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ELE / ELA Zhé Lopes

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Self Improvement


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É com grande alegria que apresento a vocês, o meu primeiro e-book, do meu primeiro conto, chamado: "Ele / Ela". Ele / Ela é um conto. Não. Na verdade, é mais do que um conto. É um encontro. De quem? Com quem? Quem é Ele? Quem é Ela? Acredito que descobrirá ao findá-lo. Na verdade, ele não passa de um conto que não vale nenhum conto!

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Page 1: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

ELE / ELA

Zhé Lopes

Page 2: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

Apresenta o conto:

ELE / ELA

Zhé Lopes

Brasil 2014

Page 3: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

Tentando

SER

EStar

PArecer

PErmanecer

FIcar

COntinuar

Melhor que ontem.

Page 4: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

“Ao Único

que é Digno

de Receber,

Toda Glória,

Toda Força,

Toda Honra

e Todo o Poder.”

Page 5: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

Prefácio

O poeta é alguém que conhece bem as palavras e brinca com elas para transmitir aquilo que sente. E

não só o que sente, mas aquilo que outros também sentem, mas não conseguem expressar. O poeta é alguém

que leva a sério a máxima "conhece-te a ti mesmo", proferida por Sócrates: enquanto examina as profundezas

do seu próprio ser, ele acha uma maneira de fazer arte, de se expressar belamente, de promover uma

conexão com o outro, de fazer o outro se enxergar naquelas palavras. O poeta, ainda, é alguém que sofre, que

chora, que se lamenta - por que não? É alguém que tem as emoções à flor da pele. Alguém totalmente

conectado com sua humanidade. Por isso, consegue transpirar inspiração e causar reflexão e meditação.

Suas palavras, como já mencionado, tornam-se a expressão de quem não consegue se expressar.

Quem nunca compartilhou as palavras de um poeta? Seja para declarar amor a alguém ou para simplesmente

declarar uma verdade profunda, a poesia torna tudo mais compreensível - tudo mais belamente

compreensível. A poesia surpreende, encanta, delicia, maravilha. E a gente pode culpar o poeta por isso.

Ainda falta dizer que o poeta é um observador. Observar não é apenas ver. Observar é se deter sobre

algo, examinar, compreender. O poeta observa tanto o mundo físico, exterior e social, quanto o mundo

abstrato, interior e pessoal. Ele é capaz de enxergar como especial algo que a maioria vê como rotineiro - vê,

por exemplo, um pôr-do-sol como um espetáculo.

Essas são características do Zhé. Para ele, a poesia parece ser tão natural quanto à respiração. Seus

textos nascem de uma intensa observação e reflexão interior, trazendo à tona construções que nos levam a

olhar para nossa própria alma e nos questionar. Seus versos são fruto do conhecimento de si mesmo e, por

isso, são tão especiais.

Suas poesias são como conversas, desabafos. Ele é íntimo das palavras. Com elas, o Zhé se expõe de

forma corajosamente perigosa. De forma leve, porém profunda, compreensível, porém não sem reflexão, suas

palavras nos confrontam, mas encantam.

Em sua obra "Ele/Ela", Zhé Lopes nos conta a história de um encontro. Mas não um encontro qualquer.

Utilizando a poesia, ele desenvolve dois personagens com ricas personalidades. "Ele/Ela" é uma história curta,

mas que merece ser lida e analisada com calma, merece ser aproveitada, degustada, pois não é uma história

como outras que se leem mundo a fora.

Um brinde ao Zhé Lopes e à sua arte ímpar!

Netto Britto

Bar da Graça

Page 6: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

“Ela via o mundo

Ele via o mundo

Viam sob a mesma luz

Isso é tudo e era tudo que havia

entre os dois em comum...”

Ela Ele - Sandy Leah

Page 7: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

PARTE 1

Page 8: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

ELE

Ele acreditava que tudo estava certo.

Acreditava que tudo era normal.

Acreditava que aquilo que fazia e sentia era comum.

Acreditava que as pressões que sofria faziam parte da vida, mesmo sem entender.

Acreditava que as pessoas eram más com ele sem motivo aparente. Ele não conhecia a verdade.

ELA

Ela vivia um sonho.

Sonhava acordada e brincava dormindo.

As coisas para ela eram tão simples.

Tudo vinha e ia tão facilmente.

Dificuldade não existia em seu vocabulário.

Talvez ela nem soubesse o que é um.

Ela não conhecia a realidade.

Eles não se conheciam.

Talvez continuem assim...

Page 9: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

PARTE 2

Page 10: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

AS CORES

Ele usava sapatos vermelhos.

Ela usava tênis azuis.

Eles não tinham noção de cores.

Talvez fossem daltônicos.

Ou o problema com as cores estivesse nos olhos de todo o mundo.

Ele usava camisa rosa.

Ela camiseta polo.

Qual era o problema?

Nenhum, para eles.

A implicância em demasia que lançavam sobre eles não os aprisionava.

Eles eram livres, pois tinham suas próprias leis.

Mas eles ainda não se conheciam...

Talvez isso continue... Mas mude...

Page 11: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

PARTE 3

Page 12: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

MENTIRAS Ele decidiu tomar um rumo na vida.

Ela decidiu pensar na vida.

Tudo isso após atingirem a maioridade.

Acredito que assim como os anos, ganharam também uma certa maturidade.

Ele tinha muitos complexos. Pensava por que os outros eram mais bonitos do que ele. Por que os outros?

Ela, dessa vez preferiu se privar.

Ela não quis nem se pronunciar... Ele não queria viver a própria vida. Não culpava ninguém, apenas achava que poderia ter mais. Sua canção era: "E olhando pra trás para ver as coisas que eu fiz, Eu tentava ser alguém que eu nunca quis, Por que minhas próprias mentiras Me impediam de ser eu mesmo, alguém que eu nunca quis ser..."

Ah... como ele se lamenta...

Essa história vai continuar...

Page 13: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

PARTE 4

Page 14: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

FALTA DE PERCEPÇÃO

Ele tinha um certo olhar de reprovação.

Odiava quando recebia olhares que não precisavam de nenhuma palavra, pois eram extremamente claros.

Em contra partida, lançava seu maléfico olhar sobre o mais simples ser humano.

Julgava pela mesma aparência, a qual tanto lutava para não ser.

Ele adquiriu um olhar fuzilante.

O desprezo era o seu olhar.

Ela buscava sempre a razão.

Procurava ver o melhor e o bem em tudo e em todos.

Eles ainda não tinham percebido, mas já haviam se cruzado muitas vezes.

Talvez se olhassem fundo nos olhos um do outro iriam perceber.

Mas esse ainda não é o fim...

Page 15: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

PARTE 5

Page 16: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

À FLOR DA PELE Ele era triste. Melhor ou pior, conseguia transformar qualquer momento ao contrário do que deveria. Ele era dramático.

Ela emotiva. Emoções sempre a flor da pele, permeavam suas vidas.

Ele gostava de chamar a atenção.

Ela era tão discreta. Ele gostava muito de elogios. Fazia as coisas de forma premeditada.

Ela sempre discreta e recatada. Policiava todas as suas atitudes.

Ele é muito egocêntrico.

Espero que isso termine bem, ou comece.

Que um não se decepcione com o outro.

Page 17: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

PARTE FINAL

Page 18: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

O COMEÇO DO FIM

Ele sempre achava que era demais. Não no ser, mas em excesso mesmo. Ele sempre esperava pela atitude dos outros.

Ela achava que devia partir dela a atitude. Ela sempre via os dois lados.

Diferentemente dele.

Ele se escondia na aparência. Comprava coisas e mais coisas pensando que isso fosse aproximar as pessoas. Pobre engano. Quanto mais ele se esforçava pior as coisas ficavam...

Ela ia perdendo seu espaço a cada dia.

Até que ela caiu no sono. E foi esquecida...

Ele não reparava mesmo nela.

Page 19: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

Não importava a hora. Era de manhã, de tarde e também de noite. O que se ouve sair das palavras digitadas por seus dedos pelas redes sociais da vida era seus lamentos. Ele pergunta para um amigo: "Tem um minuto?" Se este diz sim, senta que lá vem história. Ele dizia que tinha amigos, mas ao que tudo indicava, os amigos o tinham... Por que ele não tinha ninguém. Ele não precisou consultar os médicos para descobrir o que tem. Conseguiu descobrir sozinho que possui a "Síndrome de Baby Sauro".

. . .

Ele descobriu isso quando olhou para ela.

E percebeu que ela parecia familiar.

Olhando para o homem refletido no espelho.

Enfim, ele descobriu.

Ele sou eu.

E ela é a minha alma.

Page 20: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

Epílogo

Para ser sincero, não me lembro bem como tudo surgiu. Só sei que fui dando asas aos meus

pensamentos, liberdade para que os meus sentimentos pudessem ser manifestos, mesmo que não pelas

folhas de papel, ou pelo desabafar de lamentos com um amigo, mas por palavras digitadas num simples

smartphone [Louvado seja Deus, por isso e TUDO mais].

Quando começo a pensar em toda essa história que foi traçada e descortinada, repenso e revejo tudo

o que poderia ter servido de influência. Uma poesia que a principio me remeteu ao tema, foi a poesia da [para

mim] poetiza Sandy Leah Lima, chamada Ela/Ele.

Só que no meu caso, não era bem uma história de amor. Foi um desabafo de uns tantos lamentos... Foi

um encontro consigo mesmo. Prefiro definir como sendo 'um homem diante de um espelho' não mais

embaçado, mas agora com uma visão mais clara de si mesmo e do ambiente ao seu redor.

Acredito que do meio para o fim, algo que descreve com melhor riqueza de detalhes, é uma outra

poesia da mesma poetiza acima, chamada Esconderijo:

"Nesse quarto escuro / Existe um menino assustado / Ele é sozinho /

E teme que o mundo encontre o seu cantinho / Me entrega ele pra cuidar /

Eu sei guardar segredo / Eu sei amar / Não conto pra ninguém /

Que esse menino é alguém / De barba e gravata /

E que esse quarto escuro é sua alma."

Page 21: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

No meu conto "Ele / Ela":

Ele sou eu.

Ela é a minha alma.

Na poesia da Sandy "Ela/Ele":

Eu queria ser ele.

Eu queria ter ela.

Na poesia da Sandy "Esconderijo":

Esse menino sou eu.

E esse quarto escuro é o meu esconderijo, a minha alma.

Até a próxima!

Page 22: Ele / Ela - O Conto - e-Book - Zhé Lopes

Sobre o autor Zhé Lopes, na verdade é José Antonio Lopes da Silva, 28 anos, Mogiano por nascença, mas Suzanense

por vivencia. É contador, bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduado em Controladoria e Finanças, mas é

apaixonado por música, letras e palavras. Hoje atua como um profissional de sua área de formação, mas

também compartilha de suas experiências, vivencias e olhadelas na vida, através de seu blog chamado

SerEsPaPeFiCo. Nome este que a muitos intriga. É também colaborador no blog Bar da Graça, junto do seu

amigo Netto Britto [o qual assina o prefácio deste e-book]. Teve alguns de seus textos e poesias publicados na

coletânea de autores "Palavra é Arte" - Edição 67 – 2014.

“Uma palavra bem dita, é sempre bendita! Uma palavra mal dita é sempre maldita!”

Zhé Lopes

Setembro/2014