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ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA (BRAZILIAN ARCHIVES OF ENDOCRINOLOGY AND METABOLISM) Órgão oficial de divulgação científica das seguintes sociedades médicas: SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Departamento da Associação Médica Brasileira), SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes, ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica e SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral ENDOCRINOLOGIA & METABOLOGIA FUNDADOR e EDITOR 1951-1955 Waldemar Berardinelli (RJ) EDITORES e CHEFES DE REDAÇÃO* 1951-1955 Thales Martins (RJ) 1957-1972 Clementino Fraga Filho (RJ) *1964-1966 Luiz Carlos Lobo (RJ) *1966-1968 Pedro Collett-Solberg (RJ) *1969-1972 João Gabriel H. Cordeiro (RJ) 1978-1982 Armando de Aguiar Pupo (SP) 1983-1990 Antônio Roberto Chacra (SP) 1991-1994 Rui M. de Barros Maciel (SP) 1995-2006 Claudio Elias Kater (SP) EDITOR CHEFE 2007-2010 Edna T. Kimura (SP) CO-EDITORES 2007-2010 Sandra R. G. Ferreira (SP) Evandro S. Portes (SP) Magnus R. Dias da Silva (SP) EDITORES ASSOCIADOS (2007-2008) Presidentes dos Departamentos da SBEM Adrenal e Hipertensão Milena F. Caldato (PA) Diabetes Melito Marcos A. Tambascia (SP) Dislipidemia e Aterosclerose Maria Teresa Zanella (SP) Endocrinologia Básica Célia Regina Nogueira (SP) Endo Feminina e Andrologia Amanda Athayde (RJ) Endocrinologia Pediátrica Marília Martins Guimarães (RJ) Metabolismo Ósseo e Mineral Marise Lazaretti Castro (SP) Neuroendocrinologia Nina R. C. Musolino (SP) Obesidade Henrique de L. Suplicy (PR) Tireóide Léa M. Zanini Maciel (SP) Representantes das Sociedades Colaboradoras SBD Walter J. Minicucci (SP) ABESO Rosana Radominski (PR) SOBEMOM José Gilberto H. Vieira (SP) Editor Associado Internacional Antonio C. Bianco (EUA) COMISSÃO EDITORIAL NACIONAL (2007-2008) Adriana Costa e Forti (CE) Alexander Augusto S. Jorge (SP) Alfredo Halpern (SP) Amélio F. Godoy Matos (RJ) Ana Claudia Latronico (SP) Ana Luiza Maia (RS) Ana Maria J. Lengyel (SP) Antônio Roberto Chacra (SP) Ayrton Custódio Moreira (SP) Berenice B. Mendonça (SP) Bruno Geloneze Neto (SP) Carlos Alberto Longui (SP) Carmen Pazos de Moura (RJ) César L. Boguszewski (PR) Claudio E. Kater (SP) Denise Pires de Carvalho (RJ) Durval Damiani (SP) Eduardo K. Tomimori (SP) Eduardo Pimentel Dias (MG) Francisco Bandeira (PE) Gil Guerra Jr. (SP) Gisah M. do Amaral (PR) Giuseppe Repetto (RS) Gustavo Caldas (PE) Hans Graf (PR) Helena Schmid (RS) leda T. N. Verreschi (SP) Jorge Luiz Gross (RS) José Antônio M. Marcondes (SP) Júlio Abucham (SP) Laura S. Ward (SP) Lício Augusto Velloso (SP) Luciana Naves (DF) Lucio Vilar (PE) Luís Eduardo P. Calliari (SP) Luiz Armando De Marco (MG) Luiz Henrique Canani (RS) Malebranche B. C. Cunha Neto (SP) Manuel H. Aguiar-Oliveira (SE) Marcello Delano Bronstein (SP) Márcio C. Mancini (SP) Margaret Boguszewski (PR) Margaret de Castro (SP) Maria Alice N. Bordallo (RJ) Maria Lúcia F. de Farias (RJ) Maria Tereza Nunes (SP) Marília de Brito Gomes (RJ) Mário José A. Saad (SP) Mário Vaisman (RJ) Mauro A. Czepielewski (RS) Monica Roberto Gadelha (RJ) Omar M. Hauache (SP) Osmar Monte (SP) Pedro Henrique S. Corrêa (SP) Pedro Weslley S. do Rosário (MG) Poli Mara Spritzer (RS) Regina Célia S. Moisés (SP) Ricardo M. R. Meirelles (RJ) Rosa Paula M. Biscolla (SP) Rui M. de Barros Maciel (SP) Ruth Clapauch (RJ) Sérgio Atala Dib (SP) Sonir Roberto R. Antonini (SP) Suemi Marui (SP) Tânia A. S. Bachega (SP) Thomas R. Porto da Cruz (BA) Ubiratan Fabres Machado (SP) Vivian C. M. Ellinger (RJ) COMISSÃO EDITORIAL INTERNACIONAL (2007-2008) Allen M. Spiegel (EUA) Ana Amélia O. Hoff (EUA) Andre Lacroix (Canadá) Ashley Grossman (Inglaterra) C. Ronald Kahn (EUA) Cecília Camacho-Hübner (Inglaterra) Cedric H. Shackleton (EUA) Deborah L. Segaloff (EUA) Décio Eizirik (Bélgica) Enio Martino (Itália) Fernando Cassorla (Chile) Franco Mantero (Itália) Georges Chrousos (Grécia) Gilberto Velho (França) Helena W. Rodbard (EUA) John P. Bilezikian (EUA) Júlio Licínio (EUA) Martin Rencke (Alemanha) Patrícia L. Dahia (EUA) Paul M. Stewart (Inglaterra) Stephen Marx (EUA)

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Arquivos BrAsileiros de endocrinologiA e MetABologiA (Brazilian archives of endocrinology and MetaBolisM)

Órgão oficial de divulgação científica das seguintes sociedades médicas: sBeM – sociedade Brasileira de endocrinologia e Metabologia (departamento da Associação Médica Brasileira), sBd – sociedade Brasileira de diabetes, ABeso – Associação Brasileira para o estudo da obesidade e síndrome

Metabólica e soBeMoM – sociedade Brasileira de estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral

ENDOCRINOLOGIA& METABOLOGIA

FUNDADOR e EDITOR1951-1955 Waldemar Berardinelli (rJ)

EDITORES e CHEFES DE REDAÇÃO*1951-1955 thales Martins (rJ)1957-1972 clementino Fraga Filho (rJ)

*1964-1966 luiz carlos lobo (rJ)*1966-1968 Pedro collett-solberg (rJ)*1969-1972 João gabriel H. cordeiro (rJ)

1978-1982 Armando de Aguiar Pupo (sP)1983-1990 Antônio roberto chacra (sP)1991-1994 rui M. de Barros Maciel (sP)1995-2006 claudio elias Kater (sP)

EDITOR CHEFE2007-2010 edna t. Kimura (sP)

CO-EDITORES2007-2010 Sandra R. G. Ferreira (SP) evandro s. Portes (sP) Magnus r. dias da silva (sP)

EDITORES ASSOCIADOS (2007-2008)

Presidentes dos Departamentos da SBEMAdrenal e Hipertensão Milena F. caldato (PA)diabetes Melito Marcos A. tambascia (sP)dislipidemia e Aterosclerose Maria teresa Zanella (sP)endocrinologia Básica célia regina nogueira (sP)endo Feminina e Andrologia Amanda Athayde (rJ)endocrinologia Pediátrica Marília Martins guimarães (rJ)Metabolismo Ósseo e Mineral Marise lazaretti castro (sP)neuroendocrinologia nina r. c. Musolino (sP)obesidade Henrique de l. suplicy (Pr)tireóide léa M. Zanini Maciel (sP)

Representantes das Sociedades ColaboradorassBd Walter J. Minicucci (sP)ABeso rosana radominski (Pr)soBeMoM José gilberto H. vieira (sP)

Editor Associado Internacional Antonio c. Bianco (euA)

COMISSÃO EDITORIAL NACIONAL (2007-2008)

Adriana Costa e Forti (CE)Alexander Augusto S. Jorge (SP)Alfredo Halpern (SP)Amélio F. Godoy Matos (RJ)Ana Claudia Latronico (SP)Ana Luiza Maia (RS)Ana Maria J. Lengyel (SP)Antônio Roberto Chacra (SP)Ayrton Custódio Moreira (SP)Berenice B. Mendonça (SP)Bruno Geloneze Neto (SP)Carlos Alberto Longui (SP)Carmen Pazos de Moura (RJ)César L. Boguszewski (PR)Claudio E. Kater (SP)Denise Pires de Carvalho (RJ)Durval Damiani (SP)Eduardo K. Tomimori (SP)Eduardo Pimentel Dias (MG)Francisco Bandeira (PE)Gil Guerra Jr. (SP)Gisah M. do Amaral (PR)Giuseppe Repetto (RS)

Gustavo Caldas (PE)Hans Graf (PR)Helena Schmid (RS)leda T. N. Verreschi (SP)Jorge Luiz Gross (RS)José Antônio M. Marcondes (SP)Júlio Abucham (SP)Laura S. Ward (SP)Lício Augusto Velloso (SP)Luciana Naves (DF)Lucio Vilar (PE)Luís Eduardo P. Calliari (SP)Luiz Armando De Marco (MG)Luiz Henrique Canani (RS)Malebranche B. C. Cunha Neto (SP)Manuel H. Aguiar-Oliveira (SE)Marcello Delano Bronstein (SP)Márcio C. Mancini (SP)Margaret Boguszewski (PR)Margaret de Castro (SP)Maria Alice N. Bordallo (RJ)Maria Lúcia F. de Farias (RJ)

Maria Tereza Nunes (SP)Marília de Brito Gomes (RJ)Mário José A. Saad (SP)Mário Vaisman (RJ)Mauro A. Czepielewski (RS)Monica Roberto Gadelha (RJ)Omar M. Hauache (SP)Osmar Monte (SP)Pedro Henrique S. Corrêa (SP)Pedro Weslley S. do Rosário (MG)Poli Mara Spritzer (RS)Regina Célia S. Moisés (SP)Ricardo M. R. Meirelles (RJ)Rosa Paula M. Biscolla (SP)Rui M. de Barros Maciel (SP)Ruth Clapauch (RJ)Sérgio Atala Dib (SP)Sonir Roberto R. Antonini (SP)Suemi Marui (SP)Tânia A. S. Bachega (SP)Thomas R. Porto da Cruz (BA)Ubiratan Fabres Machado (SP)Vivian C. M. Ellinger (RJ)

COMISSÃO EDITORIAL INTERNACIONAL (2007-2008)

Allen M. Spiegel (EUA)Ana Amélia O. Hoff (EUA)Andre Lacroix (Canadá)Ashley Grossman (Inglaterra)C. Ronald Kahn (EUA)Cecília Camacho-Hübner (Inglaterra)Cedric H. Shackleton (EUA)

Deborah L. Segaloff (EUA)Décio Eizirik (Bélgica)Enio Martino (Itália)Fernando Cassorla (Chile)Franco Mantero (Itália)Georges Chrousos (Grécia)Gilberto Velho (França)

Helena W. Rodbard (EUA)John P. Bilezikian (EUA)Júlio Licínio (EUA)Martin Rencke (Alemanha)Patrícia L. Dahia (EUA)Paul M. Stewart (Inglaterra)Stephen Marx (EUA)

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Sociedades e Associações Brasileiras na Área de Endocrinologia e Metabologia

SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologiarua Humaitá, 85 cj. 501 Diretoria Nacional da SBEM (2007-2009)22261-000 rio de Janeiro, rJ Presidente: ruy lyratel/Fax: (21) 2579-0312 vice-Presidente: Francisco Bandeirae-mail: [email protected] secretário executivo: luiz grizwebsite: www.sbem.org.br / endocrinologia.org.br secretário Adjunto: Amaro gusmãosecretária executiva: Julia Maria c.l. gonçalves tesoureiro geral: gustavo caldas tesoureiro Adjunto: lucio vilarAv. Agamenon Magalhães, 4775 sala 30250160-070 ilha do leite, recife, Petel.: (081) 2125-7473secretária executiva: Paola cavalcanti

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetesrua Afonso Brás, 579 cj. 72/74 Diretoria Nacional da SBD (2008/2009)04511-011 são Paulo, sP Presidente: Marilia de Brito gomestel/Fax: (11) 3842-4931 vice-Presidentes: Balduino tschiedele-mail: [email protected] Mario José Abdalla saad, nelson rassi, website: www.diabetes.org.br reine Marie chaves Fonseca, secretária executiva: Kariane Krinas davison saulo cavalcanti da silvagerente administrativa: Anna Maria Ferreira secretário geral: sérgio Atala dib 2º secretário: rosane Kupfer tesoureiro: Antonio carlos lerario 2º tesoureiro: domingos Augusto Malerbi

ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólicarua tabapuã, 888 cj. 81/83 itaim Bibi Diretoria Nacional da ABESO (2008-2009)04533-033 são Paulo, sP Presidente: Marcio correa Mancinitel: (11) 3079-2298 vice-Presidente: Bruno geloneze netoFax: (11) 3079-1732 1º secretário geral: João eduardo n. sallese-mail: [email protected] 2º secretário geral: Josivan gomes de limawebsite: www.abeso.org.br tesoureiro: Mario Kehdi carrasecretária operacional: Élide Ferraz

SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e MineralAv. Angélica, 1757 cj. 103 Diretoria Nacional da SOBEMOM (2007-2008)01227-200 são Paulo, sP Presidente: Marise lazaretti castrotel: (11) 3822-1965 vice-Presidente: Pérola g. PlaplerFax: (11) 3826-4677 secretário Adjunto: Pedro Henrique s. corrêae-mail: [email protected] secretária geral: cynthia M. Brandãowebsite: www.sobemom.com.br 2º secretário: sérgio s. Maedasecretária operacional: damaris r. villela tesoureiro geral: eduardo Meirelles 2º tesoureiro: Hamilton c. Menezes Filho

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Departamentos Científicos da SBEM – 2007/2008 Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Adrenal e HipertensãoPresidente: Milena F. caldatovice-Presidente: tânia Mazzucorua dos tamoios, 1474, apto 101 – Batista campos66025-125 Belém, PAtel: (91) 3223-5359Fax: (91) 3223-8560e-mail: [email protected]

diretores: Ana claudia latronico claudio e. Kater lucila K. elias Margaret de castro sonir r. Antonini

Dislipidemia e AterosclerosePresidente: Maria teresa Zanellavice-Presidente: thomaz r. Porto da cruzcentro integrado de Hipertensão e Metabologiacardiovascularuniversidade Federal de são Paulorua leandro dupret, 365 – vila clementino04025-011 são Paulo, sPtel/Fax: (11) 5904-0405e-mail: [email protected]

diretores: Bruno geloneze neto Amélio F. godoy Matos Antonio r. chacra sandra r.g. Ferreira leão Zagury

Endocrinologia Feminina e AndrologiaPresidente: Amanda Athaydevice-Presidente: ricardo M.r. MeirellesAv. n.s. de copacabana, 1183 cj. 50422270-010 rio de Janeiro, rJtel/Fax: (21) 2521-8285 / 2522-2002e-mail: [email protected]: www.feminina.org.br www.andrologia.org.br

diretores: ruth clapauch Alexandre Hohl carmen r.l. Assumpção dolores Pardini Poli Mara spritzer

Diabetes MellitusPresidente: Marcos A. tambasciavice-Presidente: saulo cavalcanti da silvarua Afonso Brás, 579 cj. 72/7404511-011 são Paulo, sPtel/Fax: (11) 3842-4931e-mail: [email protected]: www.diabetes.org.br

diretores: Antonio carlos lerário Adriana costa e Forti Adolpho Milech Balduino tschiedel José egídio P. de oliveira

Endocrinologia BásicaPresidente: célia regina nogueiravice-Presidente: Francisco de Assis nevesdepartamento de clínica MédicaFaculdade de Medicina de Botucatu – unesPrubião Júnior s/n18618-970 Botucatu-sPtel: (14) 3811-6213/ Fax: (14) 3815-2715e-mail: [email protected]

diretores: ubiratan Fabres Machado Maria tereza nunes doris rosenthal vânia Maria c. da costa celso rodrigues Franci

Endocrinologia PediátricaPresidente: Marília Martins guimarãesvice-Presidente: Maria Alice neves Bordallorua Humaitá, 85 – 5º andar22261-000 rio de Janeiro, rJtel/Fax: (21) 2562-2748 / 2770-0588e-mail: [email protected]

diretores: Ângela Maria spinola e castro carlos Alberto longui Maria tereza Mathias Baptista Paulo césar Alves da silva renato Junger de oliveira

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Metabolismo Ósseo e MineralPresidente: Marise lazaretti castrovice-Presidente: luiz Henrique M. grizAv. Angélica, 1757 cj. 10301227-200 são Paulo, sPtel: (11) 3822-1965Fax: (11) 3826-4677e-mail: [email protected]: www.sobemom.com.br

diretores: carolina A.M. Kulak dalisbor M.W. silva João Modesto Filho José gilberto H. vieira luiz Augusto t. russo

ObesidadePresidente: Henrique de l. suplicyvice-Presidente: rosana radominskiAssociação Brasileira para o estudo da obesidaderua tabapuã, 888 – cj. 81/83 – itaim Bibi04533-003 são Paulo, sPtel: (11) 3079-2298Fax: (11) 3079-1732e-mail: [email protected] [email protected]

diretores: Bruno geloneze neto lucia M. carraro costa claudia cozer Fátima c.s. Afonso Josivan gomes de lima Zuleika salles cozzi Halpern

NeuroendocrinologiaPresidente: nina r.c. Musolinovice-Presidente: Mônica r. gadelharua cantagalo, 74 cj. 1506 – tatuapé03319-000 são Paulo, sPtel/Fax: (11) 6225-1666e-mail: [email protected]

diretores: luciana A. naves Mauro A. czepielewski Marcello d. Bronstein Antonio r. oliveira Junior renan M. Montenegro

TireóidePresidente: léa M. Zanini Macielvice-Presidente: edna t. Kimuradepartamento de clínica MédicaHospital das clínicas, FMrP-usPAv. Bandeirantes, 390014049-900 ribeirão Preto, sPtel: (16) 3602-2665Fax: (16) 3602-2666e-mail: [email protected]

diretores: laura sterian Ward rui M. de Barros Maciel Ana luiza s. Maia gisah A. de carvalho Meyer Knobel

Departamentos Científicos da SBEM – 2007/2008 Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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Comissões Permanentes da SBEM – 2007/2008 Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Comissão de Comunicação SocialPresidente: ricardo Meirelles ([email protected])

Membros: Balduino tschiedel edna t. Kimura lucio vilar Marisa Helena cesar coral ruy lyra

Comissão de Estatutos, Regimentos e Normas

Presidente: Marisa Helena cesar coral, ([email protected])

Membros: luiz carlos espíndola osmar Monte luiz cesar Povoa ricardo Meirelles João Modesto

Comissão de Acompanhamento do Planejamento Estratégico

Presidente: luiz césar Povoa ([email protected])

Membros: Marcello d. Bronstein Berenice B. Mendonça rosalvo reis Antônio r. Ferreira

Comissão do Projeto Diretrizescoordenador: claudio e. Kater ([email protected])

Membros: Milena F. caldato Maria teresa Zanella Marcos Antonio tambascia celia regina nogueira Amanda v. luna de Athayde Marilia Martins guimarães Marise lazaretti castro nina rosa de c. Musolino Henrique suplicy léa Maria Zanini Maciel

Comissão CientíficaPresidente: Francisco Bandeira ([email protected] / fbandeira@ gmail.com.br)

Membros: Presidentes regionais Presidentes de departamentos científicos Ana cláudia latrônico laura s. Ward Mauro A. czepielewski Adriana costa e Forti luiz griz

Comissão do Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia

Presidente: Francisco Bandeira, ([email protected] / [email protected])vice-Presidente: Hans graf

Membros: Adelaide rodrigues rui M. de Barros Maciel lucio vilar Walter Bloise carlos Alberto longui

Comissão de Educação Médica Continuada

Presidente: ruth clapauch ([email protected])

Membros: luiz susin laura s. Ward João Modesto dalisbor Marcelo W. silva

Comissão de Ética e Defesa Profissionalcorregedora: Maite t. chimeno ([email protected])vice-corregedor: ney cavalcanti

Vogais: Amaro gusmão victor gervásio e silva ivana Maria netto victória itairan de silva terres teiichi oikawa Fabio rogério trujilho Joaquim José de Melo Auxiliadora Brito de lima Josivan silva Paulo roberto Prata Mendonça

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Comitê de Campanhas em Endocrinologia

Presidente: gustavo caldas ([email protected])

Membros: luiz Antônio Araújo vivian ellinger

Comissão de História da Endocrinologia

Presidente: luiz césar Povoa ([email protected])

Membros: rui M. de Barros Maciel thomaz cruz

Comissão Paritária – CAAEP

Membros: romolo sandrini neto luis eduardo Procopio calliari Marilza leal nascimento

Comissão EleitoralPresidente: Airton golbert ([email protected])

Membros: Pedro Weslley s. do rosário victor gervásio e silva Milena F. caldato

Conselho Consultivo da IndústriaPresidente: lúcia cordeiro ([email protected])

Membros: luiz susin representantes da indústria Farmacêutica

Comissão de Valorização de Novas Lideranças

Presidente: Mônica de oliveira ([email protected])vice-Presidente: daniel costa lins

Membros: daniela rego Andréa glezer Alexandre Hohl

Comitê InternacionalPresidente: Amélio F. godoy Matos ([email protected])

Membros: claudio e. Kater césar l. Boguszewski valéria guimarães thomaz cruz João lindolfo c. Borges Marcello d. Bronstein

Comissões Permanentes da SBEM – 2007/2008 Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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8º congresso paulista de diabetes e metabolismoáguas de lindóia15 a 18 de maio

Programação Científica

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S97

2008carta de Boas-vindas ......................................................... s99

comissões e Apoios ........................................................ s100

Programa científico ......................................................... s103

resumos dos cursos Pré-congresso, simpósios e Painéis de Pesquisa ................................... s111

sumário de Pôsteres ....................................................... s141

resumos de Pôsteres ..................................................... s153

Índice remissivo de Autores .......................................... s227

Sumário

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S99

2008Carta de Boas-Vindas

Bem-vindos ao VIII Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo.

É com grande satisfação que os recebemos em Águas de Lindóia.

Nos últimos meses, as Comissões Executiva e Científica trabalharam na organização do evento, planejando uma programação de alto nível científico, às quais deixo meus profundos agradecimentos. Juntos, con-vidados, congressistas e organizadores, esperamos que o evento seja um sucesso, e que contribua para o desenvolvimento da diabetologia.

Nossa programação conta com o já tradicional Curso de Atualização em Diabetes Melito; 8 Simpósios, em que há a participação de 31 pes-quisadores consagrados; 5 Painéis de Pesquisa, com apresentações orais de 20 jovens pesquisadores; e Conferências de convidados internacionais. Gostaríamos de agradecer também à Eventus, pelo eficiente apoio na organização, assim como prestar nossa homenagem ao Dr. Renato Hé-lios Migliorini que 14 anos atrás participou na idealização do Primeiro CPDM.

Sejam bem-vindos e aproveitem o evento que organizamos para vocês.

Ubiratan Fabres Machado

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S100

2008Comissão Executiva

Presidente ubiratan Fabres Machado – icB-FMusP

Secretário Antonio carlos lerário – Hc-FMusP

Tesoureira Zuleica Bruno Fortes – icB-FMusP

Comissão CientíficaMilton c. Foss – FMrP-usP

Maria lúcia c. giannella – FMusP

regina s. Moisés – ePM-unifesp

José Barreto c. carvalheira – FM-unicamp

silvana A. Bordin – icB-FMusP

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S101

Promoção

Apoio

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Divisão SP (SBEM SP)

Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e Síndrome Metabólica – ABESO

Agradecimentos pelo apoio financeiroCNPq, Fapesp

PatrocinadoresAbbott BrasilAssociação Nacional de DiabéticosDelta LivrariaEli Lilly do BrasilElsevier Editora Ltda.EMS S/A FleuryMerck Sharp & Dohme – BrasilNovo Nordisk BrasilRoche DiagnósticaSanofi AventisServier do Brasil LtdaTV Med

Secretaria

www.eventus.com.br

2008

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2008 S103

8º congresso paulista de diabetes e metabolismoáguas de lindóia15 a 18 de maio

Programa Científico

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2008S104 2008S104

Quinta-feira, 15 de maio de 2008

CurSO pré-CONgrESSO

8h20 – 8h30 Abertura

DiAgNóStiCO E SEguiMENtO DO pOrtADOr DE DiABEtES

8h30 – 8h55 dificuldades de diagnóstico em diabetes Márcia nery – hc-fMUsP

8h55 – 9h20 Pré-diabetes – devemos tratar? antonio carlos Pires – fM são José do rio Preto

9h20 – 9h45 como avaliar o controle glicêmico de portadores de diabetes Walter Jose Minicucci – Unicamp

9h45 – 10h00 discussão

10h00 – 10h30 Coffee break

COMO iMplEMENtAr E OtiMizAr O CONtrOlE gliCêMiCO ADEquADO

10h30 – 10h55 insulinoterapia em situações especiais: idosos, crianças, para a prática de exercícios e dia de doença Marcia silva Queiroz – hc-fMUsP

10h55 – 11h20 tratamento do diabetes na presença de alterações de função renal e hepática e de gastroparesia diabética João eduardo nunes salles – fcM santa casa de são Paulo

11h20 – 11h45 conceitos atuais do tratamento do diabetes durante a gestação carlos antonio negrato – clínica de endocrinologia, Bauru

11h45 – 12h00 discussão

12h00 – 14h00 Almoço

SiMpóSiO SAtélitE FlEury

12h00 – 13h00 diabetes e risco cardiovascular Paola smanio – Unifesp

diabetes e complicações oculares sung song Watanabe – Unifesp

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2008 S105

prEvENçãO, DiAgNóStiCO E trAtAMENtO DE COMpliCAçõES DO DiABEtES E DAS DOENçAS ASSOCiADAS

14h00 – 14h25 como identificar e prevenir a dcv em portadores de diabetes antonio carlos lerário – hc-fMUsP

14h25 – 14h50 A nefropatia diabética pode ser prevenida? Maria tereza zanella – Unifesp

14h50 – 15h15 Avaliação e tratamento da dislipidemia e da HAs em portadores de diabetes Walkyria de Paula Pimenta – faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp

15h15 – 15h40 diagnóstico e seguimento das úlceras em pés de portadores de diabetes Maria cândida ribeiro Parisi – hc-fMUsP/hc-Unicamp

15h40 – 16h10 discussão

16h10 – 16h40 Coffee break

NOvAS tErApiAS pArA pOrtADOrES DE DiABEtES

16h40 – 17h05 drogas novas ou insulinoterapia para portadores de dM2 com controle glicêmico inadequado sergio atala dib – Unifesp

17h05 – 17h30 tratamento cirúrgico do portador de dM2: devemos indicar? daniel lerário – hospital israelita albert einstein

17h30 – 17h45 discussão e fechamento

20h10 CEriMôNiA DE ABErturA

20h30 CONFErêNCiA iNAugurAl

coordenador: Milton c. foss

exercise and type 2 diabetes Juleen rae zierath – Karolinska institutet

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2008S106

Sexta-feira, 16 de maio de 2008

8h15 – 10h15 SiMpóSiO 1

coordenador: Milton-césar foss – fMrP-UsP

8h15 – 8h35 o custo do dM no Brasil laércio Joel franco – fMrP-UsP

8h35 – 8h55 Bases fisiopatológicas das alterações das incretinas no diabetes tipo 2 Marcos tambascia – Unicamp

8h55 – 9h15 Melatonina e diabetes José cipolla neto – icB-UsP

9h15 – 9h35 efeitos da hipóxia intermitente crônica no metabolismo de carboidratos e proteínas luiz carlos navegantes – fMrP-UsP

9h35 – 10h05 Por que as metas de tratamento do diabetes não são alcançadas? antonio roberto chacra – Unifesp

10h05 – 10h15 discussão

10h15 – 10h30 Coffee break

10h30 – 11h30 pAiNEl DE pESquiSA i

coordenadoras: claudia Maria oller do nascimento – Unifesp; sandra roberta g. ferreira – UsP

estudo molecular da lipodistrofia parcial familiar – síndrome de dunnigan Maria cristina foss-freitas; renan M. Montenegro Jr.; Margaret castro; Milton-césar foss – fMrP-UsP

o tratamento com ácidos graxos de cadeia média promove aumento do conteúdo de gordura corporal e resistência à ação da insulina em adipócitos isolados de ratos jovens anderson carlos Marçal – icB-UsP

controle da gliceroneogênese no tecido adiposo de ratos diabéticos valéria ernestânia chaves; renato h. Migliorini – fMrP-UsP

glimepirida melhora a sensibilidade à insulina em ratos obesos Msg sem exacerbar a obesidade. Mecanismos moleculares envolvidos nos tecidos muscular, adiposo e hepático rosana cristina tieko Mori – UsP

lipodistrofia parcial familiar tipo 2: identificação do espectro de mutações no gene lMnA Patricia Barretto Mory – Unifesp

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2008 S107

11h30– 12h40 SiMpóSiO 2

coordenadora: Maria lúcia corrêa-giannella – fM-UsP

11h30 – 11h50 genética em diabetes e seu impacto clínico regina celia Mello santiago Moises – Unifesp

11h50 – 12h10 inflamação hipotalâmica e obesidade lício a velloso – Unicamp

12h10 – 12h30 expressão gênica no diabetes melito Maria cristina foss-freitas – fMrP-UsP

12h30 – 12h40 discussão

12h40 – 14h00 Almoço

14h00 – 15h00 pAiNEl DE pESquiSA ii

coordenador: José roberto Bosqueiro – fc-UnesP; fábio Bessa lima – icB-UsP

superexpressão de enzimas antioxidativas em linhagem de células-beta: prós e contras Kleber l. souza – Unicamp

Participação da via Pi3K/AKt na modulação da apoptose em ilhotas pancreáticas do pâncreas endócrino materno durante o período perinatal gabriel forato anhê – icB-UsP

Modulação da secreção de insulina e das oscilações de íons-cálcio em ilhotas pancreáticas de camundongos suplementados com taurina rosane aparecida ribeiro – Unicamp

controle do peróxido de hidrogênio pela glicose em ilhotas pancreáticas eduardo rebelato lopes de oliveira – icB-UsP

Avaliação dos efeitos diretos das tiazolidinedionas sobre as ilhotas pancreáticas murídeas cassio negro coimbra – fMUsP

15h00 – 16h20 SiMpóSiO 3

coordenadora: Ísis do carmo Kettelhut – fMrP-UsP

15h00 – 15h30 Ácidos graxos e sensibilidade periférica à insulina rui curi – icB-UsP

15h30 – 15h50 efeitos da suplementação com arginina sobre a sensibilidade à insulina Maria tereza nunes – icB-UsP

15h50 – 16h10 síndrome metabólica em população nipo-brasileira sandra roberta g. ferreira – UsP

16h10 – 16h20 discussão

16h20 – 16h35 Coffee break

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2008S108

16h35 – 17h55 SiMpóSiO 4

coordenadora regina celia Mello santiago Moises – Unifesp

16h35 – 17h05 Papel da insulina na sepse Paulina sannomiya – instituto do coração (incor) – hc-fMUsP

17h05 – 17h25 dieta e adipocinas claudia Maria oller do nascimento – Unifesp

17h25 – 17h45 como o sistema imune inato modula a ação da insulina Mario a saad – Unicamp

17h45 – 17h55 discussão

17h55 – 18h35 CONFErêNCiA

coordenador: Mario a saad – Unicamp etiologies of Berardinelli-seip congenital lipodystrophy Jocelyne Magré – Univeristé Paris i

20h30 – 23h00 SESSãO DE pôStErES (vEr títulOS págiNA 141)

setor 1 ilhotas pancreáticas

01.B.01 – 01.B.21

setor 2 Fatores inflamatórios

02.B.01 – 02.B.16

02.c.01 – 02.c.06

setor 3 Fígado

03.B.01 – 03.B.09

03.c.01

setor 4 Musculoesquelético

04.B.01 – 04.B.07

setor 5 tecido adiposo

05.B.01 – 05.B.15

05.c.01 – 05.c.05

setor 6 Perspectivas terapêuticas

06.B.01 – 06.B.08

06.c.01 – 06.c.02

setor 7 exercício físico

07.B.01 – 07.B.14

07.c.01 – 07.c.02

setor 8 complicações associadas

08.B.01 – 08.B.10

08.c.01 – 08.c.10

setor 9 Polimorfismos e dM

09.c.01 – 09.c.05

setor 10 epidemiologia

10.c.01 – 10.c.10

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2008 S109

Sábado, 17 de maio de 2008

8h15 – 10h05 SiMpóSiO 5

coordenador: zuleica Bruno fortes – icB-UsP

8h15 – 8h35 Aminoácidos e secreção de insulina – o papel da taurina everardo Magalhães carneiro – Unicamp

8h35 – 8h55 Mecanismos moleculares envolvidos na nefropatia diabética Beatriz schaan – Ufrgs

8h55 – 9h15 nefropatia diabética – atualizações em terapêutica silvia titan – hc-UsP

9h15 – 9h35 diabetes e doença óssea metabólica francisco José albuquerque de Paula – fMrP-UsP

9h35 – 9h55 resistência à insulina e câncer José Barreto campello carvalheira – fcM-Unicamp

9h55 – 10h05 discussão

10h05 – 10h20 Coffee break

10h20 – 11h20 pAiNEl DE pESquiSA iii

coordenadores: Milton-césar foss – fMrP-UsP; zuleica Bruno fortes – icB-UsP

ucP2 protege células hipotalâmicas de dano oxidativo e apoptose induzidos por tnF-α giovanna degasperi

sistema nervoso e metabolismo de proteínas no diabetes amanda Baviera; Ísis do carmo Kettelhut – fMrP-UsP

Associação da demência com diabetes e intolerância à glicose em função da resistência insulínica e marcadores inflamatórios em pacientes idosos renata freitas nogueira salles – fMUsP

inter-relações entre apnéia do sono e síndrome metabólica glaucia carneiro – UnifesP/ePM

determinação da ri associada à síndrome metabólica em adolescentes com tgn eloá rocco – Unifesp

11h20- 12h20 SiMpóSiO 6

coordenadora: Márcia silva Queiroz – hc-fMUsP

11h20 – 11h40 diabetes, reatividade vascular e endotélio em fêmeas zuleica Bruno fortes – icB-UsP

11h40 – 12h00 Papel das catecolaminas e da insulina na regulação da proteólise em musculoesquelético Ísis do carmo Kettelhut – fMrP-UsP

12h00 – 12h20 Anormalidade na secreção de insulina em mulheres de risco para dM2 Walkyria de Paula Pimenta – faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp

12h20 – 12h30 discussão

12h30 – 14h00 Almoço

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2008S110

14h00 – 15h00 pAiNEl DE pESquiSA iv

coordenadoras: Márcia silva Queiroz – hc-fMUsP; Maria tereza nunes – icB-UsP

estudo do receptor de interleucina-21 em diabéticos tipo 1 lindiane gomes crisostomo – fMUsP

estudo da correlação entre polimorfismos em genes relacionados ao metabolismo da glutationa e a suscetibilidade a complicações microvasculares no diabete melito tipo 1 suzana Maria de souza vieira – fMUsP

relação entre polimorfismo da vitamina d e secreção de insulina em portadores de dM tipo1 denise Barretto Mory – Unifesp

desenvolvimento, progressão e reversão da resistência à insulina relacionada ao destreinamento físico: aspectos fisiológicos e moleculares Jose rodrigo Pauli – fcM-Unicamp

Aspectos imunológicos na doença periodontal no diabetes melito roberta santos tunes; Margaret castro; Maria cristina foss-freitas – fMrP-UsP

15h00 – 16h10 SiMpóSiO 7

coordenador: antonio carlos lerário – hc-fMUsP

15h00 – 15h20 Heterogeneidade do dM1 sergio atala dib – Unifesp

15h20 – 15h40 transplante combinado de pâncreas e rim: situação atual João roberto de sá – Unifesp

15h40 – 16h00 Atualização em insulinoterapia Márcia nery – hc-fMUsP

16h00 – 16h10 discussão

16h10 – 16h25 Coffee break

16h25 – 18h05 SiMpóSiO 8

coordenador: lício a velloso – Unicamp

16h25 – 16h45 Mecanismo de ação do islet neogenesis associated protein (ingAP) na resposta secretória à glicose em ilhotas de ratos neonatos e adultos antonio carlos Boschero – Unicamp

16h45 – 17h05 imunologia do dM1 Maria elizabeth rossi da silva – hc-fMUsP

17h05 – 17h25 estratégias para reposição e regeneração da célula-β Maria lúcia corrêa-giannella – fMUsP

17h25 – 17h55 imunoterapia e células-tronco no dM1 Milton-césar foss – fMrP-UsP

17h55 – 18h05 discussão

18h05 – 18h45 CONFErêNCiA – iNSuliN SigNAliNg AND typE 2 DiABEtES

coordenadora: silvana Bordin – UsP Juleen rae zierath – Karolinska institutet

Domingo, 18 de maio de 200810h00 – 11h00 Assembléia sPdM

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008 S111

8º congresso paulista de diabetes e metabolismoáguas de lindóia15 a 18 de maio

Resumos dos Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008S112

CF 1ExERCISE AND TyPE 2 DIABETESZierath JR

Department of Molecular Medicine and Surgery, Section for Integrative Physiology, Karolinska Institutet – Estocolmo, Suécia

Skeletal muscle contraction stimulates multiple signaling cascades that govern a variety of metabolic and transcriptional events. Short-term ex-ercise training increased insulin-mediated glucose disposal in obese type 2 diabetic (p < 0.05), but not in obese non-diabetic subjects. Insulin activation of (1) IRS1, (2) IRS2, (3) phosphotyrosine-associated phosphatidylinositol-3 kinase activity and (4) the substrate of phosphorylated AkT, AS160, a functional Rab GTPase activating protein important for GLUT4 (now known as solute carrier family 2 [facilitated glucose transporter], member 4 [SLC2A4]) translocation, was unchanged after acute or chronic exercise in either group. GLUT4 protein content was increased in obese type 2 diabetic subjects (p < 0.05), but not in obese non-diabetic subjects following chronic exercise. Thus, exercise training increased whole-body insulin-mediated glucose disposal in obese type 2 diabetic patients were independent of functional alterations in the insu-lin-signalling cascade and related to increased GLUT4 protein content. Additionally, we determined the effects of endurance or resistance exer-cise on phosphorylation of AkT and downstream substrates in six trained cyclists who performed a single bout of endurance or resistance exercise separated by approximately 7 days. AkT Ser(473) phosphorylation was increased (1.8-fold; p = 0.011) after endurance but was un-changed after resistance exercise. Conversely, AkT Thr(308) phosphorylation was unaltered after either bout of exercise. Several exercise-re-sponsive phosphoproteins were detected by immunoblot analysis with a phospho-AkT substrate antibody; pp160 and pp300 were identified as AS160 and filamin A, respectively, with increased phosphorylation (2.0- and 4.9-fold, respectively; p < 0.05) after endurance but not resistance exercise. In conclusion, AS160 and filamin A may provide an important link to mediate endurance exercise-induced bioeffects in skeletal muscle. (Deshmuck A et al. Diabetes 2006;55:1776-82; O’Gorman DJ et al. Diabetologia 2006;49:2983-92)

CF 2ETIOLOGIES Of BERARDINELLI-SEIP CONGENITAL LIPODySTROPhyMagré J

Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm) / Université Pierre et Marie Curie (UPMC) – Paris, França

Human lipodystrophies represent a group of diseases characterized by altered body fat amount and/or repartition and major metabolic altera-tions with insulin resistance leading to diabetic complications and increased cardiovascular and hepatic risk. Genetic forms of lipodystrophies are rare. Congenital generalized lipodystrophy or Berardinelli-Seip syndrome is characterized by a complete early lipoatrophy and severe insulin resistance and results, in most cases, from gene mutations. A gene on chromosome 9 (BSCL1) has recently been identified, and mutations in a previously undescribed gene of unknown function (BSCL2) on chromosome 11, termed Seipin, have been found to be responsible for this di-sorder in a number of European and Middle Eastern families. We have studied the genotype/phenotype relationships in 70 affected subjects from 44 apparently unrelated pedigrees of diverse ethnic origin. In all subjects, hepatic dysfunction, hyperlipidaemia, diabetes mellitus, and hypertrophic cardiomyopathy were significant contributors to morbidity with no clear differences in their prevalence between subjects with BSCL1 or BSCL2 and those with evidence against co-segregation with either chromosome 9 or 11 (designated BSCLX). BSCL2 appears to be a more severe disorder than BSCL1 with a higher incidence of premature death and a lower prevalence of partial and/or delayed onset of lipo-dystrophy. The higher prevalence of intellectual impairment and the increased risk of premature death in BSCL2 compared to BSCL1 empha-size the importance of molecular diagnosis of this syndrome and have clear implications for genetic counselling. Additionally, we have investigated the presence of mutations in the Seipin and 1-acylglycerol phosphate acyltransferase 2 (AGPAT2) genes in 32 affected subjects with BSCL from 17 consanguineous pedigrees living in two separate geographical regions, the northeastern and southeastern regions, of Brazil. All, except one, of the 22 BSCL subjects from 15 families living in the northeastern region were found to have a homozygous 669insA mutation in the Seipin gene. In contrast, all 10 BSCL subjects from two families living in the southeastern region were found to a have a homozygous 1036-bp deletion including exons 3 and 4 of AGPAT2. These results support genetic heterogeneity among BSCL patients in Brazil. Our finding of a single mutation in the Seipin and AGPAT2 genes in the pedigrees from the northeastern and southeastern regions, respectively, will be useful in genetic counseling of subjects from these large pedigrees from Brazil. (Capeau J et al. Biochem Soc Trans 2005;33:1073-7; Gomes kB et al. J Clin Endocrinol Metab 2004;89:357-61; Van Maldergem L et al. J Med Genet 2002;39:722-33)

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008 S113

CF 3INSULIN SIGNALING AND TyPE 2 DIABETESZierath JR

Department of Molecular Medicine and Surgery, Section for Integrative Physiology, Karolinska Institutet – Estocolmo, Suécia

Type 2 (non-insulin-dependent) diabetes mellitus afflicts millions of people worldwide and is one of the main causes of morbidity and mortality. Insulin increases glucose uptake and metabolism in skeletal muscle by signal transduction via protein phosphorylation cascades. Insulin action on signal transduction is impaired in skeletal muscle from type 2 diabetic subjects, underscoring the contribution of molecular defects to the insulin resistant phenotype. Recent works look for to identify downstream intermediates in the insulin signaling pathways governing glucose homeostasis, in an attempt to characterize the molecular mechanism accounting for skeletal muscle insulin resistance in type 2 diabetes. The identification and characterization of pathways governing insulin action on glucose metabolism will facilitate the development of strategies to improve insulin sensitivity in an effort to prevent and treat type 2 diabetes mellitus. Type 2 diabetes is manifested by progressive metabolic im-pairments in tissues such as skeletal muscle, adipose tissue and liver, such that these tissues become less responsive to insulin. Skeletal muscle is quantitatively the most important tissue involved in maintaining glucose homeostasis under insulin-stimulated conditions, and is a major site of insulin resistance in type 2 diabetic patients. At the cellular level, glucose transport into skeletal muscle is the rate-limiting step for whole body glucose uptake and a primary site of insulin resistance in type 2 diabetes. Thus, skeletal muscle is a key insulin target tissue that harbours intrin-sic defects that impinges upon whole body glucose homeostasis. Here, we review the current knowledge of signalling events that regulate glu-cose transport in human skeletal muscle (Bouzakri k et al. Curr Diabetes Rev 2005;1:167-74; karlsson Hk, Zierath JR. Cell Biochem Biophys 2007;48:103-13).

Cp 1.1DIfICULDADES NO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DO DIABETES MELITONery M

HC-FMUSP, São Paulo

O diagnóstico de diabetes do tipo 2 é feito em 90% dos portadores de diabetes. Doença d maturidade, associa deficiência da secreção de insuli-na e resistência à sua ação. Em decorrência das enormes modificações sociais e alimentares nas ultimas décadas sua incidência vem aumentando em todo o mundo, inclusive afetando crianças com idades que anteriormente permitiriam apenas o diagnóstico de diabetes tipo 1.

Por outro lado, o diagnóstico de diabetes tipo 2 pode ser atribuído erroneamente a várias situações clínicas: doenças pancreáticas (como pancreatite, hemocromatose, carcinoma de pâncreas), LADA (diabetes auto-imune latente do adulto), formas monogenéticas ou outras doenças associadas o diabetes. O diabetes tipo 1 (DM1) por sua vez acomete especialmente crianças e adolescentes, é resultado de lesão inflamatória das ilhotas pancreáticas com des-truição imunomediada das células-beta. A confirmação desse diagnóstico se faz pela presença de anticorpos anticomponentes pancreáticos em circulação. No entanto cerca de 5% a 7% dos portadores de DM1 não tem anticorpos circulantes no momento do diagnóstico, e este grupo é chamado de diabetes tipo 1B. Várias doenças podem estar incluídas nesse grupo: maturity-onset diabetes of the young (MODY), mutações no DNA mitocondrial, síndro-me de Wolfram, o diabetes atípico, além de formas secundárias e endócrinas e algumas síndromes raras. Além disso, o DM 1A (auto-imune) não é necessariamente de evolução rápida como se pensava anteriormente. Em um dos extremos de seu espectro de apresentação está a forma insi-diosa de acometimento de adultos (LADA) que, a menos que tenham sido submetidos a pesquisa de anticorpos humorais circulantes, seriam confundidos com os portadores de diabetes do tipo 2 pelo comportamento da glicemia e falta de dependência de insulina. O diabetes classifica-do como MODY em geral é visto como uma doença de evolução lenta e de comportamento semelhante ao do diabetes tipo 2. No entanto alguns tipos de MODY evoluem rapidamente para dependência de insulina, podendo ser confundidos com DM1. A presença de história familiar de diabetes acometendo três gerações, que sugere o diagnóstico de MODY, pode não ser necessária uma vez que não é impossível que o paciente seja portador de uma primeira mutação. Mais ainda, o aumento da prevalência da obesidade na infância e adolescência e o diagnóstico mais precoce do DM1A têm levado ao aparecimento de jovens com características de diabetes do tipo 2 juntamente com a presença de auto-imuni-dade antipancreática. Segundo alguns autores o estímulo exagerado sobre a célula-beta induzido pela resistência a insulina poderia, pelo aumen-to de exposição antigênica, contribuir para desencadear auto-imunidade. Estes pacientes têm sido denominados por alguns autores de diabetes duplo. História clínica cuidadosa e a análise do comportamento metabólico em resposta a terapêutica pode alertar para necessidade de revisão de diagnóstico etiológico. Embora isto não mude necessariamente a terapêutica, que freqüentemente é baseada no fenótipo e na resposta aos medicamentos, em alguns casos o diagnóstico e tratamento adequados podem modificar a evolução de forma significativa, como em portadores de LADA ou de carcinoma de pâncreas.

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008S114

Cp 1.2PRÉ-DIABETES – DEVEMOS TRATAR?Pires AC

Autarquia Estadual da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-SP

A expressão pré-diabetes é definida laboratorialmente por meio de glicemias de jejum e após sobrecarga de glicose acima dos valores considera-dos normais e abaixo daqueles determinados para o diagnóstico de diabetes melito clínico, ou seja, glicemias de jejum entre 100 e 125 mg/dL, e após 2 horas a sobrecarga de glicose anidra entre 140 e 199 mg/dL. Os fatores de risco mais freqüentes são idade ao redor de 45 anos, obe-sidade visceral, história familiar de diabetes melito tipo 2, sedentarismo, antecedentes de diabetes gestacional, diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos e outras condições clínicas e laboratoriais, como hipertensão arterial sistêmica, LDL-colesterol e triglicérides elevados e HDL-colesterol abaixo da normalidade para o sexo. Hoje, na prática, existe uma tendência natural dos especialistas em usar o termo pré-diabe-tes em substituição aos utilizados anteriormente, intolerâncias de jejum à glicose e após sobrecarga de glicose.

Atualmente nos Estados Unidos, de acordo com os dados da American Diabetes Association, existem aproximadamente 54 milhões de adultos que preenchem os requisitos para o diagnóstico de pré-diabetes. Estudos controlados, como o Finish Diabetes Prevention Study e o Diabetes Prevention Program Research Group, demonstraram que, por ano, 11% das pessoas com pré-diabetes evoluem para diabetes clínico em um período médio de seguimento de 3 anos. As pesquisas mais recentes demonstram claramente que, se não houver tratamento apropria-do nessa fase, além de o problema evoluir em longo prazo para o estádio clínico, cursa com alterações vasculares inflamatórias típicas da aterosclerose.

Indivíduos com diagnóstico de pré-diabetes e resistência à insulina do Insulin Resistance Atherosclerosis Study (IRAS) apresentaram médias de PAI-1 e proteína C-reativa elevadas em comparação às de indivíduos com pré-diabetes sensíveis à insulina (25,83 ng/mL [95% CI 22,42-29,77] versus 16,31 ng/mL [95% CI 12,56-21,18]; p = 0,003; e 2,88 mg/L [95% CI 2,33-3,56] versus 1,68 mg/L [95% CI 1,13-2,49]; p = 0,018, respectivamente). Portanto, esses achados demonstraram que o estado de pré-diabetes com resistência à insulina apresenta maior atividade infla-matória em relação aos pré-diabetes com predominância de falência de células-β. Enquanto indivíduos com diabetes melito têm 2 a 4 vezes maior risco de doenças cardiovasculares, os pré-diabetes têm em torno de 1,5 vez maior risco quando comparados aos normotolerantes à glicose.Em conclusão, os pacientes com diagnóstico de pré-diabetes devem ser tratados, fundamentalmente, com mudanças de estilo de vida visando à prevenção de diabetes melito manifesto e, também, às complicações cardiovasculares.

Cp 2.3CONCEITOS ATUAIS DO TRATAMENTO DO DIABETES DURANTE A GESTAÇÃONegrato C

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

A hiperglicemia é o problema metabólico mais comumente encontrado na gravidez. Embora todos os tipos de diabetes aumentem o risco de complicações para a mãe e o feto, é muito importante saber qual o tipo de diabetes que a paciente apresenta, já que cada um tem um impacto diferente sobre o curso da gravidez e o desenvolvimento do feto. A conduta mais adotada atualmente em quase todo o mundo, é a de que as diabéticas pré-gestacionais com controle feito somente com dieta, passem a fazer uso de insulina, caso o tratamento dietético exclusivo não consiga manter a glicemia dentro de níveis adequados; já as que fazem seu controle com dieta mais hipoglicemiantes orais, devem abandonar o uso dos mesmos e passar a fazer uso exclusivo de insulina, e as pacientes já em uso de insulina devem ter suas doses reajustadas. As pacientes que apresentem DMG e não consigam um controle adequado somente com dieta, devem iniciar o mais precocemente possível o uso de insulina. Se o tratamento da hiperglicemia pós-prandial é o alvo do tratamento, então a escolha deve recair sobre as insulinas de ação ultra-rápida, tais como a lispro ou a aspart que são tão eficazes quanto a insulina rápida humana, porém, promovendo menores picos de glicemia pós-prandial e menor freqüência de hipoglicemias tardias. Se a paciente necessita múltiplas doses de insulina, então um regime tipo basal-bólus deverá ser iniciado. Os análogos de insulina de longa ação não têm um pico tão pronunciado como a insulina NPH e, portanto, causam menos hipoglicemia noturna. Todavia, sua segurança em pacientes grávidas ainda precisam de estudos mais extensos. As questões que precisam ser esclarecidas são: a) possível teratogenicidade destes análogos nos fetos em desenvolvimento; b).alterações no balanço entre a afinidade de ligação ao receptor de IGF-1 e de insulina; c) aumento do risco de retinopatia d) aumento dos níveis de anticorpos. As preparações de insulina disponíveis no mercado atualmen-te, não atravessam a placenta ou o fazem de forma muito discreta. O fato de serem usadas de forma injetável e geralmente várias vezes ao dia é um obstáculo a seu uso e tem levado à busca de novos medicamentos preferentemente de uso oral. Ao prescrever uma medicação devemos considerar se a mesma atravessa a placenta, e se o faz, pode causar qualquer tipo de dano ao feto. Os secretagogos de insulina são as sulfoniluréias (tolbutamida, clorpropamida, tolazamida, glipizida, gliburida ou glibenclamida e glimepirida) e as metiglinidas (nateglinida e repaglinida). A gliburida não atravessa a placenta ou o faz de forma mínima. Não existem dados quanto à segurança das metiglinidas. Os sensibilizadores de insulina são as biguanidas (metformina) e as glitazonas (rosiglitazona e pioglitazona). As concentrações de metformina e rosiglitazona encontra-das nos fetos são a metade daquelas encontradas nas mães e ainda não se sabe se são terapêuticas ou deletérias para o feto. A acarbose é um ini-bidor da alfaglucosidase muito pouco absorvido, assim sua passagem pela placenta parece não ser importante. Portanto, entre os agentes antidiabéticos orais, os que parecem oferecer mais segurança para o binômio materno-fetal seriam a gliburida ou glibenclamida e a acarbose. Estudos mais amplos com estas e outras drogas deveriam ser realizados buscando uma otimização do tratamento do diabetes na gravidez, seja do tipo 1, 2 ou gestacional.

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2008 S115

Cp 3.1A hIPERGLICEMIA E A DOENÇA CARDIOVASCULAR: COMO IDENTIfICAR E PREVENIR A DCV EM PORTADORES DE DIABETESLerario AC

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP)

A obesidade grau III é um estado de resistência à insulina associado a excesso de gordura visceral, condições que contribuem para o desenvolvi-mento do diabetes melito tipo 2 (DM2). Inúmeros dados científicos demonstram os benefícios da perda de peso, por tratamento conservador, para a melhora do controle glicêmico, mas infelizmente tais efeitos são perdidos com o reganho de peso, que é muito freqüente.Apesar de a cirurgia bariátrica ter-se iniciado na década de 1950, somente a partir de 1990 passou-se a estudar os efeitos desta sobre o diabetes, quando Pories descreveu a reversão do DM2, após uma derivação gástrica. A partir dessa observação, várias publicações têm mostrado preven-ção, melhora e reversão do DM2 entre 70% e 90% dos casos (pacientes com obesidade mórbida).

Nos pacientes submetidos a operações que ocasionam alterações metabólicas, como a derivação gástrica e as derivações bileopancreáticas, a reversão do DM2 pode ocorrer com freqüência alguns dias ou semanas após as operações, quando o paciente ainda não perdeu peso significati-vamente. Após essas operações ocorre um efeito imediato de melhora e aumento da produção de insulina, pela normalização do eixo enteroin-sular, e aumento da produção, principalmente de glucagon-like peptide-1 (GLP-1), um hormônio produzido mais acentuadamente no íleo terminal e considerado hoje a mais importante incretina.

A demonstração de cura de DM2 em camundongos magros quando submetidos a uma operação de preservação do estômago e desvio duodeno-jejunal semelhante ao que ocorre nas operações antiobesidade foi a motivação para o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas. Tais técnicas, atualmente em estudos com humanos, têm-se fundamentado em desvio duodeno-jejunal, transposição ileal e/ou omentectomia, com resultados preliminares interessantes no que concerne à cura ou à reversão do diabetes.

Essas técnicas parecem promissoras e abrem uma perspectiva para uma correção cirúrgica do diabetes, mesmo em indivíduos sem obesi-dade. Por se tratar de cirurgias experimentais em fases iniciais, sua indicação clínica ainda requererá uma cuidadosa validação científica nos próximos anos.

Seguramente, a cirurgia bariátrica já conquistou seu espaço como uma eficaz modalidade terapêutica para a obesidade com conseqüentes bene-fícios para o diabetes, dados os excelentes resultados demonstrados até o momento. É preciso, no entanto, conter a euforia e evitar a banalização da indicação da cirurgia bariátrica e mais cautela ainda no aguardo das novas modalidades cirúrgicas em teste para tratamento do diabetes.

Cp 3.2A NEfROPATIA DIABÉTICA PODE SER PREVENIDA?Zanella MT

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Determination of microalbuminuria has been shown to be useful to identify patients with type 2 diabetes (DM2) at high risk of renal and car-diovascular (CV) diseases. The determination of the albumin/creatinine (Cr) ratio in an isolate sample of urine has been shown to be sufficient for the diagnosis as well as for the evaluation of the efficacy of the therapy employed to reduce microalbuminuria. Values of urinary albumin > 30 mg/g of Cr or 3,4 mg/mmol of Cr are evidence of microalbuminuria. This condition is frequently associated with high blood pressure levels, which increases dramatically not only the progression of renal disease but also de risk of a CV event. Epidemiologic studies have demon-strated that the presence of microalbuminuria is predictive of higher morbi-mortality independent of the presence of other CV risk factors. It appears to reflect a generalized vascular lesion not confined to the glomeruli. The capacity of reducing blood pressure, intraglomerular pressure and the permeability of the glomerular membrane, which are important factors in the progression of renal disease, may explain the renoprotec-tive effects of the angiotensin converting enzyme inhibitors (ACEIs) and the angiotensin II receptors blockers (ARBs). In the treatment of dia-betic nephropathy, the control of blood pressure, which has to be maintained near or below 130/80 mmHg associated to the blockade of the renin-angiotensin system with ACEIs or BRAs are the best strategies to promote renal and CV protection (Zanella MT. Arq Bras Endocrinol Metab 2006;50:313-21).

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2008S116

Cp 3.3AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA E DA hAS EM PORTADORES DE DIABETESPimenta WP

Unesp, Botucatu

Em pacientes adultos, está indicada avaliação do perfil lipídico pelo menos anualmente e mais freqüentemente se for necessário atingir os valores-alvo. Estes valores são: LDL colesterol < 100 mg/dL, HDL colesterol > 40 mg/dL, triglicérides < 150 mg/dL. Hipertrigliceridemia é encon-trada em até um terço dos portadores de diabetes e está relacionada ao papel crítico que a insulina exerce nos processos de lipogênese-lipólise. Os portadores de DMT2 têm uma aumentada prevalência de distúrbios lipídicos que contribui para as maiores taxas de doenças cardiovasculares. O tratamento visando a diminuição da LDL colesterol, a elevação da HDL colesterol e redução dos triglicérides tem propiciado diminuição da ocorrência de doença macrovascular e da mortalidade em portadores de DMT2, particularmente naqueles com eventos cardiovasculares prévios. Intervenção no estilo de vida, incluindo: 1) terapia médica nutricional (TMN): redução da ingestão de gorduras saturadas, colesterol e gorduras transinsaturadas; 2) aumento da atividade física; 3) perda de peso (se indicado); 4) suspensão do tabagismo, melhora o perfil lipídico, podendo atingir os valores-alvo. O controle glicêmico tem papel benéfico na diminuição dos triglicérides. Tratamento farmacológico está indicado se há resposta inadequada às modificações do estilo de vida e à melhora do controle glicêmico. Entretanto, em pacientes com doença cardiovascular e LDL colesterol > 100 mg/dL, a terapia farmacológica deve ser iniciada juntamente com as intervenções no estilo de vida. A primeira meta do tratamento farmacológico e diminuir os valores de LDL colesterol para < 100 mg/dL ou de 30% a 40%, sendo a droga de escolha uma das es-tatinas. A pressão arterial (PA) deve ser medida em toda consulta do portador de diabetes. Os valores-alvo são < 130 mmHg para a pressão sis-tólica e < 80 mmHg para a pressão diastólica. Hipertensão (PA ≥ 140 x 90 mmHg) é uma comorbidade do diabetes, que afeta a maioria destes pacientes. A hipertensão é também o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares e para as complicações microvasculares. No DMT1, a hipertensão é freqüentemente resultado da nefropatia. No DMT2 a hipertensão pode estar presente como parte da síndrome metabólica. Portadores de diabetes com hipertensão devem receber terapia medicamentosa em adição a mudanças do estilo de vida. A terapia medicamen-tosa inicial deve ser com uma classe de drogas, que demonstrou diminuição dos eventos cardiovasculares: inibidores da ECA, bloqueadores do receptor de angiotensina, β-bloqueadores, diuréticos e bloqueadores de canal de cálcio não-dihidropiridínicos. Todos os portadores de diabetes e hipertensão devem ser tratados com um regime que inclua os inibidores da ECA ou um bloqueador do receptor de angiotensina, que tem ação benéfica na evolução da nefropatia diabética.

Cp 3.4DIAGNÓSTICO E SEGUIMENTO DAS úLCERAS EM PÉS DE PORTADORES DE DIABETESParisi MC

O pé diabético é a primeira causa de amputações de membros inferiores no mundo. A grande maioria dos eventos que culminam com a ampu-tação é precedida por úlceras. Essas mesmas úlceras ocupam papel central nas internações de diabéticos, sendo responsáveis por metade de todas as internações de pacientes diabéticos, no Brasil e no mundo. Apesar de consenso na literatura que o diagnóstico, a classificação e o tratamento adequado das úlceras são cruciais no prognóstico de cada caso, ainda existem muitas dúvidas e conceitos antiquados. Nossa proposta é apresen-tar o que existe de mais atual e nossa experiência no assunto.

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2008 S117

Cp 4.2TRATAMENTO CIRúRGICO DO PORTADOR DE DM2: DEVEMOS INDICAR?Lerario D

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

A obesidade grau III é um estado de resistência à insulina associado a excesso de gordura visceral, condições que contribuem para o desenvolvi-mento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Inúmeros dados científicos demonstram os benefícios da perda de peso, por tratamento conservador, para a melhora do controle glicemico, mas infelizmente tais efeitos são perdidos com o reganho de peso que é muito freqüente. Apesar de a cirurgia bariátrica ter-se iniciado na década de 1950, somente a partir de 1990, que se passou a estudar os efeitos desta sobre o diabetes, quando Pories descreveu a reversão do DM2, após uma derivação gástrica. A partir desta observação, varias publicações tem mostrado prevenção, me-lhora e reversão do DM2 entre 70% e 90% dos casos (pacientes com obesidade mórbida). Nos pacientes submetidos à operações que ocasionam alterações metabólicas, como a derivação gástrica e as derivações bileopancreáticas, a reversão do DM2 pode ocorrer com freqüência alguns dias ou semanas após as operações, quando o paciente ainda não perdeu peso significativamente. Após essas operações ocorre um efeito imediato de melhora e aumento da produção de insulina, pela normalização do eixo êntero-insular, e aumento da produção, principalmente de Glucagon-like peptide-1 (GLP-1), um hormônio produzido mais acentuadamente no íleo terminal, e considerado hoje a mais importante incretina. A demonstração de cura de DM2 em camundongos magros quando submetidos a uma operação de preservação do estômago e desvio duodeno-jejunal semelhante ao que ocorre nas operações antiobesidade, foi a motivação para o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas. Tais técnicas, atualmente em estudos com humanos tem-se fundamentado em desvio duodeno-jejunal, transposição ileal e/ou omentectomia, com resultados preliminares interessantes no que concerne a cura ou reversão do diabetes. Tais técnicas parecem promissoras e abrem uma perspectiva para uma correção cirúrgica do diabetes, mesmo em indivíduos sem obesidade. Por se tratarem cirurgias experimentais em fases iniciais, sua indicação clínica ainda requerera uma cuidadosa validação cientifica nos próximos anos. Seguramente a cirurgia bariátrica já conquistou seu espaço como uma eficaz modalidade terapêutica para a obesidade com conseqüentes benefícios para o diabetes, dados os excelentes resultados demonstrados ate o momento. É preciso, no entanto, conter a euforia e evitar a banalização da indicação da cirurgia bariátrica e mais cautela ainda no aguardo das novas modalidades cirúrgicas, em teste, para tratamento do diabetes.

Sp 1.1CUSTOS DO DIABETES MELITO NO BRASILFranco LJ

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

O crescente aumento da prevalência do diabetes melito (DM) e de suas complicações está comprometendo o orçamento destinado à saúde da grande maioria dos países. Os países em desenvolvimento estão sendo os mais afetados, pois, ao lado das doenças infecciosas e parasitárias, en-frentam a crescente carga representada pelas doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais o DM assume posição de destaque. Estima-se que a população mundial de indivíduos com diabetes aumentará de 171 para 366 milhões entre os anos 2000 e 2030, a grande maioria vivendo nos países em desenvolvimento, onde afetará de modo mais acentuado a população economicamente ativa.

Atualmente, o impacto econômico do DM é expressivo, e as hospitalizações consomem importante parcela dos recursos da sociedade. Re-presentam 55% dos custos diretos do DM2 na Europa, 44% nos Estados Unidos e 10% na América Latina. No Brasil, o preenchimento obriga-tório do diagnóstico principal em um documento único para autorização da internação hospitalar (AIH) na rede pública permite uma estimativa da carga representada pelo DM nas hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora a maioria das internações de indiví-duos com diabetes se dê pelas suas complicações, em particular as cardiovasculares, as internações por diabetes como causa principal representa-ram 0,9% de todas as internações, ou seja, 327.800 internações no período 1999-2001. O gasto médio por hospitalização correspondeu a US$ 151,00, o que representou um total de US$ 50 milhões. Na região de Ribeirão Preto-SP, existe um registro das hospitalizações, envolvendo as redes pública e privada, com informações tanto sobre a causa básica da internação quanto sobre as associadas, que mostra que a menção do diabetes está presente em 3,7% das internações. Esses resultados permitem estimar que os gastos com internações por diabetes no Brasil deve ser 4,1 vezes maior, ou seja, em torno de US$ 205 milhões. Informações sobre os custos do tratamento ambulatorial do DM2 no Brasil são prati-camente inexistentes. Atualmente está sendo desenvolvido um estudo, apoiado pela Sociedade Brasileira de Diabetes, para estimar os custos do tratamento ambulatorial do DM2, o “Estudo Brasileiro da Qualidade e dos Custos do Tratamento Ambulatorial do Diabetes Melito Tipo 2 no Sistema Único de Saúde – Escudi”, que deverá ser completado em meados do ano 2008.

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2008S118

Sp 1.2BASES fISIOPATOLÓGICAS DAS ALTERAÇõES DAS INCRETINAS NO DIABETES TIPO 2Tambascia MA

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

The digestive tract is well known for its endocrine functions. Recently, many studies have been reinforcing its role as a therapeutic target for both diabetes and obesity. Losing weight is clinically very difficult for most obese patients and the reason for this could be the effect of the physiolog-ical adipostatic system that triggers central nervous stimuli to compensate for variations in food intake and in physical activity. Gut hormones seem to have a key role in this complex, regulating body weight and satiety and contributing to glucose homeostasis. The enteroinsular axis appears to be impaired in both obese and diabetic patients. Recent data on bariatric surgery shows its striking effects on glucose control soon after the procedure, before a significant weight loss is achieved. The procedure appears to work beyond antiobesity having a key metabolic im-pact possibly sharing a common mechanism with the new class of agents to treat type 2 diabetes mellitus: the incretin mimetics. This symposium discussed new data on the upcoming perspectives on both the pharmacological and the surgical approach to diabetes and obesity. (Lamounier RN et al. Obes Surg 2007;17:569-76)

Sp 1.3MELATONINA E DIABETESCipolla-Neto J; Amaral FG; Garcia RP; Bordin S; Lima FB; Afeche SC

A produção e secreção do hormônio melatonina pela glândula pineal mostram um perfil tipicamente circadiano com um pico noturno. Além disso, dadas as características próprias da origem filogenética da glândula pineal e do sistema neuroendócrino que a controla, essa produção de melatonina tem o seu perfil plasmático variável de acordo com a duração sazonal do período da noite. Essas características rítmicas da melatoni-na circulante conferem-lhe um atributo funcional característico: sinalizar para o meio interno eventos rítmicos ambientais, como a alternância dia e noite e as alternâncias sazonais, disparando mecanismos fisiológicos adaptativos às alterações ambientais. Esses mecanismos estão envolvidos com vários processos fisiológicos como o ciclo vigília-sono, processos reprodutivos, regulações imunológicas e regulações do metabolismo ener-gético. Vários parâmetros metabólicos apresentam um ritmo diário, entre os quais a glicemia e a insulinemia. Apesar da esperada flutuação da glicemia dependente da alimentação, demonstrou-se sua flutuação rítmica diária em animais em jejum. Sabidamente, em seres humanos ocorre uma flutuação diária no teste de tolerância à glicose, tanto oral quanto intravenoso, assim como apresentam uma flutuação diária da sensibilida-de periférica à insulina.

Nosso grupo de trabalho vem, há anos, estudando a relação entre a glândula pineal e o metabolismo energético juntamente com os Prof. Fábio Bessa Lima, Ubiratan Fabres Machado, Ângelo Rafael Carpinelli, Carla de Oliveira Carvalho, Solange Castro Afeche e Silvana Bordin, além de inúmeros pós-graduandos e estudantes de pós-doutoramento e iniciação científica. Em trabalho publicado em 1994, relatamos os pri-meiros resultados de experimentos com adipócitos isolados de tecido adiposo branco, incubados, com a melatonina, em que testamos a capaci-dade desse hormônio modular a sensibilidade à insulina, medida pela captação de glicose marcada. Os dados indicaram que essa incubação prévia era suficiente para deslocar a curva dose versus efeito para a esquerda, indicando que a melatonina aumentava a sensibilidade do tecido adiposo à ação da insulina sobre a captação de glicose.

Em trabalho publicado por nosso grupo em 1998, visto hoje como referência nesse assunto, avaliamos em ratos pinealectomizados a evolu-ção ponderal, o peso do tecido adiposo visceral (representado pelo coxim adiposo peri-epididimal), o volume celular dos adipócitos, a reação ao GTT em dois horários do dia (imediatamente após o início do período de claro e imediatamente antes do início do período de escuro), a capa-cidade in vitro do tecido adiposo branco visceral de captar glicose sob a estimulação pela insulina, o número e a afinidade dos receptores de in-sulina, e a quantificação dos transportadores de glicose do tipo GLUT4 em tecidos insulino-sensíveis. Os resultados evidenciaram, pela primeira vez na literatura, que a pinealectomia leva a um quadro de resistência insulínica.

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2008 S119

Sp 1.4EfEITOS DA hIPÓxIA INTERMITENTE CRôNICA NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS E PROTEíNASFábio TL1; Zanon NM1; Bonagamba LGH1; Kettelhut IC2; Machado BH1; Navegantes LCC1

1Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Bioquímica e Imunologia da FMRP-USP

Em estudos anteriores, demonstramos que as catecolaminas exercem um controle inibitório tônico da proteólise muscular no sentido de preser-var as proteínas musculares em situações basais. No entanto, nunca foi estudado o papel do simpático no metabolismo de proteínas musculares em uma situação de hiperatividade simpática. Considerando-se que a hipóxia é um poderoso estímulo fisiológico para a ativação do simpático tornou-se interessante investigar se mecanismos anabólicos adrenérgicos poderiam também participar da manutenção da massa protéica em uma situação de demanda energética como a hipóxia intermitente crônica (HIC). Para isso, ratos Wistar jovens (~70 g) foram expostos a 9 dias de HIC (6% de O2 por 40s, a cada 9 min de intervalo; 8 h por dia) e diferentes parâmetros do metabolismo de proteínas e carboidratos foram analisados 15h após o último ciclo hipóxico. A HIC não alterou a concentração plasmática de adrenalina e nem o conteúdo de noradrenalina muscular, mas aumentou em aproximadamente 60% o conteúdo de dopamina na glândula adrenal indicando aumento da velocidade de síntese das catecolaminas. No décimo dia, o peso dos animais hipóxicos foi 10% menor que o dos controles. Embora os pesos dos músculos sóleo e extensor digitorum longus (EDL) não tenham sido alterados, as velocidades de degradação e de síntese de proteínas foram reduzidas pela HIC. A menor atividade proteolítica observada em sóleo e EDL de ratos hipóxicos foi devida a uma redução de 50% e 25% na atividade proteolítica dependente de cálcio e de ubiquitina-proteassoma, respectivamente. A HIC induziu um aumento de sensibilidade periférica à ação da insulina, o que foi evidenciado pelo teste de tolerância à glicose e pelo aumento de 75% no conteúdo de glicogênio hepático e muscular. Estes dados sugerem a existência de um controle inibitório dos sistemas proteolíticos pela insulina e/ou catecolaminas em musculoesqueléticos de ratos expostos à HIC por 9 dias, o qual parece prevenir a perda adicional de peso corporal causado pela hipóxia em um período crítico do desenvol-vimento. Apoio financeiro: Fapesp e CNPq.

Sp 1.5POR qUE AS METAS DE TRATAMENTO DO DIABETES NÃO SÃO ALCANÇADAS?Chacra AR

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Diabetes is a principal and growing health concern in Latin America, accounting for significant mortality and morbidities. Large, randomized, prospective trials of various interventional therapies in patients with both type 1 and type 2 diabetes have demonstrated that reductions in hy-perglycaemia and management of diabetes-related risk factors can significantly reduce the micro- and macrovascular complications of diabetes. Therefore, patients with type 2 diabetes will benefit from more aggressive treatment regimens to help decrease the occurrence and rate of pro-gression of diabetic complications. Given the many complexities of diabetes management, it is often difficult for general practice physicians to stay abreast of emerging treatment strategies and therapies. Owing to the high prevalence of type 2 diabetes in Latin America, the majority of patients with diabetes are treated by generalists rather than specialists. This article was intended to assist physicians and other healthcare profes-sionals in developing and using effective treatment strategies to stem the growing epidemic of diabetes and its complications in Latin America (Chacra AR. Diabetes Obes Metab 2005;7:148-60).

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2008S120

Sp 5.2MECANISMOS MOLECULARES ENVOLVIDOS NA NEfROPATIA DIABÉTICASchaan BA

Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre do Departamento de Medicina Interna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul

A nefropatia diabética (ND) é uma síndrome clínica associada ao diabetes melito, caracterizada por microalbuminúria persistente, evoluindo para proteinúria e piora progressiva de função renal, usualmente associada à hipertensão arterial sistêmica e que se acompanha de expressivo aumen-to de mortalidade cardiovascular. Seus principais determinantes clínicos são a hiperglicemia e a hipertensão arterial sistêmica, mas fatores gené-ticos, fumo e fatores nutricionais também estão envolvidos. O elo entre fatores metabólicos e hemodinâmicos na gênese da ND tem sido explorado por muitos pesquisadores e envolve vias metabólicas, fatores hemodinâmicos, fatores de crescimento, citocinas e moléculas de sinali-zação intracelulares que levam às clássicas manifestações clínicas funcionais e estruturais. As lesões estruturais envolvem túbulos, interstício e arteríolas, porém as mais importantes acometem os glomérulos, caracterizando-se por proliferação celular mesangial e produção excessiva de matriz extracelular. Na sua gênese estão implicadas as conseqüências da hiperglicemia em causar aumento do fluxo pela via dos polióis, estresse oxidativo intracelular, produção intracelular elevada de produtos avançados da glicação não enzimática (AGEs), ativação da via da PkC, maior atividade da via das hexosaminas e ativação de TGF-β1. Altas concentrações de glicose também elevam a angiotensina II (AII) nas células mesan-giais por aumento intracelular da atividade da renina (ações intrácrinas, mediando efeitos proliferativos e inflamatórios diretamente). Nessa apresentação são revisadas as vias que sinalizam os efeitos da glicose nas células mesangiais em causar os eventos-chave relacionados à gênese da glomerulopatia diabética. As alterações das vias de sinalização implicadas na glomerulopatia aqui revisadas suportam dados de estudos observa-cionais/ensaios clínicos, em que o controle metabólico e anti-hipertensivo, especificamente com inibidores do sistema renina-angiotensina, tem se mostrado importante – e aditivo – na prevenção do início e da progressão da nefropatia. Novas estratégias terapêuticas dirigidas aos eventos intracelulares descritos deverão futuramente promover benefício adicional no manejo desses pacientes.

Sp 2.1GENÉTICA EM DIABETES E SUAS IMPLICAÇõES CLíNICASMoises RS

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

O diabetes melito (DM) é uma alteração genética que, quando superimposta a fatores ambientais, leva à expressão fenotípica da doença. O DM do tipo 2, forma mais prevalente do DM, representa um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglice-mia crônica. Apesar de os defeitos bioquímicos dessa forma de DM não serem ainda precisamente identificados, sabe-se que deficiência na secre-ção e ação da insulina está presente. Há atualmente fortes evidências de que fatores genéticos estão implicados na gênese da doença

Dada a existência de um componente genético no desenvolvimento do diabetes melito, duas principais categorias são identificadas: formas monogênicas e formas poligênicas, correspondendo as formas monogênicas a 1% a 2% dos casos. Nos últimos 20 anos considerável progresso foi feito na definição genotípica desse grupo de pacientes, e uma revisão recente em farmacogenética identificou o diabetes como uma das poucas áreas em medicina em que a definição da etiologia genética levou à melhora do seu tratamento. Um desses exemplos é o diabetes neonatal cau-sado por mutações no gene kCNJ11. Mutações ativadoras em heterozigose, que geralmente ocorrem espontaneamente, foram identificadas em 30% a 50% dos pacientes com diabetes permanente diagnosticado antes dos 6 meses de idade. Anteriormente à identificação da etiologia desse tipo de diabetes, todos os pacientes eram tratados com insulina, uma vez que apresentam baixa secreção endógena desta. Mediante estudos fi-siológicos verificou-se que esses indivíduos não secretam insulina em resposta a glicose ou glucagon, mas secretam insulina em resposta à tolbu-tamida. Desde aí, o tratamento com sulfoniluréia têm sido utilizado em muitos pacientes com diabetes neonatal, e a maioria apresenta melhora no controle metabólico. Outro exemplo de farmacogenética em diabetes é a sensibilidade aos efeitos hipoglicemiantes das sulfoniluréias em pacientes com mutações em heterozigose no gene HNF-1-α (MODY 3).

Ainda, variantes comuns nos genes causadores das formas monogênicas têm sido associadas com suscetibilidade ao DM tipo 2 em diferentes populações. Portanto, a proteína codificada é um alvo ideal para terapia, uma vez que alterando a ação dessa proteína na direção correta pode resultar em melhora do diabetes, mesmo quando não é primariamente a responsável pela doença.

Em conclusão, o estudo molecular é essencial para um tratamento adequado das formas monogênicas de diabetes; ainda, o estudo dessas formas raras de diabetes pode auxiliar no entendimento da patogênese do diabetes e na identificação de novos alvos terapêuticos.

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2008 S121

Sp 2.2INfLAMAÇÃO hIPOTALÂMICA E OBESIDADEVelloso LA1

1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

O consumo de dietas ricas em gorduras é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de obesidade em populações ocidentais. Estudos recentes revelam que o consumo de dietas com essa característica promove o desenvolvimento de resistência à ação dos dois principais hormônios adipostáticos, a leptina e a insulina, no hipotálamo, favorecendo assim o desenvolvimento de obesidade. Nessa apresentação serão discutidos os principais mecanismos envolvidos na gênese e na perpetuação desse fenômeno, e como a caracterização desses mecanismos pode contribuir para o desenvolvimento de modalidades terapêuticas mais efetivas para o tratamento da obesidade.

Sp 3.1EfEITO DOS ÁCIDOS GRAxOS SATURADOS E INSATURADOS SOBRE A RESPOSTA À INSULINA NO MUSCULOESqUELÉTICOHirabara SM1, 2, 3; Fiamoncini J2; Maechler P3; Curi R2

1Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Área de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Cruzeiro do Sul; 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 3Universidade de Genebra, Faculdade de Medicina, Departamento de Fisio-logia Celular e Metabolismo

O aumento de ácidos graxos (AG) livres no plasma ocorre em condições de resistência à insulina, como obesidade e diabetes melito. Por esse motivo, o envolvimento desses metabólitos no desenvolvimento dessa resistência tem sido postulado; contudo, os mecanismos envolvidos ainda não são completamente conhecidos. Esse estudo teve como objetivo investigar o efeito de AG saturados e insaturados sobre a resposta à insulina e a função mitocondrial em células musculares esqueléticas. Células musculares C2C12 foram tratadas por 24 horas com 0,1 mM de AG satura-dos (palmítico e esteárico) e insaturados (oléico, linoléico, eicosapentaenóico e docosa-hexaenóico). Após esse período, avaliaram-se o metabo-lismo basal de glicose e estimulado pela insulina, a função mitocondrial e a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Os ácidos palmítico e esteárico diminuíram o metabolismo de glicose estimulado pela insulina (síntese de glicogênio, oxidação de glicose e produção de lactato). A oxidação basal de glicose foi também reduzida por esses AGs. Os ácidos palmítico e esteárico alteraram a função mitocondrial, como demonstrado pela menor hiperpolarização mitocondrial e geração de ATP em resposta à glicose, e aumentaram a produção de EROs. Por sua vez, os AG insaturados não tiveram efeito significativo sobre o metabolismo de glicose e a função mitocondrial. Os mesmos efeitos dos AGs sobre o metabolismo de glicose estimulado pela insulina também foram observados em músculo sóleo incubado de rato por 5 horas. Esses re-sultados são sugestivos de que a resistência à insulina induzida pelos AG saturados ocorre, pelo menos parcialmente, em virtude da disfunção mitocondrial associada ao estresse oxidativo. Apoio financeiro: Swiss National Science Foundation, Fapesp, CNPq e Capes.

Sp 3.2EfEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM ARGININA SOBRE A SENSIBILIDADE À INSULINANunes MT

Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Arginine (Arg) presents a potent growth hormone (GH) releasing activity. In vivo and in vitro studies carried out in our laboratory have dem-onstrated that acute treatment with Arg also increases GH gene expression. Taking into account the recognizable diabetogenic role of GH and that Arg increases insulin release, this study aimed at evaluating the effects of oral chronic administration of Arg on GH gene expression, by Northern blotting analysis, and on the insulin sensitivity, by means of the Insulin Tolerance Test (ITT), blood glucose decay rate (kitt) and in-sulin plasma concentration. We demonstrated that rats that consumed Arg (approximately 35 mg/day) in drinking water, during 4 weeks, pre-sented an increase in GH mRNA content (p < 0.01), a decreased peripheral response to insulin, as shown by the reduced blood glucose decay rate (p < 0.05), and a higher insulin plasma concentration (p < 0.01) than control group. Arg treatment did not modify the animals’ food and water intake, while it decreased the heart rate and the arterial blood pressure compared to control group (p < 0.05). According to the results presented herein we conclude that chronic oral administration of arginine increases GH gene expression and induces insulin resistance. The arterial blood pressure decrease has already been pointed out in the literature, and seems to occur in response to the dilating effect of nitric oxide generated from Arg, as well as from NO generation in central and peripheral neuronal populations that express NOS and are involved in the autonomic regulation of the cardiac function (de Castro Barbosa T et al. Life Sci 2006;79:1444-9).

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008S122

Sp 3.3SINDROME METABÓLICA EM POPULAÇÃO NIPO-BRASILEIRAFerreira SRG

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP)

Dados obtidos em fases anteriores do Estudo de Diabetes e Doenças Associadas na População Nipo-Brasileira tornaram evidente a urgência na instituição de medidas de prevenção às doenças crônicas que compõem a síndrome metabólica nessa população. Com base em estudos previa-mente publicados sobre a eficácia de hábitos de vida saudáveis na prevenção de diabetes, a terceira fase desse estudo (“Intervenção no Estilo de Vida da População Nipo-Brasileira”) constou de programa de 2 anos de atividades teórico-práticas visando a uma dieta adequada e orientações de atividade física. Resultados preliminares referentes ao primeiro ano de intervenção (2005-2006) são apresentados. De modo geral, observa-ram-se melhoras significantes na pressão arterial (Figura 1) e nas variáveis antropométricas e bioquímicas dos participantes após um ano do programa. As quedas do IMC e da circunferência da cintura apesar de pequenas foram estatisticamente significativas (Figura 2). Nota-se que, exceto pelos níveis de triglicérides e HDL que subiram praticamente dentro da faixa da normalidade, nas demais variáveis houve redução. Os marcadores inflamatórios mantiveram-se em média inalterados.

Figura 1. Box plot da variação da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de 2005 para 2006 induzida pelo programa de intervenção nos nipo-brasileiros.

Sp 4.1COMO O SISTEMA IMUNE INATO MODULA A AÇÃO DA INSULINASaad MA

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Obesity is associated with insulin resistance and a state of abnormal inflammatory response. The toll-like receptor (TLR)4 has an important role in inflammation and immunity, and its expression has been reported in most tissues of the body, including the insulin-sensitive ones. Because it is activated by lipopolysaccharide and saturated fatty acids, which are inducers of insulin resistance, TLR4 may be a candidate for participation in the cross-talk between inflammatory and metabolic signals. Here, we show that C3H/HeJ mice, which have a loss-of-function mutation in TLR4, are protected against the development of diet-induced obesity. In addition, these mice demonstrate decreased adiposity, increased oxygen consumption, a decreased respiratory exchange ratio, improved insulin sensitivity, and enhanced insulin-signaling capacity in adipose tissue, muscle, and liver compared with control mice during high-fat feeding. Moreover, in these tissues, control mice fed a high-fat diet show an increase in I/B kinase complex and c-Jun NH2-terminal kinase activity, which is prevented in C3H/HeJ mice. In isolated muscles from C3H/HeJ mice, protection from saturated fatty acid-induced insulin resistance is observed. Thus, TLR4 appears to be an important mediator of obesity and insulin resistance and a potential target for the therapy of these highly prevalent me-dical conditions.

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2008 S123

Sp 4.2PAPEL DA INSULINA NA SEPSESannomiya P

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP)

Complicações sépticas e falência de múltiplos órgãos e funções constituem causa freqüente de morte em pacientes politraumatizados. A lesão pulmonar e a translocação bacteriana associadas ao choque hemorrágico, por exemplo, são consideradas complicações graves e de instalação precoce. Admite-se que a perda aguda de sangue, a redução da perfusão tecidual, as alterações neuroendócrinas e a imunodepressão são os ele-mentos que, associados, predispõem os pacientes, vítimas de grandes traumatismos, à sepse, ao choque séptico e à falência de múltiplos órgãos e funções. Ao se considerar a fisiopatologia da sepse, alguns aspectos devem ser destacados: a) a resposta do hospedeiro à infecção, mais do que a natureza do patógeno, parece determinar o grau de comprometimento do paciente e a evolução da doença; b) monócitos/macrófagos, neu-trófilos e células endoteliais desempenham papel central no desencadeamento e na perpetuação da resposta do hospedeiro ao agente infeccioso; c) a sepse associa-se à ativação, concomitante, da inflamação e da cascata da coagulação. A resposta clínica de cada paciente à ativação das casca-tas inflamatória e da coagulação dependerá da eficácia dos sistemas de defesa endógenos, incluindo fatores séricos e tissulares com atividade antiinflamatória, antioxidante e anticoagulante, e do controle do processo apoptótico e dos mecanismos envolvidos com a regeneração e reparo dos tecidos. As medidas terapêuticas convencionais, utilizadas no tratamento inicial do paciente politraumatizado visam restabelecer o volume intravascular e a oferta de oxigênio, restabelecendo a perfusão dos tecidos. Nesse contexto, destaca-se estudo clínico relevante (Van den Berghe G et al. N Engl J Med 2001;345:1359-67), no qual se demonstrou que a terapia intensiva com insulina reduz a morbimortalidade de pacientes sépticos críticos. Evidências consistentes do papel regulador da insulina sobre a evolução do processo inflamatório resultaram de estudos condu-zidos em modelos de diabetes melito experimental. Os mecanismos celulares e moleculares que dão suporte à intervenção da insulina na evolu-ção do processo inflamatório, a relevância fisiológica e o potencial patogênico das disfunções hormonais serão apresentados e discutidos.

Sp 4.3DIETA E ADIPOCINASNascimento CMO

Disciplina de Fisiologia da Nutrição do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

O tecido adiposo tem a função precípua de armazenar energia na forma de triglicerídeos. Pesquisas realizadas na última década ampliaram con-sideravelmente a função fisiológica desse tecido. Hoje se sabe que os pré-adipócitos podem atuar como macrófagos e que o tecido adiposo tem papel na regulação da homeostase energética, na resposta inflamatória e na tolerância à glicose, além de ter sido reconhecido como um órgão secretor.

O tecido adiposo secreta uma série de adipocinas que estão implicadas na tolerância à glicose e sensibilidade à insulina (adiponectina e resistina), na homeostase vascular (inibidor do ativador de plasminogênio 1 – PAI-1) e nas respostas inflamatórias e ao estresse (TNF-β, interleucina-6, hapto-globina e metalotioneína), entre outros. Dados da literatura têm demonstrado que os tipos de lipídios presente na dieta podem estar implicados no desenvolvimento da resistência à insulina, na incidência de problemas cardiovasculares e nas modificações da resposta inflamatória.

A maioria dos estudos tem demonstrado que os ácidos graxos saturados e os ácidos graxos trans aumentam a resistência à insulina e a inci-dência de problemas cardiovasculares. Entretanto, os ácidos graxos poliinsaturados e monoinsaturados diminuem o desenvolvimento dessas patologias. Neste contexto, estudamos o efeito de dietas ricas em diferentes tipos de ácidos graxos durante a vida fetal e também após o desma-me sobre a expressão gênica e secreção de algumas adipocinas. Adicionalmente realizamos estudos sobre o efeito de ácidos graxos (palmítico, linoléico, eicosapentaenóico, docosa-hexaenóico, láurico e oléico) na expressão gênica dessas adipocinas em células adiposas 3T3-L1. Demons-tramos que dietas hiperlipídicas, especialmente as enriquecidas com óleo de soja ou coco, reduziram a expressão gênica e a concentração sérica de adiponectina. Por sua vez, a ingestão de dietas hiperlipídicas enriquecidas com óleo de coco ou banha elevou a expressão gênica de haptoglo-bina no tecido adiposo. A ingestão de dieta enriquecida com gordura vegetal hidrogenada rica em ácidos graxos trans, durante a gestação e lactação, causou redução na expressão gênica de adiponectina e elevação de PAI-1 no tecido adiposo da prole com 21 dias de vida. Nossos tra-balhos demonstram o tipo de lipídio presente na dieta pode alterar a expressão gênica de algumas adipocinas envolvidas com a tolerância à gli-cose e sensibilidade à insulina, homeostase vascular e respostas inflamatórias. Apoio financeiro: Fapesp.

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2008S124

Sp 5.1AMINOÁCIDOS E SECREÇÃO DE INSULINA – O PAPEL DA TAURINACarneiro EM

Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Aims/Hypothesis:

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2008 S125

Sp 5.3NEfROPATIA DIABÉTICA – ATUALIZAÇõES EM TERAPÊUTICA Titan S

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)

O tratamento da nefropatia diabética está fundamentado em três medidas essenciais: controle da glicemia, controle da pressão arterial e bloqueio farmacológico do sistema renina-angiotensina.

O papel renoprotetor das drogas inibidoras da enzima conversora da angiotensina (IECA) e dos bloqueadores do receptor AT1 de angio-tensina II (BRA) nas nefropatias crônicas proteinúricas está muito bem estabelecido e já foi demonstrado em ensaios clínicos em pacientes com diabetes melito (DM) tipos 1 e 2. Os estudos que compararam o efeito de IECA com BRA mostram resultados semelhantes e essas drogas devem ser utilizadas nos pacientes com doença renal crônica (DRC) visando-se atingir a dose máxima tolerada. O aumento de dose deve, entretanto, ser gradual, com monitorização periódica do potássio sérico e da função renal. Pacientes que apresentem piora súbita de função renal com a introdução de bloqueadores da angiotensina devem ser avaliados quanto à presença de nefropatia isquêmica. Muito se discute também se o uso dessas drogas pode ser prejudicial nas fases mais avançadas de DRC, principalmente nas classes IV e V. Um estudo em nefropatia crônica não diabética sugere que o bloqueio farmacológico da angiotensina II deve ser mantido mesmo nas fases avançadas, uma vez que está associado à redução no número de casos incidentes de terapia renal substitutiva. É possível, entretanto, que o paciente diabético seja mais susceptível às al-terações hemodinâmicas dessas classes de drogas, com risco potencial maior de piora súbita de função renal. Assim, de uma forma geral, o blo-queio farmacológico deve ser mantido em todas as fases da DRC. Naqueles pacientes que apresentem piora brusca de função renal devemos considerar a redução ou até a suspensão do bloqueio farmacológico, além de avaliar se há estenose de artéria renal associada.

O papel do bloqueio combinado com IECA e BRA na nefropatia diabética não está bem estabelecido. É possível que essa estratégia seja superior à monoterapia com IECA ou BRA, mas é necessário avaliar se os efeitos colaterais também ocorrem em maior freqüência. Em nefropa-tia crônica proteinúrica não-diabética, a combinação de drogas mostrou-se superior às monoterapias, mas tal estudo precisa ser ainda replicado em nefropatia diabética. Por ora, o bloqueio duplo deve ser considerado em casos individualizados, que mostrem boa tolerância à combinação, utilizando-se a proteinúria e a função renal como marcadores de resposta.

Recentemente, mais atenção passou a ser dada ao papel da aldosterona no processo de progressão. Alguns pacientes já em uso de IECA ou BRA parecem apresentar concentração elevada de aldosterona. Diversos estudos experimentais sugerem que essa molécula esteja associada à geração de fibrose túbulo-intersticial. O uso de droga inibidora da aldosterona tanto em estudos experimentais quanto estudos clínicos pequenos já foi realizado, com resultados que mostram redução na proteinúria. Entretanto, tal dado precisa ser confirmado em estudos clínicos maiores, atentando-se, sobretudo, ao risco de hipercalemia.

Sp 5.4DIABETES E DOENÇA OSSEAMETABÓLICAPaula FJA

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

A osteoporose é a doença osteometabólica mais comum que atinge o ser humano, na qual ocorre redução da massa óssea acompanhada de alte-rações qualitativas de diversas características do tecido ósseo. Em conjunto, essas transformações levam à redução da resistência esquelética e, como conseqüência, a aumento significativo do risco de fratura. Devido à sua elevada prevalência, nos últimos anos tem havido grande interesse na determinação de fatores que contribuem para o seu surgimento. Em relação ao diabetes melito existe grande divergência na literatura quanto à sua associação com osteoporose. Particularmente, em relação ao diabetes melito do tipo 2, existem dados indicando a ocorrência de aumento, de redução e ainda de massa óssea inalterada. Nos últimos anos, novos dados têm tornado ainda mais interessante e importante o estudo da influência do diabetes melito do tipo 2 sobre o tecido ósseo. Estudos recentes têm mostrado que mesmo os pacientes diabéticos que apresentam massa óssea preservada mostram maior risco de fratura. Além disso, diversas evidências têm apontado que drogas ativadoras de PPAR-γ poten-cialmente podem desviar o destino de células-tronco mesenquimais para a formação de adipócitos em detrimento de osteoblastos. Desta forma, o estudo dos diversos aspectos envolvidos na associação entre diabetes melito e osteoporose certamente permitirá avançar no entendimento da etiopatogênese desta. Ademais, na prática clínica é necessário que o clínico esteja atento quanto aos diversos aspectos que envolvem essa associa-ção para diagnosticar, prevenir e tratar adequadamente o risco de osteoporose e fratura na crescente população de diabéticos.No VIII Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo, apresentaremos dados de estudos em que avaliamos diversos aspectos da influência do diabetes sobre o metabolismo mineral e o tecido ósseo. Traremos também os resultados a respeito do efeito do descontrole metabólico em pa-cientes com diabetes melito dos tipos 1 e 2 sobre o metabolismo mineral e a massa óssea de diabéticos. Também mostraremos dados atuais obtidos com a avaliação da influência da neuropatia periférica, distúrbios de função muscular em diabéticos e de composição corporal sobre a massa óssea destes. Finalmente, apresentaremos dados de avaliação de alteração de equilíbrio em diabéticos, um possível fator de risco de queda e de fratura nesses pacientes.

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2008S126

Sp 5.5RESISTÊNCIA À INSULINA E CÂNCERCarvalheira JBC

Embora a obesidade seja reconhecida como importante causa de diabetes e doença cardiovascular, a associação entre obesidade e diferentes tipos de câncer tem recebido muito menos atenção. Apesar disso, os resultados de estudos epidemiológicos que começaram na década de 1970 indicam que a obesidade contribui para o aumento da incidência e/ou mortalidade por câncer de cólon, mama (em mulheres na pós-menopausa), endométrio, rim, esôfago (adenocarcinoma), gástrico (cárdia), pâncreas, vesícula biliar e fígado (Tabela 1). Com efeito, acredita-se que a obesidade atualmente seja a causa de 15% a 20% de todos os cânceres nos Estados Unidos, constituindo-se dessa maneira no principal fator de risco para o desenvolvimen-to de câncer em indivíduos não fumantes. Recentemente, a agência internacional para pesquisa em câncer (IARC) avaliou toda a literatura disponí-vel sobre a associação entre obesidade e câncer considerando tanto estudos epidemiológicos quanto ensaios clínicos e experimentais. Nessa revisão concluiu-se que evitar o aumento de peso reduz o risco de desenvolver cânceres de cólon, mama (em mulheres na pós-menopausa), endométrio, rim e esôfago (adenocarcinoma). Essas conclusões foram baseadas em estudos epidemiológicos de indivíduos com sobrepeso e obesos comparados a indivíduos magros – não em estudos de indivíduos que perderam peso. Infelizmente, poucos indivíduos conseguem manter perda de peso signi-ficativa após algum tempo, tornando extremamente difícil examinar a conseqüência da redução de peso em grandes populações que perderam peso. Conseqüentemente, o IARC concluiu que não existem evidências adequadas de que perder peso reduz o risco de desenvolver câncer. Atualmente, os mecanismos que conectam a obesidade com o risco aumentado de desenvolver câncer envolvem os efeitos endócrinos e metabólicos da obesida-de e as conseqüentes alterações que eles induzem na produção de peptídeos e hormônios esteróides. Nesse contexto, destacam-se hiperinsulinemia crônica, alteração da secreção de hormônios esteróides sexuais e esteatoepatite não alcoólica.

A hiperinsulinemia crônica está associada com a patogênese do câncer de cólon e com os cânceres de mama, pâncreas e endométrio. Esses efeitos podem ser mediados diretamente pela presença de receptores de insulina nas células (pré)neoplásicas estimulando o crescimento, ou ter a sua gênese mediada por mecanismos comuns que ocasionam a resistência à insulina, por exemplo, a inflamação crônica subclínica com aumen-to do TNF-α que atuaria como agente promotor do crescimento tumoral.

Tabela 1. Tumores relacionados à obesidade. Risco relativo de câncer associado com obesidade e porcentagem de casos de câncer atribuído à obesidade na população dos Estados Unidos

Tipo de câncer Risco relativo em indivíduos com IMC > 30% de casos de câncer atribuído à obesidade

na população dos Estados Unidos

Cólon (homem) 2,0 35,4

Cólon (mulher) 1,5 20,8

Mama (pós-menopausa) 1,5 22,6

Endométrio 3,5 56,8

Rim 2,5 42,5

Esôfago (adenocarcinoma) 3,0 52,4

Pâncreas 1,7 26,9

Fígado 1,5-4,0 Desconhecido

Vesícula biliar 2,0 35,5

Estômago (cárdia) 2,0 35,5

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2008 S127

Sp 6.1DIABETES, REATIVIDADE VASCULAR E ENDOTÉLIO EM fÊMEASFortes ZB

Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

A menor incidência de doenças cardiovasculares em mulheres na idade fértil em relação aos homens desaparece na menopausa. No diabetes melito, essa “aparente vantagem” das mulheres em relação aos homens se perde. Mulheres diabéticas apresentam risco 4 a 6 vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares, pior prognóstico após infarto de miocárdio, maior risco de morte por doenças cardiovasculares, maior quantidade de sintomas de hiperglicemia, mais obesidade e dislipidemia mais severa. Os efeitos benéficos dos hormônios sexuais, particularmen-te o estrógeno sobre o endotélio, podem ser relevantes para a proteção contra desarranjos vasculares relacionados ao diabetes melito. Apesar de os mecanismos envolvidos nas alterações vasculares no diabetes estarem bem demonstrados em indivíduos e animais do sexo masculino, existem poucos estudos que investigam esses aspectos em indivíduos do sexo feminino. Melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na disfunção endotelial em fêmeas diabéticas pode permitir o desenvolvimento de terapias farmacológicas mais específicas para cada sexo. Demonstramos que o relaxamento dependente do endotélio está reduzido em microvasos mesentéricos em ratas diabéticas (aloxana – 30 d), porém o relaxamento independente do endotélio está preservado. Isso indica que há disfunção endotelial que compromete a reatividade vascular (Toledo D et al. Inflam Res 2003;52:191). O tratamento com insulina é capaz de restaurar essa resposta alterada. Reduzida produção de óxido nítrico (NO), aumento da geração de ânion superóxido (O2

-), relacionado a desacoplamento da NO-sintase (NOS), e aumento de prostanoides vasoconstrito-res, em virtude da ativação da ciclooxigenase (COX), podem ser responsabilizados pela redução da resposta relaxante dependente do endotélio. A tetra-hidrobiopterina, um dos co-fatores da NOS, restaura a resposta diminuída, corrigindo a redução do NO e o aumento de O2

-, o que in-dica participação da NOS na alteração. Diferentemente do observado em ratos, o efeito restaurador da insulina não envolve restauração da produção de NO nem correção da ativação da COX (Akamine EH et al. J Vasc Res 2006;43[4]:309-20; 43[5]:401-10). O padrão de liberação de hormônios sexuais no ciclo estral de ratas diabéticas está alterado, podendo-se então sugerir que o estrógeno e a progesterona, cujos níveis se encontram diminuídos nas ratas diabéticas, estejam envolvidos na disfunção endotelial. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq/Pronex.

Sp 6.2PAPEL DAS CATECOLAMINAS E DA INSULINA NA REGULAÇÃO DA PROTEÓLISE EM MúSCULO ESqUELÉTICOKettelhut IC

Departamentos de Bioquímica e Imunologia, e Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

A insulina e as catecolaminas são importantes hormônios envolvidos na regulação do metabolismo energético do músculo esquelético. A via de sinalização da insulina envolve ativação da PI3k/AkT, enquanto que grande parte das ações das catecolaminas é mediada pelo AMPc e PkA. Embora estes dois hormônios tenham ações antagônicas em relação ao metabolismo de carboidratos e lipídios, suas ações no metabolismo de proteínas em músculo esquelético parecem ser semelhantes e anabólicas. Recentes trabalhos da literatura sugerem ocorrer um cross-talk entre as vias de sinalização da insulina e das catecolaminas no tecido muscular. O objetivo desta apresentação será mostrar evidências experimentais que corroboram esta hipótese. Animais diabéticos ou submetidos à simpatectomia apresentam perda de proteínas musculares pela ativação de vias proteolíticas e inibição de processos de síntese. A ausência concomitante destes hormônios (animais diabéticos simpatectomizados) promove respostas catabólicas mais evidentes do que as observadas em animais com deficiência hormonal isolada. Nas fases agudas do diabetes, a simpa-tectomia promoveu ativação do processo proteolítico lisossomal e um aumento adicional na atividade já alta dos sistemas dependentes de cálcio e de ubiquitina-proteassoma (UPS). A ativação da AkT pela insulina previne o aumento da proteólise muscular através da fosforilação e inibição de Foxo e expressão de atrogenes (os quais se ativados, levam à hiperexpressão de componentes do sistema UPS e atrofia muscular, como ocor-re no diabetes). De forma semelhante, músculos de animais normais incubados in vitro na presença de adrenalina ou dibutiril-AMPc ou de animais tratados com clembuterol (agonista adrenérgico-2) também apresentam aumento na fosforilação de AkT e Foxo (o que poderia expli-car, pelo menos em parte, a redução da proteólise muscular). Corroborando a hipótese que AkT e Foxo possam ser intermediários comuns na regulação da proteólise pela insulina e catecolaminas, estudos recentes de nosso laboratório mostraram uma redução na fosforilação de AkT e Foxo em ratos diabéticos, a qual foi ainda mais evidente após a simpatectomia. Esses dados permitem concluir que as catecolaminas e a insulina exercem um controle agudo no metabolismo de proteínas em músculo esquelético, onde AkT e Foxo parecem ser proteínas intermediárias comuns controladas por estes dois hormônios para o aparecimento de suas ações antiproteolíticas.

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2008S128

Sp 6.3ANORMALIDADE NA SECREÇÃO DE INSULINA EM MULhERES DE RISCO PARA DM2VIII Pimenta WP

Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Está bem estabelecido que mulheres que apresentaram distúrbios glicêmicos durante a gestação têm risco aumentado para o desenvolvimento do diabetes melito tipo 2 (DM2), risco este tanto maior quanto mais elevados os valores glicêmicos apresentados na gravidez, seja em condições basais ou de estímulo glicêmico das células-beta. Em nosso meio, em um intervalo de tempo de até 12 anos da gestação-alvo, 16,7% das mulhe-res que apresentaram hiperglicemia de jejum e/ou pós-prandial durante a gestação, 23,6% das mulheres que apresentaram hiperglicemia ao teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e 44,8% daquelas que apresentaram ambas as alterações desenvolveram DM2, sendo no grupo-contro-le de 1,6% a ocorrência de DM2. Também a presença de fatores de resistência à insulina após a gestação contribuem para aumentar o risco para o DM2.

O diabetes melito gestacional (DMG) fornece uma oportunidade única de identificação de mulheres jovens com risco aumentado para o diabetes e, portanto, de estudo da patogênese do DM2 e de medidas preventivas.

A disfunção das células-beta pancreáticas de aparecimento precoce, isto é, na fase de tolerância à glicose normal, tem sido observada em mulheres com passado de DMG e/ou hiperglicemia gestacional em nosso meio e em vários outros grupos populacionais. Os defeitos de secreção de insulina mais freqüentemente observados foram (a) em condições basais: aumento da razão pró-insulina/insulina; b) ao TOTG: diminuição do índice insulinogênico (fase precoce de secreção), pico de insulina plasmática mais tardio, aumento da razão pró-insulina/insulina e menor sensibilidade das células-beta à glicose; (c) aos testes endovenosos com glicose, incluindo o do clamp hiperglicêmico: diminuição da primeira fase (principalmente) e da segunda fase de secreção de insulina e diminuição do índice de disposição.Os estudos, portanto, apóiam o conceito de que a disfunção das células-beta pancreáticas causa o aumento da resistência à insulina, ou pelo menos contribui igualmente para o desenvolvimento do DM2 em mulheres com história de DMG.

Sp 7.1hETEROGENEIDADE DO DIABETES MELITO TIPO 1Dib SA

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

O diabetes melito tipo 1 (DM1) inclui todas as formas de diabetes em que ocorre primariamente uma destruição das células-beta pancreáticas produtoras de insulina. Na grande maioria dos casos, essa destruição é auto-imune e constituiu o subgrupo de diabetes denominado tipo 1 A (DM1A). Esse subgrupo é composto de uma forma poligênica clássica (o tipo mais freqüente de DM1), que pode vir isolado ou associado às outras endocrinopatias auto-imunes – síndromes poliglandulares auto-imunes II e III –, do diabetes auto-imune latente do adulto (LADA) e dos dois presentes em síndromes relacionadas a alterações monogênicas: um que pertence à síndrome poliglandular auto-imune do tipo 1 (SPA-1) e outro associado a poliendocrinopatia e enteropatia ligada ao X (IPEX). O subgrupo denominado de tipo 1 idiopático é caracterizado por baixos níveis plasmáticos de insulina e de peptídeo C, semelhantes ao do DM1A, embora não tenha evidência da presença de auto-imunidade pancreática. A maioria desses pacientes descritos até o momento é de origem africana ou asiática. Estes podem apresentar episódios de cetoaci-dose diabética, mas a patogênese da sua insulinopenia permanece desconhecida. Esse subgrupo é composto de pelo menos três subtipos: o tipo1 B, o diabetes do adulto com tendência à cetose e o diabetes fulminante. Um relato recente mostrou que o DM1B em jovens pode estar também relacionados a mutações no gene da insulina anteriormente descritos no diabetes neonatal. Os autores sugerem que essas mutações poderiam ser pesquisadas em casos selecionados de DM1 com auto-anticorpos antipancretáticos negativos. O aumento da prevalência da obesidade na infância e adolescência e o diagnóstico mais precoce do DM1 têm levado ao aparecimento de jovens com características de diabetes do tipo 2 juntamente à presença de auto-imunidade antipancreática. Esses pacientes têm sido denominados por alguns autores de diabetes duplo (DD).Os avanços na área da genética, da biologia molecular e celular, da imunologia e da bioquímica têm mostrado que o diabetes melito do tipo 1 é um grupo de etiologia heterogênea. Dentro dessa heterogeneidade temos desde formas mais raras de DM1 auto-imune até quadros mistos e em todas as faixas etárias. Na caracterização dos processos não auto-imunes que provocam a destruição da célula-beta, com exceção do álcool que não será aqui discutido, é importante avaliar o grupo racial, as alterações em mecanismos importantes para a secreção de insulina e para a sobre-vida das células-beta e do comprometimento da parte exócrina pancreática, a ausência dos marcadores imunológicos da doença, o modo de início do DM e o fenótipo do indivíduo.

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2008 S129

Sp 7.2TRANSPLANTE COMBINADO DE PÂNCREAS-RIM: SITUAÇÃO ATUALSá JR

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Em 1966, kelly e col. (2), realizaram o primeiro transplante de pâncreas em humanos, em uma paciente diabética que apresentou como com-plicação fístula pancreática, ocasionando enxertectomia do pâncreas e rim, cerca de 2 meses após, e morte por embolia pulmonar. Apesar dos resultados ruins no início do programa, ficou demonstrado que o controle glicêmico sem insulina exógena era possível com o transplante de pâncreas. Com a melhora da técnica cirúrgica, da imunossupressão e dos cuidados multidisciplinares envolvidos no transplante de órgãos, os resultados melhoraram progressivamente e, segundo dados atuais, mais de 23 mil transplantes de pâncreas já foram realizados no mundo. Nos-so país ocupa atualmente um lugar de destaque e desde o primeiro transplante realizado no Rio de Janeiro mais de 700 foram posteriormente feitos, com resultados comparáveis aos da maioria dos centros internacionais. A modalidade mais realizada no Brasil é o simultâneo de pâncreas e rim (TSPR), seguido do pâncreas após rim (TPAR) e do isolado de pâncreas (TIP). Devemos ainda lembrar que o transplante de ilhotas foi realizado em nosso país em dois centros distintos. Os benefícios do transplante do pâncreas são a melhora da qualidade de vida, a prevenção da recorrência da nefropatia diabética, a suspensão do uso da insulina exógena e da monitoração glicêmica, a liberdade dietética e o potencial be-neficio em relação às complicações crônicas da doença.

Indicações para as diferentes modalidades de transplante de pâncreasO paciente com diabetes melito do tipo 1 (DM1) poderá se beneficiar de três tipos de transplante de pâncreas, o que dependerá de sua função

renal, da possibilidade de obter um doador de rim vivo relacionado e de sua instabilidade glicêmica. Pacientes com DM1 ou insulinodependentes com doença renal terminal (DRT) têm a escolha entre três tipos de transplante: transplante de rim isolado (TRI), transplante simultâneo de pâncre-as e rim (TSPR) e transplante de pâncreas após rim (TPAR). Enquanto o enxerto pancreático é obtido quase invariavelmente de doador falecido, o enxerto renal pode advir de doador vivo ou falecido. O candidato usual para TPAR é o paciente com DM1 com transplante renal prévio, com função estável, boa reserva cardíaca, com mau controle glicêmico crônico e que deseja se beneficiar da normoglicemia. O transplante isolado de pâncreas (TIP) é a modalidade menos realizada, e suas indicações estão entre as mais discutíveis e menos uniformes entre os centros transplantado-res. A Associação Americana de Diabetes, bem como a Sociedade Brasileira de Diabetes recomendam o TIP apenas para pacientes com DM1, boa reserva cardíaca e boa função renal (clearance de creatinina de pelo menos 70 mL/min) e sem contra-indicações, que apresentem história de labili-dade glicêmica com complicações metabólicas agudas severas e hipoglicemias graves confirmadas, apesar de diversas tentativas de manejo.

Sp 7.3ATUALIZAÇÃO EM INSULINOTERAPIANery M

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

INSULINIZAÇÃO fISIOLÓGICAA secreção de insulina normal, do ponto de vista didático, pode ser vista em dois componentes: (a) insulina basal – certa quantidade desse hor-mônio é secretada continuamente para permitir a captação de glicose a órgãos-alvo nos intervalos entre as refeições ou em períodos de jejum mais prolongado; (b) insulina prandial (ou bólus) – a liberação de insulina começa já na fase cefálica da alimentação e sua magnitude depende da quantidade e composição do alimento.

A secreção de insulina basal não é igual em todos os momentos do dia: além de variar, por exemplo, de acordo com a atividade física, tem um importante componente relacionado à resistência à insulina em alguns períodos. Um fenômeno partilhado por um número grande de por-tadores de diabetes é o fenômeno do alvorecer (dawn), no qual as necessidades de insulina aumentam consideravelmente, em geral relacionado à maior liberação de hormônio de crescimento nesse período do dia. Isso, além de aumentar a necessidade de insulina basal nesse período, mo-difica as características da insulina prandial no café da manhã; embora essa refeição seja com freqüência menor que as outras refeições importan-tes do dia, é comum que ela exija maior dosagem de insulina por quantidade de carboidrato, como conseqüência do fenômeno do alvorecer.

INSULINA BASALA insulina basal é a adequada para controle glicêmico independentemente das refeições. A maneira teoricamente ideal de administrar insulina basal é por infusão contínua de insulina rápida ou ultra-rápida, possibilitando modular as necessidades nos vários períodos do dia. Alguns pacien-tes em “bomba de infusão contínua de insulina” necessitam 5 ou 6 basais diferentes durante o dia. Insulina de ação prolongada e sem pico, ou com pico de ação tênue, como os análogos glargina e detemir, foram idealizados para utilização como insulina basal. Administradas 1 ou 2 vezes ao dia, sua dose está correta quando, na ausência de alimentos, mantêm as concentrações de glicose plasmática adequadas, sem queda ou ascen-são dos valores de glicemia capilar. A insulina NPH foi usada durante muitos anos como insulina basal. No entanto, seu importante pico de ação a torna também um pouco prandial, uma vez que, administrada, por exemplo, antes do café da manhã terá um pico de ação próximo do horário do almoço, interferindo dessa forma na dosagem necessária de insulina rápida prandial. Doses múltiplas e menores de NPH administradas 3 a 4 vezes ao dia têm um perfil mais semelhante ao basal (pela soma dos picos) do que a mesma dose total dividida em duas tomadas ao dia.

INSULINA PRANDIAL (BÓLUS)A insulina prandial é a que, administrada antes de uma refeição, permite a captação de glicose resultante desta ingestão. São apropriadas para esse fim as insulinas rápidas ou análogos ultra-rápidos, lembrando que o momento de aplicação deve respeitar o tempo de absorção das insulinas para coincidir com o tempo de absorção dos carboidratos da refeição.

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2008 S131

Sp 8.3ESTRATÉGIAS PARA REPOSIÇÃO E REGENERAÇÃO DA CÉLULA-BETACorrea-Giannella ML

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Apesar dos evidentes progressos nos regimes de insulinização, ainda não se conseguiu mimetizar a secreção fisiológica de insulina no tratamento do diabetes melito do tipo 1. A única alternativa concreta de retomada da secreção endógena de insulina é a reposição de células-beta por meio do transplante de pâncreas e do transplante de ilhotas pancreáticas. Pela morbidade associada ao transplante de pâncreas isolado, o transplante de ilhotas pancreáticas surgiu como uma alternativa terapêutica interessante. No entanto, mesmo com os recentes progressos associados ao protocolo de Edmonton, os resultados do transplante de ilhotas ainda deixam a desejar, com apenas 10% dos pacientes alcançando independên-cia de insulina após 5 anos de seguimento, embora uma porcentagem significativa apresente melhora do controle glicêmico associado à secreção residual de peptídeo C pelo enxerto.

Além disso, existe uma disponibilidade de ilhotas limitada para o transplante, razão pela qual novas fontes de células produtoras de insulina capazes de responder adequadamente ao estímulo glicêmico são necessárias. Tentativas de expansão de células-beta ex vivo e de diferenciação in vitro de células-tronco embrionárias e adultas em células produtoras de insulina têm se mostrado promissoras, mas a complexidade dos mecanis-mos que regulam a proliferação e a diferenciação de células progenitoras em células-beta maduras resulta em células com reduzida capacidade secretória e proliferativa.

Embora o pâncreas endócrino tenha sido previamente considerado um tecido formado por células quiescentes, sabe-se atualmente que a massa de células-beta é dinamicamente regulada. O conhecimento de que o equilíbrio entre processos de expansão (hipertrofia, hiperplasia e neogênese) e redução (atrofia e morte) celular determina a quantidade de células-beta funcionantes abriu a possibilidade de desenvolvimento de estratégias que evitem a diminuição ou que aumentem a expansão das células-beta in vivo. No diabetes do tipo 1, a restauração da massa de células-beta poderia ser benéfica na reversão da hiperglicemia, desde que houvesse uma proteção concomitante contra o processo auto-imune. A utilização de imunomoduladores que podem prevenir a destruição imunológica está em fase precoce de investigação clínica, mas já demons-trou redução da insulite e das necessidades de insulina em diabéticos tipo 1 recém-diagnosticados. É possível que a combinação de estratégias antiauto-imunes com a indução de neogênese resulte em um tratamento efetivo para o diabetes tipo 1.

Sp 8.4IMUNOTERAPIA E CÉLULA TRONCO NO DM1Foss MC

O diabetes melito do tipo 1 é uma doença auto-imune que, por meio da destruição das células-beta pancreáticas por agressão imunológica me-diada por células, leva a uma acentuada deficiência insulínica no organismo humano. O paciente acometido tem características genéticas de suscetibilidade e, a partir do contato com um agente iniciador, o processo de agressão auto-imune ao pâncreas endócrino tem início, geralmen-te vários meses ou anos antes da fase hiperglicêmica do diabetes. Na época do diagnóstico clínico, a massa de células-beta residual é geralmente menor que 30%. A terapêutica usual do diabetes melito tipo 1 é a insulinoterapia de múltiplas doses, objetivando o bom controle metabólico e, assim, uma melhor evolução crônica quanto à complicações vasculares e neurológicas.

Estudos anteriores, especialmente aqueles resultantes de análises de subgrupos do Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), mos-traram que pacientes com níveis séricos de peptídeo C maiores ao diagnóstico e que se mantiveram nos anos subseqüentes tiveram controle mais estável e menor freqüência e gravidade de complicações microvasculares que pacientes com níveis séricos baixos ou indetectáveis de peptídeo C. Desse modo, métodos de preservação da massa residual de células-beta são objetivos promissores no sentido um bom controle metabólico do diabetes bem como na prevenção de complicações. Nos últimos anos, vários estudos têm procurado identificar os precursores de células-beta, visando não só a um melhor entendimento da fisiologia da célula-beta e sua preservação como também como fontes potenciais de células-beta para terapia de reposição. Nesse grupo de precursores estão incluídas células-tronco embrionárias, precursores multipotentes derivados do pân-creas, células ductais pancreáticas, células ovais hepáticas e células-tronco hematopoiéticas e mesenquimais. As evidências são ainda controversas quanto à potencialidade de esses precursores regenerarem célula-beta, mas vários estudos clínicos em células-tronco embrionárias, de cordão umbilical ou de medula óssea estão sendo conduzidos.

Outras alternativas se voltam para terapias imunossupressoras com o objetivo de bloquear a agressão auto-imune às células-beta pancreáticas e, assim, promover a sua preservação. A maioria dessas intervenções tem promovido efeitos protetores parciais e transitórios, mas novas alterna-tivas estão sendo atualmente testadas.

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2008S132

pp 1.1DESCRIÇÃO DE MUTAÇÃO NO GENE LMNA EM UMA fAMíLIA PORTADORA DE LIPODISTROfIA PARCIAL fAMILIAR (SíNDROME DE DUNNIGAN) Foss-Freitas MC1; Montenegro Jr. RM2; Tunes RS1; Castro M1; Foss MC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2 Setor de Endocrinologia e Metabologia Departamento do Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará (HU-UFC)

A lipodistrofia parcial familiar (LDPF) é uma síndrome rara caracterizada por hipertrigliceridemia e resistência insulínica. Os pacientes afetados apresentam tipicamente uma perda seletiva de tecido adiposo subcutâneo das extremidades e acúmulo secundário na face, pescoço e região intra-abdominal. Mutações no gene (LMNA), localizado no cromossomo 1q21-22, foram reportadas, sendo responsáveis pelo fenótipo desta síndro-me. Este gene codifica as lamininas A e C presentes na maioria das células diferenciadas, participando da replicação de DNA, organização da cromatina, arranjo espacial dos poros nucleares e crescimento nuclear. O objetivo deste trabalho foi descrever a presença da mutação no gene LMNA, através da análise genotípica de um paciente com LDPF e dos membros da sua família, correlacionando os possíveis genótipos com os fenótipos encontrados. Foi avaliado um paciente do sexo feminino com LDPF (idade 59 anos), além de 13 membros de sua família pertencentes a três gerações sucessivas (6 indivíduos do sexo feminino com fenótipo positivo e 7 indivíduos do sexo masculino, apenas 2 destes possuindo o fenótipo positivo) e realizados o seqüenciamento do exon 8 e 9 do gene LMNA. Observamos a presença de mutação no códon 482 (R482W) do exon 8 foi identificada no caso índice e em 80% dos 13 membros da família examinados. Esta mutação consistia na substituição de C-T o que leva a substituição da arginina pelo triptofano. Entre os membros femininos, todos fenótipos positivos, observamos uma alta correlação com o genótipo também positivo. Dentre os membros masculinos, aproximadamente 56% apresentaram genótipo positivo, porém apenas dois casos foram identificados com o fenótipo de LDPF, sendo que estes apresentaram, também, a correspondência genotípica. Desta maneira podemos concluir que a mutação C – T no códon 482 do exon 8 do gene LMNA, apresenta alta correlação genótipo- fenótipo nesta família estudada.

pp 1.2O TRATAMENTO COM ÁCIDOS GRAxOS DE CADEIA MÉDIA PROMOVE AUMENTO DO CONTEúDO DE GORDURA CORPORAL E RESISTÊNCIA À AÇÃO DA INSULINA EM ADIPÓCITOS ISOLADOS DE RATOS JOVENS Marçal AC1; Andreotti S1; Camporez J1; Ribeiro LM1; Akamine EH2; Valle MMR3; Zanuto R1; Siqueira Filho MA1; Cintra D4; Velloso LA4; Bor-din S1; Carpinelli AR1; Curi R1; Lima FB1; Carvalho CRO1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2 Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 3Faculdade de Biologia da Universidade Federal de Juiz de Fora; 4 Departamento de Clínica Mé-dica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A utilização de ácidos graxos de cadeia média (TCM) como aporte energético é uma prática freqüentemente utilizada no tratamen-to e recuperação de convalescentes por vias oral/enteral. Por outro lado, são pouco conhecidos os efeitos do TCM na sensibilidade à insulina. O objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão e a fosforilação de proteínas envolvidas nas etapas iniciais da sinalização da insulina e suas impli-cações sobre a captação de glicose em adipócitos isolados de animais suplementados com TCM. Métodos e Resultados: A partir de 30 dias de vida, ratos foram divididos em 2 grupos referentes ao tipo de dieta recebida: controle (62% carboidratos, 14% proteína e 4% gordura) e modifi-cada. A dieta modificada continha 45% dos lipídios presentes na dieta controle substituídos por mistura de TCM (Trigliceril®). Aos 120 dias de vida, os animais foram pesados, anestesiados, coletados o sangue para dosagem da glicemia e insulinemia plasmática e retirada do tecido adiposo perigonadal (TAP), para análise por immunoblotting típico. Para avaliar a captação de glicose, os adipócitos foram isolados e incubados com 3H-2DG. Ratos tratados com TCM apresentam redução de 11% em seu peso corporal quando comparados ao grupo C (p < 0, 05), todavia, animais TCM apresentam aumento de 80% no conteúdo de gordura perigonadal (p < 0, 05). Apesar de glicemias semelhantes, a insulinemia de jejum foi elevada nos animais TCM (p < 0, 05), demonstrando resistência à insulina pelo índice HOMA (p < 0, 05). A expressão protéica no TAP do receptor de insulina, dos substratos 1 e 2 do receptor de insulina (IRS-1, 2), receptor para o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), e as proteínas PI3k e ERk1/2 foram semelhantes entre os grupos. O grau de fosforilação das proteínas AkT e ERk1/2 também foram semelhantes entre os grupos. Todavia, adipócitos de animais suplementados com TCM apresentam diminuída captação de glicose quando incubados com insulina (p < 0, 05). Discussão: A dieta rica em TCM induz resistência à ação do hormônio à insulina no tecido adiposo perigo-nadal, estes dados sugerem uma diminuição na expressão e/ou translocação do transportador para glicose GLUT-4 para a membrana plasmáti-ca. Apoio financeiro: Fapesp, Capes e CNPq.

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2008 S133

pp 1.3CONTROLE DA GLICERONEOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO E fíGADO DE RATOS DIABÉTICOSChaves VE1; Frasson D1; Martins-Santos ME2; Garófalo MAR1; Kettelhut IC2; Migliorini RH2

1Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Bioquímica e Imunologia da FMRP-USP

O funcionamento normal dos tecidos adiposos branco (TAB) e marrom (TAM) e do fígado depende de um fornecimento contínuo e adequado de glicerol-3-fosfato (G3P), necessário para a esterificação de ácidos graxos e síntese de triacilglicerol (TAG). Até recentemente, a via glicolítica era a única fonte reconhecida de formação de G3P no TAB. A síntese de G3P pelo processo de fosforilação direta do glicerol pela gliceroquina-se era reconhecida somente no TAM e fígado. No entanto, estudos do nosso laboratório demonstraram ser a gliceroneogênese, via de síntese de G3P a partir de intermediários de três carbonos (lactato, aminoácidos, piruvato), uma das principais fontes de G3P no TAB, no TAM e no fígado. Dados da literatura têm mostrado ser a insulina um potente regulador negativo da transcrição do gene da fosfoenolpiruvato carboxiqui-nase (PEPCk), enzima chave da gliceroneogênese, no tecido adiposo e hepático, desta forma seria interessante verificar a atividade deste proces-so metabólico no TAB, TAM e fígado de animais diabéticos, uma situação de deficiência insulínica, assim como o papel das catecolaminas, potentes reguladoras positivas da gliconeogênese, na gliceroneogênese hepática. A via gliceroneogênica foi avaliada pela atividade da PEPCk e pela incorporação de 14C-piruvato em TAG-glicerol de células isoladas do TAB ou de fragmentos do TAM e em glicerídeos-glicerol de fatias hepáticas dos ratos diabéticos. O diabetes induziu um aumento na atividade da PEPCk nos três tecidos acompanhado pelo aumento na veloci-dade de incorporação de 14C-piruvato em TAG-glicerol no TAB e TAM e em glicerídeo-glicerol no fígado. A desnervação hepática não alterou o aumento na gliceroneogênese induzido pelo diabetes. Os resultados obtidos tanto no TAB, quanto no TAM e fígado, sugerem que nestes três tecidos a gliceroneogênese é sensível à utilização de glicose, ou seja, essa via parece ser estimulada para compensar a reduzida síntese de G3P a partir da hexose. Os achados do nosso laboratório têm claramente mostrado a importância de uma produção contínua de G3P para assegurar os estoques de TAG necessário ao funcionamento adequado do TAB, TAM e fígado, tecidos diretamente envolvidos no metabolismo lipídico. Apoio financeiro: CNPq e Fapesp.

pp 1.4GLIMEPIRIDA MELhORA A SENSIBILIDADE À INSULINA EM RATOS OBESOS MSG SEM ExACERBAR A OBESIDADE: MECANISMOS MOLECULARES ENVOLVIDOS NOS TECIDOS MUSCULAR, ADIPOSO E hEPÁTICOMori RCT; Machado UF

Departamento de Fisiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

A glimepirida é um secretagogo de insulina cuja eficiência no controle glicêmico, apesar da menor afinidade pelos receptores das células-beta comparativamente a outras drogas do mesmo grupo (sulfoniluréias), sugere uma boa ação sensibilizadora à insulina. Uma vez que os mecanis-mos extrapancreáticos acionados pela glimepirida in vivo não são totalmente conhecidos, este estudo buscou identificar tais mecanismos e expli-car a melhora da sensibilidade sistêmica à insulina pelo tratamento com a glimepirida.

Como modelo de resistência à insulina foram utilizados ratos obesos pelo glutamato monossódico (MSG), que apresentam alterações na expressão de GLUT4 no tecido adiposo e músculos. Aos 3 meses de idade, iniciou-se tratamento com glimepirida (0,1mg/kg/dia) por 4 sema-nas, constituindo-se os grupos controles e obesos, não tratados (C e MSG) e tratados (CG e MSG/G), que foram submetidos a a) testes de tolerância à insulina, b) análise do GLUT4 e seu mRNA no tecido adiposo branco (TAB) e músculo sóleo e c) análise do glicogênio e p-GSk3 (glicogênio-sintase-quinase-3-fosforilada) no fígado.

Os ratos MSG foram resistentes à insulina, apresentando menor decaimento da glicose após sobrecarga insulínica (p < 0,05 versus C; CG e MSG/G). No tecido adiposo, mRNA e proteína GLUT4 elevaram-se nos obesos (30% e 100%, respectivamente, p < 0,05 versus C), retornando aos níveis de C após tratamento com glimepirida. No sóleo, o mRNA do GLUT4 aumentou em MSG (p < 0,05 versus C), mas a proteína foi semelhante a C (p > 0,05). A glimepirida aumentou a proteína GLUT4 em cerca de 50% (MSG/G versus MSG, p < 0,05), melhorando funcio-nalmente o tecido, pois os MSGs apresentaram menor captação de glicose estimulada pela insulina (p < 0,01 versus C, CG e MSG/G) e menor incorporação glicose ao glicogênio muscular (p < 0,05 versus C, CG e MSG/G). No fígado, os MSGs apresentaram menos glicogênio hepático (p < 0,05 versus C, CG e MSG/G) e menor conteúdo de p-GSk3 (p < 0,01 versus C, CG e MSG/G).

Portanto, a glimepirida aumentou a expressão de GLUT4 nas fibras oxidativas de ratos resistentes à insulina, melhorando a captação de glicose e a síntese de glicogênio. Tais efeitos, somados ao aumento de glicogeniogênese no fígado, demonstram a ação sensibilizadora à insulina. A redução do GLUT4 no tecido adiposo dos ratos MSG/G impediu a exacerbação da obesidade, mesmo com a elevação da insulinemia pelo efeito secretagogo. Apoio financeiro: Fapesp.

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2008S134

pp 1.5LIPODISTROfIA PARCIAL fAMILIAR TIPO 2 (VARIEDADE DE DUNNIGAN): IDENTIfICAÇÃO DO ESPECTRO DE MUTAÇõES NO GENE LMNA Mory PB¹; Crispim F¹; Kasamatsu T¹; Salles JE²; Moreira RO³; Freire MBS4; Dib SA¹; Moises RS¹

¹Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM); ²Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP); ³Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE); 4Faculdade de Medicina de Jundiaí

A lipodistrofia parcial familiar tipo 2 (LDPF2) é uma síndrome caracterizada por perda seletiva de tecido adiposo e propensão ao desenvolvimen-to de resistência à insulina (RI) e suas co-morbidades. Esta doença tem caráter autossômico dominante e o gene responsável (LMNA) codifica as lamininas A e C que compõem a lamina nuclear. Como a LDPF2, várias outras doenças, inclusive outros tipos de lipodistrofia (LD), também já foram descritas como decorrentes de mutações no gene LMNA, sendo denominadas laminopatias. Estas formam um grupo heterogêneo, com diferentes sítios de mutação no gene LMNA, modo de herança e apresentação clínica. Objetivo: Determinar o espectro das mutações no gene LMNA em portadores de LDPF2 e em outros tipos de LD. Método: Os critérios de inclusão foram clínicos: perda de tecido adiposo subcutâneo em extremidades de início durante a puberdade com presença de história familiar para LDPF2 ou perda de tecido adiposo subcutâneo parcial ou generalizada com componentes de RI, excluindo a forma congênita (síndrome de Berardinelli). Foram avaliadas oito pacientes com LDPF2 tí-pica, não relacionadas, todas do sexo feminino (16 a 62 anos - mediana 44 anos), uma paciente do sexo feminino (56 anos) com LD parcial leve e RI (forma atípica de LDPF2). Ainda, dois pacientes com LD generalizada foram avaliados: uma paciente do sexo feminino (18 anos) com LD importante de surgimento aos 11 anos de idade e outro paciente do sexo masculino (16 anos) com LD generalizada, menos evidente, de apare-cimento aos 8 anos de idade. Realizamos o sequenciamento de toda região codante do gene LMNA. Resultados: Nos pacientes com LDPF2 típica identificamos as mutações p.R482W (n = 6), p.R482Q (n = 1) e p.N466D (n = 1), sendo a última ainda não descrita na literatura. Na paciente com fenótipo atípico identificamos a mutação p.R582C, também não descrita na literatura. Os pacientes com a forma LD generalizada apresentaram mutações diferentes: p.T10I, na paciente do sexo feminino e com fenótipo mais grave; e a mutação de novo p.R349W no exon 6, no paciente do sexo masculino de fenótipo mais leve (mutação essa ainda sem descrição prévia na literatura). Conclusões: Confirmamos ser o codon 482 um hot spot para mutações em pacientes com LDPF2 e ampliamos o espectro de mutações descritas. Descrevemos outros fenótipos de laminopatias com mutações novas relacionadas à LD em dois pacientes.

pp 2.1SUPERExPRESSÃO DE ENZIMAS ANTIOxIDATIVAS EM LINhAGEM DE CÉLULAS BETA: PRÓS E CONTRASSouza KL1; Roma LP1; Paula FM1; Bosqueiro JR1; Carneiro EM2; Boschero AC2

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp); 2Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade Medicina de Bauru da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP)

Introdução: As células-ß são sabidamente deficientes em enzimas antioxidativas, especialmente catalase (Cat). A superexpressão de Cat confere proteção contra os efeitos tóxicos de compostos pró-oxidantes em células produtoras de insulina. Entretanto, a superexpressão de enzimas an-tioxidantes pode modificar funções celulares normais nas células-alvo. Nos últimos anos, uma nova família de enzimas antioxidativas, as peroxir-redoxinas, vem sendo descrita e estudada. Pouco se sabe sobre a função das peroxirredoxinas nas células-ß pancreáticas. Dessa maneira, propomos estudar a função da peroxirredoxina 3 (PRDX3) e Cat em células produtoras de insulina RINm5F e correlacionar efeitos benéficos ou deletérios da superexpressão de enzimas antioxidantes ante a compostos que induzem estresse oxidativo/nitrosativo. Métodos: Células RINm5F foram incubadas em meio RPMI-1640 contendo 10% de soro fetal bovino na presença ou ausência de compostos citotóxicos. A superexpressão de enzimas foi realizada por meio de vetores contendo promotor CMV mediante técnicas de biologia molecular já estabelecidas. A viabilidade ce-lular foi determinada por meio de teste de MTS, expressão protéica por Western blot, estado redox por DCF-DA, apoptose por FACS/DEVD e conteúdo de insulina por RIA. Resultados e discussão: Células RINm5F expostas ao peróxido de hidrogênio tiveram um pequeno mas sig-nificativo aumento na expressão da PRDX3. Menadiona (um composto que gera radicais tóxicos) diminuiu a expressão de PRDX3. SNAP (um doador de NO) e SIN (um gerador de peroxinitritos) não alteraram a expressão dessa peroxirredoxina. Células superexpressando PRDX3 mostraram-se resistentes à ação do peróxido de hidrogênio, menadiona e SNAP, mantendo a viabilidade celular em níveis próximos ao de células cultivadas na ausência dos compostos, mas foram sensíveis ao SIN. Células superexpressando catalase foram extremamente resistentes ao peró-xido de hidrogênio e também à dexametasona (Dex). Em células-controle, a Dex induziu estresse oxidativo em células RINm5F com concomi-tante diminuição da expressão e atividade da enzima catalase e aumento de apoptose. Entretanto, a superexpressão de catalase levou a uma diminuição na secreção e no conteúdo total de insulina. Esses resultados permitem concluir que (a) enzimas antioxidativas conferem proteção contra agentes citotóxicos específicos, que, no caso da PRDX3, não foi adequado contra peroxinitritos. Isso significa que (b) em altas concen-trações de óxido nítrico ela não seria eficiente, mas (c) em baixas concentrações de NO, como aquelas que ocorrem no início do diabetes, podem ser de grande valia. Finalmente (d), ao mesmo tempo que um grande aumento na capacidade antioxidante da célula-ß confere proteção pode também diminuir a funcionalidade celular. Apoio financeiro: Fapesp e Capes.

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008 S135

pp 2.2PARTICIPAÇÃO DA VIA PI3-qUINASE/AKT NA MODULAÇÃO DA APOPTOSE EM ILhOTAS PANCREÁTICAS DO PÂNCREAS ENDÓCRINO MATERNO DURANTE O PERíODO PERINATALAnhê GF

Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Durante a gravidez, as ilhotas pancreáticas maternas sofrem modificações morfofuncionais que resultam em aumento da secreção de insulina, a fim de compensar a resistência a este hormônio característica desse período. É sabido que após o parto ocorre uma regressão do pâncreas endó-crino por aumento da taxa de apoptose. Acredita-se que as ações da prolactina (PRL) e dos glicocorticóides (GCs) participem desse remodela-mento, no entanto por um mecanismo ainda desconhecido. A apoptose pode ser desencadeada por diferentes vias intracelulares e, na célula-beta pancreática, tem-se demonstrado que a via PI3-quinase/AkT dispara a ativação do estresse do retículo endoplasmático (ERE) ou de vias intrínseca. Nossos resultados mostram que ilhotas de ratas isoladas no terceiro dia de lactação (L3) apresentam uma aumento da taxa de apoptose que coincide com uma diminuição da razão pAkT1/AkT1. Essa situação é transiente e revertida no oitavo dia de lactação (L8). O perfil de expressão do receptor de PRL aponta para sua participação nesses eventos, pois está diminuído em ilhotas de ratas L3 e apresenta valo-res normais em L8. A expressão de CHOP e o splicing do XBP1, assim como a razão BCL2/BAX e fosforilação da BAD (Ser112), estão dimi-nuídos em ilhotas de ratas L3 em relação aos de ratas grávidas (P19). Ensaios com PRL e wortmannin (Wort) mostram que esse hormônio diminui a apoptose de ilhotas de ratos adultos e neonatos de maneira dependente da ativação da PI3-quinase/AkT. O aumento da razão BCL2/BAX e fosforilação da BAD (Ser112) estimulados pela PRL também é bloqueado pela Wort. Além disso, nossos experimentos mostram que o cultivo de células RINm5F com dexametasona (DEX) reverte o aumento da razão pAkT1/AkT1, estimulando a expressão de CHOP e o spli-cing do XBP1, mesmo na presença de PRL. DEX também diminui o aumento da razão BCL2/BAX estimulado pela PRL em células RINm5F. Em resumo, nossos resultados mostram que a diminuição da ação da PRL em ilhotas de ratas no periparto relaciona-se com o aumento da taxa de apoptose e a regulação negativa da via PI3-quinase/AkT. Esse bloqueio, que decorre provavelmente da ação de GCs, leva a eventos apoptó-ticos pela ativação de vias intrínsecas e relacionadas ao ERE. Apoio financeiro: Fapesp e CNPq.

pp 2.3MODULAÇÃO DA SECREÇÃO DE INSULINA E DE íONS CÁLCIO EM ILhOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS SUPLEMENTADOS COM TAURINA Ribeiro RA1, Bonfleur ML2, Vanzela EC1; Godoy AA1; Batista TM1; Boschero AC1; Carneiro EM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp); 2Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Introdução: Está bem estabelecido que aminoácidos influenciam o processo de síntese e secreção de insulina. O objetivo deste trabalho foi avaliar o mecanismo pelo qual a taurina (TAU) pode contribuir para a regulação da secreção de insulina (SI). Métodos: Camundongos com 90 dias foram divididos em dois grupos: TAU, tratados com 2% de TAU na água de beber; e controle (CON). Após o período de suplementação (30 dias) os animais foram sacrificados. A glicemia e insulinemia de jeum foram verificadas. As ilhotas pancreáticas foram isoladas pelo método da colagenase e utilizadas para analisar a secreção dinâmica de insulina na presença de glicose (GLI; 22, 2 mM) ou leucina (Leu; 10 mM); me-tabolismo da GLI e Leu; relação ATP/ADP; captação de íons cálcio (Ca2+) na presença de GLI, e expressão protéica do canal de Ca2+. Resulta-dos foram analisados por teste t de Student, p < 0, 05. Resultados: A glicemia e insulinemia foram similares entre os grupos (TAU 86, 6 ± 3, 6 e 0, 31 ± 0, 1; CON 83, 8 ± 6, 5 mg/dl e 0, 34 ± 0, 1ng/ml, respectivamente). A AUC para a secreção dinâmica de insulina em resposta à GLI foi 2, 5 vezes maior nas ilhotas do grupo TAU em relação ao CON. A metabolização da GLI e a relação ATP/ADP foram semelhantes entre os dois grupos (TAU 35 ± 4 e 0, 78 ± 0, 03; CON 40 ± 6 pmol/ilhota/2h-1 e 0, 77 ± 0, 07, respectivamente). Após 1 hora de incubação na pre-sença de GLI, a captação de 45Ca foi 32% maior nas ilhotas dos animais TAU comparada aos CON. A expressão protéica da subunidade β2 do canal de Ca2+ foi 48% maior nas ilhotas TAU em relação ao CON. Ilhotas TAU apresentaram aumento da SI em resposta à Leu (129 ± 20) comparadas as CON (44±7 ng/ml.min-1/50 ilhotas) e aumento de 28% na metabolização deste aminoácido. Discussão: A suplementação com TAU aumenta a SI estimulada pela GLI, provavelmente, por aumentar a expressão protéica do canal de Ca2+ na membrana e, possivelmente, sua atividade, provocando maior influxo deste íon nas ilhotas pancreáticas. O aumento da SI pelas ilhotas dos animais TAU na presença de Leu, é, possivelmente, decorrente do aumento do catabolismo deste aminoácido, gerando um maior aporte de substratos para o ciclo de krebs. Apoio Financeiro: Fapesp, CNPq, Capes.

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2008S136

pp 2.4CONTROLE DO PERÓxIDO DE hIDROGÊNIO PELA GLICOSE EM ILhOTAS PANCREÁTICASOliveira ERL1; Curi R1; Carpinelli AR1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: a elevada produção das espécies reativas de oxigênio (EROs) associada à baixa atividade antioxidante em ilhotas pancreáticas, re-sulta em ações deletérias responsáveis por episódios fisiopatológicos. Esse papel deletério é o resultado do desequilíbrio no estado redox intra-celular, montante das reações de óxido-redução. EROs são constitutivamente geradas e removidas por sistemas celulares, mantendo a homeostase redox, permitindo a participação dessas espécies na sinalização intracelular. Em ilhotas pancreáticas o peróxido de hidrogênio (H2O2) participa na inibição do metabolismo da glicose, reduz a razão ATP/ADP, aumenta a probabilidade de abertura dos canais para k+ sensíveis ao ATP, suprimindo a secreção de insulina induzida pela glicose (GSIS). O presente estudo mostra em ilhotas pancreáticas isoladas de ratas, o controle no conteúdo intracelular de H2O2 pela glicose e a participação da via metabólica das pentoses-fosfato (PPP) nesse processo, importante para a manutenção das defesas antioxidantes. Métodos: O conteúdo de H2O2 em ilhotas isoladas foi avaliado em microscópio con-focal, através da medida da oxidação do 2’, 7’-diacetato de diclorodihidrofluoresceína, após 30 minutos de incubação na presença de diferentes concentrações de glicose (2, 8; 5, 6; 8, 3 e 16, 7 mM). O conteúdo intracelular total de glutationa foi determinado pelo método de reciclagem por DTNB / GSH redutase. A atividade da PPP foi analisada pela diferença entre a oxidação da glicose marcada com carbono 14 [14C] no carbono 1 [1-14C] e 6 [6-14C]. O metabolismo da glicose foi analisado pela oxidação da glicose uniformemente marcada com carbono 14 [U-14C]. A secreção de insulina foi mensurada por radioimunoensaio. Resultados: a exposição aguda a concentrações crescentes de glicose reduziu o conteúdo intracelular de H2O2, aumentou a atividade da PPP e a capacidade antioxidante do ciclo da glutationa. O bloqueio na atividade da PPP impediu a redução no conteúdo intracelular de H2O2 pela glicose e suprimiu a GSIS. A adição de peróxido de hidrogênio ao meio de incu-bação reduziu a GSIS, devido ao bloqueio no metabolismo do açúcar. Discussão: a inibição da secreção de insulina através do bloqueio no metabolismo da glicose pelo peróxido de hidrogênio, indica a necessidade de ajuste no conteúdo intracelular desse regulador negativo da secre-ção de insulina, através do aumento na atividade da PPP pela glicose. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq e Capes.

pp 3.1UCP-2 PROTEGE NEURôNIOS hIPOTALÂMICOS DE DANO OxIDATIVO E APOPTOSE INDUZIDOS POR TNf-ALfADegasperi GIR1; Romanatto T1; Araújo EP1; Denis R1; Moraes JC1; Inada NM2; Vercesi AE; Velloso LA1

1Disciplina de Medicina Interna do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamento de Patologia Clínica da FCM-Unicamp

Sabe-se que a proteína desacopladora UCP-2 encontra-se expressa em algumas regiões do cérebro, dentre elas o hipotálamo. No entanto, a função da UCP-2 nessa região do cérebro não é conhecida. No presente estudo, avaliamos a hipótese de que a UCP-2 atua como fator de pro-teção contra proteínas inflamatórias no sistema nervoso central.

Demonstramos que tratamento ICV com TNF-α 10-12M durante 6 dias induz a morte celular de neurônios hipotalâmicos. Nessas condições observamos aumento de expressão da proteína pró-apoptótica Bax em mitocôndrias isoladas de hipotálamo, indicando desta forma, apoptose de neurônios via mitocondrial. TNF-α induz morte celular, provavelmente pela indução de estresse oxidativo, uma vez que observamos aumento da expressão das enzimas antioxidantes catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase.

De maneira interessante, evidenciamos que ao longo do tratamento com TNF-α ocorre aumento da expressão da proteína UCP-2 atuando, dessa forma, como mecanismo de defesa contra danos neuronais. O tratamento dos animais com TNF-α e anti-sense para UCP-2 induziu au-mento significativo de neurônios em apoptopse. Nessa condição houve ativação da quinase JNk, assim, o bloqueio do mecanismo de defesa junto à ativação da clássica de morte celular JNk foi fator essencial para o aumento das taxas de morte celular.

Diante deste cenário, nos propusemos a testar um protocolo experimental clássico para superexpressar UCP-2 em tecidos periféricos. Ani-mais foram expostos ao frio (4 ºC) durante 6 dias e, após este período, observamos aumento da expressão de UCP-2 em mitocôndrias de hipo-tálamo de animais tratados com TNF-α. É importante ressaltar que a expressão da proteína foi maior quando as análises foram realizadas em animais mantidos a 22 ºC. A superexpressão de UCP-2 em hipotálamo de animais expostos ao frio preveniu o aumento de expressão de Bax, bem como das enzimas antioxiodantes e, portanto bloqueio de morte neuronal.

Os resultados indicam que a UCP-2 é um importante mecanismo de defesa no sistema nervoso, podendo ser utilizada como alvo terapêu-tico, especialmente em patologias relacionadas à alteração dos níveis de TNF-α, por exemplo, diabetes e obesidade.

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2008 S137

pp 3.2PAPEL DAS CATECOLAMINAS E DA INSULINA NA REGULAÇÃO DA PROTEÓLISE EM MúSCULO ESqUELÉTICOBaviera AM1; Zanon NM1; Navegantes LC1; Kettelhut IC1

Departamentos de Bioquímica e Imunologia; e Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

A insulina e as catecolaminas são importantes hormônios na regulação do metabolismo energético do músculo esquelético. A cascata de sinali-zação da insulina envolve ativação intracelular de PI3-quinase e AkT. Por sua vez, grande parte das ações adrenérgicas é mediada pelo AMPc e pela ativação conseqüente da PkA. Recentes trabalhos da literatura mostram que o AMPc pode também regular a AkT via Epac (exchange pro-tein directly activated by cAMP), o que sugere um cross-talk entre a sinalização da insulina e catecolaminas no músculo.

Esses hormônios exercem ações anabólicas no metabolismo protéico muscular. Animais diabéticos ou submetidos à simpatectomia apresen-tam ativação nas vias de degradação e inibição nos processos de síntese protéica. Em modelo experimental que promove ausência concomitante desses dois hormônios (animais diabéticos simpatectomizados), as respostas catabólicas observadas são exacerbadas. Em animais diabéticos sub-metidos à simpatectomia, a velocidade de proteólise muscular foi ainda maior que aquela observada em animais somente diabéticos, conseqüên-cia de aumento na atividade da via lisossomal (processo proteolítico que não se altera na ausência isolada de insulina ou catecolaminas) e da ativação adicional das vias dependentes de cálcio e de Ub-proteassoma, já elevadas no diabetes. Nesses animais, também foi observada redução adicional na fosforilação de AkT e Foxo em comparação aos níveis já reduzidos em animais diabéticos. Esses dados sugerem que as catecolami-nas exercem importante função inibitória na degradação de proteínas musculares no diabetes e esse papel pode ser interpretado como um me-canismo utilizado para poupar massa protéica muscular em uma situação de catabolismo. Pelo menos parte dessa função parece ser exercida pela ativação de intermediários da cascata de sinalização da insulina. Corroborando tal hipótese, músculos de animais normais incubados in vitro na presença de adrenalina ou dibutiril-AMPc apresentaram aumento na fosforilação de AkT e Foxo.

A ativação da AkT parece ser um elo comum nos eventos intracelulares envolvidos na ação anabólica da insulina e catecolaminas no meta-bolismo protéico muscular. A tentativa de elucidar esses eventos pode esclarecer a diversidade de estratégias utilizadas no controle dos processos metabólicos em diferentes situações fisiológicas e patológicas.

pp 3.5DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA INSULíNICA ASSOCIADA À SíNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM TOLERÂNCIA NORMAL À GLICOSE Rocco ER; Mory D; Querino R; Gabbay M; Komatsu W; Dib AS

Centro de Diabetes da Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Introdução: A história natural da resistência à insulina (RI) começa na infância devido a uma inter-relação entre fatores genéticos e ambientais. A origem da síndrome metabólica (SM) permanece obscura, mas provavelmente ocorre no início da vida. Circunstâncias intra-útero e da infân-cia predispõem a desordens como obesidade, disglicemia e SM. Nesse sentido é importante o conhecimento do nível de RI a partir do qual esta começa a se relacionar significantemente com a SM nos adolescentes e a sua relação com a circunferência abdominal (CA). Objetivo: Avaliar a prevalência da SM nos diferentes níveis de RI em uma população de adolescentes com tolerância normal à glicose (TGN) e estabelecer um cut off para o índice HOMA e para a circunferência abdominal (CA) no sentido de identificar adolescentes com risco de SM. Pacientes e Métodos: Duzentos e noventa e sete jovens (idade 10 a 19 anos) foram estudados com relação ao sexo, CA (medida no ponto médio entre a crista ilíaca e a borda inferior da última costela na linha axial média), glicemia e insulinemia de jejum e pós sobrecarga de glicose (1, 75 g/kg de peso), RI (HOMA-IR), função da célula-β (HOMAβ) e presença de SM (critério da ATPIII adaptado para a faixa etária). Análise da relação sensiblidade/especificidade pela curva ROC. Resultados: A prevalência de SM pelo critério da ATP III adaptado para a faixa etária foi de 8, 8%, aumentando de acordo com o peso (1, 3%, 4, 2%, 48, 9% em indivíduos de peso normal, sobrepeso e obesas, respectivamente). A prevalência de SM também variou de acordo com o nível de HOMA-IR ficando significativa a partir do p85 (HOMA-IR = 2, 1). Pela análise da curva ROC estabelecemos cut off para medidas simples como a CA, IMC e HOMA-IR. No sexo masculino essas três variáveis foram excelentes para a determinação de SM, sendo a CA de 80, 5 cm, IMC 20, 4 e um HOMA-IR de 1, 95 com sensibilidade de 90%, 100% e 90%, respectivamente e especificidade de 79, 1%, 65, 5% e 77, 3%, respectivamente. No sexo feminino, a CA e o IMC foram parâmetros melhores do que HOMA-IR, sendo a CA de 83c m, IMC 22, 7 e um HOMA-IR de 1, 65 com sensibilidade de 100%, 100% e 70, 6%, respectivamente e especificidade de 79, 7%, 79, 1% e 55, 8%, respectivamente. Conclusão/Interpretação: A prevalência de SM em adolescentes com TGN foi de 8, 8%, chegando a quase 50% nos indiví-duos obesos. Um nível de RI correspondente a um HRI = 2, 1 (p85-95) já se relaciona a um aumento no número de fatores de risco cardiovas-culares e na prevalência da SM. A curva ROC determinou que tanto a CA quanto o IMC são bons marcadores para determinação de SM nessa faixa etária.

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Cursos Pré-Congresso, Simpósios e Painéis de Pesquisa

2008 S139

pp 4.4DESENVOLVIMENTO, PROGRESSÃO E REVERSÃO DA RESISTÊNCIA À INSULINA RELACIONADA AO DESTREINAMENTO fíSICO: ASPECTOS fISIOLÓGICOS E MOLECULARES Pauli JR; Cintra DE; Ropelle ER; Moraes JC; Velloso LA; Carvalheira JBC; Saad MJ

Laboratório de Investigação dos Mecanismos Moleculares de Sinalização da Insulina Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A cessação do treinamento físico (destreinamento) resulta em rápido acréscimo da massa adiposa, ganho de peso e resistência à insulina tanto em humanos quanto em animais. Diferentes mecanismos podem estar envolvidos com a resistência à insulina nesse modelo expe-rimental. Objetivos: Investigar as vias PI3-quinase/AkT e CAP/Cbl, ambas envolvidas na captação ou utilização de glicose estimulada por insulina em tecidos periféricos (músculo, adiposo e fígado) de animais destreinados e sedentários submetidos a uma dieta hiperlipídica (HL). Analisar também se existe uma relação entre a progressão do ganho de peso e da resistência à insulina em animais destreinados com o processo inflamatório subclínico. Nesse contexto, diversas serina-quinases como JNk e Ikk-β aparecem como moléculas com grande impacto sobre a indução de resistência à insulina e por isso foram investigadas em nosso modelo experimental. Por fim, investigamos se o uso do resveratrol (RV) pode regredir os aspectos supracitados, principalmente melhorando a sinalização da insulina. Materiais e Métodos: Utilizamos ratos Wistar divididos em quatro grupos: animais-controle alimentados com dieta-padrão (C); animais sedentários que receberam uma dieta hiperlipídica (S-DHL); animais destreinados com dieta hiperlipídica com ou sem acréscimo de RV (D-DHL e D-RV), respectivamente; e animais destreinados com dieta-padrão (D-DC). O protocolo de exercício consistiu de natação por 8 semanas e a suspensão do treinamento perdurou por período semelhante. O RV foi colocado junto à dieta hiperlipídica na dose de 20 mg/kg de peso corporal. Utilizou-se da técnica de imunoblot e imu-noprecipitação para análise das proteínas desejadas. Resultados e discussão: Verifica-se que o destreinamento associado com a dieta HL resultou em maior acréscimo de peso e de massa adiposa em relação aos outros grupos. Verifica-se, também, resistência à insulina (RI) e alterações nega-tivas na via de sinalização da insulina (IRSs/PI-3q/AkT) no grupo D-DHL. Observou-se que no músculo tal RI está relacionada ao processo inflamatório com decorrente aumento da expressão da JNk e Ikk-β. Contudo, no grupo tratado com RV verifica-se melhora na sinalização da insulina do músculo. Portanto, alterações importantes acontecem no processo de destreinamento que podem colaborar no desenvolvimento de obesidade e RI. Entretanto, o RV pode ser um coadjuvante importante na prevenção de resistência à insulina nesse modelo experimental. Apoio financeiro: Fapesp.

pp 4.5ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA DOENÇA PERIDONTAL NO DIABETES MELITOTunes RS1, 2; Nogueira-Filho GR1; Castro M2; Foss-Freitas MC2

1Curso de Odontologia da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências (FBDC); 2Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

A progressão do diabetes melito relaciona-se a complicações resultantes da hiperglicemia, como alterações macro e microvasculares, que incluem aterosclerose, retinopatia, neuropatia, nefropatia, além de uma maior susceptibilidade a infecções, como a doença periodontal. A ausência de diferenças significativas entre os patógenos periodontais de diabéticos e não diabéticos sugere que alterações na resposta imune-inflamatória apresentam maior influência na alta prevalência e severidade da destruição periodontal verificada em diabéticos, especialmente naqueles tipo 2. Assim, com o objetivo de verificar a influência da periodontite crônica severa e do controle metabólico na resposta imunológica de indivíduos diabéticos tipo 2 através da avaliação da expressão gênica e protéica de citocinas de células mononucleares de sangue periférico estimuladas, fo-ram selecionados 12 pacientes do ambulatório de Diabetes divididos em: grupo-teste – cinco diabéticos tipo 2 com periodontite crônica severa (no mínimo oito dentes com profundidade de sondagem ≥ 5 mm, nível de inserção clínico ≥ 5 mm e sangramento à sondagem) descompensados metabolicamente (HbA1C > 7% e glicemia em jejum > 150 mg/dL); grupo-controle – sete diabéticos tipo 2 sem periodontite (profundidade de sondagem ≤ 3mm, sem perda de inserção), descompensados metabolicamente. Os pacientes foram hospitalizados por um período de 10 dias com o objetivo de obter um controle metabólico adequado. Amostras sanguíneas de 30 mL foram obtidas no primeiro e último dias de hospi-talização. Após isolados do sangue pelo método Ficoll-HyPaque Plus®, um total de 2, 5 x 106/mL células mononucleares aderentes foram cul-tivadas por 24h na presença e ausência de LPS (5 μg/mL). As citocinas IL-6 e TNF-α foram detectadas nos sobrenadantes das culturas de células aderentes (MØs) através do Elisa. A verificação da expressão gênica dessas mesmas citocinas será realizada através da PCR em tempo real, utilizando sondas TaqMan específicas (Applied Biosystems). Resultados, apresentados sob forma de média e desvio padrão, mostraram uma di-minuição na expressão protéica das citocinas respectivamente antes e após a compensação metabólica [IL-6 (242, 9 ± 224, 2 / 168, 4 ± 215, 9) – TNF-α (176, 9 ± 119, 7 / 129, 2 ± 124, 5)]. Comparando-se os grupos antes e após a compensação metabólica, o grupo-controle apresentou uma diminuição mais significativa na expressão protéica do que o grupo teste para ambas as citocinas [IL-6 teste (314, 4 ± 272, 8 / 307, 9 ± 268, 1) TNF-α teste (210, 4 ± 139, 4 / 248, 4 ± 101, 2)]; [IL-6 controle (191, 9 ± 187, 8 / 68, 8 ± 98, 9) TNF-α controle (153 ± 108, 2 / 44, 1 ± 35, 9)]. Estes resultados indicam que mesmo na presença do controle metabólico, os pacientes diabéticos portadores de periodontite grave, apresentam uma resposta imune-inflamatória ainda exacerbada.

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8º congresso paulista de diabetes e metabolismoáguas de lindóia15 a 18 de maio

Sumário Pôsteres

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Sumário Pôsteres

2008S142

01.B.01 ciliArY neurotroPHic FActor (cntF) signAls tHrougH stst3-socs3 PAtHWAY in rAt PAncreAtic islets ...........................................................................................................................................154

Rezende LF, Langone A, Negro A, Boschero AC

01.B.02 dietA de cAFeteriA induZ oBesidAde e AlterAÇÕes eM PArÂMetros BioquÍMicos PlAsMÁticos e nA secreÇÃo de insulinA Por ilHotAs isolAdAs: diFerenÇAs entre MAcHos e FÊMeAs ...............................................................................................................................154

Vanzela EC; Rodrigues FB; Ribeiro RA; Bonfleur ML; Carneiro EM; Boschero AC

01.B.03 PAlMitAto AtivA AgudAMente o coMPleXo nAd(P)H oXidAse eM ilHotAs PAncreÁticAs isolAdAs de rAtAs ............................................................................................................155

Graciano MFR; Carpinelli AR

01.B.04 AÇÃo do Ácido olÉico soBre o Processo de secreÇÃo de insulinA: PossÍvel PAPel do gPr40 e nAd(P)H oXidAse ............................................................................................................155

Santos LRB; Morgan D; Rocha MS; Graciano MFR; Carpinelli AR

01.B.05 eXPressÃo e AtividAde dA PKAa e PKca eM ilHotAs de rAtAs PrenHes desnutridAs e recuPerAdAs ......................................................................................................................156

Souza LMI; Reis SRL; Arantes VC; Veloso RV; Reis MAB; Latorraca MQ

01.B.06 secreÇÃo de insulinA Por ilHotAs e PerFil MetABÓlico eM rAtos WistAr suBMetidos À restriÇÃo cAlÓricA ..........................................................................................................156

Borsonello NC; Vanzela EC; Lucio PA; Ueno M; Boschero AC; Amaral MEC

01.B.07 eFFect oF losArtAn on ros Production induced BY PAlMitAte in isolAted rAt PAncreAtic islets .................................................................................................................157

Haidar AA; Gonçalves AS; Morgan D; Rocha MS; Affonso-Silva SM; Carpinelli AR; Hirata AE

01.B.08 eFeito dA PioglitAZonA soBre o Índice de APoPtose e A eXPressÃo de rnA de genes relAcionAdos À APoPtose eM ilHotAs PAncreÁticAs MurÍdeAs eM culturA ...................................................................................................................................157

Coimbra CN; Costal FSL; Lamounier RN; Oliveira LS; Giannella-Neto D; Correa-Giannella MLC

01.B.09 PerFil de eXPressÃo de genes ModulAdos PelA AMilinA eM ilHotAs PAncreÁticAs MurÍdeAs ...............................................................................................................................158

Oliveira LS; Coimbra CN; Lamounier RN; Costal FSL; Oliveira ER; Stefano JT; Giannella-Neto D; Correa-Giannella MLC

01.B.10 eXPressÃo de ProteÍnAs relAcionAdAs À FunÇÃo e À ProliFerAÇÃo de cÉlulAs-β PAncreÁticAs eXPostAs Ao PoliPePtÍdeo derivAdo dA ProteÍnA AssociAdA À neogÊnese de ilHotAs (ingAP104-118) ........................................................................................................158

De Paula FMM; Souza KL; Boschero AC

01.B.11 PAdroniZAÇÃo dA tÉcnicA de trAnsPlAnte de ilHotAs PAncreÁticAs no esPAÇo suBcAPsulAr renAl de rAtos ....................................................................................................................159

Raposo ASA; Coimbra CN; Costal FSL; Oliveira ER; Galvão FHF; Correa-Giannella MLC

01.B.12 suPleMentAÇÃo coM tAurinA Previne o AuMento dA secreÇÃo de insulinA eM cAMundongos suBMetidos À dietA HiPerliPÍdicA ..............................................................................159

Ribeiro RA; Oliveira AT; Bonfleur ML; Balbo SL; Boschero AC; Carneiro EM

01.B.13 suPleMentAÇÃo coM tAurinA AuMentA A secreÇÃo de insulinA estiMulAdA Por glicose eM ilHotAs PAncreÁticAs de rAtos suBMetidos À restriÇÃo ProtÉicA ...........160

Batista TM; Amaral AG; Filiputti E; Ribeiro RA; Carneiro EM

2008S142

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Sumário Pôsteres

2008 S143

01.B.14 estudo dA eXPressÃo dAs ProteÍnAs envolvidAs no estresse de retÍculo endoPlAsMÁtico durAnte o reModelAMento dAs ilHotAs PAncreÁticAs MAternAs no PerÍodo PerinAtAl. .............................................................................................................160

Rodrigues-Silva C; Lellis-Santos C; Anhe GF; Bordin S

01.B.15 eXPressÃo dA PKc e PKA eM ilHotAs de rAtos oBesos-Msg ...........................................................161

Bonfleur ML; Ribeiro RA; Roma L; Vanzela EC; Boschero, AC; Carneiro EM; Balbo SL

01.B.16 secreÇÃo de insulinA de ilHotAs PAncreÁticAs de rAtos oBesos eM resPostA À ArgininA, À leucinA e Aos Íons PotÁssio ..........................................................................................161

Balbo SL; Barella LF; Carmargo RL; Brusnello LD; Ribeiro RA; Vanzela EC; Carneiro EM; Bonfleur ML

01.B.17 ModulAÇÃo de erK3 e MAP2 Por ProlActinA e glicocorticÓides durAnte A MAturAÇÃo dA resPostA secretorA de ilHotAs de rAtos .............................................................162

Yamanaka TS; Anhe GF; Rodrigues-Silva C; Lellis-Santos C; Bordin S

01.B.18 eFeito de Produtos FinAis de glicAÇÃo AvAnÇAdA soBre o Índice de APoPtose de ilHotAs PAncreÁticAs MurÍdeAs ....................................................................................162

Costal FSL; Coimbra CN; Oliveira ER; Passarelli M; Correa-Giannella MLC

01.B.19 eXPressÃo dA AKt e dA pAKt eM ilHotAs de rAtAs PrenHes suBMetidAs À restriÇÃo ProtÉicA ....................................................................................................................................163

Salvatierra CBS; Reis SRL; Souza LMI; Marçal-Pessoa AF; Veloso RV; Reis MAB; Arantes VC; Latorraca MQ

01.B.20 MetABolisMo dA glicose e secreÇÃo de insulinA eM ilHotAs de rAtAs PrenHes suBMetidAs À restriÇÃo ProtÉicA ...........................................................................................................163

Souza DFI; Souza LMI; Reis SRL; Reis MAB; Veloso RV; Arantes VC; Latorraca MQ

01.B.21 controle do PerÓXido de HidrogÊnio PelA glicose eM ilHotAs PAncreÁticAs ...................................................................................................................................................164

Rebelato ELO; Curi R; Carpinelli AR

02.B.01 PulMonArY eMPHYseMA induced BY Porcine PAncreAtic elAstAse in rAts: role oF insulin ...............................................................................................................................164

Petta AD; Greco KV; Castro EO; Lopes FDTQS; Martins MA; Capelozzi VL; Sannomiya P

02.B.02 insulinA iniBe A eXPressÃo de inos e (coX)-2 e AtivAÇÃo de nF-κB eM MAcrÓFAgos AlveolAres estiMulAdos Por lPs ..........................................................................165

Martins JO; Ferracini M; Ravanelli N; Landgraf RG; Jancar S

02.B.03 cAPAcidAde FAgocÍticA de MAcrÓFAgos AlveolAres de rAtos diABÉticos e suA PotenciAliZAÇÃo Por leucotrienos: eFeito dA insulinA ................................................................165

Ferracini M; Martins JO; Ravanelli N; Jancar S

02.B.04 PAPel dA MicroBiotA intestinAl no MetABolisMo e nA resPostA inFlAMAtÓriA de cAMundongos AliMentAdos coM diFerentes dietAs .................................................................166

Ferreira AVM; Menezes Z; Pereira AS; Souza DG; Botion LM; Teixeira MM

02.B.05 investigAtion oF tHe role oF tnF-α in tHe rAt HYPotHAlAMus: PossiBle linK BetWeen er stress And insulin resistAnce .............................................................166

Denis RGP; Romanatto T; Solon C; Degasperi GR; Coope A; Morarij J; Velloso LA

02.B.06 controle dA ingestÃo AliMentAr AtrAvÉs do recePtor de tnF (tnFr-1) ..................................................................................................................................................167

Romanatto T; Degasperi GR; Denis RGP; Solon C; Roman EA; Morarij J; Contin Moraes J; Velloso LA

Sumário Pôsteres

2008 S143

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Sumário Pôsteres

2008 S145

02.C.05 sinergisMo dA coMBinAÇÃo sinvAstAtinA e eZetiMiBA soBre o PerFil liPÍdico e A ProteÍnA c reAtivA ..................................................................................................................................174Kater ALA; Siqueira AFA; Batista MC; Ferreira SRG

02.C.06 HiPogliceMiA APÓs inÍcio de terAPiA coM Anti-tnF (etAnercePte) eM PAciente coM PsorÍAse PustulosA generAliZAdA e diABetes Melito tiPo 2 ..............................................175Wambier CG; Foss-Freitas MC; Paschoal RS; Tomazini MV; Tiraboschi Foss N; Foss MC

03.B.01 regulAÇÃo do glut2 Pelo PPAr-γ eM FÍgAdo de AniMAis diABÉticos ...........................................175Silva AD; Freitas HS; Okamoto MM; Silva RS; Machado UF

03.B.02 eFFect oF glYcosilAted FlAvonoids on tHe glYcogen contents FroM Muscle And liver oF HYPerglYceMic rAts ............................................................................................................176Cazarolli LH; Folador P; Moresco HH; Brighente IMC; Pizzolatti MG; Silva FRMB

03.B.03 AvAliAÇÃo dA PArticiPAÇÃo do Pgc-1α no controle dA trAnscriÇÃo do gene dA interleucinA-10 (il-10) eM HePAtÓcitos de rAtos suBMetidos Ao trAtAMento coM Ácidos grAXos ............................................................................................................176Morarij J; Torsoni AS; Solon C; Roman EA; Romanatto T; Degasperi GR; Velloso LA

03.B.04 interleucinA 10 É uM FAtor Protetor contrA A resistÊnciA À insulinA no FÍgAdo, induZidA Por dietA HiPerliPÍdicA ...............................................................................................................177Cintra DE; Pauli JR; Contin Moraes J; Araujo EP; Milanski M; Gambero A; de Souza CT; Morarij J; Saad MJA; Velloso LA

03.B.05 ModulAÇÃo dA sinAliZAÇÃo de insulinA eM FÍgAdo de rAtos suPleMentAdos coM leucinA dePois de restriÇÃo ProtÉicA .........................................................................................177Silva PMR; Filiputti E; Rezende LF; Amaral AG; Batista TM; Silva KE; Boschero AC; Carneiro EM

03.B.06 sinAliZAÇÃo dA insulinA nA Prole de cAMundongos coM oBesidAde induZidA Por dietA HiPerliPÍdicA ..................................................................................................................................178Diniz F; Guimarães NC; Maimoni; Reis D; Saito KN; Torsoni AS; Torsoni MA

03.B.07 eFeito dA esPlenectoMiA nA sinAliZAÇÃo dA insulinA no FÍgAdo de cAMundongos suBMetidos À dietA HiPerliPÍdicA ..............................................................................178Carvalho BM; Cintra DE; Carvalheira JBC; Velloso LA; Saad MJA

03.B.08 intolerÂnciA à glicose e esteAtose HePÁticA nA Prole de cAMundongos coM oBesidAde induZidA Por dietA HiPerliPÍdicA ................................................................................179Saito KN; Maimoni D; Reis D; Guimarães NC; Diniz F; Santos GA; Torsoni AS; Torsoni MA

03.B.09 eFeito do eXercÍcio FÍsico nA FunÇÃo do PeroXisoMe Proliferator-activated recePtor gaMMa coactivator-1 (Pgc-1) eM FÍgAdo de rAtos MAcHos WistAr ........................179Matiello R; Silva MER; Rocha DM; Fukui RT; Santos RF

03.C.01 HiPerFerritineMiA – uM indicAdor de MAu PrognÓstico nA esteAtoHePAtite de oBesos dePois de cirurgiA BAriÁtricA .............................................................................................180Machado JDC; Dick-de Paula I; Suen V; Ceneviva R; Zucolloto S; Santos JE; Marchini JS

04.B.01 A resistÊnciA AgudA À insulinA ModulA PÓs-trAnscricionAlMente o gene do glut4 eM MusculoesquelÉtico de rAtos ...........................................................................180Souza PB; Machado UF; dos Santos RA; Seraphim PM

04.B.02 MelHorA dA sensiBilidAde e sinAliZAÇÃo dA insulinA eM MÚsculo de cAMundongos suBMetidos À dietA HiPerliPÍdicA Por iniBiÇÃo dA eXPressÃo de toll-liKe recePtor 2 .........................................................................................................181Caricilli AM; Nascimento PH; Pauli JR; Tskumo DML; Velloso LA; Carvalheira JBC; Saad MJA

Sumário Pôsteres

2008 S145

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Sumário Pôsteres

2008S146

04.B.03 eFeitos dos Ácidos PAlMÍtico, α-linolÊnico, ePA e dHA no MetABolisMo de glicose estiMulAdo PelA insulinA no MÚsculo sÓleo de rAtos ...............................................181

Fiamoncini J; Hirabara SM; Lambertucci RH; Curi R

04.B.04 coMProMetiMento dA viA de sinAliZAÇÃo dA insulinA no tecido MusculoesquelÉtico, AdiPoso e HePÁtico de rAtos trAtAdos cronicAMente coM ArgininA: o ProvÁvel envolviMento do HorMÔnio do cresciMento ...............................182

Castro-Barbosa T; Nicoletti-Carvalho JE; Poyares LL; Bordin S; Machado UF; Nunes MT

04.B.05 eFeito de Ácidos grAXos sAturAdos e insAturAdos soBre A resPostA À insulinA e À FunÇÃo MitocondriAl no MusculoesquelÉtico .....................................................182

Hirabara SM; Fiamoncini J; Pithon-Curi TC; Maechler P; Curi R

04.B.06 eFeito do diABetes no mrnA e ProteÍnA do glut4 eM MusculoesquelÉtico de rAtos esPontAneAMente HiPertensos (sHr) .......................................................................................183

Alves-Wagner ABT; Silva RS; Okamoto MM; Machado UF

04.B.07 losArtAn iMProves insulin signAling in liver And sKeletAl Muscle oF Msg-oBese rAts ..............................................................................................................................................183

Gonçalves AS; Haidar AA; Morgan D; Rocha MS; Carpinelli AR; Hirata AE

05.B.01 trAtAMento coM Ácidos grAXos de cAdeiA MÉdiA ProMove AuMento do conteÚdo de gordurA corPorAl e resistÊnciA À AÇÃo dA insulinA eM AdiPÓcitos isolAdos de rAtos Jovens ..................................................................................................184

Marçal AC; Andreotti S; Camporez J; Ribeiro LM; Akamine EH; Valle MMR; Zanuto R; Siqueira Filho MA; Cintra D; Velloso LA; Bordin S; Carpinelli AR; Curi R; Lima FB; Carvalho CRO

05.B.02 APoPtose eM neurÔnios do HiPotÁlAMo É induZidA Pelo consuMo de dietA HiPerliPÍdicA .....................................................................................................................................................184

Contin Moraes J; Coope A; Cintra DE; Pauli JR; Oliveira ALR; Velloso LA

05.B.03 controle dA gliceroneogÊnese no tecido AdiPoso MArroM de rAtos ...................................185

Chaves VE; Frasson D; Garofalo MAR; Kettelhut IC; Migliorini RH

05.B.04 AtirosinA quinAse FYn trAnsduZ o sinAl dA lePtinA eM tiMo de rAtos ...................................185

Girasol A; Albuquerque GG; Velloso LA

05.B.05 gliMePiride iMProves insulin sensitivitY in Msg-oBese rAts WitHout AggrAvAting tHe oBesitY ............................................................................................................................186

Mori RCT; Machado UF

05.B.06 AdiPÓcitos de AniMAis KnocKout PArA recePtor MAs APresentAM Menor sensiBilidAde À AÇÃo dA insulinA ............................................................................................................186

Mario EG; Ferreira AVM; Menezes Z; Porto LCJ; Moreira GD; Botion LM

05.B.07 eFeito do BloqueAdor do recePtor de AngiotensinA soBre oBesidAde induZidA Por dietA .........................................................................................................................................187

Amaya SC; Perrella BP; Cintra DE; Pauli JR; Silva ASR; Ropelle ER; Saad MJA

05.B.08 AdiPor1 trAnsduZ A AÇÃo AnoreXigÊnicA dA AdiPonectinA Por viAs coMuns Às dA insulinA e dA lePtinA eM HiPotÁlAMo de rAtos .....................................................................187

Coope A; Milanski M; Araujo EP; Geloneze B; Saad MJA; Velloso LA

05.B.09 PArticiPAÇÃo do relÓgio circAdiAno do AdiPÓcito no desenvolviMento dA oBesidAde ....................................................................................................................................................188

Zanquetta MM; Jeong WM; Garcia RAP; Chow CW; Young ME; Bray MS

Sumário Pôsteres

2008S146

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Sumário Pôsteres

2008 S147

05.B.10 AvAliAÇÃo de PArÂMetros corPorAis e BioquÍMicos nA Prole de cAMundongos coM oBesidAde induZidA Por dietA HiPerliPÍdicA ................................................................................188

Salim GCM; Felippe EV; Santos PF; Mata TGE; Leão RA; Saito KN; Torsoni MA; Torsoni AS

05.B.11 sinAliZAÇÃo intrAcelulAr dA insulinA no tecido AdiPoso e ovÁrio: eFeito dA oBesidAde induZidA Por dietA HiPerliPÍdicA ..................................................................................189

Akamine EH; Marçal AC; Camporez J; Ribeiro LM; Caperuto LC; Carvalho CRO

05.B.12 eFeitos dA oBesidAde MAternA induZidA Por dietA HiPerliPÍdicA nA secreÇÃo de insulinA e viAs de sinAliZAÇÃo eM descendentes MAcHos WistAr .............................................189

Quaresma PGF; Almeida AR; Amaral MEC; Gontijo JAR; Saad MJA; Ueno M

05.B.13 AtorvAstAtinA diMinui A inFlAMAÇÃo e MelHorA A resistÊnciA À insulinA de cAMundongos oBesos ................................................................................................................................190

Furuya DT; Poletto AC; Favaro RR; Zorn TMT; Machado UF

05.B.14 reduÇÃo nA eXPressÃo dA ProteÍnA glut4 eM tecido AdiPoso viscerAl e suBcutÂneo de cAMundongos oBesos resistentes À insulinA .................................................190

Poletto AC; Furuya DT; Machado UF

05.B.15 eFeito do iniBidor dA enZiMA conversorA de AngiotensinA soBre oBesidAde induZidA Por dietA ..................................................................................................................191

Perrella BP; Amaya SC; Cintra DE; Pauli JR; Silva ASR; Ropelle ER; Saad MJA

05.C.01 PerFil MetABÓlico no PrÉ e PÓs-oPerAtÓrio de PAcientes coM diABetes e oBesidAde grAu ii e iii suBMetidos À cirurgiA BAriÁtricA ..............................................................191

Ochiai CM; Napoli TF; Ferraz CS; Mussi T; Saraiva MD; Hong B; Salles JEN; Scalissi NM; Monte O; Malheiros CA; Melo MR

05.C.02 eFeito dA cirurgiA BAriÁtricA soBre o diABetes Melito tiPo 2 .....................................................192

Ueno M; Magro DO; Callejas F; Coelho Neto JS; Pareja JC

05.C.03 AvAliAÇÃo do PerFil liPÍdico e glicÊMico eM PAcientes PortAdores de liPodistroFiA PArciAl vAriAnte dunnigAn e liPodistroFiA congÊnitA generAliZAdA BerAdinelli-seiP .................................................................................................................192

Santos MC; Calmon AC; Pessoa A; Mori P; Moises RCMS; Scalissi NM; Salles JEN; Monte O

05.C.04 MAiores nÍveis de AdiPonectinA conFereM ProteÇÃo MetABÓlicA A criAnÇAs e Adolescentes oBesos ...........................................................................................................193

Nicolau CYM; Deram SM; Guazzelli ICM; Frazzatto E; Halpern A; Villares SMF

05.C.05 isoForMA de Alto Peso MoleculAr dA AdiPonectinA e coMPonentes dA sÍndroMe MetABÓlicA eM niPo-BrAsileiros ...................................................................................193

Crispim F; Schumacher FC; Martins LES; Ferreira SRG; Moises RCMS

06.B.01 recuPerAÇÃo dA sensiBilidAde insulÍnicA eM rAtos diABÉticos trAtAdos coM insulinA: inFluÊnciA dA dose de insulinA e PArticiPAÇÃo dA ProteÍnA glut4 .......................194

Okamoto MM; Silva RS; Machado UF

06.B.02 sensiBilidAde PeriFÉricA À insulinA eM rAtos Adultos recuPerAdos dA desnutriÇÃo intrA-uterinA .......................................................................................................................194

Silva HBF; Souza LMI; DAMIN G; Latorraca MQ; Arantes VC

06.B.03 reFeiÇÃo ricA eM cArBoidrAto diMinui A sensiBilidAde À insulinA APÓs duAs e quAtro HorAs de reAliMentAÇÃo .............................................................................................195

Campello RS; Machado UF

Sumário Pôsteres

2008 S147

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Sumário Pôsteres

2008S148

06.B.04 AdAPtAÇÕes PeriFÉricAs cAusAdAs PelA restriÇÃo ProtÉicA e inFluÊnciA dA suPleMentAÇÃo coM leucinA ..............................................................................................................195Amaral AG; Ribeiro RA; Batista TM; Filiputti E; Carneiro EM

06.B.05 coMPostos de vAnÁdio MonossuBstituÍdos ModulAM diFerenteMente A eXPressÃo de glut4 eM tecidos insulino-sensÍveis de rAtos diABÉticos ...........................196Oliveira MAN; Machado UF; Cunha BR; Teixeira MFS; Seraphim PM

06.B.06 inFluence oF cHAlcones AnAlogues on seruM glucose levels in HYPerglYceMic rAts ......................................................................................................................................197Cazarolli LH; Damazio RG; Alberton EH; Chiaradia LD; Leal PC; Nunes R; Yunes RA; Silva FRMB

06.B.07 AvAliAÇÃo dos MecAnisMos de AÇÃo de uM iniBidor FArMAcolÓgico dA eXPressÃo dA ProteÍnA coAtivAdorA 1 AlFA do recePtor AtivAdo Por ProliFerAdor do PeroXisoMA (Pgc-1α) PArA o trAtAMento de diABetes Melito, resistÊnciA À insulinA e sÍndroMe MetABÓlicA .........................................................................................................197Albuquerque GG; de Souza CT; Girasol A; Boschero AC; Carneiro EM; Velloso LA

06.B.08 AdiÇÃo dAs AntociAninAs e dA quercetinA nos AliMentos industriAliZAdos nA PrevenÇÃo de diABetes eM criAnÇAs e Adolescentes .....................................................................198Tolloto GHV; Sousa RF

06.C.01 eFeitos isolAdos de eXtrAtos FitoquÍMicos soBre o MetABolisMo liPÍdico de rAtos .............................................................................................................................................................198Porto LCJ; Mario EG; Braga FC; Botion LM

06.C.02 AnÁlise retrosPectivA dA sAngriA terAPÊuticA eM PAcientes coM sÍndroMe MetABÓlicA e HiPerFerritineMiA e diABetes Melito tiPo 2 ..........................................199Tolloto GHV; Halpern A; Sousa RF

07.B.01 ModulAÇÃo dA AMP-ActivAted Protein KinAse (AMPK) eM HiPotÁlAMo de rAtos WistAr suBMetidos Ao eXercÍcio ................................................................................................200Fernandes MFA; Flores MBS; Ueno M; Faria MC; Ropelle ER; Velloso LA; Saad MJA; Carvalheira JBC

07.B.02 indicAdores de esteAtose HePÁticA e treinAMento FÍsico eM rAtos AliMentAdos coM dietA ricA eM Frutose..............................................................................................200Botezelli JD; Mello MAR; Moura RF; Rocha RT

07.B.03 PHYsicAl trAining increAses PAncreAtic igF-i in diABetic rAts ....................................................201Almeida Leme JA; Gomes RJ; Moura LP; Rogatto GP; Moura RF; Voltarelli FA; Oliveira CAM; Mello MAR; Luciano E

07.B.04 eFeitos do diABetes eXPeriMentAl soBre o MetABolisMo glicÍdico cereBrAl de rAtos sedentÁrios e treinAdos ModerAdAMente ......................................................................201Gomes RJ; Almeida Leme JA; Moura LP; Mota CSA; Ribeiro C; Araujo MS; Luciano E; Mello MAR

07.B.05 o eXercÍcio FÍsico restAurA A sinAliZAÇÃo dA insulinA e dA lePtinA no HiPotÁlAMo de rAtos oBesos induZidos Por dietA ...........................................................................202Ropelle ER; Pauli JR; de Souza CT; Cintra DE; Velloso LA; Saad MJA; Carvalheira JBC

07.B.06 controle dA HoMeostAse dA glicose Por Meio de eXercÍcio FÍsico: o PAPel centrAl dA interleucinA-6 .........................................................................................................202Ropelle ER; Pauli JR; Velloso LA; Saad MJA; Carvalheira JBC

07.B.07 AdvAnced glYcAted AlBuMin reduces MitocHondriAl resPirAtorY cHAin ActivitY And enHAnces MitocHondriAl And nAdPH oXidAse-MediAted suPeroXide Anion Production in MAcroPHAges ...............................................................................203Pinto RS; Paim BA; Machado AP; Inada NM; Nakandakare ER; Passarelli M

Sumário Pôsteres

2008S148

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Sumário Pôsteres

2008 S149

07.B.08 eFeitos Agudos do eXercÍcio FÍsico intenso e interMitente soBre o MetABolisMo de glicose eM rAtos..........................................................................................................203

Rogatto GP; Mota CSA; Ribeiro C; Gomes RJ; Almeida Leme JA; Mello MAR

07.B.09 eFFects oF AeroBic eXercise trAining in neonAtAl AlloXAn- induced non-insulin dePendent diABetes Mellitus in rAts ....................................................................................................204

Ribeiro C; Mota CSA; Voltarelli FA; Manchado-Gobatto FB; Oliveira CAM; Mello MAR

07.B.10 A interAÇÃo entre ultrA-soM e treinAMento de esForÇo soBre os triglicÉrides intrAMusculAr no diABetes Melito eXPeriMentAl .........................................................................204

Dalia RA; Guerino M; Parizotto N; Luciano E

07.B.11 AtividAde FÍsicA regulAr reduZ A resistÊnciA À insulinA induZidA Pelo Ácido PAlMÍtico eM MÚsculo sÓleo incuBAdo ...................................................................................205

Hirabara SM; de Brito GAP; Machado AF; Fiamoncini J; Pithon-Curi TC; Curi R; Fernades LC

07.B.12 AtividAde contrÁtil AuMentA A eXPressÃo de glut4 eM rAtos WistAr norMAis, MAs nÃo eM diABÉticos ................................................................................................................................205

Lima GA; Machado UF

07.B.13 AeroBic cAPAcitY oF rAts Fed WitH Fructose ricH diet ..................................................................206

Moura RF; Botezelli JD; Ribeiro C; Mota CSA; Araujo MB; Mello MAR

07.B.14 eXercÍcio FÍsico intenso e insulinA: eFeitos soBre A cAPtAÇÃo e A oXidAÇÃo de glicose eM MÚsculo sÓleo isolAdo de rAtos ..............................................................................206

Rogatto GP; Ribeiro C; Mota CSA; Almeida Leme JA; Gomes RJ; Mello MAR

07.C.01 AtividAde FÍsicA e oBesidAde eM uMA universidAde estAduAl PAulistA: estudo ePideMiolÓgico ...............................................................................................................................................207

Trevizani Nitsche MJ; Olbrich SRLR; Mori N; Medolago N; Olbrich J

07.C.02 AtividAde FÍsicA relAtAdA nÃo se AssociA A MelHor PerFil cArdioMetABÓlico eM niPo-BrAsileiros coM ou seM diABetes ...........................................................................................207

Doro AR; Mizuno J; Papaleo F; Bueno MK; Gimeno SGA; Hirai AT; Ferreira SRG

08.B.01 PAPel dAs cAtecolAMinAs no controle do conteÚdo dAs ProteAses lisossoMAis nA MusculAturA cArdÍAcA de rAtos norMAis e diABÉticos .........................................................208

Paula-Gomes S; Zanon NM; Baviera AM; Carvalho L; Gonçalves DAP; Filippin EA; Navegantes LCC; Kettelhut IC

08.B.02 oBesidAde, HiPerinsulineMiA e inFlAMAÇÃo AuMentAM o cresciMento de tuMor de PrÓstAtA eM cAMundongos ................................................................................................................208

Rocha GZ; Dias MM; Ropelle ER; Costa FO; Saad MJA; Carvalheira JBC

08.B.03 MetForMinA ModulA A resPostA contrÁtil e vAsodilAtAdorA viA no, ProstAnÓides e HiPerPolAriZAÇÃo do MÚsculo liso no leito ArteriolAr MesentÉrico de rAtos oBesos coM resistÊnciA À insulinA ........................................................209

Lobato NS; Pariz JR; Tostes RCA; Carvalho MHC; Fortes ZB

08.B.04 o endotÉlio PArticiPA dA correÇÃo dA AlterAÇÃo dA resPostA vAsoconstritorA PelA MetForMinA eM rAtos oBesos coM resistÊnciA À insulinA ...........209

Pariz JR; Lobato NS; Tostes RCA; Carvalho MHC; Fortes ZB

08.B.05 coMBinAÇÃo de sinvAstAtinA e eZetiMiBA MelHorA A FunÇÃo endoteliAl, seM interFerir no MetABolisMo dA glicose ........................................................................................210

Kater ALA; Siqueira AFA; Batista MC; Ferreira SRG

Sumário Pôsteres

2008 S149

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08.B.06 crosstAlK BetWeen estrogen And insulin signAling sYsteMs in McF-7 And Zr75 BreAst cAncer cell lines .......................................................................................210

Dias MM; Oliveira JC; Rocha GZ; Carvalheira JBC

08.B.07 regulAÇÃo trAnscricionAl do glut2 Pelo PPAr-γ eM riM de AniMAis diABÉticos .........................................................................................................................................................211

Silva AD; Freitas HS; Silva RS; Okamoto MM; Machado UF

08.B.08 inFluÊnciA dA coMPosiÇÃo dietÉticA soBre o MetABolisMo liPÍdico de corAÇÕes PÓs-isqueMiA .........................................................................................................................211

Porto LCJ; Savernini SSQ; Castro CH; Santos SHS; Mario EG,; Ferreira AVM; Santos RAS; Almeida AP; Botion LM

08.B.09 eFFect oF diABetes in slc5A1 gene eXPression And suBcellulAr locAliZAtion oF sglt1 in PArotid And suBMAndiBulAr glAnds oF sPontAneouslY HYPertensive rAts (sHr) ..............................................................................................................................212

Silva RS; Alves-Wagner ABT; Okamoto MM; Alves AS; Freitas HS; Machado UF

08.B.10 AvAliAÇÃo de diFerentes doses de insulinA soBre A eXPressÃo do co-trAnsPortAdor na+/glicose sglt1 eM glÂndulAs sAlivAres PArÓtidA e suBMAndiBulAr de rAtos diABÉticos ..................................................................................................212

Nakamura HK; Silva RS; Okamoto MM; Machado UF

08.C.01 FAtores AdicionAis de risco cArdiovAsculAr AssociAdo Ao sedentArisMo ..........................213

Olbrich SRLR; Trevizani Nitsche MJ; Mori N; Olbrich J

08.C.02 risco cArdiovAsculAr eM indivÍduos segurAdos Por PlAnos de sAÚde PrivAdos ..............213

Gava FGS; Grossi SAA

08.C.03 AssociAÇÃo entre A oBesidAde e A HiPertensÃo ArteriAl eM PoPulAÇÃo universitÁriA ...........................................................................................................................214

Olbrich SRLR; Trevizani Nitsche MJ; Mori N; Olbrich J

08.C.04 FAtores AdicionAis de risco cArdiovAsculAr AssociAdo À HiPertensÃo ArteriAl eM Alunos dA universidAde estAduAl PAulistA - unesP ..............................................214

Trevizani Nitsche MJ; Olbrich SRLR; Medolago N; Mori N; Olbrich J

08.C.05 relAÇÃo entre A cronicidAde e os indicAdores de dePressÃo eM PortAdores de diABetes Melito tiPo 2 ............................................................................................................................215

Nascimento AB; Chaves EC; Grossi SAA; Lottenberg SA

08.C.06 distÚrBios resPirAtÓrios do sono eM PAcientes Jovens coM diABetes tiPo 1 ......................215

Porto-Silva CC; Valdrighi NY; Rolim LCSP; Tufik S; Silva AB; Dib SA

08.C.07 o estAdo HiPotireÓideo contriBui PArA A resistÊnciA insulÍnicA oBservAdA no JeJuM? ...................................................................................................................................216

Poyares LL; Croffi RV; Machado UF; Nunes MT

08.C.08 AvAliAÇÃo de doenÇA cArdiovAsculAr eM induvÍduos niPo-BrAsileiros do distrito de MoMBucA-sP ..............................................................................................................................216

Foss-Freitas MC; Machado D; Franco LJ; Foss MC

08.C.09 controle MetABÓlico e MAniFestAÇÕes cutÂneAs do diABetes Melito ..................................217

Wambier CG; Foss-Freitas MC; Takada MH; Cipriani Frade M; Tiraboschi Foss N; Foss MC

Sumário Pôsteres

2008S150

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Sumário Pôsteres

2008 S151

08.C.10 estudo dA inFluÊnciA dA Periodontite crÔnicA grAve e do controle MetABÓlico nA resPostA iMunolÓgicA de indivÍduos diABÉticos tiPo 2 PelA AvAliAÇÃo dAs eXPressÕes gÊnicA e ProtÉicA de citocinAs eM cÉlulAs MononucleAres Aderentes de sAngue PeriFÉrico ........................................................................217

Tunes RS; Nogueira-Filho GR; Sallum AW; Sallum EA; Nociti-Jr. FH; Casati MZ; Tiraboschi Foss N; Foss MC; Castro M; Foss-Freitas MC

09.C.01 AnAlYsis oF genes oF tHe cHroMosoMe 6 BY cdnA MicroArrAYs in PAtients WitH tYPe 1 diABetes ....................................................................................................................................218

Rassi DM; Junta CM; Fachin AL; Sandrin-Garcia P; Mello SS; Feijó AE; Silva GL; Wastowski IJ; Palomino GM; Crispim JO; Fernandes APM; Foss-Freitas MC; Foss MC; Sakamoto-Hojo ET; Soares CP; Passos GAS; Donadi EA

09.C.02 ModulAted genes on suscePtiBilitY regions oBserved in PAtients WitH recentlY diAgnosed tYPe 1 diABetes .......................................................................................................................218

Rassi DM; Junta CM; Fachin AL; Garcia PS; Mello SS; Silva GL; Feijó AE; Wastowski IJ; Palomino GM; Crispim JO; Fernandes AP; Foss-Freitas MC; Foss MC; Soares CP; Sakamoto-Hojo ET; Passos GAS; Donadi EA

09.C.03 estudo dA AssociAÇÃo entre o PoliMorFisMo -129c/t no gene dA suBnidAde cAtAlÍticA dA gAMAglutAMil cisteÍnA ligAse e doenÇA renAl crÔnicA eM PortAdores de dM1 ......................................................................................................................................219

Vieira SMS,; Carvalheiro-Luna AM; Sa SV; Melo K; Nery M; Dib SA; Vendramini MF; Giannella-Neto D; Correa-Giannella MLC

09.C.04 AssociAÇÃo do PoliMorFisMo do gene do recePtor dA vitAMinA d FoK i e doenÇA Auto-iMune dA tirÓide eM indivÍduos coM diABetes Melito tiPo 1 ...........................................219

Mory DB; Rocco ER; Miranda W; Kasamatsu T; Crispim F; Dib SA

09.C.05 descriÇÃo de MutAÇÃo no gene lMnA eM uMA FAMÍliA PortAdorA de liPodistroFiA PArciAl FAMiliAr (sÍndroMe de dunnigAn) .........................................................................................220

Foss-Freitas MC; Montenegro Jr. RM; Tunes RS; Castro M; Foss MC

10.C.01 PerFil dos PAcientes coM diABetes Melito tiPo 2 eM AMBulAtÓrio de endocrinologiA dA universidAde MetroPolitAnA de sAntos ...................................................220

Aum PMP; Ortega Filho RC; Isaac LS; Muniz Jr R; MacCagnan PHG

10.C.02 sHould BeneFits oF A siMPle BeHAviorAl counseling Be AttriButed to sucH intervention in A coHort oF JAPAnese-BrAZiliAns? ............................................................221

Almeida-Pititto B; Griffin S; Sharp S; Gimeno SGA; Ferreira SRG

10.C.03 iMPAct oF A one-YeAr BeHAviorAl intervention on AntHroPoMetric And MetABolic PArAMeters in A PoPulAtion-BAsed studY oF JAPAnese-BrAZiliAns ..................221

Almeida-Pititto B; Gimeno SGA; Hirai AT; Ferreira SRG

10.C.04 o cortisol no conteXto dA descoMPensAÇÃo MetABÓlicA eM PortAdores de diABetes Melito tiPo 2 ..........................................................................................................................222

Nascimento AB; Chaves EC; Grossi SAA; Lottenberg SA

10.C.05 PerFil nutricionAl de PAcientes eM seguiMento AMBulAtoriAl nA ligA de sÍndroMe MetABÓlicA (lsM) do Hc-FMusP ...........................................................................................222

Martins MR; Diniz SM; Kurashima CH; Trecco S; Santana FW; Giacaglia LR; Santos RF

10.C.06 coMPArAÇÃo entre Adultos Jovens PortAdores de diABetes Melito e os PossÍveis FAtores interFerentes quAnto À densidAde MinerAl ÓsseA – dAdos PreliMinAres ....................................................................................................................223

Berchieri CB; Padovani CR; Pimenta WP

2008 S151

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Sumário Pôsteres

2008S152

10.C.07 PrevAlÊnciA de sÍndroMe MetABÓlicA utiliZAndo trÊs deFiniÇÕes ProPostAs eM uMA coMunidAde niPo-BrAsileirA ............................................................................223

Foss-Freitas MC; Andrade RCG; Figueiredo RC; Pace AE; Dal Fabbro AL; Franco LJ; Foss MC

10.C.08 estudo dA PrevAlÊnciA de diABetes Melito e tolerÂnciA diMinuÍdA À glicose nA PoPulAÇÃo de 30 A 69 Anos de uMA coMunidAde rurAl (Bengo) de AngolA. ......................................................................................................................................224Evaristo Neto ADA; Foss-Freitas MC; Foss MC

10.C.09 AdAPtAÇÃo culturAl e vAlidAÇÃo do herth hoPe indeX PArA A lÍnguA PortuguesA: estudo eM PAcientes coM doenÇA crÔnicA ............................................224Sartore AC; Grossi SAA

10.C.10 FAtores AssociAdos À gliceMiA PlAsMÁticA de JeJuM eM uMA PoPulAÇÃo de Adultos Jovens ..............................................................................................................225Pace AE; Bettiol H; Barbieri MA; Franco LJ; Gutierrez MR; Foss-Freitas MC; Foss MC

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8º congresso paulista de diabetes e metabolismoáguas de lindóia15 a 18 de maio

Pôsteres

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Pôsteres

2008S154

01.B.01CILIARy NEUROTROPhIC fACTOR (CNTf) SIGNALS ThROUGh STST3-SOCS3 PAThWAy IN RAT PANCREATIC ISLETS

Rezende LF1, Langone A1, Negro A2, Boschero AC1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp); 2Biochemistry Universitá di Padova

Objectives: CNTF is a cytokine that promotes survival and/or differentiation in many cell types, including pancreatic islet-cells. In this work, we studied the mechanism of CNTF signal in cultured neonatal pancreatic islets. Research Design and Methods: Pancreatic islets from neona-tal rats were isolated by the collagenase method and cultured for 3 days in RPMI medium without (CTL) or with 1nM of CNTF (CNTF). The medium also contained, when necessary, specific inhibitors of the PI3k, MAPk and JAk/STAT3 pathways. mRNA expression (RT-PCR) and protein phosphorylation (western blotting) of Akt, ERk1/2 and STAT3, and SOCS-3 (RT-PCR and western blotting), as well as glucose-stimulated insulin secretion (GSIS) (Radioimmunoassay), were analyzed. Results: Akt, ERk1 and STAT3 mRNA expression, as well as phos-phorylated Akt and ERk1/2, was not affected by CNTF treatment. CNTF increased cytoplasmatic and nuclear phosphorylated STAT3, and the mRNA and protein expression of SOCS3. These effects were blocked by the STAT3 inhibitor, curcumin. Finally, GSIS was lower in CNTF-treated islets and this inhibitory effect was counteracted by curcumin, but not by the MAPk inhibitor, PD98059, nor by the PI3k inhibitor, wortmannin. Conclusions: CNTF chronically affects pancreatic islets, activating STAT3, but not MAPk and PI3k, pathways, increasing SOCS3 expression, pancreatic islets survival and impairing GSIS. These findings demonstrate that CNTF may be a potential therapeutic tool against pancreatic islets dysfunction. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq.

01.B.02DIETA DE CAfETERIA INDUZ OBESIDADE E ALTERAÇõES EM PARÂMETROS BIOqUíMICOS PLASMÁTICOS E NA SECREÇÃO DE INSULINA POR ILhOTAS ISOLADAS: DIfERENÇAS ENTRE MAChOS E fÊMEAS

Vanzela EC1; Rodrigues FB1; Ribeiro RA1; Bonfleur ML2; Carneiro EM1; Boschero AC1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp); 2Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universi-dade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Introdução: Resultados obtidos em nosso laboratório mostraram que a obesidade induzida por dieta de cafeteria, em fêmeas, reduziu secreção de insulina de ilhotas isoladas quando estimuladas por concentrações supra-fisiológicas de glicose (11,1 mM) ou 40 mM kCl. No presente tra-balho verificamos se efeito similar ocorre também em machos. Métodos: Os ratos foram alimentados com dieta controle ou cafeteria a partir dos 70 dias de vida. Após 14 semanas de tratamento foram submetidos ao teste de tolerância a glicose intraperitonial e sacrificados dois dias depois. O sangue foi coletado para avaliação de parâmetros bioquímicos plasmáticos. As ilhotas foram isoladas através do método da colagenase e incu-badas com várias concentrações de glicose ou 40 mM kCl. O conteúdo total de insulina foi obtido após rompimento das células pancreáticas com adição de água e sonicação. A insulina foi avaliada por radioimunoensaio. Resultados: O tratamento com a dieta de cafeteria aumentou o peso das gorduras retroperitonial e periepididimal (2,27 ± 0,18 versus 1,06 ± 0,10 e 2,25 ± 0,11 versus 1,35 ± 0,13 g/100 g, respectivamente). Os valores de glicemia, insulinemia e trigliceridemia foram maiores nos ratos obesos no estado alimentado, comparados aos controles. A glicemia de jejum desses ratos também foi maior. A tolerância à glicose foi menor nos obesos, comparada aos controles (AUC 31.515 ± 1.559 versus 24.740 ± 2.205, respectivamente). As ilhotas isoladas dos ratos obesos secretaram menor quantidade de insulina frente a concentrações suprafi-siológicas de glicose. Não houve diferença entre os grupos quando as ilhotas foram estimuladas por 40 mM kCl. O conteúdo total de insulina nas ilhotas isoladas foi similar entre os grupos. Discussão: A dieta de cafeteria, no tempo aplicado, induziu obesidade em ambos os sexos tendo um efeito mais pronunciado nas fêmeas. Independente do sexo, a tolerância à glicose foi diminuída e as concentrações de insulina plasmática aumentadas nos ratos obesos. Os machos obesos apresentaram também hiperglicemia e hipertrigliceridemia, o que não foi observado nas fême-as obesas. Ilhotas de machos e fêmeas obesos secretaram menor quantidade de insulina frente a concentrações suprafisiológicas de glicose (prin-cipalmente 11,1 mM). Diferente dos machos, as ilhotas das fêmeas obesas secretaram menos insulina quando incubadas com 40 mM kCl, em comparação com as fêmeas controles. O conteúdo total de insulina foi semelhante entre os obesos e controles de ambos os sexos. Concluindo, dieta de cafeteria provocou diferenças em parâmetros bioquímicos plasmáticos e de secreção de insulina entre machos e fêmeas. Contudo, essas diferenças não refletem exatamente aquelas observadas em outros modelos de obesidade. Apoio financeiro: CNPq e Fapesp.

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Pôsteres

2008 S155

01.B.03PALMITATO ATIVA AGUDAMENTE O COMPLExO NAD(P)h OxIDASE EM ILhOTAS PANCREÁTICAS ISOLADAS DE RATAS

Graciano MFR1; Carpinelli AR1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: O ácido palmítico é um ligante endógeno do receptor GPR40 (receptor acoplado a proteína G), o qual é altamente expresso nas células-β pancreáticas. Por meio da ativação do receptor e de outras vias metabólicas, como a produção de LC-CoAs (Acil-Coenzima A de cadeia longa), o palmitato é capaz de ativar a proteína cinase C (PkC) e potencializar a secreção de insulina. A enzima NAD(P)H oxidase é expressa em ilhotas pancreáticas e o palmitato estimula sua atividade, catalisando a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Nosso objetivo é avaliar os possíveis mecanismos pelos quais o palmitato modula a produção de ânions superóxido em ilhotas pancreáticas isoladas. Métodos: Ilhotas pancreáticas isoladas de ratas foram pré-incubadas durante 30 minutos em krebs Henseleit contendo 1% albumina e 5,6 mM glicose e incubadas durante 1 hora na presença de 5,6 ou 10 mM de glicose com ou sem adição de 1 mM de palmitato, acrescido ou não de 10 μM de DPI (difenilenoiodônio – inibidor da NAD(P)H oxidase). Avaliamos o conteúdo de ânions superóxido pelo método da oxidação do diidroetí-deo, a expressão da p47PHOX, do GPR40 e da PkC por imunoistoquímica e western blotting, além da expressão gênica do GPR40 por RT-PCR em tempo real. Resultados: As ilhotas isoladas aumentaram o conteúdo de superóxido quando estimuladas por 10 mM de glicose em compa-ração àquelas expostas a 5,6 mM de glicose. A adição de 1 mM de palmitato aumentou o conteúdo de radicais superóxido na presença de 5,6 mM de glicose, porém não alterou o conteúdo em 10 mM de glicose. Os experimentos de imunoistoquímica para a avaliação da PkC (sem distinção das isoformas) e da PkC αβ mostraram que o palmitato induziu maior demarcação da membrana nuclear e da periferia das células no pâncreas endócrino. Já para a p47PHOX, o ácido graxo induziu maior demarcação da periferia celular. O palmitato aumentou agudamente a ex-pressão gênica do GPR40 na presença de 10 mM glicose, sem alterar a expressão protéica do GPR40 e da PkC. Discussão: Observamos que nas condições em que existe uma potencialização da secreção de insulina, como em alta glicose e sob a adição do ácido graxo, há maior conteú-do de ânions superóxido, sugerindo sua contribuição como elemento sinalizador no processo de secreção de insulina. Tal aumento fora inibido pela presença do DPI e produziu maior evidenciação da subunidade p47PHOX na periferia celular, indício da maior atividade enzimática na pre-sença do ácido graxo. O não aumento do conteúdo de superóxido pelo palmitato na presença de 10 mM de glicose pode decorrer da ativação das defesas antioxidantes, dismutando o superóxido em peróxido de hidrogênio através da superóxido dismutase (SOD), mantendo assim o balanço redox celular e prevenindo os efeitos tóxicos das espécies radicalares. Conclusões: O palmitato induz a ativação da PkC, seja pelo GPR40 ou por sua metabolização intracelular, propiciando a ativação da NAD(P)H oxidase. Tal enzima catalisa o aumento do conteúdo de radicais superóxido induzido pelo palmitato, como descrito em estudos anteriores. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq, Capes.

01.B.04AÇÃO DO ÁCIDO OLÉICO SOBRE O PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA: POSSíVEL PAPEL DO GPR40 E NAD(P)h OxIDASE

Santos LRB1; Morgan D1; Rocha MS1; Graciano MFR1; Carpinelli AR1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: O excesso de ácidos graxos pode provocar danos à célula-β levando a síntese de lipídios complexos que ativam a PkC e aumentam a secreção de insulina. Recentemente foram identificados receptores de membrana ligados à proteína Gq (GPRs), como o GPR40, expresso principalmente em células-β das ilhotas pancreáticas, cuja estimulação induz a ativação de PkCs. Esses receptores são estimulados por ácidos graxos de cadeia média e longa, sendo o oleato o seu mais potente ativador. Nosso grupo demonstrou que as células-β de ilhotas pancreáticas de rato expressam uma enzima similar a NAD(P)H oxidase presente em neutrófilos e que também é ativada pela PkC. A inibição dessa enzima reduz a secreção de insulina por ilhotas isoladas induzida por concentrações elevadas de glicose. Métodos: Foram utilizadas ratas adultas Wistar com cerca de três meses de idade e 200 g ± 5% de peso corporal. As ilhotas pancreáticas após serem isoladas pelo método da colagenase, foram incubadas em krebs Hanseleit por 1 hora a 37 oC contendo: 100μM de ácido oléico (AO); 0,1% de BSA e 5,6 ou 16,7mM de glicose. A dosagem de insulina foi realizada por radioimunoensaio e a avaliação do conteúdo protéico de PkC, GPR40 e gp91PHOX por western blotting e expressão gênica por PCR em tempo real. Resultados: O tratamento das ilhotas pancreáticas com AO provocou aumento na secreção de insulina induzi-da por 5,6 e 16,7 mM de glicose. Por outro lado não observamos alteração na expressão protéica da PkC e gp91PHOX (subunidade da NAD(P)H oxidase). Na presença de 16,7 mM de glicose o oleato aumentou a expressão protéica do GPR40 (20%) embora a expressão gênica deste e da pró-insulina diminuíram 45% e 53% respectivamente. O oleato aumentou a expressão gênica do gp91PHOX somente na presença de 5,6 mM de glicose sem alterar a expressão da p47 PHOX em nenhuma das concentrações do açúcar. Discussão: Nossos dados confirmam a ação potencializa-dora do oleato sobre a secreção de insulina por ilhotas isoladas e deixam clara a interferência do ácido graxo sobre a expressão do GPR40, da pró-insulia e do gp91PHOX. Esses achados falam a favor de uma possível ação do oleato sobre a NAD(P)H oxidase mediada pelo GPR40. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq.

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Pôsteres

2008S156

01.B.05ExPRESSÃO E ATIVIDADE DA PKAA E PKCA EM ILhOTAS DE RATAS PRENhES DESNUTRIDAS E RECUPERADAS

Souza LMI1; Reis SRL2; Arantes VC1; Veloso RV1; Reis MAB3; Latorraca MQ1

1Departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); 2Laboratório de Avaliação Biológica de Alimentos da UFMT; 3Departamento de Ciên-cias Básicas e da Saúde da UFMT

Introdução: A restrição protéica está associada à redução da secreção de insulina, e a gravidez à redução do limiar de secreção de insulina em resposta à glicose. Em ambas as situações, as alterações na secreção de insulina têm sido atribuídas, em parte, a adaptações nas vias da PLC/PkC e do AMPc/PkA. O presente estudo avaliou o efeito da restrição protéica sobre a expressão protéica e atividade da PkAa e PkCa em ilhotas de ratas prenhes recuperadas da desnutrição após o desmame. Métodos: Foram avaliadas ratas Wistar (90 d) prenhes e não-prenhes, submetidas à restrição protéica na vida fetal e neonatal e recuperadas após o desmame (RP, n = 11 e RNP, n = 10), ratas mantidas com dieta hipoprotéica (DP, n = 10 e DNP, n = 15) ou controle (CP, n = 13 e CNP, n = 15) desde a vida fetal até a vida adulta. Aos 15 d de prenhe, ilhotas foram isoladas para determinação do conteúdo e secreção de insulina, e determinação da expressão da PkC e PkA por western blotting. Resultados: O conte-údo total de insulina nas ilhotas (ng/mL) foi maior nos grupos CP e RP em relação aos seus controles não-prenhes (CNP: 208,4 ± 71; CP:240,6 ± 109; RNP:135,3 ± 43; RP:282,5 ± 38; DNP:156,4 ± 59; DP:151,6 ± 57). Ilhotas de ratas RNP apresentaram sensibilidade à glicose (EC50) similar a ratas CNP (8,8 ± 0,62 x 10-3 mM e 9,4 ± 1,5 x10-3 mM de glicose, respectivamente) e ambas foram mais sensíveis em relação a DNP (11,2 ± 0,1 x 10-3 mM de glicose). A prenhe aumentou a sensibilidade à glicose nos grupos DP e CP, que exibiram EC50 similares (7,1 ± 0,5 x 10-3 mM e 7,7 ± 0,15 x 10-3 mM,respectivamente). Em contraste, ilhotas do grupo RP foram menos sensíveis à glicose (10,4 ± 0,15 x 10-3 mM) do que RNP (8,8 ± 0,62 x 10-3 mM). Na prenhe, a adição de forskolin (1 μM) a 2,8 mM de glicose aumentou a secreção de insulina apenas no grupo desnutrido. A secreção de insulina em resposta a 8,3 mM de glicose na presença de 100 nM de PMA foi similar entre RP e DP e estas foram menores em relação a do grupo CP. Contudo a magnitude da potencialização da secreção de insulina por PMA foi maior no grupo DP em relação aos grupos RP e CP. A expressão da PkAa foi maior no grupo RNP do que no grupo DNP, que foi maior do que no grupo CNP (14.654 ± 1.183, 9.505 ± 4.420 e 3.219 ± 141, respectivamente). A prenhe não alterou a expressão dessa proteína nos três grupos. A expressão da PkCa foi menor no grupo RP em relação aos demais grupos (CNP: 12.685 ± 949; CP: 14.639 ± 2.553; RNP: 12.494 ± 1.591; RP: 7.197 ± 544; DNP: 11.310 ± 1.175; DP: 14.566 ± 3.344). Discussão: Ratas mantidas com dieta hipoprotéica na vida intra-uterina e pós-natal quan-do expostas à prenhe, exibiram ilhotas pancreáticas mais sensíveis à glicose, possivelmente devido ao aumento da atividade das proteínas PkAa e PkCa. A recuperação nutricional após o desmame, comprometeu a sensibilidade das ilhotas pancreáticas à glicose durante a prenhe, devido ao menos em parte, a redução da expressão PkCa. Apoio financeiro: CNPq

01.B.06SECREÇÃO DE INSULINA POR ILhOTAS E PERfIL METABÓLICO EM RATOS WISTAR SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO CALÓRICA

Borsonello NC1; Vanzela EC2; Lucio PA1; Ueno M1; Boschero AC2; Amaral MEC1

1Núcleo da Ciências da Saúde da Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universida-de Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução: A literatura mostra a interação da ação insulínica nos tecidos periféricos com a regulação da secreção de insulina induzida pela restrição calórica (RC) em promover a longevidade e também retardar o início de doenças como diabetes melito e obesidade. No entanto, esses benefícios metabólicos induzidos pela RC não estão totalmente estabelecidos. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a capacidade secretó-ria da célula-β de Langerhans tanto in vivo quanto in vitro bem como o perfil lipídico e glicêmico de ratos submetidos à RC por 21 dias e de animais controles. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos adultos distribuídos em dois grupos: grupo controle (CTL) e grupo restrito (RC – grupo restrito recebeu 60% da ingestão calórica do grupo controle). A ingestão da ração e o peso dos animais foram controlados diaria-mente. Após este período, realizou-se o OGTT (teste de tolerância oral à glicose), secreção de insulina por ilhotas isoladas frente a diferentes concentrações de glicose, peso do tecido adiposo periepididimal e parâmetros bioquímicos plasmáticos como: glicose, albumina, colesterol, triacilglicerol e insulina e glicogênio hepático e muscular. Amostras de sangue do OGTT foram colhidas via caudal, antes da sobrecarga de gli-cose (tempo zero), e após 15, 30, 60 e 120 min. Para as avaliações bioquímicas foram utilizados kits comerciais. A secreção de insulina obtida pelo protocolo de incubação estática e a insulina plasmática foram quantificadas por radioimunoensaio. Resultados: Os animais restritos apre-sentaram redução do peso corporal, do tecido adiposo periepididimal, da insulina, do colesterol, do triacilglicerol e do glicogênio hepático versus os animais CTL. Já os valores séricos de glicose, albumina e o glicogênio muscular não foram diferentes para os grupos animais. Houve dimi-nuição na secreção de insulina induzida por glicose nas concentrações fisiológicas (5,6 mM de glicose) e suprafisiológicas (8,3, 11,1, 27,7 mM de glicose) nos animais restritos. Já a área sob a curva calculada no OGTT não indicou diferença estatística entre os grupos. Discussão: Estes resultados indicam que o animal restrito apresentou redução na secreção de insulina e foi capaz de manter a glicemia em valores semelhantes ao CTL. Além disso, a RC induziu menores concentrações plasmáticas de colesterol e triacilglicerol. Estes dados corroboram informações da lite-ratura e sugerem que a RC provocou em ratos modificações endócrinas importantes. Apoio financeiro: CNPq e Uniararas.

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Pôsteres

2008 S159

01.B.11PADRONIZAÇÃO DA TÉCNICA DE TRANSPLANTE DE ILhOTAS PANCREÁTICAS NO ESPAÇO SUBCAPSULAR RENAL DE RATOS

Raposo ASA1; Coimbra CN1; Costal FSL1; Oliveira ER1; Galvão FHF2; Correa-Giannella MLC1

1Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM25) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP); 2Disci-plina de Transplante e Cirurgia do Fígado da FMUSP

Introdução: as complicações crônicas relacionadas ao DM estão intimamente ligadas ao surgimento e manutenção da hiperglicemia. Nos pacientes que evoluem com insulinopenia acentuada, o tratamento com insulina exógena deve ser precoce e otimizado. Até o momento, a única alternativa concreta de retomada da secreção endógena de insulina nestes pacientes é a reposição de células ß através do transplante de pâncreas e do transplan-te de ilhotas pancreáticas. Apesar do transplante de pâncreas promover bom controle glicêmico e melhorar a qualidade de vida do receptor, ainda está associado a uma alta morbidade e o transplante de ilhotas pancreáticas surge com uma alternativa interessante. O transplante de ilhotas, no entanto, ainda enfrenta grandes desafios, principalmente ligados à perda precoce de ilhotas durante o isolamento e após o transplante, o que de-monstra a necessidade de se procurar alternativas que resultem em melhores desfechos no longo prazo. Apesar de o fígado ser o local de escolha para o transplante de ilhotas em seres humanos, o espaço subcapsular renal é o sítio mais utilizado em modelos animais pela facilidade de recupera-ção das ilhotas enxertadas. Objetivos: padronização da técnica de transplante de ilhotas no espaço subcapsular renal de ratos, que permitirá que sejam investigadas intervenções durante o isolamento de ilhotas e, principalmente, durante e após o transplante de ilhotas que possam resultar em melhora na viabilidade funcional das ilhotas pancreáticas transplantadas, e, conseqüentemente, no resultado do procedimento. Métodos: Ratos Lewis isogênicos foram utilizados como doadores e receptores, para não haver rejeição. Cinco dias antes do procedimento, o diabetes foi induzido no animal receptor com estreptozotocina 65 mg/kg endovenosa. O diagnóstico de diabetes foi confirmado por duas medidas posteriores de glice-mia capilar > 300 mg/dL e poliúria. No dia do transplante, os pâncreas de 8 animais doadores são perfundidos com solução contendo colagenase tipo V para separação do tecido acinar e ilhotas. Após a purificação em gradiente de Ficoll, as ilhotas são contadas e colocadas em Hank’s até o momento do implante. O receptor é sedado com quetamina e xilazina via peritoneal. Em decúbito dorsal, é feita laparotomia mediana com abertu-ra dos planos até a cavidade abdominal. Após fixação dos afastadores, o intestino é rechaçado com gaze umidificada, expondo-se o espaço retrope-ritôneal e a loja renal. É feita punção da cápsula renal com jelco® no 22 pelo pólo inferior e posicionada a cânula plástica. A solução contendo aproximadamente 3 mil ilhotas em 200 mL de Hank’s é aspirada em seringa e infundida no espaço subcapsular renal. O seguimento é feito com glicemia capilar e peso pela manhã, sem jejum. Resultados e conclusões: No primeiro dia pós-transplante, o rato já apresenta normalização da glicemia e melhora da poliúria. Após dois meses, o animal ainda mantém a glicemia em torno de 100 mg/dL e ganho de peso, demonstrando o sucesso do transplante. Este modelo permitirá a investigação de intervenções, por exemplo, com administração de compostos antiapoptóticos e antioxidantes que visam melhorar a sobrevivência e capacidade secretória das ilhotas transplantadas.

01.B.12SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA PREVINE O AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DIETA hIPERLIPíDICA

Ribeiro RA1; Oliveira AT1; Bonfleur ML2; Balbo SL2; Boschero AC1; Carneiro EM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp); 2Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Introdução: Animais submetidos à dieta hiperlipídica (HL) apresentam resistência periférica à insulina e intolerância à glicose (Gli). Neste trabalho, avaliamos o possível papel preventivo do aminoácido taurina (Tau) sobre o peso corporal, homeostase glicêmica e secreção de insulina em camundon-gos fêmea submetidos à dieta HL e suplementados com 5% de Tau na água de beber. Métodos: Camundongos de 21 dias foram divididos em quatro grupos: 1) HL, animais submetidos à dieta com alto teor de gordura (37%); 2) HTau, animais alimentados com dieta HL e tratados com Tau; 3) controle (CON) e 4) CTau. Ao final do estudo (19 semanas) os camundongos foram pesados e submetidos ao teste intraperitoneal de tolerância a Gli (ipGTT) e dois dias depois, mortos por decapitação. O sangue foi coletado para a avaliação da glicemia e insulinemia. As ilhotas pancreáticas foram isoladas e utilizadas para analisar a secreção estática de insulina na presença de várias concentrações de Gli, bem como, para o conteúdo total deste hormônio. Resultados foram analisados por meio da análise de variância ANOVA seguido pelo pós-teste Tukey, p < 0,05. Resultados: Animais HL apresentaram aumento no peso corporal em relação aos CON (69,4 ± 4; 53 ± 2,04 g, respectivamente) e a suplementação com Tau não teve efeito neste parâmetro (HTau 66,3 ± 3,7 e CTau 51,1 ± 2,2 g). A glicemia de jejum foi 44% maior no grupo HL comparado ao CON. A análise da AUC, expressa em mg/dl.min-1, do ipGTT mostrou que os animais HL são intolerantes à Gli (72.354 ± 6.212) em relação aos CON (38.626 ± 4.869) e o tratamento com Tau não reduziu esta intolerância no grupo HTau (62763 ± 4721). Entretanto, aos 180 min de teste a glicemia no grupo HTau foi menor em relação ao HL (337,9 ± 37,41; 210,4 ± 32,79, respectivamente) e semelhante aos controles (CON 136,1 ± 18,9 e CTau 113,4 ± 17 mg/dl). A glicemia no estado alimentado não foi alterada nos animais HL (136,8 ± 5,5) em relação aos CON (116,3 ± 7,3), porém esta normoglicemia foi mantida por uma hiperinsulinemia no grupo HL (6,1 ± 0,4) quando comparado com o grupo CON (2,5 ± 0,5 ng/ml). A suplementação com Tau preveniu a hiperinsulinemia no grupo HTau (3,7 ± 0,5 ng/ml). Ilhotas pancreáticas de animais HL tiveram aumento na secreção de insulina na pre-sença de 16,7mM de Gli em relação ao CON (4,7 ± 0,5; 1,7 ± 0,3 ng/ml, respectivamente), e a suplementação de Tau no grupo HTau preveniu este aumento (2,7 ± 0,3 ng/ml). O conteúdo total de insulina das ilhotas pancreáticas do grupo HL foi 78% maior quando comparado ao CON e as ilho-tas do grupo HTau não apresentaram esta alteração (130,1 ± 12 ng/ml/ilhota). Discussão: Animais HL apresentaram aumento no peso corporal, hiperglicemia de jejum, intolerância à glicose, hiperinsulinemia e maior secreção de insulina. O aminoácido Tau possivelmente estabiliza a secreção de insulina in vivo por contribuir no controle da glicemia de forma direta sobre o receptor de insulina nos tecidos periféricos, desta forma animais HTau não desenvolvem a necessidade da hipersecreção e modificação da concentração de insulina armazenada para suprir a demanda da hiperglicemia circu-lante. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq.

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Pôsteres

2008S160

01.B.13SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA AUMENTA A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM ILhOTAS PANCREÁTICAS DE RATOS SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO PROTÉICA

Batista TM1; Amaral AG1; Filiputti E1; Ribeiro RA1; Carneiro EM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução: No modelo de desnutrição por restrição protéica a secreção de insulina estimulada por diferentes secretagogos apresenta-se redu-zida. A taurina (Tau) é um aminoácido não essencial e dentre suas várias ações faz-se necessário ressaltar seu papel sobre a regulação da home-ostase glicêmica. Nesse trabalho avaliamos parâmetros biométricos e bioquímicos, bem como a tolerância à glicose e secreção de insulina em ratos submetidos à restrição protéica após o desmame e suplementados com taurina. Métodos: Ratos Wistar machos com 21 dias de vida rece-beram dieta normoprotéica – 17% (C) ou hipoprotéica – 6% (D). Concomitante com o início da dieta, os animais foram suplementados com Tau a 2,5% na água de beber por 90 dias (CT e DT). Foram avaliados então: evolução do peso corpóreo, parâmetros bioquímicos plasmáticos (pro-teínas totais, albumina, taurina, glicose e insulina), tolerância à glicose (ipGTT) e secreção estática de insulina estimulada por glicose. Resultados e discussão: Os animais submetidos à restrição protéica apresentaram ganho de peso significativamente reduzido (p < 0,001; n = 5) e não hou-ve influência da suplementação com Tau. As proteínas totais e albumina plasmática se mostraram reduzidas nos animais D e DT (p < 0,05; n = 4-9) enquanto que a glicemia e insulinemia de jejum foram iguais em todos os grupos (p > 0,05; n = 5-9). A suplementação por 90 dias elevou de maneira significativa os níveis plasmáticos de Tau nos animais CT e DT (p < 0,05; n = 3). O teste intraperitoneal de tolerância à glicose (ipG-TT) revelou maior tolerância à glicose dos animais D, com área abaixo da curva glicêmica aproximadamente 50% menor em relação ao grupo C. O grupo DT mostrou uma tendência a responder da mesma maneira que os animais C com um aumento de aproximadamente 30% em relação ao grupo D. A secreção de insulina foi avaliada em ilhotas isoladas utilizando a glicose (2,8; 8,3; 16,7 e 22,2 mM) como agente insulinotrópico. Em baixas concentrações de glicose (2,8 mM), não houve diferença entre nenhum dos grupos enquanto que a partir de 8,3mM, os animais D apresentaram redução da secreção de insulina em relação ao grupo C (p < 0,05 n = 6). Os animais DT apresentaram aumento da secreção de insulina em relação ao grupo D em 8,3, 16,7 e 22,2 mM de glicose (p < 0,05; n = 6) alcançando valores próximos do grupo C em 8,3 e 16,7mM. A restrição protéica após o desmame em ratos provoca uma série de alterações funcionais que culminam na redução da secreção de insulina e aumento da tolerância à glicose. A suplementação com taurina a 2,5%, por 90 dias, restaura a secreção de insulina em ratos desnutridos além de ter um possível efeito regulador sobre a homeostase glicêmica desses animais. Apoio financeiro: Fapesp, Capes, CNPq.

01.B.14ESTUDO DA ExPRESSÃO DAS PROTEíNAS ENVOLVIDAS NO ESTRESSE DE RETíCULO ENDOPLASMÁTICO DURANTE O REMODELAMENTO DAS ILhOTAS PANCREÁTICAS MATERNAS NO PERíODO PERINATAL.

Rodrigues-Silva C1; Lellis-Santos C1; Anhe GF1; Bordin S1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: Durante a gravidez, as ilhotas pancreáticas maternas sofrem uma série de modificações morfofuncionais que resultam em um au-mento da secreção de insulina, a fim de compensar a resistência periférica a este hormônio característica deste período. É sabido que após o parto ocorre uma regressão do pâncreas endócrino por um aumento da taxa de apoptose. Acredita-se que o balanço da ação da prolactina (PRL) e dos glicocorticóides (GCs) participe deste remodelamento; no entanto, o mecanismo intracelular ainda é completamente desconhecido. A apoptose pode ser desencadeada por diferentes vias intracelulares e, na célula-beta pancreática, tem-se demonstrado que a apoptose induzida pelo estresse do retículo endoplasmático (RE) é particularmente relevante. Objetivos: Avaliar a expressão dos genes ATF4, BIP e CHOP em ilhotas de ratas virgens (CTL), grávidas (G19) e lactantes (L3 e L8), e em linhagem de células-β RINm5F tratadas com PRL e Dexametasona (DEX). Analisar o conteúdo protéico de BIP e CHOP nestas condições e o splicing do XBP1 em células RINm5F. Materiais e métodos: Célu-las RINm5F foram cultivadas por 6 h na presença e na ausência de PRL (500 ng/ml), seguidas por cultivo adicional de 18 h com veículo, PRL, DEX (100 nM) ou PRL + DEX. As células tratadas e ilhotas pancreáticas isoladas de ratas CTL, G19, L3 e L8 foram utilizadas para extração de RNA total seguida de RT-PCR convencional e extração protéica seguida de análise por western blotting. O splicing do XBP1 foi realizado pela digestão de um fragmento específico de seu mRNA.com a enzima Pst-I. Resultados: A expressão do mRNA do ATF4 aumentou em ilhotas de ratas G19 e L3, respectivamente 124 ± 10% e 100,9 ± 2,5% (N = 3; p < 0,05). A expressão da chaperona BIP aumentou em ilhotas de ratas G19 (213 ± 16%, N = 8; p < 0,05) e retomou níveis semelhantes aos da CTL já em L3. O conteúdo protéico do marcador de apoptose decorrente do RE, CHOP, assim como seu mRNA, aumentaram em ilhotas de L3 (respectivamente 199 ± 30% [N = 6; p < 0,05] e 55 ± 8,14% [N = 3; P < 0,05]). O tratamento de células RINm5F com DEX induziu o aumento da expressão de BIP e CHOP e do splicing do mRNA do XBP1 (respectivamente 139 ± 8,7% [N = 3; p < 0,05], 18 ± 3,6% [N = 3; p < 0,05] e 54 ± 3,8% [N = 4; p < 0,05]). Destes parâmetros, apenas a ex-pressão de BIP foi revertida pela adição de PRL ao meio de cultura. Conclusão: Estes dados sugerem, pela primeira vez, que o RE possa ser um processo fisiológico de apoptose envolvido no remodelamento do pâncreas endócrino materno no período perinatal. Além disto, nossos resul-tados demonstram que os GCs são candidatos relevantes no desencadeamento desta resposta, mesmo na presença dos altos níveis circulantes de PRL das lactantes. Apoio financeiro: Capes, Fapesp e CNPq.

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Pôsteres

2008 S161

01.B.15ExPRESSÃO DA PKC E PKA EM ILhOTAS DE RATOS OBESOS-MSG

Bonfleur ML1; Ribeiro RA2; Roma L2; Vanzela EC2; Boschero, AC2; Carneiro EM2; Balbo SL1

1Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica d do Instituto de Biologia da Uni-versidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução: O sistema nervoso autonômico (SNA) possui um papel importante na modulação da secreção de insulina por meio da ativação das proteínas quinases (Pk) e/ou fosfatases. Ratos obesos-MSG são hiperinsulinêmicos e suas ilhotas pancreáticas secretam altas concentrações de insulina em resposta à glicose. Estes efeitos são revertidos pela vagotomia subdiafragmática, demonstrando que este modelo de obesidade apre-senta um desarranjo do SNA. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar os possíveis mecanismos envolvidos com as alterações na secreção de insulina em ratos obesos-MSG, especificamente nas vias de sinalização da PkC e PkA. Métodos: Ratos Wistar machos receberam durante os cinco primeiros dias de vida injeções subcutâneas de MSG (4 mg/kg de peso corporal) ou salina (grupo controle – CON). Os animais foram sacrificados por deslocamento cervical aos 90 dias de vida. As ilhotas pancreáticas foram isoladas e utilizadas para incubações com 5,6, 8,3 ou 16,7 mM de Gli; incubações com 8,3 mM de Gli mais carbacol (Cch, 100 μM/L), forskolina (10 μM/L) ou IBMX (1 mM/L) e para análise da expressão gênica e protéica. O teste t de Student foi utilizado para análises estatísticas dos resultados e p < 0,05 foi adotado como critério de significância. Resultados: A secreção de insulina estimulada por 5,6 mM de glicose não foi diferente entre os grupos MSG (0,77 ± 0,17) e CON (0,87 ± 0,18). Entretanto, na presença de 8,3 e 16,7 mM de Gli, a secreção foi 68% e 56% maior respectivamente, nos animais obesos quando comparado com os CON. O Cch, que estimula a formação de IP3 e DAG e ativa PkC, potencializou a secreção de insulina pelas ilhotas pan-creáticas em ambos os grupos, porém, a porcentagem de aumento foi menor no grupo MSG (268 ± 31) em relação ao CON (449 ± 52). A forskolina, que ativa a adenilato ciclase, e o IBMX, que inibe a fosfodiesterase, potencializaram a secreção de insulina nos dois grupos estudados, entretanto a porcentagem de liberação deste hormônio também foi menor nos ratos obesos (250 ± 25; 654 ± 60, respectivamente) quando comparado com os CON (794 ± 66; 1.540 ± 145). A expressão gênica da PkC e PkA foi 1,64 e 1,95 vezes menor respectivamente, nos animais obesos quando comparado aos CON. A redução da expressão gênica foi acompanhada por redução protéica de 64% da PkC e 37% da PkA nos ratos MSG em relação aos CON. Discussão: As ilhotas pancreáticas de ratos obesos-MSG são mais responsivas à Gli e menos responsivas ao Cch, forskolina e IBMX. A menor expressão da PkC pode estar envolvida com a diminuição da secreção de insulina estimulada pelo Cch. A redução da liberação de insulina na presença de forskolina e IBMX indica menor produção e/ou sensibilidade ao AMPc, associado com uma redução na expressão da PkA.

01.B.16SECREÇÃO DE INSULINA DE ILhOTAS PANCREÁTICAS DE RATOS OBESOS EM RESPOSTA À ARGININA, À LEUCINA E AOS íONS POTÁSSIO

Balbo SL1; Barella LF1; Carmargo RL1; Brusnello LD1; Ribeiro RA2; Vanzela EC2; Carneiro EM2; Bonfleur ML1

1Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução: Ratos obesos-MSG são hiperinsulinêmicos e suas ilhotas pancreáticas são mais responsivas à glicose. O principal estimulador da secreção de insulina é a glicose, todavia, outros secretagogos como a arginina (Arg), leucina (Leu) e os íons potássio (k+) também atuam na regulação da liberação deste hormônio. Assim, nosso objetivo foi avaliar a secreção de insulina em ilhotas pancreáticas de ratos obesos-MSG em resposta aos aminoácidos Arg e Leu e aos íons k+. Métodos: Ratos Wistar machos receberam nos cinco primeiros dias de vida, injeções subcu-tâneas de 4 g/kg de peso corporal/dia de MSG e o grupo controle (CON) recebeu salina. Aos 90 dias de vida os animais foram sacrificados e as ilhotas pancreáticas foram isoladas e incubadas com 2,8 ou 16,7 mM de glicose (Gli) na presença ou ausência de 10 mM de Arg ou Leu. Ilhotas pancreáticas também foram incubadas com 2,8 mM de Gli na presença ou ausência de 40 mM de kCl. Os resultados foram expressos como média ± erro-padrão da média. Para análises estatísticas foi utilizado o teste t de Student e p < 0,05 foi adotado como critério de signifi-cância. Resultados: A secreção de insulina em concentração basal de Gli (2,8 mM) foi semelhante entre os grupos MSG (0,86 ± 0,05) e CON (0,80 ± 0,04), e foi potencializada duas vezes pela Arg e 11 vezes pela Leu em ambos os grupos. Na presença de kCl, a secreção aumentou 70% nos dois grupos estudados. Em altas concentrações de Gli (16,7 mM) a secreção foi maior no grupo MSG (9,78 ± 0,62) em relação ao CON (5,82 ± 0,68). A Arg elevou a secreção nos dois grupos, entretanto, a porcentagem de aumento foi menor nos ratos obesos (42%) quando com-parado com os CON (129%). A Leu não exerceu nenhum efeito na secreção de insulina em ilhotas de ratos obesos, porém aumentou a liberação deste hormônio nos ratos CON (62%). Discussão: A secreção de insulina em 2,8 mM de Gli e na presença de Arg, Leu e kCl, foi semelhante nos dois grupos estudados. Estes resultados demonstram que as ilhotas de ratos obesos em baixa concentração de Gli são responsivas à agentes despolarizantes e a secretagogos metabolizáveis. Entretanto, em alta concentração de Gli a secreção de insulina foi maior nos animais MSG o que, possivelmente, levou à redução da responsividade das ilhotas ao aminoácido Arg e à redução completa da sensibilidade a Leu.

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Pôsteres

2008S162

01.B.17MODULAÇÃO DE ERK3 E MAP2 POR PROLACTINA E GLICOCORTICÓIDES DURANTE A MATURAÇÃO DA RESPOSTA SECRETORA DE ILhOTAS DE RATOS

Yamanaka TS1; Anhe GF1; Rodrigues-Silva C1; Lellis-Santos C1; Bordin S1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: ERk3 é uma MAPk que regula as etapas distais da secreção de insulina induzida por glicose. O mecanismo envolvido depende de sua associação com MAP2, uma proteína reguladora da reorganização dos microtúbulos. A relevância funcional da ERk3 foi identificada pela análise do perfil transcricional de ilhotas pancreáticas tratadas com prolactina (PRL), um potente hormônio trófico para as células-β. Sabe-se que a maturação da resposta secretora da célula-β ocorre durante a vida pós-natal; os altos níveis PRL e os glicocorticóides (GC) maternos, caracte-rísticos do periparto, são provavelmente os principais responsáveis por este processo. Entretanto, até o momento não há evidências da participa-ção de ERk3-MAP2 na maturação das ilhotas neonatais induzida por estes hormônios. Objetivos: Avaliar a expressão de ERk3 e MAP2 durante a maturação neonatal das ilhotas in vivo, e a participação da PRL e GC na regulação destas proteínas in vitro. Métodos: Foram utiliza-dos pâncreas totais de ratos neonatos de 1, 2, 3, 8 e 21 dias de vida (P1, P2, P3, P8 e P21, respectivamente), ilhotas P1-P2 cultivadas por 5-7dias com PRL (500 ng/ml) e células de insulinoma de rato (RINm5F) cultivadas por 6h na presença e na ausência de PRL, seguidas por cultivo adicional de 18h com veículo, PRL, dexametasona (DEX, 100 nM) ou PRL+DEX. Os tecidos e as células foram submetidos à extração de pro-teínas e RNA totais. Os extratos protéicos foram usados para análise de ERk3 e MAP2 por western blotting e para imunoprecipitação da MAP2 e análise da associação com ERk3. O RNA total foi usado para análise da expressão de ERk3 e MAP2 por RT-PCR convencional. A distribuição de ERk3 e MAP2 no pâncreas total foi verificada por imuno-histoquímica. Resultados: O conteúdo de ERk3 aumentou durante a maturação pancreática, atingindo valores significativamente maiores que P1 em P3 e P8 (1,97 ± 0,09 vezes, N = 3, e 1,54 ± 0,11, N = 6, respectivamente; P < 0,05), e retornou aos valores de P1 em P21. MAP2 diminuiu em P2 (0,49 ± 0,10, N = 3; p < 0,05), e reduziu a 0,29 vezes de P1 entre P3 e P21 (N = 3; p < 0,001). A associação entre estas proteínas acompanhou a expressão de ERk3, isto é, aumentou em P3 e P8 (1,82 ± 0,15 e 1,83 ± 0,12 vezes versus P1 e P21, N = 7; p < 0,05). O conteúdo de ERk1/2 e sua associação com MAP2 não se alteraram ao longo da matu-ração. O tratamento com PRL aumentou a expressão de ERk3 em ilhotas e células cultivadas. Os valores relativos à expressão do gene do GA-PDH foram 21 ± 4% para células RINm5F e 59 ± 8% para ilhotas (N = 4; p < 0,05), e do conteúdo protéico 1,6 ± 0,15 vezes nas células e 1,2 ± 0,07 vezes nas ilhotas (N = 3; P < 0,05). O tratamento com DEX ou DEX+PRL também aumentou o conteúdo de ERk3 em 2,4 ± 0,2 e 1,9 ± 0,1 vezes, respectivamente (N = 4; p < 0,05). A expressão de MAP2 não foi alterada em nenhum tratamento. A análise imunohistoquímica mostrou que apenas a expressão de MAP2 é restrita às ilhotas. Conclusões: O aumento da expressão de ERk3 e de sua associação com MAP2 coincide temporalmente com a maturação da resposta secretora do pâncreas endócrino. Esse processo parece ser regulado positivamente pelo aumento dos níveis de PRL e GC no período perinatal. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq, Capes.

01.B.18EfEITO DE PRODUTOS fINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA SOBRE O íNDICE DE APOPTOSE DE ILhOTAS PANCREÁTICAS MURíDEAS

Costal FSL1; Coimbra CN1; Oliveira ER1; Passarelli M2; Correa-Giannella MLC1

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Departamento de Clínica Médica da FMUSP

Introdução: A falha na produção de insulina pelas células-b do pâncreas é uma característica comum do diabetes melito (DM) tipo 1 e tipo 2. Várias evidências sugerem que a apoptose seja a principal forma de morte das células-β nestas desordens, devido às características inerentes ao seu fenótipo especializado, inclusive no DM 2, em que a glico e a lipotoxicidades podem induzir apoptose. Os produtos finais de glicação avançada (AGEs) que se formam a partir de proteínas cronicamente expostas à hiperglicemia interagem com o receptores scavenger tipos I e II (Scarb 1 e 2), CD36, e com seu receptor específico (AGER) e desencadeiam vias de sinalização que induzem estresse oxidativo, aumento de citocinas inflamatórias e aumento da transcrição do NF-κB, com conseqüentes danos celulares. Estudos em linhagens de células-β e em ilhotas pancreáticas demonstraram que os AGEs podem causar diminuição da biossíntese da insulina e estresse oxidativo capaz de desencadear apoptose, contudo, os efeitos dos AGEs sobre a viabilidade de ilhotas pancreáticas não foram extensivamente investigados. Objetivos: Investigar a expressão de receptores de AGEs em ilhotas pancreáticas murídeas, bem como os efeitos dos AGEs no índice de apoptose de ilhotas mantidas cronicamente em concentrações suprafi-siológicas de glicose. Material e Métodos: Ilhotas extraídas de ratos Wistar mantidas em meio de cultura contendo 23 mM de glicose foram trata-das com 5 mg/L de uma das três preparações de AGEs (albumina glicada, glioxal ou metilglioxal) por 48, 72, 96 e 120 horas. Para a análise da apoptose celular, foi utilizado o método de detecção de fragmentação de DNA (kit cell death detection Elisaplus) e a expressão dos genes Scarb 1, CD36 e Ager foi avaliada por RT-PCR. Resultados e conclusões: As ilhotas pancreáticas expressam RNA dos três receptores de AGEs analisados. Em 48 horas, os AGEs promoveram diminuição do índice de apoptose em relação às ilhotas não tratadas, enquanto após 72, 96 e 120 horas, os AGEs aumentaram o índice de apoptose em relação às ilhotas não tratadas. O aumento do índice de apoptose de ilhotas em cultura expostas aos AGEs por períodos prolongados está de acordo com os dados disponíveis na literatura para outros tipos celulares, entretanto, o achado de redução do índice de apoptose observado em ilhotas expostas aos AGEs por 48 horas foi inesperado. Sabe-se que a interação dos AGEs com o AGER ativa o NF-κB, um fator de transcrição crítico para a expressão de genes pró- e antiapoptóticos, dependendo do tempo de exposição, do tipo celular e da cronicidade do estímulo. Assim, como o evento final na célula reflete um balanço entre os fatores pró e antiapoptóticos, pode-se levantar a hipótese de que em menores tempos de exposição, os AGEs favoreçam um perfil antiapoptótico das ilhotas pancreáticas, mas que a cronicidade do estímulo favoreça um perfil pró-apoptótico, o que poderia contribuir para a perda de células-β em situações de hiperglicemia crônica.

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Pôsteres

2008 S163

01.B.19ExPRESSÃO DA AKT E DA pAKT EM ILhOTAS DE RATAS PRENhES SUBMETIDAS À RESTRIÇÃO PROTÉICA

Salvatierra CBS1; Reis SRL1; Souza LMI; Marçal-Pessoa AF1; Veloso RV1; Reis MAB2; Arantes VC1; Latorraca MQ1

1Departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); 2Departamento de Fisiologia Básica da UFMT

Introdução: A restrição protéica está associada a hipoinsulinemia, que resulta da redução da massa das células-β e/ou da secreção de insulina. Na gravidez, as ilhotas pancreáticas exibem aumento gradual da secreção desse hormônio quando estimulada com glicose, devido a mudanças estruturais e funcionais. As alterações estruturais na gravidez são caracterizadas pelo aumento da massa total das ilhotas pancreáticas, resultante da hiperplasia e hipertrofia e da redução da apoptose, principalmente das células-β. Dessa forma, avaliou-se o conteúdo de insulina e a expressão protéica de componentes da via mitogênica (AkT e pAkT) em ilhotas durante a prenhe e na vigência de restrição protéica. Métodos e Resul-tados: Foram avaliadas ratas Wistar adultas (90 d), virgens ou prenhes mantidas com dieta controle com 17% de proteína (CNP e CP, respecti-vamente) ou com dieta hipoprotéica com 6% de proteína (HNP e HP, respectivamente) por 15 dias. Durante o período experimental foi registrado o peso corporal e o consumo alimentar e no final, foram coletadas amostras de sangue para dosagens bioquímicas e posteriormente as ilhotas foram isoladas para determinação do conteúdo de insulina e da expressão da AkT e pAkT por western blotting. O consumo alimentar absoluto do grupo HP foi maior em relação aos grupos HNP, CP e CNP (309 ± 38 g, 272 ± 1 g, 279 ± 12 g, 278 ± 0,2 g, respectivamente). O peso médio final das ratas prenhes foi maior do que das ratas não-prenhes, independente da dieta (CNP = 252 ± 15 g; CP = 298 ± 28 g; HNP = 262 ± 27 g; HP = 302 ± 30 g). As concentrações séricas de proteínas totais e de albumina foram significativamente menores em ratas prenhes em comparação às ratas não-prenhes tanto no grupo hipoproteico quanto no grupo controle. O conteúdo de insulina não diferiu entre os gru-pos (CNP = 26,2 ± 7,5 ng/ml; CP = 27,5 ± 8 ng/ml; HNP = 27,1 ± 8,7 ng/ml; HP = 44 ± 18 ng/ml). A expressão protéica da Akt foi menor no grupo HP em relação ao grupo HNP (7.686 ± 105 e 12.971 ± 2.909, respectivamente), e foi maior no grupo CP em relação ao grupo CNP (13.089 ± 440 e 9.570,7 ± 2.289, respectivamente). A expressão da pAkT não diferiu entre os grupos. Discussão: Embora a restrição protéica durante os primeiros quinze dias de prenhe não tenha produzido sinais típicos da desnutrição (baixo peso, hipoproteinemia e hipoalbuminemia), nem tenha reduzido o conteúdo de insulina das ilhotas pancreáticas, promoveu menor expressão de uma das proteínas envolvidas na proliferação celular. Apoio financeiro: Fapemat, CNPq

01.B.20METABOLISMO DA GLICOSE E SECREÇÃO DE INSULINA EM ILhOTAS DE RATAS PRENhES SUBMETIDAS À RESTRIÇÃO PROTÉICA

Souza DFI1; Souza LMI2; Reis SRL3; Reis MAB1; Veloso RV2; Arantes VC2; Latorraca MQ2

1Departamento de Ciências Básicas e da Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); 2Departamento de Alimentos e Nutrição da UFMT; 3Laboratório de Avaliação Biológica de Alimentos da UFMT

Introdução: A restrição protéica reduz a secreção de insulina em resposta à glicose, devido a várias alterações, incluindo a diminuída expressão do Glut2 e do metabolismo de glicose. Em contraste, a prenhe aumenta a secreção de insulina estimulada por glicose e reduz o limiar de esti-mulação.Essas mudanças adaptativas resultam, em parte, do aumento da expressão do Glut2 e da expressão e da atividade da glicoquinase (Gk) e da hexoquinase (HXk), que resultam no aumento do metabolismo da glicose. Este estudo avaliou o efeito da restrição protéica sobre a expres-são de proteínas envolvidas no metabolismo da glicose, a oxidação da glicose e a secreção de insulina em ilhotas de ratas prenhes. Métodos: Foram avaliadas ratas Wistar (90 d) prenhes e não-prenhes, submetidas à dieta hipoprotéica (DP, n = 11 e DNP, n = 10) ou dieta controle (CP, n = 13 e CNP, n = 15) do primeiro ao décimo quinto dia de prenhe. Aos 15 dias, ilhotas foram isoladas para determinação da secreção de insu-lina, da taxa de oxidação de glicose e determinação da expressão do Glut2, Gk e HXk por western blotting. Resultados: Ratas prenhes apresen-taram valores de EC50 significativamente menores em relação aos de seus respectivos controles não-prenhes. Contudo, o valor de EC50 do grupo DP foi significativamente menor em relação aos dos demais grupos (CNP: 8,6 ± 0,3 x 10-3 mM; CP: 7,4 ± 0,2 x 10-3 mM; DNP: 9,9 ± 0,6x10-3 mM; DP: 6,5 ± 0,1 x 10-3 mM de glicose). A secreção de insulina em resposta a 2,8 mM de glicose (ng/ilhota/90 min) foi similar nos grupos CNP e DNP e menores do que nos grupos CP e DP. Entretanto, o grupo DP apresentou níveis maiores do que todos os outros grupos (CNP: 0,19 ± 0,02; CP: 0,50 ± 0,03; DNP: 0,21 ± 0,01; DP: 0,80 ± 0,02). A prenhe promoveu aumento da oxidação em 2,8 mM de glicose (pmol/ilhota/hora) em ambos os grupos, mas de forma mais eficaz no grupo controle (CNP: 1,37 ± 0,33; CP:7,23 ± 1,59; DNP:4,33 ± 0,75; DP:5,86 ± 0,68). As expressões da Gk (CNP: 12.270 ± 1.037; CP: 12.282 ± 1.040; DNP: 10.894 ± 611; DP: 7.054 ± 1.330) e do Glut2 CNP: 16.978 ± 1.676; CP: 15.963 ± 528; DNP: 16.143 ± 2.586; DP: 9.714 ± 1.973) foram menores no grupo DP em relação aos demais grupos. A expres-são da HXk foi menor nos grupos desnutridos em relação aos controles. A prenhe aumentou a expressão dessa proteína apenas no grupo con-trole (CNP: 14.257 ± 1.679; CP: 17.245 ± 1.157; DNP: 12.013 ± 2.198; DP: 10.057 ± 677). Discussão: Ilhotas de ratas submetidas à restrição protéica durante a prenhe apresentaram aumento da sensibilidade à glicose em relação à de ratas controles. Isto ocorreu apesar da di-minuída expressão de proteínas chaves do metabolismo da glicose. Apoio financeiro: CNPq.

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2008S164

01.B.21CONTROLE DO PERÓxIDO DE hIDROGÊNIO PELA GLICOSE EM ILhOTAS PANCREÁTICAS

Rebelato ELO1; Curi R1; Carpinelli AR1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: A elevada produção das espécies reativas de oxigênio (EROs) associada à baixa atividade antioxidante em ilhotas pancreáticas, re-sulta em ações deletérias responsáveis por episódios fisiopatológicos. Esse papel deletério é o resultado do desequilíbrio no estado redox intra-celular, montante das reações de óxido-redução. EROs são constitutivamente geradas e removidas por sistemas celulares, mantendo a homeostase redox, permitindo a participação dessas espécies na sinalização intracelular. Em ilhotas pancreáticas o peróxido de hidrogênio (H2O2) participa na inibição do metabolismo da glicose, reduz a razão ATP/ADP, aumenta a probabilidade de abertura dos canais para k+ sensíveis ao ATP, suprimindo a secreção de insulina induzida pela glicose (GSIS). O presente estudo mostra em ilhotas pancreáticas isoladas de ratas, o controle no conteúdo intracelular de H2O2 pela glicose e a participação da via metabólica das pentoses-fosfato (PPP) nesse processo, importante para a manutenção das defesas antioxidantes. Métodos: O conteúdo de H2O2 em ilhotas isoladas foi avaliado em microscópio con-focal, através da medida da oxidação do 2’,7’-diacetato de diclorodihidrofluoresceína, após 30 minutos de incubação na presença de diferentes concentrações de glicose (2,8; 5,6; 8,3 e 16,7 mM). O conteúdo intracelular total de glutationa foi determinado pelo método de reciclagem por DTNB/GSH redutase. A atividade da PPP foi analisada pela diferença entre a oxidação da glicose marcada com carbono 14 [14C] no carbono 1 [1-14C] e 6 [6-14C]. O metabolismo da glicose foi analisado pela oxidação da glicose uniformemente marcada com carbono 14 [U-14C]. A secreção de insulina foi mensurada por radioimunoensaio. Resultados: A exposição aguda a concentrações crescentes de glicose reduziu o con-teúdo intracelular de H2O2, aumentou a atividade da PPP e a capacidade antioxidante do ciclo da glutationa. O bloqueio na atividade da PPP impediu a redução no conteúdo intracelular de H2O2 pela glicose e suprimiu a GSIS. A adição de peróxido de hidrogênio ao meio de incubação reduziu a GSIS, devido ao bloqueio no metabolismo do açúcar. Discussão: A inibição da secreção de insulina através do bloqueio no metabo-lismo da glicose pelo peróxido de hidrogênio indica a necessidade de ajuste no conteúdo intracelular desse regulador negativo da secreção de insulina, através do aumento na atividade da PPP pela glicose. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq e Capes.

02.B.01PULMONARy EMPhySEMA INDUCED By PORCINE PANCREATIC ELASTASE IN RATS: ROLE Of INSULIN

Petta AD1; Greco KV1; Castro EO1; Lopes FDTQS2; Martins MA2; Capelozzi VL3; Sannomiya P1

1Research Division (LIM 11) of Heart Institute (InCor) of the Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Departments of Medicine (LIM 05, 09, 20) of FMUSP; 3Department of Pathology of FMUSP

Objective: The present study was undertaken to investigate the role of insulin in the development of acute and chronic inflammatory responses in porcine pancreatic elastase (PPE)-induced pulmonary emphysema. Methods: Diabetic male Wistar rats (D, alloxan, 42 mg/kg, iv, 10 days) and control rats (C) were instilled with physiological saline solution containing PPE (0.25 IU/0.2 mL, right lung) or saline only (left lung). The following analyses were performed: a) number of leukocytes (cells x 106) in the bronchoalveolar lavage (BAL) fluid of the animals, 6 h after sa-line or PPE instillation (acute phase); b) mean alveolar diameter (mm), radiographic analyses of lung volume (mL), and number of alveolar macrophages (mm2) 50 days after saline or PPE instillation (chronic phase). Results: Alloxan-induced diabetic rats presented a significant re-duction in the number of neutrophils in BAL fluid (D: 18.19 ± 1.68, C: 31.17 ± 2.92, p < 0.01), increased mean alveolar diameter (D: 70.99 ± 2.34, C: 59.65 ± 1.44, p < 0.001) and lung volume (D: 8.39 ± 0.26, C: 7.28 ± 0.13, p < 0.05)). There were no differences in the number of macrophages (D: 1.27 ± 0.23, C: 1.24 ± 0.32, p > 0.05). Treatment of diabetic rats with 4 IU NPH insulin (DI), 2 h before elastase instillation restored the number of neutrophils (DI: 35.79 ± 1.98) in BAL fluid. Mean alveolar diameter (DI: 61.41 ± 1.05) and lung volume (DI: 6.87 ± 0.39) matched the values observed in control rats, when DI rats were treated with 4 IU NPH insulin 2 h before instillation, followed by 2 IU/day for the next 50 days. Furthermore, increased number of macrophages was observed in insulin-treated diabetic rats (DI: 2.97 ± 0.63 p < 0.05). Conclusion: Data presented suggest that insulin modulates the development of acute and chronic phases of PPE-induced pulmonary emphysema, assuring normal repair and tissue remodeling. Apoio financeiro: Fapesp and CNPq/Pronex.

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Pôsteres

2008 S165

02.B.02INSULINA INIBE A ExPRESSÃO DE iNOS E (COx)-2 E ATIVAÇÃO DE Nf-κB EM MACRÓfAGOS ALVEOLARES ESTIMULADOS POR LPS

Martins JO1; Ferracini M1; Ravanelli N1; Landgraf RG1; Jancar S1

1Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP)

Introdução: O desenvolvimento do choque séptico é conseqüência comum de infecções por bactérias Gram-negativas. Mediadores liberados por macrófagos no pulmão ativados por produtos bacterianos como lipopolissacárides (LPS) contribuem para os sintomas da sepses. Em trabalho anterior, mostramos que a insulina diminui a produção de TNF-α induzida por LPS em macrófagos alveolares (MAs). Neste estudo, nós inves-tigamos o efeito da insulina sobre a ativação do fator nuclear kappa B (NF-κB) e a produção de óxido nítrico (NO) e prostaglandina E2 (PGE2) estimuladas por LPS, bem como sobre a expressão da óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e ciclooxigenase (COX-2) de MAs. Métodos: MAs de ratos machos da linhagem Wistar com 8 semanas de idade (n = 6), peso entre 200-220g, foram estimulados com LPS (100 ng/mL) por 30 minutos. A insulina (1 mU/mL) foi adicionada 10 minutos antes do LPS. A expressão das enzimas, ativação de p65NFkB e fosforilação do Inibidor de kappa B (I-kB)a foram detectados por immunobloting, a concentração de NO pela reação de Griess e de PGE2 por imunoensaio enzimático. Resultados e discussão: O LPS induziu a expressão de iNOS e COX2 e a produção de NO e PGE2, além da ativação de p65NFkB e fosforilação de I-kBa citoplasmática. A administração de insulina antes do LPS suprimiu a expressão de iNOS e COX-2, diminuiu a produção de NO e PGE2, além de inibir a ativação de p65NFkB nuclear. A insulina também foi capaz de diminuir a fosforilação de I-kBa citoplasmático. Conclusão: Estes dados mostram que, em MAs estimulados por LPS, a insulina é capaz de inibir a translocação nuclear de NFkB, provavelmen-te por bloquear a degradação de I-kBa e, assim, suprimir a produção de NO e PGE2 – dois mediadores que contribuem para o choque séptico. Apoio financeiro: Fapesp e CNPq.

02.B.03CAPACIDADE fAGOCíTICA DE MACRÓfAGOS ALVEOLARES DE RATOS DIABÉTICOS E SUA POTENCIALIZAÇÃO POR LEUCOTRIENOS: EfEITO DA INSULINA

Ferracini M1; Martins JO1; Ravanelli N1; Jancar S1

1Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP)

Introdução: Indivíduos diabéticos apresentam incidência elevada de infecções. Isto parece estar relacionado a alterações na função dos fagócitos. Recentemente, foi demonstrado que a capacidade fagocítica de macrófagos alveolares (MAs) é significativamente amplificada por leucotrienos (LTs). Neste estudo, determinamos a capacidade fagocítica de MAs de ratos sadios e diabéticos, bem como o efeito da adição in vitro de insuli-na, leucotrieno B4 (LTB4) ou leucotrieno D4 (LTD4). Métodos: O diabetes foi induzido pela injeção de aloxana (42 mg/kg, i.v.) em ratos Wistar machos com oito semanas de vida ( ± 200 g), sendo considerados diabéticos os animais com glicemia ≥ 200 mg/dL. Os MAs foram obtidos por lavagem broncoalveolar, deixados para adesão em lamínulas por 90 min e incubados a 37°C, 5% CO2 overnight. As células foram tratadas com LTB4 ou LTD4 (100 nM, 5 min) e desafiadas com suspensão de hemácias opsonizadas com IgG (30He:1MA) contendo ou não insulina nas concentrações indicadas. Após 60 min de fagocitose, as lamínulas foram lavadas, coradas (HE) e o índice fagocítico (nº MAs fago-citantes X nº He fagocitadas num total de 100 MAs observados) determinado. Resultados e discussão: O índice fagocítico de MAs de animais diabéticos correspondeu a 62% do índice do grupo-controle. A adição de LTB4 ou LTD4 aos MAs potencializou a fagocitose nos dois grupos. A insulina aumentou de modo dose-dependente o índice fagocítico de MAs de ratos sadios e diabéticos, com pico em 10 mU/mL. A insulina não interferiu no efeito potencializador da fagocitose por leucotrienos. Conclusão: Estes dados mostram que MAs de animais diabéticos pos-suem capacidade fagocítica reduzida em relação a animais sadios, sugerindo que essa poderia ser um das razões da alta incidência de infecções em indivíduos diabéticos. A adição de insulina aos MAs aumentou a fagocitose nos diabéticos e sadios e não interferiu com o efeito potenciali-zador dos LTs. Apoio financeiro: Fapesp e CNPq.

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Pôsteres

2008S166

02.B.04PAPEL DA MICROBIOTA INTESTINAL NO METABOLISMO E NA RESPOSTA INfLAMATÓRIA DE CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIfERENTES DIETAS

Ferreira AVM1; Menezes Z2; Pereira AS2; Souza DG1; Botion LM2; Teixeira MM1

1Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); 2Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFMG

Introdução: No presente trabalho, utilizamos animais isentos de microbiota como ferramenta para o entendimento do paradigma do papel das bactérias intestinais no metabolismo do hospedeiro e na resposta inflamatória desencadeada por diferentes composições dietéticas. Métodos: Animais convencionais e animais isentos de microbiota foram divididos como se segue: animais convencionais alimentados com dieta controle (C) ou dieta rica em calorias (CH); animais isentos de microbiota alimentados com dieta controle (GF) ou dieta rica em calorias (GFH). Os animais foram alimentados durante 6 semanas, os tecidos adiposos foram removidos, o sangue coletado para a obtenção do soro para a dosagem de glicose, triglicerídio, colesterol total e ácidos graxos livres. Através da técnica de Elisa dosamos as citocinas TNF-α, IL-6, IL-10 e MCP-1 no tecido adiposo. Resultados: O tamanho dos tecidos adiposos apresentou-se maior nos animais convencionais e GF submetidos à dieta. Os níveis plasmáticos de glicose, ácidos graxos, colesterol e triglicerídio apresentaram-se aumentados tanto nos animais convencionais como nos animais GF após o tratamento com a dieta rica em calorias. As concentrações teciduais de TNF-α, IL-6, IL-10 e MCP-1 apresentaram-se aumentadas nos animais convencionais alimentados com dieta rica em calorias, entretanto, nos animais GF submetidos a dieta rica em calorias não foi obser-vado aumento das citocinas analisadas. Discussão: Embora os animais GF apresentem aumento da adiposidade e alterações plasmáticas quando submetidos à dieta rica em calorias, a ausência da microbiota influencia negativamente na liberação de citocinas pró e antiinflamatórias pelo te-cido adiposo, o que pode contribuir para a redução da resistência à insulina nos adipócitos.Apoio financeiro: CNPq

02.B.05INVESTIGATION Of ThE ROLE Of TNf-α IN ThE RAT hyPOThALAMUS: POSSIBLE LINK BETWEEN ER STRESS AND INSULIN RESISTANCE

Denis RGP1; Romanatto T1; Solon C1; Degasperi GR1; Coope A1; Morarij J1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Introduction: Impaired insulin signalling in the hypothalamus is a common feature of obesity. This disorder is characterized by increased levels of inflammatory cytokines (i.e. TNF-α) and activation of inflammatory signalling pathways such as JNk and Ikk, which contribute to the ins-tallation of insulin resistance (1). These pathways are linked to IRE1 and PERk during endoplasmic reticulum (ER) stress (5, 6). Obesity indu-ces ER stress and could be a key link between obesity and insulin resistance (2). ER stress, via improper protein folding, may jeopardize cell survival. Cells can trigger the unfolded protein response (UPR) mediated by PERk, ATF6 and IRE1, all three associated with the chaperon GRP78. Chaperon associates with unfolded protein, resulting either; in PERk, EIF2α phosphorylation which temporary down-regulates pro-tein translation, or/and activation of ATF6 dependant pathway (production of chaperones), or/and activation of IRE1 dependant pathway, such as xBP1(s) splicing form expression, to enhance ER-protein degradation (3). In the present study the relationship between TNF-α and ER stress was addressed in the hypothalamus of rats exposed to TNF-α. Materials & methods: Ten weeks male Wistar rats, fed standard rodent chow ad libitum, were either injected intraperitoneal (IP) with TNF-α (10 ng/kg) or saline. Animals were culled after 10, 20, 30, 60 min. and 2, 4, 6, 9 and 12 hrs. Hypothalamus was dissected prior to protein or mRNA analysis. After immunoprecipitation, protein levels of p-JNk, PERk, EIF-2α and their phosphorylated forms, and GRP78 were analysed by western blotting. Ratio of mRNA expression of un-spliced and ER-induced xBP1(s) examined by RT-PCR. Protein band were quantified and results analysed by ANOVA. A p < 0.05 was considered signifi-cant. Results: Following IP injection of TNF-α, p-JNk displayed a trend to increase (P = 0,081). However, p-EIF2α increased significantly throughout the first 60 min (p = 0,003). Levels of XBP1s mRNA showed no significant change in any time points. Over 9 hours, levels of GRP78 increased (p = 0,018), and was back to control level after 12 hours, neither p-JNk, p-EIF2α nor EIF2α showed significant change, however the ratio of the latest displayed a significantly decreased over time (p = 0,035). Interestingly at 12 hours, PERk and EIL2α were redu-ced (p = 0,0064 & p = 0, 065). Discussion: In the present study, while failing to be significant the increase of p-JNk levels in the hypothalamus is in agreement with the literature (4). To our knowledge, we showed for the first time that IP TNF-α was able to induce a partial activation of UPR response in the hypothalamus of rats. The response does not mimic the characterized ER stress response facing protein overload (3). In-deed, while we observed a rapid increase of phosphorylated form of EIF2α, thus a decrease in translation capacity of the cells, no change was observed, at any time point, in IRE1 downstream pathway (XBP1s) involved in protein degradation (3). Upon TNF-α IP, ER stress activation of ATF6-pathway induced in increase in GRP78. The exact mechanism involved in this phenomenon remains to be clarified, but these finding re-enforce the importance of the ER in the pathophysiology of obesity. Apoio financeiro: Fapesp.

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Pôsteres

2008 S167

02.B.06CONTROLE DA INGESTÃO ALIMENTAR ATRAVÉS DO RECEPTOR DE TNf (TNfR-1)

Romanatto T1; Degasperi GR1; Denis RGP1; Solon C1; Roman EA1; Morarij J1; Contin Moraes J1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Introdução: Estudos recentes têm revelado que em animais tratados com dieta hiperlipídica, ocorre um fenômeno de resistência hipotalâmica à ação dos hormônios leptina e insulina. Em um desses estudos, realizados por nosso grupo, observou-se que o consumo de dieta rica em lipí-deos induz a expressão de citocinas pró-inflamatórias no hipotálamo e que a inibição de pelo menos uma delas, o TNF-α, é capaz de reverter parcialmente à resistência molecular e funcional às ações da insulina e leptina. Desta forma, no presente estudo, nos propusemos a pesquisar a ação do bloqueio do receptor de TNF-α sobre o controle de ingestão alimentar. Materiais e Métodos: Para imunohistoquímica, hipotálamos de ratos foram dissecados e após protocolo clássico para imunohistoquímica de fluorescência, anticorpos específicos para os antígenos a serem analisados foram incubados com o espécime na concentração e tempo específicos para cada anticorpo. Contracoloração nuclear para fragmentos corados para imunofluorescência foi realizada por tratamento com DAPI. A avaliação da ingestão alimentar foi realizada mantendo os camun-dongos individualmente em gaiolas metabólicas durante jejum por 6 horas. Às 18 horas, os camundongos foram submetidos aos diferentes tratamentos por via intraperitoneal e a ingestão de 12 horas foi determinada pela aferição da diferença de peso entre o alimento oferecido e o alimento restante na gaiola. Resultados: Inicialmente foi avaliada a expressão dos receptores de TNF-α (TNFR-1 e TNFR-2) em hipotálamo de ratos Wistar. Análises por imunohistoquímica revelaram que ocorre um aumento de TNFR-1 após duas semanas de dieta hiperlipídica, sendo o maior aumento detectado após oito semanas. O mesmo efeito não foi observado para o TNFR-2. De maneira similar, nas mesmas condições experimentais, também foi observado aumento dos marcadores de inflamação TNF-α e F4/80. A seguir, para investigar o papel específico do TNFR-1, um camundongo knockout para essa proteína foi avaliado, uma vez que análises de imunohistoquímica revelaram aumento do recep-tor 1. Nesse modelo experimental foi avaliado a ingestão alimentar na presença ou ausência de leptina. Foi observado que camundongos kno-ckout para TNFR-1 tratados ou não com leptina apresentaram diminuição da ingestão alimentar. Discussão: Os resultados deste estudo sugerem que o TNF-α exerce controle sobre a ingestão alimentar. O tratamento com dieta hiperlipídica desencadeia vias de sinalização direcionadas à inflamação, como evidenciado pela presença de F4/80 e do próprio TNF-α nos estudos de imunohistoquímica. Em camundongos knockout a diminuição da ingestão alimentar é potencializada na presença da leptina indicando que, provavelmente, existe um cross-talk entre as vias de si-nalização da leptina e do TNF-α. Apoio financeiro: Fapesp.

02.B.07SATURATED fATTy ACIDS PRODUCE AN INfLAMMATORy RESPONSE PREDOMINANTLy ThROUGh ThE ACTIVATION Of TLR4 SIGNALING IN hyPOThALAMUS – IMPLICATIONS fOR ThE PAThOGENESIS Of OBESITy

Milanski M1; Degasperi GR1; Coope A1; Morarij J1; Denis RGP1; Cintra DE1; Saad MJA1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Introduction: In animal models of diet-induced obesity, the activation of an inflammatory response in the hypothalamus produces molecular and functional resistance to the anorexigenic hormones insulin and leptin. The primary events triggered by dietary fats that ultimately lead to hypothalamic cytokine expression and inflammatory signaling are unknown. Here, we test the hypothesis that dietary fats act through the acti-vation of toll-like receptors 2/4 and endoplasmic reticulum stress to induce cytokine expression in the hypothalamus of rodents. Methods: Rats were treated icv with different types of fatty acids and hypothalamic protein extracts were obtained for determination of inflammatory and en-doplasmic reticulum stress protein expression by immunoblot. Localization of inflammatory markers were performed by immunohistochemistry. Results: Long-chain saturated fatty acids activate predominantly toll-like receptor 4 signaling, which determines not only the induction of local cytokine expression but also promotes endoplasmic reticulum stress. Rats fed on a monounsaturated fat-rich diet do not develop hypothalamic leptin resistance, while toll-like receptor 4 loss-of-function mutation and immunopharmacological inhibition of toll-like receptor 4 protects mice from diet induced obesity. Conclusion: Toll-like receptor 4 acts as a predominant molecular target for saturated fatty acids in the hypothalamus, triggering the intracellular signaling network that induces an inflammatory response and determines the resistance to anorexigenic signals. Apoio financeiro: Fapesp and Capes.

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Pôsteres

2008S168

02.B.08TNf-α AUMENTA A ExPRESSÃO E A ATIVIDADE DA PTP1B EM hIPOTÁLAMO DE RATOS

Picardi PK1; Romanatto T2; Saad MJA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Médica da FCM-Unicamp

Introdução: A obesidade está associada ao aumento da expressão e atividade da PTP1B, resistência à insulina e a um processo inflamatório subclínico, caracterizado por aumento de TNF-α o qual tem potencial papel como regulador da massa de tecido adiposo. Tem sido atribuída à PTP1B uma função importante como um fator de resistência à insulina e de regulação da massa corporal. Entretanto, não está estabelecida a relação entre processo inflamatório subclínico e atividade da PTP1B. Objetivo: Avaliar o efeito do tratamento icv com TNF-α em ratos Wistar sobre: 1) expressão e atividade da PTP1B e PTPase; 2) sinalização da insulina. Métodos: A sinalização molecular foi avaliada através das técnicas de imunoprecipitação e immunobloting. Para avaliar a atividade PTP1Be PTPase utlilizamos como substrato o peptídeo pp60c-src C-terminal. Resultados: Após o tratamento icv com TNF-α foi observado um aumento na expressão e atividade da PTP1B e PTPase total, e diminuição nos níveis de fosforilação do IR, IRS-1 e IRS-2. Conclusão: Esses resultados mostram que o TNF-α pode ter uma função importante na regulação das proteínas tirosinas fosfatases (PTPases), PTP1B e conseqüente ação da insulina. Esses dados podem permitir avanços na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na gênese da obesidade. Apoio financeiro: Fapesp.

02.B.09ÁCIDOS GRAxOS a-LINOLÊNICO (W-3) E OLÉICO (W-9) REVERTEM A INfLAMAÇÃO E A INSULINO-RESISTÊNCIA NO hIPOTÁLAMO DE RATOS COM DIABETES INDUZIDO POR DIETA hIPERLIPíDICA

Cintra DE1; Ropelle ER1; Pauli JR1; Milanski M1; Contin Moraes J1; Contarteze R1; Sartori AR1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A obesidade é um estado inflamatório subclínico que culmina com a quebra do fino controle exercido pelo hipotálamo sobre a fome e a termogênese, levando ao aumento da ingestão alimentar. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos dos ácidos graxos w-3 e do w-9 no controle da ingestão alimentar de ratos obesos induzidos por dieta. Material e Métodos: Ratos Wistar machos receberam dieta AIN-93G, modificada para hiperlipídica (35%), durante oito semanas. Após esse período, foram submetidos à cirurgia estereotáxica para a fixação de uma cânula no terceiro ventrículo, no hipotálamo. Separados em grupos, foram tratados via intracerebroventricular (icv.) durante 5 dias com infusão dos ácidos w-3 ou w-9 diretamente no hipotálamo. A mensuração diária de seu consumo alimentar e a técnica de western blotting foram utilizados para avaliar os efeitos dos ácidos w-3 e w-9 sobre a ingestão alimentar e sinalização celular de ratos hiperfágicos. Resultados: Após oito semanas de tratamento com a dieta hiperlipídica, observou-se um aumento da expressão e/ou atividade de algumas proteínas pró-inflama-tórias (iNOS, JNk e NF-κB), esse processo inflamatório foi acompanhado por uma redução da sensibilidade à insulina e leptina no hipotálamo dos animais obesos. Em paralelo, observamos um aumento da expressão da proteína pró-apoptótica BAX. Os tratamentos com w-3 ou w-9 em ratos obesos e hiperfágicos, resultaram em significante redução (p < 0,05) no consumo alimentar. A expressão das proteínas pró-inflamatórias também foi reduzida, juntamente com o aumento da expressão da antiinflamatória, IL-10 (p < 0,05). Ambos os tratamentos com w-3 ou w-9 restabeleceram a sinalização da insulina e da leptina no hipotálamo, através do aumento da fosforilação das proteínas Akt e FOXO, JAk2 e STAT-3, respectivamente, provavelmente pela diminuição da condição inflamatória que prejudicava a transmissão dos sinais de saciedade. Além disso, os tratamentos reduziram a expressão da proteína pró-apoptótica BAX e aumentaram a expressão da proteína antiapoptótica BCL-2, o que conseqüentemente melhorou a sobrevida celular (p < 0,05). Conclusões: Os ácidos w-3 e w-9 restabeleceram a sinalização da insulina e leptina no hipotálamo através da redução do processo inflamatório subclínico e pela redução do programa apoptótico induzidos pela dieta rica em lipí-dios. Esses efeitos intracelulares induzidos pelos ácidos w-3 e w-9 foram responsáveis pela redução da ingestão alimentar em ratos, fortalecendo seus importantes papéis como instrumentos nutricionais, além de abrirem novas frentes de testes para o tratamento central da obesidade e da insulino-resistência. O significado desses resultados amplia as perspectivas nutrigenômicas que buscam formas mais específicas de como ocorrem os orquestramentos moleculares envolvidos com diversas condições. Apoio financeiro: Fapesp, capes e CNPq.

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Pôsteres

2008 S169

02.B.10REGULAÇÃO DA ExPRESSÃO GÊNICA DO GLUT4 INDUZIDA PELO JEJUM E INSULINA EM MúSCULO SÓLEO DE RATOS: PARTICIPAÇÃO DO fATOR TRANSCRICIONAL NUCLEAR fACTOR-KAPPA B (NfκB)

Moraes PA1

1Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: Conhecer os mecanismos envolvidos na expressão do gene do GLUT4 gera a possibilidade de controlá-lo, contribuindo assim para prevenir alterações de sensibilidade à insulina como as que ocorrem na obesidade e no diabetes melito. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi in-vestigar a regulação induzida pelo jejum in vivo e pela insulina in vitro sobre a expressão do GLUT4 no músculo sóleo de ratos, e a possível participação do fator transcricional nuclear factor kappa B (NF-κB) nesta regulação. Métodos: Analisou-se músculo sóleo de ratos Wistar no estado alimentado ou submetidos a jejum de 48 horas. Além disso, músculos sóleos de ratos submetidos ao jejum de 48 horas foram removidos, fixados em suporte inoxidável e incubados por 70, 120 e 180 minutos em 25 ml de solução krebs Henseleit Buffer (kHB) em banho-maria a 37 ºC, com fluxo de 95% de O2 e 5% de CO2 e pH em 7,4, adicionado ou não com 16,7 nM de insulina regular. A expressão do GLUT4 foi avaliada pela análise dos conteúdos de mRNA (northern blotting) e proteína (western blotting). Utilizando-se extrato de proteínas nucleares ve-rificou-se a atividade de ligação do fator transcricional NF-κB ao DNA por Gel Shift (Electroforetic Mobility Shift Assay – EMSA). Resultados: Ratos jejuados por 48 horas apresentaram diminuição (24%, p < 0,05) no mRNA de GLUT4, aumento (51%, p < 0,01) na atividade de ligação do fator transcricional NF-κB ao DNA e diminuição (30%, p < 0,01) no conteúdo protéico total no músculo sóleo quando comparado ao gru-po alimentado. Comparando-se o músculo dos ratos jejuados e jejuados com músculo submetido à incubação por 70 minutos em solução kHB, verificou-se um aumento (38%, p < 0,05) na expressão do mRNA do GLUT4, diminuição (30%, p < 0,01) da atividade de ligação do NF-κB ao DNA e manutenção nos níveis do conteúdo protéico total de GLUT4. A incubação acrescida de insulina (16,7 nM) por 70, 120 e 180 minutos do músculo sóleo de ratos jejuados aumentou o mRNA de GLUT4 em 37% (p < 0,05), 30% (p < 0,05) e 25% (p < 0,05), respectivamente, di-minuiu a atividade de ligação do NF-κB ao DNA em 30% (p < 0,05), 40% (p < 0,001) e 50% (p < 0,001), respectivamente e aumentou o con-teúdo protéico total de GLUT4 em 33% (p < 0,05) 40% (p < 0,05) e 50% (p < 0,001), respectivamente em relação a incubação com solução kHB pura. Discussão: O jejum prolongado (48 horas) proporcionou uma diminuição na expressão do mRNA do GLUT4, possivelmente pelas alterações metabólicas, hormonais e neurais que ele provoca, um aumento na atividade de ligação do NF-κB, possivelmente pelo aumento da concentração plasmática de AGL, e uma diminuição no conteúdo protéico total de GLUT4 no músculo sóleo, condizente com as alterações anteriores. A incubação dos músculos por tempos crescentes induziu aumento progressivo no conteúdo do mRNA do GLUT4, sempre maior na presença de insulina. A incubação com insulina promoveu ainda uma progressiva redução na atividade de ligação do NF-κB, provavelmente por sua ação antiinflamatória e um aumento do conteúdo de proteína possivelmente por meio de via que envolve a ativação da PI3k e posterior-mente da mTOR. Esses resultados indicam que o jejum por 48 horas e a incubação tecidual in vitro com kHB acrescido de insulina regulam a expressão de GLUT4 e que o NF-κB participa dessas modulações. Apoio financeiro: Capes.

02.B.11O fATOR INIBITÓRIO DA MIGRAÇÃO DE MACRÓfAGOS É IMPORTANTE PARA A TOLERÂNCIA ORAL À GLICOSE EM CAMUNDONGOS

Ferreira AVM1; Menezes Z2; Mario EG2; Pereira AS2; Moreira GD2; Botion LM2; Teixeira MM1

1Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG); 2Departamentos de Fisiologia e Biofísica, e Farmacologia do ICB-UFMG

Introdução: O fator inibitório da migração de macrófagos (MIF) é uma citocina importante na regulação do sistema inume inato e adquirido. Estudos recentes têm demonstrado que essa citocina é secretada por diferentes células e tecidos, incluindo as células-β pancreáticas, em que atua regulando a secreção de insulina. Dada a vasta via de atuação e expressão do MIF tanto sobre condições fisiológicas quanto patológicas, o objetivo do presente trabalho foi determinar a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina em camundongos com deleção genética do MIF. Métodos: Camundongos com aproximadamente 15 semanas de idade, com deleção genética do MIF e selvagem, foram colocados em jejum por 12 horas. Após este período, os animais foram submetidos ao teste de tolerância oral à glicose (2g de D-Glicose/kg de peso corporal). A glicemia foi mensu-rada aos 0, 15, 30, 60 minutos utilizando glicosímetro Accue-Check (Roche Diagnostics). O teste de sensibilidade à insulina foi realizado em ca-mundongos alimentados. Os animais receberam injeção intraperitonial de insulina regular (0,75 U insulina/kg de peso corporal) e as amostras de sangue foram retiradas da cauda aos 0, 15, 30, 60 e 90 minutos para aferição da glicemia conforme relatado anteriormente. Os resultados obtidos foram analisados utilizando-se teste t de Student. O nível de significância adotado foi de p < 0,05 e os resultados foram expressos como média ± erro-padrão da média. Resultados: Os camundongos com deleção genética do MIF são menos tolerantes à glicose em relação aos controles, entre-tanto, a sensibilidade à insulina de ambas as linhagens são semelhantes. Discussão: Nossos dados mostram que a menor tolerância à glicose obser-vada nos animais com deleção genética do MIF não se deve a uma menor sensibilidade à ação da insulina. A intolerância à glicose nesses animais pode ser decorrente da menor secreção de insulina induzida pela glicose. Apoio financeiro: CNPQ e Fapemig.

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Pôsteres

2008S170

02.B.12EfEITO IMUNOMODULATÓRIO DO ÁCIDO LINOLÉICO SOBRE A MIGRAÇÃO DE NEUTROfILOS EM RATOS DIABÉTICOS

Rodrigues HG1; Magdalon J1; Vinolo MAR1; Curi R1; Hatanaka E2

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 2Programa de Pós-graduação em Educação Física do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Cruzeiro do Sul

Introdução: Óleos de origem vegetal, ricos em ácido linoléico (AL), são utilizados em ferimentos em países da América Latina. Estes auxiliam no tratamento de lesões cutâneas de difícil cicatrização como as úlceras diabéticas de pressão. Resultados do nosso grupo demonstram que o ácido linoléico tem importante atividade imunomoduladora e pode contribuir de forma significativa em situações onde ocorram alterações em suas concentrações como, por exemplo, no diabetes melito. Indivíduos diabéticos apresentam concentrações séricas reduzidas de AL assim como retardo no processo cicatricial. Este retardo ocorre em parte devido, a disfunções na fase inflamatória do processo de reparo. Objetivo: Avaliar o efeito do AL no processo inflamatório em animais diabéticos através de ensaios de migração, liberação de citocinas e expressão de moléculas de adesão. MÉTODOS: Três dias após a indução do diabetes (estreptozotocina, 65 mg/kg), ratos machos Wistar foram submetidos ao proto-colo de formação de bolsa de ar. A migração espontânea de neutrófilos, induzida pelo AL (100 mM), por fMLP (10 nM) e AL + fMLP foi avaliada no décimo dia. Citocinas foram mensuradas nos exsudatos inflamatórios resultantes da bolsa por Elisa. Adicionalmente a expressão de b2-integrina foi realizada por FACS. As condições mencionadas foram avaliadas nos grupos controle e diabético. Resultados: Neutrófilos pro-venientes de ratos diabéticos apresentaram migração espontânea superior àqueles de ratos controle (30%). Na migração induzida por fMLP, neutrófilos de diabéticos foram menos responsivos (49%) ao estímulo quando comparados aos do grupo controle (tratado com fMLP). O AL age como potente indutor de migração de neutrófilos no grupo controle, porém, reduziu a migração celular nos diabéticos nas situações basal e estimulada por fMLP em 43% e 88%, respectivamente. Não houve alteração nas concentrações de β2-integrina nas condições estudadas. Este efeito imunossupressor do AL em neutrófilos estimulados por fMLP também foi observado na liberação CINC-2α/β, uma quimiocina potente. Enquanto o AL induziu aumento de duas vezes na liberação de CINC-2ab no grupo controle, para o grupo diabético esta elevação foi de apenas 40%. Discussão: No grupo-controle, o acido linoleico atuou como agente pró-inflamatório nas condições basais e antiinflamatório na presença de fMLP. Em ratos diabéticos, na presença ou não do fMLP, o ácido linoléico foi um agente antiinflamatório. Este efeito pode minimizar as ações deletérias da inflamação crônica do diabetes ou contribuir para a hiporresponsividade neutrofílica observada em algumas condições presentes no diabético. Estudos posteriores devem ser efetuados visando a identificar os mecanismos envolvidos. Uma hipótese para este efeito observado é de que a diminuição nas concentrações séricas do ácido linoleico encontradas em pacientes diabéticos pode estar associada com a resposta infla-matória alterada no estado diabético. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq e Capes.

02.B.13INTERLEUCINA-6 NÃO PROTEGE CÉLULA-b PANCREÁTICA DA APOPTOSE POR ESTRESSE DE RETíCULO ENDOPLASMÁTICO INDUZIDO PELO PALMITATO

Nicoletti-Carvalho JE1; Anhe GF1; Gorjão R1; Caperuto LC1; Cipolla-Neto J1; Curi R1; Boschero AC2; Bordin S1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução e objetivos: A avaliação da viabilidade das células-β frente a diferentes estímulos é crucial para o conhecimento dos fatores que cercam a gênese e desenvolvimento do diabetes melito (DM). O DM1 é caracterizado pela destruição das células-β decorrente de um processo inflamatório pancreático onde há aumento da produção de citocinas como IL-1β, TNF-α e INF-γ, que levam à modulação da expressão de genes apoptóticos e de enzimas que aumentam a produção de oxido nítrico e, consequentemente, à morte da célula por apoptose. Em contras-te com o DM1, o desenvolvimento do DM2 está envolvido com obesidade e dislipidemia, e o aumento da concentração de ácidos graxos livres é tido como um dos fatores de instalação do DM2. Palmitato, o ácido graxo mais abundante no soro, é conhecido como um potente indutor de apoptose de células-β. A interleucina-6 (IL-6) é uma citocina produzida por diversos tecidos, inclusive tecido adiposo, que mostrou estar envol-vida na proteção contra a inflamação e manutenção da sobrevida de diversos tipos celulares. Já é conhecido o papel protetor da IL-6 na célula-β contra estímulos pró apoptóticos mediados pelas citocinas inflamatórias do DM1. O objetivo deste trabalho foi avaliar o possível papel protetor da IL-6 em células-β pancreáticas contra a apoptose induzida pelo palmitato. Métodos: Células RINm5F foram tratadas com IL-6 (100 ng/mL) por 24h e depois por mais 12h com palmitato (250 uM). As células foram utilizadas para: 1) verificação da fragmentação de DNA no citô-metro de fluxo; 2) extração de RNA para a realização de RT-PCR convencional e Real Time PCR para avaliação da expressão de Bcl-2, Bcl-x(L), BAX e Bip; 3) análise do splicing alternativo do gene da XBP-1 por digestão do produto de amplificação com a enzima de restrição Pst-1. Re-sultados e discussão: O tratamento com IL-6 aumentou a expressão de Bcl-2 (7 ± 0,3% versus CTL; p < 0,01) e Bcl-x(L) (47 ± 5 % versus CTL; p < 0,01) e diminuiu a expressão de BAX (21 ± 0,3 % versus CTL; p < 0,01) indicando que a citocina ativa mecanismos que levariam à proteção da apoptose induzida por desmantelamento da membrana externa mitocondrial. O palmitato aumentou a fragmentação do DNA (266 ± 33% versus CTL < 0,05); entretanto, a apoptose induzida pelo palmitato não foi revertida pelo tratamento com a IL-6 uma vez que não houve alte-ração da fragmentação de DNA induzida pelo palmitato quando as células foram cultivadas com IL-6. O palmitato induziu o splicing alternativo do mRNA do XBP-1 (161 ± 36% versus CTL; p < 0,05) e aumento da expressão de Bip (67 ± 16% versus CTL < 0,05) o que não foi alterado pelo tratamento com IL-6. Em conjunto, esses dados mostram que, apesar da IL-6 regular genes relacionados à via intrínseca da apoptose, ela não é capaz de inibir a apoptose induzida pelo palmitato. Na medida em que IL-6 não reverte o estresse do retículo endoplasmático desencadea-do pelo palmitato, é provável que este seja o principal mecanismo de morte da célula-β. Apoio Financeiro: Fapesp e CNPq.

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Pôsteres

2008 S171

02.B.14ALTERAÇõES VASCULARES EM RATAS DIABÉTICAS: PAPEL DO ENDOTÉLIO

Sartoretto SM1; Akamine EH2; Tostes RCA1; Carvalho MHC1; Fortes ZB1

1Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do IBC-USP

Introdução: Doenças macro e microvasculares são freqüentemente as principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes com diabetes melito. A perda da função modulatória do endotélio parece ser fator crítico no desenvolvimento de doenças vasculares no diabético. As alterações vasculares em ratos diabéticos estão bem caracterizadas, mas poucos estudos têm sido realizados em ratas. No presente trabalho avaliamos a reativi-dade vascular à noradrenalina (NA), acetilcolina (Ach), vasodilatador dependente do endotélio e nitropussiato de sódio (NPS), vasodilatador inde-pendente do endotélio, e a mobilização de cálcio pela NA. Métodos: Ratas Wistar (180 a 200 g) receberam injeção intravenosa (veia caudal) de aloxana (40 mg/kg) dissolvida em solução salina. Ratas do grupo controle (C) receberam igual volume de solução salina. Trinta dias após a injeção de aloxana foi realizada a caracterização do diabetes (D), avaliando os seguintes parâmetros: ganho de peso, insulinemia e glicemia. O estudo da reatividade vascular foi realizado em anéis de aorta torácica isoladas de ratas diabéticas e controles. As respostas à NA (10-9 – 3 x 10-5M), Ach (10-10 – 10-5M) e SNP (10-10 – 10-5M) foram avaliadas em aortas com e sem endotélio. A mobilização de cálcio (liberação dos estoques intracelulares e influxo) induzida pela NA (10-7M) também foi avaliada, analisando a contração à NA, após a retirada e reposição de cálcio extracelular. Resultados: Ratas diabéticas apresentaram diminuição do ganho de peso (C: 58,5 ± 4,2 g versus D: 17,2 ± 6,2 g, p < 0,05) e insulinemia (C: 1,58 ± 0,24 ng/mL versus D: 0,24 ± 0,05 ng/mL, p < 0,05) e aumento na glicemia (C: 133,0 ± 9,84 mg/dL versus D: 542,3 ± 16,67 mg/dL, p < 0,05) quando comparadas com ratas controles. O relaxamento dependente do endotélio induzido pela Ach foi menor em ratas diabéticas (C: 100,1 ± 1,95% versus D: 90,41 ± 1,85%, p < 0,05), porém o relaxamento independente do endotélio ao NPS foi semelhante em ambos os grupos (C: 101,4 ± 0,50% versus D: 101,1% ± 0,98). Em aortas com endotélio, a contração induzida pela NA foi semelhante em C e D (C: 2,14 ± 0,16 g versus D: 2,07 ± 0,12g). Em aortas sem endotélio isoladas de D, essa resposta foi menor do que aquelas de C (C: 3,34 ± 0,24g versus D: 2,68 ± 0,17g, p < 0,05). A contração induzida pela liberação de cálcio dos estoques intracelulares, na aorta com e sem endotélio, foi reduzida em D (com endotélio – C: 0,52 ± 0,05 g versus D: 0,26 ± 0,03 g; sem endotélio – C: 0,74 ± 0,10g versus D: 0,38 ± 0,04g, p < 0,05). O influxo de cálcio, promovido pela reposição de cálcio no meio extracelular, manteve a diferença na vasoconstrição à NA em aorta com endotélio (C: 1,13 ± 0,09 g versus D: 0,89 ± 0,04g, p < 0,05) e sem endotélio (C: 2,76 ± 0,14g versus D: 1,98 ± 0,12 g, p < 0,05) isoladas de ratas diabéticas. Discussão: A redução do relaxa-mento dependente do endotélio, sem alteração do relaxamento independente do endotélio, indica uma alteração da função endotelial na aorta de ratas diabéticas. O fato de a resposta à NA de aortas com endotélio ser semelhantes em ratas D e C e o músculo liso vascular de D apresentar menor resposta à NA, indicam que o endotélio contribuiu para manter a resposta vasoconstritora à NA, mesmo com diminuição da mobilização e/ou afinidade das proteínas contráteis pelo cálcio. Apoio financeiro: Fapesp/CNPq.

02.B.15OBESIDADE VERSUS RESISTÊNCIA À INSULINA VERSUS INfLAMAÇÃO: IDENTIfICAÇÃO DE DOIS SíTIOS DE LIGAÇÃO DE Nf-κB NA REGIÃO PROMOTORA DO GENE GLUT4

Furuya DT1; Poletto AC1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: A obesidade é um estado de resistência à insulina e ultimamente, vem sendo considerada um estado inflamatório. A proteína GLUT4 é essencial no metabolismo de glicose. Alguns raros estudos sugerem que o gene GLUT4 seja regulado negativamente por NF-κB, porém nunca foi demonstrada a localização de sítios específicos κB na região promotora do GLUT4. O presente estudo teve como objetivos: 1) identificar esses sítios específicos; 2) medir a atividade de ligação de NF-κB a esses sítios específicos em camundongos obesos. Métodos: A par-tir da região 5’ flanqueadora do gene GLUT4 de camundongo, foram investigadas possíveis seqüências de alta homologia com a região κB, a região consenso de ligação do NF-κB. Baseando-se na seqüência dessas regiões identificadas, foram desenhadas duas sondas que foram testadas em tecido adiposo periepididimal de camundongos controles e obesos (induzidos por glutamato monossódico, MSG) por meio do ensaio de mobilidade eletroforética (EMSA). A especificidade da sonda foi determinada pelo ensaio de competição e a identidade da banda, por ensaio de supershift. Resultados: Na região promotora do gene GLUT4 foram encontradas duas seqüências homólogas a região κB, nas regiões -82/-64 e -134/-112. As sondas referentes a essas regiões formam três complexos (A, B e C) com proteínas nucleares do tecido adiposo branco, tanto em animais controles como em obesos. Esses três complexos foram deslocados com a adição das sondas não marcadas, mostrando a especifici-dade da sonda. Ademais, o ensaio de supershift mostrou a existência das subunidades p50 e p65 no tecido adiposo do grupo controle e obeso. As formações dos complexos A e B não sofreram alteração significativa entre os grupos. Por outro lado, o complexo C chama muita atenção, uma vez que no animal obeso em relação ao controle, apresentou um aumento (124%, p < 0,01 e 65%, p < 0,05, versus C, NF-κB -82/-60 e NF-κB -134/-112, respectivamente). Esse dado indica que a atividade de ligação do NF-κB ao promotor do gene GLUT4 está aumentada nos animais obesos. Conclusões: Esse estudo, pela primeira vez, identificou duas regiões κB específicas para a região promotora do GLUT4. Animais obesos apresentam aumento de ligação de NF-κB na região promotora do GLUT4, contribuindo para a diminuição da expressão deste e aumen-to da resistência à insulina. Dessa maneira, NF-κB é um importante elo de ligação entre obesidade, inflamação e resistência à insulina. Apoio financeiro: Fapesp 02/07384-4 e 07/56091-3.

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Pôsteres

2008S172

02.B.16UCP-2 PROTECTS hyPOThALAMIC CELLS fROM TNf-INDUCED DAMAGE

Degasperi GR1; Romanatto T2; Araujo EP1; Denis RGP1; Contin Moraes J1; Inada NM4; Vercesi AE4; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Médica da FCM-Unicamp; 3FCM-Unicamp; 4Departamento de Patologia Clínica da FCM-Unicamp

Introduction: UCP-2 is highly expressed in the hypothalamus, however little is known about the functions it exerts in this part of the brain. In the present study we tested the hypothesis that UCP-2 can act as an endogenous protective factor against pro-inflammatory induced damage in the central nervous system of rats. Methods: Hypothalamic mitochondria of Wistar male rats were isolated by differential centrifugation. The quality of the mitochondria preparation was evaluated by the determination of in vitro respiratory control. Samples containing 80 μg of total or mitochon-drial protein extracts were separated by SDS-PAGE, transferred to nitrocellulose membranes, and blotted with specific antibodies. The protein concentration of the supernatants was determined by the Bradford dye binding method. Detection of apoptotic cells was performed by a terminal deoxynucleotidyl-transferase-mediated dUTP nick end-labeling (TUNEL) assay which identify double-stranded DNA fragmentation. Results: In Wistar rats icv injection of TNF-α induced an increase of UCP-2 expression from mitochondria of hypothalamic cells which was accompanied by increased expression of markers of oxidative stress and pro-apoptotic proteins. Oxidative stress was assessed as a function of increases in antioxidant enzymes expression. Catalase, gluthathione peroxidase and catalase showed higher expression when compared to those from controls. The expres-sion of the anti-apoptotic protein Bad in the mitochondria of hypothalamic cells was about 3-fold higher. The increase in Bad expression was ac-companied by positive hypothalamic cells to TUNEL, indicating apoptotic cell death. However, the levels of antiapoptotic protein Bcl-2 decreased under these conditions. The inhibition of UCP-2 expression by an antisense oligonucleotide activates JNk pathway and enhanced the damaging effects of TNF-α. Conversely, increasing the hypothalamic expression of UCP-2 by cold exposure reverted most of the effects of the cytokine. Thus, UCP-2 acts as a protective factor against cellular damage induced by an inflammatory factor, in the hypothalamus. Discussion: Our results show that inhibiting UCP-2 expression increases TNF-α-induced expression of markers of ROS accumulation and apoptosis, while increasing UCP-2 expression by cold exposure restrains the damage caused by the cytokine. Supported by Fapesp.

02.C.01ExPRESSÃO DE PROTEíNAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO APOPTÓTICO DE LINfÓCITOS DE PACIENTES DIABÉTICOS

Rosa MC1; Silva DO1; Castro VFD1; Otton R1

1Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul)

Introdução: A apoptose é uma forma fisiológica de morte celular que atua em concerto com a mitose para determinar o número de células de um indivíduo adulto. Distúrbios na regulação deste processo podem levar ao desenvolvimento de diversas patologias, dentre elas o diabetes. Está bem documentado na literatura que pacientes diabéticos apresentam uma redução na resposta imune, que recentemente foi associada ao aumento plas-mático de ácidos graxos livres. De fato, estudos realizados pelo nosso grupo demonstraram que ácidos graxos induzem a apoptose de linfócitos humanos in vitro. Dados recentes também demonstraram um aumento de apoptose em linfócitos de pacientes diabéticos. Com base nestes achados, o objetivo deste trabalho foi avaliar o envolvimento das proteínas pró (Bad e Bax) e antiapoptóticas (Bcl-2 e 14 3 3) no processo de morte de lin-fócitos de pacientes diabéticos. As mesmas avaliações foram realizadas em linfócitos de indivíduos saudáveis cultivados “in vitro” com ácidos graxos. Métodos: Linfócitos foram obtidos do sangue periférico humano de indivíduos saudáveis (controle n = 23) e pacientes diabéticos (n = 21). Os tratamentos in vitro foram realizados em linfócitos cultivados em meio RPMI 1640 na ausência (controle) ou presença de uma mistura de ácidos graxos nas concentrações de 0,2 e 0,4 mM. A avaliação da expressão das proteínas foi realizada pela técnica de western blotting utilizando anticorpos primários contra bax, bad, bcl-e e 14 3 3. Os sítios sem proteínas das membranas foram bloqueados com proteínas de leite desnatado 5%. Os anti-corpos específicos foram diluídos previamente e utilizados para a incubação das membranas. As proteínas foram sondadas com anticorpo secundário conjugado com HRP e as membranas foram reveladas utilizando-se sistema quimioluminescente. Resultados e discussão: Os resultados obtidos em linfócitos humanos tratados in vitro com ácidos graxos não demonstraram diferença significativa na expressão das proteínas bad, bcl-2 e 14 3 3 quando comparado ao grupo controle. Apenas a expressão da proteína pró-apoptótica bax foi aumentada após tratamento in vitro com ácidos graxos. Aumento similar foi observado com a avaliação da proteína bax em linfócitos de pacientes diabéticos comparado ao grupo controle. Verifi-camos que houve uma diminuição de aproximadamente 22% e 16% na expressão das proteínas antiapoptóticas 14 3 3 e bcl-2, respectivamente em linfócitos de pacientes diabéticos em relação ao grupo controle. Não houve alteração significativa na expressão da proteína pró-apoptótica bad. Estes resultados são indicativos de que há uma redução na quantidade de proteínas antiapoptóticas e um aumento na expressão da proteína pró-apoptótica bax em linfócitos tratados in vitro com ácidos graxos e em linfócitos de pacientes diabéticos. Este pode ser um dos mecanismos pelos quais há maior apoptose em linfócitos. Apoio financeiro: Fapesp (03/12083-6) Unicsul.

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Pôsteres

2008 S173

02.C.02ANALySIS Of IL-17A GENE IN PATIENTS WITh TyPE 1 DIABETES MELLITUS IN BRAZIL

Fores JP1; Santos AS2; Pinto EM1; Fukui RT2; Davini E2; Rocha DM1; Silva MER2

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Laboratório de Investigação Médica de Carboidratos e Radioimunoensaios (LIM 18) do Hospital das Clínicas da FMUSP

Introduction: Type 1A Diabetes (T1D) is an autoimmune disease resulting from the selective destruction of pancreatic beta cells due to inte-raction of environmental and genetical factors. CD4+ effector T cells, implicated in the autoimmune attack, have been categorized into 2 distinct subsets- Th1 and Th2. A new subset of T cells that produces interleukin 17 (IL-17A) that is highly proinflammatory and induces severe autoim-munity was recently identified. Increased expression of IL-17 has been detected in sera and target tissues of patients with various autoimmune diseases. There is no study of IL-17A in TID patients. Objective: In order to investigate the contribution of the IL-17 human gene to suscep-tibility to type 1 diabetes, the IL-17 gene was sequenced to identify sequence variants. Patients and Methods: Thirty three Brazilian TID pa-tients (aged 15.3 ± 9.2 years, 20M/13F) ketosis-prone, who lacked endogenous insulin secretion and were treated with 2 or more injections of insulin per day were analyzed and results compared to databases. Genomic DNA was extracted from peripheral leukocytes and subjected to PCR amplification for all coding region (3 exons) and boundaries of IL-17A gene (ENSG00000112115). Direct sequencing of PCR-amplified pro-ducts was performed using an ABI 3100 capillary sequencer. Results: No mutation was observed in coding regions of IL-17A gene in all cases. There were no polymorphisms in exon 1 and 2. The polymorphisms observed in this casuistry, being 6 intronics (five flanking exon 1 and 1 flanking exon 3) and 8 in exon 3 were the same described in database. Conclusion: The analysis of IL-17A gene in Brazilian patients with T1D demonstrated no mutations as well new polymorphisms when compared to databases, suggesting the high preservation of this gene related to inflammation. However, we need amplify the casuistry for better conclusions.

02.C.03-308G/A TNf-α PROMOTER VARIANT DECREASES fOREARM BLOOD fLOW RESPONSES TO hANDGRIP BUT DOES NOT INCREASE hOMA-IR IN OBESE ChILDREN

Shiraiwa RK1; Silva A1; Guazzelli ICM1; Frazzatto E1; Prado DML1; Nicolau CYM1; Deram SM1; Ribeiro MM1; Rodrigues MDB1; Trombetta IC2; Correa-Giannel-la MLC1; Negrao CE2; Halpern A1; Villares SMF1

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (InCor-HC-FMUSP)

Background: Muscle vasodilatation during physiologic maneuvers would vary among humans who are polymorphic at TNF-α. -308G/A pro-moter region single nucleotide polymorphism (SNP). The A variant at the -308G/A TNFα site increases protein transcription, which would induce an impairment of endothelium-dependent vasodilatation beds through 2 mechanisms: decreasing release of nitric oxide and increasing oxidative stress. Purpose: We hypothesized that muscle vasodilatation during exercise would vary among obese children who are polymorphic at the TNF-α. -308G/A site. Methods: We studied the forearm vasodilatation during exercise in obese children with polymorphic -308G/A TNFα site. 106 obese children (10,3 ± 1,1years, BMI = 30,2 ± 4,4kg/m2, BMI Standard Deviation Score (SDS-BMI) = 2,35 ± 0,28, HOMA-IR = 4,01 ± 2,53), were divided into 2 groups according to their genotype: GG (10,3 ± 1,1years, BMI = 30,2 ± 4,3kg/m2, SDS-BMI = 2,34 ± 0,28, HOMA-IR = 4,05 ± 2,48, n = 82), and GA+AA (10,2 ± 1,2years, BMI = 30,4 ± 4,2kg/m2, SDS-BMI = 2,31 ± 0,31, HOMA-IR = 4,03 ± 2,85, n = 24). Heart rate (ECG), blood pressure (no invasively on beat to beat basis) and forearm blood flow (venous occlusion plethysmo-graphy) were recorded during 3 min of handgrip isometric exercise (30% maximal voluntary contraction). Results: G and A allele frequencies observed were 87% and 13%, at Hardy-Weinberg equilibrium. The groups were age, BMI, SDS-BMI and HOMA-IR matched. Baseline hemo-dynamic and vascular measurements were similar between groups. During exercise, heart rate and mean blood pressure levels were also similar. However, during exercise, peak forearm vascular conductance (FVC) was significantly higher in obese children whose genotype was GG than those who were GA or AA at -308G/A SNP site (3.59 ± 0.11 vs. 3.09 ± 0.31 units, P = 0.02). Conclusion: We showed that decreased muscle vasodilatory responses to exercise in humans carriers of TNFα -308G/A are already expressed at obesity childhood. In spite of that, the presen-ce of polymorphic site did not lead to higher degree of obesity (SDS-BMI) and to a more severe insulin resistance (HOMA-IR). Results found support our hypothesis that the studied SNP would affect muscle vasodilatation during exercise. Acknowledgements. To The State of São Pau-lo Research Foundation (Fapesp) for the financial support (nº 07-56102-5).

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Pôsteres

2008S174

02.C.04NíVEIS DE INTERLEUCINA-6 E INTERLEUCINA-1b EM INDIVíDUOS DE RISCO PARA DIABETES TIPO2

Mendes AL1; Santos ML1; Pimenta WP1

1Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP)

Introdução: O diabetes tipo 2 (DM2) é uma síndrome heterogênea causada por deficiência de secreção e/ou resistência à insulina em graus variados. Estudos sugerem que a ativação subclínica do sistema imune esteja envolvida na patogênese do DM2, demonstrando um padrão espe-cifico das citocinas associado com o aumento do risco de DM2. Objetivo: Avaliar níveis de interleucina-6 (IL-6) e interleucina-1b (IL-1b) em indivíduos com parentes, em primeiro grau, de portadores de DM2. Indivíduos e métodos: Vinte voluntários com história familiar positiva para DM2 (HF+) e 18 voluntários com historia familiar negativa para DMT2 (HF-) não-obesos e normotolerantes, foram submetidos a coleta de sangue para dosagem das IL-6 e IL-1b. Dados expressos em média ± desvio-padrão e mediana ± semi-amplitude interquartílica; teste t de Stu-dent e teste de Mann Whitney. Resultados: Os pacientes apresentavam idade de 43 ± 8 (HF+) e 42 ± 5 anos (HF-); índice de massa corpórea 25,9 ± 2,3 (HF+) e 25,7 ± 2,3 (HF-) kg/m2; glicose plasmática de jejum 87 ± 7(HF+) e 88 ± 8 (HF-) mg/dL e glicose plasmática aos 120 mi-nutos: 108 ± 21(HF+) e 97 ± 18(HF-) mg/dL; IL-6: 4,03 ± 8,55 (HF+) e 4,78 ± 11,23 (HF-) pg/mL; p > 0,05 IL-1b: 2,52 ± 2,43 (HF+) e 1,80 ± 1,488 (HF-) ng/mL p > 0,05. Discussão: Esta avaliação não mostrou a elevação dos níveis das interleucinas (IL-6 e IL-1b) em indiví-duos de risco para o DM2, quando estes estão normotolerantes. Questiona-se se estes fatores inflamatórios são fatores precipitantes ou estão presentes como conseqüência de um processo de lesão crônica das células-β.

02.C.05SINERGISMO DA COMBINAÇÃO SINVASTATINA E EZETIMIBA SOBRE O PERfIL LIPíDICO E A PROTEíNA C REATIVA

Kater ALA1; Siqueira AFA1; Batista MC2; Ferreira SRG3

1Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Disciplina de Nefrologia da Unifesp; 3Departamento de Medicina Preventiva da Fa-culdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (FMUSP)

Os benefícios das estatinas sobre o perfil lipídico estão bem estabelecidos. O acréscimo da ezetimiba a essas medicações promove melhora adi-cional nos lípides, possivelmente contribuindo para diminuição do processo aterosclerótico. Os efeitos pleiotrópicos das estatinas auxiliam na estabilização da placa aterosclerótica, sendo que a associação da ezetimiba às estatinas parece diminuir sinergicamente marcadores inflamatórios como a proteína C reativa (PCR). O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da monoterapia e/ou combinação de sinvastatina e ezetimiba sobre o perfil lipídico e marcadores inflamatórios. Cinqüenta pacientes com excesso de peso e pré-diabetes foram aleatoriamente divididos em dois grupos para início com sinvastatina ou ezetimiba. A monoterapia foi mantida por 12 semanas e as drogas foram combinadas em ambos os grupos por mais 12 semanas. Antropometria, parâmetros bioquímicos e marcadores inflamatórios foram avaliados nos períodos basal, 12 e 24 semanas. A análise estatística empregou teste t de Student, análise de variância de medidas repetidas e correlação de Pearson.

Grupo ezetimiba Basal Fim monoterapia Fim Combinação p

Colest. total (mg/dl) 237,4 ± 8,8 197,0 ± 7,2 147,8 ± 6,4 < 0,001

LDL-c (mg/dl) 145,9 ± 8,2 112,5 ± 6,4 66,6 ± 4,8 < 0,001

Triglicérides (mg/dl) 176,8 ± 17,4 145,4 ± 15,9 121,4 ± 11,3 < 0,001

Apo-B (mg/dl) 115,6 ± 5,0 93,3 ± 4,6 66,9 ± 3,7 < 0,001

PCR us (mg/dl 0,57 ± 0,12 0,46 ± 0,09 0,44 ± 0,14 0,452

Grupo sinvastatina Basal Fim monoterapia Fim combinação p

Colest. total (mg/dl) 214,4 ± 7,9 168,1 ± 8,3 139,5 ± 7,0 < 0,001

LDL-c (mg/dl) 129,4 ± 7,4 84,8 ± 7,0 62,4 ± 5,5 < 0,001

Triglicérides (mg/dl) 160,0 ± 13,1 150,5 ± 17,3 112,6 ± 9,7 < 0,001

Apo-B (mg/dl) 103,8 ± 4,8 77,9 ± 4,5 63,3 ± 4,0 < 0,001

PCR us (mg/dl 0,59 ± 0,14 0,48 ± 0,12 0,35 ± 0,12 0,023

Foram observadas quedas significativas (p < 0,05) nos níveis de colesterol total, LDL e apolipoproteína B em ambos os grupos, com monotera-pia ou combinação, sendo que a sinvastatina foi mais efetiva que a ezetimiba, quando avaliadas isoladamente. Houve melhora significativa nos níveis de triglicérides com a combinação das drogas, queda esta não observada com as monoterapias. Melhora estatisticamente significante da PCR foi observada com a combinação das medicações, apenas no grupo que iniciou tratamento com sinvastatina. Não houve influência do tra-tamento sobre os níveis de TNF-α e interleucina-6 em nenhum dos grupos estudados. Foram detectadas correlações significantes entre os marcadores inflamatórios (contagem de leucócitos, PCR, IL6 e TNF-α). Confirmamos o sinergismo da dupla inibição da síntese do colesterol e nossos dados sugerem possível benefício complementar da sinvastatina (mas não da ezetimiba) decorrente da atenuação do estado pró-infla-matório. Apoio financeiro: Fapesp.

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Pôsteres

2008 S175

02.C.06hIPOGLICEMIA APÓS INíCIO DE TERAPIA COM ANTI-TNf (ETANERCEPTE) EM PACIENTE COM PSORíASE PUSTULOSA GENERALIZADA E DIABETES MELITO TIPO 2

Wambier CG1; Foss-Freitas MC1; Paschoal RS1; Tomazini MV1; Tiraboschi Foss N1; Foss MC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

Introdução: Etanercepte é medicação biológica utilizada no tratamento de pacientes com psoríase, artrite reumatóide, espondilite anquilosante e do-ença de Crohn. Consiste de uma proteína dimérica recombinante obtida a partir da fusão de receptores solúveis (p75) humanos naturais do TNF e da fração constante (Fc) de uma imunoglobulina IgG1 humana incluindo suas regiões CH2 e CH3. Atua através de ligação reversível e competitiva às porções livres e ligadas à membrana dos fatores de necrose tumoral (TNF) α e β. Tem meia-vida de aproximadamente 4,3 dias. É sabido que o TNF-α interfere no metabolismo glicêmico através da inibição de receptores insulínicos. Relato de caso: Paciente de sexo feminino, 51 anos, com diagnóstico de psoríase vulgar há 30 anos e diabetes melito tipo 2 há cinco anos. Internada por psoríase pustulosa generalizada, sendo indicado tratamento com etanercepte devido à gravidade clínica e contra-indicações a outras medicações para o tratamento sistêmico da psoríase (obesidade mórbida IMC = 41, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e esteatose hepática não alcoólica).Apresentava mau controle glicêmico crônico [hemoglobina glicosilada (HbA1c) = 11,3%, mantido durante internação, mesmo com dieta específica e uso de insulina intermediária (50 UI às 8 horas), necessitando de corre-ções freqüentes com insulina de ação rápida.Foi administrado 50mg de etanercepte por via subcutânea no 33º e 36º dia de internação. Evoluiu com glicosimetria capilar (GC) de 27 mg% após 7 horas da primeira dose. No dia seguinte, após dose usual de insulina, apresentou hipoglicemia mais ex-pressiva, com GC indetectável associada a convulsões. Desde então, a insulinoterapia foi suspensa e a curva glicêmica normalizou-se até a alta hospitalar, no 47º dia de internação. Paciente apresentava boas condições clínicas e melhora completa do quadro cutâneo. Na evolução, reinternou após 20 dias do uso do etanercepte, com quadro de sepses e ativação das lesões cutâneas. Foi a óbito após três dias por choque séptico devido a pielonefrite e reci-diva da psoríase pustulosa generalizada. Discussão: TNF-α é um mediador que possui papel importante na patogenia de algumas doenças inflamatórias crônicas, como a psoríase. Apresenta interferência no metabolismo glicêmico através da inibição de receptores insulínicos. A resistência insulínica me-diada por esse fator é demonstrada por estudos que indicam níveis plasmáticos elevados em modelos animais obesos. Foi relatada hipoglicemia após o início do tratamento de um paciente diabético tipo 2 em uso de insulina de ação intermediária com etanercepte indicado para tratamento de artrite reumatóide2, sendo a primeira descrição da literatura que sinaliza para a possibilidade de os anti-TNFs (como o etanercepte) atuarem na resistência insulínica em humanos, o que explica hipoglicemia em pacientes diabéticos em uso de insulina. Logo, este é o segundo relato mundial e o primeiro em nosso país. Sua importância imediata é alertar os profissionais médicos envolvidos no uso crescente destes agentes biológicos sobre a possibilidade de hipoglicemia em pacientes diabéticos em uso de insulinoterapia. Apoio financeiro: Faepa.

03.B.01REGULAÇÃO DO GLUT2 PELO PPAR-γ EM fíGADO DE ANIMAIS DIABÉTICOS

Silva AD1; Freitas HS2; Okamoto MM1; Silva RS1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2Instituto de Ciências Biomédicas da Univer-sidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: Para manter normal o nível de glicose circulante, é essencial a produção hepática de glicose. Nestas situações o transportador de glicose GLUT2 exerce fundamental papel, uma vez que é o responsável no fígado pelo influxo da glicose no período pós-prandial e pelo efluxo deste substrato no período pós-absortivo e no jejum. A NASH, esteatose hepática não alcoólica, tem sido associada com diabetes melito tipo 2 e intolerância a glicose, com ou sem participação de obesidade, sendo que o DM2, hiperglicemia e intolerância a glicose foram descritos em 20 a 75% dos pacientes com NASH. Na NASH, espera-se que ocorra um aumento na expressão do GLUT2 hepático. Assim, é possível que o GLUT2 esteja direta ou indiretamente envolvido nas alterações hepáticas vinculadas as flutuações de concentração da glicose. A partir destes dados, verificamos a importância de se estudar melhor a expressão do GLUT2 no fígado e sua regulação em modelo diabético e diabéticos sub-metidos a tratamento com insulina. Um elemento responsivo ao PPAR foi identificado e caracterizado na região promotora do GLUT2 de ratos, assim tornou-se importante também conhecermos o papel deste fator transcricional sobre a expressão do GLUT2 em fígado de animais diabé-ticos e diabéticos tratados. Métodos: Foram estudados ratos Wistar de 3 meses de idade, divididos em grupo não diabéticos (C), diabéticos (D), diabéticos tratados com salina (DS) ou insulina (DI - 1, quatro e seis dias de tratamento com 6U de insulina NPH diárias). O diabetes foi indu-zido por administração de dose única de aloxana (38 mg/kg). Para a avaliação do mRNA do GLUT2 e do PPAR-γ, foi realizado RT-PCR. Resultados: Os ratos diabéticos apresentaram hiperglicemia, poliúria, glicosúria sem cetonúria, aumento no conteúdo de mRNA de GLUT2 (p = 0,0002) e aumento no conteúdo de mRNA de PPAR-γ (p = 0,0001). O tratamento com insulina reduziu o valor médio das glicemias a 187, 169, 145 e 99 mg/dL, respectivamente, em DS, DI-1, quatro e seis dias de tratamento com insulina. O peso dos ratos aumentou progressiva-mente: 276, 282, 291 e 342 g, respectivamente, nos grupos DS, DI-1, DI-4 e DI-6d. O conteúdo de mRNA de GLUT2 hepático diminuiu significativamente após quatro e seis dias de tratamento com insulina (p < 0,05) quando comparado a DS, assim como o conteúdo de mRNA de PPAR-γ; que diminuiu significativamente após 4 e 6 dias de tratamento quando comparado a DS (p < 0,01 e p < 0,001) e a DI-1 dia (p < 0,05). Discussão: Nos resultados obtidos, vimos que o diabetes aumentou significativamente o conteúdo dos mRNAs de GLUT2 e de PPAR-γ em fígado. No tratamento com insulina, verificamos alterações significativas no conteúdo dos mRNA de GLUT2 e de PPAR-γ entre os diferen-tes grupos estudados, o que nos mostra a insulina como um importante regulador crônico destes genes. Além disto, em relação ao PPAR-γ, fica evidente que a regulação da expressão do gene do GLUT2 em ratos diabéticos tratados ou não com insulina varia paralelamente com a regulação do PPAR-γ, o que sugere um importante papel para este fator transcricional na regulação do GLUT2 em fígado. Apoio financeiro: Fapesp 07/50956-2; 05/60588-5; 06/60101-1; 06/60833-2.

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Pôsteres

2008S176

03.B.02EffECT Of GLyCOSILATED fLAVONOIDS ON ThE GLyCOGEN CONTENTS fROM MUSCLE AND LIVER Of hyPERGLyCEMIC RATS

Cazarolli LH1; Folador P1; Moresco HH2; Brighente IMC2; Pizzolatti MG2; Silva FRMB1

1 Disciplina de Bioquímica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); 2Disciplina de Química da UFSC

Introduction: Averrhoa carambola, also known as “carambola”, is used in popular medicine as a diuretic agent and in eczemas treatment. It has been described to “carambola” an antidiabetic effect in rats. The aim of the work was to study the effect of two flavonoids, apigenin-6-C-fuco-pyranoside and apigenin-6-C-fucopyranosyl-(2’’→1’’’)-rhamnopyranoside isolated from Averrhoa carambola leaves on glycogen content in muscle and liver from hyperglycemic rats. Methods: The flavonoids (50 mg/kg), apigenin-6-C-fucopyranoside and apigenin-6-C-fucopyranosyl-(2’’→1’’’)-rhamnopyranoside isolated from Averrhoa carambola leaves, glucose (4 g/kg) were administrated by oral or insulin (0.5 UI) by i.p. via in normal and hyperglycemic adult rats. Body weight, muscle and liver were determined to each group. The muscle and liver glycogen was measured by iodine method 3 h after treatment and results were expressed as mg of glycogen/g of tissue. Results and Discussion: Muscle and liver glycogen contents from normal rats were significantly increased in hyperglycemic and hyperglycemic plus insulin group after 3h of treat-ment. A single dose of apigenin-6-C-fucopyranoside or apigenin-6-C-fucopyranosyl-(2’’→1’’’)-rhamnopyranoside was able to increase the glycogen content of muscle and liver when compared to controls (fed and/or fasted normal rats). This study demonstrated that the stimulatory effect of CA 4-7 on the glycogen storage in soleus muscle as well as in liver was greater than that of CA 13-15 at the same dosage. Such effect of CA 4-7 was quite similar to that of insulin in muscle.The increase in glycogen content in both liver and muscle induced by these flavonoids suggests that the insulinomimetic activity may be due to stimulation of insulin release from b-cells or to peripheral glucose uptake, glycogen synthesis or a combination of both. Apoio financeiro: Capes; CNPq.

03.B.03AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO PGC-1α NO CONTROLE DA TRANSCRIÇÃO DO GENE DA INTERLEUCINA-10 (IL-10) EM hEPATÓCITOS DE RATOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO COM ÁCIDOS GRAxOS

Morarij J1; Torsoni AS1; Solon C1; Roman EA1; Romanatto T1; Degasperi GR1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: Insuficiência hepática causada por cirrose decorrente da progressão da esteatohepatite não-alcoólica é, na atualidade, uma das principais causas de insuficiência hepática. A ingestão de dietas ricas em lípides é uma das principais causas de esteatohepatite não-alcoólica. Acredita-se que, dentre os fatores que desempenham papel protetor na progressão para a esteatohepatite e, por conseguinte, para a cirrose, en-contra-se o equilíbrio entre a expressão de citocinas pró e antiinflamatórias no fígado. Níveis elevados da citocina antiinflamatória IL-10 no fí-gado reduzem a resistência hepática à insulina e diminuem o risco de desenvolvimento de esteatohepatite. Em estudo recente realizado por nosso grupo observou-se que a inibição parcial da expressão do co-ativador de transcrição gênica PGC-1α reverte a esteatose hepática induzida por dieta. Tal reversão é acompanhada pela modulação da expressão de uma série de proteínas envolvidas com o armazenamento de lípides e com a gliconeogênese no fígado, e pelo aumento da expressão local de IL-10 e de seu receptor IL-10R. Estudos pregressos revelam que fatores de transcrição possivelmente envolvidos no controle do gene da citocina IL-10 sejam a proteína p50 e c-Maf. A primeira pertence à família de fatores de transcrição kF-kB enquanto a segunda é um proto-oncogene que se liga ao promotor do gene da IL-10. Métodos: Culturas primárias de hepatócitos foram divididas em 4 grupos, tratados da seguinte forma: grupo 1 com uma mistura de ácidos graxos saturados, grupo 2 com ácido graxo insaturado, grupo 3 com o veículo de diluição dos ácidos graxos grupo 4 não foi tratado, sendo então o controle do experimento. Essa cultura foi incubada por 16 horas em estufa de CO2 5%, 37 °C. Após este período foi extraído o RNA das células, produzido cDNA, sendo este submetido ao Real Time PCR para análise da expressão dos seguintes genes: IL-10, IL-6 e PGC-1α. Além de experimentos com real time PCR, realizou-se ainda imunoprecipitação de PGC-1α com anticorpo específico, seguido de blot com c-Maf e NF-κBp50, além de imunopreci-pitação de c-Maf e NFκBp50, seguido de blot com PGC-1α a fim de verificar se há algum tipo de associação do co-fator PGC-1α com os possí-veis fatores de transcrição da IL-10. Resultados e discussão: Através do real time PCR, observamos que há um aumento da expressão de IL-10 nos grupos tratados com ácido graxo saturado e insaturado em comparação com os grupos tratados com o veículo e grupo controles (p < 0,0001). Não observamos diferença significativa na expressão de IL-6 em nenhum dos grupos. Com relação ao aumento da expressão de PGC-1α, não observamos aumento significativo de sua expressão gênica em nenhum dos tratamentos. Através de imunoprecipitação observamos que há associação entre PGC-1α e os fatores de transcrição c-Maf e NFκBp50. Conclusão: Há aumento da expressão de IL-10 pelo tratamento com ambos os ácidos graxos. O co-fator de transcrição PGC-1α interage com fatores de transcrição possivelmente envolvidos com o controle trascri-cional da IL-10. Apoio financeiro: Fapesp.

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Pôsteres

2008 S177

03.B.04INTERLEUCINA 10 É UM fATOR PROTETOR CONTRA A RESISTÊNCIA À INSULINA NO fíGADO, INDUZIDA POR DIETA hIPERLIPíDICA

Cintra DE1; Pauli JR1; Contin Moraes J1; Araujo EP1; Milanski M1; Gambero A2; de Souza CT1; Morarij J1; Saad MJA1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Unidade Integrada de Farmacologia e Gastroenterologia da Universidade São Francisco (USF-UNIFAG)

Introdução: A citocina antiinflamatória, interleucina 10 (IL-10), é conhecida por exercer atividade preventiva contra o dano hepático causado por viroses, álcool, reações auto-imunes entre outros. Recentemente, um papel protetor tem sido proposto a IL-10 na disfunção hepática indu-zida por dieta. Entretanto, estudos sobre mecanismos envolvendo-a em tais processos são controversos. Objetivo: Neste trabalho, avaliamos o papel da IL-10 endógena no desenvolvimento da insulino-resistência hepática à glicose, associada com a doença hepática induzida por dieta hiperlipídica. Material e Métodos: Camundongos Swiss tratados por oito semanas com uma dieta hiperlipídica (35% lipídios) tornaram-se dia-béticos e desenvolveram esteatohepatite não alcoólica, a qual é caracterizada pelo aumento hepático da deposição de gordura e infiltração no órgão de macrófagos em atividade, expressando F4/80. Isso é acompanhado pelo aumento da expressão hepática de TNF-1, IL-1b, IL-6 e IL-10, as quais prejudicam a transdução do sinal da insulina, através das vias de sinalização mediadas pelo receptor de insulina/IRS-1/2/PI3ki-nase/Akt/FOXO1. Resultados: A inibição endógena da IL-10 através de dois métodos distintos, sendo um a neutralização da proteína com a infusão do próprio anticorpo anti-IL-10, e o outro método pela administração de um oligonucleotídeo anti-sense, aumentaram a expressão das citocinas pró-inflamatórias e a infiltração de macrófagos. Isso foi acompanhado por significante prejuízo na transdução do sinal da insulina, pela diminuição na expressão e atividade do receptor de insulina/IRS1/2/PI3kinase/Akt/FOXO1, além da estimulação hepática da sinalização de proteínas envolvidas na gliconeogênese e lipogênese. Conclusões: A ausência da IL-10 endógena demonstrou ser preponderante na evolução da doença hepática, aumentando a resistência local à insulina e exacerbando o estado inflamatório no modelo animal de indução de doença gordurosa hepática através de dieta. A sinalização da insulina foi prejudicada e houve a ativação das vias gliconeogênicas e lipidogênicas. Sendo assim, a IL-10 é apontada como importante alvo de investigações terapêuticas tanto no tratamento dos distúrbios hepáticos, quanto no diabetes melito tipo 2. Apoio financeiro: Fapesp.

03.B.05MODULAÇÃO DA SINALIZAÇÃO DE INSULINA EM fíGADO DE RATOS SUPLEMENTADOS COM LEUCINA DEPOIS DE RESTRIÇÃO PROTÉICA

Silva PMR1; Filiputti E1; Rezende LF1; Amaral AG1; Batista TM1; Silva KE1; Boschero AC1; Carneiro EM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução: A insulina coordena a homeostase da glicose nos tecidos periféricos, controlando a sua própria produção e secreção pelas células-β pancreáticas. É sabido que a desnutrição protéica reduz a secreção de insulina, porém aumenta a sensibilidade periférica a este hormônio. Ami-noácidos, como a leucina (L), aumentam a eficiência da sinalização de insulina. A glutamato desidrogenase (GDH), responsável pela catalisação do glutamato em alfa-cetoglutarato na matriz mitocondrial, é modulada via alostérica pela L. Essa enzima é expressa em altos níveis no fígado, cérebro e pâncreas. No fígado, é importante no metabolismo, atuando como um sensor da razão ADP/ATP. Objetivos: Avaliar a sensibilidade à insulina, a fosforilação em tirosina do IR/IRS-1 e a expressão gênica da GDH em fígado em animais submetidos a um período de desnutrição protéica e após suplementação com L. Métodos: Foi realizado teste intraperitoneal (IP) de tolerância à insulina, com injeção IP de insulina (2 U/kg) em ratos controle (NP), desnutridos (LP) e suplementados com 1,5% de L (NPL e LPL). O sangue foi coletado ao tempo 0, 15, 30, 60 e 90 min, e a constante de decaimento de glicose (kITT) foi calculada a partir da inclinação das curvas das concentrações da glicose plasmática. Fragmentos de fígado dos animais foram coletados e homogenizados com tampão de extração de proteína e trizol para realização de western blotting, fosforilação em tirosina do IR/IRS-1 e RT-PCR para GDH, respectivamente. Para determinação da fosforilação em tirosina do IR/IRS-1, o fragmento do fígado foi retirado sem o estímulo e 30 s após a injeção de insulina. Resultados: O kITT indicou maior sensibilidade à insulina em LP e LPL (n = 8, p < 0,05). A fosforilação basal do IR, na ausência de insulina, aumentou em NPL (1,6 vezes) e em LPL (3,5 vezes) comparados, respectivamente, com NP e LP. Após a injeção de insulina, houve aumento na fosforilação em LP (1,16 vezes) e em LPL (1,17 vezes), em relação ao NP e ao NPL (n = 4, p < 0,05). Na ausência de insulina, LP e LPL apresentaram aumento da fosforilação basal do IRS-1 quando comparados com NP e NPL, respectivamente. Quando administrado a insulina, houve aumento da fosforilação em LP (1,32 vezes) e em LPL (1,61 vezes) comparados com NP e NPL e houve diminuição da fosforilação em NP (1,45 vezes) e em LP (1,19 vezes) em relação ao NPL e ao LPL, respectivamente (n = 4, p < 0,05). Observou-se aumento de 1,6 vezes na expressão gênica da GDH em LP (p < 0,05) quando comparada aos outros grupos, sendo que LPL apresentou tendência ao restabelecimento da expressão gênica da enzima (n = 8-6). Discussão: Verificamos que os grupos LP e LPL possuem maior atividade do IR/IRS-1 em fígado, que pode estar conferindo maior sensibilidade à insulina, indicada pelo kITT. Também verificamos a alteração da expressão gênica da GDH em LP. A suplementação com L potencializou a fosforilação do IRS-1 tanto em NPL e em LPL e também tende a normalizar os níveis da expressão da GDH. Apoio Financeiro: Fapesp e CNPq.

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Pôsteres

2008S178

03.B.06SINALIZAÇÃO DA INSULINA NA PROLE DE CAMUNDONGOS COM OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA hIPERLIPíDICA

Diniz F1; Guimarães NC1; Maimoni1; Reis D1; Saito KN1; Torsoni AS1; Torsoni MA1

1Disciplina de Saúde da Universidade Braz Cubas

Introdução: Estudos epidemiológicos e estudos com animais têm sugerido que a fase inicial da vida é crítica para o desenvolvimento da síndro-me metabólica. Alguns estudos apontam a gravidez como o período importante para o início do desenvolvimento dos danos que poderão levar a instalação da síndrome metabólica nos adultos. No entanto, outros estudos apontam o período da lactação como o período mais importante. Atualmente, pouco é conhecido a respeito do comportamento das proteínas envolvidas na sinalização da insulina na prole de mães com obesi-dade induzida por dieta hiperlipídica. Objetivos: Avaliar expressão e fosforilação das proteínas da via de sinalização da insulina no fígado da prole de camundongos com obesidade induzida por dieta. Metodologia: Um grupo de fêmeas de camundongos (Swiss) foi mantido com livre acesso a ração para roedores (CONT) e um segundo grupo recebeu apenas dieta hiperlipídica durante o período de gestação e lactação (HIP). A prole fêmea obtida desses dois grupos (PCONT e PHIP) foi mantida com dieta controle durante nove semanas após o desmame. Posterior-mente, os seguintes parâmetros foram avaliados nos dois grupos: ganho de peso corpóreo, glicemia de jejum e tolerância a glicose (GTT). No fígado destes grupos também foi avaliada, através da técnica de western blotting, a expressão das proteínas PEPCk, IR, IRS1, IRS2 e PGC1α e a fosforilação da AkT. Resultados: A prole de mães obesas apresentou maior ganho de peso e maior glicemia de jejum, mas sem alteração na curva glicêmica durante o GTT. A avaliação da das proteínas IRS1, IRS2, por western blotting, mostra que a prole de mães obesas apresenta re-dução na expressão destas proteínas no fígado. Por outro lado, a expressão das proteínas PEPCk e PGC1α aumentou significativamente no grupo PHIP. O nível de expressão do receptor de insulina não apresentou diferença significativa entre os dois grupos. A proteína AkT não apresentou diferença no nível de fosforilação entre os dois grupos. Discussão: Os resultados obtidos até o momento indicam que a ingestão de dieta hiperlipídica por camundongos, durante a gestação e a lactação, promove alterações moleculares importantes no fígado da prole. As análi-ses não indicaram a presença de intolerância à glicose, mas é possível identificar que algumas proteínas envolvidas com a sinalização da insulina (IRS1 e IRS2) apresentam reduzida expressão no grupo PHIP se comparado ao grupo PCONT. Adicionalmente, o aumento da expressão das proteínas PEPCk e PGC1α no fígado do grupo PHIP pode indicar maior produção de glicose pelo fígado. A PEPCk é uma proteína chave na síntese de glicose pelo fígado e a PGC1α é uma das proteínas envolvidas na indução da expressão da PEPCk. O quadro descrito pode caracte-rizar a presença de intolerância a glicose, no entanto, como descrito acima, isto não foi detectado durante o GTT. Como a insulinemia não foi avaliada durante o teste, a resistência periférica poderia ser compensada pela maior atividade de síntese e secreção de insulina pelas células-β pâncreas. Este seria um mecanismo compensatório, mas que poderia a longo prazo resultar na instalação da diabetes tipo II, por falência das células-β. Apoio financeiro: Fapesp e CNPQ.

03.B.07EfEITO DA ESPLENECTOMIA NA SINALIZAÇÃO DA INSULINA NO fíGADO DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DIETA hIPERLIPíDICA

Carvalho BM1; Cintra DE1; Carvalheira JBC1; Velloso LA1; Saad MJA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A doença hepática gordurosa não-alcoólica está associada com a obesidade e a diabetes e é caracterizada pela esteatose hepática, graus de inflamação variáveis e resistência à insulina provocada por citocinas pró-inflamatórias produzidas por alguns tipos de células e tecidos, sendo importante conhecer suas fontes. O objetivo desse estudo compreende a investigação do efeito da esplenectomia na instalação da doença hepática gordurosa não-alcoólica em animais alimentados com dieta hiperlipídica. Materiais e Métodos: Um grupo de camundongos Swiss machos foi anestesiado e o baço foi retirado cirurgicamente, enquanto que cirurgia sham foi realizada em outro grupo. Parte desses animais recebeu dieta hiperlipídica por dois meses com o intuito de induzir a doença hepática gordurosa não-alcoólica. Os camundongos permaneceram em jejum por oito horas para realização do teste de tolerância à insulina. Proteínas do fígado foram extraídas utilizando-se tampão de extração específico e sinalização da insulina e inflamatória foi detectada por western blotting. Resultados: Os camundongos esplenectomizados que rece-beram ração comercial apresentaram sensibilidade à insulina significativamente maior (p < 0,05) comparados aos animais com baço que se ali-mentaram da mesma ração. Já os animais alimentados com a dieta hiperlipídica, esplenectomizados ou não, apresentaram níveis semelhantes de sensibilidade à insulina. Comparando os animais dos grupos sob influência da dieta hiperlipídica, observamos um aumento significativo (p < 0,05) da expressão de proteínas ativadas da sinalização da insulina, como p-IR, p-IRS-1 (Tyr941) e p-Akt nos camundongos esplenectomizados. Conclusão: Embora não tenha sido observada melhora na sensibilidade à insulina avaliada pelo Teste de Tolerância à Insulina, houve uma me-lhora marcante na sinalização hepática da insulina em camundongos esplenectomizados submetidos à dieta hiperlipídica. Apoio financeiro: Fa-pesp e CNPq.

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Pôsteres

2008 S179

03.B.08INTOLERÂNCIA À GLICOSE E ESTEATOSE hEPÁTICA NA PROLE DE CAMUNDONGOS COM OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA hIPERLIPíDICA

Saito KN1; Maimoni D1; Reis D1; Guimarães NC1; Diniz F1; Santos GA1; Torsoni AS1; Torsoni MA1

1Disciplina de Saúde da Universidade Braz Cubas

Introdução: Alguns estudos têm mostrado que a prole de mães obesas ou subnutridas apresentam disfunção de mecanismos envolvidos com a homeostase da glicose, ingestão e armazenamento de energia. Estes estudos procuram compreender como a dieta da mãe pode interferir no desenvolvimento da prole da fase intrauterina até a fase adulta. Alguns autores apontam a gestação como um período importante para o apare-cimento destes efeitos e, outros apontam para o período da lactação. A obesidade e o uso constante de dietas ricas em gordura são conhecidos como s principais fatores ligados ao desenvolvimento da diabetes. No entanto, os estudos enfocando aspectos moleculares na prole de mães obesas ainda são escassos. Objetivos: Neste estudo foram realizadas avaliações de ganho de peso, gordura epididimal, teste de tolerância a gli-cose (GTT), glicemia de jejum, níveis das enzimas gama-glutamiltransferase (GGT), fosfatase alcalina (FA) e aspartato aminotransferase (AST) no sangue, deposição de gordura no fígado e expressão da PEPCk e PGC1α e fosforilação da proteína JNk. Metodologia: Um grupo de fê-meas de camundongos (Swiss) foi mantido com livre acesso a ração para roedores (N) e outro recebeu apenas dieta hiperlipídica (H) durante a gestação e a lactação. A prole de machos destes 2 grupos foi subdividida em 4 sub-grupos com livre acesso a dieta N ou dieta H durante 9-12 semanas após o desmame: grupo NN (mãe N, prole N), grupo NH (mãe N, prole H), grupo HN (mãe H, prole N) e grupo HH (mãe H, prole H). A expressão das proteínas foi avaliada através da técnica de western blotting, as enzimas do sangue e a glicemia foram avaliadas através de kits comerciais obtidos da Labtest e a avaliação histológica do fígado foi realizada por microscopia comum através da coloração com a técnica de hematoxilina-eosina. Resultados: O ganho de peso dos animais dos grupos NH, HN e HH foi significantemente maior que o grupo NN durante todo o período experimental (80 dias). O mesmo foi observado para o peso da gordura epididimal. A avaliação da glicemia durante o GTT mostrou que os grupos NH e HH apresentam menor sensibilidade a insulina que os grupos NN e HN. As avaliações enzimáticas indicam um aumento dos níveis de FA no grupo HH e de AST nos grupos NH, HN e HH se comparado ao grupo controle (NN). A enzima GGT não apresentou diferença entre os grupos avaliados. Os cortes histológicos dos fígados obtidos dos grupos NH, HN e HH apresentam sinais de depósitos de gordura mais acentuados que o grupo controle (NN). Nestes mesmos grupos o fígado também apresentou um aumento significa-tivo da expressão tanto da proteína PGC1α como da PEPCk. Concomitantemente também foi observado um aumento da fosforilação da proteína JNk. Discussão: Os resultados aqui apresentados sugerem que a exposição da prole a dieta hiperlipídica durante a fase de gestação e lactação pode trazer danos importantes para a prole na fase adulta. Os parâmetros aqui avaliados per se não indicam a instalação de um quadro de diabetes ou síndrome metabólica, mas mostram que os mecanismos de controle tanto do armazenamento de gordura como da homeostase da glicose podem ter sido afetados de maneira definitiva nas fases iniciais do desenvolvimento. Com o envelhecimento este quadro poderia ser agravado pelo excesso de peso e por problemas cardiovasculares com já demonstrado por outros autores. Apoio financeiro: Fapesp e CNPq.

03.B.09EfEITO DO ExERCíCIO fíSICO NA fUNÇÃO DO PEROXISOME PROLIFERATOR-ACTIVATED RECEPTOR GAMMA COACTIVATOR-1 (PGC-1) EM fíGADO DE RATOS MAChOS WISTAR

Matiello R1; Silva MER2; Rocha DM1; Fukui RT2; Santos RF1

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Laboratório de Investigação Médica de Carboidratos e Radioimunoensaios (LIM 18) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: Fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento de resistência à insulina (RI), síndrome metabólica (SM) e diabetes tipo 2 (DM2).A disfunção mitocondrial está envolvida nos estágios de transição que vão desde o sedentarismo ao exercício, ou do jejum ao excesso de ingestão de alimentos, determinando a resistência á insulina, o diabetes e a esteatohepatite não-alcoólica (NASH). O peroxisome proliferator–activated receptor gamma coactivator-1 (PGC-1) está intrinsecamente relacionado à função mitocondrial e transcrição de genes das enzimas da oxidação fosfori-lativa, e do DNA mitocondrial (mtDNA). Objetivo-O objetivo do presente estudo foi investigar o efeito do exercício físico na expressão da PGC-1 isoformas a e b, em tecido hepático e MUSCULOESQUELÉTICO gastrocnêmio de ratos machos Wistar e sua correlação com a sensibilidade perifé-rica à insulina. Métodos: Ratos machos Wistar (n = 16), peso entre 130 a 150 g, foram colocados em roda de atividade mecânica ou gaiolas normais, com dieta regular ad libitum, durante seis semanas, e divididos em grupos EX e SD, respectivamente. A atividade de exercício era medida por um re-gistro de voltas colocado na roda de atividade, e a distância percorrida era calculada pelo número de voltas multiplicado pelo perímetro da roda (0,96 m). Considerou-se que o mínimo a ser percorrido por um rato em exercício era de 2.600 m/dia. No final da sexta semana os ratos eram submetidos a clampe euglicêmico hiperinsulinêmico, para se avaliar a sensibilidade à insulina. Em seguida os animais sob anestesia eram submetidos à cirurgia para retirada dos tecidos: musculoesquelético gastrocnêmio e fígado, que eram em seguida armazenados à temperatura de –70 °C, para posteriores análises bioquímicas. A função da PGC1α e β foi estudada em western blotting com anticorpo monoclonal específico. Análise estatística ANOVA one way, sig-nificância p < 0,05. Resultados: O peso dos ratos não foi estatisticamente diferente entre os grupos EX versus SD; Os níveis basais de glicose na fase de estabilização da glicemia durante o clampe foram estatisticamente maiores no grupo SD do que no EX (p < 0,05), demonstrando maior sensibilidade à insulina no grupo EX. Ainda no grupo EX, observou-se que no fígado, a expressão da PGC-1 a e b foi 4 vezes maior em fígado de EX do que em SD. Discussão: 1) O exercício aumentou a função da PGC1α e β em fígado de ratos submetidos ao exercício crônico; 2) O grupo EX apresentou maior sensibilidade à insulina do que o SD; 3) O aumento da sensibilidade à insulina estimulada pelo exercício esteve associado ao aumento da função da PGC1α e β em fígado dos animais EX. Os resultados do presente estudo sugerem que o exercício físico é um fator que aumenta a função da PGC1α e β em fígado de ratos machos Wistar. Apoio Financeiro: Fapesp, proc. 07/56602-8.

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Pôsteres

2008 S181

04.B.02MELhORA DA SENSIBILIDADE E SINALIZAÇÃO DA INSULINA EM MúSCULO DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DIETA hIPERLIPíDICA POR INIBIÇÃO DA ExPRESSÃO DE TOLL-LIkE RECEPTOR 2

Caricilli AM1; Nascimento PH2; Pauli JR2; Tskumo DML2; Velloso LA2; Carvalheira JBC2; Saad MJA2

1Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamen-to de Clínica Médica da FCM-Unicamp

Introdução: Existem evidências convincentes de que a ativação das vias JNk, Ikk e iNOS são relacionadas com a redução da sensibilidade à insulina, mas só recentemente foi mostrado que essas vias podem ser integradas na resistência à insulina pela ativação de toll-like receptors (TLRs). Mutação de perda de função de TLR4 previne a obesidade induzida por dieta e a resistência à insulina, sugerindo um importante papel do TLR4 na interface do sistema imune e do metabolismo energético. Recentemente, foi demonstrado que o tratamento de miotubos C2C12 diferencia-dos com palmitato resultou inibição tempo-dependente da transdução de sinal ativado pela insulina. Entretanto, o papel do TLR2 na resistência à insulina induzida por dieta hiperlipídica (DH) no músculo de animais ainda não foi investigado. Os objetivos do presente estudo são investigar a expressão de TLR2 em músculo de animais em DH e também os efeitos da inibição de sua expressão, por meio do uso de oligonucleotídeo antisense (ASON) na sensibilidade e na sinalização insulínicas. Métodos: Camundongos Swiss receberam dieta controle ou dieta hiperlipídica (DH) por oito semanas. Foi feita a aplicação de ASON para TLR2 por cinco dias. Realizou-se controle de peso semanal e teste de tolerância à insulina. A sinalização molecular da insulina e a ativação de proteínas da via inflamatória foram avaliadas por imunoblotting. Resultados e dis-cussão: A expressão de TLR2 mostrou-se aumentada em músculo de camundongos em DH. A inibição da expressão de TLR2 em camundongos submetidos à DH através do uso de ASON para TLR2 melhorou a sensibilidade à insulina e a sua sinalização no tecido muscular. Além disso, nossos dados mostram que a inibição da expressão de TLR2 reduz a ativação de Ikkβ e a fosforilação em serina de IRS-1 em camundongos em DH, sugerindo que o TLR2 é um modulador da conexão entre as vias inflamatória e metabólica. Assim, nós sugerimos que uma interferência seletiva na expressão de TLR2 apresenta-se como uma oportunidade atraente para o tratamento da resistência à insulina em músculo quando da obesidade e do diabetes do tipo 2. Apoio financeiro: Fapesp.

04.B.03EfEITOS DOS ÁCIDOS PALMíTICO, α-LINOLÊNICO, EPA E DhA NO METABOLISMO DE GLICOSE ESTIMULADO PELA INSULINA NO MúSCULO SÓLEO DE RATOS

Fiamoncini J1; Hirabara SM2; Lambertucci RH2; Curi R1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2 Área de Ciências Biológicas e da Saúde do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Cruzeiro do Sul

Introdução: Foram avaliados os efeitos do ácido palmítico e dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) ω-3 (α-linolênico, eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA)) sobre o metabolismo basal de glicose e estimulado pela insulina em músculo sóleo de ratos. Avaliaram-se também os efeitos do ácido palmítico na via de sinalização da insulina neste tecido. Métodos: Músculos sóleos de ratas Wistar (60 a 70 g) foram isolados e presos pela origem e inserção em grampos de aço inoxidável e mantidos em tampão krebs-Ringer adicionado de 1% de BSA por cinco horas. Adicionou-se ao tampão os ácidos palmítico, α-linolênico, EPA, DHA ou ácido palmítico mais EPA (800 e 400 μM). Na última hora de incubação, os músculos foram estimulados ou não com insulina (100 e 10.000 μUI/mL). Quantificou-se a captação de 2-desoxi-[2,6-3H]-D-glicose (2DG), síntese de [14C]-glicogênio e oxidação de [U-14C]-D-glicose. Avaliou-se também a fosforilação em resíduos de tirosina dos substratos do receptor de insulina 1/2 (IRS 1/2), proteína quinase B (AkT), glicogênio sintase quinase-3 (GSk-3) e MAP quinases p44 e p42 em músculos sóleos incubados por 1 hora na presença de ácido palmítico e estimulados com insulina nos últimos 15 minutos de incubação. Resultados e Discussão: Os ácidos graxos testados não causaram alteração no metabolismo da glicose na ausência de insulina. O ácido palmí-tico inibiu o aumento da captação de 2DG, oxidação de glicose e síntese de [14C]-glicogênio em resposta à insulina. Estes efeitos foram prece-didos por redução na fosforilação de IRS-1/2 (30%), AkT (51%), GSk-3 (33%) e MAP kinases p44 e p42 (88%). O ácido α-linolênico também inibiu a oxidação de glicose e a síntese de [14C]-glicogênio estimulados pela insulina, não interferindo com a captação de 2DG. EPA e DHA não interferiram nos parâmetros estudados em resposta ao hormônio. Os efeitos divergentes apresentados por DHA e EPA em relação ao ácido α-linolênico indicam que os efeitos dos PUFA ω-3 não podem ser generalizados para todos os ácidos graxos deste grupo. Finalmente, observou-se que não houve interferência no metabolismo de glicose estimulado por insulina quando os músculos foram incubados na presença de EPA mais ácido palmítico, sugerindo que os efeitos do palmitato sobre o metabolismo da glicose na presença do hormônio podem ser prevenidos pelo EPA. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq e Capes.

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Pôsteres

2008S182

04.B.04COMPROMETIMENTO DA VIA DE SINALIZAÇÃO DA INSULINA NO TECIDO MUSCULOESqUELÉTICO, ADIPOSO E hEPÁTICO DE RATOS TRATADOS CRONICAMENTE COM ARGININA: O PROVÁVEL ENVOLVIMENTO DO hORMôNIO DO CRESCIMENTO

Castro-Barbosa T1; Nicoletti-Carvalho JE1; Poyares LL1; Bordin S1; Machado UF1; Nunes MT1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução e Objetivos: Os aminoácidos são biomoléculas essenciais para o desenvolvimento, crescimento, metabolismo e reprodução de todos os seres vivos. Dentre os vários aminoácidos estudados, a arginina (Arg) tem se destacado pelas suas propriedades fisiológicas e nutricionais es-senciais para o organismo, sendo descrita, também, como um potente secretagogo de hormônios como o hormônio do crescimento (GH) e a insulina. Estudos desenvolvidos em nosso laboratório demonstraram que ratos cronicamente tratados com Arg, embora sejam normoglicêmicos, exibem hiperinsulinemia, redução da taxa de decaimento de glicose plasmática/ min, indicando o desenvolvimento de resistência à insulina (RI), além de apresentar aumento do conteúdo de mRNA do GH. Métodos: No presente estudo objetivou-se investigar os mecanismos envolvidos nessas alterações, em ratos Wistar (~ 200 g) tratados (A35) ou não (C) com Arg (35 mg/dia) na água de beber por 30 dias, avaliando-se o grau de fosforilação de proteínas da via de sinalização da insulina (IR, IRS 1/2 e Akt), após administração aguda da mesma (1U), no fígado, muscu-loesquelético (Soleus e EDL) e tecido adiposo branco (TAB). Nos dois últimos tecidos avaliou-se também o conteúdo de GLUT4 nas frações de membrana plasmática (MP) e microssomal (M). Finalmente, avaliou-se, ainda, a expressão do GH hipofisário (mRNA e proteína) por nor-thern e western blotting, respectivamente, e do mRNA do IGF-I hepático, por real-time PCR. Resultados: Observou-se que o tratamento crô-nico com Arg: 1) não afetou a fosforilação em tirosina do IR, enquanto reduziu a fosforilação em tirosina do IRS 1/2 e em serina da Akt em todos os tecidos estudados, indicando comprometimento da sinalização de insulina ao nível pós-receptor; 2) reduziu o conteúdo de GLUT4 na fração MP em ambos os músculos e no TAB e 3) aumentou o conteúdo do mRNA e da proteína GH, e do mRNA do IGF-I hepático. Conclu-são: Os dados obtidos revelam os mecanismos moleculares envolvidos na redução da sensibilidade à insulina observada nessa condição experi-mental, e fundamentam a redução do conteúdo de GLUT4 na fração MP do músculo e TAB, que são os principais sítios de regulação da homeostase glicêmica, confirmando assim, o quadro de RI. O aumento do mRNA e do GH hipofisário, e do mRNA do IGF-I hepático apontam para uma maior atividade do eixo somatotrófico, e para o possível envolvimento do GH, cujo papel diabetogênico é bastante conhecido na lite-ratura, na gênese dessas alterações. Dessa forma, merece atenção especial o fato da Arg, que é ampla e indiscriminadamente utilizada como su-plemento alimentar para fins anabólicos, levar a um estado de RI, o qual, como se sabe, precede o desenvolvimento de diabetes tipo 2, uma doença que se expande em proporções epidêmicas. Apoio financeiro: Fapesp (07/53458-3; 05/52885-0; 02/07384-4).

04.B.05EfEITO DE ÁCIDOS GRAxOS SATURADOS E INSATURADOS SOBRE A RESPOSTA À INSULINA E À fUNÇÃO MITOCONDRIAL NO MUSCULOESqUELÉTICO

Hirabara SM1; Fiamoncini J2; Pithon-Curi TC1; Maechler P3; Curi R2

1Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 3Fisiologia Celular e Metabolismo da Universidade de Genebra (UNIGE)

Introdução: Aumento de ácidos graxos (AG) livres no plasma ocorre em condições de resistência à insulina, como obesidade e diabetes melito. Por este motivo, o envolvimento destes metabólitos no desenvolvimento dessa resistência tem sido postulado, apesar dos mecanismos envolvidos ainda não serem completamente conhecidos. Esse estudo teve como objetivo investigar o efeito de AG saturados e insaturados sobre a resposta à insulina e a função mitocondrial em células musculares esqueléticas em cultura. Métodos: Células musculares C2C12 foram tratadas por 24 h com 0,1 mM de AG saturados (palmítico e esteárico) e insaturados [oléico, linoléico, eicosapentaenoico (EPA) e docosa-hexaenoico (DHA)]. Avaliou-se o metabolismo basal de glicose e estimulado pela insulina, a função mitocondrial e a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Resultados: Os ácidos palmítico e esteárico reduziram o metabolismo de glicose estimulado pela insulina (síntese de glicogênio, oxi-dação de glicose e produção de lactato) e inibiram a oxidação basal de glicose. Estes AG alteraram a função mitocondrial, como demonstrado por uma menor hiperpolarização e geração de ATP em resposta à glicose, e aumentaram a produção de EROs. Por outro lado, AG insaturados não tiveram efeito significativo sobre o metabolismo de glicose e a função mitocondrial. Os ácidos palmíticos EPA e DHA apresentaram os mesmos efeitos sobre o metabolismo de glicose estimulado pela insulina em músculo sóleo incubado de rato por cinco h. Conclusão: Estes resultados são sugestivos de que resistência à insulina induzida pelos AG saturados está diretamente relacionada a uma disfunção mitocondrial associada ao estresse oxidativo em células musculares esqueléticas. Já os AG insaturados parecem não alterar a resposta à insulina e a função mitocondrial nessas células. Apoio financeiro: Swiss National Science Foundation, Fapesp, CNPq e Capes

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Pôsteres

2008 S183

04.B.06EfEITO DO DIABETES NO mRNA E PROTEíNA DO GLUT4 EM MUSCULOESqUELÉTICO DE RATOS ESPONTANEAMENTE hIPERTENSOS (ShR)

Alves-Wagner ABT1; Silva RS1; Okamoto MM1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

INTRODUÇÃO: O SLC2A4 é um gene de poupança que codifica a proteína GLUT4, sendo um transportador que aumenta sua densidade na membrana plasmática na presença da insulina e é altamente expresso em musculoesquelético. Alterações na expressão deste gene correlacionam-se de maneira direta com o aumento ou diminuição na sensibilidade insulínica. A hipertensão associada ao diabetes pode interferir na expressão do gene SLC2A4. Sabendo-se que ratos espontaneamente hipertensos (SHR) apresentam hiperatividade simpática, este trabalho visou investigar a participação da hipertensão, alto tônus simpático, e diabetes na regulação da expressão do gene SCL2A4 em músculo soleo e extensor digital longo (EDL). Métodos: Ratos Wistar kyoto (k), espontaneamente hipertensos (SHR) e SHR com diabetes (SHRD) foram estudados. O dia-betes foi induzido por injeção i.v. de aloxana (40 mg/kg de peso) 30 dias antes do sacrifício. O mRNA e a proteína do GLUT4 do músculo sóleo e EDL foram analisados por RT-PCR semi-quantitativo e por western blotting. Resultados: Os resultados demonstram que o mRNA do GLUT4 aumentou no sóleo dos ratos SHR (52%, p < 0,01 versus k), assim permanecendo quando o diabetes foi induzido; e resultados seme-lhantes, porém não estatisticamente significativos foram observados no EDL. Por outro lado, o conteúdo da proteína GLUT4 foi modulado diferentemente: aumentando apenas em soleo de animais SHR diabéticos (~ 25%, p < 0,05 versus k e SHR), e até reduzindo no EDL de SHR diabético (~25%, P < 0.05 vs k e SHR). Conclusão: A hipertensão e/ou hiperatividade simpática (SHR) aparentemente causa um aumento na expressão do SLC2A4 em musculoesquelético, caracterizada por aumento do conteúdo de mRNA, o que não se altera com o diabetes. Por outro lado, regulações pós-transcricionais devem estar ocorrendo, de maneira que o conteúdo da proteína GLUT4 não acompanha todas as alterações de conteúdo do mRNA do GLUT4 observadas, diminuindo no músculo glicolítico de SHR diabético, o que deve prejudicar a home-ostase glicêmica desses animais. Apoio financeiro: Fapesp 07/54805-9, 06/60833-2, 06/60101-1.

04.B.07LOSARTAN IMPROVES INSULIN SIGNALING IN LIVER AND SKELETAL MUSCLE Of MSG-OBESE RATS

Gonçalves AS1; Haidar AA1; Morgan D2; Rocha MS2; Carpinelli AR2; Hirata AE1

1Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Uni-versidade de São Paulo (IBC-USP)

Introduction: Angiotensin II (Ang II) is the biological active component of renin-angiotensin system (RAS) and controls blood pressure, elec-trolyte balance, cell growth and vascular remodeling. In addition there is a growing body of evidence demonstrating that hypertension and insulin resistance often coexist and frequently progress to diabetes and cardiovascular disease. Objective: The aim of the present study was to evaluate the effect of RAS blockage in the early steps of insulin signaling. MSG-obese rats were obtained by neonatal monosodium glutamate (MSG) treatment. Methods: Animals animals were anesthetized with sodium thiopental and used 10–15 min later. As soon as anesthesia was assured by the loss of pedal and corneal reflexes, the abdominal cavity was opened, the portal vein was exposed and 0.2 ml of normal saline with or without insulin (2 μg) was injected. Thirty seconds after insulin injection, the liver was removed and 90 seconds later gastrocnemius was removed, minced coarsely and homogenized immediately in extraction buffer. Insulin receptor (IR), insulin receptor substrates 1 and 2 (IRS-1 and IRS-2) phosphorylations in muscle and liver were determined by immunoprecipitation/immunoblotting. Results and Discussion: Treatment with losartan (30mg/kg/day) promoted a two-fold increase in IR, IRS1 and IRS2 phosphorylation in the liver of MSG animals. In skeletal muscle IR phosphorylation was signi-ficant increased in approximately 20%. In a same way IRS1 and IRS2 phosphorylation were approximately two-fold high compared to MSG without losartan treatment. Our results showed that the blockage of RAS by losartan treatment induced an improvement in the early steps of insulin signa-ling in liver and skeletal muscle of obese insulin resistant animals. Financial support: Fapesp

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Pôsteres

2008S184

05.B.01TRATAMENTO COM ÁCIDOS GRAxOS DE CADEIA MÉDIA PROMOVE AUMENTO DO CONTEúDO DE GORDURA CORPORAL E RESISTÊNCIA À AÇÃO DA INSULINA EM ADIPÓCITOS ISOLADOS DE RATOS JOVENS

Marçal AC1; Andreotti S1; Camporez J1; Ribeiro LM1; Akamine EH2; Valle MMR3; Zanuto R1; Siqueira Filho MA1; Cintra D4; Velloso LA4; Bordin S1; Carpinelli AR1; Curi R1; Lima FB1; Carvalho CRO1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 3Disciplina de Biologia da Universidade Federal de Juiz de Fora; 4Departamento de Clínica Médi-ca da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A utilização de ácidos graxos de cadeia média (TCM) como aporte energético é uma prática freqüentemente utilizada no tratamen-to e recuperação de convalescentes por vias oral/enteral. Por outro lado, são pouco conhecidos os efeitos do TCM na sensibilidade à insulina. O objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão e a fosforilação de proteínas envolvidas nas etapas iniciais da sinalização da insulina e suas impli-cações sobre a captação de glicose em adipócitos isolados de animais suplementados com TCM. Métodos e Resultados: A partir de 30 dias de vida, os ratos foram divididos em dois grupos referentes ao tipo de dieta recebida: controle (62% carboidratos, 14% proteína e 4% gordura) e modificada. A dieta modificada continha 45% dos lipídios presentes na dieta controle substituídos por mistura de TCM (Trigliceril®). Aos 120 dias de vida, os animais foram pesados, anestesiados, coletados o sangue para dosagem da glicemia e insulinemia plasmática e retirada do tecido adiposo perigonadal (TAP), para análise por immunoblotting típico. Para avaliar a captação de glicose, os adipócitos foram isolados e incubados com 3H-2DG. Ratos tratados com TCM apresentam redução de 11% em seu peso corporal quando comparados ao grupo C (p < 0,05), todavia, animais TCM apresentam aumento de 80% no conteúdo de gordura perigonadal (p < 0,05). Apesar de glicemias semelhantes, a insulinemia de jejum foi elevada nos animais TCM (p < 0,05), demonstrando resistência à insulina pelo índice HOMA (p < 0,05). A expressão protéica no TAP do receptor de insulina, dos substratos 1 e 2 do receptor de insulina (IRS-1, 2), receptor para o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), e as proteínas PI3k e ERk1/2 foram semelhantes entre os grupos. O grau de fosforilação das proteínas AkT e ERk1/2 também foram semelhantes entre os grupos. Todavia, adipócitos de animais suplementados com TCM apresentam diminuída captação de glicose quando incu-bados com insulina (p < 0,05). Discussão: A dieta rica em TCM induz resistência à ação do hormônio à insulina no tecido adiposo perigonadal, estes dados sugerem uma diminuição na expressão e/ou translocação do transportador para glicose GLUT-4 para a membrana plasmática. Apoio financeiro: Fapesp, Capes e CNPq

05.B.02APOPTOSE EM NEURôNIOS DO hIPOTÁLAMO É INDUZIDA PELO CONSUMO DE DIETA hIPERLIPíDICA

Contin Moraes J1; Coope A1; Cintra DE1; Pauli JR2; Oliveira ALR3; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamento de Educação Física da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP); 3Departamento de Anatomia da FCM-Unicamp

Introdução: Obesidade e diabetes atingiram proporções epidêmicas em várias regiões do planeta. Várias mudanças no estilo de vida, incluindo o consumo de alimentos ricos em gordura são fatores importantes que levam a um aumento sem precedentes na prevalência destas doenças. A completa caracterização dos mecanismos fisiopatológicos da obesidade e do diabetes deve revelar potenciais alvos para o desenvolvimento de drogas específicas para o tratamento correto. Diversos estudos epidemiológicos apontam o consumo de dietas ricas em lípides como um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de obesidade e diabetes. Estudos recentes mostram que a oferta de uma dieta rica em lípides à ratos por oito a 16 semanas, leva à ativação de citocinas pró-inflamatórias no hipotálamo e a uma aparente diminuição da quantidade de neu-rônios hipotalâmicos.Como muitas destas citocinas podem ativar vias apoptóticas decidimos investigar a ocorrência de apoptose de neurônios em ratos alimentados com dieta hiperlípidica. Objetivos: Avaliar o efeito do consumo de uma dieta hiperlipídica sobre a indução de apoptose em neurônios do hipotálamo de ratos. Materiais e Métodos: Ratos Wistar machos de 8 semanas foram divididos em dois grupos: controles CT (ração padrão para roedores ad libitum; lipídeos: 63kCal) e alimentados com dieta hiperlipídica ad libtum (lipídeos:315 kCal) por oito e 16 semanas. Após estas semanas, os ratos foram anestesiados, decapitados e os hipotálamos retirados foram imediatamente homogeneizados em tampão adequado para os diversos procedimentos. Realizamos western blotting e microscopia de fluorescência para confirmar a expressão de proteínas pró e antiapoptóticas e outras possivelmente envolvidas nas vias de sinalização ligando ácidos graxos à apoptose (Bax, Bcl-2, caspase 8+FADD, caspase 9+ apaf-1, proteínas de estresse de retículo endoplasmático, TLRs). Também realizamos ensaios de TUNEL, marcação com anexina V e microscopia eletrônica para confirmar a apoptose. Outro método utilizado foi o RT-PCR, onde pudemos verificar a modulação de 84 genes envolvidos no processo apoptótico. Resultados e Discussão: Nossos resultados revelam, por diferentes métodos, a ativação de vias apoptóticas no hipotálamo de animais tratados com a dieta HL. Neurônios com morfologia típica apoptótica foram observados através da mi-croscopia eletrônica e notamos diferenças interessantes quanto a expressão das proteínas antiapoptóticas e pró-apoptóticas, mostrando possíveis regulações, ainda desconhecidas, no balanço sobrevivência/apoptose diante de uma dieta rica em gordura por tempos diferentes. A repercussão funcional deste fenômeno deve contribuir para o melhor entendimento da desordem do controle hipotalâmico sobre o controle da fome que ocorre com o desenvolvimento da obesidade. Apoio financeiro: Fapesp

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Pôsteres

2008 S185

05.B.03CONTROLE DA GLICERONEOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO MARROM DE RATOS

Chaves VE1; Frasson D1; Garofalo MAR1; Kettelhut IC2; Migliorini RH2

1Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamentos de Bioquímica Clínica e Imunologia da FMRP-USP

Introdução: A hidrólise dos estoques de triacilglicerol (TAG) para geração de ácidos graxos é uma etapa obrigatória no processo de ativação da produção de calor pelo tecido adiposo marrom (TAM). Um fornecimento adequado de glicerol-3-fosfato (G3P) é necessário para a síntese e armazenamento de TAG no TAM. Existem três vias conhecidas de geração de G3P neste tecido: a) a partir da glicose, via glicólise; b) a partir de glicerol, via gliceroquinase; e c) a partir de alanina, lactato e piruvato, via gliceroneogênese. Dados prévios deste laboratório têm mostrado que a atividade gliceroneogênica encontra-se elevada no TAM de ratos adaptados à dieta hiperprotéica, livre de carboidratos (HP) e diabéticos, situações nas quais os níveis plasmáticos de insulina encontram-se reduzidos. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a atividade da glicero-neogênese no TAM de ratos alimentados com uma dieta hipercalórica, hiperlipídica (HCHL), situação que, em contraste com a dieta HP e o diabetes, promove aumento dos níveis plasmáticos de insulina. O outro objetivo foi verificar o efeito da glicose (5 mM) in vitro na gliceroneo-gênese do TAM de ratos adaptados à dieta HP e diabéticos, condições em que essa via encontra-se marcadamente aumentada. Métodos: Os ratos foram divididos em três grupos: a) alimentados por 24 dias com a HCHL ou comercial; b) adaptados por 30 dias à dieta HP ou balance-ada; e c) diabéticos por 72 h (40 mg/kg estreptozotocina i.v.) ou controles. A gliceroneogênese foi avaliada pela velocidade de incorporação de 1-14C-piruvato em TAG-glicerol em fragmentos de TAM (nmol • g-1∙• 2h-1) na ausência ou na presença de 5 mM de glicose. Resultados: A dieta HCHL (2,16 ± 0,21 versus 5,13 ± 0,51), ao contrário da dieta HP (27,50 ± 2,40 versus 19,00 ± 1,70) e do diabetes (13,00 ± 1,15 versus 7,00 ± 0,65), induziu diminuição significativa na velocidade de incorporação de 1-14C-piruvato em TAG-glicerol em fragmentos do TAM. A presença de 5 mM de glicose no meio de incubação reduziu o fluxo gliceroneogênico tanto no TAM de ratos adaptados à dieta HP (10,70 ± 1,10 versus 30,20 ± 3,40) quanto no TAM de ratos diabéticos (7,50 ± 0,98 versus 12,18 ± 1,58). Conclusões: Os resultados obtidos sugerem que a gliceroneogênese no TAM é sensível tanto às alterações nos níveis plasmáticos de insulina quanto à disponibilidade de carboidratos ao tecido. Apoio financeiro: CNPq e Fapesp.

05.B.04ATIROSINA qUINASE fyN TRANSDUZ O SINAL DA LEPTINA EM TIMO DE RATOS

Girasol A1; Albuquerque GG1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A leptina é um hormônio produzido principalmente pelo tecido adiposo em proporção direta à sua massa no organismo. Em hu-manos, participa na homeostase energética, nas funções neuroendócrinas e na modulação de respostas imunes. Alguns desses efeitos dependem de sua propriedade em modular a apoptose de células no timo. A sinalização da leptina depende de sua ligação a um receptor da família dos receptores de citocina de classe I (ObR). Esta família não possui atividade catalítica intrínseca, sendo constitutivamente ligados a uma proteína citosólica com atividade quinase, a JAk-2. Estudos do nosso grupo revelaram que no timo a leptina inibe a apoptose através de um mecanismo independente da ativação da JAk-2, mas dependente da via IRS-1/PI3-kinase/Akt [7]. Suspeitamos que haja outra quinase intracelular, que não seja da mesma família da JAk, que esteja atuando como intermediário entre o ObR e o recrutamento do IRS-1. Em estudos prévios identi-ficamos a tirosina quinase Fyn como possível candidata à ativação pela leptina. Esta é uma proteína citoplasmática pertencente à família Src que, através de associação física, confere atividade quinase à receptores que não apresentem esta função. A possibilidade de se encontrar outra tirosina quinase respondendo à leptina abrirá novos caminhos na compreensão da sinalização e ação deste hormônio em vários tecidos. Sendo assim, o objetivo deste estudo é determinar se a Fyn é a quinase responsável pelo recrutamento do IRS-1. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar ma-chos de 21 dias (100g). Investigação da via de sinalização celular: Os animais foram tratados com dose única de leptina 10-6M pela veia cava inferior e, após tempos diferentes, os timos foram extraídos para realização de imunoprecipitação e imunoblot, para avaliar a expressão e/ou fosforilação e/ou associação molecular de diferentes proteínas da via da leptina. Investigação da Associação ObR/Fyn: Os animais foram trata-dos com dose única de leptina 10-6M pela veia cava inferior e, após cinco minutos, os timos foram extraídos e extrato protéico total foi obtido. Com este, realizamos ensaio de competição pela quinase Fyn, utilizando peptídeos que foram construídos tomando-se por base a sequência in-tracelular do ObRb. As associações foram avaliadas através de imunoprecipitação e imunoblot. Resultados: A quinase Fyn é expressa em timo de ratos com um pico ao redor da 21ª semana de vida. Ocorre associação molecular da Fyn com o ObRb, com ativação da mesma 5 m após esti-mulo com leptina. Este tempo coincide com o tempo de maior associação entre a Fyn e o IRS1. Após 10 m a Fyn volta ao seu estado de inati-vidade através da fosforilação do seu resíduo de tirosina 527. O peptídeo 2, desenhado compreendendo a região do BOX2 do ObRb, compete com o receptor pela associação com a Fyn. Nas etapas seguintes promoveremos a inibição da Fyn através de seu inibidor químico PP2 e através da técnica de anti-sense e, desta maneira, procuraremos verificar se o sinal transduzido pela Fyn é bloqueado. Discussão: A Fyn está presente no timo de ratos Wistar e associada ao ObRb de forma não condicionada ao seu estado de ativação; a Fyn está envolvida com a via de sinalização do IRS-1; a ativação da Fyn ocorre de forma rápida e transiente após a estimulação; a Fyn parece se associar à região do BOX2 do ObRb. Apoio financeiro: Fapesp.

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Pôsteres

2008S186

05.B.05GLIMEPIRIDE IMPROVES INSULIN SENSITIVITy IN MSG-OBESE RATS WIThOUT AGGRAVATING ThE OBESITy

Mori RCT1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introduction: Glimepiride is an anti-hyperglycemic drug used in the treatment of DM2 to increase insulin secretion. Compared to other com-pounds belonging to its group (sulfonyurea drugs), glimepiride presents low affinity to the specific receptors in the B cells, but its effect on glycemic control is maintained, indicating a higher efficacy in ameliorating insulin sensitivity. In vitro, the glimepiride drug acutely stimulates GLUT4 translocation and increases glucose uptake. Notwithstanding, the molecular mechanisms activated in vivo are yet to be clarified. Objec-tive: To identify extra-pancreatic responses to the glimepiride treatment which could explain the increase in the whole body insulin sensitivity. Methods: Insulin resistance was induced in male Wistar rats by neonatal treatment with MSG (4mg/g/day, s.c.). At the age of three months, obese animals received glimepiride (0.1mg/kg/day, in the drinkig water) for 4 weeks, resulting in 3 experimental groups: control (C), obese (O) and obese treated with glimepiride (OG). Animals were then submitted to: 1) insulin tolerance tests (ITT), 2) GLUT4 mRNA and protein analyses in adipose tissue and soleus, 3)glucose uptake/ incorporation to glycogen assays in soleus in vitro, 4) hepatic glycogen content analysis and 5) hepatic p-GSk3 (phospho- glycogen sinthase kinase 3) content analysis. Results: O rats were resistant to insulin, showing significantly slower glucose decay constant after an insulin overload (3,26%/min, p < 0,05 vs. C: 4,67%/min and OG: 4,53%/min). This result was accom-panied by tissue-specific alterations in the GLUT4 expression: In adipose tissue, both GLUT4 mRNA and protein contents were significantly higher in the obese animals (30% and 100% increases, p < 0,05 vs. C, respectively), and these features were completely abolished by the glime-piride treatment. This effect must have been important to avoid the exacerbation of the obesity, in spite of the elevated insulinemia due to the secretagogue effect of the drug. In soleus muscle, a 30% increase in GLUT4 mRNA level was observed in O rats (p < 0.05 vs. C), but the pro-tein expression was similar to C (p > 0,05). The glimepiride drug significantly elevated the GLUT4 protein in 50% (OG vs. O, p < 0,05). When functionally evaluated, the O soleus presented lower insulin-stimulated glucose uptake (p < 0,01) and lower [U-14C]-D-glucose incorporation to glycogen (p < 0,05) as compared to the other groups. Similarly, in the liver, O rats had lower glycogen content (p < 0,05 vs. C and OG) and lower p-GSk3 content (p < 0,01 vs. C and OG). Conclusion: The glimepiride drug increased GLUT4 expression in the oxidative muscle fibres of insulin resistant animals. Functionally, this effect was reflected in an ameliorated insulin-stimulated glucose uptake and glycogen synthesis in these fibres. These effects, added to the increased glycogenesis observed in the liver, provide the glimepiride drug its insulin sensitizer effect, since the hepatic and muscular tissues are the most important insulin-stimulated glucose disposal sites. Additionally, the reduced GLUT4 con-tent in adipose tissue of OG rats avoided the aggravation of the obesity. Apoio financeiro: Fapesp 02/13692-3 e 02/07384-4.

05.B.06ADIPÓCITOS DE ANIMAIS KNOCKOUT PARA RECEPTOR MAS APRESENTAM MENOR SENSIBILIDADE À AÇÃO DA INSULINA

Mario EG1; Ferreira AVM1; Menezes Z1; Porto LCJ1; Moreira GD1; Botion LM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG)

Estudos recentes relatam que a ausência do receptor acoplado a proteína G, MAS, que medeia diversas ações da angiotensina-(1-7) apresentam um quadro de dislipidemia com aumento da massa do tecido adiposo e da pressão arterial. O objetivo do presente trabalho foi estudar os efeitos da deficiência do receptor para a angiotensina 1-7 (MAS) sobre a sensibilidade à insulina em adipócitos. Camundongos knockout para o recep-tor MAS (kO) e os controles (WT) com 8 a 10 semanas de idade foram sacrificados. Para estudar a sensibilidade da insulina no trasporte de glicose os adipócitos foram isolados e incubados com 2-deoxy-[3H]glucose na presença (25 ng/mL) e na ausência de insulina (basal). Para a análise da atividade lipolítica, os adipócitos foram incubados por 1h na presença de 0,1 mM de isoproterenol (ISO) (exceto basal) e o efeito antilipolítico de 25 ng/mL de insulina na lipólise estimulada por isoproterenol foi determinada. Alíquotas do infranadante foram utilizadas para determinação do glicerol, que foi utilizado como índice lipolítico. Para a quantificação da proteína HSL foi utilizada a técnica de western blotting. O mRNA do tecido adiposo epididimal foi extraído e a expressão do gene para PPARg foi analisada através da PCR em tempo real. A expressão da b-actina foi utilizada como controle endógeno. A captação basal de glicose por adipócitos foi semelhante entre os grupos estudados (0,26 ± 0,02 mmol/3 min WT versus 0,20 ± 0,03 mmol/3 min kO), entretanto, a captação de glicose estimulada com insulina apresentou-se diminu-ída nos animais kO (0,75 ± 0,07 mmol/3 min WT versus 0,46 ± 0,06 mmol/3 min kO). A sensibilidade dos adipócitos ao isoproterenol foi semelhante entre os grupos estudados (2,10 ± 0,14 mM glicerol WTiso versus 1,77 ± 0,10 mM glicerol kOiso), e o efeito antilipolítico da in-sulina foi menor nos animais kO (1,23 ± 0,17 mM glicerol WT versus 1,70 ± 0,10 mM glicerol kO). A quantidade da enzima HSL foi similar entre os grupos (0,98 ± 0,05 unidade de densidade relativa WT versus 1,09 ± 0,04 unidade de densidade relativa kO). A expressão para o PPARg no tecido adiposo está reduzida em 66% nos animais kO em relação aos animais WT (1,80 ± 0,08 UA WT versus 0,60 ± 0,03 UA kO). Nossos dados sugerem que a falta da ação da ANG-(1-7) via receptor MAS parece alterar a resposta dos adipócitos à ação da insulina, levando a uma resistência insulínica. Apoio financeiro: Capes, Fapemig e CNPq.

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2008 S187

05.B.07EfEITO DO BLOqUEADOR DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA SOBRE OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA

Amaya SC1; Perrella BP1; Cintra DE1; Pauli JR1; Silva ASR1; Ropelle ER1; Saad MJA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: O sistema de transdução do sinal da insulina tem inúmeros efetores comuns aos de angiotensina II (AII). Clinicamente, os bloque-adores do sistema renina-angiotensina, em especial os inibidores da enzima conversora de angiotensina e os bloqueadores dos receptores de AII, são amplamente utilizados como drogas anti-hipertensivas. Estudos recentes sugerem efeitos anti-aterogênicos e anti-diabéticos dessas drogas, além da redução da pressão sangüínea. Nenhum estudo procurou ainda caracterizar o efeito do Losartan, um bloqueador do receptor de AII na estrutura do adipócito, nas proteínas envolvidas na via de sinalização de insulina e da lipogênese, e nos níveis teciduais de adipocitoquinas em camundongos. Objetivo: Investigar o efeito da droga bloqueadora do receptor de angiotensina (losartan) nos níveis teciduais de proteínas da via de transdução do sinal de insulina, como o receptor da insulina e seus substratos, e a Akt, além das proteínas lipogênicas (FAS, SREBP-1c) e de algumas adipocitoquinas, como IL-6, em tecido adiposo, bem como no desenvolvimento e diferenciação deste tecido em animais com obe-sidade induzida por dieta. Materiais e Métodos: Camundongos Swiss machos com três semanas de idade foram divididos em três grupos, que receberam: dieta padrão, dieta hiperlipídica (DH) e DH mais Losartan, durante três meses. Os animais tiveram seu peso aferido semanalmente. Na décima semana de tratamento foi realizado o teste de tolerância à insulina (ITT) e o teste de tolerância à glicose (GTT). Tecidos musculares, hepáticos e adiposos foram removidos para serem analisados molecularmente, pela técnica de western blotting. Resultados: Os resultados de-monstram que os animais tratados com DH mais a droga apresentaram redução ponderal em relação aos tratados somente com a DH. No GTT os animais tratados com a droga apresentaram maior nível glicêmico após administração de glicose, demonstrando intolerância à glicose. No ITT não houve diferença entre os grupos. No músculo e no tecido adiposo houve diminuição da expressão do receptor de insulina nos animais tra-tados com DH mais a droga em relação aos tratados apenas com DH. Houve redução também na expressão da Akt no tecido adiposo. A expres-são de IRS-1 não foi alterada nos animais tratados com a droga. No fígado a expressão de IRS-1 e AkT nos animais obesos não foi revertida pela administração de losartan. Também no fígado a droga mostrou ação antiinflamatória, uma vez que a expressão de IL-6 foi menor que no trata-do apenas com DH. Conclusão: Os resultados desse estudo sugerem que o Losartan não reduz o processo inflamatório subclínico, especialmen-te no adipócito de animais submetidos à dieta hiperlipídica, e que a atenuação do ganho de peso desses animais ocorreu independente de alterações na sensibilidade e sinalização de insulina. Apoio financeiro: bolsa SAE/Unicamp.

05.B.08ADIPOR1 TRANSDUZ A AÇÃO ANORExIGÊNICA DA ADIPONECTINA POR VIAS COMUNS ÀS DA INSULINA E DA LEPTINA EM hIPOTÁLAMO DE RATOS

Coope A1; Milanski M1; Araujo EP1; Geloneze B2; Saad MJA1; Velloso LA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Área de Endocrinologia do Departa-mento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da FCM-Unicamp

Introdução: A adiponectina é uma adipocina que circula no plasma em altas concentrações desempenhando um papel potencializador da ação da insulina e reduzindo a resistência a esse hormônio em humanos e em modelos experimentais de obesidade. Em paralelo às suas clássicas ações em tecidos periféricos, a insulina desempenha uma importante função como controladora da fome e da termogênese ao agir em conjunto com a leptina no sistema nervoso central. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos fisiológicos e os mecanismos moleculares de ação da adiponectina no hipotálamo. Especialmente, avaliou-se a sua capacidade de modular vias importantes de sinalização celular envolvidas no controle da fome e da termogênese. Métodos: Ratos Wistar, machos de aproximadamente 300 g foram utilizados em todos os protocolos. Para os estudos de imunohistoquímica foi realizada a extração do hipotálamo e avaliada a expressão de AdipoR1 e AdipoR2 com anticorpos policlonais específicos, sendo as imagens obtidas por microscopia confocal e de fluorescência. Nos demais experimentos, os ratos foram subme-tidos à canulação de ventrículo lateral para a administração de salina, insulina ou adiponectina e a seguir utilizados para avaliação de ingestão alimentar. Após a extração do hipotálamo, foram realizados estudos de sinalização celular através de imunoprecipitação e imunoblot. Resultados: Inicialmente a presença dos receptores AdipoR1 e AdipoR2 foi detectada predominantemente nos núcleos arqueado e lateral do hipotálamo. A seguir, observou-se que em ratos tratados por via intracerebroventricular a adiponectina promoveu uma redução de aproximadamente 40 % da ingestão alimentar, o que foi acompanhado pelo aumento da fosforilação em tirosina do IRS1/2, aumento da fosforilação em serina da Akt e FOXO1, da fosforilação em tirosina da ERk, assim como pela ativação da via JAk/STAT. Estes efeitos foram mediados pelo receptor AdipoR1, pois após sua inibição através de injeções intracerebroventriculares de oligonucleotídeos antisenso os efeitos descritos acima foram revertidos, enquanto o bloqueio do receptor AdipoR2 foi ineficaz em neutralizar os efeitos da adiponectina. Conclusão: A adiponectina, atuando predo-minantemente através do receptor AdipoR1, diminui a ingestão alimentar e ativa vias de sinalização classicamente envolvidas com a transdução dos sinais da insulina e da leptina. Apoio financeiro: CNPq e Fapesp.

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2008 S189

05.B.11SINALIZAÇÃO INTRACELULAR DA INSULINA NO TECIDO ADIPOSO E OVÁRIO: EfEITO DA OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA hIPERLIPíDICA

Akamine EH1; Marçal AC1; Camporez J1; Ribeiro LM1; Caperuto LC2; Carvalho CRO1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Campus Diadema

Introdução: A insulina regula a homeostase energética periférica agindo no musculoesquelético, fígado e tecido adiposo, além de estar associa-da com a função reprodutora feminina, agindo tanto no sistema nervoso central como no ovário. Os efeitos da insulina na função ovariana in-cluem esteroidogênese, desenvolvimento folicular e proliferação das células granulosas. Há evidências correlacionando resistência à insulina e obesidade induzidas por dieta com modificações nas etapas iniciais da ação insulínica em fígado e musculoesquelético de ratos. No entanto, não é conhecido se há modificação da ação insulínica em ovário de ratas obesas induzidas por dieta. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da obesidade e resistência à insulina, induzidas por dieta hiperlipídica (HL) (59% calorias) sobre a sinalização intracelular da insulina no tecido adiposo e ovário de ratas. Métodos: Ratas Wistar de oito semanas foram submetidas à dieta HL por 4 meses. Foram realizados teste de tolerância à insulina e western blotting para avaliar a expressão e fosforilação de proteínas que participam da sinalização da insulina no tecido adiposo e ovário. Resultados: A dieta promoveu redução da sensibilidade à insulina detectada pela constante de decaimento da glicose sangüínea (kitt; controle: 4,3 ± 0,2%; dieta: 3,4 ± 0,3%, p < 0,05) acompanhada de aumento de peso (13% relação às controles) e de gordura perigonadal (146%, p < 0,05). Além disso, a dieta induziu alterações tecido específico nas ratas, com aumento do grau de fosforilação das proteínas P70S6k (170%, p < 0,05), JNk (176%, p < 0,05) e ERk1 e 2 (97%, p < 0,05); redução da expressão protéica do receptor de insulina (54%, p < 0,05); redução do grau de fosforilação em tirosina de IRS1 (53%, p < 0,05); redução da associação do IRS1 (84%, p < 0,05) e do IRS-2 (57%, p < 0,05) com PI-3 quinase e aumento da expressão protéica da AkT1 (127%, p < 0,05) no tecido adiposo. A dieta HL promoveu, ainda, redução da associação do IRS2 com PI-3 quinase (58%, p < 0,05); redução da fosforilação das proteínas ERk1 e 2 (35%, p < 0,05) e P70S6k (26%, p < 0,05); aumento da expressão protéica (69%, p < 0,05) e fosforilação (284%, p < 0,05) da AkT1 e aumento da expressão do fator de transcrição FOXO3a (67%, p < 0,05) no ovário de ratas. Discussão: No tecido adiposo de ratas, a redução da associação do IRS com PI-3 quinase e o au-mento da proteína AkT indicam que a dieta HL promoveu um mecanismo compensatório da via IRS/PI-3 quinase/AkT, que pode estar en-volvida com a manutenção do aumento da adiposidade, mesmo após 4 meses de tratamento. Além disso, o aumento da ERk pode indicar um estímulo a adipogênese. Podemos observar esse mecanismo compensatório também no ovário, onde o aumento da AkT pode estar compensan-do a redução da via IRS/PI-3 quinase. O fator de transcrição FOXO3a é um supressor da ativação ovariana e é inibido por estímulos, tais como fatores de crescimento. Uma vez que, a via AkT/FOXO coordena a proliferação e diferenciação celular no ovário, o aumento da AkT pode estar compensando também o aumento desse fator, mantendo assim, a dinâmica ovariana em ratas obesas. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq.

05.B.12EfEITOS DA OBESIDADE MATERNA INDUZIDA POR DIETA hIPERLIPíDICA NA SECREÇÃO DE INSULINA E VIAS DE SINALIZAÇÃO EM DESCENDENTES MAChOS WISTAR

Quaresma PGF1; Almeida AR2; Amaral MEC1; Gontijo JAR1; Saad MJA2; Ueno M1,2

1Núcleo de Pesquisa em Ciências da Saúde (Nucisa) da Uniararas “Fundação Hermínio Ometto”; 2Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Mé-dicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

O aumento na prevalência da obesidade está associado com o aumento nas taxas de co-morbidades incluindo diabetes tipo 2, aumento da pres-são arterial e doenças do coração. Estudos epidemiológicos, clínicos e experimentais têm demonstrado uma relação entre o ambiente nutricional fetal e o desenvolvimento da obesidade e suas co-morbidades na vida adulta. Parece que a exposição do feto a períodos de excesso de nutrição materna pode resultar em alterações no desenvolvimento de respostas endócrinas entre o tecido adiposo e sistemas de controles central e perifé-rico que regulam o balanço energético e a composição de gordura corporal mais tarde da vida. O mecanismo pelo qual a nutrição materna de-termina as alterações metabólicas e moleculares mais tarde na vida de seus descendentes não é completamente claro. Assim, o presente trabalho tem por objetivo estudar in vivo os efeitos da obesidade e resistência à insulina induzidas por uma dieta hiperlipídica em descendentes machos. Foram utilizadas ratas Wistar alimentadas com dietas controle ou hiperlipídica desde o desmame até o final da lactação. Em seguida, caracteriza-mos aspectos metabólicos como ganho de peso, conteúdos de glicogênio hepático e muscular, glicemia, resistência à insulina, além da secreção desse hormônio e proteínas das vias de sinalização de insulina em tecido muscular e adiposo da prole (machos) com 12 semanas de idade, que recebeu dieta controle por todo o período. Resultados preliminares demonstram que as fêmeas ganharam significativamente mais peso e apre-sentaram resistência à insulina quando alimentadas com dieta hiperlipídica, comparadas aos controles. Quanto aos resultados preliminares dos descendentes, observamos que a prole de mães obesas, alimentada com dieta controle, apresentou menor ganho de peso corporal, comparada com a prole de mães controles, aos 3 meses de idade. Os valores de glicogênio hepático e muscular não foram diferentes entre os descendentes de mães controles e mães obesas. Houve diminuição da secreção de insulina induzida por glicose nas concentrações suprafisiológicas (8,3 e 11,1 mM de glicose) nos descendentes de mães obesas, enquanto na concentração suprafisiológica de 27,7 mM de glicose, houve um discreto au-mento (não significativo) da secreção insulínica na prole de mães obesas. Já o kitt não indicou diferença estatística na resistência à insulina entre os grupos. É possível que diferenças na função da célula-beta tenha influenciado os resultados de resistência à insulina e, que os resultados serão mais marcantes e diferentes quando compararmos os descendentes de mães obesas também submetidos a uma dieta hiperlipídica e descendentes mais tarde da vida. Apoio financeiro: Nucisa-Uniararas, CNPq e Fapesp.

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2008S190

05.B.13ATORVASTATINA DIMINUI A INfLAMAÇÃO E MELhORA A RESISTÊNCIA À INSULINA DE CAMUNDONGOS OBESOS

Furuya DT1; Poletto AC1; Favaro RR2; Zorn TMT2; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2Departamento de Biologia Celular e do De-senvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: A obesidade é um estado inflamatório e de resistência à insulina. Alguns estudos têm demonstrado que as estatinas, além de poten-tes redutores dos níveis de colesterol, têm efeitos antiinflamatórios e podem afetar a homeostase glicêmica. Estudos nesse sentido são contradi-tórios e pouco se sabe a respeito dos mecanismos moleculares envolvidos. Com base no fato de que mediadores pró-inflamatórios são indutores de resistência à insulina, e considerando que o tecido adiposo produz mediadores inflamatórios que inibem a expressão do GLUT4, este estudo procurou verificar, em animais obesos, se o tratamento com atorvastatina: 1) possui ação antiinflamatória no tecido adiposo; 2) modula a expres-são da proteína transportadora de glicose GLUT4; e 3) melhora a resistência à insulina. Métodos: A obesidade foi induzida por glutamato monossódico (MSG) em camundongos neonatos. Após 19 semanas, os animais foram tratados com atorvastatina 0,1% (peso/peso) por quatro semanas, e, então, submetidos a teste de tolerância à insulina intravenoso (ITTIV), coleta de sangue (trigliceridemia, glicemia e insulinemia, AST e ALT) e coleta de tecidos adiposo e muscular (mRNA, proteína GLUT4, atividade de ligação NF-kB e atividade inflamatória tecidual). Resul-tados: Animais obesos, em comparação com controles, apresentaram maior glicemia basal e trigliceridemia (p < 0,05), defeito na secreção de insulina (p < 0,05) e, resistência à insulina in vivo (p < 0,01). O tecido adiposo branco periepididimal (TAB) desses animais obesos, ao contrário do musculoesquelético , apresentou redução do conteúdo total da proteína GLUT4 (33%, p < 0,05) e de seu mRNA (50%, p < 0,0005), além de inúmeros focos inflamatórios, caracterizados por “coroas” de macrófagos, confirmados por imunohistoquímica específica para macrófago. O tratamento de animais obesos com atorvastatina, além de reduzir os níveis de triglicerídeos, melhorou a resistência à insulina (aumento de 66% da constante de decaimento da glicose, p < 0,01), chegando a níveis semelhantes ao de controles. Essa melhora da resistência à insulina in vivo foi refletida na recuperação da expressão gênica do GLUT4 no TAB dos obesos tratados (aumento de 30% no mRNA, p < 0,05 e de 16% no conteúdo total da proteína, p < 0,05 versus animais obesos não-tratados). Ademais, a análise histológica evidenciou que a atorvastatina reduziu drasticamente os focos inflamatórios no TAB dos animais obesos. Por detrás da melhora da inflamação e da resistência à insulina no TAB de animais obesos tratados com a droga, foi encontrado redução significativa da atividade de ligação de NF-kB na região promotora do gene GLUT4. A atorvastatina não alterou níveis dos marcadores de lesão hepática, ALT e AST. Conclusões: A obesidade induzida por MSG em camundongos acompanha-se de atividade inflamatória crônica no tecido adiposo, com repressão do gene GLUT4, resultando em resistência à insulina. O tratamento de animais obesos com atorvastatina suprime a atividade inflamatória no tecido adiposo, normalizando a expressão da proteína GLUT4, e restaurando a sensibilidade à insulina in vivo. Apoio financeiro: Fapesp 02/07384-4 e 07/56091-3.

05.B.14REDUÇÃO NA ExPRESSÃO DA PROTEíNA GLUT4 EM TECIDO ADIPOSO VISCERAL E SUBCUTÂNEO DE CAMUNDONGOS OBESOS RESISTENTES À INSULINA

Poletto AC1; Furuya DT1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: A obesidade é um estado inflamatório de resistência à insulina com aumento dos níveis circulantes de ácidos graxos, entre estes o ácido graxo oléico (C18:1, n9). Antigamente acreditava-se que a regulação da expressão de genes, era exclusivamente regulada por hormônios e pelo sistema nervoso central, todavia atualmente sabe-se que nutrientes, como ácidos graxos, podem modular proteínas fundamentais como o GLUT4. Considerando estes aspectos, buscou-se avaliar: a sensibilidade à insulina e a expressão da proteína GLUT4 em tecido adiposo subcu-tâneo e visceral utilizando um modelo animal de obesidade e resistência à insulina. Adicionalmente, verificou-se em células que expressam GLUT4 a atuação do ácido graxo oléico na regulação da expressão de GLUT4. Métodos: A obesidade foi induzida por glutamato monossódi-co (MSG) em camundongos neonatos. Após 23 semanas, os animais foram submetidos ao teste de tolerância à insulina intravenoso (ITTIV) e à coleta dos tecidos, adiposo subcutâneo e periepididimal para quantificação da proteína GLUT4. Adicionalmente, essa proteína também foi determinada em células musculares diferenciadas (Linhagem L6) incubadas com diferentes concentrações (0, 8 e 80 nM) de ácido graxo oléico solúvel em água, por 16 horas. Resultados: Por meio de ITTIV, foi observado em animais obesos menor sensibilidade à ação da insulina quan-do comparados ao controle. Considerando que alterações de GLUT4 podem estar relacionadas com esse quadro, foi investigada a expressão dessa proteína em diferentes depósitos de gordura. Tanto o tecido adiposo localizado na região subcutânea quanto o localizado na região visce-ral apresentaram redução no conteúdo total da proteína GLUT4 (60%, p < 0,005 e 57%, p < 0,0005, respectivamente). Ensaios in vitro em células musculares incubadas com ácido graxo oléico em diferentes concentrações demonstraram um efeito direto do ácido graxo, reduzindo a expressão protéica de GLUT4. Conclusões: A obesidade em camundongos induziu resistência à insulina, caracterizada por redução na expressão da proteína GLUT4 em tecido adiposo visceral e subcutâneo. Ensaios in vitro sugeriram a participação do ácido graxo oléico na regulação da proteína GLUT4 na obesidade. Apoio financeiro: Fapesp 02/07384-4 e 07/56091-3.

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Pôsteres

2008 S191

05.B.15EfEITO DO INIBIDOR DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA SOBRE OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA

Perrella BP1; Amaya SC1; Cintra DE1; Pauli JR1; Silva ASR1; Ropelle ER1; Saad MJA1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: A obesidade abdominal está relacionada a uma síndrome que reúne, entre outros, elevação de pressão sanguínea, riscos aumentados de aterosclerose, resistência à insulina e dislipidemia. Apesar de tais condições agirem por meio de sinalizações intracelulares específicas, estudos indicam que as vias de sinalização de insulina e AII possuem efetores comuns. Objetivo: O objetivo do estudo foi investigar o efeito da droga cap-topril (inibidor da enzima conversora de angiotensina) sobre proteínas da via de sinalização de insulina (IR, IRS-1 e p-Akt), via inflamatória (cito-cinas) e a leptina, em tecido adiposo, fígado e músculo, bem como sobre o desenvolvimento e diferenciação do tecido adiposo em camundongos com obesidade induzida por dieta. Material e Métodos: Camundongos machos Swiss, com três semanas de idade, foram divididos aleatoriamente compondo os grupos: dieta controle (CTRL); outro recebendo dieta hiperlipídica (Hiper) (35% de lipídios); e outro recebendo dieta hiperlipídica e tratamento com captopril. Tratados por dois meses e pesados semanalmente. Foram realizados os testes ITT (insulin tolerance test) e GTT (glu-cose tolerance test). No dia do sacríficio extraíram-se os tecidos para análise em western blotting e o tecido adiposo para testes histopatológicos em lâminas coradas com H/E. Resultados: De acordo com as médias dos pesos dos animais (x ± DP), verificou-se que os animais do grupo Hiper (56 g ± 1,7), desenvolveram obesidade acentuada, em comparação ao CTRL (40,5 g ± 2,7) (p < 0,05) e de forma mais marcante em relação ao grupo tratado com captopril (33 g ± 2,1) (p < 0,01). Os testes de tolerância à glicose e à Insulina revelaram melhora significante (p < 0,05) na tolerância à glicose e melhora na sensibilidade à insulina no grupo tratado com a droga. O músculo apresentou menor quantidade do receptor de insulina (IR) no grupo captopril, em relação ao grupo que apenas recebeu dieta Hiper. A expressão do substrato-1 do receptor de insulina (IRS-1) não apresen-tou diferença significante. As citocinas não apresentaram diferenças em relação aos demais grupos, neste tecido. Já no fígado, as citocinas estiveram presentes em menor quantidade (p < 0,05) no grupo captopril em relação aos demais grupos. A atividade do IRS-1 e da p-AkT esteve maior em relação ao grupo Hiper. No tecido adiposo o grupo captopril teve um aumento na expressão do IR em comparação ao grupo obeso sem a droga. Em relação à ativação do IRS-1 e da p-Akt, observou-se aumento desta atividade em relação ao grupo Hiper. A droga não modificou a expressão da leptina nos tecidos analisados. As lâminas com os cortes histológicos de tecido adiposo dos animais tratados com dieta Hiper demonstraram aumento significante (p < 0,05) no tamanho e número de adipócitos em comparação aos demais grupos, além disso, os adipócitos dos animais do grupo Hiper apresentaram aglomerados de macrófagos em volta desse adipócito, indicando intensa atividade fagocítica. Conclusões: Os resultados demonstraram que o tratamento com captopril protegeu os animais sob dieta hiperlipídica do desenvolvimento de resistência à insulina. Deve ser destacado que o captopril reduziu as alterações inflamatórias subclínicas associadas à obesidade, demonstrando um novo mecanismo pelo qual esta droga melhora a sensibilidade à insulina. Apoio financeiro: Bolsa SAE/Unicamp.

05.C.01PERfIL METABÓLICO NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES COM DIABETES E OBESIDADE GRAU II E III SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA

Ochiai CM1; Napoli TF2; Ferraz CS1; Mussi T1; Saraiva MD1; Hong B1; Salles JEN1; Scalissi NM1; Monte O1; Malheiros CA3; Melo MR4

1Disciplina de Endocrinologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP); 2Disciplina de Clínica Médica da FCMSCSP; 3Disciplina de Cirurgia da FCMSCSP; 4Disciplina de Ciências Fisiológicas da FCMSCSP

Introdução: A obesidade se associa a doenças crônicas como diabetes melito tipo 2 (DM2), hipertensão, dislipidemia, e seus desdobramentos. A cirurgia bariátrica é um método efetivo para a perda ponderal, indicada caso haja IMC (Índice de Massa Corporal) ≥ 40 kg/m2, ou se IMC ≥ 35 kg/m2, na presença de comorbidade. A melhora do DM2 ocorre em tempo menor que a dos componentes da síndrome metabólica, prova-velmente pelo efeito incretínico. Objetivo: Avaliar melhora metabólica no pré e pós-operatório dos pacientes portadores de DM2 submetidos à cirurgia bariátrica. Pacientes e métodos: estudo observacional do tipo coorte retrospectivo. Analisados os prontuários de 38 pacientes DM2, submetidos à cirurgia de derivação gástrica em Y-de-Roux no período de 1999 a 2006. Analisados peso, IMC, glicemia de jejum e perfil lipídico no pré (PREOP) e pós-operatórios de 6, 18 e 36 meses (m). Os dados são apresentados na forma grupo, p.e., 18 m, versus PREOP, salvo quan-do especificado. A análise estatística empregou métodos pareados, dependendo da distribuição das variáveis. Resultados: Tabela 1. Medida central e dispersão dos valores dos parâmetros em cada ponto do seguimento, de acordo com sua distribuição. Discussão: Os parâmetros anali-sados apresentaram melhora após seis meses de cirurgia quando comparados ao PREOP. A glicemia de jejum apresentou melhora estatisticamen-te significante neste período, ao passo que TG e HDL-c apresentaram esta significância na melhora somente após 18 m. Esse fato provavelmente ocorreu devido ao efeito incretínico, proporcionado pelo bypass gastrojejunal, amplamente discutido na literatura; uma vez que os parâmetros lipídicos só melhoraram após maior queda do IMC. Concluímos que a abordagem cirúrgica do portador de obesidade grau II-III e DM2 é um método que reduz a morbidade destes pacientes. Apoio financeiro: CNPq.

PREOP 6 m 18 m 36 m

IMC (kg/m2) 47,53 ± 7,21 35,25 ± 6,38a 31,29 ± 6,71a 31,87 ± 6,94a,b

Glicemia (mg/dL) 174 (146-220) 98 (90-111)a 88 (84-95)a84-95)9 1 2.99295)

84-959(HDL-a (mg/dL))Tj16.493 0 Td49 6,487 ±3,12)a84-9560,8,53 ±5,8,71a84-9566,4,53 ±2,8,)

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Pôsteres

2008 S193

05.C.04MAIORES NíVEIS DE ADIPONECTINA CONfEREM PROTEÇÃO METABÓLICA A CRIANÇAS E ADOLESCENTES OBESOS

Nicolau CYM1; Deram SM1; Guazzelli ICM1; Frazzatto E1; Halpern A1; Villares SMF1

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: Estudos em crianças têm demonstrado a associação de níveis de adiponectina com obesidade, bem como com níveis de insulina. Objetivos: Avaliar os níveis de adiponectina em jovens com e sem obesidade e associá-los aos parâmetros clínicos e metabólicos. Métodos: Avaliamos parâmetros antropométricos e metabólicos de jovens de ambos os sexos de 7 a 14 anos, 200 com IMC ≥ p95 para idade e sexo (gru-po obeso–GO) e 59 com IMC < p95 para idade e sexo (grupo-controle–GC). Dividimos os níveis de adiponectina em tercis e comparamos as médias das variáveis quantitativas utilizando o teste t de Student e ANOVA de um caminho. Resultados: Foram criados três grupos obesos e três controles (GO1, GO2, GO3 e GC1, GC2, GC3) de acordo com os níveis de adiponectina. Na comparação entre os grupos obesos e con-troles (Tabela 1) observamos que os níveis de adiponectina eram mais baixos em GO1 e GO2 que em GC1 e GC2, porém não observamos di-ferenças nos níveis de adiponectina entre GO3 e GC3. Os grupos obesos apresentaram maior grau de obesidade, circunferência abdominal, resistência à insulina e níveis de triglicérides, e menores níveis de HDLC em relação aos grupos controles. O GO1 apresentou menor insulinemia e HOMA-IR que GO2 e GO3, e menor trigliceridemia que GO3 (Tabela 1). Discussão: Em nosso estudo observamos níveis de adiponectina menores em crianças e adolescentes obesos quando comparados ao GC. Quando realizamos as associações nos tercis de adiponectina em obesos, observamos que menores níveis deste hormônio, principalmente quando abaixo de 9,7 μL/mL, associaram-se a maior resistência à insulina in-dependentemente do grau de obesidade ou circunferência abdominal. O mesmo resultado não foi observado em indivíduos não obesos, eviden-ciando que níveis mais elevados de adiponectina conferem uma provável proteção em relação à resistência à insulina em crianças e adolescentes na presença de obesidade. Apoio financeiro: Fapesp 04/14272-3. Bolsa Fapesp 05/53730-0.

Tabela 1. Níveis de adiponectina e parâmetros antropométricos e metabólicos nos tercis de adiponectina avaliados.

Parâmetros GO1 GO2 GO3 GC1 GC2 GC3

n = 66 n = 67 n = 67 n = 19 n = 20 n = 20

Adiponectina (ug/mL) intervalo 4,18 a 9,66 9,68 a 13,10 13,15 a 32,50 6,45 a 11,99 12,26 a 16,09 16,12 a 30,28

Adiponectina (ug/mL) média 7,6 (0,2)# 11,1 (0,1)# 19,2 (0,6)# 10,1 (0,4) 14,5 (0,3) 20,4 (0,9)

IMC (kg/m2) 31,2 (0,6)# 30,7 (0,5)# 30,3 (0,6)# 17,7 (0,7) 18,3 (0,7) 16,8 (0,5)

Grau de obesidade (ZIMC) 2,35 (0,0)# 2,34 (0,0)# 2,33 (0,0)# 0,09 (0,3) 0,06 (0,2) -0,43 (0,2)

CA (cm) 98,7 (1,3)# 96,9 (1,2)# 96,0 (1,5)# 64,2 (2,0) 66,6 (1,7) 62,9 (1,3)

Glicemia (mg/dL) 86,3 (0,9) 86,3 (0,9) 88,0 (0,9) 86,1 (1,7) 84,7 (1,6) 85,8 (1,6)

Insulina (mU/L) 21,7 (1,4)#** 16,1 (1,0)# 16,4 (1,2)# 5,3 (0,6) 5,6 (0,8) 5,9 (0,8)

HOMA-IR 4,65 (0,3)#** 3,47 (0,2)# 3,59 (0,3)# 1,15 (0,1) 1,19 (0,2) 1,25 (0,2)

HDLC (mg/dL) 39,4 (0,9)# 40,5 (1,1)# 41,9 (1,0)# 58,5 (2,9) 55,1 (2,3) 60,6 (3,3)

TG (mg/dL) 113,5 (6,1)# 104,4 (5,4)# 91,9 (4,7)# 69,6 (7,0) 68,9 (4,5) 57,7 (3,9)

Dados apresentados em média (EP). #p < 0,05 GO versus GC; **p < 0,05 GO1 versus GO2 e GO3; *p < 0,05 GO1 versus GO3

05.C.05ISOfORMA DE ALTO PESO MOLECULAR DA ADIPONECTINA E COMPONENTES DA SíNDROME METABÓLICA EM NIPO-BRASILEIROS

Crispim F1; Schumacher FC1; Martins LES1; Ferreira SRG1; Moises RCMS1

1Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Introdução: A adiponectina, uma proteína secretada exclusivamente pelos adipocitos, modula a sensibilidade a insulina e a homeostase da gli-cose. Esse hormônio circula no soro em pelo menos três formas: baixo peso molecular (LMW), peso molecular médio (MMW) e alto peso molecular (HMW). Estudos recentes indicam que a isoforma de HMW é a forma circulante ativa dessa proteína. Objetivos: investigar as relações entre níveis circulantes de adiponectina total e adiponectina HMW com componentes da síndrome metabólica em nipo-brasileiros. Material e Métodos: Foram avaliados 28 indivíduos com tolerância normal à glicose (TGN, 15 homens, idade: 54 ± 9,2 anos) e 26 portadores de diabetes melito (DM, 12 homens, idade:55 ± 8,6 anos) recrutados do Japanese-Brazilian Diabetes Study Group. Todos os indivíduos foram submetidos a avaliação clínica incluindo medidas antropométricas (peso, altura e circunferência abdominal) e teste oral de tolerância à glicose. Adiponectina total foi medida através de RIE (Linco Research) e suas formas multiméricas foram determinadas através de western blotting. Resistência à insuli-na foi avaliada através do HOMA-IR e a composição corporal de gordura foi determinada através de bioimpedanciometria. Resultados: Os valores médios de adiponectina total não foram diferentes entre TGN e DM (9,67 ± 7,5 ug/ml versus 7,8 ± 6,5 ug/ml, p = NS). Entretanto, os níveis de adiponectina HMW e a razão adiponectina HMW/total foram maiores entre os indivíduos com TGN do que nos DM (3,77 ± 3,8 ug/ml versus 1,90 ± 3,27 ug/ml, p = 0,006 e 0,36 ± 0,1 versus 0,19 ± 0,1, p < 0,001, respectivamente). Uma correlação negativa entre adiponec-tina HMW e IMC (RS = -0,29, p = 0,03) e HOMA-IR (RS = -0,4, p = 0,003) foi observada na população estudada, porém não se observando o mesmo com a adiponectina total. Conclusões: os dados do presente estudo indicam que a forma multimérica de HMW da adiponectina é melhor indicadora de componentes da síndrome metabólica do que a adiponectina total em nipo-brasileiros.

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Pôsteres

2008S194

06.B.01RECUPERAÇÃO DA SENSIBILIDADE INSULíNICA EM RATOS DIABÉTICOS TRATADOS COM INSULINA: INfLUÊNCIA DA DOSE DE INSULINA E PARTICIPAÇÃO DA PROTEíNA GLUT4

Okamoto MM1; Silva RS1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: Modelos de diabetes insulino-privos [diabetes melito tipo 1 (DM1)] têm demonstrado a presença de resistência à insulina (RI), e a insulinoterapia, exigindo concentrações periféricas suprafisiológicas do hormônio, pode exacerbar esse quadro. Assim, RI é uma condição que deve passar a ser considerada no DM1 sob tratamento com insulina. O presente estudo tem por objetivo avaliar os efeitos de diferentes doses de insulina sobre a sensibilidade insulínica e expressão da proteína GLUT4 em ratos diabéticos por deficiência na secreção de insulina. Métodos: Ratos Wistar receberam injeção endovenosa de aloxana (38 mg/kg) aos 3 meses de idade e foram submetidos após duas semanas ao tratamento com salina (DS), insulina NPH em diferentes doses 1,5; 3; 6 e 9U diárias (DI1,5, DI3, DI6 e DI9). Após sete dias de tratamento, analisamos em animais controle (C), diabéticos tratados com salina ou insulina: a) glicosúria; b) peso dos animais, dos tecido adiposo branco (TAB) e gastroc-nêmio (G); c) glicemia basal e a constante de decaimento da glicose (kITT) do teste de tolerância à insulina (TTI); d) conteúdo total de GLUT4 em diferentes frações subcelulares de TAB e G (PM – membrana plasmática, M – microssoma e TM – membranas totais) em amostras coletadas aos 20 minutos do TTI; e) incremento da proteína GLUT4 em TAB e G após estímulo insulínico (insulina regular - 4U/rato), em grupos adicionais de animais submetidos ao ensaio translocação in vivo do GLUT4. Resultados: Comparando-se com C, os ratos DS apresentaram: a) presença glicosúria; b) decremento de peso corpóreo (~66%); c) redução no peso de TAB (~47%, p < 0,001) e G (~20%, p < 0,05); d) aumento da glicemia basal (~284%, p < 0,001); e) redução do kITT ~58%, p < 0.001); f) redução de GLUT4 em TAB (~37%) e G (~24%) nas frações PM e M (p < 0,001) coletados aos 20 minutos do TTI; g) redução de GLUT4 após estímulo insulínico em PM de TAB (p < 0,05, ~59%) e G (p < 0,05, ~52%). Comparando-se com DS os grupos tratados (DI1,5, DI3, DI6 e DI9) apresentaram: a) redução (DI1,5 ~34%; DI3, DI6 e DI9 ~94%) na glicosúria (p < 0,001); b) incremento de peso corpóreo após 7 dias de tratamento (~980%, p < 0,05); c) aumento do peso do TAB (DI3, DI6 e DI9 ~62%, p < 0,01); d) redução da glicemia basal (DI3 ~34%, DI6 ~60% e DI9 ~70%, p < 0,01); e) aumento do kITT (DI3 ~244%; DI6 e DI9 ~83%) aumento no conteúdo de GLUT4, nas diferentes frações subcelulares de TAB (PM - ~230% em DI1,5 e DI3 e ~370% em DI6 e DI9; M - ~160%; TM - ~206%, p < 0,05) e de G (PM ~40% em DI3 e ~22% em DI1.5, DI6 e DI9; M ~36% em DI3; TM ~22%) coletados aos 20 minutos do teste; f) incremento de GLUT4 em PM após estímulo insulínico em TAB (DI1,5 ~175%, DI3 ~160%, DI6 ~266% e DI9 ~282%) e G (DI3 ~81%). Discussão: Em ratos diabéticos instalou-se um quadro de resistência insulínica, acompanhada de redução do GLUT4 em TAB e G. O tratamento do DM recuperou a sensibilidade insulínica somente com a dose intermediária de 3U/dia, o que pode ser explicado pelo aumen-to da expressão da proteína GLUT4 em tecido adiposo e músculo. Doses maiores de insulina (6 e 9U/dia) foram mais eficientes em controlar a glicemia e aumentar expressão de GLUT4 em TAB, mas se acompanharam de resistência insulínica associada à supressão do GLUT4 em mus-culoesquelético. Apoio financeiro: Fapesp 2006/60101-1, Fapesp 2006/60833-2.

06.B.02SENSIBILIDADE PERIfÉRICA À INSULINA EM RATOS ADULTOS RECUPERADOS DA DESNUTRIÇÃO INTRA-UTERINA

Silva HBF1; Souza LMI1; DAMIN G1; Latorraca MQ1; Arantes VC1

1Departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Introdução: A desnutrição em fases críticas do desenvolvimento (fetal e neonatal) pode levar a doenças crônicas na vida adulta, como obesidade e diabetes, por provocar mudanças morfológicas e funcionais no pâncreas e outros tecidos, levando à resistência à insulina. Este estudo avaliou o efeito da restrição protéica durante a vida intra-uterina e após a recuperação nutricional, sobre a sensibilidade à insulina. Métodos: Foram utilizados ratos machos Wistar, com 90 dias de vida, distribuídos em três grupos experimentais: a) controle (C): alimentados durante a fase fetal e lactação até a idade adulta (90 dias) com dieta contendo 17% de proteína; b) desnutrido (D): alimentados durante a fase fetal e lactação até a idade adulta (90dias) com dieta contendo 6% de proteína; c) recuperado (R): alimentados durante a fase fetal com dieta contendo 6% de prote-ína e após o nascimento, até a idade adulta, com dieta contendo 17% de proteína. Resultados: Animais do grupo D apresentaram valores dimi-nuídos para glicose, insulina e proteínas totais séricas em relação aos grupos C e R (p < 0,05), entretanto, os níveis de ácidos graxos livres circulantes, apresentaram-se maiores (C = 0,39 ± 0,05; D = 0,85 ± 0,05; R = 0,34 ± 0,07; p < 0,05) O ganho de peso dos ratos do grupo D foi menor em relação aos outros grupos (D = 35 ± 11,3; C = 207,6 ± 15,2; R = 220,9 ± 30,1; p < 0,05), embora o consumo alimentar relativo tenha sido maior (D = 1.118,5 ± 240,8; C = 573 ± 39,1; R = 477,1 ± 52,3; p < 0,05). Ao contrário, quando avaliamos o consumo relativo do grupo R, observamos que mesmo ingerindo menos calorias, demonstrou uma tendência ao maior ganho de peso, comparado ao grupo C. Atra-vés do kitt, observamos que os ratos do grupo R apresentaram uma tendência à resistência à insulina. (C = 4,4 ± 2,3; D = 4,0 ± 0,5; R = 3,4 ± 0,4). Discussão: Concluímos que os animais recuperados da desnutrição intra-uterina, apresentam características de síndrome metabólica, como tendência à resistência à insulina e maior ganho de peso. Essas hipóteses serão testadas durante o próximo ano, em ilhotas pancreáticas isoladas. Apoio financeiro: CNPq.

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Pôsteres

2008 S195

06.B.03REfEIÇÃO RICA EM CARBOIDRATO DIMINUI A SENSIBILIDADE À INSULINA APÓS DUAS E qUATRO hORAS DE REALIMENTAÇÃO

Campello RS1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: A resistência à insulina (RI) caracteriza-se por uma diminuída capacidade dos tecidos sensíveis à insulina (músculos esquelético e cardíaco, tecido adiposo branco e marrom) transportarem glicose em resposta ao estímulo insulínico. Tais tecidos realizam este transporte utili-zando proteínas transportadoras de glicose (GLUTs), sendo a isoforma GLUT4 a principal responsável pela captação deste substrato sob estí-mulo hormonal. Alterações na translocação de vesículas intracelulares contendo GLUT4 à membrana plasmática, devido ao aumento nos níveis de ácidos graxos livres bem como de glicose plasmáticos podem estar relacionados com o desenvolvimento do quadro de RI. Portanto, o obje-tivo foi avaliar o efeito agudo de uma refeição hiperlipídica e outra hiperglicídica na sensibilidade à insulina e a participação do GLUT4 neste mecanismo. Métodos: Ratos machos Wistar foram submetidos a jejum de 24 horas e após, realimentados com refeição padrão - R (ração), hi-perlipídica - LIP (toucinho) e hiperglicídica - CHO (torrada) por 1, 2 e 4 horas. No término dos tempos de realimentação, realizou-se o teste de tolerância à insulina (ITT) e após, amostras de MUSCULOESQUELÉTICO gastrocnêmio (MEG) e tecido adiposo branco periepididimal (TAB) foram retiradas para a quantificação do GLUT4 por western blotting. Resultados: Observou-se uma menor sensibilidade à insulina no grupo CHO, nos tempos 2 e 4h, quando comparado aos demais grupos. Quando realimentados por 2 horas, a redução observada foi de 56% e 50% em comparação a R e LIP, respectivamente. Após 4 horas de realimentação, a diferença na sensibilidade à insulina observada foi de 47% quando comparado aos grupos R e LIP. O índice de translocação do GLUT4 em TAB mostrou-se 34 e 27% menor nos grupos CHO e LIP, respectivamente, quando comparados ao grupo R. Conclusão: A realimentação com dietas de diferentes composições mostrou que a refeição rica em carboidratos, isoladamente, reduz a sensibilidade à insulina após 2 e 4 horas de realimentação. Além disso, a redução no índice de trans-locação do GLUT4 em TAB verificada nos grupos CHO e LIP sugere que alterações da sensibilidade dos tecidos estejam relacionadas com o tipo de metabólito circulante gerado pelos diferentes tipos de alimentos. Apoio financeiro: Capes.

06.B.04ADAPTAÇõES PERIfÉRICAS CAUSADAS PELA RESTRIÇÃO PROTÉICA E INfLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA

Amaral AG1; Ribeiro RA1; Batista TM1; Filiputti E1; Carneiro EM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp)

Introdução: No modelo de desnutrição por restrição protéica a insulina plasmática e secreção de insulina estimulada por diferentes secretagogos apresenta-se reduzida. Paradoxalmente, os animais desnutridos são normoglicêmicos e mais tolerantes à glicose. Nosso grupo de trabalho tem demonstrado que a suplementação com leucina (Leu) restaura a secreção de insulina por diferentes mecanismos. Os objetivos deste trabalho são: 1) investigar vias de sinalização responsáveis pelas adaptações periféricas; e 2) se a leucina é capaz de modular essas vias. Métodos: Camundongos swiss com 21 dias de vida receberam dieta normoprotéica – 17% (C) ou hipoprotéica – 6% (D). Depois de 60 dias os grupos foram redivididos e receberam Leu 1,5% na água de beber por 30 dias (CL e DL). Os animais C e CL receberam ração ad libitum, enquanto que os D e DL rece-beram ração racionada de modo que a ingesta calórica fosse igual a dos C. Ao final do período experimental foram avaliados: insulina plasmática, conteúdo total de insulina por ilhota (CT), teste de tolerância à glicose (ipGTT) e à insulina (ipITT), secreção de insulina estimulada por glico-se (G), expressão protéica em fígado e músculo da p110, AkT e AMPk. Resultados e discussão: A insulina plasmática de jejum e o CT estão reduzidos nos animas desnutridos (D e DL) quando comparadas com os controles (C e CL) (n = 20, p < 0,05). Os testes de ipGTT e ipITT mostraram que os animais desnutridos são mais tolerantes à glicose e mais sensíveis à insulina quando comparados com os controles (n = 10, p < 0,05). Nota-se que nesses parâmetros houve apenas influência da dieta e não da Leu. As ilhotas dos animais foram estimuladas com concen-trações crescentes de glicose e traçou-se uma curva dose-resposta para cada grupo. Os valores de EC50 encontrados foram: 11,07 ± 0,67 x 10-3 para o C; 10,60 ± 0,27 x 10-3 para CL; 16,4 ± 1,08 x 10-3 para o D e 14,33 ± 0,19 x 10-3 para o DL. Quanto à sensibilidade das ilhotas à glico-se os desnutridos são menos sensíveis que os controles e a leucina melhorou a sensibilidade das ilhotas apenas no grupo DL (n = 4, p < 0,05). A expressão da p110 em fígado está aumentada nos desnutridos e não houve influência da leucina, já no músculo, a expressão está aumentada nos desnutridos e a leucina aumenta a expressão protéica tanto em CL quanto em DL. A fosforilação da AkT teve o mesmo perfil em fígado e mús-culo: houve uma tendência de aumento nos desnutridos e nos suplementados, mas não houve diferença significativa entre os grupos. Em fígado a fosforilação da AMPk é similar no C e CL e está aumentada no grupo D e diminuída no DL. Já no músculo a fosforilação aumenta no D e retorna aos valores dos controles no DL (n = 4 para todos os experimentos e p < 0,05). Com base nesses resultados concluímos que os animais desnutridos são mais sensíveis à insulina e por esse motivo conseguem manter seus níveis glicêmicos normais apesar da menor secreção de insu-lina. A suplementação com Leu pode modular as vias estudadas, porém de maneiras diferentes de acordo com o tecido e estado nutricional do animal. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq e Capes.

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Pôsteres

2008S196

06.B.05COMPOSTOS DE VANÁDIO MONOSSUBSTITUíDOS MODULAM DIfERENTEMENTE A ExPRESSÃO DE GLUT4 EM TECIDOS INSULINO-SENSíVEIS DE RATOS DIABÉTICOS

Oliveira MAN1; Machado UF2; Cunha BR1; Teixeira MFS3; Seraphim PM1

1Disciplina de Fisioterapia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) Presidente Prudente; 2De-partamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 3Disciplinas de Física, Química e Biologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp-Presidente Prudente

Introdução: Na década de 1980, os compostos de vanádio começaram a ser investigados por apresentarem ação insulinomimética em adipócitos, garantindo ativação de componentes chaves para a sinalização de insulina através da estimulação da atividade da proteína quinase B (Akt), a qual está associada ao aumento da fosforilação do glicogênio sintetase quinase-3, o que aumenta o transporte de glicose. A partir daí, eles têm sido alvo de muitas pesquisas, sendo demonstradas ações insulinomiméticas no fígado e no musculoesquelético, estimulando a síntese do glicogênio, e ini-bindo a glicogenólise hepática, além de influenciar a própria translocação de transportador de glicose GLUT4 para a membrana plasmática de célu-las musculares, o que aumenta a captação de glicose. Vários compostos de vanádio quelados organicamente são mais potentes do que os sais livres em relação aos efeitos insulino-miméticos in vitro e in vivo, pois aumentam a eficiência insulino-mimética com redução nos níveis de toxicidade do vanadila (VO), entretanto, pouco se sabe acerca das propriedades redox dos complexos de vanádio em função da atividade fisiológica. Assim o ob-jetivo deste estudo foi estudar a relação estrutura-atividade dos complexos de vanadila(IV) a base de Schiff mono-substituídos na melhora de sensi-bilidade à insulina de ratos diabéticos através da análise de expressão de proteína transportadora de glicose GLUT4 em musculoesquelético gastrocnêmio, coração e tecido adiposo. Materiais e Métodos: Os animais foram diabetizados com aloxana (30 mg/kg PC) e, posteriormente, divididos em 2 grupos: grupo verde (V) e grupo marrom (M). O tratamento foi feito através de injeções ip diárias na dose de 25 nmol/kg PC de complexos N,N’-bis(sacicilideno)etilenodi-amina mono-substituído ou não (5X-Salen) X = -H droga verde (composto não substituído), – NO2 – droga marrom (composto monosubstituído), durante 21 dias, após os quais os animais foram anestesiados e foram coletados amostras de sangue, de músculo gastrocnêmio, coração e tecido adiposo, os quais foram homogeneizados e separados em frações de membrana plasmática (PM) e mi-crossomal (MM) – (gastrocnêmio e tecido adiposo) ou separados em um conjunto de membranas celulares para utilização em western blotting/ECL. Um grupo de animais constituiu o Grupo Controle não diabético (C). Resultados: Os resultados da glicemia caudal no primeiro dia de tratamento foram: C = 107,5 ± 6,2; M = 426,3 ± 22,4*; V = 454,0 ± 18,3*; e a glicemia no dia do sacrifício foi: C = 115,0 ± 17,5, M = 468,5 ± 21,9*; V = 136,7 ± 42,4** (*P < 0,001vsC/**P < 0,01vsM). Os tratamentos não alteraram a expressão da proteína GLUT4 em nenhum dos músculos estudados (gastrocnêmio: fração PM: C = 100 ± 1; M = 121 ± 11; V = 79 ± 17; fração MM: C = 100 ± 1; M = 124 ± 31; V = 118 ± 30; n = 5/ Coração: C = 100 ± 1; M = 101 ± 11; V = 90 ± 10, n = 5). Por outro lado no tecido adiposo branco, parece que o composto não substitu-ído (-H) tende a aumentar a expressão da proteína GLUT4 na fração de membrana plasmática, e o composto monosbustituído (-NO2) tende a aumentar a quantidade de GLUT4 na fração PM e reduzir na fração MM (Fração PM: C = 100; M = 121; V = 149; fração MM: C = 100; M = 40; V = 99; n = 1). Esses dados de tecido adiposo ainda são preliminares, porém mostram um interessante resultado. Discussão: A glicemia está bem aumentada nos animais diabéticos no primeiro dia de tratamento, evidenciando a resistência à insulina instalada neste modelo experimental. Entre-tanto, ao observarmos o valor de glicemia caudal do dia do sacrifício dos animais, pode-se observar uma redução significativa nos animais diabéticos tratados com o composto de vanádio não substituído -H, evidenciando seu efeito hipoglicemiante. Os tecidos musculares não apresentaram altera-ção no conteúdo de proteína GLUT4 após o tratamento. Por outro lado, ao observarmos dados preliminares de expressão de GLUT4 no tecido adiposo branco, parece que o composto não substituído (-H) aumenta sua expressão, o que pode justificar a redução da glicemia observada após este tratamento. E o composto monosubstituído parece aumentar a translocação de GLUT4 para a membrana plasmática no tecido adiposo. Estes dados sugerem que o tecido adiposo é o órgão mais importante no controle da homeostasia glicídica destes animais diabéticos tratados com os compostos de vanádio. Conclusão: Os compostos de vanádio estudados aqui modulam diferentemente a expressão de GLUT4 nos tecidos insuli-no-sensíveis. Apoio financeiro: Fapesp proc. n° 2004/10130-0.

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Pôsteres

2008 S197

06.B.06INfLUENCE Of ChALCONES ANALOGUES ON SERUM GLUCOSE LEVELS IN hyPERGLyCEMIC RATS

Cazarolli LH1; Damazio RG1; Alberton EH1; Chiaradia LD2; Leal PC2; Nunes R2; Yunes RA2; Silva FRMB1

1Disciplina de Bioquímica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); 2Disciplina de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Introduction: Chalcones are precursor compounds for flavonoid synthesis in plants. Naturally occurring chalcones are mostly in the methoxy and hydroxylated forms and many reports have been documented different biological properties, among these, in carbohydrate metabolism, specially, in glucose management in the body. A series of chalcones derivatives from 3,4-methylenedioxybenzaldehyde has been synthesized and investigated as hypoglycemic agent in a glucose loaded animal model. Chalcones with biological activity were compared with lispro, regular insulin and tolbutamide effect on serum glucose levels. Methods: Male Wistar rats (180-250 g) were used. Fasted animals were deprived of food for 16 h and free access to water. Hyperglycemic rats received regular (0.5 IU) or lispro insulin (0.05 IU) i.p.; tolbutamide (100 mg/kg) or the core structure of chalcones or chalcones derived from 3,4-methylenedioxy-benzaldehyde ((2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-phenyl-2-propen-1-one (1), (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(2’-hidroxy-phenyl)-2-propen-1-one (2), (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(3’-methoxy-4-hidroxy-phenyl)-2-propen-1-one (3), (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(4’-methoxy-phenyl)-2-propen-1-one (4), (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(3’,4’-dimethoxy-phenyl)-2-propen-1-one (5), (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(3’,4’,5’-trimethoxy-phenyl)-2-propen-1-one (6), (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(4’-nitro-phenyl)-2-propen-1-one (9) and (2E)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-1-(3’-nitro-phenyl)-2-propen-1-one (10)) at dose 10 mg/kg by oral gavage in hyperglycaemic rats. Blood was collected at zero 15, 30, 60, 120 and 180 minutes (glucose tolerance curve). Glycemia was determined by the glucose-oxidase method. Values were expressed as mean ± S.E.M.; n = 5 in duplicates for each group. Results and Discussion: Compound 01, without substituents in the ring A was unable to change glycemic levels (zero: 115,7 ± 5,99; 15 min: 170,0 ± 15,15; 30 min: 188,6 ± 11,46; 60 min: 166,3 ± 12,4; 120 min: 161,3 ± 7,45; 180 min: 151,7 ± 5,63) compared to the hyperglycemic group (zero: 118,1 ± 3,45; 15 min: 196,2 ± 13,61; 30 min: 201,7 ± 11,95; 60 min: 178,4 ± 9,07; 120 min: 137,8 ± 7,7; 180 min: 134,3 ± 4,41). On the other hand, compounds 03, 04, 05, 09 and 10 with substituents at position 3’ and/or 4’ in the ring A showed significant reduction in serum glucose levels at different times (03– 60 min: 129,8 ± 6,01; 04– 30 min: 166,8 ± 8,9; 05– 30, 60 min: 148,9 ± 2,47 and 135,5 ± 5,87; 09– 15, 30 min: 159,7 ± 3,71 and 152,4 ± 2,71; 10– 15, 30, 60 min: 148,3 ± 5,62; 144,3 ± 3,13 and 145,9 ± 4,53) compared to the hyperglycemic group. Concerning the anti-hyperglycemic effect, the compound 03 and 05 (methoxy substituents) inhibited the hyperglycemia induced by glucose around 75% similar to that demonstrated to lispro insulin 0,05 IU (126,2 ± 4,23) and tolbutamide (145,8 ± 6,83) at 60 min. The rapid and lasting hypoglycemic effect was showed to compound 09 and 10 (nitro substituents). In conclusion, besides the natu-re of the functional groups electron-donor substituents, as methoxy and hydroxyl or electron-acceptor, as nitro groups, the position of the group is mandatory to biological activity. Apoio financeiro: CNPq, Capes; Fapesc-SC.

06.B.07AVALIAÇÃO DOS MECANISMOS DE AÇÃO DE UM INIBIDOR fARMACOLÓGICO DA ExPRESSÃO DA PROTEíNA COATIVADORA 1 ALfA DO RECEPTOR ATIVADO POR PROLIfERADOR DO PEROxISOMA (PGC-1α) PARA O TRATAMENTO DE DIABETES MELITO, RESISTÊNCIA À INSULINA E SíNDROME METABÓLICA

Albuquerque GG1; de Souza CT2; Girasol A2; Boschero AC3; Carneiro EM3; Velloso LA2

1Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamen-to de Clínica Médica da FCM-Unicamp; 3Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Unicamp

Introdução: Durante os últimos anos, o aumento progressivo na prevalência da obesidade em populações de diversas áreas do planeta tem contri-buído para o aumento na prevalência do diabetes melito. O coativador de fatores de transcrição, PGC-1α, tem sido relacionado a uma série de eventos que contribuem para o controle do metabolismo da glicose. Estudos recentes mostraram que a redução da expressão de PGC-1α em ilho-tas pancreáticas leva a um aumento na secreção de insulina. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi empregar um oligonucleotídeo antisense para a PGC-1α (PGC-1α AS) e analisar os efeitos da inibição desta proteína na secreção e na sensibilidade periférica a insulina. Métodos: Foram utiliza-dos camundongos Swiss com diabetes e obesidade induzidos por dieta hiperlipídica e camundongos ob/ob e db/db. Estes animais foram tratados com injeções intraperitoneais diárias de 100 mL de PGC-1α AS sendo a glicemia dosada periodicamente. A insulinemia foi determinada por radioimu-noensaio. Ilhotas pancreáticas foram extraídas de ratos Wistar não submetidos a tratamentos prévios para estudo in vitro. Durante a secreção está-tica de insulina as ilhotas foram incubadas em meio de cultura por doze horas na presença ou não de PGC-1α AS e então estimuladas com glicose, potássio, leucina e arginina. Para testar potenciais efeitos colaterais do tratamento com PGC-1α AS, foram dosados, através de kits de análises bio-químicas, o colesterol plasmático total e atividade da fosfatase alcalina sérica. O efeito da administração oral e intraperitoneal de PGC-1α AS sobre a expressão de PGC-1α foi realizada através de western blotting. Animais tratados com PGC-1α AS foram submetidos à perfusão hepática para avaliar a produção de glicose a partir de precursores. Resultados: Os camundongos swiss tornaram-se obesos e diabéticos depois de oito semanas tratados com ração contendo alta proporção (36%) de gordura saturada. Uma dose diária de PGC-1α AS reduziu a glicemia dos animais (44,1 ± 4% abaixo do controle, n = 5) sem afetar a ingestão de alimentos e o peso corpóreo. O mesmo padrão de redução da glicemia também foi observado nos camundongos ob/ob (43,6 ± 7,3% abaixo do controle, n = 5) e db/db (33 ± 10,3% abaixo dos controles, n = 5) tratados com o oligonucleotídeo antisense. O tratamento com PGC-1α AS por doze horas não provocou alterações na secreção de insulina em ilhotas cultivadas. PGC-1α AS não provocou alterações nos níveis de colesterol e fosfatase alcalina. A administração oral de PGC-1α AS foi mais efetiva na redução da expressão de PGC-1α comparado a via intraperitoneal. Animais tratados com PGC-1α AS apresentaram menor produção de glicose hepática (47 ± 10% abaixo do controle, n = 5). Discussão: O uso de PGC-1α AS em animais obesos e diabéticos promove melhora dos níveis de glicose sérica e redução na produção de glicose hepática. Sabe-se que a elevada produção de glicose hepática contribui para o desenvolvimento do diabetes relacionado à obe-sidade. Devido a evidente ligação entre PGC-1α e diabetes, estes resultados indicam que PGC-1α é um potencial alvo terapêutico para o tratamen-to de diabetes melito tipo 2. Entidade financiadora: Aché/Funcamp.

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Pôsteres

2008 S199

06.C.02ANÁLISE RETROSPECTIVA DA SANGRIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM SíNDROME METABÓLICA E hIPERfERRITINEMIA E DIABETES MELITO TIPO 2

Tolloto GHV1; Halpern A2; Sousa RF3

1Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Endocrinologia do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP

Introdução: O diagnóstico da síndrome metabólica (SM) baseado em diretrizes, consensos e na perspectiva da abordagem multidisciplinar possibilita estabelecer uma aparente relação entre resistência à insulina (RI), diabetes melito 2 (DM2), obesidade e a hiperferritinemia. Esta re-lação também é possível na hemocromatose hereditária (HH), doença genética com aumento de absorção de ferro e acúmulo no fígado, pân-creas e coração entre outros órgãos. Em pacientes com HH, uma das condutas no tratamento é a sangria terapêutica, que além de promover o controle glicêmico na DM2, diminui à RI e reduz o risco cardiometabólico; porém, na SM esta conduta terapêutica ainda não é relatada. Obje-tivos: Analisar de forma retrospectiva ao longo do período de dois anos a eficácia comprovada, da sangria terapêutica em quatro pacientes com remissão de DM2 e de SM e hiperferritinemia com e sem HH. Método: Pacientes sexo masculino (n = 20) com SM e hiperferritinemia (critérios da IDF). Período de três anos e meio, acompanhados clinicamente com exames pré e pós-sangria terapêutica. Característica da amostra (Tabela 1). Resultados: Após as sangrias terapêuticas os resultados foram analisados e expressos em média e desvio-padrão (Tabela 2). Conclusões e Discussões: As análises dos dois grupos mostraram resultados semelhantes na SM e hiperferritinemia com e sem HH rápida diminuição dos níveis da ferritina, diminuição da circunferência abdominal e do IMC nos pacientes com e sem dieta hipocalórica e ou ferropriva. Melhora do controle glicêmico, na DM2, com “remissão” (Tabela 1) da Diabetes em quatro pacientes, melhora da RI e redução do risco cardiometabólico. Análise retrospectiva demonstrou que a sangria terapêutica na SM, além de um método eficaz,seguro e sem efeitos adversos é capaz de estabili-zar os níveis da glicemia até a possível remissão do quadro da Diabetes ao longo dos anos.Isto indica que a sangria terapêutica na SM pode ser considerada uma possibilidade no tratamento na SM com hiperferritinemia e DM2.

Pré-Sangria, Pós-Sangria.

Tabela 1

Média

Idade (anos) 51 ± 7,2 38 ± 12DM2 N = 10 N = 2PA mmHg 14,5/9,0 ± 1,2 13,1 ± 1,5Circunferência abdominal (cm) 110 (± 25 92 (± 18)IMC kg m2 32,4 (± 1,8) 27,8 (± 2,8)Ferritina mg/dl 980 (± 220) 400 (± 160)Glicemia mg/dl 280 (± 58) 110 (± 20)HOMA IR 6,8 (± 2,5) 5,5 (± 1,2)Triglicérides mg/dl 370 (± 130) 250 (± 7,5)HbA1c % 8,2 (± 1,4) 5,2 (± 1,7)RMN fígado

(nl < 36) n = 5 85 (± 30) 40 (± 20)RMN coração (nl > 20) n = 5 23 (± 9) 21 (± 11)HDL mg/dl 32 (± 6,8) 28 (± 6,1)Insulina mg/dl 25 (± 18) 20 (± 15)Antidiabéticos orais

* remissão =

12 meses com glicemia normal Metformina + glib (8) Metformina (2)

Tabela 2

SM com HH SM sem HHNúmero N = 10 N = 10Dieta hipocalórica 1.500 cal N = 5 N = 4DM2 (remissão) N = 4 N = 0PA mmHg 14,5/9,5 13,5/8,9Circunf. abdominal (cm) 98-105 (± 12) 85-102 (± 5)IMC kg/m2 28,5 ± 0,8 25,1 ± 5Ferritina mg/dl 150 ± 80 95 ± 50Glicemia mg/dl 170 ± 35 85 ± 12HOMA-IR 3,5 (± 1,2) 1,8 ± 1,0

Triglicérides mg/dl 210 ± 50 95 ± 50HbA1c % 5,8 ± 1,5 5,5 ± 1,2RMN fígado

(n < 36) 26 ± 20 15 ± 20RMN coração

(n > 20) 38 ± 20 32 ± 5Colesterol HDL mg/dl 42 ± 15 50 ± 12

Dieta ferropriva N = 5 N = 4ADO Metformina (4) Metformina (1)

Sangria terapêutica

Freqüência: em três anos e meio

500 ml

1-2x/semana

27-30 2-6

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Pôsteres

2008S200

07.B.01MODULAÇÃO DA AMP-ACTIVATED PROTEIN kINASE (AMPK) EM hIPOTÁLAMO DE RATOS WISTAR SUBMETIDOS AO ExERCíCIO

Fernandes MFA1; Flores MBS1; Ueno M1; Faria MC2; Ropelle ER2; Velloso LA2; Saad MJA2; Carvalheira JBC2

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Disciplina de Medicina Interna do Departamento de Clínica Médica da FCM-Unicamp

As proteínas AMPk e mTOR são as principais moduladoras do balanço energético intracelular, e exercem influência decisiva sobre a ação hipo-talâmica da leptina. O exercício agudo, através da produção de IL-6, está associado ao aumento da sensibilidade à ação anorexigênica da leptina. Visando investigar a possível influência das vias AMPk e mTOR, neste aumento da sensibilidade hipotalâmica à leptina induzido pelo exercício agudo, ratos Wistar foram submetidos à natação e posteriormente receberam injeção intracerebroventricular de IL-6, ativadores e/ou inibidores da AMPk e mTOR. A IL-6 reduziu a ingestão alimentar dos animais não exercitados; no entanto, o pré-tratamento com ativador da AMPk ou inibidor da mTOR bloqueou esta ação da IL-6. Ativadores da AMPk aumentaram a ingestão alimentar de forma mais significativa nos animais não exercitados. Inibidores da AMPk reduziram a ingestão mais expressivamente nos animais exercitados. A injeção central de leptina reduziu a ingestão de ratos exercitados mais expressivamente do que foi observado nos animais controle. Tanto o pré-tratamento com inibidor da IL-6, como com ativador da AMPk ou inibidor da mTOR, reverteram esta ação da leptina. O exercício também está associado à redução da fosfori-lação da via da AMPk e à maior fosforilação da via da mTOR, no hipotálamo. A da resposta das vias em questão ao estímulo com leptina pro-vavelmente seja um dos principais determinantes da modulação do set point hipotalâmico pelo exercício agudo. Apoio financeiro: Capes.

07.B.02INDICADORES DE ESTEATOSE hEPÁTICA E TREINAMENTO fíSICO EM RATOS ALIMENTADOS COM DIETA RICA EM fRUTOSE

Botezelli JD1; Mello MAR1; Moura RF1; Rocha RT1

1Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)

Introdução: A síndrome metabólica é um mal que, segundo projeções, poderá no ano de 2010 acometer de 50 a 75 milhões de pessoas somen-te nos Estados Unidos. Dessa forma, é de grande interesse o desenvolvimento de procedimentos mais efetivos para prevenção e tratamento desta doença. A esteatose hepática não alcoólica (EHNA) está emergindo como componente da síndrome e marcadores dessa condição, como elevação nas concentrações séricas de aspartato amionotransferse (AST), alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina (ALk) aparecem como preditores confiáveis da síndrome. Uma vez que existem limitações nas pesquisas com seres humanos, torna-se necessário o emprego de modelos experimentais adequados ao estudo da doença. Objetivo: Na busca de um modelo animal apropriado para o estudo do papel do exer-cício no desenvolvimento da síndrome metabólica, o presente estudo visou analisar os efeitos do treinamento de caráter aeróbio sobre marcado-res de EHNA, em ratos mantidos dieta com rica em frutose do desmame à idade adulta, que têm sido empregados como modelo experimental da síndrome metabólica humana. Método: Estes animais foram submetidos ao teste de máxima fase estável de lactato para detectar a transição anaeróbia/aeróbia do exercício aos 28, 60 e 90 dias. O protocolo de treinamento foi de 1 hora por dia, 5 dias por semana na intensidade da transição metabólica, dos 28 aos 120 dias de vida. OS ratos foram separados em 4 grupos: B/S = dieta balanceada e sedentário; B/T = dieta balanceada e treinados; F/S = alimentados com dieta rica em frutose (60% de frutose) e sedentários; F/T = alimentados com a dieta rica em frutose e treinados. Resultados: O grupo F/T apresentou concentrações maiores de AST (unidade) e ALT (unidade) comparadas aos outros grupos: F/T: AST = 29,4 ± 12,39, ALT = 31,5 ± 18,04; B/T: AST = 16,6 ± 4,5, ALT = 21,5 ± 13,3; F/S = AST: 12,8 ± 7,8, ALT = 11,3 ± 2,59; B/S = AST = 21,2 ± 7,1, ALT = 11,9 ± 1,87. Esses resultados indicam que a dieta rica em frutose não alterou os marcadores séricos de esteatose hepática avaliados nos animais sedentários. Por outro lado, tornou os ratos mais sensíveis às alterações induzidas pelo exercício físico nos mesmos marcadores. Apoio financeiro: CNPq/Pibic.

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Pôsteres

2008 S201

07.B.03PhySICAL TRAINING INCREASES PANCREATIC IGf-I IN DIABETIC RATS

Almeida Leme JA1; Gomes RJ1; Moura LP1; Rogatto GP1; Moura RF1; Voltarelli FA1; Oliveira CAM1; Mello MAR1; Luciano E1

1Faculdade de Educação Física do Instituto de Biociências de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP)

Diabetes reduces the serum levels of insulin-like growth factor-I (IGF-I) and physical training may prevent this reduction. Pancreatic expression of IGF-I may contribute to regenerate and protect β-cell mass in type 1 diabetes. To examine the influence of moderate physical training on pancreatic IGF-1 levels in diabetes, male Wistar rats were given a single dose of alloxan (30 mg/kg b.w.) to induce diabetes and then randomly allocated to sedentary or trained groups. The training protocol consisted of a 1h swimming session/day, five days/week for eight weeks with a load corresponding to 88% of Maximal lactate steady state. These two groups were compared with sedentary or trained non-diabetic rats (con-trols). At the end of the training period, the rats in all groups were sacrificed and blood was collected for the quantification of hematocrit and serum glucose, insulin, triglycerides, and IGF-1. Skeletal muscle glycogen levels and pancreatic IGF-I concentrations were also determined. Diabetes reduced the serum insulin and IGF-I concentrations but increased serum glucose and triglyceride levels. Physical training reduced the serum glucose and triglyceride levels but restored serum IGF-I levels in diabetic rats and increased the muscle glycogen content in diabetic and control trained rats. Physical training increased pancreatic IGF-I concentrations in only in diabetic rats. In conclusion, long-term chronic exer-cise improved the metabolic state and increase pancreatic IGF-I in alloxan diabetic rats. Apoio financeiro: CNPq.

07.B.04EfEITOS DO DIABETES ExPERIMENTAL SOBRE O METABOLISMO GLICíDICO CEREBRAL DE RATOS SEDENTÁRIOS E TREINADOS MODERADAMENTE

Gomes RJ1; Almeida Leme JA1; Moura LP1; Mota CSA1; Ribeiro C1; Araujo MS1; Luciano E1; Mello MAR1

1 Faculdade de Educação Física do Instituto de Biociências de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP)

Estudos atuais demonstram que o diabetes pode prejudicar a função cerebral e produzir perda da capacidade cognitiva. O exercício físico por outro lado, tem sido indicado para prevenção de vários distúrbios cognitivos. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi investigar os efeitos do diabetes experimental sobre o metabolismo glicídico do cerebelo e hipocampo de animais sedentários e treinados. Para tanto, ratos Wistar (70 dias de idade) foram distribuídos em quatro grupos: controle sedentário (CS), controle treinado (CT), diabético sedentário (DS) e diabético treinado (DT). Para indução do diabetes experimental, os animais receberam aloxana monoidratada Sigma (30 mg/kg de peso corporal IV). O programa de treinamento físico consistiu em natação por 60 minutos diários, 5 dias por semana, durante 8 semanas, com cargas equivalentes a 88% da máxima fase estável do lactato. Na sétima semana todos os animais foram submetidos a um teste agudo de natação para comprovar a eficácia do treinamen-to. Ao final do período experimental, os ratos foram sacrificados e o sangue foi utilizado para dosagem de glicose e albumina. Fatias (25 mg) do cerebelo e do hipocampo foram incubadas na presença de glicose (5.5 mM, contendo [3H] 2-deoxiglicose e [U-14C] glicose) para determinar-se a captação e oxidação de glicose, bem como síntese de glicogênio. Os dados foram analisados pela análise de variância (ANOVA) e teste de Bonfer-roni, com nível de significância de 5% (a≠de CS; b≠CT; c≠DS). Durante o teste agudo de natação houve aumento significativo das concentrações de lactato após 25 minutos de exercício nos animais sedentários em comparação aos treinados (CS = 8,8 ± 0,3; CT = 5,5 ± 1,8a,c; DS = 8 ± 1,6; DT = 5 ± 1,2a,c mmol/L). Após o sacrifício dos animais, não ocorreram diferenças significativas com relação à albumina sérica, porém houve aumento significativo das concentrações de glicose nos animais diabéticos sedentários em relação aos demais grupos (CS = 102 ± 10; CT = 105 ± 9; DS = 323 ± 12ª,b; DT = 301 ± 13c mg/100 ml. Observou-se, no cerebelo, redução significativa da captação de glicose nos animais diabéticos em relação aos controles. Além disso, houve redução significativa da desse parâmetro no grupo-controle treinado em relação ao controle sedentário (CS = 10 ± 1,5; CT = 6 ± 1,5ª; DS = 2,9 ± 0,8ª,b; DT = 2,3 ± 0,3ª,b μmol/gh). Não foram observadas alterações significativas na síntese de glicogênio e oxidação de glicose. Quanto ao hipocampo, houve aumento significativo da síntese de glicogênio no grupo diabético sedentário em comparação aos grupos-controle (CS = 0,2 ± 0,04; CT = 0,14 ± 0,03; DS = 0,24 ± 0,07ª,b; DT = 0,15 ± 0,01 μmol/gh). O mesmo ocorreu com o conteúdo total de glicogênio (CS = 0,04 ± 0,01; CT = 0,04 ± 0,01; DS = 0,057 ± 0,01ª,b; DT = 0,052 ± 0,08 mg/100 mg). Não foram encontradas diferen-ças significativas entre os grupos com relação à captação e oxidação da glicose. Nossos resultados demonstram que o diabetes experimental provoca alterações no metabolismo glicídico cerebral em ratos e que o treinamento físico moderado minimiza algumas dessas alterações metabólicas, prin-cipalmente na região do hipocampo. Apoio financeiro: CNPq.

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Pôsteres

2008 S203

07.B.07ADVANCED GLyCATED ALBUMIN REDUCES MITOChONDRIAL RESPIRATORy ChAIN ACTIVITy AND ENhANCES MITOChONDRIAL AND NADPh OxIDASE-MEDIATED SUPEROxIDE ANION PRODUCTION IN MACROPhAGES

Pinto RS1; Paim BA2; Machado AP1; Inada NM2; Nakandakare ER1; Passarelli M1

1Laboratório de Investigação Médica de Lípides (LIM 10) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Departamen-to de Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Oxidative stress due to advanced glycation end products (AGE) contributes to atherogenesis in diabetes mellitus (DM) by impairing the ABCA-1 and ABCG-1-mediated reverse cholesterol transport (RCT). We analyzed in J774 macrophages (J774-macs) the role of AGE-albumin (AGE-alb) on mitochondrial and NADPH oxidase-induced reactive oxygen species (ROS) generation as well as on the mitochondrial oxygen flow. AGE-alb was made by incubating albumin with 10 mM glyoxal (GO), 50 mM methylglyoxal (MGO) or 10 mM glycolaldehyde (GAD) for 4 days at 37ºC. Control albumin (C-alb) was incubated with PBS alone. J774-macs were incubated with C-alb or AGE-alb (18h) and ROS production was analyzed by flow cytometry by using 1 mM of DHE (dihydroetidium) probe. Mitochondrial oxygen flow was measured by high-resolution oxygraphy. Four distinct experiments in duplicate were done in all cases. ROS generation was enhanced by GO-alb 24%, MGO-alb 22% and GAD-alb 24% when compared to C-alb (p < 0.05). No changes in ROS production elicited by AGE-alb were observed when cells were incubated with the NADPH inhibitor (diphenylene iodonium, DPI 10mM). Also there was no increase in ROS generation in AGE-alb - treated macs on incubation with a mitochondrial uncoupling protein (carbonyl cyanide m-chlorophenyl hydrazone, CCCP 0.5 mM). Oxygen flow (pmol/s/mL) in cells treated with C, GO, MGO and GAD-albumin were respectively, 31, 20, 24 and 17 reflecting an AGE-induced decrement in basal mitochondrial respiration (p < 0.05). As expected, in the presence of oligomycin (2 mg/mL), the oxygen flux was reduced to 13, 11, 14 and 10, respectively, for the treatments described above when compared to basal conditions. After incubation with FCCP, the oxygen flow values were 38, 26, 44 and 24 (C, GO, MGO and GAD-alb, respectively) reflecting an impaired oxygen flow recovery in cells treated with GO and GAD-alb as compared to C-alb (p < 0.05). Potential pro-atherogenic effects in DM are elicited by AGE-alb due to induction of ROS, through the NADPH oxidase and mitochondrial respiration chain pathways. Besides, AGE-alb causes mitochondrial dysfunction thus disturbing the energetic metabolism in J774-macs that may impair the RCT as previously reported by us. Apoio financeiro: Fapesp.

07.B.08EfEITOS AGUDOS DO ExERCíCIO fíSICO INTENSO E INTERMITENTE SOBRE O METABOLISMO DE GLICOSE EM RATOS

Rogatto GP1; Mota CSA2; Ribeiro C2; Gomes RJ2; Almeida Leme JA2; Mello MAR2

1Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); 2Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)

Introdução: A resistência à insulina é um fator relacionado ao diabetes que pode prejudicar a saúde do indivíduo, uma vez que compromete a capacidade dos tecidos captarem glicose. O exercício físico, por outro lado, pode favorecer o metabolismo da glicose, estimulando a captação desse substrato durante e após a contração muscular. Embora essa resposta metabólica ao esforço já tenha sido observada em modelos experi-mentais com atividades aeróbias, pouco tem sido investigado sobre os efeitos de esforços intensos sobre o metabolismo de carboidratos. Obje-tivos: Verificar os efeitos de uma sessão de exercício físico intenso e intermitente sobre as respostas aos testes de tolerância à glicose e à insulina, bem como avaliar a captação de glicose pelo músculo sóleo isolado nas condições de repouso e pós-exercício em ratos Wistar. Métodos: Ratos Wistar foram distribuídos em dois grupos experimentais, de acordo com o estado de atividade prévia aos testes e ao sacrifício: repouso (REP) e exercício agudo (EA). Os animais do grupo EA realizaram uma sessão de esforço físico intenso e intermitente que consistiu de quatro séries de 10 saltos (intercaladas por 1 minuto de intervalo) em piscina, com o nível da água correspondendo a 150% do comprimento corporal e supor-tando sobrecarga equivalente a 50% da massa corporal. Em semanas diferentes, os ratos foram submetidos aos testes de tolerância à glicose oral (GTT) e à insulina subcutânea (ITT) tanto na condição de repouso, quanto imediatamente após a realização do exercício físico. Também nessas condições, foram coletadas amostras de sangue e do músculo sóleo para determinação do lactato sanguíneo (método enzimático) e da taxa de captação de glicose por meio de incubação no músculo isolado. Através do programa Origin foi feito o cálculo das áreas sob as curvas de glico-se (AUG) e insulina (AUI) durante o GTT, e da taxa de remoção da glicose no ITT (kitt). A análise estatística foi feita por teste t de Student com nível de significância pré-fixado em 5%. Resultados e discussão: O modelo de exercício físico utilizado no presente estudo é caracterizado como anaeróbio, uma vez que, comparado às concentrações de lactato de repouso, o grupo EA mostrou aumento significativo da lactacidemia (REP: 1,8 ± 0,4; EA: 5,4 ± 0,9 mmol, p < 0,0001). Durante a realização do GTT, o grupo submetido ao esforço agudo apresentou menor AUG comparado aos ratos mantidos em repouso (REP: 14280 ± 1319,2; EA: 10246,65 ± 1127,0 mg/dL/120’, p < 0,0001). Contudo, a AUI não sofreu alteração pela sessão aguda de esforço (REP: 26,67 ± 4,83; EA: 26,72 ± 7,70 ng/mL/120’), mostrando que o exercício físico intenso e intermitente aumenta a captação de glicose independente da quantidade de insulina. Isso foi confirmado pelo fato de os animais agudamente exercitados apresentaram maior taxa de captação de glicose pelo músculo sóleo quando comparados ao grupo REP (REP: 12,62 ± 2,25; EA: 28,25 ± 7,32 umol/g.h, p < 0,0001). Além disso, o kitt também se mostrou aumentado pela ação do exercício (REP: 0,36 ± 0,20; EA: 0,73 ± 0,30%/min., p < 0,0001). Conclusão: Os resultados indicam que a sessão aguda de esforço intenso favorece a captação de glicose, aumentando a sensibilidade periférica à insulina. Apoio financeiro: Fapesp e CNPq.

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Pôsteres

2008S204

07.B.09EffECTS Of AEROBIC ExERCISE TRAINING IN NEONATAL ALLOxAN- INDUCED NON-INSULIN DEPENDENT DIABETES MELLITUS IN RATS

Ribeiro C1; Mota CSA1; Voltarelli FA1; Manchado-Gobatto FB2; Oliveira CAM1; Mello MAR1

1Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP); 2Departamento de Educação Física das Faculdades Inte-gradas Einstein de Limeira

Introduction: Diabetes mellitus is a disease characterized by hyperglycemia, altered lipid and protein metabolism and increased risk for cardiovas-cular diseases. The regular practice of physical activities is highly indicated as a way to improve physical fitness and quality of life of the diabetic, since it improves glucose tolerance and reduces insulin resistance. On the other hand, the effects of exercise in preventing the outbreak of the dise-ase are less known. Objective: The present study aimed to analyze the effects of aerobic exercise training on serum glucose, pancreas insulin stores and insulin secretion of rats after neonatal alloxan administration. Methods: Forty newly born (6 days old) wistar rats were used. Half of them re-ceived intraperitoneal alloxan injection (A = 250 mg/kg of body weight). The other half was injected with vehicle (citrate buffer) and used as controls (C). From the 28 th day of age on, part of the rats from both groups were submitted to swim training (T), 1hour/day, 5 days for week, during 4 weeks, composing the subgroups TC [n = 10] and TA [n = 10]. The rest of them were kept sedentary (S), composing the subgroups SC [n = 10] and AS n = 10]. Results: At 60 days old and 48 hours after the last training session, all animals were sacrificed for analysis of serum glu-cose concentrations, pancreas insulin content and isolated islets (collagenase) glucose-induced insulin secretion. Serum glucose (mmol/L) was hi-gher (ANOVA two-way, p < 0,05) in alloxan than in control rats and lower in trained than in sedentary rats (SC = 6.43 ± 0.35;CT = 6.07 ± 0.57; SA = 7.24 ± 0.56; TA = 6.95 ± 0.38). The pancreatic insulin (μg/g) content varied as follows: SC = 166.3 ± 35.3 ~ TC = 247.2 ± 99.1 and SA = 148.4 ± 52.8 < TA = 313.0 ± 94.0.Glucose-induced insulin secretion data are presented in Table 1. Conclusion: In conclusion, aerobic exercise training improved pancreas insulin stores and glucose- induced insulin secretion in the alloxan-treated animals. As a consequence, the elevation of the serum glucose concentrations was prevented. Apoio financeiro: Fapesp (Proc: 05/57741-6), CNPq e Capes.

Table 1. Glucose-induced insulin secretion (ng/5 ilhotas x h) by isolated pancreatic islets.

Glucose concentrations (mM) 2,8 8,3

SC 2.38 ± 1.84 7.71 ± 1.21

TC 3.92 ± 1.43 2.96 ± 1.37c

SA 0.61 ± 0.34d 1.50 ± 0.54d

TA 0.98 ± 0.43a 5.57 ± 2.74a,b

Results are mean ± SD, p < 0,05. a = TC x TA; b = SAx TA; c = SCx TC; d = SCx SA.

07.B.10A INTERAÇÃO ENTRE ULTRA-SOM E TREINAMENTO DE ESfORÇO SOBRE OS TRIGLICÉRIDES INTRAMUSCULAR NO DIABETES MELITO ExPERIMENTAL

Dalia RA1; Guerino M2; Parizotto N2; Luciano E1

1Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP); 2Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

A musculatura esquelética é um dos mais importantes tecidos envolvidos na homeostasia glicêmica, devido a sua capacidade de captar grandes quantidades de glicose após a infusão ou ingestão da mesma, sendo as alterações tanto na sensibilidade à insulina quanto no metabolismo da glicose uma das principais características observadas no diabetes melito. Os triglicérides intramusculares (IMTG) são armazenados dentro das fibras musculares, perto das miofibrilas, devido a isso, seu aumento ou acumulo indesejado é um fator que contribui para a resistência à insulina periférica. A energia provida pela terapia ultra-sônica tem sido muito investigada como auxiliar para diversos processos biológicos, dentre os quais podemos ressaltar a regeneração muscular e a recuperação energética do músculo ativo. Para isso, foram utilizados 40 ratos Wistar machos adul-tos diabéticos e não diabéticos divididos em oito grupos: diabético sedentário (DS); diabéticos treinados (DT); diabético sedentário com ultra-som (DSUS); diabético treinado com ultra-som (DTUS); controle sedentário (CS); controle treinado (CT); controle sedentário com ultra-som (CSUS) e controle treinado com ultra-som (CTUS). O tratamento foi realizado com um ultra-som terapêutico de 1 MHz, pulsado a 50% com intensidade de 0,2 W/cm2 durante 10 minutos totalizando 10 sessões. O treinamento diário foi executado durante 3 semanas de natação, sendo a primeira com 5% de carga do peso total e as seguintes com 8%, durante 30 minutos. Verificamos nos resultados que não houve nenhuma dife-rença nos IMTG entre os grupos para o músculo Tibial Anterior. No músculo Gastrocnêmio foi observada apenas uma diferença estatisticamen-te significativa entre o grupo DSUs que foi menor, comparado com o grupo CTUs (p < 0,05). Para o músculo sóleo foi observada uma diferença significativa entre os grupos DS e CS e também entre os grupos DSUs e CS, sendo os valores dos grupos diabéticos menores (p < 0,05), ainda uma diferença muito significativa entre os grupos DT e CS e também entre os grupos DTUs e CS (p < 0,01) onde também se constatou os menores valores nos grupos diabéticos. Concluímos que o ultra-som não influencia nas concentrações de IMTG. No músculo só-leo, a concentração de IMTG dos animais diabéticos foi significativamente menor que comparado com animais controles o que pode estar rela-cionado ao papel da insulina que influencia a enzima lípase hormônio sensível.

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Pôsteres

2008 S205

07.B.11ATIVIDADE fíSICA REGULAR REDUZ A RESISTÊNCIA À INSULINA INDUZIDA PELO ÁCIDO PALMíTICO EM MúSCULO SÓLEO INCUBADO

Hirabara SM1; de Brito GAP2; Machado AF2; Fiamoncini J3; Pithon-Curi TC1; Curi R3; Fernades LC2

1Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul); 2Disciplina de Fisiologia do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR); 3Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: A resistência à insulina está presente em várias síndromes como obesidade e diabetes melito tipo 2. Nestas condições, também se encontra elevada a concentração plasmática de ácidos graxos livres. Em nossos estudos prévios, verificamos que os ácidos graxos saturados, es-pecialmente o ácido palmítico (AP), induz resistência à insulina em músculo sóleo incubado e em cultura de células musculares esqueléticas. A prática de atividade física regular, por outro lado, tem sido relacionada com aumento na sensibilidade ao hormônio, embora os mecanismos envolvidos não sejam completamente conhecidos. Assim, investigamos se a atividade física regular reduz ou reverte o efeito do AP sobre a res-posta à insulina em musculoesquelético de rato. Métodos: Ratos machos Wistar foram submetidos ao treinamento físico durante 6 semanas, que consistiu de sessões diárias de natação, durante uma hora, quatro vezes por semana, com carga máxima de 6% da massa corpórea. Músculos só-leos (20 a 30 mg) de ratos sedentários e treinados foram isolados e pré-incubados em tampão bicarbonato de krebs-Ringer, contendo 5,6 mM de glicose, em banho-maria com agitação, a 37 ºC e 95% de O2/ 5% CO2. Em seguida, os músculos foram transferidos para outros frascos contendo o mesmo tampão acrescido de 0,3 microCi/mL de [U-14C]-D-glicose e incubados por uma hora, na ausência ou presença de 10 mU/mL de insulina e 0,05 ou 0,1 mM de AP. Resultados: Em músculos sóleos de ratos sedentários, o AP potencializou a síntese de [14C]-glicogênio (62%, p < 0,001) e aboliu a produção de lactato (p < 0,001) estimuladas pela insulina. Nessas condições, o ácido palmítico aumentou o conte-údo intracelular de glicose-6-fostato (27%, p < 0,01) e de citrato (13%, p < 0,05) na presença de insulina, compatível com a ocorrência do ciclo de Randle. Os músculos sóleos de ratos treinados apresentaram redução nos efeitos do AP. A redução na produção de lactato induzida pelo AP foi parcialmente revertida (80%) e a potencialização na síntese de glicogênio na presença do AP foi abolida em músculos sóleos de ratos treina-dos. A capacidade de oxidação do AP muscular também foi aumentada em 3 vezes (p < 0,001) nesses animais. Conclusões: Estes resultados são sugestivos de que a atividade física regular reduz os efeitos do AP sobre o metabolismo de glicose estimulado pela insulina em musculoesquelé-tico, sendo que esse efeito está relacionado com a maior capacidade de oxidação de ácidos graxos. Assim, um programa de atividade física regu-lar pode prevenir e/ou amenizar a resistência à insulina em musculoesquelético em condições de excesso de AG livres no plasma. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq, Capes, Funpar e Fundação Araucária.

07.B.12ATIVIDADE CONTRÁTIL AUMENTA A ExPRESSÃO DE GLUT4 EM RATOS WISTAR NORMAIS, MAS NÃO EM DIABÉTICOS

Lima GA1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: O GLUT4 é um transportador de glicose encontrado abundantemente no tecido muscular esquelético e é de fundamental impor-tância no controle da homeostasia glicêmica. Sabe-se que o exercício físico promove o aumento do GLUT4, e que também promove um au-mento da sensibilidade à insulina. O presente trabalho procura elucidar se este aumento do GLUT4 se dá pela atividade contrátil per se, e se ocorre tanto em animais normais quanto em diabéticos. Métodos: Seis ratos Wistar machos com 90 dias de vida foram divididos em dois grupos. Em um dos grupos foi administrada uma injeção de aloxana (38 mg/kg de peso corpóreo) para a destruição das células-beta pancreáticas e in-dução de diabetes Melito. O outro grupo permaneceu não-diabético. Foram colhidas amostras de urina antes e depois da indução do diabetes, e amostras de sangue no momento do sacrifício. Vinte e um dias após a injeção de aloxana, todos os animais tiveram os seus músculos soleares extraídos e incubados em tampão krebs Hanseleit para a realização da contração muscular in vitro. Apenas o tecido retirado da pata direita re-cebeu um estímulo contrátil supra-máximo (10 contrações de 10s a 100Hz); o esquerdo permaneceu em repouso e foi utilizado como controle. Posteriormente, foi extraído o RNA total destes tecidos para análise do conteúdo de mRNA por northern blotting. As amostras de urina foram utilizadas para análise de glicosúria de 24 horas. A insulinemia foi avaliada por radioimunoensaio. Resultados: O diabetes promoveu um aumen-to significativo na glicosúria e na glicemia, e uma redução na insulinemia (p < 0,05), o que era esperado. No que diz respeito à transcrição gê-nica, a beta actina não se mostrou um marcador endógeno fidedigno, uma vez que sofreu alteração (aumento de cerca de 80%) com a atividade contrátil no grupo Não Diabético (p < 0,05). Quando o mRNA do GLUT4 foi normalizado pelo mRNA da 18S, observou-se que nos animais Não Diabéticos, houve um aumento significativo (cerca de 100%) no GLUT4 (P < 0,05) em resposta a atividade contrátil, o que não foi obser-vado nos animais Diabéticos. Conclusões: Os animais normais responderam positivamente ao estímulo contrátil, aumentando a expressão do gene do GLUT4, o que não ocorreu nos animais diabéticos. Considerando-se que a insulina é um hormônio anabólico diretamente envolvido no processo de transcrição gênica em geral, podemos supor que a hipoinsulinemia crônica do diabetes tenha prejudicado a maquinaria transcri-cional da célula, deste modo, prejudicando o estímulo transcricional induzido pela contração muscular. Esses resultados demonstram que o músculo responde à atividade contrátil aumentando o mRNA do GLUT4, entretanto essa regulação ocorre somente quando a homeostasia metabólico-hormonal está preservada. Apoio financeiro: Fapesp: 06/58922-7

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Pôsteres

2008S206

07.B.13AEROBIC CAPACITy Of RATS fED WITh fRUCTOSE RICh DIET

Moura RF1; Botezelli JD1; Ribeiro C1; Mota CSA1; Araujo MB1; Mello MAR1

1Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP)

Introduction: Epidemiological and biochemical studies suggest that the high dietary intake of fructose is associated to the development of the metabolic syndrome (MS). In the opposite side, the aerobic capacity has an inverse correlation with the risk of this pathology development. The purpose of the present study is to verify the effects of fructose rich diet on the aerobic capacity of rats. Methods: Sixteen animals 28 days old were separated in two groups: a) Control (CG) fed a balanced diet (AIN93), and b) Fructose (FG) fed a fructose rich diet (60% of fructose) during eight weeks. The Lee index, an estimator of overweight in rats, was calculated. In addition, Basal serum triglycerides concentration [TG], insulin sensitivity (glucose disappearance rate after exogenous insulin administration – kitt), and the glucose tolerance (area under serum glu-cose - AUC - during a glucose tolerance test) were tested. To determine the aerobic capacity the animals were submitted to a maximal steady state lactate (MSSL) in swimming tests, with different workloads attached to the thorax in two or three alternate days. Blood lactate concentra-tion [lac]b were measured through blood samples collected of tail extremity, each five of twenty-five minutes, of tests duration. The MSSL in-tensities expressed by % of body weight (%bw) and average [lac]b from 10 to 25 min of exercise at MSSL intensity, were also analyzed. Results: Unpaired t test (p < 0.05) revealed difference between the groups in the [TG] (CG: 0.68 ± 0.19 vs. FG: 1.09 ± 0.25 mmol/L) and AUC of glucose (CG: 1128.1 ± 92.6 vs. FG: 1246.8 ± 69.1 mmol/L.120 min), but no differences were detected in Lee index (CG: 298.8 ± 7.6 vs. FG: 307 ± 10.7 g1/3.cm-1), insulin sensitivity (CG: 0.62 ± 0.23 vs. 0.65 ± 0.37 %.min-1) and MSSL intensity (CG: 5.7 ± 0,9 vs. FG: 5.6 ± 1,1 %bw). Anova two way for repeated measures do not revealed difference in the lactate kinetics during exercise at MSSL (p < 0.05). Discussion: Accor-ding to International Diabetes Federation the central obesity is an indispensable characteristic to MS diagnosis (2005). The absence of differen-ces in the Lee index means that the diet was not effective to unleash the full picture of the pathology. In spite that weight alterations were reported to Sprague Dowley rats, this data may be related to the lineage of the rats. The observation that aerobic capacity is not impaired by some metabolic alterations, promoted by fructose rich diet, has an important meaning to physical activity programs to risk groups. However, the chronic exercise training effects in MSSL must be investigated, in future researches, to establish the precision of this index to evaluate im-provement degrees in group risks. In conclusion, the fructose rich diet promotes pathological alterations inherent to the MS; nevertheless, these alterations do not impair the aerobic capacity of rats. Apoio financeiro: Fapesp: 07/54098-0.

07.B.14ExERCíCIO fíSICO INTENSO E INSULINA: EfEITOS SOBRE A CAPTAÇÃO E A OxIDAÇÃO DE GLICOSE EM MúSCULO SÓLEO ISOLADO DE RATOS

Rogatto GP1; Ribeiro C2; Mota CSA2; Almeida Leme JA2; Gomes RJ2; Mello MAR2

1Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); 2Faculdade de Educação Física do Instituto de Biociências de Rio Claro da Uni-versidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP)

Introdução: A deficiência na produção de insulina pelo pâncreas e/ou da ação desse hormônio nos tecidos periféricos são aspectos marcantes do organismo diabético. A importância metabólica da insulina é observada, em indivíduos diabéticos tipo 1, principalmente pelo intenso estado de catabolismo que estes podem apresentar. De outra forma, a resistência insulínica, presente em diabéticos tipo 2, dificulta o aproveitamento de substratos circulantes, comprometendo o metabolismo celular. O exercício físico tem sido considerado uma ferramenta bastante útil para o controle do diabetes, uma vez que as contrações musculares podem favorecer a captação de glicose independentemente da participação da insu-lina. Contudo, poucos estudos têm investigado os efeitos de exercícios intermitentes e de alta intensidade sobre o metabolismo muscular da glicose. Objetivos: Verificar os efeitos de uma sessão de exercício físico intenso e intermitente, sobre os processos de captação e oxidação de glicose, bem como de produção de lactato em fatias de músculo sóleo isolado de ratos Wistar. Métodos: Ratos Wistar foram inicialmente distri-buídos em dois grupos experimentais, de acordo com o estado de atividade prévia ao sacrifício: repouso (REP) e exercício agudo (EA). Os animais do grupo EA realizaram uma sessão de esforço físico intenso e intermitente que consistiu de 4 séries de 10 saltos (intercaladas por 1 minuto de intervalo) em piscina, com o nível da água correspondendo a 150% do comprimento corporal e suportando sobrecarga equivalente a 50% da massa corporal. Fatias do músculo sóleo (pesando aproximadamente 35mg) dos animais sacrificados em ambas as condições de atividade (REP e EA) foram coletadas e submetidas à incubação em dois meios: com a presença de insulina (CIns) e sem a presença do hormônio (SIns). Resultados e discussão: A sessão aguda de esforço promoveu aumento da lactacidemia (REP: 1,8 ± 0,4; EA: 5,4 ± 0,9 mmol, p < 0,0001) e da glicemia (REP: 103,8 ± 10,9; EA: 115,3 ± 10,5 mg/dL, p < 0,01). Contudo, não foram observadas modificações das concentrações de insulina (REP: 0,46 ± 0,29; EA: 0,43 ± 0,20 ng/mL). A incubação mostrou que a captação de glicose pelo músculo sóleo foi aumentada quando o meio apresentava insulina, tanto no grupo repouso quanto agudamente exercitado (REP/SIns: 3,83 ± 0,79; EA/SIns: 5,35 ± 0,59; REP/CIns: 12,62 ± 2,25; EA/CIns: 28,25 ± 7,32 mmol/g.h, p < 0,0001). A oxidação de glicose não mostrou influência tanto do meio de incubação quando do estado de atividade física dos animais (REP/SIns: 0,54 ± 0,13; EA/SIns: 0,55 ± 0,09; REP/CIns: 0,57 ± 0,09; EA/CIns: 0,63 ± 0,11 mmol/g.h). Os músculos dos animais EA mostraram maior produção de lactato quando comparados aos dos grupos REP (CIns e SIns), sendo que no meio com presença de insulina essa produção foi maior (REP/SIns: 4,52 ± 0,52; EA/SIns: 6,65 ± 0,72; REP/CIns: 6,80 ± 1,31; EA/CIns: 10,94 ± 2,61 mmol/g.h). Conclusão: Os resultados indicam que tanto a sessão aguda de esforço intenso e intermitente, quanto a presença de insulina no meio de incubação estimulam a captação de glicose e a produção de lactato. Contudo, ambos os estímulos não geram modificações da oxidação da glicose no músculo sóleo isolado de ratos. Apoio Financeiro: Fapesp e CNPq.

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Pôsteres

2008 S207

07.C.01ATIVIDADE fíSICA E OBESIDADE EM UMA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

Trevizani Nitsche MJ1; Olbrich SRLR1; Mori N1; Medolago N1; Olbrich J2

1Faculdade de Enfermagem da Faculdade Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP); 2Disciplina de Pediatria da FMB-UNESP

Introdução: O excesso de gordura corporal afeta negativamente a qualidade de vida das pessoas e tem ocorrido grande aumento na população. Esse excesso é conhecido como sobrepeso e obesidade, podendo estar associado a vários fatores como, diabetes, doenças cardíacas, hipertensão arterial, entre outras. Os benefícios da atividade física em adultos estão muito bem documentados. Dados descritivos e prospectivos disponíveis mostram uma relação positiva entre atividade física e o decréscimo no risco de diversas doenças crônicas, em especial nos obesos. Objetivos: Identificar perfil epidemiológico e fatores de risco relacionados ao sedentarismo e prevalência de obesidade na população da Universidade Esta-dual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) (alunos, servidores e docentes). Métodos: Estudo quantitativo compreendendo o período de 2003 a 2007. A coleta de dados deu-se por procura voluntária durante a Campanha “Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças” realizada nos campi da UNESP. Houve preenchimento de questionário para coleta de dados. Resultados: Foram avaliadas 10.678 pessoas de 14 campi da UNESP, com idade média de 31,9 anos. 56,1% do sexo masculino eram sedentários e 64,4% sedentários do sexo feminino. Dos pré-obesos, 33,6% eram sexo masculino e 17,6% do sexo feminino e obeso 10,9% e 6,6% respectivamente. Dos avaliados com IMC ≥ 25, 4,9% apresentaram hipertensão arterial, 1,6% diabéticos, 1,4% hipercolesterolemia e 3,2 eram tabagistas. Quanto aos antecedentes familiares, 9,2% relataram fami-liares com diabetes, 4,5% com acidente vascular cerebral, 5,5% obesidade, 5,7% enfarte, 10,0% hipertensão arterial. Neste grupo observamos que 6,6% eram alunos, 1,5% docentes e 12,6% servidores. Discussão: Vários fatores afetam a maneira como vivemos e por quanto tempo vivemos, e a atividade física e alimentação adequada são fatores decisivos na formação e manutenção da saúde. Programas de promoção a saúde nas empre-sas são fundamentais, pois além de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças, diminui afastamentos desnecessários. Conclusão: Nesta população a obesidade e o sedentarismo são fatores de risco preocupante devido a grande prevalência, principalmente entre os homens e em idade produtiva. Torna-se necessário implantar e implementar programas de atividades físicas e reeducação alimentar, favorecendo a conscienti-zação sobre o trabalho, saúde e qualidade de vida. Apoio financeiro: Proex – Unesp

07.C.02ATIVIDADE fíSICA RELATADA NÃO SE ASSOCIA A MELhOR PERfIL CARDIOMETABÓLICO EM NIPO-BRASILEIROS COM OU SEM DIABETES

Doro AR1; Mizuno J2; Papaleo F2; Bueno MK3; Gimeno SGA3; Hirai AT3; Ferreira SRG4

1Departamento de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Japanese-Brazilian Diabetes Study (JBds); 3Departamento de Medicina Pre-ventiva da Unifesp; 4Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

É conhecido o papel da atividade física como importante aliada na prevenção e tratamento de doenças crônicas não-transmissíveis. Os nipo-brasileiros apresentam altas prevalências destas doenças. Este estudo avalia o tempo de atividade física (AF) semanal de nipo-brasileiros e descre-ve o perfil cardiometabólico destes indivíduos, com (TGA) ou sem (TGN) anormalidade da tolerância à glicose, segundo o tempo gasto com exercícios. Foram incluídos 489 participantes da 3ª fase do Estudo de Diabetes e Doenças Associadas em População Nipo-Brasileira de Bauru-SP, de ambos os sexos, com idade entre 35-69 anos, que haviam sido submetidos ao International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) e exames clínico-laboratoriais. Foram obtidos: tempo de AF moderada pela forma curta do IPAQ, antropometria, dados vitais, perfil lipídico, glicose plasmática ao TOTG e PCRus. Os indivíduos com TGA e TGN foram divididos em quartis de AF e as referidas variáveis comparadas entre os quartis por meio de análise de variância (ANOVA). Havia grande predomínio de indivíduos de segunda geração (93%) e 58% da amos-tra eram mulheres. Cerca de 47% apresentavam TGA, sendo estes mais velhos que aqueles com TGN (56,4 (DP 8,7) versus 53,7 (DP 9,3) p < 0,01). Considerando a totalidade da amostra o tempo médio de AF foi de 46,2 (DP 52,1) minutos/semana (0 a 360 minutos). No primeiro quartil, nenhum indivíduo praticava pelo menos 10 minutos de AF por semana, enquanto que o quarto quartil variou de 61 a 360 [122,4 (DP 56,1)] minutos. Os valores médios de IMC, circunferência abdominal, pressão arterial, freqüência cardíaca, glicemia, colesterol total e frações e PCR não diferiram entre os quartis de tempo de AF, nem no grupo com TGN, nem naquele com TGA. Apenas para os níveis de colesterol total houve leve tendência à queda à medida que aumentava o nível de AF. Este estudo permite afirmar que a população nipo-brasileira apresen-ta, em geral, tempo de AF bem aquém do desejado para minimizar o risco cardiometabólico (mínimo de 150 minutos/semana). É possível que a idade mais avançada da amostra avaliada tenha contribuído para a baixa AF. O conhecimento do estado de intolerância à glicose não parece motivar uma maior prática de AF nesta população. Por outro lado, é provável que o instrumento empregado para medir a AF seja insuficiente-mente acurado para quantificar a AF. A validade do IPAQ curto para este fim deve ser testada contra métodos mais precisos e sensíveis.

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Pôsteres

2008S208

08.B.01PAPEL DAS CATECOLAMINAS NO CONTROLE DO CONTEúDO DAS PROTEASES LISOSSOMAIS NA MUSCULATURA CARDíACA DE RATOS NORMAIS E DIABÉTICOS

Paula-Gomes S1; Zanon NM2; Baviera AM1; Carvalho L1; Gonçalves DAP2; Filippin EA1; Navegantes LCC2; Kettelhut IC1

1Departamento de Bioquímica e Imunologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Fisiologia da FMRP-USP

Introdução: Estudos prévios de nosso laboratório demonstraram que as catecolaminas exercem um efeito anabólico no metabolismo protéico muscular, tanto em situações normais quanto em situações catabólicas, como o diabetes. Em períodos agudos do diabetes, a ausência das catecola-minas (promovida pela simpatectomia química) levou a um aumento surpreendente na atividade da via proteolítica lisossomal em músculo sóleos. No entanto, a importância do sistema nervoso simpático (SNS) no controle do metabolismo protéico em tecido cardíaco tem sido pouco estudado. Este trabalho teve como objetivo investigar o papel das catecolaminas na regulação do conteúdo protéico das proteases do sistema lisossomal em coração de ratos submetidos à duas situações experimentais: animais normais e diabéticos simpatectomizados e animais normais e diabéticos tratados com clembuterol, agonista β2-adrenérgico. Métodos: Modelo 1) Ratos Wistar machos (70 a 80g) foram divididos em 4 grupos: animais normais (N) e diabéticos (3 dias pós-STZ, estreptozotocina 135mg/kg, IV, D) foram tratados durante 2 dias com NaCl 0,9% (grupos N e D) ou com guanetidina (100 mg/kg, SC) (grupos NG e DG). Modelo 2) ratos normais e diabéticos foram tratados durante 3 dias com salina ou clembuterol (3 mg/kg, SC). Em ambos os modelos foram analisados o ganho de peso corporal, os pesos dos tecidos musculares (sóleos) e cardíaco, a concen-tração de proteína no tecido cardíaco e a glicemia. Após os tratamentos os animais foram sacrificados e os corações removidos e utilizados para análise do conteúdo protéico das proteases da via lisossomal, catepsinas B e L, através de western blotting. Resultados: A redução tanto no ganho de peso corporal quanto no peso muscular observada em ratos diabéticos foi intensificada em animais diabéticos submetidos à simpatectomia, in-clusive com perda de massa corporal nestes animais. O aumento observado no conteúdo protéico das catepsinas em coração de ratos simpatectomi-zados ou diabéticos (catepsina B: NG = 70%; D = 66% e catepsina L: NG = 68%; D = 86% em comparação ao grupo N) foi ainda maior em animais do grupo DG (catepsina B = 106% e catepsina L = 118%). Animais normais tratados com clembuterol apresentaram um aumento no peso corporal em comparação aos controles (Δ peso corporal: clembuterol = 16,6 g ± 0,6 g e controle = 14,3 g ± 0,7 g). O conteúdo das catepsinas em coração de ratos tratados com clembuterol foi reduzido em relação aos controles (26% e 40% para as catepsinas B e L, respectivamente). Discussão: Estes dados sugerem que o SNS exerce um controle inibitório na expressão das catepsinas, proteases do sistema proteolítico lisossomal, na musculatura cardíaca de ratos em condições catabólicas. Apoio financeiro: Apoio Financeiro: Fapesp, CNPq.

08.B.02OBESIDADE, hIPERINSULINEMIA E INfLAMAÇÃO AUMENTAM O CRESCIMENTO DE TUMOR DE PRÓSTATA EM CAMUNDONGOS

Rocha GZ1; Dias MM1; Ropelle ER1; Costa FO1; Saad MJA1; Carvalheira JBC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Introdução: Doenças como obesidade, diabetes melito e síndrome metabólica, consideradas “epidemias do mundo moderno”, são epidemio-logicamente relacionadas ao aumento da predisposição de alguns cânceres, aumento da agressividade de outros e apresentam em comum o es-tado de hiperinsulinemia e inflamação. Recentemente, estudos demonstraram que hiperinsulinemia e inflamação são capazes de ativar a proteína mTOR resultando em um maior crescimento do tumor. Neste contexto, uma das principais vias de sinalização associadas à carcinogênese, a via IRS/PI3-quinase/Akt/mTOR, é também a principal via de sinalização usada pela insulina para atingir seus efeitos metabólicos. Entretanto, os mecanismos moleculares envolvidos no aumento da agressividade do câncer de próstata em indivíduos hiperinsulinêmicos são amplamente des-conhecidos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi investigar os efeitos da hiperinsulinemia e da inflamação no crescimento tumoral e carac-terizar sistematicamente a ativação da via IRS/PI3-quinase/Akt/mTOR em enxertos tumorais de células de adenocarcinoma de próstata PC-3 em camundongos SCID. Métodos: Camundongos SCID foram alimentados com dieta padrão ou dieta hiperlipídica por oito semanas. Os animais alimentados com dieta hiperlipídica que se tornaram resistentes à insulina e os animais mantidos em dieta padrão foram inoculados subcutaneamente com 106 células PC-3. O crescimento tumoral foi medido diariamente durante um mês. Resultados: Os resultados obtidos mostram que os camundongos SCID com resistência à insulina induzida por dieta hiperlipídica apresentaram maior crescimento tumoral com-parado ao grupo mantido em dieta padrão. Além disso, os animais submetidos à dieta hiperlipídica também mostraram maior atividade da via IRS/PI3-quinase/Akt/mTOR em relação aos animais mantidos em dieta padrão. Paralelamente, observamos aumento da fosforilação do IRS-1, da associação IRS-1/PI3k, fosforilação da Akt e atividade da mTOR nos enxertos de PC-3 após tratamento agudo com insulina nos animais submetidos a dieta controle. Nos animais tratados com dieta hiperlipídica a ativação dessa via de sinalização estava reduzida em tecidos classicamente envolvidos na sensibilidade periférica à insulina (fígado e músculo). Além disso, os tecidos hepático, muscular e tumoral também apresentavam maior sinalização indicativa de inflamação. Conclusão: Nossos dados demonstram que a via IRS/PI3-quinase/Akt/mTOR dire-ciona os sinais metabólicos ao crescimento tumoral e sugerem que o aumento da ativação dessa via de sinalização está envolvido no aumento da agressividade dos tumores de próstata em situações de hiperinsulinemia e de inflamação, situações frequentemente encontradas em indivíduos obesos. Apoio financeiro: Fapesp.

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Pôsteres

2008 S209

08.B.03METfORMINA MODULA A RESPOSTA CONTRÁTIL E VASODILATADORA VIA NO, PROSTANÓIDES E hIPERPOLARIZAÇÃO DO MúSCULO LISO NO LEITO ARTERIOLAR MESENTÉRICO DE RATOS OBESOS COM RESISTÊNCIA À INSULINA

Lobato NS1; Pariz JR1; Tostes RCA1; Carvalho MHC1; Fortes ZB1

1Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Introdução: A obesidade está associada com resistência à insulina, onde a reatividade vascular encontra-se alterada, semelhantemente ao que ocorre no diabetes tipo 2. A perda da função modulatória do endotélio pode estar envolvida nestas alterações. A metformina, fármaco que melhora a sensibilidade à insulina, corrige as alterações vasculares observadas no diabetes tipo 2. Objetivo: O objetivo foi avaliar as alterações vasculares no modelo de obesidade induzido por glutamato monossódico (MSG) bem como o efeito do tratamento com metformina, fármaco que melhora a sensibilidade à insulina, sobre estas alterações. Os mecanismos envolvidos nessas alterações foram também investigados. MATERIAL E MÉTODOS: Para este estudo, ratos Wistar neonatos receberam injeções subcutâneas de MSG nos dias 2, 3, 4, 5 e 6 após o nascimento. Após 16 semanas e caracterizada a obesidade e a resistência à insulina, os ratos MSG foram tratados com metformina (300 mg/kg/dia) ou veículo por 15 dias. Após este período, o leito arteriolar mesentérico isolado e perfundido (fluxo 2 mL/min) com solução de krebs foi estudado. Alterações da pressão de perfusão foram analisadas após a perfusão com noradrenali-na (NA-10-7M a 10-4M) e acetilcolina (Ach-10-9M a 3x10-5M), vasodilatador dependente de endotélio, na presença ou ausência de inibidor da síntese de óxido nítrico (NO) (L-nitro arginina metil éster - L-NAME), bloqueador de canais de potássio ativados por cálcio (tetraetilamônio -TEA), ou inibidor da ciclooxigenase (COX) (indometacina - INDO). Avaliamos também a produção de NO em cortes de arteríolas mesentéricas de ratos MSG, utilizando o marcador diaminofluoresceína (DAF) e a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs), pela técnica da hidroetidina. Resultados: O aumento da res-posta vasoconstritora à NA (77%), observado nos ratos MSG, não foi alterado pelo L-NAME ou TEA, mas foi revertido pela INDO. A metformina cor-rigiu o aumento da resposta à NA nos ratos MSG. L-NAME, TEA e INDO reverteram a correção pela metformina, sendo o efeito da INDO mais pronunciado. Os ratos MSG apresentaram diminuição da sensibilidade à Ach que foi revertida pelo L-NAME e pela INDO. O TEA reduziu a resposta máxima vasodilatadora à Ach nos ratos MSG (49%). O tratamento com metformina foi eficaz em melhorar a resposta à insulina e em reduzir a gordura abdominal. A metformina corrigiu a redução da sensibilidade à Ach nos ratos MSG. L-NAME, INDO ou TEA não interferiram nessa correção. Os ratos MSG apresentaram diminuição da produção de NO (64%) e aumento da geração de EROs (82%). A metformina corrigiu o aumento de EROs, sem corrigir a diminuída produção de NO. Conclusões: O aumento da resposta vasoconstritora e a redução da resposta vasodilatadora dependente de endo-télio em ratos MSG estão associados a alterações na via do NO e na geração de produtos da via da COX, com possível aumento da hiperpolarização do músculo liso via canais de potássio. Esse poderia ser um mecanismo compensatório para a manutenção da resposta vasodilatadora. A metformina corrige as alterações da resposta contrátil e vasodilatadora dependente de endotélio nos ratos MSG reduzindo a geração de EROs e modulando a produção de pro-dutos da COX e a hiperpolarização de membrana. Apoio financeiro: CNPQ-Pronex e Fapesp.

08.B.04O ENDOTÉLIO PARTICIPA DA CORREÇÃO DA ALTERAÇÃO DA RESPOSTA VASOCONSTRITORA PELA METfORMINA EM RATOS OBESOS COM RESISTÊNCIA À INSULINA

Pariz JR1; Lobato NS1; Tostes RCA1; Carvalho MHC1; Fortes ZB1

1Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Introdução: A obesidade é uma doença crônica associada com resistência à insulina, importante fator de risco para o diabetes tipo 2. A resistência à insulina, presente na obesidade, pode alterar a reatividade vascular. A metformina, fármaco que melhora a sensibilidade à insulina, corrige as alterações vasculares de ratos com resistência à insulina. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a participação do endotélio e dos produtos da via da ciclooxigenase (COX) liberados pelo endotélio nas alterações da resposta vasoconstritora em modelo de resistência à insulina (obesidade induzida por glutamato monossódico (MSG) em ratos) bem como investigar o efeito do tratamento com metformina sobre estas alterações. Material e Métodos: Para a indução da obesidade, ratos Wistar neonatos receberam injeções subcutâneas de MSG nos dias 2, 3, 4, 5 e 6 após o nascimento. Após dezesseis semanas, caracterizada a obesidade e resistência à insulina, os ratos foram tratados por gavagem com metformina (300 mg/kg/dia) ou com veículo por 15 dias. Para o estudo da reatividade vascular, foram utilizados anéis de aortas torácicas imersos em solução nutriente krebs-Henseleit modificada, gaseificada com 95% de O2 e 5% de CO2, e aquecida à 37 ºC. Em um dos anéis o endotélio foi mantido intacto e no outro foi removido mecanicamen-te. Os anéis foram suspensos por um par de ganchos de aço inoxidável, um fixado à base de uma cuba de vidro, e o outro conectado a um transdutor de sinal acoplado ao computador. As preparações permaneceram sob tensão de 1,5g por um período de estabilização de 1 h. Curvas concentração-efeito à noradrenalina (NA-10-10M a 10-5M) e angiotensina II (AngII- 10-9M a 10-6M)) foram obtidas em anéis de aorta com e sem endotélio. As res-postas à NA, na presença e ausência de inibidor da COX, indometacina (10-5M), também foram analisadas. As respostas estão expressas como g de tensão. Resultados: Em aortas com endotélio, os ratos MSG apresentaram diminuição da resposta vasoconstritora à NA (2,17 ± 0,15 versus 3,36 ± 0,11, p < 0,001) e Ang II (0,89 ± 0,06 versus 1,60 ± 0,08, p < 0,01). Em aortas sem endotélio a resposta vasoconstritora também está diminuída (NA: 2,82 ± 0,22 versus 5,09 ± 0,24, p < 0,001; AngII:1,18 ± 0,13 versus 1,99 ± 0,12, p < 0,05). O tratamento com metformina foi eficaz em melhorar a resposta à insulina e em reduzir a gordura abdominal. A metformina corrigiu a redução da resposta vasoconstritora à NA e Ang II apenas nos anéis com endotélio (NA: 2,65 ± 0,12, p < 0,01 versus MSG; AngII:1,23 ± 0,07, p < 0,05 versus MSG). O bloqueio da COX com indometacina não corrigiu a resposta vasoconstritora à NA no grupo MSG (2,02 ± 0,17 versus 3,21 ± 0,20, p < 0,01), porém, reverteu a restauração promovida pela metformina (1,49 ± 0,12, p > 0,05 versus MSG). Conclusões: Com base nos resultados apresentados podemos sugerir que a redução da resposta contrátil em ratos MSG envolve alterações tanto no endotélio quanto no músculo liso vascular. Os produtos da COX não parecem estar envolvidos nesta alteração. Por outro lado, esta via parece ter papel importante na correção da resposta vasoconstritora promovida pela metformina nos ratos MSG, mantendo a res-posta contrátil apesar da redução da resposta do músculo liso vascular. Apoio financeiro: CNPq-Pronex e Fapesp.

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Pôsteres

2008S210

08.B.05COMBINAÇÃO DE SINVASTATINA E EZETIMIBA MELhORA A fUNÇÃO ENDOTELIAL, SEM INTERfERIR NO METABOLISMO DA GLICOSE

Kater ALA1; Siqueira AFA1; Batista MC2; Ferreira SRG3

1Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Disciplina de Nefrologia da Unifesp; 3Departamento de Medicina Preventiva da Fa-culdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Está consagrado o benefício da sinvastatina e ezetimiba sobre o metabolismo lipídico, mas não sobre o glicídico. Os efeitos pleiotrópicos das estati-nas são evidentes, mas discutíveis em relação à ezetimiba. Este estudo avaliou os efeitos da sivastatina e ezetimiba, em monoterapia ou combinação, sobre a sensibilidade à insulina e sobre marcadores de função endotelial, em pacientes com glicemia de jejum alterada ou TGD. Cinqüenta pacien-tes foram aleatoriamente estratificados para monoterapia com sinvastatina ou ezetimiba por 12 semanas, a partir da qual passaram a receber a com-binação por mais 12 semanas. Um paciente do grupo ezetimiba perdeu seguimento e foi excluído da análise. Parâmetros clínicos, bioquímicos, hormonais e marcadores de função endotelial foram comparados no basal, após monoterapias e após a combinação dos agentes. Empregaram-se teste t de Student e análise de variância de medidas repetidas. Houve quedas significantes do colesterol total, LDL e apolipoproteína B com mono-terapias ou combinação. Os valores de excreção urinária de albumina, dentro de cada grupo, não se modificaram ao longo do estudo. Porém, quando comparamos os grupos entre si, o grupo que iniciou tratamento com sinvastatina apresentou valores significativamente menores que o grupo ezetimiba, ao final da combinação das medicações (p = 0,018). Os agentes hipolipemiantes estudados não parecem ser dotados de efeitos sensibilizadores da ação insulínica. A redução da selectina E e I-CAM-1 sugere que os agentes combinados podem atenuar a adesão de moléculas ao endotélio. Os resultados da albuminúria reforçam a hipótese de benefício sobre a função endotelial. Apoio financeiro: Fapesp.

Grupo ezetimiba Basal Fim Monoterapia Fim Combinação p

HOMA-IR 3,0 ± 0,3 3,3 ± 0,6 3,0 ± 0,4 0,811

Área sob a curva insulina 9114 ± 1051 8190 ± 992 8901 ± 1060 0,151

Adiponectina (ng/ml) 18,3 ± 1,2 18,6 ± 1,4 17,7 ± 1,9 0,731

ICAM-1(ng/mL) 309,0 ± 35,0 363,2 ± 57,1 302,7 ± 37,1 0,014

Selectina-E (ng/mL) 43,9 ± 3,5 48,5 ± 4,5 40,6 ± 3,5 0,011

PAI-1 (ng/mL) 62,3 ± 3,8 69,5 ± 5,3 62,6 ± 0,4 0,192

EUA (mcg/min) 15,0 ± 6,0 13,2 ± 4,8 10,0 ± 2,0 0,466

Grupo sinvastatina Basal Fim Monoterapia Fim Combinação p

HOMA-IR 3,1 ± 0,3 3,6 ± 0,4 3,6 ± 0,4 0,285

Área sob a curva insulina 7554 ± 1013 8611 ± 1.193 8488 ± 1224 0,276

Adiponectina (ng/ml) 19,3 ± 1,8 19,5 ± 2,0 20,6 ± 2,8 0,645

ICAM-1(ng/mL) 258,0 ± 18,2 242,7 ± 13,9 259,7 ± 17,1 0,781

Selectina-E (ng/mL) 44,1 ± 4,1 39,5 ± 2,7 41,9 ± 3,1 0,305

PAI-1 (ng/mL) 55,6 ± 4,8 51,0 ± 3,1 58,2 ± 4,7 0,201

EUA (mcg/min) 7,4 ± 1,6 4,8 ± 0,7 4,4 ± 0,9 0,530

ICAM = molécula de adesão intracelular; PAI-1 = inibidor do ativador do plasminogênio; EUA = excreção urinária de albumina.

08.B.06CROSSTALK BETWEEN ESTROGEN AND INSULIN SIGNALING SySTEMS IN MCf-7 AND ZR75 BREAST CANCER CELL LINES

Dias MM1; Oliveira JC1; Rocha GZ1; Carvalheira JBC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Background: Obesity has been consistently shown to increase rates of breast cancer in postmenopausal women. The hormonal changes associa-ted with obesity are considered to be responsible for these adverse effects, with particular emphasis being placed on the increased production of peptide and steroid hormones, such as oestrogens and insulin. Objectives: In this study, we investigated the possibility of direct interactions between insulin and 17κ-estradiol (E2) action in the breast cancer MCF-7 and ZR75 cell lines, focusing on some key intermediate steps in the PI3k/Akt/mTOR signaling pathway. Methods: Western blotting and MTT cell proliferation assays were conducted on MCF-7 and ZR75 cells to evaluate the crosstalk between insulin and estrogen signaling pathways. Results: Our data show that insulin and E2 alone were able to incre-ase proliferation of the breast cancer cells and to produce molecular activation of the Akt/mTOR signaling pathway. However, combined admi-nistration of insulin and E2 not only led to a significant increase in MCF-7 and ZR75 proliferation, which was abrogated by rapamycin administration, but also provoked a quantitative potentialization of molecular signaling through the Akt/mTOR pathway. Conclusion: We provide evidence for a direct and positive crosstalk between insulin and estrogen signaling at the level of Akt/mTOR pathway in MCF-7 and ZR75 breast cancer cells. This mechanism may serve to potentiate the activity of both the insulin and estrogen pathways and to increase stimu-lation in physiological processes, such as cell growth and proliferation. Apoio financeiro: Fapesp.

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2008 S211

08.B.07REGULAÇÃO TRANSCRICIONAL DO GLUT2 PELO PPAR-γ EM RIM DE ANIMAIS DIABÉTICOS

Silva AD1; Freitas HS1; Silva RS1; Okamoto MM1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: No diabetes, a concentração de glicose extracelular no túbulo renal proximal aumenta pelas elevações de glicemia e da reabsorção da glicose filtrada, o que envolve aumento da expressão dos transportadores GLUT2 e SGLT2, e aumento da produção de proteínas de matriz extracelular (MEC) pela célula mesangial, o que colabora para o desenvolvimento da glomeruloesclerose. Nós investigamos os efeitos da insuli-na e da florizina (inibidor de reabsorção de glicose) sobre a expressão do GLUT2 e SGLT2 em rim de ratos diabéticos e verificamos que a insu-lina, e não o seu efeito glicêmico, é um importante regulador agudo da expressão do GLUT2 (promove aumento no período entre 4 horas e 2 dias), e que o controle glicêmico promovido pelo tratamento crônico com insulina ou florizina faz a expressão das proteínas GLUT2 e SGLT2 retornarem a valores de ratos não-diabéticos no 6º dia de tratamento. Esses resultados indicaram envolver controle transcricional e neste sentido, um elemento responsivo ao PPAR, foi identificado e caracterizado na região promotora do GLUT2 de ratos, assim tornou-se importante conhe-cermos o papel deste fator transcricional sobre a expressão do GLUT2 em rim de animais diabéticos e diabéticos tratados com insulina. Méto-dos: Foram estudados ratos Wistar de 3 meses de idade, divididos em grupo não diabéticos (C), diabéticos (D), diabéticos tratados com salina (DS) ou insulina (DI - 1, 4 e 6 dias de tratamento com 6U de insulina NPH diárias). O diabetes foi induzido por administração de dose única de aloxana (38mg/kg). Para avaliação do mRNA do PPAR-γ, foi realizado RT-PCR e para a quantificação da atividade de ligação do PPAR-γ a região promotora do GLUT2 foi realizado o Ensaio de Mobilidade Eletroforética (Eletrophoretic Mobility Gel Shift Assay- EMSA). Resultados: Os ratos diabéticos apresentaram hiperglicemia, poliúria, glicosúria sem cetonúria, e aumento no conteúdo de mRNA de PPAR-γ (p = 0,0002) e na atividade de ligação do PPAR-γ a região promotora do gene do GLUT2 (p = 0,0009). O tratamento com insulina reduziu o valor médio das glicemias à 187, 169, 145 e 99mg/dL, respectivamente, em DI-1, 4 e 6 dias de tratamento com insulina. O peso dos ratos aumentou: 276, 282, 291 e 342g, respectivamente, nos grupos DI-1d, DI-4d e DI-6d. O conteúdo de mRNA de PPAR-γ diminuiu significativamente ao longo dos 6 dias de tratamento quando comparado a DS e a DI (p < 0,001 e p < 0,05). Observamos uma diminuição, embora não estatisticamente significativa, na atividade de ligação de proteínas nucleares no sítio de ligação do PPAR- γ na região promotora do GLUT2 após 4 e 6 dias de tratamento com insulina. Discussão: Verificamos que o PPAR-γ é um importante regulador de GLUT2 no estado diabético, uma vez que este fator transcricional sofre aumento de expressão e de atividade de ligação a região promotora do GLUT2. Vimos que o controle glicemico pro-movido pela insulina, ao longo dos seis dias de tratamento, causou diminuição na expressão e na atividade de ligação do PPAR-γ, de maneira semelhante a ocorrida com a proteína GLUT2. Assim, consideramos o PPAR-γ como importante regulador transcricional do gene do GLUT2 e provável mediador da ação da insulina sobre a expressão deste transportador em córtex renal de ratos diabéticos. Apoio financeiro: FAPESP 07/50956-2; 05/60588-5; 06/60833-2; 06/60101-1.

08.B.08INfLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DIETÉTICA SOBRE O METABOLISMO LIPíDICO DE CORAÇõES PÓS-ISqUEMIA

Porto LCJ1; Savernini SSQ1; Castro CH1; Santos SHS1; Mario EG1,2; Ferreira AVM1; Santos RAS1; Almeida AP1; Botion LM1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG); 2Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG)

Introdução: A optimização energética é condição essencial para se garantir uma melhor performance cardíaca, particularmente na condição is-quêmica. Sabendo-se que a utilização de substratos energéticos pelos tecidos periféricos pode ser modulada pela composição da dieta e que os ácidos graxos constituem a principal fonte de energia para o coração, investigamos o efeito de uma dieta rica em carboidratos (HC) sobre o metabolismo lipídico em corações de ratos submetidos à isquemia parcial e reperfusão. Materiais e Métodos: Após 9 dias de tratamento com dietas controle (C- 46% de carboidratos) ou HC (66% de carboidratos), ratos Wistar machos foram sacrificados e os corações foram isolados e perfundidos conforme técnica de Langendorff. Foi realizada oclusão da artéria coronária esquerda por 15 min. e reperfusão por mais 15 min. posteriores. A atividade da enzima lipase lipoprotéica (LPL) liberável pela heparina foi determinada em perfusato cardíaco, através da hidrólise de uma emulsão substrato contendo [9,10-3H]trioleína. As expressões dos genes para receptora ativado por proliferadores de peroxissomos (PPARa), carnitina palmitoil transferase-1 (CPT-1) e acil CoA oxidase (ACO) foram avaliadas pela técnica de PCR em tempo real. O tecido cardíaco foi extraído com ácido perclórico e o conteúdo de ATP determinado, indiretamente, por espectrofotometria. As concentrações séricas de triglicerídios (TG) e de ácidos graxos livres (AGL) foram quantificadas pelo uso de kits enzimáticos. Resultados e conclusão: Os animais HC apresentaram maiores concentrações séricas de TG (0,85 mmol/L ± 0,07 C vs 1,56 mmol/L ± 0,12 HC, n = 6) e AGL (0,63 mmol/L ± 0,05 C vs. 0,97 mmol/L ± 0,07 HC, n = 12), em relação aos controles. A atividade da LPL (área sob a curva 2,0 ± 0,26 C versus área sob a curva 1,11 ± 0,21 HC, n = 4) e o conteúdo miocárdico de ATP (158,9 nmol/g ± 33,7 C versus 26,59 nmol/g ± 8,4 HC, n = 8) foram diminuídos com a dieta HC. Verificou-se redução das expressões cardíacas do PPARa (1,16UA ± 0,05 C versus 0,85 UA ± 0,1 HC, n = 4-5), da CPT-1 (1,49 UA ± 0,22 C versus 0,58 UA ± 0,08 HC, n = 3-4) e da ACO (1,14 UA ± 0,19 C versus 0,53 UA ± 0,13 HC, n = 4) no grupo HC, comparado ao controle. Os dados revelam que a ingestão de dieta HC pode comprometer o rendimento energético de corações pós- isquêmicos por inter-ferir em passos metabólicos importantes envolvidos na utilização lipídica. Apoio financeiro: Capes/CNPq.

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Pôsteres

2008S212

08.B.09EffECT Of DIABETES IN SLC5A1 GENE ExPRESSION AND SUBCELLULAR LOCALIZATION Of SGLT1 IN PAROTID AND SUBMANDIBULAR GLANDS Of SPONTANEOUSLy hyPERTENSIVE RATS (ShR)

Silva RS1; Alves-Wagner ABT1; Okamoto MM1; Alves AS2; Freitas HS1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP); 2Laboratório de Neurobiologia Celular do Departamento de Fisiologia e Biofísica do IBC-USP

Objectives: There is little information concerning salivary gland function in hypertensive persons before anti-hypertensive therapy; however, some studies have demonstrated decrease in whole non-stimulated salivary secretion. We have previously observed alteration in SLC5A1 gene expression and subcellular localization of SGLT1 protein in parotid (P) and submandibular (S) glands of diabetic Wistar rats. This may be rela-ted to impaired glandular function of diabetic subjects, since the SGLT1 is also responsible for water transport. We propose that hypertension associated with diabetes, with high sympathetic tonus, might interfere in the SLC5A1 gene expression, thus exacerbating functional damage of the salivary glands. The purpose of the present study was to investigate the SLC5A1 gene expression and subcellular localization of SGLT1 in parotid and submandibular of spontaneously hypertensive rats (SHR) with or without diabetes. Methods: Wistar kyoto (k), SHR and SHR with diabetes (SHR+DM) were investigated. Diabetes was induced by i.v. injection of aloxan (40 mg/kg-body weight) 30 days before the study. Parotid and submandibular glands were harvested for SGLT1 mRNA (RT-PCR) and protein (Western blotting and confocal immunofluores-cence microscopy) analysis. Results: The analysis of results (One-way ANOVA-Newman-keuls) showed that, compared to k rats, in SHR the SGLT1 mRNA and protein expression increased only in P (by 49.7% and 210.6%, P < 0.05 and P < 0.001 vs. k, respectively). When diabetes was induced in SHR, the amount of SGLT1 mRNA and protein increased by 24.1% and 24.8%, respectively, in P (P > 0.05) and by 45.7% and 110.2% in S (P < 0.05 and P < 0.01 vs SHR, respectively). The immunofluorescence analysis has shown in P and S of studied groups, staining to SGLT1 in basolateral membrane of acinar cells, striated ducts and in stroma; and additional staining in luminal membrane of striated ducts in SHR and SHR+DM. Furthermore, in S the staining of SGLT1 in granulous ducts was enhanced in SHR+DM in comparison to k and SHR. Conclusion: The results indicate that the sympathetic hyperactivity and or hypertension of SHR induce the increase in SLC5A1 gene expression in parotid, which was not altered by the association of diabetes. On the other hand, in submandibular, the SLC5A1 gene expression is unaltered in SHR, however, when diabetes is associated, increased expression is observed. The SGLT1 in luminal membrane of striated ducts in SHR and SHR+DM might be involved in functional alterations in these glands. Financial Support: Fapesp 06/60833-2, 07/54805-9, 06/60101-1.

08.B.10AVALIAÇÃO DE DIfERENTES DOSES DE INSULINA SOBRE A ExPRESSÃO DO CO-TRANSPORTADOR NA+/GLICOSE SGLT1 EM GLÂNDULAS SALIVARES PARÓTIDA E SUBMANDIBULAR DE RATOS DIABÉTICOS

Nakamura HK1; Silva RS1; Okamoto MM1; Machado UF1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: No epitélio das glândulas salivares encontra-se um transportador de glicose (SGLT1), que pode ter importante papel em alterações funcionais destas glândulas. Estudos recentes desenvolvidos por nosso grupo observaram alterações da expressão gênica do SLC5A1 e da loca-lização do SGLT1 em glândulas parótida (P) e submandibular (S) de ratos diabéticos. O presente estudo tem por objetivo avaliar os efeitos de diferentes doses de insulina sobre a expressão da proteína SGLT1 em glândulas parótida e submandibular de ratos diabéticos. Métodos: Ratos Wistar foram divididos em 5 grupos: não-diabéticos (ND), diabéticos tratados com salina (DS), diabéticos tratados com 3 U de insulina (DI3), diabéticos tratados com 6 U de insulina (DI6) e diabéticos tratados com 9 U de insulina (DI9). Os animais receberam injeção endovenosa de salina (ND) ou aloxana (diabéticos-D) na dose de 38mg/kg aos 3 meses de idade. Após 15 dias, DS receberam salina e DI3, DI6 e DI9 rece-beram insulina NPH em diferentes doses (3 U, 6 U ou 9 U/dia, respectivamente), durante sete dias. Foram coletadas amostras de parótidas e submandibulares para verificação do SGLT1 por western blotting. Resultados: Os ratos DS apresentaram aumento na quantidade de SGLT1 (UA/g tecido) na membrana plasmática da glândula parótida (~28%, P < 0,01 vs. ND) e da submandibular (~17%, p < 0,05 versus ND). Os ratos que receberam tratamento com insulina tiveram redução no conteúdo de SGLT1 (UA/g tecido) na membrana plasmática da glândula parótida (3U~19,2%, 6U~15% e 9U~21%, p < 0,01 versus DS), entretanto, não apresentaram esta variação na glândula submandibular. Conclu-são: A insulinoterapia com diferentes doses atua de maneira semelhante na glândula parótida, revertendo o aumento de SGLT1, e promovendo o restabelecimento deste parâmetro aos valores basais. Apoio financeiro: Pibic & Fapesp (06/60833-2 e 06/60101-1).

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Pôsteres

2008 S213

08.C.01fATORES ADICIONAIS DE RISCO CARDIOVASCULAR ASSOCIADO AO SEDENTARISMO

Olbrich SRLR1; Trevizani Nitsche MJ1; Mori N1; Olbrich J2

1Faculdade de Enfermagem da Faculdade Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP); 3Disciplina de Pediatria da UNESP

Introdução: O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física. A vida sedentária provoca literalmente o desuso dos sistemas funcionais. É sabido que a atividade física estimula a função dos sistemas cardiovascular, respiratório e músculo-esquelético, como também promove motivação psicológica e sensação de bem estar, é considerado o principal fator de risco para a morte súbita, estando na maio-ria das vezes associado direta ou indiretamente, às causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças. Objetivo: Verificar a prevalência de sedentarismo e sua associação com outros fatores de risco em funcionários, docentes e alunos de Universidade Estadual Paulista. Métodos: Foram avaliados clínica e laboratorialmente, de agosto de 2003 a maio de 2007, 10696 pessoas (funcionários, docentes,alunos e eventualmente a comunidade) de que comparecem a campanha de “Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças”. A coleta de dados ocorreu por procura voluntária, onde preenchiam questionário com dados pessoais e epidemiológicos; verificado peso, altura, pressão arterial e coletado sangue por punção digital para verificação dos níveis de glicose e colesterol total. Foram considerados sedentários todos aqueles que não realizavam ativida-de física regular por no mínimo 30 minutos três vezes por semana. Todos os participantes que apresentaram anormalidades foram orientados por meio de consulta de enfermagem. Resultados: A prevalência de inatividade física foi de 60,5% (alunos 57,3%,docentes 55,6%, comunidade 69,5% e servidores 64,5%), 57% eram homens (p < 0,05). Observou-se uma proporção de sedentários maior na faixa etária de 30 a 60 anos quando comparada com faixa inferior a esta (p = 0,003).Quanto ao IMC e sedentarismo, observou-se que no grupo de pré-obesos e obesos a proporção de sedentários foi maior (p = 0,0006) quando comparado com aqueles com IMC normal. O valor do colesterol total nos sedentários foi maior do que no grupo não sedentário, em relação a valores alterados de glicemia esta também foi maior nos sedentários (p = 0,00000). A proporção de sedentários foi maior (p = 0,002) entre os hipertensos graves quando comparados com os com os com pressão arterial normal ou hipertensão leve. O tabagismo também foi mais freqüente nos sedentários. Discussão: Observou-se que o sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de enfermidade, mas têm um custo econômico para o indivíduo, a família e para a sociedade. Percentual elevado de sedentaris-mo, como o encontrado no nosso estudo, foi relatado por vários estudos, tanto nacionais como em outros países1,2,3, variando conforme a me-todologia utilizadas. Conclusão: Todos os fatores de risco para doença cardiovascular pesquisados foram mais freqüentes nos sedentários. Assim, o desenvolvimento de programas de saúde e campanhas que envolvam a colaboração de organizações de saúde e o incentivo à atividade física regular para toda a população, certamente trará no futuro uma quantidade cada vez menor de indivíduos com doenças coronárias e melhor qualidade de vida. Apoio financeiro: Proex – Unesp.

08.C.02RISCO CARDIOVASCULAR EM INDIVíDUOS SEGURADOS POR PLANOS DE SAúDE PRIVADOS

Gava FGS1; Grossi SAA1

1Universidade de São Paulo (USP)

Introdução: As doenças cardiovasculares são uma realidade no país, apresentando um impacto significativo na morbi-mortalidade dos indivídu-os e no gasto público relacionado aos tratamentos e aposentadorias precoces. Os altos índices de morte por doença cardiovascular podem ser explicados pela grande incidência de fatores de risco associados a baixos níveis de intervenção sobre esses fatores. Método: O presente trabalho tem como objetivos: caracterizar os indivíduos segurados por planos de saúde privados com relação às variáveis sociodemográficas, antropomé-trica, comportamental e clínicas; identificar o risco cardiovascular obtido por meio do Escore de Risco de Framingham (ERF) e comparar o ERF entre os indivíduos com relação às referidas variáveis. Trata-se de um estudo transversal comparativo/ correlacional, de abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em uma empresa privada prestadora de serviços de gerenciamento de doentes crônicos para operadoras de planos priva-dos de saúde, em diversos estados do Brasil. Os critérios de inclusão na amostra foram incluir pessoas de ambos os sexos; com idade entre 30 e 74 anos e com prontuários eletrônicos completos para a realização do estudo. Foram estudados 2967 associados, sendo 1339 homens e 1628 mulheres. Resultados: A amostra foi composta em sua maioria por mulheres (54,9%), por pessoas com 60 anos ou mais (57,4%), com sobrepe-so ou obesas (79,5%), com colesterol total e HDL-c dentro da normalidade (61,5% e 59%, respectivamente), normotensos (PAS < 130 = 55,2%; PAD < 85 = 83,1%), não diabéticos (57,9%), não tabagistas (91,4%) e aposentados e donas do lar (60,1%). A escolaridade mostrou predomínio de indivíduos analfabetos ou com nível de escolaridade até o ensino fundamental (39,1%). As patologias mostram predomínio de indivíduos portadores da HAS (35,8%) e de HAS acompanhada por DM (20,9%). Com relação à estratificação do risco cardiovascular, a maior parte da amostra está classificada na faixa de médio e alto, ou seja, risco superior a 10% de desenvolver DAC em 10 anos (55,6%). A análise de regressão logística mostrou que possuem maior risco de apresentar ERF médio/alto os indivíduos do sexo masculino, mais velhos, obesos, com baixa escolaridade, fumantes, com CT ≥ 200 mg/dl, com baixos níveis de HDL-c, com PAS ≥ 130 mmHg, com PAD > 90 mmHg e diabéticos (p < 0,05). O uso da curva ROC mostrou que o ERF pode identificar indivíduos de baixo risco e médio/alto risco com acurácia considerada ótima (com valores da área sob a curva variando de 0,82 a 0,94). Discussão: Esses resultados fornecem subsídios na determinação de prioridades de intervenção na pratica clinica com relação aos fatores de risco.

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Pôsteres

2008S214

08.C.03ASSOCIAÇÃO ENTRE A OBESIDADE E A hIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÃO UNIVERSITÁRIA

Olbrich SRLR1; Trevizani Nitsche MJ1; Mori N1; Olbrich J2

1Faculdade de Enfermagem da Faculdade Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP); 3Disciplina de Pediatria da UNESP

Introdução: A obesidade é um fator de risco independente para a hipertensão arterial sistêmica e para mortalidade, especialmente em mulheres. A importância do índice de massa corporal (IMC) como indicador de excesso de peso já foi demonstrada em vários estudos que avaliaram a re-lação entre mortalidade e obesidade. Objetivo: determinar a associação entre IMC com a prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco em amostra representativa de 10.696 adultos que trabalham ou estudam em uma Universidade Estadual Paulista. Métodos: Foram avalia-dos clínica e laboratorialmente, de agosto de 2003 a maio de 2007 funcionários, alunos, docentes e eventualmente a comunidade que compa-recem a campanha de “Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças”. A coleta de dados ocorreu por procura voluntária, onde preenchiam questionário com dados pessoais e epidemiológicos; verificado peso, altura, pressão arterial e coletado sangue por punção digital para verificação dos níveis de glicose e colesterol total. Foram considerados hipertensos aqueles que se encontravam com pressão arterial acima de 140 x 90 mmHg em mais de uma medida, e sobre peso ou obesos aqueles com IMC > = 25 kg/m2 e > = 30 kg/m2 respectivamente.Todos os participan-tes que apresentaram anormalidades foram orientados por meio de consulta de enfermagem. Resultados: 4945 homens e 5730 mulheres, idade média de 32,2 anos, média de IMC de 24,02 kg/m2, quase metade deles referiu antecedentes familiares com hipertensão arterial; 10,9% dos homens estavam hipertensos, enquanto 3,56% das mulheres também se encontravam nesta situação. 30,6% dos homens com hipertensão se encontravam com IMC > = 30 kg/m2; já naqueles com IMC < 25 kg/m2 somente 4,9% se encontravam hipertensos e naqueles com sobre peso 14,6% se encontravam nesta situação. Nas mulheres, apesar de percentuais inferiores que os homens, a hipertensão também foi maior naqueles com IMC > = 30 (15,7%) e entre 25 a 30 foi de 7,9%, enquanto naqueles com IMC foi de 1,8% (p < 0,0000). A média de idade em relação e hipertensão não foi diferente entre homens e mulheres com alteração do IMC. Discussão: Chances mais elevadas de apresentarem hipertensão arterial associado a elevação do peso foram observados nos homens, sedentários, tabagistas e com valores aumentados de glicemia e colesterol total, igualmente ao observado em outros estudos 1, 2, 3. Conclusão: Indicadores de HA e de outros fatores de risco cardiovascular (em particular sobrepeso/obesidade) mostram-se elevados. Esses dados reforçam a necessidade da implementação de medidas objetivas em âmbito nacional, visando combater esses agravos à saúde, com vistas à redução da morbimortalidade por DCV. Apoio financeiro: Proex – Unesp.

08.C.04fATORES ADICIONAIS DE RISCO CARDIOVASCULAR ASSOCIADO À hIPERTENSÃO ARTERIAL EM ALUNOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP

Trevizani Nitsche MJ1; Olbrich SRLR1; Medolago N1; Mori N1; Olbrich J2

1Faculdade de Enfermagem da Faculdade Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP); 3Disciplina de Pediatria da UNESP

Introdução: A hipertensão arterial é caracterizada pelo aumento nos níveis tensionais associados a alterações metabólicas, hormonais e fenôme-nos tróficos (hipertrofia cardíaca e pulmonar). É uma entidade clínica multifatorial, cujos fatores de risco são: idade, sexo, hereditariedade, raça, obesidade, sobrepeso, sedentarismo, álcool, tabagismo e anticoncepcionais. É assintomática e desconhecida pela maioria dos portadores, princi-palmente jovens. Para combater esse preocupante desencadeador de complicações cardiovasculares e renais, é preciso prevenir o aumento da pressão arterial pela redução dos seus fatores de risco na população mundial e especialmente nos grupos com maior potencial para desenvolver a doença. A prevenção primária deve ter grande impacto devendo ser realizada na faixa etária onde a doença é incomum ou desconhecida. Ob-jetivos: Identificar perfil epidemiológico e fatores de risco para hipertensão em alunos da Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP. Métodos: Estudo quantitativo compreendendo o período de 2003 a 2007. A coleta de dados deu-se por procura voluntária dos alunos durante a Campanha “Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças” realizada nos campi da UNESP. Houve preenchimento de questionário, verificação da pressão arterial (PA) e considerados hipertensos aqueles que no momento apresentavam PA sistólica maior que 139 mmHg e diastólica maior que 89 mmHg, sendo devidamente orientados. Discussão e Resultados: Foram avaliados 6.102 alunos de 14 campi da UNESP; 1,4% apresentaram taxas elevadas da pressão arterial (sistólica e diastólica), sendo que 12,5% tinham diabetes e 18,6% hipertensão já diagnosticados. Dos hipertensos, com alteração apenas de PA máx (6,0%), somente 13,3% sabiam ser diabéticos e 8% ter pressão alta. Daqueles com alteração de PA min (4,3%), apenas 16,0% sabiam ter diabetes e 6,4% hipertensão. Os hipertensos com índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m2, apresentam PA máx mais elevada que os não hipertensos e IMC menor que o referido. Os homens apresentaram maior alteração: PA máx (4,8%), PA min (2,9%) e PA máx e min (1,03%) acima dos parâmetros normais, as mulheres, 0,11%, 1,44%, 037% respectivamente. Dos 11,7% hipertensos, 1,4% eram tabagistas, 6,6 sedentários, e com antecedentes familiares de diabetes (5,6%), derrame (2,7%), obesidade (3,5%), infarto (2,5%), hipertensão (6%) e hipercolesterolemia (3,8%). Conclusão: Torna-se necessário implantar e implementar programas educativos de controle e seguimento, que permitam reduzir esta situação nas primeiras fases da vida, pois representam problema de saúde com alta freqü-ência de morbidade e mortalidade com importante custo familiar e institucional. Apoio financeiro: Proex – Unesp.

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Pôsteres

2008 S215

08.C.05RELAÇÃO ENTRE A CRONICIDADE E OS INDICADORES DE DEPRESSÃO EM PORTADORES DE DIABETES MELITO TIPO 2

Nascimento AB1; Chaves EC1; Grossi SAA2; Lottenberg SA2

1 Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP); 2Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: A cronicidade do diabetes melito tipo 2 (DM2) pode ser mensurada através do número de complicações desta afecção e da carac-terização da polifarmácia, através do número e freqüência de tomadas de medicamentos/dia. Considerando que a cronicidade pode se configu-rar como agente estressor capaz de predispor portadores de DM2 à depressão e a um ineficaz controle metabólico, pretende-se neste estudo analisar estas relações. Objetivo: Caracterizar a polifarmácia entre portadores de DM2. Correlacionar as características da polifarmácia e o nú-mero de complicação do DM2 com os indicadores de depressão. Casuística e Método: Os dados foram coletados com 40 pacientes num ser-viço ambulatorial de um hospital de ensino de nível terciário, no contexto de Liga Acadêmica. Todos os sujeitos de pesquisa passaram por critérios de inclusão/exclusão e foram orientados quanto às questões éticas envolvidas (processo aprovado sob o nº 468/2005/CEP). Foram utilizados três instrumentos para a coleta de dados, contemplando aspectos sócio-demográficos, clínicos (uso de medicamentos) e para avaliação de depressão [cortisol livre urinário (CORT) e Inventário de Depressão de Beck (IDB)]. Resultados: Os medicamentos utilizados foram: anti-diabéticos orais, insulinas, anti-hipertensivos, diuréticos, anti-lipêmicos e trombolíticos. No grupo estudado, 75% fizeram uso diário de 5 a 8 medicamentos e 12,5%, 8 medicamentos/dia ou mais; todos fizeram no mínimo 3 tomadas diárias de medicamentos; 60% tinham entre 1 e 3 complicações do DM2 e 22,5% tinham 3 ou mais. A correlação entre o número de medicamentos e os indicadores de depressão (IDB e CORT) não foi estatisticamente significante, segundo o teste de Spearman (p = 0,427 e p = 0,905, respectivamente). O mesmo ocorreu entre o número de complicações do DM2 e estes mesmos indicadores de depressão (p = 0,785 e p = 0,605, respectivamente). A correlação entre a freqüência de tomadas de medicamentos/dia e os indicadores de depressão, segundo o Teste de Spearman, não evidenciou correlação estatisticamente signi-ficante com o IDB (p = 0,270). Porém, o cálculo com o CORT demonstrou correlação estatisticamente significante e positiva (p = 0,019). Conclusões: Os resultados mostraram que portadores de DM2 utilizam a polifarmácia. Porém, não é a quantidade de medicamentos adminis-trados diariamente que se configura como agente estressor, mas sim, a freqüência de tomadas diárias.

08.C.06DISTúRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO EM PACIENTES JOVENS COM DIABETES TIPO 1

Porto-Silva CC1; Valdrighi NY1; Rolim LCSP1; Tufik S2; Silva AB3; Dib SA1

1Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Disciplina de Psicobiologia da Unifesp; 3Disciplina de Neurologia da Unifesp

A observação de distúrbios respiratórios no sono de pacientes diabéticos mereceu a atenção de pesquisadores nas duas últimas décadas. Alguns autores já correlacionaram a ocorrência de apnéia do sono com outras complicações crônicas do diabetes. Entretanto, a maioria desses estudos foi feita em diabetes tipo 2. Objetivo: comparar a prevalência de distúrbios respiratórios do sono em pacientes com Diabetes tipo 1(DM1) e controles normais. Pacientes e métodos: Foram estudados 31 pacientes DM1 e 22 indivíduos saudáveis, pareados por sexo, idade e IMC (índice de massa corpórea). Todos os participantes foram submetidos ao Escore de Sonolência de Epworth (ESS) e à polissonografia de acordo com as recomendações da ASDA. A análise estatística foi feita pelo qui-quadrado e t de Student (p < 0,05 foi considerado significante). Resultados: A média de idade do grupo DM1 foi 28 anos (± 7,7), enquanto do grupo controle foi 23,2 (± 3,9). No grupo DM1 havia 19 mulheres e 12 ho-mens e no controle, 13 mulheres e 9 homens. O IMC médio 23 kg/m2 (± 2,7) para o grupo DM1 e 21,8 kg/m2 (± 2,1) para os controles. O ESS mostrou diferença estatisticamente significante entre os grupos (21 DM1 x 5 controles, p = 0,0008). A arquitetura do sono não mostrou alterações significativas (p > 0,05). Observou-se que 28,1% dos pacientes DM1 apresentaram índice de apnéia/hipopnéia do sono maior que 5, em contraste a apenas 4,5% dos não-diabéticos, levando a diferença significativa entre os grupos (p = 0,024). Apesar de não ser estatisticamente significante (p = 0,14), foi observado que pacientes diabéticos possuem uma tendência a apresentar apnéias centrais (3 DM1 x 0 controles). Logo, pacientes portadores de diabetes Tipo 1 mostraram prevalência significantemente maior de apnéias obstrutivas do sono quando compa-rados a um grupo controle. Além disso, os DM1 apresentaram mais sonolência excessiva diurna que os indivíduos controles. Conclusão: Nossos dados sugerem que pacientes diabéticos tipo 1 jovens não apresentam importantes alterações na arquitetura do sono, mas têm tendência para apresentar distúrbios respiratórios relacionados ao sono, assim como já foi demonstrado no diabetes tipo 2. O significado desses distúrbios nes-ses jovens indivíduos ainda deve ser estudado.

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Pôsteres

2008S216

08.C.07O ESTADO hIPOTIREÓIDEO CONTRIBUI PARA A RESISTÊNCIA INSULíNICA OBSERVADA NO JEJUM?

Poyares LL1; Croffi RV1; Machado UF2; Nunes MT1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: O jejum é considerado um modelo de resistência aguda à insulina, em que a expressão do GLUT4 e sua translocação encontram-se diminuídas em tecidos insulino-sensíveis. No jejum ocorre também diminuição da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide e da desiodase 1, o que reduz os níveis séricos de T3. O T3 induz a expressão de GLUT4 e a sua translocação em alguns tecidos, conforme demonstram estu-dos preliminares desenvolvidos no nosso laboratório. Considerando-se a importância do tecido adiposo branco (TAB) para o estabelecimento da resistência insulínica e o seu reconhecido papel como um órgão endócrino ativo que atua como um sensor do estado nutricional, objetivamos com esse trabalho investigar, nesse tecido, se a diminuição da expressão e da translocação do GLUT4 nos ratos submetidos a jejum é revertida por T3. Métodos: Avaliou-se: 1) a expressão do mRNA do GLUT4, por northern blotting; 2) o conteúdo de GLUT4 nas frações microssomal e de membrana plasmática (índice de translocação de GLUT4), por western blotting (ECL); 3) a taxa de decaimento da glicose sanguínea (kITT) nos tempos 0, 4, 8, 12 e 16 min, após administração de insulina (75 μU/100 g, iv) – teste de tolerância à insulina (ITT); 4) a insulinemia, por RIE; e 5) a concentração de ácidos graxos livres (AGL), por colorimetria, em ratos Wistar (~250 g), distribuídos nos seguintes grupos: (a) Con-trole - C: livre acesso à ração; (b) Jejum – J: submetidos a jejum de 48 h; (c) T3 fisiológico – T3F: animais que durante o período de jejum foram tratados com dose de reposição (0.5 μg /100 g, ip) ou (d) suprafisiológica (50 μg/100 g ip) de T3 -T3S, em intervalos de 12 h até completar as 48 h do jejum. Resultados: A análise densitométrica dos blots mostrou: diminuição da expressão do mRNA do GLUT4 no J versus C e au-mento da expressão no grupo T3S, apenas em relação ao J. O índice de translocação de GLUT4 foi menor nos ratos J versus C, e foi revertido pelo T3 (T3F e T3S); no entanto a taxa de decaimento da glicose (kITT), que esteve reduzida no J, não foi revertida pelo T3 e o mesmo ocor-reu com a insulinemia, que se manteve reduzida nos grupos J, T3F e T3S. No grupo J ocorreu aumento dos AGL versus C, os quais se elevaram ainda mais no grupo T3S. Conclusão: O T3 transloca GLUT4 para a membrana plasmática nos ratos em jejum, de maneira independente da insulina, em percentual semelhante ao do grupo C. Entretanto, esse efeito não alterou a taxa de decaimento de glicose sanguínea, sugerindo que, mais do que o comprometimento da translocação de GLUT4, a resistência à insulina descrita no jejum resulta de redução importante do conte-údo de GLUT4. A elevação dos AGL (efeito lipolítico do T3) poderia também contribuir no processo, considerando o seu efeito em reduzir a captação periférica de glicose. Embora a musculatura esquelética ainda esteja sob investigação nessa condição experimental, é grande a probabi-lidade de que esteja sendo influenciada pelo aumento dos AGL. Apoio financeiro: CNPq/Fapesp.

08.C.08AVALIAÇÃO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM INDUVíDUOS NIPO-BRASILEIROS DO DISTRITO DE MOMBUCA-SP

Foss-Freitas MC1; Machado D1; Franco LJ2; Foss MC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Medicina Social da FFMRP-USP

Em âmbito mundial, diferenças regionais e populacionais são relatadas em relação à DCV e seus riscos associados. O Japão, por exemplo, é um país no qual a sua população apresenta baixo risco cardiovascular. Porém, alguns estudos têm demonstrado que populações japonesas que mi-gram para países ocidentais e que têm seu estilo de vida modificado e próximo do estilo de vida ocidental, passam a apresentar maior incidência de DCV que a população que permanece em seu país. No município de Guatapará/SP (Distrito de Mombuca) há uma comunidade de origem japonesa, que migrou para a região por volta de 1962 e que ainda conserva seus hábitos de vida tradicionais. Dessa maneira, o objetivo deste estudo foi verificar a freqüência/risco para doenças cardiovasculares de uma população migrante de origem japonesa, que ainda mantém seus hábitos de vida tradicionais em nosso meio. Trata-se de um estudo descritivo transversal, com a participação de nipo-brasileiros de primeira e segunda gerações, com idade acima de 20 anos. As medidas antropométricas (circunferência abdominal e peso), a coleta de sangue (glicemia de jejum, triglicérides e HDL) e as mensurações da pressão arterial sistêmica e índice tornozelo-braquial foram realizadas por examinadores treina-dos e procedimentos padronizados, assim como os ECGs. Dos 103 indivíduos adultos estudados, 33 (32%) apresentaram ECG dentro dos pa-drões de normalidade, 41 (39,8%) apresentavam alterações inespecíficas, 18 (17,4%) algum tipo de bloqueio de condução cardíaca, 3 (2,9%) apresentavam sinais de isquemias cardíacas e 5 (4,8%) apresentavam arritmias. Não foi observado diferenças entre idade, glicemia de jejum, HDL colesterol, triglicérides, IMC, perímetro de cintura. Observamos uma diferença estatisticamente significativa (p = 0,04) nos níveis pressóricos sistólicos entre os grupos, porém não nos outros parâmetros analisados. A freqüência de doenças cardiovasculares observadas através de altera-ções no ECG na população adulta de Mumbuca/Guatapará é de 78%. Os níveis de PAS encontravam-se mais elevados nos indivíduos com is-quemias e arritmias. Apoio financeiro: Faepa.

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Pôsteres

2008 S217

08.C.09CONTROLE METABÓLICO E MANIfESTAÇõES CUTÂNEAS DO DIABETES MELITO

Wambier CG1; Foss-Freitas MC2; Takada MH2; Cipriani Frade M2; Tiraboschi Foss N2; Foss MC2

1Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP

Introdução: Foi observado que o rígido controle metabólico do diabetes melito (DM) se associa a redução de mortalidade e morbidades1, entre elas as dermatoses2. Foi investigada a prevalência de afecções cutâneas, e sua relação com o controle metabólico, em pacientes com DM atendidos em hospital terciário. Métodos: Estudo transversal, da análise de 500 pacientes com DM, submetidos a exame endocrinológico e dermatológico em ambulatório de hospital universitário de 2003 a 2005. Os diagnósticos dermatológicos foram padronizados pelo CID-10 e as faixas etárias pelas do censo dermatológico brasileiro de 20063. O controle metabólico foi avaliado através de níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c), foi conside-rado adequado quando ≤ 7%4. Para análise estatística, utilizou-se teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher. Foi considerado significante p < 0,05. Resultados: Dos 500 pacientes estudados [29,2% do tipo 1 (DM1) e 70,8% do tipo 2 (DM2)], com idade média de 45 ± 19,9 anos (2-88a), 60% sexo feminino. Em média 3,3 ± 1,5 diagnósticos foram feitos por paciente. 13 pacientes (3%) não apresentaram lesões dermatológicas. 1647 diag-nósticos dermatológicos foram feitos, os mais prevalentes foram: micoses (52%), xerose (28%), transtornos da pigmentação (25%), cicatrizes atrófi-cas/estrias (16%), nevos melanocíticos (15%), ceratose seborréicas (14%), acrocórdons (13%) e acantose nígricans (13%). 560 diagnósticos infecciosos foram feitos (82% fúngico, 13% bacteriano e 5% viral). Infecções fúngicas foram exclusivamente micoses superficiais (B35-37), com 457 diagnósticos. Dentre estas 67% foram dermatofitoses (176 pacientes com tinea pedis, 110 com onicomicose, 16 com tinea cruris), 29% foram candidíases (65 com intertrigos por cândida, 41 com candidíases ungueais, 25 com candidíases cutâneas) e 4% foram ptiríase versicolor. 469 pacien-tes (93,8%) foram avaliados quanto ao seu controle metabólico, sendo observado que 77% se apresentava em controle inadequado (CI) e 23% em adequado (CA). O CI esteve associado a maior prevalência (p < 0,05) de infecções cutâneas [verrugas vulgares (6% CI e 2% CA) e paroníquia agu-da e/ou furúnculos (L02-03) (5%CI e 1%CA)], xerose cutânea e/ou hiperceratose plantar (L85) (30% CI e 19% CA), dermatite seborréica (8% CI e 3% CA) e em pacientes do sexo masculino, a acne (13% CI e 2% CA). No DM1 o CI esteve associado a maior prevalência de L85 (23% CI e 5% CA); no DM2, de dermatite seborréica (9% CI e 2% CA), de candidíase (naqueles com faixa etária entre 40 e 64 anos) (27% CI e 12% CA), e de L85 (> 64 anos) (41% CI e 19% CA). Outros diagnósticos apresentaram tendência a maior prevalência em pacientes com CI: estrias atróficas, der-matofitoses. Conclusão: O CI esteve associado a freqüencia significantemente mais elevada de infecções cutâneas (verrugas vulgares e L02-03), L85, dermatite seborréica e acne em homens. As dermatoses mais prevalentes foram as micoses superficiais. O tratamento precoce destas manifes-tações é essencial para a prevenção de morbidades como o pé diabético e infecções secundárias.

08.C.10ESTUDO DA INfLUÊNCIA DA PERIODONTITE CRôNICA GRAVE E DO CONTROLE METABÓLICO NA RESPOSTA IMUNOLÓGICA DE INDIVíDUOS DIABÉTICOS TIPO 2 PELA AVALIAÇÃO DAS ExPRESSõES GÊNICA E PROTÉICA DE CITOCINAS EM CÉLULAS MONONUCLEARES ADERENTES DE SANGUE PERIfÉRICO

Tunes RS1; Nogueira-Filho GR2; Sallum AW3; Sallum EA3; Nociti-Jr. FH3; Casati MZ3; Tiraboschi Foss N4; Foss MC4; Castro M5; Foss-Freitas MC4

1Departamentos de Clínica Médica e Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Dis-ciplina de Periodontia do Curso de Odontologia da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências (FBDC); 3Prótese e Periodontia da Faculdade de Odonto-logia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas (FOP-Unicamp); 4Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 5Departamento de Endocrinologia da FMRP-USP

Introdução: Este estudo objetiva verificar a influência da periodontite crônica severa e do controle metabólico na resposta imunológica de in-divíduos diabéticos tipo 2 através da avaliação da expressão gênica e protéica de citocinas de células mononucleares de sangue periférico estimu-ladas. Material e Métodos: Foram selecionados 12 pacientes do ambulatório de Diabetes do HC-FMRP divididos em: grupo-teste - 5 diabéticos tipo 2 com periodontite crônica severa (no mínimo 8 dentes com profundidade de sondagem ≥ 5 mm, nível de inserção clínico ≥ 5 mm e sangramento à sondagem, sendo 2 destes com profundidade de sondagem ≥ 6 mm e mais 2 com profundidade de sondagem ≥ 7 mm) descompensados metabolicamente (hemoglobina glicada A1C > 7% e glicemia em jejum > 150 mg/dL); grupo-controle – 7 diabéticos tipo 2 sem periodontite (profundidade de sondagem ≤ 3 mm, sem perda de inserção), descompensados metabolicamente. Os pacientes foram hospitaliza-dos por um período de 10 dias com o objetivo de obter um controle metabólico adequado. Amostras sanguíneas de 30 mL foram obtidas no primeiro e último dias de hospitalização. Depois de isolados do sangue pelo método Ficoll-HyPaque Plus®, um total de 2,5 x 106/mL células mononucleares aderentes foram cultivadas por 24h na presença e ausência de LPS (5μg/mL). As citocinas IL-6 e TNF-β foram detectadas nos sobrenadantes das culturas de células aderentes (MØs) através do Elisa. A verificação da expressão gênica dessas mesmas citocinas será realizada através da PCR em tempo real, utilizando sondas TaqMan específicas (Applied Biosystems). Resultados e Discussão: Os resultados, apresenta-dos sob forma de média e desvio padrão, mostraram uma diminuição na expressão protéica das citocinas respectivamente antes e após a compen-sação metabólica [IL-6 (242,9 ± 224,2 / 168,4 ± 215,9) – TNF-α (176,9 ± 119,7 / 129,2 ± 124,5)]. Comparando-se os grupos antes e após a compensação metabólica, o grupo-controle apresentou uma diminuição mais significativa na expressão protéica do que o grupo teste para ambas as citocinas [IL-6 teste (314,4 ± 272,8 / 307,9 ± 268,1) TNF-α teste (210,4 ± 139,4 / 248,4 ± 101,2)]; [IL-6 controle (191,9 ± 187,8/ 68,8 ± 98,9) TNF-α controle (153 ± 108,2 / 44,1 ± 35,9)]. Conclusão: Estes resultados indicam que mesmo na presença do controle meta-bólico, os pacientes diabéticos portadores de periodontite severa, apresentam uma resposta imune-inflamatória ainda exacerbada. Apoio finan-ceiro: Fapesb e Faepa.

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Pôsteres

2008S218

09.C.01ANALySIS Of GENES Of ThE ChROMOSOME 6 By cDNA MICROARRAyS IN PATIENTS WITh TyPE 1 DIABETES

Rassi DM1; Junta CM2; Fachin AL3; Sandrin-Garcia P2; Mello SS4; Feijó AE2; Silva GL2; Wastowski IJ5; Palomino GM5; Crispim JO1; Fernandes APM6; Foss-Freitas MC1; Foss MC1; Sakamoto-Hojo ET7; Soares CP8; Passos GAS7; Donadi EA9

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Genética da FMRP-USP; 3Departamento de Biotecnologia da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP); ; 4Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP; 5Departamento de Imunologia e Bioquímica da FMRP-USP; 6Disciplina de Genética da Faculdade de Enfermagem da FMRP-USP; 7USP; 8Departamento de Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP); 9FMRP-USP

The MHC region (6p21) aggregates the major genes that contribute to susceptibility to type 1 diabetes melito (DM-1); however, few genes in addition to HLA class II genes have been implicated in disease pathogenesis. To evaluate the contribution of the genes spanning around and outside the MHC region on chromosome 6, we evaluated the large scale differential gene expression in lymphomononuclear peripheral blood cells of 11 metabolically compensated patients with recently diagnosed DM-1 and 11 normal individuals matched to patients in terms of sex and age. A total of 4608 cDNAs from the IMAGE library were spotted onto glass slides using robotic technology. Statistical analysis was carried out using the SAM program and data regarding gene location and biological function were obtained at SOURCE, NCBI and FATIGO programs. Three induced genes were observed spanning around the MHC region (6p21-6p23), and 7 modulated genes (5 repressed and 2 repressed) spanning around the 6q21-24 region. Among induced genes, the kIF13A (6p23) is related with microtubule-based movement, cytoskeleton organization and biogenesis, whereas TRAF3IP2 and FOXO3A (both on 6p21) genes code transcription factors associated with regulation of apoptosis and immunoglobulin production. Among repressed genes, TBCC (6q12.1) and MAN1A1 (6q22) are associated with glycoprotein metabolic process, and the GPR126 (6q24.1) gene with the G-protein coupled receptor protein signaling pathway. The differential gene expres-sion characterization in major susceptibility regions may identify new potentially genes involved with DM-1 pathogenesis. Apoio financeiro: CNPq (grant: 150320/2007-8).

09.C.02MODULATED GENES ON SUSCEPTIBILITy REGIONS OBSERVED IN PATIENTS WITh RECENTLy DIAGNOSED TyPE 1 DIABETES

Rassi DM1; Junta CM2; Fachin AL3; Garcia PS2; Mello SS4; Silva GL2; Feijó AE2; Wastowski IJ5; Palomino GM5; Crispim JO1; Fernandes AP6; Foss-Freitas MC1; Foss MC1; Soares CP7; Sakamoto-Hojo ET8; Passos GAS7; Donadi EA9

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Departamento de Genética da FMRP-USP; 3Departamento de Biotecnologia da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP); ; 4Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP; 5Departamento de Imunologia e Bioquímica da FMRP-USP; 6Disciplina de Genética da Faculdade de Enfermagem da FMRP-USP; 7Departamento de Análises Clíni-cas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IB-UNESP); 8USP; 9FMRP-USP

Type 1 diabetes (DM-1) shows a strong familial clustering. Approximately 40% of the familial aggregation of type 1 diabetes (DM-1) suscepti-bility can be attributed to allelic variation at the major histocompatibility complex (MHC) on chromosome 6p21 (IDDM1 region). Three other disease susceptibility regions have clearly been associated with the disease including insulin (IDDM2/4, 11p15), CTLA4 (IDDM7/12, 2q33) and LYP/PTPN22 (1p13) genes. To evaluate the contribution of the genes located outside the MHC region to disease pathogenesis, we per-formed the large scale differential gene expression on lymphomononuclear peripheral blood cells of 11 metabolically compensated patients with recently diagnosed DM-1, and of 11 normal individuals matched to patients in terms of sex and age. A total of 4608 cDNAs from the IMAGE library were spotted onto glass slides using robotic technology. The data regarding gene location and biological function were obtained at SOURCE, NCBI and FATIGO programs. In the 1p13 region, 15 modulated (8 induced and 7 repressed) genes were observed, emphasizing the induction of the PIP5k1A inositol phosphate metabolism gene that mediates insulin action in several extrapancreatic cells. In the 2q33 re-gion, 10 modulated (5 induced and 5 repressed) genes were observed, highlighting the Ik cytokine, which is involved in the negative control of MHC class II molecule expression. In the 11p15 region, 13 modulated (5 induced and 8 repressed) genes were observed, emphasizing the induction of the INPPL1, which is a negative regulator of insulin signaling. Overall, modulated genes in these regions were primarily associated with cellular metabolism, transcription factors and signaling transduction. Apoio financeiro: CNPq (grant: 150320/2007-8).

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Pôsteres

2008 S219

09.C.03ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORfISMO -129C/T NO GENE DA SUBNIDADE CATALíTICA DA GAMAGLUTAMIL CISTEíNA LIGASE E DOENÇA RENAL CRôNICA EM PORTADORES DE DM1

Vieira SMS1,2; Carvalheiro-Luna AM2; Sa SV3; Melo K4; Nery M5; Dib SA6; Vendramini MF2; Giannella-Neto D7; Correa-Giannella MLC7

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP); 2Setor de Endocrinologia e Metabologia do Hospital do Servidor Pú-blico Estadual de São Paulo; 3Laboratório de Biologia Celular e Molecular (LIM/25) HC-FMUSP; 4Equipe de Diabetes da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da FMUSP; 5 Departamento de Clínica Médica da FMUSP; 6 Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 7Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da FMUSP

Introdução: Dentre os mecanismos de dano celular induzido pela hiperglicemia destaca-se o estresse oxidativo, e já se admite a existência de uma diminuição dos mecanismos de defesa antioxidantes nos portadores de DM. A GCLC é a subunidade catalítica da enzima glutamato-ciste-ína ligase, uma enzima limitante na formação da glutationa, um importante antioxidante endógeno. A presença do alelo T na posição -129, que confere menor atividade à região promotora deste gene, associaram-se a risco aumentado de infarto na população japonesa. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação do polimorfismo -129C/T do gene GCLC com a presença de doença renal crônica (DRC) em portadores de DM1 que apresentam um mau controle glicêmico. Métodos: Foram avaliados 133 portadores de DM1 com 15 anos ou mais de diagnóstico e HbA1C média dois pontos percentuais acima do valor de referência para o método. Estes pacientes foram divididos em dois grupos: (1) pacientes sem DRC a DRC estágio 2 (RFG < 60 mL/min) e (2) pacientes com DRC estágios 3 a 5 (RFG < 60 mL/min) ou em terapia de reposição renal ou com história de transplante renal. O RFG foi estimado pela fórmula de Crockcoft-Gault. A freqüência deste polimorfismo também foi avaliada em 141 controles não diabéticos. O estudo do gene foi realizado após extração do DNA a partir de leucócitos de sangue periférico e amplifica-ção da região de interesse pela técnica de PCR. Os genótipos foram identificados após digestão com a enzima de restrição Tsp45I. Resultados: Não houve diferenças na freqüência dos polimorfismos entre portadores de DM1 e controles não diabéticos. Idade, tempo de DM, pressão ar-terial sistólica e a freqüência de hipertensão arterial e de pelo menos um alelo T foram significativamente maiores no grupo 1 (Tabela 1). Esta última variável conferiu um alto risco para a presença de DRC estágios 2 a 5 (p = 0,001; RR = 5,1; CI = 1.9 to 13,8) após análise por regressão logística binária. Conclusão: Nesta população, a presença de pelo menos um alelo T está associada com a presença de DRC estágios 3 a 5 em portadores DM1. Apoio financeiro: Auxílio pesquisa Fapesp 04/13451-1.

09.C.04ASSOCIAÇÃO DO POLIMORfISMO DO GENE DO RECEPTOR DA VITAMINA D FOk I E DOENÇA AUTO-IMUNE DA TIRÓIDE EM INDIVíDUOS COM DIABETES MELITO TIPO 1

Mory DB1; Rocco ER2; Miranda W2; Kasamatsu T3; Crispim F4; Dib SA3

1escola paulista de medicina - endocrinologia; 2Unifesp - Endocrinologia; 3UNIFESP - EPM - Endocrinologia; 4UNIFESP - EPM - Medicina

Introdução: Nos indivíduos com diabetes melito tipo 1 (DM1) é freqüente a associação com doença auto-imune da tiróide (DAIT). Estudos sugerem associação com HLA classe II e com o gene CTLA-4. No entanto a base genética de ambas não está totalmente determinada. Estudos avaliaram polimorfismos do gene do receptor da vitamina D (RVD) como marcadores de suscetibilidade do DM1. Entretanto, não foram ava-liados indivíduos com DM1 e DAIT. Objetivos: Avaliar a prevalência dos polimorfismos (BsmI e FokI) do RVD em indivíduos com DM1 com ou sem DAIT. Indivíduos e métodos: Foram avaliados 180 DM1 em relação a idade, tempo de duração do diabetes (TDDM), IMC (kg/m2) e presença de DAIT. Dosados TSH (imunofluorimétrico) anticorpo anti-peroxidase (ATPO, imunofluorimétrico), anti-GAD e anti-IA2 (RIE), peptídeo-C em jejum (PCJ, RIE), cálcio ionizado (eletrodo íon específico). Os polimorfismos do gene do VDR Fok I e BsmI foram pesquisados por reação de PCR seguida de digestão com enzima de restrição. Resultados: Dos pacientes avaliados 22 (12,2%) apresentavam hipotiroidismo e 3 (1,6%) hipertiroidismo. Os pacientes com DAIT 72% sexo feminino, 16,8 ± 7,1 a, TDDM 6,9 ± 6,3 a, IMC 21,3 ± 3,2 kg/m2. Os valores de TSH 19,1 ± 59 mUI/mL, positividade para o ATPO 80,0%, 56,0% para o anti-GAD e 36% anti-IA2. Somente diferiram em relação ao gru-po sem DAIT em relação ao sexo (72% versus 48,4%, p = 0,028), positividade para o ATPO (80,0% versus 25%, p < 0,001) e anti-GAD (56% versus 30,3%, p 0,012). No grupo com DAIT, 73,9% dos indivíduos com homozigose ou heterozigose para o polimorfismo FokI e somente 52,7% no grupo sem DAIT (p = 0,057). Não foi encontrada diferenças entre os grupos nas freqüências do polimorfismo BsmI. Conclusões: Uma maior freqüência do polimorfismo FokI em homozigose ou heterozigose foi encontrada nos indivíduos com DM1 associado a DAIT. A concomitância de ambas as doenças foi mais freqüente do sexo feminino, assim como maior positividade para os anticorpos ATPO e anti-GAD. Esse polimorfismo pode ser acrescentado à heterogeneidade genética associada às poliendocrinopatias auto-imunes. Apoio financeiro: Fapesp.

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Pôsteres

2008S220

09.C.05DESCRIÇÃO DE MUTAÇÃO NO GENE LMNA EM UMA fAMíLIA PORTADORA DE LIPODISTROfIA PARCIAL fAMILIAR (SíNDROME DE DUNNIGAN)

Foss-Freitas MC1; Montenegro Jr. RM2; Tunes RS3; Castro M3; Foss MC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Setor de Endocrinologia e Metabologia Departamento do Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará (HU-UFC); 3Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: A lipodistrofia parcial familiar (LDPF) é uma síndrome rara caracterizada por hipertrigliceridemia e resistência insulínica. Os pa-cientes afetados apresentam tipicamente uma perda seletiva de tecido adiposo subcutâneo das extremidades e acúmulo secundário na face, pes-coço e região intra-abdominal. Mutações no gene (LMNA), localizado no cromossomo 1q21-22, foram reportadas, sendo responsáveis pelo fenótipo desta síndrome. Este gene codifica as lamininas A e C presentes na maioria das células diferenciadas, participando da replicação de DNA, organização da cromatina, arranjo espacial dos poros nucleares e crescimento nuclear. Objetivo: Descrever a presença da mutação no gene LMNA, através da análise genotípica de um paciente com LDPF e dos membros da sua família, correlacionando os possíveis genótipos com os fenótipos encontrados. Métodos: Foi avaliado um paciente do sexo feminino com LDPF (idade 59 anos), além de 13 membros de sua família pertencentes a três gerações sucessivas (6 indivíduos do sexo feminino com fenótipo positivo e 7 indivíduos do sexo masculino, possuindo apenas 2 destes o fenótipo positivo) e realizado o seqüenciamento do exon 8 e 9 do gene LMNA. Resultados: A mutação C-T no códon 482 (R482W) do exon 8 que leva a substituição da arginina pelo triptofano foi identificada no caso índice e em 80% dos 13 membros da família examinados. Entre os membros femininos, todas fenótipos positivos, observamos alta correlação com o genótipo também positivo. Entre os membros mas-culinos, aproximadamente 56% apresentaram genótipo positivo, porém apenas dois casos foram identificados com o fenótipo de LDPF, sendo que estes apresentaram, também, a correspondência genotípica. Conclusão: a mutação C – T no códon 482 do exon 8 do gene LMNA, apre-senta alta correlação genótipo- fenótipo nesta família estudada. Apoio financeiro: Faepa.

10.C.01PERfIL DOS PACIENTES COM DIABETES MELITO TIPO 2 EM AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA DA UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

Aum PMP1; Ortega Filho RC1; Isaac LS1; Muniz Jr R1; MacCagnan PHG2

1Faculdade de Medicina da Universidade de Santos (Unimes); 2Endocrinologia, Unimes

Introdução: O diabetes melito tipo 2 (DM2) é a forma presente em 90% a 95% dos casos de diabetes clínico. A prevalência de síndrome meta-bólica (SM) na população portadora de DM2 chega a atingir 75% a 80% e se associa a maior freqüência de complicações crônicas diabéticas. Existem evidências de que o controle metabólico estrito tem papel importante na prevenção do surgimento ou da progressão dessas complica-ções. Métodos: Foram consultados todos os prontuários dos pacientes que passaram em consulta no ambulatório de endocrinologia da Univer-sidade Metropolitana de Santos (UNIMES), no Núcleo de Gestão Assistencial 57 (NGA 57) no período de janeiro a agosto de 2006. Foram considerados hipertensos aqueles com pressão arterial maior ou igual a 130 x 85 mmHg ou em uso de anti-hipertensivos; considerados dislipi-dêmicos os pacientes que tiveram dosagem de triglicérides maiores do que 150 mg/dl e/ou HDL menor que 40 mg/dl em homens e menor que 50 mg/dl em mulheres; e considerados obesos pacientes com medida de circunferência abdominal maior ou igual a 94 cm para homens e maior ou igual a 80 cm para mulheres e/ou IMC maior que 25 kg/m². Foram descartados os pacientes menores de 18 anos e aqueles que não apresentavam em prontuário dosagem de glicemia de jejum ou hemoglobina glicada. Resultados: Foram incluídos 81 pacientes, sendo 49 mu-lheres e 32 homens. Destes, 82,7% eram hipertensos, 49,0% tinham TGL > 150 mg/dl, 43,0% tinham HDL abaixo dos níveis normais de acordo com o sexo, 69,0% tinham circunferência abdominal acima dos valores normais para cada sexo e 96,3% apresentavam glicemia de jejum acima de 99 mg/dl. Em relação as complicações microangiopáticas 9,9% tinham nefropatia, 16% retinopatia, 29,6% neuropatia diabética e 2,5% pé diabético. Quanto as macroangiopáticas 13,6% apresentavam doença isquêmica coronariana e 6,2% com histórico de AVE. Discussão: Em relação as fatores de risco para SM os dados levantados em nossa amostra foram concordantes aos encontrados na literatura revisada. Já em re-lação as complicações diabéticas, nossas prevalências com exceção do AVE e da neuropatia diabética, estão abaixo das observadas na literatura. Isto pode ser devido a nossa amostra ser restrita a um semestre de levantamento. Apoio financeiro: Faculdade de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos.

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Pôsteres

2008 S221

10.C.02ShOULD BENEfITS Of A SIMPLE BEhAVIORAL COUNSELING BE ATTRIBUTED TO SUCh INTERVENTION IN A COhORT Of JAPANESE-BRAZILIANS?

Almeida-Pititto B1; Griffin S2; Sharp S2; Gimeno SGA1; Ferreira SRG1

1Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2University of Cambridge – MRC, Epidemiology Unit

Background: The Japanese-Brazilian Diabetes Study Group reported high prevalence rates of diabetes and other cardiovascular (CV) risk fac-tors in a Japanese-Brazilian population. Favorable impact on CV risk factors was observed after 1-yr of a behavioral intervention. This study evaluated whether this improvement in CV risk profile was due to the 1-yr intervention, comparing changes in the intervention period with the pre-intervention period. Methods: 466 subjects, who took part in a previous study on the prevalence of diabetes in 2000, participated in a 1-year intervention (2005 to 2006) based on healthy diet and physical activity orientations. Differences of blood pressure, anthropometric and metabolic parameters between 2005 and 2006 were assessed. Annual differences of the same parameters between 2000 and 2005 were obtained. The annual changes in the 2 periods - pre and post-intervention were compared by t test. Results: Greater decreases in the mean values of BMI (-0.2 ± 0.9 vs -0.1 ± 0.03 kg/m2, p < 0.05), waist circumference (-0.5 ± 1.2 vs 1.2 ± 3.8 cm, p < 0.05), systolic (-4.6 ± 17.9 vs 1.8 ± 4.3 mmHg, p < 0.001) and diastolic BP (-2.9 ± 9.7 vs 0.6 ± 2.5 mmHg, p < 0.001), fasting (-6.1 ± 26.3 vs -4.1 ± 1.2 mg/dl, p < 0.001) and 2-hr plasma glucose (-21.2 ± 39.0 vs -4.2 ± 10.1 mg/dl, p < 0.001), total cholesterol (-16.8 ± 39.0 vs -3.0 ± 7.7 mg/dl, p < 0.001) and LDL-cholesterol (-13.3 ± 35.5 vs -2.5 ± 7.4 mg/dl, p < 0.001) were observed during the intervention period when compared with the annual changes in the pre-intervention period, respectively. The annual increase in the Framingham CV risk score from 2000 to 2005 differed from the decrease found following the intervention period (0.1 ± 0.7 vs -0.2 ± 3.0, p < 0.05). Sensitivity analysis, adjusting for medications that could interfere in these parameters, did not change the results. Conclusions: Simple intervention strategy is able to induce benefits in CV risk profile. Long-term follow-up is necessary to confirm the persistence of such benefits. Apoio financeiro: CNPq.

10.C.03IMPACT Of A ONE-yEAR BEhAVIORAL INTERVENTION ON ANThROPOMETRIC AND METABOLIC PARAMETERS IN A POPULATION-BASED STUDy Of JAPANESE-BRAZILIANS

Almeida-Pititto B1; Gimeno SGA1; Hirai AT1; Ferreira SRG2

1Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Background: High prevalence rates of diabetes and other cardiovascular (CV) risk factors have been reported in a Japanese-Brazilian popula-tion. Efficacy of lifestyle intervention programs on reducing the risk of diabetes mellitus (DM) was demonstrated. We conducted a community intervention program in Japanese-Brazilians to promote health and its impact on CV risk was evaluated. Methods: In 2005, 728 Japanese-Brazilians agreed to participate in a behavioral intervention based on low-fat high-fiber diet and physical activity. Results: Means of blood pressure (BP), anthropometric and metabolic parameters at the baseline were compared with those obtained after a 1-yr intervention period using Student t test. In 2006, 500 participants, who completed the intervention program, had a reduction in mean values of waist (88.4 ± 10.4 vs. 87.9 ± 10.7 cm, p < 0.01), systolic (138.4 ± 22.0 vs. 133.7 ± 21.2 mmHg, p < 0.001) and diastolic BP (81.1 ± 11.9 vs. 78.2 ± 11.5 mmHg, p < 0.001), fasting (110.6 ± 30.6 vs. 103.4 ± 27.9 mg/dl, p < 0.001) and 2-hr plasma glucose (148.4 ± 52.2 vs. 127.0 ± 42.8 mg/dl, p < 0.001), total cholesterol (214.3 ± 48.2 vs. 198.3 ± 41.7 mg/dl, p < 0.001), LDL (128.7 ± 38.8 vs. 116.7 ± 31.4 mg/dl, p < 0.001) and HDL-cholesterol (53.8 ± 12.6 vs. 47.9 ± 11.5 mg/dl, p < 0.001), comparing 2005 with 2006, respectively. Stratified according to glucose tolerance status, individuals with DM or pre-diabetes in 2005 showed greater decreases (p < 0.05) in waist and plasma glucose during the intervention period. A small but significant increase in triglycerides levels was observed following intervention. All the results did not change when stratified by gender, generation or use of medications. Conclusions: The behavioral intervention improved the cardiovascular profile in this high-risk population. Longer follow-up of this population is necessary to assure long-term metabolic benefits which could reduce cardiovascular events. Apoio Financeiro: CNPq e Fapesp.

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Pôsteres

2008S222

10.C.04O CORTISOL NO CONTExTO DA DESCOMPENSAÇÃO METABÓLICA EM PORTADORES DE DIABETES MELITO TIPO 2

Nascimento AB1; Chaves EC1; Grossi SAA2; Lottenberg SA2

1Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP); 2Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: Alguns estudos apontam que portadores de Diabetes Melito tipo 2 (DM2) estão mais propensos à depressão. Considerando que grande parte deles apresenta obesidade central, a presença de sintomas de depressão neste grupo pode ser problemática, uma vez que os tornaria mais propensos a níveis elevados de cortisol e a maior vulnerabilidade hiperglicêmica e de descompensação metabólica. Objetivo: Investigar se há relação entre hemoglobina glicada (A1c) e fatores de risco à descompensação metabólica do DM2. Casuística e Método: Os dados foram coletados com 40 pacientes num serviço ambulatorial de um hospital de ensino de nível terciário, no contexto de Liga Acadêmica. Todos os sujeitos de pesquisa passaram por critérios de inclusão/exclusão e foram orientados quanto às questões éticas envolvidas (processo aprovado sob o nº 468/2005/CEP). Foram utilizados três instrumentos para a coleta de dados, abordando aspectos: sócio-demográficos, clínicos (A1c e dados antropométricos) e para avaliação de depressão [cortisol livre urinário (CORT) e inventário de depressão de Beck (IDB)]. Resultados: Após teste correlacional de Spearman verificou-se que não houve correlação entre o CORT e o índice de massa corporal (p = 0,152), nem do CORT com a relação cintura-quadril (p = 0,142), e nem do CORT com a circunferência de cintura (p = 0,056). Porém, quando calculada a correlação entre CORT e circunferência de cintura ajustada por idade, foi evidenciada significância correlacional positiva (Spearman, p = 0,03). O teste não-paramétrico de Mann-Whitney, mostrou que nos indivíduos com A1c alterada existe um aumento estatisticamente significativo e positivo nos níveis de CORT, quando comparados àqueles com A1c normal (p = 0,0052). O teste exato de Fischer demonstrou não haver cor-relação estatisticamente significante entre a presença de sintomas de depressão, medido pelo IDB e os níveis de A1c (p = 1,000). Conclusão: Dentre aqueles portadores de DM2 com mais idade a circunferência de cintura é maior, bem como os níveis de CORT. Nos indivíduos com A1c alterada os níveis de CORT são maiores. Não houve correlação estatisticamente significativa entre A1c e IDB.

10.C.05PERfIL NUTRICIONAL DE PACIENTES EM SEGUIMENTO AMBULATORIAL NA LIGA DE SíNDROME METABÓLICA (LSM) DO hC-fMUSP

Martins MR1; Diniz SM1; Kurashima CH1; Trecco S1; Santana FW2; Giacaglia LR3; Santos RF3

1Disciplina de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP);2Departamento de Clínica Médica da FMUSP; 3Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da FMUSP

Introdução: Nos últimos anos, a obesidade tornou-se um problema de saúde pública no Brasil e em países do mundo desenvolvido, observan-do-se uma relação entre gordura visceral abdominal e resistência à insulina, sendo identificada como um fator de risco maior para doença cardio-vascular aterosclerótica. Fatores genéticos, o sedentarismo, o tabagismo, o ganho ponderal progressivo e uma dieta rica em carboidratos refinados, gorduras saturadas e pobre em fibras alimentares contribuem para o desenvolvimento da síndrome metabólica. O presente estudo teve como objetivo identificar o perfil da população atendida a fim de especificar a orientação nutricional. Métodos: Realizado estudo retrospectivo com coleta de dados sobre sexo, idade, índice de massa corpórea (IMC) e freqüência alimentar. Utilizada amostra de 27 pacientes com diagnós-tico de síndrome metabólica, com idade média de 51,3 anos ± 9,7 atendidos de março a novembro/2007 no ambulatório de nutrição. Resul-tados: No estudo 81,5% (n = 21) era do sexo feminino e 18,5% (n = 6) masculino. No sexo masculino, 80% apresentavam obesidade, enquanto que no sexo feminino era de 77,3%. As mulheres apresentaram um consumo diário maior de frutas (72,7%) e hortaliças (95,5%) que os homens (40% e 80% respectivamente). O sexo masculino apresentou maior consumo semanal de frituras (40%) e doces (80%) que o feminino (22% e 27% respectivamente). Em relação ao refrigerante, a ingestão semanal foi similar em ambos os sexos: 40% masculino e 40,9% feminino. Discussão: Os resultados do presente estudo mostraram que: 1) Houve diferença na composição nutricional de acordo com o sexo do indivíduo, o consu-mo de hortaliças era diário pelas mulheres e semanal pelos homens; 2) O consumo de frituras e doces era maior nos homens do que nas mulhe-res; 3) A ingestão de frutas em ambos os sexos era diária. No estudo realizado por Corona, observaram-se resultados semelhantes ao presente estudo A dietoterapia de pacientes com síndrome metabólica deve priorizar a perda ponderal, destacando-se a importância de consumir frutas, vegetais e grãos integrais. No presente estudo identificou-se a prevalência de obesidade no sexo masculino assim como alta ingestão de doces, frituras e baixa ingestão de frutas e hortaliças.

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Pôsteres

2008 S223

10.C.06COMPARAÇÃO ENTRE ADULTOS JOVENS PORTADORES DE DIABETES MELITO E OS POSSíVEIS fATORES INTERfERENTES qUANTO À DENSIDADE MINERAL ÓSSEA – DADOS PRELIMINARES

Berchieri CB1; Padovani CR2; Pimenta WP1

1Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-UNESP); 2Disciplina de Bioestatística do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)

Introdução: A osteoporose é um distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea. Evidências relativas de risco são atribuídas a doenças metabólicas como diabetes melito. Objetivo: Avaliar indivíduos diabéticos tipo 1 e 2, adultos jovens, sem compli-cações avançadas quanto à densidade mineral óssea, e os possíveis fatores contribuintes, comparando-os com um grupo controle homogêneo, pareado em idade, sexo e índice de massa corpórea. Casuística e Métodos: Foram avaliados 47 indivíduos diabéticos, sendo 24 do tipo 1 (11 homens e 13 mulheres) e 23 do tipo 2 (12 homens e 11 mulheres), através de um questionário amplo, para investigação de hábitos de vida, dados pessoais e demográficos, antropometria (sexo, idade, IMC, circunferência abdominal etc.), exames laboratoriais (HbA1c, glicemia de je-jum etc.) e de densitometria mineral óssea, avaliação do consumo alimentar através de recordatório 24h e freqüência alimentar. Resultados preliminares: Dos indivíduos avaliados do tipo 1, o IMC se apresentou acima dos valores de eutrofia, sendo predominantemente elevado nas mulheres, com média de 26,6 kg/m2. A média de idade foi de 25,6 anos para as mulheres e 30 anos para os homens. Os valores de HbA1c e Glicemia de jejum se apresentaram acima do preconizado, sendo o valor mínimo e o máximo de 6,6 e 11,2 e 76 mg/dL e 270 mg/dL, respec-tivamente. Não foi observada a presença de osteoporose nesses indivíduos, porém 6 indivíduos (dos 8 que já realizaram a DMO) apresentaram alterações ósseas, sendo 3 para osteopenia de colo de fêmur, sendo todos do sexo feminino; e 4 apresentaram osteopenia de coluna lombar, sendo 50% destes do sexo masculino. Dos indivíduos do tipo 2, o IMC se apresentou elevado para ambos os sexos, sendo a média de 29,5 kg/m2 em mulheres e 32,4 kg/m2 em homens. A média de idade foi semelhante para homens e mulheres, sendo de 43 anos. Os valores de HbA1c e Glicemia de jejum se apresentaram acima dos valores de recomendação, sendo o valor mínimo e o máximo de 5,8 e 8,3 e 89,7 mg/dL e 218 mg/dL respectivamente, mostrando um pior controle dos indivíduos DM tipo 2 em relação aos DM tipo 1. Não foi observada a presença de osteoporose nesses indivíduos. Apenas 1 indivíduo apresentou alterações ósseas, sendo este do sexo feminino e com diagnóstico para osteopenia de coluna lombar. Conclusão: No grupo avaliado, os indicadores de controle metabólico demonstraram um ruim controle do diabetes, com valores de glicemia de jejum e HbA1c acima do desejado, estando estes piores nos indivíduos diabéticos do tipo 2. Contudo, considerando-se que 7 indivíduos da amostra já apresentam algum tipo de alteração óssea, podemos afirmar que indivíduos diabéticos tipo 1 apresentam maior predisposição às alterações relacionadas ao metabolismo ósseo. Apoio financeiro: Fundunesp.

10.C.07PREVALÊNCIA DE SíNDROME METABÓLICA UTILIZANDO TRÊS DEfINIÇõES PROPOSTAS EM UMA COMUNIDADE NIPO-BRASILEIRA

Foss-Freitas MC1; Andrade RCG1; Figueiredo RC2; Pace AE3; Dal Fabbro AL4; Franco LJ4; Foss MC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); 2Saúde da Comunidade FMRP-USP; 3Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP)da USP; 4Medicina Social da FMRP-USP

Introdução: A síndrome metabólica (SM) é associada a um aumento na morbimortalidade, portanto a caracterização de sua magnitude na população é crítica para se definir medidas de prevenção e tratamento adequadas. Entretanto, a estimativa de SM em uma mesma população pode diferir dependendo dos critérios utilizados. Desta maneira, o objetivo deste estudo é comparar a prevalência de SM de acordo com as definições propostas pelo: National Cholesterol Education Panel (NCEP), sua versão revisada (NCEP-R) e pelo International Diabetes Federation (IDF) em uma população nipo-brasileira da região de Guatapara no estado de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo transversal, com a participação de nipo-brasileiros de primeira e segunda gerações, com idade acima de 20 anos. As medidas antropométricas (circunferência abdominal e peso), a coleta de sangue (glicemia de jejum, triglicérides, HDL e LDL) e a mensuração da pressão arterial sistêmica foram realiza-das por examinadores treinados e procedimentos padronizados. Resultados: Foram avaliados 131 indivíduos com idade media de 57 ± 16 anos, de primeira e segunda geração. A prevalência de SM foi de 23,6%, 25,4% e 31,3% pelos critérios propostos pelo NCEP, NCEP-R e IDF, respec-tivamente. Todos os indivíduos identificados pelo NCEP foram identificados também pelo NCEP-R. Pela definição proposta pelo IDF foram classificados 19 (14,5%) indivíduos com SM que não foram identificados pelas outras definições e as definições NCEP/NCEP-R identificaram 13 (9,9%) participantes não identificados pelos critérios do IDF. Entre todos os participantes, 21 (16,0%) indivíduos foram identificados pelos três critérios simultaneamente. Observamos neste grupo, um valor maior de circunferência abdominal (p < 0,01) comparada a todos os outros indivíduos classificados com SM, assim como, dislipidemia mais grave, com níveis mais elevados de triglicérides sérico e menores de HDL sérico (p < 0,01) e níveis de glicose plasmática de jejum menor (p = 0,03) quando comparada com os indivíduos identificados somente pelos critérios das definições da NCEP/NCEP-R. Conclusão: Desta maneira, nesta população nipo-brasileira, a circunferência abdominal, um método simples de avaliar resistência insulínica, foi um fator de risco importante para SM, identificando indivíduos com maior risco cardiovascular que se bene-ficiariam de mudanças no estilo de vida. Apoio financeiro: Faepa.

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2008S224

10.C.08ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO E TOLERÂNCIA DIMINUíDA À GLICOSE NA POPULAÇÃO DE 30 A 69 ANOS DE UMA COMUNIDADE RURAL (BENGO) DE ANGOLA.

Evaristo Neto ADA1; Foss-Freitas MC1; Foss MC1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

Introdução/Objetivo: Estudar a prevalência de diabetes melito (DM) e tolerância diminuída à glicose (TDG) de uma comunidade rural (Ben-go) de Angola. Métodos: Foi realizado um estudo transversal usando o método de amostragem por conglomerados. Foram selecionados alea-toriamente 421 indivíduos de três bairros representativos da província do Bengo. Na primeira etapa foi aplicado o questionário I que se destinava à coleta de informações clínicas, dados antropométricos e determinação da glicemia de jejum (GJ). Foi utilizado o método de deter-minação da glicemia capilar com glicosímetro portátil. O resultado era considerado positivo se a glicemia capilar fosse ≥ 100 mg/dl (ponto de corte). Os indivíduos com diagnóstico prévio de DM e aqueles com glicemia capilar ≥ 200 mg/dl eram classificados como diabéticos e prescin-diam da segunda etapa. Todos os indivíduos com resultado positivo (glicemia capilar ≥ 100 mg/dl, mas < 200 mg/dl), eram convocados para a segunda etapa do inquérito (Q2), que incluía a determinação da glicemia capilar 2 h após o teste de tolerância à glicose (OGTT). Se a glicemia capilar pós sobrecarga de glicose fosse < 140 mg/dl, o indivíduo era considerado normal, se ≥ 140 mg/dl e < 200 mg/dl era classificado como TDG e se ≥ 200 mg/dl como DM. Resultados: Dos 421 indivíduos estudados, 30% eram do sexo masculino. O índice de resposta do grupo selecionado foi de 97%. A prevalência de DM na amostra estudada foi de 2,8%, sendo que 8,1% apresentaram TDG. No grupo DM, 58% foram diagnosticados pela GJ e o restante foi diagnosticado pelo OGTT. A prevalência de sobrepeso ou obesidade na amostra estudada foi de apenas 16,1%, sendo que 37% dos indivíduos DM ou TDG apresentavam sobrepeso ou obesidade. Conclusão: Nesta comunidade rural africana (An-gola), foi observado uma baixa prevalência de diabetes melito, porém, com prevalência intermediária de tolerância diminuída à glicose, o que pode ter importante implicação futura. Apoio financeiro: Faepa.

10.C.09ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DO HERTH HOPE INDEX PARA A LíNGUA PORTUGUESA: ESTUDO EM PACIENTES COM DOENÇA CRôNICA

Sartore AC1; Grossi SAA1

1Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP)

Introdução: O enfrentamento do processo do adoecer apresenta-se mais adequado quando os pacientes possuem esperança. A esperança na recuperação da saúde leva o paciente a enfrentar as adversidades decorrentes do adoecimento e do tratamento. A avaliação da esperança propor-ciona a implementação de intervenções que a estimulem. Diante da inexistência de um instrumento validado no Brasil para medir esse constru-to, optou-se pela realização da adaptação e validação do Herth Hope Index. Houve também o interesse de comparar a esperança entre pessoas sadias, doentes com câncer e doentes com outra doença crônica com características diferentes, como o diabetes. objetivos: O estudo teve como objetivos fazer a adaptação cultural e a validação do instrumento Herth Hope Index, comparar os escores de esperança entre pacientes oncoló-gicos, diabéticos e acompanhantes dos pacientes, analisar as relações entre o nível de esperança da amostra com as variáveis sócio-demográficas e analisar as relações entre o nível de esperança nos dois grupos de pacientes com variáveis clínicas de interesse. método: A adaptação cultural e validação do Hert Hope Index foram realizadas conforme preconizado pela literatura. A amostra foi composta por 131 indivíduos, divididos em 3 grupos. resultados: Os resultados demonstraram o alpha de Cronbach de 0.834 para a escala total. O teste-reteste conferiu a reprodutibilida-de do instrumento. A validade de construto foi confirmada por meio da validade convergente que demonstrou correlação entre a escala de Es-perança de Herth (denominação da versão brasileira) e a escala de auto-estima de Rosenberg, e da validade divergente que evidenciou correlação entre a escala de esperança de Herth e o inventário de depressão de Beck. A análise fatorial pelo método dos componentes principais não con-firmou a mesma composição de fatores da escala original, porém confirmou a existência de três fatores. O nível de esperança nos três grupos foi elevado e não houve diferença estatística entre eles. A comparação entre o nível de esperança e as variáveis sociodemográficas na amostra estuda-da não apresentou diferença estatisticamente significativa. O nível de esperança não apresentou alteração estatisticamente significativa com a dor e diagnóstico nos pacientes oncológicos e nem com o tratamento ou coexistência de hipertensão arterial nos diabéticos. Conclusões: As pro-priedades psicométricas do instrumento foram demonstradas e, portanto ele pode ser utilizado para mensurar a esperança na população brasilei-ra. Considera-se importante que a escala de esperança de Herth continue a ser testada quanto à sua confiabilidade e validade em diferentes contextos socioculturais do Brasil.

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Pôsteres

2008 S225

10.C.10fATORES ASSOCIADOS À GLICEMIA PLASMÁTICA DE JEJUM EM UMA POPULAÇÃO DE ADULTOS JOVENS

Pace AE1; Bettiol H2; Barbieri MA2; Franco LJ3; Gutierrez MR2; Foss-Freitas MC4; Foss MC4

1Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP)da USP; 2Puericultura e Pediatria Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP; 3Medicina Social da FMRP-USP; 4Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP

Introdução: As alterações da glicemia são importantes preditoras para o desenvolvimento do diabetes melito (DM) tipo 2 e também para as doenças cardiovasculares que, associadas ao DM, comprometerão ainda mais o seu prognóstico e controle, resultando na piora da qualidade de vida da pessoa e em altos custos para o sistema de saúde. O presente estudo teve como objetivo determinar a freqüência de alterações na glicemia plasmática de jejum em adultos jovens e analisar os fatores associados à estas alterações glicêmicas. Metodologia: Trata-se de um estudo descri-tivo, transversal, pertencente a um estudo de coorte de crianças nascidas vivas durante o período de primeiro de junho de 1978 a 31 de maio de 1979, na cidade de Ribeirão Preto, SP. Foi realizada uma análise exploratória, tendo sido calculado o odds ratio bruto e, posteriormente, utili-zado um modelo de regressão logística múltipla, dado que a resposta era binária (glicemia ≥ 100 mg/dl e < 100 mg/dl). Resultados: A preva-lência de glicemia plasmática de jejum alterada (glicemia ≥ 100 mg/dl) foi de 3,1%, sendo maior no sexo masculino (4,5%) quando comparado ao sexo feminino (1,8%). As variáveis de sexo e circunferência abdominal permaneceram no modelo final, com odds ratio ajustado de 2,5 (1,29-4,81) e de 4,74 (1,34-16,79), respectivamente. A história familiar entre parentes de primeiro grau, uma variável que pode expressar o componente genético associado ao DM, assim como, os níveis de insulinemia plasmática de jejum e níveis pressóricos, tiveram seus efeitos anu-lados pela presença das variáveis relacionadas à obesidade. Conclusão: A freqüência de alteração glicêmica foi significativa e pode-se concluir também que o sexo e a circunferência abdominal são variáveis independentemente associadas a alteração na glicemia plasmática de jejum em adultos jovens participantes deste estudo.

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8º congresso paulista de diabetes e metabolismoáguas de lindóia15 a 18 de maio

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2008S228

AAffonso-Silva SM 157Akamine EH 171, 184, 189Alberton EH 197Albuquerque GG 185, 197Almeida AP 211Almeida AR 189Almeida Leme JA 201, 203, 206Almeida-Pititto B 221, 221Alves AS 212Alves-Wagner ABT 183, 212Amaral AG 160, 177, 195Amaral MEC 156, 189Amaya SC 187, 191Andrade RCG 223Andreotti S 184Anhe GF 160, 162, 170Arantes VC 156, 163, 194Araujo EP 172, 177, 187Araujo MB 206Araujo MS 201Aum PMP 220

BBalbo SL 159,161Barbieri MA 225Barella LF 161Batista MC 174, 210Batista TM 160, 177, 195Baviera AM 208Berchieri CB 223Bettiol H 225Bonfleur ML 154, 159, 161Bordin S 160, 170, 182, 184,162Borsonello NC 156Boschero AC 154, 156, 158, 159, 161, 170, 177, 197Botezelli JD 200, 206Botion LM 166, 169, 186, 198, 211Braga FC 198Bray MS 188Brighente IMC 176Brusnello LD 161Bueno Mk 207

CCallejas F 192Calmon AC 192Campello RS 195Camporez J 184Camporez J 189Capelozzi VL 164Caperuto LC 170, 189Caricilli AM 181

Carmargo RL 161Carneiro EM 154, 159, 160, 161, 177, 195, 197Carpinelli AR 155, 157, 164, 183, 184Carvalheira JBC 178, 181, 200, 202, 208, 210Carvalheiro-Luna AM 219Carvalho BM 178Carvalho CRO 184, 189Carvalho L 208Carvalho MHC 171, 209Casati MZ 217Castro CH 211Castro EO 164Castro M 217, 220Castro VFD 172Castro-Barbosa T 182Cazarolli LH 176, 197Ceneviva R 180Chaves EC 215, 222Chaves VE 185Chiaradia LD 197Chow CW 188Cintra D 184Cintra DE 167, 168, 177, 178, 184, 187, 191, 202Cipolla-Neto J 170Cipriani Frade M 217Coelho Neto JS 192Coimbra CN 157, 158, 159, 162Contarteze R 168Contin Moraes J 167, 168, 172, 177, 184Coope A 166, 167, 184, 187Correa-Giannella MLC 157, 158, 159, 162, 173, 219Costa FO 208Costal FSL 157, 158, 159, 162Crispim F 193, 219Crispim JO 218Croffi RV 216Cunha BR 196Curi R 164, 170, 181, 182, 184, 205

DDal Fabbro AL 223Dalia RA 204Damazio RG 197Damin G 194Davini E 173de Brito GAP 205de Paula FMM 158de Souza CT 177, 197, 202Degasperi GR 166, 167, 172, 176Denis RGP 166, 167, 172Deram SM 173, 193Dias MM 208, 210Dib SA 215, 219

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2008 S229

Dick-de Paula I 180Diniz F 178, 179Diniz SM 222Donadi EA 218Doro AR 207dos Santos RA 180

EEvaristo Neto ADA 224

FFachin AL 218Faria MC 200Favaro RR 190Feijó AE 218Felippe EV 188Fernades LC 205Fernandes AP 218Fernandes APM 218Fernandes MFA 200Ferracini M 165Ferraz CS 191Ferreira AVM 166, 169, 186, 211Ferreira SRG 174, 193, 207, 210, 221Fiamoncini J 181, 182, 205Figueiredo RC 223Filippin EA 208Filiputti E 160, 177, 195Flores MBS 200Folador P 176Fores JP 173Fortes ZB 171, 209Foss MC 175, 216, 217, 218, 220, 223, 224, 225Foss-Freitas MC 175, MC 216, 217, 218, 220, 223, 224, 225Franco LJ 216, 223, 225Frasson D 185Frazzatto E 173, 193Freitas HS 175, 211, 212 Fukui RT 173, 179Furuya DT 171, 190

gGalvão FHF 159Gambero A 177Garcia PS 218Garcia RAP 188Garofalo MAR 185Gava FGS 213Geloneze B 187Giacaglia LR 222Giannella-Neto D 157, 158, 219Gimeno SGA 207, 221Girasol A 185, 197

Gomes RJ 201, 203, 206Gonçalves AS 157, 183Gonçalves DAP 208Gontijo JAR 189Gorjão R 170Graciano MFR 155Greco kV 164Griffin S 221Grossi SAA 213, 215, 222, 224Guazzelli ICM 173, 193Guerino M 204Guimarães NC 178, 179Gutierrez MR 225

HHaidar AA 157, 183Halpern A 173, 193, 199Hatanaka E 170Hirabara SM 181, 182, 205Hirai AT 207, 221Hirata AE 157, 183Hong B 191

iInada NM 172, 203Isaac LS 220

JJancar S 165Jeong WM 188Junta CM 218

Kkasamatsu T 219kater ALA 174, 210kettelhut IC 185, 208kurashima CH 222

lLambertucci RH 181Lamounier RN 157, RN 158Landgraf RG 165Langone A 154Latorraca MQ 156, 163, 194Leal PC 197Leão RA 188Lellis-Santos C 160,162Lima FB 184Lima GA 205Lobato NS 209Lopes FDTQS 164Lottenberg AS 215, 222Luciano E 201, 204Lucio PA 156

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2008S230

MMacCagnan PHG 220Machado AF 205Machado AP 203Machado D 216Machado JDC 180Machado UF 171, 175, 180, 182, 183, 186, 190, 194,

195, 196, 205, 211, 212, 216Maechler P 182Magdalon J 170Magro DO 192Maimoni D 178, 179Malheiros CA 191Manchado-Gobatto FB 204Marçal AC 184, 189Marçal-Pessoa AF 163Marchini JS 180Mario EG 169, 186, 198, 211Martins JO 165Martins LES 193Martins MA 164Martins MR 222Mata TGE 188Matiello R 179Medolago N 207, 214Mello MAR 200, 201, 203, 204, 206Mello SS 218Melo k 219Melo MR 191Mendes AL 174Menezes Z 166, 169, 186Migliorini RH185Milanski M 167, 168, 177, 187Miranda W 219Mizuno J 207Moises RCMS 192, 193Monte O 191, 192Montenegro Jr. RM 220Moraes PA 169Morarij J 166, 167, 176, 177Moreira GD 169, 186Moresco HH 176Morgan D 155, 157, 183Mori N 207, 213, 214Mori P 192Mori RCT 186Mory DB 219Mota CSA 201, 203, 204, 206Moura LP 201Moura RF 200, 201, 206Muniz Jr R 220Mussi T 191

NNakamura Hk 212Nakandakare ER 203Napoli TF 191Nascimento AB 215, 222Nascimento PH 181Navegantes LCC 208Negrao CE 173Negro A 154Nery M 219Nicolau CYM 173, 193Nicoletti-Carvalho JE 170, 182Nociti-Jr. FH 217Nogueira-Filho GR 217Nunes MT 182, 216Nunes R 197

OOchiai CM 191Okamoto MM 175, 183, 194, 211, 212Olbrich J 207, 213, 214Olbrich SRLR 207, 213, 214Oliveira ALR 184Oliveira AT 159Oliveira CAM 201, 204Oliveira ER 158, 159, 162Oliveira JC 210Oliveira LS 157, 158Oliveira MAN 196Ortega Filho RC 220Otton R 172

pPace AE 223, 225Padovani CR 223Paim BA 203Palomino GM 218Papaleo F 207Pareja JC 192Pariz JR 209Parizotto N 204Paschoal RS 175Passarelli M 162, 203Passos GAS 218Paula-Gomes S 208Pauli JR 168, 177, 181, 184, 187, 191, 202Pereira AS 166, 169Perrella BP 187, 191Pessoa A 192Petta AD 164Picardi Pk 168Pimenta WP 174, 223Pinto EM 173

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2008 S231

Pinto RS 203Pithon-Curi TC 182, 205Pizzolatti MG 176Poletto AC 171, 190Porto LCJ 186, 198, 211Porto-Silva CC 215Poyares LL 182, 216Prado DML 173

qQuaresma PGF 189

rRaposo ASA 159Rassi DM 218, 218Ravanelli N 165Rebelato ELO 164Reis D 178, 179Reis MAB 156, 163Reis SRL 156, 163Rezende LF 154, 177Ribeiro C 201, 203, 204, 206Ribeiro LM 184, 189Ribeiro MM 173Ribeiro RA 154, 159, 160, 161, 195Rocco ER 219Rocha DM 173, 179Rocha GZ 208, 210Rocha MS 155, 157, 183Rocha RT 200Rodrigues FB 154Rodrigues HG 170Rodrigues MDB 173Rodrigues-Silva C 160, 162Rogatto GP 201, 203, 206Rolim LCSP 215Roma L 161Roman EA 167, 176Romanatto T 166, 167, 168, 172, 176Ropelle ER 168, 187, 191, 200, 202, 208Rosa MC 172

SSa SV 219Saad MJA 167, 168, 177, 178, 181, 187, 189, 191, 200, 202, 208Saito kN 178, 179, 188Sakamoto-Hojo ET 218Salim GCM 188Salles JEN 191, 192Sallum AW 217Sallum EA 217Salvatierra CBS 163Sandrin-Garcia P 218

Sannomiya P 164Santana FW 222Santos AS 173Santos GA 179Santos JE 180Santos LRB 155Santos MC 192Santos ML 174Santos PF 188Santos RAS 211Santos RF 179, 222Santos SHS 211Saraiva MD 191Sartore AC 224Sartoretto SM 171Sartori AR 168Savernini SSQ 211Scalissi NM 191, 192Schumacher FC 193Seraphim PM 180, 196Sharp S 221Shiraiwa Rk 173Silva A 173Silva AB 215Silva AD 175, 211Silva ASR 187, 191Silva DO 172Silva FRMB 176, 197Silva GL 218Silva HBF 194Silva kE 177Silva MER 173, 179Silva PMR 177Silva RS 175, 183, 194, 211, 212, 212Siqueira AFA 174, 210Siqueira Filho MA 184Soares CP 218Solon C 166, 167, 176Sousa RF 198, 199Souza DFI 163Souza DG 166Souza kL 158Souza LMI 156, 163, 163, 194Souza PB 180Stefano JT 158Suen V 180

tTakada MH 217Teixeira MFS 196Teixeira MM 166, 169Tiraboschi Foss N 175, 217Tolloto GHV 198, 199

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2008S232

Tomazini MV 175Torsoni AS 176, 178, 179, 188Torsoni MA 178, 179, 188Tostes RCA 171, 209Trecco S 222Trevizani Nitsche MJ 207, 213, 214Trombetta IC 173Tskumo DML 181Tufik S 215Tunes RS 217Tunes RS 220

uUeno M 156, 189, 192, 200

vValdrighi NY 215Valle MMR 184Vanzela EC 154, 156, 161Velloso LA 166, 167, 168, 172, 176, 177, 178, 181, 184, 185, 187,

197, 200, 202Veloso RV 156, 163

Vendramini MF 219Vercesi AE 172Vieira SMS 219Villares SMF 173, 193Vinolo MAR 170Voltarelli FA 201, 204

WWambier CG 175, 217Wastowski IJ 218

yYamanaka TS 162Young ME 188Yunes RA 197

zZanon NM 208Zanquetta MM 188Zanuto R 184Zorn TMT 190Zucolloto S 180