eflexÕes sobre rquitetura e histÓria · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que...

41
REFLEXÕES SOBRE ARQUITETURA E HISTÓRIA Breve Panorama Arquitetura e História Linhas do Tempo

Upload: duongdat

Post on 15-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

REFLEXÕES SOBRE

ARQUITETURA E HISTÓRIA

Breve Panorama

Arquitetura e História

Linhas do Tempo

Page 2: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

OS SENTIDOS DA ARQUITETURA...FONTE: GLANCEY, J. “A HISTÓRIA DA ARQUITETURA”. SÃO PAULO, EDIÇÕES LOYOLA, 2012.

A História da Arquitetura é a História do notável esforço humano, um dos caminhos pelos quais tentamos dar sentido ao mundo.

É a história de como nossos abrigos foram sendo construídos, do mais humilde ao mais sublime. E não há nenhuma razão para pensar que uma seja menos inspiradora do que a outra. Mas a arquitetura é diferente do simples edificar. Ela nos emociona, envolve arte e sensibilidade.

Há, portanto, uma diferença importante entre construção e arquitetura. Os animais podem construir, cupins e pássaros, por exemplo... Os humanos, porém, desenvolveram a Arquitetura...

Page 3: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

UMA HISTÓRIA CONTADA DESDE 8 MIL ANOS A.C A Arquitetura é a ciência e a arte de

construir, ou seja, ela proporciona omomento no qual um edifício é imbuídode uma aura que o transforma de meroabrigo em obra de arte. E ela é umaarte em contínua transformação. É omaior meio visível de celebrar nossariqueza.

Este sentimento de grandiosidadeiniciou-se quando a humanidadecomeçou subir aos céus comestruturas extraordinárias, quelembravam montanhas sagradas ouprimitivos condutores de energia pelasquais os sacerdotes poderiam ascenderpara encontrar os deuses.

As primeiras grandes obras são ostemplos da Idade do Bronze ( c. 3.000aC) que eram projetados para sealinharem a movimentos astronômicos,era a necessidade de sintonizar-secom os “criadores” do universo, ideiaque se perpetuou, tanto é que nocatolicismo Deus é chamado de “grandearquiteto” do Universo.

Page 4: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

REFLEXÃO: OS ARQUITETOS

DO SÉCULO XXI ( GLANCEY )

Se formos comparar, no início doséculo XXI há muito mais pessoase exponencialmente maisarquitetos do que já houve emqualquer época da história dacivilização. Mas isto não levou aum aumento da qualidade daarquitetura, porque nãoconstruímos mais para oferecersentido ao nosso lugar nocosmos. Mas, por razõesbanais, vaidosas e lucrativasque reduzem a arquitetura a umempreendimento mundano.

Na verdade, segundo Glancey, opapel do arquiteto declinou. Paracontinuar a nos entusiasmar comoocorreu durante milênios, osarquitetos precisam redescobriro campo elevado daimaginação, como havia antes daindustrialização, que tornou o atode construir muito fácil. Algunsainda se destacam, quanto aosoutros, é preciso inspirá-los.

Page 5: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

NORMAN FOSTER - O DOMÍNIO DA LUZ

City Hall - The Queen's Walk, London, United Kingdom A produção arquitetônica de qualidade na atualidade é marcada por uma considerável

diversidade de conceitos e posições frente ao meio ambiente natural e construído. As

formas hoje possuem estruturas e espaços internos fluidos, construídos a partir da valiosa

ajuda dos computadores e da tecnologia dos novos materiais – metais leves e

policarbonatos. É o atual sonho dos arquitetos em apresentar estruturas e espaços

infinitamente maleáveis. Muitas limitações foram deixadas de lado, mas é necessário

que a CRIATIVIDADE E A INSPIRAÇÃO próprias do “Engenho Humano” voltem a ser

uma constante nas criações arquitetônicas da atualidade.

http://www.fosterandpartners.com/projects/

Page 6: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

MORADIAS POPULARES DE ARQUITETURA DE TERRA

INSTITUTO ARCA VERDE - RS

Page 7: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

Porque a Arquitetura é musica petrificada.. (ARTHUR SCHOPENHAUER)

Assim sendo, na Arquitetura...

o que te inspira ?

Page 8: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

A ARQUITETURA E O URBANISMO DA PRÉ-

HISTÓRIA À MESOPOTÂMIA, EGITO ANTIGO E

OS MEGALÍTICOS EUROPEUS

Algumas considerações teórico-visuais sobre as

origens da Arquitetura e suas principais reflexões

Page 9: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

PARA ENTENDERMOS MELHOR A PRÉ-HISTÓRIA:

Page 10: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

RECENTES DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS

Acreditava-se que os Neandertais eram nômades

primitivos que viviam abrigados em cavernas naturais.

Entretanto, as novas descobertas sugerem que eles se

estabeleciam e construíam estruturas onde viviam por

longos períodos de tempo.

Pesquisadores do Museu Nacional de História Natural,

em Paris, também descobriram que muitos dos ossos

da casa haviam sido decorados com esculturas e

pigmentos ocres. Eles acreditam que os neandertais

escolheram propositadamente grandes ossos do maior

mamífero disponível, o mamute, para construir as

estruturas. Os ossos longos e planos eram

selecionados e dispostos em círculo. Era esse o

material que os seres humanos primitivos usavam para

se proteger contra o vento e frio. Esta cabana já pode

ser considerada enquanto exemplar da arquitetura pré-

histórica, ou seja, da ação de transformar materiais em

abrigos com arte.

A estrutura de ossos foi encontrada perto da cidade de

Molodova, no leste da Ucrânia, em um sítio que foi

descoberto em 1984. A casa foi construída com 116

ossos grandes, incluindo crânios de mamute,

mandíbulas, 14 presas e ossos das pernas. Entretanto,

a casa de ossos não é o exemplar mais antigo já

descoberto. Há notícias sobre uma construção de

madeira afundada no chão de mais de 150 mil anos,

feita pelo Homo erectus, que teria sido encontrada em

uma colina nos arredores de Tóquio.

Page 11: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

OS PRIMEIROS DESENVOLVIMENTOS URBANOS

As primeiras cidades na região onde hoje estão estabelecidos Egito,

Israel, Irã e Iraque surgiram entre 8000 e 7000 a.C. O nascimento das

grandes obras de Arquitetura nessa concepção foi contemporâneo,

mas pouco posterior, ao nascimento das primeiras cidades. Neste

momento, a partir de 4.000 aC, já havia largo conhecimento técnico

disponível: cordas resistentes feitas de fibras, ou couro,

instrumento de corte mais precisos, machados e marretas, a arte

da cerâmica, e inclusive o pau a pique e os tijolos de barro.

Page 12: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

TECNOLOGIAS SINGULARES E ANCESTRAIS

A diversidade de culturas e de trocas de experiências compartilhadas pelas civilizações que estiveram presentes naquela região, tornou-se uma característica da mesma e ajudou a consolidar os impérios surgidos destes povos, detentores dos conhecimentos das ciências, das artes, das engenharias e de uma arquitetura singular no mundo de então. Cerca de um milênio antes da formação da civilização mesopotâmica, já era possível encontrar maquetes de casas de cerâmica depositadas em tumbas e que demonstram soluções para iluminação interna, que também serviam como aberturas para ventilação, colocadas de forma perpendicular à direção dos ventos predominantes, em casas que poderiam ser feitas de tijolo cru, adobe ou taipa de pilão. Esta tecnologia, que nasceu na região do crescente fértil, foi fundamental para a construção dos Zigurates mesopotâmicos: pirâmides escalonadas com acesso por rampas e escadarias ao topo, que serviam como santuário e onde eram guardadas as provisões de cereais.

Page 13: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação
Page 14: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

OS ZIGURATES

Um dos maiores e mais impressionantes templos eram os zigurates, ou pirâmides em degraus, com destaque para o zigurate de Urnammu, em Ur, na Suméria. Este templo era dedicado ao deus da lua, erguendo-se por cima de uma cidade que tinha cerca de 350.000 pessoas, o acesso ao topo era feito por uma escadaria cerimonial. O templo teve a sua última remodelação por volta de 2125 a.C, embora seu edifício original seja muito mais antigo. Estudos indicam que as gerações que se sucediam foram construindo partes do templo, e que essas partes, ou níveis, apresentavam árvores plantadas, como em uma grande montanha. Cada plataforma, construída com tijolos maciços, é circundada por um muro, em toda a periferia, ligeiramente inclinado para dentro e enrijecido por grossas colunas de tijolos para aumentar a estabilidade. Mas o que se sabe de fato é que a edificação era visível há quilômetros de distância, o que servia como um sinal para os fazendeiros das pastagens irrigadas ao seu redor de que os sacerdotes estavam intervindo a seu favor junto aos Deuses. Era o primeiro exemplar que representava os ideais de grandeza de um povo, e servia de espaço de mediação entre homens e deuses.

Localização dos Zigurates na região da Mesopotâmia:

Page 15: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

UR E SEU ZIGURATE ( 3000 A.C. )

Cada cidade-estado tinha umdeus local, defensor junto aoutras divindades da natureza.O deus era proprietário dacidade, de seu trabalho ehabitantes, e o centroadministrativo era o templo. Asplantas das cidadessumerianas demonstram essepapel central dos templos, emvolta dos quais as casas seaglomeravam.

Além disso, osempreendimentos eram todosda comunidade ( diques evalas de irrigação_armazenamento e distribuiçãode grande parte das colheitas). Para organizar todas essavida política e pública, aescrita foi essencial.

Page 16: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

MESMOS NÍVEIS DE CONHECIMENTOS E O ENGENHO HUMANO

EM POPULAÇÕES DIVERSAS NO TEMPO E NO ESPAÇO

Paredes e muros de Caral-Supe ( 2600 – 2000 aC )

no Peru uma civilização que antecedeu as pré-

colombianas / andinas, cujo deserto conservou as

fibras utilizadas nas paredes de barro.

Entre os principais itens que envolviam as

técnicas utilizadas por estas civilizações,

estava o inter-travamento dos tijolos e

cantarias, a partir de um arremate

planejado das paredes, muros e de seus

cantos. O que poderia ocorrer por

justaposição alternada de elementos maiores

e menores, o uso de traves e vigas entre dois

extremos, apresentando espaços entre

paredes. Além do uso de argamassas de

assentamento das cantarias e alvenarias,

visando o amortecimento das estruturas

em caso de abalos sísmicos. Sem contar o

principal: o domínio sobre a técnica das

construções em terra ( pau a pique e tijolos

). A conquista destes conhecimentos foi

adquirida pelo esforço e engenho de certos

povos, independentemente do local ( Novo

Mundo, Alasca e Oriente próximo, por

exemplo ) mas tendo em comum as mesmas

funções estruturais e monumentais na

proposição e na sustentação das formas e

volumes construídos para a

representatividade divina ou de poder.

Chichén Itza – Templo Maia localizado na Península de

Yucatán ( México ) que melhor se aproxima do conceito

dos zigurates na América pré colombiana ( 435 aC )

Page 17: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O EGITO ANTIGO

Page 18: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação
Page 19: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O EGITO ANTIGO E O MUNDO ALÉM DA VIDA

Há muito ainda que conhecer sobre a origem e os significados dos túmulos egípcios. No entanto, há motivo para crer que a vida após a morte, ou a continuidade da vida no mundo dos mortos, referia-se apenas aos privilegiados, devido à sua ligação com os faraós imortais. Nesse sentido, as mastabas, ou túmulos de particulares, eram construções quadrangulares revestidas de tijolos ou pedras, erguidas em cima de profundas câmaras funerárias, com local para oferendas e cubículo para a estátua do defunto, encontradas logo na Primeira dinastia. Na Terceira dinastia, transformaram-se em pirâmides de degraus.

Page 20: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

PIRÂMIDE DO REI ZOZER ,CONSTRUÍDA POR IMHOTEP SOBRE

MASTABA TRADICIONAL – 2600 A.C.

Existe uma falsa imagem sobre as pirâmides, que não eram edificações isoladas mas faziam parte de várias necrópoles com templos e outros edifícios que serviam para a realização de grandes celebrações. A arquitetura egípcia utilizou adobes de terra, madeira, feixes de cana e outros materiais leves. Imhotep, o arquiteto da primeira pirâmide do Egito, empregou pedras talhadas e colunas incrustradas nas paredes, réplicas de feixes de junco e esteios de madeira que serviam para reforçar os muros de adobe.

Page 21: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

AS PIRÂMIDES DE GIZÉ

A matemática foi muito empregada na construção daspirâmides. Conhecedores desta ciência, os arquitetosplanejavam as construções de forma a obter o máximo deperfeição possível. As pedras eram cortadas e encaixadasde forma perfeita. Seus quatro lados eram desenhados econstruídos de forma simétrica, fatores que explicam apreservação delas até os dias atuais. Cada bloco pesava emmédia 2,5 toneladas, mas isso variava: o tamanho diminuía deacordo com a altura, e em lugares específicos, como a câmarado rei, havia pedras gigantes, estimadas em até 80toneladas. Depois de cortados nas pedreiras, os blocosmaiores eram lixados e catalogados: escrevia-se o nome dofaraó e o do grupo de trabalhadores responsáveis. No total,2,3 milhões de blocos teriam sido usados na construção dapirâmide de Keóps ou Queóps. Para erguer as pirâmides, oterreno foi aplainado. Além de deixar a terra pronta para otrabalho, o processo rendeu uma fonte natural de matéria-prima:o platô era rico em rochas calcárias, um tipo de pedra mais mole,extraída com ferramentas de cobre. Rochas de calcário maisfino, usadas para dar brilho à pirâmide, vinham da regiãopróxima de Tura. Os blocos vinham de até 800 quilômetros dedistância, da pedreira de Assuã, em barcos pelo rio Nilo. Ospesadíssimos blocos, alguns com até 80 toneladas, tambémrevestiam as câmaras e os corredores internos.

Page 22: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

AS PIRÂMIDES DE GUIZÉ Quéops, ou Khufu foi faraó da Quarta

Dinastia, que reinou entre 2579 - 2556 aC.

Tinha como objetivo que sua pirâmide

“proclamasse ao mundo eternamente e

para sempre: Queóps é aquele que

pertence ao horizonte”. Para tanto, o platô

de Gizé, na margem ocidental do Nilo foi

escolhido, já que nesta localidade, o subsolo

é formado por rocha calcárea compacta, de

boa qualidade, capaz de suportar o peso

que era previsto para a pirâmide. A

proximidade com o Nilo também permitia

receber materiais de outros locais, a

partir do uso de embarcações especiais.

Neste caso, a rocha local esculpida foi

utilizada em seu local de origem para

compor o corpo da pirâmide. Razões

religiosas levaram ao posicionamento da

mesma, baseado em conhecimentos

astronômicos, além do uso de

determinados instrumentos, um prumo e

uma balisa. Além da marcação de

algumas estrelas em especial, para voltar

a construção ao norte. O intuito era corrigir

desvios de construção nas camadas

superiores da obra.

Foi na Quarta Dinastia que as pirâmides de Gizé

foram construídas: Keóps ( 2551 – 2528 a.C. ),

Kéfren ( 2520 – 2494 a.C. ) e Miquerinos ( 2490 –

2472 a.C. ). Monumentos construídos em um grupo

compacto, o que pode indicar solidariedade política

entre os faraós representados.

Page 23: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

TÉCNICAS E MATERIAIS

É interessante também notar a utilização defórmulas geométricas nas medidas eformatos, mas ainda há espaço para novasteorias. Apesar de tanta precisão, ascamadas de pedras não são homogêneasentre si, o que ´dependia da retiradas domaterial das pedreiras. Havia vários tiposde assentamentos ( camadas horizontais deuma face a outra ( intertravamento ) oucamadas mais heterogêneas, completadaspor pequenos calços para se obter o níveldesejado. Para garantir o alinhamento eestabilidade das paredes, utilizavam-seferramentas confeccionadas em peças demadeira, no esquadro com um pequenopeso de pedra em uma corda fina. Já averticalidade dos terrenos era controlada porum prumo de madeira de régua compridacom duas pequenas tábuas pregadas àrégua, além da pedra presa pela cordaneste dispositivo, e a corda esticada pelapedra deveria tocar o centro da segundatábua, para o alinhamento das paredesdos corredores, fachadas e paredes dosníveis. Para o corte de pedra, outrosinstrumentos específicos eram utilizados.

Page 24: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação
Page 25: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O SIGNIFICADO DAS PIRÂMIDES As pirâmides do antigo Egito foram construídas para

abrigar as tumbas dos faraós, na crença de que a vida verdadeira começava depois da morte. As três grandes pirâmides da meseta de Gizé estão distribuídas sobre o deserto de maneira idêntica, seguindo a disposição das três estrelas da constelação de Órion, que era o equivalente celestial do deus Osíris. Seu “cinturão” era o que os egípcios chamavam de Duat, uma espécie de “portal” pelo qual a alma do faraó deveria passar para chegar a Amenti, a mais alta. A Grande Pirâmide de Gizé ( Quéops ) é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda está de pé. Foi construída durante o período do Império Antigo ( 2613 a 2498 a.C.). O lugar escolhido para a sua construção foi a margem esquerda do Nilo, a 12 quilômetros do Cairo. Sobre esta margem, normalmente eram construídos os cemitérios. Seus lados se orientam pelos quatro pontos cardeais, com o reflexo das sombras acusando com exatidão milimétrica os pontos essenciais do ano solar, fornecendo as datas precisas dos equinócios de primavera e outono e dos solstícios de inverno e verão. Apesar dos egípcios não contarem com instrumentos ópticos como a bússola, eles faziam seus cálculos e medidas pelas estrelas. Sabiam que tudo no céu noturno estava em constante movimento, com exceção de um ponto escuro imóvel, que era reverenciado como eterno, a localização do próprio “céu”. Ao redor deste ponto duas estrelas especialmente brilhantes giravam em um círculo constante e, quando uma estava diretamente sobre a outra, era possível traçar uma linha perpendicular que atravessava o ponto escuro com total precisão. Estas estrelas que hoje conhecemos como circumpolares eram chamadas pelos egípcios de “indestrutíveis”. Baseando-se nestas crenças e conhecimentos, Hemiunu(primo de Quéops e principal arquiteto da Grande Pirâmide) desenvolveu o projeto como uma “máquina de ressureição”. Na parede norte da Câmara do Rei existe uma pequena abertura que funciona como “telescópio” com vista até as “indestrutíveis”, garantindo assim a viagem para a eternidade para o seu rei e para todos os que colaboraram na construção da pirâmide.

Page 26: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O VALE DOS REIS E A NECRÓPOLE DE TEBAS:

O IMPÉRIO NOVO ( 1550 – 1076 AC )

O Vale dos Reis é um vale montanhoso no Egito onde, por um período de aproximadamente 500 anos, no Império Novo, foram construídas tumbas para os Faraós e nobres importantes do Antigo Egito. Entre 2005 e 2008, foram descobertas mais de 120 câmaras, a maioria violada por povos da antiguidade. A área continua um foco de explorações, escavações e pesquisas arqueológicas até hoje. Localizada na margem ocidental do Rio Nilo, ao lado oposto da cidade de Tebas, no Antigo Egito. A necrópole foi usada para sepultamentos por boa parte do período faraônico, especialmente durante o Império Novo. Consideradas um Patrimônio Mundial pela UNESCO, com o nome de “Tebas Antiga com sua Necrópole”.

Page 27: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O TÚMULO DE TUTANKAMON ( 1341 - 1324 A.C. )

Page 28: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O TEMPLO DE LUXOR

O templo de Luxor foi iniciado por volta de 1390 a.C., aumentado e terminado

um século mais tarde por Ramsés II ( 1279 – 1213 a.C. ) no período do Novo

Império, a quem foram erigidas mais estátuas do que a qualquer outro faraó.

Todo o conjunto de pátios do templo de Luxor ficava rodeado por altos muros

que o isolavam. Com exceção da fachada monumental, esse templo foi

construído para ser visto de dentro.

Page 29: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação
Page 30: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

ELEMENTOS DA ARQUITETURA EGÍPCIA DO NOVO IMPÉRIO

A arquitetura egípcia é caracterizada por maciços elementos de pedra – paredes inclinadas, pirâmides gigantescas, estatuária colossal e colunatas imponentes. E entrelaçadas nestas misturas, representações de deuses, alguns com características humanas e outros de animais, e muitas formas de plantas, como o papiro, utilizadas nos capitéis. Relevos e inscrições que contam histórias, fileiras de estátuas de esfinges ( seres míticos com corpos de leões e cabeça de homem ou carneiro ) que conduzem às entradas dos templos, a estatuária de faraós nos portais e os pilones de entrada, que eram portões maciços de entrada dos templos que escondiam pátios iluminados ou salões de hipostilos ( com tetos sustentados por colunas ).

Page 31: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

ENQUANTO ISSO... NA EUROPA: OS MEGALÍTICOS

Externsteine – Alemanha: penhascos trabalhados pelo homem escavando grutas artificiais e alargando-se aberturas já existentes.

Na Europa Central, e em outras regiões, populações diversas continuariam a manter formas de vida tribal dos agricultores neolíticos até alguns séculos antes do nascimento de Cristo, mesmo depois de conhecerem o bronze e o ferro. Estas aldeias não conheceram o desenvolvimento da arquitetura da Mesopotâmia ou do Egito. Em vez disso, o que encontramos em número considerável monumentos megalíticos, formados de enormes blocos ou lajes de pedra, erguidos e sobrepostos sem o uso de argamassa. Seu principal uso era religioso, mas há diferenças entre eles.

Page 32: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

AS PEDRAS DAS ALDEIAS NEOLÍTICAS - MENIRES

As estruturas neolíticas decoram o

espaço natural, utilizando

eventualmente os seus materiais – a

terra batida, a argila, as pedras, as

madeiras e outros elementos

apropriados, desde essa época para

a tecnologia da construção civil –

mas imprimindo-lhe um caráter

intelectual que denota o novo agente

que surgiu no mundo, o sujeito

pensante: pedras verticais, pedras

em fileiras retilíneas, pedras

alinhadas em círculo. Desde que o

espaço terrestre se encontra

inteiramente disponível para a

difusão da espécie humana, o

homem assinala suas conquistas

com a marca de que é apenas sua: a

ordem geométrica e cósmica

reconhecida pela mente.

Menir de Almendres - Portugal

Page 33: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

MENIR NO ALENTEJO

Page 34: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

ALINHAMENTO MEGALÍTICO DE CARNAC

O núcleo megalítico de Carnac, situado na comuna de Morbihan na Bretanha do Sul, é o

mais antigo da Europa e o mais extenso do mundo. Trata-se de um conjunto arqueológico

datado do ano 1000 a. C. constituindo um testemunho fascinante da cultura neolítica

europeia, composto por 1099 menires fincados em 11 fileiras, espalhados ao longo de

1165 metros de comprimento por 100 metros de largura. É possível notar que para a

Europa a datação da arquitetura pré-histórica ultrapassa o limite de 3.000 a.C., apesar de

seus indícios iniciais ainda fazerem parte do período mencionado.

Page 35: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

DOLMENS- LAJE DE COBERTURA APOIADA EM

PILARES ( MONUMENTO PARA TÚMULO )

Este foi um primeiro ciclo de experiências

arquitetônicas esquecidas durante muito

tempo. O termo megalítico ( grandes pedras )

é utilizado para designar as construções

caracterizadas pelo levantamento e pela

disposição no terreno de pedras mais ou

menos delineadas, de dimensões fora do

comum para nós. As construções mais

difundidas são as pedras isoladas, erguidas

na vertical, que se chamam menires, e as

estruturas tríliticas simples chamadas

dólmens, em que dois pedestais sustentam

uma laje de cobertura. Estas estruturas

elementares, de todas as dimensões, que se

encontram em todos os lugares habitados da

Terra e formam conjuntos variados,

baseando-se na experiência universal da

força da gravidade. Por vezes os menires

assumem formas antropomórficas, tornando

explícita a associação entre essas

construções e o corpo humano

Túmulo megalítico em Fornos

de Algodres, Portugal.

Page 36: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação
Page 37: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

CROMLECHS – GRANDES CÍRCULOS DE PEDRAS EM

INTERVALOS REGULARES

Os cromlechs ( “cromeleques” ) eram

recintos destinados a cerimônias

religiosas. Eles são grandes círculos de

pedras erguidas a intervalos regulares,

ligados por traves horizontais, chamados

linteis, rodeando outros dois círculos

interiores, tal como em Stonehenge. Este

conjunto se encontra orientado para o

ponto do horizonte onde nasce o Sol no

dia do solstício do verão, indício de que o

conjunto se destinava às praticas rituais

de um culto solar. Outra explicação

existente o relaciona com a observação

dos astros e de sua posição no céu e de

que Stonehenge funcionaria como um

grande relógio para orientação de

viajantes, já que teria ligação com outros

cromlechs existentes na Grã Bretanha.

Page 38: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

O MEGALÍTICO MAIS FAMOSO...

O mais famoso monumento da pré-história pode ter sido um centro de cura, para onde iam peregrinos há mais de 4.500 anos. A afirmação é de um grupo de arqueólogos que trabalha nas primeiras escavações em mais de 40 anos no monumento. O grupo acredita ter encontrado indícios que podem, finalmente, explicar os mistérios da construção de blocos de pedra. A equipe descobriu um encaixe que, no passado, abrigou as chamadas pedras azuis, rochas vulcânicas de tom azulado, a maioria já desaparecida, que formava a primeira estrutura construída no monumento. Eles acreditam que as pedras azuis podem confirmar a tese de que Stonehenge era um local onde as pessoas iam em busca de cura. Estas pedras teriam sido trazidas de uma distância de 19 km. Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrington. Este povoado foi formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2600 a.C. e 2500 a.C, quando os últimos círculos de pedra foram erguidos. É considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido.

Page 39: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

STONEHENGE

Page 40: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

OUTRO CROMLECH DA BRETANHA

Page 41: EFLEXÕES SOBRE RQUITETURA E HISTÓRIA · momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTO E IMAGENS

BENÉVOLO, Leonardo e BENNO, Albrecht, As origens da Arquitetura. Lisboa, Edições 70, 2004.

JANSON, H. W., História Geral Da Arte – O Mundo Antigo e a Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

CUNHA, J. C., A História das Construções. Belo Horizonte, Autêntica, 2009.

BALLANTYNE, Andrew. Edificações da Pré-História à Atualidade. Porto Alegre,Bookman, 2012.

BENEVOLO, Leonardo. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2009.

BALLANTYNE, Andrew. Edificações da Pré-História à Atualidade. Porto Alegre,Bookman, 2012.

COLE, Emily, História Ilustrada da Arquitetura. São Paulo, Publifolha, 2011.

http://arqueologia.cm-alijo.pt/Monumentoa_Megaliticos.htm

http://arquitetura-pre-historica.blogspot.com.br/2012/08/stonehenge.html

http://historyofarchitecture.weebly.com/prehistoric.html

http://www.historiadigital.org/resumos/resumo-egito-antigo/

http://egitoantesedepois.blogspot.com.br/2014/03/historia-do-egito-antigoeconomiareligia.html

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.020/815

http://portalmesopotamia.blogspot.com.br/2009_11_01_archive.html

http://www.ahistoria.com.br/da-persia/