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INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS AMB Informa Edição nº 111 1º a 30 de novembro de 2008 Mala Direta Postal 001596/2004-DR/BSB AMB CORREIOS CORREIOS Devolução Garantida 19 3 20 e 21 4 Diretores da ENM debatem Loman Em encontro realizado no dia 24, diretores da ENM debateram propostas da AMB e da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento (Enfam) para a reformulação da Lei Orgânica da Magistratura (Loman). Um ano de conquistas Bruno Carvalho Thais Cieglinski/AMB Debora Amorim Lula Lopes Letícia Capobianco/AMB Cris Torres Subsídios: Chinaglia pede votação O presidente da Câmara dos Deputa- dos, Arlindo Chinaglia, defendeu a vota- ção imediata do projeto de lei que revê o subsídio da magistratura. O assunto continua mobilizando a AMB que, em novembro , promoveu encontro entre as- sociações filiadas e o presidente do STF, Gilmar Mendes, para discutir o tema. Dignidade para apenados Magistrada, servidores, estagiários e agentes penitenciários da cidade de Pelotas (RS) desenvolvem o projeto VEC em Alerta e devolvem dignidade aos presidiários. Iniciativa tem garanti- do o cumprimento da lei e resguardan- do os direitos daqueles que cumprem pena no município. Faltam servidores e material Em mais uma matéria da série sobre as condições de trabalho dos magistrados no Brasil, juíza de Gameleira (PE) rela- ta como é difícil trabalhar quando falta estrutura. Comarca conta apenas com dois servidores qualificados e sofre com a escassez de recursos materiais, como papel, envelope e computadores A AMB encerra o ano de 2008 com uma atuação caracterizada não só pela defesa de assuntos cruciais para a carreira, mas pela busca do aprimoramento do próprio Judiciário e da democracia brasileira. Com um posi- cionamento ético e pro - ativo, respaldado pelo apoio de seus associados e da sociedade, a AMB fez do ano de 2008 um período de reafirmação da entidade como a principal porta-voz dos anseios da magistratura nacional. Confira nesta edição duas matérias especiais com um balanço das ações da AMB neste primeiro ano da nova gestão. 12 a 18

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Page 1: Em encontro realizado no dia 24, diretores da ENM ... Informa/101-120... · agentes penitenciários da cidade de Pelotas (RS) desenvolvem o projeto VEC em Alerta e devolvem dignidade

INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS

AMB Informa Edição nº 1111º a 30 de novembro de 2008

Mala DiretaPostal

001596/2004-DR/BSBAMB

CORREIOSCORREIOS

D e v o l u ç ã oG a r a n t i d a

19

320 e 214

Diretores da ENM debatem Loman Em encontro realizado no dia 24, diretores da ENM debateram propostas da AMB e da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento (Enfam) para a reformulação da Lei Orgânica da Magistratura (Loman).

Um ano de conquistas

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Debora Amorim

Lula Lopes

Letícia Capobianco/A

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Cris Torres

Subsídios: Chinaglia pede votaçãoO presidente da Câmara dos Deputa-dos, Arlindo Chinaglia, defendeu a vota-ção imediata do projeto de lei que revê o subsídio da magistratura. O assunto continua mobilizando a AMB que, em novembro , promoveu encontro entre as-sociações filiadas e o presidente do STF, Gilmar Mendes, para discutir o tema.

Dignidade para apenadosMagistrada, servidores, estagiários e agentes penitenciários da cidade de Pelotas (RS) desenvolvem o projeto VEC em Alerta e devolvem dignidade aos presidiários. Iniciativa tem garanti-do o cumprimento da lei e resguardan-do os direitos daqueles que cumprem pena no município.

Faltam servidores e materialEm mais uma matéria da série sobre as condições de trabalho dos magistrados no Brasil, juíza de Gameleira (PE) rela-ta como é difícil trabalhar quando falta estrutura. Comarca conta apenas com dois servidores qualificados e sofre com a escassez de recursos materiais, como papel, envelope e computadores

A AMB encerra o ano de 2008 com uma atuação caracterizada não só pela defesa de assuntos cruciais para a carreira, mas pela busca do aprimoramento do próprio Judiciário e da democracia brasileira. Com um posi-cionamento ético e pro - ativo, respaldado pelo apoio de seus associados e da sociedade, a AMB fez do ano de 2008 um período de reafirmação da entidade como a principal porta-voz dos anseios da magistratura nacional. Confira nesta edição duas matérias especiais com um balanço das ações da AMB neste primeiro ano da nova gestão. 12 a 18

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E ditorial

AMBInforma

N o t a sMagistratura e parlamentares tocantinenses recebem Mozart

Em encontro informal durante jantar na sede campestre da Associação dos Magistrados do Estado do Tocantins (Asmeto), no dia 7 de novembro, o presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, conversou com magistrados e parlamentares. “Temos pro-jetos de interesse da magis-tratura no Congresso e esta conversa é importante”, disse o presidente da Asmeto, Allan Martins Ferreira. Mozart con-cordou: “Este contato com os parlamentares é fundamen-tal. O que nós queremos é ter certeza de que a bancada do Tocantins não terá dificuldade em permitir um diálogo aberto com a magistratura”.

Estavam presentes no jantar os deputados federais João Oliveira (DEM) e Eduardo Gomes (PSDB), a deputada federal Nilmar Ruiz (DEM), o senador João Ribeiro (PR) e os deputados estaduais Luana Ribeiro (PR) e Marcelo Lelis (PV). Ao se pronunciar, o senador representou os demais ao se colocar à disposição da magistratura: “Estamos prontos para defender aquilo que for de interesse da magistratura e da sociedade brasileira”.

Presidente da AMB visita TJ-CEO presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE), de-

sembargador Fernando Ximenes, recebeu, no dia 24 de novembro, o presidente da AMB, Mozart Valadares Pires. O presidente da Associação Cearense de Magistrados (ACM), Paulo Nogueira, também participou do encontro. Os magistrados falaram sobre a redução da diferença entre entrâncias, de 10% para 5%.

“O desembargador se mostrou muito sensível para resolver essa demanda histórica da magistratura cearense”, destacou o presidente da ACM. “Quan-to maior o número de entrâncias, maiores os prejuízos na carreira. Há uma tendência nacional de se eliminar entrâncias”, afirmou Mozart.

O presidente do TJ-CE mostrou os avanços do Judiciário cearense, nos últimos anos, na informatização, planejamento estratégico, otimização de recursos e melhoria das condições de trabalho. Ximenes considerou impor-tante a visita de Mozart. “Todos nós fazemos parte da AMB”, reforçou.

Prezado colega,

O ano que termina foi marcado por grandes desafios para a AMB. O primeiro deles foi a própria mudança de gestão. O grupo que assumiu a Associação tinha a responsabilidade de manter a entidade como referên-cia para os grandes temas nacionais, além, é claro, de conquistar vitórias naquilo que é a razão de sua existência: a defesa intransigente dos direitos e prer-rogativas dos magistrados.

Passados dozes meses, é hora de fazer o balanço de tudo o que foi realizado. Foram muitas ações, de inte-resse não apenas dos juízes, mas de toda a sociedade. Ainda está viva na memória a participação da AMB no processo eleitoral, quer seja suscitando o debate acerca da idoneidade dos candidatos, quer seja na grande mobilização em torno das audiências públicas. Impossível esquecer, também, do fim do nepotismo - não apenas no Judiciário, mas em todos os poderes da República graças à ação proposta pela AMB..

No Congresso, a mobilização foi intensa em torno de bandeiras defendidas pela magistratura e, consequen-temente, por sua entidade de classe. A manutenção da aposentadoria compulsória aos 70 anos; a revisão do subsídio; e a volta do Adicional por Tempo de Ser-viço (ATS) são apenas alguns dos temas que merece-ram intervenção direta da nossa entidade. No STF e no CNJ, a luta foi igualmente intensa.

O resultado de todo esse trabalho pode ser conferido nesta edição. Nas próximas páginas, trazemos um ba-lanço das ações mais significativas. Você também está recebendo duas edições especiais, com um resumo do que aconteceu em outras duas grandes atividades da AMB: os IV Jogos Nacionais da Magistratura e a campanha Mude um Destino.

Estamos cientes de que é apenas o começo. Ainda temos muito a ser feito. Mas é com muita satisfação que terminamos 2008 com o sentimento de dever cumprido.

Que 2009 traga novos desafios, grandes resultados e muitas conquistas para a magistratura. Até lá!

Mozart Valadares PiresPresidente da AMB

1º a 31 de outubro de 2008

E xpedienteAMB informa é uma publicação da Associação dos Magistrados BrasileirosEndereço: Centro Empresarial Liberty Mall, SCN Quadra 2, Bloco D, Torre B, Conjunto 1302, Brasília, DF, CEP 70.712-903, Tel. (61) 2103-9000Página na internet: www.amb.com.brE-mail: [email protected]ção: Débora DinizReportagem: Débora Zampier, Letícia Capobianco, Mariana Monteiro, Thaís Cieglinski e Yuri VillacortaRevisão: Débora Diniz e Letícia CapobiancoProgramação visual: Jonathan Pimenta

Divulgação A

smeto

Mozart e parlamentares de Tocantins

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Em sessão realizada no dia 4 de de-zembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia

(PT-SP), defendeu a votação do Projeto de Lei n° 7.297/2006 – que corrige o subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “Há o plano de reajuste do Judi-ciário, que está há dois anos na fila e nós ainda não conseguimos votar”, destacou. Até o fechamento desta edição, havia a expectativa de que o PL fosse votado em até duas semanas, antes do recesso par-lamentar.

“Queremos resolver essa questão do TCU, juntamente com a do Supremo Tribu-nal Federal (a questão dos subsídios), que realmente está há muito tempo parada na Casa. Tenho inclusive ouvido ministros, o próprio Gilmar Mendes e Ricardo Lewando-wski. Todos estão reclamando dessa posição da Casa. Sem dúvida nenhuma, precisamos avançar”, afirmou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) na mesma sessão.

Apesar dos inúmeros entraves à apre-ciação da matéria, a magistratura nacional continua mobilizada e cada vez mais unida na busca do cumprimento de uma garantia constitucional, tendo em vista que o subsídio da categoria não é corrigido desde 2006.

No dia 4 de novembro, por solicitação da

AMB, o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, recebeu no Salão Branco da Su-prema Corte aproximadamente 45 juízes e desembargadores de 27 associações filiadas em 20 estados do País (confira no quadro). Mais uma prova de que tanto a cúpula como a base do Judiciário estão juntas nesta luta.

Logo no início da audiência com Mendes, o presidente da AMB, Mozart Valadares Pi-res, explicou o real motivo pelo qual solicitou o encontro. “Pedi esta audiência para que os colegas pudessem ouvir do próprio presi-dente do Supremo quais as expectativas em relação ao projeto e que estratégias deve-mos adotar para que a revisão salarial seja concedida o quanto antes, tendo em vista as perdas inflacionárias”, disse Mozart.

Gilmar Mendes relatou as dificuldades que o próprio Supremo tem tido para con-vencer os parlamentares sobre a importân-cia da aprovação célere do projeto. Mas, se-gundo ele, apesar dos obstáculos, o trabalho do STF, aliado ao empenho das entidades de classe, como a AMB, tem sido fundamental para tentar garantir que a matéria seja con-siderada prioritária no Congresso Nacional.

Diálogo

O presidente do STF também alertou os

magistrados sobre a necessidade de se am-pliar o contato com os parlamentares nos estados, principalmente por meio de conver-sas com as lideranças partidárias, que hoje definem a pauta no Congresso, priorizando a análise de propostas consensuais. “Temos de manter o diálogo, pois se não está ha-vendo decisão sobre esta matéria, também não está havendo para outras. Mas, isso é o jogo democrático e temos de conviver com isso”, afirmou.

Após a reunião com Gilmar Mendes, a diretoria da AMB decidiu intensificar a mo-bilização no Congresso Nacional pela apro-vação célere do PL n° 7.297/06, contando com o apoio de magistrados de todo o País. No dia 18 de novembro, o secretário-geral adjunto da entidade, desembargador Jorge Massad, reuniu-se com o 1° secretário da Câmara, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), para explicar a importância da célere aprovação da matéria.

Gilmar Mendes e juízes de todo o País debatem estratégias para aprovar PL 7.297

Presidente da Câmara pede votação do subsídio

Associações filiadas que marcaram presença no encontro com Mendes:1. Acre – Asmac2. Amazonas – Amazon3. Ceará – ACM4. Distrito Federal – Amagis-DF e Amajum5. Espírito Santo – Amatra XVII6. Goiás – Asmego7. Maranhão – Amma8. Mato Grosso – Amam 9. Minas Gerais – Amagis10. Pará – Amepa11. Paraíba – AMPB12. Paraná – Amapar e Amatra IX13. Pernambuco – Amepe 14. Rio de Janeiro – Amaerj e Amatra I15. Rio Grande do Norte – Amarn16. Rio Grande do Sul – Ajuris e Amatra IV17. Rondônia – Ameron 18. Santa Catarina – AMC, Amatra XII e Amajme19. São Paulo – Apamagis e Amatra II20. Sergipe – Amase

Encontro reuniu representantes de 27 associações filiadas

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

A falta de estrutura é um problema que acomete diversas unidades judiciá-rias do País, como o AMB Informa

começou a mostrar na edição passada (nº 110). Se os exemplos do descaso aconte-cem em capitais como Curitiba (PR), como foi mostrado pela reportagem, no interior, a situação tende a ser ainda mais grave. A distância em relação à capital, conseqüen-temente, dos Tribunais de Justiça – sede da administração Judiciária estadual – torna o quadro crítico. Um exemplo é a Vara Úni-ca de Gameleira, município localizado a 90 quilômetros de Recife (PE). Na unidade, a instalação elétrica é precária, o número de computadores não é suficiente, as impres-soras são antigas, às vezes falta material bá-sico como papel e envelope timbrado e não há porta de segurança, apenas uma grade. “Estou no interior há cinco anos e passo por isso em todas as comarcas”, revela Dulcea-na Maciel de Oliveira, juíza titular da vara.

A magistrada conta que, em alguns pe-ríodos, “falta tudo”, inclusive pastas para guardar os processos. “Inúmeras vezes pe-dimos papel emprestado ao Ministério Pú-blico ou tiramos dinheiro do próprio bolso para comprar, para só depois sermos res-sarcidos. Quando fazemos pedido de ma-

terial, demora para chegar; há muita buro-cracia”, relata a juíza. “Não temos número suficiente de computadores e o ideal é que tivéssemos impressoras mais modernas, mas isso não está atrapalhando nosso tra-balho. Nosso grande problema é a falta de servidores”, completa.

A vara possui atualmente 1,9 mil pro-cessos em andamento. Para auxiliar Dul-ceana, o Tribunal de Justiça do estado de Pernambuco disponibilizou dois servidores, e a prefeitura de Gameleira, outros qua-tro. No entanto, os profissionais cedidos pela administração do município não têm conhecimento de Direito. Para a juíza, é importante que os juízes tenham mais ser-vidores qualificados para auxiliá-los.“Eles são muito dedicados, mas não são quali-ficados. Aproveitam o dia-dia para apren-der, mas não têm conhecimento nenhum de Direito”, diz.

Acesso para deficientes

Outro problema nas instalações da Justi-ça em Gameleira é a dificuldade de acesso para deficientes, já que a vara funciona no primeiro andar. “A escada não tem corri-mão e quando há pessoas com deficiência

envolvidas nos processos, tenho que descer para ouvi-las ou é preciso que alguém as carregue”, descreve, salientando que an-tes da reforma, ocorrida em novembro de 2007, a situação era ainda pior.

Dulceana destacou, dentre os problemas listados em seu local de trabalho, a falta de advogados. De acordo com a magistrada, este desfalque prejudica muito a função ju-dicante. “Em muitas comarcas do interior não há defensor público, e sem advogados não há audiência, não há andamento do feito e, sem isso, não há como realizar a prestação jurisdicional”, desabafa.

A juíza afirma que a prestação de ser-viço à sociedade poderia ser melhor se as condições fossem mais adequadas. Segun-do Dulceana, para resolver o problema das comarcas que ficam distantes da capital, seria oportuno que os juízes fossem ouvidos na hora de definir a aplicação da verba des-tinada ao Judiciário. “Nós sentimos na pele o que está faltando; estamos ‘na frente da lança’. Sermos ouvidos é essencial para a elaboração do orçamento”, diz.

“Não tenho conhecimento de causa sobre gestão, mas talvez falte priorizar as comarcas do interior. Não como o mais importante, mas ver que pelo afastamen-to se tem necessidade de melhor estrutura. É preciso ter uma melhor divisão do orça-mento”, opina Dulceana.

Juíza de Gameleira (PE) já precisou comprar material com recursos próprios

Sem papel, computador e servidores

Atualmente, a juíza tem sob sua responsabilidade 1,9 mil processos

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

O Ceará também sofre com dificuldades es-truturais em suas va-

ras. O estado é a unidade da Federação que menos inves-te na Justiça. De acordo com o Conselho Nacional de Jus-tiça (CNJ), em 2006, foram investidos apenas R$ 34,50 per capita, enquanto a média nacional é de R$ 81,17. Ape-sar do pouco investimento, o principal problema enfrenta-do pelos magistrados cearen-ses é o número reduzido de juízes e servidores. São me-nos de 400 magistrados estaduais para atender a uma população de mais de oito milhões de habitantes. Os processos tramitando, só em primeira instância, chegam a 700 mil.

A juíza titular da 4ª Vara Criminal de Fortale-za, Rosilene Facundo, ex-plica que em sua unidade a estrutura física é boa, assim como a informa-tização. No entanto, ela conta com apenas cinco funcionários, incluindo o diretor da secretaria. “Dá para imaginar o caos que é administrar apenas cinco pessoas para as tarefas de acompanhamento em audiências, atendimento ao público, informações, procura de processos, atendimento ao defensor público, advogados, Ministério Público, etc”, diz, lembrando que no Ce-ará, não há cargo de assessor para ma-gistrado de primeiro grau.

Apesar das dificuldades, principal-mente no que diz respeito à verba, o Judiciário cearense está empenhado em reverter sua posição no ranking do CNJ, melhorarando as condições de trabalho

de seus servidores. O atual presidente do TJ-CE, desembargador Fernando Xime-nes, já investiu R$ 19 milhões em tecno-logia. Além disso, tem buscado conhecer

de perto as necessidades dos funcionários, como relata Rosilene. “Recentemente o desembargador fez plebiscito para saber se os funcionários aprovavam ou não proposta de lei referente ao plano de cargos e salários. Isto bem evidencia a realidade e atu-alidade do pensamento, pois ninguém melhor para conhe-

cer as necessidades do que aquele que vivencia a situação”, diz a juíza.

Planejamento

De acordo com o presidente da Asso-ciação Cearense de Magistrados (ACM), Paulo Nogueira, toda a melhoria trazida na atual direção do TJ é fruto de uma administração organizada e planeja-da. “É uma questão de gestão. O juiz não tem treinamento para isso, mas tem que organizar tudo. E o que o de-sembargador fez foi trazer profissionais

para organizar as finanças”, frisou o magistrado, acres-centando que deveria ser obrigatório curso de gestão para todos os juízes.

Também como forma de melhorar o dia-dia do ma-gistrado cearense, a ACM lançou a campanha “Magis-tratura Valorizada, Justiça Fortalecida”. Fazem parte da iniciativa proposições sobre a valorização da carreira e do magistrado e aperfeiço-amento da atividade-fim do Judiciário. Muitas das pro-

postas, que serão levadas às autoridades competentes e à sociedade, são bandei-ras levantas também pela AMB, como a democratização interna do Judiciário.

“Tivemos a preocupação, com este projeto, de valorizar o magistrado e mostrar a realidade da magistratura. A sociedade tem uma visão distorcida. Te-mos que expor que o juiz não é aquele profissional que ‘ganha bem e não faz nada’”, explicou o presidente da ACM. A associação também tem promovido pa-lestras abordando temas para melhorar a vida do magistrado, como prevenção de doenças e planejamento financeiro.

Ceará tenta reverter posição de estado que menos investe na Justiça

Aposta na organização e no planejamento

Divulgação ACM

Divulgação A

CM

Divulgação TJ-CE

Atual presidente doTJ-CE já investiu 19 milhões em tecnologia

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Preocupada com os inúmeros pro-blemas que a magistratura bra-sileira tem enfrentado no que diz

respeito às condições trabalho, a AMB disponibiliza, em seu Portal na internet, questionário para que os magistrados possam mostrar a realidade das unidades judiciárias. Ao responder ao questionário, além de contribuir para mostrar o real quadro enfrentado pela magistratura, o associado da AMB concorrerá a uma te-levisão LCD de 32 polegadas. Quem res-ponder ao questionário completo estará automaticamente inscrito no sorteio que será realizado no dia 23 de dezembro.

Os juízes responderão perguntas sobre o número de processos em tramitação, a quantidade de funcionários – qualificados ou não – , a estrutura física, equipamen-tos, tecnologia e segurança. Os magis-trados terão a oportunidade de avaliar e apontar as dificuldades e facilidades que fazem parte da rotina de seu gabinete. As

respostas serão analisadas sem qualquer identificação individual.

A AMB quer fazer uma radiografia das condições de trabalho dos magistrados brasileiros. Além disso, a entidade preten-de, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), criar um selo de qualidade de gestão jurisdicional. A vara que dese-jar receber o selo receberá um “kit ges-tão”, com uma série de documentos de padronização de gestão e orientação téc-nica para se ajustar ao modelo sugerido. Os padrões contidos nesses documentos funcionarão como medidores de desem-penho e produtividade.

Depois que a unidade se organizar, ta-refa que pode durar de seis a nove meses, será feita uma auditoria para verificar se os padrões estão sendo efetivamente se-guidos. Os auditores examinarão como as atividades estão sendo realizadas e se os resultados estão sendo atingidos. O de-sempenho será analisado por um corpo

técnico formado por magistrados da AMB. Se a vara atender a todos os critérios es-tabelecidos, terá direito ao selo, que terá prazo de validade. Depois, periodicamente serão feitas auditorias para confirmar se a vara continua mantendo os padrões.

Ao responder ao questionário disponível no site da AMB, o associado também estará contribuindo com o XX Congresso Brasileiro de Magistrados, que acontecerá em 2009.

Com as informações fornecidas pelos juízes por meio destas respostas, a AMB poderá embasar suas ações nos próxi-mos anos visando garantir melhorias nas varas brasileiras.

Com o tema “Gestão Democrática do Judiciário”, o encontro pretende abordar as alternativas possíveis para melhorar as condições que juízes de todo o Brasil têm de enfrentar para servir à sociedade.

Fala, juiz

Outro canal de comunicação do ma-gistrado com a AMB, para traçar as ne-cessidades de cada unidade judiciária do País, é o e-mail [email protected]. Por meio dele, os juízes podem enviar infor-mações sobre seu ambiente de trabalho, como falta de material ou de funcionários com conhecimento de Direito, estrutura física precária ou, ainda, mostrar as solu-ções encontradas para administrar melhor sua vara, mesmo com poucos recursos.

É importante que todos os magistrados mandem suas histórias para o endereço eletrônico. A AMB pretende publicar os re-latos no AMB Informa, para que juízes e autoridades tenham conhecimento do que acontece nas unidades judiciárias brasilei-ras. Identificando os problemas, a entida-de quer ajudar a encontrar soluções.

Participe. Preencha o questionário no Por-tal da AMB Mande informações para o e-mail, juntamente com telefone de contato.

Associados que responderem a questionário concorrem a TV LCD

Realidade será retratada em números

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Programa AMB Mais apresenta novos convênios para os juízes

Mais vantagens para os associados

Ligue já!Para obter detalhes sobre o programa de vantagens AMB Mais acesse a área restri-ta do Portal da AMB (www.amb.com.br) ou ligue para a Central de Atendimento AMB Mais, no telefone (61) 2103-9030.

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Empresa de viagens e turismo de lazer pertencente à Carlson Wagonlit Travel, líder mundial em turismo corporativo, presente em mais de 150 países e ter-ritórios. Oferece descontos diferenciados aos associados à AMB. Informações

pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 3491-8116. Bourbon Hotéis & Resorts

Rede hoteleira presente nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Além da classe que os empreendimentos da rede oferecem,

a Bourbon tem um jeito único de tratar seus hóspedes, oferecendo tarifas especiais para os ma-gistrados filiados à AMB. Para mais informações, acesse o site www.bourbon.om.br ou ligue para 0800-770-2201.

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vantagens, o magistrado filiado deve fazer cadastro no site www.sonystyle.com.br/corporativo e in-formar o código promocional “amb” para acessar a área de vendas especiais.

Inbrablindados

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País, vantagem exclusiva aos filiados da AMB. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 5641-3000 e (11) 2148-8600, ou pelo e-mail [email protected].

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Conheça os outros parceiros da AMB

Divulgação TR

F 4

Quem já usufruiu gostou. Mas quem não conhece ou ainda não utilizou o programa de vantagens AMB

Mais tem a oportunidade de desfrutar dos benefícios oferecidos por mais de 20 convê-nios firmados entre a AMB e grandes em-presas dos ramos de eletrodomésticos, au-tomóveis, seguros e de hotéis, entre outros. Recentemente, a Associação estabeleceu novas parcerias (veja quadro a seguir) com vantagens imperdíveis para os magistrados associados. Para ter acesso aos benefícios, basta estar devidamente cadastrado na en-tidade e portar o Cartão AMB Mais.

O desembargador federal de Porto Alegre Élcio Pinheiro de Castro já usufruiu das van-tagens do programa AMB Mais. E aprovou. Ele conta que em maio deste ano foi até uma loja da Honda porque queria comprar um car-

ro, mas não sabia que a AMB matinha con-vênio com a montadora de automóveis. “Es-colhi o carro, um Honda Civic LX5, e quando forneci meus dados para o vendedor ele me disse: ‘O senhor é juiz? É que a Honda tem um convênio com a AMB que dá desconto de 5% para os associados’”, lembra.

Presidente da 8ª Turma Criminal do Tri-bunal Regional Federal da 4ª Região, Élcio diz que ficou muito satisfeito com o descon-to, equivalente a R$ 3,9 mil. “Com o aba-timento, paguei o seguro do carro e ainda sobrou um dinheiro para fazermos uma fes-ta. Para mim foi uma surpresa!”, afirma.

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

AMB é grande vencedora do Prêmio Nacional de Comunicação & Justiça

Entre as melhores do País

HistóricoApesar do ineditismo da conquista de três troféus em uma única noite, não é a primeira

vez que a AMB é reconhecida pelo FNCJ. No ano passado, a entidade foi premiada nas categorias Veículo Eletrônico de Comu-nicação, com o boletim AMB Informa, e Campanha de Comunicação Externa, com o projeto Mude um Destino – em favor das crianças e adolescentes que vivem em abrigos.

Em 2006, a entidade levou o primei-ro lugar na categoria Veículo de Comu-nicação Impresso, com o boletim AMB Informa, também vencedor do prêmio de 2004. Ainda em 2004, a AMB ob-teve a primeira colocação na categoria Programa de TV, com o Juízo Crítico.

O escritor frânces Saint-Exupéry dis-se certa vez que “não há comuni-cação sem envolvimento”. A iden-

tificação da Gerência de Comunicação da AMB com as ações e valores da entidade rendeu mais um fruto em novembro. Ou melhor, três: a AMB foi triplamente pre-miada na sexta edição do Prêmio Nacio-nal de Comunicação & Justiça. “O prêmio é resultado do esforço de toda a equipe. O fato de ser concedido por profissionais que cobrem o Judiciário valoriza ainda mais a conquista da AMB”, diz Débora Diniz, ge-rente de Comunicação da entidade.

O Prêmio Nacional de Comunicação & Justiça foi criado em 2003, com o obje-tivo de contribuir para o aperfeiçoamento dos produtos e serviços das assessorias de comunicação do Poder Judiciário, do Mi-nistério Público e da Defensoria Pública. A edição de 2008 do prêmio bateu recordes e registrou a participação de 166 trabalhos. A AMB inscreveu-se em cinco categorias e foi selecionada como finalista em quatro delas. Além da equipe interna de jornalistas da en-tidade, o resultado também tem a participa-ção direta da In Press Porter Novelli, agência de comunicação responsável pelo relaciona-mento da AMB com a imprensa.

A tripla conquista em uma única edi-ção é fato inédito na história da premia-ção, que acontece anualmente durante o Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça (Conbrascom). O Conbrascom é uma iniciativa do Fó-rum Nacional de Comunicação e Justiça (FNCJ) e existe desde 2002. A edição des-te ano foi realizada em Florianópolis, de 11 a 14 de novembro. No dia 12 de no-vembro, a AMB também participou como painelista. O ex-presidente da entidade Rodrigo Collaço e outros representantes de associações nacionais ligadas à Justiça falaram sobre o tema “Visão Institucional das Assessorias de Comunicação Social”.

O então presidente do FNCJ e do Con-brascom, Flávio Damiani (cujo mandato foi encerrado durante o evento), ressalta que além do grande volume de participa-ções, a qualidade dos trabalhos inscritos foi muito alta. “Colocamos uma comissão julgadora de caráter técnico para avaliar esses trabalhos, e se a AMB já começou como finalista em tantas categorias, isso quer dizer que a entidade não poderia es-tar em melhores mãos”.

Para o vice-presidente de Comunicação da AMB, Cláudio Dell’Orto, “a premiação demonstra que as campanhas da AMB que motivaram a realiza-ção dos trabalhos inscritos atendem aos anseios da so-ciedade brasileira”. Mozart Valadares Pires, presidente da AMB, acredita que “o reconhecimento é resulta-do de nossa atuação não só em questões internas da magistratura, mas em assuntos que considera-mos fundamentais para o aprimoramento de nossa democracia.“

Confira os trabalhos premiados em 2008

Campanha de Comunicação Exter- na: Eleições Limpas – Pelo Voto Livre e Consciente

Inovação: Relação de candidatos que respondem a processos na Justiça

Vídeo Institucional: documentário “Se essa casa fosse minha...”, da cam-panha Mude um Destino

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

A atual Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) pode estar com os dias contados. É essa a opinião

dos envolvidos na elaboração de uma pro-posta para atualizar a Lei Complementar nº. 35, que completa 30 anos em março de 2009. A expectativa, tanto da comissão da AMB para a reforma da Loman, quanto do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), é que o anteprojeto de um novo estatuto da magistratura seja apreciado pelo Congresso até o final do próximo ano.

No mês de novembro, dois eventos de-ram continuidade ao trabalho retomado

pela AMB em agosto, quando o STF rea-briu as discussões sobre a atualização da Loman. A sexta reunião das associações que compõem a Comissão para a Refor-ma da Loman aconteceu nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ). Além da AMB, a comissão é formada por representantes da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e da Associação dos Juízes Fe-derais do Brasil (Ajufe).

Estavam presentes 13 magistrados, en-tre eles os membros da comissão interna da AMB – Fábio Salamene, Frederico Men-

des, Luiz Alberto de Vargas, Thiago Ribas e Antônio Silveira, que substituiu Marcos Salles. Com dois dias de reunião, foi possí-vel acelerar os debates – respaldados pela proposta de anteprojeto elaborada pela AMB em 2005, resultando na revisão de 80 de seus 203 artigos. “Devemos fazer uma reunião de encerramento no dia 16 de dezembro para acertarmos os detalhes que restam”, conta Vargas.

Os detalhes citados pelo assessor da pre-sidência da AMB indicam que, apesar dos muitos consensos - como a necessidade de novos critérios para eleições nos tribunais, a redação definitiva de alguns pontos foi postergada para um maior amadurecimen-to. Temas como nomenclaturas, critérios de desempenho, movimentação de juízes e promoção por merecimento são alguns exemplos. “Ao mesmo tempo em que preci-samos ter sensibilidade para a apresentação de um trabalho que observe a razoabilidade e a possibilidade de sua aceitação, não po-demos deixar de incluir nada que nos pareça importante”, afirma Thiago Ribas.

Um dos temas consensuais da reunião foi a necessidade de uma audiência com o mi-nistro do STF Ricardo Lewandowski, relator da comissão formada pela Corte para delibe-rar sobre a nova Loman. O encontro acon-teceu poucos dias depois, 27 de novembro, no gabinete do ministro. O objetivo foi esta-belecer um primeiro contato para entender como o tribunal está trabalhando o antepro-jeto. “O ministro se mostrou interessado em saber o posicionamento das associações, e solicitou que encaminhemos nossas suges-tões o quanto antes”, disse Marcos Salles.

Entidades encaminharão proposta única ao STF até o final do ano

Nova Loman pode sair em 2009

Últimos diasEstá se encerrando o prazo para magistra-dos de todo o País enviarem suas sugestões à comissão formada pela AMB para discutir a Loman. Não deixe de dar sua contribuição em nosso Portal na internet.

Três perguntas para LewandowskiAMB Informa: Como o STF está encaminhando os trabalhos para a proposta de uma nova Loman?Ricardo Lewandowski: A comissão, da qual sou relator, está se reunindo periodicamente. Temos nossos debates, mas ainda nada definido. Pre-tendemos consolidar tudo no anteprojeto e apresentá-lo ao Congresso no início de 2009. Nossa expectativa é que o anteprojeto seja apreciado pelo Congresso até o final do próximo ano.

Há um debate sobre a melhor forma de encaminhamento do anteprojeto, se por partes ou em uma só peça. Qual o posicionamento do STF?Nossa idéia é de que este seja um projeto único.

Acredita que haverá qualquer tipo de resistência do Legislativo?O Congresso é soberano e poderá alterar a proposta, ou mesmo votá-la quando entender opor-tuno. Iremos propor o que consideramos importante para a carreira e o Judiciário como um todo, mas não podemos prever o que virá depois. Um passo importante para tornar o projeto forte é evitar a divergência dentro do próprio Judiciário.

Primeiro dia de reuniões da comissão no Rio de Janeiro

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Com o objetivo de unificar e unifor-mizar os procedimentos nos julga-mentos dos juizados especiais brasi-

leiros, buscando a segurança jurídica, 400 magistrados de todo o País reuniram-se em Florianópolis (SC), de 12 a 14 de novem-bro, na 24ª reunião do Fórum Nacional de Juizados Especiais. Durante os três dias de evento, foram apresentados estudos, pa-lestras e experiências bem-sucedidas no âmbito da Justiça Especial. O presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, participou da abertura do evento, em mais uma demons-tração de apoio ao Fórum.

A então presidente do Fonaje, Maria Abadia de Castro Soares Lima, que en-cerrou seu mandato durante o encontro, resumiu bem o espírito que motiva os ma-gistrados atuantes nos juizados: “trabalha-mos em silêncio em nome de uma multidão anônima.” Os trabalhos renderam a apro-vação de 21 novos enunciados elaborados pelas comissões temáticas – criminal, cível, legislativa, gestão dos juizados, processo eletrônico e turmas recursais –, que se reu-niram para consolidar as sugestões.

Além disso, os presentes tiveram a oportu-nidade de conhecer projetos de sucesso de-senvolvidos por magistrados de todo o Brasil, além de algumas experiências desenvolvidas pelo Tribunal de Justiça do estado de Santa Catarina (TJ-SC). Uma delas é a parceria da Corte com a Polícia Militar do estado, que foi tema da palestra “Os juizados especiais cri-minais como instrumento de prevenção aos crimes de maior ofensividade e a contribui-ção da Polícia Militar à sua efetividade”.

“Sistema especialíssimo”

O evento, que teve o apoio da Associa-ção dos Magistrados Catarinenses (AMC) e da AMB, foi promovido pela diretoria do Fonaje e pela Coordenadoria dos Juizados Especiais do TJ-SC, comandada pelo de-

sembargador Marco Aurélio Gastaldi Buzzi. Ao destacar a importância dos debates, o magistrado enumerou as vantagens desta modalidade especial de prestação jurisdi-cional, como o baixo custo e a rapidez e eficácia na resolução dos conflitos. “A segu-rança jurídica no âmbito dos juizados preci-sa ser muito bem dimensionada nesse que é um sistema especialíssimo e dinâmico”, disse. Presente ao encontro, o presidente do Tribunal, desembargador Francisco Oli-veira Filho, também frisou a relevância dos juizados: “eles estão voltados justamente para as camadas mais oprimidas da nossa população e essa é uma das razões que fa-

zem o trabalho desses juízes tão valoroso.”Durante a reunião, foram lançados o selo

personalizado do Fonaje e a Revista dos Jui-zados Especiais, que tem como principal ob-jetivo divulgar as decisões de juízes de todos os estados. O juiz Roberto Portugal Bacellar, diretor da Escola da Magistratura do Paraná e coordenador nacional do programa Cida-dania e Justiça Também se Aprendem na Escola, da AMB, lançou o Gibi do Juizado Especial Cível e Criminal. A publicação expli-ca, em linguagem simples e atrativa, o fun-cionamento dos juizados, e será distribuída em todo o País. A idéia é facilitar o acesso de crianças, jovens e adultos à Justiça.

Realizada em Florianópolis (SC), 24ª reunião do Fonaje discutiu segurança jurídica

Em defesa dos juizados especiais

Manifesto contra propostas legislativasUma das discussões mais acaloradas da 24ª reunião do Fonaje foi a que tratou das propostas legislativas referentes aos juizados especiais que tramitam no Congresso Nacional. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 34/2008, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), foi a mais debatida. O texto prevê a criação do cargo de juiz supervisor, figura que substituirá os magistrados togados nos juizados especiais. A justificativa do senador é a de que os juizados analisam casos menores, o que faz com que os juízes que atuam nesses órgãos acabem tendo seu desempenho prejudicado quando ascendem aos tribunais, onde, supostamente, precisarão julgar casos complexos. Os 400 par-ticipantes do encontro criticaram duramente a proposta e aprovaram a inclusão – na Carta

de Florianópolis – de veemente manifestação contrária à PEC, por considerarem um atentado contra a integridade do sistema dos juizados.

Abertura do evento contou com a presença do presidente da AMB

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Marca dos encontros en-tre os magistrados que atuam nos juizados es-

peciais, os debates de alto nível e a efetivação de propostas capazes de aprimorar o sistema também fizeram parte da 24º reunião do Fórum Nacional de Juizados Es-peciais (Fonaje). Um dos pontos altos foi o lançamento do Manual dos Juizados Especiais, uma antiga reivindicação dos juízes da área, formalizada na 22ª edição do en-contro. “O manual é uma primeira tentativa de padronização das roti-nas e otimizar o sistema sintoniza-do com o princípio da uniformidade jurídi-ca”, declarou o desembargador catarinense Marco Antônio Gastaldi Buzzi.

Segundo o magistrado, responsável pela Coordenadoria dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Ca-tarina e autor do Manual, a proposta não é uma obra fechada, mas, ao contrário, deve ser aperfeiçoada com sugestões de outros colaboradores magistrados. “Teremos seis meses, até o próximo Fonaje, para discu-tirmos o Manual e efetuar eventuais altera-ções”, alerta. A publicação está estruturada em cinco focos de atuação: apoio à informa-tização, virtualização e automação; incenti-

vo à padronização; prevenção de litígios; acompanhamento de penas alternativas e juizados informais de conciliação; e meios não-adversariais de resolução de conflitos

Estudos

Presente ao evento, a integrante do Con-selho Nacional de Justiça (CNJ) Andréa Pa-chá apresentou e comentou um estudo que buscou traçar um diagnóstico da estrutura e funcionamento dos juizados especiais no País. A conselheira afirmou que, apesar da grande diversidade e peculiaridades de cada estado brasileiro, é necessário cons-

truir algumas pautas de consenso em temas como o recrutamento de conci-

liadores pelos tribunais de Justiça e a os critérios para a formação das turmas recursais. “Precisamos pen-sar soluções para garantir a apli-cação da Justiça que queremos, mais eficiente, ágil e que também se traduza em segurança jurídi-ca”, destacou a magistrada, que é membro da Comissão de Acesso à Justiça, Juizados Especiais e Conci-liação do CNJ.

Os participantes do encontro conheceram ainda dados de uma pesquisa que identificou a ba-nalização do uso do instituto da transação penal, benefício legal

assegurado ao acusado da prática de in-fração penal de menor potencial ofensivo. A exposição foi feita pela professora da Faculdade de Direito e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Janaína Paschoal, integrante da equipe responsá-vel pelo projeto, coordenado pelo renoma-do professor Miguel Reale Júnior.

O trabalho apontou os requisitos a se-rem observados pelo Ministério Público antes da propositura da transação penal. “É fundamental que os atores dos juiza-dos especiais criminais reflitam sobre a necessidade de que as garantias individu-ais sejam preservadas quando da tentati-va de resolução dos conflitos por meio da conciliação”, afirmou.

Lançamento do Manual dos Juizados Especiais e levantamento do CNJ são destaque

Debate democrático e produtivo

Eleito novo presidente do FórumA leitura da Carta de Florianópolis, documento em que foram consolidadas as recomen-

dações aprovadas pela diretoria do Fonaje durante o encontro, marcou o encerramento da 24º reunião do Fórum. Durante a reunião de encerramento, foram eleitos ainda os novos presidente e vice-presidente do Fórum, respectivamente, os juízes Flávio Fernando Almeida Fonseca, do Distrito Federal, e Roberto Bacellar, do Paraná.

Segundo Flávio Fernando, que assume a presidência do Fonaje por um ano, seu manda-to tem como meta promover, ainda mais, a aproximação entre os magistrados dos juizados especiais, por meio da troca de informações e, principalmente, da replicação de soluções de sucesso. A diretoria do Fórum escolheu ainda o local da próxima reunião do grupo, que acontecerá de 27 a 29 de maio de 2009, em São Luis do Maranhão.

Desembargador Buzzi fala sobre importância do Manual

Eleição aconteceu durante encerramento

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Eleito para comandar a AMB com 83% dos votos, Mozart Valadares Pires chega ao fim do primeiro ano de mandato com um saldo de muito trabalho e concretização das propostas apresentadas durante a campanha. O resultado foi a consolidação da Associação como uma das entidades mais respeitadas do Brasil, que, além de participar da discussão de temas de interesse

da sociedade brasileira, continua firme no propósito que motivou sua criação: a defesa dos direitos e prerrogativas da magistratura brasileira. Ao longo de 2008, a entidade desenvolveu diversas ações, como a elaboração de sugestões para o texto da nova Loman, as primeiras reuniões e definições relativas ao XX Congresso Brasileiro de Magistrados e o lançamento de campanhas que destacaram o trabalho da Associação. Confira nas próximas páginas do AMB Informa os principais momentos da AMB em 2008.

Ações consolidam AMB com uma das entidades mais respeitadas do País

2008: ano de muito trabalho e resultados para a AMB

LomanPor decisão da presidência da AMB, foi designada

uma comissão para discutir e elaborar sugestões para a nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que o Supremo Tribunal Federal (STF) pretende enviar ao Congresso Nacional em 2009. Visando dar oportu-nidade a todos os magistrados associados de participar da elaboração deste novo projeto, em agosto, a AMB disponibilizou um espaço para receber e analisar suges-tões que poderiam ser incorporadas ao texto a ser enca-minhado ao STF no início do próximo ano.

A Comissão da AMB para a Reforma da Loman é formada por cinco membros da entidade: o desembar-gador Thiago Ribas, que preside o grupo, e os magis-trados Marcos Salles, Frederico Mendes Jr, Luiz Alberto de Vargas e Fábio Possik Salamene. O trabalho também está sendo auxiliado por juízes convidados, representando a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anama-tra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

No final de novembro, o grupo reuniu-se com o relator da proposta no Supremo, ministro Ricardo Lewandowski. A comissão já se encontrou seis vezes, e deve realizar sua última reunião no dia 16 de dezembro.

IV Jogos Nacionais da MagistraturaA promessa de promover a quarta edição dos Jogos Nacionais da

Magistratura foi cumprida logo no primeiro ano da gestão da nova diretoria da AMB, em parceria com a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj). De 19 a 23 de novembro, a capi-tal fluminense recebeu 400 magistrados e familiares para participar da disputa em dez modalidades. Os Jogos não eram realizados há seis anos.

A grande campeã foi a delegação da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), que garantiu o tri-campeonato na competi-ção. Foram três dias de muito esporte, confraternização e programa-ção cultural de alto nível.

Comissão da Loman debateu e consolidou sugestões para nova lei

Competição motivou 400 participantes

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

2008: ano de muito trabalho e resultados para a AMBPrêmios

Desde que assumiu papel de destaque no cenário nacio-nal, a AMB passou a desenvolver e participar de importantes ações como o Prêmio Innovare e promover o Prêmio AMB de Jornalismo. Ciente da importância das duas iniciativas, a atual gestão manteve o apoio aos projetos.

Assim, em 2008, a Associação foi novamente uma das in-centivadoras do Innovare, que, em sua quinta edição, continua a identificar, premiar e divulgar práticas inovadoras do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia que estejam contribuindo para a modernização dos serviços da Justiça.

O mesmo princípio motivou a manutenção do prêmio de jornalismo promovido pela AMB, também em seu quinto ano. Atualmente, a entidade é tida como referência quando o as-sunto é o debate qualificado das importantes questões que en-volvem o Judiciário brasileiro. Por esta razão, entre os próprios jornalistas, a premiação também é considerada uma das mais relevantes. O Prêmio viabiliza ainda uma das metas da AMB, que é a de promover a aproximação da sociedade com o Ju-diciário e os magistrados. Este ano, a novidade é o Grande Prêmio AMB de Jornalismo, que premiará o melhor trabalho inscrito nas categorias nacional e regional.

Duas demandas aguardam pareceres Além dos projetos desenvolvidos ao longo do ano, duas ações planejadas pela atual diretoria executiva estão sendo estudadas e

aguardam apenas parecer para serem concretizadas. Uma delas é a instituição de um plano de saúde nacional para a magistra-tura, proposta que consta do planejamento estratégico de 2008. A AMB já solicitou, à uma empresa especializada, a elaboração de um estudo de viabilidade da proposta.

O projeto de desenvolver uma central de cooperativismo de crédito para atender associados de todo o País está em andamento. A diretoria, no entanto, não consolidou a ação em virtude de o Conselho Nacional de Justiça estar analisando o Procedimento de Controle Administrativo (PCA) nº 2008.10.00.000.569-6, impetrado pela AMB, que solicita ao Conselho a regulamentação do direito de magistrado dirigir cooperativa de crédito. No dia 3 de dezembro, o CNJ se pronunciou sobre o tema e proibiu o exercício da função. Por ser contrária à decisão, a Associação pedirá que o Supremo pronuncie-se sobre o tema e, além disso, incluirá, nas sugestões que prepara para a nova Loman, dispositivo que permita essa atividade.

Teatro Municipal de SP é uma das atrações

Agência Luz

XX Congresso Brasileiro de MagistradosEm maio, a cidade de São Paulo foi escolhida como sede

da vigésima edição do Congresso Brasileiro de Magistrados, que será realizada de 28 a 31 de outubro de 2009. O evento terá como tema "Gestão Democrática do Judiciário" e pretende debater os mecanismos de aperfeiçoamento na gestão do Ju-diciário, de modo a torná-lo mais democrático, transparente e célere, com o objetivo de garantir resultados mais efetivos.

As comissões organizadora e científica reuniram-se diver-sas vezes durante o ano e definiram, entre outras prioridades, os quatro eixos te-máticos do evento: Democratização do Judiciário, Planeja-mento Estratégico do Judiciário, Auto-nomia e Gestão do Judiciário e Proce-dimentos Judiciá-rios. A definição só aconteceu depois de debatidas as su-gestões encaminhadas pelos associados. A comissão científica tem como presidente o juiz do trabalho Lúcio Munhoz, vice-presidente de Assuntos Culturais da AMB. Já a organizadora está a cargo do presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão, Gervásio Protásio dos Santos.

Para cada uma das quatro temáticas serão abordados, por um total de 16 palestrantes, quatro sub-temas específicos. O Congresso terá, ainda, cinco conferencistas, e também serão apreciadas e votadas as teses apresentadas pelos filiados.

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Atuante e combativa na defesa dos interesses e direitos dos juízes brasileiros, a AMB passou a desenvolver outro importante pa-pel: o de promover a aproximação entre a magistratura e os cidadãos. Há pouco mais de uma década, era impensável ver um juiz dentro de uma escola explicando às crianças a importância de conhecerem a Justiça e os seus direitos. Assim como era

difícil imaginar magistrados longe dos gabinetes, promovendo ações para esclarecer a população sobre a necessidade de um proces-so eleitoral limpo. Expor a triste realidade dos pequenos brasileiros que vivem em abrigos e propor soluções para aumentar o número de adoções também não parecia ser tarefa da categoria. Contrariando as expectativas e mostrando sua nova face, a magistratura foi às ruas para mostrar que quer e pode ajudar na construção de um Brasil mais justo. Em 2008, convocados pela AMB, milhares de associados participaram de campanhas promovidas pela entidade justamente com o propósito de mostrar à sociedade que são cidadãos engajados e interessados em discutir os problemas do País e contribuir para o fortalecimento da democracia. Conheça as principais ações desenvolvidas ao longo do ano.

Em 2008, entidade se destacou com ações de grande repercussão

Campanhas aproximam juízes da sociedade brasileira

Candidatos que respondem a processosApesar de não integrar a campanha Eleições Limpas, a

iniciativa da AMB de divulgar um levantamento com os no-mes dos candidatos a prefeito e vice-prefeito que respondem a processos na Justiça também repercutiu de forma positiva, e foi avaliada, por diversos especialistas, pela imprensa e pela própria sociedade, como um serviço de utilidade pública ao eleitor brasileiro. “A intenção era apenas a de municiar o cida-dão com o maior número de informações a respeito dos can-didatos às eleições municipais”, afirma o secretário-geral da entidade, Paulo Henrique Machado, responsável pela rigorosa checagem de todas as informações disponibilizadas no Portal da Associação na internet.

A reação dos brasileiros foi imediata. Em apenas três dias, o site recebeu mais de 224 mil visitas, volume atingido normal-mente ao longo de dois meses. O resultado do pleito demons-trou ainda a maturidade do eleitor, que rejeitou nas urnas 2/3 dos candidatos que constavam do levantamento.

Eleições Limpas - Pelo Voto Livre e ConscienteLançada em junho, a campanha, que recebeu o apoio do

Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi marcada pela realização de 1.469 audiências públicas, oportunidade em que os juízes eleitorais puderam debater com os eleitores a importância do voto livre e consciente e informar a população a respeito do que pode ou não ser feito pelos candidatos e partidos, além de como denunciar irregularidades. O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, participou com entusiasmo da campanha e declarou que iniciativas como a Eleições Limpas “ajudam a con-solidar a recente democracia brasileira, ao propiciar a partidos políticos, candidatos e cidadãos, entre outros benefícios, o aces-so sem intermediários aos juízes eleitorais, sobre quem recai a responsabilidade essencial de garantir a qualidade dos pleitos”.

O Dia Nacional das Audiências Públicas, realizado em 26 de agosto, mobilizou magistrados em todo o País e contou também com grande suporte dos tribunais regionais eleitorais. Paulo Henrique Machado, secretário-geral da AMB e coor-denador nacional da campanha, visitou sete estados explicando os objetivos da ação e conclamando os juízes a partici-parem da iniciativa. Segundo ele, o su-cesso obtido prova que campanha não vem apenas para uma eleição, mas tem caráter permanente. “O juiz acredita e espera desenvolver um trabalho de cons-cientização da sociedade brasileira, para fiscalizar e acompanhar o desempenho no exercício do mandato dos candidatos eleitos”, destaca o presidente da AMB, Mozart Valadares Pires. Audiências públicas mobilizaram sociedade e juízes em todo o Brasil

Biaman Prado

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Campanhas aproximam juízes da sociedade brasileira

Mude um DestinoA direção da AMB apostou na relevância social da campa-

nha Mude um Destino, lançada em 2007, e este ano promo-veu, em maio, o lançamento da segunda fase da iniciativa. Voltada a conscientizar a sociedade a respeito da importância de que o processo de adoção deve respeitar os trâmites legais,

a nova etapa foi, novamente, coorde-nada pelo vice-presidente de Assuntos da Infância e Juventude, Francisco Oli-veira Neto.

A campanha percorreu 19 estados, sendo lançada com o apoio das as-sociações filiadas. Os eventos foram marcados pelo grande interesse da magistratura e da sociedade. Tema de inúmeras reportagens em jornais, si-

tes, revistas, rádio eemissoras de TV, a Mude um Destino vem sendo alvo ainda de pesquisas acadêmicas. “Queremos que o Brasil seja um país onde os direitos das crianças e adolescentes sejam efetivamente respeitados e não apenas declarados em textos legais”, afirma Oliveira Neto.

Um dos objetivos centrais da segunda etapa do projeto foi, além da mobilização da magistratura a respeito da necessida-de de incentivar a adoção consciente, a mobilização do público diretamente envolvido com o tema, como assistentes sociais, psicólogos e grupos de apoio. Foi assim que a campanha che-gou a Recife (PE), durante o 13° Encontro Nacional de Apoio à Adoção (Enapa), em junho, e a Balneário Camboriú (SC), no 5º Encontro Estadual de Grupos de Estudo e Apoio à Adoção.

Cidadania e JustiçaTambém se Aprendem na Escola

Ensinar às crianças lições de cidadania e justiça e fazer delas mul-tiplicadoras desse conhe-cimento. Foi com esse objetivo que, em 1992, a AMB começou a maturar a idéia de criar um projeto para proporcionar à sociedade brasileira uma melhor compreen-são dos temas relacionados ao funcionamento do Judiciá-rio. Dezesseis anos depois, o programa Cidadania e Justiça Também se Aprendem na Escola, coordenado pelo juiz para-naense Roberto Bacellar, continua sendo desenvolvido pela entidade. Além da Cartilha da Justiça em Quadrinhos, neste ano a iniciativa ganhou duas novas peças: um manual desti-nado a quem deseja implantar o projeto – juízes, professores ou diretores de escola – e um site (www.amb.com.br/cej).

Outra novidade do programa em 2008 foi a assinatura de um convênio entre a AMB e o a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro que possibilitou que a Cartilha da Justiça em Quadrinhos seja distribuída nas escolas do estado. No próxi-mo ano, a entidade pretende estender a parceria a secreta-rias de educação de outros estados.

Segunda fase da campanha foi apresentada durante Enapa

a nova etapa foi, novamente, coorde-nada pelo vice-presidente de Assuntos da Infância e Juventude, Francisco Oli-veira Neto.

sendo lançada com o apoio das as-sociações filiadas. Os eventos foram marcados pelo grande interesse da magistratura e da sociedade. Tema de inúmeras reportagens em jornais, si-

tes, revistas, rádio eemissoras de TV, a

Programa foi lançado no Rio de Janeiro

a AMB começou a maturar a idéia de criar um projeto para

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Certa de que é preciso agir, também, junto aos demais Poderes, além do Judiciário, em 2008, a AMB mar-

cou presença nos corredores do Congresso Nacional articulando com os parlamenta-res assuntos de interesse da magistratura que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Já no começo do ano, Mozart protocolou três ofícios na Câmara referentes a matérias de interesse da ma-gistratura em tramitação na Casa: o Adicio-nal por Tempo de Serviço (ATS), o subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o processo e julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição de crimes de competência da Justiça Federal praticados por grupos criminosos organizados.

Outro projeto de lei que ganhou grande atenção da AMB foi o de n° 160/03. De autoria do deputado Inocêncio de Oliveira (PR-PE), a proposta pretendia alterar a Lei n° 8.935/94 – Lei dos Cartórios –, outor-gando ao Poder Executivo dos estados e do Distrito Federal a competência privativa da delegação para o exercício da ativida-de notarial e de registro. Em maio, a AMB encaminhou ao presidente Lula ofício pe-dindo veto ao PL, expressando apoio à

nota técnica n° 4/2008, que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já havia dirigido ao presidente da República.

“Entendemos que o texto aprovado contraria a Constituição Federal e o inte-resse público, uma vez que não cabe à lei federal definir qual deve ser o poder outor-gante da atividade notarial ou de registro”. Então, no dia 3 de junho, o presidente da República em exercício, José Alencar, ve-tou o projeto, garantindo à AMB vitória em mais uma luta.

A AMB tem acompanhado e interferido em cerca de 30 outros projetos, tanto na Câmara como no Senado. Confira abaixo algumas das propostas de interesse da magistratura e da sociedade emcampadas pela Associação.

Aposentadoria compulsóriaUma das bandeiras da gestão de Mo-

zart Valadares Pires à frente da AMB é im-pedir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 457/05, que au-menta de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória do servidor público. A proposta já foi aprovada nas comissões da Câmara e aguarda votação no Plenário da Casa para depois voltar a reexame no Senado.

Revisão do subsídio de ministro do STFA AMB não tem poupado esforços para

fazer com que o PL n° 7.297/06, que al-tera o subsídio de ministro do Supremo, seja votado e aprovado ainda em 2008. A entidade percorreu o Congresso conver-sando com parlamentares e se encontrou com o presidente do STF, Gilmar Mendes, para articular medidas que promovam a votação o quanto antes. O projeto já foi aprovado nas comissões da Câmara, com emendas, e aguarda votação pelo Plenário da Casa, onde há requerimento solicitan-do urgência assinado por todos os líderes partidários.

Adicional por tempo de serviçoA PEC n° 210/2007 é uma proposta da

AMB, em conjunto com outras entidades, e foi apresentada na Câmara pelo deputado Regis de Oliveira (PSC-SP). A proposta alte-ra os artigos 95 e 128 da Constituição Fede-ral, para restabelecer o adicional por tempo de serviço como componente da remunera-

Diretoria faz corpo a corpo para assegurar interesses dos juízes

Pressão no Congresso Nacional pelas causas da magistratura

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Com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o assunto foi a PEC n° 457/05

Presidente da AMB em reunião da CCJC

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Pressão no Congresso Nacional pelas causas da magistraturação das carreiras da magistratura e do Ministério Público. Já foi aprova-da a admissibilidade da matéria na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara e aguar-da formação de Comissão Especial para análise do mérito.

Competências da Justiça do Trabalho

O PL n° 6.542/06 regulamenta o inciso IX do art. 114 da Constituição Federal, para dispor sobre compe-tências da Justiça do Trabalho referentes à relação de trabalho, e dá outras providên-cias. O projeto seria votado diretamente pelo Plenário da Câmara, mas por intervenção da AMB, o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) solicitou sua análise pela CCJC. O deputado Regis Oliveira (PSC-SP) apresen-tou voto em separado, acolhendo na íntegra as sugestões oferecidas pela AMB. O projeto continua na CCJC da Câmara, aguardan-do parecer do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que após conversa com a Asso-ciação, aguarda um entendimento entre as entidades envolvidas.

CPI das Escutas TelefônicasInstalada para investigar denúncia de

grampos ilegais em telefones de ministros do STF, a CPI convidou Mozart para deba-

te em audiência pública. O presidente da AMB esclareceu que “A escuta telefônica é um mecanismo que ajuda na investiga-ção. Em alguns casos, é imprescindível. Mas não deve ser tratado com regra, e sim como exceção”. Em outra oportunidade, Mozart ingressou com habeas corpus em favor de magistrado do estado do Rio de Janeiro que insistentemente foi convocado para depor na Comissão.

Lei Nacional de AdoçãoPreocupada com problemas sociais, a

AMB tem dado atenção especial às causas das crianças e adolescentes do País. Além de manter a campanha Mude um Destino, está atuando junto ao Congresso pela re-formulação da Lei Nacional de Adoção.

A Lei está contida em substitutivo que

aguarda votação pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

Contra o trabalho escravoDesde o começo de 2008, a AMB

tem participado de audiências e atos pelo fim do trabalho escravo no Bra-sil. A entidade faz parte da Frente Parlamentar contra o trabalho es-cravo, que tenta aprovar no Plenário da Câmara a PEC n° 438/2001, já aprovada pelo Senado, que obriga a desapropriação de propriedades

rurais e urbanas onde forem localizadas cul-turas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo.

Reforma políticaA AMB faz parte da Frente Parlamentar

pela Reforma Política com Participação Po-pular e tem marcado presença em reuni-ões e audiências para apontar as questões que devem ser mudadas imediatamente no sistema político brasileiro.

Neste ano, a Frente se fortaleceu ao ga-nhar apoio do Poder Executivo por meio dos ministros da Justiça, Tarso Genro, e das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. A última audiência pública foi realizada no começo de novembro. Alguns pontos da reforma devem ser votados até fevereiro do próximo ano.

Secretário-geral da AMB discute reforma política na CâmaraNa Câmara, ato contra a elevação da idade da compulsória

Deputado Vieira da Cunha, líder do PDT, recebe Mozart

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Muitas foram as lutas da AMB em 2008 junto ao Conselho Nacional

de Justiça (CNJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com a missão de defender as causas da magistratura e, ainda, os interes-ses de toda a sociedade, a enti-dade não poupou esforços para ingressar, seja como interessa-da ou autora, com 21 ações no Conselho e seis no Supremo. A Associação chega ao fim do ano com a certeza de de-ver cumprido. Mesmo nas demandas ainda sem definição ou naquelas em que não te-nha sido atendida, a entidade tem o mérito de suscitar o debate a respeito de temas de grande relevância, como a candidatura de políticos com condenações judiciais.

Entre as medidas de maior repercussão está a Ação Declaratória de Constituciona-lidade (ADC) nº 12, que proíbe a prática do nepotismo no Poder Judiciário. Ao jul-gar , neste ano, a ação, ajuizada pela AMB em 2006, os ministros do STF foram além: estenderam a proibição da contratação de parentes aos demais poderes da República. A decisão foi tomada no dia 20 de agosto, quando os 11 ministros reconheceram a le-gitimidade da Resolução nº 7 do CNJ que proibia a prática do nepotismo no Judiciá-rio. Na mesma sessão, o Supremo editou sua 13º Súmula Vinculante e estendeu a proibição ao Legislativo e ao Executivo. Fi-cou determinado então, que não será mais permitido o emprego de cônjuges, compa-nheiros e parentes de agentes públicos em até terceiro grau em todo o serviço público.

Na ocasião, o presidente da AMB, Mo-zart Valadares Pires, comemorou: “Esta é uma vitória da sociedade brasileira. Infe-lizmente, no momento em que estamos completando 20 anos da promulgação da Constituição Federal, foi necessária uma decisão judicial para confirmar o que a

Constituição já determinava: a proibição da prática do nepotismo em toda a admi-nistração pública. A decisão do Supremo representa a vitória da ética e da morali-dade do serviço público brasileiro”.

A Resolução nº 7 do CNJ proíbe, ainda, o chamado nepotismo cruzado. Após o jul-gamento da ADC, o relator da ação, minis-tro Carlos Ayres Britto, comentou: “A deci-são desta Suprema Corte é a confirmação de que não vale mais confundir tomar pos-se ‘no cargo’ com tomar posse ‘do cargo’, como se fosse um feudo, uma propriedade privada, um patrimônio particular”.

ADPF

Outra ação proposta pela AMB e que re-percutiu nacionalmente foi a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental

(ADPF) nº 144. A ação pedia impugnação de parte do texto da Lei Complementar nº 64/90 – a Lei das Inelegibilidades –, e parte da interpretação dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao § 9º do art. 14 da Constitui-ção Federal. A intenção da en-tidade era permitir que a Justiça Eleitoral promovesse a investi-gação social dos candidatos a

cargos eletivos e, assim, examinasse a vida pregressa para deferir ou indeferir o registro de certas candidaturas. Por 9 votos a 2, o Supremo, no entanto, considerou a matéria improcedente, destacando o valor superlati-vo do princípio constitucional da presunção da inocência no sistema legal brasileiro.

Apesar de a AMB não ter conseguido êxito no julgamento da ADPF, ganhou muito ao trazer à tona a discussão sobre a necessidade de mudar a Lei das Inele-gibilidades. Além disso, deu início a um processo de conscientização, incentivando o eleitor a considerar a vida pregressa da-queles que se dispõem a concorrer para representar o povo nos poderes Legislativo e Executivo.

No histórico julgamento da ADPF pro-posta pela AMB, os ministros Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa votaram pela pro-cedência da ação. Barbosa considerou em seu voto que uma sentença condenatória em segunda instância é suficiente para tor-nar um cidadão inelegível. O ministro afir-mou, ainda, que no caso de representantes da sociedade, o princípio da precaução deve prevalecer sobre o princípio da pre-sunção de inocência. “O Poder Judiciário não pode dar de ombros ao que está acon-tecendo no nosso País e jogar tudo nos om-bros do legislador. Dependendo da forma que for aplicada, a presunção da inocência torna letra morta o dispositivo constitucio-nal”, alertou Joaquim Barbosa.

AMB lança foco sobre a Lei das Inelegibilidades e garante fim do nepotismo nos Três Poderes

Ações mobilizam STF e CNJ

Outras açõesAinda aguardam julgamento pedidos de providências e procedimentos de controle administrativos ajuizados pela AMB ou assun-tos de interesses da entidade, como o PP n° 2008.10.00.001.101-5, que requer a regu-lamentação do período de afastamento de magistrado para exercer cargo de assessor da presidência ou auxiliar da corregedoria. Além disso, a AMB aguarda o julgamento da Pro-posta n° 2008.10.00.001.908-7, que regula-menta, no âmbito do Poder Judiciário, o uso de veículos oficiais. As demais propostas da AMB podem ser conferidas no AMB On-line (www.amb.com.br/ambonline).

Julgamento da ADPF n° 144 durou cerca de 9 horas

Letícia Capobianco/AMB

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

A reunião da diretoria da Escola Nacio-nal da Magistratura

(ENM), que aconteceu no dia 24 de novembro, em Brasília (DF), teve como principal as-sunto a edição do texto da Lei Orgânica da Magistratu-ra (Loman), que deverá ser entregue ao Congresso Na-cional pelo Supremo Tribunal Federal em 2009. Todos os segmentos das escolas esti-veram representados no en-contro, ocorrido na sede da AMB e presidido pelo diretor da ENM, desembargador Eladio Lecey. Os participantes debateram as propostas da AMB e da Escola Nacio-nal de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), que voltarão a ser discutidas de forma aprofundada no En-contro Nacional de Diretores de Escolas

de Magistratura, que acontece em Natal (RN), de 10 de 14 de dezembro.

Durante a reunião, foram definidos os relatores dos grupos temáticos de trabalho que debaterão as sugestões no encontro. Cada grupo formulará as pro-

postas para as respectivas áreas de atuação. O ingresso na ma-gistratura, o credenciamento dos cursos, escolas vinculadas aos tribunais, a definição do papel da escola nos cursos e todos os assuntos que interessam às ins-tituições de ensino da magistra-tura estarão na pauta de debate do encontro.

Com a presença dos coorde-nadores da Justiça Eleitoral, da Justiça Militar, da Comissão de Educação e de Eventos, defini-ram-se os planos de ação dos cursos para 2009. A diretoria assinou um convênio que garan-

te uma parceria com a TV Justiça que proporciona o esclarecimento e amplia-ção do acesso à Justiça. A ENM também confirmou sua participação no Fórum Social Mundial com a realização de uma oficina jurídica.

Reunião em Brasília também definiu planos de ação para 2009

Diretores discutem propostas para a Loman

Congresso Ibero-americano é um sucesso no Chile

Diretores da escola reuniram-se na sede da AMB

Yuri Villacorta/AMB

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Magistrados de 10 países par-ticiparam do II Congresso Ibero-Americano sobre Coo-

peração Judicial, realizado de 3 a 6 de novembro, em Santiago, no Chile, com o tema “Justiça Digital”. A ENM inte-grou a organização do congresso, pro-movido pela Rede Latino-americana de Juízes (Redlaj). O evento contou com a I Mostra Ibero-americana de experiências em processos judiciais digitais, que teve a participação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como expositor e foi aber-ta ao público. Novas perspectivas foram abordadas a fim de garantir um futuro de maior cooperação e soluções para as necessidades jurídicas e tecnológicas.

As palestras versaram sobre temas

como efetivação do direito, mecanismos de serviços à jurisdição e o atual perfil da Justiça digital na América Latina. O evento promoveu a troca de experiências e de conhecimentos da área da informá-tica voltada ao Poder Ju-diciário.

Os participantes tive-ram acesso a diversas informações sobre como implementar os avanços na área jurisdicional digi-tal.

O juiz Cícero Macedo, coordenador de Eventos da ENM, foi o representan-te da escola. “O congresso foi um sucesso de público

e de conhecimentos relativos às tecnolo-gias implantadas ou em fase de implan-tação nos países latino-americanos e do Caribe para a prestação jurisdicional do futuro, mediante processo digital. Tive-

mos oportunidade de ver os modelos e pro-jetos de vários países, fazer comparação com o nosso modelo, e bus-car a integração desses conhecimentos para o avanço tecnológico da Justiça digital. Todas as conferências, palestras e demonstrações tecno-lógicas foram muito elo-giadas”, afirma.

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Foi a partir do entendimento de que to-dos têm de ser respeitados que a juíza titular da 1ª Vara Criminal de Pelotas

(RS), Nilda Margarete Stanieski, decidiu mu-dar algumas coisas que não andavam bem no Presídio Regional de Pelotas (PRP). Em vistorias nas dependências do PRP, a ma-gistrada constatou as péssimas condições físicas e materiais para receber a popula-ção carcerária, onde era comum encontrar presos provisórios e apenados amontoados em locais indignos e ilegais. Outro grave problema era a falta de defensores e, conse-qüentemente, o grande número de pessoas povoando cárceres sem o conhecimento do Estado.

Da constatação, surgiu um imenso de-safio: que ninguém ficasse encarcerado sem o conhecimento do Poder Judiciário, sem defesa, com prazo ultrapassado para recebimento de benefícios e, o principal, que não houvesse apenado sem processo de execução criminal (PEC). Foi então que, em junho deste ano, a magistrada reuniu uma equipe – composta por servidores e estagiários da 1ª Vara Criminal da cidade, agentes penitenciários e uma assessora – e deu início ao projeto VEC em Alerta.

A iniciativa permitiu o acesso dos presos

nos cárceres e nas varas de execuções cri-minais (VEC) aos benefícios gerados pelo cumprimento dos requisitos legais. E isso só foi possível porque, a partir de um trabalho em regime de mutirão, todos os apenados passaram a ser identificados por meio do PEC, além de terem um defensor eficaz. “Tratar pessoas presas com crueldade faz com que estas, ao saírem da prisão, levem consigo não apenas o despreparo para a vida fora das grades, mas também o de-sejo de vingança pelo que passaram, pelo descaso, pela invisibilidade”, explica Nilda Margarete.

Segundo a juíza, os objetivos do proje-to vêm sendo alcançados desde o primeiro dia, na medida em que são revisados todos os PECs, mesmo aqueles de apenados ou presos que possuem defensores constituí-dos. Ela explica que, tão logo os processos de execução criminal são revisados, a equi-pe identifica os direitos dos apenados que não foram requeridos pelos defensores.

“É preciso frisar que, por ocasião da exe-cução da pena, o apenado ‘pensa’ que tem defensor, mas nem sempre o tem. Assim, a pessoa presa fica esperando e acreditan-do que seu advogado está pleiteando seus direitos”, ressalta Nilda. De acordo com a

idealizadora, o VEC em Alerta atua “devas-sando” todos os PECs, ouvindo os presos e apenados em audiências realizadas dentro do presídio, identificando os requisitos ob-jetivos para a obtenção de determinados benefícios e possibilitando que os laudos sejam apresentados de forma oral para o juiz, o que dá celeridade a essas etapas.

Respeito à dignidade

Para o agente penitenciário João Carlos Berneira da Silva, 46 anos, que trabalha há 17 no PRP, o projeto melhora o traba-lho dentro do presídio porque ameniza o sentimento de abandono, uma vez que os presos vêem seus direitos serem atendi-dos. “O preso, quando precisa de atenção, pede ajuda e não é atendido, torna-se vio-lento. Garantimos respeito a eles quando damos a atenção que devemos dar pelo trabalho que temos de desempenhar. É o contrário de adquirir o respeito através da força. Hoje, os presos de todo o estado do Rio Grande do Sul conhecem o Presídio de Pelotas como local onde têm sua integri-dade e dignidade respeitadas”, diz Silva, que é voluntário do VEC em Alerta.

Outro agente que trabalha voluntaria-mente no projeto, Eberson Ferreira Rodri-gues, 35 anos, afirma que os presos estão mais calmos, pois sabem que seus direi-tos estão sendo garantidos. “O maior te-mor do preso é ficar esquecido na prisão. Quando são condenados e recolhidos ao presídio, se não contarem com ajuda das famílias, ficam abandonados, porque até seus defensores ausentam-se e eles não têm como buscá-los.

O projeto também é importante por-que atende ao interesse da comunidade, já que um preso que se sente respeitado quando sair para a rua respeitará as pes-soas”, assegura o servidor do presídio há oito anos.

Projeto de juíza de Pelotas (RS) garante dignidade à população carcerária

Em alerta pelo respeito ao apenado

Nilda Margarete (ao centro, sentada) e a equipe do VEC em Alerta

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Diálogo aproxima detento dos seus direitosEfetivo tratamento penal aos apenados contribui para redução da criminalidade

Entenda o passo a passo do projeto1. Implementação de estratégias para iden-tificar todos os presos e apenados, exami-nando sua situação prisional e jurídica;2. Designação de defensor a quem não o tiver;3. Dar celeridade ao trâmite dos processos que garantirão o acesso aos benefícios al-cançados pelos presos;3. Cumprimento da Constituição Federal e da Lei de Execuções Criminais;4. Aperfeiçoamento do sistema carcerário e cartorário;5. Devolução da liberdade a quem tenha este direito.

Atendimento na Casa das Audiências

Fachada do Presídio Regional de Pelotas

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“Somente atendendo os presos de forma que se sintam gente é que temos a possibilidade de tirá-los

da invisibilidade e, desta forma, fazermos com que eles não voltem a delinqüir ou, ao menos, diminua a violência nos delitos”. Essa é a visão da juíza Nilda Margarete Stanieski, idealizadora e coordenadora do projeto VEC em Alerta, desenvolvido no Presídio Regio-nal de Pelotas (PRP). Lidando diretamente com as questões judiciais que envolvem os presídios desde 1989, a magistrada aposta no sucesso do projeto principalmente por-que proporciona tratamento penal efetivo aos presos, apenados ou não.

“Este sentimento de invisibilidade leva a que o assaltante não apenas arrebanhe o objeto material, mas também deixe sua marca violenta como resposta à injustiça que sofreu no cárcere quando, além da perda da liberdade, teve a perda da digni-dade. O adequado tratamento penal é de-cisivo para a diminuição da criminalidade, portanto, é importante para a sociedade em geral. Talvez, seja mais importante para a sociedade do que para os próprios pre-sos”, observa a juíza.

É por isso que os atendimentos e conver-sas com o presidiários são realizados em lo-cal apropriado: a Casa das Audiências, loca-lizada no próprio PRP. O espaço conta com duas salas de audiência, duas salas para atendimento dos apenados, uma secretaria e um banheiro. Segundo a juíza Nilda Mar-garete, a utilização da Casa das Audiências só foi possível mediante convênio com o Tri-

bunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS), a Superintendência dos Ser-viços Penitenciários (Susepe) e o Conselho da Comunidade.

A Susepe ofereceu o local, o Conselho da Comunidade forneceu materiais de construção para adequar o espaço e o TJ-RS disponibilizou mesas, cadeiras, compu-tador e impressora. Antes disso, as audiên-cias eram realizadas na sala da secretaria do presídio; agora, as audiências com réus presos são feitas nesse local. “Nestas au-diências, conversamos com os apenados e presos e, tomando conhecimento de qual-quer fato que me pareça grave, de imediato procedo a inspeção no local, documentada e com fotos. Em seguida, realizo as ações necessárias para a correção do problema”, explica a magistrada.

Talento para a carreira

A juíza Nilda Margarete Stanieski fez mestrado em Educação com ênfase em mo-vimentos sociais, na Universidade Federal de Pelotas, no qual teve como sujeitos de pesquisa 12 apenados do PRP. “É da minha natureza o trabalho de campo porque faz com que eu me sinta útil à sociedade”, diz. A experiência de trabalhar com esse público e perceber que, apesar de presos, eles estão sendo respeitados, é muito gratificante para ela. “É somente realizando meu trabalho in-tensamente e buscando otimizá-lo, criando

alternativas eficazes para torná-lo melhor, que tenho condições de deitar a cabeça no travesseiro à noite e dormir. Faço isto pela sociedade, por meus filhos e por todos que, fora das grades, não querem saber dos pre-sos, fazem de conta que preso não existe! Mas existem e são produto nosso, do nosso sistema. Nós somos responsáveis.”

“Quero recomeçar minha vida”

O apenado F.M.R é um dos que já fo-ram atendidos pelo projeto VEC em Alerta. Cumprindo pena de 25 anos e 7 meses, por tráfico de drogas, ele considera a iniciati-va muito positiva para os presos. “Minha é pena é bem grande e este projeto ajudou a diminuí-la. Não sabia que tinha uma lei que diminuía a pena no caso do tráfico. Tiraram 1 ano e 6 meses da minha pena e agora ficou melhor”, conta o apenado.

Hoje com 34 anos, o presidiário nascido em Pelotas afirma que pretende mudar de vida quando sair da prisão. “Agora eu estou fechado [em regime fechado], mas quando eu sair, vou trabalhar, cuidar da minha famí-lia, ter meu próprio negócio, dar emprego para as pessoas que não têm. Recomeçar a minha vida, junto com meus filhos e minha mulher”, garante.

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Depois de passar três ve-zes pela cidade de Porto Alegre (RS) e uma pela

capital argentina, Buenos Aires, a quinta edição do Fórum Mundial de Juízes (FMJ) será realizada na região Norte do País, em Belém do Pará. Magistrados de todo o mundo já estão preparando suas malas para participar do grande evento que trilhará os rumos dos judiciários de vários países para o ano de 2009. A AMB é uma das entidades apoiadoras do V FMJ, que está sendo organizado, entre outros, por duas entidades filiadas: a Associação dos Ma-gistrados do Estado do Pará (Amepa) e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região (Amatra VIII).

A expectativa das entidades promotoras é reunir, de 23 a 25 de janeiro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Ama-zônia, cerca de 700 magistrados para o evento, que acontecerá simultaneamente ao Fórum Social Mundial, a ser realizado na mesma cidade. Sob o tema “Judiciário, Meio Ambiente e Direitos Humanos”, o V FMJ busca promover a identificação dos países que lutam por judiciários democráti-cos e preocupados com a inclusão social.

Para o presidente da AMB, Mozart Vala-dares Pires, que participou do lançamento do V FMJ, no dia 28 de agosto, a idéia de levar o encontro para a região ama-zônica é digna de elogios. “A Amazônia é região que concentra temas de interesse internacional, como questões relaciona-das à violência no campo e agressões ao meio ambiente, preocupações de toda a humanidade e que poderão ser discutidas por representantes dos poderes judiciários mundiais”, conclui.

Na visão do presidente da Amatra VIII, Gabriel Napoleão Veloso, “o Fórum será um espaço onde os juízes poderão fazer

ecoar a voz dos excluídos e as insatisfa-ções que permeiam nossa sociedade”.

Presenças confirmadas

Renomados juristas brasileiros e estran-geiros já confirmaram presença no encon-tro, como o desembargador aposentado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região Vladimir Passos de Freitas, que falará so-bre o tema “O meio ambiente e sua rela-ção com o Poder Judiciário”. Palestrante requisitado no País e no exterior, Freitas é doutor em Direito do Estado pela Uni-versidade Federal do Paraná, professor de

Direito Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e diretor da Escola da Magistratura Federal do estado.

Outro palestrante confirmado para o FMJ é o reconhecido consti-tucionalista Luis Roberto Barroso. Ele, que é mestre pela Universida-de de Yale, nos Estados Unidos, e possui ampla experiência na área do Direito Público, abordará em sua exposição o tema “A legitimi-dade do Poder Judiciário”.

O magistrado colombiano Luis Ernesto Vargas da Silva, juiz do Tribunal Superior do Distrito Judicial de Cundinamarca, é outro expositor confirmado. Doutor em Di-reito e Ciências Sociais pela Universidade de Zaragoza, na Espanha, Vargas da Silva proferirá a palestra “Os riscos de ser juiz na Colômbia”.

Além dos três palestrantes, outras auto-ridades participarão da quinta edição do FMJ, entre elas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, o diretor do Centro de Recur-sos da Escola Nacional de Magistratura Francesa e secretário-geral da Associação pela História da Justiça, Denis Salas, o pro-curador da República em Roma, na Itália, Giancarlo Capaldo, e a ex-ministra de Es-tado do Meio Ambiente Marina Silva.

V Fórum Mundial de Juízes promete amplos debates na cidade de Belém (PA)

Magistrados do mundo reunidos no Brasil

Você sabia...Que o V Fórum Mundial de Juízes estava previsto para ser realizado na Itália? A mu-dança aconteceu porque, impulsionada pelo Fórum Social Mundial, a magistratura para-ense mostrou-se bastante interessada em promover o encontro.

InscriçõesAs inscrições nacionais e internacio-nais podem ser feitas pelo site www.fo-

rumjuizes.org até o dia 21 de janeiro de 2009. Após essa data, somente na Secretaria Executiva do evento. Confira abaixo os valores:

JuízesEstudantes

de Direito

Outros pro-

fissionais

US$ 50 US$ 30 US$ 60

Evento será no Hangar Centro de Convenções

Você sabia...

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AMBInforma1º a 30 de novembro de 2008

AMB em ação

Levantamento de processados ainda repercutePosicionamento e ações da AMB geram 237 matérias no mês

A relação dos candidatos que res-pondem a processo ainda reper-cute nos meios de comunicação.

Agora, a divulgação dos nomes reflete no número de processos eleitorais envol-vendo candidatos à prefeitura. Segundo matéria do Correio Braziliense publica-

da no dia 2 de novembro, o número de ações que o Tribunal Superior Eleitoral recebeu este ano dobrou em compara-ção ao pleito de 2004. O secretário ge-ral da AMB e coordenador da campanha Eleições Limpas, Paulo Henrique Ma-chado, disse ao veículo que a divulgação

dos nomes fez com que houvesse uma atenção maior com a vida pregressa do candidato.

“Nesta eleição, o tema vida pregressa gerou o debate de se analisar o passado dos candidatos. Essa preocupação se fez sentir com mais força. Eu atribuo [o au-mento de recursos ] a esse filtro, ao maior rigor com que a Justiça Eleitoral se colocou na análise dos registros de candidaturas”, pontuou o juiz na matéria. Esta atenção se deve, principalmente, a campanhas como as da AMB, que visam oferecer maior co-nhecimento público sobre os candidatos.

Reforma política

Os debates a respeito da reforma po-lítica estão sendo retomados, tanto no Poder Judiciário, quanto no Executivo, tentando forçar o Legislativo a votar os projetos que mudarão o sistema político do País. Por fazer parte da Frente Parla-mentar pela Reforma Política com Par-ticipação Popular, a AMB foi citada em matérias sobre o tema por vários veículos de comunicação. Publicaram reportagens a Agência Brasil, Diário da Manhã – Últi-mas Notícias (GO), Portal Uai (MG), Terra Notícias e CorreioWeb, entre outros.

Adoção

A imprensa também deu destaque ao trabalho do vice-presidente de Assuntos da Infância e Juventude da AMB, Francis-co Oliveira Neto, que integra a comissão de implantação do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Em matéria apurada também pelo Correio Braziliense, Francis-co falou sobre a realidade mostrada pelo banco de dados do CNA após seis meses de funcionamento do sistema on-line que reúne o perfil socioeconômico dos pre-tendentes à adoção.

Ranking de 25 de outubro a 25 de novembroForam publicadas 237 matérias em 119 veículos

Mídias que mais divulgaram notícias sobre a AMB

Imprensa regional 82 notícias

On-line 100 notícias

Televisão 2 notícias

Rádio 3 notícias

Nacional 20 notícias

Especializados 30 notícias

Release 5 notícias

Total 237 notícias

Veículos que mais divulgaram notícias sobre a AMB

Ranking Veículo Matérias

1° Consultor Jurídico 10

2° Correio Braziliense (DF) 9

3° Correioweb (DF) 8

Ranking regional de veículos que noticiaram ações da AMB

Região Sudeste 52

Região Centro-Oeste 50

Região Nordeste 39

Região Sul 22

Região Norte 12

Nacionais 62

Estimativa de espaço e alcance em veículos impressos e on-line *Informações Em Pauta

Área 11.288 cm de coluna

Público 11.740.276 leitores

Valor R$ 798.753,00*Valor estimado, caso o espaço fosse pago

TV Justiça

Revista Istoé

Correio Braziliense

Agência Brasil

Conexão Tocantins

Page 24: Em encontro realizado no dia 24, diretores da ENM ... Informa/101-120... · agentes penitenciários da cidade de Pelotas (RS) desenvolvem o projeto VEC em Alerta e devolvem dignidade

Nesta edição, a página do informativo na internet con-ta com uma seção fixa: o Memória AMB. A cada mês, o associado poderá conferir curiosidades da história da Associação que, em 2009, completa 60 anos. Neste mês, a seção apresenta um interessante caso relacio-nado ao primeiro presidente da entidade, o ministro Edgard Costa. Confira.

24

AMBOn-line

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AMBInforma 1º a 30 de novembro de 2008

www.amb.com.br/ambonline

No dia 29 de dezembro, os associados poderão participar de um sorteio de dois li-vros jurídicos. Para participar, basta enviar uma mensagem para o e-mail [email protected], com o título “Sorteio de livros”. Para saber quais obras serão sorteadas, basta acessar o AMB on-line.

Sorteio de livros

Valorização da magistraturaDebater as condições de trabalho dos

magistrados é um interesse constante da AMB, como pode ser lido nas páginas 4 e 5. Na seção on-line do jornal, os inte-ressados no tema podem acessar uma reportagem exclusiva sobre a campanha “Magistratura Valorizada, Judiciário For-talecido”, desenvolvida pela Associação Cearense de Magistrados (AMC) com o objetivo de melhorar a condição de traba-lho e qualidade de vida dos juízes.

A reportagem da seção Justiça Criativa apresenta um projeto desenvolvido pela juí-za Nilda Maragarete Stanieski, titular da 1ª Vara Criminal de Pelotas (RS). Desde que foi implantada, a iniciativa vem mudando a realidade dos apenados da região, que vem tendo seus direitos respeitados. Na in-ternet, podem ser conferidos depoimentos dos detentos beneficiados pelo projeto.

Depoimentos dos presos

magistrados é um interesse constante da AMB, como pode ser lido nas páginas 4 e 5. Na seção on-line do jornal, os inte-ressados no tema podem acessar uma reportagem exclusiva sobre a campanha “Magistratura Valorizada, Judiciário For-talecido”, desenvolvida pela Associação Cearense de Magistrados (AMC) com o objetivo de melhorar a condição de traba-lho e qualidade de vida dos juízes.

Divulgação AMC

Memória AMB

Balanço da atuaçãoAo longo desta edição, é possível

conferir todas as ações desenvolvidas pela Associação em 2008. Mas somen-te no AMB on-line está disponível um quadro com o andamento dos projetos de lei acompanhados pela entidade no Congresso Nacional e as ações que tra-mitaram no Supremo Tribunal Federal e no Conselho Nacional de Justiça.