eletrodeposição da liga co-fe

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA QUÍMICA Josiane Dantas Costa OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ELETRODEPOSIÇÃO DA LIGA Co-Fe Campina Grande 2012

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Page 1: Eletrodeposição da liga Co-Fe

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA QUÍMICA

Josiane Dantas Costa

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ELETRODEPOSIÇÃO DA

LIGA Co-Fe

Campina Grande

2012

Page 2: Eletrodeposição da liga Co-Fe

JOSIANE DANTAS COSTA

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ELETRODEPOSIÇÃO DA

LIGA Co-Fe

Trabalho de conclusão de curso apresentado

para obtenção de nota na disciplina,

Universidade Federal de Campina Grande,

Centro de Ciências e Tecnologia, Unidade

Acadêmica de Engenharia Química.

Orientador: Prof. Dr. José Jailson Nicácio Alves

Campina Grande

2012

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Page 5: Eletrodeposição da liga Co-Fe

Dedico este trabalho á Deus principalmente, aos meus pais Maria do Rozário e José Ludugério, aos meus irmãos, José Carlos, Josimária, Jaciara e Jussara,

aos meus sobrinhos Iara e Eduardo, aos amigos e toda minha família.

Page 6: Eletrodeposição da liga Co-Fe

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida, pela força e coragem dada a mim, proporcionando assim

mais uma etapa vencida em minha vida.

Ao Prof. José Jailson, pela orientação para desenvolvimento deste trabalho.

Ao Prof. Renato Alexandre, pelas valiosas sugestões, desenvolvimento da pesquisa e

apoio nessa área de estudo.

À Prof. Ana Cristina pela orientação na elaboração e defesa deste trabalho.

À minha amiga e colega de laboratório Mikarla Baía, pelo apoio e companheirismo

durante todo o desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos do laboratório, Eudes, Anamélia, Leonardo e Tiago, que sempre me

ajudaram e me apoiaram.

Aos colegas de curso pela amizade e companheirismo durante toda a jornada da

graduação.

À minha amiga Mônica Nunes por toda amizade e confiança em mim depositada.

Á Marcos Mesquita e Raphael pela disponibilidade nas análises de microdureza e

microscopia.

Aos órgãos ANP e CNPq pelo apoio financeiro dado ao nosso laboratório.

A todos os professores e funcionários do departamento de Engenharia Química.

Page 7: Eletrodeposição da liga Co-Fe

“O sucesso não é a chave para a felicidade; a felicidade é a chave para o sucesso. Se você ama o que faz, você será bem sucedido”. (Albert Schweitzer)

Page 8: Eletrodeposição da liga Co-Fe

RESUMO

COSTA, Josiane Dantas. OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ELETRODEPOSIÇÃO

DA LIGA Co-Fe. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Campina Grande: UFCG.

Orientador prof. Dr. José Jailson Nicácio Alves

O interesse pela eletrodeposição das ligas de cobalto aumentou consideravelmente nos

últimos anos, principalmente devido às excelentes propriedades desse metal. As ligas que

contêm cobalto e ferro exibem resistência à corrosão e boas propriedades mecânicas e

magnéticas. Neste trabalho estudou-se a eletrodeposição de uma camada fina de Co-Fe sobre

um catodo de cobre. O banho eletrolítico utilizado continha os metais a serem depositados:

sulfato de cobalto, sulfato de ferro e amônio, citrato de amônio e sulfato de amônio. Como

ferramenta de otimização foi utilizado um planejamento fatorial 2² completo, onde

realizaram-se estudos sobre a influência da densidade de corrente e da temperatura que

conduziram às condições ótimas para obtenção desta liga. Foi avaliado a resistência de

corrosão, morfologia da superfície e a microdureza das ligas obtidas. As ligas obtidas

mostraram brilho e aderência. As micrografias mostraram a presença de micro trincas. A liga

mostrou boa resistência à corrosão e uma microdureza maior do que outras ligas de cobalto.

Palavras-chave: Eletrodeposição, corrosão, Co-Fe.

Page 9: Eletrodeposição da liga Co-Fe

ABSTRACT

COSTA, Josiane Dantas. OPTIMIZATION OF ELECTRODEPOSITION PROCESS OF

ALLOY Co-Fe. Working of Conclusion of Course (TCC). Campina Grande: UFCG.

Supervisor prof. Dr. José Jailson Nicácio Alves.

The interest in the electrodeposition of cobalt alloys increased considerably in recent

years, mainly due to the excellent properties of this metal. The alloys containing cobalt and

iron exhibit corrosion resistance and good mechanical and magnetic properties. In this work

we studied the electrodeposition of a thin layer of Fe-Co on a copper cathode. The electrolytic

bath used contained the metals to be deposited, cobalt sulfate, iron sulfate and ammonium,

ammonium citrate and ammonium sulfate. As optimization tool was used a full factorial

design 2 ², where studies were conducted on the influence of current density and temperature

leading to the optimum conditions for obtaining this league. Was evaluated for corrosion

resistance, hardness and surface morphology of the alloys obtained. The alloys obtained

showed gloss and adhesion. The micrographs showed the presence of micro cracks. The alloy

showed good corrosion resistance and a hardness higher than other cobalt alloys.

Keywords: Electrodeposition, Corrosion, Co-Fe.

Page 10: Eletrodeposição da liga Co-Fe

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1a) Base quadrada; b) Angulação; c) Indentação Vickers. ........................................... 23

Figura 2. Curva de polarização esquemática em escala linear. ................................................ 25

Figura 3. Representação gráfica da lei de Tafel. ...................................................................... 27

Figura 4. Diagrama de Nyquist, com o seu circuito equivalente. ............................................. 28

Figura 5. Diagrama de Bode representando a impedância de um sistema eletroquímico de

corrosão em função da frequência angular. .............................................................................. 29

Figura 6. a) Representação esquemática da célula eletrolítica, b) esquema de bancada para o

processo de eletrodeposição. .................................................................................................... 32

Figura 7. Gráfico de Pareto dos efeitos do planejamento fatorial. ........................................... 36

Figura 8. Superfície de contorno do efeito da densidade de corrente e da temperatura tendo

como resposta o potencial de corrosão. .................................................................................... 37

Figura 9. Superfície de contorno do efeito da densidade de corrente e da temperatura tendo

como resposta a corrente de corrosão. ...................................................................................... 38

Figura 10. Superfície de contorno do efeito da densidade de corrente e da temperatura tendo

como resposta a resistência a polarização. ............................................................................... 38

Figura 11. Microscopia dos revestimentos obtidos a) ensaio 1, b) ensaio 2, c) ensaio 3, d)

ensaio 4, e) ensaio 5 e f) ensaio 6, com ampliação de 1000x. .................................................. 40

Figura 12. Difração de raios-x da liga Co-Fe. .......................................................................... 41

Figura 13. Curva de polarização da liga Co-Fe para o experimento de maior resistência à

polarização. ............................................................................................................................... 42

Figura 14. Diagrama de impedância relacionado ao ponto (a) da liga de Co-Fe. .................... 43

Figura 15. Diagrama de impedância relacionado ao ponto (b) da liga de Co-Fe. ................... 43

Figura 16. Diagrama de impedância relacionado ao ponto (c) da liga de Co-Fe. ................... 44

Page 11: Eletrodeposição da liga Co-Fe

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição do banho eletrolítico da liga Co-Fe. .................................................... 30

Tabela 2. Níveis reais e codificados das variáveis do planejamento fatorial 2² para a obtenção

da liga Co-Fe. ........................................................................................................................... 31

Tabela 3. Matriz do planejamento fatorial 2² da liga Co-Fe. .................................................... 34

Tabela 4. Dados da análise de variância (ANOVA) para a liga Co-Fe. ................................... 35

Tabela 5. Dados da análise de energia dispersiva de raios x (EDX) e microdureza da liga Co-

Fe. ............................................................................................................................................. 39

Page 12: Eletrodeposição da liga Co-Fe

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14

1.1 Justificativa ...................................................................................................................... 15

1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 16

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 16

1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................ 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 16

2.1 Corrosão .......................................................................................................................... 16

2.2 Eletrodeposição ............................................................................................................... 17

2.2.1 Eletrodeposição de Ligas Metálicas.......................................................................... 18

2.3 Ligas Metálicas ............................................................................................................... 19

2.3.1 Ligas de Co-Fe .......................................................................................................... 19

2.4 Caracterização das Ligas Metálicas ................................................................................ 20

2.4.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ........................................................... 20

2.4.2 Energia Dispersiva de Raios-X (EDX) ..................................................................... 21

2.4.3 Microdureza Vickers ................................................................................................. 22

2.5 Avaliação da Corrosão .................................................................................................... 23

2.5.1 Polarização ................................................................................................................ 23

2.5.2 Resistência de Polarização ........................................................................................ 24

2.5.3 Passivação ................................................................................................................. 25

2.5.4 Retas de Tafel ........................................................................................................... 26

2.5.5 Impedância Eletroquímica ........................................................................................ 27

2.6 Planejamento Experimental ............................................................................................. 29

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 30

3.1 Preparação do Banho Eletroquímico ............................................................................... 30

3.2 Eletrodo de Trabalho ....................................................................................................... 30

3.3 Planejamento Experimental ............................................................................................. 31

3.4 Eletrodeposição ............................................................................................................... 31

3.5 Medidas de Corrosão ....................................................................................................... 32

3.6 Microdureza .................................................................................................................... 33

3.7 Microscopia Óptica ......................................................................................................... 33

3.8 Composição Química ...................................................................................................... 33

3.9 Difração de Raios-X ........................................................................................................ 33

Page 13: Eletrodeposição da liga Co-Fe

4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 34

4.1 Planejamento Experimental – Avaliação das condições ótimas de deposição ................ 34

4.2 Influência dos fatores sobre o processo da eletrodeposição ............................................ 36

4.3 Composição e Morfologia dos Depósitos ....................................................................... 39

4.4 Medidas de Microdureza ................................................................................................. 41

4.5 Avaliação da Corrosão .................................................................................................... 42

5 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 45

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................. 45

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 46

Page 14: Eletrodeposição da liga Co-Fe

14

1 INTRODUÇÃO

A corrosão é um problema frequente e ocorre em diversas atividades como, por

exemplo, nas indústrias químicas e petroquímicas, construção civil e automobilística, meios

de transportes (aéreo, ferroviário, metroviário, marítimo e rodoviário), meios de comunicação

(sistemas de telecomunicação), dentre outras, trazendo como consequências não somente

prejuízos econômicos, mas também, podendo causar graves acidentes tanto para o homem

quanto para a natureza, provocando incêndios e contaminação (SANTANA, et al. 2003).

Devido aos inúmeros problemas que a corrosão pode causar, pesquisas foram iniciadas

no intuito de minimiza-los, uma maneira encontrada foi revestir os materiais metálicos com

outros metais que apresentam características mais nobres, essa forma de proteção pode ser

obtida através da eletrodeposição, imersão a quente, entre outros, assim os revestimentos

protetores, além de constituírem uma importante forma de prevenção à corrosão metálica,

principalmente a atmosférica, podem melhorar consideravelmente as propriedades físico-

químicas das superfícies. (EBADI, et al. 2010; GENTIL, 2007).

As ligas a base de Cobalto podem ser genericamente descritas como sendo resistentes

a abrasão, resistentes a corrosão e resistentes à altas temperaturas. Muitas das propriedades

destas ligas vêm da natureza cristalográfica do Cobalto (em particular sua resposta à tensão),

da elevada temperatura de recristalização, da estrutura cúbica de face centrada metaestável

além da baixa energia de falhas de empilhamento (EFE). A baixa EFE, oriunda da natureza

alotrópica do Cobalto, deixa as discordâncias parciais mais separadas, o que dificulta os

mecanismos de deslizamento cruzado e escalonamento. Como estes processos requerem

recombinação de discordâncias, há um aumento de tensão. Este aumento se traduz em

encruamento do material, que é normalmente considerado benéfico para a resistência ao

desgaste. (YAEDU et. al., 2002; SANTOS, 2011; NECKEL, 2009).

Várias investigações sobre a eletrodeposição de ligas contendo cobalto têm sido feitas,

um dos motivos é que estas ligas são amplamente usadas na indústria eletrônica, de

computadores e de fitas de gravação magnética. (KOZA, et al. 2008).

Revestimentos obtidos por eletrodeposição são muito utilizados para diminuir o

desgaste de materiais expostos em meios altamente agressivos, onde são necessários materiais

com alta resistência a corrosão, resistência ao desgaste e a abrasão e de alta dureza. Ligas de

cromo eletrolítico são utilizadas para este fim, no entanto, o processo de obtenção do mesmo

é prejudicial ao ambiente por ter propriedades tóxicas, logo algumas ligas alternativas são

necessárias para substituição do mesmo, como exemplo pode-se citar, ligas de níquel,

Page 15: Eletrodeposição da liga Co-Fe

15

estanho, tungstênio, ferro, cobalto, molibdênio, entre outras, nesse contexto este trabalho

remete-se ao estudo de uma liga binária de Co-Fe, para possível substituta do cromo

eletrolítico.

Este trabalho estudou o processo de obtenção da liga Co-Fe pelo processo de

eletrodeposição sobre o substrato de cobre e caracterizou sua superfície. Como ferramenta de

otimização utilizou a metodologia de superfície de resposta.

1.1 Justificativa

Os estudos e pesquisas que visam combater dois dos maiores inimigos das operações

industriais – a fadiga e a corrosão dos materiais – vem se tornando cada vez mais atual,

embora o uso dos metais seja muito antigo (COPPE, 2011). O desenvolvimento industrial das

últimas décadas pôs em evidência este problema, pois, além do meio ambiente tornar-se mais

agressivo aos metais devido ao aumento da poluição ambiental, o custo da corrosão representa

uma importante porcentagem do produto interno do país (GENTIL, 2007).

A consequência da corrosão pode ser apenas de ordem econômica, com a manutenção

ou substituição dos materiais corroídos, como é o caso da corrosão de tubulações residenciais,

veículos, eletrodomésticos, etc. Mas, em outros casos, a corrosão poderá ocasionar graves

acidentes com sérias consequências, tanto para a preservação da natureza quanto do homem,

pode-se citar como exemplos, a perfuração de tubulações utilizadas no transporte de

combustíveis, como também, a queda de pontes e viadutos, que podem causar incêndios ou

contaminação. Portanto é notável a importância da corrosão tanto do ponto de vista

tecnológico como do ponto de vista social.

Apesar dos múltiplos aspectos considerados nos estudos de ligas de Cobalto-ferro, a

natureza da codeposição anômala envolvidos na eletrodeposição destas ligas têm recebido

pouca atenção, comparados com a grande quantidade de estudos da eletrodeposição de níquel

e cobre. Por este motivo, este trabalho irá descrever a otimização do processo da

eletrodeposição da liga Co-Fe, assim como a caracterização dessa liga, com o propósito de

contribuir para o desenvolvimento de ligas resistentes a corrosão com características

eletromagnéticas, para aplicação em processos que exponha os materiais e componentes

industriais a meios corrosivos e abrasivos.

Page 16: Eletrodeposição da liga Co-Fe

16

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Obtenção e caracterização da liga Co-Fe, através de técnicas eletroquímicas.

1.2.2 Objetivos Específicos

Desenvolver um banho eletrolítico para eletrodepositar a liga Co-Fe;

Estudar e otimizar as condições de operação para obtenção dessas ligas (densidade de

corrente e temperatura), através de um planejamento de experimentos.

Analisar a morfologia das superfícies das ligas depositadas e suas composições.

Estudar o efeito da corrosão sobre as ligas obtidas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Corrosão

A Corrosão é um fenômeno caracterizado pela deterioração de um material,

geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio em que se encontra. Essa

deterioração provocada pela interação físico-química entre o material e o meio operacional

representa alterações prejudiciais indesejáveis, tais como desgaste, variações químicas ou

modificações estruturais, muitas vezes tornando-o inadequado para uso (GENTIL, 2003).

O termo corrosão tem derivação do latim “corrodere” (CABRAL; MANNHEIMER,

1979), que significa destruir gradativamente. De modo amplo, o fenômeno da corrosão pode

ser entendido como a deterioração do material devido às reações químicas e/ou eletroquímicas

com o meio em que interage.

De modo mais específico, o fenômeno corrosivo representa uma situação em que duas

ou mais reações eletroquímicas diferentes ocorrem simultaneamente e de forma espontânea,

sendo pelo menos uma de natureza anódica e outra catódica. A reação anódica de dissolução

do metal fornece elétrons à reação catódica de redução, gerando uma carga elétrica transferida

por unidade de tempo (SCULLY, 1975; EVANS, 1996). Para que a reação de dissolução do

metal tenha prosseguimento é necessário que os elétrons produzidos sejam removidos, caso

contrário ocorre equilíbrio eletroquímico. A reação de redução de hidrogênio que ocorre

Page 17: Eletrodeposição da liga Co-Fe

17

simultaneamente só tem prosseguimento se receber elétrons. Assim, os elétrons produzidos

pela reação de dissolução do metal são utilizados pela reação de redução do hidrogênio e

simultaneamente as reações têm prosseguimento.

Observa-se que cada metal, ou liga, apresenta uma resistência maior ou menor à

corrosão, o que é diretamente função do meio no qual o material se encontre. Até mesmo os

metais que são considerados nobres, por serem praticamente inatacáveis em meios comuns,

podem estar sujeitos ao processo corrosivo dependendo do meio no qual se encontrem.

Embora a corrosão seja associada à destruição de materiais, deve-se considerar que a

formação de uma camada de óxido sobre um metal nem sempre é desfavorável. O óxido pode

ser protetor agindo como uma barreira que impede o contato entre o metal e o ambiente que o

cerca. Exemplos clássicos são a formação de película protetora de óxido de cromo (Cr2O3) ou

a formação de óxido de alumínio (Al2O3) que, além de protetor, confere aspecto decorativo.

HASHIMOTO et al. (2004), afirmam que a resistência à corrosão dos materiais

metálicos depende da composição, da estabilidade, da uniformidade e da cinética de formação

do filme de passivação. Quando uma liga metálica apresenta uma rápida cinética de formação

do filme de passivação e elevada concentração de espécies formadoras deste filme com

grande estabilidade química, a resistência à corrosão dependerá somente da uniformidade do

filme formado e de sua aderência. A natureza homogênea da superfície das ligas metálicas

amorfas pode produzir filmes de passivação altamente uniformes, aderentes e com elevada

estabilidade química.

Com relação aos revestimentos metálicos, os mesmos podem conferir aos materiais a

serem protegidos, resistência à abrasão e à corrosão, endurecimento superficial e aspecto

decorativo. Estes revestimentos são obtidos através da metalização, eletrodeposição, imersão

a quente ou metalização a vácuo. A seguir será dado um enfoque no processo de

eletrodeposição.

2.2 Eletrodeposição

O processo de eletrodeposição é um dos mais utilizados para o revestimento de

diferentes substratos, devido a sua capacidade de alterar as características dos mesmos,

obtendo-se filmes com espessuras mais controladas, conferindo resistência à corrosão e à

abrasão, melhorias no desempenho dos materiais em diferentes meios, entre outras

propriedades. Os métodos eletroquímicos de recobrimento metálico são atrativos também,

devido ao elevado grau de controle obtido pela variação das condições experimentais. No

Page 18: Eletrodeposição da liga Co-Fe

18

passado a eletrodeposição tinha finalidade puramente decorativa, porém hoje, é um processo

industrial de grande importância econômica, sendo um dos poucos processos de tratamento de

superfícies que satisfaz requisitos decorativos e aplicações funcionais. (ORINAKOVA et al.,

2006).

2.2.1 Eletrodeposição de Ligas Metálicas

A eletrodeposição de ligas é um processo mais complexo que a deposição de um

único metal. Para que dois ou mais metais formem uma liga, alguns requisitos são essenciais:

os potenciais dos metais devem ser similares e pelo menos um deles deve ser possível se

depositar independentemente.

A deposição pode ocorrer de duas maneiras, normal ou anômala. A deposição é dita

normal quando o metal mais nobre se deposita preferencialmente, normalmente, por controle

difusional. O exemplo mais conhecido deste tipo de deposição é a liga de latão (70Cu-30Zn).

A deposição anômala ocorre quando há deposição preferencial do metal menos nobre.

Acontece nas ligas que contém um ou mais elementos do grupo do Fe, Co ou Ni.

A eletrodeposição de ligas é quase tão antiga quanto à eletrodeposição de metais

individuais (o latão, por exemplo, foi obtido por volta de 1840), e segundo as últimas análises,

como bem se esperava, a deposição de ligas segue os mesmos princípios científicos, que para

um metal individual. De fato, o progresso em qualquer das duas tem dependido quase sempre

dos avanços na tecnologia e ciência da eletrodeposição.

A obtenção de ligas metálicas pode ser feita por diferentes métodos, entretanto tem

ocorrido um crescente interesse pela técnica de eletrodeposição. Tal fato se deve

principalmente à capacidade que esta técnica oferece de obter depósitos com elevado teor de

pureza, com as mais diferentes composições e espessuras, permitindo também revestir

diferentes tipos de substratos e com variadas formas geométricas. Um dos fatores

convenientes no processo de eletrodeposição é a possibilidade de ocorrer inclusões de

elementos não metálicos, como boro, fósforo, carbono entre outros, pela codeposição destes

com metais.

Pesquisadores mencionam que este tipo de inclusão pode afetar as propriedades

elétricas, magnéticas e mecânicas, bem como a resistência à corrosão dos depósitos. Portanto,

tamanho de grãos ultrafinos e inclusões, especialmente de boro e fósforo, conduzem á

estruturas amorfas que possuem excelente resistência à corrosão e ao desgaste mecânico, além

de proporcionar aumento na dureza do material (SILVA, 2005).

Page 19: Eletrodeposição da liga Co-Fe

19

2.3 Ligas Metálicas

Na prática, metais puros são muito raramente usados na fabricação de produtos

acabados ou semiacabados, já que eles não podem, na maioria dos casos, fornecer uma faixa

requerida de propriedades. Só usando uma liga de dois ou mais metais, ou metais e não metais

pode-se atingir a melhor combinação de propriedades. Falando em níveis atômicos, isto

implica na inserção de átomos estranhos na estrutura da rede cristalina do chamado metal

mãe, o qual é usualmente aquele que se encontra presente em maior porcentagem na liga.

Dependendo do tipo de átomo estranho e da quantidade de átomos adicionados, vai-se

originar uma faixa de cristais modificados na rede cristalina. (KANANI, 2004)

Existem aproximadamente oitenta metais puros, podendo-se obter, com boa parte

destes, aproximadamente 40.000 ligas metálicas, cada uma apresentando diferentes

propriedades e, naturalmente, diferentes custos. A combinação dos metais puros deve ser feita

a fim de se obter o material ideal que será aquele que apresentar as propriedades desejadas,

com o menor custo possível e, ainda, uma maior durabilidade (NACE, 1968).

As ligas metálicas amorfas constituem uma nova classe de materiais em virtude de

suas propriedades mecânicas, magnéticas, elétricas, catalíticas e de resistência à corrosão

(KRAMER, 1934). Esses sistemas de ligas apresentam propriedades superiores no que diz

respeito à resistência a corrosão, resistência mecânica e propriedades elétricas, além de custo

adequado.

2.3.1 Ligas de Co-Fe

A codeposição induzida do ferro e metais deste grupo a partir de soluções contendo

citratos é eficaz, pois produzem revestimentos que possuem boa aderência ao substrato e têm

características únicas anticorrosivas, assim sendo, uma grande vantagem a produção dos

mesmos, já que por serem produzidos por soluções de citrato, são compostos neutros, e

portanto ambientalmente corretos. (TSYNTSARU et al. 2009).

Devido à sua excelente resistência à corrosão, o cobalto é um material de inofensivo

(limpo) com muitas aplicações na indústria metalúrgica por causa da sua resistência à

corrosão. Ligas de Cobalto são normalmente utilizadas em equipamentos de tratamento

térmico, tais como réplicas e componentes de turbina a gás (lâminas, turbinas e os discos de

compressor), que são sujeitos a tensões rotacionais de longo prazo e altas temperaturas,

Page 20: Eletrodeposição da liga Co-Fe

20

devido à sua excelente resistência a altas temperaturas, bem como a resistência à oxidação,

sulfetação e nitretação. (KIM et al. 2011).

Ligas de Co-Fe são materiais magnéticos macios e particularmente úteis em

aplicações de armazenamento magnético devido à suas características de alta saturação.

Embora inúmeros filmes magnéticos possam ser fabricados através de pulverização catódica,

evaporação e técnicas de fundição, a maioria deles não pode ser aplicada à fabricação do

dispositivo, devido à alta tensão interna nos filmes. A técnica da eletrodeposição tem grandes

vantagens sobre outros métodos de produção de película fina, tais como, possibilidade de

realização de deposição em condições normais de pressão e temperatura. Além disso, é uma

técnica relativamente fácil e barata, com a otimização de muitos parâmetros (densidade de

corrente, agitação, temperatura, pH, composição do banho, e aditivos) que podem ser

ajustados a fim de obter os depósitos de melhor qualidade. (TEH e YAACOB, 2011).

Hoje em dia, a eletrodeposição das ligas de Co-Fe estão ganhando muita atenção por

aplicações em sistemas microeletroquímicos (MEMS) e revestimentos de proteção, devido à

sua alta densidade de fluxo magnético e alta temperatura Curie. Vários pesquisadores

relataram estudos das propriedades magnéticas das ligas de Co-Fe, obtidas por

eletrodeposição, nestes, filmes finos do grupo do ferro (Co, Ni, Fe, Co-Fe, Ni-Co e Co-Ni-Fe)

foram eletrodepositados a partir de banhos utilizando cloretos e sulfatos. Os resultados

mostraram que a magnetosaturação da liga de Co-Fe foi aumentada com um aumento no teor

de ferro no depósito e um aumento da coercividade com o aumento do teor de cobalto. Além

disso, a maior eficiência de corrente foi obtida a partir de um banho de cloreto devido a baixa

liberação de H2 em relação aos banhos de sulfato. (ROZLIN e ALFANTAZI, 2012).

2.4 Caracterização das Ligas Metálicas

Um revestimento metálico pode ser caracterizado quanto a sua resistência à corrosão,

morfologia, amorficidade, dureza, ductilidade, fadiga, elasticidade entre outros. A seguir

serão listadas algumas das técnicas utilizadas para caracterizar as ligas metálicas

eletrodepositadas.

2.4.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Durante a fase de produção ou análise de materiais, quase sempre se torna necessário

analisar a sua microestrutura. Esta análise microestrutural é muito importante, pois permite:

Page 21: Eletrodeposição da liga Co-Fe

21

Entender as correlações microestrutura - defeitos - propriedades;

Predizer as propriedades do material quando estas correlações são estabelecidas.

As técnicas mais utilizadas para este tipo de análise são a Microscopia Ótica e

Eletrônica. No caso da microscopia ótica, o contraste da imagem é resultado da diferença de

reflectividade da luz nas diversas regiões da microestrutura, uma vez que o sistema é

constituído basicamente pela fonte de iluminação e do sistema de lentes. Para materiais que

são opacos a luz visível, como é o caso dos metais, da maioria dos cerâmicos e polímeros,

somente a superfície pode ser observada e a mesma precisa ser cuidadosamente preparada de

maneira a revelar os detalhes da microestrutura.

Uma das limitações da microscopia ótica é o aumento máximo conseguido que fica

em torno de 2 000 vezes. Como conseqüência, pequenos detalhes estruturais não são possíveis

de serem detectados através desta técnica. Nesta era de intenso avanço tecnológico, cada vez

mais os cientistas têm a necessidade de observar, analisar e explicar corretamente os

fenômenos que ocorrem na escala micrométrica ou submicrométrica. A microscopia

eletrônica de varredura se apresenta como a técnica mais adequada, pois permite alcançar um

aumento muito superior ao da microscopia ótica. Dependendo do material pode atingir até

900 000 vezes, mas para a análise de materiais normalmente o aumento é da ordem de 10 000

vezes. No caso da microscopia eletrônica a área ou o microvolume a ser analisado é irradiado

por um fino feixe de elétrons ao invés da radiação da luz. Como resultado da interação do

feixe de elétrons com a superfície da amostra, uma série de radiações são emitidas tais como:

elétrons secundários, elétrons retroespalhados, raios-X característicos, elétrons Auger, fótons,

etc. Estas radiações quando captadas corretamente irão fornecer informações características

sobre a amostra (topografia da superfície, composição, cristalografia, etc.).

Na microscopia eletrônica de varredura os sinais de maior interesse para a formação

da imagem são os elétrons secundários e os retroespalhados. À medida que o feixe de elétrons

primários vai varrendo a amostra estes sinais vão sofrendo modificações de acordo com as

variações da superfície. Os elétrons secundários fornecem imagem de topografia da superfície

da amostra e são os responsáveis pela obtenção das imagens de alta resolução, já os

retroespalhados fornecem imagem característica de variação de composição.

2.4.2 Energia Dispersiva de Raios-X (EDX)

O EDS (energy dispersive x-ray detector, EDX ou EDS) é um acessório essencial no

estudo de caracterização microscópica de materiais. Quando o feixe de elétrons incide sobre

Page 22: Eletrodeposição da liga Co-Fe

22

um mineral, os elétrons mais externos dos átomos e os íons constituintes são excitados,

mudando de níveis energéticos. Ao retornarem para sua posição inicial, liberam a energia

adquirida a qual é emitida em comprimento de onda no espectro de raios-x.

Um detector instalado na câmara de vácuo do MEV mede a energia associada a esse

elétron. Como os elétrons de um determinado átomo possuem energias distintas, é possível,

no ponto de incidência do feixe, determinar quais os elementos químicos estão presentes

naquele local e assim identificar em instantes que mineral está sendo observado. O diâmetro

reduzido do feixe permite a determinação da composição mineral em amostras de tamanhos

muito reduzidos (< 5 µm), permitindo uma análise quase que pontual.

O uso em conjunto do EDX com o MEV é de grande importância na caracterização

petrográfica e estudo petrológico nas geociências. Enquanto o MEV proporciona nítidas

imagens (ainda que virtuais, pois o que se vê no monitor do computador é a transcodificação

da energia emitida pelas partículas, ao invés da radiação emitida pela luz, ao qual estamos

habitualmente acostumados), o EDX permite sua imediata identificação. Além da

identificação mineral, o equipamento ainda permite o mapeamento da distribuição de

elementos químicos por minerais, gerando mapas composicionais de elementos desejados.

2.4.3 Microdureza Vickers

A dureza de um material pode definir-se como a resistência á penetração da sua

superfície. Usualmente, um material que consiga riscar o vidro ou que não possa ser limado é

considerado duro, mas esta é uma noção à qual falta objetividade.

Devido ao reflexo da dureza no comportamento e nas aplicações possíveis de um dado

material, e também porque se podem definir relações entre a dureza e outras propriedades

mecânicas relevantes, desenvolveram-se diversos métodos fiáveis e expeditos para a sua

medição, métodos esses que obedecem todos ao mesmo princípio, segundo o qual, é aplicada

uma carga determinada a um penetrador bastante duro, o qual está em contato com a

superfície do material a testar. As dimensões da marca de penetração (indentação) assim

deixada na superfície são então medidas. Obviamente, quanto menor for a indentação maior

será a dureza do material.

O ensaio de microdureza vickers foi proposto em 1925 por Smith e Sandland. O

indentador (penetrador) é uma pirâmide de diamante, de base quadrada, com um ângulo de

136º entre as faces opostas, é utilizada carga menor que 1kgf, a qual produz uma impressão

microscópica em forma de losango regular com a base quadrada. Esquematizado na figura 1.

Page 23: Eletrodeposição da liga Co-Fe

23

Figura 1a) Base quadrada; b) Angulação; c) Indentação Vickers.

Fonte: FERREIRA, 2004.

2.5 Avaliação da Corrosão

Diversas técnicas são utilizadas na avaliação da corrosão de materiais metálicos.

Dentre estas, pode-se citar como exemplo a extrapolação da reta de Tafel e o método da

resistência a polarização linear, neste contexto é necessário o conhecimento e entendimento

de alguns fenômenos como o da polarização e passivação que será visto a seguir.

2.5.1 Polarização

Quando um eletrodo metálico se encontra em equilíbrio com o meio em que se

encontra, estabelece-se um potencial de equilíbrio (Ee) através da dupla camada elétrica, no

qual a velocidade da reação de oxidação é igual à de redução. Entretanto, quando se impõe a

esse sistema um potencial externo que altera esse potencial, diz-se que o eletrodo está

polarizado. Logo, polarização ou sobrepotencial é a diferença entre o potencial do eletrodo

quando há uma corrente elétrica e o seu potencial de circuito aberto (potencial de equilíbrio),

o mesmo mede o afastamento da reação á seu estado de equilíbrio. Em função das causas do

fenômeno, a polarização pode ser classificada como: polarização por concentração,

polarização por ativação e polarização ôhmica.

Polarização por concentração (ηconc.) é causada pela variação da concentração que

ocorre entre a área do eletrodo que está em contato com o eletrólito e o resto da

solução;

Polarização por ativação (ηativ.), é decorrente de uma barreira energética existente

para que a transferência eletrônica possa ocorrer (energia de ativação);

Page 24: Eletrodeposição da liga Co-Fe

24

Polarização ôhmica (ηΩ) resulta de uma queda de I R, onde I é a densidade de

corrente que circula em uma célula eletroquímica e R representa a resistência existente

entre eletrodo de referência e o eletrodo de trabalho.

Entre os numerosos métodos utilizados para se estudar a corrosão, a polarização é

fundamental. O método experimental consiste em realizar uma eletrólise, onde o eletrodo e o

eletrólito são respectivamente o metal e o meio cuja interação se deseja estudar. O ensaio

pode ser conduzido à potenciais de eletrodo controlados (medindo-se os valores de corrente

em função do potencial aplicado), ou então à corrente de eletrólise controlada (anotando-se os

valores de potencial em função da corrente) (GENTIL, 2003).

Quando as reações de corrosão são controladas predominamente por polarização nas

áreas anódicas diz-se que a reação de corrosão é controlada anodicamente e que o eletrodo

esta sob efeito de uma polarização anodica. Mas quando as reações de corrosão são

controladas predominantemente por polarização nas áreas catódica diz-se que a reação é

controlada catodicamente e que o eletrodo está sob o efeito de uma polarização catódica

(SILVA, 2006).

2.5.2 Resistência de Polarização

A resistência de polarização linear indica a resistência que um material, exposto a

determinado eletrólito, oferece à oxidação quando há aplicação de um potencial externo.

Desta forma, um valor alto de Rp indica que o material não é suscetível à corrosão, enquanto

um baixo valor indica um alto potencial de corrosão.

Uma vez que a resistência à polarização é inversamente proporcional á corrente de

corrosão, é possível estabelecer uma ordem entre os materiais de acordo com seus valores de

Rp, desde que todos tenham a mesma área e sejam submetidos ás mesmas condições de

agitação mecânica, pressão e solução.

A técnica de polarização linear é a única técnica de monitoramento de corrosão que

permite a medida direta das taxas de corrosão em tempo real. Esta técnica é bastante últil para

identificar o início do processo corrosivo e iniciar ações corretivas, de forma a proporcionar

maior vida útil a plantas industriais e equipamentos, como também, reduzir o tempo de

paradas para reparos.

Este método possui a vantagem de determinar a velocidade de corrosão através da

realização da polarização anódica ou catódica de alguns milivolts em torno do potencial de

Page 25: Eletrodeposição da liga Co-Fe

25

corrosão do metal ou liga metálica (LEE e KANG, 2000). Evita algumas dificuldades práticas

quando comparado ao método da extrapolação das curvas de Tafel.

O método de polarização linear, inicialmente assim chamado, foi popularizado por

Stern & Geary em 1957 e recebe ultimamente o nome de método da resistência de

polarização, por apresentar unidades de uma resistência (Ωm2). A Figura 2 mostra de forma

esquemática a linearidade nas proximidades do potencial de corrosão quando as curvas de

polarização são realizadas em escala linear. A resistência de polarização (Rp), é definida

como o inverso da inclinação da reta da Figura 2, é independente do grau de linearidade.

A resistência de polarização pode ser medida experimentalmente por um galvanostato

ou um potenciostato. Os equipamentos disponíveis funcionam basicamente com um circuito

semelhante. O método galvanostático é experimentalmente mais simples e comercialmente

mais usado devido à existência de dispositivos de monitoramento da resistência de

polarização. O método potenciostático ou potenciodinâmico é mais favorável para uso em

laboratório, pois os procedimentos de ensaios podem ser bem controlados (WOLYNEC,

2003).

Figura 2. Curva de polarização esquemática em escala linear.

2.5.3 Passivação

Existem situações em que a velocidade de dissolução (corrosão) de um metal em

determinado meio é cineticamente limitada, nestas situações, este caráter aparentemente inerte

ocorre quando o potencial do metal está deslocado de seu valor reversível. Assim, quando o

potencial excede aquele que corresponde ao equilíbrio entre o metal e seu óxido, forma-se

óxido ou hidróxido na superfície do metal. Dessa maneira, filmes com características

especiais podem formar-se na superfície metálica, diminuindo a velocidade de dissolução do

metal. Nessa condição diz-se que o metal está passivado. (SILVA, 2006).

Page 26: Eletrodeposição da liga Co-Fe

26

Passivação de um modo geral pode ser definida como sendo a modificação do

potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade (mais catódico ou mais nobre) devido

à formação de uma película de produto de corrosão. Esta película é denominada película

passivante, assim os metais e ligas que se passivam são formadores de películas protetoras.

2.5.4 Retas de Tafel

No estudo dos processos corrosivos, para se verificar se um metal, num determinado

meio, irá ou não corroer utiliza-se como grandeza de medida o potencial de corrosão. Dessa

forma, comparando-se o potencial de corrosão com o potencial de equilíbrio do metal pode-se

verificar se o metal tem tendência ou não para sofrer corrosão. Se o potencial de corrosão for

menor que o potencial de equilíbrio, o metal não corroerá. Entretanto, se o potencial de

corrosão for maior que o potencial de equilíbrio, o metal corroerá. Porém, o conhecimento do

potencial de corrosão trata-se de um estudo termodinâmico que prevê apenas se uma reação

irá ou não corroer, não informando sobre seus mecanismos ou sobre sua velocidade

(PANOSSIAN, 1993). Para isso, é necessário conhecer a velocidade de corrosão ou a taxa de

corrosão ou a densidade de corrente de corrosão (WOLYNEC, 2003).

A corrente de corrosão é igual à corrente anódica que circula no metal no potencial de

corrosão. Todavia, esta corrente não pode ser medida diretamente, uma vez que no potencial

de corrosão circula também, pelo metal, uma corrente catódica que tem valor igual ao da

corrente anódica, mas de sentido oposto. Sendo assim, a corrente de corrosão só pode ser

medida através de métodos indiretos como, por exemplo, extrapolação das retas de Tafel,

medida da resistência de polarização e impedância (GENTIL, 2003).

Partindo do potencial de corrosão, é iniciada a polarização catódica ou anódica,

medindo-se a corrente característica para cada sobrepotencial. Ao avanço da polarização os

fenômenos, catódico e anódico tornam-se independentes se aproximando das retas de Tafel.

Extrapolando as retas de Tafel ao potencial de corrosão será obtida a corrente de corrosão,

como representado na Figura 3.

Page 27: Eletrodeposição da liga Co-Fe

27

Figura 3. Representação gráfica da lei de Tafel.

Fonte: GENTIL, 2003

2.5.5 Impedância Eletroquímica

Um sinal alternado de potencial, de pequena amplitude, aplicado num sistema

constituído de uma interface eletrodo/solução origina um sinal alternado de corrente como

resposta. A razão entre a perturbação e a resposta corresponde à impedância do sistema. A

técnica para determinar a impedância de um sistema eletroquímico é a espectroscopia de

impedância.

A impedância de um circuito representa o nível de dificuldade pelo qual um sinal

elétrico (potencial ou corrente) enviado a esse circuito encontra ao percorrê-lo. Quando uma

voltagem alternada for aplicada a um circuito, a corrente resultante pode ser determinada

utilizando a lei de Ohm (V = IR) através da substituição da resistência R pela reatância X de

cada elemento passivo em questão. Dessa forma é possível representar qualquer reatância, ou

a impedância Z de uma combinação de reatâncias, como um vetor em um plano real-

imaginário, de acordo com o diagrama de Argand.

O diagrama de Nyquist é a forma mais usada para expressar os resultados obtidos

através da técnica de impedância. Este diagrama é um plano complexo (real-imaginário) de

coordenadas cartesianas, onde se tem nas abscissas a parte real (termos resistivos) e nas

ordenadas a parte imaginária (termos capacitivos ou indutivos). Tanto a mudança de fase

quanto a amplitude são dependentes da frequência e os dados de impedância para uma

determinada amostra são, obtidos sob uma larga variação de frequência (100 kHz a 10 mHz)

dessa forma produzindo o diagrama de Nyquist, representado na Figura 4. (ALTUBE et al.,

2003).

Page 28: Eletrodeposição da liga Co-Fe

28

Figura 4. Diagrama de Nyquist, com o seu circuito equivalente.

Quanto maior for a impedância do sistema tanto mais passivo será este sistema, ou

seja, maior será a restrição do referido sistema à condução de corrente, significando que a

taxa de corrosão ou densidade de corrente de corrosão ao longo do sistema de análise, será a

mais baixa possível (ES-SALAH et al., 2004).

A impedância eletroquímica mostrou ser uma possante ferramenta para a investigação

de mecanismos de corrosão, como nos resultados de investigação da dissolução de ferro em

soluções ácidas obtidos por Lebrini et al. (2009). Com base nos resultados obtidos e mediante

simulações matemáticas, os autores conseguiram demonstrar que a dissolução do ferro em

meio ácido ocorre através da formação de três espécies intermediárias, cada uma

correspondente a um do arcos indutivos ou capacitivos observados (WOLYNEC, 2003).

O diagrama de Bode (Figura 5) é outra forma de representação de dados de

impedância é menos comum de ser encontrado nos trabalhos técnicos. Este diagrama consiste

de um plano de eixos ortogonais, nos quais se tem no eixo das ordenadas, duas grandezas:

logaritmo da impedância (log [Z]) em ohms (Ω) e o ângulo de fase (Ф) em graus; e no eixo

das abscissas, tem-se o logaritmo da frequência angular (log ω), com ω em radianos por

segundo (rad/s). Pode-se também representar as abscissas através do logaritmo da frequência

(log f), com f em Hertz (WOLYNEC, 2003).

Page 29: Eletrodeposição da liga Co-Fe

29

Figura 5. Diagrama de Bode representando a impedância de um sistema eletroquímico de corrosão em função da

frequência angular.

2.6 Planejamento Experimental

Através do planejamento experimental é possível determinar a influência de uma ou

mais variáveis, sobre outra variável de interesse, além de maximizar o conteúdo informativo

dos dados experimentais, reduzindo o número de experimentos e acentuadamente o tempo e

custo. Um dos primeiros passos a seguir no planejamento experimental é determinar quais são

as variáveis de entrada e as respostas de interesse para o sistema que se deseja estudar. As

variáveis controladas pelo experimentador são conhecidas como variáveis de entrada, estas

podem ser qualitativas e quantitativas. Dependendo do problema, pode haver mais de uma

resposta de interesse. (SILVA, 2006).

Um tipo particular de planejamento experimental é o planejamento fatorial de n

níveis. Havendo k fatores, isto é, k variáveis controladas pelo experimentador, o planejamento

de n níveis irá requerer a realização de nk ensaios diferentes, sendo chamado por isso de

planejamento fatorial nk. Com isso, em um trabalho onde se deseja estudar dois fatores

(densidade de corrente e agitação mecânica) em dois níveis cada, o planejamento fatorial

completo passará a necessitar da realização de 22 = 4 ensaios (BARROS et al. 1996; BOX et

al. 1978). Com dois pontos centrais.

Page 30: Eletrodeposição da liga Co-Fe

30

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Preparação do Banho Eletroquímico

Na preparação do banho eletroquímico, utilizado nestes experimentos, foram

empregados reagentes com elevado grau de pureza analítica, que foram preparados com água

bidestilada em seguida deionizada.

O banho eletroquímico utilizado na eletrodeposição da liga de Co-Fe é mostrados na

Tabela 1.

Tabela 1. Composição do banho eletrolítico da liga Co-Fe.

Reagente Concentração(mol/l) Função

Sulfato de Cobalto 0,01 Fonte de Co

Sulfato de ferro e amônio 0,005 Fonte de Fe

Citrato de sódio 0,25 complexante

Sulfato de amônio 0,01 Estabilizante

O pH do banho foi mantido constante com valor igual a 8,5 e ajustado adicionando-se

hidróxido de amônio ou ácido sulfúrico.

3.2 Eletrodo de Trabalho

O eletrodo de trabalho utilizado foi um substrato de cobre, cortado na forma de um

quadrado 2 cm x 2 cm com área superficial de 8 cm². A preparação do eletrodo de cobre foi

dividida em duas etapas: tratamento químico e polimento com lixas de diferentes granulações.

O substrato foi inicialmente polido com três tipos de lixas: 400, 600 e 1200 mesh e em

seguida foi realizado o tratamento químico, onde o eletrodo foi introduzido em solução

diluída de 10% de hidróxido de sódio para remover substâncias orgânicas e de 1% de ácido

sulfúrico para ativar a superfície, lavando em seguida com água destilada e secando em estufa

à 70ºC.

Page 31: Eletrodeposição da liga Co-Fe

31

3.3 Planejamento Experimental

Para a otimização do processo de eletrodeposição da liga Co-Fe, foi utilizado um

planejamento fatorial completo 2², com 2 experimentos no ponto central totalizando 6

experimentos, em triplicata. Estes experimentos foram avaliados quantitativamente quanto à

influência das variáveis de entrada (densidade de corrente e temperatura do banho) sobre o

potencial de corrosão do sistema, bem como suas possíveis interações com a realização

mínima de experimentos (BARROS NETO et al., 1995).

Os experimentos foram realizados em ordem aleatória, para evitar o erro sistemático,

variando-se simultaneamente a densidade de corrente e a agitação mecânica. A Tabela 2

mostra as variáveis utilizadas no planejamento fatorial e suas codificações. Cada variável

independente foi investigada para um nível alto (+1) e um baixo (-1). Os experimentos do

ponto central (0) foram incluídos na matriz e na análise estatística, para identificar o efeito de

cada variável em função do potencial de corrosão. Para a análise da regressão dos dados

experimentais foi utilizado o software estatístico.

Tabela 2. Níveis reais e codificados das variáveis do planejamento fatorial 2² para a obtenção da liga Co-Fe.

Variáveis de entrada Nível (-1) Nível (0) Nível (+1)

Densidade (mA/cm²) 20 45 70

Temperatura do banho (ºC) 30 55 80

3.4 Eletrodeposição

Antes do início do processo de eletrodeposição o substrato de cobre foi pesado e sua

massa inicial anotada.

A eletrodeposição foi conduzida através de um controle galvanostático e rotatório

sobre um substrato retangular de cobre, este atuando como catodo que foi inserido no interior

de um eletrodo cilíndrico de platina agindo este como anodo. Um potenciostato MQPG-01 da

MicroQuímica foi utilizado no controle da densidade de corrente. Um eletrodo rotatório

EG&G PARC 616 foi usado para o controle da rotação catódica e a temperatura do sistema

era controlada por um termostato MTA KUTESZ MD2.

Após a eletrodeposição, o substrato de cobre revestido com a liga de Co-Fe, foi lavado

com água destilada para remoção da solução eletrolítica presente em sua superfície e em

Page 32: Eletrodeposição da liga Co-Fe

32

seguida seco em estufa, resfriado em dessecador e pesado. A Figura 6 mostra o esquema

experimental utilizado na eletrodeposição das ligas.

Figura 6. a) Representação esquemática da célula eletrolítica, b) esquema de bancada para o processo de

eletrodeposição.

3.5 Medidas de Corrosão

As medidas eletroquímicas de corrosão foram executadas em uma célula convencional

de três eletrodos. Foram realizadas as medidas de polarização potenciodinâmicas linear (PPL)

utilizando um postentiostato/galvanostato Autolab PG STATE 30 conectado ao software

GPES. O eletrodo de trabalho foi o substrato de cobre revestido com a liga eletrodepositada

de Co-Fe. O eletrodo de referência utilizado foi de prata cloreto de prata. Todos os potenciais

foram referidos a este eletrodo. O contra eletrodo foi uma lâmina de platina de 9,5 cm² de área

superficial. As curvas de PPL foram obtidas com uma taxa de varredura de 1 mV s-1. Todos

os testes de corrosão eletroquímica foram conduzidos no meio corrosivo contendo 0,1 mol/l

de NaCl em solução e temperatura ambiente (+30ºC).

Os experimentos de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) foram

realizados nos mesmos substratos utilizados nas curvas de polarização. As medidas de EIE

foram feitas utilizando um potenciostato/galvanostato AUTOLAB, modelo PGSTAT30,

conectado a um computador pelo programa FRA (Frequency Response Analyzer System),

com uma frequência de 1 kHz a 4mHz com uma amplitude de 1E-02V a programação desta

técnica foi feita através de potenciais extraídos das curvas de polarização. Estes potenciais

correspondiam respectivamente ao potencial de corrosão, potencial em que aconteceu a

primeira queda de corrente e potencial do início da passivação das ligas de Co-Fe.

Page 33: Eletrodeposição da liga Co-Fe

33

O procedimento adotado consistiu em ensaios de imersão contínua da área interna da

célula, em solução aquosa de NaCl 0,1M, sob efeito da polarização nos potenciais

selecionados.

3.6 Microdureza

Os ensaios de microdureza Vickers foram realizados com um microdurômetro digital

FM-700 Future Tech. Para cada ponto foram realizadas três medidas, e em cada amostra

analisou-se sete pontos, utilizando uma carga de 10 (gf) por 30 segundos.

3.7 Microscopia Óptica

O estudo superficial dos revestimentos foi realizado por Microscopia Óptica,

utilizando um microscópio Olympus modelo BX-51. As micrografias superficiais foram feitas

sem que as amostras sofressem qualquer tipo de tratamento anterior, como polimento ou

ataque químico superficial. Esta análise mostra o comportamento da superfície do

revestimento em forma de imagem. Tem como principal objetivo avaliar a presença ou

ausência de micro rachaduras e/ou nódulos nos depósitos.

3.8 Composição Química

Para a análise da composição química das ligas obtidas, foi utilizado o aparelho de

Energia Dispersiva de Raios – X (EDX) utilizando um espectrômetro digital Shimadzu,

modelo 720.

3.9 Difração de Raios-X

Para avaliar a cristalinidade da liga foram realizados ensaios de difração de raios-x

(DRX) para isso, utilizou-se um difratômetro 6000 da Shimadzu.

Page 34: Eletrodeposição da liga Co-Fe

34

4 RESULTADOS

O estudo dos efeitos principais lineares e de interação sobre o potencial de corrosão,

resistência a polarização, corrente de corrosão e microdureza, foi realizado por meio da

metodologia de superfícies de respostas. Através das superfícies de respostas, fez-se uma

busca por inspeção para encontrar o ponto ótimo de operação no processo de eletrodeposição

da liga Co-Fe. A seguir serão discutidos os resultados diante do estudo realizado.

4.1 Planejamento Experimental – Avaliação das condições ótimas de deposição

No intuito de otimizar os parâmetros operacionais (densidade de corrente e

temperatura), realizou-se um planejamento fatorial completo 2² com 2 elementos no ponto

central.

Na Tabela 2 encontram-se as variáveis utilizadas no planejamento fatorial do processo

de eletrodeposição da liga Co-Fe, suas codificações e os níveis reais para cada variável. Já na

Tabela 3 está apresentada a matriz do planejamento fatorial, utilizada como ferramenta no

processo de otimização dos parâmetros operacionais do sistema de eletrodeposição destas

ligas.

Tabela 3. Matriz do planejamento fatorial 2² da liga Co-Fe.

Ensaios Densidade de

Corrente (mA/cm2)

Temperatura

(ºC)

ECorr (V) Icorr (A/cm²) Rp (ohm)

1 -1 1 -0.551 4,22x10-6

25710

2 1 1 -0.550 9,08x10-7

56390

3 -1 -1 -0.753 8,12x10-6

11010

4 1 -1 -0.790 1,59x10-5

4916

5 0 0 -0.764 6,18x10-6

10860

6 0 0 -0.744 5,38x10-6

12510

7 -1 1 -0.456 7,98x10-6

7223

8 1 1 -0.456 7,31x10-6

7578

9 -1 -1 -0.736 1,23x10-6

21650

10 1 -1 -0.768 6,91x10-6

10060

11 0 0 -0.701 9,36x10-7

39260

12 0 0 -0.666 1,45x10-6

33240

13 -1 1 -0.210 5,02x10-6

7569

14 1 1 -0.208 2,77x10-6

17900

15 -1 -1 -0.537 3,26x10-5

1390

16 1 -1 -0.540 1,84x10-4

506.3

17 0 0 -0.500 1,30x10-5

3714

18 0 0 -0.502 6,12x10-6

1853

Page 35: Eletrodeposição da liga Co-Fe

35

Considerando que um valor de probabilidade de 95% de confiança é satisfatório, foi

possível estabelecer um modelo linear de 1ª ordem (Equação 1), onde x é a densidade de

corrente, y é a temperatura e xy é a interação entre a densidade de corrente e temperatura,

apresentando como resposta o efeito das variáveis de entrada no potencial de corrosão (ECorr),

cujos valores dos coeficientes foram obtidos pelo programa STATISTICA 8.0 .

ECorr = -0,6612 - 0,0085x + 0,1292y + 0,0087xy (1)

O modelo linear apresentou um coeficiente de regressão (R2) igual a 79%. A análise

de variância representada na Tabela 4 e de regressão demonstrou a significância estatística do

modelo, justificando o emprego do modelo linear para análise estatística. O valor em negrito

da Equação 1 corresponde ao efeito significativo do modelo.

Tabela 4. Dados da análise de variância (ANOVA) para a liga Co-Fe.

Fatores Soma

Quadrática

Grau de

Liberdade

Média

Quadrática

F P

Densidade de corrente 0.000578 1 0.000578 0.13235 0.7254

Temperatura 0.133645 1 0.133645 30.60218 0.0005

Iteração 0.000612 1 0.000612 0.14025 0.7177

Erro 0.034937 8 0.004367 - -

Soma Quadrática total 0.169772 11 - - -

A Figura 7 apresenta o gráfico de Pareto com um nível de confiança de 95% para o

cálculo dos efeitos lineares e os efeitos de primeira ordem para valores absolutos.

A magnitude de cada efeito é representada através das barras e uma linha tracejada

correspondente ao valor de p=0,05 que indica o quanto deve ser grande o efeito para ter

significado estatístico.

De acordo com o gráfico de Pareto, o efeito significativo foi a temperatura,

confirmando deste modo, os dados obtidos na Análise de variância, portanto com 95% de

confiança pode-se afirmar que a temperatura apresenta maior influência no processo de

eletrodeposição da liga Co-Fe.

Page 36: Eletrodeposição da liga Co-Fe

36

Figura 7. Gráfico de Pareto dos efeitos do planejamento fatorial.

-.363802

.3745016

5.531924

p=0.05

Estimativa dos Efeitos (Valor absoluto)

(1)Densidade de Corrente (mA/cm²)

1by2

(2)Temperatura (ºC)

-.363802

.3745016

4.2 Influência dos fatores sobre o processo da eletrodeposição

O efeito da densidade de corrente foi avaliado no intervalo de 20 a 70 (mA/cm2).

Neste intervalo observou-se que a densidade de corrente não teve influência no processo de

eletrodeposição, quando a resposta obtida foi o potencial de corrosão. A Figura 8 mostra o

comportamento do potencial de corrosão com relação à variação dos valores da densidade de

corrente e temperatura do banho eletrolítico. Com relação a taxa de dissolução do material

estudado e resistência a polarização os melhores resultados obtidos foram para os maiores

valores da faixa estudada, como representado nas Figuras 9 e 10.

O estudo da temperatura foi realizado nos níveis -1 (30 ºC), 0 (55ºC) e +1 (80 ºC). Os

valores ótimos encontrados estão na faixa de 55-80 (ºC). Através do planejamento fatorial

notaram-se tendências no processo de eletrodeposição da liga Co-Fe, com 95% de confiança

podemos afirmar que a temperatura foi a variável que influenciou no processo de

eletrodeposição. Foi observado que o aumento da temperatura favorece a redução do ferro no

depósito e consequentemente a diminuição da temperatura favorece a redução do cobalto no

depósito.

As Figuras 8, 9 e 10 representam as superfícies de resposta que mostram o

comportamento do potencial de corrosão, Corrente de corrosão (taxa de dissolução) e

Page 37: Eletrodeposição da liga Co-Fe

37

resistência a polarização, em função da densidade de corrente e temperatura do banho

eletrolítico.

Na figura 8, é observado que apenas a temperatura tem influência no processo de

eletrodeposição, tendo como resposta, os melhores potenciais de corrosão para os maiores

valores das faixas estudadas. Já a Figura 9, representa o comportamento da taxa de dissolução

do material, onde é observado que os melhores resultados (menores taxas de dissolução do

material metálico) correspondem aos maiores valores das faixas estudadas, o mesmo

comportamento é observado na Figura 10, confirmando assim os dados apresentados na

Tabela 3, onde o experimento 2, é o mais satisfatório.

Figura 8. Superfície de contorno do efeito da densidade de corrente e da temperatura tendo como resposta o

potencial de corrosão.

Page 38: Eletrodeposição da liga Co-Fe

38

Figura 9. Superfície de contorno do efeito da densidade de corrente e da temperatura tendo como resposta a

corrente de corrosão.

Figura 10. Superfície de contorno do efeito da densidade de corrente e da temperatura tendo como resposta a

resistência a polarização.

Page 39: Eletrodeposição da liga Co-Fe

39

4.3 Composição e Morfologia dos Depósitos

As ligas metálicas em estudo foram caracterizadas quanto, a sua composição química,

através dos ensaios de energia dispersiva de raios x (EDX) e quanto a morfologia de

superfície, através de microscopia óptica e por difração de raios x (DRX).

De acordo com os resultados de EDX, que se encontram na Tabela 5, em At% de cada

metal, os melhores resultados para o potencial de corrosão contêm maior concentração de

cobalto, quando comparado com os outros ensaios. Já para os resultados menos satisfatórios,

menor quantidade de cobalto. O aumento na concentração de cobalto no depósito pode

provocar o aumento de tensões residuais que podem provocar fraturas nos depósito, deixando

dessa forma o depósito quebradiço. Isso está fundamentado no fato de que o cobalto é um

metal mais duro que o ferro. Os depósitos que possui maior concentração de cobalto possui

maior dureza.

Tabela 5. Dados da análise de energia dispersiva de raios x (EDX) e microdureza da liga Co-Fe.

Ensaios Densidade de

Corrente (mA/cm²)

Temperatura (ºC) At.% Co At.% Fe Dureza

(HV)

1 -1 1 57 43 396

2 1 1 63 37 448

3 -1 -1 54 46 257

4 1 -1 59 41 625

5 0 0 57 43 345

6 0 0 56 44 349

Através das microscopias ópticas que estão apresentadas na Figura 11, é possível

observar que o resultado mais satisfatório, ensaio 2, apresenta uma superfície composta por

nódulos esféricos e as bordas dos nódulos são circulares indicando a ausência de limites de

grão, sugerindo dessa forma a falta de estrutura cristalina. Já para os resultados menos

satisfatórios 3 e 4, a superfície apresentou trincas e micro rachaduras, o que não é interessante

para o processo de resistência a corrosão.

Neckel (2009) relata em seus estudos que as análises morfológicas por MEV

mostraram que os filmes com altas concentrações de cobalto possuem melhor morfologia,

sendo mais uniformes e recobrindo melhor o substrato.

Page 40: Eletrodeposição da liga Co-Fe

40

Figura 11. Microscopia óptica dos revestimentos obtidos a) ensaio 1, b) ensaio 2, c) ensaio 3, d) ensaio 4, e)

ensaio 5 e f) ensaio 6, com ampliação de 1000x.

A Figura 12 mostra um difratograma de raios-x (DRX) que mostra que a liga obtida é

parcialmente amorfas isto é caracterizado pelo picos de 45º e 83º . Este resultado é similar ao

encontrado por GURMEN, et al. (2009).

f) e)

d)

b)

c)

b)

b) a)

Page 41: Eletrodeposição da liga Co-Fe

41

Figura 12. Difração de raios-x da liga Co-Fe.

4.4 Medidas de Microdureza

As propriedades de dureza e resistência à corrosão são as principais características de

uma liga metálica e a composição das ligas afeta diretamente essas propriedades. (HAMIS et

al., 1995; SZIRÁKI et al., 2007).

A partir da composição química e dureza para cada ensaio, que está representado na

Tabela 5, é possível verificar a influência da composição química na dureza da liga, observa-

se que o ensaio 4 apresentou a maior dureza seguido do ensaio 2, verificando desse modo,

que os dois ensaios possuem maior quantidade de cobalto, logo o aumento da dureza é

atribuído a maior quantidade de Co na liga.

ROZLIN e ALFANTAZI (2012) avaliaram a microdureza da liga Co-Fe e verificaram

que quando há diminuição de Fe nas ligas, há um aumento da microdureza, relataram também

que ligas com terrores de (0-8% em peso de Fe) apresentaram a microdureza do Cobalto puro,

cerca de 323 HV. Em seu Trabalho o mesmo observou que a partir de 15 wt% de Fe, a dureza

se tornava relativamente constante e em torno de 620 HV, um valor de dureza mais alto que a

dureza do Cobalto puro. No entanto, uma ligeira diminuição na dureza foi visto mais tarde

para depósitos acima de 25 wt% de Fe. Uma tendência semelhante da dureza dessa liga tem

sido relatada em vários estudos (CHEUNG et al, 1995; SRIRAMAN, RAMAN e

SESHADRI, 2007).

Page 42: Eletrodeposição da liga Co-Fe

42

4.5 Avaliação da Corrosão

O comportamento da corrosão das ligas de Co-Fe, foi avaliado usando as técnicas de

polarização potenciodinâmica linear (PPL) e espectroscopia de impedância eletroquímica

(EIE). A extrapolação das curvas de Tafel foi utilizada para determinar o potencial de

corrosão (Ecorr) e a resistência de polarização (Rp). A Figura 13 mostra a curva de

polarização potenciodinâmica linear genérica da liga de Co-Fe.

Figura 13. Curva de polarização da liga Co-Fe para o experimento de maior resistência à polarização.

No ponto (a) marcado na curva de polarização é obtido o potencial de corrosão da liga

com valor igual a -0.744V. No ponto (B) da curva foi observada a formação do filme de

passivação. Já no ponto (C) da curva é a região de transpassivação onde ocorre a dissolução

da liga.

As medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) são aplicadas por

um potencial AC na célula, medindo a corrente que passa através do sistema. O gráfico de

Nyquist representa as medidas de impedância, onde o eixo X representa a parte real e o eixo

Y, a parte imaginária dessas medidas. Cada ponto no gráfico de Nyquist representa a

impedância para uma frequência em particular (SRIRAMAN et al, 2007).

Foram realizadas medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica para obter

informações detalhadas sobre a resistência à corrosão e dessa forma confirmar os resultados

obtidos pela curva de PPL do estudo da liga Co-Fe. As medidas de impedância foram

realizadas nos pontos a, b e c marcados nas curvas de PPL da Figura 11. As análises de EIE

indicaram que o máximo valor de impedância (Z) foi obtido para maiores valores de

temperatura e para os maiores valores de densidade de corrente. Os diagramas de impedância

Page 43: Eletrodeposição da liga Co-Fe

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confirmam os resultados obtidos pelas curvas de polarização. A Figura 14 mostra o diagrama

de impedância eletroquímica do potencial de corrosão. Este diagrama possui comportamento

característico de processo de transferência de carga.

Figura 14. Diagrama de impedância relacionado ao ponto (a) da liga de Co-Fe.

A Figura 15 está representando o diagrama característico do processo de passivação

correspondente ao ponto (b) da curva de polarização mostrada na figura 10, o resultado

confirma o comportamento. Pode-se observar um aumento no valor da impedância com

relação ao ponto a.

Figura 15. Diagrama de impedância relacionado ao ponto (b) da liga de Co-Fe.

A Figura 16 mostra o diagrama de impedância que possui comportamento

característico do processo de dissolução de filmes metálicos (transpassivação), este resultado

confirma o resultado obtido pela curva de polarização. Foi observada uma diminuição

significativa no valor da impedância (resistência de polarização), caracterizando desta forma,

diminuição da resistência a corrosão provocada pela dissolução do revestimento.

Page 44: Eletrodeposição da liga Co-Fe

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Figura 16. Diagrama de impedância relacionado ao ponto (c) da liga de Co-Fe.

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5 CONCLUSÕES

Foi obtida com sucesso por meio da eletrodeposição uma liga binária de Co-Fe. Para o

estudo realizado, dentro da faixa de variáveis propostas, os valores ótimos encontrados foram

densidade de corrente de 70 mA/cm2 e temperatura de 80 ºC alcançando um potencial de

corrosão -0,208 V.

Quanto à aparência do depósito, a liga obtida com as condições ótimas de composição

do banho referente à melhor resistência de polarização apresentou boa aderência e brilho. O

estudo da morfologia acusou a presença de nódulos na superfície da liga e micro-rachaduras.

Os revestimentos são parcialmente amorfos.

A composição média do melhor depósito foi 63 w.t.% de Co e 37 w.t% de Fe, com

uma microdureza de Vickers de 448 HV. A maior microdureza encontrada foi de 625 HV.

Através dos ensaios de impedância, foi confirmado o comportamento dos ensaios de

polarização potenciodinâmica linear, onde a liga possui tendência a formar um filme de

passivação antes de sua total dissolução.

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Estudar um modelo representativo ou através de uma configuração estrela, melhorar a

apresentação dos resultados a cerca da liga Co-Fe.

Estudar outras ligas da família do Cobalto, para servir como fator comparativo, ou até

mesmo comparar com trabalhos realizados a cerca do cromo puro.

Realizar um planejamento experimental voltado para a composição e pH do banho

eletrolítico, otimizando assim as concentrações de cada reagente.

Realizar testes de tensões residuais, para confirmar a anomalia verificada no

comportamento da microdureza.

Todas essas sugestões são de grande importância para continuação da pesquisa

realizada sobre a liga Co-Fe, fatores que podem desvendar algumas dúvidas, com relação ao

comportamento resultante do método da eletrodeposição destas ligas.

Page 46: Eletrodeposição da liga Co-Fe

46

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