eletrificaÇÃo dos auxiliares de um motor … fernando... · orientador: prof. dr. demercil de...

139
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELETRIFICAÇÃO DOS AUXILIARES DE UM MOTOR MD11 EURO 5 460HP Luiz Fernando Almeida Fontenele Fortaleza Dezembro de 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ELETRIFICAÇÃO DOS AUXILIARES DE UM MOTOR MD11

EURO 5 460HP

Luiz Fernando Almeida Fontenele

Fortaleza

Dezembro de 2010

ii

LUIZ FERNANDO ALMEIDA FONTENELE

ELETRIFICAÇÃO DOS AUXILIARES DE UM MOTOR MD11

EURO 5 460HP

Monografia submetida à Universidade Federal

do Ceará como parte dos requisitos para

obtenção do grau de Graduado em Engenharia

Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Demercil de Souza

Oliveira Júnior.

Fortaleza

Dezembro de 2010

iv

Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento prático daquilo

Albert Einstein

Pra ser feliz, basta ser bom. Dona Elza

v

A Deus Aos meus pais Luiz Carlos e Fátima Evanilde

Ao meu irmão Luiz Carlos Junior A todos os familiares e amigos

vi

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus pela dádiva da vida, pelas ajudas nos

momentos difíceis e pela sabedoria para resolver os problemas.

Também, gostaria de agradecer a minha família, em especial minha mãe, Fátima

Evanilde, meu pai, Luiz Carlos, meu irmão, Luiz Carlos Junior, minha avó Elza, meu avô

Evangelista e minha tia Fátima Evaneide. Eu os considero como base de toda minha

formação. Eles sempre se preocuparam com meu desenvolvimento como pessoa, como

cidadão e como profissional, dando-me suporte sempre que precisei, ensinando-me sempre o

Agradeço ao Prof. José Carlos pelos ensinamentos durante a participação no grupo

PET e aos membros desse grupo, com os quais tive a oportunidade de crescer na vida

acadêmica.

Ao Prof. Demercil pela excelente orientação durante a pesquisa de graduação e pelos

ensinamentos nas disciplinas

Agradeço a Nicolas Auffret por ser um bom orientador, pela oportunidade de estágio,

pelo acompanhamento semanal, pelas ajudas e por acreditar no meu trabalho. Ele dedicou seu

tempo para me auxiliar com as atividades desenvolvidas.

Ao professor e tutor de estágio, Georges Louail, pela educação em engenharia e pelas

ajudas na solução de problemas.

Aos amigos e colegas de estágio pelos bons momentos passados na Volvo.

Aos demais profissionais da Volvo que me ajudaram com informações e reuniões. Foi

um prazer trabalhar e trocar conhecimentos com eles.

Aos estagiários pelos bons momentos que passamos juntos.

Aos amigos que fiz durante esses 5 anos de graduação pelo companheirismo, pelos

bons momentos passados juntos, pelas dificuldades superadas e pelos estudos em grupo.

vii

Euro 5 Universidade Federal do Ceará UFC, 2010, 139p. Preocupado com problemas ambientais, como o aquecimento global e o efeito estufa, e

uma redução no consumo de combustível e, consequentemente, uma redução de emissão de gases poluentes, como o dióxido de carbono. Adicionado ao uso de sistemas de produção de energia embarcada por painéis solares fotovoltaicos ou recuperação de energia por ciclo de Rankine, a eletrificação dos auxiliares pode representar uma redução significativa no consumo de combustível. Primeiramente, descrevem-se os auxiliares de um motor de combustão, verificando-se resultados de estudos similares para outros tipos de aplicação. Em seguida, aborda-se a metodologia utilizada no estudo, bem como as características do veículo, do motor e do circuito que serão as referências das simulações e dos cálculos. Posteriormente, nos capítulos seguintes, alguns auxiliares são apresentados, como bomba de óleo, bomba de água, bomba de combustível, ventilador, compressor de ar, compressor do condicionador de ar e direção assistida. Para cada um deles, há uma pequena apresentação das características gerais de funcionamento e de consumo de energia. Para a maioria deles, são abordados o estado da arte e o resultado de alguns outros estudos em relação ao consumo de energia para diversas aplicações. Realizaram-se algumas simulações com o intuito de verificar o consumo de energia durante o circuito de referência e de avaliar o potencial de redução de consumo de combustível que pode ser obtido em caso de eletrificação. Palavras-Chave: Eletrificação, Auxiliares do Motor, Economia de Energia, Redução de

Consumo de Combustível.

viii

Electrification of auxiliaries of a MD11 Euro 5 Universidade Federal do Ceará UFC, 2010, 139p.

the fuel consumption and, as consequence, aims to reduce the emissions of polluting gases like the carbon dioxide. Added to the use of systems of production of embedded energy by solar panels and of energy recovery by Rankine system, the electrification of the auxiliaries can represents a significant reduction on the fuel consumption. well the results of some similar studies for other types of application. Then, it is developed the methodology used in this study, as well the characteristics of the vehicle, the engine and the circuit, which were the reference of the simulations and calculations. In the following chapters, some auxiliaries are explained, like power steering, oil pump, water pump, fan, air compressor, air conditioning compressor and fuel pump. For each of them, there is a short presentation of the auxiliary and also the general power consumption characteristics. For most of them, there is the state of the art and also some results of studies concerning its energy consumption for various applications types. It was done also, some simulations in order to verify the energy consumption during the reference circuit and in order to evaluate the potential reduction in fuel consumption that can be achieved each auxiliary is electrified. Keywords: Electrification, Engine Auxiliaries, Energy Savings, Fuel Consumption Reduction

ix

SUMÁRIO

SUMÁRIO

Lista de Figuras ....................................................................................................................... xii

Lista de Tabelas ..................................................................................................................... xvii

Simbologia .............................................................................................................................. xxi

Acrônimos e Abreviaturas ..................................................................................................... xxii

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................. 1

Introdução Geral ....................................................................................................................... 1

1.1 Motivação ............................................................................................................................. 1

1.2 Auxiliares .............................................................................................................................. 4

1.3 Eletrificação dos Auxiliares ................................................................................................ 6

CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 12

Metodologia ............................................................................................................................. 12

2.1 Característi ................................................................... 12

2.2 ............................................................................. 14

2.3 Simulação ............................................................................................................................ 15

CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 20

Bomba de Óleo ......................................................................................................................... 20

3.1 Introdução .......................................................................................................................... 20

3.2 Perfil de Consumo .............................................................................................................. 213.2.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 213.2.2 ............................................................................................................. 29

3.3 Interesse na Eletrificação .................................................................................................. 363.3.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 363.3.2 ............................................................................................................. 38

3.4 Fabricantes ......................................................................................................................... 42

CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................... 43

Bomba de Água ........................................................................................................................ 43

4.1 Introdução .......................................................................................................................... 43

4.2 Perfil de Consumo .............................................................................................................. 434.2.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 434.2.2 ............................................................................................................. 44

4.3 Interesse na Eletrificação .................................................................................................. 524.3.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 52

x

SUMÁRIO

4.3.2 ............................................................................................................. 53

4.4 Fabricantes ......................................................................................................................... 57

CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................... 59

Bomba de Combustível ............................................................................................................ 59

5.1 Introdução .......................................................................................................................... 59

5.2 Perfil de Consumo .............................................................................................................. 595.2.1 ............................................................................................................. 59

5.3 Interesse na Eletrificação .................................................................................................. 655.3.1 ............................................................................................................. 65

CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................... 69

Ventilador ................................................................................................................................. 69

6.1 Introdução .......................................................................................................................... 69

6.2 Perfil de Consumo .............................................................................................................. 716.2.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 716.2.2 Ap ............................................................................................................. 71

6.3 Interesse na Eletrificação .................................................................................................. 776.3.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 776.3.2 Ap ............................................................................................................. 78

6.4 Fabricantes ......................................................................................................................... 81

CAPÍTULO 7 ........................................................................................................................... 83

Compressor de Ar .................................................................................................................... 83

7.1 Introdução .......................................................................................................................... 83

7.2 Perfil de Consumo .............................................................................................................. 837.2.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 837.2.2 ............................................................................................................. 84

7.3 Interesse na Eletrificação .................................................................................................. 927.3.1 Estado da Arte ............................................................................................................................... 927.3.2 ............................................................................................................. 94

CAPÍTULO 8 ........................................................................................................................... 99

Compressor do Condicionador de Ar ...................................................................................... 99

8.1 Introdução .......................................................................................................................... 99

8.2 Perfil de Consumo ............................................................................................................ 1008.2.1 Estado da Arte ............................................................................................................................. 1008.2.2 ........................................................................................................... 101

8.3 Interesse na Eletrificação ................................................................................................ 1018.3.1 Estado da Arte ............................................................................................................................. 1018.3.2 ........................................................................................................... 104

xi

SUMÁRIO

8.4 Fabricantes ....................................................................................................................... 104

CAPÍTULO 9 ......................................................................................................................... 106

Direção Assistida ................................................................................................................... 106

9.1 Introdução ........................................................................................................................ 106

9.2 Perfil de Consumo ............................................................................................................ 1079.2.1 Estado da Arte ............................................................................................................................. 1079.2.2 ........................................................................................................... 108

9.3 Interesse na Eletrificação ................................................................................................ 1089.3.1 Estado da Arte ............................................................................................................................. 1089.3.2 ........................................................................................................... 111

9.4 Fabricantes ....................................................................................................................... 111

CAPÍTULO 10 ....................................................................................................................... 113

Conclusão ............................................................................................................................... 113

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 116

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Evolução da temperatura global. [1] ...................................................................... 1

Figura 1.2 Evolução das emissões globais de dióxido de carbono. [2] ................................... 2

Figura 1.3 Projeções do preço do barril de petróleo. [3] ......................................................... 2

Figura 1.4 Custo operacional de um veículo comercial. [5] .................................................... 3

Figura 1.5 Uso da energia em um caminhão. [6] .................................................................... 4

Figura 1.6 Disposição dos auxiliares em um motor. ............................................................... 5

Figura 1.7 Classificação dos auxiliares. .................................................................................. 5

Figura 1.8 Demanda de potência dos compressores de ar mecânico e elétrico. [12] .............. 9

Figura 1.9 Demanda de potência das bombas de água mecânica e elétrica. [12] .................... 9

Figura 1.10 Demanda de potência dos ventiladores mecânico e elétrico. [12] ..................... 10

Figura 1.11 Demanda de potência das direções assistidas mecânica e elétrica. [12] ............ 10

Figura 1.12 Demanda de potência máxima e média dos auxiliares. [13] .............................. 11

Figura 2.1 .................................................................... 12

Figura 2.2 Motor MD11 Euro 5 460hp. [14] ......................................................................... 12

Figura 2.3 ....................................................................... 13

Figura 2.4 ................................................................. 14

Figura 2.5 Modelo VSim+. .................................................................................................... 16

Figura 2.6 Bloco dos auxiliares. ............................................................................................ 16

Figura 2.7 - Bloco de medidas dos resultados. ......................................................................... 17

Figura 2.8 Modelo da demanda de potência dos auxiliares. .................................................. 18

Figura 3.1 Bomba de óleo...................................................................................................... 20

Figura 3.2 Características de uma bomba de óleo típica de um caminhão de grande porte. . 21

Figura 3.3 Demanda da bomba de óleo. ................................................................................ 22

Figura 3.4 Características da bomba de óleo. ........................................................................ 23

Figura 3.5 Comparação da temperatura do óleo durante o ciclo R393. [17] ......................... 23

Figura 3.6 Impacto da bomba de óleo no consumo de combustível. [17] ............................. 24

Figura 3.7 Impacto da bomba de óleo no consumo de energia. [17] ..................................... 25

xiii

Figura 3.8 Potência demandada pela bomba de óleo. [18] .................................................... 26

Figura 3.9 Comparação da potência hidráulica das bombas de óleo. [18] ............................ 27

Figura 3.10 Comparação das potências globais das bombas de óleo. [18] ........................... 28

Figura 3.11 Potências hidráulica e absorvida da bomba de óleo Pierburg. ........................... 31

Figura 3.12 Modelo do sistema da bomba de óleo. ............................................................... 32

Figura 3.13 Interior do bloco do sistema de bomba de óleo.................................................. 32

Figura 3.14 Interior do bloco da bomba de óleo mecânica. .................................................. 32

Figura 3.15 Perfis de velocidade e de potência absorvida da bomba de óleo Pierburg durante

........................................................................................................ 33

Figura 3.16

...................................................................................................................................... 35

Figura 3.17

...................................................................................................................................... 36

Figura 3.18 Comparação da demanda de potência de bombas de óleo. ................................ 37

Figura 3.19 Redução no consumo global de combustível com uma bomba de óleo elétrica

auxiliar. ..................................................................................................................................... 39

Figura 3.20 Redução no consumo global de combustível com uma bomba de óleo elétrica

principal. ................................................................................................................................... 39

Figura 3.21 Comparação da redução do consumo de combustível entre a bomba de óleo

elétrica atuando como principal e como auxiliar. ..................................................................... 40

Figura 4.1 Bomba de água mecânica produzida pela Pirburg. .............................................. 43

Figura 4.2 Comparação da potência demandada de uma bomba de água mecânica e de uma

elétrica. ..................................................................................................................................... 44

Figura 4.3 Potência absorvida pela bomba de água Haldex para diferentes valores de PWM.

.................................................................................................................................................. 46

Figura 4.4 Potências hidráulica e absorvida da bomba de água Haldex................................ 46

Figura 4.5 Modelo do sistema da bomba de água. ................................................................ 47

Figura 4.6 Interior do bloco do sistema da bomba de água. .................................................. 48

Figura 4.7 Interior do bloco do ventilador mecânico. ........................................................... 48

xiv

Figura 4.8 Perfis de velocidade e de potência da bomba de água Haldex durante o circuito

........................................................................................................................ 49

Figura 4.9 nce

...................................................................................................................................... 50

Figura 4.10

...................................................................................................................................... 51

Figura 4.11 Dois modos operacionais possíveis da bomba de água. [16] ............................. 52

Figura 4.12 Redução no consumo global de combustível com uma bomba de água elétrica

auxiliar. ..................................................................................................................................... 54

Figura 4.13 Redução no consumo global de combustível com uma bomba de água elétrica

principal. ................................................................................................................................... 54

Figura 4.14 Comparação da redução do consumo de combustível entre a bomba de água

elétrica atuando como principal e como auxiliar. ..................................................................... 55

Figura 4.15 Bombas de água Pierburg................................................................................... 57

Figura 4.16 Bomba de água elétrica produzida pela EMP. ................................................... 58

Figura 4.17 Controlador de motor CC sem escovas. ............................................................. 58

Figura 5.1 Bomba de combustível produzida pela Concentric. ............................................. 59

Figura 5.2 Potência absorvida pela bomba de combustível Concentric. ............................... 60

Figura 5.3 Modelo do sistema da bomba de combustível. .................................................... 61

Figura 5.4 Interior do bloco do sistema da bomba de combustível. ...................................... 61

Figura 5.5 Interior do bloco da bomba de combustível mecânica. ........................................ 61

Figura 5.6 Perfis de velocidade e de potência da bomba de combustível Concentric durante

........................................................................................................ 62

Figura 5.7 Histograma de velocidade da bomba de combustível Concentric durante o

........................................................................................................... 64

Figura 5.8 Histograma de potência da bomba de combustível Concentric durante o circuito

........................................................................................................................ 65

Figura 5.9 Redução no consumo global de combustível com uma bomba de combustível

elétrica auxiliar. ........................................................................................................................ 66

xv

Figura 5.10 Redução no consumo global de combustível com uma bomba de combustível

elétrica principal. ...................................................................................................................... 67

Figura 5.11 Comparação da redução do consumo de combustível entre a bomba de

combustível elétrica atuando como principal e como auxiliar. ................................................ 67

Figura 6.1 Motor com ventilador e radiador.......................................................................... 69

Figura 6.2 Ventilador de um motor. ...................................................................................... 69

Figura 6.3 Sistema de arrefecimento. .................................................................................... 70

Figura 6.4 Demanda de potência de um ventilador de um motor MD11 Euro 5. ................. 71

Figura 6.5 Modelo do sistema do ventilador. ........................................................................ 73

Figura 6.6 Interior do bloco do sistema do ventilador. .......................................................... 73

Figura 6.7 Interior do bloco do ventilador mecânico. ........................................................... 73

Figura 6.8 Perfis de velocidade e de demanda de potência do ventilador durante o circuito

........................................................................................................................ 74

Figura 6.9

.................................................................................................................................................. 76

Figura 6.10

.................................................................................................................................................. 77

Figura 6.11 Ventilador elétrico produzido pela Borg Warner. .............................................. 77

Figura 6.12 Redução no consumo global de combustível com um ventilador elétrico

auxiliar. ..................................................................................................................................... 79

Figura 6.13 Redução no consumo global de combustível com um ventilador elétrico

principal. ................................................................................................................................... 79

Figura 6.14 Comparação da redução do consumo de combustível entre o ventilador elétrico

atuando como principal e como auxiliar. ................................................................................. 80

Figura 6.15 ricado pela Borg Warner. ..................................... 82

Figura 7.1 Compressor de ar fabricado pela Wabco. ............................................................ 83

Figura 7.2 Potência absorvida em carga e a vazio pelo compressor de ar Wabco. .............. 85

Figura 7.3 Modelo do sistema do compressor de ar. ............................................................. 86

Figura 7.4 Interior do bloco do sistema do compressor de ar................................................ 87

xvi

Figura 7.5 Interior do bloco do compressor de ar mecânico. ................................................ 87

Figura 7.6 Perfis de velocidade e de potência absorvida do compressor de ar Wabco durante

........................................................................................................ 88

Figura 7.7

...................................................................................................................................... 90

Figura 7.8 Histograma de potência média do compressor de ar Wabco durante o circuito

........................................................................................................................ 91

Figura 7.9 Redução no consumo global de combustível com um compressor de ar elétrico

auxiliar. ..................................................................................................................................... 95

Figura 7.10 Redução no consumo global de combustível com um compressor de ar elétrico

principal. ................................................................................................................................... 95

Figura 7.11 Comparação da redução do consumo de combustível entre o compressor de ar

elétrico atuando como principal e como auxiliar...................................................................... 96

Figura 8.1 Sistema de condicionamento de ar. ...................................................................... 99

Figura 8.2 Compressor do condicionador de ar acionado por correia. ................................ 100

Figura 8.3 Características do compressor do condicionador de ar SD7H15. ...................... 100

Figura 8.4 Sistema de condicionamento de ar convencional. ............................................. 102

Figura 8.5 Sistema de condicionamento de ar eletricamente pilotado. ............................... 103

Figura 8.6 Compressor do condicionador de ar eletricamente pilotado produzido pela

Denso. ..................................................................................................................................... 105

Figura 9.1 Sistema de direção assistida. .............................................................................. 106

Figura 9.2 Bomba hidráulica do sistema de direção assistida. ............................................ 106

Figura 10.1 .. 114

xvii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 Exemplo de economia de energia para caminhões e ônibus. [11] ......................... 8

Tabela 2.1 ......................................................... 13

Tabela 3.1 Características da bomba de óleo mecânica. [9] .................................................. 21

Tabela 3.2 Resultados no ciclo R393 para diferentes estratégias de controle do sistema de

óleo. [17] ................................................................................................................................... 25

Tabela 3.3 Comparação da potência hidráulica da bomba de óleo. [18] ............................... 27

Tabela 3.4 Comparação da potência absorvida pela bomba de óleo. [18] ............................ 28

Tabela 3.5 Resultados da comparação da economia de combustível de bombas de óleo. [18]

.................................................................................................................................................. 29

Tabela 3.6 Resultados dos testes da bomba de óleo Pierburg. .............................................. 30

Tabela 3.7 Parâmetros dos testes da bomba de óleo Pierburg. .............................................. 30

Tabela 3.8

...................................................................................................................................... 33

Tabela 3.9

...................................................................................................................................... 34

Tabela 3.10 Distribuição da velocidade da bomba de óleo Pierburg durante o circuito

........................................................................................................................ 34

Tabela 3.11

...................................................................................................................................... 35

Tabela 3.12 Comparação entre sistemas com bomba de óleo mecânica e elétrica. [9] ......... 36

Tabela 3.13 Comparação dos valores de corrente elétrica da bomba de óleo para os casos de

eletrificação. ............................................................................................................................. 41

Tabela 4.1 Resultados dos testes da bomba de água Haldex. ................................................ 45

Tabela 4.2

...................................................................................................................................... 49

Tabela 4.3

...................................................................................................................................... 50

xviii

Tabela 4.4

...................................................................................................................................... 50

Tabela 4.5

...................................................................................................................................... 51

Tabela 4.6 Comparação dos valores de corrente elétrica da bomba de água para os casos de

eletrificação. ............................................................................................................................. 56

Tabela 5.1 Resultados dos testes da bomba de combustível Concentric. .............................. 59

Tabela 5.2 Estatísticas de velocidade da bomba de combustível Concentric durante o

........................................................................................................... 62

Tabela 5.3 Estatísticas de potência da bomba de combustível Concentric durante o circuito

........................................................................................................................ 63

Tabela 5.4 Distribuição de velocidade da bomba de combustível Concentric durante o

........................................................................................................... 63

Tabela 5.5 Distribuição de potência da bomba de combustível Concentric durante o circuito

........................................................................................................................ 64

Tabela 5.6 Comparação dos valores de corrente elétrica da bomba de combustível para os

casos de eletrificação. .............................................................................................................. 68

Tabela 6.1 Características do ventilador para diferentes aplicações. [16] ............................. 70

Tabela 6.2 Resultado dos testes do ventilador Behr. ............................................................. 72

Tabela 6.3

.................................................................................................................................................. 75

Tabela 6.4 . 75

Tabela 6.5 Distribuição de velocidade do ve

.................................................................................................................................................. 75

Tabela 6.6 76

Tabela 6.7 Comparação entre os ventiladores mecânico e elétrico. [9] ................................ 78

Tabela 6.8 Comparação dos valores de corrente elétrica do ventilador elétrico para os casos

de eletrificação. ......................................................................................................................... 81

Tabela 7.1 Resultados dos testes do compressor de ar Wabco. ............................................. 84

Tabela 7.2 Parãmetros dos testes do compressor de ar Wabco. ............................................ 85

xix

Tabela 7.3 Estatísticas d

...................................................................................................................................... 88

Tabela 7.4 Estatísticas de potência do compressor d

...................................................................................................................................... 89

Tabela 7.5 Distribuição de velocidade do compressor de ar Wabco durante o circuito

........................................................................................................................ 89

Tabela 7.6 Distribuição de potência em carga do compressor de ar Wabco durante o circuito

........................................................................................................................ 90

Tabela 7.7 Distribuição de potência sem carga do compressor de ar Wabco durante o

........................................................................................................... 91

Tabela 7.8 Distribuição de potência média do compressor de ar Wabco durante o circuito

........................................................................................................................ 91

Tabela 7.9 Valores das características típicas de um compressor de ar convencional e de um

elétrico. [16].............................................................................................................................. 92

Tabela 7.10 Resultados dos cálculos da comparação entre um compressor mecânico e um

elétrico. [9]................................................................................................................................ 93

Tabela 7.11 Valores de operação do compressor de ar para caminhões de grande porte e

para ônibus urbanos. [8] ........................................................................................................... 94

Tabela 7.12 Comparação dos valores de corrente elétrica do compressor de ar para os casos

de eletrificação. ........................................................................................................................ 97

Tabela 8.1 Valores típicos de potência e de uso de condicionadores de ar para algumas

aplicações com caminhões e ônibus. [7] ................................................................................ 101

Tabela 8.2 Resultados dos cálculos da comparação entre um compressor do condicionador

de ar mecânico e um elétrico. [9] ........................................................................................... 103

Tabela 9.1 Características típicas de sistemas de direção hidráulica e eletro hidráulica

utilizada em ônibus e em carro de passeio. [16] ..................................................................... 107

Tabela 9.2 Faixas de potência demandada por servobombas. [7] ....................................... 107

Tabela 9.3 Economias calculadas com uso de sistemas convencionais e elétricos de direção

assistida. [15] .......................................................................................................................... 109

xx

Tabela 9.4 Resultados dos cálculos da comparação entre as bombas mecânica e elétrica de

um sistema de direção assistida de um motor MD7. [9] ........................................................ 110

Tabela 9.5 Resultados da comparação entre a bomba com operação em velocidade

proporcional à velocidade do motor e com velocidade constante. [8] ................................... 110

Tabela 10.1 Características de potência e de utilização dos auxiliares durante o circuito

...................................................................................................................... 113

Tabela 10.2 . 114

xxi

SIMBOLOGIA

Símbolo Significado Unidade

Potência elétrica nominal do auxiliar kW

Dióxido de carbono

Taxa de uso do auxiliar

Energia consumida pelo auxiliar kWh

Eficiência elétrica do auxiliar

Relação de transmissão

Potência instantânea do auxiliar kW

Tempo de operação do auxiliar h

Símbolo Significado

ºC Graus Celcius

$ Dólar

Euro

A Ampère

B Byte

bar Bar

h Hora

hp Horse power

Hz Hertz

kg Quilograma

l Litro

m Metro

min Minuto

N Newton

rpm Rotações por minuto

s Segundo

t Tonelada

V Volt

W Watt

xxii

ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS

Símbolo Significado

MD7 Motor diesel de médio porte de 7 litros

MD9 Motor diesel de médio porte de 9 litros

MD11 Motor diesel de médio porte de 11 litros

MD13 Motor diesel de médio porte de 13 litros

PWM Pulse Width Modulation

CC Corrente Contínua

ISG Integrated Starter Generator

UFC Universidade Federal do Ceará

RAM Random Access Memory

Euro Padrão europeu de emissão

1

INTRODUÇÃO GERAL

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO GERAL

1.1 Motivação

De acordo com a Figura 1.1, pode-se verificar que o planeta Terra está ficando cada

vez mais quente. Esse fato é uma das consequências do efeito estufa, o qual tem diversas

causas. Uma delas é o aumento da poluição, em especial a poluição do ar, que pode ser

agravada por elevados níveis de emissão gasosa, onde a principal delas é a de dióxido de

carbono, que é lançado na atmosfera por veículos e indústrias.

Figura 1.1 Evolução da temperatura global. [1]

No que concerne os gases de efeito estufa, em especial o dióxido de carbono, a

evolução das emissões mundiais podem ser observadas Figura 1.2, a qual representa as

emissões medidas de 1990 até 2006 e faz uma estimativa até o ano de 2030.

2

INTRODUÇÃO GERAL

Figura 1.2 Evolução das emissões globais de dióxido de carbono. [2]

A maior parte dessas emissões provém da queima de petróleo e de seus derivados, os

quais são algumas das mais importantes e mais utilizadas fontes de energia no mundo. Como

o consumo de petróleo tem uma tendência ascendente, o preço também segue uma situação

semelhante, como mostra a Figura 1.3.

Figura 1.3 Projeções do preço do barril de petróleo. [3]

3

INTRODUÇÃO GERAL

Além disso, a maior parte dos veículos está intimamente relacionada com o uso do

petróleo e a emissão de CO2, uma vez que a maioria deles utiliza combustíveis fósseis para o

seu funcionamento, emitindo gases de efeito estufa. Dessa maneira, são considerados como

um dos responsáveis pelo agravamento do efeito estufa.

De acordo com [4], o transporte de mercadorias na França é responsável por mais de

40% da emissão de CO2 do setor de transporte francês, o que torna esse subgrupo um dos

mais visados no que diz respeito à poluição do ar.

Dessa forma, com o intuito de reduzir esse problema, cada vez mais os fabricantes de

veículos se preocupam com a eficiência de seus produtos, de modo a adequá-los às normas

internacionais de emissões gasosas. Além da preocupação ambiental, tem-se a atenção com o

custo operativo do veículo para os consumidores, uma vez que o consumo de combustível

pode representar cerca de 30% do custo operativo de um veículo comercial, conforme mostra

a Figura 1.4.

Figura 1.4 Custo operacional de um veículo comercial. [5]

No que diz respeito à eficiência de um caminhão de grande porte, a Figura 1.5 mostra

que apenas 38% da energia total disponível no combustível são utilizados para a aceleração e

4

INTRODUÇÃO GERAL

movimento do veículo. Esse fato reforça a necessidade de se aumentar a eficiência do motor e

de se reduzir o consumo de combustível.

Figura 1.5 Uso da energia em um caminhão. [6]

Com o objetivo de reduzir a dependência de fontes de energia fósseis no setor de

transportes, novas maneiras de reduzir o consumo global de combustível em veículos são

alvos de investigação e de estudo. Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias, como a

de veículos híbridos e a de recuperação de energia a partir de gases de escapamento, a

eletrificação de alguns auxiliares do motor está sendo cada vez mais interessante. Para isso,

entretanto, é necessário saber o que são exatamente os auxiliares, bem como quais são as suas

características.

1.2 Auxiliares

Em [7], eles são definidos como cargas não diretamente utilizadas para a propulsão

veicular. Em um motor, a disposição espacial deles pode ser observada na Figura 1.6. Pode-se

verificar que eles são conectados ao motor por intermédio de correias, e, em geral, todos eles

operam com velocidades rotacionais proporcionais à do motor, o que pode ocasionar consumo

de energia sem necessidade.

5

INTRODUÇÃO GERAL

Figura 1.6 Disposição dos auxiliares em um motor.

Os auxiliares podem ser classificados em quatro categorias de acordo com os

requisitos de potência e com a taxa de uso, como pode ser observado na Figura 1.7.

Figura 1.7 Classificação dos auxiliares.

Como mostrado na Figura 1.7, os auxiliares do tipo A são caracterizados por

apresentar uma elevada potência instalada, sendo pouco utilizados. Um exemplo típico é o

ventilador, o qual possui uma potência de 30kW e um uso somente de 15% aproximadamente.

Por outro lado, os do tipo D possuem uma baixa potência nominal e um elevado uso, como a

bomba de combustível, que tem uma potência de poucas centenas de watts e uma grande taxa

de uso.

6

INTRODUÇÃO GERAL

O consumo de energia pode ser calculado pela integral do produto da potência

instantânea do auxiliar pelo tempo de operação, conforme mostra a equação (1.1).

E P t dt (1.1)

Considerando os dois casos anteriores, esses componentes podem representar uma

pequena parcela da energia consumida durante um ciclo de utilização, apesar do elevado valor

de potência ou de taxa uso.

A descrição, as características, o estado da arte e a simulação de cada auxiliar serão

abordados neste trabalho.

1.3 Eletrificação dos Auxiliares

A grande vantagem da introdução de sistemas elétricos nos auxiliares dos motores é

que eles não permanecem em constante funcionamento uma vez que não são pilotados por

correias, e, portanto, podem apresentar uma melhor eficiência no que diz respeito ao consumo

de combustível. Um bom exemplo disso é o compressor do condicionador de ar elétrico, o

qual pode operar em seu ponto ótimo, se adequando às necessidades de resfriamento ou

aquecimento, em vez de ter sua velocidade determinada pelo motor de combustão.

Em relação ao consumo de energia, é mais claro, mais visível e possível de ser

controlada do que os auxiliares mecânicos pilotados continuamente pelo motor. As

possibilidades de economia podem ser classificadas em quatro categorias:

Remoção de cargas em repouso

Operação dos auxiliares em eficiência elevada de acordo com as necessidades

Controle e gerenciamento de energia do motor e dos auxiliares

Alternativas de armazenamento de energia

Além da possível redução no consumo de combustível, em [8] e em [9] há

considerações de que a eletrificação pode proporcionar uma substancial redução em termos de

dióxido de carbono e de ruído.

Não obstante, em [10] há um estudo sobre o consumo de combustível e os efeitos de

emissão de gases em diversas tecnologias, englobando sistemas auxiliares elétricos para

carros e caminhões. Foi estimado que, com a introdução de auxiliares elétricos, pode-se obter

uma redução de até 4% na emissão de CO2.

7

INTRODUÇÃO GERAL

Outra vantagem é que os componentes auxiliares podem ser implementados em

módulos mecatrônicos, nos quais as ligações mecânicas e correias são substituídas por cabos

elétricos, proporcionando mais liberdade na disposição espacial dos sistemas.

É importante observar que os requisitos de potência dos auxiliares variam intimamente

com:

Potência do veículo

Tamanho do veículo

Peso do veículo

Aplicação

Ciclo de uso

Motorista

Temperatura ambiente

Condições da rodovia

Condições do tráfego

Características do relevo

Dependendo de como esses fatores interagem, deve-se saber que a eletrificação de um

determinado auxiliar pode proporcionar uma redução ou um aumento no consumo global de

combustível do veículo em questão.

De acordo com o estudo feito em [11] e com a Tabela 1.1, os auxiliares podem ser

responsáveis por cerca de 5% a 10% do consumo de energia total de um caminhão de grande

porte operando em um ciclo rodoviário de longa distância. Já, para ciclos típicos de

distribuição, com grandes mudanças de velocidades, esse valor por chegar até 30%.

8

INTRODUÇÃO GERAL

Tabela 1.1 Exemplo de economia de energia para caminhões e ônibus. [11]

Veículo Ciclo de

Uso

Consumo de Energia

dos Auxiliares

Energia [kWh]

Economia de

Energia

Tempo de

Operação [h/ano]

Economia Total

[kWh/ano] ([l/ano])

Caminhão

Rodoviário de longa distância

<10% 400 3% 2100 25200 (2600)

Caminhão

Distribuição <30% 160 6% 1100 10600 (1100)

Ônibus

Ônibus urbano

<30% 90 7% 3300 20800 (2200)

Algumas pesquisas realizadas em [9] mostraram que o consumo global de combustível

pode ser reduzido em 3% para uma aplicação de um caminhão com motor MD7 Euro 4

320hp. Esse valor depende de cada auxiliar bem como da eficiência envolvida na conversão

eletromecânica.

Antes de começar o estudo propriamente dito, é interessante ter uma primeira

estimação do consumo total de energia dos auxiliares dos veículos Volvo. Alguns dados

foram medidos em um caminhão de grande porte com motor MD13 480hp, e verificou-se que

os auxiliares eram responsáveis por 2,5% do consumo total de energia do veículo.

Em [12], foi realizado um estudo similar para outros tipos de ciclo de utilização. As

Figura 1.8, Figura 1.9, Figura 1.10 e Figura 1.11 mostram os resultados das comparações das

demandas de potência dos auxiliares (compressor de ar, bomba de água, ventilador e direção

assistida respectivamente) mecânico e elétrico para os diversos ciclos.

9

INTRODUÇÃO GERAL

Figura 1.8 Demanda de potência dos compressores de ar mecânico e elétrico.

[12]

Figura 1.9 Demanda de potência das bombas de água mecânica e elétrica. [12]

10

INTRODUÇÃO GERAL

Figura 1.10 Demanda de potência dos ventiladores mecânico e elétrico. [12]

Figura 1.11 Demanda de potência das direções assistidas mecânica e elétrica.

[12]

11

INTRODUÇÃO GERAL

Ainda nesse mesmo âmbito, em [13], foi realizado um teste em rodovia com um

caminhão Volvo de grande porte com motor MD13 Euro 4 480hp. Os resultados das

demandas máxima e média dos componentes podem ser observados na Figura 1.12, a qual

mostra que, apesar de um pico de potência de 65kW, a potência média demandada ao longo

do percurso é de apenas 8kW. Isso representa um fator de carga de apenas 12%.

Figura 1.12 Demanda de potência máxima e média dos auxiliares. [13]

Após algumas explicações em relação aos auxiliares de um motor, bem como as

respectivas características de consumo de energia para algumas aplicações, torna-se mais fácil

a compreensão do conteúdo deste trabalho.

12

METODOLOGIA

CAPÍTULO 2

METODOLOGIA

2.1 Características do Circuito France Route

No presente estudo, o veículo de referência é o caminhão de grande porte Renault

Premium, mostrado na Figura 2.1, com o motor MD11 Euro 5 460hp, mostrado na Figura 2.2.

Vale ressaltar que a condição de carga do veículo é de 40 toneladas e que esse tipo de

caminhão é comumente utilizado para distribuição a longas distâncias.

Figura 2.1 [14]

Figura 2.2 Motor MD11 Euro 5 460hp. [14]

13

METODOLOGIA

A Figura 2.3 mostra o mapa do percurso France Route , o qual é o circuito de

referência nesse estudo. As características dele são mostradas na Tabela 2.1.

Figura 2.3

Tabela 2.1

Distância [km] 413,95

Duração [h] 5,14 Velocidade Média [km/h] 80,55 Velocidade Máxima [km/h] 90,00 Consumo de Combustível [l/100km] 38,20 Consumo Total de Combustível [l] 158,13 Emissão de CO2 [g/km] 1000,68 Emissão Total de CO2 [kg] 414,23 Velocidade Média do Motor [rpm] 1280,00 Velocidade Máxima do Motor [rpm] 1950,00 Torque Médio [Nm] 991,00 Torque Máximo [Nm] 2200,00 Potência Média do Motor [kW] 140,00

14

METODOLOGIA

2.2

Pela Figura 2.4, podem-se observar os dados registrados durante o percurso do circuito

de referência:

Tempo

Velocidade do veículo

Velocidade de rotação do motor

Temperatura do ar ambiente

Velocidade de rotação do ventilador

Torque

Carga do motor

Figura 2.4

De posse desses dados e com algumas informações de cada auxiliar, é possível

calcular os seguintes valores:

Potência do motor

Velocidade de rotação de cada auxiliar

Potência absorvida de cada auxiliar

15

METODOLOGIA

Vale salientar que as informações sobre os componentes foram adquiridas através de

conferências e reuniões entre a equipe Volvo e alguns fabricantes, como:

Behr

Borg Warner

Bosch

Delphi

EMP

Haldex

Knorr

Pierburg

Sanden

SWH

TI Automotive

Wabco

2.3 Simulação

Para as simulações e cálculos realizados, várias rotinas e códigos de programação

foram implementados no programa MATLAB, versão 7.5.0.342 (R2007b) e no Simulink

(R2007b).

Com o intuito de simular os sistemas, os auxiliares foram modelados no modelo

VSim+, usando a plataforma Simulink, como mostra a Figura 2.5. A Figura 2.6 mostra o

diagrama de blocos dos auxiliares que foi desenvolvido e que está alocado no bloco de tração.

O sinal de entrada é a velocidade de rotação do motor e o sinal de saída é a potência mecânica

absorvida pelos componentes.

16

METODOLOGIA

Figura 2.5 Modelo VSim+.

Figura 2.6 Bloco dos auxiliares.

Com o objetivo de mensurar os resultados dos sinais de saída, a Figura 2.7 mostra o

bloco desenvolvido que é responsável pela aquisição e processamento de dados. Como sinais

de saída, é possível observar as potências média, mínima e máxima, além da energia

consumida pelo conjunto de auxiliares.

17

METODOLOGIA

Figura 2.7 - Bloco de medidas dos resultados.

Dentro do bloco dos auxiliares, encontra-se o diagrama de blocos mostrado na Figura

2.8, no qual é possível verificar a presença dos componentes e uma lógica de controle, que é

responsável pela escolha de funcionamento entre os auxiliares mecânico e elétrico.

18

METODOLOGIA

Figura 2.8 Modelo da demanda de potência dos auxiliares.

A partir dos registros de velocidade do motor e da relação de transmissão do motor

com cada auxiliar, é possível realizar o cálculo da potência do motor e também da velocidade

de rotação de cada componente.

Com o objetivo de calcular a demanda de potência, é necessário saber informações

sobre os auxiliares, as quais foram obtidas através de contatos com alguns fornecedores e com

a equipe Volvo.

De posse dos gráficos de demanda de potência em função da velocidade de rotação de

cada auxiliar, é possível realizar a interpolação das curvas por um polinômio para,

posteriormente calcular a potência demandada e a energia consumida durante todo o circuito.

Velocidade do Motor [rpm]1

Potência [kW]

0

Zero

Escolha

Escolha

Escolha

Escolha

Escolha

Escolha

Soma

Sistema do Venti lador

Sistema do Compressor de Ar

Sistema da Bomba de Óleo

Sistema da Bomba de Água

Sistema da Bomba de Combustível

Motor MD11 Euro5 460hp

[PE_CA]

[PM_CA]

[PE_V]

[PM_V]

[PE_BC]

[PM_BC]

[PE_BA]

[PM_BA]

[PE_DA]

[PE_BO]

[PM_BO]

[PM_DA]

[PM_DA]

[PM_CA]

[PM_V]

[PM_BC]

[PM_BA]

[PM_BO]

Demais Auxil iares

19

METODOLOGIA

Assim, podem-se calcular também os valores máximo, médio e mínimo de velocidade e de

potência, bem como os respectivos histogramas e estatísticas.

Após essa etapa, é possível verificar a demanda de potência e o consumo de energia de

cada auxiliar, assim como a redução potencial no consumo de combustível que cada um deles

pode apresentar no caso de eletrificação.

A eletrificação pode ser dada de três maneiras diferentes. A primeira delas representa

os auxiliares mecânicos utilizados atualmente, e, nesse estudo, ela é utilizada como referência.

Na segunda maneira, o auxiliar elétrico é utilizado como complemento ao componente

mecânico. Até um determinado valor de potência, o auxiliar mecânico opera sem auxílio.

Após esse ponto, tem-se a operação conjunta dos auxiliares.

Já no terceiro modo, o componente elétrico é empregado como principal. Dessa forma,

ele opera sozinho até a potência demandada atingir o valor nominal da potência elétrica.

Depois disso, ambos os auxiliares trabalham em conjunto.

Nos dois últimos modos, a potência elétrica de cada auxiliar foi variada, sendo

observada a redução no consumo de combustível para cada caso.

20

BOMBA DE ÓLEO

CAPÍTULO 3

BOMBA DE ÓLEO

3.1 Introdução

Conceitualmente, uma bomba é um dispositivo que utiliza energia para realizar um

trabalho na forma de transporte ou compressão de fluidos. Em veículos, as bombas são mais

comumente empregadas com o objetivo de transportar água e óleo e comprimir ar e fluidos

refrigerantes.

Em veículos de grande porte, o tipo de bomba mais frequente para o gerenciamento de

fluidos é a bomba de deslocamento fixo, a qual é caracterizada por deslocar uma quantidade

fixa de fluido a cada rotação. Além disso, as grandezas de saída, como velocidade e pressão,

dependem intimamente da velocidade de rotação da bomba.

Um dos principais objetivos da bomba de óleo hidráulica mostrada na Figura 3.1 é a

lubrificação de partes móveis do motor, e, por intermédio do ajuste do fluxo de óleo, ela é

responsável por refrigerar componentes críticos do motor. [7].

Figura 3.1 Bomba de óleo.

21

BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÓLEO

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BOMBA DE ÁGUA

CAPÍTULO 4

BOMBA DE ÁGUA

4.1 Introdução

Como definido em [16], a principal função da bomba de água é facilitar a transferência

de calor do motor durante a operação. Como a bomba de óleo, a bomba de água convencional,

mostrada na Figura 4.1, também opera com velocidade rotacional proporcional à do motor,

uma vez que ela é tipicamente pilotada pelo motor por intermédio de correias e polias.

Figura 4.1 Bomba de água mecânica produzida pela Pirburg.

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BOMBA DE ÁGUA

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BOMBA DE ÁGUA

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BOMBA DE ÁGUA

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BOMBA DE ÁGUA

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

CAPÍTULO 5

BOMBA DE COMBUSTÍVEL

5.1 Introdução

Funcionalmente, a bomba de combustível, como a mostrada na Figura 5.1, é

responsável por injetar o combustível no motor de acordo com os requisitos de pressão e de

fluxo.

Figura 5.1 Bomba de combustível produzida pela Concentric.

60

BOMBA DE COMBUSTÍVEL

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

69

VENTILADOR

CAPÍTULO 6

VENTILADOR

6.1 Introdução

Em [16], define-se o sistema de arrefecimento, visto na Figura 6.1, como sendo

responsável pela transferência do calor do motor para o ambiente pela utilização do líquido

refrigerante, de um ventilador, como o da Figura 6.2, e de um radiador.

Figura 6.1 Motor com ventilador e radiador.

Figura 6.2 Ventilador de um motor.

O desempenho desse sistema, mostrado na Figura 6.3, é extremamente dependente da

quantidade do fluxo de ar que passa através do radiador. Em geral, em altas velocidades do

70

VENTILADOR

veículo, o ar aspirado é suficiente para resfriar o motor montado na parte frontal do veículo.

Entretanto, para baixas velocidades, um ventilador é necessário para prover o fluxo de ar

requerido.

Figura 6.3 Sistema de arrefecimento.

A quantidade de fluxo de ar que o ventilador pode entregar através do radiador

depende de vários fatores, incluindo a capacidade do trocador de calor. O diâmetro da hélice

bem como a velocidade de rotação do ventilador são dois outros fatores críticos para a

determinação desse fluxo.

71

VENTILADOR

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VENTILADOR

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VENTILADOR

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COMPRESSOR DE AR

CAPÍTULO 7

COMPRESSOR DE AR

7.1 Introdução

Funcionalmente, o compressor de ar, como o visto na Figura 7.1, é responsável por

suprir ar ao sistema de frenagem e de suspensão em caminhões e também ao sistema de

abertura e fechamento de porta em ônibus.

Figura 7.1 Compressor de ar fabricado pela Wabco.

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COMPRESSOR DE AR

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COMPRESSOR DE AR

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COMPRESSOR DE AR

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COMPRESSOR DE AR

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COMPRESSOR DE AR

.

99

COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

CAPÍTULO 8

COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

8.1 Introdução

O sistema de condicionamento do ar, como o mostrado na Figura 8.1, desempenha

funções de resfriamento, aquecimento e ventilação. Em veículos, ele proporciona um clima

agradável para motoristas e passageiros.

Figura 8.1 Sistema de condicionamento de ar.

Um sistema convencional de condicionamento de ar utiliza um compressor acionado

por correia, como o mostrado na Figura 8.2. Como ele é mecanicamente ligado ao motor, a

velocidade do compressor é proporcional à do motor, e, portanto, o consumo de energia

aumenta com a velocidade de rotação do motor, ocasionando perdas consideráveis em grandes

velocidades.

100

COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

Figura 8.2 Compressor do condicionador de ar acionado por correia.

101

COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

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COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

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COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

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COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

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COMPRESSOR DO CONDICIONADOR DE AR

106

DIREÇÃO ASSISTIDA

CAPÍTULO 9

DIREÇÃO ASSISTIDA

9.1 Introdução

O sistema de direção assistida, como o mostrado na Figura 9.1, é definido em [16]

como sendo um sistema utilizado para reduzir o esforço de direção em veículos através do uso

de uma fonte de energia externa que auxilia o deslocamento das rodas.

Figura 9.1 Sistema de direção assistida.

Em geral, a maioria desses sistemas utiliza uma bomba hidráulica, como a que pode

ser vista na Figura 9.2. Essa bomba proporciona pressão hidráulica ao sistema através da

ligação mecânica ao motor por intermédio de correias.

Figura 9.2 Bomba hidráulica do sistema de direção assistida.

107

DIREÇÃO ASSISTIDA

Outro tipo de direção assistida é o eletro-hidráulico, o qual é caracterizado por

fornecer pressão hidráulica ao sistema através de uma bomba pilotada por um motor elétrico

em vez de uma bomba ligada diretamente ao motor.

Em [22], verificou-se o consumo de energia e concluiu que o sistema mecânico

original de direção assistida é responsável por uma parte relativamente pequena do consumo

total de combustível do caminhão.

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DIREÇÃO ASSISTIDA

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DIREÇÃO ASSISTIDA

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DIREÇÃO ASSISTIDA

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DIREÇÃO ASSISTIDA

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DIREÇÃO ASSISTIDA

113

CONCLUSÃO

CAPÍTULO 10

CONCLUSÃO

114

CONCLUSÃO

115

CONCLUSÃO

116

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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