio da forma verbal "", que refora a relao de adio existente entre as oraes.

Questo 120

Pelas caractersticas da linguagem visual e pelas escolhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a reflexo sobre uma problemtica contempornea ao

A criticar o transporte rodovirio brasileiro, em razo da grande quantidade de caminhes nas estradas.

B ironizar a dificuldade de locomoo no trnsito urbano, devida ao grande fluxo de veculos.

C expor a questo do movimento como um problema existente desde tempos antigos, conforme frase citada.

D restringir os problemas de trfego a veculos particulares, defendendo, como soluo, o transporte pblico.

E propor a ampliao de vias nas estradas, detalhando o espao exguo ocupado pelos veculos nas ruas.

Questo 121

Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou aps uma srie de contgios entre lnguas. Partiu da Itlia em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, alm do vrus propriamente dito, dois vocbulos virais: o italiano influenza e o francs grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava influncia dos astros sobre os homens. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto , agarrar. Supe-se que fizesse referncia ao modo violento como o vrus se apossa do organismo infectado. RODRIGUES, S. Sobre palavras.Veja, So Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, preciso que o leitor reconhea a ligao entre seus elementos. Nesse texto, a coeso construda predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que h coeso por elipse do sujeito :A [...] a palavra gripe nos chegou aps uma srie de contgios entre lnguas.

B Partiu da Itlia em 1743 a epidemia de gripe [...].

C O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava influncia dos astros sobre os homens.

D O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...].

E Supe-se que fizesse referncia ao modo violento como o vrus se apossa do organismo infectado.

Questo 122

Questo 123

Para Carr, internet atua no comrcio da distraoAutor de A Gerao Superficial analisa a influncia da tecnologia na mente

O jornalista americano Nicholas Carr acredita que a internet no estimula a inteligncia de ningum. O autor explica descobertas cientficas sobre o funcionamento do crebro humano e teoriza sobre a influncia da internet em nossa forma de pensar.

Para ele, a rede torna o raciocnio de quem navega mais raso, alm de fragmentar a ateno de seus usurios.

Mais: Carr afirma que h empresas obtendo lucro com a recente fragilidade de nossa ateno. Quanto mais tempo passamos on-line e quanto mais rpido passamos de uma informao para a outra, mais dinheiro as empresas de internet fazem, avalia.

Essas empresas esto no comrcio da distrao e so experts em nos manter cada vez mais famintos por informao fragmentada em partes pequenas. claro que elas tm interesse em nos estimular e tirar vantagem da nossa compulso por tecnologia. ROXO, E. Folha de S. Paulo, 18 fev. 2012 (adaptado).

A crtica do jornalista norte-americano que justifica o ttulo do texto a de que a internet

A mantm os usurios cada vez menos preocupados com a qualidade da informao.

B torna o raciocnio de quem navega mais raso, alm de fragmentar a ateno de seus usurios.

C desestimula a inteligncia, de acordo com descobertas cientficas sobre o crebro.

D influencia nossa forma de pensar com a superficialidade dos meios eletrnicos.

E garante a empresas a obteno de mais lucro com a recente fragilidade de nossa ateno.Questo 124

Na verdade, o que se chama genericamente de ndios um grupo de mais de trezentos povos que, juntos, falam mais de 180 lnguas diferentes. Cada um desses povos possui diferentes histrias, lendas, tradies, conceitos e olhares sobre a vida, sobre a liberdade, sobre o tempo e sobre a natureza. Em comum, tais comunidades apresentam a profunda comunho com o ambiente em que vivem, o respeito em relao aos indivduos mais velhos, a preocupao com as futuras geraes, e o senso de que a felicidade individual depende do xito do grupo. Para eles, o sucesso resultado de uma construo coletiva. Estas ideias, partilhadas pelos povos indgenas, so indispensveis para construir qualquer noo moderna de civilizao. Os verdadeiros representantes do atraso no nosso pas no so os ndios, mas aqueles que se pautam por vises preconceituosas e ultrapassadas de progresso.

AZZI, R. As razes de ser guarani-kaiow. Disponvel em: www.outraspalavras.net. Acesso em: 7 dez. 2012.

Considerando-se as informaes abordadas no texto, ao inici-lo com a expresso Na verdade, o autor tem como objetivo principalA expor as caractersticas comuns entre os povos indgenas no Brasil e suas ideias modernas e civilizadas.

B trazer uma abordagem indita sobre os povos indgenas no Brasil e, assim, ser reconhecido como especialista no assunto.

C mostrar os povos indgenas vivendo em comunho com a natureza, e, por isso, sugerir que se deve respeitar o meio ambiente e esses povos.

D usar a conhecida oposio entre moderno e antigo como uma forma de respeitar a maneira ultrapassada como vivem os povos indgenas em diferentes regies do Brasil.

E apresentar informaes pouco divulgadas a respeito dos indgenas no Brasil, para defender o carter desses povos como civilizaes, em contraposio a vises preconcebidas.Questo 125

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de interao e de informao. Tal posicionamento expresso, de forma argumentativa, por meio de uma atitude

A crtica, expressa pelas ironias.

B resignada, expressa pelas enumeraes.

C indignada, expressa pelos discursos diretos.

D agressiva, expressa pela contra-argumentao.

E alienada, expressa pela negao da realidade.Questo 126

Dvida

Dois compadres viajavam de carro por uma estrada de fazenda quando um bicho cruzou a frente do carro.

Um dos compadres falou:

Passou um largato ali!

O outro perguntou:

Lagarto ou largato?

O primeiro respondeu:

Num sei no, o bicho passou muito rpido.

Piadas coloridas. Rio de Janeiro: Gnero, 2006.

Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse efeito ocorre porque um dos personagens

A reconhece a espcie do animal avistado.

B tem dvida sobre a pronncia do nome do rptil.

C desconsidera o contedo lingustico da pergunta.

D constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro.

E apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra.Questo 127

A contemporaneidade identificada na performance /instalao do artista mineiro Paulo Nazareth reside principalmente na forma como eleA resgata conhecidas referncias do modernismo mineiro.

B utiliza tcnicas e suportes tradicionais na construo das formas.

C articula questes de identidade, territrio e cdigos de linguagens.

D imita o papel das celebridades no mundo contemporneo.

E camufla o aspecto plstico e a composio visual de sua montagem.Questo 128

Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicao determinam, em uma situao de interlocuo, o predomnio de uma ou de outra funo de linguagem. Nesse texto, predomina a funo que se caracteriza por

A tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a elaborao de um livro.

B enfatizar a percepo subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e histrias.

C apontar para o estabelecimento de interlocuo de modo superficial e automtico, entre o leitor e o livro.

D fazer um exerccio de reflexo a respeito dos princpios que estruturam a forma e o contedo de um livro.

E retratar as etapas do processo de produo de um livro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra.Questo 129

O poema de Oswald de Andrade remonta ideia de que a brasilidade est relacionada ao futebol. Quanto questo da identidade nacional, as anotaes em torno dos versos constituemA direcionamentos possveis para uma leitura crtica de dados histrico-culturais.

B forma clssica da construo potica brasileira.

C rejeio ideia do Brasil como o pas do futebol.

D intervenes de um leitor estrangeiro no exerccio de leitura potica.

E lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.Questo 130

O que a internet esconde de voc

Sites de busca manipulam resultados. Redes sociais

decidem quem vai ser seu amigo e descartam as

pessoas sem avisar. E, para cada site que voc pode

acessar, h 400 outros invisveis. Prepare-se para

conhecer o lado oculto da internet.

Analisando-se as informaes verbais e a imagem associada a uma cabea humana, compreende-se que a vendaA representa a amplitude de informaes que compem a internet, s quais temos acesso em redes sociais e sites de busca.

B faz uma denncia quanto s informaes que so omitidas dos usurios da rede, sendo empregada no sentido conotativo.

C diz respeito a um buraco negro digital, onde esto escondidas as informaes buscadas pelo usurio nos sites que acessa.

D est associada a um conjunto de restries sociais presentes na vida daqueles que esto sempre conectados internet.

E remete s bases de dados da web, protegidas por senhas ou assinaturas e s quais o navegador no tem acesso.Questo 131

O que bullying virtual ou cyberbullying?

o bullying que ocorre em meios eletrnicos, com mensagens difamatrias ou ameaadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os dirios virtuais), redes sociais e celulares. quase uma extenso do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas no esto cara a cara.Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentrios e das ameaas e os efeitos podem ser to graves ou piores. O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos, explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educao da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Disponvel em: http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado).

Segundo o texto, com as tecnologias de informao e comunicao, a prtica do bullying ganha novas nuances de perversidade e potencializada pelo fato deA atingir um grupo maior de espectadores.

B dificultar a identificao do agressor incgnito.

C impedir a retomada de valores consolidados pela vtima.

D possibilitar a participao de um nmero maior de autores.

E proporcionar o uso de uma variedade de ferramentas da internet.Questo 132

Casados e independentes

Um novo levantamento do IBGE mostra que o nmero de casamentos entre pessoas na faixa dos 60 anos cresce, desde 2003, a um ritmo 60% maior que o observado na populao brasileira como um todo...

Os grficos expem dados estatsticos por meio de linguagem verbal e no verbal. No texto, o uso desse recurso

A exemplifica o aumento da expectativa de vida da populao.

B explica o crescimento da confiana na instituio do casamento.

C mostra que a populao brasileira aumentou nos ltimos cinco anos.

D indica que as taxas de casamento e emprego cresceram na mesma proporo.

E sintetiza o crescente nmero de casamentos e de ocupao no mercado de trabalho.Questo 133

Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moa; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que est sentada no caf, em frente da chvena de caf, enquanto

alisa os cabelos com a mo. Mas no posso escrever este poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra rapariga no quer dizer o que ela diz em portugal. Ento, terei de escrever a mulher nova do caf, a jovem do caf, a menina do caf, para que a reputao da pobre rapariga que alisa os cabelos com a mo, num caf de lisboa, no fique estragada para sempre quando este poema atravessar o atlntico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo sem pensar em frica, porque a l terei de escrever sobre a moa do caf, para evitar o tom demasiado continental da rapariga, que uma palavra que j me est a pr com dores de cabea at porque, no fundo, a nica coisa que eu queria era escrever um poema sobre a rapariga do caf. A soluo, ento, mudar de caf, e limitar-me a escrever um poema sobre aquele caf onde nenhuma rapariga se pode sentar mesa porque s servem caf ao balco.

JDICE, N. Matria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funes metalingustica e potica. Seu carter metalingustico justifica-se pela

A discusso da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporneo.

B defesa do movimento artstico da ps-modernidade, tpico do sculo XX.

C abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.

D tematizao do fazer artstico, pela discusso do ato de construo da prpria obra.

E valorizao do efeito de estranhamento causado no pblico, o que faz a obra ser reconhecida.Questo 134

Art. 2 Considera-se criana, para os efeitos desta Lei, a pessoa at doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. [...]

Art. 3 A criana e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sem prejuzo da proteo integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies de liberdade e de dignidade.

Art. 4 dever da famlia, da comunidade, da sociedade em geral e do poder pblico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao, educao, ao esporte, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria. [...]

BRASIL. Lei n. 8 069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criana e do adolescente.

Disponvel em: www.planalto.gov.br (fragmento).

Para cumprir sua funo social, o Estatuto da criana e do adolescente apresenta caractersticas prprias desse gnero quanto ao uso da lngua e quanto composio textual. Entre essas caractersticas, destaca-se o emprego de

A repetio vocabular para facilitar o entendimento.

B palavras e construes que evitem ambiguidade.

C expresses informais para apresentar os direitos.

D frases na ordem direta para apresentar as informaes mais relevantes.

E exemplificaes que auxiliem a compreenso dos conceitos formulados.Questo 135

O socilogo espanhol Manuel Castells sustenta que a comunicao de valores e a mobilizao em torno do sentido so fundamentais. Os movimentos culturais (entendidos como movimentos que tm como objetivo defender ou propor modos prprios de vida e sentido) constroem-se em torno de sistemas de comunicao essencialmente a internet e os meios de comunicao porque esta a principal via que esses movimentos encontram para chegar quelas pessoas que podem eventualmente partilhar os seus valores, e a partir daqui atuar na conscincia da sociedade no seu conjunto.

Disponvel em: www.compolitica.org. Acesso em: 2 mar. 2012 (adaptado).Em 2011, aps uma forte mobilizao popular via redes sociais, houve a queda do governo de Hosni Mubarak, no Egito. Esse evento ratifica o argumento de queA a internet atribui verdadeiros valores culturais aos seus usurios.

B a conscincia das sociedades foi estabelecida com o advento da internet.

C a revoluo tecnolgica tem como principal objetivo a deposio de governantes antidemocrticos.

D os recursos tecnolgicos esto a servio dos opressores e do fortalecimento de suas prticas polticas.

E os sistemas de comunicao so mecanismos importantes de adeso e compartilhamento de valores sociais.