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REVISÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL AULA PREPARATÓRIA PARA O ENADE 2015 Prof. João Ricardo Anastácio [email protected]

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resumo para enade e oab sobre direito constitucional

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LEGISLAO ADUANEIRA

REVISO DE DIREITO CONSTITUCIONALAULA PREPARATRIA PARA O ENADE 2015

Prof. Joo Ricardo [email protected]

DIREITO CONSTITUCIONAL

1) PRINCPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

6) CONSTITUIO DE 1988CONSTITUIO DE 1988 A stima constituio brasileira promulgada durante o governo Jos Sarney. A carta de 1988 define maior liberdade e direitos ao cidado, reduzidos durante o Regime Militar, viabiliza a incorporao de emendas populares e mantm o status do Estado como repblica presidencialista.CONTEXTO: Desde os ltimos governos militares (Geisel e Figueiredo) nosso pas experimentou um novo momento de REDEMOCRATIZAO, conhecido como abertura. Esse processo se acelerou a partir do governo Sarney no qual o Congresso Nacional produziu nossa atual constituio.

CARACTERSTICAS:Nome do pas Repblica Federativa do Brasil Carta promulgada (feita legalmente) Reforma eleitoral (voto para analfabetos e para brasileiros de 16 e 17 anos) Terra com funo social (base para uma futura reforma agrria?)Combate ao racismo (sua prtica constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso) Garantia aos ndios da posse de suas terras (a serem demarcadas) Novos direitos trabalhistas reduo da jornada semanal, seguro desemprego, frias remuneradas acrescidas de 1/3 do salrio, os direitos trabalhistas aplicam-se aos trabalhadores urbanos e rurais e se estendem aos trabalhadores domsticos.

Obs.: Em 1993, 5 anos aps a promulgao da constituio, o povo foi chamado a definir, atravs de plebiscito, alguns pontos sobre os quais os constituintes no haviam chegado a acordo, forma e sistema de governo. O resultado foi a manuteno da repblica presidencialista.

CONSTITUIO DE 1988TTULO IDos Princpios Fundamentais Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania;II - a cidadaniaIII - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo poltico.Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

Quanto s CARACTERSTICAS DA SOBERANIA, praticamente a totalidade dos estudiosos a reconhece como UNA, INDIVISVEL, INALIENVEL e IMPRESCRITVEL:Ela una porque no se admite num mesmo Estado a convivncia de duas soberanias. sempre poder superior a todos os demais que existam no Estado, no sendo concebvel a convivncia de mais de um poder superior no mesmo mbito. indivisvel porque, alm das razes que impem sua unidade, ela se aplica diante da universalidade dos fatos ocorridos no Estado, sendo inadmissvel, por isso mesmo, a existncia de vrias partes separadas da mesma soberania. A soberania inalienvel, pois aquele que a detm desaparece quando ficar sem ela, seja o povo, a nao, ou o Estado. Finalmente, imprescritvel porque jamais seria verdadeiramente superior se tivesse prazo certo de durao. Todo poder soberano aspira a existir permanentemente e s desaparece quando forado por uma vontade superior.

CONSTITUIO DE 1988TTULO IIDos Direitos e Garantias FundamentaisCAPTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOSArt. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:I - homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta Constituio; II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei;III - ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem;

CONSTITUIO DE 1988VI - inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto e a suas liturgias; VII - assegurada, nos termos da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidades civis e militares de internao coletiva;VIII - ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em lei; IX - livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao, independentemente de censura ou licena; X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;

CONSTITUIO DE 1988 XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial; XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo processual penal; XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes profissionais que a lei estabelecer; XIV - assegurado a todos o acesso informao e resguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccio profissional; XV - livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

CONSTITUIO DE 1988 XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pblico, independentemente de autorizao, desde que no frustrem outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prvio aviso autoridade competente; XVII - plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitar; XVIII - a criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento; XIX - as associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deciso judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trnsito em julgado; XX - ningum poder ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;CONSTITUIO DE 1988XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;XXII - garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atender a sua funo social;XXIV - a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio; XXV - no caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior, se houver dano;XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

CONSTITUIO DE 1988XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilizao, publicao ou reproduo de suas obras, transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - so assegurados, nos termos da lei:a) a proteo s participaes individuais em obras coletivas e reproduo da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalizao do aproveitamento econmico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intrpretes e s respectivas representaes sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas; XXX - garantido o direito de herana;

CONSTITUIO DE 1988XXXI - a sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas ser regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que no lhes seja mais favorvel a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado; XXXIV - so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal;XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito;

CONSTITUIO DE 1988XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;XXXVIII - reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votaes;c) a soberania dos veredictos;d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal; XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;

CONSTITUIO DE 1988XLI - a lei punir qualquer discriminao atentatria dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei; XLIII - a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura , o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evit-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico; XLV - nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor do patrimnio transferido;

CONSTITUIO DE 1988XLVI - a lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras, as seguintes: a) privao ou restrio da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestao social alternativa;e) suspenso ou interdio de direitos;XLVII - no haver penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de carter perptuo;c) de trabalhos forados;d) de banimento;e) cruis;

CONSTITUIO DE 1988XLVIII - a pena ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral; L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao; LI - nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;LII - no ser concedida extradio de estrangeiro por crime poltico ou de opinio; LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente; LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

CONSTITUIO DE 1988LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos; LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria; LVIII - o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei; LIX - ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal; LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

CONSTITUIO DE 1988LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada; LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado; LXIV - o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial;LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;CONSTITUIO DE 1988LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana; LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimplemento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel; LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico; LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por: a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;CONSTITUIO DE 1988LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada; LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado; LXIV - o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial;LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana; CONSTITUIO DE 1988LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimplemento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel; LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico; LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por: a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;CONSTITUIO DE 1988LXXI - conceder-se- mandado de injuno sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania;LXXII - conceder-se- "habeas-data":a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico;b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia;LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos;LXXV - o Estado indenizar o condenado por erro judicirio, assim como o que ficar preso alm do tempo fixado na sentena;CONSTITUIO DE 1988LXXVI - so gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:a) o registro civil de nascimento;b) a certido de bito;LXXVII - so gratuitas as aes de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da cidadania.LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. 1 - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata. 2 - Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte. 3 Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais. 4 O Brasil se submete jurisdio de Tribunal Penal Internacional a cuja criao tenha manifestado adeso.DIREITO CONSTITUCIONAL

2) PODER CONSTITUINTECONCEITO E FINALIDADEO PODER CONSTITUINTE a manifestao soberana da suprema vontade poltica de um povo, social e juridicamente organizado.A doutrina aponta a contemporaneidade da idia de Poder Constituinte com a do surgimento de Constituies escritas, visando limitao do poder estatal e a preservao dos direitos e garantias individuais.TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTEModernamente, porm, predominante que a titularidade do poder constituinte pertence ao POVO, pois o Estado decorre da SOBERANIA POPULAR, cujo conceito mais abrangente do que o de nao. Assim, a vontade constituinte a vontade do povo, expressa por meio de seus representantes.

A titularidade do Poder Constituinte liga-se ideia de soberania do Estado, uma vez que mediante o exerccio do poder constituinte originrio se estabelecer sua organizao fundamental pela CONSTITUIO, que sempre superior aos poderes constitudos, de maneira que toda manifestao dos poderes constitudos somente alcana plena validade se se sujeitar Carta Magna.

Assim, distingue-se a TITULARIDADE e o EXERCCIO DO PODER CONSTITUINTE, sendo o titular o POVO e o exercente aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituio.ESPCIES DE PODER CONSTITUINTEO Poder Constituinte classifica-se em Poder Constituinte originrio ou de 1. grau e Poder Constituinte derivado, constitudo ou de 2. grau.

PODER CONSTITUINTE ORIGINRIOO Poder Constituinte originrio estabelece a Constituio de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma comunidade.

Formas de expresso do poder constituinte originrioExiste duas formas bsicas de expresso do poder constituinte originrio: Assemblia Nacional Constituinte (conveno)Movimento Revolucionrio (outorga).A outorga o estabelecimento da Constituio por declarao unilateral do agente revolucionrio, que autolimita seu poder. (Exemplos: Constituies de 1824 e 1937)A assemblia nacional constituinte, tambm denominada conveno, nasce da deliberao da representao popular, devidamente convocada pelo agente revolucionrio, para estabelecer o texto organizatrio e limitativo de Poder. (Exemplo: Constituies de 1891, 1934, 1946, 1967 e 1988.)

Caractersticas do poder constituinte originrioO Poder Constituinte caracteriza-se por ser inicial, ilimitado, autnomo e incondicionado. O Poder Constituinte INICIAL, pois sua obra - a Constituio - a base da ordem jurdica.O Poder Constituinte ILIMITADO E AUTNOMO, pois no est de modo algum limitado pelo direito anterior, no tendo que respeitar os limites postos pelo direito positivo antecessor.

O Poder Constituinte tambm INCONDICIONADO, pois no est sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade; no tem ela que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalizao.

PODER CONSTITUINTE DERIVADOConceito e caractersticasO Poder Constituinte derivado est inserido na prpria Constituio, pois decorre de uma regra jurdica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitaes constitucionais expressas e implcitas e passvel de controle de constitucionalidade.Apresenta as caractersticas de DERIVADO, SUBORDINADO E CONDICIONADO. derivado porque retira sua fora do Poder Constituinte originrio; subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implcitas do texto constitucional, s quais no poder contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; Por fim, CONDICIONADO porque seu exerccio deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituio Federal.PODER CONSTITUINTE DERIVADOEspcies de poder constituinte derivado

O Poder Constituinte derivado subdivide-se em poder constituinte REFORMADOR e DECORRENTE. O PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR, denominado por parte da doutrina de competncia reformadora, consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentao especial prevista na prpria Constituio Federal e ser exercitado por determinados rgos com carter representativo (No Brasil, pelo Congresso Nacional sendo as emendas constitucionais).O PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE, por sua vez, consiste na possibilidade que os Estados-membros tm, em virtude de sua autonomia poltico-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituies estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituio FederalDIREITO CONSTITUCIONAL

3) DIREITOS SOCIAIS

DIREITOS SOCIAISDireitos sociais so direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observncia obrigatria em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a MELHORIA DE CONDIES DE VIDA AOS HIPOSSUFICIENTES, visando concretizao da IGUALDADE SOCIAL, e so consagrados como fundamentos do Estado democrtico, pelo art. 1., IV, da Constituio Federal.O TRABALHADOR SUBORDINADO ser, para efeitos constitucionais de proteo do art. 7., o empregado, ou seja, aquele que mantiver algum vnculo de emprego.Os direitos sociais previstos constitucionalmente so normas de ordem pblica.DIREITOS SOCIAISA Constituio Federal proclama serem direitos sociais: a educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados

No art. 7., o legislador constituinte definiu alguns DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS, alm de outros que visem melhoria de sua condio social.No pargrafo nico do citado art. 7., a Constituio Federal criou uma regra de extenso dos direitos sociais, assegurando categoria dos TRABALHADORES DOMSTICOS os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integrao previdncia social.

DIREITOS SOCIAISAs caractersticas principais do direito de greve so:DIREITO COLETIVO, cujo titular um grupo organizado de trabalhadores;DIREITO TRABALHISTA IRRENUNCIVEL no mbito do contrato individual do trabalho;DIREITO RELATIVO, podendo sofrer limitaes, inclusive em relao s atividades consideradas essenciais (CF, art. 9., 1.);INSTRUMENTO DE AUTODEFESA, que consiste na absteno simultnea do trabalho;procedimento de presso;FINALIDADE PRIMORDIAL: defender os interesses da profisso (greves reivindicativas);

outras finalidades: greves polticas, greves de solidariedade, greves de protesto;carter pacfico.DIREITOS SOCIAISDIREITO DE GREVEO art. 9. da Constituio Federal assegura o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exerc-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender e determina que a lei definir os servios ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades inadiveis da comunidade, inclusive responsabilizando os abusos cometidos.

O direito de greve AUTO-APLICVEL, no podendo ser restringido ou impedido pela legislao infraconstitucional. No est vedada, porm, a possibilidade de regulamentao de seu procedimento, como, por exemplo, a exigncia de determinado quorum na assemblia geral, para que ela se instale.

DIREITO CONSTITUCIONAL

4) DIREITO DE NACIONALIDADE

DIREITOS DE NACIONALIDADENacionalidade o VNCULO JURDICO POLTICO que liga um indivduo a um certo e determinado Estado, fazendo deste indivduo um componente do povo, da dimenso pessoal este Estado, capacitando-o a exigir sua proteo e sujeitando-o ao cumprimento de deveres impostos.A falta de juridicidade do termo nacionalidade, que, partindo da idia de nao, englobaria somente os indivduos que pertencessem determinado grupo ligado pela raa, religio, hbitos e costumes. Porm, igualmente, aponta que essa terminologia encontra-se generalizada em diversos ordenamentos jurdicos.ESPCIES DE NACIONALIDADEA competncia para legislar sobre nacionalidade exclusiva do prprio Estado, sendo incontroversa a total impossibilidade de ingerncia normativa de direito estrangeiro.Doutrinariamente, distinguem-se duas espcies de nacionalidade, a PRIMRIA e a SECUNDRIA.A NACIONALIDADE PRIMRIA, tambm conhecida por originria, ou de origem, resulta do nascimento a partir do qual, atravs de critrios sangneos, territoriais ou mistos ser estabelecida.A NACIONALIDADE SECUNDRIA ou adquirida a que se adquire por vontade prpria, aps o nascimento, e em regra pela naturalizao.

DIREITOS DE NACIONALIDADEBRASILEIROS NATOSCritrios de atribuio de nacionalidade originriaOs critrios de atribuio de nacionalidade originria so, basicamente, dois: ius sanguinis e o ius soli, aplicando-se ambos a partir de um fato natural: o nascimento.IUS SANGUINIS (origem sangnea) - por esse critrio ser nacional todo o descendente de nacionais, independentemente do local de nascimento.Importante observar que a Constituio Federal de 1988 no adotou esse critrio puro, exigindo-se sempre algum outro requisito, como veremos a seguir. Sempre, porm, deve estar presente uma relao de contemporaneidade entre a condio jurdica do ascendente e o momento do nascimento, ou seja, aquele dever ser brasileiro nato ou naturalizado poca do nascimento deste.IUS SOLI (origem territorial) - por esse critrio ser nacional o nascido no territrio do Estado, independentemente da nacionalidade de sua ascendncia. A Constituio brasileira adotou-o em regra.

DIREITOS DE NACIONALIDADEBRASILEIRO NATURALIZADOO brasileiro naturalizado aquele que adquire a nacionalidade brasileira de forma secundria, ou seja, no pela ocorrncia de um fato natural, mas por um ato voluntrio. A NATURALIZAO O NICO MEIO DERIVADO DE AQUISIO DE NACIONALIDADE, permitindo-se ao estrangeiro, que detm outra nacionalidade, ou ao aptrida (tambm denominado heimatlos), que no possui nenhuma, assumir a nacionalidade do pas em que se encontra, mediante a satisfao de requisitos constitucionais e legais.

No existe direito pblico subjetivo obteno da naturalizao, que se configura ato de soberania estatal, sendo, portanto, ato discricionrio do Chefe do Poder Executivo, j tendo, inclusive, o Supremo Tribunal Federal decidido que "no h inconstitucionalidade no preceito que atribui exclusivamente ao Poder Executivo a faculdade de conceder naturalizao".

DIREITOS DE NACIONALIDADEEspcies de naturalizaoA naturalizao, doutrinariamente, poder ser TCITA ou EXPRESSA, dividindo-se esta ltima em ordinria ou extraordinria.Naturalizao tcita ou grande naturalizaoO art. 69, 4., da Constituio de 24 de fevereiro de 1891, previa serem "cidados brazileiros os estrangeiros que, achando-se no Brazil aos 15 de novembro de 1889, no declararem, dentro em seis mezes depois de entrar em vigor a Constituio, o animo de conservar a nacionalidade de origem".Obviamente, essa hiptese de aquisio de nacionalidade foi prevista com um prazo fatal - seis meses da promulgao da Constituio de 1891 - ao trmino do qual deixou de produzir efeitos jurdicos. Por tradio constitucional foi sendo mantida nas sucessivas constituies, porm sem qualquer relevncia jurdica. Fez bem o legislador constituinte de 1988 ao suprimir sua meno.

Naturalizao expressa aquela que depende de requerimento do interessado, demonstrando sua manifestao de vontade em adquirir a nacionalidade brasileira.

DIREITO CONSTITUCIONAL

5) DIREITOS POLTICOS

DIREITOS POLTICOSA soberania popular, conforme prescreve o art. 14, caput, da Constituio Federal, ser exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante: plebiscito; referendo; iniciativa popular. Podemos, igualmente, incluir como exerccio da soberania e pertencente aos direitos polticos do cidado: ajuizamento de ao popular organizao e participao de partidos polticos.Assim, so direitos polticos:direito de sufrgio;alistabilidade (direito de votar em eleies, plebiscitos e referendos);elegibilidade;iniciativa popular de lei;ao popular;organizao e participao de partidos polticos.

DIREITOS POLTICOSDIREITO DE SUFRGIOO direito de sufrgio a essncia do direito poltico, expressando-se pela capacidade de eleger e de ser eleito. Assim, o direito de sufrgio apresenta-se em seus dois aspectos:capacidade eleitoral ativa (direito de votar - alistabilidade)capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado - elegibilidade).

DIREITOS POLTICOSCAPACIDADE ELEITORAL ATIVAA capacidade eleitoral ativa consiste em forma de participao da pessoa na democracia representativa, por meio da escolha de seus mandatrios.O direito de voto o ato fundamental para o exerccio do direito de sufrgio e manifesta-se tanto em eleies quanto em plebiscitos e referendos.A aquisio dos direitos polticos faz-se mediante alistamento, que condio de elegibilidade, assim, a qualificao de uma pessoa, perante o rgo da Justia Eleitoral, inscrevendo-se como eleitor, garante-lhe o direito de votar. O alistamento eleitoral e o voto so obrigatrios para os cidados de 18 anos; e, facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos.Alm disso, a constituio determina que no podem alistar-se como eleitores os ESTRANGEIROS e, durante o perodo do servio militar obrigatrio, os conscritos (que prestam servio militar obrigatrio).

DIREITOS POLTICOSCAPACIDADE ELEITORAL ATIVAA capacidade eleitoral ativa consiste em forma de participao da pessoa na democracia representativa, por meio da escolha de seus mandatrios.O direito de voto o ato fundamental para o exerccio do direito de sufrgio e manifesta-se tanto em eleies quanto em plebiscitos e referendos.A aquisio dos direitos polticos faz-se mediante alistamento, que condio de elegibilidade, assim, a qualificao de uma pessoa, perante o rgo da Justia Eleitoral, inscrevendo-se como eleitor, garante-lhe o direito de votar. O alistamento eleitoral e o voto so obrigatrios para os cidados de 18 anos; e, facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos.Alm disso, a constituio determina que no podem alistar-se como eleitores os ESTRANGEIROS e, durante o perodo do servio militar obrigatrio, os conscritos (que prestam servio militar obrigatrio).

DIREITOS POLTICOSELEGIBILIDADEElegibilidade a CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA consistente na possibilidade de o cidado pleitear determinados mandatos polticos, mediante eleio popular, desde que preenchidos certos requisitos.No basta possuir capacidade eleitoral ativa (ser eleitor) para adquirir a capacidade eleitoral passiva (poder ser eleito). A elegibilidade adquire-se por etapas segundo faixas etrias (art. 14, 3., VI, a at d).

Analfabetos: apesar da possibilidade de alistamento eleitoral e do exerccio do direito de voto, o analfabeto no possui capacidade eleitoral passiva.O militar alistvel, podendo ser eleito, conforme determina o art. 14, 8..

DIREITOS POLTICOSSo condies de elegibilidade (Cf, art. 14, 3.):Nacionalidade brasileira ou condio de portugus equiparado: s o nacional e o portugus equiparado tm acesso ao alistamento, que pressuposto necessrio para a capacidade eleitoral passiva. A constituio, porm, reservou para alguns cargos (CF, art. 12, 3.) a exigncia da nacionalidade originria.Pleno exercido dos direitos polticos: aquele que teve suspenso ou perdeu seus direitos polticos no exercer a capacidade eleitoral passiva.Alistamento eleitoral: comprovado pela inscrio eleitoral obtida no juzo eleitoral do domiclio do alistando, e por parte do candidato, com o seu ttulo de eleitor.Domiclio eleitoral na circunscrio: o eleitor deve ser domiciliado no local pelo qual se candidata, por perodo que ser estabelecido pela legislao infraconstitucional.Filiao partidria: ningum pode concorrer avulso sem partido poltico (CF, art. 17). A capacidade eleitoral passiva exige prvia filiao partidria, uma vez que a democracia representativa consagrada pela Constituio de 1988 inadmite candidaturas que no apresentem a intermediao de agremiaes polticas constitudas na forma do art. 17 da Constituio Federal. Idade mnima: dever ser atendido esse requisito na data do certame eleitoral e no do alistamento ou mesmo na do registro:35 anos para presidente e vice-presidente da Repblica e senador;30 anos para governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal;21 anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito, viceprefeito e juiz de paz;18 anos para vereador.

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6) INTERVENO FEDERALINTERVENO FEDERALPROCEDIMENTO DE INTERVENO FEDERALO procedimento de interveno da Unio na autonomia poltica do Estado-membro ou do Distrito Federal pode ser explicado em quatro fases, com a finalidade de evitar a hipertrofia do Poder Executivo:iniciativa;fase judicial (somente presente em duas das hipteses de interveno - CF, art. 34, VI e VII);decreto interventivo;controle poltico (no ocorrer em duas das hipteses de interveno - CF, art. 34, VI e VII).

INTERVENO FEDERALINICIATIVAA Constituio Federal, dependendo da hiptese prevista para a interveno federal, indica quem poder iniciar o procedimento interventivo:Presidente da Repblica: nas hipteses previstas nos incisos I, II, III e V, ex officio poder tomar a iniciativa de decretar a interveno federal.SOLICITAO dos Poderes locais (CF, art. 34, IV): os Poderes Legislativo (Assemblia Legislativa ou Cmara Legislativa) e Executivo (Governador do Estado ou do Distrito Federal) locais solicitaro ao Presidente da Repblica a decretao da interveno no caso de estarem sofrendo coao no exerccio de suas funes. O Poder Judicirio local, diferentemente, solicitar ao Supremo Tribunal Federal que, se entender ser o caso, REQUISITAR a interveno ao Presidente da Repblica;

INTERVENO FEDERALREQUISIO do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justia ou do Tribunal Superior Eleitoral, na hiptese prevista no art. 34, VI, SEGUNDA PARTE, ou seja, desobedincia a ordem ou deciso judiciria. Assim, o Superior Tribunal de Justia e o Tribunal Superior Eleitoral podero requisitar, diretamente ao Presidente da Repblica a decretao da interveno, quando a ordem ou deciso judiciria descumprida for sua mesma. Ao Supremo Tribunal Federal, porm, alm da hiptese de descumprimento de suas prprias decises ou ordens judiciais, cabe-lhe, exclusivamente, a REQUISIO de interveno para assegurar a execuo de decises da JUSTIA FEDERAL, ESTADUAL, do TRABALHO ou da JUSTIA MILITAR, ainda quando fundadas em direito infraconstitucional. A iniciativa dever ser endereada ao prprio Presidente da Repblica. Observe-se que somente o Tribunal de Justia local tem legitimidade para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o pedido de interveno baseado em descumprimento de suas prprias decises. Ao proposta pelo PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA nas hipteses previstas no ART. 34, INCISO VI "INCIO" E VII, respectivamente endereada ao Supremo Tribunal Federal (ao de executoriedade de lei federal e ao direta de inconstitucionalidade interventiva).

INTERVENO FEDERALB. Fase judicialEssa fase apresenta-se somente nos dois casos previstos de iniciativa do Procurador-Geral da Repblica (CF, art. 34, VI, incio ("execuo de lei federal") e VII), uma vez que se trata de aes endereadas ao Superior Tribunal de Justia e ao Supremo Tribunal Federal. A iniciativa do Procurador-Geral da Repblica nada mais do que a legitimao para propositura de Ao de executoriedade de lei federal e Ao de Inconstitucionalidade interventiva.Em ambos os casos os Tribunais Superiores, para o prosseguimento da medida de exceo, devero julgar procedentes as aes propostas, encaminhando-se ao presidente da Repblica, para os fins de DECRETO INTERVENTIVO. Nessas hipteses, a decretao da interveno VINCULADA, cabendo ao Presidente a mera formalizao de uma deciso tomada por rgo judicirio.

INTERVENO FEDERALC. Decreto interventivo - procedimentoA interveno ser formalizada atravs de DECRETO PRESIDENCIAL (CF, art. 84, X), que, uma vez publicado, tornar-se- IMEDIATAMENTE EFICAZ, legitimando a prtica dos demais atos conseqentes interveno. O art. 36, 1., determina que o decreto de interveno especifique a amplitude, o prazo e as condies de execuo e, se necessrio for, afaste as autoridade locais e nomeie temporariamente um interventor, submetendo essa deciso apreciao do Congresso Nacional no prazo de 24 horas. A interveno, portanto, h de efetivar-se por decreto presidencial, embora vinculado o Presidente da Repblica a sua edio, quando ocorrem as hipteses de provocao por requisio, sempre temporariamente, pois exceo ao princpio federativo.Nas hipteses de intervenes espontneas, em que o Presidente da Repblica verifica a ocorrncia de determinadas hipteses constitucionais permissivas da interveno federal (CF, art. 34, I, II, III, V), ouvir os Conselhos da Repblica (CF, art. 90, I) e o de Defesa Nacional (CF, art. 91, 1., II), que opinaro a respeito. Aps isso, poder discricionariamente decretar a interveno no Estado-membro.O INTERVENTOR nomeado pelo Decreto presidencial ser considerado para todos os efeitos como servidor pblico federal, e a amplitude e executoriedade de suas funes depender dos limites estabelecidos no decreto interventivo.A Constituio Federal no discriminou os meios e as providncias possveis de ser tomadas pelo Presidente da Repblica, por meio do decreto interventivo, entendendo-se, porm, que esses devero adequar-se aos critrios da necessidade e proporcionalidade leso institucional.

INTERVENO FEDERALControle polticoA Constituio Federal prev a existncia de um controle poltico sobre o ato interventivo, que deve ser realizado pelos representantes do Povo (Cmara dos Deputados) e dos prprios Estados-membros (Senado Federal), a fim de garantir a excepcionalidade da medida; submetendo-se, pois, o decreto apreciao do Congresso Nacional, no prazo de vinte e quatro horas, que dever rejeit-la ou, mediante decreto legislativo, aprovar a interveno federal (CF, art. 49, IV). (art. 36, 1, CF)Caso o Congresso Nacional no aprove a decretao da interveno, o Presidente dever cess-la imediatamente, sob pena de crime de responsabilidade (CF, art. 85, II).Nas hipteses previstas no art. 34, VI e VII, o controle poltico ser dispensado, conforme expressa previso constitucional, e o decreto limitar-se- a suspender a execuo do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (CF, art. 36, 3.). existindo qualquer vcio de forma ou eventual desvio de finalidade na decretao da interveno, o Congresso Nacional poder suspend-la, a qualquer tempo, com fundamento no art. 49, IV, da Constituio em vigor.INTERVENO ESTADUAL (art. 35, CF)DIREITO CONSTITUCIONAL

7) ADMINISTRAO PBLICA

ADMINISTRAO PBLICA

A organizao poltico-administrativa brasileira compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos nos termos da Constituio (CF/88, art. 18, caput).

ADMINISTRAO PBLICAA administrao Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. (CF/88, art. 37, caput)

ADMINISTRAO DIRETAAdministrao direta: conjunto de entidades pblicas centralizadas representadas primordialmente pelo PODER EXECUTIVO, cuja principal atribuio a representao do ENTES FEDERADOS que so: Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

ADMINISTRAO INDIRETAAdministrao Indireta:entidades descentralizadas que exercem atividades tpicas da administrao pblica direta. Art. 37, XIX, CF/88:somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao.

ADMINISTRAO INDIRETADescentralizao: ocorre quando o Estado cria uma entidade com personalidade jurdica prpria. Tem autonomia poltica e financeira, sendo que transfere funes de determinado servio pblico ou de utilidade pblica.Ex: autarquias, CMTU, Sercomtel, fundaes, sociedades de economia mista.Desconcentrao: a atuao dentro da prpria unidade. Existe uma subordinao, no tem autonomia poltica e nem financeira.Ex: subprefeitura, secretarias, ministrios.AUTARQUIApessoa jurdica de direito pblico;criao por lei especfica (CF/88, art. 37, com redao dada pela EC n 19, de 04.06.1998 : XIX, XX).o seu pessoal ocupante de cargo pblico (estatutrio), no entanto, aps a Emenda Constitucional n 19/98, poder admitir pessoal no regime de emprego pblico;desempenha servio pblico descentralizado;EXEMPLOS: Banco Central, USP, UFRJ, INSS, ANATEL, ANVISA, INMETRO.

EMPRESA PBLICADotada de personalidade jurdica de direito privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo da Unio, criada por lei para a explorao de atividade econmica que o governo seja levado a exercer por fora de contingncia ou de convenincia administrativa, podendo se revestir de qualquer das formas admitidas em direito.

Ex: Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT; Caixa Econmica Federal - CEF, etc.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTADotada de personalidade jurdica de direito privado, criada por lei, para a explorao de atividade econmica, sob a forma de sociedade annima, cujas aes com direito a voto pertenam em sua maioria UNIO ou a entidade da administrao indireta.

( EX: Banco do Brasil S/A e a PETROBRS (Petrleo Brasileiro S/A))FUNDAES PBLICAS pessoa jurdica de direito pblico;criao autorizada por lei especfica e lei complementar ir definir as reas de sua atuao - CF/88, art. 37, XIX, com redao da EC n 19, de 04.06.1998; o seu pessoal ocupante de cargo pblico (estatutrio), no entanto, aps a Emenda Constitucional n 19/98, poder admitir pessoal no regime de emprego pblico;

(Ex: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), a Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), e a Fundao Nacional de Sade (Funasa))

PRINCIPIOS BSICOS DA ADMINISTRAO PBLICADEFINIO: Os princpios so linhas gerais aplicadas a determinada rea do direito, constituindo as BASES e determinando as ESTRUTURAS em que se assentam institutos e normas jurdicas. So de grande importncia e aplicao no Direito Administrativo.

PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOSConstam do art. 37, caput, da Constituio da Repblica, vejamos :

Art. 37 - A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOSSo eles :

L EGALIDADE I MPESSOALIDADE M ORALIDADE P UBLICIDADE E FICINCIA

LEGALIDADELegalidade - determina a completa submisso da Administrao Pblica a lei e ao Direito. Desde o Presidente da Repblica, Governador, Prefeito ao mais humilde dos servidores ao agirem devem observar ateno especial a este princpio.

LEGALIDADEna Administrao Pblica s permitido fazer o que a lei autoriza, enquanto na Administrao privada possvel fazer o que a lei no probe (Hely Lopes Meirelles)

IMPESSOALIDADEImpessoalidade - destina-se a quebrar o velho hbito do agir em razo do prestgio ou influncia do administrado (particular) ou do agente (servidor). Decorre deste princpio que o fim visado h de ser o do interesse pblico. Considerar-se- desvio de finalidade a Administrao utilizar de sua competncia para atingir fim diferente do interesse pblico.

MORALIDADEMoralidade - est intimamente ligado aos conceito de probidade, de honestidade, do que for melhor e mais til para o interesse pblico. Por este princpio a Administrao e seus servidores tm de atuar segundo padres ticos de probidade, decoro e boa-f.CF/88, no artigo 5, inciso LXXIII, dispe que : "qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbnciaPUBLICIDADEPublicidade - A administrao pblica encontra-se obrigada a publicar seus atos para que o pblico deles tenham conhecimento, e, consequentemente, contest-los . Por exemplo: o ato de nomeao de um candidato aprovado em concurso pblico, dever ser publicado no somente para que o nomeado possa tomar conhecimento, mas para que os demais candidatos possam contestar(questionar administrativamente ou judicialmente, no caso da nomeao no obedecer rigorosamente a ordem de classificao.

EFICINCIAEficincia - o mais novo dos princpios. Passou a fazer parte da Constituio a partir da Emenda Constitucional n 19, de 04.06.98. Exige que o exerccio da atividade administrativa (atuao dos servidores, prestao dos servios) atenda requisitos de presteza, adequabilidade, perfeio tcnica, produtividade e qualidade.

PRINCPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE

Por este princpio se determina A ADEQUAO ENTRE MEIOS E FINS, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico.

DIREITO CONSTITUCIONAL

8) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

O QUE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? a verificao da adequao que deve existir entre as normas infraconstitucionais (Lei ou ato normativo ou administrativo) e a Constituio.

Portanto, o CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE o ato responsvel pela proteo da Constituio.

Fazer o controle de constitucionalidade, verificar a compatibilidade de leis e atos normativos com a Constituio Federal, impedindo a subsistncia da eficcia de normas que venham a contrari-la.

A aferio dessa adequao feita justamente atravs dos mecanismos de controle de constitucionalidade.

INCONSTITUCIONALIDADEO ato normativo ou administrativo que contrariar a Constituio considerado INCONSTITUCIONAL.

A INCONSTITUCIONALIDADE poder ser parcial ou total, podendo ser tambm por ao ou omisso, entre outras espcies de inconstitucionalidade.

Todo ato normativo, quanto nasce, traz em si a presuno de que constitucional, portanto, presume-se que o rgo estatal ao elabora o ato normativo infraconstitucional, tenha observado as normas da Constituio. Assim sendo, a presuno de constitucionalidade acompanha o ato normativo desde o seu nascimento (presuno iuris tantum), podendo ser desfeita por uma deciso que a reconhea como inconstitucional)

Assim sendo, a constitucionalidade dos atos normativos presumida, porm a INCONSTITUCIONALIDADE NO , pois precisa ser declarada e somente aps a declarao, o ato normativo deixar de ser aplicado.INCONSTITUCIONALIDADEINCONSTITUCIONALIDADE a desconformidade entre uma norma, porm se duas normas constitucionais forem incompatveis entre si no haver inconstitucionalidade, devendo se buscar a otimizao entre os direitos e valores em jogo, numa ordenao proporcional dos direitos e valores fundamentais em coliso, ou seja, busca-se o melhor equilbrio possvel entre os princpios colidentes

A declarao de inconstitucionalidade de uma norma gera a nulidade absoluta da mesma, e seus efeitos passam a ser considerados como se a lei nunca tivesse existido.As aes do controle de constitucionalidade (ADIs, ADCs e ADPFs) tm efeitos EX TUNC (anula a lei desde a sua criao), ERGA OMNES (vale para todos) e VINCULANTE para todo o Poder Judicirio e para todos os rgos da Administrao Pblica, direta e indireta, no abrangendo, apenas, o Poder Legislativo.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELA SUPREMA CORTEO Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte constitucional do Brasil, tem entre suas atribuies promover o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos. (art. 102, caput, e inciso I, a, CF)

Aps a declarao de inconstitucionalidade do ato normativo definitiva do STF compete ao SENADO FEDERAL suspender a execuo no todo ou em parte de lei declarada inconstitucional por deciso (art. 52, X, CF)

DE QUE FORMA OCORRE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E POR QU OCORRE?O controle de constitucionalidade ocorre quando qualquer ato normativo ou administrativo fere a Constituio e isso s possvel porque nos pases que possuem Constituies rgidas, institui uma espcie de pirmide normativa, em cujo pice se localiza a Constituio.PIRMIDE NORMATIVA (ART. 59, CF)

EM QUE SE FUNDAMENTA?Fundamenta-se NO PRINCPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIO.

Princpio da Supremacia da Constituio confere a Lei Maior superioridade em relao s demais normas, sendo que atravs dela que irradiam as demais normas do Direito Infraconstitucional (normas federais, estaduais e municipais) que devem respeitar Magna Carta sob pena de serem declaradas INCONSTITUCIONAIS.

QUAIS OS PARMETROS DE DEVER DE COMPATIBILIDADE QUE DEVE SER OBEDECIDOS?Formal: Diz respeito ao processo legislativo, ou seja, a inobservncia das regras procedimentais gera a INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL da lei.Material: Significa que o contedo da norma fere a ConstituioIPC: A norma pode ser inconstitucional nos dois sentidos, tanto no formal quanto no material e os efeitos da inconstitucionalidade a nulidade.

QUAIS SO AS FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE?Controle PreventivoControle RepressivoCONTROLE PREVENTIVONum primeiro momento, h de se instituir barreiras introduo de normas inconstitucionais no cenrio jurdico e essa forma chamada de CONTROLE PREVENTIVO. aquele que acontece antes do nascimento da lei, impedindo que elas venham a nascer com um vcio de inconstitucionalidade.

feito atravs de:Comisses de Constituio e Justia- Grupo de parlamentares que avaliam previamente a constitucionalidade ou no do projeto.Poder legislativo - Pode apreciar a Medida Provisria, aferindo os requisitos de urgncia ou relevncia. Ele pode aprov-la convertendo-a em lei ou rejeit-la entendendo que ela no urgente ou no relevante (requisitos constitucionais)Presidente da Repblica - O chefe do poder executivo pode vetar um projeto de lei por duas razes: Veto poltico. Por ser contrrio ao interesse pblico. Veto jurdico. Por inconstitucionalidade.Poder Judicirio. Pode exercer o controle de constitucionalidade preventivo no caso de um parlamentar impetrar Mandado de Segurana contra um projeto de lei que na sua opinio inconstitucional alegando direito lquido e certo dele, parlamentar, participar de um processo legislativo regular, constitucional.

CONTROLE REPRESSIVOCaso as barreiras do Controle Preventivo revelem-se ineficazes, estar armada uma segunda etapa do controle, onde a meta passar a ser o reconhecimento da inexistncia da norma inconstitucional no sistema, e essa forma chamada de CONTROLE REPRESSIVO. Aquele que ocorre quando a lei ou o ato normativo j existe. Normalmente feito pelo poder judicirio. feito de duas maneiras:1. CONTROLE DIFUSO.2. CONTROLE CONCENTRADO.

CONTROLE DIFUSO espcie de Controle concreto de Constitucionalidade.A alegao de inconstitucionalidade no caso concreto, fundamento de defesa, logo, questo prejudicial.Qualquer juiz pode declarar uma lei inconstitucional no caso concreto.O tribunal poder fazer o controle difuso se respeitar a Clusula de Reserva de Plenrio (art. 97 da CF), significando que somente podem declarar uma lei ou ato normativo do poder pblico inconstitucional por maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo rgo especial.CONTROLE CONCENTRADOControle feito por via de ao constitucional, devendo ser processada e julgada pelo STF

O objetivo expurgar o ato normativo que contrarie a Constituio Federal, independentemente de interesses pessoais.

Portanto as ferramentas utilizadas para o Controle Concentrado de Constitucionalidade so:as aes diretas de inconstitucionalidade genrica (ADIs), ao direta de inconstitucionalidade por omisso (ADIn por Omisso)as aes declaratrias de constitucionalidade (ADCs) ADECON, ADPF, RECLAMAO CONSTITUCIONAL e RECURSO EXTRAORDINRIO

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9) FEDERAO

SISTEMA FEDERATIVO BRASILEIROO Significado filosfico de Estado Federal origina-se da antiga Grcia surgindo da palavra foedus (aliana) que indica a unio poltica de Estados autnomos. Para KELSEN Estado e Direito representa a mesma coisa: um sistema de normas. O Estado um sistema geral e completo de normas jurdicas, o todo jurdico, o uno jurdico, como Deus o mundo e o mundo Deus.. O Estado est definido no mbito da normatividade pura, regida por leis teleolgicas (leis de fins) e no por leis da causalidade (leis da natureza ou do mundo fsico). A primeira federao a experincia americana. O Estado federal nasceu no sculo XVIII com a Unio americana, por obra dos constituintes da Filadlfia (Conveno de Filadlfia)Os resultados da Conveno foram consubstanciados na Constituio Federal de 1787 sendo uma Constituio elaborada empiricamente (atravs das experincias do povo, sem comprovao cientfica), adaptando-se aos problemas imperiosos.O Estado federal pressupe a coexistncia de dois ordenamentos estatais: um Estado soberano,formado por uma pluralidade de Estados, no qual o poder do Estado emana dos Estados-membros, ligados numa unidade estatal (Jellinek)

A FEDERAO unio de direito constitucional, tendo a constituio por instrumento bsico, que reparte a competncia entre o Poder Central e os Estados membros. pautada pelo princpio da indissolubilidade do lao federativo previsto na Constituio como CLUSULA PTREA:Art. 60. (...) 4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado; As principais caractersticas da FEDERAO so:A atividade unitria da federao se projeta para dentro:A base institucional e no contratual, sendo cimentada na constituioO poder da federao lida com Estados e tambm diretamente com os cidados;O rgo central da federao um congresso composto de duas cmeras que legisla nos limites da sua competncia constitucional para toda unio e Estados membrosH nas federaes o poder de impor uma vontade.

O Estado federal tem duplo aspecto:

aspecto unitrio: a competncia centralizadora da Unio

aspecto federativo: autonomia dos Estados membros (O princpio da autonomia preponderante. Ele inspira as regras federativas e a partilha constitucional das competncias entre poder federal e os poderes estaduais.)

O Estado federal tende centralizao. A evoluo poltica do sistema federativo se d no sentido contrrio autonomia: no de enfraquecer os Estados e fortalecer a Unio.

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10) REPARTIO DE COMPETNCIAS

ConceitoA autonomia das entidades federativas pressupe repartio de competncias LEGISLATIVAS, ADMINISTRATIVAS e TRIBUTRIAS, sendo, pois, um dos pontos caracterizadores e asseguradores do convvio no Estado Federal.

Princpio bsico para a distribuio de competncias - predominncia do Interesse ENTE FEDERATIVOUnioINTERESSEGeral (art. 22, I)ENTE FEDERATIVOEstados-membrosINTERESSERegional (art. 25, 2)ENTE FEDERATIVOMunicpiosINTERESSELocal (art. 30, I)ENTE FEDERATIVODistrito FederalINTERESSERegional + Local (art. 32, 1.)

COMPETNCIA CONCORRENTENa competncia concorrente, cabe Unio a edio de normas gerais (art. 24, 1) e aos Estados e ao Distrito Federal a elaborao de normas suplementares (art. 24, 2).

As normas suplementares dos Estados podem ser de dois tipos: a) Normas gerais editadas nas situaes em que a Unio se omite em tratar assuntos de competncia concorrente (art. 24, 3), caso em que temos a competncia concorrente supletiva; b) Normas especficas, cuja finalidade tratar de detalhes e mincias, referentes ao peculiar interesse dos Estados, situao em que se manifesta competncia concorrente complementar.Nos termos do art. 24, 4, da CF, a supervenincia de lei da Unio contendo normas gerais implica na suspenso da eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.Observe-se que a Constituio menciona suspenso de eficcia e no o termo clssico revogao. No se trata de uma falha de redao, mas uma expresso com alto sentido tcnico.

COMPETNCIAS AMINISTRATIVAS COMUNSA competncia comum aquela que pode ser exercida por todos os entes da federao, podendo, portanto, ser simultaneamente exercida, desde que respeitados os limites constitucionais.O art. 23 CF/88 elenca o rol das competncias comuns entre os entes federados. No caso do referido artigo a competncia administrativa.O embasamento da competncia administrativa comum em matria ambiental tambm decorre da prpria Carta Constitucional:Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

REQUISITOS DA DELEGAO DE COMPETNCIA DA UNIO PARA OS ESTADOS (CF, ART. 22, PARGRAFO NICO)A Constituio Federal faculta Unio, no art. 22, pargrafo nico, a delegao de assuntos de sua competncia legislativa privativa aos Estados, desde que satisfeitos trs requisitos:REQUISITO FORMAL: a delegao deve ser objeto de lei complementar devidamente aprovada pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos membros da Cmara dos Deputados e do Senado Federal;REQUISITO MATERIAL: somente poder ser delegado um ponto especfico dentro de uma das matrias descritas nos vinte e nove incisos do art. 22 da Constituio Federal, pois a delegao no se reveste de generalidade, mas de particularizao de questes especficas, do elenco das matrias includas na privatividade legislativa da Unio. Assim, nunca se poder delegar toda a matria existente em um dos citados incisos;REQUISITO IMPLCITO: o art. 19 da Constituio Federal veda a criao por parte de qualquer dos entes federativos de preferncias entre si. Dessa forma, a Lei Complementar editada pela Unio dever delegar um ponto especfico de sua competncia a todos os Estados, sob pena de ferimento do princpio da igualdade federativa.

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11) CLUSULAS PTREAS CLUSULAS PTREASArt. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:I - de um tero, no mnimo, dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal;II - do Presidente da Repblica;III - de mais da metade das Assemblias Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 1 - A Constituio no poder ser emendada na vigncia de interveno federal, de estado de defesa ou de estado de stio. 2 - A proposta ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, trs quintos dos votos dos respectivos membros. 3 - A emenda Constituio ser promulgada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo nmero de ordem. 4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, universal e peridico;III - a separao dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais.

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12) SEPARAO DOS PODERES5) SEPARAO DOS PODERESA Teoria da Tripartio dos Poderes do Estado, que a nossa CF clara ao dizer, em seu artigo 60, 4, inciso III, que no ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir a separao dos poderes.

Surgiu em 1748, na obra "O Esprito das Leis", de Montesquieu. Mas, no podemos atribuir todo mrito desta teoria a ele. Montesquieu apenas juntou duas teorias existentes at ento, quais eram, a de Jonh Locke e a de Aristteles, sendo que este ltimo, desde sua obra denominada "A Poltica", j sugeria a existncia de trs poderes.

Cada poder, pois, tem sua funo precpua: o Legislativo faz leis; o Executivo administra, e o Judicirio julga. No Brasil, que adotou tal teoria em sua Constituio , funcionam trs poderes: o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.

A Constituio Federal adota os princpios da soberania popular e da representao, segundo os quais o poder poltico pertence ao povo exercido em nome deste por rgos constitucionalmente definidos (art. 1, pargrafo nico). Para tanto, a Constituio Federal constitui trs Poderes, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio, independentes e harmnicos (art. 2). FISCALIZAO DOS PODERES ENTRE SIO Legislativo e o Judicirio fiscalizam o Executivo atravs, respectivamente, do Tribunal de Contas, das CPIs e das aes em geral. O Executivo e o Legislativo, por seu turno, controlam o Judicirio o Magistrado, em regra, deve decidir com base nas leis emanadas do Legislativo e os membros de sua mais alta cpula (art. 101, pargrafo nico, CF) so nomeados pelo Executivo e pelo Legislativo (pelo Senado por votao prvia com aprovao de maioria absoluta).Por fim o Legislativo fica, na maioria das vezes, condicionado a deciso do Executivo, e poder ter suas leis questionadas no Judicirio atravs das aes de constitucionalidade.Questo do ENADE 2006A ao direta de inconstitucionalidade instrumento de controle I - concentrado e produz efeitos erga omnes e vinculantes, por fora de disciplina constitucional. II - concentrado e produz efeitos inter partes e ex tunc, por fora de disciplina legal. III - difuso ou concentrado e produz efeitos inter partes e vinculantes por fora de disciplina constitucional e legal. IV - concentrado e pode produzir efeitos ex nunc ou ex tunc, conforme disciplina legal. Esto corretas as afirmaes contidas nos incisos (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III (D) II e IV. (E) III e IV.

Gabarito: B

Comentrios da questo: A Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI), que um dos meios de controle de constitucionalidade ptrio, encontra-se prevista no texto constitucional (alnea a, inciso I do artigo 102), bem como na Lei 9.868/99.

O escopo da Ao Direta de Inconstitucionalidade retirar do sistema leis ou atos normativos que contrariem a Constituio, ou seja, promover, por meio da ADI, a excluso de leis ou atos normativos inconstitucionais.

A tradio no Direito brasileiro sempre foi a de reconhecer a nulidade da lei tida por inconstitucional, isto , de reconhecer que a lei inconstitucional nula de pleno direito, tendo a sentena que declara a inconstitucionalidade efeitos ex tunc (pois retira a norma do ordenamento jurdico retroativamente, a partir do seu nascimento).

A Lei n 9.868, de 1999, que veio regular o processo e julgamento da ao direta de inconstitucionalidade - ADIn e da ao declaratria de constitucionalidade - ADC, trouxe o seguinte dispositivo (art. 27):

"Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razes de segurana jurdica ou de excepcional interesse social, poder o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois teros de seus membros, restringir os efeitos daquela declarao ou decidir que ela s tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Como se v, o Direito Positivo passou a permitir que o Supremo Tribunal Federal, em situaes excepcionais e mediante maioria qualificada de dois teros, manipule os efeitos de sua sentena proferida em ADIn e ADC, na hiptese de ser reconhecida a inconstitucionalidade da norma.QUESTO DO ENADE 2006QUESTO 35 Nas democracias contemporneas, a soberania interna da ordem jurdica est intimamente associada (A) norma fundamental do pensamento de Kelsen, tendo em vista que toda democracia pressupe universalidade de direitos. (B) s normas do direito internacional, donde derivam as formas pelas quais os regimes democrticos extraem a fundamentao de sua existncia. (C) s normas derivadas da tica do homem mdio, fundamento de todo valor e de todo direito. (D) s normas constitucionais, como base de regramento formal e material de todas as normas do sistema jurdico. (E) s normas da burocracia de Estado, tendo em vista que o modelo de dominao legal-burocrtico do Estado moderno pressupe atribuio de toda estabilidade do poder burocracia.

Gabarito: D

Comentrio A soberania interna da ordem jurdica, isto , o monoplio do uso da fora pelo Estado dentro de seu territrio, com a conseqente vedao da autotutela de seus cidados (com poucas excees, como no caso da excludente de ilicitude de legtima defesa prpria ou de outrem) questo que diz respeito legitimao do sistema jurdico nacional atravs do processo constitucional, isto , da formao de uma determinada ordem constitucional e seu respectivo sistema.

QUESTO DO ENADE 2009Montesquieu, na sua clssica obra O Esprito das Leis, elaborou a ideia da Separao de Poderes, com base na experincia poltica inglesa.

Esse princpio, presente na Constituio brasileira sob a forma de clusula ptrea, consiste

I. na absoluta e necessria independncia dos poderes, de modo que apenas o Poder Judicirio possa fiscalizar os demais. II. no esquema de independncia equilibrada entre os poderes, que constitui o sistema de freios e contrapesos. III. no regime presidencialista, j que no parlamentarismo o chefe do executivo determinado pelo poder legislativo e, portanto, no h separao entre os poderes. IV. na atribuio das diversas competncias do Estado a cada um dos poderes.

Esto CORRETAS somente as afirmativas A) I e III. B) I e IV. C) II e IV. D) II e III. E) I, II e III.

ALTERNATIVA CORRETA: CQUESTO DO ENADE 2009QUESTO 18: A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica investido em cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana, ou ainda de funo gratificada na administrao pblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a Constituio Federal. Smula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal Com base na leitura dessa smula, CORRETO afirmar que o STF sedimentou o entendimento de que: I. o patrimonialismo deve ser banido definitivamente da prtica existente na Administrao Pblica. II. a proibio da prtica do nepotismo no se estende s empresas pblicas e s sociedades de economia mista. III. as nomeaes de administradores pblicos devem obedecer aos princpios da moralidade e da impessoalidade previstos na Constituio brasileira. IV. o servidor concursado, detentor de funo gratificada, uma vez que se enquadre nas hipteses do enunciado, deve ser demitido do cargo efetivo a bem do servio pblico. V. as vedaes previstas no enunciado sumulado impedem o exerccio de cargo pblico provido por meio de concurso pblico de provas e ttulos. Esto CORRETAS somente as afirmativas A) II e IV. B) III e IV. C) I e V.D) I e III. E) II e V.

ALTERNATIVA CORRETA: D

QUESTO DO ENADE 2009QUESTO 34: A tendncia concentrao regional da renda um fenmeno observado universalmente, sendo amplamente conhecidos os casos da Itlia, da Frana e dos EUA. Uma vez iniciado esse processo, sua reverso espontnea praticamente impossvel. Em um pas da extenso geogrfica do Brasil, de se esperar que tal processo tenda a prolongar-se extremamente. FURTADO, Celso. Formao Econmica do Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 2007. A anlise econmica de Celso Furtado permite compreender alguns dos fenmenos polticos presentes na formao do Brasil. Com base no pressuposto de uma concentrao regional da renda, possvel afirmar que a Constituio de 1988 estabeleceu diretrizes para uma atuao do Estado que reduza as desigualdades entre os diferentes estados brasileiros, tendo em vista que A) constitui objetivo fundamental da Repblica Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalizao, reduzir as desigualdades sociais e regionais, e compete Unio elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social. B) o constituinte vedou ao Tribunal de Contas da Unio suspender gastos que possam causar danos s economias das regies mais ricas, com vistas a permitir uma atuao administrativa que privilegie a reduo das desigualdades. C) a reforma administrativa estabelecida pela Emenda Constitucional 19, de 1998, reorientou a atuao do governo federal, para permitir o combate pobreza e s desigualdades regionais por meio da centralizao da atividade burocrtica. D) instituiu um Fundo de Combate e Erradicao da Pobreza como instrumento de direito econmico regional, concedendo recursos aos entes federativos para a construo de hospitais, escolas, postos de sade e estdios. E) compete Unio e aos Estados estabelecer normas de direito econmico e societrio, impedindo que cada ente federativo possa buscar o seu desenvolvimento econmico especfico por meio de condies que reduzam a concorrncia empresarial.

ALTERNATIVA CORRETA: A (art. 3, CF)