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Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007 Informativo oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul Emenda Constitucional n” 29: um grande avanço para a saœde Wirlande da Luz, da Comissªo de Tomada de Contas, e Napoleªo Salles, consultor parlamentar, participaram do manifesto A EC 29 deveria ser regulamentada no projeto original, mas foi modificada pela Câmara dos Deputados A regulamentaçªo da Emenda Cons- titucional 29, aprovada em 31 de outu- bro, prevŒ que o valor serÆ dividido ao longo de quatro anos e elevarÆ o orça- mento do setor, neste período, de R$ 47 bilhıes para R$ 71 bilhıes. O Projeto segue agora para anÆlise do Senado. A EC 29 representou um importante avanço para diminuir a instabilidade no financiamento que o setor de saœde en- frentou a partir da Constituiçªo de 1988, bem como uma vitória da sociedade na questªo da vinculaçªo orçamentÆria como forma de diminuir essa instabili- dade. Confira a reportagem comple- ta na pÆgina 3. Entrevista com Dr. Reinaldo Ayer Dr. Reinaldo Ayer de Oliveira Ø o entrevistado desta ediçªo. Ele falou sobre o exame do CREMESP que avalia os egressos das faculdades de medicina e sobre a qualidade do ensi- no mØdico no país. PÆginas 6 e 7. Dr. Reinaldo Ayer de Oliveira SAMU atendeu mais de 350 mil ocorrŒncias em um ano Quase 90% das ocorrŒncias violentas tŒm como causa o Ælcool e as drogas, de acordo com relatório do Serviço. PÆgina 4. Cerca de 250 acidentes com moto sªo atendidos todo mŒs Anestesista se destaca em competiçıes de nataçªo O mØdico Marcos Leite Gomes, hÆ cerca de 10 anos começou a pra- ticar o esporte e atualmente parti- cipa de todas as competiçıes esta- duais, nacionais e mundiais. Dou- tor Marcos Ø o œnico representante da categoria master do Mato Gros- so do Sul. PÆgina 5. O atestado falso e os problemas dele derivados O advogado do CRM-MS, An- drØ Borges, traz neste artigo os pre- juízos causados por atestados gra- ciosos. Leia a matØria na ínte- gra na pÆgina 1 1.

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Page 1: Emenda Constitucional n” 29: um grande avanço …...Nªo basta somente as Entidades que representam os mØdicos se envolverem com os temas de interesse da profissªo e de políticas

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007Informativo oficial do Conselho Regionalde Medicina de Mato Grosso do Sul

Emenda Constitucional nº 29:um grande avanço para a saúde

Wirlande da Luz, da Comissão de Tomada de Contas, e Napoleão Salles, consultor parlamentar, participaram do manifesto

A EC 29 deveria serregulamentada no projetooriginal, mas foi modificadapela Câmara dos Deputados

A regulamentação da Emenda Cons-titucional 29, aprovada em 31 de outu-bro, prevê que o valor será dividido aolongo de quatro anos e elevará o orça-mento do setor, neste período, de R$ 47bilhões para R$ 71 bilhões. O Projetosegue agora para análise do Senado.

A EC 29 representou um importante

avanço para diminuir a instabilidade nofinanciamento que o setor de saúde en-frentou a partir da Constituição de 1988,bem como uma vitória da sociedade naquestão da vinculação orçamentáriacomo forma de diminuir essa instabili-dade. Confira a reportagem comple-ta na página 3.

Entrevista comDr. Reinaldo Ayer

Dr. Reinaldo Ayer de Oliveira é oentrevistado desta edição. Ele falousobre o exame do CREMESP queavalia os egressos das faculdades demedicina e sobre a qualidade do ensi-no médico no país. Páginas 6 e 7.

Dr. Reinaldo Ayer de Oliveira

SAMU atendeu maisde 350 mil ocorrências

em um anoQuase 90% das ocorrências violentas têm como

causa o álcool e as drogas, de acordo com relatóriodo Serviço.

Página 4.Cerca de 250 acidentes com moto são atendidos todo mês

Anestesista sedestaca em

competições denatação

O médico Marcos Leite Gomes,há cerca de 10 anos começou a pra-ticar o esporte e atualmente parti-cipa de todas as competições esta-duais, nacionais e mundiais. Dou-tor Marcos é o único representanteda categoria master do Mato Gros-so do Sul. Página 5.

O atestado falsoe os problemasdele derivadosO advogado do CRM-MS, An-

dré Borges, traz neste artigo os pre-juízos causados por atestados �gra-ciosos�. Leia a matéria na ínte-gra na página 11.

Page 2: Emenda Constitucional n” 29: um grande avanço …...Nªo basta somente as Entidades que representam os mØdicos se envolverem com os temas de interesse da profissªo e de políticas

ExpedienteInformativo oficial do ConselhoRegional de Medicina de Mato

Grosso do SulPresidente: Conselheiro Sérgio Renato de Almeida CoutoVice-Presidente: Conselheiro Antônio Carlos Bilo1º Secretário: Conselheiro Juberty Antônio de Souza2º Secretário: Conselheiro Luis HenriqueMascarenhas MoreiraTesoureira: Conselheira Denise Aparecida de AlmeidaTamazato2º Tesoureiro: Conselheiro Celso Rafael GonçalvesCodornizCorregedora Geral: Conselheira Cláudia Emília LangCorregedor Adjunto: Conselheiro Moacyr BassoJúniorConselheiros-Efetivos: Elson Yamasato, Gil PacificoTognini, Flávio Renato Rocha de Lima, José Luiz SaldanhaMoreira, Laudison Perdomo Lara Spada, Leidniz Guima-rães da Silva, Luciano Freire de Barros, Lúcio Mario daCruz Bulhões, Luiz Henrique Mandetta, Maria CláudiaMourão Santos Rossetti, Marcos Paulo Tiguman, Mau-rício de Barros Jafar, Moacyr Battistetti, Pedro EuricoSalgueiro, Renato Lúcio Martins, Walter AugustoMartinhoConselheiros-Suplentes: Alberto Cubel Brull, CarmenSandra Mequi, Denise da Silva Gualhanone Nemirovsky,Claudia Emilia Lang, Celso Rafael Gonçalves Codorniz,Eltes de Castro Paulino, Joel Martinez Peixoto, José An-tônio de Carvalho Ferreira, Laércio Tadeu Ferreira deMiranda, Luciana Reis Vaz de Moura Covre, Luiz FelipeTerrazas Mendes, Luis Henrique Mascarenhas Moreira,Luzia da Silva Santana, Manuel Gaspar Manso Perez,Maria Aparecida dos Santos Pires, Maria Denise Berri deOliveira, Moacyr Basso Júnior, Oldemiro Hardoim Júnior,Orozimbo Silva Neto, Renate Vogl HargesheimerJornalista Resp.: Maria Alice Raposo - DRT: 169/MSEditoração e Programação Visual: Marcelo Fialho [email protected]

Médicos que quiserem enviar sugestões para oJornal do Médico devem encaminhá-las para oe-mail [email protected], ou pelo correio aoendereço: Rua Des. Leão Neto do Carmo, nº 305,Parque dos Poderes - CEP: 79037-100

Editorial

Neste dia 21 de novembro as três entidades médi-cas, impulsionadas pelos movimentos do nordeste dopaís, deram início a uma mobilização nacional dosmédicos credenciados pelo SUS, os quais saíram emprotesto contra a baixa remuneração da tabela SUS, afavor da criação de um Plano de Cargos, Carreiras eimplantação de um piso salarial de cerca de 6,9 milreais por 20 horas semanais e, principalmente, pormelhorias nas condições de trabalho.

A Comissão Nacional Pró-SUS, assim como asComissões Estaduais, coordenará paralisações nospróximos três meses, com intuito de conscientizar apopulação sobre a necessidade da ampliação dos in-vestimentos na área de saúde.

Nosso país é um dos que menos aplica recursosna área da saúde, com cerca de 220 dólares per capi-ta/ano, ficando atrás da Argentina, com mais de 500dólares per capita/ano. Sabemos que a CPMF nãocumpre seu papel que é, principalmente, subsidiar aspolíticas públicas de saúde.

A Emenda Constitucional 29, que determina quan-to e onde deverão ser aplicados os recursos da saúde,deveria ser regulamentada no projeto original mas foimodificada na Câmara dos Deputados, dividindo omontante de recursos e ampliando o tempo de aplica-ção: cerca de 20 bilhões de reais que deveriam chegarno próximo ano, somente entrarão nos cofres do Mi-nistério da Saúde em 2011.

Deduzimos que a aprovação da Emenda 29 pelaCâmara dos Deputados foi um possível acordo paraque seja prorrogada a cobrança da CPMF, pois estaainda depende da aprovação no Senado Federal. Osquatro bilhões de reais que entrarão no próximo anopara o caixa da saúde, com a modificação da Emenda,

Sérgio Renato de A. CoutoPresidente do CRM-MS

pelo deputado Guilherme Menezes (PT-BA), serão in-suficientes. Até quando deixaremos ser enganados?

Os parcos recursos liberados para a Saúde são malgeridos, impossibilitando a realização de projetos es-senciais para a saúde da população. Os hospitais pú-blicos e principalmente as Santas Casas de todo o Brasil,continuam sucateados e superlotados de pacientes peloscorredores à espera de um tratamento digno e umachance de sobrevivência.

Os médicos são uma das categorias mais atingidaspela crise na saúde, principalmente aqueles que aten-dem na ponta, ou seja, os que atendem em postos desaúde, em emergências, ambulatórios etc.

Na maioria das vezes assumem responsabilidadesque não lhe são pertinentes e que devem, como prevêo Código de Ética Médica, fazer o melhor que podempelos pacientes.

A preocupação com vagas em UTIs, transferênci-as de pacientes, falta de medicamentos e equipamen-tos, fato que é desconhecido pela população, não éatribuição do médico.

A sua remuneração é incompatível com o risco queestão correndo por estarem trabalhando em condiçõesprecárias. E o agravante é que não dá tempo para pro-testar, para reivindicar e, principalmente, para cuidarde si próprio.

Incrível, não é mesmo? O livro lançado pelo CFMintitulado �A Saúde do Médico no Brasil�, mostra-nosdados estarrecedores: metade dos médicos entrevista-dos apresenta distúrbios mentais e comportamentais, quevariam desde ansiedade até depressão. As causas paraisso são: ambiente de trabalho estressante e dificuldadespara cuidar da sua saúde adequadamente, em face dossobressaltos, da estafa e do estresse crônico.

Aonde vamos parar com isso? As Faculdades deMedicina, a cada dia que passa, colocam mais médi-cos no mercado. Quase somos os recordistas mundi-ais em número de Faculdades de Medicina (171 facul-dades, na última pesquisa), só perdendo para a Índia.

Existem mais de 8.000 brasileiros estudando me-dicina fora do país (América do Sul e Cuba), que pres-sionam o Governo a recertificarem seus diplomas eretornar ao país regularizados. O problema não é só omercado de trabalho, mas também a qualidade domédico que está voltando ao país.

Logo, estaremos com o trânsito livre de médicospertencentes aos países do MERCOSUL.

Este cenário desanimador tem uma solução!A participação dos médicos nessas discussões é de

suma importância na resolução dos nossos problemas.Não basta somente as Entidades que representam

os médicos se envolverem com os temas de interesseda profissão e de políticas de saúde, todos nós temosque mostrar a nossa unidade em questões como estase trazer a população do nosso lado como aliado emum interesse comum.

Agora com: Notícias atualizadas diariamente � Artigos � Galeria de Fotos �Além de Certidão de quitação � 2ª via de anuidade � Acompanhamento de

recursos e processos � Oferta de empregos

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 20072 Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

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Câmara Federal aprova mais 24 bilhões para a saúde

Geral

A emenda ainda dependeda aprovação noSenado Federal

 Com 291 votos favoráveis, 111 contrári-os e uma abstenção a Câmara aprovou a re-gulamentação da Emenda 29, que garantiráR$24 bilhões para a Saúde até 2011. Aprova-da em 2000, durante o governo FHC, a emen-da não estabelecia o que era gasto em saúdee determinava que o investimento da Uniãodeveria ser fixado por meio de lei comple-mentar, que só foi aprovada no dia 31 deoutubro de 2007, após sete anos.

O projeto foi discutido na Câmara duran-te vários anos. Mesmo pronta para votação,a proposta só foi incluída na pauta do Plená-rio no primeiro semestre de 2006. O Projeto,além de definir o que são ações específicasde saúde e fechar as brechas para desviosde recursos do setor, muda a forma de corre-ção do orçamento da saúde de PIB Nominal,como é hoje, para 10% das receitas corren-tes brutas.

Pela medida, o orçamento do Ministérioda Saúde será de R$ 72 bilhões, contra os R$47 bilhões de atualmente. Além de estabele-cer que União, Estados e municípios nãopoderão contabilizar, a partir do próximo ano,gastos que não são propriamente de saúde,

como merenda escolar, restaurante popular,pagamento de inativo, cestas básicas, entreoutros. No orçamento destinado à saúde, osEstados deverão gastar 12% de sua receita,e os municípios, 15%. Entre as ações permi-tidas estão a vigilância em saúde (inclusiveepidemiológica e sanitária); a capacitação depessoal do Sistema Único de Saúde (SUS); aprodução, aquisiçãoe distribuição de me-dicamentos, sanguee derivados; a ges-tão do sistema pú-blico de saúde; asobras na rede físicado SUS e a remune-ração de pessoal ati-vo em exercício nosetor.

Em 2009, o re-passe adicionalserá de R$ 5 bilhões; subindo para R$ 6 bi-lhões em 2010 e R$ 9 bilhões em 2011, so-mando R$ 24 bilhões extras para a saúde nospróximos quatro anos. Os recursos viriamda elevação gradual dos percentuais da Con-tribuição Provisória sobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF) destinados à saúde.

De acordo com levantamento realizadopela consultoria técnica da Comissão de Fi-nanciamento e Orçamento - COFIN/CNS, apedido do Conselho Nacional de Saúde, osgastos de ações em serviços de saúde na

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007 3Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

Movimento em Brasília pede pela regulamentação da Emenda Constitucional 29

esfera federal após a vigência da EC 29 tive-ram uma ligeira oscilação, ficando em tornode 1,85% do Produto Interno Bruto, o querepresenta uma estabilidade desses gastosem relação ao PIB. Já os gastos Estaduaisapresentaram um crescimento, passando de0,57% do PIB em 2000 para 0,79% do PIB em2003, enquanto os gastos municipais passa-

ram de 0,67% doPIB para 0,91% doPIB no mesmo perí-odo, segundo da-dos do SIOPS.

Dentre os meca-nismos de controlee fiscalização, o pro-jeto determina queos poderes executi-vos deverão divul-gar na Internet asprestações de con-

tas dos recursos aplicados na saúde. O ges-tor do SUS em cada esfera de governo deve-rá apresentar quadrimestralmente, ao Con-selho de Saúde correspondente e à CasaLegislativa respectiva, um relatório detalha-do com informações sobre o montante apli-cado, as auditorias realizadas e a oferta deserviços.

A aprovação da proposta do governoagradou ao ministro da Saúde, José GomesTemporão, que acompanhou a votação noplenário da Câmara. �Essa é uma vitória im-

portante para a saúde. Demos um passo sig-nificativo em uma matéria que estava paradahavia quatro anos no Congresso Nacional�,disse. Para Temporão, a elevação das alíquo-tas da CPMF resgatará a concepção originaldo tributo, que é financiar a saúde.

Para o deputado Darcisio Perondi(PMDB-RS), presidente da Frente Parlamen-tar da Saúde, a proposta ajudará a amenizara crise na saúde, mas será insuficiente paraatender às necessidades do setor. O deputa-do argumentou que o governo deveria re-passar, já no primeiro ano, os R$ 9 bilhõesprevistos para 2011, não os R$ 4 bilhões apro-vados. �A crise é agora, os doentes preci-sam de atendimento agora e não daqui a trêsanos�, avaliou.

Perondi disse que agora os integrantesda frente parlamentar que não concordamcom a proposta tentarão fazer com que ossenadores aumentem os repasses da Uniãopara a saúde. �A proposta é ruim, porque avinculação dos recursos é precária. Ajudaum pouco, minora a crise, mas não resolve�,comentou.

Segundo Temporão, o Ministério da Saú-de gostaria de ter muito mais recursos à dis-posição do que os aprovados pela Câmara.Ele ressaltou a importância da Frente Parla-mentar da Saúde em lutar por mais recursos,mas observou que a entidade não pode ne-gar que o aumento da verba a ser repassadapela União representa um avanço.

�Os gastos de ações em serviços desaúde na esfera federal após a

vigência da EC 29 tiveram umaligeira oscilação, o que representauma estabilidade desses gastos em

relação ao PIB�

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Geral

SAMU atendeu mais de 350 mil ocorrências em um anoO SAMU (Serviço de Atendimento Mó-

vel de Urgência) conta com cerca de 240profissionais. São enfermeiros, técnicosde enfermagem, administrativos, auxilia-res de regulação médica, motoristas, ope-radores de frota, médicos, além de 14ambulâncias de suporte básico e três desuporte avançado. Para tornar o serviçomais eficiente ainda, tem parceiros comoo Corpo de Bombeiros, a Polícia Rodovi-ária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil,Ministério Público e, claro, os hospitaisda Capital.

O coordenador do SAMU em Campo

Grande, José Eduardo Cury, revela que86% das ocorrências violentas têm comocausa o álcool e as drogas. Cury afirmaque pode dar informações precisas dosproblemas que acontecerão durante todoo dia, tanto o local e horário das ocorrên-cias, quanto os veículos ou característi-cas das pessoas envolvidas. De acordocom ele, os bairros mais violentos são oAero Rancho, Jardim das Meninas, NovaLima, Jardim Noroeste e Dom Antônio, jáos altos da Avenida Afonso Pena são de-sencadeadores de muita violência.

Ações preventivas, como a seguran-ça, a educação, o trânsito e o policiamen-to, repercutem na saúde. O policiamentoostensivo, a repressão, a proibição de ven-da de bebida alcoólica nos altos da Afon-so Pena, entre outros, diminuem os aci-dentes e a violência.

Depois de mais de 30 meses de funci-onamento, o mapeamento mostra que aAvenida Zahran continua sendo a maisperigosa da cidade, que a possibilidade deconversão à esquerda na Avenida Cearádeve ser extinta e que a Avenida ErnestoGeisel é a campeã de ocorrências na ci-dade.

Por mês, aproximadamente 30 mil

Atendimentos � setembro de 2006 a setembro de 2007

ocorrências são atendidas, sendo que 250são acidentes envolvendo motocicletas.Segundo Cury, o DETRAN apresentou re-centemente estatísticas que apontam a re-dução do número de mortes no trânsito,mas isso não significa que a violência di-minuiu. �A morte no trânsito diminuiu por-que o resgate melhorou�, destaca. Ele aindaenfatiza que as multas devem voltar a ser

aplicadas com mais rigor.�Em vez de indústria da mul-ta, costumo chamar de indús-tria da vida�, diz.

Com a melhora do resga-te, aumentou a utilização dasUnidades de Terapia Intensi-va de alta complexidade doshospitais. Por isso, Cury de-fende que o serviço faz partede uma estratégia de induçãoà organização do sistema.�Temos a oportunidade deorganizar a saúde, seja denun-ciando a falta de leitos ou aquantidade de médicos dan-do plantão comparada à ne-cessidade da população. Tam-bém pode-se perceber a de-sorganização da urgência eemergência das cidades do in-terior, pois, segundo ele, hádemanda exagerada de paci-entes de outras cidades paraCampo Grande.

Além dos serviços prestados pelas am-bulâncias e as orientações médicas feitaspelo telefone 192, existe o projeto �SAMUvai à escola�, que visa formar profissio-nais para prestar o primeiro atendimentoe, ao mesmo tempo, fazer ações preven-tivas junto aos alunos. As rodovias ao re-dor da Capital também serão, em breve,atendidas pelo SAMU.

O SAMU conta com 17 ambulâncias para atender aos chamados

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 20074 Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

�Temos a oportunidade de organizara saúde, seja denunciando a falta de

leitos ou a quantidade de médicosdando plantão�

Dr. José Eduardo Cury

�Pode-se perceber adesorganização da urgência e

emergência das cidades dointerior�

Dr. José Eduardo Cury

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Lazer

Médico é o primeiro nadador master do Estado

A natação surgiu da necessidade deentrar na água em busca de alimentos ecomo lugar para fugir dos animais sel-vagens. Em seguida, o esporte foi ensi-nado a pescadores e marinheiros. Em1894, estreou nas Olimpíadas, mas a pri-meira medalha brasileira só foi conquis-tada em 1920.

O anestesista Marcos Leite Go-mes, 29 anos de profissão, começoua nadar para acompanhar as filhasnos treinos e hoje ocupa o sétimolugar no ranking brasileiro na cate-goria 55 anos. Depois de cinco anospraticando a natação, soube que ha-via competição master no Brasil, naAmérica Latina e no mundo todo.

No Circuito Brasileiro,foram quatro medalhas

conquistadas

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007 5Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

Bronze50 metros (costas)4X50metros (livre)Prata100 metros (livre)50 metros (borboleta)100 metros (peito)Ouro200 metros (medley)400 metros (livre)1.500 metros (livre)

No ano seguinte, um clubeda Capi ta l ofereceu umtécnico de natação e um demusculação para os treinos.

A rotina dele compreendeo trabalho médico e o treina-mento quase que diariamente.Marcos só não cai na piscinaaos domingos e, no resto da se-mana, nada entre uma e duashoras e meia por dia. Isso ex-plica a quantidade de medalhase troféus conquistados, são de-zenas todo ano.

Medalhas noMundial

Bronze50 metros (borboleta)100 metros (borboleta)Prata200 metros (borboleta)400 metros (medley)

Medalhas noBrasileiro

No mês de junho, participou da 28ªedição dos Jogos Mundiais de Medicinae Saúde em Agadir, no Marrocos, ondeconquistou três medalhas de ouro, trêsde prata e duas de bronze. �Eu era omais velho e ainda assim fiquei com omelhor índice técnico da competição�,diz.

Na última prova do Circuito Brasilei-ro em Porto Alegre, o anestesista ficouem 6º lugar na prova 50 metros nado li-vre, 3º lugar nos 50 metros nado borbo-leta, 3º lugar nos 100 metros nado bor-boleta, 2º lugar nos 200 metros nado bor-boleta e 2º lugar nos 400 metros medley.Quanto fôlego!

Durante o Congresso Brasileiro deClubes, que aconteceu em Campinasentre os dias 1º e 4 de novembro, foramescolhidos cinco atletas amadores parareceberem homenagem e Marcos Go-mes foi um deles. O troféu foi entreguepor Thiago Pereira, eleito recentementeo melhor nadador do ano. �Foi muitoemocionante�, ressalta.

O médico-atleta destacaque o esporte deve ser pra-ticado por todas as pessoas,não importa a idade. �O es-porte é salutar, muito impor-

Doutor Marcos Gomes, ao lado do nadador profissional Thiago Pereira,momentos antes de receber o troféu

Em todas as competições que o médicoparticipa, traz medalhas para Campo

GrandeDEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS

DO EXERCÍCIO DE 2007

RECEITA 2007 DESPESA 2007

jan/07 471.817,50 240.251,54

fev/07 317.183,62 177.907,71

mar/07 224.041,51 252.273,03

abr/07 224.612,95 148.341,78

mai/07 93.670,01 130.652,06

jun/07 29.177,26 101.535,24

jul/07 56.907,22 82.455,53

ago/07 105.816,01 112.749,01

set/07 30.356,56 89.710,03

out/07 20.841,21 113.100,55

nov/07 - -

dez/06 - -

TOTAL 1.574.423,85 1.448.976,48

Hendrix F. NogueiraContador do CRM/MS - CRC/MS 6833/O

* As contas do CRM-MS estão todas em dia peranteo Conselho Federal de Medicina e estão disponíveis para consulta no site www.crm-ms.org.br

tante na vida de todo ser humano. Quempuder, faça qualquer tipo de esporte por-que vale à pena. É importante competir,nossa vida é uma eterna competição�,explica.

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Entrevista

O entrevistado desta edição é o Dr. Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador da Câmara Técnica de Bioética doConselho Regional de São Paulo, o CREMESP. Formado em 1970 pela faculdade de medicina da UNESP

(Universidade Estadual Paulista), fez residência em cirurgia geral, em cirurgia cardíaca e assumiu como professor nafaculdade de medicina no fim dos anos 70. Desde o ano 2000 atua na USP (Universidade de São Paulo) na área deética médica e bioética. Doutor Reinaldo Ayer é um dos coordenadores do projeto do CREMESP que visa examinar osegressos dos cursos de medicina.

Reinaldo AyerJornal do Médico: Qual o his-

tórico deste exame real izadopelo CREMESP?

R e i n a l d oAyer: Já esta-mos na terceiraedição da pro-va. Quando nósassumimos aatual gestão em2003, tínhamoscomo propostaa avaliação dosegressos dasfaculdades de medicina do estado deSão Paulo. Nos anos 2004 e 2005nós discutimos comas ent idadesm é d i c a suma ma-

neira de fazer esta avaliação comos alunos do 6º ano. Então no finalde 2005 nós fizemos a primeira ava-

l iação, em se-guida em 2006 eem 2007 tam-bém.

JM: Como aprova é elabora-da?

RA: O exametem caráter expe-rimental. O CRE-

MESP tem uma comissão que cuida dis-to. Na verdade, o Conselho cuida da or-ganização da prova. Quem elabora a

prova é a Fundação Carlos Cha-gas, que tem grande experiên-

cia com provas e concursos.A primeira etapa conta comuma prova teórica comquestões nas áreas de pe-diatria, ortopedia, gineco-logia e obstetrícia, cirur-gia geral, clínica médica,saúde pública, saúdemental, bioética e ciên-cias básicas. Já a se-gunda prova simula si-

tuações clínicas eproblemas práti-

cos, engloban-do ques-

tões nas áreas de pediatria, clínica mé-dica, cirurgia, saúde mental, ginecologiae obstetrícia, e bioética. Quem alcança60% dos pontos na primeira prova, pas-sa para a segunda fase, a prática.

JM: No exame da OAB (Ordemdos Advogados do Brasil) os ad-vogados não aprovados ficam limi-tados à licenciatura. O que acon-teceria com o médico não aprova-do?

RA: A participação é opcional enão é um pré-requisito para a habilita-ção do médicoao exercício pro-fissional da me-dicina. O estu-dante aprovadorecebe um certi-ficado, que podeser útil no currí-culo pessoal eno mercado detrabalho. Nósoferecemos asmédias das es-colas para se-rem publicadas. O estudante recebeem casa a nota obtida, comparadacom a média da escola dele e compa-rada com a média das escolas. Esteexame ainda não é obrigatório e só po-deria ser legalizado se fosse realizadoem todo Brasil.

JM: Existe a intenção de tor-nar obrigatório o exame em todopaís?

RA: Esta vinda ao Mato Grosso doSul é parte de uma proposta do CRE-MESP de divulgar os resultados ecomo a prova foi feita, para que ou-tros estados façam a adesão. O Espí-

rito Santo vai realizar o exame nestefim de ano, nos moldes do CREMESP.A idéia é discutir a possibilidade de fa-zer este exame se tornar nacional, nãovamos impor nada, até porque esta éuma decisão que depende do Conse-lho Federal de Medicina (CFM).

JM: Qual o perfil do candidatoque faz a prova?

RA: Durante a realização da se-gunda etapa os participantes respon-deram a um questionário, que permi-tiu traçar o perfil dos estudantes de

sexto ano e re-c é m - f o r m a d o sque aderiram aoexame. Divididosde forma homo-gênea entre ho-mens e mulheres,os participantessão jovens(47,5% com me-nos de 24 anos e48,6% com me-nos de 29 anos);solteiros (95%);

brancos (80%); moram com os pais(72,5%); têm renda familiar elevada(33,5% acima de 30 salários mínimose 26% de 21 a 30 salários mínimos);os pais têm curso superior (82%); cur-saram o ensino médio em escola par-ticular (86,7%) e falam inglês (80%).

JM: Quais foram os resultadosobtidos?

RA: No primeiro exame nós obtive-mos a média 7. No segundo exame asmédias caíram para 6,4 e os resultadosdeste ano ainda não ficaram prontos,mas já percebemos que caiu muito.Em 2005, 31% dos examinados foram

�A segunda prova simulasituações clínicas e problemaspráticos, englobando questões

nas áreas de pediatria, clínicamédica, cirurgia, saúde mental,

genecologia e obstetrícia, ebioética.�

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 20076 Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

�Este exame ainda não é

obrigatório e só poderia ser

legalizado se fosse realizado

em todo Brasil�

Page 7: Emenda Constitucional n” 29: um grande avanço …...Nªo basta somente as Entidades que representam os mØdicos se envolverem com os temas de interesse da profissªo e de políticas

� Houve uma pioraconsiderável na qualidadede formação�

Dr. Reinaldo Ayer de Oli-veira, coordenador daCâmara Técnica de Bioéti-ca do Conselho Regionalde São Paulo, o CREMESP

renças entre as escolas. Existem es-colas tradicionais, nas quais as médi-as ficam acima de 70%. Entretanto,outras escolas que não têm tradiçãomuito grande, são mais novas, sem umcorpo docente totalmente habilitado, amédia cai e o número de aprovadosna segunda fase é menor.

JM: Qual o maior objetivo destaavaliação?

RA: O principal objetivo do CRE-MESP é mostrar para a sociedadequem é o médico que ela está rece-bendo. Nosso exame não pode classi-ficar os indivíduos como bacharéis oulicenciados, como acontece com osadvogados, mas pode dizer se o can-didato pode ou não exercer a medici-na. É preciso discutir como estamosformando as pessoas que vão cuidarda saúde. A preocupação com o aumentodas denúncias contra médicos em São

reprovados e em 2006, 38% dos no-vos médicos não passaram na prova.Houve, portanto, uma piora conside-rável na qualidade de formação.

Quando comparamos estes resul-tados com os de outros conjuntos deprovas como o Provão e o ENAD, aperformance reflete praticamente osmesmos números obtidos. O interes-sante é que o exame aponta as dife-

Paulo foi o que motivou o CREMESP aimplantar a avaliação do ensino. Em 11anos, o número cresceu 150%. Em 2005,foram recebidas 3.855 denúncias, 2.346a mais que em 1995, quando o Conselhoregistrou 1.509 procedimentos.

JM: As escolas que obtiveramnota baixa nos anos anteriores játomaram alguma medida para me-lhorar o ensino?

RA: Algumas escolas ficaram al-tamente preocupadas. Uma escolade São Paulo, a Santa Casa, nãoteve uma média boa no primeiro exa-me. Eles fizeram um trabalho na es-

cola para melhorar a nota. No se-gundo exame foi muito me-

lhor. Mas vimos opropósito de

melhorar oensino, o in-terno fre-qüentar me-lhor o hospi-tal, sem fa-zer cursinho.Mesmo semser lei, oexame trazboas conse-qüências.

JM: Oque as fa-c u l d a d e sde medici-na achamda avalia-

ção?RA: Os alunos entenderam que se-

ria interessante fazer a prova. Poucasescolas foram favoráveis. A maioriaficou apática e algumas foram nitida-mente contra. Tem uma escola que atéincentivou os alunos a não participa-rem do exame.

JM: O que o senhor acha da qua-lidade e da quantidade de faculda-des de medicina no país?

RA: É exagerado o número abso-luto de faculdades no Brasil. Se for-mos pensar na distribuição delas, ve-remos que existem algumas regiõesonde faltam faculdades de medicina.A região centro-oeste, por exemplo,tem déficit de escolas e faltam pro-gramas de residência médica. Luga-res como Rondônia têm espaço parase criar uma faculdade e deve-se pen-sar na possibilidade de ser criada deforma diferente. Porém, São Paulo,Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul eMinas Gerais têm um número exage-rado de escolas. Em uma certa regiãode São Paulo já há um médico paratrezentos habitantes, quando a Orga-nização Mundial de Saúde propõe ummédico para mil. Por outro lado, mes-mo nestas regiões deve-se pensar naqualidade. O problema é que grandeparte das escolas são abertas dentrodo sistema educacional brasileiro queexplora o jovem, com mensalidadescaríssimas.

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007 7Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

Número de denúncias contra médicos no estado de São Paulo

Page 8: Emenda Constitucional n” 29: um grande avanço …...Nªo basta somente as Entidades que representam os mØdicos se envolverem com os temas de interesse da profissªo e de políticas

   Se a intenção do governo, atenden-do princípios ideológicos já ultrapassa-dos, é acabar com a saúde suplementar(planos de saúde) o caminho já está tra-çado, vejamos:

 1 - Controle de preços dos planos(pessoa física)com reajustesclaros e delibera-damente inade-quados que vemano a ano atin-gindo a saúde fi-nanceira dasoperadoras e viade conseqüênciaatingindo toda acadeia de pres-tação de serviços (hospitais, laborató-rios, médicos, etc...).

 2 - Apoio explícito de várias insti-tuições para conseguir o controle dosreajustes pelo governo também paraos planos coletivos (pessoa jurídica),acabando com a livre negociação en-tre operadoras e empresas. Será ocaos.

Coluna do Médico

Planos de Saúde: a conta não vai fechar  3 - A partir de 1998/1999 pela lei

9656 a cobertura da assistência foi pa-dronizada e passou a ser integral, im-pediu a seleção de risco, a variaçãode coberturas e estabeleceu o contro-le dos preços. Lamentavelmente proi-biu o reajuste de mensalidades parapessoas acima de 60 anos que são asfaixas de maior risco. O gasto comos idosos é em média 8 vezes maiorque o dos menores de 18 anos e o ris-co do idoso ser afetado por um eleva-

do gasto para setratar é cerca de30 vezes maiorque o de menores.A referida lei quetem alguns pon-tos positivos é in-justa por conce-der muitos direi-tos para os usuá-rios e não permi-tir os reajustes

adequados, então a conta não vai fe-char.

4 - Devido ao envelhecimento dapopulação com conseqüente aumentodos riscos e a incorporação constantede novas tecnologias e medicamentos,os gastos com a saúde no mundo in-teiro crescem mais que a inflação,como os reajustes dados pelo governo

Wellington PenaforteGeriatra CRM-MS 53

O crescimento dasoperadoras de saúde está

estagnado

GeralInforme sobre o pagamento das anuidades

�Os dirigentes cooperativistas

deveriam apoiar, incentivar e ao

mesmo tempo cobrar mais da

bancada cooperativista no

Congresso Nacional�

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 20078 Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

são embasados na inflação oficialquando deveriam também consideraros custos, então de novo a conta nãovai fechar.

5 - O crescimento das operadorasde saúde está estagnado, inclusive nagrande maioria das Unimeds. Sinal dealerta econômico, pois em qualquersetor de atividade empresarial é ne-cessário sempre crescer.

Pelo exposto acima é inequívocoque o futuro das operadoras não énada promissor, pelo contrário, é pre-ocupante, tanto é verdade que os gran-des bancos deixaram de atuar no mer-cado de planos de saúde.

Se por outro lado não houver a de-liberada intenção política/ideológica deacabar com a saúde complementar eseus mais de 40 milhões de usuários esim incentivá-la para complementar ofragilizado SUS é imperioso que go-verno, operadoras, usuários e cadeiaprestadoras de serviços busquem comurgência compreender e avaliar me-lhor a importância dos planos de saú-de, especialmente as cooperativas mé-dicas, e promovam a necessária re-adequação. Como sugestão, os diri-gentes cooperativistas deveriam apoi-ar, incentivar e ao mesmo tempo co-brar mais da bancada cooperativistano Congresso Nacional, ela está sen-

do subutilizada pelo cooperativismomédico.  Aumenta a responsabilidadede cada um de nós (especialmente dosdirigentes, pois estes detêm cargos,voz e voto), se lembrarmos que alémdas operadoras (Unimeds) temos nosistema as Unicreds. Em maior oumenor grau dependendo da cidadeexiste uma relação e dependência en-tre Unimeds e Unicreds e problemasem uma pode respingar na outra. Coma palavra os nossos dirigentes, en-quanto é tempo!

�É Tempo de União�

O CFM editou, em 13 de setembro de 2006, a Resolu-ção nº 1800 fixando os valores das anuidades e taxas para oano de 2007.

Pessoas jurídicas: Compostas por, no máximo, doissócios, sendo obrigatoriamente um deles médico, cons-tituídas exclusivamente para a execução de consulasmédicas sem a realização de exames complementa-res para diagnóstico, realizados em seu próprio con-sultório e que não mantenham contratação de servi-

ços médicos a serem prestados por terceiros, pode-rão requerer ao Conselho Regional de Medicina desua jurisdição, até 31/03/2007, um desconto de 50%sobre o valor da anuidade fixada no caput do art. 3º,mediante a apresentaçãoi de declaração subscrita pelomédico responsável pela empresa, indicando o seu en-quadramento nessa situação.

O CRM-MS informa aos médicos que o pagamento dasanuidades pode ser feito nas Agências dos Correios.

�Receba as justas homenagens, oapoio e os agradecimentos desta Casade Leis pelos relevantes serviços pres-tados à nossa comunidade, bem comopor defender os interesses corporativosdos médicos e o exercício profissionalético, oferecendo uma boa formaçãotécnica e humanizada, pois a melhor de-fesa da medicina consiste na garantia deserviços médicos de qualidade para apopulação�.

Câmara Municipal deCampo Grande

�A Assembléia Legislativa do esta-do de Mato Grosso do Sul, através dosdeputados unânimes na interpretação emanifestação da expressão dos senti-mentos de nossa população, parabeni-zam e congratulam-se com todos osmédicos que exercem a profissão emMato Grosso do Sul, e que de uma for-ma brilhante e dedicada buscam comsuas ações cuidar da saúde da popula-ção sul-mato-grossense�.

Assembléia Legislativa deMato Grosso do Sul

Câmara e Assembléiacumprimentam

profissionais pelo�Dia do Médico�

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PareceresPARECER CRM/MS N° 07/2007

PROCESSO CONSULTA CRM/MS N° 06/2007ASSUNTO: TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES EM

�CÓDIGO ALFA�.PARECERISTA: CONS. MAURO LUIZ DE BRITTO

RIBEIROEMENTA: �Código Alfa� é a denominação das Centrais

de Vagas no Estado de Mato Grosso do Sul, para a remoçãode pacientes em estado crítico, a hospital de referência com�vaga zero�. A transferência inter-hospitalar de pacientesestá normatizada pela Portaria do Ministério da Saúde n°2048, e pela Resolução do Conselho Federal de Medicina n°1972/2003, devendo ser seguida, obrigatoriamente, por to-dos os profissionais médicos envolvidos.

I � PEDIDO DE PARECERNo dia 05 de abril de 2007, paciente menor com 3 dias de

idade, foi transferida do hospital Nossa Senhora Auxiliadorade Três Lagoas, para a Santa Casa de Campo Grande, em�código alfa�, através da Central Estadual de Regulação deVagas, apesar da Santa Casa ter informado que não poderiareceber a paciente, por não dispor de leitos disponíveis, jáque o CTI de neonatologia estava fechado para reformas, eo berçário intermediário, assim como o CTI de pediatria, en-contravam-se com todos os leitos ocupados.

A justificativa para a transferência foi que a pacientenecessitava ser submetida à cirurgia de urgência, com ne-cessidade de internação em unidade de neonatologia, inter-mediária ou intensiva, que não é disponível naquela cidade,pois apresentava ao nascer, hidrocefalia e defeito de fecha-mento de tubo neural, com exposição de meninges em re-gião sacral, estando, no entanto, estávelhemodinamicamente, sem uso de drogas vasoativas, e comrespiração espontânea sem oxigênio. Segundo documentonos autos, a paciente nasceu de parto cesáreo, com 36 se-manas de gestação e 3 kg de peso sem cartão do recém nato.US gestacional realizado em 09 de janeiro de 2007 eviden-ciou cisto em plexo coróide em hemisfério cerebral esquer-do.

Realizada a transferência, ao chegar à Santa Casa emCampo Grande, não havia onde colocar a paciente, já que,como informado anteriormente à central estadual deregulação, não havia leito disponível onde a paciente pu-desse ser acomodada. Isto gerou insatisfação nos familia-res, que conseguiram autorização judicial para internaçãoda paciente na Santa Casa, que não tinha como receber amenor por falta de vagas. A situação se tornou tumultuada,com a presença de delegados e promotores exigindo que asentença judicial fosse cumprida pelo hospital, que não ti-nha como fazê-lo, culminando com �ameaça de prisão� amembro da diretoria da Santa Casa. Por fim, foi providencia-da uma vaga no hospital universitário de Campo Grande,para onde a paciente foi transferida e acomodada.

Diante desta situação, o presidente da junta administra-tiva da Santa Casa de Campo Grande, Dr. Rubens TrombiniGarcia, solicita parecer ao Conselho Regional de Medicinado Estado de Mato Grosso do Sul, com as seguintes inda-gações:

1. O que é código alfa?2. Como falar no referido �código alfa� se o paciente

estava internado em um serviço com médico e todo o apoionecessário? Neste caso, nada foi previsto durante o pré-natal?

II � O PARECERO que regula o sistema de transferência de pacientes no

Brasil é a Portaria do Ministério da Saúde n° 2048 de 05 denovembro de 2002. Há, ainda, a Resolução do ConselhoFederal de Medicina n° 1972/2003, que dispõe sobre o trans-porte inter-hospitalar de pacientes.

1. O que é código alfa?Como definiu o Cons. Ouvidor do CRM/MS, Pedro Eurico

Salgueiro, na Consulta à Ouvidoria 07/2006, �o �Código Alfa�é um código criado entre a Central de Vagas e os hospitaispara que se permita a remoção de pacientes em estado crí-

tico, ainda sem vaga alocada, para o hospital de referênciaem condições de atendê-lo�.

A Portaria do Ministério da Saúde n° 2048 de 05 de no-vembro de 2002 não faz nenhuma referência ao código �alfa�,assim como a Resolução do Conselho Federal de Medicinan° 1972/2003.

No entanto, no Capítulo II, que trata da Regulação dasUrgências e Emergências, a Portaria define o conceito de�vaga zero�, que, acreditamos, tenha dado origem ao cha-mado código alfa. Ao detalhar as atribuições do médico re-gulador, especificamente em relação à função gestora, esta-belece que aquele profissional deve, entre outras atribui-ções, �decidir os destinos hospitalares não aceitando ainexistência de leitos vagos como argumento para nãodirecionar os pacientes para a melhor hierarquia disponí-vel em termos de serviços de atenção de urgências, ou seja,garantir o atendimentos nas urgências, mesmo nas situa-ções em que inexistam leitos vagos para a internação depacientes (a chamada �vaga zero� para internação)�.

Em Campo Grande, onde o sistema de regulação de va-gas é realizado pelo SAMU, assim como no restante do Es-tado de Mato Grosso do Sul, onde a regulação é realizadapela central estadual de regulação, o termo �código alfa�,conforme definido anteriormente, é rotineiramente utilizado,apesar de não constar na Portaria do Ministério da Saúde n°2048 ou na Resolução do Conselho Federal de Medicina n°1972/2003, que normatizaram a transferência de pacientesem todo o território nacional.

2. Como falar no referido �código alfa� se o pacienteestava internado em um serviço com médico e todo o apoionecessário? Neste caso, nada foi previsto durante o pré-natal?

No caso em questão que motivou este pedido de pare-cer, foi realizado US gestacional em 09 de janeiro de 2007,que evidenciou cisto em plexo coróide em hemisfério cere-bral esquerdo. No entanto, este fato, aparentemente, nãochamou a atenção dos médicos assistentes de que a criançanasceria com hidrocefalia e defeito de fechamento do tuboneural, já que os mesmos somente solicitaram a transferên-cia após o nascimento da criança.

Como dito anteriormente, o que regulamenta o sistemade transferência de pacientes no Brasil é a Portaria do Mi-nistério da Saúde n° 2048 de 05 de novembro de 2002. Há,ainda, a Resolução do Conselho Federal de Medicina n°1972/2003, que dispõe sobre o transporte inter-hospitalar depacientes.

O hospital Nossa Senhora Auxiliadora de Três Lagoasestá habilitado pelo Ministério da Saúde como tipo II emurgência e emergência, e integra o Sistema Estadual de Refe-rência Hospitalar em atendimento de Urgência e Emergêncianaquela região do estado. Segundo a Portaria 2048 do Mi-nistério da Saúde, são exigíveis para a classificação ecadastramento de Unidades de Referência de Tipo II, entreoutras coisas, a presença de neurocirurgião alcançável parao atendimento às urgências e emergências.

Conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimento deSaúde, constam 03 leitos de Unidade Intermediária Neonatalem Três Lagoas, sendo o atendimento não SUS, o que foiconfirmado pela Secretaria de Saúde do Estado de MatoGrosso do Sul. Apesar dos leitos serem para atendimentonão SUS, a Secretaria de Saúde do Município de Três Lago-as, como gestora responsável pela saúde do município, po-deria, em caso de necessidade, internar a paciente nas va-gas disponíveis e pagar os custos provenientes dainternação ao hospital assistente, como tem sido feito pelaSecretaria de Saúde de Campo Grande.

O médico regulador da Central Estadual de Vagas deve,obrigatoriamente, conhecer o Sistema Estadual de Saúde e oSistema Estadual de Referência Hospitalar. Este conheci-mento é fundamental para o exercício da função, pois permi-te ao mesmo saber o grau de resolutividade de cada hospitale a hierarquia da referência estadual, desta forma, evitandoencaminhamentos desnecessários, e realizando os necessá-

rios para a referência regional.Também é obrigatório ao médico regulador, ter domínio

dos conceitos dos termos utilizados, como �código alfa�,que é um código criado entre a Central de Vagas e os hospi-tais para que se permita a remoção de pacientes em estadocrítico, ainda sem vaga alocada, para o hospital de referên-cia em condições de atendê-lo. Este termo não deve, jamais,ser utilizado em outro contexto, ou seja, para paciente quenão esteja em estado crítico, com risco iminente de morte.Além disso, o médico regulador ao transferir um paciente emcódigo alfa, é obrigado a fazer contato com o hospital dereferência, avisando da chegada do paciente, e as condi-ções clínicas do mesmo.

Em relação ao médico assistente no hospital em Três La-goas, segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicinan° 1972/2003, o transporte de paciente neonatal deve,obrigatoriamente,ser realizado em ambulância do tipo D (am-bulância de suporte avançado). A ambulância deverá contercomo tripulação mínima, um médico, um profissional de enfer-magem e o motorista. Estabelece que nas situações em queseja tecnicamente impossível o cumprimento desta norma, deveser avaliado o risco potencial do transporte em relação à per-manência do paciente no local de origem.

A resolução é clara ao afirmar que ao decidir pela remoçãodo paciente é necessário realizar contato com o médico recep-tor ou com o diretor técnico no hospital de destino, e ter aconcordância do(s) mesmo(s) para realizar a transferência

Outro ponto claro da Resolução é que todo pacienteremovido deve ser acompanhado por relatório completo, le-gível e assinado pelo médico assistente (com número doCRM), que passará a integrar o prontuário no destino.

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007 9Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

PARECER CRM/MS N° 08/2007

PROCESSO CONSULTA CRM/MS Nº 07/2007PARECERISTA: Conselheiro Manuel Gaspar

Manso PérezEMENTA: Os CAPS � Centros de Atenção Psi-

cossocial, legalmente estruturados facilitam o atendi-mento multidisciplinar, centralizado em um só local,sendo esta abordagem a mais adequada para as açõesrelativas à saúde mental.

PARECER CRM/MS N° 05/2007

PROCESSO CONSULTA CRM/MS NO 01/2007PARECERISTA: Dr. Alberto Cubel BrullEMENTA: Medicamentos que não são registra-

dos na ANVISA ou autorizados por ela, não podemser entregues ao consumo nem importados sob penade ilícito ético e infração à Legislação Sanitária Fede-ral.

PARECER CRM/MS N° 06/2007

Processo consulta CRM/MS Nº 09/2007Parecerista: Luís Henrique Mascarenhas MoreiraAssunto: Realização do procedimento de nebuli-

zação em clínica de fisioterapiaEMENTA: �O procedimento de nebulização com

medicamentos deve ser prescrito por profissional mé-dico e realizado em local apropriado ao atendimentode possíveis efeitos colaterais com a presença de umprofissional médico�.

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A primeira aula do curso de ética médica aconteceuno dia 24 de agosto, às 19h, no auditório do Conselho. Cercade 50 alunos estiveram presentes. O conselheiro Lúcio Bulhõesministrou a palestra sobre o Código de Ética Médica. �É odocumento que baliza a profissão�, ressalta. Em seguida, Dr.Sérgio Couto explicou as funções do Conselho e falou sobre ofluxo de denúncias no CRM.

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 200710 Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

Aula de ética médica teve Lúcio Bulhões como palestrante

Sérgio Couto e Luis Henrique Mascarenhas partici-param do �I Workshop de Telemedicina e Telessaúde dos Con-selhos Regionais de Medicina da Região Centro-Oeste�. O eventoaconteceu nos dias 20 e 21 de setembro em Brasília.

Ainda no dia 20 de setembro, os conselheiros se reuniramcom o senador Valter Pereira e com representantes da Comis-são de Assuntos Políticos do CFM/AMB para discutir sobre arecertificação automática de brasileiros formados em Cuba. Osenador mostrou-se favorável ao movimento médico e outrasreuniões serão realizadas para elaborar um projeto de lei ouaditivos aos já existentes.

Aconteceu em  Brasília o se-gundo encontro nacional dos CRM�s etambém a comemoração dos 50 anosdo CFM. Algumas palestras foram mi-nistradas, como: A saúde do médico (Dr.Genário), Reforma do CEM (Dr. Ro-berto D�Avila), Terminalidade da Vida, eEmpresa Estatal de Direito Privado.

Sérgio Couto, Antônio CarlosBilo, Juberty Antônio de Souza e AndréBorges estiveram em Naviraí, no dia 29de setembro, proferindo as palestras so-bre a profilaxia do erro médico, médi-cos e justiça, além do atendimento inici-al ao politraumatizado. Estiveram presen-tes quase 20 médicos da cidade e re-gião. Além dos temas abordados, foramesclarecidas as dúvidas levantadas.

No dia 26 de novembro, Sérgio Couto e Juberty Antônio de Souzaparticiparam de reunião com a Comissão Nacional de Regulamentação Médi-ca, na sede do CFM. O evento discutiu metas e estratégias para a aprovaçãoda lei q regulamenta a profissão médica.

O Conselho Regionalde Medicina de Mato Grosso doSul promoveu no dia 27 de se-tembro a solenidade de entregada carteira profissional aos mé-dicos recém-inscritos na insti-tuição. Ao todo, foram 22 mé-dicos formandos a receberemos documentos de intitulação einscrição junto ao órgão. Sér-gio Couto abriu o evento e Ju-berty Antônio de Souza e Antô-nio Carlos Bilo fizeram a entre-ga das carteiras.

Mais de 20 médicosreceberam a carteira

profissional

Conselheiros tiveram partici-pação especial na Jornada Acadêmica daUFMS, evento  apoiado pelo CRM-MS,que contou com a palestra �Avaliação dosEgressos da Faculdade de Medicina�,ministrada pelo Conselheiro Reinaldo Ayerde Oliveira (Comissão de Elaboraçãoda Prova do CREMESP). Participaramtambém da mesa no dia 17 e 18 de outu-bro.

O Hospital Geral de CampoGrande promoveu, entre os dias 22 e 26de outubro a �I Jornada de AtualizaçãoCientífica do Hospital Geral de CampoGrande�, discutindo os temas Qualidadede Vida e Ética em Saúde.

No dia 25 de outubro, o 1º secretáriodo CRM-MS Juberty Antonio de Souzaesteve presente na mesa de discussãodo tema proposto.

No dia 20 de novembro, às 19h, aconteceu uma Assembléia na sededo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul para discutir a mobilizaçãodo Dia Nacional de Protesto dos Médicos. A medida visa melhores condiçõesde trabalho e melhoria na remuneração dos médicos que trabalham no SUS,com plano de cargos, carreiras e salários definidos.

No dia 28 de setembro, às 19h, o CRM-

MS recebeu acadêmicos para a mesa redonda que

discutiu a euntanásia, a ortotanásia e a distanásia.

Fizeram parte da mesa o cardiologista e presidente

da SOSMAT (Sociedade Sul-mato-grossense de

Terapia Intensiva) Dr. Claudinei Rezende de Me-

nezes, o capelão e também comandante do corpo

de bombeiros Edilson Reis, além do assessor jurí-

dico do Conselho, André Borges.

O vice-presidente do CRM-MS, Antônio Carlos

Bilo, o 1º secretário Juberty Antônio de Souza, e o

2º secretário Luis Henrique Mascarenhas também

participaram do evento.Os temas eutanásia, ortotanásia e distanásia foram discutidos no Conselho

A �II Jornada FENAMMédico/Jurídica - I Jornada Sul-Mato-Grossense de Direito na Saú-de� aconteceu entre os dias 25 e 27de outubro na OAB-MS. Sérgio Cou-to participou como coordenador demesa da palestra �Responsabilida-de Civil do Médico II�, que aconte-ceu no dia 26.

Dr. Sérgio Couto e AntônioCarlos Bilo participaram do �Fórum deEspecialidades Médicas�, que discu-tiu os sete anos de atividades da Co-missão Mista de Especialidades.

O evento aconteceu no dia 8 de no-vembro, em Brasília, no auditório doCFM.

A c o n t e c e uno dia 27 de novem-bro, às 19h, umareunião no Sindicatodos Médicos para aescolha da Comis-são Estadual Pró-SUS.

Sérgio Couto, Juberty Antôniode Souza, Antônio Carlos Bilo e AndréBorges estiveram em Três Lagoas no dia30 de novembro.

Foi realizada uma reunião na Associ-ação Médica, com palestras e esclare-cimento de dúvidas dos médicos da ci-dade.

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Prevê o Código de Ética Médica,no artigo 110, que é vedado ao médico�fornecer atestado sem ter praticadoo ato profissional que o justifique, ouque não corresponda à verdade�.

Trata-se de importante vedação éti-ca, que, infelizmente, muitas vezes, temlevado o CRM-MS a instaurar apura-ções disciplinares (sindicâncias e pro-cessos administrativos), porque não éincomum o esquecimento ou a inob-servância consciente dessa regra deconduta médica, que em muito depõecontra a presunção de veracidade quecontinua valendo para esse tipo dedocumento.

Sobre o assunto, eis a anotação doafamado Genival Veloso de França(�Comentários ao Código de Ética Mé-dica�, Ed. Guanabara Koogan, 3ª ed.,p. 152): �Infelizmente, o atestado fal-so não tem sido tão raro na práticamédica, sempre com as justificativasde atestados `graciosos´, pelo fato deserem fornecidos sem interesse pecu-niário ou por ser uma prática que sediz generalizada. E por aí a confiabili-dade do atestado começa a minar oprestígio da profissão e deixar o mé-dico sem saber se o seu atestado, queé idôneo, vai ser aceito como verda-deiro ou falso�.

A relevância do assunto tambémdecorre de o Código Penal criminali-zar a situação, quando trata da falsi-

O atestado falso e os problemas dele derivados

�Atestar falsamente, alémdos problemas jurídicos,também implicará em

prejuízos às empresas, aogoverno e a terceiros.�

Artigo

André L. Borges Netto

André L. Borges NettoAssessor Jurídico do CRM/MS

dade do atestado médico (art. 302 ��Dar o médico, no exercício da suaprofissão, ates-tado falso�).Mas, a bem daverdade, as con-seqüências docrime são peque-nas, em razão dotamanho da pena(detenção, de ummês a um ano),que permite, se-gundo a legisla-ção vigente, a transação penal ou asuspensão condicional do processo (ouseja: o médico, em situações que tais,

GeralJuízes Federais realizam manifesto contra o foro privilegiado e a impunidade

Juízes Federais e outros segmentos da carreira jurídica mobilizaram-se con-tra a ampliação do foro privilegiado para ex-ocupantes de cargos públicos e paracasos de improbidade. A proposta está prevista em um dos dispositivos da PECnº 358, que compõe a segunda etapa da reforma do Judiciário.

�Ampliar esse privilégio é um retrocesso inaceitável ao processo democráti-co e nada vai melhorar o serviço judicial�, afirma o presidente da Associação dosJuízes Federais (AJUFE), Walter Nunes. De acordo com ele, a PEC prevê açõesimportantes de aperfeiçoamento do Judiciário, mas sua aprovação está sendoprejudicada por esse dispositivo. Aprovada a proposta, é previsível o surgimentode crise nos Tribunais Recursais e Superiores, com a proliferação de novos ca-sos que, pela deficiência estrutural, ficarão fadados ao esquecimento.

afastamento do serviço, algo que pre-cisa ser considerado pelo profissionalda saúde.

Há que se atentar, ainda, para osdizeres da Resolução CFM nº 1658/2002 (a íntegra dela pode ser consul-tada em www.portalmedico.org.br),que normatiza a emissão de atestadosmédicos, especialmente no ponto emque ela indica que o médico assisten-te, na elaboração desse documento,deverá observar os seguintes proce-dimentos: a) especificar o tempo con-cedido de dispensa às atividades, ne-cessário para a completa recuperaçãodo paciente; b) estabelecer o diagnós-tico (codificado ou não), quando ex-pressamente autorizado pelo pacien-te; c) registrar os dados de maneiralegível; d) identificar-se como emissor,mediante assinatura e carimbo ou nú-mero de registro no Conselho de Me-dicina.

A seriedade da conduta médica,pois, quanto a mais este aspecto daética profissional, pode evitar, sempree sempre, uma boa dor de cabeça comos problemas decorrentes de assimnão atuar. Afinal, lembrando o padreAntônio Vieira (sermão da quinta-fei-ra da quaresma), �a cegueira que cegacerrando os olhos não é a maior ce-gueira; a que cega deixando os olhosabertos, essa é a mais cega de todas�.

não corre o risco de sofrer qualquersanção penal, porque poderá fazer um

acordo com oMinistério Públi-co).

Atestar falsa-mente, além dosproblemas jurídi-cos que daí po-dem decorrer,como já explici-tados, também,no mais das ve-zes, implicará em

prejuízos às empresas, ao governo e aterceiros, contra quem se endereçaráo atestado, por exemplo, quanto ao

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 2007 11Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

Proposta de ampliação do foro privilegiado na PEC 358�Art. 97-A. A competência especial por prerrogativa de função, em relação a

atos praticados no exercício da função pública ou a pretexto de exercê-la, sub-siste ainda que o inquérito ou a ação judicial venham a ser iniciados após acessação do exercício da função.

Parágrafo único. A ação de improbidade de que trata o art. 37, 4º referente acrime de responsabilidade dos agentes políticos, será proposta, se for o caso,perante o tribunal competente para processar e julgar criminalmente o funcioná-rio ou autoridade na hipótese de prerrogativa de função, observado o disposto nocaput deste artigo.�

Page 12: Emenda Constitucional n” 29: um grande avanço …...Nªo basta somente as Entidades que representam os mØdicos se envolverem com os temas de interesse da profissªo e de políticas

Agenda Agenda Médica

Evento na Capital discutiuqualidade de vida e ética

O Hospital Geral de Campo Grandepromoveu, entre os dias 22 e 26 de outu-bro, a �I Jornada de Atualização Científi-ca do Hospital Geral de Campo Grande�,discutindo os temas Qualidade de Vida eÉtica em Saúde. O evento aconteceu noauditório Vespasiano Martins da CâmaraMunicipal de Vereadores, das 19h às 22h.O público-alvo foi a comunidade científi-

Aconteceu

ca local, além de estudantes universitári-os. Um dos temas, �Ética em Saúde�, reu-niu representantes de todos os conselhosde classe do Estado.

No dia 25 de outubro, o 1º secretáriodo CRM-MS Juberty Antônio de Souzaesteve presente na mesa de discussão dotema proposto. Doutor Juberty contouresumidamente a história e os princípiosda medicina. �Novas tecnologias nospermitem manter doentes terminais vi-vos, fazer transplantes de órgãos, di-agnósticos e intervenção intra-útero, te-rapias genéticas e aumentar a propor-ção de pessoas idosas com qualidade�,explicou. O 1º secretário ressaltou que

O público-alvo foi a comunidadecientífica local, além de estudantes

universitários

Mato Grosso do Sul - Dezembro de 200712 Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul

10 A 14 DE DEZEMBROCurso de Neurotologia eBase Lateral de CrânioLocal: Teatro da FMUSP eLaboratório de Anatomiada FMUSPSÃO PAULO-SP(11) 3068-9855

14 DE DEZEMBROSimpósio: A Dermatologia e aGinecologia - Lesões de Vulva

Local: Hospital Universitáriode TaubatéTaubaté-SP(12) 3625-7533

16 DE DEZEMBROJornada 2007 deDiagnóstico eTerapêutica emDermatologiaLocal: Associação Médicade Juiz de Fora

Juiz de Fora-MG(32) 3690-7141

25 DE JANEIRO A 25 DEFEVEREIROCurso: Nutrientesbioativos em nutriçãoclínica - da evidênciaà prática clínicaLocal: Centro de Educaçãoe Aperfeiçoamento Profissi-onal em Saúde - HCRP-USP

Ribeirão Preto-SP(16) 3602-2721

18 DE DEZEMBROCurso de Certificaçãoem Terapia por Ondasde Choque Aplicadasao SistemaMúsculo-EsqueléticoLocal: Hotel TransaméricaSão Paulo-SP(11) 5693-4511

a bioética teve um grande avanço vi-sando o conhecimento das experimen-tações. �A ética não pretende ser ma-nual de comportamento, mas é um sa-ber necessário e conveniente. Além dequalquer interesse, deve estar a saúde eo bem-estar do paciente�, afirmou. Ju-berty declarou ainda que os médicos,principalmente os mais jovens, estãoperdendo a capacidade de consolar, demanter um vínculo maior na relaçãoentre médico e paciente.

A Jornada contou com a presença defarmacêuticos, odontólogos, psicólogos,

fisioterapeutas, enfermeiros e nutricionis-tas. Cerca de 300 pessoas assistiram àspalestras.

Para Claudenice Valente da Silva,representante do Conselho Regionalde Enfermagem, a questão ética an-tecede a formação profissional. Osconceitos �ética e moral� são inicia-dos pela família. �Eu acredito quedeve-se repensar o comportamento,desenvolver uma consciência crítica,tanto individual quanto coletiva, paraque as pessoas possam viver em har-monia�, disse.

O 1º secretário do CRM-MS, Juberty Antônio de Souza, participou da mesa de discussão

Centenas de pessoas lotaram o auditório da Câmara Municipal de Campo Grande