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1 A Percepção da Ética dos Discentes de Graduação que Atuam na Área Contábil ENEAS PAULO SILVA DE OLIVEIRA Centro Universitário Adventista de São Paulo SHEILA DA SILVA BORGES Centro Universitário Adventista de São Paulo LUIS FERNANDO DA ROCHA Centro Universitário Adventista de São Paulo RESUMO A ética caraterizada como um conjunto de valores e culturas, presente atualmente na sociedade e nas organizações, e quando não aplicada impacta em constrangimentos e punições. Dentro da organização a não aplicação da ética se deve aos três fatores: Individual, cultural e organizacional. Ao analisar o comportamento ético de alunos profissionais, de graduação, do curso de ciências contábeis, que são atuantes na área, e desenvolvem suas funções utilizando o código de ética e tendo em vista que, a profissão de contador sofre atualização com bastante frequência e por ser, uma profissão que deve ser acompanhada de acordo com as normas e princípios contábeis. O presente artigo se propôs a identificar se os alunos profissionais ao desempenharem sua função podem ser influenciados pelas organizações a agirem de maneira não ética, ou seja, quebrando normas e princípios contábeis. Para o desenvolvimento deste artigo, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica fundamentada e uma pesquisa de campo no qual foi aplicado um questionário que continha 15 questões entre aberta e fechadas para que os discentes explanassem o que realmente acontece no seu cotidiano dentro de organizações e uma pesquisa exploratória para conhecer com mais profundidade o assunto para identificar e observar o comportamento dos discentes. No passado, no presente e no futuro a ética, sempre estará presente, principalmente para garantir uma conduta aceitável, tanto para a organização, como para o indivíduo ou para a sociedade como um todo. Nos tempos atuais as pesquisas e artigos como este, mostram que os indivíduos ainda sim são influenciados no seu ambiente de trabalho mesmo tendo conhecimento do que é certo, por motivos de insegurança optam pela preservação do emprego, e acabam ferindo princípios e valores de lhe foram agregados. O principal resultado demonstrado no presente trabalho foi que, dentre os alunos analisados a maioria são influenciados, mas em contrapartida a minoria dos discentes optou por preservar seus valores e culturas e não foram corrompidos optando até mesmo, pelo desligamento da organização. Palavra-Chave: Ética profissional, discentes e contabilidade. 1 INTRODUÇÃO Todas as pessoas do mundo têm sua conduta incorporada nas suas raízes, ou seja, está atrelada a sua criação que servem como guia, para cada pessoa identificar o que é bom ou ruim, entre o certo e o errado. Valores são incorporados na cultura dos seres humanos e são expressas por meio de suas ações que tem o poder de influenciar o meio ambiente ou pessoas que estão a sua volta. Quando se trata de valores, cultura e de influência mencionam a ética na vida dos seres humanos e o que nela está implícita sobre o conceito de melhorar a sua conduta, seja para a sobrevivência ou para alcançar seus objetivos (MIRANDA, 2004).

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A Percepção da Ética dos Discentes de Graduação que Atuam na Área Contábil

ENEAS PAULO SILVA DE OLIVEIRA

Centro Universitário Adventista de São Paulo

SHEILA DA SILVA BORGES

Centro Universitário Adventista de São Paulo

LUIS FERNANDO DA ROCHA

Centro Universitário Adventista de São Paulo

RESUMO

A ética caraterizada como um conjunto de valores e culturas, presente atualmente na

sociedade e nas organizações, e quando não aplicada impacta em constrangimentos e

punições. Dentro da organização a não aplicação da ética se deve aos três fatores: Individual,

cultural e organizacional. Ao analisar o comportamento ético de alunos profissionais, de

graduação, do curso de ciências contábeis, que são atuantes na área, e desenvolvem suas

funções utilizando o código de ética e tendo em vista que, a profissão de contador sofre

atualização com bastante frequência e por ser, uma profissão que deve ser acompanhada de

acordo com as normas e princípios contábeis. O presente artigo se propôs a identificar se os

alunos profissionais ao desempenharem sua função podem ser influenciados pelas

organizações a agirem de maneira não ética, ou seja, quebrando normas e princípios

contábeis. Para o desenvolvimento deste artigo, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica

fundamentada e uma pesquisa de campo no qual foi aplicado um questionário que continha 15

questões entre aberta e fechadas para que os discentes explanassem o que realmente acontece

no seu cotidiano dentro de organizações e uma pesquisa exploratória para conhecer com mais

profundidade o assunto para identificar e observar o comportamento dos discentes. No

passado, no presente e no futuro a ética, sempre estará presente, principalmente para garantir

uma conduta aceitável, tanto para a organização, como para o indivíduo ou para a sociedade

como um todo. Nos tempos atuais as pesquisas e artigos como este, mostram que os

indivíduos ainda sim são influenciados no seu ambiente de trabalho mesmo tendo

conhecimento do que é certo, por motivos de insegurança optam pela preservação do

emprego, e acabam ferindo princípios e valores de lhe foram agregados. O principal resultado

demonstrado no presente trabalho foi que, dentre os alunos analisados a maioria são

influenciados, mas em contrapartida a minoria dos discentes optou por preservar seus valores

e culturas e não foram corrompidos optando até mesmo, pelo desligamento da organização.

Palavra-Chave: Ética profissional, discentes e contabilidade.

1 INTRODUÇÃO

Todas as pessoas do mundo têm sua conduta incorporada nas suas raízes, ou seja,

está atrelada a sua criação que servem como guia, para cada pessoa identificar o que é bom ou

ruim, entre o certo e o errado. Valores são incorporados na cultura dos seres humanos e são

expressas por meio de suas ações que tem o poder de influenciar o meio ambiente ou pessoas

que estão a sua volta. Quando se trata de valores, cultura e de influência mencionam a ética na

vida dos seres humanos e o que nela está implícita sobre o conceito de melhorar a sua

conduta, seja para a sobrevivência ou para alcançar seus objetivos (MIRANDA, 2004).

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A ética é um conjunto de regras, valores e princípios ou maneira de pensar, que

guiam a uma determinada ação pessoal ou em um coletivo de pessoas, podendo ser benéfico

para si próprio ou para a sociedade como um todo, que expressa uma teoria ética que é

movida pelo utilitarismo, pois toda ação refere-se a uma utilidade que está atrelada entre

decisões e fatos (BENJAMIM; HABERMAS; HORKHEIMER e ADORNO, 1983).

O benefício em prol de um indivíduo sem finalidade para o coletivo de pessoas, ou

seja, a falta de utilitarismo é o que não traz sucesso e que independente de forçado ou não há

fazerem coisas erradas, muitos indivíduos deveriam preferir a morte a se submeterem ao

errado e muitos não sentem remorso e nem sabe diferenciar o que é certo do que é errado

(ARISTOTELES, 1984).

No ambiente profissional, a ética é essencial e reflete em deveres e obrigações

perante a organização em que a ação do profissional é produzir bens e serviços, de forma

correta e coerente, que de um lado se exige a deontologia, ou seja, o estudo dos deveres

específicos que orientam o agir do profissional, e do outro lado se exige a diceologia, que é o

estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades (PONCHIROLLI, 2009).

No caso do contador, existe um princípio moral geral que é o Código de Ética do

profissional contabilista, e o outro decorrente da moral particular, ou individual, que é de

natureza comportamental. Nesse caso existe um código de ética a ser obedecido e outro que é

regido pelo caráter, pelos princípios e pelos valores do profissional como pessoa e como

indivíduo.

O código de ética é um dos meios de regulamentação do profissional contábil, porém

não é o único formulador deste profissional, pois se tratando de pessoas envolvem muito o

contexto social por exemplos: sua raiz, criação e cultura. Deve-se levar em conta o caráter, o

comportamento e o principal, agir de acordo com o benefício voltado para o bem de todos e

nunca com o individual (BARROS, 2010).

O profissional contábil está dentro de um padrão de normas e regras que precisam ser

seguidos, porém as pessoas que buscam o conhecimento do profissional podem agir de má fé,

não dando as informações necessárias com a intenção de manipular resultados. No código de

ética do contabilista, Resolução n° 803/96 capítulos II, dos deveres e das obrigações, art. 2

“São deveres do contabilista: V – Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir

opinião sobre qualquer caso”.

Considerando que a ética na área contábil, está ligada diretamente com o caráter do

indivíduo, levando em conta que a contabilidade, exige responsabilidade e aplicação das

normas vigentes, e diante do não cumprimento do que é correto, são acionadas as normas

regulamentadoras que fiscalizam o profissional que atua de maneira ética ou de má fé. Devido

à necessidade de clareza das informações em qualquer âmbito profissional as informações

fornecidas devem ser as mais corretas possíveis, principalmente quando se trata da área

contábil. Com base nestas informações o estudo propõe-se a responder a seguinte questão:

Qual o comportamento ético dos alunos do curso de graduação em ciências contábeis,

que atuam na área contábil e estudam em uma instituição de ensino superior da zona sul

da cidade de São Paulo?

O objetivo deste trabalho é verificar se os alunos do curso de ciências contábeis

defenderão seus valores éticos e morais diante de fatos ilícitos que possam comprometer sua

imagem profissional perante o código de ética que estabelece regras e normas. Assim

pretende verificar se os alunos irão manter a conduta profissional e individual de seus valores

éticos.

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A ética na profissão contábil é importante, porque o contador dispõe de informações

sigilosas que envolve todo o contexto de uma organização, diante de dados que podem ser

omitidos ou até alterados, por isso o profissional antes de ser um contador, tem que ser

humano ético, integro e de inteira confiança (BARROS, 2010).

Esta verificação é importante, porque o profissional contábil possui informações

privilegiadas e sigilosas de toda a organização. Sendo assim existe uma grande preocupação

na formação do indivíduo em manter seu desempenho profissional as regras e normas

estabelecidas de acordo com o código de ética sem influências imorais e corruptas destruindo

sua imagem.

O ser humano que não possui ética pode causar constrangimentos a uma organização

ou até mesmo a sociedade, esse o comportamento do profissional contábil é justamente de

verificar se o indivíduo que está começando sua carreira profissional possui princípios éticos.

Pois o comportamento ético do indivíduo se divide em três níveis: individual, organizacional

e cultural. No nível individual refere-se aos detalhes do gênero como idade, grau de instrução,

valores morais, as percepções filosóficas. Na organizacional os estudos apontam para o clima

ético da organização; a estrutura do capital e o papel do código de ética. No nível cultural

envolvem e mesclam valores e conhecimentos ao longo da vida e que devem ser adaptados

com as normas e as regras da organização (ALMEIDA, 2007).

São esses três níveis que no mercado global influenciam a continuidade ou

descontinuidade da organização que depende muito do caráter ético do profissional,

independente de qualquer função que ele exerça. Direcionando os olhares a esses

profissionais, no art.1º da Resolução n° 1307/10 da contabilidade, que trata do código de

ética, tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os Profissionais da

Contabilidade, ou seja, tem informações que pode mudar a concepção e orienta-los de forma

justa e correta, produzir prestação de serviços com garantia e qualidade, dentro dos padrões

exigidos pela legislação governamental.

A partir dessas considerações espera-se que o estudo sobre o comportamento dos

alunos do curso de ciências contábeis da universidade de ensino superior da zona sul de São

Paulo-SP, possam agregar valores éticos e que contribuam para o desempenho de futuros

profissionais que colaboram para o crescimento da própria região.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O desenvolvimento da ética

A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o

comportamento humano na sociedade. O termo possui origem etimológica distinta. A palavra

“ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Ética é um conjunto

de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as

regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a

moral e a dimensão da prática da vida humana (FIGUEIREDO, 2008).

Ao escolher se a conduta é certa ou errada conduz ao princípio ético, ou seja, um

princípio de conduta que depende de cada indivíduo e de sua base de criação, a ética é um

saber prático porque não existe uma sociedade ideal, mas sim uma representação ou escolha

certa ou errada de cada indivíduo (CORTELLA e BARROS FILHO, 2014).

O exercício ético implica juízo crítico, algumas condições são essenciais para que se

possa efetivamente tratar sobre ética. Uma condição é a liberdade, mas ela deve ser

acompanhada de responsabilidade. Outras condições também são essenciais: inexistência de

preconceito e de coação; humildade para respeitar o ponto de vista e a opção do outro e

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grandeza para alterar a opção realizada, caso ela não se comprove inadequada (MIRANDA,

2004).

A ética serve como um guia ou uma referência para cada pessoa ou para um coletivo

de pessoas, direcionando uma relação com o utilitarismo podendo ser benéfico em prol de si

próprio ou para o coletivo de pessoas (HABERMAS,1983).

No sentido prático a finalidade da ética e da moral é semelhante, ambas são

responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu

caráter, altruísmo, virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em

sociedade. Assim, em qualquer profissão os princípios éticos devem ser respeitados.

A função da ética é a mesma que se usa para qualquer área, seja financeira

administrativa ou até mesmo na área da saúde, que se possa explicar esclarecer ou investigar

determinadas realidades, que historicamente variam aos princípios e as normas. A doutrina

ética do passado não sofreu uma investigação ou esclarecimento da moral como o

comportamento humano, mas uma justificação ideológica de determinada moral, isso mostra

que a ética por estudar o comportamento humano nada se altera em relação à compreensão

racional e efetiva, que pertence somente ao homem (PONCHIROLLI, 2009).

Entre as profissões que requer um caráter ético, digno e de muita confiança para

exercer as atividades dentro da organização com eficiência e eficaz é a contabilidade, que

além de exigir honestidade envolve percepção do ambiente e tomada de decisão altamente

arriscada.

As questões antiéticas que mais se destacam como suborno, propaganda enganosa,

valores de produtos com aumento inadequado, demora na entrega dos produtos e danos ao

meio ambiente fazem do código de ética um direcionador para o uso maneira correta quando

necessário, para identificar e descrever como os empresários poderiam agir em situações

dessa natureza, para sua própria prevenção.

Para se proteger, as organizações e até mesmos os profissionais foram, desenvolvidos

cursos, conferências, seminários para poder acompanhar as grandes preocupações das

organizações. Muitas dessas empresas criaram suas comissões éticas com o objetivo de

orientar e apoiar a conduta ética.

2.2 O surgimento da contabilidade

A contabilidade surgiu no Brasil em 1951, quando D. João III, nomeou Brás Cubas a

função de contador, na época Brás Cuba, exercia a administração de fazendas e contador de

rendas além de recolhimentos de impostos dos fazendeiros da época. Em 1561, foi criado o

conselho de fazenda para administração financeira das colônias (RODRIGUES, 1985).

Segundo Watanabe (1996), somente ocorreu à formalização contábil em 1754 propostas pelo

governador do Estado de Grão-Pará e Maranhão, neste mesmo ano tiveram aulas de comércio

sobre as supervisões da Junta de Comércio de Lisboa.

“A contabilidade brasileira sempre sofreu uma ampla influência da legislação. Uma

das primeiras grandes manifestações da legislação no cenário brasileiro foi o código

comercial de 1850 que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da

elaboração anual demonstração do Balanço Geral” (SCHMIDT, 1996).

Em 1946 com a promulgação do Decreto LEI nº 9295 determinava a criação do

Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade

(CRC) que tinham a função de fiscalizar a profissão do Contador e do Técnico Contábil

(guarda livros como era conhecido) (HERMES, 1986).

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Devido as grandes mudanças nas últimas décadas, as pessoas que trabalhavam na

área contábil tinham uma mentalidade mais tradicional, não se importava com a concorrência.

Com o avanço da tecnologia houve-se a necessidade de possuir habilidades para apresentar

resultados com prazos menores, custos e remunerações reduzidas, pagamento de impostos

mais baixos, aumentando a concorrência entre os profissionais.

Mesmo com resultados satisfatórios, os contadores devem seguir o padrão que o

código de ética estabelece observando os conceitos de integridade, objetividade,

independência, cuidado com prazos e prestação de serviços, que por motivos éticos devem ser

prestados.

Há questões que na teoria são realizadas de uma maneira e na prática são realizadas

de outra, isso pode dificultar o reconhecimento de questões éticas que são ignoradas podendo

causar grandes problemas para a organização e para o mundo dos negócios, consideradas

como um jogo que não se aplicam as regras comuns do tratamento justo por partes

interessadas.

Existem duas maneiras que pode contribuir para identificar se conduta é ética: a

primeira é perguntar para o indivíduo o que ele pensa a respeito do seu ramo de atividade e se

ele aprova, a segunda é verificar se a organização possui política que irá sustentar a questão

proposta por ela.

Devido algumas alterações que o ser humano vem sofrendo desde o princípio de sua

existência até os tempos atuais, como mudança no seu comportamento e no seu caráter, é

importante que a contabilidade tenha um órgão que fiscalize seu trabalho. A função da

contabilidade em si é registrar classificar, demonstrar, auditar e analisar os dados que a

organização apresenta para a tomada de decisão, com a finalidade de controlar a situação do

patrimônio da empresa (FRANCO, 1996).

O foco de controle do patrimônio é justamente trazer uma vida financeira e

econômica saudável a sua organização garantindo sua continuidade no mercado, juntamente

com a satisfação do público alvo da organização como um todo.

O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado à entidade

econômica administrativa, e constitui um meio indisponível para que esta realize seus

objetivos. Para alcança-los, a administração da entidade executa atos de natureza econômica e

financeira, produzindo variações aumentativas e diminutivas na riqueza patrimonial

(FRANCO, 1996).

A contabilidade trabalha com dois aspectos, um qualitativo que considera as espécies

de bens, direitos e obrigações que compõem seus maquinários, móveis, prédios e instalações,

caixa, contas a receber e contas a pagar, e quantitativa que demonstra o valor expresso que

cada um representa em espécie ou dinheiro (FRANCO, 1996).

2.3 Valores éticos como guiam de conduta

2.3.1 Fiscalização do comportamento

O comportamento humano se diverge de indivíduo para outro, justamente porque

cada pessoa possui sua cultura, suas raízes e seu gênero diferentes das outras, por isso é

preciso ter regras, normas para que todos sigam um único parâmetro na busca de um só

objetivo.

Sendo assim, ética diz respeito também a preceitos, normas de conduta intimamente

ligadas ao comportamento humano, influenciando e sobrepondo-se a padrões de

comportamento e valores morais que variam em função de cada cultura” (SILVA e

FIGUEIREDO, 2007. p.30).

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O profissional de contabilidade deve considerar que nem sempre a ética trará louvor

por sua escolha ou recompensas para si próprio, a ética não está atrelada diretamente ao

sucesso. Nem sempre a fama ou o reconhecimento significam ser éticos, nada destas escolhas

caminham ou são indicadores confiáveis de avaliação da ética, pelo o contrário um dos

parâmetros confiáveis seria a consciência do indivíduo tranquila ou o seguimento do guia de

conduta organizacional (LIMA; GUERRA e MEGLIORINI, 2008).

Borges e Medeiros (2007) afirmam “A conquista denota satisfação pessoal e

consequente prêmio pela dedicação. Sua conduta ética é, na verdade, a aceitação primeira dos

valores do grupo.

A falta de ética também não trará alegria ao indivíduo, mas sim uma satisfação

momentânea de atingir resultados muitas vezes cobrados nas organizações, mas que ainda sim

pesará na consciência do indivíduo e que pode acarretar em vergonha quando descoberto,

tanto por órgãos fiscalizadores como pelos colegas de trabalho, e em muitos casos os

indivíduos estão sendo constrangidos a agirem exclusivamente em funções de resultados

(CORTELLA e BARROS FILHO, 2014).

Considerando que a cultura do indivíduo entre o certo ou errado e que está atrelado

as suas origens e formações diversas, é preciso que a organização tenha uma política e

padrões uniformes que são validas para a empresa e para o colaborador assim todos terão uma

conduta aceitável na companhia e no mercado.

2.3.2 Guia de conduta Ética

O Conselho de Ética Profissional do Contador (CEPC) é um órgão normativo que

serve como guia de conduta, justamente porque se tratando do ser humano envolve dois

fatores que podem influenciar sua conduta, um deles é o fator individual como foi

mencionado e o segundo fator situacional, que envolve o indivíduo, seja voltado para sua

condição econômica vivida ou como profissional em tomadas de decisões. Na situação

econômica é bem voltado para o indivíduo em si, que pode obter proveito do contexto, devido

sua necessidade econômica: baixo salário que traz necessidades em sua vida financeira, enfim

no seu próprio benefício. Na profissional o beneficiário é a organização, como exemplos:

sonegações de impostos, exercício como despesas excedidas, que ficam para ser registradas

no próximo exercício, que pode favorecer as duas partes como um todo (ALVES, 2005).

Devido os fatores individual e situacional, que podem influenciar o comportamento

do indivíduo, foram desenvolvidos a ética corporativa e o conjunto de normativos, para que

todos, seja, a organização ou o funcionário, não tenda a seguir caminhos diferentes do que o

guia de conduta apresenta. Uma vez que a distinção do que é certo ou errado, pode ser

esquecido devido às condições financeiras e também ao caráter do ser humano que pode ser

vendido em muitos casos por qualquer valor.

A ética empresarial ou corporativa como é conhecida nas organizações começou a

ser estudada em 1970, neste mesmo ano professores de Administração de Empresas

começaram a ensinar a escrever sobre responsabilidade social das empresas. Com isto, as

organizações começaram a se preocupar mais com sua imagem pública e encarar de maneira

direta as questões éticas. Com o passar dos anos a ética empresarial vem ganhando seu

espaço, tanto como estudo que se consolidou com o decorrer do tempo, fazendo parte até

mesmo de uma grade curricular em diversas escolas e faculdades reconhecidas, quanto o

espaço em grandes empresas, que preservam por sua imagem, integridade e seus valores

(FERRELL, 2001).

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A ética e o Código de ética capitulo II do artigo I, mencionam os deveres e

proibições da área contábil servem como guia que definem suas condutas e responsabilidades

que devem ser seguidas: como integridade, objetividade, independência e cuidado com

prazos, são algumas regras que no mundo do negócio fazem toda a diferença, pois se trata de

um mundo de particularidades e interesse que atropelam prazos e integridade, por este motivo

existem regras para que sua eficiência e eficácia sejam alcançadas.

Silva e Speroni (1998) afirmam que:

“Uma das características da ética é um maior relacionamento do indivíduo com os

seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores como a dignidade

humana, a auto- realização e a sociabilidade, o ser honesto e cordial com seus pares

e contratantes, na verdade, expõe o lado mais íntegro do profissional”.

O ser humano cordial e gentil e não desvalorizando o próximo, torna um ambiente

profissional mais agradável de se trabalhar, com isto, tende-se produzir mais gerando

melhores resultados para a organização e tende-se um possível reconhecimento da empresa e

de seus colegas, por um ambiente mais tranquilo e motivador.

A ética empresarial já faz parte da realidade das organizações em tomadas de

decisões, as grandes organizações não querem mais sofrer com algum tipo de penalidade de

cobrança pelo que não foi feito ou até mesmo omitido e como isto, tende a evitar possíveis

escândalos que manchariam a imagem da organização, e para garantir a prestação de serviço

com ética estas empresas buscam funcionários mais próximos de sua cultura organizacional.

Segundo Ferrell (2001), a empresa precisa de um programa ético eficaz, que assegure

que todos os empregados compreendam os valores e cumpram as políticas e códigos de

conduta que criam um clima ético.

“Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas

pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma

escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha

vermelha de desconfiança” (JACOMINO, 2000, p.28).

Por isto, nos tempos atuais há uma grande preocupação das empresas, das

instituições de ensino e da própria sociedade, com a formação dos futuros contadores em

prestar serviços de qualidade e de maneira coerente utilizando as guias e normas contábeis.

Assim há também um grande receio dos organismos Internacionais, como a IFAC

(International Federation of Accountants) e o IASB (International Accounting Standards

Board), que é justamente na formação do contador com seu caráter ético (ALVES, 2005).

2.3.3 Contexto ético profissional

O estudo de Transparência Internacional em 2013 apontou o Brasil como um País

que está 72º lugar no ranking de corrupção. Por este motivo há uma grande necessidade de

fiscalização e aprimoramento das normas éticas e do profissional. Estas normas delimitam não

só obrigações, mas deveres que devem ser desenvolvidos com perfil ético, tanto como

instrumento de proteção do exercício dos profissionais e resguardando os direitos dos

públicos assistidos (TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL, 2013).

“Quem quer que já se tenha debruçado sobre uma questão ética difícil sabe muito

bem que o fato de nos dizerem o que a sociedade acha que devemos fazer não ajuda

ninguém a se resolver por essa ou aquela solução. Precisamos tomar a nossa própria

decisão. As crenças e os costumes dentro dos quais fomos criados podem exercer

grande influência sobre nós, mas, ao refletirmos sobre eles podemos agir de acordo

com o que nos sugerem, mas também podemos fazer-lhe uma fraca oposição”

(SINGER,1988).

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Cortella e Barros Filho (2014) afirmam que os objetivos da empresa podem muitas

vezes acarretar em rompimento de valores e da conduta do indivíduo. Como exemplo: banner

de valores que mencionam honestidade, criatividade, transparência e foco no resultado, e que

a palavra foco inutiliza as demais palavras que significa fazer qualquer coisa para se atingir os

resultados. Outra palavra mencionada ¨fazemos qualquer negócio¨ os autores mencionam que,

qualquer negócio é válido e, com isto, haverá a quebra de padrões éticos para que possa

atingir o objetivo.

A ética está mais atrelada ao contexto social do que o individual, pois independente

de raízes e culturas, o ser humano é um fator influenciável que depende de certas regras ou

doutrinas para direcionar o caminho correto. Na profissão contábil não é diferente, ela procura

controlar todos os fenômenos que ocorrem dentro da organização, através de seus registros

contábeis, suas classificações, suas demonstrações, para interpretar os fatos que ocorram para

uma tomada de decisão.

O Código de ética e a ética não são instrumentos para solução de problemas, mas sim

para reduzir o máximo possível, serve como uma espécie de diretrizes tanto para a empresa

quanto para o funcionário, por isto, é de extrema valia que o código de ética da organização

seja desenvolvido pela alta cúpula, ou seja, pelos executivos e que fique bem claro quais são

suas missões, valores e cultura organizacional. Para que a empresa não seja também punida

por quebra de padrões éticos, tanto com seus clientes, fornecedores e funcionários.

Importante ressaltar que as quebras destes valores geram consequências como

imagem negativa da organização e até mesmo queda no valor de suas ações quando em capital

aberto, isto acarretará em perdas, em prejuízos para a empresa e dependendo do caso a

descontinuidade da organização.

Por este motivo o profissional da contabilidade deve conhecer sua profissão e os

aspectos técnicos, as regras e prerrogativas da profissão, junto com os valores e a visão da

organização, porque possuem objetivos em comum como satisfação própria, isto contribuirá

para uma vida saudável da organização (SILVA e FIGUEIREDO, 2007).

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada no presente trabalho foi de pesquisa bibliográfica, este tipo

de pesquisa procura resposta de uma hipótese que será testada, então utilizou- se de livros,

artigos e site para sua fundamentação. A pesquisa bibliográfica por ser justamente

fundamentada possui parte obrigatória, pois ela que traz a base para a elaboração cientifica

(BEUREN, 2004).

Embasado em diversos autores buscando analisar e identificar o comportamento

ético e a percepção que influência na conduta do discente da área contábil e que atua na

profissão, com finalidade para agregar valores que possam contribuir para seu conhecimento.

Cervo e Bervian (1983, p.55) definem a pesquisa bibliográfica como a que:

“Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos.

Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou

experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais

ou cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema

".

Trata-se de uma pesquisa dentro de uma Instituição de Ensino Superior da Zona Sul

de São Saulo, que terá o propósito de analisar o comportamento ética dos discentes por meio

de questionário, uma série de perguntas sobre o problema visado, que melhor corresponde a

sua opinião, para que se possam obter conclusões a respeito de seus pensamentos como

discentes que atuam hoje na área contábil (LAVILLE e DIONNE, 1999).

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“O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série

ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante, sem

presença do pesquisador” (BEUREN, 2004, p. 130).

Este questionário será com questões aberta e fechadas, utilizadas para coletar dados e

obter analise por meio das informações em relação a sua conduta estudantil para que se possa

averiguar seu caráter e o seu comportamento ético dos discentes pode ser influenciado pelo

ambiente profissional.

Os questionários com questões abertas serão de temas livres considerando até mesmo

o ponto de vistas dos discentes, já os questionários fechados são perguntas que podem induzir

as respostas correspondentes aos seus atos, que serão através de um conjunto de alternativas.

Será reservado um tempo para analisar os questionários aplicados conforme suas respectivas

respostas (BEUREN, 2004)

A pesquisa exploratória é justamente para conhecer com mais profundidade o

assunto, ou seja, mais familiaridade com o problema, será aplicada numa amostragem por

conveniência, com intuito de identificar e de observar entre discentes o seu comportamento,

sua percepção ética que serão demonstrados por meios de gráficos para ilustrar se houveram

mudanças.

Para Gil (1999) a pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de proporcionar

uma visão geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesquisa é realizado,

sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses

precisas e operacionalizáveis.

4. ANÁLISE DE DADOS

Na Instituição de Ensino Superior da Zona Sul de São Paulo, foram analisadas turmas

do 7º e 8 º semestre que atuam na área contábil. Os dados foram coletados por meio de um

questionário que continha 15 questões com o objetivo de verificar o comportamento dos

alunos de graduação em relação à ética contábil, sendo que, do 7º semestre estão matriculados

47 alunos e somente 17 alunos atuam na área e do 8º semestre estão matriculados 25 alunos,

mas somente 7 atuam na área contábil. Totalizando 24 alunos para análise da pesquisa na área

contábil, sendo que, 20 são solteiros e 16 são do sexo feminino e 50% dos alunos recebem

uma remuneração salarial de até R$ 2.364,00.

Na solicitação de auto avaliação do conhecimento sobre o código de ética contábil

foram propostos parâmetros para analisar quantas vezes os alunos profissionais da área

precisaram utilizar o Código de ética contábil.

Dentre os 24 alunos, 33% mencionaram o seu conhecimento como bom, 25% como

ruim ou nunca precisou utilizar no seu cotidiano, 38% como normal ou básico, e 4% nunca

ouviu nem falar sobre o assunto.

0%

33%

25%

38%

4%

GRÁFICO 1 - AVALIAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA

bom

ruim

normal

não sabe

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Com estes dados observam-se que 38% dos alunos de graduação mencionaram que seu

conhecimento normal ou básico sobre o código ética na área contábil, o que traz uma

adequação para sua área de atuação, porque o serviço contábil deve ser desempenhado de

acordo com o código de ética, para que não venha ferir princípios contábeis, ético ou até

mesmo princípios morais, como exemplo honestidade. O que está de acordo com a visão de

Almeida (2007), que menciona que a falta de princípios éticos e morais podem prejudicar uma

organização e até mesmo uma sociedade como um todo e cita que na esfera organizacional o

comportamento ético se divide em três níveis que são individual, organizacional e cultural.

O que também está de acordo com Silva e Figueiredo, (2007), que a importância de ter

um guia do comportamento humano é justamente ter um órgão que padronize os serviços

desenvolvidos por indivíduos dentro das organizações. Por este motivo o profissional de

contabilidade deve ter conhecimento da sua área de atuação e todos os aspectos técnicos e

regras que estão na sua profissão e desempenharem juntos com a organização ou até mesmo

com a sociedade, pois tanto o profissional como a organização possuem objetivos em comum.

Foram analisados os conhecimentos dos alunos sobre o tema ético ensinado na

graduação e com base nisto foi perguntado se o ambiente empresarial poderia influenciar o

indivíduo a fazer o que era errado.

A amostra analisada indica que 50% dos alunos profissionais já foram influenciados

no seu ambiente empresarial e que tinham ciência de estarem agindo de maneira errada, mas

para garantir o emprego, fizeram o que o chefe mandou. Outros 46%, mencionaram nunca

terem sidos influenciados, justificando não serem pessoas influenciadas, e 4% não a

responderam. Observa-se que 50% dos profissionais atuantes na área contábil preferiram

preservarem o emprego o que é de encontro com a grande realidade dos indivíduos desde o

passado até os tempos atuais.

O que está acordo com Singer (1988) que afirma que, mesmo sabendo o que é certo ou

errado ainda assim poderá ser influenciado, principalmente se na decisão tiver objeto de

escolha como exemplo o trabalho, e que mesmo assim tem que optar-se por uma solução que

muitas vezes os valores e culturas pesam nesta decisão, mas ao analisar pode-se caminhar

contra os princípios e valores e agir de acordo com que foi sugerido, ou seja, influenciado.

O que também está de acordo com Alves (2005), menciona que um dos motivos que

levam os indivíduos a sofrerem influencia são os fatores individual e o situacional, pois no

individual mostra o indivíduo que pode tirar proveitos pessoais de determinada ação ou

decisão até mesmo economicamente exemplo salario, já o situacional traz benefícios para

empresa exemplo sonegação de impostos.

Foi proposta uma situação em que o aluno avaliasse qual seria sua decisão, onde foi

mencionada uma empresa em que o aluno sempre teve vontade de trabalhar e que a mesma

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fez uma proposta com o dobro do salário, que este aluno recebe em sua empresa atual, mas

em contrapartida queria saber a data de lançamento de um novo produto, com objetivo de

avaliar sua conduta ética contábil do aluno.

Análise apontou 63% dos alunos não informariam a data de lançamento do produto,

mesmo sabendo que a empresa de seus sonhos não o contrataria. E 37% não informariam a

data, pois estaria indo contra os valores da empresa em que trabalham. Na questão

apresentada os alunos preferiram abrir mão dos seus sonhos e respeitar a empresa em que

trabalha mantendo assim uma conduta ética.

O que representa de acordo com Silva e Speroni (1988) que quando agindo de acordo

com a ética isto traz um relacionamento maior com os clientes e outros profissionais e que

com isto, gera valores que são levados em conta como a dignidade humana, a auto realização

e a sociabilidade, o ser honesto e cordial tanto com a organização como o profissional na

integra.

Que que também está de acordo com Jacomino, (2000) afirma que as questões éticas

mais do que nunca traz um peso grande na imagem dos profissionais, pois é o que pode

garantir a diferença entre o sucesso e o fracasso da vida profissional e que dependendo do que

o profissional faça de errado, ou seja, não for considerado ético pode manchar sua imagem e

criar uma marca vermelha de desconfiança no mercado.

Na análise conduta ética dos alunos, as situações foram voltadas para a empresa para

avaliar a conduta dos profissionais da área contábil. Foram apresentadas despesas excedidas

dentro do mês para serem lançadas no mês seguinte, porque o chefe pediu para não lançar

naquele mês, para não impactar diretamente nos resultados

A conduta dos apontou que 16% optaram por lançar no próximo mês, 21% optaram

por lançar no mês atual em que pertence a despesa, 42% optaram por argumentar com o chefe

de que não poderia lançar no próximo mês, mas diante da insistência do chefe e para não

afetar os resultados da empresa lançaria no próximo mês e 21% lançaria mesmo que o chefe

brigasse com ela. Observa-se que 42% lançariam mesmo fora do mês de competência para

manter o emprego um fator bem predominante desde os tempos passados ao atual, mudanças

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acontecem a todo tempo seja ela internacional ou nacional na área contábil, mas a obrigações

de lançamentos continuam o mesmo. Por este motivo existe órgão regulamentadores para

fiscalizar o serviço contábil para observar o seu desempenho é certo ou errado como exemplo

CRC (Conselho Regional de Contabilidade).

O que apresenta de acordo Alves (2005) enfatiza que o fator situacional é o

responsável por quebras de princípios éticos porque beneficiam a organização como um todo

e pode até certo ponto beneficiar o indivíduo. Algumas empresas que adquirem este tipo de

fator podem sofrer punições.

Em relação a responsabilidade do profissional foi apresentada uma situação em que ele

esqueceu de lançar um tipo de imposto e mencionado qual seria sua atitude em relação ao

assunto.

Na análise, apontou-se que, 71% mencionaram que contariam para o seu chefe o

ocorrido, 4% não informaria para o chefe e aguardaria a Receita Federal informar o erro e

25% contaria para o seu chefe, pois se outro funcionário encontrasse o seu erro seria pior.

Observa-se que 71% assumiriam seu erro e contaria para o seu chefe o ocorrido, com isto,

evitaria possíveis punições para a empresa, ou seja, 71% estão de acordo com a conduta ética.

O que representa de acordo com Lima; Guerra e Megliorini (2008) mencionam que

nem sempre a ética trará louvor e nem sucesso no que faz, não existem garantias, e nem

sempre a fama ou reconhecimento significam ser ético, mas o melhor parâmetro para

mensurar se a atitude, está certa ou errada, é a própria consciência do indivíduo.

Ao propor identificar o porquê de utilizar a ética como guia de conduta, sendo que o

caráter do indivíduo se dá muitas vezes por suas raízes e criação, o que já declara o que é

certo ou errado.

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Entre os alunos de graduação, 62% utilizam a ética para respeitar o direito do próximo,

25% utilizam a ética para não cometerem erros e 13% utilizam a ética para não sofrerem

punição. Observa-se que, neste caso o maior percentual não é para sofrer algum tipo de

punição, mas sim para respeitar o direito do próximo.

O que está de acordo com Figueiredo (2008) que menciona, a ética fundamentada em

valores morais que serve como direcionamento no comportamento humano em sociedade, ou

seja, é um conjunto de conhecimento extraído do comportamento humano para mensurar sua

conduta sem desrespeitar o espaço e direito do próximo.

Foi proposto identificar como o ser humano pode ser influenciado tanto pelo seu

caráter como pelo seu comportamento, buscando prevenir-se de um ambiente empresarial

rodeados de oportunidades fraudulentas. A questão se propôs em identificar tipos de

prevenção no meio profissional da área contábil.

Dos 24 alunos analisados 13% mencionaram que para se prevenir do ambiente

empresarial e para não serem influenciados a terem uma má conduta, segue o código de ética

54% mencionaram que mantendo os seus princípios e valores culturais não são corrompidos

pelo ambiente empresarial 29% mencionaram que se mantendo atualizado sobre sua área de

atuação é a melhor maneira de se prevenir, e 4% não a responderam se tem ou não interesse

em se prevenir de oportunidades de proveito pessoal. Observa-se que 54% mencionaram que

quando mantidos os seus valores e princípios não são corrompidos pelo ambiente empresarial.

O que representam o oposto de Singer (1988) menciona que, apesar da cultura e

valores dos indivíduos pesarem muito, ainda sim os indivíduos são influenciados pelo

ambiente a fazerem o que sugerem, tornando assim os valores e culturas uma fraca oposição.

Ao mencionarem os alunos para se colocarem no lugar do dono como proprietário da

empresa, no qual o seu contador superfaturou o estoque e não tendo como honrar seus

compromissos, qual a atitude que deveria ser tomada para a situação que a empresa estaria

passando.

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Para honrar os seus compromissos 25% dos alunos citaram que conversariam com os

fornecedores sobre o ocorrido na empresa e que não teriam como honrar os compromissos,

71% mencionaram que conversariam com os fornecedores sobre a situação da empresa, mas

que pagariam juros ao mesmo e 4% não a respondeu. No total 71% dos alunos deixaram bem

claro que fariam o possível para honrar com os seus compromissos, o que é eticamente

correto.

E está de encontro com o Código de Ética Capítulo II Dos Deveres e Das Proibições

Art. 1° é mencionado que o Profissional deve executar sua profissão com Zelo e diligencia,

honestidade e capacidade técnica, ou seja, todo momento o profissional da área contábil tem

que exercer sua honestidade.

O que também representa de acordo com Cortella e Barros Filho (2014) mencionam

que a falta de ética não trará louvor para o indivíduo, e nem tranquilidade a sua consciência,

mas trará vergonha quando descoberta sua atitude. Deste ponto de vista os alunos de

graduação estão de encontro com o que afirma o autor.

Dentro da percepção da ética, foram analisadas as influências dos alunos mesmo tendo

base do que é certo ou errado. Foi proposto identificar o real motivo que faz o indivíduo a

contraporem suas ideias.

Dos alunos analisados 54% mencionaram que não são influenciados e possuem sua

própria opinião, 38% justificaram que os seres humanos são fracos e dependendo do que têm

em jogo eles podem ser influenciados, e 8% não a responderam. Pode-se observar que dos

54% que declararam não serem influenciados, já fizeram coisas que eram erradas, mas que

pelo motivo do chefe ter mandado e o emprego estar em jogo foram influenciados, ponto

analisado em contradição.

O que representa o oposto de Cortella e Barros (2014) afirmam que, existe um

princípio ético ou um princípio de conduta onde, o certo ou errado de cada indivíduo está na

base de sua criação e também não existem uma sociedade perfeita e alguns dos motivos de

quebra de conduta são as imposições que a empresa coloca para atingirem metas, isto acarreta

em quebra de valores dos indivíduos.

O que também representa o oposto de Singer (1988) reforça que a cultura e valores

que os indivíduos foram criados é o que mais pesam em suas decisões, porem quando

deparado em uma situação difícil o indivíduo tende a ser influenciado.

Ao citar a diferença da ética como guia de conduta do que certo ou errado com o

utilitarismo que o bem coletivo, foram questionados qual a sua relação.

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Na amostra analisada 24 alunos, 46% mencionaram que a ética e o utilitarismo

caminham juntos, 38% dos alunos mencionaram que a ética e o utilitarismo não possuem

relação e 13% mencionaram nenhuma das alternativas, 3% não a responderam. Observa- se

que 46% dos alunos mencionaram que a ética e o utilitarismo caminham juntos que estão de

acordo com suas definições.

O que está de acordo com Benjamim; Habermas; Horcheimer e Adorno (1983)

menciona que, a ética é um conjunto de regras, valores e princípios que traz um benefício ao

indivíduo ou a sociedade como um todo e é movida pelo utilitarismo, pois toda ação

representa uma utilidade.

5. CONCLUSÃO

De acordo com a bibliografia estuda ética é um assunto do passado que sempre estará

presente e acompanhando o mundo globalizado, com o passar dos anos a ética não se alterou,

mas vem se ajustando os tempos atuais, um assunto que veio com força dentro das

organizações, indivíduos e sociedade como um todo. Hoje mais do que nunca é de grande

preocupação das organizações que os funcionários desempenhem seu trabalho com ética e

eficácia, pois isto, garantirá que a empresa não sofrerá possíveis punições.

O objetivo do presente trabalho foi justamente verificar se o discente de graduação que

leva uma nova bagagem um conhecimento do certo ou errado adquirido na graduação como

forma teórica, conseguem desenvolver juntamente com a prática dentro da organização suas

funções com ética e de acordo com os princípios e normas contábeis.

De acordo com a pesquisa de campo aplicada, verificou-se que os discentes mesmo

sabendo o que é certo ou errado, ainda sim sofrem influencias dentro das organizações para

garantirem o emprego de forma impostas muitas vezes por chefes, para atingirem metas ou

objetivos a todo custo. A pesquisa apontou que muitos discente tem o conhecimento sobre o

código de ético do que é certo, mas a maioria mencionou que mesmo assim foi influenciado

no ambiente de trabalho, o que está de acordo, Singer (1988), que afirmam que a cultura e os

valores pesam muito para o indivíduo, mas que mesmo assim são influenciados quando

deparados em uma situação ética difícil.

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