emulsões

Emulsões

Preparações de aspecto leitoso, obtidas pela dispersão de duas fases não miscíveis (óleo e água). As emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis, havendo a necessidade da utilização de um agente emulsionante ou emulgente (tensoativo) que diminua a tensão interfacial entre as duas fases (água e óleo).

São Sistemas polifásicos: fase aquosa e fase oleosa

1

Dependendo da consistência as emulsões podem ser classificadas em: Loções Cremosas: Emulsões fluidas onde o conteúdo de água é grande Cremes: Emulsões semi-sólidas, onde o conteúdo de água é menor. Dependendo da relação entre as duas fases (óleo e água), podemos dividir os cremes em: Cremes de óleo em água (O/A), a fase interna é oleosa

Cremes laváveis, não oclusivos

Cremes de água em óleo (A/O) a fase interna é aquosa

Cremes gordurosos e oclusivos

Estabilidade da Emulsão A estabilidade de uma emulsão pode ser influenciada por vários fatores: Equação de Stokes: Velocidade de Sedimentação de uma partícula V = 2r2 (ρ – ρ’) g 9 η r = Raio das partículas (gotas) ρ = Densidade da fase dispersa ρ’ = Densidade da fase dispersante η = Viscosidade g = Força da gravidade

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Analisando a equação:

• Aumento da viscosidade da emulsão Diminuição da Velocidade de Sedimentação e portanto maior Estabilidade

Recomenda-se a utilização de Agente de Viscosidade na fase aquosa

• A diminuição do diametro das gotas, reduz a Velocidade de

Sedimentação É necessário uma agitação eficiente

• É necessário a utilização de um tensoativo (emulgente) de HLB (EHL) adequado para manter as gotas de fase interna dispersas.

Atividade e Valor de HLB (EHL) de Agentes

Tensoativos

Atividade EHL

Antiespumante 1 a 3

Emulsificantes A/O 3 a 6

Molhantes 7 a 9

Emulsificantes O/A 8 a 18

Detergentes 13 a 16

Solubilizantes 15 a 20

3

Tipos de Tensoativos

Aniônico _ Corpo lipofílico

Catiônico +

Não iônico

Anfôtero + - Cabeça hidrofílica

4

Escala de HLB (Escala de Griffin)

20

19

18

17

16

15

15.6

Palmitato de sorbitan etoxilado(Tween 40)

14

14.6

Estearato de sorbitan etoxilado (Tween 60)

13

12

11

10

9

8

7

6

6.7

Palmitato de sorbitan (Span 40)

5

4

4.3

Oleato de sorbitan (Span 60)

3

2

2.1

Triestearato de sorbitan (Span 65)

1

1.8

Trioleato de sorbitan (Span 85)

0

5

Exemplo prático de Determinação de HLB de uma Emulsão

Material. Graxo peso (g) % em relação ao total de Óleos

HLB requerido

% (*)

Alcool Cetílico 4 40 13 5.2 Óleo mineral 3 30 10 3.0 Óleo de Amendoa 3 30 6,7 2.0 Óleos Totais

10

10.2

(*) Percentual de contribuição de cada produto para formar o HLB de 10.2

Em geral, se utiliza entre 15 a 30 % de emulsionante em relação a fase oleosa. Neste caso, supondo que escolhemos 20% em relação a fase oleosa, teremos as concentrações conforme abaixo: Par de emulsionantes

escolhidos HLB do

emulsionante Conc. a ser

utilizada Concentração de emulsionante na

formula (2g) 20%

SPAN 65 2.1 39 % 0.78 g TWEEN 80 15 61 % 1.22 g

10

Calculo do HLB requerido através do Parametro de Solubilidade HLB requerido = [ ( PS + 7) / 8 ] 4

Alcool undecilenico 9.61 Alfa bisabolol 9.30 Canfora 9.45 Ciclometicone D4 5.99 Ciclometicone D5 5.77 Colesterol 9.55 Diestearato de glicerila 8.24 Dimeticone 5.92 Dioxido de titanio 16.82 Enxofre 12.70 Espermacete 7.09 Esqualeno 6.03 Estearato de butila 7.68 Estearato de isobutila 7.65

Material Parametro de solubilidade Acetato de tocoferila 7.98 Acido estearico 7.74 Acido laurico 8.46 Acido linoleico 7.86 Acido miristico 8.10 Acido oleico 7.91 Acido palmitico 7.89 Acido ricinoleico 8.30 Acido salicílico 10.06 Acido tioglicólico 13.86 Alcool cetílico 8.94 Alcool decilico 9.78 Alcool estearilico 8.90 Alcool laurico 9.51 Alcool miristico 9.16 Alcool Oleilico 8.95

12

Glicerina 16.26 Hidroquinona 14.62 Homosalato 10.29 Lanolina 7.33

Metil parabeno 11.98 Miristato de butila 7.68 Miristato de isopropila 8.02 Lauril sulfato de sódio 14.18 Mentol 9.94 Monoestearato de glicerila 8.31 Octil metoxicinamato 9.10 Oleato de decila 6.92 Óleo de Abacate 6.83 Óleo de algodão 7.52 Óleo de Amendoa 6.81 Óleo de amendoin 7.24 Óleo de arroz 7.48 Óleo de Coco 8.10 Óleo de figado de bacalhau 7.56 Óleo de girassol 6.42 Óleo de milho 7.40 Óleo de oliva 7.87 Óleo de rícino 8.90 Óleo mineral 7.09 PABA 14.82 Palmitato de isopropila 7.78 Pantenol 11.39 PEG 2 estearato 8.36 PEG 20 estearato 9.08 PEG 4 estearato 7.92 PEG 40 estearato 9.18 Propilenoglicol 14 Propilparabeno 10.94 Resorcinol 14.96 Timol 10.77 Tocoferol 9.17 Trietanolamina 13.28 Ureia 14.50 Vaselina 7.33

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Cálculo do HLB de uma Mistura de Tensoativos em uma emulsão

16

Fabricação das Emulsões

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MATERIAS PRIMAS UTILIZADAS NA PREPARAÇÃO DE EMULSÕES

Denominação Química

CRODA HENKEL AQUATEC HOESCHT QUIMINASA

Monoestearato de glicerila Monoestearato de glicerila autoemulsionável

Cithrol GMS Cutina MD LipalGMS

GMS-AE

Fongrapen GME

GME-AE

Quimulsin EG

EG-S

Álcool Cetoestearílico etoxilado

Eumulgin B2

Acido Esteárico

Cetax TP AcidoEsteárico

Álcool cetoestearílico Lanete S Cetax 50

2 Octil dodecanol

Eutanol G

Oleato de decila Cetil V

Miristato e estearato de isopropila

Lipal ST

Miristato de isopropila Crodamol IPM

Cetiol IPM

Miristato de miristila Crodamol MM

Cetiol MM

Estearato de Isooctila Crodamol OS Cetiol 868

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BASES AUTO EMULSIONÁVEIS

Denominação Química HENKEL HOESCHT CRODA

Álcool cetoestearílico/Alquil sulfato de sódio

Lanete WB Fongrapol CS-E

Álcool graxos com emulsionantes não ionicos

Emulgade Wax

Alcool graxos com emulsionantes não iônicos e aniônicos

Hostacerin CG-B

Ceras auto emulsionantes não iônicas

Cosmowax JPolawax

Bases auto emulsionante O/A Crodabase

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Conservantes

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Estabilidade das emulsões Separação: completa – Quebra (breaking) Parcial - (creaming) (ascendente/descendente)

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Teste de Estocagem: armazenar a amostra na embalagem final por tempo prolongado (Shelf-test) Testes acelerados: Teste com centrífuga:

• Submeter a amostra durante 10 minutos a 3000 rpm • Submeter a amostra durante 3 minutos a 10.000 rpm

Teste de temperatura:

• Colocar a amostra em diferentes temperaturas: -5oC, temperatura ambiente/7 dias, 50oC em estufa.

• Choque térmico: submeter a amostra a diferentes

temperaturas alternadas. Mantém-se a amostra durante 24 horas a temperatura ambiente, posteriormente 2 horas a –5oC e em seguida 24 horas a 50oC em estufa.

Formulas Orientativas:

BASE PARA CREME ANIÔNICO COM LANETE N

Lanete N 15g Cetiol 868 (Estearato de Octila) 10g Vaselina líquida 5g Vaselina sólida 2g Metilparabeno 0,1g Propilparabeno 0,1g Imidazolidinil uréia (Germall 115) 0.2g Água purificada q.s.p 100g

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BASE PARA LOÇÃO ANIÔNICA/NÃO IÔNICA

licerila (Cutina MD) 0,8g lcool cetoestearílico (Cetax 50) 1g

TP) 1g lcool cetoestearílico etoxilado (Eumulgin B2) 1g

CeTri aCarbopol 940 0,08g

licerina 4g 0,1g

ropilparabeno 0,1g GeAgua 100g

osmowax J ou Polawax ou Chembase 14g leo mineral 7g

3g Glicerina 4g Metilparabeno 0,1g Propilparabeno 0,1g

ermall 115 0,2g ficada q.s.p.

Monoestearato de gAAcido esteárico (CetaxA

tiol 868 4g et nolamina ou AMP-95 0,3g

GMetilparabeno P

rmall 115 0.2g purificada q.s.p.

BASE PARA CREME NÃO IÔNICO

CÓSilicone DC 344

GAgua puri 100g

26

3g 16g

Isopropila 2.2g 2.2g

earilico etoxilado 2.2g mente de Uva 10g

0.1g

sa)

rietanolamina ou AMP 95 0.38g Uréia 10g

ipagin 0.1g Germall 115 Glicerina 5.0g Água purificada qsp 100g

Q.S

CREME HIDRATANTE

Fase A (Oleosa) Monoestearato de Glicerila Ácido Esteárico Miristato deÓleo Mineral Alcool CetoestÓleo de SeNipazol Fase B (Aguo T

N0.2g

Fase C Essência

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LOÇÃO HIDRATANTE

tearilico etoxilado

ase B (Aguosa)

arbopol 940 0.08g

na

Fase A (Oleosa) Monoestearato de Glicerila 0.8gÁcido Esteárico 1.0gAlcool Cetoestearilico 1.0g Alcool Cetoes 1.0g Miristato de Isopropila 4.0g Nipazol 0.1g F CTrietanolamina ou AMP 95 0.3g Gliceri 4.0g Nipagim 0.1g Germall 115 0.2g PCA-Na 0.2g Agua purificada qsp 100g

ase C F

ssência Q.S E

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Geles

Dispersões semisólidas transparentes que se liquefazem ao contato com a pele, deixando uma camada delgada não gordurosa e não oclusiva.

São obtidos por dispersão de materiais mucilaginosos naturais ou sintéticos (agar, gelatina, metilcelulose, hidroxi-etil-celulose (Natrosol) pectina, polietilenoglicol, carbopol, etc..) na água, ou mistura de água e outros solventes.

Géis mais comuns: Carbopol - Gel iônico ( pH deve ser mantido entre 6,5 e 7,5) Natrosol - Gel não iônico ( Suporta pH ácido)

Os excipientes são bem tolerados pelos tecidos e pelos fármacos de ação dérmica Secam rapidamente, sendo obrigatório conservá-las ao abrigo do ar, em embalagens herméticas. As pomadas-geleias têm, em geral, um efeito emoliente e refrescante, mas a sua rápida secagem origina uma película quebradiça quando aplicadas na epiderme. É importante a inclusão de glicerina, que faz com que as películas formadas fiquem elásticas e protejam melhor a

ele.

A preparação dos Geles pode dividir-se em duas partes:

• Preparação do gel • Incorporação dos fármacos.

p

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GÉIS-CREMES São emulsões contendo alta percentagem de fase aguosa e baixíssimo conteúdo oleoso, estabilizadas por colóide hidrofílico e tensoativos. · Alta consistência: Cremes "oil-free" · Baixa consistência: Loções "oil-free" Veículos não gordurosos e não oclusivos de fácil

espalhamento Formulas Orientativas: Gel de Carbopol Carbopol 940 0.8 g Propilenoglicol ou glicerina 10 mL Trietanolamina ou AMP-95 0.3 g Nipagin 0.2 g Agua purificada 50 mL Alcool a 960 % q.s.p. 100 mL Gel de Natrosol Natrosol (Hidroxietilcelulose) 3 g Propilenoglicol ou glicerina 10 mL Nipagin 0.2 g Agua purificada 50 mL Alcool a 960 % q.s.p. 100 mL

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