eleicao por graca - roger l. smalling

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ELEIÇA POR GRAÇA Roger L. Smalling U wr (

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  • ELEIAPOR GRAA

    Roger L. Smalling

    Uwr

    (

  • > Os Puritanos 2014

    ELEIO POR GRAA Roger L. Smalling

    Publicado pela primeira vezna Revista Os Puritanos de 2010.

    proibida a reproduo total ou parcial desta publicao sem a autorizao por escrito dos editores, excetuando-se citaes em resenhas.

    1.a Edio digital em Portugus Fevereiro de 2014

    EDITOR:Manoel Canuto

    DESIGNER:Heraldo Almeida ([email protected])

    ID:urn:uuid:45520460-8106-4576-9cd7-3c5fa3f5a743

  • SUMRIO

    Capa

    Crditos

    - UM CONTO

    - A CONTROVRSIA DA ELEIO

    - DEFINIO DA PALAVRA

    - IMPORTNCIA DA DOUTRINA DA ELEIO

    - RESUMO

    Nossos livros

    Mdias

  • UM CONTO

    Um conto: Em uma cidade remota, vivia um homem de raros dons. Era um famoso escultor e praticava tam bm as artes marciais. preciso mencionar que tanto em uma como em outra era um verdadeiro mestre.

    Lamentavelmente vrios de seus amigos no o entendiam. Alguns criam que para ser escultor era necessrio um carter doce e manso. O resto pensava que um praticante de karat devia ser um homem duro, violento e de quem todos tivessem medo.

    Convidou, ento, a todos seus amigos. Queria lhes observassem suas habilidades.

    Antes que os amigos chegassem reunio, o homem tomou uma m assa de barro e a dividiu em duas partes. Com o primeiro pedao m oldou uma formosa escultura. Se tratava de um conjunto de pessoas, animais e flores num grande bosque. Pintou a obra de arte e a endureceu no forno. Com o outro pedao de barro construiu um bloco sem form a e tambm o cozeu.

    Os amigos chegaram no dia marcado e ele decidiu retirar primeiro a escultura.

    Que sensvel e doce s! Tua obra mui fina! Exclamaram maravilhados os presentes.

    Respondeu o mestre: Obrigado pelo elogio! Porm, na realidade no somente me ded

    ico escultura.A resposta do artista deixou muitos de seus amigos perplexos. Se di

    rigiu a seu ateli e trouxe at o lugar onde as pessoas estavam reunidas, o grande pedao de barro cozido.

  • Existem outras artes que no requerem sensibilidade, disse com voz grave.

    Depois de alguns segundos, lanou um grito e com sua mo estendida rompeu de um s golpe todo o bloco solidificado.

    Aqueles que assistiram, se deram conta do que o mestre lhes comunicava. A verdade que ele era sensvel e doce, porm, tambm era forte. Era m elhor ser seu am igo.

    Jeov como este artista. Alguns o vem como um Pai amoroso que no faria dano a ningum; outros o percebem como um Deus que estabelece justia, castiga e repreende. No entanto, nenhum dos grupos pensa corretamente. O apstolo Paulo tinha a idia correta de Deus: Considerai, pois, a bondade e a severidade de D eus (Rm 11:22). No conto mencionado, o barro moldado representa os eleitos e o bloco sem forma os reprovados.

    Se bem que a misericrdia de Deus no poderia manifestar-se sem a existncia de pecadores, to pouco o justo juzo de Deus poderia igualmente se evidenciar sem a existncia de condenados. Devemos am ar e tem er a nosso Deus. A misericrdia e a justia divinas se completam; no se contradizem e dependem uma da outra. So como os dois lados de uma mesma moeda; a moeda se chama predestinao e os dois la dos, eleio e reprovao.

  • A CONTROVRSIA DA ELEIO

    Se um dia o leitor desejar uma viva disputa entre cristos, permita-me oferecer-lhe uma sugesto: Pronuncie uma s palavra: PREDESTINAO!

    Para alguns esta palavra um tesouro consolador que lhes ajuda a entender melhor a graa de Deus. Para outros a pior das calnias contra o carter justo de Deus.

    A controvrsia que existe quanto Predestinao no se encontra na falta de evidncias bblicas. inevitvel que seja controversa qualquer coisa que desafie a independncia humana, seu orgulho e a supremacia da sua vontade.

    Muitos eruditos em teologia bblica tm observado que:

    As dificuldades que sentimos com respeito Predestinao no so derivadas da Palavra. A Palavra est cheia dela, porque est cheia de Deus. E quando dizemos: Deus, temos dito Predestinao!1

    Na realidade, a Predestinao quatro vezes mais fcil de ser com provada do que a divindade de Jesus. No Novo Testam ento h mais ou menos 10 versculos que expressam diretam ente a Deidade de Jesus. Porm, mais de 40 expressam a Predestinao.

    No entanto, os mesmos cristos dispostos a defender at a morte a Deidade de Jesus, lutaro com igual fria para refutar a doutrina da Predestinao. Por que? Com o expressou o erudito evanglico, J.I. Packer, ... a mente carnal do homem, includa entre os salvos, no

  • suporta abandonar a iluso de que ela mesma capit de seu prprio destino e dona de sua prpria alm a.

    [1] Citao de Benjamin B. Warfield em "Gathered Gold" por John Blanchard; Evangelical Press 1989, p. 247.

  • DEFINIO DA PALAVRA

    Predestinao quer dizer destinado antes. Se refere ao concerto divino das circunstncias do fato de cum prir com seus decretos feitos antes da fundao do mundo.

    A Eleio se refere ao decreto divino de criar, de entre a humanidade condenada, certos indivduos para serem beneficirios do Dom gratuito da salvao. Deus fez isto sem referncia aos mritos, ao estado da vontade, ou a f prevista dos eleitos. Deus no fez arbitrariam ente, mas baseado na Sua graa.

    A Reprovao tem tudo a ver com o decreto de divino mediante o qual Deus deixa uma parte da humanidade pecadora, seguir seu caminho at a condenao eterna, servindo desta maneira de objeto da ira de Deus.

    Deus no os obriga a pecar. To pouco o autor do pecado deles. Simplesmente os deixa continuar seu cam inho como castigo por seus pecados.

    Mesmo que os conceitos de predestinao e eleio sejam sem elhantes, no so exatamente iguais. A eleio encerra a deciso divina de salvar a alguns; em troca, a predestinao se refere ao poder de Deus para arranjar as circunstncias a fim de cum prir seus decretos.

    E is a q u i u m a ilu s tr a o :

    Suponhamos que desejemos que um cavalo corra em crculos perfeitos. Primeiro, escolheram os o cavalo (Isto a eleio). Logo, construiramos um curral circular para que ele aprenda a correr em crculos

  • (Isto a Predestinao).O curral representa as circunstncias da vida em que pom os ao cavalo e exatamente como Deus arruma as circunstncias de nossas vidas para assegurar que cumpramos com Seu decreto desde a eternidade.

  • IMPORTNCIA DA DOUTRINA DA ELEIO

    A Eleio como uma luz que ilumina o significado da palavra GRAA. Sem ela, a graa entendida como a recompensa por alguma atividade ou disposio humana e no como a causa desta disposio.

    Se a definio correta da palavra graa um favor im erecido, ento, a graa tem que ser independente de qualquer atividade humana. O momento em que aceitamos este conceito, entendemos porque a graa e a eleio so inseparveis. No lgico proclam ar a doutrina da salvao pela graa enquanto negamos que a Eleio o seja. Paulo expressou esta unidade com estas palavras: Assim , pois, tambm agora, no tempo de hoje, sobrevive um rem anescente segundo a eleio da graa (Rm 11:5).

    A S E V ID N C IA S B B L I C A S

    A ) Provas ParadoxicasExistem dois argumentos que apresentam para tentar refutar a

    doutrina da Eleio: o conceito da j u s t i a e o conceito da p r e s c i n c ia . No entanto, este se convertem nas evidencias mais fortes para com provar a certeza da predestinao. So as chamadas provas paradoxicas.

    1. Argum ento da justiaOs que so contra a Predestinao dizem: A Predestinao no

    pode ser verdade porque Deus seria injusto em escolher a uns e no a

  • outros. E se a vontade de Deus irresistvel como pode Ele fazer-se responsvel pelo pecado?.

    Paulo antecipou esta objeo em Romanos 9.14-16:

    Que diremos pois? H injustia da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moiss: Terei misericrdia de quem me aprouver ter misericrdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixo. Assim, pois, no depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericrdia.

    Notemos que no texto anterior, Paulo no se desculpa de nenhuma maneira ante a objeo. To pouco a contesta. Porm afirma outra vez o direito de Deus a ter ou no misericrdia, segundo seu critrio. Tambm destaca que a Eleio no depende, nem da vontade humana, nem de seus esforos: ...no depende de quem quer ou de quem corre... (v.16).

    Paulo antecipa aqui uma objeo baseada no livre arbtrio neutro. Curiosam ente, esta antecipao indica que a predestinao soberana precisamente o que est afirmado. Sua resposta, portanto, soa mais como uma crtica.

    Tu, porm, me dirs: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu sua vontade? Quem s tu, homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?.

    Dizer que a Eleio injusta, discutir com Deus. Paulo entendeu a impossibilidade de satisfazer o orgulho dos que se crem capazes de encarregar-se de seu prprio destino e Paulo se contenta em reprov-los com Quem s tu, homem, para discutires com D eus?.

    Existe tambm outra resposta lgica para contestar a objeo anterior. Todos merecemos a condenao. Se Deus nos condenasse a todos, no haveria injustia para com ningum. Por que culpar a Deus de injustia por salvar a alguns? Vrios recebem de Deus misericrdia. Outros recebem justia. Ningum recebe injustia da parte de Deus.

  • Deus se reserva para Si mesmo o direito de fazer com Sua criao o que bem lhe parece. Deus no se sujeita a outro critrio que no Sua prpria vontade. Suas aes no so susceptveis s avaliaes humanas. A nica maneira correta de responder questo da Predestinao agradecer a Deus, fechar a boca e descansar.

    2. Argum ento da PrescinciaSegundo este ponto de vista, Deus escolheu a uns porque via de

    antemo quem seriam as pessoas que iam obedecer e crer. Os que sustentam este ponto de vista se baseiam em dois versculos:

    ... eleitos, segundo a prescincia de Deus Pai, em santificao doEsprito para a ob edin cia ... (I Pe 1:2).

    Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou paraserem conformes imagem de seu Filho... (Rm 8:29).

    Estes versculos poderiam defender, numa primeira anlise, a posio oposta predestinao, porm contrariamente a defende. necessria uma pergunta para resgatar o sentido real dos textos bblicos: O que Deus previu nos homens?

    No pode ser a f porque ela se baseia na predestinao: ... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna (Atos 13:48). A f , alm disso, fruto da graa de Deus: ... aqueles que mediante a graa haviam crido (Atos 18:27). Sobre isto comenta Agostinho:

    O homem no convertido porque deseja, mas s deseja porque ordenado pela eleio.!2!

    No podem ser as boas obras. Em Efsios 2:10 lemos que as boas obras foram predestinadas do mesmo modo que as pessoas que as executam. As boas obras se baseiam na f e a f na predestinao.

    No pode ser a boa vontade porque a vontade do pecador no boa: No h quem entenda. N o h quem busque a D eus (Rm 3:11).

    Em vista da depravao e rebelio do homem, no existe nenhuma qualidade boa no pecador para ser prevista. A palavra prescincia

  • significa o mesmo que pr-ordenao. Isto , Deus sabia de antemo a quem havia escolhido para planejar as circunstncias de suas vidas, a fim de confirm-los imagem de Seu Filho.

    Que significa a palavra prescincia nos versculos citados?A palavra grega traduzida prescincia prognosko, e significa

    tambm pr-ordenado. Nos versculos citados, a obedincia mencionada como resultado da prescincia e no a causa dela. Disse Pedro: ... para obedincia e no ... por obedincia. Paulo tambm expressa em Romanos 8:29 para serem e no porque viu que eram . Estes dois versculos, ento, servem como apoio Predestinao em lugar de refut-la.

    interessante que em I Pedro 1, o apstolo usa esta mesma palavra prognosko relacionado com a vinda de Jesus e se traduz como conhecido... antes, v. 20: ...c o n h e c id o com efeito, a n te s da fundao do mundo, porm m anifestado no fim dos tem pos.... Seria absurdo dizer que Deus o Pai simplesmente previu que Jesus viria. Da mesma forma se v em Atos 2.23: ... sendo este entregue pelo determ inado desgnio e p r e s c i n c ia de D eus... . a mesma palavra encontrada em I Pe 1:2 prognosko.

    Fica claro que a palavra prescincia significa pr-ordenao quando se usa no sentido da atividade divina. Essa palavra apoia, e no refuta a Predestinao.

    interessante que nas Escrituras no existe nenhuma concordncia entre eleio e o conhecimento prvio que Deus tem da reao da pessoa.

    Por exemplo, Jesus disse: A i de ti Corazin! A i de ti Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vs se fizeram , h muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza (Mt 11:21).

    Se Deus previu que aquele povo podia se arrepender, por que no enviou um profeta para pregar-lhes? Simplesmente porque no eram escolhidos.

    Deus escolheu a Israel como povo Seu embora conhecesse muito antes sua rebeldia: Todo dia estendi as minhas mos a um p ovo rebelde e contradizente (Rm 10:21). Deus escolheu Israel apesar de sua

  • prevista reao negativa: D eus no rejeitou o seu povo a quem de antem o conheceu (Rm 11:2).

    Deus escolhe a Ezequiel e o envia aos judeus embora lhe diga que eles rejeitaro sua m ensagem (Ez 3:6-7). Por que atua desta maneira? Porque os judeus dessa poca foram escolhidos como povo nacional de Deus, no tendo como base suas reaes ou atitudes, mas com base na vontade divina.

    Em I Co 2:7-10, Paulo assegura que Deus tem predestinado para ns uma sabedoria especial, porm oculta para os prncipes deste mundo Deus sabia que o houvesse revelado aos prncipes da poca de Cristo, no haveriam crucificado a Seu Filho. Por que, ento, Deus no revelou sua verdade aos poderosos? Simplesmente porque tinha essa sabedoria predestinada para ns e no para aqueles.

    Deus no fundamenta Suas decises na reao prevista do homem porque ningum busca a Deus. Em Rm 10:20 lemos: Fui achado pelos que no me procuravam , revelei-me aos que no perguntavam por m im .

    Inclusive a lgica nos ajuda a entender porque a prescincia no explica a eleio. Todos sabemos que Deus Todo Poderoso e Onisciente. bvio, pois, que qualquer coisa que Deus v de antem o tambm predestinada. Se Deus Todo Poderoso, pode im pedir que acontea qualquer coisa que contrarie Sua vontade soberana.

    Exemplo: Suponhamos que Deus prev que Sr Fulano de tal nasceria em circunstncias que o provocariam rejeitar a Cristo. Se Deus quisesse que fosse salvo, poderia trocar essas circunstncias de modo que tivesse outra influncia. No se pode escapar desta concluso. Se Deus no troca essas circunstncias, porque o Sr Fulano no um eleito. Assim, a nica maneira de usar a objeo baseada na prescincia, negar que Deus seja Todo Poderoso.

    B) A s Trs Ilustraes de Rom anos 9Romanos captulo nove contm as evidncias mais dinmicas sobre

    eleio porque est dedicado exclusivamente a este tema. Por isso o verem os cuidadosamente.

  • Paulo expe suas razes por meio de trs exemplos grficos:(l)Jac, Esa, (2) Fara e o (3 ) Oleiro.

    1. Prim eira Ilustrao: Jac e Esa, v. 6-13Paulo insiste em dois conceitos: a eleio nacional e a eleio pess

    oal. Utiliza a prim eira para explicar a segunda. importante deixar claro que Paulo no se refere unicam ente a eleio nacional. Os versos 6 a 8 evidenciam que o Apstolo centraliza sua mensagem na eleio individual:

    ...nem todos os de Israel so de fato israelitas; nem por serem descendncia de Abrao so todos seus filhos, mas: Em saque ser chamada a tua descendncia. Isto , estes filhos de Deus no so propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendncia os filhos da promessa.

    Se destaca o mesmo no v. 27 por haver uma distino entre judeus salvos e judeus perdidos:

    Ainda que o nmero dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente que ser salvo.

    No versculo 11 do captulo 9 de Romanos, Paulo tom a como ilustrao uma histria do Antigo estamento para explicar a eleio divina:

    E ainda no eram os gmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propsito de Deus, quanto eleio prevalecesse, no por obras, mas por aquele que chama)....

    Jac e Esa eram gmeos. No entanto, antes de que nascessem, Deus j havia escolhido a Jac em lugar de Esa, sem tom ar em considerao as caractersticas previstas neles.

    Se Deus houvesse escolhido a Jac porque viu de antem o que tinha um corao sensvel s coisas espirituais, o versculo deveria dizer: ...(para que o propsito de Deus quanto eleio prevalecesse,

  • segundo u m b o m c o r a o e no segundo aquele que cham a)... . Est claro que a base da eleio no foi nenhuma qualidade prevista em Jac pois seria meritria.

    No versculo 11 Paulo ressalta o vnculo entre o am or divino e aEleio:

    Amei a Jac, porm me aborreci de Esa (v.11)

    Deus ama por livre eleio, no por mrito algum dos que foram eleitos. Seu am or uma fora poderosa e pessoal que O faz buscar, salvar e preservar aos eleitos. o Pastor que busca a ovelha perdida. Seu am or ativo, no passivo; pessoal e no geral; voluntrio e no forado.

    Jac e Esa so smbolos dos eleitos e dos reprovados. Ele ama aos eleitos, porm aborrece aos reprovados.

    Esta interpretao representa um dos trs pontos de vista bsicos com respeito ao tem a delicado e complexo do am or de Deus. Estes trs tratam algumas perguntas chave: A quem Deus ama? Que distines existem relativas s diferentes classes de indivduos? Estas duas perguntas podem ser resumidas em dois elementos: extenso do amor, e tipo de amor. Os trs pontos de vista se desenvolvem como base a estes dois elementos.

  • Deus ama a todos igualmente? Am a tanto a Adolfo Hitier no inferno como o apstolo Joo no cu? Am a a Fara tanto quanto a Moiss? o am or de Deus tanto universal como equivalente?

    A existncia de textos como Romanos 9:13 faz este conceito problemtico. Inclusive se aceitamos que a universalidade do am or de Divino claro que no equivalente. No existem formas de tom ar a frase A m ei a Jac, porm me aborreci de Esa e interpret-la como Deus amou a Esa tanto quanto a Jac. M esmo que a palavra aborreci significasse um am or inferior (como alguns tm dito), isto no alivia a distino. Pior, o profeta Malaquias indicou que o aborrecim ento divino para com Sa resultou em uma aniquilao total de sua descendncia. um pouco difcil im aginar a aniquilao total como uma expresso de amor.

    Mesmo o versculo famoso de Joo 3:16 (Am ou o mundo de tal m aneira...) no apoie o ponto de vista universalista. Inclusive se fosse possvel mostrar que a palavra ambgua m undo significasse todo ser humano, nada indica que o am or de Deus equivalente para todos.

    De igual forma, ns podemos verificar por meio de uma concordncia que a Bblia NUNCA fala do am or de Deus exceto em referncia ao povo de Deus. To pouco se pode evitar os textos que indicam um amor particular para os eleitos. (Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e am ados... Cl 312; ...reconhecendo, irmos, amados de Deus, a vossa eleio I Ts 1:4).

    Uma mulher veio uma vez se encontrar com Charles Spurgeon e disse-lhe que esta afirm ao a molestava: porm me aborreci de Esa, porque pensava que Deus amava a todos igualmente. A resposta de Spurgeon foi esta: Isso no o que me molesta, minha senhora. O que me molesta como podia Deus am ar a Jac... pois Jac no o merecia.

    muito valioso proclam ar o am or de Deus como um dos seus atributos principais, enquanto est em consonncia com a Sua santidade e o Senhorio de Cristo. De outra sorte, tal proclamao pode produzir na mente do ouvinte um conceito de Deus como um grande vov celestial que nunca faria nenhum m al a ningum. ; que tem um am or passivo e frustrado; amando a todos em geral sem am ar a ningum em

  • particular.; um Deus impotente e frustrado que espera em vo que o homem responda aos seus rogos. Tal conceito agrada bem ao homem m oderno porque no representa nenhum perigo. No sem razo que vivemos em uma gerao que no teme a Deus.

    No Novo Testamento, os apstolos pregaram o arrependimento a Deus e a f no Senhor Jesus Cristo, porm reservaram a mensagem do am or principalm ente para os crentes. Alguns textos sobre este ponto so: Sl 5:5 e 11:28; II Ts 2:13; Hebreus 12:5-6; Tiago 2:5.

    Um terceiro ponto de vista argumenta que Deus ama o mundo inteiro em Sua capacidade de Criador, porm a Seus filhos em Sua capacidade como Pai. Seu am or como Criador se estende a todos porque seus filhos tambm so parte se Sua criao.

    Este conceito se baseia principalmente em que Deus tem certas bnos para todos indistintamente. Estas bnos incluem a preservao da raa (I Tm 4:10), chuva e sol para todos (Mt 5:45), e proviso de habitao para vrios povos (Atos 17:26). Em teologia, chamam os estas bnos de graa com um , para distingui-las da graa especial, isto , a salvao.

    Estas bnos comuns, comparadas com o am or particular divino para com os eleitos, tem levado alguns telogos a criar esta distino no am or de Deus.

  • Que consolo profundo para os Eleitos o conhecer que Deus os ama com um am or especial e eterno! Um autor Cristo se expressa assim:

    Nenhum Cristo verdadeiro duvida que Deus o ama. Porm a quantidade de amor que ele sente estar principalmente determinada por seu conceito de como e quando chegou-lhe o amor de Deus. Se ele sente que a deciso divina foi condicional, dependente da sua aceitao a Deus, ento ele pode imaginar que o amor de Deus tambm condicional. O amor significar que o resultado de um contrato oferecido por Deus: Eu te amarei primeiro, diz Deus, e se me amas a mim tambm, ento te amarei mais ainda.

    Porm se ele cr que Deus o tem amado com amor eterno, e portanto o tem escolhido e o tem chamado, o sentido do amor mais profundo. Porque j teremos um amor que j floresceu antes de que tomasse lugar a reconciliao. Temos amor que no foi dependente de um acordo. Temos um amor idneo, incondicional e irresistvel. inexaurvel em suas dimenses.[3]

    Voltando ao tem a principal, precisemos sobre Romanos 9.16: Assim , pois, no depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar D eus a sua m isericrdia.

    Este versculo talvez seja o mais importante em todo o captulo.Com a expresso Assim , pois..., Paulo introduz uma concluso devastadora. A eleio no tem nenhuma base na vontade humana. Al versculo pe em vo todo intento de argum entar em favor do poder da vontade humana como base da eleio. No entanto, Paulo nunca nega a existncia da vontade humana, nem comenta sobre suas habilidades.Ele passa por alto a questo, e indica que a vontade humana no tem nada a ver com o assunto. Para Paulo, tal discusso seria como disputar sobre a qualidade do alicerce colocado para uma casa embora a casa nunca seja construda sobre este fundamento.

    2. Segunda Ilustrao: Fara v. 17-18Paulo apresenta aqui a difcil doutrina da Reprovao, segundo a

    qual Deus tem passado por alto por alguns no Seu decreto da Eleio. Se

  • Deus elege a alguns para a salvao, evidente que existem outros que no so escolhidos.

    Conquanto a Eleio e a Reprovao so as duas faces da Predestinao, no funcionam igualmente. Na Eleio, Deus troca a mente para disp-las a aceitar a salvao em Cristo. Na Reprovao, Deus no necessita a atuar no homem porque este j est disposto a pecar sem nenhuma ajuda. No livro de xodo, alguns versculos dizem que Deus endureceu o corao de Fara; outros, que Fara endureceu seu prprio corao. Qual das duas afirmaes est correta? As duas. Deus endurece o corao do Reprovado ao confront-lo com a verdade e Fara reagiu de acordo com a sua natureza pecaminosa endurecendo seu prprio corao. Deus no faz nenhuma injustia as Reprovados. Ele faz com que tenham o que mais desejam: o pecado. Eles desejam que Deus se afaste e no os moleste. um aparente paradoxo que alguns recebam de Deus o que mais desejam e o lamentaro por toda a eternidade. Outros recebem de Deus o que menos desejavam (at que Deus lhes d novos desejos), e sero agradecidos para sempre. No uma injustia, uma justia potica.

    Lembramos que cada um de ns merecia o mesmo destino de Fara. Antes de nos aproximarm os de Cristo todos tnhamos um corao duro. A diferena est na misericrdia de Deus e no na superioridade dos eleitos Logo, tem ele m isericrdia de quem quer, e tambm endurece a quem lhe apraz (v.18).

    3. Terceira Ilustrao: O Oleiro, v. 19-22Os que so contra a o doutrina da Predestinao crem que a ilus

    trao de Paulo no pode ser aplicada situao humana. Pensam que o homem tem vontade e pensamento, caractersticas superiores s que possui um simples vaso de barro.

    No entanto, Paulo no nega que os homens tenham vontade; simplesmente rejeita a idia de que a vontade humana seja a base da eleio.

    Deus, o oleiro, prepara vasos para desonra (os Reprovados), como uma demonstrao do justo juzo de Deus; e vasos para honra (Eleitos), para expressar a glria de Sua graa.

  • Os contrastes so bvios. O am or e a misericrdia de Deus para com os Eleitos so eternos. Sua ira para com os Reprovados tambm. Estes dois grupos esto nos extremos da eternidade e nunca se reconciliam. Todo ser humano um destes dois vasos.

    Uma vez que o orgulho humano derrotado, e a verdade triunfa: Ns existim os para Deus (para Sua glria) e no Ele para ns.

    C. Efsios Um: Causas e Efeitos, v. 3-11Todas as bnos espirituais que nos chegam tm sua causa em que

    Deus nos escolheu antes da fundao do mundo. Assim, a Eleio a causa, e a bnos espirituais so o efeito. Uma destas bnos a santidade. ... para que fssemos santos e irrepreensveis perante ele... (v.4). Paulo no nos deixa ao luxo e por ao contrrio a ordem das coisas e im aginar que a santidade prevista em ns a causa de nossa Eleio. Se fosse assim, teramos que dizer que Deus nos ps em Cristo porque viu que ramos santos, e no porque viu que ramos pecadores. Teramos assim um Evangelho de Eleio por mritos e no por graa.

    Quais so estes benefcios, segundo o contexto? Santidade (v. 4); Am or a Deus (v. 5); Adoo (v. 5); Aceitao completa (v. 6); Redeno pelo sangue (v. 7); Sabedoria e Inteligncia Espiritual (v.8); Conhecimento da vontade de Deus (v. 9); Herana no cu (v. 11); Selados com o Esprito Santo (v. 13).

    Vrios so os argumentos que tentam refutar a clara explicao de Paulo:

    O prim eiro argumento diz: A Eleio mencionada aqui se refere ao plano divino de incluir os gentios na oferta da salvao, e no a eleio de indivduos especficos. O problema com tal interpretao que Paulo no era gentio. Era judeu. Porm persistiu em usar ns e nos e o plural de verbos como feitos herana e dando-nos. Ele se inclui a si mesmo no plano da predestinao. Mas, no v. 13 ele diz tendo nele crido, fostes... . Isso mostra que no estava pensando nos gentios especificam ente at o v. 13. Entre os versculos 1-12, estava pensando nos crentes em geral, no nos gentios somente.

  • O segundo argumento assegura que as frases em Cristo e escolheu nele quer dizer que Deus sabia que estaramos em Cristo e que com base nEle fomos escolhidos.

    Porm a f salvadora em si mesma uma obra da graa de Deus baseada na predestinao (Atos 13:48) e , tam bm uma bno espiritual. Logicam ente, a frase em Cristo tem que ser um resultado da eleio e no a causa dela. Se fosse de outro modo, o texto deveria ler- se: ...escolhidos POR SER em Cristo e no escolhidos em Cristo.

    A ordem correta que estabelece Efsios cap.1 : A Vontade de Deus produz a Graa. A Graa produz a Eleio. A Eleio produz f, santidade, redeno e todas as outras bnos espirituais. Nossa salvao como um anel de diamante com muitas facetas. A base do anel a eleio que sustenta todo o diamante. A base tem que ser bem preparada antes de que a jia seja montada. Da mesma forma, era necessrio que o decreto da eleio precedesse todos os outros aspectos de nossa salvao.

    Vejam os outras facetas da salvao fora de Efsios cap. 1, que falam da precedncia da Eleio.

    A Eleio precede a F Salvadora: Creram todos os que estavam destinados para a vida eterna (Atos 13:48).

    A Eleio precede as Boas Obras: ... criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antem o preparou para que andssemos nelas (Efsios 2:10).

    A Eleio precede os Pactos: F iz aliana com o meu escolhido... (Salmo 89:3).

    A Eleio precede a Chamada Eficaz: E aos que predestinou a estes tambm cham ou... (Rm 8:30).

    E conhecimento da nossa eleio uma fonte inesgotvel de gozo. Seus benefcios prticos e profundos nos conduzem ao louvor de sua graa e produz estabilidade como nenhum outro ensino pode fazer (Ef 1:6; II Pe 1:10).

    Como saber se som os eleitos?

  • da operosidade da vossa f, da abnegao do vosso amor e da firmeza da vossa esperana em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmos, amados de Deus, a vossa eleio (I Ts 1:3-4).

    Paulo sabia que esses irmos eram eleitos porque reconhecia neles estas trs virtudes principais: F, am or e esperana. Reconhecia que o desenvolvimento destas qualidades caracteriza os eleitos.

    Se bem que a vontade de Deus que tenhamos segurana de nossa eleio, esta confiana no vem facilmente. H necessidade de diligncia para se praticar as virtudes acima mencionadas. Referente a estas virtudes, Pedro exorta: ... irmos, procurai com diligncia cada vez maior, confirm ar a vossa vocao e eleio, porquanto, procedendo assim, no tropeareis em tempo algum (II Pe 1:10).

    Alguns incrdulos, por meio de sua vontade, alcanam certo progresso no desenvolvimento de tais virtudes. Apesar de seu esforo, seu interesse tem um fim e voltam sua natureza pecaminosa. Um processo de perfeio longo prazo s possvel pelo poder do Esprito Santo. neste processo longo que se distinguem os eleitos.

    Os textos de Paulo e Pedro nos ajudam a reafirm ar nossa eleio. O progresso espiritual para a glria de Deus a confirmao do d e c r e to d iv in o .

    [2] Citado em "Gathered Gold", John Blanchard, Evangelica l Press 1989, p. 74.[3] John Kenneth, Election: Love before time. P&R Publishing Co., p.86.

  • RESUMO

    A doutrina da Predestinao expe a questo central da salvao: Com que contribui o homem para sua salvao?.

    A natureza humana pressupe que a salvao uma obra m tua e cooperativa entre Deus e o homem. O homem faz sua parte e Deus responde com a graa, de modo que a graa no soberana. M uitas opinies diferem acerca do que o homem deve contribuir. Uns querem contribuir com boas obras, penitncias, etc. Outros insistem em que tal evangelho de obras anti-bblico porque nossa contribuio deve consistir em boa vontade para que Deus receba m aior glria.

    Porm, um auto engano sutil se esconde aqui. O ponto central no o que contribuem, mas que no podem contribuir com nada em absoluto.

    A Predestinao nos leva a uma confrontao com nossa natureza corrupta, com nossa incapacidade total e com um Deus realmente Soberano. um assalto sem trgua contra o orgulho e auto suficincia humanas, que a mente carnal no pode tolerar. A eleio nos agarra pela nuca e nos obriga a dizer frente a esta realidade: D eus Soberano na salvao .

    Embora seja uma doutrina difcil de aceitar princpio, logo se transform a em profundo consolo. Da fora das provas, perseverana na perseguio, confiana na orao e segurana em sua relao com o Pai. Esta doutrina nos anuncia que Deus nos amou antes da fundao do mundo, e nos preserva para sempre. Chega a ser para os crentes mais que uma mera doutrina. como entrar em outra dimenso, onde experimentam algo profundo e escondido. Sentem a eternidade na alma.

  • D. Outras EvidnciasEmbora a Bblia seja a histria dos decretos eletivos de Deus, as

    limitaes deste estudo impedem a anlise de todos os textos que evidenciam a eleio.

    Recomendamos ao estudante evitar um erro comum no estudo deste tema: perder-se nos detalhes e esquecer o padro da Bblia em sua totalidade. Este padro bblico simples: Deus, por Sua vontade Soberana, escolheu a um povo para a salvao, sem tom ar em conta seus mritos. Com este povo Deus instituiu um pacto de graa, proveio um sacrifcio de sangue para confirm ar o pacto e os preservou. A ordem e o padro ficam assim: Eleio, Sacrifcio, Preservao. Q ualquer outra tentativa apostasia.

    positivo para o estudante investigar os pactos, o sacrifcio eficaz de Cristo, os conselhos divinos e a incapacidade total do homem, para saber como se relacionam estas doutrinas com a eleio.

    Alguns outros textos individuais a estudar sobre a Eleio so: Joo 13;18; Marcos 13:20; Romanos 11:5; I Co 1:27-28; Tito 1:1; I Ts 1:4; II Ts 2:13; II tm 1:9

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    ELEIA

    POR GRAA

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    SUMRIO

    UM CONTO

    A CONTROVRSIA DA ELEIO

    DEFINIO DA PALAVRA

    IMPORTNCIA DA DOUTRINA DA ELEIO

    RESUMO