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Empoderando vidas. Fortalecendo nações.

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Page 1: Empoderando vidas. Fortalecendo nações. · 0,6% por ano, apresentaram crescimento em todos os anos do período 2011-2015. Em contrapartida, o subíndice de Renda teve uma queda

Empoderando vidas.Fortalecendo nações.

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INTRODUÇÃO

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil baseia-se exclusivamente nos Censos Demográficos, realizados de 10 em 10 anos, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando a necessidade de gestores públicos, pesquisadores e cidadãos terem uma análise mais atualizada das tendências dos indicadores no país, nas unidades da federação e em regiões metropolitanas, foi criado o Radar IDHM, com o intuito de atender à demanda pelo monitoramento das tendências desse índice e de seus componentes para os anos intercensitários. Nesse sentido, este texto traz algumas análises dessas tendências para o período de 2011 a 2015.

O Radar IDHM utiliza as informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), também do IBGE, que, divulgada anualmente, apresenta uma estrutura de questionário bastante similar aos questionários utilizados nos Censos Demográficos1. Espera-se, com o Radar, qualificar o desenho e a produção de políticas públicas, apoiando o trabalho de gestores, pesquisadores e acadêmicos que se dedicam a avaliar o impacto das políticas de bem estar no Brasil contemporâneo.

Além do IDHM e seus três subíndices – IDHM Educação, IDHM Longevidade e IDHM Renda – o Radar IDHM disponibiliza um conjunto de 60 indicadores socioeconômicos que permitem ampliar a análise do desenvolvimento humano nas áreas estudadas2. Por limitações impostas pela característica amostral da pesquisa, são disponibilizados os dados somente para Brasil, Unidades da Federação, 9 regiões metropolitanas e o DF3.

1 A compatibilização entre os dados do Censo Demográfico e da PNAD não é perfeita no que se refere à representatividade. Dado que a amostra da PNAD é significativamente menor em relação aos dados da amostra do Censo, isso pode gerar vieses ou imprecisões, fazendo com que algumas estimati-vas sejam divergentes, a depender do tema ou quesito de interesse.2 O Banco de Dados completo pode ser acessado no site www.atlasbrasil.org.br.3 RM Belém, RM Fortaleza, RM Recife, RM Salvador, RM Belo Horizonte, RM Rio de Janeiro, RM São Paulo, RM Curitiba, RM Porto Alegre e Distrito Federal. A amostra da PNAD considera o DF uma Região Metropolitana porém não cobre os 22 municípios vizinhos ao DF, apesar de esses municípios pertencerem oficialmente à Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE-DF) e somarem cerca de 1,1 milhão de habitantes em 2010 (aproximadamente 31% da população total da RIDE-DF). Nas demais RMs, o número de municípios considerados pela PNAD não corresponde, necessa-riamente, à composição legal das RMs, conforme legislação complementar de referência.

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ANÁLISE GERAL DA TENDÊNCIA DE

EVOLUÇÃO DO IDHM NO BRASIL

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2www.atlasbrasil.org.br Agosto/2017• •

Em 2015, de acordo com esses dados, o IDHM do Brasil parou de crescer e estagnou em 0,761 (Gráfico 1), na faixa de alto desenvolvimento humano. Até o ano de 2014, o IDHM do país apresentava crescimento contínuo, mas, dada a queda observada na dimensão Renda para o ano de 2015, o índice não cresceu, apesar da melhora nas dimensões Longevidade e Educação.

A taxa média de crescimento anual do IDHM entre 2011 e 2015 foi de 0,8%, inferior à observada entre 2000 e 2010 (Tabela 1), que foi de 1,7%.

Das três dimensões que compõem o IDHM, os subíndices referentes à dimensão Educação, com crescimento médio anual de 1,3%, e da dimensão Longevidade, que evoluiu a uma taxa de 0,6% por ano, apresentaram crescimento em todos os anos do período 2011-2015.

Em contrapartida, o subíndice de Renda teve uma queda de 0,012 entre 2014 e 2015, apresentando crescimento anual médio de 0,4% entre 2011 e 2015.

Tanto no caso do IDHM, quanto de seus três subíndices – Longevidade, Educação e Renda –, a taxa média de crescimento anual no período 2011-2015 foi inferior à observada no período 2000-2010.

0,500

0,625

0,750

0,875

1,000

2011 2012 2013 2014

IDHM-EIDHM-L IDHM-RIDHM

Fonte: Elaboração própria.

0,820 0,825 0,831 0,836

0,7380,745 0,754 0,761

0,676

0,7180,735 0,741

0,730

0,6810,696 0,706

2015

0,761

0,841

0,729

0,713

GRÁFICO 1 EVOLUÇÃO DO IDHM E SEUS ÍNDICES COMPONENTES NO BRASIL (2011 A 2015)

2011

2014

2013

2012

2010

2000

1,2% 3,4% 0,7% 1,7%taxa média decrescimento

EducaçãoLongevidade Renda IDHM

0,676

0,681

0,6960,831

0,836 0,706

0,456

0,637

0,727

0,816

0,692

0,739

0,730

0,735

0,741

0,825

0,820 0,718 0,738

0,745

0,754

0,7610,761

0,612

0,727

Subíndices

taxa média decrescimento 1,3%0,6% 0,4% 0,8%

Fonte: Elaboração própria.

2015 0,841 0,713 0,729 0,761

TABELA 1IDHM E SEUS SUBÍNDICES - BRASIL 2011A 2015 E 2000 A 2010

RADAR IDHM

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LONGEVIDADE

O subíndice da dimensão Longevidade é calculado a partir de um único indicador, a esperança de vida ao nascer. Embora esse indicador tenha continuado a crescer no período 2011-2015 e a esperança de vida tenha passado de 74,2 anos para 75,4 anos, a taxa média de crescimento anual foi menor entre 2011 e 2015 (0,5%) do que no período 2000-2010 (Tabela 2).

Para esse crescimento contribuiu a queda da mortalidade infantil (até 1 ano de idade), observada em ambos os períodos, embora também com taxa de decrescimento menor no período mais recente, apresentando queda de 5,6% ante 5,8%. Em 2011 a mortalidade infantil era de 16,4 óbitos por mil nascidos vivos, recuando para 13,8, em 2015 (Gráfico 2).

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4www.atlasbrasil.org.br Agosto/2017• •

LONGEVIDADE

70

80

70

80

2011 2012 2013 2014 2015

esperança de vida mortalidade infantil

17,5

12,5

78,5

72,5

75

espe

ranç

a de

vid

a (A

NO

S)

mor

talid

ade

infa

ntil

(PO

R M

IL N

ASCI

DO

S VI

VOS)

16,4315,69

15,02

14,474,2 74,5274,84

75,14

Fonte: Elaboração própria.

75,14 75,44

13,82

20

15

10

GRÁFICO 2ESPERANÇA DE VIDA E MORTALIDADE INFANTIL, BRASIL, 2011 A 2015

TABELA 2ESPERANÇA DE VIDA E MORTALIDADE INFANTIL, BRASIL, 2011 A 2015 E 2000 A 2010

2011

2014

2012

2013

2010

2000

74,2

74,5 15,7

74,8

75,1

0,5%

68,6

73,9

0,7%

16,7

-5,8%

15,0

14,4

-5,6%

30,6

16,4

taxa média decrescimento

esperança de vida ao nascer

(anos)

mortalidadeinfantil

(por milnascidos vivos)

taxa média decrescimento

75,4 13,82015

Fonte: Elaboração própria.

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EDUCAÇÃO

O subíndice da dimensão Educação é a síntese de dois outros subíndices – o de Escolaridade e o de Frequência Escolar. O primeiro refere-se à escolaridade da população adulta, medida pela proporção de pessoas de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo. No período 2011-2015, apresentou taxa média de crescimento anual de 0,8%, inferior à observada no período 2000-2010, que foi de 3,3%. Em 2015, 37% da população acima de 18 anos não possuía o ensino fundamental completo.

Já o subíndice de Frequência Escolar é composto por 4 indicadores, referentes às proporções de crianças de 5 a 6 anos de idade frequentando a escola, de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais (2º ciclo) do ensino fundamental, de adolescentes de 15 a 17 anos com fundamental completo e de jovens adultos de 18 a 20 anos com o ensino médio completo. No período 2011-2015, esse subíndice, apresentou taxa média de crescimento anual de 1,6%, inferior à observada no período 2000-2010.

Note-se que o subíndice da Frequência Escolar tem avançado mais do que o da Escolaridade, refletindo políticas públicas que incentivam o acesso e frequência à escola da população mais jovem. Também chama a atenção o fato de que no período 2000-2010 ambos subíndices, de Escolaridade e Frequência Escolar, avançaram em medida quase igual, 3,3% e 3,5% respectivamente. Já no período 2011-2015 o desempenho do subíndice de Frequência Escolar (1,6%) foi o dobro do de Escolaridade (0,8%).

Em 2015, enquanto 94,3% das crianças de 5 a 6 anos estavam frequentando a escola e 91% das crianças de 11 a 13 anos frequentavam o 2º ciclo do ensino fundamental, apenas 66% dos adolescentes de 15 a 17 anos tinham concluído o fundamental e 52,5% dos jovens de 18 a 20 anos tinham o ensino médio completo.

Cabe notar que os índices de frequência escolar relativos aos adolescentes e jovens-adultos, além de situarem-se em patamares mais baixos, vêm apresentando taxas inferiores de crescimento em relação ao período 2000-2010, sinalizando que os problemas de atraso e abandono escolar dessas faixas etárias, apresentados em 2010 pelos dados censitários, continuam presentes.

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6www.atlasbrasil.org.br Agosto/2017• •

EDUCAÇÃO

2011

2014

2012

2013

2010

2000

índice de escolaridade

frequência escolar

índice defrequência

escolar5 a 6

na escola

11 a 13 nos anos

finais do ens. fundamental

15 a 17 com ens.

fundamental

18 a 20 com ens. médio

0,609

0,602 0,723 91,5% 87,2% 62,6% 48,0%

0,617

0,618

0,8%

0,398

0,549

3,3%

0,686

3,5%

91,1%

2,5%

84,9%

3,7%

57,2%

3,7%

41,0%

5,1%

0,740

0,754

1,6%

0,488

93,0%

93,7%

0,9%

71,5%

89,2%

90,5%

2,0%

59,1%

2,0%

39,7%

64,2%

65,5%

49,5%

52,0%

2,0%

24,8%

0,712 91,1% 84,2% 61,0% 48,4%

taxa média decrescimento

taxa média decrescimento

indicadores componentes

2015 0,629 0,760 94,3% 91,0% 66,0% 52,5%

Fonte: Elaboração própria.

TABELA 3ÍNDICES DE ESCOLARIDADE E DE FREQUÊNCIA ESCOLAR E COMPONENTES, BRASIL, 2011 A 2015 E 2000 A 2010

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RENDA

No tocante à dimensão Renda, o subíndice é obtido a partir do logaritmo de um único indicador, a renda domiciliar per capita3.

Cresceu a 2,9% ao ano entre 2000 e 2010 e a 1,7% ao ano entre 2011 e 2015 (Tabela 4), apresentando decrescimento de 2014 a 2015.

É importante verificar que, em ambos os períodos, o crescimento da renda domiciliar per capita foi acompanhado pela redução da proporção de pessoas vulneráveis à pobreza. Já em 2015, observa-se o inverso: redução na renda domiciliar per capita de R$ 56,5 e aumento de 2,2 pontos percentuais na proporção de vulneráveis à pobreza (Gráfico 3).

Ainda assim, entre 2011 e 2015 houve uma redução no percentual de pessoas vulneráveis à pobreza da ordem de 4,8%, maior do que a observada entre 2000 e 2010, que chegou a 3,9%. Em 2015, 24,3% dos brasileiros eram vulneráveis, ou seja, viviam em domicílios com renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo, percentual que era de 29,6% em 2011.

3 A renda domiciliar per capita se refere a valores deflacionados para agosto de 2010, data de referência do Censo Demográfico.

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8www.atlasbrasil.org.br Agosto/2017• •

RENDA

500

700

900

500

700

900

2011 2012 2013 2014

renda per capita % de vulneráveis

30

15

800

600

rend

a p

er c

apita

(R$)

% d

e vu

lner

ávei

s

29,6

25,4 24,522,1

698,48

751,68

777,56 803,36

Fonte: Elaboração própria.

0

45

50

746,84

24,3

2015

GRÁFICO 3RENDA PER CAPITA E PROPORÇÃO DE VULNERÁVEIS 4, BRASIL, 2011 A 2015

4 Proporção de vulneráveis se refere à proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo, de agosto de 2010.

TABELA 4INDICADORES DE RENDA - NÍVEL, POBREZA E DESIGUALDADE, BRASIL, 2011 A 2015 E 2000 A 2010

2011

2014

2012

2013

2010

2000

698,48

751,68 25,4 0,53

777,56

803,36

1,7%

592,46

793,87

3,0%

32,6

-3,9%

0,60

-0,6%

24,5

22,1

-4,8%

48,4

0,53

0,52

-0,7%

0,64

29,6 0,53

taxa média decrescimento

taxa média decrescimento

Renda per capita

(R$ de 1/08/2010)

% devulneráveis

Índice de Gini

2015 746,84 24,3 0,52

Fonte: Elaboração própria.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Radar IDHM obtido a partir dos dados das PNADs, aponta para uma tendência de avanço do desenvolvimento humano, refletido nos principais indicadores socioeconômicos do país no período de 2011 a 2015, ainda que, em 2015, a renda per capita tenha diminuído e a pobreza tenha aumentado.

Entre as dimensões do desenvolvimento humano, quase todos os indicadores apresentaram taxa de crescimento anual inferior à observada para o período intercensitário. Isso significa que entre 2011 e 2015 há melhoras em quase todos os quesitos, mas a um ritmo inferior ao observado entre 2000 e 2010.

Especial atenção deve ser dada aos indicadores relativos à pobreza, emprego e renda, considerando o momento de desafios políticos e econômicos enfrentados pelo país. Os dados trazidos pelas PNADs mostram que houve redução na renda per capita da população brasileira (passando de R$ 803,36 em 2014 para R$ 746,84 em 2015) e ingresso de 4,1 milhões de pessoas na pobreza5, sendo que, deste total, 1,4 milhão de pessoas ingressaram na extrema pobreza6. Esses dados alertam para a necessidade as políticas públicas voltadas ao crescimento do emprego e da renda, sem deixar de lado o combate à desigualdade, tendo em vista a estagnação do índice de Gini entre 2014 e 2015.

Espera-se que os resultados trazidos pelo Radar IDHM, e pela análise de tendências deles decorrente, estimulem o desenho e a implementação de políticas públicas que contribuam para gerar avanços na realidade social e econômica do país, com redução das desigualdades socioespaciais e ampliação das oportunidades de inclusão social, visando o bem-estar da população brasileira e evitando retrocessos.

5 Proporção de pobres se refere à proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a um quarto de salário mínimo, de agosto de 2010.6 Proporção de extremamente pobres se refere à proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$70,00 de agosto de 2010.

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