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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE EFICIÊNCIA DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO-BRONZEADO-DO- EUCALIPTO (Thaumastocoris peregrinus) (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) EM CONDIÇÕES DE CAMPO VALTER FERREIRA ROCHA JUNIOR 2017

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Page 1: EFICIÊNCIA DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO … · toxidade ao homem e ao meio ambiente e não sugerido por sistemas de certificação ambiental. Assim, estratégias de controle alternativos

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE

EFICIÊNCIA DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO-BRONZEADO-DO-

EUCALIPTO (Thaumastocoris peregrinus) (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) EM CONDIÇÕES DE CAMPO

VALTER FERREIRA ROCHA JUNIOR

2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE

VALTER FERREIRA ROCHA JUNIOR

EFICIÊNCIA DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO-BRONZEADO-DO-EUCALIPTO (Thaumastocoris peregrinus) (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) EM CONDIÇÕES DE CAMPO

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Sergipe, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Agricultura e Biodiversidade, área de concentração em Agricultura e Biodiversidade, para obtenção do título de “Mestre em Ciências”. Orientador Prof. Dr. Genésio Tâmara Ribeiro

SÃO CRISTOVÃO SERGIPE – BRASIL

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

R672e

Rocha Junior, Valter Ferreira. Eficiência de fungos entomopatogênicos no controle do

percevejo-bronzeado-do-eucalipto (Thaumastocoris peregrinus) (Hemiptera: Thaumastocoridae) em condições de campo/ Valter Ferreira Rocha Junior; orientador Genésio Tâmara Ribeiro. – São Cristóvão, 2017.

29 f.: il.

Dissertação (mestrado em Agricultura e Biodiversidade)– Universidade Federal de Sergipe, 2017.

1. Fungos como agents no controle biologic de pragas. 2.

Eucalipto – Doenças e pragas. 3. Entomologia. I. Ribeiro, Genésio Tâmara, orient. II. Título.

CDU 582.28

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VALTER FERREIRA ROCHA JUNIOR

EFICIÊNCIA DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO-BRONZEADO-DO-EUCALIPTO (Thaumastocoris peregrinus) (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) EM CONDIÇÕES DE CAMPO

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Sergipe, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Agricultura e Biodiversidade, área de concentração em Agricultura e Biodiversidade, para obtenção do título de “Mestre em Ciências”.

APROVADO em 05 de Julho de 2017.

Prof. Dr. Júlio César Melo Poderoso UFS

Profª. Drª. Rozimar de Campos Pereira UFRB

Prof. Dr. Genésio Tâmara Ribeiro DCF - UFS (Orientador)

SÃO CRISTÓVÃO SERGIPE – BRASIL

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. i

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... ii

RESUMO .................................................................................................................................. iii

ABSTRACT .............................................................................................................................. iv

1. INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 2

2.1. Eucaliptocultura: Importância econômica ................................................................ 2

2.2. Pragas exóticas do eucalipto .................................................................................... 2

2.2.1. Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) (Carpintero e Dellapé, 2006) ......................................................................................................................... 3

2.2.2. Controle do Thaumastocoris peregrinus .................................................................. 4

2.3. Controle microbiano de pragas ................................................................................ 4

2.3.1. Fungos entomopatogênicos ...................................................................................... 5

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 7

4. CAPÍTULO 1 .................................................................................................................... 10

RESUMO .............................................................................................................................. 10

ABSTRACT .......................................................................................................................... 11

4.1. Introdução............................................................................................................... 12

4.2. Materiais e Métodos ............................................................................................... 12

4.2.1. Produção massal de fungos entomopatogênicos .................................................... 12

4.2.2. Caracterização da área ............................................................................................ 13

4.2.3. Controle do Thaumastocoris peregrinus em condições de campo ........................ 14

4.2.4. Avaliação da infestação e Eficiência do controle ................................................... 14

4.2.5. Confirmação de infecção ........................................................................................ 15

4.3. Resultados e Discussões ......................................................................................... 16

4.3.1. Avaliação de insetos por folha ............................................................................... 16

4.3.2. Eficiência do controle............................................................................................. 17

4.4. Conclusões ............................................................................................................. 18

4.5. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 19

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Adulto de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) mantido no Laboratório de Entomologia Florestal (LEFLO) da UFS sobre papel milimetrado. Fonte: Rocha Junior (2017). .................................................................................................................. 3

FIGURA 2. Dados meteorológicos da área do experimento. Fonte: BSC/Copener. Eixo esquerdo: Temperatura média (ºC) e Umidade relativa do ar (%); Eixo direito: Precipitação (mm/dia). .................................................................................................................................. 14

FIGURA 3. Vista parcial de uma parcela com destaque para a disposição do saco de tecido voil na árvore. Conde/BA, 2017. Fonte: Rocha Junior (2017)................................................. 15

FIGURA 4. Número de indivíduos de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) por folha antes e após aplicação de cada tratamento (ML – Metarril®; BF – Bifentrina; BL – Boveril®; CT – Controle; BB – B. bassiana; IF – I. fumosorosea). Conde/BA, 2017. *Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade ............................................................................................. 16

FIGURA 5. Eficiência dos tratamentos (ML – Metarril®; BF – Bifentrina; BL – Boveril®; CT – Controle; BB – B. bassiana; IF – I. fumosorosea) no controle do Thaumastocoris

peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae). Conde/BA, 2017. .............................................. 17

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Tratamentos avaliados no experimento para o controle do Thaumastocoris

peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) em plantação clonal de eucalipto, com 7 meses de idade, na região de Conde/BA. ................................................................................................. 14

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RESUMO

ROCHA JUNIOR, Valter Ferreira. Eficiência de fungos entomopatogênicos no controle do percevejo-bronzeado-do-eucalipto (Thaumastocoris peregrinus) (Hemiptera: Thaumastocoridae) em condições de campo. São Cristóvão: UFS, 2017. 29p. (Dissertação – Mestrado em Agricultura e Biodiversidade). Líder mundial de produtividade em plantações de eucalipto, o Brasil possui, aproximadamente, 6 milhões de hectares com a cultura e tem otimistas projeções de expansão do setor nos próximos anos. Com sua origem na Oceania, o eucalipto foi introduzido no Brasil e alicerçado em técnicas silviculturais e de melhoramento. Com isso, o país desenvolveu a eucaliptocultura e uma ampla base genética para a produção clonal. No entanto, falhas em fronteiras fitossanitárias possibilitam a introdução de pragas exóticas potencializadas pela ausência de inimigos naturais específicos e pela homogeneidade das plantações. Como consequência, os custos com a proteção florestal são elevados e interferem diretamente na competitividade do país no mercado externo. Presente em todo o mundo e detectado no Brasil em 2008, o Thaumastocoris peregrinus é praga-chave na eucaliptocultura. Esta praga dispersou-se para todo o país associado à cultura do eucalipto que ao utilizar a sua seiva na alimentação, provoca danos que levam a clorose, seguida de bronzeamento e, em infestações severas, pode levar a absição da folha e morte da planta. Emergencialmente, utiliza-se o controle químico com Bifentrina, no entanto, não é recomendado devido à alta toxidade ao homem e ao meio ambiente e não sugerido por sistemas de certificação ambiental. Assim, estratégias de controle alternativos vêm sendo estudadas, como o controle biológico, potencialmente menos tóxico, que atestam os aspectos sócio-ambientais das plantações florestais para tais sistemas de certificação. Com uma ampla gama de estudos e casos de sucesso no país, o controle microbiano, integrante do controle biológico, é visto como uma alternativa potencial; em destaque está o uso de fungos entomopatogênicos. Os primeiros patógenos associados ao controle de insetos podem ser encontrados naturalmente, reisolados, produzidos massalmente e armazenados para a utilização em campo. Concebendo a criação de um mercado para tal, os fungos entomopatogênicos possibilitaram a criação de produtos micoinseticidas Entre os fungos mais utilizados destacam-se o Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae, Isaria fumosorosea e Beauveria brongniartii. O presente trabalho objetivou avaliar a eficiência do controle microbiano do T. peregrinus em condições de campo, a fim de obter uma alternativa viável a ser inserida do Manejo Integrado do T.

peregrinus. O tratamento mais eficiente foi com o controle químico (Bifentrina), seguido dos controles biológicos com I. fumosorosea, B. bassiana e Metarril®. Sendo assim, os fungos entomopatogênicos I. fumosorosea e B. bassiana são alternativas potenciais para a inserção do controle biológico no Manejo Integrado do T. peregrinus. Palavras-chave: controle microbiano, entomologia florestal, praga exótica. Comitê Orientador: Genésio Tâmara Ribeiro – DCF-UFS (Orientador).

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ABSTRACT

ROCHA JUNIOR, Valter Ferreira. Efficiency of entomopathogenic fungi in the control of Eucalyptus bronze bug (Thaumastocoris peregrinus) (Hemiptera: Thaumastocoridae) under field conditions. São Cristóvão: UFS, 2017. 29p. (Thesis - Master of Science in Agriculture and Biodiversity). Brazil is the world's leader in productivity of Eucalyptus plantations, with approximately 6 million hectares of planted area and optimistic expansion projections in the coming years. Native to Oceania, the species was introduced to Brazil, and its production has been supported by the development of silvicultural and breeding techniques and a wide genetic base for clonal production. However, poor phytosanitary measures have led to the occurrence of exotic pests, which are potentiated by the absence of specific natural enemies and plantation homogeneity. This fact increases the cost with forest protection and directly interferes with the country's competitiveness in foreign markets. Thaumastocoris peregrinus is a key-pest in Eucalyptus plantations,that occurs worldwide, being detected in Brazil in 2008. The pest feeds on the sap of leaves, resulting in chlorosis, followed by tanning; in severe infestations, the damage can lead to leaf abscission and plant death. Chemical control (Bifenthrin) is used in emergency cases. However, environmental certification systems do not recommend this practice due to the high toxicity to humans and the environment. Therefore, alternative control strategies have been studied, such as biological control, which is potentially less toxic and is in compliance with the social and environmental aspects of forest plantations, according to environmental certification systems. Microbial control has been extensively and successfully studied in the country, such as entomopathogenic fungi, and thus, this procedure has been considered as a potential alternative to combat Thaumastocoris peregrinus. The first pathogens associated with insects control can be found naturally or isolated, or can be massively produced and stored for use in the field. Due to the possibility of being isolated and massively produced, a market for entomopathogenic fungi has been created, which enabled the development of mycoinseticide products. The fungi Beauveria bassiana, Metarhizium

anisopliae, Isaria fumosorosea and Beauveria brongniartii have been used in this industry. The present study aimed to evaluate the efficiency of microbial control applied to T.

Peregrinus in field conditions as a viable alternative to be inserted in the integrated management of this pest. The most effective treatment is the chemical control (Bifenthrin), followed by the biological control with I. fumosorosea, B. bassiana, and Metarril®. The entomopathogenic fungi I. fumosorosea and B. bassiana proved to be potential alternatives for biological control in the Integrated Management of T. peregrinus. Key-words: microbial control, forest entomology, exotic pest. Supervising Committee: Genésio Tâmara Ribeiro – DCF-UFS (Advisor).

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1. INTRODUÇÃO GERAL

O Brasil desponta no setor de floresta plantada com recordes de produtividade na cultura do eucalipto e pinus, destacando-se internacionalmente. Com cerca de 5,6 milhões de hectares, a cultura do eucalipto sustenta setores como o da celulose e papel, do aço, madeira serrada, chapas e aglomerados, movimentando bilhões de dólares no mercado externo e interno (IBÁ, 2016).

Apesar da alta produtividade da eucaliptocultura, o setor vem sendo ameaçado com a introdução acidental de espécies de pragas exóticas no país por falhas nas fronteiras fitossanitárias, problemática agravada pela ausência de inimigos naturais e homogeneidade genética das plantações. Assim, aumentam os custos e impactam diretamente na competitividade do país no setor florestal (WINGFIELD et al., 2008; PAINE et al., 2011; WILCKEN et al., 2011;WINGFIELD et al., 2013).

Dentre os insetos recém-introduzidos destaca-se o Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) (CARPINTERO e DELLAPÉ, 2006) conhecido como percevejo-bronzeado-do-eucalipto, nativo da Austrália e Indonésia e encontra-se disseminado em todo mundo. No Brasil, este inseto foi descrito pela primeira vez em 2008 e atualmente encontra-se presente em todo o país associado a cultura do eucalipto, promovendo danos consideráveis (CARPINTERO e DELLAPÉ, 2006; WILCKEN et al., 2010; EPPO, 2016).

As cobranças por métodos de controle mais limpos, menos nocivos ao homem e a natureza e as exigências de sistemas de certificação ambiental, levaram à busca por métodos mais sustentáveis, destancando-se a introdução do controle biológico no Manejo Integrado do T. peregrinus (ALVES e LOPES, 2008; NADEL e NOACK, 2012; IBÁ, 2016).

O controle microbiano é um dos ramos do controle biológico e tem destaque no controle de pragas no país. Para a utilização em T. peregrinus existe uma ampla diversidade de trabalhos e agentes (microbianos ou não) avaliados com resultados satisfatórios em condições de laboratório (ALVES, 1998; LAZO, 2012; LORENCETTI, 2013; FONTAN et

al., 2013; SOLIMAN, 2014; VELOZO, 2015; SANTOS, 2016).

Sendo assim, o objetivo desse estudo foi avaliar em condições de campo fungos entomopatogênicos para o controle microbiano do percevejo-bronzeado-do-eucalipto Thaumastocoris peregrinus, de modo que disponibilize uma alternativa eficiente e viável economicamente para plantações comerciais.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Eucaliptocultura: Importância econômica

O setor de florestas plantadas no Brasil para fins industriais abrange territorialmente 7,8 milhões de hectares, correspondendo a 0,9% do território nacional, representado majoritariamente pela cultura do eucalipto que ocupa 5,6 milhões de hectares, correspondendo a 71,8% do total, principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em 2015 o setor representou 1,2% do PIB nacional, 6% do PIB industrial e US$ 9 bilhões na receita de exportações, destacando o setor em relação a outros setores da economia brasileira como a agropecuária, indústria e serviços (IBÁ, 2016).

Com origem na Oceania, o eucalipto foi introduzido no Brasil e encontrou condições edafoclimáticas favoráveis, bem como tecnologia e inovação nas técnicas de melhoramento que possibilitaram desenvolver culturas altamente produtivas, tendo como suporte o crescimento da uma base genética e a clonagem (FOELKEL, 2005). Tamanho sucesso coloca o Brasil como líder no ranking global de produtividade, com média de 36m³/ha.ano em plantações de eucalipto e 31m³/ha.ano em plantações de pinus, sustentando a indústria da celulose e papel, de aço, madeira serrada, chapas e aglomerados (IBÁ, 2016).

Fatores bióticos e abióticos isolados ou em conjunto podem reduzir a produtividade de plantações de eucalipto drasticamente (PIZZI, 2016). Fatores bióticos representados por pragas e doenças, nativos ou exóticos, podem ser potencializados pela homogeneidade das plantações, reduzida diversidade genética e excassez de inimigos naturais. Assim elevam o custo de produção devido a gastos desprendidos com proteção das mesmas (WINGFIELD et

al., 2008; 2013).

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) prevê que população global alcance aproximadamente 9,5 bilhões de habitantes em 2050, projetando o uso de 5,2 milhões de metros cúbicos de madeira para a indústria e energia, sendo necessário, então, um acréscimo de 40% na produção de madeira nos próximos 15 anos (IBÁ, 2015) reiterando então a importância da manutenção produtiva do setor de florestas plantadas no Brasil e seu destaque internacional.

2.2. Pragas exóticas do eucalipto

O sucesso na produtividade do eucalipto no Brasil e em todo o planeta vem sendo ameaçado, a depender do dano provocado e o nível de infestação de insetos praga. A inserção acidental de pragas exóticas agrava essa problemática, devido à excassez de inimigos naturais específicos, a proliferação do inseto se torna mais rápida e o seu controle dificultado. Por isso, é necessário investigar a movimentação internacional desses insetos e intensificar barreiras fitossanitárias nos países envolvidos com a cultura do eucalipto em todo o mundo (WINGFIELD et al., 2008; PAINE et al., 2011; WILCKEN et al., 2011). Como destaque tem-se a broca-do-eucalipto, Phoracantha semipunctata (Coleoptera: Cerambycidae) (BERTI FILHO et al., 1995); o gorgulho-do-eucalipto, Gonipterus scutelatus (Coleoptera: Curculionidae) (WILCKEN et al., 2008); o psilídeo-de-concha, Glycaspis brinblecombei

(Hemiptera: Psylloidea) (BREDA et al., 2010); o percevejo-bronzeado, Thaumastocoris

peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) (WILCKEN et al., 2010); e a vespa-da-galha, Leptocybe invasa (Hymenoptera: Eulophidae) (WILCKEN et al., 2011).

Introduções de pragas exóticas podem impactar diretamente na produtividade das plantações e na competitividade do país no mercado internacional, agravada devido ao desenvolvimento de técnicas de controle relativamente lento, principalmente quando o foco é o controle biológico, técnica mais bem aceita pelos sistemas de certificação ambiental, importante ferramenta utilizada pelas empresas para demonstrar a sustentabilidade da cadeia produtiva em aspectos econômicos e sócio-ambientais e notoriedade do setor no mercado externo (WILCKEN et al., 2011; IBÁ, 2016).

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2.2.1. Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) (Carpintero e Dellapé, 2006)

O Thaumastocoris peregrinus, conhecido como percevejo-bronzeado-do-eucalipto, é um inseto pertencente à ordem Hemiptera, família Thaumastocoridae, subfamília Thaumastocorinae. O inseto adulto apresenta corpo achatado, dorso-ventralmente, com aproximadamente 3 mm de comprimento, cabeça larga, placas mandibulares desenvolvidas e antena composta por quatro segmentos, sendo de coloração mais escura no ápice. Seu corpo tem a coloração marrom claro com algumas áreas de coloração mais escura (FIGURA 1). Os ovos tem a coloração preta e são depositados agrupados nas folhas e ramos das plantas hospedeiras (CARPINTERO e DELLAPÉ, 2006).

FIGURA 1. Adulto de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) mantido no Laboratório de Entomologia Florestal (LEFLO) da UFS sobre papel milimetrado. Fonte: Rocha Junior (2017).

Nativo da Austrália e Indonésia, encontra-se disseminado em países da África, Europa, América Latina, Ásia e Oceania (EPPO, 2016). Foi detectado no Brasil pela primeira vez em 2008 no Rio Grande do Sul (WILCKEN et al., 2010), com registros de ocorrência nos estados do Paraná (BARBOSA et al., 2010); Bahia (LIMA et al., 2010); Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo (WILCKEN et al., 2010); Santa Catarina (SAVARIS et al., 2011), Góias (PEREIRA et al., 2013), Maranhão (SAGRIMA, 2014) e Sergipe (RIBEIRO et al., 2015). A rápida disseminação do inseto está associada à movimentação antrópica de madeira comercial contaminada com ovos ou adultos (WILCKEN et al., 2010).

Espécies de Eucalyptus e Corymbia são susceptíveis ao ataque do T. peregrinus, no entanto, podem ocorrer preferência do inseto. O melhor desenvolvimento reprodutivo do inseto foi nas espécies Eucalyptus urophylla e Eucalyptus grandis, no entanto, o mesmo se desenvolveu em todas as espécies do estudo, sendo elas, Eucalyptus camaldulensis, E.

urophylla, E. grandis e em híbridos resultantes da combinação dessas três espécies (SOLIMAN et al., 2012). Na Nova Zelândia, uma maior suscetibilidade foi observada em Eucalyptus nitens e Eucalyptus nicholli na colonização por T. peregrinus, resultado contrário do observado em Eucalyptus regnans e Eucalyptus fastigata com desenvolvimento não significativo do inseto (SAAVEDRA et al., 2015).

O dano causado do T. peregrinus, nas espécies de Eucalyptus, se dá através da sucção da seiva para alimentação, provocando clorose, seguida de bronzeamento das folhas,

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atribuindo, assim, seu nome popular de percevejo-bronzeado, podendo levar até a abscisão das folhas e morte da planta hospedeira em infestações extremas (WILCKEN et al., 2010).

2.2.2. Controle do Thaumastocoris peregrinus

O controle químico do T. peregrinus apresentou resultados significativos em áreas urbanas com utilização de Imidacloprido por via sistêmica (NADEL e NOACK, 2012). A eficiência de quatro inseticidas (Imidacloprido, Acefato, Tiametoxam, Deltametrina) foi avaliada e obteve redução na população do T. peregrinus em condições de campo superior a 50%, destacando-se o Tiametoxam e a Deltametrina (FONTAN et al., 2015).

E excassez de produtos registrados, o elevado custo financeiro, os riscos ambientais e a nocividade ao homem tornam o controle químico uma opção inviável para uso em larga escala, sendo, então, necessário investigar alternativas eficientes de controle. Por isso, a introdução do Controle Biológico como técnica de Manejo Integrado do T. peregrinus é de fundamental importância na manutenção sócio-ambiental das plantações de Eucalyptus no Brasil e no mundo (NADEL e NOACK, 2012; FONTAN et al., 2015).

Uma alternativa á a vespa Cleruchoides noackae (Hymenoptera: Mymaridae), um parasitóide de ovos do T. peregrinus natural da Austrália (LIN et al., 2007), e está sendo avaliada em países, como África do Sul, Chile e Brasil, quanto a sua eficiência no controle do T. peregrinus em campo (IPEF, 2010).

No controle natural de T. peregrinus foram observados os predadores Atopozelus

opsimus Elkins (Hemiptera: Reduviidae), Chrysoperla externa Hagen (Neuroptera: Chrysopidae) (SOLIMAN, 2010) e Hemerobius bolivari Banks (Neuroptera: Hemerobiidae) (GARCIA et al., 2013). Observou-se também a ocorrência natural do fungo Zoophthrora

radicans (Entomophthorales: Entomophthoraceae) em insetos adultos e ninfas de T.

peregrinus em plantações de Eucalyptus de São Paulo (MASCARIN et al., 2012).

Os fungos entomopatogênicos despontam em testes de patogenicidade para o controle do T. peregrinus, inclusive em trabalhos realizados no Brasil. Lazo (2012) identificou a presença natural de Paecilomyces cateniannulatus e Fusarium proliferatum em T. peregrinus e confirmou a capacidade de penetração desses entomopatógenos no inseto em condições de laboratório após quatro horas. Isolados de Beauveria bassiana e Isaria sp. foram avaliados no controle do T. peregrinus em condições de laboratório e apresentaram resultados significativos, com taxa de mortalidade confirmada de até 87% (LORENCETTI, 2013).

Foi testado um produto inseticida à base de esporos de Beauvera bassiana em condições de campo e não foram evidenciados efeitos significativos na dinâmica do percevejo-bronzeado (FONTAN et al., 2013). Diversos isolados e produtos comerciais, em condições de laboratório e de campo, foram testados, sendo que os produtos comerciais à base de B. bassiana e isolados de B. bassiana e Metarhizium anisopliae apresentaram taxas de mortalidade significativas (SOLIMAN, 2014). Isolados de Fusarium spp, em condições de laboratório, apresentaram resultados significativos com mortalidade de até 80% (VELOZO, 2015). Avaliou-se também a patogenicidade de 14 isolados de fungos entomopatogênicos em condições de laboratório e resultados significativos foram obtidos com isolados de B.

bassiana, Metarhizium anisopliae, Metarhizium robertsii e I. fumosorosea, sendo, então, o controle microbiano utilizando fungos entomopatogênicos uma alternativa viável a ser introduzida no controle do T.peregrinus (SANTOS, 2016).

2.3. Controle microbiano de pragas

O estudo da patologia de insetos associado aos de etiologia, biologia, agrometeorologia e epizootiologia desses agentes forneceram elementos importantes para a inserção do controle microbiano no controle biológico de pragas, sendo capaz de promover a manutenção da população de insetos em níveis abaixo do nível de dano econômico. No Brasil,

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os primeiros registros da patologia de insetos datam de 1923, referindo-se ao fungo Penicillium anisopliae como promissor no controle de Tomaspis spp. (Hemiptera, Cercopidae) e em 1934 com relatos da ocorrência de fungos entomopatogênicos em pragas de citros (ALVES e LOPES, 2008).

No Brasil, como ciência, o controle microbiano de pragas teve ínicio em 1974, com a criação da disciplina Patologia de Insetos no curso de Pós-Graduação em Entomologia da ESALQ/USP em Piracicaba-SP, estabelecendo a primeira base científica da patologia e controle microbiano no Brasil, e provavelmente da América Latina estimulando o desenvolvimento da produção científica relacionada no país (ALVES, 1998; ALVES e LOPES, 2008).

A utilização de patógenos no controle de insetos praga apresenta diversas vantagens: seletividade sobre o inseto alvo, que reduz a interferência do controle na fauna benéfica, como polinizadores; danos secundários sobre a praga, além da mortalidade, podem promover outros efeitos sobre a ovoposição, por exemplo; durabilidade em campo, assumindo caracteristica enzoótica, que promove um controle populacional na área da cultura; associação com outros métodos de controle; resistência dificultada, que considera que já existe a convivência natural entre os microorganismos e os insetos. Assim, também algumas desvantagens devem ser relatadas: menor espectro de ação em relação ao controle químico, quando tratado de diversas pragas; ação mais lenta devido ao período de inoculação do patógeno até a mortalidade; estocagem e armazenamento que demandam maiores cuidados e menores períodos (ALVES, 1998).

Cobranças da sociedade, a exigência de sistemas de certificação e a conscientização de agricultores nos últimos anos, promoveram a adequação por controles mais sustentáveis, limpos e menos danosos ao homem e ao meio ambiente. Atraindo, então, a criação de empresas produtoras e estudos para elaboração e comercialização de novos agentes de controle biológico. Criada em 2007, a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico possui 24 empresas associadas e cerca de 300 biodefensivos registrados, em sua maioria, representados por fungos e bactérias (ALVES e LOPES, 2008; IBÁ, 2016; ABCBIO, 2017).

2.3.1. Fungos entomopatogênicos

Esses agentes foram os primeiros patógenos de insetos utilizados no controle microbiano de insetos praga, capazes de colonizar uma vasta gama de insetos e ácaros.Eles apresentam, em sua maioria, um largo espectro de ação e são encontradas, com frequência, epizootias em condições naturais. Associados a insetos, foram descritos cerca de 90 genêros e 700 espécies, com a maioria dos gêneros já relatada no Brasil e incidindo sobre pragas de importância econômica (ALVES, 1998; ALVES e LOPES, 2008).

A relação do fungo com o hospedeiro até a sua mortalidade passa por cinco estágios: Adesão, Germinação, Penetração, Colonização e Reprodução. Os principais tipos de propágulos dos fungos são conídios, esporos, zoósporos, ascósporos, esclerócios; e são capazes de aderir à superfície do hospedeiro e, em condições favoráveis de temperatura e umidade, iniciam o processo germinativo, produzindo o tubo germinativo e hifas que possibilitem a penetração no corpo do inseto, que pode ocorrer de forma física ou química, normalmente em regiões axilares dos insetos, como também através do aparelho bucal e ânus. Após a penetração, as hifas colonizam internamente todo o inseto, o que promove, então, a morte do mesmo. A reprodução de fungo é muito variável, no entanto, nos fungos entomopatogênicos é caracterizada pela exposição dos propágulos reprodutivos na parte externa do corpo do hospedeiro (ALVES, 1998).

A utilização de fungos entomopatogênicos na América Latina é favorecida pelo elevado número de espécies e linhagens existentes e as condições climáticas favoráveis para o

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estabelecimento do patógeno em campo, no entanto, a seleção de isolados adaptados a cada região é fundamental para o sucesso do controle, com a detecção de epizootias naturais em populações de inseto. Estima-se que na América Latina, para cada praga, exista um patógeno capaz de promover seu controle sustentável (ALVES e LOPES, 2008).

Faria e Wraight (2007) analisaram 171 micoinseticidas e destacaram Beauveria

bassiana, Metarhizium anisopliae, Isaria fumosorosea e Beauveria brongniartii como os mais utilizados na formulação dos produtos nas mais diversas formulações, devido sua facilidade de produção em larga escala e alta eficiência de controle.

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4. CAPÍTULO 1 EFICIÊNCIA DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE MICROBIANO DO Thaumastocoris peregrinus (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) EM CONDIÇÕES DE CAMPO A ser submetido em Periódico indexado RESUMO Plantações comerciais de eucalipto podem tornar-se alvos potenciais à infestação de pragas exóticas, como o Thaumastocoris peregrinus, que é potencializadas pela ausência de inimigos naturais específicos.. Estratégias de controle alternativo vêm sendo estudadas, como o controle biológico, potencialmente menos tóxico e que atestam os aspectos sócio-ambientais de plantações florestais para sistemas de certificação ambiental. O uso de fungos entomopatogênicos apresentou resultados satisfatórios no controle de T. peregrinus em laboratório, sendo necessária sua comprovação para utilização em campo. O estudo objetivou avaliar a eficiência do uso de fungos entomopatogênicos no controle de T. peregrinus em campo. O experimento foi realizado em uma plantação pertencente à BSC/Copener (híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis), no município de Conde-BA, com sete meses de idade e infestada por T. peregrinus. Para implantação dos tratamentos, conídios de Isaria

fumosorosea e Beauveria bassiana (massalmente produzidos utilizando arroz parboilizado como substrato) e os produtos comerciais Metarril® e Boveril® foram usados como controles biológicos; Bifentrina foi usada como controle químico; e água foi usada como testemunha. Esses tratamentos foram distribuídos em blocos casualisados com cinco repetições. Foi avaliado o número de insetos por folha antes e após a aplicação dos tratamentos. O número de insetos por folha decresceu após a aplicação dos tratamentos, sendo que a maior redução foi com o controle químico (Bifentrina), seguido dos controles biológicos com I. fumosorosea, B. bassiana e Metarril®. Os fungos entomopatogênicos, I.

fumosorosea e B. bassiana, foram eficientes para a inserção do Manejo Integrado do T.

peregrinus.

Palavras-chave: controle biológico, floresta plantada, percevejo-bronzeado.

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ABSTRACT EFFICIENCY OF ENTOMOPATHOGENIC FUNGI IN THE MICROBIAL CONTROL OF Thaumastocoris peregrinus (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) UNDER FIELD CONDITIONS. Commercial eucalyptus plantations may become potential targets for exotic pest infestation, such as Thaumastocoris peregrinus, which is potentiated by the absence of specific natural enemies. Alternative control strategies have been studied, such as biological control, which is potentially less toxic and is in compliance with the social and environmental aspects of forest plantations, according to environmental certification systems. The use of entomopathogenic fungi has presented satisfactory results in the control of T. peregrinus in the laboratory, requiring the confirmation of its efficiency in the field. This study aimed to evaluate the efficiency of entomopathogenic fungi to control T. peregrinus under field conditions. The experiment was carried out in the municipality of Conde-BA, in a eucalyptus plantation belonging to BSC/Copener, composed of seven-month old Eucalyptus urophylla x Eucalyptus

grandis hybrids, infested with T. peregrinus. For the treatments implantation, conidia of Isaria fumosorosea and Beauveria bassiana (massively produced, using parboiled rice as substrate) and the products Metarril® and Boveril® were used as biological control; the product Bifenthrin was used as chemical control; and water was used as control treatment. Treatments were distributed in randomized blocks, with five replications, and the number of insects per leaf was evaluated before and after treatments. The number of insects per leaf decreased after treatments, and the greatest reduction was observed using chemical control (Bifenthrin), followed by biological controls with I. fumosorosea, B. bassiana and Metarril®. The entomopathogenic fungi I. fumosorosea and B. bassiana proved to be potential alternatives for biological control in the Integrated Management of T. peregrinus. Key-words: biological control, planted forest, bronze bug..

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4.1. Introdução

O Brasil é considerado líder no ranking global em produtividade de plantações de eucalipto, esse setor sustenta as indústrias da celulose e papel, de aço, madeira serrada, chapas e aglomerados. Fatores como inovação e tecnologia proporcionam culturas altamente produtivas (FOELKEL, 2005; IBÁ, 2016).

No entanto, a introdução de insetos pragas exóticos pode afetar drasticamente a produtividade e consequentemente, a economia nacional, principalmente devido a fatores como a homogeneidade das plantações, reduzida diversidade genética e ausência de inimigos naturais (WINGFIELD et al., 2008; PAINE et al., 2011; WILCKEN et al., 2011). O desenvolvimento de técnicas de controle desses insetos pragas é relativamente lento, principalmente devido à preferência por técnicas de controle biológico, alternativa de melhor aceitação por sistemas de certificação que atestam os aspectos sócio-ambientais de uma plantação florestal (IBÁ, 2016).

Diversas pragas exóticas do eucalipto já foram relatadas no Brasil, sendo o percevejo-bronzeado Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) (CARPINTERO e DELLAPÉ, 2006) uma das principais. Originária da Austrália, já foi relatada praticamente em todos os continentes e detectada no Brasil em 2008 no Rio Grande do Sul, São Paulo e, posteriormente em outros estados do Sul, Sudeste, Centro Oeste e Nordeste (WILCKEN et

al., 2010; BARBOSA et al., 2010; LIMA et al., 2010; SAVARIS et al., 2011; SAGRIMA, 2014; RIBEIRO et al., 2015; EPPO, 2016). Nos estágios juvenis e adultos, o Thaumastocoris

peregrinus alimenta-se das folhas do eucalipto, o que provoca clorose e em algumas espécies o aspecto bronzeado, seguido de queda das folhas (WILCKEN et al., 2010).

Diversos metódos de controle como o controle químico (NADEL e NOACK, 2012; FONTAN, 2015; MACHADO et al., 2016) e o controle biológico (LIN et al., 2007; SOLIMAN, 2010; GARCIA et al., 2013; MASCARIN et al., 2012; LAZO ,2012; FONTAN, 2013; SOLIMAN, 2014; VELOZO, 2015; SANTOS, 2016), vêm sendo estudadas, no entanto, sem eficiência e viabilidade comprovadas em condições de campo. O controle químico apresenta alta toxidade ao homem e ao ambiente, além de um elevado custo para aplicação em larga escala, sendo, então, uma alternativa emergencial para plantações de eucalipto, em que se visa fundamental a introdução do controle biológico no Manejo Integrado do T. peregrinus (NADEL e NOACK, 2012).

Os fungos entomopatogênicos destacam-se por serem os primeiros patógenos de insetos a serem utilizados, em sua maioria, já foram relatados no Brasil e a ocorrência natural dos mesmos de forma ezoótica ou epizoótica tem sido importante no controle de insetos. Técnicas de isolamento desses fungos podem ser utilizadas no desenvolvimento de inseticidas microbianos (ALVES, 1998). Como exemplo, o produto comercial Boveril® à base do fungo Beauveria bassiana que possui registro para a cultura no eucalipto no controle do gorgulho-do-eucalipto Gonipterus scutellatus (Coleoptera: Curculionidae).

Apresentando níveis de patogenicidade satisfatórios em condições de laboratório, objetivou-se avaliar o controle microbiano utilizando fungos entomopatogênicos no controle do T. peregrinus em campo, a fim de obter uma alternativa eficiente e promover sua inserção no Manejo Integrado do T. peregrinus.

4.2. Materiais e Métodos

4.2.1. Produção massal de fungos entomopatogênicos

A produção dos fungos entomopatogênicos foi realizada no Laboratório de Patologia Florestal – DCF da Universidade Federal de Sergipe. Os isolados utilizados foram de Isaria

fumosorosea e Beauveria bassiana, oriundos da micoteca do Laboratório de Fitossanidade (Emdagro/SE e Embrapa Tabuleiros Costeiros – CPATC/SE), coletados de amostras de solo

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do Sul Sergipano, cedidos pelo Dr. Marcelo da Costa Mendonça (ITP-UNIT / Embrapa). Esses isolados de I. fumosorosea e B. bassiana foram previamente avaliados em laboratório sobre T. peregrinus e obtiveram percentuais de mortalidade de 97,5% e 85%, respectivamente (SANTOS, 2016).

A produção dos conídios baseou-se na Técnica de Produção do Fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae para uso em Controle Biológico desenvolvida pela Embrapa (MASCARIN e QUINTELA, 2013) com adaptações. Os fungos inicialmente disponibilizados em placas de petri com BDA (batata+dextrose+ágar),foram repicados em matrizes com uso de solução Tween 80 (0,05%).

A preparação dessas matrizes foi em meio semissólido, utilizando 100g de arroz parboilizado hidratado com 40mL de água autoclavado em um erlenmeyer de 250mL como meio de cultura, sendo adicionado 3mL da suspensão em cada matriz, com tempo de crescimento de 8 dias em câmara de germinação tipo B.O.D., com temperatura de 26 ± 1°C, UR 70% e fotofase de 12 horas, as matrizes eram homogeneizadas a cada dois dias para melhor distribuição dos conídios sobre o arroz. Nessa matriz foram adicionados 250mL de Tween 80 (0,05%) + antibiótico estreptomicina. (0,03 g/L), homogeneizados e o arroz retirado com auxilio de uma peneira de alumínio estéril. Para que assim fosse iniciada a produção em larga escala.

Na produção em larga escala utilizou arroz parboilizado, também em meio semissólido, onde 200gr de arroz hidratado com 80mL de água autoclavado, dispostos em 40 sacos autoclaváveis de 5Kg com um suspiro instalado vedado com algodão para que ocorra a respiração do fungo, totalizando 8Kg de arroz para cada fungo a ser produzido.

Foram adicionados 5mL da solução obtida da matriz em cada saco e acondicionado sobre bancada em condições de temperatura ambiente (25 ± 4°C), com tempo de crescimento de 15 dias. Após o 3º dia de inoculação, os sacos com arroz foram homogeneizados, todos os dias até a finalização do crescimento.

A concentração fúngica da produção foi aferida mediante contagem dos conídios com auxílio de câmara de Neubauer, em microscópio óptico, aumento 400x, ajustando a concentração da solução a ser utilizada no controle do T. peregrinus em campo. Todos os procedimentos foram realizados em camâra de fluxo laminar.

4.2.2. Caracterização da área

O experimento foi conduzido em plantação clonal de híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis com sete meses de idade, estabelecido no espaçamento 4 x 2,25m localizado no município de Conde, Bahia (11°49'06.9"S 037°43'53.3"W) altamente infestado por T. peregrinus e pertencente a empresa Bahia Specialty Cellulose (Copener Florestal), que cedeu a área para a instalação do experimento bem como a base de dados meteorológicos da região (FIGURA 2).

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FIGURA 2. Dados meteorológicos da área do experimento. Fonte: BSC/Copener. Eixo esquerdo: Temperatura média (ºC) e Umidade relativa do ar (%); Eixo direito: Precipitação (mm/dia).

4.2.3. Controle do Thaumastocoris peregrinus em condições de campo

Os isolados de fungos entomopatogênicos avaliados foram diluídos e ajustados na concentração de 1 x 108 conídios/mL. Essa concentração é comumente encontrada na literatura, sendo utilizada em pulverizações de fungos entomopatogênicos em campo ou bioensaios em laboratório (GANDARILLA-PACHECO et al., 2013; QAZZAZ et al., 2015; SABBOUR, 2015; SANTOS, 2016). Os produtos comerciais foram diluídos para aplicação de acordo com especificação do fabricante descrita na bula de cada produto.

A aplicação foi realizada no dia 31 de janeiro de 2017 às 16:00hr (Temperatura média: 37,2oC e Umidade Relativa média: 66,5%), horário mais apropriado devido a baixa intensidade solar e temperatura. Utilizando pulverizadores costais com capacidade de 20L, sendo distribuídos 0,25L/árvore, quantidade estimada pela estatura e copa das árvores na área.

4.2.4. Avaliação da infestação e Eficiência do controle

O experimento foi conduzido em delineamento de blocos casualisados, com cincoblocos e seis tratamentos, sendo dois isolados de fungos entomopatogênicos, três produtos comerciais e um controle, totalizando 30 parcelas com 16 árvores (4 x 4 árvores) separadas entre si por uma linha de bordadura não tratada (TABELA 1).

TABELA 1. Tratamentos avaliados no experimento para o controle do Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) em plantação clonal de eucalipto, com 7 meses de idade, na região de Conde/BA.

Tratamento Produto - Fabricante Tipo Princípio Ativo

IF Isaria fumosorosea Biológico Isaria fumosorosea (If1*)

BB Beauveria bassiana Biológico Beauveria bassiana (Bb7*)

BL Boveril® – Koppert Brasil Biológico Beauveria bassiana (PL63**)

ML Metarril® – Koppert Brasil Biológico Metarhizium anisopliae (E9**)

BF Capture 400EC® - FMC Químico Bifentrina

CT Água + Espalhante (0,05%) Testemunha -

* Nomenclatura utilizada pela micoteca do Laboratório de Fitossanidade (Emdagro/SE e Embrapa Tabuleiros

Costeiros – CPATC/SE); **Nomenclatura utilizada pela empresa fabricante; ®Marca comercial registrada.

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Para a aplicação dos tratamentos, todos os produtos foram diluídos em água + espalhante (0,05%), solução utilizada como testemunha, avaliando, assim, relação sinergética do espalhante nos resultados.

Para determinar o grau de infestação, foi coletado um galho por parcela da porção mediana da copa de uma das quatro árvores centrais da parcerla, acondicionado em saco de tecido voil e levado ao Laboratório de Entomologia Florestal – DCF/UFS para contagem do número de insetos vivos/folha existente por parcela antes e após a aplicação, sendo que para a contagem após a aplicação, os sacos foram instalados instantes após a aplicação dos tratamentos e retirados depois de três dias e contabilizados (FIGURA 3).

FIGURA 3. Vista parcial de uma parcela com destaque para a disposição do saco de tecido voil na árvore. Conde/BA, 2017. Fonte: Rocha Junior (2017).

A eficiência foi obtida utilizando o número de insetos vivos/folha, variável mais adequada considerando que o inseto praga é fitófago de seiva e corrigida pela fórmula de Henderson e Tilton (1955), adequada para avaliar populações de insetos não uniformes:

O número de insetos vivos/folha foi submetido à análise de variância e comparadas pelo Teste SNK (Student-Newman-Keuls) (p<0,05).

4.2.5. Confirmação de infecção

Os insetos mortos coletados nos sacos de voil em cada tratamento foram levados ao Laboratório de Patologia Florestal – DCF/UFS para confirmação da mortalidade pelo patógeno. No laboratório, cada inseto foi desinfetado externamente mediante imersão em solução de hipoclorito de sódio (5%) e posterior lavagem em água destilada. Em seguida foram alocados em câmara úmida (placa de Petri contendo papel filtro umedecido estéril) e

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acondicionados em câmara de germinação tipo B.O.D., temperatura de 26 ± 1 ºC, UR 70% e fotofase de 12 horas, por 8 dias. Após a esporulação dos conídios na superfície do inseto, o mesmo foi comparado com o fungo entomopatogênico utilizado no tratamento.

4.3. Resultados e Discussões

4.3.1. Avaliação de insetos por folha

O número de insetos por folha foi alterado após a aplicação dos tratamentos, com destaque para o controle químico com a Bifentrina (BF) com 0,12 insetos por folha, seguido dos fungos Isaria fumosorosea (IF), Beauveria bassiana (BB) e o produto comercial Metarril® (ML) com 0,81; 0,91 e 1,12 insetos por folha, respectivamente. O Boveril® (BL) não apresentou resultado satisfatório, equiparando-se estatisticamente a testemunha (CT) (FIGURA 4).

FIGURA 4. Número de indivíduos de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) por folha antes e após aplicação de cada tratamento (ML – Metarril®; BF – Bifentrina; BL – Boveril®; CT – Controle; BB – B. bassiana; IF – I. fumosorosea). Conde/BA, 2017. *Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade

A Bifentrina (BF) apresentou resultados satisfatórios em relação aos demais, inclusive em relação a outros controles químicos testados em campo no controle do T. peregrinus por Fontan et al. (2015) que utilizou Imidacloprido, Acefato, Tiametoxam, Deltametrina. Devido destaque deve-se a escolha do produto, considerando que possui registro para a cultura do eucalipto bem como para a referida praga. A Bifentrina, pertencente ao grupo dos piretróides, é altamente tóxica (Classe Toxicológica II) e muito perigosa ao meio ambiente (Classificação do Potencial de Periculosidade Ambiental II). A utilização de controles menos nocivos, como o controle biológico, é sugerida, principalmente, para obtenção de certificações, atestando a responsabilidade sócio-ambiental do plantio e destacando-se no mercado internacional de exportações (IBÁ, 2016).

Os fungos I. fumosorosea (IF), o B. bassiana (BB) apresentaram resultados satisfatórios entre os controles biológicos, atestando sua eficiência já comprovada em condições de laboratório. O I. fumosorosea (IF) mostrou-se pouco superior em relação aos

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demais, mesmo equiparados estatisticamente, resultado semelhante ao encontrado por Lorencetti (2013).

Não há registros do uso do I. fumosorosea sobre T. peregrinus em condições de campo. Conceschi (2013), em condições de semi-campo, obteve resultados semelhantes ao encontrado utilizando I. fumosorosea e B. bassiana no controle de pragas de citrus.

O Beauveria bassiana (BB) apresentou resultados superiores semelhantes aos descritos por Soliman (2014) em que o B. bassiana foi superior ao Metarril® sobre T.

peregrinus em condições de laboratório. Nesse mesmo estudo, o Boveril® mostrou-se satisfatório no controle do T. peregrinus em condições de campo, resultado divergente do encontrado, onde o Boveril® (BL) foi inferior, inclusive, da testemunha (CT), no entanto, Soliman (2014) utilizou esporos puros e não o produto comercial.

O produto comercial Metarril®, apesar de pouco perigoso ao meio ambiente (Classe IV), é Altamente Tóxico (Classe II) e não possui registro para nenhuma praga da cultura do eucalipto. Por isso, deve ser evitada sua utilização na cultura do eucalipto, assim como o controle químico.

4.3.2. Eficiência do controle

O controle químico com Bifentrina (BF) apresentou maior eficiência (91%), seguido do I. fumosorosea (IF) com 38%, o B. bassiana (BB) com 31% e o Metarril® (ML) com 14%. O Boveril® (BL) apresentou eficiência negativa de -9%, por ter sido inferior a testemunha (CT) (FIGURA 6).

FIGURA 5. Eficiência dos tratamentos (ML – Metarril®; BF – Bifentrina; BL – Boveril®; CT – Controle; BB – B. bassiana; IF – I. fumosorosea) no controle do Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae). Conde/BA, 2017.

O inseticida químico mostrou-se eficiente no controle do T. peregrinus, corroborando com Soliman (2014) que obteve, em condições de campo, eficiências de 73% a 95% utilizando Actara (tiametoxam), Engeo Pleno (Lambda-cialotrina +Tiametoxam) e Orthene (acefato) sobre T. peregrinus.

O I. fumosorosea (IF) e o B. bassiana (BB) mostraram-se eficientes entre os controles biológicos, com valores inferiores aos encontrados por Conceschi (2013) que em condições de semi-campo obteve mortalidades percentuais de 60 a 80% em pragas de citrus utilizando I.

fumosorosea; e utilizando B. bassiana obteve mortalidades percentuais de 15% a 45%, valores aproximados do encontrado para o B. bassiana (BB) nesse trabalho.

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O Metarril® (ML) e o Boveril® (BL) apresentaram eficiências inferiores às encontradas por Soliman (2014) em condições de campo sobre T. peregrinus, que obteve valores superiores a 80% para Metarril® e Boveril®. Provável diferenciação seja explicada pela utilização de esporos puros e não o produto comercial.

4.4. Conclusões

Os isolados de Isaria fumosorosea e Beauveria bassiana apresentaram potenciais para a inserção do Controle Biológico no Manejo Integrado do Thaumastocoris peregrinus, agregando o MIP técnicas que promovem princípios ecológicos e fatores de mortalidade natural, atributos não existentes no método de controle químico, utilizado atualmente.

O fungo entomopatogênico, Isaria fumosorosea, sem nenhum produto registrado no Brasil, se destaca como potencial para o desenvolvimento de inseticidas microbianos, devido sua alta patogenicidade e facilidade de isolamento e produção.

O controle microbiano combinado com dois ou mais agentes, ou associado a outros métodos de controle biológico, envolvendo a permanência desses agentes em campo e a ação sinérgica com outros métodos de controle biológico associados ao controle microbiano pode potencializar o Manejo Integrado do Thaumastocoris peregrinus.

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