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ENCONTRO INTERNACIONAL PARTICIPAÇÂO, DEMOCRACIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: APROXIMANDO AGENDAS E AGENTES – 23 A 25 DE ABRIL DE
2013, UNESP, Araraquara (SP)
MOVIMENTOS SOCIAIS TRANSNACIONAIS - A LUTA POR DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA SOCIAL GLOBAL1
ALAN RANGEL BARBOSA2
Depto. de Ciências Sociais Universidade Federal da Bahia
1 Pesquisa realizada durante a graduação ( C.Sociais), em 2009, pelo Projeto PIBIC, sob coordenação da Profa. Dra. Ruthy Nadia Laniado, no grupo de pesquisa LABMUNDO.2 Mestrando em Ciências Sociais pela UFBA.
I – Um breve panorama sobre o contexto global da luta por direitos humanos
No contexto atual da sociedade internacional, a luta por Direitos Humanos (DHs)
vem sendo acompanhado por novas configurações que aceleram as transformações
sócio–políticas na conquista de direitos sociais para efetivação dos Direitos
Humanos - um bem inalienável a constituição dos indivíduos. No entanto, é preciso
perceber uma significativa diferença na elaboração de tais direitos por órgãos
especializados e sua efetiva atuação. Pois, [...] “a proteção aos direitos humanos
não se contenta com o reconhecimento formal dos direitos, mas exige sua real
efetivação [...]” (ANNONI, 2006, p. 117).
No cenário da globalização, no qual as informações fluem com maior intensidade
e rapidez, as articulações políticas em torno de convergências temáticas sobre os
DHs propõe que a sociedade civil, considerada como uma parcela social politizada
(movimentos sociais, ONGs, ativistas políticos, sindicatos etc.) possa mediar as
propostas das organizações internacionais (ONU, G20, FMI, BIRD3), se organizarem
e estarem atentas para as pautas estão sendo discutidas e deliberadas,
observando, portanto, a atuação dessas estruturas globais na regularização e
efetivação de medidas que reflitam à toda sociedade.
Desta forma, o projeto propõe demonstrar como os novos atores sociais, ditos
aqui como transnacionais, um continuum territorial do local ao global que redefine a
identidade, a estratégia e os recursos de organizações em rede (Laniado & Milani,
2006) conseguem articular-se de forma reticular (virtual ou real), pois, “a criação de
um movimento global comporta a elaboração de um discurso que identifique, em um
nível supra-nacional, tanto a identidade comum - o nós – quanto o alvo do protesto –
o outro” (DELLA PORTA, p. 24, 2007), com o intuito também de interferir ou limitar
certos valores sociais, políticos e econômicos pelas governanças globais (BIRD,
ONU dentre outros); e quais são os efeitos que uma sociedade civil bem organizada
consegue produzir para a conquista e concretização de direitos humanos e justiça
social global, assim como para ampliação da participação cidadã, ou na ascensão
de uma possível cidadania global para a discussão dos problemas sociais (violência,
3 Organização das Nações Unidades ( ONU); Conselho Internacional permanente de cooperação econômica ( G20); Fundo Monetário internacional ( FMI); Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
pobreza, saúde ) que afetam a muitos territórios, e na incessante luta contra o déficit
democrático.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão na França, e, posteriormente,
a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, em 1948, foram conquistas
simbólicas que representaram o processo de enaltecimento dos homens, os seus
direitos inalienáveis e a busca por sua efetivação. Como aponta Piovesan (1998,
p.82) :
A Declaração Universal de 1948, ao introduzir a concepção contemporânea de direitos humanos, foi o marco de criação do chamado “Direito Internacional dos Direitos Humanos”, que é um sistema jurídico normativo de alcance internacional, com o objetivo de proteger os direitos humanos, especialmente quando as instituições nacionais são omissas ou falhas na proteção desses mesmos direitos.
Parafraseando Bobbio (1992), os direitos fundamentais são conquistados por
lutas sociais, eles não são fixos, pelo contrário, modificam-se com o decorrer da
história, o que é impossível hoje pode torna-se possível amanhã; o que parecia
repudiável ontem se torna compreensível hoje. Logo, os primeiros direitos não
possuem o mesmo conteúdo histórico dos direitos contemporâneos; porque foram
momentos diferentes, com caricaturas e fisiologias sociais, políticas e culturais
específicos daqueles contextos. Em suma, em cada cenário nasce uma nova
necessidade para a sociedade vigente. Logo, as instituições jurídicas e legislativas
devem abarcar a pluralidade dos sujeitos sociais.
Novos atores e bandeiras sociais sugiram com mais força, decerto, após a
derrocada da URSS e o fim da Guerra Fria, problematizaram novas questões ao
contexto da sociedade, ampliando, desta forma, o leque de direitos sociais em
conjunto com as velhas demandas dos movimentos esquerdistas. Assim:
Se as análises marxistas tradicionalmente haviam afirmado a centralidade da luta entre capital e trabalho, as transformações do segundo pós-guerra, em contrapartida, fizeram aumentar a relevância de critérios de estratificação social- como o gênero ou a geração – não fundamentados na condição de classe. (DELLA PORTA, 2007, p. 24,)
Nesse ponto, Wolkemer (2003, p.4) completa:
por certo, os “novos direitos” materializam exigências permanentes da própria sociedade diante das condições emergentes da vida e das crescentes prioridades determinadas socialmente.
Com a emergência desses novos atores, lutando por questões como gênero,
sexualidade, raça, meio ambiente, desigualdade política social e econômica, religião
etc., aumentaram também as pressões por parte dos mesmos pela ratificação de
seus direitos, legitimação e legalização frente às instituições de justiça, como o
Tribunal Internacional de Justiça da ONU ou a Corte Penal Internacional e também
as instituições econômicas que priorizam o modelo econômico liberal, como o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
Com o advento da Era das Comunicações sofisticadas ou a chamada Terceira
Revolução Industrial técnico-científico, e, por conseguinte, o do processo de
globalização, dito pela literatura dominante como neoliberal, a dinâmica da nova
ordem mundial contemporânea não perpassa somente por uma lógica
unidimensional de um Estado monolítico, como único ator das relações
internacionais; surgem novos protagonistas sociais que buscam pressionar os
estados nacionais no sentido de reformularem políticas sociais objetivas para
atenderem necessidades básicas das populações excluídas. Necessidades
humanas como saúde, educação, emprego, moradia e a visibilidade de grupos - dito
minoritários - que buscam reconhecimento4 perante a sociedade; são pautas
contestatórias inferidas no novo cenário mundial. Desta forma, paralelamente,
existem também as pressões desses novos atores sociais perante aos sistemas
globais - políticas, econômicas, sociais e jurídicas - que regulam leis e direitos que
influenciam diretamente nas agendas governamentais dos países – para a
destinação de recursos que possam refletir nas áreas sociais (saúde, educação,
emprego) em primeiro plano, que sejam anteriores á lógica de mercado.
Propomos analisar como esses novos atores das relações internacionais,
impulsionam pressões de demandas das minorias excluídas ou que ficaram à
margem no processo de globalização, dita desigual, no sentido da redistribuição e
do reconhecimento cultural, (Fraser, 2008), de forma igualitária e democrática do
ponto de vista da participação política nas deliberações dos governos nacionais e
dos organismos multilaterais mais influentes. Então, eles se unem em prol de uma
justiça social global com distintas demandas de direitos humanos? E qual a
4 Termo bastante difundidos no trabalho seminal de Axel Honneth - A Luta pelo Reconhecimento.
implicação que o exercício da atuação política traz para a efetivação dos direitos
humanos, pensando a nível global?
Nessa perspectiva de pesquisa teórica qualitativa, visamos demonstrar como os
movimentos sociais a exemplo da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e a ONG
-Movimento, a Human Rights Watch (HRW), são assíduos atores políticos que
participam muitas vezes ativamente nas deliberações e elaborações de projetos,
dialogando com as governanças globais, através de cartas, relatórios, reportagens e
informes, e organizando fóruns paralelos às grandes cúpulas que são ministradas
pelos representantes dos países pertencentes aos órgãos internacionais: esses
movimentos “procuram ter por base ‘cidadãos globais’ que têm por objetivo
monitorar o abuso de poder. Elas fazem parte, portanto, das ‘condições ideológico-
culturais’ da transnacionalidade que alimentam a forma de uma sociedade civil
global” (RIBEIRO,2004, p.39-41). Nesse sentido, analisar a importância das
intervenções dos movimentos sociais nas decisões em estruturas como ONU e
UNESCO para implementação dos direitos humanos no mundo se torna importante
no sentido de que, esses movimentos não lutam exclusivamente a favor da defesa
de suas bandeiras políticas, mas também se solidarizam com outras bandeiras, pois
a convergência de diferenças está pautada, certamente, como se verá mais adiante,
num objetivo comum: a democratização política e reconhecimento plural. Faz-se
acontecer na luta por “um outro mundo possível” (slogan do Fórum Social Mundial -
FSM), uma outra globalização, com estruturas realmente democráticas (pensando a
nível de reforma e criação) que possam atender as necessidades dos grupos
excluídos, nesse “bolo” mal repartido, e abrir espaço para a participação da
cidadania.
O diálogo e a conscientização são estratégias que podem impulsionar uma
possível mudança no cenário da política do sistema-mundo contemporâneo. Os
novos movimentos sociais, mesmo levantando identidades diversificadas, ou seja,
com diferentes escalas de reivindicações, buscam unir-se numa bandeira comum: a
luta contra o neoliberalismo político e econômico, em busca de uma justiça social
global. Por meio das solidariedades transnacionais, as divergentes bandeiras por
direitos humanos são respeitadas e o exemplo do Fórum Social Mundial, como um
evento que celebra as diferenças sociais, indica que o caminho para as mudanças
sociais está pautado não na unilateralidade (movimento operário marxista) mais na
pluralidade dos agentes que buscam construir uma nova realidade mundial.
A internet hoje é uma ferramenta muito usada para pesquisa, busca de
informações – democracia digital -, de trocas de experiências, articulação de idéias e
compartilhamento de interesses em nível mundial que destina informação e
comunicação entre pessoas de diferentes lugares do planeta. E aqui começamos a
exemplificar que os novos movimentos sociais trocam notícias e viabilizam
encontros e debates sobre direitos humanos; é uma nova forma de trans-
territorialidade, um meio rápido de sair de seu espaço para um outro. Nesse
ambiente virtual, os movimentos sociais democratizam suas opiniões, esclarecem
dúvidas e buscam parcerias para continuarem a lutar pacificamente na defesa dos
interesses dos mais desfavorecidos.
O desafio de se construir um tipo de pesquisa com a literatura do tema e com
material digital obriga a identificar novas referências ao mérito dos dados
documentais e de produção diversificada (como fontes internacionais e regionais
diversas) tal como o tipo de pesquisa que foi aqui construída, a partir de dados
secundários. A observação e a curiosidade acadêmica desperta um interesse que
constrói muitas vezes um resultado tão quão competente como qualquer outra forma
de pesquisa de aplicação metodológica.
Os novos atores da sociedade civil lutam para definir propostas no âmbito das
dimensões transnacionais. Não é mais possível pensar numa mobilização que
levante uma bandeira, como, por exemplo, o feminismo, sem estar conectado com
outros lugares do mundo. Então, não podemos enxergar esta questão num prisma
local, mas sim num nível mais geral com características mais complexas, num
estado de inter-relacionamento mais abrangente. As bandeiras defendidas pelos
novos atores da política mundial estão respaldadas no tipo de sociedade em que
vivemos: num nível de estrutura que prioriza determinados eixos de interesses
privados e descaracteriza assuntos de interesse coletivo, público. A esfera
econômica tem a capacidade de sucumbir ou deixar a margem certas necessidades
inerentes á própria constituição humana de tal forma que consegue se apoiar em um
discurso de liberdade política (expressão da democracia liberal) e igualdade (voto
universal, direitos iguais); porém no plano real esses valores não chegam a todos os
cidadãos. Pois, se existe reivindicações contra o de discurso formal ideológico – o
liberalismo - é porque nem todos estão satisfeitos e convencidos com a estrutura
com a qual se encontra a organização social contemporânea.
Nesse cenário, muitos problemas aparecem e entram em discussão, a saber,
se esse tipo de estrutura societal é o mais adequado para concretizar os direitos
humanos (inalienáveis ou fundamentais) e uma justiça social global que combata
obviamente as injustiças sociais. Desta forma, é questionado se as aplicações das
leis, a aprovação de projetos e a efetivação das mesmas atendam a todos,
igualmente. Coloca-se, então, a necessidade de se pensar numa participação cidadã
nas formulações deliberativas para a sociedade. E essa participação democrática
envolve um público abrangente, pois, existe a necessidade de que os direitos sejam
garantidos, tanto na participação como na fiscalização das leis perante as
autoridades.
II - Ação Contestatória: MMA e HRW como atores sociais globais.
Neste bloco iremos apontar alguns dados que mostram a influente
participação da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e da Human Righs Watch nas
denúncias contra as injustiças e desigualdades sociais existentes nos países.
A MMM ao longo de sua duração tem participado ativamente de espaços
públicos transnacionais reivindicando problemas relativos a questão da mulher no
mundo contemporâneo. Ramírez Sáiz (2006) apontou alguns espaços onde o
movimento atua, tais como o Fórum Social Mundial, o Encontro Intencional da MMM,
Fórum dos Povos, Fórum Internacional dos Direitos das Mulheres nos Acordos
Comerciais etc.
Apresentaremos em seguida um documento construído pela Marcha Mundial
das Mulheres enviado a ONU, ao seu secretário-geral, para informar quais são as
reivindicações que o movimento tem para expor, propondo mudanças e sugerindo
reflexões de alcance global.
Quadro I
Encontro da MMM com a ONU – 2000Conteúdos sobre demandas e denúncias como formas de contestação política
Denúncias Demandas Específicas Demandas GeraisPobreza Distribuição de Renda Eliminação dívida externa no
Terceiro Mundo
Prostituição Melhores condições trabalho Distribuição solidária riqueza
Tráfico de mulheres Representação política Eliminar a pobreza
Trabalho doméstico Oportunidade de educação Fim do programa de ajuste estrutural
Violência contra a mulher Participação instâncias políticas Democratização organizações internacionais
Discriminação - Eliminação paraísos fiscais e fim segredo bancário
Produção agrícola (maioria são mulheres)
- -
Mutilação genital - -
Capitalismo neoliberal - -Patriarcalismo - -
Quadro construído pelo próprio autor referente a Carta da MMM ao Secretário da ONU, 2000. Retirado do site http://www.marchamundialdelasmujeres.org/index_html/en; acesso em 25 de março de 2009.
No Quadro I, sobre o encontro da MMM, com o Secretário Geral da ONU Kofi
Annan5, é possível observar que no título ‘denúncia’, a Marcha expõe para a
instituição governamental, através de uma carta denunciadora, os problemas
existentes na sociedade. Não é só um problema de apontar as dificuldades da
mulher no sistema-mundo contemporâneo. Por exemplo, ao criticar o capitalismo
neoliberal e a pobreza – que atinge mulheres, homens e também crianças - o
movimento social está criticando elementos que constituem um processo de
exclusão de pessoas abstraídas do gozo de uma vida digna e democrática. O
capitalismo hoje é essencialmente excludente, porque favorece a uma pequena
parcela social e prioriza políticas econômicas frente a políticas sociais. A pobreza é
uma realidade. No continente como a África, por exemplo, fruto do neocolonialismo,
5 O atual secretário-geral é Ban Ki-moon, que assumiu no lugar de Kofi Annan, em 2007
faz-se necessário impor às autoridades multilaterais, como ONU e UNESCO, a
intervir em situações onde os problemas sociais são alarmantes.
No título ‘demanda específica’, a Marcha expõe suas reivindicações no que
diz respeito a situação da mulher atualmente. Categorias como participação em
instâncias políticas, distribuição de renda, oportunidade de educação, representação
política e melhores condições de trabalho exemplificam a luta pela bandeira
feminista na sociedade atual. No bojo da globalização, as minorias são excluídas do
processo de participação cidadã, na construção de espaços sociais, e, a mulher
sempre esteve à margem deste universo, que apresenta ainda traços patriarcais.
Mas, para a MMM a luta tem de ser pacifica. Inferir nas decisões da ONU é um
exemplo de como é possível existir um diálogo entre sociedade civil e órgãos
internacionais, mesmo que, na maioria das vezes, as reivindicações não sejam
atendidas. Assim,
[...] La carência de resultados concretos em los encuentros habidos com ellas, explica que su propuesta final termine exigiendo no tanto la reforma o la transformación sino la sustitución de las actualmente existentes. Em todo caso, lo decisivo em suas propuestas es la exigência que lês formula de respetar y hacer efectivos los derechos humanos[...] (RAMÌREZ SÁIZ, 2006,p.35).
Mas a busca pela democratização das instituições - transformação ou mais
radicalmente substituição - é uma incessante luta dos movimentos por uma nova
globalização que inclua a participação das minorias.
Desta forma, tratando das ‘demandas gerais’, ou seja, o que a MMM deseja
para as pessoas em geral, caracterizam-se questões indiretas aos assuntos de
gênero. Observa-se que o problema discutido aqui não se refere somente aos
interesses da mulher, mas ao interesse da mudança, porque somente com esta é
possível germinar uma nova sociedade descontaminada de valores e ideias
culturalmente construídas ao longo da história que reproduzem os graves problemas
sociais que atingem também as mulheres. Quando se trata de eliminar a dívida do
terceiro mundo – os países subdesenvolvidos –, e a distribuição solidária da riqueza,
a Marcha galga assuntos que dizem respeito a equidade econômica e política dos
países periféricos com os países centrais. Trata-se de uma discussão, sem dúvida,
de transformação a nível mundial, não a nível local, até porque as organizações se
internacionalizaram.
Sendo assim, a MMM busca direcionar as suas reivindicações em caminhos
que respeitem problemas que não somente se relacionam a questões feministas. A
intervenção da Marcha frente as governanças globais é também a luta pelas
inclusões de assuntos que respaldam sobre problemas estruturais como pobreza,
dívida externa, equidade econômica etc. Destarte, a bandeira do feminismo é
solidária a outras bandeiras de outros movimentos, porque somente através da
solidariedade, reconhecimento e luta em conjunto, os vários problemas existentes no
sistema contemporâneo poderão paulatinamente serem resolvidos.
Partindo da perspectiva de que os movimentos sociais transnacionais lutam
por uma outra globalização com fins pacíficos, através da conscientização das
pessoas dos problemas gerais criadas pelo ‘globalismo’ neoliberal, e construindo
laços de solidariedade, o quadro a seguir apresenta um painel de participação da
MMM no Fórum de 2009, em Belém do Pará, onde é possível notar o quão de
interesse o movimento ver nas lutas de outras bandeiras.
Quadro IIEncontro da MMM no FSM 2009 em Belém do Pará
Participação em temas gerais nas diversas mesas
Participação temas específicos nas mesas sobre mulheres
Construção da America Latina FeminismoAgroeconomia/ Economia Mov. Feministas na integração regional
Comunicação para Integração Aborto
Discussão sobre a ALBA Mercantilização da mulher
Mudanças climáticas Mulheres em marcha
Soberania militar -
Soberania alimentar
Crise global -
Integração -
Livre comércio -
Integração dos povos da América -Quadro construído pelo autor. Dados retirados do site: : http://www.sof.org.br/marcha, acesso em 10 de abril de 2009.
No Quadro II sobre a participação da MMM no FSM de Belém, a análise
construída preocupou-se em saber quais seriam os temas de interesse da Marcha.
Como se ver, fora constatado que a participação em mesas em temas gerais, não
envolvendo diretamente a questão de gênero, tiveram importância no programa da
Marcha no Fórum. Discussões importantes sobre integração dos povos na América
Latina, sobre a ALBA e a questão do livre comércio foram temas envolventes nos
debates na construção de solidariedades múltiplas delineadas no Fórum Social.
No quadro sobre a questão dos ‘temas específicos’ da Marcha, as pautas
sobre feminismo, movimento feminista na integração regional, mercantilização da
mulher; aborto e mulheres em marcha, não deixaram de situar o problema da
exclusão da mulher no mundo. A tentativa de criar redes entre os movimentos
feministas, como forma de luta pelos Dhs, cria fortes vínculos a favor de uma justiça
social que abarque a mulher no contexto global, ainda carregada por valores morais
ocidentais cristãs de subserviência ao homem, levando em conta que as
necessidades da transformação devem partir da união consciente das mulheres em
foco.
Os Direitos Humanos são fundamentos construídos através das necessidades
humanas, que estão em constante mutação devido às transformações históricas da
sociedade, portanto,
[...] Por serem inesgotáveis e ilimitadas no tempo e no espaço, as necessidades humanas estão permanente criação; por conseqüência, as situações de necessidade e carência constituem a razão motivadora e condição de possibilidade do aparecimento de ‘novos direitos (WOLKMER, 2003, p.19).
Assim, percebe-se uma diversificação de demandas. A grande novidade dos
novos movimentos sociais é o engajamento político – cultura política, assim esta
postura é:
Entendida quando se apreende, de forma integrada, valores, condutas e instituições orientados pelos princípios dos direitos do homem, em última instância, a ação político-social solidária (forma de integração social) e o desenvolvimento das instituições (normas sociais e a esfera pública) que objetivam a condição de cidadania no seu sentido contemporâneo (LANIADO & RAMOS, 2003, p. 5).
Prover a participação da cidadania na esfera do Estado e, mais além, distante
das fronteiras estatais, é a prova de que a sociedade civil cada vez mais atua numa
luta mais ou menos organizada pela inclusão de direitos civis para as pessoas que
estão à margem da sociedade. Mostrar, então, os reais problemas da sociedade é
uma prática atual desses novos atores. Neste cenário, a internet transformou-se
numa das ferramentas de divulgação, e os próprios eventos promovidos
paralelamente frente aos grandes eventos oficiais dos chefes de Estado, tornou-se
também outra forma de engajamento.
A Human Rights Watch (HRW) tem atuado desde sempre na luta pelos
direitos humanos, uma ONG-Movimento que busca, portanto, explanar os problemas
sociais mundo afora, nos manifestos, via internet, organizando e participação de
cúpulas e fóruns paralelos às reuniões das governanças globais ou continentais, e
pressionado os estados nacionais a agirem em favor das desigualdades sociais que
solapam nestes países.
Os quadros a seguir apresentam os resultados de como uma sociedade civil
bem organizada como a HRW consegue pressionar organizações globais para atuar,
em certa medida, num país, a fim de reprimir possíveis abusos de DHs aos seus
cidadãos.
Quadro III
África - Avanços nas lutas encaminhadas pela HRW, 2008
Quadro construído pelo próprio autor. Retirado do site www.hrw.org.com, acesso em 25 de abril de 2009.
TrabalhoO governo da África do Sul deve reconhecer que a repressão política das privações econômicas tem obrigado os zimbabuenses a fugirem de seu país e devem terminar imediatamente a deportação deles [...] Human Rights Watch instou o governo a conceder aos zimbabuenses estada temporária e os direitos trabalhistas na África do Sul. 19 de junho, 2008.
Pena de
Morte
As Nações Unidas apresentou um informe na Assembléia Geral da ONU acerca do seguimento da resolução inovadora adotada em dezembro de 2007, que clama a estabelecer uma moratória sobre a pena de morte para todos os crimes. HRW pressionam aos Estados membros a solicitar que o secretario general emita um informe similar acerca do cumprimento da proibição absoluta da pena de morte para menores delinqüentes. [...] 7 de Setembro, 2008
Direitos
Humanitários
Human Rights Watch pediu o Conselho de Segurança para emitir uma declaração presidencial condenando as violações de Sudão do direito internacional humanitário em Darfur ocidental, a nomeação do líder janjawid, Musa Hilal, como um "conselheiro presidencial", e sua recusa a cooperar com a Corte Penal Internacional. O Conselho também deve ordenar ao Grupo de Peritos Nações Unidas a investigar de imediato os ataques no oeste de Darfur e impor sanções aos responsáveis. 27 de Fevereiro, 2008.
Doenças Sexuais (HIV)
Kenia: Dar prioridade ao tratamento do HIV para as crianças. Human Rights Watch exorta ao Governo do Quênia para reforçar os sistemas de saúde e a proteção das crianças para assegurar que os meninos recebam o tratamento de que necessitam, e os doadores internacionais para que apóiem estas medidas e ajudem a fortalecer o sistema de saúde no Quênia inteiro. 16 de Dezembro 2008.
Quadro IV América - Avanços nas lutas encaminhadas pela HRW, 2008
Direitos
Sexuais
OEA adota uma Resolução para proteger direitos sexuais. A Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por unanimidade uma resolução condenando as violações dos direitos humanos com base na orientação sexual e identidade sexual. Este é um passo crucial para quebrar o silêncio em torno de violência contra lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transexuais (LGBT) nas Américas. Human Rights Watch fez um chamado aos membros da OEA para que garantissem a implementação da resolução em seus países e a continuar apoiando os direitos sexuais a nível internacional. (...) 5 de Junho, 2008.
Julgamento político Peru: A condenação de Salazar constitui um passo em torno da justiça. A condenação de 35 anos de prisão imposta contra o antigo chefe do serviço de inteligência do Peru por cometer graves violações dos direitos humanos é um passo importante no sentido da justiçaO ex-presidente Alberto Fujimori foi julgado em Lima por seu envolvimento no caso de La Cantuta e outros crimes contra os direitos humanos que são atribuídos ao Grupo Colina, e enfrenta várias acusações por atos de corrupção. No seu relatório de 2005, "Presunção fundada: Prova que se dedicam Fujimori", Human Rights Watch documentou o alegado envolvimento do ex-presidente, em vários casos de abuso. 9 de Abril, 2008.
Direitos SexuaisColômbia : Corte estende benefícios aos casais do mesmo sexo. A decisão do Tribunal Constitucional, de Abril de 17, que dá mesmo sexo a igualdade na pensão, é um exemplo para outros países na promoção da igualdade. Em 30 de agosto de 2007, um grupo de colombianos, organizações de direitos humanos e membros da academia exigiu a legislação pertinente (artigo 1 º da Lei 54, e os artigos 47 º, 74 º e 163 º da Lei 100 de 1993, 30 ago. 2007). Os demandantes solicitaram ao Tribunal Constitucional para alargar a proteção da saúde e das pensões para casais do mesmo sexo para se conformar com os princípios da dignidade humana, igualdade e não discriminação. Várias organizações, incluindo a Human Rights Watch, apresentaram escritos apoiando a solicitação dos demandantes. 17 de Abril, 2008.
Quadro construído pelo próprio autor. Retirado do site www.hrw.org.com, acesso em 25 de abril de 2009.
Os quadros acima, III e IV, relacionam-se aos avanços nas lutas
encaminhadas pelo engajamento político da HRW ao apontar ou denunciar os
problemas relacionados as agressões aos direitos humanos, localizados na América
e África no ano de 2008, demonstrando os atores contestatórios da envergadura da
HRW e objetiva chamar a atenção da comunidade internacional para abusos
existentes e para criar pressão sobre os governos locais e organizações multilaterais
a atuarem em países com problemas políticos e sociais.
No quadro III sobre os avanços na África, de acordo com as reportagens,
foram apontados problemas relacionados ao trabalho, pena de morte, direitos
humanos e doenças sexuais localizados em alguns países do continente africano
onde foi possível considerar que a HRW atuou de forma denunciadora chamando a
atenção das autoridades na resolução dos muitos problemas ali localizados.
No quadro IV, sobre os avanços da América, mais uma vez, de acordo com
as informações disponibilizadas em seu site oficial, a HRW apontou problemas como
direitos sexuais e julgamentos político - criminais.
Desta forma, é possível observar o importante papel que uma organização
bem articulada - não estatal - que atua em favor dos direitos civis, respeitando a
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, mesmo criticando a atuação
desta instituição, tem para fornecer para a sociedade global e fomentando, de certa
forma, uma politização e conscientização das pessoas aos problemas que envolvem
indiretamente a todos, tratando-se de concepções humanitárias.
Avançando mais para compreender as atuações da HRW, o quadro a seguir
identifica assuntos ou informes pautados na questão dos direitos humanos na
América, no processo de denúncia e pressão que o movimento faz para que sejam
atendidas medidas conducentes com a realidade apresentada naquela região.
Quadro V
Questões sobre Direitos Humanos no continente americano
Ano Questões Gerais da HRW
2005 Armas, antiterrorismo, aborto, direito de emigração, corrupção
2006 Aborto, políticas de conjuntura governamental
2007 Armas, imigração/exclusão, AIDS
2008 Aborto, para-militarismo, imigração, políticas de conjuntura governamental
Quadro organizado pelo próprio autor. Retirado do site: www.hrw.org.com, acesso em 22 de abril de 2009
No Quadro V foram localizados nos quatro anos consecutivos, de 2005 a
2008, temas de denúncias recorrentes nos Informes Gerais da HRW sobre abuso
dos DHs especificamente, neste caso, na América. O que há de mais recorrente
entre os temas aqui apontados estão as categorias ‘armas’ e ‘aborto’, que aparecem
em todos os anos, à exceção da categoria ‘armas’ que não aparece em 2006. O
problema do aborto durante alguns anos vem sendo debatido em vários regiões do
mundo, existe a posição ortodoxa da religião em não permitir o aborto e a posição
mais inovadora da ciência em respeitar a opção da mulher. E a América vem
discutindo muito essa questão. No que diz respeito as armas, na América Latina,
mais especificamente, a Colômbia é um dos países mais criticados pela
Organização, devido as questões das milícias armadas e a forte repressão do
governo colombiano.
Desta forma, o intuito aqui proposto é apontar a função que a sociedade civil
presta para à população ao mostrar os graves problemas localizados em um
continente, como os desvios políticos, econômicos e sociais. O movimento busca
agir em justiça dos Direitos Humanos demonstrando o quão graves problemas
existem em um região praticamente em processo de desenvolvimento, exceto
países da América do Norte, afim de que medidas por parte das autoridades
nacionais sejam aplicadas. A importância de representar os cidadãos não
politizados, discriminados por medidas políticas excludentes dos países nacionais,
muitas vezes imposto por governanças globais poderosas, realça o papel
fundamental de denúncia, no sentido de que medidas sociais venham a ser
implementadas para salvaguardar os direitos civis em sua plenitude.
Os quadros a seguir apresentarão mais um caso relacionado aos direitos
humanos, tratando especificamente da Justiça Internacional. A Human Rights Watch
nos seus informes específicos, localizados em sua rede virtual, mostra a situação
dos países no que diz respeito a questões de justiça.
Quadro VI
Informe Específico sobre Justiça Internacional 2006
Continente Ano Tema
América 2006 Violação de DHs, julgamentos nacionais, crime de tortura,
Europa 2006 Crimes de guerra
Ásia 2006 Crimes de tortura, violação dos DHs
África 2006 -
Quadro organizado pelo próprio autor. Retirado do site www.hrw.org.com, acesso em 26 de abril de 2009.
Quadro VII
Informe Específico sobre Justiça Internacional 2007
Quadro organizado pelo próprio autor. Retirado do site www.hrw.org.com, acesso em 26 de abril de 2009.
Quadro VIII
Informe Específico sobre Justiça Internacional 2008
Continente Ano Tema
América 2008 Julgamento/justiça penal
Europa 2008 Justiça penal
Ásia 2008 -
África 2008 Guerra civil, violência estatal, justiça penal
Continente Ano Tema
América 2007 Julgamentos nacionais
Europa 2007 Crimes de guerra
Ásia 2007 Julgamentos nacionais
África 2007 Crimes de guerra, conflitos armados
Quadro organizado pelo próprio autor. Retirado do site www.hrw.org.com, acesso em 26 de abril de 2009 .
Nos quadros acima, foram mencionados os temas recorrentes sobre justiça
internacional de 2006 a 2008. Comparando-se os três quadros (VI, VII e VIII)
percebeu-se que: na América o tema ‘julgamentos nacionais’ aparecem de forma
mais recorrente; na Europa aparece problemas relacionados aos crimes de guerra;
na Ásia não há uma unanimidade e na África os temas são bem diversificados. Em
dois contextos: África de 2006 e Ásia de 2008 não foram encontrados informes
disponíveis para classificação nos quadros.
Nesses quadros podemos perceber que o sistema-mundo contemporâneo
não está totalmente disperso, sem atores que possam apontar e analisar os
problemas relacionados aos Dhs e a justiça social. A sociedade civil transnacional
desafia barreiras geográficas para denunciar os agravamentos sociais que ocorrem
na estrutura global. Os desafios encontrados são grandes, mas o papel desses
grupos organizados são de representar os injustiçados e excluídos da sociedade,
que acabam sofrendo por questões sociais que retiram sua dignidade e seu auto-
respeito. Buscam também mobilizar cidadãos do mundo:
Sus campañas están abiertas a la participación de los ciudadanos de todo el mundo. Para lograr sus metas, em su página web convoca a sumarse a la acción a los “ciudadanos globales”. Finalmente, como expresión de la comunidad mundial, sus intergrantes permanentes provienen de diferentes países. Estos hechos indicam que para el HRW todos los hombres de todo el mundo forman uma comunidad fundada em los derechos internacionales (RAMÍRES SÁIZ, 2006, p 254).
III – Conclusão
Como vimos, o processo de denunciar as instituições supranacionais e
governos locais não são suficientes para se pensar em uma nova sociedade, um
novo modelo de globalização. É necessário que os movimentos se solidarizem e
busquem respeitar as diversas bandeiras, visando o interesse público em um mundo
mais digno, com a inclusão e participação das pessoas que se encontram
marginalizadas no seio do sistema internacional atual, no processo de formulações
de leis e em deliberações tomada pelos países para que garantam medidas
apoiadas em direitos civis. Desta forma, a luta é pela busca de melhoria das
condições de vida das pessoas em termos de igualdade social – jurídica, política e
econômica - não em favor de determinados setores da sociedade, mas sim em favor
de toda comunidade internacional.
Além disso, não se trata mais de movimentos locais, mas de organizações
sociais transnacionalizados, que articulam-se em redes para além dos estados e dos
continentes, criando uma sociedade civil de dimensões globais onde cada vez mais
pessoas aderem a este espaço internacional em vários países na luta por um
mundo menos desigual. O reconhecimento dos grupos aos problemas sociais que
afetam outras diferentes parcelas excluídas da formalidade da democracia liberal é
um sinal de que é possível pensar numa comunidade global que atue sempre a favor
dos direitos humanos e lute cada vez mais por um inimigo em comum que á própria
globalização neoliberal.
Por fim, anunciando as desigualdades criadas pela globalização, com
diferentes nuanças apontadas pelos de diferentes movimentos e grupos sociais,
Della Porta (2007, p.43) resume este novo cenário:
O tema da globalização neoliberal é [...] entremeado com os temas mais específicos próprios dos diversos integrantes do protesto: para os sindicatos, a liberalização econômica piora as condições dos trabalhadores; para os ecologistas, a desregulamentação provoca contínuos desastres ambientais; par as feministas, a redução dos serviços públicos penaliza sobretudo as mulheres; para os grupos de solidariedade com o Terceiro Mundo, a globalização acentua a pobreza dos mais pobres; para as associações dos povos indígenas e para os camponeses , acelera a destruição de suas tradições e de sua terra; para os pacifistas, o neoliberalismo desemboca nas guerras.
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