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  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    ESTRUTURAS METLICAS

    5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    Apontamentos Tericos ePrticos de

    ESTRUTURAS METLICAS

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    ii

    Notas

    O presente documento foi elaborado como elemento de apoio Unidade Curricular de Estruturas

    Metlicas, lecionada 5 ano da Opo de Estruturas e Geotecnia do Mestrado Integrado em

    Engenharia Civil.

    Parte do contedo aqui presente reflecte uma interpretao por parte da autora das regulamentaes

    e mtodos de clculo em que se baseia.

    Este documento encontra-se reservado aos alunos de Estruturas Metlicas do Mestrado Integrado

    em Engenharia Civil da Universidade do Minho.

    Sugestes e comentrios podero ser enviados para [email protected]

    Guimares, Janeiro de 2011

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    iii

    NOTA INTRODUTRIA

    O presente documento rene a apresentao dos conceitos tericos abordados e um

    conjunto de exerccios resolvidos relativos a cada uma das matrias leccionadas da Unidade

    Curricular de Estruturas Metlicas do curso de Mestrado Integrado em Engenharia Civil daUniversidade do Minho.

    O presente documento est separado em 8 captulos principais, contemplando as seguintes

    matrias:

    1. Organizao da norma EN1993;

    2. O ao em elementos estruturais;

    3. Classificao de Seces Transversais;

    4. Verificao de Segurana de Seces Transversais: Estados Limites ltimos;

    5. Verificao de Segurana de Seces Transversais: Estados Limites de Utilizao

    6. Anlise Estrutural Global

    7. Encurvadura

    8. Bambeamento

    9. Ligaes

    No decorrer desta UC, so ainda abordados conceitos relacionados com a verificao da

    instabilidade por enfunamento e dimensionamento de seces metlicas de classe 4. No

    entanto, esses contedos no so aqui abordados, uma vez que esto contemplados em

    documentos anteriormente elaborados por outros docentes desta UC.

    Esta publicao corresponde a um documento em desenvolvimento, cuja preparao se

    iniciou no ano lectivo 2009/2010, tendo sido revisto e aumentado no contexto do ano lectivo

    2010/2011. No se trata de um documento terminado, agradecendo-se a todos aqueles que

    o utilizem e detectem gralhas/incorreces que informem a autora, contribuindo para o seu

    melhoramento.

    A incluso de exerccios resolvidos neste suporte pretende funcionar como um apoio aos

    alunos da Unidade Curricular, no se substituindo de forma alguma ao estudo aprofundado

    das matrias. Sugere-se aos alunos a tentativa de resoluo de exerccios propostos

    fornecidos no contexto da Unidade Curricular, usando o presente documento como apoio

    nas questes em que forem suscitadas dvidas.

    Guimares, 15 de J aneiro de 2011

    Isabel Valente

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    iv

    ndice resumido

    Captulo 1 EN1993: Organizao ............................................................................ 1

    Captulo 2 O Ao em Elementos Estruturais ........................................................... 5

    Captulo 3 Classificao de Seces Transversais ............................................... 13

    Captulo 4 Verificao de Segurana de Seces Transversais: Estados Limites

    ltimos ............................................................................................................. 29

    Captulo 5 Verificao de Segurana de Seces Transversais: Estados Limites

    de Utilizao ............................................................................................................. 45Captulo 6 Anlise Estrutural Global ...................................................................... 51

    Captulo 7 Encurvadura ......................................................................................... 69

    Captulo 8 Bambeamento ...................................................................................... 87

    Captulo 10 Ligaes Soldadas e Aparafusadas ................................................... 107

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    ESTRUTURAS METLICAS

    5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    1 - EUROCDIGO 3: ORGANIZAO

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    2 Isabel Valente

    EUROCDIGOS

    NP-EN 1990 Bases para o Projecto de Estruturas

    NP-EN 1991 Aces em Estruturas

    NP-EN 1992 Projecto de Estruturas de Beto

    NP-EN 1993 Projecto de Estruturas de Ao

    NP-EN 1994 Projecto de Estruturas Mistas Ao-Beto

    NP-EN 1995 Projecto de Estruturas de Madeira

    NP-EN 1996 Projecto de Estruturas de Alvenaria

    NP-EN 1997 Projecto Geotcnico

    NP-EN 1998 Disposies para Projecto de Estruturas para Resistncia aos Sismos

    NP-EN 1999 Projecto de Estruturas de Alumnio

    EN 1993 PROJECTO DE ESTRUTURAS EM AO

    NP-EN 1993-1-1 Regras gerais e regras para edifcios

    NP-EN 1993-1-2 Regras gerais. Verificao da resistncia ao fogo.

    EN 1993-1-3 Cold formed members and sheetingEN 1993-1-4 Stainless steels

    EN 1993-1-5 Plated structural members

    EN 1993-1-6 Strength and stability of shell structures

    EN 1993-1-7 Strength and stability of planar plated structures transversely

    loaded

    NP-EN 1993-1-8 Projecto de Ligaes

    NP-EN 1993-1-9 Fadiga

    NP EN 1993-1-10 Tenacidade dos materiais e propriedades segundo a

    espessura

    EN 1993-1-11 Design of structures with tension components made of steel

    EN 1993-1-12 Supplementary rules for high strength steel

    EN 1993-2 Steel bridges

    EN 1993-3 Towers, masts and chimneys

    EN 1993-4 Silos, tanks and pipelines

    EN 1993-5 Piling

    EN 1993-6 Crane supporting structures

    *A azul j traduzidas para portugus, passando a NP EN

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 3

    NP-EN 1993-1-1 Regras gerais e regras para edifcios

    1. Generalidades

    2. Bases para o projecto

    3. Materiais

    4. Durabilidade5. Anlise estrutural

    6. Estados limites ltimos

    7. Estados limites de utilizao

    ANEXOS da norma NP-EN 1993-1-1

    A (Informativo): Mtodo 1: Factores de interaco kij para a expresso de

    interaco em 6.3.3(4)B (Informativo): Mtodo 2: Factores de interaco kij para a expresso de

    interaco em 6.3.3(4)

    AB (Informativo): Disposies de projecto adicionais

    BB (Informativo): Encurvadura de componentes de estruturas de edifcios

    + ANEXO NACIONAL

    NP-EN 1993-1-8 Ligaes

    1. Generalidades

    2. Bases de projecto

    3. Ligaes com parafusos, rebites ou cavilhas

    4. Ligaes soldadas

    5. Anlise, classificao e modelao

    6. J untas estruturais de perfis em H ou em I

    7. J untas de perfis tubulares

    + ANEXO NACIONAL

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    4 Isabel Valente

    EN 1993-1-5 Plated Structural Elements

    1. Introduction

    2. Basis of Design and Modelling

    3. Shear lag in member design4. Plate buckling effects due to direct stresses at the ultimate limit state

    5. Resistance to shear

    6. Resistance to transverse forces

    7. Interaction

    8. Flange induced buckling

    9. Stiffeners and detailing

    10. Reduced stress method

    ANEXOS da norma EN 1993-1-5:

    Annex A [informative] Calculation of critical stresses for stiffened plates

    Annex B [informative] Non-uniform members

    Annex C [informative] Finite Element Methods of analysis (FEM)

    Annex D [informative] Plate girders with corrugated webs

    Annex E [normative] Refined methods for determining effective cross

    sections

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    ESTRUTURAS METLICAS5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    2 AO EM ELEMENTOSESTRUTURAIS

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    6 Isabel Valente

    2.1 Introduo

    O ao um material artificial obtido, por fuso, a partir do minrio de ferro. Trata-se de um

    material estrutural por excelncia. A sua elevada resistncia proporciona a realizao de peas

    bastante esbeltas, advindo da potenciais problemas de flexibilidade bem como alguns

    fenmenos de instabilidade, a que se far referncia adiante.O ao de construo apresenta as seguintes propriedades:

    Material homogneo (macroscopicamente) e isotrpico;

    Elevado peso volmico;

    Mdulo de elasticidade elevado; Elevada resistncia traco e compresso, desde que no haja que ter em conta

    fenmenos de instabilidade;

    Elevada ductilidade (grande capacidade de deformao plstica), ver Figura 2.1;

    Fraca resistncia ao fogo (necessidade de proteco contra incndio);

    Grande facilidade construtiva (mas exige mo-de-obra especializada);

    Sujeito aos fenmenos de relaxao (diminuio de tenso para deformao constante),

    fadiga (diminuio da tenso de ruptura para variaes cclicas do estado de tenso) e

    corroso (ataque qumico).

    Figura 2.1 Diagrama de comportamento do ao traco

    Os aos de construo aparecem no mercado sob vrias formas (Figura 2.2):

    Perfis laminados (I, H, L, etc.) utilizao em construo metlica;

    Perfis enformados a frio (seces U, Z, etc.) utilizao em construo metlica como

    elementos secundrios (por ex: suporte da chapa de revestimento da cobertura)

    Ao em barra (varo redondo, barra rectangular, barra quadrada, barra T, cantoneiras)

    Vares (simples ou em rede electrossoldada) utilizao em beto armado;

    Fios e cordes de pr-esforo (alta resistncia) utilizao em beto pr-esforado e

    outras estruturas;

    Chapa lisa;

    Chapa de ao trapezoidal (simples, dupla, tipo sandwich, etc.) utilizao em

    revestimentos;

    Grelhas metlicas utilizao em pavimentos;

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 7

    a) Perfis laminados: tipo I, tipo H e tipo U b) Perfis laminados de seco oca: tipo CHS, SHS e RHS

    Figura 2.2 Produtos comerciais em ao

    c) Ao em barra d) Perfis enformados a frio: tipo Z e tipo

    e) Chapa de ao lisa f) Chapa de ao trapezoidal: simples e tipo sandwich

    g) Vares para beto armado h) Rede electrossoldada

    i) Fios e cordes de pr-esforo j) Grelhas para pavimentos

    Figura 2.3 Produtos comerciais em ao (continuao)

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    8 Isabel Valente

    l) Grelhas para saneamento

    Figura 2.4 Produtos comerciais em ao (continuao)

    2.2 Classes de resistnciaTabela 2.1 - Valores nominais das tenses de cedncia (fy) e da tenso ltima traco (fu) para aos

    estruturais laminados a quente (NP EN 1993-1-1)

    Norma Classe de ao

    t - espessura (mm)

    t 40mm 40mm < t 80mm

    fy (MPa) fu (MPa) fy (MPa) fu (MPa)

    EN 10025-2

    S 235 235 360 215 360

    S 275 275 430 255 410

    S 355 355 490 335 470

    S 450 440 550 410 550

    EN 10025-3

    S 275 N/NL 275 390 255 370

    S 355 N/NL 355 490 335 470

    S 420 N/NL 420 520 390 520

    S 460 N/NL 460 540 430 540

    EN 10025-4

    S 275 M/ML 275 380 255 360

    S 355 M/ML 355 470 335 450

    S 420 M/ML 420 520 390 500S 460 M/ML 460 540 430 530

    EN 10025-5S 235 W 235 360 215 340

    S 355 W 355 490 335 490

    EN 10025-6 S 460 Q/QL/QL1 460 570 440 550

    fy valor nominal da tenso de cedncia

    fu - valor nominal da tenso de rotura traco

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 9

    Tabela 2.2 - Valores nominais das tenses de cedncia (fy) e da tenso ltima (fu) para seces

    tubulares (NP EN 1993-1-1)

    Norma Classe de ao

    t - espessura (mm)

    t 40mm 40mm < t 80mm

    fy (MPa) fu (MPa) fy (MPa) fu (MPa)

    EN 10210-1

    S 235 H 235 360 215 340

    S 275 H 275 430 255 410

    S 355 H 355 510 335 490

    S 275 NH/NLH 275 390 255 370

    S 355 NH/NLH 355 490 335 470

    S 420 NH/NLH 420 540 390 520

    S 460 NH/NLH 460 560 430 550

    EN 10219-1

    S 235 H 235 360

    S 275 H 275 430

    S 355 H 355 510

    S 275 NH/NLH 275 370

    S 355 NH/NLH 355 470

    S 460 NH/NLH 460 550

    S 275 MH/MLH 275 360

    S 355 MH/MLH 355 470

    S 420 MH/MLH 420 500

    S 460 MH/MLH 460 530fy valor nominal da tenso de cedncia

    fu - valor nominal da tenso de rotura traco

    Tabela 2.3 - Valores nominais da tenso de cedncia (fyb) e da tenso de rotura traco (fub) em

    parafusos (NP EN 1993-1-8)

    Classe do parafuso fyb (MPa) fub (MPa)

    4.6 240 4004.8 320 400

    5.6 300 500

    5.8 400 500

    6.8 480 600

    8.8 640 800

    10.9 900 1000

    fyb valor nominal da tenso de cedncia

    fub

    - valor nominal da tenso de rotura traco

    S os parafusos das classes 8.8 e 10.9 podem ser pr-esforados.

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    10 Isabel Valente

    2.3 Outras propriedades

    Valores de clculo das propriedades dos materiais:

    mdulo de elasticidade: E= 210 (GPa)

    mdulo de distoro:

    ( )+=

    12

    EG 81 (GPa)

    coeficiente de Poisson: = 0.3

    coeficiente de dilatao trmica linear: = 1210-6 /C

    massa volmica: 7850 kg/m3

    Requisitos de ductilidade - condies para realizao de uma anlise plstica:

    fu /fy 1.1

    u 15%, medida num comprimento de 5.65A0

    u (fu) 15 y (fy) (y =fy / E)

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 11

    2.4 Sistema internacional de designao dos aos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    12 Isabel Valente

    2.5 Tenacidade

    O material deve possuir uma tenacidade rotura suficiente para evitar a rotura frgil dos

    elementos em traco mais baixa temperatura de servio que possa ocorrer durante o tempo

    de vida til previsto para a estrutura.

    No necessrio fazer verificaes adicionais em relao rotura frgil, se forem satisfeitas

    as condies dadas na EN 1993-1-10 para a mais baixa temperatura considerar as

    espessuras mximas definidas na Tabela 2.4.

    Tabela 2.4 Valores mximos admissveis da espessura (t) do elemento em mm

    (EN 1993-1-10 : Tenacidade dos materiais e propriedades segundo a espessura)

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    ESTRUTURAS METLICAS

    5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    3 CLASSIFICAO DE SECES

    TRANSVERSAIS

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    14 Isabel Valente

    3.1 Classificao de seces transversais

    As seces estruturais de ao podem ser laminadas a quente ou soldadas a partir de chapa lisa.

    Em qualquer dos casos, consistem na associao de vrias partes, que podem ser consideradascomo internas (almas de seces abertas ou banzos de seces fechadas) ou externas (banzos

    de seces abertas ou cantoneiras). As chapas de ao que constituem a seco transversal so

    relativamente finas quando comparadas com a sua largura. Deste modo, a chapa pode

    instabilizar localmente quando sujeita a esforos de compresso (resultado da aplicao de

    cargas axiais ou momentos flectores seco global).

    Se uma parte da seco transversal tem tendncia a instabilizar sob efeito dos esforos

    referidos, isso significa que a capacidade resistente axial ou a capacidade resistente flexo

    da seco podem no ser aingidas.

    A rotura prematura de elementos estruturais, resultante da instabilidade local da chapa, pode

    ser evitada mediante a limitao da relao entre a espessura e a largura dos elementos

    individuais que constituem a seco transversal. Esta a ideia subjacente classificao de

    seces transversais que a seguir se apresenta.

    So definidas 4 classes tipo para a seco transversal:

    Classe 1 Seces transversais com capacidade de atingir a sua resistncia plstica sem

    risco de enfunamento local. So dotadas de capacidade de rotao suficiente

    para formar rtulas plsticas.

    Classe 2 Seces transversais com possibilidade de atingir a sua resistncia plstica, sem

    risco de enfunamento, com possibilidade de rotao limitada.

    Classe 3 Seces transversais com possibilidade de atingir a sua resistncia elstica, mas

    no a sua resistncia plstica, com riscos de enfunamento localizado.

    Classe 4 Seces transversais sem possibilidade de atingir a sua resistncia elstica, com

    risco de enfunamento localizado.

    Tabela 3.1 Classes de seces transversais metlicas em funo do comportamento, da capacidaderesistente (flexo) e da capacidade de rotao

    Classe Diagrama momento-curvatura Capacidade de rotao

    Classe 1

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 15

    Classe 2

    Classe 3

    Classe 4

    Mel momento flector elstico resistente

    Mpl momento flector plstico resistenteM momento flector aplicado

    rotao da seco transversal

    pl rotao da seco transversal necessria para a mobilizao do momento flector plstico

    resistente

    Tabela 3.2 Tipos de anlise global e de clculo orgnico a adoptar consoante a classe das

    seces

    Classe dasSeces

    Anlise Global Clculo OrgnicoElstica Plstica Elstico Plstico

    1

    2

    3

    4 *

    * - considerando a reduo da seco transversal

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    16 Isabel Valente

    3.2 Formao de rtula plstica

    O processo de formao de uma rtula plstica est representado na Figura 3.1.

    Figura 3.1 Formao de uma rtula plstica

    O momento elstico e o momento plstico em seces metlicas so calculados a partir do

    equilbrio interno de foras calculadas a partir dos diagramas de tenses representados na

    Figura 3.2.

    Figura 3.2 Diagramas de tenso elsticos e plsticos

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 17

    3.3 Classificao de seces de acordo com a NP EN 1993-1-1

    Tabela 3.3 (parte 1) Relao mxima entre largura e espessura de zonas comprimidas

    Elementos internos comprimidos

    t

    c

    t

    c c

    t

    c

    t

    Eixo deflexo

    c

    t

    tc

    tc

    t

    c

    Eixo deflexo

    Classe Elemento solicitado flexo

    Elemento

    solicitado compresso

    Elemento solicitado flexo e compresso

    Distribuio

    das tenses nos

    elementos

    (compresso

    positiva)

    +

    fy

    -

    fy

    c

    +

    fy

    -fy

    c

    +

    fy

    -

    fy

    cc

    1 72t/c 33t/c

    36

    c/t:0,5quando

    113

    396c/t:0,5quando

    >

    2 83t/c 38t/c

    41,5

    c/t:0,5quando

    113

    456c/t:0,5quando

    >

    Distribuio

    das tenses nos

    elementos

    (compresso

    positiva)

    +

    fy

    -fy

    cc/2

    +

    fy

    c

    +

    fy

    - fy

    c

    3 124t/c 42t/c

    )()622c/t:1quando

    0,330,6742

    c/t:1quando

    *)

    +>

    yf/235= fy 235 275 355 420 460

    1,00 0,92 0,81 0,75 0,71

    *) -1 aplica-se ou quando a tenso de compresso fy ou quando a extenso de tracoy >fy/E

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    18 Isabel Valente

    Tabela 3.3 (parte 2) Relao mxima entre entre largura e espessura de zonas comprimidas

    (NP EN 1993-1-1)

    Banzos em consola

    t

    c

    t

    c

    t

    c

    t c

    Seces laminadas Seces soldadas

    ClasseElemento solicitado

    compresso

    Elemento solicitado flexo e compresso

    Extremidade comprimida Extremidade traccionada

    Distribuio

    das tenses

    noselementos

    (compress

    o positiva)

    +

    c

    c

    +

    c-

    c

    +

    c-

    1 9t/c

    9t/c

    9t/c

    2 10t/c

    10t/c

    10t/c

    Distribuio

    das tensesnos

    elementos

    (compress

    o positiva)

    +

    c

    +

    c

    -

    c

    3 14t/c k21t/c

    Para k ver EN 1993-1-5

    yf/235= fy 235 275 355 420 460

    1,00 0,92 0,81 0,75 0,71

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 19

    Tabela 3.3 (parte 3) Relao mxima entre entre largura e espessura de zonas comprimidas

    (NP EN 1993-1-1)

    Consultar tambm Banzos em

    consola (ver folha 2 de 3)

    Cantoneiras

    t

    h

    b

    No se aplica a cantoneiras em

    contacto contnuo com outros

    componentes

    Classe Seco comprimida

    Distribuio

    das tenses

    na seco

    (compress

    o positiva)

    +

    +

    fy

    3 +

    5,11t2

    hb:15t/h

    Seces tubulares

    t d

    Classe Seco em flexo e/ou compresso

    1 250t/d

    2 270t/d

    3290t/d

    NOTA Para 290t/d > ver EN 1993-1-6.

    yf/235=

    fy 235 275 355 420 460

    1,00 0,92 0,81 0,75 0,71

    2 1,00 0,85 0,66 0,56 0,51

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    20 Isabel Valente

    Aspectos a ter em conta na classificao de seces:

    A classificao de seces transversais depende da relao entre largura e espessura das

    partes sujeitas a esforos de compresso;

    As partes sujeitas a esforos de compresso incluem todas as parcelas da seco

    transversal que esto total ou parcialmente sujeitas a esforos de compresso, sob efeito

    da combinao de aces considerada;

    As vrias partes da seco transversal sujeitas a esforos de compresso podem ser de

    diferentes classes;

    Uma seco transversal classificada de acordo com a classe mais elevada (mais

    desfavorvel) considerada para cada parte sujeita a compresso;

    As relaes limite entre largura e espessura de chapas, para as classes 1, 2 e 3 so

    apresentadas na Tabela 3.3;

    Quando a relao entre a largura e a espessura da chapa comprimida no observar

    nenhum dos limites apresentados na Tabela 3.3 para a classe 3, esta deve ser

    considerada de classe 4.

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    Isabel Valente 21

    Exerccios Resolvidos

    Exerccio 3.1

    Classifique uma seco transversal do tipo IPE270, supondo que est sujeita a flexo simples.

    Admita que a seco realizada em ao das classes S235, S275 ou S355.

    Caractersticas da seco IPE270: h = 270 mm b = 135 mm

    tf= 10.2 mm tw = 6.6 mm

    r= 15 mm

    Metade da seco est comprimida e outra metade est traccionada, pelo que se considera queum dos banzos est submetido a uma tenso mxima de valor constante e a alma est

    submetida a um diagrama de tenses varivel ao longo da sua altura.

    Classificao do banzo comprimido:

    ( ) ( )82.4

    2.10

    2.49

    2.10

    2/1526.61352/2==

    =

    =

    f

    w

    f t

    rtb

    t

    c

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 2):

    S235 S275 S355

    1.0 0.924 0.814

    Classe 1 9 8.32 7.32

    Classe 2 10 9.24 8.14

    Classe 3 14 12.94 11.39

    Classificao 4.82 < 9 Classe 1 4.82 < 8.32 Classe 1 4.82 < 7.32 Classe 1

    Classificao da alma:

    27.336.6

    6.219

    6.6

    1522.10227022==

    =

    =

    w

    f

    w t

    rth

    t

    d

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    22 Isabel Valente

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 1):

    S235 S275 S355

    1.0 0.924 0.814

    Classe 1 72 66.56 58.58

    Classe 2 83 76.73 67.53

    Classe 3 124 114.63 100.89

    Classificao 33.27 < 72 Classe 1 33.27 < 66.56 Classe 1 33.27 < 58.58 Classe 1

    Como banzo e alma so ambos de classe 1, conclui-se que a seco IPE270 de classe 1, para

    os 3 tipos de ao considerados.

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 23

    Exerccio 3.2

    Classifique uma seco transversal do tipo IPE270, supondo que est sujeita a compresso

    simples. Admita que a seco realizada em ao das classes S235, S275 ou S355.

    A seco est toda comprimida, pelo que se considera que tanto os banzos como a alma esto

    submetidos a uma tenso mxima de valor constante.

    Uma vez que os banzos comprimidos esto numa situao semelhante que foi considerada

    para o banzo comprimido quando a seco estava sujeita a flexo simples, considera-se

    desnecessrio repetir esse clculo. Deste modo, os banzos comprimidos so considerados

    como classe 1.

    Classificao da alma:

    27.33=wt

    d

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3 (parte 1):

    S235 S275 S355

    1.0 0.924 0.814

    Classe 1 33 30.51 26.85

    Classe 2 38 35.13 30.92

    Classe 3 42 38.83 34.17

    Classificao 33.27 < 38 Classe 2 33.27 < 35.13 Classe 2 33.27 < 34.17 Classe 3

    Deste modo, cconclui-se o seguinte:

    IPE270, S235 Classe 2

    IPE270, S275 Classe 2

    IPE270, S355 Classe 3

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    24 Isabel Valente

    Exerccio 3.3

    Classifique uma seco transversal do tipo IPE270, supondo que est sujeita a um esforo

    axial de compresso igual a 440 kN e flexo segundo o eixo de maior inrcia (yy). Admita

    que a seco realizada em ao da classe S355.

    Nesta situao, sabemos que um dos banzos est submetido a uma tenso mxima de valor

    constante e a alma est submetida a um diagrama de tenses que pode ser varivel ao longo da

    sua altura.

    A classificao do banzo idntica que foi realizada no Exerccio 1. Deste modo, o banzo

    mais comprimido considerado de classe 1.

    Para a classificao da alma, calculou-se tambm no Exerccio 1:

    27.33=wt

    d

    Vamos comear por admitir que esta alma de classe 1 ou classe 2, pelo que se considera o

    diagrama de tenses representado na Figura 3.3.

    h ddN

    fy

    -fya

    a

    Figura 3.3 Diagramas de tenso elsticos e plsticos

    Uma vez, que a seco est submetida a um esforo axial igual a 440 kN, calcula-se a

    configurao de equilbrio interno compatvel com este nvel de esforo axial:

    ywNEd ftdN =

    mdd NN 1878.0103550066.04403

    ==

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 25

    Conhecido o valor de dN, calcula-se o valor de d:

    ( ) 2/NN dddd +=

    ( ) 2/Nddd +=

    ( )d

    dd N

    2

    +

    =

    Ento,

    ( )9276.0

    6.2192

    8.1876.219=

    +=

    Conhecido o valor do parmetro , possvel estabelecer os limites dewt

    dpara classificao

    da alma.

    Classe 1 : 13.2919276.013

    814.0396113

    396 =

    = < 33.27, logo a alma no de classe 1

    Classe 2 : 55.3319276.013

    814.0456

    113

    456=

    =

    > 33.27, logo a alma de classe 2

    Classificou-se o banzo comprimido de Classe 1 e a alma de Classe 2, pelo que a seco total

    de Classe 2.

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    26 Isabel Valente

    Exerccio 3.4

    Classifique uma seco transversal do tipo IPE550, supondo que est sujeita a um esforo

    axial de compresso igual a 1300 kN e flexo segundo o eixo de maior inrcia (yy).

    Admita que a seco realizada em ao da classe S235.

    Caractersticas da seco IPE550: h = 550 mm b = 210 mm

    tf= 17.2 mm tw = 11.1 mm

    r= 24 mm A = 134.4 cm2

    Nesta situao, sabemos que um dos banzos est submetido a uma tenso mxima de valor

    constante e a alma est submetida a um diagrama de tenses que pode ser varivel ao longo da

    sua altura. Eventualmente, toda a alma pode estar comprimida.

    Classificao do banzo comprimido:

    ( ) ( )39.4

    2.17

    45.75

    2.17

    2/2421.112102/2==

    =

    =

    f

    w

    f t

    rtb

    t

    c

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 2):

    S235

    1.0

    Classe 1 9

    Classe 2 10

    Classe 3 14

    Classificao 4.39 < 9 Classe 1

    Para a classificao da alma, calcula-se:

    13.421.11

    6.467

    1.11

    2422.17255022

    ==

    =

    =w

    f

    w t

    rth

    t

    d

    Vamos comear por admitir que esta de classe 1 ou classe 2, pelo que se considera o

    seguinte diagrama de tenses ao longo da alma.

    Uma vez, que a seco est submetida a um esforo axial igual a 1300 kN, calcula-se a

    configurao de equilbrio interno compatvel com este nvel de esforo axial:

    ywNEd ftdN =

    mdd NN 4984.0102350111.013003

    ==

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 27

    Verifica-se que mmdN 4.498= > mmd 6.4672422.172550 == ,

    pelo que o diagrama de tenses considerado no vlido.

    De acordo com o valor calculado, podemos considerar que a alma est toda comprimida.

    Deste modo, vamos classificar a alma tendo em conta esta hiptese.

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 1):

    S235

    1.0

    Classe 1 33

    Classe 2 38

    Classe 3 42

    Classificao 42.13 > 42 Classe 4

    Considerando que a alma est toda comprimida, verifica-se que a alma teria que ser de

    classe 4, o que no compatvel com o diagrama de tenses admitido. Vamos ento supor

    uma distribuio elstica das tenses ao longo da alma:

    Tenso na fibra superior:A

    N

    W

    Mfy +=

    Tenso na fibra inferior:

    A

    N

    W

    Mfy +=

    Nota: consideram-se as tenses de compresso positivas e as tenses de traco negativas, demodo a respeitar a

    conveno estabelecida na Tabela 3.

    Somando as duas equaes anteriores, temos:

    A

    Nff yy

    2=+ 1

    2

    =

    yfA

    N

    1768.0110235104.134

    13002

    34 =

    =

    Com o diagrama de tenses que foi admitido, a seco pode ser de classe 3 ou de classe 4.

    Vamos verificar o limite correspondente classe 3:

    ( )67.68

    1768.033.067.0

    0.142

    33.067.0

    421 =

    +

    =

    +>

    ft

    c

    13.42=wt

    d< 68.67, logo a alma da classe 3.

    Como o banzo de classe 1 e a alma de classe 3, conclui-se que a seco total de classe 3.

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    28 Isabel Valente

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    ESTRUTURAS METLICAS

    5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    4 - ESTADOS LIMITE LTIMOS

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

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    30 Isabel Valente

    4.1 Verificao de uma seco transversal em estado limite ltimo

    Tipos de rotura:

    rotura por cedncia (em compresso, traco ou flexo) rotura por fractura na zona onde se localizam os parafusos

    rotura por esforo transverso, tenso de cedncia ultrapassada (no considerando

    enfunamento local)

    O valor de clculo do efeito de uma aco, na seco transversal, no deve ultrapassar a

    correspondente resistncia de clculo. Se vrios tipos de esforos actuarem no elemento em

    simultneo, o efeito combinado no deve ultrapassar a resistncia para essa combinao deesforos.

    possvel realizar uma verificao elstica de resistncia para qualquer tipo de seco

    transversal, desde que se utilize a seco transversal efectiva no caso de seces da Classe 4.

    A expresso (4.1) conservativa e pode ser utilizada para todas as classes de seces

    transversais,

    1,

    ,

    ,

    , ++Rdz

    Edz

    Rdy

    Edy

    Rd

    Ed

    M

    M

    M

    M

    N

    N (4.1)

    sendo,

    RdN - valor de clculo do esforo axial resistente

    RdyM , - valor de clculo do momento flector resistente segundoyy

    RdzM , - valor de clculo do momento flector resistente segundozz

    Os valores de RdN , RdyM , , RdzM , dependem da classificao da seco transversal.

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Isabel Valente 31

    4.2 Coeficientes parciais de segurana

    Os coeficientes parciais M devem ser aplicados aos diversos valores caractersticos da

    resistncia do seguinte modo:

    resistncia das seces transversais seja qual for a classe da seco: M0

    resistncia dos elementos em relao instabilidade, avaliada porverificao dos elementos: M1

    resistncia em relao rotura das seces transversais em traco: M2

    resistncia das ligaes: ver EN 1993-1-8

    Recomendam-se os seguintes valores para os coeficientes parciais de segurana em edifcios:

    M0 = 1.00

    M1 = 1.00

    M2 = 1.25

    4.3 Combinaes de aces

    Tipo decombinao

    Acespermanentes,

    Gd

    Aces variveis, Qd Acesacidentais,

    Ad

    Aco varivel

    de base

    Outras aces

    variveisFundamental kGG kQQ kQQ0 -

    Acidental kGAG kQ1 kQ2 kAA

    Combinao situaes de projecto persistentes ou transitrias:

    >

    ++j i

    ikiiQkQjkjGQQG

    1,,0,1,1,,, (4.2)

    Combinao para situaes de projecto acidentais:

    >

    +++j i

    ikikdjk QQAG

    1,,21,1,1, (4.3)

    Combinao para situaes de projecto ssmicas:

    >

    ++j i

    ikiEdjk QAG

    1,,2, (4.4)

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    32 Isabel Valente

    Coeficientes parciais de segurana no clculo das combinaes de aces:

    Tipo de combinaoAces permanentes,

    G

    Aces variveis, QAco varivel de

    baseOutras aces

    variveis

    Efeito favorvel 1.00 * *

    Efeito desfavorvel 1.35 1.50 1.50* No caso de estruturas normais de edifcios, este coeficiente igual a zero.

    4.4 Seces sujeitas a TRACO

    A condio para a verificao de segurana dada pela equao (4.5).

    RdtEd NN , (4.5)

    O esforo axial resistente traco obtido a partir

    a) da resistncia traco plstica da seco transversal total dada pela equao (4.6),

    0, MyRdpl fAN = (4.6)b) da resistncia ltima traco plstica da seco transversal na zona dos furos dada

    pela equao (4.7),

    2, 9.0 MunetRdu fAN = (4.7)sendo,

    A rea da seco transversal

    fy valor nominal da tenso de cedncia

    Anet rea til da seco transversal

    fu valor nominal da tenso de rotura traco

    Escolhe-se o menor valor dado pelas equaes (4.6) e (4.7).

    4.4.1 rea til da seco transversal

    Se na seco transversal existirem furos para colocao de parafusos ou outras aberturas, deveter-se em conta uma reduo de rea da seco transversal.

    Anet rea til da seco transversal

    se os parafusos estiverem todos alinhados, rea da seco transversal deve ser deduzida a

    rea correspondente s aberturas dos parafusos, medida perpendicularmente ao eixo

    longitudinal da pea

    se os parafusos estiverem em quincncio, a rea a ser deduzida dever corresponder ao

    maior dos dois valores (ver Figura 4.1):

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Isabel Valente 33

    a) deduo de rea dos parafusos segundo um plano perpendicular ao eixo longitudinal da

    pea

    b)

    p

    sdnt

    4

    2

    sendo (ver Figura 4.1),p espaamento entre dois furos consecutivos, medido na direco perpendicular ao eixo

    longitudinal da pea

    t espessura

    n n de furos que se estendem na diagonal ou em ziguezague atravs do elemento

    d dimetro do furo

    Figura 4.1 Furos em quincncio

    Nos elementos em que os furos se desenvolvem em mais do que um plano (por ex.

    cantoneiras), o espaamento p deve ser medido ao longo da linha mdia da espessura do

    elemento (ver Figura 4.2).

    Figura 4.2 Cantoneiras com furos nas duas abas

    4.5 Seces sujeitas a COMPRESSO

    A condio para a verificao de segurana dada pela equao (4.8).

    RdcEd NN , (4.8)

    O esforo axial resistente compresso obtido a partir das expresses (4.9) e (4.10).

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    34 Isabel Valente

    Seces de classe 1, 2 ou 3: 0, MyRdc fAN = (4.9)

    Seces de classe 4: 0, MyeffRdc fAN = (4.10)

    Para esforos de compresso, no necessrio reduzir a rea da seco para considerar a

    existncia de aberturas, desde que estas estejam preenchidas por elementos de ligao (comexcepo para furos excessivamente grandes ou ovalizados.

    No caso de seces da classe 4, no simtricas, haver que ter em conta o momento adicional

    M que resulta da excentricidade do centro de gravidade da seco efectiva em relao

    seco total, dado pela equao (4.11).

    NeNM = (4.11)

    4.6 Seces sujeitas a FLEXO (numa s direco)

    Condio para a verificao de segurana:

    A condio para a verificao de segurana dada pela equao (4.12).

    RdcEd MM , (4.12)

    O momento flector resistente segundo um eixo principal de inrcia da seco transversal sem

    aberturas ou furos obtido a partir das equaes (4.13), (4.14) e (4.15).

    Seces de classe 1ou 2: 0, MyplRdc fWM = (4.13) Seces de classe 3: 0min,, MyelRdc fWM = (4.14) Seces de classe 4: 0min,, MyeffRdc fWM = (4.15)

    min,elW e min,effW correspondem s fibras onde a tenso elstica mxima.

    Os furos localizados no banzo traccionado podem ser ignorados se for verificada a seguinte

    condio:

    0

    2,9.0M

    M

    u

    y

    f

    netf

    f

    f

    A

    A

    Os furos localizados na zona traccionada da alma podem ser ignorados se a condio anterior

    for verificada na zona traccionada da pea.

    Os furos localizados na zona comprimida da seco transversal podem ser ignorados se

    estiverem preenchidos por elementos de ligao, excepto no caso de furos excessivamente

    grandes ou ovalizados.

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    Isabel Valente 35

    4.7 Seces sujeitas a CORTE

    Condio para a verificao de segurana: RdcEd VV ,

    O valor do esforo resistente plstico ao corte dado por:

    0,3

    My

    vRdpl

    fAV =

    em que,

    Av rea de corte

    A rea de corteAv calculada da seguinte forma:

    Seces laminadas I e H, esforo transverso paralelo almafwf

    trttbA )2(2 ++

    (mas hw tw)Seces laminadas U, esforo transverso paralelo alma fwf trttbA )(2 ++

    Seces laminadas T, esforo transverso paralelo alma 0.9 (A - btf)

    Seces soldadas I, H e em caixo, esforo transverso paralelo alma

    ( ) ww th

    Seces soldadas I, H, U e em caixo, esforo transverso paralelo aosbanzos

    ( ) ww thA

    Seces ocas rectangulares laminadas, de espessura constante,esforo transverso paralelo altura ( )hbAh +

    Seces ocas rectangulares laminadas, de espessura constante,esforo transverso paralelo largura

    ( )hbAb +

    Seces ocas circulares laminadas, de espessura constante A2

    O valor da tenso resistente elstica ao corte dado por:

    03M

    y

    Ed

    f

    em que,

    tI

    SVEdEd

    =

    S momento esttico, calculado em relao ao centro de gravidade da seco transversal,

    considerando a parte da seco transversal que fica entre o ponto onde determinada a tenso

    de corte e o limite da seco

    I momento de inrcia da seco totalt espessura no ponto considerado

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    36 Isabel Valente

    Para perfis I ou H, em que a linha de aco do esforo de corte coincide com o eixo da alma, a

    tenso de corte pode ser calculada da seguinte forma,

    w

    Ed

    mdA

    V= (se 6.0wfl AA )

    em que,

    Afl rea de um banzo

    Aw rea da alma - www thA =

    Deve-se realizar uma verificao suplementar de instabilidade no caso de almas sem nervuras

    de rigidez intermdios, tal como especificado em EN 1993-1-5 se,

    72>w

    w

    t

    h

    4.8 Seces sujeitas a TORO

    Condio para a verificao de segurana: RdEd TT

    O valor do esforo de toro actuante resulta de duas parcelas:

    Ed,wEd,tEd TTT +=

    Ed,tT - toro de St. Venant

    EdwT , - toro no uniforme

    Os valores de Ed,tT e de EdwT , em qualquer seco transversal podem ser determinados a partir

    de uma anlise elstica, tendo em considerao as propriedades da seco transversal, as

    condies de apoio e a distribuio de carga ao longo do elemento.

    Como simplificao, pode-se considerar que os efeitos de toro no uniforme podem ser

    desprezados no caso de seces ocas fechadas.

    Da mesma forma, pode-se considerar os efeitos de toro de St. Venant podem ser

    desprezados no caso de seces abertas do tipo I ou H.

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 37

    No caso de esforo de toro combinado com esforo transverso, em seces da Classe 1 ou

    2, o valor do esforo resistente plstico ao corte deve ser limitado pelo valor Rd,T,plV ,

    Rd,T,plEd VV

    o valor de Rd,T,plV dado por,

    Seces em I ou H ( ) Rd,plMyEd,t

    Rd,T,pl Vf.

    V

    032511

    =

    Seces em C ou U ( ) ( ) Rd,plMyEd,w

    My

    Ed,tRd,T,pl V

    ff.V

    =

    00 332511

    Seces ocas ( ) Rd,plMyEd,t

    Rd,T,pl Vf

    V

    =03

    1

    4.9 Seces sujeitas a FLEXO e CORTE

    Quando a seco est sujeita a esforo de corte, dever-se- ter em conta a sua interaco com

    o momento flector.

    necessrio ter em conta a interaco do esforo de corte com o momento flector resistente

    apenas se, Rd,plEd VV 2

    1

    Neste caso, o dimensionamento da seco dever ser realizado utilizando, para a rea de corte,

    uma tenso resistente reduzida,

    ( )y

    f1

    sendo,

    2

    , 1

    2

    = Rdpl

    Ed

    V

    V

    Caso tambm exista esforo de toro na seco transversal,

    2

    12

    =

    Rd,T,pl

    Ed

    V

    V

    Em seces de classe 1 e 2, de tipo I com banzos iguais e flexo segundo eixo de maior

    inrcia, o momento flector plstico reduzido pode tambm ser obtido por,

    0

    2

    4 M

    y

    w

    wy,plRd,V,y

    f

    t

    AWM

    = , sendo Rd,c,yRd,V,y MM

    www thA =

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    38 Isabel Valente

    4.10 Seces sujeitas a FLEXO e a esforo AXIAL

    4.10.1 Seces de Classe 1 e 2

    Condio para a verificao de segurana:RdNEd

    MM ,

    Numa seco de Classe 1 ou 2 sujeita a esforo axial, o momento flector resistente pode ser

    calculado utilizando as seguintes expresses:

    a) Em seces rectangulares macias, sem furos

    ( )[ ]2,,, 1 RdplEdRdplRdN NNMM =

    b) Em seces duplamente simtricas, tipo I, H ou outras com banzos, no necessrio ter

    em conta a interaco do esforo axial com o momento flector resistente em relao ao

    eixoy-y, seNEdfor inferior ao menor dos seguintes valores,

    Rd,plEd N.N 250

    050 MywwEd fth.N

    c) Em seces duplamente simtricas, tipo I, H ou outras com banzos, no necessrio ter

    em conta a interaco do esforo axial com o momento flector resistente em relao ao

    eixoz-z, se,

    0MywwEd fthN

    d) Em seces transversais sem furos para parafusos, podem adoptar-se as seguintesexpresses aproximadas para seces laminadas normalizadas I e H, ou para seces

    soldadas I e H de banzos iguais,

    a.

    nMM Rd,y,plRd,y,N 501

    1

    =

    sendo, Rd,y,plRd,y,N MM

    se an :RdzplRdzN

    MM,,,,

    =

    se an > :

    =2

    ,,,, 11

    a

    anMM RdzplRdzN

    sendo,

    Rdpl

    Ed

    N

    Nn

    ,

    = ; 5.02

    = aA

    btAa

    f

    e) Em seces transversais sem furos para parafusos, podem adoptar-se as seguintes

    expresses aproximadas para os perfis ocos rectangulares de espessura constante e para

    seces em caixo soldadas com almas e banzos iguais,

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    Isabel Valente 39

    w

    Rd,y,plRd,y,Na.

    nMM

    501

    1

    = sendo, Rd,y,plRd,y,N MM

    f

    Rd,z,plRd,z,Na.

    nMM

    501

    1

    = sendo, Rd,z,plRd,z,N MM

    em que,

    5.02

    =ww

    aA

    btAa , para seces ocas

    5.02

    = wf

    w aA

    btAa , para seces em caixo soldadas

    5.02

    =ff

    aA

    htAa , para seces ocas

    5.0

    2

    = fw

    f aA

    htA

    a , para seces em caixo soldadas

    f) Em casos de flexo biaxial, pode ser utilizado o seguinte critrio aproximado,

    1

    +

    Rd,z,N

    Ed,z

    Rd,y,N

    Ed,y

    M

    M

    M

    M

    em que eso definidos da seguinte forma,

    Seces em I ou H 2 5n (1)

    Seces ocas circulares 2 2

    Seces ocas rectangulares 213.11

    66.1

    n (6)

    213.11

    66.1

    n (6)

    sendo,Rdpl

    Ed

    N

    Nn

    ,

    =

    4.10.2 Seces de Classe 3

    Na ausncia de esforo de corte, a tenso longitudinal mxima deve satisfazer o seguinte

    critrio,

    0, MyEdx f

    Edx, - valor de clculo da tenso longitudinal mxima devida a momento flector e esforo axial

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

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    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    40 Isabel Valente

    4.10.3 Seces de Classe 4

    Na ausncia de esforo de corte, a tenso longitudinal mxima, calculada tendo em conta a

    largura efectiva dos elementos comprimidos, deve satisfazer o seguinte critrio,

    0, MyEdx f

    O critrio apresentado, toma a seguinte forma,

    10min,,

    ,

    0min,,

    ,

    0

    +

    ++

    +Myzeff

    NzEdEdz

    Myyeff

    NyEdEdy

    Myeff

    Ed

    fW

    eNM

    fW

    eNM

    fA

    N

    em que,

    effA rea efectiva da seco transversal quando sujeita a compresso uniforme

    min,effW mdulo de flexo da seco transversal quando sujeito somente a momento flector segundo o

    eixo em considerao, correspondente fibra com mxima tenso elstica

    Ne excentricidade do centro de gravidade da seco transversal, quando a seco est sujeita a

    compresso uniforme em relao ao centro de gravidade da seco total

    4.11 Seces sujeitas a FLEXO, a esforo de CORTE e a esforo

    AXIAL

    Quando a seco est sujeita a esforo de corte e a esforo axial, dever-se- ter em conta a sua

    interaco com o momento flector.

    No necessrio ter em conta a interaco do esforo de corte com o momento flector e o

    esforo axial resistente se,

    Rd,plEd VV 2

    1

    Neste caso, a resistncia da seco transversal realizada de acordo com os critrios

    apresentados no item 4.10..

    Caso a condio anterior no seja verificada, a resistncia da seco transversal ao momento

    flector combinado com o esforo axial deve ser calculada utilizando, para a rea de corte, uma

    tenso resistente reduzida,

    ( )y

    f1

    sendo

    2

    ,1

    2

    =

    Rdpl

    Ed

    V

    V .

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    Isabel Valente 41

    Exerccios Resolvidos

    Exerccio 4.1

    Considere a a ligao representada na Figura 4.3 que liga uma chapa metlica a um outro

    elemento metlico de grandes dimenses. Considere que a chapa representada est sujeita a

    esforos de traco.

    Admita que a chapa metlica realizada em ao da classe S355.

    Dimenses da chapa metlica: b = 400 mm t= 16 mm

    s= 100 mm p = 75 mm

    a = 50 mm d0 = 22 mm

    ( d0 o dimetro dos furos ; t a espessura da chapa)

    Figura 4.3 xx

    Comea-se por calcular a capacidade resistente da chapa metlica, pressupondo que a rotura

    ocorre numa zona onde no existe furao equao (4.6):

    0, MyRdpl fAN = = 0.40 0.016 355 103 / 1.0 = 2272 kN

    Devido existncia de furao na chapa metlica, considera-se que a rotura pode tambm

    occorrer em zonas onde existe furao. Na Figura 4.3 esto representados alguns percursos

    possveis para a linha de rotura da chapa.

    Percurso 1: Anet= (400 3 22) 16 = 5344 mm2

    Percurso 2: Anet= (400 5 22 + 4754

    1002

    ) 16 = 6773.3 mm2

    Percurso 3: Anet= (400 4 22 + 27541002

    ) 16 = 6058.7 mm2

    Percurso 4: Anet= (400 3 22 +754

    1002

    +

    2254

    100 2

    ) 16 = 6055.1 mm2

    A rea menor corresponde ao Percurso 1, pelo que considerando a equao (4.7), temos,

    2, 9.0 MunetRdu fAN = = 0.90 5344 10-6 490 103 / 1.25 = 1885.4 kN

    Deste modo, verifica-se que a capacidade resistente desta chapa fica condicionada pela zona

    de furao:

    RduRdplRd NNN ,, ,min= = 1885.4 kN

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    42 Isabel Valente

    Exerccio 4.2

    Considere uma seco transversal do tipo HEB320, supondo que est sujeita a compresso

    simples. Admita ainda que no existem fenmenos de encurvadura associados ao elemento

    estrutural de que esta seco faz parte.

    Admita que a chapa metlica realizada em ao da classe S275.

    Caractersticas da seco HEB320: h = 320 mm b = 300 mm

    tf= 20.5 mm tw = 11.5 mm

    r= 27 mm A = 161.3 cm2

    A seco est toda comprimida, pelo que se considera que tanto os banzos como a alma esto

    submetidos a uma tenso mxima de valor constante.

    Classificao do banzo comprimido:

    ( ) ( )72.5

    5.20

    25.117

    5.20

    2/2725.113002/2==

    =

    =

    f

    w

    f t

    rtb

    t

    c

    Classificao da alma:

    57.195.11

    225

    5.11

    2725.20232022==

    =

    =

    w

    f

    w t

    rth

    t

    d

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3:

    Banzo Alma

    0.924 0.924

    Classe 1 8.32 30.51

    Classe 2 9.24 35.13

    Classe 3 12.94 38.83

    Classificao5.72 < 8.32 Classe 1 19.57 < 30.51 Classe 1

    A seco HEB320 sujeita a compresso simples de classe 1, pelo que o esforo axial

    resitente calculado de acordo com a equao (4.9)

    0, MyRdc fAN = = 161.3 10-4 275 103 / 1.0 = 4435.8 kN

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    Isabel Valente 43

    Exerccio 4.3

    Considere uma seco transversal do tipo HEAA800, supondo que est sujeita a flexo

    simples (sem esforo transverso). Admita ainda que no existem fenmenos de bambeamento

    associados ao elemento estrutural de que esta seco faz parte.

    Admita que a chapa metlica realizada em ao da classe S355.

    Caractersticas da seco HEAA800: h = 770 mm b = 300 mm

    tf= 18 mm tw = 14 mm

    r= 30 mm A = 218.5 cm2

    Wpl,y = 6225 cm3 Wel,y = 5426 cm

    3

    Metade da seco est comprimida e outra metade est traccionada, pelo que se considera que

    um dos banzos est submetido a uma tenso mxima de valor constante e a alma est

    submetida a um diagrama de tenses varivel ao longo da sua altura.

    Classificao do banzo comprimido:

    ( ) ( )28.6

    18

    113

    18

    2/302143002/2==

    =

    =

    f

    w

    f t

    rtb

    t

    c

    Classificao da alma:

    14.4814

    674

    14

    30218277022==

    =

    =

    w

    f

    w t

    rth

    t

    d

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3:

    Banzo Alma

    0.814 0.814

    Classe 1 7.32 58.58Classe 2 8.14 67.53

    Classe 3 11.39 100.89

    Classificao 6.28 < 7.32 Classe 1 48.14 < 58.58 Classe 1

    A seco HEAA800 sujeita a flexo simples de classe 1, pelo que o esforo axial resitente

    calculado de acordo com a equao (4.13).

    0, MyplRdc fWM = = 6225 10-6 355 103 / 1.0 = 2209.9 kNm

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    48/166

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    44 Isabel Valente

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    49/166

    ESTRUTURAS METLICAS5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    5 ESTADOS LIMITE DE SERVIO

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

  • 7/22/2019 EM 2010-2011 Apontamentos

    50/166

    Apontamentos Tericos e Prticos de ESTRUTURAS METLICAS UNIVERSIDADE DO MINHO

    46 Isabel Valente

    5.1 Estados Limite de Servio (EN 1993-1-1 : Captulo 7)

    Os estados limite de servio podem ser do seguinte tipo:

    Deformaes excessivas que possam afectar desfavoravelmente a aparncia ou a utilizao

    efectiva da estrutura (incluindo o mau funcionamento de equipamentos ou instalaes)

    Vibraes, oscilaes ou deslocamentos laterais que causem desconforto aos ocupantes ou

    danifiquem elementos includos no do edifcio

    Danos em acabamentos ou outros elementos no estruturais devido a deformao,

    vibrao, oscilao ou deslocamento lateral.

    De forma a evitar ultrapassar qualquer destes estados limite, ser necessrio limitar a

    deformao, vibrao, oscilao ou deslocamento lateral.

    As estruturas metlicas e os seus componentes devero ser dimensionados de forma a que as

    suas deformaes estejam entre os limites considerados apropriados num acordo entre o

    cliente, o projectista e as autoridades competentes, tendo em considerao a utilizao e

    ocupao pretendidas para o edifcio e tambm as caractersticas dos materiais a serem

    suportados.

    5.2 Combinaes de aces

    No caso geral, podem ser consideradas as seguintes combinaes de aces para estados

    limites de servio:

    1. Combinao caracterstica: >

    ++

    1

    ,,01,,

    i

    ikik

    j

    jk QQG

    2. Combinao frequente: >

    ++1

    ,,21,1,1,

    i

    ikik

    j

    jk QQG

    3. Combinao quase-permanente:

    +1

    ,,2,

    i

    iki

    j

    jk QG

    sendo,

    Gk,j aces permanentes

    Qk,1 aco varivel de base

    Qk,i aces variveis acompanhantes

    A combinao que resultar num efeito mais desfavorvel decisiva.

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    Isabel Valente 47

    5.3 Deformao vertical

    Os valores limite de deformao que a seguir se apresentam so empricos. Devem ser

    utilizados como comparao e no devem ser interpretados como critrios de desempenho.

    No caso de no serem acordados outros valores com o dono de obra, os limites recomendados

    para os deslocamentos verticais em edifcios so os indicados no Quadro 5.1, tendo em conta

    as deformaes definidas na Figura 5.1 e na equao (5.1).

    Os deslocamentos devem ser calculados tomando em considerao os efeitos de segunda

    ordem, a rigidez de rotao dos ns semi-rgidos e a possibilidade de ocorrncia de

    deformaes plsticas no estado limite de deformao.

    Os valores limite para os deslocamentos verticais indicados tm como referncia a viga

    simplesmente apoiada, ilustrada na Figura 5.1. O valor da mxima deformao calculado

    com base na equao (5.1),

    021max += (5.1)

    em que,

    0 contra-flecha no elemento estrutural no estado no carregado;

    1 variao da flecha da viga devido s aces permanentes imediatamente aps a sua

    aplicao;

    2 variao da flecha da viga devida aco varivel de base associada aos valores de

    combinao das restantes aces variveis;

    Figura 5.1 Deformao vertical (ver EN1990, Anexo A1 e Anexo Nacional)

    A flecha 2 calculada com base no carregamento >

    +

    1

    ,,01,

    i

    ikik QQ

    0

    max

    1

    2

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    48 Isabel Valente

    Quadro 5.1 - Valores limite recomendados para os deslocamentos verticais

    (Anexo Nacional da NP EN 1993-1-1)

    CondiesLimites

    max 2

    Coberturas em geral L/200 L/250

    Coberturas utilizadas frequentemente por pessoas, para alm

    do pessoal de manutenoL/250 L/300

    Pavimentos em geral L/250 L/300

    Pavimentos e coberturas que suportem rebocos ou outros

    acabamentos frgeis ou divisrias no flexveisL/250 L/350

    Pavimentos e coberturas que suportem pilares (a menos que o

    deslocamento tenha sido includo na anlise global para o

    estado limite ltimo)

    L/400 L/500

    Quando max possa afectar o aspecto do edifcio L/250

    No caso de vigas em consola, considerarL = 2Lconsola.

    Para assegurar o correcto escoamento das guas pluviais de coberturas planas ou quase

    planas, ser necessrio fazer verificaes que garantam a no acumulao de guas pluviais,

    no projecto de coberturas com menos de 5% de inclinao.

    Nas coberturas com inclinao inferior a 3%, devem efectuar-se clculos adicionais para

    verificar se no h possibilidade de colapso provocado pelo peso da gua:

    acumulada em poas que se podem formar devido ao deslocamento dos elementos

    estruturais ou do material da cobertura,

    retida pela neve.

    5.4 Deformao horizontal

    No caso de no serem acordados outros valores com o dono de obra, os limites recomendados

    para os deslocamentos horizontais nos topos dos pilares para as combinaes caractersticas

    so os seguintes so os apresentados no Quadro 5.2.

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    Isabel Valente 49

    Quadro 5.2 Deformao horizontal

    (ver EN1990, Anexo A1 e Anexo Nacional e EN1993-1-1 Anexo Nacional)

    Prticos sem aparelhos de

    elevao:150Hu

    Edifcios apenas 1 piso: 300Hu

    Edifcios com vrios pisos:

    Em cada

    piso: 300ii Hu

    500Hu

    sendo,

    u - deslocamento horizontal global alturaHdo edifcio;

    ui - deslocamento horizontal alturaHi de um piso.

    5.5 Efeitos Dinmicos

    O dimensionamento relativo aos efeitos de sobrecargas que possam produzir impacto,

    vibraes, etc., deve ser objecto de ateno especial.

    Em estruturas acessveis ao pblico, a oscilao e a vibrao das zonas sobre as quais o

    pblico pode circular, devem ser limitadas de forma a evitar desconforto aos utentes.

    Para ser dispensada a verificao das aceleraes verticais mximas de uma estrutura,

    necessrio que as suas frequncias prprias associadas a modos verticais sejam superiores aos

    valores propostos no Quadro 5.3.

    Do mesmo modo, o clculo das frequncias prprias ou a anlise dinmica podem ser

    dispensadas sempre que as flechas devidas s cargas permanentes e parcela frequente das

    sobrecargas sejam inferiores aos limites propostos no Quadro 5.3.

    Quadro 5.3 Valores recomendados para limitar a vibrao de pavimentos

    Frequncia

    natural mais

    baixa, fe (Hz)

    Deformao

    total: *21 +

    (mm)

    Pavimentos em geral, onde circulam pessoas 3 28

    Pavimentos onde haja incidncia de movimentosrtmicos (ginsios ou sales de baile)

    5 10

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    50 Isabel Valente

    No caso de ser efectuada uma anlise dinmica, as aceleraes verticais mximas devem ser

    limitadas aos valores indicados no Quadro 5.4.

    Quadro 5.4 Nveis mximos de acelerao aceitveis

    Nvel mximo de

    acelerao

    Comentrios

    Passadios e outras

    estruturas pedonais

    a 0.10g -

    Edifcios a 0.02g -

    Ginsios, recintos

    desportivos, salas de

    dana e salas de

    concerto

    a 0.05g Se os efeitos acsticos forem

    pequenos e se as vibraes afectarem

    apenas as pessoas no pavimento cuja

    vibrao se est a analisar, o limite

    pode passar a 0.10g

    Para calcular a frequncia natural, possvel, simplificadamente, utilizar a expresso (5.2):

    m

    EI

    Lfe 22

    1

    = (5.2)

    sendo,

    ef frequncia natural

    E mdulo de elasticidadeI momento de inrcia

    L vo livre

    m massa por unidade de comprimento

    coeficiente de frequncia do 1 modo de vibrao

    Quadro 5.5 Coeficientes de frequncia

    = 9.869 = 22.37

    = 3.516 = 15.418

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    ESTRUTURAS METLICAS

    5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    6 ANLISE ESTRUTURAL GLOBAL

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

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    52 Isabel Valente

    6.1 Clculo de esforos em estruturas metlicas.Tipos de anlise.

    Em estruturas isostticas s h uma configurao de equlbrio que aquela que garante o

    equilbrio esttico.Em estruturas hiperstticas existem vrias configuraes que garantem o equlbrio do

    sistema. Deste modo, podemos considerar os seguintes tipos de anlise global:

    a) anlise global elstica

    b) anlise global plstica

    Requisitos para cada anlise:

    a) anlise global elstica pode ser utilizada em todos os casosb) anlise global plstica utilizao condicionada pelas caractersticas das seces

    transversais das peas

    6.2 Anlise global elstica

    vlida a hiptese de relao linear tenso-deformao do material.

    A hiptese anterior vlida tanto para a anlise de primeira ordem como para a anlise desegunda ordem.

    Adoptando uma anlise elstica de primeira ordem, os momentos elsticos podem ser

    redistribudos, modificando o valor dos momentos em qualquer elemento at 15% do

    momento elstico mximo desse elemento, mantendo os esforos da estrutura em equilbrio

    com as cargas aplicadas e seces transversais de classe 1 ou 2 nas peas em que os

    momentos so reduzidos.

    Quando as ligaes consideradas so semi-contnuas, o modelo de clculo deve incluir a

    rigidez rotacional da ligao, Sj.

    Os esforos podem ser calculados com uma anlise elstica, mesmo considerando a

    resistncia plstica da seco transversal.

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    Isabel Valente 53

    6.2.1 Ligaes

    Os efeitos do comportamento das ligaes na distribuio interna de esforos de uma estrutura

    e na sua deformao devem ser tidos em conta. Quando esses efeitos so suficientemente

    reduzidos, podem ser desprezados.

    Distino entre tipos de ligaes:Articulada a ligao no transmite momentos flectores

    Contnua a ligao no tem qualquer efeito na anlise

    Semi-contnua o comportamento da ligao tem que ser considerado na anlise

    6.2.2 Interaco com o terreno de fundao

    A deformabilidade dos apoios dever ser tida em conta, sempre que for relevante.

    Se a distribuio interna de esforos no significativamente alterada pela interaco entre

    estrutura e terreno assentamentos, rotaes, os efeitos desta interaco podem ser

    desprezados.

    (ver EN1997 para mais indicaes sobre a considerao de interaco solo-estrutura)

    6.3 Anlise global plstica

    A anlise global plstica permite tomar em considerao a no linearidade material no clculo

    dos esforos de um sistema estrutural.

    A anlise global plstica s pode ser utilizada quando a estrutura tem uma capacidade de rotao

    suficiente nos locais reais das rtulas plsticas, quer seja nos elementos quer seja nas ligaes.

    No caso da formao de uma rtula plstica num elemento, as seces transversais desse

    elemento devem ser bissimtricas ou monossimtricas com um plano de simetria

    correspondente ao plano de rotao da rtula.

    Mtodos de anlise global plstica:

    Mtodos rgido-plsticos: as deformaes plsticas concentram-se nas seces das rtulas

    plsticas e desprezam-se as deformaes elsticas entre rtulas plsticas

    Mtodos elasto-perfeitamente plsticos: o diagrama tenso-deformao do material bilinear,

    a seco transversal mantm-se perfeitamente elstica at se atingir o momento resistente

    plstico, tornando-se ento perfeitamente plstica.Mtodos elasto-plsticos

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    54 Isabel Valente

    A relao bilinear tenso-extenso que se apresenta na Figura 6.1 pode ser utilizada para os

    tipos de ao correntes.

    Figura 6.1 Lei constitutiva para o comportamento do ao

    Quando realizada uma anlise global plstica, deve ser garantido o contraventamento lateral

    em todas as rtulas ou zonas de plastificao. Esse contraventamento diz respeito ao banzo de

    compresso, numa distncia medida a partir da rtula plstica que no exceda 1.5 vezes a

    largura do banzo.

    A estabilidade da estrutura deve ser verificada nas vrias fases de plastificao.

    Quando as ligaes consideradas so semi-contnuas, o modelo de clculo deve incluir a

    rigidez da ligao, Sj.

    No sendo necessria a considerao dos efeitos de 2 ordem, pode ser realizada uma anlise

    rgido-plstica.

    6.4 Efeitos da deformao da estrutura

    Os esforos podem ser determinados usando uma das seguintes abordagens:

    - Teoria de primeira ordem, tendo em conta a geometria inicial da estrutura,- Teoria de segunda ordem, tomando em considerao a deformabilidade da estrutura.

    Figura 6.2

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    Isabel Valente 55

    A teoria de primeira ordem pode ser utilizada para uma anlise global, nos seguintes casos:

    Estruturas reticuladas contraventadas (o elemento de contraventamento deve ter rigidez

    suficiente para absorver os esforos que resultam de impedir a deformao da estrutura)

    Estruturas reticuladas sem deslocamentos laterais significativos (ns fixos)

    Mtodos de clculo em que os efeitos de segunda ordem sejam consideradosindirectamente

    A teoria de segunda ordem pode ser utilizada para uma anlise global, em todos os casos.

    Os efeitos da estrutura deformada devem ser considerados quando influenciam

    significativamente a anlise global. A teoria de 1 ordem pode ser utilizada na anlise global

    da estrutura, se os acrscimos de valores das foras internas e momentos causados pela

    deformao (de acordo com a teoria de 1 ordem) forem menores do que 10%. Esta condio vlida se o seguinte critrio for verificado:

    10=Ed

    crcr

    F

    F para uma anlise elstica

    15=Ed

    crcr

    F

    F para uma anlise plstica

    FEd carregamento actuante, de clculo

    Fcr carga crtica elstica para o modo de encurvadura relevante, tendo por base uma rigidez

    elstica

    No caso de estruturas de edifcios, porticadas e com coberturas planas ou de reduzida

    inclinao ( 10 anlise elstica

    cr> 15 anlise plstica

    =

    EdHEd

    Edcr

    h

    V

    H

    ,

    sendo,

    cr o factor pelo qual o valor de clculo das aces actuantes devem ser multiplicadas de

    forma a causar a instabilidade elstica do edifcio

    H deslocamento horizontal no topo do edifcio (relativamente base) devido aH, de acordocom uma anlise de 1 ordem

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    56 Isabel Valente

    h altura do piso

    HEd reaco horizontal na base do edifcio

    VEd reaco vertical na base do edifcio

    Figura 6.3

    6.5 Estabilidade estrutural de prticos

    Se for necessrio ter em conta a influncia da deformao da estrutura, os efeitos de segunda

    ordem e as imperfeies podem ser tidos em conta por um dos seguintes mtodos, de acordo

    com o tipo de prtico e de anlise global.a) ambos os efeitos totalmente por uma anlise global,

    b) em parte por uma anlise global e em parte atravs de verificaes individuais da

    estabilidade dos elementos, tendo em conta a verificao de efeitos de encurvadura nos

    elementos estruturais,

    c) para casos bsicos, por meio de verificaes individuais da estabilidade de elementos

    equivalentes tendo em conta a verificao de efeitos de encurvadura, utilizando

    comprimentos de encurvadura adequados ao modo global de encurvadura da estrutura

    o Anexo Nacional da NPEN 1993-1-1 no permite a aplicao deste mtodo.

    Os efeitos de segunda ordem podem ser calculados utilizando uma anlise adequada

    estrutura (incluindo procedimentos passo a passo ou outros procedimentos iterativos). Para

    prticos em que predominante o primeiro modo de encurvadura por translao, a anlise

    elstica de primeira ordem deve ser seguida e complementada por uma majorao, atravs de

    factores adequados, dos efeitos das aces que a ele respeitam (por exemplo, os momentos

    flectores).

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    Isabel Valente 57

    Em prticos com 1 piso, a amplificao dos esforos devidos s cargas verticais pode ser

    realizada tendo por base uma anlise global elstica e multiplicando o valor das cargas

    horizontais e das cargas equivalentes devidas a imperfeies pelo factor definido em (6.1)

    cr11

    1

    (se cr 3.0)

    (6.1)

    Quando cr< 3.0, efectua-se uma anlise de 2 ordem mais rigorosa.

    O mtodo anterior tambm pode ser utilizado em estruturas de vrios pisos, desde que todos

    os pisos apresentem distribuio similar de cargas verticais e cargas horizontais e distribuio

    similar de rigidez no que diz respeito aplicao das foras de corte ao nvel do piso.

    6.6 Verificao da estabilidade de cada elemento estrutural

    A verificao da estabilidade dos prticos ou dos seus elementos deve ser feita considerando

    as imperfeies e os efeitos de segunda ordem (se estes forem significativos).

    De acordo com o tipo de prtico e de anlise global, os efeitos de segunda ordem e as

    imperfeies podem ser tidos em conta por um dos seguintes mtodos:

    a) ambos os efeitos totalmente includos numa uma anlise global,

    Se os efeitos de segunda ordem e as imperfeies em cada elemento forem totalmente

    considerados por uma anlise global da estrutura, no so necessrias verificaes

    individuais da estabilidade dos elementos (verificao de efeitos de encurvadura).

    b) em parte por uma anlise global e em parte atravs de verificaes individuais da

    estabilidade dos elementos, tendo em conta efeitos de encurvadura,

    Se os efeitos de segunda ordem em cada elemento ou certas imperfeies (por exemplo

    para a encurvadura por flexo e/ou a encurvadura por toro) no forem totalmente

    considerados por uma anlise global, deve verificar-se a estabilidade de cada elemento,

    de acordo com os critrios aplicveis indicados em 6.3 (verificao de efeitos de

    encurvadura), no que respeita aos efeitos no includos na anlise global. Esta

    verificao deve ter em conta os esforos nas extremidades obtidos da anlise global da

    estrutura, incluindo os efeitos de segunda ordem globais e as imperfeies globais,

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    58 Isabel Valente

    quando relevante, e pode basear-se num comprimento de encurvadura igual ao

    comprimento terico.

    c) para casos bsicos, por meio de verificaes individuais da estabilidade de elementos

    equivalentes de acordo com 6.3, utilizando comprimentos de encurvadura adequados ao

    modo global de encurvadura da estrutura.

    No caso em que a estabilidade de um prtico avaliada por meio de uma verificao

    pelo mtodo dos pilares equivalentes de acordo com 6.3, os valores do comprimento de

    encurvadura devem basear-se no modo de encurvadura global do prtico, tendo em

    conta a rigidez dos elementos e das ligaes, a presena de rtulas plsticas e a

    distribuio dos esforos de compresso sob as aces de clculo. Neste caso, os

    esforos a adoptar nas verificaes de resistncia so calculados pela teoria de primeira

    ordem sem considerar as imperfeies.

    o Anexo Nacional da NPEN 1993-1-1 no permite a aplicao deste mtodo.

    6.7 Efeitos das imperfeies

    Os efeitos das imperfeies iniciais de deslocamento lateral e das imperfeies dos elementos

    devem ser includos na anlise global de todas as estruturas reticuladas.

    Tipos de imperfeies: tenses residuais, imperfeies geomtricas (falta de verticalidade,

    falta de rectilinearidade, falta de ajustamento), pequenas excentricidades nas ligaes, etc.

    As imperfeies geomtricas equivalentes podem ser calculadas e devem traduzir o efeito dos

    tipos de imperfeies relevantes.

    Os efeitos das imperfeies devem ser tomados em considerao:

    numa anlise global

    na anlise dos sistemas de contraventamento

    no dimensionamento de elementos

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    Isabel Valente 59

    6.7.1 Imperfeies para a anlise global de prticos

    A deformao resultante de imperfeies pode ser assumida de acordo com o modo de

    encurvadura da estrutura no plano considerado.

    No caso de estruturas de edifcios, o efeito das imperfeies pode ser calculado considerandouma inclinao inicial , que pode ser determinada com a equao (6.2).

    mh 0= (6.2)

    sendo,

    200/10 =

    hh

    2= ( 1

    3

    2

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    60 Isabel Valente

    6.7.2 Imperfeies em estruturas de contraventamento

    O efeito das imperfeies deve ser tomado em considerao na anlise de estruturas de

    contraventamento que pretendem assegurar a estabilidade lateral ao longo do comprimento de

    vigas ou elementos comprimidos. Esse efeito pode ser analisado como se se tratasse de uma

    imperfeio geomtrica equivalente dos elementos a contraventar, com uma forma decurvatura inicial em arco. O seu valor dado por (6.3) e (6.4),

    5000L

    e m= (6.3)

    +=m

    m

    115.0 (6.4)

    sendo,

    L vo do sistema de contraventamento,m nmero de elementos a serem contraventados.

    Os efeitos de uma excentricidade inicial dos elementos a serem travados podem ser

    substitudos por uma fora estabilizadora equivalente, dada por (6.5)

    +

    =2

    08L

    eNq

    q

    Ed

    (6.5)

    sendo,

    q - deformao do sistema de contraventamento, no plano, devido a q e aos restantes

    carregamentos a que o sistema de contraventamento possa estar sujeito

    Se o sistema de contraventamento for necessrio estabilizao lateral de uma viga altura

    constante, a foraNpode ser obtida por,

    h

    MN EdEd =

    EdM - momento flector mximo na viga;

    h altura total da viga

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    Isabel Valente 61

    Figura 6.5

    Nos pontos onde as vigas ou os elementos comprimidos so emendados, deve garantirr-se que

    o sistema de contraventamento capaz de resistir a uma fora local igual a100

    NF m= , que

    lhe aplicada por cada uma das vigas ou elementos comprimidos, e de transmitir essa fora

    aos pontos contguos onde esto fixadas as vigas ou os elementos comprimidos. Ao verificar

    esta fora local, todas as aces exteriores que actuam sobre o sistema de contraventamento

    devero ser igualmente includas, mas as foras resultantes da imperfeio e0 podem ser

    omitidas.

    Figura 6.6

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    62 Isabel Valente

    6.8 Hipteses de clculo

    As hipteses adoptadas para o clculo devem ser consistentes com o comportamento previsto

    para as ligaes.

    As hipteses adoptadas para o dimensionamento de seces devem ser consistentes com o

    mtodo de anlise global escolhido e com o comportamento previsto para as ligaes.

    Tipo de modeloestrutural

    Mtodo de anliseglobal

    Tipos de ligaes

    Sem continuidade Ligaes articuladas Articuladas

    Contnuo

    ElsticaRgidasArticuladas

    Rgido-plsticaDe resistncia totalArticuladas

    Elasto-plstica De resistncia totalRgidasArticuladas

    Semi-contnuo

    ElsticaSemi-rgidasRgidasArticuladas

    Rgido-plsticaDe resistncia parcialDe resistncia totalArticuladas

    Elasto-plstica

    De resistncia parcial: semi-rgidasDe resistncia parcial: rgidas

    De resistncia total: semi-rgidasDe resistncia total: rgidasArticuladas

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    Isabel Valente 63

    Exerccios Resolvidos

    Exerccio 6.1

    Considere a viga contnua representada na Figura 6.7, composta por 4 tramos de 5.0 m de vo,cada. Dimensione a respectiva seco transversal, utilizando um perfil metlico do tipo IPE.

    Considere que a viga est travada lateralmente de modo a prevenir o efeito de bambeamento.

    NOTA: por simplificao, despreza-se o efeito de esforo transverso e a verificao dos estados

    limites de servio neste exerccio.

    Admita que a seco realizada em ao da classe S275.

    Para realizar o dimensionamento, verifique a possibilidade de realizar uma anlise do tipo que

    a seguir se enuncia, em termos de clculo de esforos-dimensionamento.a) Elstica-Elstica

    b) Elstica-Plstica sem redistribuio de esforos

    c) Elstica-Plstica com redistribuio de esforos

    d) Plstica-Plstica

    Figura 6.7

    a) Elstica-Elstica

    Na Figura 6.8 apresenta-se o diagrama de momentos flectores, obtido admitindo umadsitribuio elstica dos esforos ao longo da viga.

    Figura 6.8 Diagrama de momentos flectores correspondente viga da Figura 6.7

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    64 Isabel Valente

    Figura 6.9 Diagrama de esforos transversos correspondente viga da Figura 6.7

    Uma vez que vamos optar por considerar o mesmo perfil metlico ao longo de toda a viga,

    devemos dimensionar para o valor mximo de momento flector.

    Mmax = 67 kNm

    0.1

    1027567 3

    0

    elM

    y

    el

    Ed

    W

    f

    W

    M

    Wel 67 / (275 10

    3 / 1.0)

    Wel 243.64 10-6 m3 = 243.64 cm3 IPE 220 (Wel,y = 252 cm

    3) Ok!!

    IPE 200 (Wpl,y = 194 cm3)

    Como fizemos uma anlise elastica e queremos fazer tambm um dimensionamento elstico,

    devemos considerar o mdulo de flexo elstico da seco transversal.

    No presente caso, escolhemos a seco, tendo em conta a totalidade da sua seco transversal,

    pelo que devemos garantir que escolhemos uma seco que pelo menos de Classe 3.

    Classificao do banzo comprimido:

    ( ) ( )35.4

    2.9

    05.40

    2.9

    2/1229.51102/2==

    =

    =

    f

    w

    f t

    rtb

    t

    c

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 2):

    S275

    0.924

    Classe 1 8.32

    Classe 2 9.24

    Classe 3 12.94

    Classificao 4.35 < 8.32 Classe 1

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    Isabel Valente 65

    Para a classificao da alma:

    10.309.5

    6.177

    9.5

    1222.9222022==

    =

    =

    w

    f

    w t

    rth

    t

    d

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 1):S275

    0.924

    Classe 1 66.56

    Classe 2 76.73

    Classe 3 114.63

    Classificao 30.10 < 66.56 Classe 1

    Logo o perfil IPE220 apresenta seco transversal de classe 1.

    b) Anlise Elstica-Plstica sem redistribuio de esforos

    Como no h redistribuio de esforos, consideramos tambm o momento mximo que se

    verifica ao longo de toda a viga, de acordo com o diagrama apresentado na Figura 6.8.

    No entanto, admite-se agora que possvel desenvolver ao longo da seco transversal uma

    distribuio plstica das tenses.

    Mmax = 67 kNm

    0.1

    1027567 3

    0

    plM

    y

    pl

    Ed

    W

    f

    W

    M

    Wpl 67 / (275 10

    3 / 1.0)

    Wpl 243.64 10-6 m3 = 243.64 cm3 IPE 220 (Wpl,y = 285 cm

    3) Ok!!

    IPE 200 (Wpl,y = 221 cm3)

    Como vimos na alnea a), a seco transversal IPE 220 de classe 1, pelo que a utilizao do

    mdulo de flexo plstico vlida.

    c) Anlise Elstica-Plstica com redistribuio de esforos

    Como h redistribuio de esforos, consideramos que o momento mximo negativo obtido a

    partir do diagrama apresentado na Figura 6.8 deve ser reduzido num mximo de 15%. Esta

    alterao vai provocar um aumento dos momentos flectores positivos no vo, que devem serverificados.

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    66 Isabel Valente

    Mmax = 0.85 67 = 56.95 kNm

    0.1

    1027595.56 3

    0

    plM

    y

    pl

    Ed

    W

    f

    W

    M

    Wpl 56.95 / (275 10

    3 / 1.0)

    Wpl 207.09 10-6 m3 = 207.1 cm3 IPE 200 (Wpl,y = 221 cm

    3) Ok!!

    IPE 180 (Wpl,y = 166 cm3)

    necessrio verificar se a seco transversal IPE 200 da classe 1 ou 2:

    Classificao do banzo comprimido:

    ( ) ( )14.4

    5.8

    2.35

    5.8

    2/1226.51002/2==

    =

    =

    f

    w

    f t

    rtb

    t

    c

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 2):

    S275

    0.924

    Classe 1 8.32

    Classe 2 9.24

    Classe 3 12.94

    Classificao 4.14 < 8.32 Classe 1

    Para a classificao da alma:

    39.286.5

    159

    6.5

    1225.8220022==

    =

    =

    w

    f

    w t

    rth

    t

    d

    Estabelecem-se os limites com base na Tabela 3.3 (parte 1):

    S275

    0.924

    Classe 1 66.56

    Classe 2 76.73

    Classe 3 114.63Classificao 28.39 < 66.56 Classe 1

    Logo o perfil IPE200 apresenta seco transversal de classe 1.

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    Isabel Valente 67

    d) Anlise Plstica-Plstica

    Admite-se a formao da primeira rtula plstica na seco de momento flector mximo, que

    j se observou ser sobre o 2 e 4 apoios. Nessa seco mobiliza-se a resistncia plstica da

    seco transversal. A segunda rtula plstica tende a formar-se no vo do primeiro e do

    ltimo tramo.

    Deste modo, e deforma a obter os mnimos momentos flectores negativos e positivos,

    igualam-se estes dois valores, garantindo que se mantm o equilbrio global da estrutura. No

    primeiro tramo, o diagrama de momentos flectores tem momento nulo sobre o apoio extremo

    e momento flector positivo no vo igual ao momento flector negativo sobre o apoio.

    Reaco esquerda: VE = 25 5.0 / 2 M/6 = 62.5 -M/6

    V(x) = VE 25x = 62.5 M/6 25x

    V(xA) = 0 62.5 M/6 25xA= 0 25

    6/5.62 MxA

    =

    M(x) = VE .x 252

    2x

    M(xA) = +M

    (62.5 M/6) .xA 252

    2Ax =M

    (62.5 M/6) .

    25

    6/5.62 M 25. 2

    25

    6/5.622

    M =M

    M= 56.4 kNm

    0.1

    102754.56 3

    0

    plM

    y

    pl

    Ed

    W

    f

    W

    M

    Wpl 59.95 / (275 10

    3 / 1.0)

    Wpl 205.09 10-6 m3 = 205.1 cm3 IPE 200 (Wpl,y = 221 cm

    3) Ok!!

    IPE 180 (Wpl,y = 166 cm3)

    Verificou-se na alnea c) que a seco IPE200 de classe 1, pelo que adequada para este

    tipo de anlise.

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    ESTRUTURAS METLICAS

    5 Ano do Mestrado Integrado em Eng Civil

    Perfil de Estruturas e Geotecnia

    7 - INSTABILIDADE ELSTICA:

    ENCURVADURA

    Universidade do Minho - Ano Lectivo 2010 / 2011

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    70 Isabel Valente

    7.1 Origem do fenmeno de instabilidade elstica

    O clculo de uma estrutura exige que a sua estabilidade seja assegurada para todas as

    combin