em tempo - 13 de setembro de 2015

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PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 ARTHUR CASSTRO MÁX.: 34 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII – N.º 8.874 – DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO Esporte solidário em defesa da vida Em Manaus, o jiu-jítsu se tornou uma ação so- lidária. Por meio de um projeto social, o esporte vem sendo usado como ferramenta de inclusão de pessoas com deficiência. Pódio E5 JIU-JÍTSU AUTOESTIMA DIEGO JANATÃ De que mais se orgulham os ama- zonenses? A revista ELENCO ouviu várias personalidades, como a primei- ra-dama Edilene Gomes (foto), para saber a resposta. Elenco 18 e 19 O que deixa os amazonenses orgulhosos MÁRCIO MELO A paz em Manaus Os refugiados sírios que vivem no Amazonas relatam seu drama pessoal. São histórias tristes, marcadas por fugas, horror e saudades. Como a do jornalista Yamen Siagha, que deixou sua terra natal. Dia a dia C4 e C5 Yamen Siagha contempla o rio Negro. Ele pediu refúgio em busca de uma nova vida de paz SÍRIOS IONE MORENO Amazonas, Terra da Gente O EM TEMPO passa a escrever uma nova história a partir deste domingo (13) com o lançamento da cam- panha “Amazonas, Terra da Gente”, um projeto histórico que tem entre os objetivos resgatar a autoestima dos filhos da terra. No momento em que o país passa por uma crise política, econômica e ética, o jornal quer se aproximar, discutir e defender os interesses do Estado, de sua cultura e de sua gente. Funcionários e diretores do gru- po Raman Neves de Comunicação no palco do Tea- tro Amazonas O educador físico Ronie coordena o projeto de inclusão

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MÁX.: 34 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII – N.º 8.874 – DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

Esporte solidário em defesa da vida

Em Manaus, o jiu-jítsu se tornou uma ação so-lidária. Por meio de um projeto social, o esporte vem sendo usado como ferramenta de inclusão de pessoas com deficiência. Pódio E5

JIU-JÍTSU AUTOESTIMA

DIE

GO

JAN

ATÃ

De que mais se orgulham os ama-zonenses? A revista ELENCO ouviu várias personalidades, como a primei-ra-dama Edilene Gomes (foto), para saber a resposta. Elenco 18 e 19

O que deixaos amazonensesorgulhosos

MÁR

CIO

MEL

O

A paz em Manaus Os refugiados sírios que vivem no Amazonas relatam seu drama pessoal. São

histórias tristes, marcadas por fugas, horror e saudades. Como a do jornalista Yamen Siagha, que deixou sua terra natal. Dia a dia C4 e C5

Yamen Siagha contempla o rio Negro. Ele pediu refúgio em busca de uma nova vida de paz

SÍRIOS

ION

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NO

Amazonas,Terra da Gente

O EM TEMPO passa a escrever uma nova história a partir deste domingo (13) com o lançamento da cam-panha “Amazonas, Terra da Gente”, um projeto histórico que tem entre os objetivos resgatar a autoestima dos fi lhos da terra. No momento em que o país passa por uma crise política, econômica e ética, o jornal quer se aproximar, discutir e defender os interesses do Estado, de sua cultura e de sua gente.

Funcionários e diretores do gru-po Raman Neves de Comunicação no palco do Tea-

tro Amazonas

O educador físico Ronie coordena o projeto de inclusão

DOMINGO 13-09.indd 3 12/09/2015 13:09:19

MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015A2 Última horaÚltima hora

Em números preliminares divulgados pela equipe de resgate, ao menos 82 pessoas morreram e 150 fi caram feridas após explosão de restaurante na Índia

Explosão em restaurante na Índia mata mais de 80

Projetos sociais realizam atividades de cidadania

Fazer o bem e não olhar a quem. Com este pensamento, grupos voluntários realiza-ram ações sociais para crian-ças e adolescentes em áreas em situações de risco nas zonas Leste e Sul de Manaus, na manhã de ontem (12).

O projeto social Cons-truindo Cidadania, que tra-balha com crianças e jovens em situações de riscos na área do Prosamim, bairro Cachoeirinha, reuniu mais de 50 atletas, de 7 a 18 anos, em um grande mutirão com objetivo de conscientizar os jovens para a preservação do meio ambiente, além de manter a cidade limpa.

A judoca Rafaela Barbosa também colocou a mão na massa e ajudou os pequenos na ação. “Queremos não só apenas formar atletas, mas também cidadãos conscien-tes. Queremos conscienti-zar tanto a nossa comunida-de como os nossos atletas. Se a gente não cuidar da nossa cidade, quem irá cui-dar?”, indagou.

O pai da Judoca, Anto-nio Barbosa, dá exemplo no projeto social. “O nome do projeto chama-se Cons-truindo Cidadania. Então, mostramos aos pequenos o signifi cado da palavra cidadão”, garantiu o pro-fessor de jiu-jítsu.

Colorindo a cidadeEm outra parte da cida-

de, na Zona Leste de Ma-naus, uma ação promoveu a cidadania no lar Casa da Mamãe Margarida. Com a proposta de colorir a cidade, a Suvenil convidou grupos sociais do bairro São José II, para dar vida nova ao lar que aten-de jovens em situação de risco.

“A Suvenil entrou em con-tato com a Casa para refazer a pintura. Eles trouxeram o material, a equipe, e convi-

daram o grupo de escoteiros e outros grupos para realizar o trabalho voluntário”, afi r-mou Edemir, do grupo de escoteiros do Brasil

Segundo a responsá-vel por cuidar da casa, a irmã Iran, o local atende meninas em situação de vulnerabilidade social.

“Para nós, é gratifi cante, porque é uma casa que dia-riamente precisa de ações que levantem a autoestima das pessoas que aqui convi-vem”, pontuou a Irmã.

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Familiares afi rmaram que Daygleiton não tinha mais envolvimento com o tráfi co de drogas

ZUMBI 2

BOM EXEMPLO

Homem é executado com 11 tiros

O jovem Daygleiton Lima Paiva, 22, foi executado com 11 tiros na noite da última sexta-feira (11), por volta das 21h30, na rua Marcelo Santos, bairro Zumbi dos Palmares 2, Zona Leste de Manaus.

Segundo informações do aspirante Rodrigo Octávio, da 25ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) da Po-lícia Militar, a vítima estava caminhando na via, quando foi surpreendida por três ocupan-tes de um veículo cor prata, placas desconhecidas. “Assim

que fomos informados pelo Centro Integrado de Opera-ções de Segurança (Ciops), a guarnição chegou ao local e encontrou a vítima já morta. Outra equipe fez buscas para tentar localizar os suspeitos, porém, sem êxito”, disse.

Uma testemunha, que pre-feriu não ter o nome divulgado com medo de represálias, in-formou que um veículo mo-delo Palio, cor prata, placas JWW-9142, com três homens, realizava constantes percur-sos na rua, até abordar a ví-tima e efetuar vários disparos de arma de fogo.

De acordo com o padrasto da vítima, Adalberto Vargas, 55, Daygleiton não tinha mais envolvimento com o tráfi co de drogas e já esta-va frequentando uma igreja evangélica. “Há mais de 1 ano ele estava fora desse mundo criminoso e seguia as doutri-nas da igreja”, explicou.

Após os trabalhos de pe-rícia criminal no local, o corpo da vítima foi remo-vido pelo Instituto Médico Legal (IML). O caso será investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (Dehs).

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ULG

AÇÃO

Restaurante ficou completamente destruído. Suspeita é de que o edifício ou o prédio vizinho armazenavam explosivos

São Paulo (SP) - Ao menos 82 pessoas mor-reram e 150 fi caram feridas em uma explo-

são ocorrida ontem (12) em um restaurante no Estado de Madhya Pradesh, no centro da Índia. O número de mortos não é defi nitivo e pode aumentar

A explosão aconteceu por volta das 8h30 (11h30 de Manaus), em uma cidade

do distrito de Jhabua, e os feridos foram transferidos para diferentes hospitais, segundo um porta-voz da polícia da região.

“No início, pensamos que eram 104 pessoas, com base em vários relatórios que che-gam a nós, mas agora a nos-sa informação oficial diz que são 85 mortes confirmadas. As equipes de resgate es-

tão buscando sobreviventes e iniciaram as investigações para descobrir as causas da explosão”, disse o porta-voz do resgate.

As autoridades também investigam se no edifício ou um prédio vizinho armazena-vam explosivos para uso em atividades de mineração, de acordo com informações do jornal “Hindustan Times”.

Um oficial de polícia da cidade disse ao jornal “The Times of India” que uma loja próxima ao restaurante pos-sui licença para venda des-ses explosivos.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se mostrou por meio de um comunicado “ex-tremamente triste pela perda de vidas” e expressou suas condolências às famílias.

ESPELHO

Na luta por uma vaga nas Olimpíadas do ano que vem, a judoca Rafaela Bar-bosa deu exemplo humildade ao parti-cipar diretamente da ação realizada pelo projeto social Cons-truindo Cidadania

POR JOSEMAR ANTUNES

POR STÊNIO URBANO

A02 - ÚLTIMA HORA.indd 2 12/09/2015 12:58:40

MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015A3OpiniãoOpinião

Não existe povo sem história. Os modorrentos vácuos que separam os períodos da his-tória do Amazonas levam ao esquecimento e à falsa impressão de que o Estado não tem memória e que tudo começa aqui e agora, como se não houvera ontem. Houve. E o que mais fortalece essa certeza é o enorme descompasso que existe entre o Amazonas, em particular (e a Amazônia, em geral), e o Estado brasileiro desde a Colônia até as várias Repúblicas brasileiras, que sempre são as mesmas caras e as mesmas vozes. O Amazonas fala sozinho. Isso não é bom. Pior: queixa-se apenas dessa histórica falta de diálogo, como se fora um coitadinho, sobrevivendo do seu amargo ressentimento.

Está na hora de mudar a voz e o gesto. Está na hora e na vez de levar a sério que o Amazonas é a Terra da Gente. E isto exige mais do que dizer que “estamos ilhados”. Não é verdade. Sempre estivemos cara a cara com a vanguarda do mundo. Esta é a proposta que o Amazonas EM TEMPO oferece até para quem se acostumou ao es-candaloso silêncio que recobre a região, quando se fala de Brasil. O Império tratou a região (metade do país!) assim, como jardim botânico de fauna, flora e gente exóticas. Quando se disse que não era assim, o Império liquidou mais de 40% da população insatisfeita, na Guerra da Cabanagem. E não se tratou mais disso.

Nossa resposta foi enriquecer o país com o sacrifício da borracha. Como retorno, o silêncio ingrato. Não existe povo sem memória. Vamos lembrar do que somos e do que queremos continuar sendo. Esta é a provocação do EM TEMPO. Vamos recompor com matéria orgânica os vácuos da história. Chega de contar buracos na rua e estre-las no céu: existem mais verdades entre essas duas crateras do que desculpas para a acomodação. Vamos construir a Terra da Gente juntos! Agora.

Sabe o que aumentou?

O prefeito tucano alfi netou que o que aumentou recentemente foi a tarifa de luz, pegando todo mundo de surpresa.

— A passagem de ônibus permanecerá no mesmo va-lor. Já informei ao Sinetram –, disse o prefeito.

Raposa em Nova York

O deputado Átila Lins (PSD-AM) integrou a comitiva da última viagem do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Nova York, nos Es-tados Unidos.

Em conversa com o editor de CONTEXTO, o deputado conta que fi cou impressionado com o grau de repercussão da crise brasileira na terra do Tio Sam.

Garçon enxerido

Átila Lins disse que estava jantando em um restaurante, na Times Square, quando o garçon se aproximou e perguntou se ele era do Brasil.

O deputado confi rmou que sim, e o garçon passou a desfi ar uma série de comentários negativos a respeito da situação do país.

— Para você ter uma ideia,

ele sabia até daquela chacina onde morreram 33 pessoas em São Paulo. Eu, hein! –, reagiu a velha raposa feluda da política amazonense.

Rápido no gatilho

Depois que Joaquim Levy fez novos anúncios para conter a crise, o líder da oposição no Congres-so, Pauderney Avelino, disparou à queima-roupa:

— A Câmara não está interessa-da em votar aumento de impostos para ajudar um governo leniente com a corrupção!

Sem ela

Para Pauderney, o parlamento ajudará, sim, no crescimento do país, mas sem a presença de Dilma Rousseff no poder.

Pior já passou

A retirada da nota de grau de investimento da Petrobras é um desafi o a mais para tratar, na avaliação do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

Ele acrescentou, porém, que “o pior já passou”.

Petrobras rebaixada

Sexta-feira, a agência de classi-fi cação de risco Standard & Poor’s retirou o grau de investimento da Petrobras e baixou a nota de outras empresas brasileiras, em consequência do rebaixamento da nota de crédito do país.

Robusto

Apesar de considerar o rebaixa-mento como um novo desafi o para a empresa, o ministro disse que a Petrobras está em processo de recuperação e de fortalecimento. — Estamos com números na Pe-trobras cada vez mais robustos e melhorando –, disse o ministro.

Selo verde A Comissão de Integração Na-

cional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia aprovou a cria-ção do “Selo Verde Preservaçãoda Amazônia”.

A classifi cação é prevista pelo projeto de lei 5760/13, de autoria do Senado.

Impacto ambiental O “Selo Verde” é usado para

classifi car um produto ou serviço que apresente menor impacto ambiental em relação a outros disponíveis no mercado.

A ideia é incentivar o consumo sustentável.

Para todos

No substitutivo aprovado, apre-sentado pelo relator, deputado Angelim (PT-AC), fi cou aberta a possibilidade de qualquer empre-sa localizada na Amazônia Legal receber o “Selo Verde”.

Antes era assim

E não apenas aquelas situ-adas na Zona Franca de Ma-naus e de Zonas de Processa-mento de Exportação e Áreas de Livre Comércio, localizadas na Amazônia Legal.

Trem à China

A Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) – e mais oito políticos – es-tava no “trenzinho da alegria” com destino à China.

Mas, para evitar repercussões sobre gastos em ano de ajuste fi scal, o Senado cancelou a visita ofi cial que faria àquele país, entre os dias 16 e 30 de setembro.

Malas prontas

Além de Vanessa, já estavam de malas prontas rumo ao país asiático: o presidente, Renan Ca-lheiros (PMDB-AL), Antonio Anas-tasia (PSDB-MG), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Humberto Costa (PT-PE), Jader Barbalho (PMDB-PA), Valdir Raupp (PMDB-RR) e Roberto Rocha (PSB-MA).

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), afirmou que os recentes boatos assinalando que a passagem de ônibus vai aumentar não passam de jogo político visando o processo eleitoral de 2016.

Os boatos começaram a circular depois que o Sinetram informou que o benefício de insa-lubridade para todos os trabalhadores poderia ter impacto na planilha.

— Não vou aumentar passagem e sequer cogitei esta possibilidade. Soube que na internet muitas páginas do Facebook ligadas a grupos políticos afirmaram que a passagem vai aumentar. São uns parasitas!

Arthur detona os ‘parasitas’!

Amazonas, Terra da [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Para cafés da manhã instalados às mar-gens de pistas, a céu aberto, cujos alimentos absorvem toda a poeira revolvida pela pas-sagem de veículos. O costume, tão comum em Manaus, faz mal à saúde e depõe contra as regras de boa higiene.

Café na ruaDIVULGAÇÃO

Para o semáforo instalado no cruzamento das avenidas Waldomiro Lustoza (antiga Perimetral D) e Manaus 2000, no Japiim II, que vai facilitar o trânsito no local. O sinal marca também a mudança de circulação em várias vias do bairro que apresentavam retenção nos horários de pico.

Semáforo do JapiimDIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPOJesus de Nazaré, titulado o Cristo, não exerceu atividade de fi lósofo nem de cientista. Ou seja, não praticou seu magistério na busca de explicar o mundo e de elucidar as leis do seu desenvolvimento. Distante disso, o corpo doutrinário que nos legou e que tomou o rótulo de Cristianismo, constitui claramente uma Moral que se oferece à humanidade como uma proposta de modelo a ser vivido e que, por fi m, deverá conduzir a um destino também dado a conhecer.

Embora se fale em “moral judaico-cristã” e se saiba que na pregação do fundador do cristianismo não se encontra a negação dos textos que constituem o chamado Velho Testa-mento, não há como negar que a moral cristã, de qualquer modo, vem a ser uma ruptura com os textos da Torá judaica. Enquanto o acento prioritário do Livro dos Judeus incide, sobretudo, na necessidade da obediência à von-tade de Jeová, a Nova Escritura coloca sua prioridade no amor ao próximo e no perdão dos pecados.

A Igreja Católica, que cumpre o papel de ser a primeira e principal titular e propagadora do Evangelho (Boa Nova) de Jesus Cristo, embora por vezes, em sua longa história de mais de dois mil anos tenha se afastado do eixo doutrinário da moral cristã, quando agiu com im-piedade no trato com os que não se submeteram à sua autoridade, tem buscado em geral manter-se fi el aos ensinamentos do Nazareno.

Neste preciso sentido, poucas vezes houve um papa que com maior clareza e defi nição tenha pautado o modo e o estilo com que conduz sua ação de sumo pontífi ce tão absolutamente dentro da literalidade do que carac-teriza o espírito cristão. Os fatos e os documentos eclesiásticos emanados do ministério de Francisco falam neste sentido com independência e ênfase, desde o recente começo do

seu pontifi cado.Quebrou uma tradição, naturalmen-

te não dogmática, quando declarou compreender os desencontros que levam à dissolução de muitos casa-mentos e recomendou que a Igreja não deixasse de acolher esses fi eis atropelados pelo infortúnio. Encarou a situação dos homossexuais católi-cos e afi rmou que também há lugar para eles no seio da Igreja, pois reconheceu que não é voluntária e livre a pura inclinação da sua sexu-alidade que, por si só, não constitui um pecado, desde que seja vivida dentro dos mesmos padrões morais exigidos aos heterossexuais.

Mais recentemente, recomendou a todo o clero católico que seja con-cedido o perdão às mulheres que chegaram a praticar abortamento, desde que apresentem genuíno arre-pendimento desse ato que tradicio-nalmente era considerado gerador de excomunhão. E agora mesmo toma-se conhecimento de outra atitude de Francisco que, além de reafi r-mar claramente o seu cristianismo intrínseco, também veio evidenciar a sutileza da sua inteligência e a delicadeza do seu espírito.

Francesca Pardi, escritora italiana, publicou um livro infantil, “Piccolo Uovo” (Pequeno Ovo), considerado “nocivo à família” e, por isso, banido pela Prefeitura de Veneza. Francisco recebeu o livro e leu a aventura do ovo que percorreu longa jornada por várias famílias de animais: um ca-sal gay de pinguins; um hipopótamo que criava seus fi lhos, sozinho; um casal de cães inter-racial; um casal de cangurus que adotou fi lhotes de urso; coelhas lésbicas que mantinham uma família feliz. O papa respondeu à autora, agradeceu e reconheceu que ali havia “a difusão de valores genuinamente humanos e cristãos”.

Nada a comentar. O papa Francisco fala por si só.

O diferencial de [email protected]

João Bosco Araújo

Embora se fale em ‘mo-ral judaico-cristã’ e se saiba que na pregação do fundador do cristianismo não se encon-tra a negação dos textos que consti-tuem o cha-mado Velho Testamento, não há como negar que a moral cristã, de qualquer modo, vem a ser uma ruptura com os textos da Torá judaica”

Editorial [email protected]

A03 - OPINIÃO.indd 3 12/09/2015 12:28:55

MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015A4 OpiniãoOpinião

Frase

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano

de Manaus

RAIMUNDO VALENTIM

Josélio Azevedo de Sousa, delegado federal, enviou pedido ao ministro Teori Zavascki (STF) para tomar depoimento do ex-presidente Lula na maior investigação em curso na corte sobre a operação

Lava Jato.

Painellavagem de dinheiro, delação premiada e a possibilidade de prisão de réus a partir da con-denação em segunda instância, ideia defendida pelo juiz Sergio Moro no Senado.

Café com leite Empresários do setor de mineração se irri-taram com o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), que confirmou presença no con-gresso da área, em Minas Ge-rais, mas foi com Michel Temer para a Rússia.

Longe daqui “Ele pode ser ministro de energia, mas parece que de minas ele não é”, brinca um empresário.

Milhas Ministros questio-nam as reclamações de Joaquim Levy pelas derrotas sofridas nas discussões sobre a po-lítica econômica do governo. Dizem que o titular da Fazen-da nunca está em Brasília nos momentos de decisão.

Sem continência Um dos itens que mais irritaram os comandantes das Forças Ar-madas no decreto 8515 foi o que transferia ao ministro da Defesa o poder de definir o cur-rículo ministrado em colégios e academias militares.

Missão Geraldo Alckmin tem dito que o desafio do can-didato do PSDB à Prefeitura de São Paulo será chegar ao segundo turno. Uma vez lá, o governador acha que o tucano passa a ser favorito.

Caroço A representação que o Ministério Público de São Paulo recebeu apontando irregularidades na arrecada-ção com multas de trânsito na cidade diz que, ao invés de serem usados para melhorar o trânsito, os recursos vão para empresas de transporte.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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CENTRAL DE RELACIONAMENTOAtendimento ao leitor e assinante

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Gerente de MarketingAline [email protected]

EM Tempo OnlineYndira Assayag — MTB [email protected] GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Crianças de uma escola de Brasília que visitavam o Congresso na sexta-feira respondiam a uma chamada oral da professora no saguão de entrada:–Aqui nós estamos em que Poder? Depois de respostas variadas, ela explicou aos alunos que o Legislativo era diferente do Executivo. E voltou a perguntar:–E quem é o chefe do Poder Executivo?A resposta “Dilma”, em coro, foi abafada por um dos garotos, que gritou mais alto:–É o Michel Temer!

Múltipla escolha

TIROTEIO

A presidente precisa saber que o Brasil já repudia a catástrofe. Mesmo porque catástrofe é o outro nome de seu governo.

DO SENADOR AÉCIO NEVES (MG), presidente do PSDB, sobre a presidente ter dito que é preciso “repudiar os que querem sempre o desastre” e a “catástrofe”.

Excel do impeachment Diante do avanço do movimento pró-impeachment no

Congresso, Dilma Rousseff montou nos últimos dias uma “força-tarefa” integrada por ministros de sua confi ança para mapear os apoios de que o governo dispõe. O pen-te-fi no será feito “partido a partido, Estado a Estado”, cotejando cargos sob infl uência dos parlamentares e suas votações em projetos de interesse do governo. A intenção é chegar ao número de votos para barrar um processo e para aprovar novas medidas de ajuste fi scal.

Como assim? Um dos aliados na lista negra é o deputado Baleia Rossi, pre-sidente estadual do PMDB-SP. O governo listou vários cargos ligados a ele. “E ainda assim conspira con-tra a presidente”, aponta um ministro.

Front inimigo O mapea-mento do governo mostra, ainda, possíveis votos pró-Dilma na oposição. Foram detectados quatro deputa-dos no SD que não apoiariam o impeachment. Haveria de-fecções também no DEM.

Réquiem Dirigentes pe-emedebistas pró-impeach-ment já esboçam o documen-to que deve ser apresentado no congresso do partido, marcado para 15 de no-vembro. A peça deve fazer uma crítica incisiva à política econômica do governo.

Esboço Parlamentares que defendem que Dilma en-campe a proposta de taxar lucros e dividendos querem usar minuta da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Deu ruim Em acordo com o Ministério do Planejamento, a ex-ministra incluiu emenda com a proposta de taxação no projeto que mudou a co-brança de PIS/Cofins e CSLL

(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), mas a retirou por falta de consenso.

Uma coisa O Ministério Público Federal junto ao TCU considera que o argumento mais frágil da defesa do governo às irregularidades das contas de Dilma em 2014 é o que compara as pedaladas ao que ocorria no governo FHC.

Outra coisa 1 Segun-do os procuradores, houve aportes de pequenos volu-mes de recursos dos ban-cos para complementar pagamentos de programas na gestão tucana.

Outra coisa 2 Já no caso de Dilma, o MP aponta uma política “deliberada” de usar recursos dos bancos para pagar benefícios sociais a partir do segundo semestre de 2013.

Coadjuvante Reconhe-cendo que está a “1.000 quilômetros de distância” das apurações da Lava Jato, a cúpula da CPI da Petrobras deve produzir um relatório final focado em projetos legislativos.

Para a frente Quatro te-mas devem nortear o tex-to: governança de estatais,

Passada a Semana da Pátria fi cam as imagens das comemora-ções. Multidões se emocionaram nos desfi les cívicos e militares com os hinos entoados e tocados com força e emoção.

Em Manaus, o Hino Nacional foi cantado na língua geral, o nheengatu, fazendo-nos lembrar que somos uma pátria pluriétni-ca e que temos uma pré-história presente no inconsciente coletivo e na cultura brasileira. É bom viver em um país onde as Forças Armadas podem se irmanar com a população civil e não ameaça nenhum país vizinho.

Nunca brasileiros foram obriga-dos a sair em massa de seu país como assistimos estarrecidos, ao contrário sempre recebemos milha-res de homens e mulheres que aqui encontraram paz para educar seus fi lhos, praticar sua religião, fazer seus negócios e cultivar a terra.

Temos um passado de destruição, morte, genocídio e escravidão que nos envergonha, mas aprendemos a conviver com o diferente, a fazer festa, a rir de nós mesmos. O Brasil é um país único e é um privilégio ser brasileiro. Profundamente reli-giosos, somos o maior país católico do mundo, mas também o que tem o maior número de pentecostais e espíritas. Aqui convivem judeus, muçulmanos, budistas, e adeptos do Santo Daime.

Os cultos de matriz africana se fortalecem e são espaço de verdadeira vida espiritual. Isto é possível entre outras razões por uma maneira muito nossa de viver a laicidade, que possibilita uma relativização sadia da verdade, e a catolicidade que está na raiz de nossa identidade, que leva a considerar tudo e todos como uma grande família.

O outro lado da moeda é que

somos dados a um certo deboche, um humor sarcástico que às vezes chega às raias do desrespeito, do racismo e da exclusão.

Todos sabemos e sentimos, na pele e no bolso, que estamos vi-vendo uma crise ética, política e econômica. O Brasil mais uma vez paga caro a incúria de suas elites, a traição dos que receberam man-datos, a irresponsabilidade dos que têm poder de decisão e permane-cem omissos e preocupados com carreiras e salários e tem-se a impressão que mais uma vez os pobres pagarão a conta.

Por isso, entendem-se as mani-festações de protesto, os pedidos de renovação e mudança, a urgên-cia das reformas sempre adiadas. No Dia da Pátria, aconteceu em muitas cidades o Grito dos Excluí-dos, e a chamada de atenção para a responsabilidade dos governantes atuais e passados.

Uma manifestação em Nova Ior-que me chocou. Capitaneada por um conhecido ator, a multidão co-meçou a gritar contra a presidente da República, usando palavrões e linguagem chula que não fi ca bem repetir. Não é assim que se constrói uma nação. Quando aca-ba o respeito, entra a barbárie e destruímos a possibilidade do diá-logo. Façamos política de verdade, vivendo nossos compromissos de cidadãos no dia a dia.

Não baixemos o nível porque assim já seremos perdedores. O Ministério Público Federal está li-derando uma proposta de lei de iniciativa popular para combater a corrupção, em dez pontos. Se a massa que estava naquele dia em Nova Iorque assinasse teria se tornado cidadã e feito um bem imenso ao Brasil. Gritando pala-vrões reforçou a ideia de um país do vale tudo.

Respeito é [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

OLHO DA [email protected]

A presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário

máximo do país, pode ter sido benefi ciado pela esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou

mesmo para seu governo

Ora vejam só: cidadãos que frequentaram autoescola e têm até diploma de motorista esque-cem tudo depois que recebem a carteirinha que os faz acreditar que são os donos das ruas. Esquecem os “doutores” que, no trânsito, alguns espaços servem a cadeirantes, não a “carteirantes”. Os “cegos” são mul-tados, ao menos deveriam sê-lo

VERA MAGALHÃES

CONTRAPONTOEstamos vivendo uma crise ética, política e econômica.O Brasil paga caro a incúria de suas elites, a traição dos que receberam mandatos, a irresponsabili-dade dos que têm poder de decisão e permanecem omissos e pre-ocupados com carreiras e sa-lários e tem-se a impressão que mais uma vez os pobres pagarão a conta”

enviou pedido ao ministro Teori Zavascki (STF) para tomar depoimento do ex-presidente Lula na maior

A presente investigação não pode se furtar de A presente investigação não pode se furtar de A presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então Presidente da República, Luiz Inácio do então Presidente da República, Luiz Inácio do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário Lula da Silva, que, na condição de mandatário

pela esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou

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Polí[email protected]

A5

MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

SETE VAGAS

Polêmica à vista no TJAM

Política A7

TJAM

Com apenas dois meses no cargo de secretário estadual de Saúde, o cirurgião-geral Pe-

dro Elias de Souza tem como grande desafi o na pasta desa-fogar o fl uxo de atendimento na rede pública de saúde. Ele adianta que para alcançar bons resultados o segredo é sim-ples: planejar e fortalecer as regiões-polos do interior.

Antes de assumir a Secretaria de Estado da Saúde (Susam), o médico já havia tido experi-ência em gestão pública. Du-rante 8 anos, ele administrou a Fundação Hospital Francisca Mendes, na Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Neste perío-do, destaca, a unidade obteve avanços signifi cativos, tornan-do-se referência em cardiologia e iniciando os preparativos para a realização de transplantes de coração.

EM TEMPO - Atualmente, o que o senhor considera como um grande desafi o para a saúde do Amazonas?

Pedro Elias - O Estado in-vestiu muito na estrutura da saúde. Então, hoje nós temos um quantitativo de unidades de saúde, tanto em média quanto em alta complexidade. Eu vejo uma infraestrutura bem ade-quada. Mas o que está faltando é planejar melhor, justamente o fl uxo de atendimento. Signifi ca que devemos ir naquela linha de fortalecimento da atenção primária, de modo que a mé-dia e a de alta complexidade sejam desafogadas. É claro que para isso vamos precisar de uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Falo isso especifi camente da cidade de Manaus e esse é nosso principal desafi o: fazer que o atendimen-to seja mais bem defi nido para o usuário.

EM TEMPO - E como o senhor pretende continuar investindo na saúde, num momento em que a crise é a palavra de ordem?

PE - Essa crise econômica re-fl etiu bastante no Amazonas, in-clusive o governador José Melo (Pros) tem sido muito incisivo nesse aspecto, de que os ges-tores de primeiro e de segundo escalão, em geral, procurem ini-ciativas em que possa ser utili-zada a criatividade para reduzir os custos sem comprometer o atendimento. Então, eu diria que

foi extremamente impactante. O maior investimento hoje é na qualifi cação profi ssional. O Estado não precisa de hospitais novos, até porque nós temos aí, para inaugurar ano que vem uma unidade hospitalar de gran-de porte com mais de 380 leitos, além de outros serviços que ali serão oferecidos, que, com um planejamento bem feito e bem executado, vai diminuir as demandas que temos hoje em diversas áreas, tanto no aten-dimento ambulatorial, já que terá quase 40 ambulatórios de especialidades, entre elas a imagenologia, onde vamos ter um parque bem estruturado com tomografi a, ressonância magnética, como também na área de internação e cirurgia no hospital da Zona Norte.

EM TEMPO - Quais os programas que pretende priorizar?

PE - Eu acredito que temos que trabalhar a melhor estru-turação das redes de atenção da saúde que já existe no Mi-nistério da Saúde: cinco redes, com enfoque especial na rede materno-infantil, que é a rede cegonha; enfoque especial na rede de atenção de doenças crônicas; e também na rede de atenção de urgência e emergên-cia. Outro programa que preten-demos fortalecer e ampliar é o de telessaúde e telemedicina. Estamos desde a semana pas-sada com um programa-piloto de eletroencefalografi a, onde o paciente passa pela eletroen-cefalograma e o laudo é feito a distancia, com o apoio do núcleo do hospital Francisca Mendes, que foi estruturado. Já temos a telecardiologia e a telerradiologia, especialmente com o exame de mama que é feito com um laudo a distancia. Em 2016, pretendemos que isso cresça mais e se possível que vá até os municípios dos polos regionais de saúdes.

EM TEMPO – Qual o desa-fi o de levar o programa de telessaúde para localidades bem distantes do Estado?

PE - Nós temos dois grandes desafi os: primeiro dizer que esse programa tem três grandes ver-tentes: permite que o paciente seja atendido na sua casa, no seu município, perto de sua família; propicia que o médico que dá a atenção básica, que atua naquele município do in-terior, permaneça no seu local de trabalho. Porque esse médico

começa a ter a convicção de que ele tem o apoio do especialista a distância. Aliado a isso, o fator econômico, pois a partir daí o município vai parar de transferir esses pacientes para a capital, começa a ter uma economia, pois quem paga esse transporte é o Estado.

EM TEMPO – Qual o siste-ma para implantação desse programa para as regiões longínquas do Estado?

PE - Esse é outro grande desafi o. O primeiro que cito sempre é a adesão do profi s-sional de saúde ao programa. Tudo que é novo costuma causar algum tipo de impacto e tere-mos que quebrar esse paradig-ma. Atualmente, conseguimos melhorar muito. O segundo é exatamente a conectividade, nós temos uma rede de inter-net muito abaixo daquilo que a gente necessita. Então eu não vejo outra saída para consoli-dação desse programa senão a solução de satélite.

EM TEMPO – Hoje o Ama-zonas já realiza cirurgias transportadoras de córne-as, rins e fígado. Como está o processo para oferecer o transplante de coração?

PE - Córnea nós já temos mais de 1,4 mil de pacientes trans-plantados desde 2001; de rim, já temos mais de 400, e agora já existe a modalidade doador falecido para doador vivo, até então só era doador vivo para doador vivo. De fígados já temos sete. Recentemente fi zemos o primeiro transplante em uma receptora de sexo feminino, do Norte e Nordeste, uma paciente de Manacapuru, e estamos nos preparando para o transplante cardíaco. Nós esperamos que aconteça até o fi nal de 2015, pois a infraestrutura necessária já está montada, a única etapa que está faltando é a visita do Ministério da Saúde.

EM TEMPO – Como o se-nhor pretende trabalhar para desafogar o atendimento na capital?

PE - Nós pretendemos for-talecer os nove polos regionais de saúde e isso signifi ca imple-mentar algumas ações nessas áreas, de modo que os pacientes oriundos dos municípios das mi-crorregiões possam resolver os agravos de saúde nesses polos, não havendo a necessidade de chegar até Manaus. E, para isso, algumas ações já estão

sendo discutidas. Nós temos inclusive um programa que já vem sendo estudado há 2 anos com o Ministério da Saúde, de uma forma de estrutura-ção desses polos e, para isso, precisamos empreender algu-mas ações mais estruturantes. Primeiro, um planejamento de saúde que envolva todos os entes; segundo, as ações que envolvam vigilância e saúde; terceiro e mais importante no meu entendimento, fortalecer essas redes de atenções, mais a rede atenção psicossocial, da pessoa com defi ciência; quarto, a ampliação dos programas de telessaúde; quinto é a regula-ção, o sistema de marcação, de agendamento de consultas. Se nós conseguirmos aos poucos, e com um planejamento bem elaborado, fortalecer a situação de saúde, os polos regionais po-derão resolver a maioria desses agravos em até 68%, pois a pro-cura desses doentes poderia ser resolvida na atenção básica.

EM TEMPO – O Amazonas tem uma grande incidência de HIV/Aids, como fazer para amenizar essa situação?

PE - Hoje somos o segun-do Estado da federação com maior incidência de HIV/Aids, só perdemos para o Rio Grande do Sul, e o que preocupa mais é que essa incidência está au-mentando entre os jovens. A Fundação de Medicina Tropi-cal está se transformando em um hospital de Aids, tanto de internação com quase 80%, quanto de UTI. Nós estamos em fase fi nal de elaboração de um programa interfederativo com o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Manaus para implementar algumas ações que imaginamos que vão di-minuir essa incidência, traba-lhando sobretudo a prevenção. Obviamente que vai envolver os órgãos de comunicação, trabalhando a descentraliza-ção desse atendimento que hoje acontece quase que ex-clusivamente na Fundação de Medicina Tropical. Daí surge a parceria com a Prefeitu-ra de Manaus, de elevar o atendimento, tanto para parte de diagnóstico quanto trata-mento e acompanhamento nas unidades básicas estra-tegicamente localizada para a capital. E, para o interior, iremos atuar nos três municí-pios que têm maior incidência, que são Benjamin Constant, Tabatinga e Parintins.

Pedro ELIAS

‘Vamos fortalecer osPOLOS REGIONAIS de saúde’

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O que pre-ocupa mais é que essa incidência está aumen-tando entre os jovens. A Fundação de Medicina Tropical está se transfor-mando em um hospital de Aids, tanto de internação, com quase 80%, quanto de UTI. Nós estamos em fase fi nal de elaboração de um programa interfedera-tivo com o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Manaus para implementar-mos algumas ações para diminuir essa incidência da doença”

Eu vejo uma infraes-trutura bem adequa-da. Mas, o que está faltando é planejar melhor, justamente o fl uxo de atendi-mento. Signifi ca que devemos ir naquela linha de fortaleci-mento da atenção primária, de modo que a média e de alta complexidade seja desafogada”

POR HENDERSON MARTINS

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015A6 PolíticaPolítica

Uso de centro social em eleiçãoBrasília (Agência Câ-

mara) - A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira, o Pro-jeto de Lei Complementar 443/09, do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que pune pela legislação eleitoral quem fi zer uso indevido de centro social para fi ns elei-torais, inclusive com cas-sação de registro e man-datos, e com inelegibilidade por oito anos.

O projeto original esta-

belecia pena de inelegibi-lidade por 3 anos, mas o relator, deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), fez uma atualização porque a pro-posta foi apresentada an-tes da aprovação da Lei Complementar 135/10 (Lei da Ficha Limpa).

Ele frisou que a Justiça Eleitoral já vem buscando caracterizar como abusiva a exploração de centros so-ciais com fi nalidade eleito-ral. “Não temos dúvida de que o exame do caso concre-to permitirá separar os atos

legítimos de solidariedade e benemerência de outros de cunho assistencialista com claro viés eleitoral”, disse.

O texto inclui o uso dos centros comunitários e as-semelhados entre as hipo-óteses de denúncia, junta-mente com abuso do poder econômico, de autoridade, e uso indevido de meios de comunicação. Os efeitos desse tipo de ação atingem não só os candidatos, mas todos que tenham contri-buído para a prática do ato indevido ou abusivo.

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Na última semana, Marcelo Ramos e Henrique Oliveira se encontraram para tratar de política

Ex-deputado prefere o silêncio a falar de fi liação partidária, mas estaria se aproximando de Henrique e Alfredo Nascimento

Partido Solidariedade e PR disputam Marcelo Ramos

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

tilador ou ar-condicionado.

Assessor predestinadoDurou apenas vinte dias no

cargo o novo assessor de im-prensa do Palácio do Planalto, Nelson Breve, o predestinado. Em plena crise, não há porta voz nem assessor de impren-sa. Quem cuida de tudo é o ex-prefeito de Araraquara e ministro Edinho Silva, inexpe-riente na área.

Cem milhões!Uma babel de pessoas fala

em nome do governo, cada uma na sua língua. É a receita do caos. E o governo paga R$ 100 milhões anuais às melhores (e piores) empresas de assesso-ria de imprensa do Brasil.

Point de AécioApós se mudar para Bra-

sília com a família, Aécio Neves (PSDB-MG) adotou o “Dudu Bar” como seu fa-vorito. Sempre que aparece em restaurantes da cidade, Aécio é muito tietado por clientes e garçons.

Não teve posseHá 31 anos, em Goiânia, foi

realizado o primeiro comício da campanha de Tancredo Neves, reunindo cerca de 300 mil pessoas. Tancredo viria a ser eleito o primeiro presi-dente civil após 21 anos de ditadura militar.

Mãos à obraQuem pavimenta a ponte en-

tre PMDB e PSDB é o presidente do SD e escudeiro de Eduardo Cunha, Paulinho da Força (SP), que virou réu no Supremo Tri-bunal Federal por lavagem de dinheiro e corrupção.

Pergunta no plenárioViagem internacional do

vice com todos os minis-tros peemedebistas é visita, fuga ou transição?

PODER SEM PUDOR

Executivos da AndradeGutierrez implicam PSDB

Acordo de delação premiada fi rmado por dois executivos da construtora mineira Andrade Gutierrez, uma das integrantes do cartel de empreiteiras responsável pela roubalheira à Petrobras, envolve no esquema do Petrolão as principais lideranças do PSDB, maior partido de oposição ao governo Dilma. São citados na delação os senadores José Serra (SP), Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).

Acusação ofi cialO senador Aloysio Nunes

(PSDB-SP) já foi indicado pelo Procurador-Geral, Rodrigo Ja-not, como um dos alvos da investigação da Lava Jato.

Doação tucanaA Andrade Gutierrez contri-

buiu com R$ 19 milhões para a campanha a presidente da República do senador tucano Aécio Neves.

Doação petistaA Andrade Gutierrez também

é a empreiteira que mais con-tribuiu com a campanha de reeleição da presidente Dilma (PT): R$ 21 milhões.

Empreiteiras generosasAndrade Gutierrez, Camargo

Corrêa, Queiroz Galvão, Ode-brecht e OAS doaram R$ 64 milhões para Dilma e R$34 milhões para Aécio.

Sem ‘boquinhas’ governo pouparia R$ 2 bilhões

Se o governo Dilma ex-tinguisse os quase 24 mil cargos comissionados DAS (Direção e Assessoramen-to Superiores) distribuídos a aliados, apenas da ad-ministração federal direta, com fundações e autarquias, seria possível poupar mais de R$ 1,9 bilhão por ano. Desses 23.941 cargos quase 25% são de livre nomeação, para qualquer cumpanhêro. Cargos de livre nomeação custam ao contribuinte R$ 344 milhões/ano.

100 mil garantidosO governo Dilma possui 99,5

mil cargos e funções de con-fi ança, segundo Boletim Esta-tístico de Pessoal do Ministério do Planejamento.

Curso DilmaA atual “comandante da na-

ção” foi responsável pela cria-ção de mais de nove mil cargos. A maior parte de Função de Coordenação de Cursos.

Voz solitáriaO senador Reguff e (PDT-DF)

vê um excesso revoltante. “Al-guns cargos devem ser de con-fi ança, mas não esse excesso revoltante que temos”.

EstrategistaEduardo Cunha avisou que

esta semana terá pauta única: o projeto da reforma políti-ca, que volta do Senado. Ele acredita que a Câmara precisa superar o tema, até para se “distrair” da Lava Jato.

Efeito alucinógenoCom o plenário do Senado re-

formado, o cheiro de cola exa-lava. Senadores não perderam a piada. Diziam que o governo não queria quórum na terça, “para evitar o impeachment!”, provocou um senador.

Luz de velasNo Rio de Janeiro, a falta

de recursos faz quartéis das Forças Armadas fi carem sem luz à noite, para economizar. No calor escaldante do Estado, a tropa da Marinha vive sem ven-

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

Procure o [ex-tesoureiro do PT João] Vaccari para acertar”

RICARDO PESSOA (UTC),sobre a orientação que recebeu de Renato Duque, da Petrobras

O delegado professorTancredo Neves, recém-formado, foi para São

João Del Rey exercer a promotoria. Com aquela conversa que o levaria ao poder anos mais tarde, foi chegando e arranjando namorada. Mal sabia que o delegado havia proibido namoro nas praças, por isso ele se misturou aos muitos ca-sais que ocupavam um dos jardins públicos da cidade. A polícia chegou de repente e expulsou todo mundo.Tancredo se preparava para protestar contra a violência quan-do foi notado pelo delegado. Rápido no gatilho, o policial mostrou que tinha muito a ensinar a Tancredo:

- Doutor, botei esse pessoal para fora para deixar o senhor à vontade...

VAI SER CRIME Com o prazo do troca-troca se afunilando, outros políticos sem mandato e com projetos de eleição em 2016 também se articulam para garantir a fi liação em algum partido político.

Nesta situação estão os vereadores professores Samuel e Jacqueline, que foram expulsos do PPS neste ano.

Eles tentaram manter se-gredo durante meses sobre uma fi iliação no PHS, mas o presidente do partido no Amazonas, vereador Wilker Barreto, confi rmou à repor-tagem que, no próximo dia 30 de setembro, os dois e mais a vereadora Vilma

Queiroz, que era do PTC, vão assinar fi cha de fi lia-ção no PHS, durante uma cerimônia em Brasília.

Wilker, que também pre-side a Câmara Municipal de Manaus (CMM), afi rmou que a entrada dos três vere-adores na sigla já é assunto certo internamente.

Com isso, a bancada do PHS passará a contar com quatro cadeiras no Legisla-tivo municipal, igualando-se às bancadas do PSDB e PSD na casa.

“Eles estão pratica-mente confi rmados, eu digo que estão 95% cer-tos que irão se fi liar”, afi rmou o presidente da

Câmara municipal.Os vereadores Samuel, e

Jacqueline foram expulsos do Partido Popular Socialis-ta (PPS) . A expulsão foi um desdobramento da eleição para a presidência da Câ-mara Municipal de Manaus (CMM), na qual os dois ve-readores, contra a orien-tação do PPS, votaram no candidato indicado pelo prefeito Artur Neto (PSDB) para o posto, o vereador Wilker Barreto.

O vereador Elias Ema-nuel, que também está sem partido, não foi en-contrado pela reportagem para falar de sua nova fi liação partidária.

Jacqueline e Samuel no PHS

O vice-governador do Amazonas, Henrique Oliveira (SDD), revelou ao

EM TEMPO que fez um con-vite formal ao ex-deputado estadual Marcelo Ramos (sem partido) para se fi liar no Partido Solidariedade, si-gla que comanda no Estado. Henrique disse ainda que a conversa entre os dois acon-teceu na semana passada. De fato, na última quarta-feira, Marcelo Ramos fez questão de postar em sua conta nas redes sociais uma foto dele com Henrique, em que afi r-ma que os dois tiveram uma agradável conversa, onde trataram de tudo, inclusive sobre conjuntura para as eleições de 2016.

O vice-governador disse à reportagem que fez o con-vite a Ramos por enxergar no ex-deputado uma grande força política, além dele estar sem partido no momento. O prazo dado pela Justiça Elei-toral para quem vai disputar as eleições do próximo ano trocar de partido termina no dia 2 de outubro.

“O Marcelo mostrou uma musculatura eleitoral nessa

eleição. Obteve bastantes votos e mostra que tem

uma pré-disposição para buscar voos maiores. Eu ofereci a ele a fi liação do SDD e propus que nos esta-bilizássemos para fortalecer o partido, e lá na frente faríamos uma pesquisa para saber como se comportou o partido após a entrada dele”, disse Henrique Oliveira.

Mas não é somente o SDD que corteja o ex-deputado. Cresce nos bastidores o in-teresse do Partido Republi-cano (PR), comandado pelo deputado federal Alfredo Nascimento, em ter Marcelo Ramos em seus quadros.

“O Marcelo terá que ver o que é melhor. Lá na frente o PR pode estar junto ao Solidariedade. Um lançan-do vice e outro um prefeito. É um rapaz que demons-trou que tem musculatura, é sem dúvida uma pessoa que é bem vinda em qual-quer partido”, completou o vice-governador.

Procurado pelo EM TEMPO, o deputado Alfredo Nasci-mento revelou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ambos estariam con-versando há seis meses. Durante esse período, fo-

ram realizados encontros e reuniões quinzenalmente entre Alfredo e Marcelo para tratar do panorama regional e assuntos sobre a política local e nacional.

A assessoria informou ain-da que o PR está de portas abertas para receber não só ao ex-deputado Marcelo Ra-mos, mas também a outras lideranças políticas que de-sejam juntar-se à sigla.

“A decisão fi nal é do Marce-lo, estamos abertos à escolha dele. Nós entendemos que ele é um nome moderno, que pode trazer mudanças radi-cais na política do Estado e o PR quer isso. Se ele entender que o PR é um partido que pode abrigá-lo, pode vir”, in-formou a assessoria do PR.

CautelaAo ser procurado pela

reportagem, Marcelo Ra-mos preferiu manter-se em silêncio sobre o assunto. Entretanto, em poucas pa-lavras, ponderou: “Como já disse, só falarei sobre mi-nha fi liação quando já estiver fi liado”, afi rmou.

Ele ressaltou que, todas as vezes que fala sobre sua fi liação, “forças agem e lhe inviabilizam”.

POR ASAFE AUGUSTO

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015A7PolíticaPolítica

Aumento da corte do TJAM traz à tona interessesO acréscimo de mais sete vagas na composição do pleno promete novos capítulos nessa disputa pelo cobiçado cargo

A derrubada da Ação Direta de Inconstitu-cionalidade (Adin) na corte do Tribunal de

Justiça do Amazonas (TJAM), na semana passada, em que 12 desembargadores julga-ram improcedente a ação contrária à lei estadual nú-mero 126/2013, que criou sete novas vagas ao pleno promete agitar não apenas o Judiciário, mas todo o cenário da política local nas próximas semanas. Alvo de discordância inclusive dentro da própria corte, onde nem a presidente da institui-ção, desembargadora Graça Figueiredo, é a favor das novas vagas, o projeto ainda coloca em debate a distribuição de recursos entre Legislativo e Judiciário, além de apresen-tar uma nova perspectiva: dividir o poder de decisão entre mais magistrados.

As novas vagas devem ter um impacto em torno de R$ 10 milhões ao ano no Orça-mento do tribunal, contando o custo com o desembargador, um assessor jurídico, quatro assistentes jurídicos e um au-xiliar de gabinete. Além des-sas, outras despesas devem entrar no Orçamento, como a contratação de motorista, aquisição e manutenção de veículos, assim como o espaço

físico e mobiliário.Na avaliação do presidente

da Associação Amazonense de Magistrados (Amazon), juiz Cássio Borges, o aumento da corte de segundo grau é posi-tivo, quando mais desembar-gadores signifi ca maior pulve-rização do poder. “Isso é muito bom para a democracia e para a sociedade, pois o poder fi cará menos concentrado”, explicou o magistrado.

O aumento no número de desembargadores tem gerado críticas por causa do refl exo nas contas do Estado. A grande demanda de juízes para dar conta dos processos penden-tes de julgamentos é utilizada como argumento contrário à decisão do pleno. Mas, na opi-nião de Cássio Borges, outros aspectos importantes não es-tão sendo levados em conta.

“Uma coisa não exclui a ou-

tra. Precisamos de mais juízes? Sim, precisamos. Mas também precisamos de mais desem-bargadores. A necessidade de um não anula a de outro. Sobre a questão fi nanceira, o que precisa ser discutido é a quan-tidade de recursos destinados ao Judiciário”, alertou.

Borges afi rmou ainda que o Judiciário amazonense opera hoje com menos recursos do que precisa. “A folha é maior que o repasse. Isso aconte-ce porque a distribuição do duodécimo está errada. A de-manda do Judiciário é muito maior. Tome como exemplo a Assembleia Legislativa do Estado (Aleam). Ela recente-mente passou a receber mais recursos”, observou.

Atualmente há 261.504 pro-cessos judiciais em primeira instância a serem julgados em todo o interior do Ama-zonas. Em Manaus, segundo dados do próprio TJAM, há 621.339 tramitando, sendo todos esses digitalizados, mais 8.540 físicos. No total, 629.879 ações a serem jul-gadas na cidade, e 891.383 em todo o Amazonas.

Os deputados estaduais autores da Adin prome-tem ingressar com embar-gos de declarações nes-ta semana junto ao TJAM para tornar nula sessão da corte do último dia 8.

Com a derrubada da Adin, corte do Tribunal de Justiça pode passar dos atuais 19 desembargadores para 26. Vagas serão para a Justiça comum, Ministério Público e Ordem dos Advogados

Procurada pela repor-tagem, Graça Figueiredo preferiu não comentar o resultado e nem sobre o processo de eleição e posse dos novos mem-bros. Das sete vagas, cinco serão para Justiça comum, uma para o Mi-nistério Público do Esta-do (MPE) e outra para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM).

Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alberto Simonetti, a indicação dos representantes da entidade começa quando o tribunal notificar a en-tidade da existência da vaga. A partir de então, é convocado um conse-lho que escolhe o méto-do para apontar os indi-cados. O critério varia, podendo ser por tempo de exercício da profissão ou por idade.

Deste processo é feita uma lista de seis nomes, dos quais serão tirados três, também com crité-rio a ser definido pelo conselho e levados até o governador José Melo

(Pros). É ele quem faz a escolha final. Os requi-sitos mínimos para ser candidato a uma dessas vagas é ter mais de 35 anos de idade e mais de 10 anos de exercício de advocacia.

Um dos nomes mais for-tes para a vaga é do ad-vogado trabalhista Fábio Mendonça, ex-presidente da OAB entre 2010 e 2012 e que exerce a função há mais de 30 anos. Seu nome foi apontado por várias fontes ouvidas pelo EM TEMPO, que pediram sigilo.

A assessoria de impren-sa do Ministério Público do Estado afirmou que assim que for oficialmen-te notificada, a Procu-radoria Geral de Justiça publicará edital interno a respeito das vagas e convocando os aptos para inscrições. Ainda não há datas previstas para ne-nhum dos dois processos (edital e eleições). Desta eleição será escolhida uma lista de seis nomes, dos quais três serão indi-cados ao governador José Melo para escolha.

Eleições ainda vão acontecer

Na sessão da última terça-feira, depois de quase 2 anos de tra-mitação no TJAM e ter sido retirada de pauta por quase 40 vezes, o julgamento da ação teve um desfecho. Dos 19 desembargadores que compõem a corte atualmente, 12 votaram contra a improcedência da Adin: o relator, de-sembargador João Si-mões, Djalma Martins, Ari Moutinho, Domingos Chalub, Yedo Simões, Lafayette Carneiro Viei-ra, Flávio Humberto Pas-carelli, Rafael Romano, Aristóteles Thury, Joana dos Santos, Carla Reis e Socorro Guedes.

Os votos a favor da Ação de Inconstitucio-nalidade foram dos de-sembargadores Mauro Bessa, Paulo Cesar Ca-minha, Cláudio Roes-sing, Graça Figueiredo, Wellington Araújo, Jorge Lins e Sabino Marques.

Magistrados divididos no julgamento

RAIM

UN

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VAL

ENTI

M/T

JAM

POR FRED SANTANA

VOTOS

Depois de quase 2 anos tramitando na corte do Tribunal de Justiça, Adin contrária à lei que criou sete vagas na composição do TJAM foi derruba-da na última terça-feira com 12 votos a favor e sete contra

A07 - POLITICA.indd 7 12/09/2015 12:19:52

MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015A8 PolíticaPolíticaFoco dos projetos do Pacto Federativo é a economiaMatérias foram selecionadas pelo Congresso durante reuniões com prefeitos e governadores no primeiro semestre do ano

Brasília (Agência Se-nado) - No momento em que o Brasil en-frenta rebaixamento

em seu grau de investimento, conforme anunciado pela agên-cia Standard & Poor’s, Estados e municípios vivem a expectativa da aprovação no Senado de duas dezenas de projetos que podem oxigenar suas economias e re-forçar seus cofres combalidos pela crise econômica.

Os projetos foram seleciona-dos no âmbito de duas reuniões com prefeitos e governadores, conduzidas pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Edu-ardo Cunha (PMDB-RJ), com o objetivo de fi rmar um pacto em favor da federação.

Criada em maio, a Comissão Especial do Pacto Federativo tem objetivo de votar todos esses projetos até o fi m do ano. Presidente do colegiado, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) resume o esforço que vem sendo realizado.

“É de suma importância alinharmos, neste momento de difi culdade, a aprovação de matérias que possam re-estimular nossa economia na ponta. Todo ajuste precisa ter um complemento aplicado na vida das pessoas”.

PECs já aprovadasOs primeiros passos já es-

tão sendo dados. O Senado aprovou e enviou à Câmara dos Deputados, no fi nal do mês passado, proposta de emenda à Constituição (PEC 84/2015) que proíbe a União de criar despesa para estados e muni-cípios sem prever os recursos para seu custeio.

Iniciativa da senadora Ana

Amélia (PP-RS), o texto respon-de a uma das principais queixas dos entes federados, cujos go-vernantes se dizem incapazes de arcar com despesas em áreas como saúde, segurança e edu-cação, a eles repassadas pelo governo federal.

Na próxima terça-feira, o Congresso Nacional promul-ga emenda à Constituição

garantindo a destinação preferencial de recursos federais a projetos de ir-rigação no Nordeste e no Centro-Oeste. A mudança trazida pela PEC 78/2013 prorroga por mais 15 anos a obrigação de a União aplicar 20% dos recursos destinados à irrigação no Centro-Oeste e outros 50%, no Nordeste, de preferência no semiárido.

Outras propostasEntre as matérias em análise,

já foi aprovado e enviado à Câmara o PLS 425/2014, ela-borado pela Subcomissão Tem-porária de Resíduos Sólidos, que prorroga o prazo para o Brasil acabar com os depósitos de lixo a céu aberto, meta ainda não atingida por falta de recursos. O texto estende até 2021 o prazo para o fi m de todos os lixões existentes no país, inicialmente previsto para 2014.

Pronta para deliberação no plenário se encontra a PEC 61/2015, destinada a permi-tir que emendas parlamenta-res ao Orçamento da União direcionem recursos dire-tamente ao Fundo de Parti-cipação dos Estados (FPE) e ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

MAR

COS

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Presidentes da Câmara e Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros (1º e 2º à esq.) durante debate

OBJETIVO

A Comissão Especial do Pacto Federativo foi criada em maio deste ano e tem o ob-jetivo de votar todos esses projetos até o fi m do ano. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) é quem preside o colegiado

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

CRESCIMENTO

Mercado de seguros ‘ri’ da crise

Economia B3

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Mil empresas multadas por negarem CPF na nota fi scalMais de 2,5 mil estabelecimentos já foram denunciados à Sefaz-AM pela população amazonense, que acredita no programa

Há 47 dias lançado no Amazonas, pelo go-verno do Estado, a campanha Nota Fiscal

Amazonense (NFA) supera as expectativa da Secretaria de Estado da Fazenda do Ama-zonas (Sefaz-AM) quanto ao número de denúncias por parte do consumidor amazonense. De acordo com dados da pasta, nesse período mais 2,5 mil estabelecimentos comerciais foram denunciados.

Do montante denunciado, de acordo com o secretário da Re-ceita da Sefaz-AM, Jorge Jatahy, quase 1 mil empresas foram no-tifi cadas com auto de infração, por negar a emissão de cupom fi scal com CPF do consumidor. Outras 60 foram lacradas pela falta de inscrição estadual e da implantação do equipamento de emissão da Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), sistema que comunica, em tempo real, a venda ao banco de dados da Sefaz-AM.

Os segmentos que despon-tam com mais denúncias, con-forme Jatahy, são restaurantes, lojas de departamento e postos de gasolina. A maioria está localizada em bairros da Zona Centro-Sul de Manaus, e o bair-ro que acumula mais multas é a Cidade Nova, Zona Norte (ver mapa). “As denúncias apresen-tam um volume acima do que prevemos. Estamos avaliando mais denúncias para conferir a consistência”, explica.

Para o programa que foi criado pelo Estado para evitar a sonegação de impostos por parte do comércio varejista e melhorar a arrecadação, o se-cretário da Receita da Sefaz-AM informa que, nas próximas semanas, ampliará o número de pessoas nas equipes de fi scali-

zação, com objetivo de apurar um número maior de denúncias feitas à Sefaz-AM.

Outra novidade para as próxi-mas semana será o aumento do valor mínimo das multas às em-presas que negam a emissão de cupom fi scal, com o CFP do consumidor na nota. Segundo Jatahy, será encaminhada à As-sembleia Legislativa do Estado (Aleam) uma lei complementar que eleva de R$ 300 para R$ 500 o valor mínimo.

“Nós percebemos que muitas empresas, mesmo autuadas, continuavam não emitindo a nota fi scal com CPF do con-sumidor”, explica Jatahy. “Para aqueles estabelecimentos de-nunciados que não têm a inscri-ção estadual, eles são lacrados imediatamente. Só volta com inscrição e equipamento de emissão da nota fi scal. Essa já é a penalidade maior para um restaurante, por exemplo, que passa alguns dias de portas fechadas”, comenta.

Nas situações em que o esta-belecimento é lacrado por falta de inscrição estadual e o ca-dastro na NFC-e, Jatahy explica que o empresário pode levar até três dias para conseguir se regularizar. Para aqueles que não foram lacrados por falta de denúncia, o processo é mais ágil. “Mas, tudo depende apenas do interesse do empreendedor em procurar os caminhos para se regularizar e passar a emitir a nota fi scal”, observa.

O programa favoreceu o cres-cimento de 20% da emissão NFC-e com CPF do consumidor, de acordo com Jatahy. Mas, os resultados monetários só serão divulgados no fi nal de outubro, quando a campanha estará consolidada.

Segundo coordenador do programa NFA pela Sefaz-AM, Augusto Ber-nardo, até sexta-feira (11), dos mais 700 mil amazo-nenses que incluíram o CPF na nota fiscal, apenas 125 mil se cadastraram no site da Sefaz-AM e estão aptos a ganhar prêmios diários de R$ 50 e R$ 1 mil, men-sais de R$ 30 mil e ainda o de especial de Natal, que será R$ 50 mil

Do total de 4.031 con-sumidores contempla-

dos com prêmios diários e mensais, 2.304 não estão cadastrados do programa e por isso não resgataram seus prêmios de R$ 50 e de R$ 1 mil. De acordo com Bernardo, para res-gatar o prêmio basta a pessoa se cadastrar no programa pelo site (nfa-mazonense.sefaz.am.gov.br). Ao acessar, a pessoa clica no botão “Cadastre-se” para preencher for-mulário simplificado, com CFP, endereço de e-mail e

conta bancária (corrente ou poupança).

AppO cadastro também po-

derá ser pelo aplicativo do programa, disponível atu-almente para smartpho-nes com sistema Android. Conforme o diretor de Tecnologia da Sefaz-AM, Elzenir Gomes, a partir do dia 21 de setembro, será liberada uma nova versão do App para Android. Na segunda semana de outu-

bro, a secretaria liberará a versão para smartphones com sistema iOS e Win-dows Phone.

“Essa nova versão traz todas as funcionalidades que tem no site. O usu-ário vai poder se cadas-trar, consultar os prêmios dele e as notas emitidas. A ideia é facilitar ainda mais o acesso do con-sumidor e principalmente aumentar o número de cadastros no programa”, afirma Gomes.

Mais de 2 mil não cadastrados premiados

O coordenador da cam-panha “Nota Fiscal Amazo-nense”, Augusto Bernardo, fala da preocupação do Estado sobre campanhas

negativas nas redes sociais, com objetivo de prejudicar

o andamen-to do pro-grama. Se-gundo ele, são muitas as postagens que vieram de campa-nhas já exis-

tentes em São Paulo, Brasília e Pa-

raná, por meio das quais os autores das postagens vendem o medo da invasão de privacidade sobre a vida econômica do cidadão.

Bernardo diz que a cam-panha é estadual e não tem nenhuma relação com o governo federal ou com o Imposto de Renda. “Não existe nenhum interesse em saber quanto o cidadão ganha ou gasta. O progra-ma visa exclusivamente

fi scalizar quem não emite a nota fi scal, para recolher o imposto estadual mais importante, que é o ICMS”, assegura.

GarantiaDe acordo com ele, o

uso do CPF é unicamente para a segurança do con-sumidor, e garantir que as suas compras não se-jam registradas por outras pessoas e que seus prê-mios sejam depositados exclusivamente em sua conta bancária.

O coordenador explica, ainda, que o cadastro do CPF também permite ao participante acompanhar em tempo real suas no-tas, bilhetes e prêmios, no portal da campanha. “Todas as transações no site são seguras, cripto-grafadas e as informações são protegidas por sigilo fi scal. Exigir a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica, com o CPF na nota, e con-correr a prêmios de até R$ 50 mil reais é direito do consumidor”, afi rma.

Cadastrar pela segurança

cretário da Receita da Sefaz-AM informa que, nas próximas semanas, ampliará o número de pessoas nas equipes de fi scali-

estará consolidada. Do total de 4.031 con-sumidores contempla-

mulário simplificado, com CFP, endereço de e-mail e

do App para Android. Na segunda semana de outu-

O coordenador da cam-panha “Nota Fiscal Amazo-nense”, Augusto Bernardo, fala da preocupação do Estado sobre campanhas

negativas nas

com objetivo de prejudicar

tentes em São Paulo, Brasília e Pa-

raná, por meio das quais os autores das postagens vendem o medo da invasão de privacidade sobre a vida econômica do cidadão.

Bernardo diz que a cam-panha é estadual e não tem nenhuma relação com o governo federal ou com o Imposto de Renda. “Não existe nenhum interesse em saber quanto o cidadão ganha ou gasta. O progra-ma visa exclusivamente

Cadastrar pela segurança

Mais de 4 mil consumidores que pediram para inserir o CPF na nota fi scal já foram premiados pelo programa que começou no fi nal de julho

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POR EMERSON QUARESMA

Localidades de Manaus com maior incidência de multas pela campanha

Nota Fiscal AmazonenseZona Oeste

82

ZonaCentro-Oeste

83

ZonaCentro-Sul

260

Zona Sul

200

Zona Leste

92

Zona Norte

199

* Bairros com maior número de estabelecimentos

multados

*Cidade Nova

116

*Ponta Negra

26

*São José Operário

40

*Centro

95

*Parque 10 de Novembro

84

*Alvorada

27FONTE: SEFAZ-AM

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015B2 EconomiaEmpresas ganham ‘Oscar’ do mercado imobiliárioPatrimônio e Urbis foram premiadas pelo lançamento do Concept, que venceu como melhor empreendimento residencial

A 21ª edição do Prêmio Master Imobiliário, considerado o “Oscar” do setor imobiliário

brasileiro, premiou o Concept, um dos principais empreen-dimentos das empresas Pa-trimônio Construções e Urbis Engenharia S/A em Manaus. O projeto foi o vencedor na cate-goria Empreendimento Resi-dencial, no evento promovido pela Federação Internacional das Profi ssões Imobiliárias (FIABCI-Brasil) e Sindicato da Habitação (Secovi-SP),

A escolha de 12 cases na categoria Profi ssional, e sete na categoria Empreendimen-to, foi feita por um júri especia-lizado e totalmente indepen-dente, após a análise de mais de 60 projetos inscritos, de altíssimo nível e procedentes de todas as partes do Brasil.

Outro prêmioEm 2011, ainda em seu lan-

çamento, o empreendimento já havia sido vencedor cate-goria Profi ssional - Marketing. O prêmio é o reconhecimento aos empreendimentos e pro-fi ssionais que se destacam por sua excelência, inovação, criatividade e seu desempe-nho no setor imobiliário.

“A Patrimônio se orgulha

muito em receber a maior consagração do mercado de imóveis do Brasil: o Prêmio Master Imobiliário. Essa con-quista chancela o trabalho de excelência que foi iniciado há 20 anos pela família Yama-niski e que vem sendo aperfei-çoado, a cada dia, pelo nosso time de colaboradores, parcei-ros e fornecedores, através de

muita dedicação, empenho e superação. O Concept, que foi incorporado pela Patrimônio e Urbis, é hoje duas vezes vence-dor da premiação, o que vem a reforçar e nos estimular na busca diária de sempre fazer mais, de forma diferente e me-lhor”, diz o CEO da Patrimônio Construções, David Fratel.

Entregue no primeiro se-

mestre deste ano pela Patri-mônio e Urbis, o Concept se tornou referência no mercado da construção em Manaus en-tre empreendimentos de alto padrão. “O prêmio Master Imobiliário é resultado da parceria de sucesso entre as empresas e consagra o Con-cept, um produto com linhas arquitetônicas modernas e so-fi sticadas, que encanta pelo conforto e qualidade. E, por isso, é um empreendimento de sucesso desde o lançamento até a entrega fi nal, reconheci-do e aprovado pelos clientes e admiradores”, afi rma o diretor executivo da Urbis Engenharia S/A, Marco Bolognese.

Valor agregadoPara o presidente da Asso-

ciação de Dirigentes de Em-presas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi), Romero Reis, além de reconhecimen-to para a empresa e para o produto, a premiação agrega valor ao setor imobiliário de Manaus. “O prêmio é uma referência nacional e quan-do uma incorporadora local é blindada por esta referência, se nota a busca por novos parâmetros de qualidade nos produtos para a satisfação dos clientes”, afi rma.

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AÇÃO

Empreendimento Concept venceu o Prêmio Master Imobiliário

IMPORTÂNCIA

O presidente do Sin-dicato das Indústrias da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon – AM), Eduardo Lopes, reforçou a importân-cia do reconhecimento nacional para um empreendimento na capital amazonense

Situado na avenida Mário Ypiranga Mon-teiro, na Zona Centro-Sul, o Concept possui duas torres apenas, cada uma como 17 andares e um total de 216 apartamentos. Todos entregues com fechadura biométrica.

Os apartamentos possuem infraestrutu-ra para total automati-zação dos ambientes, como por exemplo: controle das cortinas da sala, criação de ce-nários de iluminação e timer de encher a banheira da suíte.

Quem assina o pro-jeto arquitetônico é a Trie Arquitetos As-sociados, empresa de grande renome nacio-nal e que tem com um dos sócios Paulo Segall. O paisagismo é de Neusa Nakata.

Projeto bem localizado e moderno

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015B3Economia

Com a crise, empresas encontram porto seguroEnquanto alguns setores reclamam do momento desfavorável da economia, seguradoras comemoram o crescimento

Se por um lado há al-guns setores da eco-nomia que reclamam da crise, por outro,

há quem comemore com o cenário, aparentemente, des-favorável. Um exemplo é o mercado de seguro privado que, em meio ao pessimismo, cresce em Manaus.

De acordo com o Sindicato dos Corretores de Seguros nos Estados do Amazonas e Roraima (Sincor AM/RR), o mercado local apresenta crescimento acima dos 15% neste ano, infl uenciado, prin-cipalmente, pelos seguros de saúde, de pessoas, contra aci-dente e os de automóveis. Se-gundo o presidente do Sincor AM/RR, Jair Fernandes, a de-manda continua alta também para o tradicional seguro de vida e de residências.

Empresas Além dos indivíduos, as em-

presas têm buscado mais o setor de seguros também. Conforme Fernandes, a pro-cura maior é uma forma de se prevenir sobre possíveis mudanças no cenário atual de crise econômica.

Segundo ele, empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) fazem seguro contra possíveis falências ou erro de estratégias do mercado.

“Registramos crescimento acima dos 15% no setor de seguro privado. Há mais de 20 seguradoras instaladas

somente em Manaus. Só no ramo de automóveis, o setor de seguro pagou indenizações de R$ 75 milhões aos segura-dos, em 2014”, conta Jair.

Para o presidente do Sincor AM/RR, a tendência é a cul-tura do seguro crescer mais no Estado. “Quando as pes-soas compram ou constroem uma residência, só pensam na pintura, no acabamento e nos utensílios, mas não veem que o seguro é muito importante caso haja alguma catástrofe,

como um incêndio ou um ven-daval que pode destruir tudo”, garante o representante.

Já o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fie-am), Nelson Azevedo, explica que não é normal as em-presas buscarem o merca-do de seguro privado con-tra a crise. Porém, ele não descarta a possibilidade.

“Todas as empresas do PIM têm os seus seguros para ga-rantir a segurança dos seus funcionários contra a invali-

dez, por exemplo, entre ou-tros. Existem também seguros contra catástrofes, incêndios, instalações elétricas, roubo e até de estoque de mercado-rias”, revela Azevedo.

Para o vendedor de seguros, Ernesto Vasconcelos, da Arte Real Corretora de Seguros, o setor não tem sofrido com o impacto da crise econômica do país. Porém, ele destaca que os vendedores buscam formas variadas para con-quistar os clientes, uma vez que estes veem o seguro pri-vado apenas como um gasto não como uma forma de in-vestimento para se resguar-dar contra possíveis danos ou prejuízos.

“As empresas buscam o mercado de seguros com re-ceio do chamado risco de decisão, que podem resultar em decisões erradas que com-prometam o patrimônio das empresas”, afi rma Ernesto.

Segundo o diretor da empre-sa Provisa, Janari Rodrigues, o setor tem trabalhado com mu-danças em Manaus, principal-mente em virtude do grande número de demissões que as empresas do Polo Industrial têm apresentado.

“O setor industrial está demitindo, mas estamos trabalhando para que essa crise não se agrave. O mer-cado de seguros trabalha por demanda. Mas é um momento difícil em que pre-cisamos está de mãos da-das com os nossos clientes”, garante o especialista.

Diante do receio de ter prejuízos, empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) têm buscado recorrer ao mercado de seguros local para evitar futuras perdas no patrimônio físico ou falências

A indústria de seguros tem apresentado saldos positi-vos mesmo com o cenário de retração da economia, que chega aos 2% no país.

De janeiro a junho de 2015, o faturamento do setor, descontado o segmento de saúde complementar, regis-trou crescimento de 16% em comparação a igual período de 2014, conforme dados da “Carta de Conjuntura do Setor de Seguros”.

De acordo com o Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo, no mercado de seguros, o de-sempenho setorial tem sido ancorado, em boa parte, nas evoluções dos VGBL (incluin-do Previdência) e do res-seguro, que apresentaram expansão de 29% e 46%, respectivamente.

AlertaA pesquisa apresentada

ressalta também pontos de alerta, como a evolu-ção de apenas 3% nos ra-mos elementares, também nos seis primeiros meses do ano.

Ainda assim, existem pilares sólidos, com moti-vos para otimismo no mé-dio e longo prazo. O setor está saudável em termos de solvência, com boas margens de rentabilidade das seguradoras.

Saldos positivos são registrados

Até junho deste ano, faturamento do setor de seguros cresceu 16% em relação a igual período de 2014

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ESTRATÉGIA

Segundo o diretor da empresa Provisa, Janari Rodrigues, o setor tem trabalhado com mudanças em Manaus, principal-mente em virtude do grande número de demissões nas empre-sas do PIM

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015B6 PaísPaísIndígenas têm renda garantida com pirarucuManejo do pirarucu garante renda sustentável a indígenas paumari da Amazônia. Peixe é um dos maiores do mundo

Há 7 anos, indígenas da etnia paumari do rio Tapauá, no sul do Amazonas, mu-

daram totalmente os hábitos de pesca para participar de uma experiência de manejo do pirarucu. Na época, por falta de informação, eles pesca-vam de forma indiscriminada e ganhavam pouco ou nada pelo produto. E o pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, estava ameaçado de extinção. Atu-almente, os paumaris garan-tem renda para as aldeias com a pesca planejada, ao mesmo tempo em que pre-servam a espécie, agora na lista das vulneráveis.

Na primeira contagem des-ses peixes nos mais de 60 la-gos da reserva dos paumaris, em 2008, foram encontrados 252 pirarucus. Na contagem anual feita em 2014, os in-dígenas registraram mais de 2,5 mil peixes. O esforço para alcançar esse resulta-do foi grande. Os paumaris fi caram sem pescar nenhum pirarucu por 5 anos, tempo necessário para recuperar o estoque da espécie.

Apoiador da ideia desde o início, o indígena Jurandi Souza de Oliveira Paumari ga-

rante que valeu a pena. “Este ano o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberou a pesca de 220 peixes, quase a população total que contamos em 2008. Mas como somos poucos, devemos tirar cerca de 130 peixes”, disse orgulhoso.

Jurandi conta que antes do

manejo os paumaris pesca-vam errado. “A gente pescava todos os peixes pirarucu que conseguíamos, não importa-va o tamanho. Vendíamos ou trocávamos por outros pro-dutos com comerciantes, mas o valor do nosso produto era muito baixo. Sobrava pouco ou nada para nós, em alguns casos dava até despesa.”

O pescador relata que hou-

ve muita resistência nas al-deias quando a organização não governamental (ONG) Operação Amazônia Nativa (Opan) apresentou ao povo Paumari a solução de ma-nejo sustentável criada pelo Instituto Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência, Tecno-logia e Inovação. “Eles falaram do sucesso da experiência em outros locais, que se a gen-te começasse a preservar os lagos o peixe teria um cres-cimento populacional maior e a gente poderia pescar mais”, conta Jurandi.

Segundo ele, o convenci-mento dos cerca de 200 mo-radores da região veio aos poucos, com a percepção da degradação da reserva.

Os indígenas foram for-mados para fazer contagens anuais nos lagos da região e orientados a pescar apenas peixes maiores que 1,5 me-tro. Também aprenderam as regras de higiene e como exe-cutar de forma profi ssional as atividades de limpeza, pesca e carregamento. “Os benefí-cios econômicos vieram com a comercialização do pescado, a partir de parcerias com co-operativas para garantir com-pradores”, explicou o biólogo Diogo Borges, da Opan. Paumaris garantem renda com a pesca planejada, ao mesmo tempo em que preservam a espécie

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AÇÃO

Para o ministro da Educação, plágio é um problema sério principalmente na pós-graduação

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AÇÃO

MEC quer incluir ensino de éticaO Ministério da Educação

(MEC) vai lançar um pro-grama para incluir a ética na formação educativa das escolas do país. A informação é do ministro Renato Janine, que realizou a conferência magna “A ética é o que nos faz falta” no Encontro Inter-nacional Educação 360, que aconteceu na escola Sesc En-sino Médio, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

Durante dois dias, foram discutidas questões atuais e os rumos da educação, com conferências magnas, mesas de debate e estu-dos de caso. Participaram do evento convidados in-ternacionais, educadores, gestores, estudantes e fa-miliares e representantes do poder público.

De acordo com o ministro, será lançado um portal, ainda sem data defi nida, que vai reunir informações e traba-lhos relacionados ao tema.

“Nós temos inicialmente a construção de um portal que vai unir várias ações éti-cas que já existem ou que estão sendo iniciadas. Por exemplo, elaboramos um material sobre o plágio, que é um problema sério sobre-tudo desde o ensino médio, que se torna grave no ensi-no superior e muito grave na pós-graduação. Então, é uma das questões éticas a discutir, bem como as ques-tões mais básicas, como educação das crianças para o respeito ao outro, para a igualdade de todos”.

Outras discussõesO ministro afi rmou que

sempre faltou no país uma base ética para se discutir política, o que, segundo ele, deixa até hoje o debate limi-tado ao bem contra o mal. “A grande forma de atacar e desestabilizar qualquer po-der que seja é acusá-lo de

corrupção, isso é histórico, eu procurei mostrar na pales-tra que isso tem 400 anos”, disse o ministro.

Sobre a greve das universi-dades federais, Janine disse que o Ministério esteve aber-to para negociação desde antes do movimento ser de-fl agrado: “As entidades defl a-graram a greve antes mesmo de ter uma discussão sobre os assuntos. Nós estivemos sempre dispostos a receber, recebemos as três entida-des, uma de servidores, duas de professores, negociamos com elas várias vezes. Ago-ra, fazemos isso dentro do limite que o país pode, levan-do em conta que os dispên-dios fi nanceiros não estão na alçada do MEC”.

A respeito de possíveis cor-tes no orçamento da edu-cação, por conta do défi cit previsto pelo governo para o ano que vem, Janine disse que ainda não há nada defi nido.

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ESCOLAS

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Paumaris fi caram sem pescar nenhum pira-rucu por aproximada-mente 5 anos, tempo necessário para recuperar o estoque da espécie. O esforço feito por eles foi grande

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015B7PaísPaís

De acordo com a igreja, muitos refugiados chegam com necessidade de abrigo e alimentação

O Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão liga-do ao Ministério da

Justiça, concedeu asilo a 2.077 sírios desde 2011, quando co-meçou a guerra civil no país, e 1,8 mil deles estão cadastra-dos na Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM), ligada à Mesquita Brasil, localizada em São Paulo.

A chegada ao Brasil com pouco dinheiro, por causa dos custos da viagem, e a demora em con-seguir emprego, principalmen-te pela difi culdade do idioma, tornam a adaptação difícil. De acordo com a igreja, muitos chegam com necessidade de abrigo e alimentação.

Du’á Hijazi, 18, veio com o marido e os dois fi lhos há seis meses. Ela morava com os sogros e a casa deles foi bombardeada. “Nós não corremos muito risco de vida naquele momento, porque fugimos da casa. Estávamos fora da casa”, conta.

No Brasil, o marido está trabalhando como cozinheiro, mas a maior parte da renda de R$ 1,4 mil é para pagar o aluguel para a família.

Além disso, eles precisam pagar o empréstimo feito na Síria, cerca de R$ 3 mil, para custear as pas-sagens até o Brasil. “Estamos em segurança aqui, mas a situação é difícil”, resume Du’a.

Ambientalista defende valorização do Cerrado

Em tempos de busca de soluções para as mudanças climáticas e de pressão para a produção de mais alimen-tos, a abertura de diálogo entre os diversos setores pro-dutivos e de conservação é a melhor forma de promover o desenvolvimento sustentá-vel no cerrado.

Esta é a posição defen-dida pelo ambientalista e fundador da Fundação Mais Cerrado, Bruno Mello, no Dia Nacional do Cerrado, come-morado na última sexta-feira (11). “Não dá para os setores caminharem sozinhos. O am-bientalista tem que conver-sar com o agricultor e ver a melhor forma de ter um de-senvolvimento sustentável, mas que preserve os recursos naturais. Até para ele poder manter por muitos anos a produção e as comunidades

em volta não sentirem tanto o impacto”, disse.

O Cerrado, segundo o am-bientalista, é considerado pelo agronegócio uma boa área para plantio, já que exis-tem poucas árvores, as áreas são planas e há boa oferta de água. “E a imagem de que a agricultura é a solução para o país coloca mais pressão sobre o bioma”.

Ele defende uma evolução ambiental no Cerrado para que a sociedade não venha sofrer com outras crises naturais. “Nós vemos como um novo momento mesmo. Temos essas crises climática e hídrica e daqui a pouco vamos ter a crise das pes-tes. Esse calor e falta de água favorece a prolifera-ção de mosquitos e bichos, o que traz doenças para a população”, frisou.

Para o ambientalista, o Cerrado é bom para o plantio

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Sírios chegam ao Brasil com pouco dinheiro, por causa dos custos da viagem, e a demora em conseguir emprego torna a adaptação ainda mais difícil

Mesquita em São Paulo ajuda 1,8 mil refugiados

A SBM oferece refeições diárias para os refugiados cadastrados, além de col-chões e cobertores. Algumas mesquitas da capital paulista estão servindo como aloja-mento para refugiados. No último dia 11, durante o salat jummah – oração tradicional feita durante as sextas-feiras –, Nasser Fares, presiden-te da entidade, reforçou a

importância da doação para ajudar os imigrantes que chegam ao país, porque “a principal difi culdade é fi nan-ceira”. Ele explicou que, ini-cialmente, eram oferecidas cestas básicas, mas os refu-giados não tinham onde co-zinhar e a sociedade passou a oferecer marmitas.

“Tia, primos por parte de pai, da família da mãe”, enu-

mera Du’á sobre os parentes que perdeu na guerra. Ela conta que resolveu deixar o país, principalmente, pelo medo de que o marido fosse obrigado a servir o Exército. Os pais e o restante da família fi caram na Síria e ela la-menta que a situação esteja cada vez pior.

Leia mais nas páginas C4, C5 e C6.

Refeições recebidas diariamente

SUSTENTABILIDADE

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015B8 Mundo

GÁS MOSTARDA

LEOPOLDO LÓPEZHungria vai começar a prender migrantes ilegaisPrisões devem começar a partir da próxima terça-feira (15). Mais de 160 mil migrantes entraram no país pela fronteira com a Sérvia

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou nesta sexta-feira (11) que a polícia

prenderá quem entrar de forma ilegal no país a partir do próximo dia 15, quando entrarão em vigor novas leis que estabele-cem penas de até cinco anos de prisão para quem cometer essa infração.

O político nacionalista tam-bém denunciou que alguns re-fugiados se negam a cooperar com a polícia, o que viola as normas húngaras. “Conside-rando-se que estamos diante de uma rebelião de imigrantes ilegais, a polícia tem feito o seu trabalho de uma forma notável, sem usar a força”, disse Orban, segundo a Reuters.

As novas leis, aprovadas pelo

parlamento húngaro na última sexta-feira (4), são uma tentati-va de aliviar a “pressão migrató-ria” que registra há meses. Mais de 160 mil refugiados entraram no país através da fronteira com a Sérvia. A maioria com a intenção de continuar rota rumo a Áustria e Alemanha.

O pacote prevê a criação de uma faixa de 60 metros a partir da fronteira chamada “zona de passagem”, que só será aberta rumo à Sérvia e onde será rea-lizado o registro dos refugiados ou imigrantes.

Condições desumanasUm vídeo gravado de maneira

sigilosa dentro do maior campo de migrantes na Hungria, na fronteira com a Sérvia, mostra as condições “desumanas” da

distribuição de alimentos.O vídeo, fi lmado feito por

uma voluntária austríaca que trabalhou na quarta-feira (9) no campo de Roszke, mostra 150 migrantes dentro de um cerca-do em um grande salão. Eles tentam desesperadamente pe-gar os sanduíches lançados por policiais húngaros, que usam capacetes e máscaras.

Entre a multidão estão mu-lheres e crianças, que tentam segurar os sanduíches jogados no local, enquanto as pessoas que estão mais ao fundo tentam chamar a atenção das pessoas que distribuem comida.

CríticasNa terça-feira (8), a Agência

da ONU para os refugiados criticou as duras condições no

campo de Roszke.A Hungria, um país funda-

mental no trânsito de imigran-tes e refugiados que tentam chegar a países mais ricos e generosos da União Europeia, como a Alemanha e a Suécia, está correndo para concluir uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia até o início de outubro, para conter o fl uxo, de acordo com a Reuters.

O governo conservador hún-garo concluiu em agosto uma cerca de arame ao longo da fronteira de 175 km com a Sérvia, mas isto não parece representar um obstáculo para a chegada dos migrantes.

Uma nova barreira, de quatro metros de altura, está sendo construída e deve ser concluída no fi m de outubro.

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Vídeo mostra as condições “desumanas” da distribuição de alimentos dentro do maior campo de migrantes na Hungria

Secretaria espera que opositor se defenda

A secretaria da União das Nações Sul-America-nas (Unasul) disse nesta sexta-feira que respeita as decisões na Venezuela e confi ou em que o opo-sitor Leopoldo López, con-denado a quase 14 anos de prisão neste país, pos-sa exercer sua defesa em segunda instância.

O organismo, com sede em Quito, manifestou em um comunicado “seu res-peito às decisões adotadas pelas autoridades jurisdi-cionais” após a sentença que condenou López por incitar a violência duran-te protestos antigover-namentais em 2014, que deixaram 43 mortos e centenas de feridos.

A sentença, que será ape-lada pela defesa do político, foi rechaçada pela oposição e questionada pelos Esta-dos Unidos, a União Euro-peia e outros governos.

A Unasul, bloco que reúne os 12 países sul-america-nos, confi a em que López “possa exercer os recursos processuais que considerar pertinentes em sua defesa” e enfatizou na “necessidade de respeitar o devido pro-cesso e oferecer todos os processados as garantias constitucionais e legais cor-respondentes”, destacou a secretaria em sua nota.

López, de 44 anos, eco-nomista com mestrado em Harvard, terá que cumprir pena de 13 anos, nove me-ses e sete dias na prisão militar de Ramo Verde, onde está detido desde 18 de fe-vereiro de 2014, quando se entregou às autoridades.

A juíza Susana Barreiros considerou culpado o fun-dador do partido de cen-tro-direita Vontade Popular das acusações de “danos e incêndio, incitação pública e associação para delinquir”.

Leopoldo López foi condenado a quase 14 anos de prisão

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AÇÃO

Grupos teriam usado armas químicasUma autoridade america-

na disse à BBC que os Esta-dos Unidos já identifi caram pelo menos quatro ocasiões em que o grupo autodenomi-nado “Estado Islâmico” usou gás mostarda em ataques na Síria e no Iraque.

De acordo com ele, o gover-no americano está cada vez mais convicto de que o gru-po radical está produzindo e usando armas químicas.

Segundo a fonte, o cha-mado gás mostarda - que, em temperatura ambiente, é líquido - está sendo usado na forma de pó.

Na fronteira entre Tur-quia e Síria, o repórter da BBC Ian Pannell encontrou indícios que sustentam essa afi rmação.

OS EUA acreditam que o grupo tem uma célula dedi-cada a construir essas armas e está provavelmente adicio-nando-as a explosivos con-vencionais, como morteiros.

“Eles estão usando mos-

tarda”, disse a autoridade americana. “Sabemos que estão. Vimos eles fazendo isso em pelo menos quatro situações diferentes nos dois lados da fronteira, no Iraque e na Síria.”

Quando essas armas ex-plodem, a poeira de gás mos-tarda causa bolhas em quem está exposto a ela.

O termo “gás mostar-da” costuma ser usado para descrever o agen-te, mas ele é líquido em temperatura ambiente.

Ás vezes, ele tem cheiro - como alho, cebola e mostar-da -, às vezes não. Pode ser amarelo claro ou marrom.

As pessoas podem ser ex-postas através de contato pela pele, olhos e respira-ção, se ele for lançado no ar como vapor. Se estive em estado líquido ou sóli-do, além do contato com a pele pode haver consumo. A substância causa bolhas na pele nas mucosas.

Apesar de a exposição ao gás não costumar ser fatal, não há tratamento ou an-tídoto, o que signifi ca que ele precisa ser removido do corpo completamente.

A autoridade disse que a inteligência americana acre-dita que a explicação mais plausível para o uso deste tipo de arma é que os mili-tantes estejam fabricando o gás mostarda.

“Avaliamos que eles têm uma pequena célula ativa de pesquisa em armas químicas e que estão se esforçando nisso”, disse.

A autoridade disse que não é difícil aprender a fabricar gás mostarda.

É pouco provável que militantes tenham encon-trado o agente químico no Iraque, de acordo com ele, porque o Exército america-no provavelmente teria des-coberto durante o período em que manteve presença ostensiva no país.

Grupo denominado “Estado Islâmico” teria usado gás mostarda durante os ataques na Síria

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Apenas um dos mais de 3,5 mil presos perdoados pode ser um dos presos políticos

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Lista não tem presos políticosNenhum dos 3.522 pri-

sioneiros que receberam o indulto do governo cubano nesta sexta-feira possui in-dícios de ser prisioneiro po-lítico, de acordo com uma análise feita pela Reuters a partir de uma lista de presos políticos divulgada pela or-ganização dissidente Comis-são de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

Os membros da comissão disseram que continuam a examinar o documento de 129 páginas publicado pelo go-

verno que enumera todos os nomes dos detidos que serão libertados. Cuba afi rmou que concedeu o indulto aos presos por ocasião da visita do papa Francisco ao país, entre os dias 19 e 22 de setembro.

O exame feito pela Reu-ters mostrou que apenas um dos 3.522 nomes de pri-sioneiros perdoados parece constar na lista de 60 pri-sioneiros políticos publicada em junho pela comissão de direitos humanos.

No entanto, a comissão

disse que esse nome parece ser uma coincidência, já que as circunstâncias dos casos são diferentes.

A União Patriótica de Cuba (Unpacu), maior organização dissidente da ilha, disse con-siderar que um dos indultados é um prisioneiro político, por ter desenvolvido um ativis-mo político dentro da pri-são. A comissão de direitos humanos disse que havia excluído este nome da lista por ele possuir um histórico de delitos violentos.

A agência da ONU para os refugiados estima que o núme-ro de refugiados viajando pelo Mediterrâneo para a Europa vai atingir 400 mil este ano e pode chegar a pelo menos 450 mil em 2016, informou o Acnur

em um apelo emergencial.“Em 2015, o Acnur ante-

cipa que aproximadamente 400 mil novas pessoas vão buscar proteção internacio-nal na Europa via Mediterrâ-neo. Em 2016 esse número

pode chegar a 450 mil ou mais”, disse o Alto Comis-sariado das Nações Unidas para os Refugiados, acres-centando que mais de 366 mil pessoas já fi zeram essa travessia em 2015.

Mais de 400 mil farão travessia

CUBA

MEDITERRÂNEO

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Dia a [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

REFUGIADOS

Da Síria para o Amazonas

Dia a dia C4 e C5

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Amazonas,

Terra da GenteCom a proposta de resgatar e valorizar as coisas da terra, o Grupo Raman Neves de Comunicação lança projeto, que reafi rma o compromisso com o Estado

Uma nova história co-meçará a ser escrita no Estado a partir deste domingo (13).

O jornal Amazonas EM TEMPO dá o pontapé inicial num pro-jeto histórico e nunca antes realizado por um meio de co-municação local: “Amazonas, Terra da Gente”. O objetivo do movimento é resgatar a autoestima dos fi lhos da terra, como explica o superintenden-te do Grupo Raman Neves de Comunicação (GRN), Sandro Breval.

“Nós estamos, na verdade, criando uma causa de res-gate de valores, autoestima e aspectos importantes da nossa terra, na gastronomia, cultura, na questão histórica e social, vai abranger tudo isso. E essa causa tem como principal mote o nosso com-promisso com o nosso Estado e com a nossa gente. Nós, como amazonenses, temos a

necessidade e o desafi o de resgatar um pouco o valor que nós temos”, avalia Breval.

Mais do que levar informa-ção com qualidade e respon-sabilidade, segundo o superin-tendente, o “Amazonas,Terra

da Gente” reafi rma o compro-misso do EM TEMPO com a população local. Em um mo-mento tão conturbado pelo qual passa o Brasil – em crise política, econômica e ética – o jornal quer se aproximar, dis-cutir e defender os interesses

da comunidade.“Nós vamos buscar alterna-

tivas, não queremos ser ato-res, mas um indutor de uma discussão muito abrangente sobre grandes temáticas. Nós vamos chamar toda a socieda-de civil organizada para discu-tir grandes temas. Acho que um meio de comunicação tem essa responsabilidade e esse desafi o, dentro dessa grande causa, que é o resgate dos nossos valores e a ratifi cação do nosso compromisso com o desenvolvimento da nossa terra e com a nossa gente”, afi rma.

O “Amazonas, Terra da Gen-te” estará presente no jornal, na TV e no portal durante quatro meses, com matérias especiais – sobre instituições, personalidades, gastronomia, pontos turísticos e históricos – que irão evidenciar a força, a capacidade e o talento dos amazonenses.

“Eu diria que até historica-mente a gente vem perdendo

um pouco essa autoestima de ser amazonense. Nós te-mos certo pudor em dizer que somos amazonenses. Temos que resgatar um pouco des-se valor, desta essência. Esse movimento é inédito, nenhum meio de comunicação realizou esse tipo de trabalho aqui, e ele tem um aspecto: vem trazendo peças relacionadas as nossas coisas com uma leitura que ninguém fez ainda”, destaca o superintendente do GRN.

E se o objetivo é resgatar a autoestima, os valores e raízes do amazonense, não tem jornal melhor para lide-rar um movimento como esse do que o EM TEMPO, que com a cor verde estampa o nome “Amazonas” em suas capas diariamente. “Acredita-mos que uma sociedade que valoriza suas raízes, conhece seus ativos e fortalezas tem mais capacidade de ser um agente transformador do seu próprio meio,” observa Sandro Breval.

POR ANDRÉ TOBIAS

COMPROMISSO

Gastronomia, cultu-ra, história, entre outros aspectos, serão abordados dentro do projeto “Amazonas, Terra da Gente”, reafirmando o compromisso do EM TEMPO com a população local

De acordo com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), a Copa do Mundo e a escolha da capital para sediar o futebol nos Jogos Olímpicos em 2016 deixaram o Amazo-nas ainda mais em evidência. Segundo ele, o interesse pelas riquezas naturais da Amazônia cresce dia após dia, como é demonstrado em publicações semanalmente feitas por jor-nalistas que passam por aqui. “É inegável que nossa cidade vem passando por transfor-mações e se transformando em polo de atração turística. Mostrar nossas riquezas, gas-tronomia de gosto peculiar, cultura única, instituições que fazem o bem e personalidades,

como o EM TEMPO se presta a fazer, vai nos ajudar a exercer ainda mais a principal vocação de nossa cidade: ser interna-cional. A terra é da gente, mas está aberta para abraçar o mundo”, salienta.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, iniciativas com o objetivo de resgatar a autoestima dos amazonenses devem ser aplaudidas sempre, principalmente num momento conturbado pelo qual passa o país.

“Quero louvar essa iniciativa do EM TEMPO. Vejo que é um bom propósito para resgatar e reescrever as histórias das coisas boas que aconteceram

e acontecem no Amazonas, que é uma terra acolhedora, um Estado multicultural, que abriga gente de outros Esta-dos brasileiros e até de países. O Amazonas é uma terra boa”, destaca Azevedo.

Apesar de ser posto em se-gundo plano quase sempre pelo resto do país, o amazô-nida, conforme o presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fe-comercio), José Tadros, deve ser orgulhar de fazer parte de uma região fundamental para a história do Brasil.

“Quero elogiar a iniciativa, porque nesse momento, prin-cipalmente, em que o país passa por uma crise econô-mica, social, ética, com um

alto número de desemprego no Distrito, esse resgate é fundamental, até porque o amazonense tem que enten-der que ele é a grande fi gura desbravadora de um vasto ter-ritório nacional que sempre foi desprezado pelo resto do Brasil”, enfatiza Tadros.

Amazonense fervoroso, ele acredita que as difi culdades impostas tanto pela natureza quanto pelos compatriotas brasileiros são motivos sufi -cientes para que seus conter-râneos digam com orgulho que são fi lhos desta terra, livres de qualquer preconceito ou medo da opinião alheia.

“O amazonense é forte, va-lente e corajoso. Essa autoes-tima deve ser preservada”.

Resgate da autoestima no momento oportuno

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Terra da GenteTerra da GenteTerra da GenteCom a proposta de resgatar e valorizar as coisas da terra, o Grupo Raman Neves Com a proposta de resgatar e valorizar as coisas da terra, o Grupo Raman Neves de Comunicação lança projeto, que reafi rma o compromisso com o Estado

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C2 Dia a dia

Conforme o Ministério da Saúde, o Amazonas é o terceiro Estado em casos de suicídios, fi cando atrás da Paraíba e da Bahia. O perfi l das vítimas, na maioria das vezes é de homens, cujo estado civil é solteiro

Levantamento feito en-tre os anos de 2002 e 2012, pelo Ministério da Saúde, revela que

o Amazonas fi cou em terceiro lugar, com o registro de 872 casos de suicídios, atrás ape-nas da Paraíba e da Bahia.O que mais causa preocupação é que esse aumento é enca-beçado pelos jovens. Levando em consideração apenas essa faixa etária, o Amazonas fi ca em segundo lugar, atrás no-vamente da Paraíba.

Um tabu na sociedade, a violência autoprovocada in-tencionalmente cresce a cada ano em todo o mundo. No Bra-sil, devido ao aumento anual, o Ministério da Saúde já con-sidera o suicídio um problema de saúde pública. No último balanço feito pela Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS) em 2012, o Brasil foi o oitavo país que mais subiu na lista, ocupando o 63º lugar.

Pegando o gancho de outras campanhas durante este mês, a Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP) promove em todo o mundo o Setembro Amarelo. O ato consiste em iluminar ou sinalizar locais públicos com faixas ou símbolos amarelos.

Além da sinalização, ao longo do mês, o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atua há 53 anos no Brasil na prevenção do suicídio, organi-zará simpósios para informar a população sobre o aumento do número de casos no territó-rio nacional. Os eventos terão como intuito gerar discussão e conscientizar a população a respeito do assunto.

Para o presidente da CVV, Robert Gellert Paris Júnior, a grande barreira criada em volta do assunto pela socie-dade é a principal causa do aumento de suicídios pelo mundo. Também membro de outras entidades mundiais que buscam, a prevenção do

suicídio, Robert afi rma que essa realidade precisa mudar para que a conscientização comece pelos lares.

“É preciso quebrar esse tabu, mostrar que o suicídio tem pre-venção em pelo menos 90% dos casos e estimular que o assunto seja abordado pela imprensa, em escolas, con-sultórios médicos, instituições religiosas, rodas de amigos e dentro dos lares”, avalia o presidente do CVV.

Perfi lPesquisador do assunto, o

psicólogo Clóvis Castro Co-elho revela que as principais características sociodemo-gráfi cas das pessoas que co-

metem suicídio são o baixo nível educacional e o estado civil, solteiro. Outra observa-ção é de que a maioria das vítimas e homens.

“O suicídio pode apresen-tar características prove-nientes de diversos fatores como biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, cultu-rais e ambientais. Geral-mente, o suicida apresenta sintomas da depressão. Se essa pessoa tiver um con-vívio social tranquilo, essa mudança é bem observada. O paciente pode ser bem sensível. Os próximos de-vem ter muito cuidado com a maneira de lidar”, expli-ca o psicólogo, que ainda salienta que todo suicida sinaliza que está prestes a cometer o ato.

Como é considerado um problema social mundial, vários profi ssionais alertam para a importância de iden-tifi car o mais rápido possível os principais sintomas de quem está preste a cometer o ato. Segundo Clóvis, geral-mente, essas pistas estão ligadas à depressão.

“Para fazer essa identifi -cação, temos que observar as mudanças de comporta-mento. O paciente traz isso de forma muito escondida. Acaba camufl ando. A identi-

fi cação é por meio da forma que se apresenta a morte. O suicídio é um processo em que vem primeiro a ideali-zação (pensamento), depois a elaboração, em seguida a execução. Isso passa mui-to pelo contexto familiar e afetivo. Os mais próximos percebem e levam ao centro terapêutico para começar a descobrir o que realmente está acontecendo”, argu-menta o profi ssional que chama a atenção para o fato de que, em alguns ca-

sos, o desespero do paciente é tanto que acaba agindo pela impulsividade.

O presidende do CVV cha-ma a atenção para o fato de que em cada suicídio, outras dez outras pessoas são di-retamente impactadas, so-frendo consequências difí-ceis de serem tratadas. “O suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata um brasileiro a cada 45 minutos e uma pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo”, alerta.

Sintomas podem impedir o ato

Ao menos 90% dos casos de suicídio podem ser evitados, com acompanhamento especializado

Apesar das pesqui-sas alarmantes sobre o crescimento de ca-sos na cidade, Cló-vis informa que, em Manaus, não existe tratamento para po-tenciais suicidas no Sistema Único de Saúde (SUS). Se-gundo ele, motivos como desemprego e afetividade estão na lista de maiores causadores do ato.

“Em Manaus, a zona que mais comete suicídio é a Sul. Me surpreendeu, porque são bairros que ge-ralmente são forma-dos por famílias mais tradicionais, elitizadas e urbanas. A maioria não tem esse acom-panhamento. São 23 casos de suicídio até maio. A pessoa começa a ver que está dando tudo errado e acaba en-trando nesse processo suicida”, observa.

Para ajudar um pou-co a cobrir essa carên-cia, foi elaborado um manual para uso de todos os profissionais da saúde em 2008. Segundo o psicólogo, falta um contexto re-lacionado para formar pessoas que tenham um olhar mais sensível para ajudar, principal-mente nas unidades básicas. Fora isso, Coelho ressalta que o paciente também precisa está disposto para ajudar a tratar os sintomas.

SUS não oferece tratamento

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POR THIAGO FERNANDO

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Qualquer pessoa pode participar com a ilu-minação ou a identifi -cação da fachada da casa ou prédio com balões, fi tas ou panos amarelos, ou outras ações que impactem pessoas e os meios de comunicação

Campanha alerta parao aumento de suicídiosTabu na sociedade, o indíce de casos de autoviolência cresce a cada ano. Amazonas é o terceiro Estado com mais ocorrências, segundo pesquisa

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C3Dia a dia

Polícia ouve testemunhas sobre a morte de caboInvestigações irão identifi car se o cabo da reserva da PM, Jancicley Stone, foi assassinado ou morreu em um acidente

Mais de duas sema-nas após a morte do cabo da reser-va da Polícia Mili-

tar Jancicley Stone de Souza, 39, as testemunhas do cri-me continuam sendo ouvidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS). A família do militar acredita que ele tenha sido executado, em meio a uma abordagem de policiais da Força Tática, no bairro Taru-mã, na Zona Oeste, no último dia 25. Entretanto, a família desconhece os motivos para tal execução.

De acordo com o irmão de Jancicley, o capitão da PM Jânio Stone, os quatro sol-dados da Força Tática que atiraram contra o carro da vítima, Bruno Cezzane Perei-ra, Germano da Luz Júnior, Joseney das Neves Moraes e Thiago Carvalho Trindade, estão realizando serviços in-ternos no Batalhão da Força Tática, localizado no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul. “Se esses policiais vol-tarem para as ruas, enquanto o caso não for esclarecido, pretendo recorrer ao Coman-do Geral da PM e à Justiça. Eles dispararam várias vezes contra o carro do meu irmão,

que acabou caindo em um barranco. Testemunhas disse-ram que ele estava vivo após o acidente, quando os policiais desceram e atiraram dentro do carro para matá-lo. Por qual motivo fi zeram isso?”, questiona Stone.

Para o oficial da Polícia Militar, os soldados da For-ça Tática já estariam in-

tencionados em cometer o crime, pois as circunstân-cias em que o caso ocorreu não condiz com a versão apresentada pelo praças, de que eles estariam realizando abordagem de rotina e que Jancicley desobedeceu a or-dem de parar o veículo.

“Os policiais usavam motos e capacetes pretos, sem iden-tifi cação. Como uma pessoa vai parar seu carro na escu-

ridão em uma abordagem de supostos PMs, todos vestidos de preto, sem características que os identifi cassem? Eles executaram meu irmão com tiros de metralhadoras e ca-libre .40. Depois do crime, foram ainda armados ao 19º DIP, onde se apresentaram”, relata. Ao se apresentarem na delegacia, os PMs esta-vam fardados e na compa-nhia de dois advogados, que não tiveram as identidades reveladas, juntamente com o cabo da PM Igor Silva. Os veículos usados na aborda-gem também foram levados ao 19º Distrito Integrado de Polícia, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste, juntamente com os capacetes. Apenas uma motocicleta e um acessório de proteção tinham a identi-fi cação da Força Tática.

DetalhesPor meio da assessoria

de comunicação da Polícia Civil, o delegado da DEHS, Rodrigo Azevedo, informou que a investigação sobre o caso está em fase de oitivas de testemunhas e que mais detalhes sobre a ocorrência não podem ser repassados para que as investigações não sejam comprometidas.

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Para familiares de Jancicley, os policiais da Força Tática tinham a intenção de assassiná-lo

Perseguição, tiros e capotamentoA morte do cabo da re-

serva da Polícia Militar, Jancicley Stone de Souza, 39, ocorreu após persegui-ção policial e troca de tiros com um grupo de policiais militares da Força Tática, ocorrida na estrada do Ta-rumã. Durante a ação, o militar perdeu o controle do veículo modelo SW4 Toyota, de cor branca e sem placa, capotando em seguida.

De acordo com os relatos repassadoa à epóca pela Polícia Militar, os policias da Força Tática realizavam

o patrulhamento de rotina no ramal da Anaconda, lo-calizado na invasão Cidade das Luzes, no bairro Tarumã, quando abordou o cabo. Na ocasião, a vítima teria des-cumprido a ordem de parada da guarnição e disparou três tiros contra os policias.

Por conta da reação de Jancicley na abordagem, iniciou uma persegui-ção de dez viaturas com trocas de tiros, onde 15 deles atingiram o militar da reserva, como afirmou o Instituto Médico Legal.

Ainda segundo informações repassdas na ocasião, pela Polícia Militar, Jancicley dirigia em alta velocidade para despistar a Força Tá-tica, perdeu o controle do veículo, caindo em seguida em um barranco. Dentro do veículo - que havia saído há poucos dias da conces-sionária e por isso estaria sem placa -, foi encontrada uma pistola PT 380 e um carregador vazio.

À época, a PM também informu que o cabo da re-serva foi abordado por estar

dentro de um carro de luxo em uma comunidade ca-rente, onde não é comum a circulação de veículos da-quele porte. Na tentativa de fuga, Jancicley disparou tiros contra a Força Tática, que, automaticamente, ini-ciou a perseguição.

Ainda segundo a PM, to-dos os procedimentos ne-cessários para capturá-lo foram realizados, mas du-rante o percurso, ele perdeu o controle do carro, capotou na pista e depois caiu em um barranco.Perseguição terminou no capotamento e morte de Jancicley

VENDAS

Familiares de Janci-cley Stone informa-ram, à época, que a vítima também trabalhava como ven-dedor de veículos e no momento da aborda-gem não estava com objetos valiosos

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

C5Dia a dia

refugiadosque vivem no Amazonas

O drama dos

O EM TEMPO ouviu relatos de imigrantes sírios que buscaram o Estado para recomeçar a vida e buscar viver com a tão sonhada paz que não possuem no país de origem, afetado por confl itos

Atrás do balcão de uma tradicional loja de cama, mesa e banho do centro comercial de Manaus, o empresário sírio Z.A., 30, agradece pela compra do

cliente falando com um português já fl uente, mas com sotaque. O sorriso de satisfação, na verdade, esconde marcas que o administrador prefere esquecer.

Há 2 anos, Z.A. deixou a Síria, seu país natal que está imerso em uma guerra desde março de 2011, para pedir refúgio em busca de um nova vida de paz no Amazonas. Oriundo da região de Homs, na parte central da Síria, o refugiado deixou para trás os pais, os irmãos e os amigos, alguns dos quais não encontrará mais quando retornar ao seu país de origem, pois foram mortos na guerra. “Um dos meus amigos foi decapitado por grupos armados extremistas que são apoiados por países estrangeiros que querem sabotar a Síria”, conta.

Segundo ele, a situação atual do país está difícil e contrasta com o período anterior ao

do confl ito. Z.A. explica que antes da guerra, os cidadãos sírios tinham o direito de ir e vir sem serem questionados, possuíam liberdade social e também religiosa.

“O Estado é laico e ninguém perguntava se você era muçulmano, cristão, druso ou ateu. Agora, nas regiões controladas pelos grupos armados, incluindo muitos estrangeiros, que chamam cinicamente de oposição armada, as pessoas são mortas por causa de sua fé. Se o governo da Síria perder essa guerra, tudo estará perdido para as minorias”, revela o empresário cristão ortodoxo, ao destacar que esse tipo de prática sectária visa causar desunião entre o povo sírio.

Devido a essa situação de violência e de instabilidade econômica, Z.A. decidiu deixar a Síria e pediu refúgio ao governo brasilei-ro, que aceitou sua solicitação em 2013. A escolha pelo Amazonas não foi por acaso. O empresário já possui parentes que estão há décadas estabelecidos na capital amazonense. “Gosto muito daqui, mas penso em retornar à Síria tão logo a guerra termine”, afi rma, ao

salientar que pretende cuidar das plantações de maçã que a família possui na região de Wadi Al-Nassara, no distrito de Homs, no Oeste da Síria, próximo à fronteira com o Líbano.

PedidosZ.A. é um dos 11 cidadãos sírios que entraram

com pedido de refúgio registrado na Polícia Federal (PF) do Amazonas. Os sírios compõem o sexto maior grupo que pediu refúgio no Estado e o terceiro na lista dos imigrantes oriundos do Oriente Médio. O ranking geral é liderado pelos venezuelanos, com 225 refugiados, seguidos por cidadãos da República Dominicana (55), de Cuba (42), da Colômbia (38), do Paquistão (19) e da Palestina (12), de acordo com a Delegacia de Polícia de Imigração da PF do Amazonas.

Segundo a agente federal da Delegacia de Polícia de Imigração, Adriana Sá, todos os pedi-dos de refúgios recebidos pela PF no Amazonas são encaminhados e analisados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), que é o órgão encarregado de formular a política sobre refúgio no Brasil.

O jornalista Yamen Siagha, 29, também conseguiu refú-gio no Amazonas, após deixar sua cidade natal Sweidah, no sul da Síria, próxima da fron-teira com a Jordânia.

Ele obteve o status de re-fugiado em 2012 porque fu-giu da violência que ceifou a vida de dois de seus irmãos no bairro Tadamoun, que fi ca dentro do campo de refugia-dos palestinos de Yarmouk, nos arredores de Damasco, na capital da Síria. “Até hoje não sabemos quem os assassinou, se foi o governo ou se foram os grupos armados”, conta com a voz embargada ao lembrar que deixou para trás os pais e outros dois irmãos.

De modo geral, a cidade de Sweidah, de maioria drusa, é favorável ao governo. Porém,

o grande número de refu-giados que a região recebeu deixou o local instável.

Siagha revela que ao termi-nar a faculdade de jornalis-mo queria trabalhar na área escolhida para atuar, porém não obteve sucesso, pois ele havia sido convocado para o serviço militar, que é obriga-tório na Síria.

“Não queria servir o exérci-to por conta dessa situação da guerra. Por este motivo, deixei o país para trabalhar como jornalista em Dubai e no Qatar, que recusaram meu pedido. Vim para o Amazonas porque tenho parentes que me acolheram. Gosto muito daqui e do povo amazonense, que é acolhedor e não faz a gente sentir que viemos de outro país”, enfatiza.

Guerra muda planos de jornalista

A imagem do menino sírio Aylan Kurdi, 4, morto em uma praia da Turquia, comoveu o mundo e chamou a atenção para o drama dos refugiados que fogem da guerra, de per-seguições e da fome no Oriente Médio, na África e da Ásia. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em 2014, o número de deslocados por guerras em atingiu o recorde de 59,5 milhões de pessoas, sendo 19,5 milhões de refu-giados, 38,2 milhões de deslo-cados internos e 1,8 milhão de solicitantes de refúgio.

A Síria é o país que gerou o maior número, sendo 7,6 mi-lhões de deslocados internos e 3,9 milhões de refugiados. O país do Oriente Médio é seguido pelo Afeganistão (Ásia) e pela Somália (África). Conforme o Acnur, 86% dos refugiados, geralmente, procuram abrigo em países e regiões ditos em desenvolvimento.

Segundo o Acnur, o Brasil pos-suía, em outubro de 2014, 7.289 refugiados reconhecidos, de 81 nacionalidades distintas, sen-do 25% mulheres. Os principais grupos são compostos por cida-dãos da Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo (RDC). A maioria das solicitações de refúgio foi em São Paulo (26%).

Busca por refúgio aumenta no mundo

ANWAR ASSI

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O artigo 1º da lei 9.474/1997 afi rma que será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:

I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade,

grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;

II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual,

não possa ou não queira regres-sar a ele, em função das circunstâncias wwdescritas no inciso anterior;

III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

COMO SOLICITAR REFÚGIO NO BRASIL?

- Para solicitar refúgio no Brasil é preciso estar em território nacional. A qualquer mo-mento após chegar ao Brasil, o estrangeiro deve procurar a Polícia Federal ou autoridade migratória na fronteira e pedir o refúgio para adquirir a proteção do governo brasileiro.

- O ingresso irregular no território não cons-titui impedimento para o estrangeiro solicitar refúgio às autoridades competentes.

Procedimento

Para registrar a sua solicitação de re-fúgio você deve:

1)Preencher um termo de solicitação de refúgio em qualquer posto da Polícia Federal;

2)Informar um endereço (onde você mora ou está hospedado e pode ser encontrado), telefo-ne e e-mail para contato. É muito importante que você mantenha seus contatos atualizados na Polícia Federal e no Conare, para que você possa receber todas as comunicações ou ci-tações que sejam necessárias. Em caso de mudança, informe o Conare por meio do e-mail [email protected].

3) Mais informações sobre Refúgio no Brasil, você poderá pesquisar no link: http://www.justi-ca.gov.br/seus-direitos/estrangeiros/refugio

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Yamen Siagha observa o

rio Negro, em Manaus, onde começou uma

nova vida

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

C5Dia a dia

refugiadosque vivem no Amazonas

O drama dos

O EM TEMPO ouviu relatos de imigrantes sírios que buscaram o Estado para recomeçar a vida e buscar viver com a tão sonhada paz que não possuem no país de origem, afetado por confl itos

Atrás do balcão de uma tradicional loja de cama, mesa e banho do centro comercial de Manaus, o empresário sírio Z.A., 30, agradece pela compra do

cliente falando com um português já fl uente, mas com sotaque. O sorriso de satisfação, na verdade, esconde marcas que o administrador prefere esquecer.

Há 2 anos, Z.A. deixou a Síria, seu país natal que está imerso em uma guerra desde março de 2011, para pedir refúgio em busca de um nova vida de paz no Amazonas. Oriundo da região de Homs, na parte central da Síria, o refugiado deixou para trás os pais, os irmãos e os amigos, alguns dos quais não encontrará mais quando retornar ao seu país de origem, pois foram mortos na guerra. “Um dos meus amigos foi decapitado por grupos armados extremistas que são apoiados por países estrangeiros que querem sabotar a Síria”, conta.

Segundo ele, a situação atual do país está difícil e contrasta com o período anterior ao

do confl ito. Z.A. explica que antes da guerra, os cidadãos sírios tinham o direito de ir e vir sem serem questionados, possuíam liberdade social e também religiosa.

“O Estado é laico e ninguém perguntava se você era muçulmano, cristão, druso ou ateu. Agora, nas regiões controladas pelos grupos armados, incluindo muitos estrangeiros, que chamam cinicamente de oposição armada, as pessoas são mortas por causa de sua fé. Se o governo da Síria perder essa guerra, tudo estará perdido para as minorias”, revela o empresário cristão ortodoxo, ao destacar que esse tipo de prática sectária visa causar desunião entre o povo sírio.

Devido a essa situação de violência e de instabilidade econômica, Z.A. decidiu deixar a Síria e pediu refúgio ao governo brasilei-ro, que aceitou sua solicitação em 2013. A escolha pelo Amazonas não foi por acaso. O empresário já possui parentes que estão há décadas estabelecidos na capital amazonense. “Gosto muito daqui, mas penso em retornar à Síria tão logo a guerra termine”, afi rma, ao

salientar que pretende cuidar das plantações de maçã que a família possui na região de Wadi Al-Nassara, no distrito de Homs, no Oeste da Síria, próximo à fronteira com o Líbano.

PedidosZ.A. é um dos 11 cidadãos sírios que entraram

com pedido de refúgio registrado na Polícia Federal (PF) do Amazonas. Os sírios compõem o sexto maior grupo que pediu refúgio no Estado e o terceiro na lista dos imigrantes oriundos do Oriente Médio. O ranking geral é liderado pelos venezuelanos, com 225 refugiados, seguidos por cidadãos da República Dominicana (55), de Cuba (42), da Colômbia (38), do Paquistão (19) e da Palestina (12), de acordo com a Delegacia de Polícia de Imigração da PF do Amazonas.

Segundo a agente federal da Delegacia de Polícia de Imigração, Adriana Sá, todos os pedi-dos de refúgios recebidos pela PF no Amazonas são encaminhados e analisados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), que é o órgão encarregado de formular a política sobre refúgio no Brasil.

O jornalista Yamen Siagha, 29, também conseguiu refú-gio no Amazonas, após deixar sua cidade natal Sweidah, no sul da Síria, próxima da fron-teira com a Jordânia.

Ele obteve o status de re-fugiado em 2012 porque fu-giu da violência que ceifou a vida de dois de seus irmãos no bairro Tadamoun, que fi ca dentro do campo de refugia-dos palestinos de Yarmouk, nos arredores de Damasco, na capital da Síria. “Até hoje não sabemos quem os assassinou, se foi o governo ou se foram os grupos armados”, conta com a voz embargada ao lembrar que deixou para trás os pais e outros dois irmãos.

De modo geral, a cidade de Sweidah, de maioria drusa, é favorável ao governo. Porém,

o grande número de refu-giados que a região recebeu deixou o local instável.

Siagha revela que ao termi-nar a faculdade de jornalis-mo queria trabalhar na área escolhida para atuar, porém não obteve sucesso, pois ele havia sido convocado para o serviço militar, que é obriga-tório na Síria.

“Não queria servir o exérci-to por conta dessa situação da guerra. Por este motivo, deixei o país para trabalhar como jornalista em Dubai e no Qatar, que recusaram meu pedido. Vim para o Amazonas porque tenho parentes que me acolheram. Gosto muito daqui e do povo amazonense, que é acolhedor e não faz a gente sentir que viemos de outro país”, enfatiza.

Guerra muda planos de jornalista

A imagem do menino sírio Aylan Kurdi, 4, morto em uma praia da Turquia, comoveu o mundo e chamou a atenção para o drama dos refugiados que fogem da guerra, de per-seguições e da fome no Oriente Médio, na África e da Ásia. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em 2014, o número de deslocados por guerras em atingiu o recorde de 59,5 milhões de pessoas, sendo 19,5 milhões de refu-giados, 38,2 milhões de deslo-cados internos e 1,8 milhão de solicitantes de refúgio.

A Síria é o país que gerou o maior número, sendo 7,6 mi-lhões de deslocados internos e 3,9 milhões de refugiados. O país do Oriente Médio é seguido pelo Afeganistão (Ásia) e pela Somália (África). Conforme o Acnur, 86% dos refugiados, geralmente, procuram abrigo em países e regiões ditos em desenvolvimento.

Segundo o Acnur, o Brasil pos-suía, em outubro de 2014, 7.289 refugiados reconhecidos, de 81 nacionalidades distintas, sen-do 25% mulheres. Os principais grupos são compostos por cida-dãos da Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo (RDC). A maioria das solicitações de refúgio foi em São Paulo (26%).

Busca por refúgio aumenta no mundo

ANWAR ASSI

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O artigo 1º da lei 9.474/1997 afi rma que será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:

I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade,

grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;

II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual,

não possa ou não queira regres-sar a ele, em função das circunstâncias wwdescritas no inciso anterior;

III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

COMO SOLICITAR REFÚGIO NO BRASIL?

- Para solicitar refúgio no Brasil é preciso estar em território nacional. A qualquer mo-mento após chegar ao Brasil, o estrangeiro deve procurar a Polícia Federal ou autoridade migratória na fronteira e pedir o refúgio para adquirir a proteção do governo brasileiro.

- O ingresso irregular no território não cons-titui impedimento para o estrangeiro solicitar refúgio às autoridades competentes.

Procedimento

Para registrar a sua solicitação de re-fúgio você deve:

1)Preencher um termo de solicitação de refúgio em qualquer posto da Polícia Federal;

2)Informar um endereço (onde você mora ou está hospedado e pode ser encontrado), telefo-ne e e-mail para contato. É muito importante que você mantenha seus contatos atualizados na Polícia Federal e no Conare, para que você possa receber todas as comunicações ou ci-tações que sejam necessárias. Em caso de mudança, informe o Conare por meio do e-mail [email protected].

3) Mais informações sobre Refúgio no Brasil, você poderá pesquisar no link: http://www.justi-ca.gov.br/seus-direitos/estrangeiros/refugio

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Yamen Siagha observa o

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C6 Dia a dia

Para entender melhor o que se passa no Oriente Médio, o EM TEMPO foi até Beirute, no Líbano, e entrevistou o especialista em assuntos militares Mohammad Khawaja. Não ocasião, ele falou sobre questões como as guerras na Síria e no Iraque, a disputa entre os EUA e a Rússia na região, o fortalecimento dos grupos extremistas e, é claro, sobre o confl ito entre palestinos e israelenses

‘Acredito QUE PODE TER PAZ no Oriente Médio’

Mohammad KHAWAJAUm OLHAR pela AMAZÔNIA

EM TEMPO - O que acon-tece hoje no Oriente Médio é uma espécie de Terceira Guerra Mundial?

Mohammad Khawaja - Particularmente, eu não gos-to de usar muito a tese de conspiração para o que ocorre no Oriente Médio, no entanto, está bem nítido de que há algo previamente planejado para a região. Esse projeto começou a ser colocado em execução há algum tempo e não ago-ra. A região foi governada por muito tempo pelo Império Turco-Otomano e depois pas-sou para o controle de países colonialistas, em especial, a França e o Reino Unido, sendo que este último ajudou Isra-el a se estabelecer na terra da Palestina. Desde então, o Oriente Médio passou a viver um período de retrocesso e de instabilidade. O estabele-

cimento de Israel trouxe ins-tabilidade e o surgimento de guerras para a região. E não foi só na Palestina. Israel fez duas guerras no Líbano, sendo uma a invasão de 1982, que durou até o ano de 2000, quando Israel saiu de uma terra árabe, pela primeira vez, sem nenhum acordo assinado, mas como resultado de uma resistência armada. Os territórios pales-tinos já testemunharam duas Intifadas (levante). Também tivemos as guerras contra o Iraque e agora o confl ito na Síria.

EM TEMPO - Na sua ava-liação, o surgimento desses grupos extremistas (Al-Qa-eda, Daesh/EI, Frente Nus-ra, Talebã etc) está dentro desse projeto para deses-tabilizar o Oriente Médio?

MK - A instabilidade causa-da pela expansão dos grupos wahabitas e takfi ris (ideologia

que considera apóstata quem discorda de seu ponto de vista) em vários cantos do mundo árabe tem entre seus objetivos principais destruir as nações árabes, sabotar a harmonia social desses países, causar guerras civis e enfraquecer os exércitos árabes.

EM TEMPO - Quem está por trás desse plano de do-mínio do Oriente Médio?

MK - Principalmente, os Es-tados Unidos. Os norte-ameri-canos, quando avançam sobre o Oriente Médio com a ajuda

de seus aliados, eles levam em consideração duas questões essenciais. A primeira é garan-tir a segurança total de Israel com a destruição de tudo o que possa ameaçar essa es-tratégia. O segundo ponto é dominar os poços de petróleo da região que possui as maio-res reservas desse produto do mundo. Essas estratégias fazem parte do projeto que chamam de o Novo Grande Oriente Médio.

EM TEMPO - Pode ex-plicar mais sobre o Novo

Grande Oriente Médio?MK - Os Estados Unidos

sempre tentaram organizar o Oriente Médio conforme seus interesses. Eles já falavam dessa ideia desde a década de 1960. Porém, naquela época ainda existia a União Sovi-ética, além de haver países árabes fortes como o Egito de Gamal Abdel Nasser e a Síria de Hafez Assad. Porém, nas últimas duas décadas, com o desaparecimento da União Soviética e o enfraque-cimento dos países árabes, esse projeto para remodelar

o Oriente Médio conforme os interesses dos Estados Unidos foi colocado em execução com a ocupação do Iraque e a des-truição dos países vizinhos. Claro que, antes, já haviam tirado o Egito do confl ito ára-be-israelense com o acordo de Camp David, em 1979. Esse acordo entre o Egito e Israel favoreceu a invasão do Líbano por parte dos israelenses, em 1982, deixando mais de 200 mil libaneses mortos.

EM TEMPO - Mas para que esse projeto dê certo, os Estados Unidos só terão sucesso se houver países árabes traidores para aju-dar os norte-americanos?

MK - Desde o período em que foi criado no século re-trasado, o regime da Arábia Saudita nunca trabalhou pelos interesses do povo saudita ou do mundo árabe.

EM TEMPO - O que acon-tece de fato na Síria?

MK - A Síria tinha problemas no seu sistema político, mas por outro lado possuía liberda-de religiosa e social também. A Síria era uma base logística para a resistência no Líbano, na Palestina e no Iraque. Por conta disso, Estados Unidos e Israel tinham a Síria como um país inimigo que precisava ser abatido porque estava contra os interesses dos norte-ame-ricanos e israelenses.

EM TEMPO - Como surgiu o Daesh?

MK: Esse grupo surgiu de dentro da Al-Qaeda. É um grupo que usa a religião para destruir o Islã. Estados Unidos, Arábia Saudita e, principal-mente, a Turquia estão por trás desse grupo terrorista.

POR ANWAR ASSI

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C7Dia a dia

Diálogo é alternativa para ajudar dependentesConversa entre psicólogos e internos de centro de reabilitação tem demonstrado bons resultados no tratamento

O diretor do centro de reabilitação, Pablo Gnut-zmann, afirma que é de imensa importância o serviço desempenhado pela equipe de psicólo-gos do espaço, uma vez que além de oferecerem suporte psicológico nos momentos de fragilidade,

ajudam o paciente a iden-tificar questões referentes à prevenção de recaída. “O serviço de psicologia atua com técnicas predomi-nantemente voltadas para terapia de apoio e técni-cas de terapia cognitivo-comportamental, as quais oferecem, respectivamen-

te, suporte nos momen-tos de crise e auxiliam na identificação das possíveis situações, pensamentos ou comportamentos que po-dem levar a uma recaída ou lapso”, pontua.

TerapiasOs psicólogos utilizam

diversos métodos para tratar o paciente. Dentre eles a psicoterapia, psico-drama, cromoterapia, mu-sicoterapia, relaxamento, meditação entre outros. Os tratamentos são apli-cados aos pacientes de ambos os sexos, incluindo os adolescentes.

Serviço auxilia em possíveis recaídas

Ajudar a superar difi cul-dades por meio do diá-logo e da compreensão analisando a história de

vida de cada dependente quí-mico tem sido uma estratégia utilizada pela equipe do Centro de Reabilitação em Dependên-cia Química Ismael Abdel Aziz, e que tem trazido resultados satisfatórios no tratamento de pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas.

Entre as várias opções de ati-vidades terapêuticas ofertadas no espaço está uma boa con-versa entre pacientes e psicólo-gos. É nesses encontros que os pacientes têm a oportunidade de reunir com os profi ssionais e relatar suas frustrações, an-gústias ou tormentas.

“Nós sabemos que o trata-mento para estes pacientes precisa ser um tratamento diferenciado e por isso nos utilizamos de todas as ferra-mentas disponíveis, até mes-mo uma boa conversa, e temos obtido resultados bastante satisfatórios”, destaca o se-cretário de Estado de Saúde, Pedro Elias de Souza.

“O envolvimento com a histó-ria de vida do residente é inevi-tável, pois é o único meio que temos de conhecê-lo e tratar seu problema de forma natural

e efi caz. Se verticalizarmos o tratamento, no esquema eu falo e você obedece, talvez não fun-cione, mas se envolvo o paciente e o faço entender sua própria história e principalmente o que o levou a usar drogas, as chances do tratamento ser bem-sucedi-do são bem maiores”, argumen-ta a psicóloga Sara Viana, do centro de reabilitação.

A partir deste contato, o psi-cólogo monta estratégias para ajudar o paciente. A principal de-las é trabalhar a autoconfi ança e controle. Para obter resultados, psicólogos do centro reúnem com os pacientes todos os dias e oferecem uma carga motiva-cional e os responsabilizam por todo ato cometido enquanto ser social. Os ensinamentos e conselhos fazem parte do tra-tamento terapêutico.

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AÇÃO

Pacientes são estimulados a entender as suas histórias de vida, o que, de acordo com a psicóloga Sara, ajuda no tratamento

PARCERIA

O centro de reabili-tação está localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Ma-naus - Itacoatiara). A unidade é gerenciada pelo Instituto Novos Caminhos, em parce-ria com a Secretaria de Estado de Saúde

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015C8 Dia a dia

Ao longo da semana, alguns dos projetos desenvolvidos pela instituição, bem como os cursos ofertados, poderão ser conhecidos no shopping Via Norte

Inpa expõe tecnologias sociais na Zona Norte

Até a próxima sexta-feira (18), o Institu-to Nacional de Pes-quisas da Amazônia

(Inpa) estará participando de uma exposição cultural no sho-pping Via Norte, no Monte das Oliveiras, na Zona Norte, com amostras de tecnologias sociais sustentáveis, da biodi-versidade amazônica e com informações sobre os cursos de pós-graduação ofertados pelo instituto. A exposição acontecerá das 15h às 19h.

Durante a exposição, di-versos produtos serão apre-sentados, como diversidades vegetais em frutas e hortali-ças, madeiras, insetos típicos da Amazônia e abelhas sem ferrão em meliponicultura. Os visitantes também po-derão conhecer artigos para decoração fabricados com restos de madeiras e mate-riais verdes para construção (materiais ecológicos), como produção de tijolos a partir de cascas de castanha e açaí e placas com maravalhas (so-bras) de madeiras.

Conforme o coordenador de Extensão (Coex) do Inpa, o pesquisador Carlos Bue-no, o intuito desta primeira exposição no shopping Via Norte é apresentar algumas pesquisas e ações do Inpa para a população.

Purifi cador solar é uma das tecnologias sociais que poderão ser conferidas pelo público

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AÇÃO

Também estará em expo-sição o “Água Box”, purifi ca-dor solar que utiliza raios Ul-travioletas (UV) para tornar potáveis águas sujas de rios e lagos da Amazônia, tornan-do-as livres de germes.

Desenvolvido pelo pesqui-sador do Inpa, Roland Vet-ter, o equipamento teve a tecnologia transferida para

a empresa Q-Luz EcoEner-gia, batizado como “Eco-lágua”. O equipamento foi destaque na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasi-leira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Ainda segundo Bueno, outras exposições científi -co-culturais estão em pla-nejamento para ser execu-

tadas até o fi nal deste ano. A parceria entre o Inpa e o shopping Via Norte tem o objetivo de estreitar os laços com a comunidade amazonense, oferecendo mais uma opção de lazer e uma oportunidade para difundir o conhecimento científi co, muitas vezes pouco valorizado.

Ciência ao alcance do povo

Susam anuncia ações contra a doença no AM

Ações que irão reforçar o enfrentamento da Aids, doença que registra alta incidência no Amazonas, serão anunciadas nesta segunda-feira (14), pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam), a partir das das 8h30, no Hotel Express Vieiralves, no bairro bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul.

O anúncio será feito du-rante a abertura do “Curso de Atualização em Infec-ções Sexualmente Trans-missíveis, com ênfase na

Aids e hepatites virais”, que reunirá profi ssionais de saúde de Manaus e de mais 45 municípios do in-terior. Estarão presentes na abertura o secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, o repre-sentante do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, do Departamento Nacional de DST/Aids, e o secretário municipal de Saúde, Home-ro de Miranda Leão.

De 1986 a outubro de 2014, o Estado registrou 11.076 casos de Aids.

Movimento ‘Mais Amor, por favor’ arrecada doações

Um grupo de voluntários do movimento “Mais Amor, Por Favor” realiza, até o dia 10 de outubro, uma campanha de arrecadação de brinquedos, roupas, livros e alimentos, no Manaus Plaza Shopping, na Zona Centro-Sul. A “Loja do Amor”, como foi batiza-do o espaço para doações, funciona no térreo, de 10h às 22h. A ação faz parte da comemoração do Dia das Crianças (12 de outubro).

De acordo com um dos or-ganizadores do “Mais Amor, Por Favor”, Carlos Melchize-dek, o movimento busca mu-

danças, “distribuindo afeto” e mostrando para as pessoas a importância do sentimento, e nada melhor do que poder demonstrar carinho por al-guém, sendo solidário.

O coordenador do movi-mento lembra que as roupas e brinquedos precisam estar em bom estado. No local, será feito um cadastro para registrar as doações. Ao fi nal de tudo, o grupo apresentará uma prestação de contas. As doações podem ser feitas de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos e feriados, das 14h às 20h.

SOLIDARIEDADE

AIDS

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No livro “Na cola dos sonhos”, o poeta, ator, cantor e compositor maranhense Vicente Telles relembra histórias da sua trajetória artística, iniciada na década de 1970. A obra chega às livrarias na próxima semana pela editora Chiado Portugal

‘Sou o Bin Laden da arte’

Para assegurar o es-paço na liderança das paradas de sucesso, alguns artistas brasi-

leiros renderam-se ao apelo do capital, abraçando antigos opositores e ideais políticos outrora abominados. Outros, respeitados pela profunda sensibilidade de suas produ-ções, aderiram ao modismo e embeberam-se na vulgari-dade poética. Os nomes dos “desertores do time da arte pela arte” é uma das polê-micas discutidas no livro “Na cola dos sonhos”, do escritor maranhense Vicente Telles. A obra chega às livrarias na próxima semana pela editora Chiado Portugal.

“No livro dou uma cutucada no Chico Buarque, Caetano Veloso, falo dos meus heróis que jogaram a toalha, que tinham uma posição política e hoje não é a mesma. Eu não quero ‘uma boquinha’ de ninguém, quero vencer pelo meu próprio lance”, defende Vicente Telles.

O livro aborda detalhes dos bastidores da vida de músicos, atores, apresentadores e dire-tores de TV e de gravadoras. Entre eles a relação de Vicente com os humoristas Tom Ca-valcante, Tiririca, o apresen-tador Fausto Silva, o diretor de TV Maurício Sherman e os cantores Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Velo-so, Raul Seixas, entre outros. “Falo tudo que aconteceu na minha vida. Cheguei ao Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1975. No dia seguinte es-tava no estúdio Odeon, vendo Ivan Lins gravar ‘Formigueiro’. Todo mundo que aconteceu na música, como Djavan, Fagner, Zé Ramalho, Alceu Valença, eu conheci. Ia no campo de Chico Buarque e de Odair José jogar bola”, lembra o artista.

Foi na cidade de Santa Inês, no interior do Maranhão, onde Vicente Telles conheceu os mais variados estilos musi-cais, tornando-se amante da sensibilidade poética empre-gada em composições, dos mais diferentes estilos. “Eu nasci no interior do Maranhão. De um lado tinha um cabaré

que tocava Waldick Soriano e, do outro, tinha um servi-ço de alto falante em que o cara era meio sofi sticado e tocava ‘A banda’, de Chico Buarque. Minha cabeça foi absorvendo todos os segmen-tos de música. Música boa é música boa”, afi rma.

Autenticidade pode defi nir a história de vida e a carreira do artista maranhense Vicente Telles, sempre fi el aos seus ideais. O poeta, ator, músico,

produtor musical, cantor e compositor foi o precursor na valorização da “faixa C, do lado B”. “Na ‘faixa C do lado B’ estão as melhores músicas que não tocam em rádio. Aquelas com sentimento e poesia, que não tocam e fi cam na última faixa dos discos”, analisa.

Quando questionado sobre o motivo que afasta produ-ções mais poéticas das pa-radas de sucesso, Vicente é direto: “Porque o povo é ma-

nuseado por um sistema. Está mais preocupado em tomar a cerveja na beira do balcão e se o time de futebol é campeão. Sempre foi assim. Música com poesia legal, nin-guém entende. Eu gosto do que eu faço, do que eu gravo e não faz sucesso. Hoje em dia já gravei de tudo na vida, porque quero me fi rmar como artista para depois soltar mi-nhas bombas. Sou o Bin Laden da arte”, ressalta.

Desde que iniciou a carreira musical, em 1979, o cantor e compositor já gravou mais de 10 discos

[email protected], DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

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‘Camarote Stage’ é repaginado

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AÇÃO

POR IVE RYLO

Parcerias polêmicasEm mais de três décadas

de carreira, Vicente reúne uma coleção de causos para contar. O maranhen-se iniciou no meio artístico na década de 1970, nos programas de auditório do Cine Art Palácio, em sua cidade natal. Em 1998, es-treou na TV Globo como ator, durante o programa “Domingão do Faustão”, no quadro “Faça-me sorrir”. Em 1999, participou como ator em novos trabalhos, como a novela “Mandacaru”, contracenando com Rober-ta Close. Sobre esta passa-gem da vida do artista, há três meses foi criada uma polêmica, que fez com que ele processasse o programa do apresentador Gugu. “Há

uns dois meses, foi divul-gada uma matéria em que ele anunciava ‘o ator bra-sileiro que não quis beijar Roberta Close’ e passava imagens minhas. E não me deu direito de resposta, não me procuraram em nenhum momento”, conta.

Cantor e compositor com mais de 10 discos gravados, sua carreira musical teve iní-cio em 1979. De lá para cá, ele já fez diversas parcerias, entre elas com Raul Seixas, e a polêmica que envolveu o rei Roberto Carlos. “Eu achei uma fi ta K7, onde ele (Roberto) estava tentando compor e eu fui e terminei a música. Joguei a canção nas paradas e começou a chegar cartas de advogados

para mim”, diz.Não adiantou campanha

na internet de amigos, fa-miliares e cantores famosos, pedindo que Roberto Carlos aceitasse a nova parceria com o artista maranhense. Até o dia em que Vicen-te foi atrás do Rei, há 4 meses. “Cheguei brincando, abraçando, passando a mão na barriga dele. Ele fi cou meio atônito. Conversamos e então eu cheguei para ele, mostrei a matéria que tinha saído no ‘O Globo’, sobre a ‘parceria’. Ele disse: ‘Ah, bicho, então você é o tal?’. E eu respondi: ‘Eu não sou o tal, eu sou o parceiro do tal’. Levei na brincadeira, foi bacana e ele falou que estava tudo bem”, recorda.

Vicente Telles é natural de Santa Inês, no interior do Maranhão

No livro, Telles aborda sua relação com humoristas, apresentadores de TV e cantores

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Fernando Coelho Jr.Only for women

Objeto de desejo

Nomes. Ricardo e Carmem Nóvoa

Silva reuniram grupo espe-cial, no salão de festas do Edificio Walderez Simões, com vistas ao evento de ou-torga da Medalha do Mérito Imaculada Conceição 2015.

. Durante o evento com os membros da Associação dos Amigos da Catedral, foram escolhidos os nomes que se-rão homenageados com a Medalha, no dia 4 de dezem-bro, entre eles, Antonio Silva, José Azevedo, Paulo Feitoza, irmã Marília Menezes e os hors-concours Rita Araújo Calderaro e Madalena Daou (in memorian).

1. Ricardo e Carmem Nóvoa Silva e Armando Menezes

2. Arlindo e Dagmar Porto

3. Weymarina Cabral, Célia Marques, Auxiliadora Desideri, Suely Paiva e a anfi triã Carmem Nóvoa Silva

. Em tempos de crise fi-nanceira, o amazonense deve, mais do que nunca, prestigiar o lazer local.

. Restaurantes, eventos, casas de shows e tantos ou-tros locais de entretenimento merecem ser prestigiados na cidade. Esse papo de só viajar não tem nexo algum, princi-palmente para fazer o real circular internamente. Essa é a nossa cidade e temos que melhorá-la em tudo, e uma das maneiras é se presitigiar os investimentos locais. Manaus, cidade para filhos e netos...

. Depois não dá para re-clamar que falta restau-rante na cidade! Se não comparecem, fecha! Temos que incentivar a alegria, a celebração, o lazer.

3.

1. 2.

O estrelado DJ Filipe Guerra,

atração principal da festa eletrô-nica no próximo dia 26, na boate

underground Hot WishDa

nce

fl oor

. Saiu a lista da revista “Fortune” com as mulheres de negócios mais poderosas do mundo. Dos 50 nomes selecionados pela publicação, 27 são CEOs de empresas cujo valor em bolsa somado é de US$ 1 trilhão. A primeira colocada no ranking é a superexecutiva Mary Barra, CEO da General Motors, uma potência com faturamento anual de US$ 156 bilhões e 216 mil funcionários.

. Seguem no top 10 a indiana natura-lizada norte-americana Inda Nooyi, CEO da Pepsico; as norte-americanas Gnni Rometty, CEO da IBM, Marillyn Hewson, CEO da Lockheed Martin, Ellen Kullman, CEO da DuPont, Abigail Johnson, CEO da Fidelity Investments, Meg Whitman, CEO da Hewlett-Packard, Sheryl Sandberg, COO do Facebook, Irene Rosenfeld, CEO da Mondelez, e Phebe Novakovic, CEO da General Dynamics. Em tempo: a cantora Taylor Swist ganhou uma menção espe-cial da Fortune como a 51ª mulher de negócios mais poderosa do mundo.

Circulação interna

. A Spektre, marca de óculos de sol original de Milão, caiu no gosto de personas da moda.

. Com seus modelos de lentes espelha-das em uma combinação de elegância e atitude, os Spektre passaram a ser desejadíssimos no mercado de charme e luxo.

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Samba Manaus 2015 oferece camarote especial ‘de patrão’Um dos espaços mais disputados do evento anual, o Camarote Stage ganha uma repaginada para a edição deste ano

A cada ano que passa o público manauense fi ca mais exigente e procura conforto e

comodidade para curtir os eventos. No caso do maior evento de samba do mundo, realizado na capital amazo-nense e que este ano completa 15 anos de existência, um dos espaços mais disputados é o chamado Camarote Stage. Para o “Samba Manaus 2015”, ele ganha uma repaginada e promete ser o melhor lugar do evento, que acontece dia 10 de outubro, no sambódromo. Os ingressos para esse espaço são limitados.

Sob a coordenação da DHP&MP Promotion, o ca-marote ganhou um parceiro de peso, o Lappa Bar. Na cidade do Rio de Janeiro, o bairro da Lappa é um dos redutos do samba, assim como o bar, que funciona em Manaus e que leva o mesmo nome do bairro carioca. Raphael Phina, sócio-proprietário do Lappa Bar, destaca que sempre teve a intenção de associar a marca do local a grandes eventos.

MordomiasO Camarote Stage Lappa

chega com opções exclusivas para quem deseja curtir shows de samba e pagode que pas-

sarão pelo palco, a começar pela entrada diferenciada. O local também garante uma vista privilegiada dos shows e muitas mordomias, como um bar com sete horas de bebida liberada (de 21h às 4h) com direito a água, refrigerante, cerveja, caipirinha, caipiroska, vodka importada e whisky 8 anos. Além disso, o espaço que terá ambientação preparada com a temática do Samba Ma-

naus vai contar com banheiros e bares exclusivos.

Nesse camarote, o público tem direito a um “mimo”. Na compra do ingresso, o convi-dado ganha um copo, um par de sandálias personalizadas e brindes exclusivos que serão entregues na entrada no es-paço, no dia do evento.

Outro diferencial do am-

biente é o buff et Comida de Boteco, com petiscos leves e que remetem ao tema pro-posto. Entre as opções do cardápio estão minipasteis com recheios diversos, fran-go a passarinho, minisandu-íches naturais, amendoins, salsichas e aperitivos.

Como um “plus”, o público do Stage contará ainda com

a presença de um DJ exclusivo para animar os intervalos dos shows, afi nal serão dez atra-ções durante 15 horas de fes-ta. E para aguentar essa “ma-ratona”, o espaço vai dispor de um lounge confortável.

Este ano, o Samba Ma-naus comemora 15 anos. Se-rão 15 horas de shows com atrações que representam o

gênero no Brasil. Entre as atrações nacionais, estão confi rmadas Sorriso Maroto, Xande de Pilares, Raça Ne-gra, Tá Na Mente, Alcione, Turma do Pagode, Péricles, Nosso Sentimento, Thiagui-nho e a DJ Larissa Lahw – atração que esteve na edi-ção de 2014 e conquistou o público com seu som.

Entre as atrações confi rmadas no festival da Fábrica de Eventos estão os cantores Thiaguinho e Alcione

FOTO

S: D

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ÃO SERVIÇO

QUANDO: 10 de outubroONDE: SambódromoQUANTO: Pista 2º lote R$ 60; Área VIP open bar 2º Lote R$ 190. Com open bar de cerveja, água, refrigerante, caipiri-nha e caipiroska das 21h às 3h. Entrada diferencia-da, bares, banheiros ex-clusivos e acesso ao front stage. Vendas somente para maiores de 18 anos; CAMAROTE STAGE LAPPA R$ 300 em até 2x no cartão. Brinde: 1 copo e 1 par de havaianas - per-sonalizados. Open bar de cerveja, vodka importada, whisky 8 anos, água e refrigerante das 21h às 4h. Buff et Comida de Boteco. Vista privilegia-da dos shows. Entrada diferenciada, bares e banheiros exclusivos. DJ nos intervalos. Preços de meia-entrada.VENDAS: Centrais da Fá-brica de Eventos nos sho-pping centers Amazonas, Cidade Leste e Sumaúma e www.fabricaingressos.com

SAMBA MANAUS 2015

ATRATIVOS

O Camarote Stage Lappa, coordenado pela DHP&MP Promotion, vai oferecer vista privilegiada dos shows e mordomias como um bar com sete horas de bebida liberada

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015D4 Plateia

Ela casou nova, apaixonada com tudo que tinha direito......vestido de noiva, cerimônia, festa , viagem de núpcias, montão de presentes e aquela certeza que seria ETERNO......mesmo porque sua mãe já tinha lhe avisado: “casamento é para SEMPRE”, mesmo que aconteça alguma coisa ,des-sas tipo traição.......é típico de homem, morda o travesseiro, mas aguente fi rme que vai passar e ele volta pra você! Ela, tadinha, inocente, casou virgem, o máximo que faziam era uma pegação mais forte. Inebriada de felicidade quando o carro partiu puxando as la-tinhas pensou : “é agora! Meu DEUS , ajude para que dê tudo certo”. E deu! Tranquilo.....os anos foram passando, os fi lhos nasceram, tinham uma bela casa, dinheiro, viajavam, eram amigos, parceiros mas, faltava alguma coisa! Buscava saber

o que? se condenava, brigava com ela mesma dizendo ser um sacrilégio esse sentimento de um “buraco” quando tinha tan-tas coisas a agradecer! Uma vez, checando os bolsos da cal-ça do marido para mandar pra lavanderia descobriu um nome um telefone e a palavra AMOR, resolveu ligar e constatou que era uma outra mulher atra-vessando sua vida! (clássico não?) lá estava ela mordendo o travesseiro porque descobria uma escapulida do marido.....aquilo doía mas as palavras da mãe eram tão fortes que nem passava na sua cabeça outra coisa que não fosse acei-tar....e assim se passavam os dias, cada vez mais esticados e sem graça.......ela se atirava no trabalho, na casa nos fi lhos nos acontecimentos sociais.......sempre muito elegante, boni-ta, as amigas se estapeavam quando ela entrava nos luga-

res....chamava uma atenção louca! Muito magra esguia, tinha um charme de fazer

inveja a muita gente.....contu-do faltava-lhe alguma coisa.......O SEXO! O sexo era habitual, zero a zero, sem escalas de grandeza....quando ela queria se espalhar, acabava....e fi cava aquela sensação horrível de que não é só aquilo. Muitas vezes parecia uma condena-ção! A vida surpreende e é aí que o satanás atenta! pelo waths começou a receber elo-gios de outra pessoa, “ você é linda!, quando você passa deixa um rastro com seu cheiro”, Estou louco por você, me dá uma chance”.TUDO QUE UMA MULHER SONHA OUVIR...eles trabalhavam na mesma sala e ela nem desconfi ava..... um dia depois do bombardeio de frases ardentes ele ousou di-zer: “olhe pra frente, eu estou aqui”....quase caiu dura! Ele era

ELA ACREDITOU!

casado!!!!!! Nesse dia estavam só os dois naquela sala, ela já perdidamente apaixonada pelas imagens que aquele ho-mem criava todos os dias com suas palavras, não soube expli-car pra ela mesma que horas tombou! Em que momento o chão se abriu e engoliu tudo que lhe prendia no solo....tudo

se evaporou! Só fi cou o instante e a chama daquela boca lhe engolindo por inteira fazendo jorrar a mais caudalosa ca-choeira dos seus desejos mais escondidos . Começava uma nova Era.....descobriu com o amante o vigor e a paixão de um homem, que o marido era literalmente um fraco e que a

vida explodia dentro dela. Cor-po fechado e peito aberto lá ia ela ganhando mais confi ança para voar mais alto. O castelo de cartas marcadas desabava e em suas mãos um novo ar passava entre seus dedos...naquele momento ela entendia que fi nalmente podia escolher os próprios anéis.

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015D5Plateia

TV TudoOs episódiosA Band vai abrir a série

“Crônicas do Presídio” com o episódio “Viver para sempre na cadeia”, sobre os detentos que têm penas que equivalem a uma eternidade. Logo depois, “Mães, bebês e defi cientes fí-sicos detrás das grades”, “As falhas do sistema” e, por últi-mo, “Relatos inacreditáveis”, como o do (ex) presidiário que virou diretor da cadeia. Nesse programa de encerramento, também a abordagem sobre o Pavilhão Homoafetivo.

Segue o jogoEncerrada a série “Crônicas”,

a Bandeirantes passará a apre-sentar a primeira temporada do reality “MasterChef Junior”, com o mesmo time da versão adulta, comandado por Ana Paula Pa-drão. As gravações terão início na primeira semana de outubro e a estreia está programada para dia 20 do mesmo mês.

Caiu nas graçasDesde 2009, ano de sua es-

treia na Globo, em “Viver a Vida”, de Manoel Carlos, Juliana Paiva não parou mais. A jovem atriz é sempre muito disputada pelos autores e, até em função disso, tem feito um trabalho atrás do outro. Agora, grava “Totalmente Demais”, a subs-tituta de “I Love Paraisópolis”. Cassandra, sua personagem, é defi nida pelos autores Rosane

Svartman e Paulo Halm como uma vilã cômica.

Produção de épocaMais detalhes sobre um pro-

jeto do diretor Maurício Farias, “Zózimo”, que deverá ter Marce-lo Serrado como protagonista: trata-se de uma série policial baseada na obra “O corno que sabia demais”, de Wander An-tunes. O personagem principal, o detetive sem caráter Zózimo Barbosa, se envolve em tra-mas, ambientadas na década de 1950, recheadas de adultério, espertezas e trapaças.

Tem broncaNo jornalismo da Globo, existe

a reclamação que os repórteres mais experientes estão perdendo cada vez mais espaço para a chamada “geração Coca Cola”. É assim que os veteranos se refe-rem à moçadinha em ascensão.

Tem bronca 2Na teledramaturgia da Globo

também sobram reclamações. O fato é que a emissora possui mais de duzentos roteiristas sob contrato e muitos não sa-bem o que é trabalhar. É um tal de apresentar projeto e nunca ouvir o tal do “ok, aprovado”. Esses, os “encostados”, gos-tariam que a emissora fi zesse um maior rodízio entre seus autores. Fica a dica.

Bate – Rebate• Vinícius Vieira vai inte-

grar o elenco fi xo do “Sen-sacional”, programa da Daniela Albuquerque...

• ... A estreia está marcada para o próxima dia 20 na Rede TV!.

• O Recnov, no Rio, anda muito movimentado devido aos tes-tes para formação de elenco de “Josué”...

• ...Leonardo Vieira, a propósi-to, também está na disputa por um papel nessa novela.

• E falando em testes, “Haja Coração”, de Daniel Ortiz, na fi la das 19h, deverá fazer cerca de 10 lançamentos...

• ...A ideia é apostar em nomes do teatro.

• Vaidade no campo artístico também é um negócio impres-sionante...

• ...Wolf Maya promoveu festa para comemorar mais um aniversário...

• ...Como não foi possí-vel chamar todo o elenco de “Paraisópolis”, quem não foi, fi cou reclamando pelos corredores. Dose.

Assassinos e trafi cantes em especial de A Liga

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Se o estica e puxa em “Os Dez Mandamentos” tem algo a ver com isso, ninguém confi rma. No entanto, o diretor Alexan-dre Avancini fará uma nova viagem a Los Angeles, dia 26, para se reunir com os respon-sáveis pelos efeitos especiais da novela.

Ficamos assim. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Que situaçãoEm “A Regra do Jogo”, na Globo, a chegada de Mel

(Fernanda Souza) à casa de Feliciano (Marcos Caruso) promete causar uma grande confusão. Janete (Susana Pires), a esposa traída, fi cará arrasada com a presença da amante de Vavá (Marcello Novaes). Mas a família não permitirá que a manicure saia da cobertura. Afi nal, é ela quem sustenta a família.

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

Márcio Braz

ator, diretor e cientista social

A cidade fi ctícia de Tubiacanga revelada pela novela global “Fera Ferida” entre 1993 e 1994 era uma cidade pacata, serena e de poucos habitantes. Com opções quase nulas de diversão e opor-tunidades, Tubiacanga vivia sob o auspício das fofocas, dos disse-me-disse e qualquer fl atulência era motivo de comentários na cidade. Com a descoberta de uma possível jazida de ouro, os mora-dores entregam suas economias a um tutor com a promessa da construção de uma mineradora. O ouro era falso, os farsantes são assassinados e quinze anos depois, seu fi lho, rebatizado com o nome de Flamel, retorna a cidade para vingar a morte dos pais.

A novela escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Ma-ria Moretzsohn pode ser o refl exo típico de várias cidades brasilei-ras amesquinhadas em seu próprio espírito provinciano, coagidas por forças políticas que tiveram sua vez no Brasil aristocrata dos co-ronéis da Velha República. Seriam exemplos de um tempo antigo se o tipo de personifi cação mental não revelasse a “cordialidade” dos interesses escusos dos governan-tes de hoje, mesmo em capitais com pretensões a metrópole, como Manaus, e outras menores, com importância cultural e econômica, como Parintins.

Muitas vezes são pessoas frustra-das, de vida política rarefeita, que se escondem atrás de uma coluna ou programa de rádio, e de pessoas talentosas para a corrupção de suas vidas sem beleza e poesia. Às vezes você decide enfrentar essas ratazanas, até descobrir que não vale a pena a investida, pois as pessoas são felizes com o que lhes sobra, e o que sobra para estas vidas amarguradas é a solidão e

a velhice calada, sem amigos. Em Parintins, uma festa que já ganhou status de grande festa, temos vis-to ao longo dos anos o exercício da proliferação de pessoas que um dia foram condenadas pela sua própria associação, por razões puramente políticas e exteriores a festa, serem laureadas como deuses, ladeadas por seus ranco-res, ódios de todos os tipos, em detrimento do diálogo e do amor à coisa submetida, maior que a dos seus próprios interesses.

O diálogo aberto, organizado, in-telectualmente refi nado é quase um artigo de luxo hoje em dia, salvo as instâncias que se oferecem como um alívio. Toda crítica, quando bem desenvolvida e intencionada, visa o respeito por quem produziu a obra, ou por quem está lançando a ideia. E toda obra precisa ser maturada, pensada, argumentada, o artista deve buscar constantemente suas referências e não se fechar em caixa em sua Tubiacanga interna.

Sabemos que um conhecimen-to relevante da história das artes é imprescindível e a busca pela essencialidade da representação como veio das resoluções estéticas pretendidas são pontos importan-tes no trabalho de crítica e que o crítico deve apontar os caminhos trilhados pela obra tensionando-os sobre os objetivos pretendidos pelo artista e confi guração espacial, afi -nal, ela precisa ter uma “função” que diga respeito a certa comu-nidade, uma arte de “agregação” ou “segregação”, termos caros ao crítico Antônio Cândido.

Parintins, como Manaus, deve se livrar da mesquinhez de pessoas que não compreendem a beleza da arte e que a utilizam para seus próprios proveitos e insignifi cância. Ainda estão rolando os dados, afi nal o tempo não pára!

A Tubiacanga de [email protected]

Márcio Braz

A novela ‘Fera Ferida’ pode ser o refl exo típico de várias cidades brasileiras amesquinha-das em seu próprio espírito provinciano, coagidas por forças políticas que tiveram sua vez no Brasil aristocrata dos coronéis da Velha República”

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

Depois do “MasterChef”, a receita da Band vai ter tiro, porrada e bomba, além de outros “ingredientes” mais pesados, que serão abordados em um especial de “A Liga” sobre a dura realidade carcerária no Brasil. “Crônicas do Presídio” é o título da série, em 4 episódios, com exibição a partir do dia 22, às terças-feiras, já servindo também como sala de espera para a primeira temporada do “MasterChef Junior”.

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015D6 Plateia

Everest. UCI 1 – 20h45 (somente quar-ta-feira). Ponta Negra 5 – 20h40 (leg/somen-te sábado e domingo). Millennium 8 – 22h15 (leg/3D/somente sex-ta e sábado).

DIV

ULG

AÇÃO

Roberto Cabrini comanda o “Conexão Repórter”, no canal SBT

ÁRIES - 21/3 a 19/4 O bem estar diante do conforto material e de boas condições fi nanceiras é algo a ser curtido neste momento. Você pode aproveitar um pouco mais do que já realizou.

TOURO - 20/4 a 20/5 Apesar do encontro com pessoas impor-tantes ser o tema principal do momento, hoje você pode preferir o isolamento para a refl exão e para ter intimidade consigo mesmo.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Os amigos irão se aproximar de você.

Procure trazê-los para situações de in-timidade afetiva e emocional. As pre-ocupações saem da cena com o apoio positivo dos amigos.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Os novos projetos estão em boa sintonia com as atividades profi ssionais. Ideias criativas e de sentido estético favorecem seu trabalho.

LEÃO - 23/7 a 22/8Ideias novas e súbitas favorecem tirar seu trabalho dos impasses que ontem lhe limitavam. Procure caminhos novos em vez de insistir nos caminhos já

batidos.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Ainda em pequena escala, as portas se abrem para concretizar novas ideias. Jogue fora as ideias poeirentas e antiquadas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 A mão de um amigo ou companheiro é o apoio que você precisava para efe-tuar certas decisões ou mudanças. As limitações materiais cedem diante da presença desse apoio.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Os impasses e confl itos na relação

amorosa são atenuados. Encontre no-vas atividades para vocês dois, assim favorecerá ainda mais o reencontro do prazer e da alegria.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Procure harmonizar o ambiente e as relações no trabalho. Os impasses e ad-versidades saem de cena, ao menos em parte. Acrescente prazer e criatividade em seu trabalho.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Urano tocando Vênus indica maior felici-dade nas relações afetivas e amorosas. As surpresas tensões saem de cena.

Procure o que é divertido e ao mesmo tempo inovador.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Situações opressivas na vida em famí-lia começam a sair de cena. Renove o ambiente, faça mudanças, agite cria-tivamente seu cotidiano e as relações familiares e próximas.

PEIXES - 19/2 a 20/3O encantamento e a boa vontade dão colorido às relações humanas. As faci-lidades no contato e na comunicação com pessoas importantes afastam os problemas de ontem.

SBT GLOBO4H45 JORNAL DA SEMANA SBT6H BRASIL CAMINHONEIRO6H30 TURISMO & AVENTURA7H15 ACELERADOS8H CHAVES10H MUNDO DISNEY12H DOMINGO LEGAL14H ELIANA 18H RODA A RODA JEQUITI 18H45 SORTEIO DA TELESENA 19H PROGRAMA SILVIO SANTOS 23H CONEXÃO REPÓRTER 0H ARQUEIRO 1H NIKITA 2H GAROTO DE OURO 3H BIG BANG 3H30 IGREJA UNIVERSAL

BAND6H30 IGREJA INT DA GRAÇA 10H TV KIDS 10H30 PROGRAMA AD & D 11H IGREJA DA GRAÇA 12H FIQUE LIGADO 13H EN CIRCUITO 14H30 TV KIDS 15H MEU AMBIENTE TV 15H30 TV KIDS 16H15 SEMPRE BEM16H45 TV KIDS 17H PROGRAMA VIAGEM CULTU-RAL17H30 CHEGA MAIS19H ENCRENCA21H30 TE PEGUEI NA TV23H15 LUTA TRIBAL 0H15 MEGA SENHA – REPRISE1H15 IGREJA INT DA GRAÇA

5H POWER RANGERS6H30 SANTA MISSA NO SEU LAR7H30 POWER RANGERS8H30 MASKATE NA TV9H30 QUAL É O DESFIO?10H45 VERDADE E VIDA11H PÉ NA ESTRADA11H30 BAND ESPORTE CLUBE12H FÓRMULA TRUCK – AO VIVOETAPA DE CURITIBA/PR13H30 BAND ESPORTE CLUBE – PARTE 214H GOL O GRANDE MOMENTO DO FUTEBOL14H30 FUTEBOL 2015 – AO VIVO CHAPECOENSE X FLAMENGO16H50 3º TEMPO19H SABE OU NÃO SABE20H SÓ RISOS21H15 PÂNICO NA BAND0H15 CANAL LIVRE1H15 GLEE1H50 FILHOS DA ANARQUIA

5H27 SANTA MISSA 6H28 AMAZÔNIA RURAL 6H56 PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES NEGÓCIOS 7H30 GLOBO RURAL8H25 AUTO ESPORTE9H ESPORTE ESPETACULAR12H ESQUENTA13H10 TEMPERATURA MÁXIMA15H CAMPEONATO BRASILEIRO - CHAPECOENSE X FLAMENGO17H DOMINGÃO DO FAUSTÃO20H FANTÁSTICO22H22 TOMARA QUE CAIA 23H22 DOMINGO MAIOR1H ENCERRAMENTO PREVISTO (MANU-TENÇÃO MENSAL)

Programação de TV

CruzadinhasCinema

Horóscopo

PRÉ-ESTREIA

ESTREIAS

1. FÉRIAS FRUSTRADAS12 anos. UCI 7 – 13h, 15h05,

17h15, 19h25, 21h35, 23h45 (dub/diariamente). UCI 8 – 16h, 18h10, 20h20, 22h30 (dub/diaria-mente). Plaza 1 – 14h10, 16h30, 19h, 21h30 (dub/diariamente). Millennium 3 – 22h (leg/somente sexta-feira e sábado). Millennium 7 – 21h30 (leg/diariamente). Mil-lennium 8 – 15h15, 17h30, 20h, (dub/diariamente), 22h15 (exceto sexta e sábado). Ponta Negra 4 – 21h10 (leg/somente sábado e domingo). Ponta Negra 5 – 14h10, 19h10 (dub/diariamente), 16h30 (leg/diariamente), 21h40 (leg/ex-ceto sábado e domingo).

2. CARGA EXPLOSIVA:O LEGADO14 anos. Cinemark 3 – 21h45

(dub/somente sábado e domingo). Cinemark 6 – 13h20 (dub/somente sábado e domingo), 15h50, 18h20 (dub/diariamente), 21h (exceto sá-bado e domingo), 23h50 (somente

sábado). UCI 2 – 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h50, 0h (leg/diariamen-te). Plaza 4 – 20h, 22h10 (dub/diariamente). Millennium 1 – 15h (dub/somente sábado e domingo), 17h15 (leg/somente sábado e do-mingo), 19h30 (dub/diariamente), 21h45 (leg/diariamente). Ponta Negra 3 – 18h, 21h (leg/diaria-mente). Ponta Negra 10 – 18h40, 20h50 (dub/somente sábado e domingo).

1.

2.

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015D7Plateia

[email protected]

Guto Oliveira

Poder na Poder na Poder na Poder na corte

local. A ideia é fazer um diário social de notícias de interesse em comum e que gerem fa-tos sociais com credibilidade. Espero que gostem!

***O prefeito Arthur Neto

será um dos homenagea-dos na versão masculina do livro Manaus Jet Set, assi-nado pelo fotógrafo Célio Said, com lançamento con-firmado para o dia 24 de

setembro, no buffet Casa das Artes. Célio reuniu um time de primeira linha numa edição histórica, de luxo, capa dura, que será tam-bém doada às bibliotecas estaduais, municipais, além das universidades e escolas públicas e particulares lo-cais. O sucesso na concep-ção da edição foi tamanho que o fotógrafo já alinhava um segundo número.

Nós da opo-sição não so-mos e jamais

seremos contra o Brasil. Propostas exequíveis e realis-tas serão analisa-das por nós com todo o interesse e boa vontade.

***Os sonho de trazer grandes

espetáculos para a cidade está mais próximo que a gente ima-gina, com a chancela da Fábri-ca de Eventos, Bete Dezembro

planeja a vinda pela primeira vez em Manaus da cantora britâni-

ca Jessie J. Luxo! ***

***

Segundo domingo do mês de setembro. Dia 13, data escolhida para a estreia de um novo desafi o, uma nova proposta e um novo projeto. Depois de alguns anos avalian-do se conseguiria dividir minha atribulada rotina de editor da Revista Elenco, assessor de imprensa e produtor, resol-vi então conciliar mais um e passo assinar diariamente no jornal EM TEMPO uma coluna com enfoque não apenas no contexto social, mas, também nos bastidores da politica amazonense, nas produções culturais e no show businness

Aécio Neves

***

Já é possível beber whisky no espaço no copo. Ao menos é isso que promete a Ballantine’s, que anunciou ter criado e testado um pro-tótipo que permite apreciar a bebida em gravidade zero.Imaginem o deleite de de-gustar um bom malte nos Anéis de Saturno...

***

15 anos de Samba Ma-naus, esta edição promete. A novidade fica por conta do Camarote Stage Lappa, com as melhores opções para quem deseja curtir os grandes shows de samba e pagode que passarão pelo palco, a começar pela en-trada diferenciada e outros mimos. Se joga!

Os fl ashes da bada-lada posse do con-selheiro Mário Mello continuam rendendo. Na foto, ele recebe o governador José Melo sob o olhar atento do desembargador Ari Moutinho.

O novo conselhei-ro já montou gabine-te e está trabalhan-do a todo vapor na corte de Contas.

Cultura sem limitações em espaços públicos

Ações permitem a visão por meio das mãos, que percorrem páginas de conhecimento e cultura

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Sistema braille e audio-descrição, atendimento em libras e espaços adaptados às pessoas com defi ciência são recursos cada vez mais presentes em locais admi-nistrados pela Secretaria de Estado da Cultura para tornar o Amazonas um Estado de acessibilidade cultural.

Desde 2012, a SEC possui um setor voltado para o as-sunto, dedicado à pesquisa de melhorias nesta área e na promoção de ações específi -cas para este público.

O Teatro Amazonas é um exemplo. Nele, há rampas de acesso, banheiros projetados para pessoas com defi ciên-cia, local reservado na pla-teia para usuário de cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida, estacionamento re-servado, balcão de recepção rebaixado e até cardápio (do café anexo ao teatro) em Braille. Há, ainda, no hall do Teatro Amazonas, a chamada “ilha acessível” - destinada aos defi cientes auditivos, que conta toda a história do local em Libras.

O modelo também está sendo expandido e aper-feiçoado para outros es-paços como o Museu Casa Eduardo Ribeiro (Rua José

Clemente, 322, Centro) e o Palacete Provincial (Praça Heliodoro Balbi, Centro).

Biblioteca Com mais de 100 anos de

construção, a Biblioteca Pú-blica do Amazonas (situado a rua Barroso, 57, Centro) foi adaptada para receber a to-dos, com respeito às regras

de acessibilidade.Assim, para se ter acesso

aos três andares, após traba-lho de restauro concluído em 2013, os leitores receberam um local ampliado. A estru-tura recebeu um elevador de acesso bem como mapas de situação do ambiente e sina-lização de serviço em Braille, em todos os andares. O local também dispõe de mapas

táteis para defi cientes visu-ais e sinalização com demar-cadores próprios para este público e já adotou o uso da Escrita de Sinais, oriunda da Língua de Sinais.

No entorno da Biblioteca, o defi ciente visual poderá se utilizar do piso tátil para ter acesso tanto pela entra-da principal (Rua Barroso) quanto pela entrada exclusi-va às pessoas com defi ciên-cia (Rua Henrique Martins). Esta sinalização de apoio também está presente em toda área interna.

Fazem parte do circuito de acessibilidade equipamentos como lupa eletrônica para defi cientes visuais, folheador automático para quem possui difi culdade motora nos mem-bros superiores e scanner de voz (uma espécie de leitor de livros que converte o conteúdo scanneado em áudio).

PioneirismoA Biblioteca Braille, localiza-

da no Sambódromo (Avenida Pedro Teixeira – 2565 – Bloco “C”, Alvorada I) promove a integração e a inclusão de pessoas com defi ciência visual há 16 anos.

O local, que dispõe de cami-nho tátil, sinalização sonora,

rampa de acesso para usuário de cadeira de rodas e equipa-mentos especiais para pesso-as com defi ciência visual, de baixa visão e idosas, possui um grande acervo de mil títulos em Braille à disposição, para con-sulta e 4337 livros em áudio (formato MP3 e Daisy).

Para Rodrigo da Silva Valério (28), morador do Bairro Com-pensa 2 e aluno do 8º período do Curso de Administração de Empresas, a Biblioteca Braile tem sido muito importante na sua caminhada. “Eu a conheci em 2002 e até hoje a fre-quento. Semanalmente, faço

uso do material de adminis-tração que ela disponibiliza, além do fato de ser bem aten-dido e de receber apoio dos funcionários”, declara.

A Biblioteca Braille ofere-ce, também, lupas eletrônicas (com mouse e com pedestal), exibição de fi lmes dublados, serviço de transcrição de apos-tilas em tinta para o Braille, gravação de livros e apostilas e outros recursos que priori-zam a educação, o ensino e a pesquisa.

A Biblioteca Braille funciona de segunda a quarta-feira, das 8h às 17h.

Grandes eventos No Festival Folclórico de Pa-

rintins deste ano, por exemplo, cerca de 60 pessoas com de-fi ciência estiveram no Bum-bódromo de Parintins com uma das melhores visões do espetáculo e toda a infraestru-tura destinada a atendê-los, com sinalização, rampas de acesso e banheiros.

Para os próximos anos, a Secretaria de Estado de Cul-tura elabora um glossário em Libras do Festival Folclórico de Parintins em vídeo, com vocá-bulos específi cos do grande festejo parintinense.

INICIATIVAS

As intervenções em estrutura ou objetos de espaços culturais públicos inserem cada vez mais pessoas com defi ciências diversas no mundo das artes, criando e valorizan-do novos núcleos de espectadores

ACESSIBILIDADE

Os sonho de trazer grandes espetáculos para a cidade está mais próximo que a gente ima-gina, com a chancela da Fábri-ca de Eventos, Bete Dezembro

planeja a vinda pela primeira vez em Manaus da cantora britâni-

ca Jessie J. Luxo!

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